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Essa é a primeira edição e começa especialíssima. A ex topmodel Marcia Valentim que se tornou terapeuta corporal assina uma matéria sobre autoconhecimento do corpo; Christian Petermann fala sobre o filme Mapa Para As Estrelas que estreia em 2015 e ainda um guia de norte a sul do Brasil. Várias dicas de como viajar com pouca grana pelo mundo todo. O que significa Estado Laico? As celebridades da internet e uma supermatéria de capa sobre as séries americanas de maiores sucesso do momento.
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MUNDANO mag
MUNDANO SAIBA PORQUE SUA RELIGIÃO NÃO DEVE SE MISTURAR COM POLÍTICA
Nº01 OUTUBRO 2014
INTERNET: AS CELEBRIDADES DE MENTIRINHA
O FENÔMENO DOS SERIADOS AMERICANOS
COMO VIAJAR COM POUCA GRANA? DICAS E TRUQUES DE QUEM CONSEGUIU
mag ESTADO LAICO
E AINDA: CINEMA DANÇA TEATRO SHOWS
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Por Marcelo Bicalho
MUNDANO Ao pensar na palavra MUNDANO, qual o primeiro significado que se cria em sua mente?
Bem, caso você não saiba ao certo como interpretar essa palavra, vamos explicar, e, com efei-
to, vamos começar essa explicação utilizando a Bíblia – com outro conceito e em outra época.
O sentido anacrônico que MUNDANO revela na Bíblia:
1 João 2:15-17 : "Não ameis o mundo, nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o
amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a con-
cupiscência dos olhos e a soberba da vida, não vem do Pai, mas sim do mundo. Ora, o mundo
passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus, permanece para sem-
pre."
Assim sendo: MUNDANO para os mais antigos e para a Bíblia, refere-se àqueles que vivem pa-
ra o mundo, excluindo sua crença, a espiritualidade e a virtude. Uma pessoa mundana jamais
seria capaz de viver única e exclusivamente para a igreja e para a religião. Inclusive, na atuali-
dade, ainda ouvimos algumas pessoas dizendo que “fulano é do mundo”.
Mas então quer dizer que a MUNDANO é uma revista feita por pessoas totalmente materialistas
e sem religiosidade nenhuma? ERRADO!
MUNDANO também é uma palavra que pode ser interpretada das seguintes formas:
- pessoa vivida, com conhecimento das coisas do mundo.
- alguém que tem conhecimento sobre o mundo.
- aquele que busca conhecer mais sobre qualquer assunto.
- quem não tem medo de arriscar.
Logo, para a nossa equipe, a palavra MUNDANO tem um lado bem positivo, afinal, fazemos par-
te desse grupo de pessoas que buscam o aprendizado, novas experiências, o conhecimento e
que não tem medo de se arriscar.
A MUNDANO Mag espera que você, nosso leitor, seja tão MUNDANO quanto à gente, e espera-
mos que você se jogue nessa aventura de fazer algo novo, em busca de novas experiências e
conhecimentos: lendo o que temos para informar a todos vocês.
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Número 1
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É com muito orgulho que entregamos à vocês a Mundano Mag. Uma revista com
conteúdo diferente do que vemos por aí, além das informações básicas que procuramos
nas revistas, trazemos coisas inusitadas, mas que com certeza você também vai curtir. Es-
sa primeira edição foi pensada e elaborada pra apresentar uma forma não convencional
de pensar e transmitir. Começamos totalmente do zero, sem nenhum investimento ou pa-
trocínio, sem vínculos comerciais ou políticos, produzida totalmente através das redes so-
ciais. Mas não é por isso que entregamos um material sem qualidade, pelo contrário, en-
tregamos á vocês o melhor que nós poderíamos ter feito e estamos orgulhosos do resul-
tado. Divirtam-se e não se esqueçam de nos dizer o que acharam.
Nessa primeira edição, tentamos descobrir a fórmula dos americanos para fazer
seus programas de TV, principalmente numa época em que muitos acreditavam que a in-
ternet iria substituir a maior parte dos meios de comunicação já existentes – o que não
aconteceu: a TV se mantém mais forte do que nunca, movimentando grandes valores e se
adaptando a essa nova realidade.
Falando em internet: como as brincadeiras das redes sociais se tornaram tão popu-
lares? Dilma Bolada e Irmã Zuleide são dois exemplos das várias celebridades virtuais que
fazem sucesso pelo Brasil. Vamos mostrar nessa primeira edição o motivo desse sucesso
repentino.
Ainda falando sobre o poder da internet, por causa dela o desejo das pessoas em
viajar e conhecer o mundo tem aumentado consideravelmente (embora o Brasil esteja
sempre passando por autos e baixos); nunca se viajou tanto para o exterior quanto agora.
Empresas Low Cost, promoções, concorrência e muita pesquisa desmistificaram a premis-
sa de que somente rico viajava para fora do país.
Além de TV e internet, Christian Petermann faz uma análise sobre o filme Mapa Pa-
ra As Estrelas e a ex-topmodel Marcia Valentim que se tornou terapeuta corporal fala so-
bre conhecermos melhor nosso corpo.
Também vamos falar de comunicações e de bem-estar. Essas são algumas de nos-
sas matérias desse primeiro mês da MUNDANO Mag – Um pequeno gostinho do que vem
pela frente. Esperamos que gostem e que interajam conosco daqui por diante.
Bem vindos e boa leitura.
Anderson Leal
Editor
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28 CAPA: FOTO-MONTAGEM FX/
DIVULGAÇÃO AMERICAN HORROR
HISTORY - FREAK SHOW
Editor-chefe
Anderson Leal
Revisão Geral
Marcelo Bicalho
Supervisão
Caroline Nogueira
Colaboraram nesta edição:
Christian Petermann
Marcia Valentim
Paulo Lotti
Fotos da matéria “Conhecendo o cor-po para uma melhor qualidade de vi-
da”: Studio CL Art
Ilustração da matéria “Viajando com pouca grana”: Kolobsec
Revista mensal
Distribuição online e gratuita
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FALE COM A GENTE SUGESTÕES, DÚVIDAS E CRÍTICAS:
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MUNDANO 03 DE TUDO UM POUCO 07 A TV NO TOPO 10 OS SUCESSOS em AUDIÊNCIA DAS SÉRIES AMERICANAS: COMO ELES CONSEGUIRAM? AGENDA CULTURAL 19 DE NORTE À SUL DO BRASIL, PREPARAMOS UMA AGENDA POR ONDE QUER QUE VOCÊ ESTEJA MAPA PARA AS ESTRELAS 24 UMA PRÉVIA DO FILME COM JULIANE MOORE E ROBERT PATTINSON, POR CHRISTIAN PETERMANN MÚSICA 26 DE CARTOLA À U2 AS CELEBRIDADES DA INTERNET 28 AS NOVAS CARAS DA INTERNET NEM SEMPRE EXISTEM DE VERDADE VIAJANDO COM POUCA GRANA 32 DICAS VALIOSAS DE COMO VIAJAR PRA FORA GASTANDO O MÍNIMO POSSÍVEL CONHECENDO O PRÓPRIO CORPO 36 A TERAPEUTA MARCIA VALENTIM EXPLICA COMO SABER MAIS DE NÓS MESMO INDIVIDUALISMO NÃO É TÃO RUIM QUANTO PARECE 42 ESTADO LAICO 43 ENTENDA PORQUE NÃO SE DEVE MISTURAR POLÍTICA COM SUAS CRENÇAS. TEXTO DE PAULO LOTTI
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NESTA EDIÇÃO
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Matéria de capa
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O FENÔMENO DOS SERIADOS AMERICANOS
TELE
VIS
ÃO
Breaking Bad (2008/2013). Um dos maiores sucessos da atualidade.
Série americana polêmica, recordista de audiência por diversas vezes e
vencedora de 5 Emmys em 2014.
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Começo essa matéria prometendo que
tentarei não soltar nenhum spoiler. Missão
difícil já que vou falar de tantas séries. Sé-
ries, por que amamos tanto? Vou tentar
responder essa pergunta tão complexa. >
Texto: Caroline Nogueira
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Muitos diziam que muitos outros veículos per-
deriam sua força com a poderosa internet, o
que de fato não ocorreu. É só observar a audi-
ência. A série de maior audiência hoje nos Es-
tados Unidos, maior produtora que existe, é
The Big Bang Theory com 19.960 milhões de
telespectadores. A empresa Nielsen, que mede
a audiência lá na terra do Tio Sam, ainda apon-
ta as séries NCSI e NCIS: Los Angeles, com
19.770 milhões e 16.020 milhões de telespec-
tadores em segundo e terceiro lugar respecti-
vamente.
Não poderia deixar de falar de The Big Bang
Theory, afinal, é a série mais assistida e já está
na oitava temporada. Cheia de piadas e saca-
das geeks, o temperamento de Sheldon talvez
seja um caso à parte. Não é à toa que o ator
Jim Parsons ganhou o Emmy de melhor ator de
comédia em 2014. O elenco também é o mais
bem pago , especula-se que Jim Parsons,
Johnny Galecki e Kaley Cuoco recebam cerca
de um milhão de dólares por episódio.
Com esses números seria quase uma heresia
dizer que a internet tomaria o lugar das nossas
queridas séries televisivas. “Mas e o Netflix?”
Eu sei, eu sei. O fenômeno Netflix está invadin-
do a vida de muitos de nós e com suas séries
exclusiva e vem conquistando cada vez mais
amantes.
Outro grande atrativo para os assinantes do
Netflix é seu preço e flexibilidade, afinal, você
assiste a qualquer momento e todos os episó-
dios estão disponíveis de uma só vez. O servi-
ço de streaming oferecido já tem mais de 27
milhões de assinantes e permite eu e você a
fazer verdadeiras maratonas em frente a tela.
Em 2013 o Netflix encomendou uma pesquisa
para saber se essa maravilha da maratona era
algo bom ou ruim para a marca.
Eis que os 3 mil adultos que participaram da
pesquisa, 73% disseram que se sentem muito
bem, obrigado, ao assistir séries em maratona
e 61% ainda fazem isso regularmente. Um an-
tropólogo foi contratado para analisar os dados.
Grant McCracken disse que isso ocorre porque
ajuda os assinantes a se concentrarem e se
distraírem ao mesmo tempo. 76% dos entrevis-
tados confirmaram esse apontamento do antro-
pólogo. Mas essa compulsão por assistir mais
de um episódio de uma vez, o que eles chama-
ram de binge watching, não é uma prática soli-
tária, 51% gosta de assistir com companhia,
uma ou mais pessoas e, 39% espera que esta
esteja disponível para fazer a maratona.
Jim Parsons Kaley Cuoco e o elenco de Big Bang Theory, maior audiência atualmente nos EUA
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SÉRIES, SÉRIES E MAIS SÉRIES!
Convencido que a internet não tomará o lugar
das séries televisivas e que elas, na verdade,
são complementares?
Muito bem caro leitor. Agora, já parou para pen-
sar quantas séries existem? Contando rapida-
mente, levando em consideração só as que irão
voltar ao ar a partir de outubro ou farão suas
estreias, a chamada Fall-Season (temporada
de outono, lá na gringa, claro.) serão 102 bele-
zinhas para você se deliciar até meados de
Maio de 2015. Fora as séries que estão em ple-
no vapor e estão prestes a encerrar suas tem-
poradas.
Como comentei antes, poderemos ver novas
séries, temporadas das que amamos e o vício
nos fez sofrer muito, umas mais curtas que ou-
tras, mas podemos escolher de olhos bem
abertos. Umas voltarão com sua 18º tempora-
da, como no caso da famosa série em desenho
animado nada politicamente correto, South
Park. Outro desenho que tem uma longa estra-
da e estreia sua 26º temporada é a família ama-
rela mais famosa do mundo, os Simpsons.
A série mais assistida dos Estados Unidos, vol-
ta para a sua 8º temporada lotada de prêmios
na bagagem e CSI está na 15° temporada sem-
pre cheia de mistérios a resolver. E muita coisa
boa está por vir, são 34 novas séries, entre
elas, duas histórias talvez você já conheça,
mas as verá de uma maneira diferente. Gotham
e Constantine te lembram alguma coisa? Não
sei você, mas estou bem curiosa para ver mui-
tas das novas séries.
Mas quem disse que temos que nos prender só
as novidades e novas temporadas? Series fa-
zem tão parte das nossas vidas, que muitas de-
las se tornaram verdadeiros clássicos. Sex In
The City, Arquivo X, ER, Família Soprano, Bar-
rados no Baile, Desperate Housewives, Um Ma-
luco no Pedaço, Família Dinossauro, The O.C.,
Lost, 24 Horas, Dexter, Dr. House, a recém
acabada Breaking Bad e, a minha favorita
(desculpa, não resisti) Friends. Voltando ainda
mais no tempo, temos O Gordo e o Magro
(década de 30), Os Três Patetas (1934), O Clu-
be do Mickey (1955), Zorro (1957), Além da
Imaginação (1959), A Feiticeira (1964), A Famí-
lia Addams (1964), Jeannie É Um Gênio (1965),
Túnel do Tempo (1966), Ultraman (1966), Jor-
nada Nas Estrelas (1966), Batman (1966),
Agente 86 (1968), A Família Dó Re Mi (1970),
Vila Sésamo (1972), Planeta dos Macacos
(1974), The Muppet Show (1976), As Panteras
(1976), Dallas (1978), Chip’s (1977), Magnum –
P.I. (1980), A Super Máquina (1982), Esqua-
drão Classe A (1983), Miami Vice (1984), A Ga-
ta E O Rato (1985), Alf – Eteimoso (1986), Três
é Demais (1987), Anos Incríveis (1988), >
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MUNDANO mag
Seinfeld (1989), S.O.S Malibu (1989), entre muitas
outras, que você leitor que tem mais de 30 ou 40
anos irá lembrar com muita saudade. Você leitor
com menos de 30, pergunte para os pais que eles
irão te situar, caso você nunca tenha ouvido falar
de nenhuma delas. Não fique tonto, é série que
não acaba mais, eu sei. Uma curiosidade, o pri-
meiro papel de Bruce Willis na TV foi na série A
Gata E O Rato, nem preciso contar como a carrei-
ra dele decolou.
Nós crescemos rodeados de boas histórias. Elas
nos envolvem de tal maneira, que, quando você
menos perceber, já está extremamente viciado.
AFINAL, POR QUE AMAMOS?
A dinâmica que uma serie apresenta para seus
telespectadores é bem diferente das habituais no-
velas brasileiras. Uma novela fica em média 8 me-
ses no ar, com capítulos de mais de uma hora de
duração, passando pelo menos 6 vezes por sema-
na, tornando-se muitas vezes maçante e sempre
corre o risco de se perder no meio do caminho. A
última trama que tivemos no Brasil, considerada
novidade com todas as letras, foi Avenida Brasil.
Uma rara exceção.
Já uma série tem em média 22 episódios por tem-
porada e as minisséries têm em média 13 episó-
dios também divididos em temporadas, umas du-
ram 40 minutos, outras 20 minutos e as exceções
com duração de 1 hora, exemplo de Game Of
Thrones e The Walking Dead. A grosso modo, são
880 ou 440 minutos para uma temporada.
Levando tudo isso em consideração, uma série
não tem tempo de ferver a história em Banho Ma-
ria, não há tempo para enrolação. Cada episódio
tem começo, meio e fim com aquele final que nos
faz assistir um após o outro sem enjoar e sempre
com grande expectativa. Tudo é muito envolvente
e pensado para que você não saiba o caminho
certo desde o início.
Série é tão divertido que muitos filmes já passaram
para esse formato, casos de Hannibal, O Extermi-
nador do Futuro / Terminator: Sarah Connor Chro-
nicles, Dominion (sua origem vem do filme Legion)
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MUNDANO mag
e Um Drink no Inferno. Quem não gostaria de
ver esses filmes de outras óticas, não é mes-
mo?
Outro bom motivo é que podemos conhecer
obras clássicas em séries. A rede BBC dá um
show de bola em suas adaptações como Orgu-
lho e Preconceito, clamada obra de Jane Aus-
ten, que contou com 6 episódios e teve sua es-
treia em 1995. Também podemos mergulhar na
história de Henrique VIII, como aconteceu na
série The Tudors, baseada na polemica vida do
rei da Inglaterra, mas claro, como toda adapta-
ção de uma história real, houveram erros e
equívocos para tornar a série mais atrativa e,
nem por isso deixou de ganhar seus muitos
prêmios e ser reconhecida como uma grande
série.
E livro que virou filme e depois série? Foi exa-
tamente isso que aconteceu com Sherlock Ho-
mes. Os contos clássicos do século XIX, de Ar-
thur Conan Doyle, sobre Homes, ganharam
tantas adaptações, que nossa querida série
não poderia ficar de fora.
Muitos heróis já foram retratados em séries,
arrisco a dizer que uma das mais famosas dos
últimos 10 anos foi Smallville, que conta a his-
tória do jovem Clark Kent, futuro Superman.
Porque se voltarmos no tempo, temos Batman,
Hulk, Mulher Maravilha, e todas não passam
dos anos 70.
E você que me dá o prazer da sua leitura, ga-
ranto que sempre haverá uma série que te
agrade, há histórias para todos os gostos.
Game Of Thrones é para aqueles apaixonados
por história épicas, cheias de reviravoltas e sur-
presas; só lembrando que é quase proibido se
apaixonar por qualquer personagem, assista e
saberá o porquê.
Uma das melhores séries e ganhadora de vá-
rios prêmios, Breaking Bad é um drama que
mostra a vida de um professor de química que
resolve tomar atitudes drásticas ao descobrir
um câncer incurável. Como prometi, sem spoi-
lers. Se você já conhece a história de Walter
White, sabe do que estou falando, e você que
ainda não assistiu, prepare-se para se surpre-
ender. >
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MUNDANO mag
Gosta do bizarro e de um bom freak show, en-
tão você provavelmente amará American Hor-
ror Story. O mais curioso dessa série, é que
cada temporada leva um subtítulo e suas his-
tórias se misturam com ficção e realidade. Cri-
mes e acontecimentos marcantes fazem parte
do roteiro: 1° temporada – Murder House, que
tem como pano de fundo a infidelidade e a vi-
da de uma família numa casa repleta de maus
espíritos; 2° temporada – Asylum, fala sobre
saúde mental, poder e política, com muitas ce-
nas horripilantes; 3° temporada – Coven, fala
sobre os ataques que as bruxas sofreram ao
longo da história; e a 4º temporada – Freak
Show, nem preciso dizer que será sobre aber-
rações.
Você também pode encontrar muitos zumbis
comedores de cérebros em The Walking Dead.
O fenômeno pós apocalíptico é baseado na sé-
rie de quadrinhos de Robert Kirkman e mostra
a luta para sobreviver no meio de tantos zum-
bis.
Tem curiosidade para saber o porquê e como
grandes escândalos envolvendo governos difi-
cilmente é passado ao grande público, assista
Scandall. É meu caro leitor, existem empresas
especializadas em mediar crises empresariais
e governamentais e essa série mostra todo
esse trabalho e melhor, é inspirada no polêmi-
co governo de George W. Bush.
CSI é uma das séries policiais mais famosas
que existem e aguça o nosso lado detetive de
ser. Ainda nessa linha de investigação, Dr.
House nos guiou a tantos casos fantásticos e
inimagináveis que tenho certeza que o teles-
pectador se sentiu muito médico ao acompa-
nhar esse senhor desbocado de carisma e ar-
rogância cativante. Sua personalidade foi tão
forte e marcante que a série brasileira Psi tem
uma leve inspiração nesse “adorável” médico.
Supernatural já está em sua 10° temporada e
traz a história de dois irmãos unidos na maior
parte do tempo, mas cheios de problemas,
também, não é fácil combater demônios, vam-
piros, lobisomens, deuses malucos e ainda li-
dar com os problemáticos anjos. Os irmãos
Winchesters trabalham o tempo todo, mas tam-
bém fazem o telespectador rir bastante com
suas piadas e humor super ácido. >
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DIA 1
Criminal Minds (6ª temporada, CBS)
Stalker (estreia, CBS)
The Bridge (final, FX)
DIA 2
Bad Judge (estreia, NBC)
A to Z (estreia, NBC)
Reign (2ª temporada, The CW)
The Vampire Diaries (6ª tempora-da, The CW)
The Biggest Loser (16ª temporada, NBC)
Gracepoint (estreia, Fox)
DIA 3
Last Man Standing (4ª temporada, ABC)
DIA 4
Survivor’s Remores (estreia, Starz)
DIA 5
Bob’s Burguers (5ª temporada, Fox)
Mulaney (estreia, Fox)
Homeland (4ª temporada, Showti-me)
Mulaney (estreia, Fox)
DIA 6
The Originals (2ª temporada, The CW)
Supernatural (retrospectiva, The CW)
DIA 7
The Flash (estreia, The CW)
Supernatural (10ª temporada, The CW)
DIA 8
Arrow (3ª temporada, The CW)
American Horror Story (4ª tempo-rada, FX)
Kingdom (estreia, DirecTV)
DIA 10
Cristela (estreia, ABC)
DIA 12
The Strain (final, FX)
The Walking Dead (5ª temporada, AMC)
The Affair (estreia, Showtime)
DIA 13
Jane The Virgin (estreia, The CW)
DIA 14
Marry Me (estreia, NBC)
About a Boy (2ª temporada, NBC)
DIA 15
Top Chef (12ª temporada, Bravo)
DIA 22The 100 (2ª temporada, The CW)
Web Therapy (4ª temporada, Sho-wtime)
DIA 24
Grimm (4ª temporada, NBC)
Constantine (estreia, NBC)
DIA 27
2 Broke Girls (4ª temporada, CBS)
DIA 30
The Millers (2ª temporada, CBS)
Two and a Half Men (12ª tempo-rada, CBS)
The McCarthys (estreia, CBS)
Elementary (3ª temporada, CBS)
Estreias em outubro (EUA)*
*Qualquer alteração é de responsabilidade
das emissoras
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Viu só como tem séries para todos os gostos?
Isso porque nem falei das séries de fantasia, de
serial killers, de super-heróis, de famílias, pri-
são, terrorismo...
O que deixa as séries americanas fantásticas é
que os recursos hollywoodianos estão à dispo-
sição das produtoras.
É uma riqueza de detalhes envolvendo efeitos
visuais, figurino, cenários, maquiagem, câme-
ras de última geração, a alternância de direção
de episódios e, produtores conhecidíssimos co-
mo o caso de Steven Spielberg em Under The
Dome, série baseada no livro de uns dos me-
lhores e maiores escritores de ficção, nada me-
nos que Stephen King, que também participa
da produção da série.
Não é só o salário do elenco de Big Bang The-
ory são dignos de Hollywood. Em 2014, Ashton
Kutcher fatura a bagatela de US$ 26 milhões,
seguido por seu colega de elenco, John Cryer
embolsando US$ 19 milhões, ambos com Two
And A Half Men. E o protagonista de NCIS tam-
bém engordará sua conta bancária com US$
19 milhões. Outro bom exemplo é o ator Kevin
Space, com a exclusiva série Netflix, House Of
Cards, faturando anualmente US$ 16 milhões.
Bom, agora é pegar aquele balde cheio de pi-
poca e sentar na frente da TV ou do computa-
dor e escolher a sua série favorita. Divirta-se!
Fotos: AMC (Breaking Bad, The
Walking Dead), CBS (Big Bang
Theory, Two and a Half Men),
Fox (Simpsons, Dr. House),
NBC (Friends, S.O.S Malibu),
HBO (Games of Thrones, Psi),
FX (American Horror History),
Netflix (House of Cards)
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MUNDANO mag
AGENDA O que você pode fazer em outubro pelo país
(e uma prévia do que está por vir)
CINEMA DANÇA EXPOSIÇÕES GASTRONOMIA INFANTIL PASSEIOS SHOWS TEATRO
Foto: Grégory Batardon
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OU
TUB
RO
CINEMA
A Entrevista (The Interview). James Franco é um
apresentador de talkshow e Seth Rogen seu produtor (foto acima), eles viajam para a Coréia do Norte para entrevistar o ditador Kim Jong-Un (Randall Park). Mas são intercepta-dos e recrutados pela CIA, seus planos mudam de simples perguntas para assassinato, a dupla usa o programa como disfarce para cumprir a missão. De Evan Goldberg. Direção de Evan Goldberg e Seth Rogen. Ainda no elenco: Lizzy Ca-plan, Diana Bang, Randall Park, Tommy Chang e Timothy Simons. Sony Pictures/EUA. Classificação indicativa não informada. Estreia dia 02.
Garota Exemplar (Gone Girl). Amy Dunne desaparece
no dia do seu aniversário de casamento, deixando o marido Nick sob investigação. Ele começa a agir estranhamente, abusando das mentiras e se torna o suspeito número um da polícia. Com o apoio da sua irmã gêmea, Margo, Nick tenta provar a sua inocência e, ao mesmo tempo, procura des-vendar o que aconteceu com Amy. Direção David Fincher. Com Rosamund Pike, Ben Affleck, Scoot McNairy. FOX Fil-mes/EUA. 16 anos. Estreia dia 16.
DIVULGAÇÃO
DIV
ULG
AÇ
ÃO
EXPOSIÇÃO
Está em cartaz no Museu Vale em Vila Velha (ES), a exposição coletiva "Das Viagens, dos De-sejos, dos Caminhos", com curadoria de Bitu Cassundé. A mostra apresenta uma coletânea de trabalhos de artistas das regiões Norte e Nordeste. Os artistas Leonilson, Yuri Firmeza, Virgi-nia de Medeiros, Marcone Moreira, Jonathas de Andrade, Armando Queiroz, Rodrigo Braga e Karim Ainouz + Marcelo Gomes são os responsáveis pelas obras. A exposição trata da territorialidade e das relações entre Viajar, Desejar e Caminhar e é nesse cenário que ocorre a colisão entre realidade e fic-ção, e onde reverberam lugares, dese-jos e diversos meios do campo social. Quando: até 02 de novembro de 2014 Horário: de 3ª a 6ª feira, das 8h às 17h. Sábados e domingos: de 10h às 18h Onde: Museu Vale - Antiga Estação Pedro Nolasco s/n, Vila Velha—ES Informações: (27) 3333-2484
Son
y Pictu
res
Fox Film
es
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Muita gente não sabe,
mas existiu uma revista
tão completa, criativa e
moderna chamada Gera-
ção POP ou somente
POP, como era popular-
mente conhecida. Além do
conteúdo alegre e moder-
no (para a época), fre-
quentemente os leitores
recebiam mimos como,
por exemplo, calendários,
álbuns, pôsteres de seus artistas preferidos e etc.
Editada pela Editora Abril – e se tornando um
grande sucesso dos anos 70 –, a publicação era uma
unanimidade entre os jovens. A revista, para desani-
mo de muitos, parou de ser produzida em 1979. E
na nossa edição de estreia, a edição de outubro de
1975, com as tendências e a moda setentistas.
ESTEVE NAS BANCAS
DIVULGAÇÃO INFANTIL
9ª Mostra de Teatro Infantil do Shop-
ping Ibirapuera (SP)
No mês das crianças o Shopping Ibirapuera de São Paulo preparou uma agenda cheia de di-versão de 4 até 26 de outubro, sempre aos fi-nais de semana. A 9ª edição da Mostra de Te-atro Infantil traz os espetáculos “Rabisco - Um cachorro perfeito”, “Ciranda das Flores”, “Shake, Shake, Baby!”, “Shakespeare Amarro-tado” e “Comigo meu Umbigo” e muitas outras que vão deixar a garotada muito feliz, são no total serão 10 apresentações gratuitas e aber-tas para diferentes idades, onde os conceitua-dos grupos teatrais Cia. Prosa dos Ventos, Ma-racujá Laboratório de Artes, Núcleo Girândola e Cia. Caso da Matraca farão o que sabem de melhor: espetáculos lúdicos encantadores e cheios de magia. Recomendado para crianças à partir de 3 anos. 55 minutos. Quando: de 04 a 26 de outubro, somente aos sábados e domingos. Horário: 15h – recomenda-se chegar com 30 minutos de antecedência. Sessões Extras: Dia das Crianças: 11 e 12 de outubro (sábado e domingo) às 17h. Onde: Shopping Ibirapuera - Av. Ibirapuera, 3.103 - Piso Jurupis São Paulo—SP
Fox Film
es
Feira de São Cristóvão
A dica para quem estiver pelo Rio de Janeiro é a Feira de São Cristóvão sin-tetiza tudo o que há de melhor no nor-deste. Comidas, comprinhas, música e dança são os ingredientes principais
desse caldeirão cultural. A feira ocorre de terça à quinta: 10h às 18h (entrada
franca, exceto feriados) Sexta de 10h a 21h do domingo (sem interrupções) Taxa de entrada R$ 3,00 Para shows consulte agenda no site
www.feiradesaocristovao.org.br Telefones: 21 2580.5335 I 21
2580.6946
Onde: Campo de São Cristovão, Rio de Janeiro
DIV
ULG
AÇ
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DANÇA Bienal Internacional de Dança do Ceará / De Par Em Par A Bienal Internacional de Dança do Ceará chega à 4ª edição, se con-cretizando como um respeitável espaço de difusão das mais diferentes manifestações de dança cênica. A apresentação de criações configura-das na interface da dança com a performance, as artes visuais, o audi-ovisual, as intervenções urbanas, entre outras possibilidades, tem sido uma de suas das principais características. Com uma rica e diversificada programação, inteiramente gratuita, distri-buída em dois programas, Encontro Terceira Margem e CirculaDança, a Bienal De Par Em Par 2014 será realizada de 24 de outubro a 16 de novembro, com performances cênicas, intervenções urbanas, oficinas e debates passando por diferentes bairros de Fortaleza e várias cidades do interior do Ceará, como Paracuru, Crato, São Gonçalo do Amarante e Trairí, prosseguindo com a descentralização das ações de difusão e formação, política já utilizada em edições anteriores. www.bienaldedanca.com
Foto: Grégory Batardon
TEATRO
Paulo Gustavo em dois espetáculos
imperdíveis Depois de quatro temporadas bem sucedidas
na TV, o programa 220 Volts ganhou uma ver-
são para o teatro. A versão dos palcos conta
com as personagens femininas do humorístico.
É o terceiro espetáculo criado e estrelado pelo
ator que está se apresentando em várias capi-
tais do país com seu humor escrachado, crítico
e dinâmico, Destaque para a desbocada Se-
nhora dos Absurdos, uma senhora rica e politi-
camente incorreta que despeja seus preconcei-
tos sem papas na língua, uma crítica à hipocri-
sia (duração de 75 minutos. 14 anos). O outro
espetáculo de Paulo Gustavo em cartaz é Hi-
perativo, de cara limpa e sem personagens o
comediante se destaca num stand up que nar-
ra fatos corriqueiros do cotidiano com muito
humor. A direção é do também humorista, Fer-
nando Caruso. (12 anos).
Hiperativo
Recife – PE, Teatro Guararapes Quando: 02/10 - 21h Ingressos: R$ 90 (inteira) e R$ 45 (meia) para plateia; R$ 70 (inteira) e R$ 35 (meia) para bal-cão. (venda na bilheteria do teatro e www.ingressorapido.com). Informações: (81) 3207-1144 Onde: Complexo do Salgadinho, 0 Maceió – AL,Teatro Gustavo Leite Quando: 09/10 - 21h30 Ingressos: R$ 90 (inteira) e R$ 45 (meia) para plateia; R$ 70 (inteira) e R$ 35 (meia) para bal-cão. (venda na bilheteria do teatro e www.ingressorapido.com). Informações: (82) 3315-3922 Onde: Rua Celso Piatti, 0 - Centro Cultural e de Exposições de Maceió
GASTRONOMIA
Durante todo o mês de outubro ocorrerá o 4º Circuito Gastronômico Italiano em
Belo Horizonte, o intuito do evento é aproximar os mineiros da cultura e gastrono-mia italiana. Os restaurantes do circuito oferecem descontos especiais em determi-nados pratos em dias e horários pré-determinados. Para entender melhor e saber quais os restaurantes participantes acessem: www.acibramg.com.br
OU
TUB
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Espetáculo Quantum
Para ver seu evento aqui, man-de seu e-mail para: [email protected] que analisaremos e, talvez nas próximas edições poderá estar aqui.
Importante: A Mundano
Mag não se responsabili-
za por qualquer altera-
ção. Confirme sempre
com a organização ou
com o local do evento.
220 Volts
Salvador – BA, Teatro Castro Alves Quando: 24 e 25/10 – 19h e 21h30. Ingressos: R$ 50 a 140 (meia entrada para es-tudantes e maiores ou igual a 60 anos, 405 para assinantes do Clube Correio) Vendas e informações: (71) 2626-5071 e www.ingressos.com Onde: Praça Dois de Julho, s/n
Divulgação
O Homem das Cavernas é um espetáculo divertido e extremamente sagaz sobre relacio-
namentos entre homens e mulheres. Em cartaz respectivamente em pelo menos 50 cidades pelo mundo e já foi encenada em mais de 40 países. No Brasil, coube ao ator Edson Cardoso (Jacaré do É O Tchan) protagonizar a peça no Rio de Janeiro. Apesar de um roteiro e um tex-to a seguir, os atores constantemente interagem com a plateia, tornando-o mais divertido. Tex-to de Rob Becker e direção de Nancho Novo, que já dirigiu o espetáculo em Miami. 12 anos. 80 minutos.
Onde: Rua Conde Bernadotte, 26, Teatro do Leblon – Sala Marília Pêra
Informações: (21) 2529-7700
Quando: até 18/10, Sextas e Sábados às 23h
Ingressos: 60 R$ - inteira; www.ingresso.com
Divulgação
SHOWS
Thiaguinho Quando: 18/10 às 19h e 19/10 às 22h. Censura: 16 anos Ingressos: R$ 60 a 108 (sábado) e R$40 a 96 (domingo), Informações: (51) 3371-1948 www.minhaentrada.com.br Onde: AV Severo Dulius, 1995, Porto Alegre/RS - Pepsi On Stage
Rosa de Saron A banda vai tocar novamente durante o Círio de Nazaré no Pará Quando: 15/10 às 19h30. Entrada franca Informações: www.fundacaonazare.com.br Onde: Concha acústica da Basílica de Nossa Senhora de Nazaré, Belém
30 Seconds To Mars Com ingressos esgotados em São Paulo e no Rio de Janeiro, a banda encara ainda a capital brasileira do rock. O show em Brasília será no Net Live no dia 21 de outubro às 21h00 (abertura dos portões às 19h30). Os ingressos variam de R$ 80 A 250 (até o fechamento dessa edição, havia pouquíssimos disponíveis). Livre, menores de 16 somente acompanhados dos pais ou responsáveis. Ingressos: www.livepass.com.br
Onde: SHTN Q5 Bloco A - Quadra A, Brasília – DF
Polêmicas à parte... A cidade de São Paulo ganhou alguns quilômetros de ciclovia espalhados por toda a capital. Embora alguns moradores sejam contra, é mais uma forma de co-nhecer os pontos turísticos de Sampa. Acesse o site www.ciclofaixa.spturis.com.br e veja o que você pode fazer com sua magrela.
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CINEMA MAPA PARA AS ESTRELAS
Divulgação / Paris Filmes
O filme seria lançado no circuito comer-
cial brasileiro ainda em outubro, logo
depois de sua exibição no Festival do
Rio, mas a distribuidora transferiu a da-
ta de estreia para fevereiro, época a
que se acostumou no Brasil a ver a en-
xurrada de finalistas ao Oscar nosso de
cada ano.... Sim, há rumores de indica-
ções douradas para o drama Mapas
para as Estrelas, o mais novo trabalho
do mestre canadense David Cronen-
berg, em especial no campo das inter-
pretações.
Quem conhece a fascinante filmografia
do cineasta, que vem sendo erguida
desde a virada dos anos 1960 e 70, sa-
be que ele tem fascínio pela Biologia,
Ciência e Psicanálise e a interação des-
tes campos no comportamento geral-
mente desajustado e/ou desviado de
seus personagens. Os primeiros traba-
lhos flertaram com o horror, em tramas
de mutações e psiques sombrias, de
Calafrios (1975) e Enraivecida na Fúria
do Sexo (1977) à consagração mundial
com títulos cultuados como A Mosca
(86) e Gêmeos – Mórbida Semelhança
(1988). O complexo universo da mente
humana continuou sendo premissa para
obras no mínimo desafiadoras, como
Mistérios e Paixões (1991), inspirada
em texto do escritor William S. Bur-
roughs; Crash – Estranhos Prazeres
(1996); Spider – Desafie sua Mente
(2002) e o verídico Um Método Perigo-
so (2011), sobre a relação dos psicana-
listas Carl Jung e Sigmund Freud.
De uma década para cá, porém, Cro-
nenberg tem se dedicado também a tra-
mas mais ‘pé no chão’, minimamente
realistas,
Cronenberg flerta com o Mundano
Por Christian Petermann
BR
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como os ótimos dramas criminais Mar-
cas da Violência (2005) e Senhores do
Crime (2007), ambos protagonizados pe-
lo ator Viggo Mortensen (da trilogia O
Senhor dos Anéis). Parece que agora o
canadense elegeu um novo ator-fetiche
e, por mais surpreendente que seja, a
escolha recaiu sobre o inglês Robert
Pattinson, galã da franquia Crepúsculo.
Pattinson já protagonizou o metafórico
longa anterior do diretor, o instigante
Cosmópolis (2012), em que interpretou
um milionário em constante trânsito em
Nova York a bordo de sua limusine. Em
Mapa para as Estrelas, o ator agora sai
do banco de passageiros e passa a diri-
gir a limusine, mas em Hollywood, na
pele de um ator que quer vencer na car-
reira e se vira nos trinta enquanto isso
não acontece.
Este último trabalho de Cronenberg, ali-
ás, pode ser considerado o filme mais
atípico até o momento, talvez seu título
mais mundano, pois o universo aqui re-
tratado é o da ciranda de egos, emo-
ções, invejas, mentiras e traições entre
as celebridades da Sétima Arte. Com
muitos personagens cujas trajetórias vão
se cruzando, parece mais uma obra de
outro grande cineasta contemporâneo, o
norte-americano Paul Thomas Anderson.
A comparação, aliás, não é em vão, pois
aqui e no filme Magnólia (de Anderson)
há a presença visceral da atriz Julianne
Moore em papel catalisador – ela é uma
provável finalista na corrida ao Oscar.
Moore personifica Havana Segrand, uma
estrela de Hollywood que está no ocaso
de sua carreira, tem um histórico familiar
trágico e busca desesperadamente por
uma oportunidade de retorno, de volta
por cima. Em torno de sua figura ególa-
tra e vaidosa orbitam os outros persona-
gens, sempre ligados à devastadora ca-
deia alimentar de almas na indústria ci-
nematográfica. O roteiro original de Bru-
ce Wagner (cujo crédito mais famoso em
cinema até hoje foi, pasmem!, A Hora do
Pesadelo 3) é cruel e impiedoso, bem ao
sabor de Cronenberg, um eterno crítico
da espécie humana. As situações de
bastidores mostradas no filme pouco
apresentam de novo, mas são costura-
das com aparições fantasmagóricas, os
mortos da trama ressurgem para assom-
brar a culpa dos vivos. E, neste terreno,
o cineasta canadense se esbalda.
Resta verificar como a Academia de Hol-
lywood e o espectador médio do mundo
reagirão a este drama, que trata de um
mundo glamurizado pela mídia, mas que
visto de perto é um lamaçal de baixezas
humanas.
Nada mais mundano.
Mapa Para As Estrelas (Map To The Stars)
Direção: David Cronenberg
Elenco: Julianne Moore, Mia Wasikowska , Olivia Willi-
ams , John Cusack, Robert Pattinson e outros.
Paris Filmes, 2014
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PRA OUVIR COM OS OLHOS
Cartola, Verde Que te Quero Rosa - Cartola(1977) RCA. Samba O fotógrafo Ivan Klinger não imagi-nava que teria tanto trabalho para realizar uma simples foto, mas se tratando de Cartola, ele já devia es-perar. Klinger foi responsável por uma das capas mais importantes (ou a mais) da música popular brasileira. Convocado pela gravadora RCA, o fotógrafo percebeu que teria que fa-zer uma foto tão boa quanto o álbum Cartola, -Verde Que te Quero Ro-sa. Só não acreditou que teria tanto trabalho. Cartola não era amante de ensaios e entrevistas e não conseguia manter as marcações pedidas por Klinger. As sessões foram marcadas e des-marcadas por diversas vezes e mes-mo com a má vontade do mestre,
Klinger entendia que o cantor, que já era um ícone, precisava se sentir á vontade para a foto. Entre idas e vindas, tentativas e frustrações, a gravadora resolveu interceder e exigir a foto imediata-mente, não havia tempo para mais tentativas. Klinger correu até a casa de Cartola sem avisar. O can-tor estava pronto para sair e não muito interessado em posar para foto alguma. Foi quando Dona Zi-ca, esposa de Cartola interveio em favor do pobre e nervosíssimo fotógrafo e o convenceu a ficar mais um pouco e tomar um café com o desesperado rapaz. Dona Zica, acidentalmente foi a produtora da foto, a xícara verde e rosa (claro) contrastava com a pa-rede amarela da sala e a elegância de Cartola (também interferência da esposa). Klinger viu o ambi-ente perfeito para sua tão sonhada foto, faltava apenas um elemento essencial para a caracterização: o cigarrinho. Não teria a menor graça se além de fazer uma foto memorável, de um disco estupendo, se não tives-se uma grande história por trás.
DUAS DÉCADAS DEPOIS
Pink Floyd lança seu novo álbum The Endless River, é um álbum de composições principalmente ambientais e instru-mentais, gravadas nas sessões para Division Bell (1994/EMI Records), com participações de David Gilmour, Nick Mason e Richard Wright. O álbum tem a produção do próprio Gilmour com Phil Manzanera e Andy Jackson. O trabalho é todo base-ado em material antigo que nunca foi publicado. É o 15º disco da banda e o primeiro em vinte anos.
The Endless River—Pink Floyd (2014) Parlophone. Rock
MÚ
SIC
A
U2 Em 9 de setembro, a banda irlandesa lançou o ál-bum Songs of Innocence (2014/Island), produzido por Danger Mouse, Paul Epworth, Ryan Tedder, De-clan Gaffney e Mark "Flood" Ellis, exclusivamente para o iTunes Radio e Beats Music. O álbum foi lançado na abertura do Aple Inc. e distribuído gratui-tamente para todos os clientes da iTunes Store. Disponibilizado para mais de 500 milhões de pesso-
as, tornou-se o maior lançamento de todos os tem-pos. A banda volta depois de No Line On The Hori-zon (2009/Mercury, Island, Interscope) o maior intervalo dentre os 13 álbuns da banda. A versão física chega às lojas a partir de 13 de outubro.
Songs of Innocence - U2 (2014) Island. Pop-rock
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Imagens: Facebook e Youtube Texto Marcelo Bicalho
AS CELEBRIDADES DA INTERNET
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Imagens: Facebook e Youtube Texto Marcelo Bicalho
No mundo atual, sabemos que a internet é um grande veículo comunicativo que une as
pessoas de forma espantosa. Pensando nisso, nós da Mundano Mag fomos avaliar os
principais motivos pelo qual uma celebridade virtual se lança com tanta facilidade. Hoje
em dia, o sucesso repentino tem se tornado muito mais fácil e comum do que muitos
acreditam. Com o poder da internet, novos famosos surgem a todo o momento. >
AS CELEBRIDADES DA INTERNET
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Por mais que os seus seguidores não
saibam, são eles quem os colocam lá no topo.
Imagine o que seria da pequena Chlöe se nin-
guém tivesse compartilhado. O público, que,
em sua maioria, adora assuntos cômicos, são
os mesmos que compartilham as imagens/
vídeos de seus “ídolos”, fazendo com que mais
pessoas se identifiquem com o lado engraçado
da história.
Assim sendo, uma grande celebridade,
independente até mesmo da área em que foi
lançada (comédia, drama, música, etc.), se de-
ve ao tamanho que sua audiência alcança. A
promoção/divulgação é a peça chave para
qualquer meio de comunicação ao que se refe-
re atingir a fama.
E o que eles fazem por conta própria? Bem,
quando alguém bomba na internet e quer se
aproveitar da situação, fazendo sua fama cres-
cer e ficar mais conhecida, essa pessoa utiliza
o recurso que aqui vamos chamar de “entrar no
jogo”. Uma vez que o assunto, seja qual for, a
seu respeito esteja lançado, dar continuidade à
ele é algo importantíssimo se pensarmos no
público em que foi atingido. No meio da comé-
dia, as frases da Irmã Zuleide e as propagan-
das da Dilma Bolada são sempre elaboradas
pensando no público que já as curtem. Ou seja,
uma vez a piada lançada, seguir a formula que
deu certo anteriormente, é imprescindível.
E o futuro dessas crias da internet?
Será que essas personalidades saem da
rede? Você acredita que conseguem se
“personificar?
Como caso bem sucedido podemos citar
um apresentador, que surgiu através da sua
divulgação de vídeos na internet e que hoje é
reconhecido e seguido por milhares de pesso-
as: Paulo César Siqueira. Não está associando
o nome à pessoa? Talvez fique mais fácil iden-
tificá-lo pelo seu nome artístico: PC Siqueira.
PC Siqueira começou sua “carreira” pos-
tando vídeos caseiros dando sua opinião sobre
diversos assuntos. Logo, com o grande cresci-
mento das suas visualizações em seu canal do
Youtube, ele foi chamado para integrar a gran-
de elite de VJ’s da MTV Brasil. Entrevistado por
jornalistas de grande importância, como Marília
Gabriela, PC já explicou sua não formula para
a produção de seus vídeos e deu sua opinião
sobre o seu crescimento repentino na mídia.
Por outro lado, exis-
tem também as pessoas
famosas que acabam ga-
nhando versões mais fa-
mosas ainda em páginas
e perfis sociais. Nesse
caso, como exemplo, po-
demos citar a Gina Indeli-
cada. Quem é que não
conhece o famoso rosto
feminino estampado nas caixas de palito de
dente? Com assuntos rústicos e frases criati-
vas, a página “oficial” da Gina atingiu um núme-
ro surpreendente de seguidores. Nesse mesmo
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MUNDANO mag
caminho, encontramos também a Dilma Bola-
da, com suas frases e promessas estranha-
mente cômicas nas redes sociais – sem contar
sua interação com os outros políticos (em suas
contas oficiais), onde a própria Bolada faz
questão de dar seus palpites e cutucar a onça
com vara curta.
“Desce, sobe, empina e rebola. Toda delicia,
toda gostosa!”
Esse refrão nunca foi tão comentado
quanto nos últimos anos – e convenhamos que
esse jogo de palavras gruda na mente de mui-
tos. Giovanna do forninho, como não se lem-
brar dela? Um vídeo viral que tomou conta das
redes sociais, fez com que a querida e perfor-
mática Giovanna ganhasse o mundo – literal-
mente. A figura em ques-
tão, após sua tentativa de
dança sedutora sobre a
mesa, perto do forninho
elétrico, fez um sucesso
tão grande que ganhou
uma versão mangá sobre
sua história no lado orien-
tal do planeta. Na histó-
ria, Giovanna é apaixona-
da pelo forninho, mas
com tentativas frustrantes, acaba sendo se me-
tendo em confusões ao tentar fisgá-lo. A parte
histórias, Giovanna e o forninho são um tre-
mendo sucesso na internet.
O maior fator que leva as celebridades vir-
tuais ao topo é a questão da sua diferenciação
com os demais célebres que já existem por ai!
Uma vez que algo inovador surge para atrair
um público que já está, de certa forma, cansa-
do da mesmice, seu sucesso – ou pelo menos
sua grande exibição – acaba sendo quase ime-
diato. Se pensarmos no caso das personagens
que citamos, logo veremos que elas surgiram
em uma época da qual não se via nada de no-
vo nos meios de comunicação. Assim sendo,
as piadas, os jogos de palavras, as fotos e
montagens inusitadas e a grande identificação
que os administradores dessas páginas bus-
cam para com o “expectador”, acaba sendo a
peça chave do entretenimento.
Temas sérios – ou não tão sérios – trata-
dos de forma cômica, sempre divertiram a po-
pulação desde os tempos antigos. Logo, a for-
mula, que nem sempre é tão nova quanto se
pensa, somadas à criatividade do administrador
das páginas, acaba fazendo o sucesso crescer
de forma significante.
Mas tão importante quanto o primeiro fato
levantado, o rápido acesso que se tem do con-
teúdo disponibilizado é de grande valia para as
celebridades internéticas. Logo após o compar-
tilhamento de algum conteúdo nas redes, as
visualizações são praticamente imediatas. Des-
sa forma, a identificação que o público tem com
esse conteúdo faz com que ele compartilhe
com seus ciclos de amizades, que por sua vez
faz o mesmo. Então, o público torna-se a peça
chave para qualquer celebridade – sendo ela
virtual ou não.
Quer ser famoso também? Bem, para isso
nós não temos nenhuma dica, mas assim que
tivermos, falaremos sobre.
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MO
CH
ILA
ND
O
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VIAJANDO COM POUCA
GRANA
Pra começar a não gastar, procure países que não exijam visto de turista para
brasileiros. Além de pular a parte da burocracia e espera da obtenção do visto,
você não precisa pagar para entrar no país.
Se você é desconfiado procure uma agência especializada; as agências de via-
gens têm pacotes variados para todo canto do planeta – e eles até reservam tu-
do para você, apesar de nem todas fazerem um roteiro detalhado (ou seja, seu
trabalho nem sempre é só pagar e curtir).
Se você tem tempo e não tem dinheiro o suficiente para comprar algum pacote
por agências, faça você mesmo o seu roteiro e suas reservas. >
Viajar para o exterior é muito mais fácil do que se imagina! Claro
que dinheiro sempre será necessário, mas não é preciso gastar
fortunas para conhecer novas culturas. Talvez viajar pelo Brasil
seja até mais caro do que se aventurar em outros con-
tinentes.
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MUNDANO mag
A internet é uma ferramenta imprescindível para quem quer viajar. Atualmente existem vários blogs, sites e perfis de mochileiros dando dicas e repassando o que eles viveram na estrada. Só não se esqueça de que o que se encontra nesses perfis experiências pessoais. Logo o que pode não ter sido interessante para eles, para você pode ser sensacional e vice-
versa. O mochileiros.com além de dicas para os aprendizes
de viajantes mochileiros, também possui fóruns onde você pode interagir com a galera que já tem alguma experiência.
Você pode fazer um roteiro contabilizando tempo e custos
pelo site Rome2Rio: a página te dá todas as possibilidades de
transporte, de qualquer lugar para qualquer lugar. Os valores
estão, em sua maior parte, corretos, exceto quando o assunto
são passagens aéreas. Para passagens aéreas o ideal é o Skys-
canner; o site tem parcerias com quase todas as companhias
aéreas do mundo! Basta você escolher o destino e as datas e,
pronto: ele te mostra todas as opções de linhas aéreas com
preços decrescentes para facilitar sua busca. Assim que você
escolher o voo, o site te direciona para as lojas virtuais de seu
gosto.
PARCEIROS PRA TODA HORA
Tenha uma base! Procure um amigo que more em um dos lugares que você queira conhecer e peça para deixar sua bagagem pesada em sua casa, assim você poderá mochilar sem carregar peso e ainda economiza uma grana, pois as companhias aéreas, até mesmo as mais baratas, cobram por bagagem despachada.
MO
CH
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ND
O
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MUNDANO mag
Viajar durante a baixa temporada pode ser uma
boa saída para preços acessíveis, mas hoje em dia,
há tantas opções que essa tática nem sempre é vá-
lida. A parte boa de viajar nesse período é encon-
trar lugares mais calmos durante sua estadia. Con-
tudo, como muitos já devem ter observado, cida-
des populares como Londres, Paris, Nova Iorque e
até mesmo São Paulo, não importa a época do
ano, sempre estarão cheias de turistas por toda a
parte.
Use cartões de créditos com milhas para pagar grande parte dos meios de
transporte que utilizar: a pontuação deve ser alta nesse caso. Aliás, milhas
são uma mão na roda para quem viaja muito. E se seu cartão permitir migrar
suas milhas, faça uma pesquisa dos programas/pacotes das companhias mais
populares. As Low Costs são uma opção e tanto, mas se você deseja fazer via-
gens longas, prepare-se para a falta de conforto – e se a fome apertar, nesses
pacotes promocionais de milhas, em sua maioria, não possuem a alimentação
inclusa, logo, você precisa pagar por essa necessidade básica. Geralmente as
poltronas não têm muito espaço e algumas pecam até na higiene. Mas apesar
dessas promoções parecerem uma furada, vale a pena. Há promoções que a
passagem sai por 1 euro, real ou dólar e, podendo até sair de graça, basta ter
sorte de encontrar durante suas pesquisas, então não hesite em procurar com
calma e com grande antecedência.
LUXO E RIQUEZA É PARA OS FRACOS
Se estiver viajando sozinho, albergues são as melhores pedidas para se hospe-
dar. Prefira os quartos mistos, geralmente são melhores para conhecer pessoas
de outras culturas, caso tenha este foco. Em todo lugar se fala inglês, embora o
idioma não seja problema, principalmente na Europa onde cada país tem uma
língua diferente. O mais comum é você ver pessoas conversando por gestos e
mímicas, com dicionários e celulares dando aquele apoio na tradução.
Se preocupe ao menos com as palavras de cordialidade como bom dia, boa tar-
de, boa noite, por favor e obrigado. Além de soar muito educado, eles ficam
muito felizes em ver seu interesse pela língua deles. Gentileza não custa nada.
CONHEÇA PESSOAS
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CONHECENDO O CORPO PARA MELHOR QUALIDADE DE VIDA
Fotos: Studio Cl Art
CORPO & MENTE
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N ão existe real qualidade de vida se não pensamos o corpo como sujeito. Em nossa cultura ouvimos falar no corpo como único objeto e isso na memória corporal faz uma diferença imensa. Em todos os sentidos, nunca pensamos que somos feitos a partir de um esqueleto, o qual está unido por ligamentos,
recheado por vísceras e sistemas e vestido por músculos e tendões, por fáscias e final-mente embrulhado com a pele, sendo o papel para presente com laços, fitas e tudo. Um perfeito e maravilhoso presente, recebido da nossa grande Mãe Natureza. E na nossa cultura, também não sabemos onde estão os ísquios, e menos ainda, não te-mos ideia o quanto pesa normalmente a nossa cabeça. E, ainda queremos tê-la no lugar. Pois digo que isso é impossível. Estamos em um plano que necessitamos da matéria pa-ra fazer qualquer coisa. E a matéria mais importante neste processo é, sem duvida o nosso corpo. Sem ele a mente nada consegue fazer. Nunca pensamos que quem nos abri-ga, antes de tudo, é esse corpo, ele é o nosso amigo mais íntimo, pois antes de sabermos o que temos, ele já está dando sinais e nem sabemos qual a sua linguagem. >
CONHECENDO O CORPO PARA MELHOR QUALIDADE DE VIDA
Texto: Marcia Valentim
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MUNDANO mag
CORPO & MENTE Não temos consciência que o tempo do cor-po não é o tempo do relógio e sim, o tempo da semente. O tempo do relógio é o tempo que a nossa mente está habituada e padroni-zada e, o tempo da semente é que faz os mi-lagres nesta vida. Esse é o tempo que o nos-so corpo entende, é o tempo do sol e da lua, o tempo real da vida e do fluxo que está es-coando o tempo todo no universo, no nosso pequeno universo interior, é o tempo da in-tensidade. Acredito que nascemos todos músicos para o aperfeiçoamento da espécie e o nosso ins-trumento musical é o corpo. Como todo ins-trumento musical, ele necessita de um afi-namento, um alinhamento, ao menos uma vez por semana. A vida é uma partitura mu-sical e o instrumento (o corpo) bem afinado, tocará com equilíbrio e harmonia. O trabalho que fui aprendendo e desenvol-vendo durante todos esses anos, fez-me ver que através de toques conscientes o meu corpo passa para o outro que está receptivo,
uma consciência que na realidade está nata em nosso controle primal. Com os toques aprende-se: sentir o corpo como um todo. Estar em equilíbrio sem ten-são muscular mal distribuída. Concentração. Observar-se mais. Movimentar-se sem prender a respiração. Estar alerta e focado sem rigidez, com harmonia e liberdade nos movimentos para o dia-a-dia. A consciência para qualquer coisa que se queira desta vida, só distinguiremos com base em autoconhecimento, que só pode ser iniciado a partir deste nosso instrumento musical tão maravilhoso que é o corpo. Tu-do está nele, tudo começa a partir dele. Se conseguirmos perceber uma pequena sutile-za que vem do nosso esqueleto, estaremos abrindo portas importantíssimas para a rea-lização do nosso potencial. A falta de conhe-cimento do corpo nos leva para um caminho de irresponsabilidade em todas as direções do nosso cotidiano e isso nos afeta profun-damente.
“Acredito que nascemos todos músicos para o aperfeiçoamento da
espécie e o nosso instrumento musical é o corpo ”
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Precisamos aprender o que é usar a muscu-latura a começar pelos ossos. Quando a usa-mos a partir do esqueleto, usamo-la toda in-tegrada, conjunta e assim não ficamos dis-formes com a idade. Aprendemos como usá-la, sem torcer os ossos e sem apertá-los con-tra os órgãos, sem prender a respiração, dei-xando que ela flua por sua livre e espontâ-nea vontade. Percebo quando trabalho al-guém e digo pra observar a respiração, a pessoa imediatamente interfere e começa a fazê-la. Respiração não se faz, se deixa acon-tecer, observa-se e sente o prazer da oxige-nação quando não estamos mudando o curso do diafragma com a nossa própria muscula-tura, mas isso é um trabalho. Essa consciên-cia corporal não acontece com um passe de mágica, você tem que querer encontrá-la, senti-la e querer aprender a tocar este ins-trumento. Quando pensamos o nosso esqueleto como estrutura dos músculos e as caixas para o recheio todo, começamos a entender o seu contrapeso, e a musculatura vai se fortale-cendo pelo uso diário com o tempo, isto pas-
sa a ficar visível para seus olhos, pois come-ça o “saber olhar o corpo para manter a for-ma” e senti-lo todo integrado do tampo da cabeça com as solas dos pés, tudo inteiro sem dores e sem desconforto. Perceber o que é a própria respiração sem controlar e sem interferência. Começamos a entender que o corpo tem o tempo da semente e nossa men-te está preparada somente para o tempo do relógio, não dá para viver com qualidade de vida se perdemos o contato com o tempo da semente. Para não perdê-lo precisamos cuida-lo, precisamos treinar nossa mente através do relaxamento corporal e para relaxar ver-dadeiramente é preciso saber um pouco co-mo estamos usando o nosso amigo mais ínti-mo: o corpo. Marcia Valentim é terapeuta corporal desde 1989. Suas pesquisas a levaram à Tailândia, China e Indonésia (além de se aperfeiçoar também no Brasil e EUA) onde participou de cursos ministrados por monges budistas se capacitando nas técnicas de massagens terapêuti-ca. Trabalha com um método voltado para a consciência corporal, utilizando eficientes técnicas integrativas.
Tel.: (11) 999097674. E-mail: [email protected]
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MUNDANO A Mundano Mag quer saber o que você pensa
e como você reage com o mundo a sua volta.
Mande seu texto, sua história, sua forma de in-
terpretar o que você sente. Queremos ver co-
mo você se expressa. Publicaremos na próxima
edição um texto de um leitor da revista, não
importa o tema, o que importa é a sua forma
de pensar: [email protected]
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INDIVIDUALISMO NÃO É TÃO RUIM QUANTO PARECE Texto: Caroline Nogueira
Já ouviu aquela história de que ser individualista é muito ruim e que precisamos pensar nos ou-
tros? Muito bem, e se isso não estiver completamente certo?
O exercício de olhar para dentro é mais difícil do que parece, talvez por isso alguns digam que
ser individualista é algo ruim. Na verdade dói e ficamos expostos a nós mesmos, sem rótulos,
completamente desnudos.
Ser individualista é exalar o que sentimos sem necessariamente gritar para o mundo. Se não
sentirmos amor, principalmente amor próprio, não seremos capazes de amar ninguém. Se não
respeitarmos a nós mesmo, não respeitaremos ninguém. Se não tivermos bondade dentro dos
nossos corações, jamais faremos qualquer ato de bondade de verdade.
Ser individualista é ser verdadeiro com você mesmo, admitir seus erros, defeitos, preconceitos e
tentar conviver com tudo isso da melhor forma possível. Somos falhos e sempre seremos. É ter
alteridade, ou seja, se colocar no lugar do outro, tentar ver com os olhos do outro sem precisar
tomar determinado sentimento ou crença para sua vida. Tenha suas opiniões, escute a dos ou-
tros e esteja sempre pronto a mudar quando necessário ou quando sua vida tomar um caminho
diferente do que você sempre esperou. As escolhas próprias estarão sempre nos assombrando,
mas fatores externos estarão sempre presentes.
Ser individualista é ter plena consciência que nenhum ser vivo nessa terra irá sentir exatamente
o que você sente e, respeitar isso. Cada um tem sua história de vida, suas experiências, trau-
mas, crenças, valores e maneiras de ver o mundo. Se não gosta de alguma coisa, seja lá qual
for, simplesmente se afaste e viva. Não tem segredo.
É extremamente natural que nos toquemos com coisas que nos interessa. E nem por isso há
monstruosidade nesse sentimento tão humano. Melhor do que impor qualquer visão, é conven-
cer com bons exemplos. Ninguém precisa acreditar e sentir as mesmas coisas que você, mesmo
porque nem na questão biológica somos iguais, por que deveríamos acreditar e gostar das mes-
mas músicas, livros, filmes, cores...?
O grande Oscar Wilde já dizia “A arte é a forma mais intensa de individualismo que o mundo já
conheceu.”. Imagina se o artista não colocasse sua própria visão sobre tantos temas, perdería-
mos muitas obras fantásticas e grandes clássicos.
Assim como empatia não é alteridade, respeitar não é aceitar, individualismo não é egoísmo.
Pense sim no próximo, mas não sem antes ter algo para trocar com ele e, nem tente abraçar o
mundo, nada é mais falso do que tentar agradar a todos. Quando olhamos mais para nós mes-
mo, o hábito de olhar o outro vai se tornando cada menos corriqueiro e os julgamos ficam só no
campo das opiniões.
Tome sempre cuidado, todo mundo é muita gente e o pensamento coletivo é bastante perigoso
ou muitas vezes raso.
Pensar no outro é ser livre o suficiente para respeita-lo e não deixar de ser você, seja lá quem
for. Pois não somos iguais - seremos sempre semelhantes.
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O Brasil é um Estado Laico, ou seja, significa que não se confunde com ne-nhuma religião, não adota uma religião oficial e permite a mais ampla liber-dade de crença, descrença e religião, com igualdade de direitos entre as di-versas crenças e descrenças no qual fundamentações religiosas não podem influir nos rumos políticos e jurídicos da nação.
TEXTO: PAULO LOTTI
A literatura jurídico-constitucional é extremamente escassa no que tange ao conteúdo jurídico do princípio do Estado Laico, que,
quando muito, costuma ser citado vagamen-te, quando não ignorado. O enfoque que costuma ser dado no que diz respeito às re-lações entre Estado e religiões costuma ser a liberdade religiosa (que sem dúvida é um dos aspectos da laicidade estatal). À exceção de artigos esparsos, não há uma literatura jurídica consolidada sobre o tema.
Ademais, no Brasil a questão do respeito ao Estado Laico costuma ser invocada pelos seus defensores unicamente em questões pontuais, como a presença de adornos religi-osos em órgãos públicos, criação/existência de feriados religiosos e custeio de despesas de eventos religiosos. Contudo, ao se opo-rem (diga-se, corretamente) a tais questões, os defensores do Estado Laico costumam meramente invocar o respeito à laicidade es-tatal sem, contudo, trazerem uma conceitua-ção abstrata do referido princípio. Limitam-se a dizer que tais posturas afrontam o cará-ter laico do Estado, mas não explicitam qual seria o conteúdo jurídico do princípio do Es-tado Laico a embasar suas colocações.
O que significa "Estado Laico”?
Cumpre, inicialmente, indagar o que significa a laicidade para, em seguida, apurar-se o conteúdo jurídico do princípio do Estado Lai-co. Mas, primeiramente, vejamos a classifi-cação dos Estados de acordo com a sua rela-ção com as religiões.
Estado Teocrático é aquele em que há fusão entre o Estado e religião, no sentido em que a religião adotada decidirá os rumos da na-ção – o termo decidirá é proposital, pois nas teocracias não há mera influência da religião nos rumos políticos e jurídicos do Estado, mas efetiva determinação no sentido de que os dogmas religiosos efetivamente pautarão as políticas estatais e as relações privadas. É o caso dos Estados Islâmicos. São Estados to-talitários no que se refere à religião e à mo-ralidade, visto que não admitem nada que não esteja em absoluta sintonia com os dog-mas da religião que se confunde com o Esta-
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Estado Confessional é aquele que, embora não se identifique com determinada religião, possui uma religião oficial que pode influir nos rumos políticos e jurídicos da nação, além de possuir privilégios não concedidos às demais. Foi o caso do Brasil Imperial, cuja Constituição definiu a religião católica apos-tólica romana como religião oficial do país.
Estado Laico é aquele que não se confunde com determinada religião, não adota uma religião oficial, permite a mais ampla liber-dade de crença, descrença e religião, com igualdade de direitos entre as diversas cren-ças e descrenças e no qual fundamentações religiosas não podem influir nos rumos polí-ticos e jurídicos da nação. É o que se defen-
de ser o Brasil sob a égide da Constituição Federal de 1988, em razão de seu art. 19, inc. I, vedar relações de dependência ou ali-ança com quaisquer religiões.
Estado Ateu é aquele que adota a negação da existência de Deus como doutrina filosófi-ca e, portanto, não aceita que seus cidadãos manifestem suas crenças religiosas. Trata-se de um totalitarismo que se encontra no ex-tremo oposto do totalitarismo teocrático: enquanto neste exige-se que todos façam parte e respeitem os dogmas da religião da instituição religiosa que une-se com o Esta-do, naquele exige-se que todos não tenham nem professem nenhuma crença teísta. É o caso da China.
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Assim, tem-se laicidade como doutrina filo-sófica que defende e promove a separação entre Estado e religião ao não aceitar que haja confusão entre o Estado e uma institui-ção religiosa qualquer, assim como não acei-tar que o Estado seja influenciado por deter-minada religião.
A doutrina laica surgiu ou se fortaleceu em virtude dos abusos estatais cometidos em nome de crenças religiosas, como ocorrido na Idade Média, quando a Igreja Católica Apostólica Romana impunha seus dogmas a todos, sob pena inclusive de fogueira em ca-sos que julgasse mais graves (através de jul-gamentos canônicos realizados pelo Tribunal da Santa Inquisição, o que fez com que se
denomine este período histórico como "Idade das Trevas").
Tanto a laicidade quanto a liberdade religio-
sa constituem direitos individuais de todos
os cidadãos, constituindo, portanto, cláusu-
las pétreas invioláveis, ao menos em seu nú-
cleo essencial, sendo evidente restar afron-
tado o núcleo essencial do princípio da laici-
dade estatal no caso de utilização de funda-
mentações religiosas para pautar os rumos
políticos e/ou jurídicos da nação, em virtude
da inequívoca aliança decorrente de tal pos-
tura. >
FALANDO NISSO...
O ANTES E O DEPOIS DO TALIBÃ, O REGIME POLÍTICO-RELIGIOSO QUE MUDOU TOTAL-MENTE A CULTURA DE CABUL, ESPECIALMENTE DAS MULHERES. AS FOTOS FAZEM PARTE
DO LIVRO MULHERES DE CABUL DA FOTÓGRAFA INGLESA, HARRIET LOGAN.
MULHERES DE CABUL
EDITORA EDIOURO
2006, 101 PÁGINAS
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A liberdade religiosa consistente no direito
de seguir a crença teísta, deísta a qual julgar
mais adequada, só pode ser atingida plena-
mente em um Estado Laico.
Com efeito, a laicidade estatal é condição in-
dispensável para que haja plena liberdade
religiosa. Afinal, no Estado Teocrático o ente
estatal não admite que as pessoas tenham
outra crença teísta ou então sejam descren-
tes; no Estado Confessional ou ocorre o
mesmo ou então a religião oficial é colocada
em primazia, recebendo privilégios em rela-
ção às demais e, portanto, o Estado acaba
por estigmatizar aqueles que possuam outra
crença e/ou os ateístas; por fim, no Estado
Ateísta o ente estatal não admite que as pes-
soas tenham qualquer crença teísta, exigin-
do a descrença de todos os cidadãos. Por ou-
tro lado, o Estado Laico não se funde à ne-
nhuma religião, não adota uma religião ofici-
al, permite a mais ampla liberdade de cren-
ça, descrença e religião, com igualdade de
direitos entre as diversas crenças e descren-
ças e não admite que fundamentações religi-
osas influam nos rumos políticos e jurídicos
da nação.
Como se vê, o princípio da laicidade estatal
constitui-se como pressuposto indispensável
à plena liberdade religiosa.
Leita o artigo na íntegra: www.jus.com.br/artigos/11457/tomemos-a-serio-o-principio-do-estado-laico
Paulo Lotti é Mestre em Direito Constitucional pela Instituição Toledo de Ensino/Bauru, especialista em Direito Constitucional pela PUC/SP, advogado (OAB/SP), autor e coautor de diversos livros.
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