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Critérios de falha PROF. ALEXANDRE A. CURY DEPARTAMENTO DE MECÂNICA APLICADA E COMPUTACIONAL

Critérios de falha - UFJF2015/01/08  · Critérios de falha RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 2 -PROF. ALEXANDRE CURY MAC/UFJF 3 Para o caso de um elemento estrutural sujeito a um estado

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Critérios de falha

PROF. ALEXANDRE A. CURY

DEPARTAMENTO DE MECÂNICA APLICADA E COMPUTACIONAL

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• A avaliação das tensões e deformações sempre é feita em função de certas propriedades do material.

• Entretanto, não basta apenas calcular essas grandezas. Precisamos confrontar os valores encontrados comlimites pré-estabelecidos para verificar o estado em que o material se encontra, após as solicitações quevenha a sofrer.

• Em outras palavras, é necessário identificar os valores de tensão e deformação que levarão o material afalhar (romper ou escoar, por exemplo).

• A questão, portanto, é: COMO estabelecer um critério de falha para um determinado material?

• Não existe uma resposta única para esta questão. Por isso, diversos critérios estão descritos na literaturae, para cada tipo de material, um critério pode ser considerado mais adequado que outros.

Critérios de falha

2RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 2 - PROF. ALEXANDRE CURY - MAC/UFJF

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Critérios de falha

3RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 2 - PROF. ALEXANDRE CURY - MAC/UFJF

Para o caso de um elemento estrutural sujeito a um estado uniaxial de tensões, a condição para que elenão falhe, é simples:

falha de tensãouma indica onde , rrx

Mas, e para um caso de solicitação mais geral e/ou complexa, como a mostrada abaixo?

Tensões PrincipaisE. Plano de Tensões

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Critérios de falha

4RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 2 - PROF. ALEXANDRE CURY - MAC/UFJF

Portanto, quando o elemento estrutural está submetido a um estado multiaxial de tensões já não é tãosimples assim!

Nesses casos, é necessário considerar o mecanismo real de falha, ou seja, é necessário identificar qualcombinação de todas as componentes de tensão presentes no elemento estrutural (tração, compressão,cisalhamento) levará o material a falhar.

Assim, quatro teorias de falha serão estudadas neste curso, levando-se em consideração ascaracterísticas do material.

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Critérios de falha

5RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 2 - PROF. ALEXANDRE CURY - MAC/UFJF

Materiais Frágeis

• Um material é considerado frágil quando rompe, à tração (ou compressão), ainda na fase elástica (sem “aviso prévio”).

• Em outras palavras, a falha se dá por ruptura, sem que haja escoamento.

• Exemplos: concreto simples, fibra de carbono, ferro fundido, vidro, porcelana, tijolo cerâmico, etc.

Gráfico “Tensão x Deformação” típico de um material frágil(ausência de patamar de escoamento)

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Critérios de falha

6RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 2 - PROF. ALEXANDRE CURY - MAC/UFJF

Materiais Frágeis

1) Critério da Máxima Tensão Normal (Teoria de Rankine ou Teoria de Coulomb):

• Ocorre quando a tensão principal máxima no material atinge a tensão normal máxima que o materialpode suportar em um teste de tração uniaxial.

• Esta teoria também admite que falhas em compressão ocorram na mesma tensão máxima que as falhasem tração.

r

r

3

1 Graficamente

Sendo a tensão de ruptura do material em um teste de tração uniaxial.

r

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Critérios de falha

7RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 2 - PROF. ALEXANDRE CURY - MAC/UFJF

Materiais Frágeis

2) Critério de Falha de Mohr (ou Mohr-Coulomb):

• A principal limitação do critério anterior é considerar que as resistências à tração e à compressão de ummaterial são iguais.

• O presente critério separa essas duas situações. Para tanto, são realizados ensaios de tração ecompressão uniaxiais.

Graficamente

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Critérios de falha

8RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 2 - PROF. ALEXANDRE CURY - MAC/UFJF

Materiais Frágeis

2) Critério de Falha de Mohr (ou Mohr-Coulomb):

• Pode-se, ainda, considerar um terceiro ensaio: o de torção.

• Neste caso, um terceiro círculo é construído e uma envoltória é traçada:

131 =−rcrt

131 =−rcrt

Graficamente

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Critérios de falha

9RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 2 - PROF. ALEXANDRE CURY - MAC/UFJF

Materiais Dúcteis

• Um material é considerado dúctil quando suporta grandes deformações antes de romper.

• Em outras palavras, a falha se dá por escoamento, após a ocorrência de deformações plásticas (irreversíveis).

• Exemplos: aço, cobre, ouro, etc.

Gráfico “Tensão x Deformação” típico de um material dúctil(presença de patamar de escoamento)

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Critérios de falha

10RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 2 - PROF. ALEXANDRE CURY - MAC/UFJF

Materiais Dúcteis

3) Critério de Falha de Tresca (Máxima Tensão Cisalhante):

• Vimos no curso que, quando um elemento estrutural é ensaiado à tração (uniaxial), a tensão cisalhantemáxima ocorre a 45o em relação ao eixo axial (longitudinal) do elemento.

• Vimos, ainda, que o valor desta tensão cisalhante máxima é a metade da máxima tensão normal.

• Assim sendo, considerando que o material dúctil “falha” quando ocorre o escoamento, a máxima tensãocisalhante pode ser escrita como:

• O critério de Tresca se enuncia como: “Um elemento estrutural (dúctil) irá falhar se a tensão cisalhante máximaultrapassar a máxima tensão cisalhante obtida em um ensaio de tração uniaxial realizado no mesmo material”.

material do escoamento de tensãoa representa onde ,2

max ee

=

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Critérios de falha

11RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 2 - PROF. ALEXANDRE CURY - MAC/UFJF

Materiais Dúcteis

3) Critério de Falha de Tresca (Máxima Tensão Cisalhante):

Vimos que a máxima tensão tangencial em um ponto pode ser calculada como:

2

31

max

−=

Assim, o critério de Tresca pode ser descrito como:

22

31

maxe

= e − 31

OBS: Equação válida se possuírem sinais contrários.

31 e

Caso possuam mesmo sinal, as máximas tensões cisalhantes serão dadas por: 31 e e

e

3

1 e

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Critérios de falha

12RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 2 - PROF. ALEXANDRE CURY - MAC/UFJF

Materiais Dúcteis

3) Critério de Falha de Tresca (Máxima Tensão Cisalhante):

A representação gráfica do critério de Tresca é mostrada abaixo:

Hexágono de Tresca

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Critérios de falha

13RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 2 - PROF. ALEXANDRE CURY - MAC/UFJF

Materiais Dúcteis

3) Critério de Falha de Tresca (Máxima Tensão Cisalhante):

Para o estado plano de tensões, podemos reescrever o critério de Tresca como:

exyyyxxe +−=− 22

31 4)(

ou simplesmente: exyyyxx +− 22 4)(

Para os casos em que a equação se simplifica para: ,0=yyexyxx + 22 4

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Critérios de falha

14RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 2 - PROF. ALEXANDRE CURY - MAC/UFJF

Materiais Dúcteis

4) Critério de Falha de von Mises (Máxima Energia de Distorção):

• Embora o critério de Tresca forneça uma hipótese razoável para o escoamento em materiais dúcteis, a teoria de vonMises se correlaciona melhor com os dados experimentais e, desse modo, é geralmente mais utilizada.

• Nessa teoria, são considerados conceitos de energia de distorção de um dado elemento, isto é, a energia associada amudanças na forma do elemento e não do volume do mesmo.

• O critério de von Mises se enuncia como: “Um elemento estrutural (dúctil) irá falhar se a energia associada à mudançade forma de um corpo, submetido a um carregamento multiaxial, ultrapassar a energia de distorção de um corpo deprova submetido a um ensaio uniaxial de tração”.

Tensor desviador (forma)

Tensor hidrostático (volume)

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 2 - PROF. ALEXANDRE CURY - MAC/UFJF 15

Critérios de falhaAntes de desenvolvermos o critério de von Mises, é importante tratarmos do conceito de Energia de Deformação.

malinfinitesi trabalho→= dxPdU

Seja uma barra uniforme submetida a uma força que cresce lenta e gradualmente.

O trabalho infinitesimal realizado pela força P à medida que a barra se alonga de umpequeno valor dx é dado por:

Este trabalho é igual ao elemento de área de largura dx sob o gráfico “força-deslocamento”.

O trabalho total realizado pela força até o deslocamento final x1, é dado por:

=1

0

x

dxPU

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 2 - PROF. ALEXANDRE CURY - MAC/UFJF 16

Critérios de falhaNo caso de uma deformação linear elástica, como a mostrada na figura abaixo, temos a seguinte situação:

Pela Lei de Hooke, P = kx.

Assim, o trabalho total é dado por:

Percebe-se, portanto, que a energia de deformação acumulada pela mola éequivalente à metade do trabalho realizado pela força P.

Esta constatação é o enunciado do Teorema de Clayperon:

“Quando uma carga cresce progressivamente de zero até oseu valor final, o trabalho de deformação, em regime elásticolinear, é a metade do que seria realizado se a carga agissedesde o início com o seu valor final atual”

11212

121

0

1

xPkxdxkxU

x

===

Energia Potencial Elástica

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 2 - PROF. ALEXANDRE CURY - MAC/UFJF 17

Critérios de falhaPara eliminar os efeitos do tamanho da estrutura, vamos dividir ambos os termos da expressão abaixo pelo seu volume:

=1

0

x

L

dx

A

P

V

U=

1

0

x

dxPU =1

0

xx du Densidade de Energia de Deformação

Graficamente,

Observações:

• A densidade total de energia a tensão resultante da deformação éigual à área sob a curva de 1.

• Quando o material é descarregado, a tensão retorna a zero, mas háuma deformação permanente. Apenas a energia relativa à áreatriangular é recuperada.

• O restante da energia é dissipada como calor.

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 2 - PROF. ALEXANDRE CURY - MAC/UFJF 18

Critérios de falhaObservações:

• A densidade de energia de deformação resultante da configuração 1 = r

é chamada de módulo de tenacidade:

• A energia por unidade de volume necessária para causar o material àruptura está relacionada à sua ductilidade;

• Se a tensão estiver dentro do limite de escoamento, temos:

2

2

1

00

11

E

dEdu xxxx === ou2

1=u ou

Eu

2

2

1=

A densidade de energia de deformação resultante da configuração 1 = e éo módulo de resiliência:

Eu e

e2

2=

Eu r

r2

2=

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 2 - PROF. ALEXANDRE CURY - MAC/UFJF 19

Critérios de falha

Considerando-se que:

A partir das expressões obtidas anteriormente, é possível calcular a Energia de Deformação para diferentes condiçõesde carregamento.

Carregamento Axial: APx =Sendo a tensão normal dada por:

A Energia de Deformação Total é calculada como: = dVE

U x

2

2

dxAdV =

Substituindo-se apropriadamente, chegamos a:

=L

dxAE

PU

0

2

2

Para uma barra de seção transversal constante (ao lado), tem-se:

AE

LPU

2

2

=

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 2 - PROF. ALEXANDRE CURY - MAC/UFJF 20

Critérios de falhaA partir das expressões obtidas anteriormente, é possível calcular a Energia de Deformação para diferentes condiçõesde carregamento.

Flexão: Sendo a tensão normal dada por:

e considerando novamente , vem:dxAdV =

I

yMx =

dxdAEI

yMdV

EI

yMdV

EU

L

A

x

===0

2

22

2

222

222

dxEI

MdxdAy

EI

MU

LL

A

=

=

0

2

0

2

2

2

22

Reorganizando as variáveis, vem:

Para o caso de uma viga engasta-livre, com uma carga concentrada, tem-se:

EI

LPU

6

32

=

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 2 - PROF. ALEXANDRE CURY - MAC/UFJF 21

Critérios de falhaA partir das expressões obtidas anteriormente, é possível calcular a Energia de Deformação para diferentes condiçõesde carregamento.

Cisalhamento puro:Para um material submetido a tensões de cisalhamento puro, tem-se:

Para valores de xy dentro do limite proporcional, vem:

=

xy

xyxy du

0

GGu

xyxyxyxy

2

2

212

21

===

A energia de deformação total é, então:

== dVG

dVuUxy

2

2

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 2 - PROF. ALEXANDRE CURY - MAC/UFJF 22

Critérios de falhaA partir das expressões obtidas anteriormente, é possível calcular a Energia de Deformação para diferentes condiçõesde carregamento.

Cisalhamento puro:

== dVGJ

TdV

GU

xy

2

222

22

A tensão cisalhante devida a um momento torsor é dada por:

A energia de deformação total é:

==

L

A

L

A

dxdAGJ

TdxdA

GJ

TU

0

2

2

2

0

2

22

22

J

Txy

=

Considerando , vem:dxAdV =

=L

dxGJ

TU

0

2

2Que se simplifica em:

Para o caso de uma barra circular sujeita a um torsor concentrado, tem-se:

GJ

LTU

2

2

=

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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 2 - PROF. ALEXANDRE CURY - MAC/UFJF 23

Critérios de falhaAté agora, determinamos a energia de deformação devido à tensões uniaxiais e tensões de cisalhamento puro. Para oscasos de um estado geral de tensão, temos:

( )zxzxyzyzxyxyzzyyxxu +++++=21

( )

( ) ( ) ( ) material do distorção 6

)1(

material do volumede alteração 6

)21(

2

31

2

32

2

21

2

321

→−+−+−+

=

→++−

=

Eu

Eu

d

v

Considerando-se um material elástico e isotrópico, a densidade de energia de deformação pode ser reescrita emfunção das tensões principais como:

( ) 323121

2

3

2

2

2

1 2)(2

1 ++−++=

Eu

A expressão acima pode ser decomposta em duas: uma representando a alteração do volume do material e outra, adistorção do material:

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Critérios de falha

24RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 2 - PROF. ALEXANDRE CURY - MAC/UFJF

Materiais Dúcteis

4) Critério de Falha de von Mises (Máxima Energia de Distorção):

Como visto, a densidade de energia de distorção para um elemento sujeito a um estado triaxial de tensões pode serescrita como:

( )( ) ( ) ( ) 2

31

2

32

2

216

1

−+−+−

+=

Eud

Em um ensaio de tração (uniaxial), a densidade de energia de distorção pode ser calculada, fazendo032

1

==

=

e

( ) ( ) 22

3

12

6

1eetração

EEu

+=

+=

Pelo enunciado do critério, temos que: . Assim,traçãod uu

( ) ( ) ( ) 22

31

2

32

2

21 2 e −+−+− E. Triaxial de Tensões

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Critérios de falha

25RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 2 - PROF. ALEXANDRE CURY - MAC/UFJF

Materiais Dúcteis

4) Critério de Falha de von Mises (Máxima Energia de Distorção):

Para o estado plano de tensões ( ), podemos reescrever o critério de von Mises como:02 =

22

331

2

1 e +−

Elipse de von Mises

( )2

331

2

13

)1(

+−

+=

Eud e

( ) 2

3

1etração

Eu

+=

Assim,

Graficamente

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Critérios de falha

26RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 2 - PROF. ALEXANDRE CURY - MAC/UFJF

Materiais Dúcteis

4) Critério de Falha de von Mises (Máxima Energia de Distorção):

Podemos reescrever a equação anterior em função do estado de tensões:

exyyyxxyyxx +−+ 222 3

Para os casos em que a equação se simplifica para: ,0=yy

exyxx + 22 3

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Critérios de falha

27RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 2 - PROF. ALEXANDRE CURY - MAC/UFJF

Materiais Dúcteis

Comparativo entre critérios:

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Critérios de falha

28RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 2 - PROF. ALEXANDRE CURY - MAC/UFJF

Comparativo entre critérios:

Ensaios experimentais realizados commateriais frágeis e dúcteis:

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Critérios de falha

29RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 2 - PROF. ALEXANDRE CURY - MAC/UFJF

Referências:

Esses slides foram preparados usando como base:

1) Beer, Johnston – Mecânica dos Materiais – 6ª ed.2) Apostila de Resistência dos Materiais I – Prof. Marco André Argenta – UFPR3) Notas de aula do Prof. Elson Toledo