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Revista EmbalagemMarca 071 - Julho 2005

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Edição de julho de 2005 da revista EmbalagemMarca.Visite o site oficial da revista http://www.embalagemmarca.com.br e o blog http://embalagemmarca.blogspot.com

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www.embalagemmarca.com.br

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Mais informativa e mais diretastamos inauguran-do nesta edição uma seção dedicada a

Equipamentos e processan-do a fusão de duas outras: unificadas, Rotulagem e Painel Gráfico passam a denominar-se Conversão e Impressão. Essas inovações fazem parte da estratégia de EMBALAGEMMARCA de aper-feiçoar-se e atualizar-se per-manentemente, baseando-se em duas importantes fontes de inspiração: o acompa-nhamento da dinâmica da cadeia de embalagem e o acatamento de sugestões e reivindicações dos leitores.Nessa linha, e dado que EMBALAGEMMARCA é, desde

seu lançamento, a publicação brasileira especializada que dá a cobertura mais com-pleta à área de decoração de embalagens, codificação e rastreamento, os fatos e inovações a ela relativos passaram então a ser apre-sentados de forma organiza-da sob a rubrica Rotulagem. Para atividades relacionadas ao universo da conversão não ligado especificamen-te à rotulagem, foi criado o Painel Gráfico. Mas, por serem áreas convergentes e complementares, que envol-vem desde pré-impressão, substratos e matérias-primas em geral, bem como dife-rentes sistemas de produ-

ção de embalagens e seus complementos, essas seções integram a partir de agora Conversão e Impressão, mais ampla e abrangente.No espaço de Equipamentos serão apresentados todos os meses lançamentos selecio-nados de bens de capital e acessórios destinados desde a produção de insumos para transformadores até máqui-nas e acessórios apropriados à indústria usuária das emba-lagens, os “end users”, como também são chamados. Outra mudança é a disposi-ção das reportagens e seções no corpo da revista, com o objetivo de dinamizá-la um pouco mais. Até agosto.

As duas novas seçõesintegram a estratégiada revista de semprese atualizar, com base em duas fontes de inspiração: a dinâmica da cadeia de embalagem e o acatamento de sugestões dos leitores

Wilson Palhares

E

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EstratégiaBombril cria linha de limpeza domés-tica mirada no mercado popular

AçoLatas com perfil expandido debutam nas gôndolas de óleos comestíveis

Reportagem de capa: VinhosA investida dos rótulos auto-adesivos para aumentar pedidos no mercado nacional de vinhos

MateriaisVidraria e usuários agregam valor às embalagens para ganhar mercado

MercadoGlobalização de marcas nacionais gera novidadesno setor cervejeiro

EventoBrasil sedia pela primeira vez a entrega do prêmio WorldStar, da Organização Mundial de Embalagem

Especial: MarcasQuatro cases mostram como tradicionais marcas brasileiras mantêm-se for-tes em seus mercados

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nº 71 • julho 2005Diretor de Redação

Wilson [email protected]

ReportagemFlávio Palhares

[email protected] Kamio

[email protected] Haberli Silva

[email protected] Colaborou nesta edição: Livia Deorsola

Departamento de ArteCarlos Gustavo Curado (Diretor de Arte)

[email protected]é Hiroshi Taniguti (Assistente)

AdministraçãoMarcos Palhares (Diretor de Marketing)

Eunice Fruet (Diretora Financeira)

Departamento [email protected]

Karin TrojanWagner Ferreira

Circulação e AssinaturasMarcella de Freitas Monteiro

[email protected] anual: R$ 90,00

Público-AlvoEMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais que ocupam cargos de direção, gerência e supervisão em empresas integrantes da cadeia de embalagem. São profissionais envolvidos com o desenvolvimento de emba-lagens e com poder de decisão coloca-dos principalmente nas indústrias de bens de consumo, tais como alimentos, bebidas, cosméticos e medicamentos.

Filiada ao

Impressão: Congraf Tel.: (11) 5563-3466

EMBALAGEMMARCA é uma publicação mensal da Bloco de Comunicação Ltda.Rua Arcílio Martins, 53 • Chácara Santo

Antonio - CEP 04718-040 • São Paulo, SPTel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463

Filiada à

www.embalagemmarca.com.br

O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA é resguardado por direitos autorais. Não é per-mitida a reprodução de matérias editoriais publicadas nesta revista sem autorização da Bloco de Comunicação Ltda. Opiniões expressas em matérias assinadas não refle-tem necessariamente a opinião da revista.

20 Internacional Destaques e idéias de mercados estrangeiros

42 Panorama Movimentação no mundo das embalagens e das marcas

66 Almanaque Fatos e curiosidades do mundo das marcas e das embalagens

8 Display Lançamentos e novidades – e seus sistemas de embalagens

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EstratégiaDanoninho lançaembalagem miniatura para popularizar consumo de petitsuisse no país

Entrevista:Fátima MerlinGerente de atendimento ao varejo da LatinPanel aborda os hábitos de consumo da população de baixa renda

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62 Conversão e Impressão Produtos e processos da área gráfica para a produção de rótulos e embalagens

6 Espaço Aberto Opiniões, críticas e sugestões de nossos leitores

EspecialidadesPetroquímicas investem no mercado de empacotamento automático e aumentam vendas de resinas de alto desempenho

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LogísticaPara aliviar aumentos do papelão ondulado, 3M cria sistema de redução de abas para caixas de transporte

50 Equipamentos Lançamentos em bens de capital para linhas de embalagem

3 Editorial A essência da edição do mês, nas palavras do editor

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FOTO

DE

CAPA:

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Sexto aniversário

Caro Palhares. Quero parabenizá-lo e a sua equipe pela excelente edi-ção da revista que acabo de receber. Especialmente a capa transparente, que ficou muito bonita. Mais uma vez EMBALAGEMMARCA mostra ino-vação e vanguarda editorial.

Fabio MestrinerPresidente

ABRE – Associação Brasileira de Embalagem

São Paulo, SP

Em nome da ABIEF quero para-benizar a equipe pela Edição Especial de sexto aniversário de EMBALAGEMMARCA. Sensacional!

Esmeralda Almeida FriasSecretária executiva

ABIEF – Assoc. Bras. da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis

São Paulo, SP

A revista EMBALAGEMMARCA faz muito sucesso aqui na Braskem e tam-bém no mercado, em função das maté-rias e da excelente qualidade editorial.

Claudia VeigaMarketing

Braskem – Unidade PoliolefinasSão Paulo, SP

Quero parabenizar a equipe pelos seis anos da revista EMBALAGEM-MARCA e dizer que me orgulho de ter acompanhado o seu sucesso até agora. Com certeza ainda veremos

a revista por muitos e muitos anos levando ao mercado de embalagens notícias e informações do mais alto padrão e conteúdo. Sucesso sempre.

Ezequiel Rebelo FernandezDiretor

Cliart ClichêsSão Paulo, SP

Acabo de receber a edição de ani-versário e gostaria de parabenizá-los pelo zelo e pelo preciosismo na con-cepção de cada nova edição, fato que seguramente é o grande diferencial de EMBALAGEMMARCA, aliada a uma pauta de altíssimo nível. Parabéns!

Sergio Damião LopesAdministrador de conta

Box Print GrupografSão Paulo, SP

Parabéns pela edição de junho da revista. Capa, papel, fotografia, con-teúdo. Maravilhoso!

Lauro de MoraesIgaraí S/A Ind. Com. de Embalagens

São Paulo, SP

Amigos da revista EMBALAGEM-MARCA. Primeiramente gostaria de mandar os parabéns para toda a equi-pe. Não conhecia a revista e percebi, na sala de um cliente, que ela estava muito bonita. Realmente destaca-se entre as outras publicações, pois é graficamente muito melhor e mais bonita. Parabéns pela ação na capa da edição número 70, que ficou ótima. Todos da equipe estão de parabéns. Voltarei para Varsóvia, onde moro, e levarei um exemplar para mostrar aos meus amigos. Oxalá meu cliente consiga receber um outro exemplar, porque o dele viajará comigo para a Polônia. Muito boa sorte no trabalho.

Suzane FarkasDesigner gráfica

Varsóvia, Polônia

Parabéns a toda a equipe, pela qua-lidade que tem conseguido dar a esse veículo e pelos seus seis anos de vida. A revista está com excelente nível, tanto gráfico como de conteú-do. Escrevo também para fazer um comentário sobre a reportagem de capa: Transparência. Não é a primei-

ra vez que a Rigesa traz para si os méritos de um projeto que não é dela. Refiro-me à linha de chás Instantea da Dr Oetker, projeto totalmente desen-volvido pela Segmento Comunicação e Design, como pode ser confirmado pelo cliente e pela própria Rigesa, que recebeu o material já desenvolvido e se entusiasmou muito com ele, pelo ineditismo que representava na época. Sem dúvida a participação da Rigesa nesse projeto foi fundamental. É um verdadeiro case gráfico, uma vez que foram utilizadas doze cores no pro-cesso de impressão, mas acho que falta, por parte dela, a citação de que o design e todo o projeto estrutural, bem como gráfico, foi inteiramente desen-volvido pela Segmento. A matéria diz: “...a Dr. Oetker encomendou à Rigesa cartuchos transparentes de PVC capa-zes de ficar em pé nas prateleiras”. Na verdade, não houve essa solicitação do cliente para a Rigesa. A Segmento ofe-receu essa alternativa inusitada para a Dr. Oetker, que aprovou o projeto. Sugerimos também para o cliente que a impressão fosse feita em PVC, como forma de evidenciar o diferencial desse segmento de produto, até então inédito no Brasil. Gostaria imensamente que em algum momento houvesse uma retificação, mesmo porque esse proje-to foi ganhador de inúmeros prêmios e muito nos orgulhou, como designers de embalagens, ter participado dele.

Roberto FleurySegmento Comunicação e Design

São Paulo, SP

Roberto. Reconhecemos sua reivin-dicação e ressaltamos que o projeto da embalagem de chás Instantea da Dr Oetker não é da Rigesa, e não temos divulgado esse mérito como nosso. Esse mérito é da Segmento, que com muito profissionalismo e empe-nho adaptou o projeto ao nosso pro-cesso, reforçando ainda mais a nossa crença na integração entre designer, cliente e fornecedor. O que nos motiva a divulgar esta embalagem é a tecno-logia de impressão e o processo fabril de embalagens transparentes, que a Rigesa desenvolveu no Brasil e de que foi fornecedora para a Oetker.Gostaria de parabenizar também toda

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a equipe da revista EMBALAGEMMARCA pelo projeto de capa da edição de ani-versário, que já vem nos dando resul-tados. Muito nos orgulha fazer parte deste momento importante para um veículo, igualmente importante para o setor de embalagens. Parabéns.

Fábio PereiraGerente de marketing corporativo

Rigesa Celulose Papel e Embalagens Ltda

Campinas, SP

Recebi a revista do mês de junho. Está belíssima. Como sempre vocês arrasaram. Parabéns pelo trabalho maravilhoso.

Luana RochaDesigner

Manaus, AM

Parabéns pela maravilhosa edição de junho. Impecável e primorosa em todos os sentidos.

Ernani PaulinoDiretor

Packnology!Campinas, SP

Gostaria de agradecer o espaço dado ao nosso produto, o Top Seal, na edição nº 70 de EMBALAGEMMARCA (“Vale o quanto protege”), mas queria fazer algumas observações sobre o texto publicado.1) Durante a entrevista, tive o cuidado de não fazer comparações entre o Top Seal, feito de PVC, e outros materiais. Portanto, lamento ter sido atribuída a mim a declaração de que “o alumínio oxida e, se a área de fora da lata for contaminada, o risco de o alimento também se contaminar existe”.2) É verdade que solicitamos um laudo do IPT sobre o produto, mas quero deixar claro que a comercia-lização do Top Seal independe da emissão desse laudo.

Francisco AmanteDiretor Comercial

PropackEmbu, SP

N. da R.: De fato, esses problemas – que haviam sido constatados em nossa revisão – não foram suprimi-dos da versão final do texto.

CORREÇÕES• Devido à transmissão de um dado equivocado à nossa reda-ção, informamos incorretamente o nome do fornecedor da emba-lagem do Leite Moça Serve Fácil na reportagem “Moça na mão” (EMBALAGEMMARCA nº 68, abril de 2005, pág. 22). O tubo, lamina-do, é fornecido à Nestlé brasi-leira pela espanhola Tuboplast

Hispania (www.tuboplasthispa-nia.com).

• Na cobertura da feira Brasilplast (EMBALAGEMMARCA n° 69, abril de 2005) a fonte correta das infor-mações sobre o lançamento da Carnevalli foi Fernando Machado de Paula Eduardo, gerente comer-cial da mesma empresa.

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Caixinhas buscam jovens talentosAs pastilhas Tic Tac, da Ferrero do Brasil, chegam ao mercado anun-ciando a nova edição do concurso de modelos Tic Tac Mega Model 2005. O concurso pretende revelar talentos para as passarelas. Oito layouts diferentes, cada um com a ilustração de modelos famosos, estampam cerca de 35 milhões de embalagens. Responsável pelo desenvolvimento dos rótulos que divulgam a ação, a Novelprint traba-

lhou com uma lineatura maior, a fim de conseguir melhor definição do cromo na pré-impressão. Segundo Osvaldo Belintani, superintendente técnico da empresa, a dificuldade inicial foi conseguir qualidade de impressão no processo letterpress. “Para isso a arte foi preparada com 175 linhas por polegada”, diz. Os estojos de polipropileno são pro-duzidos pela Plásticos Regina. O layout é da White Propaganda.

A Ferla, tradicional marca de aveia, acaba de debutar novas embala-gens no mercado. O principal equity da marca foi preservado na reno-vação: o logotipo oval vermelho, calçado num detalhe esfumaçado na cor branca. Ele agora ocupa uma área maior no painel frontal. As embalagens em papel cartão duplex são produzidas pela Gráfica Romiti. O layout foi desenvolvido pela Haus Design.

Equity mantidonas novas caixas

De olho num mercado que movi-mentou mais de 102 milhões de dólares em 2004, a cearense Sucos do Brasil S/A está lançan-do no varejo brasileiro a marca Sucos Flamingo, numa linha com variados sabores tropicais. Os sucos são apresentados em cai-xinhas de 200ml e de um litro da Tetra Pak e em garrafas de vidro de 250ml e de 500ml da CIV, com rótulos da Halley Gráfica e Editora e tampa da Alcoa. As garrafas de vidro de 500ml também acondi-cionam sucos concentrados da nova marca. O design das emba-lagens é da 333 Propaganda, de Fortaleza.

O canto da Flamingo

Produzida pela Socil, empresa do grupo fran-cês Evialis, a ração Croc Baby Vegetais, para cães filhotes acaba de ganhar embalagens de aço pro-duzidas pela Brasilata. Com capacidade de 900g, as latas possuem tampa plástica transpa-rente dotada de anel para facilitar a abertura

e o manuseio. “É uma novidade no segmento, e temos planos de ampliar tal estratégia, adotando esse tipo de embalagem em edições promocionais da linha Croc e de outras marcas da empresa”, adianta Ricardo Franklin de Mello, gerente de mercado petfood da Socil Evialis Brasil.

Já adotadas para acondicio-nar produtos como extrato de tomate, conservas e cafés solúveis, as latas de aço expandidas produzidas pela Bertol Embalagens, de Passo Fundo (RS), estão ganhando as gôndolas de doces em calda. Neste segmento, quem apostou nas embalagens metálicas com perfil diferen-ciado foi a gaúcha Icalda,

dona da marca Cantarelli. Com sede em Pelotas, a empresa recentemente lançou sua linha de pêssegos em calda em latas expandidas com capacidade de 350g. Pioneira na fabricação de latas com perfil expandido no Brasil, a Bertol informa que as embalagens da linha Icalda são produzidas de acordo com as normas da CSN.

Expandidas em frutas em calda

Ração para filhotes foi para a lata

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Todo o mix de balas da fabrican-te de candies e chocolates Erlan chega ao mercado em novas rou-pagens. Com visual mais clean, as embalagens permitem rápida identificação da marca. Além disso, a empresa lança campanha sem precedentes no segmento de balas. Trata-se de um carimbo na embalagem que busca incentivar a escovação de dentes. “Somos a primeira empresa do setor no

A Unilever relança sua linha de sabonetes Rexona com cinco novos produtos, atuando em dois seg-mentos de mercado: frescor e ação antibacterial. Os sabonetes Rexona Freshintense possuem três varian-tes: Microexfoliant, Hydrating e Mineral Clean. Já os sabonetes da linha antibacterial estão disponíveis nas versões Tonic e Sensive. As embalagens, envelopes de papel revestido com tintas metalizadas, são fornecidas pela Empax.

Envelopes metalizados nos novos Rexona

Embalagens incentivam higiene bucal

A Castelo Alimentos, de Jundiaí (SP), coloca no mercado a linha especial de vinagres balsâmicos frutados com a marca Fruttati. O lançamento chega com quatro opções de sabores: maracujá, abacaxi, mel, framboesa e é complementado com um azeite de oliva extra-virgem. As garrafas são for-necidas pela Saint-Gobain, que desen-volveu o design em conjunto com a equipe da Castelo. Os rótulos, criados pela 100% Design, são da Indexflex, e as tampas, da Altec.

Garrafas slim lançam balsâmicos

Brasil a ter essa iniciativa”, afirma Rosalina Cardoso Vilela, presidente da Erlan. O trabalho de criação das embalagens foi feito internamente pela Erlan. Os packs das balas, de polipropileno, são impressos em flexografia. Já os envoltórios, também em PP, têm impressão em rotogravura. Valflex, Trya, Plastifica, Propace, Plaszom e Unipropi são as principais fornecedoras das novas embalagens.

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Os segredos das idéias duradourasostuma-se dizer que, para poder envelhecer, é preciso estar sempre atual. O preceito ganha força no efêmero universo das marcas. A despeito de tradições seculares, estima-se que metade das novas marcas não complete o segundo ano. Num cenário que já foi defini-

do como hostil a idéias duradouras, também rareiam as marcas que reconquis-tam a preferência dos consumidores após um período de crise ou ostracismo. Tanto num caso como no outro, do distinto time que escapa dos vaivens do varejo pode-se tirar uma lição: para sobreviver em tempos de economia ultra-competitiva não basta ter tradição, é necessário modernizar-se sempre.

Essa obrigação de reciclagem contínua fica evidente na trajetória das mar-cas retratadas nesta reportagem especial de EMBALAGEMMARCA. Como caracte-rística comum, todas fazem parte do cotidiano dos consumidores brasileiros há muito tempo. Algumas, por circunstâncias diversas, nos últimos anos andaram encobertas, quase ameaçadas de desaparecer – e agora lutam para se reerguer. Outras nunca deixaram de estar no auge, e mesmo assim (ou por isso mesmo) investem sem parar em modernização.

Nesse esforço de renovação, além de um canal direto de comunicação com os consumidores, a embalagem desponta como principal elemento de suporte ao processo de atualização dessas marcas. Afinal, ao longo dos anos a evolução da embalagem dos produtos mostrados a seguir se confunde com o próprio desenvolvimento de suas marcas. Embora mais evidente em questões circunscritas ao campo do design gráfico, essa hipótese não se restringe a cores, ícones ou fontes de uma logomarca. Mudanças no sistema de fechamento, na rotulagem, na ergonomia ou mesmo do material das embalagens também car-regam significados relativos ao processo evolutivo das marcas, indicando, por exemplo, seu público-alvo ou novo posicionamento de mercado.

Melhor do que teorias, os exemplos práticos mostrados a seguir deixam isso claro, corroborando em todos os casos o papel central das embalagens em distintas estratégias de reposicionamento de marketing. Mais do que isso, comprovam a percepção de que, para atravessar os anos com liderança e jovia-lidade, as marcas, como nunca, precisam estar atuais.

CRetratados nesta

reportagem especial,

quatro produtos que

fazem parte do

cotidiano dos

consumidores

brasileiros há muito

tempo provam que,

para sobreviver

e manter

competitividade,

marcas tradicionais

precisam estar

sempre modernas

especial marcas

Por Flávio Palhares, Leandro Haberli e Livia Deorsola

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uando comprou a fábrica de cho-colates da Visconti, em 2001, a americana Hershey’s, que havia desembarcado no Brasil três anos

antes, assumiu a produção de linhas tradi-cionais entre os consumidores brasileiros, como as de chocolates granulados e ovos de páscoa. Ao lado desses produtos, conhecidas marcas criadas pela Visconti passaram a ser controladas pela Hershey’s, empresa fundada há mais de cem anos e hoje líder do mercado americano de chocolates. Para a geração que cresceu na década de 80, uma das mais representativas dentre essas foi possivelmente a marca Io-Iô Crem

Lançada pela Visconti em 1982, ela fez sucesso entre as crianças da época ao unir numa mesma embalagem creme de choco-late ao leite e creme de chocolate branco. O produto também marcou época com a ajuda de blisters termoformados iguais aos usados no mercado de food service para acondicio-nar manteiga e geléia. Com eles, muito antes da expressão “consumidor nômade” ficar em evidência, a Visconti conseguiu explorar o apelo de praticidade das pequenas porções,

especial >>> marcas

Criada pela Visconti, marca Io-Iô Crem quer resgatar popularidade dos anos 80

PIONEIRISMO – Com blisters chamados de síngolas, Io-Iô Crem explora “consumo nômade” há mais de 20 anos

Os vaivéns de um ícone

permitindo que as crianças levassem seus potinhos de Io-Iô Crem para onde quer que fossem.

Conquistando novas geraçõesA par do histórico e da importância da marca no mercado brasileiro, a Hershey’s tem se esforçado para fortalecer os produtos Io-Iô Crem entre as novas gerações de consumido-res infantis. Iniciado em 2003, com a renova-ção da identidade visual, o trabalho abarcou a criação de um mascote para a marca, concebido pela agência Design Absoluto em alusão ao brinquedo io-iô. Além de campa-nhas publicitárias e merchandinsing em pro-gramas infantis, responsáveis por divulgar o nome Io-Iô Crem na mídia após intervalo de seis anos, em junho último o esforço ganhou novo alento, com a chegada aos pontos-de-venda do Io-Iô Choc.

Parte da estratégia de ampliação da marca para além da categoria creme de chocolate, o produto, vendido em flow-packs de BOPP, foi anunciado como “a primeira barra de chocola-te redonda do Brasil”. “As crianças de hoje são mais exigentes e estão em busca de novidades constantemente”, diz Luiz Felipe Pateo, geren-te de marca da Hershey’s. “Com Io-Iô Choc quisemos trazer para dentro da linha Io-Iô Crem essa nova geração de consumidores.”

FOTOS:DIVULGAÇÃO

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NOVOS NICHOS – Marca alçou vôo no mercado

de barras de chocolate com Io-Iô Choc

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julho 2005 <<< EmbalagemMarca <<< 13

midores de Io-Iô Crem passaram a comprar os produtos para seus filhos”, comemora Luis Felipe Pateo.

O novo membro da família Io-Iô Crem se juntou a outras versões da marca lançadas pela Hershey’s em anos recentes. Além dos clássicos blisters termoformados de 15g, conhecidos comercialmente como síngolas, o produto pode ser encontrado hoje em copos plásticos de 200g e na versão Io-Iô Mix, que é acompanhada de canudos de waffer e vem sendo vendida em dois novos sabores: chocolate ao leite com morango e bri-gadeiro. Também fora da categoria de creme de chocolate está a marca Io-Iô Balls, de bolinhas de cereal crocante cobertas com chocolate ao leite e chocolate branco.

“Com um belo trabalho de distribui-ção, Io-Iô se tornou uma das marcas de chocolate infantil preferidas pelas crian-ças da época”, atesta o gerente de marcas da Hershey’s. Mas, como ele mesmo diz, esses consumidores mirins cresceram, e mui-tos hoje já são pais. “Além de conquistar as crianças da geração atual, estamos felizes, pois percebemos que muitos dos ex-consu-

Design Absoluto(11) 3071-0474www.designabsoluto.com.br

EXPANSÃO – Potes maiores, de 200g, e versão Mix, vendida em copos plásticos com canudos de waffer, também foram colocados sob a marca guarda-chuva Io-Iô

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14 >>> EmbalagemMarca >>> julho 2005

lançamento do Keep Cooler, em 1986, foi um ruidoso sucesso comercial. Em um ano, o “refres-co de vinho” da vinícola gaú-

cha Aurora, gaseificado e com baixo teor alcoólico, vendeu mais de 30 milhões de garrafas. Os anos se passaram e a febre em torno do produto também. Hoje, a Aurora fecha seu balanço anual com menos de 12 milhões de unidades vendidas. O que ocorreu? Um abracadabra mercadológi-co, com a multiplicação no mercado de coolers de todo tipo, em muitos casos de operações pequenas e médias, que-rendo pegar carona no êxito da marca da Aurora. Resultado: comoditização de mercado. Cooler virou sinônimo de produto de qualidade suspeita e, logo depois, demodée. A Aurora, porém, ainda acredita nesse mer-cado – e no recall de sua marca. Tanto é que acaba de investir numa espécie de relançamento do Keep Cooler.

Clássico e despojadoPara reconquistar mercado, a vinícola enco-mendou à agência porto-alegrense Bendito Design a modernização do apelo visual do

especial >>> marcas

Para não manter frio

Outra vinícola que inves-te em bebidas alcoó-licas leves de vinho é a Alberto Belesso, de Jundiaí (SP). Grambell é a marca do que a empresa diz ser uma bebida inédita no país, baseada em vinho e suco de uva, 100% natural, frisante e de teor alco-ólico moderado. Não é um cooler, frisa a fabri-

cante, e sim uma opção premium mirada nos jovens e nas mulheres. “Pesquisas demonstram que o brasileiro gosta de vinho, mas faltam opções diferenciadas e compatíveis com o pala-dar nacional”, afirma José Roberto Belesso, diretor da vinícola. Nas versões branco e tinto, o produto estréia em

garrafa da Saint-Gobain com tampa twist off. “Criamos os rótulos com detalhes dourados para evidenciar a sofis-ticação do produto”, diz Sara de Paula Souza, da Hi-Design, a res-ponsável pelo visual do produto. Quem produz os rótulos é a Litografia Bandeirantes, também de Jundiaí.

Não é cooler nem ice, mas alvos são os mesmos

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AÇÃO

GERAÇÕES – À esquerda, o Keep Cooler clássico remodelado. No meio, o Black, variante com mais álcool. À direita, a antiga garrafa da marca

OKeep Cooler sofre modernização visando reaquecer mercado de coolers

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julho 2005 <<< EmbalagemMarca <<< 15

produto. O rótulo agora é mais des-pojado, com cores menos efusivas que aquelas em moda nos anos 80. O nome da bebida também mudou para Keep Cooler Classic. Sua garrafa é outra novidade. Ela está ligeiramente menor, com 275ml em vez dos antigos 350ml. Outro aspecto importante é que o reposicionamento da marca abriu espaço para o lançamento da linha Keep Cooler Black, com maior teor alcoólico – de 6,8%, contra os 5,2% das versões clás-sicas. Com rótulos pretos, ela oferece os sabores citrus, morango e pêssego. Dos sabores clássicos, só não abrange o de uva. “O lançamento vai ao encontro dos jovens, mais exigentes e sempre em busca de novas opções de con-

Bendito Design(51) 3333-2022www.benditodesign.com.br

Dixie Toga(11) 6982-9497www.dixietoga.com.br

Hi-Design(11) 3834-2821www.hi-design.com.br

Litografia Bandeirantes(11) 4582-5151www.litoband.com.br

Owens-Illinois(11) 6542-8000www.oidobrasil.com.br

Riverwood do Brasil(11) 4589-4520www.riverwood.com.br

Saint-Gobain(11) 3874-7211www.sgembalagens.com.br

sumo”, justifica Alem Guerra, diretor de marketing da Aurora.

Esse público-alvo, aliás, influenciou na decisão de redu-zir o volume do Keep Cooler. Segundo Guerra, pesquisas indi-caram preferência dos jovens por doses menores, possíveis de serem consumidas sem esquentar. As novas garrafas saem dos for-nos da Owens-Illinois do Brasil, são decoradas com rótulos da Dixie Toga e chegam ao varejo em six-packs da Riverwood. A

aposta da Aurora é que a nova embalagem repita a boa impressão que a

original, dos anos 80 (a garrafa de vidro de shape diferenciado, uma das primeiras no país a contar com tampa twist-off), deixava até o fatídico ataque dos clones.

EXTENSÃO – Nova identidade visual se estende às six-packs

cartonadas que chegam ao varejo

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16 >>> EmbalagemMarca >>> julho 2005

ançado pela Nestlé em 1932 com exclusividade no Brasil, e marca-do desde então por uma dinâmica estratégia de moderniza-

ção visual, o achocolatado Nescau novamente reformula sua identidade gráfica. Considerado um dos mais mar-cantes face-lifts em toda a história da marca – que só deixou de ser grafada Nescao, com “o”, na década de 50 – o projeto coincidiu com o lançamento da versão Power. Mais jovem extensão de linha da família Nescau, a novidade traz a proposta de oferecer aos consu-midores um produto mais escuro e com sabor acentuado de chocolate.

A cargo da Futurebrand, o redesign grá-fico teve dois objetivos básicos: aumentar a visualização da marca nas gôndolas e, claro, modernizar a aparência dos produtos. A des-

especial >>> marcas

Em busca de ganho de exposição no PDV, Nescau aposta em mais um face-lift

REPAGINADO – Novas fontes, fotografias no lugar de desenhos e tampa vermelha. Acima, versão Power

Mudanças que dão gosto

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AÇÃO

Fichas também no perfil expandidoAntes de reformular a identi-dade de Nescau, a Nestlé, que já havia aderido às latas com silhueta diferenciada para remo-çar o Leite Moça, lançou em março último uma edição espe-cial da marca, o Cappuccino Actigen-E, também numa lata de aço expandida. Projetada com o objetivo de atrair a aten-ção do público jovem, a lata do Nescau Cappuccino foi forneci-da pela Companhia Brasileira de Latas (CBL). Marcos Barbieri Galante, ana-lista de comunicação da CBL, informa que a matéria-prima utilizada apresenta algumas peculiaridades em relação ao aço T59, que segundo ele foi o primeiro material produzido pela CSN para as latas expandi-das. Galante diz que, mediante

o desenvolvimento do mercado e o aprimoramento do proces-so produtivo de latas expandi-das no Brasil, a CSN desenvol-veu um novo aço, que é mais barato e suporta expansão de apenas 5%, contra até 15% do T59. “Pode parecer pouco, mas, como prova o Nescau Cappuccino, o resultado visual é totalmente diferente na compa-ração com uma lata de formato convencional”, ele sustenta.Na parte de acabamento, o analista de comunicação da CBL acrescenta que o sistema de impressão litográfica exigiu ajustes: os vernizes precisaram ser aperfeiçoados para prover maior resistência a abrasão às latas, que são tocadas em dife-rentes pontos durante o proces-so de produção e transporte.

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peito disso, alguns equities foram preserva-dos. A logomarca, por exemplo, manteve o “bloco azul” que nas últimas décadas vem caracterizando os rótulos de Nescau. Por outro lado, houve alterações no tipo de fonte, com a finalidade de conferir ao logo linhas mais limpas e modernas, sem com isso poluir visu-almente o layout.

Símbolos de forçaOutras mudanças gráficas foram circunscritas aos ícones da marca. Em vez de desenhos, os praticantes de esportes radicais, que já che-garam a ilustrar embalagens antigas, agora aparecem em fotografias. Já o raio, outro símbolo de força e energia do produto, ganhou mais destaque e definição. O objetivo, de

acordo com a Futurebrand, foi dar realismo e aproximar ainda mais a marca dos jovens e adolescentes.

Na versão tradicional, o ganho de exposi-ção nos pontos-de-venda teve mais um refor-ço: a sobretampa plástica, que em conjunto com uma membrana peel-off de alumínio dotada de lingüeta de abertura forma o siste-ma de fechamento do produto, agora é verme-lha. Fornecido pela Sonoco For-Plas, o aces-sório era incolor, e foi alterado para ampliar a uniformidade visual entre a tampa e o rótulo predominantemente vermelho, que é impresso em papel pela Brasilgrafica. Feita de aço com folha da CSN, a lata é produzida pela própria Nestlé em versões de 200g e 400g.

LINHA EVOLUTIVA – Das primeiras latas, com a marca ainda grafada com “o”, à embalagem que precedeu a atual: mudando sempre

Brasilgrafica(11) 4133-7777www.brasilgrafica.com.br

Futurebrand(11) 3821-1166www.futurebrand.com

CBL(11) 6090-5005www.cbl.ind.br

CSN(11) 3049-7162www.csn.com.br

Sonoco For-Plas (11) 5097-2750www.sonocoforplas.com.br

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ntegrante do seleto grupo de mar-cas brasileiras seculares, a Casa Granado, fundada no Rio de Janeiro pelo português José

Antonio Coxito Granado, goza de outro pro-dígio: ela já foi fornecedora da corte imperial. Responsável por um dos mais antigos produ-tos industrializados no país, o polvilho anti-séptico daquela marca, lançado em 1903, a empresa nasceu em 1870, quando seu funda-dor comprou uma pequena botica onde havia começado a trabalhar como lavador de fras-cos. Em pouco tempo a qualidade dos produ-tos ganhou fama na então capital do país, e a Casa Granado conquistou a simpatia de, entre outros clientes ilustres, Dom Pedro II.

Ao lado do polvilho anti-séptico, cuja fabricação foi licenciada pelo médico sani-tarista Oswaldo Cruz, à época responsável pela Inspetoria Geral de Saúde, a empre-sa atualmente vende outros clássicos, como o Sabonete de Glicerina, fabricado desde 1915, e a Água Inglesa, lançada em 1891. Porém, contrariando a máxima de que as marcas pre-cisam se modernizar sempre, por muitos anos a Casa Granado conseguiu manter-se lucrativa sem grandes alterações em seus produtos. Eram outros tempos, período em que não havia con-

corrência significativa. Basta dizer que, até 1993, os pedidos vindos de todo o país ainda chegavam por cartas. Mas os tempos mudam, e suas verrumas

desgastam tudo, inclusive

especial >>> marcas

Na trajetória da secular Casa Granado, modernização visual e respeito aos equities

CARRO-CHEFE – Versão atual do polvilho anti-séptico Granado e embalagem antiga: adoção de tubos plásticos e rótulos auto-adesivos preservando grafismos

Força e fama centenáriasas marcas intangíveis. Em suma, a vigorosa marca guarda-chuva Granado foi gradativamente empalidecendo.

Para revigorá-la, foi necessária uma grande reformulação na condução dos negócios. Parte das mudanças foi feita pelo consultor inglês Cristopher Freeman, que assumiu a presidência

da casa em junho de 1994. Na época, Freeman foi contratado para vender a empresa e, como não achara interessados, comprou ele mesmo o negócio. A partir de então, a Casa Granado pas-sou a investir em novos proces-

sos de comercialização de seus produtos.

O próprio polvilho anti-séptico Granado não se manteve inalte-rado ao longo do tempo. Em anos

recentes, o produto passou por uma reformulação de embalagem quan-

do adotou rótulos auto-adesivos da Prodesmaq. A mudança, no entanto, não se esten-deu aos grafismos das embalagens, que continu-aram douradas, enfeitadas com ornamentos art nouveau. “A marca e a aparência da embalagem ainda fazem sucesso porque o brasileiro é con-servador”, arrisca Freeman. “Ele precisa sentir confiança no que consome, especialmente se forem produtos de saúde.”

Guinada de materialAntes da estréia dos rótulos auto-adesivos, a embalagem do polvilho anti-séptico Granado já havia passado por transformações. Com a Segunda Guerra Mundial e a conseqüente escassez de folha-de-flandres, a lata de aço foi trocada por tubos de papelão. Foi também por volta dos anos 40 que a embalagem do produto ganhou formato menos achatado. “A migração para o papelão também foi impulsionada pelo fato de que o aço enferrujava com facilidade”, observa o inglês. Na comemoração do enchi-mento de 1 milhão de tubos de polvilho anti-séptico, em 1958, a embalagem já era bastante parecida com a atual. Os tubos de papelão,

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AGREGADA – Desde 2004, a Granado Laboratórios gerencia a marca Phebo, lançada na década de 1930

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porém, foram abandonados em 1997, com o lançamento da tampa giratória e do pote de polietileno de alta densidade (PEAD) fornecido pela Sinimplast.

Segundo Freeman, a criação de embalagens dos novos produtos é terceirizada. Mas, para os produtos mais antigos, qualquer alteração no molde é pensada pela Granado. No caso específico do polvilho, as modernizações fica-ram a cargo da agência Packaging Design, do Rio de Janeiro. A preocupação foi criar uniformidade visual para que o consumidor, ao se deparar com qualquer produto da Granado, identifique imediatamente a marca. Contudo, retoques requerem cuidados. “Na última modi-ficação, percebemos que muitos consumidores não reconheciam mais o produto, e passaram a desconfiar de que não se tratava do original”, informa o presidente da Casa Granado. “Isso nos mostrou que é preciso ter cuidado na hora de mudar algo que já está tão enraizado na per-cepção das pessoas.”

Aliando ponderações como esta à grande força da marca centenária, Freeman aumentou

a linha de produção e desde 2004 gerencia a também tradicional marca Phebo, voltada a produtos de perfumaria, com embalagens desenvolvidas pela designer Clarissa Biolchini. Os reflexos dessa balança não poderiam ser melhores: o faturamento cresceu de 10 milhões de reais, em 1994, para 100 milhões de reais, em 2004. A empresa também acaba de lançar uma linha de xampus, em bisnagas plásticas, e sabonetes, em cartuchos de papel cartão, e planeja lançar outras ainda este ano.

Clarissa Biolchini(21) 2249-4098

Packaging Design(21) 2512-2980www.packaging.com.br

Prodesmaq(19) 3876-9300www.prodesmaq.com.br

Sinimplast(11) 4061-8300www.sinimplast.com.br

EXPANSÃO – Salto no faturamento e lançamento de linhas de xampus e sabonetes

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e aqui o inverno sorri aos vinhos, o verão acima do Equador movi-menta o mercado de cervejas, esquentando os desenvolvimentos

de embalagens especiais. Duas delas, metáli-cas, acabam de raiar nas prateleiras dos super-mercados dos Estados Unidos e do Canadá. A primeira é obra da titã Anheuser-Busch, dona da marca Budweiser.

No início de junho a cervejaria promoveu a estréia de seu carro-chefe em cervejas de menor teor alcoólico, a Bud Light, numa gar-rafa de alumínio cheia de estilo. Suprida pela americana Exal – líder mundial em garrafas metálicas, com produção anual de 1,1 bilhão de unidades dividida em três fábricas, uma delas na Argentina –, a embalagem destaca tons escuros e é revestida por um verniz especial de alto brilho, que simula a aparência do cobalto e lhe dá uma textura acetinada. Para contrastar com tal acabamento, o lettering do logotipo da cerveja é todo branco. “É uma embala-gem com a cara do verão, pois mantém a bebida gelada por mais tempo e é inque-brável, aspecto importante no consumo ao ar livre”, diz Dan McHugh, diretor de marketing da Anheuser-Busch.

Cool2Go estréia em latasOutra cerveja de verão lançada num recipiente inovador é a Labatt Blue Cold One, da canadense Labatt, cerve-jaria do grupo InBev. Ela é a primeira bebida do mundo acondicionada numa latinha de alumínio com rótulo ter-moisolante, que protege o conteúdo do calor das mãos do consumidor e da temperatura ambiente. “Uma pesquisa confirmou que os aprecia-dores de cerveja reclamam que a bebida esquenta muito rápido”, diz Bob Chant, diretor de assuntos cor-porativos da Labatt no Canadá. O acessório foi desenvolvido numa união de forças entre a convertedora americana Multi-Color e a DuPont,

Calor no hemisfério norte inspira lançamentos de cervejas em latas high tech

Verão das metálicas

detentora da tecnologia de isolamento térmi-co Cool2Go, baseada num polímero isolante ensanduichado entre camadas do filme Melinex (sistema detalhado em EMBALAGEMMARCA nº 58, junho de 2004). Um rótulo termoencolhível, produzido com uma blenda especial de materiais que maximizam a proteção térmica, afixa uma banda isolante Cool2Go ao redor da latinha de 473ml da Blue Cold One. O rótulo, porém, não é só tecnologia isolante. Ele é impresso em roto-gravura com cores especiais prateadas, “gerando um resultado tão atrativo quanto a decoração litográfica e transmitindo ao consumidor o apelo refrescante do produto”, afirma Angela Santos, da área de marketing da Multi-Color. Dave Klotter, diretor de marketing da empresa, está entusiasmado com a possibilidade de difusão do rótulo isolante. “Já houve diversos contatos desde o lançamento dessa cerveja pioneira.”

DuPont0800 171715www.dupont.com.br

Exal (Argentina)+54 (2322) 496-226www.exal.com

Multi-Color+1 (508) 872-4268www.multicolorcorp.com

FOTOS:DIVULGAÇÃO

PRAGMATISMO – Bud Light em

garrafa de alumínio e Labatt Blue com rótulo isolante térmico

apostam em adaptação à

estação quente

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recer especialidades que reúnam alto desem-penho e preço competitivo. Em linhas gerais, esses são os fatores que vêm favorecendo a substituição do polietileno de baixa densida-de (PEBD) na produção de embalagens de produtos como arroz, feijão, açúcar e farinha de trigo por outra especialidade conhecida da cadeia plástica: o polietileno de baixa densi-dade linear (PEBDL).

Além de melhor performance mecânica, por ser mais resistente que o PEBD, o linear permite que a espessura dos filmes seja redu-zida. “Isso garante economia para o usuário final”, lembra Cláudio Neves, gerente de produto da Rio Polímeros (Riopol), primeiro pólo gás-químico do país, que no mercado de empacotamento automático está apostando

omposto por produtos de giro veloz e valor agregado nem sem-pre evidente, o mercado de grãos e cereais já foi considerado celeiro

de embalagens de performance duvidosa e custo quase desprezível. Na contramão desses estigmas, decorrentes de estratégias envol-vendo acondicionamentos de pobre aspecto visual e baixa proteção, ou, pior, vendas a granel, novas gerações de resinas multipli-cam-se na cadeia de embalagens flexíveis, modernizando as bobinas e filmes técnicos destinados ao empacotamento automático de cereais e granulados.

A fim de atender às necessidades de acondicionamento desse setor, a indústria de termoplásticos vem se esforçando para ofe-

especialidades >>> empacotamento automático

omposto por produtos de giro veloz e valor agregado nem sem-pre evidente, o mercado de grãos e cereais já foi considerado celeiro

de embalagens de performance duvidosa e

CPor Leandro Haberli

Especialidades químicas mais modernas aumentam performance de filmes e embalagens plásticas de granulados e cereais

Novas resinas puxam desem penho do mercado de empacotamento automático

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Especialidades químicas mais modernas aumentam performance de filmes e embalagens plásticas de granulados e cereais

em blendas ricas em PEBDL com adição de 20% de PEBD convencional.

Outro ponto que parece aumentar a com-petitividade do PEBDL no mercado de granu-lados e cereais é o desempenho em máquina. “As altas velocidades de ensaque permitem que os filmes técnicos de alta performance proporcionem ao empacotador custo compa-tível com suas margens de ganho”, observa Patrick Teyssonneyre, engenheiro de desen-volvimento da Braskem, petroquímica inte-ressada em aumentar os volumes de resinas vendidos para o mercado de empacotamento automático.

Dentro dos esforços voltados a gerar menores custos médios de longo prazo para os transformadores de filmes e para as indústrias

Novas resinas puxam desem penho do mercado de empacotamento automático

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usuárias dessas embalagens, também fica clara a tendên-cia de oferecer composições de PEBDL com desempenhos cada vez mais variados. Tal diversidade já permite que os empacotadores usem diferen-tes estruturas de filmes num mesmo produto.

Isso pode ser vantajo-so, por exemplo, quando as praças de distribuição ficam muito distantes umas das outras: ao menos em teoria, um saco de arroz vendido a um supermercado próximo à fábrica do empacotador não precisa ter a mesma resistên-cia daquele que atravessará o país antes de chegar ao ponto-de-venda.

Apesar dessas variáveis, de maneira geral as petroquímicas estão apostando em produ-tos de alto desempenho, que a um só tempo prometem aumentar a produtividade, gerar maiores barreiras, criar apelo visual no ponto-de-venda e otimizar a resistência a impacto e perfuração – ou rasgo e dardo, no jargão dos profissionais do setor.

Blendas com mais valorA Riopol, por exemplo, tem investido para consolidar o patamar de qualidade de seu grade HF-22008 S3, PEBDL base-hexeno indicado para extrusão de filmes tubulares em misturas com PEBD. “Em aplicações críticas, caso do mercado de empacotamento automá-

tico, trata-se de um produto cuja performance não deixa a dever ao PEBDL tipo octeno”, compara Cláudio Neves. Outro produto da Riopol para o mercado de empacotamento automático é o BF-2008 S3, PEBDL base- buteno, que apresenta “brilho e transparência, além de ótima soldabilidade quando pro-cessado em máquinas de alta velocidade de empacotamento”.

Segundo o gerente de produto da empresa, tais vantagens já permitiram que a Riopol, cujo pólo gás-químico começou a ser cons-truído em 2001, fornecesse suas resinas para os transformadores dos filmes utilizados por marcas líderes do mercado de arroz, como Camil e Tio João. Ainda no setor de empa-

RESISTÊNCIA – Tecnologia PEBDL Quaterpolímero, da Braskem: adaptação

aos processos de alta velocidade

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MIGRAÇÃO –Transformadores das

embalagens de marcas líderes nos mercados

de arroz e açúcar aderiram aos

compostos da Riopol

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cotamento automático, Neves informa que outro adepto das blendas da Riopol é o açúcar União, cuja embalagem de 1 quilo vem sendo produzida a partir do HF-2208 S3.

Afora a rapidez de ensaque, a necessidade de oferecer resinas que se adaptem a variadas capacidades de embalagens (principalmen-te 1, 2 e 5 quilos), resistindo a condições severas de transporte e armazenamento, está por trás de boa parte das melhorias atreladas a essas novas gerações de especialidades químicas. Pensando em garantir segurança durante os processos logísticos, equilibrando rigidez e resistência a impactos, a Braskem está oferecendo ao mercado de empacota-mento automático uma solução que combina especialidades das famílias Braskem Pluris e Braskem Flexus.

Hot tackUtilizando a tecnologia de produção de PEBDL Quaterpolímero, a empresa afirma que a mis-tura de resinas leva à obtenção de filmes téc-nicos com propriedades óticas diferenciadas e

MAIS VANTAGENS: Em relação ao PEBDL convencional, novas

especialidades prometem melhor

estabilidade do balão

que se adaptam aos processos de ensacamento automático de alta velocidade. Outro ponto alto do produto seria a maior resistên-cia a solda quente, característica conhecida entre os profissionais do setor como hot tack. Em outras palavras, trata-se da capacidade de o filme manter-se selado quando a solda da máquina empacotadora está quente.

“É um conceito fundamental não só no mercado de grãos e cereais, mas para toda a indústria de embalagens flexíveis”, ressalta Walmir Soller, gerente de negócios da Braskem. O executivo lembra que a importância do hot tack está crescen-do no rastro da maior presença de máquinas empacotadoras de alto desempenho e das conseqüentes e progressivas exigências de performance feitas pelos end-users.

Para aumentar a produtividade dos empa-cotadores, a redução da temperatura ini-

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cial de selagem é outra qualidade que as fornecedoras de resinas termoplásticas têm buscado em suas composições destinadas a aplicações de empacotamento automático. “De fato, as características de selagem e resistência mecânica superiores possibilitam maior velocidade na linha de ensacamento do usuário final”, sintetiza Vicente Silva, geren-te de desenvolvimento e assistência técnica da Politeno, empresa que no mercado de empacotamento automático está apostando no composto FA-41 D.

A força das classes C e DÀ base de octeno, esse PEBDL da Politeno pertence à família LinTech, que reúne outros produtos para empacotamento automático, sacaria industrial, liners, laminação e especialidades em filmes de alta resistência. Além disso, a empresa atua com compostos de PEBDL base-buteno, que podem ser aditivados com agente antibloqueio, agente de proces-samento e antioxidante.

Porém, no aspecto desempenho, a vedete na área de empacotamento automático é mesmo o FA-41 D, que, segundo Vicente Silva, se diferencia das resinas base-buteno por oferecer ganhos de produção de até 25%. “A qualidade final também é contemplada com maiores brilho e transparência das embalagens.”

Apesar do foco nesse integrante da família LinTech, a Politeno man-tém outras linhas de resinas especiais

Braskem(11) 3443-9999www.braskem.com.br

Politeno0800 7040110www.politeno.com.br

Riopol0800 7078898www.riopol.com.br

para empacotamento automático, caso da família Suplex. De acordo com o gerente de desenvolvimen-to da empresa, uma das vantagens desse produto é dispensar equipa-mentos de misturas de resinas. “Isso gera redução de custos com energia elétrica, além de permitir melhor aproveitamento de mão-de-obra”, conclui Silva.

Pela variedade de estratégias e produtos, fica claro que, com a contribuição de progressivos investi-mentos em modernos equipamentos de ensaque, o mercado de empaco-tamento automático se tornou estra-tégico para muitos fabricantes de

resinas termoplásticas. O motivo é simples: ao reunir produtos que fazem parte da dieta básica de grande parcela da população, o setor consolidou-se como excelente canal de escoa-mento de especialidades químicas com maior valor agregado.

Nesse sentido, as atenções dirigidas pelas petroquímicas aos empacotadores de granu-lados e cereais evidenciam a relevância dos consumidores de baixa renda na cadeia brasileira de embalagens (ver Entrevista na página 32). “Produtos específicos para as classes C e D estão sem dúvida entre as principais tendências do mercado de flexí-veis”, diz Walmir Soller, da Braskem. “O mercado de empacotamento automático é uma boa prova disso.”

ESTRATÉGICOS – Investimentos miram alimentos que fazem parte da dieta básica da população

ALIADOS – Modernização de equipamentos e produtos premium contribuem para a abertura de mercado dos filmes de alta performance

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com caixas de papelão ondulado”, resume Walter Bragatto, especialista em marketing da empresa.

O executivo explica que, antes da implan-tação do equipamento, a 3M faz uma avaliação de quanto será efetivamente economizado. Em alguns casos os custos das caixas de papelão

ondulado podem ser reduzidos em até 25%, mesmo aumentando-se

os gastos com fitas ade-sivas, que normalmente representam de 2% a 4% do preço total desse tipo

de embalagem de trans-porte.

Vantagens em dobro“O porcentual de economia

varia em função de diferen-tes fatores, como tamanho da

caixa, número de ondas do papelão e tipo de produto a ser transportado”, lembra

Bragatto. Em caixas com 400mm de largura, por exemplo, a largura das abas pode ser redu-zida de 200mm para 50mm. “Se as fitas forem aplicadas nas abas superiores e inferiores, a economia de material dobra.”

Principalmente pelo pioneirismo e pelo caráter criativo, as expectativas em torno do equipamento são muito otimistas. O especia-lista em marketing da 3M informa que, na condição de subsidiárias brasileiras de multi-nacionais, alguns usuários do SRA comenta-ram com outras unidades os ganhos obtidos com a redução das abas de suas embalagens de papelão ondulado. A repercussão da propagan-da boca-a-boca tem sido animadora.

“Nos últimos meses começamos a receber e-mails de países como Inglaterra e Singapura, enviados por diferentes profissionais interessa-dos na solução”, comemora Bragatto. “Nossa matriz americana também tomou conhecimen-to do SRA, e entrou em contato conosco para obter mais detalhes”, completa o executivo, lembrando que a solução já foi patenteada pela 3M do Brasil.

á pouco mais de um ano a subsi-diária brasileira da multinacional 3M vem fornecendo uma solução de empacotamento que está cha-

mando a atenção de concorrentes e da pró-pria divisão de embalagens de sua matriz americana. Desenvolvido no Brasil e já cedido em regime de comodato a diferentes indústrias usuárias de embalagem, o equipamento, ao aplicar fitas adesivas ou fil-mes de polipropileno (PP) em cai-xas de papelão ondulado, permite – além do objetivo básico de fechar as embalagens – reduzir o tamanho de suas abas.

Batizado de SRA (Sistema de Redução de Abas), o produto surgiu da necessidade de aliviar os aumentos de preço detectados no setor de papelão ondulado, no qual a 3M também é conhecida por fornecer máquinas montadoras de caixas. “Com a ele-vação dos custos, intensificada nos últimos dois anos, os clientes começaram a solicitar projetos para diminuir os gastos crescentes

logística >>> papelão ondulado

Sistema de embalagem reduz preço das caixas de papelão ondulado em até 25%

Alívio no custo das abas

SUBSTITUIÇÃO – No Sistema de Redução

de Abas, fitas adesivas ou filmes de PP

diminuem abas das caixas

3M0800 132-333www.3m.com.br

ECONOMIA – Antes da implantação do sistema, 3M faz estudo para avaliar ganhos efetivosFO

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suisse tem potencial para beneficiar-se disso, segundo recente estudo da LatinPanel (veja a Entrevista desta edição). A nova embalagem, termoformada com chapa de poliestireno da Coexpan e rótulo da Alcan, irá abastecer o pequeno varejo, responsável pela maioria das compras de alimentos pelas classes C, D e E,

onde a Danone tem detectado uma prática gaiata. “Muitas lojas de subúrbio

quebram as bandejas de Danoninho e vendem as forminhas por unidade”, relata Alberto Bendicho,

diretor de comunicação e marketing da Danone. “Isso

arranha nossa marca e pode fazer compradores adquirirem um pro-

duto sem marcação de validade.”Mas por que não se tentar explo-

rar o mercado popular com uma marca econômica (ou “de combate”, no jargão

do marketing), prática levada a cabo por tantas outras gigantes industriais de alimentos nos últi-mos anos? Simples contenção de investimentos? Segundo Bendicho, não. “Poderíamos ter lança-do um produto alternativo com a Paulista, marca já controlada por nós”, ele lembra. “O objetivo, porém, não é apenas gerar massa crítica em curto prazo, e sim ampliar a base consumidora com a marca top de linha da categoria.”

ara crescer, Danoninho acaba de encolher. Esse verdadeiro patrimônio da Danone, motor de quase 20% de seu faturamento em lácteos frescos e

líder em queijinhos petit suisse no Brasil, com share de 40%, estreou, no fim de maio, uma versão enxuta. Com duas uni-dades em vez das oito da bandeja tradicional, ela traz sugestão de preço no rótulo – artifício nunca antes empregado pela Danone e desenvol-vido visualmente pela Sapien Design. Apelidada de “precificada”, a novidade custa 79 centavos. A bandeja standard, em média, 3,60 reais. O porquê da miniaturiza-ção? Nas palavras do argentino Gustavo Valle, presidente da subsidiária brasileira da Danone, para aproximar o consumidor de baixa renda dessa marca líder. “Esse comprador reconhece nossa liderança, mas leva outras marcas para casa quando o dinheiro é curto.”

Amparada por alguns dados, essa estratégia faz sentido. Embora tradicionalíssimo, o produto ainda tem grande potencial para ampliar sua presença nos domicílios nacionais, calculada atu-almente em 12%. Com a melhoria econômica, a cesta de compras da população de orçamento apertado vem se sofisticando, e o queijinho petit

estratégia >>> lácteos frescos

Danoninho miniatura tem a missão de difundir petit suisse no mercado popular

Queijinho menor, lucro maior

FOTOS:DIVULGAÇÃO

A aposta de marcas líderes em embala-gens miniatura para explorar o mercado popular nacional tem na Coca-Cola uma jogadora ilustre. Para frear o ímpeto das tubaínas e recuperar sua média his-tórica de pouco mais de 50% de share em refrigerantes, quebrada em meados de 2003, a multinacional decidiu pela readoção das garrafas retornáveis de vidro. Nessa ação, lançou uma garrafi-nha retornável de 200ml, produzida pela Owens-Illinois e comercializada no peque-no varejo por módicos 50 centavos. A

Coca-Cola não comenta a performance desse produto. Mas há sinais de que ele agradou. Restrito no início à Baixada Fluminense e aos subúrbios da Grande Belo Horizonte, hoje ele é distribuído em todo o país. Dois meses atrás, uma outra Coca enxuta, também atrativa à baixa renda, estreou no Sul: uma latinha de 250ml, vendida a 1 real (na foto). Em tempo: segundo a ACNielsen, a Coca-Cola recuperou seus mais de 50% de share. As vendas dos refrigerantes da marca cresceram 9% em 2004.

“Coquinhas” estão fazendo sua parte

Alcan(11) 5503-0722www.alcan.com.br

Coexpan(11) [email protected]

Owens-Illinois do Brasil(11) 6542-8000www.oidobrasil.com.br

Sapien Design(11) 3815-7026www.sapiendesign.com.br

MÍNI – Danoninho enxuto traz, pela primeira vez na

história da marca, sugestão de preço

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“A baixa renda também é consumidora de marca”

entrevista >>> Fátima Merlin

entadas em folgadas lideranças históricas, gigantes industriais vêem seus market sha-res despencarem. Operações pequenas e médias crescem e incomodam as donas de marcas de referência. É o cenário brasileiro

dos negócios em FMCG – ou Fast Moving Consumer Goods, expressão em voga para bens de largo consumo – nos últimos quinze anos. Seu motor? O consumidor de orçamento apertado, o povão, o mercado CDE. Ninguém mais duvida disso. Responsável por 71% das vendas anu-ais de produtos de alto giro no país, ou cerca de 400 bilhões de reais, segundo cálculos recentes, o consumo popular lota eventos de management, atrai a atenção de gurus de estratégia corporativa (A Fortuna na Base da Pirâmide, com doze páginas dedicadas ao sucesso das Casas Bahia, é best-seller mundial do indiano radicado nos Estados Unidos C. K. Prahalad) e alavanca pesquisas. Uma delas acaba de ser consolidada pela LatinPanel, joint venture dos grupos TNS, NPD e Ibope para elaboração de painéis de consumo e consultoria em mercados latino-americanos.O estudo da LatinPanel, cabe esclarecer, não contemplou apenas a baixa renda. Monitoraram-se os gastos de resi-dências nacionais de todas as esferas sociais nos meses de outubro de 2004 e março de 2005, numa amostragem representativa de 86% do potencial de consumo domi-ciliar no país. Os resultados mais reveladores, porém, vieram dos lares de renda apertada. Quem conversa com EMBALAGEMMARCA sobre como vem se comportando esse consumidor das massas, pinçando informações sobre preferências de canais de compra, de marcas e de emba-lagens, é a economista Fátima Merlin, gerente de atendi-mento ao varejo da LatinPanel.

O que motivou a realização desse painel de consumido-res no Brasil e como ele foi realizado? Na verdade não foi um estudo isolado. Ele é realizado anualmente. Só que a edição mais recente, baseada em resultados de outubro de 2004 e de março de 2005, apre-sentou respostas interessantes sobre consumo popular – e por isso tem sido objeto de grande interesse. Neste ano ele gerou participações em dois grandes seminá-rios sobre consumo popular, organizados pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) e pela Abras (Associação Brasileira de Supermercados). Realizamos um monito-ramento constante, através de visitas semanais a domi-cílios de todo o Brasil. São 33 000 entrevistas feitas por mês. Vamos às casas aferir o quanto famílias gastam, o que elas compram e em que quantidades, observando o consumo de mais de setenta categorias de produtos em itens de largo consumo – cesta de alimentos, bebidas e produtos de higiene. Também apuramos informações sobre os canais de vendas, como gasto no canal por cesta, locais de compra e fatores importantes para esco-lha do local de compra.

Nota-se um crescente interesse das indústrias em enten-der os gostos e hábitos do consumidor de baixa renda. Em linhas gerais, o que o mercado popular representa para o consumo de alto giro no país e que desempenho ele teve nessa mais recente pesquisa?A população brasileira de baixa renda é um maná de oportunidades de negócios. Estamos falando de um contingente de consumidores que responde por 77% da população domiciliar e por 71% do consumo de bens não-duráveis no país. São as famílias cuja renda mensal

Fátima Merlin, gerente de atendimento ao varejo

do instituto de pesquisas LatinPanel, comenta

os resultados de recente levantamento sobre

consumo popular no Brasil

S

DIVULGAÇÃO

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CONGRAF

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total chega a até dez salários mínimos. A pesquisa refor-çou uma noção elementar sobre essa base da pirâmide social. Os fatores renda e emprego têm um impacto muito forte sobre ela. Quando há melhoria conjuntural, com maiores oportunidades de emprego e aumento da massa salarial ou do rendimento real, esse consumidor vai sim às compras. Ele é ávido por consumir. Com a evidente melhora conjuntural, mesmo longe de provocar grandes transformações no consumo, e com a facilitação da concessão de crédi-to no comércio, as classes popula-res têm comprado mais.

Mais que comprar em maiores volumes, é de se crer que, menos sufocada, a população de baixa renda tenha ganhado acesso a pro-dutos antes não contemplados em suas compras, como ocorreu de forma célebre com iogurte e frango no período posterior à implantação do Plano Real. A pesquisa mostra isso?Sim. Essas classes não só têm con-sumido mais, mas também com maior sofisticação. Quando realiza-mos o último levantamento, com a economia menos favorável, a classe C possuía quarenta categorias de produtos em sua cesta padrão – o mix de produtos de compra regular, de freqüência. Com a melhoria conjuntural, hoje são 56 categorias. Na classe DE isso vem acontecendo em proporção maior. Antes, a cesta padrão desse público era composta por 28 categorias. Agora, ela contempla 49 categorias, numa evolução de 75%. De forma geral, as classes C, D e E têm ampliado suas cestas com produtos menos básicos, com maior valor agregado. Exemplos: leite condensado, iogurtes, salgadinhos, requeijão, maio-nese e cerveja. Por sua vez, a classe AB incrementou sua cesta de compras de forma mais tímida: passou de 50 para 59 categorias.

Que oportunidades para as indústrias ficam claras a partir dos dados colhidos sobre a estrutura familiar da população de baixa renda?Acreditamos em oportunidades latentes para produtos infantis na camada de baixa renda. Sucede que o número de crianças nos domicílios da classe DE é praticamente o dobro que na classe AB. Fica claro o potencial para produtos como leites, queijinho petit suisse, achocola-

tados em pó, sobremesas prontas e itens de higiene e beleza – que, aliás, já vêm sendo mais contemplados por esse consumidor. Em geral, os lares de renda apertada são habitados por uma população mais jovem que nos da classe AB. São consumidores mais predispostos a expe-rimentações. Mais de 58% deles disseram ter adquirido itens de marcas próprias do varejo recentemente. Daí é

possível dizer que há potencial para o lançamento de produtos dedica-dos a esse consumidor.

Aproveitando a menção, o que foi possível observar sobre o relacio-namento desse consumidor com marcas?Posicionamento de preço é um fator crucial, e por isso indústrias que-bram a cabeça para saber em qual faixa posicionar suas marcas para atingir o povão. Nosso monito-ramento constatou que as marcas de maior destaque foram aquelas de preços intermediários, situados numa faixa 10% abaixo a 10% acima do valor médio praticado na categoria. Elas têm crescido nas cestas de todas as classes, porém mais fortemente nas da base da pirâmide social. O público CDE gastou 43% de seu orçamento para bens de alto giro nessas marcas. As de low price, entretanto, ainda têm

relevância. Veja o caso da cesta de higiene e beleza desse consumidor: 42% das compras se deram em marcas de preço baixo. Por trás dessa tendência enxergamos dois fatores. As marcas de primeiro preço surgidas nos últi-mos anos, as talibãs – embora eu não goste desse termo–, estão se profissionalizando, se consolidando e praticando valores maiores. Paralelamente, grandes indústrias têm lançado marcas econômicas para o mercado popular, querendo no mínimo bloquear essas operações mais enxutas.

Gigantes como Coca-Cola, Unilever e Danone têm lan-çado produtos líderes em embalagens compactas, com volumes menores, para atingir as massas. Os acom-panhamentos da LatinPanel têm registrado aceitação desses produtos?Sim. É visível que a grande indústria reconhece que as classes menos favorecidas privilegiam a fartura, a ques-tão do “produto para a família”, ao contrário da classe AB, que prioriza a exclusividade em muitas categorias,

“As marcas de

preços intermediários

têm crescido nas cestas

de todas as classes,

porém mais fortemente

nas da base da pirâmide

social. O público CDE

gastou 43% de seu

orçamento para

bens de alto giro

nessas marcas”

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e tem criado embalagens para atender a tal comporta-mento. Primeiro vieram muitas embalagens econômicas grandes, tamanho família. Agora determinadas marcas fortes apostam em embalagem miniatura, e isso pode ser uma válvula, pois fartura para o consumidor de baixa renda não significa unicamente grandes quantidades, mas também a possibilidade de usufruir as líderes. E as embalagens menores podem con-tribuir neste momento por causa de uma conclusão que pode ser extra-ída de diversos estudos anteriores: sempre que há melhoria conjuntu-ral, há melhoras nas performances das marcas líderes.

Nesse caso, pode-se afirmar que o consumidor de baixa renda também é um consumidor de marca?É isso. Nas nossas pesquisas per-cebemos nas classes sociais mais baixas uma admiração fortíssima pelas marcas líderes. Marcas fortes são vistas como garantia de qua-lidade, de “compra sem erro”, e o consumidor de baixa renda quer ser reconhecido como comprador inte-ligente, principalmente as donas de casa, que desejam ser vistas como exemplares. Elas gostam de mostrar à família e aos vizinhos sua esperteza, do tipo “olha o quanto eu consegui agregar à minha cesta com a minha racionalidade” – seja através de sua inclusão em novas categorias ou pela aquisição de marcas notórias. Sucede que esse consumidor é racional, tem noção exata do seu poder de compra, sabe os valores praticados em cada categoria e embute no custo do produto o quanto ele terá que gastar no transporte para adquiri-lo. Daí essas marcas estarem apostando numa maior proximidade com o consumidor de baixa renda por meio da priorização ao pequeno varejo com embalagens menores. Faz todo sentido. Essas classes perceberam de modo mais prático que, com a inflação controlada, compras grandes são dis-pensáveis. Elas estão aumentando a freqüência de visitas aos pontos-de-venda e gerando tíquetes com valores pequenos. Compram muito, mas de forma picada.

Isso parece explicar a maior atenção que a indústria vem dando aos canais alternativos, com sinais de insa-tisfação pela concentração de poder nas mãos das gran-des bandeiras varejistas no pós-Real...Exato. Com a estabilidade da moeda e o fim da necessi-

dade de concentrar as compras logo após o recebimento do salário, os canais alternativos – mercearias, padarias, farmácias, açougues e vendas porta a porta – têm ganhado importância. Excetuando-se o pãozinho, que é um produ-to de compra diária, os demais componentes da cesta da baixa renda geram de quatro a oito visitas ao varejo por mês. Muito embora a economia venha sendo favorável,

isso não tem mexido na tendência da contenção orçamentária das famílias de orçamento apertado. Por isso elas estão se abastecendo cada vez mais fora das grandes lojas. Enquanto 76% dos gastos da classe AB acon-tecem em supermercados e apenas 24% em outros canais, a classe C realiza 34% de suas compras em lojas de vizinhança. Segundo essa nossa mais recente pesquisa, essa preferência está explícita como nunca na classe DE: 49% dos seus gastos em itens de alto giro se dão no pequeno varejo. Em 2003, esse índice era de 43%.

Como as diferentes classes sociais se relacionaram com as promoções nesse período analisado?Na pesquisa verificamos que a importância das promoções aumen-ta conforme aumenta o nível da classe social – e não o contrário, como muitos poderiam supor. Para

se ter idéia, promoções representaram 13% dos gastos da classe AB. Na classe C, registramos um índice de 10%. Na classe DE, o número cai para 6%.

É possível retirar uma grande lição após a análise de todos os números colhidos nessa pesquisa? Que reco-mendação eles deixam às empresas?Que de fato se faz necessário investigar a fundo esse público de baixa renda para adaptar modelos de negócios a ele. Fica claro que não é prolífico estender a esse con-sumidor modelos criados para o atendimento da classe AB. Esse consumidor compra de forma diferente. O empresariado já está atento a isso, o que explica não só o aumento das embalagens econômicas e a maior aten-ção aos canais alternativos, mas também a comunicação diferenciada, dedicada a essa classe – haja vista muitas redes de varejo desenvolvendo conceitos para atender esse público. Indústrias podem aproveitar melhor as ocasiões de compra desse consumidor de baixa renda. É preciso criar alternativas para ele.

“Segundo essa

nossa recente pesquisa,

a classe DE está se

abastecendo cada vez

mais fora das grandes

lojas e 49% dos seus

gastos em itens de

alto giro ocorreram

no pequeno varejo.

Em 2003, esse índice

era de 43%”

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lava-roupas na região é mais baixa do que no resto do país, e a maioria das consumidoras uti-liza tanques ou bacias”, observa Andréa Prado, gerente de marketing da Pronto.

Percepção de qualidadeEsse detalhe também influiu na escolha do material de algumas embalagens. O sabão em pó, por exemplo, não é vendido nas tradicionais caixas de papel cartão, e sim em pouches flexí-veis. “São embalagens mais adequadas ao nosso público-alvo, pois não esfarelam e protegem o produto da água, evitando que fique empedra-do”, argumenta Andréa Prado, que não revela os nomes dos fornecedores das embalagens.

Com a chancela da marca Bombril, a iden-tidade visual da linha Pronto foi criada pelo Fullpack Design, escritório especializado em branding e embalagens. Cientes de que a

proposta da linha Pronto era oferecer a melhor relação custo-benefício para consumidoras nor-destinas das classes C e D, os designers da empresa visitaram pontos-de-venda da região e partiram para o trabalho.

“Trabalhando com uma logomarca poli-valente, que unifica a linha e busca transmitir eficiência e suavidade, estabelecemos uma iden-tidade visual popular, mas com percepção de qualidade”, acredita Mauricio Marquez, diretor da agência. Entre os destaques do projeto está a mascote da linha de amaciantes: uma simpática ovelha de pelúcia abraçada a uma toalha, que aparece nos rótulos do produto.

ob administração judicial desde 2003, quando foi suspenso o poder de controle da Cirio, a Bombril está se movimentando para recuperar o

espaço perdido no mercado de limpeza domésti-ca. Além do reposicionamento da marca Limpol, a empresa anunciou investimento de 5 milhões de reais na nova linha Pronto. Lançada em junho com exclusividade nas regiões Norte e Nordeste do país, a família reúne desinfetantes, detergen-tes líquidos para louça, sabão em barra, além de amaciante e sabão em pó para roupas.

Focados em consumidoras das classes C e D, os produtos serão fabricados na unidade nordes-tina da Bombril, que ocupa uma área industrial de 14 000 metros quadrados, na cidade de Abreu e Lima (PE). Em cinco anos, a empresa espera que a marca Pronto, inspirada numa expressão lingüística em alta no Nordeste, abocanhe 20% do mercado de home care da região.

Segundo dados da ACNielsen, os produtos de limpeza doméstica movimentam no mercado nordestino 680 milhões de reais por ano, que correspondem a 15,5% do total no país. Entre 1994 e 2003, as taxas de crescimento do merca-do nordestino de home care superaram a média nacional, ainda de acordo com a ACNielsen.

Naquele período, o consumo brasileiro de produtos como sabão em barra caiu mais de 4%, enquanto no Nordeste as vendas da cate-goria evoluíram 43%, passando a representar 34% do volume nacional. “A concentração de

estratégia >>> limpeza doméstica

Revigorada e com nova linha de home care, Bombril quer abordar públicos C e D

Pronto para ganhar mercado

Fullpack(21) 3385-4205www.fullpack.net

FOTOS:DIVULGAÇÃO

REGIONAL – Com marca Pronto, Bombril espe-ra conquistar 20% do mercado nordestino de limpeza doméstica

MASCOTE – Ovelha de pelúcia decora rótulos da linha de amaciantes

S

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julho 2005 <<< EmbalagemMarca <<< 41

nal (CSN), fornecedora das chapas de aço especiais requeridas pelo processo de expansão. As novas latas são fabricadas pela Companhia Brasileira de Latas (CBL) em sua planta industrial de Lins (SP), confor-me detalha seu gerente de novos negócios, Carlos Matarazzo. “É nessa unidade que concentramos a produção de latas expandidas”, conta o executivo. Para todos os envolvidos no projeto, as latas com per-fis diferenciados abrem uma nova perspectiva para as latas de aço no segmento de óleos comestíveis. “Com a tecnologia de expansão, as principais marcas de óleos poderão ter formatos personalizados e exclu-sivos que lhes agreguem praticidade e beleza”, prevê Fabio Mestriner, diretor da Packing Design.

ara reconquistar nacos tomados nos últi-mos anos pelas garrafas de PET no merca-do de óleos comestíveis, a lata de aço vem apelando a novos formatos, destoantes do

tradicional cilíndrico (como reportado em EMBALA-GEMMARCA nº 66, fevereiro de 2005). Daí a recente estréia nessa seara da primeira lata expandida de aço, a reboque do lançamento de uma nova linha de óleos premium com a marca própria da rede varejista Pão de Açúcar. Com perfil projetado pela Packing Design de modo a valorizar a ergonomia, ou seja, facilitar seu manuseio pelos consumidores, as novas latas acondi-cionam 500ml de produto. O volume menor do que o habitual se deve aos alvos comerciais da nova linha, as pessoas que moram sozinhas (singles), as pequenas famílias e os usuários moderados do produto.

O desenvolvimento das novas embalagens con-tou com o apoio da Companhia Siderúrgica Nacio-

aço >>> óleos comestíveis

Lata expandida estréia em óleos

CBL(11) 6090-5005www.cbl.ind.br

CSN (11) 3049-7162www.csn.com.br

Packing Design(11) 3074-6611www.packing.com.br

Na pista

P MODERAÇÃO – Com 500ml, latas miram singles e usuários "light"

DIVULGAÇÃO

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42 >>> EmbalagemMarca >>> julho 2005

Com o PPA Suzano Petroquímica e a Basell che-garam a um acordo preliminar para a compra pela Suzano da participação integral da Basell na Polibrasil, líder latino-americana em polipropileno (PP), com produção anual de 625 000 tonela-das. O negócio é de US$ 240 milhões.

Sem o PPA PP Payne, divisão do grupo britânico Bunzl com negócios na área de fiti-lhos para fácil abertura de embalagens, anunciou que passará a ser chamada apenas de Payne a partir de julho.

Mais dezCompletando dez anos, a agência de design B+G reformulou seu site na Internet (www.bmaisg.com.br). Além de apresentar o portfólio da empresa, ele agora conta com uma seção de notícias.

C’est si bonA Tetra Pak recebeu em junho o Prêmio LIF – Liberdade, Igualdade, Fraternidade, concedido pela Câmara de Comércio França-Brasil, na categoria Meio Ambiente. O motivo foi o projeto de apoio às cooperativas de catadores no país e o incentivo à coleta seletiva.

EcoPET com prazoAté 30 de agosto. É o prazo para as inscrições de trabalhos para a sexta edição do Prêmio EcoPET, organizado pela Abipet – Associação Brasileira da Indústria do PET para reconhecer boas idéias e iniciativas em prol da recicla-gem. Os resultados saem em novembro. Regulamento e informações podem ser obtidos em www.abipet.org.br.

Posses na ECRCesar Suaki dos Santos, diretor da área de Compras e Supply Chain da Companhia Brasileira de Distribuição (CBD), detentora dos supermercados Pão de Açúcar, Compre Bem, Sendas e Extra, é o novo presidente pelo varejo da Associação ECR Brasil. Ele substitui Silvio Laban Neto, ex-diretor do Pão de Açúcar. A ECR Brasil também tem outro presidente, pela indústria: o diretor de Customer Management da Unilever Bestfoods do Brasil, Lúcio D’Almeida.

Dez empresas acabam de adotar embalagens plásticas de rápida degradação produzidas por converte-doras com a tecnologia inglesa D2W, licenciada no país pela RES Brasil, de Valinhos (SP). Entre as novas usuárias estão Varig, Melhoramentos, WWF

Brasil e bancos. “Uma grande opera-dora de telefonia celular irá adotá-las em breve”, antecipa Eduardo Van Roost, diretor da RES Brasil. Já pas-sam de 120 empresas que utilizam essas embalagens no país.(19) 3871-5185 • www.resbrasil.com.br

Mais dinâmico e alinhado ao visual da empresa. Assim é o novo site da Polo, produtora de filmes de polipropileno bi-orientado (BOPP). Seções foram reesti-lizadas e outras são novas, como a de notícias. “A partir de julho, versões em inglês e espanhol estarão disponíveis”, antecipa Sandra Andrade, da área de marketing e planejamento da Polo.www.polofilms.com.br

Casa reformulada

“Esperamos manter diálogos mais constantes com as petroquímicas que resultem em acordos benéficos para as duas partes. Temos de frisar nossa posição como parceiros, com a proposta de um jogo de ganha-ganha”

Trecho do discurso de posse de Rogério Mani, da Sol Embalagens, como presidente da Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Flexíveis (Abief), em evento no dia 14 de junho, em São Paulo

Top de Marketing para sacola do povãoUma embalagem para transportar compras faturou o primeiro lugar na 38ª Feira Top de Marketing, tradicional evento da Escola de Administração da Fundação Getulio Vargas (FGV-EASP), cujo tema, neste ano, foi o desenvol-vimento de produtos para o segmento de baixa renda. Feita em jeans resis-tente e impermeável e com rodinhas

para facilitar o carregamento das com-pras, a bolsa, nomeada PegueLeve, é idéia de um grupo de alunas do quinto semestre de Administração de Empresas. O projeto levou em conta um dado detectado numa pesquisa das estudantes: 40% das donas de casa vão às compras a pé.(11) 3281-7700 • www.eaesp.fgvsp.br

As mais valiosas marcas francesas

Valor em 2005 (em bilhões 8,09 5,20 4,72 3,98 3,76de euros)

Evolução2004-2005 + 6,59% - 18,00% - 13,76% - 18,43 - 21,54

FONTE: INTERBRAND / L’EXPANSION (JUNHO 2005)

Rápida degradação com freguesia maior

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Com o intuito de promover maior sinergia entre end-users de embalagens e empresas for-necedoras, a Abre – Associação Brasileira de Embalagem lan-çou em 23 de junho o Comitê de Usuários de Embalagens. O grupo irá promover eventos e pesquisas e será coorde-nado por Geraldo Cofcewicz, gerente de embalagem da Perdigão. “Pretendemos buscar entendimentos que benefi-ciem toda a cadeia produtiva, reduzindo custos operacio-nais e otimizando resultados”, informa o executivo. A Abre possui outros seis Comitês: Normas Técnicas, Meio Ambiente, Estudos Estratégicos, Exportação, Design e História da Embalagem.(11) 3082-9722 • www.abre.org.br

Usuários com comitê próprio

Pesquisa realizada durante a feira comercial de plásticos e borracha Chinaplas 2005, ocorrida no fim de junho em Guangzhou, levantou que 89% dos chineses consideram a cadeia de plásticos de seu país obsoleta. Para 96% dos entrevistados a China deveria importar tecnologia de outros países, elevando a competitividade da indústria plástica local. Segundo dados setoriais, 20% dos equipa-mentos chine-ses para plásti-cos têm alto con-sumo de energia, baixa produtividade e falham em atender a requisitos de proteção ambien-tal, principalmente na indústria de embalagens flexíveis.

China, maná para plásticos

Categoria com mais rápido crescimento

Número de mercados em

expansão/analisados

Taxa de crescimento da categoria 03-04

Incremento de valor da categoria

(Euros)

Bebidas à base de soja 19 de 20 31% 244 milhões

Iogurtes Líquidos 37 de 40 19% 655 milhões

Ovos 13 de 13 16% 802 milhões

Cereal / Musli / Barra de cereais 26 de 30 14% 314 milhões

Bebidas Isotônicas / Energéticas 45 de 48 10% 438 milhões

Edulcorantes 21 de 28 10% 77 milhões

Refeições completas refrigeradas 15 de 15 10% 487 milhões

Um painel do aquecimento globalEnfoque contínuo na saúde, necessida-de de praticidade e crescente impac-to das marcas próprias. São as três principais tendências que elevaram o consumo de alimentos e bebidas no mundo nos últimos doze meses, segun-do o estudo da AC Nielsen Os Produtos Mais Quentes do Mundo – Informações Sobre o Crescimento de Categorias de Alimentos & Bebidas em 2004. Após um acompanhamento das vendas no grande varejo de 59 países, o instituto identifi-

cou os produtos, nesses gêneros, com mais rápidos crescimentos globais, num universo de 89 categorias monitoradas. Os destaques foram bebidas à base de soja e iogurtes líquidos (segmentos abordados em EMBALAGEMMARCA nº 69, maio de 2005). O estudo detectou mar-cas próprias influindo pesadamente em altas de certas categorias. Exemplos: bebidas isotônicas/energéticas e salga-dinhos/batatas fritas. Veja os principais produtos em alta no planeta.

FONTE: AC NIELSEN

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44 >>> EmbalagemMarca >>> julho 2005

inhos dificilmente saturam des-pensas, esgotam comandas em bares e lotam carrinhos de com-pras no Brasil. O consumo anual

per capita dessas bebidas no país é de 1,8 litro, uma gota frente aos quase 48 litros de cerveja e aos 8 litros de cachaça emborcados anualmente por cada brasilei-ro. Franceses e italianos descem garganta abaixo mais de 60 litros de vinho por ano. Argentinos e chilenos, uma média de 40 litros. Nos registros da ACNielsen, há qua-tro anos o mercado local de vinhos evolui a taxas módicas, com crescimentos em volume inferiores a 5%. Ante tais estatísti-cas, investimentos do setor de embalagens nas safras nacionais poderiam ser rotulados como um desatino. Contudo, eles estão ocorrendo.

Veja-se o caso da cadeia de valor dos rótulos auto-adesivos. Provedores de maté-rias-primas e gráficas, num esforço de aproximação, direcionam como nunca pro-

reportagem de capa >>> vinhos

Maior caixa no campo d os cachos

V

Por que a cadeia de

valor dos rótulos

auto-adesivos está

investindo para expandir

os negócios no mercado

nacional de vinhos, cujos

volumes estão muito

distantes daqueles

registrados no

resto do mundo

Por Guilherme Kamio

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julho 2005 <<< EmbalagemMarca <<< 45

Maior caixa no campo d os cachosdutos e serviços para as vinícolas. Tal movimento atende a uma lógica singela: o mercado pode não ser gigantesco, mas tem potencial, por quase não aquinhoar esses rótulos. “Os vinhos brasileiros ainda uti-lizam muito pouco os auto-adesivos”, diz Isabela Monteiro Galli, gerente de marke-ting da subsidiária brasileira da americana Avery Dennison, grande fornecedora de bases auto-adesivas.

Recente levantamento feito pela mul-tinacional mostra como a seara de vinhos no Brasil não está em descompasso com o resto do mundo em variedade de rótulos apenas na definição mercadológica, ou seja, em diversidade de marcas, mas também no sentido literal. Na Austrália, emergente produtora de buquês de qualidade, 80% das garrafas de vinhos são rotuladas com auto-adesivos. Esse índice chega a 65% na África do Sul, a 55% nos Estados Unidos e no Canadá e a 32% somados os países europeus. Nas safras brasileiras, calcula-se que o uso percentual de auto-adesivos não chegue à casa dos dois dígitos da produção, estacionando em cerca de 7%.

Só “lambe-lambes”Para decorar suas garrafas, vinícolas locais sempre optaram maciçamente por rótulos do tipo cut-and-stack, os populares “lambe-lambes”, engomados no momento da apli-cação nas embalagens. Sucede que, agora, certas questões na ordem do dia para as vitivinicultoras nacionais sorriem à difusão dos auto-adesivos.

Austrália 80%África do Sul 65%Estados Unidos 55%Canadá 55%Europa 32%Brasil* 7%

FONTE: AVERY DENNISON - * ESTIMATIVA

A presença dos auto-adesi-vos nas garrafas de vinhos

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46 >>> EmbalagemMarca >>> julho 2005

Estado da arte se mostra ao setor vitivinicultor

O setor empenha-se numa espécie de programa de bloqueio às marcas estran-geiras, dominadoras de 53% do mercado nacional de vinhos finos. Ao mesmo tempo, as principais vinícolas nacionais, reunidas no consórcio Wines From Brazil, se empe-nham em aumentar exportações. Estima-se que nem 10% do faturamento total dessas

empresas provenham dos embarques para o estrangeiro. Daí o recente viés de sofis-ticação, com a intenção de aumentar a percepção de valor do produto nacional – e a necessidade de expressá-lo por meio das embalagens. “Observamos crescer a cada dia a demanda das marcas nacionais por dife-renciação e posicionamento num patamar

MIX – Avery Dennison acaba de lançar linha com sugestões

para a decoração de vinhos

Disposta a frear o crescente número de marcas estrangeiras no mercado local e a vitami-nar as exportações, as vinícolas nacionais têm nas embalagens uma grande aliada. Só que, em última análise, a embalagem não faz milagres se o produto não for bom. Assim, vale buscar a excelência em todo o processo produtivo, do cultivo da uva ao engarrafamento do vinho. Uma boa oportunidade para aprimo-

rar conceitos e ver o estado da arte em equipamentos para a vitivinicultura irá ocorrer no Centro de Convenções de Milão, na Itália, entre os dias 22 e 26 de novembro próximo. Trata-se da 21ª edição do SIMEI – Salão Internacional de Máquinas para Enologia e Engarrafamento, even-to que engloba desde equipamen-tos para produção até soluções em embalagens para bebidas (ao contrário do que sugere o nome,

a feira não se restringe a vinhos e promete novidades para os mer-cados de águas minerais, refrige-rantes, sucos e outras bebidas alcoólicas). A feira espera atrair mais de 45 000 visitantes e terá cerca de 750 estandes, de expositores de 23 países. Os interessados podem solicitar mais informações pelo telefone +39 (02) 722-228, pelo e-mail [email protected] ou conferi-las no site www.simei.it.

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superior”, relata Isabela. O cenário, carim-bam as companhias envolvidas com rótu-los, dá sentido a um maior distanciamento dos rótulos engomados. “Os auto-adesivos suportam melhor o atrito e a umidade nos processos de exportação”, lembra a exe-cutiva da Avery Dennison. “Eles garantem maior qualidade de decoração, pois possibi-litam conjugar várias técnicas de impressão simultaneamente à utilização de substratos, tintas, vernizes e acabamentos especiais”, sentencia a Prodesmaq, produtora de rótulos baseada em Vinhedo (SP), num comunicado sobre o mercado de vinhos. “Ademais, sua aplicação é mais rápida e limpa.”

A Prodesmaq acaba de fornecer os rótulos auto-adesivos de dois lançamentos superpremium da prestigiada vinícola gaú-cha Miolo, o Fortaleza do Seival Tannat e o Fortaleza do Seival Tempranillo. Em papel couché fosco e impressos em off-set, eles contam com detalhes em relevo e verniz registrado. Também produziu, neste ano, a decoração para o vinho Botticelli

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REPERTÓRIO – Da esquerda para a direita, rótulos dos vinhos Miolo, Palomas e Almadén Sunny Days mostram o expertise da Prodesmaq

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ESTANDARTES – Auto-adesivos da Chatêau

Lacave têm forma de escudo numa

referência ao local de produção, um castelo

em estilo medieval

Brut, da Vinícola Vale do São Francisco, no Nordeste, e forneceu no fim de 2004 auto-adesivos para os tintos Palomas Gran Reserva e para os frisantes Almadén Sunny Days, da Pernod Ricard – estes últimos com o chamado no-label look, efeito que explora a transparência de filmes plásticos. Outros exemplos colorem a tendência de abertura das vinícolas aos auto-adesivos em suas linhas de valor superior. Pegue-se o caso da Château Lacave. Carro-chefe em sofistica-ção da vinícola, o Reserva Château Lacave, lançado no fim do ano passado, se escorou num auto-adesivo inspirado num escudo, com desenho da StudioDesign. Seu rótulo, suprido pela Igel, de Cachoeirinha (RS), possui acabamento em verniz UV e detalhes em alto relevo.

Gaúchos puxam difusãoAliás, a Château Lacave, que sempre desta-ca em seus rótulos estandartes, as insígnias dos castelos medievais, numa referência ao local de engarrafamento de seus vinhos, um castelo na Serra Gaúcha, já decora todo o seu mix de produtos com auto-adesivos. Uma vizinha, a Georges Aubert, de Garibaldi, segue o mesmo caminho.

“Utilizamos auto-adesivos há dois anos”, relata Rodrigo Veronese, responsável pelo desenvolvimento de produtos da vinícola. “Migramos pela união de qualidade de impressão e resistência que essa decora-ção oferece”. Duas companhias de rótulos abastecem a Georges Aubert. No Sul, a Adegráfica, do município de Estrela. A outra é a paulistana Setprint, com rótulos com qualidade off-set impressos em sistema digital.

Quem também colhe bons frutos de um programa de aproximação com as cam-panhas do Sul é a Catuaí Print, de Nova Fátima, cidade incrustada no chamado Norte Pioneiro do Paraná. “Notamos os clientes vinícolas mais e mais exigentes e nossos auto-adesivos, impressos em flexo-grafia com acabamentos especiais, como hot stamping, têm galgado espaços nesse mercado”, comenta Maristela Félix, da área comercial da Catuaí Print.

O refluxo de todas essas ações é uma maior movimentação também dos fornece-dores de matérias-primas. A Avery Dennison está divulgando uma linha com vinte dife-rentes construções auto-adesivas para ins-pirar a criação de rótulos por vinícolas e designers. “Ela destaca acabamentos como

60litros

é o consumo anual per capita de vinhos na França e na Itália

1,8litro

é o consumo anual per capita de

vinhos no Brasil

MIGRAÇÃO – Georges Aubert adotou auto-adesivos em suas linhas há dois anos

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Adegráfica(51) 3720-2001www.adegrafica.com.br

Avery Dennison(19) 3876-7600www.averydennison.com

Braga(19) 3897-9720www.braga.com.br

Catuaí Print(43) 3552-1186www.catuaiprint.com.br

Colacril(11) 6982-6900www.colacril.com.br

Igel(51) 3041-8300www.igel.com.br

Prodesmaq(19) 3876-9300www.prodesmaq.com.br

Setprint(11) 2133-0007www.setprint.com.br

StudioDesign (54) 202-2020www.studiodesign.com.br

frontais metalizados e com texturas, papéis couché semibrilhantes e de alto brilho e fil-mes transparentes, brancos e metalizados”, explica Isabela. Grande nome dessa área, a Braga também investiu em bases para rótu-los de vinhos. “O destaque é um novo cou-ché específico para vinhos, com textura que simula o linho e disponível na cor marfim”, ilustra Fabio Braga, gerente de marketing da empresa.

Além da garantia de impacto nos pontos-de-venda, o executivo lembra de outro trunfo dos auto-adesivos para vinhos finos. Muitos deles acabam de envelhecer já engarrafados e não são rotulados, pois cut-and-stacks de papel estragariam durante o período de maturação. Só ganham decoração momen-tos antes da venda, quando as garrafas são lavadas e os rótulos engomados aplicados. “Se fossem utilizados rótulos auto-adesivos de filmes plásticos, como o polipropileno bi-orientado (BOPP), esses vinhos pode-

riam ser rotulados na seqüência do envase, armazenados e lavados na pré-venda sem danos aos rótulos”.

Outra vip do mercado nacional de mate-riais auto-adesivos, a Colacril, acaba de lançar uma brochura dedicada ao segmento de vinhos. Ela reúne os principais produtos de força da companhia para a decoração das embalagens dessas bebidas. “Buscamos maior intimidade com esses usuários finais”, conta Marcelo Bunemer, gerente de marke-ting técnico da Colacril. “Sabemos que muitas gráficas clientes já fornecem rótulos para eles, mas queremos afinar cada vez mais nossos produtos aos seus gostos e necessidades”. Bases adesivadas de papéis texturizados e de alto brilho são as vedetes do catálogo, salienta o profissional, lem-brando que o volume se apresenta em três línguas por uma razão geográfica: mercados mais maduros, como o argentino e o chile-no, estão ao lado.

O potencial de negócios existe. Segundo o monitoramento da Avery Dennison, são esses os países que mais contribuem nos – ainda módicos – 23% de utilização de auto-adesivos em vinhos na América Latina. “Quando se põem os holofotes em vinhos, os auto-adesivos representam grandes opor-tunidades aqui, ali e em qualquer lugar – para os elos da cadeia de rótulos e igual-mente para as vinícolas”, sintetiza Bunemer, em tom categórico.

APROXIMAÇÃO –Rótulos em flexografia da Catuaí Print: difusão no Sul

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VOLUME – Colacril divulga materiais para rótulos de vinhos em livro trilíngüe

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A unidade brasileira da Sidel lançou na América do Sul sua nova geração de sopradoras SBO Universal. A família de equipamentos produz garrafas plásticas de 350ml para bebidas gasosas à velo-cidade de 1 800 unidades por hora/molde. Com esse índice de produtivi-dade, a empresa garante redução de 20% no custo de sopro das embalagens.“Graças ao desenvolvimento de uma nova máquina cinemática e do novo forno a passo de 40mm para manu-tenção dos tempos de aquecimento, a Sidel obteve aumento da cadência de produção de 12,5%”, contabiliza Marta Ferreira, responsável de marketing para

Nova geração de sopro da Sidela América do Sul. Além dos novos recursos, a empresa investiu no rede-sign das pré-formas. “A redução dos níveis de alimentação das pré-formas também melhorou o rendimento da sopradora”, completa Marta Ferreira. Afora bebidas carbonatadas, as sopra-doras SBO Universal podem ser adotadas nas linhas de embalagem de diferentes produtos acondicionados em garrafas plásticas, como água sem gás, molhos e detergentes.www.sidel.com(11) 3783-8800

Opções para termoencolhíveisEspecializada no fornecimento de equi-pamentos para a aplicação de rótulos termoencolhíveis, a STM recentemen-te anunciou o lançamento de novas máquinas destinadas ao crescente mercado de shrink labels. A primeira novidade é o modelo EPET A 300, cuja velocidade de aplicação atinge 300 uni-dades por minuto. Como opção para usuários com menores capacidades produtivas, as empresas oferecem a EPET A 100, que é capaz de rotular até 100 embalagens por minuto. “Há mais de doze anos a STM atua como fabricante de máquinas, filmes e lacres termo-encolhíveis para embalagens”, diz Rodrigo Neiva, responsável pela área de marketing da empresa. “Mais

Prospectando controladoresInteressada no filão de tecnologias de controle de movimento de máquinas de embalagem, a área de automação e con-trole de processos industriais da Siemens está investindo na solução Simotion Easy Set. Modular e dotado de bibliotecas de software prontas, o pacote é basea-do no conceito TIA (Totally Integrated Automation). Integrando aplicações com controle lógico, controle de movimento e funções especiais, o Simotion Easy Set é composto pelos novos Simotion D e Sinamics S120. “A família Simotion veio para complementar o portfólio de controladores da Siemens”, diz Fabio Massaru Narahara, engenheiro de vendas e marketing da área de automação para máquinas de produção. Por sua vez, o Sinamics S120 (em baixo), lançado recen-temente, é classificado como “uma nova plataforma de servo-acionamentos”. “O sistema tem como foco aplicações de alta performance, integrando mecânica, ele-trônica e software”, completa Narahara.www.siemens.com.br0800 7737373

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recentemente, porém, nos especializa-mos no mercado de máquinas de inser-ção de rótulos termoencolhíveis, que vem crescendo cada vez mais no Brasil, puxado sobretudo pela indústria de bebidas lácteas refrigeradas”, ressalta Rodrigo Neiva. www.stmachine.com.br(11) 6191-6344

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infame distri-buição de renda no Brasil, que circunscreve às

mãos de 1% dos habitantes a metade da riqueza produ-zida pela nação, tem como efeito colateral estimular a indústria de bens de consu-mo a optar por dois cami-nhos opostos na tentativa de ganhar mercado: fazer produtos com maior valor agregado – e crescer na diferenciação – ou dispu-tar as faixas populares de consumo, na cada vez mais cruenta guerra de preços. Na área de embalagens, a Nadir Figueiredo, sem abrir mão da segunda alter-nativa, escolheu o caminho da diferenciação, conta Steven Dabbah, gerente de embalagens de vidro da empresa.

Depois de investir for-temente em equipamentos, tecnologia e treinamento de sua equipe interna e apostar na diferenciação de design, a vidraria se diz “preparada para entrar na disputa por novos mer-cados brandindo, mais do que nunca, a marca da qua-lidade e da criatividade”, nas palavras do executi-vo. Para demonstrar isso, a Nadir assina as embalagens de vidro de recentes lança-mentos de produtos que se destacam, justamente, por exorbitarem do eixo das commodities, como descri-to a seguir.

materiais >>> vidro

Na batalha cada vez mais acirrada por mercado, vidraria e seus clientes procuram agregar valor aos produtos pela via das embalagens

Diferenciação para evitar gu erra de preços

A Avelãs com cacau em copo especial

exemplo mais des-tacado da política de mostrar mais

valor pela via da embala-gem é o do creme de ave-lãs com cacau Nutella, da Ferrero, que também inves-tiu na diferenciação. A sub-sidiária da empresa italiana decidiu passar a fabricar o produto para o mercado brasileiro em sua moder-na indústria em Poços de Caldas (MG), com a inquestionável qualidade do até então importado, já acondicionado em emba-lagens de vidro. Para isso, desenvolveu em conjunto com a vidraria uma nova embalagem, exclusiva.

Trata-se de um copo dife-

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A adoção de copos plásticos para acondicionar requeijão cremoso, pri-meiro pela marca líder e em seguida por várias outras, parece ter dei-xado carente de atendimento um público cativo no Brasil – o de copos de vidro de embalagem daquele pro-duto. Tanto é assim, informa Paula Sanches Nunes Gomes, coordena-dora de marketing de embalagens de vidro da Nadir Figueiredo, que a redução de oferta daquele tipo de recipiente reutilizável nas gôndolas dos supermercados levou o varejo a

procurar a empresa, solicitando que viesse a ser fornecido simplesmente como utensílio doméstico. “Há boa procura por parte dos consumido-res”, ela conta. Tão boa, na ver-dade, que para atendê-los a Nadir tem oferecido copos decorados avul-sos e estojos com oito copos lisos vazios. “Além dos aspectos ambien-tais e técnicos superiores do copo de vidro”, comenta Paula Sanches, “esse fato ressalta de maneira ine-quívoca seu apelo como ferramenta de vendas.”

Copos de requeijão para público cativoFO

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GIRO – O novo copo da Nutella: “Pilhas montadaspela manhã reduzidas à metade já ao cair da tarde”

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Na batalha cada vez mais acirrada por mercado, vidraria e seus clientes procuram agregar valor aos produtos pela via das embalagens

Diferenciação para evitar gu erra de preçosrenciado, que depois de sua primeira função sem dúvida poderá fazer boa presença nas mesas dos consumido-res para outros usos. Com 78mm de altura e 74mm de diâmetro, e 180g (205ml) de capacidade de conteú-do, valoriza duplamente o lançamento. Primeiro por-que, ao colocar o produto num só tipo de embalagem, em vez de disputar a prefe-rência do consumidor com recipientes feitos de vidro e de PET, como ocorria no Brasil, a marca optou pela de maior valor percebido. Em segundo, este próprio conceito é ressaltado pelo fato de ser uma embalagem reutilizável, apelo que pare-ce continuar a ter enorme força entre os consumidores (ver quadro).

Reforçando tanto a idéia de adição de valor quanto a de utilidade da embalagem para uso após o

consumo, o copo é dotado de uma tampa branca de polietileno de baixa den-sidade (PEBD), fornecida pela Sonoco For-Plas, sela-da com lacre termoencolhí-vel de PVC. O rótulo e o contra-rótulo auto-adesivo, impressos em quatro cores em papel couché, ocupam a metade superior do copo, que é lisa, enquanto a parte de baixo tem ornamentos.

O lançamento da nova embalagem da Nutella foi respaldado por campanha de mídia, incluindo televi-são, e por reforço de exposi-ção em pontos-de-venda. A Ferrero não abre números, mas é no varejo que se pode constatar o bom desempe-nho comercial do produto: em muitas lojas, pilhas dos novos copos do creme de avelã com cacau, montadas pela manhã, muitas vezes estão reduzidas à metade já ao cair da tarde.

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Expressão Multicomunicação(53) 3225-0379 www.agenciaexpressao.com.br

Gráfica Cometa(51) 3748-0755www.graficacometa.com.br

Nadir Figueiredo(11) 6967-1633www.nadir.com.br

Metalgráfica Rojek(11) 4447-7900www.rojek.com.br

Sonoco For-Plas(11) 5097-2750www.sonocoforplas.com.br

o detectar evidente expectativa das con-sumidoras da classe B por produtos alimentícios com padrão semelhante a

similares europeus, a Predilecta Alimentos, de Matão (SP), desenvolveu uma linha, batizada de Premium, composta de catorze itens, dividi-dos entre geléias, molhos de tomate, mostarda, molho madeira e mango chutney. Não houve dúvida quanto à escolha de um instrumento que transmitisse no ponto-de-venda a imagem de artigo de alto valor agregado: a embalagem.

Em parceria com a Nadir Figueiredo, a Predilecta desenvolveu um pote de vidro com design exclusivo. “Foi um ano de trabalho e de investimento até chegarmos a essa embalagem”, conta Rogério Byczyk, gerente de marketing da empresa. “Valeu a pena, pois desde o lançamen-to, há dois meses, a linha vem tendo excelente desempenho de vendas”, ele informa. Ovalado, suavemente bojudo, o recipiente, com tampa

Design exclusivo, brilho e outros apelosA

metálica tipo twist-off, da Metalgráfica Rojek, oferece também o apelo da comodidade de uso: a boca é de 74mm, de modo a permitir a intro-dução até de uma colher de sopa. Os rótulos auto-adesivos, desenvolvidos internamente, são fornecidos por convertedores variados.

Ainda na linha de valorizar os produtos com embalagens diferenciadas, a indústria de Matão adotou, para sua linha de extratos de tomate, uma inovação inédita no Brasil: copos decora-dos que brilham no escuro. Para produzi-los a Nadir Figueiredo importou uma tinta lumines-cente especial. Expostos à luz do sol ou mesmo artificial, os elementos impressos no vidro com essa tinta, sempre em branco fosco, reluzem no escuro. Os recipientes têm três versões diferen-tes de decoração – estrela, lua e sol – e são dire-cionados ao público infantil, apesar de o produto destinar-se ao uso culinário.

A Predilecta tem experiência nessa seara, pois já trabalha o público infantil, com copos decorados com personagens Warner e Disney. No caso, a tentativa de aumento de percepção de valor visa às crianças, pelo aspecto lúdico e pelo estímulo à coleção, e às mães, pela possibilidade de reutilização do copo, atributo sem dúvi-da vendedor (ver quadro na página anterior). Como isso tudo se dá numa categoria de produto em que centavos influem na decisão de compra, convém lembrar que os copos não têm rótulos: todos os elementos de identificação do produto são impressos na tampa Abre-Fácil, da Rojek.

BRILHO – Expostos à luz, elementos em branco...

...se destacam no escuro

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VONTADE – Linha Premium daPredilecta: para aconsumidora daclasse B que querprodutos similaresaos europeus

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ão é só em produtos exclusivos que a Nadir Figueiredo aposta como forma de agregar valor às embala-

gens e, conseqüentemente, às marcas usuárias. O gerente de embalagens de vidro Steven Dabbah enfatiza que a empresa tem investido também na diferenciação de seu mix de pro-dutos standard. Como exemplo ele apresenta um pote sextavado recém-lançado, destinado ao mercado de geléias e produtos premium, como tomate seco, chutneys e compo-tas finas. Disponíveis nas versões 170ml e 230ml, ambos os potes têm terminação twist-off de 63mm. Coube à Shelby, que tem foco no Sul do país, estrear em junho último a nova embala-gem, com uma linha de geléias.

Os rótulos auto-adesivos de papel, cujo design foi desenvolvido pela agência Expressão Multicomunicação, de Pelotas (RS), foram impressos pela gaúcha Gráfica Cometa, de Lajeado. Amílcar Fuhro, dire-tor da Shelby, informa que, dado o formato irregular dos potes, os rótulos vêm sendo aplicados manualmente, mas a empresa já está estudando com um fornecedor a implantação de uma rotuladora automática.

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SEIS LADOS – Shelby adotou potes sextavados, com rótulos auto-adesivos, para linhas premium

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om o indiscutível favoreci-mento representado pela pre-sença global de suas proprietá-rias, multinacionais de grande

porte no setor, o sabor e a marca de cervejas produzidas no Brasil chegam cada vez mais a outros continentes e parecem cair no gosto dos consumidores. Além do caso mais notório, da Brahma (ver o quadro), a Superpremium Bavaria Exportação, da canadense Molson Coors (Kaiser), “conquistou os apreciadores de países como Inglaterra, Nova Zelândia, Austrália, Estados Unidos e Canadá”, segundo a empresa.

A fabricante informa que desde seu lan-çamento no exterior, há cerca de três anos, já foram exportados mais de 15 milhões de litros. Só no Canadá, em menos de um ano de exportação, a bebida brasileira já havia entrado na lista das cinco cervejas

superpremium mais vendidas.Depois de ter ido, ser vista, experi-

mentada e aceita, “A Marca Bavaria”, como a cerveja é comercializada, pois o nome já é registrado em outros países, começou a ser comercializada no Brasil, com o mesmo sistema de embalagem em que o produto vai para fora. Esse movimento, porém, talvez seja menos expressivo em termos simbólicos do que a plantação da bandeira Bavaria made in Brazil em terras estrangeiras. Na verda-de, ela reforça a tendência exportadora de produtos industrializados com maior valor agregado, aí incluído o sistema de embalagem.

No conjunto, destaca-se a garrafa exclusiva de vidro incolor long neck, da Owens-Illinois do Brasil, em que o rótulo dá lugar, em alto relevo, ao brasão, à marca e à origem do produto. O design da

mercado >>> cervejas

Depois de exportada para vários países, cerveja Bavaria superpremium chega ao mercado interno

Também no Brasil

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Agora para o mundo, mas por aqui nãoRecentemente, os brasileiros tomaram conheci-mento, por meio de intensa campanha publicitá-ria, de que a cerveja Brahma está indo “agora para o mundo”. Pelo menos por enquanto, será tudo o que poderão tomar dessa cerveja pilsen que a belga Inbev elegeu para formar, ao lado das globais Beck’s e Stella Artois, sua trinca de marcas planetárias. Produzida pela mesma fábrica da AmBev de Jacareí (SP) que faz e distribui a marca Brahma no mercado interno, a que vai lá para fora é no entanto outro produto.Por ser comercializada internacionalmente em garrafa long neck de vidro incolor, de consumo individual, a Brahma tipo exporta-ção precisou sofrer pequenas modificações no lúpulo, como informou na Entrevista da edição de junho último de EMBALAGEMMARCA o gerente de comunicação externa da AmBev, Alexandre Loures. Os brasileiros

contiunuarão consumindo a bebida com o sabor que a caracteriza há décadas, já que permane-cerá sendo comercializada no país em garrafas de cor âmbar.Se for consolo, vale lembrar, à maioria que não tem chance de viajar para o exterior e lá experi-mentar a Brahma for export, que se trata de

um produto feito no Brasil ganhando o reco-nhecimento do mundo. E, ao menos na fase inicial, como observa Alexandre Marchezini, diretor de marketing da Owens-Illinois do Brasil, fornecedora da garrafa, “numa emba-lagem de vidro fabricada no país”.Se quiser ver uma sinuosa garrafa parecida com aquela em que o produto é exportado para sete países (Estados Unidos, Rússia, Ucrânia, Suécia, Bélgica, França e Holanda), o consumidor deve olhar uma de long neck Skol Beats, feita pela mesma vidraria e base de inspiração para o design da Brahma global.

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embalagem foi desenvolvido por uma agên-cia canadense. A rotulagem propriamente é desempenhada pela cápsula de papel que envolve a rolha metálica fornecida pela Aro. Impresso em verde e amarelo, pela Dixie Toga, esse “rótulo” tem também a função de lacre protetor.

Embarcadas em caixas de papelão ondu-lado, impressas também nas cores básicas da bandeira brasileira, pela Rigesa, as 12 unidades da Bavaria são acondicionadas em embalagens de agrupamento (six packs) de papel cartão, fornecidas pela Mead Embalagens (hoje Rigesa), no formato de cestas com alças (baskets). Como na caixa de transporte, estas trazem informações em inglês, português e francês sobre a qualida-de do produto e a origem da marca, datada de 1877. A Molson informa que após dois meses de uma bem sucedida distribuição limitada às cidades de Brasília, Campinas, Jundiaí e São Paulo, já em julho “A Marca Bavaria” começaria a ser distribuída em todo o Brasil.

Aro(11) 6462-1700www.aro.com.br

Dixie Toga(11) 5516-2200www.dixietoga.com.br

Owens-Illinois do Brasil(11) 6542-8000www.oidobrasil.com.br

Rigesa(19) 3707-4000 www.rigesa.com.br

PRATICIDADE – Nas caixas de embarque, duas embalagens six-pack com alças

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inscritos. Os postulantes aos troféus primeiro têm de ser reconhecidos em prêmios de embalagem em seus países.

Com shows e degustação de acepipes típicos, a festa da WPO laureou oito inscrições brasileiras (veja o quadro) e ainda revelou o ganhador do troféu especial do prêmio, o “Best of the Best”, concedido ao produto de maior destaque entre todos os inscritos, o suíço SIKA Mix & Go Kit. A seguir, EMBALAGEMMARCA resume os atributos desse gran-de vencedor e das outras três embalagens que com ele concorreram ao prêmio máximo do WorldStar. Outros cases internacionais ganhadores de troféus serão destacados em futuras edições da revista, na seção Internacional.

e ainda enfrenta pesadas resistências para assegurar cadeiras em determinados con-selhos e mesas decisórias mundiais, o Brasil já é reconhecido como voz impor-

tante da indústria global de embalagens. Evidência recente dessa ilação é o fato de o país ter sediado pela primeira vez, no dia 24 de maio, a cerimônia de entrega do prestigiado WorldStar, prêmio anual que leva a chancela da WPO – Organização Mundial de Embalagem. O evento, relativo à edição 2004 do prêmio, foi realizado no hotel Meliá Mofarrej, em São Paulo, por intermédio da Abre – Associação Brasileira de Embalagem, congregou cerca de 100 executivos formadores de opinião da cadeia global do packaging e distribuiu troféus a 154 trabalhos

eventos >>> worldstar 2004

Brasil sedia entrega dos troféus de prêmio da Organização Mundial de Embalagem

Festa em SP

Ganhador do “Best of the Best”, o SIKA Mix & Go Kit foi inscrito pela produtora suíça de embala-gens flexíveis Wipf. Trata-se de um stand-up pouch que acondi-ciona argamassa seca, possui tampa de rosca e é selado com uma membrana de proteção. Adicionando-se água, tampando-se novamente e amassando o pouch com as mãos, o conteú-do é transformado em cimento

homogêneo. O pouch possui ainda uma micro-serrilha hori-zontal feita a laser. Ao rasgar a embalagem utilizando essa orientação, o consumidor ganha uma espécie de balde com o cimento pronto para uso. Uma pá acompanha o pouch, ajudando na aplicação do produto.Origem: Swiss Star 2004, SuíçaInformações: www.wipf.ch

Pouch auxilia o faça-você-mesmo

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Apresentado como o primeiro fechamento de ação única do mundo capaz de ser aplicado em embalagens cartona-das através da perfura-ção de sua estrutura, à guisa de um abridor de latas, o combiCut foi ins-crito no WorldStar pela SIG allCap, divisão da

companhia suíço-alemã SIG Combibloc para a criação de tampas para caixinhas longa vida. Com ele, procedimentos industriais hoje neces-sários para a aplicação de tampas plásticas em caixinhas cartonadas, como micro-perfurações por laser, para orienta-

ção – e a conseqüente necessidade de posicio-namento preciso dos fechamentos para o encaixe nessas perfura-ções –, são dispensadas. Origem: German Packaging Competition 2004, AlemanhaInformações: www.sigallcap.com

Um abridor de caixinhas longa vida

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O WorldStar 2004 destacou os projetos brasileiros de embalagem como nunca. Para se ter idéia, o Brasil foi o único país com mais de três inscrições nessa mais recente edição do prêmio a ver todas as peças laureadas. Os pro-jetos brasileiros – a maioria deles analisada em edições anteriores de EMBALAGEMMARCA – concorre-ram com mais de 275 inscrições de 32 países. Um júri especializa-do, formado por representantes

de associações filiadas à WPO e da mídia especializada em emba-lagens, escolheu os premiados no fim de outubro de 2004, em Mumbai, na Índia. Na categoria Bebidas, as embalagens da caipi-rinha for export Caipiveritas e da cerveja Bohemia Weiss ganharam troféus. Em Alimentos, prêmio para a caixa dos Bombons Nestlé. As embalagens do absorvente íntimo Intimus Day Micro e do Perfume do Brasil Natura Ekos

Priprioca levaram em Saúde e Beleza. Utilidades Domésticas e Produtos de Limpeza premiaram a lata do Detergente em Pó Extra e a embalagem para misturado-res de cozinha da Deca. Já em Farmacêuticos e Médicos o tro-féu brasileiro foi para a Tampa Child Proof da Vèdat. O acesso desses projetos ao WorldStar foi garantido por suas premiações no Prêmio Abre de Design e Embalagem de 2004.

Inscrições brasileiras com 100% de aproveitamento

Abre(11) 3082-9722www.abre.org.br

World Packaging Organisationwww.packaging-technology.com

O contêiner inteligente iCon, embarcado com a tecnologia ConTracer, rendeu um posto entre as finalistas do “Best of the Best” para a holandesa Bonar Plastics. Trata-se de um contêiner de 1 000 litros, construído em polietileno e aprovado pelas normas da ONU para o transporte de produtos químicos, com um sistema de monitoramento wireless (sem fio), em tempo real, via satélite. Com isso, operadores logísticos e indús-

trias podem determinar com precisão, através da internet, o local e o nível de volume dos contêineres, ganhando acesso rápido a dados para a construção de planos de administração de estoques, históricos de pedi-dos de clientes, previsões de vida útil dos contêineres e planilhas de manutenção.Origem: Goulden Noot 2004, HolandaInformações:www.bonarplastics.com

Rastreador facilita inventários

Com o objetivo de diferen-ciar sua linha de detergen-tes líquidos para roupas Vizir, a Procter & Gamble recorreu à francesa Sleever International, referência mundial no desenvolvimento de rótulos termoencolhí-veis. O expertise da forne-cedora foi posto à prova para quebrar uma barreira: a decoração de frascos com alça integrada, nunca feita antes com termoenco-lhíveis. A Sleever resolveu o

problema com a formulação de novos rótulos de PET, aplicados sob vapor, com cortes prévios para deixar as alças expostas. Desse modo, foi possível o desen-volvimento de uma solução de alto apelo visual com acomodação uniforme ao formato irregular e comple-xo da embalagem.Origem: Trophees unite de vente consommateurs 2004, Françawww.sleever.com

O drible na alça do frasco

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Alto valor para todosTela rotativa, recurso para aproveitar crescimento do mercado

suários de impressoras de banda estreita, especialmente os que não dispõem de equipamentos com-plexos, de alto desempenho e tec-

nologia sofisticada, precisam muitas vezes mostrar enorme criatividade para conquistar clientes que pedem rótulos capazes de agre-gar valor aos produtos. Mais complicado para eles é responder à exigência de tiragens limitadas, ditada pela crescente tendência de fabricantes oferecerem linhas diversificadas de suas marcas no varejo.

Assim, não raras oportunidades de negó-cio e de crescimento são perdidas por-que o convertedor que trabalha com banda estreita, por não ter potencial de grande volume, suficiente flexibilidade ou, como é mais comum, capital, se sente inseguro para investir. Muitos evitam mesmo apelar para um recurso considerado uma espécie de chave para entrar em mercados de alto valor, que é valer-se da impressão com serigrafia rotativa, combinada com outros métodos.

Paulo Ruffini, da Stork Prints Brasil, subsidiária da matriz holandesa instalada em Piracicaba (SP), afirma que esse problema está superado. Está disponível no mercado “um projeto simples, com características que permitem baixa manutenção e campanhas

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uniformes de impressão”, diz ele, referindo-se a um produto de sua empresa. Trata-se de um módulo de integração de tela rotativa, a RSI Compact (Rotary Screen Integration Unit, ou Unidade de Tela Rotativa), recém-desenvolvido pela Stork Prints, líder mun-dial no fornecimento de telas para impres-são rotativa e de módulos de impressão e pré-impressão, sistemas de alimentação e serviços de gravação de matrizes. Ruffini descreve o equipamento como “um módulo pequeno e de pouco peso (40 quilos), que pode ser ajustado com facilidade em quase todas as impressoras de bobina estreita do mercado”.

Jaap Poelman, gerente de programa e do grupo de tecnologia da Stork Prints na Holanda, destaca que com o uso da tela rotativa podem ser obtidos acabamentos tác-teis, em Braille, efeitos de vernizes de alto brilho, acabamentos metálicos, opacos, no-label look, marcas de segurança e até rótulos que mudam de cor. Segundo ele, os custos de manutenção tendem a ser baixos, porque o projeto resulta em menos partes móveis. Partes gastas são facilmente substituídas, até sem necessidade de chamar um técnico. A unidade, acionada por servo-motor, tem poucas engrenagens.

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COMPACTO – Módulo pequeno e com apenas 40 quilos de peso

Stork Prints Brasil(19) 3437-1315 [email protected]

A RSI Compact é disponibilizada em larguras de 254mm ou 330mm, e tem variação de tamanho de 100mm a 460mm, com incrementos de 63mm. Segundo o fabricante, pode operar de maneira uniforme, em velo-cidade de até 100m/min, em conjunto com outros processos de impressão. É compatível com as telas RotaMesh da Stork, que por ser soldada em níquel puro e perfurações hexagonais garante alta estabilidade na impres-são. As telas podem ser regravadas, em geral até quinze vezes.

Duas larguras

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“Quem adquire um produto autenticado pela etiqueta tem em mãos, com toda certeza, um original.”

De acordo com o executivo, o STES pode ser desenvolvido para se adaptar aos mais diferentes materiais de emba-lagens, como papéis, vidro e plásticos. É também uma solução de autenticação de documentos. Utilizações já testadas incluem lacres de segurança de bagagens em aeroportos, selos fiscais para bebidas em garrafas de vidro ou plásticas, selos

de identificação de inventário, embalagens de cosméticos e perfumes, caixas de papel e cartu-chos de medicamentos. “Já fechamos nossos pri-meiros negócios e acreditamos no potencial do produto no país”, conta Lorenzi. Segundo ele, as etiquetas são recicláveis e suportam diversos sis-temas de impressão, adequando-se à necessidade do usuário da embalagem – off-set, flexografia, serigrafia, tipografia, calcografia, hot stamping, jato de tinta e transferência térmica. “Somente a impressão a laser não é recomendada.”.

m novo comprimido para as indústrias às voltas com a dor de cabeça da pirataria, incômodo que já movimenta

anualmente 80 bilhões de reais segundo a Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), está sendo pros-pectado no mercado nacional pela sub-sidiária brasileira da franco-britânica ArjoWiggins, líder mundial no forneci-mento de papel-moeda e de papéis de segurança. É o STES, sigla da expressão em inglês Synthetic Tamper Evidence Substrate, ou etiqueta de segurança que evidencia tentativas de violação de produtos e documentos.

A etiqueta funciona por meio de um mecanis-mo simples, que encontra similares no mercado de segurança de bens de consumo. Tentativas de violação de embalagens se tornam indeléveis porque resíduos do substrato da etiqueta ficam nela marcados. Em tentativas de remoção ocorre uma delaminação da face da etiqueta, inviabili-zando sua reutilização ou o seu reposicionamen-to nas embalagens.

Segurança invisívelO “segredo” é o substrato-base do aces-sório antipirata, um filme produzido com uma lâmina de polietileno de alta densi-dade bi-orientado. “As etiquetas STES contêm elementos de segurança invisíveis a olho nu que impedem sua reprodução”, afirma Marcos Tadeu de Lorenzi, gerente de marketing da Arjo Wiggins no Brasil.

Etiqueta de segurança visa solucionar a dor de cabeça das contrafações

Mais um comprimido

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Arjo Wiggins0800 10 0648www.arjowiggins.com.br

INVISIBILIDADE – Elementos de segurança da STES só podem ser vistos sob luzes especiais

FLAGRANTE – Substrato especial das etiquetas STES delamina em caso de tentativas de violação, inviabilizando reutilização das peças

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Às vésperas de completar 115 anos, em setembro próximo, a MD Papéis anunciou investimentos de 21 milhões de reais na amplia-ção de sua linha de produtos. Adquirida em 1997 pelo Grupo Formitex, a empresa destinará a maior parte do aporte (14 milhões de reais) aos papéis base para sili-conização destinados à produção de etiquetas adesivas. “O merca-do de auto-adesivos tem crescido muito nos últimos anos”, lembra o diretor de negócios da MD, Rubens Bambini. Apesar do inte-resse nesse setor, a empresa atua com outras indústrias de conver-são, fornecendo papéis especiais para confecção de fitas adesivas, filtros descartáveis para café e diferentes embalagens flexíveis, como sacos de pipocas para microondas, sachês de adoçantes e embalagens de chicletes. Tendo exportado 14 500 toneladas em 2004, ou 20 milhões de dólares, a empresa espera este ano expandir para 35% a participação das ven-das lá fora no faturamento. Nos últimos anos, esse índice tem se mantido entre 20% e 25%.www.mdpapeis.com.br(11) 4441-7800

Mais papéis para auto-adesivos

Chapas em versão para pequenosA KSR Distribuidora, unidade de negó-cios da Votorantim Celulose e Papel (VCP), desenvolveu novas embalagens específicas para sua linha de chapas. Antes disponíveis em caixas com 50 e 100 unidades, os produtos agora são vendidos em embalagens contendo a partir de cinco unidades.“A idéia é atender à demanda dos

pequenos e médios clientes da dis-tribuidora, oferecendo as chapas na medida certa para trabalhos específi-cos”, resume Flávia Cioni, consultora de produtos da KSR. Até o final do ano a empresa espera incrementar em 50% as vendas de chapas no mercado de pequenos e médios gráficos. A KSR está adequando as instalações de suas filiais com auxílio da IBF (Indústria Brasileira de Filmes), fabricante de chapas e parceira da distribuidora no fornecimento desse produto. Feitas em papel kraft, as novas embalagens seguem o padrão gráfico das originais.www.ksr.com.br0800 55 85 44

Boas novas na 4ª edição do Max FefferA Suzano Papel e Celulose anunciou no início de junho a 4ª edição do Prêmio Max Feffer de Design Gráfico, que este ano inova ao incluir na categoria embalagem a inscrição de trabalhos desenvolvidos com o papel Supremo Alta Alvura. Também podem concorrer projetos gráficos impressos em outros dois produtos da empresa: papel cartão Supremo Duo Design e papel Reciclato.O concurso recebeu no ano passado cerca de 1 000 inscrições. Na 4ª edi-

ção, os melhores trabalhos das diferen-tes categorias, incluindo embalagem, ganharão prêmios de 13 000 reais (pri-meiros colocados), 5,5 000 reais (segun-dos colocados) e 2 000 reais (terceiros colocados). Outro atrativo é a categoria “Peça Destaque”, cujo vencedor ganha-rá uma viagem internacional para partici-par de um evento relacionado a design. Com inscrições abertas até o final de outubro, o prêmio é voltado a diretores de arte e de criação, designers, produ-tores de agências e outros profissionais que tenham desenvolvido peças gráfi-cas impressas nos segmentos promo-cional, editorial ou de embalagens.Mais informações: www.suzano.com.br [email protected]

Menos desperdício na gestão gráficaEspecializada em sistemas de gestão empresarial, a Calgraf Informática e Consultoria está lan-çando no mercado de embalagem um novo software para traçado de cartuchos cartonados. Batizado de G-CAD, o programa foi planejado para reduzir custos no processo

de desenvolvimento desse tipo de embalagem. A empresa afirma que o software é capaz de reduzir o des-perdício de matéria-prima, aumentar a produtividade do orçamentista e minimizar erros de produção. www.calgraf.com.br(11) 3885-0500

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Com mais de vinte anos de atuação no mercado de impres-são e conversão de filmes plásticos, papéis e embalagens em geral, a Altec é líder no fornecimento de produtos para ins-peção, automatização e controle de processos. Devido a tal posição no mercado, a empresa opta pela divulgação de sua marca num veículo de alta credibilidade. Optando pela Altec, o cliente garante a qualidade do seu produto final, diminui seus custos de produção e eleva significativamente o rendi-mento do seu processo produtivo.

EmbalagemMarca chega a um amplo universo de leitores qua-lificados, apresentando-se como uma revista séria, compro-metida e que zela pela qualidade editorial e pela apresentação gráfica. O atendimento correto e sempre cordial da equipe de EmbalagemMarca é, sem dúvida, a prova de que a parceria estabelecida entre revista e anunciante é adequadamente focada em resultados. A Altec orgulha-se em divulgar seus produtos e serviços neste veículo.

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AlmanaqueVício de gerações e gerações de crianças brasileiras, os Cigarrinhos de Chocolate ao Leite da Pan – Produtos Alimentícios Nacionais, de São Caetano do Sul (SP), surgi-ram em 1947, inspirados em simi-lares europeus. O doce era envolto por uma imitação de cigarros reais – de papel laminado, com direito até a um filtro laranja impresso – e ven-dido em “carteiras” de papel cartão que ficaram célebres. Vermelhas, traziam ora um garotinho negro, ora um branco posando com um

cigarrinho entre os dedos. Ficaram assim de 1952 a 1996, quando a Pan cedeu à onda antitabagista. Os Cigarrinhos tornaram-se Rolinhos Chocolate ao Leite e sumiram das mãos dos garotos-propaganda nas caixinhas, dando lugar a um sinal de positivo. Outros retoques foram fei-tos até o fim de 2002. Nessa época, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a comer-cialização de alimentos alusivos ao cigarro. Os cigarrinhos de comer viraram fumaça.

O rigor tragou o doce da mão das crianças

Cigarrinho ficou na caixa até 1996... ...quando deu lugar a um "positivo"

Pureza em causa própriaO padrão de pureza das boas vodcas russas foi determinado pelo cien-tista siberiano Dimitri Mendeleev (1834-1907), criador da tabela peri-ódica dos elementos químicos. Diz

a lenda que ele teria estabelecido aquela referência em causa própria, depois de monumental porre do des-tilado. Na realidade, teria trabalhado a pedido do governo russo, para acabar com a péssima qualidade da bebida que se fabricava no início do século passado no país. Consumida em quantidades gigantescas pelos russos, a beberagem ceifava vidas de pessoas ainda jovens aos mago-tes. Era o oposto do significado das palavras que deram origem ao nome da bebida: “zhiznennia voda”, ou “água da vida”. Durante o governo comunista os índices de pureza foram elevados na extinta União Soviética, com o uso de car-vão ativado na destilação.

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Do centeio às centenas de produtosOs primeiros canudinhos industrializados para bebidas apareceram em 1888. Foi quando o americano Marvin Stone, dono de uma fábrica de piteiras de cigarros, patenteou um processo de fabricação de canudos por meio de espirais de papel revestido com para-fina. Até então, os canudinhos na boca do povo eram natu-rais, de cânulas de hastes de centeio. Numa série de adap-tações, o processo concebido por Stone para canudinhos ajudaria nos desenvolvimentos futuros de uma série de pro-dutos – de rádios e motores elétricos a fogos de artifício, cilindros para papel higiênico e embalagens cartonadas mul-tifoliadas, as populares “latas celulósicas”. São esses itens, hoje, as reminiscências dos canudinhos de papel: em mea-dos dos anos 60, eles foram aposentados pelos canudinhos plásticos.

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