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Ano VI • Nº 53 • Janeiro 2004 • R$ 9,00 www.embalagemmarca.com.br RECICLAGEM DE CAIXAS LONGA VIDA LATAS DE AÇO SE RENOVAM Recuperação das margens de lucro e lançamentos premium ampliam importância da embalagem no mercado de Recuperação das margens de lucro e lançamentos premium ampliam importância da embalagem no mercado de

Revista EmbalagemMarca 053 - Janeiro 2004

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Edição de janeiro de 2004 da revista EmbalagemMarca.Visite o site oficial da revista http://www.embalagemmarca.com.br e o blog http://embalagemmarca.blogspot.com

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Ano VI • Nº 53 • Janeiro 2004 • R$ 9,00

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RECICLAGEM DE CAIXAS LONGA VIDA • LATAS DE AÇO SE RENOVAM

Recuperação das margensde lucro e lançamentospremium ampliamimportância da embalagemno mercado de

Recuperação das margensde lucro e lançamentospremium ampliamimportância da embalagemno mercado de

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É aconselhável ter esperançaano parece estar co-meçando no Brasil,

fato que assume grandeimportância, dada a demo-ra com que costuma ocor-rer. Como se sabe, por es-tas bandas o calendárioreal não bate com o oficial,e as atividades econômicassó se iniciam quando aca-ba o verão.Há um certo clima de mu-dança no ar. Já nos primei-ros dias após os feriadosprolongados de Natal eAno Novo a redação to-mou contato com um ce-nário movimentado por in-vestimentos, lançamentosde produtos e projeçõesotimistas de crescimento.Isso está retratado ao longo

desta edição, com desta-que na reportagem sobrecervejas, de Leandro Ha-berli, e na relativa ao ve-rão, de Guilherme Kamio.Em ambas, o que se perce-be por trás das habituaisações movidas pela sazo-nalidade é uma tendência àinovação e à busca de ca-minhos alternativos.Em suma, nota-se um sóli-do esforço para obter aconsolidação e a sustenta-bilidade dos negócios.Projeções empresariais eprojetos governamentaispara o futuro próximo tam-bém levam a crer que“desta vez vai”.Talvez estejamos influen-ciados pelo espírito da Ve-

lhinha de Taubaté, aquelapersonagem de Luís Fer-nando Veríssimo que acre-ditava nas coisas mais ab-surdas, inclusive em pro-messas do governo. Masqueremos fazer aqui umvoto de esperança no anoque começa.Qual é mesmo ele? Deveser 2003, pois esse númeroaziago está sendo chama-do por muita gente de “oano que não existiu”. Sen-do assim, é aconselhávelter esperança em que seráum ano melhor. As alterna-tivas não devem sequer serimaginadas. Tóc-tóc-tóc!Até fevereiro.

Wilson Palhares

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Percebe-se por trás das habituaisações movidas pela sazonalidade,uma tendência à inovação e à busca de caminhosalternativos. Será que “destavez vai”?

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REPORTAGEM DECAPA: CERVEJAPor trás das milionáriascampanhas publicitárias,“guerrra das cervejas” revela estratégias de reposicio-namento de marca e

investimentos em embalagem

RECICLAGEMEmpresas nacionais seunem para lançar tecnologia inédita para areciclagem de caixinhaslonga vida

ALIMENTOSRequeijão Paulistamigra do vidro para um copo plástico daHuhtamaki com propriedades multiuso

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janeiro 2004

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ENTREVISTAAlfredo Sette, presidenteda Abipet, fala do cresci-mento da presença e dareciclagem das embala-gens de PET no país

INOVAÇÃOBandeira varejista Extralança, em parceria coma Brasilata, edição limi-tada de sabão em póem embalagem de aço

MERCADOLatas e taças de vidrodestacam lançamentosda Nestlé para o verão

DISTRIBUIÇÃOCoca-Cola investe na distribuição das novas garrafas de vidro retornáveis de 1 litro na praça do Recife

Diretor de RedaçãoWilson Palhares

[email protected]

[email protected]

Flávio [email protected]

Guilherme [email protected]

Leandro Haberli [email protected]

ColaboradoresJosué Machado e Luiz Antonio Maciel

Diretor de ArteCarlos Gustavo Curado

[email protected]

Assistente de ArteJosé Hiroshi Taniguti

AdministraçãoMarcos Palhares (Diretor de Marketing)

Eunice Fruet (Diretora Financeira)

Departamento [email protected]

Karin TrojanWagner Ferreira

Circulação e AssinaturasMarcella de Freitas Monteiro

[email protected] anual: R$ 60,00

Público-AlvoEMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais queocupam cargos técnicos, de direção, gerênciae supervisão em empresas fornecedoras, con-vertedoras e usuárias de embalagens para ali-mentos, bebidas, cosméticos, medicamentos,materiais de limpeza e home service, bemcomo prestadores de serviços relacionadoscom a cadeia de embalagem.

Filiada ao

Impressa em Image Art 145 g/m2 (capa) eCouché Mate 115g/m2 (miolo) da Ripasa

Impressão: Congraf

EMBALAGEMMARCA é uma publicação mensal da Bloco de Comunicação Ltda.Rua Arcílio Martins, 53 • Chácara Santo

Antonio - CEP 04718-040 • São Paulo, SPTel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463

Filiada à

www.embalagemmarca.com.brO conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA éresguardado por direitos autorais. Não é permi-tida a reprodução de matérias editoriais publi-cadas nesta revista sem autorização da Blocode Comunicação Ltda. Opiniões expressas emmatérias assinadas não refletem necessaria-mente a opinião da revista.

3 EditorialAtividade econômica começamais cedo em 2004

30 DisplayLançamentos e novidades – eseus sistemas de embalagens

6 CartasA opinião, a sugestão e oscomentários dos leitores

32 PanoramaMovimentação na indústria deembalagens e seus lançamentos

33 Painel GráficoNovidades do setor, da criaçãoao acabamento de embalagens

34 AlmanaqueFatos e curiosidades do mundodas marcas e das embalagens

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Parabéns

Gostaríamos de agradecer todo oapoio que a Bloco de Comunicaçãonos proporcionou em 2003 e parabe-nizá-los pelo excelente trabalho.Atualmente, EMBALAGEMMARCA ca-racteriza-se como uma mídia queconsegue reunir alta qualidade de in-formação, seriedade e comprometi-mento com seus leitores e anuncian-tes. Isto sim é um case de sucesso!Principalmente, por nós, anunciantese parceiros, sabermos do trabalho ár-

duo e contínuo que a equipe de EM-BALAGEMMARCA tem desenvolvidodesde seu primeiro exemplar! Para-béns, mais uma vez, pela determina-ção e profissionalismo.

Silvia FukudaMarketing

IncomSão Paulo, SP

Parabéns pela excelente revista,que na minha opinião é a melhor re-vista do setor de embalagens. A em-presa em que trabalho recebe a revis-ta de vocês todos os meses mas, ain-da assim, resolvi assiná-la, pois euacho que é o tipo de revista que valea pena ter em casa, para uma coleção.

Laís LoureiroDepto. de Design de Produto

Gerencial MerchandisingBelo Horizonte, MG

Não podemos deixar de reconhe-cer empresas, grupos ou pessoas queformam opiniões no mercado. Por

isso, quero registrar minha satisfaçãoquando leio EMBALAGEMMARCA. De-finitivamente, a revista não apenasforma opiniões, mas sim, registra,concretiza, divulga-as e lhes dá con-sistência e, principalmente, credibili-dade. Parabéns. Abraços a todos.

Marco Antonio Dias de Oliveira Diretor ComercialE-Packing Group

São Paulo, SP

Parabéns pelo conjunto da revista.É notório o equilíbrio entre a infor-mação, a publicidade e a propaganda.Vocês conseguem fazer sempre o me-lhor. Felizes os leitores.

Roberto InsonGerente de Marketing

Multiformas FormuláriosSão Paulo, SP

Estudos e consultas

Agradecemos o envio da EDIÇÃO

ESPECIAL LUXO EMBALAGEMMARCA.

"ASSINE

Assinatura por 1 ano com 12 exemplares (grátis uma edição de Luxo ou um Almanaque especial)Forma de pagamento: Depósito em conta corrente Boleto bancárioValor: 1 x R$ 90,00 2 x R$ 46

Preencha os dados abaixo e envie a ficha por fax (11 5182-9463) e aguarde os dados bancários para depósito ou o boleto bancário.Se preferir, preencha o formulário em nosso site (www.embalagemmarca.com.br).

EMPRESA (RAZÃO SOCIAL):

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Redação: Rua Arcílio Martins, 53CEP 04718-040 • São Paulo, SP

Tel (11) 5181-6533Fax (11) 5182-9463

[email protected]

As mensagens recebidas por carta, e-

mail ou fax poderão ter trechos não es-

senciais eliminados, em função do es-

paço disponível, de modo a dar o maior

número possível de oportunidades aos

leitores. As mensagens poderão tam-

bém ser inseridas no site da revista

(www.embalagemmarca.com.br).

MENSAGENS PARA EMBALAGEMMARCA

CORREÇÃO

Termo-encolhível Na nota publicada na pág. 58 daedição de outubro (nº 50) está in-formado, erradamente, que o ró-tulo termo-encolhível do frascode polipropileno (PP) do Sal Li-quido Cisne é de BOPP (poli-propileno bi-orientado), daPropack. A informação corre-ta, e mais completa, fornecidapelo gerente de vendas daempresa, Roberto Brandão,é que o rótulo “foi impressoem flexografia em quatro co-res em filme de PVC monoorientado com 55 % de enco-lhimento. Isso permitiu a de-coração total da embala-gem, apesar de seu formatodiferenciado. Em funçãodo perfil do frasco, a artefoi previamente distorcidapor anamorfismo para ob-tenção da melhor imagemapós o encolhimento”.

Aproveitamos para parabenizá-lospela excelente publicação, que enri-quecerá o acervo específico de nossabiblioteca e será de grande valia paraestudos e consultas por parte dos cor-pos docente e discente deste centro.

Leila Rabello de OliveiraBibliotecária chefe

Centro Universitário Belas Artes de São Paulo

São Paulo, SP

Credibilidade, criatividade etc.

Gostaria de elogiar a edição de ou-tubro (nº 50), que se destacou pelabeleza e criatividade.

Mônica RitterSunnyvale

São Paulo, SP

Parabenizo-os pela edição come-morativa de nº 50 (outubro de 2003).Pela qualidade editorial cada vez me-lhor e também pela diagramação,além do fato de a revista trazer maté-

rias com enfoque angular de inúmerossetores. Ressalto que EMBALAGEM-MARCA tem me servido com subsí-dios para minhas ações profissionaisdentro da estratégia de marketing.Boa sorte a toda equipe de grandesprofissionais de EMBALAGEMMARCA.

Marcos JankeviciusPublicitário

São Paulo, SP

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urpreende observar a rapidez comque o polietileno tereftalato, maisconhecido pela sigla PET, se trans-formou numa das principais maté-rias-primas de embalagens. A resi-na, desenvolvida no início da déca-

da de 40 e estreada industrialmente peloramo têxtil após a Segunda Guerra, passou aservir de base para a fabricação de recipien-tes somente a partir da década de 70. NoBrasil ela começou a se difundir apenasuma década atrás, numa massificação capi-taneada pelos refrigerantes. Cativado essemercado, a cadeia do PET agora busca ex-pandir seus negócios junto a indústriascomo as de cosméticos e a farmacêutica.Quem fala da investida sobre essas searas,bem como de outras questões em voga arespeito do PET, como reciclagem e novastecnologias de envase, é Alfredo Sette, pre-sidente da Abipet – Associação Brasileira daIndústria do PET, entidade que reúne a ca-deia de valor da resina e que sucede a Abe-pet – Associação Brasileira dos Fabricantesde Embalagens PET. “O PET vem ganhan-do a preferência daquele que é decisivo parao sucesso das embalagens, o consumidor,mesmo quando ele é bombardeado por pro-pagandas massivas de outros materiais”,dispara o executivo.

Apesar de ser o material de embalagens“caçula” no país, o PET parece não termais grande potencial de crescimento emsegmentos que viraram cativos para si,como o de refrigerantes. Essa sensação cor-responde à realidade?O PET para embalagem popularizou-se noBrasil apenas a partir de 1993, quando acon-teceu o grande movimento das fabricantesde refrigerantes para as embalagens de PET.Ainda é considerado incipiente o uso da em-balagem de PET no Brasil para outros usosque não refrigerantes. O PET conquistoucerca de 77% do mercado de refrigerantes,número muito significativo e que, natural-mente, limita maiores crescimentos. Em ou-tro nicho do mercado de bebidas, o de águamineral, mais de 50% da comercialização é

S

ALFREDO SETTE,presidente da Abipet, falada expectativa da cadeia

de valor do PET de crescimento das

aplicações dessa resinaem embalagens, não

somente em mercadosnos quais ela já conquistou boa

participação, mas tambémem novas áreas,

quem sabe até com umamaior participação do

material reciclado

entrevista

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Há espaço para crescer

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feita em garrafões de 20 litros, recipientesatendidos pelo PET há apenas dois anos.Existe, portanto, bom espaço para crescernesse segmento.

Um esforço recente das embalagens dePET é a conquista de maior espaço na áreade farmacêuticos, na substituição de fras-cos de vidro. Como está esse mercado paraas embalagens do material?A indústria farmacêutica descobriu dois im-portantes benefícios da embalagem de PET:leveza e resistência. Eles são importantespara a redução de custos e para a segurança,fator que tem conduzido as pesquisas paraembalagens do setor. A leveza proporcionaeconomia graças à facilidade notransporte e no armazenamento. Porsua vez, a resistência também geraeconomia, já que uma caixa que ve-nha a cair da prateleira não represen-tará perda de material. A segurançafica tremendamente reforçada. Para oconsumo de resinas, o setor farma-cêutico ainda representa pequenaparcela, mas cada vez mais medica-mentos adotam embalagens de PET,fazendo dessa resina um dos mate-riais de embalagem de maior cresci-mento no segmento farmacêutico.

A difusão do PET no mercado decosméticos de alto valor agregadovem sendo cada vez mais festejadapelos transformadores e pelos forne-cedores de resinas na Europa e nosEstados Unidos. Que perspectivas osenhor vê para esse movimento no Brasil?A indústria brasileira de cosméticos já utili-za o PET e está se valendo dos benefícios daresina em suas embalagens. Assim como nomercado para fármacos, a resistência e a le-veza são fatores importantes, mas, no casodos cosméticos, o design é fator primordial.O PET facilita o trabalho dos designers,uma vez que proporciona brilho e transpa-rência aliados a uma grande facilidade paraa obtenção de formas e cores variadas, epode acondicionar diversos produtos. Cer-tamente o segmento cosmético está atentoàs tendências e teremos, no Brasil, movi-mento similar. A total reciclabilidade da em-balagem PET é outro fator de destaque.

Que outros segmentos do mercado nacio-nal o senhor acredita abrigarem potencialpara embalagens desse material?Bebidas como os ices, que estão na moda,podem usufruir os benefícios do PET paraembalagem. E isso já está acontecendo. Be-bidas destiladas estão aos poucos migrandopara o PET e há a promessa do mercadocervejeiro, que já dispõe de várias alternati-vas caso queira utilizar o PET como emba-lagem. E além dos já citados cosméticos emedicamentos, já é bastante comum encon-trarmos nas gôndolas produtos de limpezaenvasados em PET.

O envase asséptico, o envase a quente e ou-tras tecnologias de enchimento degarrafas de PET com esterilizaçãosão atualmente coqueluches em mer-cados internacionais, permitindo,por exemplo, a obtenção de recipien-tes de PET longa vida para produtoslácteos. O senhor vê essas tecnolo-gias como tendências para o merca-do brasileiro?Conforme já disse, existem váriossegmentos de mercado que podemusar a embalagem PET, mas em al-guns casos a substituição das embala-gens tradicionais desses segmentosdepende também de investimentosem linhas de produção que sejamadequadas para operar com novastecnologias de envase. Aliás, embala-gens de PET para essas novas aplica-ções já estão disponíveis no Brasil.

O PET é majoritariamente utilizado para afabricação de frascos e garrafas. Há mui-tos mercados para os quais esses formatosnão são muito adequados, como aquelesque utilizam estojos, em sua maior partecelulósicos. A indústria do PET contemplaa alternativa de atacar essa área?A embalagem PET pode ser obtida alémdos processos de injeção e sopro por extru-são, oferecendo boas alternativas para, porexemplo, vacuum forming. Cabe lembrarque, partindo da chapa de PET, todas as de-mais etapas de produção (impressão e cor-te) utilizam equipamentos comuns às de-mais resinas plásticas, não sendo demanda-dos investimentos extraordinários.

Destilados estão migrando

para o PET e há apromessa do mer-

cado cervejeiro, quejá dispõe de váriasalternativas caso

queira utilizar o PETcomo embalagem. Ejá é comum encon-trarmos produtos

de limpeza envasa-dos em PET

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Há bom tempo fala-se muito sobre a possi-bilidade de faltar matéria-prima para su-prir o mercado nacional de transformaçãode PET. Como o senhor vê isso?Os fabricantes brasileiros de resina já têmplanos de expansão. Certamente esse nãoserá um evento importante.

Como tem evoluído o índice brasileiro dereciclagem de embalagens de PET nos últi-mos anos?A reciclagem de PET no Brasil cresce cer-ca de 20% ao ano. Com o volume de105 000 toneladas recicladas em 2002 re-gistramos um índice de 35%, o que nos co-loca em boa situação perante os mercadosnacional e mundial. Vale lembrar queuma diretiva européia pretende ter,para 2005, um índice de reciclagempara plásticos em geral de 25%.

Os projetos de reciclagem de PETsão conhecidos por resultarem naprodução de roupas, cerdas de vas-soura, artesanatos e outros itens. Umcaminho mundial, no entanto, é o usocrescente dos processos que permi-tam obter novas embalagens, como ochamado bottle-to-bottle, que reciclagarrafas para a produção de novasgarrafas. Quando veremos essas tec-nologias se difundirem no Brasil?A tecnologia bottle-to-bottle já é co-nhecida e dominada, mas no Brasil édirecionada para a produção de em-balagens para produtos não-alimentí-cios, em razão de determinação daAnvisa de que somente material virgempode entrar em contato direto com alimen-tos. O motivo de tal determinação é o cui-dado com a saúde pública. Aquela agênciaanalisa atualmente alguns projetos a elasubmetidos, mas é preciso imenso cuidadoquanto à certeza de eliminação de toda im-pureza ou de todo contaminante que possavir a constituir risco à saúde. Por outro lado,a reciclagem de PET atende uma gama bas-tante grande de usos. Ela dá origem à fibrade poliéster, que atende a qualquer segmen-to do setor têxtil. Tapetes e carpetes, inclu-sive automotivos, mantas geotêxteis, teci-dos e malhas são alguns exemplos de pro-dutos fabricados com a fibra reciclada.

Uma das maiores fabricantes de cordas noBrasil, associada à Abipet, é pioneira na uti-lização de PET reciclado em sua produção.Filmes para termoformagem e chapas parasinalização, boxes e muitos outros usos sãoobtidos através da extrusão do PET recicla-do. Utilidades domésticas e peças diversaspodem ser produzidas a partir da injeção domaterial. A demanda por embalagens dePET reciclado é muito maior que a sua ofer-ta no mercado, e a implantação do sistemabottle-to-bottle constituirá mais uma formade reciclagem, devendo sempre vir acom-panhada de um programa próprio de coleta– isto sim é o grande limitador do processode reciclagem.

Há rumores de que os fabricantes delatas de aço querem aprovar no Bra-sil uma legislação ambiental que res-trinja o uso de garrafas PET no mer-cado de óleos comestíveis. A Abipetteme essa possibilidade? Em algumpaís do mundo o PET enfrenta essetipo de restrição?Sabemos que quem escolhe a emba-lagem é o consumidor, que ponderatodos os aspectos envolvidos e a em-balagem PET tem se mostrado imba-tível, sempre ganhando a preferênciado consumidor, mesmo quando este ébombardeado por propagandas mas-sivas de outros materiais. Não acredi-to que as regras de mercado possamser alteradas por restrições legislati-vas. A embalagem PET está presenteem 80 países, não faltando nesta rela-

ção nenhum dos países desenvolvidos.

Por que a Abepet adotou o nome Abipet?Quando a Abepet foi fundada, em 1995,seus criadores eram somente fabricantes degarrafas. O mercado de então era muito di-ferente. AAssociação cresceu e passou a in-tegrar toda a indústria do PET, desde os fa-bricantes da resina virgem até o recicladordo material pós-consumo, passando pelostransformadores e sopradores. Para identifi-car melhor a entidade, aperfeiçoar seu focode atuação e abranger em sua nomenclatu-ra toda a cadeia foi feita a alteração e passa-mos a assinar Abipet – Associação Brasilei-ra da Indústria do PET.

A reciclagem de PET no Brasilcresce cerca de

20% ao ano. Com ovolume de 105 000toneladas recicla-

das em 2002 regis-tramos um índice de

35%, o que nos coloca em boa

situação perante osmercados nacional

e mundial

veja

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entro da cada vez mais in-tensa tendência de segmen-tação de marcas e de diver-sificação de apresentações,

o Grupo Pão de Açúcar tomou recente-mente uma iniciativa inovadora, talvezaté classificável como ousada. Rom-pendo com alta visibilidade os padrõesda categoria de produtos, o grupo lan-çou, dentro de sua linha de marcas pró-prias da rede de hipermercados Extra,um detergente em pó acondicionado emlata de aço, desenvolvida pela Brasila-ta. Ao que se tem notícia, essa é umaforma de uso até agora inédita no mun-do.

Antonio Carlos Teixeira Alvares, di-retor superintende daquela indústriametalgráfica, entende que o lançamentodo detergente em pó Extra “talvez nãovenha a se tornar um padrão de acondi-cionamento para a categoria sabão empó, mas sem dúvida abriu um espaçoque antes não existia para a lata e mos-tra que, quando se trata de embalagens– um dos instrumentos mais fortes domarketing –, vale a pena inovar e que-brar paradigmas”. Entusiasmado com aboa receptividade demonstrada inicial-mente pelos consumidores, Teixeiraacredita que, “devido à sua grande fun-cionalidade, em curto prazo a novidadepoderá conquistar uma fatia de 5% domercado de sabão em pó”.

Ambientes agressivosSegundo a Brasilata, a embalagem ga-rante um efeito barreira contra a absor-ção de umidade pelo produto. Issoocorreria porque não só o corpo da lata,mas também a tampa e o fundo, são re-vestidos com um verniz especial, pararesistir aos ambientes agressivos de la-

inovação

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Rede Extra inova ao

lançar detergente

em pó acondicionado

em lata de aço

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Quebra de paradigma

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Tintas rendem novos prêmiosA Brasilata acaba de ganharnovos prêmios por suas solu-ções em embalagens. Primei-ro, a empresa abocanhou oprêmio anualmente concedidopelo Sindicato das Indústriasde Tintas e Vernizes do Esta-do de São Paulo (Sitivesp) aoseu melhor fornecedor de em-balagens metálicas. É a 14ªvez, em quinze edições doprêmio, que a Brasilata é con-

templada. Outra conquista daempresa também diz respeitoao setor de tintas: o PrêmioArtesp (Associação dos Re-vendedores de Tintas do Esta-do de São Paulo), ganho peloterceiro ano consecutivo. Oslojistas entenderam que as li-nhas de latas Plus e Biplussão as que oferecem a melhorpraticidade e o melhor manu-seio no mercado.

Fechamento: tampaBat-plus transparentepermite visualizar oproduto

vanderias. Para deter de forma mais efi-caz também a oxidação, a tradicionalsolda do corpo da lata foi substituídapor agrafagem com material termoplás-tico.

O sistema de fechamento, batizadopela Brasilata de Bat-plus, é constituídopor uma tampa plástica transparenteque permite visualizar o produto, cujaconcepção foi inspirada no sistema Bi-plus, também desenvolvido pela empre-sa e ganhador de diversos prêmios na-cionais e internacionais (ver o quadro).

O novo fechamento tem o cordão doanel localizado na parte externa, paraevitar retenção residual do produto den-tro da lata, após a sua utilização. O anelpossui ainda uma pequena convexidade(em forma de funil) para direcionar asaída do produto envasado. É fabricadoem folha de aço reforçada (espessura0,27mm), produzida pela CSN. Paraesse novo anel, foi desenvolvida umanova tampa plástica, com perfil adequa-do ao cordão externo.

Brasilatawww.brasilata.com.br(11) 3611-8122

CSNwww.csn.com.br(11) 3049-7188

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ara grande parte do setor pro-dutivo a sazonalidade da ativi-dade econômica empurra parao último trimestre do ano o pe-

ríodo de maior faturamento. Determinadosnegócios, no entanto, dependem mesmodas estações climáticas. É o caso de indús-trias como as de sorvetes: nos primeirosmeses do ano, com o verão, têm seu melhormomento e, claro, fazem lançamentos.

Na atual temporada, duas novidades deum grande nome desse mercado, a Nestlé,chamam a atenção pelo caráter de ediçõeslimitadas, que trazem como fortes chamari-zes de venda suas apresentações, nas quaisse destacam embalagens especiais.

Tradição paulistanaCom vistas ao aniversário de 450 anos dacidade de São Paulo, a empresa está colo-cando no mercado uma edição promocio-nal, com sorvete no sabor crocante, em po-tes de aço de 1,2 litro especialmente deco-rados com imagens alusivas à “terra da ga-roa”. Fornecidos pela Metalgráfica Itaquá,os recipientes reproduzem, em litografia,tradicionais pontos turísticos da capital pau-lista, um trabalho assinado pela M Design.

A agência, que desenvolve o visualde todas as embalagens dos sorvetes daNestlé, criou quatro versões de layoutpara as latas, todas em tons de vermelhoe de preto, numa alusão à bandeira do Es-tado. Elas trazem fotografias antigas doViaduto do Chá, da Praça da Sé, da Aveni-da Paulista e do TeatroMunicipal, referenciaisda cidade. Ilustraçõescontemporâneas dessaslocalidades acompanhamas fotos em branco epreto, proporcionando umcontraponto entre tradi-ção e modernidade. “Essa lata oferece umalembrança do aniversário da cidade e pode

mercado

Vida após a mesa

PEdições limitadas de sorvetes apelam ao reuso da embalagem

ter outras utilidades após o consumo”, co-menta Eduardo Meirelles, gerente de pro-duto da Sorvetes Nestlé. Além do apelo dereutilização, o capricho do projeto da emba-lagem estimula a compra para presentear ecolecionar.

Taça é nossaTambém explorando o apelo de reuso daembalagem, outro destaque da Nestlé é a li-nha Sedução Collection, lançada nas ver-sões Mousse de Chocolate e Creme Silves-

tre, com previsão de perma-nência no mercado por trêsmeses. Sua apresentação éfruto de parceria com a Na-dir Figueiredo: consistenum pack que aglutina trêstaças de vidro com desenho

exclusivo, “um presente para oconsumidor”, nas palavras de Meirelles.

De acordo com o executivo da Nestlé,os dois lançamentos servem para mostrarque as edições especiais são hoje uma fer-ramenta indispensável para a indústria desorvetes. “Cada vez mais os consumidoresbuscam produtos inovadores, diferencia-dos, e as edições limitadas cumprem a fina-lidade de atendê-los, surpreendê-los e, con-seqüentemente, agregar valor à marca.” F

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M Design(11) 3833-0969www.mdesign.art.br

Metalgráfica Itaquá(11) 4648-2699www.metalgraficaitaqua.com.br

Nadir Figueiredo(11) 6967-1633www.nadir.com.br

Lata promocional:reuso, presentee coleção

Linha Sedução: “Presente parao consumidor“

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plano da Coca-Cola de engrossara participação das embalagensretornáveis, como forma de au-mentar as vendas entre as classes

de menor poder aquisitivo e, assim, tentarfrear o avanço das marcas regionais, estádando as caras no Nordeste.

Depois do Rio de Janeiro e de Belo Hori-zonte, Recife é o alvo da vez. Ações de mer-chandising estão sendo feitas na capital per-nambucana para destacar o apelo econômicoda garrafa de vidro retornável de 1 litro dabebida, numa parceria da Coca-Cola com afornecedora regional dessa embalagem, aCompanhia Industrial de Vidros (CIV).

Preço simbólicoSob o slogan “Poder levar a Coca-Cola paracasa por um desembolso menor”, as ações jácontam com o apoio dos supermercadosArco Íris, Carrefour, Bompreço e Pão deAçucar, além de estabelecimentos de menorporte, nos quais é possível efetuar a troca devasilhames da bebida.

Os cascos são vendidos pelo preço sim-bólico de 10 centavos, e o litro de Coca-Cola, para quem já os possui, custa atraentes99 centavos.

Um arsenal de peças de apoio nos pontos-de-venda, como faixas, cartazes, wobblers,flyers e displays, foi projetado para chamar aatenção dos consumidores. Em adição, pro-motoras divulgam a novidade nas lojas euma blitz itinerante visita os pontos-de-venda participantes.

A CIV, por sua vez, também está reali-zando ações promocionais que acontecemjuntamente com a apresentação dos vasilha-mes nos revendedores de grande giro. O ob-jetivo é chamar a atenção do público para agarrafa de vidro de 1 litro, que, segundo a vi-draria, “é retornável, totalmente reciclável,proporciona preço final menor e garante umuso racional da embalagem.”

distribuição

Pouso no NE

OCoca-Cola difunde nova retornável em Pernambuco

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Números mostram uma resposta conside-rável à estratégia das retornáveis. Desde queforam relançadas no Recife, há doze meses,elas ampliaram sua participação no mercadode 1 500 para mais de 4 300 clientes e seushare no mercado recifense de refrigerantescresceu de 0,28% para 2,22%, segundo esti-mativa da AC Nielsen.

Dobrar é a metaSegundo a Refrescos Guararapes, fabricantede Coca-Cola nos Estados de Pernambuco eda Paraíba, o objetivo é dobrar essa partici-pação ainda em 2004. Para tanto serão reali-zados investimentos em novos vasilhames,materiais de ponto-de-venda e ações de mer-chandising, ampliando a visibilidade do re-torno dessas embalagens ao público.

Baumann Thermofilms(11) 4337-1990www.filmesbaumann.com.br

Cisper(11) 6542-8000www.cisper.com.br

CIV(81) 3272-4484www.civ.com.br

Mitri(14) 3252-3977www.mitri.com.br

Narita(11) 4352-3855www.narita.com.br

Plásticos Scipião(11) 3836-1533

Takano(11) 5694-9999www.takano.com.br

Coca-mimo informa a dataPara presentearseus parceiros co-merciais no fim de2003, a Coca-Colalançou mão de umcriativo brinde:uma garrafinha desua bebida cujorótulo, de filmeplástico termoen-colhível, tem es-tampado um ca-lendário de 2004.Apesar do caráternão-comercial, talembalagem trouxeà luz duas novida-des. De acordocom as empresasenvolvidas em suaobtenção, trata-seda primeira garra-fa com rótulo“sleeve full body”(que envolve o re-cipiente por intei-ro) totalmente pro-duzido, aplicado eencolhido por em-presas brasileiras.E é também a pri-meira vez, dizemas mesmas empre-

sas, que se conse-gue aplicar noBrasil um rótulode PVC desse tipocom porcentual deencolhimento demais de 50%. Paravestir a garrafinhade vidro de 237ml,fabricada pela Cis-per, a Takano pro-duziu o fotolito ecuidou da distor-ção de imagens,enquanto a Bau-mann Thermofilmsforneceu o filmede PVC e o sol-vente para a sol-da. A impressão ea confecção dosrótulos ficaram acargo da PlásticosScipião, e suaaplicação nos re-cipientes foi feitaatravés de máqui-nas da Narita.Para o encolhi-mento, utilizou-setecnologia da Mitri, de Pedernei-ras (SP).

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cerveja

Indústria cervejeira aposta em marca e em em

Guerra das constituiu apenas um fenômeno publicitá-rio. Aquela que vem sendo considerada amaior disputa do mercado brasileiro desdeas acusações de monopolização surgidascom o anúncio da fusão de Brahma e An-tarctica, em julho de 1999, seria antes detudo uma bem-sucedida estratégia de re-posicionamento de marca.

Busca por rentabilidadeNesse sentido, o exemplo da NovaSchin ilustra antes de mais nada um es-forço de recuperação das margens delucro a partir de investimentos naquiloque se convencionou chamar de maiorpatrimônio das empresas: suas mar-

cas. Trata-se de um empenho quenão é exclusivo do Grupo Schinca-riol, mas se estende a todo o merca-do cervejeiro.

Na busca por maior rentabilida-de, outras formas de atrair os con-sumidores ganham notabilidadealém das milionárias campanhaspublicitárias. Edições especiais eações de segmentação de mercadoe de extensão de marca baseadasem produtos com maior valor per-cebido ganham importância cres-cente na indústria cervejeira, numprocesso que favorece o surgimen-to de novas oportunidades para osetor de embalagem.

Exemplo dessa tendência e doque ela pode representar em termosde apresentações mais nobres echamativas é o crescimento dochamado mercado super pre-mium de cerveja. Já se es-tima que essa categoria,cujos produtos custamem torno de 20% amais do que a marcalíder, tenha alcança-do participação de 5%

omo até os abstê-mios puderam per-ceber, o mercado decervejas viveu re-

centemente um dos períodosmais agitados dos últimos anos.

Pontos de participação que repre-sentam vendas de milhões de reais

trocaram de mãos em velocidaderecorde, num processo que culmi-

nou com a Nova Schin tomando daAntarctica o posto de terceira marca

mais consumida do país, atrás apenasde Skol e Brahma. Com isso, a Am-Bev acabou amargando a menor parti-cipação no cenário nacional desdesua criação, há três anos e meio –62,6% em novembro último, contraa média histórica de mais de 70%.

Tamanha movimentação aca-bou suscitando uma dúvida: o queocorreu é apenas mais uma batalhapublicitária, dentro da permanente“guerra das cervejas”? Ou seráalgo mais estratégico, com vistas a(re)posicionamento de marcas?

No noticiário econômico e aténas conversas de botequim, a pri-meira opção parece ter sido a maisaceita, com boa parte das análisesapontando para o chamado “fenô-meno experimenta”, numa refe-rência ao mote criado para a cam-panha de mídia da nova marca doGrupo Schincariol, que teve inves-timentos anunciados de 140 mi-lhões de reais.

Tal aporte em comunicaçãosem dúvida ajudou a empresa deItu (SP) a alcançar a inédita parti-cipação de mais de 15% das ven-das de cerveja no Brasil. Maspara quem acompanha o dia-a-diada indústria cervejeira, a movi-mentação dos últimos meses não

CCPor Leandro Haberli

Nova Schin: salto impulsionado por

estratégia de(re)posicionamento

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do setor no Brasil. É um espaço nada des-prezível, sobretudo quando se consideraque as vendas de cerveja caíram 4% em2003, quando a produção nacional recuoupara um patamar de pouco mais de 8 bi-lhões de litros.

“Além de mostrar que o mercado cer-vejeiro está menos comoditizado do que seimagina, os nichos de maior valor agrega-do se tornaram uma das melhores manei-ras de recuperar as margens perdidas nosúltimos anos”, atesta Alexandre Loures,gerente de comunicação da AmBev.

Para provar sua tese, o executivo lançamão de uma série de ações empreendidas

balagem para ampliar rentabilidade

margens

VAIVÉM DO MERCADO DE CERVEJAS NO 2º SEMESTRE DE 2003

INS

TIT

UT

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EN

AmBevMolsonSchincariol

Participação dos fabricantes no mercado nacional (%)

11,5 14,1 15,2

12,4

66,1 63,8 62,6

11,9 12,4

Variação denovembro

em relaçãoà setembro

-5,5%

0%

32%

SET OUT NOV

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recentemente pela dona das marcas An-tarctica, Brahma e Skol no mercado decervejas diferenciadas. Exemplos são aSkol Beats, vendida na premiada garra-fa sinuosa de 330ml da Cisper e cujasvendas cresceram sete vezes no anopassado, além do lançamento da BrahmaExtra, a chancela premium da Brahma.

Uma das ações mais bem-sucedidas,entretanto, se deu no segundo semestrede 2003, quando a AmBev produziuuma edição limitada de cerveja do tipoweiss, a famosa categoria alemã feitade trigo. A marca escolhida para o pro-jeto foi a Bohemia, que, além de ter fei-to sucesso meses antes com uma versãoescura também produzida em edição li-mitada, comemorou 150 anos em 2003.Também aquele lançamento baseou-se nadiferenciação pela embalagem, de 550ml,com formato que lembra uma garrafa dechampanhe. Este objetivo, aliás, transpa-rece também no uso de uma cápsula alu-minizada envolvendo parte da tampa tipocrown e o pescoço do recipiente.

Acima das expectativasO êxito da weiss foi ainda maior do que oda Bohemia escura e surpreendeu, numademonstração de que há uma deman-da reprimida por cervejas especiaisno Brasil. Com tiragem de 636 000garrafas, a Bohemia Weiss foi lan-çada sob a expectativa de que osestoques durariam pelo menosquatro meses. Porém, em poucomais de duas semanas já era difí-cil encontrar a marca nas gôndo-las. Em um mês praticamentetoda a produção havia sidovendida.

“Trabalhando apropriada-mente o que chamamos de di-ferentes ocasiões de consumo,o potencial de crescimento domercado super premium tor-na-se imenso”, assinala o ge-rente de comunicação da Am-Bev. “Para obter êxito, não hádúvidas de que a embalagemassume forte função diferen-ciadora”, completa.

O case da Bohemia Weiss não deixadúvidas quanto a essa constatação. “Doprocesso de fabricação da cerveja à garra-fa e a seus complementos, esse foi um típi-co lançamento que teve tudo de especial”,sintetiza André Liberalli, executivo da

Saint-Gobain, empresa que forneceu asgarrafas da cerveja de trigo da AmBev.Com design inspirado em marcas bel-gas, as embalagens da Bohemia Weisscontam com rótulos auto-adesivos, porsi só um diferencial em relação aos pro-cessos de decoração feitos com cola apartir de magazines, predominantes noBrasil. O vidro não apresenta aquelasemendas comuns em outras garrafas, ea área de rotulagem é rebaixada, para

evitar atrito entre as garrafas no processode enchimento e no transporte.

O sistema de fechamento, até entãoinédito no mercado latino-americano, éoutro diferencial. Trata-se de uma tampabasculante com trava, chamada clip lock,fixada à saída da garrafa por um anel me-tálico, uma espécie de “gaiola”, como asque se vê em certos potes de alimentos emconserva. Ela permite que a garrafa, comcapacidade de volume de 550ml, inusitadono Brasil, seja fechada novamente depoisde aberta, pois a tampa propriamente dita,feita de material plástico que imita cerâmi-ca, é dotada de uma arruela de vedação.

Produzido pela Tapon France, uma dasmaiores fabricantes de rolhas metálicas domundo, o sistema demandou da Saint-Go-bain uma bateria de testes e estudos técni-cos para viabilizar a vedação e evitar pro-blemas durante o estágio de resfriamentodo vidro. Nesse momento crucial, os doisorifícios em que as pontas da “gaiola” de

Edições especiaisda Bohemia

desapareceram nas gôndolas:

demanda reprimida

Skol Beats, cujasvendas cresceram

sete vezes em 2003,e Brahma Extra:

cervejas premium járepresentam 5% domercado brasileiro

Rolhas clip lock: facilidade de retam-pamento e estréia na América Latina

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arame são fixados poderiam fechar, elimi-nando a possibilidade do necessário movi-mento para abrir e fechar.

Ainda que seja mais perceptível noportfólio da AmBev, a aposta no nicho pre-mium também vem dando as caras nas de-mais indústrias cervejeiras. A própriaSchincariol oferece nessa faixa de mercadoa marca Primus, enquanto a canadenseMolson, dona da Kaiser, tem investido cadavez mais fichas na Bavaria Premium. Demaneira geral, são produtos que têm dadonovo fôlego às long necks, sem com issointerferir na participação das garrafas retor-náveis de 600ml e das latinhas de alumínio.

Importância das pequenasOutro fenômeno que começa a movimen-tar o panorama de embalagens no setor éo crescimento das micro-cervejarias. Emtodas as regiões do país vêm surgindo pe-quenas fábricas dedicadas a oferecer al-ternativas às cervejas do tipo pilsen, quedominam quase todo o mercado brasilei-ro. Embora a participação do segmento

no cenário nacional ainda sejatímida (cerca de 0,3%) já hácasos que indicam um pro-missor futuro para as micro-cervejarias no Brasil.

Um deles é o da cervejariaSudbrack, que foi fundada emmarço de 2002, em Blumenau(SC). Dona da marca Eisen-

bahn (estrada de ferro, emalemão), a empresa amplioua produção inicial de

12 000 litros/mês para osatuais 110 000 litrosmensais. Já distribuídosem supermercados denove Estados do país, osprodutos contam comversões dunkel, pale alee weiss. “As micro-cer-vejarias estão crescendoexatamente porque con-seguem oferecer uma va-riedade de produtos queas grandes indústrias não

possuem”, analisa FábioGhedin, gerente de marketing da Sudbrack.

Toda a produção da empresa é vendidaem garrafas long neck da Cisper, decora-das com rótulos da Baumgarten. “Feliz-mente os fornecedores de embalagem es-tão iniciando o desenvolvimento de proje-tos especiais, a partir de um volume me-nor de compra”, aponta o gerente da Sud-brack. “Isso resultará em garrafas exclusi-vas, que podem ajudar o consumidor aidentificar os produtos e são muito co-muns no mercado europeu de cervejas”,completa Ghedin.

Com boas chances de se consolidar nomercado premium, tal estratégia ainda pa-rece distante dos grandes volumes do setorcervejeiro no Brasil. Na verdade as emba-lagens retornáveis, como as padronizadasgarrafas âmbar de 600ml, continuam sendoas preferidas da indústria cervejeira. O mo-tivo é simples: como as marcas de maiorvalor agregado, esse tipo de acondiciona-mento assegura maiores margens ao setor.

“Isso acontece porque o custo é diluí-do pelo número de vezes que a embala-gem é utilizada”, explica Marcos Mesqui-ta, superintendente do Sindicerv (Sindica-to Nacional da Indústria da Cerveja). Poressa razão, o setor defende maior partici-pação das embalagens retornáveis nomercado brasileiro, hoje estimada em71%. Para isso, a indústria cervejeira co-meça a oferecer novos sistemas reutilizá-veis de acondicionamento para as grandesredes de supermercado, que abandonaram

Lançada em 2002, cervejaEisenbahn ampliou produçãode 12 000 litros/mês para osatuais 110 000 litros mensais

Com BavariaPremium,

canadenseMolson também

sinalizouinteresse no mercado de

cervejas especiais

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Baumgarten(47) [email protected]

Cisper(11) 6542-8000www.cisper.com.br

Krones(11) 4075-9630www.krones.com.br

Rhodia-ster(11) 5502-1309www.rhodia-ster.com.br

Saint-Gobain Embalagens(11) 3874-7626www.saint-gobain-embalagens.com.br

Sindicerv(11) 3071-3478www.sindicerv.com.br

Tapon FranceNo Brasil (11) [email protected]

náveis e ajudar a recuperar rentabilidade”,completa Mesquita.

Independente do tipo de ação, o fato éque a indústria cervejeira está investindopara romper o processo de comoditizaçãoque ameaça suas margens, além de rever-ter a estagnação produtiva verificada desdeo surgimento do plano Real, em 1994. Em2004, por exemplo, o setor espera crescer4%, acompanhando as previsões de evolu-ção do PIB. Para aproveitar esse eventualcrescimento, a cadeia de embalagens pre-cisa estar atenta às oportunidades de atua-ção que, como foi visto, podem aparecernas diversas frentes do mercado cervejeiro.

Também vale lembrar que a perspecti-va de crescimento do setor cervejeiro vaialém de uma eventual melhora dos indica-tivos macroeconômicos. Além do climaconvidativo ao consumo da bebida, o Bra-sil conta com uma população de 170 mi-lhões de pessoas, na qual o subconjunto deconsumidores maiores de 18 anos deveráaumentar mais de 4% ao ano na próximadécada, contra uma taxa geral de cresci-mento demográfico de 1,5% ao ano para omesmo período. Isso significa que mais de2,5 milhões de potenciais consumidoresde cerveja podem chegar ao mercado bra-sileiro a cada ano na próxima década. Hajabarris de chope, latinhas e garrafas de cer-veja para tantos bebedores.

A entrada das garrafas PET no mercado de cervejas ain-da não ocorreu como gostariam os fabricantes da resi-na, mas novos adeptos do material continuam aparecen-do fora do Brasil. Assim, são alimentadas as perspecti-vas de que, até o final do ano que vem, 3,5% da produ-ção mundial da bebida serão acondicionados nesse tipode embalagem.Para que isso aconteça, além de barreiras a gasesmais eficientes, os provedores dos insumos das gar-rafas PET vêm divulgando novas gerações de resi-nas que prometem fácil adaptação às linhas de pro-dução de embalagens de PET já existentes. Esse éum dos diferenciais da família de resinas ActiTUF,lançada há cerca de um ano pelo grupo italianoMossi & Ghisolffi, também conhecido como M&GPolímeros. Já adotado pela cervejaria belga Interbrewer, atra-vés de marcas como a romena Bergenbier, a nova

linha de resinas é oferecida no Brasil por uma das com-panhias controladas pela M&G Polímeros, a Rho-dia-ster. Segundo o departamento de marketingda empresa, “a família ActiTUF oferece as pro-priedades de barreira requeridas pelo setorcervejeiro, e pode ser processada sem nenhuminvestimento adicional em equipamento”.Quem também se municiou de soluções paraum eventual avanço do PET no mercado decervejas é a Krones. A empresa, que acaba defornecer equipamentos para colocação de se-los higiênicos nas latinhas da cerveja Colônia,recentemente divulgou os atributos de um sistemade enchimento que pode ser aplicado em cervejariasinteressadas em adotar garrafas PET. Volumétrico edotado de medidores de vazão indutivos, o equipa-mento, chamado de VODM-L-PET, é recomendadopara envases de dimensões precisas.

Chegada do PET continua sendo aguardada

as garrafas de 600ml alegando dificulda-des logísticas e falta de espaço de exposi-ção nas prateleiras.

Chope deliveryUma iniciativa que se encaixa nessa estraté-gia foi recentemente anunciada pela Brah-ma, em parceria com o Pão de Açúcar. Aidéia é entregar chope diretamente na casados consumidores, em barris de 12,5 litros,acompanhados de uma extratora capaz demanter a bebida gelada por seis horas. Ospedidos podem ser feitos por telefone.

O preço do pacote é de 60 reais, conta-bilizadas as despesas de entrega e a retira-da do material após o consumo. “Ainda éum valor muito alto para o mercado brasi-leiro”, acredita o superintendente do Sin-dicerv. “Mas idéias como essa podem am-pliar a participação das embalagens retor-

Brahma Express: comodidade e aumentodas margens com embalagem retornável

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pesar de esforços pontuais, oBrasil parece ainda estar lon-ge de definir regulamenta-ções para manejar seus resí-

duos sólidos urbanos como nos últimosanos vêm fazendo, por exemplo, os paí-ses europeus. No entanto, mesmo sempressões do braço forte da Lei, algumasprovedoras nacionais de embalagens,numa postura pró-ativa, vêm investindopara tentar amenizar o problema da de-posição do lixo através da diretiva dostrês erres (redução, reutilização e reci-clagem).

Um exemplo recente desse caminhoé o lançamento de uma nova tecnologiade reciclagem, pioneira no mundo, paraembalagens assépticas cartonadas, aspopulares caixinhas longa vida.

Tudo separadoPelo fato de combinarem camadas demateriais diferentes como papel, plásticoe alumínio na estrutura de suas paredes,as caixinhas longa vida sempre sofreramlimitações quanto a sua reciclagem.

O método até agora mais utilizadopara dar aos seus componentes um novociclo de uso separa o papel, porém man-tém unidos o plástico e o alumínio, queposteriormente são transformados emutensílios como escovas, vassouras, pla-cas e telhas para construção civil.

Com o novo processo de reciclagem,totalmente nacional e desenvolvido emconjunto pela Tetra Pak, a Klabin, a Al-coa e a TSL Ambiental, empresa da áreade tratamento de resíduos, os três com-ponentes da embalagem podem retornarà cadeia produtiva como matéria-prima.

De modo resumido, a tecnologia uti-liza energia elétrica para produzir umjato de plasma que aquece a mistura deplástico e alumínio a 15 000º C. Comisso, o plástico é transformado em para-

reciclagem

Sangue novo

ATecnologia de plasma dá ânimo à reciclagem de caixas longa vida

fina e o alumínio é totalmente recupera-do em forma de lingotes de alta pureza.

Segundo a Tetra Pak, a obtenção danova tecnologia de reciclagem, que con-sumiu alguns anos em pesquisas e de-senvolvimento, visa aumentar o índicede reciclagem das embalagens assépti-cas cartonadas, que atualmente está em19% do total produzido. O processa-mento por plasma deverá aumentar ematé 30% o valor das caixinhas no merca-do de reciclagem.

“Esperamos, assim, estimular as coo-perativas e centrais de triagem a recolhe-rem o material, tornando a reciclagemdas caixas longa vida um bom negóciopara todos”, afirma Fernando von Zuben,diretor de meio ambiente daTetra Pak.

A implantação da novatecnologia ficará a cargodas quatro empresas envol-vidas no projeto. Fornece-dora da folha fina de alumí-nio que compõe a embala-gem, a Alcoa usará o metalreciclado para a fabricaçãode novas folhas. Como jáocorre no método tradicio-

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Os diferentes materiais queformam as paredes das caixinhas – papel, plástico ealumínio – são separados nanova tecnologia de reciclagem

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nal de reciclagem, a Klabin cuidará dareciclagem do papel das caixinhas. Porsua vez, a parafina será vendida para aindústria petroquímica nacional.

Início em agostoUma primeira unidade recicladora com anova tecnologia será instalada na unida-de da Klabin de Piracicaba (SP). Nela jáforam investidos 2,5 milhões de dólaressó para a reciclagem da camada de papeldas caixinhas, e mais 10,5 milhões dereais serão injetados para integrar a uni-dade de plasma.

Ela terá capacidade para processar8 000 toneladas anuais de plástico e alu-mínio, o equivalente à reciclagem de32 000 toneladas de embalagens carto-nadas assépticas por ano. De acordo comas parceiras, a emissão de poluentes narecuperação dos materiais é próxima dezero. A planta começa a operar em agos-to de 2004.

Ainda segundo a Tetra Pak, a tecno-logia de plasma deverá ser exportadapara outros países em que ela atua. Inte-resse internacional não falta. Missões depaíses como Suécia, Espanha e China,inclusive, já visitaram uma planta pilotodo projeto, construída pela TSL Ambien-tal em Osasco (SP).

Abipet(11) 3078-1688www.abipet.com.br

Klabin(11) 3046-5800www.klabin.com.br

Plastivida(11) 3242-1144www.plastivida.org.br

Tetra Pak(11) 5501-3200www.tetrapak.com.br

TSL Ambiental(11) 3049-4444www.tslambiental.com.br

O engenheiro Luiz de Mendonça, vice-pre-sidente e responsável pela Unidade de Ne-gócios Poliolefinas da Braskem, é o novocoordenador executivo do Programa Plas-tivida, comissão setorial da AssociaçãoBrasileira da Indústria Química (Abiquim).Ele substitui Antonio Riera Costa. Segun-do Mendonça, entre suas principais metasestará a defesa da implementação de umalegislação que estimule a responsabilida-de compartilhada entre governo, iniciativaprivada e consumidores no manejo dos re-síduos sólidos urbanos. “Também prosse-guiremos funcionando como um centro dereferência de educação ambiental, orien-tando o público em geral sobre os benefí-cios trazidos pelos plásticos e a necessi-dade de sua correta deposição, para esti-mular a reciclagem e preservar o meio am-biente”, antecipa o executivo, que calculaque atualmente 17,5% dos plásticos pós-consumo sejam reciclados no Brasil. “Éum índice próximo ao da Europa e bastan-te expressivo, levando-se em considera-ção que, diferentemente dos países da-quele continente, ainda não temos uma le-gislação federal que obrigue a coleta sele-tiva e a reciclagem.”

No último dia 4 de dezembro, no Sa-lão Nobre da Fiesp, em São Paulo, aAssociação Brasileira da Indústriado PET (Abipet) realizou a entregada quarta edição do Prêmio EcoPET,criado com o objetivo de estimularpessoas físicas ou jurídicas a de-senvolver estudos, processos ino-vadores e novas utilizações para oPET reciclado.Na categoria Pesquisas acadêmicas,processos inovadores, máquinas ouprocessos tecnológicos, venceu otrabalho de Cássio D. V. Silvério eoutros autores, “A utilização dosblocos ISOPET na construção de ca-sas populares”. Tais blocos são fei-tos com concreto leve com EPS(isopor) reciclado e garrafas de PETpós-uso, e permitem a construção

de casas populares em tempo curtoe a um baixo custo. O projeto foi de-senvolvido no Centro Federal deEducação Tecnológica (CEFET) deCuritiba (PR). Na categoria Ações dacoletividade que efetivamente incre-mentam a coleta local de embala-gens pós-consumo, venceu o traba-lho “Arte Mangue”, do fluminenseCélio Oliveira. Morador do municípiode Magé, Célio construiu uma casacom 10 000 garrafas de PET pós-usocheias de areia e montou o projetoArte Mangue, reunindo crianças ca-rentes da região e estimulando apreservação do ambiente. O “TUBO-PET – A sua ação ecológica” , deGuido F. Nigra, que introduz tubosde PET reciclado para a construçãocivil, venceu na categoria Ações ou

projetos empresariais que contri-buam para a disseminação da reci-clabilidade do PET. Desenvolvidopela Empresa Brasileira de Recicla-gem (EBR), de Diadema (SP), o pro-jeto reutiliza garrafas na construçãode tubos para redes de esgoto, pro-porcionando a reciclagem de 100 to-neladas de plástico por mês, ouseja, cerca de meio milhão de garra-fas de dois litros.O vencedor de cada categoria foi es-colhido, ao vivo, por um corpo dejurados composto por 7 associados,4 representantes de entidades em-presariais voltadas à reciclagem e 3formadores de opinião. O públicopresente também teve direito a umvoto como júri popular.

Prêmio à reutilização inteligente do PET

Em busca docompartilhamento

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28 – EMBALAGEMMARCA • jan 2004

mercado de requeijões cre-mosos vem passando por sig-nificativas transformaçõesnos últimos meses. Primeiro,

diversas marcas que atuam na área, mui-tas delas de indiscutível tradição, estãoalterando suas fórmulas, fazen-do requeijões cederem lugar às“especialidades lácteas com re-queijão cremoso”. Afora esse as-pecto, que parece configurar umdowngrade de nobreza do produ-to, movimentações também vêmocorrendo no quesito embalagem– o que, aliás, abordamos numaedição recente (EMBALAGEMMAR-CA nº 47, julho de 2003).

Uma das principais constataçõesdaquela reportagem era o crescenteassédio do plástico a esse mercado,no qual as principais marcas semprebancaram uma hegemonia da apre-sentação em copos de vidro. Os es-forços dos transformadores de resi-nas, porém, acabam de render um sig-nificativo dividendo. Uma atuante dereconhecido peso na área de requeijõescremosos e que sempre primara pelocopo de vidro, a Paulista, acaba de migrarpara um copo plástico.

Sem quebrasQuem fabrica o recipiente é a Huhtamaki,e aí reside outra novidade. Trata-se da es-tréia da empresa, que detém ampla parti-cipação no fornecimento de embalagensplásticas para outros itens lácteos, comoiogurtes, no segmento de requeijões cre-mosos.

O novo copo, que acopla uma sobre-tampa azul, teve seu design desenvolvidocom a participação ativa do departamen-to de embalagem da Paulista. Segundo olaticínio, ela traz benefícios claros para oconsumidor. Primeiro, a sobre-tampa

alimentos

Copo curinga

OPaulista adota embalagem plástica multiuso para seu requeijão

possui um sistema abre-e-fecha, que faci-lita o consumo e veda a embalagem porcompleto. O copo pode ser levado aofreezer e ao forno de microondas, o que,além de facilitar a estocagem do produto

em domicílio, confere um apelo dereuso ao recipiente já vazio. “É

uma embalagem inquebrável,portanto segura para as crianças

e também para a indústria, poiselimina problemas de quebras du-rante o transporte e o envase”, dizPaulo Thomaz, diretor comercial ede marketing da Huhtamaki. “Ade-mais, o copo plástico pesa 21g, con-tra 150g do de vidro, e permite oempilhamento e outras vantagenslogísticas.”

Renato Galesi, diretor técnico dafornecedora, explica que foi escolhi-do para o projeto um polipropilenoespecial. Além de resistir a temperatu-ras em torno de 100º C a 110º C, ca-racterística intrínseca da resina que foireforçada com o aumento da espessura

da parede do copo, a conhecida fragili-dade do material sob temperaturas baixasfoi superada. “A resina também sofreutratamento para clarificação, através deum aditivo, para resultar num produtoacabado de alta transparência, com as-pecto próximo ao do vidro”, conta o pro-fissional.

O copo do requeijão da Paulista aindaagrega um lacre de alumínio sob a tampa,o que garante a integridade do produtoaté o ponto-de-venda. Para orná-lo, op-tou-se por um rótulo auto-adesivo. Dese-nhado pela Hi Design e produzido pelaPimaco em polipropileno bi-orientado(BOPP), ele destaca, através de umsplash, os diferenciais que o laticínioquer transformar em chamarizes de ven-da: a maior resistência e o atributo mul-tiuso de sua embalagem. F

OT

O:

DIV

ULG

ÃO

Hi Design(11) 3171-0378

Huhtamaki(11) 5504-3500www.huhtamaki.com.br

Pimaco0800 252959www.pimaco.com.br

Page 29: Revista EmbalagemMarca 053 - Janeiro 2004

A Cervejaria Sul Brasileira,fabricante da cerveja Colônia,está colocando em seus sucose chás em lata um selo de pro-teção higiênico de alumínio,aplicado pela rotuladoraTaxomatic, da Krones. Asbebidas, da marca Rayzes,são produzidas na fábrica deSanta Maria, no Rio Grandedo Sul. A cerveja Colônia, pro-duzida em Toledo, no Paraná,também terá o selo higiênico.

A Assolan está lançando

os “Panos Umedecidos

Perfumados” nas versões

Multiuso, Lustra-Móveis,

Limpa-Vidros e

Desengordurante. Feitos com

tecido poroso e resistente

(viscose e poliéster), já umede-

cidos com elementos químicos ten-

soativos, eles substituem dois pro-

dutos: os tradicionais paninhos de

algodão e o líquido de limpeza. A

versão Lustra-Móveis vem com 20

Dois em um

unidades e as demais com 24. As

embalagens, criadas pela M Design

e fabricadas pela Bafema, são com-

postas de PET, polietileno e

alumínio.

A multinacional britânica Allied Domecqiniciou a distribuição da versão premium doconhaque Domecq, fabricado em Garibaldi,no Rio Grande do Sul, que chega àsprateleiras com o nome Domecq Oro. O lançamento faz parte da estratégia daempresa de reposicionar e consolidar amarca no País. O rótulo foi desenvolvido pela PackagingDesign e é fabricado pela Gesa. A garrafade vidro na cor âmbar, de 1000ml, é daSaint Gobain.Com o lançamento, a Allied Domecq pretende conquistar, em 2004, 5% do mercado brasileiro de conhaques premium.

Domecq lança conhaque fino

Sucos e chás em lata com selo de proteção

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Parceria em long-neckA parceria entre Prodesmaq e Cisper acabade gerar mais um fruto, o Whoops, uma novalinha de isotônicos da Norim. A bebida foilançada nos sabores tangerina, kiwi-limão,maracujá-camomila, abacaxi-hortelã, moran-go-banana-laranja e laranja-cenoura-mel, emgarrafas long-neck de vidro de 473ml.Os rótulos e contra-rótulos foram produzidosem polipropileno transparente pelaProdesmaq, que utilizou dois processos deimpressão: serigrafia e off-set.O processo de rotulagem ficou a cargo daprópria Cisper.

A AdeS, da Unilever Bestfoods, muda a identidadevisual de sua linha e lança novos sabores (tangeri-na e pêssego light). O desenho gráfico da linha deembalagens procurou diferenciar os atributos dasversões originais, de leite de soja, das versõescom frutas. A inovação foi confi-gurada também na troca daembalagem da TetraPak, deTetra Brik Aseptic para Tetra BrikAseptic Square com tampa abre-fácil, e no redesenho, as ilus-trações de frutas, copos e ingredi-entes foram substituídas por fotos.O design é da Usina Escritório deDesenho.

AdeS renova visual

Lançamentos YokiA Yoki está incrementando sua linha

de refrescos em pó, com novas em-

balagens, novos sabores com polpa

de fruta e Vitamina C e o lançamento

da versão light. A linha light chega

com variedade e sabores

sofisticados: lima-limão,

maracujá, laranja, abacaxi,

morango silvestre, tangerina

e uva-itália. As novas emba-

lagens têm cores especiais

para cada sabor. Entre os

adoçados há os sabores

manga, abacaxi, laranja,

uva, limão, tangerina e ma-

rarcujá. Há ainda os sabo-

res mate diet de limão e

pêssego.

As embalagens foram desenvolvidas

pela Zauberas & Associados e são

fabricadas em filmes de poliéster na

própria Yoki.

Page 31: Revista EmbalagemMarca 053 - Janeiro 2004

A cachaça Espírito de Minas está

homenageando pintores brasileiros

em seus rótulos. A primeira home-

nagem da série “Artistas Brasileiros”

é a reprodução de uma tela a óleo de

Aldemir Martins, que fez uma releitu-

ra do rótulo da cachaça. A série é

limitada e numerada (de 0001 a 9999).

A bebida vem de uma reserva espe-

cial armazenada durante seis anos, o

que lhe confere um tom mais amare-

lado do que o da Espírito de Minas

tradicional. O próximo rótulo da série

será do artista Gustavo Rosa.

Cachaça com arte

A STP está lançando no mercadobrasileiro a primeira cera em pastapara polimento automotivo em bis-naga: a STP Tripla Ação. A novaembalagem plástica, inédita nomundo, tem a mesma quantidadeda lata, 200 gramas. “O uso desta embalagem foidesenvolvido pela STP no Brasil.Por isso, o nosso mercado é oprimeiro a recebê-la, antes mesmodos Estados Unidos, reconhecidocentro mundial de cera automoti-va”, explica Maria AparecidaPrevedello, gerente de marketingda empresa. A embalagem foidesenhada na própria empresa etambém é fabricada internamente.

CERA EM BISNAGA

Está chegando ao merca-do o energético On Line0% kcal, envasado em latade alumínio de 255ml. Aembalagem é produzidana Alemanha, mas todo olayout foi feito no Brasilpelo publicitário mineiroAlexandre Mota.

Alemão e mineiro

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32 – EMBALAGEMMARCA • jan 2004

Os verificadores Quick Check PC

600/800, lançamentos da HHP Brasil,

realizam uma ampla gama de testes

para controlar a qualidade dos códi-

gos de barras de embalagens, garan-

tindo produtividade máxima nas vá-

rias etapas da distribuição de produ-

tos. “Uma simples falha na impressão

dos códigos de barras pode compro-

meter a produtividade em qualquer

fase da distribuição – da saída da fá-

brica à boca do caixa nos supermer-

cados, passando por armazéns onde

milhares de itens são estocados”,

alerta Vera Jones, diretora de tecnolo-

gia da HHP Brasil. Os verificadores,

diz ela, permitem a emissão de relató-

rios sobre a qualidade dos códigos

impressos e ajuda nos controles rígi-

dos da indústria de embalagens, das

Códigos íntegros, logística eficienteoperadoras logísticas e de grandes

fabricantes de bens de consumo. Os

dispositivos são acompanhados de

leitores tipo caneta ou scanners, con-

forme opção dos usuários.

(11) 5016-3454www.hhp.com.br

Para sacolasmais nobresMaxi Film é o novo polietileno da Ipi-ranga Petroquímica que promete au-mentar em até 50% a resistência desacos e sacolas plásticas para super-mercados. Segundo a fabricante, a re-sina consegue esse diferencial sem im-plicar em aumento da espessura dasparedes do filme, rompendo um para-digma de mercado. O produto se an-tecipa à publicação da nova normada Associação Brasileira de NormasTécnicas (ABNT), a NBR 14937, quedetermina padrões técnicos e de quali-dade para sacolas plásticas e que en-trará em vigor em abril de 2004. Olançamento do produto foi feito emum evento no fim de 2003, e reuniuoito grandes convertedores, que su-prem as maiores redes varejistas dopaís com sacolas. Um selo de qualida-de, criado pela petroquímica, garanti-rá que as sacolas produzidas com aMaxi Film por essas oito autorizadasestarão alinhadas à nova norma. (11) 3265-4300 • www.ipiranga.com.br

Auto-adesivo em curso gratuitoDepois de muitos pedidos, a Novel-print vai dar continuidade, em 2004,ao Curso Básico de Tecnologia doAuto-adesivo. O curso deverá setornar um programa permanente nocalendário de atividades da Novel-print, de acordo com a gerente demarketing da empresa, WalkiriaCastro. Serão, no mínimo, maisquatro edições do curso. A primeiraserá realizada nos dias 18 e 19 demarço. Voltado a profissionais dasmais diferentes áreas, o curso égratuito. As vagas, porém, são limi-tadas. O conteúdo abrange os tipos

de materiais, processos, aplica-ções, sistemas e recursos de im-pressão para as áreas de decora-ção de embalagem, marcação dedados variáveis, sistemas de segu-rança e campanhas promocionais.A carga horária é de 8 horas, dividi-da em dois dias, com aula prática,teórica e demonstração industrial.No final do evento, cada participan-te ganha um certificado. As inscri-ções podem ser feitas através dosite www.novelprint.com.br ou pelotelefone (11) 3768-4111, ramal 306,diretamente com Walkiria.

Adesivos industriais IPlantas industriais na Ve-nezuela e na Colômbia inte-ressam à Artecola. SegundoEduardo Kunst, diretor daempresa, os negócios deve-rão ser fechados em breve.A Artecola já tem unidadesno México e na Argentina

Adesivos industriais IIOutra empresa do segmen-to, a Rohm and Haas, come-

ça o ano com escritórionovo em São Paulo. O tele-fone também mudou: (11)5112-9000.

Nome do novo donoCom a conclusão de suaaquisição pela Rexam, a La-tasa, maior fabricante delatas de alumínio do Brasil,alterou sua razão socialpara Rexam Beverage CanSouth America.

Sinergia com o socialO Grupo de Sinergia, forma-do por dez empresas dopólo petroquímico paulistado Grande ABC, irá ampliarem 2004 as ações sociaisdirigidas à população da re-gião. Um programa de edu-cação ambiental e cidada-nia e um festival cultural,ambos voltados a estudan-tes, já estão confirmados.Serão investidos cerca de

800 000 reais nessa progra-mação, 150 000 reais amais que em 2003. A coor-denação do Grupo em 2004muda: Arnaldo Joaquim Fer-reira Jr., da Oxiteno, dá lu-gar a Sidney dos Santos, ge-rente industrial da Polibra-sil, e Édison Carlos, quecoordena a área de Comu-nicação, cede a vez a Mari-na Galvão, do marketing daPolietilenos União.

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Veloz também para recuperar imagensA Epson lançou no Brasil um novoscanner colorido de mesa desenvolvi-do para uso profissional, o Perfection1670 Photo. Com resolução máximade 3 200 dpi, o produto tem conexãoUSB 2.0 e tecnologia de cor de 48 bits.Segundo a empresa, o Perfection 1670Photo é capaz de digitalizar fotografias,negativos e slides envelhecidos. Deacordo com Fábio Menezes, gerentede produtos da Epson, esse tipo de tra-balho é facilitado pelo software EpsonEasy Photo Fix, que acompanha o pro-duto. “Trata-se de um aplicativo que fa-cilita a digitalização e a restauração defotografias e negativos desgastados,sem comprometer a velocidade de es-

caneamento”, diz o executivo. O Per-fection 1670 Photo é acompanhadotambém por um adaptador para dispo-sitivos e tiras de película (adaptador deslides) de 35mm, que acomoda tantopositivos como negativos de filmes.

(11) 4196-6350www.epson.com.br

Em busca da cor perfeitaCriado pela Aeco (Associação Brasilei-ra de Artes e Apoio Ecológico), o Cecor– Centro de Estudos da Cor lançou umnovo produto para facilitar a escolha de

cores combinadas em trabalhos gráfi-cos. Impresso em cartão rígido e bati-zado de Fazendo Harmonias e Misturade Cores, o guia conta com 72 cores eum disco giratório que permite ao usuá-rio compor diferentes acordes cromáti-cos. Também é possível obter 60 tonali-dades a partir da mistura de doze corescom cinza, branco e outras três coresprimárias. Coordenado pelo designerNelson Bavaresco, o disco acompanhafolheto de instruções e pode ser solici-tado na Caetano Material do Artista.(11) 3255-0990 [email protected]

Atualização mais em contaA Adobe Systems Brasil anunciou dois planos especiais para aquisição donovo Adobe Creative Suite. A idéia é fornecer descontos para quem já adqui-riu uma cópia do mais conhecido produto Adobe, o Photoshop. As condiçõesdiferenciadas estão estendidas a quem comprou o produto isoladamente ouem pacotes Adobe Collection. Na promoção, o Adobe Creative Suite PremiumEdition sai por 1 125 dólares. Já a Standard Edition pode ser adquirida por853 dólares. “Queremos incentivar a atualização de nos-sos clientes para produtos mais completos e com recur-sos que garantirão ganho de qualidade e produtivida-de”, declara Luís Maian, profissional de marketing daempresa. Para os demais clientes, o preço sugeridopara a versão premium é 1 700 dólares, e para a stan-dard, 1 368 dólares. 0800 161009www.adobe.com.br � [email protected]

Page 34: Revista EmbalagemMarca 053 - Janeiro 2004

AlmanaqueIdéia do paciente inglês

rier, um médico que estudava te-rapias termais. Um paciente in-glês de Perrier, o aristocrata SirSt-John Harmsworth, gostou tan-to daquela água que comprou anascente e a rebatizou com o so-brenome do doutor. Pouco de-pois, em 1903, estreava na Euro-pa a famosa garrafa de vidroverde da água mineral Perrier,que se tornaria sua marca regis-trada. A embalagem foi idéia deHarmsworth: sua forma remetiaà das clavas indianas que o in-glês utilizava em sessões de fisio-terapia, pois ele ficara paralíticoem um acidente de automóvel.Em tempo: a obra ao lado é doguru da pop-art Andy Warhol.

Uma simplória tira de papel,com a inscrição de seu sobre-nome, foi a primeira embala-gem que o alemão HenriqueWickbold utilizou para emba-lar os pães de centeio que co-meçou a fabricar em 1938,numa pequena padaria insta-lada na garagem de sua casa,em São Paulo. Mesmo que não

Rubrica, o primórdio da marca forte

Aos que indagam de onde vem o nome da mul-tinacional Sonoco, a origem é simples. Hojegrande provedora de embalagens, inclusive noBrasil, onde atua através de uma joint-venturecom a For-Plas, a empresa foi fundadaem 1899 em Hartsville, no Estadoamericano da Carolina do Sul, comoThe Southern Novelty Company. Noinício, produzia rolos cônicos de papeldestinados a carregar fios para a in-dústria têxtil (foto). Com a diversifica-ção de atividades e da linha de produ-

tos, a companhia resolveu mudar de nome em1923 para Sonoco, usando as duas letras iniciaisde cada palavra do nome original. Já o desenhodo “S” que marca o seu logotipo desde 1964 e

que pouco foi alterado desde então,foi escolhido em parte por representara mais básica tecnologia da empresa:o papel correndo em espiral por umcilindro, base da manufatura tantodos transportadores de fios quantodas latas cartonadas multifoliadas quehoje ela distribui com sucesso.

A sabedoriamandou ficar

O exótico nome de um dos fárma-cos mais tradicionais do Brasil, apomada Minancora, criada em1913, nada mais é que uma combi-nação de substantivos. Ele une Mi-nerva, a deusa grega da sabedoria, àpalavra âncora, uma alusão à deci-são do inventor do produto, o far-macêutico português Eduardo Au-gusto Gonçalves, de permanecer noBrasil. Essa mistura também é ex-plicitada visualmente na embala-gem da pomada, que durante muitotempo foi de aço e que, em 1992,migrou para o plástico: nela, um de-senho mostra a deusa escoradanuma grande âncora.

E no início eram rolos

Já nos tempos do Império Roma-no sabia-se da qualidade daágua de uma certa nascente cha-mada Les Bouillens, situada emVergèze, na França. Em 1863, oentão imperador Napoleão IIIpermitiu o desenvolvimento des-sa fonte, direito que trinta anosdepois foi passado a Louis Per-

propositalmente, o empresáriocomeçara ali, assinando os en-voltórios de seus filões de pão,a construir a imagem da marcaque hoje, quase70 anos depois, éuma das principaisentre a indústriapanificadoranacional.

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