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Publiquei um livro sobre o assunto. Tinha aquele modelo
de ideal. Trabalhava em uma faculdade pequena, com um
grupo de professores muito parceiros, com os mesmos
ideais. Foi muito difícil minha adaptação na UDESC,
vários departamentos, um grande número de professores,
a descentralização da tomada de decisões (reitoria,
direção, chefe de departamento)... Trabalhar com vários
departamentos simultaneamente foi novidade. Iniciei
minhas atividades lotada no Departamento de Ciências
Básicas e Sociais – DCBS, hoje Departamento de
Química. O nosso Centro era bem diferente do que é hoje,
existiam muitas limitações e dificuldades, mas aos poucos
fui me adaptando e compreendendo o seu funcionamento.
Hoje temos um Centro muito articulado, dinâmico e ativo,
os professores embora nem todos se conheçam, até
mesmo por conta de sua dimensão, temos um
relacionamento agradável e de bom entendimento.
Dica de metodologia utilizada em sala, aos alunos e
aos professores:
A aula é a melhor parte de ser professor. A melhor
metodologia ainda é a “escutatória” e a “avaliação”.
Avaliar e não provar, pois quando o professor compreende
que as duas são um processo de construção do
conhecimento do aluno, tudo flui, tudo acontece. Ser
professor tem que ser uma escolha pessoal, e jamais a
útima opção.
Um grande livro sobre formação de professores
traz um pequeno texto que representa o que todos os
professores deveriam fazer:
Por que você escolheu fazer licenciatura em Química?
Minha motivação para a Química iniciou-se no Ensino
Fundamental, em que tive o primeiro contato oficial com esta
ciência. Durante o Ensino Médio, o gosto floresceu com as
aulas do Professor Paulo Minatto no primeiro ano, e culminou
na realização do curso Técnico em Química no SENAI, nos
anos de 2011 e 2012. Nesta época de muito aprendizado, a
Química tornou-se uma paixão, e a decisão de me graduar
nesta área foi consequência. A questão de Licenciatura, no
entanto, foi uma escolha simples, pois era o único curso gratuito
de Química na cidade.
Qual é a sua visão do curso de Licenciatura em Química
para os próximos cinco anos na UDESC e no cenário
nacional?
Acredito que cinco anos seja pouco para notar uma diferença
significativa, mas minha visão muito romântica, prevê o
aumento no número de alunos, desenvolvimento dos
laboratórios e das pesquisas, maior impacto dos programas de
extensão e de ensino. Nacionalmente espero que nossa
profissão seja mais valorizada, a ponto de não sermos
discriminados por muitos futuros engenheiros por usar uma
camisa escrita “LICENCIATURA”, por exemplo.
Escreva uma frase/citação que você se identifica.
Ricardo Huelsmann
“Cheguem até a borda, ela disse.
Eles responderam, temos medo.
Ela repetiu, cheguem até a borda.
Eles vieram.
Ela os empurrou.
Eles voaram.”
Guillaume Apolinaire, in, Marylim Ferguson 1995, p.278.
Ricardo Dagnoni Huelsmann é o
acadêmico entrevistado desta edição.
Aluno da sétima fase do curso de
Licenciatura em Química possui grande
destaque na área acadêmica de ensino
e pesquisa, já foi monitor da disciplina
de Química Geral e atualmente trabalha
com o professor Dr. Edmar Martendal.
“We have to remember that what
we observe is not nature herself,
but nature exposed to our method
o f ques t i on ing. ” (Werne r
Heisenberg)
“Temos que lembrar que o que
observamos não é a própria
natureza, mas a natureza exposta
a o n o s s o m é t o d o d e
questionamento.”
(Werner Heisenberg)
Para conferir as entrevistas completas, acesse nosso site:
https://jornalmomentoquimico.wordpress.com/
Escrito por:
Nadine InácioGraduanda em Licenciatura em Química
43
Quando você iniciou sua graduação e onde?
O início da graduação foi em 1981/01 na Associação
Catarinense de Ensino - ACE, curso de pedagogia -
Habilitação: Orientação Educacional, em Joinville, Santa
Catarina.
Como foi a experiência na graduação?
Caso tivesse que escolher uma nova graduação faria
tudo novamente, no mesmo lugar e com as mesmas pessoas.
Minha turma tinha cento e dez alunos e amei cada dia de
meus estudos. Reprovei no primeiro ano em Estatística, e tive
sérios problemas para aceitar. Deixei de fazer a disciplina
várias vezes até que outro professor entrou e me deu muito
apoio e muito incentivo. Meu grupo de trabalho era
maravilhoso nos encontramos até hoje, somos amigas. Tenho
certeza de que foi a escolha certa.
Onde realizou o mestrado e o doutorado e como foi?
O mestrado veio em 1991, na Pontifícia Universidade
Católica do Paraná (PUC). Não foi nada fácil. Trabalhava,
estudava e era recém-casada. Desta forma, três vezes por
semana acordava às três e meia da manhã, para pegar o
ônibus para Curitiba, retornava às dezessete horas e ia dar
aula na faculdade de Educação no curso de Pedagogia, até as
vinte e duas e trinta. Essa era minha rotina três vezes por
semana. Os mestrados não eram como hoje, com duração de
dois anos. Na minha época levei três anos para concluir. O
doutorado veio bem depois, sou recém Doutora. Foi um
desejo realizado como pessoa, como ser humano. Fiz meu
doutorado pela Universidade Aberta de Portugal, foi difícil,
pois também tive múltiplas tarefas, família, trabalho, estudos.
Iniciei em 2011 e conclui em junho de 2015.
Como não me afastei das atividades, durante os
últimos anos, usava as minhas férias, licenças prêmios,
feriados, sábados e domingos para me dedicar a minha tese,
mas confesso, faria tudo novamente, tanto o mestrado,
quanto o doutorado. Minhas orientadoras foram pessoas
maravilhosas, contribuíram muito para minha formação como
pessoa e como profissional. Tive grandes mestres, algumas
delas referências mundiais em educação que tive o prazer de
compartilhar e trocar experiências. Sou grata a cada um deles
por todo o aprendizado.
Por que escolheu a pedagogia?
Sempre digo que não escolhi pedagogia, foi ela que
me escolheu. Explico. Sempre quis ser advogada, mas não
tinha condições financeiras. Trabalhava fora e queria estudar.
Decidi fazer pedagogia, pois meu pai queria muito uma filha
professora. Resolvi fazer o curso por ele. Acreditei que
quando terminasse e tivesse mais condições financeiras
cursaria direito, obviamente nunca aconteceu. No primeiro
seminário da disciplina de sociologia em frente aquela turma
de 100 alunos uma mudança ocorreu, não me apaixonei,
apenas me encontrei na minha escolha profissional. Sou
professora, segui toda uma formação na docência. Minha
área é a Formação de Professores. Estudo muito para estar
sempre atualizada. Procuro fazer do meu trabalho, o melhor
possível.
Qual a maior dificuldade encontrada em sua profissão?
Acredito que as maiores dificuldades são o
desrespeito que a sociedade tem pela profissão de professor,
de forma geral. A falta de condições e a desvalorização que
muitos profissionais enfrentam, no dia a dia ainda é muito
forte.
Quando entrou na UDESC? O que encontrou quando
chegou aqui?
Entrei na UDESC em 1998 e tinha muitas
expectativas, confesso que hoje vejo a Universidade muito
diferente. Tinha concluído meu mestrado e minha linha de
pesquisa era “Universidades”.
ENTREVISTAS
Profª. Jurema Iara
Para essa edição do Jornal
Momento Químico, convidamos a
professora Dra. Jurema Iara Reis
Belli que leciona as disciplinas de
Didática, Estágio Curricular e
Metodologia do Ensino
Escrito por:
Paula KrieckGraduanda em Licenciatura em Química
2
Em 1911 foi publicada uma patente por Haber pela empresa Badische Anilin & Soda Fabrik (BASF) e, pela primeira 1vez, conseguiu sintetizar o amoníaco em grande quantidade em pressão elevada. Ficou ao encargo de Carl Bosch, outro
2químico contratado pela empresa para ajudar nas pesquisas do amoníaco e fazer o scale up do experimento de Haber , para
ser utilizado industrialmente Bosch ganhou o Nobel de Química em 1931 “Em reconhecimento por suas contribuições para a
invenção e desenvolvimento de métodos químicos de alta pressão”. Já Haber, ganhou em 1918 o prêmio Nobel de Química
"Pela síntese do amoníaco a partir de seus elementos" (MENDES, 2014).
Após seus estudos para a indústria, Haber teve sua carreira voltada à química na política, participou ativamente de
um instituto criado pelo governo e dado a ele.
Com o estourar da primeira guerra, a Alemanha posicionou-se contra a Rússia e a França. Haber assinou um
manifesto pela proclamação do militarismo na Alemanha, entretanto seu amigo e crítico, Einstein, assinou também outro, um
contra manifesto no qual apelava à unidade europeia o fim da guerra. Naquele momento, Haber assumiu seu papel de ogro
maligno e apoiou suas pesquisas da síntese do amoníaco para a produção de bombas e explosivos para o exército alemão.
Em 1915, Haber sugeriu a utilização de cloro gasoso (Cl ) como arma química no campo de batalha a qual foi aprovada e 2(g)
supervisionada em campo de batalha por ele, causando milhares de vítimas.
Em 1918, a guerra havia acabado e Haber foi condecorado com o Nobel. Ele continuou suas pesquisas com a
química bélica, entretanto disfarçou suas pesquisas para não ser percebido pela fiscalização do Tratado de Versalhes. Em
um de seus estudos com inseticidas feitos a base de cianeto de hidrogênio, foi concebido o Zyklon B, que mais tarde fora
usado nas câmaras de gás para o extermínio de judeus. Grande ironia, não é mesmo? Haber nasceu em uma família judia
(MENDES, 2014).
Os efeitos da ética e a química no meio social podem ser observados em vários outros casos, dentre eles o uso da
talidomida, um fármaco utilizado e produzido nos anos 60 para uma infinidade de tratamentos. Seu uso para um tipo de
tratamento em específico foi amplamente utilizado sem nenhuma restrição, o enjoo matinal em gestantes. A empresa
responsável pelo desenvolvimento da Talidomida, a Chemie-Grünenthal, obteve na época resultados positivos para o uso em
seres humanos e afirmou que seu uso apresentava baixo risco de intoxicação. Vale salientar que o medicamento podia ser
adquirido sem a necessidade de prescrição médica.
3A talidomida, em sua síntese, apresenta uma mistura racêmica . O isômero S é responsável pelo efeito de
dano ao embrião e ocasiona a conhecida focomelia em que a criança nasce sem os braços e pernas. O Isômero R
tem função sedativa e é impossível usar a talidomida apenas com o isômero R, pois esse composto converte-se
de R para S facilmente o que impossibilitando seu uso para esse fim. As crianças com essa má formação foram
chamadas de “Crianças da Talidomida”, pois esse caso foi amplamente apresentado pelas mídias, justamente
pela grande quantidade de uso do medicamento. Atualmente, as vítimas que sofreram pela má formação ainda
recorrem à justiça para que a empresa ajude em seus tratamentos. A Grünenthal reconheceu sua falha na
prescrição para grávidas sem ter a certeza de sua toxidade para o embrião (BORGES, 2010).
.
(S) (R)
(S) (R)
Para ler o texto completo e suas referências acesse nosso site!https://jornalmomentoquimico.wordpress.com/
A síntese do amoníaco tem uma importância valiosíssima, pois a amônia tem uma - -característica de formar nitritos (NO ) e nitratos (NO ), que podem ser usados como 2 3
fertilizantes. Acredita-se que esta síntese aumentou a produção agrícola de 30 a 50% por causa dos fertilizantes nitrogenados, garantindo a sobrevivência de mais de um quarto da população mundial do século 20 (BORGES, 2009).
31 2Amoníaco: É a amônia em solução; scale up: Aumento de escala; Racêmica: É uma mistura de dois isômeros.
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Fonte:http://goo.gl/102pNV Fonte:https://goo.gl/0wztya
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Programa Nacional de Segurança Química (PRONASQ), ligado ao Ministério do Meio Ambiente é um programa implementado de 2004 a 2007, fruto da fundação da Comissão Nacional de Segurança Química.
Este programa tem por objetivo melhorar a segurança relacionada às atividades que envolvem substâncias e produtos químicos. Isso se faz necessário, pois efeitos adversos ao meio ambiente e às diversas formas de
vida, incluindo a saúde da população, podem decorrer da utilização de agentes químicos.
Segundo o artigo 196 da Constituição Federal de 1988, “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. De acordo com o artigo 225 deste mesmo documento, “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
Em vista disso, o PRONASQ tem por objetivo o aperfeiçoamento dos sistemas de controle sobre produção, uso, manuseio, comercialização, importação, exportação, transporte, armazenagem e destino final de substâncias químicas. Além disso, faz parte dos objetivos deste programa a eliminação e minimização da exposição da população às substâncias químicas perigosas; o incentivo à inovação tecnológica, com o desenvolvimento de alternativas mais seguras e ambientalmente sustentáveis; a promoção do conhecimento sobre os impactos efetivos e potenciais das substâncias químicas nocivas à saúde humana e ao meio ambiente; a cooperação nacional e internacional na gestão de substâncias químicas, bem como a prevenção de acidentes e aumento da capacidade de resposta à possíveis emergências.
O
Segurança Química a Nível Nacional
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Escrito por:
Karoline TarnowskiGraduanda em Licenciatura em Química
CONASQ
Caso queira conferir o documento que apresenta o PRONASQ, bem como
as atas das reuniões da Comissão Nacional de Segurança Química acesse:
http://mma.gov.br/seguranca-quimica/comissao-nacional
Fonte
:http
://g
oo
.gl/Y
TL
znJ
Fonte
:htt
p:/
/goo.g
l/XP
u4R
y
Fonte
:htt
p:/
/goo.g
l/vlX
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