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Nossos Estudos

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Estudos Umbandistas

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Encontro de Irmãos – Apostila Nossos Primeiros Estudos

Como funciona a incorporação?

Nosso espírito não sai do nosso corpo a não ser durante sonhos e projeções astrais. Nenhum espírito possui o nosso corpo, eles se ligam ao nosso corpo pelos chacras, sendo o principal elo de ligação o chacra coronário e a glândula pineal que é por onde o espirito controla o nível de consciência e inconsciência do médium.

O escritor Norberto Peixoto disse recentemente em um vídeo que nos últimos 20 anos não se apresentou mais médiuns totalmente inconscientes pois a Umbanda não é mais vista como um culto e sim como religião e não precisa ficar mais fazendo milagres e provas e por isso não precisa dos médiuns inconscientes, agora as entidades só precisam filtrar o que cabe ou não ao médium saber.

Este tema futuramente terá um estudo apenas para ele pois a incorporação é uma questão avançada e delicada.

O que é Orixá?

A palavra Orixá vem do Yorubá um idioma africano e significa ORI= Cabeça e Xá= Iluminação, sendo assim a palavra nos remete a elevação e é isso que os Orixás representam para nós, espíritos de extrema evolução e iluminação, verdadeiras forças da natureza criados por Olorum (Zambi), nosso Deus único e que o ajudaram na criação do universo. Eles ganharam a função de intermediários entre o criador (Deus) e a criatura (toda a criação de Deus) e os seus arquétipos estão relacionados ás manifestações dessas forças naturais, isto é como se Deus fosse a luz branca e os Orixás fossem o espectro de cores, que se irradiam a partir do branco.

Quando cultuamos os Orixás estamos cultuando cada uma dar forças naturais que regem o universo, o fogo, a água, a terra e o ar e estas vibrações quando em sintonia e equilíbrio produzem uma enorme energia "Axé", que nos auxilia no nosso dia a dia.

Os Orixás na Umbanda não incorporam nos médiuns devido seu nível extremamente elevado de luz, as manifestações dos Orixás na Umbanda são feitas através dos seus falageiros, espíritos de grande evolução que quando em terra vem nos trazer o Axé dos próprios Orixás.

Oxalá

É o orixá da criação. Representa a mais alta na hierarquia dos orixás tendo como contraparte o nosso mestre Jesus, o médium supremo.

É cultuado como o senhor de todas as coisas e do universo, pois ele quem ordena aos orixás que venham ajudar seus filhos por meio de guias e mensageiros que vem a terra. Sua imagem é a de Jesus Cristo sem a cruz e de braços abertos.

Saudação: Oxalaê meu pai, epá baba, exee babá, oxalá yê meu pai.Dia de comemoração: 25 de dezembroDia da semana: sexta feiraCor: brancoVela: brancaDomínio: o mundoInstrumento: Opaxorô, um grande cajado enfeitado, feito com prata.

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Símbolo: estrela de 5 e 6 pontas, cruz sinal de positivo (adição), pontoAtuação: Sobre tudo e todosElemento: Terra, Água, Ar e Fogo.Comida: Água mineral ou agua de orvalho do amanhecer, canjica branca mel boldo e algodão fitas e flores brancas entregarem em lugar bonito e calmo.Ervas: levante, Erva cidreira, alecrim, Hortelã, Boldo, colônia, girassol, funcho, malva cheirosa.Pedra: Quartzo branco, cristal branco, brilhante.Minérios: prataEssência: Mirra e alfazemaNúmero: 10 ou 16Sincretismo: Jesus Cristo e nosso Senhor Do Bonfim (na Bahia onde é padroeiro).Ponto de força: Todos os locais abertos limpos e puros como praia, jardins, morros e matas.Frutas: uva clara, pera, maça damasco coco verde ( Elas nos trazem a energia da prosperidade o equilíbrio emocional com bênçãos)

Xangô

Xangô é o responsável pela solução das pendências e das injustiças, dando a quem merece o devido castigo e, a vitória ao injustiçado. Xangô simboliza a lei de causa e efeito, seu fetiche é a machada de dois gumes ou a balança de dois pratos, simbolizando a justiça e a imparcialidade. Recorrem a Xangô todos os injustiçados, perseguidos espiritual e materialmente.Xangô é a ideologia, a decisão, à vontade, a iniciativa. É a rigidez, organização, o trabalho, a discussão pela melhora, o progresso social e cultural, a voz do povo, o levante, à vontade de vencer. Também o sentido de realeza, a atitude imperial, monárquica. É o espírito nobre das pessoas, o chamado “sangue azul”, o poder de liderança. Para Xangô, a justiça está acima de tudo e, sem ela, nenhuma conquista vale a pena; o respeito pelo Rei é mais importante que o medo.

Saudação: Kawó Kabiyécilé ou Caô Cabiecilê que significa "Venham ver o Rei Descer Sobre a Terra!"Símbolo: Os machados de duplo corte, que significam a alma em busca de equilíbrio e é também o símbolo da imparcialidade; A balança que significa a justiça de Oxalá; A estrela de seis pontas, associada com a sabedoria.Cores: marrom na umbanda, vermelho com branco ou roxo no candombléInstrumento: Oxé, machado de duas lâminas; Xerém, espécie de chocalho que traz em suas mãos representando o despertar dos raios e dos trovões.Pedra: Pedra do Sol, Agata do Fogo, Jaspe vermelhaDia da semana: Quarta-feiraAtuação: Poder estatal, justiça, questões jurídicas.Número: 12Vela: Marrom.Ervas principais: Folhas de alecrim do campo, folhas de limão, folhas de mangueira, folhas da goiabeira, folhas de uva, folhas de beterraba, babosa, guiné, levante, lírio, violeta, folhas da ameixeira, folha de café.Ponto de força: alto de uma pedreira ou cachoeira.Sincretismo: São João, São Pedro e São Jerônimo.Data festiva: 30 de Setembro, 29 de Junho e 24 de Junho variando de acordo com o sincretismo.

Oxossi

Na Umbanda, Oxossi é conhecido como o senhor das matas e da grande maioria dos caboclos. Sua cor é o verde, representando as matas das quais é o senhor absoluto. No Candomblé é conhecido como o “caçador” ou o protetor dos caçadores. Na Umbanda também é conhecido como o caçador, mas não de animais e sim, de almas e de homens no sentido de resgata-los. No aspecto espiritual, se Ogum é conhecido por sua enorme força, ele, porém, é muito agressivo. Oxossi já é conhecido por aliar a força com o bom senso, essas características emanam de Oxossi que se manifesta nos trabalhos de Umbanda, principalmente na manifestação dos caboclos e suas falanges. De Oxossi emana a

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altivez que encoraja a todos os seguidores da Umbanda, transmitindo grande segurança aos seguidores de nossos cultos.Oxossi é a busca, é a procura, é a curiosidade, é o movimento contínuo na evolução dos seres, na apresentação de novos conhecimentos e de novos horizontes. Simbolicamente representamos Oxossi com sete setas que são as sete buscas contínuas do ser. Oxossi expande, irradia e impele os seres.

Data festiva: 20 de janeiroSaudação: Okê Arô! Que significa "Salve o Grande Caçador!"Símbolo: Arco e flechaSincretismo religioso: São SebastiãoCores: verde na umbanda e azul turquesa no candonblé.Vela: Verde ou verde e brancaDia da semana: Quinta-feiraAtuação: Caça, Agricultura, Alimentação e FarturaNúmero: 6Instrumentos: Ofá, arco e flecha, Iruqueré, cetro feito com pelos do rabo do touro, Oge, Chifres de touroPedra: Esmeralda, Amazonita, Quartzo verdeErvas principais: Alecrim, Samambaia, Guiné, Vence Demanda, Abre Caminho, Peregum, Taioba, Espinheira Santa, Jurema, Mangueira, Desata Nó, Alfavaca, Caiçara, Eucalipto.Oferendas: Milho cozido, frutas, milho com fatias de coco, vinho tinto, água de coco, caldo de cana, flores do campoPonto de força: Matas

Ogum

Quem de nós, seres humanos, não tem como ideal a liberdade?A liberdade de ser, de estar, de fazer, de se movimentar, de agir com força, determinação e muita proteção?Assim, se seu sonho de liberdade é algo a ser conquistado, saiba que os negros africanos, aqueles que nasceram livres e foram reduzidos à humilíssima condição de escravos, cultuavam Ogum, pois era Ele quem dava a Força de que necessitavam para conseguir a liberdade.

Ogum é o Orixá da Guerra, o guerreiro, general destemido e estratégico, é aquele que veio para ser o vencedor das grandes batalhas, o desbravador que busca a evolução.

Ogum é o que vem primeiro, o que está sempre à frente, um líder nato. Ele conhece e domina todos os caminhos, por isso nunca se perde e está sempre ajudando quando corretamente evocado. Diante disso, cultuar Ogum é vital para quem quer conseguir vencer suas batalhas com força, coragem e determinação.

Ogum é aquele que sempre está de "ronda" para proteger os injustiçados, é a Lei e a Ordem.

Seus filhos são influenciados com todos essas características, seu tipo é esguio e procura sempre estar bem fisicamente, por isso gosta de praticar o esporte. É agitado, impaciente e afoito. Tem decisões precipitadas. Inicia tudo sem se preocupar como vai terminar e nem quando. Por amar o desafio sempre está buscando uma tarefa considerada impossível. Como os soldados que conquistavam cidades e depois a largavam para seguir em novas conquistas, os filhos de Ogum perseguem tenazmente um objetivo, mas quando o atinge imediatamente o larga e parte em procura de outro. É insaciável em suas próprias conquistas.

Saudação: Ogunhê, Meu Pai ou Patacori Ogum (Salve Ogum Cabeça Coroada).Data de comemoração: 23 de abrilDia da semana: Terça-feiraSincretismo: São JorgeSímbolo: EspadaInstrumento: Idá, espada de ferro, Màrìwò, folhas do dendezeiroCores: Vermelho e Azul escuroComida: Cara ou inhame cortado ao meio assado com fio de dendê espetado com palitos ou a feijoada

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Frutas: banana, uva rose, maça, graviola, abacateBebida: cerveja clara e água.Ponto de força: estradas e caminhos, estradas de ferro, o meio da encruzilhadaElemento: Terra e Fogo.Essência: VioletaAtuação: Contra demanda e feitiçosPedras: Sodalita, Cianita azul, Azurita, Granada, Rubi, Sardio e Hematita e Magnetita.Metal: ferroNúmero: 3Ervas: Aroeira, Comigo ninguém pode, Losna, folhas de romã, pata de vaca, carqueja, folhas de jurubeba, Peregum, Mariô, Lança de Ogum, Espada de Ogum, Canela de Macaco, Parietária, Losna.

Iemanjá

A majestade dos mares, Senhora da calunga grande (mar) também conhecida como Senhora da Coroa Estrelada ou Janaina (do tupi-africano) é a deusa dos mares e protetora das mães e das esposas, representando a mãe que protege os filhos a qualquer custo, a mãe de vários filhos, ou vários peixes. Adora cuidar de crianças e animais domésticos.A ela também pertencem a fecundidade e a proteção aos pescadores e jangadeiros.A regência de Iemanjá em nossas vidas se manifesta naquela necessidade que temos de saber se aqueles que amamos estão bem, é a dor pela preocupação, é o amor ao próximo, principalmente em se tratando de um filho, filha, pai, mãe, outro parente ou amigo muito querido.YEMANJÁ É GERADORA, É VIDA, pois é ela que nos traz oportunidades de crescimento em todos os sentidos da Vida. Os devotos fazem oferendas à Rainha do Mar, um dos títulos pelos quais Iemanjá é saudada.

Data festiva: 15 de agosto, 2 de fevereiro ou 8 de dezembro dependendo do Estado.Saudação: Odô iyá, Odô Fiaba!Símbolo: Lua minguante, ondas, peixesSincretismo religioso: Nossa Senhora das Candeias, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora dos NavegantesCores: Azul claro na umbanda e Branco, Prateado, Azul e Rosa no candombléInstrumento: Abebé, um leque em forma circular prateado que pode trazer um espelho no centroPedra: Diamante – Água Marinha - PérolaErvas principais: Jasmim, Araticum-da-praia, Folha-da-costa, Graviola, Capeba, Mãe-boa, Musgo marinho encontrado nas pedras marinhas, Alcaparra, Colônia, Pata de Vaca, Embaúba, Abebê, Jarrinha, Golfo, Rama de Leite, Rosa branca, Malva branca, Flor de laranjeira entre outras.Oferendas: Canjica branca, peixe, arroz-doce com mel, acaçá, pudim, manjar com calda de ameixa ou de pêssego, mamão, graviola, uvas brancas, melancia, melão, água de coco, mel, água salgada ou potável, champanhe clara e suco de suas próprias ervas e frutos, rosas e palmas brancas, angélicas, orquídeas, crisântemos brancos.Ponto de força: MarDomínios: Maternidade (educação), Saúde mental e PsicológicaNúmero: 4Vela: Azul claroDia da semana: SábadoElemento: Água

Oxum

É a força dos rios, que correm sempre adiante, levando e distribuindo pelo mundo sua água que mata a sede. É a Mãe da água doce, Rainha das cachoeiras, Deusa da candura e da meiguice.

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Orixá da prosperidade e da riqueza interior, ela é a manifestação do Amor, o amor puro, real, maduro, solidificado, sensível e incondicional, por isso é associada à maternidade e ligada ao desenvolvimento da criança ainda no ventre da mãe, da mesma maneira que Yemanjá.A regência fascinante de Oxum é o processo de fecundação, na multiplicação da célula mater.É Oxum quem gera o nascimento de novas vidas que estarão no período de gestação numa bolsa de água – como ela, Oxum, rainha das águas.Como as águas dos rios, a força de Oxum vai a todos os cantos da terra. Ela dá de beber às folhas de Ossain, aos animais e plantas de Oxossi, esfria o aço forjado por Ogum, lava as feridas de Obaluaê, compõe a luz do arco-íris de Oxumarê.Oxum está em tudo, pois, se amamos algo ou alguém é porque ela está dentro de nós.

Data festiva: 12 de outubro e 08 de dezembroSaudação: Eri ieiê ô, Ore yèyé o, Oraie iê Oxum, Ai iê ieu Mamãe Oxum (Salve Senhora da Bondade e da Benevolência)Símbolo: um coração do qual nasce um rio.Sincretismo religioso: Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora da Conceição.Cores: Rosa na umbanda e amarelo ouro no candomblé (algumas casas na umbanda tbm utilizam o amarelo)Instrumento: Abebé, um leque em forma circular dourado ou feito em latão que pode trazer um espelho no centroPedra: Ametista, Quartzo RosaErvas principais: Erva-cidreira, Melissa, Erva-de-Santa-Maria, Ipê-Amarelo, Mãe-Boa (erva sagrada de Oxum), Calêndula, Rosas Amarelas, Malva, Chuva de Ouro, Trevo Três Corações.Oferendas: frutas doces em geral, banana prata e ouro, laranja-lima, cereja, maçã, pera, melancia, goiaba, framboesa, figo, pêssego, uva; bebidas doces, ressaltando-se o mel, água de cachoeira, água de coco, champanhe de maçã, licor de cereja, suco de suas ervas e de suas frutas; flores de tonalidade amarela, lírios de toda espécie, margaridas, flor-de-maio, amor-perfeito, madressilva, narciso, rosa branca, amarela ou bicolor.Ponto de força: cachoeiras, rios ou nascentesDomínios: Amor, Riqueza, Fecundidade, Gestação e MaternidadeNúmero: 5Vela: RosaDia da semana: SábadoElemento: Água doce

Iansã

Iansã é um Orixá feminino muito famoso no Brasil, sendo figura das mais populares entre os mitos da Umbanda e do Candomblé em nossa terra e também na África, onde é predominantemente cultuada sob o nome de Oiá. É um dos Orixás do Candomblé que mais penetrou no sincretismo da Umbanda, talvez por ser o único que se relaciona, na liturgia mais tradicional africana, com os espíritos dos mortos (Eguns), que têm participação ativa na Umbanda, enquanto são afastados e pouco cultuados no Candomblé. Em termos de sincretismo, costuma ser associada à figura católica de Santa Bárbara. Nas cerimônias da Umbanda e do Candomblé, Iansã, ela surge quando incorporada a seus filhos, como autêntica guerreira, brandindo sua espada, e ao mesmo tempo feliz. Ela sabe amar, e gosta de mostrar seu amor e sua alegria contagiantes da mesma forma desmedida com que exterioriza sua cólera. Uma de suas atribuições é colher os seres fora-da-Lei e com um de seus magnetismos, alterar todo o seu emocional, mental e consciência, para, só então, redirecioná-lo numa outra linha de evolução, que o aquietará e facilitará sua caminhada pela linha reta da evolução.

Data Comemorativa:4 de dezembroSincretismo: Sta. Bárbara, Joana d’arc.

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Saudação: Eparrei OiáCores: Amarelo na umbanda e vermelho ou rosa no candomblé (algumas casas na umbanda também utilizam o rosa)Símbolo: RaioInstrumento: Eruexim, cabo de ferro ou cobre com um rabo de cavaloPedras: Coral, Cornalina, Rubi, GranadaMetal: CobreErvas: Cana do Brejo, Erva Prata, Espada de Iansã, Folha de Louro, Erva de Santa Bárbara, Folha de Fogo, Colônia, Mitanlea, Folha da Canela, Peregum amarelo, Catinga de Mulata, Parietária, Para Raio (Catinga de mulata, Cordão de frade, Gerânio cor-de-rosa ou vermelho, Açucena, Folhas de Rosa Branca)Oferendas: Flores amarelas, Acarajé, Ipetê, Bobó de InhamePonto de força: BambuzalDomínios: Tempestades, Ventanias, Raios, MorteNúmero: 9Vela: AmarelaDia da Semana: Quarta-feiraElemento: Fogo

Obaluaê

É o Orixá da cura, da sabedoria, da transmutação e da evolução.Quando se fala em Orixá Obaluayê e Omulu, algumas dúvidas surgem, e uma delas é: Obaluayê e Omulu são o mesmo Orixá?A explicação é simples: quando os negros vieram da África para o Brasil, como escravos, trouxeram centenas de Orixás (dizem que o número era em torno de 300 a 400), com esse grande número de Divindades percebe-se que alguns atuam no mesmo elemento e com a mesma qualidade, portanto começaram a ser cultuados unidos como se fossem um só, como exemplo encontramos Oxalá e Oba talá, Oxossi e Ossain, e muitos outros, fato que também aconteceu com Obaluayê e Omulu.Este Orixá tem muita força e se desdobra em duas vibrações o Obaluayê (velho), que representa o sábio, o feiticeiro, guardião, que tem como elemento a terra úmida e sua vibração está em tudo que está acima da terra do cemitério e o Obaluayê (novo) chamado de Omulu que representa o guerreiro, o caçador, o lutador e tem como elemento a terra seca, sendo seu habitat tudo que está abaixo da terra do cemitério.Obaluayê é o Orixá que atua na Evolução e seu campo preferencial é aquele que sinaliza as passagens de um nível vibratório ou estágio da evolução para outro.É a Ele que clamamos quando nos sentimos estagnados ou em sofrimento (na dor física, mental, emocional ou espiritual). É a Ele que pedimos ajuda para evoluirmos em espírito ou para sairmos de um nível de entendimento para a sabedoria espiritual. Muitos associam o divino Obaluayê apenas com o Orixá curador, o que ele realmente é, pois cura mesmo! Mas Obaluayê é muito mais do que já o descreveram.Ele é o "Senhor das Passagens", de um plano para outro, de uma dimensão para outra, e mesmo do espírito para a carne e vice-versa. Portanto, Obaluayê (Omulu) não é o Orixá da doença e nem é a peste, pois é Ele quem nos cura dos males, é Ele quem nos ajuda na Evolução, na Transformação e nas Passagens, sendo assim, devemos respeitá-lo, amá-lo e venerá-lo como realmente deve ser.A fusão de dois Orixás muitas vezes acaba gerando confusão entre os adeptos de diferentes vertentes e isso se deve ao fato de cada casa ter uma doutrina trazida do plano espiritual, por conta dessa variedade algumas entidades quando são trabalhadoras da falange de Omulu utilizam elementos da cor roxa isso mesmo em casas onde Omulu não é tratado separado de Obaluaê, isso se deve aos mistérios de trabalho de cada entidade.

Data festiva: 17 de Dezembro e 16 de AgostoSaudação: "Atotô Ajuberú" quer dizer: Silêncio, escutai, hora da devoção.Sincretismo religioso: São Lázaro e São Roque

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Cores: preto e branco na umbanda (o roxo é utilizado quando tratado como Omulu ou preto e amarelo quando tratado como Xapanã) e preto, branco e vermelho no candomblé.Instrumento: Xaxará e Brajá de búzios.Xaxará (Sàsàrà), espécie de cetro de mão, feito de nervuras da palha do dendezeiro, enfeitado com búzios e contas, em que ele capta das casas e das pessoas as energias negativas, bem como "varre" as doenças, impurezas e males sobrenaturais. Esta representação nos mostra sua ligação com a terra, o tronco e o ramo das árvores, transporta assim o Asé (axé) preto, vermelho e branco. Está relacionado com o axé preto (terra), contido no segredo do "ventre fecundado" e com os espíritos contidos na terra.Pedra: Turmalina Preta – Onix PretaErvas principais: Folha de Omulu (canela de cachorro), Pariparoba, Mamona, Cambará, Cravos e Crisântemos brancos ou lilásOferendas: pipoca feita na areia com fatias de coco regada com mel; água mineral ou vinho tinto; flores e velas brancas.Ponto de força: cemitério "calunga pequena", mar "calunga grande" e caverna.Número: 3Simbolo: CruzVela: Preta e brancaDomínios: Doenças epidémicas, cura de doenças, saúde, vida e morteDia da semana: Segunda-feira

Nanã

Nanã Buruquê é representada como a grande avó, de energia amorosa e feminina é a Ela que clamamos quando precisamos nos auto-perdoar e nos libertar do passado.Ela representa o colo que aconchega, acolhendo amorosamente nossas dores para nos ajudar a transformá-las com sabedoria.A Orixá Nanã Buruquê rege a maturidade, portanto está sempre associada à maternidade (a vida).Nanã está na Linha da Evolução, um raio essencial para o crescimento dos seres.É o pólo magnético negativo, feminino e absorvente e no pólo magnético positivo e masculino está o Orixá Natural Obaluaiyê.Ela cuida da passagem no estágio evolutivo do ser, adormecendo os espíritos e decantando as suas lembranças com o passado, deixando-os prontos para reencarnarem.Deusa dos rios, lagos e pântanos. A Mãe das águas e das Iabás (Orixás femininos), é a mais velha das mães. É a senhora de muitos búzios, que simboliza a morte por estarem vazios e a fecundidade por lembrarem os órgãos genitais femininos.Nanã sintetiza em si a vida e a morte, a fecundidade e a riqueza. Seu nome designa pessoas idosas e respeitáveis e, para os povos jêje, da região do antigo Daomé, Nanã significa mãe. A grande Mãe da Sabedoria.

Data festiva: 26 de julhoSaudação: Saluba Nanã (dona do pote da Terra)Sincretismo religioso: Nossa Senhora Sant'AnaCores: Violeta ou lilás na umbanda e anil, branco e roxo no candomblé.Instrumento: Vassoura de palha ou Ibiri (cetro de palha da costa, com talos de dendezeiro e búzios) que ela traz na mão para afastar a morte.Simbolo: ChuvaPedra: AmetistaErvas principais: assa-peixe, agapanto-lilás, alfavaca, avenca, cedrinho, erva-cidreira, macaçá, manacá, quaresmeira, manjericão da folha roxa, folha de limão, lágrimas de Nossa Senhora (folhas), mastruço, pariparoba, erva-de-santa-luzia, quina roxa, abóbora, vitória-régia, açucena, suma roxa, folha da fortuna,

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viuvinha (trapoeraba roxa), samambaia, melão de São Caetano, crisântemo branco ou roxo, rosa e palma brancaOferendas: Velas brancas, roxas e rosas; flores brancas e lilases, champagne rosé, calda de ameixa ou de figo; melancia, uva, figo, ameixa e melão, mingau de sagu, milho branco e arroz, tudo depositado à beira de um lago ou mangue, com muito respeito e amor.Ponto de força: Pântanos e lamaNumero: 13Dia da Semana: Sábado (Em algumas casas: Segunda)Domínios: Vida e Morte, Saúde e MaternidadeVela: Lilás ou violeta

As Cores na Umbanda

As cores são assunto recorrente aqui nos nossos debates e por conta disso eu resolvi fazer um estudo junto com os demais dirigentes e também buscar informação do espiritual para que a resposta para vocês fosse a mais completa possível e que assim possamos sanar essas dúvidas.

Bom falar de cores para Orixás é o mesmo que querer se equilibrar na ponta de um alfinete, pois nenhum Orixá possui apenas uma cor. Isso é mania nossa, de tentar generalizar e individualizar tudo pois não tem como você dar uma única cor a uma energia em movimento constante.

Se analisarmos, do polo positivo que seria Oxalá até o negativo que seria Omulu todos carregam tantas cores que não poderíamos dizer qual é a exata e vou além eles são uma energia tão forte que emitem cores que os olhos humanos nem poderiam identificar. Pois os Orixás são energia e mistério divino do pai criador Olorun e por isso irradiam em todas as sete faixas de padrões vibratórios e os estudos de vibração energética nos mostra que o que diferencia uma cor de outra é a velocidade que gera padrões mais ou menos densos.

A individualização de cores para determinado Orixá, como o verde para Oxossi ou o azul claro para Iemanjá se fixou dentro da Umbanda pois o próprio astral nos permitiu isso como facilitador de aprendizagem, mas é sabido que nem todos na linha Oxossi vibram na cor verde e nem toda Iemanjá vibra no azul claro, pois cada um vibra em velocidades, padrões, densidades e frequências diferentes.

Mas todos os Orixás pertencem aos Mistérios do Divino Criador e aceitam sem problemas as cores que já foram atribuídas a eles ou ainda serão atribuídas pois como parte do Criador eles trazem todas as cores com eles. Então que nossa mente vibre aquela cor que nos conecte melhor ao Orixá que amamos tanto de acordo com as instruções da casa e do espiritual e assim possamos criar esse elo multicolorido entre nossas mentes e o espiritual.

Então para concluir esse assunto e essa linha de raciocínio podemos dizer o seguinte, cada casa tem uma instrução do plano espiritual de qual o conjunto de cores vai ser utilizado pelos Orixás, pois cada casa trabalha com uma frequência de energia diferente da outra. Nossa religião não possui um livro de regras pois é uma religião de tradição oral e isso nos traz a riqueza de cada casa ter a sua tradição e costume. Na Umbanda não existe o mais certo ou mais errado, existe aquilo que a espiritualidade nos orienta e que o nosso coração nos guia, tudo isso que estamos passando para vocês são os ensinamentos orais que recebemos das casas por onde passamos e das entidades que nos acompanham e estão à frente dos trabalhos que estamos organizando.

Espero ter sido claro e explicativo, sei que é um assunto que não vamos encerrar tão cedo pois só

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arranhamos a casquinha das várias camadas que compõe esse assunto, mas que esse arranhão já nos possa trazer um pouco da luz que desejamos.

O Congá

Vamos esclarecer algumas questões muito importantes sobre o congá como, o que é o congá? Qual sua função no terreiro? Porque devemos ter respeito e cuidar nossos atos e pensamentos perante ele?

Diante destas questões podemos começar dizendo que o congá é o mais potente aglutinador de energias dentro do terreiro, pois existe um processo de constante renovação de axé que emana do congá, como um núcleo centralizador de todo o trabalho. Sendo assim temos as seis principais características que o congá desempenha dentro de um terreiro de umbanda, sendo estas as seguintes:

O congá é um atrator de pensamentos que estão a sua volta, por isso ao estar diante do congá devemos elevar nossos pensamentos, nossas ações, medir as palavras e comentários, evitando conversas alheias, entrando em sintonia com nossos Guias e Orixás (vibrações). Por isso tanto um consulente como um trabalhador da casa, quando em frente ao congá vibra em fé, amor, gratidão e confiança, mais energias positivas serão atraídas ao congá.

Funciona também como um condensador, que após atrair as energias dos pensamentos de todos a sua volta às condensa, canalizando toda essa energia para fins dos trabalhos realizados pelas entidades. Por isso essa importância de mantermos os pensamentos elevados e estarmos em harmonia para que geremos energias positivas com nossos pensamentos evitando as energias negativas.

Quando uma pessoa ao entrar no terreiro ainda tem formas pensamentos negativas, ao chegarem à frente do congá ele desempenhará a função de escoador energético, ou seja, atuando como um para-raios onde descarrega toda a energia negativa na terra.

Toda a energia gerada pelos trabalhadores e consulentes do terreiro que são atraídas ao congá fará com que ele desempenhe a função de expansor energético, expandindo e potencializando com a ajuda dos Guias da casa e devolvendo-as para toda a assistência, em um processo de troca constante.

O congá desempenhará também a função de transformador energético, funcionando como uma verdadeira usina de reciclagem de lixo astral (energias negativas), devolvendo-as como energias positivas para a terra.

E por fim será um alimentador energético, sustentando vibratoriamente todo o trabalho mediúnico, pois junto dele fixam-se no Astral os mentores dos trabalhos que não incorporam.

Em um Congá encontramos alguns itens em comum entre eles estão:

As velas colocadas (firmadas) com amor e fé estabelecem um elo de ligação maior e abrem o acesso à dimensão divina habitada por entidades. Assim como a vela ao “anjo da guarda” fortalece a influência benéfica que o mesmo exerce sobre nós.

As estátuas ajudam a elevar as vibrações mentais, pois ao olhar para elas começamos a nos lembrar da doutrina salutar e ensinamentos associados, aumentando a conexão da pessoa com tudo o que a estátua representa.

As pedras são condensadoras de energia e possuem vibração única, podendo trazer a força da natureza e dos sítios, aos quais foram retiradas, para dentro do ambiente e têm ligação com encantados da natureza que trabalham para a harmonização das vibrações do planeta. Diferentes pedras trazem energias diversas, por isso devemos estudá-las para conhecê-las.A água é o princípio da vida e da geração e o melhor veículo para o trato interno de nosso corpo. Podemos

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pedir às divindades que nos assistem para fluidificarem a água durante um ritual feito com fé e amor, onde a água passa a absorver essências etéreas que muito nos ajudará em todos os sentidos.

As flores e as ervas trazem as essências balsâmicas e curadoras que agem tornando o ambiente muito mais “leve” e benéfico. Trazem a ligação com o “espírito coletivo” ao qual fazem parte e se bem tratadas aumentam nosso benefício em sua convivência.

Os utensílios religiosos e místicos, como os colares de contas (guias), espadas, cálices, podem ser consagrados e ter no congá um local seguro para sua purificação a partir de onde recebem uma força e sentido único.

Assim, vimos que o congá tem grande importância nos terreiros de umbanda. Vamos respeitá-lo pelo que ele significa.Imaginem uma Usina de Força. Assim ‘e o Templo Umbandista. Agora imaginem esta usina com três ou mais núcleos de força, cada qual com uma ou mais funções neste espaço de caridade. Pois bem, o Conga é um deste núcleos de força, em atividade constante, agindo como centro Atrator, condensador, Escoador, Expansor, transformador e alimentador dos mais diferentes tipos e níveis de energia e magnetismo.

Por tanto todo o trabalho na umbanda gira em torno do congá. A manutenção da disciplina, do silencio, do respeito, da hierarquia, do combate à fofoca e aos melindres, deve ser uma constante dos zeladores da casa. Nada adianta um congá todo enfeitado, com excelentes materiais, se a harmonia do corpo mediúnico estiver destroçada.

Qualquer um pode mexer no Congá?Respondendo a questão de quem pode mexer no Congá, antigamente o acesso ao altar era restrito aos mais próximos dos dirigentes, pois não existia a cultura do ensinar, eles preferiam manter o segredo e na verdade o Congá deve ser um espaço para todos pois é ali que nossas orações são direcionadas até o criador e é dali que sai a energia que nos sustenta, existem alguns elementos que realmente não podem ser manipulados por todos, não por ser um mistério vocês vão aprender sobre esses elementos, mas por ser relacionado aos fundamentos espirituais dos dirigentes da casa manipular esses elementos pode causar um desequilibrou energético em toda a sustentação da casa e na vida dos dirigentes...também é importante dizer que deve se ter respeito e estar em pleno equilíbrio mental pois colocar as mãos nos itens do altar, é como colocar as mãos em uma fonte de água limpa, se suas mãos estiverem sujas vai contaminar toda a água. Por isso vamos passar para vocês a importância do preceito, e o que cada elemento do nosso Congá representa, queremos que todos tenham consciência de tudo que for feito dentro dos nossos trabalhos.

A Tronqueira

Muitos são, os que chegam a um templo de Umbanda e reparam naquelas casinhas, chamadas de tronqueira, existentes na porta.

Este recurso é, no templo, um ponto de força onde está firmado (ativado) o poder dos guardiões que militam em dimensões a nossa esquerda.

A tronqueira é um portal de polaridade negativa absorvedora e esgotadora fazendo exatamente a justa posição com o altar (conga) que é um portal de polaridade positiva irradiadora.

Dizem alguns clarividentes que, no astral, esse portal de força assemelha-se a um vórtice que “suga” e que impede as forças hostis de se servirem do ambiente religioso de forma deturpada.

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Cada pessoa que entra em uma casa de Umbanda traz consigo seu “saco de lixo” cheio (são seus pensamentos mesquinhos, suas raivas, suas desilusões…) e muitas destas energias obscuras e alguns espíritos desorientadas não conseguem nem se aproximar dos Terreiros de Umbanda, pois os Guardiões da Tronqueira ficam encarregados de juntarem todos estes “sacos” para descarregar, dando a cada um de nós a oportunidade de diminuirmos o nosso lixo e facilitando nossas próximas limpezas.

A força da tronqueira advém dos elementos ativados no astral que são instrumentos dos mistérios dos Exús e Pombagiras. São sempre guiados pela Lei Maior e pela Justiça Divina para beneficiar os trabalhos espirituais realizados no terreiro como anulação de forças negativas, recolhendo e encaminhado os seres trevosos, protegendo e muitas vezes abrindo caminhos e curando. Alguns exemplos de elementos dispostos são: tridentes, punhais, velas, ervas, pedras, bebidas, entre outros.

Existem outros tipos de elementos, que são velados. Isto é necessário, para manter o devido resguardo dos trabalhos do templo, evitando até que pessoas deem mau uso a forças tão importantes.

É importante que os médiuns e que toda a assistência saiba da importância de uma tronqueira e que todos entendam que este ponto de força está sobre as ordens da Lei Maior.

Quando alguém deturpa este ponto de força, usando-o de forma negativa, este se torna um portal negativo. Este tipo de procedimento não é da Umbanda e sim de seitas que muitas vezes se utilizam do nome da nossa religião.

Não podemos nunca esquecer de saudar, de forma respeitosa, a tronqueira e os exus guardiões, quando adentramos nos templos.

Bater a cabeça

Bater a cabeça é um ato comum dentro da Umbanda e muitas vezes fazemos de forma tão automática que não damos a devida atenção a essa prática tão sagrada.Quando o médium se prostra diante do altar e toca sua cabeça no solo ele está dizendo ali naquele momento que ele presta reverência ao sagrado, está mostrando que respeita, confia e entrega sua cabeça para o divino é um sinal de submissão a vontade de Deus, dos Orixás e dos guias de luz. Quando batemos a cabeça para o dirigente espiritual estamos batendo a cabeça para o sacerdote e não para o homem e estou ali prestando uma reverencia de forma humilde demonstrando que confio naquele que dedica seu tempo para cuidar do templo e das pessoas que buscam auxilio e quando batemos a cabeça para uma entidade incorporada em qualquer médium, estamos prestando reverencia a força, a luz e a evolução daquele espirito que está em terra para nos auxiliar.Mas como devemos bater a cabeça? Primeiro devemos respeitar as limitações físicas de cada um, não é uma falta de respeito uma pessoa que tem uma idade avançada ou algum problema de saúde que a impeça de se deitar faça a sua reverencia em pé ou ajoelhada, desde que ela tenha em mente o porquê está fazendo aqui. Quando batemos a cabeça frente ao altar devemos tocar o solo com a fronte, com a têmpora direita e com a têmpora esquerda dessa forma estamos mostrando que estamos totalmente entregues a vontade da espiritualidade, enquanto fazemos isso devemos elevar nossos pensamentos ao nosso criador e pedir para que naqueles momentos que você está ali apenas o bem, a bondade e a caridade possa ser feita e que você seja um instrumento disso. Quando batemos a cabeça ao sacerdote devemos apenas nos curvas e não necessariamente tocar a cabeça no solo pois estamos apenas prestando uma reverencia de forma humilde, devemos ali mostrar que nos curvamos diante do dirigente pois confiamos nele e o mesmo se aplica a entidades incorporadas, alguns dirigentes não permitem que se bata a cabeça para eles pois acreditam que

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dentro do templo todos são iguais cada um dentro da sua evolução e missão e no lugar do bater a cabeça usa-se o antigo hábito cristão de pedir a benção que nada mais é do que cruzar o solo a frente do dirigente ou então lhe dar um beijo na mão ou um simples abraço lhe pedindo uma benção e isso significa pedir para que aquela pessoa que foi escolhida por Deus para nos guiar te de uma benção, que nada mais é do que uma forma de se mostrar humilde.Historicamente o ato de se curvar perante o sagrado está em praticamente em todas as religiões, os muçulmanos rezam 5 vezes ao dia se ajoelhando e orando virados para Meca sua capital religiosa, os monges tibetanos, budistas, taoistas e xintoistas se curvam e tocam os pés dos seus mestres e inclusive é um habito comum deitar perante as imagens de buda e tocar seus pés, os Judeus, principalmente os praticantes da Cabala fazem suas orações antes dos rituais sagrados deitados, até mesmo os padres católicos se deitam aos pés do Papa em forma de reverencia. Então o nosso bater cabeça não é algo exclusivo da nossa religião é uma pratica religiosa global.

O que é cruzar o solo

Quando adentramos o espaço sagrado onde acontecem os rituais estamos passando o mundo profano que é o mundo onde vivemos nosso dia a dia e estamos entrando no espaço escolhido pelas divindades para se manifestar, devemos reconhecer que ali existem forças maiores que o rege e o protege, temos espíritos guardiões em cada entrada de um templo, temos os guardiões da portão de entrada, temos os guardiões da tronqueira, temos os guardiões do terreiro onde acontecem os trabalhos e esses guardiões não necessariamente são Exus ou entidades da Esquerda merecem nossa reverencia e gratidão e quando cruzamos o solo é isso que estamos fazendo, nos curvamos e fazemos o sinal da cruz, da mesma forma que fazemos ao finalizar a oração do Pai Nosso, saudamos o Alto, o Baixo a Direita e a Esquerda que são os quatro pontos de força que regem o universo (Norte, Sul, Leste e Oeste), ou o Pai o Filho e o Espirito Santo ou até mesmo como no Candomblé eles dizem saudamos Olorun, Oxalá e Ifá, nesse momento estamos dizendo, este local é sagrado e abriga seres sagradas e eu respeito isso, o sinal tanto pode ser feito com a ponta dos dedos que assim como todas as extremidades do nosso corpo são pontos de carga e descarga de energia ou então com as costa dos dedos que é a parte "limpa" das nossas mãos. Esse ato deve ser repetido em cada ponto 3, 5, 7 ou 9 vezes que são números mágicos multiplicadores dentro da Umbanda, claro que devemos ter o bom senso de que se todos os filhos de uma casa for cruzar cada ponto de força por 9 vezes o tempo que isso vai tomar pode ser muito grande então demos sempre pensar que cada número de vezes se aplica para uma situação. Essa pratica de cruzar o solo também pode ser aplicada além dos pontos de entrada e força do terreiro ao cumprimentar o dirigente do templo ou uma entidade que esteja incorporada em algum médium da casa.

Guias e Fio de Contas

As guias, que também são conhecidas como fio-de-contas no candomblé são como colares confeccionados com rituais específicos de acordo com as normas da casa e das entidades e isso pode variar de acordo com a falange e o orixá. Os colares ritualísticos são utilizados por diversos povos e culturas desde o início dos tempos e não apenas como adorno, mas também como proteção.Na Umbanda a magia de se imantar e manipular energias é muito presente, todos os objetos pessoais inclusive as guias dentro da Umbanda são intransferíveis e sua preparação deve ser feita seguindo rigorosamente as instruções das próprias entidade, sejam elas o material que deve ser utilizado, número de contas, cores e a forma de fixar (imantar) a energia naquelas guias. As guias são como um ponto de apoio da vibração do médium com a entidade, elas servem como um escudo e sintonização com das vibrações de energia além de agir como um portal em nossos chacras, abrindo e movimentando a energia de acordo com cada entidade e falange.

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Normalmente quem está começando na religião ou não possui estudo tem dúvida de como se faz uma guia e ela pode ser feita de diversas formas, dependendo de cada casa e doutrina, das instruções das entidades e até mesmo da finalidade de trabalho daquela guia. Existem guias feitas de fio de nylon, fios de algodão, contas de louça (miçangas), cristais, porcelana, sementes, pedras, ossos e mais uma infinidade de elementos que apenas as entidades vão poder determinar.

As cores das guias são diretamente relacionadas as faixas vibratórias dos orixás, mesmo guias de entidades como pretos velhos, baianos e marinheiros tem suas cores relacionadas aos orixás quais aquela entidade trabalha e uma guia não precisa ser de apenas uma única cor, podendo ter cruzamentos de cores e elementos que são determinados pela própria entidade que pede a guia.

O comprimento de uma guia é determinado pelo número de contas que a entidade pede, ou através de uma norma que é adotada na maioria dos templos, que é a guia chegar até a altura do umbigo do médium. Nem sempre o sistema de um número determinado de contas é valido pois nem todos os médiuns tem o mesmo tipo de corpo físico sendo alguns mais altos que outros e alguns mais corpulentos que outros e a guia tem que servir bem no corpo do médium.Apesar da guia com apenas um fio ser a mais comum, existem também os brajás da umbanda que são guias com 3, 5 e 7 fios que são pedidos pelas entidades ou então usados para identificar a evolução daquele médium. Não confundam esse brajá com os Brajás do candomblé que são feitos de búzios e possuem ritualista própria de confecção.Os médiuns quando tem suas guias, sejam elas recebidas do dirigente da casa ou confeccionadas a pedido de alguma entidade ele deve cuidar delas com muito respeito e carinho pois elas representam sua ligação com as entidades e também sua proteção. Por exemplo, não devemos nos alimentar ou ingerir bebida alcoólica (exceto durante um ritual), não devemos ter relação sexual, ir ao banheiro ou tomar banho utilizando nossa guia, em todos esses casos devemos retirar as guias e guarda-las.A confecção da guia varia de casa para casa como dito anteriormente, mas o método mais comum é em um ambiente tranquilo, sobre uma mesa, com um pano branco, com uma vela acesa, se faz uma oração e se pede para que a entidade que pediu aquela guia se faça presente naquele momento, antes das contas serem colocadas no fio deve se lavar elas em salmoura. Depois de pronta deve se levar para os trabalhos onde a entidade que pediu a guia ou a entidade chefe do terreiro irá "cruzar" que nada mais é do que finalizar a imantação de energia daquele objeto mágico.

A forma de utilizar a guia é, coloca-la em torno do pescoço, alguns médiuns recebem orientações diferentes de suas entidades, pedindo para que use atravessada no corpo, comumente chamada de “usar a guia cruzada”, existem vários motivos para essa pratica e o porquê somente a entidade que pediu pode dizer, pois essa prática está diretamente relacionada a influência da energia nos chacras por onde as guias estão passando.De tempos em tempos as guias podem ser lavadas com água do mar, da chuva ou água mineral e depois recarregada lavando com amaci (água sagrada preparada com folhas).

As vezes uma guia pode estourar e isso se dá principalmente por 2 motivos, o primeiro motivo é o fio que esta gasto pelo tempo de uso e o segundo é a influência energética, como dito anteriormente uma guia também pode ser um escudo e assim como um escudo que para um grande golpe e se rompe o mesmo pode acontecer com a guia, mas nem sempre o golpe de energia é ruim, por se tratar de um item mágico uma guia pode ter uma missão e depois de realizada essa missão a guia se parte para que uma nova guia seja feita com uma nova missão.Vimos que guias são elementos sagrados de extrema importância para o médium que devem ser tratadas com extremo respeito e cuidado. O uso de guias deve se restringir aos trabalhos espirituais exceto quando o médium recebe orientação diferente de suas entidades.

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Preceito e sua importância

Como em diversas religiões a Umbanda também tem seus preceitos específicos e determinados pelas entidades da casa. Na Umbanda os preceitos são restrições que nós fazemos por escolha própria dos membros da corrente visando a atração de energias positivas e manter a mente em equilíbrio. Existem diversos tipos de preceitos para os mais diversos tipos de situação, porem os três mais comuns são os seguintes:

Fundamental: é o preceito indispensável a todos da corrente sem exceção como preparativo para os trabalhos mediúnicos nas sessões de terreiro, e se divide nos itens abaixo:

Não praticar sexo pelo menos 12 horas antes dos trabalhos; Não consumir carne vermelha pelo menos 12 horas antes dos trabalhos e não consumir nenhum

tipo de carne 6 horas antes dos trabalhos. Não fazer uso de bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores, não fazer uso de café, cigarro, chocolate

e doses altas de açúcar nas 3 horas anteriores. Vigilância de pensamentos nas 24 horas que antecedem os trabalhos evitando também bares,

boates, brigas e locais de baixa vibração. Uso de roupa de cores claras preferencialmente o branco no dia dos trabalhos exceto nos dias de

trabalho de esquerda onde roupas pretas e vermelhas são aceitas. Realizar no dia dos trabalhos o banho de ervas indicado. Chegar para os trabalhos com ao menos 15 minutos de antecedência para a sintonia energética com

o ambiente. Se entregar aos trabalhos por completo deixado do lado de fora a preocupação com horário e

perturbações terrenas.

Complementar: é o preceito que, complementa o fundamental, é determinado pelo Orientador Espiritual ou pelo Guia Chefe do terreiro, para determinadas pessoas da corrente:

Suspensão total de qualquer alimento de origem animal. Exemplo: manteiga, queijo, ovos, leite, etc. Banhos de descarga especiais e específicos. Firmeza especial para o Anjo de Guarda e o Exu.

Especial: é o preceito de emergência, o que é praticado em casos especiais como quando necessário o trabalho mediúnico, fora da corrente do terreiro.

Firmar os Anjos de Guarda; o seu e da pessoa a ser atendida. Exigir no local o mais absoluto silêncio e concentração. Pedir licença e saudar os 7 Orixás. Mentalizar o Oxalá, invocando à Ele a permissão do trabalho sem os preceitos normais e rogando-

lhe o auxílio do Astral Superior.

Independente de todos estes preceitos, todo médium deve abster-se durante o trabalho mediúnico de jóias, bijuterias, objetos metálicos e dinheiro; enfim o médium deve procurar estar o mais puro possível para ingressar na corrente fraterna.

O porquê de algumas proibições?

Comer carne é errado? Não, nós seres humanos somos carnívoros por natureza é a melhor forma de conseguir as proteínas e vitaminas que nosso organismo precisa, porem toda carne é proveniente da morte de um animal e durante o seu abatimento uma energia densa é gerada e para os trabalhos espirituais essa energia pode ser prejudicial, além disso as carnes vermelhas possuem um período de digestão demorado e isso gera um peso no corpo do médium que pode acabar o prejudicando.

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E o sexo, é proibido? De forma alguma, o sexo é alvo natural e sagrado quando feito com nosso companheiro ou companheira, pedimos a abstenção do sexo no preceito para os trabalhos pois durante o ato os corpos juntos misturam suas energias e para uma melhor sintonia com o plano espiritual é necessário que o seu corpo tenha apenas a sua energia, sem misturas. Também é comprovado pela espiritualidade que durante o ato a energia sexual gerada é densa e alguns espíritos de baixa vibração podem se aproximar para absorver essas energias e o médium pode acabar trazendo esses espíritos para dentro da corrente.

Porque não podemos beber, fumar e etc? Todos os itens citados são elementos de poder, que quando utilizado pelos espíritos nos trabalhos tem função magica, porem quando nós fumamos, bebemos bebidas alcoólicas ou ingerimos açúcar estamos em maior ou menor grau alterando nossas consciências e uma mente alterada não pode ser bem aproveitada pela espiritualidade.

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