Sobre antidepressivos word.docx

7/23/2019 Sobre antidepressivos word.docx

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FELIZ PARA SEMPRE?

UMA ANÁLISE DOS EFEITOSDO USO A LONGO PRAZODE ANTIDEPRESSIVOSKWAME YONATAN POLI DOS SANTOS







KWAME YONATAN POLI DOS SANTOS

FELIZ PARA

SEMPRE?

Uma análise dos efeitos do uso a longo

pa!o de antidepessi"os







Sumário

Pefá#io 15

Apesenta$%o 23

& O diagn'sti#o de depess%o 43

( Os antidepessi"os 77) *s ente"istad*s 7

+onsidea$,es finais 137-efe.n#ias 15

Ane/o A 171Ane/o 0

173





Pr!"á#ioPor um$ "$rm$#o%o&'i#$

N%o sei at1 2ue ponto este meu pefá#io paa Feliz para sempre?3

de K4ame Yonatan Poli dos Santos3 n%o podeia se su5stitu6do po uma 7ni#a imagem3 sendo ela muito epesentati"a3 po assim di!e3

so5e o 2ue tata seu estudo8 efio9me a Pharmacy :&;;(<3 um dos

pimeios ta5al=os em 2ue Damien >ist empegou uma assemblage

de em5alagens de medi#amento ?ustapostas em estantes3 "isando

pe#isamente #ompo a sensa$%o de se esta em um esta5e9le#imentofama#.uti#o@ A impess%o de assepsia3 ais#o di!e3 1 a pimeia 2ue

se imp,e ao espe#tado3 mesmo ao mais a"isado3 ainda 2ue essa n%o

se?a a inten$%o pimeia do auto e 2uanto a isso3 "ale se estamos

falando de K4ame ou de >ist3 po #eto@&

Na se2u.n#ia3 mas somente 2uase "inte anos depois3 o atista"iia a apesenta suas Medicine Cabinets :(B&B<3 o5a 2ue se #om9

p,e de uma lin=a de ta5al=os no mesm6ssimo estilo e3 potanto3#omplementa C2uela3 na min=a opini%o 3 em5oa n%o #onsista

& De a#odo #om At=u Danto3 >ist n%o po#uou ati#ula dietamente o t6tulo da

m7si#a ao 2ue dese?aia e/pessa #om as medi#a$,es e/postas@ Po e/emplo3 No

feelings n%o 1 #omposta pepondeantemente de tan2uili!antes Sinner tam9pou#o

está epesentada po em5alagens de pese"ati"os3 e da6 po diante@



1( )*AME +ONATAN POLI DOS SANTOS

numa sala popiamente dita3 tal #omo o#oea #om a instala$%o de

Pharmacy :>ist3 &;;(< neste 7ltimo #aso3 o ta5al=o se apesenta so5

a foma de uma s1ie 2ue #onta #om Pretty Vacant 3 No feelings3

Sinner 3 Anarchy e Liar 3 isto 13 um #on?unto de imagens #u?os t6tulos se

efeem indi"idualmenteF C #an$,es do famigeado Nevermind the

olloc!s3 7ni#o dis#o de est7dio da i#Gni#a 5anda p"n! Se/ Pis9tols

:>ist3 (B&(<@ Na o#asi%o3 >ist dei/aa e"idente a inten$%o pim'dia

da e/posi$%o8 ins#e"e sua peo#upa$%o filos'fi#aF :s%o pala"as do

atista< a espeito da "ida e da mote paa tanto3 pe#isaia popo3 C

alta "o!3 uma 2uest%o sempe mageada po um ou outo atista3 mas

nun#a enfentada assim t%o dietamente8 se a ate seia ou n%o #apa!de #ua@

Digo po um ou outo atista po2ue3 paa muitos pofissionaisligados ao #ampo da sa7de :mental3 a pop'sito3 #omo se dá na

maioia dos #asos<3 a esposta 1 ine2u6"o#a8 sim3 a ate 1 #apa! de

#ua@ +omo se sa5e3 a da@ Nise da Sil"eia e 2ue tal"e! se?a a

psi2uiata mais impotante e mais antipsi2uiáti#a na =ist'ia da Sa7de

Mental 5asileia 3 aposta"a muitas das suas fi#=as nesse sa5e ate9#uati"oF3 a ponto de funda um museu( 2ue3 so5e9"i"endo ainda nos

dias de =o?e3 dedi#aia todo o seu esfo$o paa ofee#e uma

possi5ilidade de e/pess%o at6sti#a aos pa#ientes 2ue ela atendeia3 alimesmo no +ento Psi2uiáti#o Pedo II3 at1 o final de sua "ida@

K4ame n%o dei/a de men#ioná9la3 1 #lao3 pois sua pes2uisa o

pemitiu entende em 2ue medida o peigo da #amisa de fo$a

2u6mi#a3 ?á po ela apontado desde a d1#ada de &;HB3 seia #ada "e!mais penetante em nossa so#iedade =ipemodena@

Medicine Cabinet #onsiste3 de maneia simples3 em um #on?unto

=omog.neo de pateleias de famá#ia nas 2uais se disp,em #ai/as de

medi#amento dos mais "aiados tipos a igo3 tata9se de uma

auma$%o de em5alagens #ome#iais de medi#a$%o3 fomato so5 o

2ual as dogas legais s%o "endidas em nossa so#iedade@ Ali e >ist

fa! 2uest%o de su5lin=a 3 n%o se en#ontam #on#etamente osmedi#amentos3 mas apenas as suas em5alagens3 o 2ue impli#a

( Museu de Imagens do In#ons#iente@



FELIZ PARA SEMPRE, 17

pensamos3 ao fim e ao #a5o3 no #aáte ilusionista desse ?ogo po ele poposto@ Oa3 se as #ai/as s%o de fato sedutoas3 e se seu #olo9ido emete a uma asso#ia$%o 2uase ine2u6"o#a ente o em1dio e o

5in2uedo3 nessa pespe#ti"a elas tal"e! indi2uem um limite t.nue3 po1m inegá"el ou ainda indese?á"el3 ente a ate e o uni"eso da@@@ pu5li#idade@

De foma mais apofundada3 no entanto3 =a"eia uma ati#ula$%omenos '5"ia ente a medi#ina e a ate3 a #onfia neste depoimento do

p'pio atista8 po 2ue as pessoas a#editam t%o piamente na medi9#ina supeendeu9se >ist em #eto momento 3 mas n%o na ate #

can$t "nderstand %hy most people believe in medicine and don$t

believe in art F3 de#laou aos #6ti#os3 %itho"t &"estioning either F@)

+om efeito3 po 2ue3 afinal3 as pessoas n%o suspeitaiam da efi#á#ia da

pimeia tendo #omo 5ase a inefi#á#iaF da segunda Tal"e! po2ue3

em pate3 ao menos3 o p75li#o de ate #ontempoJnea des9#onfie maisdo m'tier do atista3 #onfome sugeiu 5il=antemente o m7si#o +=i#o

S#ien#e8 +omputadoes fa!em ate@@@ atistas fa!em din=eioF@ Mas

"ale efo$a 2ue3 em Medicine Cabinets( a imagem 1 #ompostaapenas #om as #ai/as9em5alagens3 de tal modo 2ue os em1dios n%ose en#ontam ali3 #omo apontei =á pou#o em ou9tas pala"as3 pode9

se di!e 2ue tudo #onflui apenas na foma$%o de uma imagem@ >á

uma ilus%o em "ista3 potanto3 mas n%o uma ilus%o 2ual2ue8 1 #omo

se esti"1ssemos diante de um po5lema de epesenta$%o ilustado C laCeci n$est pas "ne pipe3 tal #omo nos po"o#aa Magitte logo no

in6#io do s1#ulo @ E a espeito desse ta5al=o de >ist3 o fil'sofo e#6ti#o de ate At=u Danto :(B&B< a#es#entou8 # s"ppose the

)Medicine Cabinet$ e*emplify a !ind of fantasy of a decriminalized

dr"g c"lt"re( %here %hat the French call st"pefiants are displayed

li!e cigarettes or chocolate bars( even if ac&"iring them re&"ires

prescriptions+@

) Em uma tadu$%o li"e8 N%o #onsigo entende po2ue a maioia das pessoasa#edita na medi#ina3 mas n%o a#edita na ate3 sem 2uestiona a am5osF@

Em uma tadu$%o li"e8 +eio 2ue Medicine Cabinet e/emplifi#a um tipo de

fantasia de uma #ultua des#iminali!ada das dogas3 onde isso 2ue os



1- )*AME +ONATAN POLI DOS SANTOS

Seguindo duas "etentes 2ue se ente#u!am a pimeia a pa9ti

de uma dis#uss%o so5e 2uais seiam as #ondi$,es =ist'i#as3 mateiais

e pol6ti#as 2ue popo#ionaam 2ue os antidepessi"os fossem t%o

lagamente e#eitados em nossa 1po#a e a segunda ela9ti"a aos

efeitos su5?eti"os da sua pes#i$%o #ontinuada 3 K4ame #onst'i

neste Feliz para sempre? uma signifi#ati"a efle/%o so5e a

po5lemáti#a do uso de medi#amentos antidepessi"os em nossa "ida

#ontempoJnea@ ati#inada po muitos #omo o mal do s1#ulo 3 a

depess%o #ontinua assom5ando psi#ologi#amente gande pate da

popula$%o mundial =o?e3 no entanto3 e mais do 2ue nun#a3 "em sendo

a#ompan=ada de um lago espe#to de medi#ali!a$%o3 #u?o sintomaso#ial 13 a pop'sito3 muito 5em apontado pelo auto@

Diante do po#esso de 5anali!a$%o diagn'sti#a3 t%o e"idente

2uanto mais iminente nas so#iedades #ontempoJneas3 K4ame

po#uou ou"i se e/istiia algum sofimento su5?a#ente ao uso

polongado do antidepessi"oF3 "isando #om isso isola uma esp19#ie

de e/pei.n#ia su5?eti"a 2ue esidiia a6 #alada3 su5?a#ente ao :a5<uso

medi#amentoso@ Oa3 seu ta5al=o n%o se esume a dei/a fala apenasa lat.n#ia de uma e/pei.n#ia depessi"a puaF3 po assim di!e3 mas

de tomá9la no 2ue ela foi gan=ando em temos so#ial e psi2ui#amente

nefastos3 #ondi$%o o5se"á"el de sua ia,trogenia8 2uanto mais os

psi2uiatas a medi#am 1 o 2ue se pode "eifi#a #om a pes2uisa 3

mais a depess%o "iá a demanda uma medi#a$%o3 efo$ando o

#6#ulo "i#ioso pee/istente ente a 5aseF

leia9se3 a ind7stia fama#.uti#a 3 e a ponta ne#essaiamentemais fágil da #oda3 isto 13 o usuáio #omum@ E 1 na ?usta medidaem 2ue po#ua esgata a pot.n#ia do dese?amento #omo assim

pefio fomali!á9la3 ?á 2ue se mo"imento em um po#esso dosu?eito depimido 2ue K4ame nos lem5a3 po meio desta fase

5astante a#etada3 o 2uanto a utili!a$%o inde"ida de psi#ofáma#os3 so5 a 1gide da 1ti#a da tutela3 podu! em temos

de maginali!a$%o da su5?eti"idadeF@

fan#eses #=amam de st"pefiants s%o apesentados #omo #igaos ou 5aas de#=o#olate3 mesmo 2ue paa ad2uii9los ainda se e/i?am e#eitasF@




A in"estiga$%o n%o foi #ondu!ida so5 a disposi$%o met'di#a deuma psi#análise3 digamos neste 6nteim3 intensa3 em5oa nela ten=ase inspiado e se ad"etido de maneia 5astante pofunda3 e/taindoda6 um n6"el muito pati#ula de es#uta 2ue seá apeendida pela"ia das ente"istas 2ue o auto eali!ou ?unto C sua dileta seleta deente"istados8 ao ou"i9los3 o leito pe#e5eá3 #ondu!ido pela m%odo auto3 o 2uanto est%o longe de #ompatil=a 2ual2ue unidade desentido uni"esali!ante 2ue se "iesse a empega a espeito da#ondi$%o depessi"a e #om isso podemos #onsidea3 ent%o3 2ue=a"eia um m6nimo de singulai!a$%o nas situa$,es em 2ue se "i"e

a depess%o3 fa!endo de sua situa$%o "i"ida uma "edadeia e/pe9i.n#ia su5?eti"ante3 ainda 2ue em muitas o#asi,es ela "en=a a se tamponada3 sem se sepaa do su?eito do in#ons#iente3 de#eto3#om a pesen$a a#a#=apante do medi#amento@ Po outo lado3 este#a9áte singula da e/pei.n#ia tam51m nos pemitiia#ompeende 2ue os impasses #ontempoJneos 2ue #i#uns#e"emos po#essos de su5?eti"a$%o s%o o5?eti"amente #on#oentes na

#onstu$%o da e/pei.n#ia3 e isso antes mesmo do diagn'sti#o3 o2ue n%o dei/a de se e"ela a n's3 em 5oa medida3 #omo um #etoal6"io@ >á uma e#o.n#ia #uiosa3 n%o o5stante essas "aia$,es8uma gande in9satisfa$%o #om o uso #ont6nuo do antidepessi"o foiapontada em todos os ente"istados@@@

+on#odo #om muitos autoes 2ue sugeem estamos "i"endo uma

ea em 2ue se atesta o aumento paulatino da pess%o a#e#a da

performance indi"idual n%o falta essa massa #6ti#a 2ue pGde nosaponta3 a pati dessa pespe#ti"a3 2ue nun#a te6amos sido ?ogados

em taman=a imes%o na #ultua do self,made man( nun#a te6amos

sido t%o su5?eti"ados C amei#ana 2uanto agoa@ 0enilton 0e!ea Q@3

intelo#uto pi"ilegiado de K4ame neste li"o3 nos lem5a3 po

e/emplo3 2ue a ideia de feli#idade3 at1 pou#o tempo #onsideada uma

aspia$%o so#ial3 passou a se um de"e sem es#a9pat'ia leia9se3

esta6amos todos diante do impeati"o #ateg'i#o de um supeeu 2ueo5iga o su?eito a go!a3 e a l6ngua potuguesa se e"ela muito

ade2uada paa lida #om a am5iguidade do po5lema8



2. )*AME +ONATAN POLI DOS SANTOS

Sim3 tenho 2ue go!a3 mas agrade-o po isso3 muito o5igadoF@-estaia alguma sa6da

0em ad"etido3 K4ame n%o ais#a esponde a essa pegunta3 e

n%o 1 mesmo o #aso de e/igi9lo de seu ta5al=o toda"ia 1 pe#iso n%o

#onfundi o 2ue se imp,e3 a63 #omo o o5?eto de sua in"estiga9$%o3

igoosamente falando8 #omo se podeá "eifi#a nas lin=as se9guintes3

seu li"o n%o dese?a eigi um li5elo #onta a medi#a$%o da depess%o

:mas sim #onta a medi#ali!a$%o3 2ue 1 5em o #aso de se #om5ate

#om un=as e dentes<3 e po essa a!%o es#apa de uma "is%o

mani2ue6sta do po5lema 2ue3 #omo 1 sa5ido3 tendeia fatalmente a

#olo#a os "il,es e os mo#in=os em duelo@ Em temos popiamente#6ti#os3 penso 2ue o auto n%o dei/a de 2uestiona3 em momento

algum3 a #ete!a delianteF 2ue #om o tempo se instalaa em defi9

niti"o no inteio do dispositi"o so#ial da medi#ali!a$%o o 2ue nos

e/ige e"isita a o5a de Damien >ist aludida no in6#io deste agu9

mento@ A meu "e3 a opea$%o 1 elati"amente simples3 no entanto um

tanto #omple/a ?ustamente po isso8 ao sa5o da ignoJn#ia douta :eu

?á disse 2ue o modo de pensa psi#anal6ti#o tan"esali!a seum1todoF de #a5o a a5o<3 K4ame e#olo#a 2uest,es funda9mentais

ao #ampo estudado8 #omo #aa#tei!a psi#ologi#amente3 enfim3 a

depess%o nos dias de =o?e +omo se define um diagn's9ti#o E 2ue

fun$%o estaia ao sintoma esta persona non grata t%o

o5#e#adamente silen#iada pela psi2uiatia nesse meio de #ampo

S%o indaga$,es 2ue ele #on"ida o leito a enfenta3 espondendo9as

p1 ante p1 ao longo da #on"esa@Paa e"ita a leitua de tipo ou@@@ ouF3 K4ame apela3 enfim3 C

dial1ti#a do ph.rma!on3 so5etudo "ia Qa#2ues Deida3 paa ent%o

#on#lui sua dis#uss%o de modo a ?ustapo os dois lados da moeda3

fo?ando9a8 se po um lado a medi#a$%o antidepessi"a "isa se um

5om em1dio3 ati#ulando9se ao 5em di!e3 po outo3 mal utili!a9da3

a5usada em muitos dos #asos3 ela pode a#a5a se tansfomando em

na#'ti#o3 ou mesmo em "eneno3 2ue 1 ainda mais e#oente@ E 1a2ui3 ?ustamente3 2ue o psi#ot'pi#o apae#eia #omo um tipo de

impedimento fabricado em desfa"o aos po#essos de su5?eti"a$%o@

Po #onseguinte3 se em 5oa pate o antidepessi"o pode atua die9




tamente no sintoma3 nem po isso ele :o medi#amento< se impli#ana ela$%o ente o sintoma e o dese?o@@@ Logo3 so5a um "a!io entetudo isso e o p'pio su?eito3 a 2uem s' estaia doua a p6lula@ Emoutas pala"as3 o em1dio assim #onsideado n%o etifi#a o su5?eti9"o no su?eito3 pois está longe de !linamen3 ei/o 1ti#o9

paadigmáti#o da #onstu$%o do agumento de K4ame em "ista deuma 1ti#a 2ue possa a5oda a fonteia ente o em1dio3 a #ua e aind7stia@ To9#ando em mi7dos3 n%o =a"eia ainda uma #l6ni#a a

ser pensada paa a depess%o

Pois 5em8 se 1 "edade 2ue Reud teia ante#ipado 2uase tudo aesse espeito #om seu /o es %ar( soll #ch %erden3 nem po isso segaante 2ue uma posi$%o est1ti#o9pol6ti#aF possa se mantida noteeno m1di#o3 psi#ol'gi#o ou mesmo psi#anal6ti#o@ pe#isomuito #uidado a63 ad"ete9nos Feliz para sempre?3 pois tal"e! n%oten=amos outa sa6da3 ao menos eti#amente falando3 se n%o pela"ia de uma estil6sti#a da e/ist.n#ia3 dando #a5o de um pe#uso

#iado 2ue "en=a a se esta5ele#e ente o su?eito e o seu ph.rma!on@ ue onde =á isso3 =a?a euF 1 uma leitua 2ue de"ele"a em #onsidea$%o o 6ndi#e su5?eti"ante no po#essamento daapael=agem ps62ui#a3 ou se?a3 a2uele 2ue #ondu! o efeito9su?eitoao ponto em 2ue possa ad"i an#oado no dese?o3 e n%o deleapatado@ Em Pharmacy3 nesse sentido3 a#edito 2ue Damien >ist#=egou a tatea essa ideia3 e po mais in#omodados 2ue possamos

fi#a #om o "isual ma2ueteioF de muitas de suas o5as posteioes3 te6amos de #onsidea algo a se le"ado em mel=o #onsidea$%o neste momento de sua o5a3 uma "e! 2ue o atistaa#edita"a 2ue as famá#ias nos po"o#am3 de fato3 um sentimento

p'pio de #onfid.n#iaF3 ou se?a3 de paado9/al intimidade@ No meu 5e"6ssimo modo de "e3 mas 2ue ?á ti"e a opotunidade

de e/pessa em mais de uma o#asi%o3 1 poss6"el di!e 2ue3 de sua

pate3 Damien >ist teia denun#iado3 po meio das o5as ante9iomente aludidas : Pharmacy e Medicine Cabinets3 #omo "imos<3

e8 Dion6sio3 (B&) e Dion6sio3 (B&@



22 )*AME +ONATAN POLI DOS SANTOS

todo um apaato da e/tema oali!a$%o 2ue se "in=a instalando3

paulatina e silen#iosamente3 nas entan=as da "ida so#ial #ontem9

poJnea8 o impeati"o totalitáio de go!a a 2ual2ue #usto3 agoa t%o

mais atuante se #on#odamos #om a tese3 age pin#ipalmente

na2ueles 2ue s%o apenas 5o#aF3 isto 13 em 2uem n0o 1 sen%o na

#ondi$%o da pua "oa#idade@ A meu "e3 o aguil=%o #6ti#o destas

o5as se #omuni#a mais ou menos dietamente #om o 2ue K4ame

tam51m a"oou denun#ia em seu pe#uso3 a5indo potas paa

efletimos so5e essa a"ide! taman=a antes de semos engolidos po

ela assim #omo engolimos o #ompimido@ Enfim3 1 tudo a 2ue uma

fama#opo1ti#a3 no mel=o dos #asos3 podeia nos en#amin=a@

Vusta"o >eni2ue Dion6sio



A%r!/!0'$o

N0o &"ero mais saber do lirismo &"e n0o ' li,

berta-0o1

:Manuel 0andeia Li5etinagemF<

Ele des#eu no ponto do Gni5us soindo e #ome$ou a #on"esa3algo ao em uma met'pole@ +ontou so5e seu dia3 peguntouinfoma$,es so5e o luga onde tin=a a#a5ado de des#e@ Todo a#on"esa tans#oia #omo espeado3 at1 2ue3 su5itamente3 ele in9teompeu o diálogo3 um tanto pesaoso3 paa se apesenta8 osen=o des#ulpe 2ual2ue #oisa3 mas eu ten=o po5lemasF9 nisso

ele apontou paa a sua #a5e$a e #ontinuou eu tomo em1dio psi2uiáti#osF@

Ap's o aleta in#auto3 ele #ontinuou #ontando das suas des"en9tuas em a!%o desse diagn'sti#o psi2uiáti#o 2ue pesa"a so5esuas ela$,es #om a ealidade@ Somente p'/imo C despedida3 "imsa5e seu nome3 -o5eto@

O en#onto #om o -o5eto me #ausou um pofundo in#Gmodo3

deslo#ou9me da min=a posi$%o en2uanto suposto nomalF e me fe! pensa so5e o 2ue =a"ia podu!ido isso8 po 2ue ele3 antes mesmo de

me di!e seu nome3 apesentou9se #omo potado de uma doen$a




mental Em 2ual #onte/to ele me en"ol"eu3 no 2ual este tipo deessal"a so5 o estado psi#ol'gi#o de #ada um 1 ne#essáia

Deida3 em Limited #nc1 :&;HH<3 2uestiona o #on#eito de #on9te/to3 ele agumenta 2ue esse #on#eito nun#a 1 a5solutamente de9teminado3 ou 2ue sua detemina$%o nun#a 1 inteiamente #eta ouesgotá"el3 isto 13 po mais 2ue tentemos po meio da linguagem

#ompatil=a um #onte/to3 esta no$%o pemane#eá um tanto "aga@A #on"esa #asual #om -o5eto mostou o 2uanto a in"estiga9

$%o de um #onte/to 1 insatuá"el@ No entanto3 nosso 5e"e diálogodei/ou9me duas fotes ma#as do nosso #enáio #ontempoJneo8 a

impotJn#ia do diagn'sti#o psi2uiáti#o e a ampla pes#i$%o demedi#amentos psi#oati"os@

O modo pe#ulia #om 2ue o -o5eto se apesentou ofee#eu9meuma possi5ilidade de intodu$%o ao po5lema3 2ue esmiu$aemosnesse li"o3 so5e o 2ue podu!em os antidepessi"os3 seguindoduas "etentes 2ue se ente#u!am8 a pimeia 1 a efle/%o de 2uais#ondi$,es :=ist'i#as3 mateiais3 pol6ti#as et#@< popi#iaam 2ue os

antidepessi"os fossem lagamente pes#itos a segunda 1 elati"aaos efeitos su5?eti"os da sua pes#i$%o #ontinuada@

Po 2ue a es#ol=a do antidepessi"o e n%o outo medi#amento Tal

inteesse pela temáti#a sugiu a pati de um impotante dado da

Ogani!a$%o Mundial da Sa7de :OMS<3 di"ulgado no dia ( de

setem5o de (BB;3 no ?onal 2 3stado de S0o Pa"lo3 2ue po?eta9"a3

paa (B)B3 o diagn'sti#o psi2uiáti#o de depess%o #omo a doen9$a

mais #omum do mundo3 afetando mais pessoas do 2ue 2ual2ue outo po5lema de sa7de3 in#luindo #Jn#e e doen$as #ad6a#asF@

Al1m dos antidepessi"os seem somente utili!ado no tata9mento paa depess%o3 eles influen#iaam muito no modo atual#omo entendemos o diagn'sti#o psi2uiáti#o da depess%o3 pois@@@ a psi2uiatia segue as pegadas da medi#ina somáti#a@ Ela tam9

51m e#onstitui o se das enfemidades a pati dos efeitos estitos

dos medi#amentos3 e tona tal e#onstitui$%o o "eto opeat'io desua #onstu$%o te'i#aF :0iman3 (BB&3 p@()<@

Nesse sentido3 os a"an$os neuopsi#ofama#ol'gi#os e/e#eam

#eta pepondeJn#ia no modo #omo foi #onstu6do o diagn'sti#o




psi2uiáti#o da depess%o@ Po #onse2u.n#ia3 dis#uti so5e as po9du$,es dos antidepessi"os e2ue 2ue se eflita so5e ae/pei.n#ia depessi"a@

A psi2uiatia3 desde o s1#ulo I3 1 o amo da medi#ina es9 ponsá"el po #uida e tata de tudo o 2ue 1 #=amado de doen$amental e3 tam51m3 po e/pli#a3 dita e #ategoi!a 2uais seiamessas doen$as@

O nas#imento da psi2uiatia foi ma#ado pela etiada da ditalou#ua do #ampo eligioso9moal e sua entada no #ampo #ient6fi9#o9m1di#o@ Na atualidade3 a páti#a de #i#uns#i$%o dos sofimen9

tos ps62ui#os3 no #ampo da psi#opatologia psi2uiáti#a3 gan=ouno"os #ontonos@

At1 a in"en$%o dos em1dios alteadoes do fun#ionamento ps692ui#o3 isto 13 os psi#ofáma#os3 a psi2uiatia ea ol=ada #om #etades#onfian$a dente as outas espe#ialidades m1di#as3 ?á 2ue n%o

possu6a uma feamenta de tatamento 2ue legitimasse sua páti#a#omo sendo de fato m1di#a :I!aguie3 (B&&<@ Na p's9modeni9

dade3 depaamos9nos #om o desen"ol"imento 5iote#nol'gi#o e ae"olu$%o psi#ofama#ol'gi#aF :-odigues3 (BB)<3 em 2ue =ou"euma adi#al tansfoma$%o epistemol'gi#o9paadigmáti#a 2ue #o9mentaemos adiante@ Essa mudan$a3 o#oida na segunda metadedo s1#ulo 3 foi o momento em 2ue a psi2uiatia =egemGni#a seemedi#ali!ouF3 ou se?a3 a5andonou em5asamentos te'i#os 2uen%o seguissem a "etente 5iol'gi#a@

O fenGmeno de medi#ali!a$%o efee9se C mudan$a #ontempo9Jnea de #eto modo de entendimento e páti#a em sa7de mental3"isto 2ue difeentes po5lemáti#as :es#ola3 so#ial3 #ultual et#@<foam englo5adas ao #ampo da medi#ina3 po meio da patologi!a9$%o@ Po #onta desse deslo#amento paadigmáti#o3 uma maio pes9#i$%o de em1dios psi#ot'pi#os "em o#oendo nos tatamentosde sofimentos ps62ui#os@ Esse po#esso se efee3 a#ima de tudo3

ao ato de pes#i$%o inde"ida de psi#ofáma#os@Po essa a!%o3 a e"olu$%o psi#ofama#ol'gi#aF epesentou

uma 2ue5a de paadigma so5e o entendimento psi2uiáti#o dotatamento das #=amadas doen$as mentais3 ?á 2ue as 2uei/as emo9




#ionais passaam a seem "istas #omo futo de umdes5alan#eamen9to neuo2u6mi#o@

+om o ad"ento dos psi#ofáma#os3 o #enáio se modifi#ou a9di#almente3 pois os medi#amentos passaam de #oad?u"antes paa

potagonistas nos tatamentos psi#ol'gi#os3 sendo "istos #omo os

"edadeios Emplasto 0ás +u5asF3& a #ua de todos os males ps692ui#os@ O5se"ou9se uma ápida emiss%o do sofimento ps62ui#o3 2ue foi tomada #omo a #ua@

No in6#io do apae#imento dos psi#ofáma#os3 eles eam e#ei9tados paa #omplementa a psi#oteapia@ Esse #enáio se alteou

paulatinamente #om o a"an$o das e/pli#a$,es neuo2u6mi#as dosofimento ps62ui#o e o de#l6nio de e/pli#a$,es metapsi#ol'gi#as elu#ida$,es efeentes ao uni"eso do in#ons#iente psi#anal6ti#o3no 2ual #ada "e! menos a 2uest%o do su?eito so5e as "iasdese?antes ea #onsideada #omo a pin#ipal "etente do tatamento:+ose3 (BB)<@

Em deteminado momento3 os psi2uiatas ti"eam 2ue es#ol=e

ente #enta seus in"estimentos na til=a da ind7stia fama#.uti9#a3 ou se?a3 tatamentos psi#ofama#ol'gi#os3 ou #amin=a #om asteapias da falaF3 a psi#análise@ O#oeu 2ue uma gande pa#elada psi2uiatia a#a5ou po in"esti nos psi#ofáma#os3 a#editan9dose a mel=o foma de tatamento do sofimento ps62ui#o e3 assim3as naati"as dos su?eitos foam pedendo espa$o na #l6ni#a

psi2uiáti#a@Deida :apud -oudines#o3 (BBB< #omenta 2ue as psi#análises e

outas psi#oteap.uti#as tonaam9se em1dios de fundo de pate9leia@ Em 7ltimo #aso3 podem se 5oas3 mas ?á se in"entaam tata9mentos mel=oes@ Essa mudan$a epistemol'gi#a psi2uiáti#a te"e

pofundas #onse2u.n#ias nas páti#as de Sa7de Mental@ A psi#aná9lise 2ue #onti5uiu teoi#amente na #onstu$%o dos dois pimeiosmanuais au/iliaes de diagn'sti#o3 tonou9se 2uase in#ompat6"el

#lini#amente #om a psi2uiatia@(

& -efe.n#ia C o5a de Ma#=ado de Assis3 Mem4rias p4st"mas de r.s C"bas@( Mais so5e o ompimento epistemol'gi#o e paadigmáti#o da psi#análise #om

a psi2uiatia "eemos no +ap6tulo &@




endeu9se a falá#ia de 2ue os #ompimidos3 po teem esul9tados mais ápidos3 seiam mais efi#ientes 2ue as psi#oteapias3sendo #apa!es de en#apsula anos de tatamento psi#oteápi#o3 ?á2ue outas teap.uti#as demoaiam anos paa #onsegui o efeito deemiss%o dos sintomas@ +ontudo3 atualmente3 peguntamos9nos sea p6lula atinge os mesmos esultados :+ose3 (BB)<@

Se os medi#amentos psi#oati"os tin=am tanta efi#á#ia so5e a2uei/ademanda ini#ial do su?eito3 #on#lu6a9se 2ue a natue!a dasenfemidades ps62ui#as ea pepondeantemente ogJni#a@ Patin9do dessa l'gi#a3 ap's a d1#ada de &;HB3 os psi2uiatas

a5andonaam as teapias da falaF 5asta"a a #onstu$%o de umdiagn'sti#o oien9tado pelo DSM) e a e#eita de psi#ofáma#o 2ueo d1fi#it neuo2u69mi#o seia #oigido@ :I!aguie3 (B&&<@

O DSM 1 um manual au/ilia de diagn'sti#o 2ue "eio paa ten9ta #lassifi#a e #ategoi!a todas as doen$as mentais e/istentes@Ele petende se uni"esali!ante3 ate'i#o e estat6sti#o@ A aus.n#iade uma teoia3 no entanto3 nem sempe foi uma peogati"a@ O

DSM9I3 de &;(3 #om &BX psi#opatologias3 e o DSM,II3 de &;XH3#om &H patologias psi2uiáti#as3 #ontou #om intensa influ.n#ia dateoia psi#anal6ti#a #omo fundo te'i#o paa sua utili!a$%o #l6ni#a@Em5asamento este 2ue no DSM9III3 de &;HB3 #om (X #ategoiasnosol'gi#as3 foi #ompletamente a5olido :+ose3 (B&B<@ O om9

pimento foi3 tam51m3 paadigmáti#o e epistemol'gi#o3 "isto 2uealteou n%o somente as 5ases te'i#as3 mas tam51m as t1#ni#as e os

po#edimentos na #l6ni#a@A naati"a do su?eito do seu sofimento ps62ui#o passou a te

menos impotJn#ia dento da páti#a psi2uiáti#a@ Somente pos9su6a "alidade #ient6fi#a a2uilo 2ue #ontin=a ma#adoes 5iol'gi#osFpaa a 5iopsi2uiatia =o?e em "oga3 um sofimento s' 1 sofimen9

) Sigla em ingl.s paa Man"al de 5iagn4stico e 3stat6stica dos 7ranstornos

Men,tais3 ela5oado pela APA :Asso#ia$%o Amei#ana de Psi2uiatia3 sigla emingl.s<@ um manual au/ilia de diagn'sti#o utili!ado paa a #lassifi#a$%o dedist75ios mentais@ A pimeia "es%o3 de &;(3 ?á passou po di"esas e"i9s,es@ Atualmente3 en#onta9se na sua 2uinta "es%o3 e#entemente lan$ada emmaio de (B&)@




to3 uma doen$a s' 1 doen$a3 um diagn'sti#o s' 1 um diagn'sti#o2uando este fo um 5iodiagn'sti#o tudo o mais 1 apenas psi#ol'gi9#o ou so#ial e3 potanto3 menos ealF :+aliman3 (B&(3 p@&&)<@

Delimitaemos #omo pe6odo #ontempoJneoF do ano de&;(3 tendo #omo ma#o o apae#imento do pimeio neuol1pti#o3a cloropromazina3 at1 (B&B3 #om o atual po#esso demedi#ali!a$%o do so#ialF@ Tata9se3 de fato3 de um fenGmenoe#ente o da eme9di#ali!a$%oF3 o 2ual "em tomando gandes

popo$,es nas 7ltimas d1#adas@Ao o5se"amos alguns dados da ONU :(BBH<3 "eemos 2ue3 em

oito anos :no pe6odo de (BBB a (BBH<3 =ou"e um aumento de&@X&X no #onsumo de metilfenidato :dados do IMS PM0<@ Qá a

fl"o*etina( um antidepessi"o de uso #oente3 "endeu3 em (BBZ3()3( mil=,es de #ápsulas e3 em (B&&3 )3X mil=,es8 um aumentode 2uase B em 2uato anos :dados da #onsultoia fama#.uti#aIMS >ealt= 0asil<@

A leitua desses dados aponta paa a o#o.n#ia de uma po9

funda altea$%o no modo de entendimento e tatamento do #ampoda sa7de mental no sentido dos dispositi"os 2ue est%o sendoofee#idos@

Em "itude dessas 2uest,es efeentes aos tatamentos e/#lusi9"amente psi#ofama#ol'gi#os3 este li"o po#ua a5i um espa$ode diálogo paa 2ue possamos es#uta os efeitos dos antidepessi9"os nos su?eitos paa al1m do dis#uso ogani#ista e3 assim3 ou"i

se e/istiia algum sofimento su5?a#ente ao uso polongado deantidepessi"o@

A e/pei.n#ia su5?eti"a da depess%o e os antidepessi"os s%o as#onting.n#ias 2ue fone#em os ele"os paa espondemos so5e ae/ist.n#ia de um sofimento emanes#ente ao uso dos psi#ofáma9#os@Essa 2uest%o so5e a pesen$a3 ou n%o3 de algum sofimento3

Metilfenidato :populamente3 #on=e#ida #omo doga da o5edi.n#iaF< 1 oem1dio utili!ado paa o tatamento do Tanstono de D1fi#it de Aten$%o e>ipeati"idade :TDA><@ o pin#6pio ati"o dos psi#oestimulantes -italina[e +onseta[@

A fl"o*etina mais #on=e#ida 1 o Po!a#[3 nome #ome#ial@




nos le"a algumas 2uest,es eminentemente 1ti#as a#e#a do uso#on9t6nuo de antidepessi"os8 2uais #ontonos tomaiam osofimento ps62ui#o do estado depessi"o #om o uso polongado de

antide9pessi"os >a"eia apenas um deslo#amento sintomáti#o3sintoma #ompeendido dento da psi#análise

+omo podemos o5se"a a pati das po5lemáti#as le"antadas3a dis#uss%o da depess%o se en#onta longe de esta esgotada@ Aomesmo tempo3 o5se"ando po um "i1s epidemiol'gi#o3 o5se"a9mos um aumento de su?eitos diagnosti#ados #om depess%o@

Nesse sentido3 utili!amos a e/pei.n#ia depessi"a #omo um

6ndi#e paa analisamos a nossa so#iedade #ontempoJnea@ Pelofato do diagn'sti#o de depess%o esta t%o 5anali!ado3 #omo podemos detemina o 2ue 1 depess%o de fato e #omo diagnosti#á9la e tatá99la Ou seá 2ue te6amos 2ue fala em depess,es3 isto 13de um lago espe#to de "aia$,es de estados depessi"os

O psi#analista R1dida :(BB;< fa! o seguinte 5alan$o8

O estado depimido mosta3 em pimeio luga3 a pe#uliaidade de

nos se estan=amente familia@ +etamente3 podemos #on#e5e gada$,es ente as passagens depessi"asF3 2ue todos #on=e#emem sua "ida #otidiana3 de"ido a #ontaiedades3 de#ep$,es e lutos3at1 estes estados de imo5ili!a$%o3 de massifi#a$%o3 a#ompan=adosda e/pei.n#ia da "ida mota@ A ponto de a intui$%o de um ani92uilamento de 2ual2ue "ida ps62ui#a "i legitima a #en$a de 2uea depess%o seia apenas uma esp1#ie de \doen$a\ de natue!a

5iol'gi#a ou neuo5iol'gi#a3 a 2ual soli#itaia apenas e#uso aomedi#amento antidepessi"oF@ +etamente3 a psi#ofama#olo9giada depess%o desen"ol"eu #om su#esso os tatamentos fama9#oteápi#os3 e muitos pa#ientes depimidos "eem seu sofimentodiminui ga$as a mol1#ulas 2u6mi#as altamente pefomáti#as@Mas a psi2uiatia n%o podeia ignoa 2ue o a#ompan=amento

psi#oteápi#oF 13 e pemane#e sendo3 indispensá"el ao tatamentofama#oteápi#o@ :R1dida3 (BB;3 p@&)9&<

A familiaidade da depess%o pode se ela#iona a uma feida no

seF3 2ue "aiaia em gada$,es e ga"idades difeentes em todos




n's3 nos difeentes momentos da e/ist.n#ia@ Po3 Cs "e!es3 esta e/posta tende6amos a tenta a#elea a #i#ati!a$%o3 po1m isso 1imposs6"el e3 tam51m3 n%o se tata de inte"i dietamente nesse

po#esso@As difeentes popo#ionalidades dessa feida tal"e!3 #omo di!

o auto3 signifi#aiam uma ne#essidade de se pluali!a ateminolo9gia paa depess,esF3 uma "e! 2ue esta e/pei.n#ia"esaia so5e um lago espe#to de estados depessi"os3 ao in"1sde =a"e uma unidade #on#eitual 2ue daia #onta desse #on?unto@

Ele3 ainda3 "ai al1m ao essalta 2ue as neuo#i.n#ias n%o

podem se as 7ni#as a des#e"e e dita #omo tata@ Essa "etente 1im9potante3 po1m3 n%o de"e se pepondeante em detimento das#oentes psi#ol'gi#as e psi#anal6ti#as3 "isto 2ue as teapias dafalaF ofee#em espa$o paa 2ue o su?eito d. outos sentidos ao seusofimento@

Nesse po#esso de medi#ali!a$%o e supe"aloi!a$%o da utili9!a$%o de antidepessi"os nos tatamentos em sa7de mental3 algo

impotante "em se pedendo3 a2uilo 2ue o psi2uiata e psi#analista0iman :(BB(< #=ama de positi"idade sim5'li#aF do sintoma@

impotante lem5a 2ue3 at1 as d1#adas de &;B e &;XB3 a psi2uiatia ea eminentemente de inspia$%o psi#anal6ti#a@ Tal ea o"6n#ulo paadigmáti#o e epistemol'gi#o 2ue o =oi!onte alme?ado

po um psi2uiata3 nesse pe6odo3 ea a psi#análise :0iman3 (BB&<@

Em pimeio luga3 a psi#análiseX n%o ta5al=a #om o plano da

#ons#i.n#ia3 mas #om o #ampo do in#ons#iente3 o 2ue signifi#a 2ue a psi#análise pate da e/ist.n#ia de um n%o sa5e3 ou se?a3 um sa5e so5e o n%o sa5ido :sa5e in#ons#iente< 2ue seá #onstu6do dento da

ela$%o tansfeen#ialZ ente analista e analisando@ Potanto3 o psi#analista se posi#iona no luga de n%o sa5e do in#ons#iente3 de

X O nosso ta5al=o seá oientado pela #oente da psi#análise do #ampo de

ReudLa#an@Z Tansfe.n#ia se ins#e"e @@@ no inteio de uma =emen.uti#a 2ue seia

mediada3 tanto paa a fala do pa#iente 2uanto paa a es#uta intepetante doanalista3 pelas "i#issitudes do in#ons#iente estutuado pelas leis do signifi9#anteF :-o!ent=al3 (BB;3 p@(Z<@ Em outos temos3 1 um "6n#ulo #onstitu6do




sem5lante de "edade3 o 2ue se dá de foma in"esa na psi2uiatia

DSMFH :+osta9-osa3 (B&&<@Os psi2uiatas DSMF s%o a2ueles 2ue ?á patem pe"iamente

do sa5e dos manuais3 nos 2uais esta pou#o espa$o poten#ial desingulai!a$%o3 tanto 2ue na #on#lus%o so5e a 2uei/a do pa#ientee na foma$%o de um 2uado #l6ni#o3 ?á ma#am sua posi$%o desa5e e#eitando psi#ofáma#os@ Esses psi2uiatas apoiam9see/#lusi"a9mente no DSM paa a #onstu$%o de um diagn'sti#o e3

pe"iamen9te3 usam :e a5usam< da pes#i$%o de psi#ofáma#os3 Cs"e!es sem nen=um #it1io #l6ni#o@

A psi2uiatia DSMF 1 a2uela 2ue despe!a tudo o 2ue 1 ps62ui9#o3ou metanaati"o3 e se det1m apenas nos enun#iados e nos sinais

"is6"eis@ Al1m do mais3 muitos desses pofissionais t.m esteita

liga$%o #om la5oat'ios fama#.uti#os em suas pes2uisas3 tanto no

pato#6nio das mesmas3 2uanto na pu5li#a$%o de atigos3 nos 2uais

:in<#on"enientemente se o#ultam os #onflitos de inteesse@

+ontudo3 1 impotante essalta um dado@ Apesa de a psi2uia9

tia se a espe#ialidade da medi#ina mais indi#ada paa mane?a ouso de psi#ofáma#os3 esses pofissionais m1di#os n%o s%o os 2uemais pes#e"em psi#ofáma#os@ Em pimeio luga3 figuam os#l6ni#os geais3 seguidos das outas espe#ialidades m1di#as8gine#o9logistas3 geiatas3 #adiologistas et#@ :Padal3 &;Z;<@

De maneia geal3 os psi#ofáma#os deam apote C =ip'tese de2ue os #=amados dist75ios mentais eam futo de intea$,es neu9

o2u6mi#as@ S' 2ue3 #on?untamente #om essa #onti5ui$%o3 =ou"euma "in#ula$%o ente a psi2uiatia e a psi#ofama#ologia3 de modo2ue a pimeia in"enta"a uma patologia e a outa ?á tin=a ofáma#o paa o tatamento@

na análise3 de natue!a 6mpa3 em 2ue se #olo#a o analista na posi$%o de Su?eito deSuposto Sa5e :#on#eito la#aniano<3 e 1 o 2ue fa! desenola a análise@

H Essa no"a psi2uiatia 2ue mee#e se nomeada ]psi2uiatia DSM^3 pela "e9s%oda te#no#i.n#ia 2ue l=e dá supote em temos mateiais e epistemol'gi#os3 e 2ue

Cs "e!es se dá ao lu/o de se autodenomina antimani#omial @@@ A e"o9lu$%o

2u6mi#a pemite 2ue a psi2uiatia se tone ealmente so#ial in#luindo3 #om a

manuten$%o da e/#lus%oF@ :+osta9-osa3 (B&&3 p@()X<




N%o o5stante3 temos 2ue #onsidea os a"an$os popo#ionados pelos psi#ofáma#os nos 2uados de impasses #Gni#os e de5ilitan9tes@ Eles possi5ilitaam 2ue os su?eitos #onseguissem da outosen#amin=amentos ao seu mal9esta@ +ontudo3 n%o podemos pede de "ista a 2uest%o 1ti#a8 2ual o tipo de sa7de está sendo podu!ida#om deteminadas páti#as

N%o 1 imposs6"el o diálogo da psi#análise #om a psi2uiatia@ No entanto3 uma pemissa essen#ial de"e se espeitada e mantidano =oi!onte8 o fomento a autonomia do su?eito3 ou se?a3 emtemos psi#anal6ti#os3 a dimens%o dese?ante@ O psi#ofáma#o n%o

pode se mane?ado paa neutali!a o su?eito3 e sim paa fa!.9lo see/pessa em outas pala"as3 o em1dio de"e opea#ionali!a oflu/o dis#u9si"o3 n%o o seu tamponamento@ Oa3 nosilen#iamento do enfemo opea9se o es"a!iamento de uma=ist'ia3 "ale di!e3 a enfemidade pede sua ins#i$%o no egistoda linguagem@ +om efeito3 nessa "es%o n%o e/iste 2ual2ue sa5e so5e a enfemidade fo?ado pelo doenteF :0iman3 (BB&3 p@(<@

De a#odo #om a psi#análise3 n%o se de"e e/tipa do dis#uso asua dimens%o dese?ante3 e 1 esse a#esso ao uni"eso de satisfa$,es 2ueo sintoma pemite ao su?eito@ A etiada do sintoma3 muitas "e!es3

tona o su?eito apáti#o3 no sentido de sem p.thos(; tanto sem sinais da

suposta patologia psi2uiáti#a 2uanto sem pai/%o3 sem a#esso a sua"ia dese?ante@ Nessa #onfigua$%o de ela$,es3 destitui99se o su?eito detodo o sa5epode so5e o mal9esta 2ue o a#omete@

Nas 7ltimas d1#adas3 ap's muita luta3 o mo"imento pela efo9ma psi2uiáti#a "em #onseguindo o fim das intena$,es mani#o9miais3 po1m3 pae#e 2ue estamos nos depaando #om uma no"amodalidade de #aptua institu#ional e assu?eitamento dis#usi"o8 a#amisa de fo$a 2u6mi#aF :Sil"eia3 &;H&<@

; +omo di! Delou_a :(B&B3 p@&X<3 patologia #ont1m em sua ai! etimol'gi#a3 p.thos3 um fei/e de signifi#ados 2ue une3 segundo os di#ionáios3 pai*0o( sofri,

mento e doen-a@ ` medida 2ue as pai/,es epesentam os a#odes mais altos das

s1ies dos afetos3 efletem3 em sua foma agu$ada ta!ida pela ede asso#iati"a

#ontida no gego antigo 3 a2uilo 2ue detemina e #onstitui o #ene do afetoF@




Nessa modalidade modena de institu#ionali!a$%o a #1u a5eto3n%o 1 mais pe#iso3 ne#essaiamente3 en#ea os #=amados dist79

5ios mentais dento de um mani#Gmio3 pois se a p6lula fo mal em9 pegada3 iá en#a#ea manifesta$,es essen#iais da su5?eti"idade@

Nesse #enáio3 #oo5oam as e/pli#a$,es neuo2u6mi#as3 2ueafimam 2ue os #=amados dist75ios mentais s%o apenas esultadoda desegula$%o dos neuotansmissoes3 #ontudo3 1 pe#iso essal9ta 2ue isso n%o 1 #onsenso no #ampo da psi2uiatia@

A medi#ali!a$%o 1 um po#esso 2ue atinge n%o s' as 2uest,esda #=amada doen$a mental3 mas3 pin#ipalmente3 2ual2ue #onduta

des"iante da noma@ Nesse mo"imento de nomali!a$%o e/iste umfote #omponente de =omogenei!a$%o@ As dogas psi#oati"as ga9n=am #aa#te6sti#a pefomáti#a de dogas de estilo de "idaF3 isto13 os em1dios passam a tata #ondi$,es 2ue n%o seiam #onside9adas patol'gi#as :um is#o C "ida e C sa7de<3 mas sim po5lemas2ue podeiam limitadifi#ulta a "ida das pessoasF :Nu##i3 (B&(3

p@&(H<@

Analisando po outo Jngulo a 2uest%o de nomali!a$%o dosinfamesF3 ou se?a3 des"iantes das nomas so#iais3 pode9se afima 2ue a medi#ali!a$%o se ins#e"e no dispositi"o3 pois paa Rou#ault:&;;X< dispositi"o 18

@@@ um #on?unto de#ididamente =eteog.neo 2ue englo5a dis9#usos3

institui$,es3 ogani!a$,es a2uitetGni#as3 de#is,es egula9mentaes3

leis3 medidas administati"as3 enun#iados #ient6fi#os3 poposi$,esfilos'fi#as3 moais3 filant'pi#as@ Em suma3 o dito e o n%o dito s%o os

elementos do dispositi"o@ O dispositi"o 1 a ede 2ue se pode

esta5ele#e ente esses elementos@ :Rou#ault3 (BBX3 p@(<

Dispositi"o 1 um sistema "i"o de fei/es dis#usi"os3 os 2uais se

ogani!am #om deteminados fins e podu!em su?eitos3 o5?etos3

"edades@ Nas#e a pati de demandas so#iais e n%o ne#essaiamente#oleti"as@ Assim sendo3 a medi#ali!a$%o se ins#e"e no dispositi"o3

"isto 2ue #on?uga páti#as e sa5ees paa #ia a patologia #omo




um dis#uso =omogenei!ante@ No +ap6tulo ( #omentaemos maisso5e o dispositi"o de medi#ali!a$%o da depess%o@

No sentido fou#aultiano3 Pe#iado :(BBH< dá mateialidade C#omposi$%o do dispositi"o de medi#ali!a$%o em intese#$%o #om oda se/ualidade@ A autoa fa! uma ati#ula$%o ente o modo de po9du$%o #apitalista na nossa so#iedade p's9modena e o #ampo dossignos do te#no5iopode3 utili!ando #omo e/emplos paadigmáti9#os o #ompimido psi#oati"o e a e"ista Playboy@

Ela defende 2ue "i"emos =o?e em uma so#iedade fama#opo9nogáfi#a8 \fáma#o\ de"ido C influ.n#ia dos po#essos de \go"e9

no 5iomole#ula\ 2ue \pilotam nossas "idas po dento\ :Pel5at3(BBZ< e \ponogáfi#o\ no sentido de \semi'ti#o9t1#ni#o\3 ema!%o de toda uma e#onomia de #i#ula$%o de imagens e t1#ni#as3egimes de =ipe"isi5ilidade do 5iopode 2ue modulam nossassensa$,es e #aptuam nossos afetos8

@@@ estas tansfoma$,es e#entes apontam paa a ati#ula$%o de

um #on?unto de no"os dispositi"os mi#opot1ti#os de #ontole dasu5?eti"idade #om no"as platafomas t1#ni#as 5iomole#ulaes e

midiáti#as@ A no"a ]e#onomia9mundo^ n%o fun#iona sem o des9

plugue simultJneo e inte#one#tado da podu$%o de #entenas de

toneladas de esteoides sint1ti#os3 sem a difus%o glo5al de imagens

ponogáfi#as3 sem a ela5oa$%o de no"as variedades psicotr4pi,

cas sint'ticas legais e ilegais( @@@ sem o tatamento infomáti#o de

signos e de tansmiss%o num1i#a de #omuni#a$%o@ @@@ O ./ito date#no#i.n#ia #ontempoJnea 1 tansfoma nossa depress0o em

Pro,zac3 nossa mas#ulinidade em testosteona3 nossa ee$%o em

iaga3 nossa fetilidadeesteilidade em p6lula3 nossa Aids em

#o2uetel@ Sem 2ue se?a poss6"el sa5e 2uem "eio antes3 se a

depess%o ou o Po!a#3 se o iaga ou a ee$%o3 se a testosteona

ou a mas#ulini9dade3 se a p6lula ou a matenidade3 os #o2uet1is ou

a Aids@ Esta po9du$%o em auto feedbac! 1 a p'pia do pode fama#oponogáfi#o@ :Pe#iado3 (BBH3 p@)(9))3 gifo nosso<&B

&B Te/to oiginal em espan=ol3 tadu$%o li"e do auto@




O te#=o desta#ado nos #olo#a diante de um #enáio in#Gmodo3"isto 2ue limita o #on?unto de nossa su5?eti"idade ao mo"imentoetoalimenta de pluguedesplugue de su5stJn#ias neuo2u6mi9#as@Esse3 tal"e!3 seia o e/temo da natuali!a$%o da #on#ep$%oneuo2u6mi#a3 ?á 2ue n%o sa5e6amos nem dis#eni a g.nese desse

po#esso3 isto 13 a depess%o 1 #onsideada um tanstono mental po2ue e/istem antidepessi"os 2ue #onstatam sua "ea#idade3 ouela ealmente #onstituiia uma estutua #l6ni#a

Assim3 en#ontamos9nos em fente C 2uest%o da ela$%o da

psi#o9fama#ologia #om a psi2uiatia@ Ao mesmo tempo em 2ue o psi#ofá9ma#o ofee#e um 5em9esta3 uma ogani!a$%o su5?eti"a2ue pe9mite #om 2ue ele #i#ule no inte#Jm5io so#ial3 na#ontapatida3 e/iste uma tentati"a de edu!i toda a #omple/idadedos nossos #ompotamentos :patol'gi#os ou n%o< a um esultadode intea$,es neuo2u6mi#as@

+onfome esse entendimento estitamente neuo2u6mi#o do

apael=o ps62ui#o3 seia poss6"el utili!a psi#oestimulantes n%o s' paa os supostos tanstonos mentais3 mas paa mel=oa o desem9 pen=o das fun$,es #ogniti"as :mem'ia3 a#io#6nio3 #on#enta$%o<em pessoas saudá"eis8 esses s%o os #=amados noot'pi#os@

Noot'pi#o 1 a utili!a$%o dos psi#ot'pi#os na tentati"a de api9moamento #ogniti"o@ Essa utili!a$%o de dogas psi#oati"as po

pessoas saudá"eis a#onte#e #om fins #ompetiti"os de aumento na

poduti"idade da mem'ia3 a#io#6nio3 uma esp1#ie de doping in9tele#tualF :E=en5eg3 (B&B<@

A pes#i$%o de su5stJn#ias #om esse intuito "em #es#endo3#onfome a epotagem da e"ista Valor 3con8mico3 de maio de(B&(3 denun#ia@ Nela3 pessoas elatam 2ue fa!em uso de-italina[3 ente outos psi#ofáma#os3 antes de po"as e#on#usos3 paa sa69em na fente da #on#o.n#ia :iana Ta"aes3

(B&(<@O uso de psi#ofáma#os #om o5?eti"o de aumenta a efi#i.n#ia

1 esultado do in"estimento neuo#ient6fi#o da psi2uiatia na psi9#ofama#ologia@ Um e/emplo disso 1 a ente"ista3 paa a e"istaVe9a( do psi2uiata da Uni"esidade de S%o Paulo :USP<3 alentin




Ventil Ril=o3 em a5il de (BBZ@ A pes2uisa do psi2uiata "esa"aso5e os 5enef6#ios 2ue as pessoas ditas nomais podeiam te #oma utili!a$%o de psi#ofáma#os3 podendo fi#a mais 2ue saudá"eis3tonando9se os FsupenomaisF :0u#=alla3 (BBZ<@ In"eteu9se at1 o

pin#6pio m1di#o de doen$a9#ua3 po2ue nem ao menos a doen$amental 1 ne#essáia paa o uso do medi#amento psi#oati"o@

Ao su?eito #ee5alF :E=en5eg3 (BB;< falta a dimens%o inten9si"a3 pois ele teia o #on?unto de suas emo$,es3 sentimentos e pen9samentos edu!idos a opea$,es #ee5ais@ Nesse sentido3 1 pe#isoepensa 2ual #on#eito de su?eito e su5?eti"idade est%o em 2uest%o

nessa no"a #onfigua$%o epistemol'gi#o9paadigmáti#a de su?eito#ee5alF3 2ue ata"essa os tatamentos psi#ofama#ol'gi#os3 paa2ue assim n%o ein#idamos em antigas páti#as de assu?eitamento@

A utili!a$%o inde"ida de psi#ofáma#os3 so5 a 1gide da 1ti#a datutela3 podu! a maginali!a$%o da su5?eti"idade@ Ofee#e ainda aalie9na$%o3 o apagamento3 a letagia #om uma m%o e3 #om a outa3a inse$%o na so#iedade do #onsumo #om o psi#ofáma#o@

Desse modo3 o su?eito tem o seu sofimento ps62ui#o dessu5?e9ti"ado3 ou se?a3 o seu impasse 1 en#ai/ado dento de uma des#i$%om1di#a@ Pes#e"e9se um psi#ofáma#o e a sua su5?eti"idade 1 #o9lo#ada C magem do tatamento3 "isto 2ue todos os dese2uil65iosmentais est%o pe"iamente listados no DSM@ Assim3 n%o se pemiteo su?eito se o potagonista do seu tatamento@ Ele se tonaalienado da #onstu$%o de algum sentido so5e o seu impasse@

Antes3 ainda3 podemos fala da depess%o #omo um sintomaso#ial dominante :Melman3 &;;(<@ O sintoma so#ial dominante:SSD< n%o de#oe da 2uantidade de su?eitos #om o mesmo diag9n'sti#o3 ou da sua pedominJn#ia3 ou dom6nio no so#ial3 ou po se afetado no so#ial isso tudo s%o intefe.n#ias do so#ial no sintoma3ela$,es do so#ial no sintoma@

-esumidamente3 o difeen#ial do #on#eito de Melman de SSD 1

2ue ele 5us#a a estutua da p'pia esposta sintomáti#a do su?eito naesposta sintomáti#a da foma$%o so#ial na 2ual ele 1 podu!ido@

Pensando nisso3 seá 2ue 1 poss6"el desta#a o sintoma do #onte/to




no 2ual o su?eito está inseido E po 2ue a depess%o seia um sin9toma so#ial

No +ap6tulo &3 eali!aemos a dis#uss%o da depess%o #omosin9toma so#ial e o dispositi"o de medi#ali!a$%o da depess%o@+ome9$aemos des#e"endo o 2uado depessi"o de a#odo #om oDSM e a psi2uiatia3 te#endo alguns #omentáios@ Em seguida3faemos uma efle/%o epistemol'gi#a do diagn'sti#o3 em 2ue3#on#omi9tantemente3 "isamos des#onstui a no$%o #oente dedepess%o3 popondo outa die$%o paa se pensá9la3 pimeio3#omo uma e/9pei.n#ia su5?eti"a@

Uma essal"a essen#ial8 Des#onstu$%o n%o #onsiste em se mo9"imenta de um #on#eito paa outo3 mas em e"ete e deslo#a uma

odem #on#eitual assim #omo uma odem n%o #on#eitual #om o 2ual 1

ati#ulada@F:Deida3 &;HH3 p@(&< @ Potanto3 des#onstu$%o n%o "isa

e"ete as polaidades3 ela "isa deslo#a a odem do siste9ma "igente3

isto 13 etia dele a =egemonia@

Sendo assim3 1 pe#iso te pud.n#ia na dis#uss%o paa n%o po9

lai!a 5inaiamente a 2uest%o3 #omo sendo #onta ou a fa"o douso de antidepessi"os3 ou do diagn'sti#o psi2uiáti#o@ N%o 1 essamin=a poposta3 isso seia #iti#a o edu#ionismo de uma detemi9nada a5odagem sendo edu#ionista@ A dis#uss%o 2ue faemos a2ui1 paa al1m desse 5inaismo@

Afinal3 n%o 1 de =o?e 2ue a =umanidade 5us#a em1dios paaatenua3 tata e #ua os mais difeentes tipos de sofimento@

A#ompan=amos em nossa p's9modenidade :0auman3 &;;H< uma pofunda mudan$a no modo #omo se eali!am os po#essos tea9 p.uti#os3 nos 2uais tem se tonado =a5itual o uso de psi#ofáma#os paa o tatamento de difeentes tipos de sofimentos ps62ui#os@ Ain"en$%o de no"as te#nologias de aten$%o C sa7de mental noso5iga a a"alia os esultados dessa no"a podu$%o@

Os antidepessi"os popiamente ditos s%o o assunto do +ap69

tulo (3 em 2ue te#eemos análises so5e os seus efeitos ad"esos3no sentido n%o s' estito ao ogJni#o3 mas aos #onte/tos so#iais e




su5?eti"os e esgataemos as m7ltiplas dimens,es do ph.rma!on@&&

+on#lu6da essa pate3 faemos uma efle/%o 1ti#a3 no sentido de2ual sa7de está sendo podu!ida #om a pes#i$%o 5anali!ada dosantidepessi"os@ Eles ".m sendo e#eitados indis#iminadamente

paa tata n%o s' das 2uei/as #omo des#itas no DSM3 #omo tam9 51m de um gande espe#to de outas 2uest,es n%o m1di#as@

O a"an$o psi#ofama#ol'gi#o na p's9modenidade :0au9man3 &;;H<1 a#ompan=ado pela ne#essidade de entendimento =ol6sti#o das2uest,es@ Paa isso3 1 ne#essáio temos um ol=a tansdis#iplina@

Tansdis#iplinaidade 1 um temo de dif6#il delimita$%o3 "isto 2ue

1 poliss.mi#o@ N%o 1 a mea somat'ia de sa5ees3 nem sim9plesmenteo #u!amento de difeentes dis#iplinas3 mas 1 uma apo9/ima$%o dos

#ampos #om o o5?eti"o de podu$%o de um no"o sa5e 2ue supee as

di"is,es 6gidas dos espe#ialismos dis#iplinaes@

No #onte/to da sa7de mental3 o entendimento tansdis#iplina1 essen#ial3 uma "e! 2ue esse #ampo se en#onta3 po "e!es3 em in9

tese#$%o #om di"esas áeas da sa7de3 #omo psi#ologia3

psi#análise3 medi#ina3 teapia o#upa#ional3 fisioteapia et#@ Tendoem "ista 2ue o adoe#imento ps62ui#o 1 um po#esso #omple/o3 n%o

podemos e#ai em uma dualidade #atesiana3 mente / #opo3 nemna so5e9posi$%o de um sa5e em detimento de outo3 no#i"a aosu?eito em sofimento@

A 2ueela so5e a depess%o e o uso de antidepessi"os n%o podee#ai nos mani2ue6smo :5iol'gi#o / ps62ui#o<3 no elati"ismo :di9

lui$%o3 pana#eia< e nem #umulati"ismo :5iopsi#oso#ial9#ultual3gen1ti#o<@ Paa a5odamos a 2uest%o dos efeitos dos antidepes9si"os em uma pespe#ti"a ampla3 temos 2ue e"iden#ia a tama das

páti#as em ?ogo3 po#uando des"ela o #onflito de fo$as emdisputa@

Afinal3 esta%o os em1dios psi#oati"os se tonando a no"a

#amisa9de9fo$a 2u6mi#a E po 2ue tod*s n's n%o toma6amos

&& A pala"a fáma#o po"1m etimologi#amente do gego ph.rma!on 2ue signi9

fi#a tanto "eneno #omo em1dio@




antidepessi"os3 paa fi#amos mais 2ue 5emF3 #omo popGs o psi2uiata alentin Ventil Ril=o

Paa da #onta dessas 2uest,es eali!adas pe"iamente e outasefeentes aos efeitos do uso polongado de antidepessi"os3 nossaanálise teá t.s feamenta #on#eituais9te#nol'gi#as pin#ipais8 o#ampo da psi#análise de ReudLa#an a psi2uiatia DSMF :+os9ta9-osa3 (B&&< e as #in#o ente"istas #om pessoas 2ue fa!em usodo antidepessi"o =á mais de t.s anos #u?a análise seá o5?eto deta5al=o no +ap6tulo )@

Ao todo foam eali!adas #in#o ente"istas8&( Isa5ela3 &; anos+aolina3 ( anos Vealdo3 (X anos Ran#is#o3 (( anos Qosefina3; anos@ Isa5ela toma"a antidepessi"o =á t.s anos3 Ran#is#o =á2uato anos3 +aolina3 Vealdo e Qosefina fa!iam uso deantidepes9si"os =á sete anos@

Ente"istamos um gupo 5em pati#ula3 "isto 2ue tod*s es9ta"am ou ?á tin=am passado po alguma psi#oteapia@ Roam t.smul=ees e dois =omens3 sendo 2uato =eteosse/uais e uma =o9

mosse/ual&) :+aolina<@ Todos eali!a"am ou ?á =a"iam#ompletado o ensino supeio@ Somente Qosefina e Isa5elatoma"am uni#amente antidepessi"os3 os outos t.s fa!iam uso#on#omitante de outos psi#ofáma#os@ Dois deles :+aolina eRan#is#o< tentaam sui#6dio algumas "e!es e3 em am5os os #asos3as tentati"as foam po meio da ingest%o de "áios #ompimidos@

Ente"istamos os 7ni#os #in#o su?eitos 2ue se "oluntaiaam3

n%o =ou"e sele$%o@ N%o ente"istamos mais su?eitos3 pois3 ente a2uata ente"ista e a 2uinta se passaam 2uase 2uato meses3 n%osendo poss6"el espea po mais pati#ipantes@ Nosso o5?eti"o3desde o in6#io da análise3 ea a eali!a$%o de pou#as ente"istas3

paa 2ue pud1ssemos desen=a um mapa das #on#ep$,es su5?eti"asde sofimento 2uanto C utili!a$%o do antidepessi"o@

&( Nomes fi#t6#ios@&) Enfati!amos o g.neo e a oienta$%o se/ual3 pois esses ma#adoes se%o

enfa9ti!ados na análise das ente"istas mais adiante@




No +ap6tulo )3 utili!aemos as ente"istas #omo o5?eto paauma análise mais apofundada@ Teemos o au/6lio metodol'gi#o da

psi#análise do #ampo de ReudLa#an@ O 2ue petendemos es#uta em meio a esta polifonia

Alme?amos ou"i o gito do sofimento3 ainda 2ue silen#ioso@ Nesse sentido3 a#editamos 2ue a psi#análise do #ampo de ReudLa#an 1 um potente instumento de es#uta3 se"indo #omo umamplifi#ado3 pemitindo9nos elen#a #ategoias3 le"anta 2uest,esefeentes ao seu sofimento e sele#iona elementos petinentes aonosso estudo@ Assim fomulaemos #ategoias de análise das

#onstantes3 elementos 2ue apae$am em dois ou mais ente"istasde estudo3 e das "aiá"eis3 dados singulaes de #ada ente"istado@

Em 2ue medida essas ente"istas tonaam poss6"el fa!e umaati#ula$%o ente as e/pei.n#ias singulaes e os outos usuáios deantidepessi"os

Logi#amente3 #ada su?eito "i"en#ia essa e/pei.n#ia de modosingula3 #ontudo3 podemos #on?e#tua a espeito de #etas #onso9

nJn#ias pesentes tanto nos ente"istados #omo na "asta liteatuaso5e a temáti#a da depess%o@

Na +on#lus%o3 eali!aemos um e/e#6#io auto#6ti#o3 efletin9do so5e os limites e limita$,es da nossa análise@ E3 tam51m3 ummo"imento tansdis#iplina3 #u!ando os esultados #om o ol=a da

psi#análise3 pensando so5e a #onstu$%o de outa #l6ni#a3 outosdesdo5amentos e altenati"as ao uso e/#lusi"o de antidepessi"os

no tatamento do estado depessi"o@At1 a2ui3 apesentamos uma 5e"e ta?et'ia paa entendemos

se e/istiia algum sofimento su5sistente ao uso de antidepessi9"os eali!amos ente"istas3 e"isamos a 5i5liogafia #on#enenteao tema da depess%o3 medi#ali!a$%o e psi#análise@ +ontudo 1 ne9#essáio nos peguntamos8 o 2uanto de sofimento 1 a#eitá"elOu3 ainda3 e/iste alguma teap.uti#a #apa! de a#a5a #om todo o

sofimentoPaa #ome$a a esponde essa 2uest%o e ?á enta no assunto do

p'/imo #ap6tulo3 1 ne#essáio e#oe C filosofia do alem%oRiedi#= Niet!s#=e8 a "ida 1 "ontade de pot.n#iaF :Niet!s#=e3




(BB&3 p@&X&<3 pois 1 pe#iso dema#a a difeen$a do so5e"i"en9#ialismoF :Pel5at3 (BBZ< uma "ida sem intensidade e e/ist.n#iaesgotada3 em #ontaposi$%o C "ida #iati"a e intensi"a@

Desse modo3 o esgotado 1 a2uele 2ue3 tendo esgotado seu o59 ?eto3 se esgota ele mesmo3 de modo 2ue essa dissolu$%o do su?eito#oesponda C a5oli$%o do mundoF :Pel5at3 (B&)3 p@);<@ Logo3n%o 1 a mesma #oisa e"ita o esgotamentoF3 #omo foi definido3 ete a pesen$a de pa!e na "ida3 a pimeia a$%o n%o esulta nasegunda@ No entanto3 seá 2ue3 ao in"1s disso3 estamos emediandoo despa!e

O antidepessi"o a?udou #om 2ue muitos desses su?eitos 5us9#assem outos en#amin=amentos ao seu sofimento3 #omo uma

psi#oteapia3 possi5ilitando esta5ilidade otop1di#a3 uma te#eia penaF :Lispe#to3 (BB;<@ Ele pae#e estaua at1 o ponto anteio C #ise3 mas possui um limite de atua$%o3 #omo se n%o agisse so5eo esgotamentoF da "ontade de pot.n#iaF@

O em1dio n%o pae#e muda a po#essualidade su5?eti"a e nem

altea o fun#ionamento da l'gi#a afeti"a dos su?eitos@ O 2uemuitas "e!es o5se"amos 1 um deslo#amento ou a suspens%o dosintoma da foma 2ue ele 1 entendido pela psi#análise@

Potanto3 a 2uest%o do sofimento ps62ui#o pae#e i muito al1m da

defi#i.n#ia de su5stJn#ias neuo2u6mi#as3 uma "is%o 2uantita9ti"a e

empo5e#edoa de sa7de3 "isto 2ue está ausente a dimens%o de

2ualidade de "ida3 a "ontade de pot.n#ia@ N%o 5asta di!e8 os

antidepessi"os fun#ionam A 2ue pe$o fun#ionam Paa 2uem At1onde uais s%o os efeitos e desdo5amentos do fim al#an$ado





1O i$0/'i#o ! !%r!//o

2 en&"adramento ' algo m"ito estranho por&"e

o &"e est. fora ' &"ase mais importante do &"e o

&"e est. dentro1 Cost"mamos olhar "m en&"a,

dramento pelo &"e ele cont'm em "ma foto o"em "m filme1 Normalmente( pensamos no &"e

est. no interior1 Mas o verdadeiro ato de

en&"adrar con,siste em e*cl"ir algo1 Acho &"e o

en&"adramento se define m"ito mais pelo &"e

n0o se mostra do &"e pelo &"e se mostra1

:Wim Wendes<

O in6#io do pimeio #ap6tulo se desdo5aá po duas "etentes2ue 5us#aemos intega ao final8 um 5e"e #omentáio da ela$%oente o "is6"elin"is6"el3 seguida de uma des#i$%o da no$%o dae/pei.n#ia da depess%o po meio de uma e"is%o liteáia funda9mentada na psi#análise do #ampo de ReudLa#an@

A id1ia #ental do #ap6tulo 1 defende 2ue o estado depessi"o 1

uma e/pei.n#ia afeti"a3 tans9indi"idual e n%o apenas a e/pess%o

me#Jni#a do des5alan#eamento neuo2u6mi#o a 5anali!a$%o dessediagn'sti#o tem essonJn#ias #om a foma$%o so#ial #ontempoJnea@




Sendo assim3 n%o temos a petens%o de esgota os assuntos sus9#itados@ Po1m3 5us#aemos ofee#e uma #onti5ui$%o a este "asto#ampo de pes2uisa e eigi as 5ali!as nas 2uais ta5al=aemos maisadiante@ -e#otaemos te#=os etiados das ente"istas paa da #onsist.n#ia a nossas =ip'teses@

Adiante3 des#e"eemos a depess%o #onfome o DSM e a psi2uiatia3 te#endo alguns #omentáios@ ueemos dei/a #lao2ue nossa inten$%o n%o 1 efuta os diagn'sti#os psi2uiáti#os3 oumesmo in"alidá9los3 mas popo uma efle/%o do momento da#onstu$%o de um 2uado #l6ni#o8 o 2ue =á paa al1m dos sinais

"is6"eisuando #olo#amos paa al1m do "is6"elF3 n%o des#onsidea9

mos os fenGmenos ogJni#os manifestos3 po1m n%o nos deteemosneles@ Intentamos essiginifi#a a no$%o do diagn'sti#o e3 paa isso1 ne#essáio ".9lo #omo8

@@@ um instumento utili!ado paa 2ue =ip'teses se?am le"antadas e3

se pe#iso3 deu5adas3 sendo "isto #omo fa!endo pate do po#esso psi#oteápi#o e estando sempe im5i#ado #om a in"estiga$%o 2ue se

fa! a espeito deste ou da2uele pa#iente@ :Mioto Saga4a3 &;;;3 p@(Z<

O diagn'sti#o psi2uiáti#o pode se #olo#ado #omo uma etapado tatamento3 #om fins de a5i um espa$o poten#ial de singu9lai!a$%o@ Po essa a!%o3 ele 1 s' mais um passo ne#essáio de se

supeado antes de se tona um o5stá#ulo 2ue impe$a o pofis9sional da sa7de de en/ega paa al1m do en2uade psi2uiáti#o3

pedendo9se as nuan#es intensi"as@ O diagn'sti#o n%o se limita auma #lassifi#a$%o 5aseada em uma listagem de sintomas3 efee9seao Jm5ito da po#essualidade@

A pati da psi#análise3 sa5emos 2ue o e/e#6#io do ol=a 1 algo2ue n%o se at1m somente C l'gi#a #ons#iente3 pois a maneia #omo

"emos os o5?etos ?á 1 so5edeteminada pelo in#ons#iente@ Potan9to3 a #onstu$%o de um diagn'sti#o n%o 1 isenta da su5?eti"idadeessa ela5oa$%o pode tanto se uma moldua estáti#a3 "a!ia3 uma




mea des#i$%o de #ompotamentos ditos patol'gi#os3 2uanto ummapa dinJmi#o3 2ue a#ompan=e os mo"imentos su5?eti"os@

impotante essalta 2ue3 Cs "e!es3 n%o e/iste nem a #on#eti9

!a$%o de um 2uado #l6ni#o@ Segundo a pes2uisa de Rea!!a :(BB;<3 a

maio pate das demandas efeentes ao sofimento ps62ui#o3 as 2uais

#=egam aos se"i$os de sa7de mental de deteminada #idade do

inteio paulista3 n%o tem se2ue a fomula$%o de um diagn'sti9#o@ E3

al1m disso3 a gande maioia e#e5e logo de entada a pes9#i$%o de

uma 2uantidade enome de medi#amentos psi#oati"os3 nun#a #=ega a

e#e5e alta e simplesmente a#a5a a5andonando o tatamento no

se"i$o de sa7de@A poposta a2ui apesentada 1 dis#uti ?ustamente a eali!a$%o

do diagn'sti#o psi2uiáti#o #omo um engessamento su5?eti"o3 umapisionamento em uma moldua 2ue limita o su?eito C2uele:s<deteminado:s< tanstono:s< mental:is<3 em "e! de se um e#uso

paa a amplia$%o do #aso@ +ontudo3 o 2ue 1 o5se"aA fomula$%o do diagn'sti#o3 antes de tudo3 passa pela dimen9

s%o da e#ep$%o do ol=a@ Popomos 2ue utili!emos as#lassifi#a$,es psi2uiáti#as paa al1m do usual da medi#ina3 de ummodo psi#os9so#ial3 ou se?a3 uma psi2uiatia menos m1di#aF3 ouuma psi2uia9tia psi#osso#ialF3 menos oientada pelas outasespe#ialidades da medi#ina :+osta9-osa3 (B&&<@

Essa psi2uiatia psi#osso#ialF se posi#iona eti#amente em #on9

taposi$%o C psi2uiatia9DSMF3 "isto 2ue a pimeia se pautaia na8

@@@ 1ti#a do su?eito #omo potagonista da podu$%o das espos9tas

de sentido #apa!es de fa!eem fente aos sintomas3 de modo a

podu!iem seu eposi#ionamento ]ente^ sentido3 e em ela$%o aos

ideais so#io#ultuais na "etente do dese?o e do #ae#imento@

:+osta9-osa3 (B&&3 p@(H;<

O posi#ionamento da 1ti#a do su?eito 2ue adotamos se efee aoe#on=e#imento do su?eito #omo um se dese?ante3 #om #apa#idadede essignifi#a seu sofimento ps62ui#o@ Posi$%o #ompletamen9tea"essa C performance medi#ali!adoa e asila da psi2uiatia9




9DSMF3 2ue :a5<usa pe"iamente da pes#i$%o de psi#ofáma#os3o 2ue difi#ulta a impli#a$%o do su?eito na podu$%o de sentidos

paa o seu sofimento ps62ui#o@ Tangen#iaemos no"amente esseassun9to mais paa fente do te/to@

oltando C temáti#a da depess%o3 o pin#ipal po5lema da"ulgai!a$%o desse diagn'sti#o 1 o seu empo5e#imento #l6ni#o@Atualmente3 edu!iu9se 2ual2ue tiste!a polongada3 ou mesmo assingulaidades do su?eito3 a um #omponente ogJni#o3 um des9

5alan#eamento neuo2u6mi#o3 #aa#te6sti#o do estado depessi"o@De uma maneia geal3 pae#e9nos 2ue e/iste uma difi#uldade

da psi2uiatia9DSMF na leitua da podu$%o su5?eti"a de signosde sa7de3 eliminando9se toda afima$%o da difeen$a3 "isto 2ueestas s%o #omumente ati#uladas Cs no$,es de desigualdade3 d1fi#ite des2ualifi#a$%o@ Simplifi#ando a po5lemáti#a3 o maio desafiodo momento diagn'sti#o 1 o de ol=a a difeen$a3 n%o #onfundi o2ue 1 #omum a uma maioia #omo sendo o #eto3 e o singula #omdefi#i.n#ia@

Nesse sentido3 a psi#análise #onti5uiá teoi#amente #om outa"is%o de #onstu$%o diagn'sti#a@ Na psi#análise3 o diagn'sti#o n%o1 algo uni"esali!ante3 pelo #ontáio3 1 e/#lusi"o da2uela ela$%oesta5ele#ida ente analista e o analisando3 pois3 ne#essaiamente3impli#a o psi#analista nesse ol=a@ O analista sa5e 2ue odiagn'sti#o s' e/iste dento da ela$%o tansfeen#ial3 imposs6"elde se genea9li!ada paa outos #asos@

+onfome ?á =a"6amos dito3 o po#esso diagn'sti#o en"ol"e oanalista3 esta5ele#endo a ta?et'ia da #ua3 en2uanto a asseti"i9dade desse diagn'sti#o s' seá eali!ada ao longo do tatamento@

Neste o/imoo #onsiste a espe#ifi#idade da páti#a psi#anal6ti#a dediagnosti#a :Do3 &;;&<@

Ap's essas #onsidea$,es3 podemos toma o diagn'sti#o de ma9neia difeente3 #omo uma in"en$%o3 uma podu$%o tansit'ia3 n%o

#omo "edade a5soluta@ Algo #i#uns#ito C2uela ela$%o e n%oins#ito pe"iamente no su?eito pade#ente3 isto 13 aspe#to pati#ula da2uele #onte/to3 na2uele modo de e/isti em intea$%o #om o la$oso#ial@




impotante fa!e essas #onsidea$,es3 "isto 2ue apesa de *s

ente"istad*s& teem o diagn'sti#o de depess%o3 eles est%o longe de

#ompatil=a uma unidade su5?eti"a em ela$%o a esse diagn'sti9#o@Pelo #ontáio3 pe#e5emos 2ue3 oa o diagn'sti#o de depess%o foiusado paa deteminada lista de sintoma3 oa uma s1ie de sin9tomass%o adotados paa a mesma #ategoia3 ou se?a3 n%o e/iste um #onsensoente os psi2uiatas3 uma o5?eti"idadeF na #onstu$%o do 2uado#l6ni#o da depess%o3 #omo alme?a o DSM,I@

Ent%o3 o 2ue os une na mesma #ategoia O 2ue essoa emtodos eles Antes3 a espeito d*s ente"istad*s3 tal"e! fosse mais

e/ato falamos em su5?eti"idades a#ometidas po uma gama desensa9$,es distintas 2ue foam alin=ados aleatoiamente na#ategoia depessi"a@

Tomando a 2uest%o po outo Jngulo3 o psi#analista Daniel De9lou_a ta! a po5lemáti#a de se ins#e"e o estado depessi"o no#ampo psi#opatol'gi#o@ No seu li"o so5e o assunto3 ele nem uti9li!a o temo depess%oF3 pefeindo empega a ideia de estado

depessi"o@ Di! ele8

A depess%o3 assim #omo a do e a ang7stia3 denota um estado afe9

ti"o3 po1m privado ou 2ue3 tal"e!3 pi"e o su?eito das &"alidades

e fig"ras singulaes 2ue animam e dotam o afeto de sua espe#ifi#i9

dade@ Tata9se3 ent%o3 de uma patologia1 Sim3 se entendemos essa

pala"a n%o #omo temo m1di#o3 mas #omo ati5uto da impossi9

5ilidade3 po mais passageia 2ue se?a3 de e/e#e ou possui algo 2ue1 fundamental paa o "i"e =umano@ @@@ O afeto oiundo do am5iente

=umano de oigem3 e sempe diigido a um outo3 ou geado em

ela$%o a ele3 a5iga em seu 5o?o uma pe#ulia disposi9

& O uso do s6m5olo ao5a :*< duante toda a e/e#u$%o deste ta5al=o segue uma

pespe#ti"a de es#ita feminista3 #onfome poposto no ta5al=o da Pofa@ Da@

Miiam Pilla Vossi :URS+<@ Tal pespe#ti"a "isa 5us#a3 tam51m na es#ita3 aigualdade ente os g.neos3 de modo 2ue3 2uando nos efeimos a pessoas tanto

do se/o feminino 2uanto do mas#ulino3 estaia a6 #ontemplado tanto um 2uanto o

outo3 em oposi$%o C linguagem pad%o na 2ual o mas#ulino se"e paa englo5a

=omens e mul=ees :La#om5e apud Tei/eia9Ril=o3 (B&)3 p@&)<@




$%o paa o se semel=ante uma foma empáti#a de apo/imá9lo

2ue tem no sofimento um pessuposto e ingediente fundamen9

tal@ Potanto3 en2uanto sofimentos da alma3 a depess%o3 a do e

ang7stia tal"e! se?am3 po essa a!%o3 n%o somente o #essa ou a

pi"a$%o dos afetos3 mas seus pot'tipos de oigens3 ou se?a3 suas

fomas de 5ase@ :Delou_a3 (B&B3 p@&9&X<

Nesse e/#eto podemos e/tai algumas pati#ulaidades doestado afeti"o da depess%o3 sendo esta uma e/pei.n#ia de sentido2ue esteita o #ampo de e/peimenta$,es3 estingindo o uni"eso

de satisfa$,es e3 logo3 de "i".n#ias do su?eito@ Po #onseguinte3tal"e! a depess%o3 a do e a ang7stia se?am manifesta$,es do es9gotamentoF :Pel5at3 (B&)<3 #omo su5statos #omuns no #ene dosimpasses ps62ui#os@

Neste sentido3 o esgotamento n%o 1 o #ansa$o3 a n%o se pelafadiga de si mesmoF 2ue #omentaemos adiante seia o es"a!ia9mento da dimens%o #iati"a3 o empo5e#imento da #apa#idade de

in"enta no"as "itualidades3 o enfa2ue#imento poduti"o dosflu/os dese?antes@

Independente de a depess%o #onstitui outa #ategoia psi#o9 patol'gi#a3 1 inegá"el 2ue3 su5?a#ente a esse impasse3 e/ista umsofimento intenso@ O 2ue nos esta sa5e 1 2uais s%o as dimens,esdesse impasse na "ida dos su?eitos@

No #ampo psi#anal6ti#o de ReudLa#an3 a depess%o nun#a

figuou #omo uma #ategoia diagn'sti#a8

A depess%o n%o 1 uma estutua #l6ni#a@ Os psi#analistas3 C

difeen$a da tend.n#ia atual a usa o diagn'sti#o de depess%o

#omo 'tulo de um n7meo #ada "e! maio e indeteminado de

situa$,es ps62ui#as3 sa5em 2ue em #ada su?eito a depess%o tem

difeentes signifi#a$,es@ :Qimene!3 &;;Z3 p@&;;<

A no$%o de psi#opatologia na psi#análise 1 estutual@ Po #ontada indetemina$%o e da ine/ist.n#ia de um #onsenso do 2ue #onsti9tuiia a e/pei.n#ia su5?eti"a da depess%o3 os psi#analistas #ostu9




mam fa!e alus,es C melan#olia e3 patindo dela3 e/pli#a a depes9s%o@ N%o adotaemos tal estat1gia po #ompleto@ Antes3 iemos#oela#iona os t.s :luto3 melan#olia e depess%o< #om o o5?eti"ode es#lae#e o 2ue seia a depess%o tansestutualmenteF :Qime9ne!3 &;;Z<@

O luto3 #omo Reud :&;;(a< pontuou3 1 uma ea$%o diante da peda de uma pessoa amada3 de um ideal3 de uma pátia et#@ Po9tanto3 sendo algo #omum C e/ist.n#ia3 n%o de"e nun#a se #onside9ado patol'gi#o3 nem muito menos se medi#ali!ado3 isto 13 tatado#omo um po5lema de odem m1di#a@ Pelo #ontáio3 2ual2ue

inte"en$%o nesse po#esso3 se?a paa a#eleá9lo3 apagá9lo3 ou at1#uá9loF3 podeá te efeito iatog.ni#o3 ou se?a3 a#aetaá mais

pe?u6!os ou mesmo #iaá um sofimento3 "isto 2ue o luto 1 um po#esso "ital paa o esta5ele#imento e eogani!a$%o do su?eitodiante de sua ]feida na#6si#a^ denun#iada e :e<e"iden#iada po uma e"entual situa$%o de pedaF :Ta"aes3 (BB;3 p@X)<@

O luto 1 um po#esso dolooso de desligamento afeti"o do o59

?eto amado3 1 um po#esso su5?eti"o gadual e n%o e/iste uma pe9"is%o de dua$%o nomal paa a sua supea$%o@ Ent%o3 podemos

pensa a depess%o #omo um luto polongado Po2ue3 no estadodepessi"o3 o su?eito sente #omo se ti"esse pedido algo3 entetanton%o sa5e o 2ue e nem o 2ue mais foi pedido #on?untamente@

Reud usa a pala"a depess%o paa fala de um luto patol'gi#o

:Reud3 &;;(53 p@((<@ De uma #eta maneia3 a depess%o 1 o #on9táio de um luto3 pois o luto 1 um ta5al=o espontJneo do sim5'9

li#o@ Na depess%o3 tata9se de um luto #ongelado3 eteni!ado3 pela

falta de ta5al=o de ela5oa$%o@ O su?eito n%o 2ue se efeen#ia

na peda n%o 2ue se e#on=e#e #omo su?eito faltoso 3 o 2ue o

emeteia C #asta$%o@ @@@ O 0em Di!e #omo lei 1ti#a do ta5al=o

anal6ti#o pode a?uda a tansfoma a depess%o em luto@ :Qimene!3

&;;Z3 p@(B&<

A dimens%o da #asta$%o na psi#análise se efee ao e#on=e#i9

mento da falta no Outo e as podu$,es su5?eti"as a pati dessa




#ondi$%o e/isten#ial@ No te#=o a#ima3 podemos e"iden#ia uma poss6"el sa6da paa a depess%o no posi#ionamento do analista na1ti#a do 5em9di!e o dese?o3 ao in"1s de 5en!.9lo3 2ue seá mais

5em esmiu$ado mais adiante@Assim3 2uando 1 a falta de luto o n%o 2uee se efeen#ia

na peda o 2ue podu! a depess%oF :Qimene!3 &;;Z3 p@(B&<3 sen%o =ou9"e e#on=e#imento do su?eito 2ue a2uele o5?eto pedidon%o e/iste mais na ealidade3 a tiste!a se eteni!a e se tonadepess%oF :Qime9ne!3 &;;Z3 p@(B&<@

Se tomamos #omo paalelo a melan#olia8

@@@ o depimido tam51m diige fe2uentemente a si p'pio e#i9

mina$,es 2ue mel=o se apli#aiam C pessoa a 2uem o su?eito ama3

amou ou de"ia ama@ A difeen$a seia 2ue na melan#olia essa pes9

soa teia fun#ionado #omo supl.n#ia3 #omo 5engala imagináia3 e

na depess%o #omo depositáio do Ideal do Eu@ Na depess%o e na

melan#olia3 o sui#6dio 1 poss6"el@ :Qimene!3 &;;Z3 p@(B&<

N%o dis#utiemos so5e 2ual estutua #l6ni#a psi#anal6ti#a:neuose3 psi#ose3 pe"es%o< a depess%o peten#e3 po mais 2ueessa po5lemáti#a ata"esse esse #ampo@ Entetanto3 possi"elmen9te3 o dis#uso dos depessi"os en#onte mais essonJn#ia no inte9#Jm5io so#ial po #onta da nossa foma$%o so#ial #ontempoJnea3o 2ual seá mais 5em esmiu$ado adiante@

O 6u! %rou o i$0/'i#o %/i6uiá'ri#o $!%r!//o,

5esfazer o normal( h. de ser "ma norma1

:Manoel de 0aos<

No ano de (B&(3 a OMS di"ulgou outo le"antamento digno denota8 o diagn'sti#o de depess%o figua #omo uma das pin#i9pais#ausas de afastamento do ta5al=o dente todas as patologiaslistadas no planeta@ Segundo a estimati"a da ag.n#ia3 a depess%o




afetaia )B mil=,es de pessoas3 de todas as idades3 no mundo todo:OMS3 (B&(<@

Em t.s anos3 o #ál#ulo 2uase tipli#ou3 pois se atentamos 2ue3em (BB;3 a OMS a"alia"a 2ue seiam &(B mil=,es depessi"os@Po9tanto3 ao in"1s de pensamos so5e esse a"an$o dasdepess,esF3 1 impes#ind6"el dema#a a 2ual tipo de depess%o aOMS está se efeindo@

Neste su5item3 tomaemos a 2uest%o do t6tulo po duas "eten9tes8 pimeio3 des#e"eemos a depess%o a pati da psi2uiatia3 emseguida3 #omentaemos 2uais s%o as impli#a$,es dessa podu$%o@

A OMS #ompeende a depess%o da maneia #omo 1 des#i9ta pelo C4digo #nternacional de 5oen-as :+ID9&B<3 o 2ual e#e5emuita influ.n#ia do DSM3 manual au/ilia de diagn'sti#o@

+onfome a 7ltima e"is%o da 2uata edi$%o3 o DSMI T-3 ostanstonos depessi"os fa!em pate da se$%o de tanstonos de=umo3 2ue s%o8 Tanstono Depessi"o Maio3 Tanstono Dis9t6mi#o e Tanstono Depessi"o Sem Outa Espe#ifi#a$%o@ A De9

pess%o Maio 1 #aa#tei!ada #omo uma s6ndome 2ue en"ol"ein7meos aspe#tos #l6ni#os3 etiopatog.ni#os e de tatamento@ Seussintomas3 de a#odo #om o DSM9I9T- s%o8

&< =umo depimido na maio pate do dia3 2uase todos os dias3indi#ado po elato su5?eti"o :p@e/@3 sente9se tiste ou "a!io< ouo5se"a$%o feita po te#eios :p@e/@3 #=oa muito<@ Em #ian$as eadoles#ente pode se =umo iitá"el (< a#entuada diminui$%o do

inteesse ou pa!e em todas ou 2uase todas as ati"idades na maio pate de ou 2uase todos os dias :indi#ado po elato su5?eti"o ouo5se"a$%o feita po te#eios< )< peda ou gan=o signifi#ati"o de

peso sem esta em dieta :p@e/@3 mais de do peso #opoal em &m.s<3 ou diminui$%o ou aumento do apetite 2uase todos os dias@Em #ian$as3 #onsidea in#apa#idade de apesenta os gan=os de

peso espeados < insGnia ou =ipesonia 2uase todos os dias <agita$%o ou etado psi#omoto 2uase todos os dias :o5se"á"eis

po outos3 n%o meamente sensa$,es su5?eti"as de in2uieta$%o oude esta mais lento< X< fadiga ou peda de enegia 2uase todos osdias@ :APA3 (BB(3 p@)<




+omo podemos o5se"a o DSMI T- fa! des#i$,es #ateg'9i#as 5aseadas em 2uei/as3 as 2uais s%o entendidas #omo sintomas2ue emetem a uma das #ategoias de depess,es #itadas a#ima@+omo sa5emos os #it1ios paa diagnosti#a um epis'dio depes9si"o maio3 tal #omo foi definido pelo DSM9I3 e/igem a pesen9$a de #in#o :ou mais< dos no"e sintomas ?á #on=e#idosF :+aponi3(B&B3 p@(<@

+om uma essal"a3 o DSM n%o de"e se populai!ado #omo um#atálogo de tanstonos mentais3 ele 1 um manual paa

pofissionais da sa7de mental@ O DSM foi #iado pela APA paa

fins estat6sti#os@ +omo ?á foi dito3 passou po di"esasefomula$,es3 po1m o 2ue nos #ausa alame 18 po 2uais#i#unstJn#ias3 a #ada no"o DSM3 aumentou9se #onsidea"elmentea #onstela$%o dos tanstonos mentaisF :Angell3 (B&&<@

Tomando o DSMIII :&;HB< #omo um di"iso de águas3 "e9emos 2ue ele afastou #ompletamente as efe.n#ias te'i#as dafenomenologia e da psi#análise das suas #ategoias@ Dessa foma3

petendia9se ogani!a um guia ate'i#o3 o 2ue n%o o#oeu3 "isto2ue o DSM a#a5ou tonando9se impegnado de empiismo e #om9

potamentalismo nas suas des#i$,es :Rendib3 (B&&<@O5se"ando a =ist'ia da psi2uiatia3 a pati dos seus paadig9

mas3 Vuillemo I!aguie :(B&&< difeen#ia t.s momentos3 #olo9#ando a e"olu$%o psi#ofama#ol'gi#aF #omo a imes%o da #isedo te#eio paadigma da psi2uiatia8

Na psi2uiatia3 #ada paadigma esta5ele#eu suas p'pias #las9

sifi#a$,es@ Ao se tata da id1ia de doen$a 7ni#a pimeio paa9

digma3 um sistema #lassifi#at'io n%o possui demasiado sentido

apesa de e/istiem alguns es5o$os 2uando se in#luem di"esas

fomas de monomanias@ No dom6nio do segundo paadigma 2ue

deteminou a entada de pleno dieito da psi2uiatia na medi#ina3

desen"ol"eam9se muitas #lassifi#a$,es3 sendo as mais impotantes asdi"esas edi$,es da #lassifi#a$%o de Kaepelin @@@@ +omo se ta9ta"a

de doen$as3 podiam 5asea9se na etiologia3 no des"io da noma

fisiol'gi#a ou #ultual ou na apesenta$%o de sintomas@ No #aso do




te#eio paadigma3 o fundamental foi #onsidea a psi#opatologia

estutual 2ue pemitiu esta5ele#e os t.s gandes gupos8 neuo9

ses3 pe"es,es e psi#oses@ :I!aguie3 (B&&3 p@&Z<

Nesse sentido3 esse te#eio paadigma estaia em #ise3 pois sea5andonaiam e/pli#a$,es estutuais e etiol'gi#as dos supostostanstonos mentais@ As #ategoi!a$,es psi#opatol'gi#as dos pi9meios manuais3 DSM9I e DSM9II3 eam #onsideadas impe#isas e

pou#o #ient6fi#as e o5?eti"as3 pois o manual de"ia se ate aos #om9 potamentos o5se"á"eis :Rendib3 (B&&<@

Assim3 in"estiu9se em uma #l6ni#a 5aseada em #ompotamen9tos3 #om uma #aa#tei!a$%o des#iti"a e3 supostamente3 ate'i#ado #opo@ +ontudo3 o DSM9I3 #omo ?á foi dito3 estáimpli#itamente 5aseado em uma teoia3 a #oente filos'fi#a doempiismo@ A p'9pia petens%o de #onstu$%o de um manualdiagn'sti#o pessup,e um em5asamento te'i#o :I!aguie3 (B&&<@

Se po um lado e/iste a tentati"a de apaga as influ.n#ias

te'i#as3 po outo Jngulo3 o5se"amos o a"an$o da influ.n#ia daind7stia fama#.uti#a na #onstu$%o do DSM@ -epotagem do

?onal Folha de S0o Pa"lo3 de ma$o de (B&(3 aponta paa oaumento da influ9.n#ia da ind7stia fama#.uti#a no DSM3lan$ado no pimeio semeste de (B&)@ Sendo 2ue3 Fdento dafo$a9taefa esponsá"el pela 2uinta edi$%o do li"o3 o n7meo de

pes2uisadoes 2ue de#la9aam te #onflito de inteesses su5iu de

Z paa X;3 em ela$%o C 2uata edi$%oF :Va#ia3 (B&(<@

Logo3 podemos o5se"a 2ue8

@@@ pimeio3 o po#esso de #ont6nua e/pans%o dos diagn'sti#os3 2ue

"em ta!endo paa o #ampo da psi#opatologia ta$os3 emo9$,es e

estados su5?eti"os anteiomente e/peimentados e tatados #omo

ineentes C e/ist.n#ia #omum@ O segundo 1 o pogessi"o

e5ai/amento do limia de difeen#ia$%o ente a nomalidade e a

patologia3 fa!endo #om um n7meo #ada "e! maio de indi"6duos se

tone eleg6"el paa o diagn'sti#o de algum tanstono #on=e#ido@




O te#eio3 e tal"e! mais impotante3 1 o 5oamento paulatino da

fonteia ente tatamento e apefei$oamento3 2ue "em

#onsolidando a ideia de uma psi2uiatia "oltada n%o apenas paa o

tatamento de tanstonos3 mas tam51m paa o al6"io do sofimento

ineente C "ida #otidiana e aos limites natuais da "ida3 mas

tam51m paa a podu$%o3 po meio da egula$%o 5iote#nol'gi#a3 de

estados de 5em9esta e feli#idade@ :0e!ea Q@3 (B&B3 p@<

As efeidas mudan$as apontam paa um deteminado modo deentendimento do #on#eito de sa7de #omo a #ompleta aus.n#ia de

#onflitos3 n%o a #apa#idade de "i"en#iá9los e supeá9los@ Essastansfoma$,es no #ampo da sa7de mental s%o3 em pate3 efeitos dainflu.n#ia da atua$%o psi2uiáti#a no #uidado m1di#o e na so9#iedade3 as 2uais podem se esumidas em t.s #aa#te6sti#as po9fundamente im5i#adas8 pimeio3 uma patologi!a$%o do so#ialsegundo3 o asuamento da lin=a ente nomalpatol'gi#o te#eio3a medi#ali!a$%o da e/ist.n#ia #om o5?eti"o de apimoamento da

performance indi"idual@Pae#e 2ue3 mais uma "e!3 a ate #oin#ide #om a "ida3 ?á 2ue

este fenGmeno #ontempoJneo da e/pans%o dos diagn'sti#os 1muito "eoss6mil #om o enedo do li"o 2 alienista3 de Ma#=adode Assis@ Na o5a3 do fim do s1#ulo I3 o alienista :psi2uiata<3D@ Sim%o 0a#amate3 paulatinamente intena a todos os moadoes

da #idade de Itagua6 na +asa de OatesF3( po #onta das mais

difeentes idiossin#asias@ Em deteminado ponto a maio pate da#idade está en#a#eada@

Diante de todas essas tansfoma$,es3 1 essen#ial esgata a po9du$%o de sentido do su?eito so5e seu sofimento3 n%o s' no2ue podeia en#ai/á9lo no DSM@ A psi2uiatia DSMF :+osta9-osa3 (B&&< tem feito a aposta de 2ue seá poss6"el um dia3 assim#omo nas outas espe#ialidades da medi#ina3 eali!a diagn'sti#os

toman9do paJmetos estitamente o5?eti"os@

( +asa de Oates8 mani#Gmio3 sanat'io et#@




Dento do #ampo da psi2uiatia3 =á muitas di"eg.n#ias efe9entes Cs intepeta$,es das tomogafias3 essonJn#ias magn1ti#aset#@ 2ue supostamente #ompo"aiam a e/ist.n#ia dos tanstonosmentais@ Ainda3 de"emos indaga8 2ual 1 a odem pessuposta emela$%o C 2ual o tanstono mental epesentaia uma uptua

Se po um lado o in"estimento na o5?eti"idade "isa a #on#ede C psi2uiatia um luga de maio legitimidade #ient6fi#a peante outasáeas m1di#as3 po outo3 essa apli#a$%o tem #ustado #ao aos

pa#ientes psi2uiáti#os@ Estes3 longe de seem despo"idos de umasu5?eti"idade3 est%o sendo sistemati#amente assu?eitados po meio da

pes#i$%o apio6sti#a de antidepessi"os3 ?á 2ue #ada "e! menosa2uilo 2ue esses su?eitos t.m a di!e so5e o seu sofimento ps62ui9#o3assim #omo o seu potagonismo tem sido le"ado em #onta@

Em #ontapatida3 #omo se posi#ionam os fama#odependentes2ue demandam um diagn'sti#o3 um medi#amento psi#oati"o paan%o senti tiste!a3 nem do3 nem medo e3 #onse2uentemente3 n%osenti mais nada Espeam pa#ientemente :ou passi"amente< uma

epentina e milagosa #ua pela p6lula3 sem pe#isa modifi#a suaidentidade Seá 2ue desse modo algum dia se%o agentes3 apo9 piando9se do seu tatamento

A psi#analista -olnib :&;;< apesenta9nos o seguinte 2uado8

O "i#iado em identidade tem =oo ao tu5il=%o das lin=as de

tempo em sua pele@ A "etigem dos efeitos do foa o amea$am a tal

ponto 2ue paa so5e"i"e a seu medo ele tenta anestesia9se8 dei/a

"i5a em sua pele3 de todas as intensidades do foa3 apenasa2uelas 2ue n%o pon=am em is#o sua suposta identidade@ :-olnib3

&;;3 p@)BH<

isso 2ue muitas 5ioidentidades t.m 5us#ado8 uma "ida sem

tu5ul.n#ias3 sem #ises@ Entetanto3 #ise3 etimologi#amente3 tem a

mesma ai! de #es#imento@ Sendo assim3 os 5iodiagn'sti#os :+a9

liman3 (B&(< "isam paalisa os flu/os 2ue e#lamam po mudan$as naestil6sti#a da e/ist.n#ia :0iman3 &;;X<@ 0us#ando estaua o seu

modo de "ida anteio e fea o tu5il=%o das lin=as de tempoF3




supondo 2ue isso 1 poss6"el@ No entanto3 ignoam 2ue a foma de"ida anteio ao ompimento da #ise foi o 2ue le"ou o su?eito a#=ega a esse impasse@

Paa en#eamos o assunto efeente aos diagn'sti#os3 1 impo9tante esgata 2ue o diagn'sti#o de"eia fun#iona #omo molduade uma pintua3 algo 2ue pode se po"is'io3 2ue de"e essalta ao5a de ate e n%o apagá9la@ Neste sentido3 o en2uade 1 um e#ote2ue essalta di"esos signos3 2ue n%o possuem um sentido 7ni#o3#omo uma o5a de ate 2ue pode e#e5e di"esas intepeta$,es@Logo3 o diagn'sti#o de"e se pate de uma estat1gia de inte"en9

$%o@ Assim3 #omo utili!a dessa estat1gia

Diagnosti#a 1 e#onstui uma foma de "ida3 definida pelo

modo #omo esta lida #om a peda da e/pei.n#ia e #om a e/pe9

i.n#ia da peda@ Diagnosti#a 1 di!e #omo uma foma de "ida se

mosta mais deteminada ou mais indeteminada3 #omo #ia sua

singulaidade ente falta e e/#esso e #omo se ela#iona #om outas

fomas de "ida po meio da to#a e da podu$%o@ Linguagem3dese?o e ta5al=o s%o fomas de ela$%o3 da6 2ue nosso #on#eito

se?a ade2uado n%o paa um elati"ismo3 mas paa um

ela#ionalismo@ :Dunbe3 (B&&3 p@&(<

Neste sentido3 o diagn'sti#o de"e atenta tanto paa o sofi9mento 2uanto paa os signos saudá"eis de fun#ionamento da2uele

modo de e/ist.n#ia@ um instumento de essignifi#a$%o3 de #omodeteminada foma de "idaF se #omp,e e de#omp,e no inte#Jm9

5io so#ial@O mel=o diagn'sti#o s%o os son=os3 pois s%o um mateial sin9

gulai!ado e tempoáio de nossa enun#ia$%o su5?eti"a :>emann3&;;&<@ O son=o 1 um #ampo de m7ltiplas intepeta$,es poss6"eis3#u?o sentido pode se #onstu6do na ela$%o tansfeen#ial ente o

analisando e o analista@ O 2ue 1 difeente da ati5ui$%o de um 5io9diagn'sti#o :+aliman3 (B&(<3 2ue nun#a mais 1 e"isado@

N%o foi po a#aso 2ue Reud es#e"eu ini#ialmente so5e os so9

n=os nas o5as 5asilaes da psi#análise@ Os son=os s%o uma impo9




tante pota de entada paa o entendimento do #ampo psi#anal6ti#o@O son=o 1 uma #ia$%o su5?eti"a #om #un=o est1ti#o3 uma leituado su?eito so5e o seu p'pio dese?o 1 uma tentati"a de eali!a$%odo dese?o in#ons#iente e3 pin#ipalmente3 o mesmo po#esso 2ue osu?eito podu! sentidos paa sua ealidade 1 o de enun#ia$%o doson=o@

O 2ue ealmente nos inteessa na "ida on6i#a 1 o potagonismodo su?eito na sua podu$%o e 1 isso 2ue está sendo des#atado nostatamentos psi2uiáti#os3 #om a e#eita de psi#ot'pi#os a priori8 asu5?eti"idade@ Nisso eside o #ene do po5lema3 tata a2uilo 2ue 1

m7ltiplo e singula tentando en#ai/á9lo :ou seia en#ai/otá9lo< em#ategoias uni"esali!antes@

O 2ue apaenta se meamente uma 2uest%o t1#ni#a de #omonomea #aa#te6sti#as e #omo ama!ena detal=es3 na "edade3tata9se do esultado de m7ltiplas intea$,es e da natuali!a$%o demuitos dis#usos@ Defendemos 2ue uma pista paa a podu$%o dediagn'sti#os 1 a de 2ue os su?eitos sai5am das suas dimens,es =is9

t'i#as e ogani!a#ionais e tam51m e/pli#itamente eten=am ta$osda sua #onstu$%o@ A 7ni#a #lassifi#a$%o 5oa 1 a #lassifi#a$%o "i"a:0o4be Sta3 &;;;<@

O i/%o/i'i8o ! m!i#$9i$o $ !%r!//o

3sto" sentindo "ma clareza t0o grande &"e me

an"la como pessoa at"al e com"m: ' "mal"cidez vazia( como e*plicar?

:+lai#e Lispe#to Lu#ide! PeigosaF<

O #on#eito do dispositi"o fou#altiano 1 uma tama 2ue engen9da

uma ede de dis#usos3 ati#ulando elementos d6spaes paa uma

deteminada finalidade@ Neste sentido3 defendemos 2ue a

medi#ali!a$%o da depess%o se ins#e"e em dispositi"o3 a#a5ando po se #onstitui a 7ni#a possi5ilidade de tatamento da e/pei.n#ia

depessi"a "isto 2ue a páti#a medi#ali!ante #on?uga uma teia de dis9

#usos das neuo#i.n#ias3 da medi#ina psi2uiáti#a3 da neuopsi#olo9




gia3 da gen1ti#a3 da 5iologia3 da fama#ologia3 da m6dia et#@ paa ?ustifi#a o uso de antidepessi"os #omo o mel=o tatamento paaa depess%o3 a despeito de outos ata"essamentos 2ue #omp,e o#ampo@

No mais3 e/istem outas leituas paa defendemos 2ue o dis9 positi"o #i#uns#e"e a medi#ali!a$%o da depess%o3 po e/emplo8a patologi!a$%o do so#ialF3 a medi#ali!a$%o da "idaF3 po meiodo sa5epode da psi2uiatia DSMF :+osta9-osa3 (B&&<3 enteoutos aspe#tos3 2ue se%o #omentados adiante3 ligados ao luga dosintoma no tatamento3 ao SSD e ao ph.rma!on@

Nesta pate3 petendemos analisa a ins#i$%o da medi#ali!a$%o dadepess%o no dispositi"o e pensa os dis#usos 2ue tonam os

depessi"os sees infames :Rou#ault3 &;;(<@ Raemos uma des#i$%o

dos dis#usos 2ue te#em a nossa so#iedade #ontempoJnea@

Pimeiamente3 temos 2ue men#iona o Modo +apitalista dePodu$%o :+osta9-osa3 &;;;< #omo pano de fundo3 uma "e! 2ue oM+P n%o se estinge Cs ela$,es so#ioe#onGmi#as3 mas 13 so5e9

tudo3 um modo de podu$%o dis#usi"a de lin=as su5?eti"antes@ Nesse sentido3 os po#essos de su5?eti"a$%o #apital6sti#os #iaiamno"os #onsumidoes paa seus no"os podutos3 in"etendo a l'gi#ade 2ue3 pimeio3 =a"eia a demanda3 em seguida a in"en$%o deo5?etos@

+on?untamente as mudan$as no M+P3 desde o s1#ulo 3 "i"e9mos a #ise das efe.n#ias patia#ais tans#endentais3 as 2uais

".m sendo su5stitu6dos pelos ideais na#6si#os3 doauto#entamento@ emos 2ue as ela$,es e#onGmi#as in#idem einteagem dietamen9te #om as ela$,es so#iais3 po"o#ando

pofundas tansfoma$,es nas ela$,es intesu5?eti"as@

Numa so#iedade em 2ue a desesta5ili!a$%o dos sistemas de efe9

.n#ias 1 geneali!ada3 o espote 1 o s"mm"m principi"m de uma #ul9

tua do =eo6smo 2ue nos intima3 n%o a delia diante das poe!as desees e/#ep#ionais numa identifi#a$%o #om eles eles n%o s%o mais do

2ue supotes de nossa p'pia modeli!a$%o3 ?á 2ue agoa todos




podemos se e/#ep#ionais :3 mas nos intima a in"enta a n's mesmo

#ontando #om nossas 7ni#as fo$as@ :E=en5eg3 (B&B3 p@(<

O desampao de efeen#iais está"eis na #ontempoaneidade"em sendo suplementado pelo #on?unto de imagens e mensagens2ue #i#ulam no me#ado do espetá#ulo e 2ue impulsionam o indi9"6duo a se empeendedo da sua "ida@ A pati disso3 essaltamosdois desdo5amentos8 a "ida #omo autoefeente e a o5?etali!a$%odas ela$,es #om o outo :0e!ea Q@3 (B&B<@

+om a deo#ada dos "aloes tans#endentais a5solutosF des9

pontaam outas mati!es de su5?eti"a$%o3 o 7ni#o a5soluto 2ueesta 1 o da autoefe.n#iaF :E=en5eg3 (B&B<3 pois no espetá#u9lo3 imagem da e#onomia einante3 o fim n%o 1 nada3 o desenola 1tudo@ O espetá#ulo n%o dese?a #=ega a nada 2ue n%o se?a elemesmoF :De5od3 &;;Z3 p@&Z<@ Nesse sentido3 a performance

indi"idual passa a se eligiosamente #ultuada3 assim #omo omabeting pessoalF3 "i9sando sempe a uma autopomo$%o@

Segundo E=en5eg :(B&B<3 o #ulto da performanceF 1o2uestado po t.s dis#usos8 o espote3 a a"entua e a empesa@

O espote 1 uma t1#ni#a de fa5i#a$%o da autonomia3 umaapendi!agem do go"eno de si mesmo 2ue se desenola tanto na"ida pi"ada 2uanto na "ida p75li#aF :E=en5eg3 (B&B3 p@(B<@ Autili!a$%o n%o espoti"a do espote seia uma 5iopol6ti#a3 "isto 2ueo tonaia uma má2uina dis#iplina de indi"iduali!a$%o3 de auto9

go"eno3 tanto no Jm5ito p75li#o 2uanto pi"ado@ O uso e/ta9es9 poti"o fone#e metafoi#amente ao indi"6duo as #oodenadas paa2ue se autoefeen#ie3 ignoando os Jm5itos pol6ti#os #oleti"os dede#is,es3 e 2ue este?a apto a lida #om situa$,es #oentes do me9#ado de ta5al=o de insta5ilidade e #onstante #ompeti$%o3 tomandoo espote9a"entua #omo efe.n#ia sim5'li#a de supea$%o de simesmo3 #entado em si mesmo@

uanto C empesa3 ela "ai na esteia do espoteF :E=en5eg3(B&B<3 "isto 2ue se utili!a das t1#ni#as moti"a#ionais do espote3em 2ue o empegado 1 um integante da e2uipe da empesa3 sendoo esponsá"el pelo seu desempen=o pessoal3 mas sem pati#ipa



(. )*AME +ONATAN POLI DOS SANTOS

#on#etamente da #ia$%o das pol6ti#as de plane?amento 2ue o ata9

"essam pofundamente@ >o?e3 o espote sim5oli!a e pomo"e a

imagem do indi"6duo autGnomo3 podu!indo tanto sua sa7de3 sua

apa.n#ia f6si#a3 2uanto sua impli#a$%o na "ida pofissional #omo o

empeendedo de sua p'pia e/ist.n#iaF :E=en5eg3 (B&B3 p@(X<@

A utili!a$%o do esp6ito espoti"o na "ida empesaial 1 o zeit,

geist #ontempoJneo do self,made man3 mo"imento simila a umafo$a #ent6petaF #ontempoJnea da #ultua do na#isismo@ +omoum dos poss6"eis esultados desse po#esso3 "emos na #ontempoa9neidade a dissemina$%o do diagn'sti#o de depess%o@

As depess,es ad".m na atualidade ta!endo no"os #ontonos ao

sofimento ps62ui#o@ Pin#ipal ma#o dessa tansfoma$%o3 o de#l6nio

da autoidade sim5'li#a lan$a o su?eito #ontempoJneo a uma

os#ila$%o ente o poss6"el e o imposs6"el@ :Raa=3 (B&(3 p@&H<

A deo#ada dos #ultos aos "aloes tans#endentais fatigou o

su?eito em a!%o da #o5an$a #onstante de se tona empeendedo de si mesmo em todos os planos da sua "ida :E=en5eg3 (B&B<@ Oeu tona9se um po?eto3 ou se?a3 uma inteoga$%o #ont6nua a#e#ado seu passado3 do pesente e3 so5etudo3 do seu futuoF :0e!eaQ@3 (B&B3 p@&<@

A depess%o se tona de #eta maneia a doen$a da autonomiaF:Raa=3 (B&B<3 uma "e! 2ue indi"iduo se ". sempe insufi#ien9te

tendo 2ue e#oe psi#ot'pi#os paa atingi o ideal de autos9sufi#i.n#ia assim3 tonando9se o su?eito9#ompimidoF :Santos3Dioncsio3 Yasui3 (B&(<3 2ue tem sua su5?eti"idade a#=atada sim5o9li#amente3 uma "e! 2ue se des#onsidea a dimens%o pol6ti#a3e#onG9mi#a3 a =istoi#idade e a #onflitualidade 2ue ata"essa ae/pei.n#ia depessi"a@ Po #onse2u.n#ia3 o su?eito pode te en#apsulada sua naati"a pelo antidepessi"o@

Um dos e/emplos dos desdo5amentos dessa #ultua$%o da per, formance autoefeen#iada3 o5se"amos no elato da Isa5ela 2uan9do ela di! 2ue mesmo #om a utili!a$%o dos antidepessi"os sente



FELIZ PARA SEMPRE, (1

pi#os de depess%o peto de pe6odos de po"as3 isto 13 2uando seudesempen=o está so5 a"alia$%o@

Ela elata 2ue a e/pei.n#ia depessi"a foi paa ela3 ente outasa!,es3 uma 2ueda no seu endimento e #olo#a #omo umas das

pos9s6"eis oigens da depess%o3 2ue sempe todas as outas pessoas passa"am na sua fente em tudoF e ela se sentia emsegundo plano nas #oisasF@

Diante dessa a"entua empeendedoa em 2ue se tonou a "ida

em so#iedade3 em ela$%o C 2ual faltam fe2uentemente os epaos

e os meios institu#ionais 2ue pemitiiam a 2ual2ue um enfentá9

la3 n%o #ausa espanto "e a o5iga$%o de gan=a "i a#ompan=ada

de uma #ise de identidade maio3 e uma depess%o ne"osa

apodea99se de uma 5oa pate de nossos #ompatiotas@ O #onsumo

ma#i$o de medi#amentos psi#ot'pi#os3 so5 o peso dessa pess%o

ps62ui#a in1dita3 5em #omo um fundamentalismo identitáio3

a#ompan=am a pa#ifi#a$%o apaente da so#iedade@ Os mo"imentos

neo#omuni9táios3 no espa$o pol6ti#o9so#ial3 e a depess%o ne"osa3no espa$o ps62ui#o3 est%o pofundamente inti#ados@ Eles s%o as

u6nas do pogesso@ :E=en5eg3 (B&B3 p@&<

Sendo assim3 "emos #omo se ati#ula a infJmia dos depessi"os3

tendo em "ista a sua "agaosidade3 n%o 1 po a#aso 2ue esse impasse

#on2uistou um enome #ontingente de diagn'sti#os@ A "agaosida9de

depessi"a in#omoda a so#iedade3 pois essa moosidade su5?eti9"aseia um dos esultados do pogessoF #ontempoJneo@

Paa #on#lui3 popomos uma amplia$%o da dis#uss%o da #om9 posi$%o da medi#ali!a$%o na depess%o ?unto ao dispositi"o@ A#e9ditamos 2ue a =ist'ia da depess%o de +aolina nos ofee#eá umainteessante intese#$%o de dois #ampos8 o da medi#ali!a$%o nadepess%o e o das se/ualidades@

Ela elata 2ue3 aos & anos3 se apai/onou po outa gaota e os pais das duas n%o a#eitaam a ela$%o3 sepaando9as e mudando9asde sala no #ol1gio@ +aolina passou a se monitoada paa 2ue n%oen#ontasse #om a outa gaota@ Em seguida3 segundo suas p'pias



(2 )*AME +ONATAN POLI DOS SANTOS

pala"as3 ini#iou a teapia #omo puni$%o@ +om essa idade3 tentouse sui#ida po meio da ingest%o de "áios medi#amentos@ N%odei/ou #lao se foi antes ou depois da teapia@

Aos &Z anos3 ap's uma #ise aguda3 a psi#'loga a diagnosti#ou#om depess%o@ O psi2uiata #onfimou e ela #ome$ou a se me9di#ada #om antidepessi"o@ Di!emos ini#ialmente3 pois3 +aolina3atualmente #om ( anos3 foi passando po um aumento pogessi"ode #om5ina$,es medi#amentosas8 na pimeia fase3 toma"a somen9te o antidepessi"o na segunda fase3 antidepessi"o eantiepil1pti#o :esta5ili!ado de =umo< na te#eia fase3

antidepessi"os3 antiepi9l1pti#o e ansiol6ti#o na 2uata fase3antidepessi"o3 antiepil1pti#o e outo tipo de ansiol6ti#o no estágioatual3 ela toma antidepessi"o3 antiepil1pti#o e antipsi#'ti#o@

Uma infoma$%o impotante a se men#ionada8 +aolina elata2ue logo nos pimeios & dias ap's #ome$a a pimeia fase deta9tamento psi#ofama#ol'gi#o3 s' #om antidepessi"os3 ela tentouse sui#ida #om a ingest%o de "áios deles@ E/ploaemos mais a

fente C 2uest%o das tentati"as de sui#6dio d*s ente"istad*s@uando inteogada se fa!ia ela$%o ente o seu sofimento ps69

2ui#o e o fato de gosta de meninas3 espondeu 2ue3 intenamente3isso foi um po#esso tan2uilo@ Entetanto3 na ela$%o #om os paise a es#ola n%o foi 5em assim@ uando indagada se fa!ia ela$%o#om a =omofo5ia 2ue tin=a sofido e a depess%o3 espondeu 2uen%o3 mas 2ue fa!ia ela$%o ente a depess%o e o pe#on#eito "i"ido

dento da fam6lia3 efeente ao tanstono de pesonalidade3 "isto2ue ea uma #ian$a dif6#il de lida e #ontesta"a muito os adultos@

Pensamos 2ue3 tal"e!3 ten=a faltado uma e/plana$%o so5e o

2ue #on#eituamos #omo =omofo5ia3 ?á 2ue8

@@@ po =omofo5ia entendemos o medo3 a a"es%o3 o des#1dito e o

'dio a ga_s3 l1s5i#as3 5isse/uais3 ta"estis e tanse/uais3 de modo a

des"aloi!á9l*s po n%o pefomaem seus g.neos :0utle3 (BB)<em #oespond.n#ia #om a2uilo 2ue 1 so#ial e #ultualmente

ati5u6do paa seus #opos 5iol'gi#os@ Tata9se3 potanto3 de um




dispositi"o egulat'io da se/ualidade 2ue "isa C manuten$%o da

=eteonomati"idade@

Assim3 sofe%o os efeitos da =omofo5ia a2uel*s 2ue n%o seen2uadam nesse modelo =eteonomati"o3 sendo estigmati!ad*se e/#lu6d*s3 pois su5"etem as nomas de g.neo 2ue3 sa5emos3

pi"ilegiam a =eteosse/ualidade :Wel!e9Lang3 (BB&<@A =omofo5ia unifomi!a as identidades de g.neo e gaante99

l=es =iea2uias de pi"il1gios po meio da =eteosse/ualidade

#ompuls'ia3 na 2ual as ela$,es de"em segui as nomas do sis9

tema se/og.neodese?opáti#as se/uais :0utle3 (BB)<@ :Sil"aTei/eia9Ril=o -ondini 0essa3 (B&&3 p@Z(Z<

Po essa a!%o3 +aolina teia passado po uma s1ie de"iol.n#ias po n%o atende a =eteonomati"idade 2ue nomati!a#omo de"e pefoma seu g.neo3 sua oienta$%o se/ual3 sua

páti#a se/ual e a 2ue:m< de"e dese?a@ Di!emos 2ue dispositi"o na

se/ualidade geen9#ia o egime dos afetos e dese?os3 pois8

Mi#=el Rou#ault :&;;;<3 ao estuda os me#anismos de dis#iplina9

i!a$%o nas so#iedades3 ela5oou a ideia de 2ue a se/ualidade 1 um

dis9positi"o egulat'io na #onstu$%o das su5?eti"idades@ Paa #ompG9

lo en2uanto tal3 di"esos dis#usos3 #omo os eligiosos3 os ?u6di#os3 os

#ient6fi#os3 os pol6ti#os e os edu#a#ionais3 s%o ata"essados pela

=omo9fo5ia@ :Sil"a Tei/eia9Ril=o -ondini 0essa3 (B&&3 p@Z(Z<

A 5iopol6ti#a da =eteosse/ualidade #ompuls'ia aegimentatod*s 2ue des"iaem do pad%o da dita se/ualidade nomal@ Aadoles#.n#ia #ostuma se o pe6odo das pimeias ela$,es afeti"as@Logo nas pimeias pai/,es3 infeli!mente3 +aolina #on=e#eu afundo tam51m a =omofo5ia3 in#opoada pela fam6lia e a es#ola@

A#a5ou sendo ata"essada po po5lemáti#as 2ue difi#ilmente um ?o"em =eteosse/ual enfentaia@Potanto3 nesse #aso3 ati5u6mos C =omofo5ia3 po"eniente do

dispositi"o na se/ualidade :paa a sustenta$%o da =eteonomati9



(4 )*AME +ONATAN POLI DOS SANTOS

"idade "igente na nossa so#iedade<3 um dos po"á"eis fatoes 2ueengendou o 2uado depessi"o de +aolina@

Pode ainda esta uma 2uest%o8 se n%o esta6amos in#ul#ando oelemento da =omofo5ia na =ist'ia de +aolina@ Pelo #ontáio3

po#uamos "isi5ili!a um #omponente 2ue #ostumeiamente3 naliteatua de psi#ologia3 fi#a dento do amáioF :Sedg4i#b3&;;B<@ E3 no mais3 pensamos n%o se poss6"el3 de a#odo #om oelato da +aolina3 des#onsidea o ata"essamento da =omofo5ianessa =ist'ia@

A !%r!//o #omo /i0'om$ /o#i$9 omi0$0'!

O sintoma esol"e9se inteiamente numa análise de linguagem3

po2ue ele p'pio esta estutuado #omo uma linguagem3 po2ue 1

linguagem #u?a pala"a de"e se li5eada@ @@@ O sintoma 1 um

etono da "edade@ Ele n%o se intepeta a n%o se na odem do

sig9nifi#ante3 2ue s' tem sentido em sua ela$%o #om outosignifi#ante@ @@@ Se o sintoma 1 uma metáfoa3 n%o 1 metáfoa

di!.9lo @@@ pois o sintoma 1 uma metáfoa3 2ue se 2ueia ou n%o

di!.9lo@ :La#an apud Do3 &;H;3 p@XX9XZ<

Paa La#an3 o in#ons#iente 1 estutuado #omo uma lingua9gem3 isso signifi#a 2ue as foma$,es do in#ons#iente se

manifestam po meio de metáfoa ou meton6mia3 de a#odo #om asestutuas lingu6sti#as dis#usi"as@ Desse modo3 o sintoma na

psi#análise se difeen#ia da 2uei/a po um ta5al=o de

metafoi!a$%o da demanda de sa5e@Ao longo deste su5item3 esmiu$aemos as di"esas fa#es do sin9

toma #onstitu6do dis#usi"amente e #omo essas se ela#ionam #om o

diagn'sti#o psi2uiáti#o de depess%o@ Muitos psi#analistas "eem a

depess%o #omo um sintoma3 tanto su5?eti"o3 #omo do la$o so#ial8

Seia a depess%o um sintoma Psi2uiati#amente sim3 enten9

dendo sintoma #omo o sofimento de 2ue um indi"6duo se 2uei/a@




Mas3 psi#analiti#amente3 n%o3 posto 2ue um sintoma pessup,e um

ta5al=o de metafoi!a$%o 2ue n%o se en#onta na depess%o@

:+ose3 (BB)3 p@&)Z<

Nesse sentido3 2uando falamos em sintoma na psi#análise nosefeimos a uma manifesta$%o do in#ons#iente 2ue guada uma"edade su5?eti"a e3 #onse2uentemente3 2uados #l6ni#os em psi#a9nálise se efeem a po#essos de su5?eti"a$%o@

Ol=ando paa a dis#uss%o da medi#ali!a$%o de foma mais apu9ada3 "eemos 2ue no seu #ento ga"ita#ional epousa a no$%o de

sintoma@ O em5asamento te'i#o do sintoma ata"essa a páti#a da#l6ni#a psi epistemologi#amente e paadigmati#amente@ A maneia#omo ele 1 fundamentado influen#ia dietamente em #omo ele 1o5se"ado3 des#ito e tatado@

Na psi#análise3 1 a pati dos sintomas elatados pelo su?eito2ue se #onst'i a análise o sofimento sintomáti#o 1 o moti"o doanali9sando 5us#a e enta em análise@

Logi#amente 2ue3 2uando se fala em sintoma na psi2uiatia3 =á pou#a essonJn#ia #om o mesmo na psi#análise@ Na psi2uiatiaDSMF :+osta9-osa3 (B&&<3 o sintoma 1 algo em5lemáti#o3 umsinal 2ue emete a uma lista 2ue #aa#tei!a deteminadostanstonos@ Essa lista3 po sua "e!3 emete a outo #atálogo :DSM<no 2ual est%o #lassifi#adas todas as psi#opatologias@

Paa a psi2uiatia DSMF3 o sintoma 1 um #opo estan=o alo9?ado

no indi"6duo3 ela o ". de maneia e/tena ao su?eito3 #omo umadisfun$%o neuo2u6mi#a 2ue petu5a o fun#ionamento mental8

@@@ na medi#ina3 o sintoma signifi#a algo 2ue n%o "ai 5em3 algo de

anomal e 5i!ao3 uma altea$%o de fun$%o ou aleta de doen$a3

alguma maneia de o pa#iente se pe#e5e #omo um poss6"el doente@

Mas #ompete ao m1di#o de#ifa se o sintoma indi#a a pesen$a ou a

possi5ilidade de uma doen$a@ O m1di#o de"eá defini a2uilo 2ue 1o5?eti"o do 2ue 1 fantasia3 ou pelo menos filta as 2uei/as su5?e9ti"as

indi#ati"as de doen$a ogJni#a@ Desta maneia3 o m1di#o de"e

po#ua no sintoma3 #omo 2uei/a3 #omo manifesta$%o su5?eti"a3



(( )*AME +ONATAN POLI DOS SANTOS

#omo pe#ep$%o do pa#iente3 a possi5ilidade de sua o5?eti"a$%o@

Em outas pala"as3 #ompete ao m1di#o dis#imina se o sintoma

tem #omo signifi#ado uma doen$a@ :Pimenta3 (BB)3 p@(()<

Desse modo3 na nossa so#iedade3 1 o dis#uso m1di#o 2ue "ai#onfei legitimidade neuo2u6mi#a C2uele sofimento3 de foma2ue 1 o m1di#o 2uem #onfee ealidade a 2uei/a sintomáti#a :Ill#=3&;Z<@ Do #ontáio3 se o sintoma n%o fo de#odifi#ado dento do#ampo da medi#ina 1 um impasse meno3 ou se?a3 menos eal :+a9liman3 (B&(<@

Entetanto3 a mano5a de edu!i as e/pli#a$,es de todas as psi#opatologias a um dese2uil65io neuo2u6mi#o #olo#a em is#oo p'pio difeen#ial da #l6ni#a psi2uiáti#a@ Qá 2ue todos ossupostos tanstonos mentais s%o futo de um d1fi#it neuo2u6mi#o32ual a espe#ifi#idade da psi2uiatia Seá 2ue em um futuo

p'/imo estaá C #l6ni#a psi2uiáti#a somente a fun$%o de pes#i$%o de psi#ofáma#os

Reud a2uiteta"a um poss6"el diálogo ente a psi2uiatia #om a psi#análise@ Ele 2ue tin=a foma$%o em medi#ina e pensa"a se poss6"el uma ela$%o =amoniosa ente a psi#análise e psi2uiatia3a#edita"a 2ue8 a psi#análise ela#iona9se #om a psi2uiatia apo9/imadamente #omo a =istologia se ela#iona #om a anatomia8 umaestuda as fomas e/tenas dos 'g%os3 a outa estuda sua estutua9$%o em te#idos e #1lulasF :Reud3 &;&Z &;H&3 p@())<@

+ompatil=amos essa posi$%o feudiana@ De foma 2ue n%o nos posi#ionamos de maneia #ontáia aos psi2uiatas3 nem aosantidepessi"os8

@@@ 1 pe#iso 2ue se #ompeenda 2ue n%o =á a6 nen=uma poposi9

$%o de en7n#ia C foma$%o m1di#a em alguns de seus impotantes

aspe#tos3 pelo #ontáio3 e muito menos3 uma en7n#ia C utili!a$%o

dos medi#amentos@

A tans#end.n#ia da medi#ali!a$%o e/ige #ompeende e opea a posi$%o elati"a do fáma#o a ponto de tal"e! #on#lui 2ue ela




tem uma fun$%o se#undáia3 na maioia dos #asos tanto po2ue

seá utili!ado #omo etaguada3 2uanto po2ue n%o seá utili!ado

em muitos #asos@ Tam51m podeá =a"e algumas pou#as situa$,es

em 2ue a medi#a$%o seá potagonista em outas3 #omo nas situa9

$,es de sidea$%o do su?eito3 ela pode se utili!ada a se"i$o de

]fa!e fala^ :Pota3 (B&B<@ :+osta9-osa3 (B&&3 p@(;<

Potanto3 paa al1m de pensamos os psi#ofáma#os #omo ins9tumentos 2ue fa!em fala ou #alam o su?eito3 estamos a2ui apenasindagando #omo podemos posi#iona o antidepessi"o paa se

usado3 ou n%o3 de foma a empodea o su?eito@Os antidepessi"os n%o podem se usados em teap.uti#as sem

impli#a$%o su5?eti"a3 "isando apenas supi a 5e#=a de diálogoente os mo"imentos de su5?eti"a$%o do #opo e da 5iologi!a$%oda alma :+aneio3 (BB;<@

Dessa maneia3 tenta9se amoda$a a mensagem do sintoma3

esultado de uma teia dis#usi"a de ela$,es #omple/as8

@@@ em psi#análise3 o sintoma nos suge de maneia difeente de um

dist75io 2ue #ausa sofimento8 ele 13 a#ima de tudo3 um mal9esta 2ue

se imp,e a n's3 al1m de n's3 e nos intepela@ Um mal9esta 2ue

des#e"emos #om pala"as singulaes e metáfoas inespeadas@ Mas3

2ue se?a um sofimento3 2ue uma pala"a singula paa di!e o

sofimento3 o sintoma 13 antes de mais nada3 um ato in"oluntáio3

podu!ido al1m de 2ual2ue inten#ionalidade e de 2ual2ue sa5e #ons#iente@ um ato 2ue menos emete a um estado doentio do 2ue a

um po#esso #=amado in#ons#iente@ O sintoma 13 paa n's3 uma

manifesta$%o do in#ons#iente@ :Nasio3 &;;)3 p@&)<

O sintoma n%o de"e se "isto pelo seu aspe#to manifesto3 seusentido liteal3 mas3 so5etudo3 de"e se analisado na2uilo 2ue

#aega de metaf'i#o3 sim5oli!ado pois3 tam51m3 o sintoma#on#lama e in#lui a pesen$a do psi#analistaF :Nasio3 &;;)3 p@&<3isso ma#a toda a difeen$a do sintoma e paa a psi#análise e paa

psi2uiatia@



(- )*AME +ONATAN POLI DOS SANTOS

O sintoma na psi#análise sempe impli#a o analista3 n%o e/isteum ol=a neuto so5e ele3 estitamente o5?eti"o@ Em deteminadomomento do po#esso tansfeen#ial o#oido em análise3 o psi#a9nalista 1 in#lu6do no sintoma do analisando@

O sintoma possui uma =ist'ia de #onstitui$%o a se deseno9lada3 n%o sendo algo 2ue suge espontaneamente no su?eito3 mas3antes3 fa! pate de uma tessitua su5?eti"a e n%o pode se tatado#omo um elemento des#atá"el3 "isto 2ue 1 uma sa6da do su?eito3ainda 2ue doloosa@ Tata do sintoma na psi2uiatia DSMF temsignifi#ado silen#iá9lo e tamponá9lo #om psi#ofáma#os3 despe9

!ando os #onflitos latentes 2ue est%o paa al1m da2uilomanifestado pelo sofimento do sintoma@

Mesmo 2ue e/ista #eta difi#uldade em assimila o luga doin#ons#iente no dis#uso #ient6fi#o3 ele n%o "ai dei/a de insisti oude se manifesta s' po2ue n%o se en#ai/a nos #Jnones 5iol'gi#os3#omo di! uinet8 Oa3 o dis#uso #ient6fi#o pes#e"e da sua '5i9ta tudo 2ue se?a elati"o ao dese?o e ao su?eito do in#ons#iente @@@

mas ao e?eita o in#ons#iente3 isso n%o 2ue di!e 2ue ele #esse dese manifestaF :uinet3 (B&&3 p@(B<@

E no mais8

@@@ "isto 2ue o in#ons#iente mant1m seu estatuto de =ip'tese3 2ue

di!e3 uma "e! 2ue n%o =á3 no 2ue #on#ene ao in#ons#iente3

possi5ilidade de se eali!a um e/peimento 2ue o poia em e"i9d.n#ia dietamente o5se"á"el3 despo"ida de #on#eitos3 s%o esses

2ue fundam a páti#a e se"em paa ogani!a o 2ue apeende do

#ampo de o#o.n#ias em 2ue ela se #onstitui@ De um #on#eito se

e/tai #onse2.n#ias3 atos e páti#as@ Assim3 os #on#eitos em 2ue

um analista se apoia deteminam sua posi$%o3 definindo sua es#uta

e die#ionando sua aten$%o@ :+ose3 (BB)3 p@(Z<

A impemea5ilidade da a#eita$%o do #ampo da psi2uiatia99

DSMF do #on#eito de in#ons#iente se de"e C impossi5ilidade de



FELIZ PARA SEMPRE, (

2uantifi#á9lo e mensuá9lo@ O in#ons#iente 1 um #onstu#to te'i#o2ue petende da #onta de deteminados fenGmenos3 #omo o dosintoma@

+aolina3 po e/emplo3 ao se 2uestionada so5e as su#essi"asmudan$as de medi#amentos :#in#o #om5ina$,es medi#amentosas<3elata o 2ue3 na psi#análise3 nomeamos #omo deslo#amentos sin9tomáti#os@ Ela nos #onta 2ue3 ini#ialmente3 uma das suas gandes2uest,es ea a impulsi"idade@ Em seguida3 fala so5e a ne#essidadede se #ota e as su#essi"as tentati"as de sui#6dio #ada um dessesmomentos ea a#ompan=ado de mudan$as psi#ofama#ol'gi#as@

Se patimos da teoia psi#anal6ti#a3 deteminado uso de antide9 pessi"os difi#ultaia o enga?amento do su?eito na podu$%o do seusofimento e3 #onse2uentemente3 o su?eito pedeia a possi5ilidadede a#essa a sua "ia dese?ante@ +omentaemos mel=o isso no finaldo ta5al=o@

O #onflito fi#a em suspens%o no psi2uismo3 dei/ando espa$o paa 2ue o sintoma se ins#e"a no su?eito "agaosamente3

passando3 de uma solu$%o tempoáia paa algo ins#ito de maneia pema9nente@ O antidepessi"o apa!igua a e/pess%o do impasse3ente9tanto3 #on?untamente #om essa neutali!a$%o do sintoma3o5litea o su?eito do in#ons#iente@

O sintoma #aega um sa5e su5?eti"o so5e o seu mal9esta3#u?o "alo situa9se no 2ue ele #ondu! de metaf'i#o3 pois o sintomase situa na so5eposi$%o das mal=as de signifi#antes@ Esse po#esso

de dessu5?eti"a$%o do sintoma3 o2uestado pelos antidepessi"os3tona ne#essáio 2ue fa$amos uma a"alia$%o dos efeitos

pomo"idos po essa mudan$a nos po#essos de su5?eti"a$%o@

Em si mesma3 a positi"a$%o do sofimento3 ou do sintoma3 n%o 1

uma no"idade paa a psi#análise@ Ela 1 uma páti#a oientada pelo

dese?o3 e os sintomas s%o uma e/pess%o do dese?o@ O psi#analista ".

nos sintomas o es5o$o de um modo singula de e/ist.n#ia8 a2uilo 2uefa! sofe pode tam51m3 ga$as a uma tansfoma$%o deli#ada3

afima9se #omo estilo de "ida @@@ No dispositi"o #lássi#o da psi#a9




nálise3 o tatamento passa po admiti o dese?o em ?ogo no #onflito3

e/pesso de maneia defomada no sintoma@ :Vonda3 (BB;3 p@&);<

O5liteando9se o sintoma3 es"a!ia9se a dimens%o sim5'li#a doapael=o ps62ui#o3 pois n%o e/istiiam moti"os mais paa estudá9lonas intese#$,es dos egimes 2ualitati"o :odem da epesenta$%o<e 2uantitati"o :odem da intensidade< :0iman3 (BB;<@

Nesse sentido3 se o sintoma 1 uma esposta ao #onflito ps62ui#ointesu5?eti"o3 seá 2ue podemos fala de sintoma so#ial

A es#ol=a da depess%o #omo o5?eto de estudo n%o foi s' po

#onta do assom5oso aumento 2uantitati"o3 mas tam51m pensa9mos 2ue a e/pei.n#ia depessi"a 1 um SSD :Melman3 &;;(<3 ?un9tamente #om as to/i#omanias e a s6ndome do pJni#o@

As to/i#omanias s%o um sintoma so#ial@ N%o 5asta 2ue um

gande n7meo de indi"6duos em uma #omunidade se?a atingido

po algo paa 2ue isso se tansfome em um sintoma so#ial@ #lao

2ue pode =a"e um #eto pe#entual de f'5i#os em uma dada popu9la$%o3 sem 2ue3 no entanto3 isso fa$a da fo5ia um sintoma so#ial@

Mas pode9se fala de sintoma so#ial a pati do momento em 2ue a

to/i#omania 1 de3 #eto modo3 ins#ita3 mesmo 2ue se?a nas ente9

lin=as3 de foma n%o e/pl6#ita3 n%o ati#ulada #omo tal3 no dis#uso

2ue 1 o dis#uso dominante de uma so#iedade em uma dada 1po#a@

:Melman3 &;;(3 p@XX<

Assim3 a depess%o3 #omo sintoma so#ial3 n%o 1 denominada po #onta da 2uantidade de su?eitos 2ue possuem deteminadodiag9n'sti#o no la$o so#ial3 mas po #onta desse mal9esta enun#ia algo da foma$%o so#ial dominante@ O 2ue 1 o la$o so#ial

Essas 2uato fomas de ela#ionamento 9 go"ena3 edu#a3 psi9

#analisa e fa!e dese?a 9 foam #=amadas po La#an :&;X;9ZB< dedis#usos3 em a!%o de os la$os so#iais seem te#idos e estutuados

pela linguagem@ Vo"ena #oesponde ao dis#uso do meste sen=o3

em 2ue o pode domina edu#a e/pessa o dis#uso uni9




"esitáio egido pelo sa5e analisa se apaga #omo su?eito po se

apenas #ausa li5idinal do po#esso anal6ti#o e fa!e dese?a 9 o dis9

#uso =ist1i#o 9 impli#a o pedom6nio do su?eito da inteoga$%o3

2ue le"a o meste n%o s' a 2uee sa5e3 #omo tam51m a podu!i

um sa5e@ :uinet3 (BB&3 p@&)<

Potanto3 e/istiiam 2uato e"olu$,es dis#usi"as 2ue #ompo9iam o la$o so#ial8 o dis#uso da maestiasen=o3 da uni"esidade3da =isteia e o da análise@ N%o nos alongaemos na e/pli#a$%o dasmodalidades dis#usi"as3 somente na2uilo 2ue se"e ao nosso o59

?eto de estudo@O mal9esta #ontempoJneo nos emete ao dis#uso #apitalista3

2ue 1 um desdo5amento do dis#uso do meste3 #om a difeen$ade 2ue dis#uso do #apitalista n%o apael=a o go!o8

O dis#uso do #apitalista3 potanto3 n%o 1 um la$o so#ial 2ue

egulai!a3 #omo o dis#uso do meste o 1@ Sua pol6ti#a 1 li5eal3

do neoli5ealismo3 do #ada um po si e do um #onta todos @@@ odis#uso #apitalista n%o egula3 mas antes segega3 pois a 7ni#a

maneia de tata as difeen$as na atual so#iedade #ient6fi#a e #api9

talista 1 a segega$%o deteminada pelo me#ado8 os 2ue t.m ou

n%o t.m a#esso aos podutos da #i.n#ia@ Tata9se3 pois de um dis9

#uso 2ue ao n%o foma la$os so#iais3 polifea os sem8 tea3 teto3

empego3 #omida3 et#@ :uinet3 (BB&3 p@&H<

Desse modo3 o dis#uso #apitalista3 efeti"amente3 n%o pomo9"e a o#o.n#ia de la$os so#iais ente os sees =umanos8 ele pop,eao su?eito a ela$%o #om um gadget 3 um o5?eto de #onsumo #uto eápidoF :uinet3 (BB&3 p@&Z<@ Nessa modalidade dis#usi"a3 asela$,es s%o sempe mediadas po o5?etos e3 nesse sentido3 o anti9depessi"o seia o gadget 2ue apa!iguaia a #onflitualidade

pesente no la$o so#ial3 impasse e/pesso pelo Fmal do s1#uloF@Uma "e! 2ue3 na nossa so#iedade3 o #onsumo egeia as ela9

$,es intesu5?eti"as3 o antidepessi"o tem a fun$%o de einsei osdepessi"os nesse #i#uito@ A nossa so#iedade 1 do #onsumo3 n%o




ne#essaiamente pelo #onsumo geneali!ado3 mas pela 2uest%o doa#esso a ele te se tonado o fim a5soluto3 o ideal supemo danossa so#iedade@

Tata9se de "e o gadget 9antidepessi"o #omo suplemento :De9ida3 &;HH<3 no sentido de algo de foa 2ue modifi#a a #on#ep$%o eo #ampo de atua$%o@ Ap's a e"olu$%o psi#ofama#ol'gi#aF:-odi9gues3 (BB)<3 as te#nologias de tatamento em sa7de mentalse mo9difi#aam3 "isto 2ue a in"en$%o de uma no"a te#nologia n%oapenas supe uma ne#essidade3 mas suplementa3 #iando no"asdemandas e3 tam51m3 no"os #onsumidoes paa ela@ No #aso3

foam ein"en9tados no"os modos de des#e"e e tata ae/pei.n#ia depessi"a3 a pati da a$%o do antidepessi"o@

O ph.rma!on 1 esse suplemento peigoso 2ue enta po aom9

5amento e/atamente na2uilo 2ue gostaia de n%o pe#isa dele e

2ue3 ao mesmo tempo3 se dei/a ompe3 "iolenta3 peen#=e e

su5stitui3 #ompleta pelo p'pio asto 2ue no pesente aumenta a

si p'pio e nisso desapae#e@ :Deida3 &;HH3 p@Z<

Qá adiantando a dis#uss%o do ph.rma!on( po outo "i1s3 ent%oo gadget "iia supi a demanda de einse$%o do depessi"o noM+P3 mal9esta 2ue foi desen=ado pelo dispositi"o damedi#ali!a$%o na depess%o@

Assim sendo3 a depess%o estaia em dissonJn#ia #om o man9

dato do #onsumo pomo"ido pelo modo de podu$%o #apitalista#ontempoJneo3 tonando9se uma modalidade su5?eti"a des"iantedessa in?un$%o =edonista da #ultua8

@@@ a in?un$%o supeeg'i#a n%o desapae#eu3 apenas mudou de

fa#e na ogani!a$%o do la$o so#ial@ Se antes apae#ia so5 a foma

de intedi$%o 2ue impun=a limites #laos e 6gidos ao e/#esso de

go!o3 =o?e suge so5 o modo in"etido da in#ita$%o ao go!o@ Oindi"69duo tona9se um gesto de si@ A feli#idade3 2ue ea uma

aspia$%o3 tonou9se seu de"e@ :0e!ea Q@3 (B&B3 p@(<




Na 1po#a das =ist1i#as de Reud3 o5se"á"amos uma epes9s%o se/ual3 fundamentada a pati de efe.n#ias moais a5solutas:fam6lia3 Ige?a<3 na nossa so#iedade "igoa a moal do =edonismo3

5aseada no efeen#ial na#6si#o@ Sendo assim3 a e/pei.n#iadepes9si"a 1 imoal3 pois todos de"em segui ao impeati"o dego!o 2uem n%o esti"e feli! o tempo inteio #om os o5?etos de#onsumo 1 um infame 2ue de"e se nomali!ado@

O 2ue o Outo e/ige do su?eito #ontempoJneo 1 2ue ele go!e@Muito@ ue esta se?a uma das fa#es #ontadit'ias do impeati"o

supeeogi#o go!en%o go!eF s' fa! tona esta e/ig.n#ia3 po9mo"ida a #ondi$%o ogani!adoa do la$o so#ial3 ainda mais angus9

tiante e opessi"a paa os su?eitos@ :Ke=l3 (B&&3 p@&(B<

Logo3 defendemos 2ue a depess%o 1 um SSD3 pois3 tam51m3dialoga #om a tese de in?un$%o ao go!o 2ue egula os nossosafetos3 pa!ees e dese?os3 ou se?a3 os po#essos de su5?eti"a$%o da

foma9$%o so#ial #ontempoJnea@ -etomando as teses deE=en5eg so5e o #onsumo3 ele #omplementa8

@@@ n%o s%o mais os "aloes mateialistas e o #onsumo3 #onsideado

#omo um podeoso na#'ti#o so#ial3 @@@ 2ue s%o efeentes do de5ate3

mas a so5e"i".n#ia de indi"6duos #olo#ados em uma #on#o.n#ia

sem e/teio@ Passa9se de uma "is%o sedati"a a uma "is%o psi#oes9

timulante@ A infle/%o do dis#uso so5e os medi#amentos psi#ot'9 pi#os su5stitui o 'pio do po"o pela so#iedade dopada8 o indi"6duo so5

pefus%o 1 um aspe#to da empesai!a$%o da "ida@ A o5sess%o de

gan=a3 de "en#e3 de se algu1m3 e o #onsumo em massa de medi9

#amentos psi#ot'pi#os est%o esteitamente ligados3 pois uma no"a

#ultua da #on2uista 13 ne#essaiamente3 uma #ultua da ansiedade3

2ue 1 a fa#e de som5a dela@ :E=en5eg3 (B&B3 p@&);<

A e/a#e5a$%o do indi"idualismo #ontempoJneo su5stituiu as

páti#as de epess%o ao indi"6duo pela sua =ipeestimula$%o3




tendo em "ista um so5e"i"en#ialismoF :Pel5at3 (BBZ< dento daso#iedade dopadaF@

Desse modo3 os psi#ot'pi#os da Fso#iedade dopadaF n%o s%omais paa anestesiá9la3 mas paa fa!.9la mais9go!aF3 em outas

pala"as3 paa se e/tai sua mais9"alia@ O indi"6duo so5 pefu9s%oF na empesai!a$%o da "idaF3 ao empen=a9se em supea a simesmo #onstantemente3 n%o pe#e5e 2ue3 no po#esso3 tem a suaenegia "ital es"a!iada@

Dento dessa l'gi#a3 do outo "isto #omo o5?eto3 #ada "e! maiso#oe o es"a!iamento do espa$o p75li#o3 de #ompatil=amento de

ang7stias #oleti"as@ Assim3 a5indo espa$o paa a medi#ali!a$%o de po5lemáti#as so#iopol6ti#as3 a indi"iduali!a$%o do mal9esta da#ul9tua e a pala"a do su?eito modulada pelo ph.rma!on@

Po fim3 1 pe#iso fa!e uma essal"a8

@@@ 1 pe#iso e#on=e#e 2ue a id1ia de sintoma so#ial 1 #onto9

"esa na psi#análise@ Em pimeio luga3 po2ue a so#iedade n%o 1

um su?eito em segundo luga3 po2ue o sintoma so#ial3 em5oan%o ten=a outa e/pess%o al1m da2uela dos su?eitos 2ue atuam esofem3 n%o se edu! ao somat'io dos sintomas singulaes em

#i#ula$%o@ :Ke=l3 (BB;3 p@(<

Nesse sentido3 po#uamos te #autela na fomula$%o de =ip'9teses a espeito da depess%o #omo modalidade do sintoma so#ial

#ontempoJneo3 "isto 2ue o in#ons#iente 1 sempe tansindi"idual3assim #omo suas manifesta$,es@ A afima$%o da depess%o #omosintoma so#ial pode soa inade2uada3 #ontudo

analisa o aumento signifi#ati"o das depess,es #omo sintoma do mal9

esta so#ial no s1#ulo I signifi#a di!e 2ue o sofimento dos

depessi"os fun#iona #omo sinal de alame #onta a2uilo 2ue fa! água

na gande nau da so#iedade man6a#a em 2ue "i"emos@ ;"e m"itasvezes as simples manifesta-<es de tristeza se9am entendidas =e

medicadas> como depress<es graves s4 faz confirmar essa id'ia1 @@@

as simples manifesta$,es da do de "i"e pae#em intoleá"eis em




uma so#iedade 2ue aposta na eufoia #omo "alo agegado a todos os

pe2uenos 5ens em ofeta no me#ado@ :Ke=l3 (BB;3 p@)&3 gifo nosso<

Assim3 a ati#ula$%o do gadget #om o dispositi"o damedi#ali!a9$%o na depess%o s' efo$a nossa tese de 2ue a

5anali!a$%o de anti9depessi"os suplementaia o in#Gmodo pomo"ido pela depess%o a e/pei.n#ia nos ofee#e pistas so5e ofun#ionamento da nossa #ultua do #onsumo@

Sendo assim3 le"antamos =ip'teses de #omo o modo de "ida daso#iedade #ontempoJnea tona os depessi"os os desafinados dos

#oos dos #ontentesF :Neto apud Ke=l3 (BB;<@ E/pli#itamos umaleitua poss6"el3 dente outas3 so5e as #ondi$,es do #es#imentodo diagn'sti#o de depess%o3 e as mudan$as das in?un$,es no la$oso#ial 2ue pemitiam 2ue a e/pei.n#ia depessi"a fosse #olo#ada#omo o mal do s1#uloF@ Intentamos #om o elato das ente"istasegue mais pilaes 2ue pemitam a sustenta$%o dessas =ip'teses@





2O/ $0'i!%r!//i8o/

3sto" vivendo no m"ndo do hospital 7omando

rem'dio de psi&"iatria mental aldol( 5iaze,

pam( @ohypnol( Prometazina111

Me" m'dico n0o sabe como me tornar "mcara normal

Me amarram( me

aplicam( me s"focam

n"m &"arto trancado

Socorro So" "m

cara normal

asfi*iado1 Minha

m0e( me" irm0o(

minha tia( minha tia

Me encheram de drogas de levomepromazinna1

Ai( ai( ai &"e s"foco da vida

3sto" cansado de tanta levomepromazina

:Sufo#o da "idaF +ompositoes8 >amilton3

Mau6#io e Ale/ande M@ >amonia enlou2ue#e<

Na se$%o anteio3 men#ionamos 2ue os

antidepessi"os s%o gadgets3 o5?etos de #onsumo

ápido e #uto #om o 2ual o su?eito se




ela#iona@ Neste #ap6tulo3 petendemos esmiu$a outas fa#es dosantidepessi"os@

Ini#ialmente3 pensamos nele #omo o ph.rma!on3 uma su5stJn9#ia 2ue os#ila do em1dio ao "eneno@ Em nossa análise3 pudemoso5se"a esse espe#to ap's uma tiste #oin#id.n#ia nas ente"istas3

pois tanto a +aolina 2uanto o Ran#is#o tentaam sui#6dio ?usta9mente po meio da ingest%o de "áios medi#amentos3 dente elesantidepessi"os@

No +ap6tulo )3 nos de5u$aemos longamente nessa análise3mas adiantamos 2ue n%o e/istem dogas psi#ofama#ol'gi#as se9

guas@ Se 2ual2ue psi#ofáma#o fo mal empegado3 ou utili!adoinde"idamente3 sem nen=um a#ompan=amento3 o tatamento podeat1 esulta em '5ito@ Nos #asos a#ima #itados3 #laamente3 o anti9depessi"o n%o se"iu e/atamente ao seu pop'sito ini#ial teap.u9ti#o3 ou se?a3 n%o au/iliou o su?eito a se eposi#iona fente ao seusofimento e nem possi5ilitou nen=um des"io@

A pati das ente"istas3 ais#amo9nos a ela5oa a =ip'tese de

2ue eles3 +aolina e Ran#is#o3 en"iaam a seguinte mensagem3 paa si e paa o Outo8& Fse 2ueem 2ue eu tome em1dios paa n%osofe3 tomaei todos de uma "e! paa n%o senti mais nadaF@Afimamos isso3 pois am5os di!iam 2ue3 na "edade3 n%o 2ueiam#omete sui#6dio3 s' n%o 2ueiam pensa e nem senti@

+aolina naou t.s passagens po alas psi2uiáti#as e uma pela

#l6ni#a de ea5ilita$%o@ +onta te e/peimentado mais de no"e tipos de

dogas3 legais e uma ilegal3 ente outas situa$,es@ Ran#is#o3 po sua"e!3 #onta 2ue3 ao longo dos t.s anos de tatamento3 usou uma

& O Outo3 na teoia la#aniana3 di! espeito C dimens%o sim5'li#a 2ue está naoigem da di"is%o do su?eito@ A fa#e sim5'li#a do Outo pode se esumida #omo ae/ist.n#ia necess.ria da linguagem 2ue detemina e pe#ede a e/ist.n9#ia dos

su?eitos@ Mas o #ampo sim5'li#o 1 sustentado su5?eti"amente so5e epesenta$,esimagináias do Outo8 o imagináio po". #onsist.n#ia ao sim5'li#o e C Lei 2ueele detemina@ A fa#e imagináia do Outo s%o as fomas

estas sim3 #ontingentes ata"1s das 2uais3 em #ada #ultua3 a Lei sim5'li#ase apesenta aos =omensF :Ke=l3 (B&&3 p@&B<@




p6lula paa #ada momento difeente da "ida@ -esultado8 em t.sanos3 ele passou po &( #om5ina$,es medi#amentosas difeentes@

+aolina3 2ue se en#onta"a em psi#oteapia3 #onfiden#ia9nosum dado #uioso a espeito do luga da psi#ologia no seu #6#uloso#ial@ Ela nos e"ela 2ue as pessoas n%o se espantam 2uandosa5em 2ue ela toma em1dios psi2uiáti#os3 po1m3 2uando fala da

psi#o9teapia3 isso #ausa um estan=amento@ Tal"e! po2ue se?adif6#il en#onta algu1m 2ue n%o ingia em1dio de 2ual2ue tipo ese?a ao algu1m em psi#oteapia@

Possi"elmente3 a psi#ologia o#upa na so#iedade o luga de das

Bnheimliche@(

Esse estan=amento nos ta! a 2uest%o in"esa8 2ual seá afun$%o do antidepessi"o3 na e/pei.n#ia depessi"a3 paa *sente"istad*s De um em1dio paa esta5ili!a a do Nesse senti9do3 2ue tipo de ogani!a$%o está ofee#endo

Defendemos 2ue o 2uado depessi"o3 longe de se s' estitoao esultado de um des5alan#eamento neuo2u6mi#o a se

#oigido #om o antidepessi"o3 1 uma e/pei.n#ia de sentido@Logo3 uma teap.uti#a estitamente fama#ol'gi#a da depess%odifi#ilmente 1 e#omendá"el@

Paa defendemos esse posi#ionamento3 es5o$aemos poposi9$,es a espeito das dimens,es dos psi#ofáma#os paa#onstuimos pistas elati"as aos al#an#es de sua atua$%o@

i# Lauent :(BB(<3 em um te/to #=amado +omo engoli a

p6lulaF3 analisa 2uato dimens,es da p6lula #omo o5?eto li5idinal e32ue est%o intimamente inteligadas8 o ph.rma!on3 o mais de "idaF3

( Reud #ompeende 2ue o Bnheimliche3 no sentido mais 7til de n%o #on=e9#ido3 n%o familia ou sel"agem3 13 na "edade3 uma dei"a$%o de eimlich3#u?a signifi#a$%o #=ega3 Cs "e!es3 de modo supeendente3 a coincidir #omele eimlich 1 algo antes familia ou dom1sti#o 2ue "iia a gan=a3 po alguma #ondi$%o espe#ial posteio3 a 2ualidade de assustado@ Po1m3 o #aá9

te angustiante da e/pei.n#ia n%o se ?ustifi#a apenas po2ue se tata de umelemento impe"isto ou des#on=e#ido8 apesentando9se #omo no"idade aosu?eito3 a sensa$%o Bnheimlich 1 estan=a po2ue3 em algum momento de seu passado algo no"o se agegou ao #omponente antigo fa!endo #om 2ue se to9nasse te6"elF@ :Dion6sio3 (B&B3 p@&XH<



-. )*AME +ONATAN POLI DOS SANTOS

o pla#e5o e o anest1si#o@ A dimens%o dial1ti#a do ph.rma!on( do

antidepessi"o3 seá e/ploada no item seguinte@ Adiantamos 2ue8

@@@ o medi#amento e"ela3 po sua dimens%o 5iol'gi#a p'pia3 um

aspe#to do 2ue dei"a da dimens%o do in#ons#iente tans5iol'9

gi#o@ O medi#amento tem estan=as ela$,es #om a epeti$%o@ Se o

en#ontamos onipesente em nosso #ampo3 n%o seia po 2ue #om9

5ina muito 5em #om esse paasita do oganismo 2ue 1 o in#ons9

#iente :Lauent3 (BB(3 p@)<

Essa afima$%o se efee C dimens%o de pla#e5oF do medi#a9mento@ A a"alia$%o do efeito pla#e5o de um medi#amento 1 uma"aiá"el essen#ial paa a apo"a$%o3 ou n%o3 da disti5ui$%o ?untoaos 'g%os eguladoes da 2uest%o@

Angell :(B&&<3 ao #omenta os estudos de Kis#= so5e os anti9depessi"os3 e/p,e 2ue Z dos pla#e5os foam t%o efi#a!es2uan9to os antidepessi"osF :Angell3 (B&&3 p@<@

Ela elata 2ue nos testes de apo"a$%o dos seis antidepessi"osmais usados3 no pe6odo de &;HZ e &;;; Po!a#3 Pa!il3oloft3 +e9le/a3 Se!onee3 Effe/o8

@@@ ao todo3 =a"ia ( testes das seis dogas@ A maioia deles ea

negati"a@ No total3 os pla#e5os eam H( t%o efi#a!es 2uanto os

medi#amentos3 tal #omo medido pela Es#ala de Depess%o de

>amilton3 uma #lassifi#a$%o dos sintomas de depess%o ampla9mente utili!ada@ :Kis#= apud Angell3 (B&&3 p@9X<

O 2ue supeendeu os pes2uisadoes foi pe#e5e 2ue os su?ei9tos

dos testes #oela#ionam a a$%o do medi#amento #om a apai$%o dos

efeitos #olateais@ Em outas pala"as3 a pati da autossugest%o3 se

"alida"a a efi#á#ia fama#ol'gi#a dos antidepessi"os@ O 2ue todos

esses medi#amentos tin=am em #omum ea 2ue podu!iam efeitos#olateais3 so5e os 2uais os pa#ientes pati#ipantes =a"iam sido

infomados de 2ue podeiam o#oeF :Angell3 (B&&3 p@X<@



FELIZ PARA SEMPRE, -1

Tenta9se e/puga o efeito pla#e5o3 ?á 2ue este en"enenaia a o5?e9

ti"idade teap.uti#a do tatamento psi#ofama#ol'gi#o@ Psi#analiti9

#amente falando3 o efeito pla#e5o n%o 13 meamente3 uma sugest%o

dos efeitos3 tata9se3 antes3 do sugimento da su5?eti"idade3 isto 13 o

apae#imento da dimens%o do in#ons#iente tans5iol'gi#oF@

@@@ o pla#e5o n%o 1 paa se utili!ado de maneia su5tati"a@ Ele

e"ela simplesmente 2ue todo medi#amento 1 insepaá"el de uma

a$%o su5?eti"a@ @@@ O pla#e5o3 de fato3 de"e nos sepaa da ilus%o

su5stan#ial@ N%o =á possi5ilidade de sepaa o medi#amento de seu

su?eito@ O son=o da pue!a 5io2u6mi#a 1 uma ilus%o3 mas o son=o

do isolamento da #en$a no medi#amento #omo sugest%o tam51m

o 1@ :Lauent3 (BB(3 p@)<

A "etente mais de "idaF3 ou mais9de9li5idoF3 do psi#ofáma9#o3 1 semel=ante aos noot'pi#os3 isto 13 em1dios psi#oestimulan9tes 2ue guadam a pomessa de apimoa a performance :#opoal3

pofissional3 intele#tual3 emo#ional et#<@ Po e/emplo3 o #l6ni#ogeal di!ia paa Qosefina 2ue o antidepessi"o a?udaia aemage#e3 #ontolaia ansiedade e faia 5em paa ela@ No entanto3n%o e/pli#ou 2ue tam51m #ausa"a depend.n#ia :2u6mi#a e

psi#ol'gi#a< e 2ue a peda de peso ea um dos efeitos #olateais@Ainda #a5eia a pe9gunta8 5em paa 2uem Pois3 se 1 pe#isofa!e as #oisas3 pelo 5em3 na páti#a de"e9se de"eas sempe

pegunta pelo 5em de 2uemF :La#an apud Ke=l3 (B&&3 p@&BH<@

uando o su?eito pede a seguan$a de uma ela$%o =amoniosa

#om essa "ida3 2uando pede seu #opo li5idinal3 o antidepessi"o

afima9se #apa! de en"ia uma mensagem enganosa@ Intefeindo

na mensagem de do3 mediante um no"o go!o3 ele a #onfunde@ Ele

se afima #apa! de fa!e es2ue#e a infeli#idade do su?eito@

:Lauent3 (BB(3 p@)X<

Dento dessa gama das atua$,es inde"idas dos antidepessi9

"os3 podemos #olo#a3 tam51m3 o asuamento da su5?eti"idade3 o



-2 )*AME +ONATAN POLI DOS SANTOS

apagamento do su?eito@ +omo elatou Vealdo3 o uso e/#essi"o deantidepessi"os dei/ou9o em ponto motoF3 sem tans5odamen9tos3 nem #ises@

Seá 2ue se tata apenas de es#ol=e o efeito #olateal :a do ps69

2ui#a ou o do antidepessi"o< Ent%o po2ue toma +omo e po 2ue

engoli esse dis#uso en#apsula9do uais s%o seus 5enef6#ios

Muitos dos ente"istados naam 2ue os antidepessi"os d%o um 5em9esta3 ali"iando9os da2uele sofimento 2ue o#upa"a os seusdias@ Nas pala"as de +aolina3 1 um fa"o!in=oF3 #u?a fun$%o 1e2uili5a o fun#ionamento #ee5al3 "isto 2ue3 sem o em1dio3 o

fun#ionamento #ee5al "ai fi#a desoientado segundo ela3 tata99se de uma 2uest%o puamente 2u6mi#a@

Os medi#amentos psi#oati"os podem atua na esta5ili!a$%o de#ises agudas3 fone#endo deteminada ogani!a$%o ps62ui#a3 fa#i9litando assim 2ue o su?eito #onsiga se e/pessa de outasmaneias3 #omo 1 o #aso da Qosefina3 paa a 2ual o antidepessi"o2ual deu mais Jnimo3 a?udou a sai do etaimento@ Esse passo

ini#ial pode se essen#ial3 entetanto3 de"e se i al1m@Tal"e! um psi2uiata psi#osso#ialF :+osta9-osa3 (B&&< ten=a

2ue medi#a minimamente3 suspendendo o insupotá"el do sofi9mento3 paa 2ue algo a maisF possa se podu!ido e3 dessa foma3o su?eito possa ela5oa e #onstui outas sa6das@

Qá 2ue o medi#amento n%o somente atua nos #i#uitos neuonais3 o

psi#ofáma#o de"e dei/a o má/imo de espa$o paa 2ue o pa#iente

possa ta5al=a no sentido de #onstu$%o de uma etifi#a$%o su59 ?eti"aF ao seu sofimento e3 assim3 o su?eito de dese?oF possa ad"i@

A a$%o do antidepessi"o de"e tona poss6"el ao su?eito se tona

potagonista do seu tatamento3 espeitando seu tempo su5?eti"o8

@@@ o 7ni#o e geal #onsel=oF a espeito da depess%o e dos

estados depessi"os #enta9se em #onsonJn#ia #om os aspe#tos

metapsi9#ol'gi#os 2ue ela5oamos em ela$%o a eles no espeitodos diei9tos do depimido em se etia ?unto de n's3 ofee#endo9

l=es um leito paa sua depess%o@ :Delou_a3 (B&B3 p@&&;<




Nesse sentido3 a psi#análise pode ofee#e uma es#uta difeen#ia9da

paa a e/pei.n#ia depessi"a3 um leito paa a depess%o 2ue n%o se?a de

Po#usto3 em outas pala"as3 um espa$o 2ue se espeite o seu tempo

su5?eti"o3 sem 2uee apessadamente tonifi#a o su?eito@ A pes#i$%o de

psi#ot'pi#os de"e espeita a es#ol=a do su?eito de e#o9l=imento do

inte#Jm5io so#ial3 um afastamento da #ena espeta#ula@ A mesma l'gi#a

pode se pensada na utili!a$%o de antidepessi"os8

@@@ isso n%o signifi#a n%o semos atentos paa os sinos de seu tempo

de despeta@ A tend.n#ia em 2uee animá9los3 ou se?a3 #=amá9los

apessadamente paa o Sol e paa a "ida3 n%o 1 pudente@ A ma#i$a e

a#eleada podu$%o n%o apenas dos neuo e psi#ot'pi#os3 mas

tam51m dos estudos e tatamentos sugesti"os a#e#a da depes9s%o

#onstitui uma imagem in"esa da lentid%o de 2ue o depimido

ne#essita@ As pimeias dogas antidepessi"as #ustaam a "ida dos

pa#ientes@ O Jnimo a#eleado 2ue #ompotam n%o esiste C tend.n9#ia

ao sui#6dio3 2uando n%o o po"o#a@ :Delou_a3 (B&B3 p@&(B<

Nesse sentido3 =á 2ue se te pud.n#ia e esponsa5ilidade #omo uso de antidepessi"os paa a#elea a "agaosidade depessi"a3"isto 2ue temos pou#as pes2uisas so5e 2uantos su?eitos ?á se sui9#idaam3 ou tentaam3 ap's seem eanimadosF apessadamente

pelos antidepessi"os no entanto3 n%o podemos dei/a de in"o#á99los ao despeta do seu dese?o@

O phármakon

O ph.rma!on 1 o mo"imento3 o luga e o ?ogo :a podu$%o< da

difeen$a@ Ele 1 a diferencia da difeen$a@ Ele mant1m em ese"a3 na

sua som5a em "ig6lia inde#isas3 os difeentes e o diferindos 2ue a

dis#imina$%o "iá a6 e#ota@ As #ontadi$,es e os paes de opos9tosle"antam9se so5e o fundo dessa ese"a dia#6ti#a e difeente@ Qá

diferante3 essa ese"a3 po pe#edeF a oposi$%o dos efeitos

difeentes3 po pe#ede as difeen$as #omo efeitos3 n%o tem pois



-4 )*AME +ONATAN POLI DOS SANTOS

a simpli#idade pontual de uma coincidentia oppositor"m@ Desse

fundo3 a dial1ti#a e/tai seus filosofemas@ O ph.rma!on3 sem nada se

po si mesmo3 os e/#ede sempe #omo seu fundo sem fundo@ Ele se

mant1m sempe em ese"a3 ainda 2ue n%o ten=a pofundidade

fundamental nem 7ltima lo#alidade@ N's o "eemos pomete9se ao

infinito e se es#apa sempe po potas se#etas3 5il=antes #omo

espel=o e a5etas so5e um la5iinto@ :Deida3 &;HH3 p@Z<

uando falamos de efeitos ad"esos3 a igo3 e/istem efeitos pi9máios3 os 2uais s%o a2ueles 2ue po#uamos atingi3 e os

efeitos se#undáios3 #on=e#idos #omo efeitos #olateais@Seguindo pelo #amin=o ?á ta$ado3 seá 2ue apenas douou9se

a p6lulaF3 ou finalmente en#ontamos o emplasto 0ás +u5as3 Fa#ua de todos os malesF +etamente n%o@ No limite3 se pensamos2ue o sofimento 1 algo ineente C "ida3 Fa #ua de todos os males1 a p'pia mote@

+ontudo3 "endem9se os antidepessi"os #om uma pomessa de

um tatamento seguoF3 uma "ida sem tu5ul.n#ias3 uma ilus%o de'ti#a da #ua@ +=ega9se no limite de3 nem ao menos3 fone#e a

5ula3 pois o medi#amento seia &BB seguo3 #omo foi o #aso deQosefina3 2ue nem sa5ia 2ue o tipo de medi#amento 2ue toma"a eaum antidepessi"o3 des#o5indo po meio de te#eios3 ?á 2ue o#l6ni#o geal n%o l=e infomou@

Isa5ela tam51m n%o tin=a lido a 5ula@ N%o sa5ia o fun#iona9mento

fama#o#in1ti#o do antidepessi"o e nem muito menos os seus efeitos#olateais@ Ao se indagada so5e infoma$,es a espeito do

antidepessi"o 2ue toma"a3 disse te ou"ido uma pes2uisa so5e #omo

ele esta"a aumentando o 6ndi#e de sui#6dio@ Os outos t.s en9

te"istados tin=am infoma$,es so5e os efeitos dos medi#amentos@

Um dos is#os dos antidepessi"os3 in#lusi"e es#ito na 5ula3 1o de sui#6dio3 #omo a#onte#eu #om Ran#is#o e +aolina duante o

tatamento psi#ofama#ol'gi#o@ Isso ta! C tona a dimens%o t'/i#ado ph.rma!on8 #omo um em1dio3 dito #omo totalmente seguo3

pode "ia um "eneno




+omo men#ionado no in6#io3 ph.rma!on #aega3 na sua ai!semJnti#a3 o sentido de em1dio e "eneno@ Pe#e5emos 2ue essesdois polos3 apaentemente opostos3 difeen#iam9se apenas pela do9sagem3 isto 13 #onfome a dose3 o antidepessi"o pode tanto ali"ia o sofimento 2uanto into/i#a o su?eito a ponto de le"á9lo a '5ito@

Isso pode pae#e '5"io3 #ontudo8

@@@ #on"1m pe#isa o sentido 2ue ati5u6mos ao temo

medi#ali!a9$%o nesses dois meios de a$%o da psi2uiatia@ Pimeio8

medi#ali!a9$%o3 utili!a$%o do fáma#o #omo meio de a$%o a priori

o ph.rma!on apesenta9se3 agoa3 assepsiado de sua am5iguidade8

e/ta6do o efeito "eneno3 ele fi#a e#ondu!ido ao ideal de uma

a$%o e/#lusi"a9mente 5enigna@ :+osta9-osa3 (B&&3 p@(HZ<

O po#esso de o5nu5ila$%o da to/i#idade do psi#ofáma#o 1 p'pio da medi#ali!a$%o3 pomo"endo o medi#amento psi#oati"oC posi$%o de um ideal@ O antidepessi"o pae#e es#amotea as me9

tanaati"asF3 #omo a#onte#eu #om Vealdo 2ue3 mesmo ap's ofim de um longo =ist'i#o de "iol.n#ia dom1sti#a3 psi#ol'gi#a ef6si#a3 #ontinuou a toma antidepessi"os e s' foi #ome$a aela5oa essa =ist'ia anos depois na psi#oteapia@

Qosefina tin=a uma est'ia semel=ante3 ela sofia na #on"i".n9#ia #om seu maido3 pois ele a insulta"a #oentemente e ela n%o#onseguia se defende@ Sepaou9se dele3 mas ainda sofia #om a

into"es%o@ Depois de uma #ise ne"osa3 #ome$ou a toma anti9depessi"os3 fa!e psi#oteapia e3 assim3 #onseguiu impo9se mais edefende9se@

A poposta de uma e/ist.n#ia sem sofimento 1 ealmente se9dutoa3 mas seá 2ue essa assepsia da "ida 1 sem #usto Seá 2ue aaus.n#ia de despa!e pomo"ida pelo antidepessi"o 1 o mesmo2ue pesen$a de pa!e

Isa5ela nos elata 2ue sente a ne#essidade de te a#ompan=a9mento psi#oteápi#o po2ue n%o a#=a 2ue s' o em1dio "ai a?uda@Ela a#edita 2ue3 #om os dois ?untos3 #onsegue e/po mais seus

po5lemas3 pe#e5endo onde está eando ou n%o@ Sente o em1dio



-( )*AME +ONATAN POLI DOS SANTOS

#omo um apa!igua9do3 mas ele n%o a fa! tenta muda em ela$%oa isso@

Podemos di!e3 em #eta medida3 2ue o antidepessi"o fun#iona#omo um amuleto3 ou se?a3 um gadget paa suplementa detemi9nada sensa$%o de seguan$a e3 tam51m3 uma muleta3 um atif6#iootop1di#o 2ue a?uda o su?eito a se e2uili5a@ Assim3 o5se"amos aam5iguidade do antidepessi"o3 um anest1si#o3 silen#iando a do3mas n%o dá uma ela5oa$%o ao #onflito@ +ontudo #omo podeia oantidepessi"o fa!e isso

O medi#amento pode se um meio paa au/ilia a pomo$%o de

sa7de3 mas n%o pode se um fim em si@ O ph.rma!on 1 um ins9tumento #om efeitos #olateais 2ue de"e se au/ilia no fomento Cautonomia e3 potanto3 fa#ilita a #ia$%o de e#usos paa o enfen9tamento da #ise@

O 2ue o5se"amos 1 uma mudan$a na p'pia #on#ep$%o de sa7de3

entendida #omo gest%o de is#os e3 nesse sentido3 o #onsumo de

antidepessi"os 1 paa da #ontin.n#ia na #onten$%o das #ises

depessi"as@ +omo di!ia +aolina3 os psi#ofáma#os 2ue ela toma"aeam mais 2ue uma a?udin=aF3 eam o 2ue a impedia de suta@

S' 2ue a pe"en$%o e/#essi"a a#a5a esultando em umtatamen9to t'/i#o3 em uma iatogenia iatros :m1di#o< e genesis

:oigem< 3 isto 13 o po#esso da medi#ina3 2ue de"eia potege sa7de3 a#a5a pe?udi#ando a mesma e3 paado/almente3 podu!mais doen$as :Illi#= apud Vauden!i Otega3 (B&(<@

So5e isso3 W=itabe #=ega a fa!e uma ela$%o ente o desen9"ol"imento dos psi#ofáma#os e o #es#imento das psi#opatologias8

Antes do tatamento3 os pa#ientes diagnosti#ados #om depes9s%o3

es2ui!ofenia e outos tanstonos psi2uiáti#os n%o sofem nen=um

dese2uil65io 2u6mi#oF@ No entanto3 depois 2ue uma pessoa passa a

toma medi#a$%o psi2uiáti#a3 2ue petu5a a me#J9ni#a nomal de

uma "ia neuonal3 seu #1e5o #ome$a a fun#iona@@@anomalmente@ :W=itabe apud Angell3 (B&&3 p@<




Illi#= :&;Z< #=ama isso de iatog.nese #l6ni#a@ Nesse n6"el deiatog.nese3 as doen$as s%o #ausadas pelos p'pios efeitos se#un9dáio do tatamento@ Illi#= difeen#ia t.s n6"eis de iatogenia8 #l69ni#a3 estutual :ou #ultual< e so#ial@ Dento da iatog.nese #l6ni#a3

podemos in#lui a depend.n#ia psi#ol'gi#a@Tal"e! entendamos mel=o a fama#odepend.n#ia pelo po#es9

so in"eso3 de etiada do medi#amento3 #=amada desa5itua$%o3 ouo desmameF@ Se a etiada do medi#amento #=ama9se desma9meF3 ent%o tal"e! possamos pensa 2ue a entada e a fi/a$%o do

psi9#ofáma#o na "ida do su?eito guada alguma ela$%o #om os

o5?etos tansi#ionais3 ligados C oalidade da amamenta$%o@Potanto3 1 poss6"el 2ue o antidepessi"o se?a um o5?eto tan9

si#ional3 2ue fun#ionaia #omo um 5ote sal"a9"idas3 sem o 2ual osu?eito a#edita 2ue afogaia na depess%o@ Entetanto3 os dados2ue temos n%o nos pemitem afima isso #om seguan$a3 uma "e!2ue o5se"amos3 em duas ente"istas3 tentati"as de sui#6dio3indepen9dente da utili!a$%o de antidepessi"os@

+aolina foi a 7ni#a ente os ente"istados 2ue n%o tin=anen=um in#Gmodo a espeito da depend.n#ia em ela$%o aosmedi#amentos3 di!ia 2ue se esse ea o pe$o paa mante o seu

5em9esta3 estaia mais 2ue disposta a paga@ *s out*s elata"am#eto des#onfoto em pensa 2ue teiam 2ue toma pelo esto da"ida@ Vealdo3 aliás3 ea o 7ni#o 2ue esta"a efeti"amente na fase dedesmame3 a etiada do medi#amento@

Iatogenia so#ial seia uma to/i#omania medi#amentosaF3 2uese im5i#a3 dietamente3 C medi#ali!a$%o do so#ial@ Tata9se doefeito so#ial n%o dese?ado e danoso do impa#to so#ial da medi#ina3mais do 2ue o de sua a$%o t1#ni#a3 #omo 1 o #aso da iatog.nese#l69ni#aF :Vauden!i Otega3 (B&(3 p@(H<@

Iatog.nese #ultual 1 a etiada da impotJn#ia do sofimento na

"ida3 a pasteui!a$%o da e/ist.n#ia@ Sendo assim3 a suposta psi9

#opatologia 1 tatada #omo disfun$%o neuo2u6mi#a a se e2uili5a9da#om em1dios@ Po #onse2u.n#ia3 pi"a9se o su?eito de enta em

#ontato #om o #onte7do latente3 5en!endoF o sintoma3 a5sol"en9do9

oF3 ou mel=o3 desimpli#ando o su?eito da sua podu$%o@



-- )*AME +ONATAN POLI DOS SANTOS

O essen#ial a#a5a sendo afastado do su?eito3 isto 13 o sintoma 1

um tentame de #ua9se8

Es#uta o sintoma #omo podu$%o de modos de su5?eti"a9$%o

impli#a #on#e5e a páti#a e a #l6ni#a #omo espa$o pol6ti#o de

a#ol=imento e gesta$%o de su5?eti"idades 2ue pedem passagem3

ou"indo a naati"a do pa#iente n%o apenas #omo uma enun#ia$%o

indi"idual3 mas #omo um modo singula de di!e uma =ist'ia 2ue

1 ne#essaiamente #oleti"a@ :Nei3 (BB3 p@&BX<

Nesse sentido3 medi#a o sintoma3 "isando sua elimina$%o3 1 aasua da p'pia su5?eti"idade Na 5us#a po uma "ida esteili!adade sofimento3 alme?a9se a podu$%o de um 5em9esta3 s' 2ue podese um 5em 2ue #ondu! ao pioF :La#an3 &;Z&9Z( (B&(<@ O #on9foto 2ue o medi#amento popi#ia n%o pode fa"oe#e a estagna$%odo su?eito a #on"o#a$%o do sintoma3 na psi#análise3 1 um #on"iteC su5?eti"a$%o do dese?o@

Atende C demanda do su?eito po uma esposta ápida e fá#ilao seu sofimento pode te efeitos ps62ui#os desastosos3 pin#ipal9mente3 po2ue o 2ue se pede 2uase nun#a o #ondu!iá ao 2ue elede9se?a@ O sintoma po mais mal falado 2ue se?a3 #aega o 5em9di!e da "ia dese?ante@ Potanto8

La#an lem5a o m1di#o de seu luga 1ti#o3 2ue 1 situa9se a

pati da]demanda^@ Essa dimens%o 1ti#a3 2ue a#ompan=a ne#essa9iamente o medi#amento3 n%o 1 edut6"el Cs nomas da 5oa #l6ni#a@@@@ La#an lem5a o m1di#o de seu de"e 1ti#o a pati das poten9#ialidades do medi#amento3 apaato 2ue assinala a iup$%o damedi#ina na #i.n#ia@ O medi#amento 1 e/ta6do da linguagem pela#i.n#ia3 mas 1 o su?eito 2ue o eintodu! na estutua@ O su?eito domedi#amento3 a2uele 2ue o a#ompan=a #omo sua p'pia som5a3

efetua a eins#i$%o do medi#amento nas #ategoias do dito@ N%o 1um meste3 1 um dos signifi#antes9mestes de nossa #i"ili!a$%o@:Lauent3 (BB(3 p@)H<



FELIZ PARA SEMPRE, -

O m1di#o de"e se posi#iona eti#amente a pati da demanda@ Ela

de"e se a desen#adeadoa do ta5al=o teap.uti#o e n%o o seu fim@

Ent%o3 n%o se tata apenas de #omenta a am5i"al.n#ia do ph.rma!on

:na sua dimens%o t'/i#a e de em1dio<3 nem a #ontapo9si$%o do

medi#amento 2ue fa! e/pessa e o 2ue silen#ia :Lauent3 (B&(< e nem

s' dis#uti a efi#á#ia sim5'li#aF do antidepessi"o@ indispensá"el a

dis#uss%o da gest%o e os fins 5us#ados 2uanto C pes#i$%o dos

antidepessi"os3 isto 13 a dimens%o 1ti#a@

A &'i#$ o ;!m i!r ou &'i#$ o <;!0!r< o /i0'om$, Liberdade ' po"co1 2 &"e e" dese9o ainda n0o

tem nome1

:Peto do +oa$%o Sel"agem : +lai#e Lispe#to<

-etomando as #onti5ui$,es psi#anal6ti#as so5e o sintoma3 1 poss6"el fa!e uma analogia #om a a#7sti#a paa entendemos

mel=o o fun#ionamento sintomáti#o8 em um pimeio momento3ou"iemos o sintoma #omo um 5aul=o 5astante in#Gmodo aos ou9"idos e a atitude mais '5"ia seia silen#iá9lo #ontudo3 mesmo 2ueo sintoma este?a foa de sintonia #om o som ao edo3 está dentoda fe2u.n#ia polifGni#a do dese?o3 "isto 2ue o dese?o 1

poli"alente3 pois 1 um ati#ulado3 1 uma "ia@Potanto3 po mais desagadá"el 2ue se?a aos ou"idos3 n%o se

pode des#onsideá9lo ou o5stui sua passagem3 "isto 2ue a disto9$%o sonoa podu!ida pelo sintoma 1 de autoia do p'pio su?eito@

As dis#uss,es deste su5item n%o se limitam aosantidepessi"os3 s%o tam51m efle/,es a espeito do uso de todosos psi#ofáma#os3 pois3 as #olo#a$,es3 at1 agoa e/postas3tonaam a 2uest%o da 1ti#a imanente@ ne#essáio pegunta 2ualsa7de afinal está sendo 5us9#ada E 2ual está sendo podu!ida

Dis#utiemos a 1ti#a psi#anal6ti#a em #ontaponto C páti#amedi#ali!ante em #uso na so#iedade@ Patiemos da 1ti#a de 5emdi!e o sintoma em oposi$%o ao 2ue nomeaemos de 5en!eduaF



. )*AME +ONATAN POLI DOS SANTOS

do sintoma3 uma a5sol"i$%o do en"ol"imento su5?eti"o em seusofimento@

A psi2uiatia DSMF :+osta9-osa3 (B&&< toma o sintoma #omoal"o do seu f"ror sanandi3 tentando atenuá9lo3 5alan#eá9lofama#o9logi#amente3 uma "e! 2ue se tata de um dese2uil65ioneuo2u6mi9#o@ +omo ?á foi e/pli#itado8

@@@ a peda das dimens,es da linguagem e do sa5e da figua do

doente na e/pei.n#ia da enfemidade se desdo5a na aus.n#ia da

su5?eti"idade nas petu5a$,es ps62ui#as@ A su5?eti"idade3 aliás3 1

uma figua ine/istente na psi2uiatia 5iol'gi#a ela n%o 1 nem

mesmo uma figua de et'i#a@ Na atual #on#ep$%o 5iol'gi#a das

petu5a$,es do esp6ito3 n%o =á espa$o paa a su5?eti"idade3 pois

de a#odo #om ela o doente está despossu6do de sua su5?eti"idade

na e/pei.n#ia do adoe#e ps62ui#o@ :0iman3 (BB&3 p@(<

+olo#a9se o su?eito C magem do sa5e so5e seu sofimento3 e

1 a isso 2ue a #l6ni#a psi#anal6ti#a se #ontap,e fundamentalmente3 pois o impossi5ilita de se eposi#iona peante a sua podu$%o sin9tomáti#a@ Paa a psi#análise8

Tata9se @@@ de fa!e #om 2ue o sintoma se tansfome :no sen9

tido tempoal< paa o p'pio su?eito3 no intuito de dei/a de se

sintoma do momento de #on#lui #on#lui em sua in#apa#idade

de lida de outa foma #om o go!o 3 paa tansfoma9se em umenigma do tempo paa #ompeende@ Em outos temos3 tata9se de

tansfoma o sintoma9esposta em sintoma9pegunta@ :uinet3

(BBH3 p@&;<

Desse modo3 n%o podemos pG um "1u na #onflitualidade ps69

2ui#a ineente ao sintoma3 isto 13 tata9se n%o apenas de n%o atende a

demanda po espostas ao sofimento3 mas de au/ilia #om 2ue osu?eito se eposi#ione peante as 2uest,es dese?antes :Che v"oi?>@)

) O 2ue dese?a




a pati disso 2ue a psi#análise #ulti"a sua 1ti#a3 #oespon9dente C e#onstu$%o su5?eti"a do sa5e a espeito do mal9esta 2ueo a#omete@ Desse modo3 o su?eito assume o papel ati"o na

podu$%o do seu sofimento3 etifi#ando9se3 su5?eti"amente3 no seusintoma3 ao #ontáio de 5en!.9lo3 ou se?a3 a5sol"e o su?eitoda2uilo 2ue o aflige@

A páti#a da 5en!eduaF nos emete dietamente C 1ti#a tute9la3 ?á 2ue etia do su?eito a possi5ilidade de sa5e so5e o seumal99esta3 somente emediando esse impasse@ A su5?eti"idade s'e/iste em ela$%o3 no enteF@

A psi2uiatia DSMF3 ao e#al#a as páti#as anteioes ao usode psi#ofáma#os3 tende a epodu!i3 em outos fomatos3 a 1ti#atutela de tatamento@ Se analisamos =istoi#amente3 o5se"amosuma #oin#id.n#ia ente o de#l6nio do modelo mani#omial #omomodo de tatamento em sa7de mental e o a"an$o das teses neuo92u6mi#as3 impulsionadas pelo desen"ol"imento psi#ofama#ol'gi9#o@ +omo #omenta +ose :(B&B<8

A diminui$%o do n7meo de intena$,es está ligada3 primeiro3 a

esse po#esso maio de desinstitu#ionali!a$%o da assist.n#ia

psi2uiáti#a3 em #uso desde &;(B@ :@@@< Seg"ndo3 o impa#to 2ue a

Vuea te"e so5e a mentalidade e a toleJn#ia so#ial3 2ue passou a se

manifesta de foma #ada "e! mais elo2uente #onta a segega$%o

instumen9tali!ada no asilo@ 7erceiro3 a mudan$a e#onGmi#a e so#ial

do p'pio Estado3 2ue3 de segega#ionista e epessi"o nos anos 2ue pe#edem a ea psi#ot'pi#a da psi2uiatia3 se tonou in#lusi"oF os

anti9gamente otulados o"tsiders passam a esta dento da má2uina de

#ontole neoli5eal 2ue o #apitalismo glo5ali!ado institui@ Oa3 esta

má2uina n%o somente n%o tolea o disp.ndio do apaato asila #omo

disp,e de instumentos de #ontole e #oe$%o mais efi#a!es e po mais

5ai/os #ustos@ ;"arto3 o se"i$o de emeg.n#ia dos =ospitais geais

tonou9se asilo dos desassistidos@ A aus.n#ia de possi5ili9dades de o pa#iente psi2uiáti#o se intena fe! deste um sem9teto homeless

:Isaa# Amat3 &;;B<@ Po fim3 a desassist.n#ia@ :+ose3 (B&B3 p@(<




O #omentáio #ondensa uma s1ie de tansfoma$,es o#oidasna so#iedade paa o a5andono das 1ti#as dis#iplinaes notatamento em sa7de mental@ Pimeio3 um apontamento so5e adesinstitu#io9nali!a$%o@ O #on#eito de desinstitu#ionali!a$%o

pessup,e a #om9posi$%o da ede de páti#as de desospitali!a$%o3desmedi#ali!a$%o e impli#a$%o su5?eti"a :+osta9-osa3 (BBB<3#ontudo3 espe#ialmente em ela$%o a páti#as desmedi#ali!antes3temos o5se"ado a"an$os t6midos na sa7de mental@

O 0asil "em passando3 nas 7ltimas d1#adas3 po um po#essode desospitali!a$%o e n%o ne#essaiamente de desinstitu#ionali!a9

$%o3 pois as estutuas e a l'gi#a asila foam mantidas em muitosse"i$os de sa7de mental@ Em muitos lugaes3 ainda se tenta en9#ea os su?eitos nos se"i$os de sa7de mental3 2ue supostamentede"eiam su5stitui a l'gi#a mani#omial@

As pondea$,es de +ose :(B&B< to#am3 tam51m3 na mudan$ada nossa so#iedade dis#iplina paa uma so#iedade do #ontole3 o2ue nos emete Cs institui$,es a #1u a5eto3 C #amisa de fo$a

2u6mi9#a :Sil"eia3 &;H&< potanto3 2uando #olo#amos em pauta a2uest%o da 1ti#a3 1 paa a"aliamos e/atamente 2uais s%o as

petens,es dos tatamentos e/#lusi"amente psi#ofama#ol'gi#os eo 2ue de fato tem se podu!ido@

As #onti5ui$,es da psi#análise nesse 5alan$o pae#em 6mpaes3

pois na medida em 2ue Reud modifi#ou o luga do in#ons#iente em

ela$%o ao da e/ig.n#ia pulsional no apael=o ps62ui#o3 foi poss6"el

essignifi#a a impotJn#ia do su?eito no #uidado de si8

@@@ o emane?amento te'i#o a 2ue se assiste na o5a de Reud

a5e espa$o paa o esgate da puls%o #omo #ia$%o adi#al3 isto 13

#omo impulso ou e/ig.n#ia de ta5al=o 2ue se efetua pela #ia$%o

de si@ As puls,es seiam3 antes3 fo$as 2ue emanam da potncia do

encontro 2ue se empeende pela "ia do egisto sim5'li#o da fala@

:-o!en9t=al3(BB;3 p@(;<

O te#=o a#ima pop,e uma guinada no pensamento feudiano3

passando da dial1ti#a da #ons#iente9in#ons#iente paa um paadig9




ma ps62ui#o de e/ig.n#ia pulsional de estil6sti#a de e#onstu$%ode si3 poposto pela ne#essidade de signifi#anti!a$%oF dos epe9sentantes pulsionais e a 1ti#a do en#onto3 do 5em di!e3 modulado

pela #adeia de signifi#ante@

O deslo#amento empeendido eoienta os inteesses da psi#a9

nálise3 intodu!indo no"as pioidades te'i#as8 do in#ons#iente em

die$%o a puls%o ou dos epesentantes em die$%o C fo$a

pulsional @@@ Esse no"o ei/o de peo#upa$,es te'i#as iia lan$a

o pensa9mento psi#anal6ti#o dietamente no egisto est1ti#o da

#ia$%o da su5?eti"idade e 1ti#o do en#onto3 mediado pelas leis da

fala e da linguagem@ :-o!ent=al3 (BB;3 p@(Z9H<

Em outos temos3 a puls%o e/ige #ia9ati"idade@ A puls%o 1 o

#on#eito psi#anal6ti#o 2ue to#a ao sintoma e ao dese?o3 podu!ida na

5oda do somáti#o #om o ps62ui#o e 2ue pepassa os teit'ios do

#opo e'geno e ogJni#o@ Sem nos alonga muito3 a puls%o 1 uma

fo$a po"eniente do somáti#o3 tonando a podu$%o de si ines#apá9"elao su?eito3 um #ompomisso da odem dese?ante de uma #ia$%o de si

mesmo3 #omo uma #=ama ineente C e/ist.n#ia3 2ue ne#essita se

in#essantemente alimentada #om algum #om5ust6"el@

O essen#ial dessas #onsidea$,es so5e a puls%o 1 nota a o5i9

ga$%o da impli#a$%o do su?eito nesse po#esso de edis#uss%o do en9

tendimento de #ua@ poss6"el apli#a o pin#6pio de #ua9doen$a paa

o psi2uismo3 dento do ideáio m1di#o #oe#ional3 de uma 5us#a po uma nomalidade ps62ui#a Ou3 de"e6amos essignifi#a o sentido da

pala"a #uaF paa amadue#imento das poten#ialida9des e de

auto#uidado3 apo/imando9nos mais da psi#análise

Po essa a!%o3 e#oemos a2ui C 1ti#a do 5em di!e paa popo

2ue o su?eito se e#olo2ue em ela$%o ao dis#uso do Outo3 dando o

luga do dito so5e o sintoma pela sua enun#ia$%o3 "isto 2ue @@@ paa

o desampao do su?eito n%o e/iste #ua poss6"el3 pois fente a ele 1 pe#iso3 ao su?eito3 in"enta paa si no"os destinos3 paa tona sua

e/ist.n#ia poss6"el e pa!eosaF :0iman3 &;;X3 p@&H<@




0em di!e ou 5en!eF o sintoma n%o 1 um simples to#adil=o3mas um posi#ionamento 1ti#o peante o sintoma@ A 1ti#a da psi#a9nálise 1 do #ompomisso #om a "ia dese?ante3 #ompometimentodiante do 2ual nun#a se podeá a5ste@ Paa isso3 o posi#ionamen9to1ti#o psi#anal6ti#o peante o sintoma 1 de #onsideá9lo um de9tal=e2ue fa! toda difeen$a3 pois at1 mesmo o pomeno de um son=o3

po e/emplo3 pode muda os umos de uma intepeta$%o psi#anal6ti#a@

A estutua de linguagem do in#ons#iente 1 o 2ue fa! a psi#aná9

lise #omo pá/is opea po meio da fala e sua 1ti#a se definida po La#an em 7elevis0o #omo 1ti#a do 5em di!e@ Tata9se de uma

1ti#a elati"a a impli#a$%o do su?eito3 pelo di!e3 no go!o 2ue seu

sintoma denun#ia1ti#a de 5em di!e o sintoma@ O psi#analista tem

uma atitude difeen#iada diante do sintoma apesentado pelo

pa#iente3 pe#a"endo9se #onta o f"ror sanandi de e/igi a

2ual2ue #usto a suspens%o do sintoma@ Pois lá onde =á o sintoma3

está o su?eito@ :uinet3 (BBH3 p@&;<

Rinali!ando3 te#emos uma s1ie de #6ti#as aos po#edimen9tos2ue #olo#am o antidepessi"o #omo uma esposta p1"ia notatamento do sofimento depessi"o@ Ao mesmo tempo em 2uein#lu6am os su?eitos3 dei/aam9os C magem da sua "ia dese?ante3e/#luindo seu potagonismo da teap.uti#a3 ofee#endo a letagia

#om uma m%o e3 #om a outa3 a inse$%o na so#iedade do #onsumo3 po meio do psi#ot'pi#o :+osta9-osa3 (B&&<@ Onde estaia o des9"io paa a #onstu$%o de um pe#uso da eali!a$%o das poten#iali9dades Estaia a dis#uss%o 1ti#a sendo peteida em nome do lu#odas ind7stias fama#.uti#as

Desse modo3 os antidepessi"os a#a5am fun#ionando de ma9neia semel=ante C t1#ni#a de =ipnose3 n%o no sentido de a#esso ao

in#ons#iente3 mas no sentido de des#onsidea as esist.n#ias ps62ui#as3 logo impossi5ilitando a tansfe.n#ia@




@@@ +ensuo essa t1#ni#a =ipnose po o#ulta de n's o enten9

dimento do ?ogo de fo$as ps62ui#o ela n%o nos pemite3 po

e/em9plo3 identifi#a a esist.n#ia #om 2ue os doentes se afeam a

sua doen$a3 #=egando em fun$%o disso a luta #onta sua p'pia

e#u9pea$%o e 1 somente a esist.n#ia 2ue nos possi5ilita

#ompeende seu #ompotamento na "ida@ :Reud3 &;;(e3 p@(B<

Potanto3 de"emos aposta na su5"es%o do sintoma3 es#utá9lonas suas entelin=as@ O desa?uste 2ue ele #ausa na "ida do su?eito 1uma tentati"a3 ainda 2ue fa#assada3 po1m 1 uma tangente da "ia

dese?ante@ Na +on#lus%o3 iemos popo efle/,es a#e#a de altenati"as

2ue fomentem a autonomia do su?eito3 efleti so5e páti#as des9medi#ali!antes3 pomo$%o de sa7de a #apa#idade de lida #omos o5stá#ulos da "ida e#iando no"as fomas de esta no mundoF:+anguil=em apud Vauden!i Otega3 (B&(3 p@(;< e a positi"a9$%o das esist.n#ias3 mola populsoa da #onstitui$%o da su5?eti"i9

dade@ Po #onta disso3 tam51m etomaemos a dis#uss%o 1ti#a@











































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