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Dicionário de termos geográficos

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(Outubro-2011)

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III

“Se o mundo fosse uma aldeia global de

100 pessoas, 70 delas não saberiam ler e

apenas uma teria educação superior. Mais de

50 sofreriam de desnutrição e mais de 80

viveriam no que chamamos de habitações

subumanas.

Se o mundo fosse uma aldeia global de

100 residentes, seis deles seriam americanos.

Os seis afeririam metade de toda a renda da

aldeia e os 94 restantes viveriam com a outra

metade.

De que modo poderiam os seis ricos viver

“em paz” com os vizinhos? Certamente seriam

obrigados a se armarem contra os outros 94...

talvez mesmo gastar, como fazemos, mais por

pessoas em defesa militar do que a renda total

per capta do resto.”

(REVISTA FELLOWSHIP da Fraternidade da Reconciliação, fev/1974)

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IV

“Este glossário está sendo construído há pelo menos sete anos, desde que iniciei minha

graduação em Geografia pela Universidade Federal de Minas Gerais. Hoje, essa

infindável proposta de construção de uma obra dissertativa já se encontra com mais de

mil conceitos dos mais pertinentes para o atual momento da nossa história. Se a

Geografia é mesmo uma ciência do saber estratégico, nada mais justo do que abordá-la

de forma crítica submetendo-a a revisões constantes, como tem sido feito desde que o

trabalho foi iniciado. A colaboração dos colegas e usuários é imprescindível para que

esta obra melhore a cada ano; e é exatamente por esse motivo que não hesitamos em

reeditá-la a todo instante. Portanto, desejamos-lhe um bom uso e não dispensamos

vossa colaboração. Opine, critique, mas não deixe de nos ajudar. Essa obra não é de

um único autor, mas de todos que ousam ajudar a construir para o mundo um

verdadeiro saber geográfico”.

“Nada te pertencerá legitimamente enquanto a outrem

faltar o necessário.”

Marat

Sugestões, Colaborações e Críticas: E-mail: [email protected]

[email protected]

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V

“Os poderosos poderão matar uma,

duas, até três rosas, mas nunca

poderão deter a primavera.”

ERNESTO GUEVARA DE LA SERNA

“Se você não está pronto para morrer por algo,

então você não se preparou para viver.

Martin Luter King Jr.

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VI

“Deus nos proteja de levar a Índia a seguir o modelo de industrialização do ocidente. Se a Grã Bretanha precisou da metade dos recursos do planeta para sua prosperidade, quantos planetas precisaria, para o mesmo feito, um país como a Índia?”

Mahatma Gandhi

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VII

“Uma em cada seis pessoas do Sul sofre diariamente de fome. Cerca de 150 milhões de crianças com menos de 5 anos sofrem de desnutrição grave, ou seja, uma em cada três crianças. Destas crianças, morrem anualmente cerca de 14 milhões, a esmagadora maioria de subnutrição ou de doenças já dominadas ou simplesmente erradicadas nos países desenvolvidos do Norte. As pessoas que não têm acesso a cuidados primários de saúde ainda são mais de 1,5 bilhão. Quase 3 bilhões de pessoas não têm acesso a saneamento adequado. A mortalidade materna é doze vezes mais elevada que nos países do Norte. Cerca de 100 milhões de crianças em idade escolar estão fora da escola primária. Quase 900 milhões de adultos são analfabetos. Em média, vive-se doze anos a menos que os habitantes do Norte. Mais de um bilhão de pessoas vivem em estado de pobreza absoluta, e a renda per capita durante os anos 1980 diminuiu de 2,4% ao ano na África sub-sahariana e de 0,7% ao ano na América Latina.”

Relatório da ONU sobre o desenvolvimento

Humano - 1990

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1

A

Abalo sísmico: Ver “Terremoto”.

Abissal: De abisso, “profundeza”. Relativo ao abismo. Em Geologia, refere-se às grandes profundidades oceânicas. Na Geografia remete-se a tudo aquilo que existe ou se forma nas grandes profundidades oceânicas.

Abóbada celeste: O termo “abóbada” remete-se literalmente a todo tipo de curvatura, ou seja, a qualquer coisa que tenha ou se apresente da forma de um teto curvilíneo. Na Geografia corresponde ao firmamento, ao hemisfério celeste visível.

Aborígene(s): População autóctone (nativa) da Austrália. O termo “aborígene”, de origem latin, significa “primeiro habitante”. Os aborígenes australianos não superam os 1,5% do total de 20 milhões de habitantes desta ilha que é um dos maiores e mais desenvolvidos países do mundo. Após a chegada dos colonizadores ingleses, no final do século XVIII, a população autóctone, que já povoava o território há pelo menos 40 mil anos, começou o seu declínio demográfico. Os poucos aborígenes que ainda não foram dizimados reivindicam maior espaço na sociedade branca australiana, sem maiores sucessos. No próprio plebiscito de 1999, os australianos de origem inglesa, e, portanto, descendentes de colonizadores, rejeitaram a emenda constitucional que propunha o reconhecimento dos aborígenes como “o primeiro povo da nação”. A expectativa de vida dos aborígenes australianos é mais baixa que a média nacional, e o acesso à educação é ainda bastante restrito.

Abrasão: Termo geológico usado para identificar todo processo mecânico de intemperismo ou arredondamento de superfícies por fricção e impacto com fragmentos ou partículas de rochas em trânsito. Os agentes erosivos podem ser ventos, águas correntes superficiais, principalmente fluviais, ondas e correntes marinhas, gelo e a própria força da gravidade. O mesmo que corrasão.

Abrolhos: Do latin aperi oculos, “abra os olhos”. Arquipélago vulcânico formado de cinco ilhas (totalizando 913 Km2), no litoral sul da Bahia, a cerca de 80 km da costa. O arquipélago começou a se formar entre 52 e 42 milhões de anos atrás, com as lavas derramadas no fundo dos mares. No século XVI, quando um navegador se aproximava de um pequeno arquipélago na costa sul da Bahia, recebia o aviso: “abra os olhos!”. Os inúmeros corais existentes na região dificultavam a navegação e eram responsáveis por freqüentes acidentes e naufrágios. A advertência acabou batizando o arquipélago de “Abrolhos”, que se tornou o primeiro Parque Nacional Marinho da América do Sul. Das cinco ilhas que formam o complexo, Siriba, Redonda, Guarita, Sueste e Santa Bárbara, somente esta última fica fora do Parque e pertence à Marinha do Brasil. De julho a novembro, o arquipélago transforma-se em um verdadeiro berçário das baleias Jubarte (Megaptera novaeangliae), as famosas baleias cantoras, que deixam a Antártida em busca de águas tropicais mais quentes

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para se reproduzirem. Atualmente, Abrolhos pleiteia a sua inclusão como área de importância internacional na Lista da Convenção Sobre Áreas Úmidas (Convenção Ramsar), por ser local de reprodução de aves migratórias e peixes e abrigar delicados ecossistemas. Caso faça parte da Convenção Ramsar, Abrolhos terá a garantia de uso sustentável, além de ganhar leis especiais para sua preservação e mais facilidade de acesso a recursos financeiros internacionais. A inclusão do arquipélago entre as “áreas úmidas do planeta que mais precisam ser preservadas” foi proposta na 9ª Convenção das Partes da Convenção Ramsar, em novembro de 2005, em Uganda. A outra e única área brasileira que faz parte da Convenção é o Pantanal Mato-grossense.

Absolutismo: Do francês “absolutisme”, significa “regime de poder absoluto”. Sistema político de governo no qual o poder total (sem restrições ou limitações) concentra-se nas mãos de um monarca (rei). Esse sistema, baseado na crença do “poder divino dos reis”, era dominante nos regimes da maioria dos estados europeus entre os séculos XVII e XVIII, e compreendia toda forma de governo despótico ou tirano.

Absortância: Capacidade que um objeto ou superfície tem, de absorver (reter) a radiação eletromagnética incidente. A maior fonte de toda a radiação eletromagnética (REM) absorvida pela Terra é o Sol, que emite mais de 99% de toda energia incidente sobre o nosso planeta. Um objeto escuro e opaco costuma ter alto valor de absortância; em contrapartida, quanto mais clara (branca) for uma superfície, menor será sua capacidade de absortância.

Acre: 1 - Medida de superfície agrária, utilizada em países como a Inglaterra e Estados Unidos, e que equivale a 4.000 metros quadrados ou a 0,4 hectares, ou 40,47 ares. 2 – Estado brasileiro que compreende uma área que no passado foi bastante disputada entre Brasil, Bolívia e Peru. Anteriormente pertencente à Bolívia, o Acre acabou sendo comprado pelo Brasil, mediante o Tratado de Petrópolis (1903), por dois milhões de libras esterlinas. No acordo, o Brasil se comprometeu ainda a construir a ferrovia (hoje, fantasma) Madeira-Mamoré. A área do estado compreende 152.522 Km2, e é composta em sua maior parte por depressões, com planícies estreitas ao norte. O Acre é o estado mais ocidental da região Norte, e é também o único estado brasileiro que abrange o quinto fuso horário (75o W) em relação a Greenwich. Também no Acre, se localiza o último povoado brasileiro a ver o sol nascer, na serra da Moa, divisa com o Peru. Nesse ponto extremo do Brasil, não há energia elétrica nem estradas, e todo contato externo é feito por navegação fluvial. O clima predominante no estado é o equatorial com domínio vegetal da floresta equatorial (Amazônia). O índice de analfabetismo é de 23% (IBGE-2000); o analfabetismo funcional chega a atingir 46% da população acreana. O IDH do estado é de 0,692 (PNUD-2003), o que leva o estado ao 21º lugar no ranking brasileiro. Curiosidade: o nome “Acre” vem provavelmente de “aquiri”, forma corrompida de “uwákuru”, vocábulo do dialeto Ipurinã que denominava o rio local. Contam os historiadores que o termo “Acre” fora usado pela primeira vez em 1878, devido a um erro de compreensão do vocábulo “aquiri”.

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Açude: Lago natural ou artificial, utilizado para represar águas, especialmente para fins de irrigação. Os açudes artificiais são muito comuns em regiões semi-áridas como o “Polígono das Secas”, que compreende grande parte do Nordeste brasileiro e o extremo Norte de Minas Gerais. Dezenas deles, e de grande capacidade como o de Orós (no Ceará), foram construídos a partir das décadas de 1940 e 1950, para amenizar os efeitos das secas prolongadas além de incrementar a industrialização e a produção agrícola da região.

Adiabático (processo): Do grego adiábatos, os, on “que não se pode atravessar”. Em climatologia significa processo termodinâmico em que não há troca de calor entre o sistema considerado e o ambiente externo a ele. Nos processos adiabáticos o aquecimento ou o arrefecimento do ar ocorre apenas por efeito da pressão, expansão ou compressão, não ocorrendo perda ou ganho de energia para o ambiente. A tendência do ar em ascensão é a de se resfriar adiabaticamente devido à sua expansão; enquanto que o ar descendente tende a se resfriar adiabaticamente por compressão.

Aerofotogrametria: Processo de mapeamento por fotos aéreas, oblíquas ou verticais em relação ao solo, que permitem obter medidas e elaborar mapas mais precisos e detalhados da superfície terrestre. A combinação de fotos aéreas de determinada região com certas medições de apoio realizadas em terra oferecem uma visão tridimensional do terreno a ser analisado.

Aerossóis: Conjunto de finíssimas partículas em suspensão no ar ou em outro gás que podem ser sólidas (poeira, gelo, pólen e até minúsculos micro-organismos) ou líquidas (nevoeiro, vapores, nuvens). Geralmente os aerossóis estão carregados eletricamente e formam a base dos núcleos de condensação. Podem afetar os raios de luz provocando reflexão, refração e difusão.

Afélio: Do latin Aphelium, significa afastamento do Sol. Ponto de máxima distância na órbita de um astro (durante seu movimento de translação) em relação ao astro central (centro da órbita). O afélio do planeta Terra, em relação ao Sol, ocorre no mês de Julho, aproximadamente no dia 3. Curiosidade: Quando o planeta Terra se encontra no seu afélio, sua velocidade de translação é menor neste ponto da órbita, devido à menor atração gravitacional exercida pelo Sol. Este fator inclusive contribui para que o inverno no hemisfério Sul seja mais longo que o inverno no hemisfério Norte.

Afloramento: 1 - Rocha que chega à superfície do solo por soerguimento ou denudação. 2 – Toda e qualquer exposição de rocha na superfície terrestre, que não tenha sofrido transporte. Os afloramentos são fundamentais para estudos geológicos, pois permitem, dentre outros aspectos, a medição de estruturas, a classificação de rochas e a realização de mapeamentos.

Afluente: Curso de água que deságua em outro considerado principal, ou em um lago, contribuindo para aumentar-lhe o volume; o mesmo que tributário.

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Agenda 21: Protocolo contendo uma lista de compromissos e ações, entre os quais os de reestruturar a economia (em nível mundial), assegurando a sobrevivência humana digna, preservando a saúde e os recursos naturais do planeta, objetivando finalmente o Desenvolvimento Sustentável. O protocolo foi assinado por mais de 100 países, incluindo o Brasil, durante a Conferência de Cúpula da Organização das Nações Unidas (ECO-92), ocorrida na cidade do Rio de Janeiro.

Agreste: Zona natural do Nordeste brasileiro; faixa ou zona de transição entre a Zona da Mata e o Sertão, que se estende desde o Estado do Rio Grande do Norte até o Estado da Bahia.

Agricultura: 1 - Atividade produtiva integrante do setor primário da economia. Caracteriza-se pela produção de bens alimentícios e matérias-primas decorrentes do cultivo de plantas e da criação de animais (pecuária). Na produção agrícola temos de considerar três fatores: o trabalho, a terra e o capital. A agricultura intensiva se configura quando há predomínio de investimentos de capital: dinheiro empregado em salários, máquinas e produtos químicos (fertilizantes e agrotóxicos). Quando o fator predominante é apenas a terra, denomina-se agricultura extensiva, que geralmente é praticada com pouco investimento e muita mão-de-obra familiar (quando em pequenas propriedades) caracterizando-se um minifúndio, ou em áreas muito grandes, um latifúndio improdutivo. 2 - Atividade específica do campo de cultivar a terra, nela plantando e colhendo alimentos e matérias-primas. Cerca de dois terços das terras usadas para agricultura, no planeta, foram degradadas nos últimos 50 anos por motivos como erosão, salinização do solo, poluição e degradação biológica. Dessas terras, 40% foram seriamente danificadas.

Agricultura de subsistência: Atividade agrícola praticada em pequena escala de produção. Características principais: pequena propriedade, técnicas rudimentares, baixa produtividade, mão-de-obra familiar e consumo local.

Agricultura extensiva (itinerante): Sistema de cultivo agrícola baseado na exploração de grandes extensões de terra sem grande investimento de trabalho e capital. A agricultura extensiva geralmente ocorre em áreas em que o preço da terra é baixo.

Agricultura intensiva: Sistema de cultivo agrícola que ocorre em áreas que apresentam alto custo da terra e que se baseia na aplicação intensiva de trabalho, capital e tecnologia, no sentido de obter alta produtividade e maior rentabilidade do solo.

Agricultura Sustentável: É aquela que concilia produtividade, lucratividade e preservação do meio-ambiente. Ante ao imediatismo do grande capital, que se baseia na maximização dos lucros aliado ao crescimento irrefreável da produção, o termo sustentável não se configura facilmente. A preocupação com uma agricultura sustentável surgiu da insatisfação com os graves problemas ambientais provocados pela agricultura moderna desde o advento da Revolução Verde, no século XX. O que se deseja, mesmo com a ganância explícita do grande capital, é que se implantem

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sistemas produtivos que forneçam alimentos mais saudáveis, conservando ao máximo os recursos naturais sem comprometer os níveis de produção já alcançados.

Agrobusiness: Ver “Agronegócio”.

Agroecologia: Ciência destinada a apoiar a transição de modelos agrícolas convencionais, baseados no uso de insumos químicos e na monocultura, para um modelo supostamente sustentável, que procure respeitar aspectos ecológicos, sociais e culturais. Surgida na década de 1970, a Agroecologia procura repensar a lógica de produção baseada em pacotes tecnológicos. Uma das técnicas propostas por esta ciência é a diversificação das culturas, para evitar, como na rotação de culturas, o desgaste excessivo dos solos. Outra proposta é o controle alternativo de pragas, através do uso de predadores biológicos ao invés de pesticidas. Outra técnica é a adubação orgânica, em que o adubo é produzido no próprio estabelecimento agrário. Em Minas, cerca de apenas 1% de toda a área cultivada, segue os princípios propostos pela Agroecologia; o que evidencia que este sistema ainda tem muito que evoluir em termos de abrangência. Vale ressaltar ainda que as grandes multinacionais não costumam mostrar interesse pela Agroecologia, porque este sistema bate de frente com seus verdadeiros anseios, ou seja, o consumo irrefreável de insumos sintéticos e as práticas de monoculturas.

Agroindústria: 1 - Indústria instalada em áreas rurais onde são processados, em escala industrial, cereais, frutas, madeiras, álcool, açúcar, etc., provenientes dos cultivos da área. Exemplo: agroindústria açucareira. 2 - Atividade econômica que articula a agropecuária com a indústria, envolvendo tanto a produção quanto a coleta, o armazenamento, o beneficiamento e a distribuição dos produtos, bem como os equipamentos e técnicas necessários para o desenvolvimento da agropecuária (IBGE, 2003).

Agronegócio: Conjunto de serviços e atividades industriais que se desenvolvem a partir da produção no campo. O agronegócio, também conhecido como agrobusiness, é a cadeia de estabelecimentos (geralmente empresas) que utilizam matéria-prima in-natura (de origem vegetal ou animal) e as transformam em produtos elaborados de maior valor agregado como sucos, óleos, açúcar, carnes e outros.

Agropecuária: Conjunto de práticas agrícolas que incluem desde a produção de safras de todos os tipos, à criação de gado e cuidados com o solo.

Agrotóxicos: Produtos e agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, pastagens, proteção de florestas, nativas ou plantadas, e de outros ecossistemas, bem como de ambientes urbanos, hídricos e industriais. Tem como finalidade alterar a composição da flora ou da fauna para preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos. Incluem-se, também, nesta categoria, substâncias e produtos empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento (IBGE, 2003). Segundo Silvio Caccia Bava (editor de Le Monde Diplomatique Brasil) “O Brasil é o maior mercado de agrotóxicos do mundo

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e representa 16% da sua venda mundial. Em 2009, foram vendidas aqui 780 mil toneladas, com um faturamento estimado da ordem de 8 bilhões de dólares. Ao longo dos últimos 10 anos, na esteira do crescimento do agronegócio, esse mercado cresceu 176%, quase quatro vezes mais que a média mundial, e as importações brasileiras desses produtos aumentaram 236% entre 2000 e 2007. As 10 maiores empresas do setor de agrotóxicos do mundo concentram mais de 80% das vendas no país”. Ainda Segundo Bava, vários produtos que circulam livremente no Brasil, como o Acefato e o Endossulfam, há anos, já são proibidos em países da União Européia, assim como EUA, Argentina, Nigéria, Senegal, Mauritânia, dentre outros. Os motivos da proibição, segundo Bava, são mais do que evidentes: a contaminação de alimentos, de trabalhadores rurais, e do meio ambiente, causando, literalmente, o envenenamento dos consumidores, a morte de trabalhadores rurais e a destruição da vida animal e vegetal. Bava alerta ainda que “Em 2002, com o início do funcionamento do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos, coordenado pela Anvisa, surgiram informações preocupantes. Das 1.198 amostras recolhidas em nível nacional, 17,28% apresentavam índices de contaminação acima do permitido para se preservar a saúde. O tomate, o morango e a alface são os mais contaminados. Se você come amendoim, batata, brócolis, citros, couve, couve-flor, feijão, melão, pimentão, repolho, entre outros alimentos, cuidado! Eles contêm acefato, um agrotóxico que pode causar danos ao cérebro e ao sistema nervoso e provocar câncer no longo prazo. O uso do acefato é proibido em toda a União Europeia” – (http://diplomatique.uol.com.br/editorial.php?edicao=33). Notícia veiculada no sítio da ANVISA - http://portal.anvisa.gov.br - em 16/09/2011 nos mostra o quanto é difícil até mesmo para manter produtos nocivos fora de circulação. Segundo a agência reguladora “o Tribunal Regional Federal suspendeu a liminar que autorizava a empresa Fersol Indústria e Comércio S/A a continuar produzindo o agrotóxico metamidofós no país, apesar de a Resolução RDC 01/2011 da ANVISA determinar a retirada do produto do mercado brasileiro. A decisão do TRF da Primeira Região foi proferida no dia 5 de setembro”; ou seja, mesmo proibido, o metamidofós continuou sendo produzido e comercializado. Segundo a agência reguladora, o referido inseticida tem sido utilizado (...) para controle de pragas nas culturas de algodão, amendoim, batata, feijão, soja, tomate para uso industrial e trigo. O metamidofós já havia passado por reavaliação da ANVISA no ano de 2002. Na ocasião, haviam sido excluídas várias culturas agrícolas e o modo de aplicação costal, devido à não segurança do agrotóxico para os agricultores expostos(...). A resolução pode ser acessada na íntegra pelo endereço eletrônico - http://www.in.gov.br/visualiza/index.jsp?data=17/01/2011&jornal=1&pagina=56&totalArquivos=104. Em entrevista recente à revista Brasil de Fato (http://www.brasildefato.com.br/content/agrot%C3%B3xico-%C3%A9-nova-faceta-da-viol%C3%AAncia-

no-campo) a pesquisadora Larissa Mies Bombardi – professora doutora do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP) – apresentou-nos novos e ainda mais assustadores números sobre os agrotóxicos. Segundo a pesquisadora “a situação dos agrotóxicos é mais uma faceta da violência no campo, que afeta a todos: os pequenos produtores, os trabalhadores expostos diretamente ao veneno, os consumidores de alimentos”. Bombardi (2011) explica que “são seis grandes

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empresas estrangeiras – Monsanto, Syngenta/Astra Zeneca/Novartis, Bayer, Dupont, Basf e Dow – que controlam mais de 70% do mercado de agrotóxicos no Brasil. Em poucos anos, elas tomaram pra si 127 outras empresas. E essas empresas são de três países, Estados Unidos, Suíça e Alemanha. Segundo o Anuário do Agronegócio de 2010, as empresas que vendem veneno tiveram uma receita líquida de R$ 15 bilhões”. Quanto aos efeitos, os números apresentados pela pesquisadora assustam ainda mais. Em apenas 10 anos (1999-2009) foram notificadas 25.350 tentativas de suicídio através do uso de agrotóxicos no período, com 1876 mortes registradas; ou seja, o trabalhador usa para causar sua própria morte o instrumento que o subordina, que o deixa doente, que pode levá-lo ao endividamento”. Vale a pena conferir a entrevista na íntegra.

Água: Substância inorgânica vital, cuja molécula é formada por dois átomos de Hidrogênio e um de Oxigênio (H2O). Quimicamente, nada se compara à água. É um composto de grande estabilidade, um solvente universal e uma fonte poderosa de energia química. A água é capaz de absorver e liberar mais calor que todas as demais substâncias comuns. Considerada um recurso esgotável, 97,5% de toda a água do planeta está nos oceanos e mares. Os outros 2,5% restantes são de água doce, mas apenas 0,007%, ou seja, uma pequena fração, se encontra potencialmente disponível para consumo humano. Os outros 2,493% da água doce se encontram nas geleiras e aqüíferos, e são de difícil acesso. Dentre as atividades humanas, a agricultura é a que mais demanda e ao mesmo tempo promove o desperdício de água, esse bem de domínio público e limitado. Cerca de 70% de toda água consumida no planeta vai para a agricultura, principalmente para irrigação; 22% tem como destino a indústria, e 8% vai para uso doméstico. 1/6 de toda água doce do planeta se encontra em terras brasileiras, com cerca de 70% na Bacia Amazônica. Fontes da CEPAL indicam que o Brasil é o país latino-americano com a maior proporção de pessoas sem acesso à água potável na zona rural. Em 1990, o índice brasileiro estava em 55%, no mesmo patamar de países como o México (54%) e o Equador (54%). Mas, nos 12 anos seguintes a taxa do Brasil subiu três pontos percentuais e chegou a 58% em 2002, a pior da América Latina. A água tem se tornado um elemento de disputa entre nações. Um relatório do Banco Mundial, de 1995, alerta para o fato de que "as guerras do próximo século serão por causa de água, não por causa do petróleo ou política". Hoje, cerca de 250 milhões de pessoas, distribuídos em 26 países, já enfrentam escassez crônica de água. Em 30 anos, o número de pessoas saltará para 3 bilhões em 52 países. Nesse período, a quantidade de água disponível por pessoa em países do Oriente Médio e do norte da África estará reduzida em 80%. A projeção que se faz é que, nesse período, oito bilhões de pessoas habitarão a terra, em sua maioria concentradas nas grandes cidades. Daí será necessário produzir mais comida e mais energia, aumentando o consumo doméstico e industrial de água. Essas perspectivas fazem crescer o risco de guerras, porque a questão das águas torna-se internacional.

Água Potável: Água saudável, adequada para o consumo humano. Água em que as substâncias tóxicas e os fatores e organismos patogênicos se encontram em níveis seguros ou aceitáveis para consumo, ou foram simplesmente, por meio de tratamento

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adequado, reduzidos a isso, tornando a mesma, portanto, passível de ser consumida sem oferecer riscos para a saúde humana.

Alagoas: Pequeno estado brasileiro situado a leste da região Nordeste. Tem como limites, os estados de Pernambuco (N e NW), Sergipe (S), Bahia (SW), e o oceano Atlântico (E). Ocupa uma área de 27.818,5 km², correspondendo apenas a 0,33% do território nacional. As formas de relevo predominantes são: planície litorânea, planalto ao norte e depressão no centro. Em cerca de 48% das terras alagoanas ocorre o predomínio do bioma da caatinga, uma vegetação típica do clima semi-árido. Com 102 municípios, Alagoas tem como capital, a cidade de Maceió, com cerca de 800 mil habitantes. A taxa de analfabetismo bate na casa dos 32% (IBGE-2000), sendo que o analfabetismo funcional chega aos 50%. A taxa de mortalidade infantil é a mais alta do país, chegando a 64o/00. Sete dos dez municípios mais pobres do Brasil, segundo o IDH, são alagoanos; esses números, inclusive, contribuem para que o estado tenha o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH – 0,333) do Brasil. Alagoas tem um litoral rico em belezas naturais como praias, lagoas e mangues, o que revela o grande potencial turístico deste pequeno estado, apesar dos modestos indicadores socio-econômicos. Curiosidade: o termo Alagoas remete à deriva dos lagos e lagoas que banham a região. Somente em Maceió, capital do Estado, existem 17 lagoas.

Albedo: Taxa de reflexão (radiação devolvida para o espaço diretamente, sem alterações no comprimento das ondas) de energia ou radiação incidente do sistema Terra/Atmosfera. O raio irradiado tem um comprimento de onda maior que o de um raio incidente, enquanto que o raio refletido (albedo) tem o mesmo comprimento de onda do raio incidente (Labouriau). O albedo varia de 0 (com absorção total da energia incidente) a 1 (com reflexão total da energia incidente). O maior albedo é o de uma superfície coberta por neve branca e limpa, enquanto que os menores albedos são os das superfícies negras que são próximos de zero. O albedo planetário (Terra) é de aproximadamente 31%, sendo que 4% deles são refletidos pela superfície do planeta, outros 4% refletidos por componentes atmosféricos, e os demais 23% são refletidos pelas nuvens.

Algonquiano: Na escala geológica do tempo, corresponde ao período do eon Proterozóico no final do Pré-cambriano, em que surgem sinais de vida rudimentar (pouco desenvolvida).

Alísios: Ver “Ventos Alísios”.

Alóctone: Geologicamente, o termo alóctone refere-se ao material de natureza orgânica ou não, transportado para ambientes deposicionais ou tectônicos não coincidentes com seu local de origem. O inverso denomina-se autóctone, ou seja, quando não transportado, permanecendo in situ (no local de origem). O termo alóctone é também usado para designar uma espécie que vive em um determinado habitat, mas cuja origem é externa a ele (espécie exótica). Na Geografia Humana o

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termo costuma ser usado para distinguir o estrangeiro, ou seja, aquele indivíduo que não é originário (nativo) do país onde mora.

Altiplano: Denominação dada aos planaltos soerguidos na região andina, localizados entre o oeste e o leste da cordilheira dos Andes. Suas terras descampadas elevam-se a 1.000 m e vão até o sul do Peru através da Bolívia e da Argentina. No altiplano boliviano está situado o famoso lago Titicaca.

Altitude: Distância vertical de um ponto qualquer da superfície terrestre (terras emersas) em relação ao nível do mar (referência). As 67 montanhas de maior altitude do planeta encontram-se no continente asiático, em sua maior parte na cordilheira do Himalaia, onde está localizado o Monte Everest, com 8.848 metros de altitude. A altitude é diferente de altura, que é a dimensão vertical de um corpo, de sua base até seu ponto extremo.

Aluvião: Material sólido transportado pelos rios ao longo do tempo. O solo de aluvião ou solo aluvial é rico em nutrientes e de grande importância para o plantio de gêneros alimentícios nas margens dos rios.

Amapá: Estado brasileiro situado no nordeste da região Norte. Tem como limites a Guiana Francesa a norte, o oceano Atlântico a leste, o estado do Pará a sul e oeste e o Suriname a noroeste. Ocupa uma área de 142.815,8 km². A capital, e cidade mais populosa, é Macapá, com 238.308 habitantes (IBGE – 2000). O clima é equatorial; o relevo de planície com mangues e lagos no litoral e depressão na maior parte, interrompida por planaltos residuais. Na vegetação há o predomínio de mangues litorâneos, campos gerais e floresta equatorial. O analfabetismo afeta 11% (IBGE - 2000) da população, e o analfabetismo funcional 28,5%. O IDH do estado é de 0,751, com o mesmo ocupando a posição de número 12 no ranking brasileiro de desenvolvimento humano. A economia do estado se baseia na extração da castanha-do-pará, da madeira e na mineração de manganês. Curiosidade: A origem do nome “Amapá” é controversa. Na língua tupi, Amapá significa “o lugar da chuva”. Mas a tradição diz que o nome teria vindo do nheengatu, um dialeto tupi-jesuítico, que significa “terra que acaba”, ou seja, “ilha”. Amazonas: Do grego Amazón, ónos, o termo é usado para designar o maior Estado brasileiro, com 1,5 milhões de quilômetros quadrados. O Estado, que tem 90% de sua área ocupada pela floresta equatorial Amazônica, contém a maior biodiversidade do mundo. Localizado no oeste da região Norte do Brasil, tem na maior parte do seu relevo o predomínio das depressões, além da grande planície do rio Amazonas e planaltos na sua porção leste. A capital é Manaus, com 1,5 milhões de habitantes (IBGE – 2000). O Estado tem baixa densidade populacional, com cerca de 1,8 hab/km2; ainda assim, tem na atividade industrial o carro chefe da sua economia, com destaque para o Pólo Industrial de Manaus, que responde por cerca de 60% do PIB do estado. Apesar de uma Manaus industrializada e concentrando mais da metade da população de todo o Estado, o desenvolvimento urbano sem planejamento trouxe muitos problemas sociais para a capital; dentre eles podemos citar o déficit

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habitacional, os altos índices de violência e prostituição infantil e a precariedade nos serviços de saúde. Todos estes entraves sociais causam repercussão negativa no IDH do Estado, que com um índice de 0,717 (IPEA – 2003) coloca o estado apenas na 17ª colocação no ranking nacional de desenvolvimento humano. Curiosidade sobre a origem do nome “Amazonas”: o nome que se transmitiu do rio à região e, posteriormente ao Estado, deve-se ao explorador espanhol Francisco Orellana que, em 1541, ao chegar à região, teve que se confrontar com uma tribo indígena que não os recebera de forma amistosa, pelo contrário, se mostrando bastante hostil. O cronista da expedição relatou que os guerreiros eram, na verdade, bravas índias. Elas foram comparadas às amazonas, mulheres guerreiras das lendas gregas. Amazônia Legal: 1 - Área determinada pela Lei nº 1.806/96, localizada nos limites do paralelo 16º5' S em Mato Grosso, do paralelo 13º5' S em Goiás e do meridiano 44º oeste de Greenwich, no Maranhão. Essa delimitação abrange os 60% da floresta equatorial que pertencem ao Brasil, mais uma pequena parte do cerrado e da caatinga. Os outros 40% da floresta amazônica correspondem às terras sob as jurisdições da Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela. 2 - Região do território brasileiro compreendida pelos Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Mato Grosso, Tocantins, Roraima, Rondônia e oeste do Maranhão (IBGE, 2003). NOTA DO AUTOR: Embora ostente ainda o título de “maior floresta equatorial do planeta” a Amazônia agoniza. Somente entre o segundo semestre de 2006 e os primeiros seis meses de 2007 foram desmatados o equivalente a um campo de futebol a cada 17 segundos. Nos últimos 40 anos foram mais de 700.000 km2 de devastação. Nesse ritmo, a Amazônia só existirá em fotos daqui uns 50 anos ou menos. No seu lugar restará apenas um imenso deserto de areia.

Américas, classificação das: Entre os vários critérios de classificação das Américas, o mais popularizado é o critério de localização física, ou seja, América do Norte, América Central (Peninsular e Insular) e América do Sul. Pode-se, no entanto, utilizar outros critérios, como o cultural, que leva em conta a cultura dos colonizadores, a América Anglo-Saxônica (colonizada por franceses e ingleses) e a América Latina (ver mais em América Latina), colonizada principalmente por espanhóis e portugueses. Critério de língua falada: América Inglesa, América Espanhola e América Portuguesa (Brasil). Critério socioeconômico: América Desenvolvida (anglo-saxônica) e América Subdesenvolvida (do México para baixo). São utilizadas ainda expressões como América Andina, referindo-se aos países em que territórios e populações integram-se à cordilheira dos Andes (países como Bolívia, Peru, Chile e Equador) e América Platina, referindo-se aos países que são banhados pela bacia do Rio da Prata (Argentina, Uruguai e Paraguai).

América Latina: Expressão usada para designar as porções do continente americano colonizados por povos europeus de origem latina, como os espanhóis e os portugueses. Para CARDOSO (1988), “América Latina”, embora seja uma expressão usual, é simplesmente inadequada. Em sua opinião (...) segundo um critério

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lingüístico, não se entende por que não integram à América Latina também Guiana Francesa, Haiti (no passado a colônia francesa de Saint-Domingue), Martinica, Guadalupe e Quebec (no Canadá francês). E do ponto de vista das estruturas econômico-sociais, se pensarmos na situação vigente nos séculos XVII e XVIII, a Jamaica, desde 1660 colônia inglesa e, portanto exterior à América Latina, era bastante similar às regiões de plantations escravistas do Brasil, enquanto Brasil e Nova Espanha (México), ambos colônias latino-americanas, apresentavam notável contraste estrutural. Mesmo assim, manter-nos-emos nos limites tradicionais, tendo o cuidado de ressaltar, na medida do possível, a heterogeneidade do conjunto que chamamos de América Latina (...).

Amplitude Térmica: Diferença entre dois valores extremos de temperatura do ar. Se durante o dia (24 horas) a temperatura máxima registrada foi de 280, e a mínima foi de 190, então a amplitude será a diferença entre esses dois valores (280 – 190 = 90), ou seja, a amplitude térmica durante o intervalo de 24 horas foi de 90. A amplitude térmica em áreas equatoriais é muito pequena, devido à grande quantidade de vapor d’água (H2O) atmosférico. Em áreas com grandes amplitudes diárias a atmosfera pode ser muito transparente, ou seja, com pouca presença de vapor d’água. Quanto maior a distância do Equador, ou seja, quanto maior a latitude, maior será a amplitude térmica de inverno.

Anabático (vento): Do grego Anabatikós, subir, montar. Movimento de ascensão do ar resultante da convecção. Ar que sopra encosta acima ou dos vales para os planaltos.

Anamorfoses: Do grego Anamórphosis, “formado de novo”. São formas de se representar as superfícies dos países em áreas proporcionais a uma determinada quantidade de dados, dos mais variados, que se quer evidenciar como: população, PIB, PNB, IDH, saneamento básico, analfabetismo e outros. Se formos elaborar um mapa-múndi (planisfério) e quisermos representar a área de cada país de forma proporcional ao PNB de cada um deles, os EUA terão a maior área, enquanto que o continente africano praticamente aparecerá no mapa com uma dimensão quase imperceptível. Outro exemplo: um mapa-múndi cuja área de cada país tenha um tamanho proporcional à sua população absoluta. Neste caso específico, os países deste planisfério que terão as maiores áreas serão a China e a Índia, pois estes são os mais populosos do planeta.

Anarquia: Do grego anarkhía, significa literalmente ausência ou falta de governo. Os anárquicos geralmente defendem um estado sem governantes, ou simplesmente auto-gestor. Politicamente, um estado anárquico seria aquele em que todo indivíduo deveria desenvolver-se livremente, emancipado de todo ou qualquer tipo de tutela (representação) governamental. Dentre os principais ícones do movimento anarquista podemos citar Mikhail Bakunin (1814-1876), Friedrich Engels (1820-1895) e Karl Marx (1818-1883). Marx afirmava inclusive que: “somente num sistema em que

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todos sejam co-proprietários e co-gestores realizar-se-ão a liberdade política e a autonomia econômica”.

Anecúmeno: Termo usado na geografia para designar áreas inabitáveis ou inabitadas do planeta, pelo homem. As variações climáticas são as principais causas da existência de tais regiões. Os anecúmenos, geralmente, são locais situados em altas latitudes e grandes altitudes. Exemplos de anecúmenos são os pólos, tanto o Norte quanto o Sul, além de desertos e regiões de pântanos, assim como as grandes montanhas geladas.

Anemômetro: Aparelho usado para medir a força e a velocidade dos ventos.

Angra: Pequena baía ou enseada, bastante aberta, encontrada onde há costas de maior altitude que o nível do mar.

Ano Sideral: É o período de revolução da Terra em torno do Sol com relação às estrelas. Seu comprimento é de 365,2564 dias solares médios, ou 365dias, 6 horas, 9 minutos e 10 segundos.

Ano Tropical: É o período de revolução da Terra em torno do Sol com relação ao Equinócio Vernal, isto é, com relação ao início das estações. Seu comprimento é de 365,2422 dias solares médios, ou 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos. Devido ao movimento de precessão (contrário ao de rotação) da Terra, o ano tropical é levemente menor do que o ano sideral. O calendário se baseia no ano tropical.

Antártica, Convergência: Ver “Convergência Antártica”.

Antártico: Referente à Antártida. O termo Antártida (com “d”) para o nome do continente também é aceito em português, sendo a opção por esta letra utilizada em alguns países, como Argentina, Itália e França; Antártica (com “c”) é a grafia recomendada pelo Programa Antártico Brasileiro, sendo coerente com a origem do grego “arktos”, e com o significado histórico de ser o "anti-ártico". Na forma de adjetivo, por exemplo, “expedição antártica”, a grafia usada é sempre com a letra “c”. Antártida: Imensa calota de gelo apoiada sobre um continente, rodeada pelos oceanos Pacífico, Atlântico e Índico, no hemisfério Sul. O gelo cobre 98% das terras antárticas. Sua área no verão é de 14 milhões de km²; no inverno, a água do mar mais próxima à costa também congela, aumentando então a superfície para 19 milhões de Km². Em 21 de julho de 1983, na estação russa de Vostok, os termômetros marcaram uma temperatura de 89,2ºC negativos, a mais baixa já registrada no planeta. No verão, quando a temperatura sobe, o gelo derrete na base, movimenta-se e a porta da calota polar, formada pela água doce, fraciona-se e é levada pelo vento e pelas correntes marinhas em forma de icebergs. Anualmente são despejados no mar 1,5 milhão de km² de icebergs, e a parte do gelo que fica dentro da água corresponde a 4/5 da massa total do bloco. A Antártida contém o maior reservatório de água doce e 90% da água potável (saudável) do planeta. Cientistas alertam que o continente

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antártico está perdendo gelo mais rápido do que consegue formar, fenômeno atribuído à elevação da temperatura causada pelo aumento do efeito estufa, processo de aquecimento natural da Terra que poderia dissolver parte do gelo dos pólos, acarretando uma elevação do nível do mar e provocando inundações no litoral de outros continentes, o que colocaria em risco todo o ecossistema do planeta. A plataforma da península antártica tem reservas estimadas em 50 milhões de barris de petróleo e é rica em ouro, prata, gás natural, urânio, carvão, manganês, platina, cobre, cobalto, níquel, cromo e berilo. Conforme decisão dos 26 países signatários do Tratado Antártico, esses recursos naturais não podem ser explorados, e resolveram em 1991, por pressão das ONGs, prorrogarem o acordo por mais 50 anos, proibindo a exploração mineral no continente gelado. Estima-se a presença de 350 milhões de aves, das quais 175 milhões são pingüins, que se dividem em 17 espécies. São encontrados também o leão-marinho, a baleia orca, a foca-leopardo, peixes, crustáceos como o kril (um camarão endêmico de grande valor protéico), entre outros animais. Quanto à flora, existem aproximadamente 800 espécies, cuja maioria é composta por liquens. O Brasil assinou o Tratado Antártico em 1975 e, como outros países, têm instalado no continente uma base para investigação científica, a base Comandante Ferraz.

Anticlinal: Diz-se da área elevada (convexa, saliente) de uma dobra tectônica.

Antípoda: Região ou ponto que em relação ao globo terrestre, está diametralmente oposto a outro. Um ponto localizado a 90o Leste de longitude, tem como sua antípoda o ponto que fica a 90o Oeste de longitude. Outro exemplo: um ponto que se encontra sobre a longitude de 0o, tem sua antípoda no ponto que fica a 180o de longitude Oeste ou Leste.

Antropologia: De antropos (homem) + Logia (estudo), é uma ciência social dedicada ao estudo das culturas, da diversidade e diferenças culturais, seja das manifestações cotidianas da vida contemporânea ou de civilizações passadas. Apóia-se em outras ciências como a Etnologia, Etnografia e a Sociologia.

APA: Área de Proteção ambiental. As APA’s têm como finalidade garantir a proteção ambiental das áreas de relevante interesse público, a fim de assegurar o bem estar das populações humanas e conservar ou melhorar as condições ecológicas locais, através do estabelecimento de normas para limitar ou proibir o desenvolvimento de atividades potencialmente degradadoras que coloquem em risco estas condições. O zoneamento das APA’s é fundamental para garantir este processo. Segundo a professora Regina M. F. Camargos (Doutora em Geografia pela UFMG) a APA pressupõe o envolvimento, a intenção da comunidade em participar da gestão da unidade a ser conservada. Quando a categoria foi criada, em 1981, sua proposta era bem avançada para o momento. Naquele período, as unidades de conservação eram criadas e administradas de uma maneira centralizada, unilateral, de acordo com um modelo que se afirmou durante o período militar, um modelo que fazia parte de uma política geral de controle ambiental. Mas, o que então impediria as APA's de cumprirem suas finalidades ambientais? Segundo a Técnica em Planejamento

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Ambiental, Vânia S. Barbosa, a experiência adquirida no período em que a supervisão das APA’s era atribuição da FEAM (Fundação Estadual do Meio Ambiente), tornou evidente a falta de uma política bem definida para a implementação das APA’s que efetive os incentivos previstos em lei. Ressaltem-se ainda, segundo Vânia Barbosa, os desafios do ordenamento territorial que implicam em restrições adicionais, gerando resistência de alguns segmentos da sociedade. Outra questão é a participação da comunidade, ainda incipiente, pela falta de estrutura, muitas vezes “negligente”, do poder público.

Apartheid: Expressão originada do inglês, e que significa separação. O Apartheid foi uma política de segregação (separação) racial implantada na África do Sul, no início do século XX e oficializada em 1948, pela minoria branca e de descendência britânica para consolidar o poder de uma elite sobre a maioria da população de descendência negra. A justificativa mais usada pela elite branca, os africânderes, era a de garantir (preservar) a pureza e a cultura da raça branca. Diante disso, os negros se viram forçados a morarem em zonas afastadas, além de não terem direitos políticos. A lei de segregação racial só teve seu fim em 1994, depois de anos de luta, principalmente sob o comando do grande herói negro Nelson Mandela, que inclusive chegou a ser condenado pelos brancos à prisão perpétua, durante o regime racial.

Apicultura: Atividade que envolve a criação de abelhas para fins de produção e comercialização de produtos in natura como mel e própolis. O Brasil, no ano de 2005, ocupava a 15ª posição no ranking mundial da produção de mel. Naquele ano, o Brasil produziu cerca de 33.000 toneladas, enquanto que a China, maior produtor mundial, produzia no mesmo período, cerca de 280.000 mil toneladas (Globo Rural, 2007).

Apogeu: Do adjetivo grego apógeios; que é ou está distante, afastado da Terra. De ap(ó)- e gáios ou geîos 'da terra'. Ponto mais distante entre o centro da Terra e o objeto (satélite ou qualquer outro astro) que translada por sua órbita elíptica. O apogeu é o contrário de perigeu. A distância da Lua em relação à Terra varia de 406.680 Km (apogeu) a 356.410 Km (perigeu).

Aquecimento Global (Global Warming): Contexto de aquecimento planetário progressivo ligado principalmente ao agravamento do efeito estufa. O aquecimento total depende da relação entre a magnitude do aumento da concentração de cada gás associado ao efeito estufa, de suas propriedades radiativas e de suas concentrações já presentes na atmosfera. Alguns dos principais efeitos adversos sinalizados e já percebidos nos dias atuais são: a) aumento no nível do mar, b) alteração no suprimento de água doce, c) tempestades de chuva e neve fortes e mais freqüentes e d) forte e rápido ressecamento dos solos devido a períodos secos mais intensos. Dados obtidos em amostras de árvores, corais, geleiras e outros métodos indiretos, sugerem que as atuais temperaturas da superfície da Terra estão mais altas do que em qualquer época dos últimos 600 anos. A partir de dados disponíveis até 1990 e da tendência de emissões nos níveis atuais, sem a implementação de políticas específicas para a redução de emissões, a projeção do Painel Intergovernamental

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Sobre Mudanças Climáticas (IPCC) é de que o aumento da temperatura média na superfície terrestre seja entre 1 e 3,5oC no decorrer dos próximos 100 anos, enquanto que o aumento observado no século XIX foi entre 0,3 e 0,6oC. O aquecimento pode variar por região, sendo acompanhado por mudanças na precipitação que podem incluir incrementos ou reduções em diferentes regiões, e também mudanças na variabilidade do clima e na freqüência e intensidade de eventos extremos de clima. Exemplos dos impactos dessas mudanças climáticas são: aumento na freqüência de ondas de calor e diminuição da freqüência de ondas de frio; incremento na freqüência de eventos de chuva intensa que podem favorecer enchentes; secas de verão mais intensas; incremento de ciclones tropicais e variações na freqüência e intensidade de eventos tipo El Niño. Os anos da década de 1990 foram os mais quentes do período de registro desde 1860. Os anos mais quentes do período foram 1997 e 1998, com um aquecimento de 0,57°C maior que a média de 1961-1990. Os sete anos mais quentes da Terra ocorreram na década de 1990, e são (em ordem descendente): 1998, 1997, 1995, 1990, 1999, 1991 e 1994. O ano mais quente do último milênio foi o de 1998 e o mais frio, o de 1601. Um relatório divulgado no dia 02/02/2007, pelo IPCC, alerta para o risco de a temperatura aumentar até 4º até o ano 2100. Segundo o documento, que tem 21 páginas e foi elaborado por cientistas de 113 países, a temperatura do planeta poderá subir de 1,8ºC a 4ºC nos próximos 100 anos, provocando aumento do nível das águas oceânicas em até 59 cm, além de inundações e ondas de calor mais freqüentes. Os cientistas alertam ainda que se nada for feito para se reduzir a poluição atmosférica, centrada principalmente na emissão de CO2, este crescente desajuste climático modificará totalmente as condições de sobrevivência no planeta. NOTA DO AUTOR: “O aquecimento Global será o grande dilema do século XXI; um problema grave a ser incessantemente discutido e combatido como o grande flagelo da existência humana. O Homo sapiens nunca esteve tão próximo de sua auto-extinção, e se não forem tomadas medidas urgentemente drásticas como a paralisação do progresso industrial, a adoção de posturas voltadas quase que totalmente para a reutilização de produtos manufaturados (reciclagem), além de intensos reflorestamentos e substituição de combustíveis fósseis por outros menos poluentes, certamente esse quadro há de se tornar irreversível com a biosfera se exaurindo totalmente. Que não paguemos para ver”. Ver mais em “Gases Estufa” e Poder Estufa”.

Aqüífero: Expressão originada do latin e que significa “carregar água”. Os aqüíferos são unidades rochosas ou sedimentares, porosas e permeáveis, que armazenam e transmitem volumes significativos de água subterrânea passível de ser utilizada pelo homem. Um grande exemplo desse tipo de formação é o Aqüífero Guarani, um dos maiores reservatórios de água doce do mundo, com cerca de 1,2 milhões de km2, e que se estende pelos estados do Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, e Santa Catarina, além de partes do Uruguai, Paraguai e Argentina. O Aqüífero Guarani pode fornecer aproximadamente 40 trilhões de metros cúbicos de água por ano, o suficiente para abastecer as populações do Brasil e dos Estados Unidos juntas. Porém, essa preciosidade toda já se encontra ameaçada pelo mau uso dos solos, principalmente

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no estado de São Paulo, onde na região de Ribeirão Preto a contaminação por agrotóxico já se encontra no limite do tolerável.

Árabe: Essa expressão tanto pode se referir àquele que é originário da Península Arábica, quanto àquele que genuinamente domina a língua árabe. Também pode se referir àquele que nasceu num país membro da chamada “Liga Árabe”, um grupo de 22 países situados entre a península arábica e o extremo norte da África, no “Mundo Árabe”. Uma reportagem especial sobre o mundo árabe, publicada pela revista The Economist em agosto de 2009, faz a seguinte menção sobre o mundo árabe: “Por mais conveniente que seja descrever os 22 países (incluindo a ainda não nascida Palestina) que pertencem à Liga Árabe como “o Mundo Árabe”; a elegante frase pode enganar. Esta é uma aglomeração heterogênea de cerca de 350 milhões de pessoas - maronitas, coptas, berberes, curdos e africanos, assim como árabes e muçulmanos - habitando uma miscelânea de terras do Atlântico ao Golfo Pérsico e do deserto do Saara ao sopé da Anatólia. Todas as generalizações sobre os árabes - suas experiências, instintos e estilos de fé ou política - devem ser tratadas com ceticismo. Ser "um árabe" é uma noção tão escorregadia quanto ser “um europeu”. Estas são identidades vagas, colocadas e tiradas de acordo com o gosto e a circunstância. Muitos dos cristãos africanos negros vivem no sul do Sudão, que por acaso é membro da Liga Árabe, e ficariam surpresos se lhes dissessem que são árabes. Reagiria da mesma forma, apesar de muçulmano, um curdo iraquiano (contudo, não um cristão libanês ou palestino). Os árabes não são um grupo étnico ou religioso, nem são um grupo lingüístico. O árabe é amplamente falado no mundo árabe, mas para o que importa é o francês. E os dialetos árabes diferem tanto que um sírio terá dificuldade em entender o árabe de um marroquino. Uma vez que grande parte da fronteira do mundo árabe se deve mais aos arranjos dos colonizadores europeus do que a autênticos agrupamentos nacionais, alguns árabes podem se ver primeiro como árabes e, depois, como jordanianos ou libaneses. Para um egípcio provavelmente seria o contrário. O Islã é a religião predominante do mundo árabe, mas muitos dos muçulmanos do mundo não são árabes. E, embora o Islã dê aos árabes um forte senso de irmandade, pode ser uma força de divisão também. Em algumas circunstâncias sunitas e xiitas ainda lutam guerras religiosas uns contra os outros, como fizeram recentemente no Iraque. Também em completo contraste à Europa, o mundo árabe tem visto pouca integração formal. A República Árabe Unida (RAU) que Egito e Síria formaram em 1958 durou apenas três anos. Graças à invasão do Kuwait por Saddam Hussein, o Conselho de Cooperação Árabe (CCA) do Egito, Iraque, Jordânia e Iêmen do Norte sobreviveu apenas um ano depois do seu nascimento em 1989. A União do Magrebe Árabe foi um fracasso. A AI- Jazira faz um trabalho infinitamente melhor” (Carta na Escola, edição nº 40, outubro de 2009).

Aragem: Vento muito brando que encrespa a superfície do mar durante uma calmaria. Corresponde à brisa leve terrestre.

Araucária: Pinheiro-do-Paraná (araucária angustifólia); da família das araucariáceas.

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Araucária Angustifólia: Domínio morfoclimático brasileiro que ocorre nos planaltos arenitos-basálticos da Bacia do Paraná. É um dos mais afetados pelos impactos antrópicos. A mata de Araucária ou mata de Pinhais, que cobria grande parte da região Sul do Brasil, encontra-se nos dias atuais quase totalmente devastada pela atividade agropecuária e extração de madeira (pinheiro). A araucária, árvore símbolo do estado do Paraná e que apresenta altura de até 50 metros e diâmetro superior a 2 metros, faz parte da lista vermelha de espécies ameaçadas de extinção.

Arco de ilha: Relacionado a evento tectônico, é a faixa encurvada onde despontam ilhas vulcânicas e que se forma acima de uma zona de subducção intra-oceânica. A formação dos arcos de ilhas está diretamente relacionada com locais onde se configuram bordas convergentes de placas tectônicas. As ilhas formam-se na placa cavalgante, a partir de magmas ascendentes derivados da placa subduzida e da astenosfera, localizada acima daquela.

Área antropizada: Área onde há ocupação do homem, exercendo atividades sociais, econômicas e culturais sobre o ambiente (IBGE, 2003).

Área (zona) de Livre Comércio: Tipo de bloco econômico em que os países membros eliminam todas as barreiras tarifárias e não-tarifárias ao comércio recíproco. Área de livre circulação de mercadorias e capitais. Ex: NAFTA, bloco formado por Estados Unidos, Canadá e México.

Área de Proteção Ambiental (APA): Objetiva a conservação da vida silvestre, dos recursos naturais e a manutenção de bancos genéticos, bem como a preservação da qualidade de vida dos habitantes da área. A ocupação se dá com o zoneamento ambiental pelo poder público, em conjunto com universidades e Organizações Não-Governamentais (ONGs). Podem ser federais (leis 6.902 e 6.938 e decreto 88.351) ou estaduais. São áreas de domínio particular, declaradas como de interesse para proteção ambiental pelos Poderes Públicos Federal, Estadual e Municipal, a fim de assegurar o bem estar das populações humanas e conservar ou melhorar as condições ecológicas locais (Lei 6.902 de 27/04/1981).

Área instável (Geologia): Área suscetível a eventos geológicos de grandes, médias e pequenas proporções. São aquelas áreas de encostas íngremes, que mesmo com vegetação fechada, não oferecem confiança a geólogos quanto à estabilidade. Um exemplo são as encostas que sofreram escorregamentos naturais em Angra dos Reis (RJ), na virada do ano de 2009 para 2010. Naquele caso específico, as áreas de mata fechada que desmoronaram encosta abaixo, atingindo pousadas de luxo (como na Enseada do Bananal) e favelas (como a do Morro da Carioca) em Ilha Grande, situam-se sobre um substrato formado por rocha impermeável que, portanto, não absolve grandes quantidades de chuva, o que acaba resultando numa saturação natural da drenagem, o que acaba por acarretar grandes escorregamentos de terra e pedras inclusive. Ver mais em “Solifluxão”.

Área metropolitana: Espaço ou região ocupada por uma grande metrópole, seus subúrbios e cidades vizinhas. Exemplos de áreas metropolitanas: São Paulo (mais 36

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municípios), Rio de Janeiro (mais 14 municípios), Nova York, Tóquio, Londres, Paris.

Áreas de Risco: São aquelas suscetíveis a acidentes naturais, principalmente desmoronamentos (escorregamentos) e inundações, e que, portanto, não deveriam ser ocupadas pelo ser humano. Uma vez estabelecido nessas áreas, o ser humano acaba ampliando, potencializando, os riscos de acidentes, através de ocupações desordenadas, desmatamentos e mau uso dos solos. O antropismo tem sido não somente um fator agravante, como o grande responsável pelo crescimento dessas áreas nos últimos tempos. No Brasil, as principais áreas de risco são as encostas íngremes e as várzeas (áreas inundáveis dos rios). Em nível planetário podemos identificar também como áreas de risco aquelas suscetíveis a avalanches, explosões e derramamentos de lavas vulcânicas, tempestades ciclônicas, tsunamis, dentre outras.

Árido: Adjetivo que se atribui ao clima ou região em que a precipitação pluviométrica (chuva) é muito escassa. São exemplos de regiões áridas: os desertos quentes do Saara (África), do Atacama (Chile) e a região fria da Patagônia (no sul da Argentina).

Aristocracia: Do grego aristokratía, significa poder, autoridade, domínio, governo de uma classe. A aristocracia pode ser entendida como uma organização político-social baseada nos privilégios de uma classe que, na maioria das vezes por herança, detém o monopólio do poder em uma determinada sociedade. Um exemplo clássico, brasileiro, de domínio de uma aristocracia, ocorreu até meados do início do século XX, quando a classe rural, principalmente a cafeeira, dominou o cenário político e econômico do nosso país. Durante a República Velha, entre 1889 e 1930, ouve inclusive um revezamento no poder entre as oligarquias cafeeira (paulista) e leiteira (mineira), o que tornou o período conhecido por “República do Café com Leite”.

Arqueano: Na escala geológica do tempo, corresponde ao período do Arqueozóico (vida arcaica) em que não havia vestígios de seres evoluídos, apenas o desenvolvimento de seres unicelulares nos oceanos. O Arqueano é o período mais antigo da Era Pré-Cambriana, e teria se iniciado a 4,6 bilhões de anos, tendo durado cerca de 2 bilhões de anos. A formação da Terra, o desenvolvimento lento da litosfera, da hidrosfera e da atmosfera, são eventos relacionados a este longo período.

Arqueologia: De arqueo (antigo) + logia (estudo), do grego arkhaiología “estudo das coisas antigas, da origem e história antigas”, é uma ciência surgida no século XVIII que se dedica ao estudo de antigas civilizações através da descoberta e interpretação de restos materiais deixados pelos povos que as formavam. A Arqueologia tem estreita relação com outras ciências afins como a História, a Paleontologia e a Antropologia.

Arqueozóico: Intervalo da escala geológica do tempo que significa "vida arcaica". O Arqueozóico é um intervalo intermediário do Pré-cambriano, entre o Azóico e o Proterozóico. O termo Arqueozóico é também chamado de Arqueano. Foi provavelmente durante esse intervalo que houve a ocorrência de chuvas intensas que

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formaram os oceanos. Também teriam ocorrido durante o Arqueozóico soerguimentos de montanhas e intenso vulcanismo, além do próprio desenvolvimento pioneiro de vida nos oceanos, em seres unicelulares.

Arquipélago: 1 – Diz-se do agrupamento de ilhas que se encontram concentradas em certas áreas dos oceanos. É um termo mais de caráter geográfico, interessando, no entanto, à geologia e à geomorfologia. Como exemplos de arquipélagos, podemos citar o das Antilhas, o Indo-Malaio, o de Fernando de Noronha, dentre outros. Na foz dos rios deltáicos também se formam os arquipélagos de natureza sedimentar. 2 – Grupo de ilhas próximas entre si e que apresentam a mesma origem e estrutura geológica, podendo ser continentais, coralíneas ou vulcânicas (IBGE, 2003).

Arrecife: O mesmo que recife.

Arroio: Palavra de origem espanhola que significa riacho; regato. Curso de água de pequena extensão encontrado na região sul-rio-grandense (Brasil). Em áreas desérticas o termo “arroio” costuma ser utilizado para se referir ao leito seco de um rio. O arroio Chuí, no Rio Grande do Sul é o ponto mais meridional do Brasil. Este pequeno rio, já foi palco de conflitos entre portugueses e espanhóis durante o período colonial, nos séculos XVIII e XIX. Hoje este riacho representa uma importante referência geo-turística do país. Localizado a 33 graus de latitude Sul, o arroio Chuí é sempre lembrado no mundo acadêmico e nas escolas quando se discutem as dimensões continentais do nosso país. Na sua margem direita estão as terras uruguaias, enquanto que na margem esquerda estão terras sul-rio-grandenses.

Ártico: Situado ou relacionado à área glacial (gelada) que se estende ao redor do pólo norte. O termo, que vem do grego arktikós, na Geografia, refere-se a tudo aquilo que se localiza ao norte do domínio fitogeográfico circumboreal, onde predominam os subarbustos, as plantas herbáceas, além de numerosos liquens.

Assoreamento: Processo de elevação de uma superfície por deposição de sedimentos. Obstrução parcial de córregos, rios, canais ou estuários por sedimentos como areias ou outros detritos, concentrando-se geralmente onde a correnteza é menor.

Astecas: Povos Pré-Colombianos que por séculos dominaram o planalto mexicano, onde teriam, em 1325, fundado a cidade de Tenochtitlan (atual Cidade do México). Teriam sido dizimados no século XVI com a chegada dos conquistadores espanhóis chefiados por Hernan Cortez. Segundo alguns historiadores, o grande contingente populacional de Tenochtitlan (capital do império asteca) girava em torno de 300 mil habitantes na época da chegada dos conquistadores. Os astecas, povos politeístas originários da região que hoje corresponde à Califórnia, formavam uma sociedade civilizada, com superestruturas sofisticadas e com forte poder de dominação. A estrutura de dominação asteca era instável (conflituosa). Entre os povos subjugados ao império teocrático asteca, podemos citar os Zapotecas, os Mixtecas, os Toltecas e os Tarascos.

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Astenosfera (Estenosfera): Camada viscosa (plástica) composta de material mais ou menos fundido, que se encontra imediatamente abaixo e em contato com a Litosfera (parte rígida) da Terra. A espessura dessa camada varia entre 100 e 400 km.

Astrolábio: Instrumento de orientação antigo, baseado na medição da posição dos astros em relação à Terra. Instrumento para medir a altura de um astro acima do horizonte. Foi utilizado pelos Muçulmanos e pelos navegadores ibéricos do século XVI. Ajudava a determinar a posição do navio no alto mar.

Atacama (deserto): Deserto quente e costeiro sul-americano que abrange terras peruanas e principalmente chilenas. Trata-se de um dos desertos mais secos do planeta, onde a pluviosidade pode não ultrapassar 1 mm durante vários anos. Essa aridez toda se forma porque os ventos úmidos do pacífico são barrados pela corrente fria de Humboldt que provoca chuvas em alto mar. Assim, eles perdem sua umidade sobre a corrente e chegam secos à costa oeste da América do Sul, à altura do Peru e Chile. Vale ressaltar que a Corrente de Humboldt é uma corrente marinha fria que acompanha a costa Oeste da América do Sul no sentido Sul/Norte; a temperatura das águas dessa corrente varia entre 4o e 5o, mas nunca ultrapassa os 10o C.

Aterro sanitário: Técnica de disposição de lixo, fundamentada em critérios de engenharia e normas operacionais específicas, que permite a confinação segura em termos de controle da poluição ambiental e proteção à saúde pública (IBGE, 2003).

Atlas: Conjunto de mapas agrupados num livro. Conjunto ou coleção de mapas ou cartas geográficas reunidos em um volume.

Atmosfera: Envoltório gasoso que recobre a Terra, compreendendo várias camadas com características próprias (troposfera, estratosfera, mesosfera, ionosfera, exosfera) e zonas de transição entre elas (tropopausa, estratopausa, mesopausa). Numa definição mais técnica, pode-se dizer que a atmosfera é uma mistura de gases estáveis e altamente compressíveis. Os principais gases atmosféricos são: o N2 ou Azoto (que responde por 78% de toda a massa atmosférica), o O2 (abrange cerca de 20%) e o CO2 (cerca de 1%). Cerca de 80% da massa atmosférica se encontra na troposfera, que é a camada em contato com a superfície do planeta. As outras camadas são: a estratosfera, onde está a maior concentração de O3 (ozonosfera); a mesosfera, onde predomina o oxigênio molecular, e a ionosfera, marcada pela presença de íons (e+ + e-).

Atol (ou atool): 1 – Ilha ou arquipélago de corais de forma circular contendo uma laguna. Os atóis são numerosos nas áreas quentes do oceano Pacífico. 2 – Construção feita por corais ou outros tipos de invertebrados, com laguna central, formada distante da costa. O Atol das Rocas, a 240 quilômetros do litoral do Rio Grande do Norte, foi a primeira reserva biológica do País, criada em 1979 e formada por corais. Esse atol é habitat de mais de 100 mil aves, que lá se reproduzem. O mais extenso arco de corais formado por um atol é o Kwajalein, que fica nas Ilhas Marshall (no Pacífico). A laguna central do atol tem uma área aproximada de 2.900 km2.

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Aurora Boreal: Fenômeno natural que ocorre em alta latitude e na alta atmosfera (a aprox. 100 km de altitude) e que é causado por partículas energéticas, principalmente elétrons, que são guiados para dentro da atmosfera pelo campo magnético da Terra. Aurora Boreal é um termo lapão que significa “luzes da noite”, por ser um fenômeno conhecido na noite polar no norte da Lapônia. O fenômeno colore o céu da Lapônia com cores belíssimas e variadas propiciando um dos mais belos espetáculos naturais do nosso planeta. A Lapônia Finlandesa é, há séculos, um local popular para se pesquisar a aurora, e hoje os pesquisadores finlandeses estão à frente na pesquisa do fenômeno.

Aurora Polar (austral): Fenômeno idêntico à aurora boreal, e que ocorre no outro extremo latitudinal da Terra, na Antártida. AVÉROUS (1996) faz a seguinte observação sobre a aurora austral: “A imantação terrestre cria no espaço uma espécie de casulo, que protege nosso planeta das partículas eletrizadas lançadas pelo sol. Sob algumas condições, no entanto, essas partículas entram na atmosfera, que se ilumina à sua passagem. Arcos e franjas verdes e vermelhas se acendem e vagueiam pelo céu noturno: são as auroras polares!”.

Autóctone: Do latin autochthon, nascido no país que habita; indígena. Diz-se da pessoa, animal ou planta que é originária (nativa) do país ou local em que habita. Segundo a antropologia moderna, não existe hoje, um povo que possa ser considerado autóctone, no entanto, se emprega este termo para designar alguns indígenas da América do Norte assim como algumas ilhas do Pacífico. A população autóctone da América pré-colombiana, segundo vários historiadores, era de dezenas de milhões de nativos (entre 15 e 90 milhões). Se não há um consenso quanto ao número de nativos da América pré-colombiana, também não há quanto ao número restante; alguns historiadores apontam para uma redução de até 90% nos últimos 500 anos.

Azimute: É a direção horizontal de um vetor, medida no sentido horário em graus de rotação a partir do eixo positivo (y). Distância angular, medida sobre o horizonte, variando de 0º a 360º, a partir do norte por leste (Azimute topográfico) ou a partir do sul por oeste (Azimute astronômico).

Azóico(a): Na escala geológica do tempo, corresponde à Era "sem vida", que teve uma duração de bilhões de anos. A Era mais primitiva, quando não havia a presença de vida sobre a Terra e quando ocorreu o resfriamento do planeta. A formação das primeiras rochas com a solidificação de minerais está relacionada com essa Era.

Azoto: Do francês azote, antigo nome da substância “nitrogênio”. É o nitrogênio gasoso (N2), o gás mais abundante da atmosfera terrestre compreendendo aproximadamente 78% de todo o seu volume.

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B

Babaçu: Palmácea nativa do Brasil, de grande valor econômico, muito aproveitada no extrativismo vegetal. Embora ocupe grande espaço na área de transição da floresta equatorial para o cerrado, é, ainda, encontrado em áreas tipicamente tropicais. O babaçu (Orbignya phalerata) pode ter caráter de invasor, principalmente nas áreas mais planas de campos, logo após as queimadas, quando o terreno é preparado para a lavoura. Os locais onde aparecem babaçuais não representam extensões contínuas, mas formam verdadeiras ilhas isoladas. Principais áreas de ocorrência: Meio-Norte, Centro-Oeste e Oeste da região Sudeste do Brasil. Razão da importância: A extração do óleo das castanhas (Indústria extrativa importante no Meio-Norte); folha para cobertura de casas; o estipe para cercas, construção de casas, artesanato e uso comum pela população.

Bacia: 1 – Área deprimida de forma variada. 2 – Conjunto de terras pouco inclinadas podendo ser ocupada ou não com rios ou lagos. O termo bacia pode ser tomado em geologia e geografia com várias acepções como: bacia estrutural, bacia fluvial ou hidrográfica.

Bacia da Pampulha: Complexo que integra a bacia do ribeirão do Onça, que deságua no rio das Velhas. A lagoa, que recebe água de oito afluentes, foi construída em 1936, com o objetivo de ampliar o abastecimento de água da região Norte de Belo Horizonte e contornar as constantes inundações. A ocupação desordenada ocasionou rápido processo de degradação da lagoa. O acúmulo de sedimentos, esgoto e lixo, além de tornarem a água imprópria para consumo e lazer, também contribuem para o adiantado processo de assoreamento pelo qual passa a lagoa.

Bacia hidrográfica: Área drenada por um rio principal e seus tributários. As bacias hidrográficas geralmente recebem o nome do rio principal, sendo também chamadas bacias fluviais (hidrográficas) ou bacias de drenagem. A maior bacia hidrográfica do planeta é a do rio Amazonas, que tem cerca de sete milhões de km2.

Bacia lacustre: Conjunto de terras banhadas por um ou vários lagos.

Bacia oceânica: Depressão ocupada pelos oceanos, excluindo-se a plataforma continental.

Bacia sedimentar: Expressão usada para se referir a uma área geográfica com depressão decorrente da subsidência do terreno, formando uma grande bacia que recebe os sedimentos provenientes das áreas altas que a circundam. Esses sedimentos vão se acumulando e, à medida que vão sendo soterrados, são submetidos a um aumento de pressão e temperatura, iniciando o processo de litificação, que forma uma sucessão de estratos de rochas sedimentares. O registro sedimentar dessas áreas é geralmente composto por um espesso pacote sedimentar no seu interior, o qual diminui de espessura ao se aproximar das bordas da bacia e apresentam camadas de

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rochas que mergulham da periferia para o centro. As bacias sedimentares preservam um registro detalhado do ambiente e dos processos tectônicos que deram forma à superfície da Terra através do tempo geológico, além de servirem como importante repositório de recursos naturais, tais como água subterrânea, petróleo e recursos minerais diversos (extraído da revista Conhecimento Prático Geografia, ed. 30, mar/2010, p. 47).

Bacias hidrográficas mais importantes: Américas - América do Norte: bacia do Mississípi-Missouri (a maior bacia hidrográfica da América do Norte, com 3.300.000 km² de área, localiza-se nos EUA); bacia do São Lourenço (une os Grandes Lagos ao oceano Atlântico); América do Sul: bacia Amazônica (a maior bacia hidrográfica do globo), banha uma área de 7.000.000 km², dos quais 4.780.000 Km² localizam-se em território brasileiro; seu rio principal, o Amazonas, é o maior rio em extensão e em volume de água do globo, com cerca de 7.000 tributários); bacia Platina (segunda maior bacia hidrográfica do mundo, banha uma área total de 4.000.000 km² em terras do Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina; é formada pelos rios Paraná, Paraguai e Uruguai). Europa — o continente europeu apresenta rios de pequena extensão, bem distribuídos e de grande importância para as populações e para a economia dos países. Os rios principais da Europa são: o Volga, localizado em território russo, com sua nascente no planalto de Valdai, percorre 3.560 km e encontra-se com o mar Cáspio (trata-se do rio mais extenso da Europa, com um grande movimento de navegação e grande potencial hidrelétrico); o rio Danúbio, segundo rio mais extenso da Europa, com 2.900 km, nasce na Floresta Negra, Alemanha, banhando oito países (Alemanha, Áustria, Eslováquia, Hungria, Iugoslávia, Bulgária, Romênia e Moldávia) e três capitais (Viena, Budapeste e Belgrado) até alcançar sua foz no Mar Negro; o rio Ródano, que nasce em terras suíças, passa pelo território francês e deságua no mar Mediterrâneo. O rio Pó, que nasce no norte da Itália. Ásia — hidrografia formada por rios que permanecem congelados boa parte do ano (e que deságuam no Ártico), rios intermitentes e os grandes rios do sul e do leste do continente. Os rios principais são o Yenissei, o Obi e o Lena, que atravessam a Sibéria e deságuam no Ártico. O Indus, o Ganges e o Bramaputra, nascem na região do Himalaia e deságuam no oceano Índico. O Yang-Tsé-Kiang (rio azul) é o maior rio asiático e o terceiro do globo em extensão ( 6.379 km) e, assim como o Haong-ho (rio amarelo, 4.672 km, quinto maior do globo), nasce no planalto do Tibet e deságua no oceano Pacífico. África — ali se encontra o rio Nilo, segundo maior rio do globo em extensão (6.695 km), que nasce no lago Vitória e deságua no mar Mediterrâneo. O rio Congo ou Zaire é o segundo maior do globo em volume de água, sua extensão é de 4.667 km e deságua no oceano Atlântico.

Bacias intra-cratônicas ou sedimentares paleozóicas: São as bacias formadas através das deformações da litosfera, resultantes da convecção descendente do magma (epirogênese negativa). O movimento do magma resulta do calor do núcleo (ou NIFE), que o aquece pelo contato entre ambos, gerando correntes convectivas (ascendente/descendente), e por não ter, o magma, como extravasar devido ao bloqueio feito pela crosta ou litosfera. Exemplos de bacias intra-cratônicas no Brasil são: a bacia Amazônica, a do Parnaíba, a do Paraná, a do Parecis Alto-Xingu e a do

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Alto Tapajós, que tiveram seus processos de sedimentação encerrados no início do Mesozóico.

Bahia: Maior estado do Nordeste brasileiro, com uma área de 564.273 km2. O relevo apresenta planícies no litoral e centro, com depressão nas partes norte e oeste. A vegetação predominante é a caatinga, que ocupa 54% das terras; temos ainda o cerrado na parte oeste e os manguezais no litoral. O clima predominante no estado é o tropical, com destaque para o úmido no litoral e o semi-árido em grande parte das terras centrais, principalmente na parte norte. A população é de 13.070.250 de habitantes (IBGE – 2000). Economicamente, o estado se destaca na produção de uva, mandioca, feijão e cana-de-açúcar, além do cacau, fruto este, que faz com que a Bahia se destaque como maior produtora nacional. O estado se encontra ainda, em processo acelerado de industrialização, principalmente devido à exploração de petróleo na região litorânea. A Bahia abriga ainda o maior contingente de negros e mulatos do país, e a má distribuição de renda e terras, são dois dos pontos mais negativos do estado; além disso, a alta taxa de analfabetismo, em torno de 22%, e o grande contingente de excluídos socialmente, ajudam com que O IDH de 0,693 deixe a Bahia apenas na 20ª posição no ranking brasileiro de desenvolvimento social, o que indica uma necessidade enorme de se melhorar, em muito, as condições sociais da população, majoritariamente afro-descendente. Curiosidade: O nome “Bahia” vem de Baía de Todos os Santos, região onde atracou uma esquadra portuguesa em 1º de novembro de 1501, dia de Todos os Santos. Em 1534, houve uma orientação para que as capitanias fossem batizadas com nomes dos acidentes geográficos mais comuns nos territórios ocupados.

Baía: 1 - Reentrância da costa, porém menor que a de um golfo, pela qual um mar penetra no interior das terras. A porção do mar que avança dentro dessa reentrância do litoral é menor que a verificada nos golfos e, além do mais, existe um estreitamento na entrada da baía. 2 - Porção do mar que se adentra pelo continente por uma passagem estreita, que se alarga no interior.

Baixada: Depressão do terreno; pequena planície situada entre montanhas.

Balança comercial: Relação entre as exportações e as importações de um País. Quando o valor das exportações supera o das importações, diz-se que ouve um superávit. Quando o valor das importações (o que é comum em países subdesenvolvidos) supera o das exportações, diz-se que ouve um déficit.

Balanço de radiação: Corresponde à diferença entre a quantidade de radiação que é absorvida e emitida por um dado corpo ou superfície. Em geral, o balanço de radiação na superfície da Terra é positivo durante o dia e negativo durante a noite. No decorrer do ano, o balanço na superfície terrestre é positivo, em contrapartida, o da atmosfera é negativo. Para o sistema Terra-atmosfera, o balanço é positivo entre as latitudes de 30º S e 40º N, e negativo no restante. Esses padrões de balanço de radiação têm implicações na circulação geral da atmosfera terrestre.

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Bálcãs: Palavra de origem turca que significa montanha. A península balcânica é a mais oriental da Europa mediterrânea. Nesta parte do leste europeu ocorreram os mais sangrentos confrontos desde a Segunda Guerra Mundial na Europa. Tudo começou a partir da declaração de independência da Bósnia–Herzegovina, em 1992. Os sérvios iugoslavos, contrários ao separatismo, teriam iniciado ataques contra bósnios muçulmanos e croatas, iniciando uma matança generalizada, principalmente de albaneses, na província de Kosovo. Um dos líderes dos massacres foi o presidente iugoslavo Slobodan Milosevic, acusado inclusive de implantar uma limpeza étnica na região. Somente com a intervenção definitiva da OTAN, em 1999, os massacres teriam sido controlados. O saldo final de mortos passou dos 200 mil, com mais de dois milhões de refugiados de guerra.

Balestilha: Instrumento náutico de orientação, semelhante ao astrolábio, usado pelos antigos navegadores para medir a altura dos astros. A palavra vem do espanhol ballestilla (1884), ou balista, antigo instrumento de navegação.

Banco de areia: Elevação encontrada no curso de um rio, ou numa área portuária, que impede o deslocamento das embarcações, que só voltam a navegar após a subida das águas.

Banco Mundial: Ver BIRD.

Banhado: Termo derivado do espanhol bañado, usado no sul do Brasil para designar as extensões de terras inundadas pelos rios. Constituem terras boas para a agricultura.

Banquisa (Pack): Camada superficial de gelo, resultante do congelamento da água do mar. A banquisa Antártida se forma durante o inverno polar com o congelamento dos mares de seu entorno, praticamente dobrando o tamanho dessa imensa calota austral.

Barlavento: Vento encosta acima. Face de qualquer elemento voltada para o lado que sopra o vento. O oposto denomina-se sotavento.

Barra: 1 - Entrada de um porto marítimo, foz de um rio, acúmulo de material de origem aluvial paralelo à costa. 2 - banco de areia ou de outros sedimentos que os rios trazem e depositam nos locais onde as águas correm com menos energia. Alguns dos locais mais propícios às formações de barras são os meandros e as desembocaduras fluviais junto aos mares.

Barragem: Construção, geralmente de pedra e concreto, destinada ao represamento de águas. A finalidade principal da barragem é armazenar água para irrigação de plantações e prover o acionamento de dínamos das usinas hidrelétricas, por meio de energia hidráulica.

Barreira: Paredão de rochas sedimentares, batido pelas ondas marinhas, e que, por essa razão, passa por um processo de erosão.

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Basalto: Rocha ígnea extrusiva (vulcânica) com teor de sílica (SiO2) compreendido entre 45% e 52%.

Batólito: Grande massa irregular de rochas ígneas solidificadas em profundidade e postas a descoberto por ações erosivas.

Belts: Cinturões; áreas seletivas de agricultura especializada resultantes da aplicação da lógica da localização industrial (maior rentabilidade, menores custos) à produção agrícola. A destinação da produção (mercado interno ou externo) e as facilidades naturais determinam a localização ideal das principais culturas americanas. A moderna agricultura capitalista norte-americana gerou no país os grandes cinturões (belts) agrícolas com alto grau de mecanização das propriedades, além do uso intensivo dos solos em latifúndios, colocando o grande império como o maior produtor mundial de alimentos. Somente no ano 2000 os EUA eram responsáveis por nada menos que 23% de toda a produção mundial de alimentos in natura. No Nordeste dos EUA destaca-se o Green Belt, um grande cinturão verde com produção intensiva nas pequenas propriedades hortifrutigranjeiras. Na planície central norte-americana se destacam os cinturões do trigo (Wheat Belt), do milho (Corn Belt), da soja (Soy Belt) e do algodão (Cotton Belt), configurando a principal área de agricultura intensiva e agroindustrial do planeta. Já no Oeste estadunidense destacam-se os Ranching Belts, com produção intensiva de gado leiteiro e de corte.

Bem durável: Bem produzido para uso (consumo) em longo prazo. Exemplos: automóveis e televisores.

Bem não durável: Bem produzido para uso (consumo) em curto prazo, imediato, devido ao risco de deteriorização. Exemplos: produtos alimentícios de um modo geral.

BENELUX: União Alfandegária entre a Bélgica, Holanda (Nederland) e Luxemburgo, criada em 1944 em Londres e posta em prática gradualmente até 1948. Este bloco eliminou as tarifas aduaneiras e adotou tarifas comuns para os produtos importados de outros países e foi o começo da integração que mais tarde se transformaria no Mercado Comum Europeu.

Berberes: Grupo nômade, de origem camita, que habita, há milênios, principalmente as regiões montanhosas do Norte africano. A localidade habitada pelos Berberes é também conhecida como MAGREB, e compreende principalmente as montanhas Atlas e Rif, no Marrocos, e Cabílias e Aurès, na Argélia.

Berlim, conferência de: Reunião internacional entre 14 potências imperialistas presidida pelo chanceler alemão Bismark, entre novembro de 1884 e fevereiro de 1885 na cidade de Berlim. A conferência é um desdobramento do encontro de geógrafos realizado em Bruxelas (1876). O objetivo principal seria o acordo para a partilha do continente africano. Para o professor Ruy Moreira (1994) o destino da conferência seria aparar as arestas e institucionalizar a política de áreas de influência. Foi organizada sob os auspícios do governo alemão, até então ausente da escalada

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internacional por força dos problemas domésticos do capitalismo germânico. Dela teriam participados os mesmos integrantes do Encontro de Bruxelas oito anos antes, mas teriam se sobressaído os diplomatas das potências imperialistas, principalmente os alemães, belgas, franceses, ingleses e estadunidenses. Segundo MOREIRA (1994) comissões restritas prepararam relatórios sobre os pontos de maior desentendimento. As questões principais postas em mesa - onde Bismark exibia um enorme mapa da África – eram a liberdade do comércio na bacia do Congo e seus afluentes; a interdição do comércio de escravos; a neutralidade dos territórios na bacia do Congo; a navegação nos rios Congo e Níger; as condições essenciais a serem seguidas nas novas ocupações no Continente, principalmente na sua parte central, e claro, a efetivação das ocupações já efetuadas. MOREIRA (1994) afirma que a conferência foi uma tentativa de resolução à mesa das conversações daquilo que tentariam mais tarde resolver através da guerra (1914-1918). O fato é que o desdobramento dessa conferência é a consolidação do processo de neocolonização já vigente. Segundo DOWBOR (1995) a África deixava de ser mera fornecedora de escravos para ter o privilégio de ver o africano ser explorado em seu próprio território. (...) A Argélia vê as melhores terras da costa transformadas em cultura de vinhas – um país que por religião não bebe vinho. Angola é ocupada pelos portugueses que atingem Casange em 1870, antes mesmo da conferência de Bruxelas. No Benin, os escravos cuja captura continua – mas já sem possibilidades da sua exploração – são utilizados no próprio local para produzir os bens necessários à Europa (...). O que não podemos esquecer é que toda colonização da África se deu em comum acordo ou até mesmo dizendo com sólida aliança com as minorias dominantes do continente africano que na fase precedente fornecia os escravos para serem enviados aos outros continentes explorados pelos grandes impérios.

Big Bang: Suposta “grande explosão” que teria ocorrido entre 15 e 10 bilhões de anos atrás, originando o processo atual de expansão do universo. Teoricamente, a partir dessa “grande explosão”, toda a matéria hoje existente teria se formado em fração de segundos. À medida que o universo se expandia, as temperaturas extremamente altas da matéria expelida na “grande explosão” começaram seu decréscimo. Durante o processo de resfriamento as pequeníssimas partículas elementares começaram a se combinar formando os prótons e os nêutrons, que por sua vez formaram os átomos de Hidrogênio e Hélio. Esses gases formam atualmente a maior parte do universo em expansão. Para um grande número de astrônomos, o universo continua seu processo de expansão no chamado “universo fechado”, o que levaria a uma “grande contração” (Big Crunch), ou seja, a um processo onde toda a matéria do universo voltaria a se concentrar, possivelmente desencadeando um novo Big Bang. A outra hipótese, nesse processo de expansão, seria a da continuidade eterna do próprio processo expansionista, uma vez que não haveria no universo matéria suficiente para proporcionar que a gravitação viesse a superar a expansão, no chamado sistema de “universo aberto”.

Big Stick (Grande Porrete): Política externa beligerante que representou a ação mais efetiva dos EUA sobre o território latino-americano. Caraterizou-se por

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sucessivas intervenções militares sempre que instabilidades nas nações latino-americanas ameaçassem os interesses geopolíticos norte-americanos no início do século XX.

Biocombustível: Tipo de combustível de caráter supostamente renovável, ou seja, com produção teoricamente infindável, uma vez que independe de ser extraído em jazidas esgotáveis como as de combustíveis fósseis. Dentre as vantagens oferecidas pelos combustíveis renováveis estão os menores gastos com energia na produção, os menores custos e a maior produção, além dos menores efeitos nas emissões de gases estufa, uma vez que um biocombustível como o etanol, por exemplo, é menos poluente que um combustível de origem fóssil como a gasolina. O Brasil, juntamente com os EUA, é um dos líderes mundiais na produção do etanol. A grande diferença é que no Brasil se prioriza a cana-de-açúcar como matéria-prima desse biocombustível, enquanto que nos EUA, se prioriza o uso do milho. A eficiência, porém, da produção do etanol a partir da cana-de-açúcar, é maior que no uso do milho; uma vez que a partir da cana se produz mais por hectare, além de gastar menos combustível fóssil no beneficiamento do álcool da cana. Com isso, o custo na produção do etanol brasileiro é pouco mais da metade do custo do etanol produzido através do milho, o que resulta num preço final para comercialização de cerca de US$ 0,42 para o etanol brasileiro, e de US$ 0,92 para o etanol norte-americano (Globo Rural, 2007). Dentre os fatores negativos para ambos os lados vale ressaltar que tanto a produção de milho quanto da cana-de-açúcar em larga escala, requer uso de grandes extensões monocultoras de terras, o que gera problemas ambientais como a perda de biodiversidade e grande desgaste dos solos.

Biodegradável: Material ou produto que pode ser decomposto (destruído) por agentes biológicos como bactérias, por exemplo. Uma embalagem ou recipiente produzida com material biodegradável pode, na sua decomposição, poluir menos o meio ambiente, até mesmo pela maior rapidez na sua degradação. Os materiais produzidos a partir desta tecnologia ainda se encontram em fase experimental, pois os estudos acerca da sua eficiência, principalmente em termos ambientais, ainda não são conclusivos, apesar de resultados iniciais bastante animadores. Podemos citar como alguns dos produtos biodegradáveis em fase experimental as sacolas para embalagens e as garrafas PETs usadas principalmente pelos fabricantes de refrigerantes. Uma garrafa PET convencional leva até 200 anos para se decompor totalmente na natureza, um tempo de espera considerável se levarmos em conta principalmente a grande quantidade desse material que é despejada diariamente nos aterros sanitários.

Biodiesel: Espécie de biocombustível, inrtroduzido na matriz energética brasileira com o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (em 2004), obtido da mistura de um óleo com álcool, que pode ser metanol (hidrocarboneto derivado do petróleo) ou etanol (derivado da cana-de-açúcar). Os biocombustíveis são supostamente renováveis e provenientes de produtos agrícolas como a cana-de-açúcar, plantas oleaginosas e até gorduras de origem animal. O Brasil, por sua dimensão continental e pela diversidade climática, tem potencial para o cultivo de

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várias espécies vegetais que poderiam ser utilizadas como matéria-prima. Nesta lista estão: a soja, o dendê, o pinhão manso, a mamona, o girassol, o babaçu e até o amendoim. O biodiesel é apontado, por seus defensores, como um combustível ambientalmente correto, pois o gás carbônico produzido pela sua queima seria, teoricamente, consumido pelas plantas produtoras do combustível em seu processo de crescimento. Esse combustível também não liberaria na atmosfera o enxofre, um dos poluentes responsáveis pela chuva ácida. Existem ressalvas, porém, quanto à produção e uso do biodiesel. O professor do departamento de Engenharia Química da UFMG, Leandro Soares, aponta que o melhor termo para se referir ao biodiesel seria “ambientalmente favorável” ao invés de “ambientalmente correto”. Ele explica que apenas uma parte do CO2 produzido na queima do biocombustível é consumida pelas plantas que o geram. Outro que faz reservas, só que em relação à produção maciça do biocombustível, é o professor João Nildo Vianna, do Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília. Segundo Vianna, uma possível proliferação de monoculturas, principalmente da soja, poderia trazer problemas como o surgimento de pragas e quebra da diversidade de espécies.

Biodigestor: Equipamento utilizado principalmente para produção de gás (biogás) sem a utilização de produtos químicos. O gás produzido no processo se dá através da decomposição de matéria orgânica por colônias de bactérias. Os biodigestores são comumente usados também nas estações de tratamento de esgotos. Durante o processo, com a ausência de oxigênio, as bactérias presentes nos resíduos digerem a matéria orgânica. Em seguida o efluente é limpo através de um filtro biológico, tornando a água potável, ou seja, própria para ser reutilizada.

Biodiversidade: Diversidade das formas de vida (fauna e flora); diversidade biológica, isto é, de espécies existentes em uma determinada região ou ecossistema. Segundo estimativas conservadoras, há de 5 a 10 milhões de espécies de organismos no mundo. Outras fontes indicam a existência de cerca de 30 milhões. Deste total, somente 1,7 milhões de espécies são conhecidas ou foram descritas pela ciência. Das 150.000 consideradas superiores, 90.000 estão na América Latina. Cerca de 10% delas servem para fins industriais e 15% são comestíveis, o que soma 31.500 espécies atualmente utilizadas. O Brasil possui uma das maiores biodiversidades do planeta e a maior diversidade de mamíferos do mundo.

Biogás: Gás obtido através de reações anaeróbicas (sem oxigênio) de matéria orgânica existente no lixo recolhido nas cidades e depositado nos aterros sanitários energéticos. “Foi como achar dinheiro no lixo. Foi isso mesmo o que aconteceu com a “Biogás Energia Ambiental”. A empresa capta o gás bioquímico (GBQ) produzido no maior aterro sanitário de São Paulo, o Bandeirantes, localizado em Perus, na região metropolitana. O material é vendido para a Unidade Térmica de Energia (UTE) Bandeirantes, o que rende cerca de 700 mil reais por mês. Ali, serve de combustível – o gás move 24 grupos motogeradores capazes de produzir 20 megawatts de energia elétrica, quantidade suficiente para abastecer uma cidade de 300 mil habitantes. Na rede da Eletropaulo, a energia ilumina, entre outros locais, os prédios administrativos do Unibanco, que financiou a construção da usina. É, como

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se vê, um jogo de ganha-ganha, em que todas as partes faturam e a natureza agradece, pois o GBQ gerado no aterro deixou de ser liberado na atmosfera, e o que antes contribuía para o aquecimento global passou a ser combustível. Além disso, uma vez captado e aproveitado, o GBQ proporciona um faturamento adicional graças à venda de créditos de carbono, certificados que comprovam a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa. Em abril deste ano, a Biogás Ambiental vendeu, ao banco alemão KFW, 1 milhão de toneladas de créditos de carbono pelos gases de efeito estufa (GEE) que deixou de emitir em 2004 e 2005. O banco tratará de repassar os créditos a empresas de países desenvolvidos comprometidas com o Protocolo de Kyoto, que compram os “títulos” para compensar as emissões que não conseguem cortar” (trecho de um artigo publicado na revista Desafios do Desenvolvimento; ago/2006).

Biogeografia: Ciência que estuda a distribuição geográfica dos seres vivos, considerando-se os fatores históricos e pré-históricos. Divide-se em Zoogeografia e Fitogeografia, isto é, estuda a distribuição espacial dos animais e dos vegetais.

Biologia: Ciência que estuda os organismos vivos (plantas e animais) e as leis que regem sua existência. Divide-se em dois grandes ramos: um que estuda os animais (Zoologia) e outro que estuda as plantas (Botânica).

Bioma(s): Os biomas são as grandes formações vegetais encontradas nos diferentes continentes, devido principalmente aos fatores climáticos (temperatura e umidade) relacionados à latitude. São exemplos de biomas: a Mata Atlântica, o Cerrado, a Caatinga e a floresta Amazônica, no Brasil, e as Savanas na África.

Biomassa: Total de matéria orgânica contida em determinado espaço, incluindo todos os animais e vegetais. Para a economia pode ser vista como potencial de matéria-prima, especialmente na produção de energia. A biomassa é considerada uma fonte de energia renovável.

Biosfera: Camada da Terra ocupada pelos seres vivos. Constitui-se de três biociclos: Epinociclo ou biociclo das terras emersas (domínio terrestre); Talassociclo ou biociclo das águas salgadas (domínio marinho); limnociclo ou biociclo das águas doces (domínio dulcícola).

Biota: Conjunto ou complexo da fauna e da flora de uma determinada região (IBGE, 2003).

Biótopos: Os biótopos são as variações da vegetação encontradas dentro de um mesmo bioma, devido principalmente ao tipo de solo, à topografia, à disponibilidade de água e ação humana (antropismo).

BIRD: Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento. Também conhecido como Banco Mundial, o BIRD teve origem na Conferência de Bretton Woods e começou a funcionar em 1945. Com 151 países membros, tem sede em Washington (EUA). Supostamente, o objetivo principal deste órgão é fomentar

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(promover) o desenvolvimento econômico dos países membros através da assistência técnica e financeira.

Blizzard: Segundo AVÉROUS (1996) essa palavra de origem inglesa é usada para designar o vento glacial do norte, acompanhado de tempestades de neve, comum no Canadá e norte dos EUA, além de ocorrerem também na Antártida. AVÉROUS (1996) relata que esses ventos costumam varrer a superfície do solo antártico carregando partículas de neve que machucam o rosto, escondem os companheiros de estrada dos veículos, infiltram-se pelo menor buraco de fechadura e constroem montanhas de gelo que cobrem tudo em poucas horas. Blocos econômicos: Associações de países, em geral de uma mesma região geográfica, que estabelecem relações comerciais privilegiadas entre si e atuam de forma conjunta no mercado internacional. Classificam-se em: Zona de Livre Comércio (redução ou eliminação das taxas alfandegárias que incidem sobre a troca de mercadorias dentro do bloco); União Aduaneira (abertura de mercados e regulamentação do comércio dos países-membros com nações externas ao bloco); Mercado Comum (garantia de livre circulação de pessoas, serviços e capitais), e União Econômica e Monetária (integração econômica, liberdade alfandegária, garantia de livre circulação de pessoas, serviços e capitais e moeda única) (IBGE, 2003).

Boçoroca: O mesmo que “Voçoroca”.

Borborema: Ver “Planalto da Borborema”.

Bordas construtivas (de placas): São as bordas de placas tectônicas que acompanham as cadeias oceânicas. Quando duas placas adjacentes estão se distanciando lentamente (movimento divergente), na abertura produzida pelo movimento ocorre a introdução do magma basáltico que, ao se resfriar, se transforma em rocha. Isso resulta no crescimento das placas. Nas regiões de separação de placas são comuns as formações de grandes cadeias meso-oceânicas, como a exuberante dorsal Meso-Atlântica, que pode alcançar 1.000 km de largura e 20.000 km de extensão.

Bordas destrutivas (de placas): São as bordas comuns em zonas de movimento convergente, onde a litosfera inteira é reabsorvida pelo manto nos limites convergentes, quando duas placas, ao colidirem, uma delas é puxada para o manto e reciclada. Nesses locais ocorrem freqüentemente fortes terremotos causados pelo atrito de uma placa mergulhando sob a outra (subducção). As partes mais velhas dos oceanos são destruídas como parte de um imenso ciclo de constante rejuvenescimento dos assoalhos oceânicos. Cerca de 3/4 dos terremotos e 2/3 dos vulcões ocorrem nas áreas de movimentos convergentes, e um grande exemplo disso é o famoso “anel de fogo do Pacífico”. A formação de grandes cadeias de montanhas (dobramentos modernos) também se atribui às áreas de movimentos convergentes,

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onde um grande exemplo é a cordilheira dos Andes, que se formou devido ao choque entre as placas de Nazca e a Sul-americana.

Bordas transformantes (de placas): São tipos de bordas de placas onde não ocorrem formação nem destruição de crosta. Uma placa desliza ao longo de outra (movimento tangencial ou horizontal). Atualmente, isto acontece na Califórnia (EUA), onde a placa do Pacífico desliza ao longo da placa norte-americana. A linha que marca o limite é a falha de San Andreas, uma falha transformante que passa ao longo das cidades de São Francisco e Los Angeles, e é responsável por violentos terremotos.

Brasiliano (ciclo): Importante ciclo geodinâmico que envolveu a Plataforma Sul-americana e foi responsável pela formação, durante o Neoproterozóico, de extensas faixas dobradas nas regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil.

BRETTON WOODS, acordos (1944-1947): Conferência monetária e financeira de Bretton Woods, em que se decide pela criação do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD); reuniões preparatórias visando constituir uma Organização Internacional do Comércio, terceiro pilar do sistema concebido em Bretton Woods. O Acordo da Conferência Internacional Monetária de Bretton Woods, ocorrido em 1944 nos EUA, visava assegurar a estabilidade monetária internacional, impedindo que o dinheiro escapasse dos países e restringindo a especulação com as moedas mundiais. Antes do Acordo, o padrão ouro de troca - que prevaleceu entre 1876 e a Primeira Guerra Mundial - dominava o sistema econômico internacional. A Conferência de Bretton Woods foi convocada para construir uma nova ordem econômica mundial que impedisse novos cataclismos como os que aconteceram durante a Grande Depressão dos anos 30. A conferência marcou a hegemonia mundial dos EUA, principalmente pelo fato da troca do antigo padrão ouro do sistema monetário internacional para o padrão dólar americano.

BRICs: Sigla formada inicialmente para identificar quatro países emergentes com potencial para se transformarem em grandes referências econômicas no século XXI. Inicialmente formado por Brasil, Rússia, India e China, esse grupo informal, a partir de 2011, se transformou em BRICS após a realização da III Cúpula. O ‘S’ maiúsculo se refere à África do Sul (South Africa), novo componente do grupo. De acordo com o sítio do Itamaraty (http://www.itamaraty.gov.br/temas/mecanismos-inter-regionais/agrupamento-brics) a idéia dos BRICs, hoje BRICS, foi formulada pelo economista-chefe da Goldman Sachs, Jim O´Neil, em estudo de 2001, intitulado “Building Better Global Economic BRICs”. Fixou-se como categoria da análise nos meios econômico-financeiros, empresariais, acadêmicos e de comunicação. Em 2006, o conceito deu origem a um agrupamento, propriamente dito, incorporado à política externa de Brasil, Rússia, Índia e China. O peso econômico dos BRICS – já considerando a presença da África do Sul como um quinto membro – é certamente respeitável. Entre 2003 e 2007, o crescimento dos quatro países representou 65% da expansão do PIB mundial. Em paridade de poder de compra, o PIB dos BRICS já supera hoje o dos

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EUA ou o da União Européia. Para dar uma idéia do ritmo de crescimento desses países, em 2003 os BRICs respondiam por 9% do PIB mundial, e, em 2009, esse valor aumentou para 14%. Em 2010, o PIB conjunto dos cinco países (incluindo a África do Sul), totalizou US$ 11 trilhões, ou 18% da economia mundial. Considerando o PIB pela paridade de poder de compra, esse índice é ainda maior: US$ 19 trilhões, ou 25%. Até 2006, os BRICs não estavam reunidos em mecanismo que permitisse a articulação entre eles. O conceito expressava a existência de quatro países que individualmente tinham características que lhes permitiam ser considerados em conjunto, mas não como um mecanismo. Isso mudou a partir da Reunião de Chanceleres dos quatro países organizada à margem da 61ª. Assembléia Geral das Nações Unidas, em 23 de setembro de 2006. Este constituiu o primeiro passo para que Brasil, Rússia, Índia e China começassem a trabalhar coletivamente. Pode-se dizer que, então, em paralelo ao conceito “BRICs” passou a existir um grupo que passava a atuar no cenário internacional, o BRIC. Como agrupamento, o BRICS tem um caráter informal. Não tem um documento constitutivo, não funciona com um secretariado fixo nem tem fundos destinados a financiar qualquer de suas atividades. Em última análise, o que sustenta o mecanismo é a vontade política de seus membros. Ainda assim, o BRICS tem um grau de institucionalização que se vai definindo, à medida que os cinco países intensificam sua interação. Etapa importante para aprofundar a institucionalização vertical do BRICS foi a elevação do nível de interação política que, desde junho 2009, com a Cúpula de Ecaterimburgo, alcançou o nível de Chefes de Estado/Governo. A II Cúpula, realizada em Brasília, em 15 de abril de 2010, levou adiante esse processo. A III Cúpula ocorreu em Sanya, na China, em 14 de abril de 2011, e demonstrou que a vontade política de dar seguimento à interlocução dos países continua presente até o nível decisório mais alto. A III Cúpula reforçou a posição do BRICS como espaço de diálogo e concertação no cenário internacional. Ademais, ampliou a voz dos cinco países sobre temas da agenda global, em particular os econômico-financeiros, e deu impulso político para a identificação e o desenvolvimento de projetos conjuntos específicos, em setores estratégicos como o agrícola, o de energia e o científico-tecnológico. Além da institucionalização vertical, o BRICS também se abriu para uma institucionalização horizontal, ao incluir em seu escopo diversas frentes de atuação. A mais desenvolvida, fazendo jus à origem do grupo, é a econômico-financeira. Ministros encarregados da área de Finanças e Presidentes dos Bancos Centrais têm-se reunido com freqüência. Os Altos Funcionários Responsáveis por Temas de Segurança do BRICS já se reuniram duas vezes. Os temas segurança alimentar, agricultura e energia também já foram tratados no âmbito do agrupamento, em nível ministerial. As Cortes Supremas assinaram documento de cooperação e, com base nele, foi realizado, no Brasil, curso para magistrados dos BRICS. Já realizaram-se, ademais, eventos buscando a aproximação entre acadêmicos, empresários, representantes de cooperativas. Foi, ainda, assinado acordo entre bancos de desenvolvimento. Os institutos estatísticos também se encontraram em preparação para a II e a III Cúpulas e publicaram uma coletânea de dados, disponível nesse site. Versão atualizada da coletânea foi lançada por ocasião da

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Cúpula de Sanya. Em síntese, o BRICS abre para seus cinco membros espaço para (a) diálogo, identificação de convergências e concertação em relação a diversos temas; e (b) ampliação de contatos e cooperação em setores específicos. Vale ressaltar mais uma vez a diferença entre o original “BRIC” para a atual configuração “BRICS” após a inclusão da África do Sul como um quinto membro.

Brisa: Espécie de vento local que constitui a circulação secundária soprando sobre superfície. É causada pelo aquecimento desigual entre as superfícies terrestre e marinha. A brisa marítima (fenômeno que ocorre durante o dia) se configura quando os ventos sopram do mar para o continente, devido à diferença de pressão atmosférica gerada pela diferença de calor específico entre a terra e a água. A brisa terrestre (que ocorre durante a noite) se configura quando os ventos sopram do continente para o oceano, pois o continente se resfria mais rapidamente que a água do mar, gerando uma zona (no continente) de alta pressão e, portanto, dispersora de ventos. Vale ressaltar que os ventos normalmente sopram das áreas de alta para as de baixa pressão. As brisas terrestres e marítimas não estão limitadas aos trópicos, mas nestas áreas são mais freqüentes ou pelo menos ocorrem mais regularmente. A brisa marítima é mais forte quando a insolação é mais intensa, e desse modo desenvolve-se melhor durante a estação seca, nos trópicos, e no verão, na região temperada. A brisa marítima raramente provoca chuva, porém traz agradável alívio ao calor intenso que durante o dia costuma castigar áreas costeiras tropicais. Os pescadores também aproveitam as brisas terrestres para saírem ao mar na madrugada e retornar para a terra aproveitando a força das brisas marítimas, no final das tardes.

Bruxelas, conferência de: Segundo o professor Ruy Moreira é a Conferência Internacional de Geografia organizada na capital da Bélgica, em 1876, pelo então rei belga Leopoldo II. E qual seria o objetivo desse encontro de cientistas? Segundo MOREIRA (1994) o trabalho dos geógrafos seria o de sistematizar, catalogar, inferir e dar tratamento científico e cartográfico final, produzindo material de apoio para novas e mais profundas incursões exploratórias, mais precisamente sobre o único continente ainda não “explorado” pelas potências imperiais: a África. Em síntese, o objetivo era abrir as portas da África à dominação. A conferência, segundo MOREIRA (1994), revelara o papel que sempre estivera reservado à geografia – a espoliação mundial.

Buraco na Camada de Ozônio: Ver “Camada de Ozônio”, “Ozônio” e “Vórtice Polar”.

Burgo: Do latin burgus, “pequena fortaleza, povoado”. Povoação antiga, normalmente fundada junto a um castelo ou mosteiro e habitada, sobretudo, por mercadores ou pequenos proprietários - os burgueses. Durante a Idade Média, os burgos eram fortalezas ocupadas por guarnições militares necessárias à suas manutenções, que, em caso de ataque inimigo, serviam de abrigo às populações que viviam fora de suas muralhas.

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Buriti: Palmeira (palmácea) que pode atingir de nove a dez metros de altura, tendo de vinte e cinco a quarenta cm de diâmetro. Os buritis combinam-se de diversos modos e maneiras para constituírem os buritizais, que tanto se formam por indivíduos isolados, autênticos “capões”, às vezes em forma de renque, quanto dispostos em caprichosos arruamentos obedientes à direção do curso d’água cristalina que os assinala. Formando matas pluviais ou dispersos em grandes baixadas inundáveis, os buritis são encontrados nos planaltos brasileiros, onde a vegetação dominante é o cerrado. Raramente constituindo um conjunto de grande extensão, os buritis quase sempre formam ilhas dispersas, pois seu habitat está associado à presença de água. Áreas de ocorrência: Brasil Central, Centro-Oeste e Oeste da região Sudeste. Razão da importância: Sua presença significativa na literatura brasileira regionalista, de Guimarães Rosa e Afonso Arinos, por exemplo; extração dos frutos para produção de doces, do estipe e das folhas.

Buritizal: Floresta de buritis. Formação vegetal própria de áreas de cerrado (principalmente no Triângulo Mineiro, sul de Goiás e trechos do Pantanal) onde podem ocorrer bosques compactos (mas isolados, na forma de capões) de buritis.

Bush: Ver “Doutrina Bush”.

C

Caatinga: Do tupi-guarani kaa’tinga, significa “floresta branca”; um retrato típico da vegetação onde, durante a seca, as plantas perdem suas folhas para reduzir a perda de água e os troncos adquirem um tom branco-acinzentado. Os limites da caatinga, que está distribuída em 844 mil Km2, correspondem a 9,92% de todo o território nacional. A caatinga abrange 10 estados brasileiros: o Ceará (100%), Rio Grande do Norte (95%), Paraíba (92%), Pernambuco (83%), Piauí (63%), Bahia (54%), Alagoas (48%), Sergipe (49%), Minas Gerais (2%) e cerca de 1% do estado do Maranhão. Apesar da aparência quase desoladora, a caatinga apresenta uma rica biodiversidade vegetal e animal, que não é de toda conhecida, onde abundam cactos e uma infinidade de espécies endêmicas. Conhecida como a região do país onde o acesso à água é escasso, a caatinga é vítima de um processo de ocupação espacial que explorou a natureza de forma predatória, concentrando terra e poder no domínio de poucos.

Cabildos: Instituições municipais que formavam a base da administração colonial na América espanhola. Cabildo era a denominação dos Conselhos Municipais, no século XVI, responsáveis pela administração local (obras públicas, policiamento e fiscalização de preços de gêneros de primeira necessidade). Foi a primeira instituição administrativa da América espanhola, entrando em declínio a partir do século XVIII.

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Cabo: Na topografia costeira, corresponde à parte saliente da costa de regular altitude que avança em direção ao mar. O mesmo que promontório; uma porção de terra projetando-se para o mar.

Cadeia de montanhas: também conhecida como ‘’cadeia montanhosa’’, é um sistema montanhoso; uma série de montanhas sucessivas (cordilheira). Belos exemplos de cadeias montanhosas são os Andes, no oeste sul-americano e a cordilheira do Himalaia, na Ásia. As grandes cadeias de montanhas também são conhecidas como “dobramentos modernos ou terciários”.

Calor específico (capacidade térmica): Quantidade de calor necessária para se elevar em um grau Celsius a massa unitária de uma substância qualquer. O calor especifico da água do mar é cerca de 0,94, enquanto que o do granito fica em torno de 0,2. Em geral, a água absorve cinco vezes mais calor a fim de aumentar a sua temperatura em quantidade igual ao do aumento da temperatura do solo; desta forma, os oceanos se aquecem e se resfriam muito mais lentamente do que as áreas continentais (emersas).

Calor latente: Calor responsável pelas mudanças de fases da matéria. É a quantidade de calor, por unidade de massa, que é necessário fornecer ou retirar de um determinado corpo, a certa pressão, para que ocorra a mudança de estado, sem variação de temperatura. É uma das formas mais eficientes do planeta aproveitar a energia solar.

Calor sensível: É o calor que se detecta associado à mudança de temperatura. Ocorre quando um corpo transfere energia para outro através do contato entre ambos.

Camada de Ozônio: Região da atmosfera onde o ozônio atinge sua maior concentração. Essa região se localiza na estratosfera, uma faixa entre 20 e 34 km de altitude acima do equador e 14 e 30 km acima dos pólos. A camada de ozônio funciona como um filtro natural à radiação ultravioleta oriunda do Sol. Ela atenua grande parte dos raios UV-B, altamente prejudiciais aos seres vivos. Sua destruição representa sérios riscos à vida no planeta. O termo “buraco na camada de ozônio” nos remete a uma região onde as concentrações de ozônio estão muito abaixo do normal. Ver mais sobre o assunto em “Ozônio” e “Vórtice Polar”.

Cambriano: Na escala geológica do tempo, corresponde ao período mais antigo da Era Paleozóica (no Eon Fanerozóico), quando a vida já existia sobre a Terra. Este período teve início há aproximadamente 550 milhões de anos e durou entre 45 e 85 milhões de anos. Marca o aparecimento dos equinodermos, foraminíferos e trilobites. Durante o cambriano havia mares rasos nas regiões equatoriais. O clima era quente. Algas eram abundantes e há registros de trilobitos e braquiópodes. Os primeiros restos de vertebrados datam do fim deste período.

Campanha Gaúcha: Área que se estende do município de São Borja, no sudoeste do Estado do Rio Grande do Sul, junto à fronteira com a Argentina, até o município de Bagé, ao sul, na fronteira com o Uruguai. Abrange, ainda, a área de contato com o planalto, incluindo municípios como Rio Pardo, Cruz Alta e Santo Ângelo, ao longo

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do curso do rio Jacuí. É uma região suavemente ondulada, onde as partes mais baixas são ocupadas pelos banhados, cursos d’água ou açudes. É recoberta de vegetação de campo (ver “Campos”) e apresenta povoamento ralo e disperso em função da atividade pecuarista, salientando-se um tipo humano - o peão (IBGE, 2003).

Campos: Formação vegetal dominada pelas gramíneas, apresentando também árvores e arbustos esparsos na paisagem. Predomínio das gramíneas (sem árvores ou com árvores espaçadas), baixa umidade (estação seca prolongada), inverno frio e verão moderado e baixa biodiversidade. Os campos representam 60% da área verde brasileira.

Campo Limpo: Vegetação caracterizada por cobertura herbácea, sem árvores. Tem aspecto homogêneo e é muito comum no Sul do Brasil.

Campo Sujo: Campo que possui andares subarbustivos que se superpõem às espécies herbáceas. As árvores se encontram de formas irregulares e espaçadas.

Canal: Escavação natural ou artificial que conduz águas marítimas ou fluviais. Quando construídos pelos homens, os canais são cursos de água artificiais, com o objetivo de encurtar distâncias em navegação marítima ou fluvial, regular os cursos de água ou para irrigação de lavouras.

Cânion (Canyon): Do espanhol cânon, significa tubo, cilindro, canhão. Vale muito profundo com ladeiras escarpadas (abruptas) decorrente principalmente da erosão fluvial (rios). Essas formações rochosas, de origem sedimentar, geralmente se encontram dispostas em camadas horizontais que alternam rochas de maior e menor resistência erosiva. Dessa forma, com o passar do tempo, as águas fluviais carregam os sedimentos das rochas mais friáveis (quebradiças) esculpindo, por erosão vertical, essas imensas gargantas rochosas. Exemplo: o Grand Canyon do Arizona (EUA). Ainda nos EUA encontra-se o Grand Canyon do Colorado, uma garganta de 1,5 Km de profundidade que divide o planalto do Colorado ao longo de seus 446 Km. No Brasil temos o Cânion do Itaimbezinho (pedra afiada), o maior do país, localizado no Parque Nacional dos Aparados da Serra, entre os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, com 5,8 Km de extensão e paredões de até 720 m de altura. O maior cânion do mundo, porém, se localiza na Ásia Central. Trata-se do cânion de yarlung Tsangpo, no vale do rio Bramaputra, no Tibet (China). Com picos de altitudes superiores a 7,5 mil metros e um fundo de vale a 2.435 metros, a profundidade média deste cânion foi calculada em cerca de 5 mil metros.

Capeamento sedimentar: Porção de rochas sedimentares dispostas em camadas sobre outras rochas.

Capital: 1 - Principal cidade de um país, estado, província ou departamento, onde geralmente fica concentrada a alta administração. 2 - Todo bem econômico aplicável à produção. 3 – Tudo aquilo que se valoriza ou se agrega valores. Exemplos: dinheiro aplicado e profissional qualificado e em constante atualização (capital humano).

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Capitalismo: Sistema econômico, baseado na supremacia do capital sobre o trabalho, que começou a se consolidar de forma supostamente irreversível com o advento da Revolução Industrial no século XVIII. Esse modo de produção, esmagadoramente predominante nos tempos atuais, se baseia no direito sagrado à propriedade privada, na propriedade dos meios de produção, na transformação da força de trabalho em mercadoria (trabalho assalariado), na atividade industrial e complementarmente na agricultura, no comércio e serviços, além da atividade financeira. Inicialmente, a estrutura econômica do capitalismo se sustentava em duas classes sociais distintas e, portanto antagônicas: a burguesia e o proletariado; onde a primeira sempre predominou sobre a segunda, sendo a grande favorecida nesta relação produtiva e reprodutiva no modo de vida imposto por esse sistema. Hoje se admite a existência de uma classe intermediária, a classe média, que se por um lado se aproxima do proletariado pela alienação ao salário, ao mesmo tempo se identifica também com a burguesia, principalmente ao nível do consumo. Em seu estágio atual, o capitalismo é denominado “monopolista”, com grande predomínio do “capital financeiro” sobre o anteriormente hegemônico “capital industrial”. É a atual, e talvez última, roupagem do sistema, o capitalismo financeiro.

Capitania: Território concedido a um particular (o capitão-donatário) com o fim de este o povoar, explorar e administrar. Território dado a um capitão-donatário nas terras “descobertas”, com o encargo de governar e explorar as referidas regiões.

Capoeira: 1 - Vegetação secundária que nasce após a derrubada das florestas primárias. Termo brasileiro que designa a vegetação que nasce após a derrubada de uma floresta. 2 – Termo utilizado no Brasil para designar a vegetação secundária que nasce após a derrubada das florestas nativas, e que se apresenta de diversas formas correspondentes a diferentes estágios de regeneração da floresta.

Carbonífero: Na escala geológica do tempo, compreende o penúltimo período da Era Paleozóica, que segue o período Devoniano e antecede o Permiano, com duração aproximada de 65 milhões de anos. A maior característica do Carbonífero é a formação de inúmeras jazidas de carvão mineral. Na fauna, cresce o número de espécies de invertebrados (com os primeiros insetos voadores), surgem os batráquios e répteis; na flora, os criptógamos atingem grandes dimensões, com o aparecimento de fanerógamas e gimnospermas (principalmente as primeiras coníferas).

Caribe: 1 - Palavra espanhola que significa “ousado, audacioso”. Este vocábulo acabou derivando outra palavra, caríbal (canibal - 1492), expressão indígena das Antilhas que serviu para distinguir o povo caraíba que praticava a antropofagia (canibalismo). 2 - Região formada por um conjunto de ilhas próximas ao continente americano (na direção da América Central) que conheceram ondas colonizadoras diferenciadas (espanhola, francesa e inglesa). A região do Caribe, também chamada de Antilhas, compreende um conjunto de ilhas que formam um arco que se estende por cerca de 2 mil quilômetros no sentido norte-sul e 2,5 quilômetros no sentido leste-oeste, separando o Mar das Antilhas do oceano Atlântico. A região é típica de clima tropical com pequena variação térmica anual. A pluviosidade, embora bastante

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intensa, no seu conjunto, varia muito de uma ilha para outra. Essas características tropicais fazem do Caribe um grande paraíso turístico. Foi a partir do Caribe que os espanhóis iniciaram, no século XVI, a conquista do continente americano.

Carnaúba: Tipo de palmácea que se desenvolve em solos alcalinos, nas várzeas, ocorrendo em florestas densas e homogêneas ao longo dos cursos d’água. Cresce, ainda, nos terrenos mais secos de regiões semi-áridas. O clima propício ao desenvolvimento da carnaúba é o quente e úmido com chuvas no verão. Mas ela se desenvolve também em climas semi-áridos quentes. Resiste facilmente às secas prolongadas e às enchentes, podendo durante meses permanecer imersa alguns metros sob a água. Essa palmeira tipicamente brasileira faz parte do bioma que conhecemos como Mata de Cocais. Em seu habitat, composto de solos alagadiços e arenosos, essa árvore se reproduz e cresce rapidamente. Área de ocorrência: Nordeste brasileiro. Razão de sua importância: A extração de ceras de suas folhas (extrativismo), estipe para cercas e casas, folhas para cobertura e artesanato.

Carste: Ver “Karst”.

Cartel: Grupo de empresas independentes que formalizam um acordo para sua atuação coordenada visando interesses comuns. Os cartéis podem ser acordos feitos até mesmo entre trustes, na busca pelo domínio do mercado (SANDRONI, 1994). Exemplos de atuações dos cartéis: controle do nível de produção e condições de venda, fixação e controle de preços; controle das fontes de matéria-prima; fixação de margens de lucro e divisão de territórios de operação.

Cartografia: 1 - Ciência que estuda os mapas e cartas geográficas. 2 - Arte de traçar cartas ou conjunto de cartas geográficas. 3 - Ciência que representa os fatos geográficos por meio de elaboração de mapas ou cartas. 4 - De acordo com a antiga definição apresentada pela Associação Cartográfica Internacional (ICA), em 1973, a Cartografia seria o conjunto de estudos e operações científicas, artísticas e técnicas que, tendo por base os resultados das observações obtidas pelos métodos e processos diretos, indiretos ou subsidiários de levantamento ou exploração de documentos existentes, destinam-se à elaboração e à preparação de mapas e outras formas de expressão, assim como a sua utilização. Em sua mais recente definição, em 1991, a ICA considera que a Cartografia é a organização, apresentação, comunicação e utilização da geo-informação nas formas gráfica, digital ou tátil. Pode incluir todas as etapas, desde a apresentação dos dados, até o uso final na criação de mapas e produtos relacionados com a informação espacial.

Carvão: Rocha sedimentar combustível formada a partir do soterramento e compactação de uma massa vegetal em ambiente anaeróbico, em bacias originalmente pouco profundas.

Carvão Mineral: Combustível fóssil de origem lacustre, formado a partir da fossilização de matéria orgânica vegetal e, portanto, encontrado em rochas sedimentares. A exploração e o uso indiscriminados do carvão mineral podem

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acarretar uma série de problemas, inclusive ambientais, tais como: poluição atmosférica, degradação das áreas exploradas, além dos riscos de acidentes como explosões e desmoronamentos. As maiores jazidas de carvão mineral do Brasil situam-se nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. As menores, no Paraná e São Paulo. As reservas brasileiras totalizam 32 bilhões de toneladas de carvão in situ. Desse total, o estado sul-rio-grandense possui 89,25%, Santa Catarina 10,41%, Paraná 0,32% e São Paulo 0,02%. Somente a jazida de Candiota, no sudoeste (Sw) do Rio Grande do Sul, possui 38% de todo o carvão mineral do Brasil, distribuído sob a forma de 17 camadas deste combustível.

Cascata: Queda; salto de um curso de água pela existência de uma espécie de degrau em seu leito. Sinônimo de “Catarata”.

Catabático (vento): Do grego katá, significa embaixo, para baixo, no fundo, atrás, sobre, por cima, cerca de, através de, de um extremo a outro. AVÉROUS (1996) refere-se a esse tipo de vento como sendo verdadeiras cataratas de ar frio que deslizam no nível do solo, do ponto mais alto da calota antártida até o mar. Algumas rajadas que ocorrem na calota austral são violentas, podendo chegar a 330 km/h.

Catarata: Termo aplicado para designar grandes quedas d'água, como também corredeiras de rios; sinônimo de cascata. No Brasil, a catarata mais famosa é a do Iguaçu, com um conjunto de 275 saltos que formam a maior queda d'água do mundo em volume por segundo, no curso do rio Iguaçu, na fronteira do Brasil com a Argentina, a sudoeste do Estado do Paraná e ao norte da província argentina de Missiones. A catarata do Iguaçu tem alturas que variam de 40 a 80 m por 4 km de largura. Cáucaso: Região da Europa oriental e da Ásia ocidental (Eurásia), entre o Mar Negro e o Mar Cáspio, que inclui a cordilheira do Cáucaso e planícies adjacentes. A região do Cáucaso é marcada por instabilidades provocadas principalmente por conflitos étnicos, pela busca de autonomia política e pela pobreza da maioria das populações que lá vivem. A Rússia, potência dominante na região, não outorga independência ou admite autonomia a muitas repúblicas, visando ter controle sobre recursos naturais importantes e por ser o Cáucaso, em especial a Tchetchênia, uma região de passagem e contato entre o Extremo Oriente, o Oriente Médio e a Europa. Talvez o grande interesse russo na região, seja o petróleo (e gás) do Mar Cáspio. A Rússia deseja controlar o território tchetcheno para, por sua vez, controlar o oleoduto que vai de Baku, passa por Grozni e pela Rússia, até chegar ao porto de Novorossiysk, no Mar Negro. Com a utilização de alguns terminais modais de transportes, é possível a interligação da Europa e norte da África (pelo mar Mediterrâneo) até o Extremo Oriente (China, inclusive), tornando a Tchetchênia uma república de localização estratégica. Ademais, a Rússia tenta combater separatistas tchetchênios, visando conter um possível “efeito dominó”, já que no território russo há diversos outros povos em situação semelhante, o que poderia levar a Rússia à

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fragmentação. Cabe notar que o conflito entre Rússia e Tchetchênia assume muitas vezes uma feição de conflito étnico, por serem os tchetchênios majoritariamente mulçumanos e os russos majoritariamente cristãos ortodoxos. Em suma, a Tchetchênia é estratégica por causa dos oleodutos que passam por seu território e ligam a Rússia ao Mar Negro. Caverna: Conforme Resolução nº 005 de 06/08/87, do CONAMA — Conselho Nacional de Meio Ambiente, é "toda e qualquer cavidade natural subterrânea penetrável pelo homem, incluindo seu ambiente, seu conteúdo mineral e hídrico, as comunidades animais e vegetais ali agregadas e o corpo rochoso onde se insere".

Caxemira: Do inglês cashmere, expressão usada para denominar a região situada ao norte da Índia, junto à fronteira com o Paquistão, e de população predominantemente muçulmana que constantemente rebela-se contra o governo hindu (indiano). A Caxemira, ou kashmir, é considerada um dos grandes focos de tensão da era contemporânea. O epicentro da discórdia na região tem origem na própria chegada dos muçulmanos à Índia, por volta do ano de 1192. Apesar de serem minoria, eles se destacaram na sociedade hindu. No século XIV, já faziam parte da dinastia dos reis durante o império grão-mongol. A supremacia da elite muçulmana começou a ser quebrada a partir da colonização da coroa britânica na Índia, no século XVIII. Durante o processo de independência do país, três grandes lideranças se formaram: Mahatma Gandhi, Jawaharlal Nehru e Alli Jinnah, que lutou pela criação de um estado muçulmano independente, opondo-se ao movimento da Índia Una. Quando finalmente os britânicos deixaram a região, em 1947, surgiram os estados indiano (hindu) e paquistanês (muçulmano). A província de Caxemira, porém, mesmo sendo formada por maioria muçulmana, uniu-se à Índia, e não ao Paquistão, por decisão unilateral do marajá governante. Isso desencadeou uma longa guerra que se estendeu até 1949, quando a ONU estabeleceu um armistício (acordo de paz) promovendo a divisão da província. Além dos conflitos internos, a região ainda sofreu a interferência das superpotências durante a Guerra Fria – com apoio dos E.U.A. à Índia e da U.R.S.S. ao Paquistão.

Ceará: Estado pertencente à região Nordeste, com 145.712 Km2 de área, sendo 100% dentro do Polígono das Secas, no semi-árido brasileiro. Com um histórico problema de escassez de água, o litoral é a válvula de escape para a economia cearense. São 573 quilômetros de extensão litorânea, com grande potencial turístico. Mas, apesar do turismo e também da forte culinária, o estado tem um dos piores índices de desenvolvimento humano do Brasil (IDH – 0,590), e isso se deve principalmente aos altos índices de mortalidade infantil (51,6%o) e pobreza (52%), além de um analfabetismo que atinge 25% da população. Curiosidade: O nome “Ceará” vem de “ciará” ou “siará”, que significa “canto da jandaia”. Jandaia, em tupi, refere-se a uma espécie de papagaio de porte pequeno.

CEI: Comunidade dos Estados Independentes. Conjunto de 12 países (Federação Russa, Ucrânia, Bielorússia, Armênia, Azerbaijão, Geórgia, Uzbequistão,

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Turcomenistão, Tadjiquistão, Kazaquistão, Quirguistão e Moldávia), antigos integrantes da URSS. A partir de dezembro de 1991, a URSS, que era constituída de 15 repúblicas, se fragmentou com o colapso do comunismo. As repúblicas se tornaram independentes e doze delas constituíram uma federação com a sigla de CEI. As repúblicas que optaram por não integrarem a CEI são as três repúblicas bálticas: a Lituânia, a maior delas; a Estônia, a menor e mais ocidentalizada e a Letônia. As desigualdades existentes entre os participantes da CEI são grandes, tanto no que diz respeito à renda per capta quanto ao nível de industrialização e valor do PNB. A grande maioria dos países integrantes da CEI enfrenta graves problemas econômicos com elevado déficit na balança comercial e crescimento produtivo insignificante.

Cenozóica: Na escala geológica do tempo, corresponde à Era do eon Fanerozóico de "vida recente", moderna, dividida em Quaternária (períodos do Pleistoceno, mais antigo, e Holoceno, mais recente), com cerca de um milhão de anos e Terciária (períodos do Paleoceno, Eoceno, Oligoceno, Mioceno, Plioceno, em ordem progressiva, do período mais antigo para o mais recente), com mais de 200 milhões de anos. No Quaternário ocorrem grandes glaciações, mudanças climáticas, a formação do atual contorno dos oceanos e continentes e o aparecimento do homem (pleistoceno). No Terciário ocorre a formação das grandes cadeias montanhosas, clima muito quente, desaparecimento (extinção) dos répteis de maior porte e grande desenvolvimento dos mamíferos e vertebrados, além do aparecimento de símios antropomorfos (no Oligoceno) e no final do Plioceno, do homem. Auge de formação de montanhas, seguida por erosão e por invasões moderadas e curtas das margens dos continentes pelo mar. As primeiras tendências de aquecimento foram invertidas no meio do período para um esfriamento e, finalmente, para condições glaciais. As florestas subtropicais originaram florestas temperadas e conseqüentemente extensas campinas. Transição dos mamíferos primitivos para as ordens modernas e finalmente para famílias modernas. Evolução do homem durante os últimos 5-8 milhões de anos.

Centro-Sul (Brasil): Região geoeconômica considerada o grande cinturão agroindustrial do país. Este cinturão urbano-industrial é formado por todos os estados da região Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo) mais os estados do Sul (Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina) e os estados do Mato Grosso e Goiás, além do Distrito Federal. O que destaca essa região geoeconômica do restante do país é o seu grande volume de produção e circulação de produtos e pessoas, além de apresentar a maior infra-estrutura viária do Brasil. É a parte do Brasil mais desenvolvida e integrada com a economia mundial, e tem como cidade destaque, São Paulo, considerada uma cidade global. O Centro-Sul apresenta um grande eixo de expansão econômica que parte de São Paulo e inclui porções dos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, configurando uma área industrial quase contínua. Dentre os estados membros podemos destacar no Espírito Santo, a produção de celulose; em Santa Catarina, grandes indústrias como a Sadia e a Perdigão; no Rio Grande do Sul, a produção de arroz e vinho; em Minas Gerais, a produção do café; no Mato Grosso a monocultura da soja, e São Paulo como o maior

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produtor de laranja do país. Vale ressaltar ainda que apesar do desenvolvimento econômico, o Centro-Sul tem suas contradições. Dentre estas podemos destacar os altos índices de pobreza, violência, poluição e degradação ambiental, efeitos gerados principalmente pelo crescimento desenfreado das metrópoles, além, é claro, da má distribuição de renda, um marco típico de países em desenvolvimento.

CEPAL: Comissão Econômica para a América Latina. A CEPAL é uma das cinco comissões regionais das Nações Unidas, com sede em Santiago (Chile), criada em 1948 para fomentar o desenvolvimento econômico-industrial na América Latina. Um dos maiores entraves ao pensamento cepalino na América Latina ainda é a reforma agrária que até o momento, em poucos avanços resultou nos países periféricos da América.

Cerrado: Grande bioma brasileiro, semelhante às savanas africanas, que ocupa uma área de 1,9 milhões de Km2 e abrange 12 estados (25% do território nacional), com grande predomínio na região centro-oeste. No cerrado, que é considerado a segunda maior região biogeográfica do Brasil, há o predomínio das formações arbustivas (arbustos dispersos e isolados por vegetação rasteira) típicas de climas quentes e pouco chuvosos. Caracterizado por sua enorme e preciosa biodiversidade e pela diversidade social, o cerrado ainda é visto como mera fronteira para a irrefreável expansão do agronegócio brasileiro, marcado pela agricultura em larga escala. Atualmente, cerca de apenas 20% do cerrado, ainda que fragmentados, se encontram preservados. Segundo o estudo Hotspots da Conservation International, o cerrado é uma das 25 regiões mais ricas em biodiversidade e mais ameaçadas do planeta. O relevo do cerrado é, de modo geral, aplainado ou suavemente ondulado, estendendo-se por imensos planaltos ou chapadões.

Chapada: 1 – Denominação brasileira para uma série de planaltos areníticos e escarpados, com altitudes superiores a 600 m. As características do terreno permitem a retenção de águas pluviais em suas encostas, influenciando as condições climáticas da região. Entre as principais chapadas brasileiras figuram as do Araripe, Apodi, Diamantina (de formação cristalina), Mangabeiras, Parecis e Veadeiros. 2 – Denominação usada no Brasil para as grandes superfícies, por vezes horizontais e a mais de 600 metros de altitude que aparecem na Região Centro-Oeste do Brasil. (...) Do ponto de vista geomorfológico a chapada é, na realidade, um planalto sedimentar, pois se trata de um acamamento estratificado que, em certos pontos, está nas mesmas cotas da superfície de erosão, talhadas em rochas pré-cambrianas. Outro exemplo deste tipo de relevo é a Chapada dos Guimarães, no estado do Mato Grosso, uma paisagem simplesmente exuberante.

Chorume: Líquido orgânico originário da grande acumulação detrítica de aterros sanitários. A liberação das umidades contidas nos resíduos orgânicos, somadas à água das chuvas que se infiltram nos grandes depósitos de lixo descobertos, são os principais agentes formadores do chorume. Quando esse líquido orgânico, de cor geralmente escura, atinge os lençóis de água subterrâneos (lençóis freáticos), o mesmo se torna um perigoso agente poluidor, contaminando um recurso, no caso a

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água, indispensável a todo tipo de vida, principalmente a humana, simplesmente a grande responsável pela produção e acumulação de resíduos despejados diariamente nos aterros sanitários.

Chuva ácida: Chuva causada pelo lançamento de gases como SO2 (que ao reagir com o oxigênio presente no ar dá origem ao SO3) e o NO2 na atmosfera. Esses gases são originados nas emissões gasosas provocadas pelas indústrias e pela queima de combustíveis fósseis nos veículos ou em outras fontes de combustão como as termelétricas. O SO3 e o NO2 reagem com a água presente na atmosfera formando, respectivamente, o ácido sulfúrico (H2SO4) e o ácido nítrico (HNO3) ou nitroso (HNO2). Tais reações originam chuvas altamente ácidas (pH inferior a 5,6), provocando a acidificação de lagos, a corrosão de estruturas metálicas, de cimento, de mármore e de calcário. As chuvas ácidas também lavam as folhas dos vegetais e promovem a destruição de hortaliças além de danificarem áreas de florestas. A principal fonte de dióxido de enxofre (SO2) é a queima de carvão; o tempo de permanência desse gás na atmosfera pode variar de 14 dias a 2 anos. A principal fonte de óxidos de nitrogênio (NO e NO2) é a queima de carvão e outros combustíveis fósseis e líquidos; a permanência desses gases na atmosfera é de vários dias. A amplitude geográfica dos efeitos causados pela chuva ácida está diretamente ligada à circulação atmosférica e à quantidade de fontes emissoras dos principais gases causadores.

Chuva convectiva: Chuva proveniente da ascensão do vapor d’água que ao entrar em contato com as camadas de ar mais frio sofre condensação e precipita. Está associada à formação de nuvens do tipo cumulus e cumulunimbus, sendo geralmente intensas e de curta duração. Freqüentemente, ocorrem acompanhadas de trovoadas e raios. Este tipo de precipitação é muito comum na Amazônia.

Chuva frontal: É aquela resultante do encontro entre duas massas de ar que apresentam características diferentes. Geralmente resulta do encontro entre uma massa de ar quente e úmida e uma massa fria e seca. Este tipo de chuva é geralmente de longa duração, e é muito comum durante o inverno no litoral nordestino, principalmente na Bahia.

Chuva orográfica: É aquela produzida pelo efeito da topografia, o qual força a ascensão do ar em direção à parte superior das encostas montanhosas, condensando sua umidade a barlavento. Este tipo de chuva, resultante do encontro de uma massa de ar quente e úmida com a montanha de temperatura mais fria, é comum na porção leste da Serra do Mar.

Ciclone: 1 - Movimento de grande escala, que pode ocorrer tanto na atmosfera quanto no oceano, caracterizado por um giro realizado pelo ar ou pela água em torno de uma área de baixa pressão na atmosfera ou no oceano. 2 – Sistema de circulação atmosférica fechado, em grande escala, com pressão barométrica baixa e ventos fortes que se deslocam no sentido inverso ao movimento dos ponteiros dos relógios no hemisfério Norte, e no sentido horário no hemisfério Sul. 3 – Os ciclones são

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centros de baixa pressão atmosférica em torno dos quais ocorrem ventos giratórios, formando estruturas de grandes dimensões (atingem mais de 200 km de diâmetro). Os ciclones surgem principalmente sobre os oceanos, em geral em regiões tropicais, e podem durar vários dias e se deslocarem por longas distâncias, tornando-se às vezes muito intensos. Quando ocorrem fora dos trópicos são chamados de ciclones extratropicais.

Ciclones tropicais: Apesar de formados por mecanismos atmosféricos semelhantes, recebem as mais diferentes denominações regionais. A partir da análise da época em que ocorrem esses ciclones, conclui-se, para ambos os hemisférios, pela formação naquelas estações mais quentes do ano. No hemisfério norte, ocorrem de abril até novembro, com freqüência máxima no final do verão e inicio do outono. No hemisfério sul, apesar de ocorrerem em estação grosseiramente oposta, sempre coincidem com o período em que as águas oceânicas superficiais estão aquecidas, ou seja, o verão. Originam-se sobre os oceanos, particularmente entre o 8o e 15o de latitude N e S, mas nunca junto à linha do equador (onde a força de Coriollis é nula). Distribuem-se ao longo de duas faixas de disposição latitudinal (de 5o a 35o de lat. N e S) localizadas entre os trópicos de Câncer ao Norte e Capricórnio ao Sul. Associam-se diretamente à presença de uma área de baixa pressão (receptora de ventos) e a temperaturas das águas oceânicas superficiais sempre superiores a 27o C. Uma vez formados, movem-se em direção o oeste e podem, ao longo de sua trajetória, ter sua capacidade destrutiva amplificada. Apresentam sempre uma forma circular, em cujo centro (olho) a pressão alcança valores extremamente baixos. Os ventos adquirem movimento em forma de espiral e deslocam-se em alta velocidade, sendo acompanhados por chuvas intensas e concentradas. Para se manterem em funcionamento necessitam principalmente de muito calor e de uma fonte constante de vapor d’água para que o sistema de circulação não perca força.

Cidade Global: As cidades globais são aglomerações urbanas que funcionam como nexos privilegiados para as relações entre o país em que se encontram e o espaço mundial. Elas funcionam como intermediários dos fluxos de mercadorias, capitais, serviços e informações que impulsionam a globalização econômica. A “cidade global” sedia os quartéis-generais macrorregionais de conglomerados econômicos e financeiros. A sua estrutura de empregos revela um peso decisivo das atividades financeiras, de comunicações e serviços qualificados. Um exemplo de cidade global é Nova Iorque (EUA). OLIC (2010) considera que a Cidade Global é fruto (...) da aceleração da globalização econômica sendo definida por sua forte influência regional e internacional independentemente de seu contingente demográfico. Assim, uma cidade com menos de um milhão de habitantes pode ser considerada uma cidade global, enquanto outra, com uma população muitas vezes maior, não é considerada como tal. Abrigando modernos centros financeiros e sedes de empresas transnacionais, as cidades globais, para OLIC (2010), se constituem nos centros irradiadores do progresso tecnológico. São também os símbolos mais acabados do poder e da riqueza. Existem hoje 55 centros urbanos que podem ser identificados

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nesta categoria, a maioria deles localizados nas nações mais ricas do planeta, sendo São Paulo uma das poucas exceções (...).

Cinclinal: Ver Sinclinal.

Cinturão móvel: Área tectonicamente instável se comparada às chamadas áreas rígidas (crátons). Os cinturões móveis são aquelas áreas geológicas onde os ciclos orogenéticos ainda não se encerraram ou não se consolidaram, ou seja, são aquelas áreas onde ainda há algum tipo de movimentação tectônica.

Cinturão verde: Termo usado para designar grandes terras produtoras de alimentos in natura nos Estados Unidos. No Nordeste dos EUA destaca-se o Green Belt, um grande cinturão verde com produção intensiva nas pequenas propriedades hortifrutigranjeiras. Ver mais em “Belts”.

Cinturões de Van Allen: Ver “Van Allen”.

Circuito inferior: Expressão criada pelo geógrafo Milton Santos para diagnosticar uma aberração, uma forma não convencional do capitalismo moderno, ou seja, o circuito da economia urbana de países subdesenvolvidos, voltado para a chamada “economia da pobreza”, caracterizada por todo o tipo de pequeno comércio e principalmente pelas relações de vizinhança. O outro circuito, segundo SANTOS (1979) é o superior, e ambos precedem da mesma fonte, ou seja, da modernização. O circuito inferior se baseia principalmente no trabalho intensivo e na organização primitiva das atividades. Além desses dois fatores, temos ainda como pontos marcantes do circuito inferior o capital escasso, mão-de-obra abundante e de pouca qualificação, baixas quantidade e qualidade de estoques, crédito pessoal não institucional, margem de lucro grande por unidade (mas pequena em relação ao volume dos negócios), relação direta e personalizada entre fregueses, publicidade zero e custos fixos negligenciáveis, freqüente reutilização de mercadorias, pouquíssima ou nenhuma ajuda ou incentivo governamental e pequena ou nenhuma relação de dependência com capital estrangeiro. SANTOS (1979) fazia questão de frisar que não via uma dualidade entre os dois circuitos, ou seja, os dois se complementam ou são interdependentes, porém, a dependência do circuito inferior em relação ao superior seria maior.

Circuito superior: Segundo SANTOS (1979) seria o outro circuito da economia dos países subdesenvolvidos, o circuito moderno, moldado pelos grandes conglomerados empresariais, e em termos de consumo, voltado para a demanda da chamada “Classe A”. Seria um resultado direto da modernização tecnológica consistindo nas atividades criadas em função dos progressos tecnológicos e das pessoas que se beneficiam primária e diretamente deles. O circuito superior, segundo SANTOS (1979) responderia pelas atividades que envolvem capital intensivo e grande organização burocrática das firmas. Outras peculiaridades desse circuito seriam a grande importância dada ao capital, a mão-de-obra limitada, os estoques de grande e alta qualidades, os preços de mercadorias geralmente fixos, o fácil acesso ao crédito institucional, a margem de lucro geralmente pequena por unidade, mas importante

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dado o volume dos negócios, o grande desperdício (não reutilização) de mercadorias, a importância dada ao capital de reserva (considerado essencial), a importante ajuda governamental e a grande dependência direta do capital estrangeiro.

Círculo de fogo: Expressão usada para denominar uma área ou região de intensa atividade vulcânica. As áreas do planeta onde estão as maiores concentrações de vulcões são o Círculo ou Anel de fogo do Pacífico, que concentra 80% dos vulcões formando um alinhamento que vai desde a cordilheira dos Andes até as Filipinas, passando pelas costas ocidentais da América do Norte e pelo Japão, e o Círculo de fogo do Atlântico, que abrange a América Central, Antilhas, Açores, Cabo Verde, Mediterrâneo e Cáucaso.

Círculo Polar Antártico: Círculo ou linha imaginária que demarca, ao redor do pólo sul, o alcance máximo dos raios solares no dia 21 de junho, ou seja, quando começa o verão no hemisfério norte.

Círculo Polar Ártico: Círculo imaginário que assinala, ao redor do pólo norte, o alcance máximo dos raios solares no dia 22 de dezembro, ou seja, quando começa o verão no hemisfério sul.

Círculos polares: Paralelos localizados a uma distância de 23º27' dos dois pólos, marcando as posições alcançadas pelos raios tangentes do Sol no solstício de verão.

Cisalhamento: Deformação de rochas e solos em zonas tencionadas que sofrem uma pressão localizada, levando à ruptura e deformações texturais e estruturais, com deslocamentos paralelos e diferentes ao plano principal de ruptura.

Cisalhamento do vento: É a Mudança do vento sobre uma distância pequena na atmosfera, que pode ser horizontal ou vertical.

Clima: Conjunto de fenômenos atmosféricos, medidos ao longo do ano numa dada região, que caracterizam o estado médio da sua atmosfera. É a história dos estados do tempo, numa determinada região, ao longo de um período de, pelo menos, 30 anos. Conjunto de fenômenos meteorológicos (chuvas, temperatura, pressão atmosférica, umidade e ventos) que caracterizam o estado médio da atmosfera num determinado ponto da superfície terrestre. O calor e a intensidade de luz recebida por ano são uma função da latitude.

Clima continental: Clima relacionado à continentalidade, isto é, afastado dos oceanos, portanto não afetado pela influência moderadora do mar. Os efeitos da continentalidade são mais nítidos em médias latitudes, apresentando grandes extremos de temperatura no verão e no inverno (quando ocorrem as maiores precipitações).

Clima de montanha: Os climas em altitudes tendem a serem mais amenos, devido à diminuição da temperatura do ar com a altura na troposfera.

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Clima desértico: Caracteriza-se pela ausência de chuvas ou por precipitações pluviométricas bastante reduzidas (escassas). As temperaturas podem ser tanto extremamente elevadas quanto baixas. O clima desértico ocorre nos dois hemisférios, entre as latitudes de 20 e 30 graus. As regiões quentes do Saara e Kalahari (na África), além de regiões frias como a Patagônia (Argentina) e Gobi (China), estão dentro dessa faixa climática marcada pela aridez extrema.

Clima equatorial: Caracteriza-se por apresentar elevadas temperaturas anuais e elevados índices pluviométricos, com ausência de estação seca prolongada. Nesse domínio climático, verifica-se a ocorrência de uma das mais extensas áreas florestais do planeta: a floresta equatorial, onde a Amazônia é um típico exemplo. A temperatura média anual oscila entre 25ºC a 27ºC; o índice pluviométrico é elevado, com chuvas que variam de 2.000 a 2.500 mm anuais.

Clima frio: Clima característico das zonas polares, marcado por temperaturas extremamente baixas e muito gelo. Mesmo no mês mais quente, a temperatura nunca ultrapassa os 10o C. Os invernos são longos e os verões, curtos. Nas áreas oceânicas, o clima é mais úmido e a amplitude térmica é mais moderada. Nas áreas continentais, os invernos são rigorosos, com grande ocorrência de neve. Os climas da Antártida, da Groenlândia, da Sibéria, do Canadá e da Islândia, são exemplos típicos de clima frio.

Clima polar: Clima predominante nas latitudes mais elevadas. O clima polar é marcado pela ocorrência de apenas uma estação (inverno), por temperaturas médias anuais abaixo de 0o C e pluviosidade baixa (inferior a 250 mm anuais) e sempre em forma de neve. O clima polar abrange principalmente, toda a região norte da Sibéria, Alasca, Canadá, toda a Groenlândia, a maior parte da Islândia e toda a Antártica. O aquecimento do ar é escasso nas regiões de clima polar devido à obliquosidade da radiação solar. Clima semi-árido: Caracteriza-se por apresentar elevadas temperaturas anuais e regime pluviométrico marcado pela ocorrência de chuvas escassas e irregularmente distribuídas durante o ano. Nesse domínio climático, verifica-se a presença de um bioma complexo: a Caatinga; nesse tipo de formação vegetal há o predomínio de espécies arbustivas, xerófitas, freqüentemente espinhentas, dotadas de folhas pequenas, cascas grossas e troncos bastante ramificados. Há também uma grande quantidade de espécies suculentas, como as cactáceas e bromeliáceas; as gramíneas são resistentes e duras, distribuídas de forma descontínua. A temperatura média anual, no clima semi-árido (que tem como principal área de ocorrência o sertão nordestino), é bastante elevada, variando entre 25ºC e 30ºC. A chuva é escassa e bastante irregular, variando entre 500 e 1.000 mm anuais, dependendo da área de ocorrência.

Clima subtropical: Caracteriza-se por apresentar as temperaturas de inverno mais baixas do Brasil, além de regime pluviométrico marcado por uma distribuição mais regular das chuvas durante o ano, com ausência de estação seca prolongada. Nesse

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domínio climático verifica-se a presença de outra cobertura vegetal bastante devastada no Brasil: a floresta subtropical. A temperatura média anual varia entre 15ºC e 20ºC, com verões bastante quentes, invernos rigorosos, ficando a temperatura abaixo de 10ºC em alguns lugares, o que às vezes possibilita a ocorrência de queda de neve; chove tanto no inverno quanto no verão.

Clima temperado: Caracteriza-se pelos contrastes sazonais de temperatura. As amplitudes térmicas são muito maiores que as recorrentes nos climas da Zona Intertropical. As regiões de clima temperado caracterizam-se por apresentarem quatro estações bem definidas, com verões extremamente quentes e invernos extremamente frios. As zonas temperadas se estendem entre os trópicos e os círculos polares (entre 23o 27’ e 66o 33’), e recebem menos quantidade de calor que a Zona Intertropical e mais que as Zonas Glaciais.

Clima tropical: Caracteriza-se por apresentar elevadas temperaturas anuais e regime pluviométrico marcado pela ocorrência de duas estações: verão chuvoso e inverno seco. Nesse domínio climático, verifica-se a ocorrência de uma extensa e complexa formação vegetal: o Cerrado (Brasil) ou Savana (África). A temperatura média anual varia entre 20º e 28ºC; com elevados índices pluviométricos, apresenta chuvas intensas no litoral, diminuindo no interior, com uma precipitação que vai de 1.000 a 2.000 mm anuais.

Clima Tropical de altitude (Brasil): Caracteriza-se por apresentar temperaturas de verão mais suaves e temperaturas de inverno mais rigorosas que a média no domínio tropical brasileiro. O regime pluviométrico caracteriza-se pela alternância: há chuvas concentradas no verão e secas prolongadas no inverno. A paisagem vegetal dominante é a floresta tropical, marcada por intensa devastação. A região serrana de São Paulo, onde se destaca a cidade de Campos do Jordão é um belo exemplo deste domínio climático.

Clima Tropical Úmido: Caracteriza-se por apresentar elevadas temperaturas anuais e regimes pluviométricos diferenciados no litoral do Nordeste brasileiro, com chuvas concentradas no inverno, e no litoral do Sudeste, com chuvas concentradas no verão. Nesse domínio, verifica-se a ocorrência de uma das formações mais devastadas do Brasil: a Floresta Tropical.

Clímax: Corresponde ao estágio de equilíbrio e interação entre o clima, o solo, a vegetação e a fauna de uma dada paisagem. O clímax não significa necessariamente uma formação vegetal de grande porte, mas sim, o equilíbrio e o desenvolvimento máximo de um determinado tipo (ou formação) vegetal, em determinada condição ambiental. Para cada época (tempo, tempo geológico, fase da história geológica) da Terra, há um clímax das respectivas paisagens, pois na dinâmica natural da história do planeta, as paisagens são destruídas e (re)construídas, sempre em um grau maior de complexidade (Observar que a noção de estabilidade é importante).

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Clivagem: Propriedade de alguns cristais de se romper, se partir, segundo determinados planos ou faces regulares. Se o mineral quebra de forma irregular, deixando superfícies ásperas, possui fratura. Se a quebra acompanha planos ou linhas de menor resistência bem definidos, possui clivagem. Certos minerais apresentam padrões diferenciados de clivagem; a mica, por exemplo, se divide ao longo de um plano. Cluster: Do inglês cluster, significa aglomerado, grupo. São os arranjos produtivos locais, ou seja, são concentrações de indústrias de um mesmo setor em uma região específica. Os clusters geralmente são formados, inclusive com incentivos governamentais, por pequenas indústrias. Um exemplo mineiro é a região de Nova Serrana, onde está concentrado mais de 55% da produção nacional de tênis. Em Ubá, também em Minas Gerais, está concentrado um dos maiores pólos moveleiros do país. O pólo de Ubá é considerado um dos 500 mais bem sucedidos do Brasil. Existem também grandes clusters pelo mundo. Um deles é o Vale do Silício (Silicon Valley), na região da Califórnia (EUA), onde se concentra um grande número de empresas do setor microeletrônico. Ali é onde se produz o maior número de componentes para computadores no mundo. Coeficiente de Gini: Medida de desigualdade social desenvolvida pelo estatístico italiano Conrado Gini, e publicada no documento “Variabilità e mutabilità” (variabilidade e mutabilidade), em 1912. Este índice é geralmente utilizado para calcular os níveis de concentração de renda. Consiste na variabilidade entre os números 0 e 1, onde 0 corresponde à completa igualdade de renda (onde todos têm a mesma renda) e 1 corresponde à completa desigualdade (onde uma única pessoa detém toda a renda, e as demais não têm nada). O índice de Gini é o coeficiente expresso em pontos percentuais, e é igual ao coeficiente multiplicado por 100. O Brasil tinha em 2003, a oitava pior desigualdade social do mundo, na frente apenas da Guatemala (América Central), e de países africanos como Suazilândia, República Centro-Africana, Serra Leoa, Botsuana, Lesoto e Namíbia. O índice brasileiro naquele ano foi de 0,593, segundo o relatório do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) sobre o IDH em 177 países. Segundo o documento, no Brasil 46,9% da renda nacional concentrava-se nas mãos dos 10% mais ricos. Já os 10% mais pobres ficavam com apenas 0,7% da renda. Na Guatemala, por exemplo, os 10% mais ricos ficavam com 48,3% da renda nacional, enquanto na Namíbia, o país com o pior coeficiente de desigualdade, os 10% mais ricos abocanhavam nada menos do que 64,5% de toda a renda bruta desse país do sudoeste africano. Colina: Terreno de pequena elevação. Outeiro; cerro; pequeno monte.

Colonização: 1 – Povoamento e aproveitamento econômico de uma região feito principalmente através da agricultura. 2 – Povoamento e exploração de uma determinada região ou país, soberano ou não, por gente do seu próprio povo ou por

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um grupo predominantemente supranacional ou dirigido por nacionais ligados a grupos internacionais.

Coluvião: Material transportado de um local para outro, principalmente pelo efeito da gravidade. O material coluvial ocorre no sopé das vertentes, ou em lugares pouco afastados dos declives; é encontrado próximo da fonte que deu origem ao sedimento.

Combustíveis fósseis: São os derivados de restos de plantas e animais soterrados juntamente com os sedimentos que formam as rochas sedimentares.

Comensalismo: Tipo de relação harmônica interespecífica em que duas espécies se associam com o benefício de apenas uma delas, sem causar prejuízo à outra. São exemplos clássicos de comensalismo: a rêmora e o tubarão; as epífitas (como as orquídeas) e as árvores.

Commodity: Termo inglês que significa “bem, produto”. Produto fabricado em obediência a uma série de exigências de comercialização, tributação, padronização, transporte e negociações internacionais. As commodities geralmente têm seus preços atrelados ao dólar americano e transformam-se em dinheiro em qualquer lugar do mundo. São exemplos de commodities a soja, o algodão, o açúcar, o milho, o trigo, o minério e o alumínio.

Concentração de renda: Nível de apropriação da renda nacional pela minoria mais rica (elite dominante) que fica com a maior parte da renda, permanecendo a maioria mais pobre com baixa ou quase insignificante participação na riqueza do país. O Brasil é um país que apresenta grande concentração de renda, tendo, na atualidade, uma das piores distribuições de renda do mundo. A concentração de renda é um fator relevante no atraso econômico-social dos países subdesenvolvidos. Concentração de terras: Processo ou efeito da acumulação das terras de um país – principalmente latifúndios - nas mãos de um número pequeno de proprietários (IBGE, 2003). A concentração de terras é um dos grandes obstáculos para o desenvolvimento econômico de um país, pois a grande produção, quase sempre confinada em latifúndios monocultores, é voltada quase totalmente para o mercado externo, o que gera grandes déficits de abastecimento interno. Outro fator negativo, gerado pela concentração de terras, é o êxodo rural que acaba resultando no inchaço das grandes metrópoles, gerando problemas sociais graves como a violência, a pobreza, os déficits habitacionais, além de problemas de saúde pública como as epidemias.

Condensação: Passagem da água do estado gasoso para o líquido. Isto ocorre toda vez que o ar se encontra saturado de umidade. Quando a condensação se processa a temperaturas superiores a 0o, forma-se a água e, quando a mesma ocorre a 0o ou menos, tem-se o processo de solidificação da água, ou seja, a formação do gelo.

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Cone Sul: A expressão Cone Sul refere-se à região mais meridional da América do Sul, ao sul do Trópico de Capricórnio. Engloba, geograficamente, os territórios do Chile, Argentina, Uruguai, Paraguai e a parte meridional do Brasil, compreendida pelos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, e São Paulo. Trata-se apenas de uma região geográfica, não constituindo nenhuma espécie de bloco econômico. A expressão foi popularizada durante a segunda metade do século XX, quando se tornou comum seu uso para designar países da América do Sul subordinados a regimes ditatoriais, implantados logo após o início da guerra-fria.

Conferência de Berlim: Ver “Berlim, conferência de”.

Conferência de Bruxelas: Ver “Bruxelas, conferência de”.

Conferência de Estocolmo: Conferência ambiental promovida na Suécia, em 1972, pela ONU. A conferência na verdade foi a primeira reunião ambiental em nível global, e ficou conhecida como a I Conferência sobre o Meio Ambiente Humano. O encontro, que se tornou o marco na questão do desenvolvimento sustentável, teve a participação de 113 países, dentre os quais o Brasil. Resultou desta primeira conferência a criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), além de uma declaração internacional sobre o meio ambiente urbano. Após Estocolmo foram realizadas outras duas conferências ambientais, a do Rio de Janeiro, em 1992 (Eco-92) e a de Johannesburgo (África do Sul), também chamada de “Rio + 10”, em 2002. Em todas essas conferências, o principal propósito da ONU foi o de fomentar a máxima cooperação entre as nações na busca de resoluções de problemas de caráter econômico, social, cultural e principalmente ambiental e humanitário. Estes encontros sempre permitiram avaliações globais das questões relacionadas com o desenvolvimento sustentável, identificando os avanços e retrocessos, assim como os rumos a serem seguidos e os aperfeiçoamentos necessários à questão sócio-ambiental.

Conferência de Yalta: Ver Yalta

Confluência: Lugar ou ponto de encontro entre dois ou mais rios.

Conglomerado: 1 – Para SANDRONI (1994) o conglomerado é uma organização na qual várias empresas que atuam nos mais variados setores e ramos da economia, pertencem à mesma holding (empresa que mantém o controle sobre as outras pela posse majoritária das ações). Para GIOVANNETTI & LACERDA [s.d.], o mesmo que aglomerado. Pode ser um conjunto de empresas reunidas sob controle de um único grupo. Um exemplo de grande conglomerado é o grupo ROCKEFELLER (Standard Oil of New Jersey) onde os vários grupos associados aplicam seus capitais nos mais variados setores como o bancário, o imobiliário, o de transportes, serviços e outros ramos diferenciados. No Brasil, o maior conglomerado empresarial privado é o Grupo Votorantim, presidido pelo mega–empresário Antônio Ermírio de Morais, e formado por mais de 90 empresas. Os principais ramos de gerenciamento do Grupo Votorantim estão voltados principalmente para as atividades de capital intensivo e commodities. As atividades mais lucrativas do Grupo estão ligadas a mercados como

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os de cimento e concreto, mineração, metalurgia, celulose e papel, além dos setores bancário, químico e elétrico e também na agroindústria onde o grupo se destaca na produção de suco de laranja concentrado, uma commodity que eleva o conglomerado ao status de um dos três maiores produtores mundiais no setor. 2 – Geologicamente, o conglomerado é uma rocha sedimentar clástica composta por fragmentos com diâmetros superiores a 2 mm, misturados em maior ou menor quantidade com uma matriz arenosa, e portanto mais fina.

Consenso de Washington: Usado como sinônimo do Neoliberalismo, o Consenso de Washington destaca o impulso de medidas a partir do principal eixo da ordem capitalista, os EUA. Denominação criada em 1989 pelo inglês John Williamson, ex-funcionário do Banco Mundial e do FMI, durante a preparação de uma conferência pelo Institute For International Economics (IEE), de Washington. A conferência, por exigência do congresso norte-americano, buscou negociar o refinanciamento da dívida externa de vários países em troca de reformas, especialmente centradas na abertura das economias nacionais ao capital internacional e o fim das regras que impedem a livre circulação de mercadorias e investimentos. Às conclusões dessa reunião é que se denominou “Consenso de Washington”. A agenda da avaliação procedida na conferência compreendeu pelo menos dez tópicos primordiais para a consolidação do neoliberalismo: disciplina fiscal, priorização dos gastos públicos, reforma tributária, liberação financeira, regime cambial, liberalização comercial, investimento direto estrangeiro, privatização, desregulação e propriedade intelectual. Para BATISTA (1994) “as propostas do Consenso de Washington nas dez áreas a que se dedicou convergem para dois objetivos básicos: por um lado, a drástica redução do Estado para um Estado Mínimo e a corrosão do conceito de Nação; por outro lado, o máximo de abertura à importação de bens e serviços e à entrada de capitais de risco (capitais especulativos). Tudo em nome de um grande princípio: o da soberania absoluta do mercado autoregulável nas relações econômicas tanto internas quanto externas”. Ver mais em “neoliberalismo”.

Continentalidade: Fator que influencia no clima de uma determinada área. A distância entre dois corpos hídricos influencia a temperatura do ar por causa das diferenças básicas nas características térmicas das superfícies continentais e hídricas (diferença de calor específico). Estas diferenças ajudam a produzir o chamado efeito da continentalidade, no qual a superfície continental se aquece e se resfria mais rapidamente do que a superfície hídrica (do oceano, por exemplo). Para exemplificar o efeito da continentalidade podemos lembrar que por causa da maior área continental do Hemisfério Norte, os verões são mais quentes e os invernos mais frios do que no Hemisfério Sul onde há o predomínio de superfícies hídricas.

Continente: Uma das grandes divisões territoriais da Terra. Eles são: Europa, Ásia, África, Oceania, América. Para alguns estudiosos a Europa e a Ásia representariam um só continente (a Eurásia). A Antártida também gera polêmica, pois para alguns, essa massa de terra coberta de gelo seria também um continente.

Contra-alísios (ventos): Ventos que sopram das altas camadas da troposfera, na região equatorial, em direção às regiões temperadas. Os contra-alísios de sudeste

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circulam sobre os alísios de nordeste; os contra-alísios de nordeste circulam sobre os alísios de sudeste. Ao atingirem 30o Norte ou Sul (de latitude) os contra-alísios se resfriam gradualmente devido à radiação e expansão, e se defletem para Oeste em conseqüência da Força de Coriolis, ligada à rotação do planeta.

Conurbação: Fenômeno que ocorre quando aglomerações urbanas contínuas ultrapassam as fronteiras municipais, formando uma unidade única geográfica, econômica e social. Um exemplo de conurbação urbana é a região metropolitana de Belo Horizonte, que abrange a própria capital mineira, além de cidades vizinhas como Contagem, Betim e Ribeirão das Neves, onde não há mais como se distinguir os limites entre essas cidades.

Convecção: Movimento oscilatório que ocorre em um fluido que apresenta uma temperatura não uniforme, produzindo uma variação de densidade, tornando-o menos ou mais denso, propiciando dessa maneira a formação de fluxos ascendentes e descendentes. A convecção é uma das três formas pelas quais a energia térmica pode ser transferida no universo físico; as outras duas formas são radiação e a condução. Segundo DEMILLO (1998), uma corrente de água quente, ao passar através de uma correnteza fria, pode transferir energia para aquele sistema. Da mesma forma pode ocorrer com o ar quente ascendente que tende a transferir energia para o ar mais frio acima. Se o mesmo ar quente e ascendente for substituído pelo ar frio, e se a fonte de calor não se esgotar, uma célula de convecção poderá se formar.

Convergência Antártica: Fronteira natural que circunda o continente Antártico. Essa zona se posiciona a cerca de 1,5 mil quilômetros da costa antártica, entre os 50 e 60 graus de latitude sul. É nessa área que as correntes marítimas frias da Antártica, que se movimentam em direção ao norte, se encontram com outras correntes mais quentes, dos oceanos Índico, Pacífico e Atlântico, que se movem para o sul. O contato, geralmente demarcado por fortes nevoeiros, é caracterizado por mudanças bruscas na temperatura e salinidade da água, além de outros tipos de alterações nas características ambientais. A convergência antártica atua como uma barreira natural, isolando o continente gelado das águas quentes permitindo o desenvolvimento de um ecossistema peculiar. A maior parte das ilhas adjacentes ao continente gelado fica dentro dos limites da convergência.

Coordenadas: Conjunto de valores que determinam a localização em um dado sistema de referência. Por exemplo, x,y em um sistema de coordenadas planas ou um sistema de coordenadas x,y,z num sistema tridimensional. Representam localizações relativas à superfície da Terra ou outras localizações.

Coordenadas geodésicas: Conjunto de valores envolvendo longitude e latitude, que definem a posição de um ponto qualquer na superfície da terra, em relação ao elipsóide de referência.

Coordenada geográfica: Linha imaginária (paralelo ou meridiano) que traçada em torno da Terra serve para localizar com precisão os acidentes geográficos, bem como qualquer outra ocorrência no globo terrestre.

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Corais: Espécies animais que vivem em mares quentes e pouco profundos, responsáveis pela formação de atóis e recifes. Muitos possuem invólucros, com aspecto de greda (calcário, giz) e semelhantes a esqueletos. Os corais geralmente crescem em torno de ilhas vulcânicas formando arcos em volta de locais onde havia vulcões, dando origem a ilhas ou arquipélagos chamados de atóis.

Cordilheira: Linha imaginária que traçada em torno da Terra serve para localizar com precisão os acidentes geográficos, bem como qualquer outra ocorrência no globo terrestre. Geograficamente, o termo Cordilheira é usado para identificar as grandes e extensas cadeias de montanhas, encontradas principalmente em regiões de colisão entre placas tectônicas. Dois exemplos típicos de cordilheiras: Cordilheira dos Andes e Cordilheira do Himalaia.

Coriolis: Ver “Força de Coriollis”.

Corredeira: Local íngreme por onde o rio corre.

Corredor Ecológico: Segundo definição do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), os corredores ecológicos são porções de ecossistemas naturais ou semi-naturais, ligando unidades de conservação, que possibilitam entre elas o fluxo de genes de espécies e a recolonização de áreas degradadas, bem como a manutenção de populações que demandam para sua sobrevivência áreas com extensão maior do que aquelas das próprias unidades individuais. Para o biólogo e professor do Instituto de Geociências da UFMG, Bernardo Gontijo, o intercâmbio (a conexão) entre as Unidades de Conservação (UCs) deve ser promovido através criação desses corredores ecológicos para se preservar a biodiversidade. Exemplos de corredores ecológicos, como aponta o gerente do Parque Nacional da Serra do Cipó, Henri Collet, são os próprios rios com suas matas ciliares, além dos topos de morros, devidamente protegidos do desmatamento.

Córrego: Rio de pequeno porte, arroio, riacho.

Corrente(s): Fluxo(s) de um volume de ar, água ou outro fluido que se movimenta em sentido e direção conhecida. Exemplos disso são as correntes oceânicas que são verdadeiros rios dentro dos oceanos, com características próprias quanto à temperatura, salinidade, velocidade e direção. As correntes frias originam-se nas regiões polares, enquanto que as quentes têm sua existência associada ao aquecimento das águas nas regiões intertropicais e equatoriais. Algumas correntes frias como a de Humboldt (na costa oeste da América do Sul) ou a de Benguela (na costa oeste Africana), são responsáveis pela formação de desertos próximos aos litorais. Essas correntes, por serem frias, resfriam a atmosfera junto ao oceano, fazendo com que ocorra condensação da água existente nelas e causando a precipitação sobre os mares. Tendo descarregado sua umidade no oceano, as massas de ar chegam secas aos continentes, levando à formação de desertos.

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Corrida Espacial: Contexto de disputa pela hegemonia do espaço extraterreno iniciado no final da década de 1950 pelas então super-potências do período da Guerra Fria, EUA e URSS. A conquista espacial teve início no ano de 1957, com o lançamento do primeiro satélite artificial, Sputnik, pelos soviéticos. Mas a corrida começou a se configurar de fato, a partir de 1958, com o lançamento do satélite norte-americano Explorer I. Daí em diante, essa disputa se acirrou, e em 1961 os russos teriam enviado ao espaço a primeira nave tripulada por humanos, a Vostok I. Depois disso, o marco da corrida espacial, a suposta conquista da Lua, em 1969 pelos norte-americanos, através da nave Apollo 11, tripulada por três astronautas. Hoje, essa disputa está mais acirrada entre os norte-americanos e os europeus, e o próximo suposto marco dessa nova corrida deverá ser a não menos suposta conquista de Marte. NOTA DO AUTOR: As grandes mídias nunca contestaram a conquista da Lua em 1969. O fato é que vários cidadãos mundo afora, e entre eles alguns físicos, reprovam o discurso desse marco. Alguns inclusive afirmam que toda aquela encenação na superfície lunar não passou de mega produção cinematográfica realizada no deserto de Nevada. Lá inclusive, se encontra um cenário comemorativo da NASA, idêntico ao do local em que os astronautas norte-americanos teriam pisado no ano de 1969, no satélite natural da Terra.

Cortina de ferro: Área de segurança (linha imaginária) que delimitava o fechamento do leste europeu às relações econômicas com o mundo ocidental. Esse espaço geopolítico foi a reação da União Soviética ao plano Marshall durante a guerra-fria. A expressão, porém, foi criada em 1946 pelo primeiro-ministro britânico Winston Churchill para designar a política de isolamento imposta pela URSS aos seus aliados (países satélites) após o final da Segunda Guerra Mundial.

Costa: Área de contato da terra com o mar. Termo utilizado no Brasil para indicar um tipo de costa rochosa, em forma de paredão com forte declividade. Segundo GUERRA (2001), "Denominação usada no litoral paulista para os esporões da serra do Mar que penetram na direção do oceano, dando aparecimento à falésia". Em sentido mais comum, o termo é utilizado para referir-se a todo contorno litorâneo.

Costão: Costa íngreme, formada por granito. Essa denominação é comumente usada na região Sudeste do Brasil.

Coxilha(s): Relevo suavemente ondulado, na forma de colinas. Estas colinas, comuns na região sul-rio-grandense conhecida como campanha gaúcha, são geralmente recobertas por vegetação campestre. Nos topos mais aplainados forma se um tapete herbáceo, pobre em biodiversidade. Nas encostas, a vegetação se torna mais densa e diversificada.

Cratera: Depressão ou cavidade da superfície terrestre, em forma de arco, podendo ser a "boca" de um vulcão ou uma depressão causada pelo impacto de meteoritos ou explosivos.

Crátons: São áreas geologicamente estáveis, escudos, constituídos por uma crosta rígida que durante um longo período foi pouco deformada. A cratonização

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(endurecimento) da Plataforma Sul-americana teve sua evolução marcada pela ocorrência dos ciclos orogênicos Pré-cambrianos (crátons/cinturões moles). A calma tectônica foi alcançada no início do Paleozóico Superior.

Cratonização: O mesmo que endurecimento, estabilização de crátons. Os crátons são núcleos estáveis da crosta continental formadas majoritariamente por rochas pré-cambrianas com estruturas complexas, normalmente gnáissicas ou xistosas e injetadas por batólitos graníticos.

Crédito de Carbono: Mecanismo ou serviço ambiental onde as indústrias poluidoras, que não pretendem reduzir suas emissões de gases estufa, geralmente pagam para que outros plantem árvores que seqüestrem esses gases. É a chamada compensação dos países ricos poluidores para os países em desenvolvimento que geralmente se prestam a esse tipo de serviço. Segundo o físico da USP Paulo Artaxo, o crédito de carbono foi uma idéia brasileira adotada e propagada pelos americanos, que torna a emissão de carbono uma commodity com valor comercial. Ainda segundo Artaxo o mecanismo não é eficiente no combate ao aquecimento global, pois a quantidade de carbono negociada por esse que é um dos MDLs costuma ser insignificante. Além do mais, ressalta Artaxo, os MDLs não costumam ser solução para nada, pois só servem para desonerar os chamados países desenvolvidos, fazendo com que os países em desenvolvimento assumam a responsabilidade pelas emissões de gases estufa, sem que os mesmos sejam realmente reduzidos no ambiente, e sem a redução, por parte dos países desenvolvidos e maiores poluidores, não há solução para as mudanças climáticas globais.

Crescimento econômico: Incremento real na produção de bens e serviços, aumentando o produto interno bruto e a renda per capita em um país ou região. Qual a diferença entre crescimento econômico e desenvolvimento econômico? Crescimento econômico é uma pré-condição para se chegar ao desenvolvimento econômico. A economia cresce quando a produção nacional, comparada ao período anterior é maior, descontada a inflação. O desenvolvimento econômico contempla qualidade de vida, investimentos em infra-estrutura, eliminação de desigualdades regionais, entre outros. Só crescer pode também significar “crescer apenas as desigualdades”.

Crescimento vegetativo: O mesmo que crescimento natural de uma população. Diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade.

Cretáceo: Na escala geológica do tempo, corresponde ao período final da Era Mesozóica, verificado aproximadamente entre 145 a 65 milhões de anos atrás, após o Jurássico e antes do Cenozóico. Aquele em que surgem os primeiros mamíferos de pequeno porte, na fauna, e o progresso das gimnospermas (coníferas), na flora. Há quem defenda que durante surgimento das angiospermas, que dominaram rapidamente as floras continentais, teria iniciado o declínio final dos dinossauros que não teriam se adaptado à mudança de hábito alimentar. Durante o cretáceo ocorreu o último grande aumento dos mares epicontinentais e dos brejos costeiros. No fim do período, a extensa formação de montanhas esfriou o clima em todo o planeta.

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Também no final do período podemos destacar outros eventos como: início da dominância das Angiospermas e a extinção de aves arcaicas e de muitos répteis.

Criollos ou crioulos: Descendentes de espanhóis nascidos na América. A expressão “criollo” passou a ser usada nas colônias espanholas, aproximadamente a partir de 1595, para distinguir os europeus de seus descendentes nascidos no continente colonizado.

Criosfera: Componente de gelo do sistema climático que compreende todo o tipo de superfície congelada do planeta. Compõem a criosfera as calotas polares, as geleiras e todos os outros gelos superficiais.

Crista: Divisor de águas, isto é, linha mais alta das montanhas. Termo utilizado também para a linha mais alta das ondas marítimas ou fluviais.

Cristalino: Referente a terreno ou rocha constituída de elementos cristalizados, como por exemplo, as rochas eruptivas.

Cristãos novos: Expressão usada para identificar judeus, na sua maioria nascidos em Portugal, que eram obrigados a converterem-se ao cristianismo, mas que, apesar desta conversão, não deixaram de ser perseguidos. Quando condenados - na maioria dos casos à pena capital - seus bens ficavam para o rei.

Crosta terrestre (litosfera): Camada externa (superficial), consolidada e rígida da Terra. A crosta terrestre é a parte superior da litosfera, e é constituída pelas crostas continental e oceânica. A espessura média é de 5 a 10 km para a crosta oceânica, e de 25 a 50 km para a crosta continental.

Cuesta: Forma de relevo presente em terrenos rochosos de diferentes resistências ao processo de erosão. O declive escarpado relaciona-se às rochas mais resistentes ao processo erosivo, o declive ou vertente suave relaciona-se às rochas de menor resistência à erosão.

Cuesta basáltica: Escarpa ou serra em forma de um grande degrau, geralmente desenvolvida sobre rocha basáltica em borda de bacia sedimentar, onde ocorreram derrames de lavas vulcânicas do tipo basáltica.

Cumulus nimbus (cumulunimbus): São nuvens convectivas de trovoada que se desenvolvem verticalmente até grandes altitudes, com a forma de montanhas, torres ou de gigantescas couves-flor. Têm uma base entre 300 e 1.500 metros e um topo que pode ir até 29 km de altitude podendo até ter quase 3 vezes a altura do monte Everest, sendo a média entre 9 e 12 km. O topo é caracterizado pela chamada "bigorna": uma expansão horizontal devida aos ventos superiores, lembrando a forma de uma bigorna de ferreiro. São formadas por gotas d'água, cristais de gelo, gotas superesfriadas, flocos de neve e granizo. São alimentados por fenômenos de convecção muito vigorosos (por vezes com ventos de mais de 50 nós). Na base, são formados por gotículas de água, mas nas zonas mais elevadas da "bigorna", são de cristais de gelo. Podem estar associados a todas as formas de precipitação forte,

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incluindo grandes gotículas de chuva, neve ou granizo. Uma trovoada é basicamente uma nuvem cumulonimbus capaz de produzir ventos fortes e tempestuosos, raios, trovões e mesmo, por vezes, violentos tornados (extraído da revista Conhecimento Prático

Geografia, ed. 27 , ISSN 1984-0101, editora Escala Educacional, p. 44).

Curso de um rio: Caminho que o rio percorre da nascente até a foz.

Curso inferior (de um rio): Porção do rio próxima à foz.

Curso médio (de um rio): Parte intermediária do rio entre a nascente e a foz.

Curso superior (de um rio): Parte do rio mais próxima da nascente.

Curva de nível: Linha que em um mapa topográfico une pontos de mesma altitude. Linha que liga os pontos de igual valor de altitude em relação a um referencial.

D

Datum: Conjunto de parâmetros e pontos de controle usados para definir precisamente a forma tri-dimensional da Terra (por exemplo, como um esferóide). O dado é a base para um sistema de coordenadas planas. Por exemplo, o SAD 69 no Brasil.

Defluentes: Canais que se formam no delta de um rio. Às vezes, um rio deposita sedimentos que bloqueiam sua saída para um lago ou para o mar. As águas somente conseguem fluir através desses pequenos canais.

Dekassegui: Palavra japonesa que designa aqueles que saem de sua terra natal para trabalhar e ganhar dinheiro em outra localidade (país). O dekassegui geralmente não planeja uma emigração definitiva, configurando uma situação apenas temporária. Os quase 300 mil dekasseguis brasileiros que hoje vivem no Japão, na sua grande maioria, cumprem longas jornadas de trabalho nas fábricas japonesas que absorvem grande parte da mão-de-obra não qualificada desses aventureiros.

Delta: Depósito aluvial que aparece na foz de certos rios, avançando como um leque, na direção do mar. Essa deposição exige certas condições como ausência de correntes marinhas, fundo raso e abundância de detritos. Tipo de foz (desembocadura) com grande acúmulo de sedimentos, possibilitando o aparecimento de ilhas e pequenos canais (defluentes). O rio Ganges, em Bangladesh, possui o maior delta do mundo. Outros deltas de grandes dimensões são o do Mississipi e o do Nilo, que inclusive são navegáveis. A foz do rio Amazonas é do tipo mista, pois

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apresenta características de delta (com formação de ilhas) e de estuário (com forte vazão).

Demografia: Estudo da evolução, distribuição, composição e estrutura interna das populações humanas. A Demografia trabalha com dados pesquisados, especialmente pelos censos ou recenseamentos, tratando de questões como etnias, distribuição da população economicamente ativa pelos setores da economia, distribuição da população por sexo e idade, densidade demográfica, migrações, taxas de natalidade e mortalidade, entre outras.

Democracia: Do grego demokratía – dêmos (povo) + kratía (poder, força) – significa literalmente “soberania popular”. DUVERGER (1970) define democracia como sendo “regime em que os governantes são escolhidos pelos governados por intermédio de eleições honestas e livres”. No Brasil, predomina a “democracia representativa”, prevista no parágrafo único do art. 1º da Constituição Federal de 1988, onde a mesma se configura como uma organização social em que o “povo” através de eleições diretas, outorga mandatos a representantes que passarão a exercer mandato (autoridade) em seu nome.

Densidade demográfica: O mesmo que população relativa, ou seja, a quantidade de habitantes dividida pela área ocupada (hab/Km²). A densidade demográfica também tem o mesmo significado de “densidade populacional”.

Densidade populacional: Corresponde ao número de habitantes por quilômetro quadrado. Calcula-se dividindo o número de habitantes pela área que ocupam e se expressa em “hab/km2”. É o número de habitantes que ocupariam um quilômetro quadrado caso os indivíduos estivessem distribuídos uniformemente pelo território nacional. Cingapura, país formado praticamente por uma única cidade, apresenta elevada populacional, cerca de 6.900 habitantes por quilômetro quadrado. No extremo oposto podemos citar a Austrália, onde grande parte de suas terras é composta por um imenso deserto, e que apresenta menos de três habitantes por quilômetro quadrado.

Depressão: Área ou porção do relevo situada abaixo do nível do mar, ou abaixo do nível das regiões que lhe estão próximas. Porção do relevo que, quando situada abaixo do nível do mar, denomina-se depressão absoluta, e quando situada abaixo de regiões circunvizinhas, denomina-se depressão relativa. Em Meteorologia, o termo é utilizado para designar áreas de baixa pressão atmosférica.

Descontinuidade de Mohorovicic (Moho): Descontinuidade entre a crosta terrestre o manto, caracterizada pela mudança repentina de velocidade de ondas sísmicas e cujo nome é atribuído ao seu descobridor.

Desembocadura: O mesmo que “foz”, ou seja, lugar, local onde o rio deságua.

Desemprego conjuntural: Tipo de desemprego causado pelas fases recessivas de um ciclo econômico. O desemprego conjuntural geralmente é temporário, podendo

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durar de alguns dias a meses, dependendo da qualificação e da capacidade de reinserção do desempregado, além, evidentemente da retomada do crescimento econômico interrompido pelo ciclo recessivo.

Desemprego estrutural: Aquele em que a vaga do trabalhador foi substituída por máquinas ou processos produtivos mais modernos. O desemprego estrutural consiste na exclusão de massas da população do mercado de trabalho por períodos longos, distinguindo-se do emprego conjuntural provocado pelas fases de recessão do ciclo econômico. Desenvolvimento econômico: Compreende o crescimento econômico de um país, acompanhado pela melhoria do padrão de vida de sua população e por alterações fundamentais na estrutura de sua economia.

Desenvolvimento humano sustentável: A razão de ser do desenvolvimento é o ser humano, que o gera. Por isso o desenvolvimento deve ter três atributos básicos: desenvolvimento das pessoas, aumentando suas oportunidades, capacidades, potencialidades e direitos de escolha; desenvolvimento para as pessoas, garantindo que seus resultados sejam apropriados eqüitativamente pela população; e desenvolvimento pelas pessoas, alargando a parcela de poder dos indivíduos e comunidades humanas durante sua participação ativa na definição do processo de desenvolvimento do qual são sujeitos e beneficiários. E conseqüentemente são duas, as qualidades indissociáveis ao desenvolvimento: ser eqüitativo e sustentável. Ambas manifestam-se na forma como se dá sua construção e na distribuição de seus resultados, entre os membros das presentes e futuras gerações. Logo, a sustentabilidade do desenvolvimento é política, social, cultural, econômica e, não menos importante, ambiental – entendendo-se por ambiente os serviços e recursos naturais que dão suporte ao processo do desenvolvimento humano, no presente e no futuro. O processo de desenvolvimento que atenda a estes atributos e que apresente estas qualidades será denominado Desenvolvimento Humano Sustentável (DHS).

Desenvolvimento sustentado: Também denominado Desenvolvimento Sustentável, foi definido pela Comissão Brutland (ONU), no relatório "Nosso Futuro Comum", em 1987, como sendo o desenvolvimento social, econômico e cultural que atende às buscas do presente sem comprometer às necessidades das gerações futuras, ecossistemas e recursos naturais disponíveis. Para os países pobres, conforme o relatório "Nossa Própria Agenda", da Comissão de Desenvolvimento e Meio Ambiente da América Latina e do Caribe (BID/PNUD-ONU), de 1990, o desenvolvimento sustentável é, antes de olhar o futuro, satisfazer às necessidades básicas da população, principalmente dos grupos de baixa renda, que chegam a mais de 75% no continente.

Deserto: Área ou região da superfície terrestre na qual o clima é extremamente seco e a umidade relativa do ar alcança níveis abaixo de 12%. Uma área desértica se caracteriza pela escassez ou ausência de vegetação, e é pouco propício à vida animal; existem, porém, desertos menos secos, onde são encontrados animais como

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dromedários, antílopes, gazelas e aves corredoras. Temos desertos quentes como o Saara (África) e a Mesopotâmia (Iraque), desertos frios como o de Gobi (China) e o da Patagônia (Argentina), e até semi-desertos com inverno um pouco frio como o Kalaari, no sul da África. Outras características dos desertos são os baixos índices pluviométricos (de 0 a 300 mm anuais), as grandes amplitudes térmicas diárias, a baixa biodiversidade e a pobreza dos solos. A expressão inglesa “rain-shadow desert” (sem tradução para o português) pode ser entendida como “deserto a sotavento”, ou seja, deserto formado a sotavento de uma área montanhosa. Os desertos cobrem aproximadamente 16% da superfície terrestre. Atualmente, quase um bilhão de pessoas no mundo é afetado pelo problema da desertificação. Entre 9.500 e 5.300 anos atrás, a porção oriental do Saara era muito mais úmida do que hoje e era habitada por homens pré-históricos que circundavam a região e faziam sua morada nos pontos com maior disponibilidade de água. Quando as chuvas se deslocavam para outra zona, eles seguiam o caminho das águas. Os humanos só deixaram em definitivo o Saara oriental – hoje um deserto de areia (e gente) que se espalha por partes do Egito, Líbia, Sudão e Chade – quando, há pouco mais de cinco mil anos, o clima se tornou muito seco e a aridez se disseminou de norte a sul. Essa é conclusão de estudo de pesquisadores alemães que analisaram dados de 150 sítios arqueológicos do Saara, tendo produzido inclusive mais de 500 datações dos locais estudados pelo método do carbono 14.

Desfiladeiro: Passagem muito estreita entre montanhas. O mesmo que garganta, passo estreito.

Desigualdade social: Contexto onde as riquezas de um país são mal distribuídas entre a população, ou seja, com uma minoria concentrando a maior parte da riqueza em seu poder, enquanto que a grande maioria divide o pequeno restante. As desigualdades são comuns, tanto em países ricos quanto pobres, porém são mais acentuadas em países pobres. Os principais indicadores socioeconômicos da desigualdade social são a renda per capita, a mortalidade infantil, o saneamento básico e os programas de saúde e moradia.

Desmatamento: Prática de retirada da cobertura vegetal, geralmente nativa, de uma determinada área, terreno ou solo. No Brasil, o grande campeão mundial de desmatamento, devasta-se em torno de 20.000 km2 por ano de mata nativa. Mais de 50% desse desmatamento ocorre por meio de queimadas, na maioria das vezes para se transformar essas áreas em pastagens ou em grandes monoculturas.

Desnudação: Geologicamente significa perda de material das áreas continentais em superfície e sub-superfície, através das bacias hidrográficas. Essa perda é realizada inicialmente pela atuação de processos intempéricos mecânicos e/ou químicos (CARSON & KIRKBY, 1972).

Determinismo naturalista (ou ambiental): Corrente de pensamento que defende uma explicação natural paras os atos humanos. O determinismo naturalista, também chamado de determinismo ambiental, foi o primeiro paradigma a caracterizar a geografia que emerge no final do século XIX, com a passagem do capitalismo

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concorrencial para sua fase monopolista e imperialista. Seus defensores afirmam que as condições naturais, especialmente as climáticas, determinam o comportamento do homem, interferindo na sua capacidade de progredir. Cresceriam aqueles países ou povos que estivessem localizados em áreas mais propícias. Segundo o discurso determinista, tanto a vocação industrial dos ingleses quanto a vocação agrária do Brasil, eram caminhos naturais, portanto, inquestionáveis. Um dos grandes defensores dessa corrente de pensamento nas ciências sociais foi o sociólogo inglês Herbert Spencer (1820-1903). Na geografia, seu grande difusor foi o geógrafo alemão Friedrich Ratzel (1844-1904), que, baseado no pensamento materialista-mecanicista de Spencer, elaborou as teorias do “determinismo geográfico” e “do espaço vital”, onde o mesmo afirmava que “o homem, em todos os seus planos de existência, tanto mental como civilizatória, é determinado pelo seu meio natural”. É a predestinação humana imposta pelo meio físico.

Devoniano: Na escala geológica do tempo, corresponde ao quarto período da Era Paleozóica, que se sucedeu entre aproximadamente 408 a 360 milhões de anos atrás, após o Siluriano e antes do Carbonífero. Período em que na fauna surgem os braquiópodes, vermes, insetos e peixes. Na flora, ocorre a predominância de criptógamos vasculares. O devoniano é também conhecido como idade dos peixes, porque pela primeira vez, o registro fóssil mostra numerosos e variados peixes que representam um avanço evolutivo sobre os invertebrados. No Devoniano Médio tardio, surgiram os tetrápodes (animais com quatro patas; é o nascimento das patas), a partir de peixes com nadadeiras lobadas, como o Eusthenopteron, há aproximadamente 380 milhões de anos. As terras eram altas e o clima mais frio. Bacias de água doce desenvolveram-se em adição aos mares rasos. Apareceram as primeiras florestas e os primeiros insetos alados.

Dia: Unidade de medida de tempo que corresponde a uma volta completa da Terra em torno do próprio eixo. Quanto maior for a latitude (distância do Equador) maiores serão as diferenças entre os dias mais longos e os mais curtos. A inclinação do eixo terrestre, assim como o movimento de translação é que provocam a variação na duração dos dias e das noites. O dia mais longo na latitude de 0o é de 12 horas e 5 minutos, enquanto que o mais curto na mesma latitude é de 11 horas e 55 minutos. O dia mais longo na latitude de 60o é de 18 horas e 45 minutos de duração, enquanto que o dia mais curto na mesma latitude é de 5 horas e 15 minutos de duração.

Díade: Termo criado pelo geógrafo Michel Foucher para designar os limites comuns, ou seja, as fronteiras entre dois Estados contíguos.

Diastrofismo: Do grego diastrophé – distorção. Termo geral que engloba todos os movimentos da crosta devido a processos tectônicos. O diastrofismo é o conjunto de movimentos tangenciais e verticais que acarretam na superfície terrestre, o aparecimento de dobras e falhas.

Dique(s): 1 - Segundo o dicionário HOUAISS, os diques são barragens feitas dos mais variados tipos de materiais (terra, areia, pedra, concreto e outros) para conter as

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invasões das águas de mares e rios. 2 – Para a Geologia, dique é um corpo ígneo intrusivo tabular que corta as estruturas planares das rochas encaixantes onde se aloja, no que se distingue um sill.

Diques marginais: São diques naturais, resultantes de sucessivos transbordamentos dos rios. Sempre que um rio transborda, deixa uma camada fina de sedimentos na terra. Com o passar do tempo, esses depósitos acabam formando partes mais elevadas em ambas as margens do rio; essas partes elevadas são os chamados “diques marginais”.

DIT (Divisão Internacional do Trabalho): Conceito derivado de Divisão Social do Trabalho, pelo qual se designa a especialização produtiva e o intercâmbio entre unidades econômicas, sejam estas empresas ou indivíduos. Na DIT, as unidades são países ou nações, supondo-se que estas também se especializam na produção de determinadas mercadorias, destinadas à troca entre elas, ou seja, ao comércio internacional. Na DIT, os sujeitos são, portanto, nações que são tomadas como unidades indivisíveis, ignorando-se qualquer antagonismo de interesse dentro delas.

Dívida externa: É o resultado da diferença entre o déficit em conta corrente do balanço de pagamentos e as entradas de capital num determinado país, sob forma de investimento direto (geralmente empréstimos estrangeiros). O Brasil é considerado o país com a maior dívida externa mundial. A dívida brasileira em 2006 se encontrava em torno de 200 bilhões de dólares. Em 2002, os 10 países mais endividados do mundo, por ordem decrescente eram: Brasil, Rússia, México, China, Indonésia, Argentina, Coréia do Sul, Turquia, Índia e Tailândia. O Brasil é o país em desenvolvimento que paga mais juros da dívida externa, em relação às exportações. Segundo dados do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI), em 1999 o país pagou, em juros da dívida, o equivalente a 122,3% de suas exportações de bens e serviços. O Brasil é o único país do mundo em que o montante das exportações é menor que o montante de juros de dívida externa que são pagos.

Divisor de água: Linha de separação que divide as águas que caem em bacias vizinhas divergentes. Geralmente, os divisores são formados pelas montanhas e serras.

Dolina: Depressão de forma circular que aparece em terrenos calcários (áreas cársticas), com larguras e profundidades variadas. As dolinas são formadas pelo abatimento de solo e rochas do teto de cavernas com drenagem subterrânea.

Domínios morfoclimáticos: São combinações (interação ou síntese) de diversos elementos da natureza como clima, solo e relevo, e que caracterizam uma determinada porção do território, sendo o elemento climático talvez o principal fator determinante do arranjo da paisagem natural. Exemplos de domínios morfoclimáticos brasileiros são: as pradarias, (coxilhas subtropicais ou pampas), araucárias, caatinga, mares de morro, cerrado e o amazônico.

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Dorsal meso-atlântica: Cadeia montanhosa na porção central do oceano Atlântico, representativa dos eventos magmáticos recentes de formação de crosta oceânica no Atlântico sul. Constitui o limite geográfico de separação, com sentidos divergentes de propagação das placas sul-americana e africana. Doutrina Bush: Doutrina implementada pelo atual presidente estadunidense George Walker Bush (2000-2007), e que se baseia no neo-conservadorismo belicoso, uma ideologia republicana, que vem sendo articulada desde a década de 1970. Essa doutrina é a marca registrada da nova fase imperialista dos EUA, onde os mesmos, através dos chamados ataques preventivos, invadem países, principalmente grandes produtores de petróleo, com seu poderoso exército para eliminar supostos inimigos potenciais, na chamada “guerra contra o terror”. O problema maior é que essa doutrina, ao estabelecer o “eixo do mal”, criou também as condições para perpetuar a “época da barbárie”, ou seja, não é uma declaração de guerra a um Estado específico, mas ao terror, que é difuso e não tem localização fixa. Com isso, os EUA invadem ao bel prazer do seu presidente, qualquer país considerado por ele como uma ameaça à democracia e à soberania do povo norte-americano, e isso se dá sem qualquer critério que convença a opinião pública mundial. NOTA DO AUTOR: Não há como desconsiderar a hipocrisia que se esconde por de trás dessa doutrina beligerante. Vale lembrar as invasões ao Afeganistão e ao Iraque. No Afeganistão, para depor o Taleban, no Iraque para destituir e humilhar publicamente o ditador Saddam Hussein que supostamente estaria escondendo um arsenal de armas químicas. As armas nunca foram encontradas, Saddam foi enforcado com o deboche de seus carrascos e ainda assim o Iraque continuou ocupado da mesma forma que o Afeganistão. Doutrina Monroe: Declaração proferida pelo então presidente norte-americano James Monroe, durante sua mensagem anual no Congresso, no dia 2 de Dezembro de 1823. “A América para os americanos!”. A Doutrina nunca chegou a ser transformada em Lei, mas sua linguagem ambígua iria possibilitar diversas interpretações ao longo dos anos seguintes; a principal delas é a de justificativa para a interferência norte-americana nos assuntos internos da América Latina. Com a Doutrina declarou-se que os EUA não pretendiam interferir nas colônias de quaisquer potências européias. Ao mesmo tempo a Doutrina alertava aos governos europeus para que não insistissem em expandir sua hegemonia para o continente americano. Em um dos trechos da Doutrina, os EUA considerariam a menor tentativa, por parte das potências européias, de estender o seu domínio a qualquer porção desse hemisfério, perigosa para a paz e segurança do continente americano. Uma ação deste tipo seria imediatamente interpretada pelos EUA como uma disposição inamistosa para com eles mesmos, ou seja, os EUA se colocavam como os verdadeiros tutores de toda a América (NARO, 1985).

Doutrina Truman: Nome pelo qual ficou conhecida a política externa adotada pelo presidente norte-americano Harry S. Truman (1884-1972) em relação aos países do bloco capitalista, sob influência dos EUA. A adoção desta política visava conter a expansão do socialismo em países não pertencentes à zona sob influência da União

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Soviética. Esta política, agressiva em relação ao comunismo, teve o início formal quando em 12 de Março de 1947 Truman pronunciou um discurso em que assumiu o compromisso de defender o mundo capitalista contra o avanço do comunismo. De imediato foi proposta uma concessão de créditos para a Grécia e a Turquia e a colaboração financeira dos Estados Unidos na recuperação da economia dos países capitalistas europeus. A ajuda americana não se limitava ao campo econômico, mas estendia-se ao campo militar o que acabou desencadeando a chamada “Guerra Fria”. No campo econômico a Doutrina Truman proporcionou a execução do chamado Plano Marshall, um plano de reestruturação, por meio de empréstimos financeiros, dos países aliados do bloco capitalista, destruídos durante a Segunda Guerra Mundial (de sítio “Dicionário Político – Marxists Internet Archive”, adaptado).

Drenagem: 1 - Absorção de água pela permeabilidade do solo e subsolo, ocorrendo especialmente em áreas banhadas por rios ou lagos. 2 – Traçado produzido pelas águas de escorrência que modelam a topografia. O conjunto destes traçados é que determinam os padrões de drenagem. A análise do traçado de drenagem em cartas ou fotografias aéreas revela, em parte, a estrutura e a natureza das rochas assim como a própria tectônica (GUERRA, 2001).

Drenagem Arréica: Drenagem típica de rios intermitentes, quando os mesmos secam em períodos sem chuvas. Ocorre em regiões semi-áridas e áridas.

Drenagem Criptorréica: Drenagem de rios subterrâneos, próprios de regiões calcárias.

Drenagem Endorréica: Drenagem que ocorre quando o rio desemboca (deságua) em lagos ou mares fechados.

Drenagem Exorréica: Ocorre quando o rio desemboca diretamente no oceano.

Drift: Segundo GUERRA (2001) é um nome usado pelos ingleses para identificar os depósitos de origem glacial, sem considerar a granulometria dos mesmos. GUERRA enfatiza que grande parte do continente americano do norte, bem como da Europa, estão recobertos de materiais erráticos, ou melhor, argilas glaciárias com blocos de tamanhos variados.

Dry-farming: 1 - Processo de revolvimento do solo, por meio do qual as terras subterrâneas mais úmidas são trazidas à superfície. 2 – Modalidade de cultura irrigada das regiões áridas da Califórnia (EUA) e que corresponde à produção frutífera de grande qualidade para consumo interno, principalmente dos estados da costa oeste estadunidense.

Dumping: Termo inglês criado em 1857, e que significa literalmente despejar, jogar fora, vender a baixo preço. Atitude concorrencial, considerada abuso de poder econômico, e, portanto ilegal, baseada na prática do derramamento no mercado de produtos a preços mais baixos que os custos, com a finalidade de eliminar concorrentes e conquistar fatias maiores de mercado. No mercado externo, o

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dumping pode ser persistente quando há subsídios governamentais para incremento das exportações e as condições de mercados permitem uma discriminação de preços tal que a maior parte da lucratividade seja conseguida no mercado interno. O uso deste artifício concorrencial (por sinal, bastante desleal) é muito comum entre as grandes empresas transnacionais, que muitas vezes abrem mão da lucratividade em certas regiões para se estabelecerem e se expandirem hegemonicamente.

Duna: Monte de areia formado pela ação dos ventos. Pode se formar em regiões litorâneas, originando-se do trabalho associado do mar e do vento, assim como no interior dos continentes em áreas de pouca vegetação como os desertos.

E

Eclíptica: Plano descrito pela órbita da Terra em torno do Sol, durante o movimento de translação do planeta.

Eclusa: Do francês écluse, significa represa. Canal construído em águas onde os rios geralmente têm grandes desníveis, possibilitando assim, uma navegabilidade através de subidas e descidas de embarcações. As eclusas funcionam como degraus: há duas portas separando os dois níveis do rio. Quando a embarcação precisa subir o rio ela entra pela porta da eclusa à jusante (no sentido da foz) e fica no reservatório que é, então, enchido com água elevando a embarcação para que possa atingir o nível mais alto. Quando a embarcação precisa descer o rio ela entra pela porta da eclusa à montante (no sentido da nascente) e permanece no reservatório enquanto ele é esvaziado, descendo a embarcação até o nível mais baixo do rio. Ecoeficiência: Segundo MAZZINI (2003) é um importante conceito ligado a processos industriais sustentáveis. Para MAZZINI uma organização ecoeficiente é aquela que consegue conciliar questões econômicas, ambientais e sociais. Para prevenir e reduzir impactos ambientais adversos, uma empresa ou organização ecoeficiente geralmente racionaliza o uso de insumos, processos e fontes de energia, ao mesmo tempo que reduz o uso de substâncias tóxicas e intensifica a prática da reciclagem de materiais.

Ecologia: Disciplina científica batizada pelo biólogo alemão Ernst Haeckel (1834-1919), na obra “Morfologia dos Organismos”, de 1866, que tem como função estudar as relações de um organismo com seu ambiente orgânico e inorgânico. É a ciência que estuda as condições de existência dos organismos e as interações, de qualquer natureza, existente entre estes e seu meio.

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Economia Planificada: Tipo de economia de países que já se intitularam socialistas (URSS, Mongólia, Polônia). A base dessa economia é a forte centralização: a maioria das empresas (bancos, indústrias) era de propriedade estatal e o Estado estabelecia, através de planos geralmente qüinqüenais, todo o funcionamento da vida econômica: o que produzir; onde e a que preço vender; quanta mão-de-obra utilizar; que salário pagar e etc.

Ecossistema: Conjunto integrado de fatores físicos, químicos, ecológicos e bióticos que caracterizam um determinado lugar ou ambiente, estendendo-se por um determinado espaço de dimensões variáveis, podendo ser um microecossistema como um tronco de árvore podre e a comunidade ali existente, um meso ou um macroecossistema. Sistema aberto que inclui, em certa área, todos os fatores físicos e biológicos (elementos bióticos e abióticos) do ambiente e suas interações, o que resulta em uma diversidade biótica com estrutura trófica claramente definida e na troca de energia e matéria entre esses fatores.

Educação Ambiental: Forma abrangente de educação, que consiste na proposta de atingir todos os cidadãos, através de um processo pedagógico participativo permanente, que procura despertar no educando uma consciência crítica sobre a problemática ambiental, compreendendo-se como crítica a capacidade de captar a origem e a evolução das mais variadas formas de problemas ambientais. A educação ambiental pode ser subdividida em formal, quando se processa institucionalmente nas unidades de ensino, e informal, quando se realiza em ambiente extra-escolar, envolvendo flexibilidade de métodos e de conteúdos, além de um público alvo extremamente heterogêneo em suas características.

Efeito estufa: Capacidade que a atmosfera da Terra apresenta de reter parte da radiação térmica emitida pela superfície do planeta. Entre os principais gases estufa estão: CO2 (dióxido de Carbono), o CH4 (Metano) e o H2O (vapor d’água). Embora seja um fenômeno natural, a ação do homem pode intensificá-lo, promovendo um aumento significativo da temperatura na superfície do planeta. A concentração de gás carbônico na atmosfera só tem aumentado nos últimos anos - e em ritmo que pode ser parte de um processo sem precedentes. O Worldwatch Institute, em seu relatório anual Sinais Vitais 2006-2007, indica que a taxa média mundial de acumulação do gás atingiu 379,6 partes por milhão (ppm) no ano de 2005. Isso representa 4,5 bilhões de toneladas de carbono a mais no ar, que se somam a 780 bilhões já existentes, e um crescimento de 2,2 ppm comparado a 2004. É esta medida, mais do que a quantidade propriamente dita, que assusta - OESP, 27/7, Vida, p.A17.

Efluente: Diz-se de algo que emana. Água usada e poluída (com esgotos e/ou rejeitos em estado líquido) descarregada por cidades ou indústrias. A maior parte dos efluentes industriais tem como veículo a água. Desta forma, para serem devolvidos ao ambiente, estes efluentes devem atender aos padrões determinados pelas autoridades encarregadas do controle ambiental. Para tal, faz-se necessário o

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seu tratamento por meio de processos selecionados em função da composição do efluente e dos padrões a serem atingidos.

Elictites: Formas de espeleotemas semelhantes a capins, plantas e raízes em formas variadas, encontradas (formadas) no interior de grutas calcárias.

Elipsóide: Figura geométrica usada para representar a forma irregular do planeta Terra, já que a mesma não é uma esfera perfeita, tendo inclusive, um achatamento nos polos. Nas projeções cartográficas, usa-se como domínio, as coordenadas elipsoidais.

Elíptica (órbita): Órbita que tem a forma de um círculo achatado (apertado). O astro central geralmente está fora de centro, ocupando um dos focos da órbita. De acordo com a primeira lei de Kepler, qualquer planeta gira em torno do Sol descrevendo uma órbita elíptica, da qual o Sol ocupa um dos focos.

El Niño: 1 – Corrente oceânica quente originária da corrente quente equatorial, que, em cada sete de um período de quarenta anos, temporariamente desloca a corrente de Humboldt da costa peruana, ocorrendo quando os ventos de sudeste do oceano Pacífico perdem sua força. Provoca, entre outros fenômenos, bruscas alterações climáticas no continente (como as violentas chuvas e conseqüentes inundações no sul do Brasil) e a queda da quantidade de plânctons relacionados com a corrente fria de Humboldt, ocasionando o decréscimo de peixes e a queda na produção da indústria pesqueira peruana e chilena. 2 – El Niño é um fenômeno atmosférico-oceânico caracterizado por um aquecimento anormal das águas superficiais no oceano Pacífico Tropical, e que pode afetar tanto o clima regional como o global, mudando os padrões de vento a nível mundial, e afetando assim, os regimes de chuva em regiões tropicais e de latitudes médias. Em condições normais, observam-se águas superficiais relativamente mais frias no Pacífico Equatorial Leste, junto à costa oeste da América do Sul, e relativamente mais aquecidas no Pacífico Equatorial Oeste, próximo à costa australiana e região da Indonésia. Os ventos alísios sopram de leste para oeste favorecendo a ressurgência próximo à costa oeste da América do Sul. As condições que indicam a presença do Fenômeno El Niño são o enfraquecimento dos ventos alísios e o aumento da Temperatura da Superfície do Mar (TSM) no oceano Pacífico Equatorial Leste. Como conseqüência, ocorre uma diminuição das águas mais frias que afloram próximo à costa oeste da América do Sul.

Eluvial (camada): Diz-se da camada do solo que perdeu argila. Um solo eluviado é o mesmo que solo lavado; em contrapartida, a iluviação significa deposição de argila.

Embasamento (geologia): 1 - Complexo ou complexos de rochas metamórficas e/ou ígneas que serviram de substrato para deposição de sedimentos, intercalados ou não com materiais vulcânicos. 2 – Escudo constituído pelas rochas que afloram desde o começo da formação da crosta terrestre. As rochas que constituem o escudo brasileiro são o granito e o gnaisse, principalmente. Elas pertencem ao Arqueano e constituem o que Branner denominou de “Complexo Brasileiro” (GUERRA, 2001).

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Emenda Pratt: Emenda imposta pelos norte-americanos à constituição cubana, que permitia a intervenção estadunidense na ilha sempre que fosse interessante à geopolítica dos EUA. Mecanismo imperialista norte-americano, a emenda foi implantada logo depois que os EUA intervieram na ilha cubana sob o pretexto de defendê-la da dominação espanhola.

Enclaves Fortificados: CALDEIRA (2000) descreve os enclaves fortificados como territórios exclusivos, ou seja, espaços privatizados, fechados e monitorados para residência, consumo, lazer e trabalho. Esses “territórios” formam o mais novo modelo de segregação socioespacial promovido por grupos sociais de maior poder aquisitivo, sob a alegação da “busca por maiores conforto e segurança”. Um dos desdobramentos dessa mentalidade socioespacial é o avanço do espaço de consumo e lazer eletrônico (Shopping Center) e o conseqüente recuo do espaço de confraternização e de lazer público (praças, parques...). DAVIS (2006) é mais incisivo ao abordar esse tema em seu livro Planeta Favela. No atual modelo de ocupação do espaço no subúrbio norte-americano ele atenta para o que chama de novo contexto de luta de classes entre os que vivem do lado de dentro dos muros e a população excedente, maioria esmagadora. São as chamadas ilhas de riqueza, como Alphaville – enclave constituído como parque temático – de aparência medieval, que florescem em torres de escritório ou condomínios fortificados que imitam os bairros suburbanos estadunidenses, separados da crescente população favelada por muros e exércitos privados, mas conectados entre si por auto-estradas, aeroportos, redes de comunicação e pelo consumo das marcas globais. É a separação cada vez mais incisiva entre os novos patriotas da riqueza em seus enclaves e o proletariado informal, que lota cada vez mais as favelas, ou o que resta de espaço para se estabelecer.

Endemia: Do grego éndémos, “originário de uma região, de um país”. Termo utilizado para se referir a fatos (como espécies animais) que ocorrem de forma localizada, restrita, em certas áreas ou populações. Exemplo de endemia: O Muriqui, ou mono-carvoeiro (Brachyteles aracnoides), um primata que só é encontrado no que resta da Mata Atlântica brasileira.

Endêmico: Referente à endemia. Para a Biogeografia significa nativo ou simplesmente restrito a uma determinada região geográfica.

Endocarste: Rede hídrica subterrânea, cavernícola.

Endógeno: Diz-se de fatores internos a um processo ou organismo. O contrário de exógeno.

Energia eólica: Tipo de energia proveniente do vento. O uso de energia eólica ainda é pequeno. Uma das justificativas é o fato de este tipo de energia exigir ocupação de grandes áreas para instalação dos moinhos geradores.

Energia Limpa: Tipo de energia em que a sua produção não gera poluentes atmosféricos. Um suposto exemplo de energia limpa é a gerada a partir de quedas

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d’água (hidráulica), embora a construção de hidrelétricas provoque grandes impactos ambientais em função principalmente do represamento de rios. Outros supostos exemplos são a energia eólica e a solar. A energia nuclear é considerada para alguns, como energia suja, por gerar resíduos radioativos. Outros, porém, dentre eles o físico José Goldemberg, já consideram a usina nuclear como uma fonte limpa, uma vez que pouco contribui na emissão de gases estufa. NOTA DO AUTOR: A expressão “energia limpa” é mesmo controversa. Se considerarmos apenas a não emissão de poluentes atmosféricos, outro exemplo de energia limpa também pode ser a nuclear, pois a mesma, como afirma o biofísico James Lovelock, não emite gases de efeito estufa, apesar dos rejeitos radioativos. Vale ressaltar que muitos autores, dentre eles GOLDEMBERG e o polêmico LOVELOCK, consideram fontes de energias limpas simplesmente aquelas que não contribuem para o agravamento do aquecimento global. Eles, principalmente LOVELOCK, praticamente ignoram questões como rejeitos químicos ou radioativos que podem poluir gravemente o meio-ambiente. Diante de tal impasse, aconselha-se a não se afirmar categoricamente o que venha a ser “energia limpa” ou “energia suja”, uma vez que os termos não são consensuais na comunidade científica.

Energia nuclear (ou atômica): Energia gerada através do processo de fissão nuclear em usinas termonucleares. A geração ocorre através da fissão dos núcleos dos átomos de urânio gerando calor, esquentando a água do reator e produzindo vapor, que posteriormente vai para uma turbina, onde é transformado em energia mecânica e onde um gerador a transforma em energia elétrica. A energia nuclear supera, em termos de custos de produção, apenas a energia hidrelétrica. Além disso, sua operação não produz gases estufa nem aqueles causadores de chuva ácida. Porém há o problema do lixo radioativo, que deve ser armazenado com muita segurança por milhares de anos, o que acaba elevando os custos da produção deste tipo de energia. Os maiores produtores de energia nuclear no mundo são o Canadá, Suécia, EUA, Japão, França e Alemanha. Atualmente (2007) existem cerca de 440 reatores nucleares em funcionamento no mundo, sendo 59 somente na França. Estas usinas geram cerca de 17% de toda eletricidade mundial. O Brasil tem a sexta maior reserva de urânio do mundo, porém possui apenas duas usinas termonucleares funcionando, na região de Angra dos Reis (RJ), produzindo juntas, cerca de 1,6 gigawatt de energia por hora, o que representa apenas 5% da produção total de energia elétrica do país.

Energia solar: Energia proveniente da radiação solar.

Energia suja: Tipo de energia em que sua produção gera resíduos (poluentes). A energia gerada a partir de termelétricas, que utilizam carvão mineral ou mesmo derivados de petróleo como combustível, e das usinas nucleares, que produzem lixo nuclear, são consideradas por muitos ambientalistas como energias sujas.

Enseada: Reentrância da costa bem aberta em direção ao mar, porém, com pequena penetração deste, ou seja, uma baía na qual aparecem dois promontórios distanciados um do outro.

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ENSO (ou ENOS): "El Niño-Oscilação Sul"; é uma terminologia mais técnica usada para se referir de uma maneira mais genérica ao El Niño. Historicamente, o termo El Niño refere-se ao aquecimento superficial do Oceano Pacifico Equatorial Central e Oriental. Oscilação Sul é uma medida da intensidade dos centros de pressão atmosférica à superfície entre o Pacífico Ocidental e o Pacífico Oriental, mais especificamente entre Darwin (Austrália) e o Taiti. O indicador atmosférico que mede a diferença de pressão entre Darwin e Taiti é chamado de Índice de Oscilação Sul (IOS). O IOS apresenta valores negativos em anos de El Niño e positivos em anos de La Niña. El Niño e Oscilação Sul são partes de um mesmo fenômeno de interação entre o Oceano Pacífico Tropical e a atmosfera. Essa interação geralmente é chamada de El Niño-Oscilação Sul.

Entorno: Área circunvizinha; área de extensão variável que circunda determinado lugar com seus elementos físicos e sociais.

Eon: Do grego aión, significa “longo espaço de tempo indeterminado”; “eternidade”. Na Geologia o termo é usado para designar um grande intervalo de tempo. Na tabela de tempo geológico, os eons correspondem aos maiores intervalos de tempo. Temos três grandes eons: o Arqueano, que teria durado cerca de dois bilhões de anos, o Proterozóico, também com uma duração aproximada de dois bilhões de anos, e o Fanerozóico, que teria iniciado há 570 milhões de anos, sendo, portanto o eon dos tempos atuais.

Epicarste: Zona de interface, interação, ligação física, entre rocha e solo numa região cárstica.

Epicentro: É a projeção do abalo sísmico (terremoto) na superfície da litosfera. O epicentro é o ponto na superfície terrestre mais próximo ao foco de um abalo sísmico, ou seja, o ponto da superfície imediatamente acima do hipocentro (ponto onde se origina o sismo). Quanto mais distantes do epicentro situam-se os focos, os abalos tendem a causar menos estragos; e quanto mais profundo for o foco, maior é a área afetada pelos efeitos dos abalos sísmicos.

Epidemia: Termo utilizado para se referir às doenças que surgem de forma localizada em certas áreas ou populações e se propagam para outras áreas ou populações, adquirindo grandes proporções, podendo se transformar em pandemia.

Epidêmico: Referente à epidemia.

Epirogênese: Do grego epeiros – continente e génesis – formação. De um modo geral, a epirogênese refere-se aos movimentos (deslocamentos) verticais (subida e descida) de longa duração que afetam amplas áreas continentais, sem grandes falhamentos e/ou fraturamentos, e que explicam os fenômenos de transgressão marinha (avanço dos mares sobre áreas continentais) e de regressão (recuo dos mares) ocorridos sucessivamente no decorrer dos tempos geológicos. A epirogênese também provoca soerguimentos (epirogênese positiva) e rebaixamentos ou subsidências (epirogênese negativa) em áreas centrais dos continentes. No caso da

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epirogênese positiva ocorre a formação de montanhas, e no caso da epirogênese negativa ocorrem as formações de bacias. Devido à ação da epirogênese negativa, a faixa litorânea hoje ocupada pela Holanda (Países Baixos) sofreu um crescente rebaixamento, gerando um litoral profundamente recortado e pontilhado por ilhas de pequena altitude, que propiciou a construção de pôlderes e diques pelo homem, com a finalidade de ampliar as áreas agrícolas do país. No caso do Brasil a epirogênese está ligada a um processo de soerguimento de placas tectônicas que atuou na parte oriental da Placa Sul-americana configurando as grandes formas do atual relevo brasileiro.

Equador: Círculo máximo da esfera terrestre, perpendicular ao eixo da Terra. Círculo máximo que divide a terra em dois hemisférios: Hemisfério Norte e Hemisfério Sul. Grande círculo imaginário traçado em volta da Terra no plano perpendicular ao eixo terrestre, a igual distância dos pólos norte e sul, dividindo, portanto a Terra em hemisfério setentrional e hemisfério meridional. Todos os pontos da linha do equador apresentam latitude zero.

Equador térmico: Linha que une os pontos de maior média térmica (de temperatura) em cada meridiano. Geralmente, o equador térmico não coincide com o Equador geográfico, mas situa-se aproximadamente a 5º de paralelo Norte devido à irregular distribuição dos continentes e oceanos nos dois hemisférios.

Equatorial: Pertencente ao Equador ou a tudo aquilo que se encontra, existe ou ocorre próximo dele.

Equinócio: Do latim aequinoctium, significa “dia igual à noite”. Nos equinócios, a duração do dia e da noite em qualquer ponto da Terra, com exceção dos polos, é igual. Obs: as estações do ano ocorrem porque o eixo inclinado da Terra mantém uma orientação constante no espaço enquanto a Terra se move em torno do Sol. Tanto a direção da revolução quanto da rotação da Terra ocorrem no sentido anti-horário. O equinócio de primavera do hemisfério Sul ocorre no dia 23 de setembro, enquanto que o equinócio de outono ocorre no dia 21 de março; nesses dias, o Sol incide perpendicularmente somente no Equador.

Era do gelo: Ver “Pleistoceno”.

Era glacial: Longo período de inverno, com duração de milhares de anos, onde a maior parte da superfície terrestre esteve coberta de gelo. Acredita-se que atualmente estejamos vivenciando uma Era Interglacial, e que a última glaciação tenha terminado há cerca 10 mil anos.

Era(s) geológica(s): Uma das divisões da escala geológica do tempo, subdividida em períodos, que mostra a cronologia dos principais acontecimentos da história geológica da Terra.

Erosão: Desgaste de rochas e solos provocado pelos agentes naturais. Entre os vários tipos de erosão podemos destacar: erosão eólica, em que a ação do vento apresenta

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duas fases diferentes: a deflação, simples transporte de fragmentos soltos das rochas, e a corrosão, desgaste provocado nas rochas pelo atrito dos fragmentos transportados; erosão fluvial, trabalho executado pelas águas correntes; erosão glacial, provocada pelo deslizamento do gelo; erosão marinha, destruição ao longo da costa, causada pela ação das ondas.

Escala: 1 - Sistema que estabelece relações de proporção, grandeza e variação de eventos de diversos tipos, podendo ser utilizado em instrumentos de medição. Ex.: escala térmica, utilizada em termômetros; escala cartográfica, utilizada na confecção de mapas e escala sísmica, para medir a intensidade de terremotos. Escala foi definida pela International Cartographic Association como sendo a razão entre a distância no mapa e a distância real que ela representa sobre o terreno. 2 - Os cartógrafos trabalham com uma visão reduzida do território, sendo necessário indicar a proporção entre a superfície terrestre e a sua representação. Esta proporção é indicada pela escala. A escala representa, portanto, a relação entre a medida de uma determinada porção territorial representada no papel e sua medida real na superfície terrestre.

Escala do mapa: É a redução necessária para mostrar a representação da superfície da terra sobre um mapa. É a razão entre uma medida sobre o mapa e a equivalente medida sobre a superfície da Terra. Muitas vezes é expressa como uma fração representativa da distância, por exemplo, 1: 10.000 (uma unidade teve seu tamanho reduzido 10 mil vezes). A escala do mapa pode ser expressa como um padrão de equivalência usando unidades diferentes, por exemplo, 1 cm = 1.000m.

Escala geológica (do tempo): É a sistematização cronológica da história da formação da Terra, que tem como critério as informações reveladas pelo estudo das rochas. É organizada em intervalos de tempo — milhões de anos —, seguindo uma hierarquia (dos maiores para os menores intervalos) a que correspondem eons, eras, períodos, épocas e idades.

Escala gráfica: Tipo de escala cartográfica, utilizada na elaboração de plantas, cartas e mapas, em que a relação entre as distâncias reais e as distâncias representadas no papel é dada por um segmento de reta em que uma unidade de medida na reta corresponde a uma determinada medida real, conforme a relação utilizada. Quanto maior a escala de um mapa, maior será sua riqueza de detalhes, no casa da área representada.

Escala Mercali: Escala utilizada para medições de terremotos (abalos sísmicos), composta por 12 níveis e que está relacionada ao conceito de intensidade, que se baseia na apreciação dos efeitos (estragos e alterações topográficas) provocados pelo sismo.

Escala numérica: Escala cartográfica utilizada na elaboração de plantas e mapas, em que a relação entre as distâncias reais e as distâncias representadas no papel é dada por números. O numerador representa o tamanho no mapa e o denominador o tamanho real. Ex.: 1:10.000.000 (lê-se 1 por 10.000.000) significa que 1 cm no papel

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equivale a 10.000.000 de cm reais, ou seja, a 100 km. Podem-se calcular facilmente as distâncias reais a partir da distância do mapa, geralmente dada em centímetros, quando se sabe a escala numérica. Sendo D = Distância real; d = Distância no mapa e E = Denominador da Escala, temos: D = d x E, logo d = D/E e 1/E =d/D (lembrar de transformar quilômetros em centímetros e vice-versa). Uma observação: quanto maior for o denominador, menor será a escala e conseqüentemente o detalhamento da área representada; em contrapartida, quanto menor for o denominador, maior será a escala e o nível de detalhamento da área representada.

Escala Richter: Escala logarítmica utilizada para medições de terremotos (abalos sísmicos), que compreende 10 graus (0 a 9), sendo cada grau 10 vezes superior ao precedente. Está relacionada ao conceito de magnitude e determina a quantidade de energia liberada pelo sismo. O sismo que causou a tragédia no Índico (dezembro de 2004) foi de magnitude 9, enquanto que o segundo, ocorrido em março de 2005 quase na mesma localidade, foi de magnitude 8,7. Vale ressaltar que o segundo sismo, embora também de grande magnitude, não produziu ondas gigantes por ter ocorrido a uma profundidade maior que o seu predecessor.

Escarpa (ou talude): Declive muito acentuado no relevo terrestre. Quando se diz que um terreno é muito escarpado, na verdade o que se quer dizer é que ele é muito inclinado.

Escorregamento: Ver “Solifluxão” e “Área de instabilidade”.

Escudo: Grande porção de rochas do antigo embasamento cristalino no interior de um continente.

Escudos cristalinos: Constituem o embasamento ou o assoalho da crosta continental e são formados por rochas cristalinas, geralmente as magmáticas plutônicas (intrusivas) e as metamórficas. Os terrenos cristalinos são o mais antigos que existem, pois datam do Pré-Cambriano, que compreende os eons Arqueozóico e Proterozóico. Por isso, apresentam grande estabilidade tectônica e encontram-se muito desgastados pela erosão ocorrida ao longo de milhões de anos. Os terrenos cristalinos, sobretudo aqueles formados na era Proterozóica, abrigam as jazidas de minerais metálicos, que têm enorme importância econômica, tais como o ferro, o manganês, a prata, o ouro, o cobre o nióbio, o molibdênio, o níquel e muitos outros.

Espaço: Extensão que geralmente limita fenômenos diversos como os sociais e os naturais. Os tipos de espaços trabalhados geralmente pela Geografia são os urbanos, os rurais, os naturais (florestas, mares, montanhas, desertos, etc) e o sideral.

Espaço Geográfico: Segundo o professor Milton Santos é a “natureza modificada pelo homem através do seu trabalho. A concepção de natureza onde o homem não existisse ou não fora o seu centro, cede lugar à idéia de uma construção permanente da natureza artificial ou social, sinônimo de espaço humano”. O espaço geográfico, portanto, seguindo a filosofia do grande mestre da geografia brasileira, Milton Santos, seria literalmente o “lugar onde vivemos e atuamos como agentes

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modificadores”; onde se desenvolvem as relações sociais de toda ordem; seria o espaço antropizado, ou seja, modificado de alguma forma pelo homem, onde as dimensões naturais dão lugar às dimensões sociais. Ressaltando ainda a visão de Santos, podemos dizer que o espaço é formado por um conjunto indissociável, solidário e também contraditório, de sistemas de objetos e sistemas de ações, não considerados isoladamente, mas como um quadro único na qual a história se dá. No começo era a natureza selvagem, formada por objetos naturais, que ao longo da história vão sendo substituídos por objetos fabricados, objetos técnicos, mecanizados e depois cibernéticos fazendo com que a natureza artificial tenda a funcionar como uma máquina.

Espectro eletromagnético: Distribuição da radiação eletromagnética (gerada por ondas produzidas pela oscilação ou aceleração de uma carga elétrica) em um contínuo, que se estende desde ondas de freqüência extremamente alta (e comprimento de onda curto) até as ondas de freqüência extremamente baixa (e comprimento de onda longo). A energia eletromagnética pode ser ordenada de maneira contínua em função de seu comprimento de onda ou de sua freqüência, sendo esta disposição denominada de espectro eletromagnético. Este apresenta subdivisões de acordo com as características de cada região. Cada subdivisão é função do tipo de processo físico que dá origem à energia eletromagnética, do tipo de interação que ocorre entre a radiação e o objeto sobre o qual esta incide, e da transparência da atmosfera em relação à radiação eletromagnética. O espectro eletromagnético se estende desde comprimentos de onda muito curtos associados aos raios cósmicos, até as ondas de rádio de baixa freqüência e grandes comprimentos de onda. À medida que se avança para a direita do espectro eletromagnético as ondas apresentam maiores comprimentos e menores freqüências.

Espeleotemas: Deposições minerais em cavidades naturais (cavernas cársticas) subterrâneas formadas basicamente por processos químicos. Esculturas cársticas como as estalactites e as estalagmites, são monumentos naturais considerados “espeleotemas”.

Esperança ou expectativa de vida: Duração média da vida humana. A esperança ou expectativa de vida é um dos mais importantes indicadores econômicos e sociais, variando por classe social, país, região e refletindo o nível de desenvolvimento de um país e sua população.

Espigão: Denominação geralmente dada aos altos ou dorsos das terras, constituindo penhascos de arestas vivas ao longo das mesmas. É necessário destacar que, algumas vezes, os espigões não são formados de arestas vivas e sim de uma superfície plana (planalto), como observados no Planalto Central, nos chapadões de Goiás, Mato Grosso, etc. Um exemplo é o Espigão Mestre, uma serra de formação sedimentar localizada na fronteira entre a Bahia e o estado de Goiás e que serve de divisor de águas entre as bacias dos rios Tocantins e São Francisco.

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Espírito Santo: Estado brasileiro pertencente à região Sudeste, com uma área aproximada de 46.000 km2. Na faixa litorânea há um predomínio de terras baixas e no interior destaca-se o relevo de serras. O clima predominante é o tropical e entre os principais biomas estão a floresta tropical e a vegetação litorânea. A população do estado chega aos 3.100.000 (IBGE-2000), e a densidade populacional chega a 67%. O IDH do estado (0,836) coloca-o em 7º lugar no ranking nacional, e isso se deve principalmente ao bom investimento em saneamento básico como o tratamento de água, esgoto e coleta de lixo. Curiosidade: o estado teria se originado da capitania doada a Vasco Fernandes Coutinho, que teria chegado à região em maio de 1535, um domingo do Espírito Santo (também conhecido como Pentecostes), razão pela qual a capitania teria recebido esse nome.

Estação ecológica: Unidade de conservação cuja área é representativa de um ecossistema e é destinada à realização de pesquisas básicas e aplicadas de Ecologia, à proteção do ambiente natural e ao desenvolvimento da educação conservacionista. Tem como objetivo a preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas. É de posse e domínio públicos (IBGE, 2003). Estado: 1 - Conjunto de instituições que controlam e administram uma nação. Forma de delimitação geo-espacial onde se interagem três elementos essenciais: território, povo e governo. Também é chamado de País. 2 – Forma de ordenação que tem por finalidade específica e essencial a regulamentação global das relações sociais entre os membros de uma determinada população sobre um mesmo território. Constitui-se de um poder soberano de um povo situado num território com certas finalidades. A Constituição organiza esses elementos.

Estado do Bem-Estar Social: Para BOBBIO (1994), é o Estado Assistencial, ou seja, aquele que garante tipos mínimos de renda, alimentação, saúde, habitação e educação, assegurados a todos os cidadãos, não como caridade, mas como direito político. O Estado do Bem-Estar Social foi inspirado principalmente nas idéias elaboradas por John Maynard Keynes (1883-1946). Ver mais em “Welfare State” e “Keynesianismo”.

Estado Mínimo: Ver “Neoliberalismo” e “Consenso de Washington”.

Estados Federados: São aqueles formados por unidades (províncias, repúblicas e estados) que gozam de certa autonomia, e que se reúnem formando um País, um Estado. Exemplos de estados federados: Brasil, China, EUA, Canadá, Suíça e a Rússia (atualmente). O federalismo foi implantado no Brasil no final do século XIX, com a proclamação da República, no ano de 1889.

Estados Unitários: São aqueles cujas unidades não gozam de autonomia, e são governadas por um poder central. Exemplos de estados unitários: França, Honduras, Venezuela, Colômbia e Uruguai.

Este: Um dos pontos cardeais; o mesmo que leste, representado pela letra E ou L; o lado em que o Sol aparece; nascente, levante, oriente ou oriental.

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Estenosfera: Ver Astenosfera.

Estepes: Tipo de vegetação transitória que geralmente aparece entre as savanas e os desertos, à medida que as chuvas vão diminuindo e as estações secas vão se prolongando. É formada de gramíneas, que cobrem o solo de maneira muito irregular por causa das secas, e por pequenos e tortuosos arbustos, que se distribuem de maneira bem espaçada. Nos locais mais secos, o solo não apresenta cobertura vegetal nenhuma. As estepes costumam ser habitadas por animais de médio e grande porte, como as estepes africanas, por exemplo.

Estereoscopia: Processo que permite a visão estereoscópica, ou seja, a visão tridimensional ou 3D. A estereoscopia está intimamente ligada ao campo da fotointerpretação, que por sua vez pertence ao ramo da Fotogeografia, sendo utilizada largamente para auxiliar na obtenção de informações e medidas sobre os objetos fotografados.

Estocolmo: Ver “Conferência de Estocolmo”.

Estrada Real: Estrada formada pelos caminhos que, durante o século XVIII e parte do XIX, foram as únicas vias de acesso, autorizadas pela coroa portuguesa, à região das reservas auríferas e de diamantes da Capitania de Minas Gerais. É o conjunto de caminhos que, no período colonial (1500-1808), ligava Minas Gerais às capitanias de São Paulo e Rio de Janeiro, onde por eles chegavam as mercadorias destinadas ao consumo da população e escoavam os impostos (principalmente o quinto) cobrados sobre a produção aurífera. A Estrada Real começa em Diamantina, sofrendo bifurcação em Ouro Preto. Um caminho vai a Parati, o outro ao Rio de Janeiro. Em suas margens, formaram-se 179 cidades em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. A estrada tem cerca de 1400 km de extensão.

Estratosfera: Camada imediatamente acima da troposfera. Até 30 Km de altitude, a temperatura sobe vagarosamente; a partir daí, há um abrupto aumento, até atingir cerca de 80o C. A elevação da temperatura é desencadeada pela presença da camada de Ozônio (ozonosfera). Situada entre 20 e 35 Km de altitude, a camada de ozônio origina-se pela absorção da radiação solar ultravioleta pelos átomos de oxigênio. A estratosfera é bem seca se comparada à troposfera e praticamente isenta de nuvens. No limite da estratosfera, a aproximadamente 50 Km de altitude, encontra-se a mesosfera – a camada mais fria da atmosfera e, finalmente, a exosfera, que se mistura ao espaço exterior.

Estrela Polar: Estrela mais próxima do Polo Norte pela qual se orientavam antigamente os marinheiros.

Estromatólito(s): Estruturas laminosas formadas em camadas sedimentares, supostamente correspondentes a algas cianofíceas e bactérias.

Estrutura: Para ROBERTS (1971) estrutura é o grupo de elementos ou partes independentes que atuam juntos, de maneira irregular, nos sistemas políticos; grupos de atores políticos que exercem funções como coletividades para o sistema político.

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Tais estruturas incluem instituições formais e informais, e subsistemas do sistema político. As próprias estruturas podem ser compostas de estruturas menores. A Estrutura, que é todo sistema econômico, determina a Superestrutura; em contrapartida, a Superestrutura dá suporte político, ideológico, jurídico, religioso e administrativo, para que a Estrutura funcione. Alguns autores alegam que a Superestrutura interfere na Estrutura, alterando-a.

Estrutura geológica: Termo usado para referir-se à maneira como as rochas estão distribuídas na formação do relevo.

Estuário: 1 - Forma de desaguadouro de um rio no oceano, oposto ao delta (que aparece geralmente constituído por vários braços). O estuário, cuja vazão comumente é forte, forma uma boca única e é, geralmente, batido por correntes marinhas e correntes de marés que impedem a acumulação de detritos, como ocorre nos deltas. 2 - Tipo de embocadura de rio que forma uma única saída, relativamente profunda e batida por correntes marinhas, dificultando a acumulação de sedimentos fluviais. Grande parte dos maiores portos do mundo estão situados às margens de estuários como o de Mersey, em Liverpool, na Inglaterra. O porto de Hamburgo, na Alemanha, fica no estuário do rio Elba; já o de Buenos Aires, fica no estuário do rio da Prata.

Estufa: Ver “Gases Estufa” e “Efeito Estufa”.

Etnia: Grupo de indivíduos que partilham principalmente a mesma cultura e a mesma língua (singularidade). Grupo humano que se identifica e é identificado pelos demais como portador de uma cultura (língua, religião, costumes, etc.) e traços físicos e biológicos singulares.

Etnologia: Disciplina da Antropologia voltada ao estudo analítico dos dados produzidos pela Etnografia, Sociologia, Arqueologia, História e demais ciências humanas, com o objetivo de interpretar a estrutura e o desenvolvimento das diferentes culturas, tomadas isoladamente ou em conjunto.

Eustasia: Compreende as oscilações que afetam o volume de água e o tamanho da bacia oceânica, ou seja, são os movimentos de variação global do nível dos mares. Tais movimentos do nível do mar são designados de eustáticos, podendo ser positivos ou negativos. Enquanto que na epirogênese são as massas continentais que sofrem elevação ou rebaixamento, na eustasia, o nível do mar é que sofre alteração, podendo ser transgressivo ou regressivo.

Evapotranspiração: Corresponde à perda de água dos vegetais, na forma de vapor para a atmosfera. É um processo conjugado da transpiração vegetal e da evaporação que a vegetação apresenta. A transpiração vegetal ocorre por meio de estômatos, utilizando a água que o sistema radicular do vegetal absorveu ao longo do perfil do solo explorado. A evaporação é um processo físico enquanto a transpiração é um processo biológico.

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Exército Industrial de Reserva: Expressão empregada por Marx para designar o conjunto dos trabalhadores desempregados. A esse mesmo contingente humano ele deu também a denominação de população relativa excedente. Marx analisou a existência do exército industrial de reserva como um fenômeno inerente à produção capitalista. O Exército Industrial de Reserva é essencial à produção capitalista, principalmente por regular os salários e a mais-valia. Exocarste: Relevo superficial de uma área cárstica. Êxodo rural: Saída, evasão gradual do meio rural de uma grande quantidade de pessoas, geralmente com destino às grandes metrópoles, ou por motivo de expropriação fundiária ou em busca de condições melhores de sobrevivência.

Expectativa de vida: Consiste no número de anos que pode esperar viver um recém-nascido (em média) considerando-se as hipóteses pelas quais as taxas de mortalidade, por faixa etária, permaneçam no decorrer de sua vida, iguais às do ano de nascimento.

Explosão demográfica (ou populacional): Crescimento inusitado, descontrolado, da população humana, decorrente da diminuição da mortalidade e acelerado no pós-guerra, principalmente devido aos progressos da medicina, do saneamento básico e das condições de vida. Embora as sociedades ao se desenvolverem tendam a uma menor taxa de natalidade, alcançam uma menor taxa de mortalidade infantil e em casos como a população brasileira, a taxa de crescimento vegetativo ou natural. O principal fator configurador da explosão demográfica é a queda sensível na mortalidade, paralela à manutenção de uma alta taxa de natalidade.

Extrativismo animal: Retirada; exploração sustentável de recursos do reino animal. Ex: caça e pesca.

Extrativismo mineral: Retirada de recursos do reino mineral. Todas as atividades mineradoras (ferro, ouro, manganês, etc.) são atividades de extrativismo mineral. NOTA DO AUTOR: O extrativismo mineral, ao contrário do animal ou vegetal, não tende a ocorrer de forma sustentável. Muito pelo contrário, costuma causar enormes e irreversíveis impactos ambientais. Um grande exemplo é o que ocorreu na face da Serra do Curral, pertencente ao município de Nova Lima, onde anos de exaustivas atividades mineradoras deixaram a paisagem com um aspecto simplesmente desolador. Vale ressaltar que a Serra do Curral é um dos cartões postais da região metropolitana de Belo Horizonte, mas isso só se confirma no lado pertencente à região sul de Belo Horizonte, apesar do adiantado processo de favelização e da especulação imobiliária que avançam sobre o lado belorizontino da Serra.

Extrativismo vegetal: Retirada; exploração sustentável de recursos do reino vegetal. Retirada de árvores para aproveitamento da madeira, extração de látex de seringueiras, coleta de castanhas, etc.

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F

Fácies: Extratos contemporâneos, mas litológica e paleontologicamente distintos como: praias, barras e recifes.

Falésia: Termo usado indistintamente para designar as formas de relevo litorâneas abruptas ou escarpadas (paredões abruptos) ou, ainda, desnivelamento de igual aspecto no interior do continente. (...) No litoral brasileiro, do Espírito Santo para o norte, temos por vezes, bons exemplos de falésias talhadas em terrenos argilosos da série das Barreiras (...). As falésias são constituídas por camadas sedimentares lentamente esculpidas pela ação erosiva das ondas e das correntes marinhas. Estes agentes erosivos provocam o solapamento da base da elevação e conseqüente desmoronamento do material sobrejacente, formando assim uma escarpa imponente e íngreme, paisagem singular que atrai a atenção de turistas que viajam, principalmente pelas praias nordestinas. Geralmente um litoral de falésias é indicativo de movimentos positivos do relevo, seja por eustasia ou pela epirogênese.

Falha: Fenda na superfície terrestre decorrente do deslocamento de blocos (placas tectônicas) que podem seguir em diferentes direções. Um clássico exemplo é a falha de San Andreas, na Califórnia (EUA), uma falha transformante que tem mais de 800 km de extensão e estende-se de São Francisco a Los Angeles. A localização desta falha coincide com uma região de bordas de placas cujo movimento tectônico é do tipo tangencial (horizontal), onde a placa do Pacífico e a Norte-americana se raspam. Nas regiões de falhas são comuns erupções vulcânicas e terremotos como o que ocorreu em São Francisco (1906), destruindo quase por completo essa cidade californiana.

Falha transcorrente: Falha geralmente perpendicular a outra grande falha.

Falha transformante: Ver “Bordas Transformantes”.

Fanerozóico (eon): De “phaneros”, visível, e “zoos”, vida, significa literalmente “vida visível”. Na escala geológica do tempo, corresponde ao conjunto de eras e períodos geológicos que limitam o tempo representado pelos estratos rochosos com o aparecimento de sinais bem evidentes de vida. Abrange desde o Cambriano (600 milhões de anos atrás) até os dias atuais, e inclui as eras Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica, assim como seus respectivos períodos.

FARCs: Sigla das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, a organização talvez mais polêmica das Américas. É a guerrilha – não o grupo terrorista como insiste em rotular a grande mídia brasileira – colombiana de ideologia socialista cujo QG se hospeda na Floresta Amazônica. A organização foi fundada em 1964, quando

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declarou sua intenção de utilizar a luta armada para derrubar o governo e instalar um regime marxista no país. Com a implementação do Plano Colômbia, a partir de 2000, o grupo guerrilheiro começou seu declínio em função das várias incursões do exército colombiano contra suas bases de sustentação e principalmente contra seus maiores líderes. O maior golpe do Plano Colômbia sobre a organização talvez tenha sido a morte de Raúl Reyes, em 2008, considerado a grande voz da guerrilha. Reyes e outros 17 guerrilheiros foram surpreendidos por um ataque aéreo em território equatoriano em 1º de março daquele ano. O jornalista Jacques Gomes Filho da revista Fórum – último a entrevistar o líder guerrilheiro antes do ataque – destaca que Reyes “foi a primeira das muitas baixas na linha de frente da organização que aconteceriam nos meses seguintes. As FARC, guerrilha mais antiga do continente, cumprem em 2011 seus 46 anos de existência, sem ter muito que comemorar. Perderam seus líderes e os reféns mais valiosos, resgatados. Viram o tão sonhado status de força beligerante se perder junto com o apoio político e popular”. Reyes, o líder morto no ataque aéreo, vivia na selva há mais de trinta anos, sempre rodeado de jovens que acreditavam lutar para construir um país socialista. Ele dizia – segundo Jaques Filho – não temer a morte, por reconhecê-la como parceira inseparável de qualquer guerra. A entrevista de Raúl Reyes, concedida ao jornalista, pode ser acessada na íntegra através do sítio da revista Fórum (http://revistaforum.com.br/). Veja também como é tratada a organização guerrilheira por alguns veículos de mídia como o Estadão (http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,entenda-o-que-sao-as-farc,98686,0.htm), a revista Veja (http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_respostas/farc/index.shtml) e Globo on-line (http://busca.globo.com/Busca/g1/?query=farc).

Farmers: Denominação dada aos pequenos proprietários de terras norte-americanos durante o processo de colonização do país. Segundo a BBC de Londres as FARCs são o grupo rebelde de esquerda mais antigo da Colômbia. Seu exército, segundo a estatal inglesa, já foi um dos mais ricos do mundo.

Ferrífero, Quadrilátero: Ver “Quadrilátero Ferrífero”.

Fiordes: São golfos estreitos e profundos, resultantes de antigas geleiras que cavaram corredores estreitos, antigos vales, limitados por elevados paredões. Os fiordes são muito comuns na Groenlândia, na Islândia, na Escócia e, principalmente na Noruega, que tem todo o seu litoral recortado por inúmeros deles. A Noruega, inclusive, é considerada como a terra dos fiordes. Durante as glaciações do período Quaternário, as geleiras escavaram (esculpiram) os antigos vales fluviais da faixa costeira norueguesa. Toda a costa norueguesa é marcada por essas impressionantes línguas de mar, que penetram quilômetros terra adentro. O mais extenso fiorde norueguês é o Sognefjord, que, situado na costa central, avança nada menos que 204 km continente adentro, e em alguns pontos chega aos 1.300 metros de profundidade.

Floresta: Área de terra dominada por árvores, com mais de 3 m de altura, cujas copas se tocam, protegendo o solo do impacto direto do Sol, dos ventos e das chuvas.

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A floresta é um tipo de vegetação que se caracteriza pela predominância de árvores, quase sempre em densos agrupamentos. Floresta amazônica: Floresta equatorial (floresta pluvial), caracterizada pela existência de três tipos de mata: a mata continuamente alagada ou mata de igapó; a mata de várzea, periodicamente alagada; a mata de terra firme, nunca alagada. A floresta amazônica cobre uma área de aproximadamente 2.700.000 km² e abrange, além do Brasil, as Guianas, Venezuela, Colômbia, Peru, Equador e Bolívia. Calcula-se que nela exista cerca de 50.000 diferentes espécies vegetais.

Floresta boreal: Mata de folhagem persistente, presente em áreas de latitudes superiores a 50o e de invernos rigorosos e verões frios. A vegetação característica (árvores perenifólias e arbustos) é o pinheiro e o abeto. As sementes das coníferas têm a forma de um cone. Distribui-se pelo norte do Canadá, norte da Europa, Sibéria (taiga) e Nova Zelândia. Outras características marcantes deste tipo de bioma são as ocorrências de solos rasos e pedregosos, chuvas e umidade moderada, além da biodiversidade muito baixa.

Floresta equatorial: Floresta pluvial de grande porte com vários extratos, muito rica em espécies, com diversas combinações florísticas, situada, via de regra, entre 10o N e 10o S de latitude. Distribui-se por três domínios geográficos principais: guineano, amazônico e malásico.

Floresta galeria: Formação arbórea (marginal) que margeia ambos os lados de um rio, cuja folhagem pode se encontrar em arco sobre córregos estreitos formando uma espécie de "túnel". Também conhecida como “Mata Galeria”.

Floresta latifoliada: Floresta caracterizada pelas espécies vegetais de folhas largas e grandes.

Floresta ombrófila: Tipo de formação vegetal dependente de muita umidade e calor. Temos dois tipos de floresta ombrófila: a densa, como a Amazônia e a mista, como a Mata Atlântica.

Floresta pluvial: Floresta cuja presença se relaciona com as chuvas abundantes de uma dada área; floresta equatorial como a Amazônia.

Floresta temperada: Floresta encontrada em climas temperados, cuja faixa vai do Trópico de Câncer ao Círculo Polar Ártico no Hemisfério Norte, e do Trópico de Capricórnio ao Círculo Polar Antártico no Hemisfério Sul. As florestas temperadas são marcadas por chuva e umidade moderadas, por estações quente e fria bem definida, pelo predomínio de árvores caducifólias, por solos relativamente férteis e uma biodiversidade moderada.

Floresta tropical: Bioma encontrado entre os trópicos de Capricórnio (sul) e Câncer (norte), marcado por altas pluviosidade e umidade, temperaturas altas o ano todo, árvores perenes (cipós, arbustos, epífitas), solo de pobre a moderadamente fértil e alta biodiversidade.

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Fluvial: Relativo ou pertencente a um rio; que é encontrado em um rio; também aplicado à ação do fluxo de um rio, como a atividade de erosão.

Força de Coriollis: É um termo de aceleração na equação de Newton em um sistema de referência acelerado (não inercial). Como a Terra é um sistema referencial girante, observa-se essa força no movimento de grandes camadas de ar na atmosfera. A força de Coriollis desvia os ventos no Hemisfério Sul para a esquerda, e no Hemisfério Norte, para a direita. No Equador, a força de Coriollis é nula. Para DEMILLO (1998), o efeito de Coriollis, como também é conhecido a Força de Coriollis, na verdade seria uma força ilusória que o sistema de referência cria para o observador. (...) considere um objeto, um avião, por exemplo, viajando do Pólo Norte na direção do equador. Enquanto está em movimento, a Terra está girando embaixo dele. A menos que o avião corrija continuamente seu curso, vai chegar a oeste do seu destino pretendido. Embora este seja um exemplo simples de norte para sul, o desvio pode ser observado viajando em qualquer direção sobre a superfície do globo (...).

Força de Gradiente de Pressão: Força que surge devido ao fato de a variação espacial da pressão atmosférica gerar gradientes barométricos horizontais. Em resposta a esta força, a atmosfera se movimenta, acelerando o ar (vento) dos centros de alta pressão em direção aos centros de baixa pressão. Por isso, o vento tem direção, sentido e velocidade.

Forças tectônicas: São as forças provenientes das camadas internas da Terra e que podem provocar deformações na crosta terrestre, tais como a formação das grandes cadeias de montanhas. Terremotos e vulcanismo são também ocorrências (fenômenos) atribuídas à ação das forças tectônicas.

Fordismo: Modelo de produção caracterizado pela produção em série, idealizado pelo empresário norte-americano Henry Ford (1863-1947), fundador da Ford Motor Company, no início do século XX. O Fordismo, método de administração industrial considerado o aperfeiçoamento do Taylorismo, levou ao extremo a especialização do trabalho. Dentre as principais características desse modelo de produção em massa estão a rigorosa separação entre projeto e execução, a homogeinização da mão-de-obra, as rotinas de trabalho, a produção e consumo em massa, o controle do tempo, a adaptação ao ritmo da máquina e a homogeneidade dos produtos. Para BAUMAN (2001) “o modelo fordista de produção reduzia as atividades humanas a movimentos simples, repetitivos, rotineiros e predeterminados, destinados a serem obediente e mecanicamente seguidos, sem envolver faculdades mentais e excluindo toda espécie de espontaneidade e iniciativa individual”.

Formação étnica: Contribuição ou presença de diferentes etnias na composição de um povo ou população. Os índios (e suas mais variadas nações), os brancos (principalmente os portugueses), os negros (principalmente bantos e sudaneses) e a miscigenação daí resultante estão na base da formação étnica da população brasileira até o final do século XIX e início do século XX, quando as correntes imigratórias —

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italianos, espanhóis, alemães, árabes, japoneses, entre outros — se intensificaram, trazendo novas contribuições étnicas; contribuições estas, chamadas por historiadores mais críticos de eugenia (uma miscigenação que resultaria no branqueamento da cor da pele).

Fossas Abissais: São profundas depressões na superfície do planeta, em geral situadas no fundo dos oceanos e mares. Resultam das zonas de subducção.

Fossa tectônica (Graben): Estrutura constituída pelo afundamento de um bloco da crosta terrestre, devido ao processo de falhamento, entremeando flancos que permaneceram estáveis (Horsts).

Fóssil: Resto ou vestígio de seres orgânicos (vegetais e animais) que deixaram suas pegadas nas rochas da crosta terrestre. (...) Graças aos fósseis podemos identificar, por exemplo, a idade de um terreno na América do Sul (...) e dizer qual a sua posição geológica.

Foz (ou desembocadura): Ponto onde um rio deságua.

Frentes: São regiões de transição entre massas de ar com características diferentes. São superfícies de contato entre uma massa de ar quente e outra fria. A frente é quente quando o ar quente desloca e substitui o ar frio, e é fria quando o ar quente é empurrado e substituído pelo ar frio. As frentes frias são provocadas pelo avanço da massa polar (fria) sobre o continente. Ao longo das frentes frias costumam se formar nuvens de estrutura vertical como as cúmulos-nimbo, além de tempestades. As frentes quentes costumam ocorrer acompanhadas de extensas nuvens como as cúmulos-nimbo e as nimbos-estratos, chuva, neve e geadas.

Friagem: Fenômeno caracterizado pela queda brusca de temperatura no Sudoeste da Amazônia. Essa baixa térmica geralmente é provocada pela penetração de jatos de ar frio provenientes da massa polar atlântica (mPa) durante o inverno austral. A massa polar atlântica atua no interior da Floresta Amazônica, percorrendo o território nacional no sentido Sul-Noroeste (S-NW) através da depressão do Paraguai, canalizando o ar frio e provocando queda de temperatura na floresta. É o fenômeno da friagem.

Fronteira: Do francês frontière, representa inicialmente “a vanguarda das tropas militares”, e posteriormente “praça fortificada que está em frente do inimigo”. Para FOUCHER (2009), na concepção original do termo, ir até a fronteira significava chegar onde o inimigo deveria estar. Limite que separa dois países ou duas regiões. Parte limítrofe de um espaço em relação a outro. Evidente que para aprofundar-mos na discussão em torno do termo, teremos que necessariamente passar pela obra do geógrafo francês Michel Foucher, intitulada Obsessão por fronteiras. Neste livro, onde chama de “díades” os limites (fronteiras) comuns a dois estados contíguos, FOUCHER (2009) destaca que o mundo contemporâneo se encontra estruturado por cerca de 248 mil quilômetros de fronteiras políticas terrestres e 332 fronteiras entre estados. Para FOUCHER (2009) (...) criar uma fronteira visa, sempre, solucionar um

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problema, incontestável ou não, segundo a prática antiga e bem britânica da partição, sem nunca saber o que acontecerá em seguida (...). Mais adiante Foucher discorre com maiores detalhes sobre o conceito. Ele enfatiza que a fronteira, segundo o geógrafo Jean Gottmann, é uma linha que limita o espaço sobre o qual se estende uma soberania nacional. Ele afirma que essa simples definição de Gottmann é atual, embora teóricos contemporâneos insistam, por contestação, nas interações de escala local entre sociedades vizinhas. Para Foucher as fronteiras são descontinuidades territoriais, com função de marcação política, ou seja, são instituições estabelecidas por decisões políticas. São linhas de separação entre soberanias, e agregam, após a delimitação, uma demarcação de terreno feita por meio de pedras ou outros utensílios físicos e/ou eletrônicos de separação. Segundo Foucher, em tempos de Paz as fronteiras são o lugar de exercício das funções estaduais precisas. Já em tempos de tensão entre Estados contíguos, o limite é militarizado, tornando-se o lugar dos primeiros conflitos. Embora os teóricos da globalização neguem a importância das fronteiras, Foucher defende que (...) o mundo, para ser habitável, precisa de fronteiras, esse terceiro elemento entre as culturas e a humanidade, que nós gostaríamos que fosse invisível e que permanece, no entanto, necessário.

Fronteira agrícola: Linha que demarca a área explorada agricolamente. Região de ocupação recente, onde ainda existem terras devolutas. A fronteira agrícola geralmente tende a extrapolar os limites políticos entre dois ou mais estados. Um exemplo desta mobilidade da fronteira é o avanço de áreas com predomínio de agropecuária, sobre áreas com o predomínio vegetação natural e extrativismo vegetal, como ocorre atualmente na floresta Amazônica, que sofre com o avanço predatório da agropecuária itinerante (pouco modernizada) e da grande agricultura comercial (mecanizada) oriundas, principalmente, das regiões Nordeste e Centro-Oeste do Brasil. Pelo Mato Grosso, inclusive, a fronteira agrícola avança sobre a região amazônica devido à expansão da monocultura exportadora de soja; o estado é um dos maiores produtores desta leguminosa no Brasil. Dentre os maiores impactos ambientais resultantes do avanço das fronteiras agrícolas podemos citar: a devastação de biomas assim como seus frágeis e por vezes singulares ecossistemas; o agravamento dos processos de desertificações e as contaminações, por insumos químicos usados nas lavouras, de rios e lagos.

Fronteira convencional: Limite entre estados estabelecido através de negociações ou tratados.

Fronteira Morta: É aquela supostamente bem definida e aceita pelas populações fronteiriças.

Fronteira natural: Limite entre estados formados por elementos naturais como rios, montes, lagos, mares e cadeias montanhosas.

Fronteira Viva ou de Tensão: É aquela não bem definida, havendo disputa entre os Estados vizinhos, o que muitas vezes resulta em guerras. É uma fronteira

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militarizada. Um exemplo atual de fronteira viva é a região da Caxemira, que fica no limite entre a Índia e o Paquistão e é disputada entre ambos os países.

Fundamentalismo: Expressão usada para designar qualquer tipo de movimento ou corrente de cunho conservador e integrista, que enfatiza a obediência rigorosa e literal a um conjunto de princípios básicos. Na Geografia e na História, o termo costuma ser usado para se referir à crença na interpretação literal dos livros sagrados. Fundamentalistas são encontrados entre religiosos diversos e pregam que os dogmas de seus livros sagrados sejam seguidos à risca. Um exemplo de fundamentalismo religioso foi o regime do Taleban que governou com mãos de ferro o Afeganistão, tendo como base o Corão (livro sagrado muçulmano). Há também o fundamentalismo político, no qual alguns autores encaixam a forma de governar do presidente norte-americano George W. Bush, principalmente pela sua política beligerante usada nas relações externas com países mulçumanos ou produtores de petróleo.

Furacão: Tempestade ciclônica com ventos muito fortes (velocidades superiores a 119 Km/hora) que se forma sobre os oceanos nas regiões tropicais. Por razões históricas, os furacões que se formam no oceano Índico e no leste do Pacífico recebem o nome de Tufões. Como se formam: Sob um centro de baixa pressão o ar é mais leve e tende a subir. Se esse movimento ascendente ocorre sobre um oceano tropical, onde a evaporação de águas marinhas torna as camadas mais baixas da atmosfera ricas em vapor d’água, uma grande quantidade de vapor d’água é conduzida a regiões mais altas e mais frias da atmosfera. O vapor se condensa gerando água. Nesse processo, parte do calor presente no vapor (calor latente) é liberado para a atmosfera reaquecendo o ar, que volta a subir. Quanto maior a diferença de temperatura da superfície e as camadas mais altas da atmosfera, maiores são as chances de se formar um furacão. Na superfície ocorrem ventos horizontais à medida que outras massas de ar se deslocam para ocupar o espaço abandonado pelo ar que subiu. Um furacão pode ter mais de 900 Km de diâmetro e milhares de metros de altura. Uma vez formado, seu deslocamento vai ser determinado pela interação dos ventos que ele próprio gera, com os ventos médios das áreas por onde passa. Um furacão só costuma perder sua força quando alcança o continente, pois sua fonte de energia é o mar, que lhe fornece vapor d’água suficiente para não perder seu poder destrutivo. Geralmente, ao chegar ao continente, o furacão se transforma numa tempestade tropical, porém ainda com grande poder destrutivo. Como o furacão nada mais é do que um ciclone com velocidade dos ventos acima de 119 Km/h, pode dizer que todo furacão é ciclone, mas nem todo ciclone é furacão.

Fuso horário: Convenção internacional que, tendo como ponto de partida o meridiano de Greenwich ou principal, divide o globo terrestre em 24 fusos horários, cada um deles medindo 15º. Assim, a Terra, ao girar sobre seu eixo, determina horas diferentes para as várias regiões do globo, que variam conforme a longitude. As terras brasileiras são atingidas por quatro fusos: o de 30º, onde se encontra o arquipélago de Fernando de Noronha; o de 45º, onde está a grande maioria dos estados nacionais, incluindo o Distrito Federal; o de 60º, que abrange estados no

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Norte e Centro-Oeste do país, e o de 75º, que atinge as terras mais ocidentais do território nacional. A partir de Junho de 2008, por força de Lei sancionada pelo então presidente Luis Inácio Lula da Silva, o Brasil passa a adotar apenas três fusos em vez de quatro. O fuso suprimido foi o de 75º, e que atinge terras mais ocidentais do Amazonas e do Acre, onde a diferença em relação a Brasília, chega a duas horas a menos. Além disso, o estado do Pará passa a utilizar somente o fuso de 60º, tendo uma diferença de apenas uma hora em relação a Brasília (45º). Portanto, a diferença máxima de horas em qualquer ponto do nosso país, em relação ao fuso zero de Greenwich, é de até – 4 horas. O que se discute, em relação a essa mudança imposta por força de Lei, são os impactos positivos e negativos de tal mudança. Se por um lado a mudança pode facilitar as relações no sistema bancário, as provas de concursos públicos e as programações televisivas, que seguem o horário oficial de Brasília, por outro, pode causar impactos, inclusive fisiológicos, no cotidiano das pessoas diretamente envolvidas, devido à brusca mudança nas rotinas. Outro fato discutível é que não foi feita nenhuma consulta popular, como um referendum, para se promover tal mudança. Foram considerados apenas os lobbys das emissoras de televisão que se viram obrigadas, desde Abril, a adequarem suas programações às classificações indicativas. As vozes dos magnatas das emissoras de televisão foram suficientes para que se promovesse tal mudança.

G

Gaia (teoria de): Teoria criada pelo biofísico inglês James Lovelock, na qual ele descreve o planeta Terra como uma espécie de superorganismo formado de superfície, ar e oceanos. O planeta, segundo Lovelock, funcionaria como um sistema vivo capaz de regular a composição atmosférica, o clima e a salinidade dos mares, o que manteria a biosfera sempre em patamares adequados para a manutenção da vida. O problema é que agora o aquecimento global agiria como uma armadilha para Gaia: o calor proveniente do efeito estufa gera ainda mais calor, num círculo vicioso. Recentemente, em 2006, Lovelock lançou seu novo trabalho "A vingança de Gaia", onde o mesmo constatou que o equilíbrio natural já teria se rompido, de forma irreversível, em conseqüência do aquecimento global. Numa entrevista polêmica, Lovelock surpreendeu o mundo ao defender a produção de energia somente a partir das usinas termonucleares, que segundo o mesmo são as mais limpas, uma vez que não agravariam o aquecimento atmosférico. Vale destacar um trecho do seu mais recente trabalho "A vingança de Gaia", onde ele teoriza que: "O aquecimento global já passou do ponto sem volta. A única opção é substituir as fontes de energia mais

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comuns por usinas nucleares, mais limpas do que hidrelétricas ou termoelétricas. Para produzir a cana-de-açúcar para o biocombustível, é preciso ocupar o espaço dedicado à produção de alimentos ou derrubar florestas, que ajudam a regular o clima, e isso é contraprodutivo. Se tivéssemos aplicado o conceito de desenvolvimento sustentável 200 anos atrás, quando havia apenas um bilhão de pessoas no mundo, talvez não estivéssemos na situação em que nos encontramos hoje. Agora é tarde demais. Não há mais espaço para nenhum tipo de desenvolvimento. A humanidade precisa regredir".

Galápagos (ilhas): A expressão “galápagos” tem origem espanhola e significa “ilha das tartarugas”. Arquipélago localizado no pacífico oriental, a 972 km da costa do Equador. É formado por 13 grandes ilhas, seis menores e 42 ilhotas. Foi refúgio de piratas e caçadores de baleias antes de ser integrado ao Equador em 1832. Três anos depois, o naturalista inglês Charles Darwin visitou o arquipélago como escala de sua viagem ao redor do mundo. A rica fauna representada por aves, tartarugas gigantes e iguanas terrestres e marinhas, impressionou Darwin e lhe permitiu traçar as linhas mestras de sua naturalista Teoria da Evolução, contemplada em A origem das espécies. Base naval dos EUA a partir de 1942, as ilhas Galápagos foram declaradas Parque Nacional em 1959. Para proteger a sua fauna, foi criada em 1964 a Estação Internacional Darwin. Seus 15 mil habitantes moram em cinco ilhas. As demais são protegidas. Em 16 de janeiro de 2001, o petroleiro Jessica encalhou defronte à ilha San Cristobal e derramou 650 mil litros de óleo, deixando o singular ecossistema à beira de um colapso. De acordo com especialistas, as correntes marítimas evitaram uma catástrofe maior. São desconhecidos, porém, os efeitos em longo prazo sobre as espécies endêmicas.

Gases Estufa: São constituintes gasosos da atmosfera, que tanto podem ser naturais quanto originados das atividades humanas (antropogênicos), que absorvem e reemitem radiação infravermelha. Segundo documentos oficiais do Protocolo de Kyoto, os mais importantes gases de efeito estufa são: o dióxido de carbono, o principal (por ser o mais abundante) e também conhecido como gás carbono (CO2), o metano (CH4), também chamado de gás dos pântanos e 23 vezes mais poderoso que gás carbono, o óxido nitroso (N2O), que é cerca de 150 vezes mais poderoso que o CO2, além de Clorofluorcarbonetos como o CFC-11 e o CFC-12, cujas moléculas são até 10 mil vezes mais poderosas que as moléculas de gás carbono. O CO2 contribui com aproximadamente 50% do aquecimento global; o metano com cerca de 18%; os CFCs com 14%; o óxido nitroso com 6% e os demais com 12%. No Brasil, o quarto maior emissor de gases estufa no mundo, o desmatamento na Amazônia é responsável por cerca de 75% dessas emissões. Somente as queimadas respondem por mais de 50% das toneladas de gases despejados a todo instante na atmosfera. Ver mais em “Poder Estufa”.

Geada: É a sublimação (passagem do estado líquido para o sólido) de H2O sobre a superfície. O fenômeno da geada ocorre se a temperatura do ar em contato com o solo (geada superficial), ou num nível mais elevado, estiver abaixo de 0o C. As principais condições para formação das geadas são: massa de ar estável e fria; céu

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sem nuvens, para permitir a perda de radiação térmica da superfície terrestre; condições calmas para prevenir a mistura de ar próximo da superfície com o ar mais quente acima; temperatura do ponto de orvalho relativamente alta e formas topográficas que favoreçam a drenagem do ar frio para as baixadas.

Gêiser: Fonte que expele jatos de água quente, de forma contínua ou intermitente. Os gêiseres estão normalmente associados às áreas de vulcanismo, onde as águas mais profundas sofrem aquecimento, atingindo o ponto de ebulição e culminando com o aumento da pressão, o que resulta na expulsão dessa água para a superfície. Os gêiseres são muito comuns na Islândia, uma grande ilha de gelo européia situada no extremo norte do oceano Atlântico, nos limites do círculo polar Ártico.

Genocídio: Ato cometido com a intenção de destruir, total ou parcialmente, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso. Exemplos de genocídios: O extermínio de judeus durante a II Guerra; o massacre de mais de um milhão de Tutsis em Ruanda (1994) e o massacre de albaneses em Kosovo (Yugoslávia) em 1999. Outro exemplo clássico de genocídio foi o sofrido pelo Paraguai no século XIX, onde 76% de sua nação teria sido aniquilada numa “guerra” contra a Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai) que teria durado de 1865 a 1870. Dos quase 800 mil paraguaios, na época, apenas 190 mil teriam sobrevivido; destes, menos de 4% eram homens. Da população masculina, antes da guerra, restaram apenas 2.100 homens com idade acima dos 20 anos, ou seja, 0,525% da população masculina na época. Para uma maior reflexão sobre o desfecho da “Guerra” do Paraguai, vale destacar uma citação de DOWBOR (1995): “Um país, o Paraguai, escapa à regra e tenta organizar a economia em função das necessidades internas, rompendo com a divisão internacional do trabalho. Os dirigentes e o povo paraguaio serão tratados com a violência que se sabe, pelo Brasil, Argentina e Uruguai, países dotados de classes dirigentes interessadas na orientação neocolonial: 70% dos homens serão mortos, num genocídio que constitui uma das maiores tragédias e vergonhas militares da história da América Latina”.

Geocentrismo: Teoria astronômica segundo a qual a Terra seria o centro do universo. Essa teoria foi proposta por Ptolomeu no século II d.C. e vigorou até o século XVI, quando foi superada pelo heliocentrismo de Copérnico (o Sol como o centro do Universo).

Geodésia: Ciência que procura definir e situar as características naturais e físicas de grandes proporções da superfície terrestre. Ciência que se ocupa do estudo do tamanho e da forma da Terra (geóide), por meio de medições como triangulação, nivelamento e observações gravimétricas. Um dos fatos históricos mais relevantes para a Cartografia foi o cálculo da circunferência da Terra feito por Eratóstenes no século III a.C. Por isso, Eratóstenes é conhecido como o pai da Geodésia. Geofisiologia: Nova ciência proposta pelo biofísico inglês JAMES LOVELOCK, e que se encarrega dos estudos dos grandes sistemas vivos, dentre eles a Terra. Este novo paradigma conceitual se ocupa da maneira como a Terra viva funciona,

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ignorando as divisões tradicionais entre as ciências da Terra, como a geologia, e as da vida, como a fisiologia, que concebem a evolução das rochas e da vida como duas áreas científicas distintas. Em lugar disso, a geofisiologia trata os dois processos como uma única ciência evolutiva que pode explicar detalhadamente a história do planeta. Vale ressaltar que LOVELOCK entende a Terra como um sistema fisiológico único, ou seja, uma entidade viva. E como todo ser vivo, a Terra seria capaz de auto-regular seus processos químicos e térmicos. LOVELOCK é o autor da polêmica “Teoria de Gaia”.

Geografia: De geo (Terra) + grafia (descrição), significa literalmente descrição da Terra. De acordo com Pierre George, geógrafo francês, a Geografia definida como “ciência humana", tem por objeto o estudo global e diferencial de tudo que condiciona e interessa à vida das diversas coletividades humanas que constituem a população do globo. A Geografia em tempos passados limitava-se à "descrição da Terra", e só recentemente, no século XIX, tornou-se uma ciência – mais precisamente com a escola determinista alemã com destaque para o geógrafo Ratzel – o que vale dizer, passou a ter um caráter analítico e interpretativo. Estudos apontam o grego Estrabão (63 a.C. - 24 d.C.) como o primeiro geógrafo, pelo fato de ter feito relatos considerados geográficos – na obra Geografia - de locais e povos que conheceu durante suas viagens, principalmente pelo Mediterrâneo Oriental. A Ciência Geográfica encontra na interdisciplinaridade – no estudo com as ciências afins, isto é, as Ciências Físicas Naturais e as Ciências Humanas e Sociais – subsídios para descrever e explicar os fatos que ocorrem no espaço geográfico. Dessa forma, encontramos na Ciência Geográfica, considerada "ciência de síntese", divisões, subdivisões e ramos intermediários. Para fins didáticos a Geografia pode ser dividida em vários ramos como a Cartografia, Topografia, Biogeografia, Geomorfologia, Recursos Naturais, Ecologia, Geografia da População, Geopolítica, Geografia Política, Geografia Urbana, Geografia Econômica, Geografia Agrária, Geografia das Indústrias, Geografia do Comércio, Geografia dos Transportes, Geografia da Circulação, Geografia da Energia, entre outras. NOTA DO AUTOR: “Dentre as tantas contradições em torno do conceito e da utilização da geografia enquanto ciência, enfatizo num primeiro momento o discurso do geógrafo francês Yves Lacoste, quando o mesmo define a Geografia como um “saber estratégico”, desprovido de ingenuidade, ou seja, o “saber pensar o espaço com uma visão política, tendo em vista nele atuar de forma mais eficaz”. Talvez por isso Lacoste afirme ser a Geografia uma ciência a serviço da guerra, em primeiro lugar. E ele não deixa de ter razão, pois o conhecimento ou o saber geográfico tem funcionado como uma grande arma de auxílio a todo tipo de dominação das grandes potências bélicas sobre as nações mais vulneráveis em todos os tempos; basta refletir sobre as duas grandes guerras do século XX, por exemplo, além das sucessivas incursões em territórios alheios por parte das grandes potências, principalmente, a partir do século XIX, onde o uso de levantamentos geográficos sobre as culturas “inimigas”, principalmente, foram fundamentais para elaborações de tais planos estratégicos de ataques e ocupações. A Geografia no fundo tornou-se, como afirma Ruy Moreira (1994), uma sofisticada arma de controle do espaço. Mas a geografia, como qualquer

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outra ciência, se renova entre uma crise e outra. Não podemos ignorar outras formas de pensar a geografia enquanto ciência, principalmente a partir da segunda metade do século XX. Seu papel fundamental, impregnado da sua gênese, ou seja, expansão e dominação imperial, talvez se restrinja às grandes potências bélicas contemporâneas. Estas ainda se utilizam da geografia para encontrarem atalhos para suas expansões imperialistas. Mas é exatamente em sala de aula que o olhar geográfico tende a ser menos estratégico e mais crítico, principalmente se forem mantidos contatos diretos e mais repetitivos com os trabalhos de geógrafos como Josué de Castro, Milton Santos, Ab’Saber e Ruy Moreira, dentre outros tantos que, com militância, fizeram da geografia uma ciência não menos importante que a original, mas dotada de pensamento crítico, onde a visão totalizadora das transformações sociais se sobressai ante ao discurso meramente técnico e demagogo.

Geografia Política: Conjunto de estudos sistemáticos com vínculos diretos à Geografia e restritos às relações entre estado e o espaço. Aborda questões referentes à posição, situação e características das fronteiras. É bem mais acadêmica do que a Geopolítica. Geóide: Superfície equipotencial (potencial gravítico constante) do campo gravimétrico da Terra, que coincide com o nível médio dos mares e que se estende por todos os continentes, sem interrupção. A direção da gravidade é perpendicular ao geóide em qualquer ponto. O geóide é a superfície de referência para as observações astronômicas e geodésicas. A superfície representada no geóide é mais irregular do que a representada no elipsóide de revolução usado habitualmente para aproximar a forma do planeta, mas consideravelmente mais suave do que a própria superfície física terrestre nas suas formas originais. Geologia: Ciência que estuda a estrutura e evolução física da Terra. Pode dividir-se em vários ramos como a Geologia Física, Geologia Histórica, Geologia Econômica e Geologia Interplanetária.

Geomorfologia: Ciência que se dedica ao estudo das atuais formas de relevo, investigando sua origem e evolução. Conforme Christofoletti: "A Geomorfologia é a ciência que estuda as formas do relevo. As formas representam a expressão espacial de uma superfície, compondo as diferentes configurações da paisagem morfológica".

Geopolítica: 1 - Estudo das relações de poder entre as nações e seus - condicionamentos geográficos. Dois dos principais fundamentos da Geopolítica podem ser a etnia e a identidade. Inicialmente o termo foi aplicado às concepções do geógrafo e biólogo alemão Friedrich Ratzel (1844-1904), que tentou explicar o poderio e a decadência das nações pela teoria do determinismo geográfico (geodeterminismo), tese que foi posteriormente retomada, nas primeiras décadas do século XX, pelo geógrafo inglês Halford Mackinder (1861-1947), que afirmava a existência de uma luta internacional pela sobrevivência, em que o controle das áreas interioranas das grandes massas de terra (principalmente da Eurásia) era fundamental. Nessa linha de pensamento ganhou destaque também a afirmação de

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que Geopolítica é a consciência geográfica de Estado, por Karl Haushofer (1869-1946), militar e membro do Partido Nazista alemão, cuja teoria influenciou e foi aproveitada por Adolf Hitler e seus aliados para justificar o expansionismo dos países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão). Segundo Octavio Costa, Geopolítica é a ciência que estuda o Estado enquanto organismo geográfico. 2 - Saber vinculado à formação de hipóteses e projetos de ação correlacionados ao poder dos estados e suas estratégias de caráter geral (para os territórios nacionais e estrangeiros). É mais aplicada e interdisciplinar em comparação à Geografia Política (WANDERLEI MESSIAS DA COSTA). Para COSTA, a Geopolítica é um desdobramento pobre de análises político-geográficas de autores como RATZEL, VALLAUX e outros; ou seja, a Geografia Política é para ele, muito mais completa e abrangente. O sueco KJELLEN (1864-1922) foi o pioneiro no uso do termo “Geopolítica”; é também de KJELLEN a célebre frase “espaço é poder”, intrinsecamente ligada ao conceito. Para MOREIRA (2005) a Geopolítica nada mais é que a própria Geografia Oficial de Estado, ou seja, um discurso que sempre joga sobre a mesa a questão do poder; poder tanto dos homens sobre a natureza quanto dos homens sobre os outros homens. 3 – Segundo o professor Marcos Toyansk – doutorando em Geografia Humana na USP – a Geopolítica pode ser entendida, num primeiro momento, como sendo uma combinação de fatores geográficos e políticos que acabam por determinar a condição de um Estado ou região. Para Toyansk, “tradicionalmente, as teorias geopolíticas são elaboradas a partir de uma interpretação do mundo político com base na teoria da soberania, que sustenta ser o Estado a autoridade suprema sobre determinado território. Essa interpretação considera que as relações entre essas unidades territoriais delineiam os contornos da política mundial, ou seja, os Estados territoriais seriam os únicos atores da imaginação geopolítica” (extraído do texto A influência Geopolítica das diásporas étnicas – Revista Conhecimento Prático Geografia, ed. 30, mar/2010, p. 17).

Geoprocessamento: Segundo Rodrigues (1993), Geoprocessamento é um conjunto de tecnologias de coleta, tratamento, manipulação e apresentação de informações espaciais voltado para um objetivo especifico. Esta definição considera a coleta de dados como uma etapa do Geoprocessamento.

Gini (coeficiente de): Ver “Coeficiente de Gini”.

Glasnost: Conjunto de reformas políticas implantadas por Mikhail Gorbatchev, na antiga URSS a partir de 1985, que permitia a liberdade de expressão e manifestação contida nos períodos czarista e socialista. Tanto a Glasnost quanto a Perestroika (reforma econômica) representavam um conjunto de medidas necessárias à implantação do capitalismo na URSS.

Globalização: Processo acentuado nas últimas décadas do século pela aceleração e padronização dos meios técnicos, a instantaneidade da informação e da comunicação e a mundialização da economia, e que promove a reorganização e reestruturação dos espaços nacionais e regionais, em escala mundial, a partir do controle e regulamentação dos centros hegemônicos. Para o geógrafo Milton Santos essa

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globalização cria, como nunca ocorreu no passado, um meio técnico científico e informacional em contraposição ao meio natural; promove a transformação dos territórios nacionais em espaços nacionais da economia internacional; intensifica a especialização e a divisão social e territorial do trabalho; concentra e aumenta a produção em unidades menores, entre outros aspectos. O enfraquecimento dos Estados nacionais e o acirramento da tensão entre o local e o global, com o avanço da globalização, também é apontado por Santos dentro de suas análises a cerca do tema. Para BAUMAN (2000) a globalização é um dado real, caracterizado pela internacionalização e interdependência das economias nacionais num contexto planetário. A globalização não seria um processo consensual, e sim um intenso campo de conflitos entre grupos sociais, Estados e interesses hegemônicos, de um lado, e por outro lado, grupos sociais, Estados e interesses subalternos. A globalização estaria relacionada à emergência de uma nova divisão internacional do trabalho, baseada na mundialização da produção levada a cabo pelas grandes multinacionais, que se projetam como atores centrais na nova economia mundial. Todo esse processo, para BAUMAN (2000), teria por conseqüência a descapitalização das forças produtivas; a globalização das contradições sociais; a fragilização dos Estados Nacionais, assim como a conseqüente desintegração do poder político dos protagonistas nacionais. GIDDENS (1991) já considera a globalização como a intensa mundialização das relações sociais, unindo as localidades mais distantes, de modo que acontecimentos locais sejam influenciados por eventos os mais longínquos possíveis. Para o historiador Eric Hobsbawm, a globalização – que avança de forma acelerada desde a década de 1960 – provocou um profundo impacto político e cultural, sobretudo na sua forma atualmente dominante de um mercado global livre e sem controles, e trouxe consigo uma dramática acentuação das desigualdades sociais e econômicas no interior das nações e entre elas. HOBSBAWM (2007) reforça ainda a idéia de que os impactos dessa globalização – o mundo visto como um conjunto único de atividades interconectadas que não são estorvadas pelas fronteiras locais – são de fato mais sensíveis para os que menos se beneficiam delas, ou seja, os assalariados com pouca qualificação. Mas nem os profissionais capacitados dos países desenvolvidos escapam dos efeitos colaterais dessa globalização. Segundo HOBSBAWM, esse mercado livre global afeta a capacidade também desses países de protegerem seu estilo de vida, mesmo através de seus sistemas de bem-estar social. É que em uma economia onde competem seus profissionais com outros que carregam as mesmas qualificações, mas que migram de países periféricos – e, portanto recebem apenas uma fração dos salários pagos no Ocidente – gera em qualquer canto do planeta os efeitos das pressões trazidas pela globalização. Segundo HOBSBAWM os únicos que “estariam” protegidos contra os efeitos negativos dessa globalização seriam os empresários – que podem reduzir seus custos utilizando exatamente essa mão-de-obra barata de outros países – os profissionais da alta tecnologia(alta capacitação) e os graduados, que podem conseguir trabalho em qualquer economia de mercado de alta renda.

Global Warming: Ver “Aquecimento Global”.

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Global Warming Potencial (GWP): Potencial de Aquecimento Global, ou seja, índice utilizado para apresentar os níveis de emissões de gases estufa sem a necessidade de se calcular diretamente as mudanças nas concentrações atmosféricas. Os GWPs são calculados como a razão forçante radiativa resultante das emissões de 1 kg de um determinado gás estufa com a emissão de 1 kg de CO2 durante um determinado período de tempo, geralmente 100 anos. Os níveis de GWPs são atualizados e avaliados regularmente pelo IPCC.

Globo: Corpo esférico, como também a Terra, podendo esta ser representada por um modelo esférico chamado globo terrestre. O firmamento também pode ser representado por um modelo de globo celestial. Quando o globo terrestre é representado em uma superfície plana (uma folha de papel) é chamado de planisfério.

Globo terrestre: Esfera sobre a qual é desenhado o mapa da Terra.

GMT: Abreviação inglesa de Greenwich Meridien Time, hora local do meridiano de Greenwich — meridiano-origem ou o meridiano 0º de longitude, que passa pelo Observatório Real de Greenwich, no subúrbio londrino — assumida como horário padrão internacional e conhecida em português como Hora do meridiano de Greenwich ou simplesmente "Hora de Londres".

Golfo: Grande enseada em que o mar penetra profundamente na costa, maior e mais fechada que uma baía, podendo inclusive conter várias baías.

GPS: Sigla em inglês que significa “Sistema de Posicionamento Global”. O GPS é um pequeno aparelho (do formato de um telefone celular) usado para se localizar um ponto qualquer na superfície da Terra. No mostrador do aparelho aparecem as coordenadas e a altitude do local, obtidas através de sinais enviados por um conjunto de satélites.

Graben: Depressão, bloco rebaixado; estrutura de relevo que sofreu rebaixamento em relação à área circunvizinha (Horst) devido à ação tectônica. O graben abriga os cursos fluviais e suas planícies, e se apresenta como um novo nível de sedimentação. Existem vales (com ou sem cursos fluviais) correspondentes a grabens, e estes vales tectônicos têm seus fundos e suas encostas formando ângulos próximos de 90º. A tafrogênese Meso-cenozóica que revigorou o relevo da borda leste da Plataforma Sul-americana redefiniu novos níveis de base (ou de sedimentação) promovendo a formação de “horts” e “grabens”, como exemplos, respectivamente: serras Mar e Mantiqueira e Vale do Paraíba do Sul (MAGNO, 2007).

Gradiente térmico: É a variação espacial das isotermas (linhas de igual temperatura). A análise espacial da temperatura do ar, através das isotermas, ressalta os efeitos: das latitudes; dos continentes (continentalidade); das estações do ano (sazonalidade). O gradiente térmico tende a ser mais fraco no hemisfério sul e mais forte no hemisfério norte, devido à contribuição da continentalidade, que é maior no hemisfério norte.

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Granizo: Pedra ou partícula de gelo, de tamanhos variáveis e que costuma se precipitar de nuvens do tipo cumulonimbus. O granizo é uma forma sólida de precipitação e ocorre tanto na região temperada quanto nos trópicos. Os granizos geralmente constituem riscos para a agricultura, principalmente onde ocorrem com mais freqüência.

Grau geotérmico: Profundidade vertical a partir da superfície da Terra para o seu interior para que haja o aumento de 1º centígrado de temperatura. A distância média é de 30 metros, mas há variações.

Greenwich: Nome da cidade inglesa que marca a longitude zero, ou seja, o meridiano-origem ou meridiano principal, conforme ficou estabelecido desde 1885 em Londres, quando realizou-se o Congresso Internacional de Cartografia, onde por convenção determinou-se que a Longitude de 0o passaria a ser a do meridiano de Greenwich, no subúrbio de Londres. A partir daí foram criados os fusos horários para a fixação de uma hora planetária, a hora de Londres, que passou a ser o referencial para se determinar as horas em quaisquer pontos do planeta.

Grilagem: Apropriação ilícita de terras por meio da expulsão de seus proprietários, posseiros ou índios. Também denomina a legalização do domínio da terra através de documento falso. A expressão “grileiro” vem de uma técnica usada para o efeito da grilagem que consiste em colocar falsas escrituras dentro de caixas ou gavetas, cheias de grilos, para deixar os documentos amareladas e roídos, dando-lhes uma aparência de escrituras antigas, forjando uma certa legitimidade.

Grileiro: Aquele que ocupa ou se apropria, de forma ilícita e/ou violenta, de terras devolutas ou já ocupadas por outros posseiros.

Grupo dos 7 (G-7) : Denominação dada aos países mais industrializados do mundo: Reino Unido, Japão, Alemanha, França, Itália, Canadá e Estados Unidos da América. A Federação Russa foi incluído no grupo em 1998, apesar de não ser um país dos mais ricos, mas por questões estratégicas, uma vez que ainda é uma potência bélica, configurando o G-8. A riqueza desse grupo responde por 80% do PIB mundial.

Grupo dos 20 (G-20): Grupo criado em 1999 para articulação de respostas e medidas para a crise econômica mundial deflagrada no final dos anos 1990. A prioridade do grupo, desde a sua criação, é a de promover, garantir, estabilidade financeira e política no âmbito mundial e também evitar novas crises. Integram o G-20 ministros da Economia e presidentes de bancos centrais de 19 países: os oito países do G-7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Reino Unido, Itália, Japão) mais Rússia, África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, China, Coréia do Sul, Índia, Indonésia, México e Turquia. A União Européia também integra o grupo, representada pela presidência rotativa do Conselho Europeu e pelo Banco Central Europeu. Juntos, os países membros representam cerca de 90% do produto nacional bruto mundial, 80% do comércio internacional e cerca de dois terços da população do planeta.

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Grupo dos 77 (G-77): Denominação dada ao grupo de países em desenvolvimento (emergentes) criado em 1964, mas atualmente seus membros somam 133. É a maior coalização de países do "Terceiro Mundo" nas Nações Unidas e busca promover os interesses econômicos coletivos, além das questões ambientais. Os cincos grandes membros do grupo são: China, Índia, Brasil, México e África do Sul.

Gruta: Do italiano grotta ou do latin crypta, significa “galeria escura, subterrâneo, caverna”. 1 – Cavidade natural de forma e profundidade variáveis, encontrada frequentemente em rochas calcárias ou em arenitos de cimento calcário. 2 - Qualquer cavidade, construída artificialmente, com forma de gruta ou caverna.

Guano: Acúmulo de fezes endurecidas de pássaros (geralmente aves marinhas), comumente utilizado como fertilizante. Na costa do Peru temos as ilhas Chincha, que foram recobertas, ao longo dos tempos, com fezes de pássaros como os pelicanos. O guano ali se formou em várias camadas atingindo espessura de vários metros. Na ilha de Nauru, no Pacífico, grandes depósitos de guano foram explorados indiscriminadamente para uso agrícola, o que acabou acarretando uma grande destruição da paisagem natural da ilha.

Guerra: Luta armada entre sociedades políticas visando uma das partes a impor à outra suas pretensões. Uma diferença fundamental entre os conceitos de guerra e guerrilha é que a primeira se caracteriza por tropas regulares de combate além de seu caráter institucional; já a guerrilha tem o caráter da ilegalidade (clandestinidade). Em alguns momentos, a guerrilha chega a ser confundida até com terrorismo; é o que ocorre atualmente no Iraque, onde os insurgentes são considerados por alguns setores da mídia como terroristas, enquanto que outros, simplesmente os tratam como guerrilheiros. Guerra fiscal: Mecanismo por meio do qual os estados menos desenvolvidos buscam oferecer vantagens fiscais, como isenção de impostos, para atrair empresas. Um exemplo dessa política é o que ocorreu com a Ford, no Brasil, que inicialmente se instalaria no Rio Grande do Sul. Como o governo da Bahia ofereceu vantagens maiores para a montadora, a fábrica acabou se instalando em Camaçari (BA), no ano de 2001. Outro fator determinante para este desfecho envolvendo a Ford, é que na Bahia, a mão-de-obra é mais barata e os sindicatos menos organizados e consequentemente, menos atuantes que os do Rio Grande do Sul. Guerra Fria: Período de disputa hegemônica entre o bloco capitalista, liderado pelos EUA e o socialista, liderado pela URSS, no chamado mundo bipolarizado. Esse período, segundo o cientista político RAYMON ARON, que durou aproximadamente, do final da II Guerra até meados da queda do muro de Berlim, era conhecido como o período de Guerra improvável e paz impossível, pois não havia forma de conciliar os interesses dos dois lados antagônicos. Um sistema só poderia sobreviver com a destruição total do outro.

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Guerrilha: Para SOUZA (1998) guerrilha é um Empreendimento armado de grupos irregulares, cuja atuação se desenvolve por ataques que combinam mobilidade, surpresa, emboscada e rapidez. É tão antiga quanto a guerra e em geral, organiza-se quando é necessário enfrentar forças militares mais poderosas.

H

Habitat: Área em que vive um organismo e que lhe garante relativas condições favoráveis de existência.

Halófitas (plantas): São as plantas que vivem em meio salino, típicas áreas litorâneas. Exemplos de plantas halófitas são as encontradas nos biomas dos manguezais.

Hectare: Medida de área que corresponde a 10.000 metros quadrados ou 2.471 acres.

Hegemonia: Predominância, preponderância de um grupo, classe social, povo, nação no campo político, militar, econômico, cultural, etc. sobre outros grupos, classes, povos e nações.

Heliocentrismo: Teoria desenvolvida em 1543 pelo astrônomo polonês Nicolau Copérnico (1474-1543), publicada em 1548, e defendida por Galileu e Kepler, sobre o Sistema Solar, pela qual o Sol é o centro do sistema do qual a Terra é um dos planetas. Estas idéias contraditavam a concepção aceita até então de que a Terra seria o centro do Universo (geocentrismo). Galileu Galilei, físico e matemático italiano, foi submetido a um processo dirigido pelo tribunal eclesiástico da Igreja Católica Apostólica Romana, conhecido pelo nome de Inquisição, por defender essa teoria (e aprofundá-la com a descoberta do movimento de rotação da Terra), sendo forçado, para sobreviver, a abdicar publicamente de suas teorias.

Hemisfério: Denominação de cada uma das metades em que a Terra é imaginariamente dividida, pela linha que corta o equador, ou, as metades divididas pelo meridiano de Greenwich. A Terra é então dividida, no sentido latitudinal, em hemisfério norte ou boreal e hemisfério sul ou austral; e, no sentido longitudinal, em hemisfério leste ou oriental e hemisfério oeste ou ocidental.

Hemisfério leste: Também chamado hemisfério oriental, é a metade da Terra a leste do meridiano de Greenwich.

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Hemisfério meridional: O mesmo que hemisfério sul ou Austral.

Hemisfério norte: Também chamado hemisfério setentrional ou Boreal, é a metade da Terra ao norte da linha do equador.

Hemisfério ocidental: O mesmo que hemisfério oeste.

Hemisfério oeste: Também chamado hemisfério ocidental, é a metade da Terra a oeste do meridiano de Greenwich.

Hemisfério oriental: O mesmo que hemisfério leste (Austral).

Hemisfério setentrional: O mesmo que hemisfério norte (Boreal).

Hemisfério sul: Também chamado hemisfério meridional ou austral, é a metade da Terra ao sul da linha do equador.

Heterogêneo: Do latin heterogeneus, de outro gênero, de outra natureza. Que possui características e propriedades diversas (diversidade), não semelhantes, em sua composição. O oposto a homogêneo.

Hidrófitas (plantas): São as plantas que sobrevivem na maior parte do ano em meio aquático. Exemplos: Os aguapés e a Vitória Régia na região amazônica.

Hidrografia: Representação das águas continentais e oceânicas do globo terrestre.

Hidrosfera: A esfera das águas - rios, lagos e mares - que formam uma camada descontínua sobre a superfície da Terra.

Higrófitas (plantas): São as plantas que se adaptam a meios onde existe grande quantidade de umidade, como as espécies da floresta equatorial, por exemplo.

Hiléia: Do grego Hylé, significa floresta densa. Denominação dada por HUMBOLDT (1769-1859) para a floresta Amazônica, a maior floresta úmida do planeta, com mais de seis milhões de Km2. Alexander von Humboldt, juntamente com Karl Ritter (1779-1859), é considerado um precursor da geografia moderna, acadêmica, produzida a partir dos centro universitários e ensinada nas escolas. Naturalista, Humboldt se especializa na geografia-ecológica, dando ao mundo uma concepção de unidade cósmica, com maior ênfase à natureza, concebendo-a como um todo em movimento.

Hinterlândia: Do inglês hinterland (hinter = situado na parte de trás + land = terra), região afastada de áreas urbanas ou dos centros metropolitanos ou culturais mais importantes. É a área que serve e é servida por um núcleo urbano. Na Geografia Regional o termo costuma ser usado para se fazer menção àquelas pequenas cidades influenciadas economicamente por uma cidade de porte médio próxima, mas com uma localização estratégica dentro de um estado e com um certo grau de desenvolvimento.

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Hipocentro: No caso de um abalo sísmico, é o ponto onde se inicia a ruptura e a liberação das tensões acumuladas durante as colisões entre placas litosféricas (tectônicas). O hipocentro é também conhecido como “foco”, e sua projeção na superfície é o “epicentro”.

Hipsometria: Estudo que trata da medição das altitudes.

Holding: Para SANDRONI (1994), holding é uma "Empresa que mantém o controle sobre outras (as subsidiárias) pela posse majoritária das ações. Em geral, uma holding não produz nada, destinando-se apenas em centralizar o controle sobre um complexo de empresas”.

Holoceno: Na escala geológica do tempo, corresponde à época mais recente do período Quaternário, da era Cenozóica, com duração de cerca de 12.000 anos. O Holoceno, nossa idade geológica atual, é aquele período em que as geleiras se restringem às regiões polares e ocorre o desenvolvimento e expansão da civilização humana.

Homestead (Act): Lei de terras aprovada em 1862, durante o governo de Abraham Lincoln e no contexto da guerra civil, nos Estados Unidos da América. Esta lei garantia um pedaço de terra suficiente para sustentar uma família: 65 hectares no Meio Oeste e até 260 hectares no Oeste semi-árido. A filósofa e historiadora Nancy NARO (1985) faz as seguintes considerações sobre a Homestead Act: “A lei de povoamento de 1820, possibilitava a compra de 80 acres (aproximadamente 320.000 m2) de terra por cem dólares. Através desse sistema, o colono pagava ao governo pela terra e recebia um documento que atestava a sua posse. Embora esse sistema funcionasse relativamente bem, a política oficial esbarrava, na prática, com a ação extra-oficial dos especuladores privados. Esses demarcadores ilegais consolidaram suas posses de terrenos através do emprego da violência, não respeitando, tão pouco reconhecendo, a legitimidade da transação entre governo e pequenos colonos”. NOTA DO AUTOR: A Lei de Terras brasileira, de 1850, só se assemelha à norte-americana na violência imposta por especuladores e grileiros. No Brasil a violência por parte desses “desbravadores” não é menor que a dos similares estadunidenses. Mas a grande diferença mesmo, entre a nossa Lei de Terras e a deles, é que a nossa foi feita às avessas; isso se pode comprovar abordando o teor da mesma, que acabou ajudando a configurar o contexto de domínio dos latifúndios que ainda perduram nos dias atuais. Ver em “Lei de Terras”.

Homogêneo: Termo usado para designar um contingente de coisas que possuem as mesmas características e propriedades em toda a composição. É o oposto de heterogêneo. Um exemplo de homogeneidade são as florestas plantadas de eucalipto, que representam uma prática conhecida como monocultura.

Horário de Verão: Prática adotada em vários países do mundo para economizar energia elétrica. Geralmente adotado por países localizados na região intertropical, o horário de verão consiste em adiantar os relógios em uma hora durante o verão, devido ao fato de o dia ser significativamente maior que a noite nessa época do ano.

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O Brasil há anos adota essa prática entre os meses de novembro e fevereiro, durando cerca de 100 dias. Os estados que adotam o horário são todos os da região Sudeste, Sul e Centro-Oeste, incluindo o Distrito Federal. Nos estados do Nordeste e do Norte o horário não é adotado devido à questão latitudinal que naturalmente propicia que nesses estados os dias geralmente já sejam mais longos que as noites durante praticamente o ano inteiro.

Horizonte A (do solo): Compreende a camada mais superior de um solo. Geralmente contém matéria orgânica, argila e minerais solúveis como o quartzo.

Horizonte B (do solo): Compreende a camada intermediária do solo. Está imediatamente abaixo do horizonte A e acima do horizonte C. Geralmente é composto de minerais sólidos e óxido de ferro, além de conter pouca matéria orgânica.

Horizonte C (do solo): Compreende a camada mais inferior (profunda) de um solo. Encontra-se imediatamente abaixo do horizonte B. Consiste em regolito levemente alterado, fragmentado e decomposto, misturado com argila proveniente do intemperismo químico.

Horst: Bloco elevado; estrutura de relevo soerguida por ação tectônica, em relação a áreas circunvizinhas rebaixadas (grabens). Destas novas porções do relevo soerguidas, desprendem-se (pelo intemperismo) sedimentos de detritos que se depositam nas depressões e bacias sedimentares, ainda nos cursos fluviais (MAGNO, 2007). As serras do Mar e da Mantiqueira são exemplos de dois grandes horsts que marcam o graben do Paraíba do Sul.

Hot Spots: 1 - Pontos Quentes. São pontos utilizados como referência para se medir a velocidade absoluta da movimentação das placas litosféricas ou tectônicas. Segundo TEIXEIRA (2003) os “hot spots” registram atividades magmáticas ligadas a porções ascendentes de material quente do manto denominadas Plumas do Manto e originadas em profundidades diversas do próprio manto, a partir do limite entre o núcleo externo e o manto inferior. As marcas que os “hot spots” deixam nas placas que se movimentam sobre eles incluem vulcões e ilhas vulcânicas como o Havaí, além de platôs meso-oceânicos e cordilheiras submarinas. 2 – Conceito criado pelo ecólogo inglês Norman Myers para se referir às zonas do planeta mais ricas em biodiversidade e ao mesmo tempo mais ameaçadas de desaparecerem. No total são 34 zonas, incluindo os biomas brasileiros da Mata Atlântica e do Cerrado.

Huerta: Termo espanhol que designa uma parcela de terra cultivada e irrigada na costa leste da Espanha.

Húmus: Material de origem vegetal ou animal encontrado no solo, ou seja, é a matéria orgânica decomposta que é um dos elementos de define a sua fertilidade.

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I

Icebergs: Blocos de gelo oriundos dos continentes glaciais (geleiras continentais). Estas massas de gelo flutuante são carregadas pelas correntes marinhas e constituem grandes perigos à navegação. A parte que fica emersa corresponde a uma pequena fração, apenas 1/10 do seu total. AVÉROUS (1996) descreve a seguinte situação: “Os icebergs que vagam pelos mares austrais – em geral, chatos como mesas – não nasceram no mar. São pedaços das falésias continentais de gelo que caíram, ou fragmentos que se descolaram das plataformas. O maior deles, já medido, atingia quase o mesmo tamanho do Estado do Rio de Janeiro, com cerca de 38.000 km2.”

IDH: Índice de Desenvolvimento Humano. Índice (variável de 0-1) que mede o desenvolvimento dos países levando em consideração fatores como a distribuição da renda, de saúde (taxas de mortalidade infantil e adulta) educação (taxas de alfabetização), desigualdades de oportunidades entre homens e mulheres, sistemas de governo, dentre outras. Quanto mais próximo, o índice estiver de 1, melhor será a qualidade de vida da população em questão. O IDH é um indicador genérico da qualidade de vida da população. É uma das formas mais modernas e abalizadas para medir as desigualdades globais. A classificação desenvolvida pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) consiste em três ordens de desenvolvimento humano: alto (a partir de 0,800), médio (entre 0,500 e 0,799) e baixo (até 0,499). Na versão apresentada até 2002, o Brasil, onde cerca de 56 milhões de pessoas vivem abaixo da linha de pobreza, ocupava a posição de número 73 no ranking de IDH, com um índice de 0,757. Das crianças brasileiras, cerca de 3% nunca foram à escola. Com um IDH apenas mediano (entre 0,500 e 0,799), o Brasil estava (e ainda está) atrás de países sul-americanos como Argentina, Uruguai, Chile, Colômbia e Venezuela. A Noruega, com um índice de 0,942, ocupava a primeira colocação no ranking há vários anos. Serra Leoa, na África, com um índice de 0,275, ocupa a última posição no ranking mundial (173º). Para o PNUD o objetivo da elaboração do Índice de Desenvolvimento Humano é oferecer um contraponto a outro indicador muito utilizado, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita, que considera apenas a dimensão econômica do desenvolvimento. Criado por Mahbub ul Haq com a colaboração do economista indiano Amartya Sen, ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 1998, o IDH pretende ser uma medida geral, sintética, do desenvolvimento humano. Não abrange todos os aspectos de desenvolvimento e não é uma representação da "felicidade" das pessoas, nem indica "o melhor lugar no mundo para se viver". NOTA DO AUTOR: “O novo Relatório de Desenvolvimento Humano divulgado no final de 2007, aponta mudanças significativas no ranking mundial. O Brasil passou a figurar no 70º lugar, e pela primeira vez na sua história atingiu um índice de desenvolvimento alto (0,800). A

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Noruega perdeu o primeiro lugar para a Islândia, que alcançou um índice de 0,968. A terceira no ranking passou a ser a Austrália (0,962); o Canadá aparece em quarto (0,961) e a Irlanda em quinto (0,959)”. Igapó: Ver “mata de igapó”.

Igarapé: Do tupi ïara'pe (ï'ara 'canoa' + 'pe 'caminho'). Braço de rio muito estreito, em geral navegável por pequenas embarcações. Termo usado regionalmente na Amazônia. São riachos pouco extensos e de pequena largura, que deslizam mansamente no interior da grande floresta Amazônica. Os igarapés geralmente são pequenos riachos de terra firme.

Ilha: Porção de terra inteiramente cercada de água. Podem ser de pequenas ou grandes dimensões, existindo em rios, lagos, mares ou oceanos.

Ilha de calor: É a troca de calor latente para calor sensível. Diz-se das características meteorológicas de uma área, urbana ou industrial, que a diferenciam de áreas vizinhas por apresentarem temperaturas mais altas, perfis térmicos noturnos menos estáveis junto à superfície do solo e umidade relativa do ar comparativamente mais baixa. A ilha de calor é gerada pelos efeitos da ação antrópica sobre o microclima urbano. A supressão da vegetação, a cobertura do solo por pavimentação, os obstáculos representados pelas edificações à movimentação do ar e a concentração de gases poluentes contribuem para a elevação das temperaturas e para a mudança do ritmo e intensidade das precipitações.

Imigração: Entrada de pessoas (estrangeiros) num país com o intuito de se estabelecerem definitivamente ou simplesmente para trabalhar temporariamente. A imigração é mais comum em países desenvolvidos, porém são os que mais procuram dificultar a entrada de estrangeiros. Um exemplo clássico é o que ocorre nos EUA, país que mais recebe e ao mesmo tempo combate a entrada de estrangeiros no seu território.

Imperialismo: Situação que se configura quando os Estados mais ricos e poderosos expandem suas áreas de influência econômica (e também militar, cultural e política) sobre os territórios dos outros, além de suas fronteiras políticas. É o domínio dos grandes monopólios industriais e financeiros sobre o mundo. Embora muitos costumem ver os monopólios como uma aberração, eles constituem, na verdade, uma conseqüência natural do capitalismo. O imperialismo é uma fase específica do desenvolvimento do capitalismo, resultante do próprio caráter concorrencial desse modo de produção, hoje o único existente. Para EMIR SADER, o imperialismo é a fase monopolista do capitalismo. Para BRUM (1999) “o imperialismo não elimina o Estado-Nação; simplesmente subordina-o, colocando-o a serviço de seus interesses”. CHAUÍ (1982) afirma que “o capital para realizar-se mundialmente, precisa, por um lado, internacionalizar-se, romper ou simplesmente não ter fronteiras, e, por outro lado, nacionalizar-se, isto é, ser sustentado pelo Estado Nacional”.

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Incas: Povos pré-colombianos que ocupavam o oeste da América do Sul, território correspondente ao Peru e partes da Bolívia, Equador e Chile. O império inca apresentava uma estrutura social com clara divisão de classes e funções. Possuíam uma população urbana de médicos, arquitetos, artistas e outros tipos de profissionais liberais, e apresentavam uma arquitetura desenvolvida com algumas construções em forma de trapézio. Apresentavam também uma população rural de camponeses e trabalhadores agrícolas, onde eram recrutados os Mitayos para trabalharem nos centros urbanos exercendo funções nos correios e na construção civil. O império inca teria entrado em declínio a partir da chegada, na América, do conquistador espanhol Francisco Pizzarro (considerado por muitos, um grande sanguinário). Pizzarro (1475-1541) iniciou a exploração da costa pacífica da América, sobretudo da região do atual Peru, atraído pelas lendas do Reino de Biru. Depois da primeira expedição de reconhecimento, Pizzarro conseguiu, em 1529, a autorização do rei para conquistar o Império Inca. Em 1532 chegou até Cajamarca, onde prendeu o inca Atahualpa, executando-o em 1533. No mesmo ano conquistou Cuzco, a capital política e religiosa dos incas (fundada no séc. XI), e por um breve período dominou o império inteiro.

Indicadores sociais e econômicos: O mesmo que indicadores socioeconômicos. São indicadores elaborados para se tentar medir o nível de desenvolvimento social e econômico das populações. PIB; renda per capita; taxas de escolaridade, de mortalidade e mortalidade infantil, de natalidade; indicadores de moradia e saúde e distribuição de renda são exemplos desses indicadores.

Indústria: Conjunto de atividades que transformam as matérias-primas em produtos acabados (manufaturas) e/ou semi-acabados.

Indústria pesada (de base): É aquela onde se produz matérias-primas e equipamentos para outros tipos de indústrias. São exemplos as indústrias siderúrgicas, metalúrgicas e petroquímicas.

Industrialização: 1 - Desenvolvimento econômico baseado na proteção às indústrias existentes e na criação de novas indústrias. 2 - Atividade econômica que consiste em mobilizar capital, máquinas e trabalho para transformar a matéria-prima em produtos acabados, em grandes quantidades.

Infra-estrutura: Estrutura básica e essencial para o desenvolvimento industrial e urbano, como o fornecimento de energia elétrica e rede de água, vias de circulação e acesso para o transporte de pessoas, matérias-primas e mercadorias (rodovias, ferrovias, portos, aeroportos), comunicações, saneamento básico, sistemas de drenagem e escoamento de águas servidas, além das chamadas indústrias de base (extração de ferro, carvão, petróleo, siderúrgicas, refinarias de petróleo). Na concepção marxista, o termo é empregado para designar a base material da sociedade, seu modo e relações de produção, precedendo, determinando e interagindo com a superestrutura da sociedade. Do ponto de vista capitalista, é o conjunto de condições gerais de produção e reprodução do Capital.

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In-situ: Termo latim que significa “dentro do local de origem”.

Inselberg: 1 - Também conhecido como monadnock ou morro testemunho. Formação rochosa típica de clima semi-árido, como o do Nordeste brasileiro, com presença de morros residuais onde houve colaboração da erosão eólica. 2 – Elevação topográfica que se destaca isoladamente em uma superfície de aplainamento como um relevo residual.

Insolação: Energia solar, recebida em uma superfície horizontal, seja qual for o intervalo de tempo.

Insular: Referente ou pertencente a ilhas. Exemplos: América Central Insular, países centro-americanos que são ilhas, como Cuba.

Intemperismo: Conjunto de processos mecânicos, químicos e biológicos que promovem a desintegração e decomposição das rochas. O uso do termo tem sido combatido por alguns autores que preferem o termo meteorização (equivalente ao Weathering em inglês). O intemperismo físico é caracterizado pela desagregação da rocha pela alternância de temperaturas altas e baixas, "quebrando-a". Já o químico é fruto das reações químicas entre os elementos da água e dos fungos e liquens que penetram nos poros das rochas. O intemperismo físico (desagregação das rochas) predomina nas áreas onde a temperatura e a pluviosidade são baixas (áreas secas, tanto frias quanto quentes). O intemperismo químico (decomposição das rochas) predomina onde a temperatura e a pluviosidade são mais altas (áreas quentes e úmidas). O clima é o fator que, isoladamente, mais influencia no intemperismo. Os dois mais importantes parâmetros climáticos são a precipitação e a temperatura.

Interflúvio: 1 - Faixa de terras entre dois rios, incluindo os trechos mais altos (divisores de água). 2 – Faixa de terras que configuram o trecho aninhado entre dois cursos fluviais. Engloba o divisor de águas, que neste trecho entre rios representa a faixa altimétrica que determina a drenagem (escorrimento das águas fluviais e pluviais) (MAGNO, 2007).

Intertropical: Relativo ou pertencente à região compreendida entre os trópicos de Câncer, a 23º 27’ norte do Equador, e o de Capricórnio, a 23º 27’ sul da linha do Equador.

Intifada: Em árabe, significa “sobressalto”. Rebelião palestina contra a ocupação israelense nos territórios palestinos e no setor árabe de Jerusalém. A primeira Intifada eclodiu-se em 1987, e foi violentamente reprimida por Israel. A Segunda ocorreu em setembro de 2000, quando o então líder do Likud, Ariel Sharon, foi no dia 28 à esplanada das mesquitas, na cidade velha, para reafirmar (de forma provocativa) o domínio israelense sobre a área.

Inverno: Uma das quatro estações do ano, a mais fria delas, em contraposição ao verão, a mais quente. Ocorre nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro (de 22 de dezembro a 20 de março) no hemisfério norte e, no hemisfério sul, nos meses de

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junho, julho e agosto (de 22 de junho a 21 de setembro) — entre o solstício de inverno e o equinócio de primavera. A queda brusca de temperatura é mais acentuada nas médias e altas latitudes.

Inversão térmica: Fenômeno climático no qual uma camada de ar quente se forma sobre uma camada de ar frio, quando geralmente o que ocorre é o contrário, pelo fato de, naturalmente, a temperatura cair com o aumento da altitude. Em regiões que concentram atividades poluentes, a inversão térmica torna-se um perigo à saúde humana, pois impede a dispersão do ar poluído podendo agravar as condições atmosféricas.

IPCC: Intergovernamental Panel on Climate Change (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática). Formado por cientistas de todo o mundo, estabelecido em 1988 pelo PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) e pela Organização Mundial de Meteorologia (OMM), com a missão de subsidiar as partes da Convenção com informações relevantes além de trabalhos tecno-científicos e socioeconômicos relacionados às causas da mudança do clima, aos potenciais impactos e às opções de estratégias responsáveis. O primeiro relatório climático do IPCC foi divulgado no ano de 1989. Dentro os cientistas que participaram do último relatório, em maio de 2007, está o físico Paulo Artaxo, titular do Instituto de Física da USP.

Irradiação: Exposição à radiação; quantidade de radiação por uma unidade de área da superfície que a recebe.

Irrigação (atividade): Atividade agrícola que mais consome e ao mesmo tempo desperdiça água no Brasil. Cerca de 65% da água utilizada no Brasil tem como destino a irrigação. Da água destinada a essa atividade, apenas 40% é efetivamente utilizada. O restante é perdido por razões como o uso excessivo fora do período de necessidade da planta e nos horários de maior evaporação. Além disso, os métodos de irrigação empregados em 93% da agricultura brasileira são os menos eficientes do mundo, como o espalhamento artificial – no qual a água escorre em sulcos e pode evaporar em até 60% - como no caso do uso do canhão de aspersão, que pode desperdiçar de 25 a 50% da água empregada tornando-o o pivô central, com uma perda de mais de 50%. Cerca de 70% da água utilizada em todo o mundo é destinada à irrigação. São necessárias cerca de mil toneladas de água para se produzir uma única tonelada de grãos.

Islã: Palavra árabe que significa “submissão ou entrega total a Deus (Ala)”. No contexto histórico, refere-se à religião iniciada por Maomé (570 ou 580 – 632) ou ao conjunto de países de religião islâmica. Aquele que segue os preceitos do islamismo, ou seja, aquele que abraça o islã como sua religião, é comumente conhecido como “muçulmano”.

ISO: 1 - Sigla da International Organization for Standardization (Organização Internacional de Normatização), que regulamenta normas de qualidade. A ISO é uma organização não-governamental sediada em Genebra, fundada em 23 de fevereiro de

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1947 com objetivo de ser o fórum internacional de normalização, para o que atua como entidade harmonizadora das diversas agências nacionais. Noventa e cinco por cento da produção mundial estão representados na ISO por 148 países-membros, os quais são classificados em “P” (Participantes) e “O” (Observadores). A diferença fundamental entre ambos é o direito de votação que os membros “P” têm nos vários Comitês Técnicos, Subcomitês e Grupos de Trabalho. Para exercerem seus direitos, é exigido que os países estejam em dia com suas cotas anuais de participação e atuem de forma direta no processo de elaboração e aperfeiçoamento das normas. Alguns exemplos de normatizações são a ISO 9.000 (norma de gestão de qualidade em ambientes de produção), e a ISO 14.000 (norma de gestão do ambiente em ambientes de produção). O Brasil está representado na ISO pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) 2 - Elemento grego de composição que indica igualdade, utilizado como prefixo de vários termos geográficos como isóbaras, isomórficas, isoietas, isotermas e isoípsas.

ISO 14.000: Norma global da International Standardization for Organization (ISO) que auxilia as organizações na introdução e no aperfeiçoamento de seu Sistema de Gestão Ambiental. A série 14.000 foi criada em 1995 e estabelece padrões internacionais de manejo sustentável de recursos naturais.

Isóbara: Linha que, num mapa, liga os pontos que apresentam os mesmos valores de pressão atmosférica.

Isoieta: Linha que, num mapa, liga os pontos que apresentam os mesmos índices de pluviosidade (chuvas).

Isoípsas: Linhas que num mapa, ligam os pontos de mesma altitude.

Isolinha: Linha que une pontos onde ocorrem fenômenos semelhantes e na mesma medida. Ex: Isotermas - linhas que unem pontos de temperatura semelhante.

Isometria: Do grego Isometria, as; significa igualdade de medidas.

Isomórfico: De iso (igual) + morfa (forma), ou seja, de elementos que apresentam formas semelhantes.

Isoterma(s): Linha(s) que, num mapa, ligam os pontos que apresentam a mesma temperatura.

Istmo: Do grego isthmós, oû; significa “qualquer passagem estreita”. 1 - Estreita faixa de terra situada entre dois mares, correspondendo, de modo geral, a uma zona onde se verificou um afundamento do solo, ou ao contrário, uma invasão do mar. O trabalho de rasgamento de um braço de terra desse tipo – construção de um canal pelo homem, pode fazer com que grande economia de tempo seja conseguida pelos navios, ex: canal de Suez (Egito). 2 – Faixa estreita (estreitamento) de terra que une uma península a um continente ou dois continentes entre si, interceptando a passagem das águas ou separando dois mares. Um exemplo é o istmo do Panamá,

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país da América Central que une as Américas do Sul e Central, e tem em seu istmo uma barreira que separa o oceano Pacífico do mar do Caribe.

J

Jaíba: Projeto de irrigação concebido para ser o maior da América Latina. Fontes do Banco Mundial (BIRD) dão conta de que o projeto Jaíba é um dos maiores empreendimentos agro-industriais do Brasil. Localizado entre o Rio São Francisco e o Rio Verde Grande no norte do Estado de Minas Gerais, o projeto oferece o potencial para o desenvolvimento da agricultura irrigada em uma área superior a 100.000 hectares. A implementação da primeira fase do projeto Jaíba está sob a responsabilidade da CODEVASF, e conta com financiamento do Banco Mundial. Nessa etapa serão desenvolvidos cerca de 18.500 hectares de terras irrigadas, além das áreas de sequeiro e reservas ambientais.

Janela atmosférica: Região do espectro magnético onde a atmosfera quase não afeta (interfere) (n)a energia eletromagnética, ou seja, região onde a atmosfera é praticamente transparente à energia eletromagnética proveniente do Sol ou da superfície terrestre.

Jazida: Depósito natural de substâncias minerais ou fósseis, encontradas na superfície ou no interior da Terra. Uma jazida mineral tem um grande valor econômico e se constitui na riqueza mineral de uma região.

Jet lag: Dá-se o nome de jet lag à dessincronização do ritmo biológico diário experimentado pelos passageiros durante translados aéreos que cruzam diversos fusos horários em pouco tempo. O efeito tem semelhança com o de pessoas que precisam trabalhar em turnos diferentes. O fenômeno do jet lag é mais perceptível quando o avião viaja de oeste para leste. Entre os efeitos no ser humano estão as diminuições das capacidades intelectuais e físicas. Podem ocorrer, por exemplo, dor de cabeça, taquicardia, irritabilidade, alteração do padrão do sono e leves transtornos digestivos. Os sintomas do jet lag desaparecem em cerca de três dias, tempo que o organismo costuma levar para se ajustar ao horário local.

Joint-venture: Traduzindo-se literalmente, a expressão “joint-venture” quer dizer "união de risco". Ela, de fato, refere-se a um tipo de associação em que duas entidades se juntam para tirar proveito de alguma atividade, por um tempo limitado, sem que cada uma delas perca a identidade própria. Por essa definição, qualquer sociedade, mesmo envolvendo pessoas físicas, poderia ser classificada como joint-venture. Porém, a expressão se tornou mais conhecida para definir a associação entre duas empresas. O modelo mais comum é aquele em que um fabricante forma uma joint-venture com uma firma comerciante de outro país para explorar o mercado

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estrangeiro. Mas não precisa ser necessariamente assim. Um exemplo, a China, que facilita a entrada no país para companhias que formem joint-ventures com empresas chinesas do mesmo setor, de modo a facilitar a transferência de tecnologia. Caso algum empreendedor queira se estabelecer na China sem se associar a alguma companhia local, enfrentará barreiras quase intransponíveis. No Brasil, em 1987, foi feita uma clássica joint-venture: a união entre a Volkswagen e a Ford, dando origem à Autolatina. Ambas mantiveram suas identidades e marcas, e a sociedade tinha um prazo determinado para se dissolver. Existem muitas joint-ventures conhecidas nos dias atuais; uma delas é a prestadora de telefonia móvel “Vivo”, fruto de uma joint-venture entre a Portugal Telecom e a espanhola Telefonica Móviles.

Jurássico: Na escala geológica do tempo, corresponde ao período médio da Era Mesozóica, com duração presumível entre 208 e 144 milhões de anos atrás. Aquele em que na fauna ocorre o aparecimento de animais de transição entre répteis e aves (arqueopterix). O clima era quente e estável, com poucas variações latitudinais e sazonais. Aparecimento de gêneros modernos de muitas gimnospermas e de angiospermas evoluídas. A diversidade dos répteis era alta em todos os habitats. Aparecimento das primeiras aves.

Jusante: Curso de um rio voltado em direção à foz (desembocadura), tendo por base um ponto de referência situado ao longo do curso inferior.

Just-in-time: Termo inglês, que traduzido ao pé da letra, significa tempo justo ou hora justa; ou seja, um sistema de produção adaptado ao mercado contemporâneo (o mais atual). No interior das fábricas, as diferentes etapas da produção são realizadas de forma combinante entre fornecedores, produtores (montadores) e compradores. A matéria prima utilizada nas fábricas corresponde à quantidade exata, necessária aos produtos a serem montados, ou seja, as fábricas, a exemplo das atuais produtoras de automóveis, se transformaram em montadoras. Neste contexto, configura-se o sistema Just-in-time, que permite a redução dos custos das estocagens, e o volume da produção fica diretamente relacionado à demanda (procura) de mercado, minimizando, desta maneira, as perdas com estocagem e propiciando, inclusive, a redução do preço final dos produtos ou a maximização dos lucros através da manutenção do preço final dos produtos.

K

Karst (carste): Termo eslavo, usado para identificar formas de relevos calcários.

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Kibutz: Forma de estabelecimento rural coletivo israelense que pode ser agrícola ou de manufaturas onde a propriedade dos meios de produção é coletiva.

Keynesianismo: Conjunto de idéias, aparentemente antiliberais, firmadas pelo inglês John Maynard Keynes (1883-1946) que defendia um Estado forte e interventor cuja maior bandeira era a busca do pleno emprego. O keynesianismo era, num primeiro momento, uma tentativa de resposta à crise do capitalismo na década de 1930, onde a ganância dos capitalistas provocava distorções como a queda de demanda, acentuando o desemprego e intensificando o desequilíbrio social. Segundo MAGNOLI (1997) (...) a doutrina econômica de Keynes tomou o lugar do laissez-faire (deixai-fazer) e o poder público passou a exercer influência direta na regulação do mercado. Os Estados criaram empresas públicas nos setores da energia, dos transportes, das comunicações e da siderurgia. Os governos assumiram a função de orientar os investimentos privados, através de estímulos definidos pelas políticas de impostos e pela taxação alfandegária. O controle do mercado nacional foi então encarado como dimensão crucial do exercício da soberania (...).

Kyoto: Ver “Protocolo de Kyoto”.

L

Lago: 1 - Acidente geográfico onde uma porção de água ocupa uma depressão do terreno, não havendo um critério fixo para tal denominação em relação ao seu tamanho. Pequenos lagos são denominados de lagoas ou ainda de lagunas. 2 - Termo genérico aplicado a uma porção de água que ocupa uma depressão da superfície terrestre, podendo ocupar uma grande extensão, sendo, porém, a maior parte de pequena extensão. Não existem critérios precisos para se diferenciar os lagos de lagoas, e alguns lagos muito extensos são chamados de mares (como o mar Cáspio e o mar Aral). Alguns lagos de pequena extensão são chamados de lagoas e, em outros casos, de lagunas.

Lagoa costeira: Porção de água localizada em área litorânea, por vezes formada pela barragem de uma restinga composta por cordões de areia isolando as reentrâncias do litoral.

Lagoa de inundação: Lagoa que se forma paralela a um rio, depois de passado o período de inundação.

Lagoa dos Patos: A maior do Brasil e a segunda da América do Sul, localizada na costa SE do Rio Grande do Sul, com 280 km de comprimento e 60 km de largura.

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Liga-se com a lagoa Mirim pelo canal de São Gonçalo e pela barra do rio Grande. Comunica-se com Atlântico e recebe as águas dos rios Camaquã, Caí e Jacuí, entre outros. As lagoas de Patos e Mirim formam o único complexo lagunar de grande porte no Brasil.

Laguna: Porção de água salgada, relativamente rasa, parcialmente separada do mar por uma barreira natural, como por exemplo, recifes, na qual existem aberturas que se comunicam com o mar.

La Ñina: Fenômeno oceânico-atmosférico com características opostas ao El Niño, e que se caracteriza por um esfriamento anormal nas águas superficiais do Oceano Pacífico Tropical. Alguns dos impactos do La Niña tendem a ser opostos aos de El Niño, mas nem sempre uma região afetada pelo El Niño apresenta impactos significativos no tempo e clima devido ao La Niña. Em condições normais, observam-se águas superficiais relativamente mais frias no Pacífico Equatorial Leste, junto à costa oeste da América do Sul, e relativamente mais aquecidas no Pacífico Equatorial Oeste, próximo à costa australiana e região da Indonésia. Os ventos alísios sopram de leste para oeste favorecendo a ressurgência próximo à costa oeste da América do Sul. As condições que indicam a presença do Fenômeno La Niña estão associadas à intensificação dos ventos alísios e ao declínio da Temperatura da Superfície do Mar (TSM) no Pacífico Equatorial Leste. As águas adjacentes à costa oeste da América do Sul tornam-se ainda mais frias devido à intensificação do movimento de ressurgência. Assim como o El Niño, o La Niña também não tem um ciclo bem definido, podendo ocorrer um episódio dentro de um intervalo que varia entre 2 e 7 anos.

Lapiez (lapiaz): Caneluras ou sulcos superficiais encontrados nas rochas calcárias.

Laterização: É a formação de uma crosta ferruginosa logo abaixo da superfície do solo, devido à alternância de estação úmida e seca, dificultando o desenvolvimento das plantas.

Latifúndio: Tipo de grande propriedade rural caracterizada pela existência de vasta área inculta ou cultivada com tecnologia primitiva e baixo investimento de capital. A estrutura fundiária do Brasil é marcada, desde a chegada dos exploradores europeus, pela grande concentração de terras nas mãos de poucos privilegiados. A Lei de Terras (1850) veio a confirmar esta tendência. Os poucos latifúndios existentes ainda concentram cerca de 50% das terras cultiváveis do país, o que leva à manutenção de uma enorme desigualdade na distribuição de terras; com isso, grande parte dos trabalhadores rurais não dispõe desse que é o meio de produção fundamental para a sua subsistência, acabando por migrarem para os centros urbanos, contribuindo para o inchaço dos mesmos e acentuando um processo que Mike Davis chama de “generalização espantosa das favelas” in Planeta Favela (2006).

Latifundiário: Proprietário de grandes extensões de terra.

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Latitude: Distância medida em graus, de um ponto qualquer da superfície da Terra em relação à linha Equador. A latitude varia de Zero a 90º, a partir do Equador. Esta regra vale para os dois hemisférios.

Latitudinal: Relativo à latitude, o termo é utilizado quando se pretende referir às distâncias ou sentidos latitudinais, ou seja, às distâncias no sentido norte-sul (e vice-versa) da Terra, abrangendo um intervalo em graus de diferentes latitudes.

Latossolo: Solo encontrado em regiões tropicais, de coloração vermelha, alaranjada ou amarelada, muito profundo (acima de 2 m de profundidade), friável (de fácil desagregação), bastante poroso, de textura variável, além de caracterizado pela escassez de húmus (matéria orgânica). Contém elevados teores de óxido de ferro e alumínio. Suas características morfológicas principais são: a grande profundidade, porosidade e pequena diferenciação entre os horizontes do solo. Formado em ambientes com intensa luminosidade e calor, é, por isso, encontrado nas regiões de clima tropical úmido. Solo bastante envelhecido, estável e submetido a intemperismo, que o pauperiza em nutrientes necessários aos vegetais. A exceção é encontrada nos latossolo roxo, conhecido como terra roxa, encontrado nos Estados de São Paulo e Paraná, desenvolvido de rochas-mães como basalto e diabásios, que são muito ricos quimicamente e de alta fertilidade, preferidos para o cultivo de lavouras como café, cana, algodão e soja.

Laurásia: Paleocontinente que teria se formado a partir da fragmentação do supercontinente conhecido como Pangea, há cerca de 215 milhões de anos, entre o Triássico e Jurássico, na Era Mesozóica. A Laurásia teria se posicionado ao norte de Gondwana, o outro paleocontinente formado a partir da ruptura da Pangea.

Lava: Substância pastosa (magma) que chega à superfície através das erupções vulcânicas e que em contato com o ar frio se solidifica.

Leasing: tipo de operação financeira ou arrendamento mercantil entre uma empresa proprietária de determinados bens de produção (máquinas e veículos, por exemplo) ou imóveis e uma pessoa jurídica ou física (arrendatário), que usufrui desses bens mediante pagamento de prestações. A suposta vantagem deste tipo de transação financeira é a garantia da não imobilização de capital, sobretudo nos casos em que o valor do bem é relativamente alto. O Banco Central destaca que as empresas vendedoras de bens costumam apresentar o leasing como mais uma forma de financiamento, mas o contrato deve ser lido com atenção, pois se trata de operação com características próprias. Ao final do contrato o arrendatário tem as opções de devolução do bem ou a compra por valor previamente contratado, ou ainda a opção de renovação do contrato por um valor residual.

Légua: Medida de comprimento igual a 6 quilômetros ou 6.000 metros.

Lei de Terras: Lei promulgada no Brasil em 1850, e que vedava qualquer forma de acesso às terras devolutas que não fosse por meio da compra. A riqueza monetária se tornava o único passaporte para a propriedade da terra. A Lei de Terras impediu que

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a maioria dos imigrantes se tornassem pequenos produtores familiares nas áreas cafeeiras e ajudou a gerar um mercado de mão-de-obra barata para as fazendas de café.

Leito fluvial: Superfície banhada pelas águas de um rio.

Lençol freático: Lençol subterrâneo de água encontrado um pouco abaixo da superfície.

Leste: Um dos pontos cardeais, o mesmo que oriente, nascente ou levante.

Liana: Espécie de trepadeira lenhosa, semelhante ao cipó, bastante comum em florestas latifoliadas como a Mata Atlântica.

Liberalismo: Conjunto de idéias ou doutrinas que objetivam assegurar a cada cidadão a liberdade política, religiosa, moral, e principalmente a econômica, com a garantia do direito privado assegurada pelo Estado capitalista democrático. O liberalismo se assenta sobre alguns eixos básicos: o individualismo, que confere primazia absoluta ao indivíduo, em detrimento da coletividade; a liberdade de pensamento e de expressão; a livre iniciativa; a propriedade privada dos meios de produção; a livre concorrência e um Estado mínimo, atualmente chamado de neoliberal, responsável apenas pela manutenção da ordem e da segurança externa. A palavra de ordem desta doutrina burguesa continua sendo, desde o século XVIII quando começou a ser difundida, o “Laisser faire, laisser passer” (deixai fazer, deixai passar). Dois dos principais teóricos desta doutrina foram David Ricardo (1722-1823) e Adam Smith (1723-1790), economista escocês considerado por muitos como o pai do liberalismo econômico, e que teria estabelecido “o trabalho como a fonte de toda riqueza”. Ver mais em “neoliberalismo”.

LID (Linha Internacional de Data): Teoricamente é uma linha imaginária traçada sobre a superfície da Terra, cujo objetivo é fixar a mudança de data. Segue aproximadamente o meridiano 180 graus a leste ou oeste de Greenwich, através do Pacífico, por conveniência, desviando-se ao redor de algumas ilhas. Na prática, ao atravessarmos essa linha rumando-se para o Leste, perde-se um dia e se ganha outro ao cortá-la rumo a Oeste. O viajante que corta a linha, indo da Ásia para a América, repete o mesmo dia e o viajante que vai da América para a Ásia, passa de um dia ao seguinte, no momento de cruzar a linha internacional de data. Em síntese, se você cruza a LID de Oeste para Leste, você acrescenta um dia, ou seja, se no lado Oeste for domingo, no lado Leste será segunda-feira. O inverso ocorrerá se você fizer a travessia da LID de Leste para o lado Oeste, onde haverá de se retirar um dia na data, ou seja, você passará de segunda-feira para domingo. Litosfera: Esfera rígida. Corresponde à camada mais rígida da Terra, sustentada por uma grande variedade de tipos de rochas de diferentes formações e idades. A litosfera engloba as crostas oceânica e continental, mais uma porção rígida do manto superior. A litosfera é sólida e flutua sobre a astenosfera, que apresenta

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comportamento plástico (viscoso) devido a uma pequena proporção de material fundido (magma).

Lixiviação: Fenômeno observado nas regiões de clima muito úmido, em que a quantidade de água que chega ao solo é maior que a água evaporada. Em regiões de clima árido, o processo é inverso, isto é, através da evaporação, as águas ascendem do lençol freático, trazendo sais para a superfície e dando origem a solos salinos (ou halomorfos). No primeiro caso, os solos são ácidos e quimicamente pobres, ao passo que, no segundo caso, os solos são alcalinos e quimicamente ricos. É a lavagem dos solos pelas águas, dissolvendo materiais dos horizontes superiores do solo, infiltrando-os nos horizontes inferiores, ou retirando-os através das enxurradas, empobrecendo-os.

Lixo: Ver “Resíduos sólidos”.

Longitude: Localização, em relação ao Meridiano Principal, de um dado ponto na superfície da Terra. Tal como a latitude é medida em graus – o Meridiano Principal, em Greenwich, corresponde a zero grau de longitude. Sua representação é feita em linhas verticais que cruzam a Terra do Pólo Norte ao Pólo Sul. As Zonas de tempo são relacionadas à longitude 15 graus para cada uma das 24 horas. Distância medida em graus de um ponto qualquer da superfície da Terra ao meridiano de Greenwich ou meridiano principal (também chamado de meridiano de origem. A longitude é medida de zero a 180º a leste e oeste do meridiano de Greenwich).

Longitudinal: Relativo à longitude, o termo é utilizado quando se pretende referir às distâncias ou sentido longitudinais, ou seja, às distâncias no sentido leste-oeste (e vice-versa) da Terra, abrangendo um intervalo em graus de diferentes longitudes.

Lugar: Para Milton Santos, lugar é a dimensão da existência que se manifesta através "de um cotidiano compartido entre as mais diversas pessoas, firmas, instituições e conflitos, formando a base da vida em comum”; enfim, numa menção meramente filosófica, “o lugar é onde estão os homens juntos, sentindo, vivendo, pensando, emocionando-se”.

M

Maastricht: Ver “Tratado de Maastricht”.

Macarthismo: Segundo o Dicionário Aurélio, "Macarthismo" é atitude política radicalmente hostil ao comunismo, que se desenvolveu nos Estados Unidos, com a

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campanha desencadeada pelo Senador Joseph Raymond McCarthy, quando presidente do Senate’s Government Operations Committee e qualquer atitude anticomunista radical. Já no dicionário Houaiss lemos: “prática política que se caracteriza pelo sectarismo, notadamente anticomunista, inspirada no movimento dirigido pelo senador Joseph Raymond MacCarthy (1909-1957), durante os anos de 1950, nos E.U.A.”. Cabe lembrar primeiramente que o Macarthismo (anticomunismo doentio e radical) foi um fenômeno do contexto da Guerra Fria, especificamente nos Estados Unidos; sendo assim, a generalização deste termo a qualquer perseguição anticomunista torna-se fora de contexto e equivocada. Uma das mais famosas vítimas do macarthismo foi o gênio da física Albert Einstein – que, ironicamente, emigrara para os EUA fugindo da perseguição dos nazistas. A "caça às bruxas", como ficou conhecido esse período, perdurou até que a própria opinião pública estadunidense ficasse indignada com as flagrantes violações dos direitos individuais, graças em grande parte, a atuação do jornalista Edward R. Murrow na rede americana de TV CBS, o que levou McCarthy ao ostracismo. Ele morreu em 1957, já totalmente desacreditado.

Maciço: 1 - Grande conjunto de rochas magmáticas ou metamórficas. Exemplo: Maciço de Itatiaia, localizado ao norte da cidade de Resende (RJ), nos limites entre o sudeste do Estado de Minas Gerais e o nordeste do Estado de São Paulo. 2 - Termo descritivo, usado pela geografia para as áreas montanhosas que já foram parcialmente erodidas. Exemplos: Maciço Armoricano (Bretanha), Maciço Guiano e o Maciço Brasileiro.

Maciços Antigos: São áreas montanhosas que já foram gastas pela erosão. Isso significa que são terrenos velhos, bem antigos, onde a erosão agiu intensamente. Tais regiões, de formação mais antiga, são geralmente ricas em minérios, como carvão, estanho, cobre, chumbo e outros.

Macroclima: Conjunto de características climáticas gerais de uma extensa área, em contraposição ao microclima, que se refere às características particulares de ocorrências climáticas dentro de um macroclima.

Macroeconomia: Ramo das ciências econômicas que estuda o comportamento dos grandes agregados como PIB, consumo nacional, investimento agregado, exportação e nível geral de preços.

Macrorregião: Região extensa com características naturais gerais mais ou menos homogêneas, em contraposição à microrregião. Ex: Região Norte ou Sudeste do Brasil.

Macrorregiões geoeconômicas: Complexos regionais criados para fins de estudo do território brasileiro, visando melhor captar a situação socioeconômica e as relações entre a sociedade e o espaço natural. A divisão em regiões geoeconômicas não respeita os limites políticos dos estados, isto é, os limites de cada região não coincidem com as fronteiras estaduais. No Brasil, consideram-se três regiões geoeconômicas: Amazônia, Nordeste e Centro-Sul (IBGE, 2003).

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Magma: Rocha fundida; substrato fluido ou pastoso, com propriedades plásticas, que se origina em profundidade abaixo da crosta terrestre. O resfriamento e a solidificação do magma originam as rochas ígneas ou magmáticas.

Magnetosfera: Região circundante da esfera terrestre onde se configura um imenso campo magnético em forma de vários véus superpostos continuamente como as camadas de uma cebola. Esses véus se afunilam nos dois pólos magnéticos fazendo com que o planeta funcione como um gigantesco imã. É neste campo magnético, que se estende a aproximadamente 50 mil quilômetros da superfície terrestre, onde se formam os cinturões de Van Allen, regiões altamente radiativas onde são aprisionadas partículas como elétrons e prótons provenientes principalmente do Sol.

Magreb: de Mahrib ou Mghrib, significa em árabe “poente” ou “lugar onde o Sol se põe”. Conjunto formado pela Argélia, Tunísia e Marrocos, territórios coloniais franceses no norte da África. Historicamente, o Magreb caracteriza-se pela religião islâmica e pela cultura muçulmana, população predominantemente branca, produtos da expansão maometana do norte da África, durante a Idade Média, e pela colonização francesa do século XIX.

Maias: Povos pré-colombianos que formaram impérios seculares na Guatemala e no sul do México, onde ergueram pirâmides e criaram o próprio calendário. O maior e mais populoso dos países da América Central, a Guatemala é, ao lado de Bolívia, Peru e México, um país latino-americano com forte população ameríndia: mais da metade de seus habitantes pertence a distintas etnias descendentes da civilização maia. A comunidade etnolinguística Maia compõe na atualidade 45% da população guatemalteca. Trata-se de uma grande família étnica à qual pertencem diversas tribos que ainda conservam seu estilo de vida tradicional.

Malthusianismo: Teoria demográfica difundida pelo economista inglês Thomas Robert Malthus (1766-1834) onde o mesmo defendia o controle da natalidade para evitar a miséria decorrente da desproporção entre o aumento da população e o aumento dos meios de subsistência. Segundo Malthus, que desconhecia a possibilidade do progresso tecnológico principalmente no campo, a população cresceria em progressão geométrica enquanto que a produção de alimentos cresceria apenas em progressão aritmética; daí a razão de ele ter concluído que a pobreza seria um resultado inevitável do crescimento populacional. O alto crescimento demográfico é visto como a principal causa da miséria e do sofrimento de parcelas da humanidade, tanto por Malthus quanto pelos neo-malthusianos.

Manancial: Fonte perene de água, nascente d'água, olho-d’água.

Manejo do solo: Hábitos e práticas de uso, principalmente agrícola, do solo. O correto manejo do solo, como o cultivo em curvas de nível, a escolha de espécies adequadas a cada tipo de solo e a irrigação e o uso orientado de fertilizantes, evitam o empobrecimento do solo, assim como sua erosão, além de permitirem uma maior produtividade agrícola.

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Mangue: Planícies costeiras, sujeitas a inundações da maré, em geral constituídas de lamas de depósitos recentes, recobertas por vegetação halófila (resistente a ambiente salino). TROPPMAIR (1995) faz a seguinte descrição a cerca deste bioma: ‘’vegetação localizada na zona intertropical, junto a enseadas, braços de mar e baías calmas, podendo avançar para o interior de estuários até onde a água se mantém salobra. Sujeita diariamente à ação das marés, seu porte varia entre arbustivo até arbóreo nos estuários. O sistema radicular, com raízes respiratórias pneumatóforas e raízes escoras, contribui para a fixação dos sedimentos’’. Os mangues ou manguezais formam a base da cadeia alimentar de peixes, crustáceos, moluscos e algas. No Brasil, os manguezais só ocorrem ao norte do trópico de Capricórnio, pois esse tipo de bioma só se adapta a ambientes com temperaturas acima de 18o. Em todo o planeta, os mangues só ocorrem na região intertropical. O manguezal, enquanto unidade biogeográfica, nas últimas décadas está sofrendo forte impacto ambiental, com o avanço da urbanização sobre as regiões costeiras, com a industrialização e com o desmatamento acelerado.

Manto: 1 - Espessa camada, essencialmente sólida, que envolve o núcleo da Terra. Com temperaturas que podem chegar a 3.500o C, sua densidade é muito superior à densidade das rochas comuns na superfície. Segundo HORNYAK (2005) (...) o pouco conhecido manto terrestre corresponde a aproximadamente dois terços da massa do planeta e é a chave nos processos de convecção subterrâneos relacionados aos movimentos das placas tectônicas (...). 2 - Camada intermediária da Terra, situada entre a crosta e o núcleo. Tem cerca de 3.000 km de espessura e representa cerca de 83% do volume do planeta e 65% da sua massa (IBGE, 2003).

Manufacturing Belt: Área (cinturão industrial) dos Estados Unidos onde ocorre a maior concentração manufatureira do país. Esta área, que apresenta intensa atividade fabril, engloba duas das maiores regiões econômicas do país: o Nordeste, onde se encontram centros industriais como New York, Filadélfia e Boston, e o Meio Oeste, onde estão as cidades de Chicago e Detroit. O Manufacturing Belt possui produção industrial bastante diversificada. A siderurgia e a fabricação de equipamentos industriais predominam no Nordeste, enquanto que no Meio Oeste a principal atividade econômica advém da indústria automotiva e da produção de equipamentos de transporte ferroviário.

Manufatura: Tipo de indústria manual executada em grandes unidades de produção e em que existe já alguma divisão do trabalho.

Mão-de-obra: Tradicionalmente, o termo designa o trabalho manual empregado na produção industrial e na construção civil, ou seja, o fator “trabalho” diretamente ligado à produção de bens. Atualmente é mais difícil uma classificação rígida do trabalho com base apenas na relação direta com o processo produtivo e ao local de trabalho.

Maoris: Povos nativos da Nova Zelândia que quase foram dizimados durante a ocupação branca, principalmente inglesa. As tradições do povo maori fazem parte da cultura do mundo neozelandês. Originários da Polinésia chegaram ao arquipélago

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por volta do século X. Foram mais respeitados do que outros povos nativos em outros países, convivendo com certa igualdade de condições com os pakehas (brancos). Hoje, os maoris possuem centros comunitários (marae) e sua cultura (maoritanga) é ensinada nas escolas.

Mar: Parte dos oceanos que se caracteriza pela forma particular de suas costas, pelo tamanho e modelo do relevo.

Mar aberto (ou costeiro): Aquele que apresenta intensa comunicação com os oceanos, tais como o mar do Norte, o mar da China, o mar do Japão e o mar ou Golfo do México.

Mar de Tethys: Grande área oceânica que existiu nos períodos anteriores e seguiu abaixando e recebendo sedimentos durante o Mesozóico. Compreendia uma área ao sul dos escudos da Europa e Ásia, e ao norte da plataforma africana e do bloco da Índia. Foi o maior cinturão geossinclinal da Terra. Hoje, o que restou do Mar de Tethys constitui o oceano Índico.

Maré: Movimento de elevação (preamar) e abaixamento (baixa-mar) periódico das águas nos oceanos e grandes lagos, resultante da atração gravitacional da Lua e do Sol sobre a Terra. A Lua, até mesmo por sua maior proximidade com a Terra, tem maior influência na formação das marés. Durante as marés equinociais, com a Lua nova ou cheia, as forças combinadas entre o satélite e o Sol provocam marés altas e baixas de forma mais acentuada. As marés mortas, de pequena amplitude, ocorrem durante os quartos crescente e minguante.

Mar fechado ou isolado: Aquele que não se comunica com os oceanos ou com outros mares. Por esta razão, sofre influências da área continental onde se encontra. Ex.: o mar Morto, que se localiza numa região desértica, apresentando intensa evaporação e muita salinidade; o mar Cáspio, que absorve considerável volume de água doce de vários rios, entre outros o Volga, o Ural e o Kuma.

Mar interior (ou continental): Mar que se localiza no interior dos continentes, comunicando-se com os oceanos pelos estreitos ou canais. Ex: o mar Mediterrâneo, que se comunica com o Atlântico através do estreito de Gibraltar; o mar Vermelho, que se comunica com o Índico através do estreito de Bad-el-Mandeb; o mar Negro, que se comunica com o Mediterrâneo através dos estreitos de Bósforo e Dardanelos.

Mares de Morros: São ondulações suaves (em forma de meia-laranja) resultantes do prolongado desgaste erosivo de dobramentos muito antigos. Eles aparecem na Serra da Mantiqueira, nos planaltos e serras do Atlântico-Leste-Sudeste.

Mar territorial: Área marítima situada entre as águas mais próximas do litoral e as mais distantes, no alto-mar, no qual um país exerce seu domínio, sua soberania.

Massas de ar: São porções de ar atmosférico com razoável homogeneidade horizontal, alcançadas se permanecerem em contato com determinadas regiões fontes da superfície da Terra, por tempo suficientemente longo. As massas de ar originam-

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se em áreas onde existem condições que favoreçam o desenvolvimento de vastos corpos horizontais e uniformes. Tais áreas são geralmente extensas e fisicamente homogêneas.

Massapê: Tipo de solo escuro e orgânico, geralmente argiloso, comum na zona da mata nordestina, localizada na faixa úmida litorânea. A produção de açúcar, que constitui o fundamento mesmo da ocupação econômica do Nordeste, absorve a quase totalidade dos massapês e outras terras de formação aluvional, cuja fertilidade (alta principalmente nos massapês) vem resistindo a uma utilização multi-secular. A faixa úmida litorânea nordestina - densamente povoada – localiza-se entre os contrafortes da Borborema e o oceano Atlântico, estendendo-se da Bahia ao Rio Grande do Norte. No litoral e na Zona da Mata (rica em massapês), a precipitação pluviométrica é muito elevada (podendo chegar a 2.000 mm). A ocorrência do massapê não se restringe ao Nordeste brasileiro. Segundo GUERRA (2001) no estado de São Paulo, onde também ocorrem, os massapês são constituídos por solos oriundos da decomposição do granito. O massapê comum na Bahia, segundo GUERRA (2001) é originado pela alteração dos folhelhos da bacia cretácea do Recôncavo.

Mata Atlântica (ou floresta latifoliada tropical úmida e quente): Nome popularmente empregado à Floresta Atlântica. Com grande teor de umidade, ocupa as escarpas voltadas para o mar na porção leste brasileira. Originalmente, a Mata Alântica cobria uma área que se estendia do litoral do Rio Grande do Sul ao litoral do Rio Grande do Norte. Contudo, sua devastação teve início no período da conquista das terras brasileiras pelos colonizadores, persistindo até os dias atuais. As espécies vegetais se caracterizam pela presença do pau-brasil (em extinção), jacarandá, cedro, jatobá, canela, jequitibá, entre outras. Após 14 anos de tramitação, a lei nº 285/99, que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa da Mata Atlântica, foi aprovada no Senado Federal em fevereiro de 2006. O texto estabelece os critérios de uso e proteção do bioma mais ameaçado do país, institui incentivos econômicos à produção sustentável, estimula doações da iniciativa privada para projetos de conservação, regulamenta o artigo da Constituição Federal que define a Mata Atlântica como patrimônio nacional, delimita seu domínio, proíbe o desmatamento de florestas primárias e cria regras para a exploração econômica. A aprovação da lei objetivava garantir a proteção e recuperação dos poucos remanescentes desse bioma, hoje reduzido a 7,3% de sua configuração original.

Mata ciliar: O mesmo que mata de galeria. É a vegetação presente nas porções de terreno que incluem as margens dos rios, córregos, lagos ou lagoas, incluindo as superfícies de inundação.

Mata de cocais: Região da flora extra-amazônica constituída por grandes áreas nos estados do Maranhão e Piauí, cobertos principalmente por babaçus, carnaúbas e buritis. O próprio nome já indica que as palmeiras, além das ervas rasteiras, formam a característica principal desse bioma. A mata de cocais é um tipo de bioma transitório entre outros tipos de biomas encontrados no Brasil e situa-se entre a área de floresta amazônica e a caatinga, nos estados do Maranhão, Piauí e norte do

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Tocantins. No lado oeste, mais úmido, é predominante a presença do babaçu, um tipo de palmeira de onde é extraído um óleo utilizado pela indústria de alimentos e cosméticos. No lado leste, mais seco, predomina a carnaúba, de cujas folhas retira-se a cera empregada como lubrificante na indústria eletrônica, de perfumaria, e na fabricação de plásticos e adesivos. Embora aproveitada, em parte, de maneira ordenada por projetos comunitários sustentáveis, a Mata de Cocais também é seriamente ameaçada pela ampliação das áreas agrícolas. A mata de cocais é também chamada no Brasil de “área tampão” por ser uma área atípica, sem característica alguma semelhante às matas próximas.

Mata de Galeria: Ver “Floresta Galeria”.

Mata de igapó: Nome dado a um tipo de mata de várzea (mata inundável) comum na região amazônica. Essa formação vegetal geralmente está sujeita a inundações periódicas. A variedade de espécies vegetais das matas de igapó é muito grande, principalmente por causa da grande quantidade de sementes transportadas para as várzeas pelas águas das cheias. Uma das espécies mais comuns nessas matas é a seringueira (Hevea brasilienses). Os índios da Amazônia costumam chamar esse tipo de mata de caa-igapó (mata inundada).

Mata dos pinhais ou floresta de araucárias: Floresta subtropical onde predomina o pinheiro (Araucária angustifólia), aparecendo também outras espécies como a canela, o cedro, a caviúna, a imbuia, a erva-mate, o ipê, etc. É uma faixa comumente tratada como área fitogeográfica independente. O Pinheiro do Paraná é uma árvore de grande valor comercial, comum nas matas de pinhais.

Material particulado: Material sólido de pequeno tamanho em suspensão no ar atmosférico. Esse material costuma ser chamado também de Aerossóis.

Matéria-prima: Substância natural (madeira, minérios, etc.) que o trabalho do homem transforma noutros produtos ou objetos. Produto extraído da Natureza ou obtido nas indústrias pesadas e que, após um processo de transformação, satisfaz diretamente as necessidades do homem.

Matriz energética: Conjunto de fontes de energia que abastecem um país. A matriz energética é o conjunto dos recursos energéticos (petróleo, água, carvão, gás natural) e seu uso na sociedade. A partir dos recursos (naturais) usam-se tecnologias de geração de energias como a mecânica, a termonuclear, a solar e a eólica, para então serem consumidas em forma de energia elétrica ou combustíveis.

MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo): Um dos três mecanismos de flexibilização, criados pelo Protocolo de Kyoto, para lograr o atendimento das metas de redução das emissões de gases estufa pelos países industrializados. Segundo o sócio-ambientalista RUBENS BORN o MDL é um instrumento de mercado que tanto pode promover o seqüestro de CO2 da atmosfera, quanto evitar ou até mesmo reduzir as emissões de gases estufa. BORN enfatiza que em troca do financiamento parcial oferecido por empresa que necessita reduzir suas emissões, por estar

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localizada em um país industrializado, o executor do projeto cede, por meio de créditos de carbono, parte da quantidade de gases que não foram emitidos ou foram simplesmente capturados. Ainda segundo BORN os projetos de MDL incluem atividades como captura de gás em aterro sanitário, tratamento de dejetos suínos e reaproveitamento de biogás, geração de energia por fontes renováveis como biomassa, energia eólica, além de pequenas e médias hidroelétricas, energia solar, compostagem de resíduos sólidos urbanos, florestamento e reflorestamento em áreas degradadas. Os outros dois mecanismos de flexibilização criados pelo protocolo são a execução conjunta (joint implementation) e comércio de certificados de redução de emissões.

Meandro: Curva ou desvio de um rio. Sinuosidades descritas pelos rios que serpenteiam através de planícies aluviais, formando, por vezes, amplos semicírculos, sendo então, chamados de meandros divagantes. A força da água geralmente é mais forte na margem côncava do meandro. Ela erode esse local formando uma margem escarpada. No lado oposto (convexo), no qual a força da água é menor, acumulam-se areia, argila e seixos, formando uma margem de assoreamento, uma vez que a correnteza não é forte o suficiente para transportar esses sedimentos. Um típico exemplo de rio com morfometria meandrante é o Paraíba do Sul, que corre entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

Meandro abandonado: Antigo trecho sinuoso de um curso de água que se desconectou do canal principal do rio devido à mudança constante de posicionamento do canal ao longo da planície aluvial, graças ao processo continuado de erosão e deposição em suas margens.

Megalópole: O termo “megalópole” significa uma grande área urbanizada. A palavra é formada por dois elementos gregos: megalo, que quer dizer “grande”, e polis, que significa “cidade”. Entende-se por megalópole a integração espacial de mais de uma metrópole. Alguns exemplos de megalópoles são os chamados BOS-WASH (integração urbana dos municípios de Boston até Washington, nos EUA) e TOKKAIDO (de Tóquio a Nagóia, no Japão).

Megalopolização: Conceito criado na década de 1960 para explicar a formação de uma grande área urbanizada, que se estende por mais de uma metrópole.

Meio ambiente: Conjunto dos fatores, inclusive os socioeconômicos, que envolvem um ecossistema afetando a sobrevivência dos organismos e a qualidade de vida dos seres humanos.

Melanésia (ilhas negras): Compreende um dos três grandes conjuntos que formam a Oceania insular; os outros dois são a Micronésia e a Polinésia. São conhecidas por ilhas negras por serem habitadas por humanos de pele negra. Dentre essas ilhas, destacam-se Papua Nova Guiné e Ilhas Salomão (no Sudoeste do Pacífico), além de países insulares como as Ilhas Fiji e Vanuatu, no Pacífico Sul.

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Mercado Comum: Livre comércio, união aduaneira e livre circulação de pessoas, serviços e capitais. Exemplo: Mercosul. É uma União Aduaneira a que se agrega a livre mobilidade dos fatores produtivos entre os países membros e a adoção de uma política comercial comum. Contempla a coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais entre os países membros. Pode, ademais, requerer a harmonização das legislações nacionais. O Mercado Comum é um tipo de tratado econômico regional mais abrangente que a União Aduaneira e a Área de Livre Comércio, pelo fato de incluir a livre circulação de capitais, serviços e pessoas, não previsto nas outras duas formas, além de incluir também o imposto de importação comum para mercadorias vindas de nações não integrantes do bloco, que não faz parte da Zona de Livre comércio. Em termos de abrangência e evolução dos tipos de blocos ou tratados econômicos regionais, temos, do menor para o maior, a seguinte ordem: Zona de Livre Comércio (como a ALCA) – União Aduaneira – Mercado Comum (como o Mercosul) – União Econômica (no caso, a União Européia).

Mercator: Ver ‘’Projeção de Mercator’’.

Meridiano(s): Círculos imaginários que unem o pólo norte ao pólo sul; a partir do meridiano de origem ou principal (0º, chamado de meridiano de Greenwich), afastam-se deste até 180º no hemisfério oeste e 180º no hemisfério leste, totalizando 360º. Uma linha que percorre verticalmente do polo norte ao sul ao longo da qual as localizações têm a mesma longitude. O primeiro meridiano (0o) corta Greenwich, na Inglaterra. Do primeiro meridiano as medidas da longitude são negativas à oeste e positivas à leste até 180 graus.

Meridiano de Greenwich: Também chamado de meridiano principal ou meridiano de origem, corresponde à longitude 0º, passando pela localidade de Greenwich, na Grã-Bretanha, e sendo convencionado como o meridiano de referência, dividindo a Terra em hemisfério leste ou oriental, e hemisfério oeste ou ocidental, e cuja hora (GMT) é conhecida como o horário padrão internacional no sistema de fusos horários.

Meridional: Relativo ou pertencente ao sul. O mesmo que austral e o contrário de setentrional.

Meso: Elemento de composição derivado do grego, para indicar meio, média.

Mesófitas (plantas): Plantas típicas de regiões de nível de umidade intermediário. Exemplo: a floresta ombrófila da Mata Atlântica.

Mesozóica (ou Secundária): Era, que na escala geológica do tempo, significa vida intermediária. Ocorreu entre o Paleozóico e o Cenozóico. Abrange três grandes períodos: o Triássico, o Jurássico e o Cretáceo. Durou cerca de 160 milhões de anos, estendendo-se de 225 a 65 milhões de anos atrás. Entre as ocorrências da Era Mesozóica podemos destacar o surgimento e a hegemonia dos dinossauros, répteis de grandes proporções; o surgimento das primeiras aves no período Jurássico e o início da abertura do oceano Atlântico, no Cretáceo. No final (Cretáceo), surgem os

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mamíferos na fauna, enquanto que na flora ocorre o grande desenvolvimento das gimnospermas.

Metrópole: Vocábulo grego que corresponde à cidade mãe; etimologicamente significa área organizada por uma cidade mãe ou principal. A cidade principal organiza ao seu redor a chamada área suburbana, que, embora administrativamente possa pertencer a vários outros municípios, é dependente da metrópole, econômica e funcionalmente.

Metrópole global: Metrópole que articula a economia global através de inúmeras redes de todos os tipos e que centraliza funções superiores direcionais, produtivas e administrativas de empresas com atuação planetária. Articula e centraliza também o controle da mídia e a capacidade simbólica de criar e difundir mensagens. Em decorrência, encontra-se no nível hierárquico mais elevado do sistema urbano mundial ou global (IBGE, 2003). Exemplos de metrópoles globais são Nova York e Tóquio.

Metrópole nacional: Metrópole que, pelo volume, importância e especialização das atividades econômicas e culturais, extrapola sua influência regional, exercendo-a em todo o país. Ex: Rio de Janeiro e São Paulo, no Brasil.

Metrópole regional: Centro urbano que, pelo volume e importância das atividades econômicas e culturais, número de habitantes, etc., ocupa papel polarizador, exercendo influência nas redes urbanas da região em que se situa. Exemplos de metrópoles regionais no Brasil: Belo Horizonte, Recife, Salvador, Belém e Porto Alegre.

Microclima: Particularidade climática de uma pequena área, diferenciada das condições climáticas dominantes nas áreas próximas.

Microeconomia: Seguimento das ciências econômicas que estuda o comportamento dos consumidores e produtores em mercados específicos, preocupando-se como são determinados os preços e as quantidades dos bens e serviços nesses mercados. Micronésia: Arquipélago da Oceania formado por pequeninas ilhas, dentre as quais se destaca as Ilhas Marianas. As primeiras experiências atômicas foram feitas na ilha de Bikini, que faz parte do arquipélago.

Migração: Do latin migratìo,ónis, significa “passagem de um lugar para outro”. Movimento de indivíduos ou grupos, de um local de residência para outro, com intenção de alí permanecerem durante certo período de tempo. O termo “migração” teria sido criado após o estabelecimento dos chamados Estados-Nações para identificar o cruzamento, por estrangeiros, de suas fronteiras. Há migrações internas, quando ocorridas dentro do mesmo país, e migrações externas: emigração (quando há um movimento de saída para o estrangeiro) e imigração (quando há movimento de entrada vindo do estrangeiro). Atualmente acredita-se que cerca de 120 milhões de pessoas estejam vivendo fora do país de origem. Dentre estes estão trabalhadores legais, ilegais e inclusive refugiados.

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Migração Pendular: Migração que corresponde ao deslocamento diário entre municípios. Um exemplo deste tipo de migração é o deslocamento de um indivíduo que reside na cidade de Ribeirão das Neves (na RMBH) em direção a um bairro qualquer de Belo Horizonte para trabalhar, retornando ao final de cada jornada para a sua residência.

Migração Sazonal (transumância): São os movimentos populacionais que ocorrem em certos períodos do ano e sempre se repetem. Estão ligados geralmente às grandes safras de culturas como a do café, por exemplo.

Migrações sociais: Deslocações de grandes massas de pessoas de um país para outro ou entre pontos distintos do mesmo país.

Milha: Medida itinerária. Uma milha terrestre equivale a 1.609 m e uma milha marítima, a 1.852 m.

Mineral: Conforme Margarida Penteado: "Composto químico inorgânico que apresenta composição química geralmente definida e encontrado naturalmente na crosta terrestre. Usualmente exibe forma de cristal, junto com cor, dureza, brilho e clivagem. Somente a água e o mercúrio se apresentam no estado líquido, em condições normais de pressão e temperatura. Os minerais são constituintes das rochas". Podemos citar como alguns dos principais minerais formadores de rochas o Quartzo, o Feldspato, a Mica, a Calcita, a Hornblenda, a Augita, a Magnetita e os argilominerais.

Mineralóide: Composto orgânico natural encontrado na litosfera. Ao contrário do mineral, o mineralóide geralmente não tem estrutura definida.

Minério: Substância mineral que se extrai das minas, misturada com terra ou rocha. O minério pode corresponder a um mineral, rocha ou mineralóide, desde que possua valor econômico ou uso industrial.

Minuano: Espécie de vento local e sazonal, frio e seco, comum no Sul do Brasil. A região da Campanha gaúcha, na parte sudoeste do Rio Grande do Sul é a mais quente do Rio Grande do Sul e onde estão as mais baixas altitudes. É nesta região que sopra o vento Minuano nos meses de inverno. O Minuano sopra do quadrante oeste, normalmente durante três dias, com rajadas fortes, que quando provoca limpidez atmosférica é chamado Minuano Limpo. Quando provoca nebulosidade acompanhada de chuvisqueiro é chamado Minuano Sujo. Além do Minuano, no Sul do Brasil, outros exemplos de ventos locais frios são o Mistral, no vale do Ródano, e o Bora, na Yugoslávia. Existem também, ventos locais quentes, como o Simun, no Saara e o Siroco, na Itália.

Mioceno: Na escala geológica do tempo, corresponde à penúltima época do período Terciário (na Era Cenozóica) que teria ocorrido entre 23,7 e 5,3 milhões de anos atrás. Aquele em que ocorre grande desenvolvimento dos antropóides. No Mioceno

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o clima muda e torna-se mais moderado; na flora, aparecem o abeto, o cedro, a oliveira, e o lárice.

Mississipiano: Intervalo do Carbonífero Inferior que teria ocorrido entre 360 e 330 milhões de anos atrás. Neste intervalo, a formação de montanhas produziu, localmente, condições áridas, mas extensas florestas de terras baixas e brejos constituíram o início dos grandes depósitos de carvão. Extensa radiação de anfíbios, extinção de algumas linhagens de peixes e expansão de outras, são eventos relacionados a este intervalo.

Modelo (modo) de Produção: Segundo BOYER o modo de produção, que eu prefiro chamar de “modelo”, designa “toda forma específica das relações de produção e de trocas, ou seja, das relações sociais que regem a produção e a reprodução das condições materiais necessárias para a vida dos homens em sociedade”. Um modelo de produção extrapola o espaço da indústria, estendendo-se por toda a sociedade, uma vez que envolve não somente o modo de organização produtiva, como a própria participação e remuneração operária, assim como a regulação das atividades industriais por governos e sindicatos, além da própria participação do país no cenário econômico internacional. Nesse contexto, o modelo de produção pode ser difundido ou copiado por outras indústrias até mesmo de outros países, como ocorreu com os modelos fordista e toyotista ao longo do século XX. NOTA DO AUTOR: Preferi chamar o modo de produção conceituado por BOYER de modelo de produção, para distingui-lo do conceito de modos de produção elaborado por Karl Marx. Quando Marx se referiu a modo de produção, quis ser mais abrangente, fazendo menção aos dois principais: o Capitalismo e o Socialismo. Já BOYER, se referia a modelos como o Fordismo e Toyotismo. Por isso preferi trocar o termo modo por modelo.

Modos de Produção: Conceito Marxista que é definido pelo conjunto de forças produtivas e das relações de produção. Para Marx, o Modo de Produção condiciona o próprio processo de vida social. Marx alentava ainda que, o modo de produção se define também pelas suas contradições específicas, e que as mesmas, são o motor do movimento histórico das sociedades. Louis Althusser define modos de produção como totalidade que articulam a estrutura econômica, a estrutura político-jurídica (Leis, Estado) e uma estrutura ideológica (idéias, costumes). Exemplos de modos de produção: o comunista primitivo, o escravista, o feudal, o capitalista e o socialista. Hoje, pode-se dizer que o único modo de produção existente é o capitalista, e que o mesmo pode agregar diferentes relações de produção. Monadnock: Ver “Inselberg”. Monarquia: Do grego mon + arkhía = monarkhía, significa poder do monarca. Forma de governo onde o chefe de estado (rei) é vitalício e a transmissão do poder é feita por meio da hereditariedade. Pode haver algumas exceções, como no caso do Vaticano, onde o chefe de estado (o Papa) é eleito, mas se considera uma monarquia. Poucos países ainda adotam essa forma de governo. Segundo Manuel Correa de Andrade “A monarquia foi a primeira forma de governo no Brasil; instaurada em

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1822 pelo então príncipe herdeiro de D. João VI, Pedro, que se auto-proclamou imperador com o nome de D. Pedro I. Durante o período monárquico brasileiro, as instituições foram mantidas, houve uma grande repressão contra manifestações populares de todo tipo e a monarquia uniu seu destino ao sistema escravocrata, vindo a cair em 1889, um ano após a inevitável Abolição da Escravatura”. Monarquia parlamentar: Este tipo de democracia é próprio de alguns países europeus (Espanha, Reino Unido, Suécia...). Neles, a monarquia soube ceder a maior parte de seus poderes com o fim de manter a instituição. O rei ou a rainha conserva o título de chefe de estado, mas suas funções são, basicamente, as de representar o país nas relações internacionais e atuar como moderador do funcionamento das instituições. Neste tipo de instituição, o poder de fato fica nas mãos do Primeiro Ministro, geralmente eleito por voto popular, e que acaba ostentando o status de Chefe de Governo. Monções: Ventos sazonais que sopram geralmente dos oceanos para os continentes carregados de umidade. As monções começam no início de junho no sul da Índia. São ventos periódicos, típicos do sul e do sudeste da Ásia, que no verão sopram do mar para o continente. A monção geralmente termina em setembro, caracterizando-se por forte chuva associada a ventos. Por isso é que se considera o clima na Índia como sendo clima de Monções. No Japão, as monções causam chuvas tanto no verão como no inverno. A monção geralmente é provocada pelo aquecimento diferencial de grandes áreas continentais e oceânicas, variando com a estação.

Monocultura: Regime agrícola em que, no mesmo espaço, ocorre apenas a exploração de uma única cultura. Exemplos clássicos de monoculturas são: as florestas homogêneas de eucalipto; as plantações de cana-de-açúcar; as lavouras de café; as plantações de soja e outras culturas que ocorrem em grandes latifúndios.

Monopólio: Privilégio que possui um indivíduo, um conjunto de indivíduos ou o Estado, e de que são excluídos todos os outros. Forma de economia em que um só vendedor enfrenta vários compradores. Como não há concorrência, num monopólio o vendedor estabelece os preços à sua vontade. Forma de organização de mercado, nas economias capitalistas, em que uma empresa domina a oferta de determinado produto ou serviço que não tem substituto. Uma comissão de investigações inglesa criada em 1948 enquadrou na categoria de monopólio toda empresa ou grupo de empresas que controlasse mais de um terço do mercado. Um típico exemplo de monopólio é o da empresa Suíça Tetra Pak, que detém a exclusividade da produção de embalagens assépticas (longa vida) para produtos perecíveis como leite e sucos.

Monóxido de Carbono: O Monóxido de Carbono (CO) é um gás incolor, inodoro e venenoso, produzido pela combustão incompleta de madeira, carvão, óleo diesel e gasolina. Carros e caminhões emitem monóxido de carbono. Respirar muito monóxido de carbono pode causar morte por asfixia.

Monroe (doutrina): Ver “Doutrina Monroe”.

Montanha: Grande elevação de terra consideravelmente mais elevada que a área ao seu redor. Morro e montanha se diferenciam pelo tamanho. Grande elevação natural

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do terreno com altitude superior a 300 metros e constituída por um agrupamento de morros.

Montanhas de dobras: Formações rochosas originadas a partir de forças interiores da Terra que ao se soerguerem sofreram deformações. Ex: cordilheira dos Andes.

Montante: Ponto do curso de um rio em direção às suas nascentes (cabeceiras). É o oposto de Jusante. Curso de um rio voltado para o sentido da nascente, a partir de um ponto de referência situado ao longo do curso superior.

Monte: Elevação do relevo em relação ao nível do solo que o cerca.

Moraina(s): Montes de terra, solo e rochas deslocados por uma geleira e depositados na superfície da terra após o derretimento do gelo.

Morfologia: Estudo científico das formas, estruturas, origem e desenvolvimento dos organismos. Como também das estruturas externas das rochas relacionadas com a forma, e do relevo ou da topografia resultante da erosão.

Morro: Pequeno monte.

Morro testemunho: Relevo mais alto do que o terreno que o cerca. O morro testemunho é assim denominado por ser, geralmente, remanescente de um antigo relevo que predominava na área. O morro testemunho é também conhecido como inselberg ou monadnock.

Mortalidade: Número de mortes ocorridas num determinado lugar ou região. A taxa de mortalidade de um país representa o número de mortes ocorridas num ano em relação ao número total dos seus habitantes.

Movimento de rotação: Movimento que a Terra executa em torno de um eixo imaginário que passa por seus pólos. É como o movimento de um pião, que gira em torno de si mesmo.

Movimento de translação: Movimento que a Terra executa em torno do Sol, no período aproximado de 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 48 segundos.

Movimento orogenético: Aquele que origina a formação de montanhas.

Muçulmano: Pessoa que segue o islamismo. Significa “aquele que se submete a Ala”. Analogicamente podemos dizer que o muçulmano está para o islamismo assim como o cristão está para o cristianismo, evidentemente que guardadas as devidas peculiaridades.

Mundialização: Para BENKO (2002) a geografia trata a expressão mundialização como sendo um sinônimo de globalização, ou seja, uma articulação ampliada dos territórios locais com a economia mundial. FOUCHER (2009) reforça a idéia de BENKO ao concluir que o termo mundialização significa que os fatores econômicos e geopolíticos, políticos e culturais se estendem igualmente na escala planetária, e

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em outra escala diferente dessa, uma escala mais familiar, dos Estados ou de alguns grupos regionais ativos. Portanto, para a geografia, os termos mundialização e globalização se fundem.

Muriqui: Maior primata do Brasil podendo chegar a 15 quilos. Endêmico da Mata Atlântica, também conhecido como Mono-Carvoeiro, está ameaçado de extinção. Sua população, que já foi calculada em cerca de 400.000, hoje não passa de 2.500 indivíduos.

N

Nação: Grande sociedade ou grupo unido por laços culturais, lingüísticos, com afinidades históricas, étnicas e políticas dominando, ou não, um determinado território ou região, e tendo, ou não, reconhecido pelas demais nações sua identidade nacional e autodeterminação política.

Nascente (de um rio): O mesmo que cabeceira de um rio; lugar onde nasce um rio.

Natalidade: Conjunto de nascimentos vivos em relação a determinado lugar ou região. A taxa de natalidade de um país representa o número de nascimentos ocorridos num ano em relação ao número total dos seus habitantes.

Neoliberalismo: Pensamento político predominante no atual estágio da Globalização. Defende um sistema de governo onde o indivíduo tem mais importância que o estado. Tal concepção valoriza a competição e a não intervenção do estado na economia. O enfraquecimento do estado, o chamado "estado mínimo" (enquanto interventor na economia) e as privatizações são os pontos chaves desta doutrina. No Brasil, o neoliberalismo começou a ser implantado a partir do governo Collor, no início dos anos 1990, com a criação do Programa Nacional de Desestatização (PND). A continuidade desse processo teve seu auge durante o primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso (1994-1998). Inicialmente foram privatizadas as empresas dos setores petroquímico, siderúrgico e o de fertilizantes. Em seguida vieram as mineradoras, como a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), bancos como o BEMGE e já no seu segundo mandato (1999-2002) as telecomunicações como a Telebrás. Das 74 empresas estatais gerenciadas pela União, e que foram incluídas no PND, 52 foram privatizadas no primeiro biênio do governo FHC. Acredita-se que só não foram privatizadas, aquelas empresas que não despertaram interesses dos grandes conglomerados.

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Neolítico: Período conhecido como “Idade da Pedra Polida” iniciada a cerca de 8 mil anos quando se encerrava o último período glacial. O Neolítico foi o berço da primeira revolução tecnológica, ou seja, de uma série de inovações técnicas sucessivas e cumulativas que terminariam por tirar o homem da pré-história. A economia predatória dava lugar à economia produtiva. Surgiram as civilizações camponesas e sedentárias, além das primeiras aglomerações rurais na Palestina e na Anatólia (atual Turquia).

Neomalthusianismo: Movimento de retomada da teoria malthusiana do final do século 18, no que tange a questão demográfica nos países subdesenvolvidos. Os neomalthusianos defendem o controle populacional, principalmente nos países pobres, através de ações diretas dos Estados, ou seja, através da intervenção estatal, o que não foi proposto por Malthus, que defendia apenas a abstinência sexual para o controle populacional. A solução para conter o avanço populacional, para esses teóricos, é o “planejamento familiar”, através de programas de esterilização, distribuição de pílulas contraceptivas (anticoncepcionais) e, principalmente, a divulgação de um modelo familiar ideal com, no máximo, dois filhos por casal. A taxa ideal de fecundidade para os neomalthusianos é de 2,1 filhos por mulher. É que segundo esses teóricos, o fator “2,1” implica que dois filhos seriam suficientes para substituir os dois pais que um dia irão morrer, e 0,1 restante seria para cobrir a taxa de mortalidade infantil. Assim como Malthus, os neomalthusianos desconsideram questões socioeconômicas quando elaboram suas teorias. Injustiça social e má distribuição de riquezas não parecem para eles, fatores preponderantes na explosão demográfica; e esse é o principal enfoque dos críticos ao modelo defendido por essa corrente teórica.

Nevoeiro: 1 – Condensação de H2O próximo à superfície. 2 – Tipo de nuvem estratiforme que se forma na superfície ou muito próximo à mesma. Os nevoeiros geralmente afetam drasticamente a visibilidade. Em algumas situações é possível até mesmo enxergar gotas de água suspensas na baixa atmosfera, nas proximidades do chão. 3 – Nuvem cuja base se encontra em contato com o solo. Por convenção internacional a expressão nevoeiro somente é usada quando a suspensão não permite visibilidade horizontal além de 1 km. Quando a visibilidade vai além de 1 km, denomina–se neblina. Os nevoeiros geralmente se formam quando o ar torna–se saturado através algumas formas de resfriamento como o radiativo, o advectivo, o resfriamento por expansão ou simplesmente por adição de vapor d’água (H2O).

New Deal (Novo Acordo): Nova política econômica implantada nos EUA, no início da década de 1930, em resposta à grave crise econômica e social pela qual passava aquele país desde a crise mundial de superprodução iniciada em 1929 após a grande quebra (crash!) da bolsa de Nova York. O New Deal, esse grande esforço interno de reestruturação implantado a partir de 1933 pelo então presidente Franklin Delano Roosevelt, tinha como principais características a intervenção do Estado na economia, a implementação de grandes obras públicas, a recuperação do consumo, a geração de empregos e a extensão da previdência social.

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Nissei ou Nisei: Do japonês ni “segunda” + seí “geração”. Filho de pais japoneses nascido na América.

Nordeste: Um dos pontos co-laterais, representado pelas letras NE, situado entre o norte e o leste (a 45° de distância de cada um desses pontos cardeais). No Brasil, é a denominação da região formada pelos Estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco (incluindo o antigo território de Fernando de Noronha), Paraíba, Alagoas, Sergipe e Bahia. É constituído de três zonas naturais: a Zona da Mata, o Agreste e o Sertão; nestas últimas prevalece o clima semi-árido. Tendo sido o mais antigo e importante núcleo histórico na formação da nação brasileira, assentada na agricultura extensiva da cana-de-açúcar e, secundariamente, pela pecuária, essa região entrou em declínio e estagnação com a decadência daquela cultura (meados do século XVIII) e o deslocamento dos núcleos dinâmicos da economia para o Sudeste, com os ciclos econômicos da mineração e do café. A região apresenta os piores indicadores sociais e econômicos do país e graves problemas estruturais geradores de tensões sociais, que provocam grande migração para as outras regiões, especialmente para o Sudeste. Tem o menor índice de urbanização entre as regiões brasileiras, mas na última década teve um crescimento industrial superior à média brasileira. Tem encontrado nas atividades ligadas ao turismo uma de suas grandes possibilidades de desenvolvimento.

Norte: Um dos pontos cardeais, representado pela letra N, o mesmo que setentrional ou boreal. No Brasil, é a denominação da região constituída pelos Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

Núcleo (NiFe): Camada mais interna da Terra. Representa cerca de 32% da massa total do planeta e divide-se em duas partes: núcleo externo e núcleo interno. O primeiro se estende até a profundidade de 5.000km e se apresenta em um estado físico líquido (estado de fusão). O segundo vai desta profundidade até o centro da Terra, e se apresenta em estado sólido, com temperaturas atingindo até 5.000oC (IBGE, 2003).

Núcleos de condensação: São os catalisadores que aceleram o processo de condensação de H2O (vapor d’água atmosférico) e a formação de nuvens. Os aerossóis, partículas sólidas suspensas no ar, são exemplos típicos de núcleos de condensação.

Nuvens: São massas de vapor d’água – evaporada pelo calor – que se concentram em minúsculas gotas d’água ou gelo por ação de baixas temperaturas. O tamanho das gotas varia entre 2 e 6 micrometros (milionésimas partes do metro). Se a temperatura for negativa, as pequenas gotas dão lugar a finos cristais de gelo. As nuvens mantêm-se suspensas na atmosfera por causa dos movimentos verticais do ar. São transformadas continuamente e apresentam-se sob uma grande variedade de formas. Os quatro principais tipos de nuvens são: Cirros, cúmulos, estratos e nimbos.

Nuvens Cirriformes: São nuvens com aparência fibrosa. São as nuvens mais altas.

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Nuvens cumuliformes: São nuvens que aparecem empilhadas, cuja formação vertical é igual ou superior a sua extensão (largura). Crescem mais verticalmente que horizontalmente. As nuvens cúmulos são brancas, semelhantes à lã. As cúmulos-nimbus, além de terem grande extensão vertical, costumam trazer tormentas (grandes tempestades e ciclones ou furacões) devido aos fortes movimentos convectivos (ver “convecção”) em seus interiores.

Nuvens estratiformes: São nuvens que se estendem em forma de camadas sobre uma grande superfície do céu. O crescimento horizontal dessas nuvens é muito maior que o crescimento vertical. Dentre as nuvens estratiformes podemos destacar: os cirros, que têm forma de rabo-de-galo e se encontram nas camadas altas formadas por gotas de gelo; as alto-estratos, em forma de flocos e que costumam cobrir o céu anunciando mau tempo; as alto-cúmulos que são unidades globulares elípticas anunciando bom tempo; as estratos que ocupam camadas baixas e costumam ser densas e de cor cinza-escuro; as nimbos-estratos que geralmente trazem chuva ou neve; e as estratos-cúmulos que costumam ocupar camadas baixas sendo bem definidas e costumam anunciar bom tempo.

O

Ocaso: Do latin occasus, significa cair, perecer, descer. Declínio aparente de um astro no horizonte. O ocaso do Sol se configura quando o astro parece esconder-se no horizonte ocidental (oeste) da Terra.

OCDE: Organização para Cooperação e o Desenvolvimento Econômico. É um fórum para discussão, consulta e coordenação da política econômica e social de 30 países, que juntos, produzem cerca de 80% dos bens e serviços mundiais. Por isso é chamado de Clube dos Ricos.

Oceano: Cada uma das grandes divisões do mar, que rodeia os continentes. Vasta porção de massa líquida e salgada que cobre 70,78% da superfície terrestre. Essa grande extensão de água se divide em cinco porções, porém a inclusão do oceano Antártico tem gerado controvérsias, pois, segundo os especialistas, trata-se da junção das águas do Pacífico, Atlântico e Índico. Assim, temos: oceano Pacífico, oceano Atlântico, oceano Índico, oceano Glacial Ártico.

Oceano Atlântico: Com 85.555.200 km² de extensão, tem uma profundidade que chega a 8.648 m (Fossa de Porto Rico). Mais ou menos estreito e longo, estende-se

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das proximidades do Ártico até a Antártida. Limita-se a leste com a Europa e a África, a oeste com a América. O oceano Atlântico se sobressaiu historicamente aos demais pelo grande fluxo da navegação e das comunicações, principalmente entre a América do Norte e a Europa — posição que atualmente é ocupada pelo oceano Pacífico, dada a importância econômica crescente dos países asiáticos. Mares principais: mar do Norte, mar Báltico, mar Mediterrâneo, mar do México e mar das Antilhas ou das Caraíbas.

Oceanografia: Ciência que estuda os oceanos e mares, suas condições físicas, sua fauna e sua flora; é uma ciência moderna que data do final do século XIX. Divide-se em Oceanografia Física, Oceanografia Biológica, Oceanografia Estatística e Oceanografia Dinâmica.

Ocidental: Localizado no ocidente, a oeste, no poente. Aquele que nasce ou habita no ocidente.

Ocidente: O mesmo que oeste, poente.

Oeste: Um dos pontos cardeais, representado pela letra O ou W (West). O ponto do horizonte em que o Sol aparentemente desaparece ou se esconde, poente, ocidente. Referente ou proveniente do oeste, o mesmo que ocidental.

Oligopólio: Tipo de estrutura de mercado nas economias capitalistas em que poucas empresas detêm o controle da maior parcela de mercado. Ele é uma tendência que reflete a concentração da propriedade em poucas empresas de grande porte, pela fusão entre elas, incorporação ou mesmo por eliminação (compra, dumping ou práticas restritivas) das pequenas empresas. Tipo de estrutura de mercado, nas economias capitalistas, em que poucas empresas detêm o controle da maior parcela do mercado. Para os marxistas, o oligopólio é uma característica inerente à etapa imperialista do capitalismo e traz como conseqüência a limitação do livre jogo de mercado. Se algumas poucas empresas dominam um mercado elas podem dividir entre si a área de atuação limitando os custos de concorrência e fixando os preços que ampliam muito a margem de lucro. Paulo Sandroni (Dicionário de Economia; Ed. Best Seller; 1994; pág. 245). Ombrófila: Amiga da água. Ver “Floresta Ombrófila”. OPEP: Organismo que congrega os grandes exportadores de petróleo do Oriente Médio e da América Latina. A OPEP é na verdade, um grande cartel petrolífero.

Órbita: Trajetória circular e periódica que um astro descreve em torno de outro.

Órbita da Terra: Trajetória elíptica descrita pela Terra em seu movimento de translação ao redor do Sol.

Órbita elíptica: Órbita que tem a forma de um círculo achatado (apertado). De acordo com a 1ª Lei de Kepler, qualquer planeta gira em torno do Sol descrevendo

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uma órbita elíptica, da qual o Sol ocupa um dos focos (permanecendo, portanto fora de centro).

Ordoviciano: Na escala geológica do tempo, corresponde ao segundo período da Era Paleozóica, que sucedeu imediatamente ao Cambriano e precedeu o Siluriano. Durou aproximadamente 67 milhões de anos e teve início há 500 milhões de anos. Neste período pode ter ocorrido o então desenvolvimento gradativo da fauna, sendo os crustáceos as espécies mais complexas. Também neste período foi alcançado o registro máximo de mares rasos e o aquecimento do clima continuou. As algas tornaram-se mais complexas; plantas vasculares podem ter estado presentes e havia uma variedade de grandes invertebrados. Peixes agnatos fósseis deste período são fragmentários, porém de ampla distribuição.

Oriental: Relativo a tudo que se situa no oriente, a leste, no nascente. Quem mora ou habita no oriente.

Oriente: O mesmo que leste, este. O lado onde aparentemente nasce ou se levanta o Sol, nascente, levante.

Orla: Faixa de terra à beira-mar.

Orogênese: Do grego oros – relevo e gênese (origem). Processo de dobramentos que configurou as cordilheiras montanhosas recentes como os Andes e o Himalaia na Era Terciária. A orogênese é o conjunto de movimentos horizontais de curta duração em termos geológicos, resultante de forças tectônicas, e que levam à formação de montanhas e cadeias montanhosas.

Orvalho: Condensação de vapor d’água (H2O) sobre uma superfície cuja temperatura tenha reduzido pelo resfriamento radiativo até abaixo da temperatura de ponto de orvalho do ar em contato com ele. O orvalho pode se formar sob condições calmas, onde o vapor d’água difunde-se para cima, a partir do solo, para a superfície exposta e em processo de congelamento e aí se condensando, como pode se formar sob condições de vento fraco, ocorrendo a transferência turbulenta para baixo de vapor d’água da atmosfera para superfície fria.

Ozônio: Gás de coloração azul cuja molécula é formada por três átomos de oxigênio (O3). A maior concentração desse gás se encontra na chamada estratosfera, mais precisamente na ozonosfera, onde grande parte dos raios UV-B originados do Sol são atenuados. A formação do ozônio se dá quando um fóton da radiação UV atinge uma molécula de oxigênio, quebrando-a em dois átomos altamente reativos. Estes átomos acabam se combinando com uma molécula intacta de oxigênio formando o ozônio. Por sua vez, o ozônio formado é quebrado pela luz UV-B, mas é rapidamente reformado. Esse movimento de quebra e reforma do ozônio acontece diversas vezes, e só se finaliza quando a molécula de ozônio colide com um átomo de oxigênio, originando duas moléculas estáveis de oxigênio. O ozônio também é encontrado na troposfera, e em grandes quantidades é altamente tóxico para os seres vivos.

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P

Paisagem: 1 - Segundo PEREIRA (2003), paisagem é a forma, a aparência de um processo; é o ponto de partida para se analisar geograficamente uma realidade. E para que se prossiga a análise geográfica, é preciso dar sentido para as formas paisagísticas observadas. Ainda segundo PEREIRA (2003) “as paisagens vão se modificando, na medida em que se altera a dinâmica que as produz, ou seja, a sociedade se modifica e, com isso, modificam-se as paisagens, que passam a representar então, as formas dos novos conteúdos”. Dentro de um contexto de alfabetização geográfica, a paisagem é a referência espacial a ser introduzida como um elemento de leitura imediata do mundo, ou seja, seus elementos devem ser revelados e seus signos decodificados para que possa ser lida, acrescentando então, sentido à realidade. 2 - Unidade visível do arranjo espacial que a nossa visão alcança, a paisagem tem seu caráter social, pois é formada de movimentos impostos pelo homem através do seu trabalho, cultura, emoção. Ela é produto da percepção, mas necessita passar a conhecimento espacial organizado, para se tornar um verdadeiro dado geográfico (MEC). 3 – Segundo BARROS (2006) “a paisagem, este padrão de visualidade que se mostra ao homem no seu estado de percepção mais espontânea, foi por motivos óbvios o primeiro grande aspecto a ser considerado pelo conhecimento geográfico no seu esforço de compreensão do mundo. Aliada ou não à percepção mais imediata de uma determinada paisagem, a noção de "região natural" cedo se constituiu em outra das mais primordiais noções geográficas, e baseia-se francamente no papel desempenhado por certos elementos físicos na organização do espaço. Pode-se considerar, neste caso, uma bacia hidrográfica, um conjunto afetado por um tipo de clima, ou uma montanha — e a partir deste ou daquele fato natural que assume uma centralidade na percepção ou análise é estabelecida em seguida uma rede de relações ou desdobramentos que terminam por definir o espaço. Exemplos clássicos de "regiões naturais" são as vastas e impenetráveis florestas que ainda resistem em muitas partes do globo às ações depredatórias do homem, ou a inóspita caatinga da qual a vida humana ocupa apenas os interstícios”. 4 – Um dos que inovaram ao conceituar “paisagem”, foi sem dúvida o geógrafo Milton Santos. Santos dizia que a paisagem – cuja dimensão seria a própria dimensão da percepção captada pelos sentidos – tem como primeira função o papel analítico que permite aproximar o conceito do espaço; mas a análise das mudanças não seria impecilho para a (re) criação da heterogeneidade de formas. Santos fazia questão de separar “paisagem” do conceito de “espaço”, que para a maioria dos teóricos são palavras sinônimas. Para Santos, o espaço – principalmente o geográfico, fruto das relações

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socias – nos passa uma impressão do momentâneo (presente), enquanto que a paisagem seria a materialização de um instante, porém com um caráter cumulativo temporal, ou seja, “A paisagem se dá como um conjunto de objetos reais-concretos. Nesse sentido a paisagem é transtemporal, juntando objetos passados e presentes, uma construção transversal. O espaço é sempre um presente, uma construção horizontal, uma situação única. Cada paisagem se caracteriza por uma dada distribuição de formas-objetos, providas de um conteúdo técnico específico. Já o espaço resulta da intrusão da sociedade nessas formas-objetos” (Santos, 1995). Países desenvolvidos: São os países onde foram implantadas indústrias de alto investimento tecnológico (predomínio de patentes). Nos países desenvolvidos há uma concentração de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, sendo que a fabricação de componentes e a montagem final dispersam-se pelo globo. Atualmente, nos países desenvolvidos, configuram-se ramos industriais da chamada nova revolução tecnológica, com destaque para as áreas de eletrônica, informática, biotecnologia, engenharia genética, telecomunicações, robótica (mecatrônica), química fina, aeronáutica (indústria aeroespacial), novas fontes energéticas ou energia nuclear, novos materiais e indústria bélica, enfim, tudo que envolve tecnologia de ponta. Países emergentes: São aqueles que apesar de ainda não serem considerados desenvolvidos, são industrializados e apresentam certa importância no cenário econômico mundial. Os países emergentes fizeram no passado, parte dos grupos de nações consideradas de segundo e terceiro mundo, principalmente durante o período da “Guerra Fria”. Brasil, China e Índia, são considerados os principais países emergentes da atual conjuntura mundial. A China, inclusive, é o país que economicamente mais cresce no mundo, com taxas anuais acima de 10%. Em contrapartida, devido ao fato de ter se transformado num imenso canteiro de obras, a China já é um dos países que mais poluem o meio-ambiente, sem contar que já é a segunda maior emissora de CO2, o gás que mais agrava o efeito estufa. Países subdesenvolvidos: São os países onde há um predomínio de ramos industriais baseados em tecnologias há muito estabilizadas, ou seja, atrasadas em relação às tecnologias de ponta dos países desenvolvidos. Países como o Brasil, apresentam dificuldades em avançar no desenvolvimento de ramos industriais de alta tecnologia, pois o avanço tecnológico depende de pesados investimentos em pesquisa científica e tecnológica, assim como investimentos em educação (ou recursos humanos), delineados por uma política de P&D (de desenvolvimento tecnológico). Países Nórdicos: Nome dado aos países formados por povos de origem germânica que habitam várias áreas setentrionais do continente europeu. Os países nórdicos são: Noruega e Suécia - que ocupam a península Escandinávia -, Finlândia, Dinamarca - que ocupa a península Jutlândia e um arquipélago - e a Islândia, ilha mais distanciada, mas que é habitada por povos de mesma origem.

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Paleoceno: Na escala geológica do tempo, corresponde à primeira época do período Terciário (divisão da era Cenozóica), a qual se estendeu entre 65 e 60 milhões de anos atrás. No Paleoceno, os mamíferos começaram a se diferenciar e a ocupar espaços deixados pelos dinossauros.

Paleolítico: Primeira Idade da Pedra ou Idade da Pedra Lascada. O começo do Paleolítico é marcado pelo aparecimento de criaturas com aspecto humano, sendo que a existência das mais antigas ferramentas de pedra simplesmente lascada tem cerca de 2,5 milhões de anos.

Paleozóico (ou Primária): Na escala geológica do tempo, corresponde à Era que significa “vida antiga” e abrange duas sub-eras: o Paleozóico Inferior, que compreende a parte do período que se estendeu de 570 a 400 milhões de anos atrás, contendo os períodos Cambriano, Ordoviciano e Siluriano, e o Paleozóico Superior, de 400 a 225 milhões de anos atrás, contendo os períodos Devoniano, Carbonífero e Permiano. Ocorrências: grande desenvolvimento dos peixes, moluscos e anfíbios, sendo que no Permiano ocorre grande desenvolvimento da vegetação com a formação de grandes florestas, além da formação de rochas sedimentares. A primeira era do Eon Farenozóico.

Pampa(s): Termo quíchua, que designa as extensas planícies cobertas de vegetação rasteira, características do sul do Brasil e das Repúblicas Platinas. Essas planícies, que oferecem boas forrageiras são por excelência zonas de criação de gado. Planícies semelhantes se encontram no Canadá e nos EUA (as pradarias) e na Hungria (chamadas de Puszta). No Rio Grande do Sul, nas regiões sul e sudeste, os pampas ocupam cerca de dois terços do território, algo em torno de 190 mil Km2.

Pangea: Super continente do limite triássico-jurássico que teria iniciado sua desintegração (deriva continental) há cerca de 248 milhões de anos. Durante a Pangea eram comuns insetos gigantes. Aranhas do tamanho de um crânio humano, centopéias de portes similares aos de crocodilos e libélulas do tamanho de águias eram alguns exemplos artrópodes que começavam a dominar o planeta.

Pantalassa: De pan, tudo, + thalassa, oceano. Grande e único oceano que circundava (ilhava) o também único e supercontinente de Pangea. Essa única massa continental (Pangea) e o único oceano (Pantalassa) já se configuravam durante o Proterozóico médio, há aproximadamente 2,5 bilhões de anos atrás. A desintegração da Pangea, assim como a desconfiguração do Pantalassa, teria se iniciado no começo da Era Mesozóica, há certa de 248 milhões de anos, dando origem aos continentes modernos.

Pantanal: Unidade geomorfológica e um conjunto de vegetação existente a oeste de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, com altitudes de 100 a 200 m, e com localização próxima aos rios da bacia do rio Paraguai, abrangendo uma área de 388.995 km². As enchentes dos rios que ocorrem de outubro a março inundam vastas áreas. Maior planície alagável do mundo, o Pantanal é o elo de ligação entre as duas maiores bacias da América do Sul: a do Rio da Prata e a Amazônica, o que lhe confere a

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função de corredor biogeográfico, ou seja, permite a dispersão e troca de espécies de fauna e flora entre essas bacias.

Paralelo: Círculo traçado paralelamente ao equador, 90º no hemisfério norte e 90º no hemisfério sul, totalizando 180º. Os paralelos que mais se destacam são: Trópico de Câncer e de Capricórnio e os Círculos Polares, Ártico e Antártico.

Paraná (s): Do tupi para'nã 'semelhante ao mar’. São braços de um grande rio que, na planície de inundação, contornam uma ilha fluvial e são navegáveis durante todo o ano. Os Paraná-mirins são braços menores, que não permitem a navegação de barcos maiores durante a vazante do rio. Parlamentarismo: Regime de governo onde a função de Chefe de Estado é exercida pelo presidente ou o monarca, e a de Chefe de Governo pelo Primeiro Ministro, que chefia o Gabinete. Nesse regime, parte das atividades do Executivo é deslocada para o Legislativo.

Parque industrial: Concentração de estabelecimentos industriais em determinado espaço geográfico.

Parque nacional: Unidade de conservação que tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico. É de posse e domínio públicos (IBGE, 2003).

Patagônia: Região desértica e fria do sul da América Meridional. No sul do continente, os ventos úmidos do Pacífico perdem a umidade ao transporem a Cordilheira dos Andes; os ventos úmidos do Atlântico perdem parte da umidade ao atravessarem a Corrente de Falklands. Assim se formam as regiões áridas da Patagônia.

PEA: Sigla que significa “População Economicamente Ativa”. Corresponde ao número de pessoas (cidadãos) com idades e condições para integrarem o quadro da população ativa e que estão trabalhando ou à procura de emprego. O crescimento contínuo do PEA em relação ao contingente populacional de um país pode gerar desequilíbrio nas forças produtivas, uma vez que a oferta de emprego não costuma crescer no mesmo ritmo. Na década de 1940, no Brasil, o PEA representava cerca de 18% da população total. No final da década de 1990, esse contingente representava cerca de 45% da população total, sendo 60% do sexo masculino.

Pecuária: Atividade econômica primária (setor primário da economia) que consiste na criação, domesticação e reprodução de animais (gado ou rebanho). Existem duas modalidades de pecuária: a pecuária extensiva, quando o gado é criado solto e não recebe os cuidados necessários do criador; e a pecuária intensiva, quando o gado é estabulado, isto é, confinado em estábulos (pequenos recintos), recebendo os cuidados necessários de seus criadores.

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Pediplano: Grande superfície erodida formada nos climas áridos quentes e semi-áridos, onde a presença de morros residuais recebe o nome de inselberg.

Pedogênico: Pertencente, relativo à formação do solo.

Penedo: Pequena ilha formada quando o mar erode um promontório.

Peneplanície: Designação dada a uma região quase plana cuja formação tem origem nos cursos de água que desgastam todas as elevações.

Penhasco: Rochedo escarpado, pontiagudo.

Península: O termo significa “quase-ilha”. Porção de terra relativamente extensa, cercada de água por todos os lados, menos a parte por onde se une ao continente. Ponta de terra emersa cercada de água por todos os lados, excetuando-se apenas um deles (o istmo), pelo qual se liga ao continente.

Península Ibérica: O termo “ibérico” (do lat. Ibericu) refere-se à Ibéria, antiga denominação da Espanha. O termo “Península Ibérica” remete à porção continental da Europa (no seu extremo sudoeste) que abrange os territórios da Espanha e Portugal.

Pensilvaniano (período): Intervalo do Carbonífero superior que teria durado entre 330 e 286 milhões de anos atrás. Intervalo de clima geralmente quente e úmido, mas com alguma glaciação no hemisfério Sul. Extensos brejos produtores de carvão (grande característica do carbonífero) com grandes faunas de artrópodes. Muitos anfíbios especializados e o primeiro aparecimento de répteis estão relacionados a este intervalo.

Perene: Permanente, constante.

Perestroika: Reformulação econômica implantada a partir de 1985, na antiga U.R.S.S. (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), pelo então Presidente reformista Mikhail Gorbatchev. O grande objetivo desta reforma era a reorganização de todo o sistema produtivo e de propriedade, além da introdução de mecanismos de mercado. A Perestroika foi a grande reforma de cunho econômico implantada gradativamente para preparar a volta da União Soviética, “socialista” desde a revolução de 1917, ao modo de produção capitalista, então predominante no mundo globalizante.

Periélio: De Peri + Hélio. Ponto de menor afastamento (maior proximidade) de um astro no seu movimento de translação em relação ao astro central, geralmente uma estrela. Neste caso específico, nos referimos ao Sol. O periélio da Terra em relação ao Sol ocorre no mês de Janeiro; é quando o nosso planeta mais se aproxima do astro central. Curiosidade: Quando a Terra se encontra no periélio, sua velocidade de translação é a maior que em qualquer outro ponto durante todo o movimento. Isso se justifica devido à grande atração gravitacional que o Sol exerce sobre o planeta, devido à maior proximidade.

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Periferia: Área localizada distante do centro dinâmico de uma cidade, região ou país.

Periférico: Situado distante do centro, às margens. Diz-se dos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento como os países da África, da América Latina e Ásia ocidental.

Perigeu: Do grego perígeion, que está em torno, próximo da Terra, de peri- “em torno de” e gê,ês “terra”. Ponto de mínima distância de um objeto (satélite ou qualquer outro astro) em relação ao centro de um astro, no qual gira ao redor. O perigeu da Lua é o momento em que o satélite se encontra mais próximo da Terra durante seu movimento de translação. Perigeu é o contrário de apogeu (ponto de máxima distância).

Permiano: Na escala geológica do tempo, corresponde ao último período da Era Paleozóica, datando de aproximadamente 286 a 245 milhões de anos atrás. Antecede o período Triássico e sucede o Carbonífero. Durante o Permiano as terras geralmente eram mais altas do que em qualquer tempo prévio. O clima era frio no início do período, mas aqueceu-se progressivamente. Florestas de Glossopterídeos desenvolveram-se com o declínio dos brejos produtores de carvão. Répteis semelhantes a mamíferos eram diversificados. No final do período ocorreram amplas extinções, as maiores da história da Terra. Acredita-se que na grande extinção do Permiano foram dizimados 95% das espécies marinhas, 8 das 27 ordens de insetos existentes e mais de 2/3 das famílias de répteis e anfíbios. A explicação mais aceita para a grande extinção do Permiano seria o curto período de erupções vulcânicas ocorrido na Sibéria, por cerca de 800 mil anos, e que teriam lançado, além de gases venenosos, poeira e partículas em suspensão na atmosfera, bloqueando a luz solar, causando um esfriamento global. Como conseqüência do esfriamento, a água do mar ficou aprisionada em forma de gelo nas calotas polares. O nível dos oceanos e mares interiores baixou enormemente, eliminando ou modificando os habitats marinhos.

PIB: Produto Interno Bruto. O PIB é a soma das riquezas (bens e serviços) produzidas no país (produção interna apenas) em determinado período de tempo. É o principal indicador econômico de um país em desenvolvimento.

PIB per capita: É o PIB dividido pelo número de habitantes do país. Indica riqueza ou não de uma população.

Pico: Ponto mais elevado de uma montanha.

Piracema: Fenômeno da migração de peixes no sentido à montante (nascente dos rios), para fins de reprodução.

Pirâmide etária: Gráfico em barras, que assume a forma aproximada de uma pirâmide, elaborado para demonstrar uma determinada distribuição da população por sexo e idade. É construída em uma linha perpendicular na base da pirâmide, numa escala em que se definem as faixas etárias desejadas (de 5 em 5 anos, de 10 em 10

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anos, ou outra qualquer). O comprimento das barras indica a população masculina dentro de cada faixa etária de um lado e a população feminina dentro de cada faixa etária do outro lado. As pirâmides etárias de países e regiões desenvolvidas apresentam uma base estreita (dada a baixa taxa de natalidade) e um topo largo (devido à maior expectativa de vida e menor taxa de mortalidade); nos países e regiões subdesenvolvidos ocorre o oposto (base larga, indicando alta taxa de natalidade e topo estreito, indicando baixa expectativa de vida e alta taxa de mortalidade).

Placas Tectônicas (litosféricas): São pedaços de litosfera que se movimentam (escorregam) sobre a astenosfera (manto), uma grande camada plástica (viscosa) que se encontra imediatamente abaixo da Litosfera. As placas derivam devido ao movimento convectivo do manto, que termina assim, carregando grandes blocos da litosfera direcionando-os no sentido do fluxo magmático.

Placa Sul-americana: Conjunto litosférico formado pela plataforma continental sul-americana + a plataforma patagônica + a cordilheira dos Andes.

Planalto: 1 - Terreno de relevo suave, porém de altitude relativamente elevada, delimitado por escarpas e com superfícies irregulares como serras, chapadas e morros. No Brasil, existem duas grandes unidades: o Planalto das Guianas e o Planalto Brasileiro, este se dividindo em três subunidades: Planalto Atlântico, Planalto Central e Planalto Meridional ou Planalto arenito-basalto. 2 - Unidade do relevo onde há predominância de processos de erosão e retirada de materiais. 3 - Forma de relevo plana ou levemente ondulada, porém de altitude relativamente elevada, limitada, pelo menos por um lado, por superfícies mais baixas, e em que os processos de degradação (erosão) superam os de deposição e acumulação de sedimentos (sedimentação) (IBGE, 2003).

Planalto da Borborema: Relevo elevado do Nordeste brasileiro, que acompanha a faixa litorânea criando obstáculos, principalmente na sua vertente ocidental, à penetração dos Ventos Alísios (carregados de umidade e provenientes do Atlântico) e “provavelmente” ajudando a acentuar a escassez de chuvas no interior da região, bem como a configuração do domínio morfoclimático da Caatinga. O Planalto da Borborema localiza-se entre a faixa litorânea oriental e as extensas superfícies sertanejas, separando estas duas áreas. Estende-se desde o Rio Grande do Norte até o norte de Alagoas, e é constituído basicamente de rochas cristalinas. Na borda oriental do planalto, o clima é mais úmido e o solo mais espesso. Na borda ocidental, principalmente no agreste, as chuvas são escassas e bastante irregulares.

Plânctons: Do grego plagktós, significa errante, instável. São microorganismos animais e vegetais, comuns nas águas frias dos mares. O termo Plâncton é comumente utilizado na biologia para designar comunidades de organismos microscópicos que habitam (se estabelecem) (n)as camadas superficiais de rios, lagos oceanos e mares. Os plânctons vivem dispersos nas águas com pouca capacidade de locomoção, sendo geralmente transportados pelas correntezas.

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Planejamento: Plano de intervenção em dada realidade, com o objetivo de, a partir do conhecimento profundo das características e problemas existentes, promover mudanças favoráveis ao desenvolvimento socioeconômico e à qualidade de vida de uma população. Segundo os cientistas Carlos Walter P. Gonçalves e Nilce M. de Azevedo, planejamento não passa de nome eufemístico usado para justificar o intervencionismo estatal para facilitar os caminhos do grande capital.

Planície: 1) Grande porção de terra relativamente plana, de origem sedimentar, geralmente de baixa altitude, onde predominam os processos de acumulação (deposição). No Brasil, as principais planícies são: Planície Amazônica, Planície do Pantanal e Planície Litorânea ou Costeira. 2) Unidade do relevo com predominância de processos de depósito de sedimentos, ou seja, onde o processo de sedimentação, em andamento, supera a erosão. 3 - Forma de relevo plana ou suavemente ondulada, de extensão variável, localizada mais freqüentemente em áreas de baixa altitude, e em que os processos de deposição e acumulação de sedimentos (sedimentação) superam os de degradação (erosão) (IBGE, 2003).

Planície Aluvial: Área inundável, afetada pelas cheias anuais e periódicas. Também conhecida como várzea, a planície aluvial geralmente tem forma alongada, composta por sedimentos finos (siltes e argilas) e matéria orgânica em abundância, que ficam em suspensão quando ocorre o extravasamento das águas e depois se depositam, formando camadas laminares de sedimentos. Além de várzea, a planície aluvial também é chamada de planície aluvionar e planície de inundação.

Plano Colômbia: Plano de intervenção na Colômbia (que conta com um financiamento de mais de dois bilhões de dólares dos Estados Unidos em ajuda econômica e militar), a pretexto de combater o narcotráfico no continente americano. Entre os dias 18 e 19 de outubro de 2000 realizou-se em Manaus a Conferência Ministerial de Defesa das Américas, oportunidade em que o vice-ministro de Defesa dos Estados Unidos, James Bodner, declarou muito à vontade que “... o Plano Colômbia seria executado com ou sem solidariedade internacional". As operações militares do Plano Colômbia, de fato, começaram em outubro de 2000, quando o exército colombiano, com apoio logístico e financeiro estadunidense, realizou um ataque em grande escala em Putumayo, no sul do país, na região mais rica em petróleo, localizada na fronteira com o Equador, sob a justificativa de desarticular uma guerrilha ligada ao narcotráfico no país. Essa guerrilha, que para as grandes mídias do continente é uma organização terrorista, responde pela sigla de FARCs (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Devido a essa parceria com os EUA a Colômbia se tornou – assim como Israel no Oriente Médio – a maior potência bélica da América Latina, um país pronto para servir ao imperialismo estadunidense no continente. Crítico ferrenho do Plano Colômbia, o jornalista e escritor José Arbex Júnior aponta que “O Plano Colômbia, inicialmente previsto para terminar em 2005, foi apresentado como uma estratégia de combate ao narcotráfico, e desse pretexto pretendeu extrair a sua legitimidade: a guerra às drogas reúne, potencialmente, as qualidades de uma bandeira universal. Mas o problema real, do ponto de vista da Casa Branca, nunca foram as drogas, e sim a resistência oferecida

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pela guerrilha aos planos de colonização da Amazônia. No início do ano 2000, mais de 40% do território colombiano estava sob controle das FARC, chefiadas por Manuel “Tirofijo” Marulanda e integradas por 15 mil soldados, e do Exército de Libertação Nacional (ELN). chefiado por Nicolas Rodriguez, com 6 mil soldados. A história oficial, contada pelos governos e pela mídia, tenta mostrar a guerrilha como uma espécie de vertente armada do narcotráfico (a expressão “narcoterrorismo” foi criada por Lewis Tambs, embaixador de Ronald Reagan na Colômbia). Nada mais falso. A guerrilha está profundamente arraigada no movimento popular e indígena da Colômbia, e só por isso consegue desafiar um Exército nacional de 150 mil homens” (http://revistapangea.com.br/show_news.asp?n=241&ed=7). E o Plano Colômbia tende a se ampliar, como denuncia o jornalista. Segundo o mesmo, o Equador já dá sinais dessa persuasão desde 2003, quando o país teve o nome envolvido pelo próprio governo equatoriano na captura de um dos mais importantes componentes da guerrilha colombiana, Ricardo Palmera, ou Simón Trinidad. Arbex aponta que a notícia “espetacular” da prisão do guerrilheiro, dada no final de 2003, é um primeiro resultado da ação conjunta dos serviços de informação dos Estados Unidos, Equador e Colômbia, e que isso já anunciava a nova fase do Plano Colômbia, a sua regionalização. Ver mais no artigo Bush impõe adesão de Quito ao Plano Colômbia, disponível em http://revistapangea.com.br/show_news.asp?n=221&ed=7.

Plano Colombo: Estratégia estadunidense de reconstrução, endividamento e expansão imperialista na Ásia do pós-guerra. Implantado em 1951, o principal alvo do plano, que era semelhante ao Plano Marshall, era a reconstrução do Japão. Tratava-se de criar áreas de prosperidade em regiões onde o avanço socialista era uma realidade, pois a pobreza e as desigualdades sociais constituíam um solo fértil para o sucesso das idéias anticapitalistas.

Plano Marshall: Idealizado pelo secretário de estado norte-americano George Marshall, em junho de 1947, o plano projetava combater o virtual colapso das economias européias (reestruturação) do pós-guerra através de uma vasta injeção de dólares nas economias desses países. O plano foi também, o instrumento central da estratégia da contenção, nos anos iniciais da corrida hegemônica entre as superpotências do pós-guerra: EUA e URSS. Para MAGNOLI (1997) (...) os dólares do Plano Marshall (1948-1952) soldaram os alicerces para a constituição e o alargamento da Comunidade Européia (...) (...) Jamais a economia e a política estiveram tão integradas como durante a Guerra Fria. Através do Plano Marshall, Washington garantiu a reconstrução das economias européias, criando a Europa Ocidental – o conjunto geopolítico de aliados dos EUA no Velho Mundo (...). Para LUCCI (1999), o plano objetivava consolidar o capitalismo na Europa Ocidental e reconquistar o espaço perdido para os soviéticos na Europa Oriental. LUCCI (1999) ressalta ainda que o plano levou à generalização dos ideais da sociedade de consumo, à liberdade de mercado e à expansão do American Way Of Life (modo americano de viver).

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Planisfério: Representação de toda a superfície esférica da Terra sobre uma folha plana. Também conhecido como mapa-múndi.

Plantation: Palavra inglesa utilizada para denominar um tipo de sistema agrícola implantado pelos colonizadores europeus não só na América, mas em todo o mundo tropical. As características principais das plantations eram: grandes propriedades (latifúndios monocultores); mão de obra compulsória (nativa ou escrava) ou mal paga; plantações de produtos tropicais de muito valor no mercado internacional e cultivos com finalidade de abastecimento dos mercados externos.

Plataforma Continental: 1 - Faixa de águas rasas, entre 60 e 200 metros de profundidade, que marca a terminação da parte emersa de continentes e ilhas. A plataforma é, portanto, a parte continental que não sofreu dobramentos (orogênese moderna). A placa Sul-americana – exemplo de Plataforma Continental - é formada pela Plataforma sul-americana + a plataforma patagônica + a cordilheira dos Andes. A origem da plataforma sul-americana data do Fanerozóico. 2 - Região submarina de baixas profundidades que margeia os continentes e inclina-se suavemente a partir do litoral até a profundidade de 200m. É separada das profundezas do oceano por um declive que se estende de 200 a 1.000m de profundidade, denominado talude continental.

Plataforma Sul-Americana: Para SCHOBBENHAUS & NEVES (2003) corresponde à fração continental da placa Sul-Americana que permaneceu estável e funcionou como antepaís durante a evolução das faixas móveis do Caribe (norte) e Andina (a oeste), ao mesmo tempo em que se processavam a abertura e o desenvolvimento (expansão) do Atlântico Sul, no Meso-Cenozóico. O Brasil ocupa a parte principal dessa plataforma fanerozóica, compartilhando-a ao norte com a Colômbia, Venezuela (de forma parcial), Guiana, Suriname e Guiana Francesa. Parte do território boliviano está incluída na porção mais ocidental desta plataforma, e ao sul estão o Paraguai, Uruguai (inteiramente incluído) e parte central e norte da Argentina (ao norte do Rio Colorado). O limite da plataforma com as faixas móveis fanerozóicas é em grande parte convencional e geralmente está encoberto por depósitos modernos. Nesse domínio formaram-se as bacias sub-andinas de antepaís durante o Neocenozóico, estendendo-se desde a Venezuela até o sul da Argentina.

Platô: Diz-se da área mais elevada do relevo de uma região, que apresenta declividade baixa e é circundada, normalmente, por escarpas e encostas.

Plebiscito: Do latim plebiscitus ou plebiscitum – plebi (povo, plebeus) + scitum (decreto). Consulta sobre uma questão específica, feita diretamente à opinião popular. Essa opinião expressar-se-á, obviamente, por meio de votação acerca de assunto de grande interesse político ou social. Segundo MORAES (2006) o plebiscito é uma forma de participação popular nos negócios do Estado, ou seja, uma consulta prévia que se faz aos cidadãos no gozo de seus direitos políticos, sobre determinada matéria a ser, posteriormente, discutida pelo Congresso Nacional. É uma forma de Democracia Participativa. Exemplos de plebiscitos são as consultas populares para escolha de um regime de governo entre a monarquia ou república, ou

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entre o presidencialismo ou o parlamentarismo. Outra forma de plebiscito é a consulta popular para a criação de novos Estados e Municípios. Outra forma de participação popular é o “Referendo”, que se diverge do plebiscito principalmente por ser uma consulta posterior ao ato governamental (ver mais em “Referendo”). Enquanto que o referendo ratifica ou rejeita um projeto já elaborado, o plebiscito autoriza, ou não, a sua formação; por isso é chamado de “consulta prévia”. O Uruguai, no ano de 1992 em pleno boom neoliberal, fez um plebiscito sobre a privatização das empresas públicas, onde mais de 70% da população votou contra. No Brasil, o neoliberalismo – assim como todas as suas privatizações - foi implementado a partir do governo Collor (1990-1992) sem qualquer esboço de uma consulta prévia.

Pleistoceno ou Plistoceno: Na escala geológica do tempo, corresponde à primeira época do período Quaternário (Era Cenozóica), com duração de um milhão de anos, em que ocorrem glaciações, dilúvios e períodos interglaciários, em cujo final, no Paleolítico, apareceu o homem com suas características atuais. Para DEMILLO (1998) o Pleistoceno, também conhecido como a idade do gelo, é o período de queda de temperaturas mais estudado pelos paleoclimatologistas, por ser o mais recente. Ainda segundo DEMILLO (1998) é importante lembrar que o ciclo de quedas de temperaturas teria ocorrido pelo menos umas dez vezes ao longo do período, resultando em grandes alterações climáticas.

Plioceno: Na escala geológica do tempo, corresponde ao último período do Terciário (Era Cenozóica), que se caracteriza pelo aparecimento dos primeiros hominídeos.

Pluvial: Referente às chuvas ou precipitações pluviométricas.

PNB: Produto Nacional Bruto. Total de bens e serviços gerados em todo território de uma nação no período de um ano, além dos recursos que entram e saem do país. O PNB é, portanto a produção interna, mais os recursos que entram menos os que saem do país. O PNB é um índice (indicador econômico) mais utilizado por países ricos, que normalmente têm PNB bem maior que o PIB, o que em países pobres ocorre de forma inversa, ou seja, o PIB costuma ser bem maior que o PNB.

Poder Estufa: É o potencial de aquecimento atribuído a um determinado gás estufa. Sabemos que o principal gás estufa é o Dióxido de Carbono, ou simplesmente Gás Carbônico (CO2). O CO2 em 2004 representou 77% das emissões antropogênicas globais de gases de efeito estufa; mas, para nossa sorte, seu poder estufa é pequeno em relação a outros gases estufa também importantes como Metano, por exemplo, que tem um potencial 20 vezes maior, embora sua concentração na atmosfera seja pequena. No caso do Óxido Nitroso e dos clorofluorocarbonos, suas concentrações na atmosfera são ainda menores. No entanto, o poder estufa desses gases é 310 e até 7.100 vezes maior que o atribuído ao CO2, respectivamente (in Perguntas e Respostas sobre Aquecimento Global - http://www.ipam.org.br/biblioteca/livro/Perguntas-e-respostas-sobre-Aquecimento-Global/572).

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Pôlderes: São áreas de terras situadas abaixo do nível do mar, que o homem conquistou. Geralmente são protegidos por um grande cordão de areia que tem uma função muito importante: impedir que, em ocasiões adversas, as ondas invadam as terras novamente. Os pôlderes representam hoje, cerca de 50% das terras cultiváveis dos Países Baixos (Holanda). Como o valor dessas terras é muito elevado, a agricultura é praticada com métodos científicos e intensivos. A partir do século XIII, os holandeses, que têm cerca de 34% de suas terras situadas abaixo do nível do mar, começaram a construir seus pôlderes, uma complexa infra-estrutura para evitar inundações e ao mesmo tempo conquistar terras do mar. Ergueram-se diques (barreiras de contenção de água) e foi traçada uma rede de canais para drenagem. Essas obras permitiram a secagem de terras antes cobertas pelo mar.

Polígono das secas: Área susceptível à desertificação, delimitada em 1951, e que inclui as regiões do semi-árido nordestino e o Norte de Minas Gerais. Cerca de 10% do polígono passa atualmente por um processo avançado de desertificação, segundo estudos do Ministério do Meio-Ambiente. Exemplos de regiões com estes sinais extremos de desertificação são: Gilbués (PI), Irauçuba (CE), Seridó (PB) e Cabrobró (PE). Segundo especialistas no assunto, o estágio atual de desertificação no polígono é tão grave que a natureza levaria cerca de dez mil anos para revertê-lo.

Pólo: Ponto onde o eixo da Terra toca a superfície. Também é utilizado como sinônimo de área de atração ou de concentração de determinadas atividades.

Poluição: Efeito que um agente poluente produz num ecossistema; introdução de um agente indesejável que contribui para a degradação ambiental.

Ponta: O mesmo que cabo.

Pontos cardeais: Designação dada às direções da rosa-dos-ventos que apontam para norte, sul, leste ou oeste.

Pontos colaterais: Designação dada às direções da rosa-dos-ventos que apontam para o nordeste (NE), localizado entre o N e L ou E; sudeste (SE), localizado entre o S e o L ou E; noroeste (NO), localizado entre o N e O ou W; sudoeste (SO), localizado entre o S e o O ou W.

População absoluta: População total de determinada localidade, cidade, região ou país.

População Economicamente Ativa (PEA): Compreende o potencial de mão-de-obra com que pode contar o setor produtivo, isto é, a população ocupada e a população desocupada.

População relativa: O mesmo que densidade demográfica, ou seja, o número total de habitantes (população absoluta) de uma determinada localidade, cidade, região ou país dividido pela área ocupada. Fórmula: hab/km² (habitantes por km²).

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Populismo: Técnica de governo que permite ao líder recuperar a exaltação de um príncipe popular a fim de controlar, ainda mais, o processo de mobilização política. Procede pela inversão dos papéis: em vez de educar, de responsabilizar e de cumprir uma função programática, o dirigente populista atua através de redundâncias, retomando por sua conta, para manipulá-la em alguma medida, uma inclinação marcante da população. Para BRUM (1999) “o populismo é uma prática política de um Estado pretensamente neutro e benevolente com os mais fracos, baseada no aliciamento das camadas sociais de menor poder aquisitivo. Trata-se de uma prática paternalista, clientelista e eleitoreira, onde o Estado exerce a tutela da sociedade, dos sindicatos e demais organizações, regulando a vida de tudo e de todos”. Exemplos de governos populistas na América Latina foram o peronismo (na Argentina, entre 1946-1955) e o getulismo (Brasil, entre 1934-1945 e 1950-1954).

Populoso (país, cidade ou povoado): Diz-se de localidade, cidade, região ou país que apresenta uma grande população absoluta. A população absoluta nada mais é que o número total de habitantes de uma região. Já a população relativa tem uma relação com densidade populacional, ou seja, é a relação “número de habitantes por Km2”. Seguindo esse raciocínio pode-se dizer que um determinado país pode ser populoso e povoado ao mesmo tempo, como é o caso do Japão; um outro país pode ser populoso, mas pouco povoado, como é o caso do Brasil; o Vaticano pode ser considerado um país muito povoado, mas pouco populoso.

Pororoca: Fenômeno que provoca uma grande onda resultante do encontro das águas do rio Amazonas com as águas do mar, na sua foz ou estuário. Na foz do rio Amazonas, quando a maré sobe, ocorrem choques de águas, elevando vagalhões que podem ocasionar naufrágios e são ouvidos a quilômetros de distância, é a pororoca. O volume de água do rio Amazonas é tão grande que sua foz, ao contrário dos outros rios, consegue empurrar a água do mar por muitos quilômetros. O oceano atlântico só consegue reverter isso durante a lua nova quando, finalmente, vence a resistência do rio. O choque entre as águas provoca ondas que podem alcançar até 5m e avança rio adentro. Este choque das águas tem uma força tão grande que é capaz de derrubar árvores e modificar o leito do rio. No dialeto indígena do baixo Amazonas o fenômeno da pororoca tem o seu significado exato, poroc-poroc, que significa destruidor. Embora a pororoca aconteça todos os dias, o período de maior intensidade no Brasil acontece entre janeiro e maio e não é um fenômeno exclusivo do Amazonas. Acontece nos estuários rasos de todos os rios que desembocam no golfo amazônico e no rio Araguari, no litoral do Estado do Amapá, e também nos rios Sena e Ganges.

Porto: Área ou lugar de uma cidade junto ao mar, rio ou lago, onde existem instalações e equipamentos apropriados e se desenvolvem atividades marítimas, fluviais ou lacustres.

Posseiro: Indivíduo que ocupa terra devoluta ou abandonada e passa a cultivá-la. Indivíduo que detém a posse de uma determinada porção de terra, mas não é dono de direito. O assentado de reforma agrária, antes que receba definitivamente o título de

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propriedade do imóvel, é considerado posseiro, por estar apenas usufruindo de uma terra ainda pertencente juridicamente à União.

Possibilismo: Corrente ou discurso que busca justificar os atos humanos na capacidade do homem em superar os problemas colocados pela natureza. É a capacidade humana de criar. O possibilismo é um paradigma da geografia que surge no final do século XIX na França, e na Alemanha e EUA no início do século XX, em resposta (ou contraposição) ao determinismo naturalista ratzeliano. Com o possibilismo, a paisagem passava a ser vista como criação humana, elaborada ao longo do tempo, sendo a paisagem natural transformada em cultural ou geográfica. O grande defensor dessa corrente de pensamento foi geógrafo francês Paul Vidal De La Blache (1845-1918). “O homem é o principal agente geográfico”.

Potencial hidrelétrico: Avaliação da capacidade de transformação em energia elétrica de determinado volume de água em um curso fluvial ou queda de água.

Pousio: Técnica usada na rotação de culturas que consiste no descanso planejado de uma parcela da terra durante o ano.

Pradaria: Extensa planície localizada geralmente em áreas de clima temperado, cuja vegetação é idêntica à da estepe.

Pré-cambriano (ou Era Primitiva): Na escala geológica do tempo, corresponde ao conjunto das Eras e períodos que vão desde a formação do planeta Terra até o início do Eon Farenozóico, ou seja, compreende o intervalo Azóico (sem vida) e aos eons Arqueozóico (e seu período Arqueano) e Proterozóico (e seu período Algonquiano).

Precipitação: Fenômeno meteorológico que ocorre quando se modifica a estabilidade da nuvem, isto é, quando a população da nuvem se instabiliza e algumas gotas crescem, às expensas das outras. A precipitação acontece quando algumas partículas de água atingem uma dimensão tal que passam a cair fora das nuvens e das correntes ascendentes que as sustentam. Se as partículas não evaporam ao cair, a precipitação atinge a superfície. Os tipos mais comuns de precipitações são: 1) Chuva: quando as gotas atingem dimensão suficiente para atingir a superfície no estado líquido. O mecanismo de crescimento das gotas, freqüente na região tropical, é a colisão-coalescência que ocorre em razão da ação da gravidade na presença ou não de campos elétricos. 2) Flocos de neve: ocorrem quando cristais de gelo, ao caírem, interagem com outros cristais de gelo, em nuvens cujos topos não ultrapassam o nível de 0o C. 3) Granizo: ocorre quando cristais de gelo, ao caírem, interagem com gotas de água em nuvens cujos topos não ultrapassam o nível de 0o C. 4) Convectivas: quando se originam de nuvens convectivas. 5) Frontais: quando se originam de frentes frias ou quentes. Elas podem atingir grandes distâncias. 6) Orográficas: quando se originam da interação com a topografia. Como pudemos constatar, nem toda precipitação é sinônimo de chuva, como foi citado no exemplo acima. No Brasil predominam os mecanismos convectivos e frontais nos totais de chuvas. O aquecimento continental intensifica a convecção. Mecanismos orográficos definem diferenças regionais ou locais. No Brasil, a interação entre a convecção

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continental e a topografia intensifica as chuvas e criam padrões de distribuição espacial distintos.

Presidencialismo: Regime de governo onde o Presidente concentra as funções de Chefe de Estado e de Chefe de Governo. É o tipo de regime predominante na maioria dos países, dentre os quais o Brasil, nos tempos atuais.

Pressão atmosférica: Pressão exercida pelo peso de uma coluna de ar sobre uma superfície qualquer. A pressão atmosférica decresce com a altura, devido à redução da massa de ar e, portanto da densidade do ar com a altura. Dois fatores determinam a distribuição das isóbaras globais: Continentalidade (maior no hemisfério Norte) – os continentes aquecem e resfriam mais rapidamente que os oceanos devido à grande diferença de calor específico entre ambos; Sazonalidade – as estações do ano definem o comportamento da temperatura da superfície e do ar.

Primavera Árabe: Expressão usada para designar um conjunto de levantes deflagrados, a partir do final de 2010, no Norte da África e no Oriente Médio, regiões onde a maioria da população é muçulmana. Fatores econômicos e demográficos podem ter sido os principais motivadores das revoltas que começaram na Tunísia – extremo norte da África – se alastrando por todo o mundo árabe. A grande vedete dessa onda de revoluções ficou por conta da mobilização através de redes sociais como Facebook, Twitter, Orkut e You Tube, o que propiciou com que notícias e estratégias se espalhassem rapidamente por toda a região, encorajando jovens, em todos esses países, a se erguerem contra seus regimes autocráticos. Evidentemente que os levantes ocorreram de forma diferenciada em cada país, pois, como afirma o blogueiro saudita Ahmed Al Omran - “A barreira do medo é diferente em cada país” . Em alguns deles – principalmente os da Península Arábica – o movimento não foi além dos pequenos protestos. Os maiores resultados ficaram mesmo no Norte da África, onde na Tunísia – quando tudo começou – Egito e Líbia seus presidentes foram depostos pela revolução. O presidente Líbio Muammar Gaddafi, inclusive, acabou assassinado brutalmente em frente a câmeras de celulares em outubro de 2011, após ter sido capturado pelos rebeldes. Como dito anteriormente, questões econômicas e demográficas podem ter sido fundamentais para a eclosão das revoltas. Altos índices de desemprego, regimes de dinastias autoritárias e antidemocráticas acabaram levando, principalmente a população mais jovem, a lutar por liberdade e melhores condições de vida. E a única saída foi mesmo depor esses líderes que mantiveram por longos anos o poder de governar a ferro e fogo essas nações. A expectativa maior do Ocidente, no entanto, pode não se concretizar: a criação de estados laicos, ou seja, o banimento dos Estados Teocráticos. Na própria Líbia – país do Norte da África que depôs seu ditador após 42 de governo dinástico – a separação entre poder e religião não se configurou, pelo menos por enquanto. Durante seção solene do Conselho Nacional de Transição ficou determinado que a "Charia" (lei islâmica) será a base da futura Constituição do Estado Líbio. Na Tunísia, onde tudo teria começado, a vitória do partido Ennahda nas eleições de Outubro/2011, cujas posições políticas se aproximam dos valores da fé, é uma prova de que os valores ocidentais ainda não foram digeridos na revolução,

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e, um estado laico levará tempo para ser desejado e até mesmo implantado por lá. O ocidente, que por ocasião apoiou as revoluções, terá que aguardar mais tempo para vislumbrar as tão desejadas flores (ocidentais) desta primavera. Sugiro leitura de alguns artigos disponíveis nos seguintes endereços abaixo: http://www.jornaldebarretos.com.br/novo/2011/10/42061;http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/17462/ativistas+arabes+relatam+u

so+da+internet+como+forma+de+resistencia+em+encontro+de+blogueiros.shtml; http://jornaldeangola.sapo.ao/19/46/o_tempo_e_os_efeitos_da_primavera_arabe_no_plano_politico.

Pró-álcool: Considerado o maior programa de energia renovável do mundo, implantado no Brasil, em 1975, após a primeira crise do petróleo de 1973, o Pró-álcool foi a ‘’suposta’’ solução brasileira para enfrentar o aumento do preço do combustível promovido pela OPEP (cartel formado pelos grandes produtores mundiais de petróleo). Na visão de alguns críticos do projeto, como por exemplo, Fabiana Zuliani Correa - Revista “Discutindo Geografia”, 2006 -, o Pró-álcool estimula a concentração fundiária e a expansão das monoculturas de cana-de-açúcar, principalmente na região Centro-Sul do Brasil. Para CORREA (2006) a expansão da monocultura ocorre, sobretudo, no estado de São Paulo, atualmente o maior produtor do álcool combustível do país. CORREA (2006) ressalta ainda que o recente processo de mecanização das lavouras de cana contribui para aumentar o desemprego no campo, intensificando o êxodo rural e agravando a crise urbana. Ela destaca também que a formação de resíduo tóxico (o vinhoto), geralmente despejado em rios e lagos, provoca sérios danos ao meio ambiente. Outro ponto negativo do Pró-álcool, para CORREA (2006), é o prejuízo anual causado pelas políticas de subsídios governamentais. Atualmente, os motivos que justificam a euforia do setor sucroalcooleiro, em torno da eminente reativação do Pró-álcool, são as vendas de carros bicombustíveis bem sucedidos no país; um outro fator é que o álcool vem ganhando mais espaço no mercado internacional diante das preocupações ambientais e das incertezas em relação ao petróleo. Produção Flexível (lean production): Modelo de produção surgido em meados dos anos 1970, em resposta à crise do modelo fordista de produção em massa. O sinônimo dessa nova mentalidade produtiva responde pelo nome de Toyotismo (de produção enxuta – Sistema Toyota de Produção), que, com a introdução da produção customizada, nos anos 1970 no Japão, atendia aos anseios por um novo modelo produtivo que estimulasse a competição, reduzisse os poderes sindicais, aumentasse a agilidade empresarial e, principalmente, reduzisse drasticamente os custos com produção e estocagem industriais. O momento do advento da “produção flexível” é comumente chamado por alguns autores de “Pós-Fordismo”, uma alusão à suposta superação do modelo de produção em massa implantado por Henry Ford nos EUA, no início do século XX. Os principais defensores da produção flexível alegam que a mesma resultou da evolução das condições institucionais alimentadas pelo desenvolvimento tecnológico, principalmente no campo eletroeletrônico que demandou mudanças significativas nos sistemas de produção utilizados pelas principais empresas em todo o mundo. Dentre as principais características da produção flexível estão a própria mecanização flexível, assim como a

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multifuncionalização da mão de obra cada vez mais qualificada e polivalente, além da descentralização dos processos produtivos. O lado negativo do modelo flexivo de produção é gerado principalmente pelo alto grau de automação produtiva, que, se por um lado reduz os custos operacionais maximizando os lucros, por outro acentua o desemprego - na troca do homem pelo robô, por exemplo - desencadeando uma conseqüente queda o nível de renda.

Projeção Azimutal: Ver “projeção plana”.

Projeção cartográfica: 1- Conjunto de métodos usados na representação da superfície terrestre, segundo o qual cada ponto da Terra corresponde a um ponto da representação. 2- Transferência de um ponto qualquer da superfície terrestre para uma posição correspondente na superfície de um mapa ou carta (MORAES, 2003).

Projeção Cilíndrica: É aquela produzida a partir da projeção dos paralelos e meridianos geográficos num cilindro que tangencia a Terra. Trata-se da projeção mais utilizada na produção de mapas-múndi e cartas de navegação. A área de menor distorção normalmente corresponde ao plano do Equador, onde está o centro dessa projeção. Paralelos e meridianos são retas que se cruzam perpendicularmente (formando ângulos de 90º). As projeções Conforme de Mercator e Equivalente de Peters, são exemplos clássicos de projeção cilíndrica.

Projeção Conforme: Tipo de projeção onde os ângulos do planisfério são mantidos idênticos aos da esfera terrestre. Assim, são preservadas as formas das superfícies representadas em detrimento de suas áreas. Quanto maior for a distância do Equador, maior será a distorção das áreas representadas. Um clássico exemplo deste tipo de projeção é a eurocêntrica projeção transversa de Mercator. A projeção cônica de Lambert, também é uma projeção conforme, onde os meridianos são linhas retas convergentes em um único ponto que se encontra fora dos limites da projeção.

Projeção Cônica: É aquela cujos meridianos e paralelos são projetados em um cone tangente à superfície terrestre. Os paralelos são círculos concêntricos e os meridianos são retos e convergem nos pólos. Este tipo de projeção é mais utilizado para representação de áreas de zonas temperadas.

Projeção de Mercator: Tipo de projeção cilíndrica onde as formas são preservadas e as áreas distorcidas. Conforme nos afastamos do plano do Equador temos um aumento relativo das áreas representadas. Assim, as áreas das altas latitudes apresentam dimensões maiores que as reais, ou seja, as distorções aumentam à medida em que se afasta do Equador. A projeção de Mercator é o exemplo do grande desenvolvimento pelo qual passou a cartografia, a partir do século XVI. E esse desenvolvimento da cartografia está associado ao contexto histórico das grandes navegações, ao mercantilismo com a incorporação de ‘’novos territórios’’ e mercados, além da própria difusão do modo de produção capitalista.

Projeção de Peters: Tipo de projeção onde é mantida a proporcionalidade das áreas, apesar de deformar as formas de continentes e oceanos. Ela nos dá uma noção de

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igualdade, valorizando as áreas mais pobres do planeta e quebrando a visão de superioridade das nações ricas do Hemisfério Norte.

Projeção Eqüidistante: Tipo de projeção onde são distorcidas as áreas e as formas representadas, mas, ao mesmo tempo, são mantidas com precisão, as direções e as distancias a partir do centro da projeção. A projeção Plana ou Azimutal é um clássico exemplo.

Projeção Equivalente: Tipo de projeção onde são deformados os ângulos do planisfério em relação aos da superfície terrestre. Desta forma, as áreas são mantidas idênticas às originais, mas suas formas são distorcidas. Exemplos clássicos deste tipo de projeção são: a projeção de Peters, a projeção de Mollweide e a projeção interrompida de Goode.

Projeção Plana: Também conhecida como azimutal ou polar, essa projeção é feita a partir do contato de um plano sobre a superfície. O plano da projeção é um plano tangente à esfera terrestre. Os paralelos são círculos concêntricos e os meridianos retos irradiam-se a partir dos pólos. A projeção plana é muito utilizada em análises geopolíticas e navegação aérea.

Projeção Policônica: Tipo de projeção que utiliza como superfície de projeção, diversos cones tangentes ao globo terrestre, não sendo conforme como a projeção Cônica. Os cones tangenciam a superfície a representar em seus paralelos, obtendo-se para cada cone, um paralelo. Os meridianos são representados por curvas complexas obtidas para cada cone. O meridiano central e o Equador são as únicas retas da projeção. Esta projeção apresenta pequena deformação próxima ao centro do sistema, aumentando rapidamente para a periferia, sendo indicada para regiões de maior extensão Norte-Sul, como nos casos do Chile e de Portugal. A projeção Policônica costuma ser também utilizada para confecção de Cartas Náuticas.

Promontório: Denominação dada aos cabos quando terminam por afloramentos rochosos escarpados. Parte dos continentes e ilhas que se projetam em direção ao mar.

Proterozóico: Do grego, proteros = primeiro + zoé= vida. Na escala geológica do tempo, corresponde ao eon pré-cambriano de vida elementar (primitiva). Teria ocorrido entre 2,5 bilhões e 500 milhões de anos atrás. Aquele em que ocorre a formação das primeiras rochas sedimentares, surgindo em seu final o desenvolvimento maior das primeiras formas de vida (proto-vida) como algas, fungos e muitos invertebrados. O Proterozóico é também conhecido como Idade do Ferro, pelas grandes jazidas que teriam se formado neste intervalo. Mudanças na litosfera produziram as principais massas terrestres e áreas de mares rasos, durante este intervalo.

Protocolo de Kyoto: Único mecanismo internacional existente que lida efetivamente com o problema do aquecimento global (aumento do efeito estufa). Determina que os países industrializados devam reduzir, até 2012, suas emissões de dióxidos de carbono (CO2) e outros gases estufa (metano, protóxido de nitrogênio e três gases

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flúor) em cerca de 5%, tomando como referência os dados de 1990. Com o protocolo criou-se todo um mercado de compra e venda de emissões que beneficia os governos envolvidos e países em desenvolvimento, como o Brasil, que não tem a obrigação de reduzir suas emissões, mas podem fazê-lo a baixo custo. Os EUA, que não ratificaram o protocolo, são responsáveis por cerca de 40% da emissão entre os países industrializados e 21% de toda a carga de gases estufa despejada diariamente na atmosfera. O presidente norte-americano George W. Bush se retirou das negociações sobre o protocolo em 2001, alegando que a sua implementação prejudicaria a economia do país. O governo Bush considera o tratado “fatalmente fracassado”. Um dos argumentos é que ele não se estende aos países em desenvolvimento. 141 países já ratificaram o protocolo, que entrou em vigor em fevereiro de 2005.

Q

Quadrilátero Ferrífero: 1 - Região geológica inserida na Província Sanfranciscana, situando-se no extremo sul da área ocupada pelo Cráton do São Francisco e que corresponde a um fragmento crustal poupado, em parte, da Orogênese Brasiliana, o qual abriga em seus domínios jazidas de ferro, ouro e outros recursos minerais (Almeida, 1977; Almeida & Hassuy, 1984) in BRAGA (2009). 2 - Área de grande importância geoeconômica de expansão metalúrgica de Minas Gerais. Com aproximadamente 100 km de lado, o quadrilátero abrange cidades como Belo Horizonte, Congonhas, Mariana, Ouro Preto, Santa Bárbara e Nova Lima, formando quase que um quadrado; daí a denominação. No quadrilátero se concentram as mais importantes jazidas de minério de ferro do Sudeste. O ferro inclusive, ocupa cerca de 7.500 km2 do quadrilátero, como um teor metálico de cerca de 68% na hematita e de 30% a 60% nos outros tipos do minério de ferro. A exploração desmedida das jazidas, porém, ao longo das últimas décadas, causaram grandes impactos ambientais na região do quadrilátero. São imensas crateras que descrevem ambientes de total desolação que nos levam a confundir, inclusive, vários trechos com verdadeiros desertos, tamanha a destruição causada pelas incessantes atividades mineradoras. Se por um lado, a abundância mineral ajudou a desenvolver industrialmente a região do entorno, por outro, a exploração predatória deixou seqüelas irreversíveis no ambiente. O quadrilátero ferrífero é um típico exemplo de desenvolvimento insustentável (grifo meu).

Qualidade de vida: Conjunto de condições objetivas e subjetivas que permitam o bem-estar físico e espiritual dos seres humanos, tais como: saneamento básico,

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habitação, alimentação, educação, saúde, acesso ao lazer e aos bens culturais, trabalho (em condições compatíveis com a dignidade humana), segurança, liberdade, direito ao exercício da cidadania, meio ambiente saudável; que permitam, enfim, viver em um ambiente natural e social não degradado.

Quartzo: Dióxido de silício, um dos minerais mais comuns encontrados na natureza. É característico de rochas ígneas, resistente às intempéries e abundante em rochas metamórficas e sedimentares.

Quaternário: Na escala geológica do tempo, corresponde à divisão geológica recente do Cenozóico (Era) posterior ao Terciário, compreendendo os períodos do Pleistoceno (anterior) e do Holoceno (recente), com duração de cerca de 4 milhões de anos, incluindo a época atual. Caracteriza-se pelo aparecimento do homem, sendo o clima, a fauna e a flora semelhantes ao que conhecemos hoje.

Quilombola(s): Expressão usada para denominar comunidades remanescentes de grupos afro-descendentes, mapeados pelo INCRA, órgão responsável por sua titulação. A constituição brasileira assegura aos quilombolas o direito às suas terras, assim como a manutenção de sua cultura. Assim, suas terras são, da mesma forma que as reservas indígenas, áreas protegidas no País. O Brasil possui a maior comunidade afro-descendente do mundo, sendo considerado o segundo maior “país negro” ficando atrás apenas da Nigéria.

Quioto: Ver “Protocolo de Kyoto”.

R

Raça: Termo de pouco valor científico que designa as diferentes características físicas entre os seres humanos, descendentes de diferentes grupos étnicos, e que são distinguidos por características primárias como cor da pele, tipo de cabelo, detalhes faciais, altura, etc., que são transmitidas hereditariamente. Teorias racistas, com enfoques evolucionistas e nazistas, justificaram o colonialismo e o fascismo no passado e a opressão sobre minorias e grupos étnicos no presente.

Radiação: 1) Processo de emissão de energia eletromagnética (calor, luz, raios gama, raios X) e partículas subatômicas (elétrons, nêutrons, partículas alfa, etc.). 2) processo pelo qual a energia é propagada através de um meio qualquer, sob a forma de ondas. Pode ser exemplificada pela radiação eletromagnética, que emite calor e luz, ou por ondas de som. Segundo DEMILLO (1998) a radiação é uma das três

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maneiras pelas quais a energia térmica pode ser transferida dentro do universo físico; as outras duas são a convecção e a condução. Para DEMILLO, como a radiação é a transferência de energia, ou através de ondas eletromagnéticas, ou através partículas ondulatórias, esta mesma transferência não necessita de um meio para transportá-la, mas somente da própria onda.

Radiação eletromagnética (REM): Transmissão de energia na forma de ondas, contendo um componente elétrico e outro magnético, por ser produzida pela aceleração de uma carga elétrica em um campo magnético. O espectro da radiação eletromagnética engloba a luz visível, os raios gama, as ondas de rádio, as microondas, os raios x, ultravioleta, infravermelho. Esses nomes indicam áreas do espectro divididas com fins didáticos e práticos, pois o espectro é contínuo e não há diferenças abruptas entre as formas de radiação e todas são basicamente o mesmo fenômeno físico. Por exemplo, todas irradiam-se pelo espaço com a mesma velocidade, conhecida como “velocidade da luz”, de cerca de 300 mil km/s. As diferenças estão no comprimento das ondas e na freqüência da radiação, que fazem com que tenham diferentes características, como o poder de penetração dos raios X ou o aquecimento do infravermelho. Uma fonte de radiação, como o Sol, pode emitir luz dentro de um espectro variado. Por exemplo, decompondo-se a luz solar com um prisma é possível ver um espectro de cores, como as do arco-íris. Outras são invisíveis ao olho humano, mas detectáveis por instrumentos. A banda completa de freqüências da radiação eletromagnética é chamada de espectro eletromagnético.

Radiação solar: Emissão de raios solares que incidem sobre a superfície terrestre e irradiam para a atmosfera, aquecendo-a.

Raios Ultra-Violeta: São aqueles predominantemente emitidos pela radiação solar, cujo comprimento de onda é considerado muito curto, entre 0,3 e 0,4 um.

Ravina(s): São "Sulcos produzidos nos terrenos, devido ao trabalho erosivo das águas de escoamento. Pequenas incisões feitas na superfície do solo quando a água de escoamento superficial passa a se encontrar e produzir pequenos regos" (GUERRA, 2001). Sulcos produzidos nos terrenos devido à erosão das águas e escoamento (das chuvas). Sulcos alongados, rasos ou profundos, geralmente contínuos, sem grandes desmoronamentos.

Recessão: Paralisia momentânea da economia. As orientações neoliberais sustentam que o Estado deve minorar o déficit fiscal, reduzindo os gastos públicos, e aplicar uma política rigorosa de restrição de emissão de moeda e altas taxas de juros. Esses fatores conjugados é que geram a recessão.

Recife: Formação rochosa localizada próxima da costa marítima, sendo os mais comuns os de arenitos (areias consolidadas) ou de corais (formações orgânicas; biológicas). A capital pernambucana, Recife, recebeu esse nome em alusão à formação de corais em seu litoral.

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Recifes (ou bancos) de corais: Estruturas formadas por microorganismos chamados pólipos coralíneos, que sobrevivem protegidos por um esqueleto de calcário convivendo com plantas microscópicas e algas. São encontrados em águas oceânicas pouco profundas, ou em áreas aquecidas por correntes marítimas mais quentes, principalmente nos trópicos. Constituem-se em ricos ecossistemas que abrigam cerca de 25% das espécies marinhas do planeta. O maior recife coralino do planeta se encontra na costa do estado de Queensland (Terra da Rainha) na Austrália. Conhecido como a Grande Barreira de Corais, esse fantástico monumento natural estende-se por uma área de 350 mil quilômetros quadrados e engloba mais de duas mil ilhas além de três mil recifes. Essa região australiana tem uma riquíssima biodiversidade marinha abrangendo uma grande variedade de espécies de peixes tropicais.

Recôncavo: Cavidade profunda; pequena baía, enseada. Um grande exemplo desse tipo de formação é o Recôncavo Baiano, que representa a região em torno da baía de Todos os Santos.

Recôncavo baiano: Área localizada no Estado da Bahia que circunda a baía de Todos os Santos e onde se localizam a cidade de Salvador e mais 16 municípios. Corresponde a uma fossa tectônica, com terrenos sedimentares, dominada pelo clima quente e úmido, com alta pluviosidade nas imediações do Atlântico. O recôncavo é a área de povoamento pioneira da Bahia, e a rede urbana que ali se desenvolveu, é a mais antiga do Brasil. Os solos férteis de massapé favoreceram desde os tempos coloniais o cultivo da cana-de-açúcar, que ainda constitui uma das riquezas da região. No mesmo período iniciou-se a cultura do tabaco, possibilitando mais tarde o surgimento de uma indústria de charutos, hoje em decadência. A principal riqueza do recôncavo está na extração e refino de petróleo.

Recursos não-renováveis: Recursos naturais extraídos pelo homem, diretamente da natureza, e que uma vez esgotados, não podem ser repostos ou recriados a curto ou médio prazo. O maior exemplo de recurso não-renovável é o petróleo. Outros exemplos, porém de menor importância como fontes de energia, são o gás natural e o carvão mineral. O petróleo e o carvão mineral, inclusive, constituem as principais matrizes energéticas do planeta.

Recursos renováveis: Recursos naturais extraídos pelo homem e que podem ser repostos ou recriados pela intervenção humana. Um exemplo de recurso renovável é a biomassa.

Referendo: Do latim referendum, aquilo que deve ser submetido ou sujeitado a alguém. Prática de se expor à votação popular, medidas já previamente propostas ou aprovadas por um órgão legislativo. Segundo MORAES (2006) o referendo consiste em uma consulta posterior sobre determinado ato governamental para ratificá-lo (confirmá-lo) ou rejeitá-lo. Mirkine Guetzevitch, citado por MORAES (2006), menciona que o referendo é um processo particular para a regulamentação dos conflitos entre os poderes Executivo e Legislativo. Daí o surgimento de uma forma

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inteiramente nova de referendum, em que o povo, votando por esta ou aquela lei, numa autêntica “Democracia Participativa”, resolve, ao mesmo tempo, o próprio conflito entre o Executivo (governo) e o Legislativo (parlamento). Exemplo recente de referendo foi a consulta popular sobre o desarmamento, ocorrida em Outubro de 2005, onde uma ampla votação decidiu pela manutenção do direito civil de se adquirir, portanto possuir, armas de fogo. Ainda sobre o Referendo das Armas, em 2005, vale ressaltar que o mesmo já fora previsto no Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826, de 22 de Dezembro de 2003), onde o Art. 35 do Cap. VI discorre: É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional, salvo as entidades previstas no art. 6º desta Lei. § 1º - Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de aprovação mediante “referendo popular”, a ser realizado em outubro de 2005. Outro exemplo, agora internacional, foi o referendo promovido na Venezuela em 2004. Naquele ano, o povo venezuelano foi às urnas para decidir se revogava ou não o mandato do então presidente Hugo Chaves, que acabou vencendo com 59,25% dos votos, o que garantiu o cumprimento do seu mandato até o final de 2007. Outra forma de consulta popular é o plebiscito, que, ao contrário do referendo, trata-se de uma consulta prévia, ou seja, serve para autorizar, ou não, a elaboração ou formação de algum projeto.

Reflectância: Do inglês reflectance, é a relação entre o fluxo luminoso incidente sobre uma superfície e a luminosidade refletida pela mesma. É a Capacidade de um objeto refletir (devolver) a radiação eletromagnética incidente.

Reflorestamento: Replantio ou plantio de árvores em uma floresta que teve suas árvores removidas ou destruídas, por causas naturais, incêndios, extração, corte ou outros meios. Pode ter objetivos ecológicos, quando visa recompor a vegetação original; objetivos econômicos, quando são plantadas espécies de rápido crescimento e valor de mercado para corte e comercialização; objetivo social, quando se plantam espécies de uso em moradias ou para contenção de encostas.

Reforma Agrária: Série de medidas cujo objetivo é a introdução de transformações na estrutura fundiária de um país ou região. De acordo com o Estatuto da Terra, artigo 1º, parágrafo 1º, considera-se "Reforma Agrária o conjunto de medidas que visem a promover melhor distribuição de terras mediante modificações no regime de sua posse e uso a fim de atender aos princípios de justiça social e ao aumento da produtividade". O artigo 16 diz que "a Reforma Agrária visa estabelecer um sistema de relações entre o homem, a propriedade rural e o uso da terra, capaz de promover na justiça social o progresso do homem do campo, assim como seu bem-estar e o desenvolvimento econômico do país, com a gradual extinção do minifúndio e do latifúndio". A primeira reforma agrária, na América Latina, ocorreu no México em 1910. Segundo VEIGA (1994) o que mais impede que lavradores tenham acesso à terra é a concentração fundiária nas mãos das chamadas “oligarquias”, ou seja, um pequeno número de famílias ricas e com grandes poderes de influência, e que costumam, na maioria dos casos, manter em seus domínios, grandes áreas para fins meramente especulativos.

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Regato: Corrente de água pouco volumosa e de pequena extensão; riacho, córrego. O mesmo que ribeirão.

Região metropolitana: Região densamente urbanizada constituída pela metrópole e por municípios autônomos que, independentemente de sua vinculação político-administrativa, fazem parte de uma mesma comunidade socioeconômica, e cuja interdependência gera a necessidade de coordenação dos planos e projetos públicos e realização de serviços de interesses comuns. Um exemplo é a RMBH (Região Metropolitana de Belo Horizonte) formada pela conurbação entre a capital mineira e cidades do seu entorno como Betim, Contagem e Ribeirão das Neves.

Regionalização: Divisão política de um espaço ou território em unidades de área que apresentam características comuns. Dentre os principais critérios de regionalização estão os físicos, os políticos e os socioeconômicos. As finalidades também são variadas, e vão desde econômicas e administrativas a didáticas. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem sido, desde a década de 1940, o órgão responsável pelas várias divisões regionais elaboradas para o nosso país. Nossa atual divisão regional data de 1969, quando o IBGE reuniu todas as unidades de federação em cinco grandes macrorregiões. Nesses últimos 38 anos, foram feitas apenas pequenas modificações político-administrativas na última divisão regional; foram mudanças como emancipação de territórios e divisão de estados, por exemplo.

Relevo: 1 - Conjunto heterogêneo de “formas” que compõem a superfície da Terra. As forças endógenas são as responsáveis pela estruturação e as exógenas pela esculturação do relevo. 2 – Para COELHO (1992) o relevo corresponde às diversas configurações da crosta terrestre e resulta da atuação de dois conjuntos de agentes: os internos (endógenos) como tectonismo e vulcanismo, e os externos (exógenos) como os diversos tipos de intemperismos.

Renda Nacional: Corresponde ao produto Interno Líquido, subtraindo-se os fundos destinados à depreciação de instalações e bens de capital, custos de produção e remessas enviadas ao exterior, adicionando-se remessas vindas do exterior.

Renda per Capita: A Renda Nacional dividida pelo número de habitantes. O Produto Interno Líquido total gerado pela economia de um país, região, Estado ou cidade num período de um ano, excluídos e incluídos certos itens dividido pelo número de habitantes. Segundo um artigo do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, a cidade que tem a maior renda média per capita do Brasil é Águas de São Pedro (SP). Os 1.883 habitantes dessa cidade paulista viviam, em média, com uma renda de R$ 954,65 em 2000. Havia apenas 5,3% de pobres; ainda assim, os 20% mais ricos se apropriavam de 61,8% da renda total dos habitantes deste município.

Represa: Obra de engenharia destinada à acumulação de água para diversos fins, o que é obtido pelo represamento dos rios, originando-se daí grandes lagos artificiais que, por vezes, causam sérios transtornos e inconvenientes sociais e ecológicos, como recrudescimento de endemias e até mesmo abalos sísmicos. No Brasil, têm-se construído represas para o funcionamento de usinas hidrelétricas (produção de

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energia elétrica) em espaços ocupados por milhares de pessoas, principalmente pequenos agricultores, que acabam expulsos de suas terras. O exemplo da represa de Sobradinho (BA) é muito significativo. A construção dessa represa concorreu para a expulsão de 70.000 trabalhadores rurais; Itaparica (PE/BA) é outro exemplo, de onde foram expulsas mais de 40.000 pessoas.

República: Forma de governo onde o chefe de estado (Presidente ou Primeiro-Ministro) é eleito e exerce o poder por certo período de tempo. Predomina na quase totalidade dos países nos dias atuais.

República presidencialista: A característica essencial da democracia presidencialista é que o povo elege diretamente o chefe de estado, diferentemente da parlamentarista, na qual ele é escolhido pelo Poder Legislativo. Na maioria dos casos, o presidente dispõe de mais poderes do que nas democracias parlamentares, já que existe uma divisão clara entre os poderes Legislativo e Executivo. O sistema é adotado majoritariamente no continente americano.

Reserva biológica: Unidade de conservação que tem como objetivo a preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos naturais. É de posse e domínio públicos (IBGE, 2003).

Reserva ecológica: Unidade de conservação criada com o objetivo de manter os ecossistemas naturais de importância regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas, de modo a compatibilizá-la com o objetivo da conservação ambiental (IBGE, 2003).

Reserva extrativista: Segundo o Vocabulário Básico do Meio Ambiente: "Uma área de domínio público, na qual os recursos vegetais podem ser explorados racionalmente, sem que o ecossistema seja alterado". Foi instituída como uns dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente, pela Lei nº 7.804 de 18.7.89. São áreas destinadas à exploração auto-sustentável e conservação dos recursos naturais renováveis por populações extrativistas tradicionais residentes (Decreto 98.897 de 30/01/1990).

Reservas naturais: Expressão utilizada para designar um território com suas terras, águas e subsolo controlados por administração governamental, no sentido de proteger e conservar suas características físicas e de vida vegetal e animal originais.

Resíduos sólidos (lixo): Segundo MAZZINI (2003) é todo tipo de resíduo em estado sólido ou semi-sólido, produzido e descartado pela atividade humana. Esses resíduos podem se originar principalmente das atividades domésticas, comerciais, agrícolas, industriais, de serviços e de varrições. MAZZINI destaca dois tipos de resíduos sólidos conforme suas origens e composições: resíduos orgânicos e inorgânicos. Os orgânicos são representados em grande parte pelo lixo domiciliar, constituído

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geralmente de matéria orgânica como cascas de frutas e restos de alimentos. Os resíduos inorgânicos são compostos geralmente por produtos manufaturados como papéis, metais, lâmpadas, velas, porcelana e vidros em geral, podendo ser recicláveis ou não. Os resíduos orgânicos se decompõem mais fácil e rapidamente devido à ação de microorganismos como bactérias e fungos. Já os resíduos inorgânicos não se degradam facilmente, podendo permanecer por longos anos no ambiente. Dados da última Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (IBGE, 2000) dão conta de que os brasileiros produziam diariamente cerca de 125 mil toneladas de resíduos. Desta totalidade, cerca de 47% tinham como destino os aterros sanitários; outros 22% iriam para aterros controlados e o restante (31%) para os lixões. Tanto os aterros controlados quanto os lixões geralmente causam problemas ambientais como contaminação dos solos e das águas subterrâneas, devido ao mau gerenciamento dos resíduos gerados pela sociedade.

Ressaca: Fenômeno litorâneo que envolve ondas de tamanho anormal resultantes da agitação do mar. Este fenômeno ocorre quando coincide uma maré de lua cheia mais intensa com a chegada de uma frente-fria, com ventos muito fortes. Nessa situação, os ventos sopram as ondas das marés em direção ao litoral, que ficam maiores do que o normal e costumam causar destruição de casas e prédios localizados próximos à orla marítima (Extraído da ed. 31 da revista Conhecimento Prático Geografia, página 59).

Ressurgência: Processo pelo qual a água fria de profundidade sobe à superfície. Esse processo se caracteriza pelo movimento das águas da superfície em direção ao alto-mar. Isso faz com as águas das profundezas (mais frias) se desloquem em direção às praias. O transporte vertical, geralmente é provocado: a) pelo impacto de massas d'água de densidades diferentes; b) regiões onde uma corrente oceânica submarina encontra um obstáculo (talude continental ou elevação submarina) que a força a subir; c) como função entre a direção do vento e a orografia do fundo. As áreas onde ocorre a ressurgência são reconhecidamente as mais piscosas (ricas em cardumes) do mundo, pois nelas há, quase sempre, uma enorme quantidade de nutrientes – plânctons. Isto ocorre porque as correntes frias deslocam-se em grandes profundidades e afloram em algumas áreas dos oceanos, trazendo consigo nutrientes que estavam no fundo do mar. A proliferação de plânctons faz com que aumente em muito a presença de peixes na área, que deles se alimentam, beneficiando a atividade pesqueira. Durante o verão, a ressurgência é mais comum, e, principalmente no caso brasileiro sua ocorrência é maior nas regiões de Cabo Frio (RJ), São Sebastião (SP) e Cabo de Santa Marta (SC).

Restinga (ou flecha litorânea): Ilha alongada, faixa ou língua de areia, depositada paralelamente ao litoral, graças ao dinamismo destrutivo e construtivo das águas oceânicas. Faixa de areia depositada de forma paralela ao litoral pelas correntes marinhas, nas entradas de baías e enseadas. A vegetação de restinga é formada por espécies pioneiras que se estabelecem em pontos mais afastados das áreas de

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alagamentos. As restingas são geralmente pobres em argilas e matéria orgânica, os solos do ecossistema têm baixa capacidade de retenção de água e nutrientes.

Revolução: 1 – Tempo, volta completa, gasto por um corpo celeste para descrever sua órbita; retorno periódico de um corpo astral a um ponto da própria órbita. 2 - Alteração brusca e significativa de alguma coisa, especialmente de natureza político-social; movimento de revolta contra um poder estabelecido, feito por um número significativo de pessoas, em que geralmente se adotam métodos mais ou menos violentos como insurreição, rebelião ou sublevação. O termo ‘’revolução’’ pressupõe mudanças radicais, tanto sócio-estruturais quanto institucionais. Seguindo esta lógica, a revolução não pode ser tecnológica ou cultural, mesmo que estas venham a ser incorporadas posteriormente ao processo. Exemplos de supostas revoluções ocorridas ao longo dos tempos são: a revolução burguesa francesa de 1789, a revolução proletária Russa Bolchevista (1917), a revolução socialista em Cuba (1959), a revolução islâmica no Irã (1979) e as revoluções na Bolívia (1952) e no México (1910). Para BRUIT (1988) o confronto social imposto pela revolução resulta da oposição entre a classe que detém o poder político do Estado e as classes que se acham excluídas desse poder. NOTA DO AUTOR: “É importante ressaltar que a manutenção de um contexto de privilégios de classe, pode descaracterizar uma revolução, dando à mesma um sentido muito mais próximo de uma reforma. Na própria América Latina, costuma-se confundir, muitas vezes pretensiosamente, reforma com revolução, como se em ambas as ocorrências pudéssemos apreciar o mesmo desfecho ideológico”.

Revolução Burguesa: Para BRUIT (1988) é o tipo de revolução que tem como principal protagonista a burguesia, que se insurge contra a aristocracia feudal que domina o Estado. BRUIT (1988) destaca que as revoluções burguesas têm como principal objetivo a implantação definitiva e o livre desenvolvimento do sistema capitalista. Um dos exemplos mais clássicos de revolução burguesa é a Revolução Francesa de 1789.

Revolução Industrial: Conjunto de mudanças tecnológicas com profundo impacto no processo produtivo em nível econômico e social. A Revolução Industrial teve início no século XVIII, na Inglaterra, com a mecanização dos sistemas de produção. Enquanto na Idade Média o artesanato era a forma de produzir mais utilizada, na Idade Moderna esse quadro se alterou. A burguesia industrial, ávida por maiores lucros, menores custos e produção acelerada, buscou alternativas para melhorar a produção de mercadorias. O século XVIII foi marcado pelo grande salto tecnológico nos transportes e máquinas. As máquinas a vapor, principalmente os teares, revolucionaram o modo de produzir. Se por um lado a máquina substituiu o homem, gerando milhares de desempregados, por outro baixou o preço de mercadorias e acelerou o ritmo de produção. Na área de transportes, podemos destacar a invenção de locomotivas e trens a vapor. Com estes meios de transporte, foi possível transportar mais mercadorias e pessoas, num tempo mais curto e a custos mais baixos. A primeira Revolução Industrial baseou-se quase que totalmente no desenvolvimento da indústria têxtil. A segunda Revolução Industrial ocorreu no final

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do século XIX com o advento de tecnologias como o motor a combustão interna e a utilização do petróleo como combustível, além de processos de transformação do ferro em aço, o que acabou por inaugurar a siderurgia moderna. A terceira Revolução Industrial (Revolução Tecnocientífica) eclodiu-se quase no final do século XX, a partir da década de 1970, com o abandono do conceito da produção serializada (como a do Fordismo) para mercados homogêneos. Os novos produtos caracterizavam-se pela variedade de versões, que se adaptavam a nichos de mercado com exigências especificas. O grande símbolo, talvez, da terceira revolução Industrial foi o modelo de produção japonês conhecido como Toyotismo.

Revolução Proletária: Para BRUIT (1988) é a revolução feita pela classe trabalhadora, especialmente a operária, contra a burguesia detentora do poder. As revoluções proletárias têm como principal objetivo implantar e desenvolver o sistema socialista de produção e reprodução social. A mais famosa revolução proletária talvez seja a Revolução Bolchevista de 1917, na Rússia.

Revolução Verde: Revolução implantada mundialmente a partir da Segunda Guerra Mundial e que foi “idealizada” para salvar a agricultura dos países subdesenvolvidos de uma suposta incapacidade de vencer obstáculos tecnológicos. Definida pela incorporação de um grande pacote tecnológico que consiste no uso de fertilizantes químicos, sementes selecionadas, corretores de solos, máquinas agrícolas, agrotóxicos, irrigação e conhecimento técnico especializado, a Revolução Verde visava aumentar a produtividade agrícola desses países, intensificando o processo de industrialização da agricultura. Mas o resultado mais expressivo da Revolução Verde foi o favorecimento aos grandes proprietários, às empresas fornecedoras de máquinas e insumos para a agricultura e às próprias empresas agrícolas de maior porte. No Brasil, a Revolução Verde teria sido alavancada a partir da década de 1960. Segundo POLAK (2005) (...) embora a Revolução Verde tenha aumentado significativamente a safra de grãos no mundo, a fome e a pobreza persistem na África, na Ásia e na América Latina. Pequenos agricultores que possuem lotes em terras marginais não conseguem cultivar alimentos suficientes para sustentar suas famílias. Somente na África Subsaariana, mais de 300 milhões de pessoas sobrevivem com US$ 1 ao dia ou menos. Na Índia, mais de 200 milhões de pessoas estão subnutridas (...). Para Norman Borlaug (Nobel da Paz em 1970), a solução em longo prazo para reduzir a fome no mundo, seria (...) revolucionar a produção agrícola, principalmente entre os agricultores de subsistência dos países em desenvolvimento. Além de aumentar o suprimento de comida, isso também criaria empregos e geraria nova renda pela venda dos grãos excedentes (...). NOTA DO AUTOR: Embora a Revolução Verde tenha resultado no aumento considerável na produção agrícola, dizer que a mesma veio para solucionar o problema da oferta e distribuição de alimentos, não passa de uma falácia. O número de famintos cresce tanto quanto a oferta de suprimentos alimentares. E o maior absurdo é que o mundo já conhece um número maior de obesos do que os de subnutridos. A obesidade já é um dos grandes flagelos do século XXI. Portanto, a Revolução Verde só veio para aprofundar ainda mais as distorções do mundo capitalista. O que rege esse mundo, assim como a produção de alimentos,

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é o poder econômico, cada vez mais restrito a uma parcela cada vez mais ínfima do contingente populacional do planeta. Alimente-se quem puder!

Ria(s): Do espanhol ria, significa “esteiro ou braço de rio; foz”. As rias são Vales fluviais inundados pelas águas marítimas. Oferecem excelentes condições para a instalação de portos.

Ribeirão: Pequeno rio ou curso de água com pouco volume. O mesmo que córrego, riacho, regato.

Rifte: Do inglês rift, significa brecha, rachadura. Estrutura de bacia tectônica margeada por falhas de gravidade. Quando se desenvolvem a ponto de se transformarem em extensas depressões, os riftes passam a serem chamados de rifts valleys.

Rio: Curso de água natural, de extensão às vezes considerável, que se desloca de um plano mais elevado (nascente) para outro mais baixo (vazante), aumentando progressivamente seu volume até desaguar no mar, num lago ou noutro rio, e cujas características dependem principalmente do relevo e do regime de águas.

Rio-92: Também conhecida como Eco-92, a Rio-92 foi uma conferência organizada e realizada pela ONU, entre os dias 03 e 12 de junho de 1992, na cidade do Rio de Janeiro. Foi a segunda conferência mundial sobre ambiente e desenvolvimento; a primeira ocorreu 20 anos antes em Estocolmo, em 1972. Esta conferência foi a maior reunião de chefes de Estado e de governo já ocorrida; foram 179 países participantes e 118 governantes presentes. Dentre os documentos assinados durante a conferência destaca-se a Agenda 21, considerado um dos mais extensos reconhecimentos dos direitos socioambientais já registrados pelo Direito Internacional. Ver mais em “Agenda 21”.

Rio + 10: Conferência sobre ambiente e desenvolvimento realizada em 2002, na cidade de Johannesburgo na África do Sul, e que serviu para avaliar os resultados das resoluções tomadas durante a conferência realizada no Rio de Janeiro em 1992.

Rios, tipos de: Existem três tipos de rios: a) rios perenes, aqueles que nunca secam; b) rios intermitentes, aqueles que só possuem água por ocasião do período das chuvas, secando no período da estiagem; c) rios efêmeros, aqueles que se formam durante ou logo após precipitações (chuvas).

Risco País: O risco país é um índice denominado Emerging Markets Bond Index Plus (EMBI+) e mede o grau de "perigo" que um país representa para o investidor estrangeiro. A expressão "risco país" entrou para a linguagem cotidiana do noticiário econômico, principalmente em países que vivem em clima de instabilidade, como o Brasil e a Argentina. O "risco país" é um indicador que tenta determinar o grau de instabilidade econômica de cada país. O risco país é calculado por agências de classificação de risco e bancos de investimentos. O banco de investimentos americano J. P. Morgan, que possui filiais em diversos países latino-americanos, foi

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um dos primeiros a elaborar (aderir) este tipo de classificação visando, principalmente, países emergentes de alto risco para seus investimentos. O Risco-Brasil, em 21 de agosto último, fechou em 217 pontos, e embora tenha sofrido uma ligeira alta, manteve-se nos patamares mais baixos da administração Lula, que teve sua mínima histórica de 206 pontos, alcançada no dia 09 de agosto deste ano.

Rocha: Agregado natural de substâncias minerais ou mineralizadas que constituem unidade formadora da litosfera. De acordo com a origem, distinguem-se três tipos de rochas: magmáticas ou ígneas, sedimentares e metamórficas.

Rocha Ígnea: O mesmo que rocha magmática. Forma-se pelo resfriamento e cristalização do magma (rocha fundida que se origina em profundidade abaixo da crosta terrestre). Quando essa cristalização ocorre na superfície da Terra, a rocha resultante é denominada vulcânica (extrusiva), e quando a cristalização ocorre em profundidade, a rocha resultante recebe o nome de plutônica (intrusiva). Podemos citar como alguns exemplos de rocha ígnea o Andesito (vulcânica), o Basalto (vulcânica), o Pegmatito e o Riolito, além do Sienito e do Granito que são de origem plutônica.

Rocha Metamórfica: Espécie (formação) de rocha (ou rochosa) resultante da transformação (metamorfismo) de outras rochas. Devido às altas temperaturas e pressões que existem no interior da Terra, as rochas sofrem transformações na sua estrutura e também na sua composição mineral. O Itabirito é um tipo de rocha metamórfica metassedimentar que tem a hematita como principal mineral constituinte. Outro tipo de rocha metamórfica é o Quartzito, originado do metamorfismo do Arenito (que é uma rocha sedimentar).

Rocha Sedimentar: Rocha derivada da acumulação de fragmentos (sedimentos) de outras rochas, pré-existentes, erodidas. Forma-se pela deposição e compactação de grãos de argila, areia e seixos nas bacias sedimentares. Pode formar-se também pelo acúmulo de restos de animais e plantas. As rochas sedimentares geralmente apresentam estrutura em camadas (estratos). Exemplos de rochas sedimentares são: o Calcarenito, o Fossilito, o Arenito, o Argilito e o Conglomerado.

Rosa-dos-ventos: Mostrador onde estão gravados os pontos cardeais, colaterais e mais 16 pontos intermediários. Os pontos intermediários são norte (N), sul (S), leste (L) ou este (E) e oeste (O) ou west ( W). Os pontos colaterais são: nordeste (NE), localizados entre o N e o L ou E; sudeste (SE), localizado entre o S e o L ou E; noroeste (NO ), localizado entre o N e o O ou W; sudoeste (SO), localizado entre o S e o O ou W.Os pontos subcolaterais são: norte-nordeste (NNE); leste-nordeste (ENE); leste-sudeste (ESE); sul-sudeste (SSE); sul-sudoeste (SSO); oeste-sudoeste (OSO); oeste-noroeste (ONO); norte-noroeste (NNO). A rosa-dos-ventos é um diagrama com "pétalas" radiais elaborado para mostrar as freqüências e às vezes a velocidade dos ventos que sopram sobre os 8 ou os 12 pontos cardeais, colaterais e sub-colaterais. O comprimento de cada "pétala" mostra a ocorrência de ventos registrada em dado período de tempo, e as gradações sobre as pétalas mostram a

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freqüência da velocidade dos ventos. Estas informações vêm da época em que a navegação era feita à vela e por meio dos ventos.

Rotação: Movimento realizado pela Terra, em torno de seu próprio eixo. A rotação da Terra tem uma duração semelhante à da Lua, ou seja, 23 horas, 56 minutos e 04 segundos.

Rotação de terra: Prática agrícola em que a terra é cultivada e abandonada depois do esgotamento do solo. Após certo período de tempo é novamente preparada e cultivada.

Royalties: São valores pagos ao detentor de uma marca, patente, processo de produção, produto ou obra original pelos direitos de sua exploração comercial. Os detentores recebem porcentagens das vendas dos bens manufaturados (produzidos) com o concurso de suas marcas, processos e outros, ou dos lucros obtidos com essas operações.

Rust Belt: Expressão que significa cinturão de ferrugem. Na verdade esta expressão se tornou a metáfora do manufacturing belt, uma área que tem se tornado defasada em relação aos novos pólos industriais formados nos EUA. A concentração manufatureira do cinturão industrial dos EUA potencializou o aumento dos custos de produção. Isso ocorreu em razão do alto custo da mão de obra especializada, somada à valorização da terra na região e aos altos custos com transporte e tributos. Paralelamente, o governo estadunidense propôs políticas de descentralização industrial. A conjugação de todos esses fatores acabou provocando a decadência produtiva e a consequente redução no ritmo de crescimento do manufacturing belt; foi onde acabou surgindo a expressão rust belt.

S

Sahel: Significa “orla” em árabe. É a faixa de terras semi-áridas que emoldura o sul do Saara, atravessando inúmeros países, desde o Senegal e a Mauritânia, a oeste, até o Sudão, a Etiópia e a Somália, a leste.

Salina: Área de praia ou terreno que apresenta grande concentração de sal, transportado pelo mar ou pela ação do vento, geralmente explorada economicamente. No Brasil, as principais salinas localizam-se nos Estados do Rio Grande do Norte, Ceará e Rio de Janeiro.

Salto: O mesmo que cachoeira, catarata, queda-d’água.

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Saneamento: Segundo a Organização Mundial de Saúde, entidade ligada à ONU, é: "O controle de todos os fatores do meio físico do homem que exercem ou podem exercer efeito deletério, sobre seu bem-estar físico, mental ou social".

Savana: Tipo de bioma onde há uma mistura do porte arbóreo com o arbustivo e o herbáceo. A savana é adaptada a clima estacional, enquanto que a savana estépica arbustiva é adaptada à estação seca muito prolongada. São fortes marcas do bioma savânico as estações, seca e úmida bem definida, a temperatura alta a moderada, a ocorrência de solos pobres a moderadamente férteis e a alta biodiversidade. A área de maior ocorrência das savanas é a África, onde se destaca a grande planície do Serengeti. No Brasil, os biomas similares são os campos cerrados e as caatingas.

Sazonal: Relativo ao ciclo das estações do ano. Periodicidade de um fenômeno ocasionado pela mudança de estações do ano. A sazonalidade do clima aumenta com a latitude. Nos círculos árticos e antárticos (66,5° de latitude) existe um dia em cada ano, com contínua luz solar (o Sol nunca se põe) durante o Verão, e um dia de contínua escuridão (Inverno), marcados pelos respectivos solstícios.

Sedimentação: Deposição de material sob a forma sólida na superfície terrestre. O material pode ser de origem inorgânica, proveniente da destruição de rochas preexistentes, ou de origem orgânica, por meio de processos biológicos (IBGE, 2003).

Seixo: Fragmento de rocha que geralmente tem forma arredondada. Sua forma se desenvolve durante o transporte que sofre pelas águas, devido ao desgaste de suas arestas.

Selva: Floresta, geralmente densa, como a Amazônia, que abrange a região Norte do Brasil.

Sensor remoto: Dispositivo capaz de detectar a energia eletromagnética (em determinadas faixas do espectro eletromagnético), proveniente de um objeto, transformá-la em sinal elétrico e registrá-la, de tal forma que esta possa ser convertida em informações que descrevam as feições dos objetos que compõem a superfície terrestre.

Sensoriamento remoto: Conjunto de tecnologias que permitem adquirir informações sobre objetos que estão presentes na superfície da Terra, sem entrar em contato com eles, ou seja, um conjunto de atividades relacionadas com a aquisição, registro e análise dos dados de sensores remotos, onde o fundamento principal é a detecção das alterações sofridas pela radiação eletromagnética, quando esta interage com os componentes da superfície terrestre.

Serra: 1 - Conjunto de pequenas montanhas, morros ou encostas de uma escarpa. Segundo AB' SABER, as serras são áreas de antigos dobramentos, que ainda estão salientes no relevo, apresentam-se de forma alinhada ou isoladas, sob a forma de cristas rejuvenescidas. São relacionadas a áreas de "planaltos cristalinos" apresentando formas acidentadas com picos e vales, provenientes do intemperismo.

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Áreas que vão de levemente onduladas a onduladas, podendo, também, apresentar áreas aplainadas. Em suma constituem áreas de relevo acidentado. 2 - Relevo elevado e acidentado, elaborado em terreno de rochas diversas, formando cristas e cumeadas ou constituindo escarpas nas bordas de planaltos (IBGE, 2003). Serrapilheira: Designação dada à camada superficial do solo, composta por folhas, galhos e matéria orgânica em decomposição. Tem grande importância para reabilitação de áreas degradadas.

Sertão: Termo utilizado no interior do Brasil para designar as regiões distantes do litoral e dos núcleos urbanos. Uma das três sub-regiões naturais do Nordeste brasileiro - as outras são a Zona da Mata e o Agreste (zona de transição entre a Zona da Mata e o Sertão) -, que coincide com o clima semi-árido. Historicamente, o Sertão está ligado à criação de gado.

Sesmarias: Grandes extensões de terras devolutas pertencentes à Coroa portuguesa e que eram doadas pelo monarca, ficando os beneficiados na obrigação de cultivá-las dentro de um prazo de três anos sob pena de revogação da doação. Este sistema, extinto em 1822, deu origem à formação dos latifúndios no Brasil.

Setentrional: Do latin septentrionális, significa “do Norte, que está voltado para o Norte”. Para a Geografia o termo refere-se unicamente ao hemisfério Norte, também conhecido como hemisfério Boreal.

Silvicultura: Manejo adequado da cobertura vegetal ou de florestas.

Sinclinal: Num contexto de dobramento tectônico, diz-se da área deprimida, rebaixada, côncava, da dobra.

Sionismo: Movimento judaico, de cunho ideológico-migratório em direção à “terra prometida”, surgido na Europa no século XIX, e que culminaria mais tarde (1948) com a criação do Estado de Israel na região da Palestina. A expressão “Sionismo” vem de “Sion”, colina da antiga Jerusalém.

Sistema de coordenadas cartesianas: Sistema bidimensional (plano) no qual (x) mede a distância horizontal e (y) mede a distância vertical. Cada ponto no plano é definido pelas coordenadas x, y. As medidas relativas de distância, área e direção são constantes do plano de coordenadas cartesianas.

Smog: Combinação de smoke (fumaça) e fog (nevoeiro), ou seja, mistura de neblina e fumaça. É uma espessa camada de ar poluído, principalmente por gases dos escapamentos dos carros e das chaminés das indústrias, que se forma na atmosfera das grandes cidades.

Soberania: 1 – Segundo CAETANO (1996) “consiste em um poder político supremo e independente, entendendo-se por poder supremo aquele que não está limitado por nenhum outro na ordem interna e por poder independente aquele que, na sociedade internacional, não tem de acatar regras que não sejam voluntariamente aceitas e está em pé de igualdade com os poderes supremos dos outros povos”. É a

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capacidade de se editar suas próprias normas e ordem jurídica, de tal modo que qualquer regra heterônoma (externa) só possa valer nos casos e termos admitidos pela própria Constituição. A Constituição traz a forma de exercício da soberania popular. 2 - Poder fundamental do Estado e fonte legal de seu direito exclusivo de exercer coação física (ou de ter autonomia) no âmbito de seu território. A soberania deve ser reconhecida por outros membros do sistema interestatal para ter legitimidade (legalidade). Segundo Visentini (2000), teria ocorrido a partir da década de 1990, uma significativa mudança na política internacional. O princípio de soberania e de não ingerência estrangeira em um território nacional estaria sendo revisto. Podemos citar vários episódios que ilustram a tese de Visentini: Guerra do Golfo (1990): criação de zonas de exclusão aérea no norte e sul do Iraque nas quais tropas lideradas pelos EUA impediam tropas ou aviões do Iraque de entrar, sob o argumento de que era para impedir os ataques aos curdos e xiitas; Guerra de Kosovo: tropas da ONU intervieram dentro do território iugoslavo a fim de proteger a população kosovar de um extermínio; Pressão da ONU sobre a Indonésia (1999) para decidir o status do Timor Leste como província da Indonésia ou Estado independente; Invasão norte-americana no Afeganistão, com apoio de países do Ocidente e a própria suposta guerra do Iraque, nome dado pelo governo estadunidense para a invasão feita em 2003 e que perdura até hoje. O enfraquecimento da noção de soberania acarretaria possíveis conseqüências para os diversos estados-nação. Dentre esses desdobramentos podemos citar conseqüências positivas como o enfraquecimento da noção de soberania, o que permite uma defesa mais agressiva e intensa dos direitos humanos e da democracia; ou a facilidade para tratar de questões polêmicas como as ambientais e étnicas. Como conseqüências negativas podemos citar a fragilização da capacidade dos Estados de se defenderem contra agressões ou pressões de países mais poderosos ou de organismos internacionais e a possível perda de identidade cultural dos dominados, o que parece ocorrer atualmente no Iraque ocupado. Socialismo: Corrente de pensamento que se desenvolve a partir do século XIX, em oposição ao liberalismo e ao capitalismo. O eixo dos debates políticos do período está na crítica aos efeitos sociais da “Revolução Industrial”. Igualdade econômica e propriedade comum dos bens são as principais causas defendidas pelos socialistas. Socialismo científico: Ver “socialismo Marxista”. Socialismo Marxista: Também chamado de Socialismo Científico, por não se apresentar mais como um ideal, e sim como uma necessidade histórica que deriva da crise do capitalismo. Foi criado por Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) no século XIX. Este socialismo imaginado principalmente por Marx seria o regime – pós-derrocada do capitalismo - que tendo abolido a propriedade privada dos meios de produção pela expropriação revolucionária, automaticamente estabeleceria solidariedade e abundância universais, além de culminar numa sociedade comunista perfeita, igualitária, sem classes sociais e sem Estado (anárquica). Neste contexto, a classe trabalhadora acabaria por se configurar como o grande agente dessa transformação. O socialismo idealizado por Marx vive à espreita

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do capitalismo, que passa, desde 2007, por uma profunda crise, semelhante ou maior que a de 1929 e que culminou com uma quebradeira geral. Mas, estaríamos próximos de ver suplantado o regime atual a fim de emergir, em meio ao colapso, o modo socialista de produção? Ou seria somente mais uma crise – das tantas previstas por Marx – e não a derrocada final de um sistema? O próprio sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, em entrevista à revista Fórum (2009) fazia a seguinte menção sobre esta crise atual: “Como Marx disse, o limite do capitalismo é o próprio capital, que tem uma ambição tão grande por acumulação que acaba por destruir as fontes que poderiam lhe dar sustentabilidade, portanto, entra regularmente em crise”. Boaventura não acredita, porém, que o capitalismo esteja vivendo seus últimos dias com a atual crise financeira, mas esteja sim, passando por um realinhamento cujo perfil ainda não se tenha desenhado. Pelas palavras, não somente de Santos, mas de outros socialistas de plantão, o socialismo ainda haverá de aguardar a sua vez. Socialismo Utópico: Pensamento formulado primeiramente por Saint-Simon (1760-1825), Fourier (1772-1837), Louis Blanc (1811-1882) e Owen (1771-1858). A denominação, porém, foi criada por seus opositores, os socialistas Marxistas, e vem do fato de seus teóricos exporem os princípios de uma sociedade ideal sem indicar os meios para alcançá-la.

Solifluxão (Geologia): Do inglês soil: creeping. Movimento de arrasto lento, sem ruptura, de solos relevo abaixo pela ação da gravidade e, muitas vezes, ativado pela água da chuva infiltrada intersticialmente às partículas argilosas, diminuindo a coesão dessas partículas e tornando a massa de solo mais plástica e densa. Quando ocorre sobrecarga com ruptura do solo desenvolvem-se planos de cisalhamento e, dependendo do gradiente da encosta, avalanches podem ocorrer. Um exemplo de desdobramento natural da solifluxão é a série de escorregamentos ocorrida na madrugada do dia 1º de janeiro de 2010 em Ilha Grande, Angra dos Reis (RJ), onde o contexto de encostas íngremes é observado por toda essa localidade pertencente à Serra do Mar.

Solo: 1 - Camada superficial da litosfera que sofreu processo de transformação e decomposição de rochas e materiais orgânicos. 2 - Material mineral e/ou orgânico na superfície da terra que serve como um meio natural para o crescimento e desenvolvimento das plantas terrestres. Suas características são decorrentes da ação combinada dos fatores genéticos: rocha matriz (material de origem), relevo, clima, seres vivos e tempo, acrescidos dos efeitos antrópicos (IBGE, 2003). Solstício: Momento em que o Sol, durante seu movimento aparente na esfera celeste, atinge o seu maior afastamento latitudinal em relação ao equador. Há uma diferença máxima entre a duração do dia e da noite: em um hemisfério a noite será a maior do ano enquanto que, no outro hemisfério, este mesmo dia será o mais longo. A partir daí esta diferença irá gradativamente diminuindo. Em seu movimento anual aparente, o Sol parece ter parado por um momento. Esta é a origem do nome: solstitium (= sol

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parado). No solstício de Verão (22 de Dezembro), a maior quantidade de radiação solar cai diretamente no Trópico de Capricórnio (23,5° de latitude Sul) e o Hemisfério Sul é aquecido mais intensamente com dias mais longos, maiores fotoperíodos, enquanto no Hemisfério Norte será Inverno. Por outro lado, quando o Sol está perpendicular ao Trópico de Câncer (23,5° de latitude Norte) será Verão (22 de junho - Solstício Norte), enquanto o Hemisfério Sul está no Inverno, com temperaturas mais baixas e noites mais longas.

Sopé: Lado inferior das terras elevadas. Base de um monte ou montanhas.

Sotavento: o mesmo que vento encosta abaixo; o vento que desce a montanha, ou seja, é o fenômeno oposto ao barlavento.

Subdesenvolvimento: Situação que caracteriza países capitalistas com economia pouco desenvolvida aliada a grande dependência econômica e endividamento externo. Essa expressão tornou-se conhecida após o fim da Segunda Guerra Mundial (1945), passando a ser usada para identificar principalmente os países do hemisfério Sul, exceto Austrália e Nova Zelândia. Dois grandes teóricos do subdesenvolvimento são, sem dúvida, os geógrafos Yves Lacoste e Josué de Castro. Lacoste, em 1974 lançava a obra “Os Países Subdesenvolvidos” onde apontava o que seriam os principais caracteres constitutivos do subdesenvolvimento. Vale citar alguns deles: insuficiência alimentar, deficiência na agricultura, baixa renda nacional média e baixos níveis de vida, industrialização reduzida, subordinação econômica, estruturas sociais ultrapassadas, frágil integração nacional, altos níveis de subemprego, baixos níveis de instrução e altas taxas de natalidade dentre outros tantos que ele enumera na obra. Mas, qual seria a causa maior do subdesenvolvimento? Para Josué de Castro (1971) O subdesenvolvimento não seria simplesmente uma insuficiência ou ausência de desenvolvimento, mas sim produto e/ou subproduto do próprio desenvolvimento; uma contradição, uma derivação inevitável da exploração econômica colonial ou neocolonial, que continua se exercendo sobre diversas regiões do planeta. Para CASTRO (1971) é a concentração abusiva de riqueza - sobretudo neste período histórico dominado pelo neocolonialismo capitalista - o fator determinante do subdesenvolvimento de uma grande parte do mundo: as regiões dominadas sob a forma de colônias políticas diretas e/ou econômicas. Para Josué de Castro um país não pode ser rotulado de subdesenvolvido por razões naturais - isso é determinismo. Castro afirma que as razões do subdesenvolvimento são históricas, por força de circunstâncias desfavoráveis, principalmente o colonialismo político e econômico que manteve tais regiões à margem do processo da economia mundial em rápida evolução.

Subducção (zonas de): Locais onde a crosta mais densa mergulha para o interior da Terra, até atingir condições de pressão e temperatura suficientes para sofrer fusão e ser incorporada novamente ao manto. A subducção é um típico fenômeno de zonas limítrofes de placas tectônicas onde os movimentos são convergentes, ou seja, onde durante a colisão, a placa mais densa mergulha sob a outra, gerando uma zona de

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intenso magmatismo a partir de processos de fusão parcial da crosta que mergulhou. Nesses limites é comum a ocorrência de fossas e províncias vulcânicas.

Subsídios: Formas de auxílio governamental aos diversos setores produtivos, através de juros mais baixos, prazos de pagamentos mais longos e isenção de impostos. Um dos principais tipos de subsídios é o agrícola, prática comum, principalmente em países centrais como os EUA, como uma forma protecionista de gerar maior competitividade para produtos nacionais em mercados tanto internos como externos.

Subsistência (cultura de): Tipo de produção agrícola auto-suficiente e praticamente desvinculada do mercado. Pequenas propriedades nas quais são cultivados os alimentos necessários para a manutenção de uma família camponesa.

Sudeste: 1- Um dos pontos colaterais, representado pelas letras SE, localizado entre o sul e o leste (a 45° de distância de cada um desses pontos cardeais). 2- No Brasil, é a designação da região formada pelos Estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Estes estados ocupam uma área de 924.511,3 Km2, totalizando 10,85% de todo o território nacional. A região abrange a parte mais alta do Planalto Atlântico, onde estão as serras do Mar, da Mantiqueira e do Espinhaço. O clima predominante no litoral é o Tropical Atlântico, e nos planaltos, o Tropical de Altitude. A população absoluta da região era em 2003, segundo dados do IBGE, de 75.391.969 habitantes, o que representava cerca de 42% de todo o contingente populacional absoluto do país. A região é também a que tem a maior densidade demográfica do país, com cerca de 80 habitantes por Km2 (IBGE-2000). O grau de urbanização também é o maior do país, com cerca de 91% da população vivendo nas cidades. O estado mais populoso da região, e conseqüentemente do Brasil, é São Paulo, cuja população era de 38.709.320 em 2003 (IBGE), sendo que somente na capital paulista a população já havia ultrapassado a casa dos 10 milhões de habitantes. O Sudeste responde pela maior parcela do PIB do país, com cerca de 52%; ainda assim, a região é a que mais sofre com a violência e o desemprego crescentes, o que demonstra as contradições oriundas das disparidades sociais. A renda per capta da região é de US$ 8.774,00 (IBGE-2002), e é a melhor do Brasil, e nem isso impede o crescimento destas disparidades, pelo contrário, parece fazer com que o abismo entre pobres e ricos, cresça proporcionalmente ao aumento das riquezas produzidas neste, que é o maior pólo industrial do país. Sufrágio Universal: Contexto onde todos os cidadãos têm acesso às urnas para a escolha de seus representantes políticos. É o direito ao voto. No Brasil o sufrágio universal foi oficializado na Constituição de 1988, mas o direito ao voto data do século XIX, logo após a “independência” em 1822. Naquele tempo o voto no Brasil era “censitário” (declarado, não secreto), e só tinham direito ao voto os homens de posses, ou seja, o voto era totalmente vinculado ao poder aquisitivo. Só se permitia votar àquele que comprovasse ter uma renda anual superior a 100 mil réis, e somente aqueles que comprovassem renda superior a 200 mil réis é que podiam se candidatar. No Brasil atual o voto é permitido a partir dos 16 anos de idade, mas só é obrigatório entre os 18 e 70 anos, sendo facultativo para os analfabetos.

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Sul: Um dos pontos cardeais, representado pela letra ‘’S’’, o mesmo que meridional ou austral. No Brasil, é a denominação dada à região composta pelos Estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Sumidouro(s): Mecanismos que têm a propriedade de remover, por meio de captura (seqüestro), precursores ou gases-estufa da atmosfera. Exemplos desses mecanismos são as florestas e os oceanos. Uma das formas de se aumentar esses mecanismos é o replantio (ou reflorestamento) de árvores em áreas anteriormente devastadas ou degradadas, principalmente por ações humanas.

Sun Belt: Cinturão industrial do Sul dos EUA onde se destacam indústrias de algodão e tabaco produzidos nas Plantations. As duas maiores indústrias têxteis do mundo, Levi-Strauss e Burlington, se encontram nessa área. O setor petroquímico estadunidense também se destaca no Sun Belt, com grande produção petroleira principalmente no Golfo do México. Já na Flórida, o destaque fica por conta do setor aeroespacial que se desenvolve na região.

Sunita: Aquele que adere à Suna ou aos ditos e feitos do profeta Maomé. Também designa o ramo majoritário e menos fundamentalista do islamismo. Cerca de 85% dos muçulmanos são sunitas.

Superávit primário: É a diferença entre os gastos (despesas) e as receitas do governo. Essa diferença é normalmente usada para o pagamento dos juros da dívida pública. O superávit ocorre exatamente quando as receitas superam as despesas. No orçamento do governo federal, o superávit primário envolve as receitas e as despesas correntes, excluindo empréstimos e pagamento dos juros da dívida. Nessa categoria estão apenas as receitas próprias do estado (impostos, taxas, contribuições) e as despesas com a função pública (serviços, repasses, funcionalismo e aposentadorias). Como o dinheiro arrecadado, em geral, não permite cobrir as despesas nem pagar as dívidas, o governo faz novos empréstimos, aumentando seu endividamento. Com o superávit primário, busca-se ampliar a sobra para pagar juros e parte do montante principal da dívida, sem recorrer a novos empréstimos. Para o governo, alcançar o superávit primário é de suma importância, pois o mesmo indica que o país tem suas contas públicas sob controle, o que não ocorre no caso do país apresentar um déficit primário, que é um quadro totalmente adverso. Teoricamente, quanto maior for o superávit primário, mais recursos o governo terá para o pagamento da dívida pública; o que poderá reduzi-la e até incentivar que novos investidores apliquem seus recursos no país. Por outro lado, um superávit muito elevado pode reduzir os investimentos governamentais em várias áreas, principalmente as sociais, principalmente devido ao grande arrocho fiscal e ao conseqüente remanejamento de grande parte dos recursos disponibilizados, para o pagamento dos juros da dívida pública. A inflação é uma grande, se não a maior, inimiga do superávit primário. Como o governo é, ao mesmo tempo, um grande investidor, comprador e gastador, elevar os juros significa inibir o consumo e o aumento dos preços. Além disso, elevar o superávit primário através do aumento dos juros e dos impostos (arrocho fiscal), significa na prática, menos dinheiro em circulação, o que acaba fazendo da própria

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restrição ao consumo, uma poderosa barreira ao crescimento do processo inflacionário.

Superestrutura: Categoria usada na tradição Marxista para indicar as relações sociais, jurídicas, políticas e as representações da consciência que complementam a estrutura ou base.

T

Tabuleiro: Paisagem de topografia plana, originada de rochas sedimentares, presente próxima à costa em todo o Nordeste brasileiro. Forma topográfica de terreno que se assemelha aos planaltos, terminando geralmente de forma abrupta (escarpada). No Nordeste brasileiro os tabuleiros aparecem de modo geral em toda a costa. Em boa parte do litoral os tabuleiros encontram-se acima das planícies. São terrenos sedimentares recentes (do terciário) constituídos basicamente por areia e argila. Quando vistos da praia, esses relevos apresentam-se sob a forma de grandes barrancos, recebendo por isso a denominação de “barreiras”. As barreiras nada mais são do que as escarpas dos tabuleiros que se apresentam muito recortadas, e quando atingem o mar, transformam-se em falésias, ou seja, rochas ou paredões resultantes da erosão marinha.

Tafrogênese: 1 - Do grego táphré, ou táphros, fosso; escavação + génesis, força produtora. Fenômeno tectônico meso-cenozóico responsável pela revitalização do relevo da borda leste da plataforma Sul-americana. Nas Eras Mesozóica e Cenozóica, do Eon Fanerozóico, o choque entre a plataforma continental Sul-americana e a placa oceânica de Nazca, promoveu, por motivos de densidades diferenciadas, a submersão desta no manto, onde fundida, acrescentou mais material no ciclo de convecção astenosférico. O material excedente exerceu pressão na faixa leste da plataforma continental referida, promovendo orogenias (formação de montanhas), formação de vales, e redefinições dos cursos fluviais e dos níveis de sedimentação (MAGNO, 2007). 2 – Processo de deslocamento do manto que, empurrado pela placa de Nazca, se direciona para o leste da placa Sul-americana provocando sua elevação generalizada (epirogênese positiva), assim como o seu soerguimento na borda leste da placa. Dois exemplos resultantes do processo de tafrogênese são as serras do Mar e da Mantiqueira (dois horsts).

Taiga: Vegetação com pequena variedade de espécies e porte geralmente pequeno, que ocorrem em regiões de clima subpolar. Formam as florestas de coníferas, com folhas em forma de agulhas (acicofoliadas). A Taiga é também conhecida como Floresta Boreal.

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Talude: Terreno inclinado, escarpa, rampa.

Talude continental: Zona transitória que corresponde à porção dos fundos oceânicos com declive muito acentuado que fica entre a plataforma continental e a margem continental, onde então começam as planícies abissais.

Talvegue: Linha que liga os pontos de maior profundidade no leito fluvial (rio).

Taxa de crescimento vegetativo: Diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade de uma determinada localidade, cidade, região ou país.

Taxa de Fecundidade: Indica, num intervalo de tempo, o número médio de filhos que as mulheres têm durante seu período reprodutivo, fértil (entre os 15 e os 49 anos de idade). A taxa de fecundidade tende a ser maior nos países mais pobres ou menos desenvolvidos, onde o acesso à educação e às políticas de controle populacional costuma ser bastante insuficiente. Alguns países africanos estão entre aqueles com as maiores taxas de fecundidade. Níger, na África subsaariana, tem a maior taxa de fecundidade do planeta: 7,6 filhos nascidos por mulher. A Nigéria vem em segundo lugar: 5,5 filhos. A Arábia Saudita apresenta uma média de 3,7 filhos nascidos por mulher; a Índia apresenta 2,8. Já os EUA apresentam uma de taxa de 2,0, enquanto que a China, apesar do maior contingente populacional do planeta, apresenta uma taxa de 1,7 filhos por mulher. O Brasil apresenta uma taxa de 2,3 filhos nascidos por mulher. O conjunto dos países desenvolvidos apresenta em média uma taxa de 1,5 filhos, enquanto que os países em desenvolvimento apresentam em média, uma taxa de fecundidade de 2,9 filhos por mulher. A tendência para 2.050 é de que a taxa de fecundidade cresça nos países desenvolvidos para 1,9; e nos países em desenvolvimento a tendência é de queda para 2,2.

Taxa de mortalidade: Relação entre o número de óbitos por ano e a população absoluta de uma determinada localidade, cidade, região ou país.

Taxa de natalidade: Relação entre o número de nascimentos por ano e a população absoluta de uma determinada localidade, cidade, região ou país.

Taylorismo: Modelo de administração produtiva criada pelo engenheiro norte-americano F. W. Taylor. Taylor dedicou-se a criar um sistema capaz de reduzir o tempo de trabalho empregado na fabricação das mercadorias baseado na decomposição do processo produtivo (homogeneizando as tarefas) nas atividades elementares, reorganizando-as de forma a extrair o máximo de trabalho no menor tempo possível. Esse sistema criado por Taylor revolucionou a indústria têxtil no final do século XIX. Para Taylor (...) Vadiar, isto é, trabalhar lentamente, de maneira deliberada, é uma forma universal de agir nos estabelecimentos industriais. Essa vadiagem constitui o mal mais agudo que atinge os operários da Inglaterra e da América (...). Para LUCCI (1999), o Taylorismo objetiva principalmente atingir a máxima eficiência no processo produtivo com maior economia de tempo. Para ele, o Taylorismo consiste essencialmente na sistematização e padronização do trabalho, por meio de uma definição precisa do modo como cada uma das etapas da produção

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deveria ser realizada, e do tempo que deveria ser dispendido em cada uma delas. O Fordismo, desenvolvido logo em seguida, é considerado o aperfeiçoamento do Taylorismo.

Tecnocracia: Do inglês technocracy, sistema de organização política e social fundado na supremacia dos técnicos. Literalmente o “governo dos técnicos”. Regime proposto pela primeira vez pelo conde de Saint-Simon (1760-1825) e que se baseava na substituição da política pela ciência da produção. A idéia tecnocrática ganhou força nos EUA, no século XX, como uma nova forma de organização social, ao se admitir o controle e a direção da economia pelos técnicos.

Tectônica de placas: A tectônica de placas é a interação de uma série de placas que recobrem a superfície da Terra. Elas se ajustam umas às outras como peças de um quebra-cabeça. As principais são: a Norte-Americana, a Eurasiana, a Indo-Australiana, a Antártica, a Sul-americana, a Africana e a do Pacífico. As placas se deslocam por causa da atividade interna da Terra, que provoca o fenômeno da convecção, pelo qual a matéria mais fria tende a descer, enquanto a mais quente tende a subir. Os movimentos verticais da matéria (no caso, o magma) provocam o deslocamento das placas sobre o manto (astenosfera).

Tectonismo: Refere-se ao conjunto dos processos desencadeados pelas forças tectônicas e é responsável pelo movimento das placas tectônicas (placas litosféricas).

Temperatura: Estado atmosférico do ar medido em graus; referente a calor ou a frio.

Tempo (clima): Combinação passageira dos elementos do clima. Estado atmosférico em tempo real, para uma dada região.

Tempo atmosférico: Estado do ar quanto à temperatura, à umidade, ao vento, às nuvens, etc., num determinado momento.

Teoria de Gaia: Ver "Gaia".

Terceiro Mundo: Expressão usada por economistas dos países do Norte – principalmente – após a segunda Guerra Mundial, para designar os países capitalistas do Sul – exceto Austrália e Nova Zelândia – de industrialização tardia, desorganizada e repleta de contradições que deformavam seus desenvolvimentos. Nesse processo de polarização, segundo DOWBOR (1995) enquanto um grupo de 24 países do Norte – o chamado Primeiro Mundo – atingiu níveis de prosperidade historicamente sem precedentes, o resto do mundo se via mergulhado numa desorganização econômica que impediria o alcance de uma industrialização sólida se comparada aos desenvolvidos do Norte, também chamados países centrais. Mas, e o segundo mundo? Essa expressão abrangia o grupo de países que rompera com esse processo de polarização Norte-Sul (Centro-Periferia), buscando no “socialismo” a solução das contradições criadas. Era o grupo dos países socialistas que entrou em declínio após a dissolução da URSS, pós-queda do muro de Berlim.

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Terciário: Primeiro período da Era Cenozóica do eon Fanerozóico. O Terciário subdivide-se em cinco épocas: Paleoceno, Eoceno, Oligoceno, Mioceno e Plioceno. No Paleoceno, os mamíferos iniciaram seu predomínio sobre o planeta, logo após a extinção dos dinossauros. No Oligoceno surgiram as primeiras gramíneas e no Plioceno, os primeiros hominídeos.

Terra: O terceiro planeta do Sistema Solar, pela ordem de afastamento do Sol, a uma distância de 149,6 milhões de quilômetros. Tem um diâmetro equatorial de 12.756,8 km e um diâmetro polar de 12.713,8 km. O movimento de rotação se efetua em 23 horas, 56 minutos e 4 segundos, e o movimento de translação, em torno do Sol, realiza-se em 365,3 dias. O núcleo da Terra denomina-se também NIFE pela grande quantidade de níquel (Ni) e ferro (Fe) existentes.

Terraço: Superfície horizontal ou levemente inclinada, constituída por depósito sedimentar, ou superfície topográfica modelada por erosão fluvial, marinha ou lacustre e limitada por dois declives no mesmo sentido (IBGE, 2003).

Terra Firme: Também conhecida como “baixo platô”, a “terra firme” é assim denominada por se encontrar a uma altitude um pouco acima das várzeas, estando, portanto, salvo das cheias. A altitude das “terras firmes” pode chegar aos 100 metros. Juntamente com as várzeas (áreas inundáveis), as “terras firmes” formam a imensa planície Amazônica, que ocupa cerca de 40% de toda a área da região Norte do Brasil.

Terra Roxa: Tipo de solo (muito fértil) de origem basáltica encontrado no Oeste paulista e Norte do Paraná. Entre o jurássico e o triássico, no rético, ocorreram por toda a parte da Plataforma Sul-americana, intrusões de diabásio, prenunciando aparentemente a separação entre a América do Sul e a África, que se preparava. No Sul do Brasil, sobretudo no Paraná, estas erupções ocasionaram extensos derrames de diabásio, material de origem da fértil “terra roxa” (SIOLI, 1985).

Terremoto: Fenômeno que ocorre quando as rochas sob tensão repentinamente se rompem ao longo de uma falha nova ou preexistente. Os dois blocos de rocha, em cada lado da falha, deslizam repentinamente, provocando vibrações no solo, as chamadas ondas sísmicas, que são geralmente destrutivas. Quando a falha desliza, a tensão é reduzida, caindo a um nível inferior ao da resistência da rocha. Após o terremoto, a tensão começa a aumentar novamente e assim, o ciclo vai se repetindo. As zonas do globo onde os terremotos ocorrem com maior freqüência são aquelas que coincidem com as bordas de placas tectônicas, principalmente onde duas ou mais placas se encontram gerando movimentos convergentes ou tangenciais.

Território: 1 - Área, espaço aéreo e mares vizinhos, organizados em um Estado soberano. O termo foi ainda usado para definir, no Brasil, as unidades da Federação que, embora pertencendo a esta, possuíam relativa autonomia, mas não possuíam população (número mínimo de habitantes) e outros pré-requisitos para se transformar em Estado. 2 – Dimensão constituída através da apropriação política, econômica e/ou cultural do espaço, marcada, portanto, pelas relações de “poder”. O território pode

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assim, ser compreendido como sendo uma dimensão posterior ao espaço geográfico, onde após se estabelecer, o homem ou qualquer outra forma de agente social, demonstra sua hegemonia através de uma demarcação, seja ela política, econômica e/ou cultural da sua área de influência.

Territorialização: Para BORDO et al é a forma de como se materializa o território, bem como a manifestação das pessoas, a especialização de qualquer segmento da sociedade como, por exemplo, a produção econômica de um determinado produto. Terror: Para José Arbex Júnior – in Terrorismo, um legado da história, 2001 – é o uso da violência sistemática, com objetivos políticos, contra civis ou alvos militares que não estejam em operação de guerra. Para Arbex essa prática banalizada no século XX (...) também multiplicou as suas formas. Existem terroristas que agem em nome de Deus (como os grupos extremistas islâmicos); os mercenários (milicianos franceses e norte-americanos que lutam na África); os nacionalistas (como o IRA e do ETA); e, ainda, os ideológicos (como o grupo de Tim McVeigh, responsável pela destruição do prédio de Oaklahoma, em 1995) (...). Artigo disponível em http://revistapangea.com.br/show_news.asp?n=68&ed=7.

Terrorismo: Conceituar terrorismo é uma missão das mais difíceis, por se tratar de uma visão estritamente ideológica, ou seja, por muito depender não somente do “como se enxerga”, mas daquele que está por de trás de tal olhar. Um exemplo prático disso é dito por Noam Chomsky em 2001, logo após os atentados de 11 de setembro: (...) é um equívoco pensar que o terrorismo seria o instrumento dos fracos (...); (...) acontecimentos incômodos devem ser esquecidos - os poderosos controlam também os aparelhos ideológicos e culturais, o que permite que o terror deles seja visto como uma coisa diferente do terror (...). O próprio filósofo Norberto Bobbio – que em 1997 definia em seu Dicionário de Política o que viria a ser terrorismo – recentemente disse acreditar ser “muito difícil hoje em dia definir o que seja o terrorismo. Atualmente, chama-se de terrorismo qualquer ato de violência”. Desta forma, vamos trabalhar este conceito sob as mais variadas facetas ideológicas possíveis, para chegarmos, com muita sorte, a um meio-termo. O dicionário Aurélio menciona terrorismo como “1 - modo de coagir, ameaçar ou influenciar outras pessoas, ou de impor-lhes a vontade pelo uso sistemático do terror e 2 - Forma de ação política que combate o poder estabelecido mediante o emprego da violência”. No dicionário on-line de Português (http://www.dicio.com.br/terrorismo/) o termo é definido como “uso ou a ameaça de violência, com o objetivo de atemorizar um povo e enfraquecer sua resistência. Entre os atos mais comuns de terrorismo estão o assassinato, o bombardeio e o seqüestro”. O dicionário Michaelis trata o termo como sendo “1 - Sistema governamental que impõe, por meio de terror, os processos administrativos sem respeito aos direitos e às regalias dos cidadãos e 2 - Ato de violência contra um indivíduo ou uma comunidade”. Já o dicionário Houaiss exibe três tópicos sobre o assunto: “1 - modo de impor a vontade pelo uso sistemático do terror; 2 - emprego sistemático da violência para fins políticos, especialmente a prática de atentados e destruições por grupos cujo objetivo é a desorganização da

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sociedade existente e a tomada do poder; 3 - regime de violência instituído por um governo”. O jurista Fabrício Vergueiro identifica como sendo características dos atentados terroristas a natureza indiscriminada: todos, em potencial, podem ser alvos ou inimigos da “causa”; a imprevisibilidade e arbitrariedade: não é possível saber onde e quando ocorrerá um atentado (o fator surpresa é fundamental); a gravidade ou espetacularidade: é a crueldade com que são perpetrados que os distingue no inconsciente coletivo; além do caráter amoral e de anomia: desprezam os valores morais vigentes, alegando-os manipulados pelo governo. Se os quatro fatores citados por Vergueiro fossem tomados como parâmetro para identificarmos um ato terrorista, que diferença então existiria entre os atentados às Torres Gêmeas em 2001 e a Bomba atômica detonada sobre o céu de Hiroshima em 1945? Voltando a Norberto Bobbio (1997) “O terrorismo, que não pode consistir em um ou mais atos isolados, é a estratégia escolhida por um grupo ideologicamente homogêneo, que desenvolve sua luta clandestinamente entre o povo para convencê-lo a recorrer a ações demonstrativas que têm, em primeiro lugar, o papel de ‘vingar’ as vítimas do terror exercido pela autoridade e, em segundo lugar, aterrorizar esta última.” Aline Rabello (2007) explica que “como qualquer problema socialmente construído, o terrorismo tem seu significado modificado, alargado e estreitado de acordo com usos em diferentes discursos (diferentes ideologias), influenciados por interesses de governos e grupos que combatem governos, pela mídia – ver entrevista com José Arbex Jr. sobre a grande mídia nacional (http://www.fazendomedia.com/fm0022/entrevista0022.htm) – e pela audiência e por contextos históricos distintos. Muitas vezes, o que é considerado terrorismo em um contexto, não será em outro. Grupos que participam da negociação política tradicional, por exemplo, muitas vezes praticam atos que podem ser rotulados como terrorismo, por meio de integrantes ou subgrupos mais radicais”. Aline considera ainda, de acordo com JENKINS (1978) que as percepções sobre o terrorismo não são determinadas pelos números de ataques ou de mortes apenas, mas pela “qualidade dos atos, a localização e o grau de cobertura da mídia”. O fato é que se nos atermos às atuações da grande mídia em torno do conceito de terrorismo, o grau de confusão mental será enorme se compararmos essas informações com as oriundas de fontes alternativas. Se não é possível um modelo geral em torno do conceito, e isso parece mais razoável, é necessário recorrer às mais variadas fontes possíveis, para não cairmos na esparrela do julgamento prévio. Há terroristas e terroristas, e embora pareçam a mesma coisa, a percepção ideológica pode nos dizer o contrário. Três bons artigos sobre o assunto “O combate ao terrorismo e sua crise contemporânea”, “Terrorismo e os atentados de 11 de Setembro” e “Terrorismo, a arma dos poderosos” podem ser acessados respectivamente através dos seguintes endereços eletrônicos: http://jusvi.com/artigos/42582; http://www.scielo.br/pdf/ts/v14n2/v14n2a05.pdf; http://diplomatique.uol.com.br/acervo.php?id=346&PHPSESSID=1ff27c81084e9dc09d1f0f10966cd47b.

Terrorismo de Estado: José Arbex Júnior (2001) define como sendo a prática de eliminar populações e alvos civis (como os Estados Unidos, em Hiroshima e no Vietnã, ou Pol Pot no Camboja), ou a segregação e chacina de minorias (caso do antigo regime de apartheid na África do Sul, e o de Israel contra os palestinos), ou ainda a prática de torturar e assassinar os que pensam diferente (ditaduras latino-

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americanas, nos anos 60 e 70). O terror – objeto maior daqueles que praticam o terrorismo – teria sido utilizado já na era moderna, mais precisamente em 1793, como um regime implantado na França por Robespierre, líder jacobino na Revolução Francesa. Segundo Arbex Jr. no século XX o totalitarismo deu uma nova dimensão ao terror, institucionalizando-o. Pela primeira vez na história, a máquina do Estado era colocada a serviço de ideologias que propunham a eliminação dos adversários. O terror estendia os seus tentáculos sobre o conjunto da sociedade. Método semelhante seria adotado por Mao Tsé Tung, após a tomada do poder, na China, em outubro de 1949. Ver artigo na íntegra através do link http://revistapangea.com.br/show_news.asp?n=68&ed=7. Outro artigo instigante sobre o tema está no link http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/miguel-urbano-rodrigues-o-

terrorismo-de-estado-americano.html. Trata-se de um texto de Miguel Urbano Rodrigues, reproduzido no sítio Vi o mundo, de Luiz Carlos Azenha, em agosto de 2011. No artigo, Rodrigues enfatiza que “o sistema de poder que tem o seu pólo em Washington, incapaz de encontrar solução para a crise do seu modelo, inseparável da desigualdade social, da sobreexploraçao do trabalho e do esgotamento gradual dos mecanismos de acumulação, concebeu e aplica uma estratégia imperial de agressão a povos do chamado Terceiro Mundo”. Rodrigues ressalta ainda no texto que “Em guerras ditas de baixa intensidade, promovidas pelos EUA e seus aliados, morreram nos últimos sessenta anos mais de trinta milhões de pessoas. Algumas particularmente brutais, definidas como «preventivas» visaram o saque dos recursos naturais dos povos agredidos”. O Terrorismo de Estado caminha mais-ou-menos por essa vertente.

Testemunho: Ver “Morro Testemunho” e “Inselberg”.

Titicaca (lago): Com 8.300 Km2, o Titicaca é o maior lago da América do Sul. Situado a 3.180 m acima do nível do mar, é o lago navegável mais elevado do mundo. Estende-se entre os territórios da Bolívia e do Peru o lago tem 196 km de extensão e uma profundidade máxima de 280 metros. De suas águas nasce o Rio Desaguadero, que o une a outro lago, o Poopó, na Bolívia. A presença do Titicaca suaviza as temperaturas extremas que caracterizam o clima árido do Planalto Andino.

Tômbolo: Na linguagem geológica é o mesmo que linguado. Os tômbolos são faixas de areia que ligam uma ilha a um continente.

Topografia: Termo utilizado geralmente para designar a descrição e representação em um mapa de todas as características naturais ou artificiais da superfície de uma área. Descrição dos lugares; topos (lugares) + grafia (descrição).

Tornado: Tempestade intensa, de menos proporção que o furacão, mas de maior poder destrutivo. Pode se formar sobre a terra ou sobre o mar (onde recebe o nome de Tromba-d’água). Caracteriza-se pela rápida ascensão do ar quente e úmido da baixa altitude em direção às camadas mais altas da atmosfera. O tornado é considerado o fenômeno meteorológico mais destrutivo, já que a velocidade do vento

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pode superar os 400 Km/h, mas, em comparação com os furacões, atinge áreas muito menores e dura menos tempo (de alguns minutos a cerca de uma hora).

Trabalho (emprego) formal: Tipo de ocupação no mercado formal (legalizado) da economia. Consiste no trabalho regulamentado ou protegido por legislações específicas. O trabalhador inserido no setor formal da economia geralmente goza de direitos básicos como, registro em carteira, FGTS, serviço previdenciário, férias regulamentadas, décimo terceiro salário, e outras garantias previstas pelo Código de Leis Trabalhistas (CLT) ainda vigentes neste país. Vale ressaltar que nossos políticos e governantes têm trabalhado, nos últimos anos, pela flexibilização das leis trabalhistas; o que tem resultado em perdas cada vez mais significativas desses antigos direitos previstos na CLT. O trabalho formal está geralmente ligado ao circuito moderno capitalista, também conhecido como circuito superior, moldado pelos grandes conglomerados empresariais.

Trabalho informal: Segundo a própria Organização Internacional do Trabalho (OIT) é o tipo de ocupação em que os trabalhadores geralmente se encontram inseridos em atividades econômicas consideradas à margem das leis e totalmente desprovidos de qualquer proteção ou regulação pública. No setor informal do trabalho, o “cidadão” geralmente é submetido a baixos salários e longas jornadas, além da mais completa ausência de direitos sociais. Estudiosos no assunto como SINGER & POCHMAM (1996) afirmam que o trabalho informal é um fenômeno estrutural no modo de produção capitalista. Apoiados na leitura das teorias marxistas, esses autores identificam o trabalho informal nas premissas da população relativamente excedente às necessidades do grande capital, especialmente em termos da reprodução de um contingente estagnado da força de trabalho. Esse contingente, mesmo em idade e condição ativa, encontrar-se-ia disponível no mercado para a exploração irrefreável do capital através do emprego máximo do tempo de trabalho como o mínimo de remuneração possível. O trabalho informal está geralmente ligado ao circuito inferior, um subsistema da economia urbana, também chamado de economia da pobreza, e está associado aos pequenos burgueses (burguesia marginal). MILTON SANTOS costumava dizer que o circuito inferior, onde se encaixa geralmente o trabalhador informal, pode ser entendido, do ponto de vista dos grandes conglomerados, como a oportunidade de apropriação do trabalho desprotegido, como forma de burlar as leis e a fiscalização instituídas.

Trade Unions: Primeiros sindicatos surgidos na Inglaterra no século XIX, com o advento da Revolução Industrial, quando os operários se organizaram em associações para reivindicar melhorias nas relações e condições de trabalho. Em 1824, o parlamento inglês (Câmara dos Comuns) votou uma lei reconhecendo o direito de associação que até então era restrito às classes dominantes. Conquistado o direito de associação, vem à luz, em 1938, as uniões operárias (Trade Unions). Esses primeiros sindicatos logo se desenvolveram por toda Inglaterra em todos os ramos de produção, e com o passar do tempo tornaram-se bastante poderosos.

Trajetória eclíptica: Trajetória aparente do Sol na esfera celeste.

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Transição demográfica: É o processo de passagem de uma situação em que a população aumenta lentamente porque as altas taxas de mortalidade compensam os altos índices de natalidade, para uma situação em que o ritmo lento de crescimento populacional é determinado pelas baixas taxas de mortalidade e de natalidade. O Brasil se encontra na segunda etapa de sua transição demográfica, determinada por queda acentuada e em curso das taxas de natalidade e mortalidade, e esse fator tem determinado um crescimento da proporção de idosos na população brasileira, apontando uma tendência ao predomínio da população adulta.

Translação: Movimento que a Terra executa em torno do Sol, num período aproximado de 365 dias, 5 horas, 48 minutas e 48 segundos. A trajetória descrita pela Terra, durante sua translação, é chamada de “órbita”, e mede cerca de 930 milhões de quilômetros, sendo percorrida a uma velocidade média de 29,7 Km/s ou 106.800 Km/h.

Transmitância: Capacidade de um objeto transmitir a radiação eletromagnética incidente.

Transnacionais: São as grandes empresas que, anteriormente à Segunda Guerra eram conhecidas como Trustes, passando posteriormente a serem chamadas de multinacionais, e hoje de Transnacionais. As Transnacionais surgiram em conseqüência do crescimento das empresas nacionais e da conseqüente necessidade de ampliação e expansão de mercados e áreas de influência. Geralmente estão sediadas em países ricos (centrais), que é pra onde são remetidas as maiores porções dos lucros obtidos nos países hospedeiros (periféricos ou marginais), que são na grande maioria, subdesenvolvidos. As dez maiores transnacionais do mundo, em 2002, eram: General Motors (EUA), Royal Dutch Shel (HOL-GB), Mitsui & Co (Japão), Mitsubishi (Japão), Itochu (Japão), Ford (EUA), Exxon (EUA), Walmart (EUA), Marubeni (Japão) e a Toyota (Japão). A maior delas, a General Motors, tinha em 2002, rendimentos anuais em torno de 180 bilhões de dólares. Artigo de Ivan du Roy (set/2011) reproduzido pela revista Fórum (http://www.revistaforum.com.br), indica que um pequeno grupo de atores econômicos – sociedades financeiras ou grupos industriais – domina a grande maioria do capital de dezenas de milhares de empresas no mundo. São 737 donos do mundo controlando nada menos que 80% do valor das empresas mundiais; isso num universo de 43 mil multinacionais estudadas. Roy aponta ainda que um pequeno grupo de apenas 147 multinacionais – configurando o que chama de uma super entidade – teria sob seu controle 40% do valor econômico e financeiro de todas as multinacionais do mundo inteiro. É o caminho para uma entidade única a controlar as finanças de todo o planeta, futuramente um único conglomerado.

Transposição: Transferência, através de canalização, de parte das águas de um rio para um outro corpo d’água. O primeiro estudo da polêmica transposição do rio São Francisco foi feito a pedido de D. Pedro II, imperador do Brasil, entre 1852-1854, durante uma seca no Nordeste. O rio São Francisco, que nasce na Serra da Canastra, atravessa os estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. A

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questão atual é implementação desse mega-projeto de irrigação que desviará, através da construção de canais, parte da vazão do Velho Chico para bacias do Nordeste com maior déficit hídrico, além da construção de adutoras para a distribuição das águas desviadas (Ver A quem serve a transposição? - de Ab’Saber). O governo defende que será a solução para o flagelo hídrico do sertão nordestino. Mas, críticas severas não faltam ao projeto que levaria, segundo o próprio governo federal, pelo menos 20 anos, incluso o tempo de revitalização da própria bacia do rio. Um dos críticos mais contundentes do mega-projeto é o geógrafo Ab’Saber. O doutor da USP aponta que além de não resolver os problemas sociais do Nordeste - uma vez que a água não chegará a todos, mas apenas aos grandes latifúndios da região – existe também a questão ambiental, onde fauna e flora da região poderão ser devastadas pelas obras. Ou seja, essa transposição é algo que requer ainda muita discussão além de estudos de viabilidade mais confiáveis que os que foram feitos até então. Será que o grande flagelo do nordeste brasileiro, ou seja, a miséria, resolver-se-á somente com o desvio das águas do já comprometido leito do Velho Chico?

Transumância: Deslocamento periódico, que pode ser de gado acompanhado pelo pastor ou de pessoas a trabalho.

Tratado de Maastricht: Tratado assinado pelos países do Mercado Comum Europeu em fevereiro de 1992, na cidade de Maastricht, no sul dos Países Baixos, e que tinha como principal objetivo reforçar a idéia de integração européia. Esse tratado visava não só a realização de uma união monetária (moeda única) como também a criação de um sistema de defesa único. Esse tratado foi o grande elo para a configuração da União Européia, a união político-econômica mais evoluída da atual conjuntura mundial.

Triássico: Na escala geológica do tempo, corresponde ao primeiro período da Era Mesozóica, e teria durado de 225 a 190 milhões de anos atrás, seguindo ao Permiano (último período da Era Paleozóica) e precedendo o Jurássico (segundo período da Era Mesozóica). Em relação à fauna, período em que surgem os grandes dinossauros aquáticos e terrestres.

Tribunal Penal Internacional (TPI): Também conhecido como Tribunal de Haia, por estar sediado nesta cidade holandesa. Em funcionamento desde 2002 esse tribunal é um órgão permanente cuja função é investigar e julgar indivíduos acusados de genocídio, crimes de guerra e contra a humanidade. O grande objetivo da criação desse tribunal era o de lhe atribuir competência para punir indivíduos que por ventura não fossem punidos em suas nações de origem. Países como os EUA, a Federação Russa e a China não reconhecem a autenticidade desse tribunal, pois se recusam a permitir que seus cidadãos sejam submetidos a qualquer outro sistema de justiça que não sejam os seus. Sua competência não é retroativa, sendo possível julgar somente os crimes ocorridos após sua criação. NOTA DO AUTOR: É fácil deduzir porque vários países não aceitam a atuação do Tribunal de Haia. No caso dos EUA, é ainda mais fácil explicar essa atitude. O grande império jamais aceitaria ser julgado pelos diversos crimes que comete no Afeganistão e no Iraque, por exemplo.

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São matanças e mais matanças de crianças, velhos e mulheres, de forma injustificável. Sem contar que até o momento os mesmos não encontraram justificativas plausíveis para terem ocupado estes países.

Tributário: O mesmo que afluente; rio ou curso de água que contribui com suas águas para engrossar outro rio. O rio que recebe as águas não se alarga necessariamente, mas tem a velocidade do fluxo de água aumentada.

Tromba D’água: Expressão erroneamente usada para referir a chuvas torrenciais e prolongadas e localizadas. A expressão tromba d’água se refere nada mais que a uma modalidade de ocorrência de tornados. Trata-se da formação de uma imensa coluna de água, com o formato de uma tromba, sobre uma superfície aquosa, geralmente em mares, próximo a orlas marítimas. São menos intensos e devastadores, apesar da aparência, que os tornados formados sobre as superfícies secas, continente adentro. Veja uma imagem desse fenômeno através do link http://noticias.uol.com.br/ultimas-

noticias/internacional/2011/05/30/tv-australiana-flagra-tromba-dagua-no-mar.jhtm.

Tropical: Relativo aos trópicos ou a todo o tipo de evento que ocorra entre os trópicos de Câncer (hemisfério Norte) e Capricórnio (hemisfério Sul). A expressão ‘’Tropical’’ também costuma ser usada para designar o conjunto de países subdesenvolvidos, ou seja, de economia atrasada ou estagnada.

Trópicos: Paralelos situados entre 23º 27' de latitude norte e 23º 27' de latitude sul. O Trópico de Câncer está ao norte do Equador, e o Trópico de Capricórnio ao sul.

Tropófitas (plantas): São plantas adaptadas à variação sazonal (entre estações climáticas) de umidade, ou seja, variações entre uma estação seca e outra chuvosa. Exemplos de localidades onde predominam estes tipos de plantas são os cerrados e as savanas.

Troposfera: Compreende a camada mais baixa, menos espessa e mais densa da atmosfera. É a camada que está em contato direto com a litosfera. Contém todos os corpos em suspensão e toda a água em qualquer de seus três estados. A troposfera representa cerca de 80% da massa total da atmosfera e nela acontecem todos os fenômenos meteorológicos (precipitações, ventos, relâmpagos e outros). Tem uma espessura média de 12 km, e a máxima ocorre sobre o equador, devido à dilatação causada pelas altas temperaturas, onde atinge 18 Km, e mínima sobre os pólos, devido à contração causada pelas temperaturas baixas, onde não ultrapassa os 8 Km. A temperatura decai progressivamente com a altitude, à razão média de 6o C por Km, até atingir 57o C negativos em seu limite superior. Essa queda progressiva depende da latitude e da época do ano e é o que se chama de gradiente vertical de temperatura.

Truman (doutrina): Doutrina revelada ao mundo a 12 de Março de 1947, quando o presidente dos EUA, Harry Truman proclamava como missão nacional a “contenção do expansionismo soviético”, a doutrina Truman definiria o engajamento duradouro

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dos EUA na Europa e soldava ideologicamente os dois lados do Atlântico Norte. A doutrina foi o marco simbólico do início da Guerra Fria.

Truste: Tipo de estrutura em que várias empresas, já detendo a maior parte do mercado, combinam-se ou fundem-se para assegurar esse controle estabelecendo preços elevados que lhes garantam altas margens de lucro.

Tsunami: Nome de origem japonesa, "tsu" (porto, ancoradouro) e "nami" (onda, mar), que significa literalmente “onda de porto”. É uma onda ou uma série delas que ocorrem após perturbações abruptas que deslocam verticalmente a coluna de água, como, por exemplo, um sismo (como o que causou a tragédia no Índico em 2004), atividade vulcânica, abrupto deslocamento de terras ou gelo ou devido ao impacto de um meteorito dentro ou perto do mar. Há quem identifique o termo com "maremoto" - contudo, maremoto refere-se a um sismo no fundo do mar, semelhante a um sismo em terra firme e que pode, de fato originar um(a) tsunami como o que atingiu a Ásia em dezembro de 2004 matando mais de 200 mil pessoas. A energia de um tsunami é função de sua amplitude e velocidade. Assim, à medida que a onda se aproxima do litoral (da terra firme), a sua amplitude (a altura da onda) aumenta ao mesmo tempo que sua velocidade diminui. Os tsunamis podem caracterizar-se por ondas de até 30 metros de altura, causando grande destruição. Tufão: Nome dado aos furacões que ocorrem em regiões da Ásia, geralmente no Pacífico Noroeste, a oeste da Linha Internacional de Data (LID). Tundra: Tipo de bioma, geralmente musgos e líquens (plantas resultantes da associação entre fungos e algas), predominante no extremo norte do hemisfério Norte, onde os solos permanecem congelados durante a maior parte do ano. Por ser um bioma típico de regiões geladas, suporta condições extremamente difíceis, como frios intensos e ventos violentos. A temperatura dessas áreas nunca e superior a 10o C. O verão é muito curto e, em conseqüência, o porte da tundra é pequeno, havendo principalmente musgos, líquens e arbustos anões. A biodiversidade deste tipo de bioma é baixíssima. Turfa: Material orgânico natural, de coloração preta, derivado de restos de vegetais que crescem em áreas constantemente inundadas como as planícies aluviais.

U Uede: Riacho seco ou vale de deserto onde há enchentes esporádicas. União aduaneira (União Alfandegária): Tipo de tratado econômico regional onde está prevista entre os países membros a livre circulação de mercadorias, ou seja, não há impostos para a circulação de produtos entre os países membros. Cada país define

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suas regras para a circulação de capitais, serviços e pessoas. A moeda nacional é mantida. O que difere a União Aduaneira da Zona de Livre Comércio é o fato de existir um imposto de importação comum para mercadorias vindas de nações não pertencentes ao bloco. União econômica: Agrega às características do Mercado Comum, a adoção de uma moeda comum e políticas macroeconômicas setoriais e sociais comuns. A União Européia é um clássico exemplo; com moeda única (Euro) e a negociação para também um parlamento único e a criação de uma constituição comum a todos os países membros. É o tipo de tratado econômico regional mais abrangente que existe.

Urbanização: Processo de formação e crescimento das cidades; deslocamento de populações e atividades para as cidades. A urbanização leva à concentração das populações nas grandes metrópoles; o que acarreta conseqüências das mais variadas como: proliferação de favelas, segregação social, desemprego, violência, aumento da produção e manejo inadequado de lixo e engarrafamentos quilométricos (como no caso da grande São Paulo).

Urbano: Relativo à cidade (urbe); pertencente à cidade, citadino; que se encontra dentro de uma cidade.

Usina termonuclear: Ver ‘’Energia nuclear’’.

UTM (Universal Transversa de Mercator): Sistema Universal Transverso de Mercator. Projeção cilíndrica conforme (mantém a forma em detrimento das dimensões), com uma rotação de 90º do eixo do cilindro, de maneira a ficar contido no plano do equador. As deformações, na projeção UTM, crescem à medida que se afasta do meridiano central. Adota-se um elipsóide de referência (em vez da Terra esférica). A projeção UTM foi usada pela primeira vez, em larga escala, pelo Instituto de Cartografia do Exército norte-americano, durante a Segunda Guerra Mundial. A sua principal vantagem é que ela permite representar grandes áreas da superfície terrestre, sobre um plano, com poucas deformações e com apenas um grupo de fórmulas. A projeção UTM é um sistema de coordenadas retangulares e por isso bastante útil para ser aplicado em Cartografia.

Utopia: Expressão usada para designar o que ainda não existe, mas existirá um dia ou que não existe e nunca existirá. No primeiro caso é um objetivo, no segundo uma ilusão. Utopie: palavra criada pelo político-humanista inglês Thomas Morus (1478-1535) e que significaria originalmente “em nenhum lugar”. O significado, porém, mais utilizado para Utopia, sempre foi “algo irrealizável”, o que não pode e nunca haverá de existir. Nesse sentido, os utópicos seriam aqueles que concebem o que não se pode efetivamente realizar – como acusariam os marxistas, que sempre consideraram sua concepção como a única científica, ou seja, baseada na análise da realidade. Utopismo: Sistema fundado sobre uma utopia, ou seja, sobre um plano imaginário de sociedade socialista, ao qual se chegaria não pelas lutas de classes, mas por meio do convencimento. A palavra “Utopia” vem do título de uma obra de Thomas Morus

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(1518), onde o autor imagina uma terra desconhecida, a ilha da Utopia, em que seria realizada a organização ideal da sociedade. Um dos maiores defensores deste sistema foi sem dúvida o escritor francês Prançois-Marie-Charles Fourier (1772-1837), que em 1830 conseguiu inclusive formar um Falanstério, uma espécie de pequena comunidade com bens comuns, empreendimento este, que acabou fracassando.

V

Vale: Forma de relevo modelada por rios, limitada por duas vertentes. Espaço cavado entre montes ou no sopé (base) de uma montanha.

Vale dissimétrico: Vale onde as margens e vertentes de um lado são diferentes das margens e vertentes do lado oposto.

Vale em calha: É aquele onde o perfil tem forma de “U”, e geralmente é de origem glacial (construído por uma geleira).

Vale em garganta: Tipo de vale onde o leito fluvial encontra-se profundamente encravado no relevo, resultando em margens e encostas abruptas. Um exemplo de vale em garganta é o do rio Colorado, nos EUA.

Vale normal: É o vale onde as margens e vertentes formam um perfil e “V” aberto.

Vale suspenso: Vale de altitude mais elevada que desemboca em um vale principal. O termo “suspenso” é usado para indicar que o aprofundamento do vale principal pode ter sido causado por uma geleira.

Van Allen (cinturões): São duas zonas altamente radiativas situadas entre mil e quarenta mil quilômetros de altitude em relação à superfície terrestre. As partículas aprisionadas nestes cinturões se originam principalmente de raios cósmicos e ventos solares. O primeiro, o cinturão interno, começa a ser detectado a aproximadamente mil quilômetros da superfície terrestre. A maior parte dos prótons e elétrons do cinturão interno se origina pela decomposição de nêutrons, que por sua vez, são produtos de colisões entre raios cósmicos e átomos de hidrogênio e hélio da atmosfera superior. O cinturão externo pode ser detectado a partir de 19.500 quilômetros de altitude, e, ao contrário do cinturão interno, recolhe do vento solar a maior parte de suas partículas. O cinturão externo possui prótons em maior quantidade, porém com menos energia que os do cinturão interno. O cinturão interno chega a apresentar uma radiação 100 milhões de vezes mais intensa que a radiação natural da Terra. Não há como precisar um limite entre os dois cinturões. Essas duas regiões radiativas se fundem e se distinguem gradativamente pelas diferenças na quantidade de partículas, assim como nos níveis energéticos. Os cinturões são os grandes responsáveis por fenômenos como as auroras, raros espetáculos coloridos e exclusivos das altas latitudes durante os invernos. As duas

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zonas foram batizadas de Cinturões de Van Allen em homenagem ao físico norte-americano James Alfred Van Allen (1915-2006), cujas experiências pioneiras permitiram suas descobertas.

Várzea: Área inundável de uma planície aluvial, geralmente fértil e cultivada. Terrenos baixos e mais ou menos planos que se encontram junto às margens dos rios.

Vegetação natural: Vegetação que cresce sem a intervenção do Homem, de acordo com as condições do solo e do clima. A vegetação natural é formada com espécies predominantemente autóctones em processo de sucessão ecológica natural.

Ventos Alísios: São ventos regulares superficiais, originados de massas de ar frio, que sopram constantemente das altas pressões subtropicais em direção às baixas pressões equatoriais. Os que sopram no hemisfério Norte são chamados de Alísios de Nordeste, e os que sopram no hemisfério Sul são chamados de Alísios de Sudeste. Os ventos alísios atuam nos baixos níveis da atmosfera e sopram na faixa equatorial no sentido leste-oeste. Estes ventos, dentre outras peculiaridades, contribuem para a formação de uma extensa faixa de nebulosidade conhecida como Zona de Convergência Intertropical (ZCIT).

Vereda: Termo que significa caminho estreito, atalho. No Brasil, o termo vereda assume diversos significados regionais como: planície, clareira, várzea, oásis.

Vertente: Direção da inclinação do relevo. O mesmo que encosta, declive. Uma vertente serve como limite de um vale.

Voçoroca: O mesmo que Boçoroca. Ferida na topografia provocada por erosão remontante (em direção ao topo do morro), que ocupa por vezes, grandes extensões de terra. A voçoroca geralmente se forma a partir de intensos processos erosivos resultantes de ações antrópicas como desmatamentos, uso inadequado dos solos e mau gerenciamento das águas superficiais. Evidentemente que existem voçorocamentos naturais, porém os processos erosivos são mais lentos e menos intensos que os resultantes da interferência humana na natureza (antropismo).

Vórtice polar: Campo de ventos circulares que se formam nas regiões estratosféricas da Antártida e do Pólo Norte. Neste tipo de circulação de massas de ar em forma de redemoinho, os ventos podem chegar a 80 km/h. Os vórtices costumam isolar as estratosferas polares do restante do planeta, impedindo inclusive a entrada de gases como o ozônio, geralmente formados nas regiões tropicais e empurrados para os pólos pela circulação das massas de ar. O chamado “buraco na camada de ozônio” geralmente se origina dentro desses vórtices. As baixas temperaturas polares (de até -78° C) propiciam a formação das chamadas nuvens estratosféricas com cristais de gelo e ácido nítrico trihidratado. Nas reações químicas promovidas por esses cristais, compostos químicos como o ClNO3 e o HCl são transformados em Cl2, HOCl e ClNO2, que destroem quase todo o ozônio confinado dentro do vórtice, originando o buraco na camada de ozônio. Vale ressaltar que o ClNO3 e o HCl são compostos

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químicos inofensivos para a camada de ozônio; eles se originam da reação de CFCs com NO2 e CH4.

Vulcanismo: Estudo de todo tipo de manifestação interna da geosfera, que, como resultado das altas temperaturas e pressões internas, provoca o afloramento de material magmático. Os vulcões encontram-se distribuídos em todo o globo, coincidindo com áreas orogênicas, sendo, portanto decorrência de movimentos tectônicos. Cerca de 75% dos vulcões ativos localizam-se ao longo do litoral do oceano Pacífico, o chamado “anel de fogo do Pacífico”, e 12% ocorrem na Dorsal meso-atlântica, principalmente na região da Islândia, Açores e Canárias. Outras áreas de vulcanismo são as regiões das Antilhas, sul da Europa, Cáucaso, e a porção oriental do continente africano.

W

Welfare State: Estado de bem estar social. Estrutura-se, teoricamente, na intervenção do Estado na política econômica, bem como na correção das desigualdades sociais e na promoção das políticas culturais e ambientais. O Welfare State surgiu nos países europeus devido à expansão do capitalismo após a Revolução Industrial e o Movimento de um Estado Nacional visando a democracia. Segundo (DRAIBE: 1988, 21) “seu início efetivo dá-se exatamente com a superação dos absolutismos e a emergência das democracias de massa.” O Welfare State é uma transformação do próprio Estado a partir das suas estruturas, funções e legitimidade. Ele é uma resposta à demanda por serviços de segurança sócio-econômica.

X

X – Coordenada: Distâncias leste-oeste, também chamadas abscissas.

Xenofobia: Sentimento de repulsa (aversão) de uma população ou grupo de indivíduos em relação a estrangeiros.

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Xiita: Corrente minoritária (cerca de 15% dos muçulmanos) que se opõe aos sunitas, no universo islâmico. Os xiitas formam a ala mais radical do mundo islâmico e geralmente tendem a serem fundamentalistas.

Xerófitas (plantas): São plantas adaptadas à escassez de umidade. Geralmente ocorrem em regiões áridas, como os desertos, e semi-áridas, como a caatinga brasileira ou as savanas africanas.

Y

Y – Coordenadas: Distâncias norte-sul, também chamadas ordenadas.

Yalta (conferência de): Realizada na Criméia soviética em fevereiro de 1945, a conferência de Yalta, juntamente com a conferência de Potsdam (Berlim), foram as que redesenharam o mapa geopolítico da Europa mesmo antes da rendição da Alemanha. Os cartógrafos dessa nova época foram os três grandes: EUA, União Soviética e Reino Unido.

Z

ZCAS: Zona de convergência do Atlântico Sul. Convencionalmente definida como uma persistente faixa de nebulosidade orientada no sentido noroeste-sudeste, que se estende do sul da Amazônia ao Atlântico Sul-Central por alguns milhares de km, bem caracterizada nos meses de verão. A ZCAS é um vasto conjunto de nuvens, às vezes com até 5 mil quilômetros de extensão, orientado no sentido noroeste-sudeste, que cruza o litoral brasileiro entre 18 e 25 graus de latitude sul. A insolação atiça os ventos alísios oriundos da Amazônia que ajudam a adensar a umidade na região. A ZCAS é também alimentada pela umidade que recebe do próprio oceano ao sul do equador. ZCIT: Zona de convergência intertropical. É uma zona de convergência (encontro) de massas de ar oriundas dos dois hemisférios e em baixos níveis (próximo à superfície), de altíssima instabilidade atmosférica, na região de fronteira entre os hemisférios Norte e Sul, ou seja, na Linha do Equador. Ao longo do ano, este fator dinâmico atmosférico, oscila para Norte e para Sul entre os paralelos de 20°. Assemelha-se a um cinturão de atividades, de 3 a 5 graus de largura, onde espalham-se nuvens com grande movimento vertical interno (Cbs - Cumulunimbus). Estas

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nuvens, que podem atingir 18 km de altura chegando ao limite da troposfera, agrupam-se, também em formações denominadas "aglomerados" que se caracterizam pelo transporte de calor da superfície. Segundo o geógrafo José Bueno Conti, em entrevista à revista “Conhecimento Prático Geografia” (ed. 27), o fenômeno da ZCIT ocorre quando os ventos úmidos oriundos dos hemisférios Sul e Norte se encontram ao mesmo tempo na região da linha do Equador, formando uma grande faixa de nuvens de chuva (convectivas). Essas nuvens se movimentam para o hemisfério Norte de Junho a Outubro e para o Sul de Dezembro a Maio, período das estações de verão e outono em cada região. A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é um dos mais importantes sistemas meteorológicos atuando nos trópicos. Devido à sua estrutura física, a ZCIT tem se mostrado decisiva na caracterização das diferentes condições de tempo e de clima em diversas áreas da Região Tropical. Sua influência sobre a precipitação nos continentes africano, americano e asiático tem sido aceita e mostrada em vários trabalhos como Hastenrath e Heller (1977), Lam (1978), Silkka e Gadgil (1985), entre outros. No caso especifico do norte do nordeste brasileiro, Uvo (1989) apresenta um estudo bem detalhado da ZCIT e sua importância nas precipitações no setor norte do nordeste do Brasil. Entre as latitudes de 30° N e 30° S, a atmosfera destaca-se por apresentar fracas amplitudes de temperatura, consequentemente, trata-se também de uma região de predomínio de ventos fracos. Tais ventos, de nordeste no hemisfério norte e de sudeste no hemisfério sul são genericamente conhecidos como ventos Alísios. A região intertropical apresenta características globais de grande relevância meteorológica capazes de influenciar o tempo e o clima, não somente nessa faixa do globo, mas estendendo-se mesmo às regiões polares. Zênite: O mesmo que sol a pino, ou seja, ponto da abóbada celeste situado na vertical do observador. Compreende a hora do dia em que mais recebemos energia. É aquele momento em que os raios solares incidem perpendicularmente ao plano da superfície, ou seja, é o momento em que o Sol atinge o ponto mais elevado em sua trajetória pelo céu. É o momento do dia em que a sombra projetada por qualquer corpo tem o seu menor tamanho. Zona Abissal: Zona profunda do oceano, com mais de 2.000m e menos de 6.000m de profundidade, fria e escura, correspondendo cerca de 80% do fundo oceânico e à região mais extensa do globo terrestre, desenvolvendo-se, mar adentro, alem da zona com fundo oceânico batial. A zona abissal com condições ambientais muito uniformes, temperaturas em torno de 4oC (maior densidade de água), fica acima da zona hadal (mais profunda do oceano) e abaixo da zona batial em profundidades não atingidas pela luz solar e, portanto, sem fotossíntese, onde vivem seres (animais) como, peixes e crustáceos, principalmente, de cores cinza e escuros, cegos ou com luz própria. Zona Batial: Do grego batus: profundo. Corresponde à zona oceânica com profundidades entre 200 e 2.000m, desenvolvendo-se para além da zona nerítica e

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aquém da zona abissal, correspondente à região de fundo oceânico onde ocorre talude e o sopé do talude continental.

Zona da Mata: Faixa litorânea do Nordeste brasileiro que, ao lado do Agreste e do Sertão, apresenta características climáticas, de solo e de vegetação próprias. Região que se caracteriza por certas particularidades de clima, solo e vegetação, conhecida desta forma no litoral do Nordeste brasileiro, e no Sul de Minas Gerais.

Zona de Livre Comércio: Tipo de tratado econômico regional onde está prevista somente a livre circulação de mercadorias entre os países membros. A moeda nacional é mantida e cada país define os impostos de importação para os produtos vindos de nações não-pertencentes ao bloco e as regras para o trânsito de capitais, serviços e pessoas. Um exemplo desse tipo de tratado é a ALCA, que se encontra em processo final de negociação para sua implantação na América.

Zona(s) de subducção: Ver “Subducção”.

Zona Franca: Área delimitada no interior de um país beneficiada com incentivos fiscais e tarifas alfandegárias reduzidas ou ausentes. Seu objetivo é estimular o comércio e, às vezes, acelerar o desenvolvimento de uma região. A Zona Franca de Manaus foi criada em 1967.

Zona Hadal: Corresponde à zona mais profunda do oceano, com mais 6.000m de profundidade, abaixo da zona abissal e correspondendo, em grande parte, às regiões de fossas oceânicas. Zona Nerítica: Corresponde à zona oceânica mais rasa com profundidades menores do que 200m, acima da zona batial, em grande parte costeira e com fundo oceânico correspondente à plataforma continental. É a zona, ecologicamente, mais populosa em seres bentônicos (de ambientes marítimos), devido, em grande parte, à penetração de luz solar, favorecendo o desenvolvimento de flora e fauna da cadeia alimentar. Esta zona corresponde cerca de 10% da área oceânica. Zona Pelágica: Do grego pelagos: mar. Referente ao habitat ou ambiente ecológico das águas oceânicas abertas, acima do ambiente bentônico das profundidades oceânicas, e habitado principalmente por seres planctônicos e nectônicos.

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SÍTIOS INTERESSANTES Ana: Agência Nacional de Águas, http://www.ana.gov.br Ambiente Brasil, http://www.ambientebrasil.com.br Apolo 11: http://www.apolo11.com Associação caatinga, http://www.acaatinga.org.br Banco Central do Brasil, http://www.bcb.gov.br Correio Brasiliense, http://www.correioweb.com.br CPTEC Centro de Previsão de Tempo Estudos Climáticos, http://www.cptec.inpe.br Conferência latino-americana sobre Meio Ambiente, http://www.ecolatina.com.br Dicionário Livre de Geociências, http://www.dicionario.pro.br Fundação S.O.S. Mata Atlântica, http://www.sosmataatlantica.org.br Fundação Mundial de Ecologia, http://www.ecologia.org.br Globo Notícias on-line: http://g1.globo.com. Greenpeace do Brasil, http://www.greenpeace.org.br IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, http://www.ibge.com.br IMAZON – Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, http://www.imazon.org.br. Instituto Akatu, ONG ambiental, http://www.akatu.org.br Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, http://www.ibama.gov.br ISA Instituto Socioambiental, http://www.isa.org.br Jornal da Ciência, http://www.jornaldaciencia.org.br Jornal do Brasil, http://www.jbonline.terra.com.br Jonal Fazendo Média, http://www.fazendomedia.com Jornal Folha de São Paulo, http://www.folha.com.br Jornal e Projeto Manuelzão (UFMG), http://www.manuelzao.ufmg.br Jornal O Estado de São Paulo, http://www.estado.com.br Le Monde Diplomatique Brasil, http://diplomatique.uol.com.br Ministério do Meio Ambiente, http://www.mma.gov.br Organização para Proteção Ambiental, http://www.opa.org.br Petrobrás, http://www.petrobras.com.br PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, http://www.pnud.org.br Portal CAPES, http://www.capes.gov.br Portal EcoDebate, http://www.ecodebate.com.br Portal Semiárido: http://www.semiarido.org.br/ Rede de Agricultura Sustentável, http://www.agrisustentavel.com Revista Caros Amigos, http://www.carosamigos.com.br Revista Ecologia Integral, http://www.ecologiaintegral.org.br Revista Fórum, http://www.revistaforum.com.br Revista Pangea Mundo, http://www.clubemundo.com.br Universidade Federal de Minas Gerais, http://www.ufmg.br Universidade Federal do Pará, http://www.ufpa.br.

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WIKIPEDIA A enciclopédia livre, http://www.wikipedia.org

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Colaboradores

Alessandro José

Anderson Castro

Carolina Ferreira

José Carlos Alves

Marcos Magno

Maycon Ulysses Freire

Reginaldo Aureslino

Ricardo Amaral

Rogério Caetano

Idealizador

Marlucio Bortoloto

Belo Horizonte

(2011)