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Pampulha: um salto modernista rumo à eternidade Patrimônio cultural, artístico e paisagístico de Belo Horizonte comemora 70 anos , recebe várias ações e pode ser reconhecido pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade Corria o ano de 1943 e, en- quanto a Europa se encontrava confla- grada pela Segunda Guerra Mundial, da qual o Brasil tomaria parte um ano depois com gigantescos esforços e quase mil vidas perdidas na campanha da Itália, Belo Horizonte confirmava sua vocação inata para a modernida- de, com a inauguração do complexo arquitetônico da Pampulha. Na orla da lagoa criada artificialmente pelo prefeito Octacílio Negrão de Lima, com a construção de uma barragem de 11,5 metros de altura poucos anos antes – estrutura que Juscelino Kubitschek elevaria para 16,5 metros -, a cidade ganhava um conjunto de obras modernistas que a projetariam nacional e internacionalmente. “Em 1940, quando assumi a Prefeitura de Belo Horizonte, (...) depois de mo- dernizar o calçamento, abrir avenidas espaçosas e criar novos bairros resi- denciais, tive minha atenção voltada para a Pampulha, lindo recanto pai- sagístico que poderia ser convertido, sem grandes despesas, num polo de atração turística”, declararia mais tarde o então prefeito Juscelino. Para realizar a obra que se tornaria símbolo da capital, JK con- vidou colaboradores cujos talentos já afloravam e, tempos depois, se con- solidariam como gênios em suas artes. Gente do naipe de Oscar Niemeyer, Cândido Portinari, Alfredo Ceschiatti e Burle Marx. Niemeyer fez da Pam- pulha o berço de sua arquitetura, com os traços arrojados do Iate Tênis Clube, da Casa do Baile, do Cassino e da igreja de São Francisco de Assis, esta considerada na época tão atrevida pela Arquidiocese, que demorou mais de década para ser consagrada. “(...) Pampulha, para mim meu trabalho mais importante, foi uma coisa muito positiva neste aspecto de mostrar que a arquitetura que eu pretendia não havia razão para ser feita com esquadro, ela tinha que se voltar para a imaginação, utilizar a curva, fazer uma coisa dentro do que o concreto permite”, revelou o arquiteto. Ao completar 70 anos, o con- junto arquitetônico e paisagístico da Pampulha está a caminho de se tornar Patrimônio Cultural da Humanidade. Em dezembro do ano passado, a Pre- feitura de Belo Horizonte, por meio da Fundação Municipal de Cultura, retomou a candidatura ao título, for- malizada na Unesco desde 1996. O complexo da Pampulha já é tombado nas esferas municipal, estadual e fede- ral, sendo reconhecido e protegido pelo Conselho Deliberativo do Patri- mônio Cultural de Belo Horizonte, pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) e pelo Instituto do Patri- mônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Agora, a PBH, em parceria com os governos estadual e federal, empreende novos esforços para a re- vitalização do conjunto, intensificando e dando sequência às iniciativas já em curso para transformar esse patrimô- nio dos belo-horizontinos, mineiros e brasileiros em Patrimônio Cultural da Humanidade. É o que você vai ver nesta edição especial do Diário Oficial do Município (DOM), que mostra também detalhes históricos deste patrimônio cultural da capital mineira. BELO HORIZONTE Ano XIX N. 4.313 R$ 0,85 Divino Advincula Tiragem: 2.500 17/5/2013 Diário Oficial do Município - DOM Breno Pataro O trânsito na região da Pampulha vai ser beneficiado com o viaduto Os- car Niemeyer, inaugurado ontem como parte da duplicação da avenida Pedro I. Confira os detalhes na página 3 desta edição. DOM 4313.indd 1 16/05/2013 19:27:55

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Diário Oficial do Município

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Pampulha: um salto modernista rumo à eternidade

Patrimônio cultural, artístico e paisagístico de Belo Horizonte comemora 70 anos , recebe várias ações e pode ser reconhecido pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade

Corria o ano de 1943 e, en-quanto a Europa se encontrava confla-grada pela Segunda Guerra Mundial, da qual o Brasil tomaria parte um ano depois com gigantescos esforços e quase mil vidas perdidas na campanha da Itália, Belo Horizonte confirmava sua vocação inata para a modernida-de, com a inauguração do complexo arquitetônico da Pampulha. Na orla da lagoa criada artificialmente pelo prefeito Octacílio Negrão de Lima, com a construção de uma barragem de 11,5 metros de altura poucos anos antes – estrutura que Juscelino Kubitschek elevaria para 16,5 metros -, a cidade ganhava um conjunto de obras modernistas que a projetariam nacional e internacionalmente. “Em 1940, quando assumi a Prefeitura de Belo Horizonte, (...) depois de mo-dernizar o calçamento, abrir avenidas espaçosas e criar novos bairros resi-denciais, tive minha atenção voltada para a Pampulha, lindo recanto pai-sagístico que poderia ser convertido, sem grandes despesas, num polo de atração turística”, declararia mais tarde

o então prefeito Juscelino.Para realizar a obra que se

tornaria símbolo da capital, JK con-vidou colaboradores cujos talentos já afloravam e, tempos depois, se con-solidariam como gênios em suas artes. Gente do naipe de Oscar Niemeyer, Cândido Portinari, Alfredo Ceschiatti e Burle Marx. Niemeyer fez da Pam-pulha o berço de sua arquitetura, com os traços arrojados do Iate Tênis Clube, da Casa do Baile, do Cassino e da igreja de São Francisco de Assis, esta considerada na época tão atrevida pela Arquidiocese, que demorou mais de década para ser consagrada. “(...) Pampulha, para mim meu trabalho mais importante, foi uma coisa muito positiva neste aspecto de mostrar que a arquitetura que eu pretendia não havia razão para ser feita com esquadro, ela tinha que se voltar para a imaginação, utilizar a curva, fazer uma coisa dentro do que o concreto permite”, revelou o arquiteto.

Ao completar 70 anos, o con-junto arquitetônico e paisagístico da Pampulha está a caminho de se tornar

Patrimônio Cultural da Humanidade. Em dezembro do ano passado, a Pre-feitura de Belo Horizonte, por meio da Fundação Municipal de Cultura, retomou a candidatura ao título, for-malizada na Unesco desde 1996. O complexo da Pampulha já é tombado nas esferas municipal, estadual e fede-ral, sendo reconhecido e protegido pelo Conselho Deliberativo do Patri-mônio Cultural de Belo Horizonte, pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) e pelo Instituto do Patri-mônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Agora, a PBH, em parceria com os governos estadual e federal, empreende novos esforços para a re-vitalização do conjunto, intensificando e dando sequência às iniciativas já em curso para transformar esse patrimô-nio dos belo-horizontinos, mineiros e brasileiros em Patrimônio Cultural da Humanidade. É o que você vai ver nesta edição especial do Diário Oficial do Município (DOM), que mostra também detalhes históricos deste patrimônio cultural da capital mineira.

BELO HORIZONTEAno XIX • N. 4.313 • R$ 0,85

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Tiragem: 2.500 • 17/5/2013Diário Oficial do Município - DOM

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O trânsito na região da Pampulha vai ser beneficiado com o viaduto Os-car Niemeyer, inaugurado ontem como parte da duplicação da avenida

Pedro I. Confira os detalhes na página 3 desta edição.

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BELO HORIZONTESexta-feira, 17 de maio de 2013Diário Oficial do Município2

Poder Executivo

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Breno Pataro

Novas intervenções tornam o Conjunto Arquitetônico da Pampulha ainda mais atraente para moradores e turistas

Berço da arquitetura de Oscar Niemeyer, o Conjunto Ar-quitetônico da Pampulha, mesmo antes de sair do papel, já estava predestinado a assumir a posição que ocupa hoje: o de representar simbolicamente uma cidade e seu povo. Tudo isso pela ousadia e relevância da obra que tornaria realidade a criação de uma lagoa, a Casa do Baile, o Iate Tênis Clu-be, a Igreja São Francisco de Assis e o Museu de Arte da Pampulha.

Com 70 anos completados ontem, o conjunto foi presen-teado com a inauguração do viaduto Oscar Niemeyer, no bairro Itapoã, ordens de serviço para obras de desassoreamento e despoluição da lagoa, de es-paço cultural e de um centro de informação turística, obras de revitalização e restauração de jardins e requalificação de via na orla da lagoa. A Pampulha ganhou também um selo espe-

cial de 70 anos e a cerimônia de comemoração, que aconteceu na praça Dino Barbieri (em frente à Igreja São Francisco), contou com a participação do Coral Lírico de Minas Gerais, corpo artístico da Fundação Clóvis Salgado. Confira nesta e na próxima página um re-sumo das ações que estão sendo feitas na Pampulha.

O investimento total na re-cuperação da bacia hidrográfica e na requalificação do Conjun-

to Arquitetônico da Pampulha será superior a R$ 425 milhões, sendo R$ 158,4 da Prefeitura de Belo Horizonte, com apoio do Governo Federal, e R$ 256 milhões do Governo do Estado, por meio da Copasa. Outros R$ 10,8 milhões virão de recursos próprios e de parcerias firmadas pela PBH.

“O que me impressiona muito em Minas Gerais é o ca-rinho que o povo tem pelo meu

avô. Brinco que ele nasceu no lugar errado, deveria ter nascido em Minas. Em nenhum lugar onde fiz exposições vi tanto ca-rinho e amor pelo meu avô como aqui”, disse o neto do arquiteto, o fotógrafo Kadu Niemeyer, que participou ontem da cerimônia e tem a obra do avô como uma das fontes de inspiração. Oscar Nie-meyer nasceu no Rio de Janeiro, em 1907, e morreu em dezembro do ano passado.

O que a Pampulha vai ganhar

• Despoluição da lagoa

Para garantir a recupera-ção efetiva da Lagoa da Pam-pulha e de todo o seu entorno, que compõem o principal conjunto turístico e arquitetô-nico da capital, por meio do Programa de Recuperação e Desenvolvimento Ambiental da Bacia da Pampulha (Propam), 800 mil metros cúbicos de sedimentos serão removidos do leito da lagoa e a água será tratada por meio de tecnologias de ponta, como a bio-remediação, o sequestro de fósforo e a oxigenação/ozonização, que poderão ser empregados em conjunto ou em separado, de acordo com a melhor indicação técnica em cada momento. Com a conclusão, pela Copasa, da construção de novas estações elevatórias de esgoto e das redes coletoras e interceptoras, a lagoa ficará livre de 95% dos lançamentos de esgoto e do mau cheiro até dezembro deste ano. A expectativa é que, ainda no primeiro semestre de 2014, a qualidade da água da Lagoa da Pampulha seja enquadrada na classe 3, que permite a prática de esportes náuticos e pesca, em um ambiente sem maus odores.

O Propam é desenvolvido de forma compartilhada pelas prefeituras de Belo Horizonte e Contagem e pelo Governo do Estado, por meio da Copasa. Na primeira etapa das inter-venções, de responsabilidade da Copasa, foi concluída, em abril, a nova Estação Elevatória de Esgoto (EEE) Pampulha, em substituição a quatro antigas elevatórias que já estavam obsoletas e foram desativadas.

• Requalificação da orlaComo parte das inter-

venções, o entorno da Lagoa da Pampulha ganhará nova pavimentação. A avenida Otacílio Negrão de Lima terá 18 quilômetros de via recapeadas, com a implan-tação de ciclovia no trecho entre a rua Garoupas, em frente ao PIC, até o Clube Belo Horizonte, e restauração de 11 quilômetros da ciclovia existente, com recuperação da sinalização, instalação de placas indicativas de quilo-metragem e plantio de grama, além da restauração dos 18 quilômetros da pista de coo-per da orla da lagoa.

• Patrimônio cultural recuperadoO Museu de Arte da Pam-

pulha (MAP) vai ganhar novo piso de mármore do Salão No-bre, limpeza dos revestimentos, além de pinturas interna e ex-terna e troca do carpete do au-ditório. Na Casa do Baile, estão sendo feitas obras de limpeza da

• Projeto paisagísticoA restauração dos jardins de

Burle Marx inclui o resgate dos proje-tos paisagísticos originais, contratados pela Prefeitura na década de 1940, em conjunto com os projetos arqui-tetônicos da Lagoa da Pampulha. Foi feito um levantamento das es-pécies existentes e constatou-se que algumas das integrantes do projeto original se perderam com o tempo e está sendo feito o plantio das mesmas espécies ou de similares àquelas que são, na atualidade, protegidas por lei por estarem em risco de extinção. O projeto incluiu ainda a revitalização dos sistemas de iluminação e irriga-ção dos jardins e retirada de algumas árvores em mau estado fitossanitário. Os jardins de Burle Marx ficam na Casa do Baile, no entorno da igreja da Pampulha e no MAP.

fachada, recuperação do piso e esquadrias e impermeabiliza-ção. Já a Casa Kubitschek, pro-jetada nos anos 1940 para ser a residência de final de semana do então prefeito da capital, será restaurada e vai ganhar um novo espaço cultural.

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BELO HORIZONTESexta-feira, 17 de maio de 2013 Diário Oficial do Município 3

Poder Executivo

Viaduto integra obras do BRT e faz a ligação entre ruas dos bairros Jardim Atlântico e Itapoã

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Viaduto Oscar Niemeyer é inaugurado e vai trazer benefícios para o trânsito local

Um dos arquitetos mais importantes do século 20, com trabalhos edificados por todo o mundo, Oscar Niemeyer ganhou uma homena-gem na tarde de ontem, em Belo Horizonte. O novo viaduto sobre a avenida Pedro I, parte do complexo viário que está sendo construído no entorno da avenida Portugal, foi batizado de Oscar Niemeyer por meio de lei publicada no Diário Oficial do Município (DOM) do dia 17 de abril deste ano, e recebeu recursos de R$ 14,2 milhões. Construída como parte da duplicação da Pedro I, a interseção viária integra as obras do BRT e faz a ligação entre as ruas Cheik Nagib Assrauy, no bairro Itapoã, e Mário Jofre de Freitas, no bairro Jardim Atlântico. “Esse viaduto tem como objetivo desafogar o trânsito e permitir a operação da futura estação de integração BRT Pampulha”, explicou o diretor--presidente da BHTrans, Ramon Victor César. Cerca de 40 linhas da região serão integradas na estação.

Em 16 quilômetros de extensão, a avenida Pedro I formará junto à avenida Antônio Carlos um corredor para o Transporte Rápido por Ônibus (BRT), que irá melhorar a qualidade do transporte coletivo, com pistas exclusivas para ônibus, estações de embarque e terminais de integração.

Na praça Dino Barbieri, em frente à igrejinha da Pampulha, será construído o Centro de Atendimento ao Turista (CAT), que prestará serviços de informação turística. No local, serão estabelecidos roteiros turísticos seg-mentados em circuitos, como o Circui-to Niemeyer, sistematizando a visitação ao complexo arquitetônico, o Circuito Verde, orientando as visitas ao Parque Ecológico, ao Zoológico, ao Aquário Municipal e ao Parque de Diversões Guanabara, o Circuito Esportivo, en-focando o Mineirão, o Mineirinho, os clubes da região e os principais eventos esportivos, além do Circuito Gastro-nômico, voltado aos interessados em conhecer os restaurantes e bares do entorno. Para facilitar a orientação e o deslocamento dos turistas, a região está recebendo nova sinalização, com placas interpretativas trilíngues, em português, inglês e espanhol.

No total, serão instaladas 68 placas

(13 placas direcionais simples, dez placas direcionais com mapa, nove placas inter-pretativas, 16 selos interpretativos e dez selos de escultura) nos tradicionais locais de visitação: Museu de Arte da Pampu-lha, Casa do Baile, Igreja São Francisco de Assis, Casa JK, Mineirão, Mineirinho, Parque Ecológico e Jardim Zoológico. A sinalização contemplará também mi-rantes, edifícios públicos, obras de arte, praças e outros atrativos. As placas serão equipadas com o sistema de código de barras, que possibilita o acesso ao con-teúdo multimídia através de dispositivos móveis. Além disso, quatro quiosques da orla da lagoa serão reformados.

“Essa nova sinalização, além de orientar, também fornece informações adicionais sobre os atrativos da região, sensibilizando turistas e moradores para a importância do patrimônio histórico, artístico e cultural da Pampulha”, sa-lientou o presidente da Belotur, Mauro Werkema.

• Centro de Atendimento e novas placas estimulam o turismo

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BELO HORIZONTESexta-feira, 17 de maio de 2013Diário Oficial do Município30

Poder Executivo

IndIcadores econômIcos de Belo HorIzonte

Menor Maior Diferença (%) Média

Alimentício 3,95 6,00 51,90 5,56

Automóveis Novos

Prefixada (montadoras) 0,89 2,02 126,97 1,40

Prefixada (multimarcas) 1,33 2,54 90,98 1,73

Automóveis Usados

Prefixada (montadoras) 1,04 2,43 133,65 1,63

Prefixada (multimarcas) 1,14 2,64 131,58 1,84

Cartão de Crédito 4,14 20,48 394,69 12,69

Cheque Especial (2) (8) 3,95 10,04 154,18 7,84

Combustíveis 3,21 12,34 284,42 8,02

Construção Civil (3) (7)

Imóveis Construídos 0,21 1,61 666,67 1,06

Imóveis na Planta 0,21 1,61 666,67 0,51

Cooperativas de Crédito (empréstimo) 0,75 3,40 353,33 2,01

Crédito Direto ao Consumidor (CDC)

CDC - Financeiro (8) 2,93 4,72 61,09 3,85

CDC - Bens Alienáveis (8) 1,25 1,90 52,00 1,41

Eletroeletrônicos 1,99 5,05 153,77 3,48

Mobiliário 1,16 5,85 404,31 2,83

Financeiras Independentes 6,45 17,75 175,19 12,21

Turismo

Nacional 0,90 2,34 160,00 1,46

Internacional 0,90 2,31 156,67 1,38

Vestuário e Calçados 1,49 20,80 1.295,97 4,94

Empréstimos pessoa jurídica

Desconto de Duplicatas (8) 0,92 2,53 175,00 1,89

Capital de Giro (8) 0,87 2,65 204,60 1,69

Conta Garantida (8) 1,94 4,13 112,89 2,76

Captação

CDB 30 dias (4) 0,51

Cooperativas de Crédito (aplicação) 0,60

Fundo de Investimento Curto Prazo 0,13 0,45 246,15 0,31

Fundo de Investimento Longo Prazo 0,39 0,57 46,15 0,48

Poupança (5) 0,41

Taxa SELIC (6) 0,59(1) Considera-se a média das taxas praticadas pelos informantes(2) Não são consideradas vantagens progressivas(3) Inclui a variação dos indexadores CUB, TR, INCC e IGP-M (7) Novo cálculo considerando o período dos índices que compõem a estimativa(4) Taxa ANBID do primeiro dia útil do mês e projetada para 30 dias

.. Não se aplica dados numéricos ND - não disponívelFONTE: Fundação IPEAD/UFMG

(8) Dados coletados a partir de informações consolidadas no Banco Central do Brasil

Taxas de Juros – Abril de 2013

(6) Média ponderada pela vigência

SetoresTaxas médias praticadas(1)

(5) Taxa referente ao primeiro dia do mês subsequente

Empréstimos pessoa físicaNo mês No ano Últimos

12 Meses No mês No ano Últimos12 Meses

dez/12 388,35 0,50 5,74 5,74 392,44 0,56 5,44 5,44

jan/13 397,59 2,38 2,38 5,51 400,33 2,01 2,01 5,68

fev/13 396,80 -0,20 2,18 5,39 398,73 -0,40 1,60 5,24

mar/13 398,78 0,50 2,69 5,60 401,12 0,60 2,21 5,36

abr/13 400,74 0,49 3,19 5,75 403,29 0,54 2,76 5,35

1ª mai/13 421,89 (3) 0,49 3,76 5,75 425,15 (3) 0,57 3,34 5,25

IPCR(2)IPCA(1)

(2) IPCR= Índice de Preços ao Consumidor Restrito: mede a evolução dos gastos das famílias com renda de 1 a 6 salários mínimos na cidade de Belo Horizonte

Período

(1) IPCA= Índice de Preços ao Consumidor Amplo: mede a evolução dos gastos das famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos na cidade de Belo Horizonte

Evolução dos Preços ao Consumidor

Variação (%)Índice de Base Fixa(4ª Jul/94=100)

Índice de Base Fixa(4ª Jul/94=100)

Variação (%)

Produtos / serviços(1) Forma deCobrança Menor (R$) Maior (R$) Diferença (%) Média(2) (R$)

CADASTRO

Confecção de cadastro para início de relacionamento - CADASTRO por evento 0,00 59,00 .. 20,68

CONTAS DE DEPÓSITOS

CARTÃO - Fornecimento de 2º via de cartão com função débito por cliente 5,35 10,00 86,92 6,83

CARTÃO - Fornec. de 2ª via de cartão com função mov. conta de poupança por cliente 5,35 10,00 86,92 6,83

CHEQUE - Exclusão do Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundo (CCF) por Operação 28,50 52,00 82,46 42,45

CHEQUE - Contra-ordem e oposição ao pagamento de cheque por cheque 10,35 15,00 44,93 11,75

CHEQUE - Fornecimento de folhas de cheque por cheque 1,00 1,55 55,00 1,31

CHEQUE - Cheque Administrativo por Cheque 20,00 30,00 50,00 23,89

CHEQUE - Cheque Visado por cheque 0,00 21,00 .. 10,50

Saque de conta de depósitos à vista e de poupança - SAQUE pessoal por operação 2,00 3,00 50,00 2,18

Saque de conta de depósitos à vista e de poupança - SAQUE Terminal por operação 1,15 3,00 160,87 1,74

Saque de conta de dep. à vista e de poupança - SAQUE correspondente por operação 1,15 2,15 86,96 1,57

DEPÓSITO - Depósito Identificado por operação 0,00 3,00 .. 1,90

Forn. de ext. de um periodo conta dep. à vista e poup. - EXTRATO (P) por operação 2,00 6,00 200,00 3,09

Forn. de ext. de um periodo conta dep. à vista e poup. - EXTRATO (E) por operação 1,35 3,00 122,22 2,01

Forn. de ext. de um periodo conta dep. à vista e poup. - EXTRATO (C) por operação 1,20 1,60 33,33 1,37

Ext. mensal de conta de dep. à vista e poup. p/um período -EXTRATO(P) por operação 1,45 6,00 313,79 3,16

Ext. mensal de conta de dep. à vista e Poup. p/um período - EXTRATO(E) por operação 1,35 4,00 196,30 2,26

Ext. mensal de conta de dep. à vista e poup. p/um período - EXTRATO(C) por operação 1,20 4,00 233,33 2,06

Fornecimento de cópia de microfilme, microficha ou assemelhado por operação 4,40 6,00 36,36 5,29

TRANSFERÊNCIA DE RECURSOS

Transferência agendada por meio de DOC/TED - DOC/TED agendado(P) por operação 0,00 19,00 .. 13,07

Transferência agendada por meio de DOC/TED - DOC/TED agendado(E) por operação 0,00 9,50 .. 7,08

Transferência agendada por meio de DOC/TED - DOC/TED agendado(I) por operação 6,50 8,60 32,31 7,58

Transferência entre contas na própria instituição- TRANSF. RECURSOS(P) por operação 1,00 2,00 100,00 1,24

Transferência entre contas na própria instituição-TRANSF.RECURSOS(E/I) por operação 0,00 1,20 .. 0,91

Ordem de Pagamento - ORDEM PAGAMENTO por operação 23,80 27,00 13,45 24,98

Transferência por meio de DOC - DOC Pessoal (3) por evento 12,85 20,00 55,64 14,88

Transferência por meio de DOC - DOC eletrônico (3) por evento 0,00 9,50 .. 7,11

Transferência por meio de DOC - DOC internet (3) por evento 6,50 8,60 32,31 7,56

Transferência por meio de TED - TED pessoal (3) por evento 12,85 20,00 55,64 14,79

Transferência por meio de TED - TED eletrônico (3) por evento 0,00 9,50 .. 7,11

Transferência por meio de TED - TED internet (3) por evento 0,00 8,60 .. 7,59

OPERAÇÕES DE CRÉDITO

Concessão de adiantamento a depositante - ADIANT. DEPOSITANTE por operação 30,00 51,80 72,67 43,09

PACOTE PADRONIZADO PESSOA FÍSICAPACOTE PADRONIZADO PESSOA FÍSICA por evento 9,50 18,00 89,47 12,22

CARTÃO DE CRÉDITO (3)

Anuidade - cartão básico nacional a cada 365 dias 24,00 54,00 125,00 44,33

Fornecimento de 2ª via de cartão com função crédito por evento 0,00 15,00 .. 6,52

Utilização de canais de atend. para retirada em espécie - no país por evento 4,00 15,00 275,00 8,16

Pagamento de contas utilizando a função crédito em espécie por evento 1,99 16,00 704,02 8,57

Avaliação emergencial de crédito por evento 15,00 17,00 13,33 15,25

Anuidade - cartão básico internacional a cada 365 dias 0,00 90,00 .. 86,67

Utilização de canais de atend. para retirada em espécie - no exterior por evento 7,90 30,00 279,75 14,56

(1) Não são consideradas vantagens progressivas

Fonte: Banco Central do Brasil / Bancos - Dados trabalhados pela Fundação IPEAD/UFMG

Tarifas Bancárias – Abril de 2013

(2) Considera-se a média das tarifas praticadas pelos bancos pesquisados

.. Não se aplica dados numéricos ND: não disponível

IPCA(1) Salário Mínimo

Cesta Básica(2) IPCA Salário

MínimoCesta Básica IPCA Salário

MínimoCesta Básica IPCA Salário

MínimoCesta Básica

nov/12 386,42 960,02 490,60 0,43 0,00 -3,84 5,21 14,13 6,55 5,83 14,13 10,30

dez/12 388,35 960,02 496,54 0,50 0,00 1,21 5,74 14,13 7,84 5,74 14,13 7,84

jan/13 397,59 1046,46 544,68 2,38 9,00 9,70 2,38 9,00 9,70 5,51 9,00 13,66

fev/13 396,80 1046,46 550,38 -0,20 0,00 1,05 2,18 9,00 10,84 5,39 9,00 20,64

mar/13 398,78 1046,46 563,60 0,50 0,00 2,40 2,69 9,00 13,51 5,60 9,00 25,42

abr/13 400,74 1046,46 578,77 0,49 0,00 2,69 3,19 9,00 16,56 5,75 9,00 29,20

FONTE: Fundação IPEAD/UFMG(2) Cesta Básica: representa os gastos de um trabalhador adulto com a alimentação definida pelo Decreto-lei 399/38

Período

Índice de Base Fixa(Jul/94=100) No mês No ano

Evolução da inflação, salário mínimo e cesta básica

Variação (%)

Últimos 12 Meses

(1) IPCA= Índice de Preços ao Consumidor Amplo: mede a evolução dos gastos das famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos na cidade de Belo Horizonte

Produto Quantidade Valores(em R$)

Contribuição na variação (p.p.)

Açúcar cristal 3,00 kg 4,19 -0,04

Arroz 3,00 kg 7,04 -0,06

Banana caturra 12,00 kg 24,39 0,65

Batata inglesa 6,00 kg 22,61 0,82

Café moído 0,60 kg 7,89 -0,06

Chã de dentro 6,00 kg 103,00 0,27

Farinha de trigo 1,50 kg 3,81 0,03

Feijão carioquinha 4,50 kg 29,31 0,86

Leite pasteurizado 7,50 lt 16,41 0,08

Manteiga 750,00 gr 15,71 0,00

Óleo de soja 1,00 un 3,30 -0,08

Pão francês 6,00 kg 47,44 0,17

Tomate Santa Cruz 9,00 kg 50,17 0,05

Custo da Cesta Básica(*) – Abril de 2013

(*) Cesta Básica: representa os gastos de um trabalhador adulto com a alimentação definida pelo Decreto-lei 399/38FONTE: Fundação IPEAD/UFMG

No mês No ano Últimos12 Meses No mês No ano Últimos

12 Mesesout/12 436,90 0,37 6,13 8,15 597,38 1,00 8,68 11,40

nov/12 439,43 0,58 6,74 7,82 602,40 0,84 9,59 11,18

dez/12 442,95 0,80 7,60 7,60 608,91 1,08 10,77 10,77

jan/13 446,22 0,74 0,74 8,08 612,87 0,65 0,65 11,08

fev/13 447,56 0,30 1,04 7,79 617,77 0,80 1,46 10,71

mar/13 450,11 0,57 1,62 7,37 623,70 0,96 2,43 10,87FONTE: Fundação IPEAD/UFMG

Período

Evolução do Mercado Imobiliário: Aluguéis

Índice de Base Fixa (Jul/94=100)

Variação (%)

Comerciais

Índice de Base Fixa (Jul/94=100)

Variação (%)

Residenciais

Popular Médio Alto Luxo

Apartamento 1 Quarto 490,91(11)

980,56(18)

731,00(28)

1258,74(103)

Apartamento 2 Quartos 681,30(49)

951,52(76)

1101,35(114)

2080,39(152)

Apartamento 3 Quartos 1 Banho

813,00(20)

961,90(21)

1153,23(16)

-(3)

Apartamento 3 Quartos 2 ou mais Banhos

1165,52(29)

1300,85(59)

1550,37(154)

2424,39(258)

Apartamento 4 Quartos e até 2 Banhos

-(1)

-(1)

2025,00(14)

2919,44(18)

Apartamento acima de 4 Quartos e 2 Banhos

2250,00(6)

-(3)

2536,11(18)

4496,71(137)

Barracão 1 Quarto 422,50(16)

577,14(14)

675,00(4)

-(1)

Barracão 2 Quartos 558,46(13)

662,50(4)

-(2)

-

Casa 1 Quarto -(1)

- -(1)

-(1)

Casa 2 Quartos 763,20(25)

882,35(17)

1137,50(8)

-

Casa 3 Quartos e 1 Banho 948,44(16)

1187,50(4)

-(3)

-(3)

Casa 3 Quartos e 2 ou mais Banhos

1276,79(28)

1702,50(16)

2694,29(21)

5933,33(6)

Casa 4 Quartos e até 2 Banhos 2150,00(8)

-(2)

- -

Casa 4 Quartos e 2 Banhos -(2)

6155,56(9)

3757,14(7)

8127,27(11)

Valores médios (em R$) dos aluguéis residenciais por classe de bairro(*) - Março de 2013Imóveis

Barracões

FONTE: Fundação IPEAD/UFMG

(*) O valor entre parênteses representa o número de imóveis utilizados no cálculo da respectiva média. Na maioria das vezes, somente são publicados valores médios obtidos a partir de quatro imóveis pesquisados. Os casos em que não foi pesquisado nenhum imóvel são indicados por hífen (-). Os valores médios referentes a apartamentos de 1 e 2 quartos da classe luxo são influenciados pela oferta de Flats.

Apartamentos

Casas

ICCBH(1) IEE(2) IEF(3) ICCBH IEE IEF ICCBH IEE IEF ICCBH IEE IEFnov/12 134,77 202,40 113,14 -0,82 1,21 -1,96 -2,95 4,58 -6,80 -2,95 4,60 -6,82

dez/12 138,81 203,31 118,23 3,00 0,45 4,49 -0,04 5,05 -2,61 -0,04 5,05 -2,61

jan/13 131,64 192,46 112,19 -5,16 -5,33 -5,10 -5,16 -5,33 -5,10 -3,39 -0,78 -4,75

fev/13 127,73 188,57 108,28 -2,97 -2,02 -3,49 -7,98 -7,25 -8,41 -6,24 -4,44 -7,22

mar/13 127,44 182,14 117,42 -0,22 -3,41 8,44 -8,19 -10,41 -0,68 -7,00 -8,45 0,14

abr/13 127,26 186,24 114,73 -0,14 2,25 -2,30 -8,32 -8,40 -2,96 -4,50 -3,15 0,29

Índice de Confiança do Consumidor

(2) IEE: Índice de Expectativa Econômica: retrata a expectativa do consumidor em relação aos indicadores macroeconômicos (3) IEF: Índice de Expectativa Financeira: retrata a confiança do consumidor a respeito de alguns indicadores microeconômicosFONTE: Fundação IPEAD/UFMG

Últimos 12 MesesÍndice de Base Fixa

(Maio/04=100)Variação (%)

No mês No ano

(1) ICCBH: Índice de Confiança do Consumidor de Belo Horizonte: trata-se de um indicador que tem por finalidade sintetizar a opinião dos consumidores em Belo Horizonte quanto aos aspectos capazes de afetar as suas decisões de consumo atual e futuro

Período

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BELO HORIZONTESexta-feira, 17 de maio de 2013 Diário Oficial do Município 31

Poder Executivo

A caminho de se tornar

O Conjunto Arquitetônico da Lagoa da Pampulha tem gran-de valor cultural para Belo Hori-zonte e para o estado de Minas Gerais e pode se transformar em Patrimônio Cultural da Humani-dade. Em dezembro de 2012, a Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Fundação Municipal de Cultura, retomou a candidatura do Conjunto Arquitetônico da Pampulha ao título de Patrimô-nio Cultural da Humanidade, formalizado na Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) desde 1996. O prazo previsto para a apresentação da candida-tura e para a entrega do dossiê de todas as ações está previsto para fevereiro de 2015. A Unesco tem 18 meses para a avaliação da candidatura.

O conjunto arquitetônico possui hoje tombamento em três esferas: municipal, estadual e federal, sendo, portanto, reco-nhecido e protegido por ações que conjugam esforços do Con-

selho Deliberativo do Patrimônio Cultural de Belo Horizonte, do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) e do Insti-tuto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Os tombamentos protegem não so-mente o conjunto arquitetônico mais conhecido, como também outros importantes patrimônios culturais, como o Mineirão, o Mineirinho, a sede da Fundação Zoo-Botânica, o Redondo (atual Centro de Referência Turística Álvaro Hardy), a rei tor ia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e as margens de-limitadas pela avenida Otacílio Negrão de Lima.

A candidatura ganhou novo impulso após o encontro da mi-nistra da Cultura, Marta Suplicy, com o prefeito Marcio Lacerda, em março deste ano, na sede da Prefeitura de Belo Horizonte, no Centro da capital. Marta anun-ciou que o Iphan irá investir cerca de R$ 32 milhões na recuperação

Comissões foram criadas com o objetivo de contribuir para os traba-lhos da candidatura da Pampulha ao título de Patrimônio da Humanidade. Uma delas é de acompanhamento e gestão, presidida pela representante da Superintendência Regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em Minas Gerais, Michele Arroyo, e tem como membros representantes do poder público e da sociedade civil, como a secretária de Estado de Cultura, Eliane Parrei-ras, o presidente da Belotur, Mauro Werkema, o prefeito de Ouro Preto, Ângelo Oswaldo, a empresária e co-lecionadora de arte Ângela Gutierrez e os arquitetos Gustavo Penna, Flávio Carsalade e Rosilene Guedes. Esta comissão estabeleceu como ações prioritárias a revitalização e a sinaliza-ção urbanística e turística do entorno da Lagoa da Pampulha.

Uma outra comissão executiva foi formada por representantes da Fundação Municipal de Cultura, pre-sidida por Leônidas de Oliveira e pelo diretor de Patrimônio Cultural Carlos

Título da UnescoO título de Patrimônio Cultural da

Humanidade é concedido pela Unesco a monumentos, edifícios, trechos urbanos e até ambientes naturais de importância paisagística que tenham valor histórico, estético, arqueoló-gico, científico, etnológico ou antropológico. O objetivo da Unesco não é apenas catalogar esses bens culturais valiosos, mas ajudar na sua identificação, proteção e preservação. Fazer parte da lista de patrimônios culturais da humanidade é importante não só pelo reconhecimento da relevância daquele bem, mas também por significar que ele passará a contar com o compromisso de proteção da Unesco e de todos os países signatários da Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural. Hoje, isso signifi-ca contar com o resguardo de 190 países. Além disso, o aporte de recursos e a valorização dos patrimônios culturais mundiais contribuem para fomentar o turismo na região, o que gera novos investimentos na economia local e empregos para a população. Até o momento, 18 bens brasileiros estão incluídos na lista de patrimônios, entre eles a cidade histórica de Ouro Preto, o Santuá rio Bom Jesus de Mato-sinhos, em Congonhas, e o centro histórico de Diamantina.

Patrimônio Cultural da

Humanidade

Comissões

do conjunto, formado pela Casa do Baile, pelo Iate Tênis Clube, pela Igreja São Francisco de Assis e pelo Museu de Arte da Pam-pulha (MAP). Na época, o pre-sidente da Fundação Municipal de Cultura, Leônidas de Oliveira, ponderou que o título pode ele-var o patamar de Belo Horizonte aos olhos do mundo. “A capital mineira estará presente nos livros artísticos, na lista da Unesco e, o mais importante, vai ser reconhe-cida internacionalmente pela sua cultura”, frisou.

Henrique Bicalho, e coordenada pela Diretora de Políticas Museológicas, Luciana Féres. Esta comissão executiva já iniciou os trabalhos e realiza reuniões conjuntas com a Superintendência do Iphan e com o Iepha-MG em prol da candidatura. Está prevista, ainda sem data definida, a criação de uma comis-são formada por técnicos do Iphan para acompanhar de perto os assuntos re-

lacionados ao processo de tombamento.A comissão executiva recebeu

técnicos do Iphan em abril deste ano. Eles fizeram uma visita à orla da lagoa e aos imóveis que compõem o Conjunto Arquitetônico da Pampulha. O objeti-vo foi acompanhar as ações que estão sendo realizadas e futuras intervenções já previstas no local para definir o cro-nograma dos trabalhos.

Conjunto Arquitetônico é tombado nas esferas municipal, estadual e federal

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BELO HORIZONTESexta-feira, 17 de maio de 2013Diário Oficial do Município32

Poder Executivo

Uma história de curvas sinuosas define a silhueta

O Complexo Arquitetônico da Pampulha completou 70 anos consolidado como um marco de modernidade na capital. O con-junto, constituído pela Igreja São Francisco de Assis, pela Casa do Baile, pelo Iate Tênis Clube, pelo Museu de Arte da Pampulha (MAP) e pela residência do então prefeito Juscelino Kubitschek, rompeu com os traços retos e conservadores da arquitetura predominante na década de 1940, se firmou como referência arquitetônica nacional e mundial e tem a marca de artistas geniais.

Niemeyer se referiu à Pam-pulha durante uma visita a Belo Horizonte no aniversário de 65 anos do conjunto arquitetônico, em 2008. “Foi praticamente o meu primeiro trabalho. Ao projetar a igreja, a Casa do Baile e o Cassino, eu já mostrei que prefiro uma arquitetura diferente, criando surpresa, procurando atingir o nível superior de obras de arte. A Pampulha fez tanto sucesso que JK

veio ao meu escritório e disse: ‘Oscar, nós fizemos a Pampulha, agora vamos fazer a nova capital (Brasília)’”, contou.

Ao planejar a construção do complexo arquitetônico, JK tinha em mente transformar aquela área afastada do centro da cidade, que já possuía uma barragem iniciada na década de 1930, em uma região dedicada ao entretenimento e ao turismo, e que simbolizasse moder-nidade e progresso.

No início da construção do centro de lazer e turismo da Pam-pulha, o acesso a ele ainda era restrito: a avenida da Pampulha, atual avenida Antônio Carlos, só foi construída em 1941. A escassa ocupação foi contornada pela expansão industrial das décadas de 1940 e 1950. Nesse período, a região passou a ser zona residencial.

Antes mesmo da inaugu-ração da capital mineira, a Pam-pulha já era habitada. Conhecida como Arraial Pampulha, tinha

como moradores imigrantes por-tugueses que batizaram a região com o mesmo nome do bairro onde viviam em Lisboa. Nas di-versas fazendas, sítios e chácaras daquela área rural, criava-se gado, produzia-se leite e plantava-se milho, batatas, feijão, mandioca e hortaliças. Algumas propriedades tinham engenhos de cana e moi-nhos d’água para produzir farinha. Carpintaria, tecelagem, selaria e fiação também eram ofícios pra-ticados pelos moradores.

A construção do Cassino da Pampulha deu início às obras do conjunto, que incluíram a Igreja de São Francisco de Assis, o Iate Tênis Clube e a Casa do Baile. “A Pampu-lha foi o início de Brasília, a mesma correria, os mesmos problemas. A minha preocupação com o prazo, de fazer a coisa diferente”, refletiu Niemeyer. Veja ao lado detalhes dos principais monumentos do conjunto arquitetônico.

Igreja: de renegada a símbolo de BH(Avenida Otacílio Negrão de Lima, 3.000)

Na concepção da Igreja de São Francisco de Assis, também conhecida como igrejinha da Pampulha, Niemeyer fez experimentos em concreto armado, criando uma inusitada abóbada parabólica. Em seu interior, abriga painéis que representam a via sacra assinados por Cândido Portinari e um batistério em baixo relevo de Alfredo Ceschiatti. O projeto paisagístico é de Burle Max, o painel externo é de Paulo Werneck e Athos Bulcão é o autor dos painéis interiores. A construção foi concluída em 1945, mas, por causa da ousadia das formas e das pinturas nada convencionais, discrepantes dos padrões tradicionais da Igreja Católica, a Cúria Metropolitana renegou a edificação como templo religioso. A rejeição perdurou por mais de uma década e só 14 anos mais tarde, em 1959, a Igreja de São Francisco de Assis foi consagrada, pelo então arcebispo de Belo Horizonte, Dom João Resende Costa.

simbólica de BH“Juscelino Kubistchek foi eleito prefeito e me explicou que queria fazer um bairro diferente, uma represa em Belo Horizonte, que iria ser um bairro fantástico. Ele estava com o maior entusiasmo. E pediu: ‘Olha, preciso do projeto do Cassino para amanhã’. Então era difícil, no dia seguinte! Mas eu era jovem e tinha que fazer. Fui para o hotel, trabalhei a noite inteira e entreguei o

projeto. Foi o início da minha arquitetura”. (Oscar Niemeyer)

Rompimento e reconstrução da barragemEm abril de 1954, 11 anos depois de inaugurada, a barragem da Lagoa da Pampulha começou a

apresentar um vazamento que deixou a cidade em alerta. Aos primeiros sinais de que a estrutura poderia se romper, toda a área a jusante da lagoa, inclusive o aeroporto, foi evacuada. O tráfego de aviões foi desviado para a Base da Força Aérea, em Lagoa Santa. Quando a barragem se rompeu, houve uma grande inundação que atingiu desde a pista do aeroporto até áreas mais distantes, como os bairros Aarão Reis, Ca-pitão Eduardo e Matadouro (atual bairro São Paulo), com reflexos no ribeirão do Onça e no rio das Velhas. O então prefeito Américo Renné Gianetti criou uma comissão para investigar as causas do rompimento e foi detectada uma im-perfeição na execução do projeto de drenagem. A reconstrução da barragem foi iniciada ainda em 1954 e a lagoa foi reinaugurada em 1958, já na gestão do prefeito Celso Melo de Azevedo.

MAP: antigo cassino abriga arte contemporânea(Avenida Otacílio Negrão de Lima, 16.585)

O Museu de Arte da Pampulha (MAP), que hoje abriga cerca de 1.200 obras de arte contemporânea, surgiu como um cassino que atraía jogadores de todo o Brasil. Os tempos de glória do Cassino da Pampulha, no entanto, duraram pouco. Em 1946, durante o governo do general Eurico Gaspar Dutra, o jogo foi proibido no Brasil. O espaço foi fechado e passou a funcionar como museu de arte em 1957, quando era conhecido como Palácio de Cristal.

Casa do Baile: curvas sinuosas (Avenida Otacílio Negrão de Lima, 751)

O projeto original e o paisagismo da Casa do Baile foram conce-bidos por Oscar Niemeyer e Roberto Burle Marx. Inaugurada em 1943, a edificação comportava um restaurante com pista de dança, cozinha e toaletes. Situada em uma ilha artificial, ligada por uma pequena ponte de concreto à orla, a Casa do Baile foi projetada com a finalidade de criar na Pampulha um espaço de diversão popular. Com a proibição do jogo no Brasil, em 1946, e o consequente fechamento do Cassino, caiu o movimento da Casa do Baile, que acabou por encerrar suas atividades. A partir daí, sob a administração da Prefeitura, o espaço teve vários usos e variados fins comerciais. Em 2002, a Casa do Baile foi reaberta após uma restauração, realizada sob a coordenação do próprio Oscar Niemeyer, com a colaboração dos arquitetos Álvaro Hardy e Mariza Machado Coelho. Desde então, o local funciona como Centro de Referência de Urbanismo, Arquitetura e Design.

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Construção da igreja foi concluída em 1945

Ocupação da Pampulha como zona residencial aconteceu nas décadas de 1940 e 1950

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