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Publicação mensal da Seção Sindical dos Docentes da UFSM / ANDES - Julho de 2015 ISSN 2177-9988 www.sedufsm.org.br ACOMPANHE A SEDUFSM NA INTERNET twitter.com/sedufsm facebook.com/sedufsm SEDUFSM JORNAL DA Pós não escapa à tesourada Greve docente já atinge mais de 40 Ifes Respeito à diversidade no Plano Municipal de Educação Técnico-administrativos em educação da UFSM em greve há dois meses Quem achava que os cortes do governo não chegariam à pós-graduação das universidades federais, enganou-se redondamente. Informações desencontradas têm enervado docentes e estudantes, já que, do primeiro ao último informe vindo da Capes, a porcentagem dos cortes já oscilou de 75% para 10%. Na reportagem especial, conversamos com alguns coordenadores de programas de pós na UFSM para sondar como anda a situação e as expectativas nas pontas da universidade. Leia mais nas páginas e . 6 7 Ainda nesta edição: Falta de verba para custeio preocupa gestores da UFSM Corte já prejudica diárias e passagens e deve comprometer serviços terceirizados. Obras assumirão ritmo lento. Professor expulso da UFSM pelos militares Eduardo Rolim, docente aposentado do curso de Medicina, foi expurgado da universidade na ditadura e conta essa parte de sua história. Com a palavra, pág. . 4 Bruna Homrich Rafael Balbueno

Jornal SEDUFSM Julho 2015

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Jornal SEDUFSM Julho 2015

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Publicao mensal da Seo Sindical dos Docentes da UFSM / ANDES - J ulho de 2015 ISSN 2177-9988www.sedufsm.org.brACOMPANHEA SEDUFSM NA INTERNETtwitter.com/ sedufsm facebook.com/sedufsmSEDUFSMJ O R N A LD APs no escapa tesouradaGreve docente j atinge mais de 40 IfesRespeito diversidade no Plano Municipal de EducaoTcnico-administrativos em educao da UFSM em greve h dois mesesQuem achava que os cortes do governo no chegariam ps-graduao dasuniversidadesfederais,enganou-seredondamente.Informaes desencontradas tm enervado docentes e estudantes, j que, do primeiro ao ltimo informe vindo da Capes, a porcentagem dos cortes j oscilou de 75%para10%.Nareportagemespecial,conversamoscomalguns coordenadores de programas de ps na UFSM para sondar como anda a situaoeasexpectativasnaspontasdauniversidade.Leiamaisnas pginas e. 6 7Ainda nesta edio:Falta de verba para custeio preocupa gestores da UFSMCortejprejudicadiriasepassagense deve comprometer servios terceirizados. Obras assumiro ritmo lento. Professor expulso da UFSM pelos militaresEduardo Rolim, docente aposentado do curso de Medicina, foi expurgado da universidade na ditadura e conta essapartedesuahistria.Coma palavra, pg.. 4Bruna HomrichRafael Balbueno No dia 30 de julho, um decreto do governo anunciou o novo cortenaeducao:aosR$9bilhescontingenciadosno incio do ano, agora se somam mais R$ 1 bi. A retomada do perodo letivo, em agosto, tende a ser dura para estudantes e servidores docentes e tcnico-administrativos em educao. Oscortesnocusteio(manutenocotidianadauniversi-dade)enocapital(construodeobraseaquisiode equipamentos)jseriam,porsis,pssimosparaa comunidadeacadmica.Nobastasseessabomba,a situao fica mais crtica: os pesquisadores enfrentam um cenrio de incerteza talvez digno de ineditismo na histria das universidades federais. Embora os rgos federais e os gestores contradigam-se, literalmente,deumdiaparaooutro,halgoconcretoo suficiente para amedrontar quem se dedica ps-graduao nopas:algumcortevir,enodeveseralgopequeno. Confira, na reportagem especial pginas 6 e 7 o que vm pensandoalgunscoordenadoresdeprogramasdepsda UFSM.Deformageral,'estamostrabalhandonoescuro', como diz uma das docentes.Jnapgina3,oleitorpodercompreenderumpouco maisadimensodocortede10%nocusteioda universidade. Em entrevista Assessoria da Sedufsm, o pr-reitor Adjunto de Planejamento, Joeder Campos, confirma a preocupao dos gestores com o arrocho, que j prejudica diriasepassagensedevecomprometer,nosegundo semestre,serviosterceirizadosqueatuamnasreasde limpeza, vigilncia, conservao, dentre outros. Ainda nesta edio, voc ler o perfil de Fernando Souza, professor de Medicina da UFSM, e ser levado pela mo de HumbertoGabbiZanattaadesvelarumpoucomaisa atuao da ditadura em nossa universidade.Aproveite a leitura!Clauber02Publicao da Seo Sindical dos Docentes da UFSM / ANDESAO LEITORE vem mais corte por aJULHO DE 2015A diretoria da SEDUFSM composta por: Presidente: Adriano Figueir; Vice-presidente: Humberto Zanatta; Secretrio-geral: Marcia Paixo; 1 Secretrio: Gianfbio Franco; Tesoureiro-geral: Getulio Lemos; 1 Tesoureiro: Claudio Losekann; Suplentes: Maria Celeste Landerdahl e Hugo Blois Filho. Jornalista responsvel: Bruna Homrich Vasconcellos (MTb n 17487)Equipe de jornalismo: Fritz R. Nunes, Ivan Lautert e Rafael Balbueno Equipe de Relaes Pblicas: Fernanda Brusius e Vilma Ochoa Demais funcionrios: Dirleia Balensiefer, Maria Helena Ravazzi, Paulo Marafiga e Rossana SiegaDiagramao e projeto grfico: J. Adams PropagandaIlustraes: Clauber Souza e Rafael BalbuenoImpresso: Grfica Pale, Vera Cruz (RS). Tiragem: 1.600 exemplares.Obs: As opinies contidas neste jornal so da inteira responsabilidade de quem as assina. Sugestes, crticas e opinies podem ser enviadas via fone (55) 3222-5765 ou pelo email [email protected] tambm podem ser buscadas no site do sindicato:A SEDUFSM funciona na Andr Marques, 665, cep 97010-041, em Santa Maria (RS).www.sedufsm.org.brEXPEDIENTEPALAVRA DA DIRETORIANohdvidaalgumadequeumadas piores consequncias produzidas pela crise poltico-financeiraemquemergulhamos desde o incio deste ano, ao contrrio do que sepoderiapensarnumaanlisemais superficial, no o aumento da inflao ou dodesemprego,tampoucoaquedanos investimentos sociais. O grande produto da crise parece ser a desesperana, e isso por que ela no atinge apenas aos desemprega-dos,aosexcludosdaspolticassociaisou aos mais pobres; a desesperana alcana a todos,mesmoquelesquetmmenor vulnerabilidade s investidas financeiras do governo. Pior ainda termos de reconhecer que a desesperana no chega sozinha; ao contrrio da esperana, que traz consigo a solidariedade, a vontade de construir juntos, asinergiaeodesejodavitria,a desesperana chega de braos dados com o medo,aapatia,afragmentaoeo individualismo. O malogro de outrem parece se estabelecer como a referncia da minha capacidadederesistir,e,nestaespiral autofgica da desesperana, nos tornamos incapazes de discernir a verdadeira origem dos problemas e as estratgias para a sua superao.Amaiorexpansodoensinosuperiorna histriadestepas,realizadapeloprojeto REUNI,investiuaproximadamenteR$7 bilhes,entre2008e2012,nacriaode dez novas universidades federais e 49 campi universitrios.Nestemesmoperodo,as universidadesprivadasreceberamdo governo federal mais de R$ 30 bilhes em financiamento, via FIES e PROUNI. No incio de2015,diantedaimpossibilidadede continuarcamuflandoacrisefinanceira,o corteanunciadopelogovernofederal apenasparaoMEC(R$9,4bilhes)j ultrapassa em muito aquilo que foi investido aolongodequatroanosdeexpanso.As consequnciassoimediataseevidentes, comparalisaodeobras,reduode serviosterceirizadosbsicoscomo seguranaelimpeza,reduodrsticade custeio(inclusiveparapesquisaeps-graduao),dentreoutrastticasnada transparentes assumidas por reitores e MEC e que, pouco a pouco, vo se descortinando emfrenteaumaplateiaestarrecida,mas, paradoxalmente,desesperanosaemse opor.Enquantoisso,53,44%detodoo dinheiro que o governo federal gastou entre janeiro e maio de 2015 foi exclusivamente paraopagamentodadvidapblica,uma dvidaquejestdemonstradoqueno existe de direito (ao menos no no montante que se diz devido), mas que no se audita apenas para que os banqueiros, donos dos papis da dvida e mentores intelectuais do ministrodaeconomia,possamseguir satisfeitosemantendoomercadobem-humorado.Talvez no seja demais relembrarmos os versos do poeta fluminense Eduardo Alves da Costa: Naprimeiranoiteelesseaproxi-mameroubamumaflordonosso jardim. E no dizemos nada. Na segunda noite, j no se escon-dem:pisamasflores,matamnosso co, e no dizemos nada. At que um dia, o mais frgil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E j no podemos dizer nada.AT QUANTO CORTAR? AT QUANDO ESPERAR?*Gesto Sindicato pela BaseMinhagrandepreocupaoestnocusteio,que podepararauniversidade.Afala,dopr-reitor adjuntodePlanejamento,JoederCampos,ilustraa preocupaocentralquepermeouocotidianoda UFSMnesseprimeirosemestreetendeater consequncianoinciodoprximoperodoletivo. Aquilo que chamamos de custeio pode ser entendido comoosgastoscomospilaresquesustentama atividadediriadauniversidade,taiscomoenergia eltrica, limpeza, vigilncia, dirias e passagens.Porseremserviosconsideradosessenciaisao funcionamento acadmico, tm assumido um espao privilegiadonareadequaooramentriaporque passa a instituio. O cenrio, que tem se resumido a 'fazermaisouomesmocommenosoramento', decorre do corte de 10% no custeio da universidade, anunciadopelogovernofederalcomopartedeum corte maior da ordem de R$ 10 bilhes no oramento do Ministrio da Educao (MEC) R$ 9 bi anunciados no incio de 2015 e R$ 1 bi decretado em 30 de julho. Mantidas as mesmas propores de gastos, a gente noteriacondiesdefecharoanorealmente,diz Campos,justificandoareadequaoumquase malabarismo que vem sendo realizado na instituio.Hoje,aordemgeralracionalizaromximo possvel,especialmentenadistribuiodediriase passagensaestudanteseservidoresdocentese tcnico-administrativosemeducao(TAEs).Tal determinaofoirepassadanasreuniesentre diretores de centro e representantes da pr-reitoria. Temsebuscadopriorizaraqueleseventosquetm maior relao com a unidade e impacto no mbito da suaatividadefinalstica.Ento,nas diriasepassagensondetemosuma margemparatrabalhar,poisnotraz grandesreflexosnoscontratosj existentes, apontou o pr-reitor adjunto, acrescentandoqueumadasformas encontradasareduodonmerode participantesnoseventos.Elegarante queosrecursosparaaassistncia estudantil esto confirmados pelo MEC e que prefervel cortar em outras reas como energia eltricaeserviosterceirizadosacomprometera permanncia dos estudantes na instituio.A questo que o cenrio fragil e, obviamente, tudoquefogenormalidade,assusta.Campos antecipa que est em andamento um estudo acerca da otimizaodosrecursos,oque,emmidos, representaolevantamentodereasouserviosde onde seja possvel cortar ou reduzir verba. A reviso do contrato com empresas terceirizadas est no horizonte dos gestores e, segundo ele, algo bastante plausvel de ocorrer. Agosto o prazo previsto para a concluso de tal estudo.Uma questo priorizar o que j est em execuo. Umavezqueaempresaprestouoservioparaa universidade, temos que pagar. Ns temos optado, em conjuntocomapr-reitoriadeAdministrao,por Publicao da Seo Sindical dos Docentes da UFSM / ANDES03PANORAMAJULHO DE 2015UFSM pode parar por falta de recursospriorizar contratos que envolvam o maior nmero de pessoasatuandodentrodauniversidadeexemplo: limpeza, vigilncia e apoio em geral. Tambm outros contratosqueenvolvamaconstruoeumgrande nmerodetrabalhadoressoosqueauniversidade define como prioritrios. Uma segunda ao vem no sentido de rever esses contratos daqui para afrente.Esperamos,paraessesegundo semestre,algumaotimizaonesses contratos,vendoondetemmargem para conseguirmos reduzir rea de limpeza ou postos-nosentido,tambm,dea universidadeconseguirhonraresses contratos, explica Campos, que chegou a acrescentar: Algumacoisa,comcerteza, teremos de diminuir ou cortar. H uma diferenciao entre o limite oramentrio e o financeiro da universidade. Por oramentrio entende-se aquele que aprovado na Lei Oramentria Anual (LOA)e,porfinanceiro,aquiloqueauniversidade conseguiu realmente executar num determinado ms, ouseja,adisponibilidaderealdedinheiro.Acausa central que vem levando ao atraso no pagamento de empresas terceirizadas que prestam servio UFSM a l enti donadi sponi bi l i dadedofi nancei ro. Anteriormente,conformerelataCampos,essaverba erarepassadasemanalmenteinstituio.Desdeo anopassado,contudo,talrepassepassouaser mensal,e,comisso,arelaoentreuniversidadee empresas torna-se mais difcil. As empresas que esto construindo na universidade tm sofrido, sim, alguma reteno de nota, diz, afirmando que a promessa do MEC para o segundo semestre um repasse financeiro a cada dez dias. EmboraCamposacreditequenenhumaobraser paralisada em virtude das dificuldades oramentrias, ele diz que obviamente no ser possvel executar todo ocronogramaconformeprevistoinicialmente.As obrasadotaro,seforocaso,umcronogramaum pouco mais estendido. Porque tnhamos uma realidade que previa uma aplicao considervel de recursos, e, como j tem essasinalizao de que o governono pretende repassar muito alm de 50% da rubrica de Dinheiro a conta-gotasO ritmo moroso capital, que inclui o oramento para as obras, teremos de estender o cronograma. Uma parte que deveria ser executada esse ano ter de ser executada no ano que vem, explica.J com relao aos recursos referentes ao campus de Cachoeira do Sul, a reitoria vem conduzindo uma nego-ciaoemseparadocomoMEC,jqueexisteuma promessagovernamentaldequeasinstituiesque possuemobrasdeexpansoteroumtratamento considerado de exceo. Contudo, no ano de 2015, aindanoveionenhumrecursoespecficoparaesta unidade.Nobastasseodurocorte(R$69,9bilhes)j efetivadopelogovernonosgastossociais,novas tesouradasforamanunciadaseaeducaosangrou mais um pouco. Segundo o Relatrio de Avaliao de ReceitaseDespesa,agoraocortetotalnasreas sociais chega a R$ 79,4 bilhes, sendo que R$ 8.474,6 milhes cabem ao Poder Executivo, R$ 16,3 milhes ao Poder Legislativo, R$ 78 milhes ao Poder Judicirio, R$ 29milhesaoMinistrioPblicodaUnioeR$2,2 milhes Defensoria Pblica da Unio. O Ministrio da Educao, nisso tudo, sofreu mais um corte de R$ 1 bilho. Alguns reitores tm um comportamento consciente de no mostrar a crise, e tentam, a todo o momento, criar formas de contorn-la, pois se tem uma ideia de que a aparncia da crise nas universidades mais pre-judicial do que a crise em si. Dessa forma, os reitores acabamdefendendoapolticadecortesdogoverno federal e esquecendo-se de defender a prpria univer-sidade, aponta Paulo Rizzo, presidente do ANDES-SN.Conforme Rizzo, o Secretrio da Sesu/MEC passou a chamarcadareitorindividualmenteparanegociaro corte das verbas, principalmente de capital na qual houve a reduo de 47%. E era justamente nessa hora que os reitores deveriam dizer 'no' e pedir uma reviso nessa poltica de ajustes. Umas das exigncias centrais da nossa greve a suspenso dos cortes, pauta que deveriaserconsensualentreosdirigentesdas universidadeseascategoriasdetcnico-administra-tivos, docentes e estudantes.Novos cortes a caminhoANDES-SN critica omisso de gestoresMantidas as propores de gastos, a gente no teria condies de fechar o anoEm funo dos cortes, cronograma de obras assume marcha lenta Dinheiro a conta-gotasO ritmo morosoANDES-SN critica omisso de gestoresNovos cortes a caminhoBruna HomrichRafael BalbuenoPr-reitor adjunto, Joeder Campos, diz que UFSM deve rever contratos com terceirizadasSedufsm-Rolim-Sedufsm- Rolim- Professor, como se deu o expurgo na UFSM?Oexpurgoeraumato unilateral, mas que eu no sabia qual o nvel de que partia essa excluso. Mas deviaserdenveisinferioresdos escalesdaRepblica.Porque,por exemplo, eu era mdico de carreira do IPASE (Instituto de Penses e Assistn-ciaaosServidoresdoEstado,rgo federal)eeracredenciadotambm paraatenderoIAPB(bancrios).Na poca no era unificada a previdncia, eramvriosinstitutos.Ento,dos bancrios, eu recebi o comunicado de um interventor, que eu no estava mais credenciadoaatenderaosbancrios. Do IPASE, eu continuei atendendo at 1966,quandoeuperdimeusdireitos polticos. A o IPASE me comunicou que euestavafora.EdaUFSM,atnem recebi papel nenhum. O Paulo Lauda, que era prefeito na poca, foi cassado, no Ato Institucional n 01, e foi afasta-do da UFSM. J eu, que era vereador, mas no fui cassado naquele momento, fui junto na leva (dos expurgados).Mas como o sr. pode ter sidoafastadosemreceberum comunicado oficial? No. Eu digo que fui afastado por uma deciso que eu no sei de onde foi. Talvez tenha sido at do reitor da universidade(JosMarianodaRocha Filho). Um troo totalmente arbitrrio e semfundamentaonenhuma. Naquela poca tinham quatro profes-sorescommandatoeletivo.Erao PauloLauda,prefeito,oWaldir Mozzaquatro, que inclusive era presi-dentedaCmaradeVereadorese depois recebeu a prefeitura quando o Laudafoicassado,oDr.Artur Marques Pfeiffer e eu. E somente eu, alm do Lauda, fui expurgado.Qualaposioda reitoriadapocaemrelao ditadura militar? O Mariano (reitor e fundador daUFSM)conseguiuauniversidade graas ao Joo Goulart, que era o vice deJuscelinoKubistcheck(JK),ou seja, PTB apoiando o PSD. Nas trata-tivasdacriaodaUniversidade Federal de Gois, que o JK criou...por ao do Jango, coma colaborao do TarsoDutra,elesconseguiram introduzir no decreto um item criando a UFSM tambm. O reitor Mariano usou a influncia do Jango? O Mariano sempre foi ligado a todoomundopoltico.Tinhamuita intimidadecomoJangoeespecial-mentecomTarsoDutra,queeram unha e carne os dois. A UFSM no deu o devido destaque ao Tarso Dutra por tudoqueelefezparaacriaoe desenvolvimentodauniversidade. Ento,noinciode1964,aUFSM publicoupelaprimeiravezuma espcie de lbum que mostrava todo Sedufsm-Rolim-Sedufsm-Rolim-odesenvolvimentodauniversidade. O Mariano gostava disso para levar e mostrar no Brasil e at no exterior. E, na folha de rosto tinha uma foto com um agradecimento ao Jango. Com a chegadadarevoluo,oMariano recolheuaquelapublicaoearran-cou,rasgouafolhaqueapareciaa foto do Joo Goulart. uma atitude que mostra bem como era a situao. OMarianoemseguida(aogolpe), automaticamente, aderiu revoluo e passou a fazer tudo o que podia em favor dos 'milicos'.Elefoisubmissoen-to? Dois professores do quadro foramafastadoseelesimples-mente concordou?E,inclusive,eledeterminou queeunopodiaentrarnauniver-sidade.Porqueeuministravaum curso de eletrocardiografia extracur-riculareeucontinueidandoesse curso, durante anos, mesmo afasta-do.Mas,eutivequedarforada universidade, e eu dava na Biblioteca Pblica, no Salo Paroquial, em vrios lugares,masnopodiaentrarna universidade. Mas isso eram mesqui-nharias aqui da UFSM. O sr. chegou ser cha-madoparaprestardepoimento em algum momento?Naquelapocaforam institudosvriosinquritos.Ena UFSMfoifeitaumacomissode Sedufsm-Rolim-Sedufsm-Rolim-inquritocomtrsprofessores.O diretor da Faculdade de Direito, que era o Irmo Gelsio; esse da Casa Eny (Luiz Gonzaga Isaia) e outro que no lembro maisonome,queeraprofessorda Veterinria,ejfalecidohmuitos anos. E nessa comisso de inqurito a gente era inquirido, acusado. Que tipo de acusaes?Asacusaes,eutrouxeaqui um papel para mostrar: tido como de ideiascomunistas;partidrioincon-dicionaldeLeonelBrizola;petebista extremado; inconformado com a atual situaopolticanacional;classificado comocomunista,comunistaatuante, cripto-comunista, simpatizante esquer-dista,subversivo.Enauniversidade tinha mais um epteto e que me feria mais profundamente: inocente til. Comoosr.avaliaa criaodaComissodaVerdade na UFSM?Euachoqueasituaotem aspectos positivos, que de esclarecer coisasqueficaramescondidas.Mas, temaspectosqueagentetemque considerar.AUFSMhojeum monumento. uma das universidades de melhor nvel de ensino em vrios de seuscursos.Tudoissopodesofrer depreciao,podesofrercoma divulgaodefatosqueaconteceram 50anosatrs.Ento,achoqueisso precisasermuitobempensadoem relao a custo e benefcio.Sedufsm-Rolim-Sedufsm-Rolim-04Publicao da Seo Sindical dos Docentes da UFSM / ANDESCOM A PALAVRAJULHO DE 2015EDUARDO ROLIMRafael BalbuenoEle o remanescente dentre os expurgados do quadro da UFSM durante a ditadura militar. Eduardo Martins de Oliveira Rolim era professordocursodeMedicinadaUFSMem1964,quandoos militares derrubaram o presidente constitucionalmente eleito Joo Goulart(Jango).Excludodoquadrodeprofessores,Rolim permaneceuaindacomovereadorpeloantigoPTB(Partido Trabalhista Brasileiro), at 10 de novembro de 1966, quando foi cassado e teve os direitos polticos suspensos. SveioaserreintegradoaosquadrosdaUFSMem1987,no perodo em que o pas vivia o debate da Constituinte. Depois de reassumir a docncia, Eduardo Rolim acabou indo para a direo do Hospital Universitrio, e, no ano de 1994, se aposentou.No momento em que a universidade comea a viver a experincia deumaComissodaVerdade,aassessoriadeimprensada Sedufsmrealizouumaentrevistacomomdicoeprofessor aposentado,EduardoRolim,quevocacompanhaaseguir,de forma sinttica. A verso estendida da entrevista, inclusive com vdeo, voc pode acompanhar pelo site www.sedufsm.org.br. Ele foi expurgado da UFSM pela ditaduraMurilo Cervi Professor do Curso Superior de Tecnologia em Redes de ComputadoresEu acho insatisfatrio no s na questo da alimentao, mas no espao fsico e no ambiente, que no so condizentes com a estrutura que a gente tem na UFSM. Quando no almoo no Restaurante Universitrio (RU), almoo fora da UFSM, porque encontro restaurantes de melhor qualidade e com um ambiente mais adequado. Esses restaurantes do entorno atendem um pouco melhor a essa demanda. Tem vezes, tambm, que vou almoar com professores que vm de fora da universidade e no me sinto confortvel em lev-los a restaurantes dentro do campus. Hugo Blois Filho Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UfsmDentro do campus a qualidade do servio ofertado deixa muito a desejar pela falta de condies de conforto para que o professor possa fazer sua alimentao sem enfrentar filas, num espao adequado e sem os vrios rudos que hoje existem. O restaurante no campus poderia, pelo menos, simular as condies que temos na casa da gente para fazermos a refeio. Por exemplo, j est comprovado que o excesso de sal faz mal sade. Seguidamente, vou almoar num restaurante do campus e a comida est salgada. S que eu j a coloquei no prato, no posso devolver. Ento tem uma srie de cuidados que ns procuramos ter na casa da gente em relao sade e que no conseguimos manter no campus. No existe cuidado com a dieta, e, para os professores que necessitam de um tipo especfico de alimentao, a situao fica bem difcil. Quanto ao preo, concorre com os restaurantes do centro da cidade e muitas vezes acima do valor recebido pelos docentes em seu vale refeio.Publicao da Seo Sindical dos Docentes da UFSM / ANDES05 JULHO DE 2015OPINIOO que voc acha dos lugares disponibilizados para almoo na Ufsm?JURDICO SEM DVIDASEntenda a recente deciso sobre os 28,86%*Por Assessoria de Imprensa do escritrio Wagner Advogados AssociadosA Smula Vinculante n 51, emitida pelo Supremo Tribunal Federal - STF, gerou dvidas nos servidores pblicos, pois dispe que "o reajuste de 28,86%, concedido aos servidores militares pelas Leis 8.622/1993 e 8.627/1993,estende-seaosservidorescivisdopoderexecutivo, observadasaseventuaiscompensaesdecorrentesdosreajustes diferenciados concedidos pelos mesmos diplomas legais". necessrio esclarecer, no entanto, que o entendimento que vinha sendo adotado pelo judicirio este, de que devido o reajuste para todos servidores, no s para os militares de altas patentes. Ou seja, salvo eventual exceo, as aes julgadas em definitivo j tiveram as decises no mesmo sentido ora consolidado pela referida Smula, no cabendo qualquer reviso ou ao nova em razo dela. Essasmula,ento,somentepodesertilparaaesqueainda estejampendentesdejulgamentodefinitivo,poisafunodeuma smula vinculante consolidar um entendimento que o STF vem tendo sobre determinado assunto e determinar que esse entendimento seja aplicado sobre todas as aes em curso. NohmodificaonasituaodosdocentesdaUniversidade Federal de Santa Maria (UFSM), que j tiveram o processo do referido assunto, ajuizado pela Seo Sindical dos Docentes da UFSM, julgado em definitivo. Por que a proposta do MPOG no um avano para os docentes?Com a greve de, at ento, 41 Instituies Federais de Ensino Superior (Ifes) e de outrascategoriasdofuncionalismopblicofederal,ogovernotevedesentare negociarcomostrabalhadores.Apropostaapresentada,contudo,aindano contemplaareivindicaodereajustepautadapelosgrevistas,jque,almde amarrar as categorias para novas negociaes, no repe as perdas inflacionrias dos anos passados. No caso dos docentes, inclusive, ainda aprofunda tais perdas.Acontece que a proposta de reajuste salarial vinda do Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto (MPOG) de 21,3% parcelado em quatro anos. Isso, para a categoria dos professores federais, tende a ampliar as perdas em todos os nveis, com exceo dos Titulares. Veja alguns dados comparativos das perdas acumuladas de 2010 at 2015 e da projeo de perdas para 2019, caso o acordo fosse assinado:- Para os Associados 4, por exemplo, que, at 2015, acumulam uma perda de 4,14%, o acordo far com que, em 2019, tenham acumulado uma perda de 11,30%. E esse alargamento nas perdas repete-se nos casos dos Associados 1, 2 e 3;- JoAdjunto3,que,at2015,acumula2,48%deperda,em2019ter acumulado 9,30%. E a mesma situao observa-se nos Adjuntos 1, 2 e 3;- Um professor Assistente 1, que, at 2015 acumula 0,2%, em 2019 ter perdido 10,36% de seu salrio; - No caso do Auxiliar 1, por exemplo, at 2015 a perda de 1,77% e, com a nova proposta, ser de 7,97% em 2019. EsseclculoconsideraainflaoacumuladadondiceNacionaldePreosao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto de 2010 a dezembro de 2014 (30,5%), somada estimativa de inflao do Banco Central para 2015 (9%), projetando a mesma inflao at 2019. No Frum dos SPF, todas as entidades rechaaram a proposta.Almoar com tranquilidade j no algo que seja comum no cotidiano docente. Quando no fazem suas refeies no prprio local de trabalho para economizar tempo at porque ir para casa no intervalo torna-se cada vez mais difcil em funo do trnsito abarrotado -, tm de recorrer aos restaurantes de dentro da universidade ou de seus arredores. Ouvimos a opinio de alguns docentes sobre a qualidade dos lugares para refeio no campus. Confira. Arquivo/SedufsmBruna HomrichJuliana Petermann Departamento de Cincias de ComunicaoAcho que as opes na universidade so muito ruins. Os lugares so apertados e, normalmente, muito cheios. Em comparao ao servio que oferecem, o valor muito alto. Normalmente acabo tendo de sair da universidade e comer em restaurantes de Camobi, que tambm tm um alto preo. Ou ento levo alguma coisa de casa e almoo na Facos Agncia. Mas um almoo impro-visado. Quando o RU est funcionando, vejo essa como uma boa possibilidade. No entanto, o RU me demanda, pelo menos, uma hora de almoo, coisa que eu quase nunca tenho. Fora que a gente tende a sair da sala de aula ou do laboratrio com a cabea bem cansada e o horrio do almoo deveria ser de silncio e de relaxamento. Isso no possvel nem no RU, nem nos restauran-tes que a UFSM oferece. Por isso prefiro almoar em meu local de trabalho, mesmo que seja uma refeio bem improvisada.Rafael BalbuenoPublicao da Seo Sindical dos Docentes da UFSM / ANDES07 JULHO DE 2015bancasdedefesafinaldetesesde doutorado (85%); apoio a participao do coletivo dos estudantes nos eventos oficiais da ps-graduao em educao, comoaReunioAnualdaANPED (AssociaoNacionaldaPs-Gradua-o) (12%); participao de convidados externosematividadescientfico-acadmicas (3%).Srestouprevistoocusteiode passagens e dirias para a constituio de bancas de defesa final de doutorado. Utilizaremos prioritariamente webconfe-rnciaeesporadicamentebancas compartilhadas,ouseja,oprofessor convidado, se aceitar, participa de duas outrsbancas,oquenodefiniti-vamenteumagarantia,poisisto sobrecarregaoexaminadorcomum volumeexcessivodetrabalho,proble-matiza Adriana. Em contato com a Associao de Ps-GraduandosdaUFSM(APG),constata-mos que o cenrio de incerteza tambm seabateporl.Nsestamosna expectativa de que at agosto essa nova parcela venha e informaes mais bem definidassejamapresentadas.Sefor mantido esse corte, a UFSM, que j est com o recurso do Proap esgotado, no poderabrirmaisdemandasque necessitemdesserecurso,dizMarcelo Rauber,dacoordenaogeraldaAPG. Eleaindarelatouque,de12a18de julho,ocorreua67Reunioda Sociedade Brasileira para o Progresso da Cincia(SBPC),quecontoucoma representaonacionaldasAPG's incluindoadeSantaMariaecom representaesdaCapes.Oencontro, contudo, tambm no ajudou a clarificar as dvidas dos ps-graduandos, pois as informaesdadasforamigualmente contraditrias. Ocenrioainda maisagravantese olharmosparaoprogramadeps-graduaoemEngenhariaEltricada UFSM. Conforme situao relatada pelo coordenador, Cassiano Rech, o curso, no finalde2013,teveumamudanade conceito, passando de 5 para 6. A Capes, segundoele,vemtentandomudaro regulamentoparaqueoscursosque avanaram de nvel possam migrar para o programa de financiamento Proex ao invs de seguir utilizando os recursos do Proap at segunda avaliao. Contudo, tal mudana regimental ainda no teria encontradorespaldojurdicoparaser feita,e,comisso,oprogramafoi diretamente afetado: este ano ainda no chegounenhumrecurso.Quemest nosapoiandoareitoria,comos recursos que a PRPGP recebe da Capes. Mas esse valor obviamente menor que orecursoquedeveriavir.Todosos Incerteza na APG Ps em Engenharia Eltrica sem recurso 17dejulho:Capesenvianovo comunicadosinstituiesdeensino, reafirmandooparcelamentodos repassesequealtimaparcela dependedeumnovocrescimentona arrecadao.O prejuzo imensurvelVerses e incertezas nos cortes da Capes19 de junho: O Coordenador-Geral da Capes,HlderSilveira,enviacomu-nicado informando que o corte no setor foi da ordem de 785 milhes de reais, afetandoprogramascomoPIBIDe PARFOR.24dejunho:Capesdivulganota negando o corte de bolsas no PIBID.8 de julho: O memorando circular n 06/2015, assinado pelo professor Paulo Schneider, pr-reitor da PRPGP, informa que os cortes na UFSM seriam de 68%.9 de julho: Jos Fernando Schlsser, pr-reitoradjunto,envianovoe-mail aoscoordenadoresdosProgramasde Ps-Graduao da instituio trazendo informaes do reitor Paulo Burmann, que estava em Braslia, e afirmava que o corte no seria como informado pela circular da Capes. 10 de julho: Em vdeo, Paulo Burmann afirmaqueocontingenciamentode 75%nofoiconfirmadopeloMEC.A informaorepassadaaoreitorde quealiberaodevaloresqueainda noforamexecutadosserem parcelas.Umcontingenciamentode 10%poderiaseraplicadoapenasno casodeogovernonoalcanar arrecadao suficiente.11 de julho: O Ministrio da Educao e a CAPES divulgam nota negando os cortes de 75% no Proap.13dejulho: A Assessoria Financeira daPRPGPdaUFSMenvia,aos coordenadoresdeprogramasdePs-Graduao,umemailsolicitando readequaonosplanosdetrabalho, tendo em vista um contingenciamento de 41%.6dejulho:Capesenviasuniversi-dadesoofciocircularn13/2015, anunciandoanecessidadedeuma readequaodevaloresnoProap.Na tabela anexa circular, os novos valores representam um corte de at 75% das verbas do programa.programasestoexperimentando cortes,masanossasituaomais complexaporquensnotemosa dimenso exata da situao. O prejuzo imensurvel, pondera Rech. Atesouradogovernochegouao doutorado sanduche. S na UFSM, h inmeroscasosdeestudantesque haviam sido indicados para fazer parte de seus estudos no exterior e tiveram seuspedidosdeixadosdemolho.Na psemGeografia,porexemplo, tinham sido selecionados e indicados, aindaem2014,doisestudantes.Se-gundo relato de Andreia Nummer, vice-coordenadora, seus nomes j haviam sidoenviadosreitoria,contudo,o programarecebeuumacorrespon-dncia informando que tais bolsas no seriam disponibilizadas por agora. Na ps em Letras, as bolsas tambm foramsuspensaseaindanoh sinalizaodequando os estudantes podero ir.Essaumabolsa mui toi nteressante paraosalunos.Isso acrescemui t ona formaodoestudan-te,atporqueele contataoutrosprofes-soresforadoBrasile volta com uma carga de conhecimento muito importante, alm dasexperinciasqueadquireno exterior.Essasbolsasestocortadas par anovospedi dos, di za coordenadora, Sara Regina Cabral. OscursosdeEnsinoaDistncia (EaD)nodevemficarlivresdos cortes.Conformeinformaorepas-sadapelacoordenaodaUniversi-dade Aberta do Brasil (UAB) na UFSM aoscoordenadoresdecursos,o contingenciamento vir, porm, at o final de julho, ainda no se tinha notcia sobre a porcentagem a ser subtrada. No comunicado, assinado pela profes-soraMiriamFinger,coordenadorada UABUFSM,epeloprofessorReisoli Bender Filho, coordenador adjunto, h ainformao dequeoscortesforam confirmadospelaCapesemreunio ordinria do Frum de Coordenadores UAB, ocorrida nos dias 9 e 10 de julho.Segundoodocumentoaqueteve acessoaAssessoriadeImprensada Sedufsm, com base na reunio com a Capes,aUFSMjprevqueoedital (75/2014),quetratadareofertade cursos para o 2 semestre de 2015 e 1 semestre de 2016, no ser publicado no Dirio Oficial da Unio. Tambm os cursosqueteriamincionosegundo semestrede2015nopoderoser Doutorado sanduche suspensoEaD tambm deve sofrer cortesexecutados,havendoapossibilidade de que voltem a ser ofertados no incio de 2016. E quanto s cotas de bolsas para a execuo dos cursos que esto em andamento, mesmo as j existen-tes no sistema, somente h financeiro para at agosto de 2015. OFrumdePr-ReitoresdePs-GraduaoePesquisa(Foprop)ea SBPC lanaram moes de repdio aos cortes na ps-graduao. Em seu site (www.foprop.org.br), o Frum afirma: O MEC, em comunicado do ltimo dia 11,informaquegarantir90%do oramentodaCapesprevistopara 2015. Ressaltamos, no entanto, que os cortesrepresentamumareduoda ordem de 75% dos recursos de custeio (Proap, Proex, entre outros programas estratgicos)ede100%decapital, destinadosmanu-teno dos programas deps-graduao stricto sensu.J a SBPC aprovou o envio de uma carta pr esi dent eDi l ma Rousseff,emquese reivindica a revogao doscortesnoMinis-trio da Educao e no MinistriodaCincia,Tecnologiae Inovao. Quando o Governo Federal props fazer sua parte no objetivo de nostransformarmosemumaptria educadora,aSBPC,sociedades cientficasaelaassociadas,umsem nmero de instituies ligadas ou no aos temas de educao e certamente milhesdebrasileirosviramnesse slogan um fator de estmulo, crena e renovaodeesperanasdequeo Brasilestavadandoumpassofirme rumosuperaodeseudficit educacional.Comaconfirmaodo corte de verbas de custeio e de capital paraaeducao,asociedaderecebe umasinalizaoopostaprioridade mxima do governo, diz a carta.E os coordenadores de programas de psdaUFRJtambmsemobilizaram atravs de carta pblica endereada ao ministro da Educao e ao presidente daCapes.Oimpactobrutaldesses cortesjsefazsentir:programasde ps-graduaoprestesasuspender suasatividadescorrentes,taiscomo pesquisasdecampo,comprade equipamentos,materiais,livrose passagens para integrantes de bancas de mestrado e doutorado [...] Como se depreende, a interrupo do atual ciclo virtuosodeexpansoemelhoria qualitativaimplicarnefastasconse-quncias que se agravaro a mdio e longo prazos.. Entidadesmanifestam-se contra estrangulamento da psDoutorado sanduche suspenso Entidades manifestam-se contra estrangulamento da psIncerteza na APGPs em EngenhariaEltrica sem recurso EaD tambm deve sofrer cortes06Publicao da Seo Sindical dos Docentes da UFSM / ANDESREPORTAGEM ESPECIALJULHO DE 2015Se hoje tivssemos de escolher duas palavras para definir o cenrio da ps-graduaonopas,revoltaeincerteza poderiamserboasescolhas.Talvezas tesouradas que se anunciam para essa esferadoensinosuperiorassumam contornos ainda mais nebulosos porque nosetemumadefiniooficialde quanto, afinal, ser cortado. Desde o dia 19 de junho, o desencontro de informa-es tem deixado estudantes e profes-sores de cabelo em p, pois, do primeiro ao ltimo informe vindo tanto da Capes (Coordenadoria de Aperfeioamento de PessoaldeNvelSuperior)quantoda Administrao Central da UFSM, a ordem dos cortes j oscilou de 68% para 10%, passando, tambm, por algo prximo metadedooramentooriginalmente previsto.Depoisdecortesqueatingirama universidade como um todo sobre os quais voc pode ler mais na pgina 3, o setorresponsvelpelaformaode pesquisadorestendeaamargaruma readequaooramentriaespecfica nosprximosmeses.Ouseja:cortes, racionamento,arrocho.Doscoordena-doresdeprogramasdeps-graduao ouvidos pela Assessoria de Imprensa da Sedufsm,todosrelataramprofunda preocupao,especialmenteporquea ltima informao concreta advinda da Pr-Reitoria de Ps-Graduao e Pesqui-sa (PRPGP) foi um email, assinado pela AssessoriaFinanceiradosetor,que solicitavaumareadequaonoPlano InstitucionaldeTrabalhodosprogra-mas,tendoemvistaumcontingen-ciamento de 41% nos recursos.Paraocoordenadordapsem Pesquisa do pas beira do EngenhariaCivil,RinaldoPinheiro,se confirmadoessecorte,terodeser suspensas as participaes de profes-sores e estudantes em eventos acad-micos. Ele mesmo j teve de cancelar suaidaaalgumasatividadesforade Santa Maria. A participao em ban-cas de mestrado e doutorado ter de ocorrer atravs de videoconferncias, em funo da reduo de gastos com passagens e dirias, afirma o docente.Situao semelhante relatada pelo coordenadordapsemZootecnia, FernandoQuadros,paraquemo possvel corte de 41% prejudicadesdea participao em even-tosatacomprade materialdeconsumo. Duasquestesque tmincomodadoo professor so o carter cont radi t r i odos annciosacercada porcentagem do corte e a falta de uma posi-o oficial da reitoria.MarliMatikodeCampos,coor-denadoradapsemCincias Farmacuticas,dizqueaordemdo momentoaguardar.Osrecursos estovindopoucoapouco,no sabemos de quanto ser esse corte, e assim estamos trabalhando no escuro. Seocortevier,nstemosalgumas demandasmuitoimportantes,priori-trias,quenosabemoscomoiro ficar, relata.Atento,ainformaofornecida pelosetorfinanceirodaPRPGPj preocupante:dooramentoinicial-menteprevistonapartedecusteio (Programa de Apoio aos Programas de Ps-Proap)para2015,quecorres-pondia a R$ 3,7 milhes, a UFSM tinha disponvel,atofechamentodesta matria, cerca de R$ 2,3 milhes, o que representaumareduodemaisde 40%, ou, em valores reais, de R$ 1,4 milho. Foi esse o pano de fundo que fomentouoenviodamensagemele-trnica solicitando um replanejamento dos Planos Institucionais de Trabalho, que deveria ter sido enviado at o dia 17dejulho.Contudo,nemtodosos professoresatende-ram ao chamado.Ocoordenadorda psemExtenso Rural,JosMarcos Froehlich,foiumdos quenofezareade-quaodentrodo prazoestipulado,pois prefereesperara oficializaodainfor-maosobreocorte de 41% para no ter de refazer contas atodoinstante.AAssessoriade Imprensa da Sedufsm tentou contato, pordiversasvezes,tantocomopr-reitordaPRPGP,PauloSchneider, quantocomopr-reitorsubstituto, Jos Fernando Schlosser. Inicialmente, aassessoriadaPRPGPpediuqueas questesfossemenviadasporemail. Depois, que o assunto seria respondido peloreitor,PauloBurmann.E,por ltimo,chegamosaagendaruma entrevistapresencialcomSchneider, pormestafoidesmarcadapela assessoria do pr-reitor.Trabalhosdecamposofrero prejuzoUm dos programas de ps-graduao que utiliza sada a campo como parte da formao acadmica o da Geografia. O coordenador,RomrioTrentin,explica queessaserumadasreasmais afetadaspelocorte.Paraele,seo anncio viesse no incio de 2015, poderia ter sido feita uma melhor programao. Mas, com a notcia estourando no final doprimeirosemestre,asituaopode ficar crtica. Isso porque o corte reduz o oramento previsto inicialmente - R$ 80 mil para R$ 50 mil, dos quais j foram utilizados cerca de R$ 45 mil ao longo do primeirosemestre.Dessaforma,se mantido o corte de 41%, praticamente todo o recurso do ano j foi usado.NapsemGeografia,aparticipao de professores e estudantes em eventos fora de Santa Maria ficaria inviabilizada. SegundoTrentin,aCapescobra bastanteainternacionalizaodo curso, mas, com os cortes, fica impos-svelparticipardeseminriosinterna-cionais. No que se refere s bancas de ps,aalternativasoasvideocon-ferncias, que sofrem limitespela falta de espaos destinados a isso na UFSM, restando,emalgumassituaes,os pareceres feitos a distncia.OprogramadepsemEducao, coordenadoporAdrianaMoreira, realizouareadequaooramentria solicitada pelo setor financeiro da PRPGP etevedeelencar,dentreos17itens essenciaisparaamanutenodo programa,apenas3:participaode professoresexternosconvidadospara Estamos trabalhando no escuroTrabalhos de campo sofrero prejuzoCOL P O A SASPublicao da Seo Sindical dos Docentes da UFSM / ANDES07 JULHO DE 2015bancasdedefesafinaldetesesde doutorado (85%); apoio a participao do coletivo dos estudantes nos eventos oficiais da ps-graduao em educao, comoaReunioAnualdaANPED (AssociaoNacionaldaPs-Gradua-o) (12%); participao de convidados externosematividadescientfico-acadmicas (3%).Srestouprevistoocusteiode passagens e dirias para a constituio de bancas de defesa final de doutorado. Utilizaremos prioritariamente webconfe-rnciaeesporadicamentebancas compartilhadas,ouseja,oprofessor convidado, se aceitar, participa de duas outrsbancas,oquenodefiniti-vamenteumagarantia,poisisto sobrecarregaoexaminadorcomum volumeexcessivodetrabalho,proble-matiza Adriana. Em contato com a Associao de Ps-GraduandosdaUFSM(APG),constata-mos que o cenrio de incerteza tambm seabateporl.Nsestamosna expectativa de que at agosto essa nova parcela venha e informaes mais bem definidassejamapresentadas.Sefor mantido esse corte, a UFSM, que j est com o recurso do Proap esgotado, no poderabrirmaisdemandasque necessitemdesserecurso,dizMarcelo Rauber,dacoordenaogeraldaAPG. Eleaindarelatouque,de12a18de julho,ocorreua67Reunioda Sociedade Brasileira para o Progresso da Cincia(SBPC),quecontoucoma representaonacionaldasAPG's incluindoadeSantaMariaecom representaesdaCapes.Oencontro, contudo, tambm no ajudou a clarificar as dvidas dos ps-graduandos, pois as informaesdadasforamigualmente contraditrias. Ocenrioainda maisagravantese olharmosparaoprogramadeps-graduaoemEngenhariaEltricada UFSM. Conforme situao relatada pelo coordenador, Cassiano Rech, o curso, no finalde2013,teveumamudanade conceito, passando de 5 para 6. A Capes, segundoele,vemtentandomudaro regulamentoparaqueoscursosque avanaram de nvel possam migrar para o programa de financiamento Proex ao invs de seguir utilizando os recursos do Proap at segunda avaliao. Contudo, tal mudana regimental ainda no teria encontradorespaldojurdicoparaser feita,e,comisso,oprogramafoi diretamente afetado: este ano ainda no chegounenhumrecurso.Quemest nosapoiandoareitoria,comos recursos que a PRPGP recebe da Capes. Mas esse valor obviamente menor que orecursoquedeveriavir.Todosos Incerteza na APG Ps em Engenharia Eltrica sem recurso 17dejulho:Capesenvianovo comunicadosinstituiesdeensino, reafirmandooparcelamentodos repassesequealtimaparcela dependedeumnovocrescimentona arrecadao.O prejuzo imensurvelVerses e incertezas nos cortes da Capes19 de junho: O Coordenador-Geral da Capes,HlderSilveira,enviacomu-nicado informando que o corte no setor foi da ordem de 785 milhes de reais, afetandoprogramascomoPIBIDe PARFOR.24dejunho:Capesdivulganota negando o corte de bolsas no PIBID.8 de julho: O memorando circular n 06/2015, assinado pelo professor Paulo Schneider, pr-reitor da PRPGP, informa que os cortes na UFSM seriam de 68%.9 de julho: Jos Fernando Schlsser, pr-reitoradjunto,envianovoe-mail aoscoordenadoresdosProgramasde Ps-Graduao da instituio trazendo informaes do reitor Paulo Burmann, que estava em Braslia, e afirmava que o corte no seria como informado pela circular da Capes. 10 de julho: Em vdeo, Paulo Burmann afirmaqueocontingenciamentode 75%nofoiconfirmadopeloMEC.A informaorepassadaaoreitorde quealiberaodevaloresqueainda noforamexecutadosserem parcelas.Umcontingenciamentode 10%poderiaseraplicadoapenasno casodeogovernonoalcanar arrecadao suficiente.11 de julho: O Ministrio da Educao e a CAPES divulgam nota negando os cortes de 75% no Proap.13dejulho: A Assessoria Financeira daPRPGPdaUFSMenvia,aos coordenadoresdeprogramasdePs-Graduao,umemailsolicitando readequaonosplanosdetrabalho, tendo em vista um contingenciamento de 41%.6dejulho:Capesenviasuniversi-dadesoofciocircularn13/2015, anunciandoanecessidadedeuma readequaodevaloresnoProap.Na tabela anexa circular, os novos valores representam um corte de at 75% das verbas do programa.programasestoexperimentando cortes,masanossasituaomais complexaporquensnotemosa dimenso exata da situao. O prejuzo imensurvel, pondera Rech. Atesouradogovernochegouao doutorado sanduche. S na UFSM, h inmeroscasosdeestudantesque haviam sido indicados para fazer parte de seus estudos no exterior e tiveram seuspedidosdeixadosdemolho.Na psemGeografia,porexemplo, tinham sido selecionados e indicados, aindaem2014,doisestudantes.Se-gundo relato de Andreia Nummer, vice-coordenadora, seus nomes j haviam sidoenviadosreitoria,contudo,o programarecebeuumacorrespon-dncia informando que tais bolsas no seriam disponibilizadas por agora. Na ps em Letras, as bolsas tambm foramsuspensaseaindanoh sinalizaodequando os estudantes podero ir.Essaumabolsa mui toi nteressante paraosalunos.Isso acrescemui t ona formaodoestudan-te,atporqueele contataoutrosprofes-soresforadoBrasile volta com uma carga de conhecimento muito importante, alm dasexperinciasqueadquireno exterior.Essasbolsasestocortadas par anovospedi dos, di za coordenadora, Sara Regina Cabral. OscursosdeEnsinoaDistncia (EaD)nodevemficarlivresdos cortes.Conformeinformaorepas-sadapelacoordenaodaUniversi-dade Aberta do Brasil (UAB) na UFSM aoscoordenadoresdecursos,o contingenciamento vir, porm, at o final de julho, ainda no se tinha notcia sobre a porcentagem a ser subtrada. No comunicado, assinado pela profes-soraMiriamFinger,coordenadorada UABUFSM,epeloprofessorReisoli Bender Filho, coordenador adjunto, h ainformao dequeoscortesforam confirmadospelaCapesemreunio ordinria do Frum de Coordenadores UAB, ocorrida nos dias 9 e 10 de julho.Segundoodocumentoaqueteve acessoaAssessoriadeImprensada Sedufsm, com base na reunio com a Capes,aUFSMjprevqueoedital (75/2014),quetratadareofertade cursos para o 2 semestre de 2015 e 1 semestre de 2016, no ser publicado no Dirio Oficial da Unio. Tambm os cursosqueteriamincionosegundo semestrede2015nopoderoser Doutorado sanduche suspensoEaD tambm deve sofrer cortesexecutados,havendoapossibilidade de que voltem a ser ofertados no incio de 2016. E quanto s cotas de bolsas para a execuo dos cursos que esto em andamento, mesmo as j existen-tes no sistema, somente h financeiro para at agosto de 2015. OFrumdePr-ReitoresdePs-GraduaoePesquisa(Foprop)ea SBPC lanaram moes de repdio aos cortes na ps-graduao. Em seu site (www.foprop.org.br), o Frum afirma: O MEC, em comunicado do ltimo dia 11,informaquegarantir90%do oramentodaCapesprevistopara 2015. Ressaltamos, no entanto, que os cortesrepresentamumareduoda ordem de 75% dos recursos de custeio (Proap, Proex, entre outros programas estratgicos)ede100%decapital, destinadosmanu-teno dos programas deps-graduao stricto sensu.J a SBPC aprovou o envio de uma carta pr esi dent eDi l ma Rousseff,emquese reivindica a revogao doscortesnoMinis-trio da Educao e no MinistriodaCincia,Tecnologiae Inovao. Quando o Governo Federal props fazer sua parte no objetivo de nostransformarmosemumaptria educadora,aSBPC,sociedades cientficasaelaassociadas,umsem nmero de instituies ligadas ou no aos temas de educao e certamente milhesdebrasileirosviramnesse slogan um fator de estmulo, crena e renovaodeesperanasdequeo Brasilestavadandoumpassofirme rumosuperaodeseudficit educacional.Comaconfirmaodo corte de verbas de custeio e de capital paraaeducao,asociedaderecebe umasinalizaoopostaprioridade mxima do governo, diz a carta.E os coordenadores de programas de psdaUFRJtambmsemobilizaram atravs de carta pblica endereada ao ministro da Educao e ao presidente daCapes.Oimpactobrutaldesses cortesjsefazsentir:programasde ps-graduaoprestesasuspender suasatividadescorrentes,taiscomo pesquisasdecampo,comprade equipamentos,materiais,livrose passagens para integrantes de bancas de mestrado e doutorado [...] Como se depreende, a interrupo do atual ciclo virtuosodeexpansoemelhoria qualitativaimplicarnefastasconse-quncias que se agravaro a mdio e longo prazos.. Entidadesmanifestam-se contra estrangulamento da psDoutorado sanduche suspenso Entidades manifestam-se contra estrangulamento da psIncerteza na APGPs em EngenhariaEltrica sem recurso EaD tambm deve sofrer cortes06Publicao da Seo Sindical dos Docentes da UFSM / ANDESREPORTAGEM ESPECIALJULHO DE 2015Se hoje tivssemos de escolher duas palavras para definir o cenrio da ps-graduaonopas,revoltaeincerteza poderiamserboasescolhas.Talvezas tesouradas que se anunciam para essa esferadoensinosuperiorassumam contornos ainda mais nebulosos porque nosetemumadefiniooficialde quanto, afinal, ser cortado. Desde o dia 19 de junho, o desencontro de informa-es tem deixado estudantes e profes-sores de cabelo em p, pois, do primeiro ao ltimo informe vindo tanto da Capes (Coordenadoria de Aperfeioamento de PessoaldeNvelSuperior)quantoda Administrao Central da UFSM, a ordem dos cortes j oscilou de 68% para 10%, passando, tambm, por algo prximo metadedooramentooriginalmente previsto.Depoisdecortesqueatingirama universidade como um todo sobre os quais voc pode ler mais na pgina 3, o setorresponsvelpelaformaode pesquisadorestendeaamargaruma readequaooramentriaespecfica nosprximosmeses.Ouseja:cortes, racionamento,arrocho.Doscoordena-doresdeprogramasdeps-graduao ouvidos pela Assessoria de Imprensa da Sedufsm,todosrelataramprofunda preocupao,especialmenteporquea ltima informao concreta advinda da Pr-Reitoria de Ps-Graduao e Pesqui-sa (PRPGP) foi um email, assinado pela AssessoriaFinanceiradosetor,que solicitavaumareadequaonoPlano InstitucionaldeTrabalhodosprogra-mas,tendoemvistaumcontingen-ciamento de 41% nos recursos.Paraocoordenadordapsem Pesquisa do pas beira do EngenhariaCivil,RinaldoPinheiro,se confirmadoessecorte,terodeser suspensas as participaes de profes-sores e estudantes em eventos acad-micos. Ele mesmo j teve de cancelar suaidaaalgumasatividadesforade Santa Maria. A participao em ban-cas de mestrado e doutorado ter de ocorrer atravs de videoconferncias, em funo da reduo de gastos com passagens e dirias, afirma o docente.Situao semelhante relatada pelo coordenadordapsemZootecnia, FernandoQuadros,paraquemo possvel corte de 41% prejudicadesdea participao em even-tosatacomprade materialdeconsumo. Duasquestesque tmincomodadoo professor so o carter cont radi t r i odos annciosacercada porcentagem do corte e a falta de uma posi-o oficial da reitoria.MarliMatikodeCampos,coor-denadoradapsemCincias Farmacuticas,dizqueaordemdo momentoaguardar.Osrecursos estovindopoucoapouco,no sabemos de quanto ser esse corte, e assim estamos trabalhando no escuro. Seocortevier,nstemosalgumas demandasmuitoimportantes,priori-trias,quenosabemoscomoiro ficar, relata.Atento,ainformaofornecida pelosetorfinanceirodaPRPGPj preocupante:dooramentoinicial-menteprevistonapartedecusteio (Programa de Apoio aos Programas de Ps-Proap)para2015,quecorres-pondia a R$ 3,7 milhes, a UFSM tinha disponvel,atofechamentodesta matria, cerca de R$ 2,3 milhes, o que representaumareduodemaisde 40%, ou, em valores reais, de R$ 1,4 milho. Foi esse o pano de fundo que fomentouoenviodamensagemele-trnica solicitando um replanejamento dos Planos Institucionais de Trabalho, que deveria ter sido enviado at o dia 17dejulho.Contudo,nemtodosos professoresatende-ram ao chamado.Ocoordenadorda psemExtenso Rural,JosMarcos Froehlich,foiumdos quenofezareade-quaodentrodo prazoestipulado,pois prefereesperara oficializaodainfor-maosobreocorte de 41% para no ter de refazer contas atodoinstante.AAssessoriade Imprensa da Sedufsm tentou contato, pordiversasvezes,tantocomopr-reitordaPRPGP,PauloSchneider, quantocomopr-reitorsubstituto, Jos Fernando Schlosser. Inicialmente, aassessoriadaPRPGPpediuqueas questesfossemenviadasporemail. Depois, que o assunto seria respondido peloreitor,PauloBurmann.E,por ltimo,chegamosaagendaruma entrevistapresencialcomSchneider, pormestafoidesmarcadapela assessoria do pr-reitor.Trabalhosdecamposofrero prejuzoUm dos programas de ps-graduao que utiliza sada a campo como parte da formao acadmica o da Geografia. O coordenador,RomrioTrentin,explica queessaserumadasreasmais afetadaspelocorte.Paraele,seo anncio viesse no incio de 2015, poderia ter sido feita uma melhor programao. Mas, com a notcia estourando no final doprimeirosemestre,asituaopode ficar crtica. Isso porque o corte reduz o oramento previsto inicialmente - R$ 80 mil para R$ 50 mil, dos quais j foram utilizados cerca de R$ 45 mil ao longo do primeirosemestre.Dessaforma,se mantido o corte de 41%, praticamente todo o recurso do ano j foi usado.NapsemGeografia,aparticipao de professores e estudantes em eventos fora de Santa Maria ficaria inviabilizada. SegundoTrentin,aCapescobra bastanteainternacionalizaodo curso, mas, com os cortes, fica impos-svelparticipardeseminriosinterna-cionais. No que se refere s bancas de ps,aalternativasoasvideocon-ferncias, que sofrem limitespela falta de espaos destinados a isso na UFSM, restando,emalgumassituaes,os pareceres feitos a distncia.OprogramadepsemEducao, coordenadoporAdrianaMoreira, realizouareadequaooramentria solicitada pelo setor financeiro da PRPGP etevedeelencar,dentreos17itens essenciaisparaamanutenodo programa,apenas3:participaode professoresexternosconvidadospara Estamos trabalhando no escuroTrabalhos de campo sofrero prejuzoCOL P O A SASFaz pouco mais de dois meses que alguns servios centraisdaUFSMestoparalisadosouem funcionamentoparcial,emfunodagrevedos tcnico-administrativos em educao (TAEs). Quando oassuntoestratgiaparedistanaeducao, comumenteseouvecrticasqueacusamos trabalhadoresetrabalhadorasgrevistasdenose preocuparem com os estudantes, pois, ao cruzarem osbraos,afetamocotidianodauniversidade. Contudo, para Loiva Chansis, da coordenao geral da Assufsm, a conduta realmente prejudicial seria a do comodismo.Eudevolvoamesmapergunta: emperodosem que no existem greves, h preocupao por parte da categoria, seja ela docente ou TAEs, em relao s condies precrias em que os estudantes estudam, falta de bons e equipados laboratrios, de bibliotecas equipadas e em horrios noturnos, s imensas filas do Restaurante Universitrio, que faz com que os alunos permaneam sol a sol nas filas ou com frio e chuva, aguardandoparaconseguiremalmoarcorrendoe iremparaasaladeaula?,questionaadirigente, acrescentandoque,nagreve,acomunidade acadmica percebe que existe o movimento e que as coisas no esto boas.Deflagrada no dia 28 de maio, a greve conta, hoje, com a adeso de 67 Instituies Federais de Ensino Superior (Ifes), tendo sido um caminho encontrado pelacategoriaparapressionarogoverno,quese mantinha intransigente a negociaes desde o fim da grevede2014.ACasaCivil,aSecretariaGeralda PresidnciaeosMinistriosdaEducaoedo Planejamento receberam, em 2014, 26 ofcios e, at junhodesteano,19,todosencaminhadospela Fasubra,federaorepresentativadostcnico-administrativos, categoria que recebe o pior piso do funcionalismo pblico federal. O movimento paredista fez o governo, enfim, sentar paranegociarnoscomacategoria,mascomo conjuntodosservidorespblicosfederais(SPF). Porm, a ltima proposta apresentada pelo Ministrio Greve pressiona e governo negocia do Planejamento, Oramento e Gesto (MPOG) aos servidoresfoicriticadaportodasasentidadesque compemoFrumdosSPF:reajusteplurianualde 21,3%,fracionadoemquatroanos,contendouma clusuladerevisodainflaoem2017.Outra proposta, advinda posteriormente, foi o reajuste no valordosbenefciosauxlioalimentao,auxlio sade e pr-escolar. NaavaliaodeLoiva,apropostadoreajuste parceladoemquatroanosindecente.Umadas ideiasdostcnico-administrativosjogarpesona mesadenegociaoespecfica.Agentepodeter aumento dos steps e do prprio piso. O governo jogou um bode na sala, que o aumento dos benefcios. Valedizer que,tantodocentesquanto TAEs,tmo menorvalordosbenefcios.Squeoreajustenos benefcios no contempla os aposentados, e a gente no abre mo de ter os nossos aposentados junto a ns, afirma a dirigente. Ela diz que a categoria quer, sim, o reajuste nos vales, contudo, se conquistado o aumentodosstepsvariaodo padrodacarreira,osreajustes seriam estendidos a aposentados e pensionistas.AanlisedoFrumdosSPF acerca do reajuste fracionado de que amarra a categoria e no repe asperdasinflacionriasdosanos passados,nocobrindo,ainda,a inflao vigente de 9,23% segundo o boletim Focus, do Banco Central.Na UFSM, os TAEs tambm tm pautas especficas que demandam dilogoenegociaocoma Administrao Central. A luta pelo Pauta especficaaprimoramentodacarreiraeabuscaconstantede acesso formao e capacitao da categoria esto naordemdagreve.Outrasreivindicaessoa realizaoefetivadoprocessoEstatuinteea democratizao dos espaos na UFSM, especialmente atravs da jornada de turnos contnuos que vm para manter a universidade aberta mais tempo ao pblico. EmconjuntocomosdocentesdaUFSMque, embora no estejam em greve, mantm-se em estado demobilizao,acategoriajrealizouatividades polticas,doqueexemploapanfletagemnoarco durante o Dia Nacional de Lutas (25 de junho). Loiva explica que, no Comando Local de Greve dos TAEs, montado no campus sede da instituio, ocorre constantementedebatessobretemasespecficose assembleiastemticas.Todasasterasequintas-feiras so realizadas assembleias gerais, nas quais a greveavaliadaenovasatividadesdemobilizao so planejadas. No dia 10 de agosto, quando retomada a atividade acadmica na UFSM, os TAEs ainda estaro em greve. Noserfcil,masacategoriaseguemobilizadae certa da necessidade de lutar. Enquanto houver fora e possibilidade de melhoria na pauta geral dos SPFs e, principalmente,napautaespecficadaFASUBRA,a grevecontinua.Sabemosqueentraremosnum momento difcil e de muita presso, porque as aulas iniciamehaverpressodaadministrao,chefes, alunos, para que alguns setores estratgicos abram. E vaitambmexigirdocomandolocaldegreveeda categoriaemgrevefora eunidadeparasegurara greve at que o comando nacional defina os prximos rumos ou a finalizao do movimento, conclui Loiva.No retorno das aulas, a greve continua08Publicao da Seo Sindical dos Docentes da UFSM / ANDESDE OLHO NA UFSMJULHO DE 2015Tcnico-administrativos em greve: lutar a nica sadaStphane Powaczuk/ASSUFSMGreve dos TAEs da UFSM j alcana dois mesesAtividade de mobilizao realizada pela Assufsm na reitoriaRafael BalbuenoGreve pressiona e governo negocia Pauta especficaNo retorno das aulas, a greve continuaEntidades pautam respeito diversidadeno Plano Municipal de EducaoEDUCAOPAINELPublicao da Seo Sindical dos Docentes da UFSM / ANDES09 JULHO DE 2015Diversas entidades, em conjunto com o Frum de Mulheres de Santa Maria, realizaram reunies ao longo do ms de julhoparaelaborarumaemenda adicional ao texto do Plano Municipal de Educao.Oobjetivopautaruma srie de aes para que a diversidade socialsexual,degnero,tnicae cultural seja preservada nas escolas. ConformeadiretoradaSedufsme integrantedoFrum,MariaCeleste Landerdahl,aideiaencaminharo documentoparaasComissesde Educao,deDireitosHumanosea outrasdaCmaradeVereadoresque estiverem relacionadas ao debate, com o cuidado de ressalvar que a elaborao noveiodospolticos,masda populao organizada. Dentre as estratgias elencadas pelos movimentos est a promoo de aes quevalorizemadiversidadee enfrentem a violncia contra meninas e mulheres,bemcomooracismo,a LGBTfobia e demais discriminaes que podemhabitaroambienteescolar. Paratal,prope-sedesdeareviso curricularedosmateriaiseprticas pedaggicas,atacapacitaode educadorestendoemvistaessas temticas.Oenvolvimentodacomunidade escolar trabalhadoras e trabalhadores daeducao,estudanteseseus responsveisconsideradocomo central para o avano em tais questes, quetambmincluemautilizaode umalinguagemnosexistaea possibilidadedeusodonomesocial pelosmembrosdacomunidadeno preenchi mentodedocumentos. Garantir a utilizao da estrutura fsica dasescolas,respeitandoaidentidade de gnero, especificamente no que se refere a sanitrios, tambm uma das estratgias pautadas para o avano do respeitonoslocaisdeestudoe trabalho.ParaadiretoradoSindicatodos ProfessoresMunicipaisdeSanta Maria (Sinprosm), Mariane Denardn, trazer o debate tona importante, poisoseducadoreseeducadoras enfrentam questes prticas quanto identidade de gnero em seus locais detrabalho.Desdeapr-escola h alunos e alunas que tm determinada orientao.Issonopodeser colocado para baixo do tapete. Deve serdebatidoparaquepossamos pensar linhas de tratamento as mais pedaggicas, humanas e respeitosas possveis.Comocoordenaodo Sinprosm,temosapolticade trabalharessasquestesemnossas m di as , abor d- l as comosprofessoreseprofessoraspara comearmosadesmitificaralgoque estpresenteemnossasvidas, problematiza a professora e dirigente. Oembatequevircoma apresentao de tal emenda tende a serduro.Jnomsdejunho, O Sindicato promove, no dia 21 de agosto, a partir das 20 horas,noCTGSentineladaQuerncia,uma confraternizao entre professores com janta e mostra de talentos. O intuito promover uma maior integrao entre a categoria e marcar o incio do segundo semetre de 2015. No cardpio, galeto e acompanhamentos, alm de msica e poesia. O ponto alto da noite, assim como no jantar do anopassado,seropalcoabertoparaascontribuies artsticasdosprofessores.Osconvitesparaa confraternizao podem ser adquiridos na SEDUfSM at o dia20pelovalordeR$10,00(filiados)eR$15,00 (acompanhantes) com bebidas no inclusas.O sindicalismo brasileiro perde Vito GiannottiSEDUFSM promove noite de Talentos DocentesFaleceu no ltimo dia 25 de julho, aos 72 anos, o sindicalista talo-brasileiro Vito Giannotti. Desde 1964 noBrasil,Vitofoimetalrgicomilitante,ajudoua fundar a Central nica dos Trabalhadores e, durante a ditadura, foi perseguido e preso pelos militares. Nas ltimasdcadas,dedicou-secomunicao, ferramentaqueconsideravaessencialparaa construodeumanovarealidadesocial.Fundouo Ncleo Piratininga de Comunicao, sua trincheira na luta contra a hegemonia miditica. Escreveu cerca de 20 livros e deixa um legado de lies de como usar a mdia em prol da causa dos trabalhadores. representantes da Igreja Internacional da Graa de Deus e do Partido Socialista Brasileiro(PSB)reuniram-secomos vereadores de Santa Maria para criticar oquechamaramde'ideologiade gnero'noPlanoMunicipalde Educao.Essessetores afirmamque incluir temticas relativas diversidade reforaadesconstruodoconceito tradicional de famlia. Para o dia 18 de agosto,duranteSessoPlenriada Cmara,estmarcadaumaTribuna Livre sobre o tema. Registro de uma das reunies que discutiu o Plano Municipal de EducaoBruna HomrichArquivo/Sedufsm10Publicao da Seo Sindical dos Docentes da UFSM / ANDESSEDUFSMJULHO DE 2015Na perspectiva do Comando Nacional de Greve (CNG) do ANDES-SN, a greve da categoria que hoje j conta com a adeso de 41 sees sindicais - deve se ampliar a partir de agosto. Isso porque, com a retomada do perodo letivo, os efeitos dos diversos cortes decretados pelo governo federal tendem a se agu-dizar,tecendoumcenriodifcilpara estudantes e trabalhadores. A perspec-tiva encontra coro na realidade, j que, emdecretopublicadonodia30de julho, no Dirio Oficial da Unio, o go-verno anunciou mais um corte na Edu-cao, dessa vez de R$ 1 bilho. J no incio do ano foram R$ 9 bilhes corta-dos do Ministrio da Educao (MEC).Agrevetemsefortalecidoacada dia, com o nmero de sees sindicais [paralisadas] do ANDES-SN duplicando nestes dois meses. Mesmo levando em conta que o incio da greve no foi fcil, porcontadoperodoletivo-finalde semestre-emuitosprofessoresfica-ram receosos em aderir paralisao, estamosvendocomooscortesesto sendomaterializadosemalgumas universidades",avaliaaintegrantedo CNG, Joselene Ferreira Mota. Frenteaodurohorizonteque aguardaacomunidadeacadmicano retorno,opresidentedoANDES-SN, Paulo Rizzo, acredita que, se a situao noconhecerumamelhora,as universidadesnoterocondiesde funcionarnosegundosemestre.O grandedesafioquetemosagorano final de julho e comeo de agosto o de fortalecer a greve e a unidade dos SPF paraforarogovernoaavanarna negociao com o Frum e responder a pautaespecficadoANDES-SN. Precisamos,tambm,ampliara mobilizao exigindo o fim dos cortes. A nossagrevenovaiseresolver somente pela questo salarial, ela tem o objetivo da defesa do carter pblico dasinstituieseareversodos cortes, conclui.Na UFSM, embora a greve tenha sido rejeitada,aSEDUFSMacompanhao calendrionacionaldoANDES-SNe realizaassembleiasparaquea categoriadebataedecidaquaisos rumosaseguir.Aprximaplenria docente ocorre no dia 18 de agosto, no Audimax(auditriodoprdio16 Centro de Educao), s 14h. Na pauta: avaliaodomovimentonacionalde mobilizao;deliberaesdo60 Conselho do ANDES-SN (Conad); sede sindical no campus e assuntos gerais. Greve docente j dura mais de 60 dias e deve se ampliar em agostoGovernofi rmaopem proposta de reajuste parceladoEmboraapropostatenhasido rejeitada por todas as entidades que compemoFrumdosServidores PblicosFederais(SPF),ogoverno no vem arredando o p do reajuste de 21,3% parcelado em quatro anos. Nodia22dejulhoocorreureunio entre representantes dos docentes da Educao Federal e da SecretariadeRela-esdoTrabalhodo MinistriodoPla-nej amento, Ora-ment oeGest o (SRT/MPOG), na qual os di r et or es do ANDES-SN e os mem-bros do CNG docente foramenfticosao dizer que o governo vem ignorando a realidadedecriseinstaladana Educao Federal. Juntoaoreajustesalarial,as representaesdogovernoainda propuseramrevisonovalordos benefciosalimentao,sadee creche. Para os auxlios alimentao e sade, sem reajuste h trs anos, o governo props correo de 22,8%. O primeiropassariaaserR$458eo ltimo, proporcional por faixa etria, sendo o mnimo R$ 101 e o mximo R$205.Jnoauxliocreche,desde 1995semcorreoinflacionria,o acmulorepresentaumreajustede 317%,variandodeacordocomos valores praticados em cada estado.Contudo,essa,quepodeser considerada uma vitria da greve, foi usadadeformagolpistapelo governo, que atrelou os reajustes nos benefciosaceitaodoparce-lamentodareposiosalarial, afirmandoquesetratavadeum pacote.Oqueogovernocolocounessa reuniofoiareafirmaodoquej havia apresentado para o Frum, que o reajuste de 21,3% emquatroanos,e sinalizouqueisso poderiaseraplicado nareestruturaoda carreira. As entidades foramunnimesem dizerquecomisso notmcomofazer qualquer alterao na carreira,disseRizzo, destacandoai mportnci ada participaodosrepresentantesdo MECnamesa.Almdeconside-rarmosoMECcomonossoprincipal interlocutor,apresenafoiimpor-tante,poisnascolocaesficou evidentequeapolticadoajuste fiscal,quecondicionaoMECeo MPOGnamesadenegociao,no est sendo uma atitude responsvel, porquesequeracrisequeessa polticagerounasInstituies Federais reconhecida, avaliou.Aorelatarsobreareunio,Rizzo aindadissequeaposturados representantesdogovernofoide jogar a gesto da crise nas costas dos ANDES-SNUnidade entre os SPF avaliada como fundamental para greve docentereitoresedeindividualizarproblemas de atraso nos pagamentos de contas. Quemachaqueagrevedocente encerrasuaspautasnavalorizao salarialdeativoseaposentadosena reestruturao da carreira passa longe deentenderomovimento.Almdo rechaoaoscortesnooramentodo MEC,apautadereivindicaesainda incluiadefesadocarterpblicode universidade,melhorescondiesde ensinoetrabalho,garantiada autonomia universitria, contrariedade privatizao da sade, universidade e previdncia, dentre outras pautas que ilustram o carter nada corporativo da greve.Nodecorrerdessesmaisdedois meses de greve completos no dia 28 de julho, a unidade dos docentes com outrascategoriasdofuncionalismo pblico foi fundamental. o que avalia Rizzo,enfatizandoaimportnciadas grevesdeflagradasemjulhopelo SindicatoNacionaldosServidores FederaisdaEducaoBsica,Profis-sionaleTecnolgica(Sinasefe),pela Federao Nacional dos Sindicatos dos TrabalhadoresemSade,Trabalho, PrevidnciaeAssistnciaSocial (Fenasps) e pela base da Confederao dosTrabalhadoresnoServioPblico Federal (Condsef).Em assembleia realizada no dia 6 de julho,foramescolhidososseguintes professores(as)pararepresentara Sedufsm no 60 Conad. So eles(as): GetlioLemos,aposentadoetesou-reiro-geraldaSedufsm;Gianfbio Franco,1Secretrioedocentedo departamentodeEnfermagem(cam-pus de Palmeira das Misses); Rosane Severo,departamentodeEngenharia Florestal(campusdeFrederico Westphalen) e Luciano Miranda, depar-tamentodeCinciasdaComunicao (campus de Frederico Westphalen). O Conad ocorre de 13 a 16 de agosto, em Vitria (ES), e esse ano traz o tema: Atualizaodalutaemdefesados direitos dos trabalhadores, da liberdade deorganizaosindicaldosdocentes paraenfrentaramercantilizaoda educao.A greve pela educaoSedufsm vai ao 60 Conad Nossa greve no se resolve somente pela questo salarialGoverno firma o p em proposta de reajuste parceladoA greve pela educaoSedufsm vai ao 60 ConadPublicao da Seo Sindical dos Docentes da UFSM / ANDES11 JULHO DE 2015NA ESTANTE DA SEDUFSMCertavez,houveraumabriganum bardaAvenidaOsvaldoAranha,em PortoAlegre.Dapeleiaresultouum rapazferidocomumafacadano corao.Paraasortedovivente,em algum momento, na histria da capital gacha,decidiu-seporconstruiro HospitaldeProntoSocorro(HPS)a poucosmetrosdoboteco.Osocorro ficava do outro lado da rua. Contudo, a proximidadenogarantiriaasalvao dosujeito,deformaque,mesmoo rpidotrajetodetrsandares percorridospeloelevadortornava-se mortalaorapaz.Nopeito,agoraum buraco,noqualalutaentrevidae morte encarniava-se, j que era por ali queosangueiaembora,levandoa vitalidade.Alm do ferido, porm, o elevador tambm transportava o mdico cirurgio FernandodeOliveiraSouza,ali,desprovidodeluvaouqualqueranestsico. Vendoqueperderiaopaciente,elenopensouduasvezes:pegouonico instrumentodequedispunhabisturi-eabriuotraxdorapaz.Logoem seguida, sem cerimnia, colocou um de seus dedos no buraco feito pela faca, conseguindo,assim,estancarboapartedosangue.Efoidessamaneiraque ambos alcanaram o terceiro andar, o bloco cirrgico, de onde o rapaz sara vivo j no dia seguinte. E essa variabilidade da existncia que faz Souza se encantar pelamedicina.Ocirurgiosempreosujeitoquegostadebastante movimentao e toma decises rapidamente. E precisa ser assim, porque seno aspessoasacabammorrendo,dizomdico,hojeprofessorAssociadodo departamento de Cirurgia da Ufsm. Natural de Porto Alegre, formou-se em Medicina no ano de 1974, na UFRGS. Na capital tambm fez seu mestrado e residncia no Hospital das Clnicas. Em 1979, entroucomoprofessorAssistentenodepartamentodeCirurgiadamesma instituio. Foi nesse perodo que casou com uma moa de Santa Maria e, por motivos familiares, teve de se mudar, prestando concurso para a Ufsm no ano de 1984. Desde l, integra o corpo docente de nossa universidade, tendo sado, em 1989, para fazer seu doutorado na USP e, em 1996, para garantir o ttulo de ps-doutor, na Frana. Sua especialidade cirurgia do aparelho digestivo, e foi nessa rea que ele, em conjunto com outros profissionais de diversas regies do pas, desenvolveu um trabalho com foco na identificao precoce do cncer de estmago. A relevncia do projeto levou internacionalizao do mesmo, tendo sido apresentado em cidades como Cracvia (Polnia) e Seul (Coria do Sul). Aes de conscientizao dapopulao,comofolhetosexplicandoossintomasealertandoparaa importncia de assistncia mdica, tambm foram realizadas.Professor de quadro e giz, Souza ainda preza pelos mtodos tradicionais e, na saladeaulaoucomopreceptorempostosdesade,suatarefaformar profissionaistoapaixonadosquantoelepelamedicinaemtodasassuas especialidades.Picho: a arte do protesto UmafotoquebuscassesintetizarSantaMaria,hoje,trariavrios elementos:casas,edifciosprivados,prdiospblicos,esttuas, lancherias,dentreoutrasmarcasdeixadaspelaurbanizao. Encontraramos, porm, mais um aspecto visual que ajudaria a tecer o cenrio: palavras e siglas riscadas em muros e paredes. O picho integrou-se de tal forma ao citadino que o inusitado, agora, seria a sua ausncia. O fato de ser costumeiro no f-lo sair, porm, da condio de crime perante o Estado e boa parte da opinio pblica. Em nossa cidade, a prtica voltouaserumassuntonaordemdodia,pois,comasmaisrecentes operaes municipais, as aes de fiscalizao e punio aos pichadores tornaram-se ainda mais rgidas.Normalmente quem faz isso j est na rua, conhece a precarizao dos espaos pblicos e sabe que a cidade no tem opes populares de lazer e cultura. A pichao s tem espao como crime e nunca debatida como arte. Para mim, arte e protesto ao mesmo tempo, diz uma fonte que prefere no se identificar, mas que, nas ruas da Boca do Monte, utiliza a tinta como uma forma de expresso e resistncia. Quanto s polticas de represso ao picho na cidade, nossa fonte acredita quesoilustrativasdopapelreservadoaoEstado.Paraapessoaque comete o crime de corrupo ou para o mdico que assina o ponto e no vai trabalhar, por exemplo, no existe operao policial e a Brigada Militar no os espanca dentro da viatura ou no Pronto Atendimento. Mas uma pessoa que no tem condies econmicas e usou uma tinta na parede para deixar sua marca na cidade totalmente criminalizada, pois afronta a propriedade privada. Isso mostra bem a seletividade de quais tipos de crimes sero e quais no sero punidos, opina. Desde o ltimo dia 2 de julho, quem for pego pichando na cidade ter de pagar uma multa de R$ 2,7 mil e, se reincidir na prtica, o valor sobe para R$ 5,4 mil. Alm disso, a campanha chamada 'Santa Maria do Bem' ainda prev que os pichadores arquem com os reparos. Perseguido, preso e torturado. Alvo das Ditaduras de Vargas e de 1964. Jogado na clandestinidade, resistiu. Defendeu a fora das armas e dos poemas. Aaodiretaeateoria.Foiacompanhadode perto pela CIA e pela KGB. Morreu assassinado pela Ditadura, em 1969. Sua histria, contudo, tambm resistiu.CarlosMarighella,protagonistadeuma das biografias mais intensas da poltica brasileira, temnodocumentrioMarighella,de2012, disponvelnaBibliotecadaSEDUFSMpara emprstimoaosdocentessindicalizados,umde seusretratosmaiscompletos.DirigidoporIsa GrinspumFerraz,sobrinhadeMarighella,o documentrio conta a histria burocrtica e tradicional, do nascimento morte, entrelaada pelo lado romntico da construo de um mito.CULTURA PERFILO porqu de ser cirurgio QUADRINHOSRafaBruna HomrichMariana Montedo12Publicao da Seo Sindical dos Docentes da UFSM / ANDES JULHO DE 2015MEMRIAA represso estudantil durante a ditaduraUmdossegmentosquesofreucomarepressoapsa instalao da ditadura civil militar no Brasil, em 1964, foi o do Movimento Estudantil (ME). Na esteira de calar qualquer setor que se opusesse ao regime autoritrio, os governos militares ditaremleisquebuscavamdesestruturarasentidadesque tinham postura combativa. Atravs do decreto n 4.464/64, o governo do general Castelo Branco extinguiu a Unio Nacional dos Estudantes (UNE). J em 1967, o decreto n 228 limitou a existnciadeorganizaesestudantis,acabando,por exemplo, com as UEEs (Unio Estadual de Estudantes).EmSantaMaria,nofinaldosanos60,aresistncia ditaduraestavamuitoentrincheiradanaUnioSanta-mariensedeEstudantes(USE).ODiretrioCentraldos Estudantes (DCE), cuja diretoria era eleita de forma indireta, ou seja, atravs de um Conselho de Representantes indicado pelacpuladosdiretriosacadmicos,tinhafrente lideranasalinhadasaoregimemilitar.Contudo,mesmo quandooDiretrioCentraleradominadoporsetores conservadores, havia na instituio uma organizao que se contrapunha ao autoritarismo. Essa contraposio era dada porestudantesdecursoscomoDireito,Filosofia,Histria, Comunicao, Artes, entre outros.Somente em 1972, o DCE conquistado por uma chapa que faz oposio ao regime, comandada pelo estudante de Agro-nomia,DarciBergmann,tendocomoviceoestudantede Direito,CezarSchirmer.AslembranassodeHumberto Gabbi Zanatta, professor da UFSM, atual diretor da Sedufsm, e que, entre os anos de 1969 e 1973, cursou a faculdade de Direito.Nesse perodo havia uma vigilncia constante dos setores darepressosobreasaesestudantis.Atravsdesse sistema de espionagem que eram identificados os possveis subversivos.Zanattalembraumepisdiomarcantepara todos que faziam algum tipo de resistncia ao regime. Em meadosdejunhode1971,agentesdoDepartamentoda Ordem Poltica e Social (Dops) prenderam quatro estudantes daUFSM,sendoqueumdeles,LuisCarlosCalachiMoraes, colega de Zanatta no curso de Direito, foi retirado de dentro da sala de aula. O episdio, evidentemente, causou um clima de pnico.Zanatta recorda que havia uma tentativa por parte dareitoriadaUFSMdeevitarqueainstituio pudesse ser envolvida em escndalos subversivos. Ele diz que, na poca, comentava-se que o reitor da instituio, professor Jos Mariano da Rocha Filho, usara de toda a influncia poltica que possua para libertar os estudantes. Essa verso, contudo, negadapelaex-companheiradeLuisCarlos, MargareteMoraes.Emcontatofeitopela AssessoriadeImprensadaSedufsm,ela afirmou que o apoio foi dado pela assessoria jurdica da Assembleia Legislativa gacha. Margareterelatou,tambm,queos estudantesforamprocessados,mas depois acabaram absolvidos.EXPRESSESMsica de bero GISELE GUIMARES - Professora do Departamento de Educao Agrcola e Extenso Rural da UFSML de onde eu venho, as crianas j nascem cantando

Letra/Musica: Gisele Guimares e Maninho PinheiroVou chegando de mansinho nesse larQuem sabe encontrar seu norteA experincia um pergaminhoTrago sonhos na bagagemA f que me embarcouCarimbou minha passagemMeu cantar passaporteMe leva a todo lugarVai ter sempre onde chegarPacincia faz caminhoConscincia coraoQue contm cada lioRespeitar dar a voz e ouvir Aprenderpedir perdo Calar no consentirConviver estender a moO sonho acordouSe achegou e abriu a casaQuem me esperouMe deixou abrir as asasComposio indita composta dentro do Coletivo Entre Autores no ms de Julho/2015. https://www.facebook.com/EntreAutoresSobre o Coletivo: Humberto Zanatta, professor da UFSM e diretor da SedufsmQuando tinha 9 anos, ela era uma das crianas que iam contar histrias e cantar na rdio So Luiz. Fui criada no meio da msica, da arte e da cultura do Rio Grande do Sul. Venho de uma regio os Sete Povos das Misses onde as crianas j meio que nascem cantando, e comigo no foi diferente, diz a professora do departamentodeEducaoAgrcolaeExtensoRuraldaUfsm,GiseleGuimares.NaturaldeSoLuiz Gonzaga,conheceuseumaridoeparceiromusical,ManinhoPinheiro,nadcadade1990,durantea graduao em Zootecnia. Hoje, ela leva a docncia e a msica como duas profisses. puxado, afirma, mas ambos os campos fazem-na feliz. Conhea uma das composies da dupla.Arquivo Gisele GuimaresCantar PassaporteBruna Homrich