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Auto da Barca do Inferno Questões de Diálogos 9, Porto Editora Cena 3 (Onzeneiro) – p. 103 – 107 Educação literária e Leitura 1. Trata-se de um texto em verso, que ridiculariza o defeito da avareza, na pessoa de um velho que preferiria ficar sem os dois olhos a ter que pagar ao médico para lhe curar um deles. 1.1. Ambos têm em comum a avareza. 2.1. O Diabo trata o Onzeneiro por “parente”, pois, em vida, sempre o ajudou, como se ele fosse membro da sua família. Agora, o Onzeneiro terá de lhe retribuir, servindo-o no Inferno. 2.2. A ironia. 2.3. O Onzeneiro queixa-se de não ter tido tempo para arrecadar mais dinheiro e de não ter podido nem trazer uma moeda para pagar ao barqueiro (alusão ao pagamento que era devido a Caronte, para que ele passasse as almas para o outro lado do rio dos mortos). 3.1. O Anjo argumenta dizendo que o “bolsão” que o Onzeneiro transporta “tomará todo o navio” (v. 219), isto é, a cobiça e a ambição não têm lugar naquela barca. Embora o “bolsão” esteja vazio, o amor ao dinheiro continua a ocupar o coração do Onzeneiro (cf. vv. 220-221). É a avareza, que o levou a exercer uma atividade ilícita – a usura –, que o condena. 3.2. O Onzeneiro pensa que o Anjo lhe recusa a entrada na barca por não ter dinheiro para a pagar (cf. vv. 230--233). 4.1. O Onzeneiro pretende voltar à vida para ir buscar o dinheiro que lá deixou. Acentua, assim, a sua ligação obsessiva ao dinheiro, que faz dele um avarento, e mostra que acredita que o dinheiro compra tudo, até a entrada no Céu. 5. O Onzeneiro mostra-se surpreendido por ver alguém com o estatuto social de Dom Anrique na barca do Inferno (atente-se no tratamento cerimonioso “Vossa Senhoria”). Gramática 1.1. O Onzeneiro transporta um bolsão. O bolsão simboliza a cobiça e a ambição. As duas frases são gramaticais. 1.2. (a) Onzeneiro; (b) bolsão; (c) não sejam; (d) suprimidos; (e) modificador do nome.

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Auto da Barca do InfernoCena do Onzeneiro

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Auto da Barca do InfernoQuestões de Diálogos 9, Porto EditoraCena 3 (Onzeneiro) – p. 103 – 107

Educação literária e Leitura

1. Trata-se de um texto em verso, que ridiculariza o defeito da avareza, na pessoa de um velho que preferiria ficar sem os dois olhos a ter que pagar ao médico para lhe curar um deles.

1.1. Ambos têm em comum a avareza.2.1. O Diabo trata o Onzeneiro por “parente”, pois, em vida, sempre o ajudou, como se ele fosse membro

da sua família. Agora, o Onzeneiro terá de lhe retribuir, servindo-o no Inferno.2.2. A ironia.2.3. O Onzeneiro queixa-se de não ter tido tempo para arrecadar mais dinheiro e de não ter podido nem

trazer uma moeda para pagar ao barqueiro (alusão ao pagamento que era devido a Caronte, para que ele passasse as almas para o outro lado do rio dos mortos).

3.1. O Anjo argumenta dizendo que o “bolsão” que o Onzeneiro transporta “tomará todo o navio” (v. 219), isto é, a cobiça e a ambição não têm lugar naquela barca. Embora o “bolsão” esteja vazio, o amor ao dinheiro continua a ocupar o coração do Onzeneiro (cf. vv. 220-221). É a avareza, que o levou a exercer uma atividade ilícita – a usura –, que o condena.

3.2. O Onzeneiro pensa que o Anjo lhe recusa a entrada na barca por não ter dinheiro para a pagar (cf. vv. 230--233).

4.1. O Onzeneiro pretende voltar à vida para ir buscar o dinheiro que lá deixou. Acentua, assim, a sua ligação obsessiva ao dinheiro, que faz dele um avarento, e mostra que acredita que o dinheiro compra tudo, até a entrada no Céu.

5. O Onzeneiro mostra-se surpreendido por ver alguém com o estatuto social de Dom Anrique na barca do Inferno (atente-se no tratamento cerimonioso “Vossa Senhoria”).

Gramática

1.1. O Onzeneiro transporta um bolsão. O bolsão simboliza a cobiça e a ambição.As duas frases são gramaticais.

1.2. (a) Onzeneiro; (b) bolsão; (c) não sejam; (d) suprimidos; (e) modificador do nome.