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Portugal

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INDICE

I PARTE – ENQUADRAMENTO 5

1. Introdução 5

2. Enquadramento macro-económico 6

3. Situação do mercado de emprego 7

4. Vulnerabilidades estruturais do sistema de emprego 18

5. Os objectivos gerais do Plano 22

6. As linhas de estratégia 23

7. Os pressupostos para o desenvolvimento do Plano 23

8. Os objectivos específicos 24

9. Os quatro pilares – a situação nacional e as prioridades 24

9.1. Os pilares da estratégia 24

9.1. Os novos desafios para 1999 25

10. O desenvolvimento do Plano Nacional de Emprego 27

10.1. Parâmetros gerais 27

10.2. O desenvolvimento do Plano em 1998 – síntese 28

10.3. A dimensão regional do Plano 29

11. Os grandes objectivos do Plano para 1999 31

12. O enquadramento financeiro do Plano 32

13. A promoção e o acompanhamento do Plano 34

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II PARTE – LINHAS DIRECTRIZES 35

PILAR I - MELHORAR A EMPREGABILIDADE 35

Combater o desemprego dos jovens e prevenir o desemprego de longa duração 39

Directriz 1 39

Directriz 2 41

Passar das medidas passivas às activas 44

Directriz 3 44

Directriz 4 46

Incentivar uma abordagem de parceria 48

Directriz 5 48

Directriz 6 48

Facilitar a transição entre escola e vida activa 50

Directriz 7 50

Directriz 8 53

Promover um mercado de trabalho aberto para todos 55

Directriz 9 55

PILAR II - DESENVOLVER O ESPÍRITO EMPRESARIAL 60

Facilitar o arranque e a gestão das empresas 63

Directriz 10 63

Directriz 11 65

Explorar as oportunidades de criação de novos empregos 66

Directriz 12 66

Directriz 13 70

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Tornar o sistema fiscal mais favorável ao emprego 72

Directriz 14 72

Directriz 15 74

PILAR III - INCENTIVAR A CAPACIDADE DE ADAPTAÇÃO 76

Modernizar a organização do trabalho 77

Directriz 16 77

Directriz 17 77

Apoiar a capacidade de adaptação das empresas 79

Directriz 18 79

PILAR IV: REFORÇAR POLÍTICAS DE IGUALDADE DE OPORTUNIDADES 81

Integração do objectivo de igualdade de oportunidades entre mulheres e homens 83

Directriz 19 83

Combater a discriminação entre homens e mulheres 85

Directriz 20 85

Conciliar vida profissional e vida familiar 85

Directriz 21 89

Facilitar a reintegração na vida activa 91

Directriz 22 91

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I PARTE - ENQUADRAMENTO

1. Introdução

O Plano Nacional de Emprego (PNE), adoptado pela Resolução do Conselho de Ministros nº59/98, de 6/5, materializa ocompromisso assumido pelo Estado Português, no quadro daCimeira Extraordinária sobre o Emprego do Luxemburgo, realizada em Novembro de 1997, dedar sequência às directrizes sobre o emprego acordadas nesta cimeira.

Estas directrizes dão corpo a umaestratégia coordenada para o emprego à escala europeiaassente em quatro pilares: melhorar a empregabilidade, desenvolver o espírito empresarial,incentivar a capacidade de adaptação dos trabalhadores e das empresas e reforçar as políticas deigualdade de oportunidades.

O PNE transpõe para a realidade portuguesa o conteúdo dessas directrizes, com as adaptaçõesjustificadas pela especificidades nacionais, estabelecendo objectivos, metas quantificadas eprazos de actuação, e definindo novos programas e medidas.

Tal como a estratégia europeia em que se insere, o desenvolvimento do PNE obedece a umaóptica plurianual que é indispensável à sua implementação. No quadro temporal decinco anos,onde se desenvolve a estratégia europeia para o emprego adoptada na Cimeira do Luxemburgo, oPNE deve articular-se com as grandes prioridades e dar resposta aos novos desafios que secolocam a Portugal e às economias europeias nesse horizonte.

A Cimeira de Viena, realizada em Dezembro de 1998, constituiu o primeiro grande momento debalanço e revisão da estratégia europeia de emprego. No âmbito desta cimeira foram adoptadasalterações às linhas directrizespara a política de emprego dos Estados-membros para 1999 quedeterminam um esforço de adaptação do PNE.

Tendo em vista identificar linhas de resposta a esses novos desafios, o Governo lançou umprocesso de revisão do Plano Nacional de Emprego, envolvendo vários departamentosministeriais e a participação dos parceiros sociais. No âmbito desse processo foram identificadaslinhas de revisãoorientadas, na sua globalidade, para a estabilidade das orientações previstasem 1998, naturalmente adaptadas aos novos desafios da estratégia europeia e afinadas em funçãodo próprio balanço de execução do PNE.

Na tradução concreta dessas linhas optou-se pela integração directa no PNE das adaptaçõesconsideradas necessárias, de forma a que a presente revisão, tal como as revisões anuaissubsequentes, salvaguardem a consistência formal deste instrumento de programação plurianual.

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2. Enquadramento macroeconómico

A economia portuguesa enquadrou-se nos últimos quatro anos numciclo de expansão, tendo em1998 atingido o seu maior ritmo de crescimento, 4%, o que corresponde a mais 1.1 pontopercentual (p.p.) do que a média comunitária.

Para a intensificação do ritmo de crescimento em 1998 contribuiu omaior crescimento doconsumo privadoque registou, pela primeira vez desde 1993, uma variação superior à do PIB.O comportamento do consumo privado esteve associado ao aumento do poder de compra dossalários, ao aumento do emprego e à descida das taxas de juro para níveis muito baixos. Oinvestimento terá crescido a um ritmo significativo, mas mais moderado que no ano anterior,reflectindo o abrandamento das obras públicas, em consequência da conclusão de importantesprojectos.

Os rendimentos médios dos portugueses continuaram, num contexto não inflacionista, oprocesso de convergência real reiniciado em 1995, mantendo-se, no entanto, os seus níveis,assim como os da produtividade, entre os mais baixos da Europa dos 15.

Não obstante os indicadores disponíveis que permitem comparar a posição do mercado deemprego português com a do conjunto dos países comunitários serem ainda exíguos para 1998,tudo aponta para que a posição relativa de Portugal seja, neste ano, ainda mais favorável que nosanos transactos.

Principais Grandezas 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998

Evolução Anual Real

PIBpm 4.8 2.3 1.9 -1.4 2.4 2.9 3.2 3.8 4.0

Consumo Privado 5.9 3.9 3.6 -0.6 2.4 1.6 2.5 2.8 4.5Consumo Público 5.3 10.6 2.0 1.1 2.0 2.2 2.0 1.9 3.2

FBCF 8.3 3.5 4.8 -5.8 3.4 4.6 5.7 13.0 8.9

Exportações 10.6 0.9 5.3 -1.5 10.6 10.3 10.2 8.4 9.3

Importações 14.0 7.1 10.7 -4.6 10.0 7.2 7.5 10.8 12.1

InflaçãoInd. Preços Implícit.PIB 12.4 12.2 10.6 7.0 6.1 5.0 3.1 2.7 3.4

Ind. Pr.Consum. (c/rendas) 13.6 12.0 9.5 6.8 5.4 4.2 3.1 2.3 2.8

Emprego (a) 1.7 2.8 0.9 -2.0 -1.0 -0.2 0.6 1.9 2.3Produtividade 3.0 -0.5 1.0 0.6 3.4 3.1 2.6 1.9 1.7

Fonte: INE - Contas Nacionais Anuais, Indices de Preços no Consumidor e Inquérito ao Emprego.

MF - Estimativas para 1997 e 1998, com Revisão da Primavera para 1998.Nota: (a) - Série construída com base nas Contas Nacionais anuais até 1995 (corrigida em 1992) e no Inquérito ao Emprego após 1995.

QUADRO I - EVOLUÇÃO DAS PRINCIPAIS GRANDEZAS MACROECONÓMICAS

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QUADRO II - QUADRO ESTRUTURAL DE INDICADORESMACRO-ECONÓMICOS E DE EMPREGO

(U.E.=100)

Anos

1994 1995 1996 1997 1998

PIB per capita em PPC (1) 66.0 66.3 67.5 68.8 70.2Remuneração por trabalhador (1) 61.7 62.3 64.0 65.6 -Produtividade média do trabalho (1) 56.3 57.0 57.6 57.5 57.4Taxa de actividade (2) 106.4 105.3 104.3 104.2 -Emprego/População (2) 111.9 109.5 108.5 109.1 -Taxa de desemprego (2) 63.1 67.6 67.0 61.1 54.5(4)Taxa de Inflação (3) 159.4 140.0 100.0 109.5 136.8Fonte: (1) OCDE, Contas Nacionais e Perspectivas Económicas; INE, Contas Nacionais e MF, Cenários

da Primavera, 1997 e 1998.(2) EUROSTAT, Inquérito às Forças de Trabalho(3) Comissão Europeia. Économie Européenne, Deflator do consumo privado. MF, Cenários

da Primavera, 1997 e 1998.(4) EUROSTAT, Chômage (média dos 10 primeiros meses do ano).

Nota: Valores revistos.

3. A situação do mercado de emprego

Em 1998, na sequência do maior dinamismo da actividade económica, omercado de empregocontinuou a evoluir de forma positiva. A taxa de actividade, cuja evolução tem geralmente umcomportamento pró-cíclico, registou um aumento. Paralelamente, verificou-se um aumento dataxa de emprego e uma diminuição da taxa de desemprego.

GRÁFICO 1 – EVOLUÇÃO DO GAP (*) DO PRODUTO E DA TAXA DE DESEMPREGOPortugal 1983-98

(*) O GAP é o desvio em relação ao Produto Potencial. O Produto Potencial traduz o quanto a economia pode crescernum ano, dado o seu perfil histórico, sem necessitar de mais mão-de-obra do que no ano anterior.

-2

-1.5

-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998

GAP (em%do Produto Potencial)

Var. T x Desemprego (emp.p.)F onte: CN (INE), Ministér io das F inanças, IE (INE), DEPP (MT S )

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GRÁFICO 2 – TAXA DE EMPREGO E DESEMPREGOPORTUGAL 1983-98

Nota: Expansão, quando o crescimento efectivo do produto é superior ao do Produto Potencial. O ProdutoPotencial traduz o quanto a economia pode crescer num ano, dado o seu perfil histórico, sem necessitar demais mão-de-obra do que no ano anterior.

Durante o ano de 1998, oemprego cresceu a um ritmo significativo. Concretamente, para oconjunto do ano, estima-se que o emprego total tenha crescido a uma taxa média anual de 2,3%,superior em 1,2 p.p. à verificada na Europa dos 15. No 2º semestre de 1998 o emprego aumentou2,5%, em relação ao período homólogo de 1997, o que correspondeu a um ganho líquido de111.2 mil empregos.

Pelo terceiro ano consecutivo, o crescimento do emprego foi acompanhado por umaumento dataxa de emprego. De referir que, já em 1997, esta variável apresentava para Portugal valoressuperiores aos registados para a EU (67.6% para Portugal e 60.5% para a UE) (videCaixa).

Se bem que se tenha verificado um andamento positivo do emprego para a generalidade dosgrupos em presença no mercado de emprego, salvo para os homens com mais de 54 anos, oacréscimo foi particularmente importante para as mulheres (+3,7%, entre o 2º semestre de 1997 eo de 1998). Oemprego jovem, que em 1997 revelou uma significativa recuperação em relação àtendência negativa dos anos anteriores, também aumentou em 1998, mas a uma taxa maismoderada do que em 1997, tendo sido também as mulheres jovens a conhecerem o acréscimomais importante.

O comportamento favorável do emprego deveu-se aoandamento positivo do trabalho porconta de outrem(3,9%, no 2º semestre de 1998), ainda que em resultado apenas dos contratos atermo e da prestação de serviços, já que os contratos permanentes continuaram a decrescer,embora a uma taxa muito reduzida (-0.1%), estancando, desta forma, a tendência dos últimosanos.

64

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72

1983 1985 1987 1989 1991 1993 1995 1997

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

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Tx deEmprego(%,Esq.)

Tx Desempr ego(%, Di r .)

Fonte: IE (INE),DEPP (MTS )

RecessãoExpansão Expansão

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TAXAS DE EMPREGO

Uma análise da taxa de emprego por grupo etário faz sobressair as diferenças entre Portugal e o conjunto dos parceiros europeus. Ataxa de emprego dos homens dos 25 aos 54 anos, em 1997, situa-se 3.9 p.p. acima da observada para a Europa dos 15 e a dasmulheres 8.4 p.p.. Mas as diferenças mais significativas situam-se ao nível do escalão etário dos 55 aos 64 anos, no qual tanto oshomens como as mulheres alcançam uma taxa de emprego superior à da UE em mais de cerca de 11 p.p.. Em Portugal, o maioracréscimo, entre 1985 e 1997, ocorreu em relação às mulheres dos 25 aos 54 anos.

TAXAS DE EMPREGO POR IDADE E SEXO

1985 1997Europa 15 Portugal Europa 15 Portugal

Total15-2425-5455-64

60.044.371.138.0

63.548.270.943.9

60.535.973.235.9

67.637.978.846.9

Homens15-2425-5455-64

74.848.488.754.3

80.157.988.462.7

70.639.484.546.6

77.343.288.458.3

Mulheres15-2425-5455-64

45.640.253.423.6

48.238.554.927.9

50.532.461.925.9

58.732.670.337.0

Fonte: EUROSTAT, Inquérito às Forças de Trabalho

No período de 1985-1997, a tendência de recuo da taxa de emprego dos jovens surge de maneira evidente em Portugal e de formamais pronunciada do que no conjunto da Europa dos 15. Apesar disso continuamos a situar-nos ainda acima da taxa de empregomédia dos jovens na UE. Este facto está necessariamente relacionado com o prolongamento dos estudos e/ou frequência de umaformação, não associada a um emprego, ainda que a tempo parcial.

Os resultados da comparação entre Portugal e a UE seriam ainda mais favoráveis a Portugal no caso de se utilizarem as taxas deemprego equivalentes a trabalho a tempo completo, na medida em que o país possui das mais baixas percentagens de trabalho atempo parcial da zona da UE.

Tendo em conta os diferentes níveis de habilitação e comparando Portugal com a UE, constata-se que as taxas de emprego paraPortugal são sempre mais elevadas do que as encontradas para o conjunto dos Estados membros, excepto no grupo das mulherescom idades compreendidas entre os 55 e 64 anos, com nível de habilitação superior. Neste grupo a taxa de emprego observada aonível da Europa dos 15 ultrapassa a obtida para Portugal em 5 p.p..

TAXAS DE EMPREGO POR NÍVEIS DE INSTRUÇÃO, SEXO E IDADE – 1997

Escalões etários Europa 15 Portugal DiferençaTOTALAltoMédioBaixoAltoMédioBaixo

25-54 anos

55-64 anos

86.577.662.558.840.629.6

93.682.175.455.148.646.2

+7.1+4.5

+12.9-3.7+8.0

+16.6HOMENSAltoMédioBaixoAltoMédioBaixo

25-54 anos

55-64 anos

91.286.379.063.147.541.6

95.187.087.165.152.358.0

+3.9+0.7+8.1+2.0+4.8

+16.4MULHERESAltoMédioBaixoAltoMédioBaixo

25-54 anos

55-64 anos

81.168.348.050.932.020.9

92.576.764.645.942.836.3

+11.4+8.4

+16.6-5.0

+10.8+15.4

Fonte: EUROSTAT, Inquérito às Forças de TrabalhoNota: Alto (trabalhadores que possuem, pelo menos, um diploma do ensino superior), médio (trabalhadores que no máximopossuem o ensino secundário e médio) e baixo (trabalhadores que, no máximo, possuem a escolaridade obrigatória).

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QUADRO III- INDICADORES GERAIS DO COMPORTAMENTO DO MERCADO DE EMPREGO- Taxas -

ContinenteDescrição 1992 1993 1994 1995 1996 1997 3ºt97* 4ºt97* 2ºS97* 1ºt98* 2ºt98* 3ºt98* 4ºt98* 2ºS98* 1998*

TAXA DE ACTIVIDADETotal 48.4 48.2 48.8 48.6 48.9 49.5 50.1 50.2 50.1 50.3 50.4 50.2 50.4 50.3 50.4Masculino 56.3 55.4 55.8 55.4 55.6 56.6 57.5 57.3 57.4 57.1 57.3 57.1 57.2 57.1 57.2Feminino 41.3 41.5 42.3 42.4 42.7 43.0 43.2 43.6 43.4 44.0 44.1 43.8 44.2 44.0 44.0de 15 a 24 anos 50.1 46.3 44.4 42.5 42.7 44.7 49.8 48.3 49.0 48.6 47.4 47.7 47.6 47.7 47.8Masculino 53.6 48.8 47.0 45.7 46.2 48.2 53.4 51.1 52.2 51.3 50.0 50.2 50.1 50.1 50.4Feminino 46.5 43.6 41.7 39.1 39.0 41.1 46.1 45.4 45.8 45.8 44.6 45.3 44.9 45.1 45.2> 54 anos 28.9 28.1 29.5 29.2 30.0 30.3 31.5 31.6 31.6 31.7 32.5 32.0 31.7 31.8 32.0Masculino 40.8 39.8 41.4 40.3 40.9 40.9 42.9 43.1 43.0 42.1 43.9 42.7 42.2 42.5 42.7Feminino 19.7 18.9 20.1 20.2 21.3 21.9 22.8 22.8 22.8 23.4 23.7 23.7 23.7 23.7 23.6

TAXA DE EMPREGOTotal 68.3 66.7 65.8 65.3 66.1 67.9 69.2 69.9 69.6 70.0 70.8 70.5 70.6 70.6 70.5Masculino 79.5 77.2 75.6 74.3 75.2 76.8 63.0 79.7 71.4 79.4 80.0 79.8 79.6 79.7 79.7Feminino 57.9 57.1 56.7 56.9 57.5 59.5 59.3 60.5 59.9 60.9 62.1 61.5 62.1 61.8 61.6de 15 a 24 anos 45.1 40.4 37.9 35.6 35.6 38.1 42.2 41.7 41.9 43.0 43.1 43.0 42.5 42.8 42.9Masculino 48.9 43.5 40.8 38.9 39.5 42.5 46.1 45.9 46.0 46.6 46.0 46.4 46.0 46.2 46.3Feminino 41.2 37.2 34.8 32.2 31.4 33.4 38.1 37.5 37.8 39.3 40.1 39.5 38.9 39.2 39.5> 54 anos 28.5 27.4 28.5 28.3 29.0 29.1 30.8 30.8 30.8 30.9 31.7 31.2 31.1 31.1 31.2Masculino 39.9 38.5 39.7 38.8 39.3 39.1 41.8 41.9 41.8 40.9 42.7 41.6 41.2 41.4 41.6Feminino 19.5 18.6 19.7 19.8 20.7 21.3 22.4 22.3 22.4 22.8 23.2 23.2 23.3 23.2 23.1

TAXA DE DESEMPREGOTotal 4.1 5.5 6.8 7.2 7.3 6.7 6.8 6.3 6.6 5.9 4.6 4.7 4.9 4.8 5.0Masculino 3.5 4.7 6.0 6.4 6.5 6.1 5.8 5.2 5.5 4.8 3.7 3.7 3.9 3.8 4.0Feminino 4.9 6.5 7.8 8.0 8.2 7.6 8.0 7.7 7.9 7.3 5.7 5.9 6.0 6.0 6.2de 15 a 24 anos 9.9 12.7 14.7 16.1 16.7 14.8 15.3 13.5 14.4 11.5 9.0 9.9 10.7 10.3 10.3Masculino 8.6 10.9 13.2 14.9 14.5 11.7 13.6 10.1 11.9 9.1 8.1 7.4 8.3 7.9 8.2Feminino 11.4 14.8 16.5 17.8 19.4 18.7 17.3 17.4 17.4 14.1 10.2 12.8 13.3 13.1 12.6> 54 anos 1.6 2.7 3.2 3.1 3.5 3.7 2.2 2.5 2.3 2.5 2.4 2.3 2.1 2.2 2.3Masculino 2.1 3.3 4.1 3.7 4.0 4.5 2.7 2.8 2.8 2.7 2.7 2.5 2.3 2.4 2.6Feminino 0.8 1.8 1.9 2.1 2.7 2.4 1.4 2.0 1.7 2.2 2.0 2.1 1.7 1.9 2.0

% DE JOVENS/DESEMPREGO TOTALTotal 40.5 36.4 33.1 32.9 33.0 31.3 36.0 33.0 34.6 30.1 29.7 32.4 33.3 32.8 31.3Masculino 40.4 35.7 33.0 34.3 33.1 27.8 36.7 29.3 33.2 28.8 32.1 30.0 31.5 30.8 30.5Feminino 40.6 37.1 33.1 31.8 32.8 34.7 35.4 36.0 35.7 31.1 27.7 34.1 34.6 34.4 31.9

% DE ADULTOS(> 54)/DESEMPREGO TOTALTotal 5.8 7.5 7.6 7.0 8.3 9.9 5.2 6.4 5.7 6.8 8.7 8.2 7.0 7.6 7.6Masculino 9.9 12.0 12.2 10.5 11.8 14.8 7.9 9.6 8.7 10.0 13.0 11.8 10.3 11.0 11.2Feminino 2.2 3.5 3.2 3.6 5.0 5.2 2.6 3.8 3.2 4.4 5.4 5.4 4.4 4.9 4.8

% de DLD(1)/POPULAÇÃO ACTIVATotal 1.1 1.6 2.3 2.8 3.0 2.9 2.4 2.6 2.5 2.7 2.1 2.0 1.8 1.9 2.1Masculino 0.8 1.3 2.0 2.5 2.7 2.6 2.0 2.2 2.1 2.0 1.7 1.6 1.5 1.6 1.7Feminino 1.4 2.0 2.8 3.2 3.5 3.3 2.9 3.0 3.0 3.5 2.6 2.4 2.3 2.3 2.7de 15 a 24 anos 1.7 2.5 3.6 4.3 4.5 3.7 2.5 3.4 3.0 3.7 2.6 2.3 2.2 2.2 2.7Masculino 1.5 1.7 3.0 3.9 4.0 2.8 2.1 3.0 2.6 2.5 2.5 1.8 1.6 1.7 2.1Feminino 2.1 3.3 4.3 4.8 5.0 4.9 3.0 4.0 3.5 5.1 2.7 2.8 2.8 2.8 3.4> 54 anos 0.6 1.2 1.6 1.6 2.0 2.3 1.3 1.5 1.4 1.5 1.4 1.4 1.3 1.4 1.4Masculino 0.9 1.5 2.1 2.0 2.5 2.8 1.6 1.9 1.8 1.7 1.7 1.7 1.4 1.6 1.6Feminino 0.2 0.7 0.9 0.9 1.3 1.5 0.7 1.0 0.9 1.1 1.1 1.1 1.1 1.1 1.1

% de DLD(1)/DESEMP.TOTALTotal 25.9 29.3 34.2 39.3 42.0 43.6 35.4 40.9 38.2 44.8 45.3 41.8 37.7 39.8 42.5Masculino 23.6 27.3 32.9 38.2 41.3 43.1 34.5 43.2 38.8 41.5 44.9 44.7 37.5 41.1 42.1Feminino 28.1 31.1 35.4 40.5 42.7 44.1 36.2 39.1 37.6 47.4 45.6 39.7 37.8 38.8 42.9de 15 a 24 anos 17.4 19.3 24.6 26.8 26.8 25.2 16.6 25.5 21.0 32.4 28.8 22.7 20.4 21.6 26.2Masculino 17.2 15.7 23.1 26.0 27.6 23.7 15.7 29.6 22.7 27.5 30.9 24.8 19.6 22.2 25.7Feminino 18.2 22.0 26.0 26.9 25.6 26.2 17.3 22.9 20.1 36.0 27.0 21.6 20.8 21.2 26.6> 54 anos 39.0 44.4 50.0 51.3 58.1 62.2 58.4 62.0 60.2 59.6 58.9 61.5 62.3 61.9 60.5Masculino 43.1 46.8 50.5 53.8 63.4 61.6 61.2 66.9 64.0 64.5 61.1 69.6 60.0 64.8 63.8Feminino 21.6 37.0 49.0 42.7 46.5 62.7 52.3 50.0 51.1 49.3 54.5 50.7 64.9 57.8 54.4

% de MULHERES/DESEMP.TOTALTotal 53.0 53.2 51.6 50.7 51.2 50.9 52.7 54.9 53.8 56.1 56.0 57.3 56.2 56.7 56.4de 15 a 24 anos 53.1 54.1 51.7 49.0 51.1 56.4 51.8 59.9 55.8 57.9 52.3 60.4 58.3 59.4 57.4> 54 anos 20.2 24.7 22.0 25.9 30.7 26.7 26.5 32.3 29.4 35.8 34.4 37.9 35.2 36.5 35.8

Fonte: INE(IE)Nota: (*) - Valores de acordo com a metodologia da série IE-98.

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- QUADRO IV- INDICADORES GERAIS DO COMPORTAMENTO DO MERCADO DE EMPREGO- Variações Homólogas -

Fonte: INE, Inquérito ao EmpregoNota: (*) Variações homólogas de acordo com a metodologia da série IE-98

Continente %

Descrição1993 1994 1995 1996 1997 3ºt98* 4ºt98* 2ºS98/2ºS97

POP. ACTIVATotal -0.5 1.3 -0.3 0.7 1.4 0.5 0.6 0.6Masculino -1.4 1.0 -0.5 0.5 1.2 -0.4 -0.1 -0.2Feminino 0.6 1.8 -0.1 0.9 1.6 1.6 1.5 1.6de 15 a 24 anos -6.6 -1.5 -5.4 -1.1 0.6 -3.9 -1.2 -2.5Masculino -6.9 -1.0 -2.4 0.0 -1.3 -5.8 -1.6 -3.7Feminino -6.2 -2.0 -8.9 -2.5 3.0 -1.6 -0.8 -1.2> 54 anos 0.0 7.4 0.6 8.9 5.9 1.5 0.6 1.0Masculino 0.5 6.9 -0.2 7.6 3.8 -0.4 -1.9 -1.2Feminino -0.9 8.2 1.9 11.1 9.1 4.2 4.1 4.2

POP.EMPREGADATotal -2.0 -0.1 -0.6 0.6 1.9 2.8 2.2 2.5Masculino -2.6 -0.5 -0.9 0.5 1.6 1.9 1.2 1.6Feminino -1.1 0.4 -0.3 0.7 2.3 3.9 3.4 3.7de 15 a 24 anos -9.5 -3.7 -7.0 -1.7 2.8 2.3 2.1 2.2Masculino -9.2 -3.6 -4.4 0.5 1.9 1.0 0.5 0.7Feminino -9.8 -3.9 -10.2 -4.7 4.1 3.8 4.2 4.0> 54 anos -1.2 6.8 0.7 8.5 5.6 1.3 1.0 1.1Masculino -0.8 6.1 0.1 7.4 3.2 -0.2 -1.4 -0.8Feminino -1.9 8.0 1.8 10.3 9.3 3.5 4.4 3.9Tipo de Duração

A Tempo Completo -2.2 -0.5 -0.5 -0.8 0.5 3.9 2.6 3.2Masculino -2.8 -0.7 -0.5 -0.6 0.8 3.2 2.0 2.6Feminino -1.4 -0.3 -0.4 -1.0 0.1 5.0 3.5 4.2

A Tempo Parcial 1.1 5.5 -2.5 17.3 16.9 -5.8 -1.1 -3.5Masculino 1.9 4.7 -9.2 24.4 16.9 -14.7 -9.1 -11.9Feminino 0.8 5.9 0.8 14.1 16.8 -1.1 2.9 0.9Sector de ActividadeAgricult. e Pesca -1.6 1.6 -2.6 8.5 13.7 -0.5 -5.7 -3.1Indústria S/Construção -3.0 0.3 -3.7 -3.1 -1.1 -1.0 -3.9 -2.5Construção -1.8 -2.8 2.9 0.8 13.2 7.3 11.5 9.4Serviços -1.6 -0.2 0.7 0.6 -1.0 4.8 5.8 5.3Situação na ProfissãoTrab.Conta Própria 0.4 4.1 1.5 4.5 3.6 -5.5 -7.0 -6.3Trab.C/Própria Com Pessoal 2.0 1.9 -2.0 -0.1 -3.9 -11.8 -12.3 -12.0Trab.C/Própria Sem Pessoal -0.2 4.8 2.7 6.1 6.0 -3.3 -5.3 -4.3Trab.Pessoa de Familia 3.1 14.9 -11.7 -12.6 -4.4 55.5Trab.Membro Activo Cooperativa -10.7 128.0 -22.8 -38.6 11.1Trab.Conta de Outrem -2.8 -2.0 -1.0 -0.4 1.4 3.8 4.0 3.9Tipo Contrato (T.C.O)

Permanente -1.6 -1.6 -1.5 -2.2 -0.6 -0.1 -0.1 -0.1N/Permanente -13.1 -4.2 3.3 12.1 15.6 30.1 32.6 31.3

DESEMPREGOTotal 32.9 25.7 4.2 2.1 -5.8 -30.7 -22.8 -26.9Masculino 32.3 29.9 6.2 1.1 -5.2 -37.4 -25.0 -31.6Feminino 33.4 21.9 2.4 3.1 -6.3 -24.7 -21.0 -22.9de 15 a 24 anos 19.6 14.0 3.9 2.1 -10.5 -37.7 -22.2 -30.5Masculino 16.9 20.0 10.4 -2.5 -20.3 -48.8 -19.3 -36.6Feminino 21.9 9.0 -1.7 6.5 -1.1 -27.3 -24.2 -25.8> 54 anos 70.6 26.9 -3.4 21.5 12.3 9.6 -15.6 -3.9Masculino 60.9 31.4 -8.2 13.6 18.8 -7.4 -19.2 -13.5Feminino 109.1 13.0 13.5 44.1 -2.4 56.8 -8.1 18.9

Desemp.Longa Duração(1)

Total 50.1 46.6 20.0 8.9 -2.0 -18.1 -28.9 -23.7Masculino 53.1 56.8 23.3 9.1 -1.0 -18.9 -34.8 -27.3Feminino 47.8 38.7 17.2 8.7 -3.0 -17.3 -23.6 -20.5

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O peso do trabalho por conta de outrem no emprego totalinverteu em 1998 ocomportamento decrescente do período anterior, sendo de salientar o prosseguimento datendência crescente dos contratos não permanentes observada desde 1994. O trabalho a tempoparcial tem vindo a aumentar a sua importância relativa (excepto em 1995), ainda que de umaforma irregular ao longo de 1998.

GRÁFICO 3

Evolução da taxa de independentes

23.9 24.525.5 26

27 27.5

25.4

17.7 1818.9 19.5

20.6 21.420.3

6.2 6.4 6.6 6.5 6.4 6.15.1

0

5

10

15

20

25

30

1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998*

Anos

%

Trabalhadores por conta própria em % pop.empregadaTrabalhadores por conta própria sem pessoal ao serviço em % pop.empregadaTrabalhadores por conta própria com pessoal ao serviço em % pop.empregada

Proporção de algumas formas de emprego no emprego total

2.0

4.0

6.0

8.0

10.0

12.0

14.0

1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998

%

69.0

70.0

71.0

72.0

73.0

74.0

75.0%

E mprego a tempo parcialT CO com contrato não permanenteT CO

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Se relacionarmos o trabalho por conta própria com o emprego total obtemos a denominadataxade independentes. Comparando Portugal com a média da UE, para 1995, constatamos aimportância que esta variável apresenta para o nosso país, já que o valor obtido para Portugal é11 p.p. superior ao da UE (26% contra 15%).

Os valores elevados da taxa de independentes, em Portugal, poderão ser atribuídos ao pesosignificativo que o sector agrícola detém entre nós. Deste modo, se ao total dos independentesretirarmos os que se encontram neste sector, verificamos que os valores da taxa de independentesdecrescem de forma significativa, aproximando-se mais dos quantitativos obtidos para a UE,embora continuando ainda superiores (17.2% e 13% em 1995, respectivamente para Portugal epara a UE).

GRÁFICO 4

Decompondo a taxa de independentes em trabalhadores com e sem pessoal ao serviço,verificamos que o maior peso corresponde aostrabalhadores por conta própria sem pessoalao serviço, tendo ganho peso até 1997 em resultado apenas da evolução do sector agrícola. Porsua vez, a taxa de trabalhadores por conta própria com pessoal ao serviço, que manteve valoresmuito semelhantes ao longo dos anos, atingindo o máximo de 6,5% em 1994, tem vindo adecrescer nos últimos anos.

Contudo, o facto de se estar numa actividade independente não implica, necessariamente, que aíse permaneça durante longo tempo do ciclo de vida activa. Segundo elementos para 1995

Evolução da taxa de independentes(excepto agricultura)

9.9 10.0 10.6 11.0 11.3 10.8 10.3

5.8 6.1 6.3 6.2 6.2 5.8 5.9

15.7 16.116.9 17.2 17.5

16.6 16.2

0.0

2.0

4.0

6.0

8.0

10.0

12.0

14.0

16.0

18.0

20.0

1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998*

Anos

%

TCP sem pessoal (excepto agric.) em % população empregadaTCP com pessoal (excepto agric.) em % população empregadaTCP (excepto agric.) em % população empregada

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(Observatoire de l’emploi; InforMISEP- Politiques, nº 64; Hiver 1998), em Portugal, uma emcada duas pessoas passa directamente a um emprego por conta de outrem após a cessação de umaactividade independente, proporção esta que era mais elevada do que a observada em França,Espanha e Grécia, onde existe um fluxo importante de transição para a inactividade.

Para o comportamento positivo do emprego contribuiu o andamento bastante favorável daconstrução e obras públicas(+9.4%, entre o 2º semestre de 1997 e o 2º semestre de 1998) e ocrescimento significativo dos serviços (5.3%, no mesmo período de tempo), impulsionados pelaconclusão das infraestruturas da EXPO 98, pela actividade turística que lhe esteve associada epelo dinamismo revelado pelo sector habitacional.

Tanto a agricultura como a indústria conheceram reduções do volume de efectivos(-3.1% e -2.5%, respectivamente). No caso da indústria, esta redução teve lugar em simultâneocom uma desaceleração da produção (2,6%, em 1998, contra 4,4%, em1997, para a IndústriaTransformadora) e um crescimento em desaceleração, mas ainda significativo, da produtividade.

Entre 1985 e 1997, o peso do emprego no sector terciário no emprego total aumentou 11.6 p.p.em Portugal contra 7.4 p.p. na UE. No entanto, apesar do nítido comportamento de convergênciado emprego no sector terciário português para os níveis da UE,Portugal continua a ser o paísmenos terciarizadoda Europa dos 15. O peso do sector terciário no emprego total era de 55,7%em Portugal enquanto que para a média da UE era de 64,5%.

A melhoria observada no mercado de trabalho, em 1998, foi sobretudo visível em termos dodesemprego. Embora se tivesse verificado uma alteração de série de 1997 para 1998, os dadoscomparáveis a partir do 3º trimestre de 1997 apontam para umcomportamentosignificativamente decrescente da taxa de desemprego, a qual desceu de 6.7% em 1997 para5% em 1998 (4.8% no 2º semestre), situando-se nos 4% para os homens e 6.2% para asmulheres. Esta taxa permanece entre as mais reduzidas da Europa dos 15.

No segundo semestre de 1998, o número de desempregados era de 227.6 milhares, o querelativamente ao período homólogo de 1997 corresponde a uma diminuição de 83.8 mildesempregados, ou seja, menos 26,9%.

Decompondo a evolução do desemprego, constata-se que a maior contribuição para a sua descidafoi dada pelos homens, ao contrário do verificado em 1997. Daí que as mulheres tenham vistoaumentar a percentagem por elas representada no desemprego total (53.8% no 2º semestre de1997 contra 56.7% no 2º semestre de 1998). Recorde-se, no entanto, que esta evolução temintrínseca uma taxa de crescimento do emprego feminino dupla do masculino e, em simultâneo,um acréscimo da população activa feminina, que contrasta com a ligeira redução da masculina.

A descida dodesemprego dos jovensentre os 15 e os 24 anos, superior à dos adultos, foitambém especialmente importante para os homens (-36.6%, entre o 2º semestre de 1997 e igualperíodo de 1998). Salienta-se o facto de que, no 2º trimestre de 1998, o número dedesempregados jovens foi muito semelhante em termos de género, mas que no segundo semestre

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15

os valores voltaram a afastar-se: o desemprego dos homens diminuiu (-36.6%) mais fortementeque o das mulheres (-25.8%), entre os semestres em análise. A única categoria de desempregadosque não vê o seu valor diminuir desde 1996 é a das mulheres com mais de 54 anos.

A desagregação dastaxas de desemprego por níveis de instruçãomostra que as percentagensmais elevadas se situam nos níveis intermédios, particularmente para os detentores do 3º ciclo edo ensino secundário, tanto para o total das idades como para os mais jovens (15 a 34 anos). Arazão para as taxas de desemprego da população com níveis de instrução mais baixos, emparticular os detentores do 1º ciclo, serem inferiores à taxa de desemprego global, quer para ototal das idades quer para os mais jovens, encontra-se no nosso nível de desenvolvimento, quecontinua ainda a absorver mão-de-obra menos qualificada; contudo, esta situação não serásustentável a prazo, face à aceleração das reestruturações em curso.

Embora, as taxas de desemprego dos possuidores de um curso superior continuem maisreduzidas que a taxa de desemprego global estão porém agora menos distantes desta do que emanos transactos. Nota-se ainda que as mulheres licenciadas detém uma taxa de desempregosuperior à dos homens, com excepção do ano de 1995.

QUADRO V – TAXAS DE DESEMPREGO POR NÍVEIS DE INSTRUÇÃO

O stock de desempregadosresulta, em cada momento, da acumulação de fluxos de naturezadiversa: por um lado, existem transições da inactividade, provenientes de pessoas que outerminam o seu percurso escolar ou retornaram à vida activa e transições do emprego, por motivode destruição de postos de trabalho ou pelo fim de contratos laborais de duração limitada; poroutro lado, verificam-se saídas do desemprego para o emprego e a inactividade.

Continente

HM H M HM H M HM H M

Total das idades 4.1 3.5 4.9 7.2 6.4 8.0 5.0 4.0 6.3das quais

1ºciclo 3.6 3.1 4.5 6.3 5.2 6.3 4.6 3.7 5.92º ciclo 5.8 4.7 7.3 8.9 7.9 10.3 5.9 4.2 8.33º ciclo 6.0 5.0 7.4 9.8 9.5 10.1 6.2 5.0 7.8Secundário 4.9 3.3 6.5 9.9 7.9 12.1 6.7 5.2 8.0Superior 1.6 1.2 1.9 3.8 3.9 3.7 3.4 2.4 3.8

jovens dos 15 aos 34 6.7 5.7 8.0 11.6 10.4 13.0 7.5 5.7 9.4das quais

1ºciclo 6.2 5.3 7.3 9.8 7.9 12.1 6.9 5.1 8.62º ciclo 6.6 5.2 8.6 10.5 9.4 12.1 6.5 4.1 9.43º ciclo 9.4 8.1 11.0 15.1 14.6 15.5 8.4 6.8 9.7Secundário 6.8 4.9 8.4 13.9 11.9 15.7 8.6 5.9 10.4Superior 3.3 3.2 3.3 8.1 8.7 7.6 5.6 4.5 6.1

Fonte: INE, Inq. ao Emprego*Nova serie

1992 1995 1998*

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16

A média dos quatro trimestres do ano revela que do total das 108.7 milhares de pessoas (49.6 milhomens e 59.1 mil mulheres) que entraram no desemprego, cerca de 69.2 milhares (63.7%)estavam empregadas em 1997 e 39.5 milhares (36.3%) estavam inactivas. Do total de pessoasvindas da inactividade, o maior contingente eram estudantes (21.4 milhares), em especialmulheres (13.7 milhares).

ENTRADAS NO DESEMPREGO – HOMENS E MULHERES

(1998 relativamente a 1997)

Quanto àssaídas do desemprego, no mesmo período de tempo, atingiram 179.3 milhares depessoas (77.5 mil homens e 101.7 mil mulheres), das quais 129.5 milhares (72.2%) dirigiram-separa o emprego e 49.8 milhares (27.8%) foram para a inactividade (31.2 mil mulheres).

SAÍDAS DO DESEMPREGO – HOMENS E MULHERES

(1998 relativamente a 1997)

Estudantes

Emprego

Domésticas

Outros

inactivos

Desemprego108.7 milhares

69.2 milhares

21.4 milhares

8.5 milhares

9.6 milhares

Desemprego-179.3milhares

Emprego

Estudantes

Domésticas

Reformados

Outros inactivos

129.5 milhares

7 milhares

10 milhares

1.8 milhares

31 milhares

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Se se trabalhar em termos desaldos dos fluxos entre emprego, desemprego e inactividade,verifica-se que, tanto para os homens como para as mulheres, o único saldo positivo é o doemprego, em resultado dos ganhos conseguidos quer em relação ao desemprego (+60.3 milharesde indivíduos), quer à inactividade (+41.7 milhares). O saldo dos fluxos do desemprego énegativo, verificando-se que para além das perdas a favor do emprego (-60.3 milhares) seregistaram também perdas em relação à inactividade (-10.3 milhares). O saldo dos fluxos dainactividade é negativo, visto que as suas perdas a favor do emprego (-41.7 milhares) foramsuperiores aos seus ganhos relativamente ao desemprego (+10.3 milhares).

SALDOS DOS FLUXOS ENTRE EMPREGO, DESEMPREGO E INACTIVIDADE

(1998 relativamente a 1997)

Se o comportamento global dos saldos dos fluxos não se diferencia grandemente para os homense mulheres, já a proporção das saídas das mulheres do desemprego para o emprego (86.6%) émais intensa que a dos homens (83.9%).

O desemprego de longa duração(desempregados há mais de um ano), que começou adecrescer em 1997, reduziu-se aproximadamente de 23.7%, entre os segundos semestres de 1997e de 1998, sendo a quebra de cerca de 27.3% para os homens e de 20.5% para as mulheres. Noentanto, apesar da importância do desemprego de longa duração no total do desemprego teraumentado, entre o 2º semestre de 1997 (38.2%) e idêntico período de 1998 (39.8%), a suatrajectória apresenta-se francamente descendente a partir do 2º trimestre de 1998, passando de45.3% para 37.7% no último trimestre do ano.

Inactividade-31.4

Emprego+102.0

Desemprego-70.660.3

41.7 10.3

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18

GRÁFICO 5

A subida registada no 2º semestre de 1998 relativamente ao homólogo parece contrariar a estreitarelação encontrada anteriormente (salvo em 1997) entre o andamento da percentagemrepresentada pelo desemprego de longa duração no desemprego total e o comportamento da taxade desemprego, o que parece indiciar um reforço do carácter rígido do desemprego de longaduração.

4. Vulnerabilidades estruturais do sistema de emprego

Não obstante o comportamento positivo do mercado de emprego português nos dois últimosanos, especialmente em 1998, persistem importantesdebilidades estruturais do sistema deemprego, que só uma estratégia coordenada para o emprego, de médio e longo prazo, com umaparticipação activa dos vários parceiros, permitirá ultrapassar. Entre elas destacam-se:

• Um baixo nível de instrução/formação da população portuguesaem geral, eprincipalmente dos adultos com mais idade, reflectindo défices acumulados de escolarização(videCaixa).

Evolução do desemprego de l onga dur ação e da taxa dedesemprego

1998

19921993

1994

199619971995

19911990

19891988

19871986

1985

0.0

10.0

20.0

30.0

40.0

50.0

60.0

0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0

Taxa de desemprego

DLD

(%)

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NÍVEIS DE HABILITAÇÃO

Em 1996, 80% da população tinha o ensino básico como habilitação máxima e a proporção da população habilitada com oensino secundário era muito baixa, nomeadamente comparando com os outros países europeus. Por seu lado, a percentagemde empresas que realizam formação profissional para os seus trabalhadores é muito reduzida.

Acresce que o nível de literacia da população portuguesa é muito baixo, em especial entre os indivíduos com 40 e mais anos,o que aponta para um fraco potencial de conhecimentos, adaptabilidade e de inovação dessa população.

ESTRUTURA DA POPULAÇÃO SEGUNDO OS NÍVEIS DE HABILITAÇÃO(25-59 anos) – 1997

Fonte: Eurostat, Inquérito às Forças de Trabalho, 1997

Os jovens apresentam umaestrutura habilitacional e um nível de literacia bastante menos desfavorável que os dapopulação adulta, e a sua taxa de participação no sistema educativo é relativamente próxima da média comunitária,principalmente para as mulheres. No entanto a proporção de jovens com nível de ensino não superior ao obrigatório (9º anode escolaridade) é ainda elevada, assim como é elevado o volume de jovens que saem do sistema formal de ensino semcertificação do 9º ano de escolaridade.

GRÁFICO 6 - TAXAS DE PARTICIPAÇÃO NA EDUCAÇÃO, POR SEXOS – 1997(15-24 ANOS)

Fonte: Eurostat, Inquérito às Forças de Trabalho, 1997

0%

20%

40%

60%

80%

100%

EU-15

B DK D EL E F IRL I L NL A P FIN S UK

Secundário Inferio r Secundário Superior Superio r

40

45

50

55

60

65

70

75

EU15 B DK D EL E F IRL I L NL A P FIN S UK

HeM H M

UE Portugal DiferençaSecundário inferior

Total 40.2 76.2 36.0Homens 36.9 76.4 39.5Mulheres 43.4 76.0 32.6

Secundário superiorTotal 39.4 12.0 -27.4Homens 41.0 13.1 -27.9Mulheres 37.8 10.9 -26.9

SuperiorTotal 19.4 11.8 -7.6Homens 21.1 10.4 -10.7Mulheres 17.7 13.1 -4.6

Diferenças Portugal – UE, por sexos

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• Existência de grupos com especiais problemas de (re)inserção no mundo do trabalho: éo caso dos jovens, cuja taxa de desemprego é dupla do total, enfrentando importantesdificuldades na transição da escola para a vida activa; dos trabalhadores mais idosos, queenfrentam maiores dificuldades com os processos de reestruturação; das mulheres, com taxasde emprego e de desemprego mais desfavoráveis do que as dos homens e se concentramexpressivamente em actividades de baixos salários, enfrentam diferenciações salariaissignificativas e estão maioritariamente representadas no DLD; das minorias étnicas e dosindivíduos portadores de deficiências.

• Persistência de um elevado peso do desemprego de longa e muito longa duração nodesemprego total.

• Uma estrutura sectorial com sérias vulnerabilidades, especialmente a prazo, em termosdo trinómio “crescimento sustentado-competitividade–emprego”, pois assenta em actividadestradicionais, intensivas em mão-de-obra, com baixos níveis de produtividade e de salários(VideCaixa).

• Uma estrutura empresarial assente predominantemente em pequenas e muito pequenasempresas- 81.6% com menos de 10 trabalhadores, representando cerca de 25% do empregototal – mas muito marcada por um fraco potencial de adaptabilidade e sustentação, por umrecrutamento muito centrado em pessoal pouco qualificado e por uma reduzida oferta depossibilidades de formação.

• Persistência deimportantes assimetrias territoriais. Estas assimetria traduzem-se,principalmente, pela existência de um desigual impacte dos fenómenos de reestruturaçãosectorial, o que gera importantes desigualdades regionais no mercado de trabalho.

Um dos factores mais marcantes desta desigualdade traduz-se na concentração relativa daintensidade dos fenómenos de desemprego, quer no contexto das áreas urbanas e metropolitanas,quer nos territórios rurais mais expostos a dificuldades de sustentabilidade das especializaçõesprodutivas e mais frágeis do ponto de vista das complementaridades intersectoriais.

Por outro lado, a fragilidade dos sistemas de emprego é igualmente muito elevada no contextodas regiões ultraperiféricas dos Açores e da Madeira, as quais são marcadas pelo isolamento epela complexa sustentabilidade dos seus sectores económicos dominantes.

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ESTRUTURA SECTORIAL DO EMPREGO EM PORTUGAL

Analisando a relação “emprego/população em idade de trabalhar “, verifica-se que os principais sectores onde Portugalpossui mais elevadas concentrações de emprego que a generalidade dos outros países comunitários, são o sector Agrícola(+6 p.p.), o dos “Têxteis, Vestuário e Calçado” (+3.4 p.p.), a Construção e Obras Públicas (+1.3 p.p.) e a “Madeira eMobiliário” (+1.1 p.p.).

GRÁFICO 7 - RÁCIO EMPREGO/POPULAÇÃO EM IDADE DE TRABALHARGrandes sectores de actividade

Diferença em p.p. entre Portugal e a EU

Fonte: Comissão Europeia, Rapport ser les taux d’emploi 1998

GRÁFICO 8 - RÁCIO EMPREGO/POPULAÇÃO EM IDADE DE TRABALHARIndústria transformadora

Diferença em p.p. entre Portugal e a EU

Fonte: Comissão Europeia, Rapport ser les taux d’emploi 1998

Não obstante o comportamento de convergência para a U E demonstrado pelo sector terciário português, continua a observar-se um défice relativo desse sector em relação ao da generalidade dos outros países (-1.6 p.p.), em simultâneo com umaestrutura das actividades que o compõem bastante diferenciada da Europa dos 15.

É, especialmente, no Comércio, nos Restaurantes e Hotéis e nos Serviços Pessoais e Domésticos que o desvio da citadarelação é positivo para Portugal, enquanto os maiores desvios negativos se observam nos “Serviços às Empresas” (-1.3 p.p.),nos “Transportes e Comunicações” (-1 p.p., em resultado especialmente dos “Correios e Telecomunicações” e dos“Transportes Terrestres”) e nos Serviços Colectivos, onde se situa a “Saúde e Serviços Sociais”, actividade que apresenta omaior défice relativo (-2.6 p.p.). Embora o rácio observado nos “Serviços Financeiros” também seja inferior em Portugal, adiferença, no seu todo, não é significativa.

-2.0

-1.5

-1.0

-0.5 0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

3.0

3.5

4.0

4.5

5.0

5.5

6.0

6.5

1

Total ServiçosServ. EmpresasTransp.Com.Serv. Colect.Finanç e Seg

Electicid,Gás e ÁguaComércio

Restaurantes e HotésCostrução OP

TransformadoraAgricultura,Silv,P

-2.0 -1.0 0.0 1.0 2.0 3.0 4.0

1

Maq e mat Inform

Quim,Borr,Plást

Mat TranspMáq e Apar Elect

Fab de Instrum

Tipog,Ediç,Pap

Ferro,Aço,Metais

Alim,Beb,TabacoMad;Mob,Ind

Total TransfTêxteis, Vest,Calç

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GRÁFICO 9 - RÁCIO EMPREGO/POPULAÇÃO EM IDADE DE TRABALHARServiços

Diferença em p.p. entre Portugal e a EU

Fonte: Comissão Europeia, Rapport ser les taux d’emploi 1998

Nota-se que alguns desses serviços em que Portugal se encontra mais deficitário, e há necessidades por satisfazer, põemespeciais exigências em termos de habilitações e competências, mas alguns deles também assentam em qualificações maisbaixas.

5. Os objectivos gerais do Plano

Para se garantir o desenvolvimento coerente e integrado ao nível da política de emprego, deveprivilegiar-se umaactuação global e transversalneste domínio, que favoreça um crescimentoeconómico rico em emprego e que contribua para a sustentabilidade e para a elevação dos níveise da qualidade de emprego.

Nesse sentido, osobjectivos da política de emprego deverão incidir, preferencialmente, nosseguintes domínios:

a) Promover umatransição adequada dos jovenspara a vida activa.

b) Promover ainserção socio-profissionale combater o desemprego de longa duração e aexclusão.

c) Melhorar a qualificação de base e profissionalda população activa, numa perspectiva deformação ao longo da vida, nomeadamente como forma de prevenção dos fenómenos dedesemprego.

d) Gerir de forma preventiva eacompanhar os processos de reestruturaçãosectorial.

-3.0 -2.8 -2.5 -2.3 -2.0 -1.8 -1.5 -1.3 -1.0 -0.8 -0.5 -0.3 0.0 0.3 0.5 0.8 1.0 1.3 1.5

1

Banco sServ Saneam

T.Aér.Educ

Co merc ioServ Pess

RestaurHo téisFam Priv

Saude e Serv So cActiv Co mCo rre TelImo bil, AlugueresT.Terrest.Activ Asso cInfo rmOut. FinAdm.Púb.SegAg ViagemInv.e Des.T.Mar

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6. As linhas de estratégia

Neste contexto, uma estratégia concertada para o emprego, para a competitividade e para odesenvolvimento, em articulação com o Plano de Desenvolvimento Regional (PDR), deveráassumir umcarácter transversale estar sustentada nas seguintes grandes linhas de força:

• Promoção daarticulação entre os domínios daeducação, formação e emprego, através doreconhecimento dos processos de aprendizagem não formais, nomeadamente os ligados aoscontextos de trabalho.

• Desenvolvimento depolíticas macro-económicasque influenciem favoravelmente a criaçãode emprego.

• Valorização deabordagens sectoriais, regionais e locaisassentes na resolução deproblemas sociais e ambientais.

• Promoção dodiálogo social, reforço da concertação e da criação de parcerias a vários níveis,no sentido de concretizar acordos e iniciativas que promovam a competitividade e oemprego.

• Articulação entre apolítica de protecção social e as políticas de emprego e formação,como charneira entre situações de exclusão e de integração social.

• Promoção transversal de acções positivas visando corrigir as desigualdades entrehomens emulheresna inserção profissional e no trabalho.

• Concentração das actividades dos serviços públicos de emprego noacompanhamentoindividual e personalizado e na dinamização de redes de parcerias alargadas,nomeadamente envolvendo as organizações de desenvolvimento local.

• Desenvolvimento deprogramas e projectos-piloto, numa lógica de experimentação, comvista à valorização, demonstração e disseminação de boas práticas em áreas ou gruposconsiderados prioritários.

7. Os pressupostos para o desenvolvimento do Plano

Os pressupostos abaixo mencionados constituemcondições de baseque procuram garantir umaboa e correcta execução das medidas e programas:

• Existência de umsistema global de informaçãoque se desenvolva em duas vertentes -informação interna, de modo a permitir a cada momento o ajustamento das medidas àrealidade; e informação externa, por forma a levar ao conhecimento dos vários públicos, emtempo útil, os programas e medidas disponíveis.

• Aperfeiçoamento da gama deindicadores de acompanhamento e de impacto, relativos àsmedidas de emprego e formação.

• Identificação dasnecessidades de formação, a curto e médio prazo, bem como das áreaspotencialmente geradoras de emprego.

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• Intensificação daqualidade da formaçãocomo instrumento de intervenção eficaz ao níveldos recursos humanos e da competitividade.

• Adequação dosrecursos humanosafectos ao desempenho das várias intervenções ligados àgestão e à promoção da formação e do emprego, numa perspectiva de inovação.

8. Os objectivos específicos

Os objectivos específicos que a seguir se apresentam estão priorizados de acordo com osobjectivos gerais e irão enquadrar as medidas de política de emprego e formação que daí devemdecorrer:

• Modernizar osistema educativopor forma a promover a sua aproximação ao sistema deemprego e às empresas.

• Desenvolversistemas de formação qualificanteem articulação com os agentes económicos.

• Desenvolver uma lógica depercursos tipificados de inserção.

• Facilitar e apoiar o processo decriação de empresas.

• Promover a criação de empregos, favorecendo oespírito empresarial, facilitando o processode constituição de empresas, apoiando o respectivo desenvolvimento e explorando as novasfontes de emprego.

• Desenvolver instrumentos de política activa adequados à inserção profissional degrupossociais desfavorecidos.

• Reorientar e intensificar oensino recorrentee melhorar a sua articulação com a qualificaçãoprofissional.

• Apoiar aadesão das empresas às políticas activas de empregoe formação.

• Promover aformação contínuae incentivar as empresas a desenvolver a formação.

• Facilitar agestão integrada das políticas activase aproximá-las do nível local.

• Facilitar e estimular aadesão às medidas activassem prejuízo da manutenção dos níveis deprotecção social.

9. Os quatro pilares – a situação nacional e as prioridades

9.1. Os pilares da estratégia

A abordagem do Plano Nacional de Emprego (PNE) desenvolver-se-á no quadro da estratégiaatrás explicitada, mas de forma perfeitamentesolidária com os quatro pilaresque sustentam aestratégia europeia de emprego: melhorar a empregabilidade, desenvolver o espírito empresarial,incentivar a capacidade de adaptação dos trabalhadores e das empresas, e reforçar as políticas deigualdade de oportunidades.

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A generalidade dos objectivos específicos do PNE articulam-se intimamente com o Pilar daEmpregabilidade, não obstante existir uma elevada centralidade na construção de percursostipificados de inserção, aptos a favorecer um acompanhamento individual dos candidatos aoemprego, bem como o intenso reforço que se pretende alcançar em termos de formação contínuae educação ao longo da vida. A melhoria das condições de empregabilidade é vista como umpoderoso instrumento para melhorar a adequação entre a oferta e a procura de trabalho, tendo emvista elevar os níveis e a qualidade do emprego.

A promoção doEspírito Empresarial, sendo naturalmente tributária do reforço da eficácia demúltiplos instrumentos irá ser particularmente estimulada pela forte aposta na criação de umarelação mais amigável do tecido empresarial com a Administração Pública, na promoção de umquadro fiscal favorável à iniciativa empresarial, e no esforço de racionalização das políticaspúblicas, de forma a alcançar-se um quadro mais favorável à criação de empresas.

O reforço daAdaptabilidade, igualmente favorecido por vários dos objectivos específicos doPlano dependerá, numa importante medida, da capacidade de dar corpo a parcerias sociais quepromovam uma mais forte presença da formação de activos no seio das unidades empresariais,nomeadamente das de pequena e média dimensão.

Por seu turno, o pilar daIgualdade de Oportunidades entre homens e mulheresirá serdesenvolvido com uma forte relevância da sua transversalidade aos diversos instrumentos quedarão corpo ao Plano.

9.2. Os novos desafios para 1999

As linhas directrizes para a política de emprego dos Estados-membros em 1999, tal comoforam aprovadas na Cimeira de Viena, mantêm o essencial desta estrutura assente em quatropilares. Porém, ao nível do corpo de directrizes foram adoptadas várias alterações substantivas,tendo sido também alargado o número total de linhas directrizes.

Entre asprincipais transformaçõesproduzidas, destaca-se a integração de uma directriz sobre areavaliação do enquadramento fiscal e para-fiscal da oferta/procura de emprego e sobre oincentivo à permanência em actividade dos trabalhadores idosos; a fixação de objectivos por paísem matéria de educação e formação ao longo da vida; a autonomização de uma directriz dirigidaà empregabilidade dos deficientes e das minorias étnicas; a intensificação da prioridade atribuídaao objectivo da igualdade de oportunidades entre homens e mulheres; e a criação de umadirectriz sobre a promoção do emprego no sector dos serviços.

Na introdução de cada um dos pilares são referidas as principais respostas que serão adoptadasem 1999 tendo em conta estes novos desafios da estratégia europeia.

Por outro lado, as linhas directrizes para 1999 contemplam ainda um conjunto dedimensõestransversais que devem ser tidas em conta no desenvolvimento dos planos nacionais deemprego, nomeadamente em matéria de aproveitamento do potencial das tecnologias deinformação e de comunicação, de combate ao trabalho não declarado, de reforço do papel dos

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actores ao nível local e regional, de reprogramação do FSE no quadro da estratégia europeia deemprego, bem como de criação de emprego nos sectores do ambiente e da cultura.

Na revisão do PNE para 1999 procurou-se assegurar a adequada integração destas questõestransversais atrás referidas na estratégia nacional de emprego.

A primeira delas tem a ver com a exploração das novas possibilidades decorrentes dastecnologias da informação e da comunicação. Neste domínio, em articulação com a estratégianacional contida no Livro Verde para a Sociedade da Informação, destaca-se em especial oreforço da formação no domínio das tecnologias da informação e comunicação (directriz 6) e acriação de um projecto piloto orientado para a criação de emprego na área dos serviços tirandopartido das tecnologias de informação (directriz 13). Outras iniciativas, como o Programa Nónioe o Programa Internet nas Escolas (directriz 8), o Programa INFORJOVEM e medidas de apoioe enquadramento do teletrabalho (directrizes 9 e 17), são igualmente previstas.

Tendo em vista contribuir para fazer sair da clandestinidade otrabalho não declarado, sãoprevistas medidas como as empresas de inserção (directriz 2), apoios à criação do próprioemprego e incentivos fiscais à criação de empresas (directriz 14), bem como medidas de reforçoao combate ao trabalho ilegal, nomeadamente através da intensificação da acção inspectiva e daconversão de situações de falso trabalho autónomo em relações tituladas por contrato de trabalho(directriz 11).

No PNE reconhece-se e incentiva-se opapel dos parceiros ao nível regional e local, na criaçãode empregos e de condições e estruturais mais favoráveis, nomeadamente no plano daidentificação de oportunidades de criação de emprego ao nível local, em particular no âmbito dasredes regionais e nos pactos territoriais de emprego (directriz 12).

É de notar, por outro lado, que no caso português oFundo Social Europeudesempenha umpapel decisivo no apoio à estratégia de emprego e à qualificação dos recursos humanos, já que ageneralidade dos programas co-financiados pelo FSE estão ao serviço do PNE. No entanto,considera-se que a adequação entre o QCA e os objectivos do PNE deverá ser aperfeiçoada nonovo Programa de Desenvolvimento Regional que irá incorporar os objectivos da EstratégiaEuropeia para o Emprego.

Por seu turno, aintegração das preocupações ambientais na estratégia nacional de empregoé prosseguida através de medidas de acompanhamento e apoio ao sector do ambiente em matériade recursos humanos e de medidas activas de criação de emprego e de empresas, nomeadamentecom o desenvolvimento de bolsas de ideias a nível local na área do ambiente, que serãosusceptíveis de apoio através dos actuais programas de criação de emprego e de empresas(directriz 12) e a promoção de um Plano de Formação Profissional para o sector (directriz 13).

Também o papel dosector cultural na criação de empregos duradouros é reconhecido atravésda previsão de instrumentos de apoio à criação de emprego na área da cultura, designadamente o

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Programa de Estágios Profissionais em áreas culturais (directriz 8), o Fundo de Apoio aProjectos Inovadores (directriz 12) e o fundo de capital de risco na área da cultura (directriz 13).

Para além destas questões, sobressai ainda, pela sua transversalidade, o tema daigualdade deoportunidades entre mulheres e homens. Neste domínio, em consonância com o estabelecidona directriz 19, prevêem-se expressamente, ao longo dos três primeiros Pilares, prioridades,objectivos e instrumentos, os quais pressupõem que diversas medidas de acção positiva, novas,de reforço ou de aprofundamento das actualmente existentes, também se devam considerarimplícitas. Os progressos resultantes desta abordagem serão monitorizados através de um sistemaespecífico de avaliação (directriz 19). Proceder-se-á, ainda, àmajoração sistemática dasmedidas de apoio ao emprego nas profissões significativamente marcadas por discriminações degénero.

10. O desenvolvimento do Plano Nacional de Emprego

10.1. Parâmetros gerais

O desenvolvimento do Plano Nacional de Emprego insere-se numa ópticaplurianual que éindispensável à sua implementação. No quadro temporal de cinco anos, onde se desenvolve anova estratégia europeia para o emprego adoptada na Cimeira do Luxemburgo, o Plano ir-se-áarticular com as grandes prioridades que se colocam às economias europeias nesse horizonte.

Em Portugal essa articulação é particularmente importante em dois planos fundamentais: naconsolidação da estratégia de estabilização que acompanha a participação na União Económica eMonetária e no aprofundamento da dinâmica de convergência e desenvolvimento económicoindispensável para o reforço da coesão económica e social.

Nesse sentido, odesenvolvimento e consolidação do PNE exige uma determinantearticulação com as intervenções estruturaisque se encontram em aplicação em Portugal, comapoio dos instrumentos financeiros de finalidade estrutural – o FEDER, o FEOGA-O, o IFOP, oFundo de Coesão e, em especial, o FSE. Nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira oapoio dos Fundos Estruturais, no âmbito do actual QCA, integra-se, predominantemente noscorrespondentes programas operacionais regionais, de carácter plurifundos (PEDRAA II ePROPAM II, respectivamente nos Açores e na Madeira). Por outro lado, a concretização doPlano ir-se-á articular com o processo de preparação do próximo Quadro Comunitário de Apoio.

O sucesso na promoção de um sistema de emprego mais rico e sustentável depende, em primeiralinha, da capacidade de prosseguir políticas de modernização e desenvolvimento, que permitam,em paralelo, reduzir as importantes desvantagens competitivas globais que ainda marcam aeconomia portuguesa e atenuar os choques estruturais que atingem mais intensamente alguns dosseus mais importantes sectores.

Por outro lado, e complementarmente, aspolíticas activas de empregoterão de continuar adesempenhar o papel de promoção das condições de empregabilidade e de combate ao

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desemprego, numa perspectiva que atenda às especificidades territoriais, com particular atençãopara as zonas desfavorecidas. Neste sentido, os instrumentos e medidas de política de empregodeverão incorporar graus acrescidos deflexibilidade, que permitam a sua adaptação afenómenos territorial ou sectorialmente diferenciados, ou temporalmente dinâmicos.

Será também neste prisma que continuará a ser dada prioridade àracionalização das medidasactivas de emprego, no sentido de uma maior coerência e simplificação. Os novos programasprevistos no Plano Nacional de Emprego inscrevem-se nesta lógica, consistindo basicamente nolançamento de metodologias que conferem maior racionalidade às medidas existentes. Por seuturno, as novas medidas previstas não se sobrepõem nem substituem as medidas em curso.

Será ainda de sublinhar a sensibilidade do Plano Nacional de Emprego aos desafios daSociedade da Informaçãoe à reorganização profunda induzida por esta vaga de fundo nasformas de produzir, trabalhar e aprender. O desenvolvimento do Plano terá em conta a evoluçãodesses novos cenários, articulando-se com a estratégia de médio prazo do Livro Verde para aSociedade da Informação em Portugal, bem como com aestratégia europeia para a exploraçãodas oportunidades de emprego na Sociedade da Informação.

10.2. O desenvolvimento do Plano em 1998 – síntese

A análise da execução do PNE em 1998 aponta para ocumprimento das metas quantificadas anível da União Europeia e a nível nacional, bem como para a passagem à fase de execução,nos primeiros seis meses de desenvolvimento, de cerca de metade dos novos instrumentos depolítica previstos criar nos 5 anos em que o Plano vigorará.

Para a prossecução das metas contidas nas duas primeiras directrizes para o emprego de 1998foram construídasnovas metodologias de abordagem precoce do desempregoatravés dasIniciativas INSERJOVEM e REAGE. Nas zonas onde as Iniciativas estão a ser testadas desde 1de Julho de 1998 estão inscritos nos Centros de Emprego cerca de 30% do total dedesempregados registados no país. Por relação aos jovens inscritos entre Abril e Outubro de1998, nestas zonas, ao completarem-se seis meses sobre a adopção da experiência, apenas5,8%continuavam inscritos sem terem uma resposta. No entanto, esta proporção decrescesignificativamente no tempo, atingindo1,3% no caso dos inscritos em Outubro de 1998. Domesmo modo, apenas1,8% dos adultos inscritos entre Janeiro e Abril de 1998, nestas zonas,permaneciam sem uma resposta integrada na estratégia do PNE. Para os inscritos em Abril de1998, esta proporção situa-se, um ano depois, em1,4%. Desde 1 de Outubro, as zonas em queesta metodologia está a ser aplicada alargaram-se, com a cobertura integral do Alentejo.

O Plano Nacional de Emprego fixou também um conjunto demetas quantificadas no querespeita ao reforço das medidas activas, nomeadamente nos domínios da formação. No que serefere ao cumprimento da meta europeia contida na terceira directriz e que se prende com oreforço das medidas activas dirigidas aos desempregados, Portugal assumiu o objectivo deexpandir em 1998 a formação dirigida especificamente a desempregados em 25%. Os dadosdisponíveis apontam para o cumprimento da meta programada, com aumento superior a 27%.

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Por seu turno, o grau de cumprimento das metas instrumentais para a concretização dosobjectivos de reforço da empregabilidade dos jovens situou-se claramente acima da metasfixadas no que se refere ao programa de estágios e ao sistema de aprendizagem e próximo dovalor fixado para a formação de jovens.

O balanço dos instrumentos lançadosé também globalmente positivo. Apesar de 1998 ter sidoum ano essencialmente de preparação e lançamento de novas medidas, mais de metade dosinstrumentos previstos no PNE foram implementados. As principais medidas emdesenvolvimento são referidas na introdução de cada um dos pilares.

Também no final desse ano encontravam-se lançados todas as 9 redes e 3 pactos territoriaisprevistos no PNE para 1998, tendo sido antecipado o lançamento de mais duas redes regionais,assegurando-se por essa via a cobertura integral da região do Alentejo.

Finalmente, a análise dos reflexos daDeclaração Conjunta subscrita pelos parceiros sociaisno conteúdo das 251 convenções colectivas de trabalho publicadas de Maio de 1998 a Março de1999, aponta para a presença de matéria relacionada com esta Declaração em 58 textosconvencionais - 30 contratos colectivos de trabalho, 3 acordos colectivos de trabalho e 25acordos de empresa - abarcando no total cerca de333 mil trabalhadores

10.3. A dimensão regional do Plano

A promoção do emprego e o combate ao desemprego ganham eficácia quando as políticas deemprego são devidamente desenvolvidas aonível regional e local. Torna-se então possível umaresposta mais adaptada aos problemas concretos, um melhor aproveitamento dos recursos, umamelhor coordenação das iniciativas e uma maior co-responsabilização dos actores públicos eprivados que podem contribuir para o objectivo emprego.

O desenvolvimento da dimensão territorial das políticas de emprego é hoje aliás uma tendênciaforte em toda a União Europeia, estando incluído como uma orientação prioritária no Programado Governo. Visa-se assim aumentar as oportunidades de criação de emprego e preparar aspessoas para as aproveitarem melhorando a articulação das políticas de emprego com o reforçoda competitividade e da coesão social em cada região.

Neste sentido, têm vindo a ser montados váriosPactos Territoriais e Redes Regionais para oEmprego, os quais têm funcionado como zonas piloto de intervenção das iniciativas deaplicação territorial diferenciada previstas no Plano Nacional de Emprego.

Porém, nas zonas em que os problemas de emprego e desemprego são mais prementes, justifica-se a instituição de programas específicos de intervenção, em que a actuação empenhada e globalsobre os factores que determinam a evolução do emprego, seja reforçada com intervençõesconcebidas e dinamizadas a partir das especificidades das regiões.

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É neste contexto que se inserem osPlanos Regionais de Emprego, enquanto modelos deabordagem territorializada que favorecem, em articulação com o PDR, uma melhor aplicação daestratégia definida ao nível nacional, possibilitando, em simultâneo, a adaptação das respostaspúblicas às realidades regionais e locais.

Com efeito, só tendo em atenção os problemas concretos de cada região se torna possívelmaximizar o aproveitamento dos recursos existentes e garantir uma melhor coordenação eco-responsabilização respectivamente, das iniciativas e instituições públicas e privadasenvolvidas.

Esta imperatividade de políticas desenvolvidas ao nível regional e local é particularmenteajustada à realidade doAlentejo, uma região que apresenta, no contexto português, umasituação de desemprego elevada e persistente, descoincidente com a evolução registada noresto do território nacional e em particular no continente.

Neste contexto, o Governo, através da Resolução do Conselho de Ministros nº 8/99, de 9 deFevereiro, adoptou um plano regional de emprego que permitiu adequar ao Alentejo osobjectivos nacionais do PNE, minorando o impacte social negativo do desemprego nessaregião e combatendo a incidência do fenómeno.

Tendo em conta que a evolução do emprego naÁrea Metropolitana do Porto tem apresentadocaracterísticas desfavoráveis, expressas designadamente em níveis de desemprego superiores àmédia nacional, será em 1999 lançado um Plano Regional de Emprego nesta área metropolitana,assegurando por essa via a adaptação da estratégia nacional de emprego às particularidades destazona.

Em ambos os quadros territoriais encontram-se já a ser desenvolvidas as iniciativas de carácternacional previstas no PNE, designadamente no Pilar da Empregabilidade. Porém, no âmbitodesse mesmo pilar, mas sobretudo na área do apoio à criação de emprego e de empresas, sãoprogramadas diversas iniciativas que permitem adaptar medidas de carácter geral, bem comocertas acções inovadoras. Dada a sua relevância para o desenvolvimento da estratégia nacionalde emprego procede-se à sua apresentação sumária na introdução de cada um dos pilares.

Neste âmbito, cumpre registar a entrada em vigor doPlano Regional de Emprego para aMadeira, por iniciativa do Governo Regional da Madeira, bem como doPlano Regional deEmprego para os Açores, por iniciativa do Governo Regional dos Açores.

Finalmente, serão ainda lançadasacções específicas em zonas territorialmente diferenciadas,como por exemplo no âmbito do combate à sazonalidade do emprego no sector do turismo naregião do Algarve.

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11. Os grandes objectivos do Plano para 1999

No cenário macro-económico de referência traçado no Programa de Estabilidade e Crescimentopara 1999-2002, submetido ao Conselho da UE e à Comissão Europeia, prevê-se queaeconomia portuguesa deverá crescer a uma taxa média de 3.3%, superior à da média da UE(cerca de 0,7 p.p., em média, no período 1999-2002),ainda que a um ritmo menos intensoqueo verificado na fase ascendente do actual ciclo económico.

QUADRO VIEVOLUÇÃO DOS PRINCIPAIS INDICADORES ECONÓMICOS DE 1998 A 2002.

(Taxa de crescimento real)%

Grandezas 1999 2000 2001 2002 1999-2002

PIBpm 3.5 3.2 3.2 3.3 3.3Consumo Privado 3.3 2.8 2.8 3.2 3.0Consumo Público 2.0 1.0 1.1 0.5 1.2FBCF 6.0 6.0 6.2 6.7 6.1Procura Interna 3.6 3.3 3.4 3.6 3.5Exportações 6.1 6.8 6.8 7.1 6.7Importações 6.3 6.5 6.6 7.3 6.7Deflator do PIB 2.3 2.3 2.3 2.3 2.3Deflator Consumo Privado 2.0 2.0 2.0 2.0 2.0Emprego 0.7 0.5 0.6 0.7 0.6Fonte: MF – Programa de Estabilidade e Crescimento 1999-2002.

Cenários de Primavera (revisão do ano de 1999).

Este cenário foi construído na suposição de que se continuará a registar um comportamentopositivo para a economia da UE, ainda que as previsões para o produto e o comércio mundialpermaneçam moderadas, em virtude dos desenvolvimentos das recentes crises financeirasinternacionais. Assim, pressupõe-se que os mercados de exportação no quadriénio cresçam auma taxa inferior à da média dos dois últimos anos, as taxas de inflação na UE se mantenhamabaixo dos 2% em média, os preços do petróleo e dos produtos de base não energéticos emdólares norte americanos recuperem a partir de 1999 e as taxas de juro internacionais baixem em1999, conhecendo uma ligeira recuperação a partir de 2000.

Para além da condicionante externa, e em consonância com o objectivo de redução gradual esustentada do défice orçamental e consolidação das finanças públicas, ossalários em Portugaldeverão evoluir em linha com os princípios da estabilidade dos preços e da partilha dos ganhosde produtividade, mantendo-se o esforço de investimento público a uma taxa próxima docrescimento nominal do PIB.

O crescimento do produto deverá continuar a ser superior ao seu potencial o que, combinadocom o esforço realizado a nível do PNE, é compatível com umaumento do emprego de 0,7%em 1999(0.6% na média do período). Conjugado com uma previsão de aumento moderado dapopulação activa (0.38% ou 0.6%), tem-se como resultado uma pequena melhoria dataxa dedesemprego, que deverá situar-se, em média anual, ligeiramente abaixo dos 5% em 1999,

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merecendo no entanto realce o facto da actual taxa de desemprego ter atingido valoreshistoricamente muito reduzidos. Há, no entanto, de pesar o facto de se ter vivido um períodoexcepcional em 1998 , assim como as dificuldades levantadas por uma estrutura de habilitações ede qualificações que terá que se adaptar às necessidades de modernização e reconversão daeconomia.

No âmbito do PNE destacam-se, pela sua importância e visibilidade asmetas quantificadasfixadas nas 3 primeiras directrizes.

No seguimento da metodologia nacional de resposta à abordagem precoce do desemprego serãoem 1999alargadas as zonasem que se irá assumir o compromisso de oferecer novas respostasaos desempregados inscritos. O ritmo de lançamento da metodologia INSERJOVEM e REAGEnestas novas zonas corresponderá ao lançamento de 10 novas redes regionais.

Na sua globalidade, as redes regionais a lançar em 1999 vão abranger 45% do total de populaçãoresidente no território nacional. Se considerarmos a população abrangida pelas redes regionaispara o emprego lançadas em 1998 e 1999, fica coberta por redes e pactos territoriais cerca de75% da população residenteno Continente.

A par destas metas constam do Plano Nacional de Emprego outrosobjectivos quantificados. Asituação do mercado de emprego, onde se atingiu valores de desemprego historicamente baixos,a persistente importância do fenómeno do desemprego de longa duração, bem como asdificuldades de assegurar uma adequada transição de jovens para a vida activa, aconselham a quese mantenha umaelevada prioridade dirigida ao reforço da empregabilidade dostock dedesempregados, bem como oreforço da aproximação dos jovens à inserção profissional.

Assim, são fixadas comometas instrumentaispara 1999 as seguintes:

Variaçãoprojectada1997 - 1998

Variação verificada1998

(estimativas)

Variaçãoprojectada1997 - 1999

Formação para Desempregados +25% +27,4% +50%

Jovens em Formação +10% +6,4% +10%

Sistema de Aprendizagem +20% +27,7% +40%

Estágios Profissionais +116% +133% +150%

12. O enquadramento financeiro do Plano

O desenvolvimento do Plano Nacional de Emprego vai exigir uma mobilização derecursostécnicos, humanos e financeirosque se encontram dispersos por diversas fontes e sedesinstitucionais.

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No ano de 1999, a canalização de recursos para os instrumentos e metas do Plano será,naturalmente, condicionada pelo quadro orçamental e financeiro que rege a execução daspolíticas de emprego em Portugal.

Osvalores orçamentados para 1999, em termos de políticas activas de emprego e de promoçãoda qualificação dos recursos humanos, situam-se em torno dos217 Milhões de contos.

Por outro lado, os principais instrumentos de promoção do emprego, da empregabilidade e doespírito empresarial, que se traduzem emredução de receitas, representam um valor financeiroque rondará, em 1999, os65 Milhões de contos.

Destacando as medidas associadas às principais metas quantitativas do Plano Nacional deEmprego é possível identificar a evolução dos recursos financeiros a elas associados.

RECURSOS FINANCEIROS AFECTOS AOS PRINCIPAIS PROGRAMAS E MEDIDAS QUE APOIAMAS DIRECTRIZES DO PLANO – PRINCIPAIS PRIORIDADES

Valores orçamentados1999 (milhões de contos)

Directriz 1

Programas de apoio à inserção e qualificação de jovens 92.1

- programas de qualificação inicial 28.8- ensino profissional e artístico 42.3- programas sectoriais 4.1- formação para desempregados 3.6- apoio a emprego 13.3

Directriz 2

Programas de apoio a adultos desempregados 50.7

- formação para desempregados 8.4- integração de DLD 7.1- programas de emprego 35.2

Directriz 6

Promoção da formação ao longo da vida 59.5

- formação contínua 18.5- programas sectoriais 30.7- função pública 2.0- formação de professores 8.3

Do ponto de vista financeiro, as principais fontes que alimentam o Plano correspondem aosprogramas existentes no âmbito do QCA e que são, na sua generalidade, apoiados pelofinanciamento do FSE.

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13. A promoção e o acompanhamento do Plano

A promoção e o desenvolvimento do Plano exigem uma grande concentração de esforços porparte do Estado e dos Parceiros Sociais. Do lado dos poderes públicos, tendo em conta o caráctertransversal do Plano, vários ministérios estão envolvidos na sua dinamização e divulgação. AsRegiões Autónomas dos Açores e da Madeira participam neste processo, desenvolvendo o Planoatravés de Planos Regionais de Emprego devidamente adaptados às respectivas especificidadesterritoriais.

Considerando a especial relevância do papel do Ministério do Trabalho e da Solidariedade nesteprocesso, foi neste Ministério criada uma estrutura especificamente vocacionada para adinamização do Plano. A nível interno, este dispositivo promove a articulação com responsáveislocais pelo desenvolvimento do Plano, para tal mandatados, numa base progressiva, junto detodos os Centros de Emprego. A nível externo, esta estrutura articula com o Grupo de Trabalho ea Comissão de Acompanhamento do Plano Nacional de Emprego.

No plano interministerial, cabe justamente à Comissão de Acompanhamento do Plano Nacionalde Emprego a responsabilidade pela monitoragem do processo, em estreita ligação com osdiversos gabinetes ministeriais envolvidos.

Do ponto de vista institucional e paralelamente ao envolvimento directo na sua execução, aparticipação dos Parceiros Sociais no acompanhamento do Plano, quer em termos de avaliação,quer ao nível da discussão dos seus ajustamentos, é promovida ao nível da Comissão Permanentede Concertação Social (CPCS).

Tendo e vista o reforço dessa participação será constituído em 1999 um grupo de trabalhotripartido para acompanhamento técnico do desenvolvimento do PNE.

Na linha do disposto no ponto 9. da Resolução do Conselho relativa às directrizes para oEmprego em 1998, no sentido de o contributo dos Parceiros Sociais para a «aplicação dasdirectrizes e a promoção de um elevado nível de emprego» ser «objecto de uma avaliaçãoperiódica», são trimestralmente apresentados e avaliados, no âmbito da CPCS, relatórios sobre aexecução do Plano.

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II PARTE – LINHAS DIRECTRIZES

PILAR I - MELHORAR A EMPREGABILIDADE

No contexto do mercado de trabalho português, a questão da melhoria da integração profissionalpassa pela adopção de medidas de política de carácter preventivo onde se inserem formaçõesqualificantes de base alargada e em novas áreas com potencialidades de criação de emprego, bemcomo formações em contexto de trabalho para públicos-alvo prioritários, nomeadamente jovensque deixaram o sistema escolar e de formação, adultos desempregados e mulheres comparticulares dificuldades de inserção. A rede de centros de formação profissional será oinstrumento privilegiado para a produção de respostas formativas às necessidades específicasdestes públicos, com particular incidência nos Desempregados de Longa Duração (DLD).

Melhorar a integração profissional pressupõe a garantia daqualidade da formaçãoatravés daexistência de sistemas de certificação profissional, de acreditação das entidades formadoras, doreconhecimento da qualificação dos formadores, bem como de um sistema de informaçãoestatística e qualitativa sobre o mercado da formação, que se encontram actualmente emdesenvolvimento.

Uma outra linha a privilegiar prende-se coma racionalização das medidas activas de políticade emprego, integrando-as em programas mais amplos e flexíveis.

Na linha de uma actuação preventiva impõe-se ainda uma melhor articulação de políticas deintegração de intervenções e de reforço das parcerias institucionais e com os parceiros sociais.Ressalta assim o papel crucial dareorganização dos Serviços Públicos de Empregono sentidodo reforço do acompanhamento pessoal e personalizado, numa óptica transversal visandopúblicos mais desfavorecidos, nomeadamente os beneficiários do Rendimento Mínimo Garantidoe, numa óptica territorial, para aplicação concreta de novos programas.

Esta perspectiva territorial tem vindo a ser desenvolvida, prioritariamente, emáreas geográficas,que correspondem a Pactos Territoriais e a Redes Regionais para o Emprego, abrangendo em1998 cerca de¼ da população residente total, da população jovem e dos desempregados.

Em 1999 as zonas em que se assume o compromisso de oferecer novas respostas aosdesempregados inscritos serão alargadas, na sequência do lançamento faseado de 10 novas redesregionais para o emprego:

Região Norte:

• Rede da área metropolitana do Porto• Rede do Corvo e do Varosa• Rede do Douro Superior

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Região Centro:

• Rede da Raia Norte• Rede da Raia Sul• Rede do Pinhal Interior Norte• Rede do Pinhal Interior Sul

Região de Lisboa e Vale do Tejo:

• Rede do Médio Tejo• Rede da Lezíria do Tejo

Região do Algarve:

• Rede Regional do Arade e Costa Vicentina

Na sua globalidade, as redes regionais a lançar em 1999 vão abranger 45% do total de populaçãoresidente no território nacional. Considerando a população abrangida pelas redes regionais para oemprego lançadas em 1998 e 1999, ficará coberta por redes e pactos territoriaiscerca de 75%da população residenteno Continente.

Do ponto de vista dobalanço do desenvolvimento deste I Pilar em 1998, para além dasIniciativas INSERJOVEM e REAGE, cujos resultados foram já assinalados no enquadramentodo Plano, é de salientar a grande prioridade que foi dada à estruturação da IniciativaENDURANCE orientada para o desenvolvimento das possibilidades de formação ao longo davida. Neste contexto, a par do lançamento do Programa S@BER+, foi impulsionada uma novaestratégia para a formação profissional no quadro do IEFP e foram criados programas deeducação-formação.

No âmbito da transição da escola para a vida activa, regista-se a entrada em funcionamento dosdois observatórios previstos no PNE. Por seu turno, a melhoria da capacidade de adaptação dosjovens às mutações tecnológicas e económicas foi prosseguida com a passagem do Programapara a Inserção dos Jovens na Vida Activa a uma 2ª fase de execução e com o reforço daformação em contexto de trabalho no ensino pós-obrigatório e nos cursos de formaçãoqualificante, tendo sido aprovados 4265 estágios no âmbito dos cursos tecnológicos e 3896 noâmbito do ensino superior.

Por outro lado, salienta-se a expansão do programa Internet na Escola, abrangendo um total de2022 estabelecimentos. É ainda de notar a entrada em actividade de 21 Centros de CompetênciaNónio, com o desenvolvimento de 221 Projectos, envolvendo 337 escolas. No quadro doprograma Ciência Viva II foram aprovados 500 projectos, envolvendo 220000 alunos e 1300escolas.

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Finalmente, para além do lançamento do Programa Rumo, envolvendo experimentalmente cercade 450 desempregados de longa duração, salienta-se a aprovação pelo Conselho de Ministros doprojecto de decreto-lei relativo à revisão do regime de protecção no desemprego, assim como aapresentação no Parlamento da proposta de lei que regula o trabalho a tempo parcial, a qualcontempla a criação do subsídio de desemprego parcial.

Em 1999 serão desenvolvidas neste pilar váriasiniciativas que vão de encontro às prioridadesestabelecidas na Cimeira de Viena. Entre outras, destacam-se as seguintes

• o alargamento das iniciativas de actuação precoce INSERJOVEM e REAGE de modo acobrir, em 1999,75% da população residenteno território continental.

• o alargamento progressivo deste tipo de cobertura, até final de 2002, de modo a abrangertodos os Desempregados de Longa Duraçãoinscritos nos Serviços Públicos de Emprego.

• uma redução da Taxa Social Únicapara as empresas que ultrapassem a meta de 10% detrabalhadores envolvidos em formação contínua.

• a oferta deoportunidades de educação-formaçãoa todos os jovens inscritos nos Centros deEmprego, sem escolaridade obrigatória e com menos de 20 anos.

• o aperfeiçoamento da regulamentação do trabalho dos jovens entre os 16 e os 18 anosde idade, por forma a que este tenha sempre uma dimensão de formação.

• a majoração dos incentivos à experiência profissional de jovens do sexo femininonasprofissões em que as mulheres estão significativamente sub-representadas.

• o desenvolvimento de umprograma de estágios profissionais em áreas culturais.

• o reforço daformação no domínio das tecnologias da informação e comunicação, comintensificação do recurso a estes recursos tecnológicos na formação e no ensino recorrente.

• a majoração sistemática dos apoios a deficientesno âmbito dos programas de emprego.

• o desenvolvimento de acções orientadas para aintegração no mercado de trabalho demembros de minorias étnicase de ex-toxicodependentes.

Na perspectiva dedesenvolvimento territorial da estratégia nacional de emprego, salienta-seainda o papel no desenvolvimento do PNE das estratégias regionais vertidas em instrumentoscomo o Plano Regional de Emprego para o Alentejo, já em desenvolvimento, e o Plano Regionalde Emprego para a Área Metropolitana do Porto, cujo lançamento tem lugar em 1999.

No âmbito doPlano Regional de Emprego para o Alentejoestão em desenvolvimento váriasrespostas inovadoras com impacto ao nível da execução das directrizes contidas no presentepilar, de entre as quais se destacam:

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• o alargamento até ao final de 1999 da cobertura da Iniciativa REAGE, de modo abrangeratravés de planos pessoais de emprego todos os desempregados de longa duração inscritos noscentros de emprego da região.

• a majoração, por relação aos valores nacionais, dos apoios financeiros à contratação, de formaa facilitar a inserção de jovens, adultos desempregados de longa duração e deficientes nomercado de trabalho.

• a atribuição, nas situações de concessão do montante global do subsídio de desemprego comofinanciamento para a criação do próprio emprego, de um subsídio suplementar correspondentea 50% do montante devido a título de protecção no desemprego.

• o alargamento do Apoio à Criação do Próprio Emprego (ACPE) à actividade comercial noAlentejo.

• a majoração, por relação aos valores nacionais, dos montantes das bolsas para a frequência deacções de formação profissional por parte dos candidatos a primeiro emprego, bem como dossubsídios de alimentação para os deslocados.

No quadro doPlano Regional de Emprego para a Área Metropolitana do Porto, tambémestão programadas várias iniciativas visando os objectivos prosseguidos neste pilar,designadamente:

• o lançamento do Programa Nova Oportunidade Profissional (NOP), proporcionando umanova oportunidade a todos os desempregados na faixa etária dos 25-49 anos, com experiênciaprofissional anterior e com um nível de escolaridade até ao 6º ano.

• a majoração, através de prolongamento da respectiva extensão temporal, dos estágiosprofissionais de jovens licenciados e bacharéis.

• a oferta de um ano de formação a todos os jovens em idade escolar que abandonam de formaprecoce o sistema de ensino a nível do básico e do secundário.

• o lançamento da IFEJ – Inserção e Formação Empresarial Jovem, uma iniciativa dirigida aosjovens diplomados das áreas das ciências humanas, envolvendo a sua preparação para odesempenho de uma função de Assessor de Direcção nas PMEs.

• a majoração em 20% dos apoios financeiros à contratação, tendo em vista incentivar acontratação de jovens, adultos desempregados de longa duração e dependentes.

• a majoração em 20% dos apoios nos valores da componente empréstimo no apoio à criação deemprego, Programa ACPE - Apoio à Criação do Próprio Emprego.

• a montagem de uma rede de Oficinas de Projectos a instalar em todos os concelhos da AMP,visando a formação e acompanhamento de activos com baixos níveis de qualificação.

• a garantia de inscrição a todos os jovens que solicitem uma resposta formativa, majorando osmontantes das bolsas para frequência de acções de formação profissional dos níveis I e II porparte dos candidatos ao primeiro emprego.

• a instalação do dispositivo “Cités de Métiers”, espaço de informação e apoio técnico sobre oemprego e as profissões.

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COMBATER O DESEMPREGO DOS JOVENS E PREVENIR O DESEMPREGO DELONGA DURAÇÃO

1. Proporcionar uma nova possibilidade a todos os jovens antes de completarem seis mesesde desemprego, sob a forma de formação, reconversão, experiência profissional, deemprego ou de qualquer outra medida adequada para favorecer a sua integraçãoprofissional.

Enquadramento

A inserção adequada dos jovens na vida activaé uma das principais prioridades da política deemprego portuguesa, particularmente porque se situa no desemprego dos jovens um dosprincipais factores críticos do mercado de emprego.

O desemprego dos jovens representa cerca de 31% do desemprego total, o carácterprolongado desse desemprego é relevante, verificando-se ainda uma forte alternância entresituações de emprego precário e desemprego.

Para a prossecução da meta europeia definida nesta directriz foi lançada uma nova metodologiadeabordagem precoce do desemprego, através da Iniciativa INSERJOVEM. Nas zonas onde aIniciativa está a ser testada desde 1 de Julho de 1998 estão inscritos nos Centros de Empregocerca de 30% do total de inscritos no país. Por relação aos jovens inscritos entre Abril e Outubrode 1998, nestas zonas, ao completarem-se seis meses sobre a adopção da experiência, apenas5,8% continuavam inscritos sem terem uma resposta. No entanto, esta proporção decrescesignificativamente no tempo, atingindo 1,3% no caso dos inscritos em Outubro de 1998.

Em 1999 a iniciativa INSERJOVEM vai cobrir75% da população residenteno territóriocontinental.

Prioridades

O reforço das políticas activas de combate ao desemprego juvenil possuitrês vectoresprincipais:

• Alargar emelhorar a qualidade da formação qualificantepara jovens.• Intensificar a participação de jovens em programas de aproximação ao desempenho

profissional, nomeadamente através dafrequência de estágios profissionalizantes.• Estimular a contratação de jovens.

A concretização destes vectores exige o reforço do papel dos Serviços Públicos de Empregonomeadamente através doacompanhamento individual dos jovensno seu processo detransição para a vida activa, através do reforço do diagnóstico da situação do jovemdesempregado e da construção de perfis tipificados de inserção.

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Objectivos/metas

• Garantir umanova oportunidade a todos os jovens desempregados antes de completaremseis meses de desemprego, em todas as zonas cobertas por pactos e redes regionais para oemprego, assegurando em 1999 a cobertura de 75% do território continental.

• Aumentar a formação profissional de jovens em 10%em 1999, face a 1997, com ênfasena formação pertinente para a empregabilidade.

• Reforçar os programas de estágios profissionaisem ordem a atingir15.000 estágios.

Instrumentos existentes

• Programa para a Integração dos Jovens na Vida Activa (PIJVA), que concentra medidas nasáreas da orientação escolar e profissional, educação e formação profissional, apoios àinserção profissional e acesso ao emprego.

• Plano Nacional de Estágios.• Regime de apoio à contratação de jovens à procura de 1º emprego.• Cursos de Educação-Formação.

Novos instrumentos 1998-2002

Programados em 1998

1.1.Alargamento daIniciativa INSERJOVEM , uma metodologia de acompanhamento integraldos jovens para a inserção profissional, desenvolvida em zonas piloto.

1.2. Reformulação dos Programas de Formação-Empregode modo a adaptá-los à diversidadede públicos.

Programados em 1999

1.3. Majoração de incentivos à experiência profissional de jovens do sexo femininonasprofissões em que as mulheres estão significativamente sub-representadas.

Indicadores de resultados

• Taxa de influxo de jovens no Desemprego de Longa Duração.• Peso dos jovens no Desemprego de Longa Duração.

Indicadores de acompanhamento

• Taxa de não concordância: Percentagem de jovens desempregados que não iniciaram umplano de acção individual antes de atingirem 6 meses de desemprego.

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• Taxa de fracasso: Percentagem de jovens desempregados a quem não foi oferecido um planode acção individual antes de atingirem 6 meses de desemprego.

• Taxa de recusa: Percentagem de jovens desempregados que recusaram um plano de acçãoindividual antes de atingirem 6 meses de desemprego.

Calendário de desenvolvimento

• Lançamento da Iniciativa INSERJOVEM em 1998 e cobertura total do país no final de 2000.

2. Oferecer igualmente uma nova oportunidade a todos os adultos desempregados antesde completarem 12 meses de desemprego, por um dos meios referidos na medidaanterior, ou através de um acompanhamento individual de orientação profissional.Estas medidas de prevenção e de empregabilidade deverão combinar-se com medidasde reinserção dos desempregados de longa duração.

Enquadramento

O Desemprego de Longa Duração(DLD) assume um particular relevo na situação portuguesa,atingindo, em 1998,44,6% do desemprego totale possuindo uma importante componente dedesemprego de muito longa duração.

O DLD é particularmente intenso entre os activos com escassa escolaridade, atinge comparticular incidência os adultos jovens (entre os 25 e os 44 anos) e concentra-se mais fortementenas mulheres.

A meta europeia fixada nesta directriz tem vindo a ser prosseguida através de uma novametodologia de abordagem precoce do desemprego: a Iniciativa REAGE. Nas zonas onde aIniciativa está a ser testada, desde 1 de Julho de 1998, estão inscritos nos Centros de Empregocerca de 30% do total de inscritos no país. Por relação aos adultos inscritos de Janeiro a Abril de1998, nestas zonas, verifica-se que um ano após o período de inscrição só1,8% dosdesempregados adultos continuavam inscritos sem terem uma resposta. Para os inscritos emAbril de 1998, esta proporção situa-se, um ano depois, em1,4%.

Em 1999 a iniciativa REAGE vai cobrir75% da população residenteno território continental.

No quadro do Plano Regional de Emprego para o Alentejo esta iniciativa será alargada, até finalde 1999, de modo a abranger através de planos pessoais de emprego todos os desempregados delonga duração inscritos nos centros de emprego da região.

Até ao final de 2002 estacobertura será alargada a todos os DLDinscritos nos ServiçosPúblicos de Emprego, 24 meses após o início da aplicação da Iniciativa REAGE nos pactos eredes regionais para o emprego.

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Prioridades

As prioridades nacionais para o combate ao DLD possuemcinco vectoresprincipais:

• Reforçar a qualificação de basedos trabalhadores desempregados por forma a acrescer asua capacidade de reinserção profissional.

• Desenvolver a formação qualificanteaproximando-a dos contextos de trabalho e inserindo,quando oportuno, lógicas de reconversão profissional.

• Promover a criação de emprego, com particular destaque para o desenvolvimento dacapacidade de criação de auto-emprego (emprego por conta própria, emprego em micro-unidades, emprego cooperativo).

• Intensificar as iniciativas de inserção e reinserção profissionaldos DLD.• Combater o desemprego de longa duração de mulheres.

A concretização destes vectores exige o reforço do papel dos Serviços Públicos de Emprego,nomeadamente através doacompanhamento individual dos desempregadosem risco de setransformarem em DLD no seu processo de reinserção e através da construção de perfistipificados de inserção.

Objectivos/metas

• Garantir uma nova oportunidade a todos os adultos desempregados antes decompletarem doze meses de desemprego, em todas as zonas cobertas por pactos e redesregionais para o emprego, assegurando em 1999 a cobertura de 75% do território continental.

• Alargar a formação profissional para adultos desempregados e desempregados de longaduração em 25%em 1999, com ênfase na formação pertinente para a empregabilidade.

Instrumentos existentes

• Metodologia de combate ao desemprego de longa duração, que compreende a dinamização etratamento das ofertas de emprego, programas de formação personalizados e formasinovadoras de inserção profissional.

• Programas Ocupacionais para desempregados subsidiados e desempregados em situação decarência económica.

• Regime de apoio à contratação de jovens à procura de 1º emprego e de desempregados delonga duração.

• Medida 2 da Intervenção operacional INTEGRAR, visando a integração socio-profissionaldos adultos desempregados de longa duração.

• Majoração de incentivos à contratação de mulheres desempregadas com mais de 45 anos.

Novos instrumentos 1998-2002

Programados em 1998

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2.1. Alargamento daIniciativa REAGE , uma metodologia de acompanhamento integral eindividual dos adultos desempregados, desenvolvida em zonas piloto.

2.2. Lançamento de umnovo regime de incentivos à mobilidade regional e sectorial,prevendo-se mecanismos articulados com projectos de desenvolvimento ou iniciativas locais deemprego que atraiam e fixem pessoas em zonas mais desfavorecidas.

2.3. Integraçãona estratégia de inserção dos adultos desempregadosde uma componente deeducação/formaçãoque garanta progressivamente ao adulto a obtenção de um nível equivalenteao 9º ano de escolaridade e, sempre que possível, o 12º ano, numa óptica de educação recorrenteou de segunda oportunidade.

2.4.Generalização dasEmpresas de Inserção, como instrumento de combate activo à pobreza eexclusão social.

Programados em 1999

2.5. Alargamento da Iniciativa REAGE aos Desempregados de Longa Duração, 24 mesesapós o início da aplicação desta iniciativa nos pactos e redes regionais para o emprego, de modoa abranger através de planos pessoais de emprego todos os DLD inscritos nos Serviços Públicosde Emprego.

2.6. Reformulação dos Programas Ocupacionaispor forma a acrescer a sua capacidadequalificante e a sua empregabilidade, bem como a sua articulação com programas de inserção.

Indicadores de resultados

• Taxa de influxo de adultos no Desemprego de Longa Duração.• Taxa de crescimento do DLD.• Peso do Desemprego de muito longa duração (> 2 anos) no total de desemprego.

Indicadores de acompanhamento

• Taxa de não concordância: Percentagem de adultos desempregados que não iniciaram umplano de acção individual antes de atingirem 12 meses de desemprego registado.

• Taxa de fracasso: Percentagem de adultos desempregados a quem não foi oferecido um planode acção individual antes de atingirem 12 meses de desemprego registado.

• Taxa de recusa: Percentagem de adultos desempregados que recusaram um plano de acçãoindividual.

Calendário de desenvolvimento

• Lançamento da Iniciativa REAGE em Julho de 1998 e cobertura integral do país no final de2000.

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• Alargamento até final de 1999 da Iniciativa REAGE aos DLD inscritos nos centros deemprego do Alentejo. Nas restantes zonas do país, a iniciativa será alargada 24 meses após oinício da sua aplicação nos pactos e redes regionais para o emprego. Cobertura integral dopaís no final de 2002.

PASSAR DAS MEDIDAS PASSIVAS ÀS ACTIVAS

3. Cada Estado-Membro procurará aumentar sensivelmente o número de pessoas quebeneficiam de medidas activas capazes de facilitar a sua reintegração profissional. A fimde aumentar a percentagem de desempregados a quem é proposta uma formação ouqualquer outra medida análoga, haverá que fixar um objectivo, em função da situação departida, de aproximação progressiva da média dos três Estados-Membros com melhoresdesempenhos e de, pelo menos, 20%.

Enquadramento

Em Portugal, a importância dasmedidas activas, expressa em percentagem do total do custo dapolítica de emprego, tem vindo a aumentar substancialmente, aproximando-se de 50%.

No entanto este indicador deve ser relativizado na medida em que a taxa de desemprego é baixa,e a cobertura das medidas passivas (subsídio de desemprego) é também ainda relativamentebaixa.

No quadro do desenvolvimento da melhoria do sistema de segurança social foi, inclusivamente,reforçada a cobertura da protecção no desempregopara segmentos de maior fragilidadesocial.

Apesar do impacto das medidas activas dirigidas a desempregados ser elevado face ao total dodesemprego é ainda insuficiente o peso nessas medidas activas das acções efectivamentequalificantes.

Por outro lado, os estudos disponíveis sugerem que ospúblicos femininos estão jáproporcionalmente representados no universo de destinatários das políticas activas de emprego.Assim, por exemplo, de acordo com análises concluídas em 1999, a taxa de feminização nosProgramas Ocupacionais ultrapassa os 70%, o mesmo se passando em iniciativas como asEscolas-Oficina (78%).

Por conseguinte, considera-se que a dimensão de igualdade de oportunidades se traduz no âmbitodesta directriz.

Prioridades

• Intensificar a presença dasmedidas activas para desempregadosmelhorando a suaqualidade.

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• Flexibilizar a gestão das medidas passivaspor forma a facilitar os processos de reinserçãoprofissional dos desempregados.

Objectivos/metas

• Acrescer o peso da formação profissional para desempregados em 25% / ano, por formaa atingir 20% quer dos desempregados, quer das desempregadas em formação no final doperíodo do Plano.

• Acrescer o peso das medidas activasoferecidas a desempregados, sem comprometer amelhoria da cobertura das prestações de desemprego.

Instrumentos existentes

• Regime jurídico de protecção no desemprego.• Formação para desempregados.• Programas ocupacionais.• Apoio à criação do próprio emprego por subsidiados.• Programas de Inserção para beneficiários do Rendimento Mínimo Garantido.

Novos instrumentos 1998-2002

3.1.Lançamento de umnovo regime de enquadramento dos clubes de empregoe UNIVA.

3.2.Aplicação donovo regime de protecção no desempregoque visa reduzir os fenómenos dedesincentivo ao trabalho, mediante:

• a possibilidade de acumular prestações de desemprego com trabalho a tempo parcial;

• a criação do subsídio de desemprego parcial reconhecido aos beneficiários que, estando areceber subsídio de desemprego, celebrem um contrato de trabalho a tempo parcial;

• nas situações de frequência de cursos de formação profissional de duração igual ou superior a6 meses, a admissão, durante o período de 30 dias, da acumulação de prestações dedesemprego com a bolsa de formação.

O desenvolvimento de medidas activas com vista a promover a empregabilidade dosdesempregados, não acarreta, porém, no caso português, uma redução da função reparadora,tradicionalmente assumida pelos sistemas de segurança social e que se prevê venha a serreforçada.

Indicadores de resultados

• Taxa de regresso ao desemprego (depois de participação numa medida).

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• Taxa de cobertura do desemprego por prestações de desemprego.

Indicador de acompanhamento

• Taxa de activação: Participação dos desempregados nas medidas activas.

4. Cada Estado-Membro procederá à reapreciação e, sempre que conveniente, àredefinição do seu sistema fiscal e de prestações, criando incentivos para que osdesempregados ou as pessoas inactivas procurem e aceitem empregos, ou medidas quereforcem a sua empregabilidade, e para que as entidades patronais criem novos postosde trabalho. Além disso, é importante desenvolver, no contexto de uma política para umenvelhecimento em actividade, medidas como a manutenção da capacidade de trabalho, aaprendizagem ao longo da vida e outras fórmulas de trabalho flexíveis, por forma a queos trabalhadores mais velhos possam também participar activamente na vidaprofissional.

Enquadramento

Portugal é um dos países da União Europeia com uma maiselevada taxa de emprego nosescalões etários mais idosos. Em 1997, a taxa de emprego no escalão etário dos 55 aos 64 anosera superior à da UE em mais de 11 pontos percentuais.

Porém, Portugal enfrenta um problema deenvelhecimento da população. Segundo estimativasda OCDE, os trabalhadores com mais de 60 anos, que em 1995 representavam 7,7% dapopulação activa total, poderão aumentar para 25,1% no ano 2030.

Para dar resposta este desafio é necessário reforçar a capacidade de adaptação do mercado detrabalho, agindo de forma antecipada tendo em vistamelhorar a empregabilidade dostrabalhadores idosos e desincentivar a retirada precoce, favorecendo por também por esta viao envelhecimento em actividade.

Por outro lado o nível global da protecção social no desemprego, nomeadamente aduração dasprestações, não prefigura, em Portugal, uma situação de desincentivo à procura e à aceitação deempregos. Porém, a regulamentação das prestações do desemprego pode ser afinada no sentidode reduzir potenciais efeitos de desincentivo ao trabalho que possa induzir.

Neste plano o principal efeito negativo prende-se comdificuldades burocráticas eadministrativas na fácil transição entre as situações de emprego/desempregosubsidiado/emprego.

Prioridades

• Estimular a permanência dos trabalhadores mais idososno mercado de trabalho.

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• Melhorar o desempenho dos sistemas de protecção socialfacilitando o acesso aoemprego.

Objectivos/metas

• Manter os níveis de empregono escalão etário dos 50 aos 64 anos.

Instrumentos existentes

• Regime de apoio à criação do próprio emprego.• Regime de apoio à contratação de desempregados de longa duração• Redução de contribuições para a Segurança Social no caso dos trabalhadores que recebem

uma pensão de reforma ou de invalidez.• Majoração de incentivos à contratação de mulheres desempregadas com mais de 45 anos.

Novos instrumentos 1999-2002

4.1.Aplicação do regime daflexibilidade da idade da pensão por velhice,que prevê a reduçãodo montante da pensão em caso de antecipação e uma bonificação para os beneficiários que arequeiram com idade superior a 65 anos.

4.2. Reavaliação do enquadramento fiscal e para-fiscal da oferta/procura de emprego, bemcomo das medidas que incitam a saída precoce da vida activa.

4.3. Revisão do regime de prestações no desemprego, visando reduzir potenciais efeitos dedesincentivo ao trabalho.

Indicadores de resultados

• Taxa de emprego no escalão etário dos 50 aos 64 anos.• Taxa de passagem da Inactividade para o Emprego e para a Formação.• Taxa de passagem do Desemprego para o Emprego e para a Formação.

Calendário de desenvolvimento

• Conclusão dos trabalhos de reavaliação até final de 1999.

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INCENTIVAR UMA ABORDAGEM DE PARCERIA

5. Os parceiros sociais são instados a celebrar rapidamente, aos respectivos níveis deresponsabilidade e de acção, acordos tendentes a aumentar as possibilidades de formação,de experiência profissional, de estágio ou outras medidas destinadas a promover aempregabilidade.

Em 13 de Abril de 1998 os Parceiros Sociais acordaram numa Declaração Conjunta.

6. A fim de reforçar o desenvolvimento de uma mão-de-obra qualificada e com capacidadede adaptação, tanto os Estados-Membros como os parceiros sociais procurarãodesenvolver as possibilidades de formação ao longo da vida, nomeadamente no domíniodas tecnologias da informação e da comunicação e, em consulta com o Comité doEmprego e do Mercado de Trabalho, definir a aprendizagem ao longo da vida a fim de,em função das circunstâncias nacionais, estabelecerem um objectivo no que respeita aosparticipantes que beneficiarão dessas medidas. Particularmente importante nestecontexto será facilitar o acesso aos trabalhadores mais velhos.

Enquadramento

Portugal é o parceiro europeu com uma proporção mais elevada do emprego no nível educativobaixo: 76,2% do total da população dos 25 aos 59 anos. Em relação ao nível educativo médio,Portugal apresentava, também em 1997 e para este escalão etário, a proporção mais baixa detodos os Estados-membros: 12%.

Tendo em conta adebilidade da estrutura qualitativa do emprego e simultaneamente anecessidade de uma modernização em áreas profissionais ligadas a sectores de ponta, ereconhecendo-se que em relação ao mesmo indivíduo as situações de “qualificado” e de “nãoqualificado” se podem suceder no tempo, fazendo salientar a conveniência de se adoptar umprocesso de formação profissional contínuo e articulado desde o início, será desenvolvida umainiciativa de estímulo à educação e formação ao longo da vida.

Prioridades

• Reduzir o défice de qualificação escolar e profissionalda população portuguesa através doreforço da educação e da formação ao longo da vida, preferencialmente ao nível dapopulação desempregada, dos trabalhadores em risco de desemprego e dos trabalhadores debaixas qualificações, em especial dos jovens.

• Criar soluções flexíveis, capitalizáveis e que reforcem a qualificação escolar e profissional.

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Objectivos - Metas

• Aumentar a formação da população empregada por forma a atingir em 5 anos 10% deformandos no total dos activos empregados, com equilíbrio entre os sexos.

• Prestar apoio técnico às micro e pequenas empresasatravés de consultoria, no âmbito doalargamento do Programa de Formação para PME, com umcrescimento anual de 25%.

• Reforçar as componentes educativaspotenciadoras de atitudes centradas no “aprender aaprender”.

• Alargar a formação contínua em áreas e programas inovadores e com potencial dedesenvolvimento.

• Reforçar a modalidade de educação recorrente e de adultos, com especial ênfase nogrupo dos jovens e nos trabalhadores com mais de 45 anos.

Instrumentos existentes

• Programa de Formação para Pequenas e Médias Empresas.• Programas de formação contínua.• Acesso individual à formação.• Programa INFORJOVEM.• Ensino Recorrente.

Novos instrumentos 1998-2002

Programados em 1998

6.1. Desenvolvimento daIniciativa ENDURANCE , tendo em vista promover a formação e aeducação ao longo da vida, envolvendo acções de informação, orientação e sensibilização,estímulo à negociação colectiva sobre o tema, desenvolvimento de novas metodologias deformação e reforço da formação contínua, dos programas de educação-formação e da educaçãode adultos.

6.2. Reforço do levantamento de necessidades de formaçãoao nível regional e nacional,nomeadamente no âmbito de programas sectoriais para a modernização e o emprego.

6.3.Desenvolvimento doPrograma “Projecto de Sociedade: SABER+”, visando a educação eformação de adultos ao longo da vida.

Programados em 1999

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6.4. Criação de um prémio para o incentivo ao cumprimento da meta para o aumento daformação contínuanas empresas, nomeadamente através de uma redução da Taxa Social Únicaquando seja ultrapassada a meta de 10% de trabalhadores envolvidos em formação.

6.5. Reforço daformação no domínio das tecnologias da informação e comunicação, comintensificação do recurso a estes recursos tecnológicos na formação e no ensino recorrente.

6.6.Criação de umCentro de Recursos em Conhecimentocomo espaço de apoio às entidadesformadoras e profissionais de formação.

6.7.Desenvolvimento doSistema de Acreditaçãodas Entidades Formadoras.

Indicadores de resultados

• Evolução do peso dos activos qualificados na população empregada.• Percentagem da população dos 25 aos 59 anos de idade que participou em actividades de

educação e formação durante as últimas 4 semanas, por sexo, nível de habilitações e estatutode emprego.

• Nível de habilitações da população activa dos 25-59 anos por sexo e estatuto do emprego.• Jovens dos 15-24 anos por sexos na educação e formação.

Calendário de desenvolvimento

• Lançamento da Iniciativa ENDURANCE em 1998 e cobertura nacional em 2002.• Constituição da Agência Nacional de Educação e Formação de Adultos em 1999 e cobertura

nacional em 2002.´

FACILITAR A TRANSIÇÃO DA ESCOLA PARA A VIDA ACTIVA

7. Melhorar a qualidade do seu sistema escolar por forma a reduzir substancialmente onúmero de jovens que abandonam prematuramente o sistema escolar. Deverá ser dadaespecial atenção aos jovens com dificuldades de aprendizagem.

Enquadramento

A redução e tendencialerradicação do abandono escolar precoce, entendido este como oabandono do sistema de ensino sem completar a escolaridade de 9 anos, constitui um objectivode médio prazo do Plano Nacional de Emprego.

O abandono da escolaridade na sua vertente regular, constitui ainda um facto do sistema deensino. Entre 1994 e 1995 terão abandonado o ensino regular cerca de 35 mil indivíduos cujosdestinos poderão ter sido vários, não se excluindo o de procura imediata de trabalho.

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Contudo, no Sistema de Ensino e de Aprendizagem existem alternativas que estão a serutilizadas pelos que abandonam o ensino regular (diurno). A oferta por parte do sector daEducação para estes casos centra-se essencialmente em duas vertentes: o ensino recorrente e asescolas profissionais de nível 2. Conjuntamente, estes dois sub-sistemas interessavam a mais de18 mil indivíduos com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos, no ano lectivo de1995/96. O Sistema de Formação integrado no mercado de emprego enquadra um conjunto dejovens no sistema de aprendizagem, parte significativa dos quais re-ingressam no sistema deeducação formação por esta via, representando o total cerca de 8 mil com vista a uma formaçãode nível 2.

Entre 1999 e 2001 será efectuada uma importante reorientação doensino recorrenteno sentidode pôr a tónica na diferenciação das ofertas em função dos públicos e de concretizar acções decurto prazo com vista a reorientar o subsistema a médio prazo.

Prioridades

• Combater o abandono prematuro do sistema educativo, reduzindo o volume deabandonos verificados anualmente através da adequação da oferta e da melhoria dosequipamentos do ensino básico, nomeadamente para os níveis do 2º e 3º ciclos.

• Generalizar a educação pré-escolar.• Diversificar percursos educativos e formativospara uma cobertura total de situações da

oferta, comprometendo as entidades empregadoras nos processos educativos e formativosatravés da participação na definição de percursos formativos de cariz local/regional, cedênciade espaços e equipamentos, disponibilização de técnicos qualificados que assegurem aformação em domínios especializados e do acolhimento e acompanhamento de estagiários.

• Valorizar as formações profissionalmente qualificantese com pendor mais prático natentativa de superar as crescentes dificuldades que os jovens sentem ao entrar no mercado detrabalho.

• Adequar a formação dos professoresa esta realidade através do desenvolvimento dascompetências que habilitem os professores nos domínios de ensino/aprendizagem e comoelementos intervenientes na transição dos alunos para o mundo do trabalho, tendodesignadamente em conta o combate à discriminação no mercado de trabalho.

Objectivos/metas

• Erradicar o abandono escolar precoce, entendido este como o abandono sem completar aescolaridade obrigatória de 9 anos.

• Generalizar progressivamente o acesso ao ensino e formação profissionalde nívelsecundário.

• Reforçar as componentes de formaçãoem contexto laboral.

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Instrumentos existentes

• Programa de informação sobre as ofertas educativas e formativas (ROTAS e SETELÉGUAS).

• Programa de orientação vocacional.• Rede e serviços de psicologia e orientação.

Novos instrumentos 1998-2002

Programados em 1998

7.1.Desenvolvimento dos trabalhos doObservatório Permanente do Ensino Secundário.

7.2. Dinamização do sistema de observação dos ingressos e percursos dos diplomados peloensino superior.

Programados em 1999

7.3.Disponibilização deoportunidades de educação-formaçãoa todos os jovens inscritos nosCentros de Emprego, sem escolaridade obrigatória e com menos de 20 anos.

7.4.Alargamento dosTerritórios Educativos de Intervenção Prioritária.

7.5. Desenvolvimento de currículos alternativos correspondentes a percursos deeducação/formação para grupos-alvo diversificados.

7.6.Desenvolvimento deCursos de Educação/Formação Profissional.

7.7.Promoção deapoios educativos especiais aos jovens com dificuldades de aprendizagem.

7.8.Lançamento doObservatório Permanente do Ensino Básico.

7.9. Aperfeiçoamento eactualização de competências profissionais do pessoaldocente e nãodocente.

Indicador de resultados

• Percentagem dos jovens de 18-24 anos que alcançaram o nível 2 ou menos do ISCED e nãofrequentam a educação ou a formação.

Indicadores de acompanhamento

• Taxas de abandono.• Taxas de frequência escolar dos jovens.

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8. Diligenciar no sentido de que os jovens sejam dotados de uma maior capacidade deadaptação às mutações tecnológicas e económicas e de qualificações que correspondam àsnecessidades do mercado de trabalho, se necessário aplicando ou desenvolvendo sistemasde aprendizagem.

Enquadramento

Entre os obstáculos mais relevantes com que se defrontam actualmente os jovens na procura deemprego apontam-se a falta de experiência profissional e de mecanismos eficazes que facilitem atransição da escola para a vida activa.

O processo de integração tem-se vindo a tornar mais longo e difícil, não se limitando a ummomento de passagem da escola para um emprego estável, sendo cada vez mais um itineráriodescontínuo, ao longo de vários anos.

As saídas anuais do sistema escolar até ao fim do ensino secundário sem qualificaçãoprofissional elevam-se a cerca de 60.000 jovens/ano. Tendo em conta a oferta formativa/anoexistente, constata-se a existência de umdéfice de postos de formação inicial qualificanteaproximadamente da ordem dos 40%.

Existe a intenção de colmatar este défice através do reforço de todas as vias de formação e de umesforço de coordenação entre as formações profissionais inseridas no sistema educativo e sistemade emprego. Este esforço deverá incidir nomeadamente sobre formações em alternância,dependendo o cumprimento das metas da adesão de parceiros e agentes económicos a estemodelo formativo.

Prioridades

• Desenvolver formaçõesque promovam nos jovens o espírito de iniciativa e de criatividade eo espírito empreendedor.

• Promover a integração curricular das novas tecnologias de informação e comunicaçãona escola e reforçar as componentes experimentais e científico-tecnológicas.

• Facilitar a aquisição de aprendizagensque constituam interfaces entre a formação geral etecnológica e os contextos de trabalho.

• Reforçar mecanismosque favoreçam atransição entre o sistema de educação-formação ea vida activa.

• Generalizar o ensino experimental nos ensinos básico e secundário e as práticastecnológicas.

Objectivos/metas

• Duplicar o número de jovens no Sistema de Aprendizagem ao fim de 5 anos, comacréscimo de 20% de jovens em formação no ano de 1999.

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• Alargar modalidades de formação de modo a cobrir o défice dos actuais 40% de jovenssem oportunidade de formação, nomeadamente através de mecanismos de formação emcontextos de trabalho.

• Introduzir nos cursos tecnológicos das escolas secundárias modalidades de formação emalternância, combinando a formação na escola com a formação em ambiente de trabalho nasempresas.

• Proporcionar aos jovens uma informação e orientação escolar e profissionaladequada àconstrução dos seus projectos pessoais e profissionais, sensibilizando-os para opções queajudem a superar as assimetrias entre mulheres e homens no mercado de trabalho.

• Desenvolver programas de utilização de tecnologias de informaçãonas Escolas.

Instrumentos existentes

• Programa para a Integração dos Jovens na Vida Activa (PIJVA) que integra 3 vertentes:informação e orientação escolar e profissional, educação e formação profissional e apoios àinserção.

Entre as medidas destacam-se as seguintes: aprendizagem; cursos tecnológicos; escolastecnológicas (PEDIP); Programa AGIR; Programa Inforjovem; outros subsistemas de formação(Turismo, Agricultura, Pescas); Unidades de Inserção na Vida Activa (UNIVA).

Novos instrumentos 1998-2002

Programados em 1998

8.1. Lançamento doPrograma AZIMUTE – programa articulado de informação e orientaçãoescolar e profissional.

8.2. Desenvolvimento da 2ª fase do Programa de Apoio à Integração de Jovens na VidaActiva, centrada no desenvolvimento articulado de todos os segmentos de formação inicial.

8.3. Reforço das componentes de formação em contexto de trabalhono ensino pósobrigatório e nos cursos de formação qualificante.

8.4. Dinamização doconcurso LUGAR AOS JOVENS, lançado a partir dos estabelecimentosde formação.

8.5. Consolidação do Programa Nónio – Século XXI– Programa Nacional de Tecnologias deInformação e Comunicação na Educação.

8.6. Alargamento doPrograma Internet às escolasdo 1º ciclo do ensino básico, bibliotecas,centros de formação profissional e associações.

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8.7. Reforço do Programa Ciência Viva, visando a promoção da cultura científica etecnológica, designadamente através da generalização do ensino experimental das ciências.

Programados em 1999

8.8. Aperfeiçomento da regulamentação do trabalho dos jovens entre os 16 e os 18 anos deidade, por forma a que este tenha sempre uma dimensão de formação.

8.9.Generalização dosserviços de informação e orientação escolar e profissional.

8.10.Desenvolvimento doSistema de formação profissional inicial pós básica.

8.11.Desenvolvimento doPrograma de Estágios Profissionais em áreas culturais.

8.12.Apoio à oferta decursos de formação profissional pós-secundáriosque constituam umaalternativa para os jovens habilitados com o ensino secundário.

Indicadores de resultados

• Peso dos jovens empregados, dos 18 aos 29 anos, 1 ano após a saída do sistema escolar, pornível de habilitação

• Peso dos jovens desempregados, dos 18 aos 29 anos, 1 ano após a saída do sistema escolar,por nível de habilitação

Indicador de acompanhamento

• Peso dos jovens por diferentes vias do ensino secundário ou de qualificação de nível III e IV.

PROMOVER UM MERCADO DE TRABALHO ABERTO A TODOS

9. Cada Estado-Membro dará especial atenção às necessidades das pessoas com deficiência,das minorias étnicas e de outros grupos e pessoas que se possam encontrar numa situaçãode desvantagem, e desenvolverá formas adequadas de políticas preventivas e activas quefomentem a sua inserção no mercado do trabalho.

Enquadramento

Não obstante o esforço desenvolvido nos últimos anos para melhorar aintegração sócio-profissional das pessoas com deficiência, muito há a fazer na promoção da igualdade,relativamente à empregabilidade desta população.

Neste contexto, cumpre implementar um conjunto de medidas facilitadoras da integração sócio-profissional deste grupo populacional, não esquecendo no entanto, a sua própriaheterogeneidade, na medida em que a cada tipologia de deficiência podem corresponder

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necessidades diversas. Simultaneamente, será necessário estar atento a uma multiplicidade defactores externos, mas essenciais, para a boa prossecução das medidas a criar e onde se verificamactualmenteimportantes lacunas, de que são exemplo:

• a deficiente execução da legislação existente;

• a escassez de recursos humanos qualificados e motivados para trabalhar nesta área;

• a inadequada articulação de recursos locais e/ou regionais;

• falta de informação actualizada e sistematizada sobre a temática da reabilitação profissional.

As minorias étnicas e as comunidades imigrantessão públicos igualmente visados nestadirectriz. Em Portugal tem vindo a ser crescente o significado da imigração, num quadro em quea comunidade originária dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) assumeuma dimensão preponderante: cerca de 45% dos cerca de 173 mil estrangeiros legalmenteresidentes em 1996.

A análise do estatuto sóciolaboral destes grupos revela a presença de sintomas dediscriminação,particularmente intensos ao nível dos grupos profissionais que englobam os migrantes menosqualificados, onde surgem sobre-representados os trabalhadores oriundos dos PALOP. Estapolarização é extremamente forte em áreas como a construção civil e obras públicas onde é claraa tendência para a etnicização do sector.

As minorias étnicas, sobretudo nos segmentos menos qualificados, enfrentam gravesproblemasde integração social e profissional. As dificuldades de inserção na sociedade portuguesa, asituação social precarizada, a inserção social em sectores de actividade onde é mais precária arelação salarial, a existência de atitudes discriminatórias e de racismo latente, são exemplos defactores dessocializadores afectam negativamente a integração destes grupos no mercado detrabalho.

Justifica-se, por conseguinte, a adopção de respostas que levem em devida linha de conta asespecificidades das minorias étnicase de outros grupos e pessoas em situação de desvantagem,nomeadamente osex-toxicodependentes, desenvolvendo para o efeito acções de combate àdiscriminação e ao fomento da inserção destes grupos no mercado do trabalho.

Prioridades

• Melhorar a empregabilidade e a integração sócio-profissional das pessoas com deficiência.• Estimular o desenvolvimento de modalidades de trabalho adequadosàs

necessidades/potencialidades das pessoas com deficiência.• Apoiar a manutenção do empregodas pessoas com deficiência, bem como a reintegração

profissional daqueles que se tornam pessoas com deficiência durante a sua vida activa.

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• Criar condições de acessibilidade das pessoas com deficiência à informaçãoe aosprogramas e estruturas utilizadas pela população em geral.

• Generalizar a utilização de tecnologias de informação e comunicaçãoa fim de potenciaras possibilidades de integração sócio-profissional das pessoas com deficiência.

• Promover condições facilitadoras do acesso das pessoas com deficiência a postos detrabalho na Administração Pública.

• Promover a qualificação/especialização dos técnicos de reabilitação profissional.• Melhorar a empregabilidade e a integração sócio-profissional das minorias étnicas e de

outros grupos e pessoas em situação de desvantagemface ao mercado de trabalho,nomeadamente os ex-toxicodependentes, combatendo a discriminação de que são alvo.

Objectivos/metas

• Aumentar em 25%, nos cinco anos de execução, a participaçãodas pessoas comdeficiência nas medidas de política de emprego.

• Assegurar uma quota de 5% reservada a cidadãos deficientes nos processos derecrutamento para a Administração Pública.

• Dotar 2 técnicos de cada um dos Centros de Empregocom conhecimentos e competênciasno âmbito da reabilitação

Instrumentos existentes

• Avaliação/orientação profissional.• Formação profissional.• Readaptação ao trabalho.• Incentivos à Contratação (subsídio de compensação, subsídio para adaptação de postos de

trabalho, subsídio para eliminação de barreiras arquitectónicas, subsídio de acolhimentopersonalizado, prémio de integração, prémio de mérito, redução das contribuições para aSegurança Social).

• Instalação por conta própria.• Incentivos ao emprego domiciliário de trabalhadores portadores de deficiência.• Regime de emprego protegido.• Programa da ajudas técnicas para a formação e o emprego.• Observatório para a Integração das Pessoas Portadoras de Deficiência• Centros de actividades ocupacionais• Iniciativa Nacional para os Cidadãos com Necessidades Especiais.

Novos instrumentos 1998-2002

Programados em 1998

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9.1.Criação de umaRede de Recursos Locais e especializados de suporte à intervenção dosServiços Públicos de Emprego(Centros de Emprego), através da credenciação de instituiçõesde reabilitação com capacidade e competência técnica instalada no âmbito da ReabilitaçãoProfissional.

9.2. Criação de umregime de Apoio à colocação e de acompanhamento pós-colocação,mediante a celebração de contratos programa com entidades locais que desenvolvem acções deReabilitação Profissional

9.3. Criação de umarede comunitária de apoio social incentivando, designadamente, apromoção de soluções de habitação adaptadas à natureza e à intensidade da deficiência daspessoas.

9.4.Criação de um sistema deapoio ao teletrabalhode pessoas com deficiência e de uma bolsade emprego para teletrabalho.

Programados em 1999

9.5. Criação damodalidade de emprego apoiado em mercado normal de trabalhopara aspessoas com deficiência que não reunam condições para integrar o mercado normal competitivode trabalho

9.6. Estabelecimento de uma quota de 5% reservada a cidadãos deficientes nos processosde recrutamento para a Administração Pública.

9.7. Majoração sistemática nos apoios a deficientes no âmbito dos programas de emprego.

9.8. Incentivo fiscal para as empresas que promovam oemprego domiciliário de trabalhadoresportadores de deficiência.

9.9. Desenvolvimento doProACT - Transição para a Vida Adulta de Jovens comNecessidades Especiais de Educação.

9.10.Desenvolvimento de umprotocolo orientado para a integração no mercado de trabalhode membros de minorias étnicas.

9.11. Estímulo, no quadro do Mercado Social de Emprego, aoemprego de mediadoresculturais recrutados no seio das comunidades étnicas minoritárias.

9.12.Criação de umaunidade de acompanhamento da situação das minorias étnicas face aoemprego.

9.13. Desenvolvimento do Programa Vida-Emprego, dirigido à integração de ex-toxicodependentes no mercado de trabalho.

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Indicador de resultados

• Taxa de inserção dos participantes em medidas previstas nesta directriz.

Calendário de desenvolvimento

• Elaboração de novas medidas legislativas – 2º semestre de 1999.

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PILAR II - DESENVOLVER O ESPÍRITO EMPRESARIAL

Embora a recente evolução macroeconómica tenha sido acompanhada por um comportamentomuito positivo do mercado de emprego, em termos de criação de emprego e redução dodesemprego, persistem vários pólos de vulnerabilidade qualitativa, de sustentabilidade a prazo ede assimetrias regionais que, aliados à existência de públicos particularmente atingidos pelofenómeno do desemprego, conferem a este pilar uma importância particular na estratégianacional de emprego.

Salienta-se, por outro lado, que asPME assumem em Portugal um peso relevantecabendo-lhes mais de 60% do emprego e que por sua vez tem evidenciado um maior potencial decrescimento do emprego em detrimento do gerado pelas grandes empresas. Neste contexto ganhaespecial relevo o apoio às PME quer na vertente racionalização quer na vertente criação,contribuindo fortemente para esta segunda vertente a introdução de novas formas deaprendizagem potenciadoras do desenvolvimento do espírito empresarial, de iniciativa einovação, bem como o reforço da formação de empresários e decisores, contando-se ainda nesteâmbito com o contributo das mulheres e dos jovens como empresários.

O objectivo de desenvolvimento do espírito empresarial deverá traduzir-se ainda por uma gamade iniciativas que permita a solução de problemas de emprego para grupos-alvo maisdesfavorecidos através de medidas especificamente destinadas a este público, no âmbito domercado social de emprego, com uma incidência significativa a nível regional e local..

A construção deRedes Regionais e Pactos Territoriais para o Empregoconstituirá oenquadramento metodológico para a rentabilização dos vários instrumentos existentes a nívelregional e local com incidência nas áreas do emprego, da formação e da pobreza e exclusãosocial. Criar-se-á prioritariamente nestas zonas umaárea funcional em cada centro deemprego, que terá como objectivo assegurar a articulação entre as áreas referidas e odesenvolvimento do PNE.

Deve também o desenvolvimento do espírito empresarial ter subjacente, para além de medidas defacilitação administrativa/fiscal, medidas de natureza educativa que venham a ter reflexos noplano das atitudes, nomeadamente ligadas à valorização da curiosidade científica, do trabalhocolectivo, da capacidade de comunicação e auto-estima.

No âmbito deste II Pilar, tendo em vista facilitar o arranque e a gestão das empresas, o PNEprevêvários instrumentos que conheceram importantes desenvolvimento durante o ano de1998. Em particular, destaca-se o alargamento da rede de Centros de Formalidades de Empresa(CFE) a Coimbra e a Setúbal. Actualmente, mais de metade das novas empresas em Portugal sãoconstituídas no âmbito dos CFE.

Entre as medidas em execução, salientam-se as Empresas de Inserção pela abertura do seu 1ºperíodo de candidaturas onde foram aprovados 69 projectos, envolvendo 579 pessoas, bem comoo Programa Específico de Deslocalização Industrial Regional (PAEDIR), cujo 1º concurso

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envolveu um total de 25 projectos a que está associada uma previsão de criação de mil novospostos de trabalho.

No âmbito cooperativo, assinala-se a adopção de um estatuto fiscal do sector cooperativo maisfavorável à criação de emprego e o lançamento do PRODESCOOP - Programa deDesenvolvimento Cooperativo. Por sua vez, o Programa Cidades Digitais registou importantesavanços com a aprovação dos projectos “Pelas Minorias”, “Guarda Cidade Digital”, “AveiroCidade Digital” e “Bragança Cidade Digital”.

Tendo em conta as prioridades traçadas nas Linhas Directrizes para o Emprego em1999, opresente Plano incorpora alguns instrumentos que cumpre destacar, designadamente:

• a reavaliação do quadro deemolumentosassociado à constituição de empresas.

• a implementação de umnovo sistema de licenciamento industrial, com criação de zonasindustriais certificadas.

• a regularização excepcional das situações de falso trabalho independente, através da suatransformação em contratos de trabalho a termo.

• a promoção de apoios a mulheres criadoras de empresas ou trabalhadorasindependentes.

• a promoção de medidas de apoio àcriação de emprego ao nível local na área da cultura.

• o desenvolvimento debolsas de ideias a nível local na área do ambiente, que serãosusceptíveis de apoio através dos actuais programas de criação de emprego e de empresas.

• o desenvolvimento de umprojecto piloto orientado para a criação de emprego na áreados serviços tirando partido das tecnologias de informação.

• a aplicação demedidas de natureza fiscalprevistas nos Orçamentos do Estado cujaconcretização reforça o enquadramento favorável ao emprego em 1999 e em anos seguintes.

Finalmente, cumpre salientar que também para a execução das linhas directrizes do presentePilar é relevante o papel dasabordagens territorializadas da estratégia nacional de emprego,nomeadamente as que se consubstanciam no Plano Regional de Emprego para o Alentejolançado em 1998, e o Plano Regional de Emprego para a Área Metropolitana do Porto que élançado em 1999.

No contexto doPlano Regional de Emprego para o Alentejo, estão contidas respostas comimpacto ao nível da prossecução do presente pilar, como sejam:

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• a operacionalização de uma iniciativa piloto de promoção local do emprego, sob a forma deprojecto piloto a decorrer entre 1998 e 2001, financiado até ao montante máximo de 3milhões de contos.

• a criação de um fundo de apoio ao investimento criador de emprego no Alentejo,complementar dos sistemas gerais de incentivos.

• o incremento dos apoios ao investimento em projectos na área da agricultura de regadio, emligação directa com o número de postos de trabalho criados.

• o lançamento de um conjunto integrado de medidas de incentivo à deslocalização daindústria para o Alentejo.

• um programa específico de promoção das actividades artesanais no Alentejo, envolvendoacções de valorização das denominadas “profissões e saberes tradicionais”.

• a montagem de uma rede de infraestruturas de apoio à criação de emprego vocacionado paraas novas tecnologias, conteúdos e industrias culturais, com instalação de um CACE em Bejae criação de sete ninhos de empresas: três no Alto Alentejo, dois no Distrito de Beja, um noDistrito de Évora e um num dos concelhos alentejanos do Distrito de Setúbal.

Por seu turno, no contexto doPlano Regional de Emprego para a Área Metropolitana doPorto, várias são as medidas previstas que concorrem para o desenvolvimento do espíritoempresarial, como são exemplo:

• a promoção de um Programa Piloto de Criação de Emprego, visando a criação de novasempresas, empregos e actividades profissionais estruturadas em novas fileiras e nichos demercado, envolvendo as componentes de crédito ao investimento e de capital semente.

• o apoio a iniciativas do tipo “spin off” (em que a empresa facilita e apoia o processo deincubação de uma nova empresa no seu seio) e “empresário à experiência” (em que opromotor de uma iniciativa empresarial é apoiado na preparação do seu projecto durante umano com um subsídio mensal que reembolsa de forma faseada durante os três primeiros anosde vida da empresa).

• a majoração em 20% dos apoios às Iniciativas Locais de Emprego (ILE) em relação à baseexistente a nível nacional.

• o apoio à organização de empresas júniores nas escolas, enquanto espaços empresariaispedagógicos.

• o desenvolvimento do TELEPORTO, um projecto piloto orientado para a instalação decentros de teletrabalho, para o desenvolvimento do comércio electrónico nas empresas e paraa formação informática e telemática.

• a criação de três novos Centros de Emprego, dois Centros de Apoio à Criação de Empresas(CACE), um Centro de Formação para o sector dos serviços e hotelaria, e um Centro deRecursos com informação, documentação e orientação escolar e profissional.

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FACILITAR O ARRANQUE E A GESTÃO DAS EMPRESAS

10. Dispensar especial atenção à redução sensível dos encargos gerais e administrativos dasempresas e em especial das pequenas e médias empresas, nomeadamente no momento decriação de uma empresa e de admissão de trabalhadores suplementares.

Enquadramento

O tecido empresarial português caracteriza-se, fundamentalmente, porum peso significativo dePME (com 10 a 499 empregados) e, nestas, de micro-empresas (até 9 empregados) e pequenasempresas (10 a 99 empregados), que constituem uma componente importante para a criação denovos postos de trabalho, prevendo-se que seja esse mesmo tipo de empresas a garantir odesenvolvimento de um emprego mais sustentado.

Existem, contudo,obstáculos à constituição de empresasrelacionados, principalmente, com oprocesso administrativo e o prazo de tempo para a sua concretização, já que este há bem poucosanos se prolongava por cerca de seis meses.

Por outro lado, os processos de licenciamento também condicionam e atrasam o arranque dasempresas.

Também a informação estratégica necessária ao desenvolvimento das PME se encontra dispersae pouco acessível.

Prioridades

• Desburocratizar todo o processo de constituiçãode novas empresas.• Simplificar o processo de licenciamento das novas empresase outros procedimentos

administrativos associados ao funcionamento das empresas.• Desenvolver um sistema de informação integradodirigido às empresas.

Objectivos – Metas

• Reduzir o tempo necessário à constituição de empresaspara 20 dias.

• Instalar 7 Centros de Formalidades de Empresas(CFE) e duas extensões desses Centros.

• Desenvolver bases de dados orientadas para as empresas, designadamente PME.

Instrumentos existentes

• Programa de Formação para PME.• Centros de Formalidades de Empresas.• Programa INPRESA.

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Novos instrumentos 1998-2002

Programados em 1998

10.1. Alargamento da oferta de serviços dos CFEa outras áreas complementares dasactividades administrativas das empresas (por exemplo, licenciamentos).

10.2. Alargamento do número de bases de dadose da informação disponível.

10.3. Inserção noscurricula do sistema educativo de componentes formativasque venham ater reflexos no plano de atitudes, nomeadamente,ligadas à valorização do espíritoempreendedor.

10.4. Simplificação de vários procedimentos administrativos no domínio da organização dotempo de trabalho, tendo em vista eliminar actos desnecessários e fomentando a resposta prontados serviços da administração do trabalho no seu relacionamento com os utentes.

10.5. Reorganização do actual aparelho administrativo da segurança social, tendo em vistauma modernização dos procedimentos administrativos, no sentido da sua simplificação,racionalização e economia de custos.

Programados em 1999

10.6. Implementação de umnovo sistema de licenciamento industrial, com criação de zonasindustriais certificadas.

10.7. Lançamento de estudos sobre a actividade de serviçosa prestar às empresas.

10.8.Reavaliação do quadro deemolumentosassociado à constituição de empresas.

Indicador de resultados

• Tempo médio de constituição de uma empresa.

Indicadores de acompanhamento

• Número de procedimentos por registo de empresa.

Calendário de desenvolvimento

• Instalação dos sete CFE e das duas extensões até final de 1999, sendo quatro instalados atéfinal de 1998.

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11. Incentivar o desenvolvimento da actividade independente, analisando — com oobjectivo de os reduzir — os eventuais obstáculos, nomeadamente nos regimes fiscais e desegurança social, à passagem à actividade independente e à criação de pequenasempresas, bem como promovendo acções de formação neste domínio e serviçosespecíficos de apoio a empresários.

Enquadramento

Comparando Portugal com a média da União Europeia, para 1995, constata-se a importância quea taxa de independência apresenta para o nosso país, já que o valor obtido para Portugal é 11pontos percentuais superior ao da União Europeia (26% contra 15%).

Neste contexto, com excepção do apoio ao auto-emprego das mulheres - grupo que experimentaespeciais dificuldades neste domínio - não parece oportuna a previsão de novas medidasincentivadoras da actividade independente, dado que o seu crescimento demonstra não existiremobstáculos significativos ao seu desenvolvimento.

Em todo o caso, privilegiar-se-á a melhoria do conhecimento do perfil qualitativo do auto-emprego e o combate ao trabalho ilegal, nomeadamente o trabalho não declarado e o falsotrabalho independente.

Por outro lado, na perspectiva do favorecimento do auto-emprego genuíno, prevê este planomedidas de incentivo à criação de pequenas empresas, as quais são focadas em outras directrizesdo I e do II Pilares.

Prioridades

• Favorecer o acesso à criação do auto-emprego efectivo, nomeadamente por parte dasmulheres.

• Combater o trabalho ilegal, nomeadamente o trabalho não declarado e o falso trabalhoindependente.

Objectivos/metas

• Reduzir a incidência do trabalho não declarado e do falso trabalho independente.

Instrumentos existentes

• Regime de apoio à criação do próprio emprego.• Criação do próprio emprego por subsidiados.• Regime de Incentivos às Micro-Empresas.• Iniciativas Locais de Emprego.

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Novos instrumentos 1999-2002

11.1. Regularização excepcional das situações de falso trabalho independente, através da suatransformação em contratos de trabalho a termo.

11.2.Revisão do sistema desanções laborais.

11.3. Reforço daactividade da Inspecção Geral do Trabalho, em articulação com outrossistemas inspectivos, no domínio da prevenção e combate ao trabalho ilegal.

11.4.Lançamento de acções com vista aidentificar as causas, a extensão e as consequênciasdo fenómeno do falso trabalho independente e não declaradonos planos fiscal, laboral e dasegurança social.

11.5. Promoção de apoios a mulheres criadoras de empresas ou trabalhadorasindependentes.

EXPLORAR AS OPORTUNIDADES DE CRIAÇÃO DE NOVOS EMPREGOS

12. Promover meios de explorar cabalmente as possibilidades oferecidas pela criação deemprego à escala local, na economia social, na área das tecnologias ambientais e nasnovas actividades ligadas às necessidades ainda não satisfeitas pelo mercado, analisando— no intuito de os reduzir — os obstáculos que as limitam. Em relação a este aspecto,deverá ser tomado em consideração o papel especial das autoridades locais e dosparceiros sociais.

Enquadramento

Nos últimos anos, a evolução macroeconómica e o desenvolvimento dos sectores de actividadenão têm respondido de forma satisfatória quer à absorção da mão-de-obra disponível, quer àconstrução de um maior equilíbrio entre as várias regiões do país, o que tem originado oaparecimento debolsas de desempregoe desegmentação do mercado de trabalho, com ascorrespondentes repercussões na pobreza e exclusão social.

Verifica-se também, a nível regional, diferenciações significativas nos domínios da educação, dodesemprego (que varia entre uma taxa de 2.5% e 8.1% em 1998) e das remunerações (cujaamplitude máxima era da ordem dos 36% em 1996).

Nesta perspectiva, a mobilização de recursos técnicos e financeiros destinados à valorização dosrecursos humanos, dinamicamente ajustados às necessidades regionais, constitui um primeiro edecisivo passo para apromoção do emprego e do desenvolvimento regional e local.

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Assim, aconstrução de Redes Regionais e Pactos Territoriais para o Empregoconstitui umestímulo ao desenvolvimento de uma relação dinâmica e positiva entre a formação decompetências e criação de emprego e o processo de desenvolvimento.

Estes “instrumentos territoriais” devem congregar, de forma coordenada e abrangente, um lequede medidas sectoriais e garantir a sua aplicação numa base social de vasta concertação eparticipação.

Também a criação deincentivos à deslocalização de indústriasem expansão, situadas emzonas com baixas taxas de desemprego para regiões do interior, permite associar os objectivos dapolítica industrial com os do desenvolvimento regional e local.

Serão ainda de explorar as potencialidades de gestação de postos de trabalho e de pequenasiniciativas de base empresarial ligadas afilões intensivos em emprego, serviços deproximidade, Rede Social, e de um modo geral ao Mercado Social de Emprego, quer emsectores tradicionais; quer em áreas como os serviços às empresas, os serviços pessoais, arecuperação do património, a cultura, o desporto e o lazer, o artesanato, a ocupação de temposlivres e a fileira de emprego científico; quer em áreas sociais, designadamente saúde, educação,família e apoio à terceira idade; quer, finalmente, na área das políticas urbanas, abrangendo aprogramação de equipamentos colectivos, os investimentos na requalificação urbana, a habitaçãoe a recuperação de áreas urbanas degradadas.

Ao nível das comunidades locais as actividades e os serviços ligados aoambiente tambémrevelam um potencial importante de criação de emprego, em ligação com as PME`s, com umenfoque no aproveitamento comercial da biomassa local para a produção de energia, a criação deempresas de inserção para a reciclagem de materiais, nos produtos agrícolas naturais, no eco-turismo e na conservação da natureza.

Em todo este quadro, importa aindareforçar o papel dos parceiros sociais e das autoridadeslocaisna identificação de oportunidades de criação de emprego ao nível local, nomeadamente noâmbito das redes regionais e nos pactos territoriais de emprego.

Prioridades

• Reforçar a coordenação entre políticas sectoriais e de desenvolvimento regionalcomvista à promoção e criação de emprego e à valorização dos recursos humanos.

• Desenvolver parcerias a nível regional e local, por forma a criar sinergias que contribuampara a rentabilização dos investimentos existentes na área do emprego e da formação.

• Combater as desigualdadesa diferentes níveis e de diferentes naturezas, essencialmente nosdomínios da pobreza e exclusão social.

• Estimular, na criação dos novos empregos, as dimensões da qualidade do posto detrabalho e da igualdade de oportunidadesentre mulheres e homens.

• Promover a sustentação e a criação de empregos em territórios rurais e comunidadespiscatórias, com recurso a instrumentos de política agrícola, de desenvolvimento rural e daspescas.

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Objectivos/metas

• Consolidar um tecido de actores sociais e económicoscom capacidade para gerar riqueza,através da dinamização de Pactos Territoriais e Redes Regionais para o Emprego.

• Desenvolver programas de actuaçãoque visem a formação de competências e apromoçãode iniciativas de base empresariale outras que contribuam para o desenvolvimento social,económico e cultural de uma determinada região.

• Incentivar a deslocalização para o interior do país de empresasem expansão nas regiõesonde escasseia a oferta de mão-de-obra.

• Dinamizar a economia social, como forma de participação no emprego por parte de gruposexcluídos ou em risco de pobreza e exclusão.

• Reforçar os serviços de proximidade.

Instrumentos existentes

• Mercado Social de Emprego.• Pacto para a Solidariedade.• Regimes de incentivos à criação de postos de trabalho (RIME, ILE, SAJE).• Regimes de apoio ao fomento e desenvolvimento empresarial (BIC, CACE,).• Regime de incentivos à indústria (PEDIP) e às pescas (PROPESCAS, ICPESCA).

Novos instrumentos 1998-2002

Programados em 1998

12.1. Implementação do Programa Redes Regionais para o Emprego, alargando-o a 10 novaszonas-piloto em 1999, distribuídas pelas cinco regiões, visando quer a criação de parcerias,dinamizadas a partir dos Serviços Públicos de Emprego, quer a promoção de emprego a nívellocal.

12.2. Desenvolvimento dos três Pactos Territoriais para o Empregoaprovados pela UniãoEuropeia e que, de acordo com intervenções diferenciadas, procuram soluções adequadas pararesponderem aos problemas distintos de cada uma dessas realidades socio-económicas.

12.3. Lançamento de umPrograma de Promoção do Emprego Temporário naAdministração Pública, para jovens e desempregados de longa duração, que permita umaexperiência de trabalho com valorização curricular, pelo período máximo de 2 anos.

12.4.Criação doFundo de Apoio a Projectos Inovadores(FAPI), nos domínios do ambiente,cultura e recuperação do património construído.

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12.5. Lançamento da medidaCheque-Serviço, no contexto do Mercado Social de Emprego.

12.6. Desenvolvimento de umamedida PEDIP de apoio à deslocalização da indústriapara ointerior.

12.7.Desenvolvimento de umprograma de apoio à criação de emprego na economia social,nomeadamente no sector cooperativo.

12.8. Promoção de umestatuto fiscal do sector cooperativomais favorável à criação deemprego.

12.9. Promoção de umPrograma de Apoio ao Desenvolvimento Sócio-local, com um efeitoracionalizador face aos instrumentos existentes, tendo em vista promover o desenvolvimentolocal sócio-económico local, aumentar a empregabilidade e o emprego e, em paralelo, reduzir odesemprego e as situações de pobreza e exclusão social.

Programados em 1999

12.10.Promoção de medidas de apoio àcriação de emprego ao nível local na área da cultura.

12.11. Desenvolvimento debolsas de ideias a nível local na área do ambiente, que serãosusceptíveis de apoio através dos actuais programas de criação de emprego e de empresas.

Indicadores de resultados

• Evolução da taxa de desemprego em cada uma das regiões.• Evolução da criação líquida de emprego por região.

Calendário de desenvolvimento

• Lançamento em 1999 de 10 novas Redes Regionais para o Emprego, de acordo com oseguinte faseamento: Abril - redes da Área Metropolitana do Porto, da Raia Sul, do PinhalInterior Norte, do Médio Tejo, da Lezíria do Tejo, e do Arade e Costa Vicentina; Junho -Rede do Corvo e do Varosa; Outubro - Redes do Douro Superior, da Raia Norte, do PinhalInterior Sul

• Lançamento faseado do FAPI e do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Sócio-local,sendo prevista a cobertura nacional para 2002.

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13. Desenvolver condições-quadro para explorar cabalmente as potencialidades deemprego no sector dos serviços, e nos serviços relacionados com a indústria,nomeadamente através do aproveitamento do potencial da sociedade da informação e dosector ambiental, a fim de criar mais e melhores postos de trabalho.

A terciarização da economia portuguesatem vindo a acentuar-se nos últimos anosapresentando ainda Portugal um certo desfasamento em relação à média europeia. De facto, entre1985 e 1997, o peso do emprego no sector terciário no emprego total aumentou 11.6 p.p. emPortugal contra 7.4 p.p. na UE. No entanto, apesar do nítido comportamento de convergência doemprego no sector terciário português para os níveis da UE, Portugal continua a ser o país menosterciarizado da Europa dos 15. O peso do sector terciário no emprego total era de 55,7% emPortugal enquanto que para a média da UE era de 64,5%. Deste modo, Portugal apresenta umacerta margem de crescimento de emprego neste sector de modo a satisfazer as necessidades aindaexistentes quer ao nível das empresas quer dos serviços pessoais.

Neste domínio ressaltam áreas relacionadas com a sociedade da informação, a cultura e oambiente.

A sociedade de informaçãorefere-se a um modo de desenvolvimento social e económico ondea informação, em termos sistémicos, conduz à criação do conhecimento e à satisfação dasnecessidades dos cidadãos e das empresas, desempenhando um papel central na actividadeeconómica, na criação de riqueza e na qualidade de vida.

O desenvolvimento de uma sociedade de informação é tanto mais importante quanto o acesso e apartilha dos seus benefícios podem ser usufruídos por uma vasta gama de entidades,nomeadamente empresas, jovens, parceiros sociais e instituições sociais em geral.

No domínio da sociedade da informação o crescimento dos serviços motivado,fundamentalmente, pelo alargamento do mercado de consumo, verá as suas necessidadessatisfeitas sob diferentes formas, nomeadamente, teletrabalho, telecompras, mercado doaudiovisual e dos lazeres.

A sociedade da informação terá ainda incidências indirectas significativas ao nível da promoçãode novas formas de organização do trabalho, no reforço da competitividade industrial, namelhoria de qualidade de vida e do ambiente e poderá constituir uma resposta às necessidadessociais e dos serviços públicos.

Neste contexto é reconhecida à escola um papel importante no sentido do desenvolvimento decompetências para a vida na sociedade da informação, não apenas no que se refere à dimensãodeste esforço no quadro dos currículos escolares, mas também direccionado para os restanteselementos da sociedade educativa, nomeadamente os pais e os profissionais relacionados com aescola.

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A cultura está hoje no centro de vários interesses económicos, sociais e políticos e ligada anovas ou renovadas procuras, sendo considerado um dos domínios de maior crescimentopotencial na próxima década.

Assinala-se, assim, a propensão crescente de um número cada vez maior de consumidores paraaquisição e frequência de produtos e eventos culturais, quando já não está em causa a satisfaçãodas necessidades básicas, confirmando que, para rendimentos mais elevados, há uma maiorpercentagem de consumos ligados ao sector terciário superior (certos serviços pessoais ecolectivos).

Sublinha-se ainda o papel de desenvolvimento local (e do número cada vez mais elevado deiniciativas e de experiências neste domínio), nesta valorização da cultura nas sociedades actuais,dado o lugar central que as questões da identidade e da história local têm desempenhado nessesprocessos.

O sector doambiente constitui igualmente uma fonte de novos empregos, principalmente emPortugal, na medida em que se espera, num curto prazo, uma maior aproximação aos padrõesmédios da UE.

O desenvolvimento das indústrias ligadas ao ambiente encontra eco quer em áreas clássicas(resíduos, água, poluição) quer em áreas de carácter inovador, mais promissoras em termos dealta intensidade de mão-de-obra e de empregos duradouros.

A formação profissional neste domínio tem que aumentar já que dela depende em boa medida apreparação dos recursos humanos para o sector ambiental, tendo em vista a melhoria do perfilquantitativo e qualitativo dos “empregos verdes”, nomeadamente na área dos serviços prestadosàs empresas.

Prioridades

• Explorar cabalmente as potencialidades de emprego no sector dos serviços.

Objectivos/metas

• Aumentar o volume de empregono sector dos serviços.

Instrumentos existentes

• Medidas previstas no Livro Verde para a Sociedade da Informação em Portugal.• Iniciativa Nacional para o Correio Electrónico.

Novos instrumentos 1998-2002

Programado em 1998

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13.1.Promoção doPrograma Cidades Digitaisna vertente de promoção da criação de empregoqualificado com base no uso socialmente generalizado de tecnologias de informação.

Programados em 1999

13.2.Desenvolvimento de umprojecto piloto orientado para a criação de emprego na áreados serviços tirando partido das tecnologias de informação.

13.3. Apoio à criação de emprego de doutorados e mestresnas empresas.

13.4.Lançamento doprojecto “Multimédia para todos” , visando o combate à info-exclusão.

13.5.Criação de umfundo de capital de risco na área da cultura.

13.6.Desenvolvimentodo Plano de Formação Profissional Ambiente-99.

Indicadores de resultado.

Taxa de emprego nos serviços total e por níveis de qualificação (alto, baixo).

TORNAR O SISTEMA FISCAL MAIS FAVORÁVEL AO EMPREGO

14. Cada Estado-Membro fixará, se necessário e em função do seu nível actual, umobjectivo de redução progressiva da carga fiscal total e, quando apropriado, umobjectivo de redução progressiva da pressão fiscal sobre o trabalho e dos custos nãosalariais do trabalho – nomeadamente sobre o trabalho pouco qualificado e de baixaremuneração – sem pôr em causa o saneamento das finanças públicas e o equilíbriofinanceiro dos sistemas de segurança social. Examinará eventualmente a oportunidadede criar um imposto sobre a energia ou sobre as emissões poluentes ou qualquer outramedida fiscal.

O quadro geral da fiscalidade em Portugal é já marcado pela existência de uma situação onde adimensão relativa dos impostos indirectos assume, em termos comparativos à escala europeia,um peso mais elevado, enquanto os impostos sobre os rendimentos e as contribuições para aSegurança Social possuem, em termos de percentagem no PIB, uma dimensão relativamentebaixa.

No entanto, e com o objectivo de tornar o sistema fiscal mais favorável ao emprego foi jáefectuada, em 1995, umaredução da Taxa Social Únicaem 0,75 pontos percentuais.

Por outro lado, com vista à criação de emprego nos grupos sociais com maior fragilidade existejá, na legislação portuguesa, a possibilidade de beneficiar as empresas comisenções de

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contribuição para a Segurança Social durante 36 meses. Esta medida, em vigor desde 1986,dirige-se à contratação de jovens à procura do primeiro emprego, a desempregados de longaduração e a pessoas portadoras de deficiência.

Acresce que foi apresentada à Assembleia da República uma medida de incentivo aotrabalho atempo parcial que contempla um desagravamento dos custos indirectos associados a esta formade trabalho.

Entretanto, com o objectivo de reforçar o ambiente promotor do emprego foram adoptadas váriasmedidas de natureza fiscal, nomeadamente nos Orçamentos do Estado cuja concretizaçãoreforça o enquadramento favorável ao emprego em 1999 e em anos seguintes:

• Incentivo fiscal àcriação de emprego para jovens até 30 anos, que consiste na redução dacarga fiscal para as empresas que procedam à criação líquida de postos de trabalho paratrabalhadores admitidos por contrato sem termo com idade não superior a 30 anos.

• Redução da carga fiscal sobre as empresas através daredução da taxa de IRCque passoude 36 para 34 por cento.

• Criação de umsistema extraordinário de incentivos fiscais para as médias empresas,cujo volume de negócio não ultrapasse 600.000 contos no primeiro ano em que beneficiemdo incentivo, aplicável aos períodos de tributação que se iniciem em 1998, 1999 e 2000.

• Criação de um crédito fiscal para investimento em investigação científica edesenvolvimento experimental (I&D), para empresas com actividades comerciais,industriais ou agrícolas, nos exercícios de 1998, 1999 e 2000.

• Criação deincentivos fiscais para as microempresas, que consistem na redução para 20%da taxa do IRC nos exercícios de 1999, 2000 e 2001. O mesmo benefício de redução da taxade IRC também se aplica a microempresas criadas após 1 de Janeiro de 1999, que poderãobeneficiar de isenção do IRC se criarem postos de trabalho em termos líquidos e se o seucapital estiver detido maioritariamente por jovens entre os 18 e 35 anos.

• Criação de incentivos fiscais à interioridade que favorecem a criação de empresas,nomeadamente pelos jovens, e a promoção do emprego:

- Redução para 15 por cento da taxa do IRC nos exercícios de 1999, 2000 e 2001,desde que as empresas se instalem nas zonas do interior do País.

- Dedução ao lucro tributável e até à concorrência de 35% deste, de uma importânciade 15% do investimento adicional relevante efectuado no período de tributação.

- Isenção de sisa e selo para prédios ou fracções autónomas de prédio urbano nas zonasdo interior para jovens com idade compreendida entre os 18 e até 35 anos de idade,destinadas a habitação ou à afectação duradoura da actividade da empresas.

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• Criação de um benefício fiscal através da introdução de uma dedução à colecta de 20% dosmontantes despendidos com aquisição decomputadores de uso pessoal, modems, placasRDIS e aparelhos de terminal.

• Criação deincentivos fiscais ao sector cooperativo e socialdesignadamente por via dapromoção da educação e formação.

Por seu turno, no quadro dareforma da Segurança Social,que se encontra a ser debatida naAssembleia da República, o Governo português está a avaliar a possibilidade de reduzir os custosnão salariais da mão-de-obra, designadamente através de uma diversificação das fontes definanciamento da Segurança Social.

Finalmente, tendo em conta as debilidades da estrutura de habilitações/qualificações dapopulação, num país em que o nível de remuneração média do trabalho é dos mais baixos daUnião Europeia, considera-se que não se justifica uma redução da pressão fiscal e dos custos nãosalariais sobre o trabalho pouco qualificado e de baixa remuneração.

No quadro dos compromissos assumidos pelo Governo junto da Assembleia da República e dosParceiros Sociais, asprioridades para 1999são:

• aprovar, em sede parlamentar, alterações no sistema de Segurança Social que permitamdesonerar o factor trabalho;

• proceder à avaliação da eficácia dos incentivos fiscais concedidos para a criação de empregoe propor eventuais alterações aos mesmos, por forma a aumentar a sua capacidade dediscriminação positiva dos grupos mais carenciados.

Indicadores de resultados

• Total dos impostos em percentagem do PIB.• Taxa implícita dos impostos sobre o trabalho.• Taxa marginal de impostos por nível de salários e família tipo.

15. Cada Estado-Membro analisará, sem obrigação, a conveniência de reduzir a taxa deIVA sobre os serviços com uma elevada componente de mão-de-obra e não expostos àconcorrência transfronteiriça.

Esta medida tem por pressuposto básico que a redução da taxa do IVA sobre determinadosserviços com forte componente laboral poderia gerar um aumento de postos de trabalho. Paraque tal acontecesse seria necessário que se verificassem simultaneamente duas condições:primeira, que uma tal medida reduzisse os preços dos serviços abrangidos e segunda, que esta

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descida dos preços induzisse um aumento de procura. Os poucos estudos conhecidos não sãoconclusivos quanto à verificação empírica destas condições.

Em Portugal, já foireduzida recentemente a taxa do IVA de 17 para 12 por cento sobre osrestaurantes, que são reconhecidamente um sector intensivo em emprego. Por outro lado, ospequenos serviços (até 2000 contos) estão isentos de IVA, pelo que a redução da taxa não teriaaqui qualquer efeito.

Assim, a ausência de definições comuns sobre as categoria sujeitas a taxa reduzida proporcionamsituações de grande disparidade de tributação em vários Estados-membros, impondo-se umaharmonização mais completa das taxas, e da sua aplicação, mesmo no âmbito do actual regimetransitório, antes de qualquer medida avulsa visando o objectivo emprego.

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PILAR III - INCENTIVAR A CAPACIDADE DE ADAPTAÇÃODAS EMPRESAS E DOS TRABALHADORES

A análise da estrutura da população activa evidencia fundamentalmente debilidades associadas aumamão-de-obra pouco qualificadae com fraco potencial de adaptabilidade, bem como a umperfil de emprego altamente vulnerávele com um grau de sustentabilidade muito baixo faceaos processos de modernização e reestruturação que se anunciam. Deste facto decorrem novasexigências de qualificação.

Estas debilidades coexistem com uma taxa de desemprego baixa comparativamente aos outrospaíses da União Europeia, mas cuja sustentação se afigura ser possível através de medidas pró-activas e de natureza preventiva, tendo como grupo alvo a população adulta empregada.

Estas medidas que visam os processos demodernização, reestruturação e reconversãodasempresas devem ser geridas de forma a garantir em simultâneo a criação de empregos maisqualificados, o reforço da competitividade das empresas.

Neste quadro é central o papel das pessoas nomeadamente enquanto agentes de inovação, dedecisão rápida em clima de risco, de definição de estratégias de melhoria contínua e continuada,em síntese, de desenvolvimento sustentável.

Entre osinstrumentos desenvolvidos em 1998 no contexto deste III Pilar, destaca-se a criaçãodo SIRME, no âmbito do qual foram recepcionadas, até final de Dezembro de 1998, 104candidaturas com carácter de continuidade, bem como o alargamento do Programa de Formaçãopara PME.

Foi entretanto apresentado aos parceiros sociais um memorando orientador do Programa FACE.Também na sequência da sua apresentação aos parceiros sociais, foi aprovado o ProgramaRotação Emprego-Formação, aplicado a empresas que pretendam desenvolver meios deformação contínua e necessitem de recrutar temporariamente trabalhadores.

Em termos de iniciativas legislativas, refira-se que transitaram para a Assembleia da Repúblicaas propostas de lei referentes ao regime jurídico do trabalho a tempo parcial, ao trabalhotemporário e à revisão do regime de suspensão dos contratos de trabalho e de redução dosperíodos normais de trabalho.

Para1999aposta-se fundamentalmente no desenvolvimento das medidas já previstas em 1998, aque se associa a criação de um regime fiscal de apoio à formação nas empresas e odesenvolvimento do Programa “Inovação Organizacional e Gestão de Recursos Humanos”.

Do ponto de vista dasestratégias de incidência regional, para além do desenvolvimento deacções de formação destinadas a empresários, que incidam sobre domínios relacionados com oprocesso de inovação nas áreas da gestão e da produção - medida esta prevista no Plano Regional

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de Emprego para o Alentejo - salientam-se neste pilar os seguintes instrumentos programados noPlano Regional de Emprego para a Área Metropolitana do Porto:

• o desenvolvimento de um Programa de Incentivos à Qualificação e Adaptação Profissionalnas Empresas, tendo em vista readaptar os trabalhadores aos novos contextos tecnológicos edesenvolver novas competências profissionais.

• o lançamento experimental de nove “Centros-piloto de formação ao longo da vida - Oficinasde Projectos”, visando fomentar o apoio formativo permanente aos activos com necessidadesde formação em competências-base nos domínios da literacia.

• a promoção de uma fórmula flexível e integrada de assistência técnica de médio e longoprazo às PMEs - PME XXI, através de um programa experimental de consultoria formativano interior da empresa, formação complementar dos colaboradores, no exterior da empresa, eainda da promoção de programas internos centrados nas mudanças qualitativas na empresa.

MODERNIZAR A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

16. Convidam-se os parceiros sociais a negociar, aos níveis adequados, nomeadamente anível sectorial e das empresas, acordos tendentes a modernizar a organização detrabalho, incluindo formas de trabalho flexíveis, por forma a tornar as empresasprodutivas e competitivas e atingir o equilíbrio necessário entre flexibilidade eSegurança. Esses acordos podem incidir, por exemplo, sobre a anualização do tempo detrabalho, a redução do tempo de trabalho, a redução das horas extraordinárias, odesenvolvimento do trabalho a tempo parcial, a formação “ao longo da vida” e asinterrupções de carreira.

Em 13 de Abril de 1998 os Parceiros Sociais acordaram numa Declaração Conjunta.

17. Cada Estado-Membro analisará por seu lado a oportunidade de introduzir na sualegislação tipos de contratos mais adaptáveis para ter em conta o facto de o empregoassumir formas cada vez mais diversas. As pessoas cujo trabalho é regido por contratosdeste tipo deveriam simultaneamente beneficiar de uma segurança suficiente e de ummelhor estatuto profissional, compatível com as necessidades das empresas.

Enquadramento

A lei regula praticamente todos os aspectos das relações de trabalho. A legislação do trabalho emvigor encontra-se regulada de forma dispersa, o que levanta problemas de adequação às actuaisrealidades económicas e sociais. Tem-se procedido a um esforço de adaptação da legislaçãolaboral, a par do reforço do papel da negociação colectiva na regulamentação das condições detrabalho.

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Prioridades

• Actualizar o quadro legislativo, adequando-o nomeadamente às novas formas de emprego.• Assegurar a adequada protecção legal dos trabalhadoresenvolvidos em formas atípicas

de prestação de trabalho.• Prosseguir o combate ao trabalho ilegal.

Objectivos/metas

• Promover a revisão da legislação do trabalho, tendo em vista elevar o seu nível deadequação e eficiência e o funcionamento regulado e eficaz do mercado de trabalho.

• Incentivar , através do seu enquadramento legal,a utilização de tipos de contratos maisadaptadosàs novas formas que vem assumindo o emprego.

• Garantir maior efectividade às regras legais e convencionaissobre a constituição econteúdo das relações de trabalho.

Instrumentos existentes:

• Regulamentação legal do contrato de trabalho.• Regulamentação legal do trabalho domiciliário.• Regulamentação legal sobre férias, faltas e feriados.

Novos instrumentos 1998-2002

17.1. Regulamentação do trabalho a tempo parcial: o novo regime para além de regulamentara prestação de trabalho a tempo parcial, visa criar incentivos ao trabalho a tempo parcial, desdeque voluntário e reversível e quando daí resulte a contratação de novos trabalhadores.

17.2. Revisão do regime jurídico do trabalho temporário.

17.3. Regulamentação do teletrabalho.

Calendário de desenvolvimento

Conclusão dos trabalhos em curso: 2º semestre de 1999.

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APOIAR A CAPACIDADE DE ADAPTAÇÃO DAS EMPRESAS

18. Os Estados-Membros reexaminarão os obstáculos, nomeadamente fiscais, que podemimpedir o investimento em recursos humanos e, eventualmente, preverão incentivos,fiscais ou outros, para desenvolver a formação na empresa; analisarão igualmentequalquer nova regulamentação para verificar se contribui para reduzir os obstáculos aoemprego e aumentar a capacidade do mercado de trabalho para se adaptar às mudançasestruturais da economia.

Enquadramento

A formação profissional tem ainda uma expressão reduzida nas empresas portuguesase,em especial, nas de pequena dimensão. As PME têm beneficiado pouco dos apoios à FormaçãoProfissional (cerca 10% do universo das PME). Esta situação é tanto mais gravosa quanto é aonível das PME que se concentra um grande peso dos trabalhadores de baixas qualificações.

Este factor constitui um obstáculo à capacidade de adaptação à mudança e à melhoria dacompetitividade das empresas.

Prioridades

• Reforçar a formação e o apoio técnico às micro e pequenas empresas.

• Reforçar a formação avançada em Ciência e Tecnologiae promover a inserção de quadroscom formação avançada em Ciência e Tecnologia nas empresas.

• Incentivar a adopção pelas empresas de políticas de recursos humanos que promovam aigualdade de oportunidadesentre mulheres e homens.

Objectivos/metas

• Reforçar os programas de apoio à formação para as PME.

• Apoiar a reestruturação de empresas, tornado-as mais fortes e competitivas, emarticulação com objectivos de desenvolvimento regional.

Instrumentos existentes

• Programa de Formação para PME.

Novos instrumentos 1998-2002

Programados em 1998

18.1.Lançamento doPrograma FACE, preferencialmente para trabalhadores em risco ligados asectores e empresas em reestruturação.

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18.2. Revisão do quadro legal de medidas de protecção social especial aplicáveis aostrabalhadores de sectores/empresas em reestruturação, privilegiando uma lógica de parceriae uma intervenção coordenada das várias estruturas envolvidas, com vista a actuarpreventivamente e a amortecer os custos sociais das reestruturações.

18.3.Implementação doPrograma ROTAÇÃO Emprego –Formaçãoaplicado a empresas quepretendam desenvolver meios de formação contínua e necessitem de recrutar temporariamentetrabalhadores em substituição para garantir a continuidade da produção; neste contexto, prevê-sea isenção da obrigação de contribuir para a segurança social nas situações em que as entidadesempregadoras contratem, temporariamente, trabalhadores para substituirem os efectivos dosseus quadros de pessoal, que se encontrem a frequentar acções de formação.

18.4. Revisão do regime de suspensão dos contratos de trabalho e de redução dos períodosnormais de trabalho (lay-off).

18.5. Lançamento doPrograma CLUBE DOS CRAQUES, procurando rentabilizar oknow-how dos trabalhadores altamente qualificados e em situação de reforma, no sentido datransmissão de conhecimentos e de experiência, quer através de acções de formação, quer atravésde assistência técnica a empresas ou a projectos novos.

18.6. Alargamento do Programa de Formação para PMEcom vista a uma cobertura de umnúmero mais elevado de micro e pequenas empresas.

18.7. Implementação doSIRME – Sistema de Incentivos à Reutilização e Modernização doTecido Empresarial. Tem uma linha especial para zonas marcadas por situações de mono-indústria ou de mono-empresa.

Programados em 1999

18.8.Criação de umregime fiscal de apoio à formação nas empresas.

18.9. Promoção daformação contínua nas empresas, mediante uma redução da Taxa SocialÚnica financeiramente compensada por verbas das políticas de emprego.

18.10. Desenvolvimento do programa “Inovação Organizacional e Gestão de RecursosHumanos”.

Indicador de acompanhamento

• Percentagem das empresas que promovem acções de formação contínua.• Percentagem de trabalhadores que participam em acções de formação contínua.

Calendário de desenvolvimento

• Conclusão dos processos legislativos e lançamento dos novos programas até final de 1999.

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PILAR IV: REFORÇAR AS POLÍTICAS DE IGUALDADE DE OPORTUNIDADESENTRE HOMENS E MULHERES

A concretização do princípio da igualdade de oportunidades tem sido objecto de impulsossignificativos a nível interno, com tradução ao nível constitucional e governativo.

Assim, conforme refere o preâmbulo da Resolução do Conselho de Ministros que aprovou oPlano Global para a Igualdade de Oportunidades “nem a igualdade constitucional e legalmenteestabelecida nem a presença e estatuto das mulheres no mercado de trabalho têm sido suficientepara a realização de uma efectiva igualdade entre homens e mulheres. De facto, embora setenham verificado mudanças significativas nas relações sociais de género nos últimos anos,nomeadamente devido à participação crescente das mulheres no mercado de trabalho e àindependência económica que dela decorre, assim como ao aumento do nível de escolarizaçãosecundária e superior, estas mudanças não se traduziram ainda numa melhoria global do estatutosocial das mulheres. O mercado de trabalho revela umaforte segregação sectorial e vertical doemprego feminino, que se concentra nas áreas da saúde e do ensino, assim como nos lugaresmais baixos ou intermédios das hierarquias das organizações. Por outro lado, as mãesadolescentes, as mulheres idosas e as mulheres sós com filhos a seu cargo, constituem grupossociais fortemente vulneráveis à pobreza e em risco de exclusão social, sobretudo quando a estascondições se juntam uma reduzida ou nula escolarização e a ausência de qualificaçãoprofissional”.

Daí que o Governo considere “ocarácter prioritário das políticas relativas à igualdade deoportunidades entre homens e mulheres, com vista ao desenvolvimento económicosustentado, ao alargamento da cidadania e ao aprofundamento da democracia.”

E tendo a revisão constitucional de 1997 incluído nas tarefas fundamentais do Estado apromoção da igualdade de oportunidades entre as mulheres e os homens, pretende-se que o PlanoNacional de Emprego se constitua como instrumento particularmente relevante ao serviçodaquele objectivo.

Assim, no âmbito do IV Pilar, optou-se em 1998:

• por alargar a difusão do direito nacional, internacional e comunitário, bem como porreforçar o acesso das pessoas ao direito;

• por dar início à criação ou àmelhoria de condições para a mudança de atitudes, através dasensibilização de públicos diversificados, de formação inovadora para públicos estratégicos,de formação estruturante na área da igualdade de oportunidades e do desenvolvimento decompetências para a autonomia na vida familiar, o que permite, por um lado, tomarconsciência das situações e assim pôr em causa as visões tradicionais dos papéis sociais dasmulheres e dos homens - que já são incompatíveis com a realidade actual e que quase sempreconstituem a causa remota da discriminação - e, por outro lado, facilitar, na prática, aconciliação da vida profissional e familiar;

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• por criar condições para a renovação e o aprofundamento da dimensão da igualdade deoportunidades no diálogo social, em que avulta a entrada em funcionamento de umObservatório para detectar e prevenir as discriminações directas e indirectas em função dosexo nos instrumentos de regulamentação colectiva, para incentivar a introdução de acçõespositivas e para promover uma cultura de igualdade de oportunidades entre homens emulheres;

• por aproximar a relação com as empresas, sublinhando as potencialidades da Igualdadede Oportunidades como factor de inovação estratégica na gestão indispensável àqualidade total nas empresas, de que são exemplo a instituição de um prémio às quepromovam práticas exemplares neste âmbito, ou a edição do primeiro Manual que lhes édirigido sobre boas práticas para a conciliação da vida profissional e familiar.

Em 1999, reforçam-se as Directrizes do IV Pilar, e, para atingir o objectivo geral de introduzir,numa perspectiva horizontal e integrada, a dimensão da igualdade entre mulheres e homens emtodo o PNE,prevêem-se expressamente, ao longo dos três primeiros Pilares, prioridades,objectivos e instrumentos, os quais pressupõem que diversas medidas de acção positiva, novas,de reforço ou de aprofundamento das actualmente existentes, também se devam considerarimplícitas.

A concepção do sistema de avaliação dos progressos resultantes desta abordagem teráigualmente lugar em 1999.

Em termos de abordagens territoriais diferenciadas, destaca-se a previsão noPlano Regionalpara o Emprego no Alentejo da Rede AJUDA, uma rede de prestadores de serviços àcolectividade para apoio domiciliário a idosos e outros dependentes, que permite a pessoasqualificadas serem reconhecidas como tal pela Segurança Social e receberem, à semelhança dasamas, uma subvenção que compense a falta de meios por parte dos idosos para pagamento dosserviços prestados.

Por seu lado, oPlano Regional de Emprego para a área Metropolitana do Portotambémprevê medidas que concorrem para o desenvolvimento dos objectivos deste IV Pilar,designadamente:

• a criação de centros de teleserviços visando a articulação de serviços dirigidos a pessoasdependentes.

• a majoração em 20%, face à base nacional, dos apoios concedidos no âmbito das Empresasde Inserção e das Iniciativas Locais de Emprego dirigidas a actividades de carácter social,serviços de proximidade ou envolvendo iniciativas empresariais locais que sejam projectosconduzidos por mulheres desempregadas que desejem retomar uma actividade profissional.

• A promoção de um dispositivo do tipo Rede AJUDA.• a promoção do projecto experimental Emprego-Família de partilha do trabalho em casa e no

posto de trabalho, criando incentivos para uma gestão facilitada do volume total de trabalho.

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INTEGRAÇÃO DO OBJECTIVO DA IGUALDADE DE OPORTUNIDADES ENTREMULHERES E HOMENS

19. Os Estados-membros adoptarão uma abordagem que consagre a integração doobjectivo da igualdade de oportunidade entre mulheres e homens ao executarem asorientações dos quatro pilares. A fim de avaliar de forma significativa os progressos emrelação a esta abordagem, é necessário que os Estados-Membros prevejam sistemas eprocedimentos adequados para a recolha de dados.

Enquadramento

A introdução da dimensão da igualdade de oportunidades entre mulheres e homens em todas aspolíticas vem sendo preconizada pelas Nações Unidas, designadamente no Plano de acçãoresultante da Conferência de Pequim, pelo Conselho da Europa e pela própria União Europeia.

Em Portugal, esta é a perspectiva adoptada pelo Plano Global para a Igualdade de Oportunidades

Ao longo dos três primeiros Pilares do PNE foram incluídas diversas medidas visando aqueladimensão. No âmbito desta Directriz incluem-se os aspectos que a mesma expressamente refere.

Prioridade

• Assegurar a avaliação antecipada, de acompanhamento e “ex-post” dos impactos nas mulherese nos homens dos diversos instrumentos do PNE.

Objectivos/Metas

• Desenvolver um sistema apropriado para avaliação da situação das mulheres e doshomensrelativamente ao emprego, à formação profissional e ao trabalho remunerado e nãoremunerado.

Instrumentos existentes

• Plano Global para a Igualdade de Oportunidades

Novos instrumentos 1998-2002

19.1. Criação umsistema de recolha de dados, monitorização e acompanhamento daigualdade de oportunidadesna perspectiva do seu desenvolvimento transversal no PNE.

Este sistema, que será objecto de estudo, aprofundamento e modelagem ao longo de 1999, serámontado e gerido pela Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE), devendoas entidades dinamizadoras dos instrumentos previstos no PNE assegurar a informaçãonecessária à prossecução desta finalidade.

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A CITE promoverá a difusão periódica e anual de informação neste domínio, designadamentecom recurso à desagregação por género de indicadores de resultado e de acompanhamentoprevistos nas directrizes contidas nos vários pilares do PNE.

19.2. Majoração sistemática das medidas de apoio ao empregonas profissõessignificativamente marcadas por discriminações de género.

Tendo em vista proporcionar um quadro de referência à aplicação de majorações de incentivosno âmbito das políticas activas de emprego é por este meio adoptada umalista nacional deprofissões significativamente marcadas por discriminações de género.

Nessa lista incluem-se as profissões em que a proporção de um género em relação ao outro é depelo menos de 3 para 1, de acordo com umíndice de discriminação profissionalque traduz orácio da diferença do emprego por conta de outrem entre os géneros, em relação ao número totalde trabalhadores daquela profissão.

LISTA NACIONAL DE PROFISSÕES SIGNIFICATIVAMENTEMARCADAS POR DISCRIMINAÇÕES DE GÉNERO (PORTUGAL, 1996)

CNP Profissão (CNP – versão 1994) (*) TCOH+M(1)

ÍndiceDiscrim.Profis.

Prepon-derância

831 Maquinistas de locomotivas e trabalhadores similares 3.5 100.0 H615 Trabalhadores da aquacultura e pescas 1.5 97.8 H713 Trabalhadores da construção civil e similares - acabamentos 19.2 97.8 H712 Trabalhadores da construção civil e obras públicas 69.5 97.7 H834 Mestres, marinheiros e trabalhadores similares 1.3 97.6 H832 Condutores de veículos a motor 64.7 97.2 H723 Mecânicos e ajustadores de máquinas 19.2 96.0 H833 Operadores de maquinaria agrícola móvel e de outras máquinas móveis 19.8 95.9 H811 Operadores e condut. de máq. e instalações mineiras de extrac. e tratam. de minerais 2.8 95.8 H816 Operadores de instalações de produção de energia e trabalhadores similares 3.6 94.1 H721 Moldadores, soldadores, bate-chapas, caldeireiros, ... 36.0 92.3 H812 Operadores de instalações de transformação de metais 1.8 91.9 H

7436 Costureiras, bordadores e trabalhadores similares 75.7 91.9 M931 Trabalhadores não qualificados das minas e da construção civil e obras públicas 34.4 91.8 H332 Educadores de infância 6.8 91.7 M714 Pintores, limpadores de fachadas e trabalhadores similares 9.6 90.9 H516 Pessoal dos serviços de protecção e segurança 1.0 90.6 H722 Forjadores, serralheiros mecânicos e trabalhadores similares 30.7 89.0 H711 Mineiros, canteiros, carregadores de fogo e trabalhadores de pedreira 6.0 88.1 H614 Trabalhadores florestais e similares 0.7 85.8 H814 Operadores de instalações para trabalhar madeira e cortiça e de fabricação de papel 6.0 84.2 H331 Docentes do ensino básico, primário e pré-primário 1.6 80.9 M742 Trabalhadores das madeiras e similares 14.4 80.6 H815 Operadores de instalações de tratamentos químicos 2.6 79.9 H821 Operadores de máquinas para trabalhar metais e produtos minerais 6.0 76.4 H314 Oficiais da marinha, pilotos de aviões e técnicos de transportes marítimos e aéreos 1.4 76.1 H913 Pessoal de limpeza, lavadeiras, engomadores de roupa e trabalhadores similares 52.3 75.7 M

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933 Trabalhadores não qualificados dos transportes 12.5 74.7 H214 Arquitectos, engenheiros e especialistas similares 12.7 74.1 H

3415 Representantes comerciais e Técnicos de vendas 42.7 73.0 H514 Outro pessoal dos serviços directos e particulares (2) 10.2 70.7 M311 Técnicos de investigação física e química, do fabrico industrial e trabalhad. similares 31.9 69.7 H813 Operadores de instalações de fabricação de vidro, cerâmica e trabalhadores similares 4.1 69.3 H731 Mecânicos de precisão em metal e materiais similares 2.1 67.1 H223 Enfermeiros 2.4 63.9 M914 Porteiros de prédios urbanos, lavadores de vidros e veículos e trabalhadores similares 4.0 62.4 H915 Estafetas, bagageiros, porteiros, guardas e trabalhadores similares 41.5 60.8 H513 Vigilantes, assistentes médicos e trabalhadores similares 19.1 60.7 M511 Assistentes, cobradores, guias e trabalhadores similares 5.0 59.6 H724 Mecânicos e ajustadores de equipamentos eléctricos e electrónicos 33.1 59.1 H823 Operadores de máquinas para fabricar produtos de borracha e matéria plástica 11.1 55.4 H122 Directores de produção, exploração e similares 18.5 54.9 H321 Técnicos das ciências da vida e da saúde 1.4 54.7 M411 Secretários e operadores de equipamentos de tratamento de informação 13.6 52.9 M342 Agentes comerciais e corretores 1.4 50.5 H

Fontes: MTS/DETEFP (Departamento de Estatísticas de Trabalho, Emprego e Formação Profissional – Quadros dePessoal, Outubro de 1996; MTS/DEPP.Notas:(*) São nomeadamente incluídas as profissões a 3 dígitos da CNP (Classificação Nacional de Profissões –

versão 1994) em que o número de trabalhadores por conta de outrem com essa profissão seja de pelo menosum milhar (com excepção dos Trabalhadores florestais e similares, CNP 614).(1) Milhares de trabalhadores por conta de outrem.(2) Nomeadamente cabeleireiros, esteticistas, massagistas, agentes funerários.

Calendário de desenvolvimento

• Estudo e modelagem do sistema de monitorização em 1999.

COMBATER A DISCRIMINAÇÃO ENTRE HOMENS E MULHERES

20. Os Estados-membros esforçar-se-ão por reduzir a disparidade entre as taxas dedesemprego das mulheres e dos homens, apoiando activamente um aumento do empregodas mulheres, e tomarão medidas para alcançar uma representação equilibrada demulheres e homens em todos os sectores e actividades. Darão igualmente início amedidas positivas para promover a igualdade de remuneração por trabalho igual ou devalor igual, e para diminuir as diferenças de rendimentos entre mulheres e homens. Afim de reduzir as disparidades entre mulheres e homens, os Estados-Membros analisarãoa possibilidade de um maior recurso a medidas para a promoção das mulheres.

Enquadramento

A situação em Portugalneste domínio, caracteriza-se por:

• persistentediferença da taxa de desemprego das mulheres e homens(+2,2 pontospercentuais nas mulheres), com particular relevância no que se refere ao grupo etário dos/as

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jovens (+ 4.4 pontos percentuais nas mulheres) e aos desempregados de longa duração, cujasituação é abordada na directriz 18;

• índice de concentração de mulheres bastante mais elevado em sectores de actividade de forteintensidade de mão de obra e baixos salários médios, e em sectores tradicionais.

• intensa concentração de mulheres nosníveis de habilitações mais baixos, embora o seupeso no ensino superior seja mais elevado que o dos homens;

• distribuição assimétrica, em desfavor das mulheres, entre postos de trabalho de maior emenor qualificação (- 2,2 pontos percentuais de mulheres que homens no nível de quadrosuperior, + 11,2 pontos percentuais de mulheres que homens no nível de semi qualificado);para um mesmo nível de qualificações as mulheres possuem habilitações superiores às doshomens;

• ganhos médiosdas mulheres representam, em termos brutos, cerca de 71% dos homens, comdiferenciações salariais, depois de retirada a influência da desigual distribuição sectorial epor níveis de qualificação do emprego dos homens e das mulheres de cerca de 11,5%.

Prioridades

• Combater a segregação no mercado de trabalho e a segregação salarial, promovendo oacesso das mulheres quer a áreas profissionais novas ou onde estão subrepresentadas(segregação horizontal), quer a postos de chefia (segregação vertical), bem como incentivaras iniciativas empresariais de mulheres.

• Aumentar a participação das mulheres na formação profissionalqualificante e as suaspossibilidades de acesso a uma requalificação susceptível de melhorar a suaempregabilidade.

• Reforçar a informação, a prevenção do incumprimento e o controlo de aplicação dalegislação sobre igualdade de oportunidades no trabalho, no emprego e na formaçãoprofissional.

Objectivos/metas

• Reduzir as diferenças entre as taxas de desempregodas mulheres e dos homens, emespecial no grupo jovem.

• Reduzir as desigualdades nos ganhos médiosdas mulheres e dos homens.

• Criar condições para o estabelecimento, por acordo dos parceiros sociais,de progressosno quadro da contratação colectiva que reduzam as desigualdades e combatam asegregação no mercado de trabalho.

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• Apoiar o emprego das mulheresatravés do reforço de acções positivas (majorações,prioridades, isenções, prémios, adaptações estruturais, especificidades, designadamente nodomínio da formação e da qualificação).

• Generalizar, na formação inicial e contínua, a sensibilização à dimensão da igualdadede oportunidades, adaptada em função dos públicos alvo.

• Valorizar as competências adquiridasem contexto profissional, familiar e social.

Instrumentos existentes

• Apoio ao emprego e formação profissional de mulheres e formação orientada para áreasinovadoras, para profissões tradicionalmente masculinas e para a criação de empresas.

• Apoio à constituição de “redes de intercâmbio e apoio” de entidades e agentes quepromovem a formação de mulheres.

• Programas de formação-emprego que isentam as entidades enquadradoras de formação nosprogramas de formação emprego, na comparticipação nos custos de formação quando asparticipantes são mulheres.

• Apoios ao emprego de mulheres, por majoração de 20% quer no apoio à contratação demulheres em profissões onde estão sub-representadas, quer no apoio à criação de actividadesindependentes a desenvolver por mulheres.

Novos instrumentos 1998-2002

Programados em 1998

20.1. Sensibilização e formação na área da igualdade de oportunidades, a partir daconstrução de módulos, de metodologias e de materiais inovadores, dirigidos a gruposestratégicos.

20.2. Inclusão de um módulo sobre igualdade de oportunidades em toda a formaçãopública desenvolvida pelo IEFP.

20.3. Funcionamento de um Observatóriopara seguimento da temática da igualdade deoportunidades nos instrumentos de regulamentação colectiva de trabalho.

20.4. Atribuição de prémios às empresas e aos serviços públicos com políticas exemplaresna área da igualdade de oportunidades.

Programados em 1999

20.5.Promoção deestudos sobre a aplicação da legislaçãorelativa ao combate à discriminaçãoe à promoção da igualdade de oportunidades.

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20.6. Inserção noscurricula escolares decomponentes formativas no domínio da igualdadede oportunidadesque venham a ter reflexos no plano das atitudes.

20.7. Introdução progressiva deprémio de igualdade de oportunidadesnos regimes de apoioao emprego.

20.8. Promoção daformação e a certificação profissional de consultores/formadoresemigualdade de oportunidades entre homens e mulheres.

20.9.Apoio aorecrutamento e formação de trabalhadores/as contratados/as para substituiras/os que se encontrem em situação de licença de maternidade/paternidade ou parental.

20.10.Desenvolvimento deinvestigação sobre as disparidades nos ganhos e sobre modelosinovadores de práticas salariais, tendo em vista a promoção da igualdade de remuneração entremulheres e homens.

Indicadores de resultados

• Duração do desemprego por sexo/idade e nível de habilitações.• Gap entre os ganhos médios mensais dos homens e das mulheres, em termos brutos e depois

de retirados os efeitos da qualificação e do sector de actividade.• Índice do desequilíbrio sectorial por sexos - total do desequilíbrio por sexos nos sectores

económicos em percentagem do emprego total.• Índice do desequilíbrio profissional por sexos - total do desequilíbrio por sexos nos grupos

profissionais em percentagem do emprego total.• Gap percentual entre os ganhos mensais líquidos dos homens e das mulheres relativamente à

média nacional por: antiguidade no emprego, presença de crianças, estatuto do emprego,idade.

Indicadores de acompanhamento

• Participação na formação profissional, por modalidade, duração, área de formação, sexo eidade.

• Participação de homens e mulheres nas medidas activas de emprego.

Calendário de desenvolvimento

• Início da execução dos novos instrumentos em 1999.

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CONCILIAR VIDA PROFISSIONAL E VIDA FAMILIAR

21. Os Estados-membros e os Parceiros Sociais conceberão, porão em prática e promoverãopolíticas favoráveis à família, incluindo serviços de guarda e de prestação de cuidados dequalidade, acessíveis e a preços módicos, bem como regimes de licença parental ou deoutro tipo.

Enquadramento

No que se refere à partilha de responsabilidades familiares quando os dois cônjuges trabalhamprofissionalmente, Portugal é um dos países da União Europeia em que as mães se ocupam maisdos filhos do que os pais, em que a diferença de comportamento de umas e de outrosrelativamente a filhos menores de 5 anos é mais marcada, e o país em que as mulheresconsagram mais tempo ao cuidado com outros membros da família, idosos ou doentes.

Por outro lado, em Portugalsão ainda insuficientes as respostas, no que respeita a serviços decuidados a crianças, idosos e outros dependentes, bem como a disponibilidade no mercado deserviços de proximidade de apoio à vida familiar.

Prioridades

• Introduzir na organização social e na cultura das empresas a ideia de que a conciliaçãoda vida profissional e familiar é um direito e um dever dos trabalhadores e dastrabalhadoras, bem como uma responsabilidade social.

• Melhorar as condições de vida e de trabalho das mulherese a sustentabilidade da vidafamiliar.

• Melhorar as condições que incentivem uma maior partilha das responsabilidadesfamiliares.

• Em sinergia com as directrizes do I e do II Pilares,criar mais emprego, mais auto-empregoe mais empresas na área da prestação de cuidados e dos serviços de apoio familiaredoméstico.

Objectivos/metas

• Aumentar, progressiva e sustentadamente, a cobertura do País em infraestruturas deapoio a crianças e idosos, bem como em serviços de apoio à vida familiar, de modo atambém reduzir as assimetrias regionais e locais, nomeadamente nas periferias das grandescidades.

• Facilitar o acesso aos serviços de proximidadede apoio à vida familiar.

• Em sinergia com o Pilar I,reduzir a segmentação do mercado de trabalhoe daparticipação na formação profissional.

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Instrumentos existentes

• Interrupção da carreira para assistência aos filhos menores.• Prioridade para formandos que não tenham concluído a formação, por motivo de faltas

relacionadas com a protecção da maternidade e paternidade, no acesso a acções de formaçãoque se iniciem após o termo do impedimento.

• Despesas com a guarda de pessoas dependentes de formandos são consideradas custoselegíveis nos apoios públicos à formação.

• Subsídio para infantário ou jardim de infância para formandas nos Centros de gestão directado IEFP.

Novos instrumentos 1998-2002

Programados em 1998

21.1. Atribuição de prioridade às actividades que dão resposta à crescente procura socialde serviços de proximidadeinerentes à melhoria da qualidade de vida das famílias e dasmulheres, nomeadamente as que envolvem o desenvolvimento de centros de ocupação de temposlivres que garantam o acompanhamento dos alunos nos períodos em que os encarregados deeducação não os possam receber.

21.2. Aplicação da directiva relativa ao Acordo quadro sobre licença parental, garantindo aigualdade de direitos e oportunidades dos cônjuges com actividade profissional.

21.3. Promoção da elaboração de Códigos de boas práticasem áreas como a protecção damaternidade e da paternidade e as acções positivas em matéria de conciliação da vidaprofissional e familiar.

21.4. Generalização, na formação inicial e contínua dispensada a ambos os sexos, do domíniode competências para o exercício de actividades de apoio à vida familiar.

21.5. Expansão da rede do ensino pré-escolar.

Programados em 1999

21.6.Promoção deserviços de acolhimento e de prestação de cuidados a dependentes.

21.7.Definição deapoios à contratação de desempregados em substituição de trabalhadoresausentes do trabalho em virtude do exercício de direitos legais associados à protecção damaternidade e da paternidade.

Indicadores de resultados

• Taxas de emprego dos pais e das mães de crianças com 5 anos ou menos de idade.• Percentagem de pessoas que não procuram emprego devido a responsabilidades familiares.

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• Gap das taxas de emprego entre pais e não pais.

Calendário de desenvolvimento

• Início da execução dos novos instrumentos em 1999.

FACILITAR A REINTEGRAÇÃO NA VIDA ACTIVA

22. Os Estados-Membros prestarão especial atenção ao caso das mulheres e dos homens quepretendem reintegrar a vida activa remunerada após um período de ausência e, para tal,analisarão os meios de suprimir progressivamente os obstáculos que entravam essareintegração.

Enquadramento

Em Portugal verifica-se:

• um aumento progressivo dos desempregados de longa duração, que em boa parte dassituações se transformam em casos de exclusão do mercado de trabalho;

• uma acentuadadesigualdade entre mulheres e homensnesta situação - mais de 31% demulheres;

• um aumento do desemprego de muito longa duraçãodeixando antever uma fortecomponente de irreversibilidade, factor indutor de acréscimo de situações de marginalização ede pobreza e exclusão social;

• uma percentagem de 80,8% das famílias monoparentais (9% do total das famílias) do total dasquais 86% tinham uma mulher como sua responsável, apresentavam níveis de rendimentoinferiores a metade do rendimento líquido médio anual nacional, o que revela uma muitomaior vulnerabilidade à pobreza por parte das mulheres.

Prioridades

• Reforçar os mecanismos que favoreçam a inserção e reinserção na vida activapor formaa reduzir as desigualdades existentes.

Objectivos/metas

• Reduzir a diferença entre a taxa de desemprego dos homens e das mulheresdesempregados de longa e muito longa duração.

• Prevenir o risco de exclusão das mulheres com baixas qualificaçõesafectadas porprocessos de reconversão.

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• Reduzir significativamente os obstáculos específicos à reinserção das mulheresresponsáveis por famílias monoparentais.

Instrumentos existentes

• Apoio à Formação Profissional Especial, que visa promover a qualificação e a integraçãosócio-profissional de pessoas que se encontrem em condições de particular vulnerabilidade oudificuldade

• Medidas de acção positiva na contratação de mulheres desempregadas de longa duração commais de 40 anos, ou em áreas profissionais novas ou onde estão sub-representadas.

• Acções específicas, nas intervenções de apoio à procura de emprego, para potenciar a auto-estima pessoal e profissional das candidatas a emprego, em particular das desempregadas delonga duração, contribuindo para ultrapassar bloqueios, bem como a resistência dosempregadores à contratação de mulheres, sobretudo as que tenham responsabilidadesfamiliares exclusivas.

• No acesso individual à formação, concessão de prioridade às acções que promovam areentrada de mulheres na vida profissional.

Novos instrumentos 1998-2002

Programados em 1998

22.1. Criação de centros-piloto de formação ao longo da vida destinados quer adesempregados de longa duração quer à reinserção de trabalhadores após interrupçãoprolongada.

22.2. Atribuição de apoios específicos às empresas que promovam a igualdade deoportunidadesna reinserção de trabalhadoras/es na vida activa.

22.3.Ajustamento ereforço de medidas de acção positiva.

22.4. Criação de umfundo de apoio à inserção em novas actividades(FAINA) parabeneficiários do RMG.

Programado em 1999

22.5. Equiparação a Desempregado de Longa Duração, para efeitos de acesso às medidasactivas de emprego, dos inactivos que procuram reingressar no mercado de trabalho após umperíodo de inactividade motivada por razões familiares.

Indicador de resultados

• Taxas de actividade por sexo, grupo etário e presença de filhos com 5 ou menos anos.

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Calendário de desenvolvimento

• Início da execução dos novos instrumentos em 1999.

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ANEXO

DECLARAÇÃO CONJUNTA DOS PARCEIROS SOCIAISSOBRE O PLANO NACIONAL DE EMPREGO

Os parceiros sociais abaixo indicados, membros da Comissão Permanente de Concertação Social,consideram que o Plano Nacional de Emprego deve ser um instrumento importante para umaestratégia coordenada de criação de emprego e diminuição do desemprego, em articulação com oaumento da competitividade das empresas.

Para o efeito é necessário assumir uma efectiva coordenação e coerência entre as políticaseconómicas e a promoção do emprego, com destaque para o papel da Política Fiscal e dasreformas da Segurança Social e da Administração Pública.

A criação de emprego exige um crescimento económico significativo sustentado pelo reforço doconsumo interno, do investimento e das exportações e pelo aumento da competitividade dasempresas.

Exige também o reforço de políticas estruturais capazes de sustentar um crescimento económicosignificativo, necessário para assegurar a convergência real.

A participação dos parceiros sociais não se pode resumir às medidas que bilateralmente osenvolvem como as referentes às Directrizes 4 e 13.

Exige uma permanente avaliação e acompanhamento, o que pressupõe uma adequadaquantificação em termos de objectivos e investimentos envolvidos nas políticas públicas e umaanálise custo-benefício.

Os parceiros sociais, em particular, acordam o seguinte:

Directriz 4

Para uma adequada defesa da empregabilidade, torna-se fundamental que todos os cidadãoseuropeus se encontrem em condições de aceder ao processo de educação e de formação ao longoda vida. Tal pressupõe, igualmente, que todos os cidadãos possuam o nível básico de educação.

Assim, os Parceiros Sociais entendem que as políticas de coesão devem ajudar a superar déficesno domínio das infra-estruturas, mas, também, da educação e da formação das pessoas e daredução das desigualdades sociais entre regiões e cidadãos.

Destacando a prioridade de aumentar a integração profissional pelas diferentes vias sugeridaspelo Conselho Europeu, os Parceiros Sociais comprometem-se a negociar diferentes matériasvisando a conclusão de acordos a diferentes níveis. Estas negociações deverão contemplarnomeadamente a:

• Promoção da formação profissional, clarificando responsabilidades mútuas entre empresas etrabalhadores. Desenvolver em sede de negociação colectiva, ou, quando não hajainstrumentos de regulamentação colectiva, através de acordo entre representantes das

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organizações de trabalhadores e empregadores o modo de execução das acções de formação,o horário para a sua realização, bem como a articulação entre a melhoria das qualificações e odesenvolvimento da carreira profissional;

• Promoção da igualdade de oportunidades e da não discriminação;

• Articulação entre as regras de recrutamento, os períodos experimentais e os estágios e aresposta a necessidades pontuais das empresas, tendo em conta a salvaguarda dostrabalhadores envolvidos, na sua maioria jovens.

Os Parceiros Sociais comprometem-se, ainda, a articular esta negociação com outras medidas aimplementar pelo Governo, nomeadamente a dinamização das bolsas de emprego/formação, umano de formação profissionalmente qualificante após a conclusão da escolaridade básica e oincentivo à educação recorrente da população empregada.

Por último, os Parceiros Sociais manifestam o seu empenho em continuar a participaractivamente em todas as instâncias de diálogo social, visando o reforço da integração profissionale uma mais eficaz adequação entre a oferta e a procura de emprego. Destacam-se, asparticipações nas seguintes Instituições:

• Instituto de Emprego e Formação Profissional;

• Pactos Territoriais de Emprego e nas Redes Regionais para o Emprego;

• INOFOR;

• Sistema Nacional de Certificação;

• Comissão Nacional de Aprendizagem;

• Comissões de Acompanhamento do QCA, incluindo o FSE;

• Comissão Permanente de Concertação Social.

Os Parceiros Sociais registam, por outro lado, a insuficiente participação em muitas destasinstâncias em especial nos Pactos Territoriais e nas Redes Regionais de Emprego e nas estruturasde acompanhamento do QCA.

Os Parceiros Sociais solicitam ao Governo que implemente rapidamente programas de educaçãoe de formação ao longo da vida, tendo como objectivo a redução do forte défice nacional emrelação à média europeia.

Directriz 13

Os Parceiros Sociais respondem favoravelmente ao convite que lhes é dirigido pelo ConselhoEuropeu no sentido de negociarem, aos níveis adequados, acordos tendentes a modernizar aorganização do trabalho, assumindo o compromisso de promoverem a dinamização danegociação colectiva.

A negociação colectiva deverá desenvolver-se tendo por base o equilíbrio entre os interesses dasempresas e os dos trabalhadores.

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Por isso, os Parceiros Sociais comprometem-se a desenvolver o diálogo social em matérias comoa definição da política de rendimentos, a gestão do tempo de trabalho, a melhoria das condiçõesde trabalho e de formação ao longo da vida e a definição de funções e carreiras, no quadro damodernização das empresas e do aumento da produtividade.

Dadas as diferenças da opinião sobre a redução do tempo de trabalho no emprego, os ParceirosSociais estão de acordo em continuar a discutir esta matéria, tendo em especial atenção anegociação da organização do tempo de trabalho, articulando o reforço da competitividade daempresa e a salvaguarda da vida pessoal dos trabalhadores.

Os Parceiros analisarão em particular a disponibilidade de trabalhadores qualificados e aproblemática do trabalho suplementar e comprometem-se a promover o respeito da lei nodomínio do recurso do trabalho suplementar e do absentismo, introduzindo os devidosmecanismos de controlo e fiscalização.

Os Parceiros Sociais comprometem-se a continuar a dinamizar a negociação colectiva,promovendo em especial a:

• Adequação dos mecanismos de informação e consulta dos trabalhadores nas empresas, commanifesto interesse para ambos;

• Melhoria das condições de higiene e segurança no trabalho.

Os Parceiros Sociais manifestam ainda a sua disponibilidade para a discussão dos custosindirectos do trabalho.

Os Parceiros Sociais esperam que também o Governo em articulação com os Parceiros Sociaispromova e incentive o desenvolvimento da negociação colectiva, bem como a criação de umCentro de Relações de Trabalho, de gestão tripartida, para o apoio e promoção do diálogo social eda formação de negociadores.

Lisboa, 13 de Abril de 1998

AS CONFEDERAÇÕES PATRONAIS

Confederação dos Agricultores de Portugal

Confederação do Comércio e Serviços dePortugal

Confederação da Indústria Portuguesa

AS CONFEDERAÇÕES SINDICAIS

Confederação Geral dos TrabalhadoresPortugueses – Intersindical Nacional

União Geral de Trabalhadores