Gestao de Contratos Modalidades de Licitacao

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    MODALIDADES DE LICITAO PBLICA

    Introduo

    Preliminarmente, h de ser colocado que a importncia do contrato administrativocomo instrumento da atuao do Estado, com a conjugao de esforos privados, para atingirseus objetivos cada vez maior, traduzindo uma tendncia amplitude de atuao democrticado Estado. Num Estado Democrtico de Direito, o acesso a bens e servios de particularessomente se viabiliza mediante a observncia de certos procedimentos e dentro de limites pr-estabelecidos.

    No Brasil, ao longo do tempo, diversos foram os diplomas legais que trataram daquesto de procedimentos seletivos para a contratao com a Administrao Pblica.

    Entretanto, pode-se dizer, em mbito mundial, que tal sistemtica no prevalecia, de fato, namaioria dos pases, sendo usual a discricionariedade da Administrao Pblica quanto suarealizao ou no.

    A obrigatoriedade de observncia de procedimentos licitatrios - procedimentosseletivos formais, orientados pelos princpios da isonomia e vantajosidade - para a obteno debens e servios de particulares somente teve destaque com o advento da Globalizao,propagando-se, portanto, sua utilizao como premissa de contratao da AdministraoPblica.

    Licitaes no Brasil

    Dispe a Constituio Federal:

    Art. 22.Compete privativamente Unio legislar sobre:...XXVII - normas gerais de licitao e contratao, em todas as modalidades, para as administraespblicas diretas, autrquicas e fundacionais da Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios,obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas pblicas e sociedades de economia mista,nos termos do art. 173, 1, III; (Inciso com redao dada pela Emenda Constitucional n 19, de 1998)

    Referido art. 37, XXI, por sua vez, assim estabelece:

    Art. 37. A administrao pblica direta e indireta de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, doDistrito Federal e dos Municpios obedecer aos princpios de legalidade, impessoalidade, moralidade,publicidade e eficincia e, tambm, ao seguinte:(Caput do artigo com redao dada pela Emenda Constitucionaln 19, de 1998)...

    XXI - ressalvados os casos especificados na legislao, as obras, servios, compras e alienaessero contratados mediante processo de licitao pblica que assegure igualdade de condies atodos os concorrentes, com clusulas que estabeleam obrigaes de pagamento, mantidas as

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    condies efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitir as exigncias dequalificao tcnica e econmica indispensveis garantia do cumprimento das obrigaes.

    Desta feita, a Lei federal n 8.666/93 ingressou no sistema jurdico comoconcretizao dos mandamentos constitucionais quanto matria, veiculando normas geraissobre licitaes. Na verdade, importante frisar que, desde ento, muito se discutiu e se debateuquanto ao alcance, e real contedo, da expresso constitucional normas gerais, tendo

    prevalecido a tese de que a esmagadora maioria das disposies legais se configurava comonorma geral.

    Tendo, ento, a Unio competncia privativa para a veiculao das normasgerais sobre licitaes, com observncia obrigatria para as demais esferas de governo, ficamos demais entes federais livres para regular diversamente o restante, desde que no conflitecom as normas gerais, exercendo, portanto, sua competncia legislativa suplementar. Exemplodisto, a Lei estadual n 6.544/89, que disciplina as licitaes no mbito do Estado de SoPaulo.

    Lei federal n 8.666/93LEI DE LICITAES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

    Estabelecidas estas premissas, passamos a discorrer sobre a Lei federal n8.666/93, que, ao regulamentar o art. 37, XXI, da Constituio Federal, instituiu normas geraissobre licitaes e contratos administrativos pertinentes a obras, servios, inclusive depublicidade, compras, alienaes e locaes no mbito dos Poderes da Unio, dos Estados, doDistrito Federal e dos Municpios para licitaes e contratos da Administrao Pblica.

    No h como deixar de observar que a prpria Constituio, em seu art. 22, inciso

    XXVII, optou por ressalvar que o conceito de norma geral abrange todas as modalidades decontrataes e modalidades de licitao, ou seja, toda a disciplina dos diferentes procedimentoslicitatrios e das diversas espcies contratuais. Trata-se, portanto, de uma opo voltada interpretao ampliativa do conceito de normas gerais.

    Nessa linha, temos que foi atravs da Lei federal n 8.666/93 que a Unio,primeiro, exerceu sua competncia legislativa federal para editar normas gerais sobre amatria. Primeiro, porque h de ser destacado que a competncia para produzir normasgerais no traduz a obrigatoriedade de que as mesmas sejam concentradas em um nicodiploma legislativo. Assim, no exerccio desta competncia, a Unio editou novas leisveiculando normas gerais sobre licitaes, como p.ex., Leis federais n 8.883/94, n 9.032/95,

    n 9.648/98, 9.854/99 e n 11.196/05, todas modificativas do diploma original citado, e, ainda, aLei federal n 10.520/2002, instituidora da modalidade licitatria do Prego.

    Vinculando os Trs Poderes das entidades polticas, (atualmente, por fora daEmenda Constitucional n 19/98, a Administrao direta, autrquica e fundacional, obedecido oart. 37, inciso XXI, e para as empresas pblicas e sociedades de economia mista entidadesda Administrao indireta, exercentes de atividade econmica , nos termos do art. 173, 1,inciso III) todas as obras, servios, inclusive de publicidade, compras, alienaes, concesses,permisses e locaes da Administrao Pblica, quando contratadas com terceiros, sero

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    necessariamente precedidas de licitao, ressalvadas as hipteses previstas na Lei federal n8.666/93 (art. 2).

    E a prpria Lei em comento que nos traz uma diretriz sobre a interpretao doalcance da meno contratao: para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquerajuste entre rgos ou entidades da Administrao Pblica e particulares, em que haja um

    acordo de vontades para a formao de vnculo e a estipulao de obrigaes recprocas, sejaqual for a denominao utilizada (art. 2, pargrafo nico).

    Por sua vez, estabelece seu art. 4 :

    Art. 4 Todos quantos participem de licitao promovida pelos rgos ou entidades a que se refere oart. 1 tm direito pblico subjetivo fiel observncia do pertinente procedimento estabelecido nestalei, podendo qualquer cidado acompanhar o seu desenvolvimento, desde que no interfira de modo aperturbar ou impedir a realizao dos trabalhos.

    Pargrafo nico. O procedimento licitatrio previsto nesta lei caracteriza ato administrativoformal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administrao Pblica. (grifamos)

    Focando, portanto, primordialmente, o tema do procedimento licitatrio,

    analisaremos, a seguir, suas modalidades, tipos, limites e excees.

    Licitao significa procedimento, isto , srie ordenada e concatenada de atos.Porm, no h que se falar em procedimento nico. Segundo o objetivo que se pretendaalcanar, a estrutura do respectivo procedimento pode variar, vale dizer, as diversas exignciasa serem atendidas no procedimento esto diretamente relacionadas necessidade de seadequar a disputa obteno do melhor resultado possvel, no se resumindo a questesmeramente acessrias.

    As diferentes formas de se regular o procedimento de seleo, com distintosgraus de complexidade de suas fases, traduzem as chamadas MODALIDADES DE

    LICITAO, elencadas pelo art. 22 da lei em comento, confira:

    Art. 22 So modalidades de licitao:

    I - concorrncia;II - tomada de preos;III - convite;IV - concurso;V - leilo. (grifamos)

    1 Concorrncia a modalidade de licitao entre quaisquer interessados que, na fase inicial dehabilitao preliminar, comprovem possuir os requisitos mnimos de qualificao exigidos no editalpara execuo de seu objeto.

    2Tomada de preos a modalidade de licitao entre interessados devidamente cadastrados ouque atenderem a todas as condies exigidas para cadastramento at o terceiro dia anterior data dorecebimento das propostas, observada a necessria qualificao.

    3 Convite a modalidade de licitao entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto,cadastrados ou no, escolhidos e convidados em nmero mnimo de 3 (trs) pela unidadeadministrativa, a qual afixar, em local apropriado, cpia do instrumento convocatrio e o estenderaos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse comantecedncia de at 24 (vinte e quatro) horas da apresentao das propostas.

    4 Concurso a modalidade de licitao entre quaisquer interessados para escolha de trabalhotcnico, cientfico ou artstico, mediante a instituio de prmios ou remunerao aos vencedores,

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    conforme critrios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedncia mnima de 45(quarenta e cinco) dias.

    5 Leilo a modalidade de licitao entre quaisquer interessados para a venda de bens mveisinservveis para a administrao ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para aalienao de bens imveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior aovalor da avaliao.(Redao dada pela Lei n 8.883, de 1994)

    6 Na hiptese do 3 deste artigo, existindo na praa mais de 3 (trs) possveis interessados, a

    cada novo convite, realizado para objeto idntico ou assemelhado, obrigatrio o convite a, nomnimo, mais um interessado, enquanto existirem cadastrados no convidados nas ltimas licitaes.(Redao dada pela Lei n 8.883, de 1994)

    7 Quando, por limitaes do mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, for impossvel aobteno do nmero mnimo de licitantes exigidos no 3 deste artigo, essas circunstncias deveroser devidamente justificadas no processo, sob pena de repetio do convite.

    8 vedada a criao de outras modalidades de licitao ou a combinao das referidas nesteartigo.

    9 Na hiptese do pargrafo 2 deste artigo, a administrao somente poder exigir do licitante nocadastrado os documentos previstos nos arts. 27 a 31, que comprovem habilitao compatvel com oobjeto da licitao, nos termos do edital. (Includo pela Lei n 8.883, de 1994)

    Sob a tica doutrinaria, pode-se afirmar, ento, a existncia de trs modalidadesde licitao nesta Lei, isto , concorrncia, tomada de preos e convite, comporiam amodalidade comum, por serem utilizveis para qualquer tipo de contratao, diferenciando-seentre si segundo a estruturao de suas fases de divulgao, habilitao e proposio,enquanto concurso e leilo comporiam outras duas modalidades especiais, destinadas a finsespecficos e, portanto, com procedimentos estruturados conforme as peculiaridades da futuracontratao.

    Cumpre ressaltar, nesse passo, que o rol constante do art. 22 da Lei exaustivo(cf. disposto no 8 supra transcrito), ou seja, ressalvada a possibilidade de lei federalespecfica dispor sobre o tema (p.ex., modalidade Prego, prevista na Lei federal n 10.520/02),

    no se admite a combinao de regras procedimentais de sorte a produzir modalidadesinovadoras voltadas realizao de contratao sujeita ao mbito de incidncia desta lei.

    Ora, diante desse rol, o que define, em regra, a adoo de uma modalidade emdetrimento de outra (modalidades ditas comuns), o critrio econmico, ou seja, o valorestimado para a pretendida contratao.

    Diz-se em regra, porque, tambm se afigura legalmente possvel que, por fora dacomplexidade do objeto que se visa contratar, ocorra, por opo da prpria AdministraoPblica, a adoo de modalidade superior ao valor econmico cabvel.

    Nesse passo, confira-se o disposto no art. 23 da lei em comento:

    Art. 23. As modalidades de licitao a que se referem os incisos I a III do artigo anterior serodeterminadas em funo dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratao:

    I - para obras e servios de engenharia:(Redao dada pela Lei n 9.648, de 1998) (grifamos)

    a) convite - at R$ 150.000,00 (cento e cinqenta mil reais);(Redao dada pela Lei n 9.648, de 1998)

    b) tomada de preos - at R$ 1.500.000,00 (um milho e quinhentos mil reais); (Redao dada pela Lein 9.648, de 1998)

    c) concorrncia - acima de R$ 1.500.000,00 (um milho e quinhentos mil reais); (Redao dada pela Lein 9.648, de 1998)

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    II - para compras e servios no referidos no inciso anterior: (Redao dada pela Lei n 9.648, de 1998)(grifamos)

    a) convite - at R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); (Redao dada pela Lei n 9.648, de 1998)

    b) tomada de preos - at R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqenta mil reais); (Redao dada pela Lei n9.648, de 1998)

    c) concorrncia - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqenta mil reais). (Redao dada pela Lei n9.648, de 1998)

    1 As obras, servios e compras efetuadas pela administrao sero divididos em tantas parcelasquantas se comprovarem tcnica e economicamente viveis, procedendo-se licitao com vistas aomelhor aproveitamento dos recursos disponveis no mercado e ampliao da competitividade, semperda da economia de escala. (Redao dada pela Lei n 8.883, de 1994)

    2 Na execuo de obras e servios e nas compras de bens, parceladas nos termos do pargrafoanterior, a cada etapa ou conjunto de etapas da obra, servio ou compra, h de corresponder licitaodistinta, preservada a modalidade pertinente para a execuo do objeto em licitao. (Redao dada pelaLei n 8.883, de 1994)

    3 A concorrncia a modalidade de licitao cabvel, qualquer que seja o valor de seu objeto,tanto na compra ou alienao de bens imveis, ressalvado o disposto no art. 19, como nasconcesses de direito real de uso e nas licitaes internacionais, admitindo-se neste ltimo caso,observados os limites deste artigo, a tomada de preos, quando o rgo ou entidade dispuser de

    cadastro internacional de fornecedores ou o convite, quando no houver fornecedor do bem ou serviono Pas. (Redao dada pela Lei n 8.883, de 1994)

    4 Nos casos em que couber convite, a Administrao poder utilizar a tomada de preos e, emqualquer caso, a concorrncia.

    5 vedada a utilizao da modalidade "convite" ou "tomada de preos", conforme o caso, paraparcelas de uma mesma obra ou servio, ou ainda para obras e servios da mesma natureza e nomesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente, sempre que o somatrio deseus valores caracterizar o caso de "tomada de preos" ou "concorrncia", respectivamente, nostermos deste artigo, exceto para as parcelas de natureza especfica que possam ser executadas porpessoas ou empresas de especialidade diversa daquela do executor da obra ou servio . (Redao dadapela Lei n 8.883, de 1994)

    6 As organizaes industriais da Administrao Federal direta, em face de suas peculiaridades,obedecero aos limites estabelecidos no inciso I deste artigo tambm para suas compras e serviosem geral, desde que para a aquisio de materiais aplicados exclusivamente na manuteno, reparoou fabricao de meios operacionais blicos pertencentes Unio. (Includo pela Lei n 8.883, de 1994)

    7 Na compra de bens de natureza divisvel e desde que no haja prejuzo para o conjunto oucomplexo, permitida a cotao de quantidade inferior demandada na licitao, com vistas ampliao da competitividade, podendo o edital fixar quantitativo mnimo para preservar a economiade escala. (Includo pela Lei n 9.648, de 1998)

    8 No caso de consrcios pblicos, aplicar-se- o dobro dos valores mencionados no caput desteartigo quando formado por at 3 (trs) entes da Federao, e o triplo, quando formado por maiornmero. (Includo pela Lei n 11.107, de 2005)

    Com tais premissas, depreende-se que a exigncia de licitao prvia para as

    contrataes da Administrao Pblica, em suas diversas modalidades, decorre da presunoconstitucional de que este seria o meio hbil a assegurar a maior vantagem possvel Administrao Pblica, segundo seus princpios norteadores, assegurando, assim, asupremacia do interesse pblico.

    Importa destacar, neste ponto, que, se a licitao se destina a, precisamente,verificar a idoneidade dos interessados e selecionar a proposta mais vantajosa para a

    Administrao Pblica, o direito de licitar, direito este de natureza abstrata, assegura a qualquerpessoa a formulao de uma proposta de contratao dirigida Administrao Pblica, porm,

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    no de forma absoluta, pois limitado s condies fixadas na lei e no ato convocatrio postascomo requisitos indispensveis para a disputa.

    A estes requisitos pode-se chamar de Condies do Direito de Licitar, sendo certoque o exame dessas condies, voltadas, portanto, a aferir a idoneidade e a capacidade de umsujeito para contratar com a Administrao Pblica, ocorrer na fase procedimental licitatria

    denominada HABILITAO.Todavia, nesta fase, no se pode olvidar que no somente se verificam as ditas

    condies de licitar (requisitos de habilitao, numerus clausus, genericamente previstos nosarts. 27 a 32 da lei), quer genricas exigidas no texto da lei para toda e qualquer licitao quer especficas fixadas pelo ato convocatrio, em funo das caractersticas do objetopretendido pela Administrao Pblica, como tambm as condies de participao, queconsistem em requisitos formais e materiais para viabilizar a participao do sujeito no certame.

    Ultrapassada esta fase, passa-se fase de julgamento das propostas, cujoscritrios esto previstos no art. 44 da lei, ex vi:

    Art. 44. No julgamento das propostas, a Comisso levar em considerao os critrios objetivosdefinidos no edital ou convite, os quais no devem contrariar as normas e princpios estabelecidos poresta Lei.

    1o vedada a utilizao de qualquer elemento, critrio ou fator sigiloso, secreto, subjetivo oureservado que possa ainda que indiretamente elidir o princpio da igualdade entre os licitantes.

    2o No se considerar qualquer oferta de vantagem no prevista no edital ou no convite, inclusivefinanciamentos subsidiados ou a fundo perdido, nem preo ou vantagem baseada nas ofertas dosdemais licitantes.

    3o No se admitir proposta que apresente preos global ou unitrios simblicos, irrisrios ou devalor zero, incompatveis com os preos dos insumos e salrios de mercado, acrescidos dosrespectivos encargos, ainda que o ato convocatrio da licitao no tenha estabelecido limites

    mnimos, exceto quando se referirem a materiais e instalaes de propriedade do prprio licitante,para os quais ele renuncie a parcela ou totalidade da remunerao. (Redao dada pela Lei n 8.883, de1994)

    4 O disposto no pargrafo anterior aplica-se tambm s propostas que incluam mo-de-obraestrangeira ou importaes de qualquer natureza. (Redao dada pela Lei n 8.883, de 1994)

    Por sua vez, tambm enumerados em numerus clausus, o art. 45 da lei traz ostrs tipos bsicos de licitao, quais sejam, menor preo, melhor tcnica e tcnica epreo (estas duas aplicveis a situaes especialssimas cf. disposto no art. 46 da lei), e,ainda, um quarto tipo, de maior lance ou oferta, a ser utilizado especificamente nos casos dealienao de bens ou concesso de direito real de uso.

    Concludo o julgamento pela Comisso de Licitao e classificada a propostamais vantajosa para a Administrao Pblica, caso esta decida efetivamente pela celebraodo contrato, a autoridade competente proceder homologao do certame segundo oprincpio da legalidade, e, a final, adjudicao do seu objeto ao respectivo vencedor. Ocontrato, caso desvinculado de licitao homologada nesses moldes, ser nulo, aplicando-se asdisposies do art. 59, pargrafo nico, da Lei federal n 8.666/93.

    Contudo, existem hipteses em que a licitao formal se mostra de fatoimpossvel ou mesmo imprpria para garantir o melhor desempenho possvel das funesestatais. Neste caso, flexibilizando-se a regra geral da necessidade de prvia licitao para as

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    contrataes da Administrao Pblica, a prpria Lei federal n 8.666/93 acabou determinandoas hipteses de no incidncia do regime formal de licitao so as hipteses decontratao direta.

    Contratao direta, entretanto, no significa liberdade de atuao administrativaou discricionariedade. Pelo contrrio, tais hipteses tm previso legislativa, ficando, ainda, o

    Administrador adstrito observncia de um procedimento administrativo determinado,destinado a assegurar, tambm nestes casos, a melhor proposta. So elas as hiptesesprevistas na Lei de licitaes, em seus arts. 24 e 25, quais sejam, hipteses de licitaodispensvel e hipteses de licitao inexigvel.

    A contratao direta, por dispensa de licitao, pressupe situaes em que,embora vivel competio entre particulares, a licitao mostra-se objetivamente inconvenientepelo desequilbrio na equao custo-benefcio (custo econmico, humano, temporal X benefcioda contratao mais vantajosa). Nesse sentido, so as hipteses elencadas no art. 24 da lei,produto da vontade legislativa, que, por sua vez, dada esta natureza, tm como caractersticansita serem taxativas, exaustivas. Confira-se:

    Art. 24. dispensvel a licitao:

    I - para obras e servios de engenharia de valor at 10% (dez por cento) do limite previsto na alnea"a", do inciso I do artigo anterior, desde que no se refiram a parcelas de uma mesma obra ou servioou ainda para obras e servios da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadasconjunta e concomitantemente; (Redao dada pela Lei n 9.648, de 1998)

    II - para outros servios e compras de valor at 10% (dez por cento) do limite previsto na alnea "a", doinciso II do artigo anterior e para alienaes, nos casos previstos nesta Lei, desde que no se refirama parcelas de um mesmo servio, compra ou alienao de maior vulto que possa ser realizada de umas vez; (Redao dada pela Lei n 9.648, de 1998)

    III - nos casos de guerra ou grave perturbao da ordem;

    IV - nos casos de emergncia ou de calamidade pblica, quando caracterizada urgncia de

    atendimento de situao que possa ocasionar prejuzo ou comprometer a segurana de pessoas,obras, servios, equipamentos e outros bens, pblicos ou particulares, e somente para os bensnecessrios ao atendimento da situao emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras eservios que possam ser concludas no prazo mximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos eininterruptos, contados da ocorrncia da emergncia ou calamidade, vedada a prorrogao dosrespectivos contratos;

    V - quando no acudirem interessados licitao anterior e esta, justificadamente, no puder serrepetida sem prejuzo para a Administrao, mantidas, neste caso, todas as condiespreestabelecidas;

    VI - quando a Unio tiver que intervir no domnio econmico para regular preos ou normalizar oabastecimento;

    VII - quando as propostas apresentadas consignarem preos manifestamente superiores aospraticados no mercado nacional, ou forem incompatveis com os fixados pelos rgos oficiaiscompetentes, casos em que, observado o pargrafo nico do art. 48 desta Lei e, persistindo asituao, ser admitida a adjudicao direta dos bens ou servios, por valor no superior ao constantedo registro de preos, ou dos servios;

    VIII - para a aquisio, por pessoa jurdica de direito pblico interno, de bens produzidos ou serviosprestados por rgo ou entidade que integre a Administrao Pblica e que tenha sido criado paraesse fim especfico em data anterior vigncia desta Lei, desde que o preo contratado sejacompatvel com o praticado no mercado; (Redao dada pela Lei n 8.883, de 1994)

    IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurana nacional, nos casosestabelecidos em decreto do Presidente da Repblica, ouvido o Conselho de Defesa Nacional;

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    X - para a compra ou locao de imvel destinado ao atendimento das finalidades precpuas daadministrao, cujas necessidades de instalao e localizao condicionem a sua escolha, desde queo preo seja compatvel com o valor de mercado, segundo avaliao prvia; (Redao dada pela Lei n 8.883, de1994)

    XI - na contratao de remanescente de obra, servio ou fornecimento, em conseqncia de rescisocontratual, desde que atendida a ordem de classificao da licitao anterior e aceitas as mesmascondies oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preo, devidamente corrigido;

    XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, po e outros gneros perecveis, no tempo necessrio para arealizao dos processos licitatrios correspondentes, realizadas diretamente com base no preo dodia; (Redao dada pela Lei n 8.883, de 1994)

    XIII - na contratao de instituio brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, doensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituio dedicada recuperao social do preso,desde que a contratada detenha inquestionvel reputao tico-profissional e no tenha fins lucrativos;(Redao dada pela Lei n 8.883, de 1994)

    XIV - para a aquisio de bens ou servios nos termos de acordo internacional especfico aprovadopelo Congresso Nacional, quando as condies ofertadas forem manifestamente vantajosas para oPoder Pblico; (Redao dada pela Lei n 8.883, de 1994)

    XV - para a aquisio ou restaurao de obras de arte e objetos histricos, de autenticidadecertificada, desde que compatveis ou inerentes s finalidades do rgo ou entidade.

    XVI - para a impresso dos dirios oficiais, de formulrios padronizados de uso da administrao, e deedies tcnicas oficiais, bem como para prestao de servios de informtica a pessoa jurdica dedireito pblico interno, por rgos ou entidades que integrem a Administrao Pblica, criados paraesse fim especfico; (Includo pela Lei n 8.883, de 1994)

    XVII - para a aquisio de componentes ou peas de origem nacional ou estrangeira, necessrios manuteno de equipamentos durante o perodo de garantia tcnica, junto ao fornecedor originaldesses equipamentos, quando tal condio de exclusividade for indispensvel para a vigncia dagarantia; (Includo pela Lei n 8.883, de 1994)

    XVIII - nas compras ou contrataes de servios para o abastecimento de navios, embarcaes,unidades areas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curtadurao em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentaooperacional ou de adestramento, quando a exigidade dos prazos legais puder comprometer a

    normalidade e os propsitos das operaes e desde que seu valor no exceda ao limite previsto naalnea "a" do inciso II do art. 23 desta Lei: (Includo pela Lei n 8.883, de 1994)

    XIX - para as compras de material de uso pelas Foras Armadas, com exceo de materiais de usopessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronizao requerida pelaestrutura de apoio logstico dos meios navais, areos e terrestres, mediante parecer de comissoinstituda por decreto; (Includo pela Lei n 8.883, de 1994)

    XX - na contratao de associao de portadores de deficincia fsica, sem fins lucrativos e decomprovada idoneidade, por rgos ou entidades da Administrao Pblica, para a prestao deservios ou fornecimento de mo-de-obra, desde que o preo contratado seja compatvel com opraticado no mercado. (Includo pela Lei n 8.883, de 1994)

    XXI - Para a aquisio de bens destinados exclusivamente a pesquisa cientfica e tecnolgica comrecursos concedidos pela CAPES, FINEP, CNPq ou outras instituies de fomento a pesquisa

    credenciadas pelo CNPq para esse fim especfico.(Includo pela Lei n 9.648, de 1998)XXII - na contratao de fornecimento ou suprimento de energia eltrica e gs natural comconcessionrio, permissionrio ou autorizado, segundo as normas da legislao especfica; (Includo pelaLei n 9.648, de 1998)

    XXIII - na contratao realizada por empresa pblica ou sociedade de economia mista com suassubsidirias e controladas, para a aquisio ou alienao de bens, prestao ou obteno de servios,desde que o preo contratado seja compatvel com o praticado no mercado . (Includo pela Lei n 9.648, de 1998)

    XXIV - para a celebrao de contratos de prestao de servios com as organizaes sociais,qualificadas no mbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contratode gesto.(Includo pela Lei n 9.648, de 1998)

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    XXV - na contratao realizada por Instituio Cientfica e Tecnolgica - ICT ou por agncia defomento para a transferncia de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploraode criao protegida. (Includo pela Lei n 10.973, de 2004)

    XXVI na celebrao de contrato de programa com ente da Federao ou com entidade de suaadministrao indireta, para a prestao de servios pblicos de forma associada nos termos doautorizado em contrato de consrcio pblico ou em convnio de cooperao. (Includo pela Lei n 11.107, de2005)

    XXVII - na contratao da coleta, processamento e comercializao de resduos slidos urbanosreciclveis ou reutilizveis, em reas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados porassociaes ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas fsicas de baixa rendareconhecidas pelo poder pblico como catadores de materiais reciclveis, com o uso de equipamentoscompatveis com as normas tcnicas, ambientais e de sade pblica. (Redao dada pela Lei n 11.445, de 2007).

    XXVIII para o fornecimento de bens e servios, produzidos ou prestados no Pas, que envolvam,cumulativamente, alta complexidade tecnolgica e defesa nacional, mediante parecer de comissoespecialmente designada pela autoridade mxima do rgo. (Includo pela Lei n 11.484, de 2007).

    Pargrafo nico. Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo sero 20% (vinte porcento) para compras, obras e servios contratados por consrcios pblicos, sociedade de economiamista, empresa pblica e por autarquia ou fundao qualificadas, na forma da lei, como AgnciasExecutivas. (Redao dada pela Lei n 11.107, de 2005)

    De outra parte, a contratao direta, por inexigibilidade, tem cabimento quando adisputa pelo atendimento do objeto for invivel, ou seja, resulta da inviabilidade de competio.Se no existe outra escolha para a Administrao Pblica, a licitao no ter o condo de lhetrazer qualquer benefcio ou vantagem. Esse o motivo pelo qual as hipteses elencadas noart. 25 da lei so meramente exemplificativas:

    Art. 25. inexigvel a licitao quando houver inviabilidade de competio, em especial:

    I - para aquisio de materiais, equipamentos, ou gneros que s possam ser fornecidos por produtor,empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferncia de marca, devendo acomprovao de exclusividade ser feita atravs de atestado fornecido pelo rgo de registro docomrcio do local em que se realizaria a licitao ou a obra ou o servio, pelo Sindicato, Federao ou

    Confederao Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;II - para a contratao de servios tcnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular,com profissionais ou empresas de notria especializao, vedada a inexigibilidade para servios depublicidade e divulgao;

    III - para contratao de profissional de qualquer setor artstico, diretamente ou atravs de empresrioexclusivo, desde que consagrado pela crtica especializada ou pela opinio pblica.

    1o Considera-se de notria especializao o profissional ou empresa cujo conceito no campo de suaespecialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experincias, publicaes, organizao,aparelhamento, equipe tcnica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permitainferir que o seu trabalho essencial e indiscutivelmente o mais adequado plena satisfao doobjeto do contrato.

    2o Na hiptese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa, se comprovadosuperfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado Fazenda Pblica o fornecedor ou oprestador de servios e o agente pblico responsvel, sem prejuzo de outras sanes legaiscabveis.

    Pelo exposto, portanto, h de ser salientado que o sistema seletivo formal eobrigatrio a que se sujeita a Administrao Pblica, voltado a assegurar a obteno daproposta mais vantajosa ao interesse pblico, haja vista ser este um dos princpiosfundamentais da licitao, pressupe, de outra sorte, e de forma inarredvel, um processoacurado de planejamento e de conhecimento prvio do prprio objeto a ser licitado, levando-seem conta, inclusive, as vrias possibilidades oferecidas pela Lei, concernentes s modalidades(procedimento a ser seguido) e tipos (forma de julgamento das propostas) de licitao.

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