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A ERA DA INTERAÇÃO Novas tecnologias transformam rótulos e decorações de embalagens em portais para o consumidor ENTREVISTA: Nathan Herszkovicz, da Abic, fala de café • BEBIDAS: A onda dos energéticos em PET www.embalagemmarca.com.br

EmbalagemMarca 141

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Revista EmbalagemMarca Nº 141 - Maio de 2011

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A ERA DAINTERAÇÃO

Novas tecnologias transformam rótulos

e decorações de embalagens em portais

para o consumidor

ENTREVISTA: Nathan Herszkovicz, da Abic, fala de café • BEBIDAS: A onda dos energéticos em PET

www.embalagemmarca.com.br

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}}} uMa conVersa coM o leitorEDItorIaL

Público-Alvo

EM BA LA GEM MAR CA é di ri gi da a pro fis sio nais que ocu pam car gos de di re ção, ge rên cia e su per-vi são em em pre sas integrantes da ca deia de em ba la gem. São profissionais envolvidos com

o desenvolvimento de embalagens e com poder de decisão colocados principalmente nas indús-trias de bens de consumo, tais como alimentos,

bebidas, cosméticos e medicamentos.

O con teú do edi to rial de EM BA LA GEM MAR CA é resguar da do por di rei tos au to rais. Não é

per miti da a re pro du ção de ma té rias edi to riais pu bli ca das nes ta re vis ta sem au to ri za ção da Blo co de Co mu ni ca ção Ltda. Opi niões

ex pres sas em ma té rias as si na das não re fle tem ne ces sa ria men te a opi nião da re vis ta.

Diretor de redação: Wilson Palhares | [email protected]

Editor executivo: Guilherme Kamio | [email protected]

Redação: [email protected]ávio Palhares | [email protected]

Marcella Freitas | [email protected]

Colaborou nesta edição: Marcelo Marcondes

Departamento de arte: [email protected] de arte: Carlos Gustavo Curado | [email protected] de arte: Jorge H. I. F. Santos | [email protected]

Administração: Eunice Fruet | [email protected]

Marcos Palhares | [email protected]

Departamento Comercial: [email protected] Lenz | [email protected]

Karin Trojan | [email protected] Ferreira | [email protected]

Circulação e Assinaturas (Assinatura anual: R$ 99,00): Marlyan Dulz | [email protected]

Eventos: Manuel Dias | [email protected]

EMBALAGEMMARCA é uma publicação mensal da

Bloco de Comunicação Ltda.Rua Arcílio Martins, 53

CEP 04718-040São Paulo, SP

Tel.: (11) 5181-6533Fax: (11) 5182-9463

www.embalagemmarca.com.br

Filiada ao

A rotulagem vai muito além da imaginaçãoecididamente, parece ter che-gado o tempo, ou no mínimo sua décima primeira hora, em que a embalagem vai deixar para trás o epíteto de “ven-

dedor silencioso”, aquele objeto que pela beleza, pelo formato e pelo grande volume de informações faz o papel de “convencer” o consumidor a levar o produto nele conti-do. Na verdade, as modernas tecnologias de comunicação interativa, que se sucedem em ritmo frenético, ampliam de forma que lem-bra a ficção aquela função das embalagens e, mais especificamente, de sua decoração.

Com a parafernália de SmartPhones e tablets em geral se sucedendo, tendo embu-tidas coisas como códigos bidimensionais, realidade aumentada e outras tecnologias de que um dia antes não se ouvia falar e hoje brotam diante de nós, a “mais direta das mídias” extrapola essa – não é pena dizer, muito pelo contrário – modestíssima função. Os rótulos, entendida na expressão a deco-ração de embalagens de modo geral, expan-dem agora ao infinito, de forma virtual, seus limites métricos. Literalmente tudo o que um produto oferece, incluindo possibilidades de uso, assistência pós-venda, informações complementares, benefícios e contraindi-cações, pode ser acessados num verdadeiro passe de mágica – ou, mais apropriadamente, num clique no telefone celular.

É como se fosse a transformação de uma bula, essa extensão obrigatoriamente legal dos rótulos dos medicamentos, numa

peça colorida, com movimento e possi-bilidade de diálogo e dimensões maiores até que as de um outdoor. Isso, em si, já vai além do estático mutismo que outrora caracterizava o “vendedor silencioso”. Seu fim, para melhor, está decretado também na sonoridade que a interação tecnológica escancara. Tais maravilhas são apresenta-das (mas o que terá surgido de ontem para hoje?) na reportagem de capa desta edição, de autoria de Guilherme Kamio. Esse traba-lho é complementado por um panorama de positiva movimentação que vem ocorrendo no setor de bases para a produção de rótulos autoadesivos.

Não cabe neste espaço adiantar todos os assuntos de alto interesse que ocorrem na área do packaging e estão cobertas nes-ta edição, sendo recomendável vê-los no Sumário e, mais ainda, lê-los em suas ínte-gras. Tomo a liberdade de utilizar a parte final deste espaço para chamar a atenção dos leitores para um fato a nós auspicioso: a próxima edição de EmbalagEmmarca assinalará o décimo segundo aniversário da revista. No empenho de oferecer a nos-so público um produto sempre melhor, os leitores podem aguardar na edição de junho uma série de inovações que, esperamos, poderão contribuir para aprofundar o nível de conhecimento dos profissionais e para o fortalecimento das empresas do setor.

Até junho.

Wilson Palhares

D

“A embalagem vaideixar para trás o

epíteto de ‘vendedorsilencioso’. Novas

tecnologias decomunicação

interativa ampliamde forma que lembra

a ficção aquela função das embalagens

e de sua decoração”

“A embalagem vai

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4 EmbalagemMarca maio 2011

1414Reportagem de capa

QR Code, realidade aumentada e outras tecnologias proporcionam maior interação com os

consumidores por meio da decoração de embalagens

58Energéticos

garrafa de Pet começa a aparecer em mercado dominado pela lata de alumínio

sumÁrio }}} Nº 141 }}} MAIO 2011

54 Cosméticos

amenities oferecidos por hotéis ganham melhores

apresentações e viram ferramenta de marketing

24Rotulagem

fusões, aquisições e investimentos movimentam fornecedores de produtos autoadesivos

44Entrevista

Presidente da associação Brasileira das indústrias de café fala da importância das embalagens para o crescimento do produto nacional no mercado externo

34Sucos

capri sun estreia no Brasil com produto local e embalagem importada

52Cafés

torrefadora mineira lança café em saquinho para ser preparado como chá

10Óleos

Petrobras renova identidade visual e embalagens do lubrifi cante lubrax

Águas

empresa capixaba consegue bons resultados com redesenho de embalagens

12

Perfumes

o Boticário leva seus sucessos para frascos portáteis com aplicadores roll-on

36

Autoadesivos

colacril e Vitopel apresentam liner de BoPP

32

58começa a aparecer em

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www.embalagemmarca.com.br

E mais

3Editorial

38Panorama

6Só na web

7Espaço Aberto

76Display

70Painel Gráfico

66Artigo: Lynn Dornblaser

82Almanaque

80Índice de Anunciantes

74 Prêmio EmbalagemMarca

com novo logotipo, premiação melhora sistema de inscrições e amplia número de jurados

64 Internacional

Na corrida por embalagens “verdes”, coca-cola cria nova

garrafa de cana-de-açúcar para marca de sucos

72Doces

com embalagem metalizada e selada, sonho de Valsa quer ampliar liderança no segmento de bombons

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6 EmbalagemMarca maio 2011 www.embalagemmarca.com.br

o refrigerante mais vendido no mundo foi lançado em 8 de maio de 1886, nos estados unidos. para comemorar a data, a empresa lançou embalagens especiais em vários países.Veja mais em emb.bz/coca125

a litografia Valença está ampliando sua unidade de Mairinque (sp), que ganhará mais uma linha a partir de junho, destinada à produção das latas quadradas de azeite “tipo espanhol”, de 500 mililitros. a fábrica ganhará mais 2.400m².

o supremo tribunal Federal (stF) decidiu, por unanimidade, retirar a incidência do imposto sobre serviços de Qualquer natureza (iss) do trabalho gráfico feito em embalagens de produtos. a partir de agora, incidirá somente o imposto sobre circulação de Mercadorias e serviços (icMs).a autora da ação de inconstitucionalidade foi a associação Brasileira de embalagens (abre), que alegou que a constituição não permite que haja incidência de iss quando já há previsão de cobrança de icMs.Veja mais em emb.bz/iss

a plastivida instituto sócio ambiental dos plásticos divulgou nota questionando medida do governo de são paulo que visa ao banimento das sacolas plásticas no estado até o final do ano. o instituto diz que esse tipo de acordo pode penalizar o consumidor, quando existem alternativas concretas de redução do consumo que preservam o meio ambiente.Veja mais em emb.bz/plastivida

o seBrae/rJ e a secretaria estadual de desenvolvimento do rio criaram um selo para identificar os produtos feitos na região serrana fluminense, devastada pelas chuvas no início do ano. a idéia é estimular o consumo solidário para ajudar a reerguer a indústria local. o selo foi desenvolvido pela crama design estratégico.Veja mais em emb.bz/serrana

sÓ Na WEb

amostra da seção diária de notícias de www.embalagemmarca.com.br e da e-newsletter semanal da revista

INTERNACIONAL

Aos 125 anos, Coca-Cola lança edições especiais

METÁLICAS

Litografia Valença aumenta produção

TRIBUTOS

STF suspende cobrança de ISS sobre trabalho gráfico de embalagens

PANORAMA

Plastivida questiona medida do governo de SP contra sacolas plásticas

RECONSTRUÇÃO

Produtos da região serrana do Rio ganham selo

Edição: FLÁVIO PALHARES ||| [email protected]

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twitter.com/embalagemmarcafacebook.com/embalagemmarca

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}}} opiniões, críticas e sugestões de nossos leitoresEspaço abErto

Editorial

Parabéns pelo editorial “Proletários do mundo inteiro, danai-vos!” (EmbalagEm-marca nº 139, março 2011). Excelen-te abordagem. Creio que a indústria e o comércio brasileiros ainda não se deram conta do perigo que estão correndo com a enxurrada de produtos, na maioria “lixo”, que estão trazendo da China. Quando se assustarem, poderá ser tarde demais.

José Carlos de SouzaGerente Administrativo

Barbacena, MG

Muito oportuno o editorial de Emba-lagEmmarca de março. Será que nossas “autoridades” são as únicas a não enxergar esta realidade que dá aos capitalistas (fal-sos brasileiros) a condição para entrega-rem de mão beijada a indústria nacional? Já estamos submetidos a condições escor-chantes a toda sorte de impostos, e mais

essa “marretada a prestações” parece ser o golpe de misericórdia para toda nossa sociedade. É triste poder ver o caos a curto prazo e, simplesmente, não fazer nada!

Vicente Palazzo De MarinoItálica Ind. e Com. de Alimentos

Joinville, SC

Quero parabenizar o editorial da edição 139 de EmbalagEmmarca. Conciso e dire-to, toca em um assunto que parece meio tabu, mas que tem impacto em todos os segmentos da indústria.

Rogerio OliveiraDesigner, editor do blog

Um dia, uma embalagem (packbyday.blogspot.com)

Curitiba, PR

Molhos: desenho correto

Na reportagem “Temperos para mais públicos” (EmbalagEmmarca nº 136,

dezembro de 2010), consta que o proje-to estrutural do frasco dos molhos para saladas Hellmann’s foi desenvolvido pela Matriz Escritório de Desenho. Na realida-de, a Matriz foi a agência que liderou o projeto de identidade total para esta linha de produtos. Entre muitas ativida-des nosso projeto privilegiou uma etapa de consultoria de forma, que auxiliou a Unilever a esco-lher o frasco mais adequado para sua necessidade, considerando pertinência conceitual, funcional etc. O desenho do frasco escolhi-do, após consultoria da Matriz e pesquisa junto a usuários, foi desenvolvido pela empresa MN Design.

Mario PallaresDiretor de Projetos

Matriz Escritório de Desenho

São Paulo, SP

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patrocínio prata promoção organização

Uma nova imagem.a mesma credibilidade.Em constante evolução, o Prêmio EmbalagemMarca – Grandes Cases de Embalagem apresenta seu novo logotipo

O Prêmio EmbalagemMarca chega à sua quinta edição com novidades. A primeira delas é a modernização do logotipo, trabalho confi ado à agência Brainbox Design, de Curitiba.

A nova arte foi criada para fi car em harmonia com o layout do troféu – assinado por Karim Rashid – e faz alusão às ideias de movimento e de fl uidez. Além da inserção do ícone, o logotipo ganhou nova tipografi a e destaca o nome do Prêmio EmbalagemMarca.

Outras novidades já estão a caminho. Aguarde nossos próximos anúncios.

Page 9: EmbalagemMarca 141

Inscrições abertasEntre 1° de janeiro de 2010 e 30 de junho de 2011 sua empresa colocou no mercado embalagens que se destacaram e trouxeram benefícios concretos para o usuário? Em caso afi rmativo, não perca mais tempo. Inscreva-as no Prêmio que se consolidou como um dos mais importantes e criteriosos do setor.prêmio embalagemmarca - grandes cases de embalagem - reconhecimento e divulgação para quem ajuda a melhorar a embalagem no Brasil.

Cerimônia de entrega dos troféus18 de outubro

Informações sobre o regulamento e inscrições em www.grandescases.com.br

Dúvidas? Entre em contato com a nossa equipe: [email protected] ou (11) 5181-6533

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10 EmbalagemMarca maio 2011 www.embalagemmarca.com.br

}}} Óleos

Lubrificantes revisadosPetrobras moderniza identidade de marca e embalagens da linha Lubrax

íder do mercado brasileiro de lubrificantes automotivos, a marca Lubrax, da Petrobras, foi totalmen-te reformulada, assim como suas embalagens. O trabalho de reposi-

cionamento chegou ao mercado em abril, depois de dois anos de pesquisas com consumidores em pontos de venda. A grande complexidade do trabalho, desenvolvido pelo escritório Gad’, foi estabelecer um conceito aplicável a uma linha de produtos abrangente, composta por mais de cem itens – voltados a aplicações automotivas, indus-triais, ferroviárias, marítimas e em aviação.

Um novo logotipo foi criado, para revitalizar a marca sem desconsiderar sua origem, tornando-a mais contemporânea. O traço sobre a inscrição “BR” ganhou um degradê em tons de amarelo que, segundo a agência, denota evolução e velo-cidade. Para a classificação dos produtos foram assumidas as cores verde para os óleos básicos (de base mineral) e amarela para os avançados (base sintética). Esse código orientou a reformulação das embalagens da marca.

Novos shapes e rótulosOs frascos plásticos dos produtos agora apresen-tam novos formatos, mais ergonômicos e com-

L

DesignGad’packaging(11) 3040-2222www.gadpackaging.com.br

EmbalagensGraham Packaging(11) 2135-7900www.grahampackaging.com

Rótulos Technopack(51) 2139-9000www.technopack.com.br

Frascos agora têm formato mais

ergonômico e novos rótulos. Cores

diferenciam a classe do produto

ASSISTA AO COMERCIAL EM:

emb.bz/lubrax

Antigo Novo

plexos, e novos rótulos. As embalagens de 1 litro são decoradas por meio de heat transfer (rótulos plásticos aplicados por calor). Os frascos de 500 mililitros e de 3 litros, por sua vez, recebem rótulos autoadesivos. Os dizeres dos rótulos agora têm linguagem menos técnica, para facilitar a compreensão das informações pelo consumidor final.

Desde dezembro de 2010 “teasers” sobre as mudanças foram enviados a grandes clientes, revendedores e outros agentes da cadeia de negó-cios de lubrificantes. No dia 3 de abril último a Petrobras Distribuidora apresentou oficialmente ao mercado as novas embalagens. Elas são as estrelas de um comercial de tevê, criado pela agência Master para alardear a modernização da marca Lubrax. (FP)

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12 EmbalagemMarca maio 2011 www.embalagemmarca.com.br

}}} design

Alavanca para águasRedesenho de embalagens traz bons resultados para engarrafadora capixaba

capacidade de mudanças em design provocar bons resultados comerciais tem um novo exemplo na Pedra Azul. A pequena

empresa de água mineral, localizada no município capixaba de Marechal Floria-no e com atuação concentrada no Espí-rito Santo, na Bahia e no Rio de Janeiro, afirma que a troca da identidade visual de sua linha de produtos foi vital para um incremento de aproximadamente 10% nas vendas, no final de 2010, em relação ao mesmo período de 2009. Em alguns produtos, o incremento chegou a até 15%.

Para reposicionar a marca, uma das primeiras no Brasil a conquistar o selo NSF (padrão internacional de qualida-de de água), a Pedra Azul contratou a

Matriz Escritório de Desenho. Por meio de sua divisão Desenvolvedora Matriz de Desenho, que atende pequenas e médias empresas, a agência unificou a apresentação da linha, de modo a garan-tir sua ampliação para as subcategorias premium, kids e sport. Havia também a necessidade de organização das infor-mações no rótulo.

Os elementos mais marcantes dos rótulos – o símbolo (morro Pedra Azul) e o logotipo – foram modernizados, conta Lígia Dembinski, diretora de desenho da agência. O primeiro, antes apresentado em foto, passou a ser representado por uma ilustração. O logotipo foi redese-nhado, com traços contemporâneos. Os formatos dos recipientes foram manti-dos nas garrafas de PET e a nova marca foi inserida em relevo. (FP)

A

Desenvolvedora Matriz(11) 5083-2022www.desenvolvedoramatriz.com.br

Foto do rótulo antigo foi substituída por desenho; nova garrafa tem marca em relevo

Linha de águas da Pedra Azul

teve comunicação visual unificada

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14 EmbalagemMarca maio 2011 www.embalagemmarca.com.br

}}} reportagem de capa

Chance de mais diálogoNovas tecnologias de comunicação

interativa abrem um universo inimaginável

de possibilidades para ampliar vendas

por meio da decoração e da rotulagem.

Saiba como tirar proveito dessa onda

ão é novidade dizer que a emba-lagem é o mais eficaz meio de comunicação para as empresas. Já se tornou mesmo lugar comum lembrar que ela é capaz de funcio-

nar como “a mais direta das mídias”, atraindo, informando, convencendo, seduzindo e ajudando na construção de marcas fortes. Mas essas tare-fas, cada vez mais importantes ante os aumentos da concorrência e da exigência do consumidor, ganham nova dimensão no que se pode sem exa-gero considerar uma espécie de era da interação sem limites entre shoppers e tudo aquilo que um produto pode oferecer.

O momento é bafejado por tecnologias que pouco tempo atrás soariam a ficção, como os códigos bidimensionais e a realidade aumentada. As oportunidades de uso desses sistemas para o enriquecimento de experiências de consumo crescem ante a difusão avassaladora da tecnolo-gia no dia a dia das pessoas. Combinados com a internet, a telefonia móvel ou os tablets, os novos recursos permitem às indústrias romper os limites físicos de suas embalagens, oferecendo conteúdo vasto, dinâmico e diversificado ao consumidor. Em outras palavras, os rótulos e as decorações dos produtos “aumentam” – e seus tamanhos podem ser virtualmente ilimitados.

Resposta rápidaEmbora as possibilidades das novas tec-nologias sejam vastas e as empresas ainda

estejam começando a desvendá-las, os usos iniciais já dão amostras de seu potencial. Até agora, os exemplos mais conhecidos envol-vem a gravação de códigos bidimensionais no corpo ou nos rótulos das embalagens. Ao tirar

uma foto desses componentes com o celular e decodificá-los no próprio aparelho, por meio de softwares gratuitos, o consumidor pode ser levado a sites com informações sobre produtos e marcas, ativar promoções, acessar vídeos e

NPor Guilherme Kamio

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15EmbalagemMarcamaio 2011www.embalagemmarca.com.br

jogos, ingressar em redes sociais, ganhar brindes ou ainda participar de pesquisas.

Dentre esses códigos, o mais famoso é o QR Code – ou “código de resposta rápida”, em tra-dução para o português. Trata-se de um elemento gráfico capaz de criptografar grandes quantida-des de dados em uma pequena área quadrada pre-enchida por espaços pretos e brancos. Enquanto um código de barras linear convencional (EPC/EAN) é capaz de armazenar apenas catorze dígi-tos ou 8 bits, um QR Code pode ter quase 5 000 caracteres ou 3 megabytes.

O QR Code já é extremamente popular no Japão – onde surgiu com fins logísticos, em 1994, pelas mãos da fabricante de autopeças Denso-Wave. O código pode ser visto naquele país em diversas embalagens, oferecendo acesso a conteúdo extra sobre produtos e a ações promo-cionais. Todas as embalagens que o McDonald’s utiliza no mercado nipônico, por exemplo, têm QR Codes. Quer saber o que há num Big Mac? Basta ler o código da embalagem com o celular ou um tablet. Na tela do aparelho, surge uma página com a tabela nutricional detalhada do sanduíche.

Fora da terra do sol nascente, o QR Code começa a colecionar usos engenhosos vincula-dos ao packaging. No ano passado, nos Estados Unidos, o código de resposta rápida foi utilizado pela SC Johnson (no Brasil, Ceras Johnson) para permitir uma forma de o consumidor assimilar, nas lojas, o propósito e o modo de uso do Scrub-bing Bubbles Automatic Shower Cleaner, um

aparelho para a limpeza automática de áreas de banho. Aplicado nos estojos cartonados em que o produto é vendido, um QR Code fazia celulares acessarem vídeos com conteúdo didático sobre o novo produto.

No Canadá, QR Codes gravados nas latas de uma edição especial da cerveja Kokanee, comer-cializada meses atrás, baixavam nos celulares dos consumidores mapas animados de trilhas das montanhas canadenses. Os mapas traziam “tesouros” escondidos. Sua descoberta garantia a participação em sorteios de prêmios na internet. “Os códigos 2D representam uma oportunidade fantástica para nos comunicarmos com o cliente sem ter de aumentar o tamanho da embalagem ou o espaço do rótulo”, disse o gerente de marketing da Kokanee, Mike Bascom.

Outros códigosAlém do QR Code, outros tipos de códigos bidi-mensionais começam a ganhar espaço em emba-lagens como pedras angulares de campanhas de mobile marketing – a divulgação de produtos, serviços e marcas que aproveita o telefone celu-lar como canal.

Artífice das ações da Kokanee e da SC Johnson, a empresa americana Scanbuy destaca também o EZcode, uma espécie de QR Code com tamanho reduzido – as margens do código não medem mais de um centímetro. Nos Estados Unidos, a Heineken utilizou o sistema em mul-tipacks cartonadas de cerveja, recompensando consumidores com aplicativos para celular como gincanas musicais e guias de pontos de táxi.

Por meio da leitura de QR Code,

consumidores puderam entender

a função de novidade da SC

Johnson ainda no ponto de venda

QR Codes das latas da cerveja

Kokanee presenteou

consumidores com mapas

de montanhas canadenses

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Até a Microsoft entrou na onda. A gigante em informática vem tentando emplacar adoções do Microsoft Tag, ou High Capacity Color Barcode (HCCB), matriz que armazena dados em sequên-cias coloridas ou monocromáticas de triângulos, e não nos pixels quadriculados tradicionalmente associados aos códigos bidimensionais. Uma das usuárias da tecnologia é a americana Meyer Natural Beef. A empresa tem aplicado rótulos autoadesivos com tags em suas embalagens de carnes orgânicas. Os códigos permitem ao consu-midor acessar uma página na internet que esmiú-ça as práticas de produção dos alimentos.

O diretor de marketing da Meyer, Chris Anderson, explica que um grande benefício con-quistado com o uso da solução da Microsoft é o aumento da vida útil das embalagens. “Produzir novos elementos e rótulos para o ponto de venda acarreta tempo e investimentos”, diz o executivo. “Com os tags, podemos atualizar conteúdo sim-plesmente através de web design, dispensando novas operações fabris.”

Heineken: leitura de códigos recompensou consumidores com músicas e aplicativos para telefone celular

Page 17: EmbalagemMarca 141

A aplicação de códigos como esses em ações de marketing parece ser fantástica para países desenvolvidos, em que celulares com recursos avançados já gozam de grande popularidade. Estima-se que no Japão, por exemplo, mais de 80% dos telefones móveis em operação sejam capazes de ler QR Codes. Mas tais soluções fariam sentido no Brasil, onde smartphones ainda não ocupam nem 10% do mercado, 80% dos usuários de telefonia móvel assinam planos pré-pagos e os planos de acesso remoto à internet ainda são caros?

“Os números ainda são acanhados, mas há que se considerar que a modernização ocorre em ritmo acelerado”, diz Kristen Walker, analista-sênior da consultoria Mintel International, lem-brando que a venda de smartphones no Brasil cresceu 279% em 2010, alcançando 5 milhões de unidades, segundo leitura da Nielsen. “Ade-mais, índices brasileiros pequenos equivalem a números totais de mercados médios”, lembra a profissional.

Formado por sequências de

triângulos, Microsoft Tag já é utilizado em

embalagens de carne

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18 EmbalagemMarca maio 2011 www.embalagemmarca.com.br

Acreditando na pertinência do uso de códigos bidimensionais em embalagens, a Serra Gaúcha, divisão de vinhos finos da vinícola paranaense Campo Largo, rea-lizou uma iniciativa pioneira no País. No fim do ano passado, em um projeto desenvolvido pela Blu Comunicação, a empresa passou a colocar QR Codes nos contrarrótulos de seu vinho Lunar Moscato, confeccionados pela Flexul. “O consumidor pode acessar, ainda no supermercado, informações sobre a empresa, nossa linha de produtos e também receitas e formas de harmoni-zação no consumo”, declarou Gioceli Escorsin, coordenadora de marketing da Vinícola Campo Largo (ver EmbalagEmmarca nº 133, setembro de 2010).

Para “dumbphones”Não obstante as barreiras tecnológicas tendam a cair rapidamente com a renovação do aparelha-mento dos consumidores, algumas empresas pro-põem opções de trabalho mais inclusivas para os códigos 2D. Um exemplo é dado pela americana JagTag.

A empresa desenvolve soluções baseadas em QR Codes alterados e num código proprietário capazes de permitir até mesmo o uso de telefones mais simples, sem acesso à internet ou aplicativos decodificadores, em ações de interatividade. Basta

que eles tenham câmera e sejam capazes de enviar mensagens de texto. “Isso tira os ‘dumbpho-nes’ (‘telefones burros’, em tradução livre), que representam 74% dos aparelhos em operação nos Estados Unidos, da marginalidade em campanhas com códigos”, afirma Andrew Bolton, diretor da JagTag.

Uma solução similar, chamada SnapTag, é oferecida pela americana SpyderLynk. Trata-se de um código bidimensional na forma de um logoti-po (ou algum outro elemento visual representativo da marca da empresa usuária) circundado por um “anel codificado”. Assim como o JagTag, o Snap-Tag não exige um software leitor no celular ou tablet. Ao fotografá-lo e enviar sua captura para um número de “torpedo” ou endereço de e-mail, o consumidor recebe uma resposta na forma de uma mensagem de texto ou multimídia, que pode evo-luir para um diálogo mais profundo com a marca por trás da ação.

No campo das embalagens, o SnapTag já foi adotado nos Estados Unidos pelas cervejarias AC

Para uma boa execuçãoCinco passos importantes para o uso das novas tecnologias interativas

Reflita. as tecnologias de interação encaixam-se ao perfil social e econômico de seu público-alvo?

Procure. É salutar contratar prestadores de serviço que conheçam as tecnologias e buscar varejistas interessados em alianças

Facilite. a iniciativa não pode exigir ações complicadas demais para o consumidor. Mecânicas intrincadas afugentam o público

Recompense. as pessoas têm cada vez menos tempo. não as decepcione nem as irrite entregando-lhes conteúdo fraco ou brindes inúteis

Avalie. adote tecnologias que permitam mensuração dos resultados e coleta de dados do consumidor. eles podem ser úteis para novas ações

por trás da ação.

adotado nos Estados Unidos pelas cervejarias AC

Vinho da Campo Largo: código dá acesso a receitas

e dados do produto

MillerCoors utilizou SnapTag em multipacks

de cerveja

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20 EmbalagemMarca maio 2011 www.embalagemmarca.com.br

códigos bidimensionais, realidade aumenta-

da e outras tecnologias novas foram temas

destacados no fórum “a Força Vendedora

dos rótulos”, mais uma iniciativa da revista

embalagemMarca no âmbito do ciclo de

conhecimento. realizado no dia 12 de abril

último no Milenium centro de convenções,

em são paulo, o evento teve a participação

de cerca de 200 pessoas.

com duração de meio dia, o fórum foi mar-

cado por palestras que buscaram mostrar

o papel dos rótulos – e, por extensão, da

decoração das embalagens – enquanto

ferramentas não só de vendas, mas de for-

talecimento de marcas. as apresentações

ficaram a cargo de paulo carramenha,

diretor-geral do instituto de pesquisas

gfK Brasil; Marcos palhares, diretor de

embalagemMarca; Kristen Walker, analista-

sênior da consultoria Mintel international; e

roberto Martini, presidente da agência de

criação cubocc. o encontro foi patrocinado

por avery dennison, Baumgarten, ccl label

e indexFlex.

Força vendedora e aglutinadora

Fórum A Força Vendedora dos RótulosPatrocínio

Paulo Carramenha,

GfK Brasil

Kristen Walker,Mintel

International

Marcos Palhares,Embalagem-Marca

Roberto Martini,CuboCC

Golden e MillerCoors. No primeiro caso, o código, aplicado ao rótulo autoadesivo da garrafa long neck da cerveja Colorado Native, permite ao consumidor acessar um microsite com a história do produto. No segundo, o recurso foi adotado em dezembro de 2010 nas multipacks cartonadas da cerveja Coors Light, como ingresso para uma campanha promocional envolvendo o Super Bowl XLV (final do campeonato de futebol americano ocorrida em fevereiro último).

As aplicações nos invólucros de cerveja demonstram aquilo que a SpyderLynk brande como um diferencial do SnapTag: o fato de o código interferir discretamente no design das embalagens, não provocando “ruídos” como os códigos quadriculados.

Aumento da realidadeÀ parte os códigos 2D, a realidade aumentada é outra tecnologia palpitante capaz de ser vin-culada a embalagens para convidar o consumi-

dor a interagir com marcas. Funciona mais ou menos da seguinte maneira: filmados por câmeras de computadores ou celu-lares, códigos impressos em papéis ou outros substratos ativam animações tridimensionais. Os efeitos são surpreendentes.

No fim de 2009, a Coca-Cola utilizou a tec-nologia para o lançamento do refrigerante Sprite 2.Zero. Latas de alumínio e rótulos das garrafas de PET da bebida estamparam um código que, posicionado na frente de uma webcam e ativado num site da marca, fazia surgir na tela do com-putador um jogo interativo.

Colocada na frente da webcam, lata de Sprite 2.Zero projetou

jogos interativos

Rótulo da Colorado Native mostra como o SnapTag

pode “casar” com design

Page 21: EmbalagemMarca 141
Page 22: EmbalagemMarca 141

22 EmbalagemMarca maio 2011 www.embalagemmarca.com.br

Bayer(11) 5694-5166www.bayer.com.br

Blu Comunicação(41) 3013-2600www.blu.com.br

Cubo.cc(11) 3848-0358cubo.cc

Flexul(47) 3274-6600www.flexul.com.br

JagTag+1 (609) 367-9911www.jagtag.com

SpyderLynk+1 (818) 424-8000www.spyderlynk.com

Microsoftwww.tag.microsoft.com

Mintel+1 (312) 932-0400www.mintel.com

Scanbuy+1 (212) 278-0178www.scanbuy.com

Mas talvez o uso mais célebre da realidade aumentada em embalagens nacionais seja o do salgadinho Doritos Sweet Chili, da PepsiCo. O verso da flexível plástica do produto exibe um código que, exibido em webcams, faz “nascer” um monstrinho tridimensional, chamado Doritos Lover. O consumidor pode utilizar a mascote em redes sociais como o Orkut, fazendo-o interagir com monstrinhos gerados por outras pessoas (ver EmbalagEmmarca nº 118, junho de 2009).

A iniciativa fez enorme sucesso junto ao público jovem. “Era para ser uma ação de três meses, mas permanece no mercado até hoje”, conta Roberto Martini, presidente da Cubo.cc, agência que idealizou a ação. Segundo o pro-fissional, a verba utilizada no projeto seria ori-ginalmente destinada a formatos convencionais de propaganda. A campanha interativa, porém, gerou impacto muito maior. “A embalagem é o canal perfeito para abordar o público jovem”, defende Martini. “Esses consumidores não são mais tão influenciados por mídias tradicionais, como tevê e jornal, mas continuam se relacio-nando com os produtos que consomem.”

Recados importantesNinguém duvida que tecnologias como os códigos 2D e a realidade aumentada podem atrair o consu-midor e ajudar a vender. Algumas noções, porém, não devem passar em brancas nuvens para as indústrias que queiram experimentá-las. “Os con-ceitos mais viáveis focam a entrega de benefícios palpáveis ao consumidor, não somente o efeito ‘cool’”, observa Kristen, da Mintel. Martini con-corda. “Sem conteúdo e experiências interessan-tes, a novidade se torna vazia”, adverte o diretor da Cubo.cc. “Tecnologia é meio, não é fim.”

A depender do avanço das técnicas de inte-ratividade, é certo que esse tipo de ponderação cada vez mais guiará debates nos fabricantes de bens de consumo. Cabe registrar que tecnologias ainda mais recentes parecem alvissareiras. Uma delas é o Bokode, um minúsculo código circular capaz de ser lido à distância por câmeras fotográ-ficas na dimensão angular, e não nas dimensões espacial, temporal e espectral, como ocorre com os códigos de barras tradicionais (ver Embala-gEmmarca nº 121, setembro de 2009).

Outra promessa é o NFC (Near Field Com-munication), tecnologia baseada em radiofre-quência que permite a troca de informações por meio da aproximação entre objetos. Há a expectativa de que, em breve, telefones celu-lares dotados de NFC possam ativar conteúdo multimídia em rótulos formados por finíssimas telas de P-OLED (diodo emissor de luz orgânico confeccionado em polímero gravável). A Bayer é uma das empresas interessadas nesse campo. Parece algo fantasioso, para um futuro remoto. Mas dada a rapidez com que novas tecnologias vêm se afirmando, talvez esse tipo de novidade logo ilumine os pontos de venda.

Tecnologia NFC promete ativar rótulos de OLED

Visite o link abaixo para assistir a vídeos sobre o uso das tecnologias abordadas nesta reportagem. Se quiser acessar o conteúdo em seu celular, faça a leitura do QR Code ao lado.

http://emb.bz/tecnologia

Ação de Doritos com realidade aumentada era para ser

momentânea, mas continuou devido ao grande sucesso

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24 EmbalagemMarca maio 2011 www.embalagemmarca.com.br

}}} rotulagem

Mais auditório do que públicoProdução de materiais para a impressão de autoadesivos sobrepassa a demanda – mas expectativas de mudança do panorama são boas

nte o tão decantado aumento do consumo registrado no Brasil nos últimos anos, os meios de comunicação, em especial os veí-culos especializados no assunto,

refletem intensa movimentação em termos de investimento e inovação ao longo da cadeia de valor do varejo. Um retrospecto das últimas 36 edições de EmbalagEmmarca, para não ir além de fontes próprias, mostra um retrato de gôndolas e prateleiras totalmente novo em todos os setores de bens de consumo. De alimentos e bebidas a artigos para limpeza do lar, higiene pessoal, cosméticos, medicamentos – em suma,

Aliteralmente tudo – é como se estivesse sendo observado outro país.

No mote do “nunca antes”, jamais se havia visto no Brasil tal profusão de novos produ-tos, novas marcas ou marcas regionais que se agigantam, novos materiais, novos formatos, visuais impactantes, novos sistemas de fecha-mento ou de decoração, medidas diferenciadas, extensões de linhas e incontáveis outras armas do arsenal mercadológico. A face mais visível desse agito, como se alguém ainda não tivesse notado, é justamente essa, a face mais visível, isto é, a rotulagem e a decoração dos produtos. Melhora a tecnologia, ampliam-se recursos de

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co

M

Por Wilson Palhares

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26 EmbalagemMarca maio 2011 www.embalagemmarca.com.br

visualização, comunicação e interatividade – e, como seria imaginável, a estrutura industrial postada ao fundo se agita também.

Meta é estar preparadoNa área de embalagem, mais especificamente no campo da rotulagem, nenhum outro segmen-to passa por movimentação tão intensa quanto a indústria de papéis e filmes destinados à impressão de rótulos autoadesivos.

De um lado, poderosas marcas multinacio-nais dão passos concretos para instalar-se ou para ampliar sua presença no País, alternativa a crescimentos vegetativos no exterior, de sobra fustigados pela crise espocada em 2008 e que insiste em fazer seus outrora pujantes mercados minguarem sem parar (para quem quiser ver, “annual reports” à disposição na internet reve-lam vermelhos multimilionários).

Na contraface, empresas de capital nacional investem em novas fábricas, em novos equipa-mentos de laminação e em fusões, panorama em que se destaca a recente integração de opera-

ções da Colacril e da RR Etiquetas, originando a maior fornecedora de produtos autoadesivos do País.

O objetivo comum declarado por todos os agentes do mercado é um só: estar prontos para tirar proveito do prenunciado prosseguimento do avanço do consumo de embalagens decora-das com rótulos sensíveis a pressão, bem como os de impressão térmica, usados em larga escala em marcação no varejo (e também para fins industriais), que no Brasil se dá de forma con-sistente há animadoras temporadas. Na visão da indústria local e de observadores estrangeiros, como EmbalagEmmarca constatou em sistemá-ticas visitas a eventos internacionais relativos ao tema, o ritmo, que já há alguns anos é de dois dígitos percentuais, tem tudo para acelerar em curto prazo. Parece ser o melhor dos mundos.

Mas nem tudo são flores no campo dos autoadesivos. Os grandes participantes dessa disputa, que podem ser contados nos dedos de uma das mãos, estão de modo geral dotados dos melhores equipamentos e da mais avançada

independentemente da possível ocorrência

de eventos excepcionais, nos cálculos dos

fabricantes de produtos autoadesivos con-

sultados para esta reportagem (*) entram

como razões de expectativa positiva, entre

outros, os seguintes fatores:

Manutenção do ritmo de crescimento do

uso de autoadesivos pelos produtores das

mais diversas categorias de artigos de con-

sumo, marcando índices de avanço de 10%

ao ano em média; nesse ritmo, se a atual

produção de bases estagnar, em poucos

anos o gap entre oferta e procura desa-

parecerá; investimentos produtivos (novas

laminadoras ou novas fábricas) no setor são

de capital intensivo e exigem tempo relativa-

mente longo para se concretizar; é preciso

estar preparado;

possibilidade de aceleração dessa marcha,

com base na elevação de faixa econômica

de amplas camadas de consumidores, que

passam a preferir produtos com maior valor

agregado, o que inclui os autoadesivados;

regionalização, que no Brasil, diferentemen-

te de mercados superconsolidados no exte-

rior, permite o surgimento e o fortalecimento

de marcas em áreas com culturas bem

diferenciadas entre si, favorecendo uma

diversificação que o fenômeno da globaliza-

ção restringe;

a oferta é alta e a demanda é baixa, mas

o consumo de autoadesivos no país ainda

é irrisório; para se ter idéia, basta dividir o

número da produção anual, de 600 milhões

de metros quadrados pela população,

de 280 milhões: tem-se pouco mais de 2

metros quadrados por habitante, enquanto

em países europeus, para comparar, é supe-

rior a 15 metros;

os países da américa latina em geral pas-

sam por boa performance econômica e o

consumo aumenta, em alguns casos, como

o do peru, em velocidade maior do que

ocorre no mercado brasileiro; a indústria

brasileira de bases é tida como “o fornece-

dor natural” da região.

Hipótese de “canetadas” impositivas, vale

dizer, de decretos, normas ou mesmo leis

aprovadas por diferentes instâncias do

poder público favoráveis ao uso de eti-

quetas ou rótulos autoadesivos; exemplo:

obrigatoriedade de informar preços unitários

em bens de consumo de massa comerciali-

zados no varejo.

(*) Panorama elaborado com base nos depoimentos de Fábio Luiz Braga, membro do Conselho Administrativo da Braga Produtos Adesivos;

Marcelo C. Santos, gerente comercial da Arconvert; Maurício Médici, gerente geral da UPM Raflatac Brasil; Ricardo Rodrigues de Oliveira, pre-

sidente da RR Etiquetas; Ronaldo Mello, vice-presidente e gerente geral / Avery Dennison Label and Packaging Materials América do Sul; Valdir

Arjona Gaspar, presidente da Colacril.

Boas razões para apostar

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tecnologia para atender à demanda. Só que, para infelicidade geral, esta se situa hoje num patamar muito – muito mesmo – abaixo da oferta. É como se estivesse sendo observado um auditório de tamanho maior do que o públi-co necessário para lotá-lo. Nenhum organismo público ou privado confirma números, mas os próprios players calculam de forma mais ou menos consensual que o consumo de autoadesi-vos no mercado brasileiro gira hoje em torno de 600 milhões de metros quadrados. Já a capaci-dade instalada nominal é de 800 a 850 milhões de metros quadrados. A capacidade ociosa do setor, de algo entre 30% e 35%, seria – na ver-dade, é – não só de espantar, mas em si mesma um conselho para a cautela e para a espera de dias melhores.

Papeleira na miraPois a espera de dias melhores é justamente ao que os grandes agentes do mercado estão se dando, porém sem se deixar levar pelo que seria

a mais acauteladora das medidas, que é ficar inerte, ou, como ensina a sabedoria popular, considerar que “quem está na muda não pia”. Ao contrário, ninguém está parado, e alguns estão até “piando” forte, como pode ser visto nos quadros da próxima página. Existem até mesmo intensos rumores de que um importante player do segmento estaria engendrando nego-ciações com vistas à aquisição, com apoio de um banco de investimentos, de uma das poucas indústrias fornecedoras de matéria-prima básica (leia-se “papel”) destinado à confecção de lami-nados para autoadesivos no Brasil.

O certo é que, embora todos os participan-tes condenem a guerra de preços estimulada pela disputa de um mercado menor do que a oferta industrial, ela ocorre, e é difícil identi-ficar os protagonistas mais contundentes. No entanto, sem dúvida quem opera com produtos importados, especialmente aqueles cotados em dólares, mais depreciado que o euro em relação ao real, leva vantagem nesse terreno. Para os

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produtores nacionais esse é um complicador, já que os impostos sobre laminados importados não estariam sendo suficientes para proteger a produção local.

Nem por isso os participantes do jogo se acomodam. Estimula-os basicamente a pre-visão de que o crescimento do uso de rótulos autoadesivos no Brasil persistirá. Mais ainda, tem possibilidades muito firmes de dar saltos a qualquer momento. A mais óbvia dessas chan-ces é a proximidade de realização da Copa do Mundo em 2014. Dada a inclinação do brasilei-ro por colecionar figurinhas, que se exacerba ao se tratar do tema futebol, quando o megaevento for realizado aqui possivelmente serão lembra-dos como modestos os números recordistas de vendas de álbuns em 2006, com mais de 500 milhões de cromos autocolantes vendidos no País. Recorde-se que na época o Brasil, com cinco gráficas autorizadas pela empresa deten-tora dos direitos de comercialização de álbuns, foi a base de exportações para toda a América Latina.

Deixada de lado a um pouco mais remota realização das Olimpíadas em 2016, não é menos auspiciosa a expectativa de lançamentos de produtos de linha e promocionais ligados à Copa, já em planejamento em várias empresas ouvidas por EmbalagEmmarca para reportagem ou artigo a ser publicado em futura edição.

O que se pode concluir é que as empresas integrantes do promissor mercado de bases para autoadesivos não estão cometendo “loucuras” no esforço para estarem mais robustas quando ocorrer a sempre anunciada explosão do uso desse sistema de rotulagem no Brasil. Há, entre os responsáveis por algumas delas, quem acre-dite ser aconselhável buscar-se o entendimento – sem que se caia na prática de dumping ou cartel – para a programação de investimentos, de modo a não se interromper a consolidação da estrutura produtiva e a recuperar-se o equilíbrio entre oferta e demanda.

Enquanto tão sonhado entendimento não sai das intenções de uns poucos, veja nos quadros a seguir como cada empresa do setor se prepara para enfrentar o futuro (a Flexcoat, consultada, não quis se manifestar) e em que baseiam suas apostas.

a arconvert, que produz em sua fábrica de Jundiaí (sp) bases autoadesivas com

tecnologia da poderosa Fedrigoni, da itália, decidiu colocar em compasso de

espera o anunciado projeto de instalar até o final deste ano uma segunda linha.

“não é porque a empresa não acredita no Brasil”, explica Marcelo c. santos,

gerente comercial da empresa. “o projeto continua vivo, mas diante de tanta

ampliação de capacidade produtiva por que passa o setor o momento não é ade-

quado para aumentar a oferta.”

segundo o executivo, os planos da empresa concentram-se, sem desprezo de

outros segmentos, no mercado de automação industrial. “a produção industrial

está em alta, cada vez mais automatizada, e esse processo utiliza muita etique-

ta”, ele explica. e, na determinação de firmar-se cada vez mais no mercado,

a arconvert reitera a intenção de instalar sua segunda linha de produção, não

excluindo a possibilidade de alguma aquisição.

Marcelo c. santos acredita que o mercado brasileiro de autoadesivos “caminha

inevitavelmente para uma maior formalização, o que é bom para todos”.

www.arconvert.com.br

a avery dennison, única empresa da região com operações industriais no

Brasil, na argentina e na colômbia, está fazendo investimentos nos atuais

equipamentos para aumentar a produção em cerca de 30%. “a ampliação nos

permitirá produzir uma variedade maior de produtos com melhor qualidade e

serviço”, diz ronaldo Mello, vice-presidente e gerente-geral na avery dennison

da divisão label and packaging Materials para a américa do sul. os projetos,

focados sobretudo em “novos mercados em alimentos, bebidas e produtos de

cuidado pessoal”, serão apresentados ao longo deste ano, adianta o executivo.

além disso, a empresa passará a oferecer no Brasil lançamentos globais que

serão feitos durante este ano, e já está produzindo no país papéis e filmes com

liner de poliéster, que permitem ao usuário final obter o máximo de produtivi-

dade em suas linhas de rotulagem, além de mais etiquetas por bobina e maior

transparência com frontais transparentes. Mello destaca ainda a promoção do

filme de roll label encolhível, o roll Fed shrink, em três diferentes graus de

encolhimento, opção “para quem busca maior produtividade e custo final que

os oferecidos por termoencolhíveis.”

Quanto ao momento que o setor vive no Brasil, Mello destaca que o consumo

per capita de rótulos autoadesivos ainda é muito pequeno. “isso apesar de ser-

mos uma das regiões que mais crescem globalmente no setor.”

www.averydennison.com

Compasso de espera

Mais 30% na produção

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30 EmbalagemMarca maio 2011 www.embalagemmarca.com.br

não obstante ressalte que a oferta de bases esteja muito superior à demanda, a Braga produtos

adesivos, de Hortolândia (sp), prepara-se para inaugurar ainda no primeiro semestere deste

ano, uma nova unidade produtiva em três lagoas (Ms). de acordo com Fábio luiz Braga, mem-

bro do conselho administrativo da empresa. “essa unidade representa a síntese do aprendizado

adquirido em trinta anos de atuação no setor, aliando alta tecnologia e avançados processos de

produção”.

a nova fábrica vai funcionar numa área de 40 mil metros quadrados e abrigará uma lami-

nadora de 2 metros de largura útil, de última geração, produzida pela empresa suíça/alemã

Bachofen + Meier (BMB).

o principal foco da nova unidade será o segmento de rotulagem prime. para a primeira fase

do projeto, a previsão é de uma produção de 100 milhões de metros quadrados por ano. com

a entrada em funcionamento da segunda etapa, essa capacidade subirá para 220 milhões de

metros quadrados. a escolha de três lagoas, explica Fábio Braga, deve-se basicamente a

que a cidade é hoje um grande polo de papel e celulose no Brasil.

www.braga.com.br

em fevereiro último a upM raflatac,

da Finlândia, uma das maiores

empresas fornecedoras do setor,

concretizou a compra da gumtac

auto-adesivos, do rio de Janeiro,

tradicional fabricante de bases

para esse tipo de decoração, que

pertencia ao grupo francês Bic.

trata-se de um segundo passo

na consolidação da presença da

gigante finlandesa, uma das líderes

mundiais do setor, no Brasil. o

investimento anterior nesse sentido

foi a implantação de um terminal de

corte e distribuição em Jaguariúna

(sp).

“É hora de plantar”, diz Maurício

Médici, gerentegeral da empresa

no Brasil.

esse diagnóstico fundamenta-se na

tão propalada melhora de renda da

população brasileira e na ampliação

da classe média, que resultam, no

amplo leque de conseqüência, em

aumento do consumo de produtos

decorados com rótulos autoadesi-

vos. “por tudo isso a upM raflatac

vê com bons olhos Brasil e a

américa latina”, comenta Médici.

“a instalação do centro de distri-

buição de Jaguariúna e a compra

da gumtac se enquadram numa

política de crescimento global da

upM raflatac, em paralelo com as

boas oportunidades que a região

oferece.”

www.upmraflatac.com

sem dúvida, a fusão de operações da colacril com a rr etiquetas foi até o momento o fato

de maior impacto no setor de produtos autoadesivos no Brasil. sob a bandeira de uma hol-

ding, a ccrr participações, criada em abril último, a fusão, de acordo com os diretores das

duas empresas, não significa aquisição de uma pela outra, mas sim “um movimento para criar

valor e captar sinergias, de maneira a ganhar escala e ampliar o porftfólio de ambas”.

assim, enquanto tanto a colacril quanto a rr etiquetas continuarão atendendo preferencial-

mente seus atuais clientes, poderão ocorrer situações em que o atendimento por volume, de

um lado, ou de especialidades, de outro, ganharão flexibilidade, já que as associadas poderão

garantir o suprimento desejado. “Basta lembrar que a rr etiquetas tem em estoque mais de 5

mil formatos de facas para corte de rótulos”, cita Valdir arjona gaspar, presidente da colacril.

“isso permite atender pedidos modestos sem grandes dificuldades.” complementarmente,

argumenta ricardo rodrigues de oliveira, “no atendimento de grandes volumes, é relevante o

fato de que a colacril tem capacidade de produção (nominal) de 400 milhões de metros qua-

drados por ano”, que se reforça com o aporte da capacidade produtiva da rr papéis, integra-

da à rr etiquetas.

de resto, ambos destacam que ocorrerá a convergência de capacidades no campo da pesqui-

sa para o desenvolvimento de novos produtos – campo, aliás, em que a colacril anuncia em

primeira mão, através de EmbalagEmmarca a implantação do projeto greenl, que, em associa-

ção com a Vitopel, importante player da área de filmes, inclui uma operação de produção de

liner de Bopp, o GreenLiner e de logística reversa para efeito de reciclagem (veja na pág. 32).

www.colacril.com.br • www.rretiquetas.com.br

Síntese do aprendizado

Política de crescimento

Portfólios e escala maiores

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32 EmbalagemMarca maio 2011 www.embalagemmarca.com.br

}}} autoadesivos

Na base, recuperação em ciclo fechadoColacril e Vitopel apresentam liner de BOPP com programa de logística reversa

ma recorrente falta de oferta de glassine (aque-la finíssima folha de papel semitransparente que serve de apoio para a colagem

de papéis e filmes integrantes das bases dos produtos para impressão de autoa-desivos, ou liner em inglês) no mercado brasileiro levou no segundo semestre do ano passado Valdir Arjona Gaspar, pre-sidente da Colacril, uma das principais atuantes no fornecimento deste insumo, a buscar alternativas, passo que viria a dar origem a um produto – ou melhor, a uma “grande inovação”, como ele prefere classificar – na cadeia dos rótulos sensí-veis a pressão. Após seguidos contatos com Dirceu Varejão, diretor comercial da Vitopel, foi firmado há cerca de seis meses um acordo entre as duas empresas para a criação de uma alternativa ao glassine. Dada a dedicação da Vitopel à produção de BOPP, campo em que ocupa a quinta posição mundial, naturalmente esse produto seria um filme feito com aquela poliolefina.

Não é o primeiro material do gênero no mundo, sendo que já existem no mer-cado produtos similares feitos de BOPP e de outras resinas termoplásticas. O diferencial dessa novidade, que justifica a marca GreenL com que foi batizada,

é o sistema de recuperação após o uso contemplado pelo projeto, que leva o nome de Programa de Logística Reversa GreenLiner. “É um programa que abran-ge toda a cadeia, desde a matéria-prima até o uso final, e antecipa as exigências do Programa Nacional de Resíduos Sóli-dos (PNRS)”, informa o presidente da Colacril. “Mais que isso”, complementa o diretor comercial da Vitopel, “é um pro-grama de ciclo fechado na recuperação e na reciclagem da matéria-prima.”

Nos termos do programa, para cuja implantação já estariam adiantados entendimentos com várias empresas usu-árias de rótulos autoadesivos, os clientes receberão certificados, homologados por entidades internacionalmente reconhe-cidas, indicativos das pontuações que podem ser creditadas nos balanços de sustentabilidade (créditos de carbono) e boas práticas ambientais cotáveis em bolsa. O produto em si já está em linha de produção, mas a certificação depende de estudos de métrica em andamento e que deverão estar concluídos por volta de agosto ou setembro próximos. Está em estudos também a implantação de um sistema de logística reversa destinado a encaminhar para Campo Mourão (PR), onde fica a planta da Colacril que proces-sará industrialmente o liner a ser descar-

tado pela indústria usuária. O produto daí resultante será utilizado pela Vitopel na produção de seu papel sintético Vitopa-per, feito a partir de diferentes materiais plásticos, entre os quais sobressaem o BOPP e o polietileno (PE).

Varejão lembra que o Vitopaper pode ter aplicação em rótulos, além da edito-rial, onde vem se consolidando. “Para a reciclagem, é nesse caso um produto perfeito, pois é unimaterial.”

Na projeção com vistas a atender aos três pilares da sustentabilidade, além da reciclabilidade, o presidente da Colacril arrola as seguintes vantagens econômicas do GreenL em relação ao glassine tradi-cional: tem gramatura menor, consome menos energia pois elimina o fator eva-poração, comporta maior quantidade de etiquetas por bobina, com peso menor oferece ganhos de frete, é mais difícil de romper na impressão em altas velocida-des e permite controles mais severos na impressão. No aspecto social vinculado ao ecológico, está em desenvolvimento um Programa GreenLine de Educação Ambiental. (WP)

U

Colacril(11) 3074-0800www.colacril.com.br

Vitopel(11) 3883-7700 www.vitopel.com.br

Logotipos do produto (à esquerda) e do programa de logística reversa

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34 EmbalagemMarca maio 2011 www.embalagemmarca.com.br

}}} sucos

Da Alemanha para cáCapri-Sun, ícone entre os produtos em stand-up pouch, estreia no Brasil com produto local e embalagem importada

ma bebida que tem a emba-lagem como marca registra-da chega ao Brasil. Consi-derado grande incentivador do stand-up pouch (SUP),

o suco de frutas Capri-Sun acaba de ser lançado no mercado nacional pela Cervejaria Imperial, de Trindade (GO). Surgido em 1969 na Alemanha, onde é conhecido como Capri-Sonne, o produto é um sucesso de vendas nos Estados Uni-dos, onde é distribuído pela Kraft Foods, e em outros 100 países. Em 2010 foram vendidas mais de 7 bilhões de unidades do suco em todo o mundo.

O Capri-Sun é frequentemente apon-tado como exemplo de êxito no acondi-cionamento de produtos na bolsa plástica que fica em pé. É nessa apresentação que a marca será comercializada no Brasil. “Acreditamos que o lançamento irá revo-lucionar o mercado de sucos prontos”, afirma o diretor de marketing da Cerveja-ria Imperial, Ricardo Pinheiro. “A emba-lagem tem design inovador, é flexível e inquebrável, adequada para qualquer ocasião”, afirma o executivo.

SUP no modelo de negócioA Imperial investiu mais de 10 milhões de reais em aquisição de maquinário para produção e envase, matéria-prima, emba-lagem, ações de marketing e mão-de-obra qualificada para a empreitada. As emba-lagens já impressas e pré-formadas e as máquinas envasadoras são importadas

da Alemanha, onde são produzidas pela Wild-Indag, um braço do Grupo Wild, inventor e dono da marca Capri-Sun.

A importação dos pouches e das enva-sadoras para o Brasil é uma exigência da detentora dos direitos do Capri-Sun. “A Wild-Indag fornece suas máquinas e suas embalagens em todos os países onde o Capri-Sun é comercializado”, explica Ricardo Pinheiro. “Por isso, não há a possibilidade de adotarmos fornecedores brasileiros para nossas embalagens.”

O Grupo Wild, que também é fabri-cante dos sucos Libella e Caps e fornece-dor de diversos ingredientes para a indús-tria de bebidas, tem fábricas em onze paí-ses e um escritório de representação no Brasil. A empresa declinou de comentar seus planos para o País. Segundo Lean-dro Monteiro, gerente de vendas para as Américas do Sul e Central, “a Wild não adota a política de fornecer informações estratégicas.”

O design dos rótulos do Capri-Sun foi adaptado ao mercado brasileiro pela equipe de marketing da Imperial. O suco de frutas, 100% natural, é direcionado ao público infantil e tem os sabores Laranja, Uva, Safari Fruits (Abacaxi) e Mystic Dragon (Morango). “Trata-se de uma proposta de produto e marca diferente de tudo que existe hoje no Brasil. Foram dois anos de estudos, pesquisas e plane-jamento para produzir e lançar o Capri-Sun. Estamos otimistas com o lançamen-to”, finaliza Ricardo Pinheiro. (FP)

U

Wild-Indag(11) 3755-0944www.wild.de

As quatro variedades que estreiam no mercado: Imperial investiu R$ 10 milhões na novidade

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36 EmbalagemMarca maio 2011

sucesso em outros países, o conceito do

rollerball não se restringe somente ao uso

em fragrâncias. diversas marcas já utilizam

o roll-on miniaturizado para o acondiciona-

mento de outros cosméticos – e até mesmo

em versões dois em um, em embalagens

dotadas de dois compartimentos e dois

aplicadores, para a combinação de uma

fragrância e um brilho labial, por exemplo.

no exterior, os frascos rollerball chegam

às lojas em cartuchos de papel cartão. o

Boticário segue esse mesmo procedimento.

seus novos perfumes portáteis são comer-

cializados em cartuchos da Box print (não

foram cedidas fotos dessas

embalagens).

}}} perfumes

Fragrâncias de bolsaPerfumes rollerball, acondicionados em frascos portáteis com pequenos aplicadores roll-on, estreiam no Brasil em sucessos de O Boticário

asta visitar uma Sephora ou outras butiques de cosméticos no exte-rior para perceber a popularidade alcançada pelos perfumes do tipo rollerball – fragrâncias acondicio-

nadas em pequenos frascos delgados, práticos de carregar, que acoplam dispensadores roll-on em miniatura. A moda agora chega ao Brasil graças a O Boticário. Alguns dos best-sellers da empresa em perfumes femininos – Floratta in Blue, Egeo Dolce Woman, Accordes e Lily Essence – passam a ser oferecidos em embalagens de 10 mililitros dotadas de esferas aplicadoras. “É uma grande inovação no mercado brasileiro”, exalta a gerente de perfumaria da marca, Marselha Tinelli.

A aposta de O Boticário é que a novidade seja consagrada pelas consumidoras. “Elas poderão levar suas fragrâncias prediletas na bolsa, em viagens, e reaplicá-las com praticidade e rapidez sempre que for necessário”, diz Marselha. O especialista em perfumes e cosméticos Salvatore Privitera, diretor da consultoria Embala Ideias, vê pontos positivos nesse tipo de produto. “Além de facilitar a rotina da mulher, o que é uma forte tendência, o rollerball pode funcionar também como recurso para aumentar a experimentação dos perfumes.”

B

Conceito se diversifica no exteriorExemplo de dois em um: perfume rollerball de um lado e gloss do

outro

Frascos e tampas das

novidades são nacionais, mas aplicadores são

importados

Page 37: EmbalagemMarca 141

www.embalagemmarca.com.br

CartuchosBox Print(11) 5505-2370www.boxprint.com.br

TampasBristol e Pivaudran(11) 2465-7000www.bristolepivaudran.com.br

Aplicadores roll-onPremier Pack(11) 4612-0756www.premierpack.com.br

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Projeto inéditoDevido ao ineditismo do conceito no mercado nacional, o mecanismo roll-on utilizado nas novas versões dos perfumes de O Boticário, embora tenha sido desenhado no Brasil, é impor-tado. “O know-how na produção desse item é crítico. Daí a decisão pela manufatura por um parceiro na França”, explica Marcelo Falcão, diretor da Premier Pack, empresa que fornece o aplicador. “Entre outros requisitos técnicos que teriam desenvolvimento local complexo”, explica o executivo, “o assentamento entre esfera e hou-sing (suporte) deve funcionar como uma válvula de precisão, impedindo vazamentos quando o produto não está em uso.”

Nos conjuntos aplicadores ado-tados, duas versões de esferas estão sendo testadas: uma em polipropileno injetado e outra em aço inox, ambas com diâmetro aproximado de 6 milí-metros. Os mecanismos são acoplados a um modelo de frasco criado pela Wheaton especialmente para os novos produtos. “Estamos preparados para novos projetos, que irão multiplicar se esta primeira experiência der certo”, comenta a gerente de marketing da vidraria, Marta Oliveira. “A expectati-va é de sucesso, uma vez que a brasi-leira adora se perfumar.” (FP)

Grifes internacionais têm lançado versões rollerball de suas principais fragrâncias: tendência mundial

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}}} MoViMentaÇÃo no Mundo das eMBalagens e das MarcaspaNoraMa

o potencial do mercado farmacêutico latino-americano, especialmente o do Brasil, chamou a atenção da Honeywell. a poderosa multinacional americana contratou Valdenir Vasconcelos, ex-rexam Beauty packaging, para cuidar do marketing regional de sua divisão specialty Materials – cujo carro-chefe é o aclar, filme de policlorotrifluoroetileno (pctFe) voltado à termoformagem de blisters para medicamentos. trata-se de uma ação inédita da empresa. “o objetivo é manter proximidade com os end-users de modo a entender suas necessidades e difundir nossa solução”, explica o executivo.

Há anos o aclar é oferecido por fornecedores de blisters a laboratórios nacionais, mas sua participação local é ainda pequena. o motivo seria o hábito arraigado, no país, do uso de blisters alu-alu (totalmente em alumínio) ou daqueles com proteção contra umidade a cargo de filmes de pVdc (copolímero de cloreto de vinila e vinilideno). Frente a estes, alega a Honeywell, seu material seria vantajoso pela barreira superior. Já na comparação com o alumínio, opaco, o trunfo do aclar seria a alta transparência, que propicia a visualização do conteúdo das embalagens pelo consumidor.

BLISTERS

Aclar para o BrasilHoneywell quer difundir no mercado nacional seu filme de altíssima barreira para embalagens de medicamentos

dona de aproximadamente 60% do mercado brasileiro de latas de alumínio para bebidas, a multinacional inglesa rexam anunciou que irá construir sua 11ª fábrica de embalagens metálicas no país. o local escolhido é Belém. segundo a empresa, a nova unidade industrial terá capacidade de 1,2 bilhão de latinhas por ano e deverá entrar em operação em meados de 2012. o valor do investimento não foi revelado.o anúncio da rexam surgiu pouco mais de um mês depois de a crown embalagens, sua

concorrente, anunciar projeto de construção de uma fábrica também na capital paraense (ver EMBALAGEMMARCA nº 139, março de 2011). segundo renato estevão, diretor comercial da rexam para a américa do sul, com a fábrica de Belém a empresa poderá aprimorar o atendimento aos clientes do norte e do nor-nordeste brasileiros, hoje atendidos por duas fábricas situadas em recife. “pesou na decisão o fator logística e o crescimento maior da renda dos consumidores nessas duas regiões”, declarou o executivo.

METÁLICAS

Belém, a meca das latasDepois da Crown, Rexam confirma nova fábrica na capital paraense

pode um militar ajudar marcas nas guerras por vendas travadas no varejo? na visão do instituto dos Fabricantes norte-americanos de Máquinas de embalagem (pMMi), sim. daí o convite feito pela enti-dade ao ex-general e ex-secretário de estado ame-ricano, colin powell, para o comando da principal palestra da pack expo las Vegas, feira a ser realiza-da entre os dias 26 e 28 de setembro próximo. Mais conhecido no Brasil pela atuação na guerra do golfo e pelo combate ao terrorismo durante o governo de

george W. Bush, powell falará sobre liderança por meio de uma apresenta-ção intitulada “diplomacia: persuasão, confiança e valores”. “os insights e a perspectiva global de powell são bastante pertinentes para o nosso público, formado por líderes industriais que competem no mercado global”, entende charles d. Yuska, presidente e diretor-geral do pMMi.

EVENTO

Algo de novo no frontFeira de embalagens terá palestra de famoso general americano

Latas da Rexam: 11ª fábrica será na capital paraense

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ato

Blister com Aclar: proteção contra umidade e alta transparência

Powell: táticas para liderar as batalhas por vendas

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Edição: GUILHERME KAMIO ||| [email protected]

Foi o total de embalagens cartonadas

assépticas da tetra pak que estampa-

ram o selo do Fsc (conselho de Manejo

Florestal) no mercado brasileiro em 2010.

o volume corresponde a pouco menos de

50% do total de caixinhas comercializadas

pela empresa no período. todos os papéis

cartão utilizados na confecção das emba-

lagens da tetra pak brasileira, fornecidos

pela Klabin, são certificados pelo Fsc,

num atestado de que sua produção segue

boas práticas socioambientais. a tetra pak

vem estimulando os clientes que ainda não

estampam o selo Fsc em suas embala-

gens a fazê-lo, atualizando o design gráfico

de seus produtos.

O NÚMERO

VIDRO

Toque fashion em requeijõesCampanha da Danubio tem copos desenhados por Herchcovitch

a danubio promove em maio, nos balcões refrigerados dos supermercados, a estreia da campanha Fashion for Food. Visando associar o mundo da moda a alimentos saudáveis e qualidade de vida, o projeto tem seu primeiro ato no lançamento de uma coleção de copos de vidro colecionáveis na linha de requeijões da marca. os recipientes, fabricados pela nadir Figueiredo, são decorados com temas desenvolvidos pelo estúdio Herchcovitch; alexandre, do estilista alexandre Herchcovitch. o mesmo estúdio criou também três modelos de bolsa de compras reutilizável (“ecobag”). para adquirir o acessório, basta o consumidor juntar cinco tampas dos copos de requeijão danubio e apresentá-las na compra de um Queijo Frescal ultrafiltrado da mesma marca.

Abaixo, os copos da Nadir com decorações especiais. Ação

inclui também ecobags (acima)

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}}} MoViMentaÇÃo no Mundo das eMBalagens e das MarcaspaNoraMa

uma das mais poderosas fabricantes mundiais de embalagens plásticas sopradas, a graham packaging, irá mudar de mãos. a também americana silgan anunciou a compra da empresa numa transação de aproximadamente 4,1 bilhões de dólares. a expectativa é que o negócio seja sacramentado no segundo semestre, após análise de órgãos econômicos nos estados unidos.o objetivo da silgan é o crescimento global no mercado de embalagens sopradas, atividade que vem ganhando força em seu portfólio desde a compra, em 2004, dos ativos em plásticos rígidos da vidraria owens-illinois. a compradora é mais conhecida pelos negócios em latas de aço e tampas metálicas – este último presente no Brasil por meio da silgan White cap (ex-amcor White cap). “esperamos construir relações mais sólidas com clientes mundiais em nossos mercados-alvo”, afirmou o diretor-geral do grupo silgan, anthony J. allott, em comunicado oficial sobre o investimento.a graham packaging possui 97 plantas industriais instaladas no mundo, operando em quinze países distribuídos por américa do norte, europa, Ásia e américa do sul. no Brasil, a empresa conta com sete fábricas (quatro no rio, duas no paraná e uma em são paulo), onde são moldados recipientes para óleos, alimentos, agroquímicos e materiais de limpeza, entre outros produtos.

PLÁSTICAS

Fôlego mundialSilgan compra a Graham Packaging para crescer no mercado global de embalagens plásticas sopradas

em cerimônia realizada em são paulo no dia 14 de

abril último, Alfredo Schmitt assumiu seu segundo

mandato como presidente da associação Brasileira

da indústria de embalagens plásticas flexíveis

(abief). sócio-diretor da ffs filmes, de cachoeirinha

(rs), schmitt definiu como meta para sua nova

gestão, que vai até 2013, a consolidação de uma

agenda de eficiência para o setor. ela contempla,

entre outros pontos, a valorização incondicional do

plástico e sua melhor relação com o ambiente.

GENTE

Reeleição na Abiefem cerimônia realizada em são paulo no dia 14 de

abril último,

mandato como presidente da associação Brasileira

da indústria de embalagens plásticas flexíveis

(abief). sócio-diretor da ffs filmes, de cachoeirinha

(rs), schmitt definiu como meta para sua nova

gestão, que vai até 2013, a consolidação de uma

agenda de eficiência para o setor. ela contempla,

entre outros pontos, a valorização incondicional do

plástico e sua melhor relação com o ambiente.

GENTE

Reeleição na Abief

Por US$ 4,1 bilhões, embalagens sopradas pela Graham agora estão nas mãos da Silgan

líder na produção de tubos e conexões em pVc na américa do sul, a brasileira tigre divulgou em abril último os resultados de um projeto de reformulação de suas embalagens plásticas flexíveis, para torná-las mais sustentáveis, iniciado há um ano. a empresa conseguiu reduzir em 25 toneladas o consumo de polietileno, o que representa 1,6 milhão de embalagens. o valor economizado chega a 100 000 reais. os ganhos foram obtidos com reduções de 10% a 15% nas espessuras de um quinto das flexíveis utilizadas pela marca. segundo a tigre, o projeto de aliviamento foi conduzido por sua própria equipe de pesquisa e desenvolvimento. para conferir

maior resistência às embalagens, a fórmula do plástico foi reforçada com eVa (copolímero de etileno e acetato de vinila).

SUSTENTABILIDADE

Uma patada no desperdícioRevisão de embalagens faz a Tigre economizar 25 toneladas de polietileno

conhecida pela atuação no desenvolvimento de embalagens, a agência paulistana Müller camacho design comunicação reformulou sua página na internet (www.mullercamacho.com.br). “leveza, flexibilidade e consistência foram os princípios que nortearam o projeto”, explica Manoel Müller, diretor da empresa.

DESIGN

Müller Camacho tem novo site

www.embalagemmarca.com.br

Novas flexíveis, mais finas, geraram um ganho de 100 000 reais à empresa

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a companhia química dow inaugurou em abril último, em Jundiaí (sp), seu primeiro centro de desenvolvimento de aplicações de plásticos no Brasil. o espaço abrigará pesquisas e testes de resinas ou produtos plásticos semi-acabados para uma série de aplicações, com destaque para embalagens. um dos principais objetivos da iniciativa será o desenvolvimento de soluções sustentáveis. “iremos desenvolver junto com nossos clientes soluções inovadoras que proporcionem diferenciação no mercado”, diz nestor de Mattos, diretor de vendas da área de plásticos da dow Brasil. “com essa estrutura, ganharemos ainda mais rapidez, agilidade e capacitação de nossos parceiros.”com 1 100 metros quadrados, o centro de desenvolvimento da dow é composto por laboratórios para análises de polímeros, uma sala de treinamento com capacidade para setenta pessoas e uma planta-piloto. esta abriga uma laminadora e uma máquina de unitização para testes de desempenho de estruturas flexíveis. Já estão confirmadas as instalações de linhas de extrusão plana e tubular de última geração. outros equipamentos, entre eles uma termoformadora e uma empacotadora automática, estão previstos para 2012. “tudo isso proporcionará a nós e a nossos clientes muito mais agilidade no desenvolvimento de soluções”, afirma carlos costa, gerente de pesquisa e desenvolvimento de filmes industriais e embalagens de consumo para a área de plásticos da dow na américa latina.

PLÁSTICOS

Incubadora de inovaçõesDow inaugura centro de desenvolvimento de polímeros no Brasil

À esquerda, placa do prédio. Abaixo, demonstração num dos laboratórios

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a canção “The Coffee Song”, de 1946, Frank Sinatra brin-cava que o brasileiro podia se fartar de café graças à abun-dância do cultivo nestas para-

gens. O célebre cantor talvez não soubesse que, na verdade, o consumo do produto sempre esteve aquém do esperado para um país de grande tradição cafeicultora – mas que sempre privilegiou o abastecimento do mercado externo (e por meio de remessas com baixo processamento industrial, ou seja, de pouco valor agregado). Alguns dados recentes, porém, adoçam a expectativa de uma mudança desse quadro.Em 2010, o consumo per capita de café torrado no Brasil alcançou 4,81 quilos, que-brando o até então recorde de 4,72 quilos registrado em 1965. A perspectiva é de que, em volume, as vendas locais movimentem 21 milhões de sacas em 2012, fazendo o País saltar da segunda para a primeira posi-ção entre os maiores mercados mundiais para o café, posto ocupado pelos Estados Unidos. As exportações também tendem a se intensificar e a gerar mais receita. Para a Associação Brasileira das Indústrias do Café (Abic), o bom momento deve-se especialmente à melhoria da qualidade do produto, que tem alavancado a adesão a embalagens mais sofisticadas. O diretor executivo da entidade, Nathan Herszkovicz, falou a EMBALAGEMMARCA sobre o cenário positivo, durante bate-papo regado, claro, a xícaras de cafezinho.

O consumo interno de café vem crescendo bastante. Segundo projeção da Abic, o Bra-sil deverá superar os Estados Unidos em dois anos, tornando-se, em volume, o maior mercado mundial para o produto. O que explica essa evolução?São diversos fatores. O café é um produto acessível, cujo preço pouco aumentou nos últimos dezessete anos. Seus benefícios à saúde vêm sendo comprovados por pesqui-sas científicas, o que elimina preconceitos

A hora do caféBrasil está a um passo do posto de maior mercado consumidor da bebida. O diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias do Café (Abic) credita o bom momento ao refinamento do produto – e de suas embalagens

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ENTREVISTA }}} natHan HersZKovicZ©

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Gusto) e Pilão (Senseo). O consumo desses cafés monodose cresce não só no Brasil, mas no mundo todo. É importante dizer que tais cafés não são solúveis, como muitos pensam. São torrados e moídos, ou seja, frutos de inovações em embalagem.

As cápsulas e os sachês utilizados nes-sas máquinas costumam ser importa-dos. Não é uma oportunidade perdida para a indústria nacional?Cabe esclarecer que esses produtos são importados, mas a matéria-prima é nacional. Cerca de 50% das cápsulas e dos sachês contêm cafés nacionais que são exportados e retornam para cá na forma de produto industrializado.

A propósito, a remessa de matéria prima para a compra posterior de café processado é um antigo alvo de críticas. Por que o café brasileiro não é exportado com valor agregado em níveis expressivos? Onde está o nó?A exportação de café torrado em grão ou torrado e moído é uma atividade muito recente no Brasil. A grande maioria das 1 232 indústrias de café existentes no País é de pequeno porte e não tem cultura exportadora. Temos aí o primeiro gargalo. Não adianta ir uma vez a uma feira de alimentos e bebidas na Europa, por exemplo, e nunca mais participar. Isso é jogar

e desinibe as pessoas quanto ao uso da bebida. O consumo fora do lar tem crescido graças à multiplicação das casas de café e ao avanço do canal do food service. O principal fator, porém, é o aumento da qualidade. Há dez anos não existiam os cafés gourmet e era raro encontrarmos pro-dutos de primeira categoria. Houve melhorias nos processos de produção, colheita e secagem dos grãos. Com isso, a cafeicultura brasileira deu um salto. O aperfeiçoamento não ocorreu somente no segmento de specialties (cafés superiores). Ocorreu também no café tradicional, aquele comprado no supermercado e bebido no dia a dia, no café da manhã.

O cenário de aprimoramento não inclui a embalagem?A melhora da qualidade tem sido acompanhada por inovações em acon-dicionamento do produto. Não só nas embalagens plásticas flexíveis mais comuns e baratas, mas também nas embalagens mais sofisticadas. Vêm se difundindo nos últimos anos, por exemplo, as flexíveis com sistema de fechamento a vácuo e aquelas com atmosfera inerte, dotadas de válvu-las aromáticas. São embalagens mais caras, mas que proporcionam maior shelf life. No passado, cafés tinham durabilidade de 30 a 60 dias. Hoje temos produtos com vida útil de um ano e meio. O aumento da conservação ajuda a preservar melhor o aroma e o sabor. Quanto mais isso é bem feito, mais prazer é conferido ao consumidor e maior é a tendência de ele repetir o consumo. Vale lembrar, também, da inovação proporcionada pelos sachês e pods (cápsulas) das novas cafetei-ras, algumas delas para uso domés-tico e associadas a marcas fortes de café, como Nestlé (Nespresso e Dolce

4,81kgFoi o consumo per capita

de café torrado no Brasil em 2010. o número, recorde,

equivale a 81 litros da bebida por pessoa

3,5%Foi a evolução do consumo

per capita de café torrado em relação ao ano anterior

19,13 milhõesFoi o total de sacas

movimentadas em 2010 para atender ao consumo interno

21 milhõesÉ a projeção da abic para o consumo de sacas em 2012,

o que tornaria o Brasil o maior mercado mundial, em volume,

para o café

O AVANÇO DO CAFÉ NO BRASIL

foNte: aBic | aBril 2011

Válvula aromática (no detalhe) e cápsulas para

espressos caseiros: avanços que agregam valor

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dinheiro fora. Esse é um ponto que vem sendo trabalhado pela Abic junto às empresas que participam do progra-ma de exportação realizado com apoio da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investi-mentos). Temos um grande projeto de internacionalização das empresas. Um segundo problema é o fato de muitos compradores darem preferência aos fornecedores que tenham representa-ção em seus países. Isso vem sendo solucionado com os diversos Centros de Negócios que a Apex-Brasil pos-sui em diversos países, dotados de infraestrutura completa de escritório e depósito para as mercadorias. Um terceiro empecilho é a dificuldade de empresas brasileiras conseguirem drawback (condições tributárias espe-ciais na importação de insumos para produtos de exportação).

O senhor pode explicar?Ocorre que muitos compradores exi-

gem blends (misturas) que tenham, por exemplo, 40% de grãos brasileiros, 20% de grãos da América Central e 40% de grãos produzidos na África. Na impossibilidade de importar, mui-tas empresas acabam industrializando o café no exterior, em torrefadoras nos Estados Unidos. E isso não agrega valor. É preciso entender que, à exce-ção do segmento de cafés especiais, o mundo não consome café de uma única origem. Isso não acontece nem no mercado interno. Grãos das diver-sas regiões produtoras são “blended”, e cada marca tem sua própria receita

Negócio da ChinaComo parte da visita oficial da Presidente Dilma Rousseff à China, o Itamaraty orga-nizou em Pequim, no início de abril último, um almoço para autoridades brasileiras e chinesas. Ao fim do encontro, foi servido aos convidados cafezinho brasileiro, pre-parado com o Café Machado. O produto, da paulistana Agro Food, é exportado àquele país desde 2007, em bolsas plás-ticas de 500 gramas, confeccionadas pela Shellmar e dotadas de válvula aromática da Rangel. As embalagens estampam o nome da marca também em manda-rim. Segundo Poliana Lima Moufarrege, gerente de exportação da Agro Food, os chineses têm recebido bem o produto. “O desafio é que o hábito de beber café não está arraigado na cultura chinesa, acostu-mada ao chá”, diz a executiva. “Por isso, o trabalho tem sido incessante.”

Rangel(11) 3346-6666www.rangel.ind.br

Shellmar(11) 4128-5200www.shellmar.com.br

e responsabilidade de mantê-la, inde-pendente da safra.

Os cafés gourmet são apontados como grandes promessas para o setor. Como está essa categoria?O segmento de cafés finos e diferen-ciados apresenta taxas de crescimento de 15% a 20% ao ano. Em 2010, ele correspondeu a algo em torno de 4% do mercado, ou 800 000 sacas, com uma participação entre 6% a 7% na receita do setor – aproximadamente 380 milhões de reais. Acreditamos que em curto prazo a categoria gourmet alcance 10% de participação no fatu-ramento da indústria nacional. Hoje, 84% do café gourmet brasileiro são exportados.

À medida que cafés mais requintados são lançados pelos produtores, surge a necessidade de embalagens condizen-tes com seu preço. Em sua opinião, a apresentação dos produtos vem sendo suficientemente bem trabalhada para transmitir percepções de nobreza?No caso da exportação do café indus-trializado, sim. Até porque se a emba-lagem não for adequada ao padrão de apresentação que existe no mercado destinatário, simplesmente o produto não vende. O Brasil já tem embalagens para exportação que são aceitas nos mercados compradores e que estão no nível das melhores embalagens exis-tentes no mundo. Pegue-se o caso do

Machado: degustado por Dilma na Ásia

“A melhora do café tem sido acompanhada por inovações em acondicionamento. Não só nas

flexíveis mais comuns e baratas, mas também nas embalagens mais sofisticadas”

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café Marques de Paiva, da Cafés Bom Dia, comercializado nos mercados americano e canadense em pouches com válvula aromática. Outro exem-plo é o café Terra Firma, produzido também pela Bom Dia sob licença da National Geographic e vendido nas lojas dessa marca, no mundo todo, também em flexíveis com válvula. Há também os cafés produzidos no Brasil para comercialização na Itália pela Segafredo Zanetti, acondicionados em embalagens a vácuo iguais às utiliza-das no mercado italiano. Temos, ainda, cafés brasileiros comercializados em lata, que é uma alternativa interessante sob o ponto de vista estético, mas acar-reta certas dificuldades.

Quais?A lata é mais cara e não representa um hábito no Brasil. Nos Estados Unidos, por exemplo, a lata não é tão cara e tem grande popularidade. Lá, o costume de comprar café em lata vem de décadas, pelo menos desde o início do século 20. No Brasil, essa tendência ainda não se manifestou. Por isso, embalagens metálicas são mais empregadas por marcas nacionais em cafés muito diferenciados ou em edi-ções limitadas.

O Selo de Pureza da Abic, lançado há 21 anos, é uma certificação pioneira no mercado brasileiro de alimentos e bebidas. De que forma ele tem ajuda-do o setor?O programa do Selo de Pureza hoje certifica 1 075 marcas de 454 indús-trias associadas. Essa certificação só é dada após o produto ser coletado no varejo e analisado em laboratórios cre-denciados, prática feita aleatoriamente ao longo do ano. São mais de 3 000 análises anuais. Nestes 21 anos, mais de 51 000 análises foram feitas. O con-trole garante qualidade do produto e segurança para o consumidor e para o varejo, evitando fraudes e adulterações. Em 23 de fevereiro último, entrou em vigor a Instrução Normativa nº 16, do Ministério da Agricultura. Ela dá força de lei aos níveis máximos toleráveis de 1% de impurezas e 5% de umidade nos cafés, que já vinham sendo recomen-dadas pela Abic. Por isso, adotamos um novo slogan: “Pureza agora é Lei. Exija o Selo de Pureza”.

Desde 1965 não se registrava no País um consumo per capita de café maior que o de 4,72 quilos por ano, marca enfim superada em 2010, quando esse índice alcançou 4,81 quilos. Nesse quesito, porém, o Brasil ainda está distante de outros mercados – nos paí-

ses nórdicos, que lideram esse ranking, o consumo per capita anual supera os 13 quilos. É possível se aproximar desse nível?É possível continuar crescendo de 4% a 5% ao ano. O consumo nos países nórdicos é três vezes maior que o nosso. Seria um desperdício de ener-gia colocar como bandeira alcançar um nível de consumo desse tamanho. Acho muito mais realista substituir essa projeção pelo objetivo de continu-ar crescendo acima da média mundial. Isso é possível. (MM)

Marques de Paiva: embalagens garantiram ingresso no mercado norte-americano

Latas: populares em outros países, mas no Brasil muito vinculadas a edições especiais

Terra Firma: café brasileiro vendido em lojas da National Geographic ao redor do mundo

Selo de Pureza Abic: certificação pioneira cujas exigências têm agora força de lei

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52 EmbalagemMarca maio 2011

}}} cafés

O verdadeiro “chafé”Torrefadora mineira lança café capaz de ser preparado como os chás em saquinho

m mais um capítulo da série “por que ninguém pensou nisso antes?”, a Fazenda Caeté, de Campo Belo (MG), desenvolveu um café torrado e moído para consumo individual

capaz de ser preparado por infusão, à moda dos chás em saquinho.

Assim como nos chás, pequenas porções do café (5 gramas) são oferecidas em envelopes de não-tecido, permeáveis, dotados de um cordão com uma tira de papel na extremidade para faci-litar o manuseio. O preparo da bebida é feito dei-tando-se 50 mililitros de água em ebulição sobre o saquinho, numa xícara. Basta, então, agitar o pro-duto por um minuto. É possível também utilizar o forno de micro-ondas, levando ao aparelho uma xícara com o produto mergulhado em água fria.

O plano da Fazenda Caeté é promover sua invenção, batizada de Café

Individual, como opção

Eaos cafés preparados em máquinas alimentadas por pods (sachês) ou cápsulas. A ideia surgiu em 2008, quando a cotação da saca do café estava baixa. Um dos três sócios da torrefadora, Carlos Richard Carvalhaes, decidiu criar um produto de maior valor para não ficar tanto à mercê das osci-lações de mercado. Desde então foram investidos 4 milhões de reais em importação de equipamen-tos, design da embalagem e treinamento de fun-cionários para a viabilização da novidade.

Com capacidade inicial de produção de 1 milhão de sachês por turno, mas apta a triplicar essa saída, a Caeté pretende lançar a novidade em maio. Exportar está nos planos. “Já temos pro-postas para vender em outros mercados”, afirma Fernando Costa, diretor comercial da empresa. O produto será vendido como muitos chás em saqui-nho: em cartuchos de papel cartão contendo 25 doses. Cada saquinho é acondicionado em sachês de polipropileno bi-orientado (BOPP). (MM)

CartuchoCongraf(11) 3103-0300www.congraf.com.br

SachêInterflex(35) 2106-1200www.interflexgroup.com

Novidade da Fazenda Caeté: com adição de água quente, preparo de café em um minuto

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}}} cosméticos

De amenidade a necessidade

Cosméticos oferecidos por hotéis se fortalecem como

ferramenta de marketing e ganham melhores apresentações

o passado, os cosméticos ofereci-dos nos quartos dos hotéis, conhe-cidos como amenities, sofriam rejeição generalizada. Os donos dos estabelecimentos os tratavam

como despesa. Os hóspedes evitavam utilizá-los, desconfiados de sua qualidade ou dissuadi-dos por suas apresentações, geralmente toscas. Bastou crescer a concorrência no setor hoteleiro para a situação mudar. Os amenities começaram a ganhar melhores fórmulas e embalagens. Hoje, já são até considerados elementos críticos para o negócio da hospitalidade.

“Segundo pesquisas realizadas com hóspe-des, o quesito mais observado e que mais tem pesado na avaliação dos hotéis é o cosmético colocado nos quartos”, declara Mauro Carva-lho, diretor comercial da Realgem’s do Brasil, indústria paranaense que afirma ser líder do mercado nacional de amenities, abastecendo aproximadamente 4 000 pontos de hospedagem. “Cama macia ou tevê a cabo não diferenciam mais os estabelecimentos. Já são confortos obri-gatórios.”

Acredite-se ou não em tanta importância, o fato é que os amenities vêm evoluindo a olhos vistos, destoando cada vez menos dos cosméti-cos de marca – em alguns casos, até mesmo pro-dutos de grife têm sido empregados para agradar aos frequentadores (ver quadro). O capricho nas

N

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apresentações é crescente, sendo apontado por Carvalho como algo inevitável. “A embalagem é o primeiro fator levado em conta para a aprova-ção dos produtos”, assevera o executivo.

Empresas de embalagemPara atender aos anseios do mercado hoteleiro, a Realgem’s tem de trabalhar praticamente como uma fornecedora de embalagens – na verdade, a empresa até possui um parque próprio para a moldagem de invólucros, que abastece parte de suas necessidades (a empresa evita revelar a proporção ou outros detalhes dessa atividade). Em frascos plásticos de pequena volumetria, por exemplo, os clientes podem escolher entre sessenta modelos para o acondicionamento de xampus, condicionadores, hidratantes, loções e óleos corporais.

A seleção de fechamentos é igualmente extensa. As tampas podem ser flip-top ou de rosca; moldadas em plástico ou alumínio; e ter perfis cilíndricos, esféricos ou poliedrais.

Na página ao lado: alguns dos amenities fabricados

pela Realgem’s

Sediada em Franca (SP), a Harus, que também arroga a liderança no mercado brasilei-ro de amenities, procura facilitar as definições de apresentações de produtos pelos hoteleiros por meio de uma ferramenta virtual. Sua página na internet hospeda um aplicativo que permite simu-lar criações de embalagens. É possível escolher o formato do frasco, as cores do rótulo e o tipo de decoração (aplicação de autoa-desivo ou gravação em tampogra-fia). Outra possibilidade sugerida pela empresa é o uso de pequenos stand-up pouches.

Um dos adeptos da solução é o quatro estre-las Continental Inn, de Taubaté (SP). O dois em um (xampu/condicionador) oferecido pelo hotel, adquirido junto à Harus, é acondicionado num stand-up pouch de 30 mililitros confeccionado pela Cordel Embalagens. Do mesmo modo que

Harus abriga em seu site ferramenta para o design de

embalagens de amenities

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56 EmbalagemMarca maio 2011

para produtos do varejo, as bolsas plásticas que param em pé podem significar para os hotéis uma forma de valorizar a percepção de seus cosméticos em relação àqueles dis-ponibilizados em embalagens flexíveis mais populares – no universo dos amenities, a comparação inevitável é com os sachês “planos”, de quatro soldas.

E não só os formatos mais complexos come-çam a se espraiar para as apresentações de amenities. A preocupação com embalagens mais sustentáveis também já não passa em brancas nuvens no segmento.

Em caráter pioneiro no mercado, a Realgem’s divulgou recentemente a possibili-dade de acondicionar produtos em frascos plás-ticos oxi-biodegradáveis, que após o descarte se decompõem em poucos meses. A tecnologia é a d2w, da inglesa Symphony Environmental, representada no País pela Res Brasil. Até o fechamento desta edição ainda não havia usuá-rios da novidade.

A expectativa é que o aprimoramento dos amenities se intensifique ainda mais nos pró-ximos anos, no compasso do crescimento do mercado hoteleiro, bafejado pelo aumento das

Entradas e bandeirasHotéis e motéis sempre preferiram estampar seus nomes nos cos-

méticos oferecidos nos quartos. Mas o uso crescente dos chama-

dos amenities para o marketing de relacionamento tem feito alguns

estabelecimentos lançar mão de marcas famosas.

o hotel baiano aram Yami, por exemplo, recorreu a amenities da

natura, que tem atendido também outros hotéis. a rede hoteleira

nobile, por sua vez, já utilizou produtos da ox cosméticos. e outros

65 hotéis nacionais – entre eles copacabana palace, royal palm

plaza (campinas) e unidades das redes sofitel, Hilton e caesar park

– oferecem aos clientes cosméticos da l’occitane.

importados da França, os amenities da l’occitane seguem o conhe-

cido apuro da empresa em apresentação. “É uma iniciativa impor-

tante enquanto negócio, mas cujo objetivo é também permitir

que o cliente tenha a oportunidade de vivenciar a marca em

diferentes ambientes”, diz a diretora de vendas de canais

indiretos da empresa, elisabeth lin. “pretendemos manter

um ritmo de expansão acelerado nesse canal.”

no contrafluxo, empresas especializadas em amenities

vêm investindo em marcas próprias para explorar outros

canais de vendas. a paulista Harus criou a alma Brasil.

Já a paranaense realgem’s lançou cosméticos para

o varejo sob os emblemas Florence, princess e terra

Brasilis. além disso, desenvolveu kits de produtos para

suprir uma lacuna do mercado: cosméticos em embala-

gens pequenas, sob medida para ser levados em viagens.

“Muitas pessoas entravam em contato conosco para saber

onde comprar o amenities que receberam quando estavam hospe-

dadas em um determinado hotel”, conta Mauro carvalho, diretor

comercial da realgem’s.

carvalho não vê o ingresso das marcas mainstream no mercado de

amenities como uma ameaça, mas como oportunidade de negócio.

a investida da ox, por exemplo, se deu por meio de uma parceria

com a realgem’s. “a ideia teve o objetivo de unir a credibilidade da

marca do cliente com a nossa expertise”, diz o executivo.

Natura, Ox e L’Occitane já exploram os amenities como reforço de marca

Explorando lacuna do mercado, Realgem’s lançou kits de cosméticos para viagem

Stand-up pouch começa a ser oferecido como solução para hotéis

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Cordel Embalagens(11) 4582-6388www.cordel.ind.br

Res Brasil(19) 3871-5185www.resbrasil.com.br

viagens de turismo e negócios e pela Copa do Mundo e pelas Olimpíadas programadas para breve no País. Segundo dados da consultoria HotelInvest, 39 novos projetos de grandes hotéis nacionais serão lançados este ano. O número irá dobrar em 2012, progredindo ainda mais nos anos seguintes.

Mercado aquecidoCom o aquecimento do mercado consumidor, os fabricantes de amenities terão de trabalhar. A Realgem’s, por exemplo, está ampliando em 1 100 metros quadrados seu parque industrial, localizado em Colombo (PR). Procurada por meio de seu departamento de marketing, a Harus preferiu não revelar se possui projetos de expan-são em andamento.

Segundo Mauro Carvalho, da Realgem’s, os investimentos proporcionarão um atendimento ainda mais criterioso dos clientes, inclusive no acondicionamento dos produtos. “Teremos

ainda mais condições de oferecer amenities em embalagens modernas, práticas, funcionais e, principalmente, diferentes, com layouts criati-vos”, anuncia o dirigente. “Será uma cortesia nossa para as cortesias dos hotéis.” (GK)

Realgem’s oferece frasnagas oxi-biodegradáveis. Preocupação ambiental chega aos amenities

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58 EmbalagemMarca maio 2011 www.embalagemmarca.com.br

}}} energéticos

Esquenta a corridaGarrafa de PET começa a acelerar no circuito das bebidas energéticas, liderado pela lata de alumínio

or muitas temporadas a garrafa de vidro manteve-se na ponta, tranquila, como embalagem para refrigerantes nacionais. A situação mudou a partir dos anos 90, quan-

do a garrafa de PET entrou na corrida e disparou até ultrapassar a antiga campeã. Parece, agora, que um “pega” semelhante começa a se desenhar em outro circuito: o das bebidas energéticas. O PET a acelera nessa categoria, umbilicalmente ligada à lata de alumínio.

De acordo com a Nielsen, garrafas de PET já representam 8% das apresentações de energéticos encontradas no Brasil. O número soa acanhado para prenunciar uma ameaça à liderança da lata de alumínio – que saiu na frente no mercado gra-ças à adoção por “escuderias” tradicionais como as austríacas Red Bull, Flash Power e Flying Horse. Há cinco anos, porém, esse número era oito vezes menor, para não se dizer quase nulo.

PE desde então se iniciou um boom do produto no mercado interno.

Dados da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e Bebidas Não Alcoólicas (Abir) mostram que as vendas de energéticos cresce-ram 325% no País entre 2006 e 2010. Entre os produtos sob tutela da entidade, o índice supera em quase seis vezes o segundo maior avanço registrado no período, o dos sucos prontos para beber (53%). A dilatação das cestas de compras, ocasionada pelo aumento do poder aquisitivo da população, é o principal motor do fenômeno. Mas a oferta crescente de garrafas plásticas tem fun-cionado como propulsão auxiliar. “Os energéticos em PET são mais baratos e vêm atraindo novos consumidores”, relata Fabiana Furquim, analista de mercado da Nielsen.

Os preços menores dos energy drinks em PET refletem os cus-

Por Marcelo Marcondes

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www.embalagemmarca.com.br

tos operacionais meno-res em relação aos exi-gidos no trabalho com latas de alumínio. O des-conto é importante por-que o energético é um produto caro. Entre as principais marcas, uma latinha de 250 mililitros dificilmente é encontra-da no grande varejo por menos de 4 reais. Nas garrafas plásticas de 1 litro, o mesmo volume costuma sair pela meta-de do preço.

Como seria natural esperar, o custo-benefício mais atraente tem sido utilizado pelas marcas emergentes como recurso para atrair as classes C e D. “É um público que antes não tinha o hábito de consumir o produto”, observa Bruno Akabane, sócio-proprietário do Pimp Energy Drink, energético acondicionado em garrafas plásticas de 360 mililitros e de 2 litros e vendido exclusivamente em mercadinhos da periferia de São Paulo. “O custo da embalagem de PET é bem menor que o da latinha, o que nos permite praticar preços mais acessíveis”, afirma o empresário.

Tubainização?Lançado em 2009, o Pimp é um entre as dezenas de energéticos que surgiram nos últimos anos apostando na popularização do consumo do pro-duto. Estima-se que o mercado já comporte algo em torno de 130 marcas, sendo mais da metade delas de alcance limitado, com menos de cinco anos e usuária de garrafas de PET.

O quadro lembra a “tubainização” ocorrida na seara dos refrigerantes, associação que é respaldada pelo fato de muitos dos novos energéticos serem apostas de produtores

regionais daquelas bebidas. “O que o PET permite, na verdade, é a democratização

da distribuição e, em consequência, do consumo”, afirma o presiden-te da Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet), Auri Marçon. O executivo repudia o

Pimp: embalagens de PET para

conquistar baixa renda

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60 EmbalagemMarca maio 2011 www.embalagemmarca.com.br

termo “tubainização”, mas não deixa de fazer um paralelo com o caso dos refrigerantes para justi-ficar a pertinência da garrafa plástica no negócio de energéticos. “Quando o PET chegou ao País havia cerca de 160 marcas locais de refrigerantes. Hoje, elas são quase mil”, aponta Marçon. “Com a pulverização, o mercado cresceu.”

Assim como a Coca-Cola viu cair sua partici-pação no mercado de refrigerantes com a ascensão das tubaínas envasadas em PET, a hegemonia da

1997Mercado

brasileiro recebe os primeiros energéticos,

importados da Áustria: Flying Horse e Flash

power

2000surge o primeiro

energético brasileiro: o First one atomic energy drink, da irB-tatuzinho.

produto é também o primeiro energético

oferecido em garrafa de pet (ver Em nº 8)

2006Flying Horse introduz no país o Big

Flying, primeiro energético

nacional em “latão” de 473ml

(ver Em nº 84)

2001coca-cola

entra na disputa e começa

a fabricar o Burn no Brasil.

produto é lançado em lata de alumínio slim

2000com licença da marca de moda jovem Bad Boy,

Horizonte Bebidas lança o Bad Boy power drink em

latas sleek de 269 mililitros

1999latinhas de

red Bull começam a ser vendidas

no Brasil através de

importações da Madasa

Energia em fi la Os fatos marcantes na história dos energéticos no Brasil

pioneira e líder histórica do negócio de bebidas à base de taurina, a Red Bull, vem balançando com a propagação dos energéticos regionais.

Pelas leituras da Nielsen, o market share da Red Bull no País caiu de 64% para 42% entre 2006 e 2010. A diferença marcante em relação ao caso dos refrigerantes, porém, é que a grife dos touros vermelhos não patrocinou a difusão da garrafa plástica em seu mercado, ao contrário do que fez a Coca-Cola – para muitos peritos em marketing, um homérico “tiro no pé”. Mas exis-tem rumores de que isso pode mudar, com a líder se rendendo à garrafa plástica.

De acordo com reportagem publicada no jornal O Estado de S. Paulo em fevereiro último, a Red Bull estaria estudando a adoção da garrafa de PET no mercado brasileiro. Procurada pela reportagem, a empresa negou o boato por meio de sua assessoria de imprensa. Curiosamente, porém, o mercado polonês recebeu em março último o lançamento de uma versão do energéti-co da marca em garrafa de PET. Pouco depois, a mesma embalagem, com 330 mililitros, estreou no mercado tcheco.

Outro fato curioso: ex-distribuidor da Red Bull no Brasil, o empresário Marcos Torres deci-diu alçar voo próprio no mercado nacional e lançou um energético – o Up On – acondicionado em garrafas de PET. “O mercado brasileiro de

Classifi cação das marcas

2006

2010

Red Bull 64%

Red Bull 42%

Coca-Cola (Burn e Gladiator) 17%

Outros 41%

Coca-Cola (Burn) 16%

Outros 20%

foNte: NielseN

foNte: suPerMercaDoMoDerNo, 2010

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61EmbalagemMarcamaio 2011www.embalagemmarca.com.br

2007coca-cola lança versão do Burn em garrafa de

vidro de 250ml, decorada

com rótulo termoencolhível (ver Em nº 92)

energéticos em lata está saturado”, argumenta Torres. “Já o PET é uma novidade que, além do custo de produção menor, facilita o trabalho com formatos diferentes e conta com um bom número de prestadores do serviço de envase.”

Charme regionalCusto atraente, versatilidade e maior viabilidade fabril são importantes, mas não se justificam se o produto não vender. Como lembra o especialista em bebidas Adalberto Viviani, da consultoria Concept, “energéticos são vistos como um produ-to que confere status”. Para Renault Castro, diretor executivo da Associação Brasileira dos Fabrican-tes de Latas de Alta Reciclabilidade (Abralatas), a embalagem de alumínio estimula essa sensação, por ser “moderna e prática”. “A lata atende ao perfil de quem consome energéticos, geralmente jovens que praticam esportes ou frequentam even-tos mais requintados”, argumenta o executivo.

Para engendrar essa percepção (e não serem confundidos com refrigerantes), muitos energéti-cos em PET têm apresentado imagens capricha-das, que em nada lembram as das garrafas das tubaínas que brigam por preço. O cuidado fica especialmente patente na decoração.

Enquanto os recipientes de refrigerantes cos-tumam receber pequenas cintas do tipo roll-wrap aplicadas com cola, muitas delas ostentando arte

2008 grupo imperial

lança o Vulcano, primeiro

energético nacional

acondicionado em garrafa de pet de 1 litro

2009coca-cola lança

o gladiator, energético em

lata de 473ml que promete melhorar a concentração do consumidor

2010globalbev traz ao Brasil o Monster

energy drink. Marca, famosa nos estados

unidos, é lançada no país em latas

de 500ml

2009grupo petrópolis,

das cervejas itaipava e crystal, promove a estreia

do tnt energy drink em latas de alumínio de 269ml

2010Marcos torres,

ex-distribuidor do red Bull no país, lança o up on em garrafas de pet de 1,5 litro e de

500ml

2011amBev entra

no mercado de energéticos e

lança o Fusion, em latinha slim

de 250ml

desleixada, diversos energéticos regionais têm suas garrafas de PET completamente envolvidas por rótulos termoencolhíveis de design moderno. Exemplos são o Ionic, da J. da Silveira; o Power Bull, da Ultrapan; o Big Thor, da NS Indústria e Comércio; e o Insano, recém-lançado pela Águas Ouro Fino (ver quadro).

Up On: aposta, em garrafa de PET, de ex-distribuidor

da Red Bull

Power Bull, Big Thor e Ionic: decoração com rótulos

termoencolhíveis

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62 EmbalagemMarca maio 2011 www.embalagemmarca.com.br

Demonstrações mais claras de que garrafas de PET não acarretam apresentações pobres ou sem carisma vêm do exterior. Nome que vem ganhan-do força no mercado europeu de energéticos, a polonesa Tiger adotou recentemente uma série de garrafas de PET com formato futurista e moldadas com pigmentação prata. O projeto é assinado pela célebre agência Porsche Design, da Alemanha. Outro caso digno de nota é o do NOS Energy Drink, lançado nos Estados Unidos numa garrafa de PET de 620 mililitros pigmentada em azul e decorada com rótulo autoadesivo metalizado (ver EmbalagEmmarca nº 102, fevereiro de 2008). A embalagem imita um cilindro de óxido nitroso, utilizado para “envenenar” motores de carros.

Pode ser que abordagens desse tipo, que refor-çam a ideia de que o PET não é necessariamente percebido com menor valor, apareçam entre ener-géticos nacionais com a evolução do mercado. Embora tenha triplicado no último triênio, ele ainda é pequeno. No balanço da Abir, o consumo interno em 2010 alcançou 87 milhões de litros, o que é pouco frente ao total de 72 bilhões de litros de bebidas não-alcoólicas movimentados no País no ano passado. “Muitas marcas ainda irão entrar no no negócio de energéticos”, prevê Viviani, da

dá para a latinha de alumínio e a garrafa

de pet conviverem nas mesmas marcas

de energéticos? para alguns fabricantes

de bebidas, sim. nome importante do

segmento de águas minerais, a Águas

ouro Fino lançou recentemente seu ener-

gético insano em três opções de embala-

gem: garrafa de pet de 1 litro, garrafinha

de pet de 269 mililitros e lata de alumínio

de 250 mililitros.

segundo Hélio luiz corrêa, diretor da

empresa, os diferentes hábitos de consu-

mo da bebida explicam a apresentação

diversificada. “a embalagem plástica

maior atende a situações recreativas,

como festas. Já a garrafinha mira o con-

sumo individual diurno, quando se deseja

disposição extra para estudo ou trabalho.

a lata, por sua vez, é a apresentação ‘de

balada’, voltada aos bares e casas notur-

nas”, explica o executivo.

número 3 do mercado nacional de ener-

géticos, perdendo somente para red Bull

e coca-cola (dona das marcas Burn e

gladiator), a Horizonte Bebidas lançou

há onze anos seu energético Bad Boy

em latinha de alumínio. em 2009, porém,

começou a oferecer seu produto também

numa garrafa de pet de 1 litro, apelidada

de giant Bad Boy. “o custo por litro é

aproximadamente 30% mais baixo que

o da lata de alumínio”, detalha o diretor-

geral da Horizonte, Fernando pereira

caldas. “isso nos permite oferecer o

mesmo produto, com a mesma qualidade,

porém com preço menor.”

Soluções diferentes na mesma equipe

Insano: lata para “baladas”, garrafinha para o dia e garrafa para compartilhar

Bad Boy em PET oferece preço proporcionalmente menor ao da lata

Concept. Resta ver, nessa corrida, qual embala-gem pisará mais fundo. “O mercado está aberto e a preferência do consumidor é que vai determinar o resultado”, pondera Castro, da Abralatas.

NOS Energy Drink: embalagem imita cilindro

de óxido nitroso

Polonesa Tiger investiu em garrafas assinadas

pela Porsche Design

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64 EmbalagemMarca maio 2011 www.embalagemmarca.com.br

}}} internacional

PlantBottle de polietilenoEm novo episódio de corrida por embalagens “verdes”, Coca-Cola cria nova garrafa de cana-de-açúcar para sucos

oca-Cola e Pepsi já protagoniza-ram diversas competições ao longo da história. A mais nova delas se desenrola no campo da sustentabili-dade, urdida por desenvolvimentos

de garrafas “verdes”. No fim de 2009 a Coca-Cola lançou a PlantBottle, recipiente de PET com 30% de sua composição originada do etanol de cana-de-açúcar. Semanas atrás, a Pepsi trombeteou a criação de uma garrafa de PET totalmente feita a partir de fontes vegetais, como capim, cascas de pinheiro e capa de grãos de milho (ver a edição anterior de EmbalagEmmarca). No fim de abril último, a Coca-Cola voltou à carga e anunciou a estreia, no mercado americano, de uma garrafa 100% derivada da cana.

A novidade, que será utilizada a partir de maio na linha Odwalla de sucos e smoothies (vitaminas de frutas), traz um diferencial. É mol-dada a partir de uma versão de fonte renovável de polietileno de alta densidade (PEAD), e não de PET. De acordo com a Coca-Cola, a emba-lagem pode ser reciclada nas mesmas linhas de reaproveitamento de PEAD convencional – o que, alega a empresa, a faz sobressair das demais garrafas 100% produzidas em bioplástico atual-mente disponíveis (a Pepsi diz que sua garrafa

Cde PET é também completamente reciclável; no entanto, seu lançamento ocorrerá em 2012). “Trata-se de um passo importante em nossos esforços para proteger o planeta”, diz a presiden-te da Odwalla, Alison Lewis.

Dasani em PlantBottleParalelamente ao lançamento da garrafa de PEAD “verde”, a Coca-Cola anunciou o início da distri-buição, em todo o território norte-americano, das águas minerais Dasani envasadas na PlantBottle de PET. A iniciativa ocorre num momento em que crescem, nos Estados Unidos, os movimen-tos contra o consumo de água engarrafada, enca-beçados principalmente pela ONG americana Corporate Accountability International (CAI) e sua campanha “Think Outside the Bottle” (algo como “Pense além da garrafa”, em tradução livre para o português).

Vale lembrar que a cana-de-açúcar em que são baseadas todas as garrafas sustentáveis da Coca-Cola é brasileira. A empresa não revela a origem. Mas ressalta se tratar de matéria-prima originária “de plantações orgânicas, localizadas longe da floresta tropical amazônica” e cultivada “sob práticas avançadas e políticas públicas sau-dáveis.” (MM)

no dia 26 de abril último a procter & gamble anunciou o início da produção de embalagens baseadas no polietile-no “verde” da Braskem, derivado do etanol da cana-de-açúcar. antecipada pelas empresas há quase oito meses (ver EmbalagEmmarca nº 134, outubro de 2010), a iniciativa começou com frascos para xampus e condicionado-res da linha pro-V nature Fusion, da

marca pantene. os recipientes estrea-rão em julho na europa. depois, serão gradativamente introduzidos, ao longo de dois anos, nos demais mercados em que os produtos são comerciali-zados. “estamos entusiasmados por sermos a primeira marca em hair care a utilizar essa tecnologia de emba-lagem”, diz Hanneke Faber, gerente mundial de pantene na p&g.

P&G começa a usar, lá fora, inovação brasileira

Braskem(11) 3576-9999www.braskem.com.br

Estreia dos frascos de PE “verde” de Pantene será na Europa

Recipiente dos sucos Odwalla pode seguir para a reciclagem

convencional de PEAD

Dasani: PlantBottle

em meio a ataques às águas

engarrafadas

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66 EmbalagemMarca maio 2011 www.embalagemmarca.com.br

o encalço da Coca-Cola, que lan-çou no fim de 2009 a PlantBottle, garrafa de PET parcialmente obti-da a partir de etanol de cana-de-açúcar, a PepsiCo anunciou sema-

nas atrás a criação de uma garrafa de PET derivada de materiais como capim e cascas de pinheiro e de milho (ver edição anterior de EmbalagEmmarca). Seu grande diferencial é a origem 100% vegetal, enquanto a garrafa da adversária incorpora somente 30% de matéria-prima renovável.

A novidade só deverá ser lançada em 2012, mas movimentou o noticiário e causou grande alvoroço nos Estados Unidos. O anúncio sina-liza uma extensão lógica da empreitada que a PepsiCo começou em 2010, quando lançou o ecologicamente correto (porém barulhento) pacote compostável do salgadinho Sun Chips. Mostra, também, o alto nível alcançado pelas inovações em packaging criadas ante a busca por atitudes mais sustentáveis. Nessa linha, um outro exemplo é o da embalagem “verde” do lava-roupas líquido Natural 4x Laundry Detergent, da americana Seventh Generation.

Bolsa, casca e caféO produto é acondicionado no que poderíamos chamar de “bag-in-shell”: uma bolsa plástica acomodada dentro de uma “casca” moldada em polpa de celulose – o mesmo material das clássicas caixas de ovos. A bolsa plástica incorpora um bocal com bico dosador e uma sobretampa transparente, ambos em plástico rígido. A embalagem interna e seu sistema dispensador são recicláveis. A externa, por sua vez, é compostável.

A Seventh Generation afirma que sua solu-

N

ARTIGO }}} LYNN DORNBLASER

o encalço da Coca-Cola, que lan-

Preocupação em reduzir impactos ambientais continua a movimentar indústrias e seus fornecedores de embalagens

A sustentabilidade anda

ção híbrida demanda 66% menos plástico que um frasco tradicional de lava-roupas líquido. O formato típico deste, aliás, é simulado pela nova embalagem, de modo a garantir a fami-liarização dos consumidores e varejistas com o produto.

Mas seria essa uma apresentação viável para todos os detergentes para roupas? Em reporta-gens, porta-vozes da Seventh Generation têm deixado claro que a nova embalagem é cara, e sua adoção se justifica pelo valor agregado do produto, de alto rendimento e com fórmu-

Natural 4x: lava-roupas líquido é acondicionado

em bolsa plástica acomodada em “casca”

de polpa celulósica

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68 EmbalagemMarca maio 2011 www.embalagemmarca.com.br

la natural. É de se esperar, no entanto, que as demais donas de marcas de cuidados com roupas comecem a investigar alternativas “ver-des” às suas embalagens plásticas, passíveis de serem fabricadas e utilizadas em larga escala, caso essa nova embalagem faça sucesso.

Do Japão vem outra amostra de produto com apelo ecológico que destoa dos padrões e que promete influenciar a concorrência. É o café pronto para beber Eco-Style, da Glico. A bebida é produzida com grãos de café orgânico colhidos à mão por pequenos produtores. Isso não é algo inédito, uma vez que muitas empre-sas adotam métodos de plantio orgânicos, polí-ticas fair trade (comércio justo) ou ainda selos de sustentabilidade como o do FSC (Conselho de Manejo Florestal) e o da Rainforest Alliance (Aliança pela Floresta Tropical). O que chama a atenção no Eco-Style, na verdade, é sua embalagem.

A bebida é envasada num copo de papel laminado, como muitos cafés prontos no mer-cado japonês. Diferentemente destes, porém, a sobretampa de plástico rígido é substituída por um selo-tampa. A simples ideia, de fácil assimilação pelos consumidores, encaixa-se

perfeitamente na tendência atual de redução e simplificação de materiais de embalagem onde e quando possível. Outro destaque é o canudo extensível que é anexado ao copo. Segundo a Glico, trata-se do primeiro em seu gênero feito totalmente de bioplástico derivado do milho.

Bioplásticos em fraldasCabe, por fim, registrar uma tendência em sustentabilidade que não se manifesta dire-tamente nas embalagens, mas que é inte-ressante: o uso de bioplásticos na produção de fraldas. A Kimberly-Clark brasileira acaba de lançar uma fralda parcialmente produzida em ácido polilático (PLA), resina de origem vegetal, biodegradável e compostável, crescen-temente utilizada como alterna-tiva aos plásticos convencionais (ver Display desta edição). No México, a Mabesa tem um pro-duto similar.

Mas talvez o destaque, nessa movimentação, seja o das fraldas da canadense Attitude. Até onde sabemos, elas são as primeiras feitas em PLA tanto na folha traseira quanto na frontal. De acordo com uma pesquisa reali-zada recentemente pela Mintel, as mães norte-americanas estão preocupadas com o impacto causado pelas fraldas descartáveis ao meio ambiente, porém não gostariam de renunciar à conveniência proporcionada pelo produto.

As fraldas da Attitude chegam ao merca-do para preencher essa lacuna. São soluções para que as mães se sintam menos culpadas em relação ao passivo ambiental gerado pelos acessórios para seus bebês. Assim elas podem dormir mais tranquilas.

Lynn Dornblaser é diretora da divisão CPG Trend Insight da consultoria Mintel International, com escritórios em Chicago e Londres. Com mais de vinte anos dedicados a análises de tendências globais de consumo, ela pode ser contatada pelo e-mail [email protected]

Eco-Style Café: copo fechado

por selo-tampa, não por tampa rígida

Attitude: fraldas em bioplástico para

agradar às mães

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70 EmbalagemMarca maio 2011 www.embalagemmarca.com.br

paINEL GrÁFICo }}} Mercado de conVersÃo e iMpressÃo de rÓtulos e eMBalagens

Mauricio Montoro groke deixou a diretoria comercial da antilhas, após 22 anos na empre-sa. o executivo continuará na presidência da

associação Brasileira de embalagem (abre). até o fechamento desta edição, a antilhas não havia informado quem comandará sua área comercial.

Mauricio Groke deixa a AntilhasExecutivo continua à frente da Associação Brasileira de Embalagem

a Heidelberger druckmaschinen ag adquiriu a cerM, empresa sediada em oostkamp, na Bélgica, especializada no desenvolvimento, venda e imple-mentação de sistemas de gestão da informação (Mis) para gráficas comer-ciais e de rótulos.a Heidelberg vai comercializar o atual portfólio mundial da cerM e integrá-lo no seu sistema de fluxo de produ-ção prinect. sistemas de gestão de informação são usados para gerenciar todos os processos comerciais de uma gráfica.

a avery dennison lançou o concurso Brand experience contest, cujo objetivo é desenvolver marcas inovadoras. os competidores deverão criar cinco produ-tos: suco para crianças, vinho tinto, café orgânico, tempero de salada e xampu. o vencedores serão premiados durante a “the dieline package design conference”, que acon-tece em chicago no dia 23 de junho de 2011. além do reconhecimento inter-nacional dos cinco vencedores, os trabalhos serão mostrados em um “look book”, que será enviado a 2 000 proprietários de marcas ao redor do mundo. o envio dos trabalhos poderá ser feito por funcionários de

empresas de publicidade ou design, e por profissionais autônomos. as inscri-ções são gratuitas e devem ser enviadas até 30 de maio. Mais informações: emb.bz/averymarcas

Avery Dennison lança concurso de marcasDesigners do mundo inteiro podem participarHeidelberg compra

belga CERMGigante alemã amplia atuação em sistemas de gestão da informação

grandes empresas globais que atuam no setor gráfico estão de olho no mercado brasileiro de rótulos. em menos de quinze dias, a Bic label, com sede no rio de Janeiro (rJ), e a technopack, com fábrica em cachoeirinha (rs), foram vendidos a grupos internacionais.no dia 21 de abril, foi anunciada a com-pra, pelo grupo austríaco cti invest, da Bic label technologies de sua antiga proprietária, a pimaco, que pertencia ao grupo francês Bic desde 2006. a Bic label, empresa brasileira de impressão e processo de conversão, tem cerca de quarenta funcionários e produz rótulos autoadesivos. a empresa foi renomeada Viappiani do Brasil. a cti invest ag é

um player global no setor de embalagens e rótulos com unidades de produção no canadá (royale print and packaging Halifax), na espanha (omnipack), na alemanha (Viappiani germany), na itália (Viappiani itália) e na colômbia (tann colombiana). trata-se de uma sociedade anônima de capital fechado com sede em linz, na Áustria. sua carteira de produtos abrange rótulos autoadesivos, in-mold, termoencolhíveis e wrap-around, entre outros, além de embalagens de papel cartão. duas semanas depois, no dia 2 de maio, a itW graphics anunciou a aquisição da gaúcha technopack, que atua no mercado nacional nos segmentos de rótulos autoa-

desivos, heat transfer, in-mould, termoen-colhíveis e de papel, além de embalagens flexíveis e rotuladoras heat transfer. a dire-ção da technopack, o quadro funcional, fornecedores, colaboradores e a política administrativa serão mantidos. de acordo com geraldo nunes, diretor da empresa brasileira, “a incorporação objetiva ampliar a participação da technopack nos seg-mentos em que atua”.o grupo itW graphics tem sede em Man-chester, no estado de connecticut (eua), com atuação global na área gráfica, princi-palmente em heat transfer, tecnologia em que a technopack tem forte expertise.nas duas transações, os valores dos negócios não foram divulgados.

Multinacionais de olho no mercado brasileiro de rótulosEm menos de quinze dias, Bic Label e Technopack são vendidas para grupos estrangeiros

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72 EmbalagemMarca maio 2011 www.embalagemmarca.com.br

}}} doces

Dança protegidaSonho de Valsa adota embalagem selada, inédita no mercado nacional de bombons

mudança pode ser considerada a maior já ocorrida no acondiciona-mento do clássico bombom Sonho de Valsa, da Lacta (Kraft Foods), comercializado no País desde 1938.

A embalagem cor-de-rosa que há déca-das é a cara do produto, uma flexível do tipo twist wrap, com as extremidades torcidas, passa a ser selada. O sistema de fechamento hermético, inédito no mercado brasileiro de bombons, permi-tirá conservar o frescor e a crocância da guloseima por mais tempo.

A concepção do novo modelo, que teve a patente depositada no Brasil pela Kraft Foods no início de 2010, foi inspira-da por resultados de pesquisas de satisfação junto ao grande público e em informações obtidas por meio do serviço de atendimento ao consumidor da Kraft Foods. Foram feitos diversos estudos e con-tatos com fornecedores nacionais e internacionais até a escolha da Zaraplast e da Dixie Toga para a execução do projeto.

As convertedoras foram apoiadas pela Vito-pel. Esta desenvolveu um filme de polipropileno biorientado (BOPP) para substituir o filme de polipropileno translúcido até então empregado na embalagem do produto. Metalizado, o novo filme propiciou a eliminação da folha de alumínio que vinha sendo utilizada como camada de barreira no acondicionamento do produto. “O novo invólucro trouxe redução de mais de 20% no peso da emba-lagem”, comenta Patrícia Lombardi, gestora de mercado e produto da Vitopel.

Para o diferencial do sistema de selagem, a solução encontrada foi aliar as propriedades do filme flexível com aplicação de uma cola especial (tecnologia cold seal).

Além do ganho em conservação e da redução do consumo de material de embalagem, a nova apresentação do Sonho de Valsa traz uma vanta-gem mercadológica: o visual metálico diferencia-

A

Sistema de selagem garante a qualidade

do bombom por mais tempo

Na embalagem selada, folha de alumínio (à direita) foi eliminada

Embalagem metalizada (a de baixo) substitui o invólucro translúcido

foto

s: c

ar

los

cu

ra

Do

Page 73: EmbalagemMarca 141

do na exposição do produto nos pontos de venda. Além do Sonho de Valsa original, o sistema será adotado nas versões Sonho de Valsa Branco,

Sonho de Valsa Trufa e Sonho de Valsa Trufa Preta e Branca.

Integração da cadeiaO diretor comercial da Vitopel, Dirceu Vare-jão, vê na reformulação do Sonho de Valsa um exemplo de como um projeto, quando

conduzido em parceria entre empresas, pode contribuir para o sucesso de um empreendimen-

to. “Neste caso”, conta o executivo, “envolveu o fabricante do produto como responsável pelo fornecimento de informações e ajustes no proces-so, o convertedor, com todo o conhecimento de processos, e o fabricante do filme, o que resultou em uma formulação adequada.”

Nos últimos três anos, a marca Sonho de Valsa, que vende em média 600 milhões de uni-dades por ano, segundo a Nielsen, investiu em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e tecnologias para garantir mais qualidade, sabor

Dixie Toga(11) 2928-2000www.dixietoga.com.br

Vitopel(11) 3883-7700www.vitopel.com.br

Zaraplast(11) 3952-3000 www.zaraplast.com.br

e facilidades ao consumidor. Líder na categoria de bombons, representando quatro de cada dez unidades vendidas no Brasil (42,9% do mercado em 2010, segundo a Nielsen), a marca quer mais. “Nosso objetivo com o lançamento da embalagem selada é satisfazer nossos consumidores e superar as expectativas, garantindo aumento nas vendas”, explica Carlos Cortez, gerente de grupo para marketing de bombons, snacks e chocolates da Kraft Foods Brasil.

Para comunicar a mudança na embalagem aos consumidores, a marca contará com o que a Kraft define como “o maior investimento de marketing já realizado em sua história”. Serão ações de mer-chandising, comerciais de tevê, sampling (com distribuição de mais de dois milhões de bombons nos meses de maio e junho nas principais capitais brasileiras), mídia externa e ações interativas em redes sociais da internet.

Apesar de toda a mudança, uma das carac-terísticas do Sonho de Valsa não foi alterada: a embalagem continua fazendo o indefectível “barulhinho” quando aberta. (FP)

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74 EmbalagemMarca maio 2011 www.embalagemmarca.com.br

}}} prêmio

Novo logotipo e outras novidadesPremiação muda seu símbolo, melhora sistema de inscrições e amplia o júri

oerente com a permanente pro-posta dos organizadores do Prê-mio EmbalagEmmarca – grandEs casEs dE EmbalagEm de fazer da iniciativa um fator de estímulo para

todos os elos da cadeia de valor do packaging no Brasil, três providências se destacam para a quinta edição, que transcorre este ano.

A primeira delas refere-se à simplificação da mecânica de preenchimento do formulário de inscrição, sem implicar no afrouxamento das exigências e dos critérios de julgamento que, apesar de sua tão jovem existência, consolidaram o Prêmio como um dos mais concorridos, com maior credibilidade e fator de inspiração para ini-ciativas similares no País. As mudanças podem ser observadas no Regulamento do Prêmio, em www.grandescases.com.br, recordando-se que já estão abertas as inscrições, válidas para embala-gens lançadas no mercado nacional entre 1º de janeiro de 2010 e 30 de junho de 2011.

Foi também aumentado de cinco para sete o número de jurados que farão o julgamento dos cases inscritos. A alteração visa intensificar a discussão e a análise dos cases de forma ainda mais profunda que a registrada nas edições ante-riores. O objetivo final é que, além do rigor do julgamento, a descrição dos cases vencedores seja, mais que uma homenagem, um instrumento didático e de acentuação do conhecimento no vasto universo da embalagem. Da mesma forma que os nomes dos vencedores, os dos compo-nentes do júri somente serão conhecidos na cerimônia de entrega dos troféus, marcada para 18 de outubro.

Finalmente, entre as novidades, registre-se a criação de novo logotipo para o Prêmio, feita pela agência de design Brainbox, de Curitiba.

A sugestão feita à agência foi no sentido de que a marca que simboliza a iniciativa utilizasse como referência o troféu, criado pelo renomado designer Karim Rashid, de Nova York. A cor deveria ser independente da cor predominante que

Cviesse a ser escolhida para cada edição do Prêmio. A proposta da Brainbox, aprovada sem restrições, oferece variadas opções de utilização, seja em meio impresso, seja em meios eletrônicos. Nela, além da referência inconfundível, predomina o sentido de movimento, traduzindo fielmente uma das principais características da cadeia de valor da embalagem, que é o dinamismo. (WP)

Patrocínio platina

Patrocínio ouro

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76 EmbalagemMarca maio 2011

DesignKong Rex(11) 3032-1260www.kongrex.com.br

EmbalagensCristal Embalagens (48) 3434-8000www.cristalembalagens.com.br

}}} lanÇaMentos e noVidades – e seus sisteMas de eMBalageMDIspLaY

Despojamento e diferenciaçãoQueijos fundidos da Sadia têm embalagens mais limpas e joviais

linha de queijos fundidos fatiados da sadia, a X sanduíche está com novas embalagens. as flow packs em filme de polietileno transparente que acondi-cionam os produtos agora apresentam

design gráfico mais limpo e cores mais intensas. os objetivos da revitalização são cativar o público jovem e aprimorar a diferenciação entre os sabores que com-põem a linha (pizza, cheddar e prato).

Novas

Antiga

Conhaque para mulheresDreher lança bebida cremosa

durante mais de um ano, o departamento de pesquisas e desenvolvimento da campari do Brasil trabalhou na elabo-ração de uma nova bebida, o dreher cremoso. o produto é acondicionado nas mesmas garrafas de vidro de 750 mili-litros do conhaque dreher, e, segundo a empresa, é dire-cionado a mulheres maiores de 25 anos da “nova classe média”, que se identificam com a marca dreher e bus-cam uma bebida encorpada, mas com sabor suave.

Design gráficoDesign Absluto(11) 3071-0474www.designabsoluto.com.br

RótuloPGA+ 54 (11) 4249-7000www.pugra.com

GarrafaVerallia(11) 2246-7402www.verallia.com.br

Desenho chinêsXampu da Phisalia destaca Nihao, Kai-Lan em seu rótulo

a phisalia apresenta seu novo xampu infantil, com embalagens temáticas do desenho animado Nihao, Kai-Lan, atração do canal nickelodeon. os frascos são decorados com rótulos termo-encolhíveis impressos em offset, com acabamento em verniz fosco e com elementos vazados. a personagem que ilustra a linha é a garotinha chinesa Kai-lan chow, estrela do desenho.

RótuloBaumgarten(47) 3321-6666www.baumgarten.com.br

Page 77: EmbalagemMarca 141

GarrafaBoxal+31 (0) 318-559-800www.boxal.com

Edição: FLÁVIO PALHARES ||| [email protected]

Uma Heineken notívagaEmbalagem importada da cerveja brilha sob luz negra

Mais tempo até o reabastecimentoFrascos maiores de Natura Chronos adiam necessidade de refis

a Heineken traz para o mercado nacional a star Bottle, garrafa de alumínio importada da Holanda que brilha quando exposta à luz negra. uma tinta especial utilizada na decoração aparece na superfície da garrafa, mostran-do desenhos de estrelas. a novidade estará disponível somente em casas noturnas selecionadas nas cidades de são paulo, rio de Janeiro, curitiba, Belo Horizonte e Brasília. além da europa e do Brasil, a star Bottle é tam-bém encontrada no Japão.

TampasAptar (11) 4196-7500www.aptar.com

CartuchosBox Print(11) 5505-2370www.boxprint.com.br

Design Chelles & Hayashi(11) 5573-3470www.design.ind.br

Frascos e bisnagasGlobalpack (11) 3908-1253www.globalpack.com.br

VálvulasRexam Personal Care(11) 2152-9800www.rexam.com/brazil

a natura renova o portfólio de sua linha natura chronos e traz novidades para seis itens de limpeza, tonificação e esfoliação da pele. novos frascos trazem até 50% mais conteúdo que as versões anteriores. os recipientes continuam passíveis de recarga por meio de refis. “o aumento da volumetria das embalagens traz mais prati-cidade para a mulher, pois devido ao uso diário é preciso que os produtos durem mais tempo até a refilagem”, afirma simone esteves, gerente de desenvolvimento de produtos da natura.

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78 EmbalagemMarca maio 2011 www.embalagemmarca.com.br

TampasAltec Tampas3534-7171www.altectampas.com.br

RótulosIndemetal Gráficos(11) 4013-6644www.indemetalgraficos.com.br

GarrafasOwens-Illinois(11) 2542-8084www.oidobrasil.com.br

DesignProjeto Integrado(11) 3884-9344www.projetointegrado.com.br

DesignOz Design(11) 3024-2670www.ozdesign.com.br

PacoteRhotoplás(11) 4199-2555www.rhotoplas.com.br

O bioplástico chega às fraldasÁcido polilático marca presença em lançamento da Kimberly-Clark – mas não na embalagem

polímero de origem vegetal crescentemente utilizado na produção de embalagens, o ácido polilático (pla) agora marca presença na confec-ção de fraldas descartáveis. a novidade é da linha Huggies naturali, da Kimberly-clark Brasil. o biopolímero é empregado na camada interna das fraldas, que são de tripla barreira, reduzindo o consumo de plástico convencional em até 10%. além da produção parcial com material de fonte renovável, a novidade se destaca por incorporar um indicador de urina na parte frontal, que evita que as mães fiquem abrindo a fralda para verificar necessidades de troca, e forro interno com óleo de jojoba, um hidratante natural. a fabricante ressalta que a embalagem – um pacote em filme de polietileno de baixa densidade – é reciclável, alinhando-se à proposta “verde” do lançamento.

}}} lanÇaMentos e noVidades – e seus sisteMas de eMBalageMDIspLaY

Elegância e praticidadeVinagres de mesa Castelo ganham garrafas delgadas e bico dosador

Antigas Novas

nome forte do mercado brasileiro de vinagres, a castelo alimentos acaba de reformular a apre-sentação de seus vinagres clássicos de mesa. os produtos, nas versões Vinho tinto, Vinho Branco e Maçã, passam a ser comercializados em garrafas de vidro slim de 500 mililitros. Foram aposentadas as garrafas de vidro bojudas, de 380 mililitros. decoradas com rótulos autoade-sivos impressos com detalhes metalizados, as

novas embalagens trazem um diferencial em pra-ticidade: são dotadas de bico dosador, que evita desperdícios (ver foto). o acessório é recoberto por tampas de alumínio dourado, de rosca.

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79EmbalagemMarcaabril 2011www.embalagemmarca.com.br

Novas armasLava-louças da Razzo ganha frasco menor e abandona o uso de refis

o lava-louças Viking, da razzo, tem nova emba-lagem. Foi aposentado o frasco de pet de 720 mililitros, dotado de válvula pump (ver EMBALAGEMMARCA nº 117, maio de 2009). entra em cena um novo frasco de pet, de 570 mililitros, com tampa tipo push-pull e decorado com rótulos autoadesivos. devido à redução de volume, a razzo deixou de produzir o refil em stand-up pouch oferecido para a recarga da embalagem anterior.

TampaDamplastic(11) 3904-1706www.damplastic.com.br

Frasco Grupo Engra(19) 3837-8100www.grupoengra.com.br

RótuloMack Color(11) 2095-4499www.mackcolor.com.br

DesignQuarter Group(11) 3804-7115www.quartergroup.com.br

DesignBenchmark Design Total(11) 3057-1222www.bench.com.br

RótulosColor G(11) 2273-4666www.colorg.com.br

TampaMarcatto Fortinox(11) 2105-2727www.marcattofortinox.com.br

Garrafa Verallia (11) 2246-7402www.verallia.com.br

A remodelagem da XiboquinhaAperitivo de cachaça é comercializada em nova apresentação

o aperitivo de cachaça Xiboquinha, produzi-do em itapeva (Mg) pela philadelphia, teve a embalagem redesenhada. a garrafa, de vidro, ficou menor, passando de 965 mililitros para 750 mililitros. a tampa, antes amarela e moldada em plástico, é agora vermelha e em rosca de alumínio. o rótulo, que tinha topo arqueado, passa a ter desenho reto e nova organiza-ção das informações, além do nome e do símbolo do produto em posição angulada.

Antiga Nova

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80 EmbalagemMarca maio 2011 www.embalagemmarca.com.br

}}} índice de anunciantes

Empresa Página Telefone Site

aaron 79 (85) 3260-2666 www.aaron.ind.br

Bericap 13 (15) 3235-4500 www.bericap.com

BmB 27 +41 (0) 44 864 45 45 www.bmbag.ch

Bosch packaging 45 (11) 2117-6807 www.boschpackaging.com

Bp filmes 39 (11) 3616-3402 www.bpfilmes.com.br

Brainbox 71 (41) 3018-1695 www.brainboxdesign.com.br

Braskem 35 (11) 3576-9999 www.braskem.com.br

ccl label 21 (19) 3876-9300 www.ccllabel.com.br

ciclo de conhecimento 67 (11) 5181-6533 www.ciclodeconhecimento.com.br

cognex 63 +1 972-365-3463 www.wecanreadit.com

congraf 51 (11) 3103-0300 www.congraf.com.br

crown roll leaf 73 (11) 2409-2173 www.crowndobrasil.com.br

cryovac 3ª capa (11) 3883-2830 www.cryovac.com.br

csi 65 (11) 4134-2500 www.csiclosures.com

embala 81 (11) 3567-1890 www.embalaweb.com.br

excel marcas e patentes 79 (11) 5041-1021 www.excelmarcas.com.br

fispal 69 (11) 3598-7815 www.fispaltecnologia.com.br

giro news 75 (11) 3874-1311 www.gironews.com

gráfica rami 7 (11) 4588-1100 www.ramiprint.com.br

grif 29 (11) 2146-1150 www.grifetiquetas.com.br

Henkel 25 (11) 3378-1928 www.henkel.com.br

ibema 42 e 43 (41) 3240-7400 www.ibema.com.br

indexflex 19 (11) 3618-7100 www.indexflex.com.br

Krones 37 (11) 4075-9500 www.krones.com

lamipack 55 (49) 3561-1600 www.lamipack.com.br

limer-cart 59 (19) 3404-3900 www.limer-cart.com.br

markem-imaje 16 e 17 (11) 3305-9455 www.markem-imaje.com.br

milliken 2ª capa (11) 3043-7170 www.millikenchemical.com

moltec 79 (11) 5693-4600 www.moltec.com.br

müller-martini 11 (11) 3613-1000 www.mullermartini.com.br

nitro Química 4ª capa (11) 2246-3100 www.nitroquimica.com.br

optima 53 (19) 3886-9800 www.optima-bra.com

paktech 57 (11) 8509-8676 www.paktech-opi.com

papirus 49 (11) 2125-3900 www.papirus.com

piloto 31 (62) 4005-0022 www.gpiloto.com.br

pmmi 47 (11) 5186-7187 www.packexpo.com

prêmio embalagemmarca 8 e 9 (11) 5181-6533 www.grandescases.com.br

santher 23 (11) 3030-0200 www.santher.com.br

simei 5 +39 (02) 7222-2825 www.simei.it

technopack 41 (51) 2139-9000 www.technopack.com.br

vemax 77 (19) 3881-8990 www.vemax.com.br

vitória régia 41 (11) 5581-9986 www.vitoriaribbon.com.br

Wheaton 33 (11) 4355–1800 www.wheatonbrasil.com.br

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AlmanaqueAlmanaque

82 EmbalagemMarca maio 2011www.embalagemmarca.com.br/almanaque

O americano Samuel Curtis Johnson prosperou no fim do século 19 produzindo e vendendo assoalhos de tacos em desenhos geométricos. Para aplacar a vontade dos clientes, que insistiam em lhe pedir um produto para manter seus pisos brilhando, o empresário criou a Johnson’s Prepared Wax – cera especial, feita a partir de carnaúba, de consistência mais dura que as ceras de abelha até então utilizadas para o polimento de madeiras. O enorme sucesso do produto marcou o início da SC Johnson, empresa que hoje atua em mais de 100 países – e que no Brasil é conhecida como Ceras Johnson.

O brilho como negócio

AmBev, a líder do mercado nacional de cervejas, é conhecida no Brasil como Companhia de Bebidas das Américas. O acrograma origina-se, na verdade, da versão desse nome em inglês: American Beverages Company.

Basf, que dá nome à maior empresa química do mundo, significa Badische Anilin und Soda-Fabrik – em português, “Fábrica de Anilinas e Soda de Baden”. Baden é um Estado histórico da Alemanha.

ABB, da empresa que é referência em energia e automação, significa Asea Brown Boveri. A sigla foi criada em 1988 com a fusão entre a suíça Brown, Boveri & Cie. e a sueca Allmänna Svenska Elektriska Aktiebolaget – em português, algo como “Elétrica Geral Sueca S/A”.

CCL, alcunha do grupo canadense com diversas operações na indústria de embalagens, é a redução de Connecticut

Chemical Limited. Antes desse nome, adotado em 1980, a empresa utilizou outra redução: Conn Chem Limited.

A polivalente 3M, fabricante de diversos produtos, tem nome derivado de Minnesota Mining and Manufacturing Company (MMM) – em português, Companhia de Mineração e Manufatura (do estado americano) de Minnesota.

Adidas, marca de artigos esportivos, foi fundada pelo alemão Adolf Dassler na década de 20. A marca veio da junção de seu apelido (“Adi”) às três letras iniciais de seu sobrenome (“das”).

Aspirina, da Bayer, o analgésico mais vendido no mundo, é uma junção das sílabas iniciais dos compostos usados na fabricação do remédio (Aspirin, em inglês): “A” de acetil, “Spir” da planta Spiraea ulmaria (filipêndula, de onde era retirada a salicina) e “in” um sufixo comum para medicamentos.

Do mundo das siglas

Palitos em marchaHouve um tempo em que a técnica do stop motion – superposição de fotogramas, quadro a quadro, para simular o movimento de objetos – provocava fascínio nos espectadores tanto quanto os efeitos tridimensionais

hoje em voga. Uma das primeiras indústrias a valer-se daquele recurso na propaganda nacional foi a Cia. de Fósforos Fiat Lux. Na década de 60, fez sucesso um comercial da empresa em que palitos de fósforo “marchavam” como

soldados (http://emb.bz/fiatlux). A criação foi da agência pernambucana Abaeté. A execução, da Lynx Film.

A frase, datada de 1153, significa “Seu amargor evita a putrefação”, em tradução livre para o português. É atribuída à santa alemã Hildegarda de Bingen (1098-1179) e é tida como o primeiro registro da propriedade antibacteriana do lúpulo, planta que começou a ser adicionada à cerveja a partir da Idade Média para prolongar sua conservação – e que, de quebra, lhe deu o característico sabor amargo, preservado até os dias de hoje.

“Putredines prohibet in amaritudine

sua”

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