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RESPEITO EMPENHO CHANCES AUTOESTIMA SATISFAÇÃO Acesse o conteúdo do jornal no seu dispositivo móvel Junho de 2016 03 informação e formação Folia em tempos de crise Editorial Veja os detalhes do evento que celebrou o mês do trabalhador pág. 2 e 3 pág.8 Caminhada Ecológica no Parque do Itacolomi ENTREVISTA TAEs como agentes de reexão Conheça o trabalho sobre Nome Social de Débora e Betânia, servidoras técnico-administrativas em educação da UFOP, que foi selecionado para participar do V Congresso Internacional em Estudos Culturais, em Portugal. pág. 6 e 7 A festa e a tragédia na votação do Impeachment

Jornal assufop 03 junho

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Page 1: Jornal assufop 03 junho

RESPEITO

EMPENHO

CHANCES

AUTOESTIMA

SATISFAÇÃO

Acesse o conteúdo do jornal no seu dispositivo móvel

Junho de 2016

03

informação e formação

Folia em tempos de criseEditorial

Veja os detalhes do evento que celebrou o mês do trabalhador

pág. 2 e 3

pág.8

Caminhada Ecológica no Parque do Itacolomi

ENTREVISTA

TAEs como agentes de re�exãoConheça o trabalho sobre Nome Social

de Débora e Betânia, servidoras

técnico-administrativas em educação

da UFOP, que foi selecionado para

participar do V Congresso Internacional

em Estudos Culturais, em Portugal.

pág. 6 e 7

A festa e a tragédia na votação do Impeachment

Page 2: Jornal assufop 03 junho

EDITORIAL

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Jornal dos Trabalhadores Técnico-Administrativos da UFOP junho de 2016

A folia da votação do Impeachment no dia em que os brasileiros conheceram seus deputados

Foi no mínimo assombroso a votação na Câmara

dos Deputados que resultou na aprovação do

Impeachment da presidente Dilma por 367 votos favorá-

veis e 137 votos contrários. Nesse épico episódio, ficou

escancarada a motivação apenas política gritada por cada

deputado ao justificar seu voto, negligenciando veemen-

temente o teor jurídico da denúncia. A Casa conseguiu ir

além. Promoveu uma verborragia amplificada por todo

país, com direito a elogio ao torturador Ustra, um dos

personagens mais vis da história do Brasil. Neste dia, o

povo brasileiro que acompanhou toda algazarra por

diversos meios, pôde conhecer de perto cada um dos seus

deputados. Além do culto à tortura, teve deputado soltando

confetes, teve Partido das Mulheres com parlamentares

homens apenas; chuva de cuspe; traição por todos os

lados. Dedicaram votos à Deus, à família, aos filhos,

netos, bisnetos e vibraram mais que o pênalti batido por

Roberto Baggio em 94. Teve deputado procurado pela

Interpol favorável ao Impeachment como semblante de

combate à corrupção. Teve até deputada dedicando voto à

idoneidade do marido, prefeito, que no dia seguinte seria

preso pela PF por corrupção na saúde. Um levantamento feito no projeto Excelências,

da ONG Transparência Brasil, constatou que dos 513

deputados, 273 são citados em ocorrências na Justiça ou

em Tribunais de Contas. Isto é, 53% da Casa está enrola-

da com sua conduta política um tanto quanto enrolada. Tudo isso seria uma piada pronta, um ótimo

programa de entretenimento de Domingo à noite se não

fosse o poder que a Câmara tem em decidir questões

ligadas diretamente à vida de cada brasileiro. Para se ter

uma noção, é essa mesma Câmara que aprovou a continu-

idade do processo de Impeachment que irá votar a

reforma da previdência, os projetos do Ajuste Fiscal e

entre eles o famigerado PLP 257/2016, um golpe severo

nos diretos do servidores públicos. A bancada ultra

conservadora do BBB – da bala, da bíblia e do boi – fez

valer o seu peso e, como previsto, cresce e advoga contra

o trabalhador brasileiro, a favor das elites, estas que com

o passar dos anos, mostram-se ainda mais fies à Casa

Grande.

Democracia na Grande Imprensa: Menos que nada.

Neste carnaval elitista fora de época, o prêmio do

melhor samba enredo foi, merecidamente, para a grande

mídia. A cobertura política irresponsável e declaratória

da imprensa corporativista influenciou preconceitos,

ódios, sentimento de justiça, incentivou tiranias e esco-

lheu apenas um dos “Brasis” para ser consumido pelo

público. Independentemente do veículo, as vozes são

várias, mas o discurso dos jornais, rádios, revistas,

telejornais é o de sempre. Basta fazer o exercício diário de

comparar capas de jornais rivais, manchetes dos portais

Câmara dos Deputados faz da votação do Impeachment de Dilma um carnaval

de área VIP. Confetes lançam cinismos, aberrações, elitismo e opressões.

EXPEDIENTE

Jornal do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos da UFOP - ASSUFOP. Gestão 2015/2017 | Presidente: Sérgio Neves, Vice-Presidente: Tatiana Hundrel Silva, 1ª Secretária: Jequiana Lessa Agostinho, 2ª Secretário: Vicente de Paula Cândido, 1ª Tesoureiro: Alexandro Luiz Maximiliano Dias, 2ª Tesoureira: Raquel Leite Braz, Diretores Sindicais: Maurílio Marcos da Conceição, Lourival Nunes Martins, Diretores de Assistência: Mônica Versiani Machado, Pedro Tomaz, Diretores de Imprensa e Divulgação: Thiago Caldeira da Silva, Felipe da Fonseca Martins, Diretoras de Cultura, Esporte e Lazer: Luciana Rodrigues dos Santos, Dirlene Azevedo Gomes | Jornalista Responsável: César Diab (MG 0018885 JP) | Texto, diagramação, arte e fotos: César Diab | vetores das artes desenvolvidas por: freepik.com | Endereço eletrônico: www.assufop.org.br | Contato: [email protected] | Endereço: Rua Diogo de Vasconcelos, 408, Estação - Ouro Preto - MG - CEP: 35400-000 | Tiragem: 1.500 exemplares | Impressão: Sempre Editora

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de notícias mais populares do país – são várias versões de

um mesmo. A imprensa corporativista nacional faz do país

uma pastelaria. Constrói heróis e vilões nacionais com

palavras estratégicas em questões de segundos; estimu-

lam preconceitos e rancores sociais oligárquicos; vibram

com a fragilidade do Governo; babam pelo poder para

oposição; dão vexame e se gabam disso; e se vestem de

“guardiões” da democracia. Muita gente compra. Não o

jornal, mas o discurso, no mínimo ingênuo, com o qual se

vende a ideia: toda corrupção no país existe e fora criada

apenas por um partido político; deputados captaram a

deixa... Portanto, a mídia da Casa Grande opta-se pelo

simples. Criam-se dois lados, estereótipos – assim é mais

fácil, pois a situação é mais complexa, mas complexidade

dá trabalho e despesa para explicar e não faz vender

jornal. Não é exagero dizer que diante dessa crise política,

a liberdade de imprensa nada mais virou senão o direito de

mentir. Será mesmo que uma verdadeira democracia

midiática é aquela que deixa o público escolher entre um

canal e outro? Não seria muito mais justo e livre conceder

ao público o poder de escolher a própria lógica das

escolhas?

Ascensão conservadora e os movimentos sociais Em entrevista concedida à revista Brasileiros, o

premiado diretor brasileiro Fernando Meirelles (dos

filmes Cidade de Deus e Ensaio sobre a Cegueira)

sintetizou a dificuldade de fazer filmes sobre a política

brasileira por um motivo um tanto esclarecedor: “O

problema de se fazer filmes sobre o poder no Brasil é que a

nossa realidade supera a ficção”, afirma o diretor. Há

prova melhor para comprovar essa afirmação do que o

show de horror ocorrido na Câmara? A situação é um

enredo perfeito de fazer inveja à diretores como Tarantino

– marcado pelos exageros nas histórias. Em l inhas gerais , a carnaval ização do

Impeachment trouxe o sentimento de excitação e alegria

irradiante aos deputados do Sim e àqueles que foram às

ruas de verde e amarelo, vibraram e choraram de alegria,

os quais, ingenuamente, acreditam que chegou ao fim a

corrupção e a crise econômica no país. No entanto, como é

sabido e cantado, todo carnaval tem seu fim e diante de

uma felicidade fugaz, aqueles que se embebedaram da

insanidade política hão de conviver com a ressaca de

melancolia de ter colaborado para um episódio infame da

curta história da democracia brasileira. O cenário é desolador para os que vivem à mar-

gem da sociedade e lutam por um país mais igualitário e

justo. Movimentos Sociais, Sem-Terra, Sem-tetos,

Sindicatos... Sem dúvida, estes irão ver a face mais dura

da ascensão conservadora ao Executivo. No entanto, são

movimentos populares que carregam em si décadas, quiçá

séculos, de luta contra a opressão do Capital e foram,

desse modo, construindo um forte legado de luta pela

dignidade humana. A luta continua e, sem dúvida, se

fortalecerá. Como disse o ex-presidente do Uruguai, Pepe

Mujica, durante o recebimento da medalha Tiradentes em

Ouro Preto, no 21 de abril deste ano: «A única luta que se

perde é a que se abandona. Portanto, não se pode viver

sem esperança».

A foto ao lado que circula nas redes sociais mostra a ausência dos integrantes da Comissão Especial de Barragem na Região de Mariana, da Câmara. Apenas quatro t i tu lares es t iveram presentes . (Foto: Reprodução/Facebook)

Jornal dos Trabalhadores Técnico-Administrativos da UFOP junho de 2016

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Jornal dos Trabalhadores Técnico-Administrativos da UFOP junho de 2016

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Paralisação Nacional dos TAEs diz não à reforma da previdência e ao PLP 257/2016 Trabalhadores técnico-administrativos da UFOP aderem paralisação nacional contra a reforma da previdência e o pacto de reformas fiscais do governo

Os trabalhadores técnico-administrativos de Ouro Preto aderi-ram à paralisação nacional de 24 horas, no dia 14 de abril, após decisão da maioria em assembleia feita no Campus da UFOP em Ouro Preto na mesma data. A paralisação da catego-ria foi convocada pela FASUBRA Sindical e teve como objetivo protes-tar contra a reforma da previdência e contra o pacote de reformas fiscais do Governo, principalmente o PLP 257/2016 que ataca os direitos dos servidores públicos federais, estadua-is e municipais. O projeto continua tramitando em regime de urgência na Câmara dos Deputados, mesmo após a reunião onde o ministro-chefe da Casa Civil, Ricardo Berzoini, pressionado por centrais sindicais, reconheceu que o momento político atual pede mais cautela e reflexão sobre os itens do PLP que prejudicam diretamente o trabalhador público.

Para o presidente do Sindicato ASSUFOP, Sérgio Neves, a paralisa-ção é uma forma de mostrar ao gover-no a insatisfação geral da categoria contra tais reformas que colocam os

direitos dos servidores públicos em perigo. “ É muito importante os traba-lhadores técnico-administrativos da UFOP se juntarem aos outros traba-lhadores do país, paralisarem e demonstrarem suas indignações con-tra o PLP 257/2016 que propõe um verdadeiro retrocesso para o servidor público. A postura de propor um pro-jeto desse tipo demonstra o total des-merecimento do Governo com o repertório de direitos conquistados com muita força e suor de cada traba-lhador que foi às ruas lutar por um trabalho mais decente e uma vida mais digna”.

Traba lhadores Técn ico-administrativos de vários cantos do país também paralisaram as ativida-des contra o PLP 257/2016 e a reforma da previdência. Foi o caso dos traba-lhadores da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Uni-versidade Federal de Juiz de Fora, Universidade Federal do Pará, Uni-versidade Federal de Sergipe, Univer-sidade Federal de Uberlândia.

Sobre o PLP 257/2016

O projeto de Lei 257/2016 proposto pelo executivo tramita em regime de urgência na Câmara dos Deputados e tem por finalidade alon-gar o prazo da dívida dos Estados com a União (Lei 9.496/97) para 20 anos. O PLP faz parte do pacote de ajuste fiscal iniciado pelo governo, ainda no final de 2014. Entre os itens do proje-to, destacam-se a reforma da previ-dência dos servidores públicos para tornar os fundos de pensão sujeitos à regra de mercado; propõem demis-sões voluntárias no serviço público e congelamento de salários.

Para saber mais informações sobre o Projeto de Lei Parlamentar 257/2016, acompanhe a tramitação no site da Câmara dos Deputados em http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2080237 Acesse o boletim informativo Olho Vivo do Sindicato ASSUFOP em: https://issuu.com/sindicatoassufop/docs/olho_vivo_pl

À esquerda, TAEs decidem pela paralisação de 24h durante assembleia. À direita, ato Nacional contra o PLP 257/16 na manhã de quinta-feira, 14, em frente ao Ministério da Fazenda. Aproximadamente 200 servidores participaram da manifestação.

Foto: ASSUFOP/Divulgação Foto: FASUBRA/Reprodução

junho de 2016 Jornal dos Trabalhadores Técnico-administrativos da UFOP

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Entrevista

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Débora Walter dos Reis, e Betânia dos Anjos do Carmo,trabalhadoras técnico-administrativas

em educação da UFOP, foram convidadas a participarem do V Congresso Internacional

sobre estudos de gênero e direitos humanos em Portugal.Além de grande colaboração ao Campo,

o convite enaltece a importância dos TAEscomo corpo ativo na construção de saber e reexão

nas Instituições de Ensino Superior.

TAE como produtor de conhecimento

O jornal ASSUFOP deste mês traz

uma entrevista com duas trabalhadoras téc-

nico-administrativas da UFOP cujo traba-

lho 'Nome Social: garantia de Identidade e

Dignidade nas Universidades do Brasil' foi

aceite para participar do V Congresso Inter-

nacional em Estudos Culturais: Gênero,

Direitos Humanos e Ativismo, que terá

lugar nos dias 7, 8 e 9 de setembro de 2016,

na Universidade de Aveiro, Portugal. Além

de servidoras da UFOP, Débora Walter dos

Reis é bacharel em direito, licenciada em

História e mestre em Engenharia de Minas;

Betânia dos Anjos do Carmo é bacharel em

museologia, mestranda em educação e tem

especialização em docência superior. Tam-

bém é autora do trabalho Ana Carolina do

Carmo Leonor, filha de Betânia, que cola-

borou no desenvolvimento do artigo. O teor da conversa, além de referen-

ciar o trabalho do trio, dá destaque à valori-

zação do técnico-administrativo em Educa-

ção, retrata a luta dos TAEs na conquista de

direitos para qualificação e reflete sobre o

Nome Social nas Instituições de Ensino

Superior do Brasil.

Como começou o interesse de vocês pela

área de Estudo de Gênero e o porquê de

estudar a Razão Social nas instituições de

ensino superior?Betânia do Carmo: Nosso trabalho

começou porque minha filha que faz o curso

de História na Universidade Federal de

Viçosa me contava o tanto que a lei da

Razão Social já estava avançada na UFV

implantada em 2013. E, quando ela me con-

tou isso, eu estava indo trabalhar no Depar-

tamento de Direito e acompanhei a dificul-

dade da implantação da Razão Social na

UFOP. Com isso, nós começamos a pesqui-

sar sobre o assunto e escrever alguma coisa

sobre as instituições onde a lei da Razão

Social não caminhava no mesmo nível da

UFV. Minha filha me mandou o material

que ela pesquisou sobre o assunto na UFV e

nós agregamos nosso estudo aqui da UFOP.Débora dos Reis: O problema de

implementação (da Razão Social) era um

problema técnico na UFOP, e a Betânia me

contou a história de uma menina, a

Sofia*,que tentou estudar na UFOP, fazer

um curso, mas chegou aqui e não deu conti-

nuidade ao curso justamente por conta do

Nome Social. É muito complicado porque a

pessoa se sente Sofia, veste como Sofia, é

Sofia e na hora de uma chamada, na hora de

fazer uma prova, na hora que o professor vai

se dirigir a ela o nome é João*. As pessoas

‘‘É muito complicado porque a pessoa se sente Soa, veste como Soa, é Soa e na hora de uma chamada, na hora de fazer uma prova, na hora que o professor vai se dirigir a ela, o nome é João*. As pessoas devemse tratadas daforma que elasquerem ser tratadas’’

Page 7: Jornal assufop 03 junho

07

têm de ser tratadas da forma que elas

querem ser tratadas.

E a Sofia chegou a fazer a matrícula?

BC: A matrícula foi negada com o nome

Sofia, e eles só aceitaram fazer a matrícula com o

nome João. Ela ficou tão constrangida, tão cons-

trangida, numa fila que foi colocada esse impedi-

mento que ela desistiu da UFOP. Ou seja, a insti-

tuição só aceitou fazer a matrícula se ela usasse o

nome João. Aí a gente começa pensar sobre esses

valores e pensamos fazer uma comparação entre

a UFV e a UFOP

DR: Nós sabemos que a discussão da

Razão Social é apenas um passo na questão da

transexualidade. Tem a questão da divisão do

banheiro, a forma como o aluno reconhece esse

aluno ou aluna, os professores. A gente sabe que

é uma série de tabus. E com o trabalhado foi uma

forma de conhecer um pouco mais a nossa insti-

tuição, como a UFOP trata desse assunto e traçar

um paralelo com outras instituições que estão

muito a frente no tratamento desse assunto.

Como foi para vocês receberem o aceite

para apresentar o trabalho em Portugal, num

congresso internacional e o que isso representa

para a categoria?

DR: Foi uma satisfação imensa receber

essa notícia. O que eu acho mais bacana, funda-

mental, e o que me motiva é mostrar para UFOP

que os técnico-administrativos em educação são

tão ou mais capazes do que servidores docentes

de fazer a divulgação da nossa universidade, e

ela precisa entender que o perfil do servidor

técnico está mudando. Somos capazes de reali-

zar pesquisas e somos capazes de criar produção

intelectual.

BC: A instituição, então, deveria criar

para nós (técnico-administrativos) uma chance

maior e de fato real de direitos para a produção de

saber tanto quanto dos docentes e discentes. Por

exemplo, as bolsas, os incentivos e o afastamen-

to. Não existe um banco de servidores técnico-

administrativos... Eu vou conseguir ir em setem-

bro à Portugal apresentar o artigo porque, por

acaso, eu estou fazendo mestrado no ICHS e uma

das linhas de pesquisa trabalha gênero e diversi-

dade. Mas se eu não tivesse nessa linha de pes-

quisa? Eu conseguiria ir? Além disso, a gente vai

precisar tirar férias para conseguir apresentar o

artigo em Portugal, caso contrário a gente não

iria.

DR: Nós precisamos negociar pra poder

realizar essas atividades, para levar o nome da

UFOP enquanto servidora. E é surreal isso. O

que precisa acontecer na universidade é romper

esse paradigma da subserviência do técnico,

inclusive a subserviência do próprio técnico, que

na hora que vai falar sobre ele, diz «eu sou servi-

dor». Servidor público todos nós somos, o que

nos difere aqui é o cargo, isto é, você é docente e

você é técnico administrativo.

*Nome fictício para preservar a identidade da

‘‘A gente vai precisar tirar

para fériasconseguir

apresentar o artigo em

Portugal’’

‘‘O que precisa acontecer na universidade é romper esse paradigma da subserviência do técnico, inclusive a subserviência do próprio técnico’’

À esquerda, Débora Walter dos Reis e à

direita, Betânia dos Anjos do Carmo.

Page 8: Jornal assufop 03 junho

CAMINHADA ECOLÓGICAN O P A R Q U E D O I T A C O L O M I

No mês do trabalhador, o Sindicato ASSUFOP, com parceria do SINASEFE-IFMG, fez a 1ª Caminhada Ecológica no Parque Estadual do Itacolomi, em Ouro Preto em 07 de maio. Cerca de 60 pessoas, entre crianças, adultos e idosos, participaram do evento que promoveu a consciência ambiental aliada à integração entre os técnico-administrativos da UFOP. Foi a primeira vez que o ASSUFOP realiza um evento dessa natureza e, com o suces-so da iniciativa, a ideia é que atividades como a Caminhada Ecológica virem rotina. O trajeto de 6km até o Parque do Manso proporcionou aos participantes uma outra visão da fauna e flora do entorno de Ouro Preto e, quem não conhecia o lugar, pôde apreciar uma das paisagens mais exuberantes da região. O evento contou ainda com o acompanhamento de dois militares do Corpo de Bombeiros que garantiu a segurança Para o diretor sindical do ASSUFOP, Maurílio da Conceição, o evento foi um sucesso: ‘‘adorei participar e não tenho dúvidas que todos os demais também gostaram muito, mesmo porque vários deles vieram até nós elogiando e propondo outros roteiros para caminhadas’’, afirmou. Maurílio reforçou a necessidade da participação dos TAEs e agradeceu os parceiros do evento, ‘‘ quem não participou perdeu um ótimo passeio e peço que venham, participem, prestigiem as ações do ASSUFOP. Assim, todos saem ganhando. Quero agradecer, em nome da Diretoria, o SINASEFE-IFMG e o Corpo dos Bombeiros que nos auxiliou durante todo o percurso’’, concluiu. A programação encerrou-se com um churrasco na sede do Sindicato ASSUFOP para todos participantes da caminhada. Para conferir mais fotos do evento, acesse a fanpage do ASSUFOP: facebook.com/assufop.ouropreto

maio - mês DO TRABALHADOR

Foto: ASSUFOP/Divulgação

Foto: ASSUFOP/Divulgação

Foto: ASSUFOP/Divulgação

Page 9: Jornal assufop 03 junho

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junho de 2016

“A maior conquista foi juntar

em uma sala, através de um evento,

tantas mulheres diferentes entre si,

desde idade, personalidade e trajetória

de vida, no que nos tora comuns: a luta

por nossos direitos, por reconheci-

mento, autonomia e respeito”. É com

uma sutileza e perspicácia singular

que a estudante de jornalismo da

UFOP, Lethícia Bueno, descreve sua

participação na 1ª Oficina de Escrita

para Mulheres. O evento foi promovi-

do pelo Sindicato ASSUFOP e contou

com a participação de mulheres de

várias faixas etárias, estudantes e tra-

balhadoras. Ainda para a estudan-

te, “ o que mais gostei foi a oportuni-

dade de escrever sobre o que ser

mulher representa, afinal, para a pró-

pria mulher, já que por vezes somos

instruídas a ficar caladas sobre nosso

próprio sexo”, detalha. Foi a primeira vez que o Sindi-

cato ASSUFOP trouxe à Ouro Preto

uma atividade de texto com tal temáti-

ca. Através de atividades dinâmicas,

muito diálogo e exercícios de relaxa-

mento, a oficina propôs trabalhar

escrita livre como forma de expressão

das angústias, os anseios e desejos

relativos às questões de gênero viven-

ciadas por mulheres. O tom da conver-

sa foi nítido: explorar a narrativa do

“eu” e do “nós”, capaz de lançar luz

sobre as amarras que ameaçam o femi-

nino, por meio da total autonomia das

participantes. Jéssica Romero, jornalista e

ministrante da Oficina, avaliou a ação

positivamente e enfatizou a pluralida-

de do público presente, "O resultado

da oficina foi muito gratificante. Em

uma tarde conseguimos nos conhecer,

discutir questões importantes relacio-

nadas à temática de gênero e ainda

produzir dois textos por pessoa. Acre-

dito que a diversidade de idade e de

experiências das participantes foi fun-

damental para cumprir a proposta da

atividade, que era ser uma construção

coletiva”, conclui. A jornalista lembra ainda do

valor de se pensar sobre o espaço no

qual estamos inseridos através de dinâ-

micas pouco comuns no dia-a-dia,

iniciativas como essa de realizar uma

oficina gratuita e aberta são importan-

te para repensarmos nossas relações

sociais e de trabalho em meio a uma

rotina de muita produtividade e pouca

reflexão”.

Escrita feminina para desatar nós Oficina de escrita criativa para mulheres colocou em questão as angústias e as

potêncialidades do feminino

Participantes da Oficina na Sede do Sindicato ASSUFOP (FOTO: ASSUFOP/Divulgação).

Jornal dos Trabalhadores Técnico-administrativos da UFOP

Page 10: Jornal assufop 03 junho

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Comissão Interna de Supervisão do PCCTAE toma posseTomou posse no dia 03 de maio, na

Reitoria da UFOP, os novos membros da

Comissão Interna de Supervisão do Plano

de Carreiras dos Cargos Técnico-

administrativos em educação da UFOP -

CIS, tratada na lei 11091/2005, conforme

portaria nº187 de 08 de abril de 2016. Com

isso, a comissão passa a ser presidida por

Lourival Nunes, Vicente de Paula, Adilson

Ribeiro, Igor Mezadre, Dary França e

Pedro Alexandre, todos trabalhadores

TAEs da UFOP.

A Comissão é um órgão deliberati-

vo obrigatório em todas as instituições

Federais de Ensino Técnico e Superior e

tem como função fiscalizar, avaliar, acom-

panhar e contribuir nas negociações sobre

a carreira do trabalhador técnico-

administrativo.

Para Lourival Nunes, diretor do

ASSUFOP e agora membro da CIS, a

Comissão desempenha um papel funda

mental para os TAE’s, ‘‘ é ela que tem o

importante papel de propor mudanças na

estruturação da carreira, e fiscalizar o

andamento das discussões sobre o assunto,

tanto a nível local, quanto a nível nacional,

em Brasília’’. afirma.

Novo membro da CIS, Adilson

Ribeiro, descreve outros papeis da Comis-

são ‘‘a gente olha também o dimensiona

mento e locação de vagas, além de traba-

lhar pelo cumprimento das normas da

carreira, tanto da capacitação quanto da

qualificação. Nós somos orientados pela

comissão nacional que traça as nossas

diretrizes para estar em contato com o Sin-

dicato e pela federação.’’ acrescenta. A

CIS tem um mandato de três anos, e possui

um caráter não deliberativo.

A partir de julho, boleto Unimed passa a ser descontado via débito autorizado

Associados do Sindicato ASSUFOP votaram, durante assem-bleia ocorrida em 12 de março, pela alteração na cobrança do plano de saúde para conter a crescente inadim-plência e não afetar a existência do con-vênio.

Isso significa que o pagamento do plano Unimed pelos associados deixará de ser via boleto e será através de débito autorizado na conta dos usuários que são clientes da Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Santander. A alteração passaria a valer a partir do mês de junho, mas devido a problemas técnicos o débito autorizado em conta entrará em vigo no mês de julho. Portanto, em junho, todos os usuários do plano receberão o boleto-para pagamento. As pessoas que não autorizarem o débito em conta serão

excluídas do plano. Aquelas que não são correntis-

tas em tais bancos, continuarão a pagar via boleto. Novas adesões ao plano serão autorizadas apenas para clientes de tais bancos. Independentemente do

débito automático, qualquer usuário do

plano poderá acessar seu boleto no site

do sindicato (assufop.org.br) e obter mais informações sobre a utilização do serviço no site da Unimed (unimedin-confidentes.coop.br). Para mais infor-mações acesse www.assufop.org.br com/assufop.ouropreto, ou venha à sede do sindicato.

Medida definida em assembleia visa reduzir a inadimplência, e entrará em vigor em julho e não mais em junho como havia sido divulgada

Maioria dos associados votaram pela alteração na cobrança. (Foto: ASSUFOP/Divulgação)

Membros da CIS, da esquerda à direita:

Igor Mezadre; Lourival Nunes; Pedro Alexandre;

Vicente de Paula; Adilson Ribeiro e Darly

França.Foto:

(ASSUFOP/Divulgação)

junho de 2016 Jornal dos Trabalhadores Técnico-administrativos da UFOP

Page 11: Jornal assufop 03 junho

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CULTURA

‘‘PERGUNTAS

DE UM OPERÁRIOLETRADO’’Bertolt Brecht

‘‘Quem construiu Tebas, a das sete portas?Nos livros vem o nome dos reis,Mas foram os reis que transportaram as pedras?Babilónia, tantas vezes destruída,Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casasDa Lima Dourada moravam seus obreiros?No dia em que ficou pronta a Muralha da China para ondeForam os seus pedreiros? A grande RomaEstá cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quemTriunfaram os Césares? A tão cantada BizâncioSó tinha paláciosPara os seus habitantes? Até a legendária Atlân-tidaNa noite em que o mar a engoliuViu afogados gritar por seus escravos.O jovem Alexandre conquistou as ÍndiasSozinho?

César venceu os gauleses.Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?Quando a sua armada se afundou Filipe de Espa-nhaChorou. E ninguém mais?Frederico II ganhou a guerra dos sete anosQuem mais a ganhou?

Em cada página uma vitória.Quem cozinhava os festins?Em cada década um grande homem.Quem pagava as despesas?

Tantas históriasQuantas perguntas’’

junho de 2016 Jornal dos Trabalhadores Técnico-administrativos da UFOP

Page 12: Jornal assufop 03 junho

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Presidente do ASSUFOP recebe Moção de Aplauso da Câmara de Ouro Preto

COMUNIDADE

A homenagem enfatizou os trabalhos sociais desempenhados por Sérgio Neves

A vida grita, e a luta continua. E se depender de Sérgio Geraldo Neves a luta não apenas persiste, mas toma novos rumos, ganha força e transforma as vidas de jovens da periferia de Ouro Preto. Além de presidente do Sindicato ASSUFOP e trabalhador técnico-administrativo da UFOP, Sérgio traz consigo uma longa experiência no trato das questões sociais de sua cidade natal, Ouro Preto. É presidente da Associação Comunitária do Bairro São Cristóvão e desempenhou projetos comunitários como o JUSEC, Projeto Crescer e Pro-jeto Sopão. Detalhe que chama atenção: todas as funções desempenhadas volun-tariamente. No dia 29 de março de 2016, a Câmara Municipal de Ouro Preto deci-diu prestar uma homenagem à Sergio, entregando a ele a Moção de Aplauso, semblante de reconhecimento ás pesso-

as que, de alguma forma, contribuem para uma Ouro Preto mais justa e iguali-tária. JUSEC Era um grupo de jovens da igreja católica da Comunidade São Cristóvão, antes da formação da Associação do bairro, e fazia uma série de eventos com a juventude, como coral, atividades cristãs, passeios, jogos de vôlei e ações filantrópicas em favor dos menos favo-recidos. Projeto Sopão Desenvolvido pela Associação Comunitária do Bairro São Cristóvão, o projeto fazia uma sopa nas segundas, quartas e sextas e distribuía para pesso-as carentes do bairro. O alimento vinha de doações de comerciantes da cidade e depois da prefeitura.Projeto Crescer com Arte, Saúde e Alegria

O Projeto amparava crianças de 7 a 17 anos, matriculadas na escola e em situação de invulnerabilidade social. As ações eram feitas por um grupo de voluntários que utilizavam a música, o esporte, literatura, arte e informática como elementos capazes de transformar a vida de cada criança. Para Sérgio Neves, a homenagem, além de trazer satisfação pessoal, perpe-tua o valor do trabalho voluntário, ‘‘quando se dá esse tipo de monção pra alguém que desenvolve um trabalho, eu acredito que desperta nos outros a necessidade de assumir essas atividades voluntárias, pois nem tudo que precisa ser feito na cidade o poder público dá conta de fazer, e sem sempre há dinheiro e gente especializada pra fazer. Acredito que é importante essa monção não ape-nas na questão pessoal mas sobretudo no sentido de outras pessoas da comuni-

Sérgio Neves recebe a Moção de Aplauso pelas mãos do Vereador Paquinha. Foto: Câmara de Ouro Preto

junho de 2016 Jornal dos Trabalhadores Técnico-administrativos da UFOP