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OS TRIBUTOS E SUA CLASSIFICAÇÃO Prof. Dr. Luiz Edmundo C. Borba

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OS TRIBUTOS E SUA CLASSIFICAÇÃO

Prof. Dr. Luiz Edmundo C. Borba

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A CF/88 (a partir do art. 146), de forma exemplar, tratou o tributo e suas espécies, mas não o definiu, deixando tal tarefa para as leis complementares, em especial podemos apontar a lei 5.172/66 (CTN).•A prestação pecuniária é aquela que expressa o valor em dinheiro, mas não é dinheiro. Ex: cheque, nota promissória etc.* OS TRIBUTOS SÃO OBRIGAÇÕES QUE PODEM SER EXPRESSOS EM DINHEIRO.* Os tributos não podem ser considerados castigos/sanção, pois está previsto em lei e é instituído pelo estado.

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Só serão tributos as prestações pecuniárias compulsórias previstas pela CF/88, fora tal hipótese só serão aceitos os casos de impostos de competência da união em que ainda não foram tratados pela CF. É a chamada competência residual, para a criação de impostos inominados (art. 154 da CF). Só a união pode instituir tributos.Fora as hipóteses mencionadas estaremos falando de uma outra figura jurídica que não seja tributo. 

OBS: Vale-se mencionar que nem sempre a lei instituidora ou modificadora do tributo o nomeia corretamente, para estes casos o art. 4º do CTN definiu que o tributo vale em sua essência e não como foi denominado, desta forma um erro na nomenclatura não torna o tributo ilegal, desde que seja possível identificar sua natureza.

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  O STF a teor do voto do Min. Moreira Alves

entendeu que os tributos comportam as seguintes espécies:

- Impostos, Taxas, Contribuições de melhorias, Contribuições especiais ou sociais, e empréstimos compulsórios. (pegar folha na xerox). O princípio da tipologia permite a divisão dos tributos.

OBS: Os tributos através de suas espécies poderão ser agrupados da seguinte forma:

!º grupo: composto pelos tributos fiscais (impostos, taxas e contribuições de melhoria);

2º grupo: tributos parafiscais (contribuições especiais);

3º grupo: tributos extrafiscais (empréstimos compulsórios

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Os tributos fiscais são aqueles destinados para o estado, aparecem no orçamento e se prestam as despesas do estado têm previsão orçamentária;

- As contribuições parafiscais não entram diretamente no orçamento público. Elas são destinadas a entes descentralizados da adm. pública. Ex: autarquias (OAB) como autarquia federal. São tributos de interesse do estado, porém não é do estado (SENAC, SESI, SEBRAE, SESC, SENAR, SENAT,

- Os tributos extrafiscais (estão fora do orçamento e das atividades do estado porque não dar para prevê). Ex: guerra externa, calamidade pública...

OBS: Na prática o empréstimo compulsório não é recorrente porque politicamente não é viável.

  OBS: Os órgãos de representação de classe são custeados

por tributos e têm vinculação obrigatória para as pessoas que desejarem prestar as atividades por ele controladas e fiscalizadas, os sindicatos pressupõem a livre adesão, assim como o pagamento de suas contribuições não possuem a compulsoriedade que caracteriza dos tributos.

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sua definição é dada pelo art. 16 do CTN, sendo tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. É por este motivo que Geraldo Ataliba descreve o imposto como um tributo não vinculado (não retorno direto ao contribuinte).

Os impostos servem para custear os serviços públicos indivisíveis, prestados em benefício de toda a coletividade, onde é levada em consideração a capacidade contributiva, sem que haja nexo com as atividades do Estado. (O imposto é para despesas gerais). Estão discriminados um a um pela Magna Carta (ressalvando a competência residual da União para os chamados impostos inominados-art. 154), os artigos 153, 155 e 156.

OBS: É válido lembrar que o direito tributário se fundamenta em bases econômicas, ou seja, não há a possibilidade de tributar algo que não comporte apreciação econômica ou que não implique em um serviço prestado. Como exemplo, poderemos indicar um caso em que uma empresa perde todo o seu estoque em incêndio; neste caso não há como incidir o imposto na mercadoria queimada. Caso a mercadoria esteja no seguro e o proprietário o recebe, o fisco tem direito a cobrar tributo. Da mesma forma que o filho que doa para o seu pai o uso de um imóvel (conduta incentivada pelo CC) não caberá pagar tributos.

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É bastante útil, pois nos habilita a entender a natureza jurídica própria de cada imposto e a sua base legal. A classificação é formulada considerando as características que determinam sua exigibilidade, da seguinte forma:

a) Diretos: quando em uma só pessoa são reunidas as condições de contribuinte de direito (responsável pela obrigação tributária) e de fato (quem suporta o ônus do imposto, quem paga). Ex: IPTU, IR, ITBI (Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis), ISS dos autônomos; via de regra são impostos graduados de acordo com a capacidade econômica do contribuinte, respeitando-se o princípio da isonomia tributária.

* A obrigação tributária passiva é intransferível; só o fisco pode transferir, conforme previsão legal. A transferência é de natureza civil. Ex: O IPTU, que se transfere o pagamento para o inquilino é de natureza civil e não tributária.

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b) Indiretos: são aqueles recolhidos pelo contribuinte de direito, mas suportados pelos de fato, acarretando no fenômeno da transferência do ônus do tributo (também chamado de translação ou repercussão). Ex: ICMS, IPI, em alguns casos o IOF, entre outros (alguém paga - direto, mas é de responsabilidade de outra pessoa – indireto).

c) Impostos reais: são os que alcançam bens singulares ou rendimentos, assim como grupos de bens ou rendimentos, considerados em sua objetividade, sem levar em conta a condição pessoal do sujeito passivo, a exemplo do IPTU, ITR, IPVA, etc.

d) Impostos pessoais: estabelece diferenças tributárias em função das condições próprias, particulares do contribuinte, a exemplo do imposto de renda pessoa física, de maneira a individualizar, a cobrança do imposto.

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e) Impostos proporcionais: assim caracterizados quando for estabelecida alíquota única incidente sobre o valor da matéria tributável. São impostos como o IPTU, ITBI, ICMS, entre outros similares (desde que inexista a adoção da progressividade).

* Base de cálculo igual para todos, mas a incidência é diferenciada.

f) Impostos progressivos: são os impostos cujas alíquotas são elevadas à medida que a base tributável aumenta, como ocorre com o IRPF e o IPTU e ITBI (quando adotarem o critério da progressividade).

* O critério da área de menor ou de maior valor (IPTU), com maior ou menor benfeitorias no local.

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g) Impostos fixos: assim chamados quando o valor de imposto é fixado pela lei em quantia certa, independendo de cálculo. São exemplos: o ISS dos profissionais liberais, o IPI de alguns produtos importados, entre outros.

* A prescrição do crédito tributário é de 5 (cinco) anos, exceto quando escrita na dívida ativa (há controvérsias).

* Alíquota fixa é discutível, pois a cobrança é feita antes da prestação do serviço, ou seja, antes da ocorrência do fato gerador. Nessa categoria inclui-se o advogado.

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A carta magna no art. 145 define os seguintes elementos característicos das taxas: a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios podem instituir os seguintes tributos...

- inciso II, taxas em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos (discriminar os serviços) e divisíveis.

- § 2º - as taxas não poderão ter base de cálculo própria dos impostos.

* Todos os tributos são compulsórios. * Quem paga e não tem o serviço está infringindo o

Código de Defesa do Consumidor.

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Devemos lembrar que as taxas não poderão ter base de cálculo próprio dos impostos (bi-tributação), mesmo fato gerador, ocasionando dois tributos diferentes, o que é indevido e afronta a capacidade contributiva, além de auxiliar na existência de um possível confisco.

OBS: Não confundir a bi-tributação com o bis in idem, que significa pagar o mesmo tributo em duplicidade.

Por isto mesmo é que foi preciso constitucionalizar tal matéria, uma vez que o estado teimava em exigir taxas que na verdade eram impostos, levando o STF a editar várias súmulas, entre elas: 128, 135, 144, 551 e 595.

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A definição de poder de polícia, de forma bem detalhada é encontrada no art. 78 do CTN, não sendo demais lembrar que o exercício de poder de polícia geral, envolvendo os interesses da coletividade, sem destinatário certo será custeado pelos impostos; enquanto o poder de polícia específico, individualizado e com destinatário certo será mantido através da cobrança de taxas.

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É prevista no art. 145, III da CF e no art. 81 do CTN, valerá quando houver melhoria, acréscimo patrimonial em benefício do contribuinte, por um serviço praticado pelo poder público. Se uma rua é calçada ou asfaltada, por exemplo, os imóveis situados nesta via terão acréscimo patrimonial, portanto, sofrerão a incidência deste tributo. Contudo, no caso de haver um recapeamento (restauração), não caberá a contribuição de melhoria, mas sim os impostos ou uma taxa específica (questionável).

Tratam-se de tributos parafiscais, e teremos como exemplos: contribuições sociais destinadas a seguridade social (art. 140 e 195 da CF); contribuição social de serviço social e sistema sindical (art. 240 da CF); contribuições interventivas (art. 149 da CF); contribuições corporativas (art.149 da CF); entre outras. São tributos destinados para a coleta de recursos e suscetivos custeios de certas áreas de interesse social, quer o serviço público seja prestado de maneira direta ou indireta, pelos entes que colaboram com a administração pública

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A contribuição social tem destinação certa, sendo recolhida para uma finalidade pré-determinada, indicada pela lei que a instituiu.

a) Contribuições sociais destinadas à seguridade social: é o tributo exigido da sociedade para assegurar direitos relativos à saúde, previdência e assistência social, destinando-se a financiar a seguridade social, portanto é um tributo parafiscal, pois não faz parte das ações rotineiras da adm. pública e de certa forma delas independem, por possuir uma destinação específica tratada no texto constitucional.

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OBS.: vale a ressalva de que existem correntes doutrinárias que não reconhecem estas contribuições como tributos, pois as mesmas não são tratadas, na CF, do capítulo que trata do sistema tributário nacional, mas sim do capítulo que aborda a previdência. O problema é que estes autores se esquecem do art. 3º do CTN que define que é um tributo.

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O legislador constitucional conferiu a União uma forte ferramenta de intervenção econômica, podendo se observar como parâmetro as atividades prescritas nos arts. 170 e 181 da CF. A contribuição de intervenção no domínio econômico se justifica diante do princípio do superior interesse nacional, portanto abordará assuntos de segurança nacional. Ex: FGTS.

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é o tributo consistente em contribuições compulsórias exigidas dos empregadores para serviço social do sistema sindical cuja destinação afetará diretamente a formação profissional ou custeará serviços sociais relevantes e específicos. Ex: SESI, SESC, SENAI, SENAC, SEBRAE, SENAT, SENAR etc.

OBS: Não confundir este tributo com a contribuição confederativa prevista no art. 8º, IV da CF/88, que é instituída pela assembléia geral da entidade sindical (custeio de sindicatos), portanto não compulsória. Só paga quem for filiado ao sindicato.

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É o tributo extrafiscal estabelecido pela constituição federal para o custeio de despesas extraordinárias dispostas no art. 148, I e II e no seu parágrafo único da CF/88 (calamidades, catástrofes, e guerras externas ou sua iminência, além de relevante investimentos públicos). É um tributo qualificado pela promessa de restituição, prescrita em/na lei.

Alguns autores, a minoria, entendem que o empréstimo compulsório não seria tributo, mas uma espécie de contrato com a natureza compulsória.

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Obs.: a contribuição sobre o sistema sindical é o tributo consistente em contribuições compulsórias exigidas para o custeio de serviço social e sistema sindical, destinando-se, diretamente, a formação profissional ou a serviços sociais específicos, a exemplo do que prestam o SESI, SESC, SENAI, SENAC, SEBRAE, e tal tributo não deve ser confundido com a contribuição confederativa, prevista no artigo 8, IV da CF, sendo instituída pela assembléia geral da entidade sindical (para custeio dos sindicatos), portanto, não é compulsório.

Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:

IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;

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FIM