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O A MELHOR INFORMAÇÃO DA ACTUALIDADE NACIONAL, MUNDIAL E DESPORTIVA 5 de Novembro de 2011 - Nº 2 Revista em-linha das comunidades portuguesas MÁX 7ºC MIN -3ºC SÁBADO MÁX 10ºC MIN -1ºC DOMINGO MÁX 14ºC MIN 2ºC SEGUNDA FEIRA MÁX 13ºC MIN 6ºC TERÇA FEIRA MÁX 13ºC MIN 6ºC QUARTA FEIRA Semanal Português Cristiano Ronaldo recebe segunda Bota de Ouro P.48 REPÚBLICA DOMINICANA DICAS PARA TOUREAR A CRISE Que os tempos estão difíceis é ponto assente. Mas a hora dos lamentos já era O mo- mento é para ser criativo e mudar pequenos hábitos que podem fazer a diferença Co- nheça as nossas sugestões Páginas 2-4 Páginas 21-25 A República Dominicana é um país das Caraíbas que ocupa os dois terços orientais da ilha Hispaniola, que com- partilha com o Haiti, a sua úni- ca fronteira terrestre, a oes- te. Fronteiras marítimas têm duas: com Porto Rico, a leste, e com a colónia britânica de Turks e Caicos, a noroeste. Capital: Santo Domingo.

Revista O Semanal Portugues #2

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Foi lançada a 2ª edição (5 de Novembro) a revista, O Semanal Português. Como tema em destaque são noticias, vidas, lazer, desporto, viagem e muito mais. Totalement gratuito.

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OA melhor informAção dA ActuAlidAde nAcionAl, mundiAl e desportivA

5 de novembro de 2011 - nº 2

revista em-linha dascomunidades portuguesas

MÁX

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QUARTAFEIRASemanal

Português

cristiano ronaldorecebe segundaBota de ouro p.48

REpúBlICADOMINICANA

DICAS pARATOUREAR A CRISEQue os tempos estão difíceis é ponto assente. Mas a hora dos lamentos já era O mo-mento é para ser criativo e mudar pequenos hábitos que podem fazer a diferença Co-nheça as nossas sugestõespáginas 2-4

páginas 21-25

A República Dominicana é um país das Caraíbas que ocupa os dois terços orientais da ilha Hispaniola, que com-partilha com o Haiti, a sua úni-ca fronteira terrestre, a oes-te. Fronteiras marítimas têm duas: com porto Rico, a leste, e com a colónia britânica de Turks e Caicos, a noroeste. Capital: Santo Domingo.

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2 O Semanal português

le journal hebdomadaire portugais

ÉditeurS. FiguereidodirectriceN. TavaresAdministrAteurM. MoreirarÉdActeur-en-chefS. FiguereidoinfogrAphisteM. Ribeiro

HebdomadaireFondé le 29-10-2011Tél.: (514) 299-1593

Courriel.: [email protected] gratuite. Tous droits réservés. Toute reproduction to-tale ou partielle est strictement interdite sans notre autorisation écrite. les auteurs d’articles, photos et illustrations pren-nent la responsabilité de leurs écrits.

OSemanal Português

FIlARMóNICApORTUGUESADE MONTREAlA Filarmónica portu-guesa de Montreal vai começar a sua escola de música no dia 18 de Outubro. pode deixar o vosso nome e número de telefone a FpM: 514-982-0688. Os cursos de nível 1 serão às terças-feiras e nível 2 serão às quartas-feiras.

crise a quanto obrigasA ordem é para poupar.

Seja Dia Mundial da Pou-pança ou não. A ideia de criar uma data especial para promover a noção de poupança surgiu em 1924, durante o primeiro Congresso Internacional de Economia, em Milão, mas nunca como agora a efeméride fez tanto sen-tido.

Os dados do Observa-dor Cetelem mostram que as intenções de pou-pança dos portugueses estão a aumentar e as in-tenções de consumo a di-minuir. Apesar de estar-mos a entrar na época de Natal, em que o consumo aumenta significativa-mente, apenas 12% dos consumidores portugue-ses pretende aumentar as suas despesas nos pró-ximos meses e 37% dos consumidores revela que pretendemesmo aumen-tar as suas poupanças.

“A situação económi-co-social no nosso país continua marcada por um plano

de austeridade muito se-vero, onde as incertezas sobre a retoma da eco-nomia aumentam a cada dia”, afirma a responsá-vel pelo Observador Ce-telem em Portugal.

“Ainda que nos esteja-mos a aproximar de uma época de consumo por excelência, o poder de compra em Portugal está cada vez mais limitado e o comportamento/inten-ções dos consumidores é um sintoma disso mes-mo: os portugueses estão mais orientados para a poupança e não preten-

dem aumentar as suas despesas”, acrescenta Conceição Caldeira Sil-va.

De acordo com o in-quérito Cetelem, as fa-mílias estão mais orien-tadas para a poupança, à excepção da região de Lisboa, onde o número de famílias a quererem consumir supera o nú-mero das que tencionam poupar mais. Em con-trapartida, é na região

Sul que os consumidores pretendem poupar mais e gastar menos – 68% dos inquiridos revela que pretende aumentar as suas poupanças e 97% diz que não irá aumentar as suas despesas.

O cenário é idêntico nas regiões Norte e Centro: a Norte há um aumento da poupança (43%) e au-mento da despesa (6%); No Centro verifica-se um aumento da poupança (33%) e um aumento da despesa (6%). A região do Porto apresenta as percentagens mais bai-

xas, sendo que apenas 15% dos inquiridos pre-tende poupar mais e 4% deseja consumir mais.

São os indivíduos na faixa etária dos 35 aos 44 anos que revelam maio-res intenções de consumo e poupança (41% e 15%, respectivamente).

As classes sociais mais altas (AB/C1) são as que pretendem poupar mais: 39%, comparativamente com os 29% das classes

C2/D. Já as intenções de consumo não diferem muito entre ambas: 12% nas classes mais baixas e 11% nas altas.

Comparativamente ao ano de 2010, os resulta-dos revelam que, apesar de se mostrarem preo-cupadas em aumentar as suas poupanças, são me-nos as famílias a acredi-tar que irão consegui-lo, já que, face ao ano passa-do, são menos 10 pontos percentuais de intenções de poupança.

RAQUELMADUREIRA

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SãO MARTINHO NAMISSãO SANTA CRUzA Missão Santa Cruz organiza o tradicional jantar de São Martinho sábado 12 de Novembro pelas 18h30 no subso-lo da Igreja Santa Cruz. Festa será animada pelo conjunto Estrelas da noi-te. Bilhetes a venda na secretaria da Missão . 514-844-1011

JANTAR DESãO MARTINHOO Clube portugal de Montreal organiza o jan-tar de São Martinho no 12 de Novembro de 2011 pelas 19h00. A noite será abrilhantada pelo DJCpM que vai vos brindar com muita música. para mais informações 514-844-9489.

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descontos online, uma vida melhorCom a crise, tudo quanto signifique poupar é de

aproveitar, claro. E se um site lhe oferecer descon-tos e promoções em bens que utiliza diariamente, então isso é quase um milagre.

Mas, quer dizer, um milagre daqueles que aconte-cem, está a ver? A plataforma online Goodlife (www.goodlife. com.pt) é apenas uma entre as que oferecem diariamente descontos nos mais variados produtos. “O maior desconto até hoje foi de 93% num trata-mento de emagrecimento dirigido ao público femi-

nino em que o consumidor poupava €561 em relação ao preço original. Mais de 1.500 pessoas adquiriram esta oferta em apenas 48 horas”, conta ao metro Mi-guel Baptista, chefe de vendas da Goodlife.

Embora no início os clientes procurassem mais pro-dutos de restauração, estética e hotelaria, cada vez mais se mostram abertos a descontos em cartas de condução, por exemplo, ou em “produtos que vão da tecnologia a uma simples almofada”, diz ainda. Afi-nal, embora não haja dinheiro para gastar, quem não resiste a um bom desconto?

“É uma óptima opção em tempos de crise, permitin-do aos consumidores manter o nível de vida, (janta-res, viagens, cinema, etc.) e ao mesmo tempo poupar até 90% do valor que gastavam anteriormente”, refe-re. O aumento destas plataformas de desconto online começou a notar-se mais no último ano. Miguel Bap-tista já conta para cima de 20 as que estão actualmen-te disponíveis. Ainda assim, a Goodlife continua a subir. “Estamos a crescer bastante, mesmo em crise, mas acredito que quando a nossa economia recuperar iremos crescer aindamais”, conclui.

PATRÍCIA TADEIA

comprar felicidade...“Dizem que o dinhei-

ro não compra felicida-de, mas torna as coisas muito mais fáceis,” diz Phillip Bloch, estilista das celebridades – e por celebridades, queremos dizer que ele vestiu praticamente todas as pessoas de que já ouviu falar.

“Já o tive e deixei de o ter, sei que é melhor tê-lo.”

Apesar da sua reputa-ção de vedeta, Bloch es-creveu um livro direccio-nado para a população geral.

“The Shopping Diet” explica como o acto de fazer compras de forma consciente pode melho-rar a sua vida e poupar-lhe dinheiro.

Por exemplo, critica

pessoas que gastam de-masiado dinheiro em prendas, porque as com-pram à última da hora, ou o fazem por obrigação.

“Está calor, está cansa-do, trouxe os miúdos que só gritam, não pensou muito na questão,” diz.

“E depois, temos as pessoas que compram compulsivamente.

‘Fui à Express, tinham umas camisolas de man-ga comprida a €10... comprei uma de cada cor.’ Pois, mas gastou 100 dólares numa série de camisolas horrorosas.

É uma reacção impul-siva porque pensam que é uma pechincha.” Eis as dicas de um especialista para gastar melhor e ser mais feliz.

TED STRYKER

...se a sua carteira der:

O maior diamante amarelo domundo Caso seja aquilo a que as sociedades modernas classificam de milionário, além de, eventual-mente, estar a perder algum do seu tempo a ler estas sugestões, pode sempre avançar para a compra deste fabuloso diamante co-muns impressionantes 110,03 quilates. A peça vai a leilão na Sotheby’s de Londres e espera-se que atinja o valor de 8 a 10 milhões de euro.Qual a sua licitação?

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Como ficar fabulosa com pouco dinheiroEsfoliação através da

aplicação de bicarbo-nato de sódio

“Bicarbonato de sódio é um esfoliante excelen-te”, garante a autora e jornalista. “Ponha-o no frigorífico, depois pegue numa porção, misture com água e esfregue na sua pele. Vai deixá-la muito macia.”

Trate do seu cabelo“O shampoo antienve-

lhecimento ‘Caviar’ da Alterna, está hoje em dia no meu top. Contém ele-mentos essenciais para cabelos quebradiços e cansados. Como andei muito stressada no ano passado, o meu cabelo andava muito frágil. Já o uso há um mês e o cabelo voltou a ser o que era.”

Grande melena, fa-ça-a você mesma

“Invista em extensões de cabelo de boa qualida-de. Eu utilizo a linha da Jessica Simpson, ‘Hair Do.’ Segredo: 99% das vezes, as raparigas na ‘red carpet’ usam-nas. São perfeitas. Se o ca-belo estiver a passar por um ‘período morto’, se-pare-o, coloque-as, pen-teie o cabelo por cima e vai ficar com um ‘look’ fantástico.”

Arranje uma banda elástica

“Obtenha um exercício completo com

uma banda elástica. Só precisa de uma maçane-ta para se poder agarrar e pode fazer agachamen-tos, levantamentos de

pernas, círculos com os braços, extensão de om-bros e tonificar a parte de dentro e de fora das an-cas.”

Se comer porcaria, vai-se sentir como tal

“É um mito que comer bem sai caro. Só precisa de um vaso na sua cozi-nha onde possa pôr toma-tes e ervas a crescer. Co-mer bem é uma escolha, somos mesmo aquilo que comemos. Quando como porcarias, sinto-me le-tárgica e de mau humor, mas quando como bem, tenho imensa energia. Coma frutas e vege-tais frescos, como espargos, maçãs, cenouras e lanche amêndoas.

Cheguei à con-clusão que daqui a 20 anos n ã o

vou querer perder o meu tempo nas filas da farmá-cia para comprar compri-midos por ter problemas de saúde.”

Viaje compouca coisa“Em voos nocturnos,

leve uma escova e pasta de dentes e, se tiver ma-quilhagem, mantenha-a simples para lhe dar ape-nas um retoque quando acordar. Tenha um ‘uni-forme’ de aeroporto.

O meu consiste em le-ggings pretas, sapatos rasos e a minha túnica DASH favorita, para me manter bonita e quente.

Uso uma mochila, por

isso não ando carrega-da com um saco, e levo apenas uma bolsinha a tiracolo onde tenho o passaporte e artigos es-senciais.”

Estilo pessoal... tenha um realmente seu

“O que veste é irrele-vante, desde que seja um estilo próprio, com os acessórios certos. Descu-bra onde pode cortar des-pesas: talvez possa usar um vestido de 30 euros da H&M e não um de 300 da Armani para um grande evento. Quem é que vai saber?”

Exercício na cama“Se está de viagem, a

comer comida de má qua-lidade, não levou os ténis e está a passar demasia-do tempo agarrada à TV, então faça exercício na cama. Não vai suar mui-to, mas conseguirá fazer alguns exercícios de to-nificação, como flexões ou abdominais.”

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lei deveria ser mais restritivaApesar de alguns resultados positivos verificados

desde a entrada em vigor da Lei do Tabaco, em 2008, “esta lei deveria ser muito mais restritiva”. Quem o diz é a coordenadora da Comissão de Tabagismo da

Sociedade Portuguesa de Pneumologia. Lourdes Bar-radas falava no XXVII Congresso de Pneumologia, que terminou no Porto, um dia que ficou marcado pelo debate sobre

a importância do marketing no consumo. Em causa está a forma como a indústria tabaqueira usa o ma-rketing para manter os hábitos tabágicos e “cativar

novos clientes”, referiu. Usa uma “publicidade to-talmente virada para os jovens e para as mulheres”, apelando ao sexo feminino com uma mensagem de “emancipação, glamour, moda”, afirmou.

Lourdes Barradas acrescentou que “há lacunas na lei que precisam de ser limadas”, referindo-se à res-tauração e diversão nocturna: “Estas excepções são nocivas para a saúde, não só de quem frequenta estes espaços,mas essencialmente dos seus trabalhadores, que estão inúmeras horas expostos ao fumo.”

Crise?

Aumento do imposto sobre o tabaco “leva à redução do consumo”, defende a responsável à agência LusaSe o imposto fosse ainda maior – como é noutros países – haveria uma diminuição do consumo, diz

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orçamento do estado para 2012IVA NAS COMPRAS CORRENTESVAI PODER SER DEDUZIDOOs contribuintes vão passar a poder deduzir aos im-

postos o IVA que suportam nas compras correntes que efetuam todos os dias. Na proposta de OE para 2012, o Governo pede autorização para poder legislar no sentido de “criar deduções em sede de IRS [Impos-to sobre o Rendimento das pessoas Singulares], IMI [Imposto Municipal sobre Imóveis] ou IUC [Imposto Único de Circulação] correspondentes a um valor de até 5% do IVA suportado, e efetivamente pago, pelos sujeitos passivos na aquisição de bens ou serviços”. O Governo ressalva, no entanto, que este valor ainda

será posteriormente sujeito a um outro limite máxi-mo.

MAIS MEIA HORA DE TRABALHONO PRIVADO E MENOS FERIADOSO Governo vai permitir o aumento do horário de tra-

balho em meia hora diária no setor privado até 2013, reduzir o número de feriados e reajustar as datas de outros, segundo o relatório do Orçamento do Estado para 2012. “Para contrariar o risco da deterioração económica, o Governo permitirá a expansão do horá-

rio de trabalho no setor privado em meia hora por dia durante a vigência do Programa de Assis-

tência Económica e Financeira”, ou seja, até ao fi nal de 2013.

IVA PASSA A 23%O IVA na restauração vai passar para a taxa normal de

23%. Na alimentação, o conjunto de alimentos prepara-dos, prontos a consumir, passam igualmente a ser taxados com 23%, como é o caso de batatas fritas pré-cozinhadas ou congeladas e pizzas, por exemplo. A proposta elimina ainda da taxa intemédia de 13% o conjunto de equipa-mentos destinados ao aproveitamento das energias reno-váveis, que passam a ser taxados à taxa máxima.

DEDUÇÕES DE SAÚDE NOIRS LIMITADAS A 10%

O Governo quer limitar a 10% as despesas de saúde que os contribuintes podem deduzir no IRS, segundo a versão fi nal da proposta de Orçamento do Estado para 2012. No documento, o artigo 82º do Código do Impos-to sobre o Rendimento das pessoas Singulares (IRS) é alterado e onde atualmente se prevê que são dedutíveis à coleta 30% das despesas efetuadas com a aquisição de bens e serviços diretamente relacionados com despesas de saúde, passa a prever-se apenas uma dedução de 10% com essas despesas. A proposta do Governo prevê, no entanto, uma majoração desta dedução para as famílias com três ou mais dependentes a seu cargo.

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PROPRIETÁRIOS PASSAMA PAGAR MAIS IMIO Orçamento do Estado (OE) para 2012 prevê um

aumento de 0,1 pontos percentuais no Imposto Mu-nicipal de Imóveis (IMI), sendo que o valor do im-posto triplica para os prédios urbanos devolutos ou em ruínas. O IMI, para os prédios urbanos que foram vendidos ou avaliados desde 2004, passa de um in-tervalo entre 0,2 e 0,4% para um intervalo entre os 0,3 a 0,5 por cento. Para os prédios que ainda não mereceram avaliação ao abrigo das novas normas, o valor sobre o qual incide o imposto passa a ser entre 0,5% e 0,8%, face ao anterior intervalo que ia dos 0,4 aos 0,7 por cento.

CONTRIBUINTES COM AUMENTOS EM 2012O Governo decidiu deixar inalterada a tabela do

IRS o que poderá levar a uma penalização extra dos contribuintes que vejam o seu rendimento aumentar em 2012. Assim, os contribuintes que estejam per-to do limite máximo de um escalão de rendimento e que vejam os seus rendimentos aumentarem em 2012, ainda que apenas ao nível da infl ação, poderão passar para um escalão superior e, como tal, fi car sujeitos a uma taxa de imposto também superior.

TAXA ADICIONAL DE 2,5% PARA EMPRESAS COM LUCROS ACIMA DE 10 MILHÕES

As empresas com lucros tributáveis superiores a 10 milhões de euros serão sujeitas a uma taxa adicional de 2,5 por cento. De acordo com a proposta fi nal do Governo, uma sociedade que tenha um lucro tributá-vel superior a dez milhões de euros vai ser tributada da seguinte forma: a 25% acrescida da derrama mu-nicipal que pode ir até 1,5% (valor que já existia), acrescido de uma derrama estadual de 3% relativa-mente aos lucros tributáveis que se situem entre 1,5 milhões de 10 milhões, e um adicional de 5%sobre os lucros tributáveis que chegam a 10 milhões de eu-ros. O agravamento da taxa é aplicável sobre o rendi-mento de pessoas coletivas “residentes em território português e que exerçam atividades de natureza co-mercial, industrial ou agrícola”.

NEM AUMENTOS NEM PROGRESSÃONA CARREIRA PARA FUNÇÃO PÚBLICAO OE para 2012 mantém o congelamento salarial

e das promoções e progressões aplicado em janei-ro deste ano aos trabalhadores do setor público no âmbito da contenção da despesa, bem como o im-pedimento de consequências financeiras associadas a promoções e progressões nas carreiras. Assim, a redução média de 5% dos salários do setor público aplicada em 2011 irá manter-se em 2012.

FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS NÃOPODEM RENUNCIAR ÀS FÉRIASOs funcionários públicos vão deixar de poder re-

nunciar às férias a troco do pagamento da remune-

ração e do respetivo subsídio, o que permitirá uma poupança de cerca de 0,2 milhões de euros.

PERDA DOS SUBSÍDIOS CONFIRMADAOs trabalhadores e pensionistas do setor público

com vencimentos superiores a mil euros vão ter os seus subsídios de férias e Natal suspensos nos próxi-mos dois anos. Esta “medida excecional de estabili-dade orçamental” vai ser aplicada “a todas as presta-ções, independentemente da sua designação formal, que direta ou indiretamente, se reconduzam aos sub-sídios” em causa.

IMPOSTO SOBRE O TABACOO imposto sobre o tabaco vai aumentar para 50%

em 2012. “O imposto sobre o tabaco relativo a cha-

rutos, cigarrilhas, tabaco de corte fi no destinado a ci-garros de enrolar e restantes tabacos de fumar reveste a forma ‘ad valorem’, resultando da aplicação ao res-pectivo preço de venda ao público nas percentagens” de 15% para os charutos e para as cigarrilhas, 61,4% para o tabaco de corte fi no destinado a cigarros de enrolar e, para as restantes tabacos de fumar, os 50%, lê-se na proposta. Atualmente o imposto sobre o ta-baco é de 45 por cento.

TETOS DEDUTIVOSENTRE OS 3º E 6º ESCALÕESOs contribuintes que estejam integrados no tercei-

ro escalão de IRS apenas vão poder deduzir despesas com saúde, educação ou imóveis até um máximo de 1.250 euros. De acordo com o documento a que a Lusa teve acesso, os dois escalões de rendimento mais re-duzido continuam sem limites nas deduções à coleta, seguindo-se um limite de 1.250 euros no terceiro es-calão, 1.200 euros no quarto escalão, 1.150 euros no quinto e 1.100 euros no sexto escalão. Assim, apenas

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orçamento do estado para 2012quatro escalões de IRS ficam sujeitos a limitações, sendo que os contribuintes que tiverem rendimentos que se integrem nos dois escalões de rendimento mais elevados não poderão apresentar qualquer despesa.

MAIS-VALIAS MAIS TRIBUTADASO documento prevê um aumento de 20 para 21,5%

na tributação das mais-valias em operações fi nan-ceiras. “O saldo positivo entre as mais-valias e me-nos-valias (...) é tributado à taxa de 21,5 por cento”, refere o documento. A tributação destas mais-valias aplica-se também aos planos de poupança em ações, quando o contribuinte as resgatar.

CORTES NA FORMAÇÃO PROFISSIONALAs políticas ativas de emprego e formação profi

ssional receberão em 2012 cerca de 490 milhões de euros, menos 14,3% do que em 2011. As transferên-cias para as políticas ativas de emprego e formação profi ssional em 2012 situam-se nos 490.098.620 eu-ros, abaixo dos 571.931.014 que constavam na Lei do Orçamento do Estado para 2011.

‘OFF-SHORES’ COM TRIBUTAÇÃOAGRAVADA PARA 30%As off-shore vão passar a ser tributadas a 30%, ou

seja, os rendimentos que forem pagos a uma entida-de residente num paraíso fiscal passam a ser sujeitos a uma retenção na fonte de 30%, quanto até ao mo-mento a taxa de retenção na fonte sobre os rendi-mentos de capitais era de 21,5 por cento.

LIMITES AO ENDIVIDAMENTOA proposta de OE para 2012 impõe ao Es-

tado um limite de endividamento de 13,89 mil mi-lhões de euros, a acrescentar aos 12 mil milhões de euros do fundo para a recapitalização do setor fi nan-ceiro.

“Fica o Governo autorizado (...) a aumentar o en-dividamento líquido global direto, até ao montante

máximo de 13.890 milhões de euros”, refere a versão final da proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2011.

AUMENTA CONTRI-BUIÇÃO

PARA ESTRADAS DE PORTUGAL

O Governo vai aumentar a contribuição de serviço rodoviário de 6,4 cêntimos para 6,547 cêntimos por li-tro na gasolina e de 8,6 cên-timos para 8,798 cêntimos por litro no gasóleo. “O va-lor da contribuição de ser-viço rodoviário é de 65,47 euros por 1.000 litros para a gasolina e de 87,98 euros por 1.000 litros para o ga-sóleo rodoviário”, lê-se no documento. A contribuição

do serviço rodoviário incide sobre os combustíveis sujeitos ao Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP) e é destinada ao fi nanciamento da rede rodoviária a cargo da Estradas de Portugal.

TAXA SOBRE SETORBANCÁRIO MANTÉM-SEO imposto sobre o setor bancário criado por José

Sócrates vai ser prorrogado para 2012. Esta contri-buição, que incide sobre o passivo dos bancos, foi criado pelo Governo de José Sócrates no âmbito do Orçamento do Estado para 2011, sendo agora prorro-gado pelo executivo de Passos Coelho.

CONTRIBUIÇÃO PARA O AUDIOVISUALMANTÉM-SEA taxa de contribuição para o audiovisual, que en-

tra no orçamento da RTP, mantém- se nos 2,25 euros no próximo ano. Esta taxa está incluída na fatura da eletricidade.

O Governo liderado por Passos Coelho mantém as-sim a taxa, depois desta ter sofrido um aumento de quase 30% este ano, de forma a compensar a redução das indemnizações compensatórias da estação públi-ca.

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A 24 de agosto, Jobs havia anunciado numa carta aos empregados da empresa que renun-ciava ao cargo de CEO (presidente executivo). O criador de uma das mais famosas empresas do Silicon Valley cali-forniano faleceu com 56 anos em sua casa em Palo Alto. No comuni-cado da empresa referia-se que, devido à criativi-dade de Jobs, o “mundo está incomparavelmente melhor”.

Fãs das criações de Jobs e da Apple fizeram vigílias à porta das lojas da empresa em várias partes do mundo, com destaque para a loja ao fundo da 5ª Aveni-da, junto ao início do Central Park, em Nova Iorque, que está 24 ho-ras aberta. O presidente norte-americano, Ba-rack Obama, declarou que “o mundo perdeu um visionário”. O fun-dador da Apple deixou

a empresa no seu auge de capitalização. Durante a recente derrocada bolsis-ta ultrapassou a Exxon, a “rainha” dos petróleos, e

alcançou o primeiro lugar nos Estados Unidos du-rante vários dias.

No dia (5 de outubro) do falecimento de Steve Jobs, a Apple tinha uma capitalização de 350,67 mil milhões de dólares no Nasdaq e as suas acções valiam 378,25 dólares cada uma. A Exxon Mo-bil, nesse dia, atingiu uma capitalização bolsista de 359,55 mil milhões de dólares, colocando-se em primeiro lugar, num taco-

a-taco que se tem pro-longado. A “guerra” pelo primeiro lugar na capita-lização bolsista nos EUA entre a mais valiosa em-presa “filha” da revolução das tecnologias de infor-mação dos anos 1970 e 1980 e o “dinossauro” da era dos petróleos irá con-tinuar. Ao final do dia se-guinte ao falecimento de Jobs, no fecho do Nasdaq – a bolsa das tecnológi-cas em Times Square, em Nova Iorque -, a capita-lização bolsista da Apple baixou ligeiramente para 349,86 mil milhões de dólares. A Exxon mante-ve-se à frente.

O empreendedor/ino-vador do Silicon Valley

Nascido em São Francis-co em 1955, criado como filho adoptivo, sem ter concluído a universidade (tal como Bill Gates), bu-dista de confissão, criou em 1976 a Apple numa tí-pica garagem de casa cali-forniana com o seu amigo Steve Wozniak. A revista

Forbes estima a sua for-tuna em 7 mil milhões de dólares. É apontado como o exemplo típico do empreendedor/ino-vador bem sucedido do Silicon Valley e tornou-se, tal como os inventos que lançou, um ícone. Inovou com o computa-dor pessoal Apple II em 1977, depois com o Ma-cintosh em 1984. Esteve fora da empresa entre 1985 e 1997 e regressou para iniciar uma saga de inovações, a troika for-mada pelo IPod, IPhone e IPad. Desde 2000, a Apple conseguiu núme-ros que deixaram os seus investidores satisfeitos. O analista Peter Cohan, de Boston, aponta qua-tro médias anuais: 29% no crescimento do pre-ço das ações; 26% no crescimento da factura-ção; 20% no crescimen-to dos lucros; e 354% de aumento na margem líquida.

steven Jobs (1955 – 2011) – o ícone do si-

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o“A montanhapariu um rato”!

Com opiniões divididas entre os mais cépticos, os mais optimistas e os que já se tornaram indi-ferentes, os portugueses esperavam com alguma expectativa os resultados do Conselho europeu da passada semana.

Em causa estava (e está...) a solução para os proble-mas que afectam a União Europeia e a urgência de algumas atitudes importantes e necessárias à conti-nuidade deste projecto, que tantas esperanças mobi-lizou, entre os países deste velho continente e a cada vez maior convicção de que, o problema português, não se resolverá apenas com o cumprimento do me-morando da “troika”.

Afinal e como já vem sendo habitual, desde que esta crise se instalou no seio da União, o resultado de mais uma cimeira dirigida pela França e a Alemanha, foi que:

“A montanha pariu um rato”!Entre intenções imprecisas, sem definição da exe-

cução e sem temporalidade determinada, sobre as matérias essenciais à continuidade e desenvolvimen-to dos países situados na zona euro, esta cimeira de-cidiu-se pela “resolução” do problema mais urgente, a Grécia, sem tomar medidas adequadas para que a mesma situação não se venha a repetir em Portugal, na Espanha ou na Itália, para só falar destes.

Mas que resolução?...Perdoar 50% da dívida grega até 2020!No entanto, com 350 mil milhões de euros em dívi-

da e uma economia de “rastos” é de esperar que, em 9 anos, os gregos se “vejam gregos” para endireitar o seu País.

Razão que conduz muitos analistas a afirmarem que, a haver perdão, ele deveria ser de 70% da actual dívida, caso contrário, esta medida só vai diferir no tempo a resolução do problema.

Mas que tipo de perdão é supostamente pedido?...O perdão voluntário dos bancos e outros agentes fi-

nanceiros, que compraram títulos da dívida soberana grega.

Esta questão, este apelo ao voluntariado dos credo-res deixa-nos, a quase todos nós, grandes ignorantes da engenharia financeira mundial, ainda mais perple-xos!

Reconhecendo que as entidades credoras da dívida grega, ou de outras dívidas soberanas, não empres-tam por “desporto” e só o fazem com o aval das se-

guradoras do dinheiro investido, quem vai verdadei-ramente perdoar os tais 50%? As seguradoras? Julgo que não!

Não me parece que sejam as companhias de seguros a suportar o custo do perdão porque, se o fizessem, iriam rapidamente à falência, devido aos elevados montantes que estão em causa, arrastando uma mon-tanha de problemas consequentes.

Além disso, as seguradoras, estão defendidas por cláusulas contratuais, que definem a sua responsabi-lidade nestes casos, apenas quando eles são conse-quência de factores involuntários aos seus clientes e não porque estes decidiram voluntariamente perdoar os seus créditos.

Então quem perdoa e quem vai pagar?...Saberemos isso nos próximos capítulos, embora já

se adivinhe...Mas há finalmente algo que esta cimeira demons-

trou e que não ouvi ninguém agora afirmar em voz alta!

O resgate financeiro, que a Europa e o FMI fizeram à Grécia, foi uma autêntica catástrofe!

E os seus responsáveis não querem assumir agora a “mea culpa”, tentando mesmo assim exportar o mes-mo modelo, apenas com alterações dos seus flagran-tes excessos, para países como Portugal.

Antes preferem aparecer hoje como os mentores da salvação europeia, perdoando uma dívida dos gregos, da qual são igualmente corresponsáveis, utilizando um “saco azul” que está em mãos indefinidas ou que não querem publicitar, para não ferir a susceptibilda-des dos “troianos.

No quadro das esgotadas doutrinas neo-liberais, que dominam actualmente a política e a economia da União Europeia e de todos aqueles que susten-tam a ideia de que os mercados, mesmo os finan-ceiros, se regulam automaticamente, estes impas-ses, meias soluções e os discursos em zigue-zague, dos chefes políticos nacionais, são demonstrativos da sua incapacidade em “ver” mais longe do que os seus objectivos domésticos e, mesmo nesse par-ticular, são obrigados a fazer constantes “golpes de rins”, face às teorias e práticas que executam e que se mostram inconsequentes.

LUIS BARREIRA

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oA legalidade imoralFoi com grande satisfação que tomei conhecimento de

que Miguel Macedo, mau grado a legalidade do valor por si auferido do subsídio de alojamento, se determinou a do mesmo prescindir, quer pela cabal falta de lógica na situação em causa, quer por essa mesma razão, mas vista à luz do estado em que a generalidade dos portugueses hoje vive e do que ainda os espera através de um futuro a muito longo prazo. A realidade dos subsídios recebidos nas circunstâncias em que se encontra Miguel Macedo, e que tocará, porventura, outras personalidades da nossa vida pública, as pensões vitalícias auferidas, ainda hoje, por cerca de quatro centenas de políticos nossos, os sub-sídios de alojamento dos juízes, mesmo depois de já se encontrarem jubilados e fora de funções, entre diversos outros casos de acumulação de reformas e destas com outros vencimentos, mostra bem a razão de ser da revol-ta larvar, hoje em rápido crescimento, que está a varrer a sociedade portuguesa. Sempre que se fala desta impen-sável realidade, de pronto os visados nos referem que se trata de situações de completa legalidade, esquecen-do, de modo conveniente, que o problema diz respeito, isso sim, à legitimidade moral e à lógica de tal realidade. Hoje, e na peugada das mais que justas e naturais rea-ções de Vasco Lourenço e dos seus camaradas de armas, a verdade é que toda esta realidade não tinha lugar no tempo de Salazar e da II República. Existiam princípios fortes, generalizadamente aplicados, sem dúvida com falhas, mas não com o despudor dos dias que passam.

Um despudor que se mede pela autêntica singularidade de Miguel Macedo. Temos, digamos assim, uma demo-cracia, mas já nem mesmo uma Constituição da Repú-blica que seja respeitada, para o que basta ter escutado no passado domingo as palavras de Marcelo Rebelo de Sousa: estamos à beira da inconstitucionalidade… E isto é ele a conversar! Mas mesmo a (dita) democracia já também não existe, a não ser nos dias de eleições e no inútil funcionamento institucional. E isto porque a tal nossa (dita) democracia representativa já não repre-senta a vontade geral dos portugueses. Até no que toca às decisões sobre perda de soberania… Hoje, se o meu caríssimo leitor prestar um pouco de atenção, e se conse-guir ser realmente independente de possíveis paixões de clubismo partidário, perceberá que os políticos do nosso tempo – não só os políticos –, de facto, já só se mantêm no poder por via da força pública e da força militar. Uma realidade que está presente por quase todo o Mundo, e sempre resolvida, precisamente, por via da força. Ora, isto é, precisamente, o que De Gaulle esteve prestes a fa-zer no Maio de 68, ao deslocar-se à Alemanha a procurar o apoio dos seus generais para reprimir, tal como se viu em Budapeste, ou em Praga, ou mesmo no atual norte de África, com os ditadores agora derrubados. O que hoje se pode ver é que a vontade de um povo, e até o fac-to dele ser depositário da soberania do seu país, podem nada significar para quem, teoricamente, foi escolhido para o representar. HÉLIO BERNADO LOPES

A excelência dainiciativa privada

O meu caríssimo leitor já por aí ouviu que isso da ini-ciativa privada é uma autêntica maravilha, ao contrário da gestão pública, que se constitui numa verdadeira mi-séria sem um ínfimo de qualidade. Ou seja, a nossa Justi-ça só funciona mal porque é mal gerida por quem a gere, porque se ela fosse privatizada, ah, bom, isto iria por aí pi acima! E quem diz Justiça, diz Forças Armadas. Todo o problema está em serem elas geridas pelos militares, por-que com elas comandadas pelo setor privado, como se pôde ver no Iraque, bom, tudo seria muitíssimo melhor, gastando muito menos, com imensamente menos pesso-al, muito mais material, talvez até com um porta-aviões. Fosse o comando militar de um dos nossos políticos, de-pois de ter entrado para o setor privado, e iríamos a Mar-te! Ora, nós temos hoje uma prova destas duas realidades antes citadas, mas já mesmo a nível mundial. Uma prova que mostra mesmo como se pode defender o ambiente,

evitando a sua desnecessária poluição, sendo que os autores da façanha são, precisamente, gente do setor

privado, porventura apoiada por elementos do domínio público. Refiro-me ao material hospitalar, e de lugares do Mundo os mais diversos, que surgem em outros tantos lugares deste nosso Mundo, que melhora a olhos vistos. O grande azar está em serem as nossas polícias estruturas públicas, porque se tivessem sido já privatizadas, ah, tudo seria descoberto em três tempos, de molde a que fossem atribuídas comendas aos autores desta completa inova-ção. De molde que hoje mesmo tomei uma decisão, logo que se venham a descobrir, porventura, os autores desta fantástica ideia: propor ao Instituto Nobel a criação do Prémio Nobel da Gestão, porque seria, sem um ínfimo de dúvida, um domínio onde marcaríamos uma presen-ça absolutamente forte e quase permanente. Sim, porque como o meu leitor sabe bem, se há domínio em que os portugueses dão cartas por esse Mundo além, esse domí-nio é o da Gestão. Sobretudo, a privada. Não há quem o não reconheça, mormente, lá por fora.

HÉLIO BERNADO LOPES

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oo encontro

Que raio de ideia, ter-te marcado encontro neste sítio, porque diabo não escolhi uma pastelaria, um café, um centro comercial, tudo menos uma esqui-na que me disseste ser perto do teu emprego para acrescentares, logo a seguir, juras de pontualida-de, e eu a acreditar em ti

Conto até cem e, se não chegares antes dos cem, vou-me embora. Não chegaste antes dos cem. Conto de cem a um e, se não chegares antes do um, vou-me embora. Não chegaste antes do um. Conto dez auto-móveis pretos e, se não chegares antes dos dez auto-móveis pretos, vou-me embora. Não chegaste antes dos dez automóveis pretos. Nem antes dos quinze ta-xis vazios. Nem antes dos sete homens carecas. Nem antes das nove mulheres loiras. Nem antes das quatro ambulâncias. Nem sequer antes dos três corcundas e, entretanto, começou a chover. Começou a chover e não há um toldo onde abrigar-me, eu que não trouxe guarda-chuva, o céu sem nuvens quando saí de casa, previsão de céu sem nuvens para hoje, os camelos da meteorologia deviam ser fuzilados mas infelizmen-te não estamos em Cuba nem há maneira da máfia napolitana tomar conta da miséria deste país. E, já agora, da minha miséria, feito parvo à tua espera. En-costo-me ao prédio na esperança de me molhar me-nos mas as varandas, para além de pouco salientes, pingam-me gotas enormes na nuca: amanhã, está-se mesmo a ver, agonizo na cama a aspirinas, de termó-metro debaixo do braço e a caixa dos lenços de papel quase vazia. Contar mais corcundas inútil, todos eles em casa, sequinhos, colados às janelas, a verem-me. Chegarás antes de acabar a chuva?

Que raio de ideia, ter-te marcado encontro neste sítio, porque diabo não escolhi uma pastelaria, um café, um centro comercial, tudo menos uma esquina que me disseste ser perto do teu emprego para acres-centares, logo a seguir, juras de pontualidade, e eu a acreditar em ti, combinámos às cinco horas e, desde a um quarto para as cinco, que estou aqui plantado, ora num pé ora no outro, a confundir-te com todas as pessoas que se aproximam, uma mulher ao longe e eu, de imediato

- É ela de coração aos baldões e mãos suadas, a mu-lher sempre outra mulher, nem me olha, aliás espanta-me que me tenhas olhado, nunca tive grande sucesso, nunca se apaixonaram por mim, pode ser que uma vez mas tenho dúvidas, chamava-se Carla, trabalhava na recepção de um hotel, o olho esquerdo fugia-lhe e o olho esquerdo afastou-me, pensava que as estrá-bicas chorassem de maneira diferente mas não, ainda me escreveu, não respondi, ainda me telefonou, não atendi e depois a cidade comeu-a, julgo que continua

em qualquer lado, engolida pelo hotel, engolida pelo prédio onde mora com a mãe, engolida pelos anos que devoram tudo, a começar pelo esquecimento. E, depois, tu. Quer dizer quase não nos conhecemos, fi-cámos em mesas lado a lado na pizaria, a má criação da empregada uniu-nos, o gosto comum pelas lasa-nhas vegetarianas tornou-se uma ponte entre nós, a falha no verniz do mindinho enterneceu-me, marcá-mos este encontro para um cinema, despedimo-nos com um passou bem demorado que me soube a beijo, afastaste-te sem olhar para trás, depois de me teres consentido pagar a tua lasanha, cada qual com o seu porta-moedas na mão, guardaste-o, a contragosto, na carteira

- Da próxima sou eu que pago e não admito recusas a próxima vez que é hoje, espero que jantar depois do cinema, espero que segurar a tua mão que hesita, tiro, não tiro, acaba por ficar, espero que um joelho, espero que uma bochecha no meu ombro, um primei-ro beijo tímido, um segundo que se abre em corola, um suspirozinho, dedos exploradores no automóvel, cautelosos, medidos, arrumei o apartamento, deixei a cama feita, comprovei que não era grande espingar-da a fazer camas, o lava-loiças limpo, os cinzeiros limpos, o jornal de ontem no balde, música suave, pronta a funcionar, na aparelhagem, basta carregar num botão e caem-te violinos em cima, um amigo meu garante que os violinos amolecem as mulheres, acrescenta

- Não me perguntes porquê mas amolecem e não tenho motivos para não acreditar no rapaz, três casa-mentos, três divórcios, experiência, a chuva parece abrandar e eu feito um pinto, se calhar esqueceste-te, se calhar não pensaste mais nisso, nem o teu nome sei, para ser sincero não me lembro muito bem como és, altura média, acho eu, cabelo castanho, acho eu, ou com madeixas, não seria capaz de esclarecer, quem me garante que não te cruzaste já comigo, enquanto eu somava os sete homens carecas, sem te lembrares de como sou igualmente, quem me garante que não estavas à espera que eu sorrisse para me falares e, como não sorri, decidiste, desiludida

- Espera outra pessoa, vou-me embora e não espe-rava outra pessoa, que pessoa, esperava-te a ti, espe-ro-te a ti, de maneira que, agora que a chuva parou, vou recomeçar a contar de um a cem e de cem a um, recomeçar a contar automóveis pretos, taxis vazios, homens carecas, mulheres loiras, ambulâncias e cor-cundas, com um gosto de lasanha vegetariana na boca, seguro de que não terei que me ir embora por-que vais chegar.

ANTóNIO LOBO ANTUNES

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o cancroda próstata

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Em Portugal, o cancro da próstata é o tipo de cancro mais importante e frequente no homem (superior ao cancro da pele) .

Iremos abordar possíveis factores de risco, sintomas, diagnóstico e tratamento, bem como informação para ajudar a pessoa a lidar com o cancro da próstata.

A investigação constante, numa área de intervenção tão importante como o cancro da próstata é, inques-tionavelmente, necessária. Estão a ser estudadas no-vas formas de o prevenir, detectar e tratar, tendo sem-pre em atenção a melhoria da qualidade de vida das pessoas com cancro da próstata, durante e após o tratamento.

A PRÓSTATAA próstata faz parte do

sistema reprodutor mas-culino. Localiza-se à fren-te do recto e sob a bexiga. O tamanho de uma prósta-ta saudável, é semelhante ao de uma avelã, e tem a forma de um “donut”. A uretra (tubo através do qual flúi a urina), passa através da próstata. Se a próstata aumentar muito de tamanho, comprime a uretra, podendo causar problemas urinários, pois diminui ou pára o fluxo da urina, desde a bexiga até ao pénis.

A próstata é uma glândula que produz parte do flui-do seminal. Durante a ejaculação, o fluido seminal ajuda a transportar os espermatozóides (parte do sé-men ou esperma), até à sua libertação no exterior.

As hormonas masculinas (androgénios) fazem cres-cer a próstata. Os testículos são a principal fonte de hormonas masculinas, incluindo a testosterona. As glândulas adrenais também produzem testosterona, mas em pequenas quantidades.

A hiperplasia benigna da próstata (HBP) é o cres-cimento anormal de células prostáticas benignas. Na HBP, a próstata aumenta de volume, e exerce pressão contra a uretra e bexiga. Esta situação interfere com o fluxo normal de urina.

A HBP é um problema muito comum. A maioria dos homens, com mais de 50 anos, apresentam sintomas de HBP. Para alguns homens, os sintomas tornam-se tão graves que necessitam de tratamento.

Quando o cancro da próstata se dissemina, ou seja, metastiza para fora da próstata, as células canceríge-nas são, muitas vezes, encontradas nos gânglios lin-fáticos vizinhos. Se o cancro atingiu estes gânglios,

é provável que as células cancerígenas se tenham metastizado através do sistema linfático para outros gânglios linfáticos, para os ossos ou para outros ór-gãos.

FORMAS DEDETECÇÃOAntes de se desenvolverem quaisquer sintomas,

pode ser feito um rastreio à população masculina. Apesar de, até agora, os estudos não terem demons-trado que os exames de rastreio reduzem o número

de mortes, por cancro da próstata, pode querer falar com o médico acerca dos possíveis benefícios e ris-cos de fazer rastreio para esta doença. A decisão de fazer o rastreio, é pessoal. Cada pessoa deve decidir acerca dos prós e contras do rastreio, depois de devi-damente informada.

O médico pode dar-lhe informação adicional sobre estes exames de rastreio:

• Toque rectal (exame rectal digital): depois de co-locar umas luvas, o médico insere um dedo lubrifi-cado dentro do recto, e palpa a próstata, através da parede rectal, para verificar se detecta zonas duras ou granulosas.

• Análise clínica para o antigénio especifico da próstata (PSA): através de uma análise laboratorial, verifica-se o nível de PSA numa amostra de sangue do homem. Um nível elevado de PSA é, geralmente, causado por HBP ou prostatite (inflamação da prós-tata). Também pode resultar de cancro da próstata.

O toque rectal e o teste de PSA podem ser usados para detectar problemas na próstata, mas não mos-tram se é um cancro ou outro problema menos

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egrave. O médico irá usar os resultados destes testes, para ajudar a decidir se deve continuar à procura de sinais de cancro ou não.

SINTOMAS DE ALERTAGeralmente, os sintomas de cancro da próstata in-

cluem:• Problemas urinários.• Incapacidade de urinar, ou dificuldade em iniciar

ou parar o fluxo de urina.• Necessidade frequente de urinar, principalmente

à noite.• Fluxo de urina fraco ou intermitente.

• Dor ou ardor durante a micção.• Dificuldade em ter uma erecção.• Sangue na urina ou no sémen.• Dor frequente na zona inferior das costas, nas an-

cas ou na zona superior das coxas.Na maioria dos casos, estes sintomas não estão

relacionados com um cancro da próstata, e podem, ainda, ser provocados por tumores benignos (HBP) ou outros problemas. Só o médico poderá confirmar. Qualquer pessoa com estes sintomas, ou quaisquer outras alterações de saúde relevantes, deve consultar o médico, para diagnosticar e tratar o problema, tão cedo quanto possível. Geralmente, as fases iniciais do cancro não causam dor. Se tem estes sintomas, não espere até ter dor, para consultar o médico.

FORMAS DE DIAGNÓSTICOSe apresentar sintomas ou resultados de

o cancro da próstataexames que sugiram cancro da próstata, o médico irá questionar acerca da sua história clínica e familiar, irá observá-lo (exame físico) e poderá, ainda, pedir exames laboratoriais. Os exames e testes podem in-cluir um toque rectal, uma análise à urina, para de-tectar sangue ou uma infecção, e análises sanguíneas, para medir o nível de PSA .

O médico pode, ainda, pedir outros exames:• Ecografia trans-rectal: o médico insere uma sonda

no recto, para detectar zonas anómalas. A sonda en-via ondas sonoras que não podem ser ouvidas pelos humanos (ultra-sons). As ondas sonoras são reflecti-

das na próstata e um computador usa os ecos para criar uma imagem, chamada de ecogra-fia.

• Cistoscopia: o médico vê o interior da uretra e da bexiga, através de um tubo fino e iluminado.

• Biópsia: consiste na remoção de tecido, para procurar células cancerígenas. O médi-co insere uma agulha, através do recto, até à próstata, e remove uma pequena quantidade de tecido (biópsia trans-rectal). O médico re-tira amostras de tecido de diversas zonas da próstata. Pode ser usada uma ecografia, para guiar a agulha. Um patologista, usa um mi-croscópio para detectar células cancerígenas no tecido. A biópsia é o único método seguro de diagnosticar o cancro da próstata.

Antes de fazer uma biópsia, pode querer colocar algumas questões ao médico:

• Onde vou fazer a biópsia? Vou ter que ir para o hospital?

• Quanto tempo vai demorar? Vou estar acordado? Vai doer?

• Quais são os riscos? Quais são as hipóteses de in-fecção ou de hemorragia, depois da biópsia?

• Quanto tempo demora a recuperação?• Quando vou saber os resultados?• Se eu tiver cancro da próstata, quem falará comigo

acerca dos passos seguintes? Quando?SE NÃO FOR ENCONTRADO CANCRO?Se o exame físico e os resultados dos testes não su-

gerirem a presença de cancro, o médico pode reco-mendar medicação para reduzir os sintomas causa-dos por uma próstata aumentada. A cirurgia, é outro método para aliviar estes sintomas. A cirurgia mais usada, nestes casos, chama-se ressecção trans-urete-ral da próstata ( RTUP ou RTU ). Na RTUP , é inseri-do um instrumento através da uretra, para remover o tecido prostático que exerce pressão contra a porção superior da uretra, restringindo o fluxo de urina. De-

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everá falar com o seu médico acerca da melhor opção de tratamento.

SE FOR ENCONTRADO CANCRO?Se existir cancro, o patologista refere, geralmente, o

grau do tumor. O grau revela-nos se o tecido tumoral difere muito do tecido prostático normal. Sugere-nos a velocidade provável de crescimento do tumor. Os tumores de alto grau tendem a crescer mais rapida-mente, e a probabilidade de metastização é superior aos tumores de baixo grau.

Um dos sistemas de classificação dos tumores da próstata, classifica-os de G1 a G4. Outro método clas-sifica-os através do “score” de Gleason: o patologista estuda amostras de tecido prostático ao microscópio; cada zona cancerígena recebe uma classificação, que vai do grau 1 ao 5. O patologista pode somar os dois graus mais comuns, para determinar o “score “ de Gleason, ou somar o grau mais comum com o maior grau (mais anómalo). Os graus de Gleason variam de 2 a 10.

TESTES E ESTADIAMENTOPara poder planear melhor o tratamento do cancro

da próstata, o médico precisa de saber a extensão (es-tadio) da doença. O estadio baseia-se no tamanho do tumor, na disseminação (metastização) do tumor para os gânglios linfáticos, e na sua metastização para ou-tras partes do corpo (metastização à distância).

O médico pode pedir raios-X, análises clínicas e outros testes ou procedimentos, para perceber a ex-tensão da doença.

Para definir o estadio do tumor, o médico pode, ain-da, pedir os seguintes exames:

• Estudo do osso com radioisótopos (cintigrafia ós-sea): é injectada uma pequena quantidade de subs-tância radioactiva, que entra na corrente sanguínea e deposita-se em áreas de crescimento ósseo anómalo. Através de um aparelho chamado scanner, a radio-actividade é detectada e medida. O scanner regista a imagem desses ossos num filme de raio-X. O nosso organismo elimina rapidamente a substância radio-activa.

• TAC (ou TC) - tomografia axial computorizada: através de uma máquina de raios-X, ligada a um computador, é efectuada uma série de imagens de-talhadas dos órgãos. Pode, adicionalmente, ser-lhe administrado um contraste (como um corante), para tornar estas imagens mais fáceis de ler.

• RM (ressonância magnética): através de um íman forte, ligado a um computador, são criadas imagens detalhadas de determinadas zonas do corpo. O mé-dico pode, depois, ver essas imagens num monitor e imprimi-las em filme.

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e o cancro da próstataO médico pode descrever o estadio do cancro da

próstata, usando numeração romana (I-IV):• Estadio I: tumor não palpável, durante o exame

rectal. É detectado “por acaso”, quando se faz uma ci-rurgia por outro motivo, geralmente por HPB. O tumor está circunscrito à próstata.

• Estadio II: tumor mais avançado, mas que ainda não metastizou.

• Estadio III: tumor que se espalhou para além da camada exterior da próstata. Pode ser encontrado nas vesículas seminais, mas ainda não atingiu os gânglios linfáticos.

• Estadio IV: tumor com uma, ou mais, das seguintes características: Tumor que invadiu a bexiga, o recto ou as estruturas circundantes (para além das vesículas se-minais); Tumor que metastizou para os gânglios linfáti-cos; Tumor que metastizou para outras partes do corpo, como por exemplo para os ossos; Recidiva do cancro da próstata: corresponde a um tumor que foi tratado, e que voltou passado um tempo. A récidiva pode surgir na próstata, ou n’outra parte do organismo.

O TRATAMENTO DOCANCRO DA PRÓSTATA

Muitas pessoas com cancro da próstata, que-

rem saber toda a informação possível sobre a sua do-ença e métodos de tratamento; querem participar nas decisões relativas ao seu estado de saúde e cuidados médicos de que necessitam. Saber mais acerca da do-ença, ajuda a colaborar e reagir positivamente.

O choque e o stress que se seguem a um diagnóstico de cancro, podem tornar difícil pensar em todas as perguntas e dúvidas que quer esclarecer com o mé-

dico. Muitas vezes, é útil elaborar, antes da consulta, uma lista das perguntas a colocar ao médico.

O médico pode aconselhar a consulta com um médi-co especialista. O cancro pode ser tratado por diferen-tes especialistas, como sejam: urologista, oncologista e radioterapeuta. Pode ter um médico especialista di-ferente, para cada tipo de tratamento que vá fazer. O tratamento começa, geralmente, poucas semanas após o diagnóstico de cancro da próstata. Regra geral, tem tempo para falar com o médico sobre as opções de tra-tamento e, se considerar necessário, ouvir uma segun-da opinião, para saber mais acerca do seu cancro, antes de tomar qualquer decisão sobre o tratamento.

OUVIR UMA SEGUNDA OPINIÃOAntes de começar o tratamento, pode querer ouvir

uma segunda opinião, acerca do diagnóstico e das

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eopções de tratamento. Poderá precisar de algum tem-po e esforço adicional, para juntar todos os registos médicos (exames imagiológicos, lâminas da biópsia , relatório patológico e plano de tratamentos proposto) e marcar uma consulta com outro médico. Em geral, mesmo que demore algumas semanas, até ouvir uma segunda opinião, o tratamento não se torna menos eficaz. No entanto, há situações em que é necessário fazer tratamento imediato; é importante referir este possível atraso ao médico.

Nos centros de oncologia, trabalham, muitas vezes, vários médicos especialistas juntos, formando uma equipa multidisciplinar.

PREPARAÇÃO PARA O TRATAMENTOPara cada caso de cancro da próstata, o médico irá

desenvolver um plano de tratamentos, que vá de en-contro às necessidades específicas de cada pessoa. O tratamento do cancro da próstata depende, principalmente, do estadio da doença, do grau do tumor, dos sintomas apresentados e da saúde geral da pessoa. O médico poderá falar consigo sobre as possíveis escolhas de tratamento, e resultados esperados, ten-do em consideração os benefícios espe-rados e possíveis efeitos secundários de cada opção, especialmente os que inci-dem na actividade sexual e na micção, bem como quaisquer outros que afec-tem a qualidade de vida da pessoa.

Antes de iniciar o tratamento, poderá querer colocar algumas questões ao mé-dico:

• Qual é o estadio da doença?• Qual é o grau do tumor?• Quais são as minhas escolhas para o tratamento?

Qual me recomenda? Porquê?• Quais são os benefícios esperados de cada tipo de

tratamento?• Quais são os riscos e os possíveis efeitos secundá-

rios de cada tratamento? Como poderão ser controla-dos os efeitos secundários?

• Como irá o tratamento afectar as minhas activi-dades normais? Afectará a minha vida sexual? Virei a ter problemas urinários? Virei a ter problemas de intestinos?

• Quanto custará o tratamento? Estará este trata-mento abrangido pelo meu seguro?

• Será indicada para mim a participação num ensaio clínico (estudo de investigação)?

Não precisa de fazer todas as perguntas de uma vez; terá outras oportunidades, para pedir ao médico que explique a informação que não ficou clara, e pedir esclarecimentos adicionais.

MÉTODOS DE TRATAMENTOO tratamento do cancro da próstata pode envolver

a cirurgia, radioterapia, terapêutica hormonal (hor-monoterapia), quimioterapia ou apenas observação . Poderá fazer terapêuticas combinadas. Se o médico recomendar que a pessoa fique apenas em observa-ção, a sua saúde será cuidadosamente monitorizada, e só será tratado se surgirem sintomas ou se estes piorarem. Em qualquer estadio da doença, a pessoa com cancro da próstata pode fazer medicação para tratar e controlar a dor e outros sintomas, para aliviar os efeitos secundários do tratamento e para atenuar quaisquer problemas emocionais. Estes tratamentos são designados por cuidados de suporte, controlo dos sintomas ou cuidados paliativos. Poderá, ainda, querer falar com o médico sobre a possibilidade de participar num ensaio clínico, ou seja, num estudo de investigação de novos métodos de tratamento.

CIRURGIAA cirurgia é um tratamento comum, nos estadios

iniciais do cancro da próstata. É um tipo de terapêu-tica local. O médico pode remover toda a próstata ou apenas uma parte. Em alguns casos, o médico pode usar uma técnica conhecida como cirurgia conserva-dora dos nervos, que permite manter os nervos que controlam a erecção. No entanto, homens que apre-sentem tumores grandes ou localizados muito perto destes nervos, podem ter que fazer outro tipo de ci-rurgia.

O médico pode explicar e descrever os diferentes tipos de cirurgia, bem como comparar os possíveis riscos e benefícios:

• Prostatectomia supra-púbica radical: o médico re-move completamente a próstata e os gânglios linfáti-cos regionais, através de uma incisão no abdómen.

• Prostatectomia perineal radical: o médico remove completamente a próstata, através de uma incisão efectuada entre o escroto e o ânus. Os gânglios

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linfáticos regionais são, por vezes, removidos atra-vés de uma outra incisão, efectuada no abdómen.

• Ressecção trans-uretral da próstata (RTUP): o mé-dico remove parte da próstata, com um instrumento que é inserido através da uretra. O tumor é separado da próstata, recorrendo a uma corrente eléctrica que passa através de um pequena laçada de fio eléctrico. Na RTUP não é removida a totalidade da próstata, e

pode não remover completamente o cancro, embora remova o tecido que impede o fluxo urinário.

• Prostatectomia laparoscópica e criocirurgia: estes tipos de cirurgia para o cancro da próstata, encon-tram-se em estudo em alguns centros médicos.

• Linfadenectomia pélvica: o médico remove os gânglios linfáticos da pélvis, para verificar se hou-ve invasão tumoral. Por vezes, os gânglios linfáticos são removidos, antes de fazer uma prostatectomia. Se o tumor da próstata não tiver metastizado para os gânglios linfáticos, então o médico remove a prós-tata. Se o patologista encontrar células cancerígenas nos gânglios linfáticos, é provável que a doença es-teja já disseminada noutras partes do corpo. Neste caso, geralmente o médico não remove a próstata, embora possa sugerir outro tratamento.

Antes de fazer a cirurgia, pode querer colocar algu-mas questões ao médico:

• Que tipo de operação será?• Farei anestesia local ou geral?• Como me sentirei após a operação?• Se tiver dores, como serão controladas?• Quanto tempo irei estar hospitalizado?• Quando poderei retomar as minhas actividades

normais?• Virei a sofrer de alguns efeitos de longa dura-

ção?RADIOTERAPIA

Na radioterapia, são utilizados raios de elevada energia para matar as células cancerígenas; é um

o cancro da próstatatipo de terapêutica local. No cancro da próstata em es-tadio inicial, a radioterapia pode ser o tratamento pri-mário, em vez da cirurgia; também pode ser usada após a cirurgia, para destruir quaisquer células cancerígenas que possam ter ficado na região tumoral. Em estadios avançados, a radioterapia pode ser utilizada com intuito paliativo, para ajudar a aliviar a dor. No tratamento do cancro da próstata, podem ser utilizados dois tipos de

radioterapia:• Radiação externa: a radiação provém de uma

máquina. Para este tratamento, a maioria das pessoas vai ao hospital ou clínica. Geralmen-te, os tratamentos são realizados durante 5 dias por semana, durante várias semanas. Algumas pessoas com cancro da próstata, fazem radia-ção conformacional tri-dimensional; este tipo de radioterapia é mais precisa a atingir o tumor, poupando o tecido normal.

• Radiação interna (radiação por im-plante ou braquiterapia): a radiação provém de material radioactivo contido em sementes, agulhas ou finos tubos de plástico, e que são

colocados directamente no local do tumor ou perto. Para fazer radiação por implante, o doente fica, regra geral, internado no hospital. Os implantes permane-cem no local durante vários dias; são retirados antes de ir para casa.

Alguns doentes precisam de fazer os dois tipos de radioterapia, externa e interna.

Antes da radioterapia, pode querer colocar algumas questões ao médico:

• Que tipo de radioterapia farei?• Como me vou sentir depois do tratamento?• Quanto tempo durará o tratamento?• Se tiver que ser internado num hospital, quanto

tempo terei de internamento?• Quando poderei retomar as minhas actividades

normais?• Terei alguns efeitos secundários duradouros?HORMONOTERAPIAA terapêutica hormonal impede que as células can-

cerígenas “tenham acesso” às hormonas naturais do nosso organismo, das quais necessitam para se de-senvolverem. É uma terapêutica sistémica, tendo em conta que os fármacos entram na corrente sanguínea e circulam por todo o organismo. A terapêutica sisté-mica é usada para tratar tumores que tenham metasti-zado. Por vezes, este tipo de terapêutica é usado para prevenir recidivas, após a cirurgia ou radioterapia.

Existem várias formas de hormonoterapia:• Orquidectomia: nesta operação, removem-se os

testículos, que são a principal fonte da hormona mas-

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culina testosterona.• Agonistas da hormona de libertação da hormona

luteinizante (LH-RH): estes fármacos podem impe-dir os testículos de produzir testosterona.

• Anti-androgénios: estes fármacos podem bloquear a acção dos androgénios.

• Outros fármacos anti-cancerígenos: fármacos que possam impedir que as glândulas adrenais produzam testosterona

Depois de uma orquidectomia ou do tratamento com um agonista LH-RH, o organismo deixa de ter testos-terona proveniente dos testículos. No entanto, as glân-dulas adrenais ainda produzem pequenas quantidades de hormonas masculinas. Por vezes é, também, ad-ministrado um anti-androgénio, que bloqueia o efeito das hormonas masculinas produzidas pelas glândulas adrenais. Esta combinação de tratamentos é conhecida como bloqueio total dos androgénios. A investigação ainda não demonstrou se o bloqueio anti-androgénico total é mais eficaz que a orquidectomia ou LH-RH, usados em separado. O cancro da próstata, metastiza-do noutras partes do corpo pode, geralmente, ser con-trolado com hormonoterapia, durante um determinado período de tempo; muitas vezes, este controlo dura vários anos. No entanto, parece que a maioria dos tu-mores da próstata conseguem crescer com poucas ou nenhumas hormonas masculinas. Quando isto sucede, a hormonoterapia já não é eficaz, e o médico pode su-gerir outras formas de tratamento estudadas. Antes de iniciar terapêutica hormonal, pode querer colocar al-gumas questões ao médico:

• Que tipo de hormonoterapia vou fazer?• Quanto tempo durará o tratamento?• Se fizer uma orquidectomia , durante quanto tem-

po terei que ser internado num hospital?• Como me vou sentir durante o tratamento?• Quando poderei retomar as minhas actividades

normais?• Terei alguns efeitos secundários duradouros?OBSERVAÇÃOPor vezes, a opção não é terapêutica, mas sim fi-

car sob observação, quando os riscos e os possíveis efeitos secundários da cirurgia, da radioterapia, ou da hormonoterapia não compensam os possíveis bene-fícios.

Quem opta pela observação é, no entanto, tratado quando surge sintomatologia ou quando os sintomas pioram. A observação pode ser aconselhada a pesso-as mais velhas, que têm cancro da próstata e outros problemas graves de saúde. A observação também pode ser sugerida para pessoas a quem o cancro da próstata foi detectado num estadio inicial, e que pa-rece estar a crescer lentamente.

Antes de optar por escolher ficar apenas em obser-vação, pode querer colocar algumas questões ao mé-dico:

• Se eu optar pela observação, posso mudar de ideias mais tarde?

• A doença vai ser mais difícil de tratar, mais tarde?• Com que frequência farei exames médicos?• Entre os exames médicos, que problemas deverei

referir ao médico?

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destinoscaraíbas

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república dominicanaA República Dominicana é um país das Caraíbas

que ocupa os dois terços orientais da ilha Hispa-niola, que compartilha com o Haiti, a sua única fronteira terrestre, a oeste. Fronteiras marítimas têm duas: com Porto Rico, a leste, e com a colónia britânica de Turks e Caicos, a noroeste. Capital: Santo Domingo.

Segunda maior ilha das Caraíbas, a República Dominicana foi descoberta na primeira viagem de Cristovão Colombo às Américas, em 1492. Cha-mou-lhe Hispaniola (pequena Espanha) e logo a escolheu como quartel-general do império espa-nhol nas Américas pela sua localização estratégica e exuberante beleza.

LOCALIZAÇÃO Com 48.442 km2, a República Domini-

cana fica situada na parte oriental da ilha Hispaniola. A outra parte é ocupada pelo Haiti. A parte ocidental do país é domina-da por quatro cadeias de montanhas quase paralelas. Na Cordilheira Central, o pico Duarte (3.175 m) é o ponto culminante das Índias Ocidentais. O vale de Cibao fica en-tre as duas cordilheiras mais setentrionais. O sueste é ocupado por férteis planícies. O açúcar é o sustentáculo da economia do país, seguido pelo café e pelo tabaco. Os principais centros turísticos do país são Punta Cana, Puerto Plata e La Romana.

POPULAÇÃO7 milhões de habitantes.

RELIGIÃOCristã (95% católicos romanos).

FESTAS E EVENTOS: Todos os anos, entre Julho e Agosto, Santo Domingo con-verte-se num grande centro de atracção das Caraíbas com o seu Festival do Merengue.

HISTóRIA: Segundo maior país das Caraíbas, a República Dominicana foi descoberta na primeira viagem do navegador Cristóvão Colombo em 1492, quando descia das Bahamas. Chamou-lhe Hispaniola (pequena Espanha) e logo a escolheu como quartel-general do império espanhol nas Américas pela sua localização estratégica e pela sua exuberante beleza. Após uma história conturbada e violenta, incluindo ocupações francesas, haitianas e espanholas, o país obtém a independência em 1865. Nos 50 anos seguin-tes houve 28 revoluções e 35 governos, tendo os Es-

tados Unidos ocupado o país entre 1916 e 1924 para o estabilizar. Só em 1966 se tornou uma democracia, após um desembarque militar norte-americano.

CAPITAL: Santo Domingo.

DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA: Passaporte válido. O visto não é necessário, mas

sim uma “tarjeta de turismo” que é obtida à chegada, mediante o pagamento de 10 dólares americanos.

CLIMA: Tropical (quente e húmido). O calor é

constante, e os dominicanos costumam dizer que só conhecem duas estações: o Verão e… uma velha es-tação de comboios. A temperatura oscila entre os 22 e os 33 graus centígrados.

MOEDA: Peso dominicano.

SAÚDE: Nenhuma vacina obrigatória para a Re-pública Dominicana. No entanto, tenha cuidado com a água.

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DIFERENÇA HORÁRIA Em relação a Portugal Continental, são menos 5

horas no nosso horário de Verão e menos 4 no de Inverno.

IDIOMA: Espanhol.

HORÁRIOS: Correios e bancos: Estão abertos entre as 8.30h e as 15.30h. Aos sábados, apenas para

câmbios, estão abertos das 8 da manhã ao meio-dia. Lojas: Abrem de segunda a sábado, das 8.30h às

12.00h; e das 14.30h às 18.30h. Esqueça países da Europa, América do Sul, ou outros continentes como Ásia, Oceania e a África. O que está em alta mesmo é conhecer a América Central. O mundo está desco-brindo um lugar novo, um lugar que tão pouco fora comentado em toda a sua existência, mas ele existe e é um dos lugares mãos lindos do mundo. E é nele que está a República Dominicana. Assim como to-dos pensam, o Brasil é mesmo um lugar encantados,

bonito e muito mais. Mas se engana quem pensa que só o nosso país é o preferido dos turistas

república dominicanade outros lugares. A República Dominicana fica lo-calizada na América Central. Trata-se de um país das Caraíbas, ou seja, do Caribe. Um lugar paradisíaco. As praias são pitorescas, de águas cristalinas e a tem-peratura é agradável durante todo o ano. O lugar é conhecido por ter um povo hospitaleiro e caloroso.

Lá você vai encontrar paisagens encantadoras, um verdadeiro show para os olhos. Há praias inabitadas, desertos áridos, altas montanhas, exuberantes flo-restas e recifes de coral, além de muito mais, como

gastronomia local e festas. Uma experiência única, que todos deveriam ter. A República Dominicana congrega influências espanholas, francesas, haitianas e africanas, em um território carregado de grandes riquezas históricas, culturais e visuais.

ATIVIDADES PRINCIPAIS:Estando na Republica Dominicana, além de poder

aproveitar o belo mar e as paisagens, você pode pra-ticar atividades como golfe ao ar livre, mergulho e windsurf. Vai também poder conhecer e se divertir nos cassinos das cidades turísticas, os parques nacio-nais e também curtir a noite divertida do país.

CIDADES:

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m1. Santo Domingo – Capital.2. Punta Cana3. Puerto Plata4. Samaná5. Santiago de los Caballeros6. La RomanaVISTO? A entrada dos brasileiros e dos portugue-

ses são mais fáceis no país. Nem um, nem outro pre-cisa de visto para visitar a Republica Dominicana. O

que é necessário é a aquisição de um cartão de turista (tarjeta de turista) a um custo de US$10,00. Esse car-tão geralmente é vendido junto da passagem aérea, mas também pode ser comprado no momento de en-trada no país e permite uma estadia de até 90 dias, em uma entrada única.

PACOTES DE VIAGENSHoje há vários sites que oferecem a você um pacote

de viagens com estadia e passeios turísticos incluso. O submarino Viagens é um desses sites e você pode consultar no link a seguir e conferir os preços e da-tas de quando você fazer essa viagem e conhecer o País.

TRANSPORTES Taxis: São caros, comparados com os outros trans-

portes locais. Não têm taxímetro, por isso deve dis-cutir o preço antes de iniciar a viagem.

Guaguas: Minibuses privados que funcionam entre

a cidade e as aldeias em redor. Motoconcho: A cultura da motorizada é muito di-

vulgada e praticada no país. Por isso, pode alugar um motoconcho, um taxi-moto por alguns pesos. Fixe o preço antes de começar a viagem.

DICAS O QUE VESTIR Roupas leves e frescas. Não esqueça os óculos de

sol, chapéu e produtos solares de factor elevado e re-pelente de mosquitos.

GORJETAS Nos restaurantes e hotéis, o serviço já inclui todas

as taxas. No entanto, é costume — como em todo o lado — arredondar a conta. Aos bagageiros deve dar entre 1 e 5 pesos. Aos taxistas não é costume dar gorgeta mas discuta sempre o preço antes de entrar num táxi.

AEROPORTO Não se assuste quando sair, no aeroporto de Santo

Domingo, e deparar com um sem fim de bagagei-ros. Escolha um, combine o preço, e não se aborrece mais.

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empadão de pescada comcogumelos e espinafres

INGREDIENTES:

Puré de batataPescadaFolhas de espinafreCebolaAlhoSalsa picadaVinho brancoSal e pimentaPimenta em grão1 folha de louro1 gema de ovo

PREPARAÇÃO:

Cozer a pescada em água temperada com sal, 1 folha de louro e pimenta em grão.Picar alho e levar ao lume com um pou-

co de azeite. Salteie os cogumelos, corta-dos a gosto, durante cerca de 5 minutos. Adicione os espinafres, deixe murchar, junte o vinho e mexa até evaporar.Desfaça a pescada e junte à mistura an-

terior, bem como a salsa. Espalhe esta mistura no fundo de um pirex.Prepare o puré e espalhe por cima da

mistura do peixe. Pincele com a gema batida e leve ao forno pré-aquecido por cerca de 15 minutos.

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perna de perucom vegetais

INGREDIENTES:

Para os vegetais usei:3 batatas doce2 cebolas1 courgette1 beringela2 nabosMistura de alho e salsaMistura de louro e pimentão doceVinagre balsâmico, sal e azeite

Perna de peru1 limãoMistura de alho e salsaMistura de louro e pimentão doceAlho esmagadoAzeite e sal q.b.

PREPARAÇÃO:

Comece por cortar os vegetais. De segui-da, deixe-os a marinar durante 10 minutos na mistura de alho e salsa, louro e pimen-tão doce, vinagre balsâmico, sal e azeite.A perna de peru marinei-a no limão, mis-

tura de alho e salsa, mistura de louro e pi-mentão doce e alho esmagado durante cer-ca de 3 horas.Findo este tempo, levei ao forno a 210º

C, juntando apenas sal e azeite. Esteve a assar durante cerca de 1 hora. Virei a meio do tempo.

OBSERVAÇÕES:Ideal para aproveitar legumes. E se mais

vegetais houvessem no frigorífico, mais vegetais entravam no forno!

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al lenda da nossa senhora de vagos

A pouco mais de um quilómetro da vila de Vagos, situada num local campestre, pitoresco e aprazível, convidativo à oração, fica a ermida de Nossa Senho-ra de Vagos cheia de história e tradição. Consta que antes do actual santuário, existiu outro a dois qui-lómetros deste de que há apenas vestígios de uma parede bastante alta, denominada «Paredes da Tor-re», cercada presentemente por densa floresta mas

de fácil acesso. Tradições antigas com várias lendas à mistura, dizem que perto da praia da Vagueira nau-fragou um navio francês dentro do qual havia uma imagem de Nossa Senhora que a tripulação conse-guiu salvar e esconder debaixo de arbustos que na altura rareavam no areal.

Dirigindo-se para Esgueira, freguesia mais próxi-ma, a tripulação contou o sucedido ao Pároco que acompanhado por muitos fiéis, veio ao local onde tinham colocado a imagem, mas nada encontrou. Di-zem uns que Nossa Senhora apareceu a um lavrador

indicando-lhe o sítio onde se encontrava o qual aí mandou construir uma ermida; dizem outras

que apareceu em sonhos a D. Sancho primeiro quan-do se encontrava em Viseu que dirigindo-se ao local e tendo encontrado a imagem, mandou construir uma capela e uma torre militar a fim de defender os pe-regrinos dos piratas que constantemente assaltavam aquela praia. Mas parece que a primeira ermida e o culto da Nossa Senhora de Vagos datam do século doze. O que fez espalhar a devoção a Nossa Senhora de Vagos foram os milagres que se lhe atribuem. En-tre eles consta a cura de um leproso, Estevão Coelho, fidalgo dos arredores da Serra da Estrela que veio até ao Santuário. Ao sentir-se curado além de lhe doar grande parte das suas terras, ficou a viver na ermida, vindo a falecer em 1515. É deste Estevão Coelho, que conta a lenda ter quatro vezes a imagem de Nos-sa Senhora de Vagos, sido trazida para a sua nova Capela, quando das ruínas da Capela antiga (Paredes da Torre), e quatro vezes se ter ela ausentado miste-riosamente para a Capela primitiva. Só à quarta vez se reparou que não tinham sido transferidos os ossos de Estêvão Coelho, e que as retiradas que a Senho-ra fazia eram nascidas de querer acompanhar o seu devoto servo que na sua primeira Ermida estava se-pultado; trasladados os ossos daquele, logo ficou a Senhora sossegada e satisfeita. Supõe-se que ainda hoje, à entrada do Templo existe uma pedra com o nome de Estêvão Coelho.

Outro grande milagre teve como cenário os campos de Cantanhede completamente áridos e impróprios para a cultura devido a uma seca que se prolongava há mais de quatro anos. A miséria e a fome alastrou de tal maneira por aquela região que todo o povo no auge do deserto elevava preces ao Céu, para que a chuva caísse. Até que indo em procissão à Senhora da Varziela, ouviram um sino tocar para os lados do Mar de Vagos. Toda a gente tomou esse rumo. Che-gados à Ermida de Nossa Senhora de Vagos, suplica-ram a Deus que derramasse sobre as suas terras a tão desejada chuva o que de facto sucedeu.

Em face de tão grandioso milagre, fizeram ali mes-mo um voto de se deslocarem àquele local de pere-grinação, distribuindo ao mesmo tempo as pobres esmolas, dinheiro, géneros, etc. ...

Ainda hoje essa tradição se mantém numa manifes-tação de Fé e Amor. Ainda hoje o pão de Cantanhede continua a ser distribuído em grande quantidade no largo da Nossa Senhora de Vagos.

Perto do actual santuário que pelas lápides sepul-crais aí existentes, remota ao século dezassete, cons-truíram-se umas habitações onde de vez em quando se recolhiam em oração os Condes de Cantanhede e os Srs. de Vila Verde.

Hoje, já não existem vestígios dessas habitações.

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A cultura megalíticaÉ neste período,

entre cerca de 4 000 e 2 000 a.C., que se verifica a manifesta-ção mais original da pré-história portu-guesa: a cultura me-galítica. Irrompe em pleno Neolítico e

prolonga-se pelas idades do Cobre e do Bronze, carac-terizando-se pela sua arquitectura funerária e religiosa, construída a partir de grandes pedras, pela cerâmica de formas simples e sem decoração e pelos instrumentos de sílex de grande perfeição (machados, facas, pontas de seta). O homem de então manifestava uma dimen-são religiosa. Prestava culto à Terra-Mãe e aos astros, que, para ele, eram os responsáveis pela fertilidade das terras e pela reprodução dos animais domesticados. Esta vivência religiosa reflecte-se em manifestações humanas (entre 4.500 a.C. e 2.500 a.C.) que abran-gem todo o território português. Estas caracterizam-se pelo uso de grandes blocos de pedra em construções com finalidade funerária e ritual. A «civilização me-galítica» estende-se da Dinamarca ao sul da Itália e da Europa Central a Portugal. Em Portugal, as mani-festações megalíticas encontram-se em diversos tipos de monumentos, datáveis do Neolítico ao Calcolítico (da segunda metade do quinto milénio até ao terceiro milénio): antas, tholoi, grutas artificiais e menires.

Em Portugal, os monumentos mais característicos e abundantes são as antas ou dólmens, câmaras funerá-rias de planta rectangular, poligonal ou redonda, com ou sem corredor de acesso, constituídas por lajes co-locadas na vertical (esteios) sobre as quais assentam outras horizontalmente (mesa ou chapéu), sendo todo o conjunto coberto de terra ou pedra e formando uma elevação artificial (mamoa). Tanto as antas como os tholoi e as grutas artificiais têm uma utilização co-mum - o enterramento colectivo. Embora não saiba-mos como se estruturavam socialmente as sociedades megalíticas, parece certo que havia um sistema de divisão de trabalho e, ao mesmo tempo, uma colabo-ração intercomunitária, o que ajuda a perceber a edi-ficação dos dólmenes de grandes dimensões. A zona de maior concentração de dólmenes é o Alto Alentejo, embora a arquitectura dolménica se encontre espalha-da por todo o país. A maior parte das antas encontra-se junto a cursos de água, no cimo dos montes ou em locais de grandes horizontes. Atendendo à sua função funerária, para enterramentos colectivos sucessivos, os dólmenes são considerados monumentos de «clã» ou de «tribo». Estes enterramentos colectivos apon-tam para uma preocupação com o culto dos mortos

e para uma crença na vida extraterrena. Tratando-se de civilizações agro-pastoris, completamente depen-dentes dos fenómenos naturais no que dizia respeito às sementeiras e colheitas e aos ciclos de reprodução dos animais domesticados (rebanhos), é natural que o culto dos mortos estivesse ligado a rituais que pediam a intervenção dos mortos na protecção dos alicerces da vida material da comunidade. Este espírito religioso do homem do Neolítico peninsular manifesta-se igual-mente na forma adoptada pelas antas, tholoi e grutas artificiais, denunciando um culto ctónico (crença nas virtudes do mundo subterrâneo). Todos os monumen-tos têm a entrada orientada para nascente, o que mostra a importância do culto solar, ligado ao culto dos mor-tos, e a crença no seu renascimento (os mortos eram enterrados em posição uterina, rodeados de mobiliário votivo utilitário). Os menires situavam-se nos campos de cultivo e eram constituídos por um monólito (uma só pedra) espetada no solo. Encontram-se desde o nor-te ao sul de Portugal e têm forma cilíndrica, cónica ou ovóide, predominando a forma fálica principalmente no Alentejo e Algarve. Embora, geralmente, apare-çam isolados, surgem também agrupados ou alinha-dos (alinhamentos) e agrupados de forma estruturada, formando um recinto com forma regular (círculo, oval ou quadrado) - os cromeleques. Enquanto a anta ou dólmen é o monumento ctónico, da crença no mun-do subterrâneo, o menir é um monumento urânico, de crença no mundo dos astros.

A economia muçulmanaA economia muçulmana baseava-se na agricultura,

no artesanato e no comércio. Na agricultura, desenvol-veram importantes técnicas de regadio (noras e aze-nhas) e introduziram-se novas culturas (o algodão, a laranja, a cana-de-açúcar, o arroz e a amoreira). Nas terras de sequeiro, cultivavam cereais, utilizando as técnicas de arroteamento. No artesanato, muito im-portante nas cidades muçulmanas, desenvolvem-se as manufacturas do couro, dos tecidos, das armas e a olaria, agrupadas em determinadas ruas ou bairros, onde estavam os centros de fabrico e os locais de ven-da (esta estrutura viria a manter-se mesmo depois da reconquista). No que respeita ao comércio, os muçul-manos estabeleceram grandes rotas comerciais, tanto terrestres, como marítimas e fluviais, que punham em comunicação o Mediterrâneo com o mar Vermelho e o oceano Índico. Vendiam para o estrangeiro produtos de artesanato e compravam matérias-primas (ferro, madeira) e especiarias no Oriente (que depois ven-diam no Ocidente), desenvolvendo também um pode-roso comércio de escravos.

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dedicando uma secção às mulheres

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es festejos de são paulo

em grande pompaBom dia, boa tarde ou boa

noite… depende da hora em que lerem este artigo. A fes-ta que fui, sábado passado é uma das mais conhecidas e reconhecidas através da co-munidade.

Porquê? É simples quando este grupo organiza uma fes-ta, todos querem ir. Não por causa da comida, mesmo se é bastante gostoso mais porque esta colectividade fazem um

“show” para todos os gostos e não é uma festa que podemos ficar parados durante 6 ou 7 horas sempre assentado mas porque é uma festa que todos estão a dançar, bailar e festejar.

A Associação Saudades da Terra Quebequente (ASTQ) é mesmo uma boa organização. Com artis-

tas de qualidade, tal como, o grupo musical de Mike Amaral e o seu conjunto Tropical que encantou qua-se durante duas horas sem parar, Fátima Miguel que seduziu com as suas cantigas, Eddy Sousa embalou todos com o seu ritmo, e finalmente as Bombocas, que vieram de Portugal, e fizeram a alegria de toda a sala e que fez brilhar o palco. Tudo isso por apenas 30$. Al-

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guns falaram que era muito caro para uma festa, mas, nós não devemos esquecer que tudo deve

ser pago, os artistas, a comida, etc. Não é muito para uma festa tão boa como esta. A ASTQ fez ao que po-demos chamar “milagres” para não abusar do preço e merece todo o nosso apoio. Podemos notar a presença

de Nelly Pedro uma das grandes da televisão Portu-guesa City TV em Toronto, e um dos representantes do banco Banif. Apesar destes elogios devemos dar uma nota nega-tiva sobre dois aspectos. O primeiro é sobre o alarme de fogo que já lá vão três ou quatro festas e toca sempre, será possível de arranjar este pro-blema? Porque muitos se queixaram deste problema. Será que o fumo para os artistas é excessivo para a sala ou devem aprender a controlar este efeito para o pal-

co! O segundo é o problema de infiltração da água no chão, foi bastante problemático para muitos. Alguns caíram outro magoaram-se, apesar do esforço da orga-nização tentar arranjar este problema. Afinal o proble-ma é a sala, será que devem escolher outra sala para este evento. Como de costume, tivemos as palavras

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de boas-vindas de Mário Carvalho, a seguir os hinos de Portugal e do Canadá. Depois, fez-se um brinde à memória dos falecidos, os pais de Mário Carvalho e de João Linhares. Ao final da noite o presidente da Asso-ciação Portuguesa do Espírito Santo, Artur Couto, foi homenageado com uma placa pela sua contribuição e ajuda à Associação Saudades da Terra Quebequente.

Domingo serviu certamente de dia de descanso para os organizadores, que trabalharam muito, e talvez até para algumas pessoas que dançaram muito. Pelo que se viu durante a festa, temos a certeza que todos gosta-ram desta linda noite.

Agradeço aos organizadores pelo seu empenho e de-dicação durante todos estes 15 anos a organizar esta festa, e para terminar, viva a Ribeira Quente!

SYLVIO MARTINS

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casa dos Açores doQuebeque em festA...

ACasa dos Açores do Quebeque acaba de celebrar o seu trigésimo terceiro aniversário. Para honrar tão prestigiado acontecimento,foram planeados uma se-mana cultural e um jantar. A semana cultural iniciou-se na quarta-feira, dia 26 e terminou sábado dia 29 .

A abertura desta Semana Cultural iniciou com uma exposição sobre o “Povoamento dos Açores”, tema escolhido para este ano e outra exposição do grupo “Reviver”. Após as boas-vindas, o grupo Reviver en-toou o seu hino, presenteou uma passagem de modas

e houve uma palestra oferecida pelo prestigiado Pro-fessor Dr. José António Morais, sobre o envelheci-mento.

Foi oficialmente lançado em Montreal o novo livro do pioneiro da diáspora “Memórias”, de Afonso Ma-ria Tavares. Vindo de Brampton para este lançamento, ele falou sobre a sua vida declarando que enfrentou tudo na vida com espírito de ganhador, apesar das difi culdades que sentiu sobretudo quando emigrou para o Canadá. A língua foi o maior inimigo do sucesso mas ele conseguiu vencer, pois sempre acreditou que

se nos esforçarmos podemos alcançar. Foi lida uma carta do Prof. José Carlos Teixeira da Universidade de B.C., felicitando o grande amigo Afonso.

Quinta-feira, dia 27 o programa iniciou com o ran-cho folclórico “Ilhas de Encanto” da C.A.Q., o qual encantou os presentes. É de louvar todos aqueles jo-vens que gostam do folclore e através deles as dan-ças e cantares daqueles tempos chegam até nós. Um

pouco mais tarde, foi a vez do convidado Sr. Dr. Car-los Melo Bento, que se deslocou de Ponta Delgada, S. Miguel e nos apresentou uma conferência sobre o povoamento dos Açores. Para alem de ser um dis-tinto conferencista é um prestigioso advogado, pro-fessor, correspondente internacional do World Peace Journal, colaborador do jornal Açoriano Oriental, autor de alguns livros sobre a história dos Açores,

isto entre muitas outras coisas. “Fui amigo de Natá-lia Correia e de Nemésio. Sou advogado de profi ssão e escritor nas horas vagas. Político por ví-

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es casa dos Açores do

Quebeque em festA...cio e necessidade.

Açoriano de alma e coração”. Ficou-se assim a sa-ber de onde vieram os Tavares, os Melos, os Andra-

des e outros mais.Sexta-feira, dia 28, estava prevista uma palestra

com o Dr. António Gomes de Menezes, Presidente

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da Sata, mas na impossi-bilidade de estar presente foi o Sr. Carlos Botelho, o novo Director da Sata em Toronto que esteve presen-te. Muitas perguntas foram formuladas e muitos escla-recimentos feitos.

O encerramento desta Semana Cultural teve lu-

gar no Sábado com a celebração do trigésimo terceiro aniversário. Foi recordado quantas Direcções já por ali passaram e que sem o esforço deles não teríamos chegado até ao dia de hoje. Para além de sócios e amigos, estiveram presentes, vários convidados.

Várias placas foram oferecidas e como a todos os

anos a Casa dos Açores do Quebeque tem a satisfação de oferecer uma medalha de “mérito” a um/a açoriana que se tenha distinguido na comunidade. Foi “ela” ofere-cida pelo Presidente da Casa dos Açores, Benjamim Mo-niz, a Gilberto Pavão, Direc-tor e Maestro da Filarmónica do Divino Espírito Santo de Laval.

São trinta e três anos que Gilberto Pavão tem dedicado à filarmónica. Mais tar-de, os presentes puderam ouvir a bonita voz da “se-reia” peregrina do Fado no dizer de alguns, “santa” do Fado no dizer de outros ou ainda a “cotovia” aço-riana como lhe chamava um amigo comum e vosso conhecido, o falecido António Vallacorba. A sua lin-da voz fez-nos recordar tempos antigos.

Apesar de algumas dificuldades que fazem parte de qualquer instituição, 33 anos de existência reflectem a vontade, o trabalho e a força de todos os Açorianos que juntos têm conseguido levar avante os seus ob-jectivos e trabalhos de que muito se orgulham.

A presença de todos foi fundamental para que a fes-ta tivesse tão grande sucesso, fazendo assim honras à nossa açorianidade.

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Sexta-feira 21 de Outubro foi a primeira festa de Halloween na comunidade neste lindo restaurante no centro da comunidade portuguesa de Montreal.

Já lá vão muitos anos que o restaurante Estrela do

Oceano organiza a sua própria festa do Halloween com o DJ XMEN e Eddy Sousa.

Com uma ementa bastante apetitosa, um serviço excelente e um lindo ambiente, este restaurante, foi sempre um icone para as celebrações de eventos es-peciais, tal como este,.. o que queremos mais?

Apesar de ter muita gente mascarada foi um bonito

momento junto aos amigos e família. Foram distri-buídos prémios para os melhores mascarados e, no fi nal, todos festejaram até muito tarde neste grandioso evento de Halloween.

SYLVIO MARTINS

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estrelando o halloween

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Bom dia, boa tarde ou boa noite… depende da hora em que lerem este

artigo. A festa de Hallo-ween é sempre celebrada de uma maneira muito especial, Adultos e crian-ças são iguais, de uma maneira, todos fazem o impossível, … possível. Mascarados são muitos nas festas e nos últimos anos a festa do Hallowe-en festejava-se, mas, ce-lebrar em grande como

antigamente, num só lu-gar, já estava esquecido.

Este ano, a Associação

Portuguesa do Canadá realizou esta festa em grande. Ao chegar à fes-ta, sábado passado, eu estava a pensar que ía haver umas 200 pessoas, mas afinal, foi uma sala cheia. Quase 500 pessoas na sala de Saint-Enfant Jésus.

Muitos mascarados, muita alegria e todos

festejaram. Os organiza-dores fi zeram o “Impos-sível”, “Possível” e, isto, é a verdade desta noite. Boa comida, música à

bruta e para todos os gos-tos. O Eddy fez um óp-timo espectáculo com o DJ XMEN e sem esque-cer o grande artista José Sousa. Que me fez bailar um pouquito a mais e no domingo, estive muito

cansado.O Rancho da Nazaré

fez um grandioso espec-táculo que mereceu pal-mas de toda a sala. Este

grupo fez à pouco tempo o seu 50º aniversário e

tivemos a oportunidade de ver todo o seu talento folclórico durante mais de uma hora.

Parabéns a eles, foi um grande prazer de os ver

festa de halloween da ApcH

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em acção. No final desta linda noite tive também o prazer de ver e apreciar um pequeno espectáculo, “A Marcha do Hallowe-en”. Esta marcha foi re-almente uma surpresa. Quase todos os masca-rados se incorporaram

nesta marcha o que foi bastante divertido.

E, a parte mais engra-

çada foi a “Morte do Pre-sidente” da associação. Apanhei o discurso do “Padre” que disse em voz alta o último testamento do “Presidente”.

“Eu, Virgilio Santos, presidente da APC, por minha morte deixo à

minha querida mulher e fi lhos o meu papagaio “Coco”. Aos meus ami-

gos, deixo dinheiro para fazerem uma grande pa-tuscada e beberem à mi-nha saúde.

À APC deixo um pré-dio cheio de problemas e quem quiser ser presi-

dente deixo a camioneta do meu trabalho. A todos que gostaram de mim deixo um bacalhau para

fazer uma ‘p*nheta’. Aos que não gostaram

de mim fi quem conten-

tes e não comem nada. O resto da minha fortuna deixo a todas as minhas amantes”.

Foi mesmo para rir, e no fi nal ele ressuscitou. Em resumo, a festa foi

memorável. Parabéns aos organizadores e a todos os que trabalharam mui-to para fazer deste evento um successo. SYLVIO MARTINS

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A grandiosa festade halloween em laval…

Uma das lendas de ori-gem celta fala que os es-

píritos de todos que mor-reram ao longo daquele ano voltariam à procura de corpos vivos para possuirem e usarem no

próximo ano. Os celtas acreditavam ser a única oportunidade de vida após a morte. Os celtas acreditaram em todas as leis de espaço e tempo, o que permitia que o mun-do dos espíritos se mis-turasse com o dos vivos.

Como os vivos não queriam ser pos-

suídos, na noite do dia 31 de Outubro, apagavam

as tochas e fogueiras de suas casas, para que elas se tornassem frias e desa-gradáveis a fi m de assus-tarem os que procuravam

corpos para possuir. O Halloween foi levado

para os Estados Unidos em 1840, por emigrantes irlandeses que fugiam da fome pela qual seu país passava. Em Laval, no salão Paroquial e organi-zado pelo grupo folclóri-co Estrelas do Atlântico, os jovens criaram um

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serão super espectacu-lar onde a imaginação, a alegria e o talento não faltaram.

Uma linda peça de tea-tro ensaiada por Stacey

Sousa e ao som da mu-sica Thriller de Michael Jackson, o povo pode de-leitar-se com o trabalho dos jovens, com ilumi-nação fantástica e mor-

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tos a saírem de variados locais, certamente que à procura de vivos para

usarem no próximo ano, Houve um concurso para as crianças melhor mas-caradas cuja triunfante foi Salema Sampaio que ganhou um certifi cado

da companhia Mcdonal-ds. Para os adultos, hou-ve três prémios, isto é uma garrafa de vinho do Porto a cada.

O primeiro premio,

conveio a Manuela Del-bion, o segundo a Osval-da e Lioberto Miranda

e o terceiro a Sandra da Silva. Houve rifas à ven-da e Crisantina Moniz auferiu de uma viajem a Nova York oferecida pela Agencia Algarve, Luis

Correia foi o felizardo que recebeu um quadro ofertado pela companhia Prillo e a Manuel Faria coube-lhe uma linda to-alha de renda feita por

Crisantina Moniz. Muito distinto neste

serão foi o jantar confec-cionado pelo jovem chefe de cozinha, Rodney Pi-mentel ajudado pela sua

equipa e servido pelos elementos do folclore.

A parte musical esteve a cargo do grupo Tropi-cal que conseguiu pôr to-dos a rodopiarem.

De parabéns estão to-dos os que cooperaram e será uma circunstância a ser repetida para o ano.

NATÉRCIARODRIGUES

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to cristiano ronaldo recebe

segunda Bota de ouro Cristiano Ronaldo é apenas o segundo portu-

guês a conseguir tal feito, depois de Eusébio e Fernando Gomes.

Os 40 golos da época passada valeram a segunda Bota de Ouro pela segunda época consecutiva. O craque português recebeu o prémio hoje.

Ronaldo fez questão de falar em português e dedi-car o troféu à sua nação, dizendo que é “um prémio para todos os portugueses.” Também incluídos na

dedicatória estiveram os colegas de equipa, treina-dor e presidente do Real Madrid, assim como a sua família.

O avançado atribui muita importância à influência que Alex Ferguson teve na sua carreira, também hoje Sir Alex Ferguson está de parabéns, comemora 25 anos ao serviço do Manchester United.

“É uma pessoa muito importante na minha carreira. Faz parte do meu sucesso, estou-lhe grato por tudo o que me ajudou a crescer, como jogador e como pes-

soa. Quero felicitá-lo pelos seus 25 anos de car-

reira, ele merece. É um grande treinador e uma gran-de pessoa, desejo-lhe grandes êxitos. Está no lote das pessoas mais importantes da minha carreira,” foram as palavras de Ronaldo.

Também José Mourinho recebeu elogios, “José Mourinho está perfeito no Real Madrid. Oxalá possa ficar connosco por muitos anos.”

O bi-Bota de Ouro mostra-se confiante no sucesso

da sua equipa e no apuramento da selecção nacional para o Euro 2012. Recorde-se que Paulo Bento in-cluiu Ronaldo na lista de convocados para defrontar a Bósnia-Herzegovina.

Portugal tem 2,30 de odds para vencer o primei-ro encontro do play-off em Zenica, o adversário tem 3,30 e o empate regista 3,10.

Poderá assistir ao jogo em directo no seu computa-dor com a Transmissão Ao-Vivo da bet365, um servi-ço que transmite agora mais de 20.000 eventos todos os anos.

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Analise da 10ª Jornada

Benfica com examede alto risco em Braga

O Benfica, líder da Liga de futebol, a par do FC Porto, enfrenta no domingo um exame de “alto risco” em Braga, onde tentará contrariar a tendência dos úl-timos anos, com três derrotas consecutivas.

Os “encarnados” têm que encarar duas jornadas de “peso” e fundamentais para as contas da liderança: primeiro com a visita a Braga e depois com a recep-ção a um Sporting em “alta” depois de um mau início de Liga.

Em casa dos minhotos, a história recente é desfa-vorável ao Benfica, com derrotas em 2009/10, época em que até foi campeão, e em 2010/2011, tanto para a Liga, como na Liga Europa, o que lhe valeu a elimi-nação nas meias-finais da prova europeia.

Os últimos jogos foram de grande tensão. Há dois anos com incidentes no relvado e quando as equipas se encaminhavam para os balneários, levando à sus-pensão de três jogadores bracarenses, e, no último ano, com queixas à arbitragem de Carlos Xistra, que expulsou Javi Garcia, num lance do qual resultaria um golo do Braga.

O jogo entre Braga e Benfica simboliza também o reencontro de Quim – esteve lesionado na última época – com as “águias”, mas sobretudo de Nuno Gomes, que se transferiu para Braga depois de não ter aceitado ficar na Luz com um papel que não o de futebolista.

A visita à “Pedreira” surge com o Benfica na frente (com os mesmos 23 pontos do FC Porto), o Sporting em terceiro (20 pontos) e o Sporting de Braga em quarto (18 pontos, os mesmos do Marítimo).

O Sporting prepara a recepção de domingo à União de Leiria (12.ª classificada) a respirar confiança e ul-trapassado que parece estar o mau arranque na Liga (onde sofreu dois empates e uma derrota).

Os “leões” têm um melhor ciclo de vitórias, com seis consecutivas na Liga e dez contando com todas as competições, e sabem que este é o melhor momen-to para demonstrarem que são candidatos ao título.

A recepção à União de Leiria é importante em re-lação à distância pontual para os da frente e quando já se vislumbra na jornada seguinte o “derby” em casa do seu maior rival e que se disputará depois do “playoff” da selecção para o Euro 2012 e da quarta eliminatória da Taça de Portugal.

Já o campeão FC Porto mantém uma relativa cons-tância a nível interno, mas está longe de convencer e teve uma semana amarga na Liga dos Campeões,

com uma derrota em Nicósia frente ao APOEL, na quarta jornada da Liga dos Campeões. Os “dragões”, que têm o melhor ataque do campeonato, visitam no sábado o Olhanense, num jogo em que quererão aproveitar para somar mais três pontos e ganhar uma possível margem em relação ao Benfica, que joga apenas no dia seguinte.

No sábado, o Marítimo (5.º) recebe a Académica (6.ª), num jogo em que os madeirenses têm garantido na mesma o quinto lugar – a diferença pontual para os “estudantes” é de cinco pontos –, mas até podem subir na tabela, em função dos resultados do Braga ou até do Sporting.

Na sexta-feira, a jornada arranca com o Paços de Ferreira (14.º) a receber o Vitória de Guimarães (13.º) e quando ambas as equipas estão muito perto da linha de água: somam sete pontos em 27 possíveis.

Com os mesmos 10 pontos estão o Vitória de Se-túbal (9.º) e o Gil Vicente (8.º), que se defrontam domingo no Bonfim e podem provocar mudanças na primeira metade da tabela, onde se situa ainda o Na-cional (10.º, os mesmos pontos) e que visita o Rio Ave, último.

O outro jogo opõe no Municipal de Aveiro as duas equipas da Liga com piores séries consecutivas sem vencer, o Beira-Mar (seis jogos) e o Feirense (cinco), com os primeiros situados no 12.º lugar e a formação de Santa Maria da Feira no 15.º, mas com os mesmos sete pontos.

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