Apresentação para décimo primeiro ano de 2015 6, aula 95-96

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Frei Luís de Sousa | Os Lusíadas

a obra de Frei Luís de Sousa

Garrett

espanhóis

Lisboa | Almada

Épocas da literatura portuguesa

1.ª época — medieval (XII-XV)

2.ª época — clássica (XVI-XVIII)

3.ª época — romântica e moderna (XIX-XX)

séculos XII-XV•literatura trovadoresca•Fernão Lopes 

século XVI (renascimento)•Gil Vicente•Bernardim Ribeiro•Sá de Miranda•Camões

século XVII (barroco)•Rodrigues Lobo•Francisco Manuel de Melo•Frei Luís de Sousa•Padre António Vieira

século XVIII (iluminismo, pré-romantismo)

•Luís António Verney•Bocage 

século XIX

romantismo•Almeida Garrett•Alexandre Herculano

ultra-romantismo•António Feliciano de Castilho•Soares de Passos•João de Lemos•Bulhão Pato

entre romantismo e realismo•Camilo Castelo Branco•Júlio Dinis

realismo•Antero de Quental•Eça de Queirós•Cesário Verde

naturalismo• Abel Botelho

século XX

modernismo•Fernando Pessoa

século XVI (renascimento)•Gil Vicente•Camões

século XVII (barroco)•Padre António Vieira

século XVIII (iluminismo; pré-romantismo)•Bocage

século XIX (romantismo; realismo)•Almeida Garrett•Eça de Queirós•Cesário Verde

4. Almeida Garrett6. Cesário Verde5. Eça de Queirós6. Cesário Verde5. Eça de Queirós6. Cesário Verde5. Eça de Queirós6. Cesário Verde5. Eça de Queirós6. Cesário Verde

Preenche a tabela (p. 1);

na segunda página, deixa para o fim as perguntas que implicam mais escrita (primeira e terceira), concentrando-te para já na escolha múltipla e na métrica.

p. 307frenético = agitado || bizarro = esquisitogume = lado afiado de um instrumento cortantelívido = pálidomortificar = enfraquecer; afligirlidar = trabalharbotica = farmáciafolhetim = secção de um jornal (sobretudo no

século XIX) destinada a várias matérias mais ou menos literárias

inédito = não publicado

p. 308sol-e-dó = música instrumental popular;

filarmónica de pouca categoriaassinante = o que tem assinatura de um jornal

ou revista adulação = lisonja, bajulaçãoliterato = o que é do meio intelectual; escritoralexandrino = verso de doze sílabas métricas

(dodecassílabo, portanto)tísico = tuberculosofinar-se = definhar; morrer

Experiência pessoal concreta (a «contrariedade», que resulta de os jornais e os editores não o publicarem).

estrofes dos vv. 16-20, 21-24, 25-28, [v. 29], 33-36, 37-40, 41-44, 45-48, 57-60, 61-64

Preocupação social (a observação da engomadeira, cuja infelicidade constitui para o sujeito poético a outra «contrariedade»)

estrofes dos vv. 9-12, 13-16, 49-52, 53-56, 65-68

Observação da cidade (para além da própria vizinha)

estrofe dos vv. 29-32

Narratividade (conta-se um episódio, que se desenrola no tempo)

[cfr. pretéritos perfeitos («fumei», «sentei-me», «rasguei»), a alternarem com presentes e com futuro próximo («vou findar»); advérbios com valor temporal («hoje», «agora»)]

Léxico «pouco poético»:

estrangeirismos e palavras recentes

«réclame», «blague», «coterie»

palavras de campos lexicais específicos, técnicos

«maços de cigarros», «botica», «método»

ácidos / ângulos agudos / …

palavras de registos quase orais

«sopas», «o doutor», «coitadinha!»

diminutivos pejorativos

«populacho»

nomes de pessoas conhecidas

«Taine», «Zaccone»

A recusa dos textos pelo jornal pode corresponder à aceção 1 (é um contratempo); quanto à observação da engomadeira, parece poder caber-lhe a aceção 2 (seria causa de desgosto) ou mesmo a 3 (seria a própria preocupação sentida por causa daquela visão).

1.1 O poema desenvolve-se em torno de duas figuras — o poeta e a engomadeira que ele observa — cujas condições se aproximam

a. por sofrerem ambos da mesma doença.b. por serem ambos vítimas da injustiça social.c. por trabalharem ambos com vigor e alegria. 

1.2 A situação do sujeito poético é configurada a partir da apresentação

a. do seu estado anímico e de sintomas físicos.b. de sintomas físicos e de comentários críticos.c. do seu estado anímico, de sintomas físicos e de comentários críticos. 

1.3 As referências a "Taine" (v. 25) e a "Zaccone" (v. 40) realçam

a. a cultura do sujeito poético.b. a construção do poema de acordo com os princípios impressionistas.c. a originalidade da obra do poeta face aos autores aplaudidos na época.

«A crítica segundo os métodos de Taine / Ignoram-na»; «Deliram por Zaccone»  

1.4 O diminutivo com que o sujeito poético termina o poema («Coitadinha!») transmite

a. a sua simpatia solidária face à engomadeira.b. o seu desprezo em relação aos trabalhadores do povo.c. a avaliação irónica que faz da pequenez da engomadeira. 

Janeiro

Incrível! Já fumei três maços de cigarros 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Consecutivamente.

1 2 3 4 5 6

 

Fevereiro

Amo, insensatamente, os ácidos, os gumes 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

E os ângulos agudos. 1 2 3 4 5 6

Março

Sofre de faltas de ar; morreram-lhe os parentes 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

E engoma para fora.

1 2 3 4 5 6

E engoma p’ra fora. 1 2 3 4 5 6

 

Abril

Lidando sempre! E deve a conta à botica! 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1112

Mal ganha para sopas...

  1 2 3 4 5 6

Maio

Por causa dum jornal me rejeitar, há dias,

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Um folhetim de versos.

 1 2 3 4 5 6

Junho

Mais duma redação, das que elogiam tudo, 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Me tem fechado a porta.

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Julho

Muitíssimos papéis inéditos. A imprensa 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Vale um desdém solene.

1 2 3 4 5 6 

Agosto

Soluça um sol-e-dó. Chuvisca. O populacho

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1112 Diverte-se na lama.

1 2 3 4 5 6 

Setembro

Independente! Só por isso os jornalistas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Me negam as colunas.

1 2 3 4 5 6 

Outubro

Arte? Não lhes convém, visto que os seus leitores

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1112

Deliram por Zaccone.

1 2 3 4 5 6 

Novembro

E a mim, não há questão que mais me contrarie 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1112

Do que escrever em prosa.

 1 2 3 4 5 6 

Dezembro

E apuro-me em lançar originais e exatos,

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Os meus alexandrinos...

1 2 3 4 5 6

O sujeito poético não é bajulador dos poderosos («nunca publiquei poemas às fortunas») nem dos literatos («raramente falo aos nossos literatos»), é demasiado independente. Por outro lado, ao escrever em verso também fica desfavorecido, já que os jornais — e os editores — preferem a prosa (cfr. vv. 41-44).

(i) Todos exceto o de ii.

(ii) «A minha alma estava doente».

TPC — Completa a lista de ‘Pequenas contrariedades’ no verso da última página que estivemos a usar.