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PARASHÁ EMOR (Diga) (Levítico 21:1– 24:23) (Ez 44:15-31) MINHAS PERCEPÇÕES AUTOR: HUGO BARTOLOMEU FERREIRA

Continuação da Parashá EMOR

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Page 1: Continuação da Parashá EMOR

PARASHÁ EMOR (Diga)

(Levítico 21:1– 24:23)

(Ez 44:15-31)

MINHAS PERCEPÇÕES

AUTOR: HUGO BARTOLOMEU FERREIRA

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Continuação da Parashá EMOR

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Baruch atá Adonai Eloheinu melech ha'olam, dayan ha-emet.

Bendito sejas Tu, Senhor, nosso Deus, Rei do Universo, o Verdadeiro Juiz.

1. GENERALIDADES

O estudo da Parashá Emor apresenta logo de início duas palavras

aparentemente sinônimas, mas de consequências bem diversas: falar e dizer.

Essa diversidade se evidencia no primeiro versículo do capítulo 21 de Vayikrá

(Levítico).

21:1

אמר יהוה אל ר אל -וי שה אמ א -מ ן ואמרת אלהם לנפש ל הנים בני אהר יטמא בעמיו: -הכ

VAYOMER YHVH EL-MOSHEH EMOR EL-HAKOHANYM BËNEY AHARON

VËÅMARËTÅ ALEHEM LËNEFESH LO-YTAMÅ BËAMÅYV:

21:1 DEPOIS disse o SENHOR a Moisés: Fala aos sacerdotes, filhos de Aarão, e dize-lhes: O sacerdote não se contaminará por causa dum morto entre os seus povos,

A palavra “fala” em hebraico é “qarã” e significa “chamar convocar, recitar”

(fonte: https://shemaysrael.com/parasha-emor/ - acesso em 01 de maio de 2021).

A palavra “diga” em hebraico é “emor” e trata-se de uma comunicação, ou seja,

da transmissão de uma informação para um elemento receptor dessa informação. Implica

ação.

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MOSHEH EMOR EL-HAKOHANYM BËNEY AHARON – Moisés diga aos filhos de

Aarão

E, a partir daí, segue a ação de não se contaminar pelo contato de um morto. A

contaminação não viria do físico mas do espírito, já que LËNEFESH tem o sentido de

“alma”. Logo, a alma seria contaminada e colocaria em risco a santidade do sacerdote.

Seguem-se determinações específicas aos Kohanins e ao Cohen Gadol de

sorte a mantê-los em alto nível de pureza, compatível com a santidade do seu cargo.

A comunicação é essencial para que as ações ocorram. Não basta que

mantenhamos na mente aquilo que queremos que alguém realize. É preciso externar o

pensamento “dizendo” o que se deseja. Foi o que fez D’us ao determinar que Moisés

dissesse a Aarão e seus filhos o que não deveriam fazer, o que deveriam e como

deveriam.

Em Ezequiel 44:15-31 repetem-se os requisitos de santidade dos sacerdotes.

Isso pode ter deixado no consciente coletivo a ideia de que somente os

sacerdotes precisariam ter o comportamento ilibado para estar em conexão com o eterno.

O que não é realidade. De fato, D’us esperava que todos buscassem o comportamento

compatível a essa conexão e não somente os sacerdotes. Para estes eram impositivos,

porém, os demais eram desejáveis que tivessem comportamento integro.

Ao não perceber isso, boa parte do povo mante-se em pecado. E D’us em sua

infinita misericórdia, enviou Yeshua para “dizer” o que D’us esperava do seu povo. E não

se dirigia aos cumpridores da lei mas, aos que ainda viviam em pecado, como se observa

em Lucas 5.

Não podemos esquecer que Yeshua era judeu e cumpridor da Torá. Quando

levava a palavra de D’us aos gentios, nada mais fazia do que dar a essas pessoas os

mandamentos descritos no livro da Lei. Para tal, servia-se das parábolas para facilitar a

compreensão de pessoas cujo nível intelectual era baixo. Como a Torá somente era lida

nas sinagogas, Yeshua buscava levar os ensinamentos para todos em qualquer lugar.

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5:32 Eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores, ao arrependimento.

A questão da impureza prossegue e se amplia para o povo como um todo.

Passa a ser determinante que o impuro se afaste do templo.

O chamamento do Eterno é para a conduta livre do pecado, de sorte que possa

haver santidade não só entre os sacerdotes, mas entre o povo como um todo.

Era preciso ser cuidadoso com as oferendas, pois isso revelava o respeito para

com o eterno.

22:20 Nenhuma cousa em que haja defeito oferecereis, porque não seria aceita a vosso favor.

Não é difícil imaginar a tensão constante a que era submetida o povo. O

desconforto, a imprevisibilidade quanto ao final da jornada, a alimentação racionada,

enfim toda adversidade possível a que estavam sendo submetidos, naturalmente,

mantinham o povo tenso.

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Foram necessárias paradas, revertidas nas festas em honra a D’us.

O capítulo 23 dedica-se às festas ordenadas pelo próprio Eterno.

23:2 Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: As solenidades do SENHOR, que convocareis, serão santas convocações: estas são as minhas solenidades:

Essas paradas revertidas em festas serviam para amenizar o estresse e

revigorar o ânimo do povo para prosseguir e , principalmente, manter a confiança em

D’us.

Não detalharei as festas neste trabalho porquê, temos em detalhe no link

https://israelforever.online/festas

Convocação do povo para festas em honra a D’us

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O deserto foi um instrumento muito utilizado por D’us para a depuração do

espírito. Quando ele queria estar efetivamente em plena sintonia e conversar com seu

escolhido, conduzia-o para o Deserto.

Assim ocorreu com Moisés em Êxodo 3 , quando encontra D’us na forma de

sarça ardente.

Assim ocorreu com Yeshua, narrado em em Mateus 4 quando é levado para

sua provação e ser tentado .

Assim ocorreu com o povo de Israel. Mas, por quê o deserto?

Diferente do Jardim Eden descrito em Bereshit, onde havia fartura e toda sorte de

sustentação do ser humano, o deserto nada oferece , além do desconforto, a sede e a fome.

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Normalmente, figuras como Elias, Moisés e Yeshua foram conduzidos ao deserto para

uma provação. No deserto, a dependencia de D’us é total e se não for possível contar com ele, o

fracasso é certo.

E os quarenta dias? Trata-se de um período longo necessário à renovação do espírito.

Após a provação do deserto, todos os acima citados retornaram fortalecidos em espírito.

O dilúvio durou 40 dias e foi o tempo necessário para a renovação da espécie humana.

Os querenta anos de peregrinação do povo israelita foram necessários para renovar uma geração

inteira, de sorte que aqueles que chegassem à Terra prometida tivesse nascido fora do cativeiro.

Travessia do Rio Jordão e chegada na Terra Prometida

2. MINHAS PERCEPÇÕES Essa Parashá mostra a importância da conduta ilibada que foi imposta aos

sacerdotes e os destacaram da sociedade e os colocou na condição de santos diante da congregação. Era necessária a manutenção dessa conduta face a gama de responsabilidades no Templo , bem como, o fato de estarem diretamente ligados aos serviços de D’us.

Mantenham-se santos porquê eu sou santo é uma recomendação constante do Eterno aos sacerdotes.

Mas essa recomendação e o rol de procedimentos foram “ditos” de forma não ríspida e sim natural. O Eterno não guardou para si a ideia da santidade dos cohanins, mas difundiu. E isso é lição para nós, pois não adianta termos ideias ou conhecimentos expressivos e guardar em nossa mente. É preciso “dizer”.

As recomendações, num momento posterior, passam a abranger todo o povo e nos mostra que devemos também buscar a santidade esperada por D’us e não delegarmos isso somente aos sacerdotes.

Por fim, as festas determinadas pelo Eterno tem sempre uma função de manter na memória dos israelitas alguns aspectos que não podem jamais esquecer:

- D’us é único e é o senhor; - é o princípio creador; - livrou o povo do cativeiro do Egito; - uniu o povo em uma nação poderosa; e - conduziu esse povo pelo deserto por 40 anos e saciou sua fome e sede,

dentre outros feitos.

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3. CONCLUSÃO

Concluindo, a Parashá Emor mostrou-me que: - D’us empregava Moisés como meio de comunicação, para que pudesse levar

suas determinações ao povo. Era um meio seguro e confiável.

Nos dias de hoje, estamos submetidos a muitas informações e de diversas

fontes. Precisamos filtrar ou seremos induzidos ao erro. Buscar ouvir a voz de D’us é essencial.

- A conduta reta e afastada do pecado não deve ser exclusividade dos

sacerdotes, mas de todos nós.

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- comemorar as festas determinadas pelo Eterno é manter na memória sua importância em nossas vidas. Todas as celebrações no deserto proporcionaram momentos para descanso, diminuição do estresse e revigorou da confiança em D’us. Podemos encarar nossa jornada terrena como se estivéssemos no deserto, pois, com frequência, somos submetidos aos obstáculos que a vida nos apresenta. E assim como no deserto, dependemos de D’us para superar esses obstáculos. Atenção especial para a guarda do Shabbat e que possamos dizer do fundo do nosso coração: Shabbat Shalom.

Shemá Yisrael, Adonai Eloheinu, Adonai Echad. Ouve Israel, Adonai é nosso D’us, Adonai é um.

Campinas, 01 de maio de 2021 / 19 de Iyar de 5781

Hugo B Ferreira