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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO RELATÓRIO DE AÇÃO DE CONTROLE – FISCALIZAÇÃO NÚMERO DO RELATÓRIO : 201109579 FUNCIONAL-PROGRAMÁTICA : 12847106100FA0101 PROGRAMA : Brasil Escolarizado UNIDADE JURISDICIONADA TCU : FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCACAO UNIDADE EXAMINADA : SED MUNICÍPIO - UF : Rio Largo - AL PERÍODO DE FISCALIZAÇÃO : 01/10/2012 a 09/02/2015 I – DESCRIÇÃO DOS TRABALHOS Os trabalhos foram realizados junto à Unidade Examinada - Secretaria de Estado da Educação e do Esporte de alagoas - SEEE/AL, em estrita observância às normas de fiscalização aplicáveis ao Serviço Público FederaL, com o objetivo de verificar a regularidade e adequação do processo de Dispensa de Licitação realizado pela SEEE/AL para contratação emergencial de empresa para construção da ESCOLA MUNICIPAL PADRE CÍCERO, no município de RIO LARGO, objeto do Plano Especial de Recuperação da Rede Física Escolar Pública, em virtude de fortes chuvas que atingiram o Estado de Alagoas em junho de 2010, e cuja transferência de recursos, de origem do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE, foi aprovada através da Resolução CD/FNDE nº 22/2010. Para subsídio à realização dos trabalhos, foram solicitadas cópias dos seguintes documentos: - Processo de Dispensa de Licitação; - Contrato celebrado; - Projeto básico; - Especificações técnicas; - Boletins de medição emitidos; - Extrato da conta corrente; - Comprovantes de despesas realizadas; - ART's emitidas para a obra. As seguintes ações de fiscalização foram desenvolvidas pela equipe ao longo dos trabalhos de campo: - Análise do Processo de Dispensa de Licitação; As análises realizadas em decorrência da fiscalização in loco, na qual foram observados aspectos sobre a construção da obra, seus custos e qualidade do material utilizado foram registradas por meio do Relatório de Fiscalização nº 201109609. II - RESULTADO DOS EXAMES 3 - RESPOSTA AOS DESASTRES 3.1 - RECUPERAÇÃO DE DANOS CAUSADOS POR DESAST.NAC. 3.1.1 Assunto - PROCESSOS LICITATÓRIOS 3.1.1.1 INFORMAÇÃO 001 HISTÓRICO DA CONTRATAÇÃO EMERGENCIAL

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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICACONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO

SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO

RELATÓRIO DE AÇÃO DE CONTROLE – FISCALIZAÇÃO

NÚMERO DO RELATÓRIO : 201109579FUNCIONAL-PROGRAMÁTICA : 12847106100FA0101

PROGRAMA : Brasil EscolarizadoUNIDADE JURISDICIONADATCU

: FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DAEDUCACAO

UNIDADE EXAMINADA : SEDMUNICÍPIO - UF : Rio Largo - ALPERÍODO DE FISCALIZAÇÃO : 01/10/2012 a 09/02/2015

I – DESCRIÇÃO DOS TRABALHOS

Os trabalhos foram realizados junto à Unidade Examinada - Secretaria de Estado da Educação e doEsporte de alagoas - SEEE/AL, em estrita observância às normas de fiscalização aplicáveis aoServiço Público FederaL, com o objetivo de verificar a regularidade e adequação do processo deDispensa de Licitação realizado pela SEEE/AL para contratação emergencial de empresa paraconstrução da ESCOLA MUNICIPAL PADRE CÍCERO, no município de RIO LARGO, objeto doPlano Especial de Recuperação da Rede Física Escolar Pública, em virtude de fortes chuvas queatingiram o Estado de Alagoas em junho de 2010, e cuja transferência de recursos, de origem doFundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE, foi aprovada através da ResoluçãoCD/FNDE nº 22/2010. Para subsídio à realização dos trabalhos, foram solicitadas cópias dosseguintes documentos:- Processo de Dispensa de Licitação;- Contrato celebrado;- Projeto básico;- Especificações técnicas;- Boletins de medição emitidos;- Extrato da conta corrente;- Comprovantes de despesas realizadas;- ART's emitidas para a obra.As seguintes ações de fiscalização foram desenvolvidas pela equipe ao longo dos trabalhos decampo:- Análise do Processo de Dispensa de Licitação;

As análises realizadas em decorrência da fiscalização in loco, na qual foram observados aspectossobre a construção da obra, seus custos e qualidade do material utilizado foram registradas por meiodo Relatório de Fiscalização nº 201109609.

II - RESULTADO DOS EXAMES

3 - RESPOSTA AOS DESASTRES

3.1 - RECUPERAÇÃO DE DANOS CAUSADOS POR DESAST.NAC.

3.1.1 Assunto - PROCESSOS LICITATÓRIOS

3.1.1.1 INFORMAÇÃO 001

HISTÓRICO DA CONTRATAÇÃO EMERGENCIAL

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O Município Rio Largo/AL foi um dos 19 municípios alagoanos atingidos por fortes chuvasocorridas nos dias 18 e 19/06/2010, causando grande destruição na cidade. Em 19/06/2010,mediante o Decreto nº 6.592/2010, o Estado de Alagoas decretou situação de emergência em 18municípios.

Em 20/06/2010, por meio do Decreto nº 6.593/2010, houve a decretação de estado de calamidadepública em diversos municípios alagoanos, incluindo Rio Largo. Por meio do Decreto nº6.594/2010, de 20/06/2010, foi decretada Situação de Emergência em mais um município do estado.Os três decretos citados vigoraram pelo prazo inicial de 90 dias.

Em 06/09/2010 foram publicados mais 3 decretos estaduais, os quais tiveram por objeto prorrogarpor mais 90 dias os prazos de vigências dos três primeiros decretos citados: Decreto nº 7.879/2010prorrogou o prazo de vigência do Decreto nº 6.592/2010. O Decreto nº 7.880/2010 prorrogou oprazo de vigência do Decreto nº 6.593/2010 e o Decreto nº 7.881/2010, prorrogou o prazo devigência do Decreto nº 6.594/2010.

Em 17/12/2010, por meio de um único decreto, de nº 9.284/2010, o Governo do Estado de Alagoasprorrogou o prazo de vigência dos decretos de prorrogações das Situações de Emergências(7.879/2010) e (7.881/2010) por mais 180 dias, a contar de 18/12/2010.

Por meio do Decreto nº 14.130, de 13/06/2011, o Governo do Estado prorrogou novamente aSituação de Emergência por mais 180, a contar de 15/06/2011. Por fim, mais uma vez, mediante oDecreto nº 16.978, de 06/12/2011, a situação de Emergência foi prorrogada por mais 180 dias, acontar de 12/12/2011.

Dessa forma, tem-se a informação de que a situação de emergência em decorrência das enchentesno estado de Alagoas, no exercício de 2010, teve vigência por um período de aproximadamente 2(dois anos), de 19/06/2010 até aproximadamente 09/06/2012.

1. TRANSFERÊNCIA DE RECURSOS E PRAZO PARA PRESTAÇÃO DE CONTAS

Diversos instrumentos de transferência de recursos financeiros emergenciais foram celebrados emtodas as áreas, entre o Governo Federal e o Estado de Alagoas, como resposta ao desastre naturalocorrido. No âmbito da Educação, o Governo Federal instituiu, em 29/06/2010, por meio do art. 3ºda Medida Provisória n° 492, o Plano Especial de Recuperação da Rede Física Escolar Pública, como objetivo de prestar assistência financeira para recuperação das redes físicas das escolas públicas

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estaduais, do distrito federal e municipais afetadas por desastres.

Em 04/08/2010, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, através da ResoluçãoCD/FNDE n° 22/2010, definiu os procedimentos para transferência direta do montante de R$122.274.560,00, a título de apoio financeiro emergencial, à Secretaria de Estado de Educação e doEsporte do Estado de Alagoas - SEEE/AL - para restabelecer a normalidade dos sistemas de ensino,com reequipamento e reconstrução das escolas afetadas.

Os recursos foram transferidos por meio da ordem bancária 2010OB711008, de 09/08/2010, edepositados em conta específica aberta no Banco do Brasil S/A, de titularidade da SEEE/AL, conta6.775-X, agência 3557-2.

A Resolução CD/FNDE nº 22, de 04/08/2010, estabeleceu o prazo inicial para que o Governo doEstado de Alagoas, por intermédio da SEEE/AL, prestasse contas dos recursos transferidos até adata de 31/07/2011. Por meio da Resolução CD/FNDE nº 41, de 27/07/2011, este prazo foiprorrogado para até 31/12/2011. Por fim, a Resolução CD/FNDE nº 73, de 28/12/2011, prorrogou oprazo para apresentação da prestação de contas para até 31/11/2012 (sic). Observa-se que o mês denovembro só tem trinta dias, mas transcreveu-se neste relato a data que consta na Resolução retrocitada.

No caso em exame, evidenciam-se duas situações de prazos distintas:

a) Prazo estipulado pelo Governo do Estado de Alagoas– diz respeito ao período de 19/06/2010até 09/06/2012, relativo à vigência da Situação de Emergência e do Estado de Calamidade Pública(este apenas até 17/12/2010), estabelecida por decretos do Poder Executivo Alagoano;

b) Prazos estipulados pelo FNDE/MEC– trata-se dos prazos para apresentação da prestação decontas dos recursos federais repassados pelo FNDE/MEC à SEEE/AL, os quais foram estabelecidospelas Resoluções do Conselho Deliberativo do FNDE/MEC, nos seguintes termos:

- 31/11/2012(sic) – data-limite para a SEEE/AL apresentar a prestação de contas ao ConselhoEstadual do FUNDEB para emissão de parecer;

- 31/12/2012 – data-limite para o Conselho Estadual do FUNDEB emitir o parecer e remeter aprestação de contas ao FNDE/MEC.

Note-se que há um lapso temporal de 5 meses entre o término do período emergencial definido nosDecretos Estaduais e a data-limite para a SEEE/AL apresentar a prestação de contas.

Embora as Resoluções do FNDE tenham estipulado prazo para apresentação da prestação de contas,foram silentes em relação aoperíodo de vigência da execução físico-financeira do repasse. Assim,deve-se considerar que ao Governo do Estado de Alagoas foi disponibilizado todo o período que vaidesde a liberação dos recursos até a data-limite para envio da prestação contas ao Conselho Estadualdo FUNDEB (30/11/2012) para concluir todas as obras de reconstrução e reaparelhamento dasescolas estaduais e municipais atingidas pelas enchentes de 2010, o que representa dois anos dentrodo período emergencial decretado e mais cinco meses além desse período.

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Em 28 de novembro de 2012, apenas 3 dias antes do vencimento do prazo para apresentação daprestação de contas ao Conselho Estadual do FUNDEB, nos termos do art. 11, § 3º, daResolução/CD/FNDE nº 22, de 4 de agosto de 2010, com redação dada pelo artigo 1º da ResoluçãoCD/FNDE Nº 73/2011 (já mencionada), a SEEE/AL encaminhou o Ofício OF/GAB/SEE/Nº316/2012, por meio do qual solicitou, mais uma vez, ao FNDE/MEC, a prorrogação da vigência dautilização dos recursos oriundos da MP nº 492/2010 por mais 240 dias.

As justificativas apresentadas pela SEEE/AL para os atrasos na execução das obras contemplam asseguintes informações, conforme consta do ofício em referência:

“1. A SEDUC/AL, desde 2010, com a instituição do Plano Especial de Recuperação da Rede Física Escolar Pública,

vem envidando esforços para realizar as construções das escolas destruídas e/ou afetadas pela catástrofe ocorrida em

meados do ano sobredito;

2. Provenientes da Medida Provisória nº 492/2010, foram repassados R$ 122.273.520,00 (cento e vinte e dois milhões

duzentos e setenta e três mil quinhentos e vinte reais), para que o Estado de Alagoas, através da Secretaria de Estado

da Educação e do Esporte, recuperasse 57 unidades escolares estaduais e municipais, bem como realizasse a aquisição

de materiais permanentes e de consumo para as mesmas;

3. Passado o primeiro momento, foram realizadas reuniões com a participação de representantes do Ministério da

Educação e os gestores municipais, para traçar o plano executivo de reconstrução, bem como delinear o papel de cada

ator envolvido no processo;

4. Após a firmação dos acordos, ficou sob responsabilidade dos municípios a entrega das novas áreas onde seriam

construídas as unidades escolares, visto que algumas cidades tiveram que se deslocar por completo. Vale salientar que,

a responsabilidade municipal, além da área, seria a terraplanagem, as vias de acesso, eletrificação e abastecimento de

água;

5. Ultrapassada a fase firmação de responsabilidades a SEDUC/AL procedeu na contratação da empresa que realizaria

as obras, no entanto, após a empresa contratada, verificou-se que 90% dos municípios não haviam, ainda,

disponibilizado os terrenos nem realizado a terraplanagem dos mesmos. Fato este que trouxe um grave atraso no início

das obras;

6. O fato exposto acima, trouxe dificuldades ao Governo do Estado, que necessitou contratar empresa para realizar as

terraplanagens;

7. Nesse ínterim, o projeto inicial sofreu algumas alterações para a melhoria de sua qualidade. Essas modificações

trouxeram a necessidade do envio dos processos administrativos à Procuradoria Geral do Estado para análise da douta

PGE, para consecução das obras;

8. Em 22 de setembro de 2011 o Exmº. Sr. Governador do Estado de Alagoas, lavrou o Decreto nº 15.845 que

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determinou o estado urgência administrativano âmbito da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte. Mediante

os graves problemas estruturais existentes nas escolas da rede pública estadual de ensino e, em particular, o

desmoronamento do teto de uma sala de aula da Escola Estadual Dom Constantino Luers, na cidade de Campo Alegre,

ferindo dezenove alunos, foi criada a Comissão de gerenciamento de risco na infraestrutura das escolas da rede

estadual. O Objetivo inicial da referida comissão foi realizar a análise situacional da estrutura física das escolas

pertencentes à Secretaria de estado da Educação e do Esporte;

9. Para que se entenda, ao passo que a SEDUC estava caminhando com as obras da reconstrução, teve que gerir os

problemas causados pelos desmoronamentos ocorridos nas unidades escolares estaduais;

10. As situações atreladas trouxeram à beira de um colapso a gerência sobre elas;

11. Após sanear toda a crise instalada, a SEDUC tem periodicamente, entregado escolas da reconstrução desde 2011

em vários municípios, totalizando 25 unidades escolares já entregues;

12. Atualmente, a SEDUC está realizando a construção de 07 unidades escolares com 02 salas e mais 03 unidades

escolares com 06 salas, que estarão sendo entregues até o dia 13/12/2012;

13. Em relação às unidades escolares com 12 salas de aula, a SEDUC está esforçando-se junto às Prefeituras para a

aquisição dos terrenos, situação agravante, pois como estas unidades necessitam de terrenos com 1.200 m2 da área, em

algumas cidades estão sendo encontradas dificuldades para a obtenção dos mesmos;

14. No que tange à realização do certame licitatório para a construção das unidades restantes, a SEDUC utilizará o

Regime Diferenciado de Contratações Públicas – RDC, procedimento este com regras estabelecidas que tornam as

contratações mais eficientes, e permitirão a redução de tempo que a situação exige, somando-se a isso, o RDC dará

preferência ao emprego de recursos de tecnologias construtivas inovadoras, ganhos no processo de habilitação,

inversão de fases, julgamento das propostas e padronização de ações, tornando o processo licitatório ágil, e, também, a

possibilidade de construção das unidades últimas num prazo máximo de 150 (cento e cinquenta) dias.”

2. CONSULTA DO GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS FORMULADA AOTRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO SOBRE O PRAZO DE EXECUÇÃO DOSCONTRATOS CELEBRADOS EM DECORRÊNCIA DO PROGRAMA DARECONSTRUÇÃO

O governo do Estado de Alagoas formulou consulta ao Tribunal de Contas da União - TCU sobre apossibilidade de extrapolação do prazo de 180 dias previsto no inciso IV do art. 24 da Lei nº8.666/93 para construção das obras decorrentes do programa da reconstrução. De acordo com o item10 do voto do ministro relator do processo que gerou o Acórdão nº 106/2011 – Plenário, os pontosinquiridos pelo Governo de Alagoas na consulta foram:

“a) prorrogação dos contratos emergenciais em vigor pelo prazo necessário à finalização das obras e serviços já em

andamento;

b) início das obras em que já foram emitidas as ordens de serviços;

c) contratação e início das demais obras e serviços tidos como essenciais.”

Em seu voto, o Ministro Relator considerou o seguinte:

“15. Alinho-me com esse entendimento, ao mesmo tempo em que destaco que o Acórdão 3238/2010 - Plenário informa

que a jurisprudência deste Tribunal vem admitindo a extrapolação do referido prazo em situações excepcionais, a

exemplo dos Acórdãos 845/2004, 1941/2007 e 2024/2008, todos do Plenário.

16. Considero que tal posição se aplica aos três casos apresentados pelo Governador do Estado de Alagoas. Tanto na

hipótese de obras já contratadas, com execução iniciada ou não, quanto naquelas ainda a contratar, vislumbro a

possibilidade de ser ultrapassado o limite legal de 180 dias, desde que persista a situação de urgência com risco de

prejuízo ou comprometimento da segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou

particulares,e que as referidas obras sejam estritamente necessárias para o atendimento da situação emergencial ou

calamitosa.” (Original sem grifo)

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Conforme consta do item 9.1 do Acórdão 106/2011 – Plenário, os ministros daquela Corte deContas decidiram por:

“9.1 comunicar ao Governo do Estado de Alagoas que, com fundamento na jurisprudência do TCU, o limite de 180

dias previsto no inciso IV do artigo 24 da Lei 8.6666/93 pode ser ultrapassado quando o objeto contratual a ser

executado além de esse prazo preencher as seguintes condições do referido dispositivo legal: 'urgência de atendimento

de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e

outros bens, públicos ou particulares' e 'somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou

calamitosa’.”

Importa comentar, ainda, sobre o Acórdão 3238/2010 - Plenário, que trata de situação semelhante aoAcórdão 106/2011, embora aquele se refira ao Estado de Pernambuco. No Acórdão 3238/2010,também foram avaliadas situações de obras de reconstrução em decorrência das mesmas enchentesque atingiram o Estado de Alagoas no ano de 2010. Em alguns trechos do relatório que deu base aoreferido Acórdão 3238/2010, o Estado de Alagoas é citado pela semelhança e contemporaneidadedas situações vivenciadas nos dois estados. De acordo com o voto do ministro relator do Acórdão3238/2010:

“Foi então requerido pelo representante estadual a autorização excepcional para que as contratações emergenciais

perdurassem por prazo superior ao limite de 180 dias estabelecido no art. 24, IV, da Lei 8.666/93, nos seguintes termos:

a) prorrogação dos contratos em vigor pelo prazo necessário à finalização das obras em andamento;

b) contratação e início das demais obras tidas como essenciais.”

Observa-se que, em sua essência, os questionamentos formulados pelos Governos de Pernambuco ede Alagoas ao TCU têm o mesmo sentido. Fazendo-se um paralelo entre os questionamentos,entende-se que o questionamento da alínea "a", formulado pelo Governo de Pernambuco, englobaos questionamentos das alíneas "a" e "b" do questionamento formulado pelo Governo de Alagoas.Ao responder a primeira questão formulada pelo Governo de Pernambuco, o voto do ministrorelator do Acórdão 3238/2010 sinaliza o que se enquadraria no conceito de "somente para os bensnecessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa”,conforme se observa datranscrição abaixo:

“III

Feitas essas considerações, trato de algumas situações específicas vivenciadas pelos responsáveis pela "Operação

Reconstrução" e submetidas à consideração desta Corte, sem deixar de ressaltar, entretanto, que não se tem por escopo

nestes autos analisar uma a uma as mais de 500 obras estimadas, mas tão somente expor o entendimento do TCU sobre

as questões suscitadas.

A primeira questão refere-se a obras ainda não iniciadas e de curta duração cujo término ocorreria após o

transcurso do prazo legal de 180 dias contados da ocorrência do fato gerador da situação emergencial. (Original sem

grifo)

Em geral essas obras referem-se a regularização de vias, desobstrução e reconstrução de bueiros, reconstrução de

passagens molhadas, recomposição de guarda corpo de pontes, contenção de encostas, remoção de material

desmoronado, recuperação de estradas vicinais.(fls. 31/41, anexo 3)

(...)

IV

Asegunda questão refere-se à prorrogação dos contratos em vigor pelo prazo necessário à finalização das obras em

andamento, de forma que seria extrapolado o prazo de 180 dias fixado no inciso IV do art. 24 da Lei 8.666/93.

(Original sem grifo)

No que se refere à questão idêntica formulada pelos dois representantes

Ora, se os bens contratados são necessários para o atendimento da situação emergencial e essa situação emergencial

ainda persiste, o interesse público demanda que a execução contratual continue após o prazo legal para serem

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adequadamente tutelados os bens jurídicos que a contratação sem licitação buscou preservar.

Cito como exemplo a reconstrução das diversas pontes destruídas pela ação das chuvas. Nas hipóteses em que sua

reconstrução demorar mais de 180 dias, não seria razoável interromper a execução contratual após esse prazo e

celebrar novo contrato com outro executor. Além do atraso na conclusão da obra, aumentado o isolamento de

comunidades e comprometendo a segurança e saúde dessas pessoas, haveria prejuízos econômicos em razão dos custos

adicionais de mobilização e desmobilização do empreendimento como um todo.

Essas obras ademais, em princípio, não são viáveis técnica e economicamente para serem divididas em parcelas.

Assim, não caberia a contratação de uma primeira parcela sem licitação seguida de uma nova contratação decorrente

de licitação.

Situação diversa, teria ocorrido na reconstrução do Hospital Geral de Palmares. Nesse caso, cientes da possibilidade

de parcelamento, os responsáveis, em acertada decisão, limitaram a contratação emergencial a reconstrução de

partes do hospital que pudessem minimamente reestabelecer o atendimento médico hospitalar da comunidade. O

restante da obra, deverá ser realizado posteriormente após regular procedimento licitatório. (fl. 12/13, anexo

3)” (Original sem grifo)

No que se refere à questão idêntica formulada pelos dois representantes estaduais, sobre a"contratação e início das demais obras e serviços tidos como essenciais", entende-se que a respostaconsta do item 16 do voto do ministro relator do Acórdão 106/2011- Plenário, já citado, e transcritoacima, merecendo novo destaque apenas o trecho em que o relator considera "que as referidasobras sejam estritamente necessárias para o atendimento da situação emergencial oucalamitosa." (Original sem grifo)

Como pode ser observado, o TCU não foi taxativo na definição de um prazo para conclusão dasobras que necessitassem ultrapassar o período de 180 dias do prazo de emergência, talvez, por estemotivo, tenha sido prorrogado, por 2 anos, a situação de emergência, conforme demonstrado naparte introdutória deste trabalho.

O TCU admitiu a possibilidade de que, para os bens necessários ao atendimento da situaçãoemergencial ou calamitosa, o prazo de conclusão das obras pudesse extrapolar o limite legal de 180dias, contudo, foi verificado que as últimas escolas de 2 e de 6 salas, só ficaram prontas no fim doano de 2012, como pode ser observado no quadro 2, embora a empresa contratada para a construçãodas escolas tivesse assinado todos os contratos entre os meses de setembro e dezembro de 2010.

3. ATRIBUIÇÕES DA SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO E ESPORTE –SEEE/AL

A responsabilidade atribuída pelo Conselho Deliberativo do Fundo Nacional de Desenvolvimentoda Educação ao Governo do Estado de Alagoas, em observância ao estabelecido no artigo 7º daResolução CD/FNDE nº 22, de 04/08/2010, abaixo transcrita, consistia em:

“Art. 7º Aos agentes cabem as seguintes responsabilidades:

III - à Secretaria de Educação do Estado de Alagoas:

a)apresentar à SEB/MEC, no prazo de até 20 (vinte) dias após a efetivação do crédito na conta corrente específica,

um plano de aplicação dos recursos transferidos à conta do Programa,elaborado em conjunto com o respectivo

conselho do Fundeb;

b) no caso específico de investimentos em infraestrutura (obras de reforma ou reconstrução de escolas, aquisição de

mobiliário e de equipamentos), apresentar ao FNDE/MEC um cronograma físico-financeiro para cada um dos

investimentos a serem realizados;

c) executar os recursos financeiros recebidos do FNDE/MEC à conta do Programa. " (Original sem grifo)

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De acordo com o artigo 2º da resolução em referência:

“Art. 2º O Programa Especial de Recuperação da Rede Física Escolar Pública tem por finalidade apoiar o

restabelecimento do funcionamento regular dos sistemas públicos estaduais e municipaisde ensino em áreas afetadas

por eventos adversos provocados por fenômenos naturais, mediante assistência financeira a iniciativas de:

I - reequipamento das escolas públicasmunicipais e estaduais que tenham sofrido prejuízos ocasionados por desastres

naturais;

II - reconstrução reforma ou adequaçãoda infraestrutura física predial das escolas públicas municipais e estaduais

atingidas por desastres naturais; e.

III - outras ações necessáriaspara garantir a manutenção do atendimento aos alunos das escolas municipais e

estaduais atingidas.” (Original sem grifo)

Pelo teor do disposto nos incisos “I” “II” e “III” do artigo 2º e na alínea “c”, inciso III do artigo 7º,da mencionada Resolução, observa-se que competia à Secretaria de Educação do Estado deAlagoasa atribuição de reequipar, reconstruir, reformar ou adequar e/ou promover outrasações necessárias para garantir a manutenção do atendimento aos alunos das escolasmunicipais e estaduais atingidas. Dessa maneira, fica evidenciado que, ainda que as escolaspertencessem à rede municipal de ensino de qualquer dos municípios atingidos, a competência paradeixá-las em plenas condições de funcionamento era da Secretaria Estadual de Educação eEsporte de Alagoas – SEEE/AL.

Deve-se registrar, ainda, que os municípios não figuram como agentes responsáveis pela execuçãodos recursos. Tal fato pode ser comprovado pelo fato de não haver determinações a eles no texto daResolução CD/FNDE 22/2010. Por este motivo, ainda que tenham sido celebrados termos decompromisso entre eles e o Estado de Alagoas, a responsabilidade primária pela execução dosrecursos e pela disponibilização dos serviços à sociedade seria da SEEE/AL.

4. ATRIBUIÇÕES DA COMISSÃO ESPECIAL DE APOIO E ACOMPANHAMENTO AOPROCESSO DE RECONSTRUÇÃO DAS ESCOLAS ESTADUAIS E MUNICIPAIS

Por meio da Portaria nº 117, de 11 de agosto de 2010, da Secretaria de Educação Profissional eTecnológica do FNDE, publicada no Diário Oficial da União no dia 13 de agosto de 2010, foiinstituída Comissão Especial de Apoio e Acompanhamento ao processo de reconstrução das escolasestaduais e municipais situadas nos 19 municípios em situação anormal, conforme Decreto nº 6.592,de 19/06/2010, Decreto nº 6.593, de 20/06/2010 e Decreto nº 6.594, de 20/06/2010, todos do Estadode Alagoas.

O prazo de desenvolvimento das atividades da Comissão foi estabelecido para até o dia 19 dedezembro de 2010.

Assinado apenas pelo Presidente da Comissão e por apenas mais um dos outros quatro membrosque a compunha, o Relatório Final de Atividades que contempla o resultado dos trabalhos daComissão Especial do MEC, foi finalizado em 20 de dezembro de 2010.

5. PLANO DE APLICAÇÃO DOS RECURSOS

De acordo com o Plano de Aplicação encaminhado pela SEEE/AL ao Conselho Estadual deAcompanhamento e Controle Social do FUNDEB, por intermédio do Ofício GAB/SEE nº 538/2011,de 04 de agosto de 2011, as ações previstas com o repasse dos R$ 122.274.560,00 foram asseguintes:

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Quadro 1 - Plano de Aplicação dos Recursos Transferidos à SEEE/AL

PLANO DE APLICAÇÃO

Meta Especificação Indicador físico

Unidade Quantidade

1 Construção de escola de 2 salas Escola 8

Construção de escola de 6 salas Escola 27

Construção de escola de 12 salas Escola 20

Construção de escola de 14 salas Escola 1

2 Aquisição de Mobiliário (aluno e professor) Conjunto 20755

3 Aquisição de material permanente e de expediente para as escolas das redes estadual e municipais de ensino Real R$ 25.304.493,12

4 Pagamento de serviços de terceiros/PJ para reforma das escolas e serviços de modo em geral. Real R$ 4.561.124,40

6. CONTRATOS CELEBRADOS COM A EMPREITEIRA MVC COMPONENTESPLÁSTICOS LTDA., CONTRATADA PARA CONSTRUÇÃO DAS ESCOLAS DE 2 E DE 6SALAS DE AULA, POR MEIO DE DISPENSA DE LICITAÇÃO

Para realização das obras de reconstrução das escolas de 2 e de 6 salas de aula, foram celebradosdiversos contratos administrativos. Todos os contratos foram celebrados após procedimento decontratação denominado pela SEEE/AL como “Processo de Escolha” quando deveria ter sidorealizada por meio de Dispensa de Licitação ou por outra modalidade de licitação prevista na Lei8.666/93, com a empresa MVC Componentes Plásticos Ltda. CNPJ: 81.424.962/0001-70.

No quadro abaixo são elencados os contratos celebrados com a referida empresa, bem comoinformações sobre as datas das Ordens de Serviços Iniciais e dos Termos de RecebimentoProvisório das referidas obras:

Quadro 2 - Relação de Contratos Celebrados entre a SEEE/AL e a MVC ComponentesPlásticos Ltda.

Contrato Município Escolas O.I.S. Term. Receb. Prov.

001/2010 Rio Largo Luigi Bauduco 08/11/10 30/05/11

018/2010 Rio Largo Padre Cícero 06/01/11 06/07/11

006/2010 Rio Largo Marechal Deodoro da Fonseca 17/12/10 06/07/11

007/2010 Atalaia Cícero Cabral Toledo 17/12/10 20/09/11

022/2010 Capela Maria Estela Cabral 30/12/10 01/08/12

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016/2010 Capela Porfírio Soriano 17/12/10 17/06/12

009/2010 Cajueiro João Texeira da Costa 17/12/10 23/03/12

010/2010 Viçosa Maria Elza Torres Barbosa 17/12/10 20/09/11

004/2010 Viçosa Coronel João Leite 08/11/10 01/11/12

005/2010 Quebrangulo Bem Me Quer 08/11/10 17/06/12

011/2010 Quebrangulo

Desemb. Tenório (Escola da Vila São

Francisco) 17/12/10 23/03/12

023/2010 Murici Pedro Cansanção 30/12/10 17/06/12

021/2010 Murici Manoel Dubeaux Leão 30/12/10 25/09/12

003/2010 Branquinha Josélio Efigênio De Vasconcelos 08/11/10 16/01/12

027/2010 Branquinha Diógenes Batista 25/01/11 20/09/11

019/2010 Branquinha Manoel Peixoto 30/12/10 16/01/12

026/2010 União dos Palmares Zumbi dos Palmares 30/12/10 16/12/11

020/2010 União dos Palmares Pedro Pereira da Silva 30/12/10 17/06/12

024/2010 União dos Palmares Joaquim Gomes de Araújo 30/12/10 22/10/12

002/2010 União dos Palmares Manoel Rosa da Paz 08/11/10 19/09/11

013/2010 Santana do Mundaú Denilma Bulhões 17/12/10 11/02/13

015/2010 São José da Laje Maria do Rosário Cavalcante 17/12/10 17/06/12

008/2010 São José da Laje Francisco de Assis Pereira 17/12/10 16/12/11

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012/2010 Matriz do Camaragibe Arnom de Melo 17/12/10 11/07/11

025/2010 Matriz do Camaragibe Gusmão Lira 30/12/10 23/03/12

017/2010 Matriz do Camaragibe Luciana Cavalcante de Melo Sampaio 30/12/10 23/03/12

014/2010 Jacuípe Manoel Damião Farias 17/12/10 21/01/13

031/2010 Santana do Mundaú Elias Ferreira do Nascimento 17/12/10 05/11/12

031/2010 Santana do Mundaú Ozamo Oliveira de Lima 17/12/10 05/11/12

031/2010 Santana do Mundaú Absolon Correa de Melo 17/12/10 05/11/12

029/2010 Murici José Gomes de Freitas ? ?

028/2010 São José da Laje Aurora Heleno Ferreira 17/10/10 30/11/12

028/2010 São José da Laje Mª V. Vasconcelos (Mª I. de Andrade) 17/10/10 30/11/12

028/2010 São José da Laje Joaquim Costa Monteiro 17/10/10 30/11/12

028/2010 São José da Laje Mundo Encantado 17/10/10 30/11/12

Legenda: (*) Termo de Recebimento Definitivo; (?) Informação não apresentada pela SEEE/AL

7. EMPRESAS DE CONSULTORIAS CONTRATADAS PARA GERENCIAMENTO EFISCALIZAÇÃO DAS OBRAS

7.1 CONTRATO SEEE/AL Nº 04/2011 – ATP ENGENHARIA LTDA.

Contrato, de nº 04/2011, assinado em 17/10/2011, celebrado com a empresa ATP – AssessoriaTecnologia e Planejamento Ltda. (CNPJ: 35.467.604/0001-27) – Processo Administrativo SEEE/AL1800 008384/2011:

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Teve por objeto “a execução dos serviços de engenharia consultiva para apoio à fiscalizaçãodasobras de reconstrução e recuperação das escolas sob-responsabilidade da SEEE/AL, no âmbito doPrograma de Reconstrução dos Municípios Atingidos pelas Enchentes de Alagoas”, no exercício de2010. O valor do contrato foi de R$ 3.869.112,16. O prazo de execução inicial previsto era de 180dias consecutivos, a contar da emissão da Ordem Inicial de Serviços. A Ordem Inicial de Serviçosfoi assinada pelo então Secretário de Estado de Educação e do Esporte em 17/10/2011, mesma datade assinatura do contrato.

Importa registrar, de acordo com as informações constantes do Termo de Referência utilizado para acontratação da citada empresa (folhas 11 a 30), algumas das atribuições que a empresa contratadadeveria executar para que o objeto do contrato fosse atendido de forma satisfatória eram asseguintes:

“5 – Escopo Básico dos Trabalhos

5.1. Comparecimento semanalmente à obra, registrando em diário de obras às inspeções e suas peculiaridades.

Quinzenalmente, deverá ser emitida nota técnica e encaminhada ao coordenador da Secretaria.

(...)

5.3. Medição e quantificação mensais dos serviços executados e tecnicamente aprovados, de acordo com os contratos

de execução da(s) empreiteiras(s).

5.4. Levantamento de serviços extracontratuais seja de aditivos de permutas e/ou supressão, e elaboração de planilha

referente a tais serviços, para posterior aprovação do coordenador da CEINF da SEE-AL responsável.

(...)

5.13 – Prevê-se o desenvolvimento das seguintes atividades nas Áreas de Operações, Técnica e de Administração e

Apoio:

5.13.1 – Área de Operações

5.13.1.1 – Representar a SEE-AL no local das obras, e como seu representante de Fiscalização deverá manter por seus

prepostos, em qualquer circunstância, elevado padrão de conduta, relacionamento e entendimento com a equipe desta

Secretaria, a Empreiteira e o público em geral.

(...)

5.13.1.5 – Acompanhar a execução de cada etapa da obra, exigindo da Empreiteira o cumprimento das normas

técnicas aplicáveis e demais atribuições elencadas no contrato de construção e nas Especificações Técnicas da

respectiva obra.

(...)

5.13.1.8 – Preparar, consoante as instruções vigentes no contrato com a Empreiteira, todos os elementos necessários

à elaboração de medições e avaliações dos serviços executados, acompanhados das respectivas memórias de cálculo

das quantidades medidas, encaminhando-os nos prazos cabíveis ao setor competente da SEE-AL. (Original sem grifo)

(...)

5.13.2 – Área Técnica

5.13.2.2 – Sistematizar as informações sobre a execução das diversas fases do empreendimento através de Relatórios

Parciais e Finais, para fins de seu acompanhamento e controle nos níveis operacional, técnico e de auditagem,

identificando desvios entre o planejado e o executado, de forma a possibilitar à Fiscalização dos serviços,

tempestivamente, a adoção de medidas corretivas ou de prevenção contra nos desvios. (Original sem grifo)

(...)

7.5 – RELATÓRIOS MENSAIS DE ANDAMENTO – RMA´s

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7.5.1. – A contratada apresentará a SEE-AL Relatórios Mensais de Andamento (RMA´s) dos serviços executados a cada

período de 30 (trinta) dias, relativos ao andamento do Contrato de Supervisão, tanto nos aspectos técnicos como nos

financeiros e administrativos, discriminando os projetos e obras sob sua responsabilidade.

7.5.4. Relatórios de crítica de análise de projetos ou de vistorias técnicas, que deverão alertar para eventuais

problemas construtivos de concepção e de projeto e possíveis discordâncias nos quantitativos, especificações e

orçamentos,e se for o caso, revisar a concepção geral do projeto, os critérios e parâmetros de dimensionamento e os

desenhos. (Original sem grifo)

Cabe destacar que à empresa ATP Engenharia Ltda., conforme consta do Termo de Referência,anexo ao Contrato nº 04/2011, competia, entre outras atribuições, a de:

“5.13.1.8 – Preparar, consoante as instruções vigentes no contrato com a Empreiteira, todos os elementos

necessários à elaboração de medições e avaliações dos serviços executados, acompanhados das respectivas memórias

de cálculo das quantidades medidas, encaminhando-os nos prazos cabíveis ao setor competente da SEE-AL. (Original

sem grifo)

7.1.1 RELATÓRIO MENSAL DE ATIVIDADES APRESENTADO PELA CONSULTORIAATP ENGENHARIA LTDA.

Conforme abordado anteriormente,periodicamente, a empresa ATP Engenharia apresentava àSEEE/AL o Relatório Mensal de Atividades.

No citado Relatório Mensal de Atividades (RMA) estão diagramadas todas as informações sobre osserviços técnicos de supervisão e fiscalização da reconstrução do sistema educacional dosmunicípios atingidos por enxurradas e inundações bruscas no Estado de Alagoas em junho de 2010.A seguir é transcrito trecho da última versão do RMA apresentado pela SEEE/AL, anexo ao OfícioOF/SEE/SAD/Nº 363/2012, de 13 de novembro de 2012:

“Este documento tem como finalidade informar ao órgão estadual executor, neste caso a Secretaria de Estado da

Educação e do Esporte, a execução dos projetos e supervisão desses, prestigiando principalmente a qualidade dos

serviços e dos materiais empregados nas obras. (Original sem grifo)

Esse relatório versa sobre todos os eventos ocorridos no período compreendido entre 10/10/2011 a 10/10/2012, tendo

como postura metodológica analisar o andamento do contrato, depurando a movimentação e o posicionamento

operacional da empresa construtora, suas nuances e, principalmente, seus resultados finais a cada período

correspondente. (Original sem grifo)

No escopo deste contrato prestado pela Empresa ATP Engenharia Ltda, consta como objeto o seguinte:

‘Execução de Serviços de Engenharia Consultiva para apoio à Fiscalização das Obras de Reconstrução das Escolas,

sob a responsabilidade da SEE-AL, no ‘Programa de Reconstrução dos Municípios Atingidos pelas Enchentes em

Alagoas’

Em cumprimento do objeto contratual, será apresentado neste relatório o acompanhamento dos recursos destinados à

reconstrução das escolas, o avanço físico das obras, relatórios fotográficos, bem como as ações emergenciais para

reconstrução dos municípios de Rio Largo, São José da Laje, Quebrangulo, Santana do Mundaú, União dos Palmares,

Cajueiro, Jacuípe, Paulo Jacinto, Joaquim Gomes, Capela, Murici, Viçosa, Branquinha, Atalaia e Matriz de

Camaragibe.”

Conforme consta do citado Relatório Mensal de Atividades, as escolas de 2, de 6 e de 12 salas deaula que deveriam ser reconstruídas são demonstradas no quadro abaixo:

Quadro 3 - Relação Nominal das Escolas Beneficiárias do Programa

Item Municípios Escola Nº de Salas

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1 Murici José Gomes de Freitas 2

Pedro Cansanção 6

Manuel Dubeaux Leão 6

Juvenal Lopes de Oliveira 12

Prof. Aurino Maciel 12

Prof. Loureiro 12

2 Santana do Mundaú Elias Ferreira do Nascimento 2

Ozama Oliviera de Lima 2

Absolon Correia de Melo 2

Denilma Vilar Bulhões de Barros 6

Pequeno Príncipe 12

Manoel de Matos 12

3 São José da Laje Aurora Heleno Ferreira 2

Maria V. Vasconcelos (Maria Inácio de Andrade) 2

Joaquim da Costa Monteiro 2

Mundo Encantado (Batista Rios) 2

Maria do Rosário Cavalcante 6

Francisco de Assis Pereira 6

Maria de Lourdes Rocha 12

4 Rio Largo Luigi Bauduco 6

Padre Cícero 6

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Marechal Deodoro da Fonseca 6

Francisco Leão 12

Gustavo Paiva 12

5 Atalaia Cícero Cabral Toledo 6

Suzana Craveiros de Medeiros 12

Pr. João Carlos 12

Antônio Vieira da Costa 12

6 Capela Maria Estela Cabral 6

Porfílio Soriano 6

7 Cajueiro João Teixeira da Costa 6

8 Viçosa Maria Elza Torres Barbosa 6

Coronel João Leite 6

9 Quebrangulo Bem Me Quer 6

Vila de São Francisco 6

Jovelina Saldanha 12

10 Branquinha Josélio Efigênio de Vasconcelos 6

Diógenes Batista 6

Manoel Peixoto 6

Prof. Mário Gomes de Barros 12

11 União dos Palmares Zumbi dos Palmares 6

Pedro Pereira da Silva 6

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Joaquim Gomes de Araújo 6

Manoel Rosa da Paz 6

Antônio Gomes de Barros 12

João Costa de Oliveira 12

12 Matriz de Camaragibe Arnom de Melo 6

Gusmão Lira 6

Luciana Cavalcante de Melo 6

13 Jacuípe Manoel Damião Farias 6

Edson Gama Peixoto 12

Mário Acioli Vanderlei 12

Mário Luiz Cavalcante 12

14 Paulo Jacinto 2 de dezembro 12

15 Joaquim Gomes Cícera Santos Marinho 12

Com base nas informações do relatório citado, chega-se aos seguintes quantitativos de escolas quedeveriam ser reconstruídas:

a) 8 escolas de 2 salas;

b) 27 escolas de 6 salas;

c) 20 escolas de 12 salas (as escolas de 20 salas ainda não haviam sido licitadas).

Conforme consta da citada última versão do Relatório Mensal de Atividades, encaminhada em 13de novembro de 2012, das oito escolas de duas salas, uma estava pronta, três estavam em obras equatro tinham obras em fase de terraplanagem.

No que se refere às escolas de seis salas, o relatório aponta que, das 27, apenas duas ainda estavamcom as obras em andamento naquela data, as demais encontravam-se prontas.

A seguir é apresentada tabela contentoa execução financeira com a construção de escolas por meiode Sistema Construtivo que utilizou novas tecnologias de construção, por meio dos contratoscelebrados com a empresa MVC COMPONENTES PLÁSTICOS LTDA., conforme demonstradono relatório de 13 de novembro de 2012:

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Quadro 4 - Demonstração da Execução Financeira por escola - 6 salas de aula

Escolas de 6 Salas Situação Financeira

Município Escolas Valor do Contrato Valor pago

Rio Largo Luigi Bauduco 930.000,00 930.000,00

Rio Largo Padre Cícero 918.000,00 918.000,00

Rio Largo Marechal Deodoro da Fonseca 918.000,00 918.000,00

Atalaia Cícero Cabral Toledo 918.000,00 918.000,00

Capela Maria Estela Cabral 988.458,15 988.458,15

Capela Porfílio Soriano 988.458,15 988.458,15

Cajueiro João Texeira da Costa 918.000,00 918.000,00

Viçosa Maria Elza Torres Barbosa 918.000,00 918.000,00

Viçosa Coronel João Leite 1.001.379,17 -

Quebrangulo Bem Me Quer 1.001.379,17 1.001.379,17

Quebrangulo Desemb. Tenório 918.000,00 918.000,00

Murici Pedro Cansanção 988.458,15 988.458,15

Murici Manoel Dubeaux Leão 988.458,15 691.920,71

Branquinha Josélio Efigênio De Vasconcelos 930.000,00 930.000,00

Branquinha Diógenes Batista 918.000,00 918.000,00

Branquinha Manoel Peixoto 918.000,00 918.000,00

União dos Palmares Zumbi dos Palmares 918.000,00 918.000,00

União dos Palmares Pedro Pereira da Silva 988.458,15 988.458,15

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Escolas de 6 Salas Situação Financeira

Município Escolas Valor do Contrato Valor pago

União dos Palmares Joaquim Gomes de Araújo 988.458,15 988.458,15

União dos Palmares Manoel Rosa da Paz 930.000,00 930.000,00

Santana do Mundaú Denilma Bulhões 988.458,15 *

São José da Laje Maria do Rosário Cavalcante 988.458,15 988.458,15

São José da Laje Francisco de Assis Pereira 918.000,00 918.000,00

Matriz do Camaragibe Arnom de Melo 918.000,00 918.000,00

Matriz do Camaragibe Gusmão Lira 918.000,00 918.000,00

Matriz do Camaragibe Luciana Cavalcante de Melo 918.000,00 918.000,00

Jacuípe Manoel Damião Farias 988.458,15 988.458,15

Total 25.269.669,92 23.336.506,93

Quadro 5 - Demonstração da execução financeira por escola - 2 salas de aula

Escolas de 2 salas Situação Financeira

Município Escolas Valor do Contrato Valor pago

Santana do Mundaú Elias Ferreira do Nascimento 235.808,65 *

Santana do Mundaú Ozamo Oliveira de Lima 235.808,65 *

Santana do Mundaú Absolon Correa de Melo 235.808,65 *

Murici José Gomes de Freitas 235.808,65 235.808,65

São José da Laje Aurora Heleno Ferreira 235.808,65 *

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Escolas de 2 salas Situação Financeira

Município Escolas Valor do Contrato Valor pago

São José da Laje Mª V. Vasconcelos (Mª I. de Andrade) 235.808,65 *

São José da Laje Joaquim Costa Monteiro 235.808,65 *

São José da Laje Mundo Encantado 235.808,65 *

Total 1.886.469,20 235.808,65

Legenda:

(*) Por meio da SF nº 201109569/013, de 02/01/2013, foram solicitados os processos de medição e pagamentos

finais relativos aos contratos das escolas de 2 salas de aula. Em resposta, mediante documento anexo ao Of. 03/2013

/SAD-SEE, 09/01/2013, a Secretaria de Educação informou que não poderia apresentar as informações porque os

processos de pagamentos ainda estavam em trâmite naquela data.

Quanto às escolas de 12 salas, o relatório traz em seu item 6.3.1 a seguinte informação:

“Mesmo com o fato de ainda não haver início de terraplanagem, quase todos os municípios já dispõem de área para

construção das escolas, pois 90% destes terrenos estão localizados dentro dos conjuntos residenciais da

RECONSTRUÇÃO.Os municípios de Jacuípe e Santana do Mundaú não possuem área disponível para construção das

escolas.”

7.2 CONTRATO SEEE/AL Nº 017/2012 – ESTRATÉGICA SOLUÇÕES INTELIGENTESCONSULTORIA EM GESTÃO DE PROJETOS LTDA.

O segundo contrato, de nº 017/2012, assinado em 31/05/2012, foi celebrado com empresaESTRATÉGICA - Soluções Inteligentes Consultoria em Gestão de Projetos Ltda. (CNPJ11.695.804/0001-79) – Processo Administrativo SEEE/AL 1800 003630/2012:

Teve por objeto a realização de “Serviços Técnicos Especializados de Supervisão para subsidiar ogerenciamento da execução físico-financeira do Plano de Trabalho de Obras de Emergência,referente à reconstrução de Unidades Escolares atingidas pelo desastre de junho de 2010, noâmbito dos dezenove municípios previstos no Decreto Estadual nº 16.978, de 06/12/2011.”O valordo contrato foi de R$ 1.388.257,18. O prazo de execução inicial previsto era de 180 diasconsecutivos, a contar da emissão da Ordem Inicial de Serviços. A Ordem Inicial de Serviços foiassinada pelo então Coordenador Especial de Infraestrutura em 31/05/2012, mesma data deassinatura do contrato.

De acordo com as informações constantes do Termo de Referência utilizado para a contratação dacitada empresa (folhas 25 a 57), algumas das atribuições que a empresa contratada deveria executarpara que o objeto do contrato fosse atendido de forma satisfatória são:

“4.2. – A Contratada deverá executar na íntegra os serviços a seguir estabelecidos, visto sua característica

eminentemente técnico-especializada, propiciando resultados tangíveis, de forma a subsidiar a SEE/AL no

gerenciamento e acompanhamento da execução físico-financeiro do Plano de trabalho de Obras de Emergência e do

Plano de Trabalho de Obras de Urgência, mais especificamente quanto aos processos previstos nos ANEXOS I e II,

realizando assessoramento técnico:

4.2.1 – na análise de viabilidade das ações a serem realizadas;

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4.2.2 – no acompanhamento das instrução dos processo administrativos listados nos ANEXOS Ie II, bem como seus

respectivos processos de aditamento, medição e pagamento;

4.2.3 – no macro-gerenciamento da execução físico-financeira, em consonância com a legislação pertinente e demais

normas aplicáveis;

4.2.4 – na gestão do Plano de Trabalho de Obras de Emergência e do Plano de Trabalho de Obras de Urgência, e as

eventuais revisões/atualizações que vierem a ocorrer durante a vigência do Contrato objeto deste Termo de Referência;

4.2.5 – no apoio à supervisão dos contratos a que se referem os itens “2.7”, “2.14.1” e “2.14.2” deste Termo de

Referência;

4.2.6 – na orientação quanto ao método de supervisão a ser empregado pelas empresas a que se referem os itens

“2.7”, “2.14.1” e “2.14.2” nas obras de emergência/urgência; (Original sem grifo)

4.2.7 – no estabelecimento de método para processamento de medições das obras de engenharia civil e para a

elaboração dos projetos “as built”; (Original sem grifo)

4.2.8 – no desenvolvimento, alimentação e manutenção de sistema informatizado de gerenciamento e acompanhamento

físico-financeiro dos processos previstos nos ANEXOS I e II.”

(...)

“4.5 – Considerando o disposto no presente Termo de Compromisso, bem como a legislação vigente e demais normas e

parâmetros aplicáveis, a Contratada desenvolverá os seguintes produtos:

4.5.1 – Produto 1:

4.5.1.1 – Descrição do Produto 1: Sistema informatizado de gerenciamento e acompanhamento da execução físico-

financeiro dos contratos administrativos de execução de obras e serviços de engenharia.

4.5.1.2 – Composição do Produto 1: Desenvolvimento, alimentação e manutenção de sistema informatizado

customizado àSEEE/AL, específico para o gerenciamento físico-financeiro dos contratos listados nos ANEXOS I e II. O

software deverá ser desenvolvido com base no método de Desdobramento de Diretrizes (Metas, Etapas e Fases).

Deverá contemplar: 1) as informações administrativas (dados gerais do contrato, dados gerais da contratante, da

contratada, dos responsáveis legais, dos responsáveis técnicos, objeto, valor, prazos e aditamentos, entre outros)

orçamentárias (fontes e empenhos), físicas (medições), financeiras (pagamentos e liquidações) e gerenciais

correspondentes; 2) a inclusão de registros fotográficos, por intervenção/fase e disponibilizar cronograma de execução

físico-financeira.”. (Original sem grifo)

(...)

“4.5.2 – Produto 2:

4.5.2.1 – Descrição do Produto 2: Relatórios de Execução Físico-financeira de cada contrato previsto nos ANEXO I e

II.

4.5.2.2 – Composição do Produto 2: Detalhamento das informações administrativos (dados gerais do contrato, dados

gerais da contratante, da contratada, dos responsáveis legais, dos responsáveis técnicos, objeto, valor, prazos e

aditamentos, entre outros), da execução orçamentária (fontes e empenhos), da execução física (medições), da execução

financeira (pagamentos e liquidações), informações gerenciais correspondentes e registro fotográfico.” (Original sem

grifo)

(...)

“4.5.3 – Produto 3:

4.5.3.1 – Descrição do Produto 3: Capacitação dos técnicos da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte na

instrução processual, com foco em processos administrativos de contratação de obras e serviços de engenharia civil, de

aditamentos, de medições e de pagamentos.

4.5.3.2 – Composição do Produto 3: A capacitação deverá ocorrer de forma prática, concomitante com a gestão dos

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processos previstos nos ANEXOS I e II, mediante o acompanhamento contínuo dos técnicos dos setores envolvidos.

Deverá ser realizado 06 (seis) “workshop” com carga-horáriade 05 (cinco) horas/aula cada, totalizando 30 (trinta)

horas/aula, abordando os procedimentos básicos na instrução de processo a administrativos de contratação de obras e

serviços de engenharia civil, de aditamentos, de medições e de pagamentos, sendo que a programação deverá ser

previamente pactuada com o Gestor do Contrato a que se refere o item “12.1”.” (Original sem grifo)

Importa registrar que, ao proceder à análise sobre o processo de contratação em exame, o Assessorde Administração do Núcleo de Licitações da SEEE/AL emitiu o documento denominado “Folha deInformações e Despachos nº 0162/12 – NULIC/SEE”, folhas 518 a Na oportunidade, o Assessormanifestou o seguinte:

“Vistos e analisados os autos, e tomando como base o fundamento legal sugerido pela CEINF para a contratação

pretendida, desde que atendidas as condicionantes legais necessárias, como anteriormente citadas em nossa

manifestação, entendemos como possível a aludida contratação.

Posição que firmamos, condicionada primeiro a justificativa pela CEINF de que o objeto pretendido nesta contratação

em nada se assemelha e se conflita com os objetivos contemplados nas contratações originadas dos processos

administrativos nº. 1800.008441/2011, e n. 1800.01080808/2011, que ensejaram respectivamente a celebração dos

Contratos nº 001/2012-CPL/SEE, e Nº 004/2011-CPL/SEE.”

Cabe lembrar que o Contrato nº 004/2011-CPL/SEE, citado, é o contrato que foi celebrado com aempresa ATP Engenharia, já comentado anteriormente.

Ao se posicionar, o então Coordenador da CEINF emitiu o despacho SEE/CEINF, constante dasfolhas 545 a 546, por meio do qual considerou o seguinte:

“Inicialmente, ressalte-se que as empresas ABR ENGENHARIA LTDA e ATP ENGENHARIA LTDA foram contratadas

para exercer trabalhos de gerenciamento, fiscalização e monitoramento das obras executadas por unidades

construtoras das obras de recuperação de parte das escolas da rede pública estadual. (Original sem grifo)

Todavia, a contratação a ser efetivada da empresa ESTRATÉGICA SOLUÇÕES E INTELIGÊNCIAS CONSULTORIA

EM GESTÃO DE PROJETOS LTDA tem por escopo a supervisão dos trabalhos das mencionadas gerenciadoras,

conforme explicitamente item 3.1 do Termo de Referência – fl. 31:

‘O Termo de Referência ora apresentado tem como objetivo fornecer informações e estabelecer critérios, diretrizes e

condições a serem observadas na contratação e posterior execução de serviços de engenharia consultiva – serviços

técnicos especializados de supervisão para subsidiar o gerenciamento da execução físico—financeira do Plano de

Trabalho de Obras de Emergência, referente à reconstrução de Unidades Escolares atingidas pelo desastre de junho de

2010, no âmbito dos dezenove municípios previstos no Decreto Estadual nº 16.978, de 06/12/20119 (...). ’

Com efeito, a contratação da empresa ESTRATÉGICA SOLUÇÕES INTELIGENTES CONSULTORIA EM GESTÃO DE

PROJETOS LTDA destina-se a fornecer a esta Secretaria, serviços de engenharia consultiva, cujo objeto primordial é

supervisionar dos trabalhos das gerenciadoras e unidades construtoras, analisando suas atividades, mediante revisão

de planilhas, cronograma físicos x financeiros e demais atos executórios.Assim, a supervisão de tais serviços difere

nitidamente das atividades das gerenciadoras, porquanto estas se destinam a gerenciar e fiscalizar o trabalho de campo

das unidades construtoras, enquanto a ESTRATÉGICA SOLUÇÕES INTELIGBENTES CONSULTORIA EM GESTÃO

DE PROJETOS LTDA, que tem por escopo supervisionar os serviços destas.” (Original sem grifo)

Como se observa da definição feita pelo Coordenador da CEINF, o objeto primordial da empresaESTRATÉGICA SOLUÇÕES era a supervisão dos trabalhos das gerenciadoras e unidadesconstrutoras, analisando suas atividades mediante revisão de planilhas, cronograma físico-financeiros e demais atos executórios.

Todavia, deve-se ressaltar que nem o contrato nº 04/2011, celebrado com a empresa ATPENGENHARIA LTDA. e nem o contrato nº 017/2012, celebrado com a empresa ESTRATÉGICASOLUÇÕES INTELIGENTES CONSULTORIA EM GESTÃO DE PROJETOS LTDA. foramobjeto de análises por não fazerem parte do escopo da Ordem de Serviços.

8. DA ESCOLHA PELO MÉTODO “EQUIPAMENTO MODULAR DE EDUCAÇÃO”

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O processo de contratação teve início em 22/09/2010, com solicitação de contratação emergencialoriunda da Coordenação de Infraestrutura da Secretaria Estadual de Educação e do Esporte –SUGESE/SEEE/AL, à folha 02.

A opção pelo método de “Equipamento Modular de Educação” foi justificada, conforme pode serverificado na referida solicitação de contratação emergencial, quando foi afirmado:

“Vimos através do presente, solicitar de Vossa Excelência a abertura de processo para CONTRATAÇÃO EM CARÁTER

EMERGENCIAL de empresa especializada para aquisição de equipamento modular de educação com 06 salas de aula,

Escola PADRE CÍCERO, no loteamento Francisco Tavares Granja, bairro Mata do Rolo , no Município de Rio

Largo/AL.

Para este município , que foi um dos atingidos pelas enchentes, recomendamos a contratação nos moldes das cinco

primeiras escolas. Esta recomendação para abertura de processo de aquisição está em conformidade com a decisão da

reunião do dia 1º de setembro deste ano, na SALA DE SITUAÇÃO DO PROGRAMA DE RECONSTRUÇÃO, situada no

Palácio República dos Palmares.”

Às folhas 52 a 54, também constam Notas Técnicas produzidas por membros da Comissão Especialdo MEC por meio das quais a utilização do sistema de construção foi avaliado.

Em Parecer Técnico constante da folha 55, emitida por Engenheiro Civil Assessor Técnico daSEEE/AL, consta a seguinte informação:

“Disto feito o MEC com apoio do FNDE enviou por mais de uma vez técnicos especializados nas áreas legais e de

Infra-Estrutura, sendo sugerido por estes técnicos que fosse adotado um procedimento construtivo diferente do

comumente adotado usado em nosso estado.Pois de acordo com o entendimento deles as escolas afetadas teriam que

ser reconstruídas rapidamente. Porém não obstante ao fato destas construções poderem ser executadas num método

mais veloz que o tradicional este método também deverá oferecer conforto térmico, acústico e visual bem como

durabilidade da mesma. (sic) (Original sem grifo)

O projeto utilizado é padrão do MEC e já utilizado em projetos de construção com método tradicional.

Como piloto deste novo método foi sugerido pelo MEC, após audiência pública realizada em Alagoas, que fosse

realizada a licitação em caráter emergencial (porém com chamada pública) de 5 unidades escolares para que

possamos ter um padrão deste novo método construtivo que virá a ser decido após esta licitação, já que por sugestão

também dos técnicos do MEC/FNDE está licitação será realizada com o método construtivo em aberto, que deverá

além de atender os requisitos de preço e prazo proporcionar todas as condições contidas no termo de referência.”(sic)

(Original sem grifo)

9. DAS INFORMAÇÕES ESPECIFICAS DO CONTRATO Nº 018/2010 - OBJETO DAANÁLISE

O contrato nº 018/2010 (folhas 346 a 357), foi celebrado em decorrência do “Processo de Escolha”nº 1800 009290/2010, referente à ESCOLA MUNICIPAL PADRE CÍCERO, em RIO LARGO/AL.O extrato do contrato foi publicado no Diário Oficial do Estado de Alagoas – D.O.E./AL de30/12/2010, folha 358.

O valor global da contratação, conforme consta na Planilha Referencial constante das folhas 147 a154, foi de R$ 918.000,00.

De acordo com as informações apresentadas pela SEEE/AL em relação ao contrato em exame(Ordem Inicial de Serviços, de Paralizações, de Reinício e do Termo de Recebimento Provisório)pôde-se identificar que o objeto do referido contrato levou 181 dias para ficar pronto,

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provisoriamente, levando-se em consideração a data de emissão da Ordem de Serviços Inicial e adata do Termo de Recebimento Provisório, conforme se observa da Planilha abaixo:

Data OSI Paralização Reinício Paralização Reinício Term. Rec.

Provisório

06/01/11 07/01/11 25/01/11 06/04/11 25/05/11 06/07/11

Justificativa do atraso Terraplanagem Período Chuvoso

Assim, observa-se que o prazo de sessenta dias para entrega do objeto, conforme estabelecido noedital e no contrato não foi observado. Deve-se destacar, porém, que os serviços de terraplanagemnão estavam previstos no contrato celebrado com a MVC.

10. DA CERTIFICAÇÃO DA DISPONIBILIDADE DO TERRENO OBJETO DOCONTRATO Nº 018/2010

Por meio de documento datado de 29/10/2010, à folha 319 do Processo Administrativo nº 1800009290/2010,o Engenheiro Civil e Assessor Técnico da Secretaria de Educação e do Esportecomunica ao então Secretário Estadual de Educação de Alagoas que, devido à recomendação daProcuradoria do Estado para certificação da efetiva disponibilização dos terrenos pelas respectivasPrefeituras, estava anxando uma “Declaração de Disponibilidade do Terreno” (à folha 320),assinada pelo então Secretário Municipal de Educação de Rio Largo/AL em 26/10/2010, afirmandoqueaquele município estaria disponibilizando terreno para a construção da Escola Municipal PadreCícero.

Conforme demonstrado, não obstante conste do processo a informação sobre a disponibilidade doterreno antes mesmo da data de assinatura do contrato, a obra levou 205 dias para ficar pronta,levando-se em consideração a data da assinatura do contrato e a data do Termo de RecebimentoProvisório.

3.1.1.2 CONSTATAÇÃO 002

CONTRATAÇÃO DE EMPRESA QUE NÃO APRESENTOU DOCUMENTOS DEQUALIFICAÇÃO TÉCNICA CONFORME EXIGIDO NO EDITAL

Entre as condições exigidas no Edital do Processo Administrativo de Dispensa nº1800.009290/2010, para contratação das obras da Escola Municipal Padre Cícero, no municípiode Rio Largo/AL, estava previsto como requisito de habilitação atestado ou certificado deaderência às normas da ABNT, conforme consta no Edital, na Seção VII, que trata dos“Documentos de Habilitação, no item 7.1, transcrito a seguir:

"7.1 As licitantes apresentarão, no envelope 'A - Documentos de Habilitação', os documentos abaixo discriminados, no

original, por qualquer processo de cópia autenticada por cartório competente ou servidor da Administração ou por

publicação em órgão da imprensa oficial, em 02 (duas) vias, numerados, rubricados, sem emendas ou rasuras e

encabeçados por índice relacionando os mesmos e as folhas em que se encontram:

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(...)

"7.1.12. Atestado ou Certificado, emitido por contratante titular, pessoa jurídica de direito público ou privado, que

comprove a aptidão da licitante para desempenho de atividades pertinentes e compatíveis em características,

quantidades e prazos com o objeto da presente licitação."

O item 7.1.13 estabelece que “Atestado ou certificado, emitido por instituição renomada, comoCaixa Econômica Federal, Instituto Falcão Bauer da Qualidade, Instituto de Pesquisa Tecnológica,entre outros, que ateste que o modelo construtivo modular tem aderência as normas relativas daABNT - resistência ao fogo, desempenho térmico, desempenho acústico, acessibilidade efacilidades construtivas." (Original sem grifo)

Conforme consta nos autos do processo administrativo examinado, os atestados exigidos nodispositivo supramencionado apresentados pela empresa contratada foram os seguintes:

1) Relatório de Ensaio nº 980 988-203 - Natureza do Trabalho: Ensaio de Resistência ao fogo,emitido pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas - IPT/Laboratório de Segurança aoFogo/AISF/DEC, folhas 202 a 207;

2) Relatório Técnico de Ensaio de Isolação Sonora Aérea de Painel em Fibra de Vidro em Gesso eNúcleo de EPS - Tipo 01, emitido pela Universidade Federal de Santa Maria/Centro deTecnologia/Laboratório de Acústica, folhas 219 a 221;

3) Relatório Técnico - Avaliação do desempenho térmico da Casa Prática MVC - Tecnologia WallSystem, emitido pela Universidade Federal de Ouro Preto/Escola de Minas, folhas 209 a 218.

Como se observa, os atestados constantes dos autos versam apenas sobre os três primeiros pontosexigidos no edital, quais sejam: resistência ao fogo, desempenho térmico e desempenho acústico.

Tal interpretação também é a que se entende constar do documento denominado "Parecer Técnicosobre o método construtivo", elaborado pelo Assessor Técnico da Secretaria de Estado de Educaçãoe do Esporte e por membro da Comissão Especial do MEC, folha 318, no qual foi afirmado:

"atesto para os devidos fins que a empresa MVC Componentes Plásticos LTDA, vencedora do processo de escolha para

o fornecimento dos Equipamentos Modulares Educacionais em caráter emergencial em Alagoas, apresentou durante o

certame a seguinte documentação requerida no item 7.1.13 do edital, conforme descrito a seguir:

- Ofício nº 0210/2009/GEPAD expedido pela Caixa Econômica Federal em 16/11/2009, certificando a viabilidade do

sistema construtivo para ser utilizado em obras financiadas pelo SFH. Apresentou também os laudos de respaldaram o

processo de certificação junto à CEF:

* Ensaio de resistência ao fogo, realizado pelo IPT – SP;

* Avaliação de índice de propagação superficial de chama, realizada pelo IPT – SP;

* Ensaio de isolamento acústico, realizado pela Universiade Federal de Ouro Preto - MG;

* Avaliação de desempenho térmico, realizada pela Universiade Federal de Ouro Preto – MG.

Também foram apresentados atestados de construções anteriormente realizados no sistema proposto, compatíveis com a

função e os prazos solicitados; atendendo ao item 7.1.12 do edital.

O conjunto de documentos fornecidos pela empresa escolhida comprova a total adesão do sistema construtivo proposto,

tanto ao objeto, quanto ao interesses públicos visados neste processo."

A análise sobre os documentos: Relatório de Ensaio nº 980 988-203; Relatório Técnico de Ensaiode Isolação Sonora Aérea de Painel em Fibra de Vidro em Gesso e Núcleo de EPS - Tipo 01 eRelatório Técnico - Avaliação do desempenho térmico da Casa Prática MVC - Tecnologia WallSystem foi realizada mediante o Relatório de Fiscalização nº 201109609.

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Os Atestados de Construções anteriormente realizadas no sistema proposto, citado na transcrição doParecer Técnico são os seguintes:

a) Folhas 189 a 192

“SERVIÇOS: Fornecimento do sistema construtivo modular CasaPrática e prestação de serviço de engenharia para

edificação de 1 Sede Social, 1 Galpão para depósito de equipamentos e 1 residência unifamiliar, encerrando a área

total construída de 1.216m2."

O referido Atestado foi fornecido pela instituição CLUBE PARANAENSE DE TIRO, inscrita sob oCNPJ: 75.089.524/0001-08.

Foto do Clube de Tiro obtida na página eletrônica da empresa http://www.mvcplasticos.com.br:

b) Folhas 193 a 196

"SERVIÇOS: O contrato prevê o fornecimento e instalação do sistema construtivo modular de Equipamentos

Comunitários de Segurança no Distrito Federal, de 250 (duzentos e cinquenta) unidades nos modelos ECS-1 com 26m2

(...) cada 50 (...) unidades nos modelos ECS-2 com 58m2 (cinquenta e oito metros quadrados) cada e 50 (cinquenta)

unidades de Torres de Observação, perfazendo um total de 9.400 m2 (...), estando atuamente fornecidas e instaladas 80

(...) unidades nos modelos ECS-1 E 30(...) UNIDADES NOS MODELOS ecs-2, perfazendo um total de 3.820m2 (...) e

em fase de instalação 21 (...) unidades no modelos ECS 1 e 02 (...) unidades no modelos ECS-2 num total de 662m2

(...), todas as unidades com as espectivas tores de observação."

O referido atestado foi emitido pela Secretaria de Estado de Obras do Distrito Federal, inscrita sob o

CNPJ: 00.394.742/0001-49.

Em consulta ao sitio eletrônico da empresa obteve-se a foto do ECS:

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c) folhas 196 a 199

O terceiro documento apresentado não pode ser considerado um "Atestado de Capacidade Técnica"pelo fato de não conter essa informação em qualquer parte do documento e por constar de papeltimbrado da propria MVC Componentes Plásticos. Trata-se da suposta construção da Escoladenominada "Escola Pitambel Angola" cujo projeto teria sido executado em janeiro de 2007.

Na página eletrônica da empresa na internet também consta foto da suposta escola construída emAngola, conforme ilustração abaixo. Contudo, por não haver documentação que comprove quereferida escola foi, de fato, construída pela MVC Componentes Plásticos, e que de fato foramobservados na construção os quesitos de qualidade e de cumprimento de prazos contratuais, além deque o documento não foi emitido por instituição contratante, mas, pela própria MVC, não há comoverificar se as informações apresentadas pela licitante são pertinentes ao processo ou mesmoverídicas.

Como se observa, os Atestados emitidos pelo Clube de Tiro do Paraná e pela Secretaria de Obras doDistrito Federal não poderiam ter sido aceitos por não apresentarem características com o objetoexigidos no edital.

Dessa maneira, fica evidenciado que a MVC Componentes Plásticos foi declarada tecnicamentehabilitada sem ter comprovado, de acordo com a documentação constante nos autos do processoadministrativo examinado, o atendimento de cláusulas editalícias.

Além de estar em desacordo com o Edital, a classificação da empresa está em desacordo comdispositivos estabelecidos na Lei 8.666/93, dentre os quais, pertine destacar os seguintes:

"Art. 43. A licitação será processada e julgada com observância dos seguintes procedimentos:

IV - verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos do edital e, conforme o caso, com os preços

correntes no mercado ou fixados por órgão oficial competente, ou ainda com os constantes do sistema de registro de

preços, os quais deverão ser devidamente registrados na ata de julgamento, promovendo-se a desclassificação das

propostas desconformes ou incompatíveis;

V - julgamento e classificação das propostas de acordo com os critérios de avaliação constantes do edital." (Original

sem grifo)

3.1.1.3 CONSTATAÇÃO 003

A ESCOLHA DO MÉTODO CONSTRUTIVO E A DEFINIÇÃO DO PRAZO DE 60 DIASPARA EXECUÇÃO DA OBRA LIMITOU A COMPETIVIDADE DO CERTAME

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O Edital do Processo Administrativo de Escolha nº 1800 009290/2010, para contratação das obrasda Escola Padre Cícero, no município de Rio Largo/AL, previa cláusulas restritivas à competição.

Os fatos que sinalizam para esse entendimento podem ser resumidos nos seguintes:

(1) escolha pelo uso de técnicas de construção ainda muito novas no mercado, à época dascontratações somado à (2) imposição de que o prazo de execução das obras deveria ocorrer em nomáximo sessenta dias.

Quanto ao primeiro ponto, vale esclarecer que, de acordo com o Termo de Referência, anexo I doEdital, folhas 04 a 41, do Processo Administrativo em exame, o objeto da contratação consistia em:

“1. DO OBJETO: AQUISIÇÃO EMERGENCIAL DE UM EQUIPAMENTO MODULAR DE EDUCAÇÃO, COMPOSTO

DE SEIS SALAS DE AULA, COM PORTABILIDADE, PARA O ESTADO DE ALAGOAS, NOS MUNICÍPIOS

ATINGIDOS PELAS ENCHENTES.

Entende-se por aquisição de EQUIPAMENTO MODULAR DE EDUCAÇÃO com portabilidade, o fornecimento e

montagem do conjunto de módulos, sua cobertura, suas instalações elétricas, hidráulicas, de lógica, telefonia,

climatização e sua área externa, que permitam futuras realocações.

O EQUIPAMENTO MODULAR DE EDUCAÇÃO DE SEIS SALS é composto de:

* Bloco Pedagógico

* Bloco Administrativo

* Bloco de Serviços

* Recreio Coberto

* Área Externa

(...)

3. Especificações Técnicas do Equipamento Modular:

O sistema do Equipamento Modular de Educação consistirá na montagem de módulos volumétricos com cobertura em

telha plana de fibrocimento, sem amianto, na cor avermelhada ou alaranjada.

Toda a estrutura do Equipamento Modular de educação deverá ser executada em material a ser definido pelo licitante,

utilizando sistema arquitravado.

O Equipamento Modular de Educação deverá ter características de portabilidade, permitindo futuras realocações.

A montagem do Equipamento Modular de Educação deverá ser concluída em até 60 (sessenta) dias a partir da emissão

da Ordem de Início, a fim de garantir seu funcionamento, no menor prazo possível, para o atendimento dos

estudantes.”

(...)

“6. Da Execução do Contrato

6.1 Dada a natureza emergencial do certame, os serviços contratados deverão ser concluídos no prazo máximo de 60

dias após a entrega dos terrenos devidamente terraplanados, com as instalações prediais (água, esgoto, quando

disponível, e energia elétrica) concluídas, e a Ordem de Início expedida.”

Deve-se destacar que, inobstante tenha sido desejável o emprego de novas tecnologias nacontratação em tela, dever-se-ia ter atentado para o atendimento do melhor interesse público, o queinclui a obtenção do menor preço por meio de verdadeira competição isonômica entre fornecedores.

Dessa forma, ficou registrado nos autos que a imposição do prazo de sessenta dias para conclusãodo objeto eliminou do rol de possíveis interessadas a maioria das empresas que teriam sido

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consultadas pela Comissão responsável pela condução do processo de contratação.

Como evidência do baixo interesse das empresas consultadas em participar do denominado (pelaSEEE/AL) “Processo de Escolha” verificou-seque das quatorze empresas convidadas aapresentarem propostas, apenas duas delas o fizeram.

No documento constante da folha 27/09/2010 consta relação de empresas que foram consultadas,conforme informado pelo Presidente da Comissão Especial do MEC:

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No Relatório de Fiscalização nº 2011096609 ficou demonstrado que a escolha adotada não semostrou a mais vantajosa para a Administração, pois gerou danos ao erário.

Além disso, conforme apontado anteriormente, no caso específico do contrato em exame, o prazocontratual de sessenta dias consecutivos contados a partir da emissão da Ordem de Serviços não foiobedecido, tendo em vista atrasos pelos motivos já mencionados.

Não foi pactuado com a MVC responsabilidades pela execução dos serviços de terraplanagem,tendo em vista que tais serviços não constavam do objeto contratado com a referida empresa.Todavia, era do conhecimento da Administração, na época da contratação, que existiam riscos deatrasos para conclusão desta etapa, sobretudo por que, ao invés de incluir no objeto do contrato deconstrução das escolas também a realização desses serviços ou até mesmo realizar por conta própriae executá-los como contrapartida do Estado de Alagoas no instrumento de repasse, a SEEE acordoucom os municípios beneficiários a disponibilização dos terrenos em condições de receberem asobras.

Deve-se registrar que, de acordo com a o item do Termo de Referência, Anexo I do Edital, folhas 16a 29, do Processo Administrativo em exame, competia à contratante, no caso, a SEEE/AL, também,o seguinte:

“8. Das obrigações da contratante

8.2 Os terrenos onde serão implantados os espaços educativos urbanos serão entregues à contratada com os serviços

de terraplanagem completamente executados, assim como as instalações prediais de água, energia elétrica e esgoto,

quando disponível.”

Há que se considerar, ainda, que as dificuldades e demoras que normalmente ocorrem nadisponibilização de terrenos devidamente terraplanados, quando a competência destes serviçoscorrem por conta da própria administração contratante, não poderiam ser imprevisíveis.

Embora conste do Termo de Referência anexo ao edital e da ata da audiência pública, aadministração contratante seria a responsável pela realização dos serviços de terraplanagem dosterrenos.

Posteriormente, tal responsabilidade foi repassada pela SEEE/AL para a prefeitura do município deRio Largo.

No caso em exame, conforme já relatado, o terreno foi disponibilizado tempestivamente, porém,ainda assim, a empresa não conseguiu cumprir o prazo de sessenta dias para a conclusão do objeto,pois a ocorrência de paralisações em virtude da necessidade de terraplanagem, conformeevidenciam as cópias das Ordens de Paralisações e de Reinício das obras constantes dos autos dosprocessos examinados, contribuíram para que a empresa não concluísse a obra no prazo de sessentadias.

A exigência de sessenta dias, além de desnecessária (pois o estado de emergência foi prorrogado pordois anos) foi sumariamente desobedecida pela própria administração, impondo exigência aoslicitantes que não foi cumprida na prática pela contratada.

3.1.1.4 CONSTATAÇÃO 004

RESTRIÇÃO DA COMPETITIVIDADE POR FALHAS NA PUBLICIDADE DO AVISO DEREALIZAÇÃO DO PROCESSO DE CONTRATAÇÃO

Do prazo exíguo para a apresentação de propostas

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Apesar de a licitação ter sido realizada por meio de Dispensa de Licitação, o que indica que nãohavia a necessidade de publicação de edital (previamente) para escolha de empresa, observou-se quea contratação realizada foi precedida de Chamamento Público para apresentação de propostas,mediante aviso publicado no Diário Oficial do Estado de Alagoas – DOE/AL, em 27/09/2010, folha134.

Além disso, houve publicação na página eletrônica da SEEE/AL –www.educacao.al.gov.br/emergencial, folha 135. A cópia da publicação realizada na páginaeletrônica, impressa e constante dos autos, consta datada de 27/09/2010.

Em ambos os documentos, consta a informação de que a data limite para apresentação daspropostas, para os contratos relativos às escolas de seis salas de aulas, era o dia 29/09/2010, às 9h,apenas dois dias após a data da publicação do Aviso no DOE/AL.

Empresas convidadas diretamente pela Comissão Especial do MEC

Além da publicação do aviso do Edital no Diário Oficial do Estado, bem como da divulgação denotícia em página eletrônica específica, a Comissão Especial do MEC emitiu comunicado, viamensagens eletrônicas (e-mail) a diversas empresas, informando-as sobre a realização dos“Processos de Escolhas”. A sequência das mensagens encaminhadas, registradas nos documentosconstantes das folhas 135 a 137, serão doravante denominadas “Convites”.

Consta das folhas 137 e 138 cópia de mensagem eletrônica encaminhada por um dos representantesda Comissão Especial do MEC, via e-mail, para um grupo de quatorze empresas, as quais, opresidente da Comissão do MEC indica no documento constante da folha 133, terem sido asseguintes:

Relacionadas pelo Presidente da Comissão

Empresa

1 Plásticos Vipal

2 MVC Plásticos

3 Laminus Engenharia

4 Kurten Construções

5 Crear Soluções de Engenharia

6 Brasgips

7 Wall Systens

8 Lastro Engenharia

9 Royal do Brasil S. A.

10 Inovida

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11 Innova Rio Engenharia

12 Odebrecht

13 MBP

14 BS ENGENHARIA

Dessa forma, observa-se que pelo menos quatorze empresas teriam tomado conhecimento daexistência do Processo de Escolha.

As cópias do e-mail encaminhado para as empresas e as confirmações de recebimento constam dasfolhas 137 a 145. Não consta dos autos comprovante de que alguma das referidas empresas teria semanifestado positiva ou negativamente quanto à possibilidade de participação dessa nova rodada decontratações.

Após a escolha da empresa vencedora, os quatorze contratos celebrados em decorrência desseterceiro chamamento público receberam a numeração de 17/2010 a 31/2010, excetuando-se contratode nº 30/2010, que foi celebrado com outra empresa, objetivando a construção de uma escolaprovisória em madeirite, no município de Satana do Mundaú.

A sessão de escolha da empresa vencedora

Conforme a ATA constante da folha 302, a sessão de escolha da empresa ocorreu em 29/09/2010.Não obstante pelo menos quatorze empresas tivessem tomado conhecimento da existência doChamamento Público para a contratação o fornecimento dos últimos onze Equipamentos Modularesde Educação de seis salas de aula e mais oito de duas salas de aulas, apenas uma empresaapresentou propostas. Número inexpressivo, quando se considera o volume de recursos que seriacontratado ao final.

A proposta vencedora da MVC, continha um valor de R$ 918.000,00.

Deve-se registrar, contudo, não constar dos autos, documento tratando de possível impugnação dacontratação em decorrência do prazo estabelecido.

Características do procedimento adotado no Processo de Escolha

Observou-se que o formato adotado na contratação em exame teve características próprias, que, decerta forma, o diferenciam das modalidades de licitação previstas na Lei 8.666/93.

O Processo de Escolha adotado pela SEEE teve características de pelo menos três modalidades:Dispensa de Licitação, Convite e Pregão.

O procedimento para realização de Contratações Diretas, constante do Manual de Licitações eContratos – Orientações e Jurisprudência do TCU, 4ª edição. 2010, página 634 - indica que para queos processos de contratações diretas sejam devidamente formalizados, deve-se realizar os seguintestrâmites:

“Processo administrativo de contratação direta será instruído com os elementos previstos no art. 26 da Lei nº

8.666/1993, sendo dispensa de licitação, com base nos incisos III e seguintes do art. 24 e inexigibilidade de licitação,

com aparo no art. 25, observados os passos a seguir:

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Solicitação do material ou serviço, com descrição clara do objeto;1.

Justificativa da necessidade do objeto;2.

Caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa, se for o caso;3.

Elaboração da especificação do objeto e, nas hipóteses de aquisição de material, das unidades e quantidades a

serem adquiridas;

4.

Elaboração de projetos básico e executivo para obras e serviços, no que couber;5.

Indicação dos recursos para a cobertura de despesa;6.

Razões da escolha do fornecedor do bem, executante da obra ou prestador do serviço;7.

Juntada aos autos do original da(s) proposta(s);8.

Juntada aos autos do original ou cópia autenticada ou conferida com o original dos documentos de habilitação

exigidos;

9.

Certificado de registro cadastral pode substituir os documentos de habilitação quanto às informações

disponibilizadas em sistema informatizado, desde que o registro tenha sido feito em obediência ao disposto na

Lei nº 8.666/93;

Nesse caso, deverá ser juntada aos autos cópia do certificado, com as informações respectivas;

Declaração de exclusividade, quanto à inexigibilidade de licitação, fornecida pelo registro do comércio do local

onde será realizada a contratação de bens, obras ou serviços, ou pelo sindicado, Federação ou Confederação

Patronal, ou ainda por entidades equivalentes;

1.

Justificativa das situações de dispensa ou inexigibilidade de licitação, acompanhadas dos elementos necessários

que as caracterizem, conforme o caso;

2.

Justificativa do preço;3.

Pareceres técnicos e/ou jurídicos;4.

Se for o caso, documento de aprovação dos projetos de pesquisa para os quais os bens serão alocados;5.

Inclusão de quaisquer outros documentos necessários à caracterização da contratação direta;6.

Autorização do ordenador de despesa;7.

Comunicação à autoridade superior, no prazo de três dias, da dispensa ou da situação de inexigibilidade de

licitação;

8.

Ratificação e publicação da dispensa ou inexigibilidade de licitação na imprensa oficial, no prazo de cinco dias,

a contar do recebimento do processo pela autoridade superior;

9.

Emissão de nota de empenho respectiva;10.

Assinatura do contrato ou retirada da carta-contrato, nota de empenho, autorização de compra ou ordem de

execução do serviço, quando for o caso.”

11.

Vale observar que, do rol de ações que devem ser adotadas para cumprir todo o procedimento deContratação Direta, conforme o manual do TCU, não consta a previsão de publicação, quer seja noDiário Oficial, quer seja em outro meio de comunicação, sobre avisoda existência do processo decontratação, ou seja, antes da escolha da empresa.

Deve-se observar, ainda que a previsão para publicação prevista no passo nº 18, deve ocorrer emfase posteriorà escolha do fornecedor ou do prestador de serviços. Deste modo, difere da

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publicação do aviso da existência do certame.

Não obstante, deve-se esclarecer que, no caso em exame, o fato da Administração ter publicadoaviso sobre a necessidade da contratação deveria ser caracterizado como um ponto positivo. Afinal,tal atitude deveria atrair um maior número de empresas possíveis interessadas em contratar com aAdministração, aumentar a concorrência, diminuir os custos em relação ao valor estimado pelaAdministração, etc... Entretanto, conforme ficou evidenciado nos autos, ainda assim, de um númeroextenso de dezessete empresas que tomaram conhecimento do Processo de Escolha para osprimeiros cinco contratos, apenas duas delas apresentaram propostas.

O modus operandi adotado na condução Processo de Escolha permite aproximá-lo à modalidade deConvite, a qual possui regras simples, conforme definido na Lei 8.666/93, tendo em vista que foramencaminhados convites a várias empresas para que elas apresentassem propostas.

Contrariando as expectativas com a realização das publicações e dos convites, ficou demonstradoque se a Administração tinha por objetivo escolher a melhor proposta e para isso, resolveu convidardiversas empresas (as quais a maioria delas não haviam participado da Audiência Pública), deveriater concedido um prazo razoável para que tais empresas pudessem conhecer melhor o objetopretendido, de modo a avaliarem suas condições de fornecimento, bem como as suas capacidadesoperacionais, objetivando oferecer propostas exequíveis. A empresa não oferece proposta maisvantajosa. Ela quer obter mais lucro, mas também não quer se meter numa furada. O prazo curtonão impediria que ela oferecesse proposta vantajosa para a ADM Pública, mas sim impediu quehouvesse um juízo de oportunidade avaliando se a empreitada traria retorno para a empresa.

Tal fato não seria possível de ser realizado em apenas dois dias, como ocorreu no caso em exame.

Publicação do aviso do edital e dos convites

O fato de publicar o aviso do processo de escolha no DOE, no dia 27/09/2013 e a sessão da escolhaocorrer em apenas dois dias após a publicação, não indica uma preocupação pela busca pela melhorproposta, mas, sim a busca por uma proposta rapidamente.

Ainda que existisse a urgência na realização das obras de recuperação das escolas e que isso fosseimperativo, não se justificava o prazo de apenas 48 horas (a contar do conhecimento do conteúdo doedital) para entrega das propostas em um certame de aproximadamente R$ 12.000.000,00, quandose considera que, embora fossem celebrados contratos individuais, naquele momento, o montantedos quatorzecontratos que estavam sendo disputados no mesmo dia foi adjudicado à mesmaempresa. A desnecessidade de tamanha pressa para realização da sessão de abertura de proposta émajorada pelo fato das obras terem sido iniciadas, em média, somente dezessete dias após acelebração do contrato.

No caso, a urgência pela contratação claramente prejudicou a apresentação de outras propostas,ferindo, assim, a competitividade do certame. Deve-se ressaltar que a cópia do e-mail (fls 137 e138) enviado às possíveis interessadas no certame contem somente o corpo da mensagem, não tendosido reproduzidos os endereços eletrônicos das empresas às quais era destinado o aviso.

Importa observar, ainda, que, conforme estabelece a Lei 8.666/93, na mais simples das modalidadesde licitação (convite),o prazo entre a disponibilização das informações sobre a licitação e arealização do evento (abertura das propostas) deve ser de cinco dias úteis. É o que se entende daredação do artigo 21:

“Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das tomadas de preços, dos concursos e dos

leilões, embora realizados no local da repartição interessada, deverão ser publicados com antecedência, no mínimo,

por uma vez: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

(...)

§ 1o O aviso publicado conterá a indicação do local em que os interessados poderão ler e obter o texto integral do

edital e todas as informações sobre a licitação.

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§ 2o O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do evento será:

(...)

IV - cinco dias úteis para convite.” (Original sem grifo)

Tendo em vista a proximidade da publicação de datas entre a publicação do aviso do edital e arealização da sessão de abertura das propostas, nenhuma empresa teria tido tempo suficiente paraestudar/formular/apresentar propostas consistentes, a exceção daquela que já havia sido vencedorados certames anteriores.

Deve-se destacar que, em virtude do caráter emergencial das contratações, embora tivesse aprerrogativa de poder contratar diretamente qualquer empresa que cumprisse os requisitosestabelecidos para a realização do objeto, seguindo os passos definidos no Manual de Contrataçõesdo TCU, já mencionado, a SEEE/AL preferiu inovar ao criar uma nova Modalidade de Licitação,denominada por ela como “Processo de Escolha”.

Destaca-se que a própria MVC, poderia ter sido a empresa escolhida, desde que ela tivesseapresentado toda a documentação necessária para demonstrar a capacidade técnica (exigida noedital publicado) no momento da realização da sessão de abertura das propostas.

Por não ter utilizado a prerrogativa de realizar a contratação mediante “Dispensa de Licitação”,quando tentou promover uma disputa entre empresas, realizando o Chamamento Público, bem comoquando resolveu convidar mais de uma empresa para apresentar proposta, inclusive marcando dataespecífica para abertura dos envelopes, os quais deveriam estar lacrados, etc..., depreende-se que elarealizou a contratação mediante um procedimento de “Licitação”, mesmo sendo este procedimentoinexistente na legislação.

Deve-se registrar ainda, que no Relatório de Fiscalização nº 201109609, ficou demonstrado que aproposta de menor valor, apresentada pela MVC Componentes Plásticos Ltda., não foi a maisvantajosa para a Administração, em face do superfaturamento de quantitativos verificado naexecução da obra.

Na constatação nº 002 (Qualificação Técnica) deste Relatório, e na nº 005(Avaliação do modeloconstrutivo), do Relatório de Fiscalização nº 201109609, ficou evidenciado que a empresa MVCComponentes Plásticos Ltda. deveria ter sido declarada inabilitada por não ter demonstrado, nomomento da contratação, a documentação necessária para comprovar a qualificação técnica exigidano Edital.

Deve-se destacar que, não obstante o objeto de análise deste trabalho seja apenas o contrato nº018/2010, a publicação e as mensagens eletrônicas mencionadas até então, referem-se contratoscelebrados de nºs 17/2010 a 31/2010, exceto o de nº 30/2010.

A Planilha abaixo demonstra as datas nas quais as contratações foram realizadas no mês desetembro de 2010, os avisos dos certames foram publicados no Diário Oficial do Estado, osinformativos foram postados no portal da SEEE/AL na internet, bem como quando foramencaminhadas mensagens eletrônicas (e-mails) para empresas, convidando-as a apresentarempropostas. Como exemplo, inseriu-se apenas as informações relativas a dez de um total de trintaprocessos administrativos, tendo em vista que os demais processos cujas informações não constamda tabela abaixo dizem respeito a fiscalizações já concluídas pela CGU.

Processos de Escolha para contratação de empresa para reconstrução de escolas emAlagoas

Contrato Municípios

Data de

Publicação

no DOE/AL

Data da msg

postada no

Portal da

SEEE/AL

Valor

Estimado

Data em que o presidente

da Comissão do MEC

informou ao SEEE/AL ter

divulgado a realização do

certame às empresas (1)

Data da msg (e-mail)

divulgada pela

Comissão do MEC para

as empresas após a

publicação do aviso do

Data da ata

da sessão de

escolha

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edital (2)

Primeiro Chamamento Público

01/2010 Rio Largo 02/09/2010 01/09/2010 939.664,00 31/08/2010(3) 02/09/2010 03/09/2010

02/2010União dos

Palmares939.664,00

03/2010 Branquinha 939.664,00

04/2010 Viçosa 939.664,00

05/2010 Quebrangulo 02/09/2010 01/09/2010 939.664,00 31/08/2010(3) 02/09/2010 03/09/2010

Subtotal 1 4.698.320,00

Segundo Chamamento Público

06/2010 Rio Largo 08/09/2010 10/09/2010 939.664,00 02/09/2010 08/09/2010 14/09/2010

07/2010 Atalaia 939.664,00

08/2010São José da

Laje08/09/2010 10/09/2010 939.664,00 02/09/2010 08/09/2010 14/09/2010

09/2010 Cajueiro 939.664,00

10/2010 Viçosa 939.664,00

11/2010 Quebrangulo 08/09/2010 10/09/2010 939.664,00 02/09/2010 08/09/2010 14/09/2010

12/2010Matriz de

Camaragibe939.664,00

13/2010Santana do

Mundaú08/09/2010 10/09/2010 939.664,00 02/09/2010 08/09/2010 14/09/2010

14/2010 Jacuípe 939.664,00

15/2010São José da

Laje08/09/2010 10/09/2010 939.664,00 02/09/2010 08/09/2010 14/09/2010

16/2010 Capela 939.664,00

Subtotal 2 10.336.304,00

Terceiro Chamamento Público

17/2010Matriz de

Camaragibe939.664,00

18/2010 Rio Largo 27/09/2010 27/09/2010 939.664,00 27/09/2010 26/09/2010 29/09/2010

19/2010 Branquinha 939.664,00

20/2010União dos

Palmares939.664,00

21/2010 Murici 939.664,00

22/2010 Capela 939.664,00

23/2010 Murici 939.664,00

24/2010União dos

Palmares939.664,00

25/2010Matriz de

Camaragibe939.664,00

26/2010União dos

Palmares939.664,00

27/2010 Branquinha 939.664,00

28/2010São José da

Laje27/09/2010 27/09/2010 877.458,00 27/09/2010 26/09/2010 30/09/2010

29/2010 Murici 219.364,50

31/2010Santana do

Mundaú27/09/2010 27/09/2010 658.093,50 27/09/2010 26/09/2010 30/09/2010

Subtotal 2 12.091.220,00

Total 27.125.844,00

(1) Data da mensagem encaminhada pelo Presidente da Comissão Especial do MEC endereçada ao SEEE/AL;

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(2) Data do e-mail encaminhado pelo Presidente da Comissão do MEC às empresas listadas na mensagem.

(3) Neste dia, o Presidente da Comissão do MEC encaminhou e-mail prévio (sem anexar o edital) indicando que o mesmo seria publicado em

momento posterior, conforme se observa de documentos constantes das folhas 212 do processo relativo ao contrato nº 05/2010 e da folha 216 do

processo relativo ao contrato nº 01/2010.

Como se observa, no Primeiro e no Terceiro Chamamentos Públicos, a data entre a abertura daspropostas e a data de publicação dos avisos de realização dos “Processos de Escolha” no DiárioOficial do Estado foi de menos de cinco dias. No primeiro chamamento, que vai do contrato nº01/2010 ao nº 05/2010, a publicação do aviso no DOE/AL ocorreu em 02/09/2010 e a abertura daspropostas ocorreu no dia seguinte.

No terceiro Chamamento, relativo às escolas de seis salas de aulas,cujos contratos celebradosreceberam a numeração de 17/2010 a 31/2010, (exceto o de nº 30/2010, que se refere a outro objetonão contratado com a MVC) a publicação no DOE ocorreu no dia 27/09/2010, e as sessões deabertura das propostas ocorreram dois dias depois, em 29/09/2010. No dia 30/09/2010 foram abertasas propostas para os contratos relativos às escolas de duas salas de aulas, três dias após a publicaçãodo aviso no DOE. Apenas para o segundo Chamamento Público, que se refere aos contratos de nºs06/2010 a 16/2010, essa diferença foi superior ao prazo mínimo para publicidade da modalidadeConvite, totalizando seis dias entre publicação de aviso e sessão de abertura de propostas.

Vale destacar, conforme se observa do documento constante da folha 211 do processoadministrativo relativo ao Contrato nº 05/2010 (referente ao Primeiro Chamento Público,documento este que não consta dos autos do processo relativo ao contrato nº 18/2010, ora emexame) que ao determinar a publicação dos avisos no DOE, o então Secretário de Educação doEstado de Alagoas, determinou que a publicação contivesse o seguinte texto:

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Já a mensagem eletrônica publicada na página da SEEE/AL, continha o seguinte texto:

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No caso do contrato em exame, como pode ser visto no resultado do Relatório de Fiscalização nº201109609, que se refere às análises realizadas em decorrência de verificação in loco do objetocontratado, foi constatada a existência de prejuízo potencial ao erário da ordem de pelo menos R$213.507,80.

Portanto, verifica-se que tanto o método de divulgação quanto os prazos de poucos dias entre a

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divulgação do chamamento e sua efetiva realização restringiram de maneira desnecessária (hajavista a demora no efetivo início dos trabalhos de construção das escolas) a competição entrepossíveis fornecedores, o que prejudicou sobremaneira o interesse público ao não buscar-se, assim,a contratação mais vantajosa.

III - CONCLUSÃO

Em decorrência dos exames realizados e dos fatos constatados descritos neste relatório,concluímos o seguinte:

Sobre a licitação: Prazo para construção definido no edital foi descumprido sumariamente, erestringiu indevidamente a competitividade do certame.

Empresa contratada sem apresentar documentos que comprovassem a qualificação técnica exigidano edital, nem a regularidade fiscal.

Restrição à competitividade devido ao lapso temporal entre publicação de edital e apresentação deproposta ser extremamente curto.

Em síntese, os exames realizados indicam que, à época da contratação, a empresa contratada nãodemonstrou cumprir todos os requisitos de habilitação técnica exigidos no edital; a escolha demétodo construtivo e a definição do prazo de 60 dias para execução da obra limitou acompetitividade do certame; a restrição da competitividade por falhas na publicidade e nojulgamento das propostas foram fatos identificados que não atenderam ao interesse público nacondução do processo de escolha ora examinado.

_____________________________________________________Chefe da CGU-Regional/AL