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Cinturao negro revista portugues novembro 2013

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A revista internacional de Artes Marciais, desportos de combate e defesa pessoal. Download grátis. Edição Online Novembro 2013. 266 Ano XXII

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Basta um Basta um CliCCliC

para estar no melhor para estar no melhor

que em Artes Marciais que em Artes Marciais

existe noexiste no teu idioMA…teu idioMA…

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Um dos herdeiros da técnica de AnkoItosu sem dúvida foi Chotoku Kyan(1869-1945), criador do ShobayashiShorin Ryu e filho do Guarda do SeloReal do Rei okinawense Sho Tai. Deentre os discípulos de Kyan destacouespecialmente Zenryo Shimabukuro,que depois passou todo o seuconhecimento para o seu filho Zenpo,nascido em 1944, hoje 10ºDan deKarate e com quem Salvador Herraiz setem encontrado em várias ocasiões nailha do Karate. Hoje, o nossocolaborador nos traz a “Cinturão Negro”este grande karateka, líder do SeibukanShorin Ryu.

KARATE SEIBUKAN

Randy Williams nos explica uno dosprovérbios mais importantes de WingChun, “Loy Lau, Hoy Soang, Lut Sau JickChoong”: Segue o que está chegando,deita fora o que se afasta de ti, emqualquer caso, ataca directamente comum golpe, em caso de perda de contactocom a mão sem que se retraia a mãoentre os movimentos.

WING CHUN

Quando escrevo estaslinhas com extremoagradecimento e reverência,penso nos Mestres dopassado, mas também emtodos os que hoje e todosos que no futuro se poderãobeneficiar com estesconhecimentos, para elevaras suas vidas e aprofundarno conhecimento domistério.

E-BUNTO

Neste artigo Shidoshi Jordane Shidoshi Juliana nos ajudama compreender a esencia e anaturaleza verdadeira doSamurai, a figura mais famosada tradição japonesa e a quemais profundamenteconquistou o Ocidente.

BUGEI

Jackie Chan e os 12 animais doZodíaco. Jackie Chan nasceu emHong Kong a 7 de Avril de 1954,sendo fi lho de emigrantes daChina Continental. A pontos de servendido quando nasceu, com seisanos de idade Chan entraria naEscola da Ópera de Pequim, comum contrato de dez anos depermanência, como única opçãopara sobreviver.

CINEMA MARCIAL

O poder da força física dependedirectamente da massa muscular,quanto maior esta seja, maiorserá sua potência de evolução:mas há pessoas que têmcompensado isto com outrosmétodos; não baye mais fortequem mais músculos tem, massim quem mais habilidadepossui... O que é o que faz umbatedor? Qual é o segredo dapotência de batida?

SPORTS POWER

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Princípios da DefesaPessoal. Se considerarmosestratégias para situaçõesperigosas, graças às suasideias simples e básicas, oS.D.S.-Concept é o sistemaideal para qualquer pessoaque desejar usar umaferramenta para melhorar asua segurança. O S.D.S.-Concept se adaptaespecialmente bem àquelesque se sentem vulneráveisquando se enfrentam a umagressor.

SDS-CONCEPT

Disparar: Quando é pertodemais? Durante este passadoano, um instrutor de armas defogo, um “Rambo”, um garotorealmente letal, disparou quatrovezes num estudante! Estesucesso levou-nos a BenKrajmalnik (que também serviuno Exército Israelita) e a mim -chegar à conclusão de quedevíamos realizar um novo DVDbásico, para falar das armas defogo e a segurança e explicaralgumas técnicas para treinarcom armas de fogo.

KAPAP

El Gran Maestro Juerg Ziegler haparticipado ya más de 60 veces en los“Salones de la Fama” más prestigiosos detodo el mundo desde 1992. Es unmiembro de pleno derecho de la Cabezade Familia del Consejo Mundial Sokeship(WHFSC) desde 1995 y Embajador oficialde Asia para este consejo. Todavía tiene elrécord mundial en rompimiento de ladrillosdesde 1992 (rompió 44 / ladrillos EMPAtestados por el Gobierno suizo, con unaresistencia a la presión 2500kg cada uno,en sólo 65 segundos con su técnica"mano de hierro Shaolin").

MODERN ARNIS

Noi di Cintura Nera volevamo realizzareun'intervista in cui far conoscere allacomunità degli artisti marziali esoprattutto al mondo del Wing Tsun, chiè Sifu Salvador, quali sono le suemotivazioni e i suoi progetti. Masoprattutto che l'appassionato che leggemensilmente la sua “Colonna delWingTsun” possa conoscere meglioquest'entusiasta studioso delle artimarziali e instancabile ricercatore delWingTsun Kuen.

Puxando para fora o GuerreiroInterior. Não importa quantobom seja o nosso ginásio, senão estamos mentalmentepreparados para todos osdesafios que devemosenfrentar, corremos o risco defazer o que por natureza todosfazemos: acender o pilotoautomático ou lutar em modosobrevivência.

DR. JOHN W. O'CONNOR

WINGTSUN

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ueridos amigos e leitores: Após um ano de provas editando a

revista 1 mês em quiosques e 1 mês naInternet, os números falaram... e comofactos são amores e não boas razões,

perante um seguimento na Internet muitíssimo maiorque nos quiosques, resolvi dar um passo em frente,um passo para um futuro que já não é tal e sim umpresente impressionante.

Sim, os tempos do papel chegaram ao seu fim... Osmais teimosos, como eu, temos permanecido contravento e marés com apego ao formato de Gutemberg,mas este amável senhor, a quem tanto devemos,morreu em 1468! O êxito da edição on-line (também seme não oculta que ver relacionado com o própriofacto de ser gratuita), despertou em mim um novoentusiasmo com esse formato; um entusiasmo que setem ido concretizando mês a mês, com números acada dia mais surpreendentes.

E não é só pelo facto da edição on-line permitir oacesso a muitos leitores de “Cinturão Negro” deMundo todo, especialmente na América Latina, o quetambém é um importante factor. É que na própriaEspanha, as diferenças são espectaculares. A difusãoe os leitores que optaram por imprimir a revista emcasa, lê-la, ou a descarregar para a guardar em seusarquivos, é impressionante.

Por exemplo: A revista de Abril em língua espanholasuperou as 23.000 impressões, uma média de mais de8.000 leitores, outras não ficaram muito atrás. Comoamostra, os números de “ISSUU.com” a plataforma derevistas internacionais onde estamos oferecendo arevista, do mês de Outubro ……. com as impressõesrealizadas de alguma das últimas revistas editadas on-line em Espanhol. Estes são números oficiais de“ISSUU”, que nós não podemos alterar e que até faz sóuns poucos meses eram acessíveis a todo aquele quequisesse; no entanto, por motivos que desconheço, aplataforma agora apenas as entrega aos editores. Nós,que não temos nada a ocultar, mas muito pelocontrário, gostamos de as fazer públicas, as indicamosaqui, para apoiar com feitos as nossas palavras.

Sei que muitos dos leitores, talvez saudosos comoeu, herdeiros de outra era, vamos continuar adorandoo papel, o seu cheiro, o seu tacto… mas se assim é,podem descarregar o arquivo em pdf desde a web esimplesmente imprimir a revista em casa (hojequalquer um tem uma impressora a cores) e armazena-la (Eu já não sei onde as meter!). No caso de se quereruma impressão mais profissional, bastará procuraruma imprensa profissional (de certeza que há umaperto de onde moram e pedir-lhes que a imprimam.Um grampo… e pronto!

É a maior revolução desde a Idade Média e desde ainvenção da Imprensa. A possibilidade de oferecer

formatos interactivos conjuntos à revista e vídeos, éoutro ponto forte destes formatos digitais. O seguinteponto a considerar é a sua NÃO caducidade; enquantoque uma revista em papel desaparece do quiosque ese transforma em pasta de papel, as edições on-linenão param de crescer em revistas, que como a nossa,não estão ligadas às notícias. Para os anunciantes istoé uma grande coisa, porque o seu anúncio permanecee não deixa de fazer efeito após um mês, ele perduracriando mais e mais exposição da sua oferta.

Além disto, agora, nos ameados de cada mês vaiaparecer um número EXTRA de “BUDO NOSTALGIA”,com a selecção dos melhores artigos da nossa revistade “… faz mais de 10 anos” e em todos os idiomas.

A ideia é que uma nova geração de ArtistasMarciais tenha acesso às ensinanças de grandesMestres, versados e excelentes professores que têmtrabalhado nestes últimos 26 anos com BudoInternational - Cinturão Negro.

Trata-se de um EXTRA da nossa publicação, quede certeza encantará os mais adeptos e apaixonadosestudiosos.

Cinturão Negro no último quarto de século tem vindopublicando revistas, livros e vídeos, criando com isso omaior depósito de “conhecimento marcial” que ostempos jamais viram. Falamos de mais de 650 DVDs,quase 200 livros e milhares de artigos. Agora iremossituando na rede, a cada mês um extra com o melhor decada número, de modo e maneira que esta valiosainformação encontre caminho entre todos aqueles queainda não a conheciam e também certamente, paraaqueles que um dia souberam dar-lhe valor.

Durante este tempo participamos tanto das revoluçõesque se têm vivido na última quarta parte do século (fomosa primeira revista não Brasileira em situar um Gracie nacapa), como na difusão de estilos e Mestres tradicionais,alguns deles nascidos no Século XIX!

Temos dado a conhecer estilos ignorados, temosparticipado no êxito de muitos outros, dos que antesde sair na nossa revista ninguém conhecia nem sequero nome. Muitos se fizeram famosos nas nossaspáginas, outros muito antes de o ser, já tinham tido umespaço nelas.

Entrevistamos estrelas do Cinema Marcial,comentado filmes, notícias e novidades muito antes deque a Internet fosse nem sequer um sonho. Agora,damos mais um passo na nossa renovação, adequando-nos aos tempos para seguir adiante com a nossavocação de líder nas comunicações do nosso sector.

A revista já está de novo em seis idiomas na rede, onosso canal de Youtube é o que tem mais subscriçõesde entre todas as revistas marciais do mundo, osnossos DVDs podem ser adquiridos por descarga narede e as nossas paginas web tem um trânsitoimpressionante.

“O que a lagarta da hortaliça interpreta como o fim domundo é o que o mestre denomina borboleta”

Richard Bach

"Ser melhor é equivalente a ter mudado muitas vezes"Neil GAinman

Q

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A nossa revista mensal em Espanhol já superou as24.000 impressões (dados oficiais de ISSUU.com) eas outras edições, em línguas; Inglesa, Francesa,Alemã, Portuguesa, e Italiana, não parece que vãoficar atrás muito tempo.

Já não estamos nos alvores de uma novaera; a aceleração destes tempos é tal queo futuro é… já, é hoje. A Internet veiopara ficar, não como um recursoalternativo daqueles que nãotinham a capacidadeeconómica para entrar emoutras redes comerciais, mascomo um veículo líder emcomunicações, que estásendo a cada dia maisusado e onde a qualidade,que anteriormentebrilhava por suaausência, esta sendoreconsiderada por umpúblico a cada diamais exigente.

Estamosenfrentando a estedesafio renovador comum espírito renovado,não posso dizer quejuvenil, que já o nãosomos, mas com umacoisa muito melhor que tudoisso, com a sapiência e aexperiência que só os anos dãoe com o tesoiro de uma históriaque temos contado e que agora,devido a estes novos/velhos Extrason line, poderão gozar todos.

As modas vão e voltam, tudosempre retorna, talvez por isso anostalgia é bonita e como dizia acanção “Calção Curto” deCafrune: “Lindo tê-lo vivido,para o poder contar”.

Alfredo Tucci é Director Gerente de BUDO INTERNATIONAL PUBLISHING CO.e-mail: [email protected]

https://www.facebook.com/alfredo.tucci.5

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Quando pensei em fazer uma capa da Revista Cinturão e um artigo, logo me veio àcabeça a imagem de Shidoshi Jordan. A meu entender, ninguém como ele representa afigura nobre e bravia do máximo expoente da figura do guerreiro japonês. E isto, devido aque muito mais além da ideia do Guerreiro, do general, duro e devastador, existe a outracara do General bravo, mas moderado, fiel à sua tradição e suas regras e acima de tudo,justo.

Shidoshi Jordan compilou em mais de 6.000 artigos e milhares de vídeos acessíveis narede, grande parte da tradição da sua linhagem Marcial, da Escola Kaze no Ryu, não sóem seus aspectos Marciais, como também, e isto é excepcional, conservou as tradiçõesespirituais de uma cultura, incluído o seu idioma, o Shizengo. Este trabalho titânico é abase que permitirá no futuro, não só manter os ditos conhecimentos, como o renascer deuma cultura extremamente sábia, profunda e rica em aspectos múltiplos, como aPsicologia, a Estratégia, a Filosofia, a Metafísica ou a Espiritualidade dos Shizen.

Na tradição Shizen que este homem representa no mundo todo como mais ninguém,existem duas figuras arquetípicas entre os tipos de Senso Tengu, que expressamperfeitamente essa dualidade. A de Ama, Senso Tengu do elemento terra positivo, aqueleque comanda os exércitos com sabedoria e organização, e a sua contraparte, SensoTengu, Toshi, do elemento terra negativo, aquele que manda destruir sem piedade edizimar os inimigos.

A figura do Samurai possui esses dois lados, mas também possui uma filosofia de vidaque tem seduzido os Ocidentais. O encanto deste arquétipo tem sido capazinclusivamente de superar a forte aversão que produz o choque de uma maneira extremade ver o mundo, quando analisada do ponto de vista Ocidental. A ideia do Seppuku (HaraKiri) é sem dúvida um dos aspectos mais impactantes na idiossincrasia Samurai. Umconceito da honra quase exagerado, impossível de compreender por uma sociedadeindividualista, onde a ideia da auto-imolação é difícil de encaixar e compreender.

No entanto, procurando nos modelos arquetípicos da tradição indo-europeia, a ideia doherói que se sacrifica, não nos é estranha. O herói que fiel a si mesmo luta até o fim,dando a sua vida na batalha, sabendo que vai morrer, avança impassível para o seudestino. Estão lembrados? Há quem construiu mais de uma religião em torno a um talpersonagem!

Neste artigo, Shidoshi Jordan e Shidoshi Juliana ajudar-vos-ão a perceber a essência ea natureza verdadeira do Samurai, sem dúvida a figura mais famosa da tradição japonesae a que mais profundamente tem conquistado os corações de Ocidente, e introduzir-vos-ão na interessante história da sua própria linhagem Shizen.

Alfredo Tucci

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cultura do guerreiro japonês sempreseduziu o ocidente, e transcendeugerações que romantizam e buscamaprender seus conceitos éticos,morais, técnicos, conduzindo a

formação do próprio carácter através da místicaque gira em torno das misteriosas econtraditórias figuras que conquistaram o mundodas artes de guerra.

Verdade seja dita, cada aspecto da culturasamurai poderia ser escrita como um livro se nosaprofundássemos em seus aspectos mais subtis,e portanto esse artigo visa apenas uma pequenaintrodução ao leitor, para um melhorentendimento sobre os hábitos e valores dosguerreiros e sobre um legado que se espalhou aoutros cantos do mundo. Entretanto, atransmissão desse mesmo legado em soloestrangeiro para, inevitavelmente, pelo declíniodo status guerreiro no próprio solo japonês.

Portanto, seria de fato impossível almejar acompreensão das artes japonesas de guerra e oprocesso de exportação desses valores sem seestudar anteriormente a história do próprioJapão. A cultura japonesa, em todos os seusaspectos foi profundamente marcada pelainfluência que o poder militar exerceu nos maisdiferentes aspectos, desde condutas morais,cerimónias e eventos sociais, à impressão digitaldeixada nas artes nobres como a Cerimónia doChá.

Como a cultura da guerra parece intrínseca aopovo nipónico, que acreditava ser destinado aocombate ao longo da história, seria de difícilentendimento os aspectos que levaram aodesenvolvimento das artes marciais do Japão, e omotivo de tais características específicaspresentes em cada tipo de arte, sem a préviaanálise do conteúdo e fatos que ocorreram nasEras da Terra do Sol Nascente.

Tratando superficialmente alguns dessesdetalhes, apesar de um dia haver alcançado umaépoca de ouro, especialmente nas épocas deintensas guerras internas, com o Período Edo(1615-1868) ocorreu o declínio da classeguerreira. Isso viria a explicar grande parte doprocesso histórico da transmissão das artes deguerra tradicionais em outros países em umpassado não tão longínquo de nossa geração.

A

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No período Edo as classes sociais estavamprincipalmente divididas em: samurai,lavradores, artesãos e comerciantes.Certamente que haviam classesintermediárias, como os aristocratas, a famíliaimperial e membros da nobreza, mas sempoderes político-económicos.

Os comerciantes haviam atingido nível devida superior ao dos guerreiros dominantes, ehaviam criado ainda uma cultura própria, comaspectos aristocráticos e guerreiros. Iniciou-sea manifestação por um impulso para aliberdade, enquanto o objectivo da época erao bem estar material e económico. O nível dascidades se elevaram a tal ponto que muitossamurai tiveram que aderir ao luxo, o queacarretou um grande problema económico,pois os samurai levavam uma vida deconsumo simples e nada produziam. Aoviverem da opressão de lavradores, uma criseadministrativa estava incrustada na sociedade,pois isso gerava uma queda na produtividade.A crise económica levou muitos daimyo apedirem empréstimos aos comerciantes e issomarcou o início da desmoralização da classesamurai.

A longa paz trazia graves consequências àclasse guerreira, que se via obrigada a viver acusta de serviços manuais. Os que possuíamalguma cultura ensinavam os fi lhos doscomerciantes e os que tinham habilidadesmilitares, prestavam serviços de guarda-costas (yojimbo). A decadência da classechegou a ponto de muitos guerreiros seremobrigados a vender suas próprias espadas,consideradas a alma do samurai, e tristementemuitos se tornaram bandidos ou criminosos.Embora superior, a classe se tornou a maismiserável do Japão.

Nessa época o confucionismofundamentava os princípios do governo, e eralevado tão a sério que um acontecimentoespecífico iria marcar eternamente a históriado povo japonês - os 47 Ronin, shizushichi shi-, já conhecida por muitos ocidentais ao relatare demonstrar o extremo da fidelidade e honrajaponesas.

No fim do Período Edo retornou a ideia dedevoção ao imperador e o espírito darestauração imperial foi crescendo enquantoas reformas não traziam resultados concretos.Além disso, os problemas exteriores geradospela presença de navios estrangeiros natentativa forçada da abertura dos portosocorria. Em 1853 o Comodoro Matthew C.Perry chegou comandando uma poderosafrota naval e com proposta de negociaçãopelo presidente dos Estados Unidos, M.Fillmore. O tratado de comércio foi assinadoem 1858, o que marcaria a entrada do Japãono comércio internacional. Muitos senhoresfeudais se uniram em um movimento contraTokugawa e assim, foram perseguidos. Foi aPerseguição Política de Ansei. Muitos líderesfeudais anti-Tokugawa reuniram forças paraderrubar o governo. Sakamoto Ryuma eNakaoka Shintaro, líderes do feudo de Tossa,se uniram a Saigo Takamori e OkuboToshimichi do feudo de Satsuma para iniciar omovimento armado anti-feudalismo.

Em 1867 o senhor feudal de Tossa (K_chi),Yamanouchi Toyoshige se dirigiu ao ShogunYoshinobu e o aconselhou a devolver o poderexecutivo ao imperador antes de uma guerracivil estourar. Era o fim do governo militar quereinara por 700 anos.

O Período Meiji (1868-1912) viria a marcar amodernização do Japão. Sem encontrar

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muitas resistências, as tropas imperiais venceramfacilmente e consolidaram as bases políticas doImpério. A capital mudou de Kyoto para Edo, quepassou em seguida a se chamar Tokyo - Capital doLeste. O processo de modernização seguiu, e a partirde 1926 (Período Showa), como os EUA nãoaceitavam mais a entrada de imigrantes japoneses,estes começaram a se dirigir para a América Latina.

Apesar de já estarem há gerações fora do statussocial e do poder, algumas famílias de origem samuraimantiveram o orgulho de seus antepassados atravésda manutenção dos conhecimentos que um dia foramsinonimo de glória para o país. Embora nãoostentassem condições financeiras apropriadas oudignas, muitas famílias viram na imigração uma novapossibilidade de prosperar, ainda que em terraestrangeira. Muitas traziam apenas os antigos valoresdo passado, curtidas nos aspectos antigos doBushido, agora em desuso na Terra do Sol Nascente,ressuscitado em momentos de guerra com propósitosmilitares de um Japão que ascendia como potênciainternacional, mas cuja demanda interna almejava osavanços tecnológicos e culturais modernos.

Muitas escolas, com a proibição do “Jutsu”,caíram no ostracismo, ou tiveram seus mestresperseguidos e levados a uma vida declandestinidade. Havia uma mudança no valor dadoàs artes marciais antigas, e surgiam os valores denovos propósitos com fins educativos apenas.Famílias que ainda mantinham o conhecimento deseus antepassados levavam a semente dessas artesa outras terras distante, e o processo de tentarmanter vivas as tradições e culturas dos guerreirosjaponeses partiu em navio atravessando o mesmooceano que um dia isolou o Japão.

Dessa forma a cultura e o pensamento foramlevados a outras partes do mundo graças àimigração japonesa a outros países, e desse mesmomodo os conhecimentos do Kaze no Ryu BugeiOgawa Ha chegaram ao Brasil.

O Kaze no Ryu Bugei chegou ao Brasil através dafamília Ogawa, que desembarcou no Porto de Santosem 1935. Descendentes da aldeia Kawa,antigamente localizada na ilha de Hokkaido, no nortedo Japão, estabeleceram-se no Paraná, ondeiniciaram suas actividades como agricultores. Porcircunstâncias da ocasião, deram sequência, commembros da colónia, inicialmente à prática doKenjutsu.

Com a intervenção da Shindo Renmei, HiroshiOgawa orientou os imigrantes que eram perseguidospela tal, em maneiras práticas e rápidas de auto-defesa. Isso estimulou os colonos a estudarem aauto-defesa que os irmãos Ogawa conheciam.

A Shindo Renmei (liga do caminho dos súbditos)foi uma organização nacionalista, que surgiu noBrasil após o término da Segunda Guerra Mundial,formada por japoneses que não acreditavam naderrota do Japão na guerra.

A curta e violenta trajectória dessa organizaçãofundamentalista foi brilhantemente contada pelojornalista Fernando Morais, no livro "CoraçõesSujos", editado pela Companhia das Letras. A obraganhou o Premio Jabuti 2001 de melhor livro nacategoria "não-ficção".

Na década de 1930, o Brasil já possuía a maiorcolónia japonesa do mundo, com mais de 200 milpessoas, a grande maioria no Estado de São Paulo.A grande leva da imigração japonesa ocorreu entre1908 e 1938 e começou a diminuir por pressão dosbrasileiros sobre o governo Vargas, pois temia-seuma superpopulação japonesa enquistada (a palavrausada na época), formando um núcleo fechado noBrasil.

Fundada em Marília, interior de São Paulo, em1942 (ainda antes da entrada do Brasil na SegundaGuerra Mundial), a Shindo Renmei surgiu como umadas muitas organizações nacionalistas japonesas naépoca, que foram influenciadas por ex-militaresjaponeses que imigraram para o Brasil.

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Em 1942, o Brasil deixou de mantersua posição nula e resolveu entrar naSegunda Guerra, apoiando os Aliados(Estados Unidos, Inglaterra e França) eindo contra o Eixo (Japão, Itália eAlemanha). A partir de então, houveuma perseguição maciça aosimigrantes vindos dos países do Eixo eos japoneses passaram a viver dentrode um país de inimigos. Vargas baixouleis severas contra esses imigrantes,que não podiam mais falar nemescrever em seu idioma natal, nem sereunir em grupos com mais de trêspessoas.

Para a Shindo Renmei, acomunidade japonesa era dividida emapenas dois grupos: os vitoristas(kachigumi), que pertenciam ousimpatizavam com a organização; e osderrotistas (makegumi) - tambémchamados de "corações sujos" -, quenão acreditavam na vitória do Japão e,por isso, deveriam ser punidos.Aqueles que se manifestassempublicamente confessando acreditar naderrota do Japão seriam mortos.

A Shindo Renmei t inha comoobjectivo maior calar os que"denegriam" a imagem do Japão,usando de todos os meios para isso:caluniando, tirando a credibilidade e,até mesmo, matando quem nãoconcordasse com a organização.Somente entre Janeiro de 1946 eFevereiro de 1947, 23 pessoas forammortas em acções da organização e147 ficaram feridas.

Devido aos acontecimentos violentose a necessidade de defender-se, aprimeira semente do Bugei foi plantadaem solo brasileiro. Muitosacontecimentos marcaram a trajectóriada família Ogawa no Brasil. Somenteem 1952, Hiroshi Ogawa aceitou umpequeno grupo que estudaria atradição de sua família, dentre os quaisestavam Roberto Kunio Araki, Massao

Mizunaga, Abe Hideichi, Paulo YorikiHideoshi, Minoru Nagatame,Toshimitsu Muramoto e Kenichi Izawa,Isao Horibi, Miyoshi Massuda e SadaoEbihara.

Iniciou-se então a trajectória do Bugei no Brasil

Dizia-se que a famíl ia Ogawadescendia de uma l inhagem desamurai, e como muitas, estavam emdecadência e vivendo de maneirapobre em sua terra natal. Imigraramcomo agricultores, como todos daépoca. Porém, ao vir de uma tradiçãoShizen, apensar do status mil itar,trariam consigo um legado culturalmístico-filosófico além das artes deguerra. Com forte orgulho japonês, osOgawa mantinham os valores do antigoBushido apesar de estarem em épocasmodernas. Como muitos já sabem, oCódigo Moral de Conduta do Guerreirotalvez seja o aspecto mais conhecidoda cultura samurai. Esse códigocontinua inspirando jovens epraticantes das artes marciaisjaponesas em todo o mundo, e seupleno conhecimento também passapela compreensão da cultura nipónicaem seus aspectos polít icos efilosóficos.

Ao pé da letra, Bushido - ïêémìπ -significa caminho ético do samurai. Deuma forma simples, consiste em umconjunto de leis que orienta a vida e aconduta dos antigos guerreiros doJapão.

A palavra "SAMURAI" ou "BUSHI"significa "servir e seguir o senhor,acompanhar um superior para servi-lo". Já no livro "Nihon Shoki" - Crónicado Japão, escrito em 720 d.C., existemreferências de samurai como sendouma pessoa que serve ao patrão.

O Bushido evoluiu de maneira

acentuada após a conquista do poderpela classe mil itar (1192), sob aliderança de Yoritomo Minamoto(Kamakura Bafuku). O PeríodoKamakura se caracteriza por iniciar oFeudalismo no Japão. Receoso de cairno mesmo erro que os Henshi, o chefeGenji Minamoto no Yoritomo setransferiu para Kamakura, a fim de sedistanciar de Kyoto. Recebeu doimperador, em 1192, o título honoráriode Shogun - generalíssimo - e paramanter a disciplina, implantou umregime militar baseado na condutamoral característica do feudalismo: arelação entre senhor e vassalo. Asnormas de condutas severas visavamevitar que os vassalos imitassem a vidadecadente da aristocracia, e assim,evitasse gastos desnecessários.

Após organizar a política de seugoverno, Yoritomo aprimorou asnormas e regras de conduta e moralentre vassalo e senhor, refinando a éticasamurai. O laço de união entre as duaspartes seria composto pelo “on” e “gi”.Um vassalo deveria ter absolutalealdade para com seu senhor, na paz ena guerra. Este, em retribuição, deveriaassegurar a subsistência e o bem-estarsocial do vassalo. Isso viria a sustentaro governo Kamakura por 150 anos.

O Código Bushido tem sua origemno Budismo, Xintoísmo eConfucionismo.

Do Budismo veio a calma e aconfiança no destino, a submissãosilenciosa ao inevitável, a composturaestóica avista do perigo ou calamidadee desapego à vida e destemor damorte.

Do Xintoísmo veio a lealdade aosoberano, a reverência à memória dosancestrais e a piedade filial.

Finalmente, do Confucionismovieram os ensinamentos éticos.

“Transportai um punhado de terra todosos dias e fareis uma montanha” (Confúcio)

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A partir de todas essas influências,foram formados os principaisPRECEITOS ÉTICOS da classesamurai:

Rectidão ou justiça - “É o poder dedecidir sem hesitação sobre o cursocerto de conduta de acordo com arazão - Morrer quando é direito morrer,golpear quando é justo matar.” É omais convincente preceito moral docódigo dos samurais.

Giri - “Quem recebe um favor oubenefício de alguém ou algumainstituição está na obrigação deretribuir”. Significa razão correcta, justaou dever, senso de justiça ou dever.

Coragem - Inseparável da condiçãode samurai. Espírito de ousadia epaciência. Sempre a favor da justiça erectidão.

Benevolência - “Bushi no Nasake”,quer dizer simpatia ou compaixão desamurai. A generosidade oubenevolência para com o fraco e ovencido constitui virtude muitoapreciada pelo samurai.

Polidez - Cortesia e urbanidade sãocaracterísticas muito cultivadas pelaclasse guerreira.

Veracidade e Sinceridade - “Bushi noIchigon”, "Palavra de Samurai". Amentira e a falsidade denunciam sinalde fraqueza de carácter sendoprofundamente desonrosas para umguerreiro. A noção de vergonha (haji)forma um fundo moral característico dacultura do povo nipónico.

Honra - “Plena consciência dadignidade e do valor pessoal” É umadas qualidades que não pode faltar nosamurai.

Dever e lealdade - A noção delealdade chega a tal extremo que setorna comum um samurai praticarsuicídio a fim de acompanhar seusenhor na morte.

Educação e Adestramento - “Chi(sabedoria), Jin (benevolência) e Yu

(coragem). Formam o tripé quesustentam o Bushido.”

Autocontrole - A disciplina deautocontrole pessoal representa outraimportante qualidade do samurai.“Suportar a dor sem gemer ou atristeza sem manifestar tem comoobjectivo não estragar o prazer ou aserenidade dos outros.”

Instituição de Suicídio e Vingança -Suicídio ou Seppuku baseado nacrença de que o ventre é a sede daalma, abrir o ventre ou morada da almacom o objectivo de mostrar que ela élimpa. Vingança (Kataki-Uchi) éconsiderada como virtude, se aplica nocaso de vingar a morte do pai, irmãoou senhor.

Após alcançar certa prosperidadeno Brasi l , Ogawa Hiroshi decidiuretomar a manutenção das artes doBugei, enobrecendo com oconhecimento de outros imigrantesque possuíam um legado nas nobresartes japonesas.

Para ampliar e aperfeiçoar o estudonas artes, muitas disciplinas foramacrescentadas, algumas inclusiveatingiram sua especialização no Brasildevido ao carácter pessoal dado aodesenvolvimento das técnicas, como ocaso do Jujutsu, que teve a “impressãodigital” de Ogawa Hiroshi na área deKihon, já que os Seiteigata ousequência clássicas não se alteram porpreservação histórica.

Filho de Saburo Ogawa, conhecidocomo grande samurai de rarahabilidade, no que se refere ao Kazeno Ryu, Ogawa Sensei durante anosesteve entre as maiores autoridadesmundiais de Jujutsu e suasderivações. Porém, poucos oreconheciam como tal, sendo que asmaiores autoridades japonesascitavam seu nome sempre ligando-oao Brasil. Talvez pela xenofobia vividapelos japoneses em relação aos

imigrantes, Ogawa Sensei demorouanos para que seu nome fosse de fatoreconhecido como um dos melhores.Porém, suas habilidades continuavamsendo relacionadas ao nome do pai. Ofato de sua família ser tradicional nãopesou para o desenvolvimento pessoalde Ogawa Hiroshi devido à distânciaexistente entre Japão e Brasi l . Acomunicação entre os dois paísessempre era feita de forma precárianessa época. Sendo assim, somenteapós o ano de 1978, que os japonesescomeçaram a visitar o Brasil paraconhecerem a fantástica técnicaapresentada por Ogawa Sensei. Suainventiva e conservação da tradiçãoimpressionou várias autoridades doBugei.

Devido ao sonho de manter vivas astradições japonesas, as 30 disciplinasdo Bugei SanJuropan inspiraram aintrodução em função de aspectosculturais, aprofundando nosconhecimentos intelectuais, visto queOgawa Sensei almejava construir umaespécie de "universidade"queensinasse toda a cultura japonesatradicional.

Muitos se investiu, ao longo de todoesse tempo, em cursos e seminários,com professores das respectivas''áreas”, vindos do Japão, para que oprojecto gerasse frutos. Enfim,podemos afirmar que, nos dias de hoje,muito se perdeu, e desse projecto, demaneira activa, hoje (ensinadas de fatoem aulas), há 30 matérias. Asrestantes são vistas como disciplinasextras ou à parte, e que eventualmentesão abordadas em cursos maissimplificados ou de curta extensão.

Por isso o Kaze no Ryu possui essavasta quantidade de disciplinas, queabrangem artes físicas (marciais ounão) e mentais ou espirituais,trabalhando na preservação das artesjaponesas.

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Disparar: Quando se está perto demais? Quando os estudantes me perguntam "Qual é a arma mais perigosa?", eu

sempre digo: "O vosso garfo, posto que a maioria de nós havemos demorrer por comer em excesso e não por um disparo". Durante anos, osestudantes, os instrutores e inclusivamente os colegas desta Revista metêm pedido para eu realizar um DVD para ensinar a manipular armas defogo, mas o Tenente Coronel Chaim Peer, fundador do KAPAP, sempre foirenitente em dar aos civis muita informação, pois ele queria que o KAPAPfosse só para a nossa gente. A experiência me tem mostrado que outrospodem copiar o KAPAP e dar-lhe nomes diferentes. Ele sempre dizia que'Integridade' era fazer o correcto. Nem todos pensam assim; no mercadoactual das Artes Marciais, há muitíssimos oportunistas, jovens de 24 anosque deixam o exército israelita e se chamam a si mesmos Grande Mestre,ou “o verdadeiro” e depois tratam de chamar fraudulentos aos outros e oscaluniam usando o seu próprio DVD e a informação da sua história de vidapara exclamar que só ELES são os Autênticos!"… Portanto, depois de muitotempo, pedi licença a Chaim Peer para realizar este novo DVD e tambémdevido a ele ter realizado um novo DVD de armas de fogo de Kapap.

Pessoalmente, não gosto das armas de fogo,apesar das ter tido perto praticamente desde quenasci, posto que o meu pai serviu no Exército do Ar.Assim sendo, ver armas de fogo em casa era natural;em criança era habitual eu brincar no seu Jeep comalguma coisa de seu equipamento militar, eramcoisas sempre havia em casa, especialmente quandoo meu pai gozava de uma licença. Cheguei até aconduzir a ambulância militar, quando o meu pai seuniu ao grupo médico do exército EMT.

Quando eu tinha uns 6 anos, o meu pai me falouacerca das armas de fogo, especialmente das quetínhamos em casa, uma Uzi, um AK-47. Ele me disse:"Eu sei que sabes onde estão e se tocares nelas semlicença, te dou uma bofetada!"… e então deu-me umabofetada… Ele viu que eu sorria e imaginou o quepoderia estar a passar na minha cabeça… e entãodisse: "Isto é uma coisa muito má, uma arma, mas eu

Texto: Avi Nardia, Benjamin Krajmalnik ("Krav-jmalnik") & Tim BoehlertFotos: Varios autores, gentileza de Avi Nardia

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Israel

“O propósito doIPSC é ser capaz

de evitar demaneira rápida e

efectiva quealguém faça de

nós a sua vítima”

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sei que queres brincar, por isso, se assim quiseres é sópedir-me, mas por favor, não o faças sem minha licença,PRIMEIRO eu tenho de ver como está a arma”.

A seguir, ele me ensinou a segunda regra, "Segurançaao princípio, segurança no final". Estas duas regras metêm acompanhado sempre e hoje elas são ainda maisimportantes para mim, como instrutor de armas de fogo,porque vejo muita gente a fazer parvoíces com armas defogo. Durante o ano passado, um instrutor de armas defogo, um “Rambo”, um jovem autenticamente letal,disparou quatro vezes a um estudante! Graças a Deus oestudante sobreviveu. Como uma brincadeira macabra, emIsrael dizemos: "O instrutor também fez um mal disparo, massó o EGO causou o acidente…”

Este sucesso fez-nos a mim e a Ben Krajmalnik - que tambémserviu no exército de Israel - chegar à conclusão de quedevíamos realizar um novo DVD básico acerca das armas defogo e da segurança e explicar algumas técnicas para treinarcom armas de fogo. Eu não gosto de ensinar acerca das armasde fogo, a não ser que os estudantes pertençam aos corpos desegurança ou tenham feito o serviço militar. As armas de fogoestão feitas com um só propósito, matar. Por isso não estoumuito a favor das aulas acerca das armas de fogo e sempre digoaos meu estudantes: "Se portam uma arma de fogo, devem deestar prontos a matar! Não é uma diversão, não serve paraalimentar o ego vendo quem tem a pistola de maior tamanho,como fazem muitos que andam a brincar com armas de fogo".

Tive muitos estudantes que aprendiam com os melhoresinstrutores, mas quando deixei o grupo anti-terrorista de Israel,compreendi que a maioria não sabíamos dispararapropriadamente. A arte de disparar vai mais além de disparara pessoas e há muito pessoal ex-militar que diz coisas assim:"Não sou um atirador ao alvo…" - Eu penso que isso ésimplesmente egoísta.

Tive muitos instrutores de armas de fogo provenientes demuitas diferentes áreas, como a caça, o tiro desportivo einclusivamente especialistas em anti-terrorismo do exército.Podemos disparar em combate ou como desporto, também háquem o faça para se diverti. O desporto é muito duro esacrificado, o combate exige menos habilidades, mas em troca,o objectivo do uso da arma é SÓ matar.

Estudei as armas de fogo com os três métodos de treino ecom muitos instrutores de diferentes mentalidades, por issocompreendi muitos dos erros dos sistemas israelitas queestudei: em primeiro lugar o "tiro instintivo", que é estupendopara a defesa pessoal nas curtas distâncias e é muito útil paraquebrar a regra dos 21 pés (6,4 metros) - O exercício Tueller éum exercício de defesa pessoal para preparar-se para dispararperante um ataque com faca na curta distância. O sargentoDennis Tueller, da Polícia de Utah, observou a rapidez com queum atacante percorria os 6,4 metros e cronometrou o quedemoravam uns voluntários em apunhalar o objectivo.Constatou que se podia fazer em 1,5 segundos. Estesresultados foram publicados em um artigo da revista do SWAT,em 1983, e em um vídeo de treino da Polícia, intitulado:"Quando é perto demais”.

O disparo instintivo é estupendo para este cenário, MAS pelofacto de não usar mira, surgem problemas diferentes e um

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“Uma alta percentagemde tiroteios acontecem

em lugares de pouca luz,

onde pelas miras se vêcom dificuldade”

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Autodefesa Profissional

“A maioria dostiroteios e

assaltosacabam em

dois outrês

segundos”

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GRANDE erro do treino israelita com armasde fogo é andar com armas descarregadas(por segurança). No caso de nosencontrarmos neste cenário, não poderemosusar uma mão para tentar carregar a armasob um estado de pressão, posto queprecisaremos dessa mão para interceptar oataque de faca e a outra mão para puxar pelapistola. Ir com a arma descarregada é umerro muito comum, portanto, se portaremuma arma devem estar preparados para usá-la em qualquer momento.

Apresentação: DisparoInstintivo em combate. Instinctive Point ShootingCombat (IPSC)

Segurança com armas de fogo e suamanipulação para protecção e defesapessoal

O disparo instintivo é a habilidade deesvaziar o carregador de uma arma(normalmente uma pistola) com o uso mínimoou nulo da mira da arma.

É um método de disparo que se baseia nasreacções instintivas e cinemáticas paradisparar em curtas distâncias. Este métodode disparo é usado em situações rápidas edinâmicas, em que não há tempo para utilizara mira ou em que há pouca luz. O disparoinstintivo não se baseia em apontar ou emsituar a pistola na linha para apontar, mas simno campo de visão. Como não se usam asmiras, o atirador se concentra no objectivo.Com certa frequência se referem ao tiroinstintivo como tiro concentrado na ameaça.

O propósito do Treino de disparo instintivoem combate (IPSC), não serve para desenvolvera pontaria nem para desenvolver as habilidadesde competição. Isto não é para fazer buracosem alvos de papel, não é para desenvolverhabilidades de caça. O propósito do IPSC é sercapaz de evitar de uma maneira rápida eefectiva, que alguém faça de nós a sua vítima.O IPSC treina as pessoas para sobreviverem asituações de risco de vida, treina para se reagirnuma fracção de segundo para proteger aprópria vida e defender pessoas inocentes. Éuma disciplina de defesa pessoal.

Não se pode disparar sobre uma pessoapor uma simples suspeita. Um cidadãoinocente ou um oficial da polícia devemesperar até o criminoso ou o terrorista agir,pondo o cidadão numa situação de perigo àqual deve reagir. Em um tiroteio, o agressortem vantagem, posto que o defensor sempreage um ou dois segundos depois. Peranteesta terrível desvantagem, o cidadão deveevitar qualquer perda de tempo medianteuma combinação de rapidez e precisão.

O IPSC nos treina para sobreviver a umtiroteio, mesmo quando o atacante tenhavantagem. Ensina a adquirir rapidez eprecisão, posto que em um confronto comarmas se necessitam para sobreviver.

Não há regras em um tiroteio, nem numaluta com faca, nem numa briga de rua; só háfactos, que quando bem percebidos, podemproporcionar a vitória:

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• Facto: Quase todos os tiroteios, lutas com

faca e assaltos acontecem em distânciasde menos de três metros.

• Facto: A maioria dos tiroteios e assaltos

acabam em dois ou três segundos.• Facto: Uma alta percentagem de tiroteios

acontecem em lugares com pouca luz,onde as miras se vêem com dificuldade.

• Facto: Numa situação de ameaçapara a vida, o corpo é afectado pormudanças que degradam as

capacidades motoras, porque a nossavisão se concentra exclusivamente naameaça.

ConclusãoPara vencer em um tiroteio ou para

sobreviver numa situação de ameaçapara a vida, se precisa de uma granderapidez e precisão; tem de se puxar pelapistola e disparar numa distância curta,sem usar a mira. Isto é “Disparo Instintivoem Combate”.

A violência‚ tanto seja recreativa ou deoutro género‚ faz parte dasociedade e nesta nova época deterrorismo não conhece limites.Gostemos ou não, a violência vaiser um risco das nossas vidas nostempos que hão de vir.

Em vez de ignorá-la ou esconder-nos dela, devemos aprender aenfrentá-la.

A melhor maneira objectiva deviver com a violência é evitá-la,

parar ou reduzir a violência. Mas nãopodemos escolher as coisas más quenos acontecem.

Uma pessoa‚ tem instintos naturais‚que incluem reacções naturais peranteum ataque repentino, além decapacidades formidáveis que asseguramsua sobrevivência quando correctamenteempregadas. Baseando-me na minhaexperiência, há dois factores queinterferem na nossa capacidade dedefender-nos: equipamento inapropriadoe treino inadequado. Estas coisas têmmatado (e continuam matando) genteinocente.

Após muitos anos de estar dedicado àsegurança pessoal, cheguei à conclusãode que para empregar esses instintos desobrevivência do corpo humano, o treinoe o equipamento devem ser o maissimples possível.

Os ataques são imediatos e sem avisare o atacante tem uma grande vantagemtendo uma pistola preparada para aacção.

Não há tempo a perder, não se podecarregar a arma nem procurar um lugarpara estar a coberto, tem de se agir emdécimas de segundo. Tem de seempunhar a arma, apontar e dispararcom facilidade. Também tem de se portara arma com segurança.

O treino e o equipamentorecomendado pelo IPSC está calculadovisando procurar a segurança daspessoas, assim como um impactomínimo em sua vida do dia-a-dia.

Autodefesa Profissional

“Quase todos ostiroteios, lutas

com faca eassaltos têm

lugar emdistâncias demenos de três

metros”

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“Numa situação deameaça para a vida,no corpo surgemmudanças quedegradam ascapacidades

motoras, porque a nossa visão

se concentraexclusivamente

na ameaça”

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JACKIE CHAN E OS 12 ANIMAIS DO ZODÍACO

De origem sumamente humilde, asua história é hoje um exemplo desuperação por meio do trabalhoinfatigável e a entrega total. JACKIECHAN é conhecido no mundo inteiroe ou seu nome representa umamistura única de cinema marcial,comedia física e cenas de alto riscosem paralelismo algum.

Com motivo do lançamento do seufi lme “CZ12 - Chinese Zodiac”,resolvemos escrever este breveapontamento biográfico e festejarassim os seus quarenta anos decarreira cinematográfica.

Jackie Chan nasceu em Hong Konga 7 de Abri l de 1954, f i lho deCharles Chan (1914-2008) e Lee-LeeChan (1916-2002), um casal deimigrantes chegados da ChinaContinental. Quase foi vendido nomomento do seu nascimento, masChan com seis anos de idade, dariaentrada numa escola da Ópera dePequim, com um contrato de dezanos de permanência, como únicaopção para sobreviver.

Da Ópera de Pequim ao Cinema Marcial

A Ópera de Pequim é um género art íst icopopular, estreitamente ligado às tradições chinesasem todos os seus aspectos, juntando diferentesestilos de teatro, mimo, música, acrobacia e artesmarciais. A escola da Ópera de Pequim querecebeu Chan como discípulo, foi o Instituto dePesquisa da Arte Dramática Chinesa, dirigido porYu Zhanyuan, um célebre mestre e intérprete, queseria o responsável de formar toda uma geraçãode super estrelas do cinema marcial, como SammoHung, Jackie Chan, Yuen Biao, Corey Yuen e YuenWah, entre muitas outras.

Na Ópera de Pequim, cada movimento dosdedos, mãos, braços, pernas e cada expressão dorosto vem determinado pelo personagem que serepresenta. Cada passo, pancada, salto, acrobaciae a utilização das denominadas 18 Armas (sabre,espada, pau, lança, pau de três secções, dardo com

Cinema MarcialTexto: Emilio AlpansequeFotos: Jackie & JJ Productions, H. Brothers, Emperor Motion Pictures

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Cinema Marcial

corda, etc.) deve ser aperfeiçoadoapós um rigoroso treino. Chan eracapaz de representar uma grandevariedade de personagens,inclusivamente alguns papeisfemininos, mas a sua especialidadeeram os wuchou ou “cómicosguerreiros”, devido à sua habilidadeginástica e o seu domínio das armasde combate.

Chan apareceu como actor infantilem algumas produções hongonesasdurante a sua permanência na

escola da Ópera; a sua estreia foiem um f i lme conhecido como“Seven Little Valiant Fighters: Bigand Little Wong Tin Bar” (1962). Ir àsfilmações significava não ter quetreinar sob a orientação do MestreYu e isso, para o jovem Chan erafascinante, porque um dia normal naescola era s inónimo de cast igocorporal, privação de alimentos eoutras torturas. Não obstante, apósdez anos de treino, a sua formaçãotanto a nível acrobático-marcial

como interpretativo, lhe permitiriaentrar directamente na indústria docinema de Hong Kong, oferecendoseus serviços como duplo,especialista e coordenador de artesmarciais. Chan se dedicou em cheioa arr iscar a v ida nas cenas decombate, participando em grandenúmero de produções dos anos dadécada de 70, incluindo as famosas“Fist of Fury” (1972) e “Enter theDragon” (1973) junto do mít icoBruce Lee.

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Fugindo da sombra do Pequeno Dragão

Em 1973, a morte de Bruce Lee comoveu Hong Konge o mundo inteiro. Não se teve de esperar muito paraque as produtoras de Hong Kong inundassem os ecrãsde personagens copiados do Pequeno Dragão; BruceLe, Bruce Li, Bruce Liang e muitos mais, tratavam deimitar todos os seus movimentos e esti loscaracterísticos, em produções de ínfima qualidade. Opróprio Chan não escaparia a isto, em 1976, após umacurta estadia na Austrália com seus pais, voltou a HongKong para participar no que seria o seu primeirotrabalho como actor principal, “New Fist of Fury”(1976). Desta vez, com o nome chinês de Cheng Long,foi contratado em curto tempo para mais oitoproduções, chamando a atenção de todos osprodutores. Talvez o seu novo nome, que se traduzcomo “transformar-se em dragão”, era umapremonição, porque isso era exactamente o que aquelejovem havia de conseguir.

Durante esses anos, Chan esteve procurando amaneira de encontrar seu caminho para chegar a ser umaestrela; admirava Bruce Lee mas não queria tornar-seuma sombra dele. Para dele se diferenciar o maispossível, do herói invencível passou a ser umadesafortunada vítima das circunstâncias, e das técnicas efulminantes golpes directos passou a utilizar todo génerode estilos de Wushu tradicional (autênticos ou

inventados) para tratar de entreter a audiência comcoisas diferentes. Dos enredos sérios passou a fazerpopular a comédia dentro do cinema das artes marciais.A fórmula foi bem sucedida, passados apenas dois anosChan era o actor melhor pago de Hong Kong. Filmescomo “Snake in the Eagle's Shadow” (1978) e “DrunkenMaster” (1978) superaram todos os recordes de bilheteirana Ásia e percorreram o mundo todo.

Em 1980, depois de duas falidas tentativas de entrarno mercado norte-americano com “The CannonballRun” (1981) e “The Big Brawl” (1980), fez a sua estreiacomo realizador com a popular fita “The Young Master”(1980), começando a desenvolver assim o seu próprioestilo de cinema, dirigindo filmes como “Dragon Lord”(1982) e “Project A” (1983), cheias do seu característicobom humor, mas ao mesmo tempo com cenas deacção e perigo sumamente arriscadas, queiniludivelmente implicavam acidentes.

Em 1984, Chan voltaria a filmar duas ditas para omercado de Hollywood, “The Cannonball Run II” (1984)e “The Protector” (1985), as quais, mais uma vezpassariam sem “fazer história” pelos cinemas deambos lados do Pacífico. Diz-se que o fracasso daúltima delas o motivou o voltar a Hong Kong disposto amostrar como se devia fazer uma história policial,chegando assim a fazer uma das suas grandes obras,“Police Story” (1985). Esta fita iria marcar uma etapa naevolução do seu estilo pessoal, o qual se iria manterconstante durante mais de 10 anos, com grandiosasproduções como “Armour of God” (1986), “Project A II”(1987), “Police Story II” (1988), “Miracles” (1989),“Armour of God II” (1990), “Police Story III” (1992) e“Drunken Master II” (1994), “Rumble in the Bronx”(1995) e “A Nice Guy” (1996).

Jackie Chan

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Hollywood, a terceira vezfoi definitiva

Após o enorme êxito de “Rumblein the Bronx” (1995) nos EstadosUnidos, em Fevereiro de 1996, osdistr ibuidores internacionais seinteressariam por Chan e apenasseis meses depois, simultaneamenteestreavam “Supercop” (1992) nosEstados Unidos, “Rumble in theBronx” (1995) na Europa, África eOceania, e “First Strike” (1996) naÁsia, fazendo de Chan a estrela anível mundial que mais vendia nessemomento. E assim foi comofinalmente os Estúdios de Hollywoodabrir iam as suas portas a Chan,levando-o a trabalhar em “RushHour” (1999), junto de Chris Tucker e“Shanghai Noon” (2000), junto deOwen Wilson. Ambas f i tas commuita comédia e poucas cenas deacção triunfaram, resultando emséries de várias entregas e situandoChan no lugar mais al to dasbi lheteiras norte-americanas docinema de comédia e acção detodos os tempos.

No entanto, apesar de seus triunfosem Hollywood, Chan continuava sempoder ter o controlo da produção esem a possibilidade de se desligardos papeis típicos para actoresasiáticos que exige esse mercado.

Chan continuaria tentando isto emfilmes como “The Tuxedo” (2002),“The Medallion” (2003) e “Around theWorld in 80 Days” (2003), mas épraticamente impossível lutar contraas restritivas normas impostas pelosEstúdios e os Sindicatos. Por isto,Chan ver-se-ia obrigado a continuarfazendo filmes diferentes para ambosmercados, filmando em Hong Kong aexplosiva “New Police Story” (2004),com o tipo cenas de acção que osseguidores de Chan estavam exigindodurante a última década, enquantoque o público ocidental se teria deconformar vendo-a em DVD namaioria dos casos. Esta dicotomiaexistente entre ambos mercadoscontinua existindo até os nossos dias.Basta ver as seguintes produçõespara nos apercebermos disto: “TheMyth” (2005) e “Rob-B-Hood” (2006)para Ásia, “Rush Hour 3” (2007) e“The Forbidden Kingdom” (2008) paraos E.U.A.; a comédia de acção “LittleBig Soldier” (2010) para Ásia, e acomédia familiar The Spy Next Door(2010) para os E.U.A.

Mais actuação e menospancadaria

Chan é uma estrela do cinema deprimeira magnitude - um ícone docinema mundial - mas o alto realismo

das suas cenas de acção têm-noobrigado a acumular umaimpressionante lista de acidentes eossos quebrados, ou inclusivamenteestar à beira da morte durante arodagem de “Armour of God” (1986),quando caiu de uma árvore efracturou o crânio. Portanto e como aidade não perdoa, Chan declarou queactualmente o que quer é mostrar asua valia como actor, interpretandodiferentes papeis em todo tipo defilmes e géneros e não só no cinemamarcial. Assim foi como, disposto atornar-se um actor versátil e variado,Chan protagonizou “ShinjukuIncident” (2009), um drama em queinterpreta um emigrante ilegal chinêsque chega a Tóquio procurando a suanamorada e acaba trabalhando paraos Yakuza, a temida máfia japonesa,como único meio de lá sobreviver.Chan surpreendeu tanto a críticoscomo o público em geral, com estaarriscada mudança.

Seguidamente, Chan trabalhou emtrês filmes interpretando personagensdiametralmente opostas, começandopelo “remake” do clássico “TheKarate Kid” (2010) actuando no papeldo simpático Sr. Miyagi da históriaoriginal, ainda que mais estóico,taciturno e com um passado maisescuro, para depois trabalhar nodrama “New Shaolin Temple” (2011)

Cinema Marcial

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Jackie Chan

interpretando um velho e simpáticocozinheiro do templo, que sem seaperceber possui habilidades marciaisdevido ao dia-a-dia do seu trabalhocomo cozinheiro; e no filme histórico“1911” (2011), levando ao ecrã o líderrevolucionário e comandante emchefe do exército chinês Huang Xing,durante a Revolução de Xinhai, arebelião que acabaria com mais dedos mil anos de sistema feudalnaquele país e levaria a estabelecer aRepública Chinesa, hoje assente nailha de Taiwan.

CZ12 - O Condor Regressa

CZ12 é a entrega final da trilogia“Armour of God” na qual Chan volta ainterpretar Condor Asiático - umcaça-tesoiros ao melhor estilo deIndiana Jones - coisa que não fazia

desde 1991. Nesta ocasião, o peculiarinvestigador foi contratado paralocalizar varias cabeças de animaisem bronze, parte de um conjunto dedoze que representam os animais dozodíaco chinês, roubados quando osexércitos anglo-franceses entraramno Palácio de Verão de Pequim, em1860, e possam ser recuperadas parao governo chinês. O argumentocentral está inspirado em feitos reaise escrito por Chan sete anos atrás.

CZ12 é uma comédia de acção noestilo habitual de Chan, que está ameio caminho entre divertida eabsurda, cheia de aventuras hilariantese coreografias espectaculares, comuma imagem muito internacional,tendo sido filmada em França, Letónia,China, Taiwan e a ilha Ambrym deVanuatu e com um tom ameno efamiliar. Chan demonstra que aos seus58 anos tem muito a fazer e apesar da

utilização de alguns efeitos especiais,continua encarando estes papeis deacção que fisicamente são muitoexigentes. De destacar a grandeactuação da campeã nacional deTaekwondo da China e modelo, asensacional Zhang Lanxin.

Durante a sua promoção, CZ12 foianunciada como a fita número 101 deChan e como a sua últ imasuperprodução de acção. Ambasmenções, um tanto ilegítimas, vistoser complicado saber em quantasfitas Chan realmente participou -fala-se em mais de 250 - e também sesabe que Chan já terminou uma novafita de acção para este ano, intitulada“Police Story 2013”, um fi lmedramático e descarnado, que trata davida de um polícia da Chinacontinental, e que não forma parte daconhecida série de acção com omesmo nome.

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Entrevista com Sifu Salvador Sánchez, fundador da TAOWSAcademy e Director Técnico do Departamento de WingTsun daFederação Espanhola de Luta.

Faz agora uns dois anos que Sifu Salvador Sánchez começou aescrever nestas páginas. Durante este tempo, muitos têm indagadoacerca da filosofia, objectivos e método da sua proposta. O mundo doWingTsun na Espanha ficoi órfão de seu pai e fundador Sifu VíctorGutiérrez. Parece indiscutível que existe um antes e um depois dachegada de Dai Sifu Víctor à Espanha. Seu legado ficou para todosos adeptos ao WT neste país. Quando Víctor resolveu dar umpasso na evolução do seu estilo pessoal e criar su novo projecto,muitos foram os que ficaram órfãos. Após todos essesacontecimentos e diversas idas e voltas, muitos abandonaram aprática em busca de outras alternativas.

Dos diversos projectos e organizações que começaram atrabalhar na Espanha, com forte projecção na Europa e naAmérica, destaca-se TAOWS Academy, que vai a caminho de setornar uma das referências mais importantes no Wing Tsun.Em apenas dois anos conseguiu agrupar 40 instrutores/escolase o que é mais importante, aglutinar muitos graus avançadosda antiga OEWT, que agora, organizados em volta do projectode Sifu Salvador Sánchez, estão realizando um trabalho ímprobo.Novas ideias, métodos e acima de tudo novas atitudes, quepreparam a sua “abertura” à Europa e América.

Desde Budo International queríamos realizar uma entrevista ondepudéssemos dar a conhecer à comunidade de artistas marciais eprincipalmente ao mundo do WingTsun, quem é Sifu Salvador,quais são as suas motivações e os seus projectos, mas acimade tudo, para que o seguidor que mensalmente lê as suas“Colunas do WingTsun” conheça melhor este entusiastaestudioso das Artes Marciais e constante investigador doWingTsun Kuen.

C.N.: Seja bem-vindo e obrigado por nos receber.Sifu Salvador: Eu é que agradeço a vocês, para mim é uma honra.

C.N.: Como começou a praticar Artes Marciais?S.S.: Já lá vai muito tempo… Comecei com cinco anos de idade, praticando Judo,

na localidade em que nasci, Caravaca de la Cruz, na província de Múrcia. Depoispratiquei Sambo, Greco-Romana, Livre e Livre Olímpica, Ninjutsu e alguns outrossistemas. Sempre fui apaixonado pelas Artes Marciais. De uma maneira ou de outra,toda a minha vida tem estado ligada à prática das mesmas. Nunca deixei de praticardurante 35 anos, mas sem dúvida, quando conheci o meu sifu Víctor Gutiérrez e oWingTsun, a minha maneira de ver, tanto a nível técnico como profissional mudouradicalmente e resolvi dedicar-me em corpo e alma a este estilo. Sifu Víctor sempre foiuma pessoa muito inspiradora para mim, em todos os sentidos.

C.N.: Como foram os seus começos no WingTsun? S.S.: Bem, a ser sincero…, foi quase por acaso; vi um

anúncio nesta mesma Revista, onde aparecia o meu sifu VíctorGutiérrez com o G.M Leung Ting. Pareceu-me um estilo muitoestranho, não tinha a estética do resto das Artes Marciais.Como eu naquela época andava sempre à procura de coisasque me levassem a melhorar como artista marcial, telefoneipara o sifu Víctor e convidei-o a dirigir um seminário na minhapequena escola de Artes Marciais tradicionais, o Instituto TaSheng Yuan. No dia marcado, apareceu um senhor vestido depreto, com riscas vermelhas nas calças, que falava com umforte sotaque à maneira que falam os vascos, e acompanhadopor outro senhor de nome Javier Manso Martín, uma pessoa de sua inteira confiança euma das personalidades mais importantes no WingTsun espanhol, com um aspecto quepouco tinha a ver com as Artes Marciais que eu conhecia até esse momento.Inclusivamente entraram no meu tatame calçados com sapatilhas! (risos...) e claro está,aquilo foi muito provocador. Tentei bater-lhes!

Entrevista

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Entrevista

C.N.: E como foi?S.S.: Bem, eu tentei. Acreditem que tentei com todas as minhas forças. Os meus alunos gritavam:

“Não se deixe bater mestre. Ataque!”. Mas o certo é que brincaram comigo como se de uma criançapequena se tratasse. Nesse primeiro encontro houve várias coisas que me surpreenderam muito, masuma foi especial. Sifu me disse: “Ataca-me, faz favor”. Ao que eu respondi: Como prefere: mão, perna…?E vejam o que ele me respondeu: “Desde quando resolve o defensor o ataque de seu agressor?”. E sim!Foi aquela resposta a que acendeu em mim alguma coisa. Foi chocante. Me apaixonei por aquele estilo eagora já levo vinte anos de prática, anos em que não tenho deixado de praticar. Gostei muitíssimo. Mecativou. Pouco tempo depois li o livro do meu sigung K.R. Kernspecht “A Arte do Combate” e se tinhaalguma dúvida, ela se dissipou como o fumo na brisa... Este estilo de Boxe Chinês tinha tudo o que euqueria fazer nas Artes Marciais.

C.N.: Em vinte anos, tem mudado muito o WingTsun na Europa?S.S.: Sim, muito. Muitíssimo, diria eu! Parece um estilo completamente diferente. Tem havido

coisas que o fizeram ir a pior, fizeram-no não evoluir. Mas reconheço que outras têm sido muitoboas. Acredito firmemente que nada é completamente bom ou mau, tudo depende do ponto devista de cada um. O certo é que penso que durante muitos anos houve coisas que foram malfeitas. Como diz um dos meus mestres: “Fez-se muito negócio e pouca arte” e nessa equaçãosempre perde a arte. Mas tudo bem, o certo é que o WT passou de ser uma arte desconhecidana Espanha, a ser muito reconhecida no mundo das AAMM. De qualquer das maneiras, esteestilo tem estado em constante mudança desde a sua origem, por uma simples questão: osestilos são praticados por pessoas “vivas” e portanto, evoluem constantemente.

C.N.: Mas o senhor foi praticamente a mão direita de Sifu Víctor… Qual ou quais foram osmotivos para não seguir o novo projecto junto dele?

S.S.: Não é o meu caminho. Não é segredo nenhum que fui formado de directa e pessoalmentepor ele. O acompanhei e servi de assistente em centenas de cursos na Espanha, nos EstadosUnidos, Alemanha, Itália, etc.... Conheci de primeira mão todas as suas inquietudes, os seuspensamentos, as suas excepcionais ideias. Viví com ele o seu crescimento a nível instituição desdeser nada até alcançar o cimo no mundo das Artes Marciais, mas o que faz agora, não é o meucaminho. Reconheço que é um assunto muito mais interessante do que possa parecer à primeira vista,mas não é o meu. Certo mestre de AAMM diz que chegado certo momento de maturidade, tem de se“matar o mestre” (não fisicamente, como é óbvio) e penso que o meu momento de maturidadechegou. Aprendi todo o sistema até o 5ºGP de maneira directa. Posteriormente aprendi de outromestre (que não cito por expressa petição sua) a forma de Pau Comprido e a forma Bart ChamDao e uma vez completo o sistema, chegou o meu momento de trabalhar sozinho. Penso que élei de vida. Algo necessário de fazer sem a supervisão ou a imposição de alguém.

C.N.: E por que motivo a TAOWS Academy?S.S.: Devo reconhecer ter recebido algumas ofertas para ser representante na Espanha de

várias organizações de WingTsun. Pensei mesmo até a possibilidade de me unir de novo àEWTO, sob as ordens do meu sigung (a quem respeito profundamente) mas após avaliar epensar em profundidade todos os elementos importantes, resolvi que se queria fazeralguma coisa boa por mil, pela minha família e pelo WingTsun, devia modificar aquelascoisas que na minha opinião não eram boas para a arte e isso não era possível sob a tutelade alguém que impusesse a sua maneira de ver as coisas, as suas ideias ou um modelo denegócio. Tinha a certeza de poder conseguir um equilíbrio entre Arte e Profissão. Tentemcompreender, eu quero viver das minhas aulas e a minha organização. Tenho necessidadeseconómicas, tenho uma família e obrigações como toda a gente tem, mas não quero sobnenhum conceito que as questões económicas se situem por cima desta Arte ancestral quechegou até mim transmitida durante gerações de pais para filhos, desde faz 500 anos. Aminha responsabilidade é tentar cuidar dela para que possa durar pelo menos outros 500anos. É responsabilidade de um mestre de Artes Marciais manter as pérolas da sabedoriaantiga e transmiti-las a outros, de maneira que resolvi, sem muitas ambições, fundar umapequena escola de Artes Marciais com os meus mais fiéis instrutores e os meus amigos. Asurpresa surgiu quando em menos de um ano, o número de telefonemas de escolas e gruposde diferentes cidades, que queriam ver o que eu propunha equais eram os meus projectos para o WingTsun, não paravamde chegar. Quase não podia responder à petição de semináriose cursos. Crescemos tão rapidamente que nos surpreendeu atodos os níveis (pessoal, institucional, etc.). Actualmente jáconseguimos mais escolas que a maioria das organizações queme ofereciam ser seu representante na Espanha e isso,sinceramente, me enche de orgulho. É o prémio ao trabalhobem feito. Estamos contentes.

C.N.: Como definiria o seu WingTsun?S.S.: Se uma coisa não me agrada do mundo do WingTsun é

a contínua procura de rótulos. A maioria estão muito mais preocupados em ter um nome parao que fazem, para se desmarcarem do resto, que de estudar, praticar e aprofundar nastécnicas, tácticas e ideias do sistema. Eu ensino WingTsun. O G.M Yip Man afirmava que secumpria os princípios era WingTsun... e o meu treino procura constantemente pôr em práticaos quatro princípios e as quatro leis de força. Portanto, entendo que é “puro” WingTsun. Sim,

Page 42: Cinturao negro revista portugues novembro 2013

é certo que me inquieta grandemente a melhora dos programas formativos. Penso que estesistema se pode ensinar muito melhor do que até se fez acredito, acima de tudo, que se podepraticar muito melhor do que se fez até agora. Pode parecer presunção minha, mas é uma questãobastante simples... Hoje temos muitos mais conhecimentos técnicos, tácticos e tecnológicos sobremuitíssimas disciplinas que vinte anos atrás e acredito firmemente que é necessário apoiar-se nelespara melhorar os sistemas formativos e os sistemas de treino. Viver de costas para isto ésimplesmente estúpido. Desculpas que alguns usam, que parecem pouco consistentes, utilizandoargumentos pouco convincentes. Respeito qualquer opção, caminho ou escolha, mas obviamentenão posso comparticipar deles. Penso que se um praticante conhece o porquê, o para que, o comoe o quando, poderá melhorar a sua prática consideravelmente e portanto, o nível geral aumentará.Não acredito na tão usada frase: “Não perguntes, só pratica...” De facto, até me parece umaabsoluta vileza.

C.N.: De certeza que alguma coisa estão a fazer bem! Cresceram muito comoorganização nos últimos anos. Qual pensa que tenha sido o motivo?

S.S.: Acostumo afirmar que temos crescido “sem querer”, porque apesar de que obviamenteestamos muito satisfeitos com o crescimento e de que se unam ao nosso projecto cada vezmais escolas, instrutores e praticantes, nunca pensamos nisso. Para mim, para nós, a partemais importante de tudo isto é praticar uma ARTE ancestral, gozar com isso. O resto são“colaterais” da prática. Neste tempo alcançamos grandes conquistas: a criação de umasecção de WingTsun na Federação Espanhola de Lutas Olímpicas e Disciplinas Associadas(da qual me sinto honrado por ser director técnico nacional); ser a primeira associação naEspanha que dá um Curso Oficial de Formação numa Universidade Espanhola (Universidadede Alicante). Abrimos 35 escolas em pouco mais de dois anos e no meio da pior criseeconómica que há memória no nosso país. Tudo isso são coisas muito importantes, semdúvida, e reconhecendo estas enormes conquistas, deixem-me dizer-lhe que na minhaopinião, é muito mais importante poder ver o sorriso de muitos instrutores, praticantes e alunos,ver as suas caras praticando este belo sistema. Alguns que não queriam absolutamenteconhecer o nosso trabalho, se “atreveram” a tal e hoje são felizes com a prática. Isso é para mima conquista mais importante. Ser feliz e fazer feliz muita gente, praticando Artes Marciais.

C.N.: O que espera para o WingTsun e para a sua organização?S.S.: Como já disse, para mim é fundamental manter um espírito de prática por cima de

qualquer outra coisa. Actualmente já há uma estrutura firme que tem quatro departamentos(WingTsun, Escrima Concepts, BJJ/Grappling e Artes Marciais Internas). Formamos estesdepartamentos com profissionais contrastados, com prestigio internacional, como o G. MSteve Tappin, Jair Correa ou o Dr. Pedro Garcia Arteaoitia. Ter completado estas estruturas ealianças com estes extraordinários mestres, nos permite concentrar-nos no queverdadeiramente nos importa: treinar Artes Marciais.

Enquanto ao WingTsun, que é dúvida alguma o pilar fundamental da TAOWS Academy,estou finalizando o segundo dos meus livros que de próxima aparição e em breve serápublicado também um DVD, onde mostraremos as nossas ideias acerca do WingTsun eo nosso ponto de vista.

Também, para o ano que vem começaremos com a nossa “abertura” a outros paísese já estamos organizando alguns eventos na Alemanha, França, Itália e Inglaterra.

Também temos já quase organizada uma viagem para oferecer seminários pelaAmérica do Sul e os Estados Unidos, a realizar no final do ano que vem.

O importante é continuar treinando e trabalhando humildemente nisto que tantogostamos.

C.N.: A sua trajectória é o seu aval. Tem muito trabalho por diante. S.S.: São desafios importantes, mas estou cheio de força de vontade e entusiasmo.

Trabalhei mais de 15 anos para a minha antiga organização, tendo sido o responsávelda OEWT Levante Espanhol. Tive a honra de ser o instrutor que maior número degraus técnicos (faixas pretas) formou na Espanha. Alguns deles hoje são referentesem organizações de WingTsun e dirigem grandes grupos. Formei mais de mil alunosao longo da minha carreira. Acho que agora, começando donada tenho o ponto de maturidade necessário para fazer ascoisas um pouco melhor e me sinto muito motivado e comvontade.

Recebo convites e projectos de diversas partes do mundo quequerem conhecer o meu sistema formativo e me oferecemparticipar em diversos eventos de Artes Marciais. Sinto orgulhopor isso e tudo me dá as forças para continuar em frente.

C.N.: Agradecemos muito a sua atenção.S.S.: Sou eu quem agradece. Sinto-me honrado por poder

expressar e mostrar as minhas ideias nesta revista que hoje, semdúvida alguma é a mais importante publicação de AAMM do mundo. Agradeço istoao Sr. Alfredo Tucci e a toda a equipa de Budo International.

Também quero aproveitar o ensejo para agradecer aos meus instrutores e alunos. Atoda a equipe de TAOWS Academy, sem a qual nada seria possível. E à minha família.São tudo para mim! Saudações e RESPEITO.

Entrevista

Page 45: Cinturao negro revista portugues novembro 2013

Kihon waza (técnicas básicas) es la parte másimportante del entrenamiento de cualquier Arte

Marcial. En este DVD el Maestro SueyoshiAkeshi nos muestra diversas formas

de entrenamiento de Kihon conBokken, Katana y mano vacía.

En este trabajo, se explica enmayor detalle cada técnica,para que el practicantetenga una idea más clarade cada movimiento y delmodo en que el cuerpodebe corresponder altrabajo de cada Kihon.Todas las técnicas tienencomo base común laausencia de Kime (fuerza)

para que el cuerpo puedadesarrollarse de acuerdo a la

técnica de Battojutsu, y sibien puede parecer extraño a

primera vista, todo el cuerpodebe estar relajado para conseguir

una capacidad de respuesta rápida yprecisa. Todas las técnicas básicas se realizan

a velocidad real y son posteriormente explicadaspara que el practicante pueda alcanzar un niveladecuado. La ausencia de peso en los pies, larelajación del cuerpo, el dejar caer el centro degravedad, son detalles muy importantes que elMaestro recalca con el fin de lograr un buen niveltécnico, y una relación directa entre la técnica basey la aplicación real.

REF.: • IAIDO7 REF.: • IAIDO7

Todos os DVD's produzidos porBudoInternational são realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares) e aimpressão das capas segueas maisrestritas exigências de qualidade(tipo depapel e impressão). Também,nenhum dosnossos produtos écomercializado atravésde webs de leilõesonline. Se este DVD não cumpre estasexigências e/o a capa ea serigrafia nãocoincidem com a que aquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

Cinturón NegroAndrés Mellado, 42 28015 - MadridTelf.: 91 549 98 37e-mail: [email protected]

Page 48: Cinturao negro revista portugues novembro 2013

Princípios da defesa pessoal

Como começa a defesa pessoal? É umsimples ataque o que provoca a respostamediante a defesa pessoal? Não! Adefesa pessoal começa no momento emque pensamos nela.

Se considerarmos estratégias parasituações perigosas, devido a umasideias simples e básicas, S.D.S.-Concepté o sistema ideal para qualquer pessoaque desejar usar uma ferramenta paramelhorar a sua segurança.

O S.D.S.-Concept se adaptaparticularmente bem àqueles que sesentem vulneráveis quando se enfrentama um agressor.

Os tempos mudam, os sistemas dedefesa pessoal evoluem, portanto oS.D.S.-Concept é um conceito típico dosnossos tempos. As coisas mudamrapidamente, não há muita gente que

possa dedicar anos a aprender umsistema de combate.

Como o S.D.S.-Concept não é umaparte de um sistema existente, podeseguir seu próprio caminho. Se concentraa 100% na defesa pessoal, utilizandotodo género de ferramentas em todo tipode ambientes. Não faz sentido que aspessoas aprendam um sistema completosó para depois mudarem conceitos eprincípios para poder usar ferramentas ouarmas para a defesa pessoal.

Como todo bom sistema, o S.D.S.-Concept tem seus próprios princípios econceitos. Trata-se das condições e basespara a compreensão e o uso de objectosquotidianos para a defesa pessoal.

O que são os princípios?Os princípios são conceitos básicos,

ideias estabelecidas às quais se

Defesa PessoalTexto: Peter Weckauf & Irmi Hanzal

Fotos: Mike Lehner

“As lutas reaisvêm sem

instruções”“As regras e os

árbitros são paraos desportos de

combate, mas nãopara a rua.

A única regra é:Se funciona,

está autorizado"

Page 49: Cinturao negro revista portugues novembro 2013

subordinam todos os outros “modi operandi”, princípios eestratégias. Estes princípios em que está baseado o sistema,são o "esqueleto do sistema".

Princípios a seguir quando se usam objectos quotidianos para a defesa pessoal

Usem tudo! Usando todas as vossas armas corporais (mãos,cotovelos, pernas, joelhos e cabeça) e todas as ferramentas,tornar-se-ão um oponente respeitado. Como regra, tudo estáautorizado e legitimado para a defesa pessoal, tantoquando se trata de armas corporais, como quandosão ferramentas ou armas de defesa pessoal.

Pensem na estrutura do objecto! Podem usarquase qualquer objecto para se defenderem.

Considerem a rigidez, longitude e tamanho, a ponta (pontiaguda,arredondada, afiada), o peso, o estado, a elasticidade, o perigopara vocês, e com certeza, a acessibilidade. Um objecto podeser utilizado consoante a sua estrutura. Tentem usar os máximosobjectos possíveis no vosso treino!

Usem os vossos reflexos naturais! Os ataques vêmgeralmente por surpresa e provavelmente de maneirainesperada, sem dar tempo para uma reacção consciente. Arealidade nos mostra que os indivíduos em situações extremasagem de maneira irreflexiva e instintiva. Isto deve ser tido emconsideração nas sessões de treino, para poder escolher as

técnicas apropriadas. Os principiantes em especial nãodeveriam tentar movimentos ou sequências de

movimentos complicados.Improvisem! Esqueceram a ferramenta de defesa

pessoal em casa? Pois então improvisem! Qualquer

Page 50: Cinturao negro revista portugues novembro 2013

Defesa Pessoal

“A auto-protecçãoé primeiro!

A defesa pessoalnão é um desporto

de combate em que se trocam

golpes”

No seguinte número: S.D.S.-Concept

para a defesa pessoal das mulheres

Para mais informação visitem www.dsd-concept.com

Page 51: Cinturao negro revista portugues novembro 2013

objecto que se possa usar para amplificaros golpes ou a pressão faz-nos maisfortes. Usem outras coisas - pedras,mesas, vidros, sacos, sacos de areia,moedas… - Tudo pode ajudar. Nadadisponível? Cuspam no oponente!Mesmo que isso possa irritá-lo, dá-nostempo para preparar a nossa defesa.Enganem, confundam. Damos uma falsaimpressão de segurança e depoisbatemos no agressor quando menosesperar. Ser um cavalheiro não é umaopção. A nossa vida está em jogo!

Batam nos pontos fracos! Um conceitocrucial da defesa pessoal é o ataque aospontos fracos do oponente. A defesapessoal tem de ser simples, rápida e útilpara todos. Saber atacar os pontosfracos os permite derrotar um agressorou mesmo um grupo de agressores.

Movimentos simples e directos - Adefesa pessoal não nos deve fazerestudar sequências complicadas demovimentos. A rua não é um dojo. Temde se agir com determinação. Escolhama maneira mais directa e simples paraa defesa pessoal. Especialmentequando nos enfrentemos a grupos deagressores, não teremos tempo deexecutar formas de movimentospouco realistas.

Há várias opções, não existemregras fixas. As lutas a sério vêmsem instruções. As regras e osárbitros são para os desportos decombate, mas não para a rua. Aúnica regra é: "Se funcionar, épermitido". Se uma técnica nãofunciona, temos de usar outra!Improvisem!

A auto-protecção é primeiro! A defesapessoal não é um desporto de combateem que se trocam golpes. Não! Cadalutador pode ferir ou imobil izar seuoponente. Os indivíduos sem experiênciaem combate têm tendência a reagirinapropriadamente quando lhes batem,ou mesmo quando os ferem. Umapequena ferida pode ser decisiva, semprehá riscos e as situações perigosassempre são possíveis.

Aspectos legais - Em alguns países éilegal portar armas para a defesa pessoal.Por outro lado, ninguém pode realmenteproibir uma pessoa que levar umaesferográfica, uma colher ou umalanterna, por que se tratar de objectosquotidianos normais. Um juiz vai perceberque portemos uma caneta.

Um dos aspectos importantes nasaulas de defesa pessoal é ensinarestratégias e tácticas antes de umconfl ito, durante a evolução de umconflito e depois do conflito.

O significado da estratégia para a defesa pessoal

A estratégia é o "Plano Mestre". Aestratégia decide acerca do uso da força,a ameaça da força para prevenir oureduzir o ataque de um agressor. Todasestas medidas servem para um únicopropósito, prevenir especificamente umataque ou reduzir o dano o máximopossível.

Por exemplo:• É eficaz estrategicamente ter um

conflito aqui e agora (há uma rota de

escape, há muitos atacantes potenciais,há armas disponíveis…)?

• É eficaz estrategicamente ter umconflito em certas zonas ou não? Quaissão as minhas vantagens (em umveículo, em um elevador, hátestemunhas…)?

• Sou capaz fisicamente de medefender agora mesmo (álcool,problemas físicos, em baixa forma…)?

O significado das tácticasna defesa pessoal

As tácticas podem definir-se comoconceitos coordenados em acção,considerando as capacidades físicas ementais de cada um, assim como as dooponente, o lugar, o momento, opropósito, as ferramentas disponíveis.

"As tácticas em combate" são parte daestratégia.

A estratégia e a táctica formam a infra-estrutura para as decisões em defesapessoal e portanto estão estreitamenteligadas. A estratégia define se lutamos ounão, a táctica define a maneira em quelutamos.

Alguns exemplos:• É uma boa táctica usar um objecto

para a defesa pessoal ou não?• É uma boa táctica usar uma

superfície dura para a minha defesa?• É uma boa táctica atacar o agressor

antes de que ele ataque?A estratégia e a táctica, junto com os

princípios do sistema, são doisconstituintes importantes da defesapessoal, inclusivamente o são mais noS.D.S.-Concept.

Page 52: Cinturao negro revista portugues novembro 2013

esde que começaram aspublicações sobre oKyusho, as pessoassempre nos têmperguntado o motivo denunca organizarmos

competições, sparring ou combatesfreestyle de Kyusho. A resposta é que ofazemos e o temos feito durantedécadas, mas não publicamente.Simplesmente porque os segredos doKyusho têm sido guardados pelasfamílias ou os clãs e por determinadaspessoas de confiança desde os temposantigos e isto assim se mantém na épocae práticas modernas. O que se temmostrado em público é só uma pequenaparte do que se sabe e se pratica emprivado. O motivo disto é adquirirhabilidade, prová-lo e refiná-lo antes dede o dar a conhecer publicamente.

O que se conseguiu com os primeiroslivros, artigos e vídeos publicados porBudo Internacional é simplesmenteexplicar, documentar e qualificar asbases do Kyusho. Isto se tem feito paraque as pessoas treinem mais devafar eportanto com mais segurança, até teremo suficiente entendimento e a suficientehabilidade para usar os pontos vitais.Também esperamos até termossuficientes instrutores qualif icadospreparados para ajudar a que as pessoasaprendam Kyusho correctamente. Desdeque estas ferramentas de educação

foram publicadas pela primeira vez faz 10anos, o Kyusho se tem estendido pormais de cem países e se formaraminstrutores muito qualificados e seguros.Se estabeleceu um curso de instrutorcom um programa e protocolos deprovada solidez, para poder manterassim as exigências de qualidade. Estetempo de preparação e prática tambémtem servido para desenvolver ashabil idades e a pedagogia dosinstrutores neste aspecto do treino, paraque quando desse início este segundoprocesso para a educação pública,tivéssemos pessoas que realmente

estivessem qualificadas. Uma coisa até maisimportante era a necessidade

de um instrutor apropriadoe utilizável fora do Dojo

ou dos seminários,para uma segura eefectiva perpetuaçãodo Kyusho a nívelglobal. Estemovimento decrescimento estáainda em seuscomeços, mas jáa l c a n ç a m o smuitos êxitos emelhoras. Como oKyusho não é umestilo específico,algum dia overemos como aprática marcial

mais estendida nom u n d o .Actualmente é oJujitsu brasileiro…

mas inclusivamenteeste pode ser

melhorado com oKyusho e o uso dos

seus pontos vitais e o seuefeito na psicologia humana.

Todos os instrutores começarão aincorporá-lo no seu esti lo e

ensinanças para que assim chegar aser a corrente principal. Já o podemosver que dele se fala em fi lmes,espectáculos de televisão erecentemente, no último romance de

Dan Brown, “Inferno”.Portanto, agora é o momento de

publicar mais informação vital e com estainformação também treino, posto queestamos preparados com instrutoresqualificados e uma nova dinâmica. Defacto, desde Fevereiro de 2013 se tornouuma parte integral dos cursos abertos,que não têm sido publicados em DVD ouem livros até agora. Sempre temosconsiderado esta aproximação como umprimeiro campo de provas em privado,para avaliar as suas possibilidades, paradepois dar publicamente validez àsprobabilidades e à sua adaptabilidadeuniversal. Usando este método, osnossos instrutores trabalham primeiro oconceito com os seus parceiros, emprivado, depois o trabalham com os seusestudantes, seguidamente se começa atrabalhar com gente nova de váriosestilos, em treinos organizados e cursosabertos. Desta manera foi possívelsintetizar isto em um processo maisgenérico como a UFC e a MMA, em vezde em um estilo específico. Se estãolembrados dos começos da MMA, toda agente usava seu próprio estilo, mas como tempo, só os melhores métodos semantiveram, enquanto que o resto ficoudescartado. Agora, todos os lutadoresde MMA trabalham da mesma maneira eaumentaram o seu potencial e a suaefectividade. Assim é no Kyusho!

Depois de trabalhar durante décadasneste aspecto, também descobrimos oque não funcionará, o que funciona emuma pequena percentagem (e portantotem pouco valor) e também o que é maisefectivo (em momentos de muitoestresse e adrenalina) para utilizá-lo emelhorá-lo. De facto, a maioria dospontos que se ensinam nos semináriostípicos do Kyusho, poderia ter poucovalor numa situação de combate. Mastemos de esclarecer agora que fazersparring de Kyusho não é a luta deKyusho, há uma grande diferença…Portanto, os leitores não devem deixar-seenganar por uma falsa crença. Emprimeiro lugar, é possível trabalhar umacoisa em estático e ser efectivo numasituação dinâmica e urgente.

Frequentemente, nas típicas aulas deKyusho, e é o favorito da maioria dospraticantes de Kyusho. Em um combatenão se consegue este objectivo devido àposição de combate. Quase todostemos tentado já usar este ponto (quasemais que qualquer outro ponto), semconseguirmos. Quando se agarra alguémpor surpresa, sempre funciona emtécnicas estáticas, mas não acontece amesma coisa quando se treina emcombate. No entanto, não só é possívelutilizá-lo numa luta de Kyusho (a seguinteevolução) como também se torna algofácil de alcançar quando se sabe praticarno género correcto de treino. Isto é vitalpara o êxito do lutador.

Outro motivo pelo qual o combate é opróximo passo lógico no caminho dopraticante de Kyusho, é que uma técnicaestática não vai criar o estresse, aslimitações e as mudanças psicológicas,da mesma maneira que um treino mais

D “De facto, a maioria dospontos que seensinam nos

seminários típicosdo Kyusho,

poderiam terpouco valor numa

situação decombate”

Page 53: Cinturao negro revista portugues novembro 2013

rápido e urgente. Em um combate temos de reconhecerespontaneamente o ponto disponível e atacá-lo antes de que omovam ou o retirem. Isto incrementará a capacidade ehabilidade para usá-lo em um ataque duro ou que ameace anossa vida, mas o mais importante é que isso nos afasta datécnica e do campo do alcance do objectivo, o que vem aconstituir uma prática mais fiável.

Aprenderemos a aplicar as habilidades motoras maiores emvez das menores, além de técnicas em que o nosso corporeage quando subir a adrenalina em situações de muitoestresse. Isto modifica a nossa colocação, movimentos,ângulos e muitas outras características. Se não treinarmosdesta maneira, não poderemos ter certeza de podermos agircorrectamente usando bem o Kyusho, numa situação realista.Outro benefício é que se desenvolve uma nova habilidade quenunca se alcançaria com o treino estático. Trata-se dahabilidade de saber onde o parceiro (ou o assaltante) nos podeatacar (ou não). Assim poderemos tomar medidas paraproteger-nos e contra-atacar com mais segurança. Isto se podeconseguir mediante o uso dos conceitos que se ensinam noIron Shirt (camisa de ferro) ou atacando o ataque, tal e como seensina nos níveis básicos de treino do Kyusho dinâmico.

Outro valioso constituinte destetreino é que se aprende a tratarcom a sensação ocas ional detontura e a combater com ela.Numa luta na rea l idade, mui tagente f ica surpreendida, f icachocada e é incapaz de tratar coma dor ou com a disfunção. Em umtreino mais dinâmico de Kyusho eespecialmente não de combate, ocorpo, a mente e o espí r i tucontinuarão lutando em vez derender-se ou para lizar-se. Pensemnas vantagens que esteconstituinte proporciona ao corpo,à mente e ao espírito do praticantede Kyusho. Por exemplo, digamosque o nosso oponente nos deixaatordoados; poderemos tratar comesta d is função momentâneagraças ao método de “primeirosauxílios do Kyusho”. Poderemosvol tar a estar lúc idos para ocombate numa décima desegundo…, mas o que ainda émais importante: Poderia faze-lonosso oponente?

Todos os níveis anteriormenteditos de treino básico de Kyusho sãoacumulativos e levam à realidadedeste nível de evolução, mas aindaestão longe do fim. Há muitos maispequenos passos para poderconseguir melhores e mais valiosashabilidades. Muita gente precipita osseus estudos, precipita o seu treinoe precipita a sua evolução, pelo quese perdem elementos chave ouficam só em sua mente e não nassuas mãos.

Muitos instrutores nas nossaspróprias organizações não queremque eu faça isto públ ico, elesdesejam que isto continue a ser

privado e que só a eles beneficie, mas temos outros treinosque vão continuar a ser privados para eles. É certo quemuitos vão copiar o que fazemos, como têm feito desde oinício. Alguns vão unir-se a nós para obter informação e irãoembora quando pensem que já a têm… como têm feito nopassado. Entretanto, mais uma vez erraram no ponto vital,como também fizeram no passado, por não terem o quadrocompleto, onde se vê onde conduz e o mais importante, oporquê. A maioria nunca viu a aplicação completa de todos oselementos básicos que se mostraram publicamente o sesintetizaram em um único conceito ou direcção, que ajuda adesenvolver-se por completo o correcto praticante de Kyusho.E é por isso pelo que podemos publicar esta informação;estamos muito mais avançados nos conceitos de treino queoutros grupos de Kyusho que nunca captarão o que estamostrabalhando e a direcção em que estamos treinando,simplesmente mediante a cópia de ideias ou de aspectos porpartes. E não podemos esquecer que se os outros copiam eimitam, isso fará com que o Kyusho se faça maior emcompreensão, habilidades e aceitação em todo o mundo. Aqualidade só pode melhorar… e assim será para o Kyushonas futuras gerações.

Pontos Vitais

Page 55: Cinturao negro revista portugues novembro 2013

REF.

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TÍTULO: JEET KUNE DO

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TÍTULO: JEET KUNE DOELEMENTS OF

ATTACK

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TÍTULO: JEET KUNE DOBRUCE LEE’S

YMCA BOXING

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3TÍTULO: JEET KUNE

DO UNLIMITED

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DO UNLIMITED

REF.: DVD/BURTON2 TÍTULO: BRUCE LEE: EL HOMBRE Y SU

LEGADO

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TÍTULO:HOMENAJE

A BRUCE LEEAUTOR: TED WONG

& CASS MAGDA

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AUTOR: TIM TACKETT

AUTOR: SALVATORE OLIVAAUTOR: B. RICHARDSON

TÍTULO: JKD STREET DEFENSE TACTICS:

TÍTULO: EXPLOSIVE DUMOG

TÍTULO: JKD STREET TRAPPING”

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TÍTULO: J.K.D. STREETSAFE:

TÍTULO: KNIFE FIGHTING:

TÍTULO: PROFESSIONALFIGHTING SYSTEM:

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TÍTULO: WINGCHUN KUNG FU:

SIU LIM TAOinglés/Español/Italiano

REF.: DVD/RANDY1TÍTULO: WING

CHUN KUNG FU:CHUM KIU

inglés/Español/Italiano

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TÍTULO: WINGCHUN KUNG FU:

BIU JEE

inglés/Español/Italiano

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TÍTULO: JKDTRAPPLING

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FIGHTING!JEET KUNE DO

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TÍTULO: JKD

AUTOR: RANDY WILLIAMS

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TÍTULO: THE WOODEN DUMMY INGLES/ITALIANO

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TÍTULO: CONCEPTS &PRINCIPLES

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AUTOR: JOAQUIN ALMERIA

TÍTULO: ESPADA Y DAGATÍTULO: PENTJAK SILAT

TÍTULO: BUKA JALAN SILAT

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TÍTULO: YAWARA KUBOTAN

AUTOR:MASTER PEREZ

CARRILLO

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ATTACKS AUTORES: VICTOR

GUTIERREZ,SERGEANT JIM

WAGNER MAJOR AVINARDIA, J.L. ISIDRO& SALVATORE OLIVA

REF.: DVD/DP1

OUTROS ESTILOS

AUTOR: BOB DUBLJANIN

TÍTULO: JKD EFS KNIFE SURVIVALAUTOR: ANDREA ULITANO

REF.

: DVD

/EFS

1

Page 57: Cinturao negro revista portugues novembro 2013

Puxando para fora o Guerreiro Interior:Criando um planeamento mental imparávelpara as Artes Marciais

Quando trabalhava como oficial penitenciário na Nova Inglaterra, tivede entrar em acção, incluído um motim no qual estivemos encerradosna prisão durante um mês. Ao princípio da insurreição, um colega e eufomos apanhados numa unidade de segurança. Olhamos um para ooutro e dissemos que não íamos morrer esse dia. Deixei-me dizer-lhesque esse dia recebi muita pancada. Nos enfrentamos a múltiplosatacantes que se chegavam de todas as direcções. Conseguimossobreviver.

Peter e eu finalizávamos a ronda na unidade de segurança (SHU),que alberga 60 internos. Os internos que chegavam por primeira vez àprisão precisavam adaptar-se à vida nela e viver em um meio de maiorconfinamento, estavam presos nessa parte da prisão até que seacalmarem. Alguns internos estavam presos na SHU por sentença. Poroutras palavras, naquele lugar estavam presos os internos maisproblemáticos.

Peter e eu estávamos lá quando saltaram as alarmas; isso queriadizer que se estava preparando uma fuga e por tanto, a prisão ficou emmodo de isolamento. Quando isto acontece, há determinadas portasque se fecham automaticamente, para evitar que ninguém possa entrarnem sair do edifício. As portas das unidades podiam estar bloqueadasou desbloqueadas, dependendo das circunstâncias. Aquele dia, ooficial encarregado de controlar o modo de isolamento, apertouacidentalmente o botão que abria as celas do SHU. Devido a queapertou o botão errado, Peter e eu ficamos presos na unidade com 60internos, durante 12 horas, enquanto os nossos colegas só podiamobservar.

Devem compreender que se um prisioneiro consegue matar umoficial, passa a ser o “rei” da prisão e conserva esse seu estatutodurante o tempo todo que lá estiver. Para alguém que ainda se estáadaptando à prisão, ou para alguém que se comporta de maneirademasiadamente agressiva para estar com o resto dos presos, eramuito motivador conseguir matar um oficial e passar a ser o rei.

Nós alertamos a torre principal da nossa situação; depois atiramosos nossos rádios e qualquer objecto pungente através da portabloqueada, para que não pudessem ser usados como arma contra nós.Peter e eu não tivemos muito tempo de nos prepararmos antes doprimeiro grupo de internos chegar até nós. Os primeiros oito foramprovavelmente os mais duros, porque estivemos recebendo pancadade todos os lados. Peter e eu olhamos um para o outros e noscobrimos entre nós, então tudo mudou. Não importava quem fosse,quem se aproximasse acabaria ferido ou não se levantaria. Foi como seacendesse um interruptor e passamos de modo de sobrevivência amodo de combate.

Lutamos durante 12 horas, contra pelo menos uma dúzia de homensque tratavam de bater-nos até nos matarem. Cada golpe que lhesassestávamos, partia-lhes alguma coisa - braços, nariz, mandíbulas,pernas, joelhos, eram golpes duros necessários para sobreviver, atésermos resgatados ou eles se rendessem. No fim, havia dúzias deinternos no chão, sangrando ou com alguma coisa partida. A patrulhacontra motins finalmente conseguiu chagar até nós, para dispersar osúltimos internos que ainda tentavam lutar. Estávamos sangrando,magoados e feridos, mas vivos!

Utilizo esta experiência para ajudar os meus clientes no ringue, tantoem Artes Marciais como no Boxe. Como continuar quando o nossomundo se estremece, é parte do planeamento mental específico dosdesportos de combate. Não faz sentido pensar que não nos lançarãoum soco no futuro. Podem acreditar, não gosto que me batam, mastive muitas experiências em lutas na rua por ter crescido no Bronx edepois como oficial de prisões. Sendo faixa preta de Shaolin Kempo eTai Chi, nunca descarto a possibilidade de que alguém seja capaz deme bater e simplesmente faço o possível por evitar que aconteça, masisso não quer dizer que não aconteça. É prudente que um lutadortenha na reserva o que fazer quando isso sucede. Pode não parecernem ser agradável mas preparar-se mentalmente para todas aspossibilidades e cenários é uma das bases necessárias para construirum planeamento mental imparável.

Criei uma lista para que possam trabalhar sobre ela. Me maneiradetalhada a indico a seguir, para que se o planejado falhar, a vossaforça mental não diminua. Se precisarem de ajuda para esta lista possafuncionar para si, amigo leitor contacte comigo.

Preparação Mental

“Vencer, perder, ou empatar,

sempre há umalição para aprender

após cada luta”

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Psicologia

Antes da lutaFactores que afectam à força mentalRever um por um estes factores antes de entrar ao ringue, ajudará a fortalecer a

nossa mente. Tenho clientes que tiveram de enfrentar algum destes problemas antesde subir para o ringue. Escrevam uma resposta para cada constituinte da lista. É umbom ponto de partida trabalhar estes problemas que podem afectar a nossa forçamental e a nossa actuação no ringue.

1. Estresse e ansiedade Estamos preparados para lutar? O que nos diz a nossa mente? A vida em geral, a

família, problemas no lugar onde se treina, a nossa debilidade no ringue, todas estascoisas podem provocar estresse e ansiedade.

2. Medo e apreensãoO nosso passado, os últimos cinco combates, problemas da infância sem resolver.

Não importa afirmarmos ter-nos enfrentado a eles, ou ocultá-los, ou os ignorá-los,sempre aí vão estar e vão afectar a nossa força mental.

3. DúvidasDúvidas acerca da força do nosso oponente; que os nossos movimentos falhem; a

nossa actuação anterior à presente; umproblema que vêm da infância… Estascoisas podem afectar a nossa forçamental.

4. A nossa acção com público Temos aprendido desde os

tempos do colégio que se há

“Se nãotrabalharem a

lista queproponho e nãopodem mudar

automaticamenteo vosso estado

mental, não estarão

lutando, só estarão

defendendo-se”

Page 59: Cinturao negro revista portugues novembro 2013

uma luta vai haver gente que a veja, anão ser que se faça ao estilo Kill Bill,numa praia deserta, à luz da lua…

É possível que um atleta sinta temorou medo a realizar uma acção perante opúblico, especialmente se não é ofavorito e o vaiarem. Devemosantecipar-nos e enfrentar-nos ao factode que não sempre vamos ser o favoritoe trabalharmos enfrentando-nos aosproblemas que possam provocar

reacções de outraspessoas, para não

nos afectarem.

Durante o CombatePelas minhas experiências em lutas

nas ruas do Bronx e como oficial deprisões, cheguei à conclusão de que oslutadores podem estar em duasatitudes: em atitude sobrevivência e ematitude guerreira. Não convém estar ematitude sobrevivência. Para a maioriados lutadores, a luta terá finalizadoporque a sua força mental estará muitomermada. Isto descreve o que Peter eeu sofremos no ataque dos oitoprimeiros internos. Em vez de traçaruma estratégia para os próximosmovimentos mantendo a nossa mente

activa, as nossas capacidadesmentais mermam, posto que só

estamos concentrados em nãoreceber golpes. Esse é o

momento que o oponentepode aproveitar para nos

deixar fora de combate. Quando mudamos ao

modo guerreiro,começamos a derrotar

os internos e asn o s s a s

possibilidades des o b r e v i v e r

aumentaram. Por muito que nos batam,agarrem ou derribem, se estamos emmodo guerreiro podemos vencer, devidoaos movimentos que temos praticado etrabalhado no dojo. Quando estamosem modo de combate sempre estamosplanejando o seguinte movimento, oseguinte ataque e a maneira de derribaro adversário. No ringue tudo dependeda estratégia. Uma mentalidade decombate permitir-nos-á ver e antecipar-nos a os movimentos do oponente enos vai manter-nos alerta. Assim écomo se vencem as lutas.

Após a lutaVencendo, perdendo, ou empatando,

sempre há uma lição a aprender depoisde cada luta. Temos de estudar osvídeos, observá-los bem e pensar comonos sentíamos a cada momento em quealguma coisa ia mal. O que nos passavapela cabeça? O que sucedeu quandofomos alcançados ou nos bateram?Como conseguimos recuperar-nos?

Estas são coisas que não se ensinamnos ginásios, mas que são tãoimportantes como o nosso treino dodia-a-dia. Não importa o bom quesejamos no nosso ginásio, se nãoestivermos mentalmente preparadospara todos os desafios que devemosenfrentar, corremos o risco de fazer oque todos fazemos por natureza,acender o piloto automático para a lutaou lutar em modo sobrevivência. Se nãotrabalhamos na lista anterior e nãopodemos mudar automaticamente onosso estado mental, não estaremos

lutando, apenas estaremosdefendendo-nos. Isto tem de ser

tido em consideração no ringuee devemos fazer o trabalho

mental necessário paraassentar e fortalecer o

nosso estado mental.

Preparação Mental

“Não importa o bom que sejamos no nosso ginásio, se não estivermos mentalmente preparados

para todos os desafios que devemos enfrentar, corremos o risco de fazer o que todos fazemos por

natureza, acender o piloto automático para a luta oulutar em modo sobrevivência”

Informação de contacto:Dr. John W. O'Connor, Sr., Ph. D., Sports Psychologist. O vosso especialista em estado mentalPresidente da Organização Americana do Bem estar

emocional

Website: http://oconnor-consulting.netTel: 276 346 3625, Eastern time zoneemail: [email protected]:http://www.linkedin.com/in/drjohnoconnorphd

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Okinawa Karate

Um dos herdeiros da técnica de AnkoItosu foi, sem dúvida, Chotoku Kyan (1869-1945), criador do Shobayashi Shorin Ryu ef i lho do Guarda do Selo Real do Reiokinawense Sho Tai. De entre os discípulosde Kyan destacou-se especialmente ZenryoShimabukuro, que depois passou todo o seuconhecimento ao seu filho Zenpo, nascidoem 1944, hoje 10ºDan de Karate e comquem Salvador Herraiz tem contactado emvárias ocasiões na ilha do Karate. Hoje, onosso colaborador nos traz às páginas deCinturão Negro este grande karateka, líderdo Seidokan Shorin Ryu.Texto y fotos: Salvador Herráiz, 7º Dan de Karate, Chatan (Okinawa).

O autor, Herraiz, visitando o oculto eKyan Chotoku humilde túmulo emIshimine (Shuri).Esquerda: do lado de fora do dojo mes-tre Seibukan Shimabukuro.

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ZENPO SHIMABUKURO10º DAN DE KARATESEIDOKANA HERANÇA DE CHOTOKU KYAN

O Karate que representa hoje ZenpoShimabukuro, 10ºDan e Vice-presidenteokinawense da Rengo Kai, é a linhatécnica directa do Mestre ChotokuKyan. Efectivamente, o Mestre é oprincipal valedor do Karate de ChotokuKyan na actualidade, principalmenteapós o falecimento de Joen Nakazato àidade de 88 anos, em 2010.

Chotoku Kyan era filho de Chofu(1835-1889), o Guarda do selo Real doRei de Okinawa. De facto, quando em1872 o Rei Sho Tai é destituído e sedirige a Tóquio, a famíl ia Kyan oacompanha. Chotoku era criança. Oitoanos depois, em 1880, a família volta aOkinawa e tendo diminuídosensivelmente a sua capacidadeeconómica, se instalam em zonasagrícolas, como Yomitan primeiro eKadena depois. O destituído Rei ShoTai viria a falecer em 1901.

Chotoku Kyan recebe ensino emArtes Marciais do seu avô Oyakata, doseu pai Chofu, de Wiashinzan, deSokon Matsumura (que lhe ensinouSeishan, Naifhanchi e Gojushiho), deKokan Oyodomari (que lhe ensinouPassai) e do descendente do conhecidoChatan Yara (que toma o seu nome davila onde morava e o dá a um dos katamais conhecidos no Karate actual,Chatan Yara no Kushanku).

Chotoku Kyan também recebeuensino de outras personalidades, comoo conhecido Kosaku Matsumora, umdos pais do Tomari Te, de Maeda ou doversado Tokumine, com quemaprendeu a manipular o bo. ChotokuKyan também foi aluno de SeichoArakaki, conhecido comoKamadeunchu Arakaki o inclusivamentecomo Arakaki “o Gato”. Trata-se de umversado artista marcial que trabalhavacomo intérprete no Castelo de Shuri, oqual também tinha sido instrutor deMatsu Higa. Também de Waishinzachegou a receber algumas ensinançase directamente do próprio Chotoku.

A Seicho Arakaki (que não deve serconfundido com outros destacados

mestres com o mesmo nome nahistória da arte que se tornariaKaratedo), se atribui a origem de algunskata muito conhecidos na actualidade,como Niiseishi, Sochi e Unsu.

Na década dos anos 20, Chotokuviaja a Taiwan com Kuwae Ryosei,aluno de Matsumura Sokon, e comquem depois viria a ser mestre doShorin Ryu Kenkokan, Kudaka KoriHisataka (1907-1988), seu aluno, alémdo ter sido também de UfuchikuKanagusuku (1841-1921) e do judocado Kodokan, Sanpo Toku.

Apesar de Choshin Chibana ter ditoque Chotoku Kyan não tinha sido alunopropriamente dito de Anko Itosu,sempre se tem considerado Kyancomo tal. Chotoku Kyan, de quem sediz que era capaz de descascarpinheiros com as mãos, deu nome aoque se conhece como ShobayashiShorin Ryu (Cuidado!, que há nomesmuito parecidos mas que pertencem aoutros mestres, como o KobayashiShorin Ryu de Choshin Chibana,…).

Míope e depressivo, Chotoku tentoumanter as ensinanças de Itosu semmodificações, assim como o trabalho

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1: Zenryo ShimabukuroZenpo ensinar seu filho.

2: Constituição daFederação de Okinawa,

1962.3: A Shimabukuro Zenpo

jovem em 1963.4: Zenryo e Zenpo,

sentado no centro, no DojoSeibukan em dezembro de

1966, juntamente comvários estudantes

americanos.5: Cerimônia do 10 º DanZenryo Chozo Nakama e

Shimabukuro, 1964.6: Zenryo, com Choshin

Chibana em 1966.7: Zenryo Shimabukuro,

Zenpo pai.8: Salvador Herraiz, nomonumento ao mestre

Chotoku Kyan, muito pertode onde esta era a sua casa.

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sobre pontos vitais que pudessemocasionar morte súbita.

Logo a seguir de finalizada a II GuerraMundial, Chotoku Kyan começou asofrer de inanição por teimar em dar amaioria das suas rações de arroz aoutros mais necessitados, até quefinalmente ficou muito débil e faleceupouco tempo depois.

Alguns destacados alunos de Kyanforam: Shoshin Nagamine(Matsubayashi Shorin Ryu) eanteriormente o professor deste,Ankichi Arakaki. Outrosdestacadíssimos alunos de Chotokuforam Joen Nakazato e Zenryo

Shimabukuro, este último, pai e mestredo nosso personagem de hoje.

Como já dissemos, ZenryoShimabukuro foi um dos maisdestacados discípulos de ChotokuKyan e aprendeu também, em menormedida, com Kanken Toyama. Após a IIGuerra Mundial, Zenryo trabalha comopadeiro nas bases americanas. Entreos seus alunos mais destacadosestava o seu sobrinho Yoshi, a quemele leva a mestres como ShoshinNagamine, Yuchoku Higa, KenkoNakaima…, para que o observem e lhepossam fazer alguma sugestão técnica.Depois também o havia de ser outro

sobrinho, Zenji, e Isamu Tomotsu, líderda Federação Japonesa de Karate nailha de Okinawa, nos anos 60, masmuito principal e logicamente, o maisdestacado foi o seu filho Zenpo.

Zenpo Shimabukuro, nascido em1943, inicia em 1952 a prática doKarate à idade de 9 anos. Zenpolembra-se de como seu pai o“motivava” com prémios,inclusivamente em dinheiro, para querealizasse certos exercícios,“enganando-o” assim, em aras da suafutura preparação física. Assim,quando Zenpo conseguia dinheiro, porexemplo, para ir ao cinema, em

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realidade estavaforjando um corpoforte e vigoroso.

Em 1947 Zenryotinha criado oe n t ã od e n o m i n a d oChobu Shorin Ryue em 1959 éinstrutor de Karatenas dos militaresa m e r i c a n o sdestacados emO k i n a w a ,especialmente noB a t a l h ã oAerotransportado503, com base emSukeran, FortBucker. Um dosm i l i t a r e samericanos nazona, o sargentoFuller, é seugrande apoio e oajuda adesenvolver o seuensino. Zenryo foiquem em principiodeu o nome deShorin Ryu à suaarte, ainda queposteriormente oabandonasse afavor de JoenNakazato (que

também mudaria em mais de umaocasião para Kyan Ryu, até ficar comoShorinji Ryu). Nakazato faleceu em 2010,à idade de 88 anos.

Os anos 50 viriam a ser de uma árduapreparação técnica para ZenpoShimabukuro, treinando além de com oseu pai Zenryo, com mestres comoChozo Nakama, do Kobayashi,fraternalmente unido com ChoshinChibana. Nakama ensina a Zenpo katascomo Pinnan, Naifhanchi, Passai, Jion…

Graças às ideias de Zenpo, queorganiza e coordena a maneira deconseguir os materiais, máquinas,inclusivamente dinheiro…, o sonho doseu pai Zenryo vai tornando-se realidade,como ter o seu próprio dojo, do qualfinaliza a construção em 1962, tornando-se o Seibukan (“a Casa da Arte MarcialSagrada”). Zenryo Shimabukuro é naépoca um dos principais mestres deKarate da ilha. De facto, quando se formaa “All Okinawa Karatedo Federation”, quepreside Shoshin Nagamine, Zenryo énomeado vice-presidente, junto a mestrescomo Kanei Uechi e Meitoku Yagi.Yuchoku Higa é designado Director.

Em Setembro de 1963, ZenpoShimabukuro é enviado aos EstadosUnidos pelo seu pai. Lá desenvolvedurante um tempo o Karate Seibukan.Enquanto isso, em 1964, Zenryo obtém oseu 10ºDan de Karate. Em 1969 Zenryointroduz seu filho Zenpo na federação deKarate, onde apesar da sua juventude -contava 26 anos - já estava integrado nogrupo dos principais veteranos mestresda ilha. Com o tempo, isto lhe temproporcionado contactos e uma influênciaimportante no Karate okinawense, ondefrequentemente, principalmente nopassado, os mestres pouco serelacionavam com outros estilos e selimitavam ao seu grupo. Mas nessemesmo ano de 1969, Zenryo e uns vintecaratecas okinawenses são convidados aia a Osaka, na ilha principal do Japão,pelo magnate japonês Ryoichi Sasakawa(a quem em várias ocasiões tenhodedicado páginas do que escrevo, peloque os leitores sabem da sua enormeimportância). Em Osaka, Zenryo participana demonstração de kata e aproveitadepois para visitar a sua filha, residente nacidade de Kobe, perto dali e quandogozam de um almoço no campo, Zenryotem um forte ataque apendicite e morre. Oseu filho Zenpo tem que tomar ocomando directo do Hombu DojoSeibukan em Okinawa. Atrás ficam já ostempos em que este karateka se dedicavaprofissionalmente à venda de automóveis,especificamente da marca Ford.

Conheci pessoalmente ZenpoShimabukuro faz alguns anos, duranteunos seminários no Budokan de Naha(Okinawa), onde me assombraram essascaracterísticas da sua maneira de fazerKarate. Poucos anos depois tive ocasiãode estar com ele mais privadamente einclusivamente de lhe dar a conhecerparte do meu trabalho realizado emOkinawa. O mestre mostrou muitoagrado e alegria vendo o meu trabalho.

Que a estética do Karate okinawense édiferente à que no Ocidente possam estarhabituados os caratecas, é um factoinquestionável. Por isso tem de haver umapredisposição para percebermos amaneira de fazer Karate que têm na ilha,as suas posições, os seus gestostécnicos, o seu kime especial… e isso temde ser a base do conhecimento doautêntico Karate. Muitos dos caratecas,incluídos conhecidos mestres, queenchem os dojos da ilha, não sãojustamente valorados pelos que têm umconceito do Karate com uma estéticaelegantemente forte, de corpos esticados,atléticos, potentes gritos e grandes eespectaculares posições lindas para umafotografia. Mas o Karate é outra coisa e oKarate de Okinawa ainda mais. O Karate,especialmente o okinawense, tem umaestética diferente, natural, maispreocupada com uns benefícios pessoaisque com uma estética externa quepermita comparações que nada têm a ver.A elegância do Karate, que a tem, é uma

Okinawa Karate

Salvador Herráiz y ZenpoShimabukuro enOkinawa, en 2012.

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consequência e não um objectivo e emOkinawa tudo é um pouco diferente.

Mas entre os grandes mestres dailha, Zenpo Shimabukuro destacatalvez por fazer um Karate facilmentecompreensível a olhos e maneirasocidentais. As suas posições, as suastécnicas, a sua alta potência… fariamempalidecer muita gente, seja qual fora imagem que do Karate se tenha.

Zenpo Shimabukuro é além de

Instrutor Chefe do Seibukan ShorinRyu, vice-presidente da OkinawaPrefecture Karatedo Rengokai.Shimabukuro sensei é partidário de umKarate tradicional, baseado na práticado kata. No entanto, aceita tambémque durante o treino se pratique okumite, para incluir certa diversão edesenvolver a confiança do karateka efactores como a distância e o timing.Mas para Shimabukuro, o kumite é

uma coisa suplementária e insistesempre em que o realmente importantedo Karate é… o kata. Para ele, o katadeve ser transmitido sem variação enão com o espectáculo para os olhosem que transformou a competiçãoactual. Zenpo defende que nos dias dehoje, nem os competidores de kata,nem os juízes, conhecem comodeveriam os propósitos do kata, tendoabandonado muitos deles sem o saber

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Okinawa Karate

nem o compreender, um Karateclássico e tendo caído numa espéciede ginástica.

Para mim é curioso e gratificante, vercomo Shimabukuro sensei entende eexplica, por exemplo, o bloqueioconhecido como shuto uke. Em muitosestilos este bloqueio se realiza com ocanto da mão, como o seu próprionome indica. Mas ele ensina queapesar do gesto e a posição da mão,

se deve bloquear realmente com oantebraço, pois isso oferece muitamais solidez. Para mim é gratificante ofacto - repito - porque no Wado Ryuassim acontece da mesma maneira noseu característico bloqueio alto etambém muitos praticantesdesconhecem esta curiosidade.

Mas, voltando atrás por ummomento. Chotoku Kyan teve, comodisse anteriormente, importantes

alunos muito conhecidosposteriormente, masoutros realmente quasenem foram seus alunos,ainda que depois lhesinteressasse que nisso seacreditasse. Um muitoconhecido foi o fundadordo Isshin Ryu, TatsuoShimabukuro (1908-1975), ainda querealmente o nome doesti lo fosse depoispensado por seu alunoEiko Kaneshi. Zenpo

Suimabukuro mantém que Tatsuoesteve muito pouco com Kyan, paranão dizer… quase que nada. Mas comquem parece que esteve muito maistempo aprendendo foi com ChojunMiyagi. Também o irmão de Tatsuo,Eizo Shimabukuro (Shaolin Ryu), seatribui ter aprendido de Kyan. Segundose lembra Zenpo, que nessa época eracriança, Eizo Shimabukuro tinha o seudojo muito perto e os visitava de vezem quando, para ver o seu pai, Zenryo.Este, perante a insistência de Eizo deque tinha sido aluno de Kyan, lhes faziaver que o seu Karate era tecnicamentemuito diferente do de aquele outro.Finalmente, Eizo mandaria a um dosseus alunos para que Zenryo lheensinasse certos kata. Por tudo issoEizo dizia depois que tinha sido alunotambém do próprio Zenryo, mas Zenpopensa que não que se pode considerarassim. Depois Eizo se mudaria paraMoromi (Koza), na actual cidade deOkinawa e lá, quando necessitavacaratecas para fazer uma

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demonstração, ele os pedia a Zenryo.Este lhe “emprestou” o seu filho Zenpoe o seu sobrinho Zenji. O seu outrosobrinho Yoshi, apesar de que era umgrande karateka, já tinha deixado a suaprática.

Durante a minha recente visita aZenpo, em Okinawa e enquantofolhávamos cuidadosamente o meulivro “Karate, Imagens de umaHistória”, Zenpo se entusiasma comalgumas das fotografias compiladasnele. Shimabukuro sabe da minhaampla informação e pesquisa sobre oKarate a todos os níveis. Por isso,quando em 2012 o mestre quis festejaro 50º Aniversário do seu Seibukandojo, me pediu, para um libretocomemorativo, que lhe facil itassefotografias históricas do seu pai. Mesurpreendeu tal petição. ZenpoShimabukuro me pedia a mim, umsimples apaixonado espanhol aoKarate japonês, fotografias do seu pai!Bem, em qualquer caso me senti muitohonrado por poder ajudá-lo, fi-lo e ele

me agradeceu muito: “Obrigado. Isso éexactamente o que eu procurava” -chegou a dizer-me. Pois eu digo o quejá disse, muito honrado de ter podidoser-lhe de utilidade. Faz bem poucoambos recordávamos isto.

Zenpo Shimabukuro quer preservaro Karate como uma coisa de grandevalor pela história e os momentos,mestres e situações pelos que estaarte marcial tem passado nos seusanos de existência. Zenpo senseipensa que se os caratecaspercebessem isto…, não haviavariações próprias nos kata. Nestesentido pensa que a competição estáquebrando - o quando menosinterrompendo - por um simplesentretimento, a informação herdadaque o Karate inclui em seu seio,qualquer coisa assim como umgenoma ou o ADN, exemplo muitosignificativo que Shimabukuro senseigosta de usar. Por tudo isso, omestre se mostra muito preocupadode cara ao futuro. Não é para menos.

É muito fáci l adoptar mudançasindevidas…

O mestre Zenpo Shimabukurolembra-se de que quando voltou paraos Estados Unidos, em 1975, observoucomo boa parte do que se semeara láse tinha perdido por modificaçõesrealizadas nos kata. Levou-lhe uns dezanos restabelecer aquilo e houve gentee grupos que ficaram à margem. Para omestre, as variações técnicas, ospontapés altos, os saltos…, com quese enfeita a estética do kata decompetição actualmente, é coisatecnicamente errada, posto que criariavulnerabilidade ao praticante e é coisaque ele, desde já, evita no seu ensino.O Karate desportivo incluidesnecessários e ilógicos movimentosnos kata, para com isso adicionar-lheuma estética absurda que aumente aspossibilidades de medalha.

Deixamos Zenpo Shimabukuro noseu escritório, onde este homem denegócios tem assuntos a tratar. Até apróxima sensei!

0’Salvador Herraiz com ZenposenseiBudokan em Naha, em 2009.

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COMO ESTÁ PLANEJADO O “FU-SHIH KENPO”

(Primeira parte)

Cada certo tempo acostumo arealizar uma limpeza e depuraçãotécnica de todos os meusconhecimentos alcançados nopassado a través da minha pessoalbagagem marcial por meio mundo.Isto inclui os meus contactos comMestres tradicionais de diversosestilos de Karate, Kenpo, Kung-Fu,Tae-Kwon-Do, Full-Contact e Kick-Boxing, como estilos principais.

Fusiono e substituo aqueles queconsoante o meu próprio critério devoeliminar e substituir por novosmétodos, todos os quais estimoserem correctos e idóneos para osmeus propósitos, e aplicados a ummesmo princípio. O programa contacom todos os requerimentosnecessários para obter e abranger ostermos físicos, mentais e espirituaisque todo Artista Marcial devedesenvolver, sempre tendo emconsideração os objectivos que cadaum desejar alcançar, arte tradicional,defesa pessoal, combatesdesportivos, encontros reais, defesapolicial ou cinema de acção.

O Programa tradicional inclui asFormas Tradicionais do Kosho-RyuKenpo da famíl ia Mitose, a suahistória, f i losofia e l inhagem demestres Kosho-Kenpo. No meuprimeiro contacto com o Grão MestreThomas Mitose, separei ambosesti los por sua clara e notáveldiferença; posteriormente os fusioneiem um só programa e agora, devido àminha aproximação ao dito Mestre, ànossa notável amizade, àsexperiências compartilhadas, porrespeito e honorabilidade, tornei aconsiderar a prática das FormasKosho em sinal de apoio e altaestima, apesar do seu treino servoluntário e não obrigatório.

Em segundo lugar, se desenvolveum método completo de DefesaPessoal a mãos nuas, ou com armas.Técnicas que depois dão origem aFormas de Defesa Pessoal (Katas)exclusivas do sistema. Também amanipulação personalizada de noveArmas, das quais seis são tradicionais(Bo, Sai, Kama, Nunchaku, Yawara, eTonfa), e três modernas, (Faca,Bengala de Rua, e Pau curto, estiloKali ou Arnis).

O terceiro aspecto do Fu-ShihKenpo é o programa específico detreinos para os encontros desportivosAmadores e/ou Profissionais, Semi ouFull-Contact, sem esquecer o própriosistema duro do Fu-Shih Contact,

dentro do qual tudo é válido. Esteúltimo é próprio e interno do estilo,posto que de maneira alguma poderiaser de carácter desportivo.

O Dragão dentro do logótipo Fu-Shih Kenpo, representa a Inteligência,e Serenidade, o aspecto Ying. É porexcelência o animal mitológico dafilosofia oriental. É calmo, astuto,seguro. É a parte passiva e mental nodesenvolvimento das tácticas etécnicas Fu-Shih Kenpo; também astécnicas de pernas; a força espiritualque se consegue com a maturidade; aatitude que se obtem com o treino, aconstância e os esforços doindivíduo. Representa a humildade,que domina a terra.

O Tigre, representa os aspectosfísicos do estudante; a suapreparação física e técnica, a parteYang, ou seja a força, a velocidade,movimentos fulgurantes, fluidos econtínuos. As técnicas de Punhos eMãos, em geral Braços. Força earraigo terrenas, que se obtêmdurante as primeiras etapas daaprendizagem. Nesta etapa oestudante se sente mais atraído eimpressionado pela própria habilidadefísica que por meio dos seusprimeiros esforços.

FU-SHIH. Termo Chinês/Japonêsque descreve o mais renovado,adaptável, funcional e efectivosistema de ENSINO actual e que seencontra dentro do Triângulo, trêspontos específicos que traçam ocaminho para a própria formação,realização e harmonia do indivíduocom o seu meio. FU = Tigre (Japonês= homem; Chinês = força, machado) eSHIH = Espírito ou Energia (Mestre,Escola, Ensino, Instrutor).

KENPO. Terminologia japonesa quedescreve o mais antigo estilo de lutaoriental na descendência do Clã dosMonges Kosho até o Grão MestreMITOSE, Ken = Punho; Po = PrimeiraLei, ou seja, Primeira Lei do Punho.

Fu-Shih Kenpo, é constituídotecnicamente por movimentoslineares e circulares conjugados, emdiversas direcções e sentidos, a fimde obter um alto domínio e habilidadeem todos os ângulos f ísicos,espalhando Energia Intermitente emmovimentos cintilantes, fluidos econtínuos. Para esta empresa, Fu-Shih apela a todos os sentidos erecursos físicos e mentais. Em Fu-Shih Kenpo se avança sempre naconstrução de uma técnica defensivapara a elaboração de um contra-ataque natural, decisivo ecoordenado. Uma absoluta e totalconcentração é necessária, comolhar penetrante e respiraçãoprofunda. Devemos preparar-nospara sermos capazes de responder

efectivamente frente a qualqueracção de ofensa ou de ataque, masisso não quer dizer que temosautoridade para ocasionar lesõesgraves ou mesmo matar umadversário.

Como é possível construir umcontra-ataque efectivo e enérgico,sem ocasionar lesões graves a umoponente?

Fu-Shih Kenpo analisa basicamenteos 8 ângulos de Evasão e Escape“OCTÂNGULO”, desde os quais umdiscípulo do sistema pode, semproblemas, evitar qualquer ataquepossível sem estabelecer contactocom o oponente. Estas são astécnicas fundamentais da “NãoViolência”, as quais posteriormente econsoante o perigo que apresentar ooponente, têm determinadasaplicações na redução, controlo, atéas mais efectivas manobras contra-ofensivas.

É também de vital importância noFu-Shih Kenpo, o conhecimento edomínio dos pontos vitais e centrosnervosos do corpo humano, para oque é também se precisa doendurecimento da palma da mão,mediante métodos clássicos orientaise métodos modernos, que permitemdesenvolver força, dureza eresistência em toda a palma e dedos.Sem esta qualidade, o uso dastécnicas aplicadas em pressão,atenazamento ou percussão,resultariam nefastas.

PRINCÍPIOS SOBRE APLICAÇÕES TÉCNICASEM FU-SHIH KENPO

• Conhecimento e domínio dos 8ângulos de deslocamento (Evasão eEscape), ou reacção nas direcções deavançada.

• Aproximação ao oponente.• Controlo da distância, e ângulo de

confronto.• Guardas defensivas naturais.• Análise do meio e utilização dos

elementos naturais do mesmo.• Tácticas de Dissuasão e

Persuasão.• Voz de mando.• Reacções defensivas do “Não

Contacto Físico”, as denominadas de“NÃO VIOLÊNCIA”.

• Reacções defensivas comcontacto controlado.

• Defesa com contacto médio azonas específicas de redução econtrolo.

• Defesa contra ataques comdiferentes graus de “dor”.

• Utilização da linha central, queapesar de mais perigosa permitecontrolar a base de todas asextremidades do agressor.

Kenpo

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emos falado do que é o programa de pontosvitais de Combat Hapkido e o motivo de o termosdesenvolvido para o nosso sistema de defesapessoal. Neste art igo e nos que seguirão,daremos instruções detalhadas sobre osconstituintes tácticos do programa. Vamos

começar por falar do motivo de se escolherem em parte ospontos de pressão como foco do nosso método paraexplorar as debilidades do corpo.

Escolhemos os Acupontos, ou pontos de Acupunctura,também conhecidos como pontos de pressão, por estaremsituados entre músculos, ligamentos, tendões, ou zonasvulneráveis dos nervos (ou em plexos dos nervos maiores).O uso específico destes pontos determinados, permitedeteriorar a energia e o funcionamento do corpo de maneiraeficaz. Quando se usam em Acupunctura para curar, a zonade activação tem o diâmetro da ponta de uma esferográfica.Afortunadamente para nós podem ser act ivadosestimulando uma zona do tamanho da “quarta parte de umeuro” (25mm de diâmetro). Nos concentraremos em usar ocentro dessa moeda como objectivo. Muitos praticantesfamiliarizados com o tiro ao alvo ou com o armamento,compreendem os benef íc ios do nosso método.Tecnicamente o objectivo parece mais um pingo de águaque um círculo, devido ao fluir de energia, sem embargo noentanto e para facilitar, dá-se a referência da imagem do“círculo” que é mais útil e efectiva. Por exemplo, batersimplesmente no bíceps para aturdir ou adormecer o braço,coadjuva uma grande margem de erro. Agora bem, seapontamos especificamente a um objectivo do tamanho de“uma quarta parte de um euro” na zona média anterior dacabeça do bíceps (pericárdio 2: ver o organigrama abaixo),temos um grau muito mais pequeno de erro, enquanto quea nossa efectividade aumenta. Isto é uma parte da nossafilosofia para utilizar objectivos anatómicos com pontostácticos de pressão.

Pericárdio 2: (P2 Fogo/Yin/Rojo )Localização: Dois distais da dobra da axila (dobra axilar) ao

longo da linha média do bíceps.Anatomia/Redundância: Os ramos musculares da artéria

branquial, o nervo médio branquial cutâneo e o nervomusculo-cutâneo.

Método: bater contra o osso (úmero) para adormecer obíceps.

Uma crítica comum dos praticantes de Artes Marciais edefesa pessoal é que os pontos de pressão não funcionamcom toda a gente. Isto pode ser verdade, posto que o efeitovaria conforme a pessoa; no entanto, frequentemente seexagera muito no realismo deste alcance. Pensemos nisso daseguinte maneira:

Se pudesse melhorar as suas técnicas para que fossemefectivas para 90% das pessoas, não incorporaria esta teoriaporque poderia não funcionar em menos do dez por cento(poderia ser um cinco por cento, dependendo da análiseestadístico que se aplique)?

Entretanto, devemos aceitar o facto de que existe umapequena percentagem de pessoas conhecidas como “não-afectadas”. Este pequeno grupo de pessoas não sente a dorcomo a maioria das pessoas. Cada pessoa tem um limiarvariável de tolerância à dor, desde insensíveis até ultrasensíveis e aqueles que são quase insensíveis podem ter umamaior resistência mental ou física à dor. Todos somosanatomicamente diferentes em algum ponto e algumas vezes alocalização dos nervos é diferente (isto é especialmente certoem pessoas que tenham sofrido um trauma pós-operatório).Em certos esti los de Artes Marciais, os nervos sãoadormecidos mediante um processo contínuo deinsensibilização. Imaginem a um lutador de Muay Thaipontapeando um poste ou uma árvores para insensibilizar os

nervos da tíbia. Outros factoresfísicos que podem afectar àtolerância à dor, são as coberturasde músculos com gordura, quepode proteger certos nervos agindocomo uma armadura. Eultimamente, como muitosmembros dos corpos de segurançapodem assegurar, algumas drogase o álcool podem afectar àtolerância à dor do indivíduo. Noentanto, deveríamos afirmar quecom o estudo avançado dos efeitosdos agentes químicos no corpo,este conhecimento se pode usarcomo uma vantagem parapercebermos outras debilidadesanatómicas e sensoriais.

Para além disto, os objectivosnos nervos funcionam; mesmo quecom o tempo se tenha exercidosuficiente pressão para provocaruma resposta, sabemos que podemter sido magoados. Pensem numasimples analogia: Se temos osnervos da mão pouco sensíveis etocamos numa frigideira quente,não afastamos a mão devido aocalor até nos termos queimado.Aprofundando mais na matéria dasensibil idade à dor, o seguinteexemplo poderia ser bom. Quantomais “sensíveis” somos, maisrápido nos vão proteger do perigosos nossos reflexos automáticos deretirada (reacção inconscienteperante uma percepçãoconsciente). Como bons praticantesde defesa pessoal, aprenderemos a tirar vantagem disto.

Também é importante saber que muitas pessoas insensíveissão por vezes mais sensíveis em algumas zonas do seu corpo.O nosso corpo sempre procura a homeostase ou o equilíbriopara a saúde e um funcionamento adequando. Por exemplo,se um objectivo situado no braço não responde da maneiraesperada devido à resistência à dor do oponente, tentamosatacar um objectivo situado na perna. Muitas vezes, isto temum efeito maior naqueles com mais resistência à dor. O nossocorpo com frequência compensa uma zona pouco receptivacom uma muito receptiva. (Havemos de falar mais acerca distoem artigos acerca do YIN e do YAN.)

É importante destacar que a redundância é o nosso princípionúmero um. Com isto em mente, nos concentramos em utilizaros pontos de pressão actuantes como portas de acessodirecto ao sistema nervoso. Isto é em primeiro lugar, ainda quenão exclusivamente, pelo que os usamos como objectivostácticos.

Em próximos artigos, descreveremos o constituinte crucialpara compreender como activar correctamente os pontostácticos de pressão. Este constituinte é frequentemente umdos segredos mal entendidos para aplicar efectivamente oconhecimento dos pontos vitais na defesa pessoal.

Claro está que não têm de esperar, toda esta informaçãoestá disponível nas séries de DVDs de T.P.P. DVD, que nospodem pedir directamente no www.dsihq.com e em BudoInternacional em www.budointernational.net.

Por favor, treinem com segurança, vivam com honra eestejam bem.

Para informação acerca de diplomas, seminários, ou outrasperguntas, favor contactar-nos em: [email protected]

O motivo de usar pontos de pressão como objectivos tácticos

T

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O poder da força física depende directamente da massa muscular, quanto maiorseja esta, maior será a sua potência de desenvolvimento, ainda que haja pessoas quecompensaram isto com outros métodos; não bate mais forte quem mais músculostem e sim quem mais habilidade possui...

É muito comum ver em combates de Boxe como alguém pouco musculado, tomba deapenas um golpe um hercúleo e impressionante adversário. Júlio César Chaves, járetirado, não tinha um corpo musculoso, no entanto possuía uma batida terrível(mais de 80% dos seus combates foram vitórias por KO). Bruce Lee media só 1,65mde altura e pesava 60 quilos, mas ainda assim todos aqueles que o conheceramafirmam que tinha uma potência de golpe impressionante, como se pesasse quinzequilos mais do que realmente pesava. O que é que faz de alguém um batedor? Qual éo segredo da potência de batida?

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as Artes Marciais e os desportos decontacto, a potência se definiria como podere força física que é capaz de gerar umapessoa em um movimento ou série dosmesmos, pelo que dada a energia quedesenvolve, é capaz de partir, deslocar e

inclusivamente lesionar com ela o adversário ou o parceiro deactividades desportivas.

Em termos teóricos, a potência é o resultado da equaçãomatemática “1/2 M (massa) x V2 (velocidade ao quadrado)".Do que se deduz que o factor velocidade resulta maisimportante que o de massa, no momento de determinar apotência que adquire um golpe. Mas na prática podemosconstatar que a maior parte dos bons batedores, dos quefazem um nocaute com um só golpe, não destacam pela suarapidez. A razão é que estes em grande medida baseiam asua batida no seu sólido assentamento no solo, de maneiraque batem com todo o peso do corpo, conduzindo a energiadesde o calcanhar, através das ancas, até os nós dos dedos.Evidentemente, resulta muito mais rápido bater só com obraço que com "todo o peso do corpo", mas também resultamenos potente. Pugilistas como Rocky Marciano, MikeTyson, Georges Foreman, Marvín "Maravilha" Hagler, Roberto"Mão de pedra" Durán, Júlio César Chaves ou Nigel Benn,todos eles impressionantes batendo, nunca destacaram pelasua velocidade, assim como também o não fizeramKickBoxers como Ramón Dekkers ou Rob Kaman.

Devem concorrer muitos factores para fazer de um soco oude um pontapé um golpe decisivo; um batedor autênticodeve ter muitas qualidades no seu trabalho de punhos epontapés. Para começar, deve ter uma boa base técnica(ainda que não é necessário que seja um estilista depurado)porque assim para correr, primeiro tem de se aprender aandar, para ser um nocauteador definitivo, primeiro tem deaprender a bater. Para isso deve aperfeiçoar certos factoresque são determinantes para desenvolver a potência e estessão os seguintes:

OS PONTOS DE APOIO:Sem um ponto de apoio não se pode bater. A acção

punho-pé depende da disposição do equilíbrio do lutador,devendo o mesmo assegurar os seus apoios para pôr o seucorpo em movimento ou sobre a sua inércia. Os pontos deapoio são fundamentais para poder executar uma técnicacom potência, posto que todo golpe bem executado se apoiana massa do corpo em movimento. Se durante a suaexecução se perde o ponto de apoio (por desequilíbrio), ogolpe perde toda a sua eficácia.

A LONGITUDE DA TRAJECTÓRIA: Segundo a Física, quanto mais longa é a trajectória do

golpe, maior é a velocidade que pode alcançar o punho ou aperna. Por isto os golpes muito longos, tipo "boleia", são tãoperigosos no caso de alcançarem o seu objectivo. O mesmosucede com os pontapés, quando maior seja a suatrajectória, mais potência desenvolvem.

A ACELERAÇÃO DO MOVIMENTO: Seja qual seja a longitude da trajectória de um golpe, o

mais importante é a velocidade que alcançada pelo punho ouo pelo pé no momento do impacto. O elemento aceleração

do movimento é fundamental para desenvolver a potência -sem aceleração não se pode bater com potência.

No factor aceleração intervêm de forma directa osmúsculos. Estes são um tecido especializado em se contrairquando recebe o estímulo adequado. O peso relativo dosmesmos é um 44'1% do peso do indivíduo (no adulto chegainclusivamente a alcançar um 45%). A sua potência sedesenvolve ao máximo entre os 20 e os 30 anos,dependendo em grande medida do treino da coordenaçãodos esforços ou exercícios musculares.

Nas Artes Marciais se dão unas circunstâncias favoráveispara a coordenação muscular, especialmente com asextremidades superiores, a partirdos 11 e 13 anos, conseguindoadquirir potência sem quaseaumentar o volume e portanto,sem alterar o desenvolvimentodos jovens principiantes. Isto épossível fazendo que realizem osexercícios adequados no seutreino, evitando na medida dopossível a monotonia na suapreparação física. A grandeestabilidade dos músculos porvolta dos 13 anos, assegura já apossibil idade de umdesenvolvimento maisjustif icado e moderado dasqualidades de velocidade e deforça, mantendo um equilíbrioperfeito entre a técnica e aelasticidade.

O peso corporal é certamentedeterminante, mas não é o únicofactor. A musculatura (entendidacomo importante massamuscular) proporciona solidez,maior resistência ao castigo emaior força empurrando, masparece que no momento debater quase que nem conta.

Alguns anos atrás se pensavaque quanto maior era o volumemuscular, maior potência segerava, por isso, muitospraticantes de Artes Marciaiscomeçaram a entrar noambiente do Boddy Bullding,experimentando com diferentesexercícios. Depressadescobriram que conforme asua massa muscular aumentava,diminuía a sua rapidez, o quelevou a que se estendesse alenda de que eramincompatíveis… Mas o facto depossuir um grande volumemuscular, não significa que sepossua potência, outro sim quese tem o atributo necessáriopara desenvolve-la, porquedepois faz-se necessáriocanalizá-la e exercitá-la à basede prática.

N

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Normalmente, quando se tem umagrande batida e se consegue impactarcom precisão no adversário, nãoacostuma ser necessário combinarmuitos golpes para o anular; um oudois acostumam ser suficientes. Defacto, quando falamos de "batedores",nos referimos àqueles combatentes quesão capazes de resolver um combatecom um só golpe de K.O. e nãoàqueles que conseguem nocautear orival após inúmeras séries de golpes.

Quando se carece de potência, quandose tem (como se diz no Boxe) "punhosde algodão", então, para vencer senecessitará logicamente, combinarmais golpes. Na opinião de treinadorese campeões, o combatente maisseguro e eficaz é aquele que consegueacabar o combate em menos tempo,pois desta maneira se arrisca menos areceber golpes e a cansar-se. Mas amaioria das pessoas não têm umatremenda batida e além disto, em um

“No DVD por mimeditado acerca do

treino, explico algunsexercícios para

trabalhar eexercitar apotência.

Espero que esteDVD possa servir

de ajuda aosleitores”

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combate intervêm muitos factores quepodem reduzir a eficácia à potência debatida.

Evidentemente, não se pode realizaruma combinação de 6 ou 7 golpescarregando em cada um deles todo opeso do corpo. Por isso os grandesbatedores são combatentes de um sógolpe, não de combinações. De facto,na gíria pugilista e nos desportos decontacto são denominados "caçadores",por parecer que constantemente estão àespera de ocasião, executando poucas

técnicas, como esperando aoportunidade de "caçar" ao rival comum golpe decisivo. Além de uma grandebatida, a principal virtude que tem decultivar um batedor para ser eficaz é otiming ou sentido da oportunidade (eesta é uma das coisas mais difíceis detreinar). Não só deve bater forte, comotambém saber quando faze-lo.

O bom batedor conta com numerosasvantagens: ainda que vá perdendoamplamente um combate aos pontos,se conseguir nocautear o rival antes do

último segundo, conseguirá súbita einesperadamente uma vitória inapelável.De facto não é infrequente observarcombates em que um dos contendentesestá recebendo uma terrível pancadaria,perdendo assalto atrás de assalto,quando de repente consegue lançar umgolpe afortunado e potente, mandandoà lona o até então vitorioso adversário.Os KOs são vitórias inquestionáveis,quer dizer, não estão sujeitas àsopiniões de juízes, árbitro oucomentaristas; como dizia Bill Walace:

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”Um bom combate, onde não existe polémica, é aquele noqual dois sobem para o ringue e um desce por seu próprio pée outro de maca…”

As técnicas de punho deveriam ser a priori menos potentesque as técnicas de perna, posto que estas últimas impactamcom mais quilos de peso (uma perna pesa mais que umbraço) mas no entanto, observando combates de FullContact, Kick Boxing e mesmo de Thai Boxing, é maishabitual ver KOs produzidos por punho que por perna. Istose explica em parte pela rapidez, que é o outro factor dapotência. Um punho é mais rápido que uma perna e avelocidade (em termos dinâmicos, a aceleração) aumentam apotência de impacto. Todo aquele que tiver visto um bomnúmero de combates de Kick ou de Thai Boxing, teráobservado que apesar de que um pontapé é em princípiomuito mais potente que um soco (pois uma perna pesa trêsvezes mais que um braço), aproximadamente 80% dos KOssão o resultado de técnicas de punho. A explicação radicaem que, como seres humanos, manipulamos com muita maishabilidade e precisão os braços que as pernas; também émais fácil carregar o peso do corpo no golpe quandoexecutado com um punho que lançando a perna. Por outrolado, pontapear resulta bastante mais esgotante que darsocos, pelo que quando ultrapassado o equador de umcombate, se começam a ver muitos menos pontapés e maissocos. Obviamente, se extrapolarmos isto às Artes Marciaisdenominadas “clássicas” e inclusivamente à defesa pessoal,acontece isto mesmo: em todas elas se aprecia uma clarapreferência pelas técnicas com o trem superior, o que élógico e natural, posto que em qualquer delas, normalmenteo combate se decanta na distância média, onde se utilizampreponderantemente os punhos em linha recta ou directos,devido à sua simplicidade e eficácia.

Segundo a Kinesiologia (ciência que estuda o movimentohumano), em todos os sistemas de combate onde se bate, oconceito ou a dinâmica dos punhos directos é o mesmo;todos repetem a mesma trajectória, só existem pequenasvariantes ao lançá-los desde diferentes posições ou guardas.

Entrando ainda mais profundamente na matéria, o directoatrasado acostuma a ser a técnica “rainha” de qualquerbatedor, mas para que seja eficaz e possa chegar até o seuobjectivo com êxito, requer do apoio do punho adiantado.Porquê? Simplesmente por uma lei da Física: como adistância mais curta entre dois pontos é a linha recta, nocaso do punho adiantado, as suas particularidades aoexecutar esta técnica são as seguintes:

• MENOR PERCURSO DO BRAÇO.• MENOR TEMPO DE EXECUÇÃO DA TÉCNICA.• MENOR POTÊNCIA DE IMPACTO POR SEU POUCO

TRAJECTO.O braço adiantado, estando mais perto do adversário, terá

de cobrir menos distância para alcançá-lo, pelo que serámuito rápido. Por contra, tendo uma trajectória mais curta,em tão pouco espaço e tempo, terá como resultado umamenor potência de impacto.

Quase ninguém ficou K.O. recebendo um golpe com opunho adiantado, posto que a missão do mesmo é repercutir,martelar, dar repetidamente golpes com ele, a fim de abrirespaço ou despistar para poder ligar o golpe definitivo. Éinegável que este punho é muito rápido mas não écontundente. O que possui esta característica é o seuantagonista, ou seja: O punho directo, executado com obraço atrasado, denominado no Boxe "direct", "cross" oudirecto de direitas; em Karate denominado GYAKUTSUKI ougolpe directo com o punho contrário. Nos desportos de

contacto é conhecido como directo penetrante.Como o seu nome indica, define a potência quegera quando é executado. Isto é possível por ter asseguintes características:

• MAIOR PERCURSO DO BRAÇO. • MAIOR TEMPO EM EXECUCUÇÃO DA

TÉCNICA.

“Pelas leis da Física, as técnicas que

desenvolvem potência são aquelas que se

executam com a parteatrasada”

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• MAIOR POTÊNCIA DE IMPACTO.O punho directo executado com o

braço atrasado, por estar mais longe doadversário, demora mais tempo achegar até ele, no entanto, por ter ummaior percurso, impactará com maiorpotência. Acerca desta matéria, naFísica se dá o seguinte exemplo: Seatirarmos um objecto que pesa umquilo desde um primeiro andar, por termenor percurso demora menos emchegar ao chão e portanto vai cair commenos força que esse mesmo objectoatirado desde um nono andar, quetendo um maior percurso, vai demorarmais tempo em chegar ao chão, masvai cair com mais força que quandoatirado desde o primeiro andar.

Como foi dito anteriormente, pelassuas características, ambos secomplementam; é semelhante ao queacontece com o ying e o yang, a noite eo dia, homem e mulher, etc. Cada umtem os seus pontos fortes e os pontosfracos, inclusivamente há muitosprofissionais que não concebem umasem o outro. Ambos devem coexistirpara serem eficazes em combate: émuito difícil ligar um Jab ou directopercutante e deixar fora de combate oadversário. No entanto, é o início ou oconcatenamento ideal para um ataquemais eficaz: o directo com o punhoatrasado.

Resumindo: o pr imeiro por suarapidez de execução, deixa duranteuns décimos de segundo, ousegundos, desorientado o rival. Nesteespaço de tempo se pode executar odirecto penetrante, que pode ser obatimento definitivo. Agora bem, dadoque se executa com o punhoatrasado e por ter um maior percurso,é mais difícil - mas não impossível -que este golpe chegue por si só esem antes ter executado uma técnicaao adversário. Por isso, no Boxe sedef inem como o “um-dois”, porhabitualmente se conceber a amboscomo uma só técnica de ataque. Masé c laro que não há regra semexcepção e existem casos insólitosem que os indivíduos executandouma só destas técnicas conseguiramseus propósitos, ainda que isto nãose possa generalizar. Alem do mais, ojab ou directo percutante acostumaser o princípio de um ataque, ou sejao que “abre” a porta, e o directopenetrante, o que a “ fecha”. Emdiversas ocasiões, o di rectopercutante serve para concatenarcom outra técnica mais lenta que nãotem que ser forçosamente o directo

de direita, mas que pode ser umaboleia, gancho ou inclusivamentealguma técnica de perna.

Tal como vimos, pelas leis da Físicaas técnicas que desenvolvem potênciasão aquelas que se executam com a

parte atrasada. Qualquer delas podedeixar fora de combate um adversário,mas para o conseguir é precisomelhorar a velocidade na execução dosbatimentos. Também a acção de passaro peso do corpo de um pé para outro,

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acompanhando a trajectória de umbatimento, para aumentar a massa quese põe em movimento e portanto apotência. Para conseguir isto, é precisotreinar primeiro aprendendo a técnica edepois seleccionando o instrumento

adequado para o seu treino. Todas astécnicas existentes requerem de umadedicação total e absoluta no seuadestramento, por isso têm de sertrabalhadas individualmente e com osaparelhos adequados (saco, paus,

focus, escudo, etc.)No DVD por mim editado acerca do

treino, explico alguns exercícios paratrabalhar e exercitar a potência. Esperoque este DVD possa servir de ajuda aosleitores.

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As Artes Marciais no Século XXIAs Artes Marciais são uma disciplina antiga. Não

importa a que cultura que seja, tanto seja que se encontrena Europa, Ásia, América…, em todos os continentes hámétodos de combate que são tão antigos quanto a própriahumanidade. Se usam disciplinas de luta formadas em suaorigem principalmente para uso militar. Através dosséculos, os objectivos mudam por e para que os quepraticam Artes Marciais treinem adequadamente.

Draeger, que pesquisa acerca das Artes Marciais,assinalou em seu livro "Bujutsu e Budo Modernos" oseguinte: "A natureza intrínseca das Artes Marciaisclássicas se manifesta por sua relação de 3 pontos: 1-Elemento de combate; 2- Disciplina; 3- Moralidade. Osquase cem anos de reformas forçadas modificaram oordenamento dos pontos de referência da seguintemaneira: 1- Disciplina; 2- Moral: 3- Luta contra asaplicações e formas estéticas de exercício”.

Os novos estilos, que agora prevalecem em todo omundo (Judo, Karate, Tae Kwon do, etc.) e que levaram ospaíses ocidentais a estas reformas, são amplamenteconhecidos e geralmente gozam de uma grandepopularidade no Ocidente. Algumas destas novasdisciplinas puseram um novo ênfase na competição(kumite, randori) e assim se transformaram em novosdesportos aceites no Oeste, até encontrar inclusivamenteum lugar nos Jogos Olímpicos de hoje e ser admirados.

Certos métodos da região do Sudeste Asiático (KaliFilipino e Silat Indonésio), assim como as Artes Marciaisjaponesas, existiam em tempos antigos para seu uso nocampo de batalha. Hoje se utilizam cada vez mais comoveículo de superação física, mental, emotiva e espiritual.Isto signif ica que se encontraram novas áreas deaplicação para estes métodos antigos. Em seu lugar vãoser utilizadas as Artes Marciais que serviam para lutarcontra um oponente, como treino para vencer-se a simesmos. Querem dominar-se a si próprios para seremmais do que não são (ainda) mas que os vai pôr nocaminho para alcançar a sua meta de ser superiores. Istosignifica que se concentram em si mesmos para ver o queainda não são mas que podem chegar a ser no futuro.

Estes objectivos podem ser diferentes. Para algunsserão um melhor nível de forma física e o bem-estar físicogeral. Para outros, um aumento da concentração e da

resistência mental. O verdadeiro treino emArtes Marciais nos proporciona o sentido dascoisas que realmente queremos conseguir. Acapacidade de nos protegermos fisicamentefrente a um ataque, por exemplo, a própriaresponsabil idade e o conhecimento paraalcançarmos a verdadeira auto-ajuda, só pode virdesde dentro de nós.

O respeito e a disciplina nas Artes Marciaisproporcionam uma ferramenta para amoldar o carácter echegar a ser melhores do que somos neste momento.

O reconhecimento da importância do treino físico é uminstrumento para alcançar outros objectivos ecompetências que proporcionam um novo valor esignificado ao treino do dia-a-dia, para aprender ArtesMarciais. Estes novos conhecimentos tambémproporcionam uma nova geração de estudantes ao mundodas Artes Marciais. Os novos estudantes que viram "só"os benefícios físicos das Artes Marciais, os pontapés e ossocos, reconhecem agora que isso são só a ponta doiceberg… Nenhuma outra disciplina individual é capaz deunir coisas tão potentes e oferecer tanto aos estudantesinteressados.

A partir destes antecedentes, faz-se necessário realizaralgumas novas perguntas a professores dos diferentesmétodos de Artes Marciais: "Qual é a arte marcialadequada para cada estudante e como esta arte marcialrealmente pode ajudá-lo a alcançar os seus objectivos?"

Só quem conhecer os seus objectivos e a maneiraapropriada de os conseguir, poderá finalmente chegaronde quer ir.

Sudeste Asiático

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ACERCA DO AUTOR:Bob Dubljanin é um dos principais instrutores de Artes Marciais do Sudeste Asiático (Kali, Muay Thai, Silat Pentjak)

e Jeet Kune Do na Europa. Desde 1993 vem dado cursos e seminários na Alemanha e outros países europeus. Paraobter mais informação e saber acerca dos seminários actuais, visitem a nossa web: www.soai.de ou escreva-nos umcorreio electrónico para: [email protected]

Page 89: Cinturao negro revista portugues novembro 2013

Acerca da luta com facaA Holanda, o meu país, tem cerca de

16,8 milhões de habitantes; é um paísrelativamente pequeno. As Filipinas

têm aproximadamente sete vezesmais tamanho, têm cerca de 103

milhões de habitantes. Em 2013houve 400 apunhalamentos na

Holanda, 4.094 roubos, 421tiroteios e em 905 dos casosse utilizaram outras armas. Em2013 houve 4.892 ataquesviolentos nos Países Baixos eo ano ainda não acabou. Emcomparação, As Filipinasregistaram 34.825incidentes violentos nesteano. Também houve26.988 roubosregistados. Qual osignificado destesnúmeros? Acredito queseja isto: A Holandanão parece ser maissegura que asFilipinas. Podeacontecer que asFilipinas sejam atémais seguras que aHolanda. Segundoas estadísticas, osroubos e oscrimes violentosnas Filipinas sãore l a t i v a m e n t eraros. Oimportante éisto: no mundoocidental, aviolência é umap r á t i c aquotidiana ecom frequênciase util iza umag r a n d evariedade dearmas. Em

muitos casostrata-se de

facas ec o m o

sabem, a faca é uma armaextremamente violenta e perigosa, fácilde portar, fácil de ocultar, de uso rápidoe barato para comprar. Seu uso conduzfrequentemente a graves lesões.

Temos direito à legítima defesa, mastemos de saber como. A luta com facaé suja e os lutadores da rua conhecemos truques sujos. Por outra parte,segundo parece, estes criminosos nãotêm medo de usar uma faca.

ConsciênciaEu cresci em um dos bairros mais

pobres de Utreche. Utreche é uma dasmaiores cidades da Holanda. Aviolência foi e continua a ser umacontecimento comum. No bairro ondecresci, manda a cultura da rua. Muitosjovens portam armas. Punhosamericanos, correntes de bicicletas,facas de todos os feitios e tamanhos.Hoje, enquanto escrevia esta coluna,houve um incidente, umapunhalamento grave no bairro ondecresci. Teve de vir uma ambulância.

AgressãoA minha juventude viu-se afectada

pela maneira em que eu vejo aviolência. A violência na rua é umamaneira muito directa de violência epode acontecer a qualquer pessoa.Inclusivamente sem um motivo

aparente, se pode ser vít ima deroubos, meter-se em brigas, ou pior,acabar sendo ferido. A cultura da ruaestá na minha genética. Lembro-meque o meu pai me levou aos ciganos eescutamos as suas histórias. Não sepode enganar esta gente. Eles não têmmedo de usar a violência extrema,podem acabar na cadeia mas não seimportam.

Eles me ensinaram os truques sujospara usar na luta da rua. Me ensinarama usar uma faca. Lembro-me de umhomem muito idoso que usava umchapéu e em quem o meu pai confioude uma maneira um tanto misteriosa:"Sabes Frans (o meu pai tem o mesmonome que eu) como lutávamosdantes?” - levantou-se da sua cadeirade balanço e de repente agarrou ochapéu e atirou-o à cara do meu pai,ao mesmo tempo que punha umanavalha contra o ventre do meu pai. Ocigano idoso era muito rápido, a suaidade parecia não ter importância. Esteincidente causou uma profundaimpressão em mim, que era só umacriança. Depois, o meu pai me disseque o velho cigano passou metade dasua vida atrás das grades das prisões.Incorporei ao meu estilo este génerode truques da rua.

O lutador completoCada artista marcial que quer ser um

lutador completo, deve aprender adominar a faca; só quando soubercomo manipular uma faca, será capazde defender-se contra uma faca. A lutacom faca é um factor indispensávelpara a defesa pessoal realista. Na lutacom faca se desenvolve umamentalidade que não se podedesenvolver no combate sem armas.Um só erro com a faca pode terconsequências fatais. Mental epsicologicamente, a luta a faca éimportante. O sangue correrá durantea luta. Também pode ser o vossopróprio sangue e têm de aceitar isso.

“Cada artista marcial que quer tornar-se um lutadorcompleto, deve aprender a dominar a faca.

Só quando souber manipular uma faca, será capaz de defender-se contra uma faca”

“Na luta com faca se

desenvolve umamentalidade que

não se podedesenvolver no

combate sem armas”

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As Ilhas FilipinasNuma das minhas viagens às Filipinas,

fui acompanhado por um guarda-costas. Meaconselharam a não viajar sozinho às zonasmais perigosas da ilha de Cebu. O guarda-costas não se ajustava à imagem que podemoster de um guarda-costas. Quase não nosfalamos até que começamos a falar de Eskrimae luta com faca.

O homem estava armado com uma pistola euma faca que guardava em um estojo de perna.Disse-me que utilizava a arma para o combatena longa distância e a faca para as distânciascurtas, mas também disse que com a facaapenas se defendia. Para mim foi umcomentário interessante, porque realmente, tudoo que fazemos com a faca é um ataque. Demaneira que lhe perguntei o motivo de nãoutilizava a faca para atacar. A sua resposta foisimples, ele disse:

"Se o adversário ataca com golpes oupontapés, usarei a minha faca" - e continuouexplicando - "Eu não ataco porque apossibilidade de ser desarmado é muito maior".

É certo que aumentam as possibilidades deser desarmados quando se estica o braço eque também diminui a capacidade de fazercontra-ataques múltiplos. No meu estiloestamos tratando de tentar o oponente aesticar o braço. Depois, contra-atacar comuma punhalada no abdómen no momento doseu ataque; em nove de cada dez casos, acabeça do oponente desceautomaticamente.

O seguinte ataque é à cabeça. Claro estáque o desarme nem sempre é possível enecessário. Um ataque aos olhos ou umpontapé nas viri lhas também podefuncionar.

Muitas vezes penso nas palavras de umGrão Mestre das Filipinas, que disse:Corre, esconde-te, ou voa!

Estas palavras que me disse esse GrãoMestre nas Filipinas, conforme a minhamaneira de pensar estão erradas. Naminha opinião deviam de ser: "Corre,esconde-te ou luta!".

Certamente que evitar uma luta comfaca é a melhor maneira de agir, vistopodermos acabar feridos ou nãosobreviver. Por outra parte, estouassumindo que não andamos à procura de

uma briga com faca. A maioria das pessoas,afortunadamente não portam armas, masquando não há outra solução e é o únicocaminho, lutem pela vossa vida e usem todas asarmas de que disponham.

Esta maneira de pensar se adapta a um bomEskr imador. Um lutador de Eskr ima nãonecessita aprender diferentes armas, porquese está bem treinado no uso de um pau e umafaca e as técnicas que domina são asadequadas para o uso de diferentes armas,através da compreensão e o domínio dospr incípios da Eskr ima, se pode ut i l izarqualquer arma: uma cadeira, um cinzeiro, unafita, papel, caneta, garrafa, mesa, livro, ouinclusivamente um chapéu. Basicamente istoquer dizer que se pode utilizar qualquer coisapara nos defendermos. Realmente tudo está ànossa disposição. No meu estilo, se alguémnão tem uma faca ou a perde durante a luta,então pode ter o recurso de i r para“Pangamot” ou Luta Total.

Tudo está autorizado e só uma cosa éimportante: Sobreviver!

A luta com faca na WKFSO meu estilo tem como base os mais de 30

anos de experiência. Ainda trabalho em seuaperfeiçoamento porque nunca se deixa deaprender. A Defesa não é uma opção no meuestilo. A defesa é o ataque e o ataque é a defesa.Acções em curto, associadas com a energiaagressiva, trabalho de pés funcional, simulacrosrealistas utilizando o ponto cego do oponente eobviamente, uma mentalidade adequada, podemfazer de alguém um bom lutador com faca.

ImportanteEu promovo a luta com faca de maneira

positiva e espero que os meus estudantesfaçam isso mesmo. Me nego a ensinar gentecom más intenções e não aprovo que aspessoas portem facas na rua.

Quero que saibam que tirar uma vida é fácil,mas voltar a dar a vida é impossível.

Querem aprender o meu estilo de luta comfaca? Sejam bem vindos ao meu mundo, omundo da Eskrima!

[email protected]

“A Defesa não é uma opção no meu estilo, a defesa é o ataque e o ataque é a defesa.Acções em curto associadas com a energia

agressiva, trabalho de pés funcional,simulacros realistas utilizando o ponto cego

do oponente e obviamente, uma mentalidade adequada,

podem fazer de alguém um bom lutador com faca”

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Grou:

As técnicas do Grou treinam os tendões, os ligamentose favorecem a flexibilidade. Estas técnicas se baseiam nafi losofia do elemento madeira. O Grou esquiva oadversário, tudo ao contrário que o Tigre, utiliza a força docontrário como ataque. Os seus ataques são diligentes.Com as suas grandes asas intercepta e bate ao mesmotempo. É flexível como uma árvore ao vento.

As técnicas do estilo do Grou aprece terem pertencidodesde faz muito tempo aos estilos clássicos do legendárioShaolim Kung Fu do Sul. Pelo menos, isto é o que chegouaté nós. Segundo a lenda, este estilo pertencia à formaçãobásica no mosteiro. Cada aluno devia aprender os CincoEstilos e só assim se considerava a sua formação comofinalizada e então podia dedicar-se a uma especialidade.Os cinco animais clássicos, são os mesmos que no actualHung Gar Kung Fu: Tigre, Grou, Serpente, Leopardo eDragão.

Fong Wing ChunA semelhança do nome com o conhecido estilo de Kung

Fu Wing Chun não é um acaso. Fong Wing Chun foi asobrinha de Fong Sai Yuk. O nome de Eastern Movie Fansé de certeza, um conceito conhecido. Houve e háinúmeros fi lmes onde se fala do Fong Sai Yuk ouinclusivamente aparece filmado. Fong Sai Yuk foi umirmão-mestre de Kung Fu de Hung Hee Gung, que deu onome ao Shaolim Hung Gar Kung Fu. Fong Sai Yukensinava Kung Fu à sua sobrinha Fong Wing Chun. Atradição chega até nós através de uma história que aseguidamente explicamos.

A jovem Wing Chun plantava sementes. um groucomeçou a tirar da terra com o bico, as sementes jáplantadas. Vendo isto, Wing Chun tratou de afugentar ogrou com um pau comprido, mas foi em vão, não foi bem

sucedida. O grou esquivou com destreza os golpes deWing Chun. Apesar dela bater com força, não conseguiaafugentar o grou, nem sequer conseguia tocar a ave. Oschineses dizem que o grou era um deus que queriamostrar a Fong Wing Chun os princípios de Kung Fu.

Esta situação foi muito importante para que Wing Chuncompreendesse como funciona o Kung Fu. Esteconhecimento ela o passou ao seu marido, Hung HeeGung, que o aproveitou para melhorar o seu próprio estiloGrou de Kung Fu.

“Faht Ging” do Grou Kung Fu

Descrevo aqui as quatro forças do Grou (Ging).Certamente resulta abstracto quando lido textualmente e émuito melhor que se aprenda com um mestre comexperiência.

1. “Jung Hok Ging” base Ging.Este “Ging” é uma força, a qual se pode comparar a um

cão molhado sacudindo a água.

2. Vocal Som Em combinação com o grito correcto, se manda o Qi ao

lugar correcto. A grou economiza o Qi. Bate e fecha outravez as suas asas. Espera o novo ataque do seu adversárioe aproveita outra vez a sua força.

3. “Sik Hok Ging” Ging comedorA respiração é aqui curta e rápida. Tranquilidade,

rapidez, valentia, segurança e solidez são as qualidadescombinadas. Neste contexto se pode também aplicar “MoDap But Sun Toi” (Boxe Sutra).

4. “Fei Hok Ging” grou voadorAqui o aluno de Hung se encontra de novo com a

totalidade das técnicas de asas do estilo do grou.

Shaolin Hun Gar Kung Fu

As técnicas do Grouem Shaolin Hung Gar Kung Fu

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Kung Fu

Aplicações :

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Posição 8: “Posição dotriângulo “Trikonásana

Agora que abrimos e estimulamos osChakras, estamos em contacto com aactividade das glândulas pinhais e abri-mos amplamente as principais conduçõ-es energéticas, podemos concentrar-nosnas conduções laterais do corpo e emoutros aspectos fisiológicos reflexos. Umdestes aspectos é a Própria Aceitação,que basicamente significa “consciênciade nós próprios” (uma das principaismatérias do Yoga é a consciência de nóspróprios, anterior à consciência de forado ser. Nos membros, estes “propriocep-tores” são sensores que nos proporcio-nam informação acerca do ângulo dasarticulações, a longitude dos músculos ea tensão muscular, que se integra paraproporcionar informação acerca da posi-ção dos membros no espaço. O músculofusiforme é um tipo de proprioceptor (quese explorou com a posição precedente)que fornece de informação acerca dasmudanças na longitude do músculo. Oórgão tendinoso de Golgi é outro tipo deproprioceptor que proporciona informa-ção acerca das mudanças na tensãomuscular.

Contrariamente às células do músculofusiforme, os órgãos do órgão tendinosode Golgi estão localizados nos tendõesque unem o músculo ao osso. As dendri-tes sensoriais do órgão tendinoso deGolgi estão inter-relacionadas compequenas fibras de colágeno nos tendõese quando se contrai um músculo, aspequenas fibras de colágeno ficam ten-

sas, activando o órgão tendinoso deGolgi e relaxando o músculo antagónico.Devido a que as mudanças na tensãomuscular proporcionam diferentes grausde tensão no tendão, o órgão tendinosode Golgi abastece de informação acercada tensão muscular. Poderíamos pensarque o estiramento do músculo iria puxardos tendões e estimularia o órgão tendi-noso de Golgi aferente. De facto, muitada força do estiramento é absorvida pelopróprio músculo, posto que uma contrac-ção de um músculo é um estímulo muitomelhor para o órgão tendinoso de Golgi.

O reflexo do órgão tendinoso de Golgié um constituinte natural do aspectoreflexo do sistema nervoso periférico e éo oposto ao reflexo de estiramento. Aindaque a tensão do músculo se incrementadurante a contracção, os neuróniosmotores alfa da medula espinhal queabastecem o músculo, se inibem. Noentanto, os músculos antagónicos seactivam. Apesar do reflexo do tendão sermenos sensível que o reflexo de estira-mento, pode se antepor ao reflexo deestiramento quando a tensão é maior,fazendo que, por exemplo, se deixe cairalguma coisa muito pesada. Por contras-te com os músculos fusiformes, que sãosensíveis às mudanças na longitude domúsculo, os órgãos do tendão detectame respondem a mudanças na tensãomuscular ou à contracção, conforme serealizam nesta posição.

Apesar de termos enfatizado a funçãodos músculos fusiformes e do órgão ten-dinoso de Golgi no controlo da funçãomotora pela medula espinhal, estes dois

órgãos sensoriais também assinalam oscentros de controlo motor superior dasmudanças instantâneas que têm lugar nosmúsculos, devido a que estas mensagensse transmitem instantaneamente a umavelocidade de condução que alcança os120 metros por segundo, ( a conduçãomais rápida de qualquer lugar do cérebroou da medula espinhal). Condutos adicio-nais transmitem uma informação similaràs regiões reticulares do bolbo raquidianoe em menor medida às áreas motoras docórtex cerebral. O domínio dos padrõescomplexos do movimento do músculocontrolando as intensidades relativas dosmovimentos separados, direcções demovimento e a sequência de movimentosparalelos e sucessivos múltiplos, paraalcançar metas motoras complicadas eespecíficas.

Como cada posição se apoia e seconstrói de outras posições, sirvam paramanter o equilíbrio e para incluir e tam-bém estimular mais funções fisiológicasdo corpo. A “posição do triânguloTrikonásana” leva às células do músculofusiforme e do órgão tendinoso de Golgi,a um completo equilíbrio. Esta acção,assim como a posição anteriormente dita,tem acesso ao sistema nervoso centralatravés do sistema neuro-sensorial, paraincentivar a actividade reflexa autónomado corpo.

“Posição do triânguloTrikonásana”

Passando a uma posição mais aberta,o profissional estende o pé para a frente,

Pontos Vitais

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de maneira a estar em paralelo com o torso. Isto serve para contrair os músculos externos,, os que porsua vez relaxam os músculos interiores da perna através do reflexo de Golgi. Ao mesmo tempo, aprega ou a contracção da zona da prega inguinal serve para abrir e relaxar a parte exterior das ancase da região pélvica. Este é o conduto exacto para que a energia terrestre que sobe desde a parteinterior da perna através do nadis e que se transfere através do perineu ou chakra raiz para o Ida,Pingala (dependendo de qual o lado que se abra pelo lado para o qual se incline), e ao Shushumaem menor medida.

Quando o profissional se inclina para um lado e comprime os músculos de um lado do torso, osmúsculos do lado oposto podem relaxar-se com um maior alcance, através do reflexo do órgão ten-dinoso de Golgi. Isto provoca o desencadeamento de duas acções reflexas autónomas e porextensão, que se equilibrem as funções eléctricas ou energéticas dentro dos músculos, postoque a informação é processada instantaneamente pelo cérebro, para determinar a posição daspartes do corpo e seus reflexos autónomos. Estas transmissões para e desde o cérebro, atra-vés da medula espinhal comprimindo o canal principal do Shushuma, servem para aumentar eestimular uma maior informação e circulação. Outro benefício é que agora se abre e se fechao Nadis lateral o os circuitos neuronais, para uma circulação maior e uma maior informação.

Então os braços se estendem quando os músculos superiores das costas e dos ombros secontraem, permitindo uma maior descontracção e se esticam para uma orientação superior oupara os músculos antagónicos. Por sua vez, isto activa as células do músculo fusiforme, postoque os sistemas motor e nervoso autónomos funcionam em harmonia. A palma da mão esten-dida no solo, serve também para um maior detalhe nesta inter-acção fisiológica, posto que con-trai o dorso da mão e o antebraço, focalizando-se ainda mais. Como se indicou com os reflexosde Golgi e da medula espinhal, a contracção dos músculos anteriores nesta posição, permite ummaior relaxamento e um estímulo da parte interior da mão, do pulo e do antebraço. Isto serve não sópara aumentar a consciência táctil nestas áreas como também como um recordatório microcósmi-co da implicação microcósmica.

Quando se consegue esta posição, a cabeça então se torce para um lado, para olhar paracima, o que serve para completar a abertura do Ida o do Pingala. Isto se consegue quando osmúsculos de um lado do pescoço e do crânio se contraem e facilitam o relaxamento da parteque está esticada. Este é o mesmo lado pelo que a energia sobe, o lado do conduto daparte interior da perna, através do perineu e transcende de maneira helicoidal paracima pelo Ida e o Pingala, em direcção à terceira visão, desde o mesmolado que está esticado. Como o peso então descansa nas partesexternas do pé e do calcanhar, assim se assentam as energiasexcessivas e se equilibra o conjunto. A energia que se elevaem direcção à terceira visão, serve para aumentar não só oconhecimento de nós próprios como também do mundoexterior.

A ascensão e o assentamento destas energias setransferem desde a medula espinhal aos nervos estica-dos o ao Nadis. Isto aumenta a transmissão, à vez quea sensibilidade e pode sentir-se uma espécie de vibra-ções nas áreas esticadas nesta posição.

Respiração e intençãoAspire profundamente pelo nariz, permitindo

toda a energia fluir para o chão. Durante a inalação,sinta o ar ou a energia descer para a parte central dafrente através do perineu; e da parte posterior daspernas para os calcanhares, onde se assenta. Destamaneira, quando se mover a uma posição mais amplaque poderá criar confortavelmente partindo desta posi-ção, deite fora o ar lentamente, quando descontraindo-seentrar na posição.

Outra vez inspire lentamente quando sinta as vibraçõesdas partes exteriores dos pés e dos calcanhares quando seassentarem. Então lentamente deite fora o ar quando se incli-na para um lado, ao mesmo tempo que se contrai lentamentee contrariamente à acção oposta de estiramento, despertandoao mesmo tempo a consciência de nós próprios. Voltando àposição de descanso inspire profunda e lentamente para seaperceber completamente da posição e das vibrações da energia.Lentamente deite fora o ar voltando a cabeça para o céu, à vez quesente como as vibrações da energia se elevam desde a pernaadiantada até o perineu, em direcção aos condutos respectiva-mente do Ida o do Pingala.

Na medida que se aumenta a consciência das energias, come-çará também a sentir mais campos de energia internas e exter-nas. Leve à vida do seu dia-a-dia esta nova consciência e sensi-bilidade, para além das posições e da prática do Yoga.Simplesmente tome consciência de que se podem absorvermuitas vibrações externas que podem afectar-nos de maneiraadversa. Assim sendo, usemos esta nova sensibilidade commoderação ao princípio. Treine para controlar as energias epratique de maneira segura!

Instructora de Yoga: Carolina Lino - Ponta Delgada, AçoresFoto: Tiago Pacheco Maia - Ponta Delgada, Açores

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Jiu-Jitsu OlímpicoDesde que Rio de Janeiro foi

designado como Sede Olímpica em2016, centenas, quando nãomilhares de praticantes de Jiu-Jitsuiniciaram uma ofensiva com aesperança de que ou Jiu-Jitsubrasileiro estivesse nas Olimpíadas,como desporto de exibição. Entãoisto se tornou um desejo e um sonhomuito maior: que o Comité OlímpicoInternacional mostrasse umverdadeiro interesse por estedesporto. Por seu lado, faz algunsmeses o Wrestling (Luta Livre) lutapor um lugar nos Jogos Olímpicosdo futuro. Muitos acreditam que nosringues que estão sob a direcção daFILA, continuarão sendo umdesporto olímpico, outros seinclinam a pensar que a partir de2020 os ringues serão coisa dopassado e que não há lugar para

eles no futuro. Em geral, é muitodifícil que o COI aceite as ArtesMarciais, o que se pode ver no Judoe no Taekwondo, ou mesmo noKarate.

Mas também temos de lembrarque as Artes Marciais realmente nãosão uma famíl ia fechada; pelocontrário, observando o panoramamais atentamente, em todos osdesportos de combate pode havercentenas, talvez milhares deorganizações e associações em ummesmo país. Nos países em que seestabeleceu a equipa Vacirca, possoassegurar que há mais associaçõesde Jiu Jitsu Brasileiro que atletas emactivo. Tanto as escolas grandescomo as pequenas, organizam osseus próprios torneios e pordesgraça, a maioria, apesar de teremferramentas de Internet comoFacebook, Blogs e outras, não

mostram interesse algum por seinformarem. Por exemplo, no mês deNovembro, há programados umnúmero inacreditável de torneios deBJJ,- de todos eles se diz que sãoos campeonatos “Internacionais” ou“Europeus, mas isso não é certo namaioria dos casos e não só osatletas estão confundidos, comotambém e especialmente os meiosde comunicação, que realmentedeveriam ser informadosadequadamente para que Jiu-Jitsubrasileiro e seu próprio tatamepossam ser um pouco maisconhecidos fora das escolas de BJJ.

Quem queira ser conhecido comoatleta de BJJ, por múltiplas razõestem dificuldades para encontrar otorneio adequado e correcto. Alémdisto, deve tambémconstantemente "lutar contra asregras da selva". Na maioria dos

torneios se fusionamcategorias de peso e cinto eassim, se faz caminho p'ranada! Deste modo um faixaazul deve enfrentar um faixapúrpura que é superior, oque não só vai sertecnicamente muito maisdifícil, como também esteúltimo provavelmente tenhadois anos mais deexperiência nos treinos e notatame. Não só se trata daquant idade de torneios,quem tem cinto azul nãoacostuma combater com asmesmas regras que quemtem cinto púrpura oucastanho; então, teremosalguém com cinto azul quetem de se enfrentar acompetidores superiores ecom novas regras e que àvista disto duvida quererfaze-lo.

O conjunto de regras quemais se usam na FederaçãoInternacional de BJJ (IBJJF)são as que estabeleceu oMestre e Fundador da IBJJF,Carlos Gracie Júnior. É o líderde uma das provavelmentemaiores associações de BJJ,a Gracie Barra, que estárepresentada por muitasescolas em todo o mundo.Muitos apreciam a iniciativado IBJJF, mas têm problemaspara se adaptarem à continuamudança das regras e assim,também muitos dos torneiosIBJJF são um caos commuitos mal-entendidos.Também se pode observaristo em outros torneios e

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campeonatos. O problema não sãosó as normas mas também ainterpretação dos árbitros, que muitofrequentemente têm poucoconhecimento e não fazem umtrabalho muito profissional. No IBJJFpelo menos até o momento, seoferecem cursos não só para árbitroamador como assim também paraárbitros profissionais.

Se o leitor alguma vez observou olivro de regras de combate, depressaterá percebido que o problemaradica nos detalhes. Se o BrazilianJiu-Jitsu é apresentado a um públicomais amplo, as regras devem ser taisque até “o avô e a avó” as possamperceber sem todos esses detalhes.Por sua vez, as Televisões fazem queseja extremamente difícil mostrar umcombate em um ringue ou umcampeonato de Judo. Imaginementão o que acontece com u BJJ! OCOI está pensado como umaorganização sem ânimo de lucro epor isso apenas chega para sefinanciarem a si próprios, pelo que oCOI precisa de dinheiro à vista eatrair espectadores - tanto tratando-se de telespectadores como deespectadores no local. Se um

desporto não consegue atrair atletasnem espectadores, não éinteressante para u COI. Já sepodem ver as consequências distonos ringues, assim sendo, devem seros responsáveis do BJJ os quetenham isto em consideração etrabalhem juntos para mostrar averdadeira força.

Mas a questão que queroapresentar é se, afinal, precisamosdo COI e dos Jogos Olímpicos paracontinuar com o nosso treino e que oJu Jitsu Brasileiro possa sobreviver?NÃO, eu não preciso! Por outraspalavras, não tenho nenhuma boasensação a respeito disto, O MEUJiu-Jitsu Brasileiro prescinde do COI.Na Luta Livre e também no Judo, oCOI já tem numerosas regras eemendas, o que na minha opinião éum mal caminho. O Jiu-Jitsubrasileiro, como eu o compreendo,não tem nada a ver em qualquercaso com "pontos", mas trata-se de"sobrevivência" e por isso penso quenos torneios em que só se procuraganhar muitos pontos, se malinterpreta a ideia original do Jiu Jitsubrasileiro. O objectivo deve serderrotar o inimigo ou ser derrotado.

Um empate é um empate e assimtambém deve ser aceite,independentemente de se entroumais ou menos em acção.

Isto também se vê nos atletas BJJprofissionais que recentementelutaram nos Estados Unidos noscombates “Metamoris”. Via-seclaramente o vencedor, semdiscussão possível. É claro que osatletas têm que fazer um esforçopara dar tudo, porque de outramaneira não havia competência notatame. No entanto, o vencedor finaldeve ser proclamando por umadecisão clara. Para mim, o Jiu-JitsuBrasileiro moderno ainda tem só um30% de todo o programa Gracie Jiu-Jitsu, ainda que sem dúvida, semprevou apoiar os nossos atletas daequipa Vacirca. A competênciaatlética deve ser só como uma parteadicional da própria evolução e nãotornar-se algo fundamental; amaioria se concentramexclusivamente na competição e sóconsideram o BJJ como um meiopara ter medalhas penduradas nasparedes. Por desgraça nãoreconhecem o verdadeiro valor doJiu Jitsu!

Brazilian Jiu Jitsu

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oderia ter optado por escrever acercado e-bunto em primeira pessoa,contando como fez Castaneda, asaventuras e vivências fantásticas queme levaram a saber destemaravilhoso conhecimento quase

perdido. Acredito que o leitor o teria agradecido,pois o resultado teria sido muitíssimo maiscolorido, entretido e surpreendente. Não renuncioa isso no futuro, entretanto, não quero centrar aatenção na minha pessoa, quando o foco devejustamente estar em outro objectivo muito maisimportante, a perpetuação de um conhecimento ede umas práticas que talvez de outra maneiraestariam em processo de desaparição.

Quando escrevo estas palavras comextremado agradecimento e reverência, penso

nos Mestres do passado, mas também em todosos que nos nossos dias e os que no futuropoderão beneficiar-se destes conhecimentos,para elevar suas vidas e aprofundar noconhecimento do mistério.

A vida e a consciência são um raro milagre noUniverso conhecido, no entanto, o facto de existirsem uma direcção, quer dizer; respirar, comer,defecar, reproduzir-se (ou comprazer-se tentandofaze-lo!) e morrer, não constituem em si mesmovirtude especial alguma. A visão restritamentematerialista do Universo e da vida, inclinammuitos a pensar que tudo nela é fruto de umacaso adverso, afortunado ou perverso.

Sou um privilegiado pela fortuna por ter tido acesso a um conhecimentohermético de tanta riqueza e profundidade espiritual como o que nos legaramos Shizen. Por mais que suas práticas se mantiveram secretas e dedicadassó aos iniciados, escrevi este livro para compartilhar o assombro e aprofundidade de um conhecimento por outro lado completamentedesconhecido. Nem sequer em Google aparecia citado nem que fosse umavez! Tenho o privilégio de ter contado com a bênção dos meus professorespara continuar estudando uma coisa que em qualquer caso me levará a vidainteira, por muito longa que ela seja. Apesar de que o e-bunto é e será algoem palavras de Shidoshi Shiniyuke “para ser admirado por muitos e praticadopor poucos”, a humanidade deve pelo menos, saber da sua existência.

P

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Comprazidos na sua importânciapessoal, pensam que os humanosmodernos somos muito espertoschegando a tão infeliz conclusão. Edigo infeliz porque aqueles que assimpensam são quase sempre infelizes.Nem que só fosse por isso, deveriampensar acerca da sua posição peranteestes assuntos. O meu pai dizia que seos gatunos soubessem das vantagensde ser honestos, o seriam até porconveniência. Hoje em dia penso damesma maneira acerca daqueles queescondem seu medo ao conhecimentopor detrás uma leitura do Universoexclusivamente materialista.

Por fortuna, uma inesperada aliadasurgiu nos nossos dias para quebraros desígnios da estultícia dualista e do“monoteísmo” materialista: A ciência.A partir dos anos setenta, umarevolução na maneira de focar clássicae dos Newtonianos da física, abriu osolhos dos mais inteligentes, ao próprioparadoxo da matéria. Esta revoluçãoabriu milhares de novas perspectivas eperguntas e constituiu um estalido, umsalto da consciência de grupo a novoshorizontes, que casualmente (e nãoforam poucos os que o assinalaram)convergia de maneira surpreendentecom os conhecimentos dos povosantigos.

De repente, nem nós éramos tãoespertos…, nem os antigos eram tãoignorantes. A abertura destas linhas deconsciência no inconsciente colectivo,acompanharam o surgimento denumerosos caminhos, tanto dopassado como do presente, ocupadosem assistir o homem dos nossos diasna sua procura de respostas perante omistério.

O renascimento do e-bunto deveenquadrar-se neste processo maisamplo de reencontro do passado como futuro da consciência dahumanidade. Imbuído no segredo maisabsoluto, o Ochikara como éconhecido em língua japonesa,sobreviveu de maneira milagrosa empequenos grupos, na maioria dasvezes muito longe do seu lugar deorigem. Provavelmente submetido aum processo de adaptação eaculturação, parece incrível como noessencial e também nas formas, o e-bunto tenha conservado a força da sua

ligação com as raízes que oalimentaram. Inclusivamente a línguados Shizen, o Shizengo se temmantido em terras longínquas atravésdo e-bunto, enquanto que no seu lugarde origem é praticamente umadesconhecida.

Na minha opinião, dois são osfactores que permitiram estapermanência. O primeiro, a próprianatureza do espírito Shizen: Forteperante a adversidade, valente nocombate, decidida no sacrifício; e osegundo, a força das suasdescobertas e práticas, que permitiramaos seus sucessores adquirir um talpoder efectivo, que os levaram a nãoquestionar o essencial da tradição.

Me consta, não obstante, que sebem os conhecimentos fundamentaisdo e-bunto se conservarammagnificamente, os Miryoku (XamãsShizen) de cada tempo, também não“dormiram nos louros”. A própriaconfiguração aberta da tradiçãoShizen, não era excludente. Qualquerpessoa, sem importar raça ou origempoderia formar parte do povo Shizensempre que conquistasse esse direito.Neste sentido eram muito parecidosaos Índios Americanos, orgulhosos desuas conquistas, de suas tradições econscientes de que a suasuperioridade não residia em aspectosraciais, mas na sabedoria herdada dosantigos e na sua interacção com asforças do Universo.

Com esta mentalidade tão receptiva,é natural que os sacerdotes esacerdotisas do e-bunto abrissemnovas perspectivas capazes de incluiros avances no conhecimento de outrosramos ou culturas, para enquadra-losdentro da base herdada do passado.Hoje em dia este processo secorresponde muito mais com osobjectivos do e-bunto que com as suasformas. Do mesmo modo que o treinode Artes Marciais teve que voltar afocalizar a sua utilidade em outrosobjectivos superiores para perpetuar-se,a herança espiritual do passado Shizenpassou por uma reconversão elevandoo seu horizonte compreensivo, paraacompanhar assim a transformação daconsciência colectiva.

No essencial, entretanto, a visão doe-bunto que hoje conhecemos, não

diverge muito da herdada do passado;tal vez a essência da suatransformação esteja na próprianatureza e evolução daqueles que avivem.

Não obstante, é natural que nofuturo, para sobreviver o e-buntocontinue acompanhando astransformações da consciência dogrupo e renovando a sua utilidade,adaptando-se a novos contextos.Dada a riqueza do e-bunto, talacomodamento me pareceperfeitamente possível, no entanto,acredito que para isso deve abrir pelomenos uma janela ao mundo, para queo vento leve a outros ouvidos a belezada sua canção.

Quanto mais aprendo acerca do e-bunto, mais compreendo que a suaprática deva ser secreta e na suatotalidade só confiada a uns poucosque a mereçam e o destino tenhaassinalado. No entanto, seus enfoquese a sua sabedoria devem abrir-se aomundo, para que toda a humanidadepossa dar as boas-vindas a estetesoiro da consciência e da sabedoriado povo Shizen e para que os Miryokudo futuro possam acabar assim omalefício de ser olhados comdesconfiança pelos outros e muitopelo contrário, sejam honrados com orespeito que merecem, como sábiosherdeiros de uma cultura espiritualenorme, poderosa e tremendamentepositiva para a evolução daconsciência individual e colectiva.Uma cultura e um conhecimento paranavegar mais além de onde ninguémtenha chegado, nos confins domistério, onde habita oincomensurável poder da criação, opoder sobre a vida e a morte dopróprio pai do e-bunto, Susunda noTengu.

No limiar do invisível“A ciência se pode aprender com a

memória, mas a sabedoria não”Lawrence Sterne

Revendo o que está escrito nestelivro acerca do e-bunto, procurando oque faltaria no seu conteúdo, derepente reparei que o seuaproveitamento requeria de uma

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introdução, quase uma câmara dedescompressão talvez tão extensa oumais que a parte dedicada ao próprioestudo da tradição xamânica do povoShizen. Tão absorvido eu andava como assunto, que esqueci o essencial,isto é, ultrapassar a enorme distânciaque me permite a mim aceitar comoplausível e normal, assuntos,focalizações e perspectivas, queprovavelmente são qualquer coisaassim como pouco menos queimpossíveis para a grande maioria dosmeus coetâneos.

A minha vida tem estado cheia deexperiências que conformam uma rotacertamente particular, de maneira quequando o e-bunto chegou ao meuconhecimento, compreendi semproblema algum, a maravilha perante aque me encontrava. Foi no entanto, aforça dos factos o que me levou aavaliar a sabedoria Shizen comocaminho de conhecimento. Entretanto,a natureza das minhas experiênciasanteriores facil itou o meu rápidoacesso à compreensão das grandeslinhas deste tesoiro da sabedoria.Compreendo não obstante, que devoagir de anfitrião nesta viagem, perantemuitas pessoas que como o estimadoleitor, talvez necessitem destaintrodução.

A configuração da “descrição domundo” do homem ocidental doséculo XXI, resulta uma barreira quaseinfranqueável à hora de nosaproximarmos à sabedoria dos povosantigos, isto, claro está, não é umaexcepção no caso do e-bunto; umadistância à qual teríamos de juntar oagravante de estar enquadrada em umcontexto cultural tão alheio como seria

o que pertence a uma cultura doJapão do Século XII.

Penso no entanto, que o maiorabismo se constitui a partir do facto deque o homem ocidental modernoperdeu toda a capacidade de utilizarferramentas e fórmulas decompreensão, que entretanto nãodeixou em nenhum momento depossuir, para desenvolver de maneiraunilateral outras. Situando toda anossa atenção nas possibilidadesinerentes à evolução da parte material,deixamos de lado a espiritual. Asferramentas do pensamento seconcentraram nas nossas habilidadese na nossa lógica material ista; aciência como método conseguiugrandes conquistas e abrirperspectivas que transformaram eaceleraram a transformação dosnossos meios e modos de vida, comonunca desde a nossa aparição comoespécie no planeta. Abrindo oscaminhos nas prioridades do humano,fê-lo pisando toda outra visão e istosupôs a prática desaparição dosconhecimentos antigos. A própriaorganização das religiões dominantes,como linhas directrizes dopensamento único, pisou e em certomodo não deixa do fazer, qualquervestígio de espiritualidade do passado.A ferramenta para levar a cabo talsaqueio, não foi exclusivamente, comomuito bem se poderia pensar, a suapreeminência ou a selvagempersecução “do infiel”, foi também eacima de tudo, o seu êxito à hora detergiversar o verdadeiro sentido daespiritualidade, ao ficar este termocompletamente identificado com o dereligião. Por isso quero desde as

primeiras páginas deste l ivro,esclarecer esse erro, poisimpossibilitaria toda compreensão doque seguidamente pretendo tratar.

Toda religião está baseada emcrenças e estas se configuram emdogmas que os fiéis aceitam mais oumenos ao pé da letra. Sobre estas seestabelecem e configuram tradições,regras, costumes e finalmente, tudoisso se constitui numa moral. Por suaparte, a espiritualidade não é outracoisa que a aproximação, a inter-acção e a compreensão com o planodo invisível, aquilo que faz relação aosassuntos do espírito, entendendo oespírito como a contraparte do visívelou material. Em consequência: Podehaver espiritualidade sem religião ereligião sem espiritualidade, não sãoem modo algum termos análogos.Claro que quando os discursos seapresentavam desde o poder emtermos como “ou estás comigo ouestás com o diabo (em consequênciana fogueira), ambos termos acabampor identificar-se. Até a própria ciênciase entregou inúmeras vezes perantetais ameaças, “Eppur si muove”. Astrês grandes religiões monoteístas,parece que não satisfeitas com acabarcom os deuses do panteão dos povosantigos, transmitiram sua obsessãopela exclusividade no plano celestial,nos assuntos terrenos a sua premissade: “Estás comigo… ou estás contramim”.

Apesar de que se seja uma pessoainteligente e educada, o simples factode ter nascido com este contexto defundo, resulta ser um condicionantetremendo. Inclusivamente os maisateus e laicos de entre os laicos,

O autor com Shidoshi Jordan e Shidoshi Juliana, seus Mestres de e-bunto.

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confundem espiritualidade e religião, pois elesparticipam de outro princípio excludente que sederiva em seu caso de uma nova doutrina: Averdade científica tal e como a fundamentou IsaacNewton.

Por mais que o pobre Newton tenha sidosuperado e a sua visão do Universo tenha ficadodesenvencilhada pela genialidade de Einstein e aurgência dos assuntos quotidianos não têmpermitido mais que a uma minoria, explorar todasas consequências deste salto. A física quânticaabriu perspectivas excepcionais ao pensamentomais avançado e paradoxalmente tem sido apedra angular para nos debruçarmos sobre asquase perdidas tradições dos povos do passado,com uma nova maneira de ver. Os conhecimentosque a ciência tem aberto do Micro e do Macro donosso Universo, vieram descompor a figura dosimplismo materialista que foi o motor do Séculodas Luzes. A cosmogonia resultante da ciênciamoderna após Newton, nos situa perante taisparadoxos e perante dimensões e conceitos tãoaudazes e impensáveis, que a maioria doshumanos estamos muito longe de podercompreende-las, no entanto, todos nos estamosvendo afectados pelas consequências materiaisde tais avances, os mesmos que permitiram acriação da Internet, dos computadores e as redesda comunicação moderna, etc.…

Esta nova cosmogonia muito mais maleável eaberta ao inconcebível do mundo espiritual, nospermitirá compreender muito melhor o valor e aaudácia intelectual dos Shizen, que utilizandoferramentas e fórmulas de compreensão, emmuitos casos diferentes do método científico,souberam de maneira assombrosa, descodificar einteragir com o plano do invisível, para traçarlinhas de acção, que hoje em dia são tambémválidas e em muitos casos surpreendentementeconcorrentes com as verdades e descobertasmais avançadas, que se derivam da física quânticae das matemáticas de última geração.

O método analógico dos antigos“O aspecto mais triste da vida actual é que a

ciência ganha em conhecimento mais rapidamenteque a sociedade em sabedoria”

Isaac Asimov

A analogia como método, talvez seja aferramenta mais antiga para enfrentar o mistério,de que dispôs a inteligência do homem. Analogiavem do Latim e significa “por semelhança, emproporção” e que por sua vez tem origem noGrego clássico: A palavra é constituída peloprefixo, “ana” (sobre, contra) e logos, (verbo,

razão) que poderíamos traduzir como “uma razãoque está sobre a diferença”.

O homo sapiens começou a triunfar quando aevolução o dotou de um cérebro complexo, degrandes dimensões. Não éramos tão fortes comoos tigres, nem tão grandes como os mamutes, anossa vantagem estava exclusivamente nocérebro.

A inteligência dos nossos antepassados seconstruiu a partir da necessidade. A inteligência éuma qualidade do uso do cérebro, que sedesenvolve e se concretiza na capacidade deassociar ou separar a informação derivada dosnossos sentidos. O emergir da inteligência comoferramenta da Consciência de Ser, foi como umafaísca, um acender que permitiu passar da simplesleitura de informação, à interpretação associativa,através do pensamento abstracto. Se eu digo“maçã”, o leitor imagina a sob espécie fruto damacieira através da imagem de uma fruta, masnão de uma fruta em especial.

Os antigos compreenderam que por mais queexistisse um nexo comum entre os seres, coisas eacontecimentos, suas características tantoestruturais como funcionais, permitiam poderassociá-los. Logo começaram a uti l izar oselementos da natureza na qual viviam imersos,como um grande marco associativo. O fogo subia;era poderoso, cambiante, activo…, consumia oque tocava, tudo transformava. A água erapersistente, penetrante, tudo fertilizava ali ondechegava e ao contrario que o fogo, ia sempre parabaixo. Desta maneira, quando um entre eles sezangava, provavelmente o associaram ao fogo,enquanto que quando estivesse a dormir, o fariamcom a água. Se alguém se movia gerava calor, seuma coisa se esfregava com veemência aquecia,do roce do sexo surgia o acendimento da vida…Todos eles eram atributos do fogo e os opostos daágua.

Como podem ver, a analogia é um métodointeligente, muito natural e grande parte do quesabemos e aprendemos está baseado nestacapacidade associativa. Os antigos usaram estemétodo para tratar de compreender os segredosdo universo. Com este método de análise dainformação e com a experiência, prova, erro,acerto, os povos antigos construíram a maiorparte do conhecimento, que incluía plantasmedicinais, alimentos, calendários, etc.…

Os Miryoku do passado não ficaram nosaspectos relacionados a questões quotidianas,tais como alimentar-se, e fizeram que os seusconhecimentos fossem extensíveis à sua relaçãocom as forças invisíveis. Para eles, tudo noUniverso visível ou invisível era o resultado de umavibração primordial, mas esta se polarizava em

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frequências características. Estudaram estasfrequências e a maneira em que se relacionavamentre elas. Suas descobertas e práticas deramlugar, como provavelmente assim aconteceu emoutras latitudes, a uma cultura extremamente ricae complexa.

Saltando para o outro ladoO que os sábios Shizen descobriram é que o

Universo se estabelece a partir de tensões deforças. Estas forças podem ser medidas eclassificadas por categorias e o próprio facto depossuírem uma natureza específica, fá-las atécerto ponto predizíveis ao combinar-se. Sedeitarmos água ao Fogo este se apaga, mas seo que adicionamos é ar, se react iva; se odeixarmos consumir-se, o elemento resultanteserá a terra.

Enquanto que a constituição, as leis e osmecanismos que governam a matéria a nívelsubatómico continuam sendo um mistério para afísica moderna, para os antigos Miryoku nãoexistia dúvida alguma. Toda matéria não era senãoa manifestação de forças, a ponta de um icebergque vibrava em consequência e de acordo com otipo das mesmas que estivessem presentes. Oinvisível tudo abrangia e estava na origem e no fimde tudo. Assim, os espaços cheios e os vazios damatéria estavam povoados de vibrações invisíveis,mas não por isso impossíveis de conhecer.Descobriram, no entanto, que a natureza dosmundos visível e invisível era tão diferente queinclusivamente o tempo e o espaço podiam ver-sealterados quando interagiam. Esta compreensãolevou-os a experiências e práticas inauditas e deu-lhes a convicção para penetrar em dimensões daconsciência de ser, impensáveis para o homemmoderno.

Muitos foram as descobertas que se derivaramda sua frenética pesquisa do invisível. Decifraramcomo os dois planos, espiritual e material,estavam sempre em contacto; enquanto um eramaleável, o outro era rígido; as tensões e forçaspresentes em ambos, estabeleciam a evolução e anatureza das transformações e dosacontecimentos.

Para os Miryoku, o ser humano era um conjuntode cargas vibratórias; estas mudavam consoantea sua alimentação, a sua actividade e pela própriasobreposição de forças do meio em queestivessem. O homem, como tudo na natureza,possuía a sua própria vibração, sempre única emcada indivíduo, mas esta respondia a grupos efeixes vibratórios semelhantes, tanto na naturezacomo no mundo espiritual. Esta vibração sealterava por todas as razões anteriormente ditas,devido à influência de duas grandes forças, o céu

e a terra; o homem no meio, era o resultado doseu encontro.

As frequências inerentes em cada pessoa,geravam também alterações no seu meio;transformadas em um imã emitiam e recebiamforças respondendo a leis específicas. Para osantigos Miryoku, cada pessoa eraconsequentemente um imã que atraia porsemelhança, como assim também emitia. Aoabandonar a parte material do corpo, essasfrequências se alojavam em capas mais subtisque o envolviam como um ovo luminoso. Esseespaço era como uma “atmosfera” própria decada ser humano e agia também como filtrodaquilo que chegava e saía de cada pessoa. Se ofiltro estava denso e sujo, não só tinha tendência aatrair frequências escuras da sua mesmanatureza, como também não permitia quechegassem outras. A natureza dessas cargas sepolarizava também em positivo ou negativo,favorecendo ou atrasando a culminação dosprocessos. A estes “filtros” os denominaram “Nemban ki” ou “San ban ki”.

Hoje em dia temos podido medir einclusivamente fotografar graças à câmaraKirlian, os campos eléctricos que envolvem umapessoa ou um ser. Mas não faz falta uma câmaraKirlian para ter uma experiência directa da ideiade que somos emissores de forças. O própriocalor corporal que desprende o nosso corpo,esses feixes de electrões vibrandoaceleradamente, são destelhamentos da matériaque nos constitui. Passando as nossas mãosperto de outra pessoa sem a tocar, ela podesentir a nossa presença. O próprio olhar, quandoé poderoso, gera feixes de força que alteram avibração de outra pessoa que estando de costas,de repente se volta sem saber o motivo.Simplesmente, os Miryoku foram mais além nassuas experiências e mediante exercíciosconseguiram alterar os seus campos vibratóriose interagir com o meio. Um dos motivos do seuêxito foi compreender que a consciência era umenorme gerador de força que podia serdireccionada mediante a vontade. Entretanto,como a força de um homem era l imitadaenquanto que “as forças” no Universo eraminfinitas, os sábios Shizen procuraram a maneirade entrar em contacto com essas forças, demaneira a poderem tocar na corda exacta quefosse necessária, conseguindo assim que avibração em questão ressoasse mais além doslimites do seu próprio poder pessoal. Se quiserescomprar carne vais até o talho… Por mais queinsistas não a vais encontrar numa loja deferragens… Os Miryoku aprenderam a tocarnessas cordas, a convocar e relacionar-se comelas e a obter respostas.

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“Pode haverespiritualidadesem religião ereligião sem

espiritualidade,não são emmodo algum

termosanálogos”

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lá de novo, leitores deCinturão Negro!Passaram vários anosdesde que apareci naspáginas desta Revista e

estou muito feliz por nela estar outravez. Para a minha primeira de umasérie contínua de colunas mensaispara Budo International, gostaria deexplicar um dos provérbios maisimportantes do Wing Chun: “Loy Lau,Hoy Soang, Lut Sau Jick Choong” quequer dizer “Segue o que estáchegando, deita fora o que se afastade ti”. Em qualquer caso, atacadirectamente com um golpe, em casode perda de contacto com a mão, semque se retraia a mão entremovimentos. Traduzir esta máxima nãoé tarefa fácil, e não o fiz muito à ligeira,porque o não traduzi da mesmamaneira que muitos outros o têm feito.Em mi versão, a mensagem é bastantediferente que a mensagem que talvezinterpretam e depois transmitemoutros tradutores. A fim de ajudar aexplicar a minha interpretação damáxima, em primeiro lugar darei aoleitor palavra-por-palavra de cadaparte do texto em verso.

Loy - “vir, o que vem” Lau - “seguir” Hoy - “ir, o que está indo” Soang - “expulsar, desfazer-se

forçosamente de alguma coisa, deitarfora”

Lut - “romper o contacto” Sau - “a mão” Jick - “directo” Choong - “empurrão, golpe” Com a tradução literal palavra por

palavra do verso e os meus mais de 40anos de treino no Wing Chun, chegueia interpretar pessoalmente o versoantigo e muito críptico, como segue: -"O que vem; sigam-no" (adiram-se aisso, como quando estão puxando porele ou redirigindo-o para trás, para sicom um Yin, ou "recebam" omovimento de bloqueio), "o que vaipara fora, mandem-no fora; desviá-lo"(lançá-lo fora, com movimentos debloqueio Yang [fortes] como Pock,Jom o Biu).

Acerca da perda de contacto com asmãos, lançar a mão directamente parabater sem retrair a mão" (em amboscasos, continuar / puxar / redirigir ouafastar de vocês; a mão deve bater deimediato em linha directa ao oponente,sem retracção após a ruptura docontacto da mão na direcção dele /para fora). Isto está em marcadocontraste com outras traduções quetenho visto, instando o aluno acontinuar com uma coisa, visto que seaproxima, para de seguida desviar efinalmente lançar-se sobre a perda decontacto com as mãos. Penso queesta afirmação, em vez de ser um bomcenário, trata de duas situações muitodiferentes. Por exemplo: se deixarmos

alguém como encarregado da nossacasa estando nós ausentes e damos asinstruções explícitas para chamar aPolícia no caso de haver um incêndioou uma inundação, e voltando a casaencontrarmos a casa em chamas, épossível perguntar à pessoa quedeixamos encarregada se já tinhachamado a policia. Se a sua respostaé: "Não, não chamei porque só haviafogo, mas não havia inundação", épossível questionar a sua loucura….Penso que "seguir o que vem" e"expulsar o que se está afastando" sãocomo o fogo e a inundação. Atacandodirectamente com um golpe, omomento do contacto manual seperde; em qualquer dos casos é comochamar a Polícia. Com esta lógica emmente, o praticante de Wing Chun oubem faz o contacto ponte com o braçodo oponente, para então se reorientar esegui-lo, puxa para trás até se deter ejá não ter o contacto com a mão elançar directamente um golpe sem amais mínima retracção entre osmovimentos, ou vai desviar com umbloqueio forte e utilizar essa mesmamão que intercepta para continuar comum golpe, mais uma vez sem ter queretirar a mão para trás, nem sequer àdistância mais pequena antes de bater.

Eu penso que este simples adágiodo Wing Chun poderia melhorar aeficácia das técnicas de um praticantede qualquer estilo de Artes Marciais.

O

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Na foto 1, Lutadores preparados. Foto 2 - Aaron lança um jab Kuen Chop com a esquerde Zoltan, que este intercepta com a mão dir

Foto 3a- Esta imagem mostra como Zoltan poderia ter "derrotado Aaron com opunho", lançando a mão de bloqueio para bater directamente na cara e sem retracçãoentre os movimentos, antes de que a mão direita de Aarón possa alcançar o seuobjectivo.

Foto 4, Sequência 2: Lutadores preparados para o combate.

Estas sequênciasnos são mostradaspor um homem doCRCA Wing Chun,Zoltan Bathory,Guitarrista principaldo grupo de HeavyMetal Rock número 1da América, “FiveFinger Death Punch”.Ajundando Zoltan estáAaron Nordstrom -vocalista dos GeminiSyndrome e praticantedo Estilo do Sul deKung Fu durante maisde 14 anos.

Loy Lau Hoy Soang, Lut Sau Jick Choong: Sequências 1 e 2

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com a esquerda em baixo, na secção médiadireita fazendo Gum Sau Pinning.

Foto 3 - Devido a que retrai, manda o seu bloqueio antes de contra-atacar e por nãoseguir o princípio "Lut Sau Jick Choong," Zoltan é alcançado pelo golpe cruzado dedireita de Aarón.

dos para o combate. Foto 5 - Aaron lança um soco directo com a esquerda à cara de Zoltan, que éinterceptado pelo Pock Sau da direita de Zoltan.

Foto 6 - Devido a que atrasa oseu bloqueio com a direita antesde contra-atacar e mais uma veznão segue o princípio “Lut SauJick Choong”, Zoltan é alcançadopelo golpe com o punho emflecha de Jeen Kuen.

Foto 6a - Esta foto mostracomo Zoltan poderia ter"derrotado Aaron com o punho"lançando sua mão queinterceptava com um Pock Sau,directamente à cara de Aaron,com um punho “Yut” Jee ChoongKuen, sem retrair o movimento.

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C.N.: Quem é o Mestre Montana?Mestre Tony Montana: Sou um espanhol de adopção, mas

as minhas raízes estão nos Estados Unidos, facto que temmarcado profundamente a minha vida. Nasci faz 48 anos,estou felizmente casado e com dois filhos. Actualmente residona Ilha de Maiorca, onde se encontra a minha sede central.

Em 2010 fundei o meu sistema “M.T.S” - Montana TrainingSystem.

C.N.: O que representam para si as Artes Marciais?M.T.M: Guru Marc Denny diz que as Artes Marciais Filipinas

proporcionam homens capazes de se comportarem comoguerreiros a vida toda. Realmente assim é e assim tem sido aminha vida. Com 8 anos encontrei uma paixão, uma maneirade viver, uma maneira de me expressar. É como ter um “As namanga”, sempre disposto a jogar a meu favor, um barco salva-vidas… Com o tempo percebemos que as Artes Marciaispercorrem as nossas artérias e nesse momento descobrimosque nos acompanharão a nossa vida toda. As artesdisciplinarias forjaram o meu carácter e silenciosamente memostram o caminho. Através delas tenho podido conhecer ecompartilhar tatame com grandes mestres, descobrir lugaresmaravilhosos e seres humanos excepcionais e devido a tudoisso, me conheci melhor a mim próprio.

C.N.: Como e quando se inicia a sua carreira marcial?M.T.M: Com 8 anos tomo contacto com o tatame através do

Judo. Com 15 anos e após breve espaço de tempo, descubroo meu primeiro Mestre e mentor Sensei Jesus Juni. Com elepratico Karate, Kajukembo, Muay Thai e Kali. Com 17 anosinauguro o meu primeiro ginásio e quase sem me aperceber,entro nas Artes Marciais a nível profissional. A minhainquietude e o ensino de conhecimentos são o ponto departida para conhecer o Jeet Kune Do o Kyusho Jitsu e o Silat.De destacar a profunda influência que Bruce Lee tem sobremim, principalmente a nível f i losófico. Por sua vez esimultaneamente, também a filosofia das Artes MarciaisFilipinas, fonte principal do meu sistema.

C.N.: Quais são as influências básicas nodesenvolvimento do seu sistema?

M.T.M: Como disse anteriormente, a minha maior influênciasão as Artes Marciais Filipinas, principalmente o conhecimentoe a utilização das armas; o Jeet Kune do, com o apoio de todaa filosofia tão bem exposta por Bruce Lee; as Artes MarciaisIndonésias e suas duas armas estrela, como são: o Kerambit eo Sarong; e finalmente, o conhecimento dos meridianos daAcupunctura do corpo humano. O meu ponto de vista pessoale a minha experiência após 38 anos praticando Artes Marciais,me proporcionaram os conhecimentos básicos para construiro meu próprio caminho, mantendo sempre presentes asminhas influências e os meus Mestres.

C.N.: Qual o motivo de se desligar de sistemas o estilosjá estabelecidos?

M.T.M: A decisão de formar o meu sistema se reduz a umaquestão de respeito para com cada um dos estilos por mimpraticados durante anos. Apoderar-se de um nome ou de umaarte constitui uma limitação e no meu caso em especial, umainsensatez! Pertencem a grandes mestres, herdeiros dossistemas mais famosos e conhecidos no mundo, os quaiscontinuam sendo para mim a maior influência. Bem é verdadeque um cúmulo de situações favoráveis propiciaram que eufundasse o sistema, com o aval e contando com o apoio, entreoutros, do Aran Master Soke Santiago Sanchís.

C.N.: Como e onde funda o seu sistema?M.T.M: Em 2010, no seio do Hall of Fame da International

School Martial Arts, presidida pelo Grão Mestre Soke SantiagoSanchís, tive o privilégio e a honra de apresentar o meuprojecto e de que posteriormente fosse aceite por estaprestigiosa instituição. Não devo deixar de dizer que a minhaescola sente orgulho de ter como Presidente de Honra o GrãoMestre Soke Santiago Sanchís, mentor e excepcional serhumano, uma da minhas maiores influências neste caminho, ocaminho marcial.

C.N.: Qual é a filosofia, essência do seu sistema?M.T.M: Para além do óbvio, como possa ser praticar um

desporto, trabalhar a parte física e logicamente, aprender adefender-se, por detrás de tudo isso existe um mundofilosófico e espiritual cheio de história e tradição, que a longoprazo se torna o alimento da alma, deixando para trás ascarências físicas e emocionais que todos nós padecemos aolongo da nossa vida. Claro está que a parte técnica tem a suarelevância, utilizando como veículo o trabalho do dia-a-dia naescola, junto com a leitura, fortalecendo assim o nossocarácter, o nosso físico e anossa mentalidade. Todossomos capazes de alcançaras nossas metas utilizandoos apoios que nosproporcionam as ArtesMarciais.

C.N.: Em que consiste oseu projecto a meio prazo?

M.T.M: Desde a minhasede central em Maiorca ecom a muito estimável ajudado Director Técnico eInstrutor Gabriel Mas,estamos concentrados nadivulgação do nosso sistemae na formação de instrutorespara as delegaçõesnacionais da nossa escola.Durante o ano 2014assistiremos a eventos eseminários dedicados nãosó a profissionais comoassim também às mulheres,sem esquecer que o nossoponto de mira são ascrianças, que estão numaetapa crucial para forjar oseu carácter e proporcionar-lhes as ferramentasnecessárias para enfrentar emelhorar nos seus estudos enas suas relações comoutrem.

Quero aproveitar aocasião para agradecer aBudo International - CinturãoNegro e pessoalmente aoSenhor Alfredo Tucci, oapoio e a confiança, sem osquais o meu projecto nãoseria a mesma coisa.

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Grão Mestre Prof. Dr. Juerg Ziegler,10ºDan (“O punho relâmpago”)

Nascido em 1963 na Suíça, começou a praticar Artes Marciaiscom 10 anos de idade e a ensinar Artes Marciais em 1982. Abriua sua primeira escola de Artes Marciais em 1986 (Juerg ZieglerMartial Arts Centre - JZMAC). Entretanto, ele se tornara umpioneiro das Artes Marciais em toda a Europa, no Oriente Médio,na Europa do Leste e na Ásia. Conta com estudantes em mais de54 países, ao longo de todo o mundo. Muitos dos seus alunos setornaram instrutores, Mestres, Mestres superiores e GrandesMestres por próprio direito.

O Grão Mestre Juerg Ziegler está disponível a nível mundial,para seminários de Artes Marciais, cursos de Primeiros Auxílios(EFR, CPR, AED, CFC), Mergulho PADI, Cursos de Mergulho,Cursos de Cura / Qi Gong / Energia Humana / Tai Chi /Meditação e respiração, Seminários sobre armas, programasespeciais, incentivos especiais / trabalho em equipa, etc.

Está ensinando com regularidade os seguintes sistemas nassuas muitas escolas: Lohan Kung Fu de Shaolin do Sul, SemMoo Hapkido, Águia Voadora Hapkido, Guo Lo Wing Chun KungFu / Pien San Kuen, Qi Gong / Tai Chi / Meditação / EnergiaHumana, Tui Na, Kombatan / Arnis moderno / Arnis clássicoLeque Três Pontas, e um longo etc.

Dirige as suas próprias escolas de Artes Marciais "JuergZiegler Martial Arts Centre" (JZMAC) em Zurique, Winterthur e Wil/ SG na Suíça (www.kungfu.ch). Além das suas próprias escolasé membro / representante / assessor de mais de 90 organizaçõesem todo o mundo.

O Grão Mestre Juerg Ziegler, desde 1992 já participou mais de60 vezes nos “Hall of Fame” mais prestigiosos de todo o mundo.É membro de pleno direito e “Cabeça de Família” do ConselhoMundial Sokeship (WHFSC) desde 1995 e Embaixador oficial daÁsia para este conselho. Ainda mantém o recorde mundial emrompimento de tijolos desde 1992 (partiu 44 / tijolos EMPAtestados pelo Governo Suíço, com uma resistência à pressão de2500kg cada um, em apenas 65 segundos, com a sua técnica"mão de ferro Shaolin").

Sem Moo Hapkido (www.sinmoohapkido.eu)

O Grão Mestre Juerg Ziegler é director permanente para toda aEuropa e Representante do Dojunim Ji, Han Jae desde 1990. É oEstudante superior de Dojunim Ji de Sem Moo Hapkido epioneiro Sem Moo na Europa desde 1990. Em 1992 tambémpassou a ser Director e Representante permanente de todos ospaíses do Oriente Médio e a Eurásia, para o Dojunim Ji. EmJunho de 2010 foi a primeira pessoa não coreana e segunda emtodo o mundo, à que se concede o 10ºDan "Cinto de Oiro" deSem Moo Hapkido. Em 1990 criou a Associação de Sem MooHapkido Europeia (ESMHA) e em 2002 passou a ser VicePresidente da nova Associação Mundial de Hapkido peloDojunim Ji. Em 2006 foi criada a Comunidade Europeia de SemMoo Hapkido (ECSMH) e passou a ser o seu presidente. EmMaio de 2008 se estabeleceu a World Community Sem MooHapkido (WCSMH).

Kombatan / Arnis Moderno(www.kombatan.eu)

O Grão Mestre Juerg Ziegler é o representante na Suíça doGrão Mestre Ernesto A. Presas desde faz muito tempo e foi oresponsável de lançar o Kombatan na Suíça, na Finlândia, naLetónia (países da Europa do Leste) e em Portugal, assim comoem Camboja, Singapura, Malásia, etc. Na sua família todospraticam Kombatan.

Em Janeiro de 2008, o Grão Mestre Juerg Ziegler recebeu o9ºDan Kombatan de mãos do Grão Mestre Ernesto A. Presas.actualmente é o Presidente da "Comunidade Mundial Kombatan"- nomeado e autorizado pelo Grão Mestre Ernesto A. Presas.

Guo Lo Wing Chun Kung Fu / Pien San Kune

O Grão Mestre Juerg Ziegler é o discípulo superior do GrãoMestre Austin Goh (GB), que é o sucessor do falecido Grão Mestre

Lee Shing, que foi a primeira pessoa a ensinar e difundir o WingChun Kung Fu no mundo ocidental, em 1956, em Londres. O GrãoMestre Juerg Ziegler começou a fazer Wing Chun em 1981. EnsinaWing Chun desde Janeiro de 1982 e completou o programa em1985. Em 1984 e 1985 é a primeira pessoa não chinesa e de forada China mostrou a forma das Facas de Wing Chun de Asa deBorboleta, durante os festejos do Ano Novo Chinês em Londres.

Estilo do Lohan Kung Fu Sek Koh Sumde Shaolin do Sul / Fat Gar Kune /Shaolin Hood Gar Pai

O Grão Mestre Juerg Ziegler é a terceira autoridade e principaldiscípulo superior do Grão Mestre Kang Ban Chuan ("Cabeça deFerro de Shaolin"). Em 1986, foi nomeado Instrutor por seumentor. Em 1995 foi designado como seu sucessor e herdeiro eem 1998, 9ºMestre. Em 1999 após falecer seu Mestre, ele passaa ser Grão Mestre líder de Shaolin. Também estudou com oMestre Queck Heng Choon e finalmente em 2001, foi-lheconcedido o 10ºDan e o título de "Chung Si" (chefe de estudospara toda a Europa) de Lohan. Também estudou com o MestreLow Koy Tho ("O Rei Macaco de Shaolin").

Pay Yen Tong Peh Chien de Shaolin do Sul Em 1991, o Grão Mestre Juerg Ziegler passou a ser o único

discípulo que não era Chinês do Grão Mestre Yung Qi Sonn ecompletou os seus estudos com ele durante muitas viagens aBeijing / China.

SEZ-Jitsu - Sistema Ernst Zbinden Jitsu

O Grão Mestre Juerg Ziegler é o sucessor e herdeiro do GrãoMestre Ernst Zbinden SEZ-Jitsu. Dele recebeu o 8ºDan de GrãoMestre em 1992 e se tornou seu sucessor quando alcança o10ºDan em 1993, após o falecimento do Grão Mestre Zbinden,com 77 anos de idade.

Águia Voadora de Hapkido / TaekwonDo / Wrestling (Sui Jiao)

O Grão Mestre Sunny Tan Sar Bee ensinou ao Grão MestreJuerg Ziegler todas estas Artes Marciais em privado. Ele é orepresentante europeu.

Sambo / Sui JiaoO Grão Mestre Juerg Ziegler aprendeu tudo e em privado, do

seu Mestre, o Grão Mestre Hwang Ken Wang de Taiwan Sambo(Mongólia Wrestling / Sui Jiao).

Kung Fu Mantis religiosa de 7 estrelasde Shaolin do Norte

O Grão Mestre Juerg Ziegler é um aluno directo e também orepresentante na Suíça do Grão Mestre Lee Kam Wing.

O Grão Mestre Juerg Ziegler estudou com muitos dos grandesMestres de Artes Marciais de todo o mundo, como o GrãoMestre Kang Ban Chuan (Southern Lohan Shaolin Kung Fu,medicina chinesa), o Grão Mestre Quek Heng Choon (LohanKung de Shaolin do Sul, medicina chinesa), o Grão Mestre LowKoy Tho (Lohan Kung Fub de Shaolin do sul, medicina chinesa),Do Ju Nim Ji, Han Jae (Sem Moo Hapkido), Grão Mestre AustinGoh (Wing Chun Kung Fu, Ng Mui Pai, Chi Kung, Siu Lam PakTui, Tai Chi, energia humana, etc.), o Grão Mestre Ernst Zbinden(SEZ- Jutsu), o Grão Mestre Yang Chee Soon (Pago Yen TongPeh Chien Shaolin do Sul, medicina chinesa), o Grão MestreHwang Ken Wang (Sambo / Mongólia Wrestling), o Grão MestreSunny Tan Sar Bee (Águia Voadora de Hapkido, Sar Hyun Ji DoKwan Taekwondo, Luta Livre…), o Grão Mestre Cheng Kwong(Kung Fu), Prof. Jonathan Stewart (SAMAS, Arnis), o Grão MestreErnesto A. Presas (Kombatan / Arnis moderno / IPMAF), o GrãoMestre Cacoy Cañete (Doce Pares, Eskrima, Eskrido, Pangamot),Guro Doug Pierre (Arnis Domog Modern), Grão Mestre RenéTongson (Arnis Leque Três Pontas clássico), o Grão MestreLeeKam Wing (Kung Fu Mantis religiosa de 7 estrelas), o Grão

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Mestre Yip Chun (Wing Chun Kung Fu), o Grão Mestre Lo ManKam (Wing Chun Kung Fu) ¡e muitos mais!

Todos eles lhe ensinaram como se fosse o seu próprio filho elhe transmitiram as suas habilidades especiais e experiências,para que pudesse crescer até os últimos limites e é de esperarque um dia seja uma estrela tão brilhante no céu como eles são.

O Grão Mestre Juerg Ziegler é o fundador do novo sistemamodular da formação, baseado no "Shaolin Jenn" (www.shaolin-jenn.de). É dono e fundador de "Ervas Lohan Shaolin".

O Grão Mestre Juerg Ziegler tem publicados muitos livros:Wing Chun Kung Fu (1985), Chi Kung (1988), Guia para arespiração e meditação (1988), Águia Voadora de Hapkido (1988),Sem Moo Hapkido (1990), Defesa (1987), Guo lo Wing ChunKung Fu 1 & 2 (2002), Estiramento e pontapés para crianças(2004), Filosofia da Ásia e Energia humana (2012), etc. Em 2009aprovou com êxito o doutorado e em 2010 obteve a cátedra emCiências das Artes Marciais, na Malásia.

Em 2011/12 foi co-protagonista do filme de Hollywood"Counterstrike Extreme" e foi nominado no Passadena FilmFestival 2012, em Hollywood, na Categoria de "Melhor ActorSecundário". Já confirmou a sua actuação como co-protagonistaem filmes futuros, como em "Dream Wagon" (Hollywood), " NightFear" (MW Films), assim como trabalhar como estrela das sériesde Filmes "Shaolin Monk" 1-3 (Leo Fong Productions, Hollywood).

Na Suíça está dirigindo três centros de mergulho: "EscolaJuerg Ziegler - de mergulhadores de Kung Fu" (PADI Barcos deMergulho S-799453) e também é o capitão do Iate a motor "Zueri1". (www.kungfudivers.com).

Além de ser um Instrutor plenamente autorizado de PADI IDC ede Primeiros Auxílios, é também um fotógrafo submarinoespecializado e com muitos trabalhos publicados. Começou afazer mergulho em 1998, capturando grandes peixes.Frequentemente mergulha nas belíssimas águas da Tailândia,Indonésia, Filipinas, Malásia e Micronésia, assim como na Suíça.

A 13 de Julho 2011 foi nomeado "Comandante doArcebispado" pelo arcebispo de Praga, República Checoslovaca

e em Outubro de 2011 foi condecorado com a Ordem da Cruz deOiro do arcebispo de Praga. Em Outubro de 2011 recebeu aOrdem Papal de Oiro a "Cruz peregrina de Jerusalém".

A sua família também pratica mergulho e Artes Marciais, a suamulher Mónica é grande mestres em Wing Chun Kung Fu einstrutora de Kombatan e SEZ-Jitsu, além de ter carteira decapitão de iates a motor. Os seus dois filhos, Sandro e Peter(gémeos, nascidos em 1993), praticam Artes Marciais desde osdois anos de idade e começaram a mergulhar com apenas oitoanos. Por agora, os dois filhos já estão plenamente diplomadoscomo Mestres PADI e mergulhadores, com uma muito boaexperiencia de mergulho na Ásia e na Suíça, e ambos têmtambém muita experiência em Artes Marciais.

www.kungfu.ch www.kombatan.eu www.sinmoohapkido.eu www.kungfudivers.com

Introdução ao Kombatan / ArnisModerno

O Kombatan é uma Arte Marcial filipina que combina váriosestilos clássicos e modernos. Foi fundada pelo Grão MestreErnesto A. Presas.

O estudante aprende várias maneiras diferentes paradiferentes ataques. Os exercícios, que melhoram os reflexos e asreacções dos estudantes, são muito importantes na formação doKombatan.

Por regra geral, o primeiro que se ensina nas Artes Marciaissão técnicas de uma posição específica. Por um lado, isto ajudaa aprender, mas por outro, no estudo realizado desta maneira, serequerem anos de prática para poder utilizar estas técnicas emcombate.

À diferença de muitas Artes Marciais da Ásia, os estudantesde Kombatan aprendem primeiro a usar armas e defender-sedelas. Esta filosofia tem como base a cultura filipina, onde

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mulheres e homens usam espadas efacas no seu trabalho do dia-a-dia. Poristo é mais popular defender-se comuma arma que sem ela. O treino compaus também é mais seguro que otreino sem eles (quando se treina semarmas, se recebem pancadas epontapés por todo o corpo). Quando oestudante aprende a defender-se deuma arma, depois é mais fácil aprendera defender-se contra um oponentedesarmado.

O Kombatan inclui técnicas de mão earmas. As Técnicas de mãos nuas sebaseiam nos métodos das armas. Aarma é só uma extensão da mão. OKombatan combina várias Artes Marciaisdiferentes e tem como base a reacçãoinstintiva. Trata-se de "uma arte dentrode uma arte".

O Kombatan se baseia nos 12 ângulosde ataque. Estes ângulos têm 12 formasbásicas de contra-ataque (com os pés, asmãos ou com armas). Os estudantesaprendem vários batimentos diferentes,pontapés e bloqueios, chaves, agarres,varrimentos, lançamentos ederribamentos, bloqueios, contra-ataquese desarme com armas, com luvas com esem armas, defesa sem armas frente aalguém armado, estilos armados contradesarmados, trabalho de pés a sós esimulacros com dupla bengala, assimcomo combinações com só uma bengalade combate e com dupla bengala decombate.

Sistema Kombatan Só Bengala, DuplaBengala, Mão, MãoEspada e Adaga Adagasobre Adaga, Balisong,Bankaw, Dolo, Dumog

O Kombatan é especialmenteadequado para os adultos muitoocupados dos nossos dias, que desejamaprender uma Arte Marcial clássica, queensina habilidades de defesa pessoalrealista e valiosa.

Como resultado de anos de estudo eevolução, se tem dotado o Kombatan comas técnicas e estratégias mais eficazes. Onosso objectivo é proporcionar aosestudantes um sistema de defesa eficaz. OKombatan se baseia em técnicas de defesapessoal e o seu sentido prático. As armassó se utilizam como uma extensão da mão.

Vantagens do Kombatan1. Sistema de defesa eficaz e realista,

que combina todos os estilos de sparring- técnicas sem armas e com armas nosolo.

2. Os estudantes aprendem a mover-seà vontade - não respondem à força com aforça

3. Os estudantes são incentivados paraaplicar as técnicas e o estilo de sparringadequado para eles

4. Ensina a relaxar-se no treino

5. Melhora a coordenação - a formaçãodesenvolve a possibilidade de se serambidestro

6. Treino eficaz7. Melhora os reflexos e a observação -

os estudantes aprendem o movimentoevasivo, além de controlar e neutralizar oadversário

8. Aumenta a confiança, a auto-estima,a fortaleza de carácter e a paz mental

Comunidade MundialKombatan, WORLDKOMBATAN COMMU-NITY (WKC)Estabelecida em 2009 website: www.komba-tan.eu

A nossa missão é unir todas as FMAnuma comunidade - na nossa"Comunidade Mundial Kombatan";melhorar o ensino e a difusão destasgrandes Artes Marciais e Cultura filipinas,assim como unir as pessoas com amizadee um grande coração.

Nos estamos concentrando nassecções especiais de Sistemas, Secçãoda Polícia, Secção da Educação, Secçãode Primeiros Auxílios, assim como secçãode Competição.

Agradecemos a todos o seu apoio eestarem connosco.

Maraming Salamat e Pugay.

Arnis

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Grão Mestre Pien San KunePioneiro das Artes Marciais; Mergulhador; Escritor; Actor;

Sanador do Chi, 10ºDan Lohan Kung Fu de Shaolin do Sul;10ºDan Sin Moo Hapkido; Guo Lo Wing Chun Kung Fu; 10ºDanSEZ-Jitsu; 10ºDan de Kombatan / Arnis Moderno.

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cíciosde

WING CHUN GUNG FU:

The Explosive Art of Close Range Combat

Uma extensa coleção de livros sobre Wing Chun em seis volumes do Sifu Randy Williams, a série contém a história do Wing Chun, a teoria e a descrição de todas as formas de Wing Chun em detalhe, Volume 6 foca a instrução do sistema e fornece informações adicionais sobre Wing Chun, as Teorias de Combate de A a Z! Esta grande obra, escrita originalmente em 1988 e recentemente revista e atualizada é uma obrigação para a biblioteca de qualquer estudioso dedicado da arte. Pode requisitar toda a série de seis livros, ou um volume individual, e os novos DVDs também podem ser solicitados individualmente ou em conjuntos diretamente connosco através do nosso site:

www.shop.crca.de

Um Volume € 49,90 SingleWeapon DVD € 39,90 Biu Jitsu DVD € 25,90 Set DVD´s (todos os 5) € 149,90 Os custos e portes de envio não estão incluídos, para mais informações contacte-nos:

Copyright © 1989 CRCA Enterprises Publisher CRCA-Lopez / Mario Lopez, Atroper Str. 56, 47226 Duisburg, Germany E-Mail: [email protected]

Cinco tipos de novos DVDs de Wing Chun

1 DVD: Básicos de “Bot” Jom Doh

A forma completa "Bot" Jom Doh, 108 Movimentos, informações históricas sobre as espadas do Wing Chun, constituição detalhada da espada, defesas e técnicas impressionantes, trabalho de pés da forma "Bot" Jom Doh, Detalhes da orientação do trabalho de pés da forma, exercícios One-man da"Bot" Jom Doh .

2 DVD set: “Bot” Jom Doh, Aplicações, Exercícios, Conceitos & Princípios.

Aplicações dos movimentos da forma “Bot” Jom Doh form, Espada vs. Espada, Espada vs. Bastão, Exercícios, Conceitos e Princípios, Exercícios das Espadas especialmente desenhados para o boneco de madeira, Defesas e Ataques detalhados das Espadas, técnicas de espada comparadas com as partes de mãos vazias, princípios de corte.

1 DVD: CRCA Wing Chun “Biu Jitsu” Luta de Chão.

Conteúdos: Conceitos da Engenharia Reversa,”Estrangulamento”; Atrás, Frente, Em pé, “Guilhotina,” Cabeça-e-Braço, Estrangulamento de ombro da montada lateral, e muitas outras técnicas e exercícios de Luta de Chão.

2 DVD set: “Look Deem Boon” Gwun Volume 1 ( 55 min. )

Conteúdos: Detalhes do Bastão, Exercícos do Bastão, Trabalho de pés com o Bastão, Forma vista de cima , “Look Deem Boon” Gwun Form, 6 ½ Ataques do Bastão, Aplicações: Bastão vs. Bastão.

“Look Deem Boon” Gwun Volume 2 (60 min.)

Exercícios no Heavybag, Exercícios no Boneco de Madeira, Exercícos em par, Forma vista de cima, Bastão vs. Espadas