Revista Fiacha Janeiro

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    Passatempos Crnicas Leituras conjuntas

    N.5/Jan2015revista literria trimestral

    O Ba do Cantinho do Corvo

    FiachaTemas de debate Jogos literrios

    Entrevista exclusiva

    a Nuno Ferreira, au- tor de A Espada quesangra

    Scott Lynch, o autorde As mentiras deLocke Lamora

    Tema de debate:Qual o teu ritual deprocesso criativo?

    Leitura conjunta dolivro I A Cativa deManuel Alves

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    Gostas de es-crever?

    Gostarias de par-icipar na revis-a Fiacha?

    R e s e r v a m o seste espao paracrnica ou con-o, para tema e

    gnero livre.

    S tens de o envi-ar para

    cant inhodocor- vofiacha@gmail. com

    e publicaremosna revista se-guinte.

    Atreve-te e par-icipa.

    No 1. aniversrioda revista ire-mos premiar 1ivro para o conto

    ou crnica maisvotada.

    Pg.4Entrevista exclusiva a Nuno Ferreira...

    Pg. 12Scott Lynch, o autor de As mentiras deLocke Lamora...

    Pg. 16ema de debate: Qual o teu ritual de

    processo criativo: na escrita, leitura e/ou estudo?

    Pg. 17Leitura conjunta do livro I A Cativade Manuel Alves...

    Este ms na tua revista:

    Pg. 10opinies ao livro A Espada quesangra...

    Pg. 14Personagem Locke Lamora...

    Pg. 15ema de debate: Personagens

    literrias marcantes...

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    Destaque do ms...

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    Nuno Ferreira nasceu a 18 de Julho de 1985.Cresceu e viveu at hoje no concelho de VilaNova da Barquinha, terra que inspira e alimentaa sua criatividade. No ano de 2009 licenciou-seem Gesto de Recursos Humanos e Comporta-mento Organizacional pelo Instituto Politcnicode omar. De forma amadora, pratica teatro,danas de salo, integra um grupo tunante epontualmente interage como apresentador embelssimas sesses de fado dentro da associaoonde colabora. Apesar de as artes o envolveremdesde muito jovem, foi sempre a literatura quelhe encheu as medidas eEspada Que Sangra,o seu primeiro romance, a prova de como

    ele capaz de nos seduzir com a sua escrita.

    A literatura despertou desde sempre omelhor que havia dentro de mim. Encanta-meo cheiro das pginas, o desfolhar dos livros. Ler acorda em mim uma pluralidade de sen-timentos, sentimentos esses que levam qual-quer homem comum a uma arrebatada e in-

    tensa paixo. um angustiante processo de

    seduo que nos deixa sempre com um sorrisonos lbios ou com um amargo de boca, na ver-dade, como em qualquer relao de amor. Umsinuoso caminho que termina quase semprecom a maravilhosa sensao de mais uma meta

    cumprida, com a certeza que, para o bem ou para o mal, conquistamos um pouquinho maisde conhecimento, um gro a mais de sabedoria.

    Ler faz um homem crescer, aprender com a hu-mildade que s os sbios demonstram, a hu-mildade de estar aberto mudana e ao cres-cimento. Cada dia que passa, o leitor torna-se

    um homem mais rico por beber apenas maisum pequeno gole de conhecimento. Mais quecrescer todos os dias, ler viver vidas que no asnossas, entrar na mente do personagem que terou no existido e, mais profundamente do queisso, entrar na mente do escritor, esse sujeito devontades e de aspiraes, esse mago capaz dedeixar um testemunho da sua existncia atravsdo dom da palavra, da arte do escrever, umtestemunho que no mais que uma pedra nomundo, uma pincelada de mestre, uma marcade pedreiro que perdurar atravs dos sculos.

    pgina ocial do autor: http://noticiasdezallar.wordpress.com/biograa/

    Entrevista...1.) Quando comeou o gostopela escrita?

    Antes de mais, quero desde j agradecer o con- vite para esta entrevista. Costumo dizer que omeu gosto pela escrita comeou na adolescncia,

    NunoFerreira

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    mas acaba por no ser uma completa ver-dade. Eu na adolescncia no gostava de es-crever, nem sequer de ler. Eu gostava, issosim, de criar. Criar histrias, criar fanta-sias. Apenas e s criar. E segundo a minha

    me, essa vontade de criar j nasceu em mim.

    Quando eu era pequeno agarrava em livros comilustraes e ngia que estava a l-los, criandohistrias para os desenhos. Das minhas memriasde criana lembro-me de pegar em bonecos deLego e criar histrias para elas, construir castelosou satlites espaciais, e inspirado pelos desenhos

    animados que via na V, conceber as minhasprprias histrias, sempre mundos de raiz. Maistarde, vieram os jogos Magic Te Gathering. Euno sabia jogar quilo, mas os meus amigos sa-biam, e eu cava de certo modo encantado comas cartas e com os personagens. Veio ento o pri-meiro lme do Senhor dos Anis, lia comics comoas dos X-Men, e mais antigas como as do Conan,do Claw, e a comecei a escrever umas coisas.

    Eu no lia, escusado ser dizer que a minhaescrita era uma coisa horrvel. enho muitoscaderninhos cheios de histrias, ain-da nem tinha computador. E foi a quecomecei realmente a ganhar esse gos-to por escrever, andava ainda no 10. ano.

    2.) Ser escritor foi para ti umobjetivo, uma necessidade ouum acaso?

    Ser escritor foi e um objetivo. No ganhei umposto por ter escrito um livro. H muito tempoque eu queria publicar uma das minhas cria-es, mas nunca tinha cado verdadeiramente

    satisfeito com o resultado delas para me atrev-

    er a public-la. Espada que Sangra bem,Espada que Sangra foi a obra mais bem con-seguida que escrevi, e ainda assim aos meus ol-hos tem vrias falhas. Nada que me desanime,como costumo dizer este livro um tijolo, um

    tijolo em tamanho e o primeiro tijolo no mundode Zallar e na minha carreira como escritor.

    Ser escritor no nem nunca ser um em-prego, mas um complemento, uma paixoque muito me realiza. No tenho a iluso deser um escritor mundialmente famoso, pro- vavelmente nunca serei sequer a nvel nacio-

    nal. As pessoas lem muito pouco no nossopas e o reconhecimento vai todo para as bale-las que as guras pblicas escrevem, mas semdvida que ambiciono escrever to bem comoos maiores cones da literatura mundial, e sur-preender cada vez mais aqueles que pegamnos meus livros. Pargrafo aps pargrafo.

    3.) Que fonte de inspirao in-uencia o teu gosto ou forma deescrever?

    O meu gosto pela escrita foi fomentado napoca forte de Dan Brown, li e reli livros deleenquanto escrevia os meus, por isso possodizer que a minha educao a nvel de escri-ta teve muitas bases de Brown, foi um autor

    que me inuenciou na maneira de escrever.Outro nome muito importante para mim,George R. R. Martin. Ele recuperou o meu gostopela fantasia e impulsionou-me a escrever estasaga. Li as Crnicas de Gelo e Fogo durante aescrita de Espada que Sangra, e inconsciente-mente acabamos sempre por beber de algumainuncia. essa uma das razes que me leva a

    no querer ler muita fantasia enquanto esteja a5

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    escrever a minha saga, porque corro srios riscosde usar plots que no so totalmente originais.

    E o meu principal objetivo surpreender, sem-pre. Posso ainda citar outros nomes que so

    referncias indiscutveis para mim: AgathaChristie, Ken Follett, Bernard Cornwell, Robert E.Howard e Stephen King. Cada um sua maneira.

    4.) Qual o gnero literrio emque te sentes mais vontade paraescrever?

    Independentemente da minha aptido, tenhouma predileco por histrias com enredos com-plexos, muitos mistrios e uma sombra de terror.Comecei a escrever a srio policiais,thrillers e livros carregados de mistrios, masno tive engenho para lhes dar nais convin-centes nem motivao para reescrever captu-los e dar um bom nal aos mesmos. Escrevium livro chamado A Maldio Duval, quedemorei anos a concluir e me deu um gozoimenso escrever, um livro bastante sombriopassado em Sintra e omar com um toque depolicial que mexia em temas como os templ-rios, a cabala, os ctaros, o gnosticismo em geral.

    um livro do gnero O Cdigo DaVinci masmais sombrio e inquietante. Com uns toques

    aqui e ali caria um livro muito bom, mas essestemas j foram to explorados que preferi deix-lo na gaveta. Quem sabe um dia ele v parars bancas. A verdade que comecei a escreverfantasia para adultos com Espada que Sangrae neste gnero que me pretendo vincular.

    5.) Podes falar-nos um pouco

    sobre o teu livro Espada que

    Sangra?

    Espada que Sangra pura fantasia paraadultos. o primeiro volume de uma sagade 5, Histrias Vermelhas de Zallar,passada num mundo fantstico inspiradolivremente na Antiguidade Clssica, essen-cialmente Roma, Grcia, Prsia, Egipto, mastambm na cultura da Amrica Central,Amrica do Sul, Escandinvia e na Babilnia.

    No entanto, no posso dizer que o povo a inspirado nesta civilizao e o b naquela,eles tm identidade prpria, tm traos destas

    civilizaes que existiram mas ca por a, naAntiguidade nunca existiram armas de fogonem retratos a leo, que s assumiram a sua ex-presso na Europa no dealbar do Renascentismo.

    Este mundo teve um tipo de evoluo dife-rente do nosso, por isso posso armar se-guramente que Zallar no no nosso pla-neta, nem no futuro, nem no passado

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    pr-diluviano. Zallar ca num planeta comum tipo de evoluo civilizacional em mui-tos aspetos semelhante ao nosso, mas ca por a.Este mundo foi criado por uma gura divina chamadaOEnte. De entre os animais que ele criou nasceram os Ho-

    mens Demnio, a primeira raa de homens. Eles tinhamcorpos de homem, cabeas de lagarto, patas de avestruze penas por todo o seu corpo. Apareceram posterior-mente outras raas de homens, incluindo a humana. Oshumanos conquistaram erra Parda, uma das principaisnaes de Zallar, escorraaram os Homens Demnioe beberam da sua cultura para criar a sua identidade.

    Estes Homens Demnio regrediram a nvel mental, tor-naram-se criaturas dos desertos, que se alimentam de carnehumana. Aquilo que chamam de mahlan. Quando estaEspada que Sangra comea, foram erguidas muralhas junto aos desertos para aplacar o avano dessas criaturas,at porque estes mahlan pareciam ter recuperado algumasosticao, de uma forma inexplicvel. Antes apareciamem tribos e cls, agora comeavam a aparecer em exrcitosdisciplinados, usando catapultas, torres de stio e aretes.Por sua vez, os humanos tm o poder do fogo.

    Eles descobriram um minrio no subsolo das savanas,o tormento negro, anlogo nossa plvora. Isto podeparecer irreal, sabemos que a plvora foi descoberta naChina meio por acaso quando tentavam criar uma fr-mula alqumica, e resulta da combinao entre vriassubstncias. Mas se vocs vivessem num mundo com-

    parvel nossa Antiguidade Clssica e os vossos so-beranos vos aparecessem com plvora e vos dissessemque ela nascia do subsolo, vocs no acreditariam nisso?

    Existiu algo semelhante, o fogo grego, e ainda hoje noexiste consenso cientco no que concerne sua origem. Nahistria, este minrio parece escassear e os humanos terode o racionar para no carem sem esses recursos blicos.

    Sinopse:

    A palavra dos homens teve muicrdito, em tempos idos. Mas quanda soberba e a sede de poder e glrmoldam o comportamento humano, mentira torna-se um instrumento parpentear as suas prprias fraquezas

    Espada Que Sangra o primei volume de Histrias Vermelhde Zallar, um delicioso cocktade fantasia, intriga, mistrio, supense, erotismo, aventura e apassado num mundo fantstico de civlizaes que nos apaixonam a cada pna. Zallar um mundo complexo, ondtrs continentes lutam arduamente pesua sobrevivncia. No Velho Continenexiste uma terra almejada h milnios, desde os tempos em que medonhos Homens Demnio domina vam a regio: erra Parda, onde as dades-estado so chamadas de espade um minrio conhecido por tormentnegro tornou possvel a existncia de mas de fogo. Hoje, so os descendendos extintos Homens Demnio quemameaa as fronteiras desta terra prspeem vegetao, savanas e desertos malvolos mahlan. A Guerra Mahlest prestes a atingir o seu pice, e agotudo pode acontecer. Mas Lazard Ezze Ameril Hymadher, reis das principafortalezas de erra Parda que viveraum intenso romance na sua juventud

    vo perceber de uma forma perturbdoramente selvagem que os seus maires inimigos podem viver consigo partilharem dos seus prprios leni

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    Quem tem de lidar com estes problemas soos reis das cidades-estado, as espadas. E osreis das principais espadas de erra Parda soHymadher e Ezzila, que viveram um intensoromance na juventude mas as contingncias

    da vida os obrigaram a separar-se. So perso-nagens muito complexos, mas h outros queso to ou mais desenvolvidos que eles, temosHamsha, uma escrava que se tornou consortedo Rei ( a minha personagem preferida e damaioria daqueles que leram o livro at agora),temos Gorn, temos Adilar, Dyekken Jacoh,Fel Manny, Aggert e muitos outros.

    No total so mais de 100 os perso-nagens que aparecem s neste pri-meiro volume. uma histria mui-to complexa que funciona como umamatrioska, tramas dentro de tramas,h sempre segredos a revelar, conspi-raes que foram tecidas muito antesdos acontecimentos do livro terem incio.

    6.) Como nasceu a ideia de es-crever este livro?

    Li algures uma entrevista de George R. R.Martin em que ele dizia que optou por escreverfantasia porque um gnero que lhe permite es-crever Histria sem estar obrigado a respeitardetalhes, cronologias e acontecimentos. E issofez germinar algo dentro da minha cabea.Queria escrever histrias baseadas em factoshistricos num ambiente fantstico. Imagineiat um personagem inspirado no ImperadorCalgula com poderes telecinticos. Claro que

    essa pretenso caiu. Inicialmente no tive o in-tuito de escrever uma histria credvel, mas medida que a fui escrevendo, fui percebendoque ela o era e acabei por apostar nessa vertente.

    O resultado nal de Espada que Sangrapraticamente no tem um vislumbre de ma-gias ou poderes sobrehumanos algo que iraparecer pouco a pouco no segundo volume.

    Mas credibilidade no apenas isso: existir sistemas monetrios, polticas, dilo-gos convincentes e eu penso que consegui isso.Aquilo que hoje so os captulos 1, 3 e 4 foramescritos em 2011, eram um captulo apenas ecomecei a escrev-lo antes mesmo de saberque mundo era este que estava a criar; antesde o desenhar. E escrevi-o muito inuencia-do por aquilo que tinha feito naquela tarde.

    Vi um episdio da primeira temporada doGame of Trones, um lme do Conan comSchwarzeneger e estava a ler um livro do StevenSaylor. No que tenham tido direta inunciano captulo em si, mas levaram-me a escrev-lo.

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    7.) As opinies acerca do teulivro no Cantinho tm sidomuito positivas. Na generali-dade, que feedback tens rece-bido dos leitores, desde que olivro foi publicado?Melhor era impossvel. Ainda estou es-pera da primeira crtica negativa, o que fantstico, mas sei que elas iro aparecerporque ningum agrada a gregos e troianos.

    As pessoas que me conhecem dizem-me que o

    livro no tem nada a ver comigo, sou um homemmuito pacato que parece que no parte um pra-to e depois apareo com um livro carregadinhode brutalidades. Falam-me das lanceiras deAan que so as prostitutas e do-lhes este nomeporque bem, o deus Aan uma gura itiflicae o seu sexo em forma de serpente chamadode Lana de Aan. Mas a maioria dos comen-trios so sobre um certo sujeito que morreude uma forma, digamos, pouco convencional.Sempre que falam dele eu s tenho vontadede me rir. em sido extraordinrio o feedback.

    Pessoas que no tm hbitos de leitura delicia-das com o meu livro nas mos, pessoas que noconheo a abordarem-me na rua a perguntaremse o Rei vai morrer ou no, e muitas a pergunta-rem-me de forma urgente pelo segundo volume.

    Outras dizem-me para mandar o livro paraa tv para fazerem um lme ou uma s-rie; apesar de serem sugestes completa-mente inconscientes sobre o mundo das telas,enchem-me sempre de orgulho. S posso es-tar orgulhoso de mim e agradecer o carinho.

    8.) Qual o teu prximo projec-to?

    Rever o Garras Glidas, segundo volume dasaga. Ele est concludo, mas preciso de lhedar uns toques e irei requisitar a ajuda de al-gumas pessoas para o examinarem tendo emconta certos parmetros que me podem es-capar: ortograa e gramtica, concordnciaentre os acontecimentos, coerncia e credibi-lidade, e claro, uma opinio global sobre o livro.

    Faltam-me 2 ou 3 captulos para terminar o ter-

    ceiro volume, que comearei a rever quando oGarras Glidas for para o forno (digo grca), oque dever acontecer l para Maio, Junho de 2015em princpio. Durante os prximos anos estareiembrenhado no mundo de Zallar e quando ter-minar as Histrias irei fazer uma pausa sabtica.

    O futuro s Deus sabe, mas no escondo a vontadede criar outras histrias dentro do mundo de Zallar.

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    Um autor inspirado, cheio de paixo pelo seu mundo e muita, muitacoragem! Mergulhar num desao destes no deve ter sido fcil! Umuniverso estimulante e coerente, personagens que cativam e um enredo que promete - so estes alguns dos ingredientes desta nova sagaUma aposta segura para quem quer embarcar numa boa aventura!

    Paula Pinto - http://www.wook.pt/cha/espada-que-sangra/a/id/15869710

    A quantidade e diversidade de personagens algo de idntico amundo de G. Martin, e o Nuno tem a capacidade de, com ape-nas uma pequena descrio, fazer com que quemos cativadospor elas (quer as principais, quer as secundrias so excelentes ocorrem com frequncia ashbacks das personagens principais, o qulhes confere complexidade e, claro, consistncia). Para alm disso, malha de intrigas, mistrios, crueldade e os jogos de trono(quMartin desenvolve to bem) tambm aqui est bem presente. Acrescque, tambm neste primeiro livro, temos muito poucos sinais de fan-tasia, que surgem de forma tnue e muito subtil..., assim, fcil dperceber que o livro me agradou em todas as vertentes, pelo seu enredo diversicado, personagens complexas e muito bem desenvolvidas, bem como pela qualidade da escrita...camos com a sensao dque o escritor apenas nos mostrou a ponta de um enorme iceberg!

    Fiacha - http://leiturasdoachaocorvonegro.blogspot.pt/2014/10/espa-da-que-sangra-de-nuno-ferreira_16.html

    Em Espada Que Sangra descobrimos um mundo diferente de tudoaquilo que conhecemos, mas cuja intriga e jogos de poder nos lembramum simples romance histrico.... Quando iniciei a leitura e percebi o qume esperava, pensei que alguns detalhes cassem por terra. Seria normal, pois sendo o primeiro livro do autor espera-se sempre alguma inexperincia, que haja falhas e que as crticas at possam ser mais negativque positivas. E a verdade que, com tanto personagem relevante para histria a ser desenvolvido, contava encontrar algumas pontas soltaou detalhes que acabassem esquecidos. Mas nada disso! frequentencontrarmos pelo livro, a cada oportunidade que o autor achou perti-nente, mais informaes sobre este novo mundo. Seja alguma lenda sobre os deuses, histrias de batalhas antigas e despojos de guerra, reis ddinastias distantes, segredos desvendados do passado das personagens.

    Soa Pinela - http://deliciasalareira.blogspot.pt/2014/12/espada-que-sangra.htmlO

    p i n i e s :

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    Ora, eu sei sorrir e matar sorrindo.E saudar Viva ao que me aflige o corao,

    E molhar minhas faces com lgrimas fingidas,E adaptar meu rosto a cada situao.

    SHAKESPEARE, Henrique VIM, Parte 3

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    Scott Lynch

    Scott Lynch um autor norte-americano de fantasia. Nasceuem 02 de abril de 1978 em St.Paul, Minnesota. Estrou-se

    com o lanamento da obra As Mentiras de Locke Lamora,pela qual, cou conhecido,

    tornando-se assim, numa das maioresrevelaes dos ltimos anos dentro dognero. De acordo com a informao dis-ponibilizada no seu site ocial, o escritorteve uma variedade de empregos at sededicar inteiramente escrita.

    O escritor gosta de histria, literatura, lmes,Macs contemporneos e clssicos, jogos e de-sign de jogo e bombeiro voluntrio em Wis-consin.

    As Mentiras de Locke Lamora foi nalista noWorld Fantasy Award em 2007 e foi nomea-do em 2007 e 2008 para o John W CampbellAward para Best New Writer. Alm disso, elerecebeu o Sydney J Bounds Best NewcomerAward da Society Fantasia britnico em 2008.

    Livros publicados: As mentiras de LockeLamora, Mares de Sangue e Te RepublicTieves.

    http://www.scottlynch.us/author.html

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    inopse:romance que apanhou de

    rpresa o mundo da fantasia.

    z-se que o Espinho demorr um espadachim im-tvel, um ladro mestre, um

    migo dos pobres, um fantas-a que atravessa paredes. Denstituio franzina e quasecapaz de pegar numa espa- Locke Lamora , para mal

    s seus pecados, o afamadopinho. As suas melhores ar-as so a inteligncia e manhasua disposio. E emboraa verdade que Locke roubes ricos (quem mais vale ana roubar?), os pobres nun-vem um tosto. odos os

    nhos destinam-se apenas ae ao seu bando de ladres: os

    valheiros Bastardos. O sub-undo caprichoso e colorido

    antiga cidade de Camorro nico lar que o bandonhece. Mas tudo vai mu-r: uma guerra clandestina

    meaa destruir a prpria ci-

    de e os jovens so lana-s num jogo de assassinos eidores onde tero

    lutar desesperada-ente pelas suas vidas.

    r que, desta vez, as mentirasLocke Lamora sero sufi-

    entes?

    opinies deleitores:Se h autores que sabem barrar oseu bolo com uma deliciosa cober-

    tura de tudo-o-que-podemos-de-sejar, este Scott Lynch um deles.Natural do Wisconsin, o jovembombeiro da regio saltou para oestrelato logo com o seu romancede estreia, um surpreendente jogode ladres que mistura ambientesque nos so de algum modo fa-miliares numa intrincada teia deintrigas e trapaas. As Mentiras deLocke Lamora, lanado em 2006, o primeiro volume de uma saga desete, Te Gentleman Bastards, sen-do que apenas trs foram publica-dos pelo escritor, e no se prev quemais algum para alm deste sejalanado em Portugal. Se este livrome surpreendeu? Sem a mais pli-da dvida. Scott nasceu para ser es-critor..... Magistral, soberbo, origi-nal Parece que todos os adjectivos

    so poucos para qualicar esta

    magnca obra., Nuno Ferreira.

    As Mentiras de Locke Lamora o meu livro preferido. J li osoutros dois livros. A forma comoeles terminam so sempre fan-tsticas. Gostei imenso da formacomo Scott construiu este mun-do e a maneira como vai apre-sentando o mundo e a histriaest muito bem elaborada. Sendoo Locke uma personagem cheiade charme, foi, para mim, fan-

    tstico poder acompanhar este primeiro livro e depois continuar para os seguintes. As suas aven-turas e aqueles perigos por queele passa zeram-me apaixonar pela personagem. Vou semprerecomendar este livro. , MissLamora.

    Uma histria original, vigoro-sa e arrebatadora de uma novae brilhante voz da co fan-tstica. - George R. R. Martin

    Eu quei totalmente atordoado pela qualidade da obra: a lingua- gem e a construo de mundo e datrama, a perspiccia e a destrezade Scott Lynch. Provavelmente um dos cinco melhores livros queli na vida. - Patrick Rothfuss

    Porque completamente e total-mente diferente de qualquer outroque eu j tenha lido! A histria quese desenrola nas pginas mgicasde As Mentiras de Locke Lam-ora tem uma velocidade louca,estonteante e grandes momentosde ao. Momentos como nuncaantes tinha lido. por isso que gosto muito deste livro e digo que o meu favorito - Maria Prattz.

    As mentiras deLocke Lamora

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    Locke Lamora ( no seu nome real) um jovem ladro de Camorr e foi o lder dos BastardsGentlemen por um tempo. Ele um mestre ladro, tendo sido formado numa idade muito jo- vem na arte do engano e roubo por Chains pai, tambm ele, um conspirador mestre, ganhandoo apelido de Te Torn de Camorr.

    Locke um ladro, um vigarista extraordinrio de uma natureza assertiva ousada, astuto einteligente. No entanto, essa audcia oresce frequentemente durante a sua adolescncia em

    arrogncia desinibida. Isto, combinado com a sua teimosia, leva-o a tomar decises que tmum impacto negativo sobre qualquer infeliz o suciente para ser preso na sua linha de fogo.

    fluente em vrias lnguas, ele l e escreve como um estudioso, tem amplo conhecimento dehistria, matemtica e literatura e mais do que proficiente na arte da etiqueta. No entanto,esta fachada cavalheiresca rapidamente substituda por insultos impiedosamente inteligen-tes quando Locke se irrita.

    Locke v seus companheiros de gangue como irmos, um vnculo que transcende sangue e juramento.

    http://camorr.wikia.com/wiki/Locke_Lamora

    Personagem principal do livro, Locke um ladro que assombra Camorr...que rouba a no-breza e que tem uma quadrilha muito especial. Locke um ladro muito engraado e esper-talho que mente muito e muito e muito e arranja planos completamente loucos e perigosos para desenvolver os seus trabalhos, em conjunto com os seus companheiros. S o Locke meiolivro. S o que ele faz e diz vale mais do que muitas histrias que por a andam. Ele o "Es-

    pinho de Camorr", o famoso e desconhecido ladro mais famoso de sempre! - Maria Prattz.1

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    Personagens literrias marcantes:

    Para que um livro cative a ateno do leitor, alm de uma histria envolvente,

    precisamos de construir bons dilogos e boas personagens. A combinao depersonagens, dilogos e uma histria envolvente, ser um grande passo para osucesso de um livro, permitindo que este, atinja um nmero signicativo de leitores.

    Da tua experincia literria, quais as tuas personagens preferidas e o que as dis-tingue das demais?

    a leitura estimula a memria, desenvolvendo a capacidade da nossa mente.a leitura fonte inesgotvel para a imaginao.a leitura fornece-nos as palavras/instrumentos para expressar os nossos sentimentos eemoes.a leitura aproxima-nos da compreenso do mundo e do autoconhecimento.ao ler, deparamo-nos com aquilo que pensamos: as nossas prprias crenas.

    possvel vivenciar/experimentar com a leitura, sem de facto, vivenciar/experimenta sicamente. o ato de ler naturalmente leva a escrever, igualmente, de forma natural.ler amplia a nossa capacidade de escutar, a nossa compreenso e tolerncia.a leitura desconhece a solido e permite sentirmo-nos sempre acompanhados.ler eleva a auto-estima.

    ler faz-nos sentir mais vividos/experientes.ler aumenta a nossa capacidade de reexo.

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    Leituraconjunta:

    Leitura conjunta a realizar no Cantinho do Corvo Fiacha na pgina ocial do FB a iniciar j noprximo dia 6 de Janeiro, no qual, sero devidamente anunciadas as regras de leitura.

    Disponvel para donwload nasseguintes pginas:

    - https://www.smashwords.com/books/view/502565- https://itunes.apple.com/pt/book/a-cativa/id952854999?mt=11

    - http://l.facebook.com/lsr.php?u=http%3A%2F%2Fstore.kobobooks.com%2Fpt-P %2Febook%2Fa-cativa&ext=1420138428&hash=AcmeEdLemHw2Qt4CW3NqPH3LrP-0V9QX8_A vSEvPrII_g

    Pgina do autor:http://juroqueminto.blogspot.pt/

    Vencedora do passatempo do n. anterior : Ctia Valente. Parabns!

    Livro I da

    srie Wulfric

  • 8/10/2019 Revista Fiacha Janeiro

    18/18

    Revista da autoria dos administradores do Cantinho do Fiacha o Corvo Negro,com a colaborao de So Bernardes.

    Um agradecimento especial participao de Nuno Ferreira.

    O Cantinho deseja a todos boas leituras.

    Os nossos profundos agradecimentos aos leitores da nossa revista e membros quenos seguem na pgina ocial do Cantinho do Fiacha.

    Janeiro de 2015