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UNIVERSIDADE FERNANDO PESSOA FCS/ESS LICENCIATURA EM FISIOTERAPIA PROJECTO E ESTAGIO PROFISSIONALIZANTE II ANÁLISE DA PREVALÊNCIA DAS LESOES NO JUDO EM JUDOCAS PORTUGUESES E FRANCESES Damien Sacras Estudante de Fisioterapia Escola Superior de Saúde - UFP [email protected] Professora Doutora Andrea Ribeiro Doutorada em Ciências da Motricidade-Fisioterapia Docente da Escola Superior de Saúde - UFP [email protected] Professora Doutora Conceição Manso Doutorada em Biotecnologia Docente da Faculdade de Ciências da Saúde UFP [email protected] Porto, Janeiro de 2016

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UNIVERSIDADE FERNANDO PESSOA

FCS/ESS

LICENCIATURA EM FISIOTERAPIA

PROJECTO E ESTAGIO PROFISSIONALIZANTE II

ANÁLISE DA PREVALÊNCIA DAS LESOES NO JUDO EM JUDOCAS

PORTUGUESES E FRANCESES

Damien Sacras

Estudante de Fisioterapia

Escola Superior de Saúde - UFP

[email protected]

Professora Doutora Andrea Ribeiro

Doutorada em Ciências da Motricidade-Fisioterapia

Docente da Escola Superior de Saúde - UFP

[email protected]

Professora Doutora Conceição Manso

Doutorada em Biotecnologia

Docente da Faculdade de Ciências da Saúde – UFP

[email protected]

Porto, Janeiro de 2016

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RESUMO

Objetivo: Quantificação do número de lesões/prevalência de lesões e a prevalência por zona

corporal em judocas portugueses e franceses. Metodologia: A amostra utilizada neste estudo

foi constituída por 30 judocas franceses e 30 judocas portugueses. Todos os atletas preencheram

um questionário individual de caracterização assim como o Questionário Nórdico Músculo-

esquelético. Resultados: As regiões: ombro, joelho, coluna lombar e dedos foram as regiões

em que os atletas referiram mais dor. Os atletas Franceses apresentaram valores mais elevados

de dor em comparação com os atletas portugueses. Constatamos ainda que os atletas parecem

desvalorizar a dor pelos valores observados pelas medianas de escala de dor que oscilavam

entre 0 e 0.5 Conclusão: Concluímos que existe uma prevalência de lesões bastante elevada

nos judocas de ambas as amostras, sendo que as regiões mais afetadas são idênticas para

portugueses e franceses. Assim as estruturas mais frequentemente lesadas são ombro, coluna

lombar e joelho. Contudo, na amostra portuguesa, poucas regiões das acima mencionadas

desencadearam uma paragem da atividade desportiva e/ou profissional. Concluímos ainda que

os atletas parecem desvalorizar a dor ou podem apresentar um limiar de dor bastante elevado.

ABSTRACT

Objective: To quantify the prevalence of musculoskeletal injuries in judokas. The intention

was also to evaluate the intensity of pain in different body locations of the judokas.

Methodology: The sample used in this study consisted of 30 French judokas and 30 Portuguese

judokas. All athletes completed an individual characterization questionnaire regarding the

training conditions followed by the Nordic Musculoskeletal Questionnaire. Results: The

regions of shoulder, knee, lumbar spine and fingers were regions where athletes reported more

pain. The French athletes presented relatively more pain in relation to the Portuguese athletes.

It was also observed that the athletes devalued the pain, since it was observed alighting for the

medians of the pain scale by different body regions that was 0 or 0.5. Conclusion: We can

conclude that in the present sample the prevalence of lesions is very high, especially in the

shoulder, knee, fingers and lumbar spine. It was also concluded that injuries do not oblige the

athletes to stop activities. To end, athletes have a higher pain threshold or devalue injuries.

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INTRODUCÃO

O Judo, desporto iniciado no ano de 1860, foi desenvolvido por Jigoro Kano através de uma

outra arte marcial, o Ju-jitsu (luta o chão). Este desporto trata-se já de uma modalidade Olímpica

para os homens desde 1972 e desde 1992 para as mulheres, sendo hoje em dia uma das artes

marciais mais praticada no Mundo (Pocecco, et al., 2013).

É uma modalidade desportiva principalmente individual (no entanto, existem algumas provas

de equipas) que requer uma grande explosividade e rapidez de execução de movimentos. O

objetivo do Judo é de conseguir colocar o adversário em decúbito dorsal no solo, utilizand o

para isso várias técnicas compostas por várias mudanças de direção. Por esta razão, o judo é

considerado desporto de combate com risco elevado de lesão (FPJ, 2006). Uma lesão desportiva

corresponde a qualquer dano resultante da prática de uma modalidade, afetando um ou mais

segmentos corporais, e tem como consequências, a interrupção imediata da atividade desportiva

durante pelo menos 24h ou obriga a diminuir a frequência e/ou a intensidade dos treinos,

implicando a procura de aconselhamento médico ou tratamento por parte de um profissional de

saúde (Caine, Maffulli, & Caine, 2008). Uma lesão desportiva pode acarretar problemas sociais

e /ou económicos. Massada (2006) numa amostra constituída por 30 judocas portugueses de

vários níveis competitivos concluiu que as lesões articulares são as de maior incidênc ia.

Ocorrem ainda fraturas e lesões musculares sendo que estas últimas são as que acontecem com

menor frequência. Estruturalmente as lesões mais frequentes ocorrem no ombro, coluna

cervical e joelho. Busnel, Rochcongar, Andre, Beillot, & Jan, (2006), num estudo

epidemiológico, com uma amostra de judocas franceses constataram que as lesões mais

frequentes foram lesões do ombro (27,4%) seguindo-se lesões do cotovelo (12,9%), do joelho

(12,2%) e da cervical (10,9%). Surgem depois lesões com menor incidência tais como

traumatismo craniano, tornozelo, punho e mãos. Vários estudos (Busnel, Rochcongar, Andre,

Beillot, & Jan, 2006; Massada, 2006; Souza, Monteiro, Vecchio, & Gonçalves, 2006; Savalli,

Hernandez, Laboute, Trouvé, & Puig, 2008; Vesselle, Frey, Bonnier, & Hervouet Des Forges,

2009) constatam ainda que as lesões ocorrem com maior frequência durante as competições

quando comparadas com os treinos.

No que se reporta a fatores de risco, estes podem ser intrínsecos tais como: ser do sexo

masculino (Vesselle, Frey, Bonnier, & Hervouet Des Forges, 2009), a idade, o peso do atleta e

o índice de massa gorda (Busnel, Rochcongar, Andre, Beillot, & Jan, 2006), alterações

anatómicas como hiperlaxidez ligamentar, dismetria dos membros inferiores, lesões anteriores

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(Murphy, Connoly, & Beynnon, 2003), distúrbios alimentares, genéticos, hormonais e

psicológicos (Tamalet & Rochcongar, 2016) ou extrínsecos como a dieta alimentar (devido a

pesagem ocasionado antes das provas), uma má preparação fisica, más condições atmosfér icas

(Croisier, 2004) e maior frequência de treino, sem períodos de descanso (Petibois, Cazorla,

Poortman, & Déléris, 2002).

O trabalho do fisioterapeuta no desporto é muito importante para os atletas, quer para o

tratamento de uma lesão, quer para a prevensão das mesmas. O fisioterapeuta intervem no

decorrer dos treinos, nas provas assim como nos estágios de preparação para as provas.

Durantes as competições, o fisioterapeuta tem ainda que ser capaz de avalair e lesão e, quando

for possivel, aranjar uma solução para o atleta continuar a competição sem deficite ou com as

menores sequelas possíveis. Trata-se de um trabalho de equipa juntamente com treinador,

preparador físico e atleta de forma a atingir os objetivos fixados pela equipa multidisciplinar

sem prejudicar o tratamento de uma lesão anterior ou alterar o plano de prevenção. No entanto

a componente preventiva parece ser uma das mais importantes com vista a evitar os riscos de

recidivas de lesão ou surgimento de novas lesões (Lelievre, 1997). Para isso o fisioterapeuta

deverá também ter um conhecimento detalhado das lesões mais frequentes no desporto em que

está inserido de modo a ser capaz de as prevenir. Assim o principal objetivo deste estudo foi a

quantificação do número de lesões/prevalência de lesões e a prevalência por zona corporal.

Assim, este estudo, permitirá ao Fisioterapeuta a preparação para estabelecer um plano de

tratamento e/ou um plano de prevenção para judocas e constituir, se necessário, uma equipa

multidisciplinar para o atleta (Nutricionista, Psicólogo, Médico, Treinador, Fisioterapeuta).

METODOLOGIA

Tipo de estudo

Estudo observacional descritivo de natureza transversal.

Amostra

A amostra não-probabilística foi constituída por 30 judocas franceses e 30 portugueses de nível

regional a internacional e ambos os sexos.

Foram definidos como critérios de inclusão: judoca com um mínimo 5 anos de prática, Judoca

ativo em competição, estar integrado no escalão júnior e/ou sénior (15-35 anos). Como critérios

de exclusão foram definidos: não ter assinado a declaração de consentimento informado, o

questionário estar incompleto ou rasurado.

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Considerações éticas

O presente estudo foi submetido à Comissão de Ética da Universidade Fernando Pessoa e

aprovado por esta. Todos os participantes e/ou representantes legais assinaram uma Declaração

de Consentimento Informado após terem sido esclarecidas todas as intervenções necessárias ao

longo do estudo, sendo-lhes dada a possibilidade de recusar em qualquer momento a

participação no estudo, sem que daí decorresse qualquer tipo de penalização ou prejuízo

pessoal. Os princípios éticos, normas e princípios internacionais sobre respeito e preservação

seguirão os modelos referidos pela Declaração de Helsínquia e a Convenção de Direito Homem

e da Biomédica.

No final da investigação, os dados relevantes foram transmitidos aos participantes para

possíveis benefícios dos mesmos.

Instrumento de recolha de dados e procedimento

Os participantes do estudo responderam, por autopreenchimento, um questionário de

caracterização da amostra, envolvendo parâmetros tais como idade, sexo, peso, altura, estado

civil, nível de competição, frequência de treinos semanal, categoria de peso e se requer dieta

alimentar ou não (Anexo 1; Anexo 2). De igual forma, preencheram o Questionário Nórdico

Músculo-esquelético, na versão portuguesa, validada por Mesquita, Ribeiro, & Moreira, (2010)

para a população portuguesa (Anexo 3), e a versão francesa do mesmo questionário, validado

por Descatha, Roquelaure, Ha, Aublet-Cuvelier, & Tournanchet (2007) (Anexo 4). As duas

versões do questionário são ligeiramente diferentes para a língua francesa e a língua portuguesa.

Para a população portuguesa Mesquita, Ribeiro, & Moreira, (2010) pretende avaliar 4 itens

diferentes, que são os seguintes:

Dor ou desconforto nos 12 últimos meses nas diferentes regiões corporais expostas

Alterações das atividades normais da vida nos últimos 12 meses devido a um problema

nas diferentes regiões corporais expostas

Dor ou desconforto nos 7 últimos dias nas diferentes regiões corporais expostas

Escala de dor para cada localização corporal

As regiões expostas neste questionário são: pescoço, ombro, cotovelos, punho/mão, região

torácica, região lombar, ancas/coxas, joelhos, tornozelos/pés.

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Para a população francesa, Descatha, Roquelaure, Ha, Aublet-Cuvelier, & Tournanchet (2007)

fez algumas alterações relativamente ao questionario nordico original. Esta escala só só permite

avaliar 3 itens:

Dor ou desconforto nos 12 últimos meses nas diferentes regiões corporais expostas

Dor ou desconforto nos 7 últimos dias nas diferentes regiões corporais expostas

Escala de dor para cada localização corporal

As regiões expostas neste questionário são: pescoço, ombro, cotovelos, punho/mão, dedos,

região torácica, região lombar, ancas/coxas, joelhos, tornozelos/pés.

O investigador fez a recolha dos questionários e colocou-os em envelope fechado para garantir

a confidencialidade dos dados de cada atleta.

Análise Estatística

A análise estatística dos dados foi efectuada com recurso ao software IBM© SPSS© Statistics

vs 23.0 e em todas as análises comparativas considerou-se diferença significativa ou associação

significativa sempre que p<0,05 (95% de confiança).

A comparação da distribuição de variáveis quantitativas por país ou por género foi efectuada

recorrendo a testes de Mann-Whitney (após se verificar uma distribuição não normal das

variáveis contínuas pelo teste de Shapiro-Wilks). A comparação da distribuição de variáve is

qualitativas por país ou por género foi realizada através do teste de Qui-quadrado, ou de Fisher

quando necessário. A comparação das categorias de sexo por pais foi avaliada através do teste

Binomial.

O cálculo do intervalo de confiança a 95% para a prevalência de lesões nos 6 últimos meses foi

efectuada através do método de Wald ajustado.

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RESULTADOS

A amostra foi constituída por 60 atletas, 30 franceses e 30 portugueses. Não foram encontradas

diferenças estatisticamente significativas quer em variáveis sociodemográficas, quer nas

variáveis antropométricas entre os dois grupos (p>0,05) apesar de as medianas de idade, altura

e peso serem ligeiramente superiores na amostra francesa (Tabela 1). Para os dados relativos às

condições de treino e de preparação para as provas dos atletas, ou seja, em parâmetros como

dieta alimentar, consulta com um Nutricionista e/ou com um Psicólogo, no facto de fazer ou

não preparação física (musculação/treino anaerobio), frequência de treino ou o nível de

competição, também não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas (p>0,05)

para os dois grupos.

Tabela 1: Caracterização da amostra por país. Pais

Variável Portugal França p*

Sexo Feminino 13 (43,3%) 18 (60%)

0,196 Masculino 17 (56,3%) 12 (40%)

Idade (anos)

Mediana (Q1-Q3) 19 (18-22,5) 22 (20-26) 0,064

Media ± DP 21,1 ± 5,3 23,4 ± 4,1

Min-Max 16-35 18-33

Altura (cm)

Mediana (Q1-Q3) 167,5 (159-175) 170 (165-176,5) 0,180

Media ± DP 167,7 ± 8,8 170,63 ± 8,0

Min-Max 154-185 150-187

Peso (kg)

Mediana (Q1-Q3) 63 (56,8-71,5) 68 (60-78,3)) 0,086

Media ± DP 64,6 ± 10,9 70,1 ± 13,5

Min-Max 50-97 47-103

Dieta alimentar Sim 20 (66,7%) 21 (66,7%)

1,000 Não 10 (33,3%) 11 (33,3%)

Nutricionista Sim 5 (16,7%) 9 (26,7%)

0,347 Não 25 (83,3%) 23 (73,3%)

Preparação física Sim 23 (76,7%) 28 (90%)

0,166 Não 7 (23,3%) 4 (10%)

Psicólogo Sim 5 (16,7%) 4 (13,3%)

1,000 Não 25 (83,3%) 26 (86,7%)

Nível de competição

Internacional 20 (66,7%) 16 (53,3%)

0,174 Nacional 10 (33,3%) 12 (36,7%)

Regional 0 (0%) 4 (10%)

Frequência de treino

Diário 21 (70%) 20 (66,7%)

0,700 2x/Semana 2 (6,7%) 1 (3,3%)

3x/Semana 8 (26,7%) 7 (23,3%)

1x/Semana 0 (0%) 1 (3,3%)

*testes de Mann-Whitney para variáveis quantitativas e teste de Qui-quadrado para qualitativas.

No judo, os atletas são divididos em varias categorias de peso, peso este que tem que ser

cumprido para o dia da pesagem permitindo ou não o ingresso do atleta na competição.

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Relativamente às categorias de peso da amostra portuguesa em que os atletas de judo estão

divididos, as categorias de peso mais frequentes foram -73kg (29,4%), -60kg (23,5%) e -66kg

(23,5%) nos masculinos e -57kg (30,8%), -52kg (30,8%) e -48kg (23,1%) (Tabela 8, Anexo 5)

nas atletas femininas. Contudo, verificou-se que 66,7% dos atletas têm um peso real acima do

peso da sua categoria, mas só 16,7% dos atletas consultam um nutricionista. Em relação aos

treinos e ao nível dos atletas, 66,7% dos atletas treinam diariamente, 76,6% dos atletas referem

ter horas de treino devido a musculação e/ou preparação física geral e 66,7% dos atletas

competem ao nível internacional. ainda, 16,7% dos atletas consultam um psicólogo para

preparação mental. As categorias de peso mais frequentes na amostra francesa foram -73kg

(25,0%), -60kg (25,0%) e as categorias -66kg e -81kg com 16,7%. No sexo feminino, as

categorias mais frequentes nesta amostra foram -57kg (27,8%), -63kg (22,2%) e -78kg (16,7%)

(Tabela 8, Anexo 5). Pode apontar-se que, 66,6% dos atletas franceses da amostra têm um peso

real acima da categoria de peso e por tanto são obrigados a praticar uma dieta alimentar

específica. Esta dieta alimentar é seguida por uma nutricionista em 26,7% dos atletas. Nesta

amostra, 53,3% dos atletas praticam competição a nível internacional, 90% dos atletas da

amostra fazem treino de preparação física geral e/ou musculação, e ainda, 13,3% dos atletas

consultaram um psicólogo para preparação mental.

Pode constatar-se (Tabela 2) que não existe diferença significativa no número de atletas

femininos ou masculinos de ambos os países. Relativamente às características antropométr icas

dos atletas, em ambos os países os atletas masculinos são significativamente mais altos

(p<0,05), mas apenas se detecta diferença significativa por sexo no peso dos atletas

Portugueses, sendo os atletas masculinos mais pesados. Relativamente à quantificação de lesões

anteriores dos atletas (Tabela 3), 40% dos atletas franceses não sofreram lesões quer no membro

no superior quer no membro inferior, 43,3% tiveram lesão ou no membro inferior ou no

membro superior e 16,7% tiveram lesão no membro superior e no membro inferior. Nos os

atletas portugueses, 36,7% não mencionaram ter sofrido qualquer lesão, 50% sofreram lesão do

membro inferior ou do membro superior e 13,3% tiveram lesão no membro superior e no

membro inferior. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas no que se

reporta à prevalência de lesões (p>0,05) em atletas franceses e portugueses.

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Tabela 2: Caracterização da amostra por pais e por sexo. Pais

Portugal França

Feminino Masculino p* Feminino Masculino p*

n (%) 13 (43,3%) 17 (56,3%) 0,465 18 (60%) 12 (40%) 0,273

Idade

(anos)

Me (Q1-Q3) 19 (18-21.5) 18 (17-24) 0,583 22,5 (21-26.5) 20,5 (19-26) 0,187

Media ± DP 21,0 ± 4,8 21,24 ± 5,8 24,0 ± 3,7 22,6 ± 4,6

Min-Max 17-34 16-35 19-33 18-31

Altura (cm)

Me (Q1-Q3) 159 (157,5-165) 170 (168-180) <0,001 167 (161,8-171,3) 175 (171,3-179,8) 0,006

Media ± DP 160,7 ± 5,5 173,1 ± 6,8 167,5 ± 7,8 175,3 ± 5,7

Min-Max 154-175 162-185 150-183 167-187

Peso

(kg)

Me (Q1-Q3) 56 (51,5-59) 68 (63-75) <0,001 64 (59-79,8) 70,5 (64,3-77,3) 0,158

Media ± DP 57,2 ± 7,9 70,2 ± 9,6 68,0 ± 14,1 73,3 ± 12,4

Min-Max 50-79 59-97 47-100 60-103

Dieta

alimentar

Sim 11 (84,6%) 9 (52,9%) 0,119

14 (77,8%) 6 (50,0%) 0,139

Não 2 (15,4%) 8 (47,1%) 4 (22,2%) 6 (50,0%)

Nutricio-

nista

Sim 4 (30,8%) 1 (5,9%) 0,138

7 (38,9%) 1 (8,3%) 0,099

Não 9 (69,2%) 16 (94,1%) 11 (61,1%) 11 (91,7%)

Preparação

fisica

Sim 12 (92,3%) 11 (64,7%) 0,104

18 (100%) 9 (75%) 0,054

Não 1 (7,7%) 6 (35,3%) 0 3 (25%)

Psicólogo Sim 3 (23,1%) 2 (11,8%)

0,628 4 (22,2%) 0

0,130 Não 10 (76,9%) 15 (88,2%) 14 (77,8%) 12 (100%)

Nível de

competição

Internacional 11 (84,6%) 9 (52,9%)

0,119

16 (88,9%) 0

<0,001 Nacional 2 (15,4%) 8 (57,1%) 2 (11,1%) 9 (75,0%)

Regional 0 0 0 3 (25,0%)

Frequência

de treino

Diário 12 (92,3%) 9 (52,9%)

0,135

17 (94,4%) 3 (25%)

<0,001 2x/Semana 0 1 (5,9%) 0 2 (16,7%)

3x/Semana 1 (7,7%) 6 (35,3%) 1 (5,6%) 7 (58,3%)

1x/Semana 0 1 (5,9%) 0 1 (5,9%)

*testes de Mann-Whitney para variáveis quantitativas e teste de Fisher para qualitativas, e binomial para sexo.

Tabela 3: Prevalência (n (%) e respectivo intervalo de confiança a 95%) de lesões nos 6 últimos meses.

Lesões Pais

Todos p França Portugal

Ausente 12 (40,0%)

IC95%: 24,6%-57,7%

11 (36,7%)

IC95%: 21,8%-54,6%

23 (38,3%)

IC95%:27,1%-51%

0,862 MI ou MS 13 (43,3%)

IC95%: 27,4%-60,8

15 (50,0%)

IC95%: 33,2%-66,9%

28 (46,7%)

IC95%: 34,6%-59,1%

MI e MS 5 (16,7%)

IC95%: 6,9%-34,0%

4 (13,3%)

IC95%: 4,7%-30,3%

9 (15,0%)

IC95%: 7,9%-26,3%

Relativamente à prevalência da presença de dor nos atletas nos 12 últimos meses (Tabela 4), os

locais mais frequentes, nos atletas franceses, foram ombro (63,3%), dedos (60%), joelho

(56,7%) e coluna inferior (50%). Nos atletas portugueses, os locais de dor mais frequente foram

ombro (53,3%) seguindo-se coluna inferior e joelho com ambos 50%. Contudo, encontramos

diferenças significativas unicamente na região do pescoço (p=0,005) e da coluna superior

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(p=0,001), em ambas as situações com maior prevalência para atletas Franceses; nas restantes

regiões (ombro, cotovelo, punho/mão, coluna inferior, anca, joelho e tornozelo/pé) não foram

encontradas diferenças estatisticamente significativas entre as amostras (p>0,005).

No que se refere à comparação de frequência de paragem (12 meses) por dor em diversas

localizações (Tabela 5), só foi possível comparar na amostra portuguesa, devido ao facto que

essa questão não integrar o questionário validado para a língua Francesa. Constatou-se que

poucos atletas interromperam a sua atividade por lesão. Contudo, as lesões que levaram a

paragens no treino e competição foram as lesões do tornozelo (80%) e ombro (37%). Treze por

cento interromperam treinos por lesões na coluna lombar, na anca ou no joelho, 10% por causa

de lesão no punho ou na mão, 7% por causa de uma lesão do cotovelo, 3% devido a uma lesão

no pescoço e nenhum por causa de uma lesão na coluna superior. Mas apenas se verifica que o

treino necessitou ser interrompido (parado) significativamente mais vezes no caso de a lesão se

situar na região tornozelo/pé (p<0,05). As lesões nas restantes localizações não implicaram uma

paragem de treino significativamente superior.

Tabela 4: Prevalência (n (%)) da presença de dor (Sim) nos últimos 12 meses.

Zona do corpo França Portugal p

Pescoço 14 (46,7%) 4 (13,3%) 0,005

Ombro 19 (63,3% ) 16 (53,3% ) 0,432

Cotovelo 13 (43,3%) 9 (30,0%) 0,284

Punho/Mão 12 (40,0%) 11 (36,7%) 0,791

Dedos 18 (60% ) n.a** 0,584*

Coluna superior 11 (36,7%) 1 (3,3%) 0,001

Coluna inferior 15 (50,0% ) 15 (50,0% ) 1,000

Anca 15 (50,0%) 8 (26,7%) 0,063

Joelho 17 (56,7% ) 15 (50,0% ) 0,605

Tornozelo/Pé 11 (36,7%) 9 (30,0%) 0,584

*Teste Binomial para comparar a frequência de resposta em França; ** n.a: Não aplicável

No que concerne à prevalência da presença de dor nos7 dias anteriores à aplicação do

questionário (Tabela 6), nos atletas franceses o local de dor mais frequente foi o ombro (50%)

similarmente ao que acontecia com 12 meses de antecedência. Seguem-se o pescoço e o joelho

com uma prevalência de 43,3% e a coluna inferior com uma prevalência de 33,3%. Para os

atletas portugueses, a prevalência de dor mais elevada foi de 30% para o ombro, em

concordância com os 12 meses de antecedência. Nesta amostra existem diferenças significat ivas

para prevalência de dor nos últimos 7 dias para as categorias pescoço, ombro, cotovelo, coluna

superior e anca (p<0,05), sendo sempre mais frequente para atletas Franceses.

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9

Tabela 5: Comparação de frequência (n (%)) de resposta de paragem de treino devido a presença de

dor, por localização corporal, em Portugal nos últimos 12 meses.

Zona do corpo Sim Não p

Pescoço 1 (3%) 29 (97% ) <0,001

Ombro 11 (37%) 19 (63%) 0,200

Cotovelo 2 (7%) 28 (93% ) <0,001

Punho/Mão 3 (10%) 27 (90% ) <0,001

Coluna Superior 0 (0%) 30 (100% ) <0,001

ColunaInferior 4 (13%) 26 (87% ) <0,001

Anca 4 (13%) 26 (87% ) <0,001

Joelho 4 (13%) 26 (87% ) <0,001

Tornozelo/Pé 24 (80% ) 6 (20%) 0,001

Tabela 6: Prevalência (n (%)) da presença de dor (Sim) nos últimos 7 dias.

Zona do corpo France Portugal p

Pescoço 13 (43,3% ) 1 (3,3%) <0,001

Ombro 15 (50,0% ) 6 (20,0%) 0,015

Cotovelo 9 (30,0%) 2 (6,7%) 0,020

Punho/Mão 7 (23,3%) 4 (13,3%) 0,317

Dedos 13 (43,3%) n.a** 0,585*

Coluna Superior 8 (26,7%) 0 (0,0%) 0,005

Coluna Inferior 10 (33,3% ) 9 (30,0% ) 0,781

Anca 10 (33,3%) 1(3,3%) 0,003

Joelho 13 (43,3% ) 6 (20,0%) 0,052

Tornozelo/Pé 8 (26,7%) 1(3,3%) 0,260

*Teste Binomial para comparar a frequência de resposta em França; ** n.a: Não aplicável

Relativamente ao estudo de intensidade de dor (Tabela 7), medida através da escala de dor, não

se detectam diferenças significativas na mediana de intensidade de dor reportada em atletas

Franceses ou Portugueses (p>0,05).

No entanto, é interessante reparar que em qualquer zona corporal, exceto a coluna lombar, na

amostra portuguesa, todas as medianas da escala de dor têm uma pontuação de 0 (metade dos

atletas com menor intensidade de dor, reportam intensidade de dor nula). Este valor indica ou

pode indicar duas coisas: ou os atletas desvalorizam a dor e continuam a treinar com dores e

esquecem para não perder o nível de competição ou os atletas têm um limiar de dor mais

elevado. Ainda, olhando para o percentil 75, observam-se valores relativamente mais baixos,

menos no ombro para a amostra portuguesa, que apresenta um valor de 6.

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Tabela 7: Comparação de medianas para a escala de dor entre atletas dos 2 países, por zona corporal.

Pais

Zona do corpo France Portugal

Me (P25-P75) p

Pescoço 0 (0-2) 0 (0-0) 0,127

Ombros 0 (0-2,25) 0 (0-6) 0,794

Cotovelo 0 (0-0,25) 0 (0-0) 1,000

Punho/Mão 0 (0-2) 0 (0-3,25) 0,784

Dedos 0,5 (0-4) - n.a*

Coluna Superior 0 (0-0,75) 0 (0-0) 0,148

Coluna Inferior 0 (0-2) 1,5 (1-4) 0,116

Anca 0 (0-3,25) 0 (0-3) 1,000

Joelhos 0 (0-6) 0 (0-3) 0,794

Tornozelo/pé 0 (0-0,75) 0 (0-3) 1,000

*n.a: Não aplicável

DISCUSSÃO

O objetivo principal era de quantificar o número de lesões em praticantes de judo, e encontrar

qual é a zona mais lesada e a prevalência desta mesma, comparando a realidade em Portugal e

França. Para isso recorreu-se a uma amostra de praticantes de judo nos 2 países. Todos eram

pertencentes ao escalão junior e senior, sendo que todos são praticantes ao mais alto nível, sendo

mais de 50% atletas internacionais. Este facto faz com que a amostra em causa tenha

maioritariamente hábitos saudáveis: uma dieta alimentar adequada (66,7% dos atletas), uma

frequência de treino diária (70% dos atletas) e a prática de preparação fisica geral (76,7%-90%).

Os níveis competitivos a que estes atletas estão sujeitos assim como o volume e a intensidade

de treino numa carreira desportiva conduzem a uma incidência significativa de lesões no Judo

(Horta, 2011).

Carvalho et al. (2016), no seu estudo referem que 83% dos atletas registaram pelo menos uma

lesão quer no membro inferior quer no membro superior devido à carga de treino. O valor

encontrado no presente estudo foi consideravelmente mais baixo, cerca de 46,7%. Importa

referir queo judo é um desporto de combate com muito contacto físico, o que poderia induzir

um valor mais elevado na percentagem de lesões. O contacto entre os atletas, as forças de

oposição entre eles e a força do atleta, mesmo para evitar a queda, vai requerer uma maior

capacidade explosiva muscular potenciando o risco de lesões musculares especialmente em

situações de má preparação fisica mas, também vai aumentar as forças ao nivel da articulação

incrementando a tensão e aumentando o risco de lesão ligamentar (James & Peter, 2003).

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Outros estudos foram desenvolvidos também para perceber a prevalência de lesões no judo. De

Carvalho, et al., (2009) afirma que a região do corpo mais lesada foi o ombro com 28,9%

seguido do joelho com 22,7% e 23,7% no tornozelo. Num outro estudo de Frey et al. (2004), o

segmento mais lesado foi igualmente o ombro com 27,8% seguido pelo o cotovelo com 12,7%

e pelo joelho com 11,8%. No presente estudo, nos últimos 12 meses, o ombro foi a articulação

com niveis mais elevados de dor, quer na amostra francesa (63,3%), quer na amostra portuguesa

(53,3%) com uma prevalência bastante elevada. Este complexo articular aparece também como

a estrutura mais lesada como em outros estudos (Frey, Rousseau, Vesselle, Hervouet des

Forges, & Egoumenides, 2004 ; De Carvalho, et al., 2009) com uma prevalência 56,7% para os

atletas franceses e 50% para os atletas portugueses. Segundo Ribeiro & Pascoal (2012) e Borsa,

Laudner, & Sauers, (2008), nos atletas existe uma maior laxidez ligamentar no ombro e essa

mesma laxidez é mais evidente no hemicorpo dominante. Sendo que o ombro é a articulação

mais móvel do corpo humano associada a uma marcada laxidez ligamentar os atletas podem

desenvolver uma marcada instabilidade. No judo, o objetivo é de projetar o adversário com as

costas no chão, assim, para o atleta tentar evitar cair totalmente de costas e sofrer a pontuação

máxima o atleta coloca o braço no chão, ou seja, coloca o ombro numa postura de risco eminente

(James & Peter, 2003). Esta poderá apresentar-se como uma possivel justificação para uma

maior incidência de lesões no complexo articular do ombro.

A mesma questão foi colocada mas relativa aos últimos 7 dias e mais uma vez a prevalênc ia

mais elevada foi no ombro e o joelho. No presente estudo, a prevalência de lesões nos dedos

também se apresentou muito elevada com 60% para a amostra francesa, ou seja, a estrutura com

maior prevalência de lesões tal como no estudo de Carazzato, Cabrita, & Castropil, (1996) que

apresentou uma prevalência de 62,02%. Este tipo de lesão apresenta-se como expectavel já que

no judo, as pegas e projeções efetuadas solicitam as mãos e dedos potenciando o risco de lesão.

Contudo, a presença de lesão pode não indicar a paragem dos atletas. Relativamente a este

parametro, só nos foi possivel concluir acerca da amostra composta por atletas portugueses uma

vez que a escala validada para a lingua francesa não inclui este item. Assim 80% dos atletas

pararam a atividade desportiva devido a lesão do tornozelo ou pé e 37% por lesões do ombro.

No que se reporta a outras regiões do corpo, os atletas não referiram lesões que justificassem

paragem de treino ou competição. A maioria dos atletas de alto nível competitivo treinam com

dores ou desvalorizam as lesões (Cruz, 2011). Esta desvalorização de lesões pode-se explicar

pelo facto de os atletas poderem apresentar um limiar de dor mais alto. No presente estudo os

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valores das medianas da escala de dor oscilavam entre 0 ou 0,5 para todas as zonas corporais.

É importante salientar que este parametro pode ter consequências graves quer para o atleta,

dificultando inclusivamente a intervenção do fisioterapeuta. Caso os atletas desvalorizem as

dores ou se treinarem com dor corporal (Cruz, 2011), as micro-lesões que ocorrem durante os

treinos ou provas/competições podem ser ignoradas pelo atletas e com isto sofrerem

agravamento e em algumas situações cronificando. Assim o papel do fisioterapeuta do desporto

é crucial, sendo que o mesmo deverá ter um conhecimento profundo dos atletas de modo a

prevenir ou tratar possiveis lesões, sem que estas impeçam a prática desportiva ou sofram

agravamento, colocando em risco a carreira do atleta.

Na comparação das amostras constataram-se diferenças significativas ao nível de diferentes

lesões, sendo que a amostra composta por atletas franceses era a que apresentava valores de dor

mais elevados. Essa diferença pode-se explicar pelo nível competitivo dos atletas. Apesar da

amostra portuguesa ser constituída por 66,7% de atletas internacionais e a amostra Francesa por

53,3% de atletas internacionais, sendo que 70% dos portugueses treinam diariamente contra

66,7% franceses, a amostra francesa era composta por vários atletas da equipa Olímpica 2016

e com os Sparing Partners dessa equipa. Ainda, os questionários foram preenchidos por esses

atletas durante o estagio de preparação para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016, estágio

este bastante intensivo com treinos bi-diários de alta intensidade e com elevada competição

entre eles; na amostra portuguesa, os atletas internacionais são principalmente da equipa

nacional junior ou jovens seniores. Essa informação pode fazer perceber que um atleta Olímpico

tem uma de treino muito mais intenso do que um atleta júnior e, seguindo Horta (2011), a carga,

a intensidade e o volume de treino conduz a uma prevalência de lesões mais elevada no Judo.

Relativamente a Escala Nórdica Músculo-esquelética, desenvolvido por Kuorinka et al. (1987),

encontramos várias diferenças entre a escala validada na língua francesa por Descatha,

Roquelaure, Ha, Aublet-Cuvelier, & Tournanchet, (2007) e na escala validada para a população

portuguesa por Mesquita, Ribeiro, & Moreira, (2010). Constatamos que, na escala validada para

a população francesa havia uma pergunta para as lesões dos dedos, pergunta bastante

interessante para interpretação dos dados num desporto como o judo, pelo gesto técnico

especifico que implica muita atividade dos dedos. Na escala validada para a população

portuguesa esta zona corporal não é sequer avaliada. Na Escala Nórdica Músculo-esquelét ica

original (Kuorinka, et al., 1987) a zona corporal dedos também não se encontra presente. Estas

diferenças podem ser devidas ao facto que, a validação da escala por Descatha, Roquelaure, Ha,

Aublet-Cuvelier, & Tournanchet, (2007) foi desenvolvida principalmente para o membro

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superior enquanto a escala para a população portuguesa (Mesquita, Ribeiro, & Moreira, 2010)

foi desenvolvida de uma forma mais geral. Ainda, na escala desenvolvida por Mesquita,

Ribeiro, & Moreira, (2010) a pergunta “durante os últimos 12 meses, teve que evitar as suas

actividades normais por causa de problemas nas seguintes regiões”, também não está presente

na escala validada para a população francesa. Contudo, este parâmetro aparece na escala inic ia l

(Kuorinka, et al., 1987). Comparando as escalas, a escala validada para a população portuguesa

é idêntica à escala inicial enquanto a escala validada para a população francesa contem duas

diferenças. Estas diferenças podem dever-se ao facto de a escala ter sido desenvolvida

especificamente para o membro superior.

Constatou-se então uma maior incidência de lesões no complexo articular do ombro, assim este

estudo poderá permitir aos Fisioterapeutas, especialmente os afetos à modalidade, uma melhor

e mais eficaz prevenção de lesões neste complexo articular.

Como limitações deste estudo encontramos o facto de as escalas utilizadas apesar de serem as

mesmas, terem sido validadas de modo diferente incluindo por isso parâmetros diferentes

dificultando a comparação. De outro lado, podemos acrescentar o facto de ter uma amostra

diferentes para os dois paises; apesar de ter maioritriamente atletas de nivel internacional a

amostra francesa era composta por atletas Olimpicos enquanto a amostra portuguesa era

constituida maioritariamente por atletas internacionais de escalão junior, ou seja com uma carga

de treino de intensidade e nivel diferente.

CONCLUSÃO

Podemos concluir que existe uma prevalência de lesões bastante elevada nos judocas de ambas

as amostras, sendo que as regiões mais afetadas são idênticas para portugueses e franceses.

Assim as estruturas mais frequentemente lesadas são ombro, coluna lombar e joelho. A região

dos dedos apesar de estar presente apenas na amostra francesa apresentou uma prevaleênc ia

bastante elevada também. Contudo, na amostra portuguesa, poucas regiões das acima

mencionadas desencadearam uma paragem da atividade desportiva e/ou profissional. Apenas

as lesões do tornozelo, apesar da sua baixa prevalênciaimplicaram paragem da atividade

desportiva. Concluimos ainda que os atletas parecem desvalorizar a dor ou podem apresentar

um limiar de dor bastante elevado.

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ANEXOS

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ANEXO 1

QUESTIONÁRIO

Exm caro participante, queira por favor ler atentamente os seguintes itens, respondendo com a máxima clareza e autenticidade. Em caso de dúvida, não hesite

em perguntar.

Género: Masculino ◯ Feminino ◯

Data de nascimento: ____/_____/_____

Altura:

Peso: Categoria de peso:

Profissão:

Membro Dominante (Esquerdo/Direito):_________

Faz alguma dieta alimentar? Têm nutricionista?: Sim ◯ Não ◯

Quanto peso perda para uma prova?

Teve alguma lesão nos membros inferiores nos últimos 6 meses? Sim ◯ Não ◯

Occoreu em: Treino/Competição

Teve alguma lesão nos membros superiore nos últimos 6 meses? Sim ◯ Não ◯

Occoreu em: Treino/Competição

Possui patologias metabólicas, cardíacas, epilepsia, cardiorespiratórias ou neurológicas diagnósticadas p elo seu médico? Sim ◯ Não

Possui patologias ou disfunções articulares e/ou musculares nos membros inferiores?Sim ◯ Não ◯

Possui patologias ou disfunções articulares e/ou musculares na Coluna? Sim ◯ Não ◯

Possui patologias ou disfunções articulares e/ou musculares nos membros superiores? Sim ◯ Não ◯

Na última semana realizou exercício físico de elevada intensidade? Sim ◯ Não ◯

Usa regularmente terapia farmacológica (Antiinflamatórios, relaxantes musculares,…)?

Sim ◯ Não ◯ Se sim, qual?___________________

Desporto: JUDO

A que nivel?: Regional/Nacional/International

No último ano qual a carga de treino aproxima teve?

a. Semanal

b. Diária

c. Bissemanal

d. Três vezes por semana

e. Outra: ______________

Estas seguido por algum psicologo? Sim ◯ Não ◯

Tens horas especificas para a preparação fisica/musculação ? Sim ◯ Não ◯

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ANEXO 2

QUESTIONNAIRE Chers participants, lisez attentivement les questions suivantes pour y répondre d’une manière la plus claire possible. En cas de doute, n’hésitez pas à me

contacter.

Sexe: Masculin ◯Féminin◯

Date de naissance: ____/_____/_____ Taille:

Poids: Catégorie de poids:

Profession:

Membre dominant:__________

Fais tu un régime alimentaire? Oui ◯Non ◯ Vois tu un nutritionniste? Oui ◯Non ◯

Si oui, combien de poids perds-tu pour une compétition?

As-tu eu une lésion au membre supérieur durant les 6 derniers mois? Oui ◯Non ◯

Cela est arrivé : à l’entrainement/en compétition

As-tu eu une lésion au membre inférieur durant les 6 derniers mois? Oui ◯Non ◯

Cela est arrivé : à l’entrainement/en compétition

As-tu ou as-tu eu des pathologies métabolique, cardiaque, épilepsie, cardiorespiratoire ou neurologique diagnostiquées par un médecin?

Oui ◯Non ◯

As tu des pathologies ou dysfonctions articulaires et/ou musculaires aux membres inférieurs? Oui◯ Non ◯

As tu des pathologies ou dysfonctions articulaires et/ou musculaires de la colonne? Oui◯ Non ◯

As tu des pathologies ou dysfonctions articulaires et/ou musculaires aux membres supérieurs? Oui◯ Non ◯

Cette semaine, as tu réalisé des exercices de forte intensité? Oui ◯Non ◯

Utilises-tu certains médicaments? (Anti-inflammatoire, décontractant musculaire…)?

Oui ◯Non ◯Si oui, lesquels?___________________

Sport pratiqué : JUDO

A quelle fréquence?

A quel niveau: Régional/National/International

Cette année, quelle était ta fréquence d’entrainement?

a. Hebdomadaire

b. 3x par semaine

c. Journalier

d. .Autre: ______________

A quel niveau: Régional/National/International

Es tu suivi par un psychologue? Oui ◯Non ◯

As-tu des heures dédiées à la préparation physique? Oui ◯Non ◯

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ANNEXO 3

Idade_____Data de nascimento____/___/___Sexo_________Data de hoje____/____/_____

Posto de trabalho_________________________________Estado civil__________________

Nome_______________________________________________________________________

Responda, apenas, se tiver algum problema

Considerando os Durante os últimos 12

meses teve que evitar as

últimos 12 meses, teve Teve algum

suas actividades normais

algum problema (tal problema nos últimos 7

(trabalho, serviço

como dor, desconforto dias, nas seguintes

doméstico ou

ou dormência) nas regiões:

passatempos) por causa

seguintes regiões:

de problemas nas

seguintes regiões:

1. Pescoço? 2. Pescoço? 3. Pescoço? 4. Não Sim

1 2 Não Sim Não Sim

1 2 1 2

5. Ombros? 6. Ombros? 7. Ombros? 8.

Não Sim Não Sim Não Sim 1 2 , no ombro 1 2 , no ombro 1 2 , no ombro

direito direito direito

3 , no ombro 3 , no ombro 3 , no ombro

esquerdo esquerdo esquerdo

4 , em ambos 4 , em ambos 4 , em ambos

9. Cotovelo? 10. Cotovelo? 11. Cotovelo? 12.

Não Sim Não Sim Não Sim 1 2 , no cotovelo 1 2 , no cotovelo 1 2, no cotovelo

direito direito direito

3, no cotovelo 3, no cotovelo 3, no cotovelo

esquerdo esquerdo esquerdo

4, em ambos 4, em ambos 4, em ambos

13. Punho/Mãos? 14. Punho/Mãos? 15. Punho/Mãos? 16.

Não Sim Não Sim Não Sim 1 2, no punho/mãos 1 2, no punho/mãos 1 2, no punho/mãos

direitos direitos direitos

3, no 3, no 3, no punho/mãos punho/mãos punho/mãos

esquerdos esquerdos esquerdos

4, em ambos 4, em ambos 4, em ambos

17. Região Torácica? 18. Região Torácica? 19. Região Torácica? 20.

Não Sim Não Sim Não Sim 1 2 1 2 1 2

21. Região Lombar? 22. Região Lombar? 23. Região Lombar? 24.

Não Sim Não Sim Não Sim 1 2 1 2 1 2

25. Ancas/Coxas? 26. Ancas/Coxas? 27. Ancas/Coxas? 28.

Não Sim Não Sim Não Sim 1 2 1 2 1 2

29. Joelhos? 30. Joelhos? 31. Joelhos? 32.

Não Sim Não Sim Não Sim 1 2 1 2 1 2

33. Tornozelo/Pés? 34. Tornozelo/Pés? 35. Tornozelo/Pés? 36.

Não Sim Não Sim Não Sim 1 2 1 2 1 2

Versão portuguesa: Cristina Carvalho Mesquita Contacto para autorização de utilização: ccm@estsp. ipp.p

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ANNEXO 4

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ANEXO 5

Tabela 8 : Distribuição dos atletas por categorias de peso

País n %

France

Masculino

-100 1 8,3

-90 1 8,3

-81 2 16,7

-73 3 25,0

-66 2 16,7

-60 3 25,0

Feminino

-78 3 16,7

-70 1 5,6

-63 4 22,2

-57 5 27,8

-52 2 11,1

-48 1 5,6

78 2 11,1

Portugal

Masculino

-100 1 5,9

-81 2 11,8

-73 5 29,4

-66 4 23,5

-60 4 23,5

-55 1 5,9

Feminino

-78 1 7,7

-63 1 7,7

-57 4 30,8

-52 4 30,8

-48 3 23,1