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Doenças dos citrinos - Gomose parasitária - Míldio - Antracnose - Melanose - Fumagina - Vírus da tristeza Faculdade de Ciências da Universidade do Porto Aguiar, Ana. 2013. Doenças dos citrinos. Documento de apoio às aulas de Proteção das Culturas. 13pp.

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Doenças dos citrinos

- Gomose parasitária- Míldio- Antracnose - Melanose - Fumagina- Vírus da tristeza

Faculdade de Ciências da Universidade do Porto

Aguiar, Ana. 2013. Doenças dos citrinos. Documento de apoio às aulas de Proteção das Culturas. 13pp.

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Gomose parasitária

Phytophthora citrophthoraPhytophthora nicotianae (syn.: P. parasitica)

A infeção ocorro no tronco junto ao solo produzindo lesões que se estendem para baixo até à zona de enxertia (no caso de porta-enxertos resistentes) ou pelo tronco acima. O cambium e a parte interior ficam lesionadas enquanto a parte exterior mantem-se rija com pequenas rachadelas através do qual sai um exsudado gomoso. Esta gomose é solúvel em água pelo que, em regiões subtropicais, desaparece a seguir a uma chuvada. A lesão vai envolvendo toda a volta do tronco . Árvores atacadas ficam com as folhas verde pálido com nervuras amarelas. Se a lesão para de se desenvolver e o fungo morre a zona é envolvida por uma massa calosa e cicatriza. Se a árvore é pequena (e.g. árvore de viveiro) geralmente morreUma árvore grande pode não morrer apresentando dieback, pequenos crescimentos anuais e desfoliação.

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Gomose parasitária

Em porta-enxertos suscetíveis as lesões nas raízes podem ocorrer.

Os frutos próximo do solo ficam infetados quando são salpicados ou entram

em contacto com o solo que contem o fungo. Se as condições se mantiverem

favoráveis produzem-se esporângios na superfície do fruto e que são

espalhados pelo pomar pelos salpicos da chuva, vento, caracóis e lesmas.

Os frutos podem não apresentar sintomas, ser colhidos e, 2 ou 3 depois,

surgem os sintomas.

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Gomose parasitária

Na região mediterrânica as infeções acontecem após as chuvas sazonais de inverno.

Trata-se de um problema endémico em todos os pomares de citrinos. As epidemias

acontecem quando há condições de temperatura e humidade o que nas regiões

mediterrânicas acontece no inverno.

O fungo, policíclico, mantem-se nas raízes fibrosas. Se tiver boas condições de

temperatura e humidade o fungo desenvolve-se forma esporângios que libertam

zoósporos que vão infetar as raízes em crescimento. Em períodos desfavoráveis

formam-se clamidosporos que podem viver muito tempo no solo.

A infeção no tronco dá-se através de feridas ou rachadelas da casca.

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Gomose parasitária

http://www.idtools.org/id/citrus/diseases/images/fs_images/06Phytophthora.jpg

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Gomose parasitária

Controlo

Apesar da quase totalidade das cultivares usadas serem suscetiveis, a maior parte dos porta-enxertos usados são resistentes. As laranjas, limões, limas e toranjas são muito suscetiveisA maioria das tangerineiras e seus híbridos são mais ou menos resistentesOs viveiros devem estar isentos de Phytophothora spp.metalaxil e fosetil são eficazes.O metalaxil pode induz resistência

A garantia que o material que vem do viveiro esta isento é essencial.

Assegura-se que o ponto de enxertia fica bem acima do soloGarantir uma boa drenagem do soloEvitar as vegetação herbácea alta junto ao troncoFazer regas adequadas

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Míldio

Phytophthora hibernalisNoutras regiões do mundo (Phytophthora palmivora, P. citrophthora, P. nicotianae)

O primeiro sintoma é um acastanhamento ligeiro da casca da laranja. A casca continua firme. Em condições de humidade, forma se à superfície um micélio delicado . O fruto atacado tem um odor pungente rançoso.

Em condições de humidade os zoósporos são levados nos salpicos para a canópia. Os frutos infetados pouco antes da colheita só mostram os sintomas apos uns dias de armazenamento. Pode contaminar outrsos.

ControloPraticas culturais que minimizem a humidade no solo Regas cuidadasManutenção da vegetação herbácea baixaPoda para evitar ramos grandesAplicação de fosetil de aluminio ou cobreAplicação de metalaxil em pós colheita e armazenamento a 5ºC

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Míldio

http://www.efa-dip.org/comun/servicios/galeria/PLAGAS%20Y%20ENFERMEDADES%20-%20PESTS%20AND%20DESEASES%20-%20PRAGAS%20E%20ENFERMIDADES/Citricos%20-%20Citrics%20-%20Citricos/Phytophthora%20hibernalis/Frutos%20de%20citricos%20con%20diferente%20grado%20de%20ataque%20de%20Phytophthora%20hibernalis.jpg

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Antracnose

Colletotrichum gloeosporioides

A casca da fruta fica escurecida apenas na superfície as vezes em manchas que parece escorrer. Surge geralmente apos períodos prolongados de chuva no inverno. Doença controlada por fungicidas a base de cobre e benomil antes das chuvas de inverno.

http://www.viarural.com.ar/viarural.com.ar/agricultura/aa-enfermedades/colletotrichum-gloeosporioides-citrus-01.jpg

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Melanose

Diaporthe citri (anamorfo: Phomopsis citri)

Melanose esta presente em quase todas as regiões de citrinos mas só e importante quando o fruto para o mercado em fresco e produzido em zonas húmidas.Todas as espécies de citrinos são sensíveis mas limão e toranja são mais.

Os sintomas são visíveis uma semana depois da infeção – através de pequenas discretas e confluentes pintas/pústulas. As células da epiderme e sub-epidermemorrem ficando impregnadas de uma goma avermelhada. Por baixo das células mortas forma-se uma periderme que levanta as pústulas.

Nas folhas as pústulas estão inicialmente circundadas de um halo amarelo.

Se infeta frutos jovens as pústulas tendem a ficar mui grandes . Essas áreas tendem a rachar. Infeções mais tardias fazem pústulas menores e mais discretas. A distribuição das pústulas depende da forma como a água que leva os esporos flui sobre a fruta.(pode parecer lagrimas)

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Melanose

Diaporthe citri

.Os picnídios desenvolvem-se nos rebentos secos (fungo saprófita)Os conídios são libertados quando há agua.

Os frutos são sensíveis durante cerca de 3 meses apos a floração. A severidade é determinada pela quantidade de inoculo (na madeira morta na canópia), a idade do fruto, e a duração do período de humectação a seguir a uma chuva ou rega.

ControloPodar, nas arvores adultas não é eficaz mas nas jovens é. Tratamentos com fungicidas são pouco eficazes. Utiliza-se cobre mas que só é eficaz se se cobrir o fruto com uma boa camada, manter o pomar protegido e parar os tratamentos quando os frutos tem cerca de 1/3 do tamanho final.

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Melanose

Diaporthe citri

http://www.ufrgs.br/agrofitossan/galeria/imagens/fotos/941-melanose_017_a.jpg

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Tristeza

Vírus da tristeza

.O vírus a tristeza dos citrinos destruiu milhares de hectares de citrinos enxertados em laranjeira azeda, em todo o mundo em especial no continente americano . A árvore fica com as folhas cloróticas, redução nos crescimentos, seca das extremidades dos ramos, depressões no tronco e ramos finos.

Os sintomas causados pelo VTC é variável. Em função da planta hospedeira e da intensidade de ataque. Limoeiros, laranjeiras, tangerineiras ou toranjeiras enxertadas em laranjeira azeda infetada com vírus tem menor desenvolvimento vegetativo e ficam cloróticas. As arvores acabam por secar. Tranmite-se pela enxertia, através dos afídios Toxoptera citricola e tambèm Aphis gossypii, A. Spiraecola, T. auranti.

Controlo – Prevenção. Usar apenas plantas certificadas. Usar porta-enxertos resistentes.