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DIRECTOR JOSÉ ROCHA DINIS | DIRECTOR EDITORIAL EXECUTIVO SÉRGIO TERRA | Nº 4029 | SEGUNDA-FEIRA, 21 DE MAIO DE 2012 10 PATACAS “Paulo Bento conseguiu recuperar a selecção”, diz António Conceição Júnior CENTRAIS PÁG 10 Tuna infanto-juvenil estreou-se com músicas tradicionais Sondagem indica que 70 por cento dos jovens preferem trabalhar em Macau A Federação de Juventude de Macau realizou um inquérito sobre o planeamento profissional dos jovens que residem actualmente em Macau. E de acordo com o resultado dessa mesma sondagem, 70 por cento dos inquiridos escolheram Macau como lugar de trabalho, enquanto, por outro lado, 12 por cento mostraram interesse em trabalhar no Interior da China. Já menos de 10 por cento mostraram querer trabalhar em Hong Kong, indicando ter expectativas de um salário superior a 20 mil patacas por mês. Noutra questão colocada, 80 por cento manifestaram receio que os alunos universitários não residentes mas que estudam em Macau possam dificultar a vida dos residentes caso pretendam trabalhar no território. Este tema tem sido muito debatido ultimamente, até na Assembleia Legislativa. “Comunidade macaense não precisa das eleições para dizer que está presente” ALFREDO RITCHIE EM ENTREVISTA AO JTM PÁG 2 E 3 Paulino Comandante diz que população tem mais consciência dos direitos PÁG 5 Apelo à coesão e unidade nacional do novo Presidente de Timor-Leste PÁG 18 Instituto de Habitação engana-se nas contas e perde 21,6 milhões PÁG 4 Académica leva Taça para Coimbra 73 anos depois ÚLTIMA

JTM 21-05-2012

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Jornal Tribuna de Macau

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Page 1: JTM 21-05-2012

Director José rocha Dinis | Director eDitorial executivo sérgio Terra | Nº 4029 | seguNDa-feira, 21 De maio De 2012

澳門論壇日報 10 PaTacas

“Paulo Bento conseguiu recuperar a selecção”, diz António Conceição Júnior

centraisPág 10

Tuna infanto-juvenilestreou-se com músicas tradicionais

Sondagem indica que 70 por cento dos jovenspreferem trabalhar em Macaua federação de Juventude de macau realizou um inquérito sobre o planeamento profissional dos jovens que residem actualmente em macau. e de acordo com o resultado dessa mesma sondagem, 70 por cento dos inquiridos escolheram macau como lugar de trabalho, enquanto, por outro lado, 12 por cento mostraram interesse em trabalhar no interior da china. Já menos de 10 por cento mostraram querer trabalhar em Hong Kong, indicando ter expectativas de um salário superior a 20 mil patacas por mês. Noutra questão colocada, 80 por cento manifestaram receio que os alunos universitários não residentes mas que estudam em macau possam dificultar a vida dos residentes caso pretendam trabalhar no território. este tema tem sido muito debatido ultimamente, até na assembleia legislativa.

“Comunidade macaensenão precisa das eleições para dizer queestá presente”

ALFREDO RITCHIE EM ENTREVISTA AO JTM

Pág 2 e 3

Paulino Comandante diz que população tem mais consciência dos direitos Pág 5

Apelo à coesão e unidadenacional do novo Presidentede Timor-Leste Pág 18

Instituto de Habitaçãoengana-se nas contas e perde 21,6 milhões Pág 4

Académica leva Taça para Coimbra 73 anos depois

última

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pág 02 segunda-feira, 21 de maio de 2012 jORnAL TRIbunA DE mACAu

Propriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administração: José Rocha Dinis • Director: José Rocha Dinis Director Editorial Executivo: Sérgio Terra • Grande Repórter: Raquel Carvalho • Redacção: Fátima Almeida, Helder Almeida, Pedro André Santos e Viviana Chan • Colaboradores: José Luís Sales Marques, Miguel Senna Fernandes, Rogério P. D. Luz (S. Paulo) e Rui Rey • Colunistas: Albano Martins, António Aresta, António Ribeiro Martins, Daniel Carlier, Henrique Manhão, João Guedes, Jorge Rangel, Jorge Silva, Luis Machado e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Suzana Tôrres • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected] e [email protected]) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa e Xinhua Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

jORnAL TRIbunA DE mACAu

local(...) “Este ano foi engraçado porque apareceram quatro estudantes da Escola Portuguesa que pela primeira vez tiveram contacto com o patuá (...) ficaram surpreendidos, mas gostaram. Com o pouco que estamos a fazer ficamos já contentes por sentir que a nova geração está aberta para preservar este legado (...)” - Alfredo Ritchie

“(...) No meio desta população de mais de meio milhão de pessoas, as comunidades macaense e portuguesa não têm expressão em termos numéricos, por isso, a nossa maneira de fazer política terá de ser diferente, mais subtil e indirecta (...)” - idem

ALFREDO RITCHIE EM ENTREVISTA AO JTM

É preciso “ceder lugar” aos jovensNa vida real é médico há cerca de 40 anos, mas no palco veste a pele de diversas personagens para preservar o legado maquista. Alfredo Ritchie está satisfeito com a nomeação do teatro em patuá para Património Intangível, mas o futuro da comunidade continua a ser “uma incógnita muito grande”. É preciso despertar o interesse dos jovens para as actividades da comunidade e ceder-lhes “um lugar” na vida associativa já seria um passo, observa em entrevista ao JTM. Distante da política, Alfredo Ritchie acredita ainda que não é preciso entrar na corrida eleitoral para que os macaenses afirmem a sua posição

É um dos veteranos do Patuá. Depois da nomeação do teatro maquista para Património Intangível, este legado ficará mais protegido?

- É importante para Macau e sobretudo para a comu-nidade portuguesa – quando eu digo portuguesa incluo a macaense – por ser uma relíquia do passado. O patuá pode ser uma espécie de argamassa que liga os macaenses. É para nós um motivo de satisfação o Governo ter considerado o Patuá como Património Intangível.

- No próximo ano o grupo Dóci Papiaçám di Macau faz 20 anos...

- Eu próprio já me tinha esquecido disso. Quando come-morámos o 15º aniversário e o Miguel de Senna Fernandes [encenador e dramaturgo] me veio falar no 20º fiquei bo-quiaberto... Como o tempo passa! A ideia dele é fazer duas peças no próximo ano e eu fico arrepiado (risos). É muito trabalho, cada peça das que apresentamos no Centro Cul-tural requer dois meses e meio de ensaios todas as noites e isso sai-nos do corpo, por isso, é preciso muito espírito de sacrifício. É preciso termos o amor pelo patuá num nível muito elevado. Não estamos a ganhar nada, somos uns ca-rolas (risos). Em relação às peças não sei qual é a ideia do Miguel. Ainda se forem coisas pequeninas.... Ele tem sido uma pessoa incansável, parece que a sua energia vem de um vulcão. Para a história de Macau e da comunidade seria quase impensável ter um grupo que vai fazer 20 anos, creio que é a primeira vez que está a acontecer.

- Por essas razões é altura do Grupo ter um novo esta-tuto ou apoio mais amplo?

- Todos os anos temos o apoio do Instituto Cultural para levar a cabo as récitas que estão integradas no Festival de Artes. O que temos vindo a transmitir em algumas reuni-ões com o Chefe do Executivo, não só o actual como com o anterior, é sobretudo a necessidade de termos uma sede onde possamos ensaiar. Até ao ano passado realizávamos os ensaios na sede da APIM, mas este ano para surpresa nossa não pudemos ensaiar lá. Segundo o presidente da APIM, a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude emitiu uma carta que proibia os ensaios. À última hora começámos a ensaiar no Riquexó. Uma sede seria necessária não só para os ensaios, mas também para colocar os nossos adereços. Te-mos coisas de mais de 10 anos acumuladas que estão num canto do Riquexó. Das reuniões que tivemos com os gover-nantes ficou sempre a promessa que iria ser concedida uma sede, mas continuamos à espera.

- Devia haver por parte das autoridades um apoio maior?

- Com a transição, o Instituto Cultural não deixou de apoiar, nesse sentido não tenho razão de queixa e penso que é suficiente para fazermos as nossas peças. Nenhum de nós é obrigado a participar. Estamos a colaborar com o Miguel para preservar aquilo que temos. Este ano foi engraçado porque apareceram quatro estudantes da Escola Portugue-sa que pela primeira vez tiveram contacto com o patuá. Não imaginavam o que era patuá, porque os pais já não falam. Por isso ficaram surpreendidos, mas gostaram. Isso é o mais

importante. Com o pouco que estamos a fazer já ficamos contentes por sentir que a nova geração está aberta para preservar este legado.

- Apesar da participação de alguns jovens será difícil assegurar o futuro deste dialecto. Como é que pensam fa-zer para que não se perca?

- Houve uma altura que o Miguel teve a ideia de incluir o Patuá como língua opcional na Escola Portuguesa. E como presidente da Associação dos Macaenses ainda tem esse projecto, que só ainda não foi avante porque não consegue andar com tantas coisas ao mesmo tempo, mas a ideia está lá. Tem de se fazer uma espécie de um curso de patuá.

- E os jovens estão sensibilizados?- Estamos a tentar passar o testemunho, mas se eles não o

quiserem receber não podemos fazer mais nada. Mas penso que há vontade. O que é importante agora é despertar-lhes o interesse, porque quando são chamados colaboram.

- Com todas estas mudanças na sociedade que comu-nidade macaense se está a construir para o futuro?

- É uma incógnita muito grande. Num artigo publicado no Jornal Tribuna de Macau, o presidente da Casa de Ma-cau em Portugal também mostra preocupação pela falta de participação dos jovens. Os jovens têm de aparecer e para eles aparecerem os mais velhos terão que ceder o lugar. Não basta dizer que eles têm de aparecer. Temos de ceder porque se não o fizermos não aparecerão. Ainda temos alguns anos e espero que até então as coisas se concretizem e as pessoas da geração mais nova, não só as locais, mas também as da diáspora, tenham a oportunidade de aparecer e de dizer de sua palavra.

- Muitos estão longe de Macau e nem falam as línguas de raiz. Como é que podemos pensar na comunidade ma-caense do futuro?

- Pois, é quase uma utopia. Basta ver pelos nossos filhos que no trabalho deles estão assoberbados e depois também têm as suas famílias. Falta-lhes tempo. Terão de encontrar pelo menos duas horas por semana para se dedicarem a este propósito, se não é só falar e não há actuação.

- Anunciaram, durante o Encontro Juvenil de Maca-enses, a criação de uma associação de jovens. É apologista desta ideia ou também é uma das vozes críticas?

- A minha primeira reacção foi: já são tantas associações aqui em Macau. Mais uma? Será necessária e sobretudo com esse rótulo de jovens? Daqui a dez anos continuam a ter esse nome? Uma associação com jovens talvez sim, mas não com este nome. Daqui a dez anos vão ter de o mudar. O importante é que as pessoas apareçam nas associações que já existem em Macau há tantos anos e as quais têm mostra-do trabalho feito. As pessoas são livres de terem ideias e eu não desaprovo... É esperar para ver.

- Falta uma projecto de continuidade?- Não basta dizer-lhes que apareçam, é preciso que eles

possam aparecer. E para que estejam presentes e façam o seu

trabalho há que deixar vagas e isso não está a acontecer. - Essas vagas seriam, por exemplo, nas presidências

das associações?- Quando há eleições das várias associações podiam cha-

má-los para pertencer aos corpos gerentes. Ceder lugar para os jovens seria um passo para começarem a estar integrados na vida associativa.

- Tal como acontece nas actividades culturais esperava uma maior participação política dos macaenses?

- Desde há muitos anos que me desliguei. Fui muito acti-vo até à transição, mas depois as coisas mudaram. Naquela altura a Administração era outra e a partir de então passei a ter uma postura mais passiva.

- Mas a política seria uma boa via para os macaenses afirmarem o seu papel?

- É tudo bastante limitado, porque no meio desta popu-lação de mais de meio milhão de pessoas as comunidades macaense e portuguesa não têm expressão em termos nu-méricos, por isso, a nossa maneira de fazer política terá de ser diferente, mais subtil e indirecta. Teremos que aproveitar o bom relacionamento entre a Administração e a comuni-dade macaense para tentarmos levar a água até ao nosso moinho sem espalhafatos.

- Mas essa maneira indirecta poderá ser por exemplo através de um lugar indirecto na Assembleia Legislativa?

- Não... Deveria mas não está a ser... Essa fórmula de eleição indirecta foi criada para tentar colmatar as pequenas “falhas” da Assembleia Legislativa, mas infelizmente dei-xou de ser assim...

- Entretanto já foram anunciadas duas candidaturas de macaenses...

- Como disse, não dou importância a isso. Há quase 12 anos que essas coisas acontecem. É uma luta desigual, por-que o número de eleitores portugueses é tão pequeno que o objectivo acabou por ser uma participação sem intuito de ganhar, para dizer que estamos presentes. A comunidade macaense não precisa, no meu entender, dessas eleições para dizer que está presente. Há outras formas de manifes-tarmos a nossa presença e muito mais consensuais do que as eleições.

- Como por exemplo?- Por exemplo o patuá é uma dessas formas. Vamos fazer

20 anos e fico mesmo surpreendido como um grupo como os Dóci Papiaçám di Macau consegue sobreviver durante tanto tempo com actividade, trabalho demonstrado e sem problemas. Quando as pessoas acreditam num projecto não há entraves. Claro que trabalhamos com sacrifício, mas po-demos ver os resultados. Somos o único grupo de Macau que consegue encher o grande auditório duas noites.

-Também é da opinião que é difícil definir quem é um macaense?

- Não dou importância a isso. Se a pessoa se sente como um macaense muito bem, para mim basta.

fátima almeida

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“Não há desculpa” para falhas na SaúdeAbraçou um trabalho que depressa se tornou numa vocação. Apesar das dificuldades do passado, Alfredo Ritchie orgulha-se de ter criado o Serviço de Endoscopia, em 1980, mas desilude-se quando esbarra no presente. Foi com pena, confessa, que ouviu o director dos Serviços de Saúde adiar a conclusão das obras do novo hospital. Para o gastroenterologista “não há desculpa” para falta de recursos na área da saúde. Em entrevista ao JTM, diz ainda temer que o Governo não esteja a “dar prioridade” às questões mais importantes, mas acredita no profissionalismo dos médicos que continuam a sua missão diariamente

Ainda exerce medicina. Recorda-se do tempo em que começou a ser médico e dos desafios que enfrentava?

- Regressei a Macau em Novembro de 1974, de-pois da Revolução de Abril, como alferes médico mi-liciano. Ou seja, era da tropa, mas comecei também a trabalhar nos Serviços de Saúde. Naquela altura havia no total 17 médicos, incluindo o director. Em alguns momentos até o próprio director teve de trabalhar nos serviços de urgência, que contavam apenas com um médico. Éramos poucos. A partir dos anos 80 as coisas começaram a melhorar uma vez que decidiram alte-rar a legislação permitindo aos médicos auferir ven-cimentos mais atractivos. Então vieram muitos profis-sionais de Portugal, incluindo especialistas. Também nessa época mudaram a legislação para permitir a ad-missão de médicos do Interior da China, após um es-tágio no Hospital Conde de São Januário. Sou da área da gastrenterologia e ainda treinei as duas médicas que estão nos Serviços de Endoscopia do Hospital. A coisa mais importante para mim foi ter criado o Ser-viço de Endoscopia, que este ano faz 32 anos. Agora o hospital é uma confusão. São tantas pessoas para tão poucos recursos. Foi com muita pena que ouvi há dias o director dos Serviços de Saúde dizer que só em 2017 teremos o novo hospital.

- Como é que se pode compreender que o direc-tor dos Serviços de Saúde justifique a falta de recur-sos com o inesperado crescimento da população?

-Não há desculpa. O Governo não está a dar prio-ridade às questões importantes de Macau. É inaceitá-vel a população ter quase duplicado tão rapidamente e não estarmos preparados para isso. É inaceitável porque nós temos todas as condições - o Governo está afogado em dinheiro, falta a vontade.

-Dizem estar em curso uma nova contratação de médicos portugueses...

-Já ouço falar disso há tanto tempo. Segundo li na imprensa, um estudo encomendado à Universidade Chinesa de Hong Kong indica que serão necessários cerca de 200 médicos nos próximos anos. Onde é que

eles estão? Depois, o Governo alterou a legislação res-pectiva à saúde o que ainda tornou mais difícil a con-tratação de médicos. Por exemplo: há médicos maca-enses que se formaram em Portugal e não conseguem entrar nos Serviços de Saúde porque a legislação exige um estágio de 16 meses quando em Portugal é de um ano. Fico a pensar por que é que alteram estas coisas. Todos eles são médicos e especialistas e até formados em Portugal.

- Então o novo hospital em vez de, num pri-meiro momento, colmatar as falhas vai trazer mais problemas?

- A não ser que tenham planos escondidos na gaveta e de repente apareçam 100 enfermeiros, 200 médicos. Em relação aos enfermeiros também nos de-paramos com as mesmas dificuldades de contratação. Conheço um enfermeiro formado em Inglaterra que meteu os papéis para os Serviços de Saúde e não con-segue ser admitido porque também alteraram a legis-lação. Agora exigem uma licenciatura o que significa que são necessários quatro anos de curso. Acontece que este enfermeiro é formado em Inglaterra e o curso é de três anos. Fui consultar a legislação e penso que deveriam publicar um diploma para regulamentar casos como este. Falta um diploma que preveja equi-valências.

- Está previsto que 80 enfermeiros formados em Macau entrem ao serviço em Junho. O território teria também capacidade para formar médicos através de uma universidade?

- Nem pensar. Não sei como é feito agora, mas no tempo da administração portuguesa os médicos for-mados no Continente chinês vinham fazer o estágio nos Serviços de Saúde e depois da prova eram selec-cionados os melhores. Este mecanismo acredito que é viável. Agora uma faculdade implica muito inves-timento, implica trazer bons médicos especialistas, professores. Não estamos a falar numa questão de di-nheiro, porque Macau tem capitais para isso. Falta ter uma visão, uma vontade... um projecto, porque cons-truir uma Faculdade de Medicina não é fácil. Porém, com vontade e ambição podia chegar-se lá. Por exem-plo, Hong Kong tem duas universidades de Medicina que são fantásticas e as quais continuaram a seguir o padrão inglês, mesmo depois da transição.

- E com universidades qualificadas nas regiões vizinhas o que é que se passa para não haver médi-cos em Macau? Faltam incentivos?

- Uma das razões que vejo para que, por exemplo, os médicos não venham de Portugal é o câmbio do euro. E também parece que agora há menos regalias e tal não se verifica apenas em relação aos médicos portugueses. Depois há outras restrições que já não entram no domínio da vontade do Governo de Ma-cau. Por exemplo, os médicos do Continente chinês só conseguem vir para a RAEM com comissões de um ano. No Serviço de Endoscopia estava lá um médico de Pequim que gostou de Macau e as pessoas também gostavam dele, mas teve de ir embora, por causa do regulamento de Pequim.

- Os Serviços de Saúde estão a ficar descredibi-lizados para as pessoas?

-São tantas as histórias que ouvimos, algumas verdadeiras e outras exageradas. Mas o que estamos a verificar é que o hospital se tornou pequeno. Portanto, a descrença não é ao nível dos profissionais, mas sim em relação à forma como são prestados os serviços. É difícil aceitar que as pessoas marquem uma consulta e só consigam ser atendidas um ou dois meses depois. Acredito na boa formação dos nossos médicos. Na prestação dos serviços falha tudo.

- Falhou o planeamento?- Não houve planeamento. De repente, Macau

ficou com mais 200 mil pessoas e ficaram de braços cruzados a ver.

- Disse que não estão a dar prioridade às coisas mais importantes. Ao nível da educação ficou sur-preendido com o ensino de Português?

- Para espanto nosso, o número de chineses a aprender português aumentou significativamente e isso pode estar ligado à política da China em relação aos países de Língua Portuguesa. A China tem uma história de mais de 5.000 anos, vê muito ao longe. E como o seu futuro vai passar por Angola, Brasil, etc, irão precisar de muitos falantes de língua portuguesa e daí a razão para que o número de pessoas a frequen-tar as aulas tenha aumentado.

- A língua já estava a ficar esquecida em Ma-cau?

- Sim, penso que é isso. - Apesar do esforço e da presença de institui-

ções como a Escola Portuguesa?- A Escola Portuguesa só consegue trabalhar

dentro da escola. A Administração é que podia fazer mais.

- Em que sentido?- De acordo com a Lei Básica, que define o portu-

guês como uma língua oficial, a Administração podia fazer muito mais. Há muitas formas. O que interessa é haver vontade. Não havendo, as coisas ficam na ga-veta.

- Mas agora vê mais futuro para a língua por-tuguesa?

- Agora sim. Macau ao ser plataforma entre os países de língua portuguesa e a China, tendo sedeado aqui o Fórum Macau, torna-se uma forma de manter viva a obrigatoriedade do Português como instru-mento no comércio além do Inglês.

f.a.

apegado à famíliaQuando regressam as memórias da macau antiga as palavras trazem o som da saudade. e é na casa onde tem o seu consultório – mas onde em tempos viveram quatro famílias e o seu irmão nasceu – que alfredo ritchie nos recorda uma cidade serena. antes do “boom” económico as ruas ainda não “rebentavam pelas costuras” e por isso permitiam passeios sem encontrões. a enchente desmedida desagrada-o, mas tem razões para olhar o futuro com o coração cheio. “a coisa mais importante para mim é ser avô”, confessa enquanto um longo sorriso se vai desenhando naturalmente no rosto. Por isso, tanto no tempo livre em macau como nos dois meses de férias anuais o médico aproveita para estar com netos. viajar por vários países europeus é outros dos ingredientes da vida que não dispensa na companhia da mulher, depois de ambos vislumbrarem “o céu azul” de Portugal e partilharem momentos com a família. “sou bastante apegado à família. temos uma relação muito forte”, conta.

local(...) “Para espanto nosso o número de chineses a aprender português aumentou significativamente e isso pode estar ligado à política da China em relação aos países de Língua Portuguesa” (...) - idem

(...) “Uma das razões que vejo para que, por exemplo, os médicos não venham de Portugal é o câmbio do euro. E também parece que agora há menos regalias e tal não se verifica apenas em relação aos médicos portugueses” (...) –Alfredo Ritchie

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pág 04 segunda-feira, 21 de maio de 2012 jORnAL TRIbunA DE mACAu

local

1ª Vez

Acção de Interdição nº CV2-12-0085-CPE 2° Juízo Cível

Requerente: O MInIstéRIO PúblICO.Requerido:WOng WEng sEng, residente na Travessa de Coelho do Amaral, Edf. Camilo Pessanha, 6º andar G, Macau.

A MErETíssiMA Juiz do 2º Juízo CívEl do TribunAl JudiCiAl dE bAsE dA r.A.E.M.

FAz sAbEr que foi distribuída ao 2º Juízo Cível do Tribunal Jucidial de base de r.A.E.M. a Acção acima mencionada, contra WOng WEng sEng, do sexo masculino, nascido em 07 de Novembro de 1984, filho do Wong Wai Kei e de Ieong In Fan, titular do birM nº 5115411(0), residente na Travessa de Coelho do Amaral, Edf. Camilo Pessanha, 6º andar G, Macau, para o efeito de ser declarada a sua interdição por anomalia psíquica.

Macau, aos 09 de Maio de 2012.

A Juiz,Cheong Un Mei

A Escrivã Judicial Principal,Pun Choi Ieng

“JTM” - 21 de Maio de 2012

tRIbUnAl JUDICIAl DE bAsE JUízO CíVEl

AnúnCIO

1ª Vez

Proc. Divisão de Coisa Comum nº CV2-11-0196-CPE 2° Juízo Cível

Autora: YUAn, JIng, solteira, maior, residente na Taipa, na Estrada do nordeste da Taipa, nº 973, Edifício island Park, bloco 13, 4º andar b.Réus: lIn lIAngxIAO e mulher lIn CAIlAn, casados no regime da comunhão de adquiridos, ambos de nacionalidade chinesa, residente na China 廣東省海豐縣城新華五巷15號. Nos autos supra identificados, foi designado o dia 19 de Junho de 2012, pelas 09:30 horas, neste Tribbunal, para a venda por meio de propostas em carta fechada, o bem imóvel abaixo identifcado.

bem imóveldenominação da fracção autónoma: b4, 4º andar “b”.situação: na Taipa, nº 187 da Estrada da Ponte de Pac on, nº 973 da Estrada nordeste da Taipa.Fim: Para habitação.número de matriz: nº 040845.Número de descrição na Conservatória do Registo Predial: nº 22146-XIII, a fls. 170 do livro b111A.o valor da base da venda: sete Milhões Patacas (MOP$7.000.000,00)o preço das propostas devem ser superior ao valor da base da venda acima indicado.

Os interessados na compra devem entregar a sua proposta em carta fechada, com indicação nos envelopes das propostas, a seguinte expressão “proposta em carta fechada”, “2º Juízo Cível” e o “Processo Número: CV2-11-0196-CPE”, na secção Central deste Tribunal, até o dia 18 de Junho de 2012, até 17:45 horas, podendo os proponentes assistir ao acto da abertura das propostas.

Quaisquer titulares de direito de preferência na alienação do imóvel supra referido, podem, querendo, exercerem o seu direito no próprio acto da abertura das propostas, se alguma proposta for aceite, nos termos do artº 787º do C.P.C.M.

Aos 15 de Maio de 2012.

O Juiz,Jerónimo Alberto Gonçalves Santos

A Escrivã Judicial Auxiliar,Cheong Lai Lam

“JTM” - 21 de Maio de 2012

tRIbUnAl JUDICIAl DE bAsE JUízO CíVEl

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1ª Vez

Proc. Acção Ordinária nº CV2-12-0016-CAO 2° Juízo Cível

Autores: leong Kim Hong (梁 劍 雄), casado;leong Kim Pio (梁 劍 彪 ), casado;leong Kim Ha (梁 劍 霞 ) , viúva; eleong Kim Chao ( 梁 劍 秋) solteiro, maior, todos residentes em Macau, na Rua da Ribeira do Patane, nº 183, Edf. Yau Wai, 13º andar P.

Réus: Incertos.Correm éditos de trinta (30) dias, a contar da segunda e última publicação

do anúncio, citando os réus Incertos, para no prazo de trinta (30) dias, decorrido que seja o dos éditos, contestarem, querendo, o pedido formulado na petição inicial nos mencionados autos, que resumidamente consistem que: declarar-se que sejam os autores habilitados como únicos sucessores e herdeiros dos falecidos Leong Va e mulher Kuok Fong Hou, para todos os efeitos legais, nomeadamento para o efeito da inscrição da titularidade junto da competente Conservatória do Registo Predial de Macau, da fracção autónoma designada por “P13”, correspondente ao 13º andar “P” do prédio urbano sito em Macau, na Rua da Ribeira do Patane, nº 183, Yau Wai, 13º andar “P”, descrito na Conservatória do Registo Predial sob o nº 14213, a fls. 75, do Livro B38, inscrito na matriz predial sob o artigo 37327.

Conforme tudo melhor consta do duplicado da petição inicial que neste 2º Juízo Cível se encontra à sua disposição e que poderá ser levantado nesta secretaria nas horas normais de expediente, de que a falta da contestação, não implica o reconhecimento dos factos articulados pela autora e ainda que é obrigatória a consitutição de advogado - artº 74º do C.P.C.M.

Macau, aos 26 de Abril de 2012.

O Juiz,Jerónimo Santos

A Escrivã Judicial Principal,Loi Wai Leng

“JTM” - 21 de Maio de 2012

tRIbUnAl JUDICIAl DE bAsE JUízO CíVEl

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Breves

Seminário na UM aborda legislação na área do jogoos litígios e investigações envolvendo operadoras norte-americanas e as propostas de alteração ao regime jurídico da exploração de jogos de fortuna ou azar em macau, incluindo a elevação para 21 anos da idade mínima de acesso a casinos, serão algumas questões abordadas hoje durante um seminário agendado para as 18:30 no auditório ii da Biblioteca da universidade de macau (um). Nelson rose, docente da “Whittier law school”, de costa mesa (califórnia) e professor convidado da um, e Jorge godinho, da faculdade de Direito da um, serão os oradores do evento.

Padre Stilwell reiteraaposta na qualidadea universidade de s. José (usJ) vai ter critérios mais apertados na admissão de alunos, voltou a garantir Peter stilwell, em entrevista à rádio macau. o novo reitor da usJ admitiu que a instituição tem uma oferta de mestrados elevada, mas assegurou que não vai acabar com os programas de pós-graduação que estão a decorrer, mesmo que haja um reduzido número de alunos. “se dissesse, de hoje para amanhã, que era preciso fechar um mestrado, esse mestrado só fecharia depois de sair o último aluno”, disse.

Milionária “acidental” culpada de 30 crimesKara Hurring, cidadã da Nova Zelândia que fugiu para Hong Kong, macau e china continental com o namorado em 2009, após ter recebido por “engano” quase 70 milhões de patacas foi considerada culpada das 30 acusações que lhe foram deduzidas no âmbito do caso. o casal pediu um empréstimo bancário de 10 mil dólares neozelandeses, mas o “Westpac Bank” enganou-se e depositou 10 milhões (66,8 milhões de patacas). o banco ainda recuperou algum dinheiro após ter detectado o erro, mas os suspeitos conseguiram ficar com cerca de 25,4 milhões de patacas, sendo que parte dessa verba foi gasta em casinos de macau.

HABITAÇÃO ECONÓMICA

IH engana-se e perde 21,6 milhões Preço de cada um dos 317 apartamentos ficou abaixo do previsto em 68,2 mil patacas. Presidente do Instituto da Habitação pediu desculpa e adiou a assinatura dos contratos de escritura pública. O erro, garante o Governo, vai ser corrigido minimizando o impacto nos residentes. Mas como? Para já, é criado um grupo de trabalho

Um erro na venda das fracções do Bloco III do Edi-fício Son Tat Kuong Cheong (Sun Star Plaza), na Avenida do Hipódromo, cometido pelo Instituto

de Habitação (IH), levou a uma derrapagem de 21,6 mi-lhões de patacas. O Governo, que adiou a assinatura das escrituras públicas, assegura que não vai penalizar os resi-dentes e que vai estudar o caso. Só não diz como é que vai recuperar o dinheiro.

Segundo uma nota de imprensa, a diferença registada diz respeito a 317 apartamentos e o preço de cada um ficou abaixo do previsto em 68,2 mil patacas.

Durante uma conferência da imprensa do IH, na sex-ta-feira, o presidente do IH, Tam Kuong Man, explicou que as aquelas casas económicas foram vendidas entre 2006 e 2010, mas o erro só foi descoberto quando se iniciou o processo de elaborar os contratos de escritura pública, que será retomado “com brevidade”.

Agora, o IH diz que vai corrigir o erro, minimizando o impacto nos residentes. Só não diz, de forma clara, como.

“Em primeiro lugar, deverá celebrar-se escritura pú-blica de acordo com o preço do contrato-promessa de com-pra e venda, e depois, proceder-se-á ao acompanhamento e tratamento das outras matérias nos termos legais”, foi referido na nota de imprensa. E continua o IH: “Simulta-neamente, com base dos princípios do interesse público e de minimização dos efeitos, o Governo irá procurar com os esforços vários métodos viáveis e convenientes para trata-mento adequado do respectivo problema”.

Segundo explicou Tam Kuong Man, uma das razões para esta diferença diz respeito à formação dos preços, em 2004. Mas apurar todas as falhas, foi criado um grupo de trabalho especializado que tem como objectivo fazer uma

revisão e melhorar o mecanismo. “Tendo sido avaliadas as etapas de venda de habitação económica neste momento, a razão principal é a existência de deficiências nos proce-dimentos de controlo e gestão dos documentos”, lê-se na nota de imprensa.

E para garantir que a venda antecipada de 19 mil fracções de habitação pública vai decorrer sem falhas nas contas, o IH vai “adoptar uma série de medidas para assegurar o rigor do respectivo fluxo e procedimentos de tratamento”.

Anteriormente, “através de uma empresa de con-sultoria profissional, o IH iniciou o estabelecimento do sistema de gestão de riscos e prevenção de erros” na ven-da de edifícios, “bem como efectuou os trabalhos prepa-rativos para o estabelecimento do sistema de gestão de qualidade ISO9001:2008”. Estas medidas foram tomadas antes da venda e atribuição antecipada das habitações económicas do Edifício de Alameda da Tranquilidade e do Edifício do Lago.

O IH pediu desculpa pelo erro cometido no Sun Star Plaza.

Assinatura dos contratos de escritura pública dos apartamentos do Bloco III do Edifício Son Tat Kuong Cheong fica adiada “para breve”

viviana Chan

“[Uma das razões para esta diferença diz respeito] à formação dos preços, em 2004” - Tam Kuong Man, presidente do Instituto de Habitação

“Em primeiro lugar, deverá celebrar-se escritura pública de acordo com o preço do contrato-promessa de compra e venda, e depois, proceder-se-á ao acompanhamento e tratamento das outras matérias nos termos legais” – nota do Instituto de Habitação

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jORnAL TRIbunA DE mACAu segunda-feira, 21 de maio de 2012 pág 05

local

Jorge Neto Valente disse que “os juristas anseiam por debater ideias e não pessoas”

helder almeida

PAULINO COMANDANTE FEZ BALANÇO DAS CONSULTAS JURÍDICAS

“População está mais sensibilizada”Este ano, segundo o secretário-geral da direcção da Associação de Advogados, houve menos pessoas a recorrer às consultas jurídicas gratuitas. Causídico acredita que a população tem mais consciência dos seus direitos e quando tem dúvidas não perde tanto tempo, como no passado, para consultar um advogado

Cerca de 200 pessoas recorreram às consulta jurídicas prestadas pela Associação dos Advogados de Ma-

cau (AAM) durante este fim-de-semana. A contabilidade foi feita ao JTM por Paulino Comandante, secretário-geral da direcção, que notou menos pessoas a recorrer àque-les serviços.

Também pode ter sido das más con-dições do estado do tempo, referiu, mas para este advogado, que também esteve a prestar consultas jurídicas no posto infor-mativo da Direcção dos Serviços de Turis-mo, no Largo do Senado, a diminuição da afluência deve-se mais ao facto de “a po-pulação de Macau estar mais sensibilizada para defender os seus direitos e em tempo oportuno”.

Por isso, quando há problemas legais “não os deixam arrastar tanto tempo como acontecia no passado”. Os serviços pú-blicos também têm ajudado, referiu. “Os Serviços de Administração e Função Pú-blica têm ajudado a população nalgumas questões, assim como o Ministério Público, e em comparação com os anos anteriores a população tem mais acesso ao longo do

ano a consultas jurídicas”. Por outro lado, “embora haja a consciência de que a justiça seja cara”, o serviço prestado por um advo-gado deixou de ser visto como um luxo.

“Esta tem sido uma iniciativa impor-tante para promover a nossa classe, por um lado, mas por outro, para a população perceber a importância do nosso trabalho, porque é fundamental que se perceba que, tal como se vai ao médico quando se tem um problema de saúde, também se deve ir ao advogado quando há problemas le-gais”, sublinhou.

Para os mais carenciados, Paulino Co-mandante lembrou que há apoio judiciário. “A capacidade económica não deve ser con-siderada um obstáculo para alguém que precise da ajuda de um advogado e ao lon-

go dos anos esta ajuda tem sido eficaz”.As consultas jurídicas gratuitas esti-

veram inseridas nas actividades de come-moração do Dia do Advogado.AS PERGUNTAS MAIS FREQUENTES. As questões que são normalmente coloca-das por quem procura estas consultas gra-tuitas estão ligadas a “questões familiares, casamentos, divórcios, arrendamentos, já são perguntas habituais, casos relaciona-dos com a Administração, como licencia-mentos, pedidos de residência, casas eco-nómicas”, explicou Paulino Comandante.

E se há pessoas que ali se dirigem com casos pendentes, também há aquelas que colocam dúvidas sobre casos já encerrados “mas que receberam uma notificação da parte do tribunal ou da Administração, ou

um caso que foi arquivado, por exemplo, mas as pessoas ficaram com uma dúvida e nunca em tempo oportuno tinham tido a oportunidade de tentar interpretar a deci-são”, indicou o causídico.

Também se registaram casos de pesso-as que “já foram residentes de Macau mas que durante um período mais ou menos longo deixaram de habitar aqui e que ago-ra, como o Governo está a conceder tantos benefícios, querem voltar e precisam de sa-ber como, porque os Serviços de Identifica-ção têm colocado algumas barreiras”.

Mas para além dos advogados de Macau, também estiveram causídicos do Continente: “dois advogados de Zhuhai responderam a muitas questões sobre o interior da China, imóveis, propriedades, casamentos, muitas vezes são pessoas de Macau que têm lá filhos, a mulher, ou uma casa e o Direito é diferente”.

No sábado, segundo referiu ao JTM, cerca de 80 pessoas passaram pelas consul-tas jurídicas destinadas ao Direito de Ma-cau, enquanto outras 30 passaram pelos colegas de Zhuhai. No domingo, até meio da tarde, tinham ido cerca de 60 pessoas aos advogados de Macau e outras 20 aos advogados do Continente.

Num discurso, na sexta-feira, o presi-dente da AAM, Jorge Neto Valente, afirmou que estas actividades “são viradas para a sociedade” porque têm como objectivo dar a conhecer o que fazem os advogados. “Não queremos isolar-nos” porque “só conhecen-do bem a realidade podemos interpretar os anseios da comunidade”, disse.

Neto Valente falou ainda da importân-cia de se “assegurar a qualidade do ensino universitário do Direito de Macau” e do desenvolvimento “dos meios alternativos de resolução de conflitos, designadamente no campo da arbitragem”.

Paulino Comandante, com uma advogada estagiária ao lado, prestou consultas jurídicas no Largo do Senado

PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DOS ADVOGADOS, JORGE NETO VALENTE

“Não há conflito entre advogados e magistrados”Neto Valente, na abertura das actividades do Dia do Advogado, voltou a reafirmar as críticas que fez ao sistema judicial e disse que tinha “pena” que não se pensasse em alargar as competências do Tribunal de Última Instância e a sua competência. A Secretária Florinda Chan recusou comentar a troca de argumentos mas disse que os Juízes na RAEM “julgam com independência”

Não há conflito algum entre advogados e magis-trados, há divergências e opiniões diferentes” afirmou o presidente da Associação dos Advo-

gados, Jorge Neto Valente, na sexta-feira, após a abertu-ra oficial das actividades do Dia do Advogado.

Para Neto Valente, “é pena que não se pense em alargar não só competência do Tribunal de Última Ins-tância (TUI) mas também a sua composição”. E até “já se deram passos para alargar o Tribunal de Segunda Ins-tância e é bom que assim seja”. Pior é que “o TUI não tenha uma composição mais alargada porque permitiria um debate de ideias, que não se vê fazer” actualmente.

Sobre as afirmações que fez relativamente ao sis-tema judicial, reafirmou-as, apelidando de “excessivo e despropositado” o comunicado do Conselho dos Magis-trados Judiciais, que referia que as declarações do advo-gado tinham prejudicado “a imagem e dignidade dos tribunais da RAEM”.

“Os juristas anseiam por debater ideias e não pes-soas, porque quando se discute um sistema fala-se das suas virtudes e também como aperfeiçoá-lo” sublinhou Neto Valente. E não é “com ataques pessoais e com más interpretações dos outros e na procura de divergências onde não as há” que se aperfeiçoa o sistema.

A Secretária para a Administração e Justiça, Florin-

da Chan, estava presente e não quis comentar a troca de argumentos entre advogados e magistrados. “Mas gostava de salientar que nos termos da Lei Básica, preci-samente nos termos do artigo 83º, os Juízes julgam com independência, só respeitam a Lei e não podem sofrer nenhuma interferência [nas decisões], e também digo

que o Governo nunca interfere nem pode interferir nas acções dos Tribunais”.

Questionada pelos jornalistas sobre as leis eleito-rais, a Secretária assegurou que “têm que ficar concluí-das dentro deste ano porque para o ano há eleições”.

h.a./f.a.

“Os Serviços de Administração e Função Pública têm ajudado a população nalgumas questões, assim como o Ministério Público, e em comparação com os anos anteriores a população tem mais acesso ao longo do ano a consultas jurídicas” – Paulino Comandante

“[Também se registaram casos de pessoas que] já foram residentes de Macau mas que durante um período mais ou menos longo deixaram de habitar aqui e que agora, como o Governo está a conceder tantos benefícios, querem voltar e precisam de saber como” - idem

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pág 06 segunda-feira, 21 de maio de 2012 jORnAL TRIbunA DE mACAu

localPrisão perpétua por mega fraudeligada ao jogoUm residente de Zhongshan, cidade da Província de Guangdong, foi condenado a prisão perpétua por fraude envolvendo 1,32 mil milhões de yuans, montante que foi apostado em casinos de Macau ao longo de dois anos. Segundo o jornal “China Dai-ly”, o Tribunal Popular Intermediário de Zhongshan deu como provado que Deng Shengtang, de 34 anos, enganou 29 empre-sários e que o seu cúmplice, Ou Jinming, também conseguiu persuadir as vítimas a investirem 350 milhões de yuans na su-posta operação de uma sala de jogo de um casino de Macau entre Julho de 2008 e Se-tembro de 2010. Ou Jinming foi condenado a cumprir 13 anos de prisão e pagar uma multa de um milhão de yuans devido à sua participação num esquema que incluía promessas de pagamento de altas taxas de juros para os investidores. Porém, sem co-nhecimento dos empresários, o dinheiro foi usado no jogo e na aquisição de carros de luxo e apartamentos. “Antes da fraude ter sido revelada, toda a gente sabia que Deng tinha negócios no jogo, mas como no início [do esquema] os pagamentos dos juros e empréstimos eram feitos dentro do prazo, muitas pessoas emprestavam-lhe dinheiro com agrado sem saberem que Deng esta-va a usá-lo nas apostas”, disse uma fonte ao jornal “Zhongshan Daily”. O caso veio a público em Outubro de 2009, quando o proprietário de uma empresa fugiu depois de ter desviado 54 milhões de yuans, mon-tante que tinha recolhido junto de clientes para emprestar a Deng. Várias centenas de pessoas protestaram junto aos escritó-rios da empresa e alguns até bloquearam a estrada principal, atraindo a atenção da polícia, que começou a procurar Deng e Ou, acabando por os deter em Dezembro de 2010, em Wuzhou, na região autónoma de Guangxi, quando tentavam fugir para o Vietname.

SUSPEITA É DO CONTINENTE MAS ESTAVA REGISTADA COMO RESIDENTE DA RAEM

BIR falso para fazer limpezasUma mulher foi detida por suspeita de andar a fazer limpezas sem ter documentos que lhe permitissem fazê-lo. As autoridades policiais desvendaram o caso após uma denúncia dos Serviços de Identificação

Queria ganhar a vida em Macau e parecia bem encaminhada para o fazer. Através de um conterrâneo

da China Continental, conseguiu um BIR de Macau a troco de 300 renminbis e viajou clandestinamente para o território, de bar-co, pagando três mil renminbis.

Já na RAEM conseguiu registar-se numa companhia de limpezas, fazendo vários serviços desde Fevereiro pelos quais auferia um salário de 8.700 patacas. No en-tanto, acabou por ser sol de pouca dura já que precisava de descontar no ordenado para a segurança social, fazendo com que os Serviços de Identificação notassem algu-mas incongruências na documentação da mulher.

As autoridades foram chamadas mas a mulher estava em serviço, a fazer limpe-zas num casino. Após a terem identificado, constataram de imediato que o BIR era falso. A suspeita, uma mulher da China Continental, terá confessado que apenas

a fotografia e o nome eram verdadeiros, e que veio clandestinamente para o território no início do ano para trabalhar e ganhar di-nheiro.CARPINTARIA ILEGAL. Uma denún-cia levou a polícia a fazer uma operação anticrime na manhã de quinta-feira tendo em vista o combate ao trabalho ilegal. Na ocasião, os agentes deslocaram-se a uma loja situada na Avenida 1º de Maio, tendo encontrado no local três homens, nomea-damente o encarregado da obra e dois tra-balhadores.

Todos tinham os documentos de per-manência em Macau em ordem, mas não possuíam qualquer declaração que lhes desse autorização para trabalhar.

Segundo o encarregado da obra terá confessado, necessitava de dois trabalha-dores que soubessem de carpintaria para apressar a obra e, por isso, contratou os dois indivíduos, pagando-lhes 500 e 550 patacas, respectivamente, por dia.

As autoridades contactaram ainda o responsável da empresa que, supostamen-te, desconhecia qualquer ilegalidade.

Suspeita trabalhava para uma empresa de limpezas

pedro andré santos

Dona na casa de banho, ladrão na lojaa proprietária de uma loja de ferragens situada na estrada do repouso foi lesada em duas mil patacas, durante uma pausa que fez para ir à casa de banho. Quando regressou, notou que o dinheiro tinha sido levado da caixa registadora. o roubo foi captado pelas câmaras de videovigilância, permitindo às autoridades identificarem o suspeito. outro caso revelado pela polícia deu conta de um furto num apartamento situado na zona da areia Preta que causou danos avultados a um residente. segundo revelaram as autoridades, o prejuízo foi de 2.000 dólares de Hong Kong, 6.000 patacas, 6.000 renminbis e três anéis, avaliados em 11.800 patacas.

Cumprimento de Obrigações Pecuniárias nº PC1-09-0737-COP Juízo de Pequenas Causas Cíveis

Autor: bAnCO nACIOnAl UltRAMARInO, s.A., com sede em Macau, na Avenida Almeida ribeiro, nº. 22.Réu/Ré: ARMElA EROlEs sEsPEREs, residente em Macau, na rua Berlim n.º 102, Edifício Banco Tai Fung, 15.º andar “T” , ora ausente em parte incerta.

FAZ-SE SABER que pelo Juízo de Pequenas Causas Cíveis do Tribunal Judicial de base da rAEM, correm éditos de TrinTA (30) diAs, contados da data da publicação do anúncio, para citar o réu/a ré ARMElA EROlEs sEsPEREs, querendo, no prazo de quinze (15) dias, findo o dos éditos, contestar a acção supra identificada, na qual pede que se julgue procedente e provada e, em consequência condena o(a) Réu/Ré a pagar as dívidas, as despesas e os juros de mora na quantia de MoP$50.000,00 (cinquenta mil patacas), a que acrescem os juros que se forem vencendo, à taxa de juros convencionais, após a propositura da acção e até integral pagamento, o respectivo imposto de selo que sobre os mesmos incide e, ainda, as custas e condigna procuradoria.

Tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial, que se encontra nesta secretaria do Juízo de Pequenas Causas Cíveis à disposição do(a) citado(a).

Fica advertido(a) de que não é obrigatória a constituição de mandatário judicial.

Para constar se lavrou este e outros de igual teor, que serão fixados nos lugares designados pela Lei.

rAE.M., aos 04 de Maio de 2012.

A Juiz,Lou Silva, Lap Hong

O Escrivão Judicial Auxiliar,Ng Kuai On

“JTM” - 21 de Maio de 2012

tRIbUnAl JUDICIAl DE bAsE JUízO DE PEqUEnAs CAUsAs CíVEIs

AnúnCIO

CECílIA gOMEs JOAqUIM

Com muita tristeza, a família de Cecília gomes Joaquim participa o falecimento deste seu ente querido ocorrido no dia 19

de Maio, aos 87 anos, no CentroHospitalar Conde de são Januário.

A missa de corpo presente será celebrada hoje, segunda-feira, dia 21 de Maio, pelas 20 horas, na Casa Mortuária Diocesana.

Amanhã, terça-feira, dia 22,realiza-se nova missa, pelas 11 horas,

na Capela do Cemitério de são Miguel Arcanjo, seguida de funeral.

A família sugere que, em vez de flores, sejam efectuados donativos

a uma instituição de caridade.A todos quantos se queiram associar a estes piedosos actos, a família enlutada

agradece antecipadamente.

MIssA DE sétIMO DIA

lUIz gOnzAgA DO ROsÁRIO

A família enlutada de luiz gonzaga do Rosário, falecido no dia 15 de Maio, manda celebrar uma missa pelo repouso da sua alma

na sé Catedral de Macau hoje, segunda-feira, dia 21 de Maio,

pelas 18:00 horas.

A família agradece, antecipadamente, a todos quantos queiram

associar-se a este piedoso acto.

IMPOSTO EXTRA PARA NÃO RESIDENTES. Joey lao, académico da universidade de macau e director da associação de economia, defendeu a criação de um imposto entre 20 e 30% para a aquisição de casa por parte de não residentes. segundo lao, a medida iria melhorar o combate à especulação imobiliária.

ENCONTRADO CADÁVER EM HOTEL ABANDONADO. o cadáver de um homem foi descoberto num hotel abandonado na zona da avenida de almeida ribeiro. a PJ acredita que a vítima seria toxicodependente, uma vez que foram encontradas várias seringas junto ao corpo.

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jORnAL TRIbunA DE mACAu segunda-feira, 21 de maio de 2012 pág 07

localBANCOS EMPREGAM MAIS. o número de trabalhadores nos 27 bancos locais cresceu 7,5% para 5.228 no final do primeiro trimestre, face a igual período de 2011. a remuneração média (excluindo prémios e subsídios) dos trabalhadores a tempo completo também subiu 5,9% para 20.810 patacas.

ADIADA DECISÃO SOBRE PEDIDO DE OKADA. uma juíza do Nevada adiou uma decisão sobre um pedido de Kazuo okada que pretende ter acesso a vários documentos da Wynn resorts. os advogados de okada insistem que os documentos podem conter benefícios alegadamente concedidos a membros do executivo da raem, algo que foi fortemente contestado pelos representantes da Wynn.

Estão a ser elaboradas as recomendações para as operadoras dos casinos que vão entrar em vigor a partir de 1 de Janeiro de 2013, segundo Lei Chin Ion. Salas de fumo vão ter requisito mínimo para qualidade do ar

O despacho do Chefe do Executivo que vai re-gular a criação de áreas

para fumadores nos casinos “já está em fase de conclusão” ga-rantiu o director dos Serviços de Saúde de Macau (SSM) na sexta-feira, na Assembleia Le-gislativa (AL).

“Temos vindo a elaborar, em colaboração com a Direc-ção dos Serviços para os As-suntos Laborais, as recomen-dações para as operadoras dos casinos, incluindo os exames de aptidão física. Vamos dizer quais os exames e quais as si-tuações excepcionais em que

as pessoas podem ser dispen-sadas de prestar serviço em zonas para fumadores. Todas essas orientações, depois de fixadas, vão estar em vigor a partir de 1 de Janeiro do pró-ximo ano”, disse Lei Chin Ion, citado pela Rádio Macau.

O director dos SSM apon-tou ainda que as salas de fumo vão ter um requisito mínimo para a qualidade do ar e se “dentro de seis meses não con-seguir satisfazer esse requisi-to (...) deixa de ser permitida aquela área para zona de fu-madores”.

O Laboratório Principal

Nacional de Fumo e Fogo foi convidado para desenvolver uma investigação sobre a qua-lidade do ar nos casinos.

Os deputados mostraram também preocupação com a pouca fiscalização nos serviços públicos e universidades. Mas Lei Chin Ion assegurou que vai ser feito um “reforço” da fisca-lização.

Numa nota de imprensa do Governo, é referido que desde o início do ano, em mais de 70 inspecções aos órgãos governamentais, já foram veri-ficados 34 casos de violação da lei. Só nos estabelecimentos de ensino superior foram feitas 29 acusações.

Na mesma nota é referido que até quinta-feira foram feitas mais de 110 mil inspecções e fo-ram acusadas três mil pessoas.

Na AL, em resposta a Pe-reira Coutinho, Lei Chin Ion disse que a possibilidade de os casinos serem obrigados a

criarem um sistema de segu-ro obrigatório e exames físicos periódicos para os seus funcio-nários “está a ser estudada”.

A PARTIR DE JANEIRO DO PRÓXIMO ANO, ASSEGURA DIRECTOR DOS SERVIÇOS DE SAÚDE

casinos obrigados a controlar fumoJosé chu justifica-se a au Kam Sanem resposta a uma interpelação do deputado au Kam san, o director dos serviços de administração Pública, José chu, garantiu que na última sessão de auscultação sobre o desenvolvimento do sistema político foi assegurada a liberdade de imprensa. segundo au Kam san, um jornalista que teria feito uma pergunta foi avisado pelo pessoal do gabinete de comunicação social de que se deveria sentar na bancada reservada aos media, não tendo sido assegurada a sua continuidade na sala se o não fizesse. Por outro lado, au Kam san quis saber se a razão pela qual uma das pessoas expulsas da sala naquele dia estava relacionada com o que trazia escrito na camisola: “reabilitar o 4 de Junho” (em referência ao massacre de tiananmen). mas José chu apenas disse que a pessoa em causa foi “convidada a deixar o local” por causa do “barulho” que provocou enquanto esperava a vez de intervir.

Novo mercado abastecedorcomo soluçãoO presidente do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), Raymond Tam, em res-posta a vários deputados, afir-mou que tanto os preços como os produtos serão mais e melhor controlados depois do mercado abastecedor ser transferido para a zona do posto transfronteiriço, no âmbito do Acordo-Quadro de Cooperação Guangdong-Macau. “Alguns factores indispensáveis irão ser introduzidos no novo mercado abastecedor. E, ao nível do contrato e da gestão, vamos também introduzir cláusulas que possam reflectir o modelo adop-tado para a fiscalização de pro-dutos”, disse o responsável, cita-do pela Rádio Macau. Segundo Raymond Tam, o novo espaço vai ainda “crescer e ter equipamentos novos”, vai ser “liberalizado” mas vai continuar a haver um proble-ma: a “falta de bancas”. O presi-dente do IACM disse ainda que a introdução de mais operadores do sector não é uma solução. Foi uma interpelação de Lee Chong Cheng, que referia a escalada do preço dos produtos, a falta de re-gras na pesagem dos mesmos, e o oligopólio no mercado abastece-dor de produtos hortícolas, que primeiramente motivou a respos-ta de Raymond Tam. “Assim que os produtos entram em Macau enfrenta-se logo a falta de transpa-rência nos preços de importação e de venda por grosso”, denunciou o deputado. “Mesmo quando se registam reduções dos preços de importação, os preços de venda por grosso aumentam significa-tivamente e a subida do preço a retalho é metade da do preço de venda por grosso”, disse ainda.

TERRENOS ONDE ESTÁ A SER CONSTRUÍDO O EMPREENDIMENTO DA CHINESE ESTATES

análise do la Scala só após sentençaEm resposta ao deputado Chan Wai Chi, o Secretário Lau Si Io alegou que só depois de proferida a sentença em relação a Ao Man Long é que a Administração pode tomar alguma decisão sobre os lotes onde está a ser construído o La Scala. Em análise estão ainda 48 terrenos desaproveitados

O Governo só tomará uma decisão em relação aos terrenos em causa no processo que envolve Ao Man

Long quando o julgamento do ex-Secretá-rio para os Transportes e Obras Públicas terminar. A atenção está virada para cinco lotes situados em frente ao Aeroporto In-ternacional, nos quais está a ser construí-do o projecto La Scala, da empresa Chine-se Estates cujo director executivo, Joseph Lau, foi constituído arguido num processo conexo.

Perante os deputados, na última ses-são da Assembleia Legislativa (AL) desti-nada a responder a interpelações orais, na sexta-feira, o Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Lau Si Io, alegou, citado pela Rádio Macau: “neste momento o que posso adiantar é que só quando a sentença for proferida poderemos então divulgar todos os dados e informações, sobretudo os factos, para um melhor conhecimento entre os procedimentos administrativos e os procedimentos judiciais”.

E numa nota de imprensa do Governo foi referido que após a decisão do Colecti-vo de Juízes dar-se-á “início a um conjunto de procedimentos para o tratamento legal imposto aos processos de concessão de terreno” relacionados com o caso.

O terceiro julgamento do ex-Secretá-rio já está no final, só faltando a leitura do acórdão, que ainda não foi marcada. O Ministério Público defende que houve cor-

rupção na venda dos lotes.Em relação aos terrenos relacionados

com os processos de Ao Man Long já jul-gados, o mesmo responsável afirmou que foi “concluído o processo de análise dos 16 terrenos”.

O Secretário, em resposta a uma inter-pelação do deputado Chan Wai Chi, expli-cou que a Administração “acelerou” desde 2009 o tratamento dos terrenos ainda não aproveitados. “A Direcção dos Serviços de Solos Obras Públicas e Transportes já con-

cluiu no ano passado segundo o calendá-rio definido o relatório correspondente à 1.ª fase de análise de 48 casos cujas razões pelo ainda não aproveitamento do terreno são imputáveis aos concessionários”.

Segundo Lau Si Io, a análise de alguns casos levou mais tempo do que o previsto por causa de “questões jurídicas comple-xas” pelo que “foi necessário aos serviços da área jurídica um período de tempo re-lativamente mais longo para uma análise mais profunda destas questões”.

Sessão de sexta-feira foi dedicada a responder a interpelações orais dos deputados

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pág 08 segunda-feira, 21 de maio de 2012 jORnAL TRIbunA DE mACAu

localMAIS ESTACIONAMENTO PARA MOTOS. entraram ontem em funcionamento os parquímetros para estacionamento de motociclos junto ao edifício china Plaza. a tarifa é de uma pataca por hora e cada estacionamento dura no máximo duas horas.

NOVO CURSO SOBRE PROPRIEDADE INTELECTUAL. o instituto de estudos europeus inicia hoje, no cultural de macau, a 9ª edição do curso de verão sobre Direito da Propriedade intelectual. o evento decorre até dia 25 e inclui uma introdução ao Direito da Propriedade intelectual numa perspectiva prática e internacional.

AVIsO

Torna-se público que se encontra afixada, apartir da data da publicação do presente anúncio, na AuToridAdE MonETáriA dE MACAu (AMCM), sita na Calçada do Gaio, nºs 24 e 26, r/C, e no website desta Autoridade (http://www.amcm.gov.mo), a lista provisória do concurso nº 003/2012-GEE, para o preenchimento de uma vaga de Técnico-auxiliar/Técnico aberto por anúncio publicado em jornais diários em 12.04.2012.

Macau, 21 de Maio de 2012

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GABRIEL DIAS AZEDO LUTA NA JUSTIÇA ESPANHOLA

“argumento china”versus extradição

Detido em Espanha desde Outu-bro de 2010, na sequência de um alerta difundido pela Interpol a

pedido da polícia de Hong Kong que o procurava por alegada fraude no valor de 94 milhões de dólares de Hong Kong, Gabriel Dias Azedo está a tentar impedir a sua extradição recorrendo ao chama-do “argumento China”, adiantou ontem o jornal “South China Morning Post” (SCMP).

As autoridades da região vizinha querem levar Gabriel Dias Azedo a julga-mento devido às acusações de que terá le-sado vários clientes da empresa de conta-bilidade “Grant Thornton International”, à qual estava ligado, mas os advogados do antigo presidente do Clube Lusitano de Hong Kong contestaram o pedido de extradição, sustentando que a RAEHK não tem poderes para solicitar tal dili-gência. Segundo revela o SCMP, citando documentos entregues ao Supremo Tri-bunal de Espanha, os causídicos defen-dem que apenas Pequim pode requerer a extradição, o que, por outro lado, segun-do frisam, deixaria Gabriel Dias Azedo à mercê da Lei do Continente chinês e sem garantias de segurança.

O matutino recorda ainda que o “ar-gumento China” - como ficou conhecido antes da transferência de soberania - foi utilizado pela última vez em 2002, quan-do um banqueiro britânico fracassou na tentativa de escapar a uma acusação por corrupção após uma batalha jurídica que

se prolongou por seis anos.No caso que envolve Gabriel Dias

Azedo, as autoridades de Hong Kong vão contestar aquilo que fontes conhecedoras do processo consideram ser argumentos “totalmente insustentáveis”, uma vez que a independência judicial de Hong Kong é garantida pela Lei Básica.

O SCMP revela também que, de acordo com documentos enviados para Espanha pela polícia de Hong Kong, Ga-briel Dias Azedo terá canalizado milhões de dólares de Hong Kong para contas bancárias e empresas “offshore” ligadas à esposa e a ele próprio. Além disso, terá usado verbas desviadas para pagar dí-vidas de cartões de crédito e a credores como Betty da Silva Fei Po-ki, esposa de Archie da Silva, que é dono do cavalo de corridas mais famoso de Hong Kong, “Si-lent Witness”.

A polícia da RAEHK alega ainda que o suspeito se apropriou indevida-mente de mais de 64 milhões de dólares de Hong Kong que a sua prima Angela Gardner lhe terá emprestado para investir na “Grant Thornton”. Do total envolvido no caso, Gabriel Dias Azedo é acusado de ter ficado directamente com 1,5 milhões de dólares de Hong Kong, mas as suspei-tas incluem ainda a transferência de mais de 25 milhões para contas bancárias em seu nome e de um milhão para uma conta da esposa, Yvonne Maria. O pagamento de dívidas pessoais e cartões de crédito terá absorvido cerca de 20 milhões.

Acusado de fraude de cerca de 100 milhões de patacas, Gabriel Dias Azedo continua preso em Espanha, onde acaba de contestar um pedido de extradição feito pelas autoridades de Hong Kong. O antigo presidente do Clube Lusitano de Hong Kong alega que apenas Pequim pode solicitar a sua extradição

ASSOCIAÇÕES AMBIENTAIS QUEREM PLANO A LONGO PRAZO

Por um futuro “verde”Várias associações uniram-se para tentar travar a transferência do Centro de Informação da Segurança Rodoviária para junto das Casas-Museu, mas exigem também medidas a longo prazo em prol do ambiente

A defesa das garças que procuram a zona húmida localizada junto às Casas-Museu da Taipa levou cinco

grupos ambientais a promoverem uma peti-ção “online” em sinal de protesto contra os planos do Governo para transferir o Centro de Informação da Segurança Rodoviária para aquela zona, mas este movimento cívico ga-rante ter uma visão mais abrangente.

“Esta campanha é apenas uma amostra do objectivo a longo prazo que delineámos”, explicou ontem Joe Chan, presidente da “Ma-cau Environment Student Union”, em confe-rência de imprensa. “A longo prazo, quere-mos lançar os alicerces de práticas ambientais bem sucedidas e tornar os estudos de impac-to ambiental normativos”, frisou, ao defender que as autoridades devem exigir estudos de impacto ambiental em todos os projectos de construção, tanto públicos como privados.

Nesse sentido, os membros das cinco as-sociações - Love Egrets, Love Macau”, “Gre-

en Life in Macau”, “Macau’s Environmental Friendly Group”, “The Macau People, Love Macau and Macau Affairs Group” e “Macau Environment Student Union” - pretendem que a obrigatoriedade da realização de estu-dos de impacto ambiental fique consagrada na legislação do território.

Por outro lado, Joe Chan lançou um de-safio à Administração da RAEM. “O Gover-no tem referido constantemente que preten-de construir uma cidade verde, por isso, deve servir de exemplo às empresas de construção civil que têm projectos perto das zonas eco-lógicas”.

Para já, continua a decorrer a petição “online” que visa garantir a preservação do habitat de várias espécies de aves, sobretudo garças. Com esta petição, que pode ser assi-nada no endereço www.petitions24.com/macau-egret, os grupos “amigos” do ambien-te esperam recolher pelo menos 2.000 assina-turas até ao Dia Mundial do Ambiente, que será assinalado a 5 de Junho. Até ao fecho desta edição, estavam contabilizadas mais de 1.200 assinaturas.

Joe Chan, presidente da “Macau Environment Student Union”

viviana Chan

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local

O Clube de Jazz de Macau, que foi a eleições no sábado, tem como prioridade encontrar uma sede para “dar mais vida” a esta arte. Apesar de ser difícil conquistar o público e patrocinadores, o novo presidente do Clube considera que existe espaço para o Jazz no território. Sales Marques abraçou o desafio por acreditar que o Clube poderá oferecer uma alternativa ao panorama musical da RAEM

Com uma nova direcção, o Clube de Jazz de Ma-cau prepara-se para dar

mais vida a esta expressão de música. Para que as emoções do Jazz cheguem mais perto das pessoas, uma das prioridades do Clube será encontrar uma sede. “É importante termos um espaço para que possamos fazer um promoção regular, para que os sócios se encontrem e convi-vam, bem como para oferecer à população de Macau uma al-ternativa à oferta musical exis-tente”, referiu ao JTM José Luís Sales Marques, que no sábado foi eleito presidente do Clube de Jazz.

Durante uma eleição que decorreu entre as 16 e as 20 horas, dos cerca de 200 sócios votaram 51, todos favoráveis à única lista encabeçada por Sa-les Marques. Depois de o Clube ter conquistado mais 106 novos associados, a direcção eleita vai continuar a tentar chegar ainda a mais pessoas. “O número de novos sócios é um bom sinal e

é encorajador. Vamos continuar a atrair mais sócios que acabam por ser uma forma de apoio”, mencionou Sales Marques.

Apesar de não ser “muito fácil atrair público”, a experiên-cia que o grupo já tem acumu-lada indica que “a música jazz tem um espaço em Macau”. “Neste momento, o espaço do Jazz poderá estar alargado por-que tem havido uma maior in-ternacionalização da cidade”, observa Sales Marques.

Por enquanto, o Clube Jazz conta com o apoio da Funda-ção Oriente para desenvolver actividades na Casa Garden, mas os responsáveis do Clube esperam conseguir um espaço próprio ainda este ano para que haja uma programação mais re-gular. Segundo Sales Marques, a direcção já tem alguns locais em mente, mas ainda não co-nhece em profundidade se as suas condições são viáveis. “A informação que temos em mãos, para já, não é suficiente para nos dar uma ideia precisa sobre a disponibilidade dos espaços. E, depois, teremos também de fazer uma avaliação económica

e funcional”, referiu Sales Mar-ques, notando que neste mo-mento o Clube não dispõe de fundos.

Esse será outro dos desa-fios que terá de ser ultrapassa-do para devolver o Jazz à cida-de. Além das quotas dos sócios, o responsável espera conseguir outros tipos de apoio. “Vamos pensar não só em entidades públicas, mas também priva-das (...) Se for um espaço inte-ressante com capacidade para atrair turistas, como no passa-do, pode ser que haja interesse por parte de entidades priva-

das”, referiu.O Clube pretende ainda

voltar a organizar um festival internacional de Jazz que traga a Macau grandes nomes desta vertente musical. O responsável aponta a próxima edição para 2013, com um “figurino” que será ainda definido.

A nova direcção quer tam-bém “tentar criar ligações com outras associações e clubes” das regiões vizinhas para alargar horizontes. “Esses laços podem servir para criar uma rede que permita a boa circulação de grupos, concertos e outras ini-

fátima almeida

Sales Marques lidera direcção que foi eleita no sábado

ciativas ligadas à divulgação do Jazz”, referiu Sales Marques.

A seu tempo poderá ainda reforçar-se a formação através de instrutores próprios “para que o sentir muito especial do Jazz e as suas técnicas possam ser transmitidas a quem gos-ta desta forma musical”. Sales Marques, também presidente do Instituto de Estudos Euro-peus, aceitou este desafio de-pois de receber um convite e por acreditar que Macau precisa de ter espaços alternativos para oferecer música e o jazz em par-ticular.

NOVA DIRECÇÃO PROCURA SEDE PARA PROMOÇÃO REGULAR DA MÚSICA

“Jazz tem espaço em Macau”

LIVRO DE MÁRIO CÉSAR LEÃO LANÇADO AMANHÃ NO CLUBE C&C

“Goa foi pioneira na imprensa por acaso”A “Introdução da imprensa na Índia”, com destaque para o pioneirismo de Goa numa história marcada por episódios do acaso e interrupções políticas, é o título do livro que o médico Mário César Leão lança amanhã em Macau

O livro foi concluído há bastante tempo, talvez até não tivesse intenção de publicá-lo. Mas houve duas razões para o fazer: primeiro porque Goa é a

minha terra, e segundo porque a maneira como a impren-sa apareceu em Goa é muito interessante”, disse o autor à agência Lusa.

Nascido em Goa nos anos 30, e com vivências repar-tidas por vários países lusófonos, desde Cabo Verde a São Tomé e Príncipe, Mário César Leão interessou-se pelo tema impulsionado “pelas memórias do liceu”, feito sob a batu-ta do pai, professor de história.

“Goa foi pioneira na imprensa por acaso, mas a má-quina ficou lá por razões políticas”, disse o autor, recuando a 1556, ano em que a tipografia enviada pelo rei D. João III através dos padres da Companhia de Jesus devia ter chegado à Etiópia, a pedido do governante, mas acabaria retida no território goês devido à “turbulência política” na-quele país africano.

A reforçar a tese, Mário César Leão acrescentou que “só mais tarde é que as restantes colónias começaram a usu-fruir dos benefícios da imprensa quando, em cumprimento

do decreto de 07 de Dezembro de 1836, que determinava a publicação do Boletim Oficial em todo o ultramar”.

Apesar de considerar que “a velha Goa foi o centro da expansão da cultura portuguesa”, Mário César Leão real-çou que a imprensa “não trouxe grande desenvolvimento ao território”, uma vez que a literatura publicada naquela

altura “não se destinava ao povo, mas sim à igreja”.No livro, Mário César Leão refere os vários períodos,

desde a tipografia do colégio de S. Paulo, à de João Quin-quêncio e João Endem, e à tipografia dos Jesuítas na Índia, fazendo referência à publicação de “23 livros conhecidos” durante o século XVII.

O autor refere também os interregnos na actividade editorial, nomeadamente entre 1588 e 1616, e entre 1674 e 1821, um dos quais marcado por uma ordem do Marquês de Pombal, que a 20 de Março de 1754 determinou ao vice-rei da Índia o fim “das ditas imprensas no estado, pelos particulares, nos conventos e por qualquer outra comuni-dade por mais privilegiada que seja”.

“Aquele dia memorável de 21 de Dezembro de 1821 marcou o reinício da imprensa de Goa, 265 anos depois de o jesuíta Juan Bustamonte ter impresso as “Conclusões” - teses dos candidatos ao sacerdócio”, recordou no livro Má-rio César Leão.

“Introdução da imprensa na Índia” será lançado ama-nhã, pelas 18:30 horas, no Clube C&C, dando o mote para uma palestra moderada pelo antropólogo e historiador Fernando Rosa R., actualmente ligado à Universidade de Malaya, em Kuala Lumpur.

Mário César Leão é também autor do livro “Província do Norte do Estado da Índia” (1982), também publicado em Macau, onde o antigo médico pneumologista exerceu actividade durante 20 anos e onde, aos 82 anos, continua a intercalar residência com Lisboa.

JTM/Lusa

Obra de Mário César Leão foi inspirada pelas “memórias do Liceu”

(...) “Neste momento, o espaço do Jazz poderá estar alargado porque tem havido uma maior internacionalização da cidade” (...) – José Luís Sales Marques

(...) “Se for um espaço interessante com capacidade para atrair turistas, como no passado, pode ser que haja interesse por parte de entidades privadas” (...) - idem

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pág 10 segunda-feira, 21 de maio de 2012 jORnAL TRIbunA DE mACAu

localCHUVA ESTRAGOU DESPORTO PARA TODOS. o instituto do Desporto decidiu cancelar o “Dia do Desporto para todos”, previsto para sábado, devido à chuva que se fez sentir. a decisão foi tomada após uma avaliação às condições do local da actividade - o espaço lateral do Jardim cidade das flores, na taipa.

VITÓRIA PORTUGUESA NUM MUNDIAL ESPECIAL. Portugal conquistou o título colectivo do 2º campeonato do mundo de atletismo para atletas com síndrome de Down, com 30 medalhas: 9 de ouro, 12 de prata e 9 de bronze. a competição decorreu nos açores e também contou com a participação de macau, que não obteve qualquer medalha.

TUNA INFANTO-JUVENIL DEU CONCERTO PARA PAIS E PREPARA-SE PARA CRIAR ASSOCIAÇÃO

Tradição portuguesa na voz dos mais novosÉ composta por cerca de 40 crianças e jovens, mas não exclui os mais velhos. A Tuna Infanto-Juvenil de Macau estreou-se com um espectáculo capaz de recuperar as memórias mais distantes dos pais e avós. Com canções como as “Pombinhas da Catrina” ou “A Mulher da Fava Rica”, os miúdos tocaram e cantaram a tradição portuguesa com entusiasmo. O passo seguinte será constituir uma associação e ter uma sede própria para que todos possam encontrar o seu lugar num projecto que quer ajudar as crianças a crescer com criatividade, referiu o mentor da iniciativa

Beatriz tem cinco anos, mas já sabe to-car cavaquinho. O instrumento que parece uma guitarra em ponto pe-

queno não é um objecto qualquer. A aluna do D. José da Costa Nunes está a partilhar uma tradição antiga da família. “A Bea-triz começou a tocar o cavaquinho que já pertencia ao avô. É também uma homena-gem”, contou ao JTM a mãe da Beatriz.

No sábado foi um dia especial. Depois de meses de ensaio, a Tuna Infanto-Juvenil Portuguesa de Macau estreou-se com um concerto aplaudido por pais, familiares e amigos. Com cavaquinhos, guitarras, sinos e flautas dezenas de crianças e jovens par-tilharam músicas populares, algumas de infâncias já antigas. Recordando canções como “Malhão, Malhão” e as “Pombinhas da Catrina” os mais pequenos protagoni-zaram uma manhã nostálgica e divertida.

Depois de uma música de Carlos Paião, as crianças e jovens entraram em cena acompanhados pelo mentor do pro-jecto, Marcelino Marques. No final do con-certo contaram ainda com a participação do Grupo de Danças e Cantares de Macau. José Colaço, um dos membros daquele grupo, não conseguia esconder o conten-tamento de ver as tradições portuguesas passar para os mais novos. “Sinto-me mui-to feliz e rejuvenescido (...) é uma alegria

redobrada, porque o professor também fez questão que a minha neta Beatriz ficasse com o cavaquinho que era do avô”, realça ao JTM José Colaço, que com cerca de 80 anos continua a difundir, através da músi-ca, as tradições portuguesas.

Pais e avós apoiam este projecto que envolve os pequenos com a arte tradicio-nal portuguesa. “É uma óptima iniciativa. E precisamos de eventos destes para que as nossas crianças percebam as suas origens”, explicou ainda a mãe de Beatriz.

É a música que os une em palco e às vezes na vida. E esta é uma forma de arte que também agrada a Luísa Bragança, mãe de uma aluna da EPM que também parti-cipa na Tuna. “A música faz sempre bem e lava a alma. Para eles é sempre bom”, refe-riu, ao sublinhar que a vontade de apren-der um instrumento partiu da filha, que já em Natais anteriores tinha pedido de pre-sente uma guitarra.

Pedro Porto tem seis anos e também gosta de tocar guitarra. Mostrando-se feliz com a participação no concerto, o aluno da EPM elegeu como música favorita “A mulher da Fava Rica”, por ser muito diver-tida. A canção pediu, de facto, que o públi-co entrasse em cena a marcar o ritmo com palmas.ASSOCIAÇÃO EM MARCHA. A Tuna Infanto-Juvenil Portuguesa de Macau in-tegra crianças que estudam na Escola Por-tuguesa, no Jardim de Infância D. José da Costa Nunes e que têm aulas particulares de música. É uma Tuna aberta a todos, sa-lienta Marcelino Marques, que já em Portu-gal desenvolvia projectos de cariz musical em várias organizações.

Com este espectáculo, a Tuna apre-sentou-se essencialmente aos pais e fami-liares das crianças, mas no próximo fim-de-semana tem já outro desafio, uma vez que recebeu um convite para actuar no 15º aniversário dos Escuteiros Lusófonos. Marcelino Marques espera agarrar mais oportunidades para expressar a cultura portuguesa, mas sempre garantindo a ale-gria dos mais pequenos. “Este projecto só tem sentido se tiver como objectivo o real interesse das crianças e servir para o seu crescimento enquanto cidadãos livres, cria-tivos e responsáveis”, frisou.

Como a família é uma das componen-tes intrínsecas ao projecto, a actuação de

sábado também teve como objectivo dar o pontapé de saída para a constituição de uma associação. “Hoje [sábado] é a mani-festação da vontade dos pais, familiares, amigos para constituir uma associação”, disse Marcelino Marques, que está há nove meses no território onde desenvolve vários projectos musicais.

Depois de formada a associação, o que se prevê que aconteça “o mais rapida-mente possível”, o passo seguinte será en-contrar uma sede própria onde as pessoas

se possam dirigir. O reportório e o nome da associação são portugueses, mas todas as crianças e jovens, com ou sem formação musical, poderão participar.

Enquanto a Tuna Infanto-Juvenil não tiver uma sede, o projecto desenvolve-se, por exemplo, na Escola Portuguesa, através de uma oficina de música ministrada por Marcelino Marques com o apoio da Asso-ciação de Pais e Encarregados de Educação e no D. José da Costa Nunes, no âmbito de uma actividade extra-curricular.

fátima almeida

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jORnAL TRIbunA DE mACAu segunda-feira, 21 de maio de 2012 pág 11

localVENETIAN MAIS “FRESCO” ATÉ SETEMBRO. o venetian macau acolhe desde sexta-feira até 16 de setembro a segunda edição do “ice World”, exposição de estátuas e monumentos feitos totalmente em gelo por artistas de gelo. este ano, o evento é mais ecológico, pois a temperatura subiu sete graus fixando-se em oito negativos.

20 MIL INSCRITOS NAS ACTIVIDADES DE FÉRIAS. o programa “actividades de férias 2012” atraiu 19.768 pedidos de inscrição nos primeiros dois dias. a DseJ e o instituto do Desporto vão continuar o processo de inscrição hoje e amanhã, entre as 09 e as 21 horas, no Pavilhão do tap seac.

raquel Carvalho

TEATRO AREIA PRETA APRESENTOU PEÇA ESTE FIM-DE-SEMANA

o homem contra a naturezaUma floresta, animais, pequenas criaturas imaginárias e seres humanos. Esta é uma história sobre a sociedade contemporânea, pensada para pequenos mas feita por adultos. O Teatro Areia Preta levou a cena “Tincaplins”, uma peça que mostra o conflito entre o Homem e a natureza, com as crianças a surgirem em forma de esperança para o planeta

O Teatro D. Pedro V transformou-se durante o fim-de-semana em flo-resta e em cidade. Sons de águas

agitadas e pássaros em conversa encon-traram-se com o ruído de motores e de grandes empreendimentos. Falamos de “Tincaplins”, pelo Teatro Areia Preta, uma história concebida propositadamente para o Festival de Artes de Macau. O JTM con-versou com encenadores e actores de um espectáculo “made in Macau”, que levou o conflito entre o Homem e a natureza a mi-údos e graúdos.

Depois de “Kalima”, a dupla Maíra Belati e Antonio Martinez preparou mais um espectáculo infantil. Das onze caras que fazem parte do elenco, sete trabalha-ram pela primeira vez com o grupo e duas nunca tinham tido experiência em teatro. Duarte Esmeriz é um desses rostos. “Jun-tei-me em Outubro ou Novembro. Conheci a Maíra e o António porque eles para além de teatro fazem animação de festas e têm o espaço ‘Rutz’ para crianças. Comecei a falar com eles e surgiu a ideia de integrar como colaborador o elenco desta peça”, conta, pouco antes de subir ao palco e vestir a pele de Dinho, um dos Tincaplins, figuras imaginárias que povoam a floresta.

“A primeira fase foi muito engraçada,

começámos por fazer as nossas máscaras com técnicas manuais, depois também aju-dámos a fazer os fatos. Aprendemos a fazer seda acrobática, que foi um grande desafio. E, a par disso, aprendemos as técnicas tea-trais”. Os ensaios começaram a avançar há cerca de meio ano. “Eu não tinha experiên-cia nenhuma de teatro. Foi a primeira vez, mas como eles tem imenso conhecimento e paciência não foi difícil aprender”.

Para Nathanael Ballew, de apenas 17 anos, esta não foi nem a primeira aventura teatral nem a estreia com o grupo Teatro Areia Preta. “Adoro fazer teatro. Juntei-me a eles no último mês de Maio, há cerca de um ano. Tem sido uma óptima experiên-cia. Gosto muito de trabalhar com estas pessoas e é uma grande oportunidade”, considera o jovem de origens americanas, mas a viver em Macau há 16 anos. Também Nathanael veste a pele de Tincaplim. Mas

um tincaplim com génio. “A minha perso-nagem acha que é o líder, o melhor, toma conta de todo o grupo de Tincaplins. Às ve-zes, fica chateado se alguém é melhor que ele, mas no final tudo acaba bem”.

Esta história surgiu quase de imedia-to, quando Maíra Belati e Antonio Martinez visitaram o Teatro D. Pedro V. “Há muito que estávamos enamorados por este teatro. No dia em que viemos cá, pensámos logo em transformá-lo numa floresta. De algum modo, uma continuação do que fizemos com ‘Kalima’, um teatro infantil mas ao mesmo tempo tendo em conta problemas da actualidade”. Segundo explica o ence-nador e actor, “a sociedade moderna pra-ticamente não tem contacto nem sensibili-dade com a natureza. Tentamos, por isso, despertar nos miúdos esta sensibilidade”.

Inspirada em “FernGully: A Última Floresta”, toda a trama acontece entre a

natureza, com cogumelos gigantes em cima do palco, árvores, girafas e pássaros a voarem junto do público. “Na floresta existem umas criaturas muito pequeni-nas, que são os Tincaplins, eles moram lá, tomam conta dela, desfrutam dela… E o homem sempre pensando em constru-ção leva a destruição até àquele espaço”. Antonio Martinez encarna em cena a Hu-manidade. “Um trabalhador de uma com-panhia de construção tem contacto com estas criaturas. Elas fazem um truque de magia, tornando-o pequeno. Aí surge um romance com uma das tincaplins”.

É no meio de um improvável roman-ce que esse homem, que chegou à floresta a atirar lixo para o chão, “percebe a ne-cessidade de respeitar a natureza”. No entanto, já não há tempo para impedir o avanço das máquinas. “Ele percebe que toda a empresa já está na floresta, está tudo pronto para ser destruído… entende que já não dá para trocar a mentalidade dos homens crescidos, mas nos miúdos é possível…”. A mensagem, acrescenta o encenador, “é a necessidade de dar a oportunidade para que os miúdos não cometam os mesmos erros”.

As mudanças na floresta vão sen-do materializadas através de projecções multimédia em palco, composto per-manentemente por dois tecidos acrobá-ticos. Os Tincaplins vão-se lançando no ar entre números e olhares de espanto. Em busca de salvarem a sua floresta. A música ao vivo, pelos dedos de Andrew Cheong, um aluno do Conservatório de Macau, recriou uma selva entre o silêncio e a intromissão humana.

Depois de muitas horas de suor e de a missão estar comprida, com duas repre-sentações, uma no sábado e outra no do-mingo, Antonio Martinez e Maíra Belati – agora a respirarem de alívio – não têm dúvidas ao afirmar que esta foi uma peça de superação. “Fizemos todos coisas que não sabíamos. Todos nós nos superámos”.

LIGA DE ELITE

Empate comprometedor para o Monte carloO Monte Carlo poderá ter deitado por terra as aspirações de se sagrar campeão esta temporada ao não ir além de um empate a três frente ao Lam Pak numa boa partida de futebol no Estádio de Macau

O sonho do título estava bem perto e adivinha-vam-se três provas de fogo até ao final. Na primeira, frente ao Lam Pak, o Monte Carlo

acabou por não ir além de um empate, a três golos, precisando de mais um “tropeção” do Ka I para che-gar à liderança.

O Lam Pak surgiu em campo como se fosse can-didato ao título, jogando de igual para igual. Foi sem grande surpresa que se adiantou no marcador através de um livre directo, mas os “canarinhos” conseguiram igualar em cima do intervalo após uma boa incursão do central Márcio no ataque.

A partida continuou a ser disputada, com ligeiro ascendente para o Monte Carlo, enquanto o Lam Pak espreitava o contra-ataque, acabando por render fru-tos a dez minutos do final num lance conduzido pelo ataque dos “azuis”. No entanto, apenas cinco minutos depois o Monte Carlo voltou a marcar, relançando a partida para um final electrizante.

Em cima dos 90 o Lam Pak fez novo golo, “ma-

tando” as aspirações da equipa de Paulo Bento. De seguida surgiu um lance caricato. Bola ao centro para reatar a partida depois do golo do Lam Pak, toque para o lado e o jogador do Monte Carlo chuta directa-mente para a baliza, apanhando o guardião distraído dado que deixou passar a bola. Pouco mais de um mi-nuto depois e o árbitro mandou toda a gente para os balneários.

“Vamos até ao fim enquanto matematicamente for possível. Está mais difícil mas também disse que não podia antever resultados. Tudo fizemos para ga-nhar o jogo mas do outro lado também estava uma equipa organizada”, referiu ao JTM Paulo Bento, dei-xando ainda algumas críticas ao anti-jogo praticado pelo adversário.

Do lado do Lam Pak, o técnico Chan Man Kin mostrou-se muito satisfeito pela prestação dos seus jogadores. “Procurei uma estratégia especial para este jogo e estou muito contente, não pelo resultado mas com a forma como os meus jogadores estiveram, na troca de bola e no contra-ataque”, referiu.

O Ka I acabou por ser o grande beneficiado dado que conseguiu voltar a depender só de si após ter ven-

cido o Lam Ieng por 3-1. Nos restantes jogos, o Benfi-ca sofreu para derrotar o Kuan Tai, por 4-2, enquanto o Porto confirmou a boa forma ao vencer a Polícia por 2-0. Os Sub-23 venceram o Hong Ngai por 4-0, conti-nuando a lutar para não descer de divisão.

pedro andré santos

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pág 12 segunda-feira, 21 de maio de 2012 jORnAL TRIbunA DE mACAu

DESPoRToNANI E HUGO ALMEIDA SEM MEDO DA ALEMANHA. Nani e Hugo almeida mostraram-se confiantes numa boa estreia de Portugal no euro 2012, contra a alemanha. “É uma selecção que tem vindo a crescer nos últimos anos, não vai ser fácil, mas eles também devem estar a pensar o mesmo”, disse Hugo almeida. Já Nani considerou que a alemanha “é uma excelente selecção e temos de ser humildes e respeitá-los, mas eles também vão ter de nos respeitar, porque não lhes vamos fazer a vida fácil”

Como analisa as chamadas de Paulo Bento?

- Acho primeiro que tudo que os “treinadores de bancada” são isso mesmo. Normal e geralmente não considero que os curiosos como eu e tantos outros pelo mundo fora, com mais ou menos estatísticas, mais ou menos jogos vistos, possam acrescentar algo a quem - por formação e profissão - como é o caso do Paulo Bento, que conseguiu recuperar a selecção nacio-nal e assegurar a sua participação na fi-nal. Deste modo, as chamadas de Paulo Bento para o Euro 2012 são aquelas que ele entendeu melhor e há que respeitá-las.

- Concorda com as opções ou que alterações faria?

- Pessoalmente, preferiria poder contar com o Hugo Viana, enquanto o Hélder Postiga é uma permanente incógnita que tanto pode fazer muito como falhar muito.

- A ausência de Hugo Viana não era esperada, considerando a época que efectuou...

- Num Europeu é importante que a equipa-base tenha uma rodagem como sucede com a Espanha, onde o esqueleto da selecção foi o Barcelo-na temperado pelo Real Madrid e polvilhado por outros jogadores. Ora Hugo Viana está acostuma-do a palcos destes, por isso acho que seria uma mais valia segura a presença de Hugo Viana.

- E em relação à chamada de Miguel Lopes e a não con-vocação de Bosingwa? E as cha-madas de Custódio e Nélson Oliveira, que quase não jogou, justificam-se?

- O primeiro caso resulta, pelo que sei, da recusa de Bosingwa em jogar com Paulo Bento a treinador. Cada vez mais, o futebol vai estando prenhe des-tes casos onde os egos de prima-donas parecem falar mais alto. Quanto à se-gunda pergunta, acho que Custódio é um excelente reforço. Quanto a Nélson Oliveira, prefiro ver do que vaticinar.

- Escolheu Custódio para o seu “onze” em detrimento de jogadores que têm jogado mais, como Miguel Veloso ou Carlos Martins. Porquê?

– Os jogadores são homens e não é possível pensar apenas dentro de uma lógica uniforme. Custódio não é um novato e vem de um Braga que esteve muito bem. Existe um grau de confiança e como em tudo, os homens são corpo,

António Conceição Júnior aposta forte em Paulo Bento para conduzir a selecção portuguesa o mais longe possível no Euro2012. Apesar de se apelidar de “treinador de bancada”, à semelhança de tantos outros, o presidente da direcção do Sporting Clube de Macau considera que Hugo Viana poderia vir a ser muito útil à equipa

pedro andré santos

ANTÓNIO CONCEIÇÃO JÚNIOR (PRESIDENTE DO SPORTING CLUBE DE MACAU)

“Paulo Bento conseguiu recuperar a selecção nacional”espírito e mente. Por mim aposto num jogador que se sente em ascensão mas tem, ao mesmo tempo, maturidade.

- Cristiano Ronaldo fez uma gran-de temporada, mas na selecção, por vezes, anda meio apagado. O sucesso de Portugal poderá passar também por aí?

– Esta questão só vem dar razão ao que eu disse sobre o Custódio. Os homens, as cir-cunstâncias e as contingên-cias... Cristiano Ronaldo pode fazer a diferença, mas eu prefiro apostar na equi-pa. Ronaldo amadureceu, sabe soltar a bola ou guar-dá-la. O êxito de Portugal pode passar por ele, mas nunca ninguém é alguém sozinho...

- Quanto ao sistema tác-tico, será o habitual 4-3-3 ou irá o técnico mudar de sistema de jogo?

- Quanto a mim, a táctica existe no começo do jogo. Mais importante será a estratégia, já que só nos matraquilhos os bonecos es-tão fixos. É na intensidade, na posse de bola, na valo-rização da

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DESPoRToSELECÇÃO DAS QUINAS JÁ TEM HINO. a selecção portuguesa de futebol já tem um hino para acompanhar a viagem à Polónia e ucrânia no euro 2012. o tema foi composto por agir e cifrão, com a direcção de Paulo vintém. a letra é dos apresentadores Pedro fernandes, antónio raminhos e luís filipe Borges. as gravações e o vídeo contaram com a presença dos próprios jogadores, cómicos como rui unas, desportistas como Nelson Évorae de gente da música comofilipe fernandes e membros dos Klepht.

prognóstiCos:

Portugal 1 vs Alemanha 1

Portugal 3 vs Dinamarca 0

Portugal 2 vs Holanda 1

ANTÓNIO CONCEIÇÃO JÚNIOR (PRESIDENTE DO SPORTING CLUBE DE MACAU)

“Paulo Bento conseguiu recuperar a selecção nacional”qualidade técnica dos nossos jogadores e na total e permanente compreensão de que o jogo é uma expressão de espa-ço e da sua ocupação, bem como da di-

Rui patrício

Fábio Coentrão

pepe bruno Alves

joão pereira

Custódio

joão moutinhoRaúl meireles

Cristiano Ronaldo nani

Hugo Almeida

O “onze” de António Conceição júnior

mensão mental/emocional dos jogado-res. Assim sendo, espera-se que Paulo Bento adapte para cada jogo a estratégia adequada.

- Face à qualidade dos alas (Ro-naldo, Nani, Quaresma), e dado que os adversários são complicados, poderá o técnico optar por esta opção em detri-mento do habitual ponta de lança?

- Volto a repetir que, quando muito, serei treinador de bancada, e penso que cada ser humano deve ter a plena noção do que é. Assim, e dentro do que julgo saber, faz mais sentido ter um Hugo Al-meida, sobretudo contra a Alemanha.

- Terá Portugal capacidades de se qualificar? Até onde poderá ir?

- Costumo dizer que os jogos se ga-nham na cabeça, isto é, que a vontade, a concentração e a determinação são in-gredientes fundamentais. Fazer vaticí-nios desta natureza é sempre um outro jogo na cidade onde há jogo. Portugal está no chamado grupo da morte, com dois ex-campeões do mundo. Compre-endo que Paulo Bento estabeleça metas precisas e seja prudente nos objectivos. Acho que existem cinquenta por cento de possibilidades de Portugal se quali-ficar. Estes são os jogos que permitem criar uma endurance emocional que será decisiva.

- Quem irá marcar a diferença?- O futebol é um jogo de uma

enorme complexidade. Reduzir essa complexidade que tem

vindo a ser estudada por técnicos credenciadíssimos

como José Mourinho, (vidé Edgar Morin e a

Teoria da Complexi-dade) para um des-

fecho assim será, a meu ver, redutor e demasiado “fute-boleiro”. A haver uma diferença para maior, gos-taria que fosse a selecção no seu conjunto.

(...) “Mais importante será a estratégia,

já que só nos matraquilhos

os bonecos estão fixos” (...)

ver vídeo na edição online do jtm www.jtm.com.mo

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pág 14 segunda-feira, 21 de maio de 2012 jORnAL TRIbunA DE mACAu

PuBlIcIDaDE

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joão ruela

jORnAL TRIbunA DE mACAu segunda-feira, 21 de maio de 2012 pág 15

VAZ TÊ COLOCA O WEST HAM NA PREMIER LEAGUE. o goleador português fez o golo da vitória dos “hammers” em Wembley, a dois minutos do final da partida com o Blackpool. vaz tê juntar-se-á ao leque de jogadores lusos na Premier league na próxima época.

EQUIPA DE JAIME PACHECO EM SEGUNDO LUGAR. o Beijing guoan, equipa orientada pelo técnico português Jaime Pacheco, venceu ontem por 1-0 no campo do changchun, ascendendo ao segundo lugar da super liga chinesa de futebol, com 21 pontos. DESPoRTo

LIGA DOS CAMPEÕES

a obra completa de Roman abramovich

Depois de 2,5 mil milhões de euros investidos (gastos entre contrata-ções e salários), oito épocas de de-

salento europeu e largas horas de sofrimen-to, o Chelsea cumpriu o eterno sonho de Roman Abramovitch e venceu a Liga dos Campeões. Na Arena de Munique, perante um Bayern que jogava em casa e que car-regava o estatuto de favorito, os blues ven-ceram nos penáltis, após um empate a um golo no tempo regulamentar, e impediram os alemães de se sagrarem campeões pela quinta vez.

O “autocarro” do Chelsea conseguiu

transportar os pupilos do italiano Di Matteo até um capítulo que o Bayern nunca tinha conhecido: perder uma final no desempate por penáltis. O Chelsea, por sua vez, con-seguiu finalmente ultrapassar a “maldição” dos castigos máximos. Em 2008, na época inacabada de José Mourinho, perdera a fi-nal para o Manchester UNited nos penál-tis; este ano, depois da demissão de André Villas-Boas, os londrinos fizeram finalmen-te a festa.

Quinze anos depois de Paulo Sou-sa ter feito a festa lusa em Munique, pelo Dortmund, foi a vez dos português Bosin-gwa (jogou os 120 minutos), Paulo Ferreira, Raul Meireles e Hilário se sagrarem campe-ões europeus, sendo que os dois primeiros entraram no restrito lote de quatro jogado-res lusos – juntamente com Paulo Sousa e Deco – que venceram a liga milionária por dois clubes.

O italiano Di Matteo, que substituiu

Villas-Boas, terá convencido o dono do clu-be, Abramovitch, a conceder-lhe o lugar de treinador principal para a próxima época, depois de ter conquistado a Liga dos Cam-peões em apenas seis jogos, um recorde na competição. A verdade, no entanto, é que a “estrelinhas” da sorte acompanhou toda a campanha do Chelsea.

Depois de 83 minutos de domínio absoluto do Bayern Munique, os alemães chegaram finalmente ao golo por intermé-dio de Müller. Tudo parecia decidido, mas a dois minutos dos 90’ Didier Drogba, no único (!) pontapé de canto conquistado pelo Chelsea, foi às alturas cabecear para o empate. No prolongamento, o costa-marfinense fez aquilo que já tinha feito em Barcelona: cometeu um penálti. Robben, no entanto, imitou Messi e falhou o castigo máximo. Nos penáltis, Schweinsteiger fa-lhou e Drogba acabou herói.

JTM/DN

2,5 mil milhões depois, milionário dono do Chelsea cumpre finalmente o sonho

ANÁLISE

arbitragem portuguesa de parabéns

antónio garrido*

Pedro Proença apresentou-se com exce-lente compostura e sempre elegante, nos gestos e nas movimentações. Revelou um óptimo controlo e leitura de jogo, sempre muito confiante e denotando uma forte personalidade. Correcto na forma como se dirigiu aos jogadores, através de uma linguagem corporal adequada. Nunca perdeu o controlo do jogo, mostrou um excelente condição física , sempre muito perto dos lances, o que fez que tivesse ajui-zado a maior parte das jogadas da forma mais correcta. Óptimo na amostragem dos cartões amarelos, protagonizou decisões correctas no capítulo disciplinar. Consi-dero que além de estar muito bem no ca-pítulo técnico, esteve igualmente bem, no aspecto disciplinar. A grande penalidade cometida por Drogba, no prolongamen-to, foi muito bem assinalada pelo árbitro português. Não teve situações para a apli-cação da lei da vantagem . Foi sóbrio, dis-creto, muito calmo, soube estar e revelou sensibilidade. Importa realçar também, a excelente coordenação que existiu entre Pedro Proença e os assistentes; muito bem Bertino Miranda, num fora de jogo que da-ria um golo irregular a Ribéry. Arbitragem de grande nível. Todos os árbitros portu-gueses que estiveram em Munique estão de parabéns.

*Árbitro da final daTaça dos Campeões em 1980

Jogadores do Chelsea posam com a Taça

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PuBlIcIDaDE

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jORnAL TRIbunA DE mACAu segunda-feira, 21 de maio de 2012 pág 17

PuBlIcIDaDE

Nota: a.Salvo-conduto para HK e Macau da RPC b.Passaporte da RPC c.Salva-conduto pra Taiwan dos residentes da RPC d.BIRHK e.Passaporte de Taiwan, China

f.Passaporte de Vietname g.Passaporte de Fiipinas h.Passaporte de Tailândia i. Passaporte de Coreia

A.Posto Alfandegário das Portas do Cerco B.Posto Alfandegário do Porto Exterior C.Terminal provisório da Taipa D.Posto Alfandegário de Aeroporto Internacional E.Posto alfandegário de COTAI

Serviços de Alfândega de Macau, aos de de 2012

Chefe do DPICheng Kin Chong

Intendente Alfandegário

Tabela II

Zhong ShengKeung Wai ManTang Mei BaoKuok A WaiYe Shao QiangLi HuiHuang Jian TangChen Li ZhuSi Quan LinTang Xian YunHa Van Hau

Liu Yue Xian

Che Run GenLe The HoaNguyen Thi PhongQiu De Sheng

Wong Cho Lai

Chan Shing FatLin Pao YangWu Man ChungPang Yuk ChunHuang Qi PengDungca Marilyn MabalotSu Xiu DuanLiang PingLeung Wai CheungLaw Chung ManChan Hi KimYung Tak WaWang Kang DeWu Jia ShenLuo Yun MeiZheng Dai LianXu Dong ShengLin Bai ShengOu YueQiu Zhen Zhen

Hong Xu Chu

Zou Mei Yu

Yan Juan Juan

Wu Xiu YuChen Mei LianChen Kai HongCai Xiu LiuChen Shi MeiChen Hong MeiChang Hsi ChungChan Hing Yat

Qin Zi Yang

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W3xxxx302B3xxx495B3xxx10421xxxx794

D1xxx51(9)

E2xxx38(2)13xxxx428H1xxx15(5)P0xxx01(5)W3xxxx330XXxxxx572T0xxxx937W3xxxx148E7xxx69(2)C4xxx82(9)K6xxx81(5)C5xxx38(A)W3xxxx165W2xxxx081W3xxxx664W2xxxx057W4xxxx209W3xxxx549W4xxxx188W3xxxx660

W4xxxx684

W4xxxx992

W4xxxx378

W1xxxx652G3xxxx644W4xxxx080W4xxxx675W3xxxx200W5xxxx98721xxxx422E6xxx48(8)

W1xxx877

5/6/20107/6/20109/6/201021/6/201025/6/201027/6/20109/12/201028/2/201110/5/201023/6/201030/6/20104/8/201027/10/201024/10/201015/9/201025/9/201031/8/200911/10/200919/1/20105/11/200914/11/20092/12/20095/12/200916/1/201017/2/201015/3/201026/3/2010

30/7/2010

25/11/201016/5/201012/1/201112/1/201119/1/201128/1/20119/2/201124/2/201125/3/201119/5/201118/6/201123/6/201127/9/201121/7/20114/9/20111/10/20117/10/201118/10/201130/10/201116/12/200918/12/200922/6/2010

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0838/5.0450/DPI/2010

1535/20101550/20101564/20101647/20101667/20101675/20102893/2010813/2011943/20101009/20101022/20101390/20102271/20102262/20101982/20102017/20102217/20092561/2009279/20102671/20092804/20092960/20092975/2009271/2010628/2010753/2010821/2010

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cigarrovinho estrangeirocigarrocigarrocigarrocigarrocarneginseng americanocarnecarnecarnecarne e ave domésticacarneviscera de porcocarnecarne e produtos do marcigarro

cigarro

cigarrocigarrocigarrocigarropeças sobressalentes de automoveiscarnevinho estrangeirocigarro

produtos digitais

produtos do marvinho estrangeirocarnecarnevinho chinêscarne e produtos do marovo, carne e produtos do marcarne

carne

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carne, produtos do mar e ave domésticacarne e produtos do marcarneave domésticaave domésticavinho estrangeirocigarro

cigarro

07/10/20111/12/20117/10/20117/10/20117/10/20117/10/201114/3/201210/11/201123/6/201030/8/201031/8/2010

1/3/2012

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12/10/2011

12/10/201110/10/201110/10/201112/10/201128/1/20117/9/201118/7/201115/4/2011

28/6/2011

7/10/201110/11/20117/6/201127/5/201119/5/201129/6/201114/6/201129/6/2011

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12/12/2011

14/12/2011

12/12/201112/12/201114/12/201114/12/201114/12/201114/12/201110/10/201112/10/2011

8/2/2012

Nome do Infractor SexDocumento Infracção

Data LocalN.° do Processo de

TransgressãoN.° do Auto de Notícia

Artigo apreendido Data de DespachoTipo Número

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pág 18 segunda-feira, 21 de maio de 2012 jORnAL TRIbunA DE mACAu

acTualFORTE SISMO NO NORTE DE ITÁLIA. um sismo de magnitude 6 na escala aberta de richter abalou na noite de sábado para domingo a cidade de ferrare, no norte de itália, provocando pelo menos seis vítimas mortais e 50 feridos, para além de sérios danos materiais.

MILHARES DE “CAMISAS VERMELHAS” EM MANIFESTAÇÃO. milhares de “camisas vermelhas” reuniram-se ontem em Banguecoque para uma manifestação que marca o segundo aniversário do protesto que acabou na morte de quase uma centena de pessoas na capital tailandesa.

HONG KONG

legco debateu propostadurante 33 horas

A notícia fez manchete no “South China Morning Post”, com o presidente

do Conselho Legislativo (Leg-co), Tsang Yok-Sing, a descrever que “foi uma situação fora do normal com muitos deputados a fazerem muitos discursos re-petitivos”. Tsang Yok-Sing disse que tomou a decisão para man-ter o normal funcionamento do Hemiciclo, recusando eventuais pressões do Governo.

A interrupção no Legco foi, no entanto, alvo de críticas por parte de alguns deputados, como o da Liga Social-Democra-ta, Leong Kwok-hung - também conhecido por “Long Hair” -, que quer que o Tribunal Supre-mo de Hong Kong se pronuncie sobre o assunto, por considerar que Tsang Yok-Sing foi além dos poderes efectivos. “A obstrução foi uma tentativa dos democra-tas radicais de bloquear a apro-vação da lei, que proíbe os depu-tados que se demitem a meio do

mandato de concorrerem a uma segunda eleição no prazo de seis meses”, escreve o jornal.

Segundo o “South China Morning Post”, os deputados do Partido do Povo Raymond Wong Yuk-man e Albert Chan Wai-yip apresentaram 1.300 al-terações à proposta, enquanto os deputados pró-governo ten-taram acabar com o bloqueio. Nas duas últimas semanas, o debate foi suspenso por duas vezes devido ao reduzido nú-mero de deputados presentes. Os deputados pró-democratas consideram que a interrupção do debate de 33 horas pelo pre-sidente do Conselho Legislativo de Hong Kong abre precedentes no debate de outras leis contro-versas, como a que diz respeito à segurança nacional. Iniciada na quinta-feira, e continuada na sexta-feira, a votação das 1.306 alterações à proposta de lei de-verá prolongar-se no início desta semana. JTM/Lusa

TAIWAN

Ma Ying-jeou reafirma política de paz com a china

Ao intervir na cerimónia de tomada de posse para um segundo mandato de quatro anos perante cinco presidentes e oito chefes de Go-

verno dos seus aliados, Ma Ying-jeou reafirmou a sua política face à China de “não independência, não uni-ficação e não conflito” e defendeu a soberania da ilha e a sua política externa “viável” para ampliar o espaço internacional de Taiwan.

Ma Ying-jeou mostrou espacial preocupação com a “competitividade internacional” de Taiwan que irá procurar fomentar com políticas de “crescimento”, “justiça social”, “preservação do meio ambientes” e “desenvolvimento cultural” e de “talentos”.

No seu primeiro mandato, o presidente taiwa-nês desbloqueou as negociações pragmáticas com a China e conseguiu a assinatura de 16 acordos entre os quais destaca um semelhante a um tratado de co-mércio livre.

Por outro lado, Ma Ying-jeou declarou uma trégua a Pequim na luta por aliados diplomáticos e manteve os laços com 23 países além da participação de Taiwan na Organização Mundial de Saúde como observador.

No entanto, no plano interno, Ma Ying-jeou en-frenta um crescente descontentamento com as suas politicas económicas devido aos aumentos do preço da energia, à desaceleração da economia e à importação de carne bovina norte-americana.

O número de descontentes da gestão de Ma Ying-jeou tem vindo a aumentar e segundo uma sondagem recentemente publicada atinge os 60 por cento, bem como a vigília de protesto antes da tomada de posse, reuniu milhares de pessoas – 38 mil segundo a polícia e 100 mil segundo a organização.

O poder de Ma Ying-jeou está, contudo, bem sus-tentado dado que venceu as eleições de Janeiro com 51,60 por cento dos votos deixando a sua rival do Parti-do Democrático Progressista com 45,63 por cento.

JTM/Lusa

TIMOR-LESTE

Novo Presidente apela à coesão e unidade nacionalO novo Presidente de Timor-Leste, Taur Matan Ruak, alertou ontem, num discurso para celebrar o 10º aniversário da restauração da independência, que a fragmentação dos partidos políticos mina a coesão e a unidade nacionais

Esta fragmentação (dos partidos políticos) a que temos vindo a assistir por

diversas vezes, é um motivo de preocupação pois divide o tecido social e mina a coesão e unidade nacionais”, afirmou o Presidente eleito, dirigindo-se aos mais de 20 partidos políticos que vão partici-par nas eleições legislativas de 7 de Julho.

Para Taur Matan Ruak, em Timor-Leste há partidos com “experiência e organização con-solidada”, formações políticas que resultam da fragmentação de partidos existentes e outros que se criam por “identificação de interesses e objectivos comuns a grupos de cidadãos que não se

identificam com os já existentes.“Apelo aos partidos políti-

cos, militantes e apoiantes, para que esclareçam os eleitores sobre os vossos programas políticos, os vossos objectivos e estratégias para os atingir, fundamentando-se no respeito pelos adversários e pela diferença de ideias”, disse o Presidente.

O chefe de Estado timorense lembrou também que a popula-ção aprecia lideranças responsá-veis, com valores e princípios do progresso e da democracia, asso-ciados aos valores, princípios e tradições dos antepassados.

“Apelo à nossa população, aos cidadãos eleitores, que vivam a festa da democracia em Paz (...)

Saibamos respeitar a diferença. Saibamos ser tolerantes para o re-forço da nossa democracia, para o reforço da nossa unidade nacio-nal”, insistiu Taur Matan Ruak. A campanha para as eleições legis-lativas começa no início do mês de Junho.ONU COM MISSÃO POLíTI-CA. Taur Matan Ruak disse tam-bém que as forças de paz deixam este ano Timor-Leste e que a ONU passará a ter uma missão política. “É também neste ano do nosso 10º aniversário que assistiremos à retirada das missões da ONU do nosso país, enquanto forças de paz, forças de manutenção da paz e de apoio à construção do Esta-do”, afirmou.

“Estou convicto de que a co-munidade internacional aceitará manter uma pequena missão da ONU. Será, contudo, uma missão política de apoio ao processo de transformação do país, ao seu de-senvolvimento”, afirmou o Presi-dente timorense, salientando que a saída daquelas missões é um “sinal de que já muito foi alcan-çado”.

“Olhar o país hoje, dez anos decorridos, é ter motivo de orgu-lho por tudo o que foi alcançado e construído por nossa responsa-bilidade e com o apoio, assistên-cia e cooperação internacionais”, acrescentou.

No discurso, Taur Matan Ruak falou também da relação e integração de Timor-Leste na re-gião e no mundo. “Timor-Leste é hoje uma Nação diplomatica-mente activa que tem vindo a di-

versificar e a alargar o seu âmbito de acção e de trabalho”, disse.

Segundo o Presidente, ao nível da região deseja “elevar a relação estreita e cordial” com a Indonésia e Austrália para uma “relação de aliados”.

“Ao nível internacional, rea-firmo o nosso empenhamento na Organização das Nações Unidas e respectivas agências”, disse.

Sobre a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Taur Matan Ruak disse que é a “família de identidade que deriva de laços históricos se-culares”. “Também com a CPLP, desejo ver alterações de qualida-de e em quantidade”, disse, sa-lientando que apesar do trabalho realizado em muitos sectores há espaço para mais.

Para o novo Presidente timo-rense, na CPLP ainda “há muito trabalho a fazer” para que a famí-

lia seja sentida pelas populações.Em relação à Associação das

Nações do Sudeste Asiático (ASE-AN), Taur Matan Ruak lembrou que se prepara a adesão à orga-nização e que Timor-Leste ainda tem muito trabalho por realizar.

No discurso, o Presidente timorense agradeceu a todos os que contribuíram para o “renas-cer” de Timor-Leste, deixando uma homenagem a todos quan-tos sacrificaram as suas vidas para assegurar a paz no país.Taur Matan Ruak falava na cerimónia de Içar da Bandeira que deu iní-cio às comemorações do 20º ani-versário da restauração da inde-pendência.

Na cerimónia participaram o Presidente de Portugal, Aníbal Cavaco Silva e o chefe de Estado da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, além de outros con-vidados internacionais.

Hu Jintao reafirma apoio o presidente chinês, Hu Jintao, felicitou timor-leste pelos dez anos da sua independência e afirmou que a china “apoiará, como sempre, a construção e o desenvolvimento” do país. timor-leste “conseguiu salvaguardar a paz e a estabilidade nacionais, estabelecer e melhorar um sistema de governo, promover activamente o desenvolvimento económico e esforçar-se por elevar o nível de vida da população”, disse Hu Jintao numa mensagem ao homólogo timorense, taur matan ruak, difundida pela agência xinhua. Desde que estabeleceram relações diplomáticas, há 10 anos, china e timor “têm-se respeitado um ao outro, em pé de igualdade e ajudando-se mutuamente para o desevolvimento comum”, diz a mensagem. “a china atribui grande importância aos laços de boa vizinhança com timor-leste e apoiará, como sempre, o seu empenho na construção e desenvolvimento nacionais”, afirma Hu Jintao.

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jORnAL TRIbunA DE mACAu segunda-feira, 21 de maio de 2012 pág 19

acTual19 MORTOS EM EXPLOSÃO DE UM TÚNEL NA CHINA. Dezanove pessoas morreram ontem numa localidade do centro da china numa explosão de um túnel de uma estrada em construção, segundo as autoridades chinesas. além dos 19 mortos, as autoridades indicam ainda que a explosão provocou um ferido.

55 OBRAS DE PICASSO NO HERITAGE MUSEUM DA RAEHK. um total de 55 obras de Pablo Picasso estão desde sábado expostas no Hong Kong Heritage museum, naquela que é a maior exposição do artista espanhol na região administrativa especial chinesa.

PORTUGAL

Passos no comboio do crescimento de HollandePrimeiro-ministro reuniu-se ontem com o Presidente francês. À mesa o futuro da União Europeia

Depois de ter sido acusa-do durante vários meses pela oposição de que a

palavra “crescimento” não fazia parte do seu léxico, o primeiro ministro português esforça-se agora por entrar no comboio dos que vêem nela a salvação da União Europeia. Terá sido esse um dos motivos que levou Pedro Passos Coelho a pedir ao recém eleito Presidente francês um encontro, à margem da Ci-meira da NATO, que decorre em Chicago.

Neste encontro de “20 mi-nutos” entre Passos e François Hollande, a situação da Europa e as dúvidas sobre o futuro da Grécia – que vai pela segunda vez às urnas a 17 de Junho de-pois de falhado o acordo para um Governo de coligação – es-tarão sobre a mesa. Mas é, com certeza, sobre a prioridade que Hollande quer dar ao cresci-mento económico da União Eu-ropeia que os dois governantes terão mais para conversar.

Pedro Passos Coelho con-tinua um indefectível defensor do cumprimento das metas de austeridade. Portugal foi, aliás, um dos primeiros países a rati-ficar o Tratado Europeu (a par da Grécia) que impõe um tecto à dívida. Já na sua campanha para as presidenciais em que

derrotou Sarkozy, Hollande de-fendeu que o Tratado deve ser renegociado.

Fonte governamental fri-sou ao DN que o discurso do “primeiro-ministro não pode ser outro senão o de se manter fiel aos compromissos assumidos por Portugal com a troika, ou seja, o cumprimento do plano de austeridade imposto”. Mas a mesma fonte frisa que “Passos já foi dando sinais de que quer apanhar o comboio do cresci-mento assim que for possível”.

É esta a ideia que porven-tura irá hoje transmitir a Fran-çois Hollande. Tal como já o fez na carta enviada ao homólogo francês, Jean-Marc Ayrault, que tomou posse na quarta-feira. Na missiva, Passos manteve a ideia de que a recuperação económi-ca da Europa deve continuar a assentar “em bases sólidas e saudáveis de governação eco-nómica e monetária, de consoli-dação orçamental e de reformas estruturais”.

Mas dizia também estar convencido de que “o nosso empenho conjunto dará os seus frutos para impulsionar uma nova dinâmica de crescimento, de criação de emprego e de pros-peridade na Europa, enquanto continuamos, com determina-ção, os nossos esforços para an-

corar o ímpeto de recuperação em bases sólidas e saudáveis de governação económica e mone-tária, de consolidação orçamen-tal e de reformas estruturais que fortaleçam a nossa competitivi-dade”.

Hollande deverá reafirmar a Passos o empenho em colocar o crescimento económico na mesa dos próximos Conselhos Europeus, incluindo a defesa da emissão dos chamados eu-robonds. Uma solução que tem sido reiteradamente rejeitada pela chanceler Angela Merkel.

Esta proposta do Presidente francês deve ir já à mesa do jan-tar de trabalho em Bruxelas, na quarta-feira, entre os líderes eu-

ropeus. Tal como a vontade que Hollande manifestou de ressus-citar a discussão do Tratado Or-çamental aprovado em Março por 25 dos 27 Estados membros da UE. A ua ideia é temperar o rigor orçamental com o estímu-lo às economias, sem que ainda se conheça a fórmula defendida para o fazer.DIáLOGO COM O PS. Em Portugal, Passos também pre-parou terreno para os próximos desafios internos e externos. Na sexta-feira chamou a São Bento o líder da oposição, que vinha a queixar-se de falta de diálogo com o PS. Duas horas em que o líder do Governo e António José Seguro – que dois dias antes fez

uma ronda pelos parceiros so-ciais – discutiram os problemas do País.

Da reunião, Seguro não saiu convencido que na quarta-feira a maioria vá votar favo-ravelmente a sua proposta de protocolo adicional ao Tratado Orçamental – que pede precisa-mente uma estratégia europeia de crescimento económico e em-prego. PSD e CDS já o chumba-ram numa primeira fase no Par-lamento. O líder do PS faz agora depender desta aprovação a condição para o PS viabilizar o Documento de Estratégia Orça-mental, que vai a votos dois dias depois.

JTM/DN

Pedro Passos Coelho mantém a ideia de que só com “consolidação orçamental” é possível o crescimento na Europa

manuel Carlos freire

ERc abre inquérito a alegada pressão ao PúblicoMinistro enviou documentos sobre acusações de que ameaçou revelar vida privada de repórter do “Público”

A direcção do Público assumiu no Sábado que o ministro Miguel Relvas “ameaçou (...) divulgar

detalhes da vida privada” de uma jor-nalista se escrevesse um artigo sobre ale-gadas contradições suas numa audição parlamentar, centrada nas relações do governante com o ex-espião Jorge Silva Carvalho. A acusação – que o gabinete de Miguel Relvas “desment [ira] categorica-mente” na sexta-feira e à qual disse nada mais querer acrescentar – surgiu na últi-ma página da edição do jornal deste sá-bado. Os responsáveis do diário também não fizeram mais comentários.

A Entidade Reguladora para a Co-municação Social (ERC) declarou de ime-diato aberto “o processo” de inquérito ao caso, após receber “uma série de do-cumentos” enviados por Miguel Relvas, disse ao DN o seu presidente. “O proces-so já está aberto. [Amanhã] vai ser distri-buído a um técnico do grupo de análise

de media e a um do departamento jurí-dico” e vão agendar-se as audições do caso, a que “vamos dar a maior celerida-de possível” por ser daqueles em que a suspeita “não se pode prolongar”, frisou Carlos Magno, admitindo ainda que a informação enviada pelo ministro incluí o conjunto de novas questões que o Pú-blico lhe enviara esta semana e a que não respondera.

A nota da direcção do Público – que já revelara ter protestado junto do ministro, de quem recebeu depois um

pedido de desculpas pelas pressões fei-tas – adiantou que o advogado do diário “considerou não ser” aquela ameaça (ou a de que iria “fazer um blackout noticio-so do Governo contra o jornal”) violado-ra da lei.

No entanto, os artigos 153 º (“ame-aça”) e 154 º (“coação”) do Código Penal – no capítulo “Dos crimes contra a liber-dade pessoal” – podem indicar o contrá-rio: o primeiro afirma que “quem amea-çar outra pessoa com a prática de crime contra a vida, a integridade física, a li-

berdade pessoal, a liberdade e autodeter-minação sexual ou bens patrimoniais de considerável valor, de forma adequada a provocar-lhe medo ou inquietação ou a prejudicar a sua liberdade de determina-ção, é punido com pena de prisão até 1 ano ou com pena de multa até 120 dias”. O outro artigo diz que “quem, por meio de violência ou de ameaça com mal im-portante, constranger outra pessoa a uma acção ou omissão, ou a suportar uma ac-tividade, é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa”.

Com o Sindicato dos Jornalistas a exigir “o cabal esclarecimento das acusa-ções do Conselho de Redacção” do Pú-blico – o órgão que denunciou o caso – a Miguel Relvas, o BE considerou “essen-cial que o assunto seja clarificado”. Para a deputada Catarina Martins, “não pode haver opacidade em relação à liberdade de imprensa”. Já deputado Matos Cor-reia (PSD) sustentou que “os media não se deveriam colocar no papel da oposi-ção ao Governo”.

A confirmarem-se as ameaças atribu-ídas a Miguel Relvas, o PS que quer ouvir o ministro no Parlamento, disse tratar-se de um caso de “gravidade extrema” e o PCP sustentou mesmo que Relvas “não reúne condições” para continuar no Go-verno.

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pág 20 segunda-feira, 21 de maio de 2012 jORnAL TRIbunA DE mACAu

“espero que não tenha acontecido uma derrapagem financeira”

Reitor Peter Stilwell a Rita Marques Ramos do “Hoje Macau”D

ito

oPINIãoIn “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau”

21/05/1992

Há 20 anos

SoareS FelicitaanaBela ritcHieO Chefe do Estado felicitou a presidente da Assembleia le-gislativa de Macau, Anabela Ritchie, pela sua eleições e for-mulou votos de sucesso no de-sempenho do cargo, refere uma missiva de Mário Soares. No telegrama de felicitações, o Pre-sidente da República exprime a sua “satisfação pela eleição” de Anabela e deseja “os melhores êxitos no desempenho de tão importante cargo.

lU PinG incitaemPreSÁrioS À PolíticaO director do Gabinete poara os Assuntos de Hong Kong e Ma-cau, Lu Ping, defendeu que os empresários dos dois territórios devem formar associações poli-ticas e concorrer às eleições lo-cais. Durante um encontro com associações empresariais de Macau, Lu Ping sugeriu que os homens de negócios e os indus-triais do Território, bem como os de Hong Kong, devem concor-rer às eleições legislativas inte-grados em associações políticas. Nos encontros já efectuados com algumas das associações locais, Lu Ping advertiu que Pequim não permitirá que os indivíduos de Hong Kong tentem destruir o sistema socialista da China. O dirigente chinês reafirmou, por outro lado, que a China respei-tará os acordos assinados com Portugal e a Grã-Bretanha sobre o futuro de Macau e de Hong Kong, durante pelo menos 50 anos após a transferência da soberania. Lu Ping disse igual-mente que a visita de Deng Xiaoping ao sul da China, em Janeiro último, serviu de incen-tivo à continuação da politica de reformas e de abertura ao exte-rior, cujo êxito depende também do sucesso de Macau e de Hong Kong.

FalSiFicoU cHeQUeSE LEVOU A “MASSA”Um indivíduo acusado de ter falsificado as assinaturas dos titulares de uma conta bancá-ria e levantado 1,4 milhões de patacas, foi detido pela PJ de Macau. O indivíduo, não iden-tificado, foi acusado de ter fur-tado cheques de uma empresa em que trabalhava e levantado dinheiro através da falsificação das assinaturas dos verdadeiros titulares da conta bancária. O indivíduo, de 31 anos de idade, incorre numa pena de prisão de dois a oito anos, agravada de uma pena de prisão de oito a 12 anos.

Não obstante o facto de ter sido um dos períodos mais conturbados

de todo o percurso histórico de Macau, poucos trabalhos foram sobre ele pro-duzidos, para além dos conhecidos tes-temunhos de Manuel Teixeira, António de Andrade e Silva, Leonel Barros, J. J. Monteiro e outros autores que nos deixaram crónicas e artigos ou meras referências em livros, revistas e jornais. Até por isso, o Instituto Internacional de Macau (IIM) acolheu, de imediato, a proposta de João F. O. Botas para a pu-blicação de “Macau 1937-45 — Os Anos da Guerra”, um importante contributo para um melhor conhecimento da for-ma como aqueles anos duríssimos fo-ram vividos pela população de Macau, bem como das políticas públicas então prosseguidas neste derradeiro reduto de paz, permanentemente ameaçado pela sangrenta presença nipónica em seu redor, provocando tremendas con-vulsões em vastas áreas do Extremo Oriente.

CONTRIBUTOS DO IIMFoi com idêntico propósito que

o IIM assumiu a edição, em 2004, de “Porta do Cerco — a ténue fronteira no conflito sino-japonês de 1894 a 1945”, de Cândido do Carmo Azevedo, profes-sor coordenador do Instituto Politécni-co de Macau, e do livro-álbum, em dois volumes, intitulado “The Portuguese Community in Hong Kong — a Picto-rial History”, com selecção fotográfica e texto de António M. Pacheco Jorge da Silva, arquitecto e investigador maca-ense radicado nos E.U.A., que contém, igualmente, informação útil sobre este tema. Saíram do prelo em 2007 e 2010, para apresentação nos dois últimos En-contros das Comunidades Macaenses, juntamente com outras obras que in-tegram colecções muito significativas e diversificadas do acervo editorial do IIM, que tem como uma das vertentes dos seus objectivos estatutários o es-tudo, a preservação e a valorização da memória macaense.

ESTUDOS DE CARLOS BESSADesta temática ocupou-se, igual-

mente, o Coronel Carlos Gomes Bessa, membro da Academia das Ciências de Lisboa e da Academia Portuguesa de História, de que foi secretário-geral, ten-do sido também secretário-geral e vice-presidente da Comissão Portuguesa de História Militar e presidente do Conse-lho Supremo da Sociedade Histórica da Independência de Portugal (SHIP). Foi coordenador, em 1999, de um número especial da Revista Militar dedicado à presença de Portugal no Oriente e au-tor de vários estudos relacionados com Macau, de que se destacam “Macau e a implantação da República da China

uma obra necessária sobre Macaunos anos da Guerra

- Uma carta de Sun Yat-sen para o Go-vernador José Carlos da Maia” (Fun-dação Macau, 1999), “Restauração em Macau - património e perspectivas do futuro de Portugal no Oriente” (1989) e “Macau do Nome de Deus na Chi-na e a União das Coroas Peninsulares” (1999), ambos publicados pela SHIP.

Dedicou-se, entretanto, à investi-gação dos reflexos da Guerra do Pací-fico em Macau, para o que foi reunin-do bastante material relacionado com esse período histórico, mas problemas graves de saúde impediram-no, infe-lizmente, de prosseguir e concluir uma obra que era aguardada com justifica-da expectativa.

UM TRABALHO SÉRIOApesar de ser parca a documenta-

ção oficial disponível sobre este intri-gante e penoso período, em que mais uma vez se pôs à prova a capacidade de resistência e sobrevivência do terri-tório e das suas gentes, esperamos que este livro de João F.O. Botas, um “filho da terra adoptivo”, como afirma com compreensível satisfação e orgulho o autor, estimule mais investigadores — e muitos e academicamente bem pre-parados são eles — a debruçarem-se sobre Macau, nas perspectivas histó-rica, sociológica, cultural, económica e política. Com mais de 500 páginas, este meritório trabalho inclui uma oportu-na introdução e um correcto enqua-dramento, seguido de uma cuidadosa caracterização do contexto da situação vivida, sendo as pesquisas feitas en-riquecidas com testemunhos vários. Juntou-se, no fim, uma bem elabora-da cronologia e uma série de gráficos de fácil consulta e encerra a obra uma bibliografia muito útil, compreenden-do os livros conhecidos e uma extensa relação de jornais, revistas, anúncios, catálogos, relatórios e outros docu-mentos, sendo igualmente indicadas diversas fontes electrónicas. É de des-tacar, neste conjunto de documentos, o relatório da gerência do BNU de Ma-cau de 1938-1945, com cerca de 250 pá-ginas e muita informação relevante.

“Macau 1937-45 — Os Anos da Guerra” é uma obra séria, abrangen-te e metodicamente organizada, me-recendo figurar na colecção “Suma Oriental”, que congrega trabalhos de investigação sobre o universo orien-tal protagonizado especialmente pela presença lusa. O seu autor merece o nosso reconhecimento e esperamos que avance com novos trabalhos sobre Macau.

RELATO DE MANUEL TEIxEIRAO prefácio do jornalista João

Guedes explica muito bem a ascensão do Japão entre os grandes potências

mundiais e os condicionalismos na-queles anos dificílimos de Macau, num tempo de profundas mudanças históri-cas e num espaço assolado por terríveis tufões políticos. Neste contexto, não deixou de citar o Pe. Manuel Teixeira, que nos legou esta claríssima síntese: “O vendaval soprou violento por todo o Extremo Oriente, arrebatando na sua fúria todas as colónias europeias, ainda as mais prósperas, poderosas e bem artilhadas, até mesmo aquelas que eram consideradas for-talezas inexpugnáveis (Singapura e Hong Kong). Macau, a mais antiga de todas, fi-cou de pé, e o glorioso pendão das quinas que havia sido o primeiro a desfraldar às brisas do Extremo-Oriente, foi, também, a única bandeira europeia que continua a flutuar nestas inóspitas plagas, lambidas pelas labaredas do mais violento incêndio que os séculos viram. No entanto, apesar de insulados nesta dentadinha de terra, à mercê do capricho de bandos sem lei nem consciência que, em completo desacordo en-tre si e os seus chefes apenas as entendiam num ponto – o ódio ao europeu; apesar de Macau haver sido cinco vezes bombardea-da, de maneira que o simples roncar de um avião infundia pavor em todas as almas; apesar dos sobressaltos e da ansiedade em que vivemos, chegando a esperança a ser para muitos pura miragem e o optimismo sinónimo de inconsciência; apesar dos cri-mes sem conta perpetrados contra cidadãos pacíficos e inocentes, estando muitos assi-nalados nas listas negras e todos incertos pelo dia de amanhã; apesar dos boatos alar-mantes e das ameaças que, qual espada de Dâmocles, pairavam durante muito tempo sobre as nossas cabeças, pondo-nos num es-tado de tensão contínua de nervos; apesar da negra fome... apesar de tudo isto e que a pena se recusa a registar, esta cidade saiu incólume do prélio gigantesco e bárbaro que convulsinou o Extremo Oriente”.

LANÇAMENTO EM JUNHOOs interessados nestas matérias

concordarão que este era mesmo um es-tudo necessário, sendo oportuna a sua publicação numa altura em que se tor-nou possível conjugar esforços e ampliar sinergias, aproximando mais os centros de estudos, os organismos com vocação editorial e as indispensáveis entidades financiadoras, nem sempre abertas ao patrocínio de propostas de investigação, mesmo quando é evidente a qualidade e a utilidade dos trabalhos produzidos.

O lançamento do livro será feito no dia 18 de Junho em Macau, em sessão integrada nas comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunida-des Portugueses, devendo ser também apresentado em Lisboa no mesmo mês.

* Presidente do InstitutoInternacional de Macau.

Escreve neste espaço às 2.as feiras.

falaR DE NóS jorge a. H. rangel*

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jORnAL TRIbunA DE mACAu segunda-feira, 21 de maio de 2012 pág 21

oPINIão“Seria mau para o Executivo de Passos Coelho vir a beneficiar de novas políticas (vindas da Europa) sem que para isso tivesse feito, ou dito, o que quer que fosse publicamente...” – João Marcelino

“...Correr com os gregos é menos uma fatalidade do que uma homenagem: além da filosofia, eles não inventaram o atletismo?” – Alberto Gonçalves

car

toon

JTM/DN

o regresso do diálogo Governo/PS

1. O encontro entre Passos Coelho e António José Seguro é em si mesmo

uma boa notícia. O Governo parecia ter-se esquecido da importância do consen-so político com o Partido Socialista e do que ele significa a nível nacional e, até, europeu. A vitória de François Hollande veio mudar a situação porque está já cla-ro que o novo líder francês vai influen-ciar algumas mudanças nas políticas delineadas a partir de Berlim, mesmo que não na dimensão inicialmente pre-tendida. Seguro apostou numa ligação a Hollande e ganhou espaço político; Pe-dro Passos Coelho percebeu que o mo-vimento de fundo na Europa pelo “cres-cimento e emprego” vai acabar por fazer o seu caminho, ditar algumas políticas novas e não quer ficar de fora. Tudo so-mado, com a possibilidade de um plano de contingência para a saída da Grécia da Zona Euro já em elaboração, voltou o diálogo entre os chefes de governo e da oposição em Portugal e ainda bem.

2. Fazer com que o País possa voltar a financiar-se nos mercados no final

do próximo ano tem de ser um desígnio nacional, e o Governo está a perseguir esse caminho com uma determinação reconhe-cida pelo FMI e a União Europeia (UE).

O combate ao desemprego - que está a chegar aos 15% - tem de ser o outro de-sígnio, aconselha mais determinação polí-tica e autonomia de ideias ao nível da UE, e aí o secretário-geral do PS português tem marcado terreno com a sua convicção, que deve contagiar a actuação política do Go-verno no cenário internacional.

Aquilo que se pode fazer no domí-nio do crescimento económico e de mais emprego depende de recursos financeiros libertados pela UE. Não é possível a Portu-gal, ou a qualquer outro país, muito menos os que estão em dificuldades, fazê-lo por si só. Por isso, o Governo de Passos Coelho deve estar ao lado de quem defende essas novas políticas (neste caso o novo Presiden-te da França), e sem complexos pelo actual estatuto de país sujeito a ajuda externa.

3. Há todas as razões para que Passos Coelho e Seguro retomem este diálogo

sem demasiados cálculos sobre quem ga-

nha e quem perde.Estamos num daqueles momentos

em que o País merece estar acima da con-tabilidade permanente à volta de possí-veis benefícios políticos imediatos.

Tempo haverá para isso.Domar as finanças nacionais e cum-

prir os objectivos orçamentais assumidos perante os credores (algo que não vai ser fácil conseguir, apesar de tudo) é verda-deiramente essencial para o País e o PS projectou uma imagem de responsabili-dade quando, há poucos dias, reafirmou o seu compromisso perante o memoran-do e declinou com firmeza qualquer visão demagógica que o pretendesse minimi-zar. Passar à fase seguinte, criar condições para o reanimar da economia e com isso escapar o mais depressa possível à reces-são que já atingiu mesmo a Espanha, faz todo o sentido e o Governo deve abando-nar a posição de aluno calado.

4. As consequências deste diálogo, dis-se Seguro, serão testadas nas votações

da próxima semana no Parlamento. Com certeza, o secretário-geral do PS estará a

querer significar que aquelas duas horas de diálogo, depois de dois meses de si-lêncio, só terão sentido se o acto adicional que o PS pretende juntar ao Pacto Orça-mental europeu for finalmente aprovado, ou uma recomendação que se lhe asse-melhe for referendada maioritariamente pelos deputados portugueses.

Este é um daqueles momentos em que todos podem sair a ganhar, sobretu-do o Governo, se conseguirem unificar posições e materializar consensos.

Seria mau para o Executivo de Pas-sos Coelho vir a beneficiar de novas po-líticas (vindas da Europa) sem que para isso tivesse feito, ou dito, o que quer que fosse publicamente...

O Facebook vale mais do que a McDonalds e a sua capitalização bolsista (cerca de 83 mil milhões de euros) ultra-passa a ajuda internacional a Portugal. É assim que o mundo nos informa de que está sempre a renovar-se e nos recorda que os pessimistas são sempre aqueles que ficaram para trás.

*Director do Diário de Notícias. JTM/DN

A Grécia entrou no euro com estatísticas falsificadas? O que importa é Aristóteles. A Grécia aumentou

paródica e exponencialmente o funcionalismo públi-co? O que importa é Platão. A Grécia torrou mundos e sobretudo fundos em aumentos salariais, subsídios e benesses diversas? O que importa é Homero. A Grécia aproveitou a integração europeia para, afinal, cometer uma imensa fraude e desgraçar-se no caminho? O que importa é Sócrates (o autêntico).

Nos últimos tempos, é impossível constatar a se-pultura que os próprios gregos cavaram sem que os simpatizantes de semelhante desvario invoquem os pergaminhos civilizacionais do lugar. Grosso modo, o “argumento” é o seguinte: o comportamento do povo e dos políticos gregos não pode ser considerado patético nem perigoso na medida em que aquelas paragens fo-ram o berço de inúmeros protagonistas da experiência ocidental. Segundo esta escola de pensamento, o pas-sado ilustre de qualquer nação legitima as suas acções posteriores, perspectiva que, no limite, isenta os alemães

correr com os gregosda II Guerra e de Auschwitz à conta de Bach e Kant.

No mínimo, por maioria de razão, os alemães ficam automaticamente ilibados de deixarem a Grécia cumprir o seu miserável destino. Ao contrário do que a expectati-va face às próximas eleições locais possa sugerir, a Grécia não tem grande escolha. A Alemanha e, se apreciarmos o formalismo, a Europa, sim.

Nas “legislativas” de Junho, a população vai teo-ricamente optar entre o Syriza e a Nova Democracia. O primeiro partido é uma agremiação da extrema-esquer-da com um chefe folclórico e uma mensagem: só paga-remos o dinheiro que nos emprestaram se continuarem a emprestar-nos mais. Chamem-lhe ameaça, chantagem ou pura e simples declaração de guerra, a verdade é que o sr. Tsipras confia no medo da Europa (e da Alemanha) para, caso chegue ao governo, intensificar a farsa em que o seu país se transformou.

A Nova Democracia é, juntamente com o PASOK, defensora em teoria do estado actual das coisas. Por ou-tras palavras, finge suportar a austeridade e confia no

medo dos cidadãos para, caso forme governo, manter a farsa à espera não se percebe bem do quê.

Em suma, os radicais querem largar o euro por amor ao caos garantido, os moderados querem ser-vir-se do euro na ilusão de uma cura mítica. A verda-de é que enquanto poucos gregos advogam o aban-dono da moeda, quase nenhum reconhece a justiça dos sacrifícios a que o submeteram, uma mistura em constante iminência de explosão em Junho, Agosto ou Outubro. Na democracia ateniense não impera a sensatez: os resultados eleitorais apenas distinguirão os loucos dos apavorados. Se as sondagens iniciais acertarem e o Syriza vencer, o problema estará resol-vido por natureza. Se o acerto couber às sondagens recentes, que atribuem a vitória à Nova Democracia, cabe à Europa (ou à Alemanha) resolver o problema e organizar na pacatez possível a saída da Grécia do euro e, escusado protelar, da UE.

Custos? Imensos, mas relativamente mensuráveis e, com sorte, controláveis. Já aguentar a Grécia a qual-quer custo é uma loucura que não se mede nem contro-la. De loucuras basta a que converteu a livre circulação de pessoas e bens numa máquina produtora de “inte-gração” política e monetária forçada a que os ingénu-os chamam Europa e os malucos desejam “solidária”. Aliás, correr com os gregos é menos uma fatalidade do que uma homenagem: além da filosofia, eles não inven-taram o atletismo?

* Extracto do artigo semanal./JTM/DN

TRIBuNa joão marcelino*

TRIBuNa alberto Gonçalves*

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pág 22 segunda-feira, 21 de maio de 2012 jORnAL TRIbunA DE mACAu

lazERADELE GANHA DOIS PRÉMIOS IVOR NOVELLO. adele foi distinguida nos “ivor Novello awards” nas categorias de canção mais tocada do ano, com “rolling in the Deep”, e de compositora do ano. No entanto, o prémio de canção do ano foi conquistado por ed sheeran, que aos 21 anos lançou um dos singles de maior sucesso no reino unido em 2011: “the a team”.

JULIO IGLESIAS ASSALTADO NA VENEZUELA. Julio iglesias foi vítima de um furto no seu quarto de hotel na venezuela, enquanto actuava num concerto. os ladrões levaram-lhe o equivalente a 12500 patacas, o passaporte, três iPads e uma mala com câmaras de vídeo, um computador e documentos.

CARMEN EM 3DAntes de mais, inicio com uma ressal-va, para que possa entender a desig-nação usada na restante crónica. Sem-pre que ler a palavra “Galáctica” por favor altere-a para Galaxy... Lamento desde já a inconveniência, mas há-de convir que este termo, dado pela mi-nha mãe, que nasceu com o dom para as línguas, é bem mais engraçado que o original.Assim sendo prossigamos...“A Golden Night at the Opera” uma apresentação em 3D da ópera Carmen (Georges Bizet), uma acção de carida-de a favor da ORBIS Macau, decor-reu na tarde de sábado nos cinemas do Galáctica (que também neste caso seria uma estreia para mim, dado que nunca lá tinha enfiado este meu na-riz).Se ao início ia meia a medo, por ser amante de espectáculos de ópera (sim, sim quem diria, eu sei), confes-so que, até certo ponto, foi uma agra-dável surpresa.O ser em 3D faz-nos sentir em cima do palco, fazendo de nós autênticos fi-gurantes (este era o “certo ponto” que falava nem há dez segundos)!... Mas faltou-lhe o calor espanhol e a paixão cigana... e juro que nem estou fazer piada com o exagero de frio que se sentiu e se sente sempre nestes even-tos... Arrisco, seriamente em acreditar, que será a forma de nos conservarem até aos próximos eventos!Esta experiência levou-me numa via-gem de 10 anos e, sem dar conta, senti-me a reviver os meus primeiros meses de fresquinha em Macau... para quem não sabe (quase toda a população em geral e ninguém em particular), o meu primeiro emprego no território foi de “prostituta”! Calma não se lance já nas piadas... fiz sim senhora e gostei, como todas as outras também recebi dinheiro pelo serviço... Apenas tive mais sorte... no meu caso foi para o fazer enquanto parte do elenco de La Boheme de Puccini (pelo menos aqui na redacção aposto que já estarão a ser lançados alguns suspiros de alívio)!Don José, lamento mas não consigo estar contigo... Carmen (desta forma) não me seduziu!!! Mas não desespe-res, na fila de trás assistiam dois chi-neses do Continente, que para além de passarem as três horas de exibição, a massajarem as minhas costas, com deliciosos pontapés na cadeira (de-viam ser os vibratos a serem postos em prática), em algumas partes não se contiveram e largam os tenores que ti-nham aprisionados dentro de si (aqui para nós, rezemos para que voltem para a sua gaiola e tão cedo não façam aparições públicas!).E assim foi a minha estreia no Galác-tica e nas óperas em 3D... nem uma nem outra ganharam o amor à primei-ra vista, mas há sempre as segundas hipóteses! Quem sabe...

Suzana TôrresEspEcificidadEs

a “rainha da disco” culpava 11 setembro pelo cancro

20 segundos de famavalem contrato com Playboya modelo argentina Julia orayen, que fez furor no méxico ao aparecer durante 20 segundos na tv com um vestido justo e um decote generoso como assistente num debate presidencial, assinou um contrato no valor de 170 mil dólares mexicanos para posar nua nas páginas da Playboy daquele país. após o debate, não se discutiam as políticas dos candidatos, mas sim as virtudes da modelo que se tornou um autêntico fenómeno de popularidade nas redes sociais e só teve de esperar uma semana para selar o acordo com a Playboy.

Beyoncé processada em 100 milhões de dólaresum juiz norte-americano autorizou a empresa de videojogos gate five a processar Beyoncé. a empresa vai pedir mais de 100 milhões de dólares por perdas estimadas, alegando que a cantora abandonou o projecto de um jogo sensorial (“starpower: Beyoncé”) que estava prestes a sair para o mercado. os advogados da artista garantiram que esta poderia abandonar o projecto já que os acordos financeiros ainda não tinham sido confirmados. a empresa, por sua vez, diz que a cantora não se importou minimamente pelo facto de ter havido 70 despedimentos por sua causa.

Transsexual fez história no Miss Universo CanadáJenna talackova, de 23 anos, falhou o título de miss universo canadá, mas fez história ao tornar-se a primeira transsexual a desfilar num evento do concurso. Jenna, que fez uma operação para mudar de sexo aos 18 anos, foi inicialmente desqualificada por não ter revelado que tinha nascido com o sexo masculino, mas Donald trump, o organizador, viu-se obrigado a autorizar a participação da candidata devido às pressões exercidas por várias organizações. Jenna foi uma das 12 finalistas eleitas, entre 62 candidatas, mas a coroa acabou por ser entregue a sahar Biniaz, de vancouver.

Abstinência sexual para ajudar vítimas do sismo Durante uma cerimónia em cannes, sean Penn apelou às mulheres presentes que digam “não” aos homens para ajudar vítimas do Haiti. “Quero que todas as mulheres, em solidariedade com as mulheres do Haiti, que sofreram mais do que qualquer mulher no mundo, digam aos homens: hoje não vou ter sexo contigo a não ser que faças um donativo” para apoiar aquele país, disse o actor e realizador.

Donna Summer estava convencida que o ataque a Nova Iorque no dia 11 de Setembro de 2001 lhe provocou o cancro a que sucumbiu na quinta-feira

Segundo fontes próximas da cantora, citadas pelo site TMZ, Donna Sum-mer vivia num apartamento muito

próximo das Torres Gémeas, quando se deu o ataque que ficou conhecido como 9/11. A cantora terá ficado paranóica por respirar o ar depois da queda das duas tor-res e usava frequentemente um desinfec-tante, referiram as mesmas fontes.

Conhecida como a “Rainha do Dis-co”, Donna Summer acabou por falecer na quinta-feira aos 63 anos, precisamente vítima de cancro pulmonar.

A morte de Summer abalou o pró-prio Presidente dos Estados Unidos. Ba-rack Obama divulgou um comunicado em que afirma “que a voz de Summer era inconfundível”, classificando a can-tora de “lenda”. Não é muito comum Barack Obama ter uma reacção pública

à morte de um músico. Em comunicado, a família da artista

disse estar “em paz, celebrando a extraordi-nária vida e o legado” de Donna Summer.

A cantora ganhou destaque na déca-da de 1970 quando deu voz a grandes êxi-tos da música disco como “Love To Love You Baby”, “I Feel Love”, “Hot Stuff”,

“Bad Girls” e “Last Dance”.Na década seguinte, o sucesso de

Donna continuou ao som dos singles “This Time I Know It’s For Real” e “She Works Hard For The Money”.

Ao todo, foram 17 os álbuns de es-túdio editados pela cantora desde 1974. O último álbum de originais, “Crayons”, foi lançado em 2008, quebrando um inter-regno de 14 anos. Em 2010, ainda lançou o single “To Paris With Love” que alcan-çou a primeira posição do “Top Billboard Dance”.

Entre os vários prémios recebidos ao longo da carreira, o destaque vai para os cinco Grammys e os seis American Mu-sic Awards. Donna Summer foi também a primeira artista com três álbuns duplos consecutivos no primeiro lugar do top de vendas nos EUA.

ver vídeo na edição online do jtm www.jtm.com.mo

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jORnAL TRIbunA DE mACAu segunda-feira, 21 de maio de 2012 pág 23

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cineTeaTros1 Dark Shadows14:30 • 16:30 • 19:30 • 21:30

s2 The Avengers 3D14:15 • 16:45 • 19:15 • 21:45

Torre De macauThe Avengers 3D14:15 • 16:45 • 19:15 • 21:45

galaxYgranD TheaTher (cl1*)The Avengers 3D13:50* • 14:00 • 16:30* • 16:40 • 19:15* • 19:20 • 22:00 • 00:40

TheaTer 7Floating City - 19:55

TheaTer 7Fairy Tale Killer - 14:15 • 18:00

TheaTer 9 (cl2*)Dark Shadows13:40 • 14:00* • 15:55 • 18:1018:20* • 20:20 • 22:30 • 00:40

TheaTer 6 (cl2*)Act of Valor - 14:10 • 16:15* • 18:35

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TheaTer DirecTor cluB 2The Cabin in the Woods - 22:30

TheaTer 8American Pie: Reunion - 15:50

TheaTer 7 (cl2*)Rec 3 Genesis

16:20 • 21:50 • 23:30 • 00:35*

TheaTer 8The Vow - 13:50 • 20:15

TheaTer DirecTors cluB 13D Sex & Zen: Extreme Ecstasy

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TDM 13:00 TDM News (Rep.) 13:30 Jornal das 24h 14:45 RTPi DIRECTO 16:30 Final da Taça de Portugal: Sporting - Académica (Rep.) 18:00 Música Movi-mento (Rep.) 18:30 Contraponto (Rep.) 19:30 Ama-nhecer 20:30 Telejornal 21:00 TDM Desporto 22:10 Passione 23:00 TDM News 23:30 Linha da Frente 00:00 Telejornal (Rep.) 00:30 RTPi DIRECTO

30 ESPN13:00 IAAF World Challenge League Tonight Inter-national 2012 19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 2012 20:00 FINA Aquatics World 2012 20:30 Champions And Challengers 21:00 Samsung Beach Soccer Intercontinental Cup 2011 22:00 Sportscenter Asia 2012 22:30 Spirit Of London 23:00 Champions And Challengers 23:30 The Contenders Republic of Ireland vs.

31 STAR SPORTS13:00 HSBC Asian 5 Nations Rugby 2012 Japan vs. Hong Kong 15:00 MotoGP World Championship 2012 Grand Prix De France 18:30 Rebel TV 19 19:00 AFC Champions League 2012 Seongnam Ilhwa Chunma vs. Nagoya Grampus 21:00 When The Games Begin 21:30 (LIVE) Score Tonight 2012 22:00 Inside WTCC 22:30 Engine Block 2012 23:00 MotoGP World Championship 2012 Grand Prix De France

40 FOx MOVIES11:45 Maid In Manhattan 13:35 Once Upon A Time 14:25 Reign Of Fire 16:10 The Mechanic 17:45 Open Season 19:15 The Expendables 21:00 Men In Black II 22:30 Species III 00:20 Quarantine

41 HBO12:00 Cop Out 13:45 Clash Of The Titans 15:35 Everything Is Illuminated 17:35 The Bridges Of Ma-dison County 20:00 Iron Man 2 22:00 Enlightened 23:00 Game Of Thrones 00:00 White Sands

42 CINEMAx12:50 Carriers 14:20 The Wolfman 16:00 The Silen-cers 17:40 Renegades 19:20 Epad On Max 19:40 Silverado 22:00 The Flash 23:35 Godzilla

43 MGM12:50 Carriers 14:20 The Wolfman 16:00 The Silen-cers 17:40 Renegades 19:20 Epad On Max 19:40 Silverado 22:00 The Flash 23:35 Godzilla

50 DISCOVERy13:00 Undercover 14:00 Bear Grylls’ Wild Weekend 16:00 Cops & Coyotes 17:00 Ghost Lab:Shadowman 18:00 How It’s Made 18:30 How Do They Do It? 19:00 Dirty Jobs 20:00 Coal 21:00 Toughest Military Jobs 22:00 Surviving The Cut 23:00 Deadliest Catch 00:00 Toughest Military Jobs

51 NGC12:30 Monster Fish 14:20 The Border 15:15 laska Wing Men 16:10 Convoy: War For The Atlantic 17:05 Test Your Brain 18:00 Monster Fish 19:00 Departures 20:00 The Power Game 21:00 Alaska Wing Men 22:00 Seconds From Disaster 00:00 The Border

54 HISTORy13:00 Modern Marvels 14:00 Titanic: Blood & Steel 17:00 The Universe 18:00 Pawn Stars 18:30 Kings Of Restoration 19:00 The Pickers 20:00 IRT Deadliest Roads 21:00 Pawn Stars 23:00 Kings Of Restoration 00:00 The Pickers

55 BIOGRAPHy CHANNEL13:00 I Survived 14:00 Celebrity Ghost Stories 15:00 Megan Fox 16:00 Scarlett Johansson 17:00 John Travolta 18:00 Storage Wars 18:30 Airline USA 19:00 Celebrity Ghost Stories 20:00 Storage Wars 22:00 Visionaries 23:00 Celebrity Ghost Stories 00:00 I Survived

62 AxN13:00 Wipeout 13:50 Mondo Magic Singapore 14:20 Ebuzz 14:50 Numb3Rs 15:45 The Challenger Muaythai 16:40 CSI: Crime Scene Investigation 17:30 CSI: Ny 18:20 Hawaii Five-O 19:15 Masters Of Illusion 20:10 Caught On Camera 21:05 CSI: Miami 22:00 Hawaii Five-0 22:55 The Confession 23:02 Blue Bloods 23:55 Caught On Camera 00:50 Hawaii Five-0

63 STAR WORLD12:10 Desperate Housewives 13:05 American Idol 14:00 America’s Next Top Model 14:55 Parenthood 15:50 Masterchef Australia 17:10 Got To Dance UK 18:05 America’s Next Top Model 19:00 Cougar Town 19:30 Raising Hope 20:00 How I Met Your Mother 20:25 New Girl 20:55 Happy Endings 21:50 MasterChef US 22:45 Revenge 23:40 How I Met Your Mother 00:05 New Girl 00:35 Happy Endings

82 RTPI07:00 24 Horas 08:17 Grande Área 09:18 Portugal Low Cost 09:46 Desporto 2 11:36 30 Minutos 12:08 Cinco Sentidos (Rep.) 13:03 24 Horas (Rep.) 13:35 Zig Zag 14:00 Telejornal Madeira 14:35 Património Mundial Português 14:59 Magazine Eua Contacto 18:26 Um Dia No Museu 16:00 Bom Dia Portugal 16:59 O Elo Mais Fraco 17:51 Vingança 18:37 Best Of Portugal 19:11 Pai À Força 20:00 Jornal Da Tarde 21:18 O Preço Certo 22:12 Magazine Eua Contacto 22:41 Portugal No Coração 01:00 Portugal Em Directo

Page 24: JTM 21-05-2012

pág 24 segunda-feira, 21 de maio de 2012 jORnAL TRIbunA DE mACAu feCHo desTa edição JTm - 02:35Horas

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RAQuEL CARvALHO RECEbEupRÉmIO DA FunDAÇÃO ORIEnTE Muitos jornalistas e amigos acompanharam a jorna-lista Raquel Carvalho na cerimónia de entrega pela Fundação Oriente do Prémio Macau-Reportagem 2011. “Fui algumas vezes ao Pátio da Claridade e comecei a ter noção de que aquele espaço estava em perigo. Os moradores tinham começado a receber cartas de desalojamento (…) e por isso achei que seria interessante falar com aquelas pessoas, perce-ber o estilo de vida que tinham naquele espaço tão diferente, tendo em conta o Macau de hoje”, disse à Lusa a jornalista do Jornal Tribuna de Macau. Con-tar as histórias de vida do bairro, “onde todos se conhecem e as crianças brincam na rua, jogam mahjong, cartas, almoçam e jantam em casa uns dos outros”, era o grande objectivo de Raquel Carvalho. Ao observar que “há um estilo de vida muito comunitá-rio e tradicional que começa a perder-se na Macau de hoje, dos grandes prédios e dos grandes casinos”, a jornalista encara o prémio como “um incentivo e reconhecimento pelo trabalho realizado”. “Penso que poderei ter contribuído, de algum modo, para fixar a memória daquelas pessoas e espero que tenha servido para alertar para a neces-sidade de proteger a parte física e social daquele conjunto arquitectónico”, salientou. O prémio Macau-Reportagem, no valor de 50 mil patacas, foi entregue pela delegada da Fundação Oriente em Macau, Paula Cleto, que destacou que “o trabalho foi premiado pela actualidade do tema escolhido, de grande dimensão humana, que foca o fim de uma época na vida quotidiana das gentes de Macau, evidenciando os seus problemas sociais”. O galardão foi criado em 2009 para distinguir o melhor trabalho jornalístico sobre Macau, nas vertentes cultural e socioeconómica, publicado em órgãos de comuni-cação social de Macau e de Portugal. JTM/Lusa

ACTIvIsTA CHInÊs ACOLHIDOEm nOvA IORQuE COmO um HERÓIO dissidente chinês cego Chen Guangcheng foi acolhido à chegada a Nova Iorque, após lhe ter sido permitido deixar o país de origem para os Estados Unidos, por uma peque-na multidão de activistas e apoiantes que o saudaram com flores e gritos de encorajamento. Elogiou a “calma e con-tenção” com que as autoridades de Pequim lidaram com o seu caso, mas expressou também preocupação sobre a segurança de familiares e amigos que ficaram na China. Às portas da Universidade de Nova Iorque, onde vai estu-dar e viver com a mulher e dois filhos, Chen Guangcheng, mostrou-se emocionado, mas também contido nas pala-vras, sem deixar de instar “muito educadamente” – era descrito pelo correspondente da BBC – a China à mudan-ça. “Temos que juntar as nossas forças e continuar a lutar pelo bem no mundo e continuar a lutar contra a injustiça. Espero que todos se juntem a mim para promover a justiça e equidade na China”, afirmou, em curtas declarações traduzidas por um intérprete, antes de entrar no apartamento que lhe foi atribuído em Greenwich Village. As agências noticiosas relatam que Chen Guangcheng aparentava es-tar exausto e o próprio insistiu precisar “de descansar, o corpo e o espírito”. Antes porém frisou que “os actos de represália em Shandong não diminuíram” e os seus direitos de exercer advocacia “foram restringidos”. “Esperamos que seja feita uma investigação ze-losa sobre isto”, insistiu ainda, nesta referência à região de onde é oriundo, no nordeste da China, onde se tornou célebre – na denúncia e combate às práticas de esterilização e abortos forçados ali levadas a cabo ao abrigo da lei chinesa de filho único – e onde muitos dos seus familiares ainda permanecem sob a ameaça de vinganças das autoridades locais depois da fuga do activista.

CARLA bRunI nAmOROu COm nOvO mInIsTRO FRAnCÊsA notícia está a provocar um autêntico alvoroço em França. No livro “Carla e Nicolas: A Verda-deira História”, a biógrafa Valerie Benaim re-vela que a antiga primeira-dama francesa teve um romance fugaz com o novo ministro dos negócios estrangeiros. De acordo com a publi-cação, Carla Bruni, 44 anos, e Laurent Fabius, 65, envolveram-se em 2008, meses antes de a cantora casar-se com o Presidente francês Nico-las Sarkozy, que perdeu as últimas eleições para François Hollande. Neste livro constam ainda várias relações amorosas de Bruni, que incluem os cantores Mick Jagger e Eric Clapton e outros políticos franceses.

g8 “vIgIAm” pREÇO DO pETRÓLEOOs líderes do G8 declararam estar a “vigiar de perto” os preços elevados do petróleo, mostrando abertura para que a Agência Internacional de Ener-gia intervenha no mercado, para assegurar as “medidas adequadas”. “Têm vindo a aumentar as interrupções no fornecimento de petróleo ao mercado mundial, ao longo dos últimos meses, o que representa um risco substan-cial para o crescimento económico global”, começa por dizer a nota dos líderes, ontem divulgada em Camp David, EUA. Olhando para a “proba-bilidade de interrupções adicionais em vendas de petróleo”, nos próximos meses, o G8 está a “monitorizar a situação de perto” e assumiu-se pronto “a convidar” a Agência Internacional de Energia a “tomar as medidas ade-quadas para garantir que o mercado seja, plenamente e em tempo oportu-no, fornecido”. Entretanto o Presidente Obama declarou que “há agora um consenso de que deve ser feito mais para promover crescimento”. Lembrando que a crise na zona euro é importante para os EUA, Obama salientou que “o crescimento e o emprego devem ser a nossa prioridade. A Europa é o nosso maior par-ceiro económico”, declarou. Os líderes do G8 deixaram uma mensagem de esperança e desejo de que a Grécia permaneça na zona euro, tendo pedido também a consolidação de uma Europa “forte e unida”.

fotoslegenda

BRIOSA FEz A FESTA NO JAMOR. setenta e três anos depois a académica voltou ontem a vencer a taça de Portugal. os estudantes apresentaram-se com “a lição bem estudada” frente ao sporting, no Jamor, vencendo por 1-0 e negando aos “leões” a última hipótese de arrecadar um título esta temporada. um golo de marinho, logo aos três minutos, acabou por valer à académica a segunda vitória na taça, depois de em 1938/39 ter derrotado o Benfica (4-3). o onze de coimbra surgiu desinibido e pressionou o oponente nos instantes iniciais, alcançando uma vantagem que conseguiu suster até final num jogo em que as duas equipas desperdiçaram várias oportunidades para alterar o marcador.

“NÃO ACERTA UMA. Angela Merkel vai de derrota em derrota. Mesmo nos EUA, acompanhou a derrota do

Bayern de Munique ao lado dos membros do G8