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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA BENTO GONÇALVES | MAIO 2019 | EDIÇÃO 214 | ANO 17 Foto: Reprodução Web Dia do Vinho completa 10 anos Uma das maiores ações do setor vitivinícola da região Sul ganha projeção nacional em sua 10ª edição. Um total de 44 municípios de onze regiões produtoras de seis Estados brasileiros participam da programação que inicia no próximo dia 17 e prossegue até 2 de junho. AVENIDA DR. CASAGRANDE, 05 | EM FRENTE AO CENTRO ESPÍRITA CACIQUE DE BARROS | BENTO GONÇALVES ABERTO DE SEGUNDA A SEXTA, DAS 12 ÀS 19H E SÁBADOS, DAS 9 ÀS 17H OUTLET VINHOS & ESPUMANTES

Dia do Vinho - Jornal Integração da Serra · 2019. 5. 10. · O apelo do Dia do Vinho Brasileiro é para ser um momento festivo, de promoção, engajamento do setor e fortalecimento

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Foto: Reprodução Web

Dia do Vinhocompleta 10 anos

Uma das maiores ações do setor vitivinícola da região Sul ganha projeção nacional em sua 10ª edição. Um total de 44 municípios de onze regiões produtoras de seis Estados brasileiros participam da programação que inicia no próximo dia 17 e prossegue até 2 de junho.

AVENIDA DR. CASAGRANDE, 05 | EM FRENTE AOCENTRO ESPÍRITA CACIQUE DE BARROS | BENTO GONÇALVES

ABERTO DE SEGUNDA A SEXTA, DAS 12 ÀS 19H E SÁBADOS, DAS 9 ÀS 17H

O U T L E TV I N H O S &E S P U M A N T E S

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DIA DO VINHO BRASILEIRO JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Maio 20192

Por Rodrigo De MarcoEdição Kátia Bortolini

Empresa Jornalística Integração da Serra Ltda. Rua Refatti, 101 - Maria Goretti - Bento Gonçalves - RS | Fone: (54) 3454.2018 | 3451.2500 | E-mail: [email protected] | www.integracaodaserra.com.br

Periodicidade: Mensal | Circulação: Primeira semana de cada mês, em Bento Gonçalves, Garibaldi, Santa Tereza, Monte Belo do Sul, Pinto Bandeira | Diretora e Jornalista responsável: Kátia Bortolini - MTB 8374 |

Jornalista: Rodrigo De Marco - MTB 18973 | Social Media e Colunista: Natália Zucchi | Área Comercial: Moacyr Rigatti | Atendimento: Sinval Gatto Jr. | Diagramação: Vania Maria Basso | Editor de Fotografia: André

Pellizzari | Colaboradores e Colunistas: Aldacir Pancotto, Ancilla Dall´Onder Zat, Bruno Nascimento, Cesar Anderle, Elvis Pletsch, Melissa Maxwell Bock, Rogério Gava, Thompsson Didoné

Foto: Reprodução Web

10ª edição do Dia do Vinhoocorre em âmbito nacional

programação da 10ª edição do Dia do Vinho inicia no pró-ximo dia 17, em 44 municípios de onze regiões produtoras de seis Estados brasileiros, se estendendo até o dia 2 de

junho deste ano, envolvendo cerca de 160 empreendimentos. Nesta décima edição consecutiva, o evento, lançado no últi-mo dia 30 de abril em Monte Belo do Sul, ocorre com logo-marca renovada, passando a denominar-se para Dia do Vinho Brasileiro. A ação, promovida pelo Sindicato Empresarial de Gastronomia e Hotelaria (SEGH) - Região Uva e Vinho e pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), além do Rio Grande do Sul, abrange os estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Bahia.

No Rio Grande do Sul, a novidade está com a adesão do município de Rolante, com o roteiro Caminho das Pipas, além

dos municípios de Guaporé e Nova Pádua, na Região Uva e Vi-nho. Em São Paulo a novidade é o Roteiro do Vinho de Jundiaí. Também, entre as novidades da edição está a participação de Minas Gerais através de Andrades, do Paraná por meio da Vino-par, e de Santa Catarina com os roteiros Vales da Uva Goethe/Urussanga e Vinho de Altitude, envolvendo sete municípios.

O Dia do Vinho Brasileiro 2019 está sendo promovido pelo Ibravin por meio do projeto Vinhos do Brasil, pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR/RS), pelo Wine in Moderation, e pelo SEGH como resultado do Proje-to Eventos Integrados e Integradores – reinterpretação da con-cepção de evento, sendo fomentado pelo Ministério do Turismo, e inspirado na lei que instituiu o Dia do Vinho no Rio Grande do Sul, comemorado no primeiro domingo de junho de cada ano.

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Vitrine para o vinho, enoturismoe regiões produtoras do Brasil

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Maio 2019 DIA DO VINHO BRASILEIRO 3

Para a diretora executiva do Sindicato Empresarial da Gastronomia e Hotelaria Região Uva e Vinho (SEGH), Márcia Ferronato, o evento representa a união de quem trabalha valorizando o enoturismo.

“É um evento feito a muitas mãos, por quem ama o que faz e valoriza o enoturismo e os vinhos do Brasil. O Dia do Vinho é um movimento, forma uma grande rede de cooperação. Uma ocasião para dar destaque aos territórios vitivinícolas, aos empreendimentos e ao enoturismo. A cada edição, percebendo a visibilidade, mais destinos aderem e o empresário da gastronomia,

“O Dia do Vinho Brasileiro é, sem dúvida, um mo-mento importante no calendário da vitivinicultura nacional. É um período em que diversos estabeleci-

O presidente do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Oscar Ló, está otimista em relação a edição 2019. “O Dia do Vinho Brasileiro é uma ação muito importan-te para a divulgação do setor vinícola e também para fomentar a economia nas regiões onde a vitivinicultura está presente. A maioria das cerca de 500 vinícolas registradas no Rio Grande do Sul é de pequeno porte. Entre elas, existem várias voltadas ao enoturismo, beneficiadas pelo evento. A promoção fomenta a eco-nomia das regiões onde a cultura do vinho está mais forte”, diz.

Segundo ele, a cada edição o evento tem mantido uma média de crescimen-to de 10% em relação a anterior quanto ao envolvimento de pessoas, vinícolas e estabelecimentos comerciais. “A expectativa é que continue crescendo o engaja-mento de regiões produtoras. Temos mais Estados que produzem uva para pro-cessamento. Queremos que todos Estados produtores se engajem na campanha e estimulem o aumento do consumo per capita do Brasil, de apenas 2 litros/ano. O apelo do Dia do Vinho Brasileiro é para ser um momento festivo, de promoção, engajamento do setor e fortalecimento da imagem como produto”, acrescenta.

hotelaria, vinícola, enfim, do trade turístico, compreen-de que este movimento é uma oportunidade. O SEGH, o Ibravin e o comitê organizador acreditam que o even-to é mais uma vitrine para falar do vinho, do enoturismo e das regiões produtoras do Brasil”, destaca.

Márcia ressalta que, dentre os destaques da progra-mação, constam dezenas de festividades realizadas nas cidades e nos roteiros turísticos para que todos entrem no clima de festa, marcando com muitos brindes a data. “É uma programação intensa, que visa evidenciar o vi-nho e a nossa cultura”.

Márcia Ferronato

Foto: Arquivo Pessoal

Cultura do vinhoestá mais forte

Oscar Ló, presidente do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin)

Foto: Rodrigo De Marco

União e bom momento para o setormentos promovem ações em torno do vinho, entre elas a gastronomia e momentos de lazer e cultura. Nos dias da comemoração, as constantes ações de-verão alavancar as vendas nas principais cidades par-ticipantes, e impulsionar em outras regiões diversas. Trata-se, sem dúvida, de uma força que se une com outras ações para promover e valorizar o vinho na-cional, convidando a todos para apreciarem o bom vinho nacional. Seu crescimento, concomitante ao desenvolvimento do setor, deverá sim cooperar com o aumento do consumo per capita nas regiões que atenderem ao chamado do Dia do Vinho Brasileiro”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Eno-logia (ABE), Daniel Salvador.

De acordo com Salvador, nesse novo formato de projeção nacional o evento ganha ainda mais pres-tigio entre os apreciadores da produção e consumo do vinho. Segundo ele, se de um lado o cenário eco-nômico é desfavorável, de outro se presencia uma fase de muita maturidade do setor.

“A décima edição vem se somar com essa fase positiva do setor. Nossa expectativa é que o Dia do

Vinho Brasileiro promova o vinho nacional e to-dos estabelecimentos participantes. Temos um caminho para trilhar coletivamente no que tange a políticas públicas, no intuito de melhorarmos a competitividade das vinícolas de forma igualitária na prateleira, e quando esse dia chegar estaremos fortes e unidos, com produtos que representam cada região no seu estilo e terroir”, destaca.

Ele acrescenta que, no que tange ao cenário gaúcho, além do evento proporcionar as diversas ações pelos estabelecimentos participantes, tam-bém é uma forma do setor mostrar que a união entre os setores responsáveis e envolvidos direta-mente na cultura da vitivinicultura é gratificante para todos. “O Dia do Vinho Brasileiro reforça este tema da união, porque o seu apelo maior está ba-seado em uma ação coletiva voluntária dos partici-pantes. Também, reforça que o vinho nacional me-rece, sim, estar nas cartas de todos os restaurantes, por mérito de sua competência e qualidade, e deve ser valorizado principalmente pelos brasileiros”, conclui.

Daniel Salvador, presidente da Associação Brasileira de Enologia

Foto: Divulgação ABE

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Maio 2019DIA DO VINHO BRASILEIRO4

A história do evento inicia com a lei que instituiu o Dia do Vinho no Rio Grande do Sul, comemorado no primeiro domingo de junho de cada ano. A lei foi promulgada em 12 de dezembro de 2003. O projeto partiu do então deputado estadual Iradir Pietroski.

Em 2008/2009, a região é comtemplada com o projeto “Eventos In-tegrados e Integradores: reinterpretação da concepção de eventos” atra-vés de recurso do Ministério do Turismo. Com a implantação do projeto e análise dos eventos regionais, surge a ideia de criar um evento inte-grado com tema comum. Nasce assim o evento Dia do Vinho e também instituísse o comitê executivo com suporte do SEGH – Sindicato Empre-sarial da Gastronomia e Hotelaria Região Uva e Vinho (antigo SHRBS).

Em 2010 acontece a primeira edição do evento integrado e integra-dor “Dia do Vinho”, na Região Uva e Vinho - Serra Gaúcha, com respaldo do comitê executivo e coordenação do SEGH, com o objetivo de pro-mover o enoturismo e os vinhos brasileiros, fomentar a integração dos destinos enoturísticos, através das prefeituras, entidades, vinícolas, ho-telaria, gastronomia, atrativos, valorizar eventos comunitários e ampliar o fluxo turístico.

A partir de 2011 o Ibravin passa a dividir a responsabilidade da rea-lização do evento com o SEGH. Com tanta oferta o evento já nasce com programação de uma semana, sempre encerrando as atividades no se-gundo domingo do mês de junho.

Nas primeiras edições acontece com uma semana de programação na região Uva e Vinho/RS. Os Vinhos da Campanha Gaúcha e Roteiro de Vinhos de São Roque aderem ao movimento.

Com mais adesões e ampliação da programação, em 2015 o evento passa a ofertar duas semanas de atividades para celebrar o mundo do vinho. Na 7ª edição a adesão de mais regiões do país, o Vale de São Francisco/Nordeste e Vinhos do Vale Central Gaúcho/RS.

Em 2019, comemora-se 10 anos desta ação que se transformou em um grande movimento, passando a se chamar Dia do Vinho Brasileiro.

A história doDia do Vinho

Foto: Giovani Nunes

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Maio 2019 COOPERATIVISMO 5

Cooperativa Vinícola Aurorainaugurou Unidade Vinhedos

Mais de 3.500 pessoas participa-ram da inauguração da Aurora Uni-dade Vinhedos ocorrida no último dia 1 de maio. A unidade, situada numa área total superior a 24 mil metros quadrados, tem captação de luz natu-ral, automatizada. Totalmente susten-tável a nova planta industrial é a pri-meira fábrica do Brasil com certificado LEED versão 4.0. A celebração ocorreu dentro das instalações, onde a partir das próximas semanas passarão a ser instaladas as linhas de produção de sucos de uva e vinhos de mesa que migrarão da unidade central. Dentro do projeto de crescimento, estão pre-vistas instalações de mais linhas de produção até o próximo ano. O volu-me inicial de 10 mil garrafas/hora de-verá triplicar até 2020.

Fábrica, inaugurada no dia 1º de maio,

foi projetada para comportar o acréscimo das

linhas de produção de suco de uva e

vinhos de mesa

Desafogo de trânsito de caminhões na Cidade Alta

As uvas para elaboração dessas bebidas já vinham sendo entregues pelos associados na Unidade Vinhe-dos. Os caminhões carregando sucos e vinhos de mesa prontos, para a dis-tribuição, sairão do Vale dos Vinhedos direto para a rodovia, sem entrar em Bento Gonçalves. Na unidade matriz, localizada na rua Olavo Bilac, bairro Cidade Alta, ocorrerá a elaboração e envase dos vinhos e espumantes finos

e coolers. todos os caminhões carre-gando sucos e vinhos de mesa pron-tos, para a distribuição, sairão do Vale dos Vinhedos direto para a estrada, sem passar pela cidade.

Empreendimento que garante o crescimento contínuo

O presidente do Conselho de Ad-ministração da Aurora, Itacir Pedro Pozza, fez um discurso emocionado por estar, segundo ele, entregando à Família Aurora um empreendimento

que garante bases sólidas para o cres-cimento contínuo da empresa.

O diretor Cléverson Koltz desta-cou a importância da obra e o arrojo do projeto, que garante eficiência com sustentabilidade. “Uma obra que veio fazer história, deixando um lega-do”, afirmou.

O diretor superintendente, Hermí-nio Ficagna, enfatizou a importância da Vinícola Aurora, a maior do Brasil, que consegue atingir crescimentos mesmo em cenário de crise na eco-nomia, com faturamento que dobrou em apenas cinco anos. Mas acentuou suas palavras com ênfase nos pleitos do setor, historicamente negados pe-las autoridades, e pediu atenção dos governos para a importância da agri-cultura familiar do Rio Grande do Sul e às péssimas condições da malha ro-doviária da região, “a pior do Estado”.

Reivindicação legítima

O prefeito de Bento Gonçalves, Guilherme Pasin, reiterou a importân-cia dos pleitos do setor, em especial ao que se refere à revisão da Substitui-ção Tributária (ST). O governador Edu-ardo Leite, ovacionado em sua chega-da e em sua despedida do evento, em seu pronunciamento afirmou que fará esforços para que haja a revisão da Substituição Tributária (ST). Segundo ele, trata-se de uma legítima reivin-dicação do setor, pois a ST onera a in-dústria nacional, uma vez que impõe a antecipação do recolhimento do ICMS antes da venda ao consumidor. “Em breve serão anunciadas mudanças”, prometeu. Diretoria da Cooperativa Aurora e lideranças políticas

Foto: Divulgação

Foto: Daiane Zat

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Maio 2019MAIO AMARELO6

Maio Amarelo: a dor da perda e a busca da conscientização pela segurança no trânsito

Por Rodrigo De Marco | [email protected]

Acidentes de trânsito deixam milhares de mortos todos os anos nas estradas gaúchas. De acordo com um levantamento do Detran-RS divulgado em fevereiro deste ano, 1612 pessoas perderam a vida nas estradas do Rio Grande do Sul em 2018, uma redução de 7,6% quando comparado a 2017, que teve 1745 mortes. Neste mês de maio, na tentativa de frear a carnificina nas ruas e estradas do país

estão sendo promovidas campanhas em todo o território brasileiro. Entre elas, o Maio Amarelo e a 5ª Semana Global de Segurança no Trânsito, organizada pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Em adesão ao Maio Amarelo, o Jornal Integração da Serra contatou a ONG Fundação Thiago de Moraes Gonzaga, de Porto Alegre, promotora da campanha Vida Urgente, voltada à conscientização no trânsito. A organi-zação foi instituída em 13 de maio de 1996 pelo casal Régis e Diza Gonzaga após a perda prematura do filho Thia-go, aos 18 anos em acidente de trân-sito. A ONG, coordenada por Régis Gonzaga, no decorrer de sua atuação, promoveu várias campanhas e aten-deu mais de 600 famílias, entre outras iniciativas.

“Penso que o grande mérito da fundação ao longo de sua trajetória foi incluir no trânsito a questão do

Vida Urgente: atuando em parceria com a ONUcomportamento, humanizando esse tema. Os que circulam nas ruas não são máquinas, são vidas. Criamos o jei-to Vida Urgente de fazer. Lá em 1996, quando saímos para bares e dancete-rias nas madrugadas com nossos jo-vens voluntários, com um bafômetro na mão e uma “borboleta” no peito era quase uma aventura. Éramos vis-tos como sonhadores. Na época, não existia a “Lei Seca”, que nós chamamos “Lei da Vida”, pois ela tem salvo milha-res de vida desde sua implantação”, ressalta Gonzaga.

“A ideia é que todos se façam ouvir”Neste mês, em parceria com a

ONU a ONG trabalha na 5ª Sema-na Global de Segurança no Trânsito. “Com o Vida Urgente, atuamos o ano inteiro por um trânsito mais humano e seguro. Mas, nestes dias em especial, a ideia é que todos se façam ouvir, iden-tifiquem o que deve ser melhorado no trânsito e, principalmente, façam a sua parte na mudança. Então, nesse trabalho conjunto com a ONU, convi-damos todos para serem líderes pela segurança no trânsito. Que cada um possa registrar no site www.unroad-safetyweek.org as suas demandas e trabalhar conosco pela preservação da vida, pela educação para o trânsi-to”, convida.

Ainda de acordo com Gonzaga as

crianças também são prioridades nas campanhas e para este mês tem a es-treia de um espetáculo teatral voltado para os menores com idades até sete anos. “Temos a estreia da temporada 2019 do “Conta Comigo”, espetácu-lo teatral para crianças de três a sete anos de idade, que vai até escolas pú-blicas e privadas de Porto Alegre. De um jeito lúdico, promovemos a edu-cação para o trânsito para a criançada. Até o final do ano, cerca de cinco mil crianças devem participar do projeto. Também seguimos com as atividades do Vida Urgente como o Grupo de Apoio para pais e mães que perderam filhos em acidentes de trânsito, entre outras”, ressalta ele.

Fotos: Brenda Parmeggiani

A despedida de um jovem de 19 anos atropelado na calçada“Se nada nos salva da morte, pelo

menos que o amor nos salve da vida”. A frase é do jovem Gabriel Marques, que em 2014, aos 19 anos, foi vítima de um atropelamento fatal na Aveni-da Dom Pedro II, a Terceira Perimetral, em Porto Alegre. Em um depoimento emocionado para o Jornal Integração da Serra, Patricia Freitas Marques, 55 anos, mãe de Gabriel, lembrou o epi-sódio trágico que vitimou o seu filho. Pouco mais de 4 anos após perder Ga-briel, um dos seus quatro filhos, Patrí-cia não esquece daquele fim de tarde fatídico.

Gabriel concluiu os estudos na

escola militar de Porto Alegre. A mãe lembra que o jovem era um leitor vo-raz e muito estudioso. Gabriel colecio-nava amigos, sorrisos, e aos 19 anos ti-nha o sonho de seguir carreira militar, de fazer parte da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), no Rio de Ja-neiro. Naquele 20 de dezembro chu-voso ele esperava o ônibus para voltar para casa após um dia de trabalho. No momento do atropelamento Gabriel conversava com a mãe e a namorada por mensagens no celular.

De acordo com Patricia o moto-rista que atropelou e matou seu filho estava alcoolizado e dirigindo em alta

velocidade na faixa destinada aos ôni-bus. “Ele entrou na avenida antes da curva em alta velocidade, subiu na calçada, atropelou, arrastou e arre-messou o Gabriel de cima do viadu-to. Como ele estava numa velocidade alta voou com o carro de cima do mur-ro de contenção. Ele (o motorista) não sofreu nada grave, nenhum machu-cado, muito embora na época tenha sido passado na mídia que ele corria o risco de ficar tetraplégico e ficar hos-pitalizado. Ele ficou poucos dias no hospital e passou o ano novo em casa com a família dele”, afirma.

No momento que a conversa com

Gabriel foi abruptamente interrompi-da Patricia imaginou que a bateria do celular de seu filho havia acabado. Ela estava se arrumando para uma festa naquele sábado chuvoso.

“Eu estava me arrumando e fa-lando com ele e de repente o sinal foi interrompido. Pensei que a bateria do celular dele tivesse acabado. Termi-namos de nos arrumar, aconteceu o temporal e aí tivemos que esperar um tempo para poder sair de casa. Fomos para o aniversário e um tempo depois o celular tocou. Era a Mari, a namorada dele, avisando que o Gabriel não ha-via chegado ainda”, recorda.

Fundação também trabalha com projetos voltados para crianças de 3 a 7 anos Presidente da Fundação, Régis Gonzaga, com jovens da capital gaúcha

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Maio 2019 7MAIO AMARELO

O dia 25 de dezembro de 2012 não foi de festa para a caxiense Ma-ria Ribeiro de Souza, de 62 anos, conhecida por Mari. Naquele dia ela recebia a notícia da morte da filha, dos dois netos e do genro, vítimas de um acidente fatal próximo ao município de Eldorado do Sul, ocor-rido por volta das 4h50 da manhã. O carro em que os quatro ocupantes estavam se chocou de frente com um caminhão. Emocionada, Mari diz não conseguir esquecer da filha, netos e genro.

A preocupação pela demora da chegada de Gabriel começou a ga-nhar um tom mais escuro próximo das 23 horas daquele sábado. Sem ter res-postas do jovem a família descobriu numa pesquisa na internet que havia acontecido um acidente na zona nor-te. Patrícia chegou a ir num hospital para tentar encontrar respostas. Já se aproximava do domingo quando a família descobriu que Gabriel havia sido vítima de um atropelamento. Ele estava no Instituto Médico Legal (IML) sem identificação. Após o atro-pelamento os pertences de Gabriel foram furtados. Patrícia recorda com lágrimas nos olhos do momento que soube da morte do filho.

“Eu acho que o dia que sentir a sensação de estar morrendo não vai doer tanto como eu sofri quando sou-be da morte do meu filho. Quando eu soube da morte do Gabriel eu queria morrer. O meu ímpeto foi de me ma-tar, de me jogar da ponte do rio Gua-íba, e eu só não consegui porque me trancaram dentro de casa. Comecei a bater com a cabeça na parede cho-rando muito, por muitas horas. Queria sumir. Naquele dia fazia um ano e seis meses que havia perdido o meu mari-do”, se emociona.

Angústia, lágrimas e superação

Natal de dor e lágrimas“Como esquecer dos meus ne-

tos? Só quero ficar com a imagem deles saudáveis, amorosos e sorriden-tes. Esta imagem que quero guardar para sempre. Minha filha uma pessoa amorosa sempre preocupada com a família e o meu genro uma pessoa trabalhadora, enfim todos com a vida repleta de sonhos e um futuro promis-sor”, se emociona.

Mais de seis anos após o trágico acidente ela mantém viva na memória aquele dia. Mari, mulher batalhadora e sempre disposta a ajudar o próximo,

diz que encontra forças amparando outras pessoas através do trabalho social.

“A perda é um trauma que perma-nece para sempre. É um aprendizado contínuo. O tempo é um aliado razoá-vel. Mas a fé nos garante efeitos mais positivos para a alma e assim apren-de-se a lidar com a perda. Eu procuro amenizá-la ajudando outras pessoas por meio de trabalho social. Ajudar o outro é gratificante e nos dá força para ir em frente”, afirma.

“Campanhas já existem. Precisa-

mos de mais empenho das autori-dades no que tange a medidas mais eficazes. Não digo multas. Porém medidas legais como mudanças no Código Brasileiro de Trânsito. O De-tran cria provas no intuito de educar o motorista antes da liberação da carteira de motorista. Sabemos que cada dia são colocados nas ruas mui-tos veículos com tecnologia de pon-ta, mas ao mesmo tempo frágeis. É só reparar nos abalroamentos. Os ve-ículos transformam-se em materiais retorcidos”, observa ela.

Pouco mais de um mês após a morte do filho Patrícia começou a reagir e buscar ajuda. A mãe, amada pelos filhos estava abatida, revoltada. Foi pensando neles, segundo ela, que encontrou forças para começar uma nova etapa no processo de elabora-ção da perda.

“Eu me dei conta que meus filhos tinham perdido o pai e também o ir-mão e estavam perdendo a mãe por-que eu estava um trapo e só queria morrer. Percebi que eles precisavam muito de mim e eu tinha que reagir. Não sei como, mas literalmente pe-guei a minha dor, deixei de lado e ten-tei ser o apoio deles. E eles sempre me estimulando a ficar bem”, conta.

Patrícia lembra que além dos fi-lhos, a Fundação Thiago de Moraes Gonzaga foi importante naquele mo-mento.

“Eu então procurei o Vida Urgente e comecei a frequentar a reunião de pais. A primeira vez que fui conversei muito com a Diza Gonzaga, mãe do Thiago e naquela época presidente da fundação. É muito interessante, fre-quentei por alguns meses. A terapia ajuda bastante. Se divide muito as ex-periências. No Vida Urgente se divide muito as dores e alegrias. Tem casais

lá que estão desde a fundação, por muitos anos. Eu levei muito tempo para sorrir, é muito recente que voltei a sorrir”, diz.

Movimento pela paz no trânsitoNo dia 3 de janeiro de 2015 fami-

liares e amigos de Gabriel realizaram uma caminhada no parque da Reden-ção. O objetivo do ato foi de conscien-tização sobre os perigos do trânsito. Centenas de pessoas vestindo cami-setas brancas com a foto de Gabriel participaram do ato. Esse foi apenas o início do movimento. Patricia mantém uma página no facebook para recordar Gabriel e cons-cientizar as pessoas. Inti-tulada “Gabriel Marques paznotransitopaznavi-da”, com mais de quatro mil curtidas.

Patrícia, mulher de um largo sorriso e doces palavras, diz estar forte e mantendo acessa a lem-brança de um filho ale-gre e que amava a vida. “Hoje eu tento fazer o que ele gostava de fazer e então eu diria isso para

essas pessoas, para fazeres coisas que os filhos gostavam de fazer. É muito importante também estarmos com pessoas que amem a gente verdadei-ramente”, acrescenta.

No final de 2018, o atropelador teve uma sentença de quatro anos em regime semiaberto, mas que segundo Patrícia, foi convertido por trabalho social. Patrícia entrou com um proces-so recorrendo da decisão e diz esperar por justiça.

Patrícia Freitas Marques com o retrato de seu filho Gabriel

Foto: Luciano André Lemos

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INHASV JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Maio 20198

Zenilde Gheno Boch

recebeu o abraço da

família e dos amigos durante

sua festa de aniversário

O simpático Fabrício Ferreira Gonçalves em sua festa de primeiro aninho

Alcedir Fochi recebe o carinho da esposa Rose Munari durante sua festa de aniversario

Foto: André Pellizzari Fotografia

Foto: André Pellizzari Fotografia

Foto: André Pellizzari Fotografia

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O casal Alice De Costa Bertoco e Joaquim Bertoco completa 40 anos de união. Na foto, com a filha Cristiane Bertoco (centro)

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Maio 2019 9ENTIDADES | EMPRESAS

José Salibi Neto palestra sobre “Gestão do Amanhã” no Centro Empresarial de Bento

Encontro promovido pela CDL-BG e CIC-BG será no dia 6 de junho

Você busca as melhores marcas de equipamentos eletrônicos? Então o seu lugar é na Techcell BG, uma das lojas mais completas de Bento Gon-çalves, que está comemorando seu primeiro ano de atividades. De acor-do com o proprietário Eliseu Nogueira de Mello, são mais de 200 itens, entre acessórios para celulares e computa-dores.

Quem comanda um negócio cer-tamente já se deparou pensando na seguinte questão: que desafios o fu-turo reserva para os empreendedores e como se preparar adequadamente para eles? Em busca de reflexões e res-postas, José Salibi Neto vem a Bento Gonçalves, pela primeira vez, trazendo a palestra “Gestão do Amanhã: tudo o que você precisa saber sobre inovação, gestão e liderança para vencer na 4ª revolução industrial”. A apresentação ocorre no dia 06 de junho, às 19h30, no Bento Gonçalves Centro Empresa-rial.

Baseado nas experiências adqui-ridas enquanto cofundador da HSM, empresa líder em Educação Executiva, Salibi abordará uma das características mais marcantes da sociedade atual: a imprevisibilidade. A união da tecnolo-gia com a conectividade impactou os pilares sociais – que estão se moven-do, segundo Salibi, tal qual ‘placas tec-tônicas’. Nesse contexto, o palestrante trata a incerteza do futuro como uma

Techcell BG comemora um ano, superando expectativas

“Foi um ano que superou nossas expectativas, em que firmamos novas parcerias, clientes e aprimoramos nos-so conhecimento. Nosso compromisso é com a satisfação do cliente”, destaca.

Os serviços disponibilizados pela loja são trocas de telas, trocas de dis-play, trocas de conectores, desoxida-ção, software, formatação, remoção de vírus, atualização e limpeza, além de acessórios.

A Techcell BG está localizada na Avenida Oswaldo Aranha, 1235, Cidade Alta

Foto: Divulgação

excelente oportunidade de explorar novas possibilidades no meio corpo-rativo, de forma especial. Para ilustrar essa perspectiva serão apresentadas referências de organizações líderes da nova economia, bem como uma visão tangível dos elementos que devem ser geridos nesse contexto por qualquer empresa ou empreendedor – visando uma integração adequada a esse cená-rio. No encontro, Salibi também expõe panorama completo dos modelos de gestão ao decorrer da história e qual deve ser o adotado no novo momento.

A palestra é uma promoção da Câmara de Dirigentes Lojistas de Ben-to Gonçalves (CDL-BG) e do Centro da Indústria, Comércio e Serviços do município (CIC-BG). Os ingressos para associados às entidades custam R$ 90 (ou R$ 350 para lotes de 05 unidades). Para não associados, o valor é R$ 120 (ou R$ 500 para lotes de 05). Aquisi-ções e reservas com a CDL-BG, fone (54) 3455.0555 ou CIC-BG, fone (54) 2105.1999.

Sobre o palestranteJosé Salibi Neto é cofundador da HSM, empresa líder em Edu-

cação Executiva. Seu nome é associado à introdução no Brasil dos principais conceitos da Gestão Contemporânea nos últimos 25 anos. Conviveu e trabalhou por mais de duas décadas com os princi-pais pensadores da gestão, como Peter Drucker, Jack Welch, Michael Porter e Philip Kotler, e líderes mundiais como Bill Clinton, Tony Blair, Al Gore e Rudolph Giuliani. Salibi é coautor do livro Gestão do Ama-nhã, obra que alcançou o primeiro lugar na lista dos mais vendidos da Folha de São Paulo, e também do best-seller Movidos por Ideias.

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Valores

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Maio 2019OPINIÃO10

ritmo acelerado das inovações tecnológicas, alia-das ao crescente volume de informações advindas de diferentes formas, são algumas das característi-

cas que impactam na educação no Século XXI. Educar é necessário, mas como?

Ouve-se, com frequência, que a educação vem “de casa”, isto é, um direito e um dever dos pais. Todavia, é milenar a prática e o desejo de passar os valores familia-res aos descendentes. Entretanto, a convivência familiar de outrora permitia mais tempo dos pais com os seus filhos, situação nem sempre possível na modernidade, em que a escola dá continuidade a esse processo. Não falo do ensino, mas de valores, aprendidos pelo exem-plo e pela convivência.

Piangers escreveu recentemente, em Donna ZH, sua reflexão sobre valores, ao ser perguntado sobre “Quais valores você quer passar para suas filhas?”. Explica que nem sempre se consegue o que se deseja passar, mas vale a pena tentar. Desejaria que suas filhas aprendes-sem o valor da vida em família e que saibam dizer “com licença, por favor e obrigado”.

A reflexão sobre valores nos remete a valorar a vida, a convivência familiar, a saúde, o respeito às diferenças,

nas formas de pensar e ser, e ao meio ambiente, o plane-ta, nossa casa maior. Não podemos esquecer a força da amizade que inicia na família, com os vizinhos próximos, com os colegas de escola ou de trabalho, com quem se pode dialogar, dividir preocupações e sucessos, pois nunca se está só quando se tem amigos. Mário Quinta-na costumava dizer que “a amizade é o amor que nunca morre”.

Quando pensamos em valores, muito poderia ser dito, entretanto, lembramos que a leitura, como disse Piangers, “talvez seja um deles”, trazendo à nossa mente a figura dos pais de família lendo para seus filhos. A refle-xão em valores é um tema que não se esgota ao lembrar o amor ao trabalho, cantado em versos por Olavo Bilac, e expresso em nossa região pelo Monumento ao Imigran-te. Aqui, faço um parêntese para lembrar meu ingresso na escola estadual, cujo pórtico de entrada estava e está escrito “Labor Omnia Vincit”, quando eu tentava decifrar o seu significado. Ou seja, “o trabalho sempre vence”, sa-lientando a importância do trabalho para a sobrevivên-cia e para a dignidade do ser humano.

Enfim, cultivar valores é educar para um mundo me-lhor.

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A importância do Boro para a videira

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Maio 2019 11ESPORTES | RURAL

neste período do ano que muitos produtores encami-nham análises de solo para laboratórios e verificam as deficiências ou, muitas vezes, excessos.

Um dos produtos normalmente recomendado é o Boro. O comportamento do boro tem sido registrado em diferen-tes regiões vitícolas. Este micronutriente é fundamental no processo de floração-frutificação e sua deficiência prejudica a produtividade dos vinhedos e a qualidade da uva.

Na região da Serra Gaúcha têm-se constatado sintomas típicos da deficiência de boro em vinhedos de Concord, Bor-dô e outras viníferas como:

a) a retenção das caliptras (capuz da flor), ocasionando grande queda de botões florais e, consequentemente, a dimi-nuição da frutificação;

b) a presença de bagas de tamanho reduzido, o que de-precia consideravelmente o produto final, principalmente quando a uva for destinada ao consumo “in natura”;

c) formação de manchas cinza-escuro na película (parte externa) e polpa (parte inter-na) das bagas.

Em geral, a videira é sensível à deficiên-cia de Boro, porém as cultivares americanas têm mostrado maior dificuldade de absor-ção desse mineral, tanto pelas raízes, quanto pelas folhas. Entre as americanas, Concord, Bordô, Jeques, Niágara Branca e Rosa e Isa-bel são as que mais têm apresentado os sin-tomas típicos da deficiência de boro, identi-ficados somente quando a produtividade já diminuiu.

Sabe-se que o estado nutricional das plantas tem muita influência no processo de absorção dos nutrientes. Toda a planta desequilibrada ou em estresse nutri-

Aldacir H.Pancotto

Técnico em AgropecuáriaEMATER/RS-ASCAR

Santa Tereza

cional pode retardar ou reduzir, em muito, a distribuição dos nutrientes recebidos via foliar. No caso dos micronutrientes, a sua movimentação dentro da planta é bem menor do que a dos macronutrientes. O Boro é considerado como imóvel dentro da planta, ou seja, tem o seu transporte muito redu-zido, via floema (casca), das folhas para as outras partes da planta. Os nutrientes aplicados em plantas deficientes podem ficar retidos nas folhas até que o teor seja bastante alto para, então, passarem a ser transportados para outros órgãos.

Para solucionar esses problemas, tem sido utilizado o bó-rax em adubações do solo e o ácido bórico para adubações foliares. Existem no mercado diferentes fontes de Boro para uso em adubações foliares, visando a uma melhor eficácia em sua absorção.

As doses dos adubos à base de Boro, para aplicação no solo, variam em função do tipo de solo e, principalmente, de sua capacidade de absorção. É importante ter cuidado com a dose a ser usada, porque o boro tem uma faixa muito estreita entre os níveis normais e tóxicos.

As doses de Boro atualmente recomendadas para a videi-ra são: bórax via foliar - 0,25% a 0,50%, aplicado desde a bro-tação até o início da floração; e bórax no solo - 30 g/planta ou 70 a 100 kg/ha - utilizado no inverno. Bons resultados podem ser obtidos com aplicação foliar de bórax ou outro produto à base do boro, em pós-colheita, com duas a três aplicações, conforme a análise foliar.

Uma coisa é certa: bom preparo do solo, adubações mais racionais, através de análises do solo e foliar, e um bom pro-grama de tratamentos fitossanitários, além de um adequado manejo da copa, conduzem as plantas a melhores condições nutricionais, inclusive em Boro, proporcionando boas produ-ções e uvas de melhor qualidade.

Fonte: Embrapa

Dois atletas garibaldenses da Garra Team estarão representando a cida-de no Campeonato Gaúcho de Muay Thai, que acontece no dia 11 de maio, em Bento Gonçalves. Daniel Basso e Alisson Alan dos Santos estão em pre-paração há meses para o evento. Eles vêm treinando forte, inclusive em feria-dos e finais de semana. Seus treinadores destacam o empenho dos dois para participar do evento. Além do corte de peso, que foi uma das etapas mais complicadas dos atletas, eles ainda trabalham os treinos técnicos e condicio-namento físico, além da musculação.

Atletas garibaldenses participam do Campeonato Gaúcho de Muay Thai

Foto: Divulgação

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Maio 201912 BENTO IN CONCERT

15 músicos. Um maestro regente. 16 pessoas em cena que traduzem notas musicais em ritmo, cadência, compasso, harmonia, sons, numa con-jugação artística e cultural conhecida como música. Assim foi realizado o primeiro ensaio da Orquestra de Ben-to Gonçalves na Fundação Casa das Artes, no último dia 6 de maio.

A criação da Orquestra na Funda-ção Casa das Artes se insere dentro do projeto Bento in Concert, que pos-sui uma preocupação que aliou uma parcela da população com formação em música instrumental e outra par-cela em formação, ou seja, estudan-tes de música. “A inserção de futuros músicos, que saem de projetos de educação básica de música para um mecanismo de aperfeiçoamento téc-nico. Abre, com isso, novo campo de trabalho para músicos recém-forma-dos, principalmente numa cidade do interior do Estado do Rio Grande do Sul”, ressalta o Secretário de Cultura, Evandro Soares.

Ainda conforme o Secretário e Presidente da Fundação Casa das Ar-tes, “o prefeito Pasin sempre nos ins-tigou em formar uma orquestra em nossa cidade. Nossa missão era con-cretizar e oferecer para população bento-gonçalvense esse momento. O

Bento ganha sua primeira OrquestraFoto: José Martim Estefanon

primeiro ensaio já nos deixou arrepia-do e será um momento incrível para nossa população”, ressalta.

Para a seleção dos músicos foram realizadas audições, que culminaram na escolha de quinze músicos: Alisson Seben, percussão, Carlos Henrique Gheno Zanella, violão, Fábio Ricardo Campos Chagas, violoncelo, Felipe Fo-resti, violino, Julio Cesar Maccali, vio-lino, Leandro Cousseau, flauta trans-

versa, Leandro Perin, violoncelo, Luiz Carlos Zeni Junior, flauta transversa, Mateus Frigheto, violino, Rodrigo Du-arte Maciel, violino, Zorzin Frances-chini, violoncelo, Stela Scarmin, viola, Thiago Freitas dos Santos, clarinete, Tiago Fernando Andreola, contrabai-xo, e Vinícius Rodrigues, violino.

Para o maestro Gilberto Salvag-ni, “fomentar a audição e prática da música instrumental, junto à comuni-

dade, por meio de apresentações da Orquestra, visa a formação de novas plateias, promovendo no meio escolar o conhecimento e a importância da música para formação do capital cul-tural do ser humano”, finaliza. O maes-tro regente é natural de Garibaldi e é bacharel em música, com ênfase em composição, pela Universidade Fede-ral do Rio Grande do Sul, com partici-pação em diversos festivais e cursos.

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Caderno de Cultura e Arte | Jornal Integração da Serra | Nº 67 | Maio 2019

Educaçãosustentável

PÁGINA 11

Reprodução Web

Educadores e ativistas bento-gonçalvenses trabalham em prol do meio ambiente com a realização de diversas atividades. São elas: criação de curso

de extensão sobre plantas bioativas na sustentabilidade, feira ecológica, vestuário e produtos de higiene e ONG que arrecada lixo eletrônico

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2 | Mosaico | Jornal Integração da Serra | Maio 2019

RogérioGava

[email protected]

Coisa boa, coisa ruim... quem sabe?

uma antiga aldeia vivia um velho camponês. Ele possuía o cavalo mais bonito do lugar. Todos os vizinhos o consideravam o homem mais feliz do

povoado por ter um animal como aquele. Certo dia, ao amanhecer, o camponês foi alimentar o cavalo e descobre que esse havia fugido. Ao invés de cair em consternação, o bom homem suspirou por um instan-te e então seguiu em suas tarefas diárias.

Tão logo souberam da fuga, os moradores foram à casa do camponês para consolá-lo. O encontraram cuidando da horta. “Meu bom amigo, você deve estar muito triste”, comentou um deles, “perder um cava-lo como aquele... que lástima!”. Ao que o camponês apenas respondeu: “coisa boa, coisa ruim... quem sabe?”. Todos ficaram se entreolhando, sem enten-der ao certo o que significavam aquelas palavras. E o camponês seguiu a capinar.

No dia seguinte, inesperadamente, eis que o ca-valo está de volta. E não só isso: trazendo uma égua selvagem com ele. Do outro lado da cerca um vizinho presencia a cena, e a notícia se espalha pelo lugarejo. Era um milagre: o cavalo não só havia voltado, mas tinha trazido consigo uma égua jovem e muito bonita.

Novamente a casa do camponês se encontra re-pleta de gente. “Você tem muita sorte meu amigo, o cavalo voltar desse jeito! E ainda trazer uma égua! Que felicidade em dobro!”. Ao que o camponês, sem pestanejar, responde calmamente: “coisa boa, coisa ruim... quem sabe?”. Novamente aquelas palavras enigmáticas não encontraram quem as compreendes-se.

Ao entardecer daquele mesmo dia, o filho do cam-ponês resolve domar a égua selvagem, mas leva um

tombo e quebra uma perna. Nova romaria à casa do camponês. “Meu Deus, que azar”, diz uma mulher. “Sim, se o cavalo não tivesse voltado isso não teria acontecido”, retruca outro. Só para ouvirem o cam-ponês repetir o de sempre: “coisa boa, coisa ruim... quem sabe?”.

Passaram-se alguns dias. Eis que a região onde ficava a aldeia declara guerra a um reino vizinho. Ofi-ciais do exército visitam o povoado para recrutar sol-dados. O filho do camponês, enfermo, não foi alista-do. Novamente os moradores ecoam em uníssono: “mas que felicidade! Se o filho não tivesse quebrado a perna, ele teria ido morrer na guerra! O bom Deus gosta mesmo de nosso amigo!”

O camponês, sereno, ouvindo aquilo tudo, ape-nas responde: “coisa boa, coisa ruim... quem sabe?”. Os vizinhos, ainda sem nada entender, tomam seu rumo. E tudo segue como sempre fora.

Moral da históriaNesta vida incerta nada sabemos. O azar pode ser

uma sorte; a sorte poderá ser um azar. Infortúnios, mui-tas vezes, se revelam bênçãos. Sucessos se transfor-mam em fracasso.

O velho camponês entendia de felicidade. Apren-dera o que muitas vezes esquecemos: nossa passa-gem pela Terra é feita de coisas boas e outras nem tanto, e a ninguém é revelado o fim da jornada. Res-ta-nos, assim, nunca perder a esperança e a alegria de viver. Mesmo porque, se será coisa boa, ou coisa ruim... quem há de saber?

* * *

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Mosaico | Jornal Integração da Serra | Maio 2019 | 3

Os jornalistas Carina Furlanetto e João Paulo Mileski estão rodando a América do Sul de carro com o projeto “Crônicas na Bagagem”, em uma expedição que deve durar até dois anos. Eles já passaram pelo Uruguai e agora estão na Argentina, escrevendo sobre suas experiências nas redes sociais: instagram: @cronicasnabagagemfacebook.com/cronicasnabagagemsite www.cronicasnabagagem.com e nas páginas do Integração da Serra.

Fotos: Arquivo Pessoal

E se nãohouveroutra vida, essa vocêviveu?Por Carina Furlanetto

oltando do Parque Nacional dos Glaciares, depois de um dia inteiro caminhando pelas plataformas que permitem contemplar o famoso Glaciar Perito Moreno, fui vencida pelo

cansaço e adormeci. Enquanto lutava para manter os olhos abertos - a paisagem é deslumbrante e queria gravar o máxi-mo possível na memória - uma frase ecoava em meus pensa-mentos: e se não houver outra vida, essa você viveu? Às vezes mergulho em umas espirais infinitas de pensamento tentando entender o sentido de tudo o que nos passa enquanto estamos vivos. Não importa qual seja a sua crença, é algo a ser pensado.

Antes de pegarmos a estrada perdi horas de sono questio-nando se era “certo” o que estávamos querendo fazer. Como assim: “largar tudo” para só viajar e desfrutar, sem trabalhar? Ousar ir na contramão do que prega a norma moralmente acei-ta em muitos momentos pareceu uma loucura sem tamanho. Mas enquanto contemplava o azulado horizonte montanhoso contrastando com os tons terrosos da vegetação à beira da ruta, só conseguia pensar: e por que não?

Não é possível que estejamos aqui na Terra apenas para ver os anos passarem em vão ou vivendo uma vida que não é exatamente a que gostaríamos de levar. Para mim, estar viva é estar em movimento e dá para fazê-lo até mesmo sem sair do lugar, desde que estejamos abertos a novas descobertas.

Encontrar outros viajantes e adentrar em casas de até então desconhecidos (já fomos recebidos por 19 anfitriões) tem me feito um bem enorme. Estou descobrindo, dia a dia, que há tan-tas formas de viver quanto o número de pessoas no planeta - e não há nada de errado em não fazer o que todo mundo faz ou não ser como tudo mundo é. Estar vivos, enfim, é o que mais importa.

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4 | Mosaico | Jornal Integração da Serra | Maio 2019

CésarAnderle

Diretor da Anderle Transportes

O dom de ser Mãe

O amorde mãenão tempreço.

Programe-se

alvez o maior dom que Deus deu aos humanos foi o dom da mulher gerar uma vida. Sublime e magnífica expressão de amor e doação.

A mulher tem em suas mãos e em sua mente o desafio de gerar uma nova esperança para a existência humana. Toda vez que nasce um bebê, a crença de um mundo melhor se renova e a humanidade se enche de alegria.

Jesus Cristo já dizia, há milhares de anos, que devemos respeitar as crianças. O nosso futuro depende também delas e é para elas que deve-mos olhar incessantemente. O respeito pela vida e pelo futuro da humani-dade passa pela gratidão e pela educação que daremos aos pequeninos.

A responsabilidade de gerar uma criança é, a partir deste ato, educá-la para ser um bom jovem e um cidadão coerente. Para isso, os ensinamen-tos e aprendizados que os pais darão a ela são de fundamental importân-cia.

O carinho, o afeto, a bondade, a humildade, o bem querer, a gratidão e o respeito são herdados ainda no ventre da mãe. A capacidade de es-tabelecer uma conexão intra-uterina é privilegio da mulher, só ela detém este dom, que se coloca como principal alicerce do caráter do futuro bebê. A presença e o carinho do pai se agrupa nestes momentos e fortalece o convívio do bebê com sua futura família.

Ser mãe é uma arte. A mãe nos dá exemplo, nos encoraja, nos fortifica, nos ensina, nos puxa a orelha quando necessário, nos protege. Uma mãe sofre com o sofrimento do filho, ela se põe no lugar dele, avança sobre os que fazem mal pelo simples fato de querer o bem do seu filho.

A ternura dos olhos de uma mãe ao encostar o bebê em seu peito a diferencia dos homens, sem sombra de dúvidas. O homem tem muito que aprender com a paciência e a doação de uma mãe.

As emoções vividas pelas mães são indestrutíveis em sua memória. O pulsar do coraçãozinho batendo em seu ventre as deixam frágeis e, ao mesmo tempo, corajosas para encarar qualquer situação. A dedicação de uma mãe é exemplar, nunca desiste, jamais fraqueja, se doa por inteiro. É difícil para um homem descrever essas situações mas, ao mesmo tempo, é fácil compreender o sentimento que estes gestos representam.

A mãe suporta dores, calafrios, angústias, momentos de desconforto. Ela põe em prática toda sua força para entender melhor o seu filho, não se esquiva de afazeres diários, é uma guerreira de fato, nunca deixa de amar, por pior ação que um filho possa ter vivenciado. O amor de mãe não tem preço.

Parabéns mamães pelo seu dia e continuem a ser dóceis e afetivas não somente com seus filhos, mas com todas as pessoas. Quem sabe assim, um dia, a humanidade seja diferente e encontraremos então a fórmula ide-al para uma vida melhor.

Circo dos Horrores e MaravilhasQuando: 12 de maio, 16 horasOnde: Rua CobertaBento GonçalvesApresentação única do Circo dos Horrores e Maravilhas, da Oigalê Cooperativa de Artistas Teatrais.O espetáculo será acessível, sendo executado simultaneamente pelas atrizes em Libras, a Língua Brasileira de Sinais, com audiodescrição.

17ª Semana Nacional de MuseusQuando: 13 a 19 de maioOnde: Museu do Imigrante

5ª Feira do Livro Infantil SescQuando: 15 a 19 de maioOnde: Praça Via Del Vino, centro deBento Gonçalves

Dia das Mães na praça CEUQuando: 15 de maio, a partir das 14hOnde: Auditório da praça CEUA ação especial tem como programação apresentações das oficinas de Canto Coral, Violão e Dança Urbana. Haverá também exposição de trabalhos comemorativos à data das oficinas de Desenho Artístico e Artesanato em Madeira, e ainda distribuição de mimos confeccionados pelas alunas de Crochê e Amigurumi.

Oficina A Família da PoesiaQuando: 16 de maio, das 19 às 22 horasOnde: Dom Quixote Livraria

10º PolentaçoQuando: 18 e 19 de maioOnde: Praça José Ferlin, Monte Belo do SulTombo de polenta de 800kg

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Mosaico | Jornal Integração da Serra | Maio 2019 | 5

Por Rodrigo De [email protected]

Qual a definição de felicidade? O jornalista e escritor gaúcho Jure-mir Machado da Silva se dispôs a traduzir o sentimento nas quase 160 páginas do livro “Ser feliz é tudo que se quer”, lançado em janeiro deste ano em Porto Alegre e no último dia 25 de abril em Bento Gonçalves, na Dom Quixote Livraria e Cafeteria.

Em entrevista exclusiva para o Jornal Integração da Serra, o autor relata o processo de criação da obra, enriquecida por 35 perfis de filósofos, desde Confúcio até Michel Maffesoli. Vestindo um blazer da cor preta e uma camiseta azul, elegante-mente simples, Juremir deslizou sa-biamente pelas respostas. De acor-do com ele, a paixão pela filosofia

O Sesc Bento Gonçalves realiza, entre os dias 15 e 19 de maio, a 5ª Feira do Livro Infantil. A atividade acontece na Praça Via Del Vino, das 9h às 18h, e no domingo, das 13h às 17h30. O evento tem como objetivo contribuir para a for-mação de um público leitor, oferecendo ativida-des que propiciem a difusão da literatura infantil e fomentem propostas de trabalho nesta área.

A Feira do Livro terá como patrono André Neves, escritor de imagem narrativa nos livros para a infância. Segundo Neves, “ser responsá-vel pela leitura como patrono é sentir nas suas próprias aspirações a responsabilidade de es-

Obra de Juremir Machado embasada em 35 filósofos, lançada em Bento Gonçalves, conclui que o desejo é inimigo da felicidade

“Ser feliz é tudo que se quer”

é antiga. “Eu sempre tive um pé na Filosofia. Estudei formalmente Histó-ria, Jornalismo e Antropologia, mas sempre fui um leitor de filósofos.

Esse livro difere das mais de 30 obras escritas pelo jornalista por não ter cunho histórico. “Ser feliz é tudo que se quer” é uma coletânea for-mada por artigos inéditos e publica-dos na coluna de Juremir no Jornal Correio do Povo, de Porto Alegre.

“A felicidade é um tema clássi-co da filosofia. Os grandes filósofos sempre nos disseram que a estabi-lidade resulta em bem-estar. Segun-do eles, o grande inimigo do bem--estar e da felicidade é o desejo. Alguns podem conceber a felicidade como algo pessoal, individualista e umbilical, mas esse sentimento de bem-estar também é vinculado pela maior parte dos filósofos, desde Pla-

tão, à sociedade onde o indivíduo está inserido. Dificilmente alguém vai ser feliz numa socieda-de que não funcione, numa sociedade fascis-ta, a não ser que seja um beneficiário do siste-ma”, frisa. O livro é isso, é refletir sobre a vida e suas possibilidades. De acordo com o autor, “Ser feliz é tudo que se quer” pode ser aprecia-do por todos que pro-curam uma leitura leve. É a filosofia para ler no parque, no ônibus, na cama, na rede.

O autor de múltiplos projetos Juremir divide o tempo em diver-

sas funções, e não são poucas. Co-lunista do Correio do Povo, jornalista e professor universitário. Essas são algumas das atividades desse jorna-lista que brinca dizendo que é “es-critor nas horas vagas”. Com mais de 30 livros lançados, diz que sente a necessidade de estar sempre de-senvolvendo algum projeto literário.

“Eu preciso de projetos para a minha felicidade (risos). Se eu ficar parado me deprimo. Têm livros que escrevi que devem sair esse ano, e têm outros que estou escrevendo. Estou muito focado num livro sobre o Jango. E agora então começa todo trabalho de edição propriamente dita. Fazer com que o texto se trans-forme num livro. Nesse momento estou focado em falar desse livro e

fazer sair outro livro sobre o Jango. Eu sou o escritor de horas vagas”, brinca.

“Cada livro tem um processo... tu vais pensar, ter ideias, dialogar, construir frase a frase, ter o prazer do texto. Eu escrevi muitos livros de história, e isso significa encontrar documentos, ter a sorte de encon-trar bons documentos e interpretar e organizar os documentos... Um livro como esse é de leitura, os documen-tos estão disponíveis, é ler, refletir e ter ideia sobre... é o trabalho de ler, reler e ter alguns insights. Me dei conta que a leitura, depois de certa idade, é diferente. Não penso numa faixa etária. Penso em escrever um texto límpido, apreciado e entendido por todo mundo, sem hermetismos. Tenho obsessão pela clareza dos textos”, esclarece.

Foto: Rodrigo De Marco

Bento recebe Feira do Livro Infantil Sesctimular o pensamento moral e social de quem lhe é contemporâneo”. Além de André Neves, os escritores Ivan Zigg e Jaque Pauletti estão entre as atrações confirmadas para o evento.

O evento é realizado pelo Sistema Feco-mércio-RS/Sesc em parceria com a Prefeitura de Bento Gonçalves, Fundação Casa das Ar-tes, Biblioteca Pública Castro Alves e 16ª CRE, além de apoio do Hotel Vinocap, Clube Aliança, Sindilojas e Uniasselvi. Mais informações po-dem ser obtidas pelo fone (54) 3452-6103, site www.sesc-rs.com.br/bentogoncalves e na pá-gina www.facebook.com/sescbentogoncalves. Patrono André Neves

Foto: Divulgação

Foto: Eunice Pigozzo

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6 | Mosaico | Jornal Integração da Serra | Maio 2019

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A artista, que em 2016 brilhava no reality show global “The Voice Brasil”, segue trilhando o caminho do estrelato da música pop. Auda-ciosa e perspicaz, a jovem cantora barbosense Laura Dalmás, 21 anos, chega numa nova fase da carreira. No próximo dia 16 de maio ocorre o show de lançamento de seu primei-ro EP, intitulado “Tua”, no Teatro de Arena, em Porto Alegre. O espetácu-lo acontece um mês após o lança-mento de seu primeiro single autoral

Foto: Rodrigo Souza

“Tua”A cantora barbosense

Laura Dalmás faz show de lançamento do primeiro EP intitulado “Tua”, no próximo dia 16 no Teatro de Arena,

em Porto Alegre

intitulado “Dama e vagabundo”, que contou ainda com o um videoclipe gravado no Rio de Janeiro, com a participação especial da rapper carioca King, que empla-cou a trilha sonora da novela “Rock Story”, da Rede Globo, com a músi-ca “Like U”.

O trabalho é marcado por uma sonoridade moderna, jovem e so-fisticada, com referências que vão do pop de Ariana Grande ao folk de Tiago Iorc e o soul de Tori Kelly. Com o EP, produzido por Juliano Cortu-ah, responsável por gravações de peso junto a nomes como Ana Vilela

e Anavitória, Laura coloca-se a um passo em direção aos palcos de to-das as regiões do Brasil.

“A expectativa para esse show de lançamento é das melhores, por estar sendo preparado com muito esmero e carinho. Há muito tempo venho preparando esse novo reper-tório com a banda. Todos os finais de semana ensaiamos muito. Então a expectativa é que todo mundo pos-sa se sentir envolvido, essa é minha missão como cantora e musicista. A ideia é fazer um show envolvente e contagiante para que todo mundo se sinta parte do momento”, projeta.

O cenário independenteLaura, uma cantora que busca

a perfeição de seus trabalhos, tem apostado em experimentações ar-tísticas no cenário pop. Apostando todas as fichas em sua banda “Ca-belo Cacheado”, ela diz com orgu-lho que faz parte do time de artistas independentes do cenário nacional. Criativa e com ideias “pipocando”, a jovem se diz preparada para gran-des desafios na carreira.

“Estamos num momento ótimo para artistas independentes, graças a internet. Estou achando incrível ser artista independente. Posso fazer tudo com a minha cara: show, reper-tório, capas do EP, do single, o clipe. Isso é demais para o artista, porque ele pode fazer do jeito que quer “, ressalta ela.

Os desafios de LauraUm divisor de águas na carreira

da artista foi sua apresentação no “The Voice Brasil”. Após sua partici-pação em rede nacional, Laura teve novas oportunidades entre artistas em ascensão. Ela salienta que a participação no programa lhe pro-porcionou crescimento pessoal e artístico. Acrescenta que foi ali que percebeu o tamanho da indústria da música. “Me dei conta que precisa-va trabalhar muito para conseguir chegar a algum lugar”, acentua.

O crescimento profissional da ar-tista é acompanhado pela humilda-de de uma jovem que não esquece suas raízes e a família que, segundo ela, sempre apoiou sua carreira mu-sical. Com a voz embargada e reple-ta de emoção, Laura se diz agrade-cida e sortuda pelas oportunidades de mostrar seu trabalho “repleto de ousadia e amor”.

“A Laura é uma menina que se tornou mulher muito cedo por cau-sa das responsabilidades que a música trouxe para ela, mas nunca viu isso de forma ruim. Ela gosta das responsabilidades que a músi-ca traz, porque, junto com isso, ela traz a felicidade da vida dela. Todos os momentos felizes dela envolvem música. A Laura também é uma pes-soa corajosa e sonhadora porque tem muitos sonhos, alguns grandes, mas ela só toma coragem e vai indo. Ela gosta muito de levar as pessoas para caminhar junto com a equipe. A principal missão para a Laura é le-var luz, felicidade e sorrisos para as pessoas, isso é o que mais motiva”, conta ela na primeira pessoa.

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Polentaço

A polenta, iguaria trazida pelos imigrantes italianos como alimen-to de resistência é a estrela de festa em Monte Belo do Sul. Na Praça Padre José Ferlin, entre os dias 18 e 19 de maio, ocorre a 10ª edição do Polentaço.

Várias atrações artísticas e gratuitas, envolvendo cantoria e dan-ças típicas constam na programação da festa, que tem como ponto alto o tombo de 800 quilos de polenta. A virada da polenta gigante ocorrerá em duas ocasiões, no dia 18, às 17h15min, e no dia 19, às 14h30min. Ao redor da praça, vários empreendedores locais ofe-recem experiências da gastronomia típica regional, como chimias, pães, biscoitos, salame e queijo, entre outros produtos, tendo, a po-lenta como protagonista. Os vinhos e espumantes locais também es-tarão em evidência em virtude do Dia do Vinho Brasileiro.

Outra atração é a exposição de esculturas feitas com polenta, que acontece no Salão Paroquial. A mostra é tida como a única no mundo na categoria e compõe, ao lado da exposição fotográfica que envolveu escolas do município, um momento para as artes visuais.

Os dois dias de festa são marcados, ainda, por diversas apresen-tações artísticas e musicais, valorizando a cultura local.

Garibaldi realizará mais uma edição do Festival Colonial Italiano. Marcado para os dias 25 e 26 de maio e integrando a programação do Dia do Vinho Brasileiro 2019, o evento apresenta farta gastronomia, shows, comercialização de produtos coloniais e de artesanato nos Pavi-lhões da Fenachamp. No sábado, o evento inicia a partir das 19h. Já no domingo, o início é às 11h.

Considerado um dos maiores eventos da gastronomia típica italia-na da Serra Gaúcha, o evento tem em seu cardápio saladas, massa, galeto, polenta, salame, queijo, pão, cuca, grostoli, vinho e suco de uva. O tradicional cardápio é elabora-do pela Associação de Veteranos (AVG), que há anos mantêm o sabor das suas receitas.

Nos dois dias, a animação fica-

Monte Belo do Sul celebra legado gastronômico com tombo

de polenta de 800 quilos

Foto: Marlove Perin

Tombo de 800 quilos de polenta acontece em Monte Belo do Sul

Festival Colonial em Garibaldirá por conta da Banda Ragazzi Dei Monti, que apresentará músicas po-pulares e do folclore italiano, típicas da região. Os ingressos serão co-mercializados em breve ao valor de R$ 50 com os integrantes da Asso-ciação dos Veteranos de Garibaldi. Crianças de até 6 anos pagam R$ 10 e até 12 anos R$ 25.

O Festival é uma realização da Prefeitura de Garibaldi, por meio da Secretaria de Turismo e Cultura e As-sociação de Veteranos de Garibaldi (AVG), com apoio das secretarias de Agricultura e Pecuária, Obras, Segurança e Mobilidade Urbana e da Emater/RS - Ascar. Mais infor-mações na Secretaria de Turismo e Cultura pelo telefone (54) 3462 8235.

A AVG é responsável pela prepa-ração do cardápio, que serve entre 2.000 e 2.500 pessoas por evento,

com um consumo de 1.000 quilos de frango, 200 quilos de salame, 200 quilos de queijo, 150 quilos de

farinha de milho para a polenta, 50 quilos de morcela, 1.000 litros de suco e 800 litros de vinhos.

Foto: Alexandra Ungaratto

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ser humano ao mundo exterior. Em contrapartida, nas redes sociais, tem se popularizado a divulgação de te-rapias alternativas direcionadas a in-teriorização pessoal, a manutenção da saúde e a resolução de conflitos. Várias dessas terapias estão inclu-ídas nos atendimentos prestados pelo Governo Federal, como Práti-cas Integrativas e Complementares (PICs).

É o caso do método fenome-nológico da Constelação Familiar que, desde 2012, tem sido utilizado pelo poder judiciário, como PICS. O método, desenvolvido pelo psi-coterapeuta alemão Bert Hellinger, foi incluído pelo Ministério da Saú-de, em março deste ano, no rol de

Constelação

Terapia alternativa vem conquistando novos adeptos

Familiar

procedimentos disponíveis no SUS, também no escopo de PICs. O méto-do tem sido utilizado ainda na psico-terapia, aconselhamento de casais, pedagogia, consultoria de empre-sas, dramaturgia, política e solução de conflitos sociais.

Hellinger foi padre e missionário na África por mais de 20 anos, onde trabalhou e observou as tribos zulus e seus comportamentos familiares. Posteriormente, aprofundou seus estudos e pesquisas tornando-se psicanalista e, por meio da dinâmi-ca de Grupos, da Terapia Primal, da Análise Transacional e de diversos métodos hipnoterapêuticos, entre outras técnicas, desenvolveu sua própria Terapia Sistêmica e Familiar

a qual denominou: Familienaufstellen (“Colocação do Familiar”, traduzido no Brasil como Constelação Familiar.

As três leisIndicado ao Prêmio Nobel da Paz

em 2011, Hellinger tem 93 anos e continua seu trabalho com as Cons-telações pelo mundo. Suas obras já foram traduzidas para mais de 20 idiomas. Segundo ele, quando se age de acordo com as três leis que atuam na família, a vida flui e os ob-jetivos se desenvolvem. Quando as transgredimos, a consequência é a perda da saúde, da vitalidade, da realização e dos bons relacionamen-tos. As três leis são: hierarquia, per-tencimento e equilíbrio.

A atual disseminação de informa-ções e imagens em larga escala pela internet tende a voltar em demasia o

Psicoterapeuta alemão Bert Hellinger

Reprodução Web

Reprodução Web

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“O que mais chama a atenção no método da Constelação Familiar é a sua rápida atuação, principalmente na ampliação da percepção diante dos fatos. Faz com que a pessoa se situe melhor, percebendo situações que, muitas vezes, parecem simples olhando de fora, mas que dentro se tornam quase imperceptíveis. Também reflete na tomada de responsabilidade perante os fatos da vida e na mudança de papéis, porque a pessoa encontra o seu lugar de pertencimento na família, na vida e no mundo”, ressalta a terapeuta holística Marcele Tonett, de Ben-to Gonçalves, que há 12 anos aplica constelação familiar. Ela acrescen-ta que ao constelar, a pessoa posiciona elementos da questão a ser abordada, trazendo à luz o que geralmente está oculto e identificando crenças e padrões limitantes de comportamentos.

Marcele ressalta a importância da busca de auxílio para clarear questões emocionais, seja através de uma constelação ou de outra abordagem. “A diferença entre um atendimento convencional e a cons-telação é a forma de olhar a abordagem sistêmica e fenomenológica. Muitas vezes precisamos de mais tempo para identificar questões que, em uma única sessão de constelação, vem à tona. Posso dizer que minha vida se transformou após conhecer a constelação familiar. Amo esta forma de trabalhar e me sinto grata por fazer parte”, salienta.

A terapia é feita com um grupo de pessoas, a maioria estranhas en-tre si, em forma de dramatização, coordenada pelo constelador. Na sessão, o constelado apresenta o problema que o preocupa e escolhe pessoas do grupo para representa-ção dele e familiares. Num segundo momento, o terapeuta relaciona as vivênciais apresentadas pelas cone-

A hierarquia é estabelecida pela ordem de chegada. O pertencimento é estabelecido pelo vínculo. O equilíbrio é estabelecido pelo dar/receber. De acordo com Bert Hellinger, quando essas leis são violadas em uma família, surgem compensações que atuam em outros membros, entre eles muitos nem nascidos quando o problema ocorreu.

1. Lei do Pertencimento - “A família vai além mesmo da nossa necessidade de sobrevivência. Isso significa que estamos dispostos a sacrificar nossa própria vida pela necessidade de pertencimento”.

2. Lei da Ordem - “O ser é estruturado pelo tempo. O ser é defi-nido pelo tempo e, através dele, recebe seu posicionamento. Quem en-trou primeiro em um sistema tem precedência sobre quem entrou depois. Sempre que acontece um desenvolvimento trágico em uma família, uma pessoa violou a hierarquia do tempo”.

3. Lei do Equilíbrio - “O que dá e o que recebe conhecem a paz se o dar e o receber forem equivalentes. Nós nos sentimos credores quando damos algo a alguém e devedores quando recebemos. O equilí-brio entre crédito e débito é fundamental nos relacionamentos”.

“O ser é estruturado pelo tempo”

Dramatização dos conflitosxões para identificar a raiz da ques-tão. Na dramatização dos conflitos, a constelação traz à tona questões pontuais mal resolvidas dentro da história familiar, como mortes pre-coces, abortos, perdas e rupturas, que seriam capazes de influenciar comportamentos futuros, muitas ve-zes inconscientes, dos membros da família.

De acordo com a Associação Brasileira de Constelações Sistêmicas, a terapia de Constelação Familiar não tem o objetivo de substituir outras terapias ou se colo-car acima da medicina con-vencional, mas sim servir de complemento e possibilitar que o indivíduo tenha co-nhecimento de seu sistema familiar. E, claro, auxiliar na resolução de conflitos, junto aos processos de mediação e conciliação.

Foto: Instituto Constelações

“Trazendo à luz o quegeralmente está oculto”

Terapeuta holística Marcele Tonett

Foto: Divulgação

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ElvisPletsch

[email protected]

Não brinquem

Fique Informado!Entretenimento, promoções,

músicas e muita notícia.

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magine uma sociedade onde o preço do tomate está alto, diga-mos que seja oito reais por quilo.

Nesta sociedade, há um sujeito cha-mado João (sempre é o João), que é produtor de tomates. Na visão da população, João é considerado o culpado pelo preço alto do tomate: oras, que ganancioso é o João. Isso até pode ser verdade, João pode estar cobrando um preço bem aci-ma do normal, ou talvez o custo do tomate esteja bem semelhante ao preço que João está vendendo, mas não adianta julgarmos as decisões de João.

O governo, querendo fazer com que todos tenham acesso ao toma-te, decide tabelar o preço da fruta. Está definido que os produtores de tomate não poderão cobrar mais que seis reais pelo quilo de seu produto. A população vibra. Aparentemente, o governo está ouvindo as nossas preces!

É uma pena, no entanto, que essa intervenção abra um grande número de possibilidades. João até pode engolir essa intervenção e ven-der pelo preço mais baixo, mas ago-ra existe um incentivo para João ven-der seu produto informalmente pelo seu preço original, ou até abandonar a produção de tomates para traba-lhar no cultivo de cenouras.

De qualquer forma, o resultado pode ser o contrário da intenção do governo: os produtores vão procurar outras oportunidades de lucro, os mercados vão começar a ficar mais vazios, e a população que consegui-rá comprar tomates será ainda me-nor. Sorte para os mal intencionados: já imaginou se decidirem criar uma grande rede de tráfico de tomates?

Se você acha que isso só acon-tece quando a intenção do governo é ajudar o consumidor, pensou errado. O governo pode ser muy amigo das empresas, então em uma situação onde João é quem está pedindo aju-da ao governo, um tabelamento que faça subir o preço do tomate pode até colocar João em uma enrasca-da: o consumo do tomate pode sim-plesmente diminuir, ou ele pode até ganhar novos concorrentes, caso o consumo se mantenha estável.

O Brasil intervencionistaNa terra da intervenção de pre-

ços, não faltam exemplos para mos-trar.

Para lembrar do passado, pode-mos até olhar para o Plano Cruzado de Sarney, em 1986. Em uma época de inflação galopante, o congela-mento de preços foi a gota d’água para muitos empresários desistirem de produzir. Segundo o cientista po-lítico Bruno Garschagen, essa foi a época em que o conceito de “fila” transformou-se em uma instituição nacional. Tinha fila nos supermer-cados, nas feiras, nas distribuidoras de gás, nos postos de gasolina e até nos carrinhos de picolé.

Anos depois, Dilma não deixou passar em branco a ideia de conge-lar preços. A “presidenta” praticou o congelamento de preços da Pe-trobras de 2011 até o final de 2014. Só naquela brincadeira, houve um prejuízo de R$ 71 bilhões de reais à empresa, valor maior até que as es-timativas dos últimos desvios de cor-rupção da estatal.

Ainda nesse ano, os “liberais” (será?) Bolsonaro e Macri também quiseram deixar sua marca nessa história. O presidente argentino re-solveu congelar o preço de 60 itens da cesta básica por seis meses, e pode colocar o país em um cami-nho semelhante ao da Venezuela. Enquanto isso, Bolsonaro aparen-temente tentou imitar Dilma e vetou um reajuste da Petrobras no preço do diesel. No mesmo dia o merca-do respondeu, e as ações da estatal fecharam em queda de 8%. Após a turbulência, Paulo Guedes comentou que o presidente aprendeu a lição.

O que defender então?

Seria injusto não reconhecer que os argumentos em defesa à interfe-rência nos preços parecem razoá-veis. O preço fixado pode parecer a solução para o consumidor pagar menos, além de auxiliar o cálculo de custos e receitas do empresário. Não é à toa que os caminhoneiros estão brigando pelo tabelamento de fretes e que a população esteja constante-mente pedindo pela diminuição no valor do combustível. Mas é preciso enfatizar que qualquer medida que interfira nos preços altera algum fator significativo da economia - e isso ra-ramente é bom.

Para o economista Donald Bou-dreaux, o sistema de preços, quan-do pode funcionar livremente, é um engenhoso método de comunicação e coordenação capaz de aprimorar as condições de vida dos seres hu-manos. Isso porque a formação de preços é um processo social, onde cada consumidor colabora em sua elaboração.

A interferência governamental nesse processo é, portanto, uma dis-torção no processo social que resul-ta em uma informação falsa daquilo que está acontecendo na sociedade. É por isso que devemos ter cuidado ao pedir a interferência do governo, mesmo quando queremos um preço mais justo, pois a verdadeira forma-ção de preços só poderá acontecer enquanto estiver na mão do merca-do e do consumidor.

Medidas como o tabelamen-to de fretes, por exemplo, podem criar um incentivo para as empresas comprarem os próprios caminhões e deixarem de contratar transporta-doras ou motoristas autônomos. A diminuição artificial no combustível também pode distorcer toda a lógica de preços e fazer com que todos pa-guem pelos prejuízos da Petrobras. Lembre-se que não há como uma empresa vender seus produtos por um preço mais barato do que seu custo por tanto tempo. Por sorte (e para nosso azar), a estatal pode con-tar com a ajuda dos impostos para bancar suas contas.

A nossa única alternativa é abra-çar medidas como a abertura comer-cial, a diminuição de impostos, o fim dos subsídios, a desburocratização, a defesa por uma moeda mais forte (afinal, o real pode até ser mais es-tável do que o cruzado, mas não é nenhum franco suíço) e outras me-didas de longo prazo que facilitam a entrada de novos concorrentes no mercado, mantém o nosso poder de compra e tornam os preços mais atrativos para a população. Portanto, como membro consumidor e parte desta interação social que conhece as trágicas possibilidades das políti-cas econômicas, faço um encarecido pedido para aqueles que tratam de emitir leis, decretos e tabelamentos em nosso país: por favor, estudem essas medidas e não brinquem com os preços.

com os preços

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agricultura sustentável e a agroecologia são temas em voga, que têm atraído o in-teresse de estudantes de

diversas áreas do conhecimen-to. Prova é a procura pelo curso de extensão Plantas Bioativas na Sustentabilidade de Bento Gon-çalves que, desde o último dia 7

SustentabilidadePlantas bioativas na sustentabilidade de Bento Gonçalves é conteúdo de curso de extensão no Instituto Federal

Reprodução Web

A Associação Ativista Ecológica de Bento Gonçalves (Aaeco), localizada na rua Livra-mento, bairro Juventude, arrecada em média seis toneladas de lixo eletrônico por mês. Atu-almente, a Aaeco é a única ONG ambientalista em atividade no município.

“A Associação tem 12 anos de existência. Com o passar dos anos adquirimos mais expe-riência e adotamos uma postura menos radical na busca de soluções para os problemas am-bientais da cidade. Hoje, o nosso maior desafio é aumentar o quadro social da entidade, tanto pela questão do voluntariado, como pelo au-xílio financeiro das mensalidades. Poderíamos atuar mais pela causa ambiental, mas tem ve-zes que não temos nem combustível suficiente para atender a demanda. Quem ajudar a Aa-eco também ajudará a cidade”, salienta o se-cretário da ONG, Gilnei Rigotto. O atendimento ao público é de segunda a sexta, das 8 às 12 horas e das 13h30 às 17h30. O telefone para contato é (54) 3452-9710.

A Feira Ecológica de Bento Gonçalves inclui a comercialização de produtos orgânicos para higiene pessoal e vestuário da empresa Akara, da educadora agroecologista Natália Giaco-mello, graduada em Filosofia e Projetos sociais. Natália está coordenando vários projetos em Bento Gonçalves, entre eles, o EKOciência, com encontros periódicos voltados à disseminação da cultura sustentável, com exibições de filmes e discussões sobre a temática ambiental. Ela res-salta que optou por trabalhar no ramo comercial de produtos orgânicos e ecológicos por motivos socioambientais.

“Quando decidi que empreenderia no ramo comercial de produtos orgânicos e ecológicos tinha três objetivos: o primeiro era colocar à dis-posição do consumidor alguns produtos já con-solidados no ramo, mas que o público de Bento Gonçalves ainda estava sem acesso; o segundo era causar e permitir que o escopo do “ecológi-co” fosse ampliado, isto é, não ficasse restrito ao acesso a alimentos orgânicos e fosse expandido para o âmbito da cadeia de produtos de uso pes-

Há 20 anos, a população de Bento Gonçalves conta com a Feira Ecológica, que oferta produtos orgâ-nicos, livres de agrotóxicos e pesti-cidas, em cinco edições de rua por semana, entre duas no centro e a dos bairros Cidade Alta, Juventude e São Roque. Além de produtos orgâ-nicos, também são comercializados produtos típicos da gastronomia lo-cal, como tortas tirolesas, biscoitos, pães, cucas, entre outros, todos cer-tificados pelo Selo Sabor de Bento. A coordenação fica a cargo da Secre-taria Municipal de Desenvolvimento da Agricultura, em parceria com a Associação dos Produtores Ecológi-cos de Bento Gonçalves (APEB).

Segundo o presidente da APEB,

de maio, está sendo ministrado no Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), com aulas todas as ter-ças-feiras, das 18 às 22 horas e car-ga horária de 160 horas. Houveram 50 inscritos para 30 vagas. O conte-údo do curso engloba desde plantas medicinais e plantas alimentícias não convencionais até a manipulação em

agroindústria.De acordo com Luis Rupp, um

dos professores, o curso é decor-rente de edital aberto pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Cien-tífico e Tecnológico (CNPq), agên-cia do Ministério da Ciência, Tecno-logia, Inovações e Comunicações (MCTIC), para tratar deste tema da

agroecologia, segurança alimentar e nutricional e plantas alimentícias não convencionais (PANC). Ele ressalta que o tema é de extrema importância em função da contaminação de ba-cias hídricas com agrotóxicos. “Isto reforça que precisamos capacitar mais e mais pessoas a produzirem sem uso de agrotóxicos”, afirma.

FeiraEcológica

João Sonza, a população, de uma forma geral, ainda precisa se cons-cientizar mais sobre a importância do consumo de orgânicos.

“Ainda falta muita informação. Muitas vezes as pessoas observam detalhes depreciativos na aparên-cia dos orgânicos, até pela própria criação. A maioria das nossas insti-tuições de ensino estão preparadas apenas para orientação de produtos convencionais. Isso dificulta a po-pulação a diferenciar os produtos convencionais dos ecológicos. Se formos comparar os produtos ofe-recidos na feira com os encontra-dos nos supermercados há muitas diferenças. A feira ecológica poderia ser mais procurada pelos consumi-

dores, mas a população está tão ha-bituada a ir ao supermercado, que não encontra tempo para ir ao local”, observa ele.

Sonza acrescenta que a APEB está reivindicando à prefeitura a ins-talação de uma estrutura coberta para a feira ecológica. “Entendo que o poder público tem o conhecimento dos avanços nos últimos anos na es-truturação da feira ecológica. Houve-ram melhorias, mas ainda tem muito a crescer, não só na parte da agroe-cologia, mas também no segmento da produção convencional. Preci-samos de um espaço físico próprio para favorecer o acesso da popula-ção e acomodar melhor os feirantes, hoje a mercê do tempo”, explica.

Vestuário e produtos de higienesoal, presentes em nosso cotidiano e que têm um impacto ambiental grande, principalmente no que diz respeito à produção de resíduos e poluição, quanto à preservação e promoção de nossa saúde. O terceiro objetivo era potencia-lizar os meios para que o acesso a esses pro-dutos não fique restrito a uma elite favorecida econômica e financeiramente. Afinal de contas, numa nação onde impera a desigualdade e a exploração, quem mais precisa estar amparado pela prevenção às intempéries e economia de recursos? Os produtos ecológicos cumprem es-sas duas funções, com certeza”, explica.

Conforme Natália, a tendência ao consumo de orgânicos no Brasil tem manifestações evi-dentes em dois grupos. “O primeiro formado por uma classe socialmente favorecida. No segun-do encontram-se os grupos e comunidades que dependem da natureza para sua sobrevivência. Ainda neste segundo grupo, estão as comuni-dades urbanizadas, que buscam soluções para suas demandas de emprego e acesso a tecno-logia e serviços”, complementa.

Lixo eletrônico

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12 | Mosaico | Jornal Integração da Serra | Maio 2019

Meses depois da vindima, que traz milhares de turistas às terras do Vale dos Vinhedos, é hora de cele-brar a bebida que plantou as semen-tes do desenvolvimento da região serrana. E, como para o Villa Miche-lon o vinho sempre foi motivo de fes-ta, a celebração ocorre com o Filó italiano, com comidas típicas, vinho encanado aos moldes da Fenavinho e muita diversão.

Das 19h às 22h do dia 1º de ju-nho, moradores da comunidade e turistas terão a oportunidade de co-nhecer uma das mais tradicionais formas de encontro entre famílias de descendentes de imigrantes italia-nos, que acontece na Casa do Filó do Hotel. A noite será animada pelo músico Jeverson Carelli e pelo Gru-po Nani, que levará jogos e cantorias com sua costumeira alegria, enrique-cendo a experiência.

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Filó Italiano noVilla Michelon

Para receber a festa, um cardá-pio com tábuas de copa, queijo e sa-lame; pão colonial e recheado; cucas de frutas; risoto italiano; macarrão a bolognesa; polenta na chapa com e sem queijo e salsicha assada no pão. Os sabores doces ficam por conta do sagu com creme de confei-teiro e abóbora em calda.

Elaine Michelon, diretora do Ho-tel Villa Michelon e anfitriã do Filó Italiano, celebra a décima edição do evento e ressalta a importância de valorizar o produto que leva o Vale dos Vinhedos a outras partes do Bra-sil e também do exterior. “É funda-mental valorizar uma cultura que nos projetou para diversas partes não somente como produtores de vinho, mas também como referência no enoturismo. Com certeza, o nosso Filó é um momento de alegria, que faz jus à celebração da vida!”

Foto: Arquivo Histórico de Bento Gonçalves

A comunidade de Bento Gonçal-ves se prepara para um momento emblemático com o retorno da Fes-ta Nacional do Vinho (Fenavinho), agendada para ocorrer entre os dias 13 e 23 de junho, paralelo a Expo-Bento, no Parque de Eventos. O vi-nho encanado, atração que tornou a festa conhecida em âmbito nacional desde sua primeira edição, em 1967, tem data, local e horário para voltar a operar: dia 1º de junho, na Via del Vino, às 11horas.

Vinho encanado retorna às ruas de BentoEm função da 16ª Fenavinho inte-

grar a programação do Dia do Vinho Brasileiro, a atração inicia nos dois finais de semana que antecedem a festa, sempre das 11 às 17 horas A estrutura de distribuição das bebidas funcionará na Casa do Vinho (ou La Casa del Vino), no centro da cida-de. Um moderno sistema de vinho encanado, projetado pela empresa Zegla, todo em aço inoxidável, com sistema de refrigeração da Monofrio para controle de temperatura, para

garantir a qualidade dos vinhos e do suco que serão servidos ao longo da promoção.

A estrutura de distribuição das bebidas funcionará na Casa do Vi-nho (ou La Casa del Vino), no cen-tro da cidade. Um moderno sistema de vinho encanado, projetado pela empresa Zegla, todo em aço inoxi-dável, com sistema de refrigeração da Monofrio para controle de tempe-ratura, para garantir a qualidade dos vinhos e do suco que serão servidos ao longo da promoção. Os tíquetes para consumir as bebidas do siste-ma encanado serão comercializados na Casa do Artesão, com preço úni-co por taça – de vinho ou de suco – estabelecido em R$ 5. O valor dá

direito a uma taça plástica descar-tável (150ml). Quem quiser adqui-rir a taça oficial do vinho encanado (250ml), feita em acrílico, pagará R$ 10 – e pode fazer o refil pagando os mesmos R$ 5 pela dose.

“O retorno da Fenavinho não se-ria completo sem o vinho encanado, porque esse foi talvez o grande dife-rencial da festa em sua história. Esse ato é muito mais do que simbólico, é uma mostra do quanto esta comuni-dade está empenhada em devolver essa festa a Bento Gonçalves e ao Brasil em toda sua plenitude”, res-salta Elton Paulo Gialdi, presidente do Centro da Indústria, Comércio e Serviços (CIC-BG), promotor da 16ª Fenavinho.