12
PROGRESSÃO NA CARREIRA É LEGAL, É UM DIREITO. Faça valer! SED UF S M SEÇÃO SINDICAL DO ANDES-SN SEÇÃO SINDICAL DOS DOCENTES DA UFSM SED S UF M Publicação mensal da Seção Sindical dos Docentes da UFSM / ANDES - Junho de 2010 SINDICATO ANDES NACIONAL ANDES-SN - Nosso único e legítimo representante Impresso Especial 9912248799/2009-DR/RS Sedufsm CORREIOS Sindicato tem nova diretoria eleita Numa eleição bastante concorrida à SEDUFSM, com duas chapas disputando, a vitória da chapa 01 (situação) acabou acontecendo por uma boa margem em relação à chapa 02 (oposição). O grupo “Unidade Docente” se elegeu com 259 votos (53,7%) contra 214 votos (44,3%) dos opositores da chapa “SEDUFSM para os professores”. O pleito teve a maior participação dos últimos tempos, com 482 filiados comparecendo às urnas, dispostas em nove seções eleitorais. A diretoria eleita, presidida pelo professor Rondon de Castro, assume no dia 7 de junho para o biênio 2010-2012. Já na eleição nacional ao ANDES-SN, a chapa 01 (única) se elegeu com mais de 90% dos votos. Acompanhe todos os detalhes nas páginas 02, 04 e 05. Pressão contra congelamento surte efeito A luta pela progressão na carreira VILMA OCHOA Deputado Busato (c) fez parecer contrário ao PLP 549/09, projeto que congela salário de servidor Pág. 05 Arquivo/ANDES-SN Leia ainda nesta edição: Pág. 02 Pág. 06 Extra-classe, págs. 10 e 11 Professores recebem pagamento da URP Sindicato volta a negociar área para sede no campus ANDES-SN discute uma política de Comunicação Sindicato inicia campanha para convencer membros do CEPE na UFSM Radar, pág. 03 e opinião, págs. 06 e 07 Diretoria eleita toma posse em 7 de junho para cumprir o biênio 2010-2012

Jornal SEDUFSM de Junho 2010

  • Upload
    sedufsm

  • View
    123

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Jornal SEDUFSM de Junho 2010

PROGRESSÃO NA

CARREIRA É LEGAL,

É UM DIREITO.

Faça valer!

SEDUFSMSEÇÃO SINDICAL DO ANDES-SNSEÇÃO SINDICAL DOS DOCENTES DA UFSM

SED SUF MPublicação mensal da Seção Sindical dos Docentes da UFSM / ANDES - Junho de 2010

S I N D I C AT OANDESNACIONAL

ANDES-SN - Nosso único e legít imo representante

ImpressoEspecial

9912248799/2009-DR/RSSedufsm

CORREIOS

Sindicato tem nova diretoria eleita

Numa eleição bastante concorrida à SEDUFSM, com duas chapas disputando, a vitória da chapa 01 (situação) acabou acontecendo por uma boa margem em relação à chapa 02 (oposição). O grupo Unidade Docente se elegeu com

259 votos (53,7%) contra 214 votos (44,3%) dos opositores da chapa SEDUFSM para os professores .

O pleito teve a maior participação dos últimos tempos, com 482 filiados comparecendo às urnas, dispostas em nove seções eleitorais. A diretoria eleita, presidida pelo professor Rondon de Castro, assume no dia 7 de junho para o biênio 2010-2012. Já na eleição nacional ao ANDES-SN, a chapa 01 (única) se elegeu com mais de 90% dos votos. Acompanhe todos os detalhes nas páginas 02, 04 e 05.

Pressão contra congelamento surte efeito

A luta pela progressão na carreira

VILMA OCHOA

Deputado Busato (c) fez parecer contrário ao PLP 549/09, projeto que congela salário de servidor

Pág. 05

Arquivo/ANDES-SN

Leia ainda nesta edição:

Pág. 02

Pág. 06

Extra-classe, págs. 10 e 11

Professores recebem pagamento da URP

Sindicato volta a negociar área para sede no campus

ANDES-SN discute uma política de Comunicação Sindicato inicia campanha para convencer

membros do CEPE na UFSMRadar, pág. 03 e opinião, págs. 06 e 07

Diretoria eleita toma posse em 7 de junho para cumprir o biênio 2010-2012

Page 2: Jornal SEDUFSM de Junho 2010

EDITORIAL

02 Publicação da Seção Sindical dos Docentes da UFSM / ANDES

EXPEDIENTE

PONTO A PONTO

Clauber

As eleições de 11 e 12 de maio parecem ter indicado um norte claro para a SEDUFSM. Mais do que uma vitória da chapa de situação, os filiados à SEDUFSM e ao ANDES-SN se manifesta-ram sobre o futuro do sindicato docente. Enquanto em 2008, a diferença pró-chapa de situação foi de apenas três votos, no pleito deste ano a diferença foi larga: 259 contra 214 votos da chapa de oposição. Foram 45 votos a mais no somatório das urnas que mostraram vitória da chapa situacionista em seis seções eleitorais contra a vitória em apenas três do grupo oposicionista.

Portanto, o resultado não indicou uma vitória apertada. Ao contrário, trouxe uma mensagem de apoio à política que se desenvolve na SEDUFSM. E, ao mesmo tempo, rechaçou propos-tas oportunistas que traziam no seu bojo ideias pouco decifráveis ou, quem sabe, escamoteadas. Se não, vejamos. A oposição falava em ter uma postura não subserviente ao ANDES - Sindi-cato Nacional . Talvez faltasse discernimento aos promotores dessa bandeira de que a SEDUFSM não está fora do ANDES. O que somos é uma seção sindical, ou seja, uma parte do todo que é o ANDES. É verdade que o sindicato local tem sua autonomia, entretanto, não há essa postura esquizofrênica de achar que uma instância deve ser submissa ou insurgente contra a outra.

O discurso contra a subserviência pode, na realidade, esconder outras intenções mais funestas, que se concatenadas, poderiam levar a seção sindical no rumo do que algumas outras entidades de base já fizeram, que é o de realizar assembleias ou plebiscitos para propor o desligamento do ANDES-SN. Apesar da negativa da chapa oposicionista de ter qualquer simpatia ao Proifes, entidade paralela ao ANDES-SN, a bandeira da redução do valor da mensalidade trouxe um elemento perigoso para o debate político: o da cizânia. O valor descontado do sindicali-zado é baseado em decisão congressual, tomado lá nas origens do ANDES-SN. Para reduzir esse desconto, somente após a apro-vação na instância máxima deliberatória, que é o Congresso. Por tanto, o que a chapa 02 fez, foi nitidamente uma venda de ilusão. Ou então, poderia ter sido esse motivo alegado, a não redução da mensalidade, para um futuro cisma com o Sindicato Nacional.

Mas o que observamos é uma sábia resposta das urnas. Em que pesem os ataques, com afirmações de que a SEDUFSM estava à beira da falência , os filiados responderam à altura. Quem acompanha a atuação da diretoria do sindicato nos últimos anos sabe o esforço que tem sido empreendido. Mesmo com a participação não sendo a ideal, foi a direção da SEDUFSM a responsável por movimentos que fazem a crítica da mercantilização da educação; que promove o debate sobre a expansão açodada; que promove o debate cultural; que ajudou na organização dos professores da Unipampa; que tem aberto espaço para a organização dos aposentados; que não tem poupado esforços para manter a independência do movimento sindical frente a governos e partidos políticos. Portanto, não há falência. O que está falido é o modo oportunista de alguns fazerem política no movimento sindical.

JUNHO 2010

A diretoria da SEDUFSM é composta por : Presidente: Fabiane A. Tonetto Costas (Dep. Fundamentos da Educação CE); Vice-Presidente- Júlio Ricardo Quevedo dos Santos (Dep. História CCSH); Secretário-Geral: Rondon Martin Souza de Castro (Dep. Ciências da Comunicação - CCSH); Primeiro secretário - Maristela da Silva Souza (Dep. Desportos Individuais - CEFD); Tesoureiro-geral Hugo Blois (Dep. Arquitetura CT); Primeiro tesoureiro- Cícero Urbanetto Nogueira (Colégio Politécnico); Primeiro suplente: Hélio Neis ( Aposentado); Segundo suplente: Ricardo Rondinel ( Dep. Ciências Econômicas - CCSH) Jornalista responsável: Fritz R. F. Nunes (MTb nº 8033)Relações Públicas: Vilma Luciane OchoaArquivista: Cláudia Rodrigues Demais funcionários: Claudionéia Petry, Márcio Prevedello, Paulo Marafiga e Maria Helena Ravazzi da Silva.Diagramação e projeto gráfico: J. Adams PropagandaIlustrações: Clauber Sousa e Reinaldo PedrosoImpressão: Gráfica Pale, Vera Cruz (RS) Tiragem: 1.500 exemplaresObs: As opiniões contidas neste jornal são da inteira responsabilidade de quem as assina. Sugestões, críticas, opiniões podem ser enviadas via fone(fax) (55)3222.5765 ou pelo e-mail [email protected]ções também podem ser buscadas no site do sindicato: www.sedufsm.com.brA SEDUFSM funciona na André Marques, 665, cep 97010-041, em Santa Maria(RS).

A vitória e seu significado

Liberado recurso da URP

O projeto Cultura na SEDUFSM retoma sua programação na segunda, 16 de junho. Nesta data, às 19h, será exibido no auditório da seção sindical, o documentário nacional que já recebeu vários prêmios: Cidadão Boilesen , que tem duração de 92 minutos e cuja direção é do cineasta Chaim Litewsky. O filme resgata a ação do empresário dinarmaquês Henning Boilesen, que no início dos anos 1970 era o presidente do grupo empresarial Ultra, no Brasil. Através de dezenas de depoimentos, o roteiro aponta para o empresário como um dos articuladores na busca de recursos para o financiamento da Operação Bandeirante (Oban) de repressão aos grupos armados que lutavam contra a ditadura. Após a exibição, ocorre o debate com a presença do professor Diorge Konrad (departamento de História da UFSM), José Luiz de Moura Filho (departamento de Direito da UFSM) e César Santos, diretor do Sindicato dos Bancários de Santa Maria. A coordenação será do professor Vitor Biasoli, do departamento de História da UFSM.

Mais de 1,2 mil docentes da UFSM foram beneficiados, no mês de maio, com o pagamento de ação judicial relativa às diferenças da URP-88 (Unidade de Referência de Preços), referente aos meses de abril e maio daquele ano. A ação ajuizada pela SEDUFSM e que teve a participação do advogado Celso Carmelo de Morais e do escritório Wagner Advogados Associados é decorrente do não pagamento de resíduos inflacionários por parte do governo federal quando da edição de reiterados planos econômicos no final da década de 1980. É importante esclarecer que os percentuais não serão incorporados em folha de pagamento e que o valor obtido judicialmente corresponde a 7/30 avos dos vencimentos dos meses referidos. Tal limitação decorre do entendimento firmado no Supremo Tribunal Federal sobre o assunto. Tendo em vista o restrito período considerado para fins do cálculo, os valores individuais foram pequenos (em média R$ 1,2 mil) e variaram de acordo com as remunerações à época.

Em correspondência eletrônica enviada à SEDUFSM, o ex-reitor da UFSM, Paulo Sarkis, comentou artigos publicados na edição de março do Jornal da SEDUFSM. Reproduzimos aqui parte do texto: Li sobre o debate em relação a cursos novos. É uma situação muito preocupante a precariedade com que estão sendo criados estes cursos em troca de prédios, também precários. A contratação de professores concursados está muito pouco acima da reposição de aposentados. Muito longe do que seria necessário para fazer face às novas necessidades. Tenho observações muito preocupantes sobre o futuro da nossa UFSM - aumento da evasão, queda vertiginosa das inscrições nos vestibulares, supressão da feira das profissões, queda no percentual de alunos atendidos no programa de moradia (aumento de vagas na assistência estudantil percentualmente mais alto do que o aumento de matrículas). Por que será que as outras Universidades de qualidade foram bem mais moderadas que a nossa na ampliação do REUNI? É bom preservar um canal independente que mantenha o espírito crítico na Seção Sindical .

Sarkis comenta o REUNI

Cultura na SEDUFSM

Page 3: Jornal SEDUFSM de Junho 2010

RADAR

Publicação da Seção Sindical dos Docentes da UFSM / ANDES 03JUNHO 2010

VILMA OCHOA

Professores reivindicam direito à progressão Na manhã do último dia 19 de maio

ocorreu mais uma etapa na luta conjun-ta entre sindicato e os professores que desejam progredir na carreira, mesmo sem a titulação correspondente. Um total de 25 docentes se reuniu por volta das 9h junto ao setor de protocolo da UFSM para encaminhar o requeri-mento à Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD) solicitando que seja procedido o processo de avaliação que permitirá a progressão na carreira. A reivindicação se baseia na previsão legal que consta do Programa Único de Cargos, Retribuição e Empre-gos (PUCRCE) e no decreto (46.664 de 23 de julho de 1987) que regulamentou o referido Plano.

O requerimento tomou como base um texto elaborado pelo advogado da assessoria jurídica do sindicato, Heverton Padilha. Depois de formarem fila e receberem senhas fornecidas pelo próprio sindicato, os professores entre-garam o requerimento e receberam o registro do protocolo. A partir de agora será feito o acompanhamento para saber qual o encaminhamento dado a esses processos abertos.

A atividade encerrou uma fase iniciada ainda no mês de março, quando a SEDUFSM sediou três

Entidades denunciam “atentado à infância”Dezenas de entidades ligadas à educação se mobilizam e pressionam os

parlamentares, em Brasília, contra o projeto de lei 6755/10, do senador Flavio Arns (PSDB-PR), que altera a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e assim reduz a idade para ingresso no ensino fundamental. A partir dessa proposta, já aprovada no Senado e que agora tramita na Câmara, as crianças passarão a ingressar no 1º ano do ensino fundamental a partir dos cinco anos de idade e não mais aos seis. Já ocorreram duas audiências públicas na Câmara dos Deputados para debater o tema com a sociedade.

Segundo interpretação do senador paranaense, a criança deve estar no ensino fundamental já com cinco anos para cumprir a legislação. Ela deve, então, fazer seis anos no decorrer da primeira série. Minha medida quer adequar a LDB àquilo que está na lei maior , explicou Arns em depoimento ao 'Portal Aprendiz'.

Contrária à medida, a Rede Nacional Primeira Infância (RNPI), formada por 74 organizações da sociedade civil, do governo e do setor privado, está realizando ações de mobilização contra a aprovação da proposta. Em carta endereçada aos deputados federais, a rede diz: A proposta é um atentado contra a infância e um desserviço à educação básica brasileira .

A UFSM também possui educadores engajados contra o PL 6755/10. Uma das coordenadoras da mobilização é a professora Maria Luiza Rodrigues Flores, do departamento de Administração Escolar. Ela, junto com outros colegas professores, tem procurado divulgar a mobilização através de artigos em jornal e por uma extensa rede de contatos via internet.

A confusão surge a partir da modificação do artigo 208 da Constituição Federal, devido à instituição do ensino fundamental de nove anos, ocorrida em 2006 por meio da Lei 11274. Originalmente o inciso IV do artigo 208 esta-belecia que o Estado deveria garantir atendimento em creche e pré-escola às crianças de 0 a 6 anos de idade. Após a modificação, o texto diz que o dever do Estado com a educação foi efetivado mediante a garantia de educação

reuniões, apoiada pela assessoria jurídica, para discutir de que forma o sindicato poderia auxiliar esse grupo de professores, que chegam a cerca de 150 na instituição e que se encontram travados no nível de professor Auxiliar, nível 4, ou de professor Assistente, nível 4.

TÍTULO- comum que o professor possa progre-dir na carreira para o nível subse-qüente, sem a necessidade de comprovação do título. Entretanto, na UFSM, a partir de uma interpretação equivocada da Resolução 004/90, o docente solicita a progressão median-

Em outras instituições é

te a avaliação por desempenho, mas precisa apresentar uma justificativa . Como não existe uma clareza sobre o que seria essa justificativa para explicar o porquê de não ter feito o curso de mestrado ou de doutorado, o que acon-tece é que a maioria dessas justifica-tivas tem uma interpretação subjetiva e, por isso, acabam negadas.

Para o tesoureiro geral da SEDUFSM e que coordenou as reuniões com os professores, Hugo Blois Filho, a avalia-ção foi muito positiva . Segundo ele, a presença de 25 de um universo de apro-ximadamente 150 professores reforça a luta que eu venho empreendendo nesse ano de que o processo de avalia-ção por desempenho para a progressão é um direito do professor . Por isso, diz Hugo, o momento foi bastante rico e significou uma atividade que agregou os professores em torno de uma luta que tem repercussões individuais, mas feita de forma coletiva . A SEDUFSM também está iniciando uma campanha de sensibilização junto aos membros do CEPE (Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão) que vão analisar as solicitações protocoladas. Para isso foi confeccionado um outdoor com a mensagem: Progressão na carreira é legal, é um direito. Faça valer .

Mobilização em defesa de um direito garantido por lei

infantil, em creche e pré-escola, às crianças ''até cinco'' anos de idade.

Enquanto isso, a LDB, também modificada pela lei que estabeleceu o ensino fundamental de nove anos, diz (artigo 32) que essa etapa da educação inicia-se ''aos seis'' anos de idade. De acordo com a RNPI, ao estabelecer o início do ensino fundamental aos cinco anos, o Projeto de Lei considera que há um vácuo entre o até cinco e aos seis . Também ignora a existência da Resolução da CEB/CNE que determina que a criança deve completar seis anos para ingressar no primeiro ano do ensino fundamental até o dia 31 de março do ano em que ocorrer a matrícula. Por outro lado, o senador Flávio Arns afirma que a medida encerraria confusões hoje provocadas pela não padronização dos t

O coordenador da secretaria executiva da RNPI, Vital Didonet, lembra que no ano passado foi promulgada a emenda constitucional 59, que tornou obri-gatória a educação dos 4 aos 17 anos, que deve ser implementada até 2016. Não há necessidade de antecipar a idade , completa o coordenador.O que estaria em jogo não é a idade cinco anos, mas o direito ao aprendizado

de acordo com as características da idade, com profissionais qualificados e espaços adequados à faixa etária da educação infantil, argumentam os setores educacionais. Está sendo tirado da criança o direito de aprender brincando, de trabalhar de modo diferente com a arte, a música, a natureza, coisas pró-prias do ensino infantil , diz Didonet. (* Com notícias do Portal Aprendiz)

FRITZ NUNES

Maria Luiza Flores: mobilização na UFSM

A confusão

Aprender brincando

Page 4: Jornal SEDUFSM de Junho 2010

04 Publicação da Seção Sindical dos Docentes da UFSM / ANDESJUNHO 2010

Presidente - (ADUFF)1º Vice-Presidente - (ADUFPel)2º Vice-Presidente - (ADUR-RJ)3º Vice-Presidente - (ADUSP)Secretário Geral - (APESJF)1ª Secretária - (SINDURCA)2º Secretário - (ADUSP)3º Secretário - (ADUNESP)1º Tesoureiro - (ADUNICENTRO)2º Tesoureiro - (ADURN)3ª Tesoureira - (APUFPR)

REGIONAL RIO GRANDE DO SUL1ª Vice-Presidente - (ADUFRGS S.Sind) 2º Vice-Presidente - (SEDUFSM)1º Secretário - (APROFURG)2º Secretário - (APROFURG)1º Tesoureiro - (ADUFRGS S.Sind)2º Tesoureiro - (ADUFPEL)

Marina Barbosa PintoLuiz Henrique SchuchLuis Mauro Sampaio Magalhães Osvaldo Luis Angel Coggiola

Márcio Antônio de OliveiraZuleide Fernandes de Queiroz Cesar Augusto Minto Milton Vieira do Prado Junior Helvio Alexandre Mariano Almir Serra Martins Menezes FilhoMaria Suely Soares

Laura Souza FonsecaCarlos Alberto da Fonseca Pires

Billy Graeff BastosElmo SwobodaCandido Silveira de SouzaSergio Barum Cassal

Fotos: FRITZ NUNES

RADAR ESPECIAL ELEIÇÃO

Direção do ANDES eleita com 90% dos votosA Chapa 1 ANDES Autônoma e Democrática foi eleita para a diretoria do

Sindicato Nacional docente com 90,99% dos votos dos eleitores que compareceram às urnas de todo o país, nos dias 11 e 12 de maio. Do total de 10.836 votantes, 9.860 votaram na chapa única; 701, em branco (6,41%); e 275, nulos (2,54%). A presidente eleita, Marina Barbosa Pinto, da Associação dos Docentes da Universidade Federal Fluminense Aduff Seção Sindical assume o cargo pela segunda vez. Ela também foi presidente do ANDES-SN, gestão 2004-2006.

Para o cargo de secretário-geral foi eleito Márcio Antônio de Oliveira, da Associação dos Professores da Universidade Federal de Juiz de Fora Apesjf - Seção Sindical, que também já foi presidente do Sindicato no biênio 1992-1994. O cargo de 1º tesoureiro será ocupado por Helvio Mariano, da Associação dos Docentes da Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná Adunicentro Seção Sindical. Helvio é o atual 2º vice-presidente da Secretaria Regional Sul, encarregado de Relações Internacionais e membro do Coletivo de Comunicação da atual diretoria. Outros 80 docentes ligados a instituições de ensino superior de todas as regiões do país compõem o grupo que dirigirá o Sindicato Nacional no biênio 2010-2012, época em que o ANDES-SN irá comemorar seus 30 anos de fundação.

Ainda na edição de fevereiro do Jornal da SEDUFSM, a professora Marina Barbosa opinava, respondendo a uma pergunta, sobre quais as prioridades para a diretoria eleita. Ela respondeu, naquela oportunidade, que as questões mais candentes dizem respeito às condições de trabalho e à valorização do trabalho docente . Acrescentava ainda a professora Marina que junto com isso, vamos ter que fortalecer a luta pelo reconhecimento da existência legal do sindicato .

A posse da nova diretoria está marcada para o dia 24 de junho, em Fortaleza (CE), durante a abertura do 55º Conad do ANDES-SN.

SEDUFSM lidera participaçãoO fato de serem eleições concomitantes (ao ANDES-SN e à SEDUFSM), sendo que em nível local havia

duas chapas concorrendo, com debate e grande disputa, pode ser uma das explicações pela participação intensa dos docentes no pleito de Santa Maria. O número de votantes foi o maior do país: 477 filiados votaram na escolha da nova direção do ANDES-SN. A chapa ANDES AD recebeu 371 votos e houve ainda mais 86 votos em branco e 20 nulos.

Acompanhe o quadro comparativo da participação na UFSM em relação ao pleito do ANDES-SN e, também, em algumas outras grandes seções sindicais:

ADUFRJ- de 3.274 filiados, votaram 400.ADUFF- de 2.377 filiados, votaram 387. ADUSP- de 2.788 filiados, votaram 317.ADUNICAMP- de 2.100 filiados, votaram 266. APUFPR- de 2.818 filiados, votaram 310.ADUFPEL- de 1.154 filiados, votaram 186. ADUFPB- de 2.270 filiados, votaram 366.ADUFC- de 2.239 filiados, votaram 337. ADUFPA- de 1.571 filiados, votaram 295.ADURN- de 2.134 filiados, votaram 348.Para o professor Carlos Alberto da Fonseca Pires, ex-presidente da SEDUFSM e eleito para 2º Vice-

presidente da Regional RS do ANDES-SN, a vitória da chapa ANDES-AD representa a garantia da con-tinuidade das lutas históricas da categoria . Em relação ao grande número de votantes na eleição na UFSM, Pires analisa que a disputa com mais de uma chapa estimulou a participação também para o ANDES-SN .

SEDUFSM- de 1.231 filiados, votaram 477.

Votos na UFSM

Urna 01 - Chapa 01 (45 votos); Brancos (16) e Nulos (01).Urna 02 - Chapa 01 (40 votos); Brancos (06) e Nulos (01).Urna 03 -Chapa 01 (44 votos); Brancos (10) e Nulos (05).Urna 04 - Chapa 01 (37 votos); Brancos (18) e Nulos (08).Urna 05 -Chapa 01 (39 votos); Brancos (03) e Nulos (01).Urna 06 -Chapa 01 (38 votos); Brancos (07) e Nulos (0).Urna 07 -Chapa 01 (22 votos); Brancos (02) e Nulos (01).Urna 08 -Chapa 01 (51 votos); Brancos (20) e Nulos (01).Urna 09 -Chapa 01 (55 votos); Brancos (04) e Nulos (01).

CCR

CCSH Campus

CCNE

CT

CE

CCS

Reitoria

CCSH Antiga Reitoria

Antigo Hospital

Nominata da Diretoria eleita

Triunvirato eleito ao ANDES-SN: Helvio (Tesoureiro), Marina (Presidente) e Márcio (Secretário geral)

Número de votantes na UFSM foi um dos maiores do país

Veja a distribuição dos votos da chapa 01 ao ANDES-SN, na UFSM.

Page 5: Jornal SEDUFSM de Junho 2010

Publicação da Seção Sindical dos Docentes da UFSM / ANDES 05JUNHO 2010

RADAR ESPECIAL

Fotos: VILMA OCHOA

Foi um processo eleitoral para a direção da SEDUFSM com emoção que há muito tempo não se via. Houve debates acirrados, artigos em jornal e o uso da internet como elemento de convencimento e especialmente de críticas. Mas, no final das contas, a chapa 01 (situação) acabou ganhando com uma boa margem de votos (45 a mais). De um total de 482 votos, a chapa de situação obteve 259 votos, o que representa 53,7%. Já a chapa 02, de oposição, obteve 214 votos, o que representa 44,3%. Os brancos somaram nove votos e os nulos apenas um voto, perfazendo 2%.

Para se ter uma ideia, a chapa 02 (oposição) logrou vitória em três de um total de nove seções eleitorais. A chapa 01 Unidade Docente era comandada pelo professor Rondon de Castro, do departamento de Ciências da Comuni-cação, enquanto a chapa 02 SEDUFSM para os professores era liderada pelo professor Iberê Nodari, do departamento de Engenharia Mecânica. A eleição deste ano ocorreu nos dias 11 e 12 de maio e, em números globais, teve participação superior ao pleito de 2008, quando votaram 412 sindicalizados. A entidade sindical dos docentes da UFSM possui 1.231 filiados. A posse da nova direção e membros do Conselho de Represen-tantes foi marcada para o dia 7 de junho.

Ao voltarmos no tempo, há dois anos,

Diretoria eleitaA diretoria eleita para o biênio 2010-2012 é composta dos seguintes nomes:

Presidente - (Departamento de Ciências da Comunicação - CCSH) Vice-presidente -(Departamento de História - CCSH)

Secretária-geral -(Departamento de Enfermagem do CCS)

Primeira secretária - (Departamento de Letras Estrangeiras e Modernas - CAL) Tesoureiro-geral - (Departamento de Ciências Econômicas - CCSH)

Primeira tesoureira - (Departamento de Arquivologia - CCSH)

Primeira suplente - (Departamento de Administração Escolar CE)

Segunda suplente - (Aposentada do departamento de Enfermagem - CCS)

Terceiro suplente - (Departamento de Geociências CCNE)

Rondon Martim Souza de Castro

Julio Ricardo Quevedo dos Santos

Leila Wolff

Carmem Deleacir Ribeiro Gavioli

Sérgio Alfredo Massen Prieb

Glaucia Vieira Ramos Konrad

Glades Tereza Félix

Rejane Terezinha Pereira dos Santos

Luís Eduardo de Souza Robaina

RepresentantesNa eleição para o Conselho de Represen-

tantes da SEDUFSM, os mais votados foram: Diorge Konrad (departamento de História), que obteve 234 votos; Ester Wayne Nogueira (professora aposentada), que obteve 159 votos; Maria Beatriz de Morais Carnielutti (professora aposentada), que obteve 152 votos; Carlitos Schallenberger (professor aposentado), que obteve 80 votos; Francisco Freitas (Centro de Educação), que obteve 67 votos e Reinaldo Pedroso (professor aposentado) obteve 64 votos.

vamos observar que a chapa de oposição era a nº 01, e a de situação era a nº 02. Naquele momento, o grupo situacionista venceu a eleição por uma margem de apenas 03 votos. O candidato a presidente pela oposição, João Eduardo Pereira, do departa-mento de Estatística, acabou se desfi-liando da SEDUFSM meses depois e atuou decisivamente na assembleia ocorrida na sede da CUT, em São Pão Paulo, em setembro de 2008, quando

se tentou transformar o Proifes em sindicato dos professores das univer-sidades federais. Essa pendenga está na justiça até hoje, pois o sindicato que legalmente representa os professores universitários no setor público é o ANDES SN.

Em que pesem os momentos de tensão, evidenciados nos debates que ocorreram na Rádio Universidade, dia 7 de maio e, no Anfiteatro H, dia 10 de maio, o que se viu foi uma grande

mobilização para a eleição. A chapa 02 colocou faixas na entrada do campus, na Avenida Roraima. A chapa 01 fez corpo-a-corpo e também imprimiu adesivos e confeccionou buttons. Os artigos em jornal deram o tom da polêmica. Em meio à campanha, até mesmo ex-presidentes da SEDUFSM, como a professora Berenice Corsetti, que dirigiu a entidade de 1990 a 1994, foi resgatada numa mensagem de apoio à chapa 01, elaborada pelo ex-presidente da SEDUFSM de 2006 a 2008, professor Diorge Konrad. Com ela assinaram a nota ex-presidentes como Ricardo Rondinel, Francisco Freitas, Jadir Lemos e Carlos Pires.

Fechadas as urnas, no dia 12 de maio à noite, a apuração adentrou a madrugada no auditório da SEDUFSM. O resultado foi anunciado por volta de 1h30min da quinta, 13. Os membros da chapa 02, professores Iberê Nodari, Canrobert Werlang e Gelson Dal'forno reconhe-ceram a derrota, parabenizaram os vito-riosos e se retiraram. Os integrantes da chapa 01, diretores atuais da SEDUFSM e apoiadores comemoraram empunhan-do a bandeira da SEDUFSM.

COMISSÃO- A Comissão Eleitoral foi composta pelos seguintes profes-sores: Clóvis Renan Jacques Guterres, Lia Rauber da Silva, Sônia Berenice da Silva Tolfo, Beatriz Maria Pippi Quintanilha e Helio Neis.

Apuração dos votos atravessou a madrugada do dia 13 de maio

Resultado por urnaCCR

CCSH

CCNE

CT

CE

CCS

Reitoria

CCSH

CCSH

(Rurais) - 63 votantes Chapa 01- 25 votos; Chapa 02- 38 votos.

- Campus - 50 votantes Chapa 01- 29 votos; chapa 02- 20 votos; 1 branco.

- Naturais e Exatas - 60 votantes Chapa 01- 29 votos; chapa 02- 28 votos; 3 brancos.

- Tecnologia - 63 votantes Chapa 01- 24 votos; Chapa 02- 36 votos; 1 branco e 2 nulos.

- Educação - 44 votantes Chapa 01- 37 votos; Chapa 02- 5 votos; 2 brancos.

- Saúde - 46 votantes Chapa 01- 29 votos; Chapa 02- 17 votos.

- 25 votantes Chapa 01- 12; Chapa 02- 13.

- Antiga Reitoria - 72 votantes Chapa 01- 37; Chapa 02- 34; 1 branco.

- Antigo Hospital - 60 votantes Chapa 01- 37; Chapa 02- 23.

Situação' vence com 53,7% dos votos‘

ELEIÇÃO SEDUFSM

Atuais diretores, nova diretoria e apoiadores comemoraram a vitória

Page 6: Jornal SEDUFSM de Junho 2010

OPINIÃO

06 Publicação da Seção Sindical dos Docentes da UFSM / ANDES

OPINIÃO

JUNHO 2010

Enio Guerra , 53 anos , professor Auxiliar IV do departamento de Música do Centro de Artes e Letras.

Helvio Centeno, 62 anos, professor Assistente IV do departamento de Cirurgia do Centro de Ciências da Saúde.

Joaquim Luis Dorneles, 58 anos, professor Assistente IV do departamento de Ciências Contábeis do Centro de Ciências Sociais e Humanas.

Em primeiro lugar, é preciso dizer que em toda a vida, a gente tem direitos e deveres. E eu creio que as pessoas que estão tomando essa atitude estão cumprindo rigorosamente com seus direitos. E se é direito

progredir, mesmo sem a titulação, eu não vejo situação de constrangimento no sentido de reivindicar o que nos é dado pela lei. Eu sei por mim e por outras pessoas, que os professores desenvolvem trabalhos muito além das 40h e outras atividades dentro da instituição. Esse tipo de trabalho algumas vezes impede a pessoa de se afastar e conseguir a titulação. Outra coisa que é colocada é que muitas vezes a pessoa está na parte da administrativa, de coordenação, porque quer. Não é bem assim. Tem muitos colegas que não assumem a parte administrativa de maneira nenhuma. Então, sobra para quem já passou por algum cargo administrativo, continuar até que outra pessoa possa assumir. E isso impede de sair para a pós-graduação. Eu, por exemplo, vou sair agora para um mestrado e doutorado e quando voltar me aposentar? Não vou. E tudo que eu fiz não conta? .

Não quero particularizar a questão pela minha situação, mas eu sou professor Assistente desde 1999. E quando eu entrei na universidade, nós não tínhamos mestrado e doutorado. E com isso nós não tivemos toda a oportunidade que se tem hoje. Então, vários colegas meus também enfrentam essa situação, fruto de um passado em que a titulação não era algo simples. E hoje, o que acontece é que nós, todos estabelecidos profissionalmente, teríamos que deslocar família para outra cidade e abandonarmos a nossa produção para poder fazer um mestrado ou doutorado .

E s t o u b u s c a n d o e s s a progressão porque acredito que é uma reivindicação justa. Em caso de resposta negativa, acredito que isso apenas retarda o nosso direito. Afinal, se está

previsto em lei, não há porque continuarem negando esse direito. Por isso, continuamos firmes nessa luta e acredito que o nosso grupo vai acabar conquistando algo que é legal e legítimo .

Fotos: VILMA OCHOA

Qual a sua avaliação sobre o movimento em defesa da “progressão” na carreira?

Pressão leva deputados a rejeitar congelamento salarial

Os argumentos de Busato

Manifestação em Brasília, dia 15 de abril, foi fundamental no convencimento de deputados

Arquivo ANDES-SN Os deputados da Comissão

de Trabalho, Administração e Serviço Público CTASP rejeitaram por unanimidade, no dia 12 de maio, o Projeto de Lei Complementar 549/09, que congela o salário dos servidores públicos federais por dez anos e impede investi-mentos em obras como refor-mas e ampliações de escolas e hospitais.

A rejeição à matéria foi proposta pelo deputado rela-tor, Luiz Carlos Busato (PTB-RS), que já havia se compro-metido com representantes do ANDES-SN e de outras cate- gorias de servidores públicos a apresentar parecer contrário à matéria. O PLP, entretanto, agora segue para análise de outras comissões e, se aprovado, irá a plenário. Na avaliação do 1º tesoureiro do ANDES-SN, José Vitório Zago, obtivemos uma importante vitória, mas ainda não vencemos a guerra. Precisamos continuar firmes com nossas mobilizações e protestos contra esse projeto que só trará prejuízos para a parcela da sociedade brasileira que depende de serviços públicos de qualidade , afirma o 1º tesoureiro do ANDES-SN, José Vitório Zago.

De acordo com ele, a rejeição unânime ao projeto é resultado direto da mobilização dos trabalhadores que, organizados pela Coordenação Nacional de Entidades dos Servidores Públicos Cnesf e pela central sindical Conlutas, empreenderam marchas, protestos, panfletagens e outras ações para conven-cer o parlamento da inviabilidade do projeto. Opinião semelhante é expressada pelos diretores da SEDUFSM, Rondon de Castro e Hugo Blois Filho. Ambos estiveram no protesto ocorrido em Brasília, no dia 15 de abril. Os dois professores entendem que somente através da pressão e da mobilização é que

O deputado Luis Carlos Busato (PTB-RS) é o parlamentar gaúcho que fez o relatório do Projeto de Lei Complementar (PLP 549/09), de autoria do senador Romero Jucá (PMDB-RR), que propõe o congelamento dos salários dos servidores federais até 2019. Busato fez um parecer contrário ao PLP que serviu como base à rejeição por parte da Comissão de Trabalho da Câmara (CTASP).

Um dos pontos do parecer se refere aos gastos da União com a fo lha do func iona l i smo . Conforme o parlamentar, quando se observa a relação percentual entre a despesa líquida com pessoal por parte da União e a receita líquida do ente federativo, se percebe que há uma estabilidade de gastos. Em 2002, o percentual dos gastos com a folha comprometia 31,88% da receita, enquanto em 2009, o percentual foi de 31,33%. Isso demonstra, segundo o deputado, que

É injusto restringir salário para apenas um

setor do funcionalismo

(Deputado Luis Carlos Busato, do PTB-RS)

há perfeita sintonia entre o que prevê a legislação gastos de no máximo 50% com a folha - e o que

vem sendo efetivado.Esses dados, conforme Busato, tornam

paradoxal a tentativa de fixar um novo limite, mais rigoroso, com as despesas

relacionadas a pessoal e encargos sociais da União, que tem atendido com sobra os limites já existentes no âmbito da Lei de R e s p o n s a b i l i d a d e F i s c a l (LRF) . Por outro lado, o relator também considera injusto que

medidas de restrições de gastos sejam impostas dessa forma apenas

para um setor do funcionalismo. Considera ainda Luis Carlos Busato

que o limite proposto pelo projeto praticamente congelará nos próximos 10 anos a

remuneração dos servidores e, dificultará, sobremaneira, o preenchimento de cargos, novos, ou vagos, de todos os demais Poderes .

se conseguirá barrar medidas do governo que buscam responsabilizar os servidores pela crise econômica que se alastra da Europa para outros continentes.

Para José Vitório Zago, é importante demonstrar que a culpa da crise não tem a ver com os gastos com o funcionalismo. Só em 2009, o governo Lula destinou 35,57% do Orçamento Geral da União para o pagamento da dívida pública, e apenas 4,64% para a Saúde e 2,88% para a Educação, comenta o dirigente do ANDES-SN.

O PLP 549/09 foi proposto originalmente pelo governo federal, como o PLP 001/07, vinculado ao pacote de medidas do Programa de Aceleração do Crescimento - PAC. No Senado, foi aprovado por unanimidade, às vésperas do recesso parlamentar de dezembro de 2009, com a rubrica de PLS 611/07. Mesmo tendo sofrido rejeição na Ctasp, o PLP ainda será apreciado pelas comissões de Finanças e Tributação e de Constituição, Justiça e Cidadania, para então seguir para o plenário.

Page 7: Jornal SEDUFSM de Junho 2010

Publicação da Seção Sindical dos Docentes da UFSM / ANDES 07

L o r e n a I n ê s P e t e r i n i M a r q u e s a n , 5 7 a n o s , professora Assistente IV do departamento de Fundamentos da Educação do Centro de Educação.

Edson Luiz Bortoluzzi da Silva, 43 anos, professor Assistente IV do departamento de Arquitetura e Urbanismo do Centro de Tecnologia (CT).

Hugo Gomes Blois Filho, 51 anos, professor Adjunto I do departamento de Arquitetura e Urbanismo do CT. Tesoureiro geral da SEDUFSM.

Esse movimento é um sinal de que estamos vivos e que o sindicato está atuando na condição de defender os interesses e as necessidades dos

professores Assistentes. A Lei é clara e diz que tem duas formas de progressão funcional: uma via titulação, doutorado, e outra via o desempenho acadêmico. E o CEPE tem tido algumas ações equivocadas. Alguns componentes do Conselho entendem que é obrigatório o professor possuir doutorado. Na verdade, nós acreditamos e defendemos uma formação continuada, mas, por inúmeros motivos, seja por estarmos em cargos ou dedicados a outras modalidades, nós preferimos ficar atuando mesmo na condição de mestres. Mas, isso não tira o nosso direito de formação continuada. Continuamos participando de congressos, escrevendo capítulos de livros, participando de inúmeros eventos que nos qualificam a termos uma identidade profissional com qualidade .

A grande importância desse movimento é de tentar mostrar que tem algumas funções dentro dessa universidade que não são reconhecidas como importantes. M a s , n a r e a l i d a d e s ã o fundamentais. Por que a maioria de nós que estamos aqui não trabalhamos para aumentar a titulação? Porque nós estamos carregando piano. Somos chefes de departamento, coordenadores de curso, funções que a maioria não quer. Há muito individualismo daqueles que preferem trabalhar naquilo que lhes rende mais e esquecem do coletivo. Um dos papéis fins da universidade é formar o aluno e para isso a gente tem que ter um departamento, tem que ter o curso. E isso requer trabalho. Trabalho esse que não é reconhecido. Na hora da progressão a gente vê que não existe esse reconhecimento .

A avaliação é muito positiva pelo número de pessoas que se encontram nessa situação e que resolveram buscar a progressão na carreira. Isso reforça a luta que a gente vem empreendendo

de que a progressão por avaliação de desempenho é um direito do professor. E, apesar de ser um direito, vem sendo sistematicamente dificultado pela universidade. Por isso, considero que foi um momento muito rico. Uma atividade que agregou os professores em torno de uma luta que, sem dúvida, é individual, mas tem um caráter coletivo. A partir do momento em que passei por essa luta, percebi que era importante estendê-la a todos os colegas que enfrentam essa situação .

ELES DISSERAM

JUNHO 2010

FRITZ NUNES

Você acha que a Bolívia iria exportar 90% da cocaína consumida no Brasil sem que o governo de lá fosse cúmplice? Impossível . (José Serra, candidato do PSDB à presidência, na Folha de São Paulo de 30 de maio de 2010, pág. A11).

Eles negaram sem julgar o mérito. Sempre falaram que era bobagem, que a UnB não podia permitir aquilo porque ia colocar a universidade em descrédito . (Álvaro Tronconi, coordenador do Núcleo de Parapsicologia da UnB, sobre a falta de apoio a seu grupo. Folha de São Paulo, 30 de maio de 2010, pág. A22).

A redução da jornada é um mecanismo para dividir os ganhos de produtividade e a criação de vagas . (Cássio Calvete, economista do Dieese. Folha de São Paulo de 30 de maio de 2010, pág. B10).

SEDUFSM retoma negociação com a reitoria sobre sede no campus

Sede sindical no campus da UFSMIntegrantes da diretoria eleita da

SEDUFSM tiveram a primeira audiência com o reitor da UFSM, professor Felipe Müller, na tarde de quinta, 27 de maio. O principal ponto tratado foi a solicitação para que a Administração se posicione em relação à cedência de uma área no campus para que o sindicato possa construir sua sede. As sucessivas gestões diretivas da seção sindical vêm discutindo desde o período em que o reitor era Paulo Jorge Sarkis a questão de uma área na UFSM. Entretanto, depois de alguns avanços em relação a isso, a negociação travou pelo fato de que um parecer jurídico indicava que um como-dato nesses moldes só preveria um período de no máximo cinco anos. Após, a área poderia ser reivindicada pela instituição.

Em sua manifestação, o professor Felipe Müller pediu que a SEDUFSM solicite oficialmente uma nova avaliação da UFSM sobre a questão da área e do comodato, medida que já foi tomada pela direção do sindicato. A partir disso, o reitor se compromete a solicitar uma nova avaliação da Procuradoria Jurídica, que atualmente não é mais vinculada à UFSM e sim à Advocacia Geral da União. Müller acredita que é possível construir uma proposta respeitando as questões de legalidade e que seja aceitável para ambas as partes. Por outro lado, o

Inquérito contra presidente do ProifesO Ministério Público Federal MPF instaurou inquérito civil para apurar possíveis irregularidades em

repasse de verbas do governo federal para o presidente do Proifes, Gil Vicente. O inquérito se baseia em denúncia encaminhada ao órgão pelo ANDES-SN, em 25 de junho de 2009. Além dos questionamentos originais apresentados pelo Sindicato Nacional, o MPF considerou que pode também ter havido violação da Convenção nº 98 da Organização Internacional do Trabalho OIT, que coíbe a interferência estatal nas organizações dos trabalhadores.

Conforme as denúncias tornadas públicas pelo ANDES-SN no ano passado, o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão MP repassou à Universidade Federal de São Carlos UFSCar, até abril daquele ano, mediante Termo de Cooperação, R$ 370 mil para a elaboração de estudos para reestruturação de cargos, carreiras e salários dos servidores públicos federais, incluindo os docentes. Entre os pesquisadores da UFSCar contemplados com os recursos públicos, estava o presidente do Proifes, Gil Vicente, que já recebeu R$ 24.794,55, de acordo com os dados disponibilizados no Portal da Transparência do governo federal.

No dia 22 de abril de 2009, o ANDES-SN encaminhou pedidos de esclarecimentos sobre tal convênio ao ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e ao reitor da Universidade Federal de São Carlos - UFSCar, Targino de Araújo Filho. Como não obteve respostas, encaminhou, em seguida, as denúncias ao MPF.

O presidente do ANDES-SN, Ciro Correia, avalia que a instauração do inquérito demonstra que o Sindicato Nacional acertou ao tomar a iniciativa de publicizar essas denúncias, assim como a de acionar os órgãos competentes para esclarecer esses atos oficiais que podem ter sido objeto da motivação fraudulenta de recompensar posturas e práticas anti-sindicais por parte daqueles que têm se arvorado em 'negociadores' da categoria . (Fonte: ANDES-SN)

atual secretário geral da SEDUFSM e que assume como presidente no dia 7 de junho, Rondon de Castro, disse que a partir da resposta da reitoria é que a diretoria poderá se definir: mantém a ideia de uma sede dentro da área da UFSM ou se parte para uma alternativa fora do campus.

Pela seção sindical estiveram presentes na audiência com o reitor, os professores Rondon de Castro, Julio Quevedo dos Santos e Hugo Blois Filho. Também participou da reunião o professor Carlos Alberto da Fonseca Pires, ex-presidente da SEDUFSM e eleito 2º Vice-presidente da Regional Rio Grande do Sul do ANDES- Sindicato Nacional.

Page 8: Jornal SEDUFSM de Junho 2010

Fotos

: FRI

TZ N

UNES

COM A PALAVRA

08 Publicação da Seção Sindical dos Docentes da UFSM / ANDESJUNHO 2010

PERGUNTAS RESPOSTAS&

TV e rádio criminalizam

a pobreza

Vito Gianotti

Ele pode ser considerado um idealista. Aos 66 anos, esse ítalo-brasileiro é um ardoroso combatente na trincheira da esquerda. Vito Gianotti chegou ao país em 1964 e em terras brasileiras trabalhou como metalúrgico, tendo sido um dos fundadores da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Atualmente é casado, tem dois filhos e mora no Rio de Janeiro, onde coordena o Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), espécie de ONG que tem por objetivo prestar assessoria aos movimentos social e sindical. Vito é, sobretudo, um grande produtor de literatura que se refere aos temas sindicais no Brasil. É autor de mais de 20 livros, entre eles A liberdade sindical no Brasil (1987), Muralhas da linguagem (2004) e mais recentemente do

Dicionário de Politiquês . No último dia 21 de maio, Vito participou de um debate sobre Disputa de hegemonia e o papel da imprensa no III Encontro de Comunicação do ANDES-SN. Ele aproveitou o momento para lançar a mais recente obra, que enfatiza a importância de uma comunicação que seja compreendida, sem o uso de termos rebuscados em excesso. Em entrevista ao Jornal da SEDUFSM, o escritor falou sobre o papel da mídia comercial nos dias de hoje e a possibilidade de haver um contraponto por parte de sindicatos e movimentos sociais ao discurso da chamada 'grande imprensa'.

Pergunta

Resposta

- Quando criticas o poder da Rede Globo, não estás subestimando a capacidade das pessoas de fazer um juízo crítico sobre a ficção e o real?

- Veja, não afirmo que o poder da Globo é absoluto. Mas que ele é enorme. Infelizmente. Sobretudo porque nosso povo não lê quase nada, como comprovam todas as estatísticas e comparações. Desgraçadamente a quase absoluta forma de informação que o povo tem é a TV (a Globo e as outras comerciais, todas completamente iguais). Além da TV, tem o rádio, da CBN a todas as outras. Novelas, Faustões, Hebes, Gugus, Xuxas, Anas Marias Bragas, Elianas, Zorras Totais, sem esquecer o Big Brother, tanto quanto o Jornal Nacional, o Globo Repórter ou o Fantástico. São estes os grandes instrumentos de deseducação do povo. Elementos que difundem valores, posições políticas, julgamentos morais. Estes dirigem, sim, o comportamento de muita gente que, passivamente, como único meio de diversão, se posta

Capa do novo livro de Vito Gianotti

Page 9: Jornal SEDUFSM de Junho 2010

JUNHO 2010Publicação da Seção Sindical dos Docentes da UFSM / ANDES 09

Ou criamos as

nossas TVs e rádios ou

ficaremos só choramingando

diante do aparelho. São sim, instru-mentos de dominação ideológica de uma maioria que não vai ao cinema, não vai ao teatro e muito menos lê jornal e, ao mesmo tempo, assiste passivamente à TV. As pessoas podem resistir a essas inundações de lixo político ideológico. Podem fazer mediações entre o que veem na tela e o que sentem na vida real, mas é muito difícil. Temos exemplo, na vida política recente no qual a atuação da mídia não garantiu o voto no seu candidato. Mas é muito, muito, muito difícil. E nós, de esquerda, no campo da comunicação, estamos longe de competir e ganhar com a mídia empresarial. Temos bons instrumen-tos, mas, por várias razões, de alcance muito limitado. Ou seja, insuficientes para cumprir nosso papel de contra-veneno, de contra-informação para uma luta contra-hegemônica.

- Se é verdade que a Globo tem uma grande audiência, também é fato que hoje esse 'monopólio' não é mais o mesmo. A segmentação trouxe uma dispersão na audiência, o que foi corroborado pela expansão da internet. Será que a Globo ainda merece ser demonizada ?

- Quando eu falo da Globo, estou falando de todas as demais redes de televisão comerciais. Comerciais, para mim, significa empresariais, patronais. Isto é, burguesas. Todas estas televisões têm donos, todas defendem os interesses de classe destes donos. Ou seja, todas são a favor de manter a sociedade funcio-nando para seus donos. A sociedade de exploração que vigora no Brasil é divina, maravilhosa para o punhado dos donos do capital. Para aqueles que vivem da exploração do trabalho alheio. Por isso querem manter tudo como está. E para isso é necessário convencer, enganar, anestesiar, conquistar, cooptar, comprar a cabeça de milhões e milhões. E os instru-mentos ideais para isso são a TV e o rádio. É através destes instrumentos que foi criado um consenso generali-zado de criminalização da pobreza e dos movimentos sociais. Estes instrumentos difundem preconceitos e, sobretudo, conceitos, ou seja, os que devem ser os valores desta sociedade.

- Qual o modelo ideal para que sindicatos e movimentos sociais não sejam reféns da mídia, especial-

P

R

P

mente da Rede Globo?- Tem três coisas a fazer. A pri-

meira é criar a 'nossa' mídia. Investir o máximo de recursos e esforços neste campo. Se aperfeiçoar a cada dia. Se atualizar, reciclar, mas, sobretudo se convencer que sem comunicação sempre perderemos a batalha da disputa de hege-monia na sociedade. Ou seja, se só a direita se comunicar com o po-vo através de meios de comunicação de massa, ela domina-rá política e cultu-ralmente este povo. E nessa batalha, a mídia desempenha o papel de verdadeiro par-tido da burguesia. A mídia é o verdadeiro partido do capital. A segunda é lutar pela democratização da mídia, democratização das ondas magnéticas (TV e Rádio). Hoje, as ondas do rádio são um enorme latifúndio nas mãos de alguns grupos familiares ou econômicos. É preciso fazer uma "Reforma Agrária no ar". Ou seja, rever totalmente as atuais "concessões" de rádio e TV e

Rdemocratizar este espaço. É preciso abrir canais de rádio e TV para os trabalhadores. Para o povo. Mas isso só se faz com milhões de manifestantes nas ruas. O resto é ilusão. Ou criamos nossas TVs e rádios, com os mesmos subsídios através da propaganda dos governos

que a mídia patronal possui, ou ficaremos sempre só

choramingando. A ter-ceira coisa é comba-ter a cada segundo a mídia do inimigo de classe. Comba-ter com dados, fatos verdadeiros e

que sirvam para fazer avançar a digni-

dade do povo. Mostrar como ela manipula, como

mente, como deforma corações e mentes a serviço do capital.

- Como avalias a imprensa alternativa nos dias atuais? Algum e x e m p l o q u e c o n s i d e r e s importante citar?

- Estamos longe muito longe de uma imprensa que possa se contrapor à imprensa patronal.

P

R

Temos mil jornaizinhos dispersos, espalhados e fragmentados. E pior, muitos são horrorosos. Feios que dói! Vão direto para o latão de lixo. Temos boas revistas como a Brasil de Fato, a Caros Amigos, a Fórum, o Le Monde Diplomatique, a Retrato do Brasil, a Revista do Brasil, além de Carta Capital, muito inteligente e necessária para entender nosso país. Mas, todas elas têm uma pequena tiragem e conseqüentemente pouca penetração e por 77 razões não alcançam um grande público. É preciso dar passos para unificar esforços, chegar a ter 2 milhões e setecentos mil exemplares do nosso jornal como o bispo Macedo tem o seu. É possível... se dermos qui-nhentos passos para chegar a isso. Um dos grandes problemas que enfren-tamos é não termos coragem de falar que, nós, da esquerda, lemos muito pouco. Repito o meu bordão que No Brasil não faltam boas revistas e livros. Faltam leitores . Acredito que este é um grande problema nosso. Mas, para além desse, precisamos avançar na unificação de esforços, superando nossos sectarismos e particularismos.

- Qual a importância da linguagem na construção de um discurso que não seja o da chamada mídia burguesa ?- Simples. No Iraque fala-se árabe.

Na China, chinês. Na Alemanha, alemão e no Brasil? Português. Sim, mas há o português e português. Há a língua falada e entendida pelos 80% que têm uma escolaridade básica. Algo tipo seis ou sete anos de banco de escola. A média, em nosso país, é por volta de sete anos. Com esta escolaridade, muitas palavras e expressões não são compreendidas. E há a linguagem dos 20% ou 10% que entendem quase tudo. Se quisermos convencer milhares e milhões das nossas propostas, da nossa política, é necessário que se comunique numa língua que esses milhões entendam. Se não é um diálogo de surdos. É comum muitos militantes devotados à causa de mudar o mundo, falar uma linguagem que os normais não entendem. Nós falamos economês, juridiquês, intelectualês, informa-tiquês, sindicalês, politiquês e por aí vai. E os normais .... aqueles com cinco ou seis ou oito anos de escola? Como é que ficam? Este é um dos tantos problemas a ser encarado.

P

R

Page 10: Jornal SEDUFSM de Junho 2010

EXTRA-CLASSE

10 Publicação da Seção Sindical dos Docentes da UFSM / ANDESJUNHO 2010

FRITZ NUNES

Mídia promove a “desinformação”, afirma professor da PUC

Num país em que o povo é tratado como gado e em que a democracia é uma grande ilusão , o papel da mídia é promover a desinformação . A opinião categórica é do escritor e professor de jornalismo da PUC-SP, José Arbex Jr. Ele participou no dia 21 de maio do painel Disputa de hegemonia: o papel da imprensa , juntamente com o escritor, Vito Gianotti. A palestra fez parte da programação do III Encontro de Comunicação do ANDES-SN, que ocorreu entre os dias 21 e 23 de maio, em Brasília, organizado pelo Coletivo de Comunicação e Grupo de Trabalho de Comunicação e Arte (GTCA) do Sindicato Nacional. A SEDUFSM esteve representada nas atividades pelo diretor de Comunicação, professor Rondon de Castro e pelo assessor de imprensa, jornalista Fritz Nunes.

Se de um lado a crítica é contundente aos meios de comunicação, Arbex, que é autor de livros como Showrnalismo, a notícia como espetáculo , enfatiza espe-cialmente o papel que considera nocivo da televisão. Segundo ele, que possui uma atuação militante na organização de comunidades como da Favela do Vidigal, no Rio de Janeiro, um dos entra-ves a qualquer debate político é a novela das oito, da Rede Globo. Não existe reunião na comunidade enquanto estiver passando a novela das oito , destaca o professor. Segundo Arbex, certos programas de televisão funcionam como uma espécie de morfina em relação aos problemas enfrentados pelas co-

Comunicação não deve ser secundáriaPara o jornalista, escritor e coordenador do Núcleo

Piratininga de Comunicação (NPC), Vito Gianotti, tem muitas pessoas que relativizam o poder da mídia, especialmente da Rede Globo. Entretanto, segundo ele, isso não pode ser minimizado. A mídia, especial-mente a Globo, tem um poder quase absoluto . Gianotti ressalta também que precisamos destruir a ideia de que a comunicação é secundária . Para ele, se o objetivo é construir uma outra hegemonia, que não seja reflexo do pensamento da elite, é vital o investimento em Comunicação. O dinheiro mais bem empregado de qualquer sindicato é na comuni-cação , defendeu ele. Na concepção de Vito Gianotti, é preciso ganhar a cabeça das pessoas , e isso tem que ser feito através do debate, cujo meio principal a fazê-lo é a comunicação.

O palestrante criticou fortemente a Rede Globo e se utilizou da novela recém-acabada Viver a Vida , como exemplo: Essa novela acabou com qualquer respeito aos negros. Quem diz não sou eu, mas o Joel Zito Araújo, cineasta e roteirista , disse. Pela pri-meira vez haveria uma protagonista negra numa tele-no-vela. E, em determinado momento, a personagem de Taís Araújo apanha de joelhos de uma mulher

José Arbex Jr.(d) no debate sobre o papel da mídia com Vito Gianotti(e)

munidades, que carecem de educação, de saúde, entre outras precariedades.

O escritor e jornalista fez um breve histórico da exclusão que a maior parte da população sempre experimentou desde a descoberta do país: escravidão dos negros, massacre dos povos primi-tivos, completamente alijados de qual-quer direito, passando por uma Repú-blica que conseguiu ser mais conser-vadora que a monarquia absolutista, no ponto de vista dele. A situação permanece assim e até piora em alguns aspectos nos anos seguintes.

Com a modernização conservadora de Getúlio Vargas, nos anos 30, os anos JK dirigidos por transnacionais e a ditadura militar de 64, não se constitui minimamente o que se poderia chamar de democracia: O que tem a mídia a ver com isso? Absolutamente tudo , atacou Arbex.

Arbex comentou que a Rede Globo foi criada pela ditadura militar, em 1965, para constituir um imaginário de um país unificado, feliz, respeitoso das leis, cortês, de cidadãos pacatos. E a Rede Globo cumpriu plenamente o seu

papel , disse. Isso ficou claramente estabelecido em 1970: em plena ditadura, nunca se torturou tanto, nunca se matou tanto. No entanto, você ligava a TV e era 'Todos juntos, vamos pra frente, Brasil'... , disse. O professor da PUC lembrou que, na Europa, existem rigorosas legislações para limitar, por exemplo, a propaganda dirigida ao público infantil, algo que é absolu-tamente liberado no Brasil: Se você tenta discutir isso, vai ser chamado de 'chavista', 'cubano'. Aqui no Brasil ficou tão comum que ninguém nota , observou.

Para ele, não entender o papel dos meios de comunicação é não entender o que foi Joseph Goebbels (ministro da propaganda nazista). E a esquerda é incapaz de fazer esse debate. O verda-deiro intelectual desse país são os meios de comunicação de massa, a Rede Globo em especial. O caminho é muito árduo , disse.

Apesar da conjuntura desfavorável, o professor da PUC-SP fez questão de dizer que não está tudo acabado: Não tem nada terminado. Está começando. É só ver o que está acontecendo no mundo , disse. Arbex se refere à crise vivida pela Europa: Quem poderia prever há cinco meses que o euro estaria no limiar de uma crise monumental? , questionou. De acordo com ele, a história não é estática e a esquerda tem urgência de aprimorar sua Comunicação para os embates que estão se avizi-

nhando .

branca. Outro personagem negro da novela, o Bené, que optou por sair da vida de crimes, foi assassinado na favela: Qual a mensagem? Não tem saída para o negro. Onde é que tem isso, na bíblia? Quem manda essas mensagens é a Globo, para 50 milhões de pessoas , criticou.

Um exemplo da falta de prioridade à comunicação por parte dos sindicatos estaria demonstrado pelos jornais desse segmento. Segundo Gianotti, que é um estudioso da imprensa operária e sindical, entre os anos de 1870 a 1930 havia 500 jornais operários no Brasil. E, durante a ditadura militar, o país chegou a ter 150 jornais alternativos. Na atualidade, conforme o coordenador do NPC, existe um único jornal sindi-cal diário, que é o do Sindicato dos Bancários da Bahia. Com quais instrumentos estamos comba-tendo a Rede Globo? Tem o Brasil de Fato, que é mais uma revista em papel jornal. Tem a Carta Capital, a Caros Amigos... , disse. Temos que ter uma Comu-nicação muito forte pra disputar a hegemonia , completou.

Vito Gianotti também fez no III Encontro de Comunicação o lançamento de seu mais novo livro:

Dicionário

Dicionário de Politiquês . Segundo ele, a lingua-gem é uma ferramenta essencial para transmitir uma política. Temos que espalhar essa proposta: falando e escrevendo. A constatação que nós fazemos é que temos dificuldade para nos entendermos. Temos que evitar o 'informatiquês', o 'jurisdiquês', o 'econo-mês'... Não é rebaixar a linguagem, não é melhorar... é traduzir. Esse livro é uma ferramenta , acrescentou. (Leia entrevista com Vito Gianotti nas págs. 08 e 09)

Ao fim de sua exposição, o jornalista José Arbex Jr. divulgou uma campanha em favor da manutenção da Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), idealizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e construído por meio do trabalho voluntário de 1.115 militantes dos diversos movimentos sociais brasileiros. A ENFF passa por dificuldades e precisa de aproximadamente R$ 100 mil por mês para seu funcionamento. Foi criada uma associação dos amigos da instituição, em dezembro do ano passado, para conseguir R$ 20 de cada a s s o c i a d o . M a i s i n f o r m a ç õ e s e m http://amigosenff.org.br (Textos: Fritz Nunes e Kelvin Mello, da SEDUFSM e ADUFRJ)

Sem Terra

Page 11: Jornal SEDUFSM de Junho 2010

EXTRA-CLASSE

Publicação da Seção Sindical dos Docentes da UFSM / ANDES 11JUNHO 2010

REINALDO PEDROSO

Fotos: FRITZ NUNES

- Para presidente,três candidatos

canhotos. - Um é ambidestro.

Apontadas diretrizes à comunicação do ANDES-SN

Depois de um grande esforço do Grupo de Trabalho de Comunicação e Arte (GTCA) e do Coletivo de Comunicação do ANDES-SN, ocorreu em Brasília de 21 a 23 de maio o III Encontro Nacional de Comunicação do Sindicato Nacional. Cer-ca de 50 pessoas entre diretores de seções sindicais, diretores do ANDES-SN, jornalistas e outros profissionais da área de Comunicação, participaram da ativi-dade, que aconteceu no auditório do Hotel Saint Paul. No evento da capital federal, os coordenadores do GTCA/Coletivo de Comunicação apresentaram aos partici-pantes uma síntese dos encontros regio-nais de Comunicação ocorridos em Curi-tiba, Manaus, São Paulo e Cachoeira (BA), no mês de abril. A SEDUFSM este-ve representada na atividade pelo diretor de Comunicação, professor Rondon de Castro, e pelo assessor de imprensa, jornalista Fritz Nunes.

Foram definidas linhas gerais do que poderá ser uma Política de Comunicação do Sindicato e de suas seções sindicais. Uma das prioridades é a destinação de recursos para o setor. Segundo um dos integrantes do Coletivo e futuro tesoureiro geral do ANDES-SN, professor Helvio Mariano, a previsão de gastos em Comu-nicação para 2011 não existia. Havia apenas um traço na rubrica da Comu-nicação, mas nós conseguimos que conste inicialmente um valor de 50 mil reais . A questão financeira da Comunicação do ANDES-SN, bem como de outras propos-tas para a área, deverão ser discutidas durante o 55º CONAD, que ocorrerá de 24 a 27 de junho em Fortaleza (CE).

Articulação dos movimentosAs dificuldades para estabelecer uma política de comunicação parecem ser

generalizadas. Ao menos foi o que se ouviu na explanação da jornalista Claudia Costa, que faz a assessoria de imprensa da Coordenação de Lutas (Conlutas). Segundo ela, é difícil convencer os dirigentes sindicais de que é preciso investir em comunicação. Mesmo oficializada em 2006, conta Claudia, a Conlutas passou dois anos sem assessor de imprensa. O desafio passará a ser ainda maior, conforme a jornalista, porque a partir do Congresso da entidade, nos dias 3 e 4 de junho, a unificação que deve reunir outras entidades à Conlutas, como a Intersindical, deve significar uma representatividade de mais de 3 milhões de trabalhadores.

Claudia Costa participou do painel Movimentos Sociais e suas assessorias de comunicação , no sábado, 22 de maio, em Brasília. Na mesa também estiveram a jornalista Maria Mello, da assessoria de imprensa nacional do Movimento Sem Terra e Rodrigo Correia, da assessoria de imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos. O debate também fez parte da programação do III Encontro de Comunicação do ANDES-SN.

Maria Mello, que atua faz cinco anos na assessoria do MST, destacou que a experiência dos sem-terra no setor de Comunicação já tem 26 anos. O carro-chefe em termos de divulgação compreende o jornal, a revista e um site (página eletrônica). Além disso, o MST possui uma agência rádioweb (rádio na internet) e recentemente abriram uma conta no twitter (microblog). Conforme a jornalista, a página do Movimento é o principal instrumento de disputa de hegemonia em termos de comunicação. Afora isso, existe ainda um blog que é abastecido com artigos e comentários de jornalistas e apoiadores da causa da reforma agrária. O endereço é www.reformaagraria.blog.br

Rodrigo Correia, do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, destacou a importância de se ter um jornal. O sindicato em que atua possui uma edição semanal com impressão de 22 mil exemplares, que é o Jornal do Metalúrgico . Além disso, também implementaram a ideia da segmentação. O sindicato roda um jornal específico para a família dos associados: O Metalúrgico em família . Esse segundo periódico é trimestral e roda 19 mil exemplares. Afora isso, a entidade sindical está qualificando a sua página na internet. E se utiliza de outros meios, como por exemplo, a produção de materiais de áudio e vídeo.

Ao final desse painel, o responsável pela Encarregatura de Imprensa e Divulgação do ANDES-SN, professor Manoel Luís Martins da Cruz (Maneca), ressaltou que as informações trazidas pelo setor de comunicação dos diferentes segmentos demonstravam que não é possível fazer ação política sem comunicação . Segundo ele, ainda padecemos do mal de que entendemos de tudo, mas precisamos descer da nossa arrogância , criticou Maneca.

Cerca de 50 pessoas entre diretores e jornalistas presentes no encontro do ANDES-SN

Debate: Rodrigo (Metalúrgicos), Maria (MST) e Claudia (Conlutas)

Diversas ideias foram abordadas no III Encontro de Comunicação, a partir do subsídio dos eventos regionais. En-tretanto, uma das propostas que constará do relatório final se refere a recuperar deliberações tomadas em eventos do ANDES-SN. Durante o 21º Congresso, ocorrido no Rio de Janeiro, ficou deci-dido que o Sindicato Nacional deveria ter três jornalistas contratados. Entre-tanto, segundo o próprio Helvio Maria-no, houve um claro retrocesso nessa questão. Durante todo o ano de 2009, o ANDES-SN teve apenas uma jornalista e ainda trabalhando meio turno. Somen-te em fevereiro deste ano é que a profis-sional foi contratada para atuar em dois turnos e, um mês depois, procedeu-se à seleção de mais uma jornalista. O consenso do Encontro de Brasília é que a estrutura do Sindicato Nacional deve ser ampliada e qualificada.

Obteve apoio majoritário também a proposta de que continuem ocorrendo anualmente os Encontros de Comuni-cação, que teriam uma fase preparatória nos encontros regionais.

- Promover curso de formação sindical para os jornalistas do ANDES-SN e das seções sindicais;- Recomendar a contratação de, no mínimo, um jornalista pelas secretarias regionais do ANDES-SN;- Retomar a produção de jornais-murais com material do ANDES e das res-pectivas seções sindicais;- Estudar a retomada de um jornal impresso do Sindicato Nacional.- Rediscutir a revista Universidade e Sociedade .- Criar uma comissão e preparar material para os 30 anos do ANDES-SN.- Articular uma rede de comunicação en-tre jornalistas do ANDES-SN.- Divulgar o setor de documentação (CEDOC) do Sindicato Nacional como importante fonte de divulgação.- Realizar encontros regionais de Comu-nicação do Sindicato Nacional.- Realizar anualmente um Encontro Na-cional de Comunicação do ANDES-SN.

Algumas propostas:

Page 12: Jornal SEDUFSM de Junho 2010

ARTIGO

12 Publicação da Seção Sindical dos Docentes da UFSM / ANDESJUNHO 2010

CD

DICA CULTURAL

Preço:

Quem ouviu?R$ 24,90 (www.somlivre.com)

Rejane Miranda (*)

Noel Rosa, 100 anos de celebração

Geoma - O câncer da TerraMelanoma é um câncer (origem nos

melanócitos que dão cor à pele; mais o sufixo "-oma" = tumor), resultante de d iv isão ce lu la r in tensa , com proliferação invasiva, descontrolada, de caráter maligno, destrutiva, desrespeitando limites teciduais e não r e spondendo ao con t ro l e do organismo. As lavouras de árvores exóticas repetem tais processos tumorais, via "plantações cancerosas exót icas" , que crescem e se multiplicam, lesando gravemente a organização biológica e geológica. Suas metástases (transferência para outro locais) incrustam-se no solo, ultrapassam cercanias, indo enfermar e debilitar alhures, muito além dos interesses cidadãos do Estado. Assim, por inegável similitude, deve-se nominar esta patologia lavoural de GEOMA - tumor maligno da terra. Pinus, acácia e eucalipto são árvores como muitas outras, mas por serem estranhas ao meio e cultivadas em larga escala, ocupam solo de vegetação nativa e produção alimentar, invadindo o Pampa, gerando distenções ambientais e sociais. Pior, têm sua organização celular transformada para geração de lucro e acúmulo financeiro de poucos.

As empresas geoncogênicas - que causam GEOMAS, ignoram até imposições constitucionais, e são estimulados por governos, via repasse do vigor financeiro de impostos surrupiados da população. Os GEOMAS desestruturam e matam por inanição (falta de nutrição) "tecidos sadios" - agricultura familiar, cidadania desenvolvimento econômico, segurança alimentar... Os chamados "genes supressores tumorais", que no homem combatem metástases, também são ineficazes nos GEOMAS, aqui representados na apatia e letargia de alguns órgãos públicos, informativos e até de "ONG empresariais". Este "sistema imunológico" inoperante, não consegue trabalhar no benefício comum e saúde do "organismo Estado". As empresas geoncogênicas ludibriam a população com falsas atuações, como restauro de prédios, presenteando criancinhas nas escolas, inaugurando reservas biológicas, promovem congressos, sempre afirmando o seu interesse no bem coletivo, cuidado com o ambiente e pungente nacinalismo. Mas suas toxinas mortais atuam como carcinógenos humano (ex: fumo), e os carcinógenos terrestres são utilizados livre e criminalmente, como agrotóxicos, herbicidas totais, aragem "morro abaixo", venenos potentes, pulverizações, tudo ocasinando desaparecimento de rios, salinização do solo, alteração do

Althen Teixeira FilhoProfessor do Instituto de Biologia da Universidade Federal de Pelotas

Os Geomas já

laceram o corpo pampeano em

mais de 520 mil hectares

Em 2008, todas as canções compostas por Noel Rosa caíram no domínio público. A lei dos direitos autorais determina que 70 anos após a morte de um artista, sua obra torna-se patrimônio do povo. Em 2010, lembramos o centenário de nascimento deste que foi um dos mais importantes sambistas de todos os tempos. A Unidos da Vila Isabel, bairro onde nasceu, reverenciou a obra de Noel no desfile de carnaval deste ano, com o samba-enredo com-posto por Martinho da Vila. Outras homenagens mostram que as composições do "Poeta da Vila" atravessaram décadas sem cair no esquecimento. Noel Rosa

100 Anos de Celebração é uma delas. O disco reúne grandes intérpretes da obra do mestre como Beth Carvalho, Maria Be-thânia, Chico Buarque, Martinho da Vila, entre outros. Noel Rosa era um excelente cronista do cotidiano, tendo composto diver-sas canções que primaram pelo humor e pela crítica à sociedade da época, mas que continuam atuais, característica da obra de um grande artista. (* Jornalista - produz e apresenta o programa Fazendo Arte, de segunda a sexta, às 11h5min, na Rádio Universi-dade - 800 AM. Endereço na internet: www.ufsm.br/fazendoarte)

Pampa, intoxicação e morte intensa de animais silvestres e, inclusive, do homem.

Os GEOMAS causam profunda debilidade e desequilíbrio no organismo terrestre, social, e as feridas tumorais já laceram o corpo pampeano em mais de 520 mil hectares. A população sente seus efeitos, sem

identificar suas origens, e o solo doente espelha melanomas, os escuros e terriveis cânceres que

acometem a pele humana. A cura dos GEOMAS não apresenta horizontes d e f i n i d o s . P o s s i v e l m e n t e u m a conscientização social, associada à uma "vacinação eleitoral" resolvesse, mas as empresas geoncogênicas continuam com

propagandas enganosas e atuando em conluio com más formações políticas, gerando pústulas

eleitorais, ambientais e sociais. Pior, a medicação para combater tais tumores não tem gerado resultados adequados, pois os agentes etiológicos (causadores) dos GEOMAS têm alta resistência contra doses medicamentosas maciças de ética, moral, decência, cidadania e respeito humano. As regiões laceradas por estes GEOMAS terão "vida breve" e, depois do fim, as empresas geoncogênicas farão o que já fizeram; irão embora dizendo que não vale a pena investir na nossa região. E nós, da dita "metade sul", mais uma vez, ficaremos com os restos insepultos da ganância e irresponsabilidade de poucos, e da apatia de muitos.