62
QUÍMICA ORGÂNICA 2 Aula On line 24/08/2020

QUÍMICA ORGÂNICA 2

  • Upload
    others

  • View
    10

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

QUÍMICA ORGÂNICA 2

Aula On line 24/08/2020

Homólise e Heterólise de ligações covalentes.

Quebra Homolítica (Grego: Homo = igual; lise = perca ou clivagem): É a quebra de uma

ligação covalente na qual ambos os fragmentos saem com um elétron da ligação. Ocorre a

geração de radicais.

Quebra Heterolítica (Grego: Hetero = diferente; lise = perca ou clivagem): É a quebra de

uma ligação covalente onde os dois elétrons da ligação vão para o mesmo fragmento.

Ocorre à formação de íons positivos e negativos

ESTRUTURA E REATIVIDADE

C

H

H

H

H H

H

H

C

C

H

H

H

C

H

H

H

carbocationsradical

carbânions

Metano

Estrutura do CH4, CH3+, CH3

- e .CH3

Metano (CH4)

Carbocátion de metila (CH3+) Hibridização sp2

Configuração eletrônica igual a do boro: 6C+ 1s2 2s2 2p1

Os carbocátions: Evidências experimentais indicam que a estrutura dos carbocátions é trigonal plana.Está estrutura pode ser explicada com base na hibridização de orbitais. O carbono central possuihibridização sp2, é deficiente em elétrons, com seis elétrons no seu nível de energia mais externo. Estesseis elétrons formam as ligações covalentes com os hidrogênios (ou com os grupos alquila), do tipo sigma(σ). O orbital p não contém elétrons.

Radical de metila (CH3.) Hibridização sp2

Os radicais: Evidências experimentais indicam que a estrutura dos radicais é trigonal plana. Esta estruturapode ser alterada para pirâmidal se os grupos que estão ligados ao carbono central forem volumosos. Ocarbono central possui hibridização sp2. Entretanto, o orbital p não está vazio, mas contém um elétron

desemparelhado.Carbânion de metila (CH3

:-) Hibridização sp3

Os carbânions: Evidências experimentais indicam que a estrutura dos carbânions é piramidal. O carbonocentral possui hibridização sp3. Está estrutura lembra a estrutura da amina (NH3), só que com carga.

Energias de Dissociação das Ligações e Estabilidades Relativas dos Radicais Livres

As energias de dissociação das ligações permitem avaliar as estabilidadesrelativas dos radicais livres. Os radicais livres são classificados como terciários (3º),secundários (2º), primários (1º) e de metila, com base na natureza do carbono queapresenta o elétron desemparelhado.

Qual é a ordem de estabilidade destes radicais?

A Estabilidade dos Carbocátions

As estabilidades relativas dos carbocátions são paralelas às dos radicaislivres. A ordem geral de estabilidade é:

Esta ordem de estabilidade dos carbocátions está relacionada com o EfeitoIndutivo (possibilidade de dispersão da carga positiva) e com o Efeito Hiperconjugativo.

Como justificar esta ordem de estabilidade?

Efeito Indutivo - Dispersão da Carga Positiva:

� Quanto maior o número de grupos alquilas ligados ao carbono positivo, maior será a

dispersão desta carga.

� Os grupos alquila adquirem parte da carga positiva e estabilizam o carbocátion.

� A ordem de estabilidade dos carbocátions é paralela ao número de grupos metila (alquila)

presentes.

� Os carbonos com hibridização sp2 são mais eletronegativos que os com hibridização sp3.

C+

H

HH

H

H

H C

C

C

H

H

H+

C C+

H

C

H

H

HH

H

H

HH

H

H

H

H

C

H

H

+C

C

Efeito Hiperconjugativo: Representação Completa

Quanto maior o número de metilas ligadas ao carbono carregado positivamente(carbocátion) maior será a interação do orbital p do carbocátion com o orbital sp3 da ligaçãoC-H da metila. Está interação favorece a distribuição da carga positiva.

Quanto mais distribuída a carga positiva, mais estável é o carbocátion

C+

H

HH

H

H

H C

C

C

H

H

H

C C+

H

C

H

H

HH

H

H

HH

H

H

H

H

C

H

H

+C

C

δδδδ++δδδδδδδδ++δδδδ ++δδδδ

δδδδ+δδδδ+

+δδδδ

+δδδδ

+δδδδ

3 ário21carbocátion de metila ário ário

Ordem de Estabilidade dos carbocátions - Lista mais completa

Observação: Esta ordem foi determinada em solução (Livro Allinger).

O cátion ciclo-heptatrienila (tropílio) é um carbocátion excepcionalmente estávelque pode ser isolado e estudado, devido ao seu alto grau de estabilização por ressonância.O íon tropílio tem 7 formas de ressonância.

+

+

+

+

+

+

+

+

Obs: Quanto mais estruturas de ressonância o cátion puder fazer, mais estável ele será.

Obviamente o mesmo tipo de formas de ressonância que estabilizam o íon trifenil-carbônio também existe aqui, porém em número menor e seu efeito não é tão pronunciado.

Tem duas formas importantes de ressonância, mas elas são equivalentes. Este íon tem uma estabilidade semelhante à do cátion benzílico.

C+

+

C C +

+

C

VOLTA

H

H H

H

H

H

H

H

C

+. .......

...

.H

H

C C

CH

H

H

H

H

+

+

H

H

H

H

HC

CCH H

HH

H

+

C CC

Representação correta

O cátion benzílico (íon fenil-carbônio)

O cátion alila

Jiang, et alScience and Society2020, 41, 355.

https://www.genengnews.com/news/good-news-for-covid-19-vaccine-immune-system-shows-robust-response-to-sars-cov-2/

Tipos de Reações Orgânicas

As Reações de Substituição Nucleofílica e de Eliminação em Carbonos Saturados

Exemplo Geral

As reações de Substituição e de Eliminação ocorrem geralmente ao mesmo tempo.

Tipos de Reações de Substituição Nucleofílica

Começando pelas Reações de Substituição Nucleofílicas

As reações de substituição ocorrem porque o grupo abandonador (geralmentehalogênios) é mais eletronegativo que o carbono, deixando este mais deficiente emelétrons.

A Molecularidade e Cinética das Reações de Substituição Nucleofílica

O que é Molecularidade de uma reação?

É o número de moléculas ou íons que participam do estado de transição da etapa

determinante da velocidade (etapa lenta).

O que é uma Reação Unimolecular?

É a reação em que somente uma espécie (molécula ou íon) está envolvida no estado de

transição da etapa determinante da velocidade (etapa lenta).

O que é uma Reação Bimolecular?

É a reação em que duas espécie (molécula ou íon) estão envolvidas no estado de

transição da etapa determinante da velocidade (etapa lenta).

O que é um Estudo Cinético?

É o estudo da medida da variação da velocidade de uma reação quando se varia a

concentração de cada reagente. A cinética determina a molecularidade de uma reação

química.

� Pode-se medir a velocidade do desaparecimento dos íons haletos por sua

precipitação com nitrato de prata e pesando o precipitado.

� Pode-se medir a velocidade de desaparecimento dos íons hidróxido,

titulando as amostras com ácido.

� Pode-se seguir a velocidade de muitas reações espectroscopicamente.

A velocidade da reação será igual:

� A velocidade na qual o reagente Nu:-, ou R-L, desaparece da mistura ou,

� A velocidade na qual L:-, ou Nu-R, se forma na mistura produto.

A Reação é Bimolecular se a velocidade de reação é diretamente proporcional à

concentração do Nu:- e do R-L. Portanto, o Nu:- e o R-L estão envolvidos no estado de

transição da etapa determinante da velocidade.

Reação Bimolecular

Pode-se representar esta proporcionalidade por uma equação da velocidade:

k (Constante da velocidade).

ou

A equação da velocidade é de primeira ordem em relação ao [Nu:-] e ao [R-L].

Mas globalmente é de segunda ordem porque depende de duas concentrações.

Reação SN2 - Exemplo

� A expressão da velocidade para esta reação é de segunda ordem.

� O estado de transição para a etapa determinante da velocidade da reação depende

tanto da concentração do cloreto de etila quanto da concentração do íon hidróxido e que

esta reação é bimolecular.

� Chama-se este tipo de reação de uma reação SN2 que significa Substituição

Nucleofílica Bimolecular.

Observou-se que se dobrando a concentração do cloreto de etila e se mantendo

a concentração do íon hidróxido constante a velocidade da reação é dobrada. Observou-se

também que se dobrando a concentração do íon hidróxido, enquanto se mantém constante

a concentração do cloreto de etila, a velocidade é dobrada. E, finalmente que se dobrando

simultaneamente as duas concentrações (do íon hidróxido e do cloreto de etila) a

velocidade quadruplica.

Mecanismo:

3 átomos de hidrogênio estão no mesmo plano

Vídeo 1

Vídeo 2

A energia de ativaçãopara a reação SN2 de umhaleto de alquilasecundário é maior doque para um primáriodevido ao efeito estérico.

Tipos de Compostos que podem ser obtidos a partir das reações SN2

A Estereoquímica e os Mecanismos das Reações SN2

A reação SN2 ocorre com inversão de configuração do carbono que sofre a

substituição, quando este carbono for quiral.

Exemplos: 2-bromooctano e o álcool 2-octanol apresentam pares de enantiômeros.

C

C6H13

H Br

CH3 CH3

Br H

C6H13

C C

C6H13

H OH

CH3 CH3

HO H

C6H13

C

Exemplos de Reação que ocorre com inversão de configuração (SN2).

Mecanismo:

� O nucleófilo aborda o carbono que sustenta o grupo abandonador por trás, isto é, do lado diretamente

oposto ao grupo abandonador.

� A configuração do átomo de carbono se inverte da mesma maneira que uma sombrinha se inverte

quando é apanhada por um vento forte.

� O estado de transição é aquele em que o nucleófilo e o grupo abandonador estão parcialmente

ligados ao carbono que sofre a inversão.

� Uma vez que este estado de transição envolve tanto o nucleófilo quanto o substrato, este mecanismo

explica a cinética de segunda ordem da reação observada.

CH3

BrH

C6H13

C

CH3

HO H

C6H13

C

CH3

HOH

C6H13

C

CH3

BrH

C6H13

C C

C6H13H

Br

CH3

HOδδδδ−−−−

δδδδ−−−−

HO- + Br-

Exemplo de inversão de configuração nas reações SN2 de moléculas cíclicas

Quando o brometo de cis-3-metilciclopentila reage com o íon cianeto numa reação SN2, o

produto é o cianeto de trans-3-metilciclopentila.

A mudança na configuração só ocorre por um mecanismo SN2.

Paul Walden (Letônia) foi o primeiro pesquisador a observar que aconfiguração de um composto é invertida em uma reação SN2. Esta inversãoé também chamada de inversão de Walden. Esta inversão ocorre da mesmaforma que um guarda-chuva se inverte com o vento forte.

+_CN

_+

CN

BrCH3 H

H_δ

δ_

CN

H

Br

CH3H

H H

CH3 Br

A Reação SN1 - Exemplo

� O estudo cinética da reação do brometo de terc-butila com água mostrou que a velocidade de

reação é de primeira ordem, ou seja, só depende da concentração do brometo de terc-butila.

� Quando se dobra a concentração do brometo de terc-butila, observa-se que a velocidade da reação

dobra. Mas, quando se dobra, ou mesmo triplica, a quantidade de água a velocidade da reação não se

altera.

� Portanto, o brometo de terc-butila é a única espécie que está envolvida no estado de transição da

etapa que define a velocidade.

� Esta reação é Unimolecular. Chama-se este tipo de reação de reação SN1 (Substituição

Nucleofílica Unimolecular).

+ Br+C

CH3

H3C

CH3

OHH2OC

CH3

H3C

CH3

Br_

+ H3O+

Mecanismo:

vídeo vídeo

CCH3

CH3CH3

Cl

CH3

CH3

CH3ClC

+

+..

.

.

..

..

-

Primeiro Passo

Lento

CH3

CH3

CH3C

+

+ OH H

.... CCH3

CH3CH3

OH H

+

Segundo Passo

Rápido

CCH3

CH3CH3

OH H

+

OH H

....

+ CCH3

CH3CH3

OH

OH H

H

++

Terceiro Passo

Rápido

É uma reação em que o nucleófilo é uma molécula do solvente.

Solvólise (Grego: Solvó = solvente; lise = quebra ou clivagem). Quebra pelo solvente.

O que é Solvólise?

CCH3

CH3CH3

Br

CH3

CH3

CH3C

+

+Lento

Br....

..

..

-O

H H

.... CCH3

CH3CH3

OH H

+

Rápido

OH H

....

CCH3

CH3CH3

OH

OH H

H

++

Rápido

A Estereoquímica e os Mecanismos das Reações SN1

A reação seguinte depende somente da concentração do 3-bromo-3-metil-hexano. Portanto a

velocidade da reação é de primeira ordem. Neste caso ocorre a Racemização Total.

Mecanismo: Primeira Etapa (Lenta)

Segunda Etapa (Rápida)

vídeo

A reação seguinte depende somente da concentração do cloreto de 1-feniletila.

Portanto a velocidade da reação também é de primeira ordem. Neste caso ocorre uma

Racemização Parcial.

A estereoquímica da reação.

As reações solvolíticas são freqüentemente descritas como sendo de pseudo-

primeira ordem, uma vez que, por convenção, a concentração do solvente não está incluída

na expressão da velocidade. Mesmo que ela fosse incluída, não seria possível detectar

uma variação na velocidade pela alteração na concentração do solvente, pois a

concentração do solvente é sempre muito grande e é, portanto, essencialmente constante.

Mecanismo:

� O produto 1-fenil-etanol apresenta 51% de configuração oposta (R) e 49% de

configuração (S).

� 51% das moléculas do cloreto de 1-feniletila tiveram suas configurações invertidas pela

reação e 49% retiveram suas configurações originais.

� Portanto esta reação ocorreu com 98% de racemização e com uma inversão líquida de

2%.

Saul Winstein foi o primeiro pesquisador a explicar porque a

inversão de configuração é obtida em maior quantidade em

muitos casos (Par iônico íntimo). Se a reação SN1 leva a igual

quantidades dos dois enantiômeros, a reação ocorreu com uma

racemização total. Se um dos enantiômeros se forma em maior

quantidade, a reação ocorreu com racemização parcial.

É uma substância usualmente utilizada como medicamento sedativo, anti-

inflamatório e hipnótico (induz o sono). Devido a seus efeitos teratogênicos

(anomalias), tal substância deve ser evitada durante a gravidez, pois causa

malformação ou ausência de membros no feto.

Talidomida (Desenvolvido na Alemanha, em 1954)

Por que é importante saber a estereoquímica de uma substância quiral?

A talidomida é um derivado do ácido glutâmico e estruturalmente contém dois

anéis amida e um único centro quiral. Este composto existe na forma de mistura

equivalente dos enantiômeros S e R que se interconvertem rapidamente em condições

fisiológicas. O enantiômero S está relacionado com os efeitos teratogênicos da talidomida

enquanto que o enantiômero R é responsável pelas propriedades sedativas da mesma.

� Os haletos de alquila simples apresentam a seguinte ordem geral de reatividade nas

reações SN2.

� Os haletos alílicos e benzílicos simples são geralmente mais reativos do que os

haletos primários ou mesmo do que os haletos de metila em reações SN2.

� Os haletos de neopentila, apesar de serem haletos primários são pouco reativos em

reações SN2.

Fatores que Afetam as Velocidades das Reações SN1 E SN2

1. A estrutura do carbono que sustenta o grupo abandonador.

2. O Efeito eletrônico (Indutivo)

3. A concentração do nucleófilo.

4. A reatividade do nucleófilo (só para reações bimoleculares).

5. A polaridade e a natureza do solvente.

6. O tamanho do nucleófilo:

7. A natureza do grupo abandonador.

Os fatores mais importantes são:

1. A estrutura do carbono que sustenta o grupo abandonador.

A diminuição na reatividade para as reações SN2 é principalmente decorrente dos

efeitos estéricos. Os substituintes volumosos ligados ao carbono ou próximo dele têm um

efeito inibidor na reação SN2. O aumento do efeito estérico favorece o mecanismo SN1.

2 – Efeito Eletrônico (Indutivo)

� O Fator Eletrônico (Indutivo) é o fator mais importante na determinação da reatividade

dos substratos orgânicos, numa reação SN1.

� Os únicos compostos orgânicos que sofrem reação por um caminho SN1 são aqueles

que são capazes de formar carbocátions relativamente estáveis.

� As reações SN1 estão limitadas a compostos tais como: carbonos terciário, alílico,

benzílico ou algum outro grupo estabilizador.

Regra Geral de Reações SN2 e SN1

Os substratos alílicos e benzílicos substituídos bloqueiam acentuadamente a

aproximação do nucleófilo, reagindo somente através de um mecanismo SN1.

3 - O Efeito da Concentração do Nucleófilo

� As velocidades das reações SN1 não são afetadas pela concentração do nucleófilo.

� As velocidades das reações SN2 dependem de ambos.

Tipos de Nucleófilos

Nucleófilo forte: Reage rapidamente com o substrato

Nucleófilo fraco: Reage lentamente com o substrato.

Força dos Nucleófilos. Afeta o mecanismo e a velocidade das reações SN2 e SN1.

Nucleófilos fortes favorecem o mecanismo SN2 e os Nucleófilos fracos favorecem o

mecanismo SN1 quando existe a possibilidade de formação de um carbocátion estável.

4 - O Efeito da Força do Nucleófilo

Um nucleófilo carregado negativamente é sempre mais forte do que o seu ácido conjugado.

Exemplos: OH- é um nucleófilo mais forte do que o H2O

RO- é mais forte do que ROH.

CH3Cl + HO -

H2O

CH3OH

Cl - CH3OH2+

CH3Cl + +

+ Cl - Rápido

Muito Lento

H2N -

H3N

CH3NH2

CH3NH3+

CH3Cl

CH3Cl

+

+ +

+ Cl -

Cl -

Muito Rápido

Mais Lento

Qual reação é mais rápida?

SN2

SN2

Em um grupo de nucleófilos no qual o átomo nucleofílico é o mesmo, a

nucleofilicidade é paralela à basicidade. Exemplo para compostos oxigenados:

Está é a ordem de reatividade e de basicidade.

A nucleofilicidade decresce da esquerda para a direita na Tabela Periódica.

Exemplo:

CH3CH2Br

H3N CH3CH2NH3+

CH3CH2Br +

H2O Br - CH3CH2OH2++ +

+ Br - Rápido

Muito Lento

CH3CH2OH16,0

CH3OH2+H3O+

-2,5-1,7 10,04,8 15,7 16,0pKa

CH3COOH ArOH H2O CH3OH

Tipos de Solventes

� Solventes próticos: têm um hidrogênio ligado a um átomo fortemente eletronegativo

(oxigênio, nitrogênio, etc.). Exemplos: H2O, CH3CH2OH, CH3OH, NH3, etc.

� Solventes apróticos: Não têm um hidrogênio ligado a um elemento fortemente

eletronegativo. Exemplos: Benzeno, alcanos, DMSO, DMA, DMF, etc.

Exceções:

Para compostos que tem em comum átomos de um mesmo grupo da tabela

periódica, em solventes próticos (água, etanol, etc.) a força do nucleófilo não é paralela à

sua basicidade, mas sim ao seu tamanho.

� Os tióis (R-SH) são nucleófilos mais fortes do que os álcoois (R-OH)

� Os íons RS- são nucleófilos mais fortes do que os íons RO-.

� Os íons haletos mostram a seguinte ordem:

Em solventes próticos, o nucleófilo (que tem em comum átomos de um mesmo

grupo da tabela periódica) mais forte é o nucleófilo maior. Isto se deve ao Efeito da

Solvatação.

O Efeito da Solvatação nos Nucleófilos Pequenos.

Os ânions menores são mais solvatados por

solventes próticos porque possuem a carga negativa mais

concentrada.

Quanto menor o ânion mais forte é a Ligação de

hidrogênio, consequentemente maior será o efeito da

solvatação.

Ânion cloreto em água (Solvente Prótico)

..X

H

O

H

:..

: - H

H

H O

O

O

H

H

H

A nucleofilicidade é uma propriedade cinética, quantificada pela

comparação entre as constantes de velocidade das reações:

Observações:

A basicidade é uma propriedade termodinâmica, medida pela constante de equilíbrio:

A basicidade e a nucleofilicidade nem sempre podem ser relacionadas.

ME

CA

NIS

MO

SN1

ME

CA

NIS

MO

SN2

Em solventes apróticos, como a dimetilformamida (DMF), a nucleofilicidade dos ânions haletos é paralela a sua basicidade:

� Os solventes apróticos polares não solvatam ânions. Portanto os ânions ficam livres no

meio reacional. Nesta situação, o nucleófilo (base) mais forte reagirá mais rapidamente.

Exemplo: O ânion cloreto reagirá mais rapidamente que o ânion iodeto.

Os Solventes apróticos polares solvatam os cátions e dissolvem compostos iônicos.

Quanto maior a constante dielétrica, maior será a polaridade do solvente e

maior será a sua capacidade para solvatar os íons. A constante dielétrica é a habilidade

de separar cargas.

Constante dielétrica

Os solventes polares solvatam e estabilizam mais os íons do que os solventes não-polares.

Polaridade do Solvente

5 - O Efeito da Polaridade e da Natureza do Solvente

O Efeito do Solvente na velocidade das Reações SN2As reações SN2 aumentam a velocidade de reação, em solventes apróticos

altamente polares porque os ânions não são solvatados.

Qual reação será mais rápida em Solvente Próticos e Aprótico?

Qual reação será mais rápida em Solvente Próticos e Aprótico?

Metanosulfonato de propila

Resumo: Quando um haleto de alquila puder sofrer tanto reação SN2 ou SN1.

�A reação SN2 será favorecida por uma alta concentração de um bom nucleófilo (carregado

negativamente) em um solvente polar aprótico.

�A Reação SN1 será favorecida por um nucleófilo fraco em um solvente polar prótico.

6 - O Tamanho do Nucleófilo: Os nucleófilos Estericamente Impedidos são menos reativos. Exemplo:

Entre os ânions etóxido e terc-butóxido, qual é a base mais forte? e qual é o melhor nucleófilo?

A base mais forte é o terc-butóxido porque ele doa o par de elétrons com maior facilidade.

O melhor nucleófilo é o etóxido porque ele é menor e menos impedido estericamente.

7 - A Natureza do Grupo Abandonador

� Os melhores grupos abandonadores são aqueles que produzem as moléculas ou íons

mais estáveis, depois de sua separação.

� Quanto menos básico é o grupo, mais facilmente ele se desliga do carbono.

Exemplo: A água é um grupo abandonador melhor do que o íon hidróxido. Os álcoois

não reagem com íons haleto em

meio neutro, porque, sob estas

condições, o grupo abandonador

seria um íon hidróxido. Os

álcoois, entretanto, reagem

facilmente com os íons haleto em

meio ácido. Em meio ácido o

grupo abandonador é a água.

Para os halogênios, a ordem do melhor grupo abandonador é inversa a dabasicidade, ou seja, quanto menos básico melhor é o grupo abandonador.

I- > Br- > Cl- > F-

A velocidade também pode ser prevista pela força da ligação C-X.

Outros Bons Grupos Abandonadores

A reação SN1 é favorecida por melhores grupos de saída (Ver estado de transição), mas deve existir a possibilidade de gerar um carbocátion estável e o solvente ser prótico.

Qual reação ocorrerá pelo mecanismo SN2?

C

CH3

CH3H

+O S CF3

O

O

OH O S CF3

O

O

HH2O

HCH3

CH3

C

As reações SN1 ocorrem geralmente quando o solvente prótico é o nucleófilo

__+ : Br

..:..CH3S..

..C

CH3

CH3

H

..:..+.. :

..

H

Propanona (acetona)CH3S

CH3

CH3

BrCCH3SNa / CH3SH

Qual reação ocorrerá pelo mecanismo SN2?

Quanto mais forte for o nucleófilo, mais favorecida será o mecanismo SN2

Esta reação pode ocorrer por um mecanismo SN1 porque o nucleófilo é fraco, o

solvente é prótico e principalmente porque o cátion benzílico (cátion primário) é

estabilizado por ressonância.

BrC

CH3

CH3CH2

C

H

H

CH3

CH3CH2

+

+ Br-O

H H

.. ..+

H

CH3CH2C C

CH3+

CH3

HHO+

CH3CH2

H

O+ HH

....

HHO+

+ OH H

H

+

O

H

CH3CH2O

H

H

CH3+ CH3

CCCH3CH2

H

+2-bromobutano H2O Qual é o mecanismo? O que será formado?

H

CH3CH2

CH3

CBr+

.CH3CH2 O

.

...._

CH3CH2O

H

C Brδδδδ−−−−δδδδ−−−−

CH3CH2

CH3

C

CH3

CH2CH3

H+ Br-CH3CH2O

+2-bromobutano etóxido de sódio Qual é o mecanismo? O que será formado?etanol

S R

S

R S

Rearranjo de carbocátion – Um hidrogênio migra

Um carbocátion gerado por um mecanismo SN1 pode se rearranjar para

um carbocátion mais estável. Um carbocátion secundário gerou um terciário.

Não é possível gerar um carbocátion no meio reacional quando um

nucleófilo forte (base forte) estiver presente.

Um hidrogênio ou uma metila podem migrar