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Aedes aegypti - saude.rs.gov.br. 6, n. 4, ed. especial... · rus, e à presença de Aedes aegypti em alguns municípios do RS cresce, a ameaça de intro-dução da doença aqui no

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2 Bol. Epidemiológico v. 6, n. 4, Edição Especial, 2004

Mapa 1: Municípios do RS infestadospor Aedes albopictus em 2003

Fonte: SIS-FAD – SES/RS

Municípios infectados

•Dengue hemorrágica: os sintomas ini-ciais são os mesmos da dengue clássica, po-rém, evoluem rapidamente para manifestaçõeshemorrágicas de gravidade variável, podendolevar à morte.

A transmissão se dá quando uma fêmeade Aedes, infectada por ter picado uma pessoaportadora do vírus no sangue, pica uma pes-soa sadia.

O Aedes aegypti Linnaeus, 1762, foi ori-ginalmente descrito pela primeira vez no Egitoe introduzido no Brasil à época do tráfico deescravos. No Brasil, foi o único vetor conheci-do de febre amarela urbana e é também até omomento o único transmissor da dengue (Se-rufo et allii, 1993), tendo sido considerado er-radicado várias vezes do Brasil. Após sua rein-trodução ou detecção em 1981 em Boa Vista/RR, foi detectada uma epidemia em 1986 no Riode Janeiro, instalando-se definitivamente noterritório brasileiro. O Aedes aegypti nasce ese reproduz, preferencialmente em água para-da e limpa que se acumula em recipientes fa-bricados pelo homem, como: pneus, latas, vi-dros, cacos de garrafas, pratos de vasos e xa-xins e vasos de cemitérios, caixas d’água, to-néis, latões e cisternas destampadas, piscinase aquários abandonados. Após se acasalarem,as fêmeas passam a se alimentar de sangue,preferencialmente humano, a fim de desenvol-verem seus ovos. Elas costumam picar duran-te o dia várias pessoas, o que explica a rápidaexplosão das epidemias de dengue.

Os ovos são depositados nas paredes dosrecipientes e podem suportar longos períodosde seca, o que propicia serem transportadospor longas distâncias. Do ovo eclode uma lar-va, que se transforma em pupa, do qual emer-ge o adulto.

As fêmeas de Aedes albopictus utilizamcom grande freqüência criadouros naturaiscomo os entrenós de bambu, buracos em ár-vores e cascas de frutas, mas também compe-tem com o Aedes aegypti, aproveitando osmesmos tipos de criadouros já citados paraesta espécie (Console e Oliveira, 1994).

No Rio Grande do Sul, o Aedes albopictusé encontrado em 279 municípios (Mapa. 1).

OBJETIVO

Avaliar se a descentralização das açõesde epidemiologia e controle de doenças ocor-ridas em 2000, teve como conseqüência o au-mento do número de municípios com vigilân-cia entomológica do Aedes aegypti implanta-da, no Estado do Rio Grande do Sul, de 2000 a2003.

METODOLOGIA

A avaliação foi realizada a partir da análi-se das informações obtidas no Sistema de In-formação de Febre Amarela e Dengue (SISFAD)do Ministério da Saúde dos anos de 2000 a 2003,através das quais pôde-se identificar quais asatividades de vigilância entomológica (Levan-tamento de Índice, Pesquisa em Pontos Estra-tégicos, Pesquisa em Armadilhas, Delimitaçãode Foco e Pesquisa Vetorial Especial) que osmunicípios estão executando. Também foramanalisados os Boletins de Identificação de Posi-tividade de Aedes aegypti, que são enviadospelos laboratórios de entomologia das Coorde-nadorias Regionais de Saúde e LaboratórioCentral (LACEN-RS), a fim de se identificar asregiões do Estado, onde este vetor vem sendoencontrado, bem como o relatório de acompa-nhamento da certificação dos municípios àGestão das Ações de Epidemiologia e Controlede Doenças, no mesmo período.

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SITUAÇÃO DA DENGUE NO BRASILE NO RIO GRANDE DO SUL

No Brasil, há relatos de epidemia de den-gue desde 1923. Em 1982 ocorreu a primeiraepidemia de dengue com confirmação labora-torial, onde foi isolado o DEN 1 e o DEN 4. Apartir de 1986, várias epidemias de dengueocorreram (Brasil, 2002), sendo que 2002, foi oano onde mais casos de dengue clássica foramnotificados (798.013 casos) e a forma hemorrá-gica (2.090), com 96 óbitos. Atualmente, em 23estados brasileiros circulam o DEN 1, DEN 2 eDEN 3 (Brasil, 2004) (Mapa 2).

Mapa 2: Estados brasileiros com circulação dos sorotipos

Den 1 e 2

Den 1 e 3

Den 1, 2 e 3

Nenhum SorotipoCirculando

Fonte: Ministério da Saúde

Figura 1 - Casos Notificados e Confirmados de Dengueno RS, de 1995 a 2003*

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

1400

1200

1000

800

600

400

200

0

Casos Notificados Casos Confirmados

18 8 38 10

60 9

116

14

74 23 61 20

165

43

1.20

342

6

278

54

Fonte: SINAN - SES/RS

* Todos Casos Importados

No Rio Grande do Sul, a partir da detec-ção do primeiro foco de Aedes aegypti, em 1995,no município de Caxias do Sul, a dengue pas-sou a ser uma doença de notificação compul-sória, começando assim a Vigilância Epidemi-ológica. Segundo informações do Sistema Na-cional de Notificação (SINAN) do RS, o ano de2002 foi o de maior número de casos notifica-dos e confirmados (Figura 1). Todos os casosconfirmados desde 1995, são importados, ouseja, as pessoas adquiriram o vírus em outrosEstados. Até o ano de 2003, o Rio Grande doSul e Santa Catarina foram os únicos Estadosque não apresentaram casos autóctones. En-tretanto, devido à circulação aumentada do ví-rus, e à presença de Aedes aegypti em algunsmunicípios do RS cresce, a ameaça de intro-dução da doença aqui no Estado.

AÇÕES DE CONTROLE

Em 1996, o Ministério da Saúde propôs oPrograma de Erradicação do Aedes aegypti(PEAa), que não conseguiu atingir o objetivode erradicar o mosquito a curto e médio prazo.

Em 2001, o Ministério da Saúde, em par-ceria com a Organização Pan-Americana deSaúde (OPAS), realizou um Seminário Interna-cional para avaliar as diversas experiências eelaborar um Plano de Intensificação das Açõesde Controle da Dengue (PIACD). Esse planoselecionou 657 municípios prioritários no país,com o objetivo de intensificar ações e adotariniciativas capazes de utilizar com melhor efi-cácia, os pontos positivos do PEAa, tais como:repasse de infra-estrutura para controle de ve-tores (veículos, equipamentos de pulverização,microscópios e computadores), capacitação deagentes para controle da dengue e a existênciade um conjunto de rotinas e normas técnicaspadronizadas nacionalmente para o controle devetores.

Em 2002, três fatos foram relevantes paraque o Ministério da Saúde apresentasse o Pro-grama Nacional de Controle da Dengue(PNCD):

• a introdução do sorotipo DEN-3 e sua rápi-da disseminação no país;

• a constatação de que o Aedes aegypti en-controu condições socioambientais favorá-

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veis decorrentes da urbanização aceleradadas últimas décadas e, em especial, da difi-culdade de solucionar a questão do lixo ur-bano derivado do aumento da produção dedescartáveis;

• os métodos tradicionalmente empregadosde combate a doenças transmitidas por ve-tores, centrados no combate químico, combaixa participação da comunidade, sem in-tegração intersetorial e com pequena utili-zação do instrumental epidemiológico, fo-ram incapazes de conter esse vetor.

A partir deste cenário epidemiológico,tornou-se imperioso que o conjunto de açõesque vinham sendo realizadas e de outras a se-rem implantadas fossem intensificadas, a fimde permitir um melhor enfrentamento do pro-blema. Com esse objetivo é que o PNCD (Bra-sil, 2002) está fundamentado em alguns aspec-tos essenciais:

– Elaboração de programas permanentes;– Desenvolvimento de campanhas de infor-

mação e de mobilização das pessoas;– Fortalecimento da vigilância epidemioló-

gica e entomológica para ampliar a capa-cidade de detecção precoce de surtos dadoença;

– Melhoria da qualidade do trabalho decampo de combate ao vetor;

– Integração das ações de controle da den-gue na atenção básica, com a mobiliza-ção do Programa de Agentes Comunitá-rios de Saúde (Pacs) e Programa de Saú-de da Família (PSF);

– Utilização de instrumentos legais que fa-cilitem o trabalho do poder público na eli-minação de criadouros em imóveis co-merciais, casas abandonadas;

– Destinação adequada de resíduos sólidose a utilização de recipientes seguros paraarmazenagem de água;

– Desenvolvimento de instrumentos maiseficazes de acompanhamento e supervi-são das ações desenvolvidas pelo Minis-tério da Saúde, estados e municípios.

VIGILÂNCIA ENTOMOLÓGICAVIGILÂNCIA ENTOMOLÓGICAVIGILÂNCIA ENTOMOLÓGICAVIGILÂNCIA ENTOMOLÓGICAVIGILÂNCIA ENTOMOLÓGICASegundo o PNCD, a vigilância entomoló-

gica tem como objetivo principal o monitora-mento dos índices de infestação por Aedes ae-

gypti para subsidiar a execução das ações apro-priadas de eliminação dos criadouros dos mos-quitos.

As atividades operacionais de campo re-lativas à Vigilância Entomológica do Aedes ae-gypti, indicadas pelo Ministério (Brasil, 2001),são:• Reconhecimento Geográfico (RG): É a ativi-

dade prévia e condição essencial para a pro-gramação das operações de campo, de pes-quisa entomológica e tratamento. A partirde mapas ou croquis fornecidos pelas Pre-feituras, os quarteirões são numerados e osimóveis são identificados.

• Levantamento de Índice (LI): É a pesquisalarvária que serve para conhecer a infesta-ção por Aedes aegypti e/ou Aedes albopic-tus, e conhecer a dispersão e densidade des-tes vetores.

• Pesquisa em Pontos Estratégicos (PE): é con-siderado o local onde há concentração dedepósitos de tipo preferencial para a postu-ra do Aedes aegypti, tais como: cemitérios,borracharias, depósitos de sucata, materiaisde construção, garagens de trasportadoras,etc.

• Pesquisa em Armadilhas (PAr): são depósi-tos (geralmente feitos de pneus) dispostosem locais considerados porta de entrada domosquito adulto (portos fluviais ou maríti-mos, aeroportos, terminais rodoviários, fer-roviários, terminais de carga, etc.), com a fi-nalidade de detectar precocemente a presen-ça do Aedes aegypti, trazido de outros lo-cais.

DESCENTRALIZAÇÃO DAS AÇÕESDE EPIDEMIOLOGIA E CONTROLE DEDOENÇAS NO RS

A vigilância Entomológica do Aedes ae-gypti foi implantada no Estado em 1995. Até2000, a vigilância entomológica era atribuiçãoda FUNASA, sendo a Secretaria de Estado daSaúde (SES), responsável pela vigilância epi-demiológica da doença, instrumentalizando eassessorando os municípios para a sua implan-tação. A SES também instituiu, em agosto de1998 a Comissão de Prevenção à Dengue, decomposição interinstitucional, pois as ações

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necessárias para o controle do vetor e a pre-venção da epidemia são, necessariamente, in-tersetoriais.

Durante o ano de 2000, ocorreu em nívelfederal, a descentralização das ações de epide-miologia e controle de doenças, e também adescentralização de parte da FUNASA/MS, queexecutava, no Estado, o controle dos vetoresda Dengue e Doença de Chagas. De acordo coma Instrução Normativa nº 02 de 06.12.2001 doMinistério da Saúde (MS), a Programação Pac-tuada Integrada de Epidemiologia e Controlede Doenças (PPI-ECD) é o conjunto de ativida-des, de metas e de recursos financeiros, pactu-ado entre a FUNASA, Secretarias Estaduais deSaúde – SES e Secretarias Municipais de Saú-de – SMS, relativos à área de epidemiologia econtrole de doenças.

No Rio Grande do Sul, segundo a Resolu-ção nº 130/2000 – CIB/RS, o processo de certi-ficação dos municípios à Gestão das Ações deEpidemiologia e Controle de Doenças foi divi-dido em três tipos: Tipo I, Tipo II e Tipo III. Acada tipo de certificação o município assumecompromisso com a execução de atividades,metas e parâmetros de programação de com-plexidade crescente, habilitando-se ao recebi-mento de recursos do Teto Financeiro de Epi-demiologia e Controle de Doenças (PPI-ECD)também crescentes.

A Resolução nº 97/2002 – CIB/RS redefi-ne as atribuições por nível de gestão, estabele-cidas na Resolução nº 130/2000 e regulamen-tada na Portaria SES nº 34/2000, com o objeti-vo de acelerar o processo de descentralização,através da constituição de equipes municipais(mediante contratação ou redistribuição depessoal) e implantação efetiva da vigilância doAedes aegypti em todos os municípios, com oapoio técnico e operacional da Secretaria deSaúde do Estado. Sendo assim, ficam estabe-lecidas as atribuições municipais correspon-dentes à Certificação dos Tipos II e III que são:

• Tipo II: formação de equipe de vigilância decampo, com prioridade para vigilância econtrole (exceto o tratamento químico, queserá realizado pelo Gestor Estadual) do Ae-des aegypti e Aedes albopictus e a realiza-ção das atividades de Levantamento de Ín-dice e a vigilância a Pontos Estratégicos;

• Tipo III: execução de todas as ações de vigi-lância e controle do Aedes aegypti e Aedesalbopictus, incluindo o tratamento focal e pe-rifocal, a ser realizado com assessoria técni-ca e apoio operacional do Gestor Estadual

Nos municípios com certificação do TipoI, é o Gestor Estadual quem executa todas asatividades de vigilância e controle do Aedesaegypti e Aedes albopictus. No Rio Grande doSul foi pactuado que a estrutura da FUNASA(357 servidores e recursos materiais) seria es-tadualizada, com a constituição de Núcleos deVigilância Ambiental nas dezenove Coordena-dorias Regionais de Saúde (CRS). Esses núcle-os executam o trabalho de vigilância entomo-lógica nos municípios certificados no Tipo I enos que não aderiram ao processo de certifica-ção e complementarmente nos municípios cer-tificados no Tipo II.

RESULTADOSDe acordo com a Figura 2, em 2000, com

o início do processo de certificação dos muni-cípios à Gestão das Ações de Epidemiologia eControle de Doenças, observa-se que dos 496municípios, 39,2% aderiram à certificação TipoI, 29% não certificaram, 27,2% aderiram aoTipo II e apenas 4,6% aderiram ao Tipo III. Apartir de 2001, o número de municípios queaderiram à certificação Tipo III foi aumentan-do, atingindo em 2003, 61,8% dos municípios.Observa-se também a redução do número demunicípios certificados no Tipo I e dos municí-pios não certificados.

Tipo I Tipo II Tipo III NãoPactuaram

350

195

300

250

200

150

100

50

0

2000 2001 2002 2003

135

23

144

145

255

56

41 41

240

209

7 13

2

175

307

Fonte: Secretaria Estadual de Saúde/RS

Figura 2 - Número de Municípios Certificados noTipo I, II, III da PPI-ECD, RS, de 2000 a 2003

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A Figura 3 demonstra que em 2000, dos496 municípios do Estado, 54% não apresenta-vam atividades de vigilância entomológica. Osmunicípios considerados trabalhados comações básicas de prevenção são os que man-têm equipe de vigilância entomológica e regu-laridade no envio de dados das atividades deLevantamento de Índice e Visitas a Pontos Es-tratégicos. Estes dados alimentam o SISFAD. Apartir de 2001, observa-se o aumento no nú-mero de municípios trabalhados, alcançandoem 2003, 100% dos municípios.

De todas as atividades operacionais decampo, relativas à pesquisa entomológica doAedes aegypti, o Estado do Rio Grande do Sulpactua com os municípios três delas: Levanta-mento de Índice, Pesquisa a Pontos Estratégi-cos e Tratamento. Para cada uma das ações, sãoestabelecidos parâmetros para que os municí-pios cumpram as metas. A Figura 3 nos mostraque, a partir de 2000, houve um aumento signi-ficativo no número de municípios que conse-guiram executar as atividades de Levantamen-to de Índice e Pesquisa a Pontos Estratégicossimultaneamente, chegando em 2003, com82,6% dos municípios realizando estas ativida-des.

Figura 3 – Número de municípios trabalhados com açõesbásicas de vigilância Entomológica, com atividades

de Levantamento de Índice (LI) e Pesquisaem Pontos Estratégicos (PE), apenas com LI

e apenas com PE no período de 2000

Fonte: SIS-FAD / DVAS

500

450

400

350

300

250

200

150

100

50

0

226

126

38

62

278

163

26

89

423

297

57 69

490

410

63

23

Municípios trabalhados LI + PE LI PE

2000 2001 2002 2003

Figura 4 - Número de municípios do Rio Grande do Sulcom a presença de Aedes aegypti no período de 2000 a

2003

Fonte: SIS-FAD / DVAS

25

50

2000 2001 2002 2003

56 59

Municípios com Aedes aegypti

A Figura 4 mostra que de 2000 a 2003 onúmero de municípios com Aedes aegypti teveuma pequena variação, apresentando umamédia de 12,37% de municípios com o vetor,em relação ao número de municípios trabalha-

dos, nos quatro anos. Identificando esses mu-nicípios no mapa (Mapa 3), observamos que apresença do Aedes aegypti persiste em algunsmunicípios de 2000 a 2003.

CONCLUSÕES

A partir da descentralização das ações deepidemiologia e controle de doenças, da esta-dualização dos agentes da FUNASA e da rees-truturação do trabalho de vigilância entomoló-gica do Aedes nas Coordenadorias Regionaisde Saúde, o trabalho foi intensificado. Fica cla-ro, que as dificuldades encontradas inicialmen-te para se conhecer a real situação dos municí-pios no Estado, foi devido à baixa adesão dosmunicípios à certificação Tipo III e o reduzidonúmero de agentes da SES, estadualizados daFUNASA.

A mudança nos níveis de certificação dosmunicípios, ocasionou uma intensificação dotrabalho de vigilância entomológica, chegan-do-se em 2003, a 100% dos municípios traba-lhados nas atividades de Levantamento de Ín-dice e Pesquisa a Pontos Estratégicos.

Devido à ampliação do trabalho de vigi-lância entomológica pelo Estado e Municípiosno Rio Grande do Sul, foram identificados fo-cos de Aedes aegypti em vários municípios doEstado. Duas regiões do Estado apresentammaior risco em relação à dengue:

• Porto Alegre e Região Metropolitana pelaconcentração populacional e o intenso trân-

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Mapa 3 – Municípios do RS, que registraram a presença de Aedes aegypti de 2000 a 2003

2000 2001

2002 2003

Municípios com Aedes aegypti

Fonte: SIS-FAD - DVAS

sito de pessoas, meios de transporte e pro-dutos com o resto do país;

• Região Noroeste, na fronteira com a Argen-tina, onde os municípios mantêm contatodireto com áreas infestadas daquele país vi-zinho.

A descentralização da Vigilância Entomo-lógica dos vetores da Dengue no Rio Grandedo Sul, hoje em 100% dos municípios, se mos-trou um fator decisivo para manter o Estadolivre da circulação do vírus da dengue.

AAAAAGRADECIMENTGRADECIMENTGRADECIMENTGRADECIMENTGRADECIMENTOSOSOSOSOS

Aos colegas do Programa Estadual deControle da Dengue: Daltro Fernandes da Fon-seca, Dóris B. Brack e Silvania Ramos Vianapelas sugestões para o trabalho. Ao Dr. AirtonFischmann do Centro Estadual de Vigilância emSaúde/SES e à Professora Cristianne Rocha pelarevisão do manuscrito.

8 Bol. Epidemiológico v. 6, n. 4, Edição Especial, 2004

EXPEDIENTEO Boletim Epidemiológico é uminstrumento de informação técnica emsaúde, editado pelo Centro Estadual deVigilância em Saúde, vinculado àSecretaria Estadual da Saúde do RioGrande do Sul, com periodicidadetrimestral, disponível no endereçoeletrônico www.saude.rs.gov.br

Conselho EditorialAirton Fischmann, Ana Luiza Trois deMiranda, Marilina Bercini, RosângelaSobieszczanski e Waldivia Lehnemann

Bibliotecária ResponsávelGeisa Costa Meirelles

Jornalista ResponsávelJorge Olavo de Carvalho LeiteCoordenador da Assessoria de ComunicaçãoSocial / SES - Reg. Prof. 3006/RS

Tiragem20 mil exemplares

Endereço para CorrespondênciaCentro Estadual de Vigilância em Saúde(CEVS)Rua Domingos Crescêncio, 132, 2º andarPorto Alegre - RS - CEP 90650-090Fones (51) 3901.1107 / 3901.1109E-mail: [email protected]

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dtr2001.saude.gov.br/svs/epi/dengue/boletim/pdfs/boletim%20semana%2016%202004.pdf.>Acesso em 01.06.04.

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SERUFO, S.C.; OCA, H.M.; TAVARES, V.A.; SOU-ZA, A. M.; ROSA, R. V.; JAMAL, M. C.; LEMOS, J.R.; OLIVEIRA, M. A.; NOGUEIRA, R. M. e SCHAT-ZMAYR, H. G. Isolation of dengue virus type 1 fromlarvae of Aedes albopictus in Campos Altos, stateof Minas Gerais, Brasil. Mem. Inst. Oswaldo Cruz,Rio de Janeiro. n. 88, p. 503-504. 1993.

Palavras-chaves: Rio Grande do Sul. Dengue. Entomologia.

Errata do Encarte do Bol. Epidemiológico, v. 6, n. 2, jun., 2004

Calendários de VacinaçãoPrograma Estadual de ImunizaçõesCalendário Básico de Vacinação da Criança

(3) A vacina contra Febre Amarela está indicada para crianças a partir dos 09 meses de idade, que residem ou queirão viajar para área endêmica (estados: AP, TO, MA MT, MS, RO, AC, RR, AM, PA, GO e DF), área de transição (algunsmunicípios dos estados: PI, BA, MG, SP, PR, SC e RS) e área de risco potencial (alguns municípios dos estados BA, ES eMG). Se viajar para áreas de risco, vacinar contra Febre Amarela 10 (dez) dias antes da viagem.

Calendário Básico de Vacinação do Adulto e do Idoso

Onde se lê 60 anos ou mais pneumococo(6) dose anual,leia-se 60 anos ou mais pneumococo(6) dose única.