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Cinturao negro revista portugues abril 2014

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A revista internacional de Artes Marciais, desportos de combate e defesa pessoal. Download grátis. Edição Online Abril 2014. 271 Ano XXIII

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REF.: • KMRED 1REF.: • KMRED 1Todos os DVD's produzidos porBudoInternational são realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares) e aimpressão das capas segueas maisrestritas exigências de qualidade(tipo depapel e impressão). Também,nenhum dosnossos produtos écomercializado atravésde webs de leilõesonline. Se este DVD não cumpre estasexigências e/o a capa ea serigrafia nãocoincidem com a que aquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

O KMRED foi construído tambémmisturando e pensando as diferentesmaneiras de ver o Krav Maga, delineadasnestes últimos 10 anos. Mas há um ponto noqual insistimos. Trata-se de conceitosbásicos dos quais deve dispor o praticantede Krav Maga moderno.

KRAV MAGA RED

Coreografias de acção . MADE INHONG KONG & AMÉRICA.Espectacularidade versusCredibil idade. Antigamente, osamericanos não acreditavam nacontinuidade e na espectacularidade,preferiam basear suas ideiascoreográficas em algo mais real ecrível.Os chineses e em especialJackie Chan, desenvolveram um estiloque não nos deixa respirar,movimentos, quedas, receber

pancada e bater ao mesmo tempo…, depois, uma grande cenaonde o actor literalmente arrisca a vida, seguido de outra lutafrenética, que nos cansa só de pensar...

CINEMA MARCIAL

Dos métodos e princípiospara a activaçãoanatómica adequada doobjectivo, incluindo aimportância da intenção.Uma grande atenção erever constantemente estamatéria, irá melhor emgrande medida as nossastécnicas e aplicaçõescombativas.

COMBAT HAPKIDO

Sempre sediz: “O queseria domundo set o d o sgostassem deazul?”Em outrasp a l a v r a s ,p o d e m o sdizer que ém u i t o

importante que cada um tenha umpensamento, uma concepção e raciocínioacerca da vida e suas manifestações. Talvez,se olharmos pela óptica dos mais estudiososorientais, tudo isso também nos remetesse àconcepção do Karma como a linha divisóriados acontecimentos.

THE SHIZEN TRADITION

O uso da força e amentalidade defensiva. Parailustrar isto, vou explicar asdiferenças nos tipos deprocedimento. Háessencialmente três tipos deprocedimentos: militares,policiais e civis.

KAPAP COMBATIVES

Para muitos, Mohamed Qissi, amigo pessoal deJean Claude Van Damme desde a infância, temsido crucial na carreira do actor belga. Ele foi quemo acompanhou no seu "sonho americano" einterveio activamente nas coreografias de“Contacto sangrento”, “KickBoxer” e “Lionheart”,“O lutador”, os filmes que o lançaram à fama. Masquem é este personagem? Quem é MohamedQissi?

CINEMA MARCIAL

Das eternas leiturasrecomendadas para conhecer oespírito do Oriente, em especial odo Japão, não pode faltar “OLivro do Chá”, que é um clássico,porque nunca defrauda, porquesuperou a prova do tempo. Estamaravilha de texto, escrito aprimeira vez em Inglês, para queuma minoria se aproximasse ao

profundo sentido do Chá no Oriente, se tornou uma obraliterária de primeira linha e em um “best seller”.

O LIVRO DO CHA

Hoonsanim AlbertoGamboa é um dospioneiros do Hankido nomundo, o seu interesse,amor e vocação pelacultura coreana através doHankido, valeu-lhe anomeação como Hoonsa,que quer dizer: ProfessorTradicional de Hankido quedomina os Oito Caminhos(Hosindobop, Muyedobop,Sujokdobop, Kiokkidobop,K i h a p d o b o p ,B y o n g s o o l d o b o p ,S o o c h i m d o b o p ,Hwansangdobop).

HANKIDO

“CINTURON NEGRO”es una publicación de:BUDO INTERNATIONAL PUBLISHING CO.Central internacional:Andrés Mellado, 4228015 MadridTél.: 91 549 98 37e-mail: [email protected]

CINTURON NEGRO EN EL MUNDOBudo International es un grupo editorial de ámbito internacional que agrupa a las mejores compañíasde todo el mundo relacionadas con las Artes Marciales. Unica empresa mundial en el entorno de lasartes tradicionales de combate que edita su revista en siete idiomas, sus publicaciones llegan a másde 55 naciones en cuatro continentes. Algunos de los paises en los que actualmente se puedenadquirir las revistas de Budo International Publishing Co. son: España, Portugal, Francia, Italia,Alemania, Reino Unido, Estados Unidos de América, Croacia, Luxemburgo, Bélgica, Holanda,Australia, Argentina, Brasil, Chile, Uruguay, Perú, Bolivia, Venezuela, México, Canadá,Marruecos, Senegal, Costa de Marfil, etc… Nuestros artículos también se publican en las edicionesde nuestras revistas “hermanas” de Grecia y la República Checa.

Dmitry Skogorev leva anos trabalhandona difusão deste sistema por todo omundo e já possui o reconhecimento dacomunidade marcial, no entanto, muitosleitores ainda não estão familiarizadoscom o seu trabalho. Acredito que estenovo DVD será uma excelente ocasiãopara admirar e aprender muito mais emprofundidade que em anteriores entregas,as teses e conceitos que fazem tãodiferente este sistema e que já têmassombrado praticantes de outros estilos.

DMITRI SKOGOREV SYSTEMA

Criar a própria arma improvisada. Ouso de um objecto de uso quotidianopara a própria defesa, pode melhorarenormemente as nossaspossibilidades durante um ataque.Neste artigo vamos tratar das armasimprovisadas e mostraremos algunsexemplos de como fazê-lo.

SDS-CONCEPTA defesa pessoal paramulheres deve cumprircertos requisitos. Deve sersimples, eficaz e realista. AEskrima pode ser simples,muito eficaz e realista, masnão muitas mulherespraticam Eskrima. Uma darazões é o facto de quemuitas mulheres parecempensar que não podemlevar o seu pau para a rua.A Eskrima é practicadafrequentemente porpessoas que já têm outraexperiência em desportosde combate.

ESKRIMA

O nosso assíduocolaborador Salvador Herraiz,defensor de um Karatetradicional com uma atitudecompatível com os princípiosdo Dojokun, nos traz hoje umamigável duelo dialéctico como principal representante doKarate desportivo, AntónioEspinós Ortueta, Presidente daWorld Karate Federation.

WKFPrecisamos de um Mestre a vidatoda? Alguns meses atrás, pus emmarcha na minha associação TAOWSAcademy, um projecto que já tinha emmente faz bastante tempo. Denominei-oTAOWS Lab. No laboratório tratamos dedar passos em frente no estudo destaapaixonante Arte de Combate.

WINGTSUN

Representante oficial1994-2000, de RicksonGracie, na Alemanha.Quando o primeiro UltimateFighting Championship(UFC) se realiza em Denver,a 12 de Novembro de 1993,chamou a atenção nomundo das Artes Marciais,um novo estilo, na época

desconhecido por quase todos, o Brazilian Jiu Jitsu da famíliaGracie.

WENG CHUN KUNG FU

As técnicas doleopardo sãoexercícios paraa rapidez, acoordenação ea perseverança.As suastécnicas sebaseiam nafilosofia doelemento metal.As técnicas doleopardo podem

ajudar não combate de proximidade, nãocorpo a corpo, o combate com todas asforças e na curta distância. Ao contrário dotigre que se serve do ataque da forçaconcentrada, o leopardo é ágil e explosivo.

SHAOLIN HUNG GAR KUNG FU

Presidente: Estanislao Cortés. Consejero Delegado y Administrador Unico: Alfredo Tucci, e-mail: [email protected]

Administración: José Luis Martínez. Publicidad: Tel. (91) 549 98 37. Columnistas: Don Wilson, Yoshimitsu Yamada, Cass Magda, Antonio

Espinós, Jim Wagner, Coronel Sanchís, Marco De Cesaris, Lilla Distéfano, Maurizio Maltese, Bob Dubljanin, Marc Denny, Salvador Herráiz,

Shi de Yang, Sri Dinesh, Carlos Zerpa, Omar Martínez, Manu, Patrick Levet, Mike Anderson, Boulahfa Mimoum, Franco Vacirca, Bill Newman,

José Mª Pujadas, Paolo Cangelosi, Emilio Alpanseque, Sueyoshi Akeshi, Marcelo Pires, Angel García, Juan Díaz. Fotógrafo: Carlos Contreras.

Imprime: SERGRAPH. Amado Nervo, 11 - Local 4. Madrid. Distribuye: LOGISTA, S.A. Aragoneses, 18. Alcobendas (Madrid) Tfno.: 91 665 71 58).

Depósito Legal: M-7541-1989.

e-bunto é a ciência e a Arte de aprender ausar de maneira comum, as forças invisíveis eas habilidades extraordinárias que todos oshumanos possuímos.

Todos estamos feitos da mesma matéria,cúmulos de energia e consciência, que

possuem um percurso único, o do espírito que os alimentae anima. Percorremos os lapsos do espaço tempocorrespondentes a nós e que chamamos vida, misturando-nos, interactuando, reajustando, e no melhor dos cenários,aprendendo a polir o diamante em bruto que somos e quenos foi entregue. Como um escultor que cinzela a pedra,vamos retirando as partes que ocultam a maravilha queesconde em seu interior, a nossa essência, finalizando cadaum as nossas obras com uma peculiar reprodução daimagem.

Os homens somos capazes de maravilhosas percepçõespara além dos nossos sentidos habituais. Podemoscomunicar com dimensões que habitam o mundo espiritual,com energias misteriosas, com forças descomunais de todoperfil e interagir com elas. De facto o fazemoscontinuadamente, por activa ou por passiva, mas na maioriadas vezes sem consciência disso. O extraordinário,entretanto, por vezes traz à luz esses recursosinesperadamente, fazendo brilhar a magia do invisível, maisalém da normalidade que nós conhecemos. Porque arealidade não é mais do que um consenso cultural em ummarco biológico e social. Através dela comungamoscontinuamente com rodas de moinhos, porque isso é acultura e a educação. Transgredir os limites desses legados,é a base “sine qua non” de toda sabedoria, o começo docompreender para toda pessoa acordada. O mundo está noentanto povoado de dormentes que comem, bebem,defecam e se reproduzem sem solução de continuidade, esem se questionar o mais mínimo o marco da sua existênciae consciência.

O e-bunto ensina a reconhecer as energias e tensões queinteractuam no Universo e como tocá-las. Nos permitereconhecer a natureza e tendências dessas forças, tratarcom todas elas sem as julgar, com respeito e lucidez. Oobjectivo do e-bunto transcendeu as suas intençõesprimárias, como ferramenta de uma cultura assediada porinimigos superiores em número, para com os anos se tornarum veículo de aperfeiçoamento, sabedoria e crescimentopessoal. Mas ao contrário de outras ferramentas desabedoria, a ideia de melhorar que dimana do e-bunto, nãoé a de se aperfeiçoar de acordo com um modelo, ou umamoral, mas a de agir com responsabilidade e consequênciaem as escolhas que cada um fizer. Esta ideia aparececlaramente expressada na sua peculiar maneira de enfrentara filosofia, HUZU (literalmente “a integração com oespiritual”).

Ao contrário da ideia que se traduz por detrás da filosofiaOcidental, (uma contínua amostra de pensamentos mais oumenos brilhantes de múltiplas personalidades, sobre todasas coisas que o leitor pode pensar), os Shizendesenvolveram um sistema de ferramentas para que cadaum, tal e como lhe apetecer e queira, possa construir a sua

realidade desde os seus valores pessoais. Vejamos a modode exemplo uno destes pontos, para compreender aquilo aque nos referimos:

Para o HUZU tudo, absolutamente tudo, pode serenquadrado em um destes três pontos de sustentação, quedenominaram “os três pilares da vida”. O tempo, omovimento e o estancamento. Perante todo assunto, seintervém nele ou nos abstemos de agir, ou deixamos que otempo faça o seu trabalho.

Estes enquadramentos, aparentemente simples - aocontrário das formulações das filosofias Ocidentais, umenfoque pessoal e antitético com outros - conseguem que apessoa possa analisar qualquer aspecto de si mesma oudaquilo que a circunda, para com lucidez situar a“realidade” no justo lugar que ela mesma decidir. Não setrata de achar “a chave”, para depois indefectivelmentededicar-se a impô-la ou confrontá-la com outras. Ditoposicionamento seria considerado arrogante e estúpido porum sábio shizen, por mais que de certeza o estudaria cominteresse depois de o descompor cuidadosamente.

Para os sábios shizen, compreender significava ver desdevários ângulos; construir o mundo também desde esseoutro ângulo, produz homens sábios, humildes econscientes, tudo de uma só vez.

O HUZU possui 30 análises primárias como a aquiapresentada e muitas mais posteriores. A ideia é dar a cadaindivíduo as condições e raciocínios para ler a sua realidadecom lucidez e sabedoria. Os arautos deste conhecimentoforam os chamados OITA, os veneráveis idosos, queenriquecidos com a sua experiência, dedicaram seusúltimos anos a destilar essa experiência em um conjunto depreparos intelectuais, capazes de permitir qualquer pessoafragmentar a realidade, para poder depois recompô-la demaneira sábia e preclara. O que cada qual com ela fizesse,era coisa de seu pessoal governo e tinha a ver com a suaprópria história pessoal, seu destino e a sua liberdade.

Tenho dedicado estes últimos anos ao estudo do e-bunto, por própria necessidade e encantamento; o destinotambém jogou as suas cartas, quem poderá nega-lo! Pormais anos que eu pudesse viver, a profundidade da suariqueza e sabedoria os fariam insuficientes para aprendertudo o que o e-bunto encerra, mas com gosto e sempressas observo o trajecto da minha caminhada e vejo seusefeitos com satisfação. Faço-o especialmente agora,quando os meus passos por seu percurso iniciático melevaram até uma linha divisória importante dentro da suaprópria tradição, saindo como JOHO (Shidoshi), o últimodegrau das iniciações do e-bunto.

Entrar no reino de Dono Tengu, o senhor dos caminhos,não significa saber tudo do e-bunto, (há shidoshis eshidoshis…), mas sim supõe poder iniciar outros na suacaminhada no mesmo. Sabendo as responsabilidades queisso implica e sem o menor interesse nem convicção nasbondades de um proselitismo que detesto, não esperem demim grande coisa a este respeito. Não acredito que paratoda a gente seja melhor fazer o que eu faço, simplesmenteporque eu faço; muito pelo contrário, me incomodam asmultidões. Além de tudo o mais, sinceramente penso que é

“Quando somos capazes de conhecer-nos a nós mesmos, raravez nos enganamos acerca do nosso destino”

Germaine De Staël

“O destino baralha e nós jogamos”Arthur Schopenhauer

O

e será um caminho para muito poucos, mas para esses escolhidos chegará a ser,como é para mim, uma fonte incomparável de realização pessoal e espiritual.

Como divulgador da sua existência já escrevi dois livros. Neles apresento o frutodos meus estudos e compreensões da matéria, sem entrar no relativo a seus ritos epráticas. Estão os “quê”, mas não os “como”. Os seis segredos estarão a salvo emminhas mãos, porque compreendi o valor e a necessidade dos mesmos, no entanto,compartilhar aquilo que de Universal destila de sua sabedoria, é não só um nobreobjectivo, como uma nova estratégia na sua história. Até agora os Shizen foramperseguidos, quando deviam ter sido admirados, e em um tempo onde tudo está acessível,a melhor maneira de esconder alguma coisa, provavelmente seja que esteja à vista.

Os tempos mudam e por vezes é preciso modificar as coisas para que nada mudee o essencial possa continuar vivo. Adaptação não significa renunciar à próprianatureza, mas sim explorar seus recursos ocultos e desconhecidos em um novocenário. Não se pode desvirtuar uma cultura mudando o seu hábito, porqueeste não faz ao monge, mas sim é possível faze-lo quando se desprezamas suas razões, princípios, valores ou ensinanças. Conhecer algumacoisa em profundidade, significa definitivamente amá-la, assimentão, e dado que uma cultura se distingue e constrói desdeas formas, estas constituem também um bem a que não sepode renunciar. Quem vá a Roma, terá de parecer romano equem não gostar, já sabe onde está a porta da saída.

Tudo isto me situa a mim e aos meus irmãos, numalinha muito fina de actuação para poder arribar a bomporto. Com sentido da responsabilidade (e espero quecom lucidez), continuaremos a singradura com doissimples objectivos:

Melhorar como indivíduos, para viver os nossosdestinos no melhor dos cenários possíveis eperpetuar e manter a sabedoria da espiritualidade eda cultura Shizen, tanto para aqueles que estiveremdestinados a isso no presente e no futuro, comopara contento e liberação daqueles que, tendovivido isso no passado, encontrem solaz edescanso no merecido reconhecimento da suamagnífica tradição. Que seus mais preclarosespíritos, os Hikarushin nos ajudem!

Escrevo estas palavras no último dia do meuretiro para Shidoshi, consciente e convencido deseu significado e valor. Amanhã volto para o mundodo quotidiano, ali onde tracei para mim próprio estespropósitos faz já alguns anos, ou talvez muitos maisQuem sabe? Não haverá portanto surpresas, nem seráesta uma declaração baseada em um entusiasmopassageiro.

Hoje não posso mensurar quão tão grandes serão asconsequências deste passo; não me importa, porque caminhosereno na cresta de alguma coisa maior que eu mesmo, que meantecede e me sobreviverá, e porque tenho a certeza de que hojeestou mais preparado que ontem para levar adiante este sonho.

Meu giri com Shidoshi Jordan e com Shiniyuke Sensei, seuMestre; sem eles, tudo de certeza se teria perdido faz tempo.Neste momento, falar em Shidoshi Juliana Galende não é sójusto, também é necessário, pois a sua força impregnou cadapasso e cruzamento do destino nos mais difíceis anos.Pessoalmente continuarei aprendendo e fazendo o melhorpossível o meu trabalho; o resto está em mãos de forças maisimportantes e poderosas.

Soberbo é o homem que pensa ser indispensável, mas damesma maneira é idiota aquele que se despreza a si mesmoperante a sua determinação e destino. O orgulho dojustamente conseguido não se deve dissolver com amáscara da falsa humildade; o reconhecimento dossinais desse destino, muito especialmente quandose enlaça com nosso propósito pessoal, é umafortuna a muito poucos concedida. Tenho sorte…eu, Joho Goemon Kawazuki, sou desses…

Alfredo Tucci é Director Gerente de BUDO INTERNATIONAL PUBLISHING CO.e-mail: [email protected]

https://www.facebook.com/alfredo.tucci.5

Systema

Justa e merecidíssima capa da Revista para este guerreiroRusso que conquistou a atenção da comunidade marcialinternacional com seus trabalhos acerca do “Systema”. Systema é sem dúvida uma das revelações das últimasdécadas nas Artes Marciais e que não têm sido poucas! Asua originalidade é tão refrescante como eficaz mo quepretende, uma fórmula que desafia os conceitos rígidos maisviolentos de situar-se perante cenários de defesa pessoal.Dmitry Skogorev leva anos trabalhando na difusão destesistema por todo o mundo e já possui o reconhecimento dacomunidade marcial, no entanto, muitos leitores ainda nãoestão familiarizados com o seu trabalho. Acredito que estenovo DVD será uma excelente ocasião para admirar eaprender muito mais em profundidade que em anterioresentregas, as teses e conceitos que fazem tão diferente estesistema e que já têm assombrado praticantes de outrosestilos. Naturalidade, descontracção, eficácia, combinadas em umsistema que vai ao reencontro com um defesa sensitiva esem dúvida natural, para a qual, estando programados, Sónecessitamos abrir a nossa mentalidade.Não percam isto, senhores!

Alfredo Tucci

Artes de Combate

Entrevista: Asa MalyutinaTexto e Fotos: Dmitry Skogorev

A Arte Marcial que modifica as vidasA Luta Russa não é tão comum como o Karate, o Taekwondo ou o Wushu. Mas esta antiga

tradição eslava se praticava na Rússia desde faz já muito tempo. O chefe da escola de LutaRussa "Sibirskiy Viun" (RMA sistema SV) Dmitry Skogorev concedeu-nos esta entrevistaonde falou acerca de alguns aspectos interessantes deste peculiar estilo de luta.

B.I.: O que tem de especial o combate sem armas da Rússia?D.S.: Sua peculiaridade estriba em que se baseia nas tradições da arte marcial russa, a

qual inclui muitos aspectos. E não são apenas os aspectos militares, como assim tambémaos que estão associados com as tradições de luta com os punhos, luta “stenoshnogo” (luta"de parede a parede") e elementos do jogo. Estamos acostumados a pensar nisso como umjogo popular, mas desde faz muito tempo tem sido usado para a formação das tropas parafuturos serviços de defesa da sua pátria. Esta lutas com bengala, diferentes orientações da luta e a arte real da guerra, além da

capacidade de usar espadas, facas, armas de fogo e todo o treino inerente a estas armas,vem sendo realizando logo desde os primeiros anos, para que possam participar nosjogos as crianças, os adolescentes, e depois os adultos.Não sabemos a sua história, porque rara vez temos ouvido falar de “luta russa”.

Conhecemos muito mais das artes marciais orientais, em grande parte devido aocinema, mas as tradições de luta estavam em todas as nações e a Rússia não éuma excepção. Outro problema é não existir suficiente informaçãodocumentada. Segundo parece, só podemos supor com base ao folclore,mas dificilmente se pode falar de uma completa identidade quepossamos reproduzir, ainda quando o folclore e os jogos rituaisproporcionam muita informação da arte marcial tradicional da Rússia. Eposto que é inextricável com o folclore, o estudo é inextricável com acompreensão não só da maneira de defender-se como também da suahistória e de parte de suas raízes.Portanto, na aula se estuda a luta e os aspectos filosóficos das artes

marciais e a história do povo russo. E é interessante para os nossosestudantes, aqueles que originalmente vêm aqui para aprender a arte dadefesa pessoal e depois se apercebem de que “luta de cães da Rússia” émais uma filosofia. Isto acontece especialmente com os adultos.As crianças vêm sem conceitos profundos da vida e com o desejo

de aprender mais e é interessante como uma maneira de semovimentarem. Mas os adultos acostumam vir conscientemente,sabendo que irão alcançar aqui não só habilidades de combate,como também o conhecimento da nossa cultura, história e filosofia.Nas nossas aulas temos de estudar montes de coisas relativas com

ao folclore, à história, à dança, à filosofia, além de uma cultura integralde movimento, o que é absolutamente necessário, posto que nocombate corpo a corpo da Rússia, há muitos movimentos parecidosaos de outras artes marciais, mas que diferem quando começamos aexaminá-los e a explicar que a sua orientação interna. Isto é devido amuitos aspectos que não podem ser diferentes aos de outros povos,como o nosso tipo genético, a maneira de mover-nos, etc.

B.I.: Há algum limite de idade para poder empregar o combate russocorpo a corpo?D.S.: As crianças mais pequenas têm entre 4 e 5 anos, os mais

velhos são os que já estão para se aposentarem… Nãosomos uma secção de desportos nem fixamos metaspara trabalhar "para os resultados", assimsendo, muitos vêm simplesmente para sefazer exercício, comunicar-se com seuscolegas, por para estarem saudáveis.Os benefícios para a saúde destegénero de actividades é enorme,porque fazemos o movimentotridimensional, que não é só paraexercitar os músculos, sem utilizarexercícios em que o nosso corpoestá constantemente torcido,esticado, contraído, gira e seexpande em todas direcções. Primeirose treina o aparelho vestibular e se elevaa tónica geral do corpo, trabalhando todo ocorpo, inclusivamente os músculos quenormalmente não estão envolvidos.

B.I.: Existe alguma restrição para o estadode saúde?D.S.: Quando admitimos as crianças de até

12 anos, o único requerimento é a declaração

de um médico dizendo que a criança podeassistir às actividades desportivas. No caso dosadultos, então a responsabil idade é delespróprios. Neste caso, devem de conhecer suasdebilidades e evitar exercícios que podem fazer-lhes mal. Por exemplo, se a pessoa teve ou temuma lesão na coluna, não deve realizar exercíciosonde se está caindo em um chão duro. O resto,qualquer pessoa pode participar.

B.I.: Com quem é mais fácil tratar, com ascrianças ou com os adultos?D.S.: Cada etapa tem as suas próprias

características e portanto, os nossos programasestão desenhados conforme a idade. Por exemplo,com as crianças não podemos analisar algumas dascoisas mais profundas, como a mecânica do corpo,devido a que ainda a não compreendem. Mas ascrianças são propensas a entrar em contacto com ovizinho e por isso muitas crianças também lutam - écoisa que precisam e que o seu corpo pede. Osadolescentes estão em um importante momentocompetitivo, porque querem destacar-se damultidão, para mostrar a sua valia. Estas aulas sãoconstruídas de maneira muito diferente.

Geralmente temos alguns programas deacompanhamento, desenvolvidos durante anose constantemente refinados. E quando no mêsde Setembro dá início o ano escolar, chegam

novas pessoas que começam a aprender os conceitosbásicos. Reconhecer que um movimento deste género, amecânica do corpo e aprender a cair correctamente, é estudaros fundamentos básicos e se está trabalhando na habilidadede bater, e resistir aos impactos. Aos poucos vão sendo maiscomplicadas. Começa a defesa da faca, do pau, livrar-se dosagarres. Muitos dos aspectos do programa são extensos eclaro está que não ensina tudo e imediatamente aosprincipiantes, tudo será feito de maneira gradual. Também nasaulas praticamos lutas e combates de maneira gradual, nasquais aprendemos a aplicar todos os conceitos.Isto é muito importante para saber aplicar os conhecimentos

na vida quotidiana, para o caso de sucederem este tipo desituações. Mas isto nada vale se quando se começa a trabalhar a

arte, a maneira de ver em geral, e numa situação em quedeseja aplicar os conhecimentos e preciso entrar emcontacto com o atacante, não sabemos e percebemos quepara superar uma situação crítica, o próprio corpo respondee faz o necessário. O facto de não nos concentrarmos namemorização de técnicas mas sim nas provas do sistema demovimentos individuais, na compreensão da psicologia doinimigo, na capacidade de sair de uma situação perigosa.Como resultado, no momento adequado não é necessárioanalisar qual o método que deve ser aplicado - o própriocorpo reage à situação e selecciona a acção maisapropriada. Mas para conseguir isto, por vezes é precisomudar interiormente - só assim, corpo e alma agirãoconjuntamente como um só.

Artes de Combate

“Com frequência, as pessoas chegam até nóstensas - o estrese se acumula,

não só no corpo mas também na vida e asensinamos a libertar o seu corpo,

o estresse desaparece, a pessoa começa aresponder de maneira diferente às

dificuldades da vida. Respectivamente, oque há em volta da pessoa se torna um

problema menor, posto que o resolve e não seacumula. Tem de se assumir o mundo tal como ée ter a força para lidar com isso e não se render”

“As aulas do combatecorpo a corpo estão

orientadas adesenvolver habilidadespráticas para lutarcontra o inimigo, como

a coragem, a determinação,

a iniciativa e a inventiva”

B.I.: É essa a lição do combate russo corpo a corpo? Émudar o mundo interior do homem?

D.S.: Sim, assim é. A perspectiva frequentemente mudamuito e ao mesmo tempo também muda a vida dos homens.Isto não é surpreendente, posto que se uma pessoa muda pordentro e no seu ambiente, muda o espaço em seu redor.Muitos reconstruem radicalmente a sua vida - a pessoa

começa a evoluir e como resultado melhora a sua vida, asua carreira, a sua educação.

Bastante frequentemente nos procurampessoas que estão muito tensas - o estresse seacumula, não só no corpo como também navida e ensinamo-las a liberar o seu corpo, oestresse desaparece, a pessoa começa aresponder de maneira diferente àsdificuldades da vida. O que há em voltada pessoa se torna um problema menor,posto que o resolve e não se acumula.Tem de se assumir o mundo tal qual é eter a força para lidar com ele e nãorender-se.

Sessões de formação emClose CombatObjectivos, Princípios eMétodos de Estudo

As aulas no combate corpo a corpoestão orientadas a desenvolverhabilidades práticas para lutar contra oinimigo, como a coragem, adeterminação, a iniciativa e a inventiva.Os cursos incluem: exercíciospreparatórios para desenvolver avelocidade, a força, a resistência e aflexibilidade, técnicas de corda (lança-las e mover-se com elas), socos,pontapés e aprender a proteger-se;agarres dolorosos, derribamentos;maneiras de desarmar, proteger eescoltar; maneiras de utilizar meiosimprovisados (fitas, cordas, etc.).A instrução em um sentido amplo, é

a transferência constante dosconhecimentos, desenvolverhabilidades e melhorar as capacidadesfísicas e psicológicas dos alunos.Por regra geral, a formação é em

grupo, ainda que por vezes possa serindividual. Os colegas para aaprendizagem das técnicas se

Artes de Combate

seleccionam aproximadamente do mesmo peso e altura.Posteriormente, mais tarde, será de desejar que os

sócios sejam de diferente peso e altura.As maneiras de mover-se em grandesséries e técnicas para o auto-controlo,começam logo a partir da primeira aula etambém se incluem nas sessõesulteriores. Todas as técnicas deapresentação para o ensino, se levam aefeito sem uso de força excessiva efinalizam imediatamente com o sinal doparceiro (voz ou palmadinha no tapeteou no corpo), os derribamentos serealizam desde o centro para as beiras

do tapete.Devido à natureza do combatecorpo a corpo, se recomendaadquirir habilidades práticasnuma sequência restrita. Háum desenvolvimento comumdas seguintes 13 matérias: 1. Posição, posições de

combate (explícito, implícito). 2. Métodos de movimento. 3. Métodos de eliminação

do equilíbrio físico. 4. Acidentes e cordão. 5. Os métodos para livrar-se

dos agarres (a circunferência). 6. Métodos de protecção

contra batimentos e pontapés. 7. Maneiras de atacar as

mãos para baixo. 8. Derribamentos,

liberações, as descargas. 9. Associação no treino (nas

matérias próprias e tarefasdesignadas).

10. Métodos ataquecom os braços. 11. Métodos de desarme. 12. Métodos de

protecção e escolta. 13. Unidade de trabalho

(dois, três, cinco).

As primeiras qua-tro matérias - sãoa base para asseguintes.O processo educativo para

o combate corpo a corpo incluiplaneamento, logística,formação de formadores eprofessores para as aulas e aformação, assim como oseguimento periódico da

evolução das matérias nocombate corpo a corpo (certidão).

Os Estudos de planeamentose realizam sobre a base de

documentos deorientação. Nasescolas de LutaRussa ViunSiberiana, há umdocumento que éum manual parainstrutores, queproporciona oprograma daformação emquatro anos.

Artes de Combate

Na organização das sessões decombate corpo a corpo, se deveconsiderar:• Familiarizar-se com o processo

educativo para o combate corpo acorpo, e com a natureza do trabalho, asmetas pessoais dos alunos (o exércitorusso, as forças de ordem, osorganismos de segurança e asempresas, a segurança pessoal, o lar e aauto-defesa, orientação desportiva);• Aulas sistemáticas e regulares do

combate sem armas;• Uniformidade da distribuição da

actividade física e material decapacitação durante a semana (mês,trimestre, ano);• As condições locais e as condições

de desenvolvimento físico dosestudantes, assim como apoio logístico.A formação para o combate sem

armas se baseia no respeito a váriosprincípios: claridade sistemática e

gradual, da compreensão e aretenção. O princípio da visibilidade se realiza

de três maneiras (métodos):• Demonstração com uma

explicação.• Demonstração da repetição

simultânea.• O uso de ajudas visuais, vídeos e

outros materiais didácticos.O princípio dos sistemas implica uma

certa consistência no treino. O novomaterial devia e podia ser umacontinuação do antigo e das aulasregulares. O material deve ser correctamente

usado e de maneira metódica, paraassimilar todas as possibilidades deemprego.O Princípio do gradual acesso são a

transição sucessiva da simplicidade paraa complexidade, do fácil para o difícil,quer dizer, aumentando gradualmente o

nível de dificuldade da matéria,assim como a revisão constante

do que já se estudou.A fortaleza do princípio da

assimilação signif ica arepetição de elementos etoda a acção em váriascombinações e emdiferentes circunstâncias,com a prova obrigatória e aavaliação dos conhecimentosadquiridos.

Todos estes princípios estãointer-relacionados e podemaplicar-se inclusivamente emapenas uma só lição.Além destes princípios, há

três grupos de métodos detransferência do conhecimento:verbal, visual e prático.No verbal se incluem

matérias como: explicação doconteúdo da história, ou umacombinação de acções quesurgem na conversa.

Os métodos visuais sebaseiam em sensaçõesvisuais e auditivas. Estes

incluem: planeamento dedemonstração, vídeos, etc.,treino visual e motor.

“Não nos concentramos namemorização de técnicas massim em provas do sistema demovimentos individuais”

As práticas se concentram no sentido“kinestésico” e incluem a repetição de acçõesem diferentes tipos e com diferentes graus dedificuldade.

Além de tudo isto, também a formação eo uso de técnicas de ensino como: asprovas mútuas, os seguros, etc., serealizam no treino do combate corpo acorpo, assim como a sequênciametódica adoptada.

Regulação decarga nas aulas

As aulas de combate corpo a corpo ésimilar ao de outros estudos do treinofísico e constará de partespreparatórias, primárias e finais. Asmaneiras de organizar o exercíciopodem ser muito diversas. Tudodepende das metas e objectivos.É importante que o formulárioseja estritamente compatívelcom as lições.

Como parte dospreparativos se incluem: A organização - anuncio

de l ições temáticas,esclarecendo os objectivos e

metas. A constatação da disposição para fazer

frente à ocupação: andar, correr, movimentoem posições de combate (explícitos eimplícitos.

A imitação da protecção e o impacto comoum conjunto. A evolução em geral, e em especial depois

dos exercícios.A selecção dos exercícios para as sessões

preparatórias deve corresponder-se com astarefas realizadas na parte principal doestudo.Os exercícios secundários se realizam na

sua maioria com parceiro, por exemplo, levarum parceiro às costas, cavalgando sobre osombros, fazendo exercícios de Yoga nasgrades, sentado, usando elementos da lutadeitado, de joelhos, etc.Os Exercícios específicos incluem:

cambalhotas em frente, para trás e de lado,

cambalhota em salto, caindo em diferentes direcções.Na parte principal da sessão são tratadas as tarefas mais

difíceis. Se estudam os princípios de eliminação de equilíbriofísico, métodos de protecção, se processam as técnicas debatimento, agarres, lançamentos, escapes, assim comoliberação de agarres (circunferência), os métodos de primeirossocorros, a vinculação e de manutenção. A maior parte daformação deve começar com as acções e os métodos maiscomplexos.A execução da parte principal depende do volume e da

intensidade da carga de trabalho, a idade, e o tempo dedicadono início e no final das aulas. Por regra geral, a maior parte têmuma duração de entre 45 e 60 minutos.A actividade funcional na parte final do treino se reduz

Artes de Combate

gradualmente para realizar osseguintes exercícios: trote lento,exercícios de respiração e exercíciosde relaxação caminhando. No fim decada sessão sempre se faz umresumo: cada um deve preparar-sesabendo medir seus passos. Um treinador deve de supervisar

cada sessão ou trabalhar para avaliaro desempenho no período de um anoe algumas l ições. O conjunto demétodos quantitativos para a mediçãodo desempenho é a ergometria(ergometricheskoe), as medições serealizam normalmente usando trêsindicadores: a intensidade (potência)com que se realizam os esforços, ovolume das tarefas executadas(distância percorrida, se realiza umtrabalho mecânico, etc.) durante aexecução das tarefas motoras. Sepodem comparar entre si diversastarefas motoras e planejar o trabalhoa realizar na aula.

O estado do corpo humano permite uma avaliação dosindicadores externos, tais como descoloração da pele,frequência respiratória, tipo de suor. O método mais comum decálculo da frequência cardíaca é o (HR) que caracterizabastante objectivamente o estado do sistema cárdio-vasculardurante o exercício. É preciso contar o HR antes, durante e

imediatamente depois da aula durante 15 segundos,depois se multiplica por 4. Para tais dados as

médias são: antes da aula, a frequênciacardíaca é de 60-70 pulsações por minuto,durante aula oscila entre 80 e 140, depoisde aula entre 70 e 80. A frequênciacardíaca varia em diferentes pessoas edepende da idade, condição física,saúde, etc.

Para determinar o valor recebidopela carga nas l ições da lutamarcial, deve ter-se emconsideração as marcas de pulso do

sistema cárdio-vascular. A marcapode ser: baixa - a frequência cardíaca

de 120 a 130 latejos como mínimo; umamédia de 130 a 150 latejos como mínimo;

alta de 150 a 180 latejos como mínimo;máxima - mais de 180 latejos.Estes indicadores deveriam ser mais

observados nas lições dos grupos de maioridade. Nestes grupos se realiza menos exercícioe que não exija movimentos bruscos, nemgrande potência, nem cargas estáticas.Também se tem de dedicar mais tempo àpreparação e à parte final da aula.

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EM BREVE!

MU TO YU -VER ALÉM DAS FORMAS

Sempre se diz: “O que seria do mundo se todosgostassem de azul?”

Em outras palavras, podemos dizer que é muito importanteque cada um tenha um pensamento, uma concepção eraciocínio acerca da vida e suas manifestações. Talvez, seolharmos pela óptica dos mais estudiosos orientais, tudo issotambém nos remetesse à concepção do Karma como a linhadivisória dos acontecimentos.

Se assim é, podemos ilustrá-lo com uma simples analogia:É como se a chama de uma vela fosse empregada paraacender uma outra vela e nesse processo a primeira velafosse apagada. A chama da segunda vela surgiu nadependência da primeira vela, ou seja, tem uma conexãocom ela, mas a chama da segunda vela não é idêntica àprimeira. Então, as duas chamas possuem uma ligação, masnão são idênticas. Assim são as visões acerca das ArtesMarciais... da vida.

Uma pessoa é uma combinação de matéria e mente. Ocorpo pode ser encarado como uma combinação de quatrocomponentes: terra, água, calor e ar; a mente é acombinação de sensação, percepção, ideia e consciência. Ocorpo físico - na verdade, toda a matéria na natureza - estásujeito ao ciclo de formação, duração, deterioração ecessação.

Um dia, o Imperador Liang foi ao encontro deBhodidharma e lhe perguntou:

- Eu construí um grande número de templos, traduzi muitossutras e ajudei muitos monges. Que méritos eu obtive?

- Nenhum mérito!!!, respondeu Bhodidharma.Possuímos diferentes ideias acerca de um mesmo tema, e

é isso que nos transporta para a medida justa doentendimento; que, em verdade, retira-nos o privilégio deacharmos que possuímos alguma especialidade. Pela via da

sabedoria podemos dizer que não há dúvida: o grandetrabalho que as leis da vida têm de realizar no plano evolutivohumano é o de levantar o actual biótipo dominante paraformas de vida mais adiantadas, até que lhe seja possívelentender e praticar a ética de uma maneira racional econsciente. Se a vida começa com a respiração, aconsciência se inicia com a reflexão.

O que fica claro, sobretudo, diante da marcialidade e dosartistas marciais, é que, quanto mais o indivíduo é primitivoem seus raciocínios e observações, tanto mais poderosa ereal é a segunda forma de reflexão, e fraca, misteriosa e irrealé a primeira. Quanto mais o ser é adiantado, tanto maisilusória é a reflexão terrena, l imitada ao que vemos,enxergamos... E mais poderosa, real e viva é a vida abstracta,invisível. Por isso, o primitivo julga a perda da vida física umagrande perda e desesperadamente luta para a conservar,enquanto o evoluído possui a sensação de que a morte não oatinge, porque não apaga o seu estado de consciênciaacordada, no qual ele fica vivo. É a sensação experimentadapelos grandes sábios... Nada além dele mesmo!

A mítica japonesa nos revela que os antigos espadeirosforjavam suas lâminas para cortarem espíritos, almas. Porcerto que poderíamos dizer que, neste sentido figurativo, aalma representava um dos lugares de onde se originava oDharma. A palavra Dharma, que está realmente relacionadacom uma infinita variedade de significados, em muitasocasiões, sobretudo de ensinamentos japoneses modernosGendai, seu significado está associado ao dever. Desde osnossos tempos de aluno que Dharma representa oconhecimento que adquirimos em sua forma de expressão.Entretanto, podemos ver que dever, como muitos colocam, éapenas aquilo que está conectado com uma condiçãoindividual, ou com uma época ou país em particular. Nãopodemos atribuir a esta definição um conceito que éoriginariamente estabelecido como algo eterno; o mesmopara todos em todos os lugares. Ele expressa o significado

do Ser Interno da alma. Muitosdos grandes mestres de escolastradicionais escrevem acerca dotermo “SenKon” - a alma daguerra. Em outras palavraspodemos dizer que o Kokoro -coração, enquanto sentimento (otermo utilizado em japonês paracoração, anatomia, é outro) é oprogenitor desta virtude dorealizar, sobretudo no campo debatalha. Assim, afirma-setambém que o lugar denascimento do Dharma é ocoração. Aquilo que emana docoração como uma ideia pura,quando traduzido em acção échamado Dharma; ou para osmais estudiosos, seu significadoliteral: "ensinamento".

O segundo signif icado énormalmente associado para designar "a forma como ascoisas são". Os mestres atribuem o sucesso na guerra aoDharma do conhecimento... A diferenciação de cadacompreensão; todos carregamos o cheio e o vazio. Muitosmestres com quem conversamos, principalmente na Europa,chegaram à mesma conclusão que nós: infelizmente,escrituras mais novas não ajudam a esclarecer ossignificados perdidos da palavra Dharma, principalmente emrelação às práticas de guerra. Eles tendem a não apresentarum significado uniforme para a palavra. Eles também nãoajudam a encontrar formas práticas de como realizar oDharma. Nas guerras, tanto internas quanto externas, asatitudes que o indivíduo assume diante das dificuldadesvariam para cada pessoa. Mas o ressentir-se diante da dorproduz um efeito mais ou menos comum a todos, o que é de

pôr a nu e revelar a verdadeiranatureza do indivíduo. Qual otamanho de seu Dharma? Ele éreconhecido pelo seu tipo dereacção, porque parece que,colocado diante das maisprofundas realidades da vidacomo a dor e a morte, o sernão sabe mais mentir. Todosretornamos ao original... Àsimplicidade!

Lao Tse diz: “A virtude eternajamais o abandona e por issonão será jamais abandonadopelas forças que radicam nopróprio Eu; regressaingenuidade criança. Aqueleque conhece a sua luz, masguarda a sua obscuridade, é omodelo do império. Sendo omodelo do império, a virtude

eterna não mais vacila, e ele se torna ilimitado. O homempenetrado de luz prefere conservar-se no escuro porque ele éautoluzente. Aquele que conhece a glória e permanece noapróbio torna-se um vale do mundo. Sendo um vale domundo, a virtude eterna nele brota, a ele atinge asimplicidade original”.

Foi essa simplicidade que formou todas as coisas. É comouma rocha inteiriça de onde surgem várias formas de vasosde pedra. O sábio nada faz sem simplicidade, ele dirige comnobreza e a ninguém prejudica. Esta é a regra do "retorno àsimplicidade original”.

A história demonstrou que o homem possui uma grandedificuldade de admirar outro semelhante. Talvez por medo,receio, inveja; se olharmos em termos de Artes Marciaiscontemporâneas, para que tenhamos algo palpável,

“Se olharmos em termosde Artes Marciaiscontemporâneas,

para que tenhamos algopalpável, encontraremosgrandes nomes que foram

admirados, odiados,maltratados pela vida,pelos companheiros de

profissão…”

encontraremos grandesnomes que foramadmirados, odiados,maltratados pela vida, peloscompanheiros de profissão...O interessante é que todoseles, no fundo, eramadmirados pelos seusdetractores e agressores.Vimos isso se passar comFunakoshi, Takeda, Kano,Ueshiba, Bruce Lee, StevenSeagal... Qual a necessidadeque temos de admirarinternamente e odiarexternamente?

Podemos encontrar estamesma atitude nos namorosjuvenis de colégio, onde orapazinho ou a moça,quando gostam e nãoquerem revelar seussegredos, maltratam. Os mais sábios acreditam que mesmodepois de adultos, carregamos uma grande quantidade delibertinagem, para não dizer maldade, infantil.

A adolescência é um período de profundas mudançasinternas e externas do organismo global, f ísica ementalmente. Para o artista marcial é a etapa de seudesenrolar físico: força, resistência, velocidade... É também aidade predilecta para a eclosão da maioria dos transtornosemocionais. Há quem diga que é a idade da “aborrecência”.O caminho marcial verdadeiro, aquele praticado de verdade,de uma maneira geral, é um caminho de muito esforço erenúncia; é natural o surgimento de sonhos, inquietudes,desejos... Todavia, já mais velhos, são visitados pelafrustração, que também deve ser vista como algo normal.

Contudo, nem todos se libertamdesta frustração e se tornampessoas amargas e imaturas.

Justif icar o comportamentohumano como sendo decorrentedesta ou daquela causa, tem sidoum exercício incansável ao longodo tempo e através de muitasáreas do conhecimento. Para osmestres, tudo faz parte de cadaum: oferecemos apenas o quepossuímos. Enfim, parece que oúnico inocente e isentocompletamente deresponsabilidades sobre o actohumano é a própria pessoa. Pareceque se desconhece totalmente avolição humana, a vontade, essaparticularidade completamentesoberana de nosso carácter. Éestranho ver profissionais seprestando ao serviço de falar mal

de outros companheiros, induzindo outras pessoas apassarem adiante falsas informações, acusações... E no fim,para o comportamento humano, isso também é normal. Aadmiração é a face escondida do agressor. Neste pontopreferimos a máxima de Jean Paul Sartre: "Não souresponsável pelo que os outros fizeram de mim, mas souresponsável com o que faço com aquilo que os outrosfizeram de mim".

É comum com o passar dos anos, percebermos quenossos pensamentos já não são os mesmos e que nossasverdades foram, aos poucos, modificando-se. E não hámotivo para vergonha! Outro dia, um amigo nos disse tervergonha de hoje admirar um artista da música: seu passadode “metal radical” havia evoluído e hoje se permitia admirar

“A mítica japonesa nosrevela que os antigos

espadeiros forjavam suaslâminas para cortarem

espíritos, almas. Por certo que poderíamosdizer que, neste sentido

figurativo, a almarepresentava um doslugares de onde seoriginava o Dharma”

Filosofia

“Por isso, o primitivo julga a perda da vida físicauma grande perda e desesperadamente

luta para a conservar, enquanto o evoluídopossui a sensação de que a morte não o atinge, porque não apaga o seu estado de consciência

acordada, no qual ele fica vivo”

outras vertentes da guitarra à que tanto dedicou durante todaa sua vida. Estava encantado com o Jazz e seusprotagonistas; o tempo caminha e nós, de uma forma ou deoutra, mesmo que involuntariamente, tentamos acompanhá-lo: é o processo natural da maturidade! Hoje odiamos,amanhã admiramos! O mesmo acontece com outras áreas;passamos a descobrir que existem inúmeras coisas,inúmeros universos além da nossa compreensão.

Este grande amigo agora percebe que, quando ocorre estefenómeno, de libertação do passado, há uma alteraçãoprofunda nas palavras e no sentido de ver a vida; a épocaque antecede esta descoberta é uma idade de revolução etormenta; logo, há em todos um desejo de tudo conhecer porsi próprio; e como anteriormente, não possuímos essedesejo, conservamo-nos no mundo das l imitações.Acreditamos que só existe uma verdade; que somente umcaminho pode ser o certo!

Assim, quando me perguntam acerca do processo deconsciência, de l ibertação, digo que: devemos,primeiramente, libertar-nos das incrustações dos séculos,lançar fora todos os ideais e ideologias... Olhar para dentro epor conseguinte, para fora; dividir qualquer coisa em o quedeveria ser e o que é, é a maneira mais ilusória de enfrentar avida.

A TIGELA DE MADEIRA (de Autoria desconhecida)

Um senhor de idade foi morar com seu filho, nora e onetinho de quatro anos de idade.

As mãos do velho eram trémulas, sua visão embaçada eseus passos vacilantes.

A família comia reunida à mesa. Mas, as mãos trémulas e avisão falha do avô o atrapalhavam na hora de comer. Ervilhasrolavam de sua colher e caíam no chão. Quando pegava o

copo, leite era derramado na toalha da mesa. O filho e a norairritaram-se com a bagunça. "- Precisamos tomar umaprovidência com respeito ao papai", disse o filho.

"- Já tivemos suficiente leite derramado, barulho de gentecomendo com a boca aberta e comida pelo chão".

Então, eles decidiram colocar uma pequena mesa numcantinho da cozinha. Ali, o avô comia sozinho, enquanto orestante da família fazia as refeições à mesa, com satisfação.

Desde que o velho quebrara um ou dois pratos, suacomida agora era servida numa tigela de madeira.

Quando a família olhava para o avô sentado ali sozinho, àsvezes ele tinha lágrimas em seus olhos. Mesmo assim, asúnicas palavras que lhe diziam eram admoestações ásperasquando ele deixava um talher ou comida cair ao chão.

O menino de 4 anos de idade assistia a tudo em silêncio.Uma noite, antes do jantar, o pai percebeu que o filhopequeno estava no chão, manuseando pedaços de madeira.

Ele perguntou delicadamente à criança:"- O que você está fazendo?"O menino respondeu docemente:"- Oh, estou fazendo uma tigela para você e mamãe

comerem, quando eu crescer."O garoto de quatro anos de idade sorriu e voltou ao

trabalho. Aquelas palavras tiveram um impacto tão grandenos pais que eles ficaram mudos.

Então lágrimas começaram a escorrer de seus olhos.Embora ninguém tivesse falado nada, ambos sabiam o queprecisava ser feito.

Naquela noite o pai tomou o avô pelas mãos e gentilmenteconduziu-o à mesa da família.

Dali para frente e até o final de seus dias, ele comeu todasas refeições com a família.

E por alguma razão, o marido e a esposa não seimportavam mais quando um garfo caía, leite era derramadoou a toalha da mesa sujava.

Filosofia

“Olhar para dentro, e porconseguinte, para fora;

dividir qualquer coisa em oque deveria ser e o que é,

é a maneira mais ilusória deenfrentar a vida”

O uso de um objecto de usoquotidiano para a própria defesa,pode melhorar enormemente asnossas possibilidades durante umataque. Neste artigo vamos tratardas armas improvisadas emostraremos alguns exemplos decomo fazê-lo.

Texo: Peter Weckauf, Irmi Hanzal & Thomas SchimmerlFotos: Mike Lehner

Objectos quotidianos para a defesapessoal – A vantagem dos objectosimprovisados

O uso de um objecto de uso quotidiano para a própria defesa,pode melhorar enormemente as nossas possibilidades duranteum ataque. Neste artigo vamos tratar das armas improvisadas emostraremos alguns exemplos de como fazê-lo.

Nos últimos anos tenho escutado repetidas vezes que fui capazde inspirar pessoas para utilizarem os objectos quotidianos comfins de auto-defesa. No SDS-Concept utilizamos todo género decoisas para defender-nos. Se incluem as armas verdadeiras,ferramentas de auto-defesa e utensílios quotidianos, assim comoferramentas adaptadas - armas improvisadas.

As Armas Improvisadas são objectos que foramadaptados ou construídos propositadamente e podemser utilizados junto com outros objectos.

Armas improvisadasHá certas coisas que não são armas eficazes de

nenhuma das maneiras. No entanto, pode haversituações em que seja uma boa ideia combinar estesobjectos com uma arma, que será assim mais funcionale eficaz.

Isto exige bastante tempo de preparação, mastambém conta com um certo número de vantagens, asmesmas vantagens que têm como objectos de usoquotidiano. Em muitos países, a lei não autoriza a portaruma arma ou uma ferramenta de auto-defesa e asarmas improvisadas podem não ser reconhecidasimediatamente como armas. O uso de armasimprovisadas para a defesa própria é uma ideiaespecialmente boa contra os ataques que podem provocarlesões ou inclusivamente fazer perigar a vida, especialmente

quando são realizados com armas. Eu aconselho armar-se, a fimde aumentar a eficácia da própria defesa.

À semelhança dos objectos quotidianos, as armasimprovisadas podem ser usadas para amplificar batimentos,exercer pressão, fazer agarres e podem ser utilizadas paraapunhalar, cortar, apertar ou como chicote e inclusivamentepodem ser lançadas contra um agressor.

Como disse anteriormente, a grande vantagem das armasimprovisadas é que - de um ponto de vista legal - estaríamosrealmente armados, mas isto seria melhor que estar desarmados.Não vamos ignorar o facto de que uma arma improvisada podeser facilmente desmontada e então não pode ser consideradaprejudicial. Mesmo assim, há algumas regras básicas a seguir.

Pensar nas características do objecto! Quando resolvemos construir a própria arma, devemos ter em

consideração o seguinte: resistência do material, a longitude e o tamanho, ofeitio (em ponta, arredondada, aguda), o peso, a flexibilidade, o perigo paranós próprios e por último, mas não menos importante, a disponibilidade.Sempre se deve considerar o perigo de nos magoarmos e a eficácia da arma.Também se deve poder utilizar o objecto mais de uma vez. Não deve quebrar-se ou desintegrar-se se o efeito desejado não se pode conseguirimediatamente.

Tácticas Utilizar para a defesa tudo o que tivermos! Isto inclui socos, pontapés,

acotovelas e joelhadas, em combinação com a improvisada arma. Outra opção éenganar o oponente até ele se sentir seguro e atacá-lo quandomenos esperar. Tem de se finalizar a acção de defesa só quandoo atacante (ou os atacantes) já não são uma ameaça ou quando sepode fazer uma fugasegura.

O desportivismo aquinão conta. É a vida o queconta!

Quem deve deusar este tipo dedefesa?

Devido à simplicidade da sua ideiabásica, o uso de armas improvisadas é umaopção para todos e cada um. As ferramentas são especialmente úteis para aspessoas que por regra geral se sentem inferiores numa luta ou foram tacadas.

Como conseguir uma arma improvisadaSe queremos estar prontos e preparados em todo momento e especialmente quando seja necessário,

temos que aplicar uma técnica preventiva denominada "radar do perigo". Isto se consegue mediante oreconhecimento das situações de perigo, as pessoas e as circunstâncias o mais rapidamente possível. Sóentão é possível avaliar uma determinada situação e reagir adequadamente. No entanto, por outro ladonecessitamos tempo suficiente para conseguir uma arma, quando se trata de um objecto quotidiano ou umaarma improvisada. "O radar de perigo" também inclui o reconhecimento de objectos que podem ser usadoscomo arma ou tornar-se uma. Isto exige prática e o conhecimento da utilização de determinadas

ferramentas, assim como uma boaquantia de criatividade. O lema é… "Usaro que funcione!". Uti l izar o que seconsidera uma arma útil numa situaçãodeterminada.

Objectos quotidianos ouarmas improvisadas?

Qualquer objecto quotidiano pode serusado para a auto-defesa quando é fácilde a obter e se pode utilizar tal como é.

Também é necessário:• Incluir objectos atípicos que não estão

claramente destinados para fins de auto-defesa (tecidos, meias, jornais...)

• Melhorar a eficácia de um objecto • Modificar e adaptar um objecto para

ser uma ferramenta defensiva apropriadanuma situação determinada

• Melhorar o alcance do objecto, a forçae a flexibilidade

• Melhorar a durabilidade de um objectoa fim de permitir os múltiplos usos

• Melhorar a auto-protecção no sentidode não nos magoarmos a nós mesmos

• Melhorar o agarre do objecto

Vamos considerar brevemente que aconstrução de uma arma como esta,

também nos ajudará a compreender a usá-la, o que por sua vez, proporcionará a umadefesa segura, dedicada e atenta.

O que são armas improvisadas?

Problema: situação potencialmente má,tempo limitado para a preparação.

Solução: desenvolver a criatividade paraadaptar, construir, montar um objecto parapoder ser utilizado eficazmente como:

Uma arma de corte, pungente oucontundente

Um chicote Um míssil Uma ferramenta de corte Uma grilheta etc., etc.…Por exemplo:1. Míssil ou "mísseis de batimento"

(peúga cheia de pedras, cachecol atado,mala cheia, tecido com moedas, etc.)

2. Arma branca ou arma de batimento(jornal enroscado, um pedaço de papel oucartão enrolado, dobrado e colado paracriar um objecto tipo pau com suportes deagarre)

3. Ferramenta de corte (cartão decrédito ou uma régua)

Arma improvisada 1 –pano com moedas

Para construir esta "arma" se precisade um pano e um punhado de moedas.Pôr as moedas no centro do tecido eenrolar. Fazer um nó em volta dasmoedas de maneira que não f iquemsoltas quando se utiliza a arma. Agora,atar ambos cabos do tecido, para ter umbom agarre.

Arma improvisada –revista

Esta "arma" de maneira alguma é nova,claro está! Gostaria de apresentá-la comosendo igual que um jornal, um pedaço decartão ou algumas folhas de papel, quepodem ser as únicas coisas à nossadisposição. O cartão pode ser pressionadoe cruzado, uma revista ou um monte depapeis que se podem enrolar. Usar fitaadesiva para melhorar a robustez eresistência. Também se pode construir umobjecto pontiagudo na parte superior daarma.

Para mais informação de cursos ouseminários, favor entrar em www.sds-concept.com

O uso da força e a mentalidade defensiva Como instrutor de armas de fogo civis,

frequentemente tenho encontrado umaideia absolutamente errónea com respeitoà aplicação da força na defesa de nóspróprios ou de outros. Se bem osestatutos entre os estados variam, muitaspessoas têm interiorizado que devido àlei, poderiam utilizar a força letal no casode, por exemplo, uma intrusão em casa.Na maioria dos casos, estas pessoas nãopensam nas consequências de estarenvolvido em um tiroteio. Mesmo queesses disparos se considerassemjustificados e portanto não houvesseconsequências legais, há sim muitosefeitos psicológicos e sociais que seocasionam e que podem mudar a nossavida. Não vou aprofundar neles nesteartigo, mas sim explicar quando se podeutilizar o uso da força. Não souadvogado, de maneira que se o leitor éportador de uma arma de fogo para a

auto-defesa, recomendo-lhe consultar umadvogado na sua jurisdição, para obterconselho legal. Estou falandorestritamente de um ponto de vistadefensivo táctico.Um dos grandes mal entendidos é que

se alguém se sente ameaçado (os textoslegais acostumam a utilizar estaterminologia no uso de critérios de força)tem de se comprometer. Isto é um errototal. Para ilustrar isto, vou explicar asdiferenças nos tipos de procedimento.Há essencialmente três tipos deprocedimentos: militares, policiais e civis.No primeiro tipo de procedimento (o

militar), se uma ameaça é identificada, onosso objectivo é claro e cristalino - agire neutralizar a ameaça. Mas não temoscompetência para decidir se agirmos ounão... Quando se dá uma ordem aointruso, não temos a opção de nosretirarmos (a menos que como resultadoda acção tenhamos essa opção táctica)e temos de utilizar todos os ao nossoalcance, a fim de neutralizar a ameaça.

O nosso objectivo aqui é deixar o sujeitofora de combate – bem ferindo-oseveramente (e serão as tropas que olevem para ser atendido) ou matando-o.O nosso segundo tipo de é o das

Forças de Ordem. À diferença dosmilitares, no mandato de fazer cumprir alei quando se percebe uma ameaça, nãose tem de neutralizar ou matar oobjectivo, mas realizar a sua detenção elevá-lo perante a justiça. Da mesmamaneira que acontece no primeiro tipode procedimento, a polícia não temoutra opção - o seu trabalho é prenderque ameaça. Os métodos podem variar,deixando uma margem ao que dizrespeito ao onde e o como levar isto atermo. Apesar de que normalmente nãoseja recomendável, em alguns casos,uma decisão táctica poderia ser evitar ocontacto enquanto se mantém avigilância, e proceder à detenção,quando as condições sejam maisfavoráveis, para os seja menor o perigopara os civis presentes. Se durante a

Texto e fotos: Avi Nardia & Benjamin Krajmalnik - KAPAP Combatives -

detenção o sujeito é abatido, será um assunto de uma investigação enquanto aos níveisaceitáveis do uso da força pelo destacamento.O tipo de procedimento que agora nos ocupa é o civil e vou entrar em mais em

detalhes. Independentemente dos termos legais de qualquer estamento reitor sobre ouso da força na defesa pessoal - e isto é o mais crítico segundo a Doutrina de Castillo -nos estados onde as pessoas podem sentir que a lei está "do seu lado" - devemos ser

capazes de articularmos uma defesa para o nosso uso da força. Para isso, há trêsconstituintes que devem ser abordados,

Formam este triângulo: a Habilidade, a Oportunidade e o Propósito. Se podemos demonstrar que o agressor ou perpetrador tinha acapacidade, a oportunidade e a intenção de infringir lesõescorporais graves ou a morte, então se justifica a nossaexecução da força letal. Estes três factores não se referem sóao agressor, mas também à pessoa que exerce a força emdefesa própria.

À diferença dos confrontos militares e policiais, comocivis temos um objectivo: sobreviver!

Sempre que utilizemos a força em defesa própria,vamos ter um nível de responsabilidade legal, peloque a melhor maneira de agir, sempre é fugir. Não sedeve de portar uma arma de fogo para alimentar oego e agir só por agir. Nada importa a habilidadeque julgamos ter - a qualquer momento doconfronto pode acontecer alguma coisa inesperadae podemos estar no lado perdedor do confronto. Amelhor maneira de agir é sempre fugir! - e isto éindependente de se o uso da força se tiver exercidocom uma arma de fogo ou com as mãos nuas. Vou apresentar um cenário hipotético. Acordam no meio da noite com um barulho de

qualquer coisa que se partiu na cozinha. Há variasacções que se poderiam realizar.

Opção 1Pegam na pistola e descem para a zona onde se

escutou o barulho, para se enfrentarem à ameaça que

Auto-defesa

Grandes Mestres

escutaram. Quando chegam à cozinha,há uma silhueta desconhecida e"temendo pela vida", disparam contra aameaça, que é abatida. O suspeito tema capacidade de infringir dano corporal?Dependeria… Vejamos uma cena onde encontram

um homem de grande tamanho. Depoisdeste cair ao chão, vê-se que é muitomais forte e a seu lado está a barra deferro que usou para entrar em casa.Neste caso, teria a capacidade, postoque tem tanto o potencial físico comoos meios para o fazer ¿Teve aoportunidade? Neste ponto,absolutamente não - a não ser que setivessem aproximado para falar com ele,estava fora da distância que lhe teriadado a oportunidade. Tinha a intenção?A partir da informação que temos nessemomento, a sua única intenção eraroubar - não se fizeram ameaças. Amenos que o suspeito chegasse a agirde uma maneira ameaçante quando osviu, se disparassem poderia considerar-se um facto injustificado e poderiam serpenalmente responsáveis. Mas agora, vamos fazer que seja

ainda mais interessante. Depois dedisparar, se aproximam do sujeito epodem ver que um amigo do vossofilho, o qual, sem saberem, voltara deuma festa quando estava tratando de

beber um copo de água. Agoraentramos nos efeitos sociais epsicológicos dos disparos. Acabam detirar a vida a uma pessoa inocente e piorainda, a alguém chegado a vocês…Pensam que haviam de ser capazes deviver com em esta sequela? O queacontece com as ramificações noscírculos sociais? Depois disto, a vidaserá realmente muito complicada paravocês…

Opção 2Pegam na pistola e com cuidado

descem, tentando fugir, mas o suspeitovê-os e ameaça. O suspeito está muitoébrio e é incapaz de andar direito. Temna mão uma das vossas facas decozinha. Está a dois metros da porta ehá 10 metros entre vocês e ele.Disparariam? Em primeiro lugar, tentando a acção

de fugir, já mostrou não ter intenção deusar a força. Agora analisemos o assunto sobre a

base dos três critérios. Tinha ahabil idade? Bem, isso seriaquestionável. Tinha uma arma e poderiaser capaz de se aproximar comsuficiente rapidez, mas até começar afazê-lo, seria mais dif íci l . Tem aintenção? Efectivamente sim, posto que

fez uma ameaça e tem uma arma namão. Tem a oportunidade? Neste caso,depende da sua capacidade - secomeça a fechar o espaço entre ele evocês, então sim. Caso contrário, não. O uso da força letal neste caso

dependerá da atitude que teve osuspeito quando viu que vocês fugiam.Qualquer tentativa de se aproximar avocês indicaria que o roubo não era asua única intenção.

Opção 3A arquitectura da casa é tal que não

se pode fugir de maneira segura, paraevitar a detenção. Marcam o númerode emergências e telefonam para apolícia. Informam da vossa localizaçãoexacta dentro da casa, da ameaçaque está dentro da casa e tambémque estão armados. Mantenham alinha aberta e gritam a pleno pulmãopara quem est iver lá em baixo ospossa escutar, que estão armados eque qualquer tentativa de chegar láencima, será interpretada como umaameaça mortal, que provocará o usoda força letal. Estão numa situaçãotáct ica na qual , se quem ameaçasubir, vocês estão com a vantagem.Deram os passos necessários para tera melhor cobertura legal. Chamaram a

polícia para que se encarreguem do agressor, avisaram o mesmo, o que ficou registado na comunicação telefónica, noque respeita à disposição de usar a força letal, o que só seria o pior dos casos para ele e você têm uma posição devantagem. O suspeito começa a subir as escadas, às escuras. Podem ver que leva alguma coisa na mão. Foi avisado de que não

subisse. Vocês já estão com uma mentalidade defensiva. Ele vai encurtar a distância e foi avisado, portanto, tem a capacidadee a oportunidade e posto que tem um objecto na mão, tem a intenção de magoar…

Disparariam? Regra nº1 - não disparar até se ter identificado o objectivo. O "suspeito" quesubia é o vosso filho, que veio da universidade para passar o fim de semana

em casa, sem ter avisado. O objecto na sua mão é seu Iphon, a travésdo qual está escutando música e não pode escutar os avisos…

Em situações de estresse, a percepção e a realidade são muitodiferentes. No entanto, ter estabelecido um planeamento esegui-lo, de acordo com umas regras básicas de segurançatáctica, minimizará a possibilidade de ter que utilizar a forçaletal. Sempre é preferível que a ameaça venha para nós enão ao contrário. Nunca se sabe o que pode fazer quemameaça e mediante a adopção de uma posição táctica,se minimiza a possibilidade de estar no lado perdedordo confronto. Não sereis surpreendidos. Mas mesmoquando se tomaram todas as medidas correctascomo na opção 3, não se deve disparar até não se teridentificado o objectivo. Alguns meses atrás, um famoso corredor da

África do Sul disparou na sua namorada. Ela estavana casa de banho e ele foi acordado pelo barulhoque vinha de lá e pensou que alguém tinha entradoem casa. Disparou a sua arma através da portafechada e a matou. Não gostaria de ser o seuadvogado! Não posso saber se foi um assassinato ounão - os tribunais têm que decidir - mas ele é culpávelde homicídio, por ter disparado sem identificar oobjectivo.

Auto-defesa

Kihon waza (técnicas básicas) es la parte másimportante del entrenamiento de cualquier Arte

Marcial. En este DVD el Maestro SueyoshiAkeshi nos muestra diversas formas

de entrenamiento de Kihon conBokken, Katana y mano vacía.

En este trabajo, se explica enmayor detalle cada técnica,para que el practicantetenga una idea más clarade cada movimiento y delmodo en que el cuerpodebe corresponder altrabajo de cada Kihon.Todas las técnicas tienencomo base común laausencia de Kime (fuerza)

para que el cuerpo puedadesarrollarse de acuerdo a la

técnica de Battojutsu, y sibien puede parecer extraño a

primera vista, todo el cuerpodebe estar relajado para conseguir

una capacidad de respuesta rápida yprecisa. Todas las técnicas básicas se realizan

a velocidad real y son posteriormente explicadaspara que el practicante pueda alcanzar un niveladecuado. La ausencia de peso en los pies, larelajación del cuerpo, el dejar caer el centro degravedad, son detalles muy importantes que elMaestro recalca con el fin de lograr un buen niveltécnico, y una relación directa entre la técnica basey la aplicación real.

REF.: • IAIDO7 REF.: • IAIDO7

Todos os DVD's produzidos porBudoInternational são realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares) e aimpressão das capas segueas maisrestritas exigências de qualidade(tipo depapel e impressão). Também,nenhum dosnossos produtos écomercializado atravésde webs de leilõesonline. Se este DVD não cumpre estasexigências e/o a capa ea serigrafia nãocoincidem com a que aquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

Cinturón NegroAndrés Mellado, 42 28015 - MadridTelf.: 91 549 98 37e-mail: [email protected]

Os pontos de pressão tácticos doCombat Hapkido – A activação doobjectivoNo último artigo acerca dos pontos de pressão tácticos do

Combat Hapkido, vamos falar dos métodos e princípios paraa activação anatómica adequada do objectivo, incluindo aimportância da intenção. Uma grande atenção e reverconstantemente esta matéria, irá melhor em grande medidaas nossas técnicas e aplicações combativas. Cada objectivotem um método específico de activação e apesar de muitos(mas nem todos) podem ser estimulados de várias maneiras,todas têm um método mais eficaz. Isto se mostra emdetalhe através dos cinco níveis da série didáctica TPP DVD.Este conceito da activação específica adequada, pode

parecer inicialmente complexo, mas uma vez compreendidoe levado à prática, se torna natural. Tendo em consideração que estamos activando diferentes

tipos de nervos, por vezes teremos de utilizar outro tipo deestímulo (método de activação). Por exemplo: quando seataca uma estrutura como as fibras nervosas Golgi docorpo, a anatomia física destas fibras pode ser comparada aum grupo de rebentos de alfafa. A activação destas fibras

requer um tipo particular de estímulo. Estas fibras podemser estimuladas mais profunda e facilmente por um

movimento de fricção, enquanto que dar-lhesgolpes é altamente ineficaz. O contrário

se aplica às fibras nervosasfusiformes: o roce provoca

pouco efeito, enquantoque bater nelas é ométodo óptimo emais eficaz.

As seguintes são as chaves gerais da activação doobjectivo, que alguma vez foram consideradas como os"segredos" da luta com pontos de pressão:

• Bater • Pulsar ou tocar • Esfregar ou pressão variável • Ângulo (quase sempre em uns 45 graus) • Direcção (seguir o fluir do meridiano para um efeito

máximo) • A intenção adequada com as correctas quantidades e

tipos de energia. • Atacar um objectivo mole com uma arma dura e vice-

versa (por vezes mencionado como o Yin e Yang). • Incluir som, visualização e emoção. • A relaxação é essencial para a transferência de energia

ao objectivo (não ter o corpo em tensão). • Fluidez e contacto. O golpe tem de ser executado de

maneira que o objectivo seja alcançado por ele e a armautilizada para bater permaneça em contacto pelo menosuma décima de segundo. Isto distribui toda a energiacinética do golpe.

Reportagem

“Comummente se podeouvir dizer ou ler em váriosmeios, acerca do mantra

da mente, o corpo e oespírito, mas rara vezrealmente se percebe eainda menos se explica

nas aplicaçõespráticas”

“Recomendoencarecidamente

que dediquem algum tempoem pesquisar

o poder da intenção paramelhorar cada etapa

da evolução”

Aqui vão mais alguns conselhos adicionais doGrande Mestre George Dillman, para seleccionar,situar e activar objectivos anatómicos: • Quanto maior seja o nervo, maior é a dor. • Atacar articulações mais pequenas com a

mesma força que as articulações de maistamanho, aumenta a dor (e o perigo de lesão). Aforça se divide em volta dos tendões e osligamentos, o que se traduz em mais torção naárea. • Atacar os tendões na origem e os pontos de

inserção, estimula os receptores de estiramento esão geralmente moles para "esfregar". • Atacar l igamentos nos receptores de

estiramento nervoso deve ser realizado mediantebatimento para esticar e retorcer o objectivo. • Atacando os corpos Golgi (receptores

nervosos especiais) se evita o cérebro e semandam sinais directamente à medula espinhal,para criar uma resposta involuntária.

Estas chaves gerais, conselhos e métodos físicosajudam a melhorar a eficiência e eficácia do nossotrabalho. no entanto, infelizmente, com frequência sedeixa de lado a INTENÇÃO, o que é talvez oprincípio mais eficaz em todas as actividades,quando seja compatível com a inclusão ea aplicação de acções consistentes.É comum podermos ouvir

dizer ou ler em vários meios, acerca domantra da mente, o corpo e o espírito,mas rara vez realmente se percebe eainda menos se explica nas aplicaçõespráticas. No programa TPP, oalinhamento dos pensamentos (mente),sentimentos (espírito) e as acções(corpo) são fundamentais para acorrecta activação de qualquerobjectivo ou técnica. Pensem nisto como um efeito

sinérgico, no qual o resultado da somaé maior que a totalidade das suaspartes.A Intenção atrai todo o poder ou

energia necessária para o corpo físico,o espírito e a mente poderemconseguir ou manifestar qualquerresultado. A prova disso podeencontrar-se no simples placebo (umasubstância química inerte, quefrequentemente pode ser açúcarnormal).Quando um sujeito pensa que o

placebo é algo mais, pensa que é oproduto farmacêutico mais eficaz. Umplacebo (a crença ou mais exactamente"a intenção do sujeito”) tem curado maisdoenças que qualquer outra substânciaquímica na historia da humanidade.Quando um placebo cria uma respostafísica ou fisiológica, é óbvio que já não éinerte. As nossas crenças e as nossasmentes têm profundos efeitos nasreacções neurohormonais e químicas donosso corpo.

Por exemplo:Como é possível que uma mãe (ou

avó) de constituição débil, seja capaz

de levantar um carro pesado ou umobjecto onde uma criança ficou presa?Quantas vezes temos escutado estegénero de histórias? O que é istosenão o alinhamento dospensamentos, sentimentos e acçõesque permitem esta façanha milagrosa?Agora imaginem que podem aproveitaresse tipo de poder para as vossashabilidades de defesa pessoal.

"Um presente não consiste no que sefizer ou se der, mas na intenção do

doador ou feitor" Séneca (Século I d.C.)

Para aqueles que podem sercépticos, é úti l perceber quebiologicamente o corpo estábasicamente constituído por muitasproteínas e que estas proteínasrespondem a certos sinakis.Estes sinais genéricos são físicos,

químicos e energéticos. Um batimentopode ser à vez físico e energético(intenção) assim como uma aspirinapode ser tanto química comoenergética (recordemos o efeitoplacebo). Em ambos exemplos é aresposta sinérgica que cria o maiorresultado.no entanto, frequentemente nos

questionamos o aspecto energéticocomo "a idade mística ou nova", noentanto, continuamos reconhecendo asreacções físicas e químicas sempensar duas vezes.Sabiam que se não houvesse sinal

enérgica no corpo ( isto é, a

condutividade eléctrica, como osnervos), os nossos corações nãolat i r iam? Isto vai mais além doalcance deste programa para explorara fundo este conceito único, demaneira que recomendoencarecidamente que dediquemalgum tempo em pesquisar o poderda intenção para melhorar cada etapada evolução. Desmitificar este âmbitoé essencial no reconhecimento deque é a nossa intenção que guia aenergia (conhecida como Chai, forçavita l , KI , Qi , Prana ou Chi nasdiferentes culturas) e que assegura oêxito.É claro que este artigo não pode

tratar esta matéria na sua totalidade erecomendo saber mais dela, paracompreender mais a fundo estaimportante área da defesa pessoal.Em próximos artigos ampliarei este

importante assunto.Mas não é preciso esperar, pois toda

esta informação está à disposição dosleitores no livro “Pontos de pressãotácticos do Combat Hapkido” e nasérie de DVD's de Instrução, que sepodem pedir directamente a DefensiveServices International em:

www.dsihq.com ou a BudoInternational em:

www.budointernational.net .Por favor, treinem forte, vivam com

honorabilidade e mantenham-se bem.Para obter mais informação acerca

de seminários ou para outrasperguntas, contactar com:[email protected]

Reportagem

“A Intenção atrai todo o poder ou energia necessária parao corpo físico, o espírito e a mente poderem conseguir ou

manifestar qualquer resultado”

“Sabiam que se não houvesse sinal enérgica no corpo (isto é, a condutividade eléctrica, como os nervos),

os nossos corações não latiriam?”

A Zen Nihon Toyama-Ryu Iai-Do Renmei (ZNTIR) o organismoque pretende manter viva esta tradição e as formas originais,mediante um sistema que integra corpo, mente e espírito deuma maneira realista e eficaz.

Este DVD foi criado pela insistência de praticantesda Filial espanhola da Zen Nihon Toyama-Ryu

Iaido Renmei (ZNTIR - Spain Branch), paradar a conhecer a todos os interessados

um estilo de combate com una espadareal, criado no passado Século XX,

mas com raízes nas antigastécnicas guerreiras do Japãofeudal. Nele encontrarão aestrutura básica da metodologiaque se aplica no estilo, desdeos exercícios codificados deaquecimento e preparação,passando pelos exercícios decorte, as guardas, os kata daescola, o trabalho comparceiro e a iniciação, até apedra angular em que sebaseia o Toyama-Ryu, o

Tameshigiri ou exercícios decorte sobre um alvo realista. Esperamos que o conhecimento

da existência de um estilo como é oToyama-Ryu Batto-Jutsu, seja um

incentivo para conhecer uma formatradicional, que por sua vez é muito

diferente das actuais disciplinas decombate, o que poderá ser atraente para

aqueles que desejam ir más longe nas suas práticasmarciais.

Para os interessados na espada japonesa e os iniciados, esteDVD será de utilidade como apoio para na sua aprendizagem ecomo consulta.

REF.: • TOYAMA1REF.: • TOYAMA1

Todos os DVD's produzidos porBudoInternational são realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares) e aimpressão das capas segueas maisrestritas exigências de qualidade(tipo depapel e impressão). Também,nenhum dosnossos produtos écomercializado atravésde webs de leilõesonline. Se este DVD não cumpre estasexigências e/o a capa ea serigrafia nãocoincidem com a que aquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

“O ponto vital em Taekwon-Do se define como qualquer área sensívelou frágil no corpo, vulnerável a um ataque. É essencial que o estudantede Taekwon-Do tenha um conhecimento dos diferentes pontos, para quepossa empregar a ferramenta de ataque ou de bloqueio adequada. Oataque indiscriminado é condenável, por ser ineficiente e um

esbanjamento de energia”. - General Choi Hong Hi, ENCYCLOPEDIA OF TAEKWON-

DO, Volume II, pag.ª 88. Actualmente, o Taekwon-Do é uma das artesmarciais mais estendidas e profissionais do

mundo, (fundada em 11 de Abril de 1955, peloGeneral Choi Hong Hi), continua prosperando,

inclusivamente após o falecimento de seufundador, em Junho de 2002.

Com o tempo, os factores desportivosforam prioritários e grandede parte dosmétodos originais de auto-protecçãoforam ignorados ou descartados. Nosdocumentos escritos originais do GeneralChoi, grande parte da atenção, aestrutura e mesmo o uso dos pontosvitais "Kupso" (ou Kyusho), assim como odesenvolvimento de armas para ter acesso

a eles, foi apontado mas nunca foitotalmente ensinado. Kyusho International

desenvolveu um programa para iluminar,educar, integrar e desenvolver esta

inacreditável Arte Marcial, voltando aosconceitos de seu fundador. Este novo programa

conta com o pleno apoio do filho do fundador, ChoiJung Hwa. O objectivo desta série é para pesquizar os

padrões (Tul), que se realizam de acordo com os preceitos dofundador na "Enciclopedia do Taekwon-Do" (os 15 volumes escritos

pelo General Choi Hong Hi, incluindo os "Pontos Vitais"). Através destaestrutura, o Kyusho se integrará inicialmente e de novo no Taekwon-Do.

Kyusho International se sente orgulhoso por estar presente nesta tareade colaboração monumental e histórica.

Ref.: • KYUSHO20 Ref.: • KYUSHO20

Todos os DVD's produzidos por

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similares) e aimpressão das capas segue

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coincidem com a que aquimostramos,

trata-se de uma cópia pirata.

Hoonsanim Alberto Gamboa é um dos pioneiros doHankido no mundo, o seu interesse, amor e vocação pelacul tura coreana at ravés do Hankido, va leu- lhe anomeação como Hoonsa, que quer dizer: ProfessorTradicional de Hankido que domina os Oito Caminhos(Hosindobop, Muyedobop, Sujokdobop, Kiokkidobop,

Kihapdobop, Byongsooldobop, Soochimdobop,Hwansangdobop).Seu dojang central, um dos mais maiores do Chile e

também do mundo…, está situado em Santiago do Chile,onde ensina pessoalmente a mais de 100 alunos, onde hácrianças, adultos mulheres e homens e idosos. Não está

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Alberto Gamboa, precursor do Hankido nos países da América Latina

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interessado em ser uma “vacasagrada”, por isso não tem medo do“mat” nem de vestir seu “dobok” epassar o dia inteiro treinando.Nasceu em 1952 e sendo ainda muito

pequeno e após a separação de seuspais, ganhou uma bolsa de estudospara ir a estudar na Europa. A sua mãeemigrou com ele e após estudar umano interno na Inglaterra, finalizou todosos seus estudos na Espanha.

Cinturão Negro: Como se iniciounas Artes Marciais?Alberto Gamboa: Essa é uma

pergunta muito habitual, mas semdúvida todos temos um início e o meufoi sobreviver. Eu era um garotoestrangeiro num colégio público de umenorme bairro de Madrid e apesar deagora estar na moda, nessa épocatambém existia o “Bullying”. Porvontade de minha mãe, comecei aaprender Boxe e outras formas dedefesa pessoal na rua, até que acabeinuma escola de Judo. Posteriormente,e já no Chile, na Escola Naval (daArmada do Chile) fui seleccionado paraa equipa de Judo e também deEsgrima, na especialidade de Sabre.

C.N.: E como chegou ao Hankido?A.G.: Após sair da Armada pratiquei

Karate muitos anos, dois estilos muitoduros: Kyokushin, com Sensei VictorValdivia, a quem devo a base da minhaformação marcial e posteriormenteShorin Ryu, com Sensei Brickman, queinclusivamente me fez uma oferta paraeu ficar encarregado da sua escola noChile. Ma eu me aborreci da durezadesses estilos e comecei a procuraralguma coisa mais espiritual, fluida emaleável. Foi assim como cheguei aodojang do primeiro mestre coreano quefoi quem trouxe o Hapkido para o Chile,o mestre Choi, quem depois havia detrazer o mestre Byong Chung Moon,que foi enviado por Kuksanim MyongJae Nam para “evangelizar” com o queagora sei que é a transição para oHankido. Estes dois mestres se separaram a

meados dos anos 80 e eu continuei alinha da IHF com o mestre Moon, apesarde me fazer esperar um ano inteiro parame deixar entrar, porque eu já tinha umgrau alto com o Mestre Choi.

Eles se tinham separado, mas alealdade marcial era intocável. Nosfinais da década dos oitenta, o mestreMoon emigrou para os Estados Unidose me autorizou a viajar à Coreia paratomar as rédeas da IHF no Chile.Paralelamente, o mestre Choi, queensinava Hapkido no Chile,desapareceu em misteriosascircunstâncias. Foi assim como vendi omeu carro e parti para me encontrarcom Kuksanim Myong Jae Nam.

C.N.: O senhor teve a sorte de serdiscípulo directo do Grão MestreMyong Jae Nam Kuksanim e oprivilégio de conviver com ele longotempo. Fale-nos de como era ele…A.G.: A minha ligação com Kuksanim

marcou a minha vida, me apanhou deuma maneira magistral. A primeira vezque fui à Coreia, não voltei comnenhum papel nem pergaminho quedisse-se que eu ia ter um lufar nafederação. Mas a partir da segunda vezque voltei, foi um pai para mim, nuncame senti mais amparado pelaFederação que quando ele era vivo! Metelefonava e falava comigo longo tempoe de muitas coisas e em Coreano eapesar de nenhum dos dois falarmos oidioma do outro, ambos ficávamosmuito fel izes de nos escutarmos.Quando o acompanhei na sua viagempela Holanda e Espanha, em 1995, elese preocupava inclusivamente pelaminha mãe, coisa que chegava aincomodar os outros coreanos, porqueera muito pouco usual na culturacoreana ter deferências com asmulheres (apesar de que nos nossosdias já não é tanto assim). Kuksanim foi uma pessoa que

despertou amores e ódios em muitagente e quando isso sucede quer dizerque a sua passagem pelo mundo nãocausou indiferença. Kuksanim é oHankido.

C.N.: Como foi o convite que lhefez Kuksanim para o acompanhar nasua digressão pela Europa em 1995?A.G.: Kuksanim sabia que eu

desejava estar mais tempo com ele edo meu intenso desejo de aprender.Nesse instante eu não tinha intençõesde me destacar, nem sequer meinteressava ensinar, o que queria era

Entrevista

aprender. Todos os anos economizava em muitas coisas paranão perder as possibilidades que surgissem. Nesse ano viajeià Coreia e treinei durante alguns meses com Kuksanim e elesimplesmente me disse: Porque não me acompanhas àEuropa? e apesar de eu não ter uma condição económicapara o fazer, as paixões são as paixões e parti para a Europapara o acompanhar. Foi difícil para mim na Holanda,porque não conhecia ninguém e custou chegar a ter orespeito dos coreanos encarregados do Hapkido naEuropa. Mas quando cheguei à Espanha, já foi outracoisa, senti-me como em casa. Para mim, o maisimportante foi que houve um “amarre” ainda maiorentre Kuksanim e a minha fidelidade à sua pessoa.

C.N.: Passando ao assunto técnico Hoonsanim…P que há de tradicional e de moderno no Hankido?A.G.: Este é assunto que acostuma ser bastante

discutido e do meu ponto de vista, não vejo que façasentido essa discussão. Toda a gente sabe a trajectóriadas Artes Marciais da Coreia e também se conheceacerca da época em que desapareceram as artesguerreiras dessa zona, devido à ocupação japonesa. Efoi justamente nessa época quando apareceram aspessoas que tiveram de concertar o quebra-cabeçasdas Artes Marciais Coreanas. Dizer que o fizeram bemou criticar pelo terem feito mal, já é história e a mim oque me interessa é ser um fiel defensor do que significaa entrada do Hankido no mundo actual, como uma artenova, moderna e como uma arte com tradição. Isto nãosignif ica que não seja tradicional, de facto, seencontraram documentos de um príncipe da dinastiaShilla fazendo técnicas de Hankido faz 5.000 anos. Atradição do Hankido está justamente na CULTURA DACOREIA, nas suas raízes ancestrais. Mas temos devoltar ao momento histórico actual. Kuksanim foi umhomem contemporâneo. Faleceu em 1999, contava 60anos e durante esse tempo fez muitas coisas, mas semdívida o mais importante foi que transformou umHapkido tradicional em um Hankido renovado com acultura da Coreia. Há muitas pessoas que procuram discussões e

polémicas entre as artes marciais coreanas e asjaponesas. Os movimentos de TODAS as artes marciaissão comuns a todas, não existem artes marciais quetenham movimentos únicos, a diferença radica nasbases filosóficas e no caso do Hankido estas são:Taoistas, Confucionistas e Budistas. Os herdeiros desteHankido têm de inspirar-se nos mesmos princípios quemoveram Kuksanim: Tradição e Inovação. O Hankido é uma arte marcial sólida, de fiabilidade e

acima de tudo de identidade...Do ponto de vista prático, Kuksanim mandou alguns

emissários que deram a volta ao mundo com umconceito de transição do Hapkido…, o que iria serHankido. Estas pessoas formaram outros professores,mas isso todavia não era Hankido. A primeira visão ouapresentação do Hankido foi nos primeiros Jogos

Internacionais que se realizaram em Seul, em 1990.Kuksanim preparou uma exibição com uma equipa dedemonstrações formada por adultos já de idade avançada eassim mostrou ao mundo que o Hankido era uma arte quetinha solidez, fiabilidade e acima de tudo IDENTIDADE. Essaequipa de exibições estava longe do que hoje se mostra nas

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competições, onde as exibições estãocaracterizadas por saltos e piruetas. Naquela época dos anos 90,

surgiram a maioria dos professorespioneiros que aceitaram participarneste desafio, entre os quais eu meconto. O fundamental dessa época eraa unif icação, mas para muitosprofessores foi difícil compreenderem atranscendência que significava unificaro Hapkido com o Hankido… Nessaépoca nem sequer se falava de

Hankumdo. Daí em diante começa amissão de mudar ou transformar a IHFna HKD, um conceito que integraHapkido, Hankido e Hankumdo. O queeu percebi do desejo de Kuksanim,reside em só uma palavra:INTEGRAÇÃO. Ele queria que tudoestivesse incluído em um conceito só:HANKIDO.

C.N.: Foi trabalhoso para si, inserireste novo conceito na comunidade

de artistas marciais do resto domundo, sendo o senhor oresponsável para os países daAmérica Latina?A.G.: Quando fiz o meu exame de

Wan Gang perante kuksanim, para serrepresentante do Hankido para aAmérica Latina, vários anos após osmeus inícios, me entregaram todos osdocumentos numa pasta onde estavaescrito em Hanja (letra chinesa), HAN KIDO e por baixo disto estava o escudo

Entrevista

da IHF que nesse momento se usava, onde estava escrito“International HANKIDO Federation”. Quando voltei para oChile, apresentei todos estes documentos a uma comissão dereconhecidos artistas marciais convocados pelo Ministério daDefesa, para me ser concedida ou não a licença para serrepresentante de um estilo no Chile. Entre esses artistasmarciais inclusivamente estava um professor de Hapkido, umcoreano que chegara ao Chile alguns anos atrás. A primeiracoisa que todos disseram foi: “Se enganaram!!! Imprimirammal!!! Tanto a pasta como o têm com o mesmo erro!!!Mudaram o “p” por um “n”. As reacções em geral meindicavam a falta de conhecimento e de cultura existente noambiente. Esta anedota indica que as pessoas criticam semsequer conhecer do que se está a falar.Uma arte marcial tem de ser vivida! Significa que tenho de

me cultivar, que tenho de aprender da sua cultura, que tenhode saber pelo menos como juntar uma consoante com umavocal. Kuksanim sempre dizia: Primeiro: que o Hankido tem de ser SIMPLES. Segundo: que tem RITMO. E por último, que é para GENTE QUE SEJA CAPAZ DE

PENSAR!

Em 2010, o Hankido foi reconhecido oficialmente pelogoverno da Coreia como arte marcial TRADICIONAL...O grande contribuição do filho herdeiro de Kuksanim, o Doju

Myong Sung Kwan, é que em 2010 conseguiu que finalmenteo governo de Coreia do Sul, reconhecesse oficialmente olegado cultural deixado por Kuksanim através de seu trabalhode resgate das raízes de seu povo. Hoje, o Hankido é a segunda arte marcial tradicional da

Coreia e culturalmente se situa no mesmo nível que oTaekwondo tradicional. Isto levou a que mundialmente sejam“moda” as alianças e cooperações entre estas duas artesmarciais. É assim como na Coreia já há mais de 600professores de Taekwondo que se têm preocupado emaprender paralelamente as técnicas de Hankido e Hankumdo. Aos Estados Unidos e à Europa também chegou esta

“moda” e Hoonsanim Alberto Gamboa também tem umaopinião a esse respeito.

C.N.: O que pensa das alianças estratégicas que seestão realizando nas escolas e Organizações de Hapkido,Hankido, Hankumdo e o Taekwondo? Pensa que esse tipode união tem futuro? A.G.: Do ponto de vista teórico, Hankido e Taekwondo não

têm nenhum ponto de conjunção, cada arte funcionaindependentemente e não compartilham órgão algum, maspelo que eu vejo, não existe problema algum para secomplementarem e formar alianças e estratégias. Mas em todoeste tipo de alianças, não só estão as ideias e o espírito doassunto, também estão os homens e nos homens sempreexiste a ambição por ter o poder, além das rivalidades… Ouseja: O que é primeiro, o ovo ou a galinha?Resumindo, visto de um ponto de vista positivo, não só é

bom como também é necessário. Tudo depende de nós, dasnossas atitudes e de rever que futuras alianças estratégicas

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Entrevista

cumpram objectivos de intercâmbio de conhecimentos,deixando de lado os objectivos emocionais.

C.N.: E por últ imo, Hoonsanim… Sabemos queproximamente, no mês de Maio viajará à Espanhapara dirigir um seminário aberto e também para

constatar como vai ali vai avançando o Hankido. Oque espera ver na Espanha e quais são os seusprojectos? A.G.: Com respeito à Espanha, tenho as ideias claras em

termos práticos e em termos emocionais. Sem dúvida, otrabalho de todos os que estamos implicados na reinserção

do Hankido na Espanha, deve ser prático,metódico e também com os pés na terra. Hámuita gente que aprecia as mudanças, mascusta realizá-las por motivos de egoísmo, deambição e talvez também de orgulho. Porvezes a mudança tem de exigir também osacrifício e isso se traduz em HORAS DETREINO e também, às vezes significa descerde categoria. Há pessoas que não aceitam isto.Sem dúvida prefeririam que essa mudançafosse suave e com um apoio administrativomais rápido. No caso da Espanha, a marcha tem sido

boa. Não tenho possibilidades de realizarvisitas mais assiduamente… salvo uma vez porano, mas desde a primeira vez que viajei até aEspanha, estive disposto a dar o máximo demim às pessoas que queiram fazer mudanças,aos valentes! Gente que com o espírito detransformar e que evidentemente entre namagia do que é Hankido, mas com boasintenções e não procurando prémios, nemreconhecimento, mas lutando por uma coisaque a longo ou a curto prazo, é a entrada a ummundo diferente. Esse mundo diferente foi conseguido através

de dez professores que neste momento estãotrabalhando com muita fé e muitos sacrifícios.Sacrifícios de todo género, porque tambémtemos de considerar o momento económico daEspanha, que não é muito bom e sem dúvidaisso marca a vida de todo espanhol. Masapesar a tudo, eles estão trabalhando dentrodas suas possibilidades e pela minha parte, euestou fazendo o máximo esforço paraconseguirmos um maior intercâmbio, com umaboa base de conhecimentos para terem bonscimentos e acima de tudo entregarmosexperiência, essa experiência que temos todosos que já levamos alguns anos nisto e semdúvida, criarmos esse incentivo em podermosdesenvolver a arte de uma maneira realista ecom os preceitos básicos que tinha Myong JaeNam Kuksanim. Eu sou um defensor da linha tradicional do

meu mestre. Não sou partidário de objectivosdesportivos, ainda que aceito os processosdos campeonatos como uma maneira deintegrar o Hankido mais massivamente, paraque seja mais e melhor conhecido, mas nãoestou inclinado a criar linhas paralelas entreconceitos marciais e desportivos; aceitoporque tenho de aceitar e porque sou um bomsoldado e isso implica também que a minhaatitude no que respeita à maneira de ensinar éMARCIAL ao cem por cento! Tenho fé que na Espanha, as pessoas sejam

capazes de perceber isto e de acreditar nisto,porque as vicissitudes na prática são como asvicissitudes na vida, não sabemos o que vaiacontecer amanhã, mas temos que continuarlutando por aquilo em que acreditamos e poraquilo que queremos, mesmo que o futuroseja incerto.

As técnicas do Leopardo em ShaolinHung Gar Kung Fu

Leopardo ( )As técnicas do leopardo são exercícios para a rapi-

dez, a coordenação e a perseverança. As suas técni-cas se baseiam na filosofia do elemento metal. As téc-nicas do leopardo podem ajudar não combate de pro-ximidade, não corpo a corpo, o combate com todas asforças e na curta distância. Ao contrário do tigre que seserve do ataque da força concentrada, o leopardo éágil e explosivo.

A rapidez do seu poder de reacção e habilidadefazem que o leopardo seja por natureza umcaçador extremamente perigoso. Pode atacarcom a rapidez de um raio e de maneira ines-perada e por outra parte pode recolher-semuito rápido não contra-ataque, commanobras de desvio. O leopardo é menorque o tigre e portanto também tem menosforça. Forma parte dos animais de presamais rápidos do mundo. Quando põe seuponto de mira numa presa, caça-a comuma rapidez incrível. Mata a sua vítimade inexorável e rapidamente com umúnico mordisco na nuca.

Nas técnicas de combate, a rapidez étambém muito de se ter em conta e estáconsiderada como um factor importantís-simo. Em muitos ataques rápidos e agres-sivos que se precipitam sobre o confron-tante, um contra-ataque é quase impossível.

As imagens que se seguem mostram oGrão Mestre Martin Sewer em uns interes-santes movimentos básicos de leopardonão Kung Fu.

Kung Fu

“As técnicas doLeopardo

podem ajudarpara o combatede proximidade

não corpo acorpo”

Kung Fu

Os movimentos são como duas pedras que se lixam mutuamente. Para compreender a ideia básica do movimento, amão se encontra aqui aberta. O movimento em rotação vai em frente.

Aqui tomamos a posição típica da mão do leopardo em Kung Fu. Isto é um meio punho. Quer dizer, fechamos só ametade do punho.

Tem de se dar atenção em alcançar tensão não punho. Assim o ponto de contacto é nitidamente menor e por isso maisdoloroso para o adversário.

Este é só o movimento básico.Naturalmente é possível ummovimento brusco de mudança.Observem a imagem a seguir:

E então, de novo mudar adirecção.

Aconselho praticar primeiro osmovimentos com calma e atenção esó então, em um seguinte passo,experimentar a mudança de direcção.

E assim se continua desde adirecção inicial:

Quando estes movimentos foram compreendidos na sua aplicação, Vê-se por exemplo assim:

A seguir, as mudanças de direcção nãocombate:

... e mudar na outra direcção.

Como pode ver o leitor interessado, estastécnicas são muito rápidas, muito efectivas efáceis de aprender. As formas tradicionais sãoperigosas e é preferível não as subestimar.

A defesa pessoal para mulheres deve cumprir certos requisitos. Deve sersimples, eficaz e realista. A Eskrima pode ser simples, muito eficaz e realista, masnão muitas mulheres praticam Eskrima. Uma da razões é o facto de que muitasmulheres parecem pensar que não podem levar o seu pau para a rua. A Eskrima épracticada frequentemente por pessoas que já têm outra experiência em desportosde combate. No entanto, os meus seminários são muito visitados por mulheres.Primeiro elas pensavam que a Eskrima era estranha, porque começamos com otreino com armas. Quando começo a explicar os princípios da Eskrima, elascompreendem a beleza e a eficácia da mesma. Por exemplo, aprendem a perceberque “podem”, de facto, usar qualquer arma, como uma borracha de apagar ou umamala. Eu vejo o sorriso em suas caras quando começam a perceber. Penso quequalquer mulher pode praticar e aprender Eskrima.

Eskrima para Mulheres

Leonora, Lutadora deArtes Marciais FilipinasQuando penso nas mulheres da

Eskrima, penso na minha primeira visita àescola “Pares Eskrima Doce”, em Cebu.Vi dois eskrimadores em combate fullcontact e batendo um no outros comcombinações duras e rápidas. O que mesurpreendeu foi a força e a maneiraagressiva da luta dos dois lutadores. Oeskrimador de menor tamanho fez umasérie de combinações de golpes fortesna cabeça, e aplicou uma série debatimentos no corpo do lutador de maiortamanho. Este foi o momento de parar aluta e o tipo de mais tamanho caiu dejoelhos. Esse foi o momento em querealmente fiquei surpresa! O lutador maispequeno tirou o capacete e com grandesurpresa vi o cabelo comprido e pretoque caía e o rosto de uma mulher jovem,com uma grande sorriso. Ela me viu eveio se apresentar como Leonora

Rentuma. Depois indaguei e descobrique foi várias vezes campeã da Filipinas,campeã do mundo em combate decontacto completo, e várias vezescampeã do mundo em Sayaw (katas).Formou parte da equipa mil itar emManila e foi campeã invicta. Nessemomento nem me passou pela cabeçaque Leonora iria ser minha mulher… Masessa é outra história.

A ideia errada daEskrimaAnos atrás, um meu estudante veio

dizer-me que quando viajara de comboio,derrotara dois garotos numa briga. Usaraseus paus de Eskrima. Eu já lera a notícianos jornais, mas nunca pensei que fosseum dos meus estudantes que vinhatreinando comigo vários anos. Claro estáque não estava satisfeito desta situação eperguntei ao estudante o motivo deleviajar com os seus paus de Eskrima.Pensei que era estranho…. Ele respondeuque ele sempre andava com um pau de

Eskrima. Então eu respondi que ele nãopercebera o conceito de Eskrima. O pause assemelha a outras armas, como umaespada curta… Mas o incidente meobrigou a pensar e insisto muito no que aEskrima realmente é e no que não é. É importante compreender os

princípios e os motivos de treinar compaus e o que a eles se parecem eassimilá-lo.

Benefícios da Eskrima O Eskrima é adequada para auto-

defesa, para o combate armado edesarmado. Mas a maneira de aprenderEskrima é diferente de outras ArtesMarciais. Na Eskrima começamos com asarmas e a razão é muito simples: quandonos metemos numa briga e temos de lutarpela nossa vida, teremos uma vantagemse soubermos como manipular as armas,e não tem de ser necessariamente umpau. Podemos usar uma grande variedadede armas que são legais para as levarmosa todo lado: um chapéu-de-chuva, uma

esferográfica, uma mala, óculos,cachecol, etc. É certo que se não podeminterceptar golpes de maneira muito eficazcom um cachecol, mas podemos usa-locomo uma distracção e bater na cara doatacante e fugir dele. Também umajaqueta ou um casaco constituemexcelentes armas para a auto-defesa.Pensem nesta cena: atirar o casaco nacabeça e dar-lhe um pontapé no joelho ouno meio das pernas...

Armas na rua Na rua há todo género de armas à

mão. Pedras, paus, areia… tudo muitoeficaz! Uma bicicleta pode ter um bomuso para a auto-defesa como um escudoentre nós e o atacante. A bomba dabicicleta é uma arma que se pode utilizarcomo um pau de Eskrima. Pensemnisso..., as armas estão em nosso redor. Talvez o leitor nunca tivesse pensado

nisso. Olhe em sua volta: muitas armaspode ver nestes momentos: o lixo, pedras,

areia..., basicamente tudo o que se podetransformar numa arma. O único obstáculoé ter uma mentalidade pequena. Pensemem grande e olhem em volta. Vejam asarmas ocultas que a rua oferece!

Armas em casa Com muita frequência, mulheres me

perguntam o que podem fazer no casode serem agredidas na própria casa. Aminha primeira resposta é que têm de sesentir seguras na própria casa, mas pordesgraça cada vez é mais frequente queos gatunos de rua entrem nas casas pararoubar e muitas vezes acabam por darpancadaria nos ocupantes da casa oucoisa ainda pior! É um grande problema e o problema

cresce. A minha resposta é: olhem emvolta dentro da casa e reparem naquantidade de armas que há. Facas,garfos, vasos, mesas, cadeiras…,basicamente qualquer coisa que sepossa usar, não há regras para a auto-

protecção, a protecção dos filhos e dosseres queridos. Nos Estados Unidos estáautorizado o uso de armas de fogoquando alguém entra na nossa casa. Namaioria dos países da Europa não sepode ter uma arma de fogo é muitopossível que nos metam presos a nós emvez de prender o gatuno... Um bomconselho é fazer muito barulho, porexemplo, lançar um cinzeiro ou um jarrãode flores pela janela.... Façam o maiorbarulho possível, os gatunos não gostamnada disso...

Armas fixas no lar Devido aos meus seminários e cursos

de instrutor que me levam a sair muito decasa, a minha mulher fica a sós com ascrianças. Agora moro numa povoaçãoonde praticamente não há nenhum delitoe não é realmente necessário ocultar asarmas (não se pode ser paranóico!), masanteriormente morávamos num bairrocom uma grande quantidade de delitos

de drogas e era necessário tomarmedidas. Uma destas medidas foi ainstalação da armas fixas, como paus efacas. Leonora nasceu nas Filipinas ecresceu com armas. Seus irmãos eprimos praticavam Eskrima. O pau e afaca eram e são suas armas favoritas. Emcada quarto da casa havia um armaoculta. Logicamente as crianças nãopodiam chegar até estas armas, mas paraLeonora era fácil ir busca-las quandonecessário. O meu conselho para

Leonora foi sempre fazer tudo quantonecessário mesmo chegar aos extremos,para se proteger a si e às crianças.

Mais mulheres naEskrimaEstou convencido de que o Eskrima é

uma boa Arte Marcial para as mulheres.Para a auto-defesa basicamente, tudoestá nela. É bom treinar com todo génerode armas e tomar consciência do

impacto das armas e habituar-se àsarmas e ao treino, tanto físico comomental. Utilizando o Pangamot (combate sem

armas total), todas as opções que seaprenderam através de treino comarmas, se utilizam agora sem armas:pontapés baixos, entre as pernas,joelhadas, socos, cotoveladas, golpes demão aberta, espetar os dedos nos olhos,a cabeçada de uma mulher pode serinesperadamente eficaz. Realmente o

corpo todo pode ser utilizado para a defesa. Certamente quepodem treinar Eskrima como Arte, posto que tem muito aoferecer. Pensem na beleza das Sayaw (katas) e nos Arkos, oselegantes movimentos de alavanca e as muitas técnicas dedesarme que só funcionam no ginásio, ou lutar com um sarongou com um cachecol. Definitivamente, a Eskrima tem muito aoferecer e com razão está considerada como uma das ArtesMarciais mais eficazes jamais inventada. Para as mulheres que lerem isto, espero que o meu artigo

seja atraente e aumente seu interesse por conhecer mais daEskrima e talvez começar a praticar Eskrima. Pensem em todosos benefícios da Eskrima como uma maneira extremamenteelevada da legítima defesa, e por outra parte, é boa para a

saúde e o fitness. Só precisam mesmo de encontrar um bommestre! O estilo não importa, sempre e quando perceberem queo que se aprende também se pode aplicar na realidade.

Acampamento de faca na AlemanhaGostaria de convidá-los ao mi próximo Acampamento de

faca em Bielefeld, Alemanha, do dia 16 até o dia 18 de Maio2014. Poderão treinar e aprender defesa contra faca, desarmede faca, ataque com faca, karabit, machado, espada, diferentesmétodos de treino contra faca, faca contra mãos nuas e mais.Aqueles que gostariam de ser parte do Sistema de CombateStroeven e estiverem interessados em seguir cursos de

instrutor e inscreverem-se nos acampamentos ou nosseminários, podem contactar-nos em [email protected] Desejo a todos muito êxito na vossa formação e talvez

nos encontremos em um dos meus muitos seminários!Sejam bem vindos ao meu mundo, o mundo da Eskrima!

O Major Avi Nardia - um dos principais instrutores oficiaisdo exército e da polícia israelitas no campo da luta contra o

terrorismo e a CQB - e Ben Krajmalnik,realizaram um novo DVD básico que

trata sobre as armas de fogo, asegurança e as técnicas de treino

derivadas do Disparo Instintivoem Combate, o IPSC.

O Disparo Instintivo emCombate - IPSC (InstinctivePoint Shooting Combat) éum método de disparobaseado nas reacçõesinstintivas e cinemáticaspara disparar emdistâncias curtas, emsituações rápidas edinâmicas. Umadisciplina de defesa

pessoal para sobrevivernuma situação de ameaça

para a vida, onde fazem-senecessárias grande rapidez e

precisão. Tem de se empunhara pistola e disparar numa

distância curta, sem se usar a vigia. Neste primeiro volume se estudam: o

manejo da arma (revólver e semi-automática); prática de tiro em seco e a segurança;

o “Point Shooting” ou tiro instintivo, em distância curta e emmovimento; exercícios de retenção da arma, sob estresse emúltiplos atacantes; exercícios de recarga, com carregador,com uma mão e finalmente, práticas em galeria de tiro compistolas, rifles AK-74, M-4, metralhadora M-249 einclusivamente lança-granadas M-16.

REF.: • KAPAP7REF.: • KAPAP7 Todos os DVD's produzidos porBudoInternational são realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares) e aimpressão das capas segueas maisrestritas exigências de qualidade(tipo depapel e impressão). Também,nenhum dosnossos produtos écomercializado atravésde webs de leilõesonline. Se este DVD não cumpre estasexigências e/o a capa ea serigrafia nãocoincidem com a que aquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

Basta um Basta um CliCCliC

para estar no melhor para estar no melhor

que em Artes Marciais que em Artes Marciais

existe noexiste no teu idioMA…teu idioMA…

O nosso assíduo colaborador Salvador Herraiz, defensor de um Karate tradicionalcom uma atitude compatível com os princípios do Dojokun, nos traz hoje um amigávelduelo dialéctico com o principal representante do Karate desportivo, António EspinósOrtueta, Presidente da World Karate Federation.

Herraiz, além de nos dar a sua opinião, apresenta a Espinós determinadosassuntos que são comentados em círculos do Karate, mas que talvez não sãoabertamente. Interessante troca de impressões nesta entrevista histórica, com ohomem que trabalha incessantemente para levar o Karate ao Programa Olímpico.

O PRESIDENTE da WKF é entrevistado por Salvador Herraiz

O nosso encontro é em Madrid, na sede da World KarateFederation. Desde o primeiro momento, Antonio Espinós se mostra

disposto. Sempre temos mantido um bom relacionamento esabe que apesar das evidentes diferenças na maneira depensar, o que eu faço é do coração e com a garantia daseriedade.Pessoalmente conheci Antonio Espinós no dia da sua

eleição como Presidente da Federação Espanhola de Karate.Eu era membro do Pleno da Federação, o Órgão Supremo doqual ele seria eleito. Realmente não parecia ser ele o favorito,mas sim o que até então tinha sido Presidente, CelestinoFernández, mas Espinós ganhou as eleições. Em 1988 conto com a presença de Espinós no Torneio de

Exibições que organizo em Guadalajara. Também desde o ano

precedente, escrevo na revista "Karateka" que edita aFederação Espanhola de Karate, que ele preside. Continuaria aminga colaboração nessa revista vários anos, até a suadesaparição. Meu relacionamento com Espinós, nos anos 80 e princípio

dos 90 é muito boa, devido em parte a que nessa época eusou o Director de Actividades da Federação de Castela LaMancha de Karate (regional pertencente à FederaçãoEspanhola). Meses depois, Antonio Espinós assistiria ao meucasamento realizado em Guadalajara. O nosso contacto,apesar das nossas claras diferenças, tem sido sempre e écordial e respeitosa por ambas partes, como deve de ser.Anos depois, em Fevereiro de 2001, Antonio Espinós

escreve o prólogo do meu livro sobre a história da WKF e doOlimpismo no Karate. Nele me dedica “pérolas” que agradeço:

”Primeiro de tudo quero reconhecer a SalvadorHerraiz o impressionante trabalho de compilação porele realizado, assim como o esforço e a dedicaçãoque de certeza tudo isto constituiu. Devo dizer que aqualidade de sua informação documentada éadmirável. Salvador, quero agradecer-te mais uma vez, o teu

trabalho apaixonado e a tua enorme contribuição depesquisa. Como Presidente da WKF, mas acima detudo como alguém para quem o Kárate é muitoespecial e importante, te agradeço e incentivo paracontinuares trabalhando como sempre tens feito. Se jánão tivéssemos um Salvador, teríamos de inventá-lo”.Antonio Espinós nasceu em Bilbao, a 13 de Outubro

de 1947 e se graduou em 1963, no Instituto Alemãode Madrid, cidade onde também iría ser EngenheiroIndustrial em 1973 e onde tem a sua residência. Espinós foi competidor e membro da Equipa

Nacional da então Secção Espanhola de Karate, noseio da Federação Espanhola de Judo, entre os anos

Karate

1971 e 1974 e professor de Karate de1975 a 1978. Nesse último ano irianascer a Federação Espanhola deKarate como tal (dantes, o Karate estavano seio da Federação de Judo) sendoseu Presidente Celestino Fernandes até1984, ano em que António Espinós seriaeleito seu sucessor e também Membrodo Comité Olímpico Espanhol.“O único Campeonato do Mundo a

que não assisti foi o de 1988, no Cairo,porque meu pai estava muito doente ede facto acabou por falecer. Melembrava disso dias passados,quando soube do falecimento do teupai, que sinto muito. Eu andavacontigo em Guadalajara, na tua casa,quando ele estava no hospital. Eramtempos em que não existiam ostelemóveis à mão como agora e euestava preocupado pelas notícias domeu pai. Estão associados em mim,ambos factos e já passaram mais de25 anos… Deus do Céu! Como otempo passa!!!...”Sem dúvida, a sua valia para a

direcção e a sua grande capacidade detrabalho, levaram António Espinós a irconseguindo um nome também noâmbito da polít ica internacional doKarate. De 1989 a 1995, António Espinósfoi assistente do Secretário Geral da

União Europeia de Karate (depoischamada Federação Europeia deKarate). Em 1994 é nomeado primeiroVice-Presidente da Federação Mundialde Karate (WKF) e um ano depoistambém da Federação Europeia, da qualem 1997 é eleito Presidente. “Deixei a Federação Espanhola em

Dezembro de 1996, quando meescolheram para a Europeia no mêsde Maio, em Tenerife. Depois, emOutubro de 1998 fui eleito Presidenteda mundial, no Rio de Janeiro”. Eu me lembro que alguns dias antes

falamos ao telefone com motivo de umdos meus livros, “Karate, muito mais queum desporto”, que já estavapraticamente na imprensa, mas euqueria meter o facto de um espanhol serPresidente da Federação Mundial deKarate, e assim foi!Como surgiu pôr os olhos nas

federações europeia e mundial?“Tudo surgiu em Granada, nos

Campeonatos do Mundo de 1992. Fuiarrastado a isso. Anteriormente, naverdade nunca pensara nisso. Jamais!Nem sequer tinha pensado nunca emestar no Comité Executivo daFederação Mundial. Não meinquietavam essas coisas. Eu tinha aminha vida muito plena, o meu

trabalho, a Federação Espanhola…,mas os acontecimentos sedesenvolveram de maneira imprevistae muito depressa. Também ajudou asituação que na altura tínhamos, portermos perdido o reconhecimento doCOI, de termos o Jacques Delcourtque não tinha nenhuma opção deacesso ao COI. O que aconteceu coma ITKF foi mais uma questão pessoalcontra Delcourt, que não estava bemvisto e na verdade, com ele nós nãotínhamos opção nenhuma dereconhecimento, nem juntando-noscom a ITKF nem deixando-nos dejuntar… E chegou alguém como eu eestás a ver o que acontece!” Realmente aquele assunto, que

parecia exigir uma unificação entre aFederação Mundial e a organização doMestre Hidetaka Nishiyama, sempre foiestranho, pois à margem do grandevalor de Nishiyama como Mestre,parecia estranho que tivesse o pesoatribuído no assunto olímpico, nãodeixando de ser uma organização nadacomparável no respeita ao tamanho eimplantação mundial com a FederaçãoMundial. Por outra parte, sempreresultou estranho que um mestre tãotradicional como Nishiyama, lutassetanto por um assunto de Karate

desportivo. Tudo era um tanto ou quantorocambolesco. Em 1997, Espinós é distinguido com a

Medalha de Prata ao Mérito Desportivo eno ano seguinte, em 1998, eleitofinalmente Presidente da FederaçãoMundial de Karate. António Espinós, galardoado em 2002

com a Medalha de Oiro ao MéritoDesportivo da Espanha, t inha sidoreeleito em 2001 como Presidente daFederação Europeia e em 2004 reeleitotambém como Presidente da Mundial,encargo que mantém actualmente edesde o qual, com muito trabalho, comas ideias bem esclarecidas, objectivosbem planejados e… com certa mãodura, tem levado o Karate desportivo aesse Olimpismo procurado desde fazmuitos anos.São muitos anos os que António

Espinós está na direcção do Karatedesportivo internacional. Em tantos anosde presidente da Mundial… o que temsido melhor e o que tem sido o pior? “O melhor tem sido a experiência,

ter podido fazer o que eu pensava quetinha de ser feito desde o lugar dePresidente da Mundial. Tomar essasdecisões que só se podem tomardesde esse lugar e que caso contráriosó podemos continuar a pensar quese deveriam de tomar. O pior? Nãosei! Deitando a vista atrás, tem havidomuitas coisas boas e muitas más. Apior certamente é o que o Karateainda não tenha podido chegar a serOlímpico, porque é uma grandeinjustiça. O Karate merece! Temostrabalhado muitíssimo, não para serolímpicos mas para termos umaFederação como a que temos. Emcomparação com outros desportos doprograma olímpico, merecemos clarae sobejamente sermos olímpicos. Nãoconseguimos porque… Bem, comodiz o povo: “Mais vale chegar a tempoque esperar um ano”, mas chegamosno momento em que a expansão doprograma olímpico tinha acabado ehavia muitas menos possibilidadespara o conseguir por parte dosdesportos que estamos à espera.Esse foi o principal motivo, porquerealmente todos reconhecem que oKarate e a WKF cumpremamplamente todos os parâmetrospara o ser. Porque afinal, o que oprograma olímpico reconhece não éum desporto mas sim uma federaçãointernacional representativa. Querdizer, o COI não reconheceu o Karatemas sim a WKF como representativado Karate no mundo. Isso éprecisamente uma das coisas que temque mudar, de acordo com oplaneamento do novo presidente doCOI. Tem de ser feito por modalidadesdesportivas em vez de por federaçõesinternacionais e isso nos iria dar umanova oportunidade, não só ao Karatecomo também a outros desportos”.

Devo dizer que esse motivo que estása dar… não parece justificar o facto deque o Karate não seja olímpico, quandoo são outros que, com todos os meusrespeitos, não são comparáveis em baseao que sabemos. Desconheço se oOlimpismo será bom ou tudo pelocontrário, para tradicional Karate que eudesenvolvo e do que gosto. Mas…inclusivamente vendo só a facetadesportiva do Karate, é muito estranhoque o Karate não consiga o Olimpismo.O que se esconde atrás da atitude dosmembros do COI depois do recentefiasco? Qualquer coisa estranha deve dehaver atrás disto, para que o Karate,com o seu número de praticantes nomundo, a sua implantação, etc…, nãoseja olímpico…“Bem. Sim, há um motivo muito

claro e é que há desportos decombate a mais no programa e existeuma percepção para alguns membrosdo Comité Olímpico Internacional deque deve de existir um equilíbrio entreas diferentes famílias dos desportosque há no programa e a verdade é queaí, o Taekwondo pesa muito. Tem sidopara nós muito árduo que oTaekwondo chegasse antes que nós,ou melhor dito, que realmente seadiantasse, porque em princípio oKarate ia muito por diante doTaekwondo no assunto olímpico. OCOI nos dava o reconhecimento emJunho de 1985, quando o Taekwondonem sequer existia como a FederaçãoInternacional que é hoje. Mas opróprio COI retirou o reconhecimentoà Federação de Karate em Julho de1992. Nos tirou o reconhecimento!Isso é coisa que não tem acontecidoem muitas ocasiões. Mas o certo éque nos tirou o reconhecimento! Masagora não é questão de chorar peloque já aconteceu”António Espinós não faz menção mas

há uma coisa que eu sempre tenhopensado e assim digo no meu livroacerca do Karate e o Olimpismo, quepor certo o prólogo é de Espinós. Nolivro digo que dirigentes do Taekwondocom grande poder no COI, poderiam terexercido pressão para que o Karate nãochegasse ao programa olímpico e evitarassim uma competência importante emdisciplinas que ainda sendo muitodiferentes, não deixam de ter um certoparecido a olhos de profanos. Osnúmeros falam por si mesmos e seestima que os karatekas federados nomundo são similares em número aosjudocas e taekwondistas juntos! Menosna Ásia, onde os números são maisequiparáveis, no resto do mundo oKarate supera clarissimamente empraticantes as outras duas disciplinas.António, eu penso que além do mais,

assim como o Taekwondo sempre temsido muito apoiado pelo Governo do seupaís, a Coreia, Pelo contrário, o Karatenão tem sido para Japão uma

prioridade… O que pensas? “Sim. O Taekwondo é o desporto de

um país e de um governo com unsrecursos, etc… e perante isso não sepode competir. Mas afinal tambémnão acredito que esse tenha sido omotivo. Em 1985 havia no programaolímpico uns vinte desportos e havialugar para outros, masdesperdiçamos a ocasião. Esses seteanos que passaram desde 1985 até1992, foram fatídicos na história daFederação Mundial. Mas se aquilo nãotivesse acontecido, hoje eu aqui nãoestaria. Teria continuado Delcourt!!!Por isso tudo depende da maneira dever. Teria havido uma continuidade,com Delcourt ou com um sucessorseu, que não sei se teria sido boa oumá, mas isso é o que poderia ter sido.A perda do reconhecimento foi umdos factores, não o único e talvez nemo mais importante. A fim de contas,para haver uma mudança como houveem 1998, têm de ser dar váriascircunstâncias e todas ao mesmotempo. E isso é o que aconteceu.Talvez se eu não tivesse aparecidonem sequer com aquilo acontecidoteria havido uma mudança, mas…apareci eu! É como agora, se nãosurgisse ninguém com ascaracterísticas e circunstânciasespecíficas do que as pessoas estão àespera, etc..., para ser presidente daWKF, pois eu poderia estar a vidatoda, mas...” E agora, tu te sentes com vontade de

continuar ou estás um poucodecepcionado? Porque esta recentedecisão negativa, suponho eu que já anão esperavas? “Fiquei decepcionado, muito

decepcionado. Nunca pensei em estaraqui a vida toda. Como sabes, eu souEngenheiro de Obras Públicas e mesempre me tenho dedicado à minhaprofissão. Tem custado muito faze-lacompatível com as actividades daFederação. Muitíssimo! Sempre tivede realizar uns esforços tremendospara poder faze-lo. A minha prioridadetem sido sempre o meu trabalho, queé o que permite levar a vida que tenhotido e manter a minha família.” António Espinós esteve muitos anos

trabalhando para a empresa Dragados eConstruções, da qual foi Gerente emMadrid, antes de passar aoDepartamento do Estrangeiro. No Verão de 2013 surgiu um tremendo

problema entre tu e o teu até agoramáximo colaborador e inclusivamenteamigo, o Secretário Geral GeorgeYerolimpos. Supostamente, o gregoYerolimpos pediu determinasexplicações referentes ao trabalho emfavor do olimpismo e tu sentiste umafalta de confiança por parte dele e odestituis-te. O que aconteceu? Vocêsestiveram juntos desde o princípio, ounão?

Entrevista

À esquerda, a primeira internacional Seleção espanhola em 1971, Paris. Antonio ESPINOS, no centro, com Fernando Franco de Sarabia, Jesus Pastor, Cho Yong Hoon e Antonio Oliva.

“Sim, desde o princípio. Nuncapensei que a nível pessoal nem a nívelprofissional pudesse fazer o que fezLevava já uns meses fazendo coisasque nunca tinha feito. Tomava decisõessem contar comigo e que não eram dasua competência… Eu tive de lhe dizerque não achava bem o que andava afazer. Tudo começou com uma cartaminha ao Comité Executivo (EC) parasaber o que lhes parecia se emGuadalajara 2013, tivéssemos umcongresso extraordinário para explicaro sucedido com respeito ao olimpismo.Sempre depois das importantesdecisões do COI tínhamos feito umcongresso ou um pequeno-almoço detrabalho. Então ele mandou outra cartaao EC dizendo que o que se tinha defazer era ter em Guadalajara eleiçõesantecipadas para todos os lugares. Issofoi nitidamente um desmarque. Osmembros do EC responderam que nãoestavam por isso. Ficou nervoso ecomeçou a telefonar a pessoas do ECdizendo que me convidassem parademitir… e tudo sem me telefonar amim, sendo ele um Secretário Geral,uma pessoa da máxima confiança dopresidente e além de tudo o mais,proposto por mim. Ele não foi eleitopara o seu encargo. Foi proposto pormim. Nos fins de Julho eu confirmeique não iria haver congressoextraordinário e ele ficou ainda mais

nervoso e mandou uma carta aoTesoureiro, com cópia para mim e parao EC, pedindo explicações das contas,dos contratos feitos com uma empresaespanhola, à qual chamavaincompetente, e alegando que issoteria propiciado a nossa derrota nacandidatura olímpica. Também diziaque tinha pedido as contas em váriasocasiões e que não lhe tinham sidofacilitadas. Tudo mentira e além detudo o mais, ele não era ninguém parapedir as contas, posto que era oSecretário Geral. Depois mandou cópiadessa carta a todas as federaçõesnacionais membros da WKC. No diaseguinte, eu o despedi”. O que é lógico, tratando-se de tal

perda de confiança entre ambos e sendoele o teu Secretário Geral. “Sim, era lógico mas tendo eu as

minhas dúvidas por se tratar de umassunto muito forte. Penso que era aúnica coisa que eu podia fazer eperante qualquer outra opção, o queteria feito é antes ter ido eu embora.Ele se resistiu, disse que eu não tinhaautoridade para fazer tal coisa… Osestatutos dizem que o presidenteeleito propõe ao EC o SecretárioGeral, para ser aprovado por este etambém lhe dão potestade para pedirem qualquer momento a revogação.Também há um artigo que permite aopresidente, em situações de

emergência, tomar decisõesatribuídas ao EC, com a condição deque na seguinte reunião sejamratificadas pelo EC. Mais situação deemergência do que essa! Ele apelouao Tribunal de Arbitragem deLausanne pedindo medidasprovisionais que paralisarem adecisão até uma semana depois emque decidiria o tribunal. Foram-lhedadas, sem nem sequer pedir dados,explicação, informação… aos nossosadvogados. Ele então disse quecontinuava a ser Secretário Geral eteve de pedir um voto por correioelectrónico aos membros do EC, oque também está previsto nosestatutos. Fez-se e saiu a ratificaçãoda minha decisão por 16 votos contra1 (eu não votei e poderia tê-lo feitocom o que teria sido 17-1. Outras trêspessoas não votaram. Ficou portantofora da Secretária da FederaçãoMundial e também da Europeia, ondetambém se votou com um resultadode 7-1, pois aí o Comité Executivo éde 10 pessoas”. Então já nada fica sujeito a nenhuma

decisão do tribunal de Arbitragem deLausanne? “Nada, não fica nada. A ele foi

aberto um expediente e estásuspenso. Apelou e quando seresolver a apelação interna, tambémse verá perante o Tribunal de

Arbitragem do Desporto, emLausanne.” Voltaram a se encontrar? Porque é

triste pensar que também eram amigos,de maneira que a situação… “Uma vez, como ele tem um

também um lugar no Sportaccord,apareceu nos “Combat Games”querendo representar o Karate.Imediatamente foi expulso por mim”. Também és vice-presidente da

Sportaccord… “Sim, mas sou especialmente

presidente da Federação Mundial deKarate na qual ele não é bem vindo.Nunca mais voltamos a falar-nos nemme deu explicações do que fizera.Afinal, o que poderia dizer?”George Yerolimpos foi um fervente

defensor da Campanha “The K is on theWay”, que teve um momento importantea 7 de Outubro de 2012 com arealização do Dia Mundial do Karate.Não é assim? “Foi a melhor campanha das que

temos feito. Participaram 500 cidadesde 90 países e gastamos muito menosdinheiro do que se podia terempregado. George Yerolimpos deu oseu apoio”. Em Guadalajara (Espanha)

participamos com um bonito actopúblico e com ele apresentamos acidade como sede do mundial do Karatecadete & júnior 2013. Para finalizar com o assunto

Yerolimpos… Como está considerado naGrécia, seu país natal? Porque pensoque lá também tem certos problemasinternos… Ou não?“Talvez, a federação ainda tem o

controlo, mas não sei por quantotempo. Perdeu o controlo dos Balcãs,que são um bom punhado de países edaí queria ser presidente daFederação Europeia pressionando-me, etc…, mas também perdeu essecontrolo. Está completamentesozinho.”A WKF tem agora como Secretário

Geral provisional Tony Méndez, dePuerto Rico. “Ele ocupará o lugar provisoriamente

e assim foi aprovado em Guadalajara2013, até que no Congresso de Bremen2014, seja escolhido um. Ali tambémmodificaremos algumas coisas nosestatutos para aligeirar processos,mesmo que seja de maneira cooptada(nomeações internas que qualquerorganização pode realizar de seuspróprios membros, sem depender decritérios externos). Agora por exemplo,em Guadalajara, cooptamos umapessoa como membro do ComitéExecutivo, para que se váfamiliarizando com a WKF. Trata-se deToshihisa Nagura e é uma das opçõesfortes para novo Secretário GeralWKF.” Nagura é muito meu amigo. Conheci-o

faz anos porque é um professor do clube

de Karate da Universidade de Keio, emTóquio. É muito tradicional, mastambém gosta muito da competição eainda participa, de vez em quando, emalgum torneio de veteranos. Penso que éuma pessoa muito nobre, que vai fazerbem o que tiver de fazer. “Eu o conheci em Janeiro de 2013,

quando estive em Tóquio. É umapessoa muito educada, muitoformada, fala perfeitamente Inglês,viveu na América, está muitorelacionado com o Karate. Me causouuma muito boa impressão ainda queeu não tenha tido uma grandeinfluência na sua proposta, que foifeita desde a Federação Asiática. Aúnica coisa que quero tentar é quevisto o presidente WKF ser europeu eo anterior Secretário Geral também,pois que o novo fosse asiático. Nãopode ser eleito em Guadalajara pornão ser membro do EC, só cooptado,e os estatutos não permitem isso(mas como digo, já estamos acaminho de modificar algumas coisasdos estatutos)”.Por outra parte, um pessoa desde faz

anos importante na FederaçãoEspanhola de Karate, ainda que commuita influência também nas gestões daFederação Mundial, Francisco Alegrete,assumiu recentemente o lugar de novacriação, de Director Geral WKF. Nele iráapoiar-se o presidente Espinós paralevar a efeito os seus novos projectos. “Conheço a Francisco Alegrete

desde faz muitos anos. Alguém meapresentou a ele sendo eu jápresidente da Federação Espanhola.Emílio Garcia Manrique, secretáriohoje da Madrilena, já anteriormenteme tinha apresentado a AntónioTorres (presidente hoje da ditaFederação Madrilena).Era director doginásio Moscardó, em Madrid.Quando fui eleito presidente da FEKcontratei ambos. Francisco Alegretetrabalhava no Conselho Superior dosDesportos. É muito bom no seutrabalho. Estivemos juntos 12 anos naFederação Espanhola e depois temcontinuado colaborando muito bemcomigo na Mundial. Tem feito muitas

coisas importantes na Mundial. Semele, a Federação Mundial de Karatenão seria nem muito menos o quehoje é”.Eu o conheci em 1987, nos tempos da

revista Karateka, Está lembrado? ”Sim, lembro-me muito bem!” Era

editada pela FEK, a FederaçãoEspanhola de Karate e eu escrevianela, como bem sabes.Como é financiada a WKF no seu

processo do dia a dia?“Bem. É muito simples. Temos um

orçamento constituído por depróprias entradas por afiliações eparticipação em campeonatos dasnossas federações e depois outrasentradas que vêm de patrocinadores,da aprovação de material desportivo,de karategis, tatames, etc… ealgumas outras entradas de dinheirode outro género”. Qual a saúde económica da WKF? “Tem boa saúde económica. As

reservas que temos são boas e nãonesse sentido não temos nenhum tipode problemas”. Mas… Se podemos falar de uma

quantia específica, de um orçamentoanual? “Em volta de 1 milhão de Francos

Suíços”. (Uns 810.000 euros). Masdisso não temos comprometida umaquantia. Não temos que dar dinheiroàs federações membros, nem nadadisso. Tudo está devidamenteestruturado, de tal maneira que asfederações nacionais suportamdeterminadas despesas e com issotambém têm certos direitos para usaro dinheiro que entra. Isso nos permitefazer grandes campeonatos comdespesas muito limitadas para aFederação Mundial”. O que faz então a WKF com esse

dinheiro que vai entrando? “Fazemos os nossos cursos de

evolução e melhora em todo omundo”. Fale-nos mais acerca deste assunto,

porque penso não ser coisa muitoconhecida em geral. “Fazemos uns cinquenta cursos por

ano, cursos de arbitragem, cursostécnicos, ajudamos em materialdesportivo, tatames…, masprincipalmente cursos em algunspaíses da África, em alguns da Ásia…Na Europa não. O único país daEuropa comparável aos mais pobresdo mundo é a Moldávia. Tambémespecialmente para os Campeonatosdo Mundo Sénior, temos um programade ajuda a países desfavorecidos. Adeterminadas federações quecumpram as exigências, as ajudamospagando os bilhetes de avião para aparticipação de um competidor e umdirigente oficial, assim como ahospedagem durante uma semana. Ocritério utilizado para isto é queajudamos aqueles que têm uma renda

Entrevista

ESPINOS, direito sobre a imagem, em 1973, pelo então príncipe Juan Carlos, Dominique Valera, AdamCzartoryski, Antonio Oliva, Tino Fernandez e outras karate ilustre do tempo.

“...GeorgeYerolimpos nãoera alguém que

pudesse pedir ascontas, posto queera o SecretárioGeral... No diaseguinte estava

despedido”

"per capita" da ordem de 4.000dólares por ano. Parece muito pouco,mas há mais de quarenta paísesnessa situação, uns trinta deles naÁfrica. Graças a isso tivemos 116países participando no mundial deParis 2012. Pela primeira vez nahistória, passamos de 100”. E o Mundial Júnior de Guadalajara

2013, como está no ranking departicipação? “Foi o segundo da história, da maior

participação de países, depois deParis 2012”. E em participantes, tenho entendido

que foi o primeiro… “O primeiro, sim... Claro está que

nos júnior e cadetes o número decategorias é maior e apesar daparticipação estar limitada a umcompetidor por categoria e país…,houve muitos participantes. EmGuadalajara tivemos quase 1.400competidores. Sempre há mais nosjúnior & cadete que nos sénior… Nosprimeiros há quase 30 categorias,enquanto que os sénior são 16categorias, com uns 850competidores. Vamos aumentar emquatro, as categorias, nos mundiaisjúnior em 2015”.Quantos membros tem agora a WKF? “São 188 as federações membros,

das quais, normalmente participamnas actividades umas 100”. Quantos karatekas estima a WKF que

há no mundo, dentro e fora dasfederações nacionais? “Uns 119 milhões, conforme um

estudo feito partindo das federaçõesmembros”. Quantos deve de haver dentro das

federações nacionais membros deWKF? “Uns 10 milhões. É um estudo que

se baseia nas federações e clubesdessas federações. Foi feito emfunção do número de praticantes

federados, da povoação, do país…, demaneira que se tira uma média e seestimam os dados. Resulta então queos karatekas afiliados às federaçõesnacionais membros de WKF sãoapenas um 10% - exclama Espinós. A verdade é que eu tenho as minhas

dúvidas de que estes números sejamassim tão demolidores, devido aos meuscontactos internacionais em diferentesorganizações de muito variado tipo. Nemas características do estudo podemlevar, penso eu, a uma fiabil idadeextrema. Em qualquer caso, mesmo queestes números se não correspondamexactamente à realidade, o percentagemde federados é certo que parece serbastante baixo. Às organizações deestilo que funcionam alheias ao âmbitodesportivo (mesmo algumas o façam emambos árbitros de melhor ou piormaneira) temos que juntar desde 1996 aexcisão que produziu a nova WKC e quedirigem ex altos representantes daFederação Mundial de Karate(anteriormente e até 1993, denominadaWUKO) como o alemão Fritz Wendland,o italiano Carlo Henke, ou o sérvioMarco Nicovic… Depois desta WKCtambém se originará em 2004 a novaWUKO (que volta ao antigo nome daoriginal) e que seria liderada por Henke e

o brasileiro Oliveira até 2008, ano emque o brasileiro formará por sua conta aWUKF.E acerca do número de karatekas

federados e não federados, que aprópria Federação Mundial calculourecentemente, que valor se lhe dá naWKF? Quero dizer…, dão-lhe algumaimportância? É visto como coisa normalque não tem maior importância? Qual aleitura se dá a esse dado? “Pois que em muitíssimos lugares

quem se afilia é só quem participaactivamente nas competições. Amaior parte da gente que gosta doKarate, entra em um clube parapraticar uma série de dias porsemana. É a única leitura que lhepodemos dar e não a leitura que lhepossam dar outros, no sentido de quea maioria das pessoas estão fora dafederação. Realmente não sei...” Consoante os dados assim parece ser,

mas em qualquer caso não se lhe dáuma importância relevante ao assunto.Não se vê como um problema? Énormal? Digo isto tendo emconsideração de que vocêsdesenvolvem, logicamente, a facetaeminentemente desportiva-competitiva.Podes compreender que as pessoas àsquais não lhes interessa a facetadesportiva, estejam fora da federaçãodesportiva? “Sim, porque a legislação só em uns

poucos países obriga a afil iar àfederação os karatekas dos clubes eentão só se afiliam aqueles que cadaclube considera”. Acredito que este comentário te

honra. A níveis de federações nacionaise regionais, parece importar-lhes mais,provavelmente porque os karatekas forado seio destas federações não pagamsuas afiliações e licenças a esta, o quepor lógica dói.Cada organização tem uma maneira

de funcionar e a organização ideal é a

“Estima-se que há119 milhões depraticantes de

Karate em todo omundo,

10 milhões delesformam parte

da WKF”

que mais se corresponder com as ideiase funcionamento de cada um dos grupoao qual se pertença… A organização é ofato com que um veste e este deve deser o mais de acordo possível com ocada um fizer. Acredito sinceramente,que um excesso de desportivo-competitivo poderia deteriorar os valorestécnicos e morais do tradicional Karate.De facto, já o está fazendo. Sinceramente, penso que as

federações desportivas, especialmente aníveis nacionais e regionais, teimam emestar em contra dos grupos quefuncionam fora delas, quando talvez oque se deveriam perguntar é o motivodesses grupos preferirem estar fora e emmuitos casos o estão sem problemas ecom plena segurança do motivo e ondeestão, sendo consequentes com as suasideias. Acredito que falando, se chagariaa pontos de encontro. O que se pode fazer para que a esses

grupos estejam interessados estardentro e não fora? Acostumam ser assunto de graus de

cintos pretos, que muita gente pensaque deviam ser tratados através dasassociações de estilo…, por ser issouma matéria que pertence à facetamarcial do Karate e não à desportiva.Refiro-me sempre, claro está, àquelasorganizações que legalmenteconstituídas estão amparadas pororganizações internacionais de prestígio,ou por grandes mestres, ou por anos dedemonstrada trajectória… Pensemos emsistemas para chegar a acordos comesses grupos importantes e veteranos,em vez de lutar contra eles… “Não posso estar mais de acordo

contigo” - confessa Espinós - “Pensoque tem de se ter tolerância, respeito,reconhecimento, generosidade… enão ao contrário. Talvez por parte dasfederações desportivas, se deveriamfazer também outras actividadesrelativas à História e à Filosofia do

Karate, conferências, ediçõestécnicas (de matérias paralelas, deteses de exames, etc…). Por exemplo,as fotografias da exposição quemontamos durante o Campeonato doMundo em Guadalajara, agradarammuito e proporcionaram umreconhecimento à história e aospioneiros… ”Essa exposição foi muito boa, foi

fantástica, incrível…” - diz opresidente da WKF - Foi mais umincentivo que ajuda a minimizar umpouco essa falta de contactoexistente entre ambas facetas doKarate”. No que respeita a países importantes

no mundo e no Karate, como podem seros Estados Unidos, o Japão, o Brasil, aChina, o Irão…, essa baixa proporção de

afi l iados às federações nacionaismembros de WKF, é similar ou varia?“Nos Estados Unidos é menor. Nos

Estados Unidos é menor que emnenhum outro lugar, penso eu! Mas noIrão é maior, no Japão é maior, emIndonésia é muitíssimo maior, têmmuitíssima gente; na Françatambém.” E na Espanha? “Na Espanha menos. Acredito que

haja muita mais gente praticandoKarate que a que está na federação.Muitíssima mais!” Mas não nessa percentagem, pois

não? “Não. Não nessa percentagem.

Acredito que na Espanha estaríamosem volta de 30 % de afiliados. Nãopenso que sejam mais. Penso que umde cada três ou de cada quatro estáafiliado. Mas claro, isto visto de fora,desde outras organizações, é contadocomo que a WKF só representa um decada quatro karatekas do mundo eque portanto, o 75 % são eles que otêm. Essa é a conclusão que tiram eisso não é assim”. Efectivamente, para ser justo tem de

se dizer que esse 75% de karatekas queestá fora das federações nacionaisdesportivas, estão em diferentespequenos grupos e não estão unidos emum só, como por vezes pretendemaparentar alguns, perante o ComitéOlímpico Internacional, etc… “É claro! Alguns desses grupos

defendem que o COI tenhareconhecido um de cada quatro e queo 75% dos karatekas, estando fora daWKF, não teriam acesso ao olimpismo,etc…, dando a entender que estãotodos em outro mesmo grupo!” Bem, mas isso é erróneo. “Pois é, mas é isso o que alguns

andam a dizer”. Realmente isto pouco muda o assunto

em si (só mudaria, em todo caso, o

Entrevista

“Alguns gruposdefendem que oCOI reconheceu

um de cadaquatro e que 75%dos karatekas porestarem fora daWKF, não teriam

acesso aoolimpismo, etc…,dando a entenderque estão todosem outro mesmo

grupo!”

Esquerda: Antonio cumprimenta ESPINOS Salvador Herraiz, 1988 Centro: JacquesDelcourt no mundo de Granada, em 1992, a direita:. Com um animado prefeito JuanManuel Pérez, Espanha, depois de ganhar o título da equipe do Mundo em 1992.

planeamento de alguma dessasorganizações). E no Japão, apesar doassunto de estilos, etc…, parece que hámuitos afiliados… Não é assim? “Bem, ao parecer há em volta a um

milhão de afiliados à federação”. A Federação Japonesa esteve faz

alguns anos, a pontos de sair da WKFpor determinados problemas mas…veremos isto mais adiante. Na realidadetem sido relativamente habitual que emalguns países, a organização afiliada áWKF não tenha sido sempre a mesma,que tenha ido mudando. Na Inglaterra,por exemplo, tem havido bastantemovimento neste sentido e atéorganizações criadas“propositadamente” para isso. Há um assunto importante acerca do

Comité Executivo WKF. Diz-se emalguns grupos, que os seus membros,em uma parte deles, são de paísespouco importantes no Karate, paísespouco representativos e que assim, tu,como presidente, com só contentá-loscom lugar que ocupam, com as viagenspagas, hotéis, etc…, terias o seu votoseguro em todas as tuas decisões. Eunão conheço todos mas pelo que tenhovisto, poderia haver de tudo. O que nospodes dizer disto?“Dos membros do EC, 16 são

eleitos, 5 pertencem às federaçõescontinentais, um cooptado agora, e opresidente. Mais de 20 membros. Oseleitos vão por continentes. Doseuropeus temos da Finlândia,Noruega, Turquia, Grécia, Grão

Bretanha, da França e da Espanha,que sou eu. Não sei se sãoimportantes, talvez o não sejam!!! Nãosei se são pequenos ou grandes, mashá de tudo. Da África, da Argélia, queé um país muito importante emKarate, do Congo, Senegal e a Tunísia.Quais outros países são importantesem Karate? O Egipto, por exemplo,mas nunca apresentou candidatura etem um presidente a cada dois anos,pelo que não tem uma estabilidade. AÁfrica do Sul é outro país importante,mas acontece quase a mesma coisa.Da América estão representados osEstados Unidos, a Argentina, PuertoRico, Coração e a Venezuela. Não seise são importantes ou não, mas…”

Há também quem crit ica que arepresentante da Venezuela, CármenDias, mãe do campeão António Dias,não é karateka, pelo que talvez poderianão ser uma representante moralmentelegítima, politizando em excesso a WKF. “Bem. Desconheço se é importante

ser karateka ou não, mas o que nãoestá bem é que em algumas coisasseja importante e em outras não. Écomo a questão que um árbitro deKarate tem de ser karateka e umárbitro de Futebol não” Estou de acordo contigo nisto. A

política, mesmo que seja desportiva, é apolítica. E também penso que o exemploda arbitragem é muito bom, ainda que aítambém acredito que os árbitros deKarate estejam mais preparados paraarbitrar por serem karatekas e que émais uma garantia de seu bem fazer, quedefendo em general. “Penso que não se pode

desclassificar alguém por este tipo decoisas. Nem me desclassificaria amim por não ser já karateka emactivo, por ser Engenheiro de ObrasPúblicas e ter exercido a minhaprofissão. Não se pode desclassificarà ligeira porque afinal, se exigimosque se seja de um país importante,que se seja karateka, que se seja… oque quer que seja, então é quando ascoisas não funcionam. A Cármen Diasestá aí e, bom, aí está ela. Depois estáo presidente de Coração, que foi vinteanos também presidente da Pan-americana, desde 1993, eleito,

“Isso evita, porexemplo, que

chegue alguémalheio, com 20

milhões, pegue em40 países da

África dando-lheuns dinheiros

para o votarem eganhe as eleições”

vencendo George Anderson dosEstados Unidos, que finalmente seretirou.” Estás a falar de William Millerson. “Sim, de Millerson. Conheço-o bem,

posto que é um 8º Dan da minhaescola, o Wado Ryu… “Pois Millerson esteve até Maio do

ano passado na Pan-americana,quando foi substituído por umargentino. É o que te estou a dizer,não sei se são importantes ou nãomas… aí estão. O Brasil tambémpoderia estar representado e nãoagora não está, mas já esteve até queOliveira se retirou, faz 4 anos. Na Ásiaestão os Emiratos, a China, o Japão,Taipe. O de Taipe é o presidente daFederação Asiática. Pela Oceânia estáa Austrália e Fiji, que é o presidentada Federação Continental”. Suponho também que com 180 países

membros, torna-se difícil escolher vinterepresentantes. Não se pode ter umComité Executivo de 50 pessoas…“Não, claro está que não. Mas

quero dizer que há de muitos países eque são votados por pessoas. Os quedizem o que estão a dizer, é que nãoleram bem a lista. É verdade queagora não está o México, mas estevemuitos anos. Espero que em breveesteja a Alemanha, porque o seupresidente, que o tem sido desde 1993até o ano passado, nunca apresentoua sua candidatura, porque não quis ounão estar interessado por motivosparticulares, etc… Mas agora há umnovo presidente e quer formar parte

do EC e espero que assim seja após ocongresso de Bremen 2014”Como é isso de que alguns países que

na realidade pertencem a outros,possam participar nos campeonatos porseparado? “Reino Unido (Inglaterra, Gales,

Escócia, Irlanda, Ilhas VirgensBritânicas), Holanda (com Curação,Aruba, St. Martin), a China (comMacau, Hong Kong, Taipei), a França(Guadalupe, Goaiania Francesa,Martinica),…A Grã Bretanha, por exemplo, tem

um convénio especial e pode estar nocongresso WKF com um voto, masdepois tem quatro equipas e paga asua afiliação por separado. É coisaque acontece em outros desportos ena Federação Mundial também, desdeanos atrás, e não é mau.” É o mesmo que acontece com outros,

como França, China, etc…? “Não é igual em cada caso.

Acontece com a França com ascolónias da Oceânia, que podemparticipar no campeonato da Oceâniamas não nos mundiais. Acontece naÁsia com Macau, que estáreconhecido pelos Comités OlímpicosAsiáticos” Todos os casos parecidos têm

reconhecimento de seus respectivosComités Olímpicos? “Há muitos casos. Hong Kong tem o

mesmo estatuto que Macau, é Chinês.Mas o seu Comité Olímpico estáreconhecido pelo Comité OlímpicoInternacional, e o de Macau não está

reconhecido pelo COI, só peloAsiático, pela OCA. Eu estive nareunião do Comité Olímpico Asiáticoem Novembro de 2012 e aí estavaMacau como membro de plenodireito, mas não tem reconhecimentodo Comité Olímpico Internacional”. É uma confusão, visto de qualquer

das maneiras… Mas parece ser claroque haveria uma base para que aFederação Mundial de Karate reconheçapor separado estes países. “Sim. Outro caso é Curaçau, que

até faz ano e meio tinha ComitéOlímpico reconhecido peloInternacional e agora já não tem.” E não era precisamente Wil l iam

Millerson, vice-presidente da WKF, opresidente do Comité Olímpico deCuraçau? “Era sim, e continua sendo e

estando no Comité Olímpico, mas jánão está reconhecido peloInternacional. Entretanto, Aruba, queainda é mais pequeno que Curaçau,tem Comité Olímpico reconhecidopelo COI e tem um membro que émembro do COI, e tem uma Secretariaque também é membro do COI.” ¡¡¿?!! “Como digo, se as políticas

desportivas da Federação Mundial deKarate têm curiosos labirintos, já nemfalemos a níveis do Comité OlímpicoInternacional, onde logicamente tudoé muito mais curioso e por vezes, atéincompreensível. “Nestes momentos da vida há

muitas mulheres que pelo facto de

Entrevista

Durante o Campeonato Mundial de 2008, em Tóquio.

serem mulheres... têm certos direitos.Há casos que por ser mulheres têmmenos direitos que os homens atéchegarem a um certo nível, masquando se passa esse certo nível, têmmais direitos. Há uma linha divisória,muito etérea, e se supera..., noComité Olímpico Internacional hoje ofacto de ser mulher é uma vantagem.Há mulheres que se não fossem porser mulheres, não seriam membros doCOI. Procuram um o equilíbrio eacontece isto. É um agravantecomparativo com alguns homens commais méritos, que não são membrosdo COI. Assim é a vida!”.Estamos de acordo. Há casos e

grupos onde o facto de procurar aparidade, tem feito que mulheresocupem o lugar de homens ou que elascheguem a empregos ou categorias quetalvez ainda não merecessem por seuvalor, pela antiguidade, etc.… Parachegar a determinadas categorias elugares fazem falta os anos deexperiência que forem precisos e se asmulheres chegaram ao trabalho em umdeterminado âmbito, muito depois queos homens, a paridade não pode serjusta. Não pode haver mulheresGenerais, nem 10ªDan, apenas por daralgum exemplo, se historicamente epelos motivos que seja, justos ou não,não desenvolveram as suas actividadeso suficiente número de anos. Mas…, nãonos dispersemos.Há um caso, o de Gunnar Nordahl, da

Noruega, do qual se critica o que sejamembro do EC da WKF, vivendo fora doseu país, mora nos Estados Unidos.Nordahl foi nomeado em 2005, 1º Vice-presidente da Federação Europeia deKarate. “Nordahl vive nos Estados Unidos,

mas está em íntimo contacto com aFederação da Noruega e com oKarate nórdico. Se tivesse de fazeruma lista por ordem, pelo queconstituem para WKF ou para mim, aspessoas membros do EC, Nordahlseria um dos primeiros. Tem umgrande profissional e é umprofundíssimo conhecedor do Karate.Tem sido um grande apoio durantemuito tempo. É verdade que mora nosEstados Unidos desde faz muitosanos, mas está perfeitamenteinformado de tudo. Tem um grandevalor. É engenheiro e tem muitaexperiência circulando mundo afora. Éum activo enorme. Tem também muitoboa relação com a Federação doCanadá e com a dos Estados Unidos.Gostaria imenso de contar commuitas pessoas como ele. No ComitéExecutivo tenho procurado sempreum equilíbrio entre membrospresidentes em activo de federaçõesnacionais e entre os que o não são. Éum equilíbrio dinâmico. Em 4 anos hámuitas mudanças e quero ter pessoasque sejam bem vistas quando são

presidentes e também quando o nãosão. Há gente que são presidentesquando são eleitos, mas depoisdeixam de o ser…, etc… e quandodeixam de o ser já nem sempre estãobem vistos nas federações. A isto euestou muito atento e trato de manterum equilíbrio”. Há muito movimento de entradas e

saídas? “Sim, muito. Parece que não,

porque se vive o dia a dia, mas sivemos fotografias ou vemos osnomes de quatro anos atrás, vemosas mudanças e acostumam a sermuitas”.

O que diria a quem pensa quepoderias eliminar os que levando quatroanos no EC possam ser um perigo parao teu lugar? Porque para ser candidato apresidente da WKF tem de se ter umaantiguidade como mínimo de quatroanos como membro do EC… Não éassim? “Sim, assim é. Para presidente só

se pode candidatar alguém que comomínimo tenha estado quatro anos noComité Executivo, durante os trêsúltimos mandatos, quer dizer, nosúltimos 12 anos. Isso, sem termoscombinado, já acontecia naFederação Asiática e todos têmestado de acordo. Sempre tem sidoassim.” Não é uma norma recente? Sempre foi

assim? “Sempre. e anteriormente, quando

eu entrei, também exigiam ser 4ºDan.Eu tirei essa norma porque não faziasentido, mas havia quem a defendia.Para ser candidato a ser eleito épreciso estar familiarizado com amatéria e de facto tem de já se estarno EC quatro anos como mínimo”. Seria então possível pensar que

poderias eliminar a quem seapresentassem para o teu lugar? “Evidentemente poderia. Sempre

tem sido assim e nunca foi de outramaneira. De qualquer maneira,sempre há quem não concorda… Osque criticam essas coisas nuncaleram bem os estatutos, porque háuma coisa que ainda não criticaram,ainda não, mas poderiam criticar…Para poder votar no Congresso énecessário ter tido actividadedesportiva na WKF no ano anterior e

no ano em questão. De certeza que háde haver gente a quem possa parecermal que países que não tiveramactividade desportiva não tenhamdireito a votar, mas… isso evita que,por exemplo, chegue alguém alheiocom 20 milhões, pegue em 40 paísesda África, dá-lhes um dinheiro e ovotem e ganhem. Acho bem… A ideiamudou em 2006, quando houvegrandes mudanças nos estatutos e fuibuscar a ideia à legislação espanhola,de quando eu era presidente daFederação Espanhola. Parece lógico!Assim se evitam as pessoas que nadatêm a ver com o funcionamento dafederação. As federações devem sergeridas por quem está dentro delas etrabalham nelas, não pelos quepossam vir massivamente commotivos… inconfessáveis. Em outrosâmbitos já tinha acontecido. Asnormas surgem quando acontecemcoisas…”A mim me parece correcto, posto que

há federações membros da WKF demais de 180 países, mas sóaproximadamente cem paísesparticipam nas competições. É lógicoque os outros não tenham direito a influirnas decisões a tomar. A alta quantia pedida pela WKF para

organizar um Campeonato Mundial seu,de maneira muito limpa? “Diz-se que pedimos grandes

somas de dinheiro para deixarorganizar um Campeonato do MundoWKF e uma fiança... Tudo depende decomo vejamos o assunto. Eu pensoque pedimos muito pouco e damosmuitíssimo. Pedimos 30.000 FrancosSuíços em bilhetes de avião, para ocomité organizador, alguns membrosde comissões, alguns do ComitéExecutivo (poucos) e algumas noitesde hotel, que são 240 para o júnior e280 para o sénior. O resto é pago pelaWKF. Pedimos uma fiança de40.000Fr.Suiços que provavelmentevai subir um pouco proximamente. Vêbem Salvador, faz pouco numa galadesportiva havia alguns presidentesda América do Sul. O representantedo Peru, como vão a organizar lá osJogos Pan-americanos 2019, meperguntou acerca da possibilidade defazer lá o Mundial de Karate Júnior.Quando lhe disse a quantia pedíamose o que damos, ele achou que erabarato demais! E eu expliquei que setêm direitos de imagem no sénior, queproduzimos TV, o sinal internacional,que temos distribuídos os espaços depublicidade... Pareceu-lhebaratíssimo! Fiquei com a impressãode que devia de ter pedido mais paraele me considerar! Há quem pensaque pedimos para ir a todo luxo.Desde que estou eu, o hotel oficial, oHQ (Head Quarters), por exemplo,deve ser um hotel para toda a gente.As nossas normas dizem que os

“As nossasnormas dizem que

os hotéis nãodevem ser de luxo,devem de que serde 4 estrelas e

não de 5”

hotéis não devem ser de luxo, têmde ser de 4 estrelas e não de 5.Têm que ser hotéis bons, quetenham boas salas para poderfazer o curso de arbitragem, ocongresso, que as salas permitamo registo de delegações, asreuniões,… mas mais nada.Depois, para os Campeonatos daEuropa é similar mas muito maismoderado tudo, tanto a fiançapedida, que desce a 6.000€, comoo número de quartos que se reduza menos da metade”.É bom saber estas informações,

porque por vezes se podem pensaras coisas como não são. “Sim mas eu penso que algumas

pessoas criticam não por falta deinformação mas com má intenção.Eu não sei porque havendoinformação não se ajustam a ela”.Cada um pega na informação efica com a que lhe serve para oseu objectivo. Cada um fica com ainformação que quer. Se conhecequatro coisas boas e duas más dealguém que interessa ou se quercriticar, pois fica com as duasmás…“Eu dou os dados, a informação,

que depois cada um pense se30.000 FF para bilhetes de avião éescandaloso, um roubo... Isso amim, tanto me faz. Que cada umtire a sua conclusão. Se 240 noitesno HQ é um roubo…, pois seráuma roubalheira. Que cada umfique com a sua, mas esta é ainformação.” De qualquer maneira, não podemos

esquecer que é alta política desportiva.Para aqueles que nos movemos emum Karate tradicional, no qual nosinteressa exclusivamente (e salvohonrosas excepções) o dia a dia naintimidade do dojo, pois tudo isto évisto por nós de muito longe. A mim,salvo com a excepção do MundialWKF na minha cidade, Guadalajara,todo este “pequeno” mundo meparece longe da minha maneira deviver o Karate, mas compreendo que anível de alta competição, de altapolítica desportiva, etc… se funcioneassim. É como se uns e outrosfalássemos diferentes idiomas. Commotivo do Mundial WKF realizado naminha cidade em 2013, constateicomo tudo isto é um movimento queafecta economicamente a todos e atodas as partes. Os que organizam,os que entram com dinheiro,…Nada que objectar. Outra coisa é,como digo, que determinadaspessoas não estarem nemminimamente interessados nestemovimento, por entender a práticado Karate alheia a eles.

Top e centro: ESPINOS com oPresidente da FederaçãoFrancesa, Didier Francis,

durante a abertura do mundoParis, 2012.

Abaixo: Durante a pré-WKFCongresso.

António, como foi quecompatibilizaste o teu trabalho numagrande empresa construtora com osteus afazeres na WKF e com a tuafamília? Porque tu tens quatro filhos, nãoé assim?“Quatro filhos, duas filhas, de 35

anos uma e 33 outra, com 2 netos deuma e uma neta de outra. Outros doisfilhos, de 27 e 23 anos ainda moramcomigo. Eu, como sabes, souEngenheiro de Obras Públicas e nissocontinuei trabalhando até o anopassado, quando me aposentei” E como foi fazer combatível o teu

trabalho com as frequentes viagens pormotivos da WKF? “Fazíamos menos viagens dos que

agora faço, depois de me aposentar. Ecom muito trabalho e dedicação. Foimuito duro. Eu me formei em 1973 etenho estado trabalhando desdeentão, foram 39 anos, sem faltar nemum só dia, com dedicação exclusiva.Não me deixaram aposentar-me antesda idade.” E isso? “Não lhes interessava. Eu fui

Gerente de Madrid na empresa,durante muitos anos, muitíssimos.Depois na internacional, e não haviamuita gente que pudesse sedesempenhar nesse trabalho comexperiência… Até que não ter 65 anosnão me deixaram e queriam quecontinuasse! Mas não…” Tu nunca tiveste um ordenado ou

coisa semelhante na Federação Mundialde Karate, pois não? “Não. Nunca!”

Vamos agora voltar atrás, até os teusprimeiros tempos no Karate, comopraticante. Como foram os teus iníciosno Karate? “Temos que ir ate 1969. Comecei com

os coreanos. Primeiro com Kim, noginásio Samurai, em Madrid. Depois Kimdeixou o Samurai e veio outro coreano,Cho, e formaram o chamado ginásioKimicho. O que faziam era conhecidocomo Karate coreano. Competíamospor Madrid, com alunos de Yamashita,Ishimi e outros japoneses”.

Como foi o teu primeiro contacto comAntónio Oliva, com quem depois tivestemuita relação? “Oliva estava com Cho. Me

encontrei com ele por primeira vez no

ginásio Kimicho. Seria 1969 ou 1970.Depois, estes dois coreanos sesepararam e veio um irmão de Choque se chamava Shik e formaram oShikicho”. Na Exposição Histórica que mostrei

durante o mundial de Karate emGuadalajara, havia uma fotografia tuanuma saída internacional.“Sim. Essa fotografia é da primeira

saída internacional que fizemos com odono do ginásio Samurai, que eraFernando Franco de Sarabia, Directorda secção de Karate dentro daFederação Espanola de Judo. Nessaprimeira participação internacionalfomos a Paris para competir noestádio Pierre de Coubertin, em 1971.Éramos três competidores, AntónioOliva, Jesus Pastor o arquitecto e eu.Os três… Repara bem, no Coubertinestive como competidor, depois comopresidente da Federação Espanola, daEuropeia e da Mundial.”E na época começas a ter mais

relação com António Oliva? “Sim. Em1973 fui com Oliva para o seu ginásio,aquele que abriu na rua Bravo Murillode Madrid.” E ao qual vinha Dominique Valera de

vez em quando, porque eles foramsócios… “Assim é. Vinha Valera que também

tinha sido o nosso treinador naSelecção Nacional. Em 1973 eu acabeio curso de Engenheiro e fui atrabalhar no estrangeiro. Fiz maisalguma incursão no Karate, mas jánão podia treinar e em 1974 já odeixei”.

“Eu acredito quealguns criticamnão por falta deinformação maspor má intenção.

Eu não sei osmotivos dehavendo

informação, nãose ajustarem

a ela”

Definitivamente? “Não, porque estive dando aulas em

Cullera (Valência), quando trabalhavana auto-estrada do Mediterrâneo, queestava em construção. Trabalhei nãotramo do Sul, de Valência a Gandia edepois também estive vivendo emBenicasin, desde 1978. Dei umasaulas de Karate em um ginásio deCastellón, dois dias por semana. Mepagavam o 60% do producto dasminhas aulas e com isso já ganhavamais que com o ordenado dotrabalho. Me ofereceram mais aulas,mas não quis. Eu fazia aquilo porquegostava e não queria escravizar-me.” Aquilo já o fazias com o nome de

Karate, suponho eu que não de KarateCoreano. “Sim. Já era Karate, Karate

Shotokan. Como tinha estado comAntónio Oliva… já era Karate. Dali eutinha estado vindo a Madrid para fazeros cursos de monitor e de treinadorregional, que se faziam na Escola deEngenheiros Industriais, na altura sitana Praça de São João da Cruz.Alcancei o meu Cinturão Negro em1973”. E quando deixaste definitivamente o

Karate? “Em 1978, quando comecei a

trabalhar em Madrid, comecei a estardemasiadamente ocupado e já…nada! Praticava um vez por outra comOliva, mas… me custava muito”.E como foi a tua repesca em 1984,

para a tua candidatura a presidenteda Federação Espanhola de Karate?

“Tinham passado vários anos, de 1978a 1984, e um dia, antes do Verão,vieram ter comigo António Oliva ePepe Pérez. Este estava nessa alturatambém um pouco afastado de tudoisto mas… veio. Andavam bastantezangados com a actuação deCelestino Fernandes, entãopresidente FEK. Não sei o motivoporque eu nisso estavacompletamente afastado. Começarama convencer-me que meapresentasse. Insistiram muito,trouxeram até António Torres, MatiasRomo e Enrique Guerra. Faltavamapenas dois meses para a votação depresidente. Me falaram acerca de umareunião a realizar em Alicante, ummês depois. Insistiram para eu ir paralá poder fazer uma ideia. Passaram osdias, eu me esqueci daquilo esatisfeito, pensei que eles também setinham esquecido, mas alguns diasantes, em Agosto, me telefonarampara me dizer: “Escuta, não teesqueças da reunião!” Tive de ir,quase que obrigado. Devia de haverpoucos candidatos!”

E o que se tratou na reunião? “Estavam lá umas vinte pessoas,

todas metidas até o fundo nosassuntos federativos, e eu não fazianem a mais mínima ideia de nada…mas me perguntam: - E tu o que tensplanejado fazer?- Respondi - Eu? - absolutamente

nada. Pois bem, devem ter gostado disso. Penso

que qualquer cosa que lhes tivesse

dito teria siso do seu agrado. Já nãohouve maneira de parar. Meconvenceram. Não fiz nenhumacampanha. Só um dia fui a Valladolid,com Matias Romo e Enrique Guerra.Mais nada!”.E chegou o dia da votação, na que por

certo estava quem isto escreve, comomembro do Pleno da FederaçãoEspanhola, com direito a voto, o qualexerci. Do que te lembras daquele dia

histórico? “Na votação só alguns me

conheciam. Inclusivamente algunssentados ao lado fizeram comentáriosdesagradáveis acerca de mim.” Mas sabiam que eras tu quem estava

ali ao lado? “Claro que sabiam. Por isso o

fizeram, para que os escutasse. Nãogostei nada. Eu nada tinha feito paraisso! Não me apetecia estar ali, numaeleição impossível de vencer e aindapor cima… Pois bem... venci por 53 a58. Não podia acreditar. Pensei; eagora o que faço! Fui por primeira vezà sede da Federação, na rua MartínezCampos, sendo o seu presidente”.E como foram esses começos? “Foram muito difíceis porque dei de

cara com dois problemas gravíssimoslogo de entrada. Tino Fernandes tinharecebido já toda a subvenção do ano1984 e gastara-a por completo. Umassemanas mais tarde tínhamos que ir aoCampeonato do Mundo de Maastricht enão tínhamos nada de dinheiro. Afinalnos emprestaram ou nos fiaram na

Entrevista

Esquerda: Antonio ESPINOS visita aos chefes daFederação Japonesa de Karate em Tóquio, em

janeiro de 2013. Direita: Giuseppe Pellicone, WKF MembroHonorário do Comitê Executivo e Antonio

ESPINOS, com K campanha está a caminho.

agência de viagens e pudemos ir.Depois, outro grande problema com aFederação Catalã, que tinha adjudicadoo Campeonato da Europa Júnior paraFevereiro de 1985. Os catalães eram deCelestino e tinham votado contra mim.Estavam contra mim por ser outroestilo diferente e por mais algumascoisinhas…, tinham feito uns examespara cinturões negros por sua conta…Eu tentei impedi-los mas fizeram-nosda mesma maneira. Então quis tirar-lhes o Campeonato da Europa emandei Adan Czartoryski para fazeruma informação e em base a ela, podertirar-lhes o torneio. Inocente de mim.Adan veio dizer-me o tinhamorganizado fantasticamente, masapesar disso tirei-lhes o torneio. Afinalfez-se em Madrid, no Palácio deDesportos, com seus mais e seusmenos, mas tudo bem… O caso é quecomeçou uma guerra. Formou-se umaCoordenadora na Catalunha que naverdade funcionou muito bem durantemuito tempo, mas houve muitosproblemas”. Sim, estou lembrado. Foste “muito

querido” lá durante algum tempo…Lembro-me de ter visto cartazes emalgum campeonato em Barcelona,acerca de ti, com muito pouco…carinho. “Já nem sei como se resolveu”. E já estava Josep Bosch e lá continua

ainda hoje. “Bem, na época mandava

Casanova, que o fez até 1986 e Boschleva como presidente desde então.Faz um pouco… o que quer, à suamaneira”. Depois os problemas, que nunca

acabam, se concentraram nos mestresjaponeses na Espanha, que até entãogozavam de um grande poder no Karate,logicamente, mas que tu, como novopresidente FEK, o foste reduzindo. “Em 1984 havia algum japonês,

como Yasunari Ishimi…, com muitopoder. Quase poderíamos dizer queteria podido pôr e tirar o presidente.Em 1988 já não era assim e naactualidade, quase nada. Como bemsabes, a coisa mudou muito. Em 1988houve um momento que foi a chavedisso. Isso me causou algum mauencontro com António Torres, peloassunto de Ishimi. Foi um momento

de um ponto de inflexão na influênciados japoneses no Karate na Espanha.Tudo acabou. Eu entendia que já nãodevia ser assim. Com todo o meurespeito, mas era coisa a mudar e quetinha tido aceitação mas… já nãodevia continuar. E eu o respeito muitoe quando faz uns dois anos fizquestão de estar presente nahomenagem que lhe fizeram”.

Sim, foi em momentos muitodelicados para ele pessoalmente. Reconheço aos japoneses o que

fizeram pelo Karate, mas influíam emquestões que eu penso que não eramda sua alçada… Não queriam perderesse poder. Foram forçados. ^Pensoque agora estão no seu lugar e isso ébom para o Karate, para a suauniversalização e aí acredito que tiveum papel. O Karate tem assim um ardiferente ao que teria tido”.

Estou de acordo contigo posto que afederação é desportiva, se fosse deKarate tradicional, já seria outra cosa.No que não estou tão de acordo é nãoesqueço é ao que se tiveram deenfrentar personalidades importantes dahistória do Karate na Espanha (comoTino Fernandes, Adam Czartoryski,etc…). A história é a história. A etapa de Faustino Sória à frente da

Federação Espanhola e da Ibero-americana como foi? “Não foi muito grata no que respeita

às minhas relações com a FEK,porque eu penso que Faustino nuncafoi capaz de se livrar da minhasombra. Eu nunca quis impor umcandidato depois da minha

presidência, mas sugeri que fosseFaustino. Pensei nele em 1996. Tive asminhas dúvidas no princípio tambémcom Enrique Guerra, mas afinal, porviver Faustino em Madrid e tendoestado oito anos comigo, na minhaequipa, como Director do TribunalNacional de Graus…, pensei que era apessoa adequada. Não sei si meenganei ou não. Nunca se sabe nestescasos o que teria acontecido comoutro, mas finalmente as coisas nãose sucederam como eu pensava.Penso que era superior a ele estarinfluenciado por mim. Não foi capazde ser o presidente que devia ter sido,um presidente que apoiasse opresidente WKF por ser espanhol…Havia nele uma espécie de Dr.Jekyll eMr.Hyde que sempre foi umimpedimento. Não me perdoou nuncacoisas que realmente eramconsequências da sua própriaincapacidade.” Onde estava a origem dessa sua

insegurança ou dessa desavençacontigo?“Uma vez que fomos juntos numa

viagem a Andorra, quando voltávamosme perguntou o que achava eu delese apresentar a membro do ComitéExecutivo da WKF. Era evidentementeuma pergunta errada. Quando umapergunta só tem uma possívelresposta, é uma pergunta errada. Eudisse que me parecia bem. O quehavia eu de dizer? Se digo que não,porque não tem possibilidades, podezangar-se comigo ou não seapresentar e depois culpabilizar-se avida toda. Quem sou eu para lhe dizerque não? Eu disse: Faz campanha.Trabalha no assunto. Não é tão fácil,porque já eu tenho a minha gente enão vou tirar-lhe o apoio a alguémpara te o dar a ti. Não me façasindispor com a minha gente”.Quando foi isso? “Em 2000 ou em 2001. Depois, em

2002, quando se fez em Madrid oCampeonato do Mundo, ele seapresentou para ser membro do EC eperdeu. Não saiu eleito. Não gostou edeito para cima de mim as culpas.Fez-me responsável disso. Tive adeferência de o nomear representanteda Federação Europeia. Deve ter sidouma debilidade minha... e nunca me

“Não me apeteciaestar aí, numa

eleição impossívelde vencer e aindapor cima… Poisbem... venci por

53 a 58.Não podiaacreditar!”

agradeceu. Esteve quatro anos como membrocoaptado nomeado por mim. Como presidente daFederação Europeia eu tinha direito a estar no ECmas já o estava sendo presidente da WKF, pelo quepodia nomear outra pessoa e nomeei-o a ele. Nuncanem sequer me deu “um obrigado” por isso. Depois,em Tampere se apresentou de novo ao EC semsequer me avisar, e voltou a perder… Ele já me viacomo um diablo, com chifres e tudo! Uma pena,porque os últimos anos foram desagradáveis.Chegou a dizer-me que tinha perdido por segundavez mas que queria ser membro do EC e que eu mearranja-se como pudesse para o conseguir”. E então, o que fizeste? “Repara. Naqueles tempos a WKF compartilhava

escritórios com a Federação Espanhola, na ruaFrancisco de Sales. Inclusivamentecompartilhávamos alguma secretária. Eram outrostempos. O me disse que era presidente daFederação Ibero-americana e como tal, eu tinha quefazer alguma coisa para ele estar no ComitéExecutivo da WKF. Expliquei-lhe que a Ibero-americana era mais uma igual a outras e senomeava o presidente da Ibero-americana teia quenomear os presidentes das outras e isso não podiaser. Eu o tinha feito também presidente da Ibero-americana. Disse-me que pensasse no assunto e eudisse que dali a uma semana eu ia sair dali. A WKFdeixava de compartilhar escritório com a FEK. Essafoi a minha resposta e efectivamente, fomos paraescritórios próprios. Desde então, já semprepermanecemos por separado”.

E a que se deve que perdesse, que não saísse eleitonas votações? “Havia quatro ou cinco candidatos. Não me

lembro bem dos casos, porque mudamos o sistema.Antes havia um sistema antigo, de 2002, quandohavia Karate K e Karate T.O K era o desportivo proveniente da anteriormente

chamada WUKO e o T era o da ITKF, do mestreNishiyama, após uns tempos de tentativas deunificação, etc… Não é assim? “Correcto. Pois isso foi eliminado depois, em

2006. O caso é que havia quatro ou cincocandidatos, Nordahl, Faustino, Dinsdale e RitaRairama, que era muito boa.” Esta depois iria embora. Rita Rairama demite em

2006 e postula em seu lugar Finn Yrsa (da Finlândia). “Assim é. Ela era esquisita mas trabalhava muito

bem. Todos estavam muito preparados, falavamfluentemente Inglês. Eram muito conhecidos… Averdade é que Faustino não tinha nada a fazer, masdeitou as culpas para cima de mim. Teve essadesagradável obsessão. Em 2006, depois de não sereleito por segunda vez, pensou que eu iria coaptá-loa ele, mas eu escolhi o francês Francis Didier”.E com Didier, como foi o relacionamento? Tenho

entendido que houve os seus mais e os seus menos

Entrevista

Esquerda: Alejandro Blanco, presidente doCOE, Antonio ESPINOS, WKF Presidente eAntonio Moreno, presidente RFEK durante

Mundial de Guadalajara 2013. Center: O Presidente Mundial em Homenagem

ao Mestre Yasunari Ishimi. Direita: Salvador Herraiz, e Antonio Moreno

Antonio ESPINOS durante o WKF WorldCongress 2012, em Paris.

durante uma época, devido a assuntosque tinham a ver com o Director deArbitragem Tommy Morris…? “Não, não aconteceu nada. Tudo foi

bem com Didier. Fi-lo responsável detudo o que se refere à Premier Ligue…O que acontece é que Morris e Didiersempre tiveram muita rivalidade, massem maiores problemas”. De onde vinha essa “tensão” entre

ambos, entre Morris e Didier? “Bem, é que Morris era muito

imobilista. Nunca queria mudar nada”. Por que motivo Morris finalmente

deixou a federação? “Em 2006 fixamos na WKF um limite

de idade em 70 anos para os lugaresdirectivos. Morris já tinha 70 anos eentão fizemos uma disposiçãotransitória de quatro anos, paraaqueles que estavam nesses casos.Entretanto Morris deixou a Europeia eem seu lugar pus Tommaso Mini.Morris continuou na Mundial e depoiso convenci para que deixasse o lugarna Primavera de 2010, uns mesesantes do previsto, para que o novonomeado, Kassis, da Austrália, fossedando-se a conhecer nosCampeonatos Continentais antes dechegar ao mundial de Belgrado, paraque ali fosse conhecido por todos. EmBelgrado, Morris esteve como meuconvidado… e mostrou não de estarmuito á vontade, afastando-se já”.Falemos do Japão e do seu papel

numa disciplina nascida lá (continua acustar-me chamá-lo desporto!).Actualmente, o Japão para a WKF, émais um país dentro do seu seio, ou é

um país especial por ser o Karateoriginal do Japão? “Agora as coisas com a Federação

Japonesa de Karate estão bem.Temos o Director Técnico que éjaponês, Tsuguo Sakumoto.Proximamente o Secretário Geral serájaponês, Toshihisa Nagura. o Japão éuma referência. A minha primeiraviagem importante do ano passado foia Tóquio. Todos sabemos de ondevimos e é importante nós o sabermos.Também é importante que osjaponeses sintam que sabemos”. Mas faz anos houve um tempo em

que a Federação Japonesa teve seusmais e seus menos, suas desavençascom a Federação Mundial de Karate…Ou não? “Houve um momento muito crítico

no mundial de Munich, em 2000.Mudamos as regras de competição dekumite e Federação Japonesa nãogostou nada, nada. Chegaram a dizerque no caso dessa mudanças serem

aprovadas, eles saiam da WKF. Nessaaltura eram Keiichi Hasumi e ToruArakawa que dirigiam a federação”. Conheço ambos. Hasumi foi durante

anos Vice-Presidente da JKF e portantoa mão direita de Sasagawa no Karate.Por sua parte, Arakawa é um 9º DanWado Kai e era o máximo responsáveltécnico na época. “Pois durante o Congresso Mundial,

Arakawa foi quem tomou a palavracom respeito a isto. Finalmente asmudanças foram aprovadas e nãoaconteceu nada”E não existe um tratamento especial

para o Japão, à margem dessa cortesiaanteriormente dita? “Agora já não há um tratamento

especial com o Japão. Em qualquerempresa ou grupo chega ummomento em que se tem de optar porcontrolar ou por crescer. Para crescertem de se perder lastre e perder partedo controlo. Uma coisa que temosfeito é essa universalização do Karatequando nos fomos afastando docontrolo japonês. Foi o queanteriormente falamos com respeito àEspanha”. Mas o Karate é japonês e deve ter

certos valores relacionados com oJapão…“Manteremos os valores que

fizeram com que o Karate seja o que éhoje. Nesse sentido, os japoneses ofizeram bem. o Japão é mais um, masum importante e estão muito acimaem medalhas… É uma potência, commomento altos e com momentosbaixos, mas uma potência”.

“Aos japonesescustou-lhes muito

adaptar-se àsmudanças, mas

fizeram-no efizeram-no bem”

Efectivamente, o Japão teve uns anosao princípio da competição internacional,nos quais eram logicamente os melhores,mas depois tiveram um tempo em quepassaram uma época má. Mas isso, aque será devido? “Para os japoneses te, sido difícil

adaptar-se às mudanças, masfizeram-no e fizeram-no bem. Agora aJKF, o seu presidente Sasagawa…estão a bem com a WKF e isso éimportante para mim. De qualquer dasmaneiras, os japoneses têm outracultura muito diferente. Os chinesestambém e os asiáticos em geral. Éoutro mundo. Não damos por issocontinuam a estar muito longe e paranós é uma matéria sem aprovar, tantonos negócios como em muitosâmbitos. Não temos sabidoconquistá-los como fizemos comoutros países, inclusivamente com osEstados Unidos. Não, com osjaponeses ainda não nos entendemosà perfeição”.No Karate de competição, matéria

importante é sem dúvida, a arbitragem eos regulamentos. Há alguma mudançaprevista para a arbitragem? “Temos uma Comissão Permanente

de Regulamentos, que toma ainiciativa e propõe certas mudançasao Comité Executivo. DepoisGuadalajara, onde se reuniu da últimavez, se reunirá também na Holanda.Sou muito cauto com as mudançasnos regulamentos, porque às vezesprovocam muitos problemas àsfederações pequenas. Tem de se tercuidado pelo impacto que asmudanças possam ter na educaçãodos árbitros. Por vezes as mudançasprejudicam mais gente que gentefavorecem”. Mas… agora mesmo, há alguma coisa

pensada? “Há coisas. Por exemplo, que se

não pontuem as penalizações, querdizer, quando se passarem depenalizações podem serdesclassificados mas caso contrárionão, que ninguém possa vencer porsanções. neste caso é umamodificação importante, mas nãodemasiadamente trabalhosa para osárbitros, porque realmente é umacoisa intuitiva. Pensamos também emfazer outras de categorias,… mas issonão é do regulamento. Tambémestamos a pensar, em algum critérioadicional para que não seja o quequeiram os árbitros. Por exemplo, queo primeiro que marque seja ovencedor em caso de empate. Seriaum incentivo. Também descer de 4 a 3minutos em categorias masculina e afeminina a 3 e 2. Que as penalizaçõessejam apenas do árbitro central,porque dá lugar a confusões queconsulte os juízes nestes casos. Muitoimportante também será poder revercom vídeo. Os coach terão um cartão

vermelho e um azul, que poderãoutilizar se em algum caso muitopalpável, não estão de acordo.Acontece já no Taekwondo e funcionabem. Apenas se perdem 25 segundosdesde que o coach o entrega e sereinicia o combate. Se o coach tinharazão, recebe o cartão de volta e nãotinha razão é-lhe retirada, e assim,para a próxima vai pensar mais tempoe fará um uso apropriado da fórmula”. É claro! Só a utilizará si lhe merecer a

pena o risco de se enganar! “Tem dado bom resultado nas

provas que já fizemos.” Interessante... Hei-de te dizer que a

eliminação dos katas obrigatórios, Shitei,é, na minha modesta opinião, um acerto.Penso que nunca deveriam ter existido.“Porquê?” “Na minha escola Wado Ryu, por

exemplo, em certas categorias às quejá afectava o Shitei Kata (com os kataSeishan e Chinto), os karatekasdeviam fazer katas que tendo emconsideração a progressão correctada sua aprendizagem em Karate, nãodeveriam ainda praticar. Desse pontode vista de um Karate dosificado, comprogressão e de um Karate para todaa vida! Em torneios de estilos,principalmente faz muitos anos, eraobrigatório fazer certos kata, maseram precisamente os kata que secorrespondiam a essa categoria,nível…, etc. Alguém quis ver como setransformava um verme em borboleta.Aqueceu-o com o alento para acelerarseu desenvolvimento mas resultouque a borboleta prematura saiu comas asas coladas e sem servirem emorreu… Não se deve quebrar oordenamento da Natureza por falta depaciência, não saber dosificar e nãoter confiança no sensei. Talvez essascoisas não interessem a muitos mas amim me interessam. “Pois fico contente por me dizeres

isso, porque tivemos certas dúvidas.De facto, pelo que falamosanteriormente, tivemos com afederação Japonesa de Karate umadeferência especial e na primeirareunião com eles, para tratar dasmodificações, que foi em Tenerife emMaio de 2012, além das pessoas que

constituíam a comissão para decidirestas coisas, contamos com umapessoa designada pela FederaçãoJaponesa para a comissãopermanente. Além de Sakumoto,nomearam Inoue e esteve comoenviado especial da JKF. Fomossensíveis e a JKF teve uma opiniãoespecial. Resultou muito bem. Inoueesteve de acordo com a supressão deShitei. Foi melhor tê-lo feito com eleque sem ele”.E por imagem penso que também é

melhor contar com eles. “Pois tudo isso foi ideia de um

cérebro cinzento que mora emEstados Unidos…” e deveria viver naNoruega, ou não?, ja,ja,ja… “É issomesmo… ja,ja,ja… P meu êxito é ter àminha volta gente como Nordahl...” E de quem foi a ideia de fazer as

provas conhecidas como Bunkai, para assemi-finais e finais de Kata por Equipas?porque isso foi um tremendo êxito. “A ideia foi de Tommy Morris” Pois isso foi muito bom. A estética do

Karate e de seus katas em especial, a“estranha elegância” é umaconsequência de seus movimentos etécnicas, mas a estética nunca deve sero objectivo procurado. Na actualidade edevido à competição, frequentemente sefazem mais grandes as posições, sedescem as ancas, se adicionammudanças de ritmo desnecessárias, embusca de uma maior estética. Isso écompletamente erróneo, criando-se umaestética inventada, exagerada e artificial,que nada tem a ver com a eficácia dasposições ou dos movimentos. O Kata é,entre outras coisas, o elo entre opassado, o presente e o futuro. Não sedeve modificar. Os juízes “obrigam” (porvezes sem se aperceberem sequer elevados pela dinâmica geral) a exageraras coisas exteriormente, esteticamente,e quando não se pode fazer assim, pelaidade, por ter diminuídas as condiçõesfísicas, por lesões, ou por mil motivos, oresultado é que muita gente deixa aprática com isso abandona os benefíciosque interiormente e também fisicamentepudesse obter. Tentar ser o melhor éfazer-se um fraco favor a longo prazo.Mas quando se procura na prática umaefectividade física, uma defesa pessoal euns benefícios mentais e espirituais quenos ajudem a sermos felizes, nãoimportará essa estética exterior e sepraticará Karate com alegria e com aslimitações que forem necessárias, mas avida toda. É um erro fazer um Karatepara que ser visto desde fora. O Karate épara ser visto desde dentro, é para sersentido. As pessoas diferenciamcombate e kata e na realidade há muitoentre ambas facetas, há muito Karatenas técnicas com parceiroestabelecidas. Isso deu um novo ar. “Estou de acordo. Morris é uma

pessoa muito preparada e muito bomtrabalhando”.

Entrevista

“Si o Karate nãoteria evoluído

quem conheceria oKarate?

O Karate éuniversal porquese desenvolveucomo desporto”

À esquerda, o presidente na abertura WKF Mundo Guadalajara 2013.

Pois foi muito boa ideia. É a minhaopinião, nem mais nem menos…! Mascomo te digo que isto me pareceu bem,também te digo que me não agradamesses segundos que se deixam no corpoa corpo e que trazem consigo umasprojecções… “Mas é que o regulamento diz dois

ou três segundos e quase sempreacabam por ser cinco ou seis.Primeiro deveria de se aplicarem bemas regras antes, de pensar emmodificar ou não o regulamento.Suprimimos então os agarres? Eporquê? Apliquemos primeiro oregulamento correctamente e talveznão seja preciso modificá-lo”. É culpa então dos árbitros ou da

direcção destes? Porque como bemsabes, há muitos comentários acercadisto. Não se gostou muito em muitosâmbitos do Karate. Já sabemos que ocorpo a corpo é parte da luta mas… istoé Karate, não é Judo… e ainda por cima,frequentemente de um Judo mal feito¡Logicamente! “Sim. É verdade.” Agora por isso também está na moda

o pontapé que popularizou o japonêsMatsuhisa… “Sim, essa espécie de coice que

também faz Aghayev” Sim. O pontapé do escorpião,

chamam-no alguns. “Claro, é que é assim realmente,

estão agarrados e daí… Vê-se muitona Ásia e nos Países Árabes. Bem, jáse vê em todo lado!…” Em alguns casos está muito bem, mas

em outros, a distância não é boa paraisso, há desequilíbrios... Eu respeito acompetição no Karate, mas como toda agente sabe, sou mais de um Karatetradicional, íntimo e visando não sóumas formas técnicas diferentes comotambém uma maneira de agir diferente,com uns valores no dia a dia queincluam também uma visão cultural ehistórica. “É a eterna discussão entre o

Karate desporto e o Karate artemarcial. Eu tenho a minha opinião aorespeito. Se o Karate não tivesseevoluído, quem conheceria o Karate?O Karate é universal porque sedesenvolver como desporto. Quemquiser desenvolve-lo como artemarcial, agora tem maispossibilidades de o fazer tambémpelo facto de se ter desenvolvidocomo desporto. Trata-se de ter umequilíbrio.” O que acontece é que frequentemente

há um desequilíbrio patente, e tambémhá quem poderia pensar e para mim,que importância poderá ter que o Karateseja mais ou menos conhecido! A únicacoisa que eu quero é praticá-lo e ponto,sem necessitar que seja praticado pormais ou menos pessoas. “Pois porque os valores morais

inculcados pelo o Karate são

suficientemente bons para seremconhecidos e para que através deles ajuventude melhore”. Sem dúvida isso seria o ideal, o que

acontece é que a realidade dacompetição é muito diferente. É c laro que tecnicamente a

competição é diferente, prática (semnela incluir a grande riqueza técnica doKarate. Espiritualmente a competiçãoé nula, menosprezando os valores derespeito, humildade, tolerância… Asaudação não é mais que um gestovazio que sai da espalda, não docoração. Por outra parte, tentar ser omelhor parece boni to para asuperação, mas para que issoaconteça, muitos têm que ir ficandopelo caminho e muitas vezes oresultado é a frustração e p conflito avários níveis, acabando no abandonoda prática. A competição propriamentedi ta, é para umas idades muitoespecíficas e jovens, quando o Karatedeveria entender-se para toda a vida.As bases do Karate devem ser orespeito, a humildade, a tolerância, oreconhecimento, a fidelidade,… Maisdojo e menos ginásio! Penso que nacompetição se devia ter muito maiscuidado com os deta lhes…Compreendo que quando umcompetidor vence se mostre alegre emesmo até faça um gesto de euforia,mas vemos uns saltos, uns gestosexagerados, os cinco juízes esperandoalinhados enquanto o vencedor faz umsalto mortal, se atira ao chão… Sãocoisas que não sei si estão bem feitasqualquer desporto, mas penso que noKarate, devido às suas apregoadascaracterísticas de humildade,… pensoque não se deveriam de fazer nemestarem autorizadas. “Estou de acordo contigo,

Salvador…”

O que pensas que vai acontecer nospróximos meses ou anos, tanto na WKFcomo no assunto do Olimpismo? Reparabem que não te estou a perguntar o quequeres tu que aconteça e sim o quepensas que vai acontecer. “Acredito que este ano vai haver

decisões importantes por parte doCOI, no que diz respeito às mudançasno programa para 2024.Provavelmente vai-se para umprograma por modalidades, em vez depor federações internacionais, e seassim for, mesmo com poucareestruturação que se possa dar, vaihaver mais possibilidades para oKarate. Há 28 desportos e com eles300 modalidades desportivas e dessamaneira teremos as nossaspossibilidades e pediremos a nossa.Para 2020 há o mesmo programa,porque apesar de ter saído a luta,depois entrou. Em 2012 tinha saído osoftbol e o béisbol e não entrounenhum. Para 2016 entra o rugby egolfe, mas o facto é que nos trêsprocessos desde 2005 até agora, sódois desportos realmente puderamentrar. É muito importante que oKarate esteja nos JogosMultidesportos do COI, como porexemplo não faz muito esteve noseuropeus, e isso é importante. É aúnica federação não olímpica nosjogos. A única das 18 que há! porquedepois há modalidades não olímpicasde desportos olímpicos, mas isso éoutra coisa. A situação é boa, atépenso que nem podia ser melhor.Vamos continuar tentando, porquealém do mais, é a nossa obrigação e onosso destino. Eu sou optimista”.Tu foste eleito em princípio até 2016

(depois de Belgrado 2010), O quepensas fazer, vais embora ou não?“Ainda não sei. Por um lado,

gostaria mas depois não vou esgotaros seis anos seguintes. Isso eu sei. Aminha candidatura para 2017 talvez aapresente, mas estaria até 2018.Nunca me pensei estar aqui a vidatoda e agora ainda menos, que já levomais de quinze anos na presidênciada WKF. Quando chegarem aseleições em 2016 eu farei 18 anos naWKF e vinte na Federação Europeia,desde 1997 até 2017 para a qual fuieleito. Na europeia não faço tensõesde continuar e na mundial muitoprovavelmente em 2016 também adeixe”. E com quem pensas que estaria em

boas mãos? “Não pretendo impor nada. Só

gostaria de a não deixar em mãos dealguém que represente o contrarioque eu”.Mas… já estás a ver alguém

preparado ou em posição de ser teusucessor? “Não. Claro está que preparados há

muitos, mas não há nenhum em que

“Não sei sedeixarei o lugar

em 2016.Gostaria. Desde jánão vou esgotar

os seis anosseguintes. Isso eu

sei. Minhacandidatura para2017 talvez eu aapresente, masestaria só até

2018”

eu especificamente tenha pensado.Há quem me diz que eu devia ter umsucessor. Mas penso que não.Imagina que um carro me atropela narua e morro. Pois tenho a certezadepressa já haviam de pensar em umsubstituto. Ainda estaria eu quente ejá se teriam lembrado de um. Poisassim deve de ser. Não é precisodramatizar. Quando chegar omomento surgirá um e pronto. O quedevo de fazer é fazer as coisas comcuidado, no sentido de que exista umacontinuidade e essa é a ideia da novareestruturação que estamos a fazernos escritórios da WKF, para queesteja mais baseadaem empresas e emserviços emfuncionamento queem pessoas. Tambémqueremos que partedo pessoal dosescritórios sejaexportável e se umnovo presidentequiser levar osescritórios para fora,(que vai quer levá-los…) pois que ospossa levar com certacontinuidade e com omenor impactopossível. Queremosque os serviços daWeb continuem a serexternos, como jásão, e os serviços doscampeonatos, daPremier Ligue, que jáo estão. Tambémvamos continuar comSportdata, que é umaboa companhia, eesperamos que ostrês campeonatos daEuropa por ano e o doMundo, se façam comSportdata. Não tenhoem mente nenhumsucessor nem quero.O que tiver de ser,será… A experiênciame diz que quandotentamos decidiralguma coisa sabendoque temos só umapequena parte dainformação quehaverás de ter quandochegar o momento,…é melhor nãocomeçar. É melhornão empregar temponisso, nem ter essesquebradeiros decabeça. Sei que, porexemplo, em Bremem,no ano que vem, tereimais informação.Agora não é bommomento. De certeza

até poderia especular um poucomais…, não há necessidade. OlhaSalvador, em 1998 quando meelegeram presidente da WKF, tinha deconvocar no dia a seguir o ComitéExecutivo para decidir o vice-presidente, o secretário geral, otesoureiro… Tinha ideia para alguns,mas para tesoureiro por exemplo, nãotinha. Muitíssimos anos estivera comGeorge Popper, mas no Brasil nãosaiu eleito e além do mais, ele era umhomem de Delcourt e não era querido.Em 48 horas tive que tomar umadecisão. Quando precisas vais à vida.Olhei para a lista do Comité Executivo

e comecei por ver quem não podia sero escolhido. Foi mão de santo.Ficaram só duas pessoas e escolhiHalvin, que esteve até falecer em2007. Foi a melhor decisão que podiatomar. Necessitava tomar… Agora émelhor nem pensar nisso”.Eu agradeço muitos as tuas palavras e

espero que a conversa seja do gosto einteresse dos karatekas. “Eu agradeço o teu tempo. Tens

experiência mais que suficiente e vaissaber expressar bem o que foi dito.Estou em boas mãos contigo.” Pelo menos é o que eu tento… “E consegues!

Entrevista

Krav Maga RED e desportos de combate

Nos nossos dias, os desportos decombate são mais importante quenunca. Os últimos 15 anos viram surgiras MMA, o que tem sacudido muitascertezas no mundo das Artes Marciais.Também o número de profissionais detodas as disciplinas tem idoaumentando, devido ao entusiasmo poralgumas disciplinas, mas tambémdevido a um problema de insegurançaque é "mundial", que faz necessáriosaber defender-se. O Krav Maga é umadessas disciplinas "que está na moda",posto que privilegia o reflexo e a rapidezpara adquirir meios simples de auto-defesa. No entanto, tal e como seensina nas nossas sociedadesmodernas, agora é também submetido auma mudança necessária para manter asua eficácia, passando da condição de“Close Combat”, que se ensinava em 3ou 4 semanas - aos soldados quenecessitam ter umas bases de combatesimples para fazer frente a um combatecorpo a corpo - a uma disciplina "s"ensinada ao longo do ano numas

estruturas destinadas agora em um 90%a um público civil. Isto tem levadomuitas pessoas a modificar e enriquecero conteúdo do Krav Maga original.

O KMRED foi construído tambémmisturando e pensando as diferentesmaneiras de ver o Krav Maga,delineadas nestes últimos 10 anos. Mashá um ponto no qual insistimos. Trata-sede conceitos básicos dos quais devedispor o praticante de Krav Magamoderno. De facto, acreditamos que asrevoluções havidas nas Artes Marciais edesportos de combate com a chegadado MMA, devem de se reflectir no KravMaga. Sem quebrar as bases do KravMaga original, ele deve tornar-se a MMAda defesa pessoal.

E quê melhor maneira de desenvolveresta disciplina, do que ampliar osconhecimentos dos praticantes com oque tem sido demonstrado. Asexperiências acumuladas nasmodalidades de combate desportivo ede ataques a mãos nuas ou armadas,nunca foram tão numerosas, portanto,temos o dever de nos aplicarmos parafazer evoluir o nosso Krav Maga e nãosermos superados por novas situações!

Krav Maga

Krav Maga

O KMRED concede um papelimportante à correcta aprendizagem detodas as técnicas de percussão quetêm surgido, por exemplo, dedisciplinas como o Boxe inglês ou oBoxe tailandês, assim como dastécnicas dos desportos de agarre,como o Judo ou a Luta, para construiruma sólida bagagem técnica em seuspraticantes. O que há de melhor em umcombate que o facto de saber fazeruma adequada gestão de uma distânciae mandar uns directos de Boxe inglês…O que há de melhor que saber controlaruma cotovelada ou uma joelhada deThai-Boxing ou saber projectar, cair oulutar no solo como um judoka ou umpraticante de Ju Jitsu, ou o que há demelhor, finalmente, que dispor - e isto émuito importante - de uma mentalidadeposta à prova, como um "comando deelite"?

Uma vez adquiridas umas basessólidas, o nosso programa tem previstoaplicá-las em um trabalho de"combate", para enfrentar o praticanteà "realidade", à aprendizagem dosgolpes e a complexidade da gestão deum conflito. Quando um lutador entraem um ringue, um tatame ou uma

"jaula", deve dominar seus temores,seus medos, o estresse e deixá-los delado para fazer frente ao seu oponente.

O KMRED tem um programa quepermite aos alunos experimentar tudoisto, a fim de se prepararem para o"combate", com a única diferença deque na rua não há regras nemárbitros.

O praticante de Krav Maga moderno,tal como o concebemos no KMRED,deve ter um arsenal completo,considerando tanto o trabalho depercussão como a luta, o trabalho empé e no solo, mas tendo emconsideração que não se trata de umdesporto mas sim de própria defesa eque o "combate" não deve ser longo.Suas conquistas só devem permitir-lhesair de uma situação difícil ou ajudaruma pessoa em problemas.

É por isso que todos os mestresKMRED são, além de versados em KravMaga, praticantes, combatentes einclusivamente professores emdesportos de combate e a maioria,também pessoas que têm sidoprofissionais da segurança e contamcom uma longa experiência em"conflitos reais".

ANDREAS HOFFMANN: FAIXA PRETA 3ºDAN DE

Quando o primeiro UltimateFighting Championship(UFC) se real iza emDenver, a 12 deNovembro de 1993,chamou a atenção nomundo das ArtesMarciais, um novoesti lo, na épocadesconhecido porquase todos, oBrazilian Jiu Jitsuda família Gracie.

BRAZILIAN JIU JITSUREPRESENTANTEOFICIAL1994-2000, DE RICKSON GRACIE,NA ALEMANHA

Os competidores de Brazilian JiuJitsu derribaram com facilidadetodos os seus oponentes dequalquer dos esti los, e osobrigaram a render-se.Em 1994 fui convidado para ir aos

Estados Unidos ensinar Weng ChunKung Fu. Aproveitei a oportunidadee telefonei a Rickson Gracie, omelhor lutador da família Gracie,para organizar algum tipo decombate amigável. Sentiacuriosidade por saber comoconseguiria derribar-me também amim. Durante os últimos dez anos,eu tinha aprendido as Artes Marciaisna China, onde era uma práticahabitual entre os artistas Marciais, ovisitarem-se e fazer um pouco detreino amigável, conforme a tradiçãodos "cavaleiros andantes", queviajavam para aperfeiçoar a sua ArteMarcial. Com este espírito, tinha aintenção de pôr à prova oscompetidores do Ultimate Fighting.Quando cheguei ao aeroporto de

Los Ángeles, esperavam por nósRickson Gracie e sua mulher KimGracie e nos levaram para a suacasa, uma residência lindíssima emPacific Palisades, vizinha dasresidências de algumas estrelas docinema. Ele me convidou para ver a sua

legendária "garagem", onde muitasconhecidas estrelas do cenário dasArtes Marciais, como Paul Vunak ouFabio Gurgl, tinham treinado. Logo

começamos a lutar em pé, de umamaneira muito respeitosa. Rickson estava lançando

pontapés laterais, tratando defrustrar os meus pontapés e socos efechar o espaço no momentodevido, mediante o controlo dadistância, que já conhecia do WengChun Kung Fu, e durante o combaterelaxado e lento, conseguineutralizar as suas técnicas dederribamento. Depois resolvemoscontinuar lutando numa posição dejoelhos e sem socos. Aí foi quandorealmente Rickson começou asurpreender-me. Estava utilizando aminha força, tratando de me obrigara render-me. Mesmo quando soltouseus braços, eu não tinha nenhumapossibilidade enquanto a luta fosseno solo…Foi incrível e compreendique também tinha de aprenderdisto. Assim sendo, logoorganizamos a primeira aulaparticular.Após o combate, me convidou

para irmos à sua piscina. Junto comsua mulher e seus quatro filhos.Rickson Gracie realmente me pôs àvontade em sua casa de campo noestado da Califórnia. Rickson treina e ensina na sua

garagem e na academia, masquando as ondas são asapropriadas, larga tudo e vai fazersurf. No seio da família, Gracie Rickson

é considerado um Campeão de

“Filho de Hélio Gracie, o fundadordo estilo, Rickson aprendeu

Jiu Jitsu desde berço e cresceucom as Artes Marciais”

Campeões, como um Mestre entre oscintos pretos. No Brasil e no mundodefendeu com êxito e protegeu a famada família, inclusivamente contra osoponentes mais perigosos. Após a suavitória sobre Zulú, o Campeão brasileirode “Vale-Tudo”, que se tinha mantidoinvicto durante 120 combates, Ricksonse tornou uma estrela em todo o Brasil. Filho de Hélio Gracie, o fundador do

estilo, Rickson aprendeu Jiu Jitsu desdeo berço e cresceu com as ArtesMarciais. Contava seis anos quandocomeçou a sua carreira nos torneios ecom 15 anos começou a ensinar. Àidade de 18 obteve o seu cinturão negroe desde então participou em mais de400 combates, tanto de Jiu Jitsu, deSambo ou de Judo, assim como emcampeonatos de Ultimate Fighting, oulutas de rua à plena luz do dia.

As minhas l ições detreino com Ricksoncomeçaram no diaseguinte, com um tipode aquecimentobastante especial, umacombinação que consistiaem respiração, resistência,estiramentos e exercícios

de equilíbrio, adaptados dosexercícios básicos do Brazilian

Jiu Jitsu, assim como do Yoga.Este último sistema fez-se muitoconhecido na sua forma maisavançada chamada Ginást icaNatural e foi desenvolvido peloamigo de Rickson, ÁlvaroRomano.Rickson não só me assombra

como lutador mas também comoinstrutor e não é só devido à suamaneira de ensinar Artes Marciais,também é porque insiste em tratarmatérias, como a nutriçãoequilibrada, o Yoga, exercícios derespiração, espiritualidade, assimcomo "controlo emocional". O seu"controlo emocional" fez-seespecialmente famoso pelo êxitoda fita de Hollywood "O incrívelHulk", onde Rickson faz um papelcomo Mestre de Artes Marciais doprotagonista Bruce Banner/Hulk etambém lhe ensina "controloemocional" - técnicas derespiração, além de o pôr à provacom uma bofetada na cara. (Continua)

“Rickson não só measombra como

lutador, mas também como

instrutor… e não é só pela suamaneira de ensinarArtes Marciais,

mas também porqueinsiste em tratar

matérias como nutrição

equilibrada, Yoga,exercícios derespiração,

espiritualidade,assim como

"controlo emocional"

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TÍTULO: JEET KUNE DO

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TÍTULO: JEET KUNE DOELEMENTS OF

ATTACK

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TÍTULO: JEET KUNE DOBRUCE LEE’S

YMCA BOXING

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3TÍTULO: JEET KUNE

DO UNLIMITED

REF.: DVD/BURTON TÍTULO: JEET KUNE

DO UNLIMITED

REF.: DVD/BURTON2 TÍTULO: BRUCE LEE: EL HOMBRE Y SU

LEGADO

REF.: DVD/TV2

TÍTULO:HOMENAJE

A BRUCE LEEAUTOR: TED WONG

& CASS MAGDA

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AUTOR: TIM TACKETT

AUTOR: SALVATORE OLIVAAUTOR: B. RICHARDSON

TÍTULO: JKD STREET DEFENSE TACTICS:

TÍTULO: EXPLOSIVE DUMOG

TÍTULO: JKD STREET TRAPPING”

REF.: DVD/SALVA • DVD/SALVA2• DVD/SALVA3 • DVD/SALVA4• DVD/SALVA5 • DVD/SALVA6 • DVD/SALVA6• DVD/SALVA7

TÍTULO: J.K.D. STREETSAFE:

TÍTULO: KNIFE FIGHTING:

TÍTULO: PROFESSIONALFIGHTING SYSTEM:

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TÍTULO: WINGCHUN KUNG FU:

SIU LIM TAOinglés/Español/Italiano

REF.: DVD/RANDY1TÍTULO: WING

CHUN KUNG FU:CHUM KIU

inglés/Español/Italiano

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TÍTULO: WINGCHUN KUNG FU:

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inglés/Español/Italiano

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TÍTULO: JKDTRAPPLING

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REF.: DVD/ALM2TÍTULO: FILIPINOMARTIAL ARTS

REF.: DVD/ALM3TÍTULO: STREET-

FIGHTING!JEET KUNE DO

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TÍTULO: JKD

AUTOR: RANDY WILLIAMS

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TÍTULO: THE WOODEN DUMMY INGLES/ITALIANO

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TÍTULO: CONCEPTS &PRINCIPLES

DVD/RANDY4

AUTOR: JOAQUIN ALMERIA

TÍTULO: ESPADA Y DAGATÍTULO: PENTJAK SILAT

TÍTULO: BUKA JALAN SILAT

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TÍTULO: YAWARA KUBOTAN

AUTOR:MASTER PEREZ

CARRILLO

REF.: DVD/YAW2TÍTULO: 5 EXPERTS- EXTREME STREET

ATTACKS AUTORES: VICTOR

GUTIERREZ,SERGEANT JIM

WAGNER MAJOR AVINARDIA, J.L. ISIDRO& SALVATORE OLIVA

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OUTROS ESTILOS

AUTOR: BOB DUBLJANIN

TÍTULO: JKD EFS KNIFE SURVIVALAUTOR: ANDREA ULITANO

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/EFS

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Ref. 11210Armure Kendo. Japon.

Ref. 11220Armure Kendo. Japon.

Ref. 11160Hakama Japon noir

Ref. 11170Hakama Japon bleu nuit

Ref. 11140Keikogi.

Giacca Blu Marine

Ref. 11109Hakama Noire. Polyester-Rayon

Ref. 11152Veste Aikido blanche.

Coton

10171KyokushinkaiCompétition. Écru. Coton

Ref. 10816Kimono Tai Chi . Gris

Ref. 10630Kung Fu passepoilé blanc

Ref. 10610Kung Fu boutons Blancs.

Coton

Ref. 10650/51/52Veste de Kung Fu Bleu

Ref. 10671Pantalon de Kung Fu Noir.

Coton

Ref. 10632Kung Fu. Satin Noir.

Liseret rouge

Ref. 10620Kung Fu Wu Shu. Coton

Ref. 10820Kimono Tai Chi.

Entraînement. NoirRef. 10830

Kimono Tai Chi.Entraînement.

Blanc

Ref. 10821Pantalon Tai Chi Noir

Ref. 10815Kimono Tai Chi.

Beige

Ref. 11150Veste d'Aikido blanche

Ref. 10611Veste de Kung Fu noire. Boutons

Noirs.

KOBUDO

Ref. 10870Kimono Tai-chi avec broderie. Blanc

Ref. 10175Ref. 10190

Ref. 10920Kimono Ninja. Noir.

Avec renfort

Ref. 10910

Ref. 13651

Ref. 13351

Ref. 13311

Ref. 13400

AIKIDO/KENDO/IAIDO

Ref. 11153Giacca Aikido. Bianca.

Speciale "grana di riso".Estate

NINJA/PENJACK SILAT

Ref. 10840Kimono Tai Chi.

Entraînement. Orange

Ref. 11230Sac Armure. Japon

Ref. 11151Kimono Aikido

Ref. 11145Veste Kendo. Toile spéciale

Japon

Ref. 11141Keikogi.

Ref. 10612Veste Kung fu Blanche.

Boutons Blancs

Ref. 10831Pantalon Tai Chi Blanc

YOSEIKAN/SHIDOKAN

Ref. 11800

Ref. 10640Kung Fu rouge/noir.

Coton

KUNG-FURef. 11231

Tenugui (foulard)

TAICHI

Ref. 13652

Ref. 11234Ceinture "Obi" Iaido.

Noir ou Blanc.320cm x 8cm.

Coreografias de acção MADE IN HONG KONG &AMÉRICA

Espectacularidade versusCredibilidade

Antigamente, os americanos nãoacreditavam na continuidade e naespectacularidade, preferiam basear suasideias coreográficas em algo mais real e crível.Mas a meados dos anos 90, que foi quandoJackie Chan surgiu com “Rumble in theBronx”, a audiência americana começou aaceitar as lutas mais longas e espectaculares.

Por exemplo, se comparamos “BloodSport” de Van Damme, veremos que tembatimentos contundentes e nítidos; já em“Knock Off” tem lutas mais complicadas eelaboradas.

Durante muito tempo, o mercadoamericano manteve a referência que BruceLee deixou nos 70, espectacularidade comum movimento principal e poucacontinuidade.

A ideia geral é que o bom bate e o maurecebe, não há muito mais que isso.

Os chineses e em especial Jackie Chan,desenvolveram um estilo que não nos deixarespirar, movimentos, quedas, receberpancada e bater ao mesmo tempo…,depois, uma grande cena onde o actorliteralmente arrisca a vida, seguido de outraluta frenética, que nos cansa só de pensar...

A diferença estriba na dedicação investidanas sequências das lutas, se em Hong Kongdemoravam três meses na realização deuma coreografia de acção, nos EstadosUnidos só dedicavam três dias.

Imagem e Habilidade MarcialOutro aspecto destacável é que nos Estados Unidos

(podemos dizer em todo o Ocidente), se presta maisatenção à imagem que às qualidades, por isso, um actorque "parece" lutador é o protagonista e depois tem umduplo ou especialista, que recreia as cenas difíceis.

A massa musculosa, os rasgos faciais é o maisimportante no momento de escolher um actor, a suahabilidade marcial fica em um segundo lugar.

Na Ásia já não é muito assim… Podemos ver umprotagonista fora de forma, como Samo Hung, mas que assuas habilidades marciais são de alto nível.

Pessoalmente tive a sorte de trabalhar em diferentesproduções asiáticas e americanas (ou para o mercadointernacional) e a verdade é que se na América temos umacessório de cenas interpretativas, que vai estar o tempotodo à procura de que expressemos ao máximo as nossasemoções, na Ásia teremos um realizador de acção e o seugrupo de especialistas, que não deixarão nenhum pormenorao acaso, no que respeita às sequências de acção.

Continuidade nas cenasOutro detalhe a nível cinematográfico é a continuidade

fílmica. Quando se filma uma cena, depois temos umaseguinte cena que deve dar a ideia de que tudo decorre nomesmo momento.

As produções ocidentais têm normalmente uma mulherque só se encarrega disso, é a chamada Script. E porqueé sempre uma mulher? Pelo simples facto de que asmulheres são mais detalhistas que os homens, reparamem tudo: vestimenta, como se movimenta cada actor, qualo pé que utilizou primeiro para subir uma escada, qual foia parte onde recebeu pancada e qual a mão que levou aochão quando perdeu o equilíbrio; tudo muito detalhado,para não perder a continuidade e ainda assim, sempre hádetalhes que se perdem à vista de todos e após finalizadoo filme, chegam a ser “pérolas” para os seguidores docinema.

Nas produções asiáticas nunca vi uma script e sei demuitos actores ocidentais que têm muitos problemasquando lá filmam, posto que os próprios realizadores não

Cinema Marcial

prestam a mais mínima atençãoa estas coisas. No que respeitaàs lutas, penso que acontinuidade não é tãoimportante, mas as produçõesfora da Ásia dão-lhes tantaimportância que chega a parecertudo muito estático, quando asequência é editada.

Já os asiáticos, têm umamaneira de editar que pode fazermaravilhas com um actor demaior idade e com poucaexperiência em cenas de lutas.

Tendo isto em mente,observamos outro detalhecrucial, a posição da câmara.

Ângulos de CâmaraO Cinema Asiático é

especialista em mostrar a acçãode uma maneira diferente; se àedição somarmos os insólitosângulos de câmara, teremoscenas de acção frenéticas, comum estilo único.

Em Hollywood, a acção estáem função de onde está acâmara, parece que tudo tem demover-se consoante a suaposição…

Por outra parte, em HongKong, por exemplo, a câmara sesitua conforme a acção adesenvolver. Yuen Woo Ping éum especialista neste aspecto e

talvez a sua contribuição maisimportante para o público ocidentaltenha em “Matrix”, complementandoOriente e Ocidente em cenas quemarcaram um antes e um depois,unindo a mais alta tecnologia digitaldo momento, com excelentessequências de lutas.

VelocidadeCinematográfica

Este é um aspecto crucial nascenas de lutas; os orientais preferemmais velocidade nas lutas, pelocontrário, os ocidentais são adeptos àcâmara lenta...

Como exemplo posso referir-meaos filmes de Jackie Chan realizadosna Ásia, que têm uma velocidade esincronização inacreditáveis. Já asproduções americanas são um tantomais "críveis", onde os movimentostêm uma velocidade considerável.

Talvez seja devido à idade - JC tem jáquase 60 anos - ainda que continuemantendo interessados os seusseguidores.

Um claro exemplo de produtosonde utilizam câmara lenta para maiorespectacularidade, são nada menosque alguns dos filmes de Van Damme.

“Bloodsport” contém muitas cenasem câmara lenta, que fazem com queas técnicas de pernas de JCVD sepossam apreciar ao máximo.

Outra estrela, desta vez feminina,que mostrou as suas habilidades nosEstados Unidos e em Hong Kong énem mais nem menos que CinthiaRotrock e se compararmos as fitasrealizadas no Sudeste Asiático,veremos cenas impressionantes; jános seus trabalhos em territórioamericano, a qualidade não é amesma.

Poderíamos dizer que amentalidade americana é que se

perceba à primeira vista tudo o queacontece durante um combate, ondeexistem forcejos e slow-motion, paraque seja fácil captar as acções. Pelocontrário, em Hong Kong procuramacções frenéticas que são contínuas eimpressionantes e talvez se tenha dever os combates mais de uma vez,para apreciar cada um dosmovimentos realizados.

West versus EastPessoalmente, tenho trabalhado em

ambas indústrias e podemos dizerque em muitos aspectos são como aágua e o azeite…

Por um lado, em Hong Kong temosuma coreografia detalhista, commovimentos que têm de ser exactos eestar no ângulo correcto em relação àcâmara. Isto foi o que eu vivitrabalhando com Antony Szeto em"The Fist of the Dragon", filme que

Cinema Marcial

ainda não teve estreia - só está disponível o“trailer” na Internet.

Já nos USA, se pode filmar em condiçõesexcelentes, com um catering que nãoencontraremos na China ou em Hong Kong,mas a nível coreografias, estará todo sujeitoao tempo de rodagem e à visão do directorrealizador, sem prestar muita atenção aosdetalhes a nível marcial ou aos ângulos dacâmara.

Actualmente, na China estão começando arealizar co-produções com os EstadosUnidos e outros países ocidentais e talvez emum futuro relativamente próximo, possamosapreciar longas metragens onde secomplementem estas duas maneiras tãoespeciais de realizar cinema, como são as doOriente e as do Ocidente.

Andrew Daszactor/fight [email protected]@gmail.comhttp://www.imdb.me/andrewdasz

Fu-Shih Kenpo e a suarelação com o KOSHO SHOREI-RYUKENPO

A TécnicaO Kenpo Kosho baseia a sua

eficácia técnica na util ização dosAtemi ou golpes, mas é profuso emsistemas de projecções ederribamentos, um capítulo muitoamplo no Kosho Shorei Ryu e tãocomplexo como no Aikido ou no JuJutsu, sendo este um "Conceito"básico do sistema.Em segurança, com a elevada arte

do "não-confl ito" se uti l izam osdenominados "bloqueios femininos" e"golpes femininos" (Onna No Atemi).Bloqueios e golpes que são realizadossó para causar um certo grau de dor econfusão, sem magoarem emexcesso.

Filosofia e Espírito doKenpo Kosho-Ryu Kenpo quer dizer "Lei do Punho". O

Kenpo é uma arte marcial que procuraa evolução do ser humano em todosos seus aspectos (físico, mental eespiritual). Procura o conhecimentointerior, o equilíbrio, a harmonia e umaconvivência pacífica e de respeito,com todos os seres que temos emvolta de nós e nos acompanham nonosso caminho.O Kosho Shorei Ryu Kenpo se divide

em dois ramais diferentes, que por simesmos constituem dois géneros deartes marciais: as espirituais e astécnicas pugilísticas, não podendo serestudadas independentemente.

As artes físicas se dividem em trêssistemas de combate independentes,que são "A Arte da Guerra do MosteiroKosho-Ji", "As Artes Simétricas" e AArte da autêntica Defesa Pessoal".• A arte da guerra do Mosteiro

Kosho-Ji, inclui as técnicas básicas deataque com punho, pernas, mão,dedos, cotovelos, etc., além doaspecto formal do "kata". Com asditas técnicas se procura bater nospontos vitais, com a intenção demagoar e eliminar um possíveladversário.

• As Artes Simétricas se referem aoensino das técnicas de esticar e puxar,golpes às extremidades; não sãotécnicas letais ainda que sim efectivas,para controlar um adversário semmagoar mais do necessário.• A autêntica defesa pessoal se

baseia em técnicas de saltos edeslocamentos em fuga, ensinandotambém a utilizar qualquer objecto nadefesa.Em ordem de aprendizagem, o

sistema Kosho começa por ensinar asartes espirituais e posteriormente,quando o discípulo está preparado,são-lhe ensinadas as técnicas físicas.O motivo deste ordenamento surge daopinião de que em caso de luta real, oestudante irá antepor as suas artesespirituais às técnicas físicas maisletais. Desta maneira se entende queleva à prática o verdadeiro sentido doconceito Kenpo Kosho. A verdadeira Defesa Pessoal é a arte

da antecipação, prever as situações deperigo e evitá-las. A maior e verdadeiraautodefesa é viver e forjar à nossavolta um mundo de paz e harmonia.Um verdadeiro estudante de Kenpoevita a violência, obedece a Lei eprocura viver em paz e harmonia. Masem caso de necessidade, numasituação de grande perigo para a vida,está perfeitamente treinado pararepelir a agressão e aplicar técnicasdevastadoras e letais para aintegridade física do agressor. No aspecto físico, sair vitorioso na

Defesa Pessoal é a essência da arte doKenpo. Na Defesa Pessoal se vencecom o ritmo que nasce do vazio, com acadência que nasce da inteligência ecom o conhecimento do ritmo docontrário. Mas magoar, ferir ou matarnão é o caminho da humanidade.

A parte interna, o verdadeiro espíritodo Kenpo, radica na humildade, nasimplicidade, no auto-controlopermanente. Ser humilde significa serrespeitoso, responsável e justo com osoutros e com nós mesmos. A pessoahumilde não se rebaixa peranteninguém, mas não permite queninguém se rebaixe perante ela.A prática persistente e continuada

do Kenpo melhora a saúde, aumenta alongevidade e não é perigosa para ospraticantes. Não importa que quem opraticar seja homem ou mulher, jovem

ou mais velho, fraco ou forte, devesempre preservar os seus recursosfísicos e utilizar a sua força e a suaenergia com economia. O Kenpo desenvolve a auto-

confiança, os nossos sentidos e onosso pensamento para agirmos ejulgarmos de maneira rápida eestarmos sempre alerta. A arte doKenpo é uma enorme ajuda na nossavida do dia-a-dia.Um autêntico praticante de Kenpo

deve ter um espírito amplo e aberto, serpaciente, humilde, prudente e mostrarque tem uma calma interior absoluta.Deve treinar o seu espíritocontinuadamente em estratégia e táctica. Deve procurar a simplicidade, que é

a chave da mestria, da perfeição, dapureza, da sinceridade e da entregaem cada técnica, em cada movimento,em cada gesto.A técnica deve de ser interiorizada até

o ponto de brotar do inconsciente comoum movimento natural. Aquele queconseguir aprender o poder do que énatural, será dono de qualquer situação.Por esta razão, a técnica não deve seruma rotina mecânica, porque assimlimitamos a nossa mente e esta limitaçãoa faz rígida e carente de espírito. O treinoconstante deve ser uma parte normal davida, para que o corpo e o espíritopermaneçam imutáveis e em alerta emqualquer situação.“Treina a cada dia com a entrega, o

entusiasmo e o espírito do primeirodia. Vive cada treino como se fosse oúltimo momento da tua vida e trabalhacomo se fosses viver eternamente”.Lembra-te de que o autêntico

guerreiro só tem um homem a quemvencer: a ele mesmo! O caminho do guerreiro é a via livre

do conhecimento, sem se aferrar a

nada nem a ninguém. Esse é ocaminho do autêntico e puro Kenpo.Cada um abre o seu próprio caminho.O caminho está no nosso coração, nafonte da nossa consciência, no nossoespírito. Fazer do coração do Universoo próprio coração, é o caminho doguerreiro.O Kenpo também se pratica como

desporto, mas sempre tem de se terem mente a filosofia do verdadeiro epuro Kenpo. Para dominar a arte docombate tem de se aprofundar nafilosofia e no espírito. O poder do

Fu Shih Kenpo

corpo e a mestria da técnica não são nada sem a vigilânciado espírito. Tem de se manter um espírito imparcial, equilibrado,

justo, compreensivo e condescendente em qualquersituação. Um verdadeiro Mestre de Kenpo luta sempre pela justiça,

ainda que as circunstâncias lhe sejam adversas. Vencer ouperder, ou medir-se com outros com algumas técnicas, nãoé o verdadeiro Kenpo. A meta não consiste em vencer ouser vencido, mas em alcançar a perfeição e a simplicidadeem cada técnica e em cada acção da nossa vida. Lembra-te sempre de que o punho é um tesoiro na

algibeira, nunca deve ser mostrado em público. Pensemos nestas sentenças; nelas encontraremos o

segredo da autêntica Arte Marcial.Na arte do Fu-Shih Kenpo, nos identificamos

plenamente com esta filosofia KOSHO doMestre Mitose. Entre o Grão Mestre Thomas Barro

Mitose e eu, existe um enormerespeito, uma grandeamizade, harmonia eirmandade. OBRIGADO!…

Grandes Mestres

Fu Shih Kenpo

Grandes Mestres

Kyusho. Kyusho (o ponto vital do desenvolvimento da energia)Posição 13 Angusthásana“Posição sobre as pontas do pésAngusthásana)

Esta próxima posição proporciona uma abertura incrível davia da energia, que se pode juntar à rotina quando tivermospreparado apropriadamente o corpo físico e o energético. Naposição anterior relaxamos a pressão dos órgãos e nosconcentramos em esticar os nervos inferiores torácicos elombares, para facilitar o potencial completo desta próximaposição.

Do ponto de vista físico, esta posição é muito exigente como equil íbrio e a força dos pés em especial, que sedesenvolveram lentamente através de posições anteriores. Oequilíbrio que descobrimos não só aumentava a comunicaçãoentre os hemisférios direito e esquerdo do nosso cérebro comotambém comunicava continuamente aos nossos músculoscomo se sucediam as inúmeras reacções de tensão erelaxação dos músculos antagonistas. Se pode consideraresta tensão e relaxação contínua como um exercício dinâmicoainda que as posições sejam estáticas. Por exemplo, seobservarmos os músculos da perna que mantêm o equilíbrioquando os pés se juntam, vemos como a parte de diante e aparta de atrás (ou exterior/interior) dos músculos da pernamudam constantemente de tensão para relaxação, paramanter essa posição. É similar a fazer séries com a tensão dospesos quando os levantamos e a relaxar-se quando osdescemos. Esta vez o peso é o nosso corpo, com o benefíciosomado da função cerebral dinâmica da direita para aesquerda fluindo em conjunção com o esforço.

Os pés realizam a posição anterior condicionando adistribuição do peso, o estiramento, o equilíbrio e agora nesta

posição mais avançada, controlam a força total do músculopara suportar o peso total do corpo em conjunção com oequilíbrio requerido. Isto é necessário para melhor abrir as viasenergéticas, quase desligando-se do solo. É especialmenteimportante que levantemos os calcanhares do chão para nosinibirmos da energia da terra e permitir-nos completamenteque só uma posição proporcionada do nosso corpo se abramais para fortalecer-nos para uma maior evolução futura,como fisicamente fizemos até agora.

O nosso trabalho energético anter ior reforçou asmensagens neuronais dois nossos corpos, cérebros, da terrae da atmosfera para que agora possamos dar prioridade acultivar uma maior capacidade energética. O treino adequadonas posições anteriores através do tempo até chegar acorrigir e adaptar-se a tais exercícios consecutivos (asposições são ao mesmo tempo regimes de exercíciosinternos e externos) nos fez capazes de utilizarmos agoramais energia sem as sérias repercussões que poderia teremsucedido se não nos tivéssemos preparado. Como notaadicional, estas repercussões são resumindo; ansiedade,nervosismo, insónia, cansaço, mal estar emocional,confusão, agitação, histeria e outras. Isto é devido àliberação do Kundalini de uma maneira descontrolada ou porum estado sem preparação.

Esta posição abre os três canais medulares do Shushuma, oIda e o Pingala, assim como as vias do interior da perna,permitindo que a energia se possa elevar completamente, àvez que sobe à glândula pinhal.

Quando se levantam os calcanhares dos pés, a energiapode elevar-se, à vez que os calcanhares fazem pressão quevai à parte posterior das pernas e ao mesmo tempo acompressão da zona da parte de atrás dos joelhos, impedepermanecer fixo no chão / fixo pela energia da terra... Asplantas dos pés e a parte interna das pernas se esticam àvez que o perineu. Isto abre o Chakra base (abrir esta porta

Texto: Evan PantaziInstructora de Yoga: Carolina Lino - Ponta Delgada, AçoresFoto: Tiago Pacheco Maia - Ponta Delgada, Açores

de energia é crucial, posto que é o ponto de transferênciapara as energias espirituais e terrenas) Aí é onde o Kundalinicomeça a ascensão através do sacro, onde também se uneao Ida e ao Pingala. O equilíbrio lateral requer iniciar aomesmo tempo o movimento de energia quando o lado direitodo cérebro se comunica e controla a musculatura do ladoesquerdo e quando o lado esquerdo do cérebro controla odireito, recebendo e dispersando as transmissões neuronais.Isto se consegue através da linha principal da medulaespinhal e também perifericamente através dos nervos daespinha dorsal que saem lateralmente do espaço entre asvértebras.

Este mesmo padrão com feitio de uma hélice, representa aenergia das serpentes do Ida e do Pingala e se pode apreciarno ADN, assim como no símbolo mais moderno do infinito.Esta espécie de relógio de areia serpenteante, se mostratambém na arte marcial chinesa denominada Sanchin, quecultiva, utiliza y se baseia nas mesmas energias (Prana) dasantigas práticas hinduístas. Estas energias se consideravam ocaminho à saúde e à iluminação e inclusivamente na culturamoderna, também se vislumbraram na Medicina Modernaquando esta adoptou o Caduceu para representar a boa saúdee a sua recuperação.

Quando observamos o Caduceu (Caduceu é a palavraadaptada do Grego kerukeion, que significa “o mensageiroda cura milagrosa” – o báculo do mensageiro público. Aspalavras kerux e kerusson, indicam alguém que anuncia umainformação ao público, tal e como o médico explica qual é o

caminho para recuperar a saúde. Não vemos tantossímbolos nas antigas culturas do Egipto, a Grécia e a Índiaque tenham sobrevivido no tempo até os inícios do SéculoXX, quando a profissão médica adoptou esse símbolo. Sefazemos uma comparação mais profunda deste antigosímbolo, vemos que se divide em várias partes diferenciadase fundamentais.

- Báculo : O báculo representa a espinha dorsal (Shushuma)e a energia que leva a vida desde o cérebro e o comunica como mundo. Esta energia nas práticas indianas do Yoga,representa o Kundalini.

- Serpentes: A serpente enroscada como uma dupla hélice(representando o ADN e o campo da energia electromagnéticaque faz um caracol em volta e todo ao comprido do caminhorecto do fluido) são as representações da energia do Ida e doPingala mostrando o positivo e o negativo, o yin e o yang, omasculino e o feminino da vida e da morte (junto com a lutapara a ascensão). Também indicam o deslocamento da energiado lado direito do cérebro para a parte esquerda do corpo e aocontrário.

Glândula Pinhal; a bola da parte superior do báculo é azona mais protegida do corpo humano, encapsulada no centrodo cérebro debaixo do “Pia Mater”, o espaço Subtraindo, oAracnídeo, o espaço Sudural, a capa meníngea do Dura, acapa do peristilo do Dura, o osso do crânio, o Peristilo e a peleexterior. A glândula pinhal comunica o sistema endócrino como nervoso, transformando os sinais nervosos do sistemasimpático do sistema nervoso periférico, em sinais hormonais.

Se considera por muitas culturas desde que há registos,como “o assento principal da alma” ou a ligação entre ointelecto e o corpo. Quando se abre a coroa do Chakra,a nossa consciência se expande.

Asas: como símbolo desta ascensão a uma maiorconsciência e a âmbitos para além do físico, uma vezque seu cultivo, pôr em funcionamento e a prática dosistema completo nos darão a fluidez da vida interior eexterior. A realização e ligação da energia com asvibrações do universo se irradiam a outros, dando-nos aliberdade simbolizada nas suas asas.

Isto não é só um sinal de saúde física como tambémum mapa para consegui-la. É a chave da cura, que aliviao esgotamento e nos faz estarmos em harmonia com onosso lugar no universo. Para curar-nos completa econscientemente, devemos primeiro compreender esteantigo símbolo, o que ele mostra e porque representanão só o método do Chi Gung, do Yoga, do Ki e doPrana, como também a nossa própria existência e boasaúde.

Posição sobre a ponta do pie “Angusthásana

Quando finalizamos as posições equidistantes daposição anter ior, t razemos lentamente a parteposterior do pé para cima, por debaixo da anca, eajustamos o pé contrário à mesma posição. Quandoos calcanhares e as pernas se elevam, se impede afixação à energia terrestre e se estimula o fluir daenergia em direcção ascendente, através da parteinterna das coxas agora abertas e do perineu. Daquitranscende através de três vias. Esta posição que sefacilita pelo equilíbrio, requer manter o corpo erguido,ao mesmo tempo que se incrementam as mensagensneuronais. As mãos se levam dos joelhos até aposição mais avançada já descrita. As palmas dasmãos se situam juntas e erguidas (representando oShushuma ou o Kundalini) com os cotovelos elevadose virados para fora. Os pés mostram a ligação com asenergias negativas da terra, enquanto que as mãosrepresentam a direcção em que flui a energia. Vemoscomo os pés, as pernas, o torso, os braços, as mãos e

a cabeça representam de maneira exacta eassombrosa o Caduceu. As asasrepresentariam de novo os chacras e ocampo áureo da energia emanada dacabeça como raios de Sol (oconhecimento, a consciência, aespiritualidade, o crescimento e a luz)

Mantendo esta posição, sentimoscomo a concentração e o poder dospés, a espinha dorsal, os ombros e acabeça se endireitam e reforçam avida transmitida pela espinhadorsal. Também começamos asentir como cresce a energiaque sai da metade da cabeça(cêrebro-glândula pinhal) eque se expande para oexterior. Não forçamos aparte física quando gozamosda alegria e da maravilhaestamos sentindo, tomamosum tempo para desenvolvercompletamente a posição e oseu efeito gradualmente, paraevitarmos qualquer problema desaúde que pudesse causar.

Respiração e intenção

Desde a “posição dos pulmões”Jánurásana, quando levamos a partetraseira do pé para dentro, aspiramosprofundamente pelo nariz. Sentimoscomo o perineu se expande desde baixopara os calcanhares, como seempurrasse o perineu através dos péscontra o solo. Quando já estamos naposição básica com as mãos nos joelhos,exala outra vez lentamente e através donariz. Sentimos a contracção e puxamos doperineu para cima à vez que sentimos como aenergia sai dos pés subindo através daespinha dorsal pelos três caminhosenergéticos. Repetimos a inalação comoanteriormente, sentindo como as vibraçõesenchem as pernas e os pés; ao mesmo tempoque deitamos fora o ar, levantamos as mãosaté uma posição mais avançada e se possívelmais confortável). Durante esta respiração eposição, sent imos uma maior l igaçãoenergética e uma maior concentração naglândula Pinhal.

Repetimos outra vez o processo de inalaçãoe as concentrações de energia, mas agorasentindo mais a ligeireza na parte inferior docorpo e de como o perineu se expande a umaposição inferior. Quando expulsamos o ar,repetindo a tomada de consciência anterior,sentiremos um aumento substancial da energiaatravés dos três caminhos e na direcção aocentro do cérebro. Permitimos que isto seexpanda para o exterior através do crânio, comose fosse um halo.

Uma última precaução para este procedimento éassegurar-nos de permitir a expansão por cima dacabeça…

Não retemos a energia dentro posto que isto podecausar problemas como os anteriormente ditos.

Próxima posição a número 14: “A posição do arco Dhanurásana”

lguns meses atrás, pusem marcha na minhaassociação TAOWSAcademy, um projectoque já tinha em mentefaz bastante tempo.

Denominei-o TAOWS Lab. Nolaboratório tratamos de dar passosem frente no estudo destaapaixonante Arte de Combate.O WingTsun é um estilo de Boxe

Chinês diferente dos outros. Nosmeus artigos e livros me refiro a elecomo um estilo “híbrido”. Esta palavradefine muito bem as característicasdo próprio sistema. Na minhaexperiência ensinando e praticandoeste estilo, há uma palavra que pensoque define perfeitamente o WingTsun: SUBTIL. Esta pequena palavrade apenas duas sílabas (como WingTsun) tem muitos mais significados. Odicionário, define subtil, em primeiraacepção como; “fino, delicado eténue...” mas numa segunda linhacomo: “agudo, perspicaz,engenhoso...”. Sem dúvida, estasegunda linha define muito melhor oque na minha opinião faz tão difícilcompreender este sistema. Em numerosas ocasiões, o Wing

Tsun tem padecido uma vulgarsimplif icação, que tem situadoexcelentes praticantes em um beco

sem saída, atingidos pelas directrizestotalmente inflexíveis de alguns gurusou professores que afirmam possuiras patentes da verdade (da suaprópria, claro está!...). É muito triste econtra o que me manifesto desde fazmeses. Mas situado na dinâmica deconstruir e apresentar situações,quero utilizar todos estes elementostão negativos para o estudo de umaarte, para tentar transformá-los em“bons”.O LAB da TAOWS Academy, é uma

maneira de pôr em comunicaçãopraticantes de WingTsun, em umespaço onde praticar e estudar o quedenomino Wing Tsun Avançado.Apesar de não ser amigo das frases

grandiloquentes (estou a referir-me ao“avançado”), a fim de contas tinha deo fazer de alguma maneira e a minhareflexão quer lançar àquelespraticantes desta arte a reverem tudoquanto estudam com uma certaperspectiva, para ajudá-los e ajudar-nos a nós próprios na sua prática.Avançado é o que segue a Básico.

Em Wing Tsun, nem sempre estou deacordo com o que se entende porAvançado ou por Básico, por umaquestão bem simples. Nem sempre oque entendemos como básico é maisfácil de compreender ou aplicar queaquilo que chamamos avançado. Estaseria, na minha opinião, a única razãopara denominar de uma maneira oude outra as técnicas, mas, quantomais pratico este sistema, mais meapercebo de que as coisasaparentemente básicas são as maisdifíceis de aplicar em situações reais. Essa procura da “aparente

simplicidade” nem sempre se temcompreendido que o que procuramosé fazer SIMPLES aquilo que é muitoCOMPLICADO (vencer um adversárioque não colabora e que tenta bater-nos ou finalizar-nos com todas assuas forças).Certamente, confundidos pelo

cinema de acção ou por centenas dedemonstrações e exibições de

Precisamos de um Mestre a vida toda?

“No panorama doWing Tsun é muitocomum escutarinstrutores de

diferentes ramos doWing Chun,

afirmarem que énecessário estudar aarte durante várias

décadas...”

A“Nem sempre oque entendemoscomo básico émais fácil decompreender ouaplicar que aquilochamamosavançado”

habilidade nas quais as escolasde AAMM, desejam poder vencercom apenas dois truques..., comuma técnica “mágica”, umadversário que tenta fazer tudo ecom uma força superior Pois bem,após vinte anos de tentar… sintomuito ter de dizer que não épossível!!!Depois desta “desilusão”, eu me

pergunto quais as coisas sepodem modificar, ou talvez,orientar-se de diferente maneirapara que podermos lutarutilizando o estilo ao que algunsde nós dedicamos mais de meiavida... De certeza que a muitos

praticantes de outros estilos (nãode Wing Tsun) leitores das minhascolunas e que me fazemperguntas por e-mail ou na minhaWeb, vão achar curiosa a minhaafirmação ou mesmo, em algumoutro caso, acharão ser similaraos problemas de outros estilosdenominados clássicos. Mas oprincipal é tentar introduzir naprática uma coisa quefrequentemente se esquece: osentido comum.Faz alguns dias, estava

preparando uma sessão de LABpara a minha equipa e em um doscanais que acostumo ver paraestudar elementos acerca docombate e as artes de combate,

emitiam um documentário sobreas legiões romanas. O documentário descrevia de

maneira muito concisa, comoeram as diferentes estratégias etécnicas que as legiõesromanas realizavam embatalha e quais eram osmotivos de que estecorpo militar se tornasse amáquina de guerra maistemida da sua época. Comentavam como era

a formação individual doslegionários. O que maischamou a minha atençãofoi o período de formação:de seis meses a um ano.Fiquei surpreso acerca doperíodo relativamentecurto para formar os maistemidos soldados da épocaantiga, em contraposição comos períodos de formação de umartista marcial na actualidade.No panorama do Wing Tsun émuito comum escutar dizer ainstrutores de diferentesramos de Wing Chun, que énecessário estudar a artedurante várias décadas. É pelo menos curioso que

existam pessoas que afirmamque se necessitam 20 anospara “completar um sistema”,quando um legionário romanoestava perfeitamente formadopara a batalha em poucomenos de um ano. Qual é aconclusão que tiro destadicotomia? É simples. Emtodo processo formativo deuma habil idade, há umaparte de formação e outrade experimentação. A parteformação não pode durarde maneira alguma 20 anos!É realmente ofensivo para ainteligência de pessoasnormais. Se bem, depois deum período formativo, operíodo de experimentaçãopode e deve durar quantosmais anos melhor, para amelhora da capacidade e acompreensão dos princípiose técnicas.

“É gratificanteobservar comocada dia há maisprofessores que se atrevema propor

ideias novas,algumasrealmentegeniais”

Por isto surgiu o TAOWS Lab, ondepodemos completar quanto antes osistema Wing Tsun e experimentarcom o próprio sistema em numerososcenários e situações que nosobriguem a nos adaptarmos asituações cambiantes e fora do nossocontrolo. A experiência estáresultando realmente enriquecedora,até tal ponto que alguns dosexercícios, 'dril ls' e secções queensino nos meus seminários e cursosde formação, surgiram deste processode trabalho e pesquisa que realizocom a minha equipa de colaboradoresmais chegados. Tudo em busca depoder aplicar um estilo de luta na luta!Chegados a este ponto, quero

remeter-me ao título do artigo destemês: Precisamos de um Mestre a vida

toda?Na minha opinião, NÃO. De facto,

acredito que é realmente negativopara a evolução individual de umpraticante. Não gostaria que isto semal interpretasse. Não estou a falarde romper com o teu mestre/ pai/instrutor, mas sim tudo pelo contrário.Simplesmente ver tudo com outraperspectiva. Um dos mestres que admiro e com

frequência leio mais de uma vez,afirma sem rubor que.... “chegadocerto momento tem de se ‘matar’ omestre”... Estou completamente deacordo e o NÃO fazer, constituirá nãorealizar um trabalho de auto-descoberta e experimentação pessoalque enriquecerá a nossa prática.

Essa mudança na maneira de ver asrelações mestre-aluno, é na minhaopinião o que deveria de definir apassagem de estudante a instrutor,quando tendo desenvolvido um certonível em todos os aspectos, recebe otítulo de SIFU. A partir dessemomento, é o novo “pai” quem devede ver de maneira diferente a suarelação com o seu Mestre e começara deixar sua pessoalidade, o seupróprio esti lo dentro do esti lo,resumindo, o período em que ospraticantes devem dedicar-se àprática e a experimentar e a propornovas ideias.

É certo que na actual idadeexistem uns grupos que estãofazendo trabalhos muitointeressantes (e não só na minhaassociação). A era dastelecomunicações nos permite ver oque acontece em outros países ouem outros continentes em relaçãocom a prática das AAMM. É gratificante observar como a

cada dia há mais professoresvalentes, que se atrevem a proporideias novas (algumas realmentegeniais). Uma bela perspectiva seabre entre tanta escuridão.Chegado a este ponto,

gostaria de convidar aquelaspessoas que queiram atrabalhar, investigar e atrever-se a penetrar no denominadoWing Tsun Avançado, esseque constituem as fases maisavançadas do sistema BZT,MYC, BCD, convidá-los anão confundir tradição comimobilismo. A não confundirrespeito ao Mestre comfalta de atrevimento naspropostas para melhorar aprática!Sejamos mais parecidos

aos legionários romanos...,uns poucos anos deaprendizagem e outrosmuitos de prática e evolução.De certeza que esta grandefamília de praticantes agradecê-lo-ão.Muito obrigado a todos pela

sua atenção e apoio.

“Quero convidá-losa não confundirtradição comimobilismo.

A não confundirrespeito ao mestre, com falta de

atrevimento naspropostas paremelhorar aprática”

“Nessa procurada ‘aparentesimplicidade’, nem sempre setem compreendido

que o queprocuramos é fazer

SIMPLES aquiloque é muitoCOMPLICADO”

Wing Tsun

“Sejamos maisparecidos aoslegionáriosromanos...

uns poucos anosde aprendizageme outros muitosde prática e evolução”

Sueyoshi AkeshiO Japão é uma terra cheia de tradições

e culturas antigas. As Artes Marciais doJapão não se diferenciam entre si, com aexcepção de um Mestre de ArtesMarciais que é muito diferente dos outros.Seu nome é Sueyoshi Akeshi.Sueyoshi Akeshi é o Mestre principal

do Raku Yu Kai Iaido. Também é versadona Naginata (alabarda), Yari ( lança),Kenjitsu (luta com espada), Jo Jitsu (paude 128cm), Shuriken e outras muitasArtes Samurais. Ele também praticou TaiKi Ken, uma Arte japonesa de DefesaPessoal.Quando perguntamos ao Mestre

Sueyoshi o que pensava acerca dos

katas nas Artes Marciais, disse que eleacredita que 99% dos katas nas Artesjaponesas são inúteis no melhor doscasos. Ele não se ajusta às ensinançastradicionais da Artes Marciais, entretanto,ele também é um monge Tendai, que tema categoria de Gon Rishi e em BudismoShingun, é um monge que conquistou otítulo de Ajari, que se traduz como queum monge foi i luminado. Também émonge Shuguendo. Na sua formação temsido provado de muitas maneiras,incluindo viver em um buraco de 4x4x8mno chão, durante 10 dias, sem comida;permanecer em um incêndio durante 7dias sem parar de repetir o mesmomantra; passar 21 dias em repouso

apenas se movendo para se assear ecomer. Estes tipos de monges sãochamados Yama Bushi, que temtraduzido muitas vezes como samurais damontanha, quando realmente designa ummonge que faz o seu treino no bosque ouao ar livre. Ele disse que a sua formaçãoem Budismo constou de vários períodosdiferentes, no templo principal deBudismo Shingun.Durante a sua estadia no buraco,

apesar de quase enlouquecer, conseguiualcançar o satori ou iluminação e depoisdisse que agora compreende o que é apura energia, apesar de quase morrer porpalpitações do coração e nem poderrespirar até o tirarem do buraco.

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Voltando às suas Artes Marciais, ele eraum estudante das diversas Artes doSamurai sob a tutela de Kono Yoshinori eassim recebeu um género de formaçãodo famoso Fundador o Mestre SawaiKenichi de Tai Ki, que era famoso por seuextraordinária técnica que aprendera naChina com o Mestre Wang Xiang Zhay. Seu dojo Honbu, em Tóquio, Japão,

mas apesar dele viver em Tóquio, é umviageiro do mundo que tem visitadoensinado as suas Artes Marciais e oBudismo em mais de 20 paísesdiferentes. Quando perguntamos omotivo de estar em Los Angeles, nosdisse que ele quer tratar de entrar na

indústria do cinema para poder propagartanto o seu Budismo como as suas ArtesMarciais e que espera algum dia ter umTemplo nos E.U.A. Actualmente temestudantes em Portugal, Espanha,Noruega, Áustria, Brasil, Inglaterra e nosEstados Unidos é o instrutor pessoal deespada de Dave Lee Roth, famoso pelogrupo Van Halen. Suas paixões na vida são três: a 1ª: É o

seu amor pelo Budismo; a 2ª: É o seuamor pelas Artes Marciais e a 3ª: É o seuamor pela cetraria. Possui dois pássarosraros, uma águia real e uma corujacomum, mas no seu apartamento deTóquio também tem um furão, que vive

um tanto amedrontado, apesar de nuncater sido atacado pelas duas aves derapina.A sua habilidade com a catana não tem

igual em velocidade e singularidade,como mostram as suas técnicas àvelocidade de um raio, o que por vezesfaz difícil perceber a sua utilidade até nãoserem vistas em câmara lenta contra umataque. Quando vistas, o sentido práticodos movimentos faz-se evidente paratodos. As suas técnicas favoritas são InaZuma, que se traduz como a caída de umraio, parecendo relâmpagos quando bate.Também sente predilecção pela Gun Dari,que é como um espécie de desenho

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Grandes Mestres

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Kundalini. Aprendeu estas técnicas deseu Mestre de Iaido, já faz cerca de 30anos.Sueyoshi Sensei, como prefere ser

chamado, pensa que as capacidadesfísicas por ele adquiridas durante o seutreino para ser monge, o têm ajudado nassuas Artes Marciais e vice-versa, devido aque o propósito da repetição dos Mantrasé despertar a energia oculta que todostemos dentro de nós. Praticando ArtesMarciais e os Mantras, seremos capazesde nos relaxarmos completamente, paraque esta força vital ou energia possa fluirlivre por todo o nosso corpo...Quando lhe pedimos que como Monge

Budista nos explique o motivo da Flor doLoto ser o símbolo da iluminação, ele nos

diz que na vida dos seres humanos épreciso superar todo género dedificuldades e finalmente nos tornamosmelhores, devido a essas provas etribulações; da mesma maneira, a Flor doLoto cresce em um tanque com água sujae numas condições terríveis, masfinalmente cresce uma formosa flor queembelece o mundo. É autor de vários livros e 20 DVDs de

Artes Marciais, que continua fazendopara mostrar e ensinar as suas formas dearte por todo o mundo, mas sem nuncase esquecer de fazer a sua peregrinaçãoanual ao templo Kinpusenji, quando elevolta a fazer o caminho de regresso àsmontanhas japonesas e ao templo NachiSeigantoji.

Este ano, apenas seis pessoas seatreveram a fazer com ele o passeio quevem realizando desde faz vários anos esó três dessas pessoas foram capazes deandar toda a distância de uns 124km,através de alguns dos terrenos maistraiçoeiros, escarpados e difíceis doJapão; alguns dias só se podiam fazer 15ou 16 quilómetros e outros dias até 30quilómetros. É evidente que Sueyoshi Akeshi é um

homem de contrastes, pois ele é capaz de“andar” sobre essa fina linha entre a maneirajaponesa e o modo de vida ocidental e podemovimentar-se livremente entre os doismundo de ida e volta, e de entrada e saída,com passos de um verdadeiro Mestre doBudismo e um Mestre das Artes Marciais.

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Grandes Mestres

“Na vida dos seres humanos é preciso superartodo género de dificuldades e finalmente nosfazemos melhores devido a esse género de

provações e tribulações. Da mesma maneira, a Flor do Loto cresce em um tanque com água

suja e numas condições terríveis, mas finalmente cresce uma formosa flor que

embelece o mundo”

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Gracie Jiu-JitsuPrincípios fundamentaisdo Jiu-Jitsu: A Precisão

Como conseguir de algumamaneira a precisão natural?Provavelmente, participar regular econsistentemente nos treinos, podeser um problema para muitos.Inicialmente, a maioria dosprincipiantes de Jiu-Jitsu estão tãoeufóricos com o treino que treinamquase todos os dias. Após algumtempo, percebem não ser só é aquantidade mas também a qualidadeé crucial nisto, por isso, algunsreduzem a sua estadia no tatame auma ou duas vezes por semana,especialmente quando praticamentejá pertencem à elite.

Treinar arduamente outreinar muito nãos i g n i f i c a

necessariamente melhorar no Jiu-Jitsu, com frequência sucede tudopelo contrário, visto que quem treinaduro ou muito duro pensa que já tema vitória na algibeira e quando istonão sucede, a decepção é tão grandeque muitos deles deixam de treinarJiu-Jitsu, devido à derrota.

Quando passei os primeiros dias noRio de Janeiro, abandonei uma escolade Jiu-Jitsu na qual diziam "Osegundo é o primeiro dosperdedores". Esta mentalidadetambém se pode sentir em muitasescolas de Jiu-Jitsu, onde os seusmembros sejam extremamentecompetitivos. O medo e a decepçãoque realmente tinham, se sentiam no

ambiente. No

entanto, a derrota deve ser assumidacomo uma experiência deaprendizagem e faze-lo por nóspróprios, pois é melhor analisar eaprender dela e interpretar aexperiência negativa como uma fontepositiva para melhorar… e entãopoderá nos beneficiar umaexperiência destas.

Quando se está no caminho dosdesportistas de elite ou se já se faz doJiu-Jitsu um estilo de vida, temos defazer um brinde tanto pelos êxitoscomo pelos fracassos, e seria bemmelhor desde o início considerar oestudo do Jiu-Jitsu para fazer umtreino a longo prazo e portanto, paraafinar o repertório técnico e levarmoso conhecimento a um primeiro plano.Quem frequentemente se esforça na

competição de Jiu-Jitsu, tambémprocura prestígio, bem por ter

tido uma infância difícilou por querer chamar

a atenção.

O êxito e a fama chegam, mas acabam depressae são superados pela realidade. Poucosconseguem voltar a fazer desta façanha algopositivo e ajudar outras pessoas, isso seriarealmente ganhar alguma coisa, a saber,compartilhar a sua experiência com outra pessoa eassim alcançar juntos o cimo da alegria do Jiu-Jitsu.

Se lermos nos nossos dias, revistas de desportosde combate, de Artes Marciais, ou similares - emespecial as revistas americanas - teremos deacreditar que em volta de um 85% dos praticantesmundiais de Jiu Jitsu, treinam outras Artes deGrappling. No entanto, talvez sejamos um 5% doconjunto dos desportos de combate. O Jiu Jitsutem uma imagem que dá a sensação de que só ostipos duros treinam - ou melhor, que cada treino deJiu Jitsu é muito duro. O Grande Mestre HélioGracie provavelmente estaria agora muito inquietose pudesse ver o cenário do desporto…, posto que

ele sempre insistiu em que o seu Jiu-Jitsunão era para fazer que um atleta fossemelhor, mas sim para que qualquerpessoa pudesse aprender Jujitsu.As fontes realmente úteis do Jiu-Jitsu, a saúde física completa, aforça mental, a alegria da vida,o respeito e a disciplina, devempermanecer em um primeiroplano, do contrário o Jiu-Jitsu ésimplesmente um desporto demassas, sem um grande espíritonem raízes.

O Jiu-Jitsu é um veículo quenos leva a utilizá-lo para a evoluçãopessoal. A prática do Jiu-Jitsu comsuas subtis diferenças, nos leva aobservar tudo o que respeita à vida, de umamaneira mais exacta e precisa, como se observaem um combate ou numa técnica de treino.

Na minha opinião, no princípio da"precisão", o Jiu-Jitsu continuaocu l to em mui tos aspectos dotreino. Constantemente estamosentre as nuvens do êxito e o chão,o que nos leva a lembrar que aindahá mui to t raba lho que a indapodemos fazer para nós. Ostorneios podem ser usados parat raba lhar na técn ica ,independentemente de vencer ouperder, mas não deve ser a metafinal, ainda que realmente, muitofrequentemente acostuma ser oobjectivo de muitas pessoas. Noentanto, tem de se ter em vista amelhora constante da técnica (alongo prazo). Por outro lado, ostorneios são provas intermédias degrande ut i l idade, quando éabsolutamente necessário para nóspróprios. Talvez se possa explicaristo como se nos preparássemospara a Maratona de Nova York eparticipássemos em carreiras maiscurtas para nos prepararmos.

O objectivo deve ser a evolução deuma pessoa do Jiu-Jitsu, para poderchegar às mais altas categorias. Nãoé tarefa fácil. Conseguir isto exigemuito trabalho e tempo. Comfrequência nos afastamos da rota reale pensamos que podemos usaralgum atalho, mas depois nosapercebemos, mais uma vez, de queestes caminhos não são reais. Pensoque uma das lições mais importantesaprendidas com o meu Jiu Jitsu sejaa do "aqui e agora " - o momentoactual.

Um dos aspectos maisinteressantes do Jiu Jitsu são,certamente, além do grande númerode técnicas, as combinações evariações que se aprendem e quecom o tempo se podem desenvolverpor nós mesmos. Após a observaçãodo oponente, seu peso, seumovimento e dinamismo, vem aseguinte acção, tanto seja por nós oupelos oponentes. Na verdade, isto épraticamente como voar com o pilotoautomático, até não se saber dondese pode ir. O corpo pode comportar-se de uma situação a outra e duranteum longo tempo, de maneira neutra,até que o inimigo ou que nós mesmosrealizemos a seguinte acção. Aí seleva a cabo a acção precisa paragarantir o êxito.

A pressão e a Teoria da Conexão

Frequentemente o professor PedroHemetério fala da adaptação e ateoria da conexão, que diz quequando se utiliza 80% do peso emcontra do oponente, se podefacilmente conseguir a finalização. O80% de nós talvez não deviainterpretar isto literalmente, mas seentende que no Jiu Jitsu é muitoimportante a conexão (EnglConnection), posto que simplesmentese pode sentir como o inimigo secomporta. Também tem dito emrepetidas ocasiões, que não existeuma técnica determinada que sepossa fazer sem uma verdadeira

conexão entre os combatentes. Aposição em relação com a pressãoem contra do oponente, faz possívellevar o braço adequadamente sobcontrolo, para que se possa fazerinclusivamente uma chave de braçoesticado. No entanto, isto podeacontecer em questão de segundos…Agora mesmo estou a pensar numaluta que presenciei dias atrás, em umevento de Jiu-Jitsu... O combatedurou mais de quinze minutos ejustamente antes do final, o homemdo Gracie Jiu Jitsu conseguiu evitar aposição de montada de um oponentemuito forte e derrotá-lo com umachave de braço. Isto realmente podeclassificar-se na categoria de "melhormanobra" do ano, porque isso é oque eu não tinha visto em um grandeevento de Jiu-Jitsu, desde faz muitotempo.

De maneira que se poderia dizerque o Jiu Jitsu não gira em torno àtécnica, mas tem a ver com tudo. Naminha carreira tenho tido a sorte depoder treinar com os melhores eaprender com eles. A minha formaçãopessoal começou com Gracie, numapequena garagem em Santa Mónica.Depois viajei a Rio de Janeiro paraconhecer o Sylvio Behringue. Quandovoltei a Los Angeles, aprendimelhoras com os primos dos Gracies,os Irmãos Machado e em minhasnumerosas viagens tive ocasião deaprender com o Pedro Hemetério,excelente Campeão de Jiu Jitsu, queinfelizmente já não está entre nós. Ohomem que mais influiu em mim para

construir a minha imagem no mundodo Jiu Jitsu, muito provavelmentetenha sido Rickson Gracie. Eu estavafascinado não só com as suashabil idades como lutador, mastambém com o seu estilo de Jiu-Jitsu;quando se fala em conceitos básicosno nível mais alto, então é com eledonde se pode ver isto. Nunca, nemsequer nos meus primeiros dias deaprender técnicas de Jiu Jitsu, estiveinteressado em memorizar umacentena de passos. Eu antes metenho esforçado por melhorar osmeus conhecimentos, em vez deaprender movimentos desnecessáriosque tudo complicam. Mas eu não souum grande homem da teoria, antessim me ocupo da prática.

Qualquer pessoa que queiraalcançar a máxima precisão no Jiu-Jitsu, primeiro deve perceber que nãose trata da submissão efectiva(finalização), mas em como tratamosde lá chegar.

Brevemente apresentaremosalgumas técnicas como exemplo:

- Como Jiu Jitsuka que aprendeucom os Gracie, praticamos desde oprimeiro dia o estrangulamentocruzado (choke cross). A razão foiporque fiquei sabendo:

a) Que se faz este estrangulamentocom o "polegar" e não puxando dopescoço retorcendo o quimono.

b) Que não tinha de manter asancas na posição de guarda, masmove-las ligeiramente, para poderficar mais perto da nuca meuoponente e…

c) Poderia necessitar usarestrangulamento cruzado como umengano para “inverter” a guarda dooponente, com a finalidade de mesituar sobre o seu ventre (Montada).

• Em mais de 80% dos combatesque se fazem no Jiu-Jitsu, seadoptam várias posições de guarda.Que isto aconteça, não é assim tãofácil para muitos. Mas, quem diz quetem de acontecer? O Mestre PedroHemetério insiste muito em que setem de manter a guarda. De maneiraque temos de situar-nos como serealmente quisermos estar em Guardae o inimigo deverá agora mover-se etentar alguma técnica. Então se podeaproveitar o momento para passar aguarda. Aqui também tem de seaprender a ler entre l inhas! Demaneira que deixem que o oponente(o “forte”) faça o primeiro movimentoe depois respondam com menosforça, mas com precisão epersistência.

• Se estiverem deitados e ooponente os domina na posição damontada, então é preciso tratar deque o oponente se sinta instável, porassim dizer, e ele terá tentar manter oequilíbrio. O movimento das ancastambém chamado "Upa", foi para omestre Pedro Hemetério e paramuitos outros especialistas de Jiu-Jitsu, um elemento muito importante.No entanto, o movimento Upafunciona não só para a defesa daposição da Montada, como tambémpara a defesa do controlo lateral (aposição “100 quilos”) e a montada

cruzada; com esta técnica de podecriar o espaço para ficarmos livres.portanto, é esta uma técnica que sepode utilizar em diferentes situações.

• Vamos a permanecer na posiçãoda Montada e agora controlar ooponente desde cima. Aqui temos aopção de fazer técnicas de braço e aalavanca de ombro. A Americana éuma das técnicas mais eficientes.Quais os motivos de isto ser assim?

Vamos supor que estamos naposição da Montada com a Americanae agora o oponente pode mover-setanto que não posso manter a posição(Montada). Claro está que poderiatentar fazer uma técnica diferente,mas também podemos passar àseguinte posição (controlo lateral, 100quilos) e assim manter a Americana ea força para derrotar o oponente.Neste caso, optimizei a posição, emvez de ter que voltar a aplicar umatécnica completamente diferente.

Assim sendo, devemos portantodizer a modo de conclusão, que umatécnica deve ser aplicada em todosos níveis, sem importar o nível doestudante e que uma técnica deveriacontinuar sendo eficienteindependentemente do tamanho e dopeso do praticante e por último, masnão menos importante, uma técnicadeve ser utilizável por todos, tantohomens como mulheres.

www.triangleacademy.chwww.graciejiujitsu.ch Texto e Fotos © Sandra Nagel & Franco Vacirca

Para muitos, Mohamed Qissi, amigo pessoal de Jean Claude Van Damme desde ainfância, tem sido crucial na carreira do actor belga. Ele foi quem o acompanhou noseu "sonho americano" e interveio activamente nas coreografias de “Contacto san-grento”, “KickBoxer” e “Lionheart”, “O lutador”, os filmes que o lançaram à fama.Participou junto de Van Damme na montagem final de “Contacto sangrento” e no seucasting, etc., etc.

Por seu aspecto, alguns o não reconheceriam, Qissi é um actor muito variado, querepresentou bastantes papeis secundários nas primeiras fitas de Van Damme. Alémde interpretar a vida de Tong Po, em Kickboxer, interpretou o thai-boxer brasileiro em"Contacto Sangrento" onde tem um estremecedor confronto com Chong Li/BoloYeung. Em "O Lutador" interpreta um legionário francês que persegue o desertor VanDamme.

Mas quem é este personagem? Quem é Mohamed Qissi?

Texto: Gladys Caballero & Pedro Conde.Fotos: Melissa Qissi, Lily Almazan & Pedro Conde.

Tong Po e a sombra do camaleão

Cinema Marcial

Mohamed Qissi

Mais conhecido pelo nome artísticode Michael Qissi, o actor e coreógrafonasceu em De Oujda (Marrocos) em1962, dois anos depois seus pais seinstalam em Bruxelas, Bélgica. Comsete anos começa a praticar Boxe emum pavilhão de desportos…

“Ali foi onde conheci Jean Claudeno mesmo pavilhão desportivo. Eletinha nove anos e praticava KarateShotokan. Passaram os anos eJean Claude foi campeão de Karatee eu de Boxe. Ao princípio, quandonos conhecemos e nos fizemosamigos, ele me ensinava algunspontapés e técnicas de Karate e eulhe ensinava outras técnicas deBoxe. Assim começou a nossaamizade. Éramos como irmãos,muitas vezes eu dormia na casadele ou ele dormia na minha. Eutratava seus pais por mãe e pai eleos meus também. Eu passava maistempo con ele que com meuspróprios irmãos. Tínhamos osmesmos gostos, os mesmosídolos, Bruce Lee nas fitas eMohamed Ali nos desportos e umamesma paixão: as artes marciais eo cinema. Combinávamos encontroà saída do colégio, comprávamosalguma coisa para lanchar e poruma porta dos fundos, entrávamossorrateiramente no cinema, paraassistirmos aos filmes. Depoisíamos juntos ao ginásio. Naquelaépoca, íamos de porta em portavendendo sabonetes e champúspara conseguirmos algumdinheiro. As nossas paixões eramas Artes Marciais e o cinema.Estes dois aspectos da nossa vidase encarnavam em um ídolo:Bruce Lee”.

O seu sonho, como tinha feito oDragão, era protagonizar filmes emostrar ao mundo o seu talento ehabil idade. Quando Van Dammecontava 18 anos e Qissi 16, foram aoFestival de Milão para tentarconhecer produtores e voltaram paracasa com uma enorme quantidade drcartões de visita e números detelefone de importantespersonalidades do mundo do cinema. Seu entusiasmo começou a crescer

e em breve se deixariam tentar pelo"sonho americano”. Assim é comoem 1982, resolveram ir para osEstados Unidos, a Hollywood, paratentar ter sorte na sétima arte.“Apresentei Van Damme a umdesenhador que tinha uma fábricaem Hong Kong, o qual lhe ofereceuum trabalho como modelo, paraapresentar suas últimas criaçõesnesta cidade asiática. Ali, JeanClaude consegue conhecer JackieChan. Mas talvez o maisimportante desta experiência é queJean Claude conseguiu que alémde um ordenado lhe dessem umbilhete de ida e volta a LosAngeles. Ali conheceu uma grandepessoa, de nome Tyrone que lheofereceu alojar-nos em sua casa,se voltava comigo a esta cidade.Jean Claude voltou para Bruxelas eme propôs ir com ele. Amboscompartilhávamos a mesma paixãopor trabalharmos no cinema eassim sendo, em 1982 nos custoumuito trabalho conseguir o dinheiropara pagar as nossas passagens,mas fomos para Hollywood e de1982 a 1986 passamos realmenteuns maus tempos, foi muito difícelabrir um caminho em Hollywood,mas conseguimos contactar comCanon Productions e assim

fizemos Bloodsports, e mais tardeKickboxer e Lion Heart, queconseguiram chegar a ser grandesfilmes de êxito em todo o mundo”.Efectivamente, aqueles primeiros

anos na América foram realmenteduros para ambos, Jean Claudequase que abandona a sua“aventura” como actor, o não fezgraças a Qissi.

“Quando chegamos ao aeroportode Los Angeles, em 1982, tínhamosum monte de cartões de empresasque tínhamos conseguido numavisita ao Festival de Milão. Ali,muitos produtores americanos nostinham convidado a visitá-losprometendo-nos de tudo. Masquando fomos, ninguém queria dar-nos oportunidade alguma, nemsequer atender-nos ao telefone.Jean Claude, muito desanimado,me disse: "Olha, ainda temos obilhete de volta... Voltemos para aBélgica!". Mas eu respondi: "Nempensar!".

Antes de irmos embora deBruxelas, Jean Claude dissera atoda agente que tínhamos umcontrato nos Estados Unidos e quepor isso íamos lá. Assim sendo, eupreferia morrer aí mesmo, antesque voltar de mãos vazias.

Durante os seis primeiros mesesnão conseguimos nada emespecial; acabamos por dormir emum automóvel, por no fim de unsmeses resolvemos deixar deabusar da nossa amizade comTyrone, ao qual nada podíamospagar pelo alojamento. A isto seseguiram três anos nos quais nãoconseguimos nem sequer um papelsecundário. Logicamente,começamos a desmoralizar-nos.Jean Claude esteve a pontos de

voltar para Bruxelas em váriasocasiões e abandonar toda aquelaloucura. Eu não queria, preferiaarrebentar alí, antes que voltarhumilhado para a Bélgica.”Ao longo de quatro anos muito, mas

muito duros em Los Angeles, tiveram aoportunidade de conhecerpessoalmente Muhammad Alí, o Maior!com o qual surgiu uma relação muitoespecial:

“Conhecemos Mohamed Ali em1984, através de seu assistente, o seunome é Abdel Kader, ele é deMarrocos e só algumas pessoas deMarrocos podiam ter acesso a ele etivemos a sorte de poder conhecê-lo.Estávamos em Hollywood, em umcafé-restaurante muito simples,bebendo um café e começamos aconversar com um homem que láestava, falamos da nossa intenção de

querer fazer filmes e ele nos disseque isso era bastante difícil, masdevíamos tentar fazer o melhor quepodíamos… Então perguntamos oque fazia ele e nos disse que era eassistente de Mohamed Ali. JeanClaude e eu olhamos um para ooutro, porque ele era o nosso ídolo,ele e Bruce Lee. Dissemos quegostaríamos imenso conhecê-lo empessoa e então ele nos disse que lheperguntaria e depois nos diria algumacoisa… Assim sendo, um dia fomosfalar com ele e nos disse queMohamed Ali tinha aceitado falarconnosco. Nos encontramos com elee éramos muito felizes de o ver epoder falar com ele. Nos divertimosmuito. Jean Claude e eu fomos à suacasa e ele abriu uma mala comartigos para fazer truques de magia edevo dizer que era realmente bom…

Depois levou-nos até um armário emostrou-nos a sua roupa para Boxe enos disse que uma, que era realmentebonita, lhe tinha sido oferecida porElvis Presley. Depois nos mostrou oseu museu e podemos apreciar todosos troféus obtidos ao longo da suacarreira. Quando de lá saímos, JeanClaude e eu fomos a uma igreja erogamos a Deus que nos ajudasse.Jean Claude foi criado numa famíliacristã e por isso fomos lá.

Passados alguns dias, MohamedAli nos convidou para irmos ao seuginásio e quando lá chegamos, JeanClaude disse a Mohamed Ali que euera também era pugilista e esse foium dos momentos mais felizes daminha vida, quando Mohamed Ali medisse que calçasse as luvas e subissepara o Ringue e comecei a fazer Boxecom Mohamed Ali. Sempre me

lembrarei como Mohamed Ali me deteveno meio do sparring e gritou diante detodos: Vejam, ele faz Boxe como eu!

Desde criança eu me levantava às trêsou quatro da manhã para ver as lutas deMohamed Ali contra Foreman e Frazier elembro-me de que gostava muito a suamaneira de fazer Boxe e assim sendo,penso que tentei copiá-lo, talvez se tenhapodido ver alguma coisa de Mohamed Aliem mim, quando fiz Bloodsport.Basicamente esta é a história de comoconheci Mohamed Ali e os momentos tãoagradáveis que passamos juntos”.Naqueles anos duros também puderam

conhecer Chuck Norris, o grande colosso dacompetição norte-americana, além de estrelanúmero um do denominado cinema de artesmarciais, no ocidente…

“Chuck Norris é uma pessoa maravilhosa,Jean Claude e eu o conhecemos na sua casaem Los Angeles, em 1984. Treinamos com eleno ginásio que tinha na sua residência e juntocom Howard Jackson, que era seu assistente.Ele o assistia em todos os Sparrings, eracampeão em Boxe e em Kickboxing. Foiinacreditável conhecermos Howard Jackson e

acima de tudo Chuck Norris”.O milagre que esperavam chegou!Jean Claude Van Damme conseguiupor primeira vez um papel importante,

fez o papel do mau na fita "Retroceder nunca, render-se jamais" (“No retreat, no surrender”). Foram sóquatro dias de rodagem, mas foi o seu primeiro passoimportante no mundo do cinema. Pouco depoisconseguiria impressionar Menahem Golan que deu aVan Damme o papel protagonista de um projectointitulado "Bloodsport" ("Contacto sangrento") no qualQissi também interpretou um pequeno papel. Apesardo pouco protagonismo que tem nesta fita, seutrabalho atrás das câmaras foi bastante importante,Esta experiência é o que lhe permitiu dirigir ecoreografar na actualidade seus próprios filmes:

“Sempre me interessou muito, todo o complicadoprocesso de realização de uma fita. De facto,sempre tenho colaborado "extra-oficialmente"nisso, ainda que depois o meu nome não apareçanos títulos de crédito técnicos. Em "ContactoSangrento", por exemplo, além de ajudar JeanClaude a coreografar as cenas de acção, tambémparticipei na post-produção. Depois de vermos odeplorável trabalho de montagem final da fita, JeanClaude e eu pedimos a Menahem Golan que nosdeixasse montá-la de novo e que depois escolhessea montagem que mais lhe agradasse. Escolheu anossa e penso que salvamos a fita. A partir daí tudocomeçou a correr melhor para ambos”.“Contacto Sangrento” (Bloodsport) contava com

pouco orçamente e no entanto triunfou discretamentenas bilheteiras e mais tarde arrasou nos video-clubesde meio mundo. A que foi devido aquele êxito?

“Certamente as Artes Marciais

e o Boxe realmente nos ajudarammuitíssimo no negócio do cinema,porque realmente não é nada fácilabrir caminho em Hollywood, JeanClaude vendia uma coisa nova erenovadora, só faltava poder mostrá-la ao público. Finalmente, surgiu aocasião! No caso de “ContactoSangrento” contávamos com umaboa história e um bom libreto,tínhamos um grandíssimo produtor eum grande realizador… Tudo isto jáfazia boa uma fita, mas o maisimportante foi Jean Claude, nãohavia um homem como ele, com umSplit como esse, capaz de saltar noar e fazer um Split. A técnica comque usa as suas pernas ainda hoje éúnica no mundo e muito maisespecialmente nessa época, em1986”.Qissi foi uma peça muito importante

nas rodagens de “Contacto Sangrento”,até porque - poucas pessoas sabem - ofoi também no casting da fita…

“Lembro-me em especial de umfacto que sucedeu antes de ir a HongKong. Eles queriam que Bodyby Jake(Jake Steinfeld) tivesse o papel deRay Jakson na fita “Blodsport”.Nessa época, Bodyby Jake estavamais habituado ao aerobic, ele nãoera um actor muito famoso, mas

tinha feito alguma que outra deactuação e aerobic. Mark Disallequeria que ele participasse na fitacom esse papel, mas quando eu o vi,soube que era muito boa pessoa,mas não era o actor adequado pararealizar esse papel. Eu não queriaalguém que não deixasse JeanClaude mostrar-se bem, de maneiraque o disse… Disse que pensava queera bom, mas que não servia para opapel e contei isto a Jean Claude,mas Mark Disalle já o contratara etinha pago. Nessa época lhe tinhamoferecido 60 mil dólares, o que eramuito dinheiro, especialmente paraalguém que não era realmente umactor. Agora essa quantia não é nadapara um actor, mas quando secomeça no negócio é alguma coisa.Então Jean Claude insistiu e orealizador estava preocupado porquenão sabia onde iriam encontraralguém no prazo de apenas três dias.No dia seguinte, Jean Claude e eufomos a Sunsent Boulevard paratomar o pequeno-almoço; estávamossentados o um ao lado do outro e nanossa frente, na televisão havia umprograma e vi um homem com muitobom aspecto e então eu disse a JeanClaude: Repara neste tipo, é um tipogrande, de cabelo comprido e me

pareceu ser perfeito para o papel!Era Donald Gibb.

Falamos com o dono dorestaurante e com os que látrabalhavam, que nos disseram quemera aquele homem e contactamoscom ele. Foi assim como demos comJackson o homem grande deBloodsport e a mim me pagaramdoze mil dólares e isso me fez muitofeliz… Nunca antes disto me tinhampago! Já em Hong Kong, escolheramum jovem chinês baixinho para umpapel, e via-se à légua que erahomosexual. Eu não tenho nada emcontra dos homosexuais. Esteacompanhava Jean Claude eJackson o tempo todo, era ummodelo chinês, mas se podia ver asua homosexualidade. Então eudisse a Jean Claude: Jean Claude,por amor de Deus, não, este homemnão é para Bloodsport, por favor!…

Eu pensava que o tinhamescolhido para fazer o papel dohomem grande e mau, mas JeanClaude me disse: Calma, este nãovai fazer esse papel, confia em mim.Jean Claude falou com Mark Disallee diziam que Mark Disalle nãoestava muito satisfeito porque nãodispunha de muito tempo. Nessemesmo dia fomos almoçar e

Cinema Marcial

acontecia a mesma coisa da vezanterior: já tinha um contrato, já lhetinham pago uma parte dodinheiro… O mesmo! De maneiraque tínhamos de encontrar a alguémporque de o não fazermos, iriam pôresse homem e nós realmente nãoqueríamos isso. Enquantoalmoçávamos, reparei em umhomem que trabalhava com ostécnicos, com os câmaras e era umdos assistentes do grupo chinês quetrabalhava connosco. Reparei emcomo trabalhava, como gritava aalguém e eu olhava e observava.Jean Claude e eu fomos ter com elee perguntamos se alguma vez tinhatrabalhado como actor. Respondeuque realmente não, mas que tinhafeito um pouco de teatro e quegostava muito. Propomos fazer umcasting, disse que sim e assim foicomo escolhemos esse chinêsbaixinho da fita. Fui eu quemescolheu Jakson e o homenzinhopequeno. Toda a gente disse que foium casting incrível dos dois actorespara os dois papeis”.Após o êxito de Contacto Sangrento,

Jean Claude Van Damme fi lmaria“Cyborg” e “Black Eagle”; nestes filmesnão participou Mohamed Qissi, quealém de ser seu amigo, era seu

conselheiro, assessor, treinadorpessoal, etc., na sua vida, a prioridadeera a carreira do seu amigo:

”Com efeito. Na minha família meeducaram na convicção de que osirmãos mais velhos sempre passamprimeiro, antes dos mais pequenos, eJean Claude era para mim como umirmão mais velho. Assim sendo, eusempre pensava primeiro no quepodia ser bom para ele. Acreditavanele, e sabia que com muito trabalhoárduo podia triunfar.”Finalmente surgiu o grande projecto

onde ambos poderiam trabalharjuntos, Kickboxer era o projecto queesperavam, onde interpretaria TongPo, o sádico vilão da fita, personagemque lhe serviu para o levar à fama,metendo-se no papel do abominávelTong Po, o vi lão tai landês de"Kickboxer". Sem dúvida, este foi opapel que o fez famoso; tanto pelacaracterização de tailandês (muitagente pensou que era efectivamenteum thaiboxer que tinham ido buscarem algum ginásio de Boxe Thai), porsua habi l idade para parecerfrancamente aterrador e odioso,impactou fortemente na audiência."Kickboxer" contém algumas cenasrealmente épicas em torno de Tong Po:talvez a mais inesquecível seja aquela

na que vemos o tai landêsendurecendo as tíbias à base de baternuma coluna de tijolos e cal; ao ritmode seus low-kicks serpenteia a sualonga trança e chovem fragmentos decal em seu redor…

“De início, o papel de Tong Po nãoestava destinado para mim, queriamum tai landês. Durante ospreparativos de "Kickboxer" fuiencarregado de percorrer todos osginásios onde se ensinasse ThaiBoxing, procurando a pessoaadequada. Mas todos ostailandeses entrevistados por mim,não t inham alguma capacidadeinterpretativa ou não t inham ofísico, peso e musculatura querequeria o papel de Tong Po. Assimfoi como consegui fazer este papelgraças à ajuda de Van Damme. Eledisse aos produtores que emBruxelas encontraria a pessoa idealpara fazer o papel de Tong Po.Quando voltou a Los Angelesmostrou fotografias minhasmaquilhado e de cabeça rapadapara parecer um tai landês (omagníf ico trabalho decaracterização foi realizado pelomaquilhador de "Cyborg"). Osprodutores pareceram estarencantados e disseram que

contratasse o "tailandês" dessasfotografias. Ainda me lembro quenão podiam acreditar quando lhesdissemos que esse "tailandês" eraeu. A minha interpretação do vildetestável foi um êxito”. A que foi devido o sucesso de

KickBoxer? Por que motivos esta fitaconquistou tão profundamente opúblico? Foi perfeito o equilíbrio entre adupla Van Damme & Qissi?

“Ao princípio eu dei muitas ideiasporque quando li o libreto deKickboxer, não gostei; dei boasideias, das quais Jean Claude gostoumuito e assim o filme finalmentesaiu. Definitivamente é a minha fitapreferida, posto que o papel de TongPo fez-me muito conhecido e graçasa isso, muitos meninos me têm ditoque quiseram praticar Muay Thai eBoxe, mas penso que o filme em queagora trabalho, vai ser a minha fitanúmero um.

Penso que os produtores e osautores dos libretos estão por regrageral, demasiadamente obcecadospela acção. Para mim, a acção éimportante, mas muito maisimportante ainda é o argumento, odrama, o coração, as emoções. Umafita não pode ser só bater, golpes e

mais golpes. A acção funcionamelhor, resulta mais emocionante,quando há uma boa história. A acçãopela acção não faz sentido. Parafazer filmes tem de se ter muita,muitíssima paciência, ser constantee ter determinação.

O melhor exemplo foi o de BruceLee. Quando ele chegou aosEstados Unidos, ninguém acreditavanele. Participava em séries datelevisão, mas ninguém lhe davauma boa oportunidade. Teve de queir para Hong Kong, para mostrar asua valia. O seu segredo foi quenunca se rendeu; insistiu, insistiu einsistiu até triunfar. Na vida tem dese dar tempo ao tempo, para irencontrando às pessoas idóneas:bons l ibretistas, realizadores,produtores, etc. É como uma

corrente: basta um dos elos falharpara o conjunto deixar defuncionar”.O personagem de Tong Po impactou

tanto entre o público que Michael Qissiera mais conhecido pelo nome do vilãode KickBoxer que por seu nomeartístico, todos quando se referiam aele, o faziam com o nome do infamevilão! Esteve Qissi tentado, em alguma

ocasião, a mudar seu nome artísticopelo de Tong Po?

“Nunca pensei em mudar o meunome por Tong Po, porque Tong Po éum personagem, eu fui quemencontrou esse nome para o filme eestou encantado. Me sintoabençoado por ter sido tãoconhecido a partir desse nome, masprefiro conservar o meu, Mohamed.Tong Po é um personagem de umafita, não tem nada a ver comigo”.Michael Qissi mudou seu nome

artístico por seu verdadeiro nomeMohamed. A que foi devido estamudança?

“Realmente se pronuncia “Michel”.Foi o pai de Jean Claude e tambémum meu amigo, que começaram ame chamar assim, quando contavanove anos. Depois, no meu bairro

“Tong Po é umpersonagem de um filme,

nada tem a ver comigo”

continuaram a me chamar assim e em Hollywoodtambém.

Agora, à minha idade actual, ainda algumas pessoasme continuam a chamar Michel, mas eu prefiro voltar aomeu nome original e gosto de usar Mohamed”.Depois de “Kick Boxer”, filmaram “Lionheart, o lutador”,

após de cuja estreia surgiram diferenças entre Jean ClaudeVan Damme e Mohamed Qissi. Este último iniciou a suacarreira em solitário; trabalhou em diferentes produções e emHollywood lhe propuseram coprotagonizar "Kickboxer 2",onde voltaria a interpretar o detestável “Tong Po”, filmesambos protagonizado por Sasha Mitchell. Tambémtrabalharia em “Força extrema”, “Kickboxer Terminator”,“Kickboxing. Pacto com a morte”, “Combate sangrento” comBenny Urquidez, etc… Quando passou a “moda” do cinemaKick Boxing, Mohamed Qissi voltou à Bélgica:

“Eu regressei à Bélgica e me dediquei a trabalhar maisno âmbito social, devido ao personagem de Tong Po.Visitava muitas escolas e isso é o que eu tenho estado afazer. Me afastei um pouco das fitas, mas sempre se voltae eu estou voltando. Ter êxito é fantástico, mas o mais

importante é sentir-se feliz fazendo o quefizeres. Se fazes uma fita e tem êxito égenial, mas si não tiver êxito, não éimportante porque eu estou a fazer o queme agrada e isso é o que eu desejo atodos.”Apesar da grande crise que atravessa o

cinema de Artes Marciais, em diferentes meiosapareceu informação acerca de possível rodagem de umasegunda parte de “Contacto Sangrento”, em queparticipariam Jean Claude Van Damme e Mohamend Qissi…O que há de certo nisto?

“Sim, parece que existe a possibilidade de fazer um“remake” da primeira, mais do que uma segunda parte, esim, é certo, existe essa possibilidade de voltar atrabalharmos juntos.”Actualmente o cinema das Artes Marciais atravessa uma

grande crise, praticamente já não se faz nenhuma fita destegénero nos Estados Unidos, em Hollywood se pensa queestes filmes presentemente não são rentáveis… Mas, o quepensa Qissi a este respeito?

“Há filmes que tiveram muito êxito durante muitos,muitos anos, como Operação Dragão com Bruce Lee,Kickboxer com Van Damme. Fillmes como esses nuncamorrem e espero que a fita que agora estou fazendo,tenha o mesmo efeito.

Penso que muitos filmes podem ser bons ou maus,dependendo de se contam com uma boa história, umaboa adaptação, meios e actores adequados, ainda que

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sejam muito difíceis de encontrar. Muitas fitas de artesmarciais carecem de história e essas não vão a partenenhuma.

Há filmes de artes marciais bem apresentadas e sãobons para os garotos porque há muitos garotos na ruaque vão ver esses filmes.

É sabido que praticar artes marciais nos afasta de fazercoisas más, alguns destes filmes podem salvar vidas,porque alguns garotos caem nas drogas e graças àsartes marciais e em especial ao Shotokan, os ajudam ase afastarem de todas as coisas más. Por isto penso quesempre vai haver um mercado para as fitas de artesmarciais.

As pessoas não são estúpidas e gostam quando estãobem escritas. Por isso, repito que não é nada fácilencontrar libretos bem escritos e tem de se ter oRealizador apropriado, que é o encarregado de fazer oscastings com os actores indicados, pelo que acredito quesempre vai haver um mercado para as boas fitas de artesmarciais”Resulta curioso que alguém que praticou Boxe e que o seu

ídolo era Mohamed Ali, faça especial menção do Karate,estilo Shotokan e não comente nada da nobre arte. O que pensa na actualidade do Boxe, Qissi? Continua

treinando e praticando o desporto que tantas satisfações lheproporcionou?

“Desde muito pequeno gostava do Boxe e de MohamedAli, mas isso quando era muito jovem, agora, com estaidade vejo as coisas de diferente maneira. Eu não

deixaria que meus filhos fizessem Boxe, disso tenho acerteza, eu não diria a ninguém que fizesse Boxe,porque penso que isso depende de cada pessoa,esse e qualquer desporto que possa ferir outrapessoa, não o recomendaria a ninguém. Inscrevi osmeus filhos no Shotokan, o que Jean Claude fazia.Acredito que o melhor é o Shotokan, só que tem dese encontrar o mestre adequado.

Para mim, o Shotokan que vem do Japão, é omelhor, porque implica respeito, amor, paz… Em vezde lutar, há katas e nas lutas têm muito boas regras, émuito limpo, penso que é o melhor que podemosaconselhar aos nossos filhos para fazerem. O que maisgosto do Shotokan são os katas e que também hábloqueios e quando se é um especialista em Shotokane alguém tem um problema na rua, como possa seruma mulher ou uma criança, podemos ir e defendê-los.

Levo muitos anos em luta contra as drogas emotivando as pessoas para fazerem desporto e oúnico desporto que recomendo a todos, porque seique é bom para as pessoas, é o Shotokan. Mas aindaassim sempre digo que é preciso ter cuidado eencontrar o mestre adequado, porque realmente, deum modo geral todas as federações de Shotokan domundo têm bons programas de ensino e contam commuito bons mestres. Pelo único motivo que eu digoque o Boxe não é bom para ti é a minha opinião eporque eu fiz Boxe e sei que realmente se pode feriralguém e com o tempo, magoar o cérebro, a menosque não se praticar muito.

Eu tive muita sorte porque não pratiquei muito, nãoporque não quisesse, mas porque tinha problemas nocotovelo e tive de deixar de lutar e estou satisfeito deassim ter sido, porque se tivesse continuado, agorapodia ter problemas maiores, mas se tivesse deescolher para as crianças a rua ou o ringue, então,sem pensar escolhia o Boxe. Estás a compreender oque quero dizer? Porque muitas coisas más podemacontecer e a pior de todas é a rua: lutas de rua,drogas nas ruas... Podes ver-te envolvido em coisasmuito más, com as pessoas erradas e nesse casosim, o Boxe é melhor que a rua”.Mohamed Qissi mudou a sua maneira de pensar

acerca do Boxe e a sua prática Também o terá feito comseu ídolo da juventude, Bruce Lee?

“Como dizia, tanto para Jean Claude como para mim,no que respeita ao desporto, o nosso ídolo era MohamedAli e nos filmes Bruce Lee.

Bruce Lee tinha um grande carisma e conhecia acâmara, sabia onde tinha de estar, conhecia a câmaramuito bem. Ele era impressionante, isso eu posso dizer eque também tinha um grande talento!

Graças a ele muitas crianças em todo o mundo saíramdas ruas e entraram nos ginásios e isso é incrível!”.Na actualidade, Mohamed Qissi continua trabalhando

“diante e atrás” da câmara. Em que novo projecto estátrabalhando agora?

“Estou realizando e co-produzindo um filme intitulado“The pact”, é uma história como as de Rocky ou Rambo,mas diferente”. Mohamed Quissi resolveu levar ao cinema todos os ideais

e princípios que constituem as Artes Marciais, insistindoespecialmente no aspecto saudável da sua filosofia e o“poder” que têm para ajudar tantos jóvens que de umamaneira ou outra estão perdidos, tanto seja pela sociedade,o consumo de drogas, ou simplesmente o lugar e o momentoque lhes calhou viver. Esperemos que Jean Claude Van Damme e Mohamned

Qissi se voltem a juntar em um filme e que este possua oglamour e o encanto das suas primeiras fitas, porque comonos dizia Mohamed Qissi: “As boas fitas nunca morrem...” eforam aqueles filmes que conseguiram que o “belga de oiro”tivesse uma legião de admiradores em todo o mundo.

O Livro do Chá

Tauismo e ZenO parentesco do Zen e do Chá é

proverbial. Já temos feito notar que oprotocolo do chá se desenvolve do ritoZen. O nome do fundador do Tauismo,Laotse, vai intimamente ligado à históriado chá. Em um manual escolar chinês,quando trata dos usos e costumes, sediz que a cerimónia de oferecer chá aum convidado, começou com Kwanyin,quem por pr imeira vez ofereceu aoidoso filósofo Hann durante um desfile,uma chávena do prec ioso l íqu idodourado. Não trataremos aqui de discutir a

autenticidade destas tradições; seja comofor, elas mostram a antiguidade do uso dochá pelos taoistas. O interesse queapresenta para nós o Tauismo e o Zen,reside muito especialmente nas ideiascom respeito à vida e à arte do quechamamos as Cerimónias do Chá.É lamentável que apesar de algumas

tentativas dignas de elogio, não exista emnenhuma língua estrangeira umaapresentação exacta das doutrinasTaoistas e Zen.Uma tradução é sempre uma tradução

e por muito boa que seja, não é maisque - como diz um autor Ming - oreverso de um brocado; há os mesmosfios, mas falta a subtileza do desenho eda cor. Além disto: Há por acaso algumagrande doutrina que seja fácil de expor?Os antigos sábios não nunca expunhamas suas ensinanças de maneirasistemática. Falavam por paradoxos,porque temiam pôr em ci rculaçãoperigosas verdades. Laotsé, com seuhumor delicado, diz: "Quando gente de inteligência inferior

ouve falar de Tau, começa a rir; mas senão rissem, não existiria o Tau".

Literalmente, Tau é a Senda. Muitofrequentemente tem sido traduzido por oCaminho, o Absoluto, a Lei, a Natureza, oMotivo, a Moda, termos que por outraparte não são incorrectos, posto que ospróprios taoistas empregam uma palavradiferente conforme sentido que desejamdar à sua expressão.

Laotsé diz: "Existe uma coisa silenciosa e solitária

que contém tudo e que nasceu antes deque o céu e a terra existissem. Existe porsi mesma e é imutável. Regressa a simesma e é a mãe do universo. Comoignoro o seu nome eu a chamo Senda, oucom o meu sentimento, a chamo Infinito,Infinito é o Fugitivo, o Fugitivo éDesvanecimento, o Desvanecimento éRetorno".

Tau é o espírito da mudança cósmica, aeterna evolução que produz novas formas.Se envolve em volta de si mesma, como odragão, que é o símbolo favorito dostaoistas. É subtil como as nuvens. O Taupode ser também considerado como aGrande Transição. Subjectivamente é amaneira de ser do Universo, o seuAbsoluto é o Relativo.

O Tauismo, como o seu sucessor o Zen,representa o esforço individualista doespírito da China meridional, em oposiçãocom o comunismo da China setentrional,que tem a sua expressão noConfucionismo. O Império Central é tão vasto como a

Europa e as suas diferenças nas maneirasde ser e pensar estão definidas pelos doisgrandes sistemas fluviais que oatravessam: Yangtsé-Kiang e o Hoang-Ho, que podem comparar-se aoMediterrâneo e ao Báltico. Ainda hoje, apesar dos séculos de

unificação, os Celestes do Sul diferem dosCelestes do Norte em pensamento e emcrenças, como um indivíduo de raça latinapossa diferir de um de raça germânica. Antigamente, quando os meios de

comunicação eram mais difíceis do quehoje são, e principalmente durante aépoca feudal, esta divergência dementalidade era ainda mais sensível. Apoesia e a arte de um povo respiravam umambiente completamente diferente ao dooutro. Em Laotsé e os seus discípulos, eem Kutsungen, o precursor dos poetasnacionalistas do Yangtsé-Kiang, semanifesta um idealismo que écompletamente incompatível com as

Clássicos

Das eternas leituras recomendadas para conhecer o espírito do Oriente, emespecial o do Japão, não pode faltar “O Livro do Chá”, que é um clássico, porquenunca defrauda, porque superou a prova do tempo. Esta maravilha de texto, escritoa primeira vez em Inglês, para que uma minoria se aproximasse ao profundo sentido

do Chá no Oriente, se tornou uma obra literária de primeiralinha e em um “best seller”. Escolhemos a versão de ELA (Edições Livraria Argentina)

publicada já faz alguns anos, para compartilhar com osleitores umas passagens do mesmo. Aqueles que ainda o nãoconhecem, concordarão connosco que se trata de um textoque abre as portas da compreensão da essência do espíritodo japonês. Um título que não pode faltar entre os melhorestextos, junto a clássicos como Miyamoto Musashi, A Arte daGuerra, como complemento indispensável na formação detodo artista marcial.

noções morais e eminentementeprosaicas dos escritores do Nortecontemporâneos, ou seja, cincoséculos antes da Era Cristã, que équando viveu Laotsé.O germe da especulação taoista

aparece muito antes da existência deLaotsé, que foi chamado Laotsé dasorelhas cumpridas. Nos antigos anaischineses e especialmente no o Livro dasMudanças (o das Mutações) se presentea sua aparição, mas o grande respeitoexistente para os costumes naquelaépoca clássica da civilização chinesa -que alcançou seu apogeu com a dinastiaChow, durante o Século XVI antes deCristo - constituiu um grande obstáculopara o progresso do individualismo, demaneira que foi só durante adesaparição da dinastia Chow e aformação de numerosos reinosindependentes, quando o Tauismo pôdemostrar seu luxuriante livre pensamento. Laotsé e Soshi, os dois grandes

representantes da nova escola, eramos dois do Sul. Por outra parte,Confúcio e os seus discípulos trataramsempre de conservar os costumesancestrais. Só conhecendo oConfucionismo se pode compreendero Tauismo e reciprocamente.Dissemos que no Tauismo, o

Absoluto era o relativo. Em ética, os

taoistas negavam as leis e os códigosmorais da sociedade, porque paraeles, o bem e o mal eram coisasrelativas. Uma definição encerrasempre uma ideia de limitação. Asideias de fixação e imutabilidade nãosão senão um alto na evolução. Asnossas ideias de moralismo são filhasdas necessidades de tempospassados… Mas, por acaso asociedade permanece sendo amesma? O respeito pelas tradiçõescomunais comporta o sacrif ícioconstante do indivíduo com relação aoEstado.A educação, para manter uma tão

forte ilusão, encoraja a ignorância; nãose ensina o povo a ser virtuoso, massim a se comportar dignamente;somos maus porque somosterrivelmente conscientes. Nãoperdoamos aos outros porque nossabemos culpáveis, impomos silêncioà nossa consciência porque temosmedo de descobrir aos outros averdade; nos refugiamos no orgulhoporque não ousamos dizermos estaverdade a nós próprios. Como se podedar importância ao mundo, sendo estetão ridículo? O espírito trágico está emtodo lado. A Honra e a Castidade!Quem é o comerciante que vende oBem e a Verdade? Pode até comprar-

se uma religião que não seja senão umrito de moralidade santificado comflores e música. Deixem os acessórios!O que resta dela? Uma oração contraum título de crédito para o céu! Umdiploma de honorabil idade!Escondam-se atrás de um tonel, nãoseja que a sociedade descubra ovosso verdadeiro valor! Porquê agradatanto aos homens e às mulheresfazerem-se notar? Não será umareminiscência dos tempos deescravidão?A virilidade de uma ideia consiste

tanto na sua força para se recriar emum lugar no pensamentocontemporâneo, como na suacapacidade de dominar ospensamentos futuros. A potência activa do Tauismo se

manifesta durante a dinastia Shin, queé a que da origem ao nome China.Muito interessante seria fazer luz sobrea influência que exerceu na épocasobre os pensadores, os matemáticos,os escritores legistas e militares, osmísticos, os alquimistas e os poetasnaturalistas do Yangtsé-Kiang e traçaro retrato daqueles especuladores daRealidade que se perguntavam se umcavalo branco existia porque erabranco o porque era um corpo sólido;e daqueles especuladores das Seis

Dinastias, que como os filósofos Zen,passavam o tempo discutindo acercado Puro e do Abstracto! E nãoesqueceríamos render justahomenagem ao Tauismo, pelainfluência que teve na formação docarácter dos Celestes, aos quais deuuma capacidade de reserva e derefinamento quente como o jade.Inúmeros são na China os exemplos

que mostram como os adeptos aoTauismo, príncipes e eremitas,praticavam os preceitos de suascrenças e tiravam delas os maisinteressantes resultados. A suanarração, rica em anedotas, alegoriase aforismos, seria instrutiva e muitoamena. Poderíamos conversar comaquele célebre Imperador que jamaismorreu em razão de que jamais viveu.Montaríamos a cavalo sobre o ventocom Liehtsé e a nossa cavalgada seriade grande repouso, porque o ventoseríamos nós; viveríamos em meio doar com o velho do Hoang-Ho, que viviaentre o céu e a terra por não sersúbdito de um nem da outra. Na apologia do Tauismo que hoje faz

a China moderna, encontraríamos umasérie de factos cómicos, cujoequivalente não existe em outrareligião. Mas é acima de tudo nodomínio da estética onde o Tauismoteve a sua maior influência na vida

asiática. Osh i s t o r i ado re sc h i n e s e sconsideraram oTauismo como aarte de existir,porque se refereao presente,quer dizer, a nósmesmos. É emnós onde Deusse confundecom a Naturezae onde ontem édiferente deamanhã. OPresente é oInfinito emmovimento, aesfera legítimado Relativo.A Relatividade

procura aAdaptação; aAdaptação é aArte. A arte davida consiste naa d a p t a ç ã oconstante aomeio ambiente.O Taoista aceitao mundo tal ecomo é, e aocontrário dosconfucionistas eb u d i s t a s ,p r o c u r aencontrar beleza

no nosso mundo de misérias epreocupações. A alegoria Song dostrês provadores de vinagre, explicaadmiravelmente a tendência das trêsdoutrinas. Sakyamouni, Confúcio eLaotse se encontraram e juntos diantede uma grande jarra de vinagre,símbolo da vida, cada um molhou oseu dedo nele, para o provar. Confúcioachou-o azedo; Buda, amargo; Laotseachou-o doce. Os taoistas pretendiamque a comedia da vida poderia sermais interessante se cada umsoubesse guardar o sentido daunidade. Achavam eles que conservara proporção das coisas e deixar lugarao resto das pessoas sem perder o seupróprio lugar, é o segredo do êxito nodrama da vida. Para fazer bem o nossopapel, é necessário conhecermos todaa comédia; o conceito da totalidadenão deve jamais perder-se no doindividualismo. Laotse prova isto com asua metáfora favorita do vazio. É só novazio - diz ele - onde se encontra o queé verdadeiramente essencial. Umahabitação existe pelo espaço vaziocompreendido entre as paredes e otecto, não pelo recto e as paredespropriamente ditas. A utilidade de umajarra de água consiste no espaço vazioem que se pode pôr a água, não nofeitio ou na matéria da jarra. O vazio éomnipotente, porque pode conter tudo.Só no vazio é possível o movimento.Quem possa fazer de si mesmo um

vazio no qual os outros possampenetrar livremente, será o dono detodas as situações; a totalidade podesempre dominar a parte.Estas ideias taoistas tiveram grande

influência sobre as nossas teorias daacção. Inclusivamente sobre a esgrimae a luta. O Jiu-Jitsu, a arte japonesa dadefesa, deve o seu nome a umpassagem do Tau-te-king. No Jiu-Jitsu, se procura vencer a força e aresistência do contrário pela nãoresistência, conservando a própriaforça para a luta final. Aplicado à arte,este principio essencial é demonstradopelo valor da sugestão. Não dizendotudo, o artista deixa ao espectadorcompletar a sua ideia e é por isto peloque uma obra mestra atrai tanto anossa atenção, que chegamos aidentificar-nos com ela e a acreditarque formamos parte da sua essência.Há um vazio onde nós podemospenetrar e encher a medida inteira danossa emoção artística.Quem faz de si mesmo um mestre

da arte da vida, é para o taoista oHomem Verdadeiro. Desde o seunascimento, entra no reino dossonhos, para não despertar à realidadeaté o momento da morte. Atenua o seupróprio resplendor para poder afundar-se na obscuridade dos outros. "Évacilante como quem atravessa um riono Inverno; indeciso como quem temeos seus vizinhos; respeitoso como um

convidado; trémulo como o gelo apontos de se derreter; simples comoum pedaço de madeira antes de seresculpido; vazio como um vale;informe como a água agitada". As trêspérolas da vida são para ele: aPiedade, a Economia e a Modéstia.Se voltamos agora ao Zen, veremos

que reforça as lições do Tauismo. Zené uma palavra derivada do SânscritoDhjana, que significa meditação. OZen pretende que pela meditaçãosagrada se pode alcançar a realizaçãosuprema de si mesmo. A meditação éuma das vitórias que conduzem aoestado de Buda e os taoistas afirmamque Sakyamouni preconizava estaprática muito particularmente e quetransmitira as suas regras ao seudiscípulo favorito Kashiapa.Conforme diz a tradição, Kashiapa,

o primeiro patriarca Zen confiou o seusegredo a Ananda, que por sua vez otransmitiu aos futuros patriarcas, até o28º Bodhi-Dharma. Este patriarca veioda China do Norte, a meados doséculo XVI e foi o primeiro ChinêsPatriarca Zen. Ainda existem muitasincertezas acerca da história destespatriarcas e as suas doutrinas.Filosoficamente, o Zen primitivo

parece ter afinidades com onegativismo hinduísta de Nagarjuna epor outra parte, com a filosofia Gnan,formulada por Sancharacharya. Asprimeiras predicações Zen se atribuemao sexto patriarca chinês, Yeno (637-713), fundador do Zen meridional,assim denominado devido ao seupredomínio sobre a China do Sul. Foiseguido pelo grande Baso, falecido em788, que trouxe uma forte influência doZen na vida chinesa. Hiakujo (719-814), seu fi lho, fundou o primeiromosteiro Zen e elaborou as suasregras e ritos. Nas discussões daescola Zen, se manifesta o espíritoYangtsé-Kiang com as formasnaturalistas de pensar, tão diferentesdo anterior idealismo hinduísta. Apesardo que possa indicar um orgulhosectário, são evidentes as analogiasentre o Zen meridional e as doutrinasde Laotse e dos conversosnacionalistas taoistas. O TAO TE KING contém alusões à

importância da concentração e àmaneira de regular a respiração,pontos essenciais na prática dameditação Zen. Por outro lado, osmelhores comentários que sobreLaotse e a sua doutrina se conhecem,foram escritos por adeptos dadoutrina Zen.O Zen, à semelhança do Tauismo, é

o culto do relativo. Um mestre Zendescreve a arte Zen como a arte dedescobrir a estrela polar no céumeridional. Nada tem realidade fora doque diz respeito às operações donosso próprio espírito. Yeno, sextopatriarca, observou um dia dois

monges que observavam a bandeira de um templo ondearao vento. Um deles disse: "É o vento que põe a bandeiraem movimento"; o outro respondeu: "É a bandeira por simesma que se move"; mas Yeno explicou-lhes que omovimento realmente não vinha do vento nem da bandeira,mas sim de mais alguma coisa que eles possuíam no seuespírito...

Hiakujo anda a passear na selva com um dos seusdiscípulos, quando uma lebre salta diante deles.

Porquê esta lebre foge de nós? – perguntou Hiakujo.– Porque nos teme – foi a resposta.Não, é porque temos instintos mortíferos.

Estas conversas fazem lembrar também as do taoistaSoshi:

Um dia, ele passeava à beira do rio, conversando com umamigo.– Que felizes são os peixes na água! – observou Soshi.O amigo respondeu:– Tu não és peixe! Como sabes então, que os peixes são

felizes na água?– Tu não és eu! Como sabes então, que eu não sei que os

peixes são felizes na água?

O Zen tem sido frequentemente oposto ao Budismoortodoxo, como o Tauismo ao Confucionismo. Quando sequer penetrar na verdadeira escola do Zen, as palavrasestorvam ao pensamento; todos os escritos budistas são sócomentários acerca da especulação pessoal. Os adeptosdo Zen aspiravam à comunhão directa com a própriaessência das coisas e só consideravam os acessóriosexteriores como uns obstáculos à clara percepção daverdade. O Zen preferia os bosquejos a branco e preto àspinturas policromadas da escola budista e esta preferênciaera devida ao seu amor pelo abstracto.Alguns adeptos do Zen caíram na iconoclastia, por terem

tratado de procurar em si mesmos a essência de Buda, emvez de a encontrar nas imagens e nos símbolos.Um dia de Inverno, Tankawosho destruiu uma imagem de

Buda para acender uma fogueira. – Sacrilégio!, exclamou um espectador aterrado.– Tirarei das suas cinzas as SHALI (as pedras preciosas

que se formam no corpo dos Budas após a sua incineração!– respondeu tranquilamente o discípulo de Zen.– Mas numa estátua não pode haver Shali!E Tankawosho respondeu:– Então é que não é um Buda e portanto não cometo

nenhum sacrilégio!E virou-se para o fogo, para se aquecer.

O Zen trouxe ao pensamento oriental a ideia de que aimportância da temporalidade é igual à espiritualidade e quenas altas relações das coisas, não há diferença entre aspequenas e as grandes; um átomo tem as mesmaspossibilidades que o universo. Quem procurar a perfeição,pode achar na sua própria vida o reflexo da sua luz interior.Para isto, nada há mais eloquente que a regra de ummosteiro Zen. A cada membro, com excepção do prior, eraencarregada uma função no funcionamento do mosteiro ecoisa curiosa, os noviços eram os que eram encarregadosdas tarefas mais ligeiras, enquanto que para aos mongesmais respeitados e avançados em perfeição, se reservavamas tarefas mais humildes e fatigantes. Estas obrigaçõesformavam parte da disciplina Zen e cada trabalho devia serexecutado com o maior esmero e perfeição.Quantas discussões não se originaram trabalhando no

jardim, raspando os nabos o preparando o chá! O ideal do Tauismo é a consagração do conceito Zen em

relação com os incidentes da vida. O Tauismo proporcionoua base das ideias estéticas, o Zen as fez práticas epossíveis.

A força emprestada é um “multiplicador de força” Estimados leitores de Cinturão Negro

da Budo International! Na coluna destemês, gostaria de explicar outroconstituinte muito importante dos 26conceitos chave do CRCA. como o“abecedário da teoria do combate noWing Chun.” "A força emprestada", ou Yie Lick, se

considera "o Santo Grial" do CRCA WingChun. Digo isto porque o Wing Chun éuma "arte marcial". A palavra "marcial"tem a sua raiz em "Marte", o nome doantigo deus romano da guerra e naguerra, a vitória é TUDO. Dado que oobjectivo principal de qualquer artemarcial verdadeira é a vitória na batalha, amelhor maneira de assegurarmos o êxitocontra de um oponente de maior tamanhoe mais forte é receber a sua ajuda, a ajudado oponente! para o derrotar. Antes de que a ideia da “força

emprestada” possa ser plenamentecompreendida, um estudante sério deWing Chun deve de compreenderprimeiro os conceitos básicosda própria energia, em termosde: “de onde vem, onde vai, ecomo aproveitá-la em própriobeneficio. Como se vê emCRCA Wing Chun, a energiaque se utiliza nos batimentos enos bloqueios é uma força denatureza semelhante aelectricidade, á força dagravidade, do magnetismo, dapressão do ar ou da pressão daágua, com propriedades,limitações e qualidades similaresàs outras forças. Na maioria delas, comoa electricidade, em certos aspectos, aforça vem da terra (se origina noscalcanhares - Lick Yau Gyeuk GunSahng ") e regressa pelo caminho maisdirecto possível para o chão.Energizando a mão adiantada, que batejunto com a perna atrasada que empurrae dando um passo com o pé adiantadosimultaneamente, podemos verfacilmente que o batimento terá muitamais potência quando executado antesde que do pé adiantado tocar no chão. Édurante este breve momento de"energização" que um batimento ou umbloqueio terão mais força potencial. Eucomparo isto com o momento em certosvideo-jogos de Boxe, quando a luva deBoxe começa a ter uma espécie de“pestanejo” que indica que por essebreve momento se tem um "super soco"que vai magoar muito mais se alcançar orival, do que um soco normal queacontece quando a luva está em estadonormal, sem “pestanejar”. No primeirocaso, quando se bater no oponente comum passo médio, o golpe terá aindamuito mais efeito do que teria no casode se esperar até o pé adiantado tocarno chão. Da mesma maneira, o

oponente é "energizado" por seu própriomovimento, especialmente quando dáum passo, quando realiza qualquermovimento, especialmente ummovimento em frente, como quandotenta bater, pontapear ou blocar.Comparo esta ideia com o começo do

vídeo-jogo "Pac Man", quando ofantasma pestaneja, o que indica que sepodem ganhar pontos extra por alcançá-lo e “comê-lo” enquanto ainda estiverpestanejando, à diferença dosrelativamente menos pontos que sepodem ganhar fazendo o mesmoquando não estiver pestanejando. Comesta mesma ideia em mente, se podebater no oponente com uma forçaconsideravelmente maior quando"pestaneja", devido ao seu própriopasso a e/ou o movimento debatimento/bloqueio.Com um profundo conhecimento destes

princípios da energia, o combatente deWing Chun pode aprender a usá-los parasua vantagem, como o que se conheceem termos militares como um"multiplicador da força”. A "multiplicaçãoda Força” sucede quando se é capaz deroubar algo do inimigo e depois, nabatalha usá-lo em sua contra. Porexemplo, se somos capazes depenetrar no acampamento inimigodurante a noite e roubar toda a suamunição e depois, no dia seguintedisparar sobre ele com essa mesmamunição, isto "multiplica" a nossaforça. Em combate, na curta distância"a força emprestada" consegue omesmo efeito. Por exemplo, estamosna frente do nosso oponente numaposição aberta. Ele levanta o pé

adiantado, para dar um passo em frentee nesse preciso instante, levantamos onosso próprio pé da frente e damos umsoco com a mão da frente, antes de seupé adiantado chegar ao chão. O que seconseguiu foi "ele se energizar" a simesmo dando um passo, posto que noseu pensamento, a sua cabeça"parpadeava", e por sua vez foi"energizada" a mão adiantada mediante aintensificação, provocando que a nossaprópria mão começasse a "parpadear"para dar um "super soco" e bater-lheenquanto ambos "parpadeávamos". Narealidade, "nós tomamos emprestada"toda a força que ele criou dando o passo,força que utilizamos conjuntamente com anossa própria força. Desta maneira, a“dívida” de energia é como pediremprestado dinheiro no banco, quando sepedem emprestados 1.000 (seja da moedaque for), não pagamos 1.000, em vezdisso, pagamos os 1.000 mais umapercentagem do dinheiro em conceito dejuros. Quando pedimos emprestada aenergia do inimigo, devolvemos o quepedimos emprestado, além de uma parteda própria força como "interesses". Nocaso em que o oponente já não estiver emmovimento, podemos fazer que se movapuxando dele para nós. Efectivamente,

“Dado que oobjectivo principalde qualquer arte

marcial verdadeiraé a vitória na

batalha, a melhormaneira de

assegurarmos oêxito contra umoponente de maistamanho e maisforte é receber asua própria ajudapara o derrotar”

“Antes de que aideia da força

emprestada possaser plenamentecompreendida,

o estudante sériode Wing Chun deve

compreenderprimeiro os

conceitos básicosda própria energia,

em termos de: de onde vem,

para onde vai ecomo aproveitá-la

em benefíciopróprio”

BPa4 - Descarrega seu peso afundadoe gira radicalmente as ancas. Máriocontinua com uma rotação à esquerda eChoh Ma Cheh Kuen à mandíbula.

Força emprestada, sequência 2:BPB1 - Zoltan Bathory, o guitarrista

da banda de Heavy Metal de famamundial “Five Finger Death Punch”, sequadra perante seu oponente numaposição fechada .

BPb2 - Sem avançar na sua própriaposição, Zoltan intercepta o jab do rival,utilizando o seu bloqueio Pock Sau Slapcom a mão atrasada. Não avançando,não oferece ao oponente nenhuma força

emprestada, nem diminui a distânciaaproximando-se do contrario com seugolpe.

3 - Como o oponente continuaadiante com uma cotovelada à cabeçacom a traçada, Bathory retrocede emângulo e pivotando numa Hau ChongMa Chahng Dai Jyeung (“palma deespada" traseira) às costelas. Destamaneira, o oponente vê-se obrigado aabsorver todas as forças combinadasde ambos lutadores, na sua zona muitovulnerável das costelas. Nesse exactomomento não tenta bater em Zoltan ,sofrendo assim a "Força multiplicada"CRCA

4 - Na medida em que o oponentetenta uma débil recuperação com umforte golpe de cima para baixo, Fan Sau,Zoltan desce, dá um passo maior para oexterior, enquanto gira para a direita,para dar um golpe de contra Chop Kuenna zona das costelas já magoada. Maisuma vez, a força emprestada do inimigoe a sua aplicação ao “fogo da resposta”.

5-7 - Quando o oponente já foidesequilibrado pelo golpe final, Zoltanmuda o seu braço direito em um DaiBoang Sau Wing, a fim de manter seubraço fora do caminho de seu própriopontapé lateral Chai Wahng Gyeuk que,devido ao ângulo da entrega e a

Wing Chun

"emprestando-lhe algum dinheiro", quedepois ele pode devolver "com juros",batendo-lhe enquanto ambos estivermos"energizados", como se aprecia nafotografia BPC5.Imaginem que podemos criar uma

versão transparente do oponente, quepossa sair do seu corpo e andar aonosso lado, para ir connosco - cotovelocom cotovelo. Isto é o que faz a força anós emprestada, o que permite nãotemermos nenhum oponente, posto nãoterem importância o seu tamanho porgrande e forte que seja, nem a sua força.Nós e ele, JUNTOS, definitivamentepodemos vencer, posto que não somosum ponto negativo. Imaginemos ter um

irmão gémeo do oponente, do nossolado, trabalhando em contra dele. Isto éa medida do que o Jyeh Lick nosempresta com seu poder de multiplicaras nossas próprias forças. Este conceitoé uma valiosa arma no arsenal dequalquer artista marcial,independentemente do estilo.

Força emprestada, sequência 1: 1 - O Instrutor Chefe Mário López da

CRCA, Alemanha, se enfrenta aoinstrutor CRCA de Duisburg, ThomasSchrödter, numa posição aberta.

2 - Como Thomas avança com o jabda mão adiantada, Mário tambémavança lateralmente e "usa emprestada"

a força no momento exacto de lhe bater.A força de Thomas estava em seu pontomáximo e fazendo contacto antes do péde Mário tocar no chão, se garante omaior impacto potencial possível entreas duas forças opostas.

BPa3 - Justamente quando se lança ogolpe com a mão atrasada, Mário desceem diagonal usando Ngoy Seen Wai(encarando para fora) movimento de péspara aumentar a potência do seu próprioChop Kuen com a mão traseira, batendonas costelas. Realizado no momentoexacto em que se possa capitalizar maiso próprio impulso para a frente dooponente, provoca o efeito do oponente"bater em si mesmo"

maneira em que o oponente está empé, lhe quebra tanto o tornozelo comoo joelho.

Força emprestada, sequência 3:1 - John Simons, Instrutor Chefe da

CRCA Virginia e Chefe de Segurança da“Five Finger Death Punch”, se situa naposição Bai Joang, uma posiçãofechada, com seu oponente.

2 - Sem dar um passo para o golpe docontrário, John utiliza seu Woo Sauadiantado para proteger-se e desviar ogolpe do rival com um batimento emrotação do pulso.

3 - Usa Gum Gock Ging (sensibilidadede toque). Quando o golpe desviadocomeça a se retrair, John detecta oseguinte golpe que vem e numa fracção desegundo, com precisão e sincronização, seinclina para trás para lançar um JeetWahng Gyeuk, um pontapé lateral queintercepta o soco do oponente, o que levaeste a ser alcançado pelo pé quepontapeia com força adicional, multiplicadapor seu próprio impulso.

4 - Agora, tomando emprestado oseu próprio impulso descendente, Johnrapidamente agarra o braço aindaestendido do oponente e bate na sua

garganta antes do seu pé tocar nochão.

5 - Em vez de empurrar o oponentepara fora de seu golpe, seguidamente,John agarra rapidamente o braço direitodo oponente por segunda vez, o que levaThomas a se desequilibrar anda mais nadirecção da “palma espada ChahngJyeung” de John, a qual está assistidapor um agarre Kau Sau no ombro, o quearrasta o rival directamente para o golpeque se aproxima e o empurra para ele,dando assim ao oponente um pouco deimpulso que pode ser emprestado eusado em sua contra.

“Quando pedimosemprestada a

energia do inimigo,devolvemos

o que pedimosemprestado”

“A multiplicaçãoda Força

acontece quandose é capaz deroubar alguma

coisa do inimigo”

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