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Índice

1 - Introdução ------------------------------------------------------------------------------------------ 4

2 - Análise da situação actual a região Centro ------------------------------------------------ 5

2.1 - Indicadores relativos ao contexto socio-económico da região --------------------- 5

2.1.1 - Ruralidade ------------------------------------------------------------------------------------- 5

2.1.2 - Demografia ------------------------------------------------------------------------------------ 5

2.1.3 - Economia – motores económicos, produtividade e crescimento ---------------- 5

2.1.4 - Mercado de trabalho ------------------------------------------------------------------------ 6

2.1.5 - Utilização do território ---------------------------------------------------------------------- 6

2.1.6 - Pontos fortes e pontos fracos ------------------------------------------------------------ 9

2.1.7 - Necessidades e potencial de desenvolvimento rural ------------------------------- 9

2.1.8 - Análise territorial – A visão dos espaços sub-regionais --------------------------- 12

2.2 - Indicadores relativos ao desempenho dos sectores agrícola, agro-

alimentar e florestal ---------------------------------------------------------------------------------- 14

2.2.1 - Agricultura ------------------------------------------------------------------------------------- 14

2.2.2 - Floresta ---------------------------------------------------------------------------------------- 15

2.2.3 - Capital humano, espírito empresarial -------------------------------------------------- 15

2.2.4 - Sector cooperativo --------------------------------------------------------------------------- 15

2.2.5 - Potencial de inovação e de transferência de conhecimento --------------------- 16

2.2.6 - Qualidade e cumprimento das normas ------------------------------------------------ 16

2.2.7 - Pontos fortes e pontos fracos – diagnóstico resumido ----------------------------- 19

2.2.8 - Necessidades e potencial de desenvolvimento rural ------------------------------- 23

2.3 - Indicadores relativos ao ambiente e gestão do espaço rural ----------------------- 27

2.3.1 - Zonas em risco de abandono ou marginalização ----------------------------------- 27

2.3.2 - Biodiversidade e paisagem --------------------------------------------------------------- 27

2.3.3 - Água -------------------------------------------------------------------------------------------- 27

2.3.4 - Solos -------------------------------------------------------------------------------------------- 28

2.3.5 - Bem-estar animal ---------------------------------------------------------------------------- 28

2.3.6 - Energias renováveis ------------------------------------------------------------------------ 28

2.3.7 - Floresta ----------------------------------------------------------------------------------------- 29

2.3.8 - Pontos fortes e pontos fracos - diagnóstico síntese -------------------------------- 31

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2.3.9. Necessidades e Potencial de desenvolvimento rural ------------------------------- 33

2.4 - Indicadores relativos à economia rural e qualidade de vida ------------------------ 36

2.4.1 - Economia rural ------------------------------------------------------------------------------- 36

2.4.2 - Criação de oportunidades de emprego alternativo --------------------------------- 36

2.4.3 - Turismo ---------------------------------------------------------------------------------------- 37

2.4.4 - Artesanato ------------------------------------------------------------------------------------- 37

2.4.5 - Serviços nas zonas rurais ----------------------------------------------------------------- 37

2.4.6 - Necessidade de infra-estruturas --------------------------------------------------------- 37

2.4.7 - Património cultural e ambiente construído nas aldeias ---------------------------- 37

2.4.8 - Capacidade local para o desenvolvimento -------------------------------------------- 37

2.4.9 - Pontos fortes e pontos fracos ------------------------------------------------------------ 42

2.4.10 - Necessidades e potencial de desenvolvimento rural ----------------------------- 44

2.5 - Indicadores relativos ao LEADER --------------------------------------------------------- 46

2.5.1 - Território --------------------------------------------------------------------------------------- 46

2.5.2 - Parcerias -------------------------------------------------------------------------------------- 46

2.5.3 - Estratégias de desenvolvimento local -------------------------------------------------- 46

2.5.4 - Pontos fortes e pontos fracos ------------------------------------------------------------ 49

2.5.5 - Necessidade e potencial de desenvolvimento rural -------------------------------- 51

3 – Operacionalização da estratégia na região centro --------------------------------------- 53

4 - Estratégia de desenvolvimento rural para a região centro------------------------------ 57

4.1 - A visão para a região centro ---------------------------------------------------------------- 58

4.2 - Linhas de orientação estratégica ---------------------------------------------------------- 58

4.3 – Objectivos estratégicos ---------------------------------------------------------------------- 59

5 – O cenário em 2013------------------------------------------------------------------------------- 68

6 – Estratégias Temáticas--------------------------------------------------------------------------- 72

7 – As Fileiras Estratégicas ------------------------------------------------------------------------

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1. Introdução A configuração da região Centro foi condicionada, na sua origem, por um quadro físico difícil, sendo constituída por um conjunto de espaços sub -regionais há muito identificados em função da sua coerência física, económica e social: Baixo Mondego, Baixo Vouga, Beira Interior Norte, Beira Interior Sul, Cova da Beira, Dão Lafões, Pinhal Interior Norte, Pinhal Interior Sul, Pinhal Litoral e Serra da Estrela. Ocupando cerca da quarta parte da superfície do país e 17 % da respectiva população, a região Centro é, assim, um território muito diversificado do ponto de vista dos recursos naturais, da estrutura económica e da distribuição da população, o que coloca desafios muito particulares nos domínios da competitividade e da coesão territorial, do ordenamento e do ambiente. A região Centro detém uma posição estratégica para a estruturação do território nacional, suporta-se num sistema urbano multipolar e possui recursos essenciais, em particular hídricos e florestais, para o desenvolvimento do país. A proposta de operacionalização do Plano de Desenvolvimento Rural e particularmente a estratégia para a Região Centro deverá constituir uma oportunidade para construir “novos consensos” em torno de uma “nova visão” para a região, particularmente nas sinergias a potenciar em torno do Quadro de Referência Estratégico Nacional e do Programa Operacional da Região Centro. As lhas de competitividade sectorial associadas em geral ao regadio, à floresta ou à dos produtos de qualidade diferenciada, são elas próprias tributárias do desenvolvimento da economia da região e do país. Constituindo a promoção da competitividade a espinha dorsal do Programa de Desenvolvimento Rural, entendemos que a explicitação dessa estratégia à realidade da região Centro deve centra-se principalmente na aposta da especificidade e diferenciação dos produtos e não na tentativa de afirmação com base exclusiva no preço , para a qual não temos escala de produção. As intervenções a desenvolver no eixo II e III devem constituir contributos para uma verdadeira refuncionalização dos sistemas produtivos locais, mais do que instrumentos de compensação e atenuação das suas fragilidades Nesse sentido o enquadramento prioridades regional para as estratégias locais na região passa por colocar o turismo como “driver” económico da relação ambiente, turismo e agricultura como principal factor promotor da criação de riqueza e de protecção e valorização dos recursos naturais e culturais. A operacionalização dos objectivos de política de desenvolvimento agrícola e rural que prosseguimos com o Plano de Desenvolvimento Rural, devem eles próprios enquadrar-se no que constitui a rede urbana multipolar estruturada em torno de pólos urbanos que constituem as suas âncoras de desenvolvimento. Devem sobretudo funcionar em estreita articulação e complementaridade com os restantes instrumentos de política a intervir no território. A agricultura deixou de ser na maior parte do território da região Centro o motor de estruturação do económico e do social razão pela qual as intervenções, sobretudo no eixo III e IV, para além do seu carácter de complementaridade, devem potenciar as oportunidades que os vários sistemas urbanos proporcionam.

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2.Análise da situação actual na Região 2.1. Indicadores relativos ao contexto socio-económico da região 2.1.1.Ruralidade Na região centro, 90,4% da superfície é considerada zona rural de acordo com a metodologia da OCDE adaptada para Portugal. É a segunda região a seguir ao Alentejo com maior peso da ruralidade. Na sua maior parte as áreas rurais inserem-se em zonas desfavorecidas (90%). Existem apenas 48 freguesias com pelo menos um pólo urbano com mais de 15 000 habitantes. 2.1.2.Demografia As zonas rurais apresentam uma reduzida densidade populacional, 51,3 habitantes/Km2, registando uma perda de população, em consequência da diminuição do escalão dos mais jovens (com menos de 15 anos, - 22,8% entre 1991 e 2001). O escalão dos mais idosos cresceu de importância (mais de 65 anos, + 17,3% entre 1991 e 2001). O saldo migratório é, por sua vez, positivo, quer nas zonas rurais (5,3%) quer na Região Centro (5,2%). A estrutura etária por sexo apresenta um equilíbrio entre homens e mulheres, e é semelhante em qualquer uma das zonas. Em termos de acessibilidades, as zonas rurais, em média, estão a uma distância ao urbano mais dinâmico superior à média da região (20 para 13 minutos). 2.1.3.Economia – motores económicos, produtividade e crescimento Os diferentes sectores mantêm, em termos do produto, a mesma posição relativa nas três zonas consideradas (Continente, Região Centro e Zonas Rurais desta região). O sector terciário é o que tem maior peso. Contudo, nas zonas rurais, é significativamente reduzido quando comparado com os valores médios da região e do Continente, mas é o sector que mais cresceu (7,1%), sobretudo nas zonas rurais (7,5%). O sector primário, tal como na região, decresceu nas zonas rurais (- 3,2%). Nas zonas rurais a percentagem do VAB do sector primário (6,1%) é superior à da região (3,7%), sendo esta muito próxima da do Continente (3,4%). O sector secundário apresenta um peso relativo muito aproximado entre o das zonas rurais (32,7%) e o da região (33,9%). A evolução do VAB nos diferentes sectores, entre 1995 e 2003, mostra que nas zonas rurais se verificam taxas de crescimento ligeiramente acima das verificadas na região, tanto no sector secundário como no terciário. A produtividade da economia das zonas rurais é ligeiramente inferior à registada na região e significativamente menor que a média do Continente.

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Quanto à sua evolução, os sectores secundário e terciário apresentam acréscimos ligeiramente superiores nas zonas rurais relativamente à região, mas significativamente inferiores aos do Continente em todos os sectores. 2.1.4.Mercado de trabalho O mercado de trabalho nas zonas rurais apresenta ainda um peso significativo do sector primário (26,5%), sendo significativamente superior à da região e mais do dobro da média do Continente, não obstante ter sido este o único sector com uma variação negativa entre 1995 e 2003. O emprego nos outros dois sectores aumentou ligeiramente, sobretudo no sector terciário e nas zonas rurais. A taxa de desemprego nas zonas rurais é ligeiramente superior à da região. A única situação em que a taxa de desemprego nas zonas rurais é percentualmente mais acentuada que a da região é no desemprego feminino (8,4%) sobretudo quando comparado com o desemprego masculino (3,8%). A taxa de empregabilidade nas zonas rurais é ligeiramente inferior à da região e à média do Continente e é significativamente maior na população masculina. A empregabilidade feminina nas zonas rurais é significativamente inferior à da região e à do Continente. No que respeita aos níveis de competências, verifica-se que estes são significativamente baixos quando comparados com a média do Continente. 2.1.5.Utilização do território No que respeita às diferentes classes de uso, quando se comparam os valores da região com o Continente, verifica-se uma expressão menor das áreas artificiais e agrícolas e uma maior percentagem de áreas florestais e naturais, registando-se nas áreas artificiais, a maior variação no sentido do aumento destas. No entanto a sua evolução, entre 1985/1987 e 2000, evidencia um aumento significativo de áreas artificiais e um decréscimo global das áreas agrícolas e florestais. A área média das explorações agrícolas é baixa (5,1 ha), cerca de metade da existente no Continente (10,8 ha). A evolução tem sido positiva mas, inferior à registada no Continente.

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Ruralidade

Importância Peso das áreas rurais no Continente % Área 1999 - 90,4 100,0

Densidade Populacional nas zonas rurais N.º habitantes/km2 hab/km2 2001 - 75,2 51,3

Pólos urbanos Freguesias com pelo menos um pólo urbano com mais de 15 000 habitantes n.º 2001 319 48 -

Zonas desfavorecidas Importância territorial % 1999 81,4 81,7 90,0

DemografiaDensidade Populacional N.º habitantes/km2 hab/km2 2001 110,0 75,2 51,3Evolução da População Variação da População 1991-2001 % 1991-2001 5,3 3,4 -0,3Estrutura etária

<= 14 anos (em % da pop. Total) 2001 15,8 15,0 14,515-64 anos (em % da pop. Total) 2001 67,7 65,6 63,3> 65 anos (em % da pop. Total) 2001 16,5 19,4 22,3<= 14 anos (var. 91/01) 1991-2001 -19,9 -21,5 -22,815-64 anos (var. 91/01) 1991-2001 1,7 2,0 1,6> 65 anos (var. 91/01) 1991-2001 20,4 16,8 17,3Homens 2001 48,3 48,1 48,2Mulheres 2001 51,7 51,9 51,8

Emigração vs Imigração Saldo migratório ‰ 2004 4,6 5,212 5,299Afastamento/Acessibilidades Distância ao urbano mais dinâmico, (Territórios rurais) minutos 1997 9 13 20

Densidade da rede viária km/km2 0,74 0,78 0,77EconomiaActividades económicas (motores)

Repartição do VABpbPrimário 3,4 3,7 6,1Secundário 25,4 33,9 32,7Terciário 71,2 62,4 61,2

CrescimentoEvolução do VABpbPrimário 1,4 -3,2 -3,2Secundário 2,4 5,2 5,8Terciário 3,0 7,1 7,5

Produtividade economia 23.487 19.551 16.869Produtividade por sectorPrimário 8.922 4.426 3.903Secundário 20.607 20.779 18.650Terciário 27.210 23.552 23.501Evolução da produtividade por sectorPrimário Taxa de evolução no período % 1995-2003 24,5 -2,3 -2,4Secundário 28,7 4,0 4,6Terciário 44,0 4,7 5,0

Distribuição

Evolução

Centro

Região Z. Rurais da Região

Euro/empregado

Estrutura por sexo

Peso dos sectores e da agricultura (no total)

Produtividade trabalho (VABpm/empregado)

Taxa de crescimento anual do VABpb (preços 95)

CONTEXTO SÓCIO-ECONÓMICO GERAL (DOMÍNIOS)

Indicadores Base - Quadro 1

ContinenteAnoUnidadesDescrição

%

2003

1995-2003

%

% VAB

%

2003

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EmpregoEstrutura do emprego

Primário 10,0 16,3 26,5Agricultura 9,0Secundário 30,0 31,9 29,6Terciário 60,0 51,8 43,9Evolução do empregoPrimário -10,1 -0,9 -0,9Secundário 6,5 1,2 1,2Terciário 19,2 2,3 2,4Actividade da população Taxa de actividade (pop. Activa/pop. Tot.) % 2004 49

Estrutura desemprego Total Taxa de desemprego 2001 6,8 5,7 5,8Homens Taxa de desemprego masculino 2001 5,3 4,0 3,8Mulheres Taxa de desemprego feminino 2001 8,7 7,9 8,4< 24 anos Taxa desemprego <24 anos (em % do tot. Do escalão etário) 2004 15,7Procura de 1º emprego Homens Desempregados à procura de 1º emprego 2001 18,2 18,9 17,7 Mulheres Desempregados à procura de 1º emprego 2001 23,2 26,7 28,0Longa Duração (Portugal) Taxa desemprego longa duração 2001 1,7 1,31 1,35

Estrutura do emprego por sexo (15-64 anos)Total Taxa de empregabilidade % 2001 64,4 59,7 59,1

Utilização do TerritórioUso do solo

Situação actualArtificial 2,7 1,9 1Agrícola 47,9 33,8 30,3Florestal 27,4 34,6 30,7Natural 20,7 28,7 27,9Evolução do uso do soloArtificial 41,2 34,9 44,1Agrícola -1,9 -1,3 -1,2Florestal -1,5 -2,8 2,8Natural 2,3 3,2 3,2

Centro

Descrição Unidades Ano Continente Região Z. Rurais da Região

%

%

CONTEXTO SÓCIO-ECONÓMICO GERAL (DOMÍNIOS)

Indicadores Base - Quadro 1 (continuação)

Importância do emprego nos diferentes sectores e na agricultura

Taxa de evolução no período

Variação das classes de uso do solo 1985/87-2000

% P Activa

2000

2004/2003 (Z.R.)

% áreaImportância das diferentes classes de uso do solo(em % da área do território)

% área

1995-2003

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2.1.6. Pontos Fortes e Pontos Fracos Da análise dos indicadores relativos aos diferentes domínios do contexto socio-económico geral, identificam-se um conjunto de pontos fortes da região e pontos fracos, que se apresentam no Quadro 2. Esta abordagem, dos pontos fortes/fracos da Região é desenvolvida no âmbito da Ruralidade, População, Economia, Emprego e Utilização do Território. 2.1.7 Necessidades e Potencial de desenvolvimento rural No âmbito do contexto socio-económico da região e tendo por base os pontos fortes e fracos foram identificadas as necessidades e o potencial de desenvolvimento rural associado, constantes no Quadro 3.

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Existência de património natural, construído e cultural de elevada qualidade em extensas áreas

Extensas áreas em zonas desfavorecidas (90% das Zonas Rurais e 81,7% da Região Centro em Zona Desfavorecida )

Expressão significativa do peso social da agricultura na população rural (mais de 60% dos agregados domésticos são detentores de uma exploração agrícola) Extensas áreas rurais ( 90,4% da área na Região Centro)

Existência de pólos Urbanos dinamizadores do mundo rural ( Coimbra, Castelo Branco, Aveiro, Leiria, Viseu, Covilhã, Guarda, Fundão, Figueira da Foz)

Existência de massa crítica com níveis superiores de qualificação e capacidade de aplicação e difusão da informação e conhecimento

Envelhecimento e crescimento médio negativo da população das zonas rurais ( - 0,3 %)

Boas acessibilidades, com redução do tempo médio de deslocação Muito baixa densidade populacional nas áreas rurais (75,2 hab/Km2)

Crescimento da população (3,4% na Região) e saldo migratório positivo (5,2 por 1000) Baixo nível de instrução da maioria da população (nível básico)

Forte diversidade de recursos naturais, culturais e paisagísticos Forte heterogeneidade do binómio coesão - competitividade territorial

Redução de custos de contexto na actividade das empresas Baixa produtividade de trabalho no sector primário (VAB/pm/empregado)

Existência de recursos naturais para a exploração de energias renováveis Tecido empresarial frágil, com fraca internacionalização

"Interior Agro-Industrial" especializado no sector Agro-Alimentar

"Litoral Industrial" com um PIB pc superior à média da região

Taxa de desemprego na região (5,7%) inferior à verificada para o Continente (6,8%) Peso elevado do emprego no sector primário nas Zonas Rurais (26,5%)

Aumento da instrução e qualificação da mão de obra Baixos índices de instrução e qualificação da mão-de-obra

Peso significativo de áreas florestais (cerca de 40% no total da região) com potencial de exploração muito diversificado;Peso significativo de áreas incluídas na Rede Natura 2000, com instrumento financeiro de apoio à sua gestão. Crescente abandono de solos agrícolas

Quadro 2 - Pontos Fortes e Pontos Fracos

Emprego

Utilização do Território

Pontos Fracos da Região

Ruralidade

População

Economia

CONTEXTO SÓCIO-ECONÓMICO GERAL

(DOMÍNIOS)Pontos Fortes da Região

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Promoção da atractibilidade do património natural e construído (espécies,habitats, paisagem; equipamentos, infraestruturas em aglomerados urbanos,vilas e aldeias)

Reforço da atractibilidade das Zonas Rurais através de incentivos aoinvestimento produtivo em actividades diversificadasRedimensionamento e viabilização económica das explorações agro-florestais

Reconhecimento do valor das funções ambientais prestadas pelos sistemas produtivos tradicionais

Elevado potencial de valorização e oferta conjunta de produtos com especificidades regionais

Aumento dos níveis de qualificação e formação profissional direccionadaElevado potencial de melhoria da qualidade dos serviços prestados,particularmente no sector terciário (alojamento, restauração, transportes,amenidades)

Políticas de fixação de população em áreas rurais

Promoção da eficiência energética, com aposta nas energias renováveis Desenvolvimento de novas oportunidades de negócio decorrentes deactividades emergentes (energias renováveis, turismo da natureza), danecessidade de cumprimento de normas e directivas comunitárias (ambiente,saúde e segurança alimentar) e do aumento da e

Diversificação do emprego

Adequação da formação dos RH ao mercado de trabalho

Perspectivar o ordenamento e utilização estratégica do território Elevado potencial de valorização dos recursos naturais, patrimóno e infraestruturas construídas

Potencial de Desenvolvimento Rural da Região

Ruralidade

População

CONTEXTO SÓCIO-ECONÓMICO GERAL (DOMÍNIOS)

Elevado potencial turístico

Quadro 3 - Necessidades e Potencial de Desenvolvimento Rural

Emprego

Utilização do Território

Necessidades da Região

Economia

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2.1.8 – Análise territorial – a visão dos espaços sub-regionais1 Como referido a região Centro é constituída por um conjunto de espaços sub-regionais com identidades próprias e muito diferenciadas, pelo que a análise de contexto e as opções estratégicas devem reflectir tanto quanto possível a sua própria organização e as tendências de desempenho dos seus territórios. Organizamos assim a súmula da nossa análise em quatro grandes espaços : o Centro Litoral, Dão – Lafões, Beira Interior e Pinhal Interior.

Dão – Lafões

o Região com uma fraca dinâmica demográfica, tem na cidade de Viseu o centro polarizador de uma dinâmica de crescimento associada a pólos urbanos de menor dimensão (Mangualde, S. Pedro do Sul, Tondela e Nelas). Apesar do reforço da tendência de desenvolvimento a dinâmica demográfica aponta para perda de população (10 % até 2020).

o A região tem vindo a revelar uma tendência de crescimento e reforço do seu peso na economia nacional (1,7 % do PIB, para 2,8 % da população 3,8 % da área). O PIB per capita representa cera de 63 % da média nacional.

1 Dados estatísticos referidos no Plano Nacional de Ordenamento do Território

O Centro Litoral

o Eixo de grande dinamismo industrial – entre Leiria e Aveiro – com

extensão para o interior em direcção a Viseu. Representa cerca de 10 % do PIB do país, 9,5 % da população e 6,1 % da área. Com cerca de 13 % do valor das exportações e com tendência crescente.

o Um dos principais factores limitantes reside no insuficiente desenvolvimento dos serviços, sobretudo nas áreas da investigação, desenvolvimento e inovação como elemento de suporte fundamental à competitividade da região.

o Na área agrícola este território apresenta grandes potencialidades em várias fileiras, não deixando no entanto de estar sujeito a problemas de vária natureza como sejam a pressão urbana no caso da produção de leite, as externalidades negativas em termos de impacto ambiental em várias actividades.

o No domínio agro-florestal esta é uma das regiões da região que mais exposta está às incertezas resultantes daquilo que resultar das negociações no âmbito da Organização Mundial de Comércio e do consequente grau de liberalização das trocas a nível mundial.

o De qualquer modo os cenários prospectivos feitos no âmbito do Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território apontam para um reforço do peso desta região no contributo que dará ao crescimento do PIB nacional, onde não é despiciendo o contributo do do sector agro-florestal, sobretudo no cluster floresta/papel.

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o A agricultura tem um peso significativo nesta região mas apresenta uma grande fragilidade competitiva apesar de encerrar em si potencialidades de desenvolvimento associadas sobretudo à capacidade de diferenciação dos seus produtos.

o Os cenários económicos de desenvolvimento encerram sérios problemas de suporte à base económica do território sobretudo porque muito do sector secundário está ainda suportado na construção civil e o sector terciário que deverá servir de motor ao desenvolvimento da região necessita de procura ou financiamento externo (financiamento público /ensino superior) para se afirmar.

o A dinâmica agro-florestal deverá passar para além da estruturação das fileiras estratégias em termos de competitividade, sobretudo pela tercearização e refuncionalização da actividade e dos espaços agro-florestais como factor de suporte à sua manutenção e crescimento.

Beira Interior

o Inclui as NUT’s Beira Interior Norte, Cova da Beira, Serra da Estrela e Beira Interior Sul. Trata-se de uma sub-região com estruturas demográficas muito envelhecidas e em forte perda demográfica, com excepção dos concelhos associados aos eixos de comunicação. Redução de 15 % até 2020.

o Este espaço representa 2,3 % do PIB nacional com 3,1 % da população e 11 % da área. Suporta algum do seu dinamismo industrial em actividades com forte componente de mão-de-obra, o que se está a traduzir em deslocalização e redução do emprego.

o O Parque Natural da Serra da Estrela, o património arqueológico do Vale do Côa e a rede de Aldeias Históricas constituem uma oportunidade de valorização turística integrada.

o O novo quadro de acessibilidades - A23 e A25 - proporciona um quadro de estruturação de opções estratégicas no qual o complexo agro-florestal e de desenvolvimento rural se deve posicionar para dai retirar as sinergias que estes eixos proporcionam.

o O Pinhal Interior

o Inclui as NUT’s do Pinhal Interior Norte e Pinhal Interior Sul

correspondentes aos espaços interiores da região, marginais aos eixos de comunicação e às forças de estruturação que lhe estão associadas pelo que tendem a ser polarizados pelos pólos de desenvolvimento mais próximos, Leiria, Pombal, Coimbra e Viseu mais a norte para o Pinhal interior Norte e Castelo Branco e centros urbanos do médio Tejo para o Pinhal Interior Sul.

o Representam estas Nut’s, 5 % do território, 1,8 % da população e 1 % do PIB do Pais. Rápido declínio populacional, fortemente desvitalizadas e com saldos fisiológicos preocupantemente negativos prevendo-se reduções de 20 a 25 % da população até 2020, sobretudo no Pinhal Interior Sul.

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o Sem pólos urbanos suficientemente atractivos para contrariar a perda de população e com uma base económica débil assente na poli cultura e floresta com fortes handicaps estruturais, trata-se de um dos espaços mais problemáticos do país em termos de perspectivas de desenvolvimento.

o A estruturação de actividades em todos os sectores e no qual o sector florestal tem uma importância significativa, deve consolidar-se em torno do eixo de pequenos centros urbanos associados ao IC 8 (Figueiró dos Vinhos, Pedrógão, Sertã e Proença-a-Nova.

2.2 Indicadores relativos ao desempenho dos sectores agrícola, agro-alimentar e florestal 2.2.1 Agricultura Em termos de clima, as desvantagens relativas à insolação e temperaturas são contrabalançadas pela maior precipitação relativamente ao Continente. Em termos de peso na economia, a agricultura continua a ter um valor superior ao da média do Continente. Á semelhança do que acontece no Continente, verifica-se nos últimos anos, uma estagnação do VAB, uma redução da SAU e um crescimento do peso dos custos no valor da produção. Pela irregularidade da distribuição da precipitação e pela falta de regularização inter e intra anual, o regadio constitui factor determinante para que a actividade agrícola seja economicamente interessante, na região centro, de forma a que se eliminem os défices hídricos na altura de maior crescimento vegetativo. A par de um aumento na capacidade de armazenamento dos regadios públicos, verificou-se uma redução da área irrigável, superior à redução da SAU e um aumento da importância relativa das explorações sem superfície irrigável. Nas áreas regadas assistiu-se, por sua vez, a um aumento da eficiência de rega. O investimento agrícola, no período 1980-2005, registou, em termos reais, um crescimento superior à reduzida variação do produto. O acréscimo verificado do investimento no sector apenas teve reflexo no aumento da produtividade. Relativamente à estrutura do investimento, aumentou significativamente o peso dos investimentos em edifícios e plantações, mas verificou-se uma quebra nos produtos agrícolas em geral. As explorações agrícolas caracterizam-se por apresentarem uma pequena dimensão física e económica. No entanto, tem-se assistido a um ajustamento estrutural, com o aumento da dimensão média das explorações agrícolas, a uma taxa próxima da do Continente, devido, em grande parte, à redução do número de explorações de pequena dimensão. Assiste-se, em simultâneo, a uma especialização produtiva das explorações. A região apresenta uma estrutura etária dos empresários bastante envelhecida. A fraca correlação entre investimento e produto, a pequena dimensão das explorações, a pequena capacidade de rega das explorações, o envelhecimento dos empresários agrícolas, associados a uma baixa capacidade tecnológica e de gestão das explorações agrícolas constituem a essência da ainda baixa produtividade do trabalho.

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2.2.2 Floresta A região centro pelas suas características climáticas, apresenta uma situação dual em termos climáticos: boas condições para a obtenção de boas produtividades florestais e, devido à existência de défices hídricos significativos durante as estações mais quentes do ano, elevado risco de incêndios. A fileira florestal tem, nesta região uma importância relevante (34,6 % do território face a 27,4% no Continente). Para além da produção directa de produtos derivados da madeira, realçando o sector de produção de pasta e papel, os espaços silvestres encerram uma riqueza ambiental e de biodiversidade contribuindo para a multifuncionalidade do território que se multiplicam em actividades de lazer, recreio e produções alternativas (caça, pesca, mel, cogumelos). Torna-se por isso imperioso salvaguardar este património. A redução da carga combustível das florestas, a prevenção e o combate mais eficiente aos incêndios surgem, como áreas de actuação importantes, sem esquecer a utilização da biomassa na produção de energias alternativas. A dominância do sector privado com uma reduzida dimensão das explorações, dificulta o combate aos incêndios e uma gestão florestal mais eficiente. No entanto, apesar de todos os factores negativos associados à floresta, a produtividade do trabalho é elevada e continua a crescer. Uma última nota, no sentido do reforço da certificação da produção florestal como forma responsável de produzir com qualidade. 2.2.3 Capital humano, espírito empresarial Relativamente à formação agrícola, o empresário agrícola apresenta um nível de formação muito baixo, particularmente ao nível da formação completa. Esta debilidade é ainda agravada pelo baixo nível de instrução, com mais de 88% dos agricultores a não ultrapassar a instrução básica ou inferior. Relativamente à gestão da exploração, o nível é igualmente reduzido com apenas 4.2% das explorações com contabilidade organizada. Tem ocorrido uma evolução negativa no número de jovens agricultores representando estes, em 2003, apenas 6,8% do total de agricultores. Esta evolução negativa não tem permitido uma melhoria do nível médio de qualificação, de formação e de gestão empresarial associada a este tipo de agricultores. Quanto à organização dos produtores para a comercialização, verificam-se situações diferenciadas consoante o sector. O leite é o sector que apresenta um maior peso da produção comercializada através de Cooperativas, seguindo-se vinho e o azeite. Os cereais e as horto - frutícolas também têm uma parte expressiva da sua produção comercializada através de Organizações de Produtores. 2.2.4 Sector Cooperativo O sector cooperativo tem importante tradição na agricultura e no agro-alimentar na região.

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As cooperativas agrícolas foram e são determinantes para a aplicação e execução das políticas agrícolas, nacionais e comunitárias, aliando um papel de organização do sector com o do seu desenvolvimento económico, que se reflecte no volume de vendas, nível de emprego, bem como pelo número de membros, nomeadamente em sectores estratégicos relevantes. Da avaliação do seu desempenho constata-se um reforço da capacidade das cooperativas agrícolas se modernizarem e adaptarem, respondendo às regras de mercado e aos interesses organizativos do meio agrícola e rural, ao mesmo tempo que se verifica uma diversificação nas áreas de intervenção. Constata-se no entanto um deficit significativo de capacidade de gestão ao nível das estruturas dirigentes, sobretudo com insuficiência de competências nas áreas da negociação e liderança. O próprio modelo cooperativo vive hoje confrontado com um dilema relacionado com o princípio fundador da representatividade e que constitui hoje em dia em muitas circunstâncias um factor de entrave à adequação da organização às novas exigências do mercado. 2.2.5 Potencial de inovação e de transferência de conhecimento Regista-se um investimento significativo nas áreas relativas à I&DE na Agricultura, com um crescimento no último decénio, decorrendo daqui a existência de um potencial significativo para a inovação. Apesar da proximidade de uma rede de centros de conhecimento a nível regional na área do agro-florestal (Coimbra, Viseu, Castelo Branco) as ligações com as empresas e instituições são praticamente inexistentes. Do mesmo modo os projectos de I&DE promovidos pelas instituições públicas nestes últimos anos, na maioria dos casos não respondiam a necessidades concretas da produção e muito menos a dar resposta às novas tendências do consumo. É necessário clarificar o papel a desempenhar neste processo quer pelo Instituto Nacional dos Recursos Biológicos, quer pela DRAPC, e pelas redes do sistema científico e tecnológico constituído pelos pólos universitários e centros tecnológicos. 2.2.6 Qualidade e cumprimento das normas Os sistemas de qualificação e de certificação da qualidade assumem várias formas desde os referentes à qualidade mínima (Segurança Alimentar), passando por estratégias comerciais de empresas privadas (qualidade padrão ou contratada) até a sistemas em que existe uma iniciativa pública de incentivo à diferenciação. As questões relacionadas com a qualidade mínima, ou legal, dos alimentos estão concentradas nas autoridades públicas que acompanham toda a cadeia alimentar desde a produção primária, à transformação, até ao consumidor final, dentro das componentes de regulação e controlo e tendo por base a legislação comunitária e nacional. Nas operações entre privados é de assinalar que mais de 52% do comercio agro-alimentar é assegurado pela grande distribuição, sendo que estas empresas possuem sistemas de qualidade próprios na sua relação com os fornecedores, particularmente no que diz respeito à garantia da qualidade higío- - sanitária.

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É ainda de referir que a grande distribuição nacional possui também regimes de qualidade de produção diferenciada, implementados através de rotulagem própria que evidenciando preocupações ao nível da tipicidade e genuinidade dos produtos, visam sobretudo impor marcas próprias junto do consumidor. Por outro lado, a certificação de qualidade de produto e/ou empresa encontra-se regulado por autoridades públicas no que refere às normas e acreditação, estando generalizado nos maiores operadores agro-industriais o recurso a estas certificações, bem como os processo de auto controlo. Nos sistemas baseados em iniciativa pública de apoio à diferenciação é de assinalar a aplicação da regulamentação comunitária e nacional específica em que se baseiam um conjunto significativo de produtos alimentares, com designações específicas, sujeitos a regimes de qualidade que impõem regras e custos de produção mais exigentes aos seus produtores. Com efeito, existe um número elevado de produtos tradicionais com nomes protegidos através de regimes de qualificação/certificação nacionais e comunitários (caso das DOP e IGP) e uma crescente adesão a modos de produção sustentáveis (caso do modo de produção biológico). À excepção do sector do vinho, a produção diferenciada ao abrigo de regimes de qualificação e de certificação da qualidade têm uma expressão reduzida em termos de quantidade e valor face ao potencial global, embora se registem, mais recentemente, taxas de crescimento assinaláveis em alguns produtos (azeite e algumas produções animais). As dificuldades na criação de escala e na organização das produções diferenciadas acarreta insuficiente divulgação e reconhecimento dos sistemas de qualidade por parte do consumidor e, por conseguinte, uma incipiente penetração no mercado.

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AgriculturaCompetitividade

Clima Temperatura média do ar (0C) Trinténio 1961-1990 15 14Insolação (valor médio) h/ano Trinténio 1961-1990 2530 2505Insolação (valor máximo) h/ano Trinténio 1961-1990 3300 2646Percipitação média mm/ano Trinténio 1961-1990 930 1056

Regadios e outras infraestruturas Evolução da capacidade de armazenamento para agricultura e fins múltiplos (incluindo Alqueva e Pedrogão)

hm3 evolução 10 anos 4481 19

Nº explorações sem superfície irrigável % do total 2005 35,9 23Evolução das explorações sem superfície irrigável variação da % 1999-2005 7,6 7,3Área irrigável ha 2005 613 209 152914Área irrigável em proporção de SAU % 2005 17,3 26Evolução da área irrigável % 1990-2003 -23,1 -31,1Consumos médio de água por ha nos regadios públicos m3/ha 2000 8471

Estrutura das explorações Dimensão económica (DE) Explorações com DE inferior a 8 UDE (UE15) % do total 2003 86 93

Importância territorial das explorações especializadas % da SAU total 2005 69,7 74Evolução das explorações especializadas diferença percentual 1989-2005 16,3 15,7

Dimensão física Área média das explorações agrícolas (UE15) ha 2003 10,8 5,1Evolução da área média das explorações agrícolas (UE15) % 1990-2003 55,0Explorações com área inferior a 50% da média da UE (UE 15) % do total 1999 90

Produtores Nº de produtores (UE15) N.º 2005 290496 93610Riscos à actividade produtiva (catástrofes naturais)

N.º de anos de seca (num determinado período) N.º de anos 1965-2005 9 9

Capital humano e espírito empresarialFormação completa na agricultura (Portugal, UE14) % do total de agricultores 2005 0,9 0,51

Gestão da exploração Explorações com contabilidade organizada % do total de explorações 2005 7,7 4,95Evolução das explorações com contabilidade organizada variação da % 1999-2005 0,8 0,74

Organização dos produtores para a comercialização Leite Peso das cooperativas na recolha do leite de vaca % 2005 70 95

Bovinos 2005-2005 7 7,5 Ovinos e Caprinos % 2005-2006 3 4

Peso do efectivo reprodutor detido pelos agrupamentos de produtores no efectivo reprodutor total

CentroContinente

DESEMPENHO DOS SECTORES AGRÍCOLA, AGRO-ALIMENTAR E

FLORESTAL (DOMÍNIOS) Descrição Unidades Ano

Indicadores Base - Quadro 4

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2.2.7. Pontos Fortes e Pontos Fracos – Diagnóstico resumido Da análise dos indicadores relativos aos diferentes domínios no âmbito dos sectores agrícola, agro-alimentar e florestal retiram-se um conjunto de pontos fortes e fracos, que se apresentam de forma sintetizada no Quadro 5. As diferentes situações identificadas pelos estudos efectuados com objectivo de caracterização das fileiras agro-alimentares, permitiram retirar conclusões em relação aos aspectos positivos que apresentam (pontos fortes) e aos problemas e dificuldades que os afectam (pontos fracos). Referem-se de seguida, os aspectos mais relevantes das principais fileiras, de forma sintética na região Centro. Factores Limitantes

o A dimensão do nosso mercado limita-nos em termos de competitividade. A dimensão das operações em função da dimensão das produções não permite grandes ganhos de produtividade ao nível do volume/custo.

o A periferia geográfica do país é um factor desfavorável quando os custos logísticos são um factor cada vez mais importante.

o Falta de informação prospectiva aos mais diversos níveis das fileiras, incluindo os serviços públicos.

o Inexistência de estudos de mercado por fileira com base no consumidor. o Falta de matéria-prima para poder avançar para mercados globais. O facto

de as fileiras, com algumas excepções, não terem um posicionamento de mercado global conduz a uma crescente perda de competitividade no próprio mercado interno.

o Risco de abando por envelhecimento, degradação das margens de comercialização em favor da distribuição e falta de continuadores para as explorações;

o Inexistência de capacidade financeira para operar as transformações necessárias por parte de muitos produtores e operadores.

o Extrema debilidade das Organizações de Produtores e Cooperativas que se não conseguem impor na estruturação do circuito de comercialização, estando mesmo em regressão.

o Elevado número de produtores comercializando directamente ou por intermediação focados exclusivamente no mercado nacional fortemente expostos ao poder de grandes operadores.

o Pressão crescente das “commodities” no âmbito do processo de globalização.

o Existência de um elevado número de operadores com insuficiência de competências ao nível da gestão, liderança, negociação e qualificação intermédia.

Potencialidades

o Condições edafo - climáticas vantajosas para a produção de produtos de

elevada qualidade e capacidade de diferenciação.

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o Existência de protecções legais - que conferem factor de diferenciação. o Existência de agricultores com conhecimento técnico que permite a

obtenção de produtos de elevada qualidade. o Existência de infra-estruturas de apoio à comercialização, mesmo que

necessitando de modernização tecnológica. o Apetência cada vez maior do mercado para consumo de produtos com

carácter distintivo. o Existência de condições para o desenvolvimento de novas formas de

gestão profissional do espaço rural trazendo ao sector investidores institucionais com elevado nível de profissionalização e recursos financeiros.

o Estas unidades de produção devem por isso ser o mais diversificado possível, procurando integrar, sempre que possível as fileiras mais competitivas dos sectores agrícola e florestal. As áreas de protecção e de biodiversidade aparecerão integradas de forma natural e sujeitas a um plano de gestão específico no qual a redução da matéria combustível seria uma das actividades abrangidas.

o Existência de condições para garantir a gestão sustentável (social,

ambiental e económica) dos recursos florestais e silvestres dirigida para o rendimento dos produtores florestais por via de uma orientação da produção para mercados de produtos de elevado valor acrescentado (produção lenhosa para estruturas e pavimentos), integrando a exploração agrícola e florestal dos espaços onde se encontre inserida

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Clima Condições climatéricas propícias a diferentes produções Maior ocorrência de condições climatéricas extremadas (ondas de calor/chuvas torrenciais)

Produto Grande diversidade de produtos agro-pecuários com potencial de criação de valor Insuficiente dinâmica associativa

Oferta com qualidade diferenciada de produtos regionais Débil ligação entre os sistemas científico e produtivo

Disponibilidade de água para rega e potencial para aumento das áreas de regadio Deficiente aproveitamento das áreas equipadas

Existência de pontos estratégicos de água (albufeiras) para multiusos, incluindo combate a incêndios Baixa adesão dos produtores em alguns perímetros de rega colectivos

Baixa eficiência na utilização do recursoInvestimento Taxa de investimento significativa

Crescimento da área média das explorações Pequena dimensão física das explorações na generalidade da região (média de 4,6 ha de S.A.U./expl.)

Maior especialização das explorações Elevada percentagem (74% em 2005) de explorações com DE (Dimensão Económica) inferior a 8 UDE

Elevada dispersão e fragmentação das explorações agrícolasEstrutura etária dos produtores Pequena % de jovens agricultores (apenas 7% têm idade < 40 anos)

Produtividade do trabalho e da terra Crescimento da produtividade do trabalho e da terra Produtividade do trabalho no sector primário baixa (6,5€/empregado) e

inferior à do Continente (8,9/empr. em 2003)

Ocorrência de situações de seca prolongada e inundações

Percas significativas de solos por chuvas torrenciais

Erosão significativa de solos desprotegidos

Existência de entidades e núcleos de I&D (investigação e Desenvolvimento na área agro-alimentar) relevantes na região

Produto Existência de produtos regionais de qualidade diferenciada Reduzida escala na oferta de produtos regionais de qualidade diferenciada

Investimento Taxa de investimento significativa neste sector nos últimos anosProdutividade do trabalho Aumento da produtividade do trabalho

Redimensionamento empresarial

Pontos Fortes da Região

Regadios e outras infrestruturas

Dimensão média das explorações

Quadro 5 - Pontos Fortes e Pontos Fracos

Agro-Alimentar

DESEMPENHO DOS SECTORES AGRÍCOLA,

AGRO-ALIMENTAR E FLORESTAL (DOMÍNIOS)

Agricultura

Riscos à actividade produtiva (catástrofes naturais)

Pontos Fracos da Região

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Produto Oferta diversificada de produtos nas áreas florestais (madeira, resina, frutos, cogumelos, mel e plantas aromáticas, medicinais e condimentares e ainda produtos de valia recreativa e ambiental)

Elevado potencial para aproveitamento de biomassa para produção de energia

Investimento Forte dinamismo associado ao cluster do papel Investimentos pouco relevantes nas áreas florestais

Estrutura produtiva Gestão florestal profissionalizada na fileira do eucalipto Elevada pulverização da propriedade (muito pequena dimensão)

Deficiente ordenamento florestal com risco de incêndio muito elevado

Abandono das práticas agrícolas e silvo-pastoris tradicionaisProdutividade do trabalho e da terra Evolução positiva da produtividade do trabalho e da terra

Dificuldades de autofinanciamento e de acesso ao crédito

Existência de três Escolas Superiores Agrárias com oferta de formação diversificada ( Castelo Branco, Coimbra e Viseu) Défice de formação empresarial em gestão, qualidade e empreendedorismo

Existência de entidades de ensino e núcleos de investigação relevantes na região Desadequação dos Projectos de I&D às exigências do mercado e às necessidades dos agentes económicos

Insuficiente investimento das empresas em I&D

Crescimento do valor dos produtos com Denominação de Origem Protegida (DOP) Agentes económicos com insuficiente conhecimento das normas comunitárias

Elevado número de produtos com qualidade diferenciada Dificuldades de valorização dos produtos de qualidade por deficiente divulgação e desadequação de estruturas comerciais

Sector vinícola com iniciativas de internacionalização Fraca penetração nos mercados externos

Pontos Fracos da Região

Potencial de Inovação e de Transferência de Conhecimentos

Comércio externo

Floresta

Sistema Financeiro

Qualidade e Cumprimento das Normas Comunitárias

Quadro 5 - Pontos Fortes e Pontos Fracos (continuação)

Capital humano e espírito empresarial

DESEMPENHO DOS SECTORES AGRÍCOLA,

AGRO-ALIMENTAR E FLORESTAL (DOMÍNIOS)

Pontos Fortes da Região

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2.2.8. Necessidades e Potencial de desenvolvimento rural No que respeita ao desempenho dos sectores agrícola, agro-alimentar e florestal e tendo por base os pontos fortes e fracos, foram identificadas necessidades e potencial de desenvolvimento rural, constantes no Quadro 6.

Apresentam-se de forma sintética aquelas que consideramos serem as necessidades principais das fileiras estratégicas na região

o Orientação das fileiras para mercados global – volume é a palavra-chave para o que é necessário dimensão e escala de operação (estratégia de preço).

o Aposta forte na inovação de produtos e processos como única forma sustentada de criação de valor – novas tendências de consumo, proactividade face ao mercado, eficiência nos processos (estratégia de diferenciação)

o Criar um observatório permanente de mercados o Desenvolver conceitos de marcas territoriais. o Garantir segurança alimentar: HACCP, Eurepgap, Natur’s Choise, BRC,

rastreabilidade até à parcela, controlo fitossanitário. o Qualificação dos agentes das diversas fileiras desde a produção à

distribuição. o Informação e esclarecimento ao consumidor – desenvolver o conceito de

consumir produto português. o Capacidade para integrar a lógica da distribuição, que em muitas fileiras

se tornou o seu factor organizador e/ou estruturante. o Reforço da verticalização da cadeia de produção através da

contratualização com a grandes distribuição, particularmente nos horto -frutícolas.

o É absolutamente decisivo desenvolver uma estratégia nacional de inovação em que os centros tecnológicos e as universidades funcionassem simultaneamente como gestores executivos e financeiros dos projectos e funcionem simultaneamente como uma plataforma operativa de encontro das partes.

Principais oportunidades

o Incentivo à criação de marcas suportadas num sistema de qualidade nacional a implementar, com apoio à promoção do produto português em Portugal.

o Existência de apoios que permitam a definição de uma estratégia exportadora coordenada pelas organizações de produtores.

o Desenvolvimento dos sectores de 4ª e 5ª gama, para além de uma procura crescente de produtos de qualidade e de maior conveniência.

o Os produtos horto - frutícolas e os produtos com características de qualidade diferenciada estão em linha com o consumidor moderno.

o As diversidades e especificidades dos nossos sistemas produtivos permitem definir estratégias de competitividade dos nossos produtos em mercado global suportada na especificidade e não só no custo.

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AgriculturaCompetitividade

Clima Produção e Difusão atempada de informação metereológica orientada para aagricultura

Produto Actuação numa óptica de fileira com prévia articulação de interesses dos váriosagentes

Procura e atracção crescente por produtos de qualidade diferenciada ou com especificidades regionais

Redução dos custos dos factores de produção Redução dos custos de produção por via da melhoria da produtividadeServiços de apoio com quadros técnicos especializados para a colocação dosprodutos no mercado nacional e internacionalPlano de ordenamento para actividades estratégicas na regiãoPromoção da concentração da ofertaEstratégias de marketing

Aumento da eficiência de regaAumento da formação dos produtores em sistemas produtivos de regadio

Apoio à modernização/formação das entidades gestoras dos aproveitamentos hidro-agrícolas

Condições naturais para a criação de reservatórios de águas superficiais

Investimento Aumento do investimento em factores de inovação e diferenciação dos produtos

Aumento da produtividade dos produtos de qualidade

Quadro 6 - Necessidades e Potencial de Desenvolvimento Rural

Potencial de Desenvolvimento Rural da RegiãoDESEMPENHO DOS SECTORES

AGRÍCOLA, AGRO-ALIMENTAR E FLORESTAL (DOMÍNIOS)

Aproveitamento de zonas agro-ecológicas para produções com características organolécticas diferenciadas (ex: pêssego, castanha)

Regadios e outras infraestruturasElevada disponibilidade de recursos hídricos superficiais

Necessidades da Região

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Dimensão média das explorações Aumento da dimensão física e económica das explorações Aumento da mobilidade do factor terra/Crescente abandono de solos agrícolas

Dinamização do mercado de solos agrícolasEstrutura etária dos produtores Medidas para a captação de jovens para a agricultura

Produtividade do trabalho e da terra

Aumento da produtividade do trabalho e da terra

Riscos associados à actividade produtiva (catástrofes naturais)

Definição de políticas à escala adequada (nacional, regional ou local) para redução de riscos associados a catástrofes naturais (perca de solos por erosão hídrica/incêndios)

Agro-AlimentarCompetitividade

Produto Reestruturação das empresas em termos de gestão e de processos produtivos Possibilidade de aumento da oferta de matérias primas de qualidade diferenciada para as unidades agro-industriais

Actuação numa óptica de fileira - interligação entre os diferentes agentes económicos, nomeadamente os da produção e indústria

Procura crescente de produtos agro-alimentares de qualidade e diferenciados

Redimensionamento empresarialCooperação para a colocação dos produtos no mercado

Investimento Aumento do investimento em factores de inovaçãoUtilização de capacidade tecnológica instalada e subaproveitada

Produtividade do trabalho

CompetitividadeProduto Aumento ordenado das áreas florestais Elevado potencial de exploração da multifuncionalidade da floresta (madeira,

frutos, cortiça, resina, cogumelos, mel, actividades recreativas, educativas, caça, pesca)

Certificação dos produtos da floresta

Melhoria da regulamentação e controlo da actividade de exploração de cogumelos

Necessidades da Região Potencial de Desenvolvimento Rural da RegiãoDESEMPENHO DOS SECTORES

AGRÍCOLA, AGRO-ALIMENTAR E FLORESTAL (DOMÍNIOS)

Quadro 6 - Necessidades e Potencial de Desenvolvimento Rural (continuação)

Floresta

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Valor económico dos recursos associados à floresta

Reforço do associativismo para a gestão profissionalizada da floresta

Produtividade da terra e do trabalho

Reforço da produtividade da terra

Estrututa produtiva Gestão profissional de unidades mínimas de área florestal Investimento

Riscos à actividade produtiva Medidas de diminuição dos riscos e incêndio (redução da carga combustível) Possibilidade de aproveitamento da biomassa para produção de energia

Sistema Financeiro Criação de sistemas financeiros adaptados ao sector agro-florestalMelhoria das competências em gestão e empreendedorismo

Adequação dos projectos de investigação às necessidades dos agentes económicos

Aumento da cooperação tranfronteiriça

Promoção de parcerias e projectos entre agentes económicos privados e osector público, nomeadamente entidades de ensino e I&D relevantes

Melhorar a divulgação das normas comunitárias

Promoção da concentração da oferta de produtos de qualidade

Definição de estratégias de exportação

Cooperação para a colocação dos produtos no mercado

Capital humano e espírito empresarial

Potencial de Inovação e de Transferência de Conhecimentos

Comércio externo

Quadro 6 - Necessidades e Potencial de Desenvolvimento Rural (continuação)

Qualidade e Cumprimento das Normas Comunitárias

Existência de mercados por explorar (ex: "mercado da saudade")

DESEMPENHO DOS SECTORES AGRÍCOLA, AGRO-ALIMENTAR E

FLORESTAL (DOMÍNIOS)Necessidades da Região Potencial de Desenvolvimento Rural da Região

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2.3. Indicadores relativos ao Ambiente e gestão do Espaço Rural

No que respeita ao ambiente e gestão do espaço rural, analisou-se o risco de abandono ou marginalização, a situação relativa à biodiversidade, à paisagem, à qualidade e utilização dos recursos água, solo, ao bem estar animal e à floresta, com base nos indicadores constantes do Quadro 7. 2.3.1.Zonas em risco de abandono ou marginalização Na região centro, as zonas em risco de marginalização são muito elevadas, o que significa mais de 50% das explorações com rendimentos inferiores ao rendimento médio da região e mais de 60% dos agricultores com idades superiores a 55 anos. Os territórios em risco de marginalização apresentam uma evolução negativa, de aumento crescente e acentuado. 2.3.2.Biodiversidade e Paisagem Os agro-ecossistemas da região integram uma biodiversidade agrícola importante na qual se inclui um elevado número de variedades de culturas e um conjunto importante de raças autóctones. Igualmente se encontra associada a estes ecossistemas biodiversidade selvagem de interesse relevante. Quanto ao solo, verifica-se que a área de pastagens e de culturas anuais extensivas é inferior à do Continente. As áreas de culturas permanentes têm regredido. Os territórios sob Rede Natura 2000 têm grande expressão na região (16,7%) e uma representatividade inferior ao Continente ( 21%). Na região a paisagem é muito diversificada. Apresenta elevado valor duma forma generalizada em todo o território. Vinhas, olivais, pomares e espécies florestais, como os carvalhais, soutos e castinçais, são elementos estruturantes da paisagem. 2.3.3.Água As zonas vulneráveis – Directiva nitratos (z.v. Aveiro e z.v. de Mira) têm uma expressão territorial (0,2%) significativamente menor que no Continente (1,1%). As evoluções dos teores em excesso de azoto com a aplicação de boas práticas agrícolas e modos de produção menos intensivos tendem para uma estabilização destes valores. O tratamento dos efluentes da actividade agrícola e pecuária encontra-se, no entanto, aquém do desejável, dado que existe um número importante de unidades (403 unidades) com possibilidade de melhorar. Quanto à utilização da água pela agricultura (Directiva água), constata-se que a área irrigada tem na região uma expressão superior (19,2%) à do Continente (12,7 %) na superfície agrícola útil (SAU) mas que tem vindo progressivamente a diminuir.

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Os consumos unitários de água (m3/ha) pela agricultura apresentam uma marcada tendência de redução, mas os valores ainda são elevados devido às práticas tradicionais de rega, com dominância nos regadios individuais. O consumo de água nos regadios públicos tem vindo a diminuir. Não obstante, os consumos, são superiores aos valores médios nacionais devido ao peso que a cultura do arroz tem no consumo total. Os regadios públicos assumem um papel determinante na melhoria do uso eficiente da água, pela substituição parcial de métodos tradicionais (gravidade) por métodos de aspersão ou mesmo gota a gota no caso de culturas permanentes e em forçagem. 2.3.4.Solos As condições climáticas, entre outros factores, têm vindo a contribuir para um aumento das áreas em risco de erosão, que têm expressão elevada, a que se adicionam áreas significativas com solos pobres em matéria orgânica. Existem outros factores como os incêndios que têm vindo a aumentar as áreas expostas a este risco. As florestas e os prados permanentes exercem um papel fundamental na protecção do solo e da água. Na região a utilização de adubos e fito fármacos (57,5 euros/ha) está ao nível do Continente (57 euros/ha), mas o consumo actual de adubos e fito fármacos é reduzido. Os modos de produção mais amigos do ambiente, agricultura biológica, produção/protecção integrada, têm vindo a ganhar importância. No que respeita à desertificação dos solos, mais de 70% tem níveis de susceptibilidade moderada ou elevada. 2.3.5.Bem-estar animal Na região têm sido aplicadas as normas decorrentes das directivas comunitárias, respeitantes a vitelos, suínos e galinhas poedeiras. Tem sido feito um esforço de divulgação das normas a respeitar junto dos produtores do sector. Os casos detectados de incumprimento têm pouca expressão face ao total de requisitos exigidos, tendo-se vindo a registar uma redução significativa no número médio de incumprimentos. 2.3.6.Energias renováveis Existe um potencial para a produção de energias renováveis a partir da agricultura e da floresta. A central eléctrica de Mortágua produz energia a partir da biomassa recolhida na região, muito embora se trate de uma área que ainda se encontra numa fase incipiente. O sector agrícola contribui, ainda, para a produção de energias renováveis através da energia eléctrica produzida a partir de aproveitamentos hidro-agrícolas (mini-hídricas) e de bio gás.

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2.3.7.Floresta A floresta tem um papel determinante na preservação da qualidade de todos os recursos, nomeadamente o ar e solos, e importante contributo para a estabilização climática. Uma área significativa da floresta da região encontra-se protegida, sendo essencial para a conservação da biodiversidade e da paisagem, para além do seu contributo para outros elementos naturais. A capacidade de sumidouro da floresta é significativa mas esta capacidade é invertida quando ocorrem incêndios, tornando-se, nestas circunstâncias um emissor líquido. A área com risco de incêndios é muito elevada, com uma área significativa de floresta a ser consumida por incêndios, pelo que assume importância fundamental a sua gestão adequada e sustentada. A importância relativa do coberto florestal tem vindo a aumentar, ocupando as resinosas a maior parte das áreas florestais. Existem zonas com desajustamento no que respeita às espécies implantadas e, neste contexto, assume especial relevância o ordenamento florestal

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Situação actual

Situação actual Área de culturas permanentes ha 2005 643 520 127262Evolução Evolução da área de culturas permanentes ha 1989-2005 -140 873 -29077

Território sob Rede Natura 2000 % do território 2005(UE25) 21 16,7

Zonas vulneráveis Território designado como zona vulnerável de nitratos % do território 2005 1,1 0,2

Efluentes de Origem Agro-pecuáriaAgro-industrias (Lagares, queijarias, adegas)

Unidades com potencial de aperfeiçoamento nº de Agro-indústrias 931 403

Lagares nº de Agro-indústrias 95 95Queijarias nº de Agro-indústrias 269 269Adegas nº de Agro-indústrias 39 39

Explorações de pecuária intensiva

Efectivo das explorações com necessidades de aperfeiçoamento

Bovinicultura Nº de Unidades 4.384 1743Suinicultura Nº de Unidades 5.107 1022Avicultura 1000 de lugares de

galinhas poedeiras18.689 7965

Área irrigada Situação actual SAU Irrigada % do total da SAU 2005 12,7 19,2 Evolução SAU irrigada variação da % 1999-2005 -3,4 -7

Erosão provocada pela água e vento

Área risco moderado a alto de erosão (solo c/ coberto actual) % 88 22

Matéria orgânica SAU pobre em Matéria Orgânica % 1992 58 49

Situação actual Consumo médio Fonte RICA euro/ha de SAU 2003 57 57,5Evolução Consumo médio Fonte RICA % 1995-2003 22

Protecção e produção integrada Situação actual SAU em protecção e produção integrada 1000 ha 2004 78 6,4 Evolução SAU em protecção e produção integrada (taxa média de crescimento anual) % 2001-2004 37 4,7Agricultura Biológica Situação actual SAU em agricultura biológica 1000 ha 2006 269 48,2 Evolução SAU em agricultura biológica (taxa média de crescimento anual) % 1994/2006 35 35,3

ContinenteDescrição

Utilização da água-Directiva da Água

AMBIENTE E GESTÃO DO ESPAÇO RURAL (DOMÍNIOS)

Indicadores Base - Quadro 7

Ano

Natura 2000 nas terras agrícolas e silvícolas

Centro

Modos de produção

SolosQualidade dos solos

Utilização de adubos e fitofármacos

Unidades

Qualidade das águas Directiva Nitratos

Água

Biodiversidade e Paisagem

Culturas permanentes

Sistemas de agricultura extensiva

Page 31: enquadramento_estrategico

31

2.3.8. Pontos Fortes e Pontos Fracos – Diagnóstico síntese Da análise dos indicadores relativos ao Ambiente e Gestão do Espaço Rural identificam-se um conjunto de pontos fortes e fracos, que se apresentam de forma sintetizada no Quadro 8. Apresentam-se de seguida os aspectos mais relevantes desta síntese.

As vantagens na Região Centro o A paisagem e o património natural e cultural, constituem na região

centro um importante recurso estratégico que urge preservar e valorizar. o A região tem uma grande diversidade de recursos agro-florestais e

hídricos. o Tem um grande potencial de evolução para modos de produção

sustentáveis: protecção integrada, produção integrada e agricultura biológica.

o Área significativa de sítios classificados na Rede Natura ou sujeitos a regimes de protecção especial.

As limitações

o Elevado risco de abandono de áreas significativas do território. o Elevada pressão sobre os recursos naturais no litoral (solo e recursos

hídricos). o Elevado risco de incêndio no interior consequência do abandono da

actividade agrícola e florestal com despovoamento dos territórios rurais. o Passivos ambientais significativos em resultado da intensificação da

actividade agro-pecuária nas bacias do Liz, Mondego e Vouga. o Passivos ambientais significativos associados à transformação de

produtos agrícolas e pecuários (aguas ruças, utilização de lamas e soro lácteo).

o Elevado risco de erosão e pressão urbana na zona costeira.

Page 32: enquadramento_estrategico

32

Qualidade e tipicidade das produções nas regiões de montanha Maioria da região inserida em zona com Risco de Abandono Elevado

Discriminação positiva das ajudas em zonas desfavorecidas Pequena dimensão da maioria das explorações agrícolas

Acentuado envelhecimento dos agricultoresBaixa produtividade do trabalhoElevada dispersão predial das explorações

Elevada diversidade e heterogeneidade territorial dos valores naturais (espécies e habitats: grutas e algares, morcegos, zonas húmidas, sistemas dunares, encostas rochosas e escarpadas, vegetação esclerófita, povoamentos de soutos, castinçais, sobreiro, azinheira e carvalho)

Crescente abandono das actividades agro-pecuárias tradicionais

Grande diversidade estética de paisagens Insuficiente Educação Ambiental

Existência de planos de acção nas zonas vulneráveis (Aveiro e Mira/Vagos) e de despoluição (Bacias do Vouga, Mondego e Lis)

Generalizada má qualidade da água e deficiente gestão dos recursos hídricos;Insuficiente nível de cobertura (60%) do tratamento de águas residuais e baixa eficiência das ETAR's

Crescente sensibilização dos agentes económicos para a eficiente utilização dos efluentes agrícolas / pecuários Deficiente gestão dos efluentes agrícolas e pecuários

Existência de Zonas Vulneráveis (com elevados níveis de nitratos)

Inexistência de planos para gestão da rega

Baixos níveis de matéria orgânica na maioria dos solos da região.

Tendência crescente para a prática de modos de produção com menor impacte ambiental (produção integrada, agricultura biológica, enrelvamento na linha, …)

Inexistência de Planos para protecção do solo à escala geográfica adequada (regional ou local)

Maior utilização das boas práticas agrícolas

Obrigatoriedade da aplicação da directiva bem-estar animal em matéria de condicionalidade Baixo nível de informação sobre os normativos e legislação associada

Elevado potencial de produção de biomassa para aproveitamento energético Elevada dependência de fontes de energia primária (petróleo, carvão e gás natural)

Existência de sistemas agro-florestais e sistemas extensivos com potencial de fixação de carbono

Dimensão e estrutura da propriedade agro-florestal desfavorável para a valorização energética da produção

Existência de povoamentos de elevado valor ambiental Elevado risco de incêndios e de perca de solos

Desenvolvimento de iniciativas em matéria de educação ambiental

Grande diversidade e potencial de exploração de produtos não lenhosos (frutos, cogumelos, mel, plantas aromáticas, medicinais, condimentares, lazer, recreio, turismo, caça, pesca e silvo-pastorícia)

Deficiente regulamentação e controlo das actividades de exploração de produtos não lenhosos (caça furtiva e gestão não sustentável do sob-coberto)

Floresta

Quadro 8 - Pontos Fortes e Pontos Fracos

AMBIENTE E GESTÃO DO ESPAÇO RURAL

(DOMÍNIOS)

Água

Risco de Abandono e Marginalização

Ar e Alterações Climáticas

Biodiversidade e Paisagem

Pontos Fortes da Região Pontos Fracos da Região

Qualidade das águas-Directiva dos Nitratos

Utilização de água-Directiva da água

Solos

Existência de redes de rega potencialmente adaptáveis, à introdução de contadores volumétricos

Protecção dos solosQualidade dos solos

Bem-estar animal

Page 33: enquadramento_estrategico

33

2.3.9. Necessidades e Potencial de desenvolvimento rural No que respeita ao ambiente e gestão do espaço rural e tendo por base os pontos fortes e fracos foram identificadas necessidades e um potencial de desenvolvimento rural, constantes no Quadro 9.

Síntese das principais necessidades

o É necessário encontrar soluções organizativas de reutilização e

revalorização dos espaços rurais no ciclo de pós-abandono da actividade agrícola e florestal – a economia do carbono através das pastagens multivariadas e da utilização da biomassa florestal tem aqui uma oportunidade.

o A redução do risco de incêndio deve decorrer da gestão profissional do espaço rural através das ZIF’s ou de outras formas de organização económica e não ser um fim em si mesmo.

o A sustentabilidade dos espaços rurais terá de decorrer prioritariamente de novas formas de valorização dos seus produtos tradicionais e da exploração de novas oportunidades de negócio nas áreas do turismo, da caça, das especialidades regionais, mais do que decorrentes de instrumentos de mitigação financeira por via de apoio público.

o A sustentabilidade das zonas de protecção e de biodiversidade terá de decorrer de novas formas organizativas de exploração em que o mercado valorize parte das externalidades produzidas. O apoio público por via das ITI’s não é suficiente para contrariar o ciclo de abandono que se verifica.

o É necessário desenvolver soluções colectivas de tratamento de efluentes resultantes de actividades de produção/transformação de produtos agro-pecuários.

Potencialidades

o O potencial de desenvolvimento das zonas rurais deverá assentar em estratégias de desenvolvimento local suportadas numa parceria tripartida: o quadro de políticas públicas, o cluster dos tecidos económicos locais e um incremento da economia baseada no conhecimento.

o Desenvolvimento de novas formas de gestão profissional do espaço rural com a entrada de parceiros económicos externos

o Desenvolvimento de soluções empresariais para tratamento dos efluentes agro-pecuários.

o Os suportes ao potencial de desenvolvimento identificados na matriz têm de equacionar a sua competitividade numa lógica de mercado global. Como tal o desenvolvimento de redes entre empresas e instituições de apoio assume um papel decisivo no desenvolvimento de massa crítica.

Page 34: enquadramento_estrategico

34

Aumento da dimensão física e económica das explorações Valorização dos produtos tradicionais e regionais de qualidadeReduzir os processos erosivos e a degradação ambiental Cooperação transfronteiriça para a valorização de áreas com valores naturais e

paisagísticos relevantes (Geoparques)Gestão empresarial e sustentável das áreas florestais (multifuncionalidade) Certificação de produtos da floresta

Manutenção e reforço de políticas de coesãoRejuvenescimento dos agricultores e do tecido empresarial Desenvolvimento de actividades emergentes, não tradicionais (biomassa

florestal, culturas energéticas, actividades recreativas) Promoção da visibilidade e compreensão do valor económico da biodiversidade (educação e formação) Valorização dos sistemas de Soutos e Castinçais

Promoção de investigação científica para exploração económica da biodiversidade

Prestação de serviços de natureza ambiental (conservação e valorização da biodiversidade e paisagem)

Diversificação das espécies florestais (compartimentação)

Viabilização de sistemas produtivos agrícolas e florestais não competitivos mas essenciais à conservação de valores naturais nas áreas de Rede Natura 2000

Conclusão dos projectos de despoluição integrada (bacias do Lis, Mondego, Vouga, Ria de Aveiro, Mondego e Zêzere)

Aumento da rede de monitorização da qualidade química e ecológica das águas superficiais e subterrâneas

Potencial de valorização directa ou indirecta dos territórios e respectivos produtos (praias fluviais, aquicultura, qualidade dos produtos alimentares)

Aplicação/execução dos planos de acção nas zonas vulneráveis (Directiva Nitratos)

Aumento da eficiência de rega (automação dos sistemas de rega)

Controlo dos caudais/volume de água utilizada com adaptação dos tarifários em função do volume e não das áreas

Promoção de modos de produção de menor impacte ambiental (AB, enrelvamento na linha, sementeira directa)

Aproveitamento e aplicação adequada no solo, dos resíduos vegetais e efluentes pecuários das explorações

AMBIENTE E GESTÃO DO ESPAÇO RURAL (DOMÍNIOS)

Matéria orgânica

Utilização da água-Directiva da água

SolosQualidade dos solos

Erosão pela água e vento

Qualidade das águas-Directiva dos Nitratos

Quadro 9 - Necessidades e Potencial de Desenvolvimento Rural

Risco de Abandono e Marginalização

Água

Natura 2000 nas terras agrícolas e silvícolas

Sistemas florestais e agrícolas de elevado valor

Biodiversidade e Paisagem

Biodiversidade geral ligada à agricultura e silvicultura

Necessidades da Região Potencial de Desenvolvimento Rural da Região

Page 35: enquadramento_estrategico

35

Reforço dos incentivos ao modo de produção biológico.

Elevada importância do sector de pecuária intensiva na região

Classificação e zonagem dos espaços florestais com base nas suaspotencialidades de exploração e restrições de uso (áreas de exploração demadeiras nobres, de aproveitamento da biomassa, de conservação de valoresnaturais e de paisagens únicas, áreas de coberto vegetal para minimização daerosão hídrica, áreas de utilização social)

Intensificação das acções de detecção e intervenção rápidas

Compartimentação das áreas florestais com diferentes espécies

Extensão Z Florestais de Protecção e Protegidas

Zonas Florestais c/ risco elevado/médio incêndios

Investimento em equipamentos para aproveitamento do metano para produção de energia em explorações pecuárias

Emissões Amoníaco

Utilização de Bioenergia

Floresta

Agricultura Biológica

Bem-estar animal

Ar e Alterações Climáticas

Emissões gases com efeito estufa

AMBIENTE E GESTÃO DO ESPAÇO RURAL (DOMÍNIOS) Necessidades da Região Potencial de Desenvolvimento Rural da Região

Quadro 9 - Necessidades e Potencial de Desenvolvimento Rural ( continuação)

Page 36: enquadramento_estrategico

36

2.4 Indicadores relativos à Economia Rural e Qualidade de vida Neste domínio fez-se a análise da criação de oportunidades de emprego, criação de micro empresas, turismo, serviços nas zonas rurais, necessidades em infra-estruturas, património cultural e ambiente construído nas aldeias, e capacidade local para o desenvolvimento, com base em indicadores do Quadro 10. 2.4.1 Economia Rural O valor acrescentado bruto dos sectores secundário e terciário nas zonas rurais representa mais de um terço do gerado na região. O sector terciário é o maior gerador de VAB, nas zonas rurais (61,2%) com uma estrutura idêntica à da região (62,4%). A população agrícola familiar tem um peso expressivo no total da população residente nas zonas rurais (29%), quando na região é de 21%, apesar da sua evolução ser negativa. No que diz respeito ao tecido empresarial dos sectores secundário e terciário, a densidade empresarial dos sectores indústria e comércio, no ano 1999, é ligeiramente inferior nas zonas rurais relativamente à região. Nas zonas rurais esta densidade é de 1 empresa por Km2, tendo-se verificado uma evolução positiva no período 1994-1999. Nas zonas rurais o peso das micro empresas no total de empresas, medido quer em termos de volume de emprego, quer em volume de negócios, é mais elevado na região do que no Continente, sendo o valor mais significativo o da variável emprego. O volume de negócios das empresas dos sectores secundário e terciário nas zonas rurais, observado em 2003, assume particular importância no subsector da indústria (44,8%), seguido do comércio (35%), estrutura relativamente idêntica à da região. Esta estrutura é diferente nas micro empresas, onde apesar do volume de negócios criado tem uma estrutura semelhante em ambos os territórios, a principal diferença é no elevado peso que o comércio agora assume nas zonas rurais (53,7%). No que diz respeito ao volume de emprego gerado pelas empresas em geral, na região e nas zonas rurais é o sector da indústria que maior peso tem, com respectivamente 49,1% e 44,8%. A estrutura muda significativamente quando se trata das micro empresas. Em ambos os territórios o comércio e construção civil ganham mais peso, mas com rankings diferentes. É o comércio que surge com maior peso nas zonas rurais (34,4 %), e na região (33,9 %). Ainda no mesmo ano os empresários em nome individual nas zonas rurais representam 49% da região, apresentando uma estrutura sectorial semelhante em ambos os territórios com peso maior no comércio (cerca de 38%). 2.4.2 Criação de oportunidades de emprego alternativo No período 1996-2004 o número de empresas cresceu 53,9% na região e 62,2 % nas zonas rurais sendo estes valores respectivamente de 68,3% e 59,1% no

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37

que respeita às micro empresas, onde se destaca, os sectores da construção civil (127,8%) e serviços à população (117,6%), seguidos dos serviços às empresas (114,2%). 2.4.3 Turismo No que respeita ao Turismo no Espaço Rural (TER), em termos de número de estabelecimentos, este representa 28,6% do sector do alojamento com e sem restauração, nas zonas rurais. No que diz respeito ao emprego, representa 7,1% na região 13,3% nas zonas rurais. 2.4.4 Artesanato Existiam em 2006, cerca de 234 unidades produtivas artesanais das quais 133 em zonas rurais, com 336 trabalhadores. O número de artesãos reconhecidos ascende a 271 na região e a 166 nas zonas rurais. A evolução deste sector tem sido orientada por um mercado cada vez mais exigente, permitindo apurar a qualidade deste tipo de produtos. 2.4.5 Serviços nas zonas rurais Os indicadores relativos a creches, lares e centros de dia, farmácias, por cada 100 habitantes, são ligeiramente superiores nas zonas rurais, sendo que o relativo a hospitais e clínicas apresenta um valor mais baixo. O maior desequilíbrio verifica-se quando considerados em termos de dispersão territorial, em que as zonas rurais ficam a perder face à região. Os índices de desenvolvimento social, conforto, educação, e esperança de vida são praticamente iguais nos dois territórios. 2.4.6 Necessidades em infra-estruturas As zonas rurais apresentam uma distância média (em minutos) ao urbano mais dinâmico de 20 minutos sendo de 13 minutos para a região, tendo como referência o valor do Continente (Índice 100). 2.4.7 Património cultural e ambiente construído nas aldeias Quanto aos imóveis classificados por unidade de superfície territorial em 2004 era 77 nas zonas rurais, e na região de 83 do valor do Continente (Índice 100). 2.4.8 Capacidade local para o desenvolvimento Das associações de desenvolvimento local (ADL) sedeadas na região, 16 são actualmente gestoras do PIC Leader +, designadas por GAL (Grupos de Acção Local). As áreas predominantemente rurais compreendem 730 freguesias num total de 1111, das 182 em áreas predominantemente urbanas e 119 nas áreas medianamente urbanas.

Page 38: enquadramento_estrategico

38

Economia ruralEstrutura da economia rural

Importância do sector secundário e terciário

VAB no sector secundário e terciário (UE - 2002) milhões euros 2003 107 844 15 691 5 470

Sector secundário Peso do sector secundário (UE 2002) no total da economia, em termos de VAB % 2003 26 33,9 32,7

Sector terciário Peso do sector terciário (UE 2002) no total da economia, em termos de VAB % 2003 70 62,4 61,2

População agrícola familiar Peso da população agrícola familiar da exploração no total da população residente % 2005 11 21 29

Evolução da população agrícola familiar na exploração % 1999-2005 -37,60 -37,6 -35,7Empresas do sector secundário e terciário

Densidade empresarial Situação actual Empresas de indústria e de serviços N.º/km2 1999 2,90 1,50 1,00 Evolução Empresas de indústria e de serviços criadas N.º/km2 1994-1999 0,70 0,40 0,30Importância das micro-empresas no emprego 2004 29,80 31,7 33,0 em volume de negócios 2003 16,90 23,6 26,3

Volume de negóciosEstrutura do volume de negócios do total das empresas por sector

2003 100,0 Indústria 2003 26,8 45,7 44,8 Construção Civil 2003 8,9 7,97 10,62 Comércio 2003 39,2 39,11 34,59 Serviços de apoio às empre 2003 7,7 2,61 2,68 Serviços de apoio à popula 2003 2,6 1,21 1,63 Outros serviços 2003 14,8 3,39 5,72Estrutura do volume de negócios das micro-empresas por sector

2003100,0

Indústria 2003 9,7 11,09 10,24 Construção Civil 2003 13,5 13,94 13,70 Comércio 2003 49,4 51,64 53,77 Serviços de apoio às empre 2003 12,0 8,05 7,13 Serviços de apoio à popula 2003 5,0 4,13 3,82 Outros serviços 2003 10,4 11,1 11,3

Centro

Z. Rurais da RegiãoContinente Região

Economia Rural e Qualidade de vida

(Domínios)

Peso de cada sector no total do sector secundário e terciário

Peso das micro-empresas dos sectores secundário e terciário no total de empresas destes sectores

Descrição

Indicadores Base - Quadro 10

Peso das micro-empresas no total de micro-empresas do sector secundário e terciário %

Unidades

%

%

Ano

Page 39: enquadramento_estrategico

39

EmpregoEmprego no sector secundário e terciário

Emprego no sector secundário e terciário (UE - 2002) milhares de pessoas 2003 4 287 698 254

Evolução do emprego nos sectores secundário e terciário 15,7 16,1Estrutura do emprego do total das empresas por sector

2004 100,0

Indústria % 2004 33,3 49,1 44,8 Construção Civil % 2004 10,8 11,2 14,7 Comércio % 2004 21,9 23,1 19,7 Serviços de apoio às empresas % 2004 11,8 4,9 5,0 Serviços de apoio à população % 2004 5,3 3,6 4,5 Outros serviços % 2004 16,9 8,0 11,3Estrutura do emprego das micro-empresas por sector

2004 100,0

Indústria Peso das micro-empresas por sector % 2004 15,0 16,8 16,4 Construção Civil % 2004 15,5 17,8 18,4 Comércio % 2004 33,5 33,9 34,4 Serviços de apoio às empresas % 2004 12,4 9,6 8,9 Serviços de apoio à população % 2004 7,5 6,3 6,1 Outros serviços % 2004 16,1 15,6 15,8Empresários em nome individual

Importância dos empresários em nome individual

Número dos empresários em nome individual 2004 760 283 136 547 66 453

Peso dos empresários em nome individual por sector

2004 100,0

Indústria % 2004 9,6 8,8 8,2 Construção Civil % 2004 21,4 25,9 25,1 Comércio % 2004 39,0 37,9 38,7 Serviços de apoio às empresas % 2004 7,4 6,3 5,4 Serviços de apoio à população % 2004 5,9 5,3 5,1 Outros serviços % 2004 16,7 15,8 17,5 Evolução Taxa de variação do nº de empresários em nome individual % 1996-2004 17,5Risco associado ao emprego Taxa de risco

Evolução da taxa de risco

Centro

Região Z. Rurais da RegiãoUnidades

Economia Rural e Qualidade de vida

(Domínios)

Indicadores Base - Quadro 10 (continuação)

ContinenteDescrição Ano

Page 40: enquadramento_estrategico

40

Evolução do n.º de empresas Taxa de variação no período % 1996-2004 55,0 53,9 62,2Evolução do n.º de empresas de indústrias e de serviços

Taxa de variação no período % 1996-2004 58,3 50,6 57,3

Evolução do n.º de micro-empresas

Taxa de variação no período % 1996-2004 60,4 59,1 68,3

Evolução do n.º micro-empresas por sector de actividade económica Indústria Taxa de variação no período % 1996-2004 31,7 22,3 23,4 Construção Civil Taxa de variação no período % 1996-2004 127,2 110,4 127,8 Comércio Taxa de variação no período % 1996-2004 34,1 36,5 44,4 Serviços às empresas Taxa de variação no período % 1996-2004 88,4 97,3 114,2 Serviços à população Taxa de variação no período % 1996-2005 99,0 100,0 117,6 Outros serviços Taxa de variação no período % 1996-2004 64,1 84,4 105,7Evolução do volume de emprego das empresas

Taxa de variação no período % 1996-2005 8,1

Evolução do volume de emprego das empresas de indústria e serviços

Taxa de variação no período % 1996-2006 4,9 15,0 20,7

Evolução do volume de emprego das micro-empresas

Taxa de variação no período % 1996-2006 51,0 18,6 26,3

Evolução do volume de emprego das micro-empresas por sector de actividade económica

Indústria Taxa de variação no período % 1996-2004 34,5 26,9 30,4 Construção Civil Taxa de variação no período % 1996-2004 138,9 120,7 144,5 Comércio Taxa de variação no período % 1996-2004 27,0 33,3 46,6 Serviços às empresas Taxa de variação no período % 1996-2004 73 95,2 114,6 Serviços à população Taxa de variação no período % 1996-2005 86,4 99,1 129,7 Outros serviços Taxa de variação no período % 1996-2004 46,4 73,3 95,6

Z. Rurais da RegiãoRegião

CentroIndicadores Base - Quadro 10 (continuação)

Descrição

Economia Rural e Qualidade de vida

(Domínios)

Barreiras à criação de oportunidades de emprego alternativo

ContinenteAnoUnidades

Page 41: enquadramento_estrategico

41

Turismo em Espaço Rural (TER) Importância no sector do Turismo

Peso do nº de unidades empresariais TER no global de unidades de alojamento

% 2004 19,2 19,01 28,57

Peso do nº de unidades empresariais TER no global de unidades de alojamento sem restauração

% 2004 32,6 34,13 48,33

Crescimento Taxa de crescimento do número de camas % 2004-2005 7,39 1,78

Utilização dos equipamentos Evolução do número de dormidas % 2004-2005 6,97 -0,51

Alojamento nas Zonas Rurais Situação actual Volume de negócios Peso do volume de negócios TER no alojamento % 2003 1,5 7,22 13,72 Emprego Peso do emprego TER no alojamento % 2004 2,6 7,12 13,28 Evolução Volume de negócios Peso do volume de negócios TER no alojamento % 1995-2003 604,4 160,94 101,52 Emprego Peso do emprego TER no alojamento % 1996-2004 526,8 135,50 90,90

Unidades Produtivas Artesanais (UPA)

UPA reconhecidas N.º 2006 844 234 133

Emprego nas UPA N.º trabalhadores 2006 1089 336 223Artesãos Artesãos reconhecidos Nº 2006 937 271 166 Distribuição por sexo Artesãos reconhecidos (H) % 2006 47 41 37

Artesãos reconhecidos (M) % 2006 53 59 63Serviços nas zonas rurais

Índice de desenvolvimento social (IDS) - 1997 0,88 0,89 0,88Índice de conforto - 1997 0,93 0,94 0,92índice de educação - 1997 0,89 0,89 0,86Índice de esperança de vida - 1997 0,83 0,84 0,84

Fornecimento de serviços Acesso a serviços Básicos por 100 habitantesem zonas rurais Creches 0,18 0,26 0,26

Lares e Centros de dia 0,36 0,56 0,81 Farmácias 0,35 0,33 0,35 Hospitais e Clínicas 0,02 0,02 0,01Acesso a serviços Básicos por 100 km2

Creches 2,00 1,98 1,13 Lares e Centros de dia 3,90 4,21 3,50 Farmácias 3,90 2,46 1,50 Hospitais e Clínicas 0,21 0,14 0,04

Acesso aos serviços Internet Serviços em linha Cobertura da internet nas zonas rurais % de área

Necessidades em Infra-estruturas Distância ao urbano mais dinâmico, (Territórios rurais) minutos 1997 9 13 20

Património construído Imóveis classificados por Km2 de ST (indíce 100 = média Continete) - 1997 100 83 77Capacidade local N.º de GAL 46 16 16 p/ desenvolvimento N.º de ADL 176Governação N.º de Freguesias 4038 1109 887

Centro

Região Z. Rurais da Região

Património cultural e ambiente

N.º/100 km2

Economia Rural e Qualidade de vida

(Domínios)

N.º/1000 habitantesNível de fornecimento de serviços básicos

Artesanato

Descrição

2006

Indicadores Base - Quadro 10 (continuação)

2006

ContinenteAnoUnidades

Page 42: enquadramento_estrategico

42

2.4.9 Pontos Fortes e Pontos Fracos Da análise dos indicadores relativos à Economia Rural e Qualidade de Vida retiram-se um conjunto de pontos fortes e fracos que se apresentam de forma sintetizada no Quadro 11.

Pontos Fortes

o Tendência de tercearização da economia rural e que deve ser potenciada como forma de sustentabilidade das zonas rurais.

o Existência de referências – Rede de Aldeias Históricas, Parques Naturais (Serra de Estrela) que poderão ser motores de desenvolvimento a actividades de serviços o domínio da economia rural.

o Existência de uma rede de pólos urbanos poli nucleares e rede de eixos viários estruturantes (A23 e A25) que funcionarão como âncoras do desenvolvimento de actividades complementares e inovadoras em torno da economia rural.

o Existência de património histórico e ambiental objecto de investimentos significativos em anteriores QCA’s e que necessita de rentabilização.

o Existência de uma rede de Associações de Desenvolvimento Local com experiência e profundo conhecimento do território que deverão ser um elemento essencial na dinamização de novas formas de captação de rendimento em meio rural.

Pontos Fracos

o Fragilidade destas novas “economias” sobretudo nos territórios de baixa densidade.

o As iniciativas de desenvolvimento de novas actividades em meio rural surgem ainda muito atomizadas sem uma estrutura de agregação e integração que lhes de escala e sustentabilidade económica.

o Os meios de comércio tradicional das produções de pequena escala em meio rural estão em acentuado declínio e os produtores por si só não detêm competências nem meios para responder às novas formas de procura.

o Os serviços prestados pelos municípios e pelas IPSS em meio rural são muitas vezes desajustados das reais necessidades.

o Da mesma forma se refere a incompreensível falta de capacidade de adaptação dos cursos de qualificação profissional às realidades rurais, quando se trata de um desígnio nacional absolutamente decisivo.

o A capacidade de iniciativa e liderança é o bem mais escasso nestes meios.

Page 43: enquadramento_estrategico

43

Rendimento da população rural, não exclusivamente proveniente da actividade agrícola Baixo nível de rendimento per capita

Taxa de crescimento do sector terciário na região (7,1%) superior à do Continente (3,0%) Ambiente empresarial frágil, com insuficiente investimento em zonas rurais

Envelhecimento e baixos índices de qualificação e formação profissional da população rural

Existência de formação dirigida à criação de autoemprego

Estímulo à utilização de microcrédito

Apetência crescente da população urbana pelo turismo em espaço rural Insuficiente integração das actividades com potencial turístico (alojamentos, gastronomia, lazer, recreativas, entretenimento e outras )

Evolução positiva da qualidade na produção artesanal

Serviços não adequados às necessidades do meio rural ( transportes, saúde, .. )

Forte incremento de infraestruturas de apoio à terceira idade e de serviços de apoio domiciliário

Baixo nível de adesão às TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação) nas zonas rurais

Investimentos significativos na requalificação do património

Património natural e cultural rico e diversificado

Crescimento do nível de instrução da população Baixo nível de instrução e qualificação

Reforço da pluridisciplinaridade na administração local e nas associações de desenvolvimento local Insuficiente massa crítica e capacidade de liderança

Insuficiente recuperação/manutenção do património e sua promoção/divulgação

Insuficiente divulgação dos instrumentos de apoio à criação de emprego alternativo e da utilização do microcrédito

Criação de micro-empresas

Criação de oportunidades

Quadro 11 - Pontos Fortes e Pontos Fracos

Pontos Fracos da RegiãoPontos Fortes da Região

Estrutura da economia rural

Economia Rural e Qualidade de vida (Domínios)

Economia rural

Capacidade local p/ desenvolvimento

Turismo rural

Serviços nas zonas rurais

Potencial humano

Património cultural e ambiente construído nas aldeias

Artesanato

Page 44: enquadramento_estrategico

44

2.4.10 Necessidades e Potencial de desenvolvimento rural No que respeita à economia rural e qualidade de vida e tendo por base os pontos fortes e fracos foram identificadas necessidades e um potencial de desenvolvimento rural, constantes no Quadro 12. Necessidades

o É necessário reinventar a economia da “terra”. o Aposta nos produtos endógenos como elementos diferenciados e

diferenciadores dos territórios. o Parcerias entre os produtores, as entidades publicas e privadas

relacionadas com a produção e escoamento dos produtos. o Parcerias com as instituições de ensino superior locais e unidades de

investigação que possibilitem a criação de valor e a inovação de processos e produtos.

o Garantir uma ruralidade moderna e atractiva nos territórios apostando na sua valorização integrada.

o Aposta no recreio e lazer através do usufruto pelos visitantes e residentes do património natural e construído.

o Aposta no turismo temático – paisagem, cultura, gastronomia, vinho, saúde e bem-estar.

o Criar nos espaços rurais oferta de espaços habitacionais dirigidos a novos públicos.

o Disponibilizar serviços móveis de saúde, cultura, comércio. Potencial de desenvolvimento

o Crescente procura de produtos endógenos de qualidade pelo mercado. o Existe uma economia informal com forte presença nos territórios rurais

que atesta esta procura sem visibilidade nos registos oficiais. o Existe uma rede de ensino superior agrário e os técnicos aí formados

terão de ser decisivos nesta reinvenção da economia da “terra” através da prestação de serviços de transferência de conhecimento e inovação.

o Potencial desenvolvimento de criação de serviços em meio rural na área do receio e lazer, turismo temático, serviços rurais.

o Criar uma rede de experimentação de ideias de negócio na agricultura, pecuária, turismo, gastronomia, bem-estar, etc, demonstrativos de que o campo é um campo de oportunidade.

o Apostar na educação e cultura como base para um novo ciclo que suporte a identidade e valores culturais – novos agentes culturais; desenvolver a capacidade criativa, de inovação, de competitividade e de empreendedorismo a partir da escola

Page 45: enquadramento_estrategico

45

Economia rural

Formação em empreendedorismo Apetência para o usufruto das amenidades rurais pelas populações urbanas

Criação de imagens de marca (Ex: "Parques com vida") Procura crescente do turismo em Espaço Rural, com efeito multiplicador na procura de produtos regionais

Artesanato Procura de produtos artesanais de qualidade

Serviços nas zonas rurais

Manutenção e fornecimento de serviços básicos (comunicações, transportes, alojamento, saúde, restauração)

Forte investimento no acesso à banda-larga como meio para a redução de desvantagens competitivas

Planeamento de novas funções e utilizações do património construído, cultural e ambiental

Valorização pelas populações urbanas da genuinidade do património construído e tradições culturais

Potencial humano Qualificação Aumento do nível de instrução e de competências da população activa

Reforço das parcerias locais para o desenvolvimento

Incentivar a participação

Capacidade local para o desenvolvimento

Necessidades em Infra-estruturas

Necessidades da Região Potencial de Desenvolvimento Rural da Região

Turismo

Estrutura da economia rural

Economia Rural e Qualidade de vida (Domínios)

Crescente tendência das instituições de ensino superior para estabelecer parcerias com o tecido empresarial

Quadro 12 - Necessidades e Potencial de Desenvolvimento Rural

Património cultural e ambiente construído nas aldeias

Fornecimento de serviços nas zonas rurais

Acesso à infra-estrutura de banda-larga

Page 46: enquadramento_estrategico

46

2.5. Indicadores relativos ao LEADER

No âmbito deste tema procedeu-se à análise do território, das parcerias e das estratégias de desenvolvimento local com base em indicadores relativos à situação existente no quadro de aplicação do PIC LEADER+ e que constam no Quadro 13. 2.5.1Território Uma parte muito significativa do território da região em 2005 (86,5%) é alvo do PIC LEADER+. Apenas 3% das zonas rurais não são, actualmente, abrangidas pelos GAL. Nos territórios intervencionados, reside 92,8% da população das zonas rurais, com densidades demográficas médias de 42 hab/Km2, inferiores à média da região (42 hab /Km2). Em média têm 61 752 habitantes. Abrangem a quase totalidade das zonas desfavorecidas (98%), que têm um peso muito significativo nestes territórios. Todos os GAL têm território em zona desfavorecida, incluindo também a quase totalidade das zonas em Rede Natura (86,9%), que representam 14,8% da área destes. 2.5.2 Parcerias No que respeita ao estatuto jurídico, 100% dos GAL são associações sem fins lucrativos. Os agentes económicos e as associações encontram-se representados nos GAL, sendo que em 94% dos GAL têm uma representatividade superior a 50%. As mulheres ainda têm um papel pouco importante nos órgãos de decisão dos GAL. A representação das mulheres, nestes órgãos, é inferior a 25%. 2.5.3 Estratégias de desenvolvimento local No que respeita às orientações estratégicas prioritárias, a melhoria da qualidade de vida é a que tem maior peso (51%), seguindo-se a valorização dos produtos locais (21,2%). Estas duas orientações têm, em conjunto, um peso nos GAL superior a 72%. A valorização dos recursos naturais é a terceira orientação estratégica prioritária com um peso de 6%.

Page 47: enquadramento_estrategico

47

Número de Territórios alvo/Grupos de Acção Local (GAL) Nº 2005 46 16 16Número de Territórios alvo/Grupos de Acção Local (GAL) % 2005 46 37,5

Número de Territórios alvo/Grupos de Acção Local (GAL) % 2005 54 62,5

Peso dos GAL no total da área territorial % 2005 88 86,5 96,6Peso dos GAL no total da População residente % 2005/2001 (ZR) 34,4 55,5 92,8Média da população por território alvo N.º hab. 2005 65 558 61752 50008Densidade demográfica média dos GAL hab./km2 2005 43 48 42

≤ 20 000 habitantes 7 6,3 6,3> 20 000 a 50 000 22 31,3 43,8> 50 000 a 100 000 52 56,3 50,0> 100 000 a 150 000 15 6,3 0,0> 150 000 4 0,0 0,0

Peso da área desfavorecida dos GAL na área total das Zonas Desfavorecidas % 2005 97 97 98

Peso das áreas desfavorecidas na área total alvo de LEADER+ 2005 90 91 98

Peso no nº total dos territórios alvo % 2005 30 18,8Peso no nº total dos territórios alvo % 2005 70 81,3Peso da Zona Natura em GAL no total da área Natura 2000 % 2005 93 87,2 86,9

Peso da Zona Natura 2000 na área total alvo de LEADER+ % 2005 22 13,8 14,8

Peso no nº total dos territórios alvo % 2005 93 93,8 -

LEADER (DOMÍNIOS)

População residente

UnidadesDescrição

Indicadores Base - Quadro 13

Ano Continente

Territórios em Zona Desfavorecida

Distribuição dos territórios alvo dos GAL

Área em Zona desfavorecida

Estratégias ascendentes de desenvolvimento rural integrado 2000-2006

Território

Parcialmente Integralmente

% Nº de territórios alvo por classes de população residente

Territórios alvo de LEADER +Territórios parcialmente em zona ruralTerritórios integralmente em zona ruralÁrea territorial

Territórios em Zona Natura 2000

Territórios que incluem áreas Natura 2000

Centro

Região Z. Rurais da Região

Page 48: enquadramento_estrategico

48

Peso dos GAL estruturados em associações sem fins lucrativos % 2005 99 33

≤ 50 % 7 6

> 50 a 75% 59 66,7

> 75% 35 27,3

≤ 25 % 83 100

> 25 a 50% 9 0

> 50% 9 0

Utilização de novas tecnologias e de novas competências 4 0

Melhoria da qualidade de vida 33 51

Valorização dos produtos locais 24 21,2

Valorização dos recursos naturais e culturais 20 6

Outros 20 21,2

2005

Ano

GAL segundo o grau de participação das mulheres %

2005

2005

Orientação estratégica prioritária dos Planos de Desenvolvimento Local

Estratégias

GAL segundo a orientação estratégica prioritária no total de GAL %

%

Unidade

GAL segundo o grau de representatividade dos agentes económicos e das associações

Descrição

Estrutura jurídica dos GALRepresentatividade dos agentes económicos e das associações nos orgãos de decisão dos GAL

Continente

Indicadores Base - Quadro 13 (continuação)

Representatividade das mulheres nos orgãos de decisão dos GAL

Parcerias

LEADER (DOMÍNIOS)

Região Z. Rurais da Região

Centro

Page 49: enquadramento_estrategico

49

2.5.4. Pontos Fortes e Pontos Fracos Da análise dos indicadores relativos à abordagem LEADER retiram-se um conjunto de pontos fortes e fracos que se apresentam de forma sintetizada no Quadro 14.

Pontos Fortes

o Cobertura da quase totalidade do território através da abordagem Líder e com um conhecimento muito pormenorizado das realidades locais.

o Nível apreciável de continuidade na implementação das estratégias locais.

o Os GAL detêm competências capazes de dinamizar dinâmicas locais em complementaridade com os restantes eixos do PDR.

o Os GAL estão particularmente aptos a desenvolver estratégias de desenvolvimento que dêem resposta às novas procuras urbanas em espaço rural.

Pontos Fracos

o Insuficiente articulação com os restantes instrumentos de política a operar no território.

o Fraca envolvência em alguns dos GAL com as populações locais. o Excessiva instrumentalização política de alguns GAL. o Representatividade muito desequilibrada dos agentes locais na estrutura

dos GAL. o Tendência para a “funcionalização” das Estruturas de Apoio Local. o Cooperação entre os GAL com resultados sofríveis na maioria dos

casos.

Page 50: enquadramento_estrategico

50

Território Incidência da abordagem LEADER numa área muito significativa do território Insuficiente massa crítica, sobretudo nas zonas de menor densidade populacional

Implantação dos GAL em zonas predominantemente rurais de baixa densidade Pouca proximidade da população aos agentes de desenvolvimento na maioria dos territórios

Boa cobertura de áreas territoriais com grande valor e diversidade natural, património histórico, arquitectónico e cultural

Parcerias Estruturação da participação da sociedade civil a nível local Capacidade das parcerias limitada pela massa crítica do território

Reforço da governançaApropriação dos GAL pelas autarquias locais,conduz a parcerias frágeis, ou acumulação de procedimentos diversos e dispersão dos recursos financeiros.

Existência de parcerias diversificadas integrando os vários sectores económicos Excesso de poder de decisão das autarquias conduziu à instrumentalização política de alguns GAL

Boa representatividade geral dos agentes económicos nos orgãos de decisão Deficiente circulação de informação dentro de algumas parceriasPouca relação entre os GAL e a População LocalSituações de fraca representatividade efectiva dos agentes económicos e associações nos órgãos de decisão

EstratégiasExistência de estratégias locais Pouca ou nenhuma participação dos actores e população na definição da

Estratégia dos Planos de Acção Local

Orientação da Estratégia para a valorização dos recursos locais A instrumentalização politica de alguns GAL dificulta a aplicação de critérios objectivos na análise de candidaturasFraca articulação com outros programas e estruturas de apoio ao desenvolvimento

Inexistência de um sistema de avaliação "in continuum "

Fraca apetência para orientação da estratégia para objectivos específicos de inovaçãoFraca participação das populações na definição e implementação das estratégias locais

Quadro 14 - Pontos Fortes e Pontos Fracos

Pontos Fortes da Região Pontos Fracos da RegiãoLEADER (DOMÍNIOS)

Estratégias ascendentes de desenvolvimento rural integrado 2000-2006

Page 51: enquadramento_estrategico

51

2.5.5.Necessidades e Potencial de desenvolvimento Rural No que respeita à abordagem LEADER e tendo por base os pontos Fortes e fracos, foram identificadas necessidades e um potencial de desenvolvimento rural, que se apresentam no Quadro 15.

Necessidades

o Maior participação dos agentes locais com maior transparência e democraticidade na decisão.

o A parceria deve responder a objectivos estratégicos do Programa de Desenvolvimento Rural com avaliação permanente dos resultados, tanto interna, como externamente.

o Necessidade da existência de uma plataforma de articulação das estratégias GAL com os restantes instrumentos de política a intervir no território.

o Necessidade de os GAL apresentarem Planos de Acção Local mais inovadores nas propostas que garantam uma ruralidade moderna e atractiva .

o Os GAL devem adquirir competências de qualificação nos domínios da liderança, inovação e negociação como factores essenciais à dinamização local.

Potencial de desenvolvimento

o A promoção do desenvolvimento local deverá centrar-se em pessoas e sectores de actividade associados ao maior potencial competitivo de cada território.

o Os GAL devem ser uma plataforma de cooperação entre entidades municipais, supra municipais, empresas, instituições de ensino e administração.

o É desejável que os grupos GAL utilizem a cooperação para desenvolvimento em estratégias concertadas – massa crítica – de promoção dos produtos locais e das diferentes formas de turismo no espaço rural.

o A visão estratégica para os territórios rurais deverá suportar-se em três linhas de orientação estratégica em torno da : reinvenção da economia da “terra”, garantir condições de desenvolvimento de uma ruralidade moderna e promover a educação e a cultura como base de um novo ciclo para o mundo rural muito mais criativo.

Page 52: enquadramento_estrategico

52

Aumento da Massa Crítica de alguns territóriosAcessibilidades Rodoviárias

Capacidade de incrementar ou manter a relação de proximidade com a população local

Maior participação das comunidades locaisMotivação para o desenvolvimento de iniciativas locais

Maior envolvimento de todos os parceiros no processo de desenvolvimento local Concertação dos parceiros económicos e sociais para o desenvolvimento do

território

Maior participação efectiva do conjunto dos membros da parceria na decisão Emergência de novas formas associativas de planeamento e gestão do espaço rural, nomeadamente as ZIF´s

Igualdade de oportunidades na participação efectiva de todos os membros da parceria nas decisões Emergência de novas parcerias territoriais, nomeadamente as Redes Sociais

Qualificação para melhoria das competências de dinamização local

Delineamento de estratégias fortes suportadas num processo de participação alargada

Articulação do Plano de Desenvolvimento Local com outros instrumentos de política incidentes no mesmo território

Melhoria da qualidade dos Planos de Desenvolvimento Local

Estratégias ascendentes de desenvolvimento rural integrado 2000-2006

Território

Quadro 15 - Necessidades e Potencial de Desenvolvimento Rural

Estratégias Investimentos já realizados em recursos humanos e materiais a nível local

Potencial de Desenvolvimento Rural da RegiãoLEADER (DOMÍNIOS)

Parcerias

Necessidades da Região

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53

3- A operacionalização da estratégia na Região Centro A operacionalização da estratégia de desenvolvimento rural para a Região Centro passa sobretudo pela capacidade de mobilizar os empresários agrícolas, a agro-indústria, os agentes do desenvolvimento local, as autarquias no sentido de todos assumirem de pleno que a agricultura, a floresta e os territórios rurais da região são ainda um campo de oportunidades neste tempo cada vez mais globalizado. Será pela afirmação da diferença, com competência de todos os intervenientes que se conseguirá alcançar uma região mais atractiva, com uma ruralidade capaz de atrair novas gerações, onde se podem desenvolver actividades capazes de gerar riqueza e sustentabilidade ao seu território. As medidas capazes de dar corpo e coerência aos objectivos estratégicos regionalmente definidos estão elencados nas matrizes que se apresentam abaixo.

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54

Quadro - Medidas de apoio ao desenvolvimento rural face aos objectivos definidos para a Região Centro

Aumento da capacitação técnica dos serviços em áreas especializadas, para apoio aos agentes económicos (QUALIFICAÇÃO do RH dos serviços)

4.2 - Informação e formação especializada

Melhorar a formação profissional e desenvolver serviços capacitando os activos para o desempenho da actividade

Promoção da capacitação dos agentes económicos em áreas estratégicas (gestão, mercados, técnicas de regadio e empreendorismo) (QUALIFICAÇÃO dos Agentes Económicos)

4.3 - Serviços de apoio ao desenvolvimento

Promover a inovação

Desenvolver novos produtos, processos e tecnologias através da cooperação

Promoção de Polos de Competitividade , Tecnologia e Negócios Agro-Rurais

4.1 - Cooperação para a inovação

Melhorar a competitividade das fileiras estratégicas

Promoção da valorização de produtos de qualidade diferenciada, nos mercados interno e externo (COMPETITIVIDADE E INTERNACIONALIZAÇÃO)

1.1 - Inovação e desenvolvimento empresarial

1.2 - Cooperação empresarial para o mercado e internacionalização

Melhorar a competitividade das empresas do sector agro-florestal

1.5 - Instrumentos financeiros e de gestão de risco e de crises

1.3 - Promoção da competitividade florestalAumento da competitividade do Sector Florestal

Desenvolver as infra-estruturas agrícolas e florestais

1.6 - Regadios e outras infraestruturas colectivas

OBJECTIVOS ESPECÍFICOS OPERACIONAIS

MEDIDASOBJECTIVOS ESPECÍFICOS

PDROBJECTIVOS ESTRATÉGICOS

REGIONAIS

OBJECTIVOS Nacionais e do

FEADER

OBJECTIVOS PRINCIPAIS PEN

Aum

en

tar

a C

om

peti

tivid

ade d

o S

ect

or

Agrí

cola

e F

lore

stal

Aumentar o conhecimento e melhorar o potencial humano

Reestruturar e desenvolver o potencial físico

Melhorar a qualidade da produção e dos produtos agrícolas

Competência e qualificação dos recursos humanos

Criar parcerias em torno das instituições universitárias da região com núcleos de competências na área de I&ED, aconselhamento de negocios agro-rurais, transferência do saber-agro-formação e redes de explorações de experimentação e inovação.

Apoio ao investimento em actividades agro-florestais emergentes (DIVERSIFICAÇÃO)

Obter produtos competitivos por via do mercado em contexto

global

Page 55: enquadramento_estrategico

55

2.4 - Intervenções Territoriais Integradas

Proteger os recursos hídricos e o solo

2.2 - Valorização de modos de produção

2.3 - Gestão do espaço florestal e agro-florestal

Melhorar a sustentabilidade dos povoamentos florestais.

Gestão profissional da multifuncionalidade da floresta

Requalificação ambiental das "zonas problema"

2.5 - investimentos de requalificação ambiental

Promoção de medidas de carácter preventivo para protecção dos recursos naturais

Preservar a actividade agrícola em zonas desfavorecidas.

Reforço das medidas que visam a coesão social em zonas desfavorecidas

2.1 - Manutenção das actividades agrícolas em zonas desfavorecidas

Promover a protecção da biodiversidade e de sistemas de alto valor natural e paisagístico associados aos sistemas agrícolas e florestais.

OBJECTIVOS ESPECÍFICOS OPERACIONAIS

OBJECTIVOS ESPECÍFICOS PDR

Promover a eco-eficiência e reduzir a poluição.

Incentivar a introdução ou manutenção de modos de produção compatíveis com a protecção de valores ambientais e dos recursos hídricos e do solo no âmbito da actividade agrícola e florestal.

OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS REGIONAIS

Promoção da sustentabilidade dos espaços rurais através da valorização social e económica dos sistemas produtivos tradicionais que permitem a conservação de sistemas de elevado valor natural, a biodiversidade e paisagem.

MEDIDASOBJECTIVOS

Nacionais e do FEADER

OBJECTIVOS PRINCIPAIS PEN

Pro

mo

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en

tab

ilid

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os

Esp

aço

s R

ura

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do

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atu

rais

Proteger valores ambientais e paisagísticos em zonas agrícolas e florestais da Rede NATURA e outras

Contribuir para a atenuação das alterações climáticas

Contribuir para o uso continuado e sustentável das terras agrícolas em zonas desfavorecidas

Promoção de práticas e modos de produção compatíveis com a protecção dos recursos solo, água e valores ambientais presentes.

Preservar o ambiente, a paisagem e a equidade territorial

Page 56: enquadramento_estrategico

56

Promover a criação e desenvolvimento de actividades produtivas complementares das actividades agrícolas

3.1 - Diversificação da economia e criação de emprego

Promover a criação e desenvolvimento de serviços de apoio às familias e às empresas

3.2 - Melhoria da qualidade de vidaPromover a refuncionalização e preservação do património rural natural e construído associado a actividades culturais de lazer ou produtivas

Desenvolver competências nas zonas rurais

Desenvolver competências nas zonas rurais (*).

3.3 - Aquisição de competências e animação do território para o desenvolvimento local

Promover a criação de redes territoriais para a articulação de politicas de valorização de produtos locais e desenvolvimento do turismo em meio local

3.4 - Implementação de estratégias de desenvolvimento local

Promover a criação de redes temáticas para partilha de conhecimentos e de experiências

Aumentar a experiência de Técnicos e outros agentes de desenvolvimento local

3.5 - Cooperação LEADER para o desenvovimento local

Promover a elaboração de estratégias de desenvolvimento local suportadas num processo de participação alargada

Melhorar a governança local

Aumentar a capacidade de execução da abordagem LEADER.

Melhorar a capacidade de trabalho em parceria, através do aumento da participação e do aprofundamento da democracia

Promover processos de participação alargada para a definição de critérios de priorização na análise de candidaturas

3.6 - Funcionamento dos GAL, aquisição de competências e animação

OBJECTIVOS ESPECÍFICOS OPERACIONAIS

OBJECTIVOS ESPECÍFICOS PDR

OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS REGIONAIS

Promover a cooperação e as boas práticas.

Promover a melhoria da qualidade de vida nas zonas rurais.

* Necessidade a suprir essencialmente através do recurso ao Fundo Social Europeu

MEDIDASM

elh

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na

s ru

rais Valorizar o

potencial de desenvolvimento local

OBJECTIVOS Nacionais e do

FEADER

OBJECTIVOS PRINCIPAIS PEN

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Diversificar a economia rural

Melhorar a qualidade de vida nas zonas rurais

Cooperação estratégica dos GAL em torno de objectivos estratégicos regionais

Reinventar a economia da "terra" e dos territórios rurais

Garantir uma ruralidade moderna atractiva e competitiva

Page 57: enquadramento_estrategico

57

4 .Estratégia de Desenvolvimento Rural para a Região Centro A estratégia de operacionalização do Programa de Desenvolvimento Rural na região Centro subordina-se aos objectivos da Estratégia Nacional. Pretende dar relevo ao potencial específico da região na contribuição que possa dar ao cumprimento dos objectivos de política definidos para o país. A proposta apresentada é meramente instrumental, porquanto caberá aos destinatários dos instrumentos de política a sua materialização. O que nos propomos enquanto serviço público, é assumir a total disponibilidade e empenho para criar contextos de intermediação facilitadores do sucesso da sua execução. Tendo por base de partida a análise da situação actual na região Centro e de acordo com a metodologia proposta de apresentação: pontos fortes, pontos fracos, necessidades e potencial de desenvolvimento identificámos um conjunto de objectivos estratégicos que a região se propõe alcançar. O resultado a que se chegou, para além da análise e do conhecimento da realidade regional, resultou também do contacto informal que foi possível desenvolver neste curto espaço de tempo com organizações representativas da produção e da transformação agro-alimentar e de representantes das Associações de Desenvolvimento Local. Não foi possível estabelecer contactos com os representantes de todos os sectores em tempo útil, sendo que na maioria dos casos o foi, pelo que se passara a breve prazo a uma fase de consulta alargada a todos os agentes das fileiras. De qualquer forma as propostas de objectivos operacionais incorporam nas suas metas para 2013, ainda que em forma de uma primeira estimativa, o que são as expectativas da produção. Faz-se notar que os contactos mantidos, de forma informal, com os representantes da produção permitem frisar dois aspectos, provavelmente pelo facto de a conjuntura ser de dificuldades generalizadas. Em primeiro lugar assiste-se a uma abertura muito significativa por parte dos vários intervenientes das fileiras para aderir a soluções de concentração de estruturas, racionalização de custos, estratégias comerciais concertadas. Por outro lado o “ambiente” relativamente às expectativas é muito volátil. Isto é, as metas propostas para algumas das fileiras tanto podem parecer muito ambiciosas, como podem ser facilmente ultrapassadas. Resulta em parte esta situação da entrada em funcionamento do Regadio da Cova da Beira e pela possível entrada de investidores externos ao sector. Resulta desta abordagem com os representantes dos sectores as seguinte leitura.: a figura dos projectos de fileira é muito apelativa por parte das estruturas da produção como instrumento de operacionalização dos objectivos de política desde que estejam reunidas três condições: - Sejam suportados em contratos programa onde estejam claramente identificados os objectivos e as responsabilidades das partes;

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58

- Sejam criadas condições de segurança relativamente à execução do plano através de um mecanismo de cativação previsional seguindo uma metodologia já utilizada nas acções integradas de base territorial; - Seja associado a cada PEF um representante do Ministério que funcionaria simultaneamente como “capital de credibilização” e como responsável pelo acompanhamento e avaliação permanente do PEF. A estratégia regional de operacionalização do PDR terá a sua viabilidade de concretização condicionada pela capacidade que os Serviços tenham de liderar o relacionamento com o tecido económico (as fileiras) e o território (ADL’s), com o sistema de investigação/universidades locais e com o restante quadro estratégico de políticas públicas, servindo de “ponte” entre todas elas porque todas são essenciais a um novo paradigma de desenvolvimento para o sector. A definição da Visão e das linhas de orientação estratégica enfatiza a complementaridade entre a competitividade territorial, isto é, a capacidade dos agentes criarem e reterem valor através da valorização dos produtos locais, e a competitividade sectorial que traduz a capacidade dos agentes sobreviverem à concorrência do mercado, feita geralmente através do preço. Nas condições concretas da realidade dos nossos sistemas produtivos, a maioria dos sectores deve apostar em competir em mercado aberto pela especificidade – preço dos produtos em vez da competitividade global por via do preço. O êxito da implementação da estratégia deve estar associado, quer no caso da competitividade territorial – planos de desenvolvimento local, quer no caso da competitividade sectorial – planos estratégicos de fileira, à definição prévia (condição da sua aprovação) de um conjunto de projectos mobilizadores para o território ou para o sector. Funcionariam como elemento catalizador do sector e seriam suportados num plano de comunicação. Associados a cada um destes projectos seriam definidos um conjunto de indicadores de métrica de sucesso que permitam a sua permanente avaliação. A criação de um sistema de acompanhamento de execução dos planos é o último instrumento que assegura a sua monitorização e controlo. 4.1. A visão para a Região Centro

A região centro deve afirmar-se por uma agricultura em que a diferenciação seja uma marca distintiva dos seu produtos permitindo revitalizar a sua base económica e criar bases para a sua sustentabilidade futura. Simultaneamente a revitalização da ruralidade deve ser fundada em apostas inovadoras capazes de revitalizar e reinventar a base produtiva local, geradoras de mais valias capazes de atrair uma nova geração criativa capaz de investir e valorizar a sua terra. 4.2.Linhas de Orientação Estratégica As orientações estratégicas regionais estão em linha com as orientações nacionais da promoção do desenvolvimento de competências e promoção do

No Centro da qualidade – uma ruralidade moderna, atractiva e competitiva

Page 59: enquadramento_estrategico

59

conhecimento, do reforço da competitividade dos sectores, da sustentabilidade do espaço rural e da dinamização das zonas rurais. As especificidades do território da região Centro e dos diferentes sistemas produtivos locais aconselha a que se explicitem as seguintes orientações estratégicas para cada um dos subprogramas: Promoção da competitividade

Os pólos universitários da região, nomeadamente o ensino superior agrário, deverão constituir espaços de promoção da competitividade e tecnologia agro - rural e de transferência de conhecimento de base a privilegiar ;

Os projectos de integração de investimentos ou qualquer outra forma de cooperação empresarial deverão ser claramente priorizados e amplamente divulgados;

Sempre que possíveis as estratégias de competitividade dos produtos deverão centrar-se na sua capacidade de diferenciação;

Gestão sustentável do espaço rural

A gestão sustentável do espaço não pode estar indefinidamente dependente de estratégias de mitigação, pelo que, sempre que possível deve privilegiar-se a integração parcial dos custos pelo mercado, seja pelos modos de produção seja sobretudo pela “reinvenção” dos sistemas de produção local em que as ADL deverão ter um papel decisivo.

A reposição de passivos ambientais é uma prioridade a alcançar na região Centro.

Dinamização das Zonas Rurais A criação de micro empresas e a disponibilização de redes de serviços

às populações deverão constituir a base da criação de condições de atractibilidade nos meios rurais;

Sempre que possível privilegiar as intervenções económicas ligadas ao potencial agro-florestal;

As diferentes formas intervenção do turismo em espaço rural e a promoção dos produtos endógenos a cada território deverão constituir uma linha de orientação estratégica da cooperação dos GAL na região Centro.

Aprofundamento da representatividade, democracia e prestação de contas na execução das estratégias locais.

4.3 Objectivos Estratégicos Definimos para a prossecução da estratégia regional de implementação do PDR oito objectivos estratégicos os quais enquadram vinte objectivos específicos operacionais.

Page 60: enquadramento_estrategico

60

Objectivo 1 - Competência e qualificação dos recursos humanos

Aumentar a capacitação técnica dos serviços em áreas especializadas, para apoio aos agentes económicos.

(Qualificação dos RH dos serviços) Promover a capacitação dos agentes económicos em áreas

estratégicas (gestão, mercados e empreendedorismo) (Qualificação dos Agentes Económicos).

Objectivo 2 - Promoção de Pólos de Competitividade , Tecnologia e Negócios Agro Rurais

Criar parcerias em torno das instituições universitárias da região com núcleos de competências na área de I&ED, do aconselhamento de negócios agro -rurais, transferência do saber – agro formação e redes de explorações de experimentação e inovação.

Objectivo 3 - Obter produtos competitivos por via do mercado em contexto global

Promover a valorização de produtos de qualidade diferenciada, nos mercados interno e externo (Competitividade e Internacionalização).

Apoiar o investimento em actividades agro-florestais emergentes

(Diversificação).

Aumentar a competitividade do Sector Florestal. Objectivo 4 - Preservar o ambiente, a paisagem e a equidade territorial

Promover a sustentabilidade dos espaços rurais através da

valorização social e económica dos sistemas produtivos tradicionais que permitam a conservação de sistemas de elevado valor natural, a biodiversidade e paisagem.

Promover práticas e modos de produção compatíveis com a

protecção dos recursos solo, água e valores ambientais presentes

Gerir profissionalmente a multifuncionalidade da floresta

Requalificar ambientalmente as "zonas problema"

Promover medidas de carácter preventivo para protecção dos recursos naturais

Reforçar as medidas que visam a coesão social em zonas desfavorecidas

Page 61: enquadramento_estrategico

61

Objectivo 5- Reinventar a economia da "terra" e dos territórios rurais

Promover a criação e desenvolvimento de actividades produtivas complementares das actividades agrícolas

Objectivo 6 - Garantir uma ruralidade moderna atractiva e competitiva

Promover a criação e desenvolvimento de serviços de apoio às famílias as e às empresas

Promover a refuncionalização e preservação do património rural

natural e construído, associado a actividades culturais de lazer ou produtivas

Objectivo 7- Cooperação estratégica dos GAL em torno de objectivos estratégicos regionais

Promover a criação de redes territoriais para a articulação de politicas de valorização de produtos locais e desenvolvimento do turismo em meio rural.

Promover a criação de redes temáticas para partilha de

conhecimentos e de experiências Aumentar a competência de Técnicos e outros agentes de

desenvolvimento local Promover a elaboração de estratégias de desenvolvimento local

suportadas num processo de participação alargada

Objectivo 8 - Melhorar a capacidade de trabalho em parceria, através do aumento da participação e do aprofundamento da democracia

Promover processos de participação alargada para a definição de critérios de priorização na análise de candidaturas

Page 62: enquadramento_estrategico

62

DOMÍNIOS NECESSIDADES DA REGIÃO

Serviços de apoio com quadros técnicos especializados para a colocação dos produtos no mercado nacional e internacional. Falta de quadros com competências de "saber fazer"

Melhoria das competências em gestão, empreendedorismo, liderança, negociação e processo de inovação. Conhecimento dos mercados

Melhorar a formação profissional e desenvolver serviços capacitando os activos para o desempenho da actividade

Produção e difusão atempada de informação técnica para as actividades agrícolas

Melhorar a divulgação das normas comunitárias

Aumento da formação dos produtores em sistemas produtivos de regadio - aumento da utilização dos regadios públicos

Reestruturação das empresas em termos de gestão e de processos produtivos

Promover a inovação

Desenvolver novos produtos, processos e tecnologias através da cooperação

Aumento do investimento em factores de inovação e diferenciação dos produtos

Promoção de Polos de Competitividade , Tecnologia e Negócios Agro-Rurais

Promoção de parcerias e projectos entre agentes económicos privados e o sector público, nomeadamente entidades de ensino e I&D relevantes

Adequação dos projectos de investigação às necessidades dos agentes económicos

Medidas para a captação de jovens para os sectores agro-florestaisAumentar os volumes de produção. Reconversão e novas plantações

Melhorar a competitividade das fileiras estratégicas

Melhorar a competitividade das fileiras estratégicas do olival (MPB e intensivo), Frutos frescos (pessêgo, cereja e maçã), Vitivinicultura, Fileiras da Qualidade

Obter produtos competitivos por via do mercado em contexto global

Definição de estratégias de exportação

Cooperação para a colocação dos produtos no mercado e promoção da concentração da oferta

Redução dos custos dos factores de produção através de processos de cooperação

DESEMPENHO DOS SECTORES

AGRÍCOLA, AGRO-ALIMENTAR E FLORESTAL

Aumentar o conhecimento e melhorar o potencial humano

OBJECTIVOS Nacionais e do

FEADER

OBJECTIVOS PRINCIPAIS PEN

Reestruturar e desenvolver o potencial físico

OBJECTIVOS ESPECÍFICOSOBJECTIVOS ESTRATÉGICOS

REGIONAIS

POTENCIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL DA

REGIÃO

Competência e qualificação dos recursos humanos

Aum

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Agrí

cola

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Possibilidade de aumento da oferta de matérias primas e produto transformado de qualidade

diferenciada para os mercados nacionais e de exportação

Page 63: enquadramento_estrategico

63

DOMÍNIOS NECESSIDADES DA REGIÃO

Melhorar a competitividade das empresas do sector agro-florestal

Privilegiar a actuação integrada dos instrumentos de política

Possibilidade de aproveitamento da biomassa para produção de energia

Redimensionamento empresarial. Atrair investidores institucionais ou outros com poder económico e know-how de negócio para a região

Possibilidade de utilização de capacidade tecnológica instalada e subaproveitada

Aumento da dimensão física e económica das explorações

Dinamização do mercado de solos agrícolasAumento da mobilidade do factor terra/Crescente abandono de solos agrícolas

Orientar a produção da floresta para produtos de alto valor acrescentado - requalificar o parque tecnológico da indústria de serração e secagem de madeira - introdução de tecnologia de ponta

Certificação dos produtos da floresta

Dispor de instrumentos financeiros adaptados ao sector agro-florestal

Aumento da competitividade do sector agro-florestal, através do apoio à reestruturação, à diversificação das actividades económicas, à inovação e à melhoria do ambiente e da paisagem por via da gestão profissional do espaço rural

Desenvolver unidades com escala (ZIF's ou outras) contribuir de forma mais competitiva não só para a comercialização dos produtos tradicionais - madeira, cortiça, azeite, vinha, frutícolas - mas também por via da exploração de outras oportunidades de negócio baseadas no turismo, noutros produtos silvestres, na caça e especialidades regionais

Obter produtos competitivos por via do mercado em contexto global

Aumento da escala de produção dos produtos de qualidade

Procura e atracção crescente por produtos de qualidade diferenciada ou com especificidades regionais

Melhoria da regulamentação e controlo da actividade de exploração de cogumelos A região tem um potencial enorme de

produção que está a ser destruído

Desenvolver as infra-estruturas agrícolas e florestais

Utilização dos regadios públicos como factor de competitividade das fileiras estratégicas. Readaptação dos regadios públicos em declíneo de utiliuzação por desaparecimento de culturas - exp. Tabaco.

Elevada disponibilidade de recursos hídricos. Possibilidade de produção de fruta de elevada qualidade (pessego, maçã ) olival, culturas energéticas, hortícolas.

Valorizar os produtos de qualidade

Estratégias de marketing

Promoção da concentração da oferta de produtos de qualidade

OBJECTIVOS Nacionais e do

FEADER

OBJECTIVOS PRINCIPAIS PEN

OBJECTIVOS ESPECÍFICOS

DESEMPENHO DOS SECTORES

AGRÍCOLA, AGRO-ALIMENTAR E FLORESTAL

Melhorar a qualidade da

produção e dos produtos agrícolas

POTENCIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL DA

REGIÃO

A região tem condiçoes de produção de madeiras nobres e de eucalipto de grande qualidade destinadas utilizações nobres, com grande valorização e procura mundial

OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS REGIONAIS

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tar

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Flo

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al

Page 64: enquadramento_estrategico

64

DOMÍNIOS NECESSIDADES DA REGIÃO

Promoção da visibilidade e compreensão do valor económico da biodiversidade (educação e formação)

Cooperação transfronteiriça para a valorização de áreas com valores naturais e paisagísticos relevantes (ex: Geoparques)

Viabilização de sistemas produtivos agrícolas e florestais não competitivos, mas essenciais à conservação de valores naturais nas áreas de Rede Natura 2000

Prestação de serviços de natureza ambiental (conservação e valorização da biodiversidade e paisagem)

Reduzir os processos erosivos e a degradação ambiental

Valorização dos sistemas de Soutos e Castinçais

Promoção de investigação científica para exploração económica da biodiversidade

Valorização dos produtos vegetais, animais e amenidades regionais

Proteger os recursos hídricos e o solo

Promoção de modos de produção de menor impacte ambiental (AB, enrelvamento na linha, sementeira directa)

Aproveitamento e aplicação adequada no solo, dos resíduos vegetais e efluentes pecuários das explorações

Gestão empresarial e sustentável das áreas florestais (multifuncionalidade)

Certificação de produtos da floresta

Melhorar a sustentabilidade dos povoamentos florestais.

Diversificação das espécies florestais (compartimentação das áreas)

Classificação e zonagem dos espaços florestais com base nas suas potencialidades de exploração e restrições de uso (áreas de exploração de madeiras nobres, de aproveitamento da biomassa, de conservação de valores naturais e de paisagens únicas, áreas de coberto vegetal para minimização da erosão hídrica, áreas de utilização social)

Intensificação das acções de detecção e intervenção rápidas em situação de incêndio

Conclusão dos projectos de despoluição integrada (bacias do Lis, Mondego, Vouga, Ria de Aveiro, Mondego e Zêzere)

Potencial de valorização directa ou indirecta dos territórios, recursos naturais associados e respectivos produtos (praias fluviais, aquicultura, qualidade dos produtos alimentares)

Aumento da rede de monitorização da qualidade química e ecológica das águas superficiais e subterrâneas

Aplicação/execução dos planos de acção nas zonas vulneráveis (Directiva Nitratos)

OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS REGIONAIS

AMBIENTE E GESTÃO DO ESPAÇO

RURAL

Proteger valores ambientais e paisagísticos em zonas agrícolas e florestais da Rede NATURA e outras

Contribuir para a atenuação das alterações climáticas

OBJECTIVOS PRINCIPAIS PEN

Promover a protecção da biodiversidade e de sistemas de alto valor natural e paisagístico associados aos sistemas agrícolas e florestais.

Promover a eco-eficiência e reduzir a poluição.

Pro

mover

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Esp

aço

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Natu

rais

OBJECTIVOS Nacionais e do

FEADER

Preservar o ambiente, a paisagem e a equidade territorial

Incentivar a introdução ou manutenção de modos de produção compatíveis com a protecção de valores ambientais e dos recursos hídricos e do solo no âmbito da actividade agrícola e florestal.

OBJECTIVOS ESPECÍFICOSPOTENCIAL DE

DESENVOLVIMENTO RURAL DA REGIÃO

Page 65: enquadramento_estrategico

65

DOMÍNIOS NECESSIDADES DA REGIÃO

Investimento em equipamentos para aproveitamento do metano para produção de energia em explorações pecuárias

Elevada expressão do sector de pecuária intensiva na região (concentrada na zona litoral)

Preservar a actividade agrícola em zonas desfavorecidas.

Manutenção e reforço de políticas de coesão

Desenvolvimento de actividades emergentes, não tradicionais (biomassa florestal, culturas energéticas, actividades recreativas)

Rejuvenescimento dos agricultores e do tecido empresarial

Crescimento do emprego complementar ou alternativo às actividades agrárias nos sectores secundário e terciário

Apetência para o usufruto das amenidades rurais pelas populações urbanas

Garantir uma ruralidade moderna actractiva e competitiva

Dinamização e criação de novas empresas, especialmente as que permitam o emprego de mão de obra qualificada

Procura de produtos artesanais de qualidade

Criação e desenvolvimento de serviços de apoio às empresas

Dinamização do mercado de produtos locais

Divulgação e facilitação do acesso ao micro-crédito

Serviços de apoio à criação e gestão de micro-empresas

Planeamento de novas funções e utilizações do património construído, cultural e ambiental

Criação de imagens de marca territorial (Ex: "Parques com vida")

Procura crescente do turismo em Espaço Rural, com efeito multiplicador na procura de produtos regionais

Integração em sistemas de certificação no âmbito de marcas europeias de qualidade (Ex. GITES na França para o agro-turismo)

Desenvolver competências nas zonas rurais (*).

Implementação de uma estratégia de marketingCrescente tendência das instituições de ensino superior para estabelecer parcerias com o tecido empresarial

Diferenciação e inovação nos produtos

Melhorar as acessibilidades intra-regionais

Diversificar a economia rural

OBJECTIVOS Nacionais e do

FEADER

OBJECTIVOS PRINCIPAIS PEN

OBJECTIVOS ESPECÍFICOS

Contribuir para o uso continuado e sustentável das

terras agrícolas em zonas

desfavorecidas

POTENCIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL DA

REGIÃO

OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS REGIONAIS

ECONOMIA RURAL E QUALIDADE DE

VIDA

AMBIENTE E GESTÃO DO ESPAÇO

RURAL

Revitalizar Económica e

Socialmente as Zonas Rurais

Promover a melhoria da qualidade de vida nas zonas rurais.

Pro

mover

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Su

sten

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Esp

aço

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dos

Recu

rsos

Natu

rais

Reinventar a economia da "terra" e dos territórios rurais

Preservar o ambiente, a paisagem e a equidade territorial

Page 66: enquadramento_estrategico

66

DOMÍNIOS NECESSIDADES DA REGIÃO

ECONOMIA RURAL E QUALIDADE DE VIDA

Reforço das parcerias locais para o desenvolvimentoValorização pelas populações urbanas da genuinidade do património construído e tradições culturais

Incentivar a participação

Forte investimento no acesso à banda-larga como meio para a redução de desvantagens competitivas

Manutenção e fornecimento de serviços básicos (comunicações, transportes, alojamento, saúde, restauração)

Formação em empreendedorismo

Desenvolver competências nas zonas rurais

Aumento do nível de instrução e de competências da população activa

POTENCIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL DA

REGIÃO

OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS REGIONAIS

OBJECTIVOS Nacionais e do

FEADER

OBJECTIVOS PRINCIPAIS PEN

OBJECTIVOS ESPECÍFICOS

Melhorar a qualidade de vida nas zonas rurais

Page 67: enquadramento_estrategico

67

DOMÍNIOS NECESSIDADES DA REGIÃO

Aumento da Massa Crítica de alguns territórios Acessibilidades Rodoviárias

Capacidade de incrementar ou manter a relação de proximidade com a população local

Motivação para o desenvolvimento de iniciativas locais

Maior participação das comunidades locaisConcertação dos parceiros económicos e sociais para o desenvolvimento do território

Maior envolvimento de todos os parceiros no processo de desenvolvimento local

Emergência de novas formas associativas de planeamento e gestão do espaço rural, nomeadamente as

Maior participação efectiva do conjunto dos membros da parceria na decisão

Emergência de novas parcerias territoriais, nomeadamente as Redes Sociais

Igualdade de oportunidades na participação efectiva de todos os membros da parceria nas decisões

Investimentos já realizados em recursos humanos e materiais a nível local

Qualificação para melhoria das competências de dinamização local

Delineamento de estratégias fortes suportadas num processo de participação alargada

Articulação do Plano de Desenvolvimento Local com outros instrumentos de política incidentes no mesmo território

Melhoria da qualidade dos Planos de Desenvolvimento Local

POTENCIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL DA

REGIÃO

OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS REGIONAIS

OBJECTIVOS Nacionais e do

FEADER

OBJECTIVOS PRINCIPAIS PEN

OBJECTIVOS ESPECÍFICOS

Me

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Valorizar o potencial de desenvolvimento local

Melhorar a governança local

ESTRATÉGIAS ASCENDENTES DE DESENVOLVI-MENTO RURAL INTEGRADO

(Abordagem LEADER)

Aumentar a capacidade de execução da abordagem LEADER.

Promover a cooperação e as boas práticas.

Cooperação estratégica dos GAL em torno de objectivos estratégicos

regionais

Melhorar a capacidade de trabalho em parceria, através do aumento da participação e do aprofundamento da democracia

Page 68: enquadramento_estrategico

68

5 – O Cenário em 2013 A visão faz o caminho. A operacionalização do Programa de Desenvolvimento Rural na Região Centro constitui uma oportunidade, talvez a última com dimensão financeira significativa, para alcançar um conjunto de objectivos associados : À promoção da competitividade:

Através da conclusão e entrada em exploração dos principais regadios da região como suporte essencial à competitividade das fileiras;

Das fileiras das fileiras frutícolas e hortícolas com grande potencial de desenvolvimento;

Da fileira olivícola, associada sobretudo a modos de produção diferenciados;

Da fileira florestal, com a introdução de novos paradigmas de gestão do espaço florestal suportadas na sua capacidade de geração de riqueza, seja associada às ZIF, seja a novas formas organizativas empresariais e de financiamento;

Através de um salto qualitativo nas formas organizativas da produção e sobretudo na sua capacidade de chegar aos mercados.

À gestão sustentável do espaço rural

Através da reinvenção e refuncionalização dos sistemas produtivos locais como única forma de garantir a sua sustentabilidade a prazo;

Através da reposição de passivos ambientais em sectores críticos da actividade agro-alimentar

À dinamização das Zonas Rurais

A sustentabilidade económica dos territórios rurais passa cada vez mais por actividades alternativas e/ou complementares à actividade agrícola. Densificar a estrutura de micro empresas viáveis no território é uma aposta a ganhar;

O turismo, neste caso o TER, encerra em si uma capacidade virtuosa de interagir com a agricultura e com os territórios. No espaço rural da região cento pretendemos que este seja a linha condutora da garantia da sustentabilidade futura dos sistemas produtivos locais de pequena escala e dos territórios que os sustentam.

Page 69: enquadramento_estrategico

69

Eixo I

Anoreferência Valor

Meta*2013

Anoreferência Valor

Meta*2013

. Melhorar a formação profissional e desenvolver serviços capacitando os activos para o desempenho da actividade

4, 6, 144 Formação e ensino na agricultura

(Agricultores com formação básica e completa na agricultura)

% 2003 8,5 12,5 2005 5,1 8

. Rejuvenescer o tecido empresarial 5, 6 ,95 Estrutura etária na agricultura

(empresários agrícolas com < 35 anos/ empresários agrícolas > 55 anos)

% 2003 3,8 5,0 2005 n.d. -

. Desenvolver novos produtos, processos e tecnologias através da cooperação 9, 13

6 Produtividade do trabalho na agricultura(VABpb agrícola/UTA)

euro/UTA média2002-2004 7 287 7 700 2004 5 000 5500

. Melhorar a competitividade das fileira estratégicas

6, 7, 9, 10, 11,13, 14, 15, A)

7 FBCF na agriculturamilhões euro 2003 818 971,5 2004 174 200

. Melhorar a competitividade das empresas do sector agro-florestal

6, 7, 9, 10, 11,13, 14, 15, A)

9 VAB do sector primáriomilhões euro 2003 3 410 5 052 2004 1 236 1300

. Desenvolver as infra-estruturas agrícolas e florestais 9, B)

10 Produtividade do trabalho nas Indústrias alimentares, das Bebidas e do Tabaco

euro//empregado

2003 23 462 23,6 2004 23 540 23600

. Valorizar os produtos alimentares de qualidade 9

11 FBCF nas Indústrias alimentares, das Bebidas e do Tabaco milhões euro 2002 872 879 2004 n.d. -

13 VAB das Indústrias alimentares, das Bebidas e do Tabaco milhões euro 2003 3 836 3 857 2004 539 540

14 Produtividade do trabalho da Silvicultura(VAB Silvicultura/nº empregados Silvicultura)

euro//empregado 2004 43 650 46 900 2004 33 616 38 000

15 FBCF na Silviculturamilhões euro 2002 53 72 2004 n.d. -

A) Balança Comercial do CAFmilhões euro média

2000-2004 -1 546 0,5 média2000-2004 n.d. -

B) Produtividade da terra(VABagrícola/SAU) euro/ha 2003 897 690 2004 2306 2500

Indicadores de base orientados para objectivos do Quadro Comum de Acompanhamento e Avaliação e nacionais

Unidades

Portugal Região CentroIndicadores de base orientados para objectivos

a considerar

Objectivo Específico

* Metas indicativas e ajustáveis de acordo com as estratégias regionais

Objectivos específicos, indicadores de base associados e metas definidos no PEN e metas a definir em cada uma das regiões

Page 70: enquadramento_estrategico

70

Eixo II

Anoreferência Valor

Meta*2013

Anoreferência Valor

Meta*2013

. Proteger a biodiversidade e sistemas de alto valor natural e paisagístico associados aos sistemas agrícolas e florestais

17, 18, 20, 21, 22, 23, 24, 25,

26

17 Biodiversdidade: População de aves comuns de zonas agrícolas(tendências no indicador dos pássaros comuns de zonas agrícolas)

- a calcular Manutenção aos níveis de 2004 a calcular Manutenção aos

níveis de 2004

. Incentivar modos de produção sustentáveis no âmbito da actividade agrícola e florestal

17, 18, 20, 21, 24, 25, 26

18 Biodiversidade: Áreas agrícolas e florestais de alto valor natural(SAU das área agrícolas de alto valor natural)

-a redefinir(valor UE muito alto)

Manutenção Manutenção

Resinosas (%) 1995 26 Melhoria da biodiversidade 2005/06 59 55

Folhosas (%) 1995 60 2005/07 41 45. Promover a eco-eficiência e reduzir a poluição ? Mistas(%) 1995 14

. Preservar a actividade agrícola em zonas desfavorecidas 17, 18

20 Qualidade das águas: Balanço bruto de nutrientes(Excesso de Fósforo e Nitrogénio em kg/ha) kg/ha 2000 42

Melhoria global, com objectivos específicos por

zona

2000 n.e.Melhoria global, com

objectivos específicos por zona

21 Qualidade das águas: Poluição por Nitratos e Pesticidas(Tendências anuais na concentração de nitratos e pesticidadas nas águas superficiais e subterrâneas) - - -

Melhoria global, com objectivos específicos por

zona

- -Melhoria global, com

objectivos específicos por zona

22 Solo: Áreas em risco de erosão(áreas em risco de erosão (classes t/ha/ano) t/ha/ano 2004 5 Em preparação 2004 n.e. Em preparação

23 Solo: Agricultura biológica(SAU em agricultura biológica) ha 2005 233 000 Aumento de área 2005 49 176 55 000

2005/2006 135 2005/2006 n.d.

2004 391 2004 n.d.

25 Alterações climáticas: SAU dedicada às energias renováveis(SAU dedicada às culturas energéticas e de biomassa)

ha - - - -

26 Alterações climáticas: Emissões de gases com efeito de estufa a partir da agricultura(Emissões de gases com efeito de estufa (ktoe)) (t de Co2 equiv) 2004 8445,36602 2004 n.d.

Região Centro

Contribuição marginal do FEADER

Indicadores de base orientados para objectivos do Quadro Comum de Acompanhamento e Avaliação e nacionais

Unidades

24 Alterações climáticas: Produção de energias renováveis a partir da agricultura e floresta(Produção de energias renováveis a partir da agricultura (ktoe) e da floresta (ktoe))

Indicadores de base orientados para objectivos

Objectivo Específico

. Melhorar a sustentabilidade dos povoamentos florestais

Biodiversidade:Composição das espécies florestais(Distribuição por grupo de espécies Florestais e outras áreas florestadas)

Contribuição marginal do FEADER

Portugal

?19

Objectivos específicos, indicadores de base associados e metas definidos no PEN e metas a definir em cada uma das regiões

Page 71: enquadramento_estrategico

71

Eixo III

Anoreferência Valor

Meta*2013

Anoreferência Valor

Meta*2013

. Promover a diversificação de economia e do emprego em meio rural

27, 28, 29, 30, 31, 36

27 Agricultores com outra actividade remunerada(% agricultores com outra actividade remunerada)

% 2005 25,9 26,8 2005 25,4 25,0

. Promover a melhoria da qualidade de vida

28, 29, 32, 33, 34, 36

28 Crescimento do emprego no sector não-agrícola(Crescimento do emprego no sector secundário e terciário)

1000 pessoas 2002 4 476 4 490 2002 698 800

milhõesde euro 2002 117 399 117 529 2002 15 691 16 000

30 Crescimento do auto-emprego(Pessoas em auto-emprego) 1000 pessoas 2004 1 239 1 240 2004 n.d.

31 Infra-estruturas turísticas nas zonas rurais(Número de camas em instalações hoteleiras) nº de camas 2004 433 160 433 660 2004 n.d.

32 Contratação da Internet nas Zonas Rurais(% população que subscreveu internet ADSL) % 2004 12,9 13,0 2004 n.d.

33 Desenvolvimento do sector dos serviços(%VAB dos serviços) % 2002 70,1 70,2 2002 62,4 65,0

‰ 2004 4,5 Manutenção 2004

35 Aprendizagem de longa duração nas Zonas Rurais(% da população adulta que está em formação ou em aprendizagem)

% 2005 4,6 4,6 2005 n.d.

36 Desenvolvimento de Grupos de Acção Local(% população coberta por Grupos de Acção Local) % 2004 36,6 34,7 2004 55,5 55,5

. Desenvolver competências nas zonas rurais 35

29 Crescimento económico do sector não agrícola(VAB do sector secundário e terciário)

* Metas indicativas e ajustáveis de acordo com as estratégias regionais

Região CentroIndicadores de base orientados para objectivos do Quadro Comum de Acompanhamento e Avaliação e nacionais

Unidades

Portugal

34 Migração Líquida(Taxa de migração)

Indicadores de base orientados para objectivos

a considerar

Objectivo Específico

Objectivos específicos, indicadores de base associados e metas definidos no PEN e metas a definir em cada uma das regiões

Page 72: enquadramento_estrategico

72