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ASSOCIAÇÃO REGIONAL DAS CASAS FAMILIARES RURAIS ARCAFAR CASA FAMILIAR DO POVOADO TAMAMANDUÁ TIMON -MA FICHA PEDAGÓGICA FEIJÃO Jovem: ____________________________ Data: __/__/__

Ficha Pedagógica - Feijão - Timon-ma

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Caderno didático para o estudo da cultura do feijão no ensino médio profissionalizante das Casas Familiares Rurais

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ASSOCIAÇÃO REGIONAL DAS CASAS FAMILIARES RURAIS ARCAFAR

CASA FAMILIAR DO POVOADO TAMAMANDUÁ TIMON -MA

FICHA PEDAGÓGICA

FEIJÃO

Jovem: ____________________________ Data: __/__/__

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ÍNDICE

01 Histórico: importância econômica do feijão

02 – Maiores produtores de feijão

03 Principais estados produtores de feijão no Brasil

04

05 Botânica

06 Cultivares de feijão

07 Preparo do solo

08 Stand, espaçamento sistema de plantio

09 Tratamento – de sementes

10 Cálculo de da quantidade sementes cultura por metros linear na de

11 Nutrição;

12 – de Sintomas de deficiências nutrientes nas plantas

13 Adubação nitrogenada; fosfatada. adubação

14 potássica– Adubação ; adubação verde; controle de daninhas; Controle

15 ervas manual; ; controle mecânico controle químico

16 Aplicação pragas

17 – recomendações sobre ;

20 Ataque pragas x época de aplicação de ; plantio danos e ação níveis de ;

21 Controle químico;

22 Colheita

23 Armazenamento

HISTÓRICO

Acredita-se que, há mais de 7.000 anos o feijão já era cultivado na América e que

os índios brasileiros o plantavam ao lado do milho, amendoim, mandioca e fumo. Por volta 1.540 foi introduzido na Europa. No século XVIII o feijão brasileiro

constituiu importante fonte de renda para Portugal. Hoje o feijão é cultivado em quase todo mundo. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA:

O feijão, por ser uma cultura que requer uma mão obra intensiva, principalmente no período de colheita, constitui-se em atividade básica para milhares de pequenos agricultores em todo Brasil. Seus grãos são utilizados como alimento básico da população brasileira, com teores de proteínas variando entre 20 e 25%, constitui-se na principal fonte protéica para as famílias de baixa renda . O Brasil é um dos maiores produtores e consumidores mundiais de feijão, destacando-se o Paraná como o maior produtor nacional.

A exploração da cultura do feijão está concentrada na pequena propriedade, sendo que esta responde pôr cerca de 80% da produção total. As áreas de pivô central são normalmente aquelas de maior rendimento, com valores médios de até 5 vezes superiores às áreas convencionais ou sem irrigação. Nestas áreas, com freqüência, é realizada a prática da fungigação (aplicação de fungicidas via água de irrigação) para o controle das doenças, especialmente do mofo branco. A produção de feijão corresponde a 1% da produção total de grãos no mundo (soja, milho, trigo, feijão, etc.), sendo que a produção mundial do grão gira em torno 16 a 17 milhões de ton.

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O feijão tem uma importância muito grande em nosso país, devido ao seu valor sócio-econômico. Há tempos atrás a região sudoeste era uma grande expressão em produção no estado, atualmente se produz pouco e a produtividade, em algumas áreas, caiu bastante.

No quadro abaixo, vamos quantificar a cultura do feijão em nossas propriedades.

Nome do Jovem

Área da propriedade (ha) Produção em sacas (60 Kg)

Total Com feijão Por hectare Total Valor (R$)

MÉDIA

TOTAL

COMENTÁRIOS: Vamos fazer um breve comentário, sobre as diferentes realidades observadas no quadro anterior e também comentar a importância da cultura do feijão em nossa propriedade: ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ MAIORES PRODUTORES MUNDIAIS DE FEIJÃO:

Ordem País Produção total (mil ton)

Área total (ha)

Produtividade (Kg/ha)

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FEIJÃO EM NÚMEROS NO BRASIL E NO PARANÁ

A cultura do Feijão ocupa lugar de destaque na agricultura paranaense. É a quarta cultura em área plantada, sendo cultivada principalmente em pequenos e médios estabelecimentos, onde responde por boa parte da renda destas propriedades.

Feijão – Brasil - Principais Estados Produtores – 98/99

O Paraná destaca-se como o primeiro produtor nacional. Em 1999 produzimos 560 mil toneladas, com cerca de 20% de participação na produção do país.

Esta leguminosa é cultivada em todas as regiões do Estado, sendo importante na absorção de mão-de-obra, tanto familiar como contratada.

Feijão – Brasil – Participação dos Principais Estados Produtores - 98/99

De acordo com o último Censo Agropecuário, o Paraná possui 154 mil produtores de feijão.

O plantio está distribuído ao longo do ano em três safras distintas. A 1ª e de maior área de cultivo é a safra "das águas", com plantio de agosto a novembro. Cerca de 72% da produção paranaense, em 1999, foi oriunda desta 1ª safra.

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A 2ª safra, conhecida como safra "da seca", teve participação de 24% na produção total do estado e a 3ª safra, de inverno, participou com 4%.

Feijão (águas, seca, inverno) – Paraná - Distribuição Geográfica da Produção – 98/99

Águas Seca Inverno

Na 1ª safra destaca-se a produção da região Centro-Sul do Paraná – Curitiba, Ponta Grossa, Irati, Guarapuava e União da Vitória, com 54% de participação na produção.

Feijão da Águas – Paraná - Participação Regional na Produção Estadual – 98/99

A produtividade média, nesta 1ª safra, tem se situado entre 800 e 1.000 kg/ha.

A 2ª safra caracteriza-se pela maior utilização de tecnologia, com destaque para as regiões de Ponta Grossa e Jacarezinho, onde se concentra 60% da produção, predominando o plantio de lavouras altamente tecnificadas. A utilização de sementes melhoradas, agrotóxicos, plantio direto e colheitas semimecanizadas, conferem produtividades superiores a 2.000 kg/ha.

Feijão da Seca – Paraná - Participação dos Núcleos Regionais na Produção Estadual – 98/99

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A terceira safra, com plantio de abril a junho, está concentrada nas regiões Norte e Noroeste do estado.

Feijão – Paraná - Evolução da Produção – 96/97 - 98/99

Cerca de 50% da produção de feijão do Paraná é da classe "preto" e 50% da classe "cor". Do total de 500 mil toneladas produzidas nos últimos cinco anos, ao redor de 200 a 230 mil toneladas são consumidas no próprio estado, o restante tem como principais mercados o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul, para o feijão preto. O feijão de cor tem como destino o mercado de São Paulo, de onde é redistribuído para todo o Brasil.

O Paraná apresenta uma vocação indiscutível para a exploração do feijão. Grandes

transformações estão ocorrendo com a cultura. Safra após safra observa-se aumentos na produtividade média, que saiu de patamares entre 600 a 700 kg/ha para 900 a 1.100 kg/ha, o que revela uma maior adoção de tecnologia, com uma especialização do produtor de feijão em várias regiões do estado, nos chamados "bolsões" de tecnologia. Fonte: Engenheiro Agrônomo Gilberto Martins Bello [email protected]. Na maioria das propriedades produtoras de feijão, ainda predomina, a adoção de baixa tecnologia, o que sugere, um potencial aumento de produção, caso seja revertido, o quadro de atraso que se encontram esses produtores. CENÁRIO NACIONAL NAS TRADICIONAIS E PEQUENAS PROPRIEDADES PRODUTORAS DE FEIJÃO (causas da baixa produtividade): 1 – Cultura de subsistência; 2 – Falta de estímulo (crédito e recursos) para plantio de modo adequado e em tempo; 3 – Falta de controle adequado de pragas e doenças; 4 – Safra das águas sujeita a seca; 5 – Falta de adubação e calagem adequada; 6 – Falta de pesquisa. BOTÂNICA

O feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris, L) pertence à família das leguminosas, é originário do continente americano, disseminando-se daí para o mundo inteiro. É uma

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planta herbácea, de ciclo anual, possuindo variação no hábito de crescimento, formas de semente, cores de testa e textura de vagens que pode atingir uma altura de 50 a 70 cm. Seu sistema radicular é constituído pela raiz principal e ramificação lateral superficial, o ciclo do feijoeiro varia de 80 a 110 dias.

Hoje a pesquisa está procurando desenvolver variedades mais altas e que as vagens se concentrem na parte superior da planta para possibilitar a colheita mecânica, para colher em menos tempo e menos mão-de-obra. NECESSIDADES HÍDRICAS A quantidade de chuva para suprir a demanda de água, durante o ciclo, varia de 300 a 400 mm, dependendo do sistema de cultivo utilizado, isto é, plantio direto ou convencional, e deve ser bem distribuída. O período mais crítico de ocorrência do déficit hídrico é o da pré-floração até o final do enchimento dos grãos. Na fase reprodutiva são determinados os componentes de rendimento: número de vagens por planta , número de grãos por vagem e tamanho do grão. O excesso de chuva pode trazer problemas por alagamento em solos mal drenados, retardando o crescimento principalmente na fase vegetativa inicial, devido à falta de oxigênio na raiz, que causa amarelecimento nas plântulas. Após a maturação fisiológica as vagens perdem água, sendo necessário períodos secos até a colheita. Quando períodos chuvosos ocorrem na colheita, a alta umidade pode atrasar esta operação e prejudicar a qualidade do produto colhido. DISPONIBILIDADE TÉRMICA A espécie, apesar de originaria de ambiente amenos do continente americano, atualmente é cultivada em todos os continentes, em regiões cuja temperatura oscila entre 10 e 35º C. A maioria da produção todavia é procedente de regiões onde a temperatura média durante o ciclo varia de 17,5 a 25ºC. Nas regiões aptas para o cultivo, a época de semeadura deve ser determinada para que a floração ocorra quando a temperatura ambiente for inferior a 32ºC no abrigo meteorológico. Altas temperaturas na fase inicial podem causar a morte de plântulas, sobretudo em plantio convencional e quando ocorrem na fase de crescimento vegetativo reduzem a taxa deste crescimento, principalmente se acompanhadas de seca. EFEITO DOS VENTOS Os ventos podem provocar alterações nas plantas de feijoeiro, que normalmente passam despercebidas. Ventos excessivamente velozes, quentes ou frios alteram o microclima e a temperatura no interior da plantação, afetando o crescimento das plantas. Ventos frios diminuem a temperatura das folhas abaixo da do ar, causando danos caracterizados pela coloração marrom e pelo encarquilhamento (enrrugamento) dos folíolos no ápice da planta. Os ventos quentes causam aumento da evapotranspiração, o que obriga as plantas a fecharem seus estômatos, aumentando a temperatura das folhas. Este efeito causa redução na fotossíntese e aumento na taxa de queda de flores e vagens pequenas, na fase reprodutiva. Baseado nestas informações quais as medidas que devemos tomar com relação a ação do vento?

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PREPARO DO SOLO Preparo Convencional:

Consiste em se utilizar uma escarificação ou aração seguida de uma ou duas gradagens e plantio, esta modalidade de plantio possibilitam que as sementes sejam colocados no solo de maneira a propiciar uma boa germinação, além de servir como operação de eliminação de ervas daninhas na área. Este método tem a desvantagem de retirar a palha da superfície da área possibilitando erosão e maior nível de invasoras durante o ciclo da cultura. Ainda é o sistema mais usado no estabelecimento da cultura no Paraná. Plantio Direto: Este sistema de cultivo possibilita a deposição das sementes no solo sem o revolvimento desse, trazendo uma série de vantagens, entre elas a menor incidência de ervas daninhas e erosão do solo. Comente sobre as diversas maneiras de prepararmos o solo em nossa propriedade. ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________

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fusarium, mofo branco. - Usar 100 gr/100 kg de sementes. RHODIAURAM 700 –

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- classe toxicológica III - controle de tombamento - usar 150 g/ 100 kg de semente MISTURA: BENLATE 500: 80 g / 100 kg de sementes + RHODIAURAM 700: 100 g/100 kg de sementes em 400 ml de água. PROMET: classe toxicológica III Dosagem: 0,81 / 100 kg de sementes Controle de mosca branca OBS. O promet tem demonstrado eficiente controle no combate de vaquinhas na fase inicial de desenvolvimento do feijão. Comente o teste de germinação do feijão – como fazer – para que fazer? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ STAND Quando da colheita a cultura deverá apresentar de 11 a 12 plantas por metro linear, só assim teremos um bom rendimento de grão, com esta população de plantas há necessidade de se colocar de 120 a 130 kg de semente por alqueire, devemos sempre lembrar que a quantidade de semente a ser colocada está em função de sua pureza e germinação. ESPAÇAMENTO: O espaçamento entre as linhas de plantio deverá ficar em torno de 45 a 50 cm. Quais os cuidados que devemos tomar no plantio para garantirmos uma boa uniformidade da lavoura? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Cálculo da quantidade de sementes, por metro linear, na cultura de feijão: N.º sementes/m linear = densidade(plantas na colheita) X 100 % de germinação

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CULTIVARES DE FEIJÃO. As cultivares de feijoeiro interagem com o meio ambiente, podendo alterar seu desempenho em função das práticas de cultivo, das épocas de semeadura, do local e principalmente o ano agrícola. Estas alterações tornam-se mais evidentes na reação das cultivares às doenças. Assim uma variedade considerada moderadamente resistente ou susceptível pode sofrer maior ou menor dano dependendo do nível de inóculo e das condições ambientais do local. Deve-se sempre fazer uma avaliação do comportamento das cultivares no local e procurar substituir aquelas que apresentarem pior performance, caso surjam indicações de melhores APORÉ – Grãos tipo carioca com halo laranja bem pronunciado, hábito de crescimento indeterminado – tipo III, prostrado, ciclo normal, resistente à antracnose, ferrugem, manchas angular e ao mosaico comum. CARIOCA – Cultivar mais semeada no país, embora a cada ano de cultivo, venha demonstrando sofrer maiores danos com as doenças. Grão tipo carioca, hábito de crescimento indeterminado – tipo III, prostrado, ciclo normal, resistente ao mosaico comum. DIAMANTE NEGRO – Grão preto, hábito de crescimento indeterminado – tipo II; semi-ereto, ciclo normal, resistente ao crestamento bacteriano. IAPAR 44 – Grão preto, hábito de crescimento indeterminado – tipo II, ereto, ciclo normal, com possibilidade de colheita mecânica (uréia aos 15 dias da emergência), resistente ao mosaico comum, tolerante à antracnose. PÉROLA – Grão tipo carioca, hábito de crescimento indeterminado – tipo II / III; semi-reto a prostrado, ciclo normal, resistente à mancha angular, ferrugem e mosaico comum. RUDÁ – Grão tipo carioca, hábito de crescimento indeterminado, - tipo II, ereto, ciclo normal, resistente à antracnose, mosaico comum, susceptível a mancha angular. IAPAR 81 – Grão tipo carioca, destaca-se pelo porte ereto, facilita a colheita mecânica, apresenta susceptibilidade à antracnose e a mancha angular, e bom desempenho contra os fungos de solo, além de boa tolerância à oxidação (escurecimento) das sementes. É altamente produtiva, de excelente qualidade culinária, IAPAR 80 – Grão tipo carioca, possui sementes com halo laranja ao redor do hilo, porte ereto, elevada resistência à bacteriose, boa inserção de vagens. Veio para substituir o IAPAR 14 FT Nobre – cultivar de feijão preto, ereta, com o maior potencial produtivo do grupo preto até o momento, embora susceptível à antracnose, mancha angular e bacteriose. IAC – UNA – Grão do grupo preto até o momento manteve sua resistência às diferentes raças de antracnose, porte ereto, porem com baixa estatura. IAPAR 14 – Grão tipo carioca com halo alaranjado, hábito de crescimento indeterminado – tipo III; semiprostrado, ciclo normal, resistente ao mosaico comum, antracnose e crestamento bacteriano comum.

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RIO NEGRO – Preto, permite colheita mecânica, exigente em adubação. NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO:

Em caso de solos ácidos e de baixa fertilidade, a correção da acidez e a adubação,

estão incluídas, entre as práticas que tem proporcionado os maiores aumentos na produtividade do feijão.

A análise química do solo é uma importante ferramenta no levantamento da fertilidade da lavoura. Porém ela sozinha não é suficiente, deve-se conhecer o histórico de uso da lavoura a ser implantada a cultura do feijão. O sucesso da correção e adubação, depende de certas práticas agrícolas como: Rotação de culturas Tratamentos de sementes Bom preparo de solo Utilização de sementes de boa procedência Plantio em época correta e com boa umidade do solo

A fertilidade do solo é, portanto, apenas uma das diversas práticas a influenciar no aumento da produção; Qual a situação do solo da nossa lavoura de feijão? ______________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ SINTOMAS DE DEFICIÊNCIAS DE NUTRIENTES NAS PLANTAS. Sintomas de falta de nitrogênio:

Plantas com deficiência de nitrogênio, exibem pequeno desenvolvimento; as folhas

inferiores tornam-se verde-amareladas e, eventualmente amarelas; se a deficiência continua, toda a planta acaba pálida. O nitrogênio é o nutriente do crescimento. Cite uma situação em que observou estes sintomas na sua lavoura de feijão: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Sintomas de falta de fósforo: Pouco desenvolvimento e suas folhas são pequenas e verde-escuras; as folhas inferiores tornam-se amarelas e necróticas antes da maturação, há pouca produção de flores e conseqüente baixa produtividade. O fósforo é o elemento da produção. Cite uma situação, em que observou estes sintomas na sua lavoura de feijão: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Sintomas de falta de potássio: Os sintomas são amarelecimento e necrose da pontas e margens dos folíolos, inicialmente na parte baixa, e que geralmente se estendem para a parte superior. O potássio é o elemento da qualidade. Cite uma situação, em que observou estes sintomas na sua lavoura de feijão: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ADUBAÇÃO NITROGENADA O nitrogênio é o nutriente absorvido em maior quantidade pelo feijoeiro. De um modo geral, as deficiências de nitrogênio verificam-se em solos desgastados, sem conservação, baixo teor de matéria orgânica e também porque a fixação biológica não supre as necessidades da planta. Normalmente a dose de nitrogênio recomendada para a cultura do feijão tem variado de 20 a 60 kg /hectare. Sendo um elemento de grande movimento no solo, e de fácil evaporação, recomenda-se proceder aplicação em duas doses. Ex.: Na primeira aplicação usar um terço (1/3) da dose recomendada na semeadura e o restante aos 15 ou 20 dias após a emergência das plantas. Observação: Doses muito altas de nitrogênio no sulco da semeadura podem prejudicar a germinação das sementes.

De um modo geral, em áreas de uso recente, com cultivo de leguminosas anteriormente, bem como em áreas bem supridas de matéria orgânica sob condições adequadas de mineralização, são sugeridas as menores doses de nitrogênio, podendo-se inclusive ser omitida a adubação de semeadura. ADUBAÇÃO FOSFATADA. Apesar de absorvido em pequenas quantidades pelo feijoeiro, o fósforo é o nutriente que mais tem limitado a produtividade no estado do Paraná. A pesquisa desenvolveu um método de adubação econômica em função do preço do adubo fosfatado e o preço de mercado do feijão (conforme tabela abaixo). Para existir uma boa quantidade de fósforo disponível no solo, não deverá existir acidez no mesmo. Existem outros fatores que influenciam na quantidade de fósforo no solo, como: matéria orgânica, tipo de solo e compactação.

Observação: Para aplicação do fósforo, colocar na linha de plantio por ocasião do mesmo, conforme resultado da análise do solo.

Classe de

Teores

P no solo

(mg/dm3)

P2O5 recomendado (Kg/ha)

Preço do P2O5/preço do feijão

1/1 2/1 3/1 4/1 5/1

Baixo < 2,0 130 100 70 50 40

Médio 2,1 - 5,0 120 70 40 20 20

Alto 5,1 - 13,0 20 20 20 20 20

Muito alto > 13,0 20 20 20 20 20

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ADUBAÇÃO POTÁSSICA

O feijoeiro tem necessidade de uma boa absorção de potássio, é o segundo nutriente mais absorvido pelas plantas do feijoeiro, o que garante uma boa estrutura física à planta, deixando a mesma, mais resistente contra pragas e doenças. A adubação com potássio deve ser feita para repor, pelo menos parte do K retirado pela colheita dos grãos. Essa prática passa a ter mais importância quando a colheita se processa manualmente, sem retorno da palhada ao campo, a “exportação” deste nutriente através das sementes é equivalente a aproximadamente 18 Kg de K2O para cada 1.000 Kg de grãos

Classe de Teores

K trocável (cmolc/dm3)

K2O recomendado (Kg/ha)

Baixo < 0,10 45

Médio 0,11 - 0,30 30

Alto 0,31 - 0,60 15

Muito alto > 0,60 0

Sintomas de falta de enxofre (S) Causa um amarelecimento uniforme nas folhas superiores, sintoma que pode ser confundido com o provocado pela deficiência de nitrogênio. Normalmente este elemento não apresenta problemas maiores em nossos solos. Porém em solos com baixa matéria orgânica, poderá haver resposta à adubação com enxofre, nestes casos poderá ser utilizados adubos que contenham além dos nutrientes principais, o enxofre, como é o caso do Superfosfato simples ( ) e o Sulfato de amônio ( ). Adubações em torno de 15 a 30 Kg/ha de S. Sintomas de falta de cálcio: Planta com pequeno desenvolvimento; raízes seriamente reduzidas; pontos de crescimento e folhas novas com distorções; em casos mais severos, morte do ponto de crescimento. A deficiência é controlada pela adição de calcário ao solo (conforme análise de solo). Sintomas de falta de magnésio: Provoca a clorose internerval (amarelece as folhas mais velhas, posteriormente amarelecimento geral). A deficiência e controlada pela adição de calcário ao solo (conforme análise de solo). Excesso de adubação potássica induz a deficiência de magnésio. ADUBAÇÃO ORGÂNICA: A matéria orgânica é um importante indicador da fertilidade geral do solo. O feijoeiro, por ser uma planta de ciclo muito curto e com sistema radicular bastante superficial, é uma das espécies que mais responde à adubação orgânica. As diferentes formas dessa prática têm contribuído para as melhorias das propriedades químicas, físicas e biológicas do solo.

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ADUBAÇÃO VERDE: Sabendo que a adubação verde é muito importante, vamos descrever as principais vantagens que ela traz para a cultura e para o solo: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________

As espécies de adubos verdes a serem utilizadas, em rotação, com a cultura do feijoeiro devem ter afinidade, isto é, que traga benefícios para o feijão e não pragas ou doenças. Um exemplo que deve ser evitado é a implantação de lavouras de feijão em áreas onde a cultura anterior tenha sido o tremoço, pois poderá ocorrer maior incidência de nematóides em áreas infestadas com estes patógenos.

As melhores espécies de adubos verdes, utilizadas em rotação com o feijão, observadas na nossa região são: aveia preta, nabo forrageiro, espérgula (corgum) e ervilhaca peluda. Em nossa propriedade, qual a situação da adubação verde com relação à cultura de feijão? __________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ USO DO CALCÁRIO: À acidez do solo interfere em muito na produção de feijão, junto com a diminuição do teor de matéria orgânica, foi a principal causa das seguidas diminuições na produtividade da cultura do feijão em nossa região, dando como conseqüência a redução drástica da área plantada com o feijão. Devemos corrigir o solo, conforme a análise de solos, procurando sempre distribuir e incorporar o melhor possível o corretivo, a calagem é uma das práticas sem a qual, fica difícil produzir feijão com qualidade e em quantidade. A quanto tempo não calcariamos o solo de nossa propriedade? Qual foi a dose por hectare? ________________________________________________________________ CONTROLE DE ERVAS DANINHAS O período crítico de competição das plantas daninhas com a cultura do feijão situa-se entre os 15 a 20 dias após a emergência da cultura (Almeida et al., 1983), Mantendo-se a cultura no limpo por esse tempo as espécies que virão depois não afetarão diretamente a produtividade, no entanto, a presença de ervas daninhas em período de seca, principalmente na fase de formação de grão agrava os prejuízos causados a cultura.

Também devemos levar em conta que se tratando de colheita manual as altas infestações de ervas daninhas na colheita, dificultam o arranquio elevando o custo da mão-de-obra, bem como em período chuvoso a presença de invasoras facilitam a deterioração do produto assim perde-se em qualidade. O controle de invasoras no feijoeiro pode ser efetuado através do controle manual e/ou através de controle mecânico e/ou emprego de herbicidas (químico).

CONTROLE MECÂNICO

O controle mecânico, consiste na utilização de tração animal, emprego de capinadeiras à tração animal, este controle quando do feijão em épocas inadequadas pode ocasionar o rompimento das raízes da planta, ocorrendo assim uma debilitação momentânea, atrasando-se o desenvolvimento da cultura além de que o cultivo mecânico

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não controla eficientemente as ervas daninhas na linha de plantio sendo necessário um controle manual posterior.

CONTROLE MANUAL Método utilizado em pequenas lavouras, eficiente na eliminação da erva daninha,

porém, pode danificar as plantas, quando utilizado com enxada; a catação manual assume importância quando da eliminação de plantas que escaparam de outros métodos, principalmente, o mecânico. O controle manual é oneroso, mas nas propriedades com mão-de-obra abundante é benéfico e também ecologicamente correto.

CONTROLE QUÍMICO

O controle químico consiste em lançar mão da aplicação de produtos químicos

(herbicidas) que inibem ou eliminam as ervas daninhas invasoras.

O controle químico cada vez mais é usado na cultura do feijão, em detrimento dos outros tipos de controle. O controle químico possibilita uma maior rapidez no controle de invasoras, diminuindo a mão-de-obra empregada na cultura. Porém, causando prejuízos ao meio-ambiente e também ao homem do campo e ao consumidor. FATORES QUE INTERFEREM NO DESEMPENHO DO HERBICIDA. Umidade do ar: quanto mais seco menor a eficiência . Solo: teor de matéria orgânica alto, pode diminuir a eficiência de alguns produtos. Vento: acima de 6 Km/h não se deve aplicar. Temperatura: deve-se evitar as horas mais quentes do dia. Estágio da erva daninha: quanto mais desenvolvido o inço mais difícil de controlar APLICAÇÃO:

Através de Receituário Agronômico, lendo as instruções de uso e as condições gerais de proteção à vida e ao meio ambiente; observar as condições dos Equipamentos de Proteção Individuais (EPI’s), horário da aplicação, procurar aplicar nas horas mais frescas do dia, realizar a manutenção e troca dos bicos de pulverização, procurar aplicar com a velocidade correta do trator, cuidando para que a vazão e a dosagem sejam corretas. Como é o controle de inços em nossa propriedade? Quando ele é executado? ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Quais os inços que mais infestam a lavoura do feijão em nossa propriedade? Qual o período de maior infestação? ________________________________________________________________________

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________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Quais os herbicidas mais utilizados em nossa lavoura de feijão? ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Já tivemos prejuízos por falta de controle de inços? Qual a porcentagem de perda? ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ HERBICIDAS REGISTRADOS NO BRASIL PARA A CULTURA DO FEIJÃO

MARCA l ou Kg/ha Observações

Premerlin 600 0,9 – 2,0 Aplicar em pré-plantio com incorporação ao solo numa profundidade de 7 a 10 cm no Maximo até 8 horas após a aplicação. Controle de gramíneas.

Trifluralina nortox ou defensa

1,2 – 2,4

Premerlin 600 3,0 – 4,0 Dose recomendada em pré-emergência (sem incorporação), para o controle de gramíneas.

Herbadox 500 CE 1,5 – 3,0 Incorporar o produto ao solo de 3 a 5 cm de profundidade logo após a aplicação. Se o solo estiver úmido ou chover 10 a 15 mm nos cinco dias à aplicação, a incorporação é dispensada. Controla gramíneas e algumas folhas largas.

Dual 960 CE 2,5 –3,0 Aplicar em pré-emergência com solo úmido. Não utilizar em solos arenosos. Controla gramíneas e algumas dicotiledôneas, como a trapoeraba.

Poast 1,25 Aplicar em pós-emergência, com as ervas em pleno vigor vegetativo. Juntar 1,5 l/ha de óleo mineral específico na calda(assist). Controla gramíneas.

Basagran 1,2 Aplicar em pós-emergência,com ervas até 6 folhas em pleno vigor vegetativo. Não utilizar adjuvantes. Controla plantas daninhas de folhas largas.

Pramato 1,5 – 3,0 Aplicar em pós-emergência,quando as espécies de folha

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larga estiverem com 2 a 4 folhas e as gramíneas com até 2 perfilhos. Não utilizar adjuvantes.

Flex 0,9 – 1,0 Aplicar aos 20-30 dias após a emergência das ervas. Observar um intervalo de 130 dias entre a aplicação e a semeadura do milho ou sorgo. Usar adjuvante não iônico 0,2 % V/V. controla ervas de folhas larga.

Gramoxone 1,5 – 3,0 Utilizados nesta cultura unicamente como herbicidas de manejo em plantio direto, devendo ser aplicados antes da semeadura do feijão. Usar adjuvante não iônico 0,1 % V/V. controlam mono e dicotiledôneas

Blazer 1,0 Aplicar em pós-emergência com o feijão entre 2º e 4º trifólio. Evitar cobertura nitrogenada até 7 dias após a aplicação. Não utilizar adjuvantes. Para folhas largas

Select 240 CE 0,35 – 0,45

Aplicar em pós-emergência para o controle de gramíneas no estágio de 4 folhas a 6 perfilhos. Adicionar óleo mineral à calda na concentração de 0,5% v/v.

Podium S 1,0 Aplicar em pós-emergência para o controle das gramíneas e quando o feijão estiver com 15 a 20 cm de altura. Adicionar 1,0 l/ha de óleo mineral à calda.

Iloxan CE 2,5 – 3,5 Aplicar em pós-emergência inicial para o controle de gramíneas, com estas de 2 a 4 folhas. Não adicionar adjuvante à calda.

Podium 0,652 – 1,0

Aplicar em pós-emergência para o controle das gramíneas e quando o feijão estiver com 15 a 20 cm de altura. Não utilizar adjuvantes.

Robust 0,8 – 1,0 Aplicar em pós-emergência no estádio de 2 a 6 folhas (folhas largas) ou 2 a 5 perfilhos (gramíneas), não utilizar adjuvantes.

Sweeper 40 – 60 Controla folhas largas em pós-emergência inicial, c/ estas no estágio de 2 a 4 folhas e o feijão entre o 1º e 3º trifolio. Adicionar à calda adjuvante não iônico a 0,25% v/v.

PRAGAS

Os danos causados pelas pragas à cultura do feijoeiro podem ser observados

desde a semeadura até a colheita e, devido à diversidade de espécies ocorrem, em praticamente todas as estruturas têm-se mostrado suscetíveis.

Vamos descrever as principais pragas do feijoeiro, embora haja um grande número de espécies associadas à cultura, as que maiores prejuízos têm causado à produção no estado do Paraná são a vaquinha verde, a cigarrinha verde, a mosca branca, o ácaro branco, o pulgão da raiz e os percevejos Quais destes insetos já encontramos em nossa lavoura?

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________________________________________________________________________ 1. VAQUINHAS Diabrotica speciosa; Cerotoma spp. ; Colaspis sp Das diversas espécies de coleópteros, a D. speciosa (vaquinha verde-amarela) é a que causa maiores prejuízos à cultura no estado. Os adultos possuem cerca de 6 mm de comprimento, coloração verde, com seis manchas amarelas nos élitros. As larvas desenvolvem-se no solo, são branco-leitosas, com a cabeça e o último segmento abdominal castanho-escuro, medindo no máximo desenvolvimento cerca de 10 mm de comprimento. A duração do ciclo de vida dessa espécie esta em torno de 23 dias. Os danos mais severos causados pelas vaquinhas, são decorrentes do consumo, pelos adultos, de área foliar, em especial na fase de plântula. As larvas por sua vez atacam as raízes, causando danos, quando o ataque é intenso. 2. CIGARRINHA VERDE Empoasca kraemeri Este inseto é considerado a praga mais importante do feijoeiro na América Latina, tanto pela sua vasta distribuição como pelos prejuízos que pode causar à cultura. Os adultos são verdes e medem cerca de 3 mm. As ninfas têm a mesma coloração e são facilmente identificáveis pelo seu movimento lateral característico. O ciclo biológico completo está em torno de 18 dias. As formas jovens(ninfas) e os adultos abrigam-se na face inferior das folhas e nos pecíolos, causando danos através da sucção direta do floema. Quando o ataque ocorre nas fases iniciais do desenvolvimento da planta observa-se um enfezamento, caracterizado pela presença de folíolos endurecidos (coriáceos) com as bordas encurvadas para baixo e paralisação do crescimento. Em fases posteriores de desenvolvimento, os sintomas se manifestam pelo enrolamento dos folíolos, amarelecimento e posterior necrose das bordas dos mesmos. 3. MOSCA BRANCA Bemisia tabaci São insetos diminutos, sugadores, responsáveis por severas perdas às lavouras de feijão, principalmente pela transmissão do vírus do mosaico dourado (BGMV). 4. ÁCARO BRANCO OU ÁCARO TROPICAL Polyphagotarsonemus latus

O ácaro branco tem sido uma das mais sérias pragas do feijoeiro no estado, principalmente durante a safra das seca. No estágio adulto é branco e praticamente invisível a olho nu. Seu desenvolvimento é muito rápido, podendo completar seu ciclo (ovo a adulto) em apenas cinco dias . condições de alta umidade e temperatura favorecem sua ocorrência. A infestação inicial se dá em reboleiras e é evidenciada pelo enrolamento das bordas dos folíolos para cima, principalmente os dos ponteiros. Posteriormente, a face inferior das folhas tornam-se bronzeadas e a superior amarelo-escura e, quando a infestação é mais intensa, tornam-se coriáceas e quebradiças. O ataque também pode estender-se às vagens.

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5. PERCEVEJOS Nezara viridula Piezodorus guildini Os adultos de N. viridula são verdes e medem cerca de 16 mm de comprimento, enquanto que os adultos de P. guildini medem 10 mm, são igualmente verdes e com uma mancha estreita na base do pronoto, variando de vermelha a preta. Além da redução no peso do produto final prejudicam também a qualidade das sementes, por seus danos diretos como pela transmissão do fungo Nematospora corylii, o qual causa a mancha-de-levedura. Vamos ver como podemos manejar as pragas na cultura do feijoeiro. Os princípios básicos que regem o manejo de pragas são relacionados com o próprio manejo da lavoura. As variações nas populações de pragas são determinadas por um conjunto complexo de fatores, os quais, na medida do possível, devem ser manipulados para evitar que essas populações atinjam níveis indesejáveis. Como devemos proceder no controle: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Obs.: Podemos também partir para controles de práticas alternativas como ervas que atrairão as pragas como o (tajujá). CONTROLE QUÍMICO DAS PRINCIPAIS PRAGAS DO FEIJOEIRO COMUM.

PRAGAS ÉPOCA DE OCORRÊNCIA MAIS CRÍTICA PARA A CULTURA

NOME TÉCNICO

a)Cigarrinha-verde Empoasca kraemeri

emergência Formação das vagens

carbofuran Monocrotophos Carbaryl

Recomendações sobre a aplicação

Controle preventivo, através do uso de inseticida sistêmico

b)Vaquinhas Diabrotica speciosa e Cerotoma

Emergência Formação de vagens

Paration Carbaryl

Recomendações sobre a aplicação

Pode-se tolerar um número moderado de perfurações antes de se iniciar o controle. Quando o ataque é nas plantas recém-emergidas, o número de vaquinhas deve ser menos por metro linear.

c) Lagarta Elasmo Elasmopalpus Lignosellus

Emergência até 25 dias Carbofuram Metamidofos

Recomendações sobre a aplicação

Controle preventivo é efetuado com o produto carbofuran, através do tratamento das sementes, ou o granulado aplicado, no sulco. O produto Metamidofos é aplicado para o controle curativo e ser pulverizado no colo da planta.

d) Lagarta de vagens Floração Paration Etil, Monocrotophos,

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Maruca testulalis Thecla jebus

Formação de vagens Carbaryl

Recomendações sobre a aplicação

A aplicação dos inseticidas deve ser efetuada no início da floração, contra a maruca ap. e durante a formação das vagens para as outras lagartas.

g) Percevejos Nezara viridula, Piezodorus guildini Megalotomus sp

Formação das vagens Feniltrotion Metamidofos Paration Metilico Triclorfon

Recomendações sobre a aplicação

A aplicação dos inseticidas deve ser efetuada no início da formação das vagens.

h) Ácaro Branco Polyphagotarsonemus latus

Emergência Formação de vagens

Enxofre Ometoato EPN Monocrotophos

Recomendações sobre a aplicação

Localizar os focos e efetuar a pulverização nas áreas mais afetadas. Alta umidade favorece o seu desenvolvimento.

i) Mosca Branca Bemisia tabaci

Emergência Floração DimetonMetil, Metamidofos Monocrotophos Ometoato Aldicarb

Recomendações sobre a aplicação

Iniciar a pulverização logo após a emergência das plantas ou quando é detectada a presença do inseto.

j) Carunchos Armazenamento Azeites Vegetais

Recomendações sobre a aplicação

Para o feijão de consumo, o melhor controle se obtém com produtos não tóxicos ao homem. As fumigações com fosfina não tem ação de proteção. O produto Malation deve ser usado, quando o feijão é armazenado para semente.

Para controle das principais pragas que atacam a cultura do feijoeiro recomenda-se o manejo de pragas, cujos princípios básicos que o substanciam estão relacionados ao plantio e à condução adequada da lavoura. O controle químico deve ser visto como uma alternativa a se utilizada quando as outras medidas de controle não forem possíveis, levando-se em consideração a relação custo/benefício. ATAQUE DE PRAGAS X ÉPOCA DE PLANTIO Maiores índices de pragas durante meses mais quentes do ano, desfavorece plantio da seca. Mosca Branca – aumento da população no início do ano máximo em fevereiro. Vaquinha – temperatura mais amenas no inverno; população desenvolvem-se em outros hospedeiros (trigo). Aumento da população no início do ano; máximo em fevereiro. Pico mais baixo na época das águas. Reproduz-se principalmente em gramíneas e migra para o feijão.

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Ácaro branco: maiores populações na safra da seca; infestações mais graves a partir de janeiro. Cigarrinha Verde: Ocorrência intensifica-se a partir de novembro, observando-se os picos de população entre os meses de novembro e dezembro. A ANTECIPAÇÃO DO PLANTIO: É em muitos casos favorável, tanto na safra das águas, como para evitar o florescimento com ocorrência de maiores populações de vaquinhas e elevada temperatura. Rotação de Culturas: com espécies não hospedeiras de pragas do feijoeiro ou mesmo o pousio, são desejáveis; limitam a permanência de populações de pragas na área de plantio, no caso de pragas de solo, como pulgão da raiz e lagarta elasmo. Coberturas do solo com palha: quando devidamente utilizada, além de manter a umidade do solo, tem demonstrado efeitos de repelência para cigarrinha verde, vaquinha e pulgões, devido ao comprometimento de onda de luz que reflete. Inimigos naturais: A eficiência desses inimigos é variável em função de uma série de fatores relacionados ao seu potencial biológico e as condições ambientais. Celatoria bosqui: Em vaquinha, chega a causar 5 a 10% de mortalidade natural. Ácaro Predador: Neoseiulus anonynus preda ácaro branco e rajado; consome cerca de 98 ácaros rajados pôr predador. DANOS E NÍVEIS DE AÇÃO: - O feijoeiro apresenta, em geral, elevada capacidade de recuperação à desfolha. - Período Críticos: Florescimento e enchimento de grãos. - Em condições da cultura na fase vegetativa, apenas altos índices de desfolha ou seja 60% causam perdas significativas no rendimento. Vaquinha; O consumo da área foliar somem-se aos danos causados aos ponteiros, o que intensifica seus efeitos prejudiciais, principalmente nas primeiras semanas do desenvolvimento do feijoeiro, quando a área foliar é reduzida. A população acima de 2 adultos por planta, nas duas primeiras semanas após a emergência causam perdas significativas e a produção. Durante a fase de florescimento e enchimento de vagens, 25% de redução da área foliar causam prejuízos de 20 a 30% na produção. Cigarrinha Verde: estágio mais susceptível ao ataque é o Florescimento.

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Considera-se que a partir de 2 a 3 ninfas pôr trifólio coletado da parte média das plantas deve-se fazer o controle. Mosca Brancas: e Ácaros Brancos: devem ser controlados logo após o aparecimento dos primeiros sintomas. CONTROLE QUÍMICO: Ácaro Branco Hostation - classe Toxicológica II Carência 14 dias Dose 2,2 litros/alqueire. Cigarrinha verde Tamaron - Classe Toxicológica I Tripes Carência 21 dias Mosca Branca Dosagem 1,2 a 2,4 litros/alq. Ácaro Rajado Faro - Classe toxicológica II Vaquinha Carência 21 dias Dosagem 1,2 a 2,4 litros/alq. BIBLIOGRAFIA: Carvalho, R. O. Alfredo et. Ali O FEIJÃO NO PARANÁ – Fundação Instituto Agronômico IAPAR, 1989. Sartorato, A. ; Cava C. A . PRINCIPAIS DOENÇAS DO FEIJOEIRO COMUM E SEU CONTROLE. Brasília: EMBRAPA – SPI, 1994. 300p (EMBRAPA-CNPAF. Documentos, 50). Informativo Anual das Comissões Técnicas Regionais de Feijão: Cultivares de Feijão. Recomendadas para Plantio no Ano Agrícola 1996 / 97. Goiânia: EMBRAPA-CNPAF, 1996.

Vaquinha verde-amarela (D. speciosa) tripes sugando folha

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Mosca branca (Bemisia tabaci) Cigarrinha verde (Empoasca kraemeri) COLHEITA A colheita do feijão é realizada principalmente em três épocas distintas no território brasileiro. 1ª Safra: Região Sul, Sudeste, Nordeste – Novembro e Dezembro 2ª Safra: Nordeste, Norte, Sudeste, Sul e Centro Oeste – Março 3ª Safra: Irrigação: Sudeste, Nordeste e Centro Oeste – Agosto

A produção brasileira de feijão ainda não é suficiente para atender a demanda interna, com isto importamos de 200 a 300 mil toneladas ano.

A produção Argentina, nossa maior concorrente no Mercosul é de 250 mil toneladas ano com um consumo interno de 181 mil toneladas. Custo de produção do feijão Argentino: 200 a 220 $ / ton. = R$ 854,50/alqueire. Produtividade de 900 a 1500 kg/hectare. O produto Argentino entra no mercado brasileiro, principalmente no mês de julho.

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Custo produção do produto brasileiro. R$ 960,00/ alqueire.

Colheita é um processo importante e que devemos Ter muito cuidado pois influirá na comercialização. Época da colheita pode ser realizada quando as sementes apresentarem teores de umidade inferior a 18% e o mínimo de folhas no pé, e o mínimo de ervas daninhas para maior rendimento da colheita, uniformidade na secagem do produto. Vamos descrever quais os métodos que podemos realizar a colheita: ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ARMAZENAMENTO

O feijão é produto sensível ao armazenamento perdendo gradativamente algumas propriedades organolépticas. Alguns estudos têm demonstrado que após período de armazenamento, as sementes de feijão podem apresentar escurecimento da cor do tegumento (intensificada pela presença de luz e altas temperaturas), produzindo após a cocção um caldo mais ralo e escuro, menos agradável ao paladar e resultando uma sensação de “feijão cascudo” durante a deglutição. As sementes de feijão, após o armazenamento, também requerem um tempo de cocção para atingirem o ponto ideal de consumo, podendo algumas cultivares perder seu aroma agradável, passando a apresentar sensações olfativas estranhas. Essas deteriorações da qualidade se reduzem ou são retardadas quanto mais baixo a temperatura de armazenamento e a umidade das sementes, mas no Brasil o feijão é armazenado em condições normais de ambiente, permitindo a aceleração do processo.

Ao nível da produção comercial de grãos, o armazenamento nas propriedades agrícola é temporário e de curta duração, com exceção dos materiais para consumo familiar e para novas semeaduras. Em ambos os casos, o armazenamento das sementes juntamente com resto de palha é o método mais utilizado, tanto com o material a granel ou ensacado.

Esse método oferece proteção parcial ao ataque de insetos, superior ao armazenamento de sementes limpas sem tratamento e mantém a capacidade germinativa, com poucas perdas expressivas, desde que as sementes sejam armazenadas com baixo teor de umidade. Essa utilização apresenta tendência decrescente e limita-se a pequenos agricultores.

Em algumas regiões do Brasil, o armazenamento de pequenas quantidades, na propriedade, tem sido feito com sementes limpas por peneiração manual, tratadas com gordura de suínos ou óleo vegetal, ensacadas ou em caixas de madeira.

O local de armazenamento do material é em tulhas de madeira ou na própria casa de moradia, ambos em condições precárias. Quando o material destina-se ao consumo familiar essa condição de armazenamento satisfaz razoavelmente; quando o material foi usado para semeadura, é necessário que seja armazenado com umidade abaixo de 13% para evitar perda da capacidade germinativa e vigor.

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Variedades e diversidades de feijão

A equipe de melhoramento genético do IAPAR foi a primeira do mundo a conseguir uma variedade de feijão resistente ao mosaico dourado. O potencial produtivo dos materiais recomendados e, também, de alguns que estão em pesquisa para futuros lançamentos

Quais as variedades de feijão - preto ou de cores - que melhor se adaptam ao Oeste e Sudoeste do Paraná?

Variedades para colheita mecânica, tolerantes às doenças como mosaico dourado

ou antracnose. 2 novas variedades de feijão preto e 5 de feijão de cor: IAPAR 81 - Variedade de porte ereto, que facilita a colheita mecânica. É altamente

produtiva, de excelente qualidade culinária, tolerante à antracnose, mas pouca resistência à mancha angular.

IAPAR 80 - Variedade altamente produtiva (em torno de 2.000 kg/ha) boa inserção de vagens, boa tolerância a doenças como antracnose.

IAPAR 57 - Variedade altamente produtiva, tolerante ao mosaico dourado, excelente culinária. Apresenta bom desempenho em todo o Estado, especialmente nas regiões Oeste e Sudoeste.

IAPAR 72 – Esta variedade apresenta as mesmas qualidades que as demais. Mas

se destaca por possuir alta tolerância ao mosaico dourado, uma das principais doenças do feijoeiro.

IAPAR 31 - Das variedades do grupo de feijão de cor, a IAPAR 31 é a que difere das demais. Ela apresenta cor sarapintada, chumbadinho, tem um aspecto bonito, dá um caldo excelente. Trata-se de variedade que além boas respostas à adubação química, foi a que melhor respondeu à adubação orgânica.

IAPAR 88 e 44 - Do grupo de feijão preto, duas variedades que apresentaram bom desempenho de campo nas regiões Sul, Oeste e Sudoeste. São materiais de alta tolerância às doenças, têm porte ereto, grande porte e desenvolvimento uniforme.