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Informativo 560-STJ (17/04 a 03/05) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 1 Márcio André Lopes Cavalcante DIREITO ADMINISTRATIVO PERSONALIDADE JUDICIÁRIA Personalidade judiciária das Câmaras de Vereadores Súmula 525-STJ: A Câmara de vereadores não possui personalidade jurídica, apenas personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender os seus direitos institucionais. STJ. 1ª Seção. Aprovada em 22/04/2015, DJe 27/4/2015. SERVIDORES PÚBLICOS Auxílio-reclusão previsto para servidores públicos federais (art. 229 da Lei 8.112/90) O art. 229 da Lei 8.112/90 prevê a concessão de auxílio-reclusão para os dependentes dos servidores públicos federais que estiverem presos. Ao contrário do auxílio-reclusão do RGPS, previsto no art. 201, IV, da CF/88, o auxílio-reclusão da Lei 8.112/90 não exige que o servidor público preso seja enquadrado como pessoa de baixa renda. O art. 13 da EC 20/98 traz uma regra para que o segurado seja considerado de “baixa renda” para fins de pagamento do auxílio-reclusão. Essa regra, contudo, somente vale para servidores públicos que forem vinculados ao RGPS. Assim, para a concessão do auxílio-reclusão da Lei 8.112/90 não se aplica aos servidores públicos estatutários ocupantes de cargos efetivos a exigência de baixa renda prevista no art. 13 da EC 20/98. Assim, conclui-se que o art. 13 da EC 20/98 não afeta a situação jurídica dos servidores ocupantes de cargo público de provimento efetivo, mas apenas dos servidores vinculados ao RGPS, isto é, empregados públicos, contratados temporariamente e ocupantes de cargos exclusivamente em comissão. STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1.510.425-RJ, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 16/4/2015 (Info 560). SERVIDORES TEMPORÁRIOS Contratação temporária de servidor público para atividades de caráter permanente O art. 37, IX, da CF/88 autoriza que a Administração Pública contrate pessoas, sem concurso público, tanto para o desempenho de atividades de caráter eventual, temporário ou excepcional, como também para o desempenho das funções de caráter regular e permanente, desde que indispensáveis ao atendimento de necessidade temporária de excepcional interesse público. Esse é o entendimento do STF (Plenário. ADI 3247/MA, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 26/3/2014. Info 740).

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Informativo 560-STJ (17/04 a 03/05) Esquematizado por Mrcio Andr Lopes Cavalcante |1 Mrcio Andr Lopes Cavalcante DIREITO ADMINISTRATIVO PERSONALIDADE JUDICIRIA Personalidade judiciria das Cmaras de Vereadores Smula525-STJ:ACmaradevereadoresnopossuipersonalidadejurdica,apenas personalidade judiciria, somente podendo demandar em juzo para defender os seus direitos institucionais. STJ. 1 Seo. Aprovada em 22/04/2015, DJe 27/4/2015. SERVIDORES PBLICOS Auxlio-recluso previsto para servidores pblicos federais (art. 229 da Lei 8.112/90) Oart.229daLei8.112/90prevaconcessodeauxlio-reclusoparaosdependentesdos servidores pblicos federais que estiverem presos. Ao contrrio do auxlio-recluso do RGPS, previsto no art. 201, IV, da CF/88, o auxlio-recluso da Lei 8.112/90 no exige que o servidor pblico preso seja enquadrado como pessoa de baixa renda. Oart.13daEC20/98trazumaregraparaqueoseguradosejaconsideradodebaixarenda para fins de pagamento do auxlio-recluso. Essa regra, contudo, somente vale para servidores pblicos que forem vinculados ao RGPS. Assim,paraaconcessodoauxlio-reclusodaLei8.112/90noseaplicaaosservidores pblicos estatutrios ocupantes de cargos efetivos a exigncia de baixa renda prevista no art. 13 da EC 20/98. Assim,conclui-sequeoart.13daEC20/98noafetaasituaojurdicadosservidores ocupantesdecargopblicodeprovimentoefetivo,masapenasdosservidoresvinculadosao RGPS,isto,empregadospblicos,contratadostemporariamenteeocupantesdecargos exclusivamente em comisso. STJ. 2 Turma. AgRg no REsp 1.510.425-RJ, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 16/4/2015 (Info 560). SERVIDORES TEMPORRIOS Contratao temporria de servidor pblico para atividades de carter permanente Oart.37,IX,daCF/88autorizaqueaAdministraoPblicacontratepessoas,semconcurso pblico,tantoparaodesempenhodeatividadesdecartereventual,temporrioou excepcional, como tambm para o desempenho das funes de carter regular e permanente, desde que indispensveis ao atendimento de necessidade temporria de excepcional interesse pblico.EsseoentendimentodoSTF(Plenrio.ADI3247/MA,Rel.Min.CrmenLcia, julgado em 26/3/2014. Info 740). Informativo 560-STJ (17/04 a 03/05) Esquematizado por Mrcio Andr Lopes Cavalcante |2 OSTJadotouessamesmaconcluso.Nocasoconcreto,oMinistriodaSadeautorizoua contrataode200profissionaisparaaAgnciaNacionaldeSadeSuplementarANS.O sindicatodosservidorespblicosimpetrouMScontraesteatoalegandoqueosservidores estavam sendo contratados para a anlise de processos administrativos do rgo, o que no uma atividade temporria, mas sim permanente e, portanto, no se enquadraria no art. 37, IX, daCF/88,devendoserdesempenhadaporservidoresestatutriosdaautarquia.OMSfoi julgado improcedente. Segundo decidiu o STJ, admite-se a contratao por tempo determinado para atender a necessidade temporria de excepcional interesse pblico (art. 37, IX, da CF/88) ainda que para o exerccio de atividades permanentes do rgo ou entidade. No caso concreto, ascontrataestemporriassefazemnecessriasemdecorrnciadocrescentenmerode demandasedoenormepassivodeprocedimentosadministrativosqueestoparadosjunto ANS.Ademais,oquadrodepessoaldaagnciajestcompleto,inexistindo,portanto,cargos vagos para a realizao de concurso pblico. STJ. 1 Seo. MS 20.335-DF, Rel. Min. Benedito Gonalves, julgado em 22/4/2015 (Info 560). IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA Aplicao da pena de perda da funo pblicaa membro do MP em ao de improbidade administrativa Importante!!! Ateno! Ministrio Pblico OmembrodoMinistrioPblicopodeserprocessadoecondenadoporatodeimprobidade administrativa? SIM.pacficooentendimentodequeoPromotordeJustia(ouProcuradordaRepblica) pode ser processado e condenado por ato de improbidade administrativa, com fundamento na Lei 8.429/92. Mesmo gozando de vitaliciedade e a Lei prevendo uma srie de condies para a perda do cargo, o membro do MP, se for ru em uma ao de improbidade administrativa, poder ser condenado perda da funo pblica? O membro do MP pode ser ru em uma ao de improbidade de que trataaLei8.429/92e,aofinal,sercondenadoperdadocargomesmosemseradotadoo procedimento da Lei 8.625/93 e da LC 75/93? SIM.OSTJdecidiuquepossvel,nombitodeaocivilpblicadeimprobidade administrativa,acondenaodemembrodoMinistrioPblicopenadeperdadafuno pblica prevista no art. 12 da Lei 8.429/92. ALei8.625/93(LeiOrgnicaNacionaldoMP)eaLC75/93preveemumasriederegraspara quepossaserajuizadaaocivilpblicadeperdadocargocontraomembrodoMP.Tais disposies impedem que o membro do MP perca o cargo em ao de improbidade? NO. Segundo o STJ, o fato de essas leis preverem a garantia da vitaliciedade aos membros do MPeanecessidadedeaojudicialparaaaplicaodapenadedemissonosignificaque elasprobamqueomembrodoMPpossaperderocargoemrazodesentenaproferidana ao civil pblica por ato de improbidade administrativa. EssasleistratamdoscasosemquehouveumprocedimentoadministrativonombitodoMP para apurao de fatos imputados contra o Promotor/Procurador e, sendo verificada qualquer das situaes previstas nos incisos do 1 do art. 38, dever obter-se autorizao do Conselho Superior para o ajuizamento de ao civil especfica. Desse modo, tais leis no cuidam de improbidade administrativa e, portanto, nada interferem nas disposies da Lei 8.429/92. Informativo 560-STJ (17/04 a 03/05) Esquematizado por Mrcio Andr Lopes Cavalcante |3 Emoutraspalavras,existemasaesprevistasnaLC75/93enaLei8.625/93,masestasno excluem (no impedem) que o membro do MPtambm seja processado e condenado pela Lei 8.429/92. Os dois sistemas convivem harmonicamente. Um no exclui o outro. Se o membro do MP praticou um ato de improbidade administrativa, ele poder ser ru em uma ao civil e perder o cargo? Essa ao dever ser proposta segundo o rito da lei da carreira (LC 75/93 / Lei 8.625/93) ou poder ser proposta nos termos da Lei 8.429/92? SIM. O membro do MP que praticou ato de improbidade administrativa poder ser ru em uma ao civil e perder o cargo. Existem duas hipteses possveis: Instauraroprocessoadministrativodequetrataaleidacarreira(LC75/93:MPU/Lei 8.625/93:MPE)e,aofinal,oPGRouoPGJajuizaraocivildeperdadocargocontrao membro do MP. Ser proposta ao de improbidade administrativa, nos termos da Lei8.429/92. Neste caso, no existelegitimidadeexclusivadoPGRouPGJ.Aaopoderserpropostaatmesmoporum Promotor de Justia (no caso do MPE) ou Procurador da Repblica (MPF) que atue em 1 instncia. STJ. 1 Turma. REsp 1.191.613-MG, Rel. Min. Benedito Gonalves, julgado em 19/3/2015 (Info 560). DIREITO CIVIL PRESCRIO Termo inicial da prescrio da pretenso de cobrana de honorrios ad exitum Imaginequeoadvogadocelebroucontratodeprestaodeserviosadvocatcioscomseu cliente, tendo sido acertado que os honorrios contratuais seriam pagos pelo cliente somente ao final da causa, se esta fosse exitosa. A isso chamamos clusula ad exitum ou quota litis. O advogado elaborou e protocolizou a petio inicial da ao. Ocorre que durante a tramitao doprocesso,oclienteeoadvogadosedesentenderameoclienterevogouomandato outorgado (revogou a procurao) e constituiu outro causdico para acompanhar a causa. Alguns anos depois, a ao foi julgada procedente (o cliente ganhou a causa). Oprazoprescricionalparaacobranadehonorriosadvocatciosde5anos(art.25daLei 8.906/94). A dvida que surgiu foi a seguinte: qual o termo inicial deste prazo? Ele deve ser contado do dia em que a procurao foi revogada ou da data em que a ao foi julgada? Acontagemdoprazoprescricionalcomeounadatadoxitodademanda,ouseja,nodiaem que houve a sentena favorvel ao cliente. Nocasodecontratoadvocatciocomclusuladeremuneraoquotalitis,aobrigaode resultado(e nodemeio),ouseja,o direitoremuneraodoprofissionaldependerdeum julgamento favorvel ao seu cliente na demanda judicial.Nocasoemanlise,nomomentodarevogaodomandato,oadvogadodestitudoaindano tinhaodireitodeexigiropagamentodaverbahonorria,umavezque,naquelaaltura,o processo no havia sido julgado e o cliente no era vencedor da demanda. Segundo o princpio da actio nata, o prazo prescricional somente se inicia quando o direito for violado. Desse modo, se no momento da revogao da procurao, o advogado ainda no tinha direitoaoshonorrios,nosepodedizerqueelefoiinerteporquesimplesmentenotinha como ingressar com ao cobrando os honorrios.Aplica-seaquiobrocardolatinocontranonvalentemagerenoncurritpraescriptio,que significa a prescrio no corre contra quem no pode agir. STJ. 4 Turma. REsp 805.151-SP, Rel. Min. Raul Arajo, Rel. para acrdo Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em 12/8/2014 (Info 560). Informativo 560-STJ (17/04 a 03/05) Esquematizado por Mrcio Andr Lopes Cavalcante |4 CONTRATO DE FIANA Ilegitimidade ativa do fiador para pleitear em juzo a reviso do contrato principal Pedrofazumcontratodemtuobancrio,ouseja,tomadinheiroemprestadodeumbanco. Jooaceitafigurarnocontratocomofiador.Depoisdealgumtempo,Joovqueosjuros bancriossomuitoaltose,preocupadocomeventualinadimplncia,resolveingressar,em nome prprio, com uma ao contra o Banco pedindo a reviso do contrato sob a alegao de queosjurossoabusivose,porisso,merecemserreduzidos.Jootemlegitimidadepara propor essa demanda? NO.OfiadordemtuobancrioNOtemlegitimidadepara,exclusivamenteeemnome prprio,pleitearemjuzoarevisoeoafastamentodeclusulaseencargosabusivos constantes do contrato principal.O fiador at possui interesse de agir, mas falta-lhe LEGITIMAO , j que ele no titular do direito material que se pretende tutelar em juzo (no foi ele quem assinou o contrato de mtuo). STJ. 3 Turma. REsp 1.178.616-PR, Rel. Min. Ricardo Villas Bas Cueva, julgado em 14/4/2015 (Info 560). CONTRATO DE SEGURO Clusulas RCF-V e APP Nomomentoemqueapessoacelebraumcontratodesegurodeveculos,importante verificar o tipo de cobertura contratada: Se houver apenas a clusula RCF-V (Responsabilidade Civil Facultativa de Veculos): isso significa queo seguro est se obrigando a cobrirapenas as despesas que o segurado tiver comdanoscorporaisqueforemcausadosaterceiros,noservindoparadanoscorporais sofridospeloprpriocondutordoveculoouseuspassageiros.Emoutraspalavras,a clusulaRCF-Vdeterminaqueaseguradorareembolse,atolimiteprevistonaaplice, asindenizaesqueoseguradosejaobrigadoapagar,judicialouextrajudicialmente,por terprovocadoprejuzospessoaisoumateriaisaoutraspessoasdeforadocarro (terceiros). Para que o contrato abranja tambm danos causados ao motorista e demais passageiros do veculo, necessrio que preveja a clusula APP (Acidentes Pessoais de Passageiros). Por foradaclusulaAPP,aseguradoraobrigadaapagaraindenizaoaoseguradoouaos seus beneficirios na ocorrncia de acidentes pessoais que causem a morte ou a invalidez permanente totalouparcialdospassageirosdoveculosegurado,respeitadososcritrios quantolotaooficialdoveculoeolimitemximodeindenizaoporpassageiro estipulado na aplice. STJ. 3 Turma. REsp 1.311.407-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bas Cueva, julgado em 5/3/2015 (Info 560). DIREITOS REAIS Eficcia subjetiva da coisa julgada de ao reintegratria proferida em processo no qual o possuidor de boa-f no participou Fernando vendeu um imvel para Pedro. Este, por sua vez, alienou o bem para Joo.OcorrequePedronopagouFernando,razopelaqualestepropsaoderesciso contratual cumulada com reintegrao de posse unicamente contra Pedro. Informativo 560-STJ (17/04 a 03/05) Esquematizado por Mrcio Andr Lopes Cavalcante |5 Asentenafoiprocedente,determinadoarescisodavendafeitaparaPedroedeterminado que ele devolvesse a posse do imvel para Fernando. SucedequePedronomaisresidenoimvel.QuemestnapossedoimvelJoo,que assumiu o local antes de a ao de reintegrao ser proposta. Os efeitos da sentena de reintegrao de posse estendem-se a Joo (terceiro de boa-f)? NO. No est sujeito aos efeitos de deciso reintegratria de posse proferida em processo do qual no participou o terceiro de boa-f que, antes da citao, adquirira do ru o imvel objeto do litgio. Emregra,asentenafazcoisajulgadasomenteparaaspartesdoprocesso,nobeneficiando nem prejudicando terceiros (art. 472 do CPC 1973; art. 506 do CPC 2015). Tambm no caso deaplicaroart.42,3doCPC1973(art.109,3doCPC2015)porqueJoo(terceiro) adquiriuoimvelANTESdaaopropostapeloautor.Nomomentoemqueelecomproua coisa,estaaindanoeralitigiosa,ouseseja,aindanohavianenhumademandajudicial disputandoestebem.Obemoudireitosomentesetornalitigiosocomalitispendncia,ou seja,comalidependente.Alideconsideradapendente,paraoautor,comapropositurada ao,enquantoque,paraoru,comacitaovlida(art.219doCPC1973)(art.240doCPC 2015). Se o bem adquirido por terceiro de boa-f antes de configurada a litigiosidade, no h falar em extenso dos efeitos da coisa julgada ao adquirente. STJ. 3 Turma. REsp 1.458.741-GO, Rel. Min. Ricardo Villas Bas Cueva, julgado em 14/4/2015 (Info 560). CONDOMNIO EDILCIO Legitimidade passiva em ao de cobrana de dvidas condominiais A responsabilidade pelo pagamento das despesas condominiais sempre do proprietrio? NO.Asdespesascondominiaisconstituem-seemobrigaespropterremesode responsabilidadenoapenasdaquelequedetmaqualidadedeproprietriodaunidade imobiliria.Ascotascondominiaispodemser deresponsabilidadeda pessoaque,mesmoser proprietria,titulardeumdosaspectosdapropriedade,taiscomoaposse,ogozooua fruio, desde que esta tenha estabelecido relao jurdica direta com o condomnio. o caso, porexemplo,dopromitentecompradorquejestmorandonoimvelequejfeztodosos cadastros no condomnio como sendo o novo morador da unidade. Em caso de compromisso de compra e venda, a legitimidade passiva para ao de cobrana ser do promitente-comprador ou do promitente vendedor?Depende.Emcasodepromessadecompraevenda,aresponsabilidadepelasdespesasde condomniopoderecairtantosobreopromitentevendedorquantosobreopromissrio comprador, dependendo das circunstncias de cada caso concreto: 1) A responsabilidade ser do PROMITENTE COMPRADOR se ficar comprovado que: a) o promissrio comprador se imitiu na posse (ele j est na posse direta do bem); e b) o condomnio teve cincia inequvoca da transao (o condomnio sabe que houve a venda). Nesta hiptese,o condomnio no poder ajuizar aocontra o promitente vendedor pelascotas condominiais relativas ao perodo em que a posse foi exercida pelo promissrio comprador. O fato de o compromisso de compra e venda estar ou no registrado ir interferir? NO.Nohnenhumarelevncia,paraoefeitodedefiniraresponsabilidadepelasdespesas condominiais, se o contrato de promessa de compra e venda foi ou no registrado. O que importa realmentearelaojurdicamaterialcomoimvel,representadapelaimissonapossepelo promissrio comprador e pela cincia inequvoca do condomnio acerca da transao. STJ.2Seo.REsp1.345.331-RS,Rel.Min.LuisFelipeSalomo,julgadoem8/4/20159(recurso repetitivo) (Info 560). Informativo 560-STJ (17/04 a 03/05) Esquematizado por Mrcio Andr Lopes Cavalcante |6 USUCAPIO Impossibilidade de declarao de ofcio da usucapio Importante!!! Alguns autores afirmam que a USUCAPIO tambm pode ser chamada de prescrio aquisitiva. Assim, existiriam em nosso ordenamento jurdico, duas formas de prescrio:a) Prescrio extintiva (prescrio propriamente dita). b) Prescrio aquisitiva (usucapio). O 5 do art. 219 do CPC 1973 prev que o juiz pronunciar, de ofcio, a prescrio. Essaregradoart.219,5doCPC1973aplica-seapenasparaaprescrioextintivaou tambmparaaprescrioaquisitiva(usucapio)?Ojuizpodereconhecer,deofcio,a usucapio? Ex: Pedro, mesmo sem ser proprietrio, est morando em um imvel h mais de 20 anossemserincomodadoporningum;determinadodia,Joo(quefiguranoregistrode imveiscomoproprietriodobem)ajuzaaodereintegraodeposse;ojuiz,mesmosem que Pedro alegue, poder declarar que houve usucapio (prescrio aquisitiva)?NO.O5doart.219doCPC1973noautorizaadeclarao,deofcio,dausucapio.Em outraspalavras,ojuiznopodereconhecerausucapioanoserquehajarequerimentoda parte. No se aplica o 5 do art. 219 do CPC 1973 usucapio. Odispostono5doart.219estintimamenteligadoscausasextintivas,conforme expressamente dispe o art. 220.Alm disso, a prescrio extintiva e a usucapio so institutos diferentes, sendo inadequada a aplicaodadisciplinadeumdelesfrenteaooutro,umavezqueaexpressoprescrio aquisitiva como sinnima de usucapio, tem razes mais ligadas a motivos fticos/histricos. EssaconclusoacimaexpostapersistecomoCPC2015?SIM.MesmocomonovoCPC,ojuiz continuar sem poder declarar de ofcio a usucapio. STJ.4Turma.REsp1.106.809-RS,Rel.originrioMin.LuisFelipeSalomo,Rel.paraacrdoMin. Marco Buzzi, julgado em 3/3/2015 (Info 560). DIREITO PROCESSUAL CIVIL LITISCONSRCIO O prazo em dobro dos litisconsortes com procuradores diferentesaplica-se aos processos judiciais eletrnicos? Importante!!! Quandohouverlitisconsrcio,sejaeleativo(doisoumaisautores)oupassivo(doisoumais rus),casooslitisconsortestenhamadvogadosdiferentes,osseusprazosserocontadosem dobro. o que determina o art. 191 do CPC 1973. O art. 229 do CPC 2015 tambm traz regra semelhante, exigindo, contudo, que, alm de serem procuradores (advogados) diferentes, os causdicos tambm sejam de escritrios de advocacia diferentes: Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritrios de advocacia distintos,teroprazoscontadosemdobroparatodasassuasmanifestaes,emqualquer juzo ou tribunal, independentemente de requerimento. O benefcio do prazo em dobro para os litisconsortes vale para processos eletrnicos? Informativo 560-STJ (17/04 a 03/05) Esquematizado por Mrcio Andr Lopes Cavalcante |7 NoCPC1973:SIM.Oobjetivodoprazoemdobrofacilitaroacessoaosautos,jque, havendoadvogadosdiferentes,elesnopoderiamtirarosautosdocartrio.Combase nisso,oSTJentendequenohaveriajustificativaparaoprazoemdobronosprocessos eletrnicos,contudo,comooart.191doCPC1973nofazqualquerdistinoentre processosfsicoseeletrnicos,oSTJafirmaquenosepodeexcluiroprazoemdobro mesmonosprocessoseletrnicos,sobpenadehaverumaafrontaaoprincpioda legalidade. NoCPC2015:NO.O2doart.229doCPC2015corrigeessafalhadaleiedetermina expressamentequenoseaplicaoprazoemdobroparalitisconsortesdiferentesseo processo for em autos eletrnicos. Dessemodo,quandooCPC2015entraremvigor,oslitisconsortesnoteroprazoemdobro noprocessoeletrnicomesmoquepossuamprocuradoresdiferentes.Atl,contudo, continua sendo aplicado o prazo em dobro tanto para processos fsicos como eletrnicos. STJ. 3 Turma. REsp 1.488.590-PR, Rel. Min. Ricardo Villas Bas Cueva, julgado em 14/4/2015 (Info 560). CUMPRIMENTO DE SENTENA Requisitos para a imposio da multa prevista no art. 475-J do CPC no caso de sentena ilquida Importante!!! O art. 475-J do CPC 1973 (art. 523, 1 do CPC 2015) prev que o devedor ser intimado para pagaraquantianaqualelefoicondenadonoprazode15dias.Casonopague,ovalorda condenao ser acrescido de multa de 10%. A liquidez da obrigao pressuposto para o pedido de cumprimento de sentena. Assim, essa multa do art. 475-J do CPC 1973 (art. 523, 1 do CPC 2015) s ser imposta se a obrigao j estiver lquida, ou seja, se houver o valor certo que o devedor dever pagar. Seasentenafoiilquida,antesdeintimarodevedorparapagarsobpenadamultadoart. 475-J do CPC 1973 (art. 523, 1 do CPC 2015), ser necessrio fazer a sua liquidao. Desse modo, para fins de recurso especial repetitivo, o STJ fixou a seguinte tese: No caso de sentena ilquida, para a imposio da multa prevista no art. 475-J do CPC, revela-se indispensvel(i)aprvialiquidaodaobrigao;e,aps,oacertamento,(ii)aintimaodo devedor, na figura do seu Advogado, para pagar o quantum ao final definido no prazo de 15 dias. Emoutraspalavras,somenteapstercertezadovalordevido(liquidao)quesepoder intimar o devedor para pagar. Se ele, mesmo depois de intimado, no quitar a dvida no prazo de 15 dias, a sim haver a imposio da multa de 10% do art. 475-J do CPC 1973 (art. 523, 1 do CPC 2015). STJ.2Seo.REsp1.147.191-RS,Rel.Min.NapoleoNunesMaiaFilho,julgadoem4/3/2015 (recurso repetitivo) (Info 560). EXECUO Execuo de ttulo extrajudicial que contenha clusula compromissria Imaginequeumcontratoprevejaumaconfissodedvida(lquida,certaeexigvel).Neste mesmo contrato, h uma clusula compromissria dizendo que eventuais divergncias sobre o ajuste devero ser dirimidas via arbitragem. Se a parte que se obrigou a pagar o valor confessado mostrar-se inadimplente, a parte credora poder executar o contrato na via judicial ou ter que instaurar o procedimento arbitral? Informativo 560-STJ (17/04 a 03/05) Esquematizado por Mrcio Andr Lopes Cavalcante |8 Poderpropordiretamenteaexecuonaviajudicial.Aindaquepossuaclusula compromissria, o contrato assinado pelo devedor e por duas testemunhas pode ser levado a execuo judicial relativamente clusula de confisso de dvida lquida, certa e exigvel. Isso porqueojuzoarbitralnopossuipoderescoercitivos(executivos).Elenopodepenhorar bensdoexecutado,porexemplo,nemlev-loshastapblica.Emoutraspalavras,orbitro atdecideacausa,masseaparteperdedoranocumprirvoluntariamenteoquelhefoi imposto,apartevencedoraterqueexecutaressettulonoPoderJudicirio.Logo,noh sentido instaurar a arbitragem para exigir o valor que j est lquido, certo e exigvel por fora uma confisso de dvida. STJ. 3 Turma. REsp 1.373.710-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bas Cueva, julgado em 7/4/2015 (Info 560). DIREITO PENAL CRIME DO ART. 10 DA LEI 7.347/85 Para que se configure o delito, indispensvel que as informaes requisitadas sejam indispensveis propositura de ACP Importante!!! Ateno! Ministrio Pblico A Lei de Ao Civil Pblica (Lei 7.347/85) prev como crime a seguinte conduta: Art. 10. Constitui crime, punido com pena de recluso de 1 (um) a 3 (trs) anos, mais multa de 10(dez)a1.000(mil)ObrigaesReajustveisdoTesouroNacional-ORTN,arecusa,o retardamentoouaomissodedadostcnicosindispensveisproposituradaaocivil, quando requisitados pelo Ministrio Pblico. OcrimeconsistenacondutadapessoaquerecebeuumarequisiodoMPqueexigia determinadodocumentoe/ouinformaoeodestinatrio,emvezdecumpri-la,recusa, retarda ou se omite. OSTJentendequeseasinformaesrequisitadaspeloMPnoforemINDISPENSVEIS proposituradaACP,nohavercrime.Ex:oMPinstaurouICerequisitoudeterminadas informaesdoSecretriodeSade.Esteprestouasinformaesforadoprazoassinalado,de formaquehouveretardamento.Emtese,oagentepblicoteriapraticadoocrimedoart.10. Ocorre que, aps receber as informaes, o MP decidiu arquivar o IC por entender que no houve qualquer violao a direitos transindividuais. Por via de consequncia, no existiu o crime do art. 10, j que as informaes retardadas no eram indispensveis propositura de ACP. STJ. 5 Turma. HC 303.856-RJ, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 7/4/2015 (Info 560). CRIME DO ART. 7, IX DA LEI 8.137/90 Necessidade de percia para demonstrar a configurao do delito O art. 7, IX, da Lei n 8.137/90 prev o seguinte delito: Art. 7 Constitui crime contra as relaes de consumo: IXvender,teremdepsitoparavenderouexporvendaou,dequalquerforma,entregar matria-prima ou mercadoria, em condies imprprias ao consumo; Pena deteno, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa. Paracaracterizarodelitoprevistonoart.7,IX,daLei8.137/1990(crimecontrarelaode consumo),imprescindvelarealizaodeperciaafimdeatestarseasmercadorias Informativo 560-STJ (17/04 a 03/05) Esquematizado por Mrcio Andr Lopes Cavalcante |9 apreendidasestoemcondiesimprpriasparaoconsumo,nosendosuficiente,paraa comprovao da materialidade delitiva, auto de infrao informando a inexistncia de registro do Servio de Inspeo Estadual (SIE). STJ. 5 Turma. RHC 49.752-SC, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 14/4/2015 (Info 560). CRIME DO ART. 183 DA LEI 9.472/97 Prestao de servio de internet por meio de radiofrequncia sem autorizao da ANATEL A conduta de prestar, sem autorizao da ANATEL, servio de provedor de acesso internet a terceirospormeiodeinstalaoefuncionamentodeequipamentosderadiofrequncia configura o crime previsto no art. 183 da Lei 9.472/97: Art. 183. Desenvolver clandestinamente atividades de telecomunicao: Pena-detenodedoisaquatroanos,aumentadadametadesehouverdanoaterceiro,e multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Pargrafo nico. Incorre na mesma pena quem, direta ou indiretamente, concorrer para o crime. Vale ressaltar que, segundo a jurisprudncia do STJ, inaplicvel o princpio da insignificncia aodelitoprevistonoart.183daLei9.47297,poisodesenvolvimentoclandestinode atividades de telecomunicao crime formal, de perigo abstrato, que tem como bem jurdico tutelado a segurana dos meios de comunicao. A explorao clandestina de sinal de internet, semautorizaodorgoregulador(ANATEL),jsuficienteacomprometeraregularidade dosistemadetelecomunicaes,razopelaqualoprincpiodainsignificnciadeveser afastado.Sendoassim,aindaqueconstatadaabaixapotnciadoequipamento operacionalizado, tal conduta no pode ser considerada, de per si, um irrelevante penal. STJ. 5 Turma. AgRg no REsp 1.304.262-PB, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 16/4/2015 (Info 560). STJ. 6 Turma. AgRg no AREsp 599.005-PR, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 14/4/2015 (Info 560). DIREITO PROCESSUAL PENAL COMPETNCIA Crimes cometidos a bordo de navio Importante!!! Oart.109,IX,daCF/88afirmaquecompeteJustiaFederaljulgaroscrimespraticadosa bordo de navios ou aeronaves, com exceo daqueles que forem da Justia Militar. Navio = embarcao de grande porte. Para que o crime seja de competncia da Justia Federal, necessrioqueonaviosejaumaembarcaodegrandeporte.Assim,seodelitofor cometidoabordodeumpequenobarco,lancha,veleiroetc.,acompetnciaserdaJustia Estadual. Aeronavevoandoouparada:acompetnciaserdaJustiaFederalmesmoqueocrimeseja cometidoabordodeumaaeronavepousada.Nonecessrioqueaaeronaveestejaem movimento para a competncia ser da Justia Federal. Navioemsituaodedeslocamentointernacionalouemsituaodepotencialdeslocamento: paraqueocrimecometidoabordodenaviosejadecompetnciadaJustiaFederal, necessrioqueonavioestejaemdeslocamentointernacionalouemsituaodepotencial deslocamento(ex:estparadoprovisoriamentenoporto,masjseguirrumoaoutropas). Informativo 560-STJ (17/04 a 03/05) Esquematizado por Mrcio Andr Lopes Cavalcante |10 Seonavioestiveratracadoenoseencontrarempotencialsituaodedeslocamento,a competncia ser da Justia Estadual. STJ. 3 Seo. CC 118.503-PR, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 22/4/2015 (Info 560). PRISO E LIBERDADE Priso cautelar e ru condenado a regime semiaberto ou aberto Tema polmico! Rurespondeuoprocessorecolhidoaocrcereporquehaviamotivosparaapriso preventiva.Nasentena,foicondenadoaumapenaprivativadeliberdadeemregime semiaberto ou aberto. Pelo fato de ter sido imposto regime mais brando que o fechado, ele ter direitoderecorreremliberdademesmoqueaindaestejampresentes osrequisitosdapriso cautelar? 1corrente:NO.Nohincompatibilidadenofatodeojuiz,nasentena,tercondenadoo ru ao regime inicial semiaberto e, ao mesmo tempo, ter mantido sua priso cautelar. Se ainda persistem os motivos que ensejaram a priso cautelar, o ru dever ser mantido preso mesmo quejtenhasidocondenadoaoregimeinicialsemiaberto.Deveseradotada,noentanto,a seguinteprovidncia:ocondenadopermanecerpreso,porm,ficarrecolhidoeseguiras regras do regime prisional imposto na sentena.Nessesentido:STJ.5 Turma.HC289.636-SP,Rel.Min. MouraRibeiro, julgadoem20/5/2014 (Info540);STJ.5Turma.RHC53.828-ES,Rel.Min.JorgeMussi,julgadoem14/4/2015(Info 560); STF. 1 Turma. HC 123267, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 02/12/2014. 2 corrente: SIM. Caso o ru seja condenado a pena que deva ser cumprida em regime inicial diversodofechado(abertoousemiaberto),noseradmissveladecretaooumanuteno deprisopreventivanasentenacondenatria,notadamentequandonohrecursoda acusaoquantoaesteponto.Sefossepermitidoqueoruaguardasseojulgamentopreso (regimefechado),mesmotendosidocondenadoaregimeabertoousemiaberto,seriamais benfico para ele renunciar ao direito de recorrer e iniciar imediatamente o cumprimento da penanoregimeestipuladodoqueexercerseudireitodeimpugnaradecisoperanteo segundo grau. Isso soaabsurdo e violao princpio da proporcionalidade. A soluo dada pela 1 corrente (aplicar as regras do regime semiaberto ou aberto) significa aceitar a existncia de execuo provisria da pena, o que no admitido pela CF/88.Nessesentido:STJ.5Turma.RHC52.407-RJ,Rel.Min.FelixFischer,julgadoem10/12/2014 (Info 554). STJ. 5 Turma. RHC 53.828-ES, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 14/4/2015 (Info 560). ASSISTENTE DE ACUSAO Impossibilidade de seguradora intervir como assistente da acusaoem processo que apure homicdio do segurado Segundo o art. 268 do CPP, poder intervir, como assistente do Ministrio Pblico, o ofendido (pessoalmente ou por meio de seu representante legal, caso seja incapaz). Caso a vtima tenha morrido, poder intervir como assistente: a) o cnjuge; b) o companheiro; c) o ascendente; d) o descendente; ou e) o irmo do ofendido. Imagine que Maria fez um seguro de vida no qual foi previsto o pagamento de indenizao de R$ 500 mil a seu marido (Joo) caso ela morresse. Alguns meses depois, Maria apareceu morta, Informativo 560-STJ (17/04 a 03/05) Esquematizado por Mrcio Andr Lopes Cavalcante |11 envenenada. O inqurito policial concluiu que havia suspeitas de que Joo foi o autor do crime, razo pela qual ele foi denunciado por homicdio doloso. Uma das clusulas do contrato prev que, se o beneficirio foi quem causou a morte da segurada, ele no ter direito indenizao. Aseguradorapoderintervirnoprocessocriminalcomoassistentedaacusaoparaprovar que Joo foi o autor do crime? NO.AseguradoranotemdireitolquidoecertodefigurarcomoassistentedoMinistrio Pblicoemaopenalnaqualobeneficiriodosegurodevidaacusadodeterpraticadoo homicdio do segurado. O art. 268 prev quem poder intervir como assistente de acusao e neste rol no se inclui a seguradora. Osujeitopassivodocrimedehomicdiooserhumanoeobemjurdicoavida,deforma que, por mais que se reconhea que a seguradora possui interesse patrimonial no resultado da causa, isso no a torna vtima do homicdio. Valeressaltarque,emalgunscasos,alegislaoautorizaquecertaspessoasouentidades, mesmo no sendo vtimas do crime, intervenham como assistentes de acusao.STJ. 6 Turma. RMS 47.575-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 14/4/2015 (Info 560). EXCEO DE SUSPEIO Procurao com poderes especiais para oposio de exceo de suspeio Importante!!! ParaqueoDefensorPblicorepresenteoassistidonoprocessopenal,necessrioqueeste outorgue uma procurao? Regra: NO. O Defensor Pblico no precisa de mandato (procurao). Exceo: ser necessria a procurao se o Defensor Pblico for praticar algum dos atos para os quais a lei exige poderes especiais. O art. 98 do CPP prev que, para ser proposta exceo de suspeio do juiz, o defensor precisa de procurao com poderes especiais. ODefensorPblicoquefazadefesadoruprecisardeprocuraocompoderesespeciais para arguir a suspeio do juiz? SIM.exigvelprocuraocompoderesespeciaisparaquesejaopostaexceodesuspeio por ru representado pela Defensoria Pblica, mesmo que o acusado esteja ausente do distrito da culpa. STJ.6Turma.REsp1.431.043-MG,Rel.Min.MariaTherezadeAssisMoura,julgadoem16/4/2015 (Info 560). NULIDADES Hiptese em que a ausncia de intimao pessoaldo defensor dativo no gera reconhecimento de nulidade Importante!!! Obrigatoriedade de intimao pessoal do Defensor Pblico e do defensor dativo: Em regra, obrigatria a intimao pessoal do defensor dativo, inclusive a respeito do dia emqueserjulgadoorecurso(art.370,4doCPP).Seforfeitaasuaintimaoapenas pela imprensa oficial, isso causa de nulidade. Exceo:nohavernulidadeseoprpriodefensordativopediuparaserintimadodos atos processuais pelo dirio oficial. Informativo 560-STJ (17/04 a 03/05) Esquematizado por Mrcio Andr Lopes Cavalcante |12 Exemplo:orufoiacusadodeumcrime.Nalocalidade,nohaviaDefensoriaPblica,razo pela qual o juiz nomeou um defensor dativo para fazer a assistncia jurdica do acusado. O ru foi condenado em 1 instncia.Irresignada, a defesa interps recurso de apelao. Na petio dorecurso,odefensordativoafirmouquepreferiaserintimadopelaimprensaoficial, declinandodaprerrogativadeserpessoalmentecientificadodosatosprocessuais.Pormeio doDiriodaJustia,odefensordativofoiintimadodadatadejulgamentodaapelao.No julgamentodorecurso,oTJmanteveasentenacondenatria.Apartirda,aDefensoria PblicafoiestruturadanoEstadoeoDefensorPblicoqueassumiuaassistnciajurdicade Jooimpetrouhabeascorpussustentandoquehouvenulidadedojulgamentodaapelao,j queodefensordativonofoipessoalmenteintimado.OSTJnegouopedidoafirmandoquea intimaododefensordativoapenaspelaimpressaoficialnoimplicareconhecimentode nulidade caso este tenha optado expressamente por esta modalidade de comunicao dos atos processuais, declinando da prerrogativa de ser intimado pessoalmente. STJ. 5 Turma. HC 311.676-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 16/4/2015 (Info 560). DIREITO TRIBUTRIO REPETIO DE INDBITO Taxa de juros de mora aplicvel na devoluo de tributo estadual pago indevidamente Smula523-STJ:Ataxadejurosdemoraincidentenarepetiodeindbitodetributos estaduaisdevecorresponderutilizadaparacobranadotributopagoematraso,sendo legtima a incidncia da taxa Selic, em ambas as hipteses, quando prevista na legislao local, vedada sua cumulao com quaisquer outros ndices. STJ. 1 Seo. Aprovada em 22/04/2015, DJe 27/4/2015. IMPOSTO SOBRE SERVIOS (ISSQN) Base de clculo no caso de servio prestado por empresa de trabalho temporrio Smula 524-STJ: No tocante base de clculo, o ISSQN incide apenas sobre a taxa de agenciamento quandooservioprestadoporsociedadeempresriadetrabalhotemporrioforde intermediao,devendo,entretanto,englobartambmosvaloresdossalrioseencargossociais dos trabalhadores por ela contratados nas hipteses de fornecimento de mo de obra. STJ. 1 Seo. Aprovada em 22/04/2015, DJe 27/4/2015.