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    Indigenismo – Indigenista Especializado – FunaiAula Demonstrativa – Teoria e Exercícios

    Prof. Leandro Signori, Virginia Litiwinczik, Carolina Perini e Marcelo Romão

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    Aula Demonstrativa

    Indigenismo – Indigenista Especializado - FUNAI

    Noções de Desenvolvimento Sustentável

    Professores: Leandro Signori, Virginia Litiwinczik, Carolina Perini e Marcelo

    Romão

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    Caro aluno,

    É com imenso prazer que nos encontramos no PONTO DOSCONCURSOS  para esta jornada em busca de um excelente resultado nadisciplina de INDIGENISMO  para o concurso de INDIGENISTAESPECIALIZADO da FUNAI.

    O concurso oferece 202 vagas, com a remuneração inicial de R$5.345,02. É um ótimo número de vagas, com uma ótima remuneração. Assim,caro aluno, umas das vagas será sua!

    Este curso será elaborado e lecionado a oito mãos, por quatroprofessores, especialistas no diversificado conteúdo cobrado para osconhecimentos específicos do cargo.

    Antes de dizer como será o seu curso, vamos nos apresentar.

    - Olá! Sou Leandro Signori, gaúcho de Lajeado. Ingressei no serviçopúblico com 21 anos e já trabalhei nas três esferas da administração pública – municipal, estadual e federal - o que tem sido de grande valia para a minhaformação profissional –  como servidor público e docente. Nas Prefeituras dePorto Alegre e São Leopoldo desenvolvi minhas atividades nas respectivassecretarias municipais de meio ambiente; na administração estadual, fuiservidor da Companhia Riograndense de Saneamento (CORSAN), estatal dogoverno do Rio Grande do Sul.

    Fui também, durante muitos anos, servidor público federal, comogeógrafo, no Ministério da Integração Nacional, onde trabalhei complanejamento e desenvolvimento territorial e regional.

    Graduei-me em Geografia –  Licenciatura - pela Universidade Federal do

    Rio Grande do Sul (UFRGS) e –  Bacharel - pelo UNICEUB em Brasília. Aoportunidade de exercer a docência e poder alcançar o conhecimentonecessário para a aprovação dos meus alunos me inspira diariamente e me trazgrande satisfação. Como professor em cursos preparatórios on line e presencialministro as disciplinas de Atualidades, Conhecimentos Gerais, RealidadeBrasileira, Geografia e História.

    Quem quiser também pode me seguir no Facebook curtindo a minha fan page. Nela divulgo gabaritos extraoficiais de provas, publico artigos,

    compartilho notícias e informações importantes do mundo atual. Link:https://www.facebook.com/leandrosignoriatualidades. 

    Aula Demonstrativa

    https://www.facebook.com/leandrosignoriatualidadeshttps://www.facebook.com/leandrosignoriatualidadeshttps://www.facebook.com/leandrosignoriatualidades

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    - Nossa, você fala em Leandro!  

    - Olá a todos! Eu sou Virginia Litiwinczik, Bacharel em Ciências Sociaiscom habilitação em Antropologia, Licenciada em Ciências Sociais e Mestre em

    História, formada pela Universidade de Brasília. Sou membro da AssociaçãoBrasileira de História Oral - ABHO e faço parte do Grupo de Pesquisa MEMOIC -Memória, Cultura, Oralidade e Imagem do Conselho Nacional deDesenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq. 

    Sou nascida em Brasília, onde moro e venho me desenvolvendoprofissionalmente. Acumulo experiência em projetos sociais no Terceiro Setor,desde 2004, com foco em grupos populares.

     

    Na Administração Pública Federal, já trabalhei no Instituto do Patrimônio

    Histórico e Artístico Nacional – IPHAN e na Fundação Nacional do Índio – FUNAI,nesta última, admitida por meio de concurso público. Assim, desde 2011, atuono cargo de antropóloga, contribuindo fundamentalmente no campo daregularização fundiária de terras indígenas.

    - Olá, sejam bem-vinda/os! Sou Carolina Perini de Almeida, me formeiem Ciências Sociais (bacharelado e licenciatura) pela Universidade Estadual deCampinas –  Unicamp. Também sou Mestre em Antropologia Social pelaUniversidade de Brasília - UnB, onde atualmente estou cursando o Doutoradona mesma área. Desde a graduação realizo pesquisa com povos indígenas,especialmente com o povo Terena, no Estado do Mato Grosso do Sul, emantenho contato com pesquisadores e grupos de pesquisa na área. Soutambém membro da Associação Brasileira de Antropologia –  ABA e parte daAssociação de Profissionais em Antropologia – APROA.

    Ingressei na Fundação Nacional do Índio em 2010, por meio de concursopúblico para o cargo de indigenista especializada, quando fui trabalhar naCoordenação Regional do Maranhão, atuando diretamente junto aos povosindígenas Timbira e Tenetehara. De 2013 até o presente trabalho no setor

    responsável pelos estudos de identificação e delimitação de terras indígenas daFunai-sede, em Brasília-DF, como Coordenadora de Antropologia.

    Espero, com minha experiência profissional e acadêmica, poder contribuircom o bom desempenho de vocês nessa etapa!

    - Olá! Meu nome é Marcelo de Souza Romão, sou licenciado em Históriapela Universidade de Brasília.

    Antes de estar na Funai, trabalhei por dois anos na Comissão Nacional daVerdade (CNV) —  Comissão criada pela Lei nº 12.528/2011 com objetivo de

    apurar graves violações de direitos humanos cometidos pelo Estado Brasileirono período compreendido entre 1946-1988. Na CNV atuei no Grupo de Trabalho

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    que investigou as graves violações de direitos humanos cometidos contra ospovos indígenas. Desenvolvi pesquisas históricas em arquivos e na bibliografiaespecializada com objetivo de contribuir para a elaboração do relatório temático

    sobre os povos indígenas. Através destes estudos tomei conhecimento de formaaprofundada sobre a política indigenista do Estado brasileiro durante o períodorepublicano.

    Atualmente na Funai, sou assessor da Diretoria de Proteção Territorial,onde desenvolvo atividades de sistematização e fornecimento de informaçõesreferentes aos processos de regularização fundiária das terras indígenas aoscidadãos interessados e à Procuradoria Federal Especializada junto à Funai.

    Estou animado para compartilhar minha experiência e conhecimentos sobreindigenismo com você e contribuir para sua aprovação , conte comigo nessaempreitada, e mãos à obra.

    OK, professores, e como será o nosso curso?  

    Será um curso completo de teoria e exercícios focado no perfil da Esaf.Ao todo serão 11 aulas, incluindo esta aula demonstrativa, cuja estrutura é aseguinte:

    Aula Conteúdo Programático

    00 12. Noções de Desenvolvimento Sustentável.

    01 13. Noções de Gestão Ambiental.

    02

    9. Noções de demografia dos povos indígenas; 3. Terrasindígenas. 3.1. Organização política das comunidades.3.2. Movimentos Indígenas. 5. Os direitos indígenas e oordenamento constitucional e infralegal. 5.1. Indigenato.

    03 7. As políticas públicas direcionadas aos povos indígenas.

    04

    6. História do Brasil colônia. 6.1. Gestão dos territóriosluso-americanos. 6.1.1. Legislação régia portuguesa sobreos direitos dos índios a suas terras. 6.1.2. Aldeamentosindígenas. 6.1.3. Catequese jesuítica e franciscana. 6.2.História do Brasil império. 6.2.1. Rebeliões do períodoregencial e participação indígena. 6.2.2. Indianismo eromantismo. 6.2.3. Diretoria geral e diretorias parciaisdos índios. 6.2.4. Lei de Terras. 6.2.5. Extinção dos

    aldeamentos e esbulho das terras indígenas.

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    05

    6.3. Brasil república e indigenismo. 6.3.1. Criação doServiço de Proteção aos Índios (SPI). 6.3.2. Protecionismoe assimilacionismo. 6.3.3. Museu do Índio (anos 1950) e o

    Parque Nacional do Xingu (anos 1960). 6.3.4. O fim doSPI e o nascimento da Funai. 6.3.5. O indigenismo noRegime Militar (anos 1960 a 1980). 6.3.6. Aredemocratização e a cidadania indígena na Constituiçãode 1988

    06

    14. Noções de Sociologia. 2. Noções de AntropologiaSocial e Cultural. 2.1. Identidade e etnocentrismo. 2.2. Otrabalho de campo. 2.3. Culturas e línguas indígenas no

    Brasil.

    07

    1. Noções de Etnologia indígena: questões de “indianidade” e identidade étnica; 1.2.

    Sociobiodiversidade: diversidade linguística; demografiaindígena. 1.3. Economias indígenas. 1.4. Aspectos deorganização social indígena. 1.5. Aspectos de religiõesindígenas. 1.6. Cosmologias e mitos indígenas. 1.7. Adiversidade das culturas indígenas.

    084. Etnicidade e resgate histórico-cultural de elementosétnicos no contexto atual. 8. A influência da tecnologia namodificação de valores culturais indígenas.

    09 11. Noções de Cartografia.

    10 10. Noções de Geoprocessamento

    11 Bônus – Aula ao Vivo - revisão, bizus e dicas finais.

    Em cada aula, no desenvolvimento da teoria, sempre que possível, vamosinserir questões logo após os assuntos explanados, para que você veja como anossa disciplina é cobrada pelas bancas.

    Na parte teórica seremos objetivos, todavia sem deixar de fora nenhumconteúdo e sem esquecer dos detalhes cobrados pela banca. Vamos ver aspegadinhas e as cascas de banana que são colocadas para escorregarmos naquestão.

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    Além das apostilas, vamos ter uma AULA AO VIVO. Nessa aula vamosfazer uma revisão e trazer dicas finais sobre os assuntos com maiorpossibilidade de serem cobrados na prova objetiva. Serão bizus quentíssimos de

    reta final e revisão de estudos. Aquelas dicas de véspera de prova, que fazem adiferença no seu desempenho na disciplina e fundamentais para a suaaprovação no concurso.

    Mas atenção, esta aula não será gravada e não será disponibilizada nosite do Ponto. Para tanto, quando a aula for marcada, caro aluno, você terá quese programar para participar.

    A aula será pela plataforma de aulas ao vivo do Ponto dos Concursos, pelainternet. Só terão acesso à aula os alunos que compraram o curso no site doPonto. Previamente a ela, durante o curso, vamos lhe passar as informações deacesso.

    Sem mais delongas, vamos aos estudos, porque o nosso objetivo é quevocê tenha um excelente desempenho em Indigenismo.

    Para isso, além de estudar, você não pode ficar com nenhuma dúvida.Portanto, não as deixe para depois. Surgindo a dúvida, não hesite em contatar-nos no nosso Fórum.

    Estamos aqui neste curso, muito motivados, caminhando junto com você,

    procurando passar o melhor conhecimento para a sua aprendizagem e sempre àdisposição no Fórum de Dúvidas.

    Forte Abraço.

    Professores Leandro, Virginia, Carolina e Marcelo

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    Tópicos da Aula

    1. Introdução

    2. As origens das preocupações ambientais

    3. A sociedade de consumo

    4. O desenvolvimento sustentável

    5. Dimensões do Desenvolvimento Sustentável

    6. Objetivos do Desenvolvimento Sustentável

    7. Indicadores de Desenvolvimento Sustentável

    8. Questões comentadas

    9. Questões propostas 

    1. Introdução

    Começo falando que neste conteúdo – desenvolvimento sustentável –  oconcurso está cobrando “noções”. Ressalto, noções, não é um conhecimento

    aprofundado, extremamente teórico sobre o desenvolvimento sustentável. Pelocontrário, é um conhecimento objetivo, relacionado com a realidade do mundoem que vivemos e com a administração pública.

    Para tanto, vamos estudar a problemática ambiental atual e o caminhoque levou a sociedade a formular a ideia do desenvolvimento sustentável, alémda conceituação sobre o termo. Seguiremos com as dimensões dodesenvolvimento sustentável e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável(ODS) da ONU. Por fim, vamos falar dos indicadores de desenvolvimentosustentável.

    2. As origens das preocupações ambientais

    A subsistência do ser humano sempre dependeu dos recursos naturais àsua volta. Ao longo da história, a exploração do meio ambiente contribuiu parao apogeu e para o declínio de grandes civilizações. Por conta dessa forteinterdependência, o debate ambiental ganhou visibilidade aos poucos, trazendodiferentes visões sobre o desenvolvimento e a conservação da natureza.

    Durante milhares de anos, o homem argumentou que destruía o meioambiente para obter recursos indispensáveis à sua subsistência. Hoje, cientistas

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    mostram que a própria sobrevivência da humanidade está em xeque por causada exploração desenfreada dos recursos da natureza. Já não resta outra saída:a preservação de nossa espécie depende de uma mudança radical.

    Praticada há milênios, a agricultura sempre produziu impactos negativossobre o meio ambiente. O desmatamento e a desertificação do solo promovidospor nossos ancestrais são prova disso. Porém, foi com o avanço tecnológico quese impôs um novo ritmo de ação predatória. Foi só a partir da industrialização que os cientistas começaram a se articular para discutir os efeitos da poluição e os inúmeros problemas socioambientais causados pelo novo modelo deprodução.

    Iniciada na Inglaterra, a Revolução Industrial  foi um divisor de águasna história da humanidade. Ela transformou artesãos em proletários, ambientesdomesticados em artificiais, subsistência em salário, imprimindo uma drásticamudança na organização social. Além das transformações socioeconômicas, aRevolução Industrial também intensificou problemas ambientais, acelerando aextração dos recursos naturais.

    No final do século XVIII, a comunidade científica passa a se interessarmais intensamente pelas questões ambientais. Preocupados com a falta de freiodo progresso tecnológico, os cientistas argumentavam que era necessárioestabelecer áreas intocáveis, onde a ação transformadora do homem fosse

    bloqueada. Nasciam, assim, os primeiros santuários ecológicos, como o ParqueYellowstone nos Estados Unidos, criado em 1872.

    Após a II Guerra Mundial, no período da Guerra Fria, Estados Unidos eUnião Soviética armaram-se até os dentes, ostentando arsenais bélicossuficientes para destruir o planeta inteiro várias vezes. A corrida armamentistaalarmou não apenas os estudiosos, mas largas parcelas da população mundial.O debate ambiental, antes restrito às camadas intelectuais, ganhou a atençãode todas as classes, tornando-se um assunto do dia a dia.

    Influenciados pela crescente pressão social, os governos não ignoraramesses alertas. Com a chegada do século XX, diversos acordos internacionaisbuscaram mitigar os efeitos nocivos da ação humana sobre a natureza.

    3. A sociedade de consumo

    Vivemos em uma sociedade marcada e dominada pela lógica do consumo.Todas as pessoas - jovens, adultos, idosos – sejam elas ricas ou pobres - estãoinseridas nesse contexto. São centenas de milhares de produtos apresentados

    como se tivéssemos a necessidade de tê-los para se alcançar a felicidade. O ato

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    de consumir é colocado como uma das formas que permitem ao cidadão ou aoindivíduo sentir-se inserido na sociedade.

    A economia mundial vive um momento em que um dos seus

    sustentáculos é a produção em larga escala de bens materiais. Vive-se umtempo em que existe forte pressão para que o estilo de vida seja baseado noconsumo. A casa, o carro, as viagens fazem parte desse estilo.

    A expansão do consumismo acelerado acarreta alta demanda/necessidadede energia, minérios, água e tudo o que é necessário à produção e aofuncionamento dos bens de consumo. O consumo exacerbado, não sustentável,globalizou-se. A expansão desenfreada do consumo trouxe consigo problemasque antes eram vistos como indiretos, mas que hoje estão cada vez maisligados de forma direta aos problemas ambientais.

    Pegada ecológica humana

    Crédito: Ecological Footprint Network, 2010

    PASSAMOS DO LIMITE - A linha azul representa tudo de que a humanidade dispõe para sobreviver - osrecursos de um planeta, nem mais nem menos. É sobre esse planeta que a humanidade imprime suapegada ecológica. (linha vermelha). A maneira de manter o equilíbrio entra a pegada ecológica e abiocapacidade é reduzir o ritmo de exploração dos recursos naturais, desenvolvendo a produção de umaforma equilibrada.

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    A ONU tem alertado para a velocidade da utilização dos recursos naturais,que já é muito maior que a capacidade de regeneração da natureza. Paraalguns elementos da natureza a reposição é impossível, a escala de tempo para

    a formação é milhões de vezes maior que a vida média dos seres humanos.Segundo o World Wildlife Fund (WWF), uma das ONGs ambientalistas

    mais ativas no mundo, o homem está consumindo 30% a mais dos recursosnaturais que a Terra pode oferecer. Se continuarmos nesse ritmo predatório,em 2030 a demanda atingirá os 100% - ou seja, precisaremos de dois planetaspara sustentar o mundo (veja o esquema da figura acima).

    A biocapacidade  e um indicador que mede a área de terras e águascapazes de gerar recursos biológicos úteis e de absorver os resíduos produzidospelas atividades humanas. A Terra tem uma biocapacidade de 13,4 bilhões dehectares globais. A pressão das atividades humanas sobre os ecossistemas émedida pela pegada ecológica. Ela nos mostra se o nosso estilo de vida estáde acordo com a capacidade do planeta em oferecer e renovar seus recursosnaturais e absorver os resíduos provocados pela atividade humana.

    O índice, apresentado em hectares globais, representa a superfícieocupada por terras cultivadas, pastagens, florestas, áreas de pesca ouedificadas. Em tese, a sustentabilidade do planeta estaria garantida se cadapessoa no mundo utilizasse 1,8 hectares de área (quase dois campos de

    futebol). O problema é que essa média é de cerca de 2,7 hectares. Nos paísesdesenvolvidos, esse número é ainda maior – o índice dos Estados Unidos, porexemplo, é de 9,6 hectares por pessoa.

    Pegada Ecológica do Brasil

    No Brasil a pegada ecológica per capita se mantém praticamente a mesma entre 1961 e 2007.Mas o aumento populacional mais o crescimento econômico e a destruição de ecossistemas

    fazem a biocapacidade cair acentuadamente nesse período.

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    (FGV/AL BA/2014 –  TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR) É um indicadorutilizado para avaliar o consumo humano de recursos naturais emrelação à capacidade da Terra de regenerá los.

    Esse indicador mede a área biologicamente produtiva necessária pararegenerar os recursos consumidos por uma população humana, demodo a estimar quantos “planetas Terra” seriam necessários para

    sustentar a humanidade, caso todos vivessem segundo um determinadoestilo de vida.

    A descrição acima faz referência à noção de

    a) pegada ecológica.b) manejo sustentável.c) biodiversidade.d) sustentabilidade.e) ecossistema.

    COMENTÁRIOS:

    A pressão das atividades humanas sobre os ecossistemas é medida pelapegada ecológica. Ela nos mostra se o nosso estilo de vida está de acordocom a capacidade do planeta em oferecer e renovar seus recursos naturais eabsorver os resíduos provocados pela atividade humana.

    O índice foi criado pelo World Wildlife Fund (WWF). Apresentado emhectares globais, representa a superfície ocupada por terras cultivadas,pastagens, florestas, áreas de pesca ou edificadas. Em tese, a sustentabilidadedo planeta estaria garantida se cada pessoa no mundo utilizasse 1,8 hectaresde área (quase dois campos de futebol). O problema é que essa média é de

    cerca de 2,7 hectares. Nos países desenvolvidos, esse número é ainda maior – o índice dos Estados Unidos, por exemplo, é de 9,6 hectares por pessoa.

    Gabarito: A

    4. O desenvolvimento sustentável

    Apesar de relativamente recente, a ideia de “desenvolvimento

    sustentável” era percebida há muitas décadas. A deterioração do ar, da água e

    dos solos já preocupava muitos governos europeus, que vivenciavam a

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    destruição das florestas e dos rios, bem como a péssima qualidade de vida dosseus habitantes.

    No início do século XX ficava cada vez mais claro que esses problemas

    somente cresceriam e que seria necessária uma ação conjunta. Porém, foisomente depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) que os esforçosinternacionais pela preservação ambiental começaram a ter algum resultado.

    Gradativamente, a comunidade internacional despertava para aproblemática atual, até que em 1972, o Clube de Roma, uma organizaçãovoltada ao debate do futuro da humanidade, publicou com apoio deespecialistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT), o relatórioLimites do Crescimento. Alvo de muita polêmica, o relatório afirmava que secontinuassem os ritmos de crescimento da população, da utilização de recursosnaturais e da poluição, a humanidade correria sérios riscos de sobrevivência nofinal do século XXI.

    O relatório do Clube de Roma repercutiu de tal forma que, em 1972, aONU organizou a Conferência de Estocolmo, conhecida como 1ªConferência Internacional para o Meio Ambiente Humano.

    Considerada um marco do movimento ambiental, foi a primeiraconferência organizada pela ONU que debateu os problemas ambientais doplaneta. Poucos avanços foram conseguidos ao final da conferência, porém, asensibilização das lideranças da comunidade internacional acabou levando aONU a criar o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).

    Após a Conferência de Estocolmo, a comunidade internacional continuoudebatendo e se mobilizando sobre o tema. Mas o conceito de desenvolvimentosustentável só iria surgir quinze anos depois, em 1987, em um contundentedocumento divulgado pelo Pnuma –  o Relatório Nosso Futuro Comum(também chamado de Relatório Brundtland). A coordenação da elaboraçãodo documento coube a então primeira-ministra da Noruega –  Gro Harlem

    Brundtland.O relatório Nosso Futuro Comum é o primeiro grande documento científico

    que apresenta com detalhes as causas dos principais problemas ambientais eecológicos, envolvendo atividades e políticas econômicas e discutindoabertamente os problemas das tecnologias usadas para movimentar asociedade.

    O documento popularizou o conceito de desenvolvimento sustentável,assim definido pelo relatório:

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    a) O uso acelerado de recursos naturais é um sinal de alerta para oplaneta, que pode vir a enfrentar a exaustão de recursos estratégicos.

    b) Apesar de seu efeito poluidor, as emissões de gás carbônico ainda

    não podem ser relacionadas às mudanças climáticas, a exemplo doaquecimento global.

    c) Em geral, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos países éinversamente proporcional ao aumento do consumo de recursosnaturais.

    d) Nos últimos anos, verifica-se aparente paradoxo ambiental:enquanto o nível do mar tem aumentado, recua significativamente onúmero de catástrofes naturais.

    e) O relatório do Pnuma demonstra que já não há mais possibilidade dese alterar a trajetória de tendências perigosas que ameaçam a vidahumana no planeta.

    COMENTÁRIOS:

    a) Correta. A ONU e outras entidades ambientais e científicas internacionaistêm alertado para a velocidade da utilização dos recursos naturais, que já émuito maior que a capacidade de regeneração da natureza. Segundo o WorldWildlife Fund (WWF), o homem está consumindo 30% a mais dos recursos

    naturais que a Terra pode oferecer. Se continuarmos nesse ritmo predatório,em 2030 a demanda atingirá os 100%, ou seja, precisaremos de dois planetaspara sustentar o mundo.

    b)  Incorreta.  O CO₂  (gás carbônico) é o principal gás causador daintensificação do efeito estufa, responsável pelo aquecimento global.

    c)  Incorreta. Em geral, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dospaíses é diretamente proporcional ao aumento do consumo de recursosnaturais.

    d)  Incorreta. As mudanças ambientais pelas quais o planeta Terra tempassado demonstram que nos últimos anos o nível médio dos oceanos tem seelevado, bem como tem ocorrido um aumento no número de catástrofesnaturais.

    e)  Incorreta. Ainda há tempo para uma mudança efetiva no processocivilizatório da humanidade de forma a evitar e, onde não for mais possível,minimizar, as tendências perigosas que ameaçam a vida humana no planeta.

    Gabarito: A

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    O debate sobre a insustentabilidade do atual modelo de desenvolvimentoe sobre formas de alcançar o desenvolvimento sustentável seguiu após adivulgação do Relatório Nosso Futuro Comum. Na verdade, é um tema central,

    cada vez mais presente nas conferências ambientais da ONU. Perpassou a ECO-92, Rio+5, Rio+10 e Rio+20.

    A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente eDesenvolvimento – ECO92, realizou-se no Rio de Janeiro, de 3 a 14 de junhode 1992. A Agenda 21, foi o mais importante documento aprovado pelosEstados-membros presentes na ECO 92. O documento está dividido em quatroseções e quarenta capítulos sobre as mais variadas áreas. Trata-se de umplanejamento de futuro, com ações de curto, médio e longo prazos, contendometas, indicadores, instrumentos, recursos e responsabilidades definidas. Não é

    uma agenda ambiental, mas uma agenda para o desenvolvimento sustentável.O compromisso com a sustentabilidade traduz-se, na Agenda 21, em

    vinte e sete princípios, calcados em três premissas:

    • os países desenvolvidos devem mudar seu padrão de produção econsumo e, portanto, seu modelo econômico;

    • os países em desenvolvimento devem manter as metas de crescimento,

    mas adotar métodos e sistemas de produção sustentáveis;

    • as nações desenvolvidas devem apoiar o crescimento das mais pobres,com recursos financeiros, transferência de tecnologia e reformas nas relaçõescomerciais e financeiras internacionais.

    Vinte anos após a Rio92, os países membros da ONU, reuniram-se em2012, no Rio de Janeiro, na Conferência da ONU para o DesenvolvimentoSustentável - RIO+20. O evento teve como objetivo analisar os progressosfeitos desde 1992 e avançar na adoção de políticas para o desenvolvimentosustentável.

    Previamente à conferência, a ONU divulgou um balanço geral da situaçãodo planeta. A entidade considerou que o progresso em prol da sustentabilidadenas duas décadas anteriores, havia sido bastante limitado. Segundo a ONU,novas tecnologias e métodos de produção adotados pela indústria baixaram emum terço o volume de recursos empregados em cada bem ou serviço produzidonos últimos vinte e cinco anos.

    Apesar dessa evolução, no resultado final, o planeta passou a consumir50% a mais de recursos naturais. Isso ocorreu porque as nações mais ricas nãoreduziram seu nível de consumo. Simultaneamente, as economias emergentes,

    como Índia e China, extremamente populosas, passaram a consumir mais doque nas décadas anteriores.

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    Como o cenário era de muita expectativa, esperavam-se resultadosconcretos. Não foi o que ocorreu. A Rio+20 causou frustração aos queesperavam metas ou agendas de compromissos.

    (ESAF/MF/2014 –  ASSISTENTE TÉCNICO-ADMINISTRATIVO) Sobre odesenvolvimento sustentável e iniciativas governamentais e deorganismos internacionais voltadas à sua promoção, assinale aafirmativa incorreta.

    a) A Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente e oDesenvolvimento (Eco-92) propôs a superação da ideia de quecrescimento econômico é o mesmo que desenvolvimento. Com a Eco-92, passa-se a falar em desenvolvimento sustentável, que contempla 3dimensões interdependentes: a econômica, a social e a ambiental.

    b) A primeira definição de desenvolvimento sustentável – como sendo“aquele que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a

    capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades"–  adota somente o enfrentamento dos problemas ambientais como

    objetivo do desenvolvimento sustentável.c) A Agenda Ambiental da Administração Pública (A3P) é um programade gestão socioambiental criado pelo Ministério do Meio Ambiente. Oprograma tem sido implementado por diversos órgãos e instituiçõespúblicas das três esferas de governo e no âmbito dos três poderes epode ser usado como modelo de gestão socioambiental por outrossegmentos da sociedade.

    d) A Eco-92 e as conferências internacionais que a sucederam tiveram

    importante papel na edição de leis brasileiras voltadas à promoção dodesenvolvimento sustentável, a exemplo da Lei n. 12.187/2009, queinstitui a Política Nacional sobre Mudança do Clima, e da Lei n.12.305/2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

    e) Embora os resultados práticos das conferências que sucederam aEco-92 – em especial a Rio+10 em Johanesburgo e a Rio+20 no Brasil – sejam fortemente criticados, estas conferências têm um importantepapel de questionamento e mobilização dos povos em relação ao tipode desenvolvimento que se deseja e às responsabilidades individuais e

    coletivas pelo legado que deixaremos às gerações futuras.

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    COMENTÁRIOS:

    a) Correta. Crescimento econômico é um conceito referente ao crescimento daatividade econômica, à expansão do Produto Interno Bruto (PIB). Isso é

    diferente de desenvolvimento, que pode ser humano, social, econômico,ambiental, entre outros. Muitos autores discorrem que o desenvolvimentosustentável contempla até mais de três dimensões interdependentes, seriamcinco: econômica, social, ambiental, cultural e política ou democrática.

    b) Incorreta.  O mais conhecido conceito de desenvolvimento sustentável éaquele apresentado no Relatório Brundtland –  Nosso Futuro Comum.Conforme o documento, desenvolvimento sustentável é “aquele que satisfaz as

    necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras

    de suprir suas próprias necessidades". Veja que o conceito é um tanto genérico,amplo e não restringe o desenvolvimento sustentável ao o enfrentamento dosproblemas ambientais.

    c) Correta. A Agenda Ambiental da Administração Pública (A3P) é umprograma de gestão socioambiental criado pelo Ministério do Meio Ambiente. Oprograma tem sido implementado por diversos órgãos e instituições públicasdas três esferas de governo e no âmbito dos três poderes e pode ser usadocomo modelo de gestão socioambiental por outros segmentos da sociedade.

    d) Correta. A Eco-92 e as conferências internacionais que a sucederam tiveramimportante papel na edição de leis brasileiras voltadas à promoção dodesenvolvimento sustentável, a exemplo da Lei n. 12.187/2009, que institui aPolítica Nacional sobre Mudança do Clima, e da Lei n. 12.305/2010, que instituia Política Nacional de Resíduos Sólidos.

    e) Correta. As conferências da ONU são os principais momentos de debate etomada de decisões sobre o futuro do planeta. Elas têm um importante papelde questionamento e mobilização dos povos em relação ao tipo dedesenvolvimento que se deseja e às responsabilidades individuais e coletivas

    pelo legado que deixaremos às gerações futuras.Gabarito: B

    Até aqui, estudamos o conceito de desenvolvimento sustentável sob aótica da ONU, de especialistas e do debate na sociedade. Vejamos agora, comoo desenvolvimento sustentável foi incorporado ao ordenamento jurídico pátrio,especialmente na Constituição Federal. Pois bem, na Constituição de 1988aparece de maneira clara no artigo 170, VI; e no artigo 225, caput .

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    O art. 170, que enumera os fundamentos e princípios da ordemeconômica, dispõe:

     Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho

    humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existênciadigna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:

    I - soberania nacional;

     II - propriedade privada;

     III - função social da propriedade;

    IV - livre concorrência;

    V - defesa do consumidor;

    VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamentodiferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação;

    VII - redução das desigualdades regionais e sociais;

    VIII - busca do pleno emprego;

    IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porteconstituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administraçãono País.

    A defesa do meio ambiente (inciso VI), como princípio da ordemeconômica, é uma clara indicação constitucional da necessidade deharmonização entre a atividade econômica com a preservação ambiental. Apropriedade privada (inciso II) é um valor constitutivo da sociedade brasileira,fundada no capitalismo e na livre iniciativa e representa o incentivo aocrescimento econômico. Todavia, para evitar abusos na utilização dapropriedade em prejuízo da coletividade, a Constituição prevê mecanismos deaplicação da função social da propriedade (inciso III). A propriedade não é

    absoluta, devendo observar a preservação ambiental e o respeito às questõessociais.

    Por fim, o inciso VII estabelece como princípio a redução dasdesigualdades regionais e sociais. Ora, como alcançar a meta constitucionalerradicar a pobreza e reduzir as desigualdades sociais e regionais semcrescimento econômico?

    Da leitura dos dispositivos deste artigo, doutrinadores do direitoambiental concluem que incorporam o princípio do desenvolvimento

    sustentável, tendo como pilar o equilíbrio entre crescimento econômico,preservação ambiental e equidade social. São as três dimensões do

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    desenvolvimento sustentável: ambiental, econômica e social. Para que haja odesenvolvimento sustentável elas devem estar harmonizadas.

    A defesa do meio ambiente como princípio da ordem econômicacontempla o tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dosprodutos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação.

    O Supremo Tribunal Federal (STF) entende que o princípio dodesenvolvimento sustentável encontra suporte legitimador em compromissosinternacionais assumidos pelo Estado brasileiro. Representa fator de obtençãodo justo equilíbrio entre as exigências da economia e da ecologia. A atividadeeconômica não pode ser exercida em desarmonia com os princípios destinadosa tornar efetiva a proteção do meio ambiente.

    Além do art. 170, encontra-se o princípio do desenvolvimento sustentávelno caput do art. 225 da Constituição Federal:

     Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamenteequilibrado , bem de uso comum do povo e essencial à sadiaqualidade de vida , impondo-se ao Poder Público e à coletividade o deverde defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

    Não só a geração presente, mas também as futuras gerações sãodestinatárias de um meio ambiente ecologicamente equilibrado. O limite deutilização dos bens naturais, pelas gerações presentes, deve ser condicionadopelas necessidades das gerações futuras. Para isto, faz-se necessário utilizar osrecursos ambientais de acordo com a capacidade máxima de suporte do planetaTerra.

    O princípio do desenvolvimento sustentável é encontrado ainda na Lei nº6.938/81:  Art. 4º, I: A Política Nacional do Meio Ambiente visará: à

    compatibilização do desenvolvimento econômico-social  com a preservaçãoda qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico. 

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    Em um confronto entre o desenvolvimento econômico e a proteção domeio ambiente, o resultado apenas pode ser estabelecido mediante análise docaso concreto. Para o STF, é imperioso que primeiro se tente conciliar ambos osvalores. Apenas em não sendo possível é que deve haver sobreposição de umem detrimento do outro. Nesses casos de incompatibilidade, deveprevalecer o Princípio do Desenvolvimento Sustentável.

    5. Dimensões do Desenvolvimento SustentávelAté agora falamos em três dimensões do desenvolvimento sustentável:

    ambiental, econômica e social. Contudo, isto está longe de ser um consensoentre os estudiosos do desenvolvimento sustentável. Para alguns há cinco e háquem diga até que são oito as dimensões do desenvolvimento sustentável.

    Exemplo, são as ideias de Ignacy Sachs, para o qual o planejamento parao desenvolvimento sustentável deve considerar cinco dimensões, que são:

    Social -  cuja meta é construir uma civilização com maior equidade na

    distribuição de bens e de rendas, reduzindo o abismo entre os padrões de vidados pobres e os dos ricos.

    Econômica  –  cuja meta é alocar e gerenciar com mais eficiência osrecursos e um fluxo constante de investimentos privados e públicos. Deve-seavaliar a eficiência econômica em termos macrossociais, e não apenas por meiodo critério da rentabilidade empresarial de caráter microeconômico.

    Ecológica – cuja meta é utilizar as medidas que seguem:

      limitar o consumo de combustíveis fósseis;

      reduzir o volume de resíduos e de poluição;  ampliar a capacidade de carga do planeta;  promover a autolimitação no consumo de materiais;  definir normas para uma proteção ambiental adequada;  intensificar a pesquisa para a obtenção de tecnologias de menos

    impactos e mais eficiente.

    Cultural  –  incluindo a procura de raízes endógenas de processos demodernização e de sistemas agrícolas integrados, processos que busquem

    mudanças dentro da continuidade cultural e que traduzam o conceito normativo

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    de ecodesenvolvimento em um conjunto de soluções específicas para o local, oecossistema, a cultura e a área.

    Espacial –  cuja meta é obter uma configuração rural-urbana mais

    equilibrada e uma melhor distribuição territorial dos assentamentos humanos edas atividades econômicas.

    Cabe ressaltar que não há  única categorização para as dimensões dodesenvolvimento sustentável, há diferentes categorizações que variamconforme o autor ou instituição. Tampouco há definição única dedesenvolvimento sustentável, há mais de cem definições diferentes.

    6. Objetivos do Desenvolvimento Sustentável

    A Rio+20 deliberou pela elaboração dos Objetivos do DesenvolvimentoSustentável (ODS), que viriam após o fim do período dos Objetivos doDesenvolvimento do Milênio (ODM) da ONU.

    Em, 2015, após mais de três anos de discussão, os líderes de governo ede estado aprovaram, por consenso, o documento “Transformando NossoMundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”. Naspalavras da PNUD/ONU, “a Agenda é um plano de ação para as pessoas, o

    planeta e a prosperidade. Ela busca fortalecer a paz universal com maisliberdade, e reconhece que a erradicação da pobreza em todas as suas formas edimensões, incluindo a pobreza extrema, é o maior desafio global aodesenvolvimento sustentável” .

    A Agenda consiste em uma Declaração, 17 Objetivos de DesenvolvimentoSustentável e as 169 metas, uma seção sobre meios de implementação e deparcerias globais, e um arcabouço para acompanhamento e revisão. Os ODSaprovados foram construídos sobre as bases estabelecidas pelos Objetivos de

    Desenvolvimento do Milênio (ODM), de maneira a completar o trabalho deles eresponder a novos desafios. São integrados e indivisíveis, e mesclam, de formaequilibrada, as três dimensões do desenvolvimento sustentável, consideradaspela ONU: a econômica, a social e a ambiental.

    A Agenda considera cinco áreas como de importância crucial para ahumanidade e para o planeta no período 2016-2030, denominadas de cinco P’s.Vejamos na figura a seguir:

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    Os cinco P´s da Agenda 2030

    Vamos ver agora os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável:

    1. Acabar com a pobreza  em todas as suas formas, em todos os

    lugares.2. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da

    nutrição e promover a agricultura sustentável.

    3. Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos,em todas as idades.

    4. Assegurar a educação inclusiva e equitativa de qualidade, epromover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.

    5. Alcançar a igualdade de gênero  e empoderar todas as mulheres emeninas.

    6. Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água esaneamento para todos.

    7. Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preçoacessível à energia para todos.

    8. Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo esustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos.

    9. Construir infraestruturas robustas, promover a industrializaçãoinclusiva e sustentável e fomentar a inovação.

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    10. Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles.

    11. Tornar as cidades e  os assentamentos humanos  inclusivos,seguros, resistentes e sustentáveis. 

    12. Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis.

    13. Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima  eseus impactos.

    14. Conservar e usar sustentavelmente  dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável.

    15. Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dosecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a

    desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda debiodiversidade.

    16. Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimentosustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos  e construirinstituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis. 

    17. Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria globalpara o desenvolvimento sustentável.

    (FCC/TCE SP/2015 – AUXILIAR DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA) Em 02de agosto, os 193 Estados-membros da ONU chegaram a um acordo sobre o rascunho do documento final que constituirá a nova agenda dedesenvolvimento sustentável (ODS), que será formalmente adotada pelos líderes mundiais em Nova York durante a Cúpula deDesenvolvimento Sustentável em setembro. 

    O documento final destaca, como um de seus principais objetivos:

    a) a erradicação da pobreza no mundo.b) o fim do terrorismo na África e no Oriente Médio.c) a luta contra a xenofobia no mundo.d) a expansão da justiça social em todo o mundo.e) o fim das perseguições religiosas no mundo.

    COMENTÁRIOS:

    Eis uma forma fácil de memorizarmos os ODS:

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    Pelo que estudamos, o gabarito é a alternativa “A”. 

    7. Indicadores de Desenvolvimento Sustentável

    No Brasil, o IBGE conta com uma publicação de referência na área deindicadores de desenvolvimento sustentável, que disponibiliza um sistema deinformações para o acompanhamento da sustentabilidade do padrão. A primeirapublicação foi em 2002, seguindo-se as edições de 2004, 2006, 2012, 2012 e amais recente - Indicadores de desenvolvimento sustentável: Brasil 2015. 

    Segundo a publicação, o desenvolvimento sustentável integra asdimensões ambiental, social, econômica e institucional. Um dos seus desafios éa criação de instrumentos de mensuração, tais como indicadores, que sãoferramentas constituídas por uma ou mais variáveis que, associadasatravés de diversas formas, revelam significados mais amplos sobre osfenômenos a que se referem.

    Os indicadores de desenvolvimento sustentável são instrumentosessenciais para guiar a ação e subsidiar o acompanhamento e a avaliação doprogresso alcançado rumo ao desenvolvimento sustentável. Devem ser vistoscomo um meio para se atingir o desenvolvimento sustentável e não como um

    fim em si mesmos. Valem mais pelo o que apontam que pelo seu valor absoluto

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    e são mais úteis quando analisados em seu conjunto que o exame individual decada indicador.

    Viabilizam ainda o acesso integrado à informação já disponível sobre

    temas relevantes para o desenvolvimento sustentável, assim como apontam anecessidade de geração de novas informações. Servem para identificarvariações, comportamentos, processos e tendências; estabelecer comparaçõesentre países e entre regiões dentro do Brasil; indicar necessidades e prioridadespara a formulação, monitoramento e avaliação de políticas públicas; e, por fim,por sua capacidade de síntese, são capazes de facilitar o entendimento aocrescente público envolvido com o tema.

    Os indicadores do IBGE estão organizados em fichas metodológicas. Comopadrão geral, elas contêm a definição do indicador, a descrição de suaconstrução, as fontes dos dados utilizados, os comentários metodológicos ouauxiliares à interpretação das informações prestadas, a relevância do indicadorpara o desenvolvimento sustentável e uma lista de indicadores relacionados,além de quadros, gráficos e mapas.

    Também, os indicadores do IBGE, seguem o marco ordenador proposto,em 2001, pela Comissão para o Desenvolvimento Sustentável - CDS, da ONU,que os organiza em quatro dimensões:

      ambiental,

      social,  econômica, e  institucional. 

    A dimensão ambiental  trata dos fatores de pressão e impacto, eestá relacionada aos objetivos de preservação e conservação do meioambiente, considerados fundamentais para a qualidade de vida dasgerações atuais e em benefício das gerações futuras. Essas questõesaparecem organizadas nos temas atmosfera, terra, água doce, oceanos, mares

    e áreas costeiras, biodiversidade e saneamento, que contemplam 19indicadores. A maioria desses temas reúne indicadores que expressam pressõessobre o ambiente e envolvem questões pertinentes à política ambiental, alémde terem forte influência na saúde e na qualidade de vida da população.

    O tema saneamento é um bom exemplo da interpenetração dasdimensões quando se toma como paradigma o desenvolvimento sustentável,cabendo seu enquadramento e análise também na dimensão social. Da mesmaforma, as dimensões econômica e institucional contemplam indicadores quepoderiam estar presentes na dimensão ambiental.

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    Os temas ambientais são mais recentes e não contam com uma largatradição de produção de estatísticas. Isso resulta numa menor disponibilidadede dados para a construção dos indicadores requeridos para uma abordagem

    mais completa. Por essa razão, permanecem algumas lacunas importantes,entre as quais o uso da água, a erosão acelerada do solo, a desertificação, otráfico e o comércio de animais silvestres.

    A dimensão social corresponde, especialmente, aos objetivos ligadosà satisfação das necessidades humanas, a melhoria da qualidade devida e a justiça social.  Os 21 indicadores abrangem os temas população,trabalho e rendimento, saúde, educação, habitação e segurança, que procuramretratar o nível educacional, a distribuição da renda, as questões ligadas àequidade e às condições de vida da população, apontando o sentido de sua

    evolução recente.A questão da equidade continua é tratada em indicadores de vários temas

    que, com a finalidade de explicitar as desigualdades, são desagregados segundoo sexo e cor ou raça.

    A dimensão econômica  trata de questões relacionadas ao uso eesgotamento dos recursos naturais, à produção e gerenciamento deresíduos, ao uso de energia e ao desempenho macroeconômico efinanceiro do País.  É a dimensão que se ocupa da eficiência dos processos

    produtivos e das alterações nas estruturas de consumo orientadas a umareprodução econômica sustentável de longo prazo.

    Os diferentes aspectos desta dimensão são organizados nos temas quadroeconômico e padrões de produção e consumo, que contemplam 11 indicadores.O primeiro tema trata de aspectos ligados à dinâmica macroeconômica do País,que refletem, de maneira mais direta, a trajetória da economia brasileira nosanos recentes, por meio do crescimento do Produto Interno Bruto - PIB, do graude endividamento, da balança comercial e da taxa de investimento. O temapadrões de produção e consumo reflete a forma como os recursos naturais(petróleo, gás natural, minérios) estão sendo utilizados no País, bem comoanalisa as perspectivas de esgotamento de alguns desses recursos, como opetróleo e o gás natural. As estratégias ligadas ao gerenciamento dos rejeitosdo processo produtivo também são abordadas nos indicadores de Reciclagem eRejeitos radioativos: geração e armazenamento.

    A dimensão institucional  diz respeito à orientação política,capacidade e esforço despendido por governos e pela sociedade naimplementação das mudanças requeridas para uma efetiva

    implementação do desenvolvimento sustentável.  Esta dimensão édesdobrada nos temas quadro institucional e capacidade institucional e

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    apresenta 12 indicadores. O primeiro tema contempla os instrumentos políticose legais para dar suporte ao desenvolvimento sustentável, tais como aratificação de acordos globais e a legislação ambiental. Além disso, muitas das

    estratégias para estimular e construir o desenvolvimento sustentável vêmacompanhadas do envolvimento das diversas partes interessadas(stakeholders).

    A participação e o envolvimento de diversos segmentos da sociedadeocorrem por meio das organizações da sociedade civil e de arranjosinstitucionais que implantam mecanismos participativos de escuta às demandasda população e de acompanhamento de ações governamentais, tais como osConselhos de Meio Ambiente, os Comitês de Bacias Hidrográficas, os fóruns dedesenvolvimento local, entre outros.

    Conforme a Agenda 21 dispõe, a habilidade de um país para avançar nadireção do desenvolvimento sustentável é determinada pela capacidade daspessoas e das instituições, o que inclui capacidades científica, tecnológica,organizacional e financeira.

    No tema capacidade institucional, figura o indicador que sintetiza oinvestimento em ciência e novas tecnologias de processos e produtos, chave nabusca de alternativas que conduzam ao desenvolvimento sustentável. Tambémabrange indicadores que medem a existência de Fundo Municipal de Meio

    Ambiente, os acessos à infraestrutura de comunicação e à informação, e asarticulações interinstitucionais dos municípios.

    Vejam nas páginas seguintes as dimensões, os temas e os indicadores.Fiquem tranquilos, não é necessário decorar. Apenas para ter conhecimento.

    *****

    Caro Aluno,Ficamos por aqui. Espero que tenha gostado desta Aula Demonstrativa e

    que siga conosco no curso. Nos encontramos em uma próxima aula.

    Bons estudos,

    Prof. Leandro

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    Indicadores de desenvolvimento sustentável: Brasil 2015

    Dimensão Tema Indicador

    Ambiental

    Atmosfera

    1. Emissões de origem antrópica dos gases associados ao efeito estufa

    2. Consumo industrial de substâncias destruidoras da camada de ozônio

    3. Concentração de poluentes no ar em áreas urbanas

    Terra

    4. Uso de fertilizantes

    5. Uso de agrotóxicos

    6. Terras em uso agrossilvipastoril

    7. Queimadas e incêndios florestais

    8. Desflorestamento na Amazônia Legal

    9. Desflorestamento nos biomas extra-amazônicos

    Água doce 10. Qualidade das águas interiores

    Oceanos, mares e áreas costeiras11. Balneabilidade

    12. população residente em áreas costeiras

    Biodiversidade

    13. Espécies extintas e ameaçadas de extinção

    14. Áreas protegidas15. Espécies invasoras

    Saneamento

    16. Acesso a abastecimento de água

    17. Acesso a esgotamento sanitário

    18. Acesso a serviço de coleta de lixo doméstico

    19. Tratamento de esgoto

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    Social

    População

    20. Taxa de crescimento da população

    21. Taxa de fecundidade total

    22. Razão de dependência

    Trabalho e rendimento

    23. Índice de Gini da distribuição do rendimento

    24. Taxa de desocupação

    25. Rendimento domiciliar per capita

    26. Rendimento médio mensal

    27. Mulheres em trabalhos formais

    Saúde

    28. Esperança de vida ao nascer

    29. Taxa de mortalidade infantil

    30. Prevalência de desnutrição total

    31. Imunização contra doenças infecciosas infantis

    32. Oferta de serviços básicos de saúde

    33. Doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado

    34. Taxa de incidência de AIDS

    Educação

    35. Taxa de frequência escolar

    36. Taxa de alfabetização

    37. Taxa de escolaridade da população adulta

    Habitação 38. Adequação de moradia

    Segurança

    39. Coeficiente de mortalidade por homicídios

    40. Coeficiente de mortalidade por acidentes de transporte

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    30

    Econômica Quadro econômico

    41. PIB per capita

    42. Taxa de investimento

    43. Balança comercial

    44. Grau de endividamento

    45. Consumo de energia per capita

    46. Intensidade energética

    47. Participação de fontes renováveis na oferta de energia48. Consumo mineral per capita

    49. Vida útil das reservas de petróleo e gás

    50. Reciclagem

    51. Rejeitos radioativos

    Institucional

    Quadro institucional

    52. Ratificação de acordos globais

    53. Legislação ambiental

    54. Conselhos Municipais de Meio Ambiente

    55. Comitês de Bacias Hidrográficas

    56. Organizações da sociedade civil

    Capacidade institucional

    57. Gastos com Pesquisa e Desenvolvimento (P&D)

    58 . Fundo Municipal de Meio Ambiente59. Acesso aos serviços de telefonia

    60. Acesso à Internet

    61. Agenda 21 Local

    62. Patrimônio cultural

    63. Articulações interinstitucionais dos municípios

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    QUESTÕES COMENTADAS:

    01) (CESGRANRIO/IBGE/2013 –  TECNOLOGISTA/GEOGRAFIA) Asustentabilidade do desenvolvimento exige, quase por definição, ademocratização do Estado e não o seu abandono. Parece-me oportuno,sob esta lógica, delinear algumas dimensões e critérios operacionais desustentabilidade. Uma dessas dimensões vincula-se estreitamente aoprocesso de construção da cidadania e busca garantir a incorporaçãoplena dos indivíduos ao processo de desenvolvimento. Esta resume-se,em seus aspectos micro, na democratização da sociedade, e macro, nademocratização do Estado.

    GUIMARÃES, R. Desenvolvimento sustentável: da retórica à formulação de políticas públicas.In: Becker, B. e Miranda, M.(Org.) A geografia política do desenvolvimento sustentável.Rio de Janeiro: UFRJ, 1987, p. 39. Adaptado.

    No texto acima, o desenvolvimento sustentável é abordadodescrevendo-se a sua dimensão

    a) ambiental, ao enfatizar a manutenção da capacidade de carga dosecossistemas para absorver as agressões antrópicas.

    b) ecológica, ao tratar da base física do processo de crescimento com o

    objetivo de conservação e uso racional dos recursos naturais.c) demográfica, ao comparar tendências econômicas com base nasvariáveis do crescimento e distribuição das populações humanas.

    d) cultural, ao reconhecer a base do desenvolvimento na manutençãoda diversidade de sistemas simbólicos inerentes à sociedade.

    e) política, ao assumir que o desenvolvimento exige a contribuição deum aparato jurídico-institucional para a sua plena realização.

    COMENTÁRIOS:

    O texto fala em democratização do Estado e construção da cidadania. Dizque a dimensão em tela, resume-se, em seus aspectos micro, nademocratização da sociedade, e macro, na democratização do Estado. Quandofalamos de democracia e cidadania estamos falando de política. Assim, adimensão do desenvolvimento sustentável abordada no fragmento textual é apolítica. Dimensão que exige a contribuição de um aparato jurídico-institucionalpara a sua plena realização, que é uma das características do Estado

    democrático de direito.

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    Ressalta-se que não há uma definição única de desenvolvimentosustentável, há dezenas de definições. Tampouco, há uma única categorizaçãopara as dimensões do desenvolvimento sustentável, há várias.

    Gabarito: E

    02) (CESGRANRIO/IBGE/2013 –  TECNOLOGISTA/GEOGRAFIA) Nasreuniões de cúpula sobre os rumos ambientais globais da humanidade,de Founex a Estocolmo, até o Relatório Brundtland, a ênfase tem sidoem mais crescimento econômico, com formas, conteúdos e usos sociaiscompletamente modificados, orientação no sentido das necessidades

    das pessoas, da distribuição equitativa de renda e de técnicas deprodução adequadas à preservação dos recursos.

    SACHS, I. Estratégias de transição para o século XXI. In: Bursztyn, M. (Org.). Para pensar odesenvolvimento sustentável. São Paulo: Brasiliense, 1993. Adaptado.

    Do exame das reuniões de cúpula referidas no texto, identifica-se que,na conferência das Nações Unidas realizada em 1972, em Estocolmo,

    a) buscaram-se soluções técnicas para os problemas de contaminação,com o lema “Uma só Terra”. 

    b) implementou-se a noção de desenvolvimento sustentável, com olema “Outro mundo é possível”. 

    c) definiu-se o acordo sobre as mudanças climáticas para limitar asemissões de CO2, com o lema “Nosso futuro comum”. 

    d) criou-se o termo antropoceno para definir um novo períodogeológico, com o lema “Um planeta para todos”. 

    e) renovou-se o compromisso político com o desenvolvimentosustentável, com o lema “Por uma economia verde”. 

    COMENTÁRIOS:

    a) Correta. Com o lema  “Uma só Terra”, a Conferência de Estocolmo foimarcada pela disputa do “crescimento zero”, defendido pelos países

    desenvolvidos; e o “crescimento a qualquer custo”, defendido pelas nações

    subdesenvolvidas e em desenvolvimento. Nos debates buscaram-se soluçõestécnicas para os problemas de contaminação. Na conferência surgiu um novoconceito, o ecodesenvolvimento, caracterizado como um processo criativo de

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    transformação do meio em que vivemos, porém com a ajuda de técnicasecologicamente corretas e que sejam adequadas a cada um dos lugares.

    b) Incorreta. O conceito de desenvolvimento sustentável surgiu, em 1987, no

    relatório Nosso Futuro Comum, também conhecido como RelatórioBrundtland, elaborado pela Comissão Mundial para o Meio Ambiente eDesenvolvimento (CMMAD) da ONU. “Outro mundo é possível” é o lema doFórum Social Mundial (FSM).

    c) Incorreta. Somente 20 anos depois, na ECO-92, é que foi aprovado umdocumento sobre a mudança do clima, a Convenção Quadro sobre a Mudançado Clima. No entanto, a Convenção não estabeleceu metas de reduções deemissões ou de limitações de emissões de CO2. 

    d) Incorreta.  O termo  antropoceno tem sido utilizado por cientistas paradescrever o período mais recente na história do planeta Terra. O lema "Umplaneta para todos" não representa nenhum movimento de amplitudeconsiderável.

    e) Incorreta. A RIO+20 foi a conferência que renovou o compromisso políticocom o desenvolvimento sustentável. O evento teve como objetivo analisar osprogressos feitos desde a ECO92 e avançar na adoção de políticas para odesenvolvimento sustentável. A economia verde  foi um dos principais temasdebatidos, mas não teve uma definição criada no documento final.

    Gabarito: A

    03) (IADES/SUDAM/2013 – ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO) OsRecursos Naturais e o Desenvolvimento Sustentável

    A entidade do terceiro setor WWF (Fundo Mundial para a Natureza), emparceria com o Pnuma (Programa das Nações Unidas para o MeioAmbiente), realizou uma pesquisa sobre a pressão exercida pelo ser

    humano sobre o planeta, quanto à exploração dos recursos naturais. Osresultados desse trabalho foram sintetizados no Relatório do PlanetaVivo 2000. O estudo se baseou no índice de pressão ecológica que cadapessoa exerce sobre a terra, ou seja, a necessidade que cada indivíduotem de gerar alimentos, bens, mercadorias e energia. Quanto aoassunto abordado pelo texto e aos diversos aspectos da temática queele suscita, assinale a alternativa incorreta.

    (A) As pesquisas aplicadas ao desenvolvimento da agricultura, depoisda revolução verde, deram origem à biorrevolução, ou seja, aocrescente processo da agricultura pela biotecnologia; assim,

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    potencializa-se a capacidade industrial de transformar a matéria-primaorgânica e se estabelece uma incrível versatilidade na elaboração deprodutos básicos, erradicando os inúmeros impactos ambientais desse

    processo.(B) Entre os diversos fóruns realizados pela ONU –  Organização dasNações Unidas – sobre o assunto Desenvolvimento Sustentável, merecedestaque a Conferência do Rio-1992, ou Eco-92.

    (C) É fato que, quanto maior a produção industrial de bens de consumoduráveis e não duráveis, maior será a demanda por recursos naturais,em especial as fontes de energia. Consequentemente, quanto maior oconsumo, maior será a produção dos diversos tipos de resíduos, daí anecessidade de promover, junto à sociedade global, reciclagem comoforma de amenizar os impactos ambientais.

    (D) Recentemente, o IPCC – Painel Intergovernamental da ONU sobreMudanças Climáticas - organizou conferências sobre o tema e, entreelas, destacam-se as Conferências das Partes realizadas no continenteafricano (África do Sul) e a última, no Oriente Médio (no Catar).

    (E) Vinte anos depois da Conferência no Rio de Janeiro no início dadécada de 1990, ambientalistas e diversos representantes de quaseduas centenas de países se reuniram no Brasil para um novo encontroda ONU sobre o meio ambiente, a denominada Rio + 20.

    COMENTÁRIOS:

    Questão muito fácil! Pegadinha que você não pode cair! Para qualqueratividade produtiva, qualquer que seja, não existe tecnologia que eliminetotalmente ou venha a erradicar os inúmeros impactos ambientais do seuprocesso.

    Gabarito: A

    04) (FCC/METRÔ SP/2015) Em entrevista à TV NBR em 23/09/2014, aMinistra do Meio Ambiente do Brasil disse que a comunidadeinternacional vai se debruçar, a partir de agora, sobre a agenda dosObjetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecida naConferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável .

    (Adaptado de: http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2014-

    09/brasil-reforca-necessidade-da-agendade-desenvolvi-mento-sustentavel)

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    Um dos temas fundamentais da agenda sustentável é a

    a) redução dos cultivos familiares que empregam agrotóxicos.

    b) proibição do plantio e consumo de alimentos transgênicos.

    c) ampliação da geração de energias renováveis.

    d) promoção de campanhas para o planejamento familiar.

    e) erradicação dos intermediários na coleta de lixo reciclável.

    COMENTÁRIOS:

    A RIO+20 deliberou pela elaboração dos Objetivos do Desenvolvimento

    Sustentável (ODS), que deverão orientar as políticas nacionais e as atividadesde cooperação internacional até 2030, sucedendo e atualizando os Objetivos deDesenvolvimento do Milênio (ODM). Os ODS foram lançados em setembro de2015. São 17 Objetivos e 169 metas, envolvendo temáticas diversificadas,como erradicação da pobreza, segurança alimentar e agricultura, saúde,educação, igualdade de gênero, redução das desigualdades, energia, água esaneamento, padrões sustentáveis de produção e de consumo, mudança doclima, cidades sustentáveis, proteção e uso sustentável dos oceanos e dosecossistemas terrestres, crescimento econômico inclusivo, infraestrutura e

    industrialização, governança, e meios de implementação. Na área de energiauma das metas é “Até 2030, aumentar substancialmente a participação de

    energias renováveis na matriz energética global”. 

    Gabarito: C

    05) (UEPA/SEFAZ PA/2013 – FISCAL DE RECEITAS ESTADUAIS) Leia oTexto para responder a questão

    “Há, sem dúvida, uma estreita relação entre a pobreza e a degradação

    do meio ambiente. No entanto, existem diversas maneiras de analisaresta correspondência, dependendo dos interesses de quem faz oestudo. Uma ideia bastante aceita, por exemplo, é a de que populaçõespobres têm um impacto maior sobre o ambiente em que vivem, do queoutros grupos de maior renda. De maneira superficial, este raciocínioparece correto, se pensarmos na ocupação irregular de áreas deproteção a mananciais, florestas urbanas e encostas de morro.Exemplos deste tipo de situação é a fixação de populações em áreas noentorno das represas de Guarapiranga e Billings, em São Paulo; o

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    avanço das favelas cariocas sobre a floresta da Tijuca; e a ocupação demorros em cidades litorâneas do Sudeste do país”. 

    Disponível em http://tesmotetas.blogspot.com.br/2012/06/ pobreza-e-meio-ambiente-ricardo-rose.html  

    Considerando a relação meio ambiente e sociedade abordada peloTexto indique a alternativa correta.

    a) O enfrentamento dos problemas ambientais pelas sociedadescontemporâneas depende da sua capacidade de aliar desenvolvimentohumano, crescimento econômico e preservação ambiental.

    b) O desenvolvimento sustentável proposto pelo Clube de Roma nadécada de 1970, apresentou a redução demográfica como solução paraa crise ambiental contemporânea.

    c) Os problemas ambientais da contemporaneidade resultam daausência de consciência política do cidadão em promover odesenvolvimento sustentável.

    d) O atraso tecnológico e a economia agrícola dos países pobres são osgrandes responsáveis pelos problemas ambientais contemporâneos.

    e) A crise ecológica de fins do século XX gerou novos paradigmas,disseminando práticas de consumo sustentável especialmente nospaíses em vias de desenvolvimento.

    COMENTÁRIOS:

    a) Correta. O desenvolvimento sustentável é a alternativa ao atual modelo dedesenvolvimento ambientalmente predatório, economicamente inviável esocialmente injusto. O desenvolvimento sustentável assenta-se no tripédesenvolvimento humano, crescimento econômico e preservação ambiental

    b) Incorreta. Como solução para a crise ambiental contemporânea, o Clube de

    Roma defendeu, na década de 1970, a tese do crescimento zero. Pela proposta,o mundo não cresceria mais economicamente, o que condenaria os paísessubdesenvolvidos à estagnação e à pobreza eterna.

    c) Incorreta.  Fundamentalmente, os problemas ambientais contemporâneosresultam do modelo de desenvolvimento economicista e consumista dahumanidade.

    d) Incorreta.  Os grandes responsáveis pelos problemas ambientaiscontemporâneos são a exploração predatória da natureza e o consumismo do

    ser humano.

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    e) Incorreta. A crise ecológica gerou novos paradigmas disseminando práticasde consumo sustentável, especialmente nos países desenvolvidos.

    Gabarito: A

    06) (CESGRANRIO/CAIXA/2012 –  ADVOGADO) Entre 1800 e 2010 apopulação cresceu, aproximadamente, sete vezes (de 1 bilhão para 7bilhões de habitantes), e a economia (PIB) aumentou cerca de 50vezes. Hoje, pode-se dimensionar o impacto do ser humano na Terrapor meio de uma metodologia utilizada para medir as quantidades deterra e de água (em termos de hectares globais –  gha) que seriamnecessárias para sustentar o consumo atual da população.

     ALVES, J. A Terra no limite. Revista Veja, ed. especial, ano 43, n. 2196, dez. 2010, p. 24. Adaptado. 

    No contexto da sustentabilidade planetária, a metodologia acima édenominada

    a) agroecologiab) biorremediaçãoc) controle biológicod) manejo ambientale) pegada ecológica

    COMENTÁRIOS:

    A pressão das atividades humanas sobre os ecossistemas é medida pelapegada ecológica. Ela nos mostra se o nosso estilo de vida está de acordocom a capacidade do planeta em oferecer e renovar seus recursos naturais eabsorver os resíduos provocados pela atividade humana.

    O índice, apresentado em hectares globais, representa a superfícieocupada por terras cultivadas, pastagens, florestas, áreas de pesca ouedificadas. Em tese, a sustentabilidade do planeta estaria garantida se cadapessoa no mundo utilizasse 1,8 hectares de área (quase dois campos defutebol). O problema é que essa média é de cerca de 2,7 hectares. Nos paísesdesenvolvidos, esse número é ainda maior – o índice dos Estados Unidos, porexemplo, é de 9,6 hectares por pessoa.

    Gabarito: E

    07) (FUNIVERSA/PC DF/2012 –  PERITO CRIMINAL) A questãoambiental entrou na agenda política do mundo contemporâneo.

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    Governantes, cientistas e organizações sociais, independentemente dasposições assumidas, buscam meios de aprofundar o conhecimentoacerca do tema, como forma de subsidiar tomada de decisões no

    enfrentamento do problema. Da Conferência de Estocolmo (1972),passando pela Rio-92 e chegando à Rio+20, um princípio ecológico éabraçado por ambientalistas e, sendo emblemático da luta pelapreservação da vida, pode ser assim sintetizado:

    a) Aliar desenvolvimento econômico aos limites do planeta é desafioque diz respeito aos governos de países emergentes, fugindo da alçadados demais Estados e atores sociais.

    b) A preservação de todas as formas de vida no planeta requer oimediato retorno às condições de produção existentes no mundo antesdo advento da Revolução Industrial.

    c) A volta à agricultura de subsistência, com o abandono das práticaseconômicas ditadas pelos mercados, é condição essencial para o fimdas emissões de na atmosfera.

    d) Inexistentes no passado, os desastres naturais que atemorizam omundo contemporâneo, a exemplo de terremotos e maremotos, estãodiretamente ligados às atuais mudanças climáticas.

    e) A necessária adequação do sistema produtivo à capacidade deregeneração do planeta implica não consumir nem descartar maisprodutos que a Terra é capaz de suportar.

    COMENTÁRIOS:

    a) Errada.  Aliar desenvolvimento econômico aos limites do planeta é umdesafio que diz respeito absolutamente a todos, sejam países, pessoas,organizações e atores sociais.

    b) Errada.  Para preservar as formas de vida existentes no planeta não énecessário retornar às condições de vida da era pré-industrial. É possível aliar oconforto e a modernidade atual à sustentabilidade ambiental. Mas para isto énecessário uma mudança de valores, de modos de vida, de produção econsumo, enfim mudar o processo civilizatório da humanidade.

    c) Errada. Também não é necessário retornar à agricultura de subsistência.Porém, algumas práticas econômicas insustentáveis ditadas pelos mercados,deveriam sim ser superadas por outras sustentáveis. Como exemplo, cito a

    ideologia do transporte individual movido a combustíveis fósseis, um dosgrandes vilões da emissão de na atmosfera.

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    d) Errada.  Maremotos e terremotos são fenômenos naturais, fazem parte dahistória geológica e natural da Terra. Tem como causa o tectonismo. Não estãorelacionados com as mudanças climáticas presentes e pretéritas.

    e) Certa.  Este é o desafio que a humanidade ainda não conseguiu alcançar.Utilizar os recursos naturais no máximo até o limite da capacidade de suportedo planeta Terra.

    Gabarito: E

    (CESPE/MDIC/2014 –  AGENTE ADMINISTRATIVO) O Leste da Chinaestá sofrendo com a mais grave poluição do ar em décadas. Na cidadede Nanquim, escolas foram forçadas a cancelar aulas e o horizonte de

    Xangai foi encoberto por uma névoa acre. Esse episódio é um aviso deque nenhuma parte do país está imune aos perigos da poluição.

    O Globo, caderno Amanhã, 10/12/2013, p. 7 (com adaptações).

    Tendo o fragmento de texto acima como referência inicial econsiderando a amplitude do tema que ele focaliza, julgue o item.

    08) A poluição atmosférica é um dos mais graves problemas do mundo

    contemporâneo e, caso nada seja feito para reduzi-la ou impedir suaexpansão, colocará em risco a própria sobrevivência no planeta.

    COMENTÁRIOS:

    A poluição atmosférica, sobretudo, aquela relacionada à emissão de gasesestufa, causadores do aquecimento global, é um dos mais graves problemas domundo contemporâneo. Caso nada seja feito para reduzir a poluiçãoatmosférica ou impedir a sua expansão, o planeta sofrerá drásticas

    consequências, que podem colocar em risco a existência das formas de vida.

    Gabarito: Certo

    09) A emissão de gases poluentes na atmosfera, como os resultantesda queima de combustíveis fósseis, contribui decisivamente para asalterações climáticas com as quais o mundo contemporâneo vemconvivendo há algum tempo.

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    COMENTÁRIOS:

    O mundo contemporâneo convive com a problemática do aquecimentoglobal, causado pela intensificação do fenômeno natural do efeito estufa. A

    emissão de gases estufa na atmosfera, como os resultantes da queima decombustíveis fósseis (ex. gás carbônico), contribui decisivamente para asalterações climáticas.

    Gabarito: Certo

    10) (CESPE/TRT 17ª REGIÃO/2009 –  ANALISTA JUDICIÁRIO) Acercado trabalho, da tecnologia e do desenvolvimento sustentável, julgue oitem subsequente.

    O desenvolvimento sustentável, uma utopia para o mundo atual, éanseio de todos os setores sociais e políticos dos países centrais docapitalismo.

    COMENTÁRIOS:

    Se o desenvolvimento sustentável fosse um anseio de todos os setoressociais e políticos dos países centrais do capitalismo, o planeta Terra estaria

    numa situação melhor. Os países centrais do capitalismo são os paísesdesenvolvidos, como os EUA, Japão, Alemanha, França e Inglaterra. Parcela dasociedade e dos políticos desses países, e não só lá – do mundo também, impõeobstáculos e resistência ao desenvolvimento sustentável.

    Gabarito: Errado

    (CESPE/CBM DF/2011 - O Brasil se prepara para organizar a maiorconferência do planeta, a Rio+20. Muito do que fora prometido à época

    da conferência de 1992 não foi cumprido, mas todos sabem: ainda hátempo de, com muito trabalho, conduzir a Terra para o caminho dodesenvolvimento sustentável.

    Caderno Dia Mundial do Meio Ambiente. In: Correio Braziliense,5/6/2011, capa (com adaptações).

    Tendo o texto acima como referência inicial e considerando aabrangência da temática que ele focaliza, julgue os itens a seguir.

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    11) Apesar do reconhecimento do não alcance de muitas metaspropostas na conferência de 1992, o texto não deixa dúvidas quanto àpossibilidade de se reverter o cenário de degradação ambiental hoje

    existente no planeta.

    COMENTÁRIOS:

    Questão tranquila. O texto diz: “ainda há tempo de, com muito trabalho,

    conduzir a Terra para o caminho do desenvolvimento sustentável”. 

    Gabarito: Certo

    12) A questão ambiental integra, como exceção, a agenda daOrganização das Nações Unidas, cuja preocupação essencial estávoltada para a segurança internacional.

    COMENTÁRIOS:

    A questão ambiental não é uma exceção, é um tema relevante na agendada ONU.

    Gabarito: Errado

    13) Especialistas acreditam que a Rio+20 ampliará as pressões deambientalistas e de organizações não governamentais para que oEstado brasileiro crie órgão espe