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Introdução
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Fig. 1 – Andrew TaylorStill
A Osteopatia foi fundada em 1874 meramente por
um médico Americano, com um fundo
despretensioso, intitulado de Andrew Taylor Still (Ver
Fig.1). Este foi o terceiro filho de um médico pioneiro,
e foi sobre a alçada deste que ele assimilou a maioria
dos seus conhecimentos, no culminar da Presidência
de Jackson (1829 – 1837).
Seguida à sua participação na Guerra Civil
Americana, Still principiou um estudo empírico do
corpo humano. Por volta de 1800 empeçou a
desaprovar as práticas médicas convencionais, taiscomo, cirurgias venosas e o uso de narcóticos. Para este médico, tudo o que era
necessário para sustentar a vida humana estava presente no próprio corpo humano,
e, como tal, ele acreditava em quatro princípios:
1. Estrutura governa a função (vice-versa): o corpo é formado pela estrutura e
função sendo estas recíprocas e interdependentes. Isso denota que qualquer
alteração na estrutura pode modificar, de alguma forma, a função, e
inversamente qualquer alteração na função resultará em mudanças naestrutura;
2. Auto-cura: o organismo tem capacidade de se auto regenerar. O corpo tem
todos os meios necessários para evitar e combater as doenças;
3. Lei da Artéria: para Still, o sangue é o meio de transporte de todos os
elementos assegurando uma imunidade natural. A artéria tem um papel
primordial, quando perturbada leva a uma circulação arterial deficiente, como
consequência o retorno venoso será mais lento, provocando paralisaçõesvenosas, que implicam acumulação de toxinas;
4. Holismo: O ser humano na Osteopatia é considerado como um todo, não se
analisando por isso apenas o local de dor mas sim todo o organismo.
Procurando assimetrias, existência de restrições e trabalhando todo o tecido
mole (A.R.T).
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Fig. 2 - Holismo
Fig.3 – Barreiras
No fundo a Osteopatia foca a relação do sistema
músculo-esquelético com o restante organismo, nunca
descurando o ambiente social do indivíduo e o seu
estado de espírito e psíquico (Ver Fig.2). Esta
abordagem holística torna ideal o tratamento osteopático
nas disfunções inerentes ao desporto quer a pessoa seja
um amador entusiástico ou um profissional de elite.
Contudo, há que ter em conta que um Osteopata apenas trabalha dentro da dita
Barreira Fisiológica. A primeira intervenção do Osteopata na consulta consiste em
eliminar as afecções que necessitam de um tratamento médico específico ouurgente, sendo de seguida possível considerar o tratamento osteopático com os
seus caracteres específicos. Isto acontece porque o Osteopata apenas pode tratar
disfunções que estejam dentro de um espaço fisiológico, actuando deste modo para
restabelecer o equilíbrio, melhorando a mobilidade de todos os elementos do
sistema músculo-esquelético (osso, músculo, fáscia, tendão, ligamento, articulação,
fluidos, etc.) e promovendo a restauração do movimento fisiológico / normal. Tudo o
que ultrapassa a dita Barreira Fisiológica implicará rompimento de tecido mole oumovimento macro de uma estrutura articular, passando assim a estar fora do campo
de actuação do Osteopata (Barreira Anatómica), pertencendo a este o dever ético de
reencaminhar o doente para um profissional médico da área (Ver Fig.3).
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As disfunções podem ser causadas por movimentos repetitivos, como é o caso
dos tenistas e golfistas, ou por traumatismo, como acontece em desportos de
contacto (futebol e râguebi). As disfunções prejudicam a precisão necessária dos
gestos técnicos, diminuem a performance e podem criar lesões mais graves a longo
prazo (disfunção secundária). Tratar as cadeias musculares e normalizar as funções
articulares permite restaurar a harmonia e eficácia no desporto.
A finalidade deste trabalho é dar a conhecer as disfunções inerentes ao púbis e
ao joelho, tentando interrelacionar uma área com a outra e apresentar o benéfico
contributo do tratamento osteopático.
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Desenvolvimento
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O FUTEBOL E AS SUAS DISFUNÇÕES
O desporto é uma actividade onde prevalece um treino rigoroso no qual o
indivíduo emprega a sua força, habilidade e inteligência, cumprindo regras
previamente estabelecidas, de modo a vencer adversários ou atingir objectivos. No
mundo actual em que vivemos o desporto de competição assume uma posição cada
vez mais significativa, exigindo um esforço físico e psíquico, treino e habilidade
extremamente acrescidos por parte dos desportistas.
O futebol é considerado como um desporto extremamente complexo pois para se
obter êxito é necessário haver uma exemplar interligação entre os aspectos físicos,
técnicos, tácticos e psicológicos e, como tal, a incidência de lesões é muito elevada
devido ao excessivo esforço por parte do atleta.
Entre as inúmeras lesões que sucedem no meio desportivo há que destacar a
pubalgia e as disfunções ao nível da articulação do joelho.
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AP
Fig. 4 – Movimentos de Anteriorização e Posteriorização
do ilíaco
AP
Fig. 5 – Posição do ilíacoaquando da marcha
AP
Fig.6 - Ilíaco posteriorizado emamplitude > que 90º
BIOMECÂNICA SACRO-ILÍACA-LOMBAR (BÁSICA)
ILÍACO
O osso ilíaco tem como movimentos a anteriorização e posteriorização e assume
posição anterior e posterior (Ver Fig.4).
Quando se dá inicio à marcha, associado ao movimento de flexão da coxa, o
ilíaco do mesmo lado assume o movimento de posteriorização, permanecendo,
contudo, numa posição anterior (Ver Fig.5).
Nota: Só se considera um ilíaco posteriorizado aquando de uma posteriorização
superior dos 90º de amplitude (Ver Fig.6).
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S2
Fig. 7 – Eixos de Movimento do Sacro
S2
Fig. 8 – Eixo de Flexão/Extensão
Fig. 9 – Biomecânica Sacro – Ilíaca
SACRO
O sacro possui quatro eixos de movimento dos quais dois (oblíquos) são para os
movimentos de nutação e contra-nutação, um para os movimentos de flexão e
extensão, localizado ao nível de S2 e outro vertical que divide o sacro em duas
fracções iguais, hemisacro esquerdo e hemisacro direito (Ver Fig. 7 e 8).
BIOMECÂNICA SACRO-ILÍACA
Durante a locomoção existe um processo
harmonioso entre o sacro e o ilíaco.
Aquando de um movimento deposteriorização do ilíaco a hemibase do mesmo
lado comporta uma nutação, assim como num
movimento de anteriorização do ilíaco verifica-
se a contra-nutação da hemibase articulada,
concebendo a consonância de movimento
sacro-ilíaco (Ver Fig.9).
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Fig.10 – Ligamento ílio-lombarem tensão
Fig.11 – Biomecânica Sacro-Ilíaca-L5/L4
BIOMECÂNICA SACRO-ILÍACA-L5/L4
As vértebras lombares L4, e principalmente L5 são completamente
dependentes dos movimentos sacro-iliacos. Isto deve-se à existência de ligamentos
que as unem ao osso Ilíaco – ligamentos iliolombares. Assim sendo não é de
estranhar uma disfunção da L5 seguida de uma disfunção da sacro-iliaca.
Quando um ilíaco posterioriza, tensiona este ligamento (Ver Fig.10) que por
conseguinte posterioriza a apófise transversa da L5 promovendo a rotação da
vértebra para o mesmo lado. Esta rotação conjuntamente com a nutação do
hemisacro do mesmo lado gera movimentos antagónicos na charneira, motivo pelo
qual se verifica um maior número de desgaste ósseo, assim como hérnias no disco
aqui localizado (L5-S1) (Ver Fig.11).
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DEFINIÇÃO DE PUBALGIA
A pubalgia trata-se de uma disfunção do púbis sendo a sua sintomatologia
localizada ao nível deste, com propagações dolorosas para os músculos do qual é
ponto de origem/inserção, tais como, os adutores (longo, curto, médio e pectíneo) e
os abdominais, e simuladamente propaga-se ainda para os isquio-tibiais. As
irradiações não são fixas, dependendo da gravidade da disfunção e o diagnóstico de
uma pubalgia pode não nos possibilitar depreender a sua causa ou causas.Segundo L.Busquet (1985), existem dois tipos de pubalgias: as pubalgias
traumáticas e as pubalgias crónicas.
Uma boa anamnese é importante para o despiste de outras possíveis disfunções
pois, havendo diferentes causas de pubalgia, os tratamentos também terão de ser
os adequados. Frequentemente a dor é severa e incapacitante, limitando as
actividades quer quotidianas quer desportivas.
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Fig.14
Fig.15 Fig.16
CAUSAS DA PUBALGIA
Como já foi acima referido as causas da pubalgia podem ser de origem
traumática ou de origem crónica.
Pubalgia de Origem Traumática
Este tipo de pubalgia pode ser de origem directa ou
indirecta.
A pubalgia traumática de origem directa é originada
por agressões que conduzem a contusões, estiramento
de ligamentos e processos inflamatórios (fase aguda).
E ainda movimentos bruscos que ultrapassem o limite
de resistência do tecido mole (músculos, tendões ou
ligamentos) e articular. Sendo assim, a pubalgia
traumática directa está fora do âmbito osteopático umavez que é ultrapassada a dita barreira fisiológica (Ver
Figs. 14,15,16).
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Fig.17
Fig.18 – Acção dos Abdominais e dos Adutores no púbis
Na pubalgia suscitada indirectamente estão
compreendidas irregularidades no solo (por
exemplo desportos em terra batida) assim como um
deficiente material desportivo (Ver Fig.17).
Pubalgia de Origem Crónica
Este tipo de disfunção manifesta um púbis
“vítima” de um esquema funcional alterado, ouseja, o púbis não é de modo nenhum a causa
da pubalgia e qualquer tratamento a esse nível
será ilusório e efémero (L.Busquet, 1985:75).
As causas para este tipo de pubalgia estarão
figuradas em cadeias musculares superiores e
inferiores, nomeadamente do tronco e dos
membros inferiores (Ver Fig.18).
Causas Superiores: Abdominais
Causas Inferiores: Adutores/Isquio-Tibiais
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Fig.19 – Focalização das forçassobre a sínfise púbica
A sintomatologia da pubalgia crónica deve-se maioritariamente ao desequilíbrio
muscular entre os músculos abdominais e os músculos adutores, ou seja,
geralmente é secundária a outras disfunções. Os músculos abdominais são
responsáveis pela estabilidade da coluna lombar e a flexão do tronco. Já os
adutores estão incumbidos dos movimentos de
adução e rotação externa da coxa, sendo
extremamente solicitados no futebol.
Aquando de um conflito entre uns
abdominais fracos e uns adutores fortes, ou
seja, extremamente trabalhados, irá haveruma descompensação a nível púbico. Isto
acontece porque os abdominais ao estarem
enfraquecidos não irão estabilizar
correctamente o púbis (fraca tracção superior
no ramo púbico) e os adutores, fortes, irão
estar a exercer tracção neste, num sentido
descendente, levando ao desequilíbrio dasínfise púbica e, consequentemente, à dor
(Ver Fig. 19).
Um outro grupo muscular que também intervém neste desequilíbrio biomecânico
são os Isquio-tibiais, por encurtamento ou retracção dos mesmos, conduzindo ainda
a compensações estáticas e dinâmicas, mesmo que a origem ou inserção destes
não seja o púbis. Segundo Busquet (1982) as cadeias musculares representam
circuitos anatómicos através dos quais se propagam forças organizadoras do corpoe podem igualmente ser recrutadas para engendrar os seus esquemas de
compensações.
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Fig.20 – Compensações dos
isquio-tibiais (A)
Fig.21 – Compensações dos
isquio-tibiais (B)
O que são estas compensações estáticas e dinâmicas?
As compensações estáticas são as respostas
mecânico-fisiológicas ao desequilíbrio disfuncional primário
numa posição neutra / estática.
No que respeita à origem da disfunção púbica, os isquio-
tibiais, ao retraírem vão descer a tuberosidade isquiática e
posteriorizar o corpo do ilíaco, elevando assim o ramo
púbico, o que provoca um estiramento sintomático dos
adutores conduzindo num futuro próximo a uma diminuição
progressiva do rendimento/ritmo do desportista, uma vez
que os adutores em estiramento têm dificuldade em
suportar um alongamento adicional ou um trabalho
excessivo (Ver Fig.20).
No entanto, esta disfunção dos isquio-tibiais poderá ter
consequências ao nível de outras estruturas articulares
tais como os joelhos. Isto ocorre porque ao haver a
tracção do longo e curto bicípite femoral sobre a cabeça
do perónio, uma resposta dolorosa será desencadeada ao
nível dos ligamentos tíbio-peroniais e o corpo irá admitir
uma posição anti-álgica (lei do conforto) promovendo arotação externa da tíbia sobre o fémur e a flexão do
joelho. Esta compensação, que por vezes é insuficiente,
irá então acarretar uma dor surda na face externa do
joelho com um bloqueio posterior da cabeça do perónio.
Esta disfunção poderá mascarar-se como uma lesão do
menisco externo, não sendo contudo este, a causa da
disfunção (Ver Fig. 21 e 22).
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Fig.22 – posteriorização dacabeça do perónio e
desalinhamento condilar.
Todavia, a disfunção dos meniscos pode não estar fora de questão pois o grau
de rotação imposto á tíbia, acima referido, pode acarretar um desalinhamento dos
côndilos femorais em relação aos pratos tibiais. Assim sendo, os meniscos correrão
o risco de dano por parte dos côndilos femorais (Ver Fig.22).
Nestes casos deve-se ter em conta um tratamento preventivo que coloque a tíbia
na sua correcta posição anatómica, através de trabalho de tecido mole nas cadeias
musculares em causa, assim como a possível abordagem manipulativa de modo a
eliminar o desalinhamento e consequente atrito entre os pratos tibiais e os côndilosfemorais.
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Fig.25 – CompensaçãoDinâmica (C)
Esta disfunção poderá também afectar este movimento de um modo indirecto,
estando instalada no membro de apoio, ou seja, no momento do remate o joelho do
membro de apoio irá estar flectido, originando instabilidade gravitacional ao atleta,
que poderá fomentar numa trajectória não desejada da bola, diminuindo assim o
rendimento do mesmo (Ver Fig.).
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DIAGNÓSTICO / TRATAMENTO OSTEOPÁTICO
De acordo com Greenman (2001:13) o diagnóstico osteopático é especificamente
direccionado para a avaliação do sistema músculo-esquelético, com o objectivo de
identificar a presença e o significado de disfunção ou disfunções somáticas.
O diagnóstico osteopático baseia-se principalmente nos métodos tradicionais de
observação e palpação, sendo fundamental e de extrema importância a
coordenação, por parte do profissional, entre a palpação com as mãos e a
observação com os olhos.
O osteopata baseará o seu diagnóstico mediante três critérios que podem ser
identificados pela sigla A.R.T., correspondendo o “ A” ás assimetrias (o osteopata
foca essencialmente as assimetrias que o paciente possa ter relacionadas com o
sistema músculo-esquelético, sejam elas estruturais ou funcionais), o “R” ás
restrições (uma restrição corresponde a uma diminuição do desempenho de uma
articulação, ou seja, ela não funcionará em toda a sua amplitude de movimento
podendo conduzir a uma disfunção. Quase sempre a restrição está associada a dor,
porém a função primordial do osteopata é tratar primeiro a restrição não se focando
essencialmente na dor) e o “T” aos tecidos moles (o trabalho de tecidos moles é
fundamental em osteopatia, desse modo, o osteopata irá focar o seu trabalho numa
primeira fase sobre músculos, fáscias e ligamentos, deixando para segundo plano
uma possível abordagem manipulativa, pois não adianta manipular uma estrutura
óssea de todo o tecido mole envolvente estiver bloqueado – a função governa a
estrutura).
No entanto, antes de entrar nestes critérios de diagnóstico é fundamental ter emconta uma pré – observação que se inicia aquando da entrada do doente no
consultório em que se avalia o modo como o mesmo a efectua assim como a sua
locomoção, procurando quer expressões físicas, quer expressões do foro
psicológico.
De seguida deve-se elaborar uma boa anamnese, pois esta irá orientar o
osteopata a estruturar o tratamento e até, caso seja necessário, encaminhar o
doente para outro profissional de saúde. A anamnese deve ser precisa e objectiva, afim de não ser exaustiva para o doente. Utilizam-se perguntas abertas de modo a
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Fig.26 – Teste em carga
Fig.27 – Palpação
fomentar a relação com doente, perguntas focadas filtrando informação de acordo
com os sintomas, assim como perguntas fechadas que complementem o que doente
ainda não mencionou, sendo directas e de interesse específico.
Feita a anamnese iniciar-se-á o exame osteopático propriamente dito
começando pelo Teste em Carga, onde se observarão, anterior e posteriormente,
assimetrias (“A”) focando pontos de referência tais como espinhas ilíacas, linhas
popliteas, nível dos ombros, ângulo inferior das omoplatas, etc., assim como
diferenças de temperatura / coloração da pele, distribuição pilosa e tonicidade dos
tecidos (“T”). Numa posição lateral podemos também analisar a posição do corpo em
relação a uma linha imaginária da gravidade, assim como as curvaturas fisiológicas
da coluna. (Ver Fig.26).
Realizado o T. em Carga efectuar-se-á o Teste Estático / Dinâmico / Thompson
para averiguar a existência, ou não, de uma possívelperna curta e se a causa da mesma é abaixo ou
acima da L5, incluindo cervical alta (Thompson).
Contudo, o teste de Thompson apenas será realizado
caso o Dinâmico seja positivo. Concluídos estes
testes efectuar-se-á a palpação (óssea e do tecido
mole) (Ver Fig. 27), a mobilidade (procurando
restrições – “R”), assim como os testes específicos do
local em causa (Ver Esquema 1).
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Fig.28 – Técnica miofascial e “stretching”
Concluído o diagnóstico iniciar-se-á o tratamento, que terá como finalidade fulcral
a restituição do equilíbrio funcional do púbis e, portanto, o osteopata terá de focar o
tratamento com vista à normalização das estruturas articulares e de todo o tecido
mole. Um bom tratamento osteopático depende de mãos treinadas, mas
principalmente de saber ver, ouvir e interpretar. As manipulações por si só não são
suficientes para o sucesso do tratamento.
Assim sendo, o tratamento inicial irá basear-se essencialmente no trabalho dos
tecidos moles, recorrendo a técnicas miofasciais (desbloqueando a fáscia, liberta-se
toda a estrutura por ela revestida), tracções / bombeios (os bombeios levam sangue
aos tecidos assim como oxigénio / nutrientes – Lei da artéria) bem comoalongamentos (“stretching”) (Ver Fig.28).
Após esta abordagem, dependendo da fisiologia do doente, o corpo irá responder
ao tratamento nos dias que se seguirão, reajustando o equilíbrio mio-estrutural (Lei
da Auto-cura). Por vezes, o corpo não consegue atingir o total equilíbrio numa
primeira abordagem de tratamento, sendo necessária nova consulta insistindo no
mesmo tipo de tratamento, mas tendo em mente possíveis técnicas manipulativas.
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Esquema 1
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Fig.29 – Teste de Gillet
Fig.30 – Teste das Fossas Michaelis
TESTES ESPECÍFICOS
Teste de Gillet:
Neste teste o doente está em pé
(com as mãos na parede) de costas para
o Osteopata. Este coloca um polegar na
Espinha Ilíaca Postero-Superior e o outro
polegar na base do sacro do mesmo lado
e pede ao doente para elevar o membro
inferior, com o joelho flectido, acima dos
90º. Ao elevar o membro deverá sentir-
se a posteriorização do ilíaco assim
como a nutação do hemisacro desse
mesmo lado (Ver Fig. 29).
Teste das Fossas Michaelis:
O osteopata coloca-se ao nível das
fossas michaelis com os polegares nas
mesmas marcando a sua posição. Pede
ao doente para fazer flexão do tronco,
acompanhando o movimento, e reavalia aposição das mesmas.
O teste irá fornecer informações
acerca de possíveis disfunções /
restrições em nutação / contra-nutação do
sacro (Ver Fig. 30).
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Fig.31 – Teste de Laségue
Fig.32 – Teste de flexão de pé -teste dos isquio-tibiais (Busquet,
1985)
Teste de Laségue:
O doente deita-se em decúbito dorsal e
eleva o membro inferior até ao ponto de dor.
Esta pode ser de origem muscular (isquio -
tibiais) ou devido à tracção do nervo ciático.
De seguida o osteopata baixa ligeiramente
o grau de amplitude ate não haver dor e então
faz a flexão do pé para traccionar o nervo
ciático.Caso o doente não sinta dor, o teste irá dar
positivo a uma retracção dos isqui-tibiais.
Se for doloroso o teste é positivo a uma
disfunção ciática (Ver Fig. 31).
Teste de flexão de pé - teste dos isquio-tibiais (Busquet, 1985):
O osteopata posiciona-se atrás
do doente e pede para o mesmo
se inclinar para a frente tentando
alcançar os pés com as mãos.
O teste será negativo se o
doente for capaz de exercer aflexão até ao seu limite fisiológico
sem alterar a estática dos joelhos
ou da arcada plantar interna (Ver
Fig. 32).
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Fig.33 – Tipos de pés
Fig.34 – Teste de flexão de pé – teste do quadrado lombar (Busquet, 1985)
O teste será positivo se:
A estática do joelho estiver alterada: o joelho poderá adoptar uma posição
de flexão juntamente com valgismo ou
varismo, com rotações associadas;
A estática da arcada plantar se encontrar
modificada: o pé poderá, por rotação
interna da tíbia, inclinar-se para dentro
aparentando um pé raso, ou, o pé
poderá, por rotação externa da tíbia,
inclinar-se para fora ostentando um pé
cavo (Ver Fig. 33);
A estática do joelho e do pé encontrar-se modificada.
Teste de flexão de pé – teste do quadrado lombar (Busquet, 1985):
Neste teste o doente senta-se num banco, junta as mãos atrás da nuca e é-lhepedido que se incline para a frente encostando ambos os cotovelos e que tente
passa-los por entre os joelhos. Nesta posição a influência dos isquio-tibiais sobre a
bacia é anulada podendo, deste modo, testar mais facilmente o quadrado lombar.
O teste é negativo se a curvatura dorso-lombar for homogénea (sem
concavidade);
O teste é positivo se a curvatura dorso-lombar apresentar uma concavidade (Ver
Fig. 34).
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Fig.35 – Teste do psoas-ilíaco
Fig.36 – Teste dos adutores
Teste do psoas-ilíaco:
O doente deita-se de decúbito dorsal, dobra um joelho sobre o tronco,
apertando-o contra este com as mãos e estende a perna contrária. O teste é
executado nos dois membros,
comparando-os (Assimetrias).
O teste é positivo se o
membro que faz extensão se
elevar acima do nível damarquesa (Ver Fig. 35).
Teste dos adutores:
Neste teste o doente coloca-se
em decúbito dorsal, pernas
flectidas (cerca de noventa graus),
pés na marquesa e afastar os
joelhos.
A perna que tiver menor amplitude
poderá indicar um encurtamento /retracção dos adutores (Ver Fig.
36).
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Com o intuito de melhor compreender a opinião pública em relação à osteopatiaintegrada no desporto visando a prevenção e recuperação da saúde do desportista
realizou-se um questionário que abrangeu diversas faixas etárias e estratos sociais.
Assim sendo, foram entregues questionários a diversos profissionais/estudantes de
saúde e a uma turma sénior de Tai-Chi do Complexo Municipal de Ginástica da
Maia, com idades compreendidas entre os vinte e os oitenta anos.
Os resultados destes inquéritos revelaram-se bastante satisfatórios, divulgando
uma população cada vez mais informada e esclarecida acerca de novas abordagensde tratamento que visam o seu bem – estar, seja ele físico ou psíquico.
Dos vinte inquéritos recolhidos dos profissionais de saúde e dos dezoito da turma
sénior eis os resultados:
Quando questionados se tinham conhecimento do que era a osteopatia 60,53%
dos homens e 65,79% das mulheres responderam que sim, apenas 39,47% dos
homens e 34,21% das mulheres tinham desconhecimento do que era a osteopatia. A
maioria tinha conhecimento sobre a osteopatia pela televisão, jornais e revistas. No
entanto, apenas 5,26% dos homens e 10,53% das mulheres afirmaram já ter
recorrido ao tratamento osteopático. Quando inquiridos se estariam de acordo que a
osteopatia fosse integrada no desporto como forma de tratamento 97,37% dos
homens e 100% das mulheres responderam sim, porém apenas 94,74% dos
Homens e 97,37% das mulheres concordariam em ser tratados por um osteopata
caso sofressem uma lesão (Ver Gráficos em Anexo).
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Conclusão
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A conclusão primordial retirada da realização desta monografia é que no que diz
respeito à área desportiva deverá sempre “jogar -se” pelo seguro, tendo em conta o
trabalho osteopático como uma forma de tratamento que visa a prevenção de lesões
e a manutenção da integridade física do desportista.
Temos de ter presente em mente que o desporto é saudável pela diversidade de
benefícios que nos proporciona, mas quando complementado com a Osteopatia,
aumenta grandemente a probabilidade de optimizar a nossa qualidade de vida.
O Osteopata tem todas as capacidades para ajudar a melhorar o desempenho do
atleta e tratar a causa das lesões que podem surgir, restabelecendo o equilíbrioestrutural, melhorando a sua flexibilidade e agilidade e diminuindo a rigidez dos
ligamentos, músculos, fáscias e articulações de forma a que o movimento seja
restabelecido.
Para aqueles que procuram manter-se em forma de modo saudável, respeitando
o equilíbrio do seu corpo, a osteopatia é a ciência mais acertada para o fazer.
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Anexos
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ANEXO I
Tem conhecimento do que é aOsteopatia?
Já alguma vez recorreu aotratamento osteopático?
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Está de acordo que aosteopatia seja integrada no
desporto?
Caso sofresse uma disfunçãono desporto, optaria ser
tratado por um osteopata?
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Bibliografia
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BIBLIOGRAFIA
Livros consultados
Seeley; Stephens; Tate. 2003
ANATOMIA E FISIOLOGIA
Loures, Lusociência, 238-242
Greenman, Philip. 2001PRINCÍPIOS DA MEDICINA MANUAL
Brasil, Editora Manole,305-637
Hartman, Laurie. 1983
HANDBOOK OF OSTEOPATHIC TECHNIQUE
London, N.M.K Publishers, 125-143
Busquet, Léopold. 1985
A PUBALGIA
Odivelas, Europress, 15, 35-167
Busquet, Léopold. 1982
TRAITÉ D´OSTEOPATHIC MYOTHENSIVE
Paris, Maloire editeur S.A.
Páginas da Internet
Tratamento X Diagnóstico osteopático: Qual a diferença?, 28 de Maio de 2009
URL: http://marcelomassahud.blogspot.com
http://marcelomassahud.blogspot.com/http://marcelomassahud.blogspot.com/http://marcelomassahud.blogspot.com/http://marcelomassahud.blogspot.com/
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