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Hermenêutica Parte 1

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1. Introdução a hermenêutica. 3. A bíblia como livro divino.

1.1 Conceito; 3.1 Distanciamento natural;

1.2 Origem. 3.2 Distanciamento espiritual.

2. A Bíblia como livro humano. 4. Conclusão.

2.1 Distanciamento Temporal;

2.2 Distanciamento Contextual;

2.3 Distanciamento Cultural;

2.4 Distanciamento Linguístico;

2.5 Distanciamento Autorial.

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Entendes tu o que lês?

Esta foi a indagação feita pelo evangelista Felipeao eunuco de Candace, mesmo o eunuco estando em umnível estratégico do seu governo, possuindo entendimentosecular e tendo ido a Jerusalém para adorar, tudo isto,não foi suficiente para compreender os escritos do profetaIsaias. Paulo diz aos crentes em coríntios que se alguémcuidava saber alguma coisa, não sabia como convinhasaber. Já o Apostolo Pedro revela que haviam passagensescritas por Paulo de difícil entendimento, mesmo ambossendo contemporâneos e não havendo o afastamentocultural e temporal que temos na atualidade.

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Indubitavelmente, a bíblia é o livro mais fascinante que há na face da terra. Sociedadesinteiras apoiam suas constituições, culturas e costumes sobre os princípios cristãos.

Não obstante, percebemos que a utilização deste “Vadi Mecum Sagrado” não é privativodas religiões cristãs.

Espiritas, candomblecistas e ateus, mesmo que de maneira errada, buscam respaldo paraas suas práticas religiosas.

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Deste modo as escrituras revelam que não basta sermos cristãos, lermos a bíblia e adorarmos aDeus se ainda nos falta conhecimento e entendimento. Mas a Bíblia em si já não é suficiente para tal?Há uma máxima na hermenêutica bíblica que diz que a Bíblia interpreta a si mesmo, ou seja, nãonecessita de um livro complementar ou um anexo para explicar o seu real entendimento.

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Há um poder tão grande na bíblia que até satanás a usou para confrontar Jesus,manipulando as escrituras de maneira tão sagaz que a utilizou como cartaconstitucional do reino das trevas para que o mesmo coabitasse com a Constituiçãodos céus.

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1.1 CONCEITO

“ A ciência que ensina os princípios, as leis e os métodosde interpretação.”

Louis Berkhof.

“ Reta inteligência e interpretação das escrituras.”

Nelson Lund

“ Ordinariamente trata-se dos princípios que dita asregras gerais ou específicas a serem aplicadas na busca ena determinação do sentido dos textos.”

Faculdade e Seminário Teológico Nacional

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1.2 ORIGEM

A palavra “hermenêutica” é um legado da língua grega,do termo “hermeneuein”, e primeiramente, significaexpressão de um pensamento, sua explicação, a atividadeda inteligência e, sobretudo, compreensão humana einterpretação;

O termo deriva do nome de Hermes, da mitologia grega,considerado inventor da linguagem e da escrita e deus daeloquência, por preferir a persuasão ao uso das armas, porrecorrer mais a inteligência do que à força. Seu nomeprovem da palavra grega “herma”, que designa os montesde pedra usados para indicar o caminho.

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O fato de que a Bíblia não caiu prontado céu, mas que foi escrita por diferentespessoas em diferentes épocas, línguas elugares, alerta-nos para o que algunsestudiosos têm chamado de distanciamento. Ofenômeno do distanciamento aparece emdiversas áreas.

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2.1 Distanciamento temporal

A Bíblia está séculos distante de nós. Seu últimolivro foi escrito pelo final do século I da Era Cristã, o quenos separa temporalmente em cerca de dois milênios. Adistância temporal, num mundo em constantes mudanças,faz com que a maneira de encarar o mundo, os aspectosculturais e lingüísticos dos escritores da Bíblia se percam nopassado distante. Portanto, como qualquer documentoantigo, a Bíblia precisa ser lida levando-se isto em conta. Osprincípios de interpretação da Bíblia procuram condiçõesde transpor este abismo temporal.

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2.2 Distanciamento contextual

Os livros da Bíblia foram escritos para atender adeterminadas situações, que já se perderam no passadodistante. É verdade que ao serem incluídos no cânonbíblico, eles passaram a ser relevantes para a Igrejauniversal. Por outro lado, recuperar o contexto em queestes livros foram escritos é essencial para entendermosmelhor a sua mensagem. As cartas de Paulo foram escritasvisando atender às necessidades de igrejas locais.

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2.3 Distanciamento cultural

O mundo em que os escritores da Bíblia viveramjá não existe. Está no passado distante, com suascaracterísticas, costumes, tradições e crenças. Muitoembora a inspiração das Escrituras garanta que suamensagem seja relevante para todas as épocas, devemoslembrar que esta mensagem foi registrada numadeterminada cultura, da qual traços foram preservados naBíblia. Os princípios de interpretação da Bíblia devem levarem conta o jeito de escrever daquela época, a maneira deexpressar conceitos e ilustrar as verdades, para podertranspor a distância cultural.

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2.4 Distanciamento linguístico

As línguas em que a Bíblia foi escrita também jánão existem. Não se fala mais o hebraico, o grego e oaramaico bíblicos nos dias de hoje, mesmo nos países ondea Bíblia foi escrita. Como cada língua tem seu jeito própriode comunicar conceitos (apesar de uma estrutura comum atodas), princípios de interpretação da Bíblia devem levarem conta estas peculiaridades. O conhecimento doparalelismo hebraico certamente nos ajuda a entender osSalmos melhor, bem como os profetas.

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2.5 Distanciamento autorial

Devemos ainda reconhecer que teríamos umacompreensão mais exata da mensagem de alguns textosbíblicos reconhecidamente obscuros se os seus autoresestivessem vivos. Poderíamos perguntar a eles acercadestas passagens complicadas que escreveram e quecontinuam até hoje dividindo os melhores intérpretesquanto ao seu significado. Não endossamos o que algunsestudiosos afirmam, que com a morte do autor perdeu-se apossibilidade de recuperar-se a intenção dos mesmos. Arazão é que a intenção deles sobrevive no que escreveram.Mas certamente a ausência do autor faz com que ainterpretação de textos obscuros seja necessária. Princípiosde interpretação devem levar em conta o distanciamentoautorial, e buscar meios de recuperar a intenção deles nospróprios textos que escreveram.

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Portanto...

O distanciamento, exige de nós a tarefa de interpretar.Interpretar é exatamente tentar transpor o distanciamentoem suas várias formas, como mencionadas acima, e chegarao sentido exato do texto. De forma geral, o ponto central damensagem da Bíblia é tão claro que pode ser entendido portodos, mesmo os que não estão conscientes dodistanciamento. A prova disto é que a Igreja vem semantendo viva e ativa através dos séculos, sendo compostaem sua quase absoluta maioria de pessoas que não têmtreinamento teológico, histórico e lingüístico que permitiriamuma leitura mais informada das Escrituras. Por outro lado,uma maior exatidão e clareza acerca de todos os aspectos damensagem bíblica não poderá ser alcançada seminterpretação consciente.

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IMPORTANTE:

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Não estamos dizendo que podemos explicar todas as partes da Bíblia emtermos absolutamente satisfatórios. No entanto, não podemos aceitar soluçõesque impliquem numa diminuição da autoridade das Escrituras, sugerindocontradições ou erros. É preferível aguardar até que mais informações nosajudem a achar soluções compatíveis com a natureza da Escritura e sua divinaorigem.

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O fato de que a Bíblia foi inspirada por Deus, sendo assim aSua Palavra, deve ser levado em conta por aqueles quedesejam interpretá-la corretamente. A divindade e ahumanidade das Escrituras devem ser mantidas emequilíbrio. Quando enfatizamos uma em detrimento daoutra, acabamos por cair em algum dos erroshermenêuticos que caracterizam a história dainterpretação cristã das escrituras.

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Muitos dos princípios de interpretação bíblicos, praticados diariamente por todos os leitores da Bíblia,são simples, lógicos e evidentes, como por exemplo, a interpretação de uma palavra à luz do seucontexto. A natureza divina da Bíblia, por sua vez, provoca um outro tipo de distanciamento, queexpressa-se nestas áreas.

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3.1 Distanciamento NATURAL

A distância entre Deus e nós é imensa. Ele é oSenhor, criador de todas as coisas, do céu e da terra. Somossuas criaturas, limitadas, finitas. Nossa condição de sereshumanos impõe limites à nossa capacidade de entender ecompreender as coisas de Deus. Não impede a possibilidadedeste conhecimento, com certeza, mas o limita. O fato desermos seres humanos tentando entender a mensagemenviada pelo Deus criador em si só representa umdistanciamento. A distância entre a criatura e o Criador, tãofrequentemente mencionada nas Escrituras, tem seus efeitostambém na nossa hermenêutica. Princípios de interpretaçãonão podem ignorar isto e pensar que bastam ferramentashermenêuticas corretas para que possamos entender a Deus.O distanciamento provocado pela nossa humanidade deveprocurar ser transposto por princípios de interpretação quereconheçam a necessidade da iluminação do Espírito.

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3.2 Distanciamento ESPIRITUAL

O fato de que somos pecadores impõe ainda maislimites à nossa capacidade de interpretação da Bíblia.Somos seres afetados pelo pecado tentando entender osdesígnios do Deus puro e santo. A Queda é um conceitoespiritual, mas com certeza não pode ser deixado de ladoem qualquer sistema interpretativo das Escrituras. Transporo abismo epistemológico causado pela Queda é certamenteo ponto de partida. A regeneração e a conversão são aresposta de Deus a esta condição.

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3.3 Distanciamento MORAL

É a distância que existe entre seres pecadores eegoístas e a pura e santa Palavra que pretendem esclarecer.A corrupção de nossos corações acaba por introduzir nainterpretação das Escrituras motivações incompatíveis como Autor das mesmas. Infelizmente a história da Igrejamostra como diferentes grupos manipulam as Escrituraspara defender, provar e dar autoridade a seus pontos devista. Certamente existem pessoas sinceras, emboraequivocadas. Mas não podemos negar que odistanciamento moral acaba nos levando a torcer o sentidodas Escrituras, procurando usá-la para nosso fins nemsempre louváveis.

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A dupla natureza da Bíblia provoca um distanciamento temporal eespiritual que precisa ser transposto, para que possamos chegar à suamensagem. Pela Sua misericórdia, Deus têm guiado e abençoado a Igreja atravésdos séculos, mesmo quando ela esqueceu-se de levar em conta estes aspectos.Porém, isto não nos isenta de buscarmos compreender de forma mais exata ecompleta a revelação que Deus fez de si mesmo. E nisto, o uso consciente deprincípios de interpretação compatíveis com a natureza das Escrituras é deinestimável valor.

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Alguns métodos de interpretação, que surgiram com o Iluminismo,adotaram os pressupostos racionalistas quanto às Escrituras, contrários à suaorigem divina. Ao tratar a Bíblia exatamente como qualquer outro livro de religião,deixando de levar em conta sua inspiração e divina autoridade, os estudiosos eprofessores cristãos influenciados pelo racionalismo acabaram por desenvolver ummétodo de interpretação que não aceitava o conceito de revelação, inspiração eprovidência de Deus. Como resultado, a Bíblia passou a ser vista, não como Palavrade Deus em sua inteireza, mas como o registro da fé de comunidades religiosas,primeiro a judaica e depois a cristã. Para eles, a Bíblia continha erros crassos, eseus livros individuais eram trabalhos compostos de retalhos de fontescontraditórias e refletiam mais o pensamento dos que a escreveram do que asrealidades históricas e espirituais que pretendiam transmitir.

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IMPORTANTE !

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Em contrapartida, muitos movimentos e grupos religiosos esquecem ofenômeno do distanciamento e encaram a Bíblia como se fosse um livro caído docéu, e cuja interpretação depende somente de oração, jejum e plenitude doEspírito Santo. Evidentemente, sendo a Palavra de Deus, precisamos decomunhão com Deus e da iluminação do Espírito para o conhecimento salvadordas Escrituras. Porém, a utilização consciente de princípios de interpretaçãocompatíveis com a natureza da Bíblia farão com que este conhecimento noschegue de forma mais exata e completa. Precisamos ter cuidado, porém, paranão cairmos no erro de pensar que somente aqueles que têm treinamentoprofissional em princípios de interpretação poderão chegar ao conhecimento damensagem das Escrituras.

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