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ENCEFALOPATIA DE WERNICKE
Síndrome neuropsiquiátrica aguda comum NISTAGMO/ OFTALMOPLEGIA MUDANÇAS NO ESTADO MENTAL INSTABILIDADE POSTURAL/ MARCHA
16%
Deficiência de TIAMINA (Vitamina B1) Tiamina pirofosfato – coenzima essencial vias
metabólicas cerebrais
1881- Carl Wernicke: poliencefalite hemorrágica superior aguda
1940- Campbell e Russell: deficiência de tiamina como fator causal
ENCEFALOPATIA DE WERNICKE
Dose diária: 1,4mg/dia Maior demanda em crianças, doentes
críticos, gestantes/ lactentes Absorvida no DUODENO Transporte passivo e ativo na barreira
hemato-encefálica SUBDIAGNÓSTICO
ENCEFALOPATIA DE WERNICKE
EPIDEMIOLOGIA Estudos clínicos: 0,04-0,13% Estudos autópsia; 0,8-2,8%
75-80% adultos sem diagnóstico 58% crianças
Alcoolistas/ AIDS 1,7♂:1♀ Mortalidade 17%
80% sobreviventes – Síndrome de Korsakoff
ENCEFALOPATIA DE WERNICKE
GENÉTICA TKTL1/ SLC19A2/ cromossoma 5q33 Enzima variante – transquetolase de baixa
afinidade pela tiamina diminui oferta ao SNC
Fator de risco para EW Transmitida às gerações Interação com ambiente e dieta
ENCEFALOPATIA DE WERNICKE FISIOPATOLOGIA
Lesões cerebrais em regiões vulneráveis: 2-3 semanas
Lesões estruturais irreversíveis sequelas/ morte Células gliais e neuronais: Tiamina pirofosfato: coenzima
Metabolismo CH (ATP), lipídios (mielina), produção de neurotransmissores AA/GLC (GABA)
Condução e sinapse serotoninérgica/ colinérgica
Diminuição do uso de glicose/ metabolismo energético celular (astrócitos)
Glutamato/ Lactato toxicidade Gradiente iônico Permeabilidade da barreira hematoencefálica Acidose/ Radicais livres/ NO/ Citocinas
ENCEFALOPATIA DE WERNICKE
NEUROPATOLOGIA 100%: núcleo talâmico dorsal medial
bilateral 50%: periaquedutal/ corpos mamilares/
tálamo medial 33%: verme superior/ cerebelo
Alterações histopatológicas Congestão Pequenos pontos hemorrágicos Espongiose
ENCEFALOPATIA DE WERNICKE
ESPECTRO CLÍNICO Cardiovascular
Comum: alto débito - IC, ortopnéia, EAP, edema periférico Rara: baixo débito – hipotensão severa, acidose lática
Neurológico Deficiência aguda grave: Wernicke Deficiência prolongada moderada: polineuropatia
periférica BERIBERI
Crianças 2/12m– mães com deficiência B1/ fórmulas soja Cardiomiopatia, ausência de ROT, vômitos/diarréia,
nistagmo/oftalmoplegia, sintomas respiratórios, afonia, inquietação
ENCEFALOPATIA DE WERNICKE
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Sintomas inespecíficos Alterações estado mental – 82%
Confusão coma/ morte Corpos talâmicos e mamilares
Anormalidades oculares – 29% Nistagmo, paralisia de músculos oculomotores, olhar fixo
conjugado, FR pupilar lenta, anisocoria, hemorragias retinianas Tegumento pontino e núcleos oculomotor e abducente
Anormalidades marcha/ equilíbrio – 23% Verme cerebelar
19% sem sintomas da tríade Hipotensão, taquicardia, hipotermia, convulsões, perda
auditiva 16% tríade
ENCEFALOPATIA DE WERNICKE
EVOLUÇÃO TEMPORAL ??? Sintomas inespecíficos (subclínica)
TRÍADE + paresia espástica, hipertermia, hipertonia/ rigidez nuca e lombar, coréia
IDENTIFICAÇÃO Tríade 2 sinais + deficiências dietéticas Aumentou Sensibilidade e Especificidade
Wernicke + amnésia grave estável= Korsakoff
SÍNDROME DE KORSAKOFF
Perda desproporcionada de MEMÓRIA em relação às outras funções cognitivas
Resultante da deficiência de tiamina Perda crônica de memória relacionada ao trabalho Pequena perda de memória de referência Memória anterógrada Associada à encefalopatia de Wernicke
(resolução) Tratamento precoce PREVINE, mas a síndrome
instalada NÃO responde à reposição DEGENERAÇÃO TALÂMICA E CORPOS MAMILARES
+ ATROFIA LOBO FRONTAL
ENCEFALOPATIA DE WERNICKE
DIAGNÓSTICO Suspeição clínica Difícil ≠ embriaguez Sem exame específico
Dosagem de tiamina sérica/ atividade de tranquetolase Cromatografia eritrócitos LCR – aumento de proteínas EEG – retardo ritmo dominante RNM – MÉTODO MAIS VÁLIDO – 58%
S:53% / E:93% EXCLUI Aumento de sinal em T2 simétrico bilateral: tálamo
paraventricular, hipotálamo, corpos mamilares, periaquedutal, piso do 4ºV, linha média cerebelar
Espectroscopia/ Difusão RESPOSTA AO TESTE TERAPÊUTICO
ENCEFALOPATIA DE WERNICKE
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS Infarto paramediano do tálamo Ventriculoencefalite Síndrome de Miller-Fisher (oftalmoparesia, ataxia e arreflexia) Linfoma cerebral primário Doença de Beçhet EM Doença de Leigh (encefalomielopatia necrosante subaguda) Encefalite paraneoplásica Hipofosfatemia severa Intoxicação brometo de metila (gás/ solo)
ENCEFALOPATIA DE WERNICKE
MANEJO É uma emergência médica! Reposição IV ou IM imediata
500mg em 100mL de SF em 30min 3x/dia por 2-3 dias
Resposta: 250mg/dia por 3-5 dias ou até que a melhora cesse
Sem resposta: descontinuar Doses inadequadas = sequelas irreversíveis/ morte Mortalidade 20% Cronificação – Korsakoff: 85%
Profilaxia: 250mg IM por 3-5 dias Usar SEMPRE ANTES de repor glicose
ENCEFALOPATIA DE WERNICKE
MANEJO Recuperação
Oftalmoplegia – horas Nistagmo residual 60%
Ataxia – dias Estado mental – 2 a 3 semanas
Corrigir também NIACINA e MAGNÉSIO Reposição oral – 30mg 12x12h por meses Repor sempre que coma/ estupor + hipo ou
hipertermia + taquicardia + hipotensão severa de causa desconhecida
Efeitos adversos – prurido, irritação local, anafilaxia
ENCEFALOPATIA DE WERNICKE
CONCLUSÕES Qualquer condição nutricional que predisponha
deficiência de TIAMINA pode causar EW A prevalência é mais alta que a estimada Há subdiagnóstico relacionado à baixa suspeição
clínica, sintomas inespecíficos e ausência de exame definitivo
Há predisposição genética a EW Resposta ao tratamento é diagnóstica RNM é o método de escolha O tratamento deve ser imediato Avanços: identificação dos predispostos/ profilaxia/
tratamento eficaz para Korsakoff