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REQUERIMENTO
À Editora Savoy
A/C Senhora Marta
Eu, GISLEIA MENEZES DE SOUSA, brasileira, ..., venho expor e, ao final, REQUERER.
Conforme já é de conhecimento Senhora Marta, no dia 13/09/2013 recebi a visita do senhor Richard e da
senhora Andréia que se apresentaram como pretensos estudantes e vendedores da Editora Savoy.
Registro que, na ocasião, ainda no portão de minha residência, afirmaram que dispunham de materiais
relacionados à educação, os quais contribuíam para arcar com mensalidades em cursos superiores em
algumas faculdades, citando, inclusive, a Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Ao informar que não tinha qualquer interesse em adquirir materiais educativos, o senhor Richard
solicitou, então, uma contribuição em dinheiro para a “causa”, momento em que decidi comprar
alguma coisa ao invés de fazer doação.
Enquanto conversávamos, já no interior da residência, atendi o celular algumas vezes, inclusive uma ligação
internacional, e tentei adiar a negociação para o dia seguinte, quando poderia dispor de mais tempo e calma,
mas disseram que sairiam da cidade no mesmo dia e aguardaram.
Ao decidir pela compra da “Biblioteca da Família Cristã Completa” e solicitar o preço, informaram que
havia uma parceria entre a editora e um programa de incentivo à leitura que teve início na BIENAL
INTERNACIONAL DO LIVRO DE SP, motivo pelo qual poderiam aplicar um desconto em cima do preço
praticado na Bienal.
Apresentaram um crachá com o logo da editora e da Bienal e, assim, afirmaram que de R$3.000,00
poderiam fazer por R$2.320,00. Disseram também que poderiam abrir mão de parte do valor original,
mesmo prejudicando suas comissões, porque o que lhes interessava mais eram os pontos para obter os
descontos e bolsas em Universidades e que, desse modo, era mais proveitoso garantir a venda, pois o
número do contrato (4380) seria convertido em bônus para a “causa”.
Por estar interessada na mercadoria, ante o crachá apresentado e, principalmente, por tratar-se de uma
“coleção”, não tive dificuldade em acreditar na “estória”. Ademais, com o tempo escasso não me atentei
para a necessidade de empreender pesquisas de preço antes de concluir a compra.
A partir de então, ligaram ao senhor Nilton, que veio até minha casa com a Kombi padronizada com o logo
da Editora Savoy e com a maquininha do cartão. Efetuei a compra à vista, por meio de cartão de débito, e
recebi os produtos de imediato, o que me surpreendeu pois até então tinham sido apresentados por meio de
cartazes, o que me fez pensar que seriam enviados posteriormente via correio ou transportadora.
Antes de completar o preenchimento do Contrato de Compra e Venda e com o intuito de me agradar, o que
de fato conseguiu, incluiu como brinde um dicionário de português e outro de inglês.
Solicitei uma via, sendo-me dito que uma Nota Fiscal seria encaminhada por e-mail. Detalhe, eles não
haviam solicitado meu endereço eletrônico até então e eu os lembrei deste fato, forneci o e-mail e, ainda
assim, insisti em ficar com uma cópia do contrato de compra e venda, recebendo a via amarela, colacionada.
Após todo o trâmite, o senhor Richard ainda
tentou, insistentemente, me convencer a
comprar outra coleção, o que achei
extremamente desagradável, principalmente
porque meu esposo acabara de chegar em casa
e eu pretendia lhe fazer uma surpresa com os
livros, motivo, inclusive, que me levou a não
proceder à abertura e conferência da
mercadoria na ocasião.
No dia seguinte, interessada em saber mais
sobre a editora Savoy, procurei no buscador
Google e encontrei o site
http://editorasavoy.com.br. Tentei verificar
produtos e preços, contudo, na página do site e
no catálogo disponível não constam todos os
materiais que comprei; e os disponíveis não
apresentam qualquer indicativo de preços.
Também verifiquei que são ofertados, avulsos,
alguns livros que adquiri como parte integrante
da coleção “Biblioteca da Família Cristã
Completa”, tal como o dicionário bíblico.
Desconfiada que havia algo errado tentei, em
vão, entrar em contato com a editora pelo próprio site, no entanto todos os meios disponibilizados ali se
encontram inativos, tanto o e-mail quanto os links.
Em “Fale agora com nosso
atendente”, o link leva ao endereço
http://www.livezilla.net/home/en/.
Ao proceder ao envio do
formulário de contato ou de
solicitação de orçamento, aparece
a seguinte mensagem: 405 - HTTP
verb used to access this page is not
allowed. The page you are looking
for cannot be displayed because
an invalid method (HTTP verb)
was used to attempt access.
Sem conseguir qualquer informação pelo site, fiz uma pesquisa pela internet e encontrei, em outras
lojas, produtos idênticos ao que comprei, oferecidos por valores bem inferiores ao que paguei, sejam
em coleções ou avulsos. Dentre tantas, colaciono algumas, abaixo:
http://todaoferta.uol.com.br/comprar/curso-basico-em-teologia-biblioteca-da-familia-crista-CZSTHIMTNN#rmcl
http://www.dlalmeida.com.br/loja/produto/Biblioteca-da-Fam%EDlia-Crist%E3.html
http://rj.quebarato.com.br/sao-francisco-de-itabapoana/biblioteca-da-familia-crista__906C82.html
https://www.facebook.com/bibliotecadafamilia.crista.3
http://www.shoppinglivros.com.br/religiao/dicionario-biblico-estudo-dos-livros-biblicos-2-edicao.html
De imediato enviei um e-mail para o endereço que estava no site: [email protected], porém
recebi de volta a mensagem de que não existia.
Por motivos particulares fiquei alguns dias em viagem e somente no dia 18/09/2013 liguei para o número
(11) 2254-0901, às 16h, sendo atendida pela senhora Camila, e manifestei meu interesse em proceder á
devolução do material, uma vez que ainda estava no prazo de 07 dias para o arrependimento, conforme
direito estabelecido pelo Código de Defesa do Consumidor:
CDC - Lei nº 8.078 de 11 de Setembro de 1990
Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências.
(...)
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua
assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de
fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial,
especialmente por telefone ou a domicílio.
Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto neste
artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão,
serão devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados.
A senhora Camila disse que iria falar com seu Supervisor e este me ligaria posteriormente, o que não
ocorreu.
Esperei até o final da semana e no dia 24/09/2013, às 14h40, procedi à nova ligação, quando então a senhora
Camila passou o telefone para a senhora Marta, que disse que falaria com seu gerente e ligaria de volta.
Às 15h44 a senhora Marta retornou a ligação, cujo número de origem que apareceu no visor do meu celular
é 011975193483, e afirmou, taxativamente, que até a sexta-feira seguinte, ou seja, dia 27/09/2013, o senhor
Richard retornaria à minha residência para “solucionar” a questão, sem afirmar, contudo, se efetivamente
seria coletado o material e devolvido o dinheiro.
A senhora Marta também indagou acerca do site em que encontrei produtos similares, sendo taxativa ao
inferir que os produtos vendidos pelo senhor Richard eram todos publicados e vendidos, exclusivamente,
pela editora Savoy.
De posse desta informação, verifiquei os produtos que me foram vendidos e concluí que nenhum deles foi
editado pela Savoy e tampouco são de venda exclusiva, conforme as fotos colacionadas:
Uma vez que tal visita não ocorreu, no dia 28/09/2013 enviei SMS para o número do telefone utilizado pela
senhora Marta, cujo recebimento foi confirmado pela operadora, conforme abaixo:
Sem respostas ao SMS, às 11h25 do dia 28/09/2013 liguei para o número telefônico em questão e fui
atendida pela senhora Ana, que afirmou que a senhora Marta não trabalhava aos sábados. Na ocasião
solicitei e recebi novo endereço de e-mail para encaminhar informações e documentos:
Por todo o exposto, CONCLUO que paguei valor indevido por mercadoria superfaturada.
Também considero que desisti da compra no prazo legal.
Assim, REQUEIRO,
que no prazo de 05 (cinco) dias seja feita a coleta de todos os produtos negociados e a devolução do
valor de R$2.320,00 (dois mil, trezentos e vinte reais), que poderão ser depositados na conta bancária
abaixo:
(...)
Informo que, decorrendo o prazo sem as providências solicitadas, esse e-mail e todos os documentos e
provas serão encaminhados ao Ministério Público Federal e ao Órgão de Defesa do Consumidor – Procon, a
fim de que sejam tomadas todas as medidas cabíveis e necessárias ao ressarcimento do valor, atualizado,
pago indevidamente por mercadoria superfatura, bem como ao pagamento de custas e demais verbas
indenizatórias e processuais inerentes ao ônus da sucumbência em órgão jurisdicional.
Esclareço que este e-mail serve como documento probatório de INTIMAÇÃO/NOTIFICAÇÃO, iniciando a
contagem do prazo a partir de seu recebimento.
Sem mais,
GISLEIA MENEZES DE SOUSA
