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160622 - Revista Infra Domani

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DESIGN E TECNOLOGIA

Edifício em Belo Horizonte adota modelo construtivo que reforça o planejamento da obra e realça o aspecto estético

Prédio | por Alexandre Raith

Um terreno de 1,8 mil m2 em uma re-gião com expoente potencial eco-

nômico era o cenário para a edificação do Domani Business Center. Entretan-to, havia um porém. A presença na área construtiva de um imóvel tombado pelo Conselho Deliberativo do Patrimô-nio Cultural de Belo Horizonte.

Diante desse contexto, a saída foi adotar a tecnologia BIM (Modelagem da Informação da Construção, em portu-guês), a fim de impedir os erros de pro-jeto, reduzir o tempo de obra e evitar o desperdício de material na construção do empreendimento de 21 pavimentos, realizada pela incorporadora Caparaó.

Segundo Bernardo Farkasvölgyi, Arquiteto responsável pelo projeto do Domani Business Center, a concepção do empreendimento partiu da situação do terreno.

“Optou-se por realizar uma integra-ção do espaço privado com o público, com a exclusão de muros e gradis junto ao recuo frontal, de cerca de 30 metros do alinhamento da rua até o edifício. Isso significa que pedestres podem cir-cular em volta do imóvel, a partir de circulações definidas no projeto. Essa ideia se enquadra numa abordagem de uma arquitetura mais humanizada.”

Fachada do Domani

Business Center é revestida por

vidro e alumínio composto, nas

cores azul e prata

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Segundo Farkasvölgyi, havia a prer-rogativa de manter o conjunto cultural e a preservação dos elementos signifi-cativos que constituem seu contexto. Por isso, o imóvel tombado está em pri-meiro plano, sem interferência visual e apenas envolto pelo jardim.

O Arquiteto ainda destaca a inova-ção estética e técnica do edifício, mar-cado por linhas modernas e materiais tecnológicos. “O desenho intui para a sensação de ritmo, a partir da propos-ta das variações dos triângulos nos três volumes verticais, que rodeia as quatro faces do edifício, salientadas pelas dife-renciações de tons dos vidros”, explica.

A fachada do Domani Business Cen-ter é revestida por vidro e alumínio composto, nas cores azul e prata. A va-riação de tonalidade pretende realçar a estética do empreendimento. Já a saliência em perfil de alumínio, aplica-do em planos triangulares, ressalta as linhas que formam os triângulos. A casa presente no terreno também influen-ciou a escolha do produto.

“O vidro aplicado no embasamento acentua a identidade do imóvel tom-bado e sua visibilidade. O Domani tem solução plástica coerente ao entorno,

harmonizado com os bens tombados e respeitando sua relação com a escala urbana”, conta o Arquiteto.

Já o projeto de paisagismo foi além do fator estético ao optar por vegeta-ção adequada para aumentar a per-meabilidade no solo e excluir espécies com raízes agressivas ou profundas, que poderiam danificar a estrutura da edificação.

SUSTENTABILIDADE CONSTRUTIVAA opção pela aplicação da tec-

nologia BIM mostra que o projeto do Domani Business Center estabeleceu prioridades sustentáveis desde a fase de pré-obras, já que as principais carac-terísticas de tal técnica são a racionali-zação e o planejamento.

A etapa de implantação da infraes-trutura predial também expôs preocu-pação com a sustentabilidade. O edifí-cio conta com automação nos sistemas de iluminação, hidráulico, elétrico e ar condicionado, e nas portas de acessos. Além disso, há o reaproveitamento de água para irrigação e caixa de retenção de chuva.

“Conciliar o design com as soluções estratégicas e sustentáveis de um em-preendimento se apresenta como os grandes diferenciais dos projetos. Não apenas a escolha dos materiais é im-portante, mas a eficiência do processo construtivo também é fundamental, com redução dos desperdícios, mais agilidade e uma produção menor de re-síduos”, acredita Farkasvölgyi.

Na opinião do Arquiteto, é preciso ter sensibilidade para enxergar o pro-jeto como um todo, e não apenas um aspecto em si. “A sustentabilidade in-clui pensar a cidade e transformá-la em um lugar mais generoso, sem esquecer

Bernardo Farkasvölgyi, Arquiteto responsável pelo projeto do Domani Business Center

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a funcionalidade e a criatividade. O projeto tem de estar bem inserido no contexto, dialogar com a cidade e, prin-cipalmente, ser pensado e repensado do ponto de vista do observador que transita pelas ruas”, afirma o Diretor da Farkasvölgyi Arquitetura.

INFRAESTRUTURA PREDIALProjetado pela DW Engenharia, o

sistema de ar condicionado das salas comerciais é do tipo expansão direta, com uso de água para condensação do gás refrigerante recuperada em torres de arrefecimento. O atendimento indi-vidual se realiza por unidades conden-sadoras do tipo split, sendo que a aqui-sição e a instalação dos equipamentos, dutos, difusores e tubulações são de responsabilidade dos condôminos.

Os engenheiros Danilo Werneck e Célia Lobo, da DW Engenharia, des-

tacam entre os desafios do projeto a oferta de flexibilidade para a instalação dos futuros usuários, com menor custo de implantação e maior eficiência do sistema. Além da independência ope-racional, já que as torres e as bombas são responsáveis por cerca de 20% do gasto proveniente do sistema de ar condicionado.

Os projetistas ressaltam, ainda, que as torres são de baixo ruído e compor-tam a utilização de sistemas tipo self contained digital scroll de alta eficiên-cia e VRF, com condensadores para cir-cuitos abertos. Enquanto os motores das torres e ventiladores dos sistemas de exaustão e ar exterior são dotados de partida soft starter.

Já o projeto de elétrica, elaborado pela Projelet Ecom Engenharia, focou na eficiência energética. Um grupo ge-rador atende, com exceção do sistema

de ar condicionado, todas as instala-ções das áreas comuns, e o uso de no--breaks garante o funcionamento do sistema de segurança, que compreen-de CFTV, controle de acessos, rede de computadores e automação.

O Diretor da Projelet Ecom Magno Costa destaca a compatibilização da arquitetura ousada às normas vigen-tes como um dos desafios do projeto. Para superar o obstáculo, a empresa realizou estudos de carga e propôs so-luções para assegurar flexibilidade ao empreendimento.

Para isso, a empresa projetista prio-rizou o atendimento automatizado das áreas comuns. Segundo Costa, toda a iluminação é controlada através de quadros de automação, enquanto os demais sistemas, como bombas e qua-dros elétricos, são monitorados por sis-tema supervisório.

A inovação estética e técnica do edifício, marcado por linhas modernas e materiais tecnológicos, pode também ser observada no hall de entrada

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