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Março / 2012

Osasco, Povo que Educa

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Revista produzida para o projeto homônimo desenvolvido em parceria com a Letra e Ponto

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Page 1: Osasco, Povo que Educa

Março / 2012

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Meninas e meninos,

Apertem os cintos para entrar em uma cápsula do tempo e

viajar pela história de Osasco. O passeio, que promete ser in-

esquecível, vai mostrar um pouco da formação do nosso povo, da

ocorrência de fatos marcantes e de curiosidades impressionantes,

do surgimento de ruas e avenidas, da chegada das indústrias, da

emancipação da cidade, da luta dos trabalhadores, da força do

teatro, das mudanças de vocação do nosso município...

Nós, que organizamos estas informações como forma de

comemorar os 50 anos desta cidade que é nossa, pretendemos

mostrar que, assim como o Brasil, temos mais de 500 anos de

história para contar. E a história da nossa cidade – que tem a par-

ticipação de índios, portugueses, espanhóis, africanos, italianos,

alemães, armênios, japoneses e brasileiros vindos dos mais

diferentes cantos do país – não termina na última página desta

revista, ela continuará sendo escrita por cada um de vocês.

Conhecendo o passado, podemos entender melhor o presente

e planejar o futuro da maneira que desejarmos. Mas, de imediato,

podemos nos inspirar e transformar o conhecimento em um belo

desfile no dia 7 de setembro. Boa leitura e mãos à obra!

Osasco - 50 anos, povo que educa

Emidio SouzaPrefeito

Maria José FavarãoSecretária de Educação

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[PÁGINA 1 – QUADRINHOS]

1) Diná pergunta: – Rex, que geringonça é essa aí.

Rex responde: – Diná, olhando daqui eu vejo apenas uma cápsula do tempo, construída

por mim e pelo meu fiel amigo Zíper.

2) Diná: – Ah, como eu sou insensível! E por que vocês construíram essa gerin..., digo,

cápsula do tempo?

3) Rex: – Ora, nós estávamos pensando que conhecer o passado pode ajudar a gente

a entender melhor o presente e, até, a se preparar para o futuro.

4) Diná: – Hummm... Que pensamento profundo para um dinossauro e um zangão.

(Rex e Zíper fazem cara de bravos)

5) Diná: – Brincadeirinha, gente! E você vai aonde? Mostrar a Pré-História ao Zíper?

6) Rex: – Um dia pode até ser, mas, por enquanto, estamos satisfeitos com o passeio

que fizemos.

Diná (danada da vida): – Fizeram?!? E não me levaram?!?

7) Rex (tirando onda): – Eu não sabia que a senhorita andava de geringonça. Mas, não

fique brava: o Zíper tirou várias fotos e eu fiz um diário de bordo dessa viagem incrível.

Você já, já vai saber onde estivemos.

(Diná, soltando fumacinha da cabeça, senta no sofá.)

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Viaduto metálico Reinaldo de Oliveira

Zona norte de Osasco

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Para testar a nossa invenção, eu

e Zíper escolhemos Osasco como

destino. Consegui fotos recentes

de alguns pontos da cidade para

nos orientar, mas de nada adian-

tou. Minutos depois que os motores

foram ligados, aterrissamos em

uma floresta.

Pensei que algo na programação

do local tivesse dado errado, mas

não: a nossa cápsula do tempo nos

levou à época do descobrimento do

Brasil, e – eu juro que é verdade!

– a região onde hoje se localiza o

município de Osasco fazia parte da

Mata Atlântica!

Diário de bordo do Rex

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Eu não conseguia acreditar que todo aquele verde, todos aqueles rios (incluindo o Tietê,

que hoje é tão poluído) se transformaram na cidade que conhecemos atualmente, cheia de

prédios, ruas, lojas...

Confesso que fiquei admirado

com a exuberância da natureza,

mas não tive vontade de viver

naquele tempo. Eu só pensei que a

vida hoje, nas grandes cidades, po-

deria ser bem melhor se a gente con-

servasse os recursos naturais. Gerar

menos lixo, jogar menos fumaça no

ar, despejar menos poluentes nas

águas pode fazer uma diferença

grande no cenário do nosso futuro.

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Sítio de Quitaúna - 1922

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Mas vamos nos concentrar no passado, no tempo em que Osasco foi território indígena

– é verdade! E, como aconteceu com boa parte do Brasil, os índios tiveram de dividir seu

espaço com os colonizadores que aqui chegaram.

Falando em colonizadores, eu

não fazia ideia de como muitos

deles se empenharam em desbra-

var e explorar o território bra-

sileiro. Os bandeirantes, como

ficaram conhecidos, saíam em

busca de riquezas naturais. Nessa

caça ao ouro e às pedras precio-

sas, abriram estradas, ergueram

pequenas cidades e, desse jeito, o

Brasil foi sendo povoado.

Foi uma surpresa e tanto saber

que Osasco tem o começo de sua

história nesse momento de for-

mação do Brasil. Imagine que o

síto de Quitaúna (onde hoje está o

quartel do Exército) foi a residên-

cia de um bandeirante famoso –

Raposo Tavares. Suas terras eram

ponto de parada e abastecimen-

to para outros bandeirantes em

suas longas jornadas. Registros

históricos revelam que Raposo

Tavares ficou conhecido também

por uma atividade nada nobre:

ele aprisionava índios e os vendia

como escravos.

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Consultando os computadores da cápsula do tempo, eu e Zíper percebemos que já havía-

mos viajado um pouco mais. Estávamos no século 17 e ficamos conversando sobre como os

europeus – em especial os portugueses, primeiros colonizadores da região em que hoje está

Osasco – foram corajosos para cruzar oceanos, povoar uma terra distante. Será que eles

tinham noção dos riscos dessa aventura? Ou, de que estavam construindo um país novo?

A gente pensou também que construir um país não quer dizer apenas explorar um ter-

ritório, abrindo estradas, erguendo casas... um país também é feito dos costumes de um

povo. No caso do povo brasileiro, a culinária, a dança, a religião, ou seja, tudo aquilo

que hoje é marca da nossa cultura começou com essa mistura de hábitos dos índios, dos

europeus e dos negros.

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Pois é. Até agora eu não tinha

escrito nada sobre os negros que

vimos trabalhando como escravos

na região de Osasco. Em todas as

paradas que fizemos com a nossa

cápsula do tempo entre os séculos

17 e 19, encontramos essas pes-

soas plantando, colhendo, cuidan-

do de gado, da casa de seus sen-

hores e até dos filhos deles.

Esses homens e mulheres, que sofreram muito por

serem retirados de seus países contra a própria von-

tade, também trouxeram consigo seus costumes, que

estão presentes na nossa cultura até hoje. Quem é que

não sabe de onde vem a feijoada? E o conhecimento

que temos dos orixás? E o samba, gente?!

Seria muita legal fazer uma grande lista sobre a

influência dos africanos na nossa cultura, mas eu es-

tava vendo muitas outras coisas importantes de rela-

tar também.

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Estação de Osasco - 1991

Estrada de Ferro Sorocabana - 1944

Antônio Agu

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Depois da chegada de portugueses e africanos,

a região de Osasco recebeu imigrantes da Itália, da

Armênia, da Rússia, do Japão. Imigrantes são pessoas

que vão tentar a sorte em outros países, e foi esse o

caso de Antônio Agu.

Descobrimos que não foi à toa que o nome deste

homem virou nome de rua. Agu veio da Itália com o

desejo de melhorar de vida. Aqui, montou uma fá-

brica de tijolos e apoiou a construção da Estrada de

Ferro Sorocabana, que ligaria várias cidades de São

Paulo. A primeira estação a ser construída foi a de

Barueri. A estação de Osasco – obra do italiano –

foi inaugurada em 1895 e recebeu este nome em

homenagem à sua terra natal.

Osasco, nesta época, era uma vila da cidade de

São Paulo e com a chegada da estrada de ferro – que

facilitou muito o transporte de mercadorias e pessoas

– começou a se desenvolver depressa.

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Eu e Zíper achamos que o empreendedorismo – quer dizer, a persistência de algumas

pessoas em transformar seus sonhos em realidade – marcaram a história de Osasco.

Viajando na cápsula do tempo, pudemos ver que,

entre o final do século 19 e o começo do século 20,

a cidade cresceu à beça e recebeu mais imigrantes.

Muitos vieram para trabalhar na lavoura, substituin-

do a mão de obra escrava – afinal de contas, a es-

cravidão havia sido abolida no Brasil! Mas houve os

que conseguiram empregos nas indústrias e outros

que abriram pequenos comércios.

Na bagagem, esses imigrantes trouxeram seus sonhos,

seus conhecimentos e sua vontade de construir um lugar

melhor para viver – é, não podemos esquecer que

muitos vieram para cá fugindo da Primeira Guerra

Mundial que devastava a Europa nesta época. Eles

também trouxeram um jeito diferente de falar, de

cozinhar, de dançar... acrescentando mais elementos

à cultura brasileira.

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[PÁGINA 9 - QUADRINHOS]

1) Diná fala e pensa no cenário que pronuncia: – Mata Atlântica...

2) IDEM: – População indígena...

3) IDEM: – Africanos...

4) IDEM: – Imigrantes...

5) IDEM: – Progresso...

6) Diná encenando diante de Rex e Zíper: – A história de Osasco tem toda essa relação

com a história do Brasil e eu não participei desta viagem!!! Aaaaai... Acho que vou des-

maiar...

7) Rex sem se deixar abater: – Já acabou, Diná? Agora levanta porque depois de ouvir

o que eu vou relatar agora é que você vai cair dura de verdade!

(No mesmo quadro, Zíper abana a cabeça e Diná aparece deitada com aquele olho ab-

erto de quem está fingindo o desmaio).

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Dimitri de Sensaud de Lavaud

Aeroplano construido pelo Dimitri

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Em meio a tudo que estávamos acompanhando sobre imigração e novos negócios, tive-

mos uma surpresa e tanto ao saber que o primeiro voo da América do Sul aconteceu em

Osasco. É isso mesmo!

Dimitri Sensaud de Lavaud – um espanhol naturali-

zado brasileiro, que também viveu na França – era um

inventor nato. Influenciado pelas notícias dos feitos

do brasileiro Santos Dumont em Paris, ele construiu,

em Osasco, o aeroplano que chamou de São Paulo.

O projeto, de autoria do próprio Dimitri, foi executa-

do na indústria de seu pai, o Barão Evariste Sensaud

de Lavaud. Após vários testes, o inventor marcou o voo

para o dia 7 de janeiro de 1910 e... foi um sucesso!

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Dimitri pilotou a máquina, que

pesava apenas 20 quilos, por 103

metros a uma altitude que variava

de dois a quatro metros. Para a

época, isso foi bárbaro! Além do

mais, para mim e para o Zíper, foi

uma demonstração de que deve-

mos sempre nos esforçar para re-

alizar aquilo em que acreditamos.

Soubemos que Dimitri fez mui-

tas outras invenções que contribuíram para o desenvolvimento industrial daquela época.

Até mesmo no ramo de automóveis ele teve participação. Merecidamente, mais tarde, o

museu da cidade levaria o seu nome. Era danado o rapaz!

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Em paralelo a tudo isso, Osasco

se mostrava no caminho do fu-

turo. Neste começo do século 20, o

processo de industrialização ia de

vento em popa. Viam-se fábricas

de tijolos, de louças sanitárias, de

papelão, de tecidos, de produtos

químicos e outras das quais já nem

consigo me lembrar.

Observamos que o momento era

de colaborar para o crescimento

do país e que a preocupação com

o meio ambiente ainda não tinha

chegado. Isso é uma pena, porque,

se as indústrias pensassem, desde o

começo, no impacto que suas ativi-

dades têm sobre a natureza, não

chegaríamos com tantos proble-

mas ambientais ao século 21. A

partir daí, eu e Zíper entendemos

que tudo aquilo que fazemos tem

consequência...

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Se o setor de indústrias estava crescendo, a oferta de empregos seguia o mesmo caminho.

E o que vimos da cápsula do tempo, na primeira metade do século 20, foi a chegada de

mais gente a Osasco. Desta vez, além de estrangeiros, Osasco começou a receber pessoas

de outras regiões do Estado e até do país.

Assim como os estrangeiros, os migrantes (que é como chamamos aqueles que se mudam

de uma região para outra dentro do mesmo país) vinham em busca de uma sonho: o de

prosperar e poder buscar a família ou voltar com melhor situação à sua cidade de origem.

Eles vinham (e ainda vêm!) chei-

os de vontade de trabalhar, trazen-

do suas histórias e seus sotaques.

Acho que a maioria dos moradores

da Osasco de hoje tem na família

alguém vindo de outro país ou de

outro estado brasileiro. Essa mistu-

ra toda é fantástica e deveria ser o

maior orgulho nacional!

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Santo Antônio

Catedral

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Falando em orgulho, a cápsula

do tempo fez uma pausa na déca-

da de 1930 e nós tivemos uma pro-

va real da importância de alguns

empreendedores. Foi nesta época

que o farmacêutico italiano Pedro

Fioretti abriu a primeira farmácia

da cidade.

Ela era muito diferente das farmá-

cias de hoje porque não havia medi-

camentos feitos por laboratórios, os

remédios eram manipulados. Du-

rante muito tempo esta farmácia

foi a única alternativa para as pes-

soas da região que necessitavam de

socorro imediato. É difícil de acredi-

tar, mas, naquele momento, não

havia médicos em Osasco.

Ao mesmo tempo...

Santo Antônio foi escolhido

como padroeiro de Osasco pelo fato

de Antônio Agu – o fundador da

cidade – ser seu devoto. O italiano

doou o terreno para a construção

da catedral, que aconteceu tam-

bém na década de 1930.

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Mais uma vez me peguei pensando em como eram

(e são) corajosas as pessoas que viajam grandes

distâncias para começar uma nova vida sem saber

o que lhes espera. Será que a mesma Osasco que

crescia industrialmente e ainda não contava com

serviços de saúde para a população tinha como abri-

gar tanta gente?

Quando fiz esta pergunta, o Zíper me mostrou

as vilas operárias. Pois é, migrantes e imigrantes

começaram construindo vilas para morar perto de

seus locais de trabalho. Essas vilas hoje são bairros

conhecidos de Osasco. Pesquisar isso pode ser bem

interessante!

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Avançamos um pouco mais na história da cidade com a nossa cápsula do tempo e che-

gamos à década de 1950. O que vimos foi o seguinte: Osasco continuava como vila – ou

bairro – de São Paulo, mas muita gente desejava a sua independência.

O Zíper me disse que a palavra certa nesse caso é emancipação, porque os países

é que se tornam independentes, as cidades se emancipam. Então, havia a vontade de

que Osasco se emancipasse, se tornasse um município. Parece que, na condição em

que estava, Osasco gerava riqueza, mas não era beneficiada com o progresso que chegava

à capital, como rede de água, esgoto, eletricidade...

Page 20: Osasco, Povo que Educa

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Em 1953, foi realizado um plebiscito, ou seja, uma

votação popular, para saber se Osasco deveria per-

manecer como parte da cidade de São Paulo ou se de-

veria se emancipar. A população votou não à emanci-

pação. Cinco anos mais tarde, aqueles que desejavam

a transformação de Osasco em município retomaram

a campanha e o retorno foi “sim à emancipação”.

Mas, ainda não foi dessa vez que Osasco passou a ter

prefeito, vereadores, leis próprias... Isso só aconteceu

com a decisão da Justiça, em 1962.

Eu nunca havia pensado nisso,

mas quando as pessoas se unem

com um objetivo em comum é

sinal de que aquilo que desejam

conquistar é muito valioso para

elas. Eu e Zíper vimos nessa pas-

sagem da história que a união faz

a força mesmo.

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Quando Osasco se tornou um mu-

nicípio, as pessoas devem ter ficado

orgulhosas demais de pertencer

àquele lugar, de poder decidir como

usar o dinheiro que arrecadavam

para estruturar a cidade, melhorar a

vida de seus cidadãos.

Uma cidade emancipada – as-

sim como um país independente –

decide o seu próprio destino, as pessoas que nascem ali se sentem filhos da terra, elas se

envolvem com as questões de seu local de origem porque pertencem a ele, porque se identi-

ficam com ele. Por tudo que passou, Osasco é mesmo uma cidade da qual os seus cidadãos

devem se orgulhar... E olha que ainda tem mais história pela frente – ou seria pra trás?!

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A época da emancipação de Osasco coincidiu com um impulso ainda maior da indus-

trialização no Brasil. Entre as décadas de 1960 e 1980, cidades industriais de São Paulo e

do Rio de janeiro passaram a atrair um volume ainda maior de pessoas buscando oportu-

nidades de trabalho.

A bordo da nossa cápsula do tempo, eu e Zíper observamos que Osasco estava (e ainda

está) entre os municípios que acolheu muita gente vinda do Norte e do Nordeste, de Minas

Gerais e até mesmo de outras cidades paulistas.

A força de trabalho desses ci-

dadãos, que formavam a classe

operária, também merece destaque

na história da cidade.

Page 23: Osasco, Povo que Educa

1968 - Retomada do controle da Cobrasma

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Vale a pena registrar que os trabalhadores de Osas-

co se tornaram também exemplo de união nesta época.

Elegeram representantes, montaram comissões dentro

das fábricas, criaram sindicatos...

Essa organização da classe permitia que eles dis-

cutissem com os empregadores os seus direitos e ne-

gociassem melhores condições de trabalho. Quando

se sentiam injustiçados, faziam greve. Aliás, o Zíper

me pediu para escrever que a greve dos operários de

Osasco, em 1968, é considerada até hoje uma das

maiores e mais importantes da História do país.

Outra coisa importante de ressal-

tar é que os trabalhadores da cidade

sempre contaram com o apoio dos

estudantes e da classe artística. A

cultura em Osasco – em especial o

teatro, que dramatizava a realidade

da população – serviu de modelo

para movimentos artísticos de outras

partes do Brasil. Legal, não é?!

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[PÁGINA 21 - QUADRINHOS]

1) Rex: – E aí, Diná? O que está achando da minha narrativa?

2) Diná: – Como eu disse antes, pra um dinossauro e um zangão, vocês até que fazem

observações interessantes, mas...

3) Rex: – Mas o quê, Diná? Você está é morrendo de inveja porque não viajou com a

gente!

4) Diná: – Inveja? Eu? De não ter voltado no tempo dentro dessa lata velha? Ah, me

poupe!

5) Rex: – Então, porque você deu aquele chilique depois de ouvir o começo da história

de Osasco? Até fingiu desmaiar.

6) Diná (sem graça): – Ah... Bem... Eu estava praticando o que aprendi nas aulas de

interpretação. Continua aí a leitura do seu diário de bordo, quero ver se daqui pra frente

você melhora o jeito de contar uma história.

7) Rex (olhando para Zíper e piscando): Sei...

Page 25: Osasco, Povo que Educa

1923 - Edificação original da Estação de Osasco Anos 1980 - Avenida Antônio Agu

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Chegando com a cápsula do

tempo à década de 1980 foi que

Zíper e eu nos demos conta de

como a cidade havia mudado...

O transporte, que láááá no pas-

sado era feito por carroças e char-

retes, passou a ser feito também

por trens e, depois, por ônibus e

automóveis. Isso quer dizer que vi-

eram as rodovias – como a Castelo

Branco, que é a principal via de

acesso ao município, e a Raposo

Tavares, que se inicia em São Paulo

e vai até o Mato Grosso do Sul – e

que centenas de ruas foram sendo

abertas, fazendo surgir novos bair-

ros. O desenho da cidade é outro:

basta pegar fotos e comparar!

Page 26: Osasco, Povo que Educa

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Aliás, falando em comparar,

eu fiz isso com imagens que fize-

mos do Rio Tietê ao longo da

viagem e levei um susto! É quase

inacreditável, mas o trecho do

Tietê que passa por Osasco já

foi limpo, usado para navegação

e até para competições de na-

tação! Hoje, quem se arrisca a

dar um mergulho...?

Pois é, a cidade cresceu, in-

dústrias e residências passaram a

despejar esgoto sem tratamento

no rio, as pessoas contribuíram

jogando lixo e o resultado é esse.

Fui pesquisar e descobri que o

Tietê nasce na Serra do Mar – a

cerca de 100 quilômetros da capital

paulista –, percorre 1.100 quilômetros

e deságua no Rio Paraná.

Page 27: Osasco, Povo que Educa

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Na nascente, ele é estreito e lim-

po, mas, ao longo de seu trajeto,

vai recebendo outros rios como

afluentes e se tornando mais volu-

moso. Quando passa por Mogi das

Cruzes, o Tietê ainda tem oxigênio

que permite a vida aquática, acon-

tece que, quando se aproxima de

São Paulo, recebe tantos detritos

domésticos e industriais que se tor-

na um dos rios mais poluídos do

mundo.

Enquanto eu passava o tempo

olhando as imagens de vários mo-

mentos do Tietê e de Osasco, o

Zíper chamou minha atenção para

algo interessante: muitas indústrias

do município haviam desaparecido.

Page 28: Osasco, Povo que Educa

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Tivemos que fazer uma pausa com a cápsula do tempo para desvendar esse mistério.

Simplesmente sumiram do mapa de Osasco empresas como a Cobrasma (grande metalúr-

gica, que fabricava peças para trens), a Eternit (das louças sanitárias), a Santista (dos

tecidos)...

Na verdade, não foi assim “simplesmente”. A partir da década de 1980, as indústrias

começaram a deixar os grandes centros urbanos por diferentes razões, entre elas os impos-

tos elevados e o tráfego intenso, que dificulta o transporte de matéria-prima e mercadorias.

Algumas dessas empresas deixaram mesmo de existir, enquanto outras se mudaram para

cidades menores, que ofereciam redução de tributos.

Page 29: Osasco, Povo que Educa

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É claro que, com a saída das indústrias, Osasco ganhou um novo desenho. No lugar de

algumas fábricas, instalaram-se redes de supermercados, shoppings e empresas com outras

finalidades. O município, que no passado fora apelidado de “Cidade Trabalho”, mudou,

desenvolvendo mais os ramos de comércio e serviços.

Essa mudança fez reduzir o

dinheiro que circulava na cidade,

porque os postos de trabalho

oferecidos nos ramos de comércio

e serviços não compensaram as

vagas que eram oferecidas pelas

indústrias.

Foi um período difícil, não ape-

nas para Osasco, mas para outras

cidades brasileiras – especialmente

as do eixo Rio-São Paulo – que

deixaram de ser industriais.

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A década de 1990 não foi muito diferente. O Brasil viveu um momento difícil, e Osasco

também. O cenário começou a mudar com a chegada do século 21, quando o país fez mu-

danças na economia que deram um fôlego maior tanto às indústrias, que já haviam deixado

as regiões metropolitanas (isto é, os grandes centros urbanos), quanto ao comércio e ao

setor de serviços.

Osasco, assim como outras ci-

dades brasileiras, teve que se re-

inventar, descobrir novas vocações

para continuar escrevendo a sua

história. Hoje, você faz parte deste

novo momento e pode, junto

com a sua comunidade, trilhar

caminhos para, no futuro, ter do

que se orgulhar!

Page 31: Osasco, Povo que Educa

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[PÁGINA 28 - QUADRINHOS]

1) Rex: – E isso é tudo!

2) Diná: – Tudo? Como assim?! Trate de chamar o seu fiel amigo Zíper para colocar a

mão na massa de novo!

3) Rex: – Hã... Colocar a mão na massa...?

4) Diná: – Isso mesmo! Vocês precisam fazer alguns ajustes nessa gerin..., digo, cápsula

do tempo.

5) Rex: – E posso saber por quê?

6) Diná: Porque nós vamos viajar, meu querido, rumo a Osasco novamente. Mas o que

eu quero é viajar para o futuro!

7) Rex: – Boa, Diná! Descobriremos como será a cidade daqui a 20, 30, 40 anos, tendo

a frente as crianças e os adolescentes de hoje! Osasco, aí vamos nós!

***

Page 32: Osasco, Povo que Educa

Prefeitura Municipal de Osasco

Prefeito: Emidio Souza

Vice-prefeito: Faisal Cury

Secretária de Educação: Maria José Favarão

Diretora de Educação: Marinalva Oliveira

Secretaria de Educação: Rua Eclísio Viviani, 126 | Vila Osasco | Osasco - SP

Tel.: 11 3651-9499 | Fax: 11 3699-1840

[email protected]

[email protected]

www.osasco.sp.gov.br/educacao

Projeto Gráfico: Fernanda Morais e Daniela Rocha (Caramelo Estúdio)

Ilustrações: Ivan Zigg

Assessoria Científica e Pedagógica: INSTITUTO CIÊNCIA HOJE

Fotos: acervos de Romulo Fasanaro Filho, Hagop Koulkdjian Neto, José Luiz Alves de Oliveira, Luis Antonio Tozetti e Acervo do

Museu Municipal de Osasco Dimitri Sensaud de Lavaud.

Tiragem: 50.000 exemplares

Este material é de uso exclusivo da Secretaria de Educação de Osasco. A reprodução parcial ou integral da obra está condicionada

à autorização do referido órgão.