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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS E CONSTRUÇÃO CIVIL CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Taiur Schumacher LICITAÇÃO EM OBRAS DE ENGENHARIA Santa Maria, RS 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS E CONSTRUÇÃO CIVIL

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Taiur Schumacher

LICITAÇÃO EM OBRAS DE ENGENHARIA

Santa Maria, RS

2017

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Taiur Schumacher

LICITAÇÃO EM OBRAS DE ENGENHARIA

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao curso de Engenharia Civil,

da Universidade federal de Santa Maria

(UFSM, RS), como requisito parcial para

obtenção de grau de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Dr. Rogério C. Antocheves de Lima

Santa Maria, RS

2017

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Taiur Schumacher

LICITAÇÃO EM OBRAS DE ENGENHARIA

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao curso de Engenharia Civil,

da Universidade federal de Santa Maria

(UFSM, RS), como requisito parcial para

obtenção de grau de Engenheiro Civil.

Aprovado em 13 de dezembro de 2017:

______________________________________________

Rogério C. Antocheves de Lima, Dr. (UFSM)

(Presidente/Orientador)

______________________________________________

André Lubeck, Dr. (UFSM)

______________________________________________

Gustavo de Aguiar Isaia, Me. (UFSM)

Santa Maria, RS

2017

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais, Delton Schumacher e Angela Schumacher, aos meus

irmãos Tairan Schumacher e Thaina Schumacher, e minha namorada Andressa Ambrós de

Oliveira, por todo o suporte que me concederam nos momentos mais difíceis e pela lição de

jamais desistir em buscar aquilo que almejamos.

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AGRADECIMENTOS

Este trabalho só foi possível devido as lições de vida que obtive durante minha

caminhada acadêmica, desta forma, quero agradecer algumas pessoas em especial: À minha mãe Angela Cristiana de Almeida Schumacher, que foi a principal pessoa

que acreditou e auxiliou a tornar realidade este sonho de estudar na Universidade Federal

de Santa Maria.

Ao meu pai Delton João Schumacher, que sempre me apoiou nas minhas decisões e

buscou sempre realizar aquilo que almejei.

Ao meu irmão Tairan Schumacher, que me ajudou a decidir qual caminho seguir na

vida profissional.

À minha irmã Thaina Schumacher, pela companheira e amiga que sempre foi.

À minha namorada Andressa Ambrós de Oliveira, que sempre esteve ao meu lado

me apoiando nas minhas decisões e me ajudando em tudo que foi necessário na minha vida.

Aos meus amigos que sempre estiveram ao meu lado, dividindo o cansaço e as

risadas.

Ao meu orientador Rogério Lima, pela paciência e aprendizado que me passou durante esta jornada.

A todos os professores e funcionários da Universidade Federal de Santa Maria, por

fazerem parte deste período especial da minha vida.

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RESUMO

LICITAÇÕES EM OBRAS PÚBLICAS

AUTOR: Taiur Schumacher

ORIENTADOR: Prof. Dr. Rogerio C. Antocheves de Lima

A Federação Brasileira possui demasiada necessidade de compra de produtos e serviços,

a lei nº 8.666/1993 orienta e prevê regras para que todos os entes públicos que compõem

a federação realizem licitações para suprir suas necessidades de compra de produtos e

serviços. Frente a isso, a lei nº 8.666/1993, conhecida como lei de licitações, está sendo

cada vez mais estudada por empresas de engenharia que escolhem o ramo de licitações

em obras públicas. Este trabalho tem por principais objetivos conhecer os princípios

licitatórios, as modalidades e os tipos de licitações, o regime diferenciado de contratação,

momentos que cabem dispensa licitatória ou inexigibilidade, direitos sobre recursos

administrativos e aditivos ou supressões contratuais, benefícios que a lei prevê para

microempresas e empresas de pequeno porte, obrigações de consórcios licitatórios, fases

da licitação, tanto internamente no órgão público, como externamente até a finalização

do contrato e, por fim, conhecer como uma licitação ocorre na prática através de uma

análise crítica de uma licitação. Desta forma, este trabalho abordará os principais itens

sobre licitações que a constituição brasileira prevê, também abordará a forma que as

empresas de engenharia devem se preparar frente a uma licitação de seu interesse e

realizar o estudo detalhado de uma licitação já finalizada/consolidada de um ente público

da federação, através de documentações disponíveis para livre consulta como determina

a lei. Por fim, além de conhecer a parte teórica, ou seja, o que a lei prevê, cabe ao licitante

conhecer a forma de montar uma proposta financeira e técnica para concorrer nos

certames de seu interesse, sabendo avaliar todos os projetos disponíveis no edital, tanto

na visão econômica como na visão técnica, para, assim, evitar prejuízos futuros para a

empresa por firmar um contrato desvantajoso ou ser desclassificado precocemente no

certame por erros na formulação de suas propostas. Portanto, ressalta-se a importância de

trabalhos que abordam esse tipo de assunto, por envolver diversas pessoas e movimentar

a economia brasileira em diversas escalas.

Palavras-chave: Licitação. Lei de Licitações. Processo licitatório. Obra

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – O processo de orçamentação de obras.............................................................56

Figura 2 – Aviso de abertura de Licitação na modalidade Tomada de Preço Nº

26/2014............................................................................................................................61

Figura 3 – Extrato de celebração de contrato referente a Licitação na modalidade Tomada

de Preço Nº 26/2014.........................................................................................................70

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Valores limites para modalidade de licitação para cada tipo de bem ou serviço

a ser adquirido..................................................................................................................19

Tabela 2 – Nível de precisão de projetos..........................................................................46

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LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS

ART Anotação de Responsabilidade Técnica

Art Artigo

BDI Benefícios e Despesas Indiretas

CAU Conselho de Arquitetos e Urbanistas

CAT Certidão de Acervo Técnico

CF Constituição Federal

CREA Concelho Regional de Engenharia e Agronomia

EPP Empresa de Pequeno Porte

INMET Instituto Nacional de Meteorologia

INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia

LDO Lei de Diretrizes Orçamentárias

LRDC Lei do Regime Diferenciado de Contratação

ME Microempresa

PAC Programa de Aceleração do Crescimento

PROINFRA Pro-reitoria de Infraestrutura

RDC Regime Diferenciado de Contratação

SICAF Sistema de Cadastro Unificado de Fornecedores

SUS Sistema Único de Saúde

Sinapi Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil

Sincro Sistema de Custos Rodoviários

TCU Tribunal de Contas da União

UFSM Universidade Federal de Santa Maria

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................12

1.1 JUSTIFICATIVA................................................................................................13

1.2 OBJETIVOS........................................................................................................13

1.2.1 Objetivo Geral.....................................................................................................13

1.2.2 Objetivos Específicos..........................................................................................14

1.3 METODOLOGIA................................................................................................14

2. DEFINIÇÕES E ASPECTOS GERAIS DAS LICITAÇÕES.......................15

2.1 FINALIDADE DAS LICITAÇÕES PÚBLICAS...............................................15

2.2 PRINCÍPIOS DOS PROCESSOS LICITATÓRIOS..........................................15

2.2.1 Princípio da legalidade........................................................................................16

2.2.2 Princípio da impessoalidade................................................................................16

2.2.3 Princípio da moralidade e da probidade administrativa......................................16

2.2.4 Princípio da igualdade.........................................................................................16

2.2.5 Princípio da publicidade......................................................................................17

2.2.6 Princípio da vinculação ao instrumento convocatórios.......................................17

2.2.7 Princípio do julgamento objetivo........................................................................17

2.2.8 Outros Princípios.................................................................................................18

2.3 MODALIDADE DE LICITAÇÕES...................................................................18

2.3.1 Concorrência........................................................................................................20

2.3.2 Tomada de Preços................................................................................................20

2.3.3 Convite.................................................................................................................21

2.3.4 Concurso..............................................................................................................22

2.3.5 Leilão...................................................................................................................23

2.3.6 Pregão..................................................................................................................23

2.4 REGIME DIFERENCIADO DE CONTRATAÇÃO..........................................24

2.5 TIPOS DE LICITAÇÕES...................................................................................26

2.5.1 Menor Preço........................................................................................................27

2.5.2 Melhor Técnica....................................................................................................27

2.5.3 Técnica e Preço....................................................................................................29

2.5.4 Maior Lance ou Oferta........................................................................................29

2.6 DISPENSA LICITATÓRIA................................................................................29

2.7 INEXIGIBILIDADE LICITATÓRIA.................................................................31

2.8 RECURSOS ADMINISTRATIVOS...................................................................32

2.9 PENALIDADES..................................................................................................32

2.10 ADITIVOS OU SUPRESSÕES E REAJUSTES CONTRATUAIS...................33

2.11 TRATAMENTO DIFERENCIADO ÀS MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE

PEQUENO PORTE...................................................................................................35

2.12 CONSÓRCIOS E TERCEIRIZAÇÕES..............................................................39

3. O PROCESSO LICITATÓRIO.......................................................................42

3.1 FASE INTERNA.................................................................................................43

3.2 FASE EXTERNA................................................................................................51

3.3 PERÍODO CONTRATUAL................................................................................53

4. DIRETRIZES UTILIZADAS PELAS EMPRESAS LICITANTES PARA

ELABORAÇÃO DE PROPOSTAS.............................................................................56

4.1 LEVANTAMENTO E QUANTIFICAÇÃO.......................................................56

4.2 DEFINIÇÃO DOS CUSTOS UNITÁRIOS........................................................57

4.3 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA.............................................................58

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5. ESTUDO DE CASO..........................................................................................59

5.1 PROJETO BÁSICO............................................................................................59

5.2 O EDITAL...........................................................................................................60

5.2.1 ENTREGA DOS ENVELOPES...........................................................................61

5.2.2 DOCUMENTAÇÃO E PROPOSTA FINANCEIRA...........................................62

5.2.3 OUTRAS DISPOSIÇÕES IMPORTANTES DO EDITAL..................................65

5.3 ABERTURA E JULGAMENTO DO CERTAME.............................................68

5.4 CONTRATO E ORDEM DE FORNECIMENTO..............................................69

5.5 EXECUÇÃO CONTRATUAL E RECEBIMENTO DEFINITIVO...................70

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................73

REFERÊNCIAS.................................................................................................75

ANEXO A – SOLICITAÇÃO DE PROCESSO LICITATÓRIO PARA

OBRA..............................................................................................................................76

ANEXO B – ATA DE ABERTURA DO ENVELOPE NÚMERO 1...................77

ANEXO C – RECURSO ADMINISTRATIVO.................................................78

ANEXO D – ATA DE ABERTURA DO ENVELOPE NÚMERO 2...................76

ANEXO E – PROPOSTA FINANCEIRA DA CONCORRENTE

VENCEDORA.................................................................................................................85

ANEXO F – PARECER TÉCNIO.......................................................................86

ANEXO G – ART PARA EXECUÇÃO DA OBRA............................................87

ANEXO H – SEGURO CAUÇÃO......................................................................88

ANEXO I – ORDEM DE FORNECIMENTO.....................................................89

ANEXO J – CONTROLE FINANCEIRO DA OBRA.........................................90

ANEXO L – PRIMEIRA PARCELA DE PAGAMENTO.................................91

ANEXO M – PRIMEIRO ADITIVO CONTRATUAL......................................93

ANEXO N – REGULARIZAÇÃO DO SEGURO CAUÇÃO............................98

ANEXO O – SEGUNDO ADITIVO CONTRATUAL........................................99

ANEXO P – ADVERTÊNCIA..........................................................................105

ANEXO Q – TERCEIRO ADITIVO CONTRATUAL....................................106

ANEXO R – TERMO DE RECEBIMENTO PROVISÓRIO...........................112

ANEXO S – TERMO DE RECEBIMENTO DEFINITIVO.............................113

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1. INTRODUÇÃO

Antes de qualquer análise mais aprofundada, faz-se necessário conceituar

licitação. Com esse propósito é apresentada a definição dada ao instituto pela

professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, para quem licitação é: ‘O

procedimento administrativo pelo qual um ente público, no exercício da função

administrativa, abre a todos os interessados, que se sujeitem às condições

fixadas no instrumento convocatório, a possibilidade de formularem propostas

dentre as quais selecionará e aceitará a mais conveniente para a celebração de

contrato. (BORGES E BERNARDES, 2010, p. 3).

Conforme exposto acima, uma licitação é nada mais, onde um contratante abre

um processo licitatório para interessados, que estejam sujeitos a certas condições, a firmar

um contrato vantajoso para ambas as partes.

Ademais, Prado (2015) afirma que é obrigatória a licitação para os contratos de

obras, serviços, compras e alienações. Tendo em vista isso, as empresas de engenharia

brasileira estão, cada vez mais, buscando participar das licitações públicas para execução

das diferentes obras que o governo requer e tem por princípio básico a realização de um

processo licitatório.

Prado (2015) relata que na alteração promovida pela Lei nº 12.349/2010 foi

somado mais um objetivo a ser buscado pelos processos licitatórios, promover o

desenvolvimento nacional, através de margens de preferência, favorecendo produtos e

serviços nacionais. Com isso, no cenário atual brasileiro, diversas empresas de engenharia

brasileiras vem se beneficiando e atuando em processos licitatórios, pois, a união,

detentora do maior patrimônio econômico dentro do país, sempre terá demanda para

novas obras

Borges e Bernardes (2010, p. 15), define que “enquanto o particular pode fazer

tudo aquilo que a lei não proíbe, ao administrador público só é dado fazer aquilo que a lei

permite ou autoriza.” A partir disso, nota-se que o ente público deverá seguir a lei, que

conforme já citado, para realização de uma obra pública deverá abrir um processo

licitatório, por outro lado, as empresas de engenharia de direito privado, tem total

liberdade para definir diretrizes para os rumos de sua empresa, podendo atuar tanto em

obras particulares como públicas maximizando sua lucratividade.

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1.1 JUSTIFICATIVA

Bittencourt (2014) afirma que a lei nº 8.666/93, a conhecida lei das licitações tornou-se

complexa, sendo necessário seu estudo por completo, para que todos envolvidos nos

certames, tais como comissões de licitação, advogados e os licitantes, tenham correta

compreensão e interpretação nestes processos.

Portanto, estudar a lei que define normas para a formalização de um contrato para

execução de obras públicas, é de extrema importância para qualquer profissional ou

empresa da área de engenharia que deseja participar destes processos licitatórios. Devido

à complexidade da lei, as empresas de direito privado que vierem a participar de alguma

licitação pública, deverão seguir exatamente o que prevê esta lei para não infringir

nenhuma norma da mesma e ser declarada inidônea para contratar com a administração

pública.

o recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade civil pela

solidez e segurança da obra ou do serviço, nem ético-profissional pela perfeita

execução do contrato, dentro dos limites estabelecidos pela lei ou pelo

contrato. (§ 2º, Art. 73, da Lei nº8.666/1993.)

Conforme afirma o inciso segundo, artigo 73 da lei nº 8.666/1993, a empresa de

engenharia vencedora de uma licitação pública depois de executar o item pertinente ao

contrato firmado com o ente público ainda está sob risco de sofrer sanções pela

administração pública caso não realize manutenções pós obra devido a vícios

construtivos, logo, este trabalho além de abordar o processo licitatório também analisará

uma obra pública finalizada para observar as medidas tomadas pelo ente público após a

entrega da obra.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Analisar a formulação de um processo licitatório observando as diretrizes da lei

nº 8.666/1993 e a lei nº 12.462/2011 que definem a forma de licitar obras públicas e

analisar um processo de uma licitação pública já finalizada observando todo seu processo

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interno, externo e pós obra. Ademais, compreender a forma que uma empresa de

engenharia deve se portar frente a um processo licitatório nas suas diversas fases.

1.2.2 Objetivos Específicos

Compreender a forma, na prática, de como se procede um recurso administrativo.

Examinar de forma crítica os aditivos contratuais realizadas no estudo de caso.

Compreender as diferentes fases para a criação de uma licitação, fase interna, fase

externa, período de contrato e posterior a contratação através do estudo de caso.

Entender como uma empresa de engenharia de direto privado deve se portar frente

a um processo licitatório de seu interesse, além disso, verificar a forma de enviar

solicitações ao ente público contratante.

Estudar um processo licitatório já consolidado dentro da Universidade Federal de

Santa Maria (UFSM), uma obra já entregue que possua toda documentação para

análise de todo o processo licitatório até a entrega definitiva da obra.

1.3 METODOLOGIA

A metodologia adotada será o estudo da lei nº 8.666/1993 através da própria lei,

de livros que citam os artigo dela e comentam a mesma de uma forma técnica e livros

que citam recomendações para contratação e fiscalização de obras licitadas. Após isso,

será analisado de forma crítica uma obra realizada dentro da UFSM, tal obra já foi

finalizada e possui toda documentação necessária para um estudo aprofundado.

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2. DEFINIÇÕES E ASPECTOS GERAIS DAS LICITAÇÕES

Nesta parte do trabalho será exposto as principais diretrizes sobre os diferentes

processos licitatórios, tais como princípios, modalidades e tipos de licitações. Ademais,

será citado alternativas ao processo licitatório que a lei prevê, como regime diferenciado

de contratação, dispensa de licitação, reajustes e aditivos, tratamento diferenciado a

empresas beneficiárias pela Lei Complementar Nº 123/2006, além do tratamento a

consórcios e terceirizações.

2.1. FINALIDADE DAS LICITAÇÕES PÚBLICAS

A constituição brasileira, através da Lei nº 8.666/1993 estabelece que a

administração pública quando necessitar de compra de produtos ou contratação de

serviços de terceiros deverá preceder este ato a um processo licitatório onde as

interessadas poderão concorrer para firmar um contrato com o ente público.

Nos termos do art. 2º da Lei nº 8.666/1993, as obras, os serviços, inclusive de

publicidade, as compras, as alienações, as concessões, as permissões e as

locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão

necessariamente precedidas de licitação. (BORGES E BERNARDES, 2010, p.

3).

Ainda é necessário ter a total compreensão do que seria obra pública onde faz-se

necessário licitação, segundo o Tribunal de Contas da União (2009) “Obra pública é

considerada toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação de bem

público.”

2.2. PRINCÍPIOS DOS PROCESSOS LICITATÓRIOS

Na lei nº 8.666/1993, no seu artigo terceiro, prevê o seguinte,

A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da

isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a

promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada

em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da

impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade

administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento

objetivo e dos que lhes são correlatos. (BRASIL, 1993.)

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Conforme redigido na lei de licitações, todo o processo deve ser baseado na

legalidade, na impessoalidade, na moralidade, na igualdade, na publicidade, na probidade

administrativa, na vinculação ao instrumento convocatório e no julgamento do objeto,

entre outros princípios.

2.2.1. Princípio da legalidade

Através de Borges e Bernardes (2010) sintetiza-se legalidade, “enquanto o

particular pode fazer tudo aquilo que a lei não proíbe, ao administrador público só é dado

fazer aquilo que a lei permite ou autoriza.” Logo, como é necessário abrir licitação para

contratação com terceiros, um contrato firmado só terá teor legal se for precedido de uma

licitação devidamente formulada.

2.2.2. Princípio da impessoalidade

O julgador do processo licitatório deverá ser imparcial e impessoal durante a

concorrência do objeto para dar legitimidade ao processo, segundo Prado (2015),

“Qualquer agente público, seja ele eleito, concursado, indicado etc., está ocupando seu

posto para servir aos interesses do povo. Assim, seus atos obrigatoriamente deverão ter

como finalidade o interesse público, e não o próprio ou de terceiros.”

2.2.3. Princípio da moralidade e probidade administrativa

[...] à Administração não cabe mais agir somente em conformidade com a

legalidade em sentido estrito. De outra forma, a Administração deve atuar

conforme princípios éticos, com boa-fé e honestidade. Assim, conclui-se que

a Administração tem o dever de cumprir não só com a lei, em sentido estrito,

mas com o “espírito” desta, ou seja, toda sua conduta deve estar atrelada à

legalidade em sentido amplo. (BORGES E BERNARDES, 2010, p. 16).

Conforme definido por Borges e Bernardes (2010), o ente público executor da

licitação deve seguir princípios éticos para validar ao processo, todo funcionário da

administração pública envolvido de alguma forma na licitação deve agir de boa-fé

conforme estabelece a lei e o seu dever perante o povo.

2.2.4. Princípio da igualdade

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Prado (2015) afirma que segundo a constituição brasileira todos são iguais perante

a lei e o mesmo é válido para disputas em processos licitatórios, todos devem receber o

mesmo tratamento, impessoal, igualitário, isonômico. Com isso, entende-se como

princípio da igualdade em licitações, as exigências durante o processo deverá ser o mesmo

para todos, salvo benefícios previstos em lei.

2.2.5. Princípio da publicidade

Na lei nº 8.666/1993, no seu artigo 16, está descrito o princípio da publicidade,

Será dada publicidade, mensalmente, em órgão de divulgação oficial ou em

quadro de avisos de amplo acesso público, à relação de todas as compras feitas

pela Administração Direta ou Indireta de maneira a clarificar a identificação

do bem comprado, seu preço unitário, a quantidade adquirida, o nome do

vendedor e o valor total da operação [...]. (BRASIL, 1993.)

Conforme definiu a lei de licitações, para dar legalidade a licitação é necessário

sua publicidade e transparência durante todo seu processo, sendo necessário publicação

em órgão oficial.

Prado (2015) afirma que este princípio é básico para levar o conhecimento de

todos interessados os atos, contratos ou instrumentos jurídicos.

2.2.6. Princípio da vinculação ao instrumento convocatório

Segundo Prado (2015), este princípio define a obrigatoriedade da Administração

Pública em obedecer às regras constantes do edital publicado, assim, evitando

surpreender os interessados em contratar com o ente público.

2.2.7. Princípio do julgamento objetivo

O princípio do julgamento objetivo guarda estreita correlação com os

princípios da impessoalidade e da vinculação ao instrumento convocatório.

Determina que a Administração se balize em critérios objetivos previamente

definidos no instrumento convocatórios. (BORGES E BERNARDES, 2010, p.

23).

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Conforme afirmado por Borges e Bernardes (2010), a licitação deve ser

processada de forma objetiva em consoante ao edital publicado. Ademais, Prado (2015)

afirma que este princípios só é válido para licitações do tipo “menor preço” e de “maior

lance”, pois em processos do tipo “melhor técnica” ou “técnica e preço” exige certa

subjetividade da equipe julgadora.

2.2.8. Outros princípios

Além dos princípios elencados no artigo 3º da lei de licitações existem outros

princípios citados no decorrer da lei que merecem ser observados para dar total clareza e

transparência a licitação. Isso, foi afirmado por Bittencourt (2014), onde demonstra a

democraticidade do processo licitatório.

Tais princípios são citados por Bittencourt (2014) como princípios correlatos, são

eles: princípio da competitividade (todos devem competir em igualdade de condições);

princípio do sigilo na apresentação das propostas (não permite que um licitante tome

ciência da proposta dos demais); princípio do procedimento formal (pressupõe um rito

administrativo formalizado para a licitação); princípio da adjudicação compulsória ao

vencedor da licitação (define que o ente público deverá contratar com o vencedor do

processo); princípio da padronização (objetiva evitar aquisições com diferenças nos

componentes, na qualidade, na produtividade e na durabilidade).

2.3. MODALIDADE DE LICITAÇÕES

A lei de licitações em seu artigo 22 definiu cinco modalidades de licitação:

concorrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão. Conforme afirma Padro

(2015), a lei de licitações ainda em seu artigo 22 proibia a criação ou combinação dessas

modalidades, todavia, em maio de 2000 através da Medida Provisória nº2.2026 e

posteriormente regulamentada pela Lei nº10.520/2002, criou-se a modalidade definida

pregão para a aquisição de bens e serviços comuns, ainda, essa nova lei de 2002 prevê

que para a modalidade de pregão deve ser aplicado, subsidiariamente, as normas da Lei

nº8.666/93 (art. 9º).

Por outro lado, especificamente para as Agências Reguladoras que

são autarquias em regime especial, as Leis nº9.472/97 (art. 54, parágrafo único)

e nº9.986/2000 (art. 37), criaram as modalidades de consulta e pregão. No caso

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da Petrobras, a Lei nº9.478/97 previu um procedimento licitatório

simplificado, definido pelo Decreto Presidencial nº2.745/98. (PRADO, 2015,

p. 68.)

Conforme afirmado por Prado (2015), definiu-se, por fim, sete modalidades de

licitações: concorrência, tomada de preços, convite, concurso, leilão, pregão e consulta.

O art. 23 da lei nº8.666/93 (BRASIL, 1993) fixou os limites para a aplicação de cada

modalidade, os critérios usados foram dois: valor da licitação e divisão em obras e

serviços de engenharia e, compras e serviços não referidos no quesito anterior, como

exposto na Tabela 1:

Tabela 1 – Valores limites para modalidade de licitação para cada tipo de bem ou

serviço a ser adquirido.

COMPRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA:

CONVITE Até R$ 150.000,00

TOMADA DE PREÇOS Até R$ 1.500.000,00

CONCORRÊNCIA Acima de R$ 1.500.000,00

COMPRAS E SERVIÇOS NÃO REFERIDOS NA TABELA ANTERIOR:

CONVITE Até R$ 80.000,00

TOMADA DE PREÇOS Até R$ 650.000,00

CONCORRÊNCIA Acima de R$ 650.000,00

Fonte: Prado (2015, p. 69 e 70)

Prado (2015) expõem casos onde esses valores máximos são alterados, “No caso

de consórcios públicos, aplica-se o dobro desses valores, quando formado por até 3 (três)

entes da Federação, e o triplo, quando formado por maior número (art. 23, § 8º, incluído

pela Lei nº11.107/2005).”. Além disso, Bittencourt (2014) afirma que as diferenças entre

as modalidades estão nas regras procedimentais, sendo o convite mais brando e a

concorrência mais rígida. Por fim, Prado (2015) afirma que uma licitação de valor global

até o teto do convite, pode ser licitada por tomada de preços ou concorrência, todavia, o

contrário não é valido.

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2.3.1 Concorrência

A Lei nº8.666/93 no seu artigo 22, § 1º, define concorrência, “Concorrência é a

modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação

preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital

para execução de seu objeto.”.

Prado (2015) define as aplicações desta modalidade em: compras, obras e serviços

de engenharia, concessão de serviços públicos, alienação de bens imóveis públicos,

concessões de direito real de uso, licitações internacionais, compra ou alienações de bens

imóveis, venda de bens móveis e registro de preços.

Borges e Bernardes (2010) ressalta que a concorrência se aplica a transações de

grande vulto, é uma genérica onde existe ampla publicidade e qualquer interessado

legalmente habilitado pode concorrer. Ademais, esse mesmo autor elenca quatro

princípios da concorrências conforme os ensinamentos de Hely Lopes Meirelles:

universalidade da modalidade, ampla publicidade, habilitação preliminar e julgamento

por comissão.

2.3.2 Tomada de Preços

A Lei nº8.666/93 no seu artigo 22, § 2º, prevê toma de preços, “Tomada de preços

é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem

a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do

recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.”. Complementando essa

definição, a Lei nº8.666/93 no seu artigo 23, § 4º prenuncia, “Nos casos em que couber

convite, a Administração poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a

concorrência.”. Isso apenas corrobora as afirmações feitas por Prado (2015) e

demonstrado anterior.

Conforme citado anteriormente no artigo 22 da lei de licitações, esta modalidade

tem por peculiaridade a solicitação de um cadastro prévio antes da abertura do certame,

não obstante, Prado (2015) ressalta que, levando em conta o princípio da competitividade,

desde que os interessados atendam a todas as condições exigidas para cadastro até o

terceiro dia anterior à data de recebimento das propostas, poderão competir nessa

modalidade.

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Prado (2015) afirma que esta modalidade pode ser estabelecida em licitações

interacionais desde que o órgão ou entidade dispuser de cadastro internacional de

fornecedores, ademais, o procedimento e julgamento segue as mesmas regras da

concorrência. Portanto, nota-se que a modalidade de preço é muito similar a concorrência,

diferenciando-se no teto de valor global menor e a solicitação de cadastro prévio para

participação do certame, Bittencourt (2014) em uma nota de opinião a esta modalidade,

“[...] Claro que visou impedir que empresas aventureiras participem de licitações e,

alcançando êxito, partam para o mercado na busca de contratações de profissionais, o que

colocaria em risco a licitação e, até a contratação.”. Logo, entende-se que esse autor

defende o cadastro prévio em tomada de preços para eliminar empresas aventureiras de

pequeno ou médio porte que teriam um desejo momentâneo em participar em um

determinado edital, além disso, subentende-se que esta obrigatoriedade em concorrências

não é necessário devido ao alto valor aplicado, exigindo grandes recursos e planejamento,

nessa modalidade eliminando as “empresas aventureiras”.

2.3.3 Convite

Na lei nº 8.666/1993, no seu artigo 22, inciso terceiro, está descrito a definição

para a modalidade convite,

Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao

seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo

de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado,

cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na

correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com

antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.

(BRASIL, 1993.)

Conforme afirma Prado (2015), esta modalidade de licitação é a mais simples

entre todas, visa contratos de pequenos valores. Prado (2015) lembra que o número

mínimo de participantes segundo a lei são três, sendo necessário repetir o ato caso esse

número não seja alcançado, entretanto, caso a administração pública justifique a falta de

concorrentes pela limitação do mercado ou manifesto de desinteresse dos convidados o

ato com número inferior a três participantes pode ser aceito.

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Ainda, Prado (2015) afirma que o convite não tem obrigatoriedade de publicidade

no diário oficial conforme as modalidades anteriores, basta a afixação, em local

apropriado, de cópia do instrumento convocatório e, também, não se exige edital.

Por fim, nota-se que esta modalidade busca dar agilidade ao processo de valores

pequenos, não sendo necessário dar grande publicidade a licitação e nem redigir um edital

completo. Conforme já exposto, um processo por convite é possível ser licitado por

tomada de preço ou concorrência, entretanto, o pregoeiro busca licitar por convite para

agilizar as licitações de baixo valor.

2.3.4 Concurso

Na lei nº 8.666/1993, no seu artigo 22, inciso quarto, está descrito a definição para

a modalidade concurso,

Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha

de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios

ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital

publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e

cinco) dias. (BRASIL, 1993.)

Bittencourt (2014) define concurso como a modalidade que tem por finalidade a

seleção de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante prêmio ou remuneração,

segundo critérios previstos no edital. Ademais, Bittencourt (2014) salienta que além do

§ 4o da lei de licitações, deve-se analisar concomitantemente o art. 52 da mesma lei, pois

desse artigo extraem-se as condições para realização de um concurso,

O concurso a que se refere o § 4o do art. 22 desta Lei deve ser precedido de

regulamento próprio, a ser obtido pelos interessados no local indicado no

edital.

§ 1o O regulamento deverá indicar:

I - a qualificação exigida dos participantes;

II - as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;

III - as condições de realização do concurso e os prêmios a serem concedidos.

(BRASIL, 1993.)

Ademais, Prado (2015) ressalta que o concurso não tem procedimento definido na

lei de licitações, sendo regulamentado pelo realizador da modalidade, também, lembra

que para esta modalidade não se aplica os tipos de licitações como menor preço, técnica

e etc.

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Por fim, segundo Prado (2015) “A comissão será própria, sendo composta por

pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidor

público ou não”.

Portanto, o concurso é uma modalidade atípica, por ser formado por uma comissão

conhecedora do objeto apreciado no processo, por ter um edital não regulamentado pela

lei e por ter critérios de julgamentos especiais.

2.3.5 Leilão

Na lei nº 8.666/1993, no seu artigo 22, inciso quinto, está descrito a definição para

a modalidade leilão,

Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda

de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente

apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no

art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.

(BRASIL, 1993.)

Prado (2015), expõem a forma de julgamento desta modalidade, sendo o maior

lance dado por um dos interessados a vencedora. Também, afirma que similarmente ao

concurso, o leilão não tem um procedimento definido pela lei de licitações, sendo o

mesmo definida pela comissão de licitações.

Por fim, a Constituição Brasileira (1993), define algumas regras para o leilão

como: todo bem a ser leiloado deverá ter avaliação prévia para fixação de preço mínimo,

todo bem leiloado deverá ser pago à vista ou conforme o edital, nos leilões internacionais

fixa-se o prazo de vinte e quatro horas para o pagamento e que o edital deve ser

amplamente divulgado, em especial no município que realizara o leilão.

2.3.6 Pregão

Prado (2015), lembra que o pregão foi inicialmente criado pela Medida Provisória

nº 2.026/2000, sendo destinado exclusivamente a união. Posteriormente criou-se a Lei nº

10.520/2002, a chamada lei do pregão, onde foi estendido o pregão para todos os entes

da federação.

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Ainda Prado (2015) lembra que, o pregão é uma alternativa a ser adotada para a

aquisição de bens e serviços comuns, sem limites de valores. Além disso, Bernardes

(2010) relata o sucesso desta modalidade, “O sucesso da utilização do pregão na esfera

federal foi considerado tão grande a ponto de o Decreto nº 5.450/2005 tornar a adoção do

pregão obrigatória, na esfera federal, para as licitações envolvendo a aquisição de bens e

serviços comuns, sendo preferencialmente a utilização de sua forma eletrônica.”

No Decreto nº 3.555/2000, artigo 2º, é possível encontrar a definição de pregão:

“Pregão é a modalidade de licitação em que a disputa pelo fornecimento de bens ou

serviços comuns é feita em sessão pública, por meio de propostas de preços escritos e

lances verbais.”

Ademais, Prado (2015) lembra que a modalidade pregão sempre será do tipo

menor preço e sua maior peculiaridade é a fase de habilitação ser posterior a fase de

lances, sendo aberto os documentos de habilitação apenas das licitantes vencedoras,

assim, aumentando a concorrência entre os interessados.

Segundo Prado (2015), a lei do pregão é bem didática, define as fases de todo o

processo, dividindo a licitação em duas fases: fase preparatória, onde justifica-se a

necessidade do objeto a ser licitado e cria-se o edital e a fase externa, onde publica-se o

edital e realiza-se o certame.

Portanto, notou-se que esta modalidade buscou facilitar a compra de bens e

serviços comuns, possuindo grande aplicação e sucesso em todos os entes públicos, é a

modalidade onde a possibilidade de concorrência é maior, devido ao fato da fase de

habilitação ser posterior e ser possível os participantes darem lances verbais.

2.4 REGIME DIFERENCIADO DE CONTRATAÇÃO

A Lei nº 12.462/2011 (LRDC), alterada pela Lei nº 12.980/2014, foi editada

com objetivo de regular as licitações e contratos especificamente relacionadas

às seguintes hipóteses: I – Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, II – Copa

das Confederações (Fifa 2013), III – Copa do Mundo (Fifa 2014) e IV – obras

de infraestrutura e de contratação de serviços para os aeroportos das capitais

dos Estados da Federação distantes até 350 km (trezentos e cinquenta

quilômetros) das cidades sedes dos mundiais referidos. (PRADO, 2015, p.

308.)

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Conforme exposto acima, o regime diferenciado de contratação foi algo

excepcional para os mundiais que ocorreram no Brasil entre 2013 e 2016. Prado (2015)

afirma que para este tipo de contratação fica afastado todas as normas prevista na lei geral

de licitações.

Todavia, Prado (2015) afirma que o caráter temporário do RDC foi estendido

através das Leis nº 12.688/2012 e nº 12.745/2012, deixando seu campo de aplicação as

ações integrantes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e das obras e

serviços de engenharia no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Por fim, através da

Lei nº 12.873/2013, a Companhia Nacional de Abastecimento foi autorizada a utilizar

deste tipo de contratação para reforma, modernização, ampliação ou construção de

unidades armazenadoras próprias destinadas às atividades de guarda e conservação de

produtos agropecuários em âmbito natural.

Na lei nº 12.462/2011, no seu artigo primeiro, inciso primeiro, estão definidos os

objetivos do regime diferencial de contratação,

O RDC tem por objetivos:

I - ampliar a eficiência nas contratações públicas e a competitividade entre os

licitantes;

II - promover a troca de experiências e tecnologias em busca da melhor

relação entre custos e benefícios para o setor público;

III - incentivar a inovação tecnológica; e

IV - assegurar tratamento isonômico entre os licitantes e a seleção da

proposta mais vantajosa para a administração pública. (BRASIL, 2011.)

Conforme exposto acima, o RDC buscou melhorar a lei de licitações para as obras

de grande interesse público compreendidas entre os anos de 2013 e 2016, e depois foi

estendido por tempo indeterminado por novas leis.

Prado (2015) expõem uma peculiaridade do RDC, para execução indireta de obras

e serviços de engenharia, além dos regimes já previstos na lei de licitações (I – empreitada

por preço unitário; II – empreitada por preço global; III – contratação por tarefa; IV –

empreitada integrada) surgiu um quinto regime, a contratação integrada. Na lei nº

12.462/2011, no artigo 9ª, § 1o é definido contratação integrada, “a contratação integrada

compreende a elaboração e o desenvolvimento dos projetos básico e executivo, a

execução de obras e serviços de engenharia, a montagem, a realização de testes, a pré-

operação e todas as demais operações necessárias e suficientes para a entrega final do

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objeto”. Com isso, nota-se mais um objetivo que o RDC buscou, a rapidez do processo,

Prado (2015) explica que as demais contratações exigem prévia aprovação do projeto

básico pela autoridade competente, com a contratação integrada, fica a cargo da empresa

vencedora a realização de todos os projetos e execução dos serviços.

Para o procedimento do RDC, a lei n 12.462/2011 no seu artigo número 12 definiu

as seguintes fases, “I – preparatória; II – publicação do instrumento convocatório; III –

apresentação de propostas ou lances; IV – julgamento; V – habilitação; VI – recursal; e

VII – enceramento”. Ademais, Prado (2015), afirma que pela lei do regime diferenciado

de contratação (LRDC), o ente público realizador do processo pode fazer a fase de

habilitação antes da abertura das propostas e fase de lances, desde que seja devidamente

justificado.

Referente ao tipo de licitação, a lei nº 12.462/2011, no artigo 18º, define elas, “I -

menor preço ou maior desconto; II - técnica e preço; III - melhor técnica ou conteúdo

artístico; IV - maior oferta de preço; ou V - maior retorno econômico.”

Por fim, notou-se que o Regime Diferenciado de contratação foi uma forma de

“encurtar” o processo licitatório, conforme o seu bom retorno durante sua aplicação

temporária foi estendido por tempo indeterminado a alguns órgãos e programas do ente

público através de leis, todavia, conforme afirmado por Prado (2015), “[...] o RDC está

deixando de ser excepcional para se transformar em geral e, quiçá, permanente.” O regime

diferenciado de contratação que buscou reduzir o tempo do processo licitatório para obras

de grande interesse público compreendido entre 2013 e 2016, está sendo ampliado,

porém, pela contratação integrada diminui-se a concorrência, pois a mesma empresa

vencedora realiza os projetos e executa o serviço, diferentemente do outros regimes de

contratação onde se contrata o projeto executivo em uma licitação diferente a execução

do serviço.

2.5 TIPOS DE LICITAÇÕES

A lei nº 8.666/1993 em seu artigo 45 define os tipos de licitações:

Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de

licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os

tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e

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de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a

possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.

§ 1o Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na

modalidade concurso:

I - a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa

para a Administração determinar que será vencedor o licitante que apresentar

a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o

menor preço;

II - a de melhor técnica;

III - a de técnica e preço.

IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou concessão

de direito real de uso. (BRASIL, 1993.)

2.5.1 Menor Preço

Como veremos, o pregão deve utilizar, obrigatoriamente, o tipo menor preço

para definir o vencedor do certame. Esse critério (o menor preço) definirá, ao

fim, o vencedor do certame. Mas a Administração não pode simplesmente

desconsiderar alguns outros critérios que lhe servirão para definir o vencedor

da licitação, tais como (conforme o caso) o período de validade do produto

adquirido, as condições de garantia do produto, do serviço, até mesmo a

apresentação (embalagem) do produto. (BORGES E BERNARDES, 2010, p.

65.)

Conforme o próprio nome do tipo desta licitação, o menor preço, o licitante

vencedor será aquele que apresentar o menor preço ou menor lance no certame. Ademais,

Borges e Bernardes (2010) lembram que pela lei do pregão, todo e qualquer pregão deve

ser do tipo menor preço, todavia, cabe ao julgador analisar outros critérios para garantir

a compra de um produto de boa procedência, sem lesar o ente público.

2.5.2 Melhor Técnica

Art. 46. Os tipos de licitação "melhor técnica" ou "técnica e preço" serão

utilizados exclusivamente para serviços de natureza predominantemente

intelectual, em especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização,

supervisão e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em

particular, para a elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos

básicos e executivos. (BRASIL, 1993.)

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Pela lei de licitações, está é uma modalidade onde o intelecto da empresa

interessada em firmar contrato com o ente público é levado em conta, além da proposta

financeira é apresentado uma proposta técnica para a banca julgadora conforme determina

a lei nº 8.666/1993 no seu artigo 46,

§ 1o Nas licitações do tipo "melhor técnica" será adotado o seguinte

procedimento claramente explicitado no instrumento convocatório, o qual

fixará o preço máximo que a Administração se propõe a pagar:

I - serão abertos os envelopes contendo as propostas técnicas exclusivamente

dos licitantes previamente qualificados e feita então a avaliação e classificação

destas propostas de acordo com os critérios pertinentes e adequados ao objeto

licitado, definidos com clareza e objetividade no instrumento convocatório e

que considerem a capacitação e a experiência do proponente, a qualidade

técnica da proposta, compreendendo metodologia, organização, tecnologias e

recursos materiais a serem utilizados nos trabalhos, e a qualificação das

equipes técnicas a serem mobilizadas para a sua execução;

II - uma vez classificadas as propostas técnicas, proceder-se-á à abertura das

propostas de preço dos licitantes que tenham atingido a valorização mínima

estabelecida no instrumento convocatório e à negociação das condições

propostas, com a proponente melhor classificada, com base nos orçamentos

detalhados apresentados e respectivos preços unitários e tendo como referência

o limite representado pela proposta de menor preço entre os licitantes que

obtiveram a valorização mínima;

III - no caso de impasse na negociação anterior, procedimento idêntico será

adotado, sucessivamente, com os demais proponentes, pela ordem de

classificação, até a consecução de acordo para a contratação;

IV - as propostas de preços serão devolvidas intactas aos licitantes que não

forem preliminarmente habilitados ou que não obtiverem a valorização mínima

estabelecida para a proposta técnica. (BRASIL, 1993.)

Portanto, em licitações do tipo melhor técnica o procedimento de julgamento deve

ser primeiramente a avaliação técnica e posteriormente a proposta de preço, Borges e

Bernardes (2010) exemplifica a utilização deste tipo de licitação da seguinte forma, a

União tem interesse em contratar uma instituição para dar treinamento aos seus servidores

de normas básicas a respeito de processo civil, entende-se que a apresentação do menor

preço não é suficiente para definir a empresa que ministrará o treinamento, a metodologia

adotada, a experiência da empresa e etc. São de extrema importância. Deste modo,

conclui-se que este tipo de licitação busca levar em conta a qualidade da empresa que

concorre no processo licitatório, além, é claro, o preço apresentado.

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2.5.3 Técnica e Preço

A lei nº 8.666/1993 no seu artigo 46 define critérios para licitações do tipo Técnica

e Preço,

§ 2o Nas licitações do tipo "técnica e preço" será adotado, adicionalmente ao

inciso I do parágrafo anterior, o seguinte procedimento claramente explicitado

no instrumento convocatório:

I - será feita a avaliação e a valorização das propostas de preços, de acordo

com critérios objetivos preestabelecidos no instrumento convocatório;

II - a classificação dos proponentes far-se-á de acordo com a média ponderada

das valorizações das propostas técnicas e de preço, de acordo com os pesos

preestabelecidos no instrumento convocatório. (BRASIL, 1993.)

Portanto, as fases de julgamento adotados que a lei de licitações prevê são,

avaliação financeira e posteriormente avaliação ponderada conforme critérios de maior e

menor relevância para a proposta técnica.

Filho (2005) afirma que diversos critérios utilizados na licitação do tipo melhor

técnica é similarmente aplicado no tipo técnica e preço e que o vencedor deste tipo de

processo licitatório será aquele que ao final de todo o julgamento apresentar a melhor

média considerando as notas das propostas técnica e financeira.

2.5.4 Maior Lance ou Oferta

Prado (2015), afirma que este tipo de licitação é exclusiva para a modalidade leilão,

onde o licitante vencedor será aquele que apresentar o maior lance ou oferta entre os

participantes desde que seu lance seja igual ou superior ao valor mínimo imposto pela

administração pública.

2.6 DISPENSA LICITATÓRIA

Em casos onde cabe dispensa de licitação, segundo Prado (2015), cabe o legislador

do ente público decidir se aplica um processo licitatório ou opta pela dispensa, mesmo

sendo a regra geral a licitação, existem diversos casos de possíveis dispensas citados na

lei de licitações no seu artigo 24, a seguir, conforme Prado (2015) expõem, existem os

casos mais exemplificativos que cabem citação,

[...] citem-se alguns dos casos mais exemplificativos:

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I – celebração de contratos de pequeno valor;

II – situações emergenciais;

III – ausência de interessados em licitação anterior (licitação deserta);

IV – intervenção da União no domínio econômico;

V – aquisição de gêneros perecíveis;

VI – aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos;

VIII – contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás

natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas

da legislação específica;

IX – celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com

entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos

de forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público

ou em convênio de cooperação. (PRADO, 2015, p. 47 e 48.)

Segundo Prado (2015), cabe dois casos onde não há necessidade de autorização

previa para a dispensa de licitação, “[...] o art. 26 exige ratificação da autoridade superior

em todas as hipóteses do art. 24, exceto nas de pequeno valor (art. 24, I e II), para que a

dispensa tenha eficácia.” A lei nº 8.666/1993 no seu artigo 24 descreve os incisos I e II

da seguinte forma,

I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do

limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se

refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e

serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas

conjunta e concomitantemente;

II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite

previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos

casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo

serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só

vez; (BRASIL, 1993.)

Para o inciso I da citação acima, o valor que a lei se refere é 10% do limite para

licitação na modalidade convite para obras e serviços de engenharia, R$150.000,00 e para

o citado no inciso II da citação acima o valor referido é 10% do limite para licitação na

modalidade convite para compras e serviços comuns, R$80.000,00. Portanto, para o

legislador poder justificar a dispensa de licitação sem uma prévia autorização, deve ter

atenção ao limite imposto pela lei de licitações.

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2.7 INEXIGIBILIDADE LICITATÓRIA

Na lei nº 8.666/1993, em seu artigo 25, define-se inexigibilidade licitatória,

Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição,

em especial:

I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser

fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo,

vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser

feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local

em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato,

Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;

II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de

natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização,

vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;

III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente

ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica

especializada ou pela opinião pública.

§ 1o Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo

conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior,

estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe

técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permita

inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à

plena satisfação do objeto do contrato.

§ 2o Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa, se

comprovado superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado

à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público

responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis. (BRASIL, 1993.)

Com o que a lei de licitações prevê para inexigibilidade licitatória casos como, a

exclusividade de produção de um item de necessidade ao ente público, conforme a lei, é

vedado a preferência por marca, ou seja, a inexigibilidade só será válida se uma empresa

for a única detentora daquele bem, além disso, é previsto em lei a correta comprovação

de exclusividade. Ademais, para contrato com empresa de notório saber técnico sobre um

assunto de interesse ao ente público cabe a inexigibilidade de licitação, como por

exemplo, estudos técnicos ou perícias, auditorias financeiras, fiscalização e etc. E por fim,

para contratação de apresentações artísticas é o último caso onde a lei prevê a

inexigibilidade.

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Por fim, a lei responsabiliza conjuntamente o fornecedor e o agente público

responsável por possíveis superfaturamento, respondendo a justiça solidariamente pelos

danos causados a União.

2.8 RECURSOS ADMINISTRATIVOS

Bittencourt (2014) cita o direito que a constituição assegura a qualquer cidadão, “A

CF assegura os direitos ao contraditório e de petição como instrumentos genéricos de

defesa e, principalmente, contra atos administrativos considerados abusivos ou

inválidos.” Portanto, o direito a questionar um edital está assegurado fundamentalmente

na constituição federal.

No âmbito de processos licitatórios Bittencourt (2014) cita o recurso administrativo

como um direito ofertado ao licitante, caso se sinta prejudicador, solicitar a revisão de

algum item do edital da licitação de interesse. Além disso, esses mesmo autor lembra que

no edital é oferecido um lapso temporal onde o recurso administrativo é aceito, perdendo

este prazo resulta na decadência do direito.

Interposto, o recurso será comunicado aos demais licitantes, que poderão

impugná-lo no prazo de 5 (cinco) dias úteis (dois dias úteis, se convite). Na

sequência, será ele dirigido à autoridade superior, por intermédio da que

praticou o ato recorrido. Esta, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, poderá

reconsiderar sua decisão ou fazer o recurso subir, devidamente informado.

Neste caso, a decisão deverá ser proferida dentro do prazo de 5 (cinco) dias

úteis, contados do recebimento do recurso, sob pena de responsabilidade.

(PRADO, 2015, p. 133.)

Conforme exposto por Prado (2015), o lapso temporal para interposição do

recurso são de 5 dias úteis, salvo na modalidade convite onde são de 2 dias úteis, sendo

protocolado o recurso cabe ao departamento jurídico julgar o recurso e emitir um parecer

em até 5 dias úteis.

2.9 PENALIDADES

[...] tal cláusula garante à administração o poder de aplicar penas pelas faltas

verificadas no decorrer da execução contratual. Assim, pode a administração

aplicar sansões motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste (art. 58,

IV). (PRADO, 2015, p. 217.)

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Conforme afirmado por Prado (2015) acima, o contratante, no caso o ente público,

tem o direito reservado de prever penalidades para possíveis irregularidades feitas pela

contratada, na lei nº 8.666/1993, no seu artigo 87 define-se os tipos de penalidades,

Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá,

garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:

I - advertência;

II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;

III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de

contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;

IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração

Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até

que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a

penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir a

Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção

aplicada com base no inciso anterior. (BRASIL, 1993.)

Ademais, Prado (2015) afirma que conforme a lei de licitações, ainda no seu artigo

87, a lei prevê a aplicação de multa concomitantemente as sanções e prevê o direito a

defesa prévia do interessado.

2.10 ADITIVOS OU SUPRESSÕES E REAJUSTES CONTRATUAIS

No artigo 65 da lei nº 8.666/1993 está discriminado aos possibilidades de

alterações contratuais,

Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as

devidas justificativas, nos seguintes casos:

I - unilateralmente pela Administração:

a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor

adequação técnica aos seus objetivos;

b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de

acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por

esta Lei;

[...]

§ 1o O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais,

os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras,

até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no

caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50%

(cinquenta por cento) para os seus acréscimos.

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§ 2o Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabelecidos

no parágrafo anterior, salvo:

I - (VETADO)

II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes.

§ 3o Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários para

obras ou serviços, esses serão fixados mediante acordo entre as partes,

respeitados os limites estabelecidos no § 1o deste artigo.

§ 4o No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado já houver

adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes deverão ser pagos

pela Administração pelos custos de aquisição regularmente comprovados e

monetariamente corrigidos, podendo caber indenização por outros danos

eventualmente decorrentes da supressão, desde que regularmente

comprovados.

§ 5o Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos, bem

como a superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a data da

apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos preços contratados,

implicarão a revisão destes para mais ou para menos, conforme o caso.

§ 6o Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encargos do

contratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio

econômico-financeiro inicial.

§ 7o (VETADO)

§ 8o A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços

previsto no próprio contrato, as atualizações, compensações ou penalizações

financeiras decorrentes das condições de pagamento nele previstas, bem como

o empenho de dotações orçamentárias suplementares até o limite do seu valor

corrigido, não caracterizam alteração do mesmo, podendo ser registrados por

simples apostila, dispensando a celebração de aditamento. (BRASIL, 1993.)

Conforme o artigo 65 da lei de licitações determina, que o contratante tem o direito

reservado de promover o acréscimo ou supressão de valores pré-estabelecidos no

contrato, sendo definido no inciso I deste mesmo artigo os limites de 25% e 50%, para

obras, serviços ou compras e reforma de edifício ou equipamento respectivamente.

Para a possibilidade de reajuste contratual, Bittencourt (2014) redige o seguinte,

A questão do reajuste do preço contratual – que, como dispõe este inciso,

deverá ter indicação precisa no edital – deve ser avaliada com cautela. O

dispositivo foi elaborado em época de grande inflação, refletindo a necessidade

natural desses tempos, ou seja, como mecanismo de neutralização dos efeitos

dessa verdadeira praga. (BITTENCOURT, 2014, p. 428.)

Conforme exposto por Bittencourt (2014), deve estar definido em edital, antes

mesmo de firmar o contrato, a lei nº 8.666/1993 no seu artigo 40 faz referência a reajustes,

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XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de

produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data

prevista para apresentação da proposta, ou do orçamento a que essa proposta

se referir, até a data do adimplemento de cada parcela; (BRASIL, 1993.)

A lei de licitações prevê reajustes em casos de significativa variação de valores,

sendo possível seu reajuste baseado em índices inflacionários, isso, corrobora a afirmação

feita por Bittencourt (2014) acima, onde ele descreveu a necessidade de reajuste nos

meados da década de 90 devido as altas taxas inflacionárias da época.

Ademais, Bittencourt (2014) faz referência ao prazo de petição de reajuste

financeiro,

[...] o reajuste do valor nominal da proposta deverá balizar-se levando em

consideração a data-limite para sua apresentação (prevista no instrumento

convocatório da licitação ou no documento de afastamento licitatório) e a de

seu adimplemento (total ou parcial), desde que o prazo contratual tenha

alcançado o período de um ano. (BITTENCOURT, 2014, p. 429.)

Portanto, o direito a solicitação de reajuste pelo contratado é previsto na lei de

licitações e seu período para petição é após um ano da apresentação da proposta.

Diferentemente do reajuste contratual, os aditivos ou supressões são direitos da

contratante, que por algum motivo devidamente justificado tem o direito de solicitar

quando for de seu interesse.

2.11 TRATAMENTO DIFERENCIADO ÀS MICROEMPRESAS E EMPRESAS

DE PEQUENO PORTE

Em diversas oportunidades, a CF/88 revelou preocupação com as

microempresas (ME) e as empresas de pequeno porte (EPP). Assim, com vistas

a efetivar o princípio da isonomia, estabeleceu uma série de hipóteses nas quais

ambas devem ter tratamento privilegiado [...]. (PRADO, 2015, p. 95.)

Tendo em vista o exposto por Prado (2015), foi criado a lei complementar nº

123/2006, no artigo 47 dessa lei está definido a obrigatoriedade e a justificativa para o

favorecimento para ME e EPP,

Art. 47. Nas contratações públicas da administração direta e indireta,

autárquica e fundacional, federal, estadual e municipal, deverá ser concedido

tratamento diferenciado e simplificado para as microempresas e empresas de

pequeno porte objetivando a promoção do desenvolvimento econômico e

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social no âmbito municipal e regional, a ampliação da eficiência das políticas

públicas e o incentivo à inovação tecnológica. (BRASIL, 2006.)

Prado (2015) cita outro tipo de empresa onde o tratamento será igual, as

sociedades cooperativas que alcançaram receita bruta anual até o limite de R$

2.4000.000,00.

Dentre os benefícios previsto na lei complementar nº 123/2006, algumas merecem

destaque,

Art. 42. Nas licitações públicas, a comprovação de regularidade fiscal e

trabalhista das microempresas e das empresas de pequeno

porte somente será exigida para efeito de assinatura do contrato.

Art. 43. As microempresas e as empresas de pequeno porte, por

ocasião da participação em certames licitatórios, deverão apresentar

toda a documentação exigida para efeito de comprovação de

regularidade fiscal etrabalhista, mesmo que esta apresente alguma restrição.

§ 1o Havendo alguma restrição na comprovação

da regularidade fiscal e trabalhista, será assegurado o prazo de cinco dias

úteis, cujo termo inicial corresponderá ao momento em que o proponente for

declarado vencedor do certame, prorrogável por igual período, a critério da

administração pública, para regularização da

documentação, para pagamento ou parcelamento do débito e para

emissão de eventuais certidões negativas ou positivas com efeito de

certidão negativa.

§ 2o A não-regularização da documentação, no prazo previsto no § 1o deste

artigo, implicará decadência do direito à contratação, sem prejuízo das sanções

previstas no art. 81 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, sendo facultado à

Administração convocar os licitantes remanescentes, na ordem de

classificação, para a assinatura do contrato, ou revogar a licitação.

Art. 44. Nas licitações será assegurada, como critério de desempate,

preferência de contratação para as microempresas e empresas de pequeno

porte.

§ 1o Entende-se por empate aquelas situações em que as propostas apresentadas

pelas microempresas e empresas de pequeno porte sejam iguais ou até 10%

(dez por cento) superiores à proposta mais bem classificada.

§ 2o Na modalidade de pregão, o intervalo percentual estabelecido no § 1o deste

artigo será de até 5% (cinco por cento) superior ao melhor preço.

Art. 45. Para efeito do disposto no art. 44 desta Lei Complementar, ocorrendo

o empate, proceder-se-á da seguinte forma:

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I - a microempresa ou empresa de pequeno porte mais bem classificada poderá

apresentar proposta de preço inferior àquela considerada vencedora do

certame, situação em que será adjudicado em seu favor o objeto licitado;

II - não ocorrendo a contratação da microempresa ou empresa de pequeno

porte, na forma do inciso I do caput deste artigo, serão convocadas as

remanescentes que porventura se enquadrem na hipótese dos §§ 1o e 2o do art.

44 desta Lei Complementar, na ordem classificatória, para o exercício do

mesmo direito;

III - no caso de equivalência dos valores apresentados pelas microempresas e

empresas de pequeno porte que se encontrem nos intervalos estabelecidos

nos §§ 1o e 2o do art. 44 desta Lei Complementar, será realizado sorteio entre

elas para que se identifique aquela que primeiro poderá apresentar melhor

oferta.

§ 1o Na hipótese da não-contratação nos termos previstos no caput deste artigo,

o objeto licitado será adjudicado em favor da proposta originalmente

vencedora do certame.

§ 2o O disposto neste artigo somente se aplicará quando a melhor oferta inicial

não tiver sido apresentada por microempresa ou empresa de pequeno porte.

§ 3o No caso de pregão, a microempresa ou empresa de pequeno porte mais

bem classificada será convocada para apresentar nova proposta no prazo

máximo de 5 (cinco) minutos após o encerramento dos lances, sob pena de

preclusão. (BRASIL, 2006.)

Conforme exposto acima, entre os artigos 42 e 45 estão definidos as vantagens

que merecem ser observadas. Na comprovação de regularidade fiscal e trabalhista,

conforme afirma Prado (2015), as empresas beneficiárias poderão participar dos

processos licitatórias mesmo que irregulares, devendo regularizar sua situação caso seja

vencedora no certame, ainda sobre a documentação, a esta lei determina que as empresas

beneficiárias não estão eximidas de apresentar a documentação requerida, mesmo que a

mesma esteja irregular deve ser apresentada, caso a documentação não seja regularizada

no prazo estabelecido pela lei a empresa beneficiária terá seu direito a contratação

decaído.

Ademais, para a disputa de financeira, esta lei prevê o favorecimento a contratação

com as empresas beneficiárias, assegurando a essas empresas o direito a lance quando o

preço ofertado pela média ou grande empresa for até 10% em qualquer processo licitatório

e 5% nos processos na modalidade pregão, dentro do chamado empate ficto, todavia, a

contratação será sempre com a empresa que ofertar o menor valor, caso a empresa

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beneficiária não apresentar nova proposta, o contrato será firmado com a empresa de

grande ou médio porte melhor colocada.

Por fim, cabe expor as determinações da lei complementar nº 123/2006 frente a

aplicabilidade dos benefícios,

Art. 48. Para o cumprimento do disposto no art. 47 desta Lei Complementar,

a administração pública:

I - deverá realizar processo licitatório destinado exclusivamente à participação

de microempresas e empresas de pequeno porte nos itens de contratação cujo

valor seja de até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais);

II - poderá, em relação aos processos licitatórios destinados à aquisição de

obras e serviços, exigir dos licitantes a subcontratação de microempresa ou

empresa de pequeno porte;

III - deverá estabelecer, em certames para aquisição de bens de natureza

divisível, cota de até 25% (vinte e cinco por cento) do objeto para a contratação

de microempresas e empresas de pequeno porte.

§ 1o (Revogado).

§ 2o Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, os empenhos e pagamentos

do órgão ou entidade da administração pública poderão ser destinados

diretamente às microempresas e empresas de pequeno porte subcontratadas.

§ 3o Os benefícios referidos no caput deste artigo poderão, justificadamente,

estabelecer a prioridade de contratação para as microempresas e empresas de

pequeno porte sediadas local ou regionalmente, até o limite de 10% (dez por

cento) do melhor preço válido.

Art. 49. Não se aplica o disposto nos arts. 47 e 48 desta Lei

Complementar quando:

I - (Revogado);

II - não houver um mínimo de 3 (três) fornecedores competitivos enquadrados

como microempresas ou empresas de pequeno porte sediados local ou

regionalmente e capazes de cumprir as exigências estabelecidas no instrumento

convocatório;

III - o tratamento diferenciado e simplificado para as microempresas e

empresas de pequeno porte não for vantajoso para a administração pública ou

representar prejuízo ao conjunto ou complexo do objeto a ser contratado;

IV - a licitação for dispensável ou inexigível, nos termos dos arts. 24 e 25 da

Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, excetuando-se as dispensas tratadas pelos

incisos I e II do art. 24 da mesma Lei, nas quais a compra deverá ser feita

preferencialmente de microempresas e empresas de pequeno porte, aplicando-

se o disposto no inciso I do art. 48. (BRASIL, 2006.)

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Nos artigos expostos acima a lei prevê obrigatoriedade em contratar com as

empresas beneficiárias para processos de valor global até R$80.000,00, ou seja, licitações

até esses valor são exclusivas a empresas beneficiárias da lei nº 123/2006, para processos

que buscam contratar obras ou serviços que superam esse valor o edital poderá exigir a

subcontratação de empresas beneficiárias e para processos destinado à aquisição de bens

de natureza divisível, deverá ter cota de até 25% exclusivo para contratação de empresas

beneficiárias, por exemplo, em um processo na modalidade pregão presencial do tipo

menor preço que objetiva adquirir 100 condicionadores de ar, o ente público deverá

destinar um item com 75 condicionadores de ar para livre concorrência e outro item 25

condicionadores de ar de mesma especificação exclusivo a empresas beneficiárias desta

lei complementar.

Ainda, na lei complementar nº 123/2006 no artigo 49 exposto acima, está definido

quando a administração pública está eximida de promover os benefícios estabelecidos

nesta mesma lei entre os artigos 47 e 48. O processo licitatório deverá ter um quórum

mínimo de três empresas beneficiárias da lei para os benefícios serem válidos, ainda, está

dispensado os benefícios se o mesmo representar prejuízo ao ente público ou se o

processo licitatório for dispensável ou inexigível.

2.12 CONSÓRCIOS E TERCEIRIZAÇÕES

Cabe à Administração, na elaboração do edital licitatório, avaliar se será

permitida a participação no certame de empresas consorciadas, partindo do

pressuposto de que empresas isoladamente dificilmente teriam condições para

execução do objeto pretendido.

Apesar da autorização para a participação de consórcio revestir-se de natureza

discricionária, há situações, de ordem técnica e/ou financeira, que, em face do

pleno atendimento ao princípio da competitividade, impõem a autorização.

(BITTENCOURT, 2014, p. 393.)

Conforme afirmado por Bittencourt (2014) acima, a decisão de participação de

empresas unidas em consórcio está no poder do legislador que construir o edital, devendo

ser analisado e justificado a participação deste tipo de empresas por dificuldades técnicas

e/ou financeiras que uma empresa individual enfrentaria caso firmasse um contrato de

grande porte.

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Na lei nº 8.666/1993, no seu artigo 33 está definido critérios para participação de

empresas em consórcio,

Art. 33. Quando permitida na licitação a participação de empresas em

consórcio, observar-se-ão as seguintes normas:

I - comprovação do compromisso público ou particular de constituição de

consórcio, subscrito pelos consorciados;

II - indicação da empresa responsável pelo consórcio que deverá atender às

condições de liderança, obrigatoriamente fixadas no edital;

III - apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28 a 31 desta Lei por parte

de cada consorciado, admitindo-se, para efeito de qualificação técnica, o

somatório dos quantitativos de cada consorciado, e, para efeito de qualificação

econômico-financeira, o somatório dos valores de cada consorciado, na

proporção de sua respectiva participação, podendo a Administração

estabelecer, para o consórcio, um acréscimo de até 30% (trinta por cento) dos

valores exigidos para licitante individual, inexigível este acréscimo para os

consórcios compostos, em sua totalidade, por micro e pequenas empresas

assim definidas em lei;

IV - impedimento de participação de empresa consorciada, na mesma licitação,

através de mais de um consórcio ou isoladamente;

V - responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos praticados em

consórcio, tanto na fase de licitação quanto na de execução do contrato.

§ 1o No consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras a liderança caberá,

obrigatoriamente, à empresa brasileira, observado o disposto no inciso II deste

artigo.

§ 2o O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da celebração do

contrato, a constituição e o registro do consórcio, nos termos do compromisso

referido no inciso I deste artigo. (BRASIL, 1993.)

Nota-se, que a lei busca beneficiar o licitante representante de empresa individual,

pois é sensível a percepção de desvantagem frente a uma concorrente unida em consórcio,

dentre as principais imposições impostas a empresas unidas em consórcio definidas no

trecho da lei de licitações exposto acima são, o acréscimo de até 30% para a qualificação

econômico-financeiro e a responsabilidade jurídica solidária entre as empresas

consorciadas.

Para terceirizações, a lei nº 8.666/1993 no seu artigo 72 define o seguinte,

Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das

responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar partes da obra,

serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela

Administração. (BRASIL, 1993.)

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Portanto, uma empresa vencedora de um processo licitatório, com contrato ativo

com o ente público poderá subcontratar outras empresas para auxiliar na execução do

contrato dentro do limite definido pelo edital.

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3. O PROCESSO LICITATÓRIO

A lei de licitações dentro de todos os seus artigos e incisos determina de forma

clara o procedimento que deve ser adotado pelo legislador do ente público que está

encarregado de realizar uma licitação, conforme afirma Borges e Bernardes (2010) as

pessoas ditas leigas no assunto tem a falsa impressão referente a abertura do processo,

“[...] é oportuno afastar a ideia que corre no senso comum de que a licitação inicia com a

publicação do edital ou com a convocação por meio da carta-convite.” Na lei nº

8.666/1993 em seu artigo 38 é possível definir o real início do processo,

Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo

administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a

autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio

para a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente. (BRASIL, 1993.)

Prado (2015) afirma que o exposto acima na lei de licitações refere-se a fase

interna e que a fase externa, de forma geral, se divide em I – publicação do edital; II –

habilitação; III – julgamento e classificação; IV – homologação; adjunção. Tais fases

definida por Prado (2015) serão tratadas a seguir.

Ademais, para licitações de obras públicas, o Tribunal de contas da União (2009)

sugere outras fases para as licitações,

I – Fase preliminar à licitação:

1 – Programa de necessidades;

2 – Estudo de viabilidade;

3 – Anteprojeto;

II – Fase interna da licitação:

1 – Projeto básico;

2 – Projeto executivo;

3 – Recursos orçamentários;

4 – Edital de licitação;

III – Fase externa da licitação:

1 – Publicação do edital de licitação;

2 – Comissão de licitação;

3 – Recebimento de propostas;

4 – Procedimento da licitação;

IV – Fase contratual:

1 – Contrato;

2 – Fiscalização da obra;

3 – Recebimento da obra;

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V – Fase posterior à contratação:

1 – Operação;

2 – Manutenção;

(TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, 2009, p. 3.)

Neste trabalho será abordado todas as questões referidas pelo Tribunal de Contas

da União, todavia, terá sua subdivisão em fase interna, compreendendo todos os

procedimentos até preceder a publicidade e a fase externa, englobando desde a publicação

do edital até a assinatura do contrato e, em seguida, abordado o período contratual e,

posteriormente, as medidas tomadas para o recebimento definitivo do empreendimento.

3.1. FASE INTERNA

Conforme sugerido pelo Tribunal de Contas da União (2009) o procedimento

referido acima deve ser aplicado a processos licitatório de obras públicas. O ente público

que possuir a necessidade de licitar uma obra deve começar avaliando a real necessidade

do empreendimento, fazendo um estudo de viabilidade, Tribunal de Contas da União

(2009) elenca os principais pontos que deve ser observado nesta etapa,

[...] fim a que se destina, futuros usuários, dimensões, padrão de acabamento

pretendido, equipamentos e mobiliários a serem utilizados, entre outros

aspectos. Deve-se considerar, também, a área de influência de cada

empreendimento, levando em conta a população e a região a serem

beneficiadas. (TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, 2009, p. 4)

Após o real definição de necessidade pública da obra, o corpo de servidores

responsáveis do ente público pela licitação deve analisar qual a melhor forma de construir

ou seja, fazer um estudo de viabilidade, Tribunal de Contas da União (2009) descreve o

seguinte, “Os estudos de viabilidade objetivam eleger o empreendimento que melhor

responda ao programa de necessidades, sob aspectos técnicos, ambientais e

socioeconômicos.” Portanto, nesta fase avalia-se as alternativas de implantação da

edificação, analisa-se os impactos ambientais do mesmo e o retorno que a obra trará para

a sociedade. Ademais, Tribunal de Contas da União (2009) sugere a realização de um

orçamento simplificado de cada alternativa para balancear o custo/benefício de cada

alterativa para auxiliar na escolha do modelo definitivo.

Em seguida, conforme o Tribunal de Contas da União (2009), deve ser realizado

um anteprojeto, onde é feito uma representação técnica do modelo aprovado na fase

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anterior, devendo possuir de forma sucinta os projetos arquitetônico, estrutural e de

instalações, ainda, definir os padrões de acabamento e o custo médio do projeto.

Tribunal de Contas da União (2009) sugere que após o termino do anteprojeto

realiza-se o projeto básico, “É nesta fase que se especifica detalhadamente o objeto a ser

contratado – por meio da elaboração do projeto básico – e se definem os requisitos para

o recebimento de propostas [...].” Na lei n 8.666/1993 é possível encontrar a definição do

que o projeto básico no seu artigo sétimo,

IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com

nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo

de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações

dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o

adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que

possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo

de execução [...]. (BRASIL, 1993.)

Tribunal de Contas da União (2009), ressalta que o projeto básico pode ser

realizado por servidor do órgão interessado na licitação, desde que o mesmo tenha registro

no Concelho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) ou Conselho de Arquitetos e

Urbanistas (CAU) e seja capas de assinar a Responsabilidade Técnica pelo projeto, caso

o órgão público não tenha um servidor especializado na área pode ser realizado uma

licitação objetivando a contratação de empresa para a realização do projeto básico.

Também é parte integrante do projeto básico o Estudo de Impactos Ambientais quando a

lei determinar que a mesma deve ser realizada.

Por fim, na fase interna ainda, após a aprovação do projeto básico, inicia-se os

preparativos do edital como redige Tribunal de Contas da União (2009), “Definido o

empreendimento, é necessário iniciar os preparativos para a contratação, que deve

ocorrer, usualmente, por meio de licitação.” Ainda, esse mesmo autor lembra que neste

momento deve ser definido detalhadamente o objeto a ser contratado no processo

licitatório.

Dentro dos artigos que compõem o edital, conforme afirma Tribunal de Contas da

União (2009), será necessário especificações técnicas dos materiais a serem utilizados,

“As especificações técnicas são representadas por um documento que caracteriza os

materiais, equipamentos e serviços a serem utilizados na obra, visando a desempenho

técnico determinado.” Ainda, esse mesmo autor lembra que não é possível determinar a

utilização de terminada marca.

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Outro item de extrema importância para a formulação do edital é ter determinado

um orçamento detalhado, esse, é parte integrante do projeto básico, Tribunal de Contas

da União (2009) cita os principais itens a serem observados,

Na elaboração do orçamento detalhado de uma obra, é preciso:

- conhecer os serviços necessários para a exata execução da obra, que constam

dos projetos, memoriais descritivos e especificações técnicas;

- levantar com precisão os quantitativos desses serviços;

- calcular o custo unitário dos serviços;

- calcular o custo direto da obra;

- estimar os custos indiretos e o lucro da construtora.

(TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, 2009, p. 19.)

Para a realização da orçamentação do empreendimento, Tribunal de Contas da

União (2009) lembra que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) determina que os

preços unitários para composição do orçamento devem ser obtidas no Sistema Nacional

de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI), todavia, caso algum insumo ou serviço

não for encontrado no Sinapi, é possível balizar-se em tabelas de referências que possuam

aprovação de algum órgão federal, como o Sistema de Custos Rodoviários (SINCRO),

ademais, a LDO permite a consulta de preços no mercado local ou em revistas técnicas

desde que sejam devidamente justificados.

Ainda, durante a orçamentação do empreendimento é necessário o correto cálculo

dos benefícios e despesas indiretas (BDI), Tribunal de Contas da União (2009) explica o

que está incluso nesse cálculo, “[...] contempla o lucro da empresa construtora e seus

custos indiretos, isto é, garantia, risco e seguros, despesas financeiras, administração

central e tributos.”

No âmbito do projeto básico, também deve fazer parte integrante do mesmo o

cronograma físico-financeiro, conforme afirma Tribunal de Contas da União (2009),

através dele será definido o pagamento mensal que será oferecido a empresa vencedora

no processo licitatório.

Por fim, após todas as definições necessárias para a finalização do projeto básico,

o órgão público deve providenciar o projeto executivo da obra, Tribunal de Contas da

União (2009) explica o momento correto que esse projeto deve ser realizado,

A lei nº 8.666/1993 estabelece que o projeto executivo seja elaborado após a

conclusão do projeto básico e previamente à execução da obra, mas,

excepcionalmente permite que ele seja desenvolvido concomitantemente à

realização do empreendimento. Nesse caso, deve haver autorização expressa

da Administração. (TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, 2009, p. 26.)

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Portanto, o projeto executivo é elemento essencial para a obra, devendo ter sua

confecção realizada anterior ao seu início ou excepcionalmente concomitantemente ao

início da obra desde que devidamente justificado, lembrando que, conforme mencionado,

o projeto executivo possui uma riqueza de detalhes superior e índice de erros inferior ao

projeto básico, Tribunal de Contas da União (2009) criou uma tabela onde são expressos

a riqueza de detalhes do anteprojeto, projeto básico e projeto executivo,

Tabela 2 – Nível de precisão de projetos

Tipo Precisão Margem de Erro Projeto Elementos Necessários

Avaliação Baixa 30% Anteprojeto - Área contruída

- Padrão de acabamento

- Custo unitário básico

Orçamento

sintético

Média 10 a 15% Projeto básico - Plantas principais

- Especificações básicas

- Preços de referência

Orçamento

analítico

Alta 5% Projeto executivo - Plantas detalhadas

- Especificações completas

- Preços negociados

Fonte: Tribunal de Contas da União (2009, p. 14)

Ademais, cabe a Administração Pública definir o regime de contrato que será

aplicado na licitação, empreitada por preço global, empreitada por preço unitário, tarefa,

ou empreitada integral, na lei nº 8.666/1993, artigo sexto é possível encontrar a definição

desses regimes de contrato,

VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade contrata com terceiros sob

qualquer dos seguintes regimes:

a) empreitada por preço global - quando se contrata a execução da obra ou do

serviço por preço certo e total;

b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a execução da obra ou

do serviço por preço certo de unidades determinadas;

c) (VETADO)

d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para pequenos trabalhos por preço

certo, com ou sem fornecimento de materiais;

e) empreitada integral - quando se contrata um empreendimento em sua

integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações

necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a sua entrega ao

contratante em condições de entrada em operação, atendidos os requisitos

técnicos e legais para sua utilização em condições de segurança estrutural e

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operacional e com as características adequadas às finalidades para que foi

contratada; (BRASIL, 1993.)

Por fim, faz-se parte integrante do edital os documentos referente a habilitação

dos interessados, Tribunal de Contas da União (2009) afirma que tudo o que pode ser

exigido no certame encontrasse entre os artigos 28 a 32 da lei de licitações, não podendo

ser exigido nada além do que a lei permite, como a exposição de todos esses artigos se

tornariam exaustivos cabe ser exposto que neles se encontram as documentações exigidas

para habilitação jurídica, qualificação técnica, qualificação econômico-financeira,

regularização fiscal e declarações pertinente aos processos licitatórios, como este trabalho

se refere a obras públicas, será exposto o que a lei de licitações em seus artigos 30 e 31

exige para qualificação técnica e qualificação econômico-financeira respectivamente,

Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a:

I - registro ou inscrição na entidade profissional competente;

II - comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e

compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação,

e indicação das instalações e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados

e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem como da

qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que se

responsabilizará pelos trabalhos;

III - comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu os

documentos, e, quando exigido, de que tomou conhecimento de todas as

informações e das condições locais para o cumprimento das obrigações objeto

da licitação;

IV - prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando for

o caso.

§ 1o A comprovação de aptidão referida no inciso II do "caput" deste artigo, no

caso das licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados

fornecidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente

registrados nas entidades profissionais competentes, limitadas as exigências a:

I - capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante de possuir em

seu quadro permanente, na data prevista para entrega da proposta, profissional

de nível superior ou outro devidamente reconhecido pela entidade competente,

detentor de atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou

serviço de características semelhantes, limitadas estas exclusivamente às

parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto da licitação,

vedadas as exigências de quantidades mínimas ou prazos máximos;

II - (Vetado).

a) (Vetado).

b) (Vetado)

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§ 2o As parcelas de maior relevância técnica e de valor significativo,

mencionadas no parágrafo anterior, serão definidas no instrumento

convocatório.

§ 3o Será sempre admitida a comprovação de aptidão através de certidões ou

atestados de obras ou serviços similares de complexidade tecnológica e

operacional equivalente ou superior.

§ 4o Nas licitações para fornecimento de bens, a comprovação de aptidão,

quando for o caso, será feita através de atestados fornecidos por pessoa jurídica

de direito público ou privado.

§ 5o É vedada a exigência de comprovação de atividade ou de aptidão com

limitações de tempo ou de época ou ainda em locais específicos, ou quaisquer

outras não previstas nesta Lei, que inibam a participação na licitação.

§ 6o As exigências mínimas relativas a instalações de canteiros, máquinas,

equipamentos e pessoal técnico especializado, considerados essenciais para o

cumprimento do objeto da licitação, serão atendidas mediante a apresentação

de relação explícita e da declaração formal da sua disponibilidade, sob as penas

cabíveis, vedada as exigências de propriedade e de localização prévia.

§ 7º (Vetado).

I - (Vetado).

II - (Vetado).

§ 8o No caso de obras, serviços e compras de grande vulto, de alta

complexidade técnica, poderá a Administração exigir dos licitantes a

metodologia de execução, cuja avaliação, para efeito de sua aceitação ou não,

antecederá sempre à análise dos preços e será efetuada exclusivamente por

critérios objetivos.

§ 9o Entende-se por licitação de alta complexidade técnica aquela que envolva

alta especialização, como fator de extrema relevância para garantir a execução

do objeto a ser contratado, ou que possa comprometer a continuidade da

prestação de serviços públicos essenciais.

§ 10. Os profissionais indicados pelo licitante para fins de comprovação da

capacitação técnico-profissional de que trata o inciso I do § 1o deste artigo

deverão participar da obra ou serviço objeto da licitação, admitindo-se a

substituição por profissionais de experiência equivalente ou superior, desde

que aprovada pela administração.

§ 11. (Vetado).

§ 12. (Vetado).

Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico-financeira limitar-

se-á a:

I - balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social,

já exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa situação

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financeira da empresa, vedada a sua substituição por balancetes ou balanços

provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais quando encerrado há

mais de 3 (três) meses da data de apresentação da proposta;

II - certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo distribuidor da

sede da pessoa jurídica, ou de execução patrimonial, expedida no domicílio da

pessoa física;

III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no "caput" e § 1o do

art. 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do valor estimado do objeto da

contratação.

§ 1o A exigência de índices limitar-se-á à demonstração da capacidade

financeira do licitante com vistas aos compromissos que terá que assumir caso

lhe seja adjudicado o contrato, vedada a exigência de valores mínimos de

faturamento anterior, índices de rentabilidade ou lucratividade.

§ 2o A Administração, nas compras para entrega futura e na execução de obras

e serviços, poderá estabelecer, no instrumento convocatório da licitação, a

exigência de capital mínimo ou de patrimônio líquido mínimo, ou ainda as

garantias previstas no § 1o do art. 56 desta Lei, como dado objetivo de

comprovação da qualificação econômico-financeira dos licitantes e para efeito

de garantia ao adimplemento do contrato a ser ulteriormente celebrado.

§ 3o O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido a que se refere o

parágrafo anterior não poderá exceder a 10% (dez por cento) do valor

estimado da contratação, devendo a comprovação ser feita relativamente à

data da apresentação da proposta, na forma da lei, admitida a atualização para

esta data através de índices oficiais.

§ 4o Poderá ser exigida, ainda, a relação dos compromissos assumidos pelo

licitante que importem diminuição da capacidade operativa ou absorção de

disponibilidade financeira, calculada esta em função do patrimônio líquido

atualizado e sua capacidade de rotação.

§ 5o A comprovação de boa situação financeira da empresa será feita de

forma objetiva, através do cálculo de índices contábeis previstos no edital e

devidamente justificados no processo administrativo da licitação que tenha

dado início ao certame licitatório, vedada a exigência de índices e valores não

usualmente adotados para correta avaliação de situação financeira suficiente

ao cumprimento das obrigações decorrentes da licitação.

§ 6º (Vetado). (BRASIL, 1993.)

Conforme exposto acima, é possível notar que a lei tem plena preocupação de

garantir a contratação de uma empresa que seja totalmente capaz em cumprir o contrato

na integra, exigindo plena capacidade técnica e financeira para as empresas interessadas

em concorrer no certame.

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Após a correta formulação dos projetos necessários e do edital, cabe a

administração publicar dar publicidade ao processo licitatório conforme determina a lei

de licitações no seu artigo 21,

Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das

tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da

repartição interessada, deverão ser publicados com antecedência, no mínimo,

por uma vez:

I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou

entidade da Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras

financiadas parcial ou totalmente com recursos federais ou garantidas por

instituições federais;

II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar,

respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da Administração

Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal;

III - em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em

jornal de circulação no Município ou na região onde será realizada a obra,

prestado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a

Administração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de

divulgação para ampliar a área de competição.

§ 1o O aviso publicado conterá a indicação do local em que os interessados

poderão ler e obter o texto integral do edital e todas as informações sobre a

licitação.

§ 2o O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do

evento será:

I - quarenta e cinco dias para:

a) concurso;

b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de

empreitada integral ou quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou

"técnica e preço";

II - trinta dias para:

a) concorrência, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso anterior;

b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou

"técnica e preço";

III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos não especificados na alínea

"b" do inciso anterior, ou leilão;

IV - cinco dias úteis para convite.

§ 3o Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão contados a partir da

última publicação do edital resumido ou da expedição do convite, ou ainda da

efetiva disponibilidade do edital ou do convite e respectivos anexos,

prevalecendo a data que ocorrer mais tarde.

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§ 4o Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma que

se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto

quando, inquestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das

propostas. (BRASIL, 1993.)

Portanto, conforme determina a lei de licitações, um dos princípios básicos dos

processos licitatórios é a publicidade, devendo o ente público promover divulgação do

edital conforme determina a mesma lei respeitando os prazos definidos, para, assim,

garantir tempo hábil de que todos interessados no edital tomem conhecimento do mesmo

e possam preparar uma proposta técnica e financeira.

3.2 FASE EXTERNA

Para a fase externa da licitação, Tribunal de Contas da União (2009) lembra que

deve ser conduzida por uma comissão de licitação, a qual deve elaborar, publicar e

divulgar a licitação, além de analisar as propostas, sendo a mesma composta por, no

mínimo três integrantes, salvo a modalidade convite que pode ser conduzida por um

servidor do órgão público, que responderam solidariamente pelos atos inerentes ao

processo. A comissão de licitação pode ser permanente ou especial, conforme

necessidade do objeto a ser contratado.

Referente ao prazo limite estabelecido para o recebimento das propostas dos

interessados foi comentado no capítulo anterior, onde dependendo da modalidade

aplicada tem um prazo mínimo entre a publicação do edital e o limite para aceitação de

propostas.

Em seguida, na data marcada será aberto os envelopes contendo as propostas

financeiras e os documentos de habilitação, conforme já comentado no capítulo anterior

cada modalidade tem um procedimento para a ordem de abertura dos envelopes. Para os

documentos de habilitação, Tribunal de Contas da União (2009) lembra que a lei de

licitações orienta a desclassificação da proposta do licitante que apresentar

irregularidades no mesmo fazendo constar em ata a irregularidade, ademais, esse mesmo

autor lembra que para análise das propostas financeiras devem ser desclassificadas e que

mesmo que o objeto licitado seja no regime de valor global deve ser estabelecido os

preços unitários para que possíveis reajustes no contratos que, eventualmente, poderão

ocorrer sejam analisados, assim, escolhendo a proposta mais vantajosa para o ente

público. Ainda, Tribunal de Contas da União (2009) mostra que o edital deve exigir na

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proposta financeira o licitante exponha na sua planilha financeira que apresentem as

incidência das alíquotas de tributos e dos encargos sociais, além das composições de custo

unitário e das composições analíticas da taxa de BDI e dos encargos sociais de

empregados mensalistas e horistas.

Ademais, a lei nº 8.666/1993 em seu artigo 48 define casos onde as propostas

apresentadas pelas empresas poderão decair em inexequibilidade contratual,

II - propostas com valor global superior ao limite estabelecido ou com preços

manifestamente inexequíveis, assim considerados aqueles que não venham a

ter demonstrada sua viabilidade através de documentação que comprove que

os custos dos insumos são coerentes com os de mercado e que os coeficientes

de produtividade são compatíveis com a execução do objeto do contrato,

condições estas necessariamente especificadas no ato convocatório da

licitação.

§ 1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste artigo consideram-se

manifestamente inexequíveis, no caso de licitações de menor preço para obras

e serviços de engenharia, as propostas cujos valores sejam inferiores a 70%

(setenta por cento) do menor dos seguintes valores.

a) média aritmética dos valores das propostas superiores a 50% (cinquenta por

cento) do valor orçado pela administração, ou

b) valor orçado pela administração. (BRASIL, 1993.)

Portanto, cabe ao licitante fazer uma análise criteriosa ao objeto a ser contratado

pelo órgão público para não falhar nesse ponto e, eventualmente, arcar com penalidades

ou prejuízos ou ser desclassificado do certame.

Posteriormente, após a definição da construtora vencedora do objeto licitado é

aberto prazo para recursos administrativos, tal assunto já foi tratado no capítulo anterior,

todavia, cabe ressaltar que o mesmo é fixado em cinco dias úteis para interposição do

mesmo conforme determina a lei de licitações.

Por fim, após todo o processo, cabe a administração pública homologar e adjudicar

a licitação, Tribunal de Contas da União (2009) define esses dois processos,

A homologação é o ato administrativo em que a autoridade superior reconhece

a legalidade do procedimento licitatório e declara válido todo o certame. Essa

declaração implica não haver nenhum óbice à contratação.

A adjudicação é o ato administrativo posterior à homologação, por meio do

qual a autoridade competente (superior à Comissão de Licitação), depois de

verificada a legalidade da licitação e a permanência do interesse público na

contratação, atribui ao licitante vencedor o objeto da licitação. (TRIBUNAL

DE CONTAS DA UNIÃO, 2009, p. 39.)

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3.3 PERÍODO CONTRATUAL

Tribunal de Contas da União (2009) possui uma definição sucinta para o termo

contrato administrativo,

Considera-se contrato administrativo todo e qualquer ajuste ente órgãos ou

entidades da Administração e particulares, em que haja um acordo de vontades

para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual

for a denominação utilizada.

Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições para sua

execução, expressas em cláusulas que definam os direitos, obrigações e

responsabilidades das partes, em conformidade com os termos da licitação e

da proposta a que se vinculam. (TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, 2009,

p. 40.)

Portanto, é no contrato administrativo que fica esclarecido os direitos, deveres e

possíveis penalidades tanto para a contratada como para a contratante.

Referente a assinatura do contrato, Tribunal de Contas da União (2009) afirma

que a entidade pública realizadora do processo licitatório deverá convocar a empresa

vencedora do certame para assinar o mesmo, estabelecendo um prazo para o licitante

celebrar o contrato, caso o mesmo não venha a assinar o contrato é facultativo a

administração pública chamar a segunda empresa mais bem colocada no certame ou

revogar a licitação. Ademais, o mesmo autor lembra que em qualquer processo licitatório

as propostas de preços apresentadas pelos licitantes tem sua validade expressa em

sessenta dias, após isso, os mesmos ficam dispensados de assumir compromissos.

Para o início do cumprimento do contrato é necessário uma série de documentos

tenham sido providenciadas como elenca Tribunal de Contas da União (2009),

- ARTs dos responsáveis técnicos pela obra, registro no CREA do estado onde

se localiza o empreendimento;

- licença ambiental de instalação obtida no órgão ambiental competente,

quando for o caso;

- alvará de construção, obtido na prefeitura municipal

- certificado de matrícula da obra de construção civil, obtido no Instituto

Nacional do Seguro Social, no prazo de trinta dias contados do início de suas

atividades;

- ordem de serviço da Administração autorizando o início dos trabalhos;

(TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, 2009, p. 41.)

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Após o início das atividades, pode eventualmente ocorrer a necessidade de

alterações contratuais, motivado por alterações de projeto, mudança de especificações,

supressões ou acréscimos de serviço e etc. Tal assunto foi abordado no capítulo anterior

onde citou-se aditivos ou supressões e reajustes contratuais. Todavia, cabe relembrar que

essas alterações pode ser motivado unilateralmente pela contratada ou por acordo entre

as partes visando, sempre, não onerar a União.

No que se refere a atraso na execução do contrato Tribunal de Contas da União

(2009) ressalta que fica a contratada sujeita à multa de mora, conforme previsto no

contrato, além disso, a administração pública pode solicitar a rescisão contratual e aplicar

penalidades conforme estabelecido no contrato. As penalidades aplicáveis nestes casos

está previsto na lei de licitações, tal assunto foi tratado no capítulo anterior, onde foi

demonstrado que o ente público pode penalizar através de advertências, multas e declarar

a empresa inidônea para contratar com a União.

Ademais, a lei nº 8.666/1993 cita diversos itens que podem motivar a rescisão

contratual entre seus artigos 77, 78 e 79, no que se refere a licitações de obras públicas,

destacam-se, o descumprimento ou cumprimento irregular de cláusulas contratuais,

especificações técnicas, projetos ou prazos; a lentidão do cumprimento do contrato,

levando à comprovação pela Administração da impossibilidade de conclusão da obra,

serviço ou fornecimento nos prazos estipulados; a paralização da obra, serviço ou

fornecimento sem justa causa e sem prévia comunicação à Administração; o

desatendimento das determinações regulares da fiscalização; razões de interesse público,

de alta relevância e amplo conhecimento, justificadas e determinadas pela máxima

autoridade da esfera administrativa a que está subordinado o contratante e exaradas no

processo administrativo a que se refere o contrato; a ocorrência de caso fortuito ou de

força maior, impeditivo da execução do contrato, regularmente comprovado.

No que se refere a repasse de pagamentos da contratante para a contratada,

Tribunal de Contas da União (2009) descreve que qualquer pagamento só será feito após

medições de serviços realizadas e aprovadas pela fiscalização, as medições serão

baseadas em relatórios periódicos elaborados pela construtora, constando levantamentos,

cálculos e gráficos necessários à discriminação e determinação das quantidades dos

serviços efetivamente executados.

Além disso, cabe a administração pública designar um ou um grupo de fiscais para

acompanhamento do empreendimento desde seu início até a entrega definitiva, Tribunal

de Contas da União (2009) afirma que os fiscais podem ser servidores do órgão ou

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contratada, sua finalidade é verificar o cumprimento contratual em todos os aspectos,

principalmente técnico, cabe a contratada facilitar o serviço da fiscalização e atender

prontamente os pedidos feitos pelo mesmo.

Por fim, cabe a contratada enviar por escrito a comunicação de encerramento da

obra, Tribunal de Contas da União (2009) lembra que fica a cargo da contratada antes da

entrega da obra promover as ligações definitivas de água, esgoto, energia elétrica e

telefone, além de providenciar o habite-se, licença ambiental de operação, quando for o

caso, e qualquer outro documento para o pleno funcionamento do empreendimento, após

isso, será assinado termo circunstanciado de recebimento provisório da obra,

posteriormente, passado o prazo de observação hábil e vistoria é assinado o termo

circunstanciado de recebimento definitivo. Ademais, esse mesmo autor lembra que

mesmo após a entrega do objeto contratado possui responsabilidade civil e

responsabilidade pelo desempenho do mesmo, “[...] ficando o contratado obrigado a

reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte,

o objeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da

execução ou de materiais empregados.”

Conforme exposto no acima, a contratada fica responsável pela correção de vícios

construtivos que possam vier a surgir, Tribunal de Contas da União (2009) reconhece que

o prazo de responsabilidade da construtora para correção de vícios é cinco anos e que a

administração pública tem o prazo de 180 dias para informar a contratada sobre os vícios,

sob pena de decair o direto a reclamação.

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4. DIRETRIZES UTILIZADAS PELAS EMPRESAS LICITANTES PARA

ELABORAÇÃO DE PROPOSTAS

Para auxiliar as empresas de engenharia interessadas em concorrer em licitações

públicas, o Tribunal de Contas da União possui uma cartilha com orientações detalhadas

para elaboração de propostas em obras públicas. Tribunal de Contas da União (2014)

esquematiza, inicialmente, de forma simplificada todas as fases que as licitantes devem

percorrer para formulação de suas propostas,

Figura 1 – O processo de orçamentação de obras.

Fonte: Tribunal de Contas da União (2014, p. 37.)

Portanto, esse capítulo será subdividido conforme a orientação fornecida pelo

TCU.

4.1 LEVANTAMENTO E QUANTIFICAÇÃO

O levantamento de quantitativos é realizado a partir da leitura e análise de

projetos, fazendo-se o cálculo das quantidades dos diversos tipos de serviços

na forma estabelecida pelos respectivos critérios de medição e pagamento.

De modo geral, as quantidades podem ser verificadas por simples contagem ou

por procedimentos elementares de geometria (cálculo de áreas, perímetros,

comprimentos e volumes). Porém, deve-se ter em mente que o quantitativo de

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alguns serviços não pode ser estimado com precisão, citando-se como exemplo

a cravação de estacas pré-moldadas de concreto. Quando, pela natureza do

serviço, não for possível estimar a sua quantidade necessária com precisão, a

estimativa deverá considerar os valores médios ou mais prováveis de serem

observados durante a execução da obra, nas condições e hipóteses consideradas

na elaboração do orçamento. Veda-se a inclusão ou acréscimos de

quantitativos para compensar alguma margem de erro ou contingência na

execução do serviço. (TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, 2014, p. 38.)

Conforme afirmado pelo autor acima, para a primeira faze o licitante deve tomar

conhecimento do objeto que está sendo licitado, analisando os projetos e serviços a serem

executados. Ainda, ressaltou-se pelo autor a adoção de valores médios para possíveis

serviços que tem certa imprecisão na sua mensuração.

Ademais, Tribunal de Contas da União (2014) ressalta a importância em adotar

critérios de medição igual ao exigido no edital ou, quando for o caso, utilizar os critérios

fornecidos pelo SINAPI OU SINCRO.

Por fim, cabe ao engenheiro orçamentistas da empresa concorrente analisar

minuciosamente o projeto básico e, quando for fornecido, executivo que o ente público

fornecerá para abertura do certame, para, assim, evitar composição de preços inexequíveis

ou que acarretarão prejuízo a empresa ou que não será competitivo durante o certame.

4.2 DEFINIÇÃO DOS CUSTOS UNITÁRIOS

Após a tomada de conhecimento do empreendimento cabe ao engenheiro

orçamentista responsável pela proposta realizar a composição de custos da empresa,

Tribunal de Contas da União (2014), ressalta que nesta etapa é analisado a capacidade de

produção da empresa, a partir desta capacidade é tirado o coeficiente de produção que

completara as tabelas de custos dos serviços. Além disso, esse mesmo autor lembra que,

cabe a empresa interessada na licitação durante esta etapa tomar conhecimento do local

onde a obra será licitada, consultando disponibilidade de recursos para a obra em questão

e fazendo uma pesquisa de preço para tomar conhecimento dos valores de materiais

praticados na região, para assim, iniciar a orçamentação da obra de interesse.

Portanto, conforme aconselha o autor acima, nesta etapa deve ser quantificado

todos os custos diretos que a empresa venha a ter com a obra, com compra de matérias,

mobilização e desmobilização de equipes, custos com administração da obra e custos com

o canteiro de obra.

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4.3 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

Nesta etapa de formulação da proposta de preços, o orçamentista da empresa

licitante deverá calcular os Benefícios e Despesas Indiretas (BDI), Tribunal de Contas da

União (2014) lembra que nesta etapa está inclusa o lucro da empresa e que todo o cálculo

para composição do BDI deve ser anexado a proposta de preços para análise da comissão.

Ainda, o mesmo autor lembra que conforme o nível de dificuldade da obra,

juntamente com a proposta de preço poderá ser exigido a metodologia construtiva que

será adotada, ou seja, a solução técnica que a empresa adotará caso venha a firmar o

contrato com o órgão público.

Por fim, na apresentação da proposta técnica e de preços também é exigido a

documentação de habilitação para concorrer no certame, Tribunal de Contas da União

(2014) afirma que cabe a empresa total atenção e revisão de todos os documentos que

serão entregues no certame para evitar desclassificação prévia na disputa e que conforme

a magnitude da obra, o ente público poderá a demonstração do acervo técnico da empresa

pra comprovar a capacidade em executar a obra em questão, dando confiança a

administração pública em firmar o contrato.

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5. ESTUDO DE CASO

Para o estudo de caso foi selecionado uma obra, atualmente finalizada, que integra

o campus da Universidade Federal de Santa Maria na cidade de Frederico Westphalen/RS.

Tal obra foi licitada sob a modalidade tomada de preço 26/2014 e objetivou a construção

do Laboratório de Biometria Vegetal – CESNORS – FREDERICO WESTPHALEN.

Iniciou-se o processo licitatório pela solicitação remetida pela Coordenadoria de Obras e

Planejamento Ambiental a Pró-Reitoria de Administração conforme demonstrado no

anexo A.

5.1. PROJETO BÁSICO

Anteriormente a solicitação de abertura do processo licitatório enviada a Pró-

Reitoria de Administração da UFSM pressupõem-se que foi realizado o projeto básico,

devido ao memorando enviado possuir o custo estimado da obra conforme visto no anexo

A, como visto nos capítulos anteriores, é de extrema importância realizar todos os estudos

necessários para a construção do empreendimento de interesse antes de solicitar abertura

do processo licitatórios.

Dentre os documentos que fazem parte do projeto básico para esta licitação e

foram a base para o início do processo, estão: o projeto arquitetônico (planta baixa, planta

de cobertura, corte AA, corte BB e fachada), o projeto elétrico, um cronograma físico-

financeiro, um orçamento analítico e uma série de especificações técnicas e de serviços

para a construção do empreendimento, todas esses arquivos são disponibilizados pela

UFSM no seu site.

No capítulo anterior, é possível observar as orientações estabelecidas pelo TCU

para licitações de obras públicas, onde, primeiramente, deve-se fazer um anteprojeto, em

seguida, um projeto básico e, por final, um projeto executivo para eliminar possíveis

brechas para solicitações de aditivos contratuais ou possíveis erros de projeto. Conforme

o acervo disponibilizado pela Pró-Reitoria de Infraestrutura da UFSM, foi possível

encontrar apenas um projeto que, possivelmente, seja o projeto básico e que o mesmo foi

utilizado como base para licitar o objeto, isso não é o recomendado, todavia, não está

contra a lei, pois o que o TCU definiu são apenas orientações para um processo licitatório

com menores margens de erros, possivelmente a UFSM necessitava de agilidade na

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construção desta edificação, por ser um laboratório necessário ao desenvolvimento de

ensino dentro do campus da UFSM na cidade de Frederico Westphalen.

Nas especificações técnicas e de serviços básicos para a construção do

empreendimento é possível observar a preocupação em apresentar a metodologia

construtiva que deve ser adotada e os materiais de acabamento que deve compor o

ambiente, além de fazer uma breve apresentação da obra, sendo são abordados prazos,

valor global da obra e as normas que devem ser atendidas. Ainda, observa-se que ficou a

critério da empresa vencedora da licitação a confecção dos projetos de fundação,

estrutural e hidrossanitário, entretanto, posteriormente, a contratada deve fiscalizar e

aprovar os projetos, vale ressaltar, que mesmo ficando a cargo da contratada a confecção

desses projetos, nas especificações técnicas ficaram elencados diretrizes mínimas para

confecção dos mesmos. Por fim, nas especificações técnicas a UFSM sugeriu marca de

produtos a serem empregados na obra, sabe-se que nenhum processo licitatório pode

direcionar a alguma marca específica, salvo em casos de inexigibilidade licitatória

conforme visto nos capítulos anteriores, portanto, a UFSM sugeriu algumas marcas e

reservou o direito da contratada em utilizar outras marcas equivalente, desde que tenha

previa aprovação da equipe técnica da contratante, caso não ocorra a aprovação a

contratada poderá realizar testes em laboratórios credenciados pelo INMETRO para

comprovar a equivalência técnica entre as marcas nos quesitos funcionalidade e

durabilidade.

No cronograma físico-financeiro observa-se que o prazo estabelecido para

construção do empreendimento é de 360 dias e pelo orçamento analítico ficou

estabelecido o preço global da obra em R$ 391.307,46. Conforme estabelecido pelo

projeto fornecido pela UFSM para elaboração da licitação, o valor global ficou na faixa

definida para realização de tomada de preço, logo, cabe ao setor de licitações definir a

forma que iria realizar o processo licitatório, cabendo, nesse caso, a realização de tomada

de preço ou concorrência, conforme visto anteriormente, a recomendação é realizar

tomada de preço devido aos fatos do valor global ser compatível e a modalidade

concorrência ser mais burocrática se comparado a tomada de preço, sendo assim, ficou

definido a modalidade tomada de preço para este empreendimento.

5.2. O EDITAL

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O edital tomada de preço Nº 26/2014 foi publicado no diário oficial da união no

dia 02 de outubro de 2014, assim, aplicando o princípio da publicidade para que todas

interessadas no objeto possam apresentar proposta. Sabe-se dos capítulos anteriores que

para a modalidade tomada de preço a lei de licitações fixa o prazo mínimo de 15 dias

entre a publicação e o prazo definido para abertura do certame.

Figura 2 – Aviso de abertura de Licitação na modalidade Tomada de Preço Nº 26/2014.

Fonte: Diário Oficial da União 02 de outubro de 2014.

Foi estabelecido no mesmo que a modalidade utilizada foi a tomada de preço

devido ao preço global da obra compreender os limites para esta modalidade e o tipo

estabelecido foi o de menor preço sob empreitada por preço global e execução indireta,

incluindo material e mão-de-obra. Conforme visto anteriormente a tomada de preço é a

modalidade recomendada para licitar este objeto, visando a ampla concorrência entre os

licitantes e por não ser um objeto que necessite principalmente do intelecto, ficou definido

que o tipo da licitação seria o menor preço, seguindo o que prevê a lei de licitações.

5.2.1. ENTREGA DOS ENVELOPES

No edital da licitação ficou definido os prazos limites para entrega dos dois

envelopes,

Os envelopes nº 1 (documentação) e nº 2 (proposta) serão recebidos pelo

Presidente da Comissão de Licitações, na sala nº 666, 6º pavimento do edifício

da Administração Central, na Cidade Universitária, obedecendo ao que segue

e tendo em vista o que consta do Processo 23081.014682/2014-94.

Data limite para a entrega dos envelopes nº 01 (documentação) e nº 02

(proposta):

Dia 17/10/2014, até às 09:30 horas.

Data de abertura dos envelopes:

1ª. Abertura – dia 17/10/2014, às 09:30 (envelope nº 01)

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2ª. Abertura – dia 29/10/2014, às 09:30 (envelope nº 02) (UFSM, EDITAL

TOMADA DE PREÇO 26/2014, 1.1.)

É possível observar que a publicação desse processo no Diário Oficial da União

foi no dia 02 de outubro de 2014 e ficou definido a data pra abertura do envelope número

1 para o dia 17 de outubro de 2014, portanto, a UFSM segui exatamente o prazo mínimo

estabelecido pela lei de licitações, ademais, unindo este prazo mínimo entre a divulgação

e abertura do certame e a falta de projetos mais detalhados, observa-se que a UFSM

realmente estava procurando agilizar o processo para a construção do empreendimento

de seu interesse.

5.2.2. DOCUMENTAÇÃO E PROPOSTA FINANCEIRA

Para composição do envelope número 1, o presente edital estabeleceu que sua

composição seria feita com os documentos de habilitação, sendo exigido no mesmo,

declaração de fatos impeditivos para contratação (esta declaração é de suma importância,

tem por objetivo: eliminar do processo empresas inidôneas e aplicar o princípio da

isonomia, pois nela a empresa declara que não está impedida de licitar e que não possui

em seu quadro de sócios nenhum servidor público), termo de desistência recursal (através

deste documento a empresa declara que não apresentará nenhum tipo de recurso, seja ele

administrativo ou em outras esferas), declaração de cumprimento do disposto no inciso

XXXIII, do art. 7º da Constituição Federal (esta é uma declaração básica pedida em todos

processos licitatórios, nele a empresa declara que não emprega menor de 18 anos em

trabalho noturno, perigoso ou insalubre, vale ressaltar que a constituição brasileira já veta

o trabalho de menores de 18 anos para estes tipos de serviços), declaração de elaboração

independente da proposta (essa declaração serve para tentar evitar o pagamento de

propina, ou seja, um número “x” de empresas estão interessadas no objeto, juntas elas

definem quem vencerá o processo e as demais recebem propina, conforme visto nos

capítulos anteriores, existe um princípio que veda esse tipo de acordo, o princípio do

sigilo na apresentação das propostas, onde um licitante não pode tomar conhecimento da

proposta do outro), documentação legal que comprove possuir patrimônio líquido mínimo

de R$ 39.131,00 (este valor patrimonial mínimo é definido pela lei de licitações, como já

visto nos capítulos anteriores, onde o órgão licitante pode exigir patrimônio líquido da

empresa concorrente de até 10% do valor global do objeto licitado, entende-se isso como

uma segurança para a contratante prevista pela lei, pois sabendo que a contratada tem este

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patrimônio mínimo, conseguirá dar início a obra e diminuirá as chances de interrupções

durante a construção), Índices de balanço mínimos, a serem verificados pela Comissão

junto ao cadastro da empresa no Sistema de Cadastro Unificado de Fornecedores

(SICAF), ou pela apresentação de balanço devidamente atualizado na forma da lei (essa

documentação se refere ao balanço patrimonial da empresa, onde consta todos os valores

que a empresa possui e movimenta, por exemplo, duplicatas a receber, dinheiro em

bancos, patrimônio circulante, patrimônio investido, patrimônio não circulante, além

disso, consta também todas despesas da empresa, tanto trabalhista como despesas em

outras obras, assim, o ente público interessado em contratar terá conhecimento da boa

situação financeira da empresa, evitando empresas que estão perto da falência) e Certidão

Negativa de Débitos Trabalhistas – CNDT (esta certidão é de extrema importância e é

presente em todo processo licitatório, ela comprova que a empresa não possui nenhuma

dívida trabalhista, ou seja, é uma empresa idônea frente ao seu corpo de trabalhadores).

Além da documentação básica referida acima onde é possível filtrar empresas

idôneas e que tenham boa situação financeira para compras e serviços de engenharia é

necessário algo a mais, o órgão público tem o direito de exigir uma comprovação de

capacidade técnica para tomar conhecimento da plena capacidade das empresas

concorrentes em executar o objeto licitado dentro de todas as normais vigentes e das

especificações exigidas, para isso, neste processo licitatório foi exigido a seguinte

documentação: dois atestados expedidos por pessoas jurídicas de direito público ou

privado, que comprovem a aptidão para desempenho de atividade pertinente com o objeto

da licitação (estes documentos tem por objetivo dar maior segurança a contratante, pois

através dele é possível saber se a empresa interessada em contratar já realizou serviços

similares ao objeto licitado, sendo assim, eliminando empresas sem experiências que

possam ter problemas durante a execução do contrato), declaração de visita ao local de

realização dos serviços (esta declaração tem por principal objetivo eliminar brechas para

a solicitação de aditivos contratuais, devido ao fato de que caso a empresa venha a

adjudicar com o ente público, posteriormente possa solicitar aditivos alegando, por

exemplo, que no local terá que realizar mais terraplanagem do que o previsto ou que no

local terá que realizar outro tipo de fundação mais cara e etc.), comprovação de registro

no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) ou Conselho de Arquitetura

e Urbanismo (CAU) do responsável técnico da empresa (a lei determina que toda empresa

de engenharia deve possuir, no mínimo, um responsável técnico, sendo o mesmo que

responderá por possíveis problemas de ordem técnica, portanto, este documento é básico

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para qualquer empresa que trabalha com construções e sua exigência apenas serve para

tomar conhecimento de quem é o responsável técnico da empresa concorrente),

apresentação no mínimo de 02 (dois) Atestados de Capacidade Técnica acompanhados

das CATs (certidões de acervo técnico) correspondentes do responsável técnico (as

certidões de acervo técnico está extremamente interligado a primeira exigência feita pela

UFSM no que se refere a qualificação técnica, pois uma certidão de acervo técnico

pertence ao responsável técnico e como o responsável técnico responde pela empresa, a

simples apresentação das CATs atende ao exigido tanto nesse item como no primeiro),

apresentar o vínculo entre o profissional e a pessoa jurídica (através deste documento é

possível eliminar empresas que apenas contratam algum profissional liberal para

concorrer em certos processos licitatórios), apresentar uma declaração de que a licitante

se comprometerá em manter no seu quadro permanente de funcionários para a execução

da obra até a conclusão de todos os serviços contratados, atuando em turno integral e

exclusivo da obra um mestre de obras e um técnico em segurança do trabalho (esta

declaração tem por principais objetivos garantir a boa qualidade construtiva da obra

através de um mestre de obras com boa experiência e garantir que a empresa seguirá as

normas de segurança do trabalho através da supervisão de um profissional habilitado para

esta função) e indicar suas instalações, equipamentos e o pessoal técnico disponível para

a execução do objeto da licitação, bem como a qualificação de cada um dos membros da

equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos (esta documentação serve para

novamente a UFSM ter maior segurança na qualidade do serviço que será prestado,

conhecendo todo o corpo técnico e equipamentos que as empresas disponibilizam). Por

fim, ressalta-se que por ser uma tomada de preço de valor relativamente mediano esta é a

documentação mínima que a lei de licitações define, tendo o órgão licitante direito de

exigir outros documentos elencados na lei nº8.666/1993, caso ache pertinente.

Enfim, o edital definiu que no envelope número 2 ficaria a proposta financeira da

empresa de engenharia interessada, sendo que no mesmo deve conter um orçamento

analítico com preços unitários incluindo o BDI no mesmo (o BDI deverá ser detalhado)

e um cronograma físico-financeiro. Nesta fase do processo licitatório só participaram as

empresas devidamente habilitadas na abertura do envelope número 1, portanto, neste

momento será analisado se o orçamento analítico e o cronograma físico-financeiro estão

de acordo com o exigido e será feito o julgamento da proposta mais vantajosa, sabe-se

que ficou definido o tipo dessa licitação como menor preço, portanto, será declarada

vencedora a empresa que foi habilitada, que possui um orçamento analítico e que possui

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cronograma físico-financeiro aceitável e, por fim, apresentou o menor preço considerável

exequível, conforme visto nos capítulos anteriores, existe um valor mínimo aceitável que

assegure a execução da serviço.

5.2.3. OUTRAS DISPOSIÇÕES IMPORTANTES DO EDITAL

Apesar deste processo licitatório não ser exclusivo a empresas beneficiárias pela

lei nº 123/2006 devido ao fato do valor global superar o máximo regido pela lei em R$

80.000,00, conforme prevê a lei, o edital prediz que o contrato será firmado,

preferencialmente, com uma empresa beneficiária, as vantagens das MEs e EPPs está

previsto no item 6 do edital,

6.3. Se a proposta de menor valor não for ofertada por microempresa ou

empresa de pequeno porte e houver proposta apresentada por microempresa ou

empresa de pequeno porte igual ou até 10% (dez por cento) superior à proposta

mais bem classificada, proceder-se-á da seguinte forma:

6.3.1. A microempresa ou empresa de pequeno porte mais bem classificada

poderá apresentar proposta de preço inferior àquela considerada vencedora do

certame, situação em que será adjudicado em seu favor o objeto licitado.

6.3.1.1. Neste caso, o Presidente da Comissão suspenderá a sessão da licitação

e convocará ou notificará a microempresa ou empresa de pequeno porte para a

apresentação da nova proposta, no prazo estipulado pela comissão de

licitações, devidamente registrado em ata.

6.3.2. Não ocorrendo a contratação da microempresa ou empresa de pequeno

porte, na forma do subitem 6.3.1. deste edital, serão convocadas as

remanescentes que porventura se enquadrem na hipótese do subitem 6.3 deste

edital, na ordem classificatória, para o exercício do mesmo direito.

6.3.3. No caso de equivalência dos valores apresentados pelas microempresas

ou empresa de pequeno porte que se encontrem nos intervalos estabelecidos

no subitem 6.3 deste edital, será realizado sorteio entre elas para que se

identifique aquela que primeiro poderá apresentar melhor oferta.

6.3.4. Na hipótese da não-contratação nos termos previstos nos subitens

anteriores, o objeto licitado será adjudicado em favor da proposta

originalmente vencedora do certame. (UFSM, EDITAL TOMADA DE

PREÇO 26/2014, 6.)

Segundo o trecho do edital deste processo licitatório exposto acima, a lei de

licitações denomina o caso acima como empate ficto, ou seja, falso empate, onde se dá

nova chance a empresa beneficiária pela lei nº 123/2006 em apresentar melhor proposta

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e adjudicar com o ente público, conforme visto nos capítulos anteriores, esta é uma

preocupação que a união tem em promover o desenvolvimento econômico regional pela

federação brasileira.

Referente ao pagamento a contratada, o edital tomada de preço 26/2014 da UFSM

definiu que o mesmo será feito mensalmente conforme o cronograma físico-financeiro,

devendo a empresa vencedora apresentar nota fiscal do serviço para posterior pagamento,

com isso, nota-se a importância da comprovação de patrimônio líquido mínimo de 10%

do valor global da obra exigido na fase de habilitação, pois caso esse documento não

tivesse sido exigido, a empresa poderia não ter capital suficiente para prosseguir com a

obra, trazendo transtornos tanto para empresa quando para a UFMS e, ademais, ficou

estabelecido no mesmo que para os primeiros 12 meses os valores não poderiam ser

reajustados, passado esse período os preços seriam reajustados pela variação do índice

INPC/IBGE do período.

No mesmo edital, ainda é possível encontrar a preocupação da UFSM com os

resíduos provenientes da obra, no seu item 10, “10.7.1. Todo entulho gerado na obra

deverá ser removido para fora da área do Campus da UFSM, por empresa devidamente

licenciada pelos órgãos ambientais competentes.”

Além disso, neste processo licitatório, no item 10 ficou definido a forma de

recebimento do empreendimento,

10.8. O recebimento provisório dos serviços se fará após o término do prazo

de execução, mediante termo de recebimento provisório, assinado por um

representante legal da licitante vencedora e pelo representante da UFSM

responsável pela fiscalização dos serviços, no prazo de até 15 (quinze) dias.

Este termo estabelecerá o prazo máximo para a licitante vencedora efetuar

correções, se for o caso.

10.8.1. Após, os serviços serão recebidos definitivamente no prazo de até 60

(sessenta) dias pela Comissão de Recebimento de Obras da UFSM, conforme

portaria designada pelo reitor, sendo lavrado Termo de Recebimento

Definitivo, desde que satisfeitas as seguintes condições:

a) Atendidas todas as reclamações da FISCALIZAÇÃO/UFSM, referente a

defeitos ou imperfeições que venham a ser verificadas em qualquer elemento

da obra ou serviços executados;

b) Entrega da Certidão Negativa de Débito (CND), fornecida pelo INSS,

relativa a obra/serviços. (UFSM, EDITAL TOMADA DE PREÇO 26/2014,

6.)

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Portanto, a obra licitada terá dois momentos de entrega, sendo a primeira

provisória, onde será dado tempo hábil a UFSM para realizar vistorias e testes em toda

edificação e, caso necessário, solicitar correções de possíveis problemas, o direito de

definir o recebimento provisório é previsto na lei nº 8.666/1993 no seu artigo 73,

Executado o contrato, o seu objeto será recebido:

I - em se tratando de obras e serviços:

a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fiscalização,

mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes em até 15 (quinze) dias

da comunicação escrita do contratado;

b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade

competente, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, após o

decurso do prazo de observação, ou vistoria que comprove a adequação do

objeto aos termos contratuais, observado o disposto no art. 69 desta Lei;

(BRASIL, 1993.)

Com isso, cabe ao ente público que licitou a obra realizar todas vistorias

necessárias para o correto funcionamento da edificação, todavia, ressalta-se que mesmo

após o prazo definido para o recebimento definitivo, a empresa que construiu a edificação

responderá por vícios construtivos durante o prazo definido no edital, definido no item

11 do edital de tomada de preço 26/2014 da UFSM,

11.6. A licitante vencedora responderá, durante o prazo irredutível de 05

(cinco) anos, pela solidez e segurança do trabalho, assim em razão dos

materiais, como do solo, referente ao objeto aqui licitado, de acordo com o que

preconiza o artigo 618 do Código Civil Brasileiro. (UFSM, EDITAL

TOMADA DE PREÇO 26/2014, 11.)

Além disso, o mesmo edital definiu o servidor responsável pela vistoria técnica

desta edificação e um servidor assistente que auxiliou no serviço, ele será o único

responsável pela fiscalização, sendo que o mesmo também terá deveres legais frente a

fiscalização da obra, a nomeação está no artigo 11,

11.7. O Servidor Arq. E Urb. Benoine Josué Poll e o Servidor assistente

administrativo Wanderley da Costa Vasconcellos, da Pró-Reitoria de

Infraestrutura - UFSM, ficam indicados, na forma do art. 67 da Lei nº 8.666/93,

para acompanhar e fiscalizar a execução do Contrato oriundo da presente

licitação. (UFSM, EDITAL TOMADA DE PREÇO 26/2014, 11.)

Além do mais, essa licitação ainda determinou um valor dado em garantia pela contratada

no seu item 11,

11.3. Como garantia contratual, a licitante vencedora prestará garantia

equivalente a 5% (cinco por cento) do valor contratado, através de:

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a) Caução em dinheiro ou títulos da dívida pública,

b) Fiança bancária

c) Seguro-garantia. (UFSM, EDITAL TOMADA DE PREÇO 26/2014, 11.)

Conforme exposto acima, a UFSM reservou o direito de pedir um valor em

garantia previsto na lei de licitações, este valor seria pra possíveis transtornos ou prejuízos

que a empresa de engenharia venha a causar para a UFSM, ele poder ser utilizado, por

exemplo, caso aja a necessidade de aplicar penalidades, sendo que, desta forma, o valor

para o pagamento destas demandas está assegurado.

5.3. ABERTURA E JULGAMENTO DO CERTAME

No dia 17 de outubro de 2017, conforme o edital desse processo, foi declarado

aberto o certame para abertura do envelope número 1, conforme anexo B onde consta a

ata, todas empresas foram habilitadas com exceção da ASMS ENGENHARIA LTDA –

ME por não apresentarem documentos da qualificação técnica necessária para

contratação.

Após a comissão designada ao processo licitatório tomar a decisão de inabilitar a

ASMS ENGENHARIA LTDA – ME, foi aberto o prazo para recurso, tal prazo fixado em

5 dias úteis para esta modalidade é assegurado pela lei de licitações, sendo que a empresa

inabilitada apresentou o mesmo em tempo hábil. A empresa alega que no item 4.1.1 “a”

onde foi constatada a primeira irregularidade é necessário apresentar o atestado de

capacidade técnica do responsável técnico da empresa com suas respectivas certidões de

acervos técnicos e para a segunda irregularidade no item 4.1.1 “b”, a empresa apresentou

o registro no CREA desatualizado, a empresa alega que a comissão de licitação pode

promover diligência para verificação da nova validade do registro. Após processado o

recurso a comissão permanente de licitações da UFSM emitiu parecer desfavorável a

empresa, alegando que o atestado de capacidade técnica apresentado foi de um

responsável técnico de outra empresa e referente ao registro no CREA desatualizado a

comissão não poderia emitir nova certidão e anexar ao processo, pois a lei de licitações

veda essa prática, o recurso e o parecer da comissão estão no anexo C. Portanto, o parecer

emitido pela comissão de licitações está conforme determina a lei, no caso da simples

apresentação da capacidade técnica de outra empresa já seria o suficiente para eliminar a

empresa, todavia, a alegação de que a comissão de licitações poderia realizar atualização

da certidão é totalmente infundada, conforme parecer da comissão, é totalmente vedado

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anexar documentos após declarado a abertura do certame, caso a comissão realizasse essa

prática, as demais concorrentes poderiam entrar com recurso contra a comissão e a mesma

poderia sofrer sansões da união.

Após a classificação das empresas de engenharia que atenderam todas exigências

previstas ao envelope número 1, foi realizado a abertura do segundo envelope contendo

a proposta financeira na data e horário estabelecido, conforme a ata estabelecida no anexo

D, foram classificadas quatro propostas, sendo a proposta apresentada pela Construtora

Santa Vitória LTDA – EPP, no valor de R$ 367.483,57, a mais vantajosa para a UFSM

devido ao fato de ser a de menor preço, no anexo E é possível verificar a carta de proposta

da empresa vencedora. Para o orçamento analítico a empresa se baseou no modelo

disponibilizado no edital, sendo que para composição do seu BDI, a empresa utilizou a

mesma porcentagem prevista na estimativa orçamentária fornecida pela contratante,

sendo assim, a empresa conseguiu montar composições unitárias mais baratas, seja pela

compra de materiais por um preço menor ou pelo rendimento de seus trabalhadores serem

maior do que o previsto pela contratada, desta forma a construtora vencedora conseguiu

apresentar a melhor proposta para este tipo de licitação. Após a finalização do certame, o

servidor Engenheiro Civil Rodrigo de Bivar dos Santos emitiu um parecer técnico

favorável a adjudicação da licitação em favor da Construtora Santa Vitória LTDA – EPP

conforme o anexo F, esse parecer foi fornecido devido ao fato do valor se compatível com

a construção da edificação.

5.4. CONTRATO E ORDEM DE FORNECIMENTO

Após a finalização do certame e definida a empresa vencedora do certame foi

convocada a construtora para celebrar o contrato com a UFSM no prazo de 5 dias, tal

contrato prevê todas exigências citadas no edital, além de direitos, deveres e possíveis

penalidades tanto para contratada como para contratante, além disso, foi publicado um

extrato no diário oficial da união no dia 13 de abril de 2015, onde foi feito referência a

esta tomada de preço e a celebração do contrato entre a UFSM e a Construtora Santa

Vitória LTDA – EPP.

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Figura 3 – Extrato de celebração de contrato referente a Licitação na modalidade Tomada

de Preço Nº 26/2014.

Fonte: Diário Oficial da União 13 de abril de 2015.

Concomitantemente ao contrato foi exigido que a empresa vencedora do certame

fornecesse a ART de execução da obra demonstrada no anexo G, além disso, a empresa

definiu que o caução exigido pelo edital seria via seguradora, tal escolha ficou disposta

no contrato conforme anexo H, onde está disposta a apólice do seguro fornecido pela

Construtora Santa Vitória LTDA – EPP.

Por fim, com todos os ajustes legais necessários a UFSM emitiu a ordem de

fornecimento do objeto licitado no dia 06 de abril de 2015, conforme anexo I. A emissão

desta ordem tem extrema importância, pois só após esta fase a empresa vencedora pode

realizar o início dos trabalhos e após esta fase fica tanto a contratante como a contratada

comprometidas com tudo o que foi definido no edital e no contrato, sendo que qualquer

alteração deve ter aceitação de ambas as partes, salvo alterações que a contratante tem

direto conforme a lei de licitações e comentado nos capítulos anteriores.

5.5. EXECUÇÃO CONTRATUAL E RECEBIMENTO DEFINITIVO

Para o período contratual, foi feito uma planilha de controle financeiro da obra

conforme anexo J, tal planilha consta os dados da obra e as datas de pagamento com seus

respectivos valores.

Ao decorrer da obra foi realizado os pagamentos descritos no anexo J, esses

pagamentos foram feitos com base nas medições realizadas, no anexo L é possível

encontrar a primeira ordem de pagamento juntamente com sua nota fiscal, conforme

definido no edital, esse pagamento é baseado nas medições realizadas pelos fiscais da

obra, além disso, através destas medições é observado o cronograma físico-financeiro

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para saber se a construtora está cumprindo os prazos estabelecidos para cada fase da obra.

Para os demais pagamentos foram feitos os mesmos procedimentos.

Na data de 16 de outubro de 2015 a empresa contratada solicitou o primeiro

aditamento contratual, justificando que a contratada solicitou modificações no objeto

licitado, o valor proposto pela empresa foi de R$ 69.718,66 justificado em um orçamento

analítico anexado junto a solicitação, tal solicitação foi aceita e anexado as ordens de

pagamento para a contratada, conforme anexo M, o aditivo proposto pela construtora

refere-se a 18,97% do valor da obra, conforme parecer emitido pela Procuradoria Geral

da União e visto nos capítulos anteriores, a empresa vencedora tem obrigação de aceitar

aditivos e supressões de até 25% do bem licitado. Após a solicitação e o aceite do reajuste

financeiro foi necessário realizar a alteração do seguro-caução previsto no edital, no

anexo N é possível verificar a apólice do novo seguro fornecido pela construtora.

Na data de 06 de janeiro de 2016 a Construtora Santa Vitória LTDA – EPP fez a

segunda solicitação de aditamento contratual, onde justificou o mesmo devido ao longo

período de chuva que assolou a região de Frederico Westphalen/RS ter atrasado o

cronograma da obra. A solicitação foi processada e aceita pela UFSM conforme anexo O,

conforme redigido pelo procurador federal Virginio Pereira Neves Filho, a solicitação de

aditivo temporal é amparado pela lei de licitações, limitado a sessenta meses, desde que

aceito pela contratada, portanto, conforme anexo das planilhas do INMET fornecida pela

empresa solicitante do aditivo, é possível notar altos volumes de chuvas em julho de 2015,

período de construção da edificação, sendo que desta forma, para garantir a qualidade da

obra, a UFSM optou por aceitar a solicitação. Após o aceite, a contratada solicitou a

prorrogação do prazo do seguro caução, devido a alteração da data de finalização da obra,

tal solicitação seguiu os mesmos moldes do primeiro aditivo contratual e foi realizado

pela contratada.

Na data de 09 de maio de 2016 a UFSM, advertiu a contratada, devido ao não

cumprimento do cronograma físico-financeiro, conforme anexo P, tal advertência é

necessário para que a empresa de engenharia justifique o atraso encontrado pelos fiscais

da obra, para que assim, a UFSM tome conhecimento de possíveis problemas decorrentes

a obra e, caso necessário, penalize a empresa conforme previsto no edital.

Na data de 01 de junho de 2016, novamente a contratada fez solicitação de

aditamento contratual, cabe ressaltar que conforme visto pelos fiscais da UFSM no mês

de maio de 2016, a obra já estava com seu cronograma físico-financeiro atrasado, sendo

que a empresa demorou quase dois meses para solicitar aditivo temporal, cabendo nesse

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caso penalizar a empresa com multa caso fosse de interesse da UFSM, pelo fato de a

empresa demorar quase 60 dias para apresentar alguma justificativa pelo atraso da obra.

A construtora solicitou mais 90 dias de prazo para execução do contrato, justificado pelas

alterações no projeto básico e pelas constantes chuvas que atingiram a região da obra,

todavia, cabe ressaltar que o prazo adicional justificado pela indefinição do projeto básico

no período inicial da obra deveria ter sido solicitado logo após a definição do mesmo, o

prazo deveria ter sido ajustado e incorporado ao cronograma físico-financeiro, sendo que

a construtora solicitou o aditivo temporal devido a essa indefinição 14 meses depois do

início dos serviços, desta forma, ficaria a UFSM a decisão de aceitar a adição ou não. O

terceiro aditamento contratual foi processado e aceito pela UFSM, conforme anexo Q, o

procurador federal Jorge Adaime Filho afirmou a lei nº 8.666/1993 prevê que nestes casos

de indefinição de projeto que acarrete no atraso no início dos serviços cabem prorrogação

de prazo, sendo que desta forma, novamente, foi solicitado prorrogação do seguro-

caução.

Após todo o período de obra, a construtora firmou a entrega provisória da obra na

data de 11 de outubro de 2016, conforme anexo R, a fiscal da obra Luciana F. Hoppe

servidora da PROINFRA/UFSM foi responsável pela fiscalização e aceite deste

recebimento provisório, a mesma verificou se todas as especificações exigidas foram

executadas e se a obra encontra-se dentro das normas brasileiras vigente, sendo que

conforme visto no anexo R, foi emitido parecer favorável ao recebimento provisório.

Posteriormente, foi realizado uma vistoria técnica pela comissão de recebimento

de obras da UFSM, que possui como coordenador o arquiteto Benoine Josué Poll, sendo

que no dia 26 de dezembro de 2016 foi lavrado o recebimento definitivo da obra, sendo

que através deste termo ficou definitivamente estabelecido que a construtora seguiu tudo

aquilo que foi exigido para construção do empreendimento e que, portanto, a construtora

fica responsável apenas pela solidez e segurança do trabalho, tal termo consta no anexo

S.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As empresas de engenharia brasileira possuem um vasto campo de atuação, as

licitações em obras públicas, pois, a União, detentora do maior poder econômico no

território nacional, sempre necessitará contratar terceiros para vender ou prestar serviços

de seu interesse, sendo essa uma área promissora que está, cada vez mais, sendo de

interesse de empresas de engenharia brasileira de direito privado.

A lei de licitações brasileira além de extensa e com várias leis que auxiliam seu

entendimento, possui diversas diretrizes básicas e obrigações para formulação de um

processo licitatório e para participar no mesmo. Portanto, essa compreensão do que a

constituição brasileira prevê para compras de produtos e serviços públicos é de extrema

importância para qualquer pessoa envolvida nesse meio. A constituição brasileira define

princípios básicos as licitações, modalidades e tipos de licitações, casos de dispensa

licitatória e inexigibilidade licitatória, recursos e penalidades para os processos e

tratamentos especiais para empresas beneficiárias pela lei nº123/2006, essas questões de

suma importância foram abordadas neste trabalho, cabendo a qualquer pessoa que

trabalhe com licitações conhecer essas definições. Como exposto no último capítulo, a

obra em questão não poderia ter sido comprada diretamente de uma empresa sem a

formulação da licitação, ou seja, cabe ao legislador conhecer seus deveres e licitar o

empreendimento de interesse e cabe as empresas interessadas se fazerem presente no

certame para disputar o objeto licitado quando pertinente. Isso, foi apenas um exemplo

de obra licitado dentro da UFSM, o Brasil, país de grande população e área e,

infraestrutura considerada precária, com certeza, por muitas décadas licitará diversos

objetos de seu interesse para melhorar a qualidade de vida de sua população, cabe as

empresas de engenharia compreenderem isso e investirem nesta área promissora.

Apesar de ser uma área em expansão, as licitações sofrem com diversas brechas

que a lei de licitações deixou e empresas oportunas acabam se valendo da mesma, com

isso, o governo implementou leis como a lei que beneficia as microempresas e empresas

de pequeno porte, objetivando o desenvolvimento regional no Brasil, implementou a lei

do pregão e a lei do regime diferenciado de contratação, entre outras. Isso, teve por

objetivo melhorar e modernizar o processo licitatório, mesmo sendo um procedimento

exaustivo e bem minucioso conforme visto nesse trabalho, as licitações brasileiras possui

em quase sua totalidade empresas interessadas nos certames, ocorrendo dificilmente o

caso de licitação deserta. Essa preocupação em formular uma lei minuciosa para

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contratação de terceiros é bem justificada se for visto o histórico de corrupção no âmbito

da administração pública brasileira, portanto, a lei busca diminuir as brechas que

permitam esse desvio de conduta.

O processo licitatório estudado neste trabalho seguido cuidadosamente aquilo que

a constituição brasileira prevê para um processo licitatório, a documentação exigida, o

recurso administrativo apresentado, os três aditivos contratuais apresentados, os direitos

e deveres da contratante e da contratada, sendo que, dessa forma, uma licitação sem

desvio de conduta por nenhuma das partes. Além disso, através do BDI fornecido pela

empresa na apresentação da proposta, ficou definido seu lucro em 8,96% do valor global

da obra, portanto nota-se que a empresa vencedora do processo licitatório obteve a

lucratividade de R$ 39.173,32 neste serviço, com isso, verifica-se que o mercado de

licitações para construtoras é realmente promissor, sendo possível obter boa lucratividade

nos serviços deste âmbito.

Conclui-se por fim, que o mercado de licitações é extremamente promissor e de

grande interesse para empresas de engenharia de direito privado, as mesmas devem tomar

total conhecimento de tudo aquilo que a lei recomenda e obriga para contratar com a

administração pública. Ainda, mesmo a lei de licitações sendo exaustiva é de grande

importância para evitar corrupção em qualquer órgão da federação. Até este momento,

sabe-se que o processo de licitação evolui sempre, sendo um bom exemplo o surgimento

da modalidade pregão que teve grande sucesso por grande parte dos entes públicos e, mais

recentemente, a criação do regime diferenciado de contratação que surgiu com objetivo

provisório e está sendo utilizado até os dias de hoje. Dessa forma, as licitações estão em

constante evolução e apresentam um mercado promissor.

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REFERÊNCIAS

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à Lei nº 8.666 de 21 de julho de 1993. Rio de Janeiro: BRASÍLIA JURÍDICA, 1998.

BITTENCOURT, SIDNEY. Licitações, Passo a Passo, Comentando todos os artigos

da lei nº 8.666/93 totalmente atualizada. Belo Horizonte: EDITORA FÓRUM, 2014.

BORGES, CYONIL; BERNARDES, SANDRO. Licitações e Contratos, Teoria,

Jurisprudência e mais de 440 questões fundamentadas, 2º edição. Petrópolis:

ELSEVIER, 2010.

BRASIL. Lei nº 12.462/2011. Constituição da República Federativa do Brasil:

promulgada em 04 de Agosto de 2011. Institui o Regime Diferenciado de Contratações

Públicas – RDC.

BRASIL. Lei nº 8.666. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada

em 21 de Julho de 1993: Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal,

institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras

providências.

BRASIL. Lei Complementar nº 123/2006. Constituição da República Federativa do

Brasil: promulgada em 14 de Dezembro de 2016. Institui o Estatuto Nacional da

Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.

FILHO, MARÇAL JUSTEN FILHO. Comentários à Lei de Licitações e Contratos

Administrativos, 11º edição. São Paulo: DIALÉTICA, 2005.

PRADO, LEANDRO CADENAS. Licitações e Contratos, A Lei nº 8.666/93

simplificada. Niterói: EDITORA IMPETUS, 2015.

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Obras Públicas, Recomendações Básicas

para a Contratação e Fiscalização de Obras de Edificações Públicas, 2º edição.

Brasília: EDITORA DO TCU, 2009.

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Orientações para Elaboração de Planilhas

Orçamentárias de Obras Públicas, edição única. Brasília: EDITORA DO TCU, 2014.

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ANEXO A – SOLICITAÇÃO DE PROCESSO LICITATÓRIO PARA OBRA.

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ANEXO B – ATA DE ABERTURA DO ENVELOPE NÚMERO 1.

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ANEXO C – RECURSO ADMINISTRATIVO.

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ANEXO D – ATA DE ABERTURA DO ENVELOPE NÚMERO 2.

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ANEXO E – PROPOSTA FINANCEIRA DA CONCORRENTE VENCEDORA.

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ANEXO F – PARECER TÉCNIO.

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ANEXO G – ART PARA EXECUÇÃO DA OBRA.

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ANEXO H – SEGURO CAUÇÃO.

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ANEXO I – ORDEM DE FORNECIMENTO.

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ANEXO J – CONTROLE FINANCEIRO DA OBRA.

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ANEXO L – PRIMEIRA PARCELA DE PAGAMENTO.

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ANEXO M – PRIMEIRO ADITIVO CONTRATUAL.

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ANEXO N – REGULARIZAÇÃO DO SEGURO CAUÇÃO.

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ANEXO O – SEGUNDO ADITIVO CONTRATUAL.

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ANEXO P – ADVERTÊNCIA.

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ANEXO Q – TERCEIRO ADITIVO CONTRATUAL.

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ANEXO R – TERMO DE RECEBIMENTO PROVISÓRIO.

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ANEXO S – TERMO DE RECEBIMENTO DEFINITIVO.