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Na Prática a Teoria é Outra? O presente trabalho é baseado na obra de Claudia Mônica dos Santos intitulada “Na Prática a Teoria é Outra?”; o livro é constituído de dois capítulos cada um deles sob a responsabilidade da referida autora que de maneira coerente traz uma discussão sobre Mitos e Dilemas na relação entre Teoria e Prática; Instrumentos e Técnicas no Serviço Social; a mesma se utiliza da Teoria Social de Marx e de outros autores adeptos dessa tradição para o debate em questão. Vale ressaltar que aqui será feita apenas uma abordagem referente ao primeiro capítulo do livro o qual é composto por três partes: Teoria e Prática no Materialismo Histórico- Dialético; A Relação Dialética entre Teoria e Prática e, A Práxis como Categoria Central. A autora expõe os enganos cometidos pela classe dos profissionais de Serviço Social que permanecem na idéia de que “na prática a teoria é outra”. O primeiro item inicia-se com várias citações sabiamente desenvolvidas por Marx e Engels a respeito do conceito de teoria e prática no materialismo histórico-dialético, e baseada nesses conceitos, explica a autora: “[...] Materialismo porque parte do pressuposto de que a realidade é anterior ao pensamento, [...]. Dialético porque parte de uma explicação do ser com todas as suas modalidades como uma totalidade em permanente movimento. Histórico num duplo sentido: primeiro porque essa explicação é específica à sociedade, à história e à cultura, ou seja, ao ser social; segundo porque toma como objeto do processo histórico, isto é, os indivíduos são um produto social, a sociedade muda, as idéias mudam”. (Santos, 2011, p. 17). Sabemos que a história é um processo em constante movimento e que ela é repleta de contradições, mudanças e conquistas, é uma realidade que permite ser analisada, questionada, é algo concreto que revela o que está por trás das aparências e principalmente, só ao homem, ao ser social é dada a capacidade de conhecê-la e transformá-la. Trazendo esses conceitos para a teoria e a prática no Serviço Social fica evidente que para o

Na Prática a Teoria é Outra

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Na Prtica a Teoria Outra?

O presente trabalho baseado na obra de Claudia Mnica dos Santos intitulada Na Prtica a Teoria Outra?; o livro constitudo de dois captulos cada um deles sob a responsabilidade da referida autora que de maneira coerente traz uma discusso sobre Mitos e Dilemas na relao entre Teoria e Prtica; Instrumentos e Tcnicas no Servio Social; a mesma se utiliza da Teoria Social de Marx e de outros autores adeptos dessa tradio para o debate em questo.Vale ressaltar que aqui ser feita apenas uma abordagem referente ao primeiro captulo do livro o qual composto por trs partes: Teoria e Prtica no Materialismo Histrico-Dialtico; A Relao Dialtica entre Teoria e Prtica e, A Prxis como Categoria Central. A autora expe os enganos cometidos pela classe dos profissionais de Servio Social que permanecem na idia de que na prtica a teoria outra.O primeiro item inicia-se com vrias citaes sabiamente desenvolvidas por Marx e Engels a respeito do conceito de teoria e prtica no materialismo histrico-dialtico, e baseada nesses conceitos, explica a autora:[...] Materialismo porque parte do pressuposto de que a realidade anterior ao pensamento, [...]. Dialtico porque parte de uma explicao do ser com todas as suas modalidades como uma totalidade em permanente movimento. Histrico num duplo sentido: primeiro porque essa explicao especfica sociedade, histria e cultura, ou seja, ao ser social; segundo porque toma como objeto do processo histrico, isto , os indivduos so um produto social, a sociedade muda, as idias mudam. (Santos, 2011, p. 17).Sabemos que a histria um processo em constante movimento e que ela repleta de contradies, mudanas e conquistas, uma realidade que permite ser analisada, questionada, algo concreto que revela o que est por trs das aparncias e principalmente, s ao homem, ao ser social dada a capacidade de conhec-la e transform-la. Trazendo esses conceitos para a teoria e a prtica no Servio Social fica evidente que para o Assistente Social agir perante a realidade que lhes dada preciso que ele conhea primeiramente essa realidade, tenha capacidade de captar a lgica de funcionamento e compreenso desta em sua totalidade, para posteriormente formar opinies e encontrar solues. Tendo conscincia disso, torna-se impossvel esse profissional continuar a defender a idia de que na prtica a teoria outra, pois todas as suas respostas sero idealmente refletidas, baseadas e dadas diante do concreto, ou seja, do real apresentado.O segundo item trata da relao dialtica entre teoria e prtica e, de acordo com Santos (2011, p.31) a prtica determina at onde pode se desenvolver o conhecimento, ela est associada s necessidades materiais, produtivas, prticas do homem social, ou seja, a prtica o local onde nasce, concretiza e enfrenta-se a realidade tal como ela vivenciada pelos indivduos. J a teoria: se circunscreve em propiciar o conhecimento da realidade, [...] da prtica acumulada [...]; a finalidade ou a antecipao dos resultados objetivos que se pretende atingir [...]. (p.32).A teoria uma prtica racional que tem por finalidade desvendar os fenmenos da vida e esclarecer as dvidas expostas pela realidade que lhes circunda, porm vale salientar que ela no transforma a realidade em si, ela proporciona conhecimento a respeito desta atravs de suas idias, ela abstrata, s atravs da prtica possvel materializ-la . O profissional precisa ter conscincia disso para poder entender a realidade em suas expresses, sejam elas passadas, presentes ou aparentes, pois a prtica social pede tanto domnios tericos quanto prticos. O terceiro item debate a questo da prxis como categoria central,[...] toda vida social essencialmente prtica. Todos os mistrios que conduzem ao misticismo encontram sua soluo racional na prxis humana e na compreenso dessa prxis. (Marx apud Santos, 2011, p.36).A prxis a atividade onde o ser humano utiliza seus conhecimentos, interfere no mundo e transforma-o, transformando tambm a si mesmo , seja atravs da formao de suas idias, desejos, vontades, teorias e assim sucessivamente.Portanto, diante de tudo que foi apresentado, ficou claro que o profissional de Servio Social precisa de uma carga terica bem aprimorada para possivelmente ser capaz de resolver as situaes apresentadas em seu dia-a-dia e, impossvel fazer isso sem que primeiro se faa um resgate histrico para poder entend-las e solucion-las, aqui que mesmo admitindo ou no ser um conservador, ele estar utilizando-se da Teoria Social de Marx, no tem como ser diferente, assim, fica evidente mais uma vez que na prtica a teoria no pode ser outra.RefernciaSANTOS, Claudia Mnica. Na Prtica a Teoria Outra?. Mitos e Dilemas na Relao entre Teoria, Prtica, Instrumentos e Tcnicas no Servio Social. 2 Tiragem. Editora Lumem Juris. Rio de Janeiro 2011.