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1.Emendatio LibelliAemendatio libelliest prevista no art. 383, do CPP,verbis:Art. 383. O juiz, sem modificar a descrio dofatocontida na denncia ou queixa, poder atribuir-lhe definio jurdica diversa, ainda que, em conseqncia, tenha de aplicar pena mais grave. 1o Se, em conseqncia de definio jurdica diversa, houver possibilidade de proposta de suspenso condicional do processo, o juiz proceder de acordo com o disposto na lei. 2o Tratando-se de infrao da competncia de outro juzo, a este sero encaminhados os autos.A redao anterior (revogada) dizia o seguinte:Art. 383. O juiz poder dar ao fato definio jurdica diversa da que constar da queixa ou da denncia, ainda que, em conseqncia, tenha de aplicar pena mais grave.Como o prprio nome j indica,emendationada mais do que emenda, correo. O juiz, se verificar que houve erro na definio jurdica do fato na denncia, poder emprestar-lhe, quando da sentena, outra definio jurdica, ainda que tenha que aplicar pena mais grave.Note: com a mudana introduzida pela Lei 11.719/08 ficou claro que o juiz no altera a narrao ftica contida na pea acusatria, mas sim a definio jurdica do fato.Isso porque, naemendatio libelli,o fato imputado na pea inaugural o fato provado, no havendo modificao alguma na situao ftico-jurdica esposada na denncia ou queixa.O fato (narrao) o mesmo! O que houve, foi que a classificao jurdica (ex. furto, apropriao indbita, roubo etc.) indicada pela acusao no foi a correta, devendo o juiz corrigi-la (emendatio).Veja que o problema est na classificao jurdica, ou seja, a classificao jurdica dada ao fato na denncia/queixa no foi a correta. Neste caso, o juiz pode e deve corrigir a classificao jurdica (iuria novit curia o juiz conhece o direito), sem modificar a descrio ftica.Importante notar que a classificao jurdica dada pelo acusador no vincula o Estado/Juiz. Por isso que pode ele altera-la.Naemendatio, o juiz, antes de mudar a classificao jurdica do fato, no precisa ouvir a defesa, vez que h prejuzo algum.Note: no h prejuzo algum para a defesa, ainda que a nova classificao jurdica impute pena mais grave. Isso porque, como todos sabem, o ru no se defende da classificao jurdica (ex. furto), mas sim dofatoimputado (subtrair coisa alheia mvel para si ou para outrem).Como naemendatioofatoprovado o mesmo narrado na inicial, sendo que a acusao errou quanto classificao jurdica do mesmo (furto, apropriao indbita etc.), o ru, defendendo-se de fatos, e no da classificao jurdica, j exerceu plenamente seu direito de defesa.Assim, no teria sentido de se oportunizar a defesa manifestao sobre a nova classificao jurdica, uma vez que durante o processo teve a oportunidade de impugnar tudo o que entendia necessrio sobre ofatoalegado.Um exemplo: o promotor denunciou por crime de consumo e o juiz desclassifica para crime contra a economia popular. Veja: o fato imputado equivalente ao provado, mas o promotor errou quanto classificao jurdica do mesmo.Algumas perguntas de prova:1)Cabeemendatio libellino jri? Cabe somente na fase de pronncia (primeira fase do jri). Ex. O promotor denuncia por infanticdio e o juiz entende que foi homicdio.2)Cabeemendatio libelliem 2. grau (tribunal)? Sim, sem problema.Obs. Se somente o ru apelou, o tribunal no poder piorar sua situao, sob pena dereformatio in pejus.3)O juiz pode desclassificar o crime no recebimento da denncia? No, uma vez que a desclassificao s pode ocorrer no momento da sentena.Obs.A jurisprudncia admite que o juiz possarejeitar parcialmente(no desclassificao) a denncia (ex. o promotor denuncia e inventa uma qualificadora para o furto. O juiz pode rejeitar a qualificadora e receber a pea inicial somente pelo furto simples. Isso se chama rejeio parcial da denncia desta deciso cabe RESE).A Lei 11. 719/08 acrescentou dois pargrafos ao art. 383, do CPP. O primeiro afirma que se, em conseqncia de definio jurdica diversa, houver possibilidade de proposta desuspenso condicional do processo, o juiz proceder de acordo com o disposto na lei. O segundo, por sua vez, aduz que tratando-se de infrao dacompetncia de outro juzo, a este sero encaminhados os autos.A soluo dada pela lei a mais bvia possvel, no entanto se precisou deixar mais claro.De acordo com o art. 89, da Lei 9099/95, as infraes de mdio potencial ofensivo (pena mnima de at 1 ano), ainda que no se sujeitem ao procedimento sumarissimo da Lei 9099/95, podero, preenchidos os requisitos necessrios, ter o curso do processo suspenso, aplicando-se algumas condicionantes.Assim, se a nova classificao jurdica for de mdio potencial ofensivo, poder o juiz suspender o curso do processo nos termos da Lei 9099/95.O pargrafo segundo do art. 383 do CPP, por ltimo, afirma que se a nova classificao jurdica tratar de crime que altere competncia material, devero os autos ser remetidos ao juzo competente.2.Mutatio LibelliAmutatio libelliest prevista no art. 384, do CPP, alterado pela Lei 11.719/08,verbis:Art. 384. Encerrada a instruo probatria, se entender cabvel nova definio jurdica do fato, em conseqncia de prova existente nos autos de elemento ou circunstncia da infrao penal no contida na acusao, o Ministrio Pblico dever aditar a denncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco) dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ao pblica, reduzindo-se a termo o aditamento, quando feito oralmente. 1o No procedendo o rgo do Ministrio Pblico ao aditamento, aplica-se o art. 28 deste Cdigo. 2o Ouvido o defensor do acusado no prazo de 5 (cinco) dias e admitido o aditamento, o juiz, a requerimento de qualquer das partes, designar dia e hora para continuao da audincia, com inquirio de testemunhas, novo interrogatrio do acusado, realizao de debates e julgamento. 3o Aplicam-se as disposies dos 1oe 2odo art. 383 ao caputdeste artigo. 4o Havendo aditamento, cada parte poder arrolar at 3 (trs) testemunhas, no prazo de 5 (cinco) dias, ficando o juiz, na sentena, adstrito aos termos do aditamento. 5o No recebido o aditamento, o processo prosseguir.A redao anterior (revogada) dizia o seguinte:Art. 384. Se o juiz reconhecer a possibilidade de nova definio jurdica do fato, em conseqncia de prova existente nos autos de circunstncia elementar, no contida, explcita ou implicitamente na denncia ou na queixa, baixar o processo, a fim de que a defesa, no prazo de 8 (oito) dias, fale e, se quiser, produza prova, podendo ser ouvidas at trs testemunhas.Pargrafo nico. Se houver possibilidade de nova definio jurdica que importe aplicao de pena mais grave, o juiz baixar o processo, a fim de que o Ministrio Pblico possa aditar a denncia ou a queixa, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ao pblica, abrindo-se, em seguida, o prazo de 3 (trs) dias defesa, que poder oferecer prova, arrolando at trs testemunhas.Como o prprio nome j indica,mutationada mais do que mudana, mudana do libelo.Aqui, namutatio, diferentemente do que ocorre naemendatio, ofato provado distinto dofato narradona inicial, mudando-se, por conseguinte, a classificao jurdica do mesmo.Assim, enquanto naemendatio libellio fato provado o mesmo que foi narrado, namutatio libellio fato provado totalmente distinto do narrado.Como a defesa s se defende dosfatosimputados, e no da capitulao jurdica, deve-se, namutatio, oportunizar mesma que fale e produza provas sobre o novo fato.A redao antiga do art. 384, do CPP, anunciava o seguinte proceder, separando em 3 (trs) grupos:1) apenado fato provado amesmado fato narrado (ex. denunciou por furto e provou apropriao indbita): o juiz, antes de condenar, deve ouvir a defesa para que no prazo de 8 dias se manifeste e, se quiser, produza provaneste perodo.2) apenado fato provado menorque a do fato narrado (ex. denunciou por receptao dolosa e provou receptao culposa): o juiz, antes de condenar, deve ouvir a defesa para que no prazo de 8 dias se manifeste e, se quiser, produza provaneste perodo.3) apenado fato provado maiorque a do fato narrado (ex. denunciou por furto e provou roubo): nesse caso precisa ouvir a defesa e, como a pena maior, exige-seaditamento da pea acusatria narrando-se a nova elementar surgida. A defesa ter 3 dias pararequererprovas e, aps este prazo, haver a reabertura da instruo probatria para, por fim, o juiz sentenciar.Note a diferena entre este ltimo caso e os dois primeiros: nosdois primeiros(pena igual ou menor) a lei no exige que o juiz baixe os autos para que a acusao adite a pea acusatria. Ademais, a defesa ouvida para se manifestar eproduzirprovas em 8 dias. Noterceiro caso(pena maior), a lei exige que o juiz baixe os autos para que a acusao adite a pea acusatria, fazendo constar a elementar surgida, e a defesa ter o prazo de 3 dias pararequerer(no produzir) provas. Em ambos os casos, a defesa s poder arrolar at 3 testemunhas.Se o Ministrio Pblico no quisesse aditar a denncia, o juiz devia aplicar,por analogia, o art. 28, do CPP.Com a nova redao do art. 384, do CPP, o tratamento ficou um pouco diferente.No se faz mais distino quando a nova classificao jurdica impe pena mais leve, mais grave ou a mesma pena. O tratamento unssono.Vejamos de novo ocaputdo art. 384 e , do CPP:Art. 384. Encerrada a instruo probatria, se entender cabvel nova definio jurdica do fato, em conseqncia de prova existente nos autos de elemento ou circunstncia da infrao penal no contida na acusao, o Ministrio Pblico dever aditar a denncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco) dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ao pblica, reduzindo-se a termo o aditamento, quando feito oralmente. 1o No procedendo o rgo do Ministrio Pblico ao aditamento, aplica-se o art. 28 deste Cdigo. 2o Ouvido o defensor do acusado no prazo de 5 (cinco) dias e admitido o aditamento, o juiz, a requerimento de qualquer das partes, designar dia e hora para continuao da audincia, com inquirio de testemunhas, novo interrogatrio do acusado, realizao de debates e julgamento. 3o Aplicam-se as disposies dos 1oe 2odo art. 383 ao caputdeste artigo. 4o Havendo aditamento, cada parte poder arrolar at 3 (trs) testemunhas, no prazo de 5 (cinco) dias, ficando o juiz, na sentena, adstrito aos termos do aditamento. 5o No recebido o aditamento, o processo prosseguir.Com a nova redao, quando o juiz, aps instruo probatria (interrogatrio, oitiva de testemunhas, debates etc.) entender que o fato provado distinto do narrado na exordial, acarretando mudana de classificao jurdica do fato, determinar prazo de 5 dias para a acusao aditar a pea acusatria.No aditada a pea neste prazo pelo Ministrio Pblico (ao penal pblica) ou quando mesmo se recuse ao mister, o 1. do art. 384 do CPP, na mesma linha do que entendia a doutrina antes da nova redao, impe que se aplique o art. 28, do CPP.Cuidado: no concurso, o teste ir dizer se dever ser aplicado o art. 28, do CPP, por analogia. Diga queno, vez que agora tem redao legal nesse sentido.Uma pergunta que pode surgir: se a ao penal for privada e o querelante no quiser aditar a queixa, o que acontece? Nesse caso, passados 30 dias, h perempo (art. 60, inciso I, do CPP), extinguindo-se a punibilidade (art. 107, IV, CP).Admitido o aditamento pela acusao, ser a defesa ouvida em 5 dias (para defesa do novo fato) e o juiz, a requerimento de qualquer das partes, designar dia e hora para uma audincia de Instruo e Julgamento (com inquirio de testemunhas, novo interrogatrio do acusado, realizao de debates e julgamento).De acordo com o 4., sero 3 (trs) as testemunhas que ambas as partes podero arrolar. Isso dentro do prazo de 5 (cinco) dias.Utilizando o senso lgico, o 3. afirma que os 1. e 2. do art. 383 sero aplicveis no caso demutatio liberlli.Assim, diferentemente da redao anterior, a nova lei determina que deve ser adotado o mesmo procedimento para o caso da nova capitulao legal ensejar pena mais grave, mais branda ou a mesma. No h diferena, como existia. Uma informao importante: impossvel se falar emmutatio libelliem 2. grau de jurisdio, salvo quando se trata de processo de competncia originria de tribunal (ver smula 453, do STF).Note: se era para o juiz sentenciante de primeiro grau aplicar amutatioe no aplicou, se no transitou em julgado para a acusao e o MP recorreu, o tribunal, verificando esta falha, pode anular a deciso e determinar o retorno dos autos para que o juiz sentenciante aplique o instituto.Para concluir: conforme visto, a lei determina, somente para o caso do art. 384 do CPP, que o juiz baixe os autos para que a acusao adite a petio inicial. No entanto, parte da doutrina susta que deve ser feita uma leitura constitucional do art. 383, do CPP, para se determinar, tambm nesse caso, que o juiz baixe os autos para que a acusao aditasse a inicial. Isso face ao princpio da correlao entre acusao e a sentena.