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Parasitologia Clínica – Fasciola hepatica Professor MSc. Eduardo Arruda Escola Superior da Amazônia – ESAMAZ Curso Superior de Farmácia

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Parasitologia Clínica – Fasciola hepatica

Professor MSc. Eduardo Arruda

Escola Superior da Amazônia – ESAMAZCurso Superior de Farmácia

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Introdução

Fasciola hepática (Lineu,1758); Parasito de canais biliares: ovinos,

caprinos,bovinos, suínos e mamíferos silvestres;

Distribuição mundial (áreas alagadas);

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Introdução

Brasil (1918): Bovinos e caprinos (RS);

Ocasionalmente: Humanos; Brasil (1958): MT; Atualmente: Sul, SP, MT, MG e BA; Mundo: Argentina, Chile, México,

Venezuela etc; “Baratinha do fígado”.

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Morfologia

Verme adulto é foliáceo; 3 cm comprimento x 1,5 cm

largura; Possui ventosa oral e ventral

(acetábulo); Hermafrodita (produz ovos); Tegumento coberto por espinhos.

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Hábitat

Encontrado no interior de vesículas nos hospedeiros usuais (animais);

Homem (acidental): vias biliares, alvéolos pulmonares e esporadicamente em outros lugares.

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Ciclo Biológico

Heteroxênico; Hospedeiro intermediário:

caramujos das espécies Lymnaea columela e L.viatrix; Paraná (1997): infectados 2,42% e

2,17%;

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Ciclo Biológico Verme adulto>ovos operculados>na

bile>intestino>eliminados nas fezes>meio externo>miracídio (ainda no ovo / viável até 09 meses)>água>eclode>miracídio (vive 6h) nada e é atraído pelo muco do caramujo (apenas no Lymnaea sp. desenvolve / outros morre)>penetra>esporocisto>rédia>cercária (cada miracídio produz 225 cercárias / ciclo no molusco dura 30 – 40 dias)>

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Ciclo Biológico

Cercaria nada alguns minutos>perde a cauda>metacercária (cisto)>adere a vegetação aquática ou na superfície>infectante (03 – 12 meses)>homem ou animal>ingere água ou alimento contaminado>intestino delgado>desincistam- se>atravessam a mucosa>parênquima hepático>ductos biliares>verme adulto.

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Transmissão

Homem: ingere água e verduras contaminadas com metacercárias;

Animais: ingere água e alimentos (capins,gravetos etc.) contaminados com metacercárias.

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Patogenia No homem: hospedeiro acidental; Lesões por formas imaturas:

Passagem das formas jovens pelo parênquima hepático, com produção de enzimas que destroem os tecidos acarretando em necrose parcial ou total de lóbulos hepáticos;

Os vasos sanguíneos intra- hepáticos podem ser lesionados.

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Patogenia

Lesões por formas adultas: Os espinhos do verme provocam

ulcerações e irritações nos ductos biliares;

Essas lesões levam a uma diminuição do fluxo biliar, podendo provocar cirrose insuficiência hepática.

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Diagnóstico

Clínico: Difícil de ser feito; Laboratorial:

Pesquisa de ovos nas fezes e bile: pouco sensível;

Pesquisa de anticorpos específicos (reação cruzada com esquistossomose).

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Epidemiologia A fasciolíase é uma zoonose

cosmopolita, muito freqüente no gado ovino, caprino e bovino, bem como em outros herbívoros, causando grandes prejuízos econômicos para a pecuária;

Os casos humanos são registrados em todo o mundo;

No Brasil, maior prevalência na região Sul (Paraná).

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Profilaxia

Destruição do caramujo; Tratamento dos animais; Não tomar banho em áreas

alagadas próximo de pastos; Ingerir somente água tratada; Higienização adequada de

hortaliças.

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Tratamento

Diedroemetina: 1mg/Kg durante dias;

Albendazol: 10mg/ Kg em dose única.

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Parasitologia Clínica – Lagoquilascaríase

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Introdução

Cinco espécies do gênero Lagochilascaris: L.minor; L.major; L.turgida; L.sprenti;e L.buckleyi.

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Introdução L.minor é encontrada no homem e

eventualmente em cães e gatos; Hospedeiro natural??? (Felídeo

silvestre); Doença emergente; Continente Americano;

Brasil, Venezuela, México, Bolívia, Costa Rica, Suriname etc.

Brasil (possui maior número de casos).

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Introdução

No Brasil: Região Amazônica

(Pará, Rondônia, Roraima e Acre);

SP, MS, GO e PR.

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Introdução

Infecções ocorrem no ambiente rural principalmente em pessoas que se alimentam de carne de animais silvestres.

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Morfologia

Verme Adulto Macho: 03 lábios; 6,4 – 11,5 mm; Extremidade posterior recurvada; 02 espículos longos.

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Morfologia

Verme Adulto Fêmea: 03 lábios; 5,5 – 13 mm; Extremidade posterior reta.

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Morfologia

Ovo: Encontrados nos abscessos; Arredondados e de casca espessa; Muito semelhante ao ovo de Ascaris

lumbricoides.

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Hábitat

Todos os estágios do ciclo biológico podem ser encontrados em abscessos na região cervical, osso mastóide, orofaringe;ouvido médio;pulmões, olho e SNC.

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Ciclo Biológico

Experimental Homem ingere a carne crua ou mal

passada com ovos do parasito>intestino delgado>eclode e a larva L3>penetra na mucosa>fígado>diversos tecidos.

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Patogenia

Evolução lenta / crônica; Tumoração de até 10cm; Fistula-se espontaneamente; Secreção purulenta, fétida com

grande quantidade de ovos; Relatos de indivíduos com lesões de

05 – 10 anos (melhora/reagudização);

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Patogenia

Infecções pulmonares e de SNC evoluem rapidamente para óbito antes de se esclarecer o diagnóstico da doença.

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Diagnóstico

Pesquisa de ovos e vermes adultos em lesões;

Tomografia computadorizada e Ressonância magnética nos casos pulmonares e de SNC.

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Tratamento

Não existe um tratamento totalmente eficaz;

Limpeza cirúrgica; Ivermectina, Cambendazole,

Tiabendazol, Mebendazol, levamisol etc.

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LAGOQUILASCARÍASE COM INVASÃO DE COLUNA CERVICAL

MCS, 19 anos, sexo feminino, procedente de Entre Rios, sul do estado de Roraima – Amazônia – Brasil, parda, com costume de ingerir carne de caça*, principalmente paca. Internada dia 04/11/97, com quadro de tumoração cervicomastoidea esquerda, com fístula cutânea* e drenagem de material serocaseoso e eliminação de vermes filiformes, bom estado geral, lúcida e orientada, normocorada, dor cervical, eliminação (principalmente flexão lateral), sem déficit neurológico. Ausência de febre e perda ponderal; ausculta pulmonar e cardíaca e exame de abdome dentro da normalidade.

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LAGOQUILASCARÍASE COM INVASÃO DE COLUNA CERVICAL

A tomografia computadorizada de base de crânio e coluna cervical mostrou massa cervical a esquerda, multinodulada com áreas internas de densidade de liquido e erosão do osso occipital e primeiro vértebra cervical. Realizada a limpeza cirúrgica em 27/11/97, com retirada de vermes filiformes vivos, curetagem de osso occipital e primeira vértebra cervical, fixação externa da coluna com colar cervical. A pesquisa direta evidenciou vermes e ovos de Lagochilascaris minor *.

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LAGOQUILASCARÍASE COM INVASÃO DE COLUNA CERVICAL

Realizado esquema terapêutico pre-operatorio com Levamizole – 150 mg por 3 dias. No pós-operatório foi utilizado Ivermectina – 12 mg ao dia, com boa evolução. A paciente abandonou o tratamento após alta para acompanhamento ambulatorial. Cinco semanas depois foi internada com tumoração cervical e retratada clinicamente com Cambendazole – 20 mg/Kg/dia, por 5 dias, obtendo-se bons resultados.

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Discussão

Apesar das alternativas de tratamento, consegue-se uma melhora clinica, sem cura efetiva. Observa-se uma agressividade do L. minor na infecção em humanos, com necessidade de esclarecer a real patogênese e a forma de infecção desse helminto.

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Conclusão

As drogas disponíveis atualmente levam à melhora clinica, mas conforme os casos já descritos, com elevada recidiva, mesmo com limpeza cirúrgica da lesão. Salienta-se que há a necessidade, do ponto de vista terapêutico, de buscar uma droga mais eficaz para a cura e comprovação da mesma.

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LAGOQUILASCARÍASE COM INVASÃO DE COLUNA CERVICAL

Autores:  Dr. Mario José Lopes Santa Cruz ¹; Dr. Nelson Machin Arias ¹; 

Institución:  Serviço de Neurocirurgia do Hospital Geral Clínico

Cirúrgico de Roraima.