Dir Reg - Tcu 2013 - Pnt - Aula 00

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  • Curso On-Line: Direito Regulatrio - Teoria e Exerccios para o TCU Professor: Fernando Graeff

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    Introduo ........................................................................................ 01 Agncias Reguladoras Parte I ........................................................... 03 Lista de questes ................................................................................ 15 Bibliografia ........................................................................................ 17

    Introduo

    Prezado Aluno, com satisfao que ministrarei para voc aqui no Ponto o curso de Direito Regulatrio Teoria e Exerccios para o prximo concurso de Auditor Federal de Controle Externo do Tribunal de Contas da Unio Orientao Auditoria Governamental. Bom, meu nome Fernando Graeff, sou Gacho de Caxias do Sul, formado em Administrao de Empresas, formando em Direito, e ps-graduado em Controle da Regulao pelo Instituto Serzedello Corra (ISC/TCU). Atualmente, exero o cargo de Auditor Federal de Controle Externo do Tribunal de Contas da Unio, lotado na Sefid-1, 1 Diretoria, que trata do controle da regulao na rea de transportes terrestres, alm de lidar com processos de parceria pblico-privada (PPP). No servio pblico, exerci ainda os cargos de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil, trabalhei nas Unidades Centrais deste rgo, Analista de Finanas e Controle da Secretaria do Tesouro Nacional - rea contbil, e de Analista de Oramento do Ministrio Pblico Federal em So Paulo. Tambm sou professor aqui no Ponto de Auditoria Contbil e Governamental em parceira com o professor Davi Barreto meu amigo e colega de TCU. Nessa rea, somos autores dos livros Auditoria - Teoria e Exerccios Comentados e Auditoria: Esaf questes comentadas, ambos publicados pela Editora Mtodo. Quanto ao nosso curso, a aula demonstrativa ser apenas uma pequena amostra de como ser desenvolvido, optei por comear, de forma bem sucinta, com o assunto agncias reguladoras, nas prximas aulas aprofundaremos esse tpico. Como se trata de um curso de teoria e exerccios utilizarei questes do Cespe, banca organizadora do ltimo certame; contudo, utilizarei, se necessrio, questes de outras bancas, como a Esaf, ou formuladas por mim, mas sempre adaptadas ao estilo certo/errado.

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    De antemo, aviso a voc que nossa disciplina engloba temas de diversas matrias, tais como: direito administrativo, direito constitucional, direito financeiro, direito econmico e controle externo. Nosso curso, apesar de especfico para o TCU, tambm muito til para aqueles que tm inteno de prestar concurso para as agncias reguladoras de uma forma em geral. Assim, vamos estabelecer o seguinte cronograma de aulas, sero 9 aulas contando com essa demonstrativa: Aula Data Tpicos abordados

    Aula 00 Agncias Reguladoras (Parte I)

    Aula 01 29.11.12 Agncias Reguladoras (Parte II): autonomia, organizao, funcionamento e competncias. Poder regulamentar das Agncias Reguladoras.

    Aula 02 06.12.12 Descentralizao de atividades. Atuao do Estado no domnio econmico. Programa Nacional de Desestatizao. Lei 9.491/1997. Decreto 2.594/1998.

    Aula 03 13.12.12

    Servios pblicos e regulao estatal. Atribuies das instituies pblicas na formulao de polticas e na regulao dos servios pblicos delegados. Controle externo de desestatizao e de regulao. Lei 8.987/1995. Lei 9.074/1995.

    Aula 04 20.12.12 Delegao de servios pblicos: concesses, permisses e autorizaes. Licitao para outorga de delegao de servio pblico.

    Aula 05 10.01.13 Contrato de concesso de servio pblico: caractersticas, conceito, efeitos trilaterais, interveno, extino, equilbrio econmico-financeiro, poltica tarifria.

    Aula 06 17.01.13 Prestao do servio adequado. Direitos e deveres do concessionrio, do poder concedente e do usurio. Responsabilidade extracontratual dos concessionrios.

    Aula 07 24.01.13 Parcerias Pblico-Privadas. Lei 11.079/2004.

    Aula 08 31.01.13 Simulado

    Outra coisa: sempre colocarei as questes discutidas durante a aula no final do arquivo, caso voc queira tentar resolver as questes antes de ver os comentrios. E, por ltimo, participe do Frum de dvidas, que um dos diferenciais do Ponto. L voc poder tirar suas dvidas, auxiliar outras pessoas e ajudar no aprimoramento dos nossos cursos. Dito isto, mos obra...

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    Agncias Reguladoras (Parte I)

    O processo de desestatizao iniciado na dcada de 90 (falaremos com detalhes sobre isso nas prximas aulas) vem reduzindo o tamanho da mquina estatal, passando para a iniciativa privada a prestao de servios e a produo de bens que antes estavam sendo prestados e/ou produzidos diretamente pelo Estado. Isso devido constatao de que o Estado menos eficiente do que o setor privado quando desenvolve diretamente atividades econmicas, seja na prestao de servios pblicos, seja na explorao de atividades puramente econmicas. Bom, desse novo cenrio, emergiu a necessidade de uma nova regulao. A regulao estatal das atividades econmicas desenvolvidas pelo setor privado somente pode ser desenvolvida pelo prprio Estado, no podendo ser delegada ao particular, como ocorre com outras atividades tipicamente de Estado, tais como: prestao jurisdicional, defesa nacional, elaborao de leis... Assim, a regulao deve ser prestada pelo Estado. No que concerne ao processo de desestatizao, a regulao tem por objetivo garantir a prestao adequada dos servios pblicos delegados aos parceiros privados e impedir prticas anticoncorrenciais no mercado econmico. Para Marques Neto, a nova regulao estatal determinada pela perspectiva de um Estado que pretender intervir em determinados setores da economia, contudo:

    sem afastar a participao dos agentes privados (ou seja, a iniciativa privada poder prestar servios pblicos ou fornecedor bens nessas reas);

    separando as tarefas de regulao das de explorao de atividade econmicas, mesmo nos casos em que o Estado atua direta ou indiretamente em um setor regulado; Exemplo: o Estado regula o setor de petrleo por meio da ANP, e mantm o monoplio estatal por intermdio da Petrobras. O que no pode acontecer a ANP ou a Petrobras regular e explorar o setor ao mesmo tempo.

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    Orientando sua interveno predominantemente para a defesa dos interesses dos cidados enquanto participantes das relaes econmicas travadas no setor regulado;

    Ateno: veja que a orientao predominante, mas no quer dizer, por exemplo, que o Estado deve beneficiar os consumidores em detrimento dos produtores.

    Procurando manter o equilbrio interno ao setor regulado, de modo a permitir a preservao e incremento das relaes de competio (=concorrncia), sem descuidar da tarefa de imprimir ao setor pautas distributivas ou desenvolvimentistas tpicas de polticas pblicas; e

    O Estado deve garantir a concorrncia dentro dos setores regulados, buscando equilibrar a oferta e a procura dos bens e servios.

    Exercendo a autoridade estatal por mecanismos e procedimentos menos impositivos e mais reflexivos (permeveis composio e ao arbitramento de interesses), o que envolve maior transparncia e participao da atividade regulatria.

    Essa uma caracterstica da nova regulao. Ou seja, o Estado deve tentar sempre que possvel intermediar os conflitos entre os entes regulados, evitando que as disputas acabem parando no judicirio.

    Para dar cabo a essas tarefas mostrou-se necessria a constituio de um tipo especfico de rgo pblico (pblico tanto por ser dotado de autoridade como por ser aberto ao controle e participao da sociedade), que detenha uma ampla gama de competncias associadas a uma alta especializao tcnica, de modo a intervir em um determinado setor da economia (cuja relevncia ou essencialidade da atividade econmica justifique essa interveno). Da, o surgimento das modernas agncias reguladoras. Antes de continuar, cumpre notar que a CF/88 no utiliza o termo agncia reguladora, o termo agncia foi importado do direito norte-americano. A CF/88 limita-se a dispor expressamente sobre a criao de dois rgos reguladores.

    O art. 21, XI, prev que cabe Unio explorar, diretamente ou mediante autorizao, concesso ou permisso, os servios de telecomunicaes, nos termos da lei, que dispor sobre a organizao dos servios, a criao de um rgo regulador e outros aspectos institucionais. Nesse sentido, a Lei 9.472/97, institui a Agncia Nacional de Telecomunicaes (ANATEL).

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    O art. 177, 2, III, determina que a lei dispor sobre a estrutura e atribuies do rgo regulador do monoplio da Unio. Dessa forma, a Lei 9.478/97 instituiu a Agncia Nacional do Petrleo (ANP).

    Destaque-se, portanto, que no Brasil somente essas duas agncias reguladoras possuem base constitucional expressa, as demais foram institudas exclusivamente por meio de lei. Outro ponto que merece destaque que em nosso pas no existe ainda uma lei geral das agncias reguladoras. Existe sim, uma Lei que dispe sobre a gesto de recursos humanos das agncias reguladoras (Lei 9.986/2000) e outra que dispe sobre a criao de carreiras e organizao de cargos efetivos das autarquias especiais denominadas Agncias Reguladoras (Lei 10.871/2004). Alm disso, existem diversas leis especficas instituidoras de agncias reguladoras como, por exemplo: a Lei 10.233/01 (ANTT e ANTAQ); a Lei 9.472/97 (ANATEL); Lei 9.427/96 (ANEEL) etc. Apesar de os doutrinadores falarem em uma nova regulao, na realidade, as agncias reguladoras institudas at o momento no representam novas entidades jurdicas acrescentadas estrutura formal da Administrao Pblica. As leis que vm instituindo essas agncias tm-lhes conferido a forma de autarquias em regime especial. Trata-se, portanto, de entidade h muito disciplinada em nosso ordenamento, integrante da denominada Administrao Indireta, conforme delineado pelo Decreto-Lei 200/67, e expressamente referida na CF/88. As autarquias, quer pela definio doutrinria, quer pelo direito positivo ainda vigente (Decreto-Lei n 200/67, art. 5, I), so caracterizadas como o servio autnomo, criado por lei, com personalidade jurdica, patrimnio e receita prprios, para executar atividades tpicas da Administrao Pblica, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gesto administrativa e financeira descentralizada. Sobre as quais, nos termos do art. 19 do Decreto-Lei 200/67, o Ministro de Estado competente exerce a chamada superviso ministerial. Que consiste

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    na chamada tutela administrativa ou controle finalstico. Cujos objetivos principais encontram-se no art. 26 do referido decreto:

    Destaque-se, dessa forma, que as agncias reguladoras, como autarquias que so, esto sujeitas tutela ou controle administrativo exercido pelo rgo ao qual estejam vinculadas. Todavia, como autarquias em regime especial, seus atos no podem ser revistos ou alterados pelo Poder Executivo. O fato de as agncias desenvolverem atividades tpicas de Estado inerente consecuo dos objetivos da regulao estatal, e para isso as agncias reguladoras devem deter poderes e prerrogativas prprios autoridade estatal. Assim, as agncias tomaram no direito brasileiro a configurao de autarquias em regime especial, que so espcies do gnero autarquias, s quais o legislador conferiu privilgios especficos ou maior grau de autonomia a tal ponto que elas possam ser consideradas dotadas de independncia. A designao regime especial, ento, utilizada em razo das agncias reguladoras possurem uma maior independncia, em relao s demais entidades da administrao indireta, para realizar as suas funes e, tambm, em razo de serem dotadas de competncias que no podem ser identificadas propriamente como tpicas da Administrao, como o caso de suas funes normativas ou quase judiciais. Por isso, diz-se que as funes das agncias se caracterizam muito mais como tpicas de Estado do que tpicas da Administrao. E esta diferena deve estar respaldada exatamente no regime especial que a lei de criao conferir a estas autarquias, uma vez que a atribuio especfica de poderes que transcendem s funes administrativas normais poder ser feita por lei ordinria.

    Objetivos da Superviso Ministerial

    A realizao dos objetivos fixados

    nos atos de constituio da

    entidade.

    A harmonia com a poltica e a

    programao do Governo no setor

    de atuao da entidade.

    A eficincia administrativa.

    A autonomia administrativa, operacional e financeira da

    entidade.

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    Para ilustrar o que dissemos at agora vamos ver o que dispe a Lei instituidora da ANATEL: Outro exemplo: no mbito estadual (DF), a Lei de reestruturao da ADASA prev que: Veremos na prxima aula que os pontos negritados tm por objetivo conferir a as agncias reguladoras a independncia necessria para que cumpram com suas funes. At aqui podemos concluir que as atuais agncias reguladoras tm sido institudas sob a forma de autarquias em regime especial. Com isso, podem exercer atribuies tpicas do Poder Pblico, uma vez que possuem personalidade jurdica de direito pblico. Entretanto, sendo autarquias, integram formalmente a Administrao Pblica, mais especificamente, so entidades da administrao pblica indireta, estando sujeitas a todos os controles constitucionais.

    Art. 8 Fica criada a Agncia Nacional de Telecomunicaes, entidade integrante da Administrao Pblica Federal indireta, submetida a regime autrquico especial e vinculada ao Ministrio das Comunicaes, com a funo de rgo regulador das telecomunicaes, com sede no Distrito Federal, podendo estabelecer unidades regionais. (...) Art. 9 A Agncia atuar como autoridade administrativa independente, assegurando-se-lhe, nos termos desta Lei, as prerrogativas necessrias ao exerccio adequado de sua competncia.

    Art. 1 A Agncia Reguladora de guas e Saneamento do Distrito Federal ADASA/DF, criada pela Lei n 3.365, de 16 de julho de 2004, passa a chamar-se Agncia Reguladora de guas, Energia e Saneamento Bsico do Distrito Federal ADASA, vinculada Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente SEDUMA, da estrutura organizacional do Governo do Distrito Federal. 1 A Agncia Reguladora de guas, Energia e Saneamento Bsico do Distrito Federal autarquia dotada de regime especial e personalidade jurdica de direito pblico, com autonomia patrimonial, administrativa e financeira, prazo de durao indeterminado, sede e foro em Braslia. 2 O regime especial conferido ADASA caracterizado sobretudo por mandato fixo e no coincidente de seus diretores, independncia decisria, diretoria organizada em forma de colegiado, instncia administrativa final, salvo nos casos de delegao de competncias de outros entes federados, bem como as autonomias determinadas no pargrafo anterior e ausncia de subordinao hierrquica.

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    Caractersticas das Agncias Reguladoras

    Ento, essa maior independncia, caracterstica essencial do modelo de regulao que se adotou no Brasil, tem sido atribuda por lei s agncias reguladoras dando a elas o status de autarquias em regime especial, e lhes d prerrogativas especiais para exercer suas funes, normalmente relacionadas ampliao de sua autonomia administrativa, patrimonial e financeira; ausncia de subordinao hierrquica; e estabilidade dos dirigentes.

    Nesse sentido, para Arago, as agncias reguladoras independentes brasileiras podem ser conceituadas como sendo autarquias de regime especial, dotadas de considervel autonomia frente administrao centralizada, incumbidas do exerccio de funes regulatrias e dirigidas por colegiado cujos membros so nomeados por prazo

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    determinado pelo Presidente da Repblica, aps prvia aprovao pelo Senado Federal, vedada a exonerao ad nutum. Veremos na prxima aula com mais detalhes cada aspecto de independncia das agncias reguladoras. Por agora, vamos resolver algumas questes:

    01. (Cespe/TCU/Auditor Federal Controle Externo/2011) As agncias reguladoras, no que se refere concesso, permisso e autorizao de servio pblico, no possuem a atribuio de definir o valor da tarifa, por se tratar de matria adstrita atuao do prprio poder concedente. Resoluo: Na prxima aula falaremos com detalhes sobre as competncias, mas j podemos adiantar que a definio das tarifas atribuio das agncias reguladoras, pois atividade inerente sua funo regulatria. Portanto, a questo est incorreta.

    02. (Cespe/TCU/Auditor Federal Controle Externo/2011) As decises definitivas das agncias, em regra, no so passveis de apreciao por outros rgos ou entidades da administrao pblica. Resoluo: Item correto. Preste bem ateno, essa a regra geral, as decises definitivas tomadas de forma regular, dentro da rea de atuao e do limite de competncia da agncia, no passvel de apreciao por outros rgos ou entidades da administrao pblica.

    03. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) Acerca das agncias reguladoras, julgue o seguinte item. Os diretores de agncia reguladora so indicados e exonerados ad nutum pelo chefe do ministrio a que a agncia se vincula. Resoluo: Vimos que os membros das agncias reguladoras so nomeados por prazo determinado pelo Presidente da Repblica, aps prvia aprovao pelo Senado Federal, vedada a exonerao ad nutum. Portanto, item errado.

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    04. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2008) As agncias reguladoras, por fazerem parte da categoria de autarquias especiais, criadas por lei, no se submetem a controle por parte do Poder Executivo; contudo, no escapam ao controle externo feito pelo Poder Legislativo, auxiliado pelo TCU. Resoluo: Apesar de as agncias reguladoras estarem revestidas sob a forma de autarquias em regime especial, so entes pblicos, e como tal, esto sujeitas aos controles constitucionais constitudos: controle externo (Poder Legislativo com o auxlio do Tribunal de Contas), controle interno (sistema de controle interno do Poder Executivo) e controle administrativo (tutela administrativa). Portanto, item errado.

    05. (Cespe/ANTAQ/Cincias Contbeis/2009) Julgue o prximo item relativo organizao dos poderes. As agncias reguladoras federais possuem elevado grau de independncia em face do poder central, razo pela qual no esto submetidas ao controle por parte do Tribunal de Contas da Unio, no que se refere aos aspectos de eficincia do servio pblico concedido, fiscalizado pelas agncias. Resoluo: As agncias reguladoras federais, de fato, possuem elevado grau de independncia em face do poder central, pois as leis que as instituem conferem a elas a forma de autarquia em regime especial. Contudo, elas esto submetidas ao controle externo, exercido pelo Poder Legislativo com auxlio do Tribunal de Contas da Unio. Portanto, item errado.

    06. (Cespe/Direito/INCA/2010) As agncias reguladoras esto sujeitas ao controle financeiro, contbil e oramentrio exercido pelo Poder Legislativo, com auxlio do Tribunal de Contas da Unio. Resoluo: Sem dvidas, as agncias reguladoras esto sujeitas ao controle financeiro, contbil e oramentrio exercido pelo Poder Legislativo, com o auxlio do Tribunal de Contas da Unio (controle externo). Portanto, item certo.

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    07. (Cespe/Analista/Anatel/2009) As agncias reguladoras tm origem no regime norte-americano, contempladas nas figuras das independent agencies e independent regulatory agencies, destinadas regulao econmica ou social.

    Resoluo:

    De fato, o termo agncias foi importado do direito norte-americano. Cabe esclarecer que l, o termo agencies utilizado para designar o gnero rgos pblicos, envolvendo tanto aqueles rgos que no Brasil quis se designar como agncias reguladoras (as independent regulatory agencies ou independent regulatory commission) quanto outros rgos no dotados de caractersticas de rgos reguladores (o que l nos EUA designam-se executive agencies). Portanto, o item est correto.

    08. (Cespe/AJ/Serpro/2005) As agncias reguladoras integram a administrao pblica indireta. Resoluo: As agncias reguladoras no Brasil foram criadas sob a forma de autarquias, entidades jurdicas j existentes na estrutura formal da Administrao Pblica, que integram a denominada Administrao Indireta, conforme delineado pelo Decreto-Lei 200/67. Portanto, item certo.

    09. (Cespe/IGEPREV-PA/2005) - adaptada - O vocbulo agncia um dos modismos introduzidos no direito brasileiro em decorrncia do movimento da globalizao. Foi importado do direito norte-americano, onde tem sentido mais amplo, que abrange qualquer autoridade do governo dos Estados Unidos da Amrica, esteja ou no sujeita ao controle de outra agncia, com excluso do Congresso e dos tribunais. Por outras palavras, excludos os trs poderes do Estado, todas as demais autoridades pblicas constituem agncias, excluda do conceito a prpria presidncia da Repblica, ao contrrio do que ocorre no Brasil, em que o chefe do Poder Executivo integra a administrao pblica, estando colocado no seu pice, orientando e dirigindo o seu funcionamento. Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Direito administrativo. 17. ed. So Paulo: Atlas, 2004 (com adaptaes). Considerando o assunto abordado no texto acima, julgue o seguinte item a respeito das agncias reguladoras. Leis esparsas vm criando, no Brasil, agncias reguladoras, e alguns poderes tradicionalmente exercidos pela administrao direta esto sendo transferidos

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    a essas agncias, a exemplo da competncia para outorgar concesses, autorizaes e permisses. As agncias reguladoras que detm poder de polcia administrativa fiscalizam o cumprimento de normas e podem vir a receber poderes para aplicar sanes.

    Resoluo: No Brasil, as agncias reguladoras so criadas por leis especficas, que dotam as agncias com os poderes necessrios para o desempenho de suas funes nas respectivas reas de atuao. Entre os poderes inerentes administrao direta que podem ser transferidos s agncias reguladoras encontram-se a competncia para delegar concesses, permisses e autorizaes; o poder de polcia administrativa para fiscalizar o cumprimento das normas; e o poder de sano, para garantir o cumprimento dessas normas. O regime especial designado por lei outorga as agncias reguladoras, competncias que no podem ser identificadas propriamente como tpicas da Administrao, como o caso de suas funes normativas ou quase judiciais. Por isso, diz-se que as funes das agncias se caracterizam muito mais como tpicas de Estado do que tpicas da Administrao. Portanto, o item est correto.

    10. (Cespe/Especialista/Anatel/2004) No Brasil, as agncias reguladoras foram constitudas como autarquias de regime especial, integrantes da administrao indireta, desvinculadas do ministrio competente para tratar da respectiva atividade, pois so caracterizadas pela independncia administrativa, no subordinao hierrquica e autonomia financeira. Resoluo: No Brasil, as agncias reguladoras foram constitudas como autarquias em regime especial, integrantes da administrao indireta, dotadas de autonomia administrativa e financeira. Elas no so subordinadas hierarquicamente ao Poder Executivo, contudo, so vinculadas ao ministrio competente para tratar da respectiva atividade. Desta forma, o respectivo ministrio exerce a superviso (especialmente o denominado controle finalstico). Por exemplo: a ANTT est vinculada ao Ministrio dos Transportes; a ANEEL est vinculada ao Ministrio das Minas e Energia; a ANATEL ao Ministrio das Telecomunicaes; a ANVISA ao Ministrio da Sade, e assim por diante. Portanto, item errado.

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    11. (Cespe/Analista/Anatel/2009) As agncias reguladoras tm carter nacional, sendo vedado aos estados e ao Distrito Federal criar suas prprias agncias estaduais quando se tratar de servio pblico, por ausncia de previso constitucional. Resoluo: Os estados e o DF podem criar suas prprias agncias para regular os seus servios pblicos. Por exemplo, no DF, a lei distrital 4.285/2008, reestruturou a Agncia Reguladora de guas, Energia e Saneamento Bsico do Distrito Federal ADASA, vinculada Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente SEDUMA, da estrutura organizacional do Governo do Distrito Federal. A ADASA foi criada como autarquia dotada de regime especial e personalidade jurdica de direito pblico, com autonomia patrimonial, administrativa e financeira, prazo de durao indeterminado, sede e foro em Braslia. Segundo a lei, o regime especial conferido ADASA caracterizado, sobretudo, por mandato fixo e no coincidente de seus diretores, independncia decisria, diretoria organizada em forma de colegiado, instncia administrativa final, salvo nos casos de delegao de competncias de outros entes federados, bem como a autonomia patrimonial, administrativa e financeira, e ausncia de subordinao hierrquica. Portanto, o item est errado.

    12. (Cespe/Especialista/ANAC/2009) s agncias reguladoras atribuda a natureza jurdica de autarquias de regime especial.

    Resoluo:

    Essa ficou muito fcil, no ficou? As agncias reguladoras no Brasil foram criadas sob a forma de autarquias em regime especial, para dot-las dos poderes necessrios para cumprir com suas funes. Portanto, item correto.

    13. (Cespe/Administrador/AGU/2010) A atividade de regulao exercida pelas agncias reguladoras no Brasil realizada somente sobre os servios pblicos desestatizados, dos quais depende a populao. Resoluo: No Brasil, as atividades das agncias reguladoras no se resumem aos servios pblicos desestatizados.

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    O foco de nosso curso a regulao relacionada ao processo de desestatizao, que envolve alm da regulao dos servios pblicos delegados, a regulao de outros setores da atividade econmica, como, por exemplo, a exercida pela Agncia Nacional do Petrleo, Gs Natural e Biocombustveis (ANP), que atua nas atividades da indstria do petrleo, gs natural e biocombustveis no Brasil. Alm disso, as agncias reguladoras exercem a regulao sobre outras atividades sociais, como por exemplo, a Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (ANVISA), cuja finalidade institucional promover a proteo da sade da populao por intermdio do controle sanitrio da produo e da comercializao de produtos e servios submetidos vigilncia sanitria, inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos e das tecnologias a eles relacionados. Portanto, item errado.

    Finalizo, aqui, a nossa aula demonstrativa, lembre-se que uma pequena amostra da metodologia, espero que voc tenha gostado. Um grande abrao, Fernando.

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    Lista de Questes

    01. (Cespe/TCU/Auditor Federal Controle Externo/2011) As agncias reguladoras, no que se refere concesso, permisso e autorizao de servio pblico, no possuem a atribuio de definir o valor da tarifa, por se tratar de matria adstrita atuao do prprio poder concedente.

    02. (Cespe/TCU/Auditor Federal Controle Externo/2011) As decises definitivas das agncias, em regra, no so passveis de apreciao por outros rgos ou entidades da administrao pblica.

    03. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) Acerca das agncias reguladoras, julgue o seguinte item.

    04. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2008) As agncias reguladoras, por fazerem parte da categoria de autarquias especiais, criadas por lei, no se submetem a controle por parte do Poder Executivo; contudo, no escapam ao controle externo feito pelo Poder Legislativo, auxiliado pelo TCU.

    05. (Cespe/ANTAQ/Cincias Contbeis/2009) Julgue o prximo item relativo organizao dos poderes. As agncias reguladoras federais possuem elevado grau de independncia em face do poder central, razo pela qual no esto submetidas ao controle por parte do Tribunal de Contas da Unio, no que se refere aos aspectos de eficincia do servio pblico concedido, fiscalizado pelas agncias.

    06. (Cespe/Direito/INCA/2010) As agncias reguladoras esto sujeitas ao controle financeiro, contbil e oramentrio exercido pelo Poder Legislativo, com auxlio do Tribunal de Contas da Unio.

    07. (Cespe/Analista/Anatel/2009) As agncias reguladoras tm origem no regime norte-americano, contempladas nas figuras das independent agencies e independent regulatory agencies, destinadas regulao econmica ou social.

    08. (Cespe/AJ/Serpro/2005) As agncias reguladoras integram a administrao pblica indireta.

    09. (Cespe/IGEPREV-PA/2005) - adaptada - O vocbulo agncia um dos modismos introduzidos no direito brasileiro em decorrncia do movimento da globalizao. Foi importado do direito norte-americano, onde tem sentido mais amplo, que abrange qualquer autoridade do governo dos Estados Unidos da Amrica, esteja ou no sujeita ao controle de outra agncia, com excluso do Congresso e dos tribunais. Por outras palavras, excludos os trs poderes do

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    Estado, todas as demais autoridades pblicas constituem agncias, excluda do conceito a prpria presidncia da Repblica, ao contrrio do que ocorre no Brasil, em que o chefe do Poder Executivo integra a administrao pblica, estando colocado no seu pice, orientando e dirigindo o seu funcionamento. Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Direito administrativo. 17. ed. So Paulo: Atlas, 2004 (com adaptaes). Considerando o assunto abordado no texto acima, julgue o seguinte item a respeito das agncias reguladoras. Leis esparsas vm criando, no Brasil, agncias reguladoras, e alguns poderes tradicionalmente exercidos pela administrao direta esto sendo transferidos a essas agncias, a exemplo da competncia para outorgar concesses, autorizaes e permisses. As agncias reguladoras que detm poder de polcia administrativa fiscalizam o cumprimento de normas e podem vir a receber poderes para aplicar sanes.

    10. (Cespe/Especialista/Anatel/2004) No Brasil, as agncias reguladoras foram constitudas como autarquias de regime especial, integrantes da administrao indireta, desvinculadas do ministrio competente para tratar da respectiva atividade, pois so caracterizadas pela independncia administrativa, no subordinao hierrquica e autonomia financeira. 11. (Cespe/Analista/Anatel/2009) As agncias reguladoras tm carter nacional, sendo vedado aos estados e ao Distrito Federal criar suas prprias agncias estaduais quando se tratar de servio pblico, por ausncia de previso constitucional. 12. (Cespe/Especialista/ANAC/2009) s agncias reguladoras atribuda a natureza jurdica de autarquias de regime especial.

    13. (Cespe/Administrador/AGU/2010) A atividade de regulao exercida pelas agncias reguladoras no Brasil realizada somente sobre os servios pblicos desestatizados, dos quais depende a populao.

    GABARITOS:

    01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

    E C E E E C C C C E

    11 12 13

    E C E

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