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Catálogo da exposição de bonecos japoneses da coleção do embaixador Fausto Godoy que aconteceu no Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília em Outubro de 2010. Curadoria de Denise mattar
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ningyos
O mundo mágico dos
ningyos人形
ColeçãoFausto Godoy
CuradoriaDenise Mattar
Centro Cultural Banco do BrasilBrasília
De 13 de outubro a 10 de janeiro de 2010
Realização:
O Banco do Brasil tem o prazer de apresentar O Mundo Mágico dos Ningyos, exposição que reúne cerca de 60 bonecas japonesas representativas da história e dos costumes da cultura nipônica.
Milenares, as bonecas foram, ao longo do tempo, sofrendo pequenas modificações. Já o termo ningyo (forma humana) surgiu apenas no século IX, tendo como referência as haniwa, estatuetas de barro encontradas em tumbas pré-históricas, associadas principalmente às crenças religiosas.
Esta mostra é composta pelos mais diferentes tipos de bonecos, desde os modernos Ishio até os simpáticos Gosho, que representam bebês gordinhos e alegres, em uma forma infantil simplificada; além dos Protetores, cuja tradição manda que sejam dados de presente como talismãs.
Com O Mundo Mágico dos Ningyos, o Centro Cultural Banco do Brasil espera proporcionar às crianças e adultos que visitarem a exposição um encontro mágico com a cultura e as raízes do Japão, reforçando nosso compromisso com a arte educação e a formação de plateia.
Centro Cultural Banco do Brasil
NINGYOA FORMA huMAnA
Tão logo cheguei a Tóquio, em 2001, interessei-me por uns
bonecos que se vendiam nas feiras de antiguidade da cidade, muitas delas ao ar livre. O nome deles, em japonês, é “ningyo”. Ningyo significa “forma humana”: nin (humano, gente) e gyo (forma). Mas os ningyos, no Japão, têm função mais ampla que a de um simples brinquedo. Eles são a celebração da infância e o cadinho da esperança dos pais em uma vida harmoniosa e bem-sucedida para seus filhos. Tanto é assim que eles não se prestam para brincar. não são parte do universo lúdico infantil, mas, antes, ”fetiches” carrregados de simbologia a serem expostos, na maioria das vezes, em dias específicos: três de março, o Dia
das Meninas, e cinco de maio, o dos Meninos, e depois recolhidos, carregados de energia, em caixas, preciosamente guardadas e passadas de geração em geração. Às vezes são descartados para sempre, sobretudo aqueles que não viabilizaram o almejado (acredita-se que tenham acumulado “energia negativa”). Como indutores das aspirações dos progenitores e amigos – há alguns que são ofertados quando se visita o recém-nascido – eles representam imperadores e imperatrizes, belas jovens, samurais, personagens do nô, entidades benévolas, bebês saudáveis, ou seja, toda uma gama de individualidades que revelam os ideais mais profundos do (in)consciente coletivo japonês. Através de seu poder mágico se
cristalizará, esperam os pais, um futuro bom para seus filhos.
Alguns deles, porém,
desvelam o destino trágico dos que os receberam (ou receberiam): causou-me profunda emoção ver ningyos representando noivas no Museu do Templo de Yasukuni, em Tóquio, que abriga a alma dos heróis de guerra japoneses. Elas são as consortes idealizadas dos jovens, “kamikazes” ou não, que, ainda solteiros, se imolaram na II Guerra Mundial em defesa da Pátria e não conheceram o amor. Tal é a história e tal é a fragilidade humana... Muito pouco se tem escrito a respeito do universo dos ningyos, e menos ainda exposto, fruto seguramente do preconceito elitista e míope que se recusa a ver a dimensão de ARTE que se expressa nesse objeto cotidiano: movido pelo afeto, o faberiano e o artesanal se unem, como deve ser, ao espírito criador, para deslindar, através de peças únicas e de grande
virtuosismo, o inconsciente coletivo de toda uma civilização.
Os objetos aqui apresentados atravessaram os últimos duzentos anos do Japão, do meio do período Edo (1603 a 1867) até a época contemporânea, e mostram um viés pouco explorado, mas extremamente rico, da alma e cultura japonesas.
A mostra se destina principalmente às crianças, mas creio que envolverá a todos os que não têm idade, e que ficarão cativados pela beleza, refinamento e carga de afeto de cada uma das peças.
Fausto Godoy
ningyo quer dizer “forma humana”. A palavra é traduzida em por-tuguês por “boneca” ou “boneco”. Em japonês, a palavra é neu-tra, não tem masculino, feminino, nem plural. Além dessa diferen-
ça gramatical, os ningyos ocupam na sociedade japonesa um lugar muito diferente daquele dos nossos bonecos. na sua origem, eles eram usados como representantes dos humanos em uma grande variedade de rituais como o Yahoi no Sekku, que era um dia dedicado à purificação do espíri-to. A tradição teve origem num costume chinês, no qual as pessoas escre-viam males e infortúnios em bonecos e os jogavam no rio, para que eles levassem embora todos os maus fluidos. Outro costume era colocar bone-cos de palha ou papel perto de bebês, para que atraíssem todas as doen-ças e malefícios. Mais tarde, eles eram jogados num rio, a fim de levar as enfermidades embora. No Japão, os bonecos eram, e ainda são, em essên-cia, emblemas poderosos, que permitem estabelecer a ligação entre este mundo e as forças não vistas, e a eles é atribuído um poder e um significa-do não partilhado pelos bonecos do Ocidente. Os primeiros bonecos apareceram no Japão no período Jomon (8000-200AC). Eram figuras humanóides, feitas em cerâmica e conhecidas como Dogu. No período Kofun (300-600) surgiram as figuras funerárias chama-das haniwa.no período heian (794-1184) há referências aos ningyos, tanto no livro “Os Contos de Genji” de Murasaki Shikibu (978 - 1026), quanto no “Li-vro de Travesseiro” de Sei Shonagon (966-1017). neles, são descritas me-ninas brincando com bonecas, mulheres fazendo bonecos protetores para seus filhos e netos, e rituais com o uso de bonecos. Assim, podemos afir-mar que os ningyos têm seu lugar na sociedade japonesa há mais de 1000 anos.Mas foi na era Edo (1603-1868) que eles alcançaram a sua maior impor-tância, e que foram estabelecidos alguns conceitos usados até hoje. nesta época, depois de séculos de guerras, o Japão viveu um longo período de paz, no qual as artes se desenvolveram. Os bonecos passaram a ser reali-zados por artesãos renomados e elevados à categoria de arte. Tornaram-se valiosos e estabeleceu-se um importante comércio em torno deles. neste período, foram criadas normas para sua execução, os tamanhos e forma-tos estavam sujeitos a muitas regras, e o artesão que não as cumprisse po-dia até ser preso.no Ocidente, os bonecos são vistos como objetos de uso temporário, brin-quedos para serem usados na infância. na tradição japonesa, os ningyos são formas desenvolvidas séculos atrás, revestidas de significado, e que continuam a ser feitas hoje, da mesma maneira e com as mesmas formas. São objetos pessoais que evocam uma atmosfera mágica, cheia de ino-cência e encanto. Amados por seus donos e admirados pelos visitantes, são também valiosos, extremamente frágeis e guardados cuidadosamente como tesouros de família.ningyo é um termo genérico que se aplica desde os minúsculos bonecos Daruma (do tamanho de polegares) até formas fantásticas feitas por desig-
ners contemporâneos. Os nomes usados hoje para classificar os ningyos são majoritariamente invenções do século XX, criadas pelos primeiros co-lecionadores e pesquisadores japoneses, como nishizawa Tekiho (1889-1965) e Kubota Beisai (1874-1937).O foco desta exposição de objetos pertencentes à excepcional coleção do Embaixador Fausto Godoy está em três categorias específicas de ningyos. Os Gosho-ningyos (bonecos do palácio), os hina-ningyos (bonecos do Dia das Meninas) e os Musha-ningyos (guerreiros do Dia dos Meninos). Alguns outros exemplares de Kyobinas (mulheres belas), hoso-ningyos (bonecos de saúde, proteção e sorte) e uizan-ningyos (bonecas do nô e do Kyogen) tam-bém fazem parte da mostra, mas são apresentados de forma pontual.Na parte final do catálogo, reunimos um conjunto de ukiyo-es (gravuras) e mangás, também pertencentes à coleção Fausto Godoy, com temas re-lacionados aos ningyos apresentados. As gravuras japonesas foram matri-zes do Impressionismo e do Art-nouveau, e os mangás, que derivam dire-tamente delas, mudaram irreversivelmente os conceitos internacionais dos filmes de animação. Unindo a estética dos mangás, a tradição dos ningyos e a influência ocidental de Barbies e Susies, temos, no Japão de hoje, bo-necas que representam alguns dos valores do chamado Japop: formas ta-lhadas, sensualidade e movimento.
Os Materiais
O maior foco deste catálogo está na explicação da origem e do significa-do dos ningyos, entretanto, no intuito de familiarizar o leitor com este uni-verso, apresentamos alguns dos seus elementos construtivos. Os três prin-cipais materiais para a confecção dos ningyos são a madeira, os tecidos e o gofun. O Japão tem uma longa tradição na escultura de madeira e este foi, du-rante séculos, o principal material de base dos ningyos. Originalmente, os bonecos eram esculpidos em uma só peça. Depois os rostos, mãos e pés passaram a ser esculpidos em separado, sendo realizados pelos artesãos mais hábeis. Com o passar do tempo, a madeira foi substituída pelo uso do “toso”, um tipo de pó de serra combinado a uma cola que é colocado em moldes de gesso adquirindo sua forma. na estrutura dos ningyos são usados, eventualmente, materiais como, marfim, gesso, papier maché, en-tre outros.Os tecidos que adornam as bonecas japonesas são ricos, elaborados e sun-tuosos. na sua construção, sempre foi empregada a melhor tecnologia têx-til existente no momento, e por isso os tecidos se tornaram um dos ele-mentos que ajudam a definir a época em que um ningyo foi realizado. É grande a variedade de tecidos utilizados: seda, cetim, gaze, crepe, veludo e brocados espetaculares. São empregadas também várias técnicas deco-rativas, como o debrum, bordados em ouro e prata e tingimentos. Além do acabamento, os tecidos também estão na estrutura dos ningyos, enrolan-
O mundo mágico dos Ningyos
do bambus e prendendo detalhes. O tecido estofado é muitas vezes usa-do para criar formas. O Gofun é o material que dá aos ningyos suas luminosas faces brancas com textura de porcelana. É uma pasta branca feita de conchas de ostras trituradas, misturadas com água e uma cola de origem animal (nikawa). Aplicada em superfícies polidas cria uma textura parecida com laca, mui-to macia e com um brilho particular. Para obter um bom resultado é neces-sário aplicar uma série de camadas bem finas. A cola utilizada dá a esse material uma qualidade plástica que permite criar linhas bem acentuadas e superfícies arredondadas. O gofun tem sido usado na escultura budista desde o período Kamakura (1392-1573), e também na arquitetura, no tra-balho de laca, etc. O uso do gofun na confecção dos ningyos permite ob-ter um brilho sedoso conferindo às figuras um profundo senso de beleza e mistério. Detalhes da face, olhos, nariz e boca podem ser cuidadosamen-te trabalhados, e para acentuar alguns deles são acrescentados elementos vermelhos ou pretos. Com o passar dos anos, o gofun foi substituído pela porcelana e hoje são também empregados materiais como resina e com-postos de gesso.Outros materiais externos podem ser usados na confecção dos ningyos, como: papel laqueado para fazer armaduras, folhas finas de metal, fibra de seda para simular couro, peles de animais, etc. Os cabelos podem ser, verdadeiros, pintados ou feitos de seda. Os olhos também podem ser pin-tados ou realizados com pequenas contas de vidro.
HINA-NINGYOS O hina-Matsuri (Dia das Meninas) é comemorado no Japão no dia 3 de mar-ço. um mês antes, as bo-necas (hina-ningyos) são dispostas num altar ver-melho em forma de esca-
da. Com suas faces brancas e poses nobres, vestidas com ricos bordados e embelezadas com coroas, cetros e espadas, elas parecem ícones de uma cultura. Muito divulgada, a imagem do altar do hina-Matsuri é imediata-mente associada ao Japão em todo o mundo. O termo Hina é uma contração da palavra Hi’ina, significando “pequeno e adorável”. Por centenas de anos, as bonecas hina eram pequenas, man-tendo o sentido original da palavra. A crescente popularidade do festival e o desenvolvimento de um mercado em torno delas durante o século XVIII mudou significativamente também o seu tamanho.Por sua beleza, as bonecas hina tornaram-se objetos de colecionismo no mundo todo e é frequente encontrar bonecas isoladas à venda em antiquá-rios. Entretanto, é curioso observar que, até entre seus admiradores, o sig-nificado da origem e da posição das figuras que povoam essa cena é mui-to pouco conhecido. Mesmo no Japão, as tradições do Hina-Matsuri se di-luíram através do tempo, seu significado e valores originais foram perdidos ou distorcidos, embora a data nunca seja esquecida.na primavera, os hotéis e as lojas de departamentos quase sempre deco-ram seus lobbies com espetaculares arranjos para comemorar o feriado de 3 de março. Os museus, respondendo ao interesse cada vez maior do pú-
blico, apresentam esses altares montados com cuidado, observando todas as suas normas e significados. Hokyoji, o templo das bonecas em Kyoto, abre suas portas para permitir aos visitantes o acesso à sua coleção impe-rial, reunida através dos anos entre as mulheres da corte. Nas estações de trem, há anúncios das várias atividades do festival. um quadro vivo é cria-do em Tóquio com crianças desempenhando os vários papéis. nas lojas, flores de crisântemo são arrumadas, imitando a disposição dos persona-gens no altar, e em cada um desses lugares, a canção infantil criada para hina é tocada repetidamente. Quando executadas por artesãos importantes, as bonecas hina custam sig-nificativas somas de dinheiro, e os antiquários, por todo o país, mostram exemplares para vender. Muitos turistas são atraídos pelas festividades. Esta é a face contemporânea do hina-Matsuri, mais uma “tradição inven-tada”, como diria Eric hobsbawm.Entretanto, em alguns lugares escondidos do Japão, ainda é possível ter uma ideia do festival original baseado em rituais de purificação anual que datam de mais de mil anos.Em Awashima-Jinja, na província de Wakayama, no terceiro dia do tercei-ro mês, três barcos são ritualmente carregados de bonecas hina, e depois entregues ao mar, levando com eles, segundo acreditam os locais, os ele-mentos malévolos e assustadores. na província de Tottori ainda é pratica-do o Nagashibina, ritual no qual barcos de palha flutuam pela corrente, carregando bonecos feitos de papel (oribina), flores de pêssego e bolinhos de arroz. Acredita-se que o barco irá retornar do reino celestial, trazendo paz e proteção divina. Originalmente, o hina-Matsuri assegurava a saúde do imperador e de sua família, e o ritual era focado quase exclusivamente no Dairibina - o casal imperial, que era apresentado com um conjunto de bandejas de oferendas à sua frente. No final do período Edo, esta apresentação se expandiu e co-dificou até chegar a um arranjo, usado até hoje, com 15 figuras tipicamen-te distribuídas num altar de 7 degraus conhecido como hinadan, e cober-to por um tecido vermelho brilhante chamado Mosen. no dia seguinte do hina-Matsuri, os pais têm que levar as bonecas o mais longe possível, porque a tradição diz que se não fizerem isso, suas filhas não irão se casar ou o farão bem tarde. Elas devem ser tratadas com cui-dados especiais e colocadas em caixas apropriadas. Caso sejam negligen-ciadas, ficarão magoadas e poderão não ser encontradas tão bem no ano seguinte. O desenho e intenção do altar do hina-Matsuri era trazer um entreteni-mento para os Kani (Deuses) para convidá-los a vir do paraíso, honrar o lar com uma visita e trazer bênçãos à criança para a qual o Matsuri esta-va sendo celebrado. Comida e oferendas eram colocadas diante do casal imperial para agradecer a eles pela visita. Com o tempo, esses conjuntos foram se tornando mais sofisticados. Foram incorporados móveis, conjun-tos de caligrafia, queimadores de incenso, pentes, espelhos, etc. O exa-to momento em que esses elementos foram introduzidos no hina-Matsuri não é muito claro. Atualmente, o altar do hina-Matsuri representa o cor-tejo de um casamento imperial e tem como objetivo socializar as meninas para a vida de casada. É comum também nesse dia oferecer às meninas a Kyobina, boneca que representa o ideal de beleza, ou ainda bonecas de personagens, como Mu-rasaki Shikibu, a dama da corte e escritora do período heian, considera-
da a autora da primeira novela da literatura mundial: “Os contos de Gen-ji”, escrita entre os anos 1000 e 1008. Também podem ser ofertadas bo-necas de sacerdotisas xintoístas, desejando proteção ou uma vida religio-sa às meninas.O altar do hina-Matsuri representa uma corte imperial do período heian (794-1192) e as figuras são dispostas na seguinte ordem hierárquica:
Dairibina - O Casal ImperialDurante séculos, o Imperador foi visto no Japão como um representante dos deuses, e por isso eles são as figuras principais da festa do Dia das Me-ninas. Ficam colocados no topo do altar. O termo Dairi quer dizer corte, Obina é o Imperador e Mebina é a Imperatriz. Atrás deles, há um biombo dourado representando o trono. Em extremidades opostas, duas lanternas brancas (bonbori) completam o patamar.
Sannin-Kanjo - As Damas da Corte O segundo degrau é ocupado pelas damas da corte. Elas eram respon-sáveis por atender às necessidades pessoais dos imperadores, providen-ciando suas refeições, velando-os à noite e entretendo-os nas horas de la-zer. Suas tarefas incluíam, por exemplo, guardar as espadas, joias, espe-lhos, registrar acontecimentos na corte, servir como mensageiras impe-riais, transmitir memoriais e ordens do trono e atuar como representantes imperiais nos templos em ocasiões religiosas formais. Descendentes de famílias nobres, essas mulheres eram escolhidas por suas habilidades na música, caligrafia ou poesia; embora servindo como atendentes, elas esta-vam bem longe de serem criadas.Geralmente, elas são representadas por três damas que trazem saquê, mas há muitas variações, e às vezes elas aparecem segurando água ou comida. Junto a elas são colocadas bandejas com bolinhos ou docinhos de arroz.
Gonin-Bayashi - Os MúsicosNo terceiro degrau ficam os músicos. O grupo deriva do clássico conjun-to de 5 pessoas do teatro nô. Eles tocam os seguintes instrumentos: Tai-ko (pequeno tambor), Ookawa (grande tambor de mão), Kotsuzumi (tam-bor de mão), Fue (flauta). O cantor (Utaikata) segura um leque (sensu). Os músicos são sempre homens, mas, para mostrar que são jovens, suas fa-ces são geralmente andróginas, o que faz com que frequentemente se pen-se que são mulheres.
Zuishin - Os GuardiãesNo quarto degrau ficam os Zuishin. São chamados de ministros e têm o papel de protetores. O da direita é Udaijin e o da esquerda Sadaijin, con-siderado superior na antiga corte japonesa, pois era quase sempre um an-cião, famoso por sua sabedoria. Os Zuishin são vestidos em trajes de ofi-ciais da corte, e, mostrando a sua posição militar, geralmente portam o arco e flecha. Entre eles são colocados os hishidaí, suportes (daí) em for-ma de diamante (hishi); na qual bolinhos de arroz (hishimochi) também em forma de diamante são ofertados.
Shi-Cho - Os ArautosNo quinto degrau ficam três arautos, ou três criados. Essa representação varia muito. À direita deles é colocada uma laranjeira (Ukon no tachiba-na). À esquerda, uma cerejeira em flor (Sakon no sakura).
Dogu - Acessóriosno sexto e no sétimo andar são colocados vários utensílios domésticos e peças de mobiliário em miniatura, feitos em laca ou metal, representando o dote de casamento. Esses acessórios, que variam muito nas montagens, são chamados Dogu. Às vezes, no último degrau, são também colocados palanquins ou carruagens. hoje, com a falta de espaço, é frequente montar nas casas um pequeno altar apenas com o casal imperial ou ainda usar outras bonecas, como as Kokeshi, realizadas em madeira com desenho estilizado.Muitas iguarias são preparadas para este festival e colocadas no hinadan, como o hina arare (arroz frito doce) e o hishimochi (bolinho de arroz em forma de diamante). Este doce é composto por três camadas de cores: o branco, que simboliza a neve, o verde, que representa o crescimento, e o rosa, que simboliza as flores de cerejeira. Também é preparado o chirashi-zushi (o arroz com frutos do mar e algas). É servida uma bebida doce cha-mada shirozake, feita de arroz fermentado, um tipo de saquê, mas que não contém álcool, podendo ser consumida por crianças.A música cantada no hina Matsuri chama-se Ureshii Hina ma t suri (Dia das bonecas feliz) e a sua letra é assim: Akari o tsu ke ma sho, bonbori ni, (Va-mos acender as lanternas). O hana o age ma sho, momo no hana. (Vamos oferecer flores de pêssego). Go-nin bayashi no fue taiko, (Cinco músicos da corte tocarão tambores e flautas) Kyo-wa tanoshi- Hina matsuri. (hoje é o divertido dia das bonecas). Recentemente, fez um grande sucesso no Japão a versão j-pop desta música cantada pelo conjunto MiniMoni.
GOSHO NINGYOS (Vindos do Palácio)Gosho quer dizer “vindo do Palácio”, pois
nas cortes imperiais no final do sé-culo XVII e início do século XVIII, esses bonecos eram dados como
presentes em várias ocasiões. No pe-ríodo Edo (1603-1867), o gosho so-fisticou-se e suas mudanças espelham
as mudanças da sociedade. É importante observar, entretanto, que estes bonecos re-
ceberam esse nome apenas no século XX e que desde o período Edo, eles não eram apenas presentes da corte, mas também objetos populares. Os bonecos e bonecas, em quase todo o mundo, são vistos como perten-centes ao mundo infantil, são objetos para brincar, vestir, recriar a reali-dade exterior. No Japão, há uma impactante inversão desse padrão. Os gosho-ningyos são bonecos feitos para serem olhados por adultos e re-presentam a infância e as crianças brincando de ser adultos. Eles são uma apreciação da inocência da infância, uma tentativa de continuar a ver o mundo através dos olhos das crianças, depois que esse olhar se tornou o de um adulto. Os gosho-ningyos são talvez os mais adoráveis de todos os bonecos japoneses, com seus corpos gordinhos, expressões infantis, fa-
ces amistosas olhando candidamente para o espectador. Geralmente, são representados por meninos de 3 a 5 anos vestidos ou usando uma fralda (haragake). As cabeças são excepcionalmente grandes e redondas, os bo-necos corpulentos, o que significa saúde. Os cabelos, naturais ou de seda, têm o tamanho e o formato usados para cada idade na sociedade japo-nesa. Algumas características dos rostos dos goshos são a boca pequena ligeira-mente aberta, os olhos bem estreitos e os narizes diminutos. Os goshos se originaram nos bonecos chamados de haihai (bebê engatinhando). O cor-po desses bonecos era feito em seda, tinham rostos rudimentares e cabe-los verdadeiros. Eram feitos para comemorar o nascimento de uma nova criança, tinham a função de talismãs de proteção e eram deixados per-to das crianças para absorver influências negativas. No período Edo, os haihai eram dados como presente para os bebês no Ano novo e no seu primeiro festival, e eram incluídos no altar do hina-Matsuri.Outro tipo de gosho surgiu na época Edo com uma função específica. Eram feitos para ser dados de presente aos Daimyos, como reconhecimen-to ou gratidão. Eram objetos auspiciosos que propiciavam longevidade, saúde, fertilidade, sucesso para um filho, etc.
MUSHA NINGYO (Bonecos guerreiros para o Dia dos Meninos)
Figuras impressionantes vestidas em traje mili-tar completo, com rostos enérgicos e orgulho-sos, usando elmos, roupas de brocado de seda por baixo de armaduras laqueadas com acaba-
mento em metal cinzelado, botas cobertas de pele, flechas brilhantes nas suas cos-
tas, espadas presas no obi e leques de bata-lha. Esta é a marcante e singular aparência dos bonecos japoneses conhecidos como Musha-
ningyo, que representam os samurais, cujas qualidades os pais desejam para os seus filhos no Dia dos Meninos.Assim como o hina-Matsuri é conhecido pelo elaborado altar de bonecas representando a corte imperial, o festival do quinto mês conhecido como Tango-no-sekku ou Gogatsu-no-sekku, conhecido popularmente como o Dia dos Meninos, é marcado pelos dramáticos arranjos de Musha-ningyo representando celebradas figuras do reverenciado passado marcial japo-nês. Figuras com aparência física codificada, simbolizando personagens específicos cujos desejos, caráter e destino são conhecidos de todos, são colocados em estandes de degraus como uma forma de comunicar valores importantes na sociedade: coragem, honra e lealdade.Considera-se que, durante o festival, os bonecos servem como abrigo tem-porário para os espíritos destes bravos que partiram, protegendo e purifi-cando as casas que os recebem bem. A ênfase nos guerreiros como um símbolo no Dia dos Meninos é também um reflexo da sua posição cultural nas origens. no período Edo, a celebração do dia dos meninos funciona-va não apenas como um importante dia espiritual, mas também cultural, mostrando o samurai no seu papel de guardião valente.
Comemorado tradicionalmente no quinto dia do quinto mês do calendá-rio lunar, o Dia dos Meninos corresponde ao final de maio ou começo de junho no sistema ocidental.O Dia dos Meninos era parte dos cinco festivais sagrados conhecidos como Gosekku. A origem deste festival, assim como o hina-Matsuri, veio de uma tradição chinesa. Originalmente, neste dia eram realizados bo-necos de plantas aromáticas que, em seguida, eram presos às portas para afastar os maus espíritos. Com o fortalecimento dos samurais, os aspectos marciais ficaram mais predominantes na sociedade japonesa e determina-ram mudanças no festival.A iconografia do Dia dos Meninos gradualmente foi se codificando no pe-ríodo Edo. Poses específicas eram combinadas com certas armaduras e símbolos de modo que as crianças pudessem identificar imediatamente o personagem reproduzido e recitar os contos de heroísmo que o haviam deixado famoso séculos atrás.A data do aparecimento dos Musha-ningyo é imprecisa. Podemos, en-tretanto, assegurar que a maior parte dessas figuras data do século XIX ou posterior. O uso dos olhos de vidro se torna comum no final do perío-do Edo (1603-1867), e eles tendem a ser um pouco grandes para o rosto, criando um certo efeito. No final do período Meiji (1867-1912), os olhos se tornaram mais proporcionais. Foi também nesse período que passaram a ser usadas no rosto cores como o vermelho e o rosa bem fortes. No dia 5 de março de 1948, depois da derrota do Japão na segunda guer-ra, como parte de uma onda de medidas criadas para negar o passado marcial japonês, o Tango-no-Sekku foi renomeado “Kodomo-no-hi” (Dia das Crianças), um termo despido de qualquer poder, mística ou nostalgia, que era o coração da tradição. hoje, mais do que o estande de nobres e orgulhosos guerreiros, o festival é marcado pelas carpas voadoras sobre as casas com meninos. Acontecendo no meio de uma série de feriados na-cionais conhecidos como a “Semana Dourada” o Dia dos Meninos se tor-nou apenas uma ocasião para viajar para fora do Japão, muito mais do que uma reflexão sobre os gloriosos heróis do seu passado militar, antes tão vi-brantemente personificados nas figuras de Musha-Ningyo.Muitos outros bonecos e bonecas fazem parte da herança cultural do Ja-pão. Belos e respeitados, cheios de significados ocultos e poderosos, eles são um elemento significativo no imaginário do país.Agradeço ao Embaixador Fausto Godoy e ao CCBB de Brasília a oportuni-dade de realizar esta mostra. Mais uma vez pude contar com a cenografia envolvente de Guilherme Isnard e a inspirada programação visual de Ana Lucas, parceiros de outros projetos. Agradeço também à equipe local que ajudou a desenvolver o serviço educativo, divulgar a mostra e resolver os múltiplos problemas e inúmeros detalhes que cercam uma exposição.A formação de público é hoje, internacionalmente, uma das metas da cul-tura, e ir a uma exposição tornou-se um programa familiar. Aos pais e fi-lhos que estiverem na mostra, desejo que aproveitem muito essa viagem ao mundo mágico e encantado dos ningyos.
Denise MattarCuradora
protetores
Afastar as doenças, trazer felicida-de e proteger o lar. São muitos os símbolos usados pelos japoneses para atrair a sorte e espantar os males. Grande parte dessas tra-dições é originária da China, mas há também uma mistura de ele-mentos do xintoísmo e do budismo.
Hoso-ningyoEste ningyo é um talismã que se oferece às crianças quando estão com sarampo, varíola ou catapora.Ele segura uma xícara de saquê e uma colher.Com seu cabelo vermelho, o demônio amigo espanta a doença. Era Meiji (1867-1912) 14 x 13 x 9cm
protetoresni
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Dois ShishiPersonagem do Nô e do Kabuki. São dois demônios-leões protetores, com poderes mágicos para espantar os maus espíritos e trazer boa fortuna. Aparecem às vezes em pares, um branco e um vermelho. Era Showa (1926-1989) Branco: 22 x 18 x 10,5cm Vermelho: 20 x 22,5 x 12cm
ShishiEra Meiji (1867-1912) Era Taisho (1912-1926) Vermelho: 8 x 11cm ØBranco: 8 x 11 cm Ø
Shishi Terracota pintada.
Típico dos teatros Nô e Kabuki.33 x 26 x 16cm
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ShishiEra Meiji (1867-1912)13,5 x 12 x 8cm
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DarumaTrês Daruma: um sem olhos, outro com apenas um olho e outro com os dois olhos. Os Daruma são bonecos esféricos com corpo vermelho e faces brancas sem pupilas. Eles representam o Bodidharma, o sacerdote que fundou o Zen há mil e quinhentos anos. Acredita-se que os Daruma trazem boa sorte e ajudam as pessoas a alcançar seus objetivos. Ao fazer um pedido, pinte em um dos olhos, e o outro, apenas quando for atendido.Contemporâneas (Era Heisei). Papier Maché. Maior: 23 x 19 x 20cmMédio: 17,2 x 13 x 16cmMenor: 13,5 x 10 x 10,5cm
Daruma NingyoImperador e Imperatriz. O formato ovoide dos Daruma simboliza a capacidade de sempre se pôr de pé frente às dificuldades da vida.Contemporâneas (Era Heisei)Imperador: 31,2 x 22 x 23,2cm Imperatriz: 31 x 22 x 24cm
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Daruma NingyoEspecífica para o Dia das Meninas.Era Taisho (1912-1926) 12,5 x 8,5 x 8cm
FukurokujuÉ um dos sete deuses da felicidade. Representa a riqueza e a longevidade. Seu nome significa felicidade (fuku), riqueza (roku) e vida longa (ju). É representado com uma testa muito grande. Cerâmica. 35 x 20 x 10cm
protetoresni
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HoteiÉ o deus que simboliza a generosidade. Vive rindo, sempre de bom humor, e, por isso mesmo, traz saúde e felicidade, pois está sempre satisfeito com o que tem. Sua enorme barriga não representa a gula, mas é símbolo de satisfação.Bronze. 20 x 25 x 10cm
Tenjin-samaRepresenta o sábio Sugarawa-no-Michizane (845-903), poeta banido da corte pelos seus ideais. Anos mais tarde, uma série de catástrofes se abateu sobre o país e entendeu-se que isto se devia a seu espírito que buscava vingança. Hoje, representa os ideais de conhecimento e sabedoria. Os pais dão aos filhos no Dia dos Meninos para desejar-lhes êxito nos exames escolares e na profissão.Era Taisho (1912-1926)Cerâmica popular. 24 x 16 x 8cm
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Tenjin-samaEra Showa (1926-1989).
Cerâmica, madeira e papier maché.
30 x 29 x 7,5cm.
Tenjin-samaCom as feições do Imperador Meiji.Era Meiji (1867-1912) Madeira Policromada. 43 x 54 x 21cm
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Nô ningyoRepresenta um personagem do teatro Nô, com a máscara cobrindo seu rosto.12,5 x 9 x 9cm
SamuraiCom bandeira de clã. Era Meiji (1867-1912) 22,5 x 10,5 x 6,5cm
Os gosho-ningyos (bonecos vindos do palácio) são feitos para serem olhados por adultos e representam a infância e as crianças brincando de ser adultas. São objetos auspicio-sos para de sejar longevidade, saú-de, fertilidade e sucesso.
vindos do palácio
SamuraiEra Meiji (1867-1912)Era Taisho (1912-1926)20 x 15,5 x 10,5cm
Haihai gosho ningyo IIEra Taisho (1912-1926).24 X 14 X 13cm
vindos do palácioni
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Haihai Gosho NingyoNingyo engatinhando. É dado por ocasião do nascimento de uma criança, como um talismã de proteção. Deve ficar ao lado do recém-nascido para absorver os maus fluidos.17,5 x 32 x 18cm
Gosho-ningyoCom intrumento musical.Era Meiji (1867-1912)12 x 6,5 x 5,5cm
vindos do palácioni
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Gosho ningyo com takarabune, o navio da FortunaDiz a tradição que os sete deuses da Fortuna vêm a bordo do navio e chegam ao porto (a casa da criança) na véspera do Ano-Novo. A imagem do navio é posta debaixo do travesseiro e se a criança sonhar com o takarabune, terá sorte no próximo ano inteiro.Era Taisho (1912-1926) 27,5 x 15 x 10,5cm
vindos do palácioni
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Gofuku-no-inori goshoNingyo sentado em cima do martelo de Daikoku, simbolizando riqueza e sorte no cotidiano.24,5 X 10 x 15cm.
Ningyo músicoCom leque e tamboreteEra Showa (1926-1989) 29 x 34 x 21cm
Gofuku-no-inori goshoEsse boneco tem o machado do deus Daikoku, um dos 7 deuses da Fortuna e protetor do cotidiano.Era Showa (1926-1989)26 x 18 x 8cm
vindos do palácioni
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Ningyo com chapéuNingyo representando menino com chapéu em forma de barco e segurando uma corda.Era Showa (1926-1989)15 x 13 x 9cm
Gosho NingyoEra Meiji (1867-1912)/Era Taisho (1912-1926).26 x 18,4 x 12cmCarrinho: 4,5 x 19,8 x 14,5cm
Gosho ningyo com cavaloO cavalo é um símbolo ligado à cultura samurai. Transmite o desejo de que o menino se torne valente e íntegro.Era Taisho (1912-1926)32 x 28 x 22,5cm
vindos do palácioni
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Samurai com bastão Era Meiji (1867-1912)19 x 13 x 9cm
vindos do palácioni
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Musha-ningyo (samurai)Era Meiji (1867-1912)Era Taisho (1912-1926)29 x 24 x 12cm
O Gogatsu-no-sekku (Dia dos Meninos) é comemorado tradicional-mente no quinto dia do quinto mês do calendário lunar, o que corres-ponde ao final de maio ou começo de junho. Como no Dia das Meni-nas, é montado um altar, e nele são colocados um capacete samurai, bandeiras dos clãs e os musha-ningyos. Considera-se que, durante o festival, os bonecos servem como abrigo temporário para os espíritos dos bravos que partiram, protegendo e purificando as casas que os recebem bem.
dia dos meninos
Samurai Era Edo (1603-1867)18 x 13 x 12cm
dia dos meninosni
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sRonin Representa o episódio conhecido como Chushingura, quando 47 samurais morreram para vingar a morte do seu senhor. Suas cinzas estão no templo Sengakuji, em Tóquio, e são reverenciados pela população. A lealdade é um tema particularmente sensível aos japoneses. Era Edo (1603-1867)Era Meiji (1867-1912)17 x 14,8 x 10cm
RoninUm dos ronins do Chushingura. Tem os braços móveis.Era Edo (1603-1867)14 x 6,5 x 6cm
Musha ningyosFiguras impressionantes, com rostos enérgicos e poderosos. Usam capacetes e armaduras laqueadas, roupas de brocado de seda, botas cobertas de pele, flechas brilhantes nas costas, espadas presas no obi, e leques de batalha. Esta é a aparência dos bonecos japoneses conhecidos como Musha-Ningyo, que representam os samurais, cujas qualidades de honra, lealdade e justiça, os pais desejam para os seus filhos homens no Dia dos Meninos.Era Edo (1603-1867). 22 x 10 x 8cm
dia dos meninosni
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Samurai com falcão.Era Edo (1603-1867)Era Meiji (1867-1912)34 x 15 x 13cm
dia dos meninosni
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Samurai com lançaEra Edo (1603-1867)19 x 12 x 8cm
dia dos meninosni
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Samurai na LiçaO cavalo fica apoiado numa só pata, causando um grande efeito de movimento.Era Edo (1603-1867)Ningyo: 29 x 29 x 6cmSuporte: 6 x 42 x 25cm
Dois SamuraisDe pé: 24 x 10 x 6 cmAjoelhado: 22 x 10 x 8cm
dia dos meninosni
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Capacete de SamuraiUsado no altar do Dia dos Meninos.Era Meiji (1867-1912)17 x 19 x 14cm
Capacete de SamuraiUsado no altar do Dia
dos Meninos.40 x 50 x 30cm
Murasaki ShikibuEra Showa (1926-1989) 14 x 19 x 19cm
No terceiro dia do terceiro mês acontece o Dia das Meninas. É comum oferecer a elas presentes como a Kyobina, boneca que representa o ideal de beleza, ou ainda bonecas de personagens, como Murasaki Shikibu, a dama da corte e es-critora do período Heian, considerada a autora da primeira novela da literatura mundial: “Os contos de Genji”, escrita entre os anos 1000 e 1008. Também podem ser ofertadas bonecas de sacerdotisas xintoístas, desejando proteção ou uma vida religiosa às meninas.
dia das meninas
Kyobina Era Edo (1603-1867)Ningyo: 41 x 18 x 10cm
Ningyo com o martelo de DaikokuEra Meiji (1867-1912) 19 x 13,5 x 9cm
Sacerdotisa xintoístaCom leque.
Era Showa (1926-1989)25 x 18 x 14cm
dia das meninasni
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Sacerdotisa xintoístaÉ dada no dia das meninas desejando proteção ou uma vida religiosa às meninas.Era Showa (1926-1989)28,5 x 15 x 8cm
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Corte - 15 peças Imperador + Imperatriz3 damas da corte, 2 solda-dos, 3 arautos/oficiais, 5 músicos.Século XIX/XX (Taisho)Porcelana, pó de serra, tecido e seda. Menor ningyo - alt. 10 X prof. 6 X larg. 8cm.Maior: alt. 13 X prof. 6 X larg. 8cmimperadores são maiores.
Corte ImperialCompleta. 15 peças. Era Taisho (1912-1926)Menor ningyo: 10 x 8 x 6cmMaior ningyo: 13 x 8 x 6cm
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Corte ImperialIncompleta. 11 peças.Era Meiji (1867-1912) Maior ningyo: 8 x 6 x 5cmMenor ningyo: 6 x 6 x 4cm
Corte imperialCompleta. 15 peçasEra Showa (1926-1989)Maior ningyo: 17 x 14 x 10cmMenor ningyo: 13 x 10 x 6cm
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MúsicosEra Edo (1603-1867)Maior ningyo: 22 x 10 x 6cmMenor ningyo: 17 x 15 x 6cm
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Imperador e Imperatriz - DairibinaEra Edo (1603-1867)Era Meiji (1867-1912)Imperador: 36 x 43 x 30cmImperatriz: 42 x 33 x 38cmBases: 10 x 37 x 26cm
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Imperador e Imperatriz DairibinaEra Edo (1603-1867)Era Meiji (1867-1912)Imperador: 25,5 x 25 x 14,5cmBase: 11 x 22 x 33cm Base + ningyo: 36 x 22 x 33cmImperatriz: 15 x 22 x 17cmBase: 10 X 22 X 33cm
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Imperador e Imperatriz - DairibinaEra Edo (1603-1867)Era Meiji (1867-1912)Imperador: 25,5 x 25 x 14,5cmBase: 11 X 22 x 33cmImperatriz: 15 x 22 x 17cmBase: 10 X 22 X 33cm
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Imperador e ImperatrizEra Edo (1603-1867) Era Meiji (1867-1912) Imperador: 23 x 22 x 13cmImperatriz: 14 x 20,5 x 14,5cmBases: 4 x 18 x 13,5cm
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ImperadoresEra Edo (1603-1867)Imperador: 28 x 32 x 20cmImperatriz: 22 x 32 x 27cm
Imperador e Imperatriz -DairibinaEra Edo (1603-1867)Era Meiji (1867-1912)Imperador: 20 x 12 x 7cm Imperatriz: 14 x 7 x 6 cm
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Imperador e Imperatriz -DairibinaEra Taisho (1912-1926)Imperador: 18,3 x 13 x 6cmImperatriz: 14 x 7 x 6cm18cm de altura com a coroa
Toyokuni III (personagens)
e Ando Hiroshige (paisagem)
Kusatsu, da série Sohitsu Tokaido
Dois Samurais numa paisagem.
1855Xilogravura
35,5 x 25cm Editor: Yamashiro-ya
Selo de censura: dois aratame 9 hare VII 1855
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Os ukiyo-e (gravuras japonesas) foram matrizes do Impressio-nismo e do Art-Nouveau. Têm desenho limpo e não realis-ta, são realizados com economia de traços, enquadramentos inusitados, cores puras e vastas superfícies sem sombras. Sua modernidade é impressionante. Toulouse-Lautrec em seus cartazes utilizou sua atrevida simplificação. Van Gogh repro-duziu algumas gravuras, fascinado por seus enquadramentos. Monet criou um recanto japonês em Giverny, e ainda poderí-amos falar de Beardsley, Klimt, Manet, entre outros.
ukiyo-e
Utagawa Kunioshi (1797/1861)Díptico de cena de Kabuki com três atores no papel de pescadores.1847/52 Xilogravura36 x 24cm cadaEditor: Sano-Ki (1790-1860)Selo de censura: 2
Utagawa Kunioshi (1797/1861)Série Taiheki Eiyuden/ Histórias heroicas de TaihekiRetrato do Samurai Fukushima MasanoriC. 1850Xilogravura 37 x 24cm Editor: Yamamotoya HeikichiSelo de censura: Mera (Mera Taichiro) e Murata (Murata Heiemon)
Utagawa Kunioshi (1797/1861)Série Taiheki Eiyuden/
História heroicas de TaihekiRetrato do Samurai
Hayashi TanshiroC. 1850
Xilogravura 37 x 24cm
Editor: Yamamotoya HeikichiSelo de censura: Mera (Mera Taichiro) e
Murata (Murata Heiemon)
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Utagawa Kunioshi (1797/1861)Série Taiheki Eiyuden/ Histórias heroicas de TaihekiRetrato do Samurai Akeshi SamanosukeC. 1850Xilogravura 37 x 24cm Editor: Yamamotoya HeikichiSelo de censura: Mera (Mera Taichiro) e Murata (Murata Heiemon)
Keisai Eisen (1790/1848)
A BelaSec. XIX
Xilogravura 35 x 25cm
Selo de censura: kiwame (1790/1804)
Kiyonaga Torii(1752/1815)Três cortesãs fazendo toaleteXilogravura 38 x 26cm Editor: Tsuta-ya
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Ichiyûsai Shigenobu – Hiroshige IIVista de Akiba e Fukuroi-dako, Enshu – da série Vistas de Lugares famosos nas províncias – Enshu Akiba takkei Fukuroi-Dako.Homens empinando pipasC. 1859/64Xilogravura33 x 22cm
Utagawa Kunisada Cena de Kabuki C. 1820Xilogravura 35 x 25cm Selo de censura: Kiwame
Kunisada/ Toyokuni III
Retrato de Ator no kabuki fazendo seppuku
C. 1860Xilogravura36 x 26cm
Editor: TsutayaSelo de censura:
aratame + 4º mês
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Sakamaki KougyoCena de Teatro Nô1897Xilogravura 37 x 26cm
Sakamaki Kougyo Cena de Teatro Nô
C. 1899 Xilogravura 37 x 26cm
Os mangás derivam diretamente dos ukiyo-e e mudaram irreversivelmente os conceitos inter-nacionais dos quadrinhos e dos filmes de ani-
mação. Os ningyos contemporâneos não são mais repletos de significa-dos. Entretanto, aqui apresentados ao la do de mangás e em cenários de animes, eles representam alguns dos valores do chamado Japop: for-
mas talhadas, sensualidade, movi-mento e sedução.
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Ningyo sentada22 x 22 x 14,5cm
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Ningyo com
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Ningyo sentada13,5 x 18 x 10,5cm
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Coelhinha20cm
ExposiçãoCuradoria Denise Mattar
Consultoria Fausto Godoy
Cenografia Guilherme Isnard
programação Visual Ana Lucas
iluminação Guilherme Isnard
Trilha sonora Canções do Hina Matsuri. Intérpretes: Tamie Kitahara e Camilo Carrara
produção Executiva Celso Rabetti
Cenotécnica José Aleixo Pigari e Jorge Kugler
Assessoria de imprensa Objeto Sim Projetos Culturais
serviço Educativo Palavra-chave Arte e Cultura
produção Local Carolina Barmell
produção Facto Arte
CATáLogoorganização Denise Mattar
Projeto Gráfico Ana Lucas
Textos Denise Mattar Fausto Godoy
Fotos Wel Calandria
Assistente de fotografia Tiago Baccarin
Revisão Cristiane Garcia
patrocínioBanco do Brasil
RealizaçãoCentro Cultural Banco do Brasil