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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE MEDICINA TROPICAL DR. HEITOR VIEIRA DOURADO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL MESTRADO EM DOENÇAS TROPICAIS E INFECCIOSAS CRIANÇAS COM DIAGNÓSTICO DE MALÁRIA HOSPITALIZADAS EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA NA AMAZÔNIA BRASILEIRA: UM ESTUDO CASO - CONTROLE DE CRIANÇAS COM PLASMODIUM VIVAX ELLEN DE FÁTIMA CAETANO LANÇA MANAUS 2011

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE MEDICINA TROPICAL DR. HEITOR VIEIRA DOURADO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL MESTRADO EM DOENÇAS TROPICAIS E INFECCIOSAS

CRIANÇAS COM DIAGNÓSTICO DE MALÁRIA HOSPITALIZADAS EM

UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA NA AMAZÔNIA BRASILEIRA: UM ESTUDO CASO - CONTROLE DE CRIANÇAS COM PLASMODIUM VIVAX

ELLEN DE FÁTIMA CAETANO LANÇA

MANAUS 2011

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ELLEN DE FÁTIMA CAETANO LANÇA

CRIANÇAS COM DIAGNÓSTICO DE MALÁRIA HOSPITALIZADAS EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA NA AMAZÔNIA BRASILEIRA: UM ESTUDO

CASO - CONTROLE DE CRIANÇAS COM PLASMODIUM VIVAX

Dissertação apresentada ao Programa

de Pós-Graduação em Medicina Tropical da Universidade do Estado do Amazonas em Convênio com a Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, para obtenção do título de Mestre em Doenças Tropicais e Infecciosas.

Orientador (a): Prof° Dr. Marcus Vinícius Guimarães de Lacerda Co-orientador (a): Drª. Márcia Almeida de Araújo Alexandre

MANAUS

2011

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Ficha Catalográfica

L244c Lança, Ellen de Fátima Caetano. Crianças com diagnóstico de malária hospitalizadas em

Unidades de Terapia Intensa na Amazônia Brasileira: um estudo caso – controle de crianças com Plasmodium vivax / Ellen de Fátima Caetano Lança -- Manaus : Universidade do Estado do Amazonas, 2011.

xii, 85 p. : il.

DISSERTAÇÃO – Título de Mestre - Universidade do Estado do Amazonas, Fundação de Medicina Tropical do Amazonas, 2011.

Orientador: Profº. Drº. Marcus Vinicius Guimarães de Lacerda. Co-orientadora: Profª. Drª. Márcia Almeida de Araújo

Alexandre.

1. Malária – Grave - Criança 2. Estudo epidemiológico – Amazônia Ocidental I. Título.

CDU: 616.936

Ficha catalográfica elaborada pela Bibliotecária Sheyla Lobo Mota Biblioteca Setorial de Ciências da Saúde – ESA - UEA

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FOLHA DE JULGAMENTO

CRIANÇAS COM DIAGNÓSTICO DE MALÁRIA HOSPITALIZADAS EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA NA AMAZÔNIA BRASILEIRA: UM ESTUDO

CASO-CONTROLE DE CRIANÇAS COM PLASMODIUM VIVAX

ELLEN DE FÁTIMA CAETANO LANÇA

“Esta Dissertação foi julgada adequada para obtenção do Título de Mestre em Doenças Tropicais e Infecciosas, aprovada em sua forma final pelo Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical da Universidade do Estado do Amazonas em convênio com a Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado”.

Banca Julgadora:

___________________________________________ Prof. Marcus Vinícius Guimarães de Lacerda, Dr.

Presidente

___________________________________________ Prof ª. Maria Jacirema Gonçalves, Dra.

Membro

___________________________________________ Prof. Marcelo Cordeiro dos Santos, Dr.

Membro

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Dedico a Deus que sempre

esteve ao meu lado nos momentos

mais difíceis e que nunca me

abandonou; sempre me dando força

para superar os obstáculos e atingir

meus objetivos.

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Agradeço primeiramente a Deus,que está acima de tudo; Aos meus pais, Eva e Moacir, que proporcionou o alicerce dos meus estudos;

Ao meu esposo, Cristiano, pela ajuda e compreensão nos momentos mais difíceis; Ao meu filho, Cristian, que é a alegria e a dádiva que Deus me deu; Ao meu orientador, Dr. Marcus Vinícius Guimarães de Lacerda, pela paciência, credibilidade e dedicação durante o desenvolvimento deste; À minha co-orientadora, Dra. Márcia Alexandre, e colaboradora, Dra. Silvana Benzecry, pelas orientações que foram essenciais; Aos amigos Sheila Silva, Belisa Magalhães e André Siqueira, pelo auxílio e colaboração na execução deste; Aos funcionários das UTIs e dos SAMEs de todas as unidades que fizeram parte do estudo, fazendo deste uma realidade; Aos diretores das unidades envolvidas na pesquisa, que permitiram a concretização do estudo; Aos colegas de mestrado pela convivência e amizades conquistadas; A todos os funcionários da FMT-HVD, em especial os da coordenação do programa de pós-graduação, que direta e indiretamente contribuíram para a execução deste.

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"De todos os presentes da natureza para a raça humana, o que é mais doce para o homem do que as crianças?"

(Ernest Hemingway)

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CRIANÇAS COM DIAGNÓSTICO DE MALÁRIA HOSPITALIZADAS EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA NA AMAZÔNIA BRASILEIRA: UM ESTUDO

CASO-CONTROLE DE CRIANÇAS COM PLASMODIUM VIVAX

RESUMO

Plasmodium vivax é responsável por uma significativa quantidade de malária no mundo todo, especialmente na Ásia, onde a malária vivax grave tem sido descrita, mas poucos dados da América Latina estão disponíveis e os preditores de gravidade são pouco relatados. O objetivo desse estudo foi descrever a carga da doença entre crianças internadas em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) na Amazônia Ocidental Brasileira e investigar potenciais fatores associados ao risco de internação nessas unidades. Tratou-se de um estudo retrospectivo no qual os registros clínicos de 34 crianças de 0-14 anos de idade hospitalizadas em todas as 11 UTIs pediátricas e neonatais públicas de Manaus, uma das cidades mais endêmicas para malária da Amazônia Brasileira, foram revisados. Informação clínica e laboratorial foi obtida dos registros e crianças foram consideradas graves se algum dos critérios de gravidade da Organização Mundial da Saúde (OMS) fosse preenchido. 10 crianças internadas tiveram o diagnóstico de P. falciparum ou infecção mista por P. falciparum/P. vivax e 24 com diagnóstico de P. vivax. Um estudo do tipo caso-controle foi realizado usando como casos as 24 crianças internadas com diagnóstico microscópico de P. vivax das UTIs e como controles 91 crianças também com diagnóstico de P. vivax hospitalizadas em um hospital de atenção terciária, porém não admitidos na UTI (admitido com marcador de gravidade), usando regressão logística. Apenas 2/24 pacientes com P. vivax morreram. Síndrome do desconforto respiratória aguda (SDRA), choque e anemia grave foram as complicações mais frequentes associadas à infecção por P. vivax, das quais pouco se conhece sobre os mecanismos de doença. Altas parasitemias (p=0,018), presença de qualquer comorbidade aguda (p=0,023) ou comorbidade crônica (p=0,017), crianças menores de 5 anos (p = 0,019) e do sexo masculino (p = 0,036), estiveram independentemente associadas ao risco de internação em UTI, controlado por tempo de doença. Pelo menos um dos critérios de gravidade da OMS estava presente em 23/24 (95,8%) dos pacientes de UTI e em 17/91 (18,7%) dos controles, sendo um bom preditor de gravidade (p=0,001). O único critério não associado à admissão na UTI foi a hiperbilirrubinemia (p=0,513). Nosso estudo adiciona informação ao conjunto de evidências que apontam P. vivax como uma causa importante de malária grave. Essa espécie foi responsável pela maior parte das admissões de crianças de 0-14 anos na UTI em uma área endêmica de transmissão moderada de malária, na Amazônia Brasileira, e as complicações clínicas foram muito semelhantes àquelas vistas na infecção por P. falciparum. Critério da OMS tem boa sensibilidade para predizer gravidade em malária por P. vivax e poderiam ser utilizados em saúde pública e para fins de investigação. Palavras-chave: 1. Malária/Complicações. 2. UTI neonatal/UTI pediátrica. 3. Perfil epidemiológico.

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CHILDREN DIAGNOSED WITH MALARIA HOSPITALIZED IN INTENSIVE CARE UNITS IN THE BRAZILIAN AMAZON: A CASE-CONTROL STUDY OF CHILDREN

WITH PLASMODIUM VIVAX

ABSTRACT

Plasmodium vivax is responsible for a significant amount of malaria worldwide, especially in Asia, where severe vivax malaria has been described, but few data are available in Latin America and the predictors of severity are rarely reported. The aim of this study was to describe the burden of disease among children hospitalized in the Intensive Care Unit (ICU) in Western Brazilian Amazon and to investigate potential risk factors associated with hospitalization in this units. This was a retrospective study in which the clinical records of 34 children aged 0-14 years of age hospitalized in all 11 pediatric and neonatal ICUs public Manaus, one of the most endemic for malaria in the Brazilian Amazon, were reviewed. Clinical and laboratory information was obtained from records and children were considered severe if any of the severity criteria of the World Health Organization (WHO) to be filled. 10 hospitalized children were diagnosed with P. falciparum or mixed infection with P. falciparum / P. vivax and 24 with diagnosis of P. vivax. A study of case-control was performed using as cases the 24 children hospitalized with microscopic diagnosis of P. vivax ICUs as controls and 91 children with a diagnosis of P. vivax hospitalized in a tertiary care hospital but not admitted to the ICU (admitted with a marker of severity), using logistic regression. Only 2 / 24 patients with P. vivax died. Acute respiratory distress syndrome (ARDS), shock and severe anemia were the most frequent complications associated with infection by P. vivax, of which little is known about the mechanisms of disease. High parasitemia (p = 0.018), presence of any acute comorbidity (p = 0.023) or chronic comorbidity (p = 0.017), children under 5 years old (p = 0,019) and male (p = 0,036), were independently associated with risk of ICU admission, controlled by time disease. At least one of the WHO criteria of severity was present in 23/24 (95.8%) of ICU patients and in 17/91 (18.7%) controls, being a good predictor of severity (p = 0.001). The only criterion not related to ICU admission was hyperbilirubinemia (p = 0.513). Our study adds information to the body of evidence pointing P. vivax as a major cause of severe malaria. This species was responsible for the majority of admissions of children aged 0-14 years in the ICU in an endemic area of moderate transmission of malaria in the Brazilian Amazon, and clinical complications were similar to those seen in infection by P. falciparum. WHO criterion has good sensitivity for predicting severity in malaria by P. vivax and could be used in public health and research purposes. Keywords: 1. Malaria / complications. 2. ICU / ICU pediatric. 3. Epidemiological profile.

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Lista de Tabelas, Figuras e Quadros

Tabela 1 - Número de casos de malária, conforme a espécie causadora, em

Manaus, Amazonas nos anos de 2004 a 2010..........................................................02

Tabela 2 - Número de casos de malária em crianças de 0 a 14 anos, em Manaus,

Amazonas, nos anos de 2004 a 2010........................................................................03

Quadro 1 - Variáveis do escore Pediatric Index of Mortality (PIM)............................12

Figura 1 - Localização das UTI‟s pediátricas e neonatais públicas de Manaus,

Amazonas...................................................................................................................21

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Lista de Abreviaturas e Unidades de Medida

a - ano

ABS - valor absoluto

AM - acidose metabólica

ALT - alanina aminotransferase

AST - aspartato aminotransferase

BE - excesso de base

BCS - Escala de coma de Blantyre

Ca++ - íons de cálcio

CIVD - coagulação intravascular disseminada

CNS - Conselho nacional de Saúde

d - dia

Exp - expoente

F - feminino

FiO2 - fração inspiratória de oxigênio

FMT-HVD - Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado

GCS - Escala de Coma de Glasgow

Hb - hemoglobina

Hct - hematócrito

HIV - Vírus da Imunodeficiência Adquirida

g/dL - gramas/decilítro

GE - gastroenterite

G6PD - deficiência glicose-6 –fosfato desidrogenase

ICAM - Instituto de Saúde da Criança do Amazonas

IRA - insuficiência renal aguda

K+ - íons de potássio

Kg - kilograma

LCR - líquido cefalorraquidiano

M - masculino

MA - Maternidade Alvorada

MAB - Maternidade Ana Braga

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MAM - Maternidade Azilda Marreiro

MBM - Maternidade Balbina Mestrinho

mEq/L - miliequivalente/litro

Mg+ - íons de magnésio

mg/dL - miligrama/decilitro

microg/ml - micrograma/mililitro

microL - microlitro

m - mês

mmHg - milímetros de mercúrio

mmol/L - milimol/litro

MN - Maternidade Nazira Daon

MT - Maternidade Moura Tapajós

Na+ - íons de sódio

N/A - não avaliado

Nanog/ml - nanograma/mililitro

OMS - Organização Mundial de Saúde

OR - odds ratio

PaCO2 - pressão parcial de gás carbônico

PAM - pressão arterial média

PaO2 - pressão parcial de oxigênio

PAS - pressão arterial sistólica

PCR - proteína c reativa

P. falciparum - Plasmodium falciparum

PFC - plasma fresco concentrado

pH - potencial hidrogeniônico

PIM - Pediatric Index of Mortality

PNM - pneumonia

P. malariae - Plasmodium malariae

P. ovale - Plasmodium ovale

P_PIM - Probabilidade de Morte estimada pelo PIM

PRISM - Pediatric Risk of Mortality Score

PSCZL - Pronto Socorro da Criança da Zona Leste

PSCZO - Pronto Socorro da Criança da Zona Oeste

PSCZS - Pronto Socorro da Criança da Zona Sul

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P. vivax - Plasmodium vivax

RBC - hemácia

RNM - ressonância magnética

RNs - recém-nascidos

rpm - respirações por minuto

RTV - rotavirose

RX - radiografia

SAME - Serviço de Arquivo Médico e Estatístico

SARA - Síndrome da angústia respiratória aguda

SIDA - Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

SDRA - Síndrome do desconforto respiratória aguda

SEMSA - Secretaria Municipal de Saúde

SIVEP - Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica

SN - síndrome neurológica

SR - síndrome respiratória

SUSAM - Secretaria Estadual de Saúde do Amazonas

TAP - Tempo de ativação de protrombina

TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TTPA - Tempo de tromboplastina parcial ativada

U/L - unidades/litro

USG - ultrassonografia

UTI - unidade de terapia intensiva

VM - ventilação mecânica

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 01 1.1 Infecção malárica........................................................................................ 01 1.2 Sinais e sintomas da malária na criança..................................................... 03 1.3 Complicações e sequelas da malária.......................................................... 04 1.4 Critérios da OMS para malária grave.......................................................... 08 1.5 Indicadores de admissão na UTI pediátrica................................................ 09 1.6 Escores preditivos em pediatria.................................................................. 11 1.6.a Cálculo do PIM............................................................................................ 13 1.7 Malária vivax grave...................................................................................... 13 2 OBJETIVOS .............................................................................................. 17 2.1 Gerais.......................................................................................................... 17 2.2 Específicos.................................................................................................. 17 3

PACIENTES E MÉTODOS......................................................................... 18

3.1 Tipo de estudo ............................................................................................ 18 3.2 População de estudo .................................................................................. 18 3.3 Critérios de inclusão.................................................................................... 18 3.4 Critérios de exclusão................................................................................... 19 3.5 Local de coleta de dados............................................................................. 19

3.5.a UTI‟s pediátricas públicas de Manaus e sua respectiva capacidade de internação.................................................................................................... 20

3.5.b UTI‟s neonatais públicas de Manaus e sua respectiva capacidade de internação.................................................................................................... 20

3.6 Instrumento de coleta de dados.................................................................. 21 3.7 Aspectos éticos........................................................................................... 22 3.8 Análise dos resultados................................................................................ 22 3.8.a Cálculo do PIM............................................................................................ 23 3.8.b Variáveis necessárias para calcular o PIM.................................................. 23 3.8.c Equação do PIM e do P_PIM...................................................................... 25 3.9 Definição de casos...................................................................................... 25 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES............................................................... 27 4.1 Artigo........................................................................................................... 27 4.2 Artigo versão português.............................................................................. 50 5

CONCLUSÕES.......................................................................................... 74

6

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS………………………………………….

75

7

APÊNDICES................................................................................................ 81

7.1 Instrumento de coleta de dados ................................................................. 81

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1

1. Introdução

1.1 Infecção malárica

A malária é uma doença infecciosa febril, de evolução potencialmente grave,

causada por protozoário do gênero Plasmodium e continua sendo um grave

problema de saúde em países tropicais e subtropicais(1). Nas regiões de maior

endemicidade a malária é responsável por alta taxa de mortalidade, principalmente

em crianças, com mais de 1 milhão de óbitos a cada ano(2). A gravidade desta

doença ocorre frequentemente na infância e com período sazonal sendo este,

talvez, um desfecho adequado para testes de uma futura vacina para a doença(3).

Durante 2000-2007, na América Latina, 7.554.993 casos de malária foram

registrados; desses casos, 5.507.167 (72,9%) foram por Plasmodium vivax.

3.833.477 casos foram notificados no Brasil, principalmente na região Amazônica(4).

O Estado do Amazonas é o que vem registrando maior número de casos de malária

no Brasil(5). A incidência da malária no Brasil é quase que exclusivamente (99,8%)

restrita à região Amazônica, sendo o P. vivax responsável por 83,7% dos casos

registrados(6). Dados do Ministério da Saúde identificam Manaus, capital do estado

do Amazonas, como uma das principais cidades em termos de número de casos de

malária por P. vivax na América Latina(7).

No período de janeiro de 1996 a dezembro de 1998, foram diagnosticados e

tratados, na Fundação de Medicina Tropical do Amazonas, unidade terciária de

referência estadual para patologias tropicais e infecciosas, 27.543 pacientes com

malária; 6.547 eram crianças na faixa etária de 0 a 14 anos(8). De janeiro a outubro

de 2007, foram notificados 394.135 casos de malária no Brasil(9). De janeiro a

setembro de 2008 foram notificados 241.420 casos da doença no país, tendo uma

redução significativa de 33,4% no número de casos de malária. De acordo com o

SIVEP (Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica), houve uma diminuição

de 42,7% dos casos de infecção pelo Plasmodium falciparum no ano de 2008 em

Manaus, Amazonas, quando comparado com o de 2007 e uma redução de 52,8%

nos casos de Plasmodium vivax nesse mesmo ano (Tabela 1). Em 2009, o número

de casos de malária em Manaus reduziu 16,8%; houve uma queda de 57,4% nos

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casos de P. falciparum em Manaus nesse ano e uma queda de apenas 9,9% dos

casos de P. vivax. Como se tem visto, os casos de infecção malárica em Manaus,

Amazonas, vem decrescendo ao longo dos anos, porém nos últimos anos a malária,

principalmente causada pelo P. vivax e infecções mistas (vivax e falciparum), tiveram

comportamento sazonal com picos de oscilação(10).

Tabela 1: Número de casos de malária, conforme a espécie causadora, em

Manaus, Amazonas nos anos de 2004 a 2010.

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

P.falciparum 9.803 14.395 7.418 4.194 2.601 1.082 540

P. vivax 45.975 49.338 32.680 35.986 16.987 15.310 15.071

P. vivax +

P.falciparum

366 601 524 222 143 31 36

P. malariae 0

3 2 0 0 0 0

P. malariae+

P.falciparum

1 1 0 0 0 0 0

P. ovale† 0 2

0 0 0 0 0

Total 56.145 64.340 40.624 40.402 19.731 16.423 15.647

†Casos importados.

Fonte:SIVEP - malária, 2011.

A malária é tida como uma das maiores causadoras de morbidade e

mortalidade na infância em áreas tropicais e de alta transmissão. Na África, a

anemia grave associada à infecção malárica é responsável por um elevado número

de óbitos em crianças(11) e essa taxa de mortalidade por paludismo grave continua

inaceitavelmente alta(12). A cada cinco mortes infantis, uma é causada pela malária,

principalmente em crianças menores de cinco anos(13, 14).

Em 2000, foram notificados 1,14 milhões de casos de malária no Continente

Americano, dos quais 53,6% foram registrados pelo Brasil(15). No mundo, a cada

ano, entre 300 e 500 milhões de infecções palúdicas (maláricas) causam mais de 1

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3

milhão de mortes, sendo mais de 75% das vítimas crianças africanas menores de 5

anos infectadas pelo P. falciparum. As crianças são vulneráveis ao paludismo desde

os quatro meses de idade, e em zonas endêmicas, durante a estação de mais

intensa transmissão, os parasitos do paludismo estão presentes no sangue de cerca

de 70% de crianças de um ano de idade(2). Em torno de 27,3% do número total de

casos de malária em Manaus (Amazonas) ocorrem em crianças de 0 a 14 anos,

considerando todas as faixas etárias. Mesmo sendo decrescente o número de

infecções maláricas em Manaus, a porcentagem de acometimentos, dentro dessa

faixa etária, vem se mantendo no mesmo patamar nos últimos anos(5, 10)

(Tabela 2).

Tabela 2: Número de casos de malária em crianças de 0 a 14 anos em Manaus,

Amazonas, nos anos de 2004 a 2010.

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

< 1 ano

541 707 493 429 176 124 85

1 a 4

anos

5.649 5.861 3.734 3.426 1.652 1.105 1.005

5 a 9

anos

6.492 7.826 4.973 4.775 2.362 1.485 1.464

10 a 14

anos

6.241 7.614 5.079 5.081 2.550 1.797 1.795

Total 18.923 22.008 14.279 13.711 6.740 4.511 4.349

%† 27,7 27,5 27,8 27,5 27,0 22,8 24,3

†% calculada de acordo com o número total de casos de malária, em Manaus, em todas as faixas

etárias, ocorridos nos devidos anos. Fonte:SIVEP - malária, 2011.

1.2 Sinais e sintomas da malária na criança

A malária é uma doença infecto-parasitária caracterizada por ciclos febris,

calafrios, cefaléia, sudorese, mal-estar, fraqueza geral, prostração, náusea, vômitos,

mialgia, dor abdominal, diarréia leve e tosse seca. Alguns outros sintomas também

podem ocorrer como taquicardia, icterícia, palidez e hepatoesplenomegalia(16-18).

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4

Os sintomas nas crianças são semelhantes aos dos adultos(19). A anemia

associada à malária é comum em crianças menores de cinco anos (19, 20). A

anemia ocorre devido à ruptura de eritrócitos parasitados, hemofagocitose,

hiperesplenismo, hemólise auto-imune e diminuição na produção das hemácias

(diseritropoiese)(21).

Em recém-nascidos (RNs), ocorre a malaria congênita, a qual é definida pela

presença do parasito da malária nos eritrócitos de crianças com menos de sete dias

de vida(22). Os sinais e sintomas comuns nos RNs são febre, calafrios, anemia,

hepatoesplenomegalia, icterícia e hiperbilirrubinemia(20).

1.3 Complicações e sequelas da malária

A malária pode acometer vários sistemas e órgãos, desenvolvendo assim a

forma grave da doença e consequentemente aumentando o risco de mortalidade

(1, 23). Com isso surgem complicações como anemia, disfunção renal, hepática,

pulmonar, trombocitopenia, hemorragia e a forma mais grave: a malária cerebral

(1, 16, 18, 24-26). Os casos mais graves ou complicados estão quase que

exclusivamente relacionados à infecção por P.falciparum, ocorrendo principalmente

em crianças com idade variando entre 1 e 3 anos de idade(27). Esses casos

geralmente estão associados a anemia, acidose metabólica, choque, distúrbios de

coagulação, hipoglicemia, edema agudo de pulmão ou comprometimento cerebral

(1-3, 14, 28, 29). Para os pacientes que desenvolvem a forma grave da doença, são

necessários tratamentos avançados como suporte ventilatório, hemotransfusões e

hemodiálises(30). Cerca de 10% dos pacientes com malária grave morrem,

geralmente como resultado de disfunção de múltiplos órgãos(1).

Muitas crianças que desenvolvem malária grave apresentam quadros de

desnutrição, desidratação leve, anemia, problemas respiratórios e coma(31).

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a malária mata uma criança a

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cada trinta segundos e muitas crianças que sobrevivem a casos graves sofrem

danos cerebrais(2, 29).

Anemia, malária cerebral e edema pulmonar constituem as principais

complicações da malária por P. falciparum. A malária cerebral é a apresentação

clínica mais comum na África e a principal causa de óbitos em pacientes com

malária grave(16, 21). Em contrapartida, a complicação mais comum da malária no

Amazonas é a anemia grave(17, 32) e a icterícia(32) .

Anemia na malária é um enorme problema de saúde pública em áreas

endêmicas, ocorrendo predominantemente em crianças nos primeiros três anos de

vida(33). Na África, a causa mais importante de quase 1 milhão de mortes por

malária grave em crianças menores de cinco anos é a anemia(34). As infecções

maláricas contribuem para o desenvolvimento de anemia grave, o que aumenta

substancialmente o risco de morte(13).

Não há muita informação disponível sobre a anemia secundária à malária, em

crianças infectadas por P. vivax, nas Américas, bem como sobre suas principais

complicações de pequeno, médio e longo prazo. Em trabalho realizado em Manaus,

no Amazonas, com pacientes infectados por P. vivax, a anemia foi encontrada em

75,7% dos pacientes tratados, e a anemia grave foi observada exclusivamente em

crianças e gestantes(35). Estudo realizado em Kassena-Nankana, distrito de Gana,

a freqüência de anemia grave foi 39,8% em crianças de seis a 24 meses de idade e

25,9% em crianças de 25-60 meses de idade(3).

A anemia relacionada à malária é definida como hemoglobina ou hematócrito

abaixo do limite inferior do esperado para idade, sexo e estado gestacional, na

presença de parasitemia por plasmódio de qualquer densidade em áreas

endêmicas; a anemia grave é definida como hemoglobina menor que 5,0 g/dL ou

hematócrito menor que 15% na presença de qualquer densidade de parasitemia(2,

21, 25, 33).

A anemia nas crianças residentes em áreas endêmicas para malária é um

estado hematológico que pode resultar de combinações de deficiências nutricionais

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(desnutrição protéico-calórica, anemia ferropriva, anemia por deficiência de ácido

fólico ou outros micronutrientes), perda de ferro secundária a infecções helmínticas

ou pelas próprias doenças infecciosas(21, 36). Na infecção aguda, a anemia ocorre

pela rápida hemólise extravascular da hemácia, concomitante com a falha da

medula óssea para produzir glóbulos vermelhos para compensar estas perdas(33).

Um estudo realizado em Gana, com 296 crianças, registrou que a anemia

atribuída à infecção pelo P. falciparum foi 16,5% do número total de casos de

anemia nessa população, comparada à desnutrição que foi 7,6%; daí a importância

da anemia ocasionada pela infecção malárica nessa população(37).

A malária cerebral é a apresentação clínica mais comum e a principal causa

de óbito em pacientes com malária grave por P. falciparum, com início súbito, após

uma crise convulsiva generalizada ou gradual (ao longo de horas ou dias)(38, 39). A

definição de malária cerebral envolve a presença de parasitemia por P. falciparum e

escala de coma de Glasgow (GCS) < 8 para adultos e escala de coma de Blantyre

(BCS) < 2 para crianças, com exclusão de outras causas (hipoglicemia, meningite

bacteriana, encefalite viral)(2, 29, 38, 40). Do ponto de vista prático, qualquer

alteração do estado mental deve ser tratada como malária cerebral(41). Quanto mais

profundo o coma, pior é o prognóstico. Ao exame, as alterações neurológicas são

semelhantes a uma encefalopatia simétrica difusa (p.ex.: encefalopatia metabólica),

sendo incomuns sinais focais ou rigidez de nuca(29). Alguns sinais e sintomas que

aparecem na malária cerebral incluem a presença de forte cefaléia, vômitos

incoercíveis, tremores, estrabismo, confusão, sonolência, delírio, disartria,

hemiparesias, cegueira, convulsões, uremia, hipoglicemia, podendo evoluir com

coma, miose e arreflexia profunda(39, 40). Ao contrário da anemia grave que

acomete crianças de 1 a 3 anos, a malária cerebral é mais comum em crianças de 3

a 5 anos(33). O estudo realizado em Kassena-Nankana, distrito de Gana

demonstrou que as crianças no grupo etário 25-60 meses tinham mais malária

cerebral em comparação com as do grupo etário 6-24 meses(3).

A maioria das mortes em crianças menores de 5 anos é devido malária

cerebral. Em crianças africanas, a forma grave da malária cerebral chega a 40% dos

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óbitos. No Gâmbia, 5 a 10% das crianças morrem de malária cerebral. Na Nigéria,

de 1 a 3 crianças morrem pelas complicações da malária(15, 42, 43).

As complicações pulmonares geralmente ocorrem em poucos dias do início

da doença, com rápido desenvolvimento, mesmo após início do tratamento

antimalárico. O edema pulmonar é a forma mais grave de acometimento pulmonar;

frequentemente é não-cardiogênico e pode evoluir com Síndrome da Angústia

Respiratória Aguda (SARA). As alterações na radiografia de tórax variam de nódulos

confluentes a infiltrados bilaterais difusos e/ou basais (16, 27). A Síndrome do

Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) é uma importante complicação na

gravidade da malária, tanto em criança como também em adulto, sendo descrita

principalmente na malária falciparum e raramente em malária vivax(44). A SDRA e a

lesão pulmonar podem estar associadas a uma septicemia bacteriana e os clínicos

devem utilizar antibióticos e fazer hemoculturas para fechar diagnóstico. Estas duas

patologias associadas à malária parecem ser raras em crianças. Pacientes com

malária e que apresentem SDRA são direcionados ao tratamento em unidade de

terapia intensiva, pois o prognóstico do paciente com malária e SDRA é pior, e há

um aumento significativo da taxa de mortalidade (44, 45).

A insuficiência renal aguda observada em pacientes portadores de malária

grave comumente é oligúrica (< 0,6 mL/Kg/h) ou anúrica (< 1,0 mL/Kg/dia), e pode

haver necessidade de diálise temporária por aumento das escórias nitrogenadas

(creatinina > 3 mg/dL)(2, 29, 40).

A ocorrência de hipoglicemia (<40mg/dL) é comum nos pacientes com

malária grave. As causas são o consumo de glicose pelo próprio parasito, depleção

do glicogênio hepático e hiperinsulinemia induzida pela quinina ou quinidina. Esta

complicação pode ser de difícil suspeição já que suas manifestações se confundem

com as da malária grave (taquicardia, dispnéia, coma, sudorese, convulsões)(2, 16,

20, 29, 38).

A presença de choque em indivíduos portadores de malária grave geralmente

está associada à edema pulmonar, acidose metabólica (pH < 7,25 ou bicarbonato

< 15 mmol/L), sepse, hemorragia maciça (pressão arterial sistólica < 70 mmHg) e/ou

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coagulação intravascular disseminada – CIVD (tempo de ativação de protrombina

< 70%, tempo de tromboplastina parcial ativada superior a 1,2 vezes o limite superior

normal e fibrinogênio < 2 g/L)(2, 46, 47). A CIVD já foi descrita, mas é infrequente na

malaria grave. Na maioria dos pacientes, as características do choque são de função

cardíaca preservada, com débito cardíaco elevado e resistência vascular periférica

baixa(25).

Estudos relatam aumento na taxa de mortalidade em crianças que tem

acidose metabólica na malária grave, com consequente hipovolemia e disfunção

cardíaca(12, 48). Outro estudo, em adultos, também relata que os pacientes que

morreram devido à malária grave, apresentaram acidose metabólica e coma(49).

Um aspecto a ser mencionado é o da co-infecção com a malária, pois

pacientes com infecções duplas tem apresentações clínicas graves e seu curso

clínico pode ser agravado pela falta de terapia adequada. Nos trópicos as infecções

duplas são comuns, mas subconhecidas, pois imitam outras doenças febris e se

resolvem espontaneamente(50).

A malária grave na criança pode trazer, além das complicações durante a

fase aguda da doença, sequelas futuras tais como: hemiplegia, cegueira, ataxia,

afasia, hipotonia, espasticidade, paralisia cerebral, epilepsia, psicose, tremores e

alterações de memória(51).

Cerca de 7% das crianças que sobrevivem à malária cerebral, caracterizada

por coma e convulsões, evoluem com problemas neurológicos permanentes(2, 29).

A presença de disfunção de órgão deverá ser considerada como indicador

para internação em cuidados intensivos(47).

1.4 Critérios da OMS para malária grave

A Organização Mundial de Saúde padroniza alguns critérios para a malária

ser considerada grave(2, 29). Este agravo decorre de complicações da doença em

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questão e estas complicações são consideradas como fatores primordiais para a

internação do paciente em unidades intensivas especializadas(40). Os critérios de

malária grave são, segundo a OMS:

Anemia grave (Hb <7g/dL adultos, <5g/dL crianças);

Malária cerebral (GCS < 8 adultos, BCS < 2 em crianças);

Insuficiência renal aguda (Creatinina >3);

SDRA ou Edema Agudo pulmão;

Hipoglicemia (Glicemia < 40 mg/dL);

Choque circulatório;

CIVD;

Convulsões generalizadas de repetição;

Hiperlactatemia (Lactato > 5mmol/L);

Hiperbilirrubinemia (Bilirrubina total > 3 mg/dL).

Uma gestão eficaz da malária grave inclui suspeita precoce, diagnóstico

rápido, quimioterapia antimalárica adequada e cuidados de suporte(26). Todo

paciente com malária grave deve ser encaminhado para UTI, com o objetivo de

receber tratamento e suporte mais adequado. Esse tratamento deve ser feito por via

parenteral o mais precocemente possível, baseado nas recomendações do

Ministério da Saúde(9, 16).

1.5 Indicadores de admissão na UTI pediátrica

A avaliação dos critérios de inclusão na UTI tem como objetivo fornecer

referência para a admissão de pacientes criticamente doentes e para que estes

recebam o nível de atendimento adequado à sua condição(52). Seguem os critérios

de indicação de admissão na UTI Pediátrica conforme a complexidade

apresentada(52, 53):

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1. Pacientes com doença cardiovascular grave, ou instável, ou ameaçadora à

vida, como o choque, reanimação cardiorrespiratória, arritmias, insuficiência

cardíaca congestiva, cardiopatia congênita com instabilidade cardiovascular,

procedimentos cardiovasculares de alto risco, procedimentos intratorácicos,

necessidade de monitorização arterial e pressão venosa central ou da

pressão da artéria pulmonar e necessidade de marcapasso temporário;

2. Intubação intratraqueal com necessidade de ventilação mecânica por

qualquer etiologia, doença pulmonar grave com risco de insuficiência

respiratória e/ou obstrução total, necessidade de suplementação de oxigênio

(FiO2 > 50%), pós-operatório imediato de traqueostomia, barotrauma agudo e

necessidade de inalações frequentes ou contínuas;

3. Pacientes com doença neurológica aguda, potencialmente ameaçadora à vida

ou doença neurológica instável como convulsões com risco de depressão

neurológica e/ou coma e/ou comprometimento das vias aéreas, alteração

sensorial aguda, pós-operatório de neurocirurgia, inflamação medular,

aumento da pressão intracraniana, traumatismo crânio encefálico, pré-

operatório de neurocirurgia, disfunção neuromuscular progressiva,

compressão medular e colocação de derivações ventriculares;

4. Doentes com distúrbios metabólicos e ou endócrinos instáveis ameaçadores à

vida, como a cetoacidose diabética, hiper ou hipopotassemia, hipo ou

hiperglicemia, hipocalcemia ou hipercalemia grave, acidose metabólica grave;

5. Pacientes com doença renal ameaçadora à vida ou instável como

insuficiência renal aguda, uso de hemodiálise, diálise peritoneal e

rabdomiólise com posterior insuficiência renal;

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6. Pacientes com doença gastrintestinal ameaçadora à vida como sangramento

do trato gastrintestinal e insuficiência hepática aguda;

7. Pacientes com doença hematológica ou oncológica ameaçadora à vida ou

instável, realização de exsanguineotransfusão, plasmaferese, leucoferese,

com coagulopatia grave, anemia grave, anemia aplástica, lise tumoral;

8. Pacientes cirúrgicos, como pós-operatório de cirurgias cardiovasculares,

neurocirurgias, craniofacial e coluna vertebral, transplante de órgãos,

politrauma com alteração hemodinâmica ou instabilidade respiratória;

9. Pacientes com doença multissistêmica ameaçadora à vida como sepse grave,

disfunção de múltiplos órgãos ou sistemas, hipertermia maligna, acidentes

domésticos (choque elétrico, inalação de fumaça), afogamento, ingestão de

tóxicos ou overdose de drogas e queimaduras.

1.6 Escores preditivos em pediatria

Os índices prognósticos de mortalidade tem sido desenvolvidos para

quantificar objetivamente a gravidade do paciente crítico, estimando a probabilidade

de morte que apresenta segundo seu estado clínico(54-56). Atualmente existem

vários índices prognósticos de mortalidade disponíveis para as unidades de cuidados

intensivos pediátricos. O PRISM (Pediatric Risk of Mortality Score) é o mais utilizado

e constitui o padrão de referência dos sistemas de valorização de gravidade

pediátrica(57); este é composto por 14 variáveis com 32 subitens, os quais medem o

estado do paciente nas primeiras 24 horas de internação na UTI. Além de ser

complexa sua aplicação, há alguns erros em avaliar e utilizar suas variáveis, como

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diferenças de tratamento, não utilização da enfermidade de base, o que pode

influenciar no prognóstico da criança(58).

Para tentar corrigir problemas do PRISM, foi criado, em 1997, o PIM (Pediatric

Index of Mortality), o qual avalia 8 variáveis, na primeira hora de ingresso na UTI,

para determinar a probabilidade de morte do paciente(55, 59). Mesmo sendo de fácil

aplicação, também tem certos inconvenientes, como a primeira medida das

constantes fisiológicas da admissão na UTI, a qual pode ser muito variável e não

refletir a gravidade da enfermidade, sendo um estado transitório relacionado com

estado posterior do paciente na unidade(60, 61).

As variáveis a serem avaliadas na primeira hora de admissão na UTI com

seus respectivos valores, para ser calculado o PIM, são(55, 62):

Variáveis Valores

A2- Pupilas Resposta à luz: 0 Dilatadas (>3mm) e fixas:1 Outras alterações ou desconhecido: 0

B2- Diagnósticos específicos (doenças pré-morbidas)†

Sim: 1 Não: 0

C2- Admissão programada Sim: 1 Não: 0

D2- Ventilação Mecânica na primeira hora de admissão

Sim: 1 Não: 0

E2- Valor absoluto (ABS) da Pressão Arterial Sistólica (PAS)

PAS em mmHg: : Desconhecida:120mmHg

F2- Valor absoluto (ABS) do excesso de base em sangue arterial capilar

BE em mmol/L: Desconhecido: 0

G2- Valor de FiO2 FiO2 em %: Desconhecido: 0

H2- Valor de PaO2 PaO2 em mmHg: Desconhecido: 0

Quadro 1: Variáveis do PIM. †Parada cardíaca fora do hospital; imunodeficiência severa combinada; leucemia ou linfoma; hemorragia cerebral; miocardiopatia; ventrículo esquerdo hipoplásico; doença neurodegenerativa; infecção por HIV; quociente intelectual < 35.

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1.6.a Cálculo do PIM

Para ser calculado a probabilidade de morte estimada pelo PIM (P_PIM), é

necessário calcular primeiramente o PIM, onde são avaliadas as 8 variáveis

descritas acima(55, 62):

A- PIM: {(2,357 x A2) + (1,826 x B2) + (-1,552 x C2) + (1,342 x D2) + [0,021 x

(ABSE2-120] + (0,071 x ABSF2) + [0,415 x 100 x (G2/H2)] – 4,873}

B- Probabilidade de Morte estimada pelo PIM (P_PIM)(%):

P_PIM: exp PIM / [1+expPIM] X 100

Mesmo o PRISM sendo o mais utilizado, estudo realizado na Espanha

mostrou que o PIM é mais confiável que o PRISM(63); porém outros estudos

verificaram que não há diferença significativa entre os dois escores preditivos; estes

escores apresentam capacidade de discriminar entre sobreviventes e não

sobreviventes, constituindo-se em ferramentas de desempenho comparáveis na

avaliação prognostica de pacientes pediátricos admitidos na UTI(64, 65).

1.7 Malária vivax grave

A malária grave é classicamente associada com infecção pelo P. falciparum.

Existe pouca informação disponível sobre a contribuição de P. vivax à doença grave.

Geralmente a malária vivax é considerada como doença benigna ou raramente fatal;

mas mesmo as infecções por P. falciparum serem associadas à mortalidade, a

gravidade e a morte por P. vivax argumenta contra a complacência na gestão do

mesmo pela forma “benigna” da infecção(66). Vários estudos em Papua Nova Guiné,

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Indonésia, demonstraram que o P. vivax está associado com doença grave e fatal,

principalmente em crianças menores de 1 ano de idade(67-70).

A malária resultante da infecção por P. vivax está associada com significativa

morbidade e mortalidade(69). Tanto infecções exclusivas por P. vivax como as

mistas (P.vivax e P. falciparum) estão associadas com malária grave em

crianças(67, 70) e contradizendo a epidemiologia, este tipo de infecção não protege

contra malária grave e sim está também associada com a mesma. Existem alguns

estudos que citam a proteção contra complicações e óbitos de infectados com P.

vivax ou por infecções mistas(67).

Há cada vez mais relatos de casos clínicos graves exclusivamente associados

com infecções por P. vivax(71). Esta gravidade tem sido sugerida devido à

resistência à cloroquina(72). O tratamento padrão mundial para o P. vivax é à base

de cloroquina e primaquina. Em áreas endêmicas para P. vivax, como na Amazônia,

a resistência de P. vivax à cloroquina tem sido observada mais recentemente(73). A

resistência à cloroquina em pacientes infectados por P. vivax pode aumentar a

chance de desenvolvimento de malária grave, principalmente em crianças menores

de 1 ano de vida(70, 72, 73).

Estudo feito em Timika, sul de Papua Nova Guiné, na Indonésia, demonstrou

que a maior proporção de doença grave ocorreu em pacientes com malária

ocasionada por P. vivax do que em pacientes infectados por P. falciparum (70) e a

maior proporção de gravidade ocorreu em crianças menores de 5 anos de idade,

conforme estudo em Wosera, Papua Nova Guiné, Indonésia(67).

Crianças com malária grave podem vir a desenvolver várias complicações

como anemia, desconforto respiratório, convulsões e coma(69, 74, 75). Em Timika,

as crianças que evoluíram com malária grave apresentaram sintomas como

desconforto respiratório, coma e principalmente anemia (Hb < 5 g/dL), estando esta

última relacionada principalmente com infecção por P. vivax (70). Já em Wosera, a

malária vivax estava mais associada com desconforto respiratório enquanto a

anemia estava mais ligada à infecção por P. falciparum em crianças menores de 5

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anos(67, 69). Os sintomas neurológicos tinham a mesma proporção tanto na

infecção por P. vivax como por P. falciparum (69).

Estudo em Singapura, relatou presença de SDRA, choque séptico e CIVD na

malária vivax grave, enquanto na malária falciparum, os pacientes apresentaram

insuficiência renal aguda, SDRA, CIVD, malária cerebral, anemia e disfunção

hepática(66).

Antigamente era raro relatar malária cerebral na malária vivax, principalmente

por não se conhecer seu mecanismo fisiopatológico, supondo ser devido a provável

distúrbio metabólico. Na infecção por P. falciparum, a malária grave cerebral ocorre

devido a sequestro dos eritrócitos infectados nos vasos cerebrais. Na malária vivax,

não há relato de que tal fenômeno ocorra(69).

Devido a malária grave ocorrer tanto em malária vivax quanto em malária

falciparum, será insuficiente aplicar intervenções somente para esta última, em áreas

onde ocorrem os dois tipos de Plasmodium. Se o P. vivax é responsável por uma

proporção significativa das mortes por malária, os esforços para evitar estas mortes

devem se concentrar no manejo de ambas espécies (67, 68, 70).

Como o diagnóstico parasitológico de malária pode ser realizado em mais de

100 postos de diagnóstico distribuídos pela Cidade de Manaus, e considerando a

internação dessas crianças em diferentes unidades de saúde, há uma dificuldade em

notificá-las como casos graves e até mesmo em conhecer o perfil clínico-

epidemiológico das mesmas.

A morbidade por malária vivax não está bem esclarecida e a Organização

Mundial de Saúde (OMS) ainda não estabeleceu nenhum critério para malária grave

ocasionada pelo P. vivax. Devido essa falta de dados sobre a malária grave em

crianças, o estudo foi realizado para um melhor conhecimento do perfil clínico-

epidemiológico das crianças que apresentaram malária grave no Amazonas e

estiveram internadas em Unidades de Terapia Intensiva (UTI‟s). O estudo veio

também estimar, especialmente, o impacto da infecção por P. vivax nesse grupo de

pacientes, em função da inexistência de dados sobre complicações clínicas graves

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de infecção por esta espécie conforme se tem relatado na literatura, no Sudeste

Asiático.

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2. OBJETIVOS

2.1 Geral

Identificar o perfil clínico-epidemiológico das crianças com malária internadas

em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) na Amazônia Ocidental Brasileira e

investigar potenciais fatores associados ao risco de internação nessas unidades.

2.2 Específicos

Definir o número de crianças (0 a 14 anos), com malária, que estiveram

internadas em unidades de terapia intensiva em Manaus, no período de

2004 a 2009;

Especificar qual a espécie de Plasmodium é mais frequente nesses

casos;

Descrever o perfil epidemiológico das crianças internadas por malária

grave, destacando idade, gênero, presença de comorbidades, complicações

clínicas, tempo de doença e época de internação;

Estimar a frequência de morte e de preenchimento dos critérios da

OMS para malária grave, entre as crianças hospitalizadas;

Identificar fatores de risco independentemente associados à internação

em UTI.

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3. PACIENTES E MÉTODOS

3.1 Tipo de estudo

Trata-se de um estudo retrospectivo, descritivo e outro estudo analítico, do

tipo caso-controle.

3.2 População de estudo

A população de estudo compreendeu crianças que foram internadas nas

Unidades de Terapia Intensivas (UTI‟s) neonatais e pediátricas públicas de Manaus,

capital do Estado do Amazonas, no período de Janeiro de 2004 a Dezembro de

2009.

3.3 Critérios de inclusão

Os casos inclusos no estudo foram:

- Todas as crianças que tiveram diagnóstico parasitológico de malária

confirmado, com consequente admissão nas unidades de terapia intensiva;

- Crianças na faixa etária de 0 a 14 anos completos de idade;

- Crianças com história prévia de malária, que já tinham iniciado o

tratamento, porém internaram na UTI com gota espessa negativa;

- Diagnóstico de malária registrado pelo SIVEP (Sistema de Informação

de Vigilância Epidemiológica).

As crianças que fizeram parte do grupo controle foram selecionadas em uma

unidade terciária de referência em doenças infecciosas do Amazonas, Fundação de

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Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, no período de Janeiro de 2009 a Julho

de 2010, com a mesma faixa etária do grupo de casos estudados, 0 a 14 anos

completos de idade, com diagnóstico parasitológico de malária por P. vivax

confirmado por gota espessa, internadas, porém não admitidas em UTI‟s. Essas

crianças foram acompanhadas durante sete dias após a alta, a fim de ser garantido

acompanhamento clínico e parasitológico, sendo descartado a hipótese do controle

vir a ser caso.

3.4 Critérios de exclusão

Casos:

- Crianças com diagnóstico parasitológico de malária confirmado, que

foram internadas nas UTI‟s, porém sem prontuário disponível.

Controles:

- Crianças com diagnóstico parasitológico de malária confirmado, que

foram internadas e durante acompanhamento foi encaminhada para UTI;

- Crianças com diagnóstico parasitológico de malária confirmado, que

foram atendidas ambulatorialmente e não foram internadas, sendo descartado a

possibilidade de apresentarem critérios de gravidade da OMS.

3.5 Local de coleta de dados

Os dados dos casos estudados foram coletados das informações contidas

nos livros de admissão hospitalar (nas UTI‟s), nos livros de registro dos laboratórios

e nos prontuários, arquivados no Serviço de Arquivo Médico e Estatístico (SAME),

dos pacientes que estiveram internados nas oito UTI‟s pediátricas, presentes em

cinco unidades de saúde, e nas seis UTI‟s neonatais públicas de Manaus (Figura 1).

Os dados das crianças do grupo de controle foram coletados nos livros de registro

de admissão hospitalar e nos prontuários arquivados dessas crianças atendidas e

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internadas na FMT-HVD (Figura 1). Os dados coletados dos dois grupos foram

registrados em uma ficha clínica elaborada com perguntas objetivas, referentes à

idade, gênero, procedência, período de internação, espécie de plasmódio, tempo de

doença, presença de comorbidade, complicações clínicas, exames laboratoriais,

tratamentos específicos e inespecíficos da malária e desfecho da doença.

3.5.a UTI‟s pediátricas públicas de Manaus e sua respectiva capacidade de

internação

A - Pronto Socorro da Criança da Zona Sul: UTI Sorriso (10 leitos, sendo 1

leito para isolamento) e UTI Vitória (4 leitos);

B - Pronto Socorro da Criança da Zona Oeste: UTI Algodão Doce (5 leitos,

sendo 1 leito para isolamento ) e UTI Pipoca (5 leitos);

C - Pronto Socorro da Criança da Zona Leste: UTI Mônica (5 leitos) e UTI

Cebolinha (5 leitos);

D - Instituto de Saúde da Criança do Amazonas – ICAM (5 leitos);

E - Hospital Dr. Fajardo (5 leitos).

3.5.b UTI‟s neonatais públicas de Manaus e sua respectiva capacidade de

internação

F - Maternidade Ana Braga (10 leitos);

G - Maternidade Balbina Mestrinho (10 leitos);

H - Maternidade Azilda da Silva Marreiros (10 leitos);

I - Maternidade Dr. Moura Tapajós (5 leitos);

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J - Maternidade Alvorada (5 leitos);

K - Maternidade Nazira Daou (10 leitos).

Figura 1: Localização das UTI’s pediátricas e neonatais públicas de Manaus, Amazonas. A - Pronto Socorro da Criança da Zona Sul B - Pronto Socorro da Criança da Zona Oeste C- Pronto Socorro da Criança da Zona Leste D - Instituto de Saúde da Criança do Amazonas E- Hospital Dr Fajardo F- Maternidade Ana Braga G - Maternidade Balbina Mestrinho H - Maternidade Azilda da Silva Marreiro I - Maternidade Dr Moura Tapajó J - Maternidade Alvorada K - Maternidade Nazira Daou. 1- FMT-HVD. www.maps.google.com.br/ 2009 Google - Dados Cartograficos MapLink/Tele Atlas.

3.6 Instrumento de coleta de dados

Os dados dos casos foram registrados em uma ficha clínica elaborada com

perguntas objetivas, referentes à local e período de internação, idade, gênero,

procedência, espécie de plasmódio, parasitemia semi-quantitativa (em cruzes),

presença de comorbidades agudas e crônicas, tempo de doença, manifestações e

B A

C

D

E

F

G

H

I

J

K

1

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22

complicações clínicas, exames laboratoriais, tratamentos específicos e não-

específicos para malária e desfecho da doença (Apêndice 7.1).

Os dados do grupo de controle foram extraídos do sistema de prontuário

eletrônico iDoctor®; também foram registrados na mesma ficha clínica.

3.7 Aspectos éticos

O projeto foi aprovado, sob o No 1980, no Comitê de Ética em Pesquisa em

Seres Humanos da FMT-HVD. Foi solicitado dispensa do Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido, por se tratar de estudo retrospectivo, com coleta de dados nos

livros de admissão hospitalar, nos livros de registro dos laboratórios e dos

prontuários dos pacientes, não colocando em risco a integridade física e moral das

crianças que fizeram parte do estudo. Os dados foram coletados pela própria

pesquisadora após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa e autorização por

escrito dos diretores das instituições envolvidas no estudo conjuntamente com as

Secretarias de Saúde (SUSAM – Secretaria Estadual de Saúde do Amazonas),

(SEMSA – Secretaria Municipal de Saúde) responsáveis pelas mesmas. Foi

assinado um termo de compromisso pelas respectivas secretarias de saúde.

Todos os dados que possam identificar as crianças foram mantidos em

absoluto sigilo e as mesmas não sofreram nenhum tipo de dano e/ou risco.

A pesquisa foi realizada segundo as recomendações éticas e legais contidas

na Resolução do Conselho Nacional de Saúde - CNS 196/96, sendo mantido em

sigilo a identificação das crianças.

3.8 Análise dos resultados

Os dados coletados foram compilados em um banco de dados e analisados

no programa estatístico SPSS Statistics versão 16.0 para Windows (SPSS Inc.

Chicago, IL, EUA). Afim de traçar o perfil clínico-epidemiológico das crianças com

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23

malária grave, foram avaliadas se variáveis tais como gênero, idade, espécie de

plasmódio, tempo de doença, presença de comorbidade aguda e crônica e tipos de

complicações clínicas estavam associadas ao maior risco de óbito e agravamento

dessas crianças. As crianças do grupo de casos que tiveram diagnóstico

parasitológico para malária vivax foram comparadas com as crianças do grupo de

controle, utilizando-se regressão logística. Calculou-se a odds ratio (OR), com seus

respectivos intervalos de confiança 95% dos dois grupos, e a OR ajustada, após

análise multivariada, com seleção de entrada (enter) para a seleção de variáveis.

Na análise univariada utilizou-se o teste exato de Fisher e na multivariada o teste

goodness-of-fit de Hosmer-Lemeshow.

3.8.a Cálculo do PIM

Calculou-se o PIM e a probabilidade de morte estimada pelo PIM (P_PIM)

avaliando as 8 variáveis necessárias para o cálculo, obtidas na primeira hora de

internação da criança na Unidade de Terapia Intensiva.

3.8.b Variáveis necessárias para calcular o PIM

Foram coletadas as 8 variáveis necessárias para o cálculo do PIM, na

primeira hora de internação das crianças, contidas na folha de admissão na UTI

encontradas nos prontuários das crianças.

A2 - Avaliação das pupilas e fotossensibilidade: pupilas isocóricas e

fotossensíveis foi atribuído valor 0; pupilas dilatadas maior que 3mm ou fixas foi

atribuído 1 e informação desconhecida recebeu valor igual a 0;

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24

B2 - Presença de doenças pré-morbidas: se apresentou alguma comorbidade,

recebeu 1 e se não, recebeu 0; se a informação foi desconhecida recebeu valor igual

a 0. As doenças pré-morbidas consideradas foram parada cardíaca fora do hospital,

imunodeficiência severa combinada, leucemia ou linfoma, hemorragia cerebral,

miocardiopatia, ventrículo esquerdo hipoplásico, doença neurodegenerativa, infecção

por HIV e quociente intelectual < 35;

C2 - Admissão programada: se o paciente teve internação eletiva na UTI foi

atribuído um valor igual a 1, se não, foi atribuído 0;

D2 - Uso de ventilação mecânica: se a criança internou na UTI intubada, em

uso de ventilação mecânica, recebeu valor igual a 1, se não, recebeu valor igual a 0;

E2 - Valor absoluto (ABS) da Pressão Arterial Sistólica (PAS): foi anotado o

primeiro valor da PAS da criança na primeira hora de internação da criança na UTI.

Quando esse dado era desconhecido, foi atribuído um valor igual a 120mmHg;

F2 - Valor absoluto (ABS) do excesso de base em sangue arterial capilar:

anotado a partir dos valores da gasometria arterial na primeira hora de admissão na

UTI; se desconhecido, obteve-se 0 nesse item;

G2 - Valor de FiO2 (%): obtido a valor da fração inspirada de oxigênio a partir

da primeira gasometria arterial. Se o valor foi desconhecido, foi atribuído 0;

H2 - Valor de PaO2 (mmHg): obtido o valor da pressão parcial de oxigênio a

partir da primeira gasometria arterial. Se o valor foi desconhecido, foi atribuído 0.

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25

3.8.c Equação do PIM e do P_PIM

Através da coleta das variáveis necessárias foi utilizado as equações

matemáticas para o cálculo do PIM e posteriormente da Probabilidade de Morte

estimada pelo PIM (P_PIM)(%):

1- PIM: {(2,357 x A2) + (1,826 x B2) + (-1,552 x C2) + (1,342 x D2) + [0,021 x

(ABSE2-120] + (0,071 x ABSF2) + [0,415 x 100 x (G2/H2)] – 4,873}

2- Probabilidade de Morte estimada pelo PIM (P_PIM)(%):

P_PIM: exp PIM / [1+expPIM] X 100

3.9 Definição de casos

As complicações da malária encontradas foram definidas segundo a

Organização Mundial de Saúde e outros estudos relacionados ao assunto. Foi

definido como Síndrome Neurológica as crianças que apresentaram Escala de Coma

de Glasgow (ECG) menor ou igual a 8 ou Escala de Coma de Blantyre (ECB) menor

ou igual a 2, e/ou apresentaram convulsões, com exclusão de outras causas

(hipoglicemia, meningite bacteriana, encefalite viral)(2, 29, 38, 40). Do ponto de vista

prático, qualquer alteração do estado mental foi tratado como malária cerebral(41).

Definiu-se como Síndrome Respiratória aqueles que apresentaram SDRA (Síndrome

do Desconforto Respiratório Agudo) apresentando saturação de oxigênio inferior à

94% ou aumento da freqüência respiratória de acordo com a faixa etária (> 40 rpm

em crianças de 5 a 14 anos, > 50 rpm em crianças de 2 meses a 5 anos e > 60 rpm

em crianças menores de 2 meses; e/ou edema pulmonar(2, 29, 44, 45). A anemia

em crianças foi classificada como grave quem teve hemoglobina menor que 5,0

g/dL(2, 21, 25, 33). Considerou-se Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD)

alteração no tempo de ativação de protrombina < 70%, tempo de tromboplastina

parcial ativada superior a 1,2 vezes o limite superior normal, com presença de

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sangramento abundante, além da presença de aumento de dímeros e de produtos

de degradação da fibrina (2, 46, 47). A Insuficiência Renal Aguda (IRA) foi definida

com presença de creatinina sérica superior a 3,0 mg/dL(2, 29, 40). A Hipoglicemia foi

considerada para as crianças que apresentaram glicemia inferior a 40 mg/dL(2, 29,

38). A hiperlactatemia foi definida pela presença de lactato superior a 5,0 mmol/L(2,

29). Foi definido como hiperbilirrubinemia as crianças que apresentaram bilirrubina

total maior que 3 mg/dL(2, 20, 29). O choque foi associado com o uso de drogas

vasoativas e presença de hipotensão (pressão arterial média – PAM < 70 mmHg). A

presença de acidose metabólica foi considerada conforme alterações gasométricas,

sendo o PH sanguíneo menor que 7,25 e bicarbonato menor que 15 mmol/L(2, 46).

A blackwater fever foi considerada para pacientes que apresentaram hemoglobinúria

e icterícia. A sepse foi relacionada com presença de hemocultura positiva(40), já que

foi coletado sangue para cultura de todos os casos. Considerou-se plaquetopenia

aqueles que apresentaram menos que 80.000 células por mm3; leucocitose maior

que 12.000 células por mm3 e leucopenia menor que 5.000 células por mm3(2).

Também foi definido as crianças que apresentaram rotavírus (RTV) como aquelas

que apresentaram diarréia e tiveram teste rápido positivo para RTV; as que tiveram

diarréia, porém com exame negativo foram classificadas apenas como

gastroenterite(40). A avaliação de espécie de Plasmodium foi avaliada através do

diagnóstico por gota espessa e a parasitemia foi definida pelo método semi-

quantitativo (< ½ ou ½ +, +, ++, +++ e ++++). Nas alterações do ionograma, foram

considerados os valores padrões para os íons de sódio, potássio, cálcio e magnésio.

Para a avaliação hepática, além do valor de bilirrubina, presença ou não de icterícia,

foram avaliadas alterações das transaminases ALT (alanina aminotransferase) e

AST (aspartate aminotransferase)(1, 2, 29).

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27

4. Resultados e Discussões

Os dados foram apresentados no formato de artigo científico, a ser submetido

para publicação na revista PLoS Medicine. Foram seguidas as recomendações

STROBE (STrengthening the Reporting of OBservational studies in Epidemiology).

4.1 Artigo

CHILDREN DIAGNOSED WITH MALARIA HOSPITALIZED IN INTENSIVE CARE

UNITS IN THE BRAZILIAN AMAZON: A CASE-CONTROL STUDY OF CHILDREN

WITH PLASMODIUM VIVAX

Ellen Fátima Caetano Lança1,5, Belisa Maria Lopes Magalhães1,4,

Sheila Vitor-Silva1,4, André Machado Siqueira1,2,4,

Silvana Gomes Benzecry1, Márcia Almeida Araújo Alexandre1,2,3,

Marcus Vinícius Guimarães Lacerda1,2,3,4*

1 Universidade do Estado do Amazonas, Manaus, Amazonas, Brazil, 2 Fundação de

Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, Manaus, Amazonas, Brazil, 3

Universidade Nilton Lins, Manaus, Amazonas, Brazil, 4 National Institute of Science

and Technology for Innovation in Neglected Diseases, Rio de Janeiro, Brazil, 5

Universidade Federal do Amazonas.

*E-mail: [email protected] , Phone/fax: + 55 92 2127 3537

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Abstract

Background

Plasmodium vivax is responsible for a significant portion of malaria cases worldwide, especially in Asia, where severe vivax disease is being described, but few data from Latin America are available and predictors of severity are poorly reported. The objective of this study was to describe the burden of this infection among children hospitalized in intensive care units (ICUs) in the Western Brazilian Amazon and to investigate potential risk factors associated with hospitalization in this units. Methods and Findings

This was a retrospective case-control study in which the clinical records of 34 children 0-14 years of age hospitalized in all the 11 public pediatric and neonatal ICUs from Manaus, one of the most endemic cities for malaria in the Brazilian Amazon, were reviewed. Clinical and laboratorial information was acquired from these records and children were classified with severe disease if any of the severity criteria of the World Health Organization (WHO) was fulfilled. Ten children had the diagnosis of P. falciparum or P. falciparum/P. vivax mixed infection and 24 the diagnosis of P. vivax. A case-control study was per children with microscopic diagnosis of P. vivax from the ICU and as controls 91 children with vivaxmalaria hospitalized in a tertiary care hospital for infectious diseases did not require ICU admission. An analysis using logistic regression was performed, in order to investigate potential factors associated with the risk of admission to the ICU (surrogate marker of severity).Only 2 of 24 patients with P. vivax died. Acute respiratory distress syndrome (ARDS), shock and severe anemia were the most frequent complications associated to P. vivax infection of which little is known about the mechanisms of disease. Higher parasitemias (p=0.018) and the presence of any acute (p=0.023) or chronic (p=0.017) comorbidity, children under 5 years old (p=0.019) and gender male (p=0.036) were independently associated to the risk of admission to ICU, controlled for time of disease. At least one of the WHO severity criteria for malaria was present in 23/24 (95.8%) patients from the ICU and in 17/91 (18.7%) of the controls, being a good predictor of severity (p=0.001). The only investigated criterion not associated to ICU admission was hyperbilirrubinemia (p=0.513).

Conclusions

Our study adds further weight to the body of evidence pointing out to P. vivax as a major cause of severe malaria. This species was responsible for most of the malaria admissions of children 0-14 years old in the ICU (72.5%) in a moderate transmission endemic area for malaria in the Brazilian Amazon, and the clinical complications were very similar to those seen in P. falciparum infection. ARDS, shock and anemia are major complications in P. vivax infection for which mechanisms are

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poorly understood. WHO severity criteria have good sensitivity to predict severity in P. vivax and could be used by proxy for public health and investigational purposes.

Keywords: 1. Malaria / complications. 2. NICU / PICU. 3. Epidemiological profile.

Introduction

Malaria is one of the most important public health problems in the world, with

3.3 billion people at risk of contracting the disease and almost one million deaths

annually, mainly in children under five years [1]. Major species affecting humans are

Plasmodium falciparum and Plasmodium vivax, being the former recognized as the

most lethal parasite and the last traditionally assumed to cause a „benign disease‟.

However, in the recent decades, increasing evidence that P. vivax is also related to

severe disease has emerged in the literature in countries such as India and Indonesia

[2,3].

Malaria in Brazil is mostly related to P. vivax since the 1990‟s [4]. In 2009,

Brazil reported 308,498 cases of malaria (257,571 of P. vivax), mainly in the Amazon

Region, representing 54.9% of all the malaria reported in the Americas [5]. The city of

Manaus (capital of the Amazonas State), since 1988, has faced successive

outbreaks of malaria due to intense immigration, deforestation and unplanned human

settlements [6]. Today, with an estimated population of 2 million people, it is

considered to be one of the three cities, which altogether report 25% of all the malaria

cases in Brazil, despite of a reasonably structured public health system, with free and

universal access to diagnosis (based on thick blood smear) and treatment. Children

under 14 years of age accounted for 24.3% of all malaria cases in 2010 (SIVEP-

Malaria, 2010). Likewise, clinical complications related to P. vivax have also been

reported in Brazil in the past decade especially in Manaus [7,8,9,10,11,12,13],

despite of a low number of associated deaths (according to the official statistics, from

1998 to 2008, only 234 deaths related to P. vivax infection were reported in the

Brazilian Amazon) [4]. To date no data on risk factors for P. vivax severe disease

exist in Brazil, where P. vivax predominates, differently from areas where both P.

falciparum and P. vivax predominate equally, making it possible that the interaction

between the two parasites change the morbidity profile [14].

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30

The first attempt to assemble the current knowledge of severe malaria was

reviewed at an informal technical meeting convened by the World Health

Organization (WHO) in Kuala Lumpur, Malaysia in 1985 [15]. The document focused

on P. falciparum infection, since by that time P. vivax was not considered as cause of

severe disease. Throughout the years, no effort has been made to standardize

specific severity criteria for the disease caused by this species, what poses technical

problems for literature review, meta-analysis and estimation of risk factors on this

issue, since the definition of severe P. vivax infection among the authors seems to be

heterogeneous. Trends of increase in severity are more reliable when the same

endemic area is analyzed and uniform criteria are applied across the time, e.g. in

Manaus, where the increase in P. vivax patients admissions to a tertiary care center

increased over time, without any change in the criteria for admission [16]. The most

robust endpoint for validating a severe criterion would be death, but in areas where

the number of deaths is not so high in order to allow powered prognostic studies,

such as in Brazil, intensive care unit (ICU) hospitalization could be taken as a

surrogate marker of severity, as well as severity scoring systems validated to predict

mortality in ICU patients.

This study aimed to describe the clinical presentation of all the children under

14 years of age admitted to an ICU in Manaus from 2004 to 2009, and to assess

potential risk factors associated to this admission (as proxy of clinical severity) in a

case-control study using children non-admitted to the ICU as controls. The adequacy

of WHO malaria severity criteria for P. falciparum was also evaluated for P. vivax

infection.

Methods

Ethical Statement

The review of clinical files was approved by the Ethics Review Board (ERB) of

the Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (approval number

1980), as well as by the ERB of the Health Secretariat of Manaus and the Health

Secretariat of the Amazonas State. A waiver of the informed consent was provided as

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31

the patients were not available to authorize the use of the clinical information

registered on their clinical files.

Study Sites and Patients Selection

The selection of cases was performed in the city of Manaus, capital of the

Amazonas State, where Anopheles darlingi is the major vector of malaria and the

annual parasitary index (API) in 2009 was 11.5 cases/1,000 inhabitants. The city has

socialized health assistance free of charge for every citizen (Sistema Único de Saúde

- SUS), and counts with five public pediatric ICUs (44 available beds in total) and six

neonatal ICUs (50 available beds in total) in 11 tertiary care pediatric hospitals and

maternities. The infrastructure of all these hospitals is very similar and pediatricians

who work in all of them are from a same cooperative society and follow the same

guidelines of clinical management and criteria for ICU admission. Since every febrile

patient in Manaus is submitted to a thick blood smear and the symptoms of

uncomplicated P. vivax and P. falciparum malaria are similar, treatment seeking bias

is unlikely. Since the access to tertiary care hospitals is relatively easy, we assume

that all critically-ill patients who searched health care were hospitalized in the ICU in

Manaus. The number of private ICUs is limited and they usually admit patients from a

different social economic status (from non-endemic areas for malaria in Manaus),

reason why these ICUs were not included in the analysis. Controls were posteriorly

obtained from children of the same age range that were consecutively admitted to a

tertiary care center for infectious diseases (Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor

Vieira Dourado), which did not require intensive care.

Study Design

A case-control study was conducted based on the retrospective review of

clinical and laboratorial data from hospital files. Cases (children 0-14 years) from

January 2004 to December 2009 were enrolled after the review of: (1) ICU logbooks

(in which demographic data from each admitted patient, a presumptive diagnosis at

admission and a final diagnosis at discharge are systematically registered); (2)

hospital laboratory logbooks (in which the results of thick blood smears with its

respective semi-quantitative parasitemia, performed in each hospital, are

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systematically registered); and (3) SIVEP-Malaria (the National Malaria Information

System available on-line, which registers results of thick blood smears performed in

each reporting unit such as the hospitals of interest). Cases were included if there

was any evidence of malaria diagnosis by microscopy in any of the three information

systems searched. The study enrolled only patients since 2004 because of a better

reliability of the National Malaria Information System (SIVEP-Malaria) and the better

access to the clinical files, avoiding the retrieval bias.

The clinical and laboratorial data from controls were retrieved electronically

from the computerized hospital records system (iDoctor®) from all the children of the

same age group admitted to the Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira

Dourado, from January 2009 to July 2010. Except from routine automated full blood

count, requested to all these hospitalized children, more specific laboratorial exams

(such as biochemistry and arterial gas analysis) were requested only if clinical

symptoms were suggestive of any given complication. Systematically in this

institution children are seen in the Outpatient Clinics seven days after discharge, in

order to guarantee clinical and parasitological follow-up.

Diagnosis of Malaria and Parasitemia Quantitation

Thick blood smears are routinely performed for the diagnosis of malaria in

Brazil, prepared as recommended by the Walker technique [17] and evaluated by a

local microscopist. The results of peripheral parasitemia are given semi-

quantitatively, as follows: ½+ (200 - 300 parasites/mm3); 1+ (301 - 500

parasites/mm3); 2+ (501 - 10,000 parasites/mm3); 3+ (10,001 – 100,000

parasites/mm3); and 4+ (>100,001 parasites/mm3). Systematically all the positive

slides and 10% of the negative slides are reviewed in a reference unit with

experienced microscopists. In case of divergence, the reviewed result is updated in

the on-line system. Although PCRs were not performed routinely in these children,

what would probably detect more submicroscopic P. falciparum infections. A

preliminary analysis from our laboratory, based on real-time PCR, points that only 5%

of the positive thick blood smears for P. vivax disclose mixed infections (data not

shown). Only children with a positive thick blood smear for Plasmodium sp. are

treated according to the Brazilian Anti-Malarial Treatment Guidelines, which

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33

recommends chloroquine (25mg/kg over 3 days) + primaquine (0.5mg/kg/day over 7

days) for P. vivax infection, and artemether/lumefantrine for 3 days for non-severe P.

falciparum infection. Severe P. falciparum infections are treated with parenteral

artemether or artesunate for 7 days.

Data collected

One member of the study team was responsible to obtain the following

information was collected from the medical charts of each individual: sex (male or

female), age, malarial species, semi-quantitative parasitemia, duration of disease (in

days) prior to the admission to the ICU (cases) or to the ward (controls), death,

presence of a given acute comorbidity else from malaria or a chronic disease

confirmed through a reliable diagnostic method, and presence WHO severe malaria

criteria [18]. Briefly, WHO criteria for severe malaria in children are summarized as

follows: (1) impaired consciousness or unrousable coma (Blantyre coma scale ≤ 2 or

Glasgow coma scale ≤ 8); (2) prostration, i.e. generalized weakness so that the

patient is unable to walk or sit up without assistance; (3) failure to feed; (4) multiple

convulsions (more than two episodes in 24h); (5) acute respiratory distress syndrome

(acidotic breathing) defined as oxygen saturation less than 94% or an age-stratified

increased rapid respiratory rate (>40 in children 5–14 y, >50 in children aged 2mo to

5 y, and >60 in babies less than 2 mo); (6) circulatory collapse or shock, systolic

blood pressure < 50 mmHg (algid malaria) and/or use of vasopressors; (7) clinical

jaundice or total bilirubin > 3mg/dL; (8) hemoglobinuria (blackwater fever); (9)

abnormal spontaneous bleeding (disseminated intravascular coagulation); (10)

pulmonary edema (radiological); (11) hypoglycemia (blood glucose < 40 mg/dL); (12)

metabolic acidosis (plasma bicarbonate < 15 mmol/L); (13) severe anemia (Hb < 5

g/dL); (14) hyperlactatemia (lactate > 5 mmol/L); (15) acute renal failure (serum

creatinine > 3 mg/dL). The data retrieved was reviewed by another member of the

study team and divergences were resolved by a third member.

In all the ICU collection of samples of venous blood for aerobes culture and

arterial blood for gas analysis was routinely performed. From all the patients

hospitalized in the ICU, the Pediatric Index of Mortality (PIM) score was calculated

with data from the first hour of admission, based on the systolic blood pressure,

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34

pupillary reactions to bright light, PaO2, FiO2, base excess on arterial blood,

mechanical ventilation at any time during the first hour in ICU, elective admission,

presence of concomitant high and low risk diagnoses [19]. Severity was defined in

the presence of any of the WHO severity criteria. As blood gas analysis samples

were not systematically collected for controls, hyperlactatemia and metabolic acidosis

was not used to classify severity nor was assessed as a risk factor for ICU admission.

Hyperparasitemia was not considered as severe criterion since P. vivax classically

leads to lower parasitemias, as it invades preferably reticulocytes. The disease was

classified as being directly caused by plasmodial infection if no other cause was

identified and no concurrent acute or chronic diseases was suggested.

Statistical Analyses

Data were analyzed using SPSS® version 16.0 for Windows (SPSS Inc.®

Chicago, IL, USA). Differences in proportion were calculated if p<0.05 in the Fisher

exact test. The crude Odds Ratio (OR) with its respective 95% Confidence Interval

(95% CI) was determined considering the admission to ICU as the dependent

variable. Logistic regression was used for the multivariate analysis and the adjusted

Odds Ratio with 95% CI was also calculated. An enter procedure for selecting

variables in the multivariate analysis was used. Statistical significance was

considered if p<0.05 in the Hosmer-Lemeshow goodness-of-fit test.

Results

During the period of 2004-2009, 80.172 children 0-14 years of age were

reported to be diagnosed with malaria in Manaus. The review of logbooks disclosed

that 40 malaria patients within this age group where admitted to one of the 11

pediatric or neonatal ICUs from Manaus, 29 of which were related to P. vivax

infection. 34 clinical files were retrieved from these cases, as shown in Figure 1. Six

cases were excluded because their records were not found. In table 1, the clinical

description of P. falciparum and P. falciparum/P. vivax (mixed infections) is detailed.

Altogether, ARDS (7/10) and shock (7/10) were the most common clinical

complications of these children and fatality rate was 33.3% (3/10). The plasmodial

infection appeared to be the direct cause of severity in 4/10 (40.0%) children while in

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35

the other six children, acute and/or chronic conditions were probably acting

synergistically to produce the complications. In all patients, at least one of the WHO

criteria for severe malaria, were present.

Clinical and laboratorial data from children with exclusive P. vivax infection

admitted to the ICU are presented respectively in tables 2 and 3. ARDS (16/24) and

shock (13/24) were also the most common complication associated to this species,

but with a smaller fatality rate of 8.3% (2/24), Plasmodial infection was the apparent

direct cause of severity in 10/24 (41.6%) children, while in the other fourteen children,

there was evidence of the participation of acute and/or chronic conditions the

occurrence of complications. All the children were treated with chloroquine (through

nasogastric catheter when the child was intubated) and primaquine after discharge

and one or more empirical regimens of antibiotics, despite only three patients having

presented positive blood cultures. Two patients with confirmed glucose-6-phosphate

dehydrogenase (G6PD) deficiency presented severe hemolysis, hemoglobinuria and

acute renal failure after the beginning of primaquine. All the patients who evolved with

shock syndrome requested the use of vasoactive amines. Except the case of one

patient with the previous diagnosis of immune thrombocytopenic purpura (ITP) who

presented with moderate bleeding and was admitted to the ICU, all the other 23

patients had one or more WHO severity criteria for malaria. All the patients evolved

with a negative blood smear for Plasmodium sp. following the treatment with

chloroquine.

In table 4, logistic regression evidences that higher peripheral parasitemias

[OR=4.94 (95% CI=1.31 – 18.63); (p=0.018)], the presence of acute [OR=8.13 (95%

CI=1.33 – 49.81); (p=0.023)] and/or chronic [OR=6.02 (95% CI=1.38 – 26.35);

(p=0.017)] comorbidities, children under 5 years old [OR = 5.36 ( 95% CI = 1.34 –

11.63), (p = 0,019)] and gender male [OR = 5.32 (95% CI =1.32 – 31.89), (p = 0,036)]

are independently associated to the risk of developing life-threatening in P. vivax

monoinfection requesting admission to an ICU. None of the controls enrolled in the

tertiary care hospital (without ICU) developed severe disease after the discharge, as

reviewed in their electronic files during the visits to the outpatient clinics afterwards.

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36

Discussion

To our knowledge this is the largest series of P. vivax patients admitted to

ICUs infants. The few reports with similar approach have substantially smaller

number of patients, impairing proper statistical analysis [20,21]. In this study, we

evidenced that in an endemic area for malaria reporting almost 90% of cases due to

P. vivax, in a relatively well-structured public health system, which provides access to

the ICU in case of life-threatening disease, most of the malarial hospitalizations were

related to this species, what confirms the high burden of this infection in terms of

health costs. Similar to what was found by Tjitra and colleagues in the Indonesian

Papua, ARDS was the major complication in severe P. vivax infection, with a

reasonable predictive value of death [3]. Studies performed in uncomplicated patients

also suggested that progressive alveolar-capillary dysfunction after treatment of vivax

malaria was consistent with a greater inflammatory response to a given parasite

burden in P. vivax relative to that in P. falciparum [22]. More recently, ex vivo

adhesion of P. vivax-parasitized red blood cells to human lung endothelial cells

(HLEC) was demonstrated for the first time [23], suggesting that cytoadhesion could

play a role in the pathogenesis of this disease, although in vivo evidence is needed to

support this hypothesis. The other evidence for a primary pulmonary lesion justifying

the respiratory clinical manifestations else from severe anemia is supported by the

fact that only 2 out of 16 patients had simultaneous ARDS and severe anemia.

The occurrence of severe anemia also paralleled data from other endemic

areas, such as Papua New Guinea [24] and was consistent with previous data

published from Manaus [12]. Also corroborating with data from Indonesia [25], 5 out

of 6 children under 3 months of age presented severe anemia, confirming P. vivax as

a cause of morbidity also in the early infancy. Data from adults in Latin America

suggest that it is an uncommon complication [26]. However, severe anemia can be

seen in patients with G6PD deficiency, as a complication of the use of primaquine for

the radical cure, what was observed in three patients described here (two with pure

P. vivax and one with mixed infection). It is usually followed by ARF, what constitutes

the syndromic presentation of blackwater fever [27]. This complication seems to be

frequent in Brazilian malaria-endemic areas, where the deficiency is not routinely

screened before the prescription of antimalarials. One estimates a 3% prevalence of

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37

the A- variant among males [28], and a number of hospitalizations due to this

complication are reported [29]. Circulatory collapse (algid malaria) was also very

frequent and severe, requesting the use of vasopressors. Even for P. falciparum

malaria, the etiology of this complication is uncertain and the potential role of septic

shock as a concomitant entity is discussed [30]. Sometimes the underlying cause is

related to unreported diseases, as suggested in a case report where the patient

evolved to shock after gastrointestinal bleeding because of the unknown diagnosis of

hemophilia A [31].

Hyperbilirrubinemia is becoming recognized recently as an inappropriate

criterion of severe if isolated [32]. In our data, likewise, this clinical/laboratory finding

was not predictive of ICU hospitalization [OR= 1,45 (CI=0,42-5,05), (p=0,513)].

However, from a conservative perspective jaundice detected on a routine physical

exam could still be used in the public health as an alert sign to severity, considering

that in 3/4 cases it was followed by another severity criterion. Serology for the

common viral hepatitis in this region was not requested.

In the few cases in where ARF was found, the possibility of P. malariae

infection is highly improbable, since this species is very rare in Manaus, as showed

elsewhere in this same locality [33].

It is noteworthy that acute or chronic comorbidities, which could have

contributed to the event of hospitalization in the ICU, were detected in 14/24 patients

with P. vivax. But surprisingly in 6/10 patients with P. falciparum similar conditions

were reported. That leads to the conclusion that not only P. vivax complication is

facilitated by comorbidities, but also P. falciparum, and this aspect in special is

underreported in prospective studies on vivax severity [3]. Recent data for example

suggest that P.vivax-triggered anemia could be related to parvovirus B19 infection

[34]. In our children, septic shock with confirmed bacteremia was observed in three

cases. In Mozambique, the systematic performance of blood cultures on hospital

admissions showed that a positive culture for aerobes in children with malaria was

associated with an increased risk of death [35]. Therefore, the predisposition of

malarial infection to other bacterial super-infections should be regarded

independently of the species. The finding of four malnourished children among the

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38

vivax cases does not seem negligible, and should be taken into consideration as a

potential confounding factor when severity frequencies are roughly compared across

the world, since nutritional status should be very distinct, and there is some evidence

that it may change malaria morbidity [36].

Despite of the WHO recommendation to treat patients with severe P. vivax

malaria as patients with severe P. falciparum/P. vivax malaria, due to the possibility

of submicroscopic parasitemias of the first species, the Brazilian Guidelines for

Antimalarial Treatment hasn‟t changed their policy and chloroquine is still used in

most of these patients. Resistance to chloroquine was described for the first time in

Latin America in Manaus [37], and more recent data suggest that in vivo resistance in

this locality is estimated to be around 10% [38]. However the resistance does not

seem to be spread throughout the country [39], and the Brazilian Ministry of Health is

still conservative, recommending chloroquine as the first line treatment for P. vivax.

Ecological studies suggest that severity in vivax infection could be related to

chloroquine-resistance [40], however our present and previous data [12] showing

good response to chloroquine in severe patients, suggest that in the Brazilian

Amazon this relationship is not that straightforward.

Fatality rate among P. vivax patients hospitalized in the ICU was low, but this

information should be seen with care in terms of external validity, because in Brazil

the diagnosis and treatment of malaria are free and universally available.

Superimposed to that, a reasonably set up health system could change the picture

when compared to places where no tertiary care assistance is fully available. In any

case, the small sample suggests that P. falciparum children (3/10) died more than

those infected with P. vivax (2/24). PIM score predicted roughly well mortality and

should be emphasized in future similar pediatric studies.

In the present study we showed that in absolute numbers, P. vivax infection

was responsible for most of the admissions of children 0-14 years old in the ICU, in a

moderate transmission endemic area for malaria in the Brazilian Amazon, and that

the clinical complications were very similar to those seen in P. falciparum infection, in

this same endemic area. Higher parasitemias, the presence of simultaneous acute

and/or chronic diseases, children under 5 years old and gender male are also

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39

associated to the admission in ICUs, what from the public health perspective,

supports decision-makers from national malaria programs to focus on these children

in order to diminish the burden of hospitalization, decreasing costs and reducing

malaria-associated fatality rates.

Due to the scarcity of malaria patients admitted to the ICU, a reflex of a well-

coordinated diagnosis and treatment network, to perform this retrospective analysis

proved to be a very efficient way of examining the characteristics and risk factors of

children requiring intensive care. As we were able to assess the information of the 11

pediatric ICUs covering the Manaus metropolitan area, all of which follow strict

clinical and laboratorial routines, we believe that much of the selection and

information bias that may occur in retrospective studies could be alleviated. We are

confident that during the 6-years period included, all the malaria patients within the

eligible age range were identified, and the ability to retrieve information of 85% of the

cases contributed to minimize selection bias. Furthermore, by selecting a sample of

consecutive patients of the same age range admitted to a tertiary care center that

were submitted to similar standard of care and from whom the same clinical and

laboratorial information (apart of invasive unnecessary procedures) was retrieved, we

are confident that we could reliably assess risk factors for admission to the ICU within

this population.

At least in children from this studied area, WHO severity criteria, primarily

standardized for P. falciparum malaria, may also predict severity in P. vivax patients,

however further studies are needed to confirm this finding in similar settings. From

the basic science perspective, the enrollment of severe vivax patients in

pathogenesis studies should carefully rule out other diseases, which may alter the

real biological action of the parasite and its interaction with the immune system [41].

Definitely ARDS, shock and anemia are major complications in P. vivax infection for

which mechanisms are poorly understood even in P. falciparum. More studies are

needed to reinforce the external validity of these findings to further age groups. Due

to the fact that studies on the clinical aspects and on the biology of P. vivax were

neglected during most of the 20th century, the enormous amount of gaps of

knowledge about this parasite [42] may pose challenges for a malaria eradication

plan in the near future [43].

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40

Acknowledgments

We thank all the directors of the ICUs, for their support with data collection,

and the Health Secretariat of Manaus (SEMSA) and the Health Secretariat of the

Amazonas State (SUSAM).

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43

Figure 1. Flow diagram of patients (cases) enrolled in the analysis.

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Table 1. Clinical information from 10 children 0-14 years old, admitted to any of the pediatric or neonatal ICUs in Manaus, from January 2004

to December 2009, with parasitological diagnosis of P. falciparum or mixed infection (P. falciparum/P. vivax).

y years; mo: months; d: days; NA: Non-available; ARDS: acute respiratory distress syndrome; ARF: acute renal failure; PIM: Pediatric Index of Mortality *Malnutrition confirmed by body mass index (BMI) Z-score < -2; rotavirus gastroenteritis confirmed by immunochromatographic rapid test in the stool; sepsis confirmed by two positive blood cultures; G6PD deficiency confirmed by qualitative Brewer‟s test; congenital cardiopathy confirmed by echocardiogram; sickle cell anemia confirmed by electrophoresis. ** Blackwater fever.

Patient Species Age/

gender

Time of disease (days)

Associated acute comorbidity

Associated chronic comorbidity

ARDS Severe anemia

ARF Neurological

syndrome Jaundice Shock

Metabolic acidosis

Low glucose

PIM score (%)

Outcome

1 P.f. 6y/F 14

Rotavirus gastroenteritis* +

Sepsis* (Pseudomonas

aeruginosa)

Congenital cardiopathy*

+ + 84.7 Died

2 P.f. 7y/F 5 + + + 40.0 Recovered

3 P.f. 10y/F 5 + + + + + + 45.7 Died

4 P.f. 1mo/M 7 + + 10.6 Recovered

5 P.f./P.v. 7mo/F 2 Rotavirus

gastroenteritis + + 7.4 Recovered

6 P.f./P.v. 13y/M 30 G6PD deficiency* + +** + 1.3 Recovered

7 P.f./P.v. 5mo/F 48 Malnutrition* + + + NA Died

8 P.f./P.v. 3y/M 7 Rotavirus

gastroenteritis + + 15.4 Recovered

9 P.f./P.v. 9y/M 7 Sickle cell anemia*

+ Malnutrition + + + 1.4 Recovered

10 P.f./P.v. 2mo/M 2 + + 13.9 Recovered

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Table 2. Detailed clinical information from 24 children 0-14 years old, admitted to any of the pediatric or neonatal ICUs in Manaus, from

2004 to 2009, with parasitological diagnosis of P. vivax.

Patient Age/

gender

Time of disease (days)

Associated acute comorbidity

Associated chronic comorbidity

ARDS Severe anemia

Neurological syndrome

Jaundice Shock Metabolic acidosis

Low glucose

Blackwater fever (ARF)

PIM score (%)

Outcome

1 6y/M 7 + + 1.9 Recovered

2 1mo/M 7 + + + + 24.8 Recovered

3 8y/F 3 Viral encephalitis* + + 45.9 Died

4 1y/F 4 Gastroenteriris Malnutrition* + + + 28.1 Recovered

5 3y/M 4 Rotavirus

gastroenteritis* Cystic fibrosis* + 1.6 Recovered

6 1mo/M 3 + + + + 9.1 Recovered

7 1mo/M 1 Gastroenteritis and

drug-induced hepatitis

+ + + + 21.1 Recovered

8 1y/M 2 Neurological

sequelae + + + + + 40.5 Recovered

9 2y/F 25 + 9.9 Recovered

10 11y/M 7 Malnutrition + + + + 24.9 Recovered

11 7mo/F 26

Rotavirus gastroenteritis +

Sepsis (Acinetobacter sp.+

Klebsiella sp.)*

+ + 11.4 Recovered

12 8y/M 10 G6PD deficiency* + + 4.0 Recovered

13 3y/M 23 + + + 11.3 Recovered

14 3y/M 7 G6PD deficiency + + + 2.4 Recovered

15 2y/M 2 + + 8.4 Recovered

16 2y/M 4 Bacterial pneumonia with lung empyema*

+ + + 12.6 Recovered

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y years; mo: months; d: days; NA: Non-available; ARDS: Acute Respiratory Distress Syndrome; ARF: Acute Renal Failure; PIM: Pediatric Index of Mortality; ITP: Immune Trombocytopenic Purpura *Viral encephalitis confirmed by autopsy; diagnosis of malnutrition confirmed by body mass index (BMI) Z-score < -2; rotavirus gastroenteritis confirmed by immunochromatographic rapid test in the stool; cystic fibrosis suggested by lung biopsy; sepsis confirmed by two positive blood cultures; G6PD deficiency confirmed by qualitative Brewer‟s test; lung empyema confirmed by computed tomography; urosepsis confirmed by both positive urine and blood culture; ITP confirmed by ASH criteria.

Patient Age/

gender

Time of disease (days)

Associated acute comorbidity

Associated chronic comorbidity

ARDS Severe anemia

Neurological syndrome

Jaundice Shock Metabolic acidosis

Low glucose

Blackwater fever (ARF)

PIM score (%)

Outcome

17 8mo/F 15 + + 4.1 Recovered

18 2mo/F 10 Urosepsis

(Klebsiella sp.)* Neurological

sequelae + + 7.5 Recovered

19 3y/M 7 + + + 55.7 Died

20 1mo/M 8 Rotavirus

gastroenteritis Malnutrition + + 8.7 Recovered

21 2y/F 3 ITP* 2.0 Recovered

22 1y/M 31 + + + 36.6 Recovered

23 5mo/M 6 Rotavirus

gastroenteritis Malnutrition + + 2.8 Recovered

24 18d/M 5 + 1.2 Recovered

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Table 3. Detailed laboratorial information from 24 children 0-14 years old, admitted to any of the pediatric or neonatal ICUs in Manaus, from

2004 to 2009, with parasitological diagnosis of P. vivax.

Patient Hb (g/dL) Leukocyte

s/mm3

Platelets/ mm

3

AST (mg/dL)

ALT (mg/dL)

Creatinin (mg/dL)

Total bilirrubin (mg/dL)

Glucose (mg/dL)

1 9.1 18,600 49,000 286 253 0.7 0.9 90

2 2.8 25,600 34,000 160 111 0.6 4.3 55

3 8.5 6,400 161,000 23 15 0.6 0.6 70

4 8.5 19,300 180,000 73 22 1.9 0.3 304

5 10.4 9,000 378,000 20 30 1.0 1.0 199

6 2.5 28,600 13,000 83 48 0.6 8.3 59

7 5.0 22,500 16,000 961 1400 2.7 1.0 64

8 9.5 13,700 113,000 15 23 0.8 1.0 28

9 8.3 30,100 207,000 17 19 0.5 1.0 64

10 8.6 12,700 129,000 23 27 0.8 6.7 88

11 7.9 57,700 93,000 34 45 1.1 1.0 67

12 5.0 12,100 170,000 222 53 7.5 2.7 42

13 5.9 10,100 174,000 56 10 0.4 1.0 63

14 4.2 18,700 303,000 29 26 7.1 1.4 39

15 8.8 4,600 78,000 30 28 0.4 1.0 38

16 6.5 16,600 611,000 25 15 0.9 1.0 75

17 9.1 16,800 196,000 22 29 0.4 1.0 90

18 5.0 31,500 76,000 34 43 0.4 1.0 67

19 7.4 8,500 190,000 133 46 0.3 2.8 98

20 3.3 31,600 19,000 30 45 0.8 1.6 70

21 6.2 29,600 6,000 20 17 0.9 1.0 88

22 8.7 19,600 104,000 159 64 0.7 1.0 52

23 7.3 11,200 69,000 34 50 1.0 1.0 70

24 7.4 2,100 15,000 45 23 1.0 24.2 101

Hb: hemoglobina; ALT: alanine aminotransferase; AST: aspartate aminotrasferase.

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48

Table 4. Univariate and multivariate (logistic regression) analysis of factors associated to the admission of children 0-14 years old

with P. vivax infection to ICUs, in Manaus, from 2004 to 2009.

Cases admitted

to the ICU n/N (%)

Controls n/N (%)

Crude odds ratio (95% CI)

Adjusted odds ratio (95% CI)

p-values

Gender (male) 17/24 (70.8) 53/91 (58.2) 2.74 (1.12 - 4.52) 5.32 (1.32 – 31.89) 0.036

Age (< 5 years) 20/24 (83.3) 25/91 (27.5) 4.33 (1.54 – 6.65) 5.36 (1.34 – 11.63) 0.019

Peripheral parasitemia (>501 parasites/mm3) 14/19 (73.6) 32/89 (36.0) 4.99 (1.65 - 15.12) 4.94 (1.31 – 18.63) 0.018

Time of acute disease prior to treatment (>7 days) 8/24 (33.3) 22/91 (24.2) 1.57 (0.60 - 4.16) 3.39 (0.81 – 14.10) 0.093

Presence of any chronic disease 10/24 (41.7) 9/91 (9.9) 6.50 (2.25 – 18.86) 6.02 (1.38 – 26.35) 0.017

Presence of any other acute comorbidity 9/24 (37.5) 7/91 (7.7) 7.20 (2.33 – 22.30) 8.13 (1.33 – 49.81) 0.023

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49

Table 5. Descriptive data and univariate analysis of P. vivax monoinfected cases admitted to the ICU versus controls, according to the

WHO type of severity.

Cases admitted to

the ICU n/N (%)

PIM Score (%) of cases

(Mean ± SD)

Controls n/N (%)

Odds ratio (95% CI) p-value

WHO criteria for malaria severity 23/24 (95.8) 16.2 ± 15.6 17/91 (18.7) 100.11 (12.60 – 793.60) <0.001

Acute respiratory distress syndrome (ARDS) 16/24 (66.7) 18.4 ± 15.7 0/91 (0.0) - -

Shock (algid malaria) 13/24 (54.2) 23.3 ± 17.0 0/91 (0.0) - -

Metabolic acidosis 10/24 (41.6) 16.0 ± 12.3 - - -

Severe anemia 7/24 (29.2) 11.0 ± 8.5 5/91 (5.5) 7.08 (2.00 – 24.97) 0.003

Neurological syndrome 5/24 (20.8) 37.2 ± 18.1 2/91 (2.2) 11.71 (2.11 – 64.94) <0.001

Hyperbilirrubinemia 4/24 (16.7) 15.0 ± 11.8 11/91 (12.1) 1.45 (0.42 – 5.05) 0.513

Hypoglycemia 3/24 (12.5) 17.1 ± 20.4 0/91 (0.0) - -

Acute renal failure (ARF) due to hemoglobinuria

2/24 (8.3) 3.2 ± 1.1 0/91 (0.0) - -

Death 2/24 (8.3) 50.8 ± 6.9 0/91 (0.0) - -

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4.2 Artigo traduzido

CRIANÇAS COM DIAGNÓSTICO DE MALÁRIA INTERNADAS EM UNIDADES DE

TERAPIA INTENSIVA NA AMAZÔNIA BRASILEIRA: UM ESTUDO CASO-

CONTROLE DAS CRIANÇAS COM PLASMODIUM VIVAX

Ellen Fátima Caetano Lança1,5, Belisa Maria Lopes Magalhães1,4,

Sheila Vitor-Silva1,4, André Machado Siqueira1,2,4,

Silvana Gomes Benzecry1, Márcia Almeida Araújo Alexandre1,2,3,

Marcus Vinícius Guimarães Lacerda1,2,3,4*

1 Universidade do Estado do Amazonas, Manaus, Amazonas, Brazil, 2 Fundação de

Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, Manaus, Amazonas, Brazil, 3

Universidade Nilton Lins, Manaus, Amazonas, Brazil, 4 National Institute of Science

and Technology for Innovation in Neglected Diseases, Rio de Janeiro, Brazil, 5

Universidade Federal do Amazonas.

* E-mail: @ gmail.com marcuslacerda.br, Fone / fax: + 55 92 2127 3537

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Resumo Introdução

Plasmodium vivax é responsável por uma significativa quantidade de malária no mundo todo, especialmente na Ásia, onde a malária vivax grave tem sido descrita, mas poucos dados da América Latina estão disponíveis e os preditores de gravidade são pouco relatados. O objetivo desse estudo foi descrever a carga da doença entre crianças internadas em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) na Amazônia Ocidental Brasileira e investigar potenciais fatores associados ao risco de internação nessa unidades.

Métodos e resultados

Tratou-se de um estudo retrospectivo no qual os registros clínicos de 34 crianças de 0-14 anos de idade hospitalizadas em todas as 11 UTIs pediátricas e neonatais públicas de Manaus, uma das cidades mais endêmicas para malária da Amazônia Brasileira, foram revisados. Informação clínica e laboratorial foi obtida dos registros e crianças foram consideradas graves se algum dos critérios de gravidade da Organização Mundial da Saúde (OMS) fosse preenchido. 10 crianças internadas tiveram o diagnóstico de P. falciparum ou infecção mista por P. falciparum/P. vivax e 24 com diagnóstico de P. vivax. Um estudo do tipo caso-controle foi realizado usando como casos as 24 crianças internadas com diagnóstico microscópico de P. vivax das UTIs e como controles 91 crianças também com diagnóstico de P. vivax hospitalizadas em um hospital de atenção terciária, porém não admitidos na UTI (admitido com marcador de gravidade), usando regressão logística. Apenas 2/24 pacientes com P. vivax morreram. Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA), choque e anemia grave foram as complicações mais frequentes associadas à infecção por P. vivax, das quais pouco se conhece sobre os mecanismos de doença. Altas parasitemias (p=0,018), presença de qualquer comorbidade aguda (p=0,023) ou comorbidade crônica (p=0,017), crianças menores de 5 anos (p=0.019) e do sexo masculino (p=0.036), estiveram independentemente associadas ao risco de internação em UTI, controlado por tempo de doença. Pelo menos um dos critérios de gravidade da OMS estava presente em 23/24 (95,8%) dos pacientes de UTI e em 17/91 (18,7%) dos controles, sendo um bom preditor de gravidade (p=0,001). O único critério não associado à admissão na UTI foi a hiperbilirrubinemia (p=0,513).

Conclusão

Nosso estudo adiciona informação ao conjunto de evidências que apontam P. vivax como uma causa importante de malária grave. Essa espécie foi responsável pela maior parte das admissões de crianças de 0-14 anos na UTI em uma área endêmica de transmissão moderada de malária, na Amazônia Brasileira, e as complicações clínicas foram muito semelhantes àquelas vistas na infecção por P.

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falciparum. Critério da OMS tem boa sensibilidade para predizer gravidade em malária por P. vivax e poderiam ser utilizados em saúde pública e para fins de investigação.

Palavras-chave: 1. Malária/Complicações. 2. UTI neonatal/UTI pediátrica. 3. Perfil

epidemiológico.

Introdução

A malária é um dos mais importantes problemas de saúde pública no mundo,

com 3,3 bilhões de pessoas em risco de contrair a doença e quase um milhão de

mortes por ano, principalmente em crianças menores de cinco anos [1]. Espécies

mais graves que afetam os seres humanos são o Plasmodium falciparum e

Plasmodium vivax, sendo o primeiro reconhecido como o parasita mais letal e o

último tradicionalmente assumido para causar uma "doença benigna. No entanto,

nas últimas décadas, evidências crescentes de que o P. vivax também está

relacionado à doença grave tem surgido na literatura em países como Índia e

Indonésia [2,3]. A malária no Brasil está relacionada principalmente ao P. vivax

desde a década de 1990 [4]. Em 2009, o Brasil notificou 308.498 casos de malária

(257.571 de P. vivax), principalmente na Região Amazônica, o que representa

54,9% de todos os casos de malária notificados nas Américas [5]. A cidade de

Manaus (capital do Estado do Amazonas), desde 1988, tem enfrentado sucessivos

surtos de malária, devido à intensa imigração, o desmatamento e falta de

planejamento dos assentamentos humanos [6]. Hoje, com uma população estimada

em 2.000.000 de pessoas, é considerada uma das três cidades com maior número

de casos de malária no país - 25% de todos os casos de malária no Brasil, apesar

do sistema de saúde público razoavelmente estruturado, com acesso universal ao

diagnóstico (com base na gota espessa) e tratamento gratuitos. Crianças menores

de 14 anos de idade representavam 24,3% do total de casos de malária em 2010

(SIVEP-Malária, 2010). Da mesma forma, as complicações clínicas relacionadas ao

P. vivax também foram relatadas no Brasil na última década, especialmente em

Manaus [7,8,9,10,11,12,13], apesar de um baixo número de mortes associadas (de

acordo com a estatísticas oficiais, de 1998 a 2008), apenas 234 mortes relacionadas

à infecção pelo P. vivax foram relatados na Amazônia brasileira [4].

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Até a presente data não existem dados no Brasil sobre fatores de risco para

doença grave por P. vivax, onde este predomina, diferentemente das áreas onde

ambos P. falciparum e P. vivax predominam igualmente, tornando possível que a

interação entre os dois parasitas altere o perfil de morbidade [14].

A primeira tentativa de reunir o conhecimento atual da malária grave foi analisado

em uma reunião técnica informal convocada pela Organização Mundial de Saúde

(OMS), em Kuala Lumpur, na Malásia, em 1985 [15]. O documento tinha como foco

a infecção por P. falciparum, uma vez que naquele tempo a infecção por P. vivax

não era considerada como causa de doença grave.

Ao longo dos anos, nenhum esforço foi feito para uniformizar critérios de

gravidade específica para a doença causada por esta espécie, o que coloca

problemas técnicos para revisão de literatura, meta-análise e avaliação dos fatores

de risco sobre esta questão, uma vez que a definição de infecção por P. vivax grave

entre os autores parece ser heterogênea. Tendências de aumento da gravidade são

mais confiáveis quando a área endêmica é analisada e critérios uniformes são

aplicados ao longo do tempo, por exemplo, em Manaus, onde o aumento de

internações de pacientes P. vivax em um centro de atendimento terciário aumentou

ao longo do tempo, sem qualquer mudança nos critérios de admissão [16]. O

desfecho mais robusto para a validação de um critério grave seria a morte, mas em

áreas onde o número de mortes não é tão elevado a fim de permitir o alto grau de

poder dos estudos de prognóstico, como no Brasil, hospitalização na unidade de

terapia intensiva (UTI) pode ser tomada como um marcador substituto de gravidade,

bem como sistemas validados de pontuação de gravidade para predizer a

mortalidade em pacientes de UTI.

Este estudo teve como objetivo descrever a apresentação clínica de todas as

crianças menores de 14 anos de idade internadas nas UTI‟s em Manaus no período

de 2004-2009, e avaliar possíveis fatores de risco associados a essa admissão

(como causadores de gravidade clínica) em um estudo caso-controle (estudo com

crianças não-admitidas na UTI como controles). A adequação dos critérios da OMS

para a gravidade da malária por P. falciparum foi também avaliado para a infecção

por P. vivax.

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Métodos

Aspectos éticos

A revisão dos processos clínicos foi aprovada pelo Comitê de Ética em

Pesquisa em Seres Humanos (CEP), da Fundação de Medicina Tropical do Dr.

Heitor Vieira Dourado (número de homologação - 1980), bem como pelo CEP da

Secretaria de Saúde de Manaus e da Secretaria de Saúde do Estado do Amazonas.

A dispensa ao consentimento informado foi anexada devido os pacientes não

estarem disponíveis para autorizar a utilização da informação clínica registrada em

seus prontuários.

Locais de estudo e seleção dos pacientes

A população de estudo compreendeu crianças de 0 a 14 anos de idade com

diagnóstico parasitológico de malária confirmado e foram consequentemente

internadas nas Unidades de Terapia Intensivas (UTI‟s) neonatais e pediátricas

públicas da cidade de Manaus, capital do Estado do Amazonas, onde o Anopheles

darlingi é o principal vetor da malária onde o índice anual parasitário (IAP) em 2009

foi de 11,5 casos / mil habitantes. A cidade tem socializado assistência à saúde

gratuita para todos os cidadãos (Sistema Único de Saúde - SUS), e conta com cinco

UTIs pediátricas públicas (44 leitos no total) e seis UTIs neonatais (50 leitos no total)

em 11 hospitais, de nível terciário, pediátricos e maternidades. A infra-estrutura de

todos esses hospitais é muito semelhante e pediatras que trabalham em todos eles

são de uma mesma sociedade cooperativa que seguem as mesmas diretrizes de

gestão da clínica e dos critérios de admissão na UTI. Uma vez que todos os

pacientes febris em Manaus são submetidos a uma gota espessa e os sintomas de

P. vivax e malária não complicada por P. falciparum são semelhantes, que procuram

tratamento, viés é improvável. Uma vez que o acesso a hospitais de atendimento

terciário é relativamente fácil, vamos supor que todos os pacientes criticamente

enfermos, que procurou atendimento de saúde foram internados na UTI, em

Manaus. O número de UTIs privadas é limitado e geralmente recebem os pacientes

a partir de um status social - econômico diferente (a partir de áreas não-endêmicas

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de malária em Manaus), razão pela qual essas UTIs não foram incluídas na análise.

Os controles foram posteriormente obtidos de crianças da mesma faixa etária, com

P. vivax confirmado por gota espessa, que foram consecutivamente internados em

um centro de atenção terciária para doenças infecciosas (Fundação de Medicina

Tropical do Dr. Heitor Vieira Dourado) e não necessitaram de cuidados intensivos.

Desenho do estudo

Foi realizado um estudo caso-controle com base na análise retrospectiva dos

dados clínicos e laboratoriais a partir de arquivos do hospital. Foram registrados

dados dos casos (crianças 0-14 anos) no período de janeiro de 2004 a dezembro de

2009 após a revisão do seguinte: (1) diários UTI (em que os dados demográficos de

cada paciente internado, o diagnóstico presuntivo de admissão e o diagnóstico final

na alta são sistematicamente registradas), (2) diários de laboratório do hospital (em

que os resultados de gotas espessas com suas respectivas parasitemias semi-

quantitativas, realizada em cada hospital, são registradas sistematicamente) e (3)

SIVEP-Malária (Sistema de Informação Nacional da Malária disponíveis on line, que

registra os resultados dos esfregaços da gota espessa realizados em cada unidade

de referência, tais como os hospitais de interesse). Foram incluídos como casos

àqueles que houvessem qualquer evidência de diagnóstico de malária por

microscopia em qualquer um dos três sistemas de informação pesquisada. O estudo

envolveu apenas pacientes a partir de 2004 por causa de uma maior confiabilidade

do Sistema de Informação Nacional de Malária (SIVEP-Malária) e melhor acesso

aos prontuários clínicos, evitando o viés de recuperação.

Os dados clínicos e laboratoriais dos controles foram obtidos por via

eletrônica a partir do sistema informatizado de registros hospitalares (IDoctor ®) de

todas as crianças da mesma faixa etária dos casos, internadas na Fundação de

Medicina Tropical do Dr. Heitor Vieira Dourado, a partir de Janeiro de 2009 a julho

de 2010. Com exceção do hemograma de rotina automatizada completa, foram

solicitados à todas crianças internadas, exames laboratoriais mais específicos (como

a bioquímica e a gasometria arterial) somente se apresentassem sintomas clínicos

sugestivos de qualquer complicação. Sistematicamente nesta instituição as crianças

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são vistas nos ambulatórios sete dias após a alta, a fim de garantir

acompanhamento clínico e parasitológico.

Diagnóstico de malária e quantificação de parasitemia

O diagnóstico de malária foi realizado através da gota espessa, como

realizado rotineiramente no Brasil, preparado como recomendado pela técnica de

Walker [17] e avaliados por um microscopista local. Os resultados da parasitemia

periférica são dadas semi-quantitativa, como segue: ½ + (200-300 parasitas/mm3),

1 + (301-500 parasitas/mm3); 2 + (501-10.000 parasitas/mm3) 3 + (10.001-100.000

parasitas/mm3) e 4 + (> 100.001 parasitas/mm3). Sistematicamente todas as

lâminas positivas e 10% das lâminas negativas são revistas em uma unidade de

referência com microscopistas experientes. Em caso de divergência, o resultado

analisado é atualizado no sistema on-line. Uma análise preliminar do nosso

laboratório, baseado em PCR em tempo real, aponta que apenas 5% das gotas

espessas positiva para P. vivax eram por infecções mistas (dados não mostrados).

Apenas as crianças com uma gota espessa positiva para Plasmodium sp. são

tratadas de acordo com as Diretrizes Brasileiras de tratamento anti-malária, que

recomenda a cloroquina (25mg/kg em 3 dias) + primaquina (0.5mg/kg/dia por 7 dias)

para a infecção por P. vivax, e artemeter / lumefantrina durante 3 dias para P.

falciparum não grave. Infecções graves por P. falciparum são tratados com

artesunato ou artemether parenteral por 7 dias.

Dados coletados

Um membro da equipe de trabalho foi responsável por obter as informações

que se seguem, as quais foram coletadas a partir dos prontuários médicos de cada

indivíduo: sexo (masculino ou feminino), idade, espécie da malária, parasitemia

semi-quantitativa, duração da doença (em dias), admissão na UTI (casos) ou para a

enfermaria (controles), a morte, a presença de uma comorbidade, dado mais agudo

de malária ou de uma doença crônica confirmada através de um método diagnóstico

confiável, e a presença critérios da OMS malária grave [18]. Resumidamente, os

critérios da OMS para a malária grave nas crianças são resumidos como segue: (1)

comprometimento da consciência ou coma profundo (escala de coma de Blantyre ≤

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2 ou escala de coma de Glasgow ≤ 8), (2) prostração, debilidade generalizada, de

forma que o paciente é incapaz andar ou sentar-se sem ajuda; (3) dificuldade em

alimentar-se; (4) convulsões múltiplas (mais de dois episódios em 24 horas), (5)

síndrome da angústia respiratória aguda (acidose respiratória), definido como a

saturação de oxigênio inferior a 94% ou uma taxa respiratória aumentada por

estratificação etária rápida (> 40 em crianças 5-14, > 50 em crianças de 2 meses a 5

anos, e > 60 em bebês com menos de 2 meses); (6) colapso circulatório ou choque,

pressão arterial sistólica < 50 mmHg (malária álgida) e / ou uso de vasopressores

(7); icterícia clínica ou bilirrubina total > 3mg/dl; (8) hemoglobinúria (blackwater

fever); (9) sangramento anormal espontâneo (coagulação intravascular

disseminada); (10) edema pulmonar (radiológico), (11) hipoglicemia (glicemia < 40

mg/dL) (12); acidose metabólica (bicarbonato plasmático < 15 mmol / L), (13)

anemia grave (Hb < 5g/dL); ( 14) hiperlactatemia (lactato > 5 mmol/L), (15)

insuficiência renal aguda (creatinina sérica > 3 mg / dL). Os dados recuperados

foram revistos por um outro membro da equipe de estudo e as divergências foram

resolvidas por um terceiro membro.

Em todas as UTI‟s, coletas de amostras de sangue venoso para cultura de

aeróbios e sangue arterial para análise dos gases foram realizadas rotineiramente.

Foi calculado o Índice de Mortalidade (PIM) para todos os pacientes internados nas

UTI‟s de estudo, onde a pontuação foi calculada com os dados da primeira hora de

admissão; com base na pressão arterial sistólica, reações pupilares à luz brilhante,

PaO2, FiO2, excesso de base do sangue arterial, ventilação mecânica a qualquer

momento durante a primeira hora na UTI, internação eletiva, presença de alto e

baixo risco concomitante diagnóstico [19]. A gravidade foi definida na presença de

qualquer um dos critérios de gravidade da OMS. Como a análise de gás nas

amostras de sangue não eram sistematicamente realizadas para os controles,

hiperlactatemia e acidose metabólica não foram utilizadas para classificar a

gravidade, nem foram avaliadas como um fator de risco para internação na UTI.

Hiperparasitemia pelo P. vivax não foi considerada como critério de gravidade,

porque o P. vivax clássico leva a parasitemias inferiores, por invadir

preferencialmente os reticulócitos. A doença foi classificada como sendo causada

diretamente pela infecção pelo plasmódio se nenhuma outra causa foi identificada e

sem a presença de comorbidades agudas ou crônicas.

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Análises Estatísticas

Os dados foram analisados no programa SPSS ® versão 16,0 para Windows

(SPSS Inc. ® Chicago, IL, EUA). As diferenças de proporções foram calculadas se p

< 0,05 no teste exato de Fisher. O petróleo bruto Odds Ratio (OR) com seus

respectivos Intervalos de Confiança 95% (IC 95%) foram determinados

considerando a internação na UTI como variável dependente. A regressão logística

foi utilizada para a análise multivariada e o Odds Ratio ajustado com IC 95% foram

também calculados. O procedimento “enter” foi usado para a seleção de variáveis na

análise multivariada. A significância estatística foi considerada se p < 0,05 no teste

de Hosmer-Lemeshow goodness-of-fit.

Resultados

Durante o período de 2004-2009, 80.172 crianças de 0-14 anos de idade,

foram diagnosticadas com malária em Manaus. A análise dos diários de admissão

revelaram que 40 pacientes com malária nesta faixa etária foram admitidas em uma

das 11 UTIs pediátricas e/ou neonatais de Manaus, 29 dos quais estavam

relacionados à infecção pelo P. vivax. 34 prontuários clínicos foram obtidos a partir

destes casos, como mostrados na Figura 1. Seis casos foram excluídos porque seus

prontuários não foram encontrados. Na tabela 1, a descrição clínica de P. falciparum

e P. falciparum / P. vivax (infecções mistas) é detalhada. Ao todo, SARA (07/10) e

choque (07/10) foram as complicações clínicas mais comuns destas crianças e taxa

de letalidade foi de 33,3% (03/10). A infecção pelo plasmódio parecia ser a causa

direta da gravidade em 04/10 (40,0%) das crianças, enquanto nas outras seis,

condições agudas e / ou crônicas, estavam provavelmente agindo de forma

sinérgica para produzir as complicações. Em todos os pacientes, pelo menos um

dos critérios da OMS para a malária grave, estava presente.

Os dados clínicos e laboratoriais de crianças com infecção exclusiva pelo P.

vivax, internados em UTI são apresentadas respectivamente nas tabelas 2 e 3.

SARA (16/24) e choque (13/24) também foram as complicações mais comuns

associadas a esta espécie, mas com uma taxa de letalidade menor de 8,3% (02/24),

infecção do plasmódio foi a causa direta da aparente gravidade em 10 / 24 (41,6%)

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crianças, enquanto nas outras quatorze, foi evidenciado participação de quadros

agudos e / ou crônicos na ocorrência de complicações . Todas as crianças foram

tratadas com cloroquina e primaquina (através de sonda nasogástrica quando a

criança foi intubada), e com um ou mais esquemas empíricos de antibióticos, apesar

de apenas três pacientes terem apresentado hemocultura positiva. Dois pacientes

com diagnóstico confirmado de glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD) apresentou

hemólise grave, hemoglobinúria e insuficiência renal aguda após o início da

primaquina. Todos os pacientes que evoluíram com síndrome do choque foi

solicitado o uso de aminas vasoativas. Salvo o caso de uma paciente com

diagnóstico prévio de púrpura trombocitopênica imunológica (PTI), que apresentou

sangramento moderado e estava internada na UTI, todos os outros 23 pacientes

tinham um ou mais critérios de gravidade da OMS para a malária. Todos os

pacientes evoluíram com um esfregaço de sangue negativo para Plasmodium sp.

após o tratamento com cloroquina.

Na tabela 4, é mostrado as evidências de regressão logística em que a maior

parasitemia periférica [OR = 4,94 (IC 95% = 1,31-18,63), (p = 0,018)], a presença de

doenças agudas [OR = 8,13 (IC 95% = 1,33-49,81), (p = 0,023)] e / ou comorbidades

crônicas [OR = 6,02 (IC 95% = 1,38-26,35), (p = 0,017)], crianças menores de 5

anos [OR = 5.36 (IC 95% = 1.34 – 11.63), (p = 0,019)] e do sexo masculino [OR =

5.32 (IC 95% =1.32 – 31.89), (p = 0,036)] estão independentemente associados ao

risco de desenvolver gravidade na monoinfecção por P. vivax, sendo necessário

admissão em uma UTI. Nenhum dos controles internados no hospital de nível

terciário (sem UTI) desenvolveu doença grave após a alta, como revisto em seus

arquivos eletrônicos durante as visitas ambulatoriais.

Discussões

A nosso conhecimento esta é a maior série de pacientes com P. vivax

internados em UTIs pediátricas. Os poucos relatos com abordagem semelhante tem

número substancialmente menor de pacientes, prejudicando a análise estatística

adequada [20,21]. Neste estudo, evidenciamos que, em uma área endêmica para

malária com quase 90% dos casos de malária ser devido ao P. vivax, em um

sistema de saúde pública relativamente bem-estruturado, que dá acesso à UTI, em

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caso de doença grave, a maioria das internações de malária foram relacionados a

esta espécie, o que confirma o alto custo desta infecção em termos de custos de

saúde. Semelhante ao que foi encontrado por Tjitra e colegas de Papua, Indonésia,

SARA foi a principal complicação da infecção grave pelo P. vivax, com um valor

preditivo de morte [3]. Estudos realizados em pacientes sem complicações também

sugeriram que uma disfunção alvéolo-capilar progressiva após o tratamento da

malária vivax foi consistente com uma maior resposta inflamatória a uma

determinada carga parasitária de P. vivax em relação ao que em P. falciparum [22].

Mais recentemente, foi demonstrado pela primeira vez, ex vivo, a adesão do P. vivax

parasitados em células vermelhas do sangue às células pulmonares humanas

endoteliais (HLEC) [23], sugerindo que a citoadesão poderia desempenhar um papel

na patogênese da doença, embora a evidência in vivo seja necessária para apoiar

essa hipótese. Os outros elementos para uma lesão pulmonar primária, justificando

as manifestações clínicas respiratórias mais anemia grave é apoiada pelo fato de

que apenas 2 dos 16 pacientes tinham SDRA e anemia grave simultânea.

A ocorrência de anemia grave também em paralelo de dados provenientes de

áreas endêmicas, tais como a Papua Nova Guiné [24] foi consistente com dados

anteriores publicados a partir de Manaus [12]. Também corroborando com dados da

Indonésia [25], 5 das 6 crianças com menos de 3 meses de idade apresentaram

anemia grave, confirmando P. vivax como causa de morbidade também na primeira

infância. Os dados de adultos na América Latina sugerem que é uma complicação

rara [26]. No entanto, a anemia grave pode ser observada em pacientes com

deficiência de G6PD, como complicação do uso de primaquina para a cura radical, o

que foi observado em três pacientes descritos aqui (dois com P. vivax puro e outro

com infecção mista). Esta deficiência é geralmente seguida por IRA, o que constitui

a apresentação sindrômica da Blackwater fever [27]. Essa complicação parece ser

frequente em áreas endêmicas de malária no Brasil, onde a deficiência não é

diagnosticada rotineiramente antes da prescrição de antimaláricos. Estima-se uma

prevalência de 3% da Variante entre os homens [28], e um número de

hospitalizações devido a esta complicação são relatados [29]. Colapso circulatório

(malária álgida) também foi muito frequente e grave, solicitando o uso de

vasopressores. Mesmo para o P. falciparum, a etiologia dessa complicação é incerta

e o papel potencial de choque séptico como uma entidade concomitante é discutida

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[30]. Às vezes a causa é relacionada a doenças não declaradas, como sugeridas em

um relatório do caso onde o paciente evoluiu com choque após o sangramento

gastrointestinal por causa do diagnóstico desconhecido da hemofilia A [31].

Hiperbilirrubinemia é cada vez mais recentemente reconhecida como um

critério inadequado de gravidade se isolada [32]. Em nossos dados, da mesma

forma, este achado laboratorial clínico / não foi preditivo de internação na UTI [OR =

1,45 (IC = 0,42-5,05), (p = 0,513)]. No entanto, a partir de uma perspectiva

conservadora, detectado icterícia em um exame físico de rotina pode ainda ser

utilizado na saúde pública como um sinal de alerta para a gravidade, sendo que em

03/04 casos, foi seguido por outro critério de gravidade. Sorologia para a hepatite

viral comum nesta região não foi solicitado.

Nos poucos casos em que a IRA foi encontrada, a possibilidade de infecção

por P. malariae é altamente improvável, uma vez que esta espécie é muito rara em

Manaus, como mostrou em outras partes deste mesmo município [33].

Vale ressaltar que as comorbidades agudas ou crônicas, o que poderia ter

contribuído para o caso de internação na UTI, foram detectados em 14/24 pacientes

com P. vivax. Mas, surpreendentemente, em 06/10 pacientes com P. falciparum

condições semelhantes foram relatadas. Isso leva à conclusão de que não só

complicação por P. vivax é facilitada pela presença de comorbidades, mas também

por P. falciparum, e este aspecto em especial é pouco relatado em estudos

prospectivos sobre a gravidade vivax [3]. Os dados mais recentes, por exemplo,

sugerem que a anemia em infecção pelo P.vivax pode estar relacionado à infecção

pelo parvovírus B19 [34]. Em nossas crianças, choque séptico com bacteremia

confirmada foi observado em três casos. Em Moçambique, a realização sistemática

de hemoculturas de internações hospitalares mostrou que uma cultura positiva para

aeróbios em crianças com malária foi associada com um risco aumentado de morte

[35]. Portanto, a predisposição de infecção da malária para outras bactérias, super-

infecções, devem ser consideradas, independentemente da espécie. A descoberta

de quatro crianças desnutridas entre os casos de vivax não parece desprezível, e

deve ser levado em consideração como um potencial fator de confusão quando as

frequências da gravidade são aproximadamente comparáveis em todo o mundo, já

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que o estado nutricional deve ser muito distinto, e há algumas evidências de que

pode mudar a morbidade da malária [36].

Apesar da recomendação da OMS para o tratamento de pacientes com

malária por P. vivax grave em pacientes com malária por P. falciparum / P vivax

grave, devido à possibilidade de parasitemias submicroscópicas da primeira espécie,

as Diretrizes Brasileiras para tratamento antipalúdico não mudou sua política e

cloroquina ainda é usado na maioria desses pacientes. A resistência à cloroquina foi

descrita pela primeira vez na América Latina em Manaus [37], e os dados mais

recentes sugerem que a resistência "in vivo” nesta localidade é estimado em cerca

de 10% [38]. No entanto, a resistência não parece ser espalhada por todo o país

[39], e a opinião do Ministério da Saúde ainda é conservadora, recomendando

cloroquina como tratamento de primeira linha para P. vivax. Estudos ecológicos

sugerem que a severidade da infecção por vivax pode estar relacionada à

resistência à cloroquina [40], porém os dados atuais e anteriores [12], mostrando

boa resposta à cloroquina em pacientes graves, sugerem que na Amazônia

brasileira, essa relação não é tão simples.

Taxa de mortalidade entre os pacientes com P. vivax internados na UTI foi

baixa, mas esta informação deve ser visto com cuidado em termos de validade

externa, porque no Brasil o diagnóstico e tratamento da malária são gratuitos e

disponíveis universalmente. Sobreposto a isso, um sistema de saúde razoavelmente

estruturado poderia mudar a imagem quando comparados com locais onde não há

assistência de nível terciário totalmente disponível. Em qualquer caso, a pequena

amostra sugere que as crianças com P. falciparum (03/10) morreram mais do que

aqueles infectados com P. vivax (02/24). O PIM escore previu bem taxa de

mortalidade e deve ser enfatizado no futuro em semelhantes estudos pediátricos.

O presente estudo mostrou que, em números absolutos, a infecção por P.

vivax foi responsável pela maioria das internações de crianças 0-14 anos na UTI, em

uma área endêmica de moderada transmissão de malária na Amazônia brasileira, e

que a clínica e as complicações foram muito semelhantes aos observados em P.

falciparum, nesta mesma área endêmica. Parasitemias mais elevadas, a presença

de doenças agudas e/ou crônicas simultâneas, idade menor que 5 anos e do sexo

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masculino, também são associadas à admissão na UTI, o que do ponto de vista de

saúde pública, apoia os decisores nacionais a partir de programas da malária,

enfocando essas crianças a fim de diminuir o ônus da internação, diminuindo custos

e reduzindo as taxas de mortalidade associada à malária.

Devido à escassez de pacientes com malária internados na UTI, um reflexo

de um diagnóstico bem coordenado e rede de tratamento, para realizar esta análise

retrospectiva, mostrou ser uma maneira muito eficiente de analisar as características

e fatores de risco das crianças que requerem cuidados intensivos. Como fomos

capazes de avaliar as informações das 11 UTI‟s pediátricas cobrindo a área

metropolitana de Manaus, os quais seguem rigorosas rotinas clínicas e laboratoriais,

acreditamos que grande parte do viés de seleção e informações que podem ocorrer

em estudos retrospectivos podem ser aliviados. Estamos confiantes de que, durante

o período de 6 anos incluídos, todos os pacientes com malária dentro da faixa etária

elegíveis foram identificados, e a habilidade para recuperar informações de 85% dos

casos, contribuiu para minimizar o viés de seleção. Além disso, ao selecionar uma

amostra de pacientes consecutivos da mesma faixa etária, internados em um

hospital terciário que foram submetidos ao mesmo padrão de atendimento e de

quem as mesmas informações clínicas e laboratoriais (para além de procedimentos

invasivos desnecessários) foi recuperada, estamos confiantes que poderiam

confiantemente avaliar os fatores de risco para a admissão na UTI dentro desta

população.

Pelo menos em crianças a partir desta área estudada, que critérios de

gravidade, principalmente padronizado para malária por P. falciparum também

podem predizer a gravidade em pacientes com P. vivax, porém são necessários

mais estudos para confirmar esse achado em contextos similares. Do ponto de vista

da ciência básica, o recrutamento de pacientes vivax grave em estudos de patogenia

teria que afastar cuidadosamente outras doenças que podem alterar a ação real

biológica do parasita e sua interação com o sistema imune [42]. Definitivamente

SARA, choque e anemia são as principais complicações na infecção por P. vivax

para quais os mecanismos são mal compreendidos, mesmo em P. falciparum. Mais

estudos são necessários para reforçar a validade externa desses achados com a

mesma faixa etária. Devido ao fato de que os estudos sobre os aspectos clínicos e

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sobre a biologia do P. vivax foram negligenciados durante a maior parte do século

20, há enorme quantidade de lacunas de conhecimento sobre este parasita [43]

podendo representar desafios para um plano de erradicação da malária num futuro

próximo [44].

Agradecimentos

Agradecemos a todos os diretores das UTIs, por seu apoio na coleta de

dados, e da Secretaria de Saúde de Manaus (SEMSA) e a Secretaria de Saúde do

Estado do Amazonas (SUSAM).

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Figura 1. Diagrama de fluxo de pacientes (casos) envolvidos na análise.

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Tabela 1. Informação clínica de 10 crianças de 0-14 anos de idade, admitidas nas UTI‟s neonatais e pediátricas em Manaus, no período de

Janeiro de 2004 a Dezembro de 2009, com diagnóstico parasitológico de P. falciparum e infecções mistas (P. falciparum/P. vivax).

a: anos ; m: meses; d: dias; NA: Não avaliado; SDRA: Síndrome do desconforto respiratório agudo; IRA: Insuficiência renal aguda; PIM: Pediatric Index of Mortality *Desnutrição: confirmada por índice de massa corporal (IMC) Z-score < -2; gastroenterite por Rotavirus: confirmado por teste rápido imunocromatografico nas fezes; sepse confirmado por duas culturas de sangue positivas; deficiência de G6PD confirmada pelo teste qualitativo de Brewer‟s; cardiopatia congênita: confirmada por ecocardiograma; anemia falciforme: confirmada por eletroforese. ** Blackwater fever.

Paciente Espécie Idade/ Gênero

Tempo de

doença (dias)

Comorbidade aguda

associada

Comorbidade crônica

associada SDRA

Anemia grave

IRA Síndrome

neurológica Hiperbilirrubinemia Choque

Acidose metabolica

Hipoglicemia PIM

escore (%)

Desfecho

1 P.f. 6a/F 14

Gastroenterite por Rotavirus *

+ Sepse* (Pseudomonas

aeruginosa)

Cardiopatia congênita*

+ + 84.7 Óbito

2 P.f. 7a/F 5 + + + 40.0 Alta

3 P.f. 10a/F 5 + + + + + + 45.7 Óbito

4 P.f. 1m/M 7 + + 10.6 Alta

5 P.f./P.v. 7m/F 2 Gastroenterite por Rotavirus

+ + 7.4 Alta

6 P.f./P.v. 13a/M 30 Deficiência

G6PD* + +** + 1.3 Alta

7 P.f./P.v. 5m/F 48 Desnutrição* + + + NA Óbito

8 P.f./P.v. 3a/M 7 Gastroenterite por Rotavirus

+ + 15.4 Alta

9 P.f./P.v. 9a/M 7 Anemia

falciforme* + Desnutrição

+ + + 1.4 Alta

10 P.f./P.v. 2m/M 2 + + 13.9 Alta

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Tabela 2. Informações clinicas detalhadas de 24 crianças de 0-14 anos de idade, admitidas nas UTI‟s neonatais e pediátricas em Manaus, no

período de Janeiro de 2004 a Dezembro de 2009, com diagnóstico parasitológico de P. vivax.

Paciente Idade/

Gênero

Tempo de

doença (dias)

Comorbidade aguda

associada

Comorbidade crônica

associada SDRA

Anemia grave

Síndrome neurológica

Hiperbilirrubinemia Choque Acidose

metabolica Hipoglicemia

Blackwater fever (IRA)

PIM escore

(%) Desfecho

1 6a/M 7 + + 1.9 Alta

2 1m/M 7 + + + + 24.8 Alta

3 8a/F 3 Encefalite

viral * + + 45.9 Óbito

4 1a/F 4 Gastroenterite Desnutrição* + + + 28.1 Alta

5 3a/M 4 Gastroenterite por Rotavirus*

Fibrose cística*

+ 1.6 Alta

6 1m/M 3 + + + + 9.1 Alta

7 1m/M 1

Gastroenterite e hepatite

induzida por drogas

+ + + + 21.1 Alta

8 1a/M 2 Sequela

neurológica + + + + + 40.5 Alta

9 2a/F 25 + 9.9 Alta

10 11a/M 7 Desnutrição + + + + 24.9 Alta

11 7m/F 26

Gastroenterite por Rotavirus

+ Sepse (Acinetobacter sp.+ Klebsiella

sp.)*

+ + 11.4 Alta

12 8a/M 10 Deficiência

G6PD * + + 4.0 Alta

13 3a/M 23 + + + 11.3 Alta

14 3a/M 7 Deficiência

G6PD

+ + + 2.4 Alta

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a: anos ; m: meses; d: dias; NA: Não avaliado; SDRA: Síndrome do desconforto respiratório agudo; IRA: Insuficiência renal aguda; PIM: Pediatric Index of Mortality; PTI: púrpura trombocitopenica idiopatica. *Encefalite viral: confirmada por autopsia; desnutrição: confirmada por índice de massa corporal (IMC) Z-score < -2; gastroenterite por Rotavirus: confirmado por teste rápido imunocromatografico nas fezes; fibrose cística: sugerida por biopsia pulmonar; sepse confirmado por duas culturas de sangue positivas; deficiência de G6PD confirmada pelo teste qualitativo de Brewer‟s; sepse urinaria: confirmada por cultura positiva de urina e cultura de sangue; empiema pleural: confirmado por tomografia computadorizada; PTI: confirmado por critério ASH.

Paciente Idade/

Gênero

Tempo de

doença (dias)

Comorbidade aguda

associada

Comorbidade crônica

associada SDRA

Anemia grave

Síndrome neurológica

Hiperbilirrubinemia Choque Acidose

metabolica Hipoglicemia

Blackwater fever (IRA)

PIM escore

(%) Desfecho

15 2a/M 2 + + 8.4 Alta

16 2a/M 4

Pneumonia bacteriana

com empiema pleural*

+ + + 12.6 Alta

17 8m/F 15 + + 4.1 Alta

18 2m/F 10 Sepse urinaria

(Klebsiella sp.)*

Sequela neurológica

+ + 7.5 Alta

19 3a/M 7 + + + 55.7 Óbito

20 1m/M 8 Gastroenterite por Rotavirus

Desnutrição + + 8.7 Alta

21 2a/F 3 PTI* 2.0 Alta

22 1a/M 31 + + + 36.6 Alta

23 5m/M 6 Gastroenterite por Rotavirus

Desnutrição + + 2.8 Alta

24 18d/M 5 + 1.2 Alta

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Tabela 3. Informações laboratoriais detalhadas de 24 crianças de 0-14 anos de idade, admitidas nas UTI‟s neonatais e pediátricas

em Manaus, no período de Janeiro de 2004 a Dezembro de 2009, com diagnóstico parasitológico de P. vivax.

Paciente Hb (g/dL) Leucócitos/

mm3

Plaquetas/ mm

3

AST (mg/dL)

ALT (mg/dL)

Creatinina (mg/dL)

Bilirrubina Total

(mg/dL)

Glicose (mg/dL)

1 9.1 18,600 49,000 286 253 0.7 0.9 90

2 2.8 25,600 34,000 160 111 0.6 4.3 55

3 8.5 6,400 161,000 23 15 0.6 0.6 70

4 8.5 19,300 180,000 73 22 1.9 0.3 304

5 10.4 9,000 378,000 20 30 1.0 1.0 199

6 2.5 28,600 13,000 83 48 0.6 8.3 59

7 5.0 22,500 16,000 961 1400 2.7 1.0 64

8 9.5 13,700 113,000 15 23 0.8 1.0 28

9 8.3 30,100 207,000 17 19 0.5 1.0 64

10 8.6 12,700 129,000 23 27 0.8 6.7 88

11 7.9 57,700 93,000 34 45 1.1 1.0 67

12 5.0 12,100 170,000 222 53 7.5 2.7 42

13 5.9 10,100 174,000 56 10 0.4 1.0 63

14 4.2 18,700 303,000 29 26 7.1 1.4 39

15 8.8 4,600 78,000 30 28 0.4 1.0 38

16 6.5 16,600 611,000 25 15 0.9 1.0 75

17 9.1 16,800 196,000 22 29 0.4 1.0 90

18 5.0 31,500 76,000 34 43 0.4 1.0 67

19 7.4 8,500 190,000 133 46 0.3 2.8 98

20 3.3 31,600 19,000 30 45 0.8 1.6 70

21 6.2 29,600 6,000 20 17 0.9 1.0 88

22 8.7 19,600 104,000 159 64 0.7 1.0 52

23 7.3 11,200 69,000 34 50 1.0 1.0 70

24 7.4 2,100 15,000 45 23 1.0 24.2 101

Hb: hemoglobina; ALT: alanina aminotransferase; AST: aspartato aminotrasferase

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Tabela 4. Analise univariada e multivariada (regressão logística) dos fatores associados na admissão das crianças de 0-14 anos de

idade na UTI, em Manaus, nos anos de 2004 a 2009, infectadas por P. vivax.

Casos admitidos

na UTI n/N (%)

Controles n/N (%)

Crude odds ratio (IC-95%)

Odds ratio ajustado (IC-95%)

Valor p

Gênero (masculino) 17/24 (70.8) 53/91 (58.2) 2.74 (1.12 - 4.52) 5.32 (1.32 – 31.89) 0.036

Idade (< 5 anos) 20/24 (83.3) 25/91 (27.5) 4.33 (1.54 – 6.65) 5.36 (1.34 – 11.63) 0.019

Parasitemia periférica (>501 parasitas/mm3) 14/19 (73.6) 32/89 (36.0) 4.99 (1.65 - 15.12) 4.94 (1.31 – 18.63) 0.018

Tempo de doença aguda antes do tratamento (>7 dias)

8/24 (33.3) 22/91 (24.2) 1.57 (0.60 - 4.16) 3.39 (0.81 – 14.10) 0.093

Presença de doença crônica 10/24 (41.7) 9/91 (9.9) 6.50 (2.25 – 18.86) 6.02 (1.38 – 26.35) 0.017

Presença de comorbidade aguda 9/24 (37.5) 7/91 (7.7) 7.20 (2.33 – 22.30) 8.13 (1.33 – 49.81) 0.023

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Tabela 5 - Dados descritivos e análise univariada dos casos de monoinfectados por P. vivax internados na UTI versus controles, de

acordo com o tipo de gravidade da OMS.

Casos admitidos

na UTI n/N (%) PIM escore (%) dos casos (Media ± DP)

Controles n/N (%)

Odds ratio (95% CI) Valor p

Critérios da OMS para malaria grave 23/24 (95.8) 16.2 ± 15.6 17/91 (18.7) 100.11 (12.60 – 793.60) <0.001

Síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA)

16/24 (66.7) 18.4 ± 15.7 0/91 (0.0) - -

Choque(malaria álgida) 13/24 (54.2) 23.3 ± 17.0 0/91 (0.0) - -

Acidose metabólica 10/24 (41.6) 16.0 ± 12.3 - - -

Anemia grave 7/24 (29.2) 11.0 ± 8.5 5/91 (5.5) 7.08 (2.00 – 24.97) 0.003

Síndrome neurológica 5/24 (20.8) 37.2 ± 18.1 2/91 (2.2) 11.71 (2.11 – 64.94) <0.001

Hiperbilirrubinemia 4/24 (16.7) 15.0 ± 11.8 11/91 (12.1) 1.45 (0.42 – 5.05) 0.513

Hipoglicemia 3/24 (12.5) 17.1 ± 20.4 0/91 (0.0) - -

Insuficiência renal aguda (IRA), devido a hemoglobinúria

2/24 (8.3) 3.2 ± 1.1 0/91 (0.0) - -

Morte 2/24 (8.3) 50.8 ± 6.9 0/91 (0.0) - -

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5. Conclusões

Nosso estudo adiciona mais informação ao conjunto de evidências que

apontam P. vivax como uma causa importante de malária grave. Essa espécie foi

responsável pela maior parte das admissões de crianças de 0-14 anos na UTI em

uma área endêmica de transmissão moderada de malária, na Amazônia Brasileira, e

as complicações clínicas foram muito semelhantes àquelas vistas na infecção por P.

falciparum. SDRA, choque e anemia foram as principais complicações da infecção

por P. vivax, das quais pouco se conhece sobre os mecanismos de doença. Critérios

da OMS tem boa sensibilidade para predizer gravidade em malária por P. vivax e

poderiam ser utilizados em saúde pública e para fins de investigação.

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7. Apêndices

7.1 Instrumento de coleta de dados

ESTUDO DE CASOS DE CRIANÇAS COM MALÁRIA INTERNADAS NAS UTIs

PÚBLICAS DE MANAUS NO PERÍODO DE 2004 A 2009

QUESTIONÁRIO

Informações gerais

1. Data da internação hospitalar (dd/mm/aa) |__|__|/|__|__|/|__|__|

2. Data de admissão na UTI (dd/mm/aa) |__|__|/|__|__|/|__|__| hhhhhhy

3. Local da internação (1=PSCZO 2=PSCZS 3=PSCZL 4=ICAM 5=HF 6=MAB 7=MBM 8=MND 9=MA 10=MAM 11=MT)

|__|

4. Número do registro de internação |__|__|__|__|__|__|__|

5. Nome da criança |__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|

|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|

6. Município de residência |__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|

7. Sexo (1=M, 2=F) |__|

8. Número de dias que permaneceu na UTI

|__|__|

9. Data de nascimento (dd/mm/aa) |__|__|/|__|__|/|__|__| ou Idade (anos) (-9=N/A) |__|__|

Anamnese

10. O paciente já teve malária antes? (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

11. *Se sim, quando foi a última infecção antes desta?

|__||__|/|__||__|

12. *Se sim, qual o tipo de malária? 1=vivax, 2=falciparum, 3=malarie, 4=mista (vivax+falciparum), 9=N/A)

|__|

13. *Se sim, qual o número de episódios prévios de malária (9=N/A) |__|__|

14. Se RN, qual a idade gestacional no nascimento (semanas)

9=N/A |__|__|

15. Mãe teve malária durante a gestação?

(1=Sim,2=Não, 9=N/A) |__|

16. *Se sim, qual o tipo de malária? 1=vivax, 2=falciparum, 3=malarie, 4=mista (vivax+falciparum),

9=N/A) |__|

17. Tomou medicamentos antimaláricos nos últimos 30 dias?

(1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

*Se sim especificar

18. Cloroquina (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

19. Primaquina (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

20. Coartem (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

21. Quinino (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

22. Artesunato (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

23. Mefloquina (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

24. Doxiciclina (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

25. Clindamicina (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

26. Outras* (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

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27. *(Especificar) |__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|

28. Tem comorbidades conhecidas? (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

29. Diabetes (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

30. Anemia falciforme (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

31. HIV/SIDA (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

32. Cardiopatia (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

33. Síndrome de Daown (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

34. Outras (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

35. *(Especificar) |__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|

36. Peso (Kg) (9=N/A) |__|__|.|__|__|__|

37. A criança é desnutrida? (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

38. Número de dias de doença anterior ao diagnóstico de malária

|__|__|__|

39. O diagnóstico de malária foi feito depois que a criança já estava internada na UTI?

(1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

Evolução clínica durante a internação na UTI

Exame neurológico

40. Rigidez de nuca (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

41. Exame de consciência (1=consciente, 2=sonolento, 3=agitado, 4=inconsciente, 5=sedado, 9=N/A)

|__|

42. Pupilas (1=isocóricas, 2=Mióticas, 3=Midriáticas, 4=Anisocóricas, 9=N/A) |__|

43. Pontuação escala coma Glasgow mais baixa detectada (9=N/A) |__|__|

44. Pontuação escala coma Blantyre mais baixa detectada (9=N/A) |__|__|

45. História de crises convulsivas? (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

46. *Se sim, quantos episódios? (9=N/A)

|__|__|

47. Realizou a Punção Lombar? (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

48. *Se sim, qual o aspecto do LCR? (1=Límpido, 2=turvo, 3=Purulento, 4=Hemático, 5=Outro, 9=N/A)

|__|

49. Cultura do LCR (1=Positivo, 2=Negativo, 9=N/A) |__|

50. *Se positivo, qual microorganismo isolado? (-9=N/A)

|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|

|__|__|__|__|__|__|

Manifestações Hemorrágicas

51. Tem manifestações hemorrágicas?

(1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

52. Epistaxe (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

53. Hemorragia conjuntival (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

54. Gengivorragia (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

55. Melena (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

56. Hematúria (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

57. Hematêmese (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

58. Petéquias (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

59. Equimoses (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

60. Outras?

Especificar (1=Sim, 2=Não, 9=N/A)

|__|

|__|__|__|__|__|__|

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Manifestações Respiratórias

61. Criança fez uso de oxigenoterapia?

(1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

62. *Se sim, qual a oferta de O2?

1=VM, 2=CPAP nasal, 3=Oxi Hood, 4=Máscara de Venturi, 5=cateter nasal, 9=N/A)

|__|

63. Saturação de oxigênio mais baixa detectada (%) / (data)

|__|__|__| / data |__|__| / |__|__|/|__|__|

64. Fez gasometria? (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

*Se sim, anotar a pior gasometria

65. pH sanguíneo |__|.|__|__|

66. PaO2 (mmHg) |__|__|.|__|__|

67. paCO2 (mmHg) |__|__|.|__|__|

68. Bicarbonato (mmol/L) |__|__|.|__|

69. Excesso de Base (mmol/L) (1=Positivo, 2=Negativo) |__| Valor absoluto |__|__|.|__|

Função renal

70. Diurese horária total nas 24h (ml/kg/h) (menor valor detectado durante internação)

|__|__|__|

71. Creatinina (mg/dL) (maior valor detectado durante internação)

|__|__|

72. Uréia (mg/dL) (maior valor detectado durante internação)

|__|__|

73. Fez hemodiálise? (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

74. Fez diálise peritoneal? (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

Manifestações hemodinâmicas

75.

Choque clínico (Hipotensão conforme idade)

(1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

76. Se sim, menor valor detectado da PAM (mmHg)

|__|__|__|

77. Fez uso de aminas vasoativas? (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

78.

Se sim, qual(s) (1=dopamina, 2=dobutamina, 3=adrenalina, |4=noradrenalina, 9=N/A)

|__|

79. Foi realizada transfusão de algum hemocomponente?

(1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

80.

Se sim, quais? 1=CH |__|,2=PFC |__|,3=plaquetas |__|

81. *Se sim, quantas unidades totais? 1=Con1=CH |__| , 2=PFC |__|, 3=Plaquetas |__|

82. Tem hepatomegalia (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__| 83. Tem esplenomegalia (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__| Exames radiológicos

84. Radiografia de tórax (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__| 85. Se sim, especificar os principais achados |__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__| 86. Tomografia computadorizada de crânio (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

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87. Se sim, especificar os principais achados |__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__| 88. Fez USG abdominal (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__| 89. Se sim, especificar os principais achados |__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__| 90.Tomografia computadorizada de abdome (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__| 91. Se sim, especificar os principais achados |__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|

Provas de coagulação (9=N/A) 92. TTPA (segundos) |__|__|__| 93. TAP (segundos/ %) |__|__|__|/|__|__|__| 94. PDF (microgr/mL) |__|__|__|__| 95. Dímeros-D (nanog/mL) |__|__|__|__|

Hemograma (9=N/A)

96. Leucócitos totais (109/L)

(maior valor detectado durante internação) |__|__|.|__|/ data |__|__| / |__|__|/|__|__| 97. Neutrofilia |__|__|/ data |__|__| / |__|__|/|__|__| 98. Eosinofilia |__|__|/ data |__|__| / |__|__|/|__|__| 99. Presença de formas imaturas (1=bastões; 2= mielócitos; 3= metamielócitos) |__| 100. RBC (10

12/L) (menor valor detectado durante internação) |__|.|__|__|/ data |__|__| / |__|__|/|__|__|

101. Hemoglobina (g/dL) (menor valor detectado durante internação) |__|__|__| / data |__|__| / |__|__|/|__|__| 102. Plaquetas totais (10

3/microL) (menor valor detectado durante internação) |__|__|__|

103. Volume plaquetário médio (de acordo com menor plaqueta detectada) |__| 104. PCR (maior valor detectado durante internação) |__|__|__| / data |__|__| / |__|__|/|__|__|

Exame de urina

105. Hemoglobinúria (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__| 106. Leucocitúria (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__| 107. Proteinúria (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__|

Bioquímica (9=N/A; pior alteração detectada)

108. Bilirrubina total (mg/dL) |__|__|.|__| 109. Bilirrubina direta (mg/dL) |__|__|.|__| 110. Bilirrubina indireta (mg/dL) |__|__|.|__| 111. Lactato (mmol/L) |__|__|.|__| 112. ALT (U/L) |__|__|__| 113. AST (U/L) |__|__|__| 114. Glicemia (mg/dL) |__|__|__| 115. Na

+ (mEq/L) |__|__|.|__|

116. K+

(mEq/L) |__|__|.|__| 117. Fosfatase alcalina(U/L) |__|__|__|__| 118. Cl

- (mEq/L) |__|__|.|__|

119. Mg (mEq/L) |__|__|.|__| 120. Ca

++ (mEq/L) |__|__|.|__|

Exames microbiológicos 121. Hemocultura (1=Positivo, 2=Negativo, 9=N/A) |__| 122. Se positivo, qual microorganismo |__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__| 123. Urinocultura (1=Positivo, 2=Negativo, 9=N/A) |__| 124. Se positivo, qual microorganismo |__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__| 125. Exame parasitológico de fezes (1=Positivo, 2=Negativo, 9=N/A) |__|

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126. Se positivo, quais helmintos ou parasitos |__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|

Diagnóstico e tratamento de malária

127. Espécie do Plasmodium (1=vivax, 2=falciparum, 3=malariae, 4=vivax+falciparum) |__| 128. Parasitemia (0- < ½ cruz ou ½ cruz 1-Uma cruz 2-Duas cruzes 3- Três cruzes 4-Quatro cruzes) |__| 129. Recebeu antimaláricos durante a internação (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__| 130.Cloroquina (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__| 131. Primaquina (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__| 132. Artemeter/lumefantrina (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__| 133. Quinino (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__| 134. Artesunato (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__| 135. Mefloquina (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__| 136. Doxiciclina (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__| 137. Clindamicina (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__| 138. Outras* (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__| 139. *(Especificar) |__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__| 140. Número de dias para a negativação da parasitemia após a introdução dos antimaláricos |__|__|

Resumo final

141. A criança usou antibióticos, antifúngicos e/ou antiparasitários? (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__| 142. Se sim, quais? 1.|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__| 2.|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__| 3.|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__| 4.|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__| 5.|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__| 143. Motivo da alta (1=Alta hospitalar, 2=Óbito, 3=Transferência) |__| 144. Data da Alta/Óbito/Transferência |__|__|/|__|__|/|__|__| 145. Se óbito, fez necropsia (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__| 146. Se transferência, para que local |__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|

Outros diagnósticos durante a internação

147. Diagnóstico 1 |__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__| 148. Diagnóstico 2 |__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__| 149. Diagnóstico 3 |__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__| 150. Diagnóstico 4 |__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__| 151. Diagnóstico 5 |__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|

Variáveis do PIM

152. Pupilas (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) pupilas isocóricas e fotossensíveis |__| pupilas dilatadas maior que 3mm ou fixas |__| 153. Presença de doenças pré-morbidas (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__| 154. Admissão programada (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__| 155. Uso de ventilação mecânica (1=Sim, 2=Não, 9=N/A) |__| 156. Valor absoluto (ABS) da Pressão Arterial Sistólica (PAS) |__|__|__| 157. Valor absoluto (ABS) do excesso de base |__|__|__| 158. Valor de FiO2 (%) |__|__|__| 159. Valor de PaO2 (mmHg) |__|__|__| 160. P_PIM |__|__|__|

Data:____________________ Assinatura:_________________________