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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE GOIÁS Campus Itumbiara I Administração Industrial Fascículo 1 Joaquim Francisco Martins 2009

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I

Administração Industrial

Fascículo 1

Joaquim Francisco Martins

2009

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II

Índice

1. ADMINISTRAÇÃO INDUSTRIAL ................................................................... 1

1.1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1

2. ABORDAGENS CLÁSSICAS............................................................................. 3

2.1. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL ................................................................................. 4 2.2. ADMINISTRAÇÃO SISTEMÁTICA ........................................................................ 5 2.3. TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA ......................................................... 7

2.3.1. Fordismo ................................................................................................. 10 2.3.1.1. Princípios ......................................................................................... 10 2.3.1.2. Características.................................................................................. 11

2.4. BUROCRACIA .................................................................................................. 11 2.5. GESTÃO ADMINISTRATIVA.............................................................................. 15 2.6. RELAÇÕES HUMANAS ..................................................................................... 20

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III

Índice de Figuras

Figura 2.1 – Linha do tempo do pensamento administrativo através das décadas................. 3 Figura 2.2 - Organograma administrativo proposto por Fayol............................................. 16 Figura 2.3 – Hierarquia das necessidades humanas. ............................................................ 21

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IV

Índice de Tabelas

Tabela 2.1 - Abordagens de administração na linha do tempo............................................... 4 Tabela 2.2 – Resumo da Administração Científica. ............................................................... 9 Tabela 2.3 - Comparativo entre a escassez e o excesso de burocratização. ......................... 14 Tabela 2.4 – Resumo da burocracia de Weber. .................................................................... 14 Tabela 2.5 - Resumo da Gestão administrativa de Fayol. .................................................... 19 Tabela 2.6 - Principais diferenças entre a administração científica e a gestão administrativa.

...................................................................................................................................... 19 Tabela 2.7 – Áreas de interesse do enfoque comportamental. ............................................. 20 Tabela 2.8 – Resumo das características das relações humanas........................................... 22 Tabela 2.9 - Comparativo sem e com a abordagem das relações humanas.......................... 22

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1. Administração Industrial Segundo o novo dicionário Aurélio 1ª edição Administração: [do latim

administratione] I ação de administrar. II Gestão de negócios públicos ou particulares. III Governo, regência. IV Conjunto de princípios, normas e funções que tem por fim ordenar os fatores de produção e controlar a sua produtividade e eficiência, para se obter determinado resultado. V práticas desses princípios, normas e funções. VI função de administrador, gestão gerência VII Pessoal que administra; direção.

1.1. Introdução

A administração acompanha o ser humano em toda sua história, documentos antigos

nos levam à Suméria por volta do ano 5.000 A.C., quando os antigos sumerianos procuravam melhorar a maneira de resolver seus problemas práticos, exercitando assim a arte de administrar.

No Egito a construção das pirâmides iniciadas por volta de 2.700 A.C. e exemplos do início da utilização da administração em setores políticos, econômicos, sociais.

Por exemplo: A pirâmides de Quéops, pelo que se sabe, envolveu em torno de 100 mil homens e 2,3 milhões de blocos com peso médio de 2,5 toneladas cada. Para tal fica claro que houve:

• Planejamento; • Organização: Divisão de responsabilidades e de tarefas; • Controle: Operação em larga escala.

Por curiosidade, atualmente, isso equivale a administrar esforços de uma cidade-

empresa de 100.000 habitantes em um período de aproximadamente 20 anos. Em vários registros nota-se que os egípcios reconheciam o valor do planejamento e

o uso de conselheiros. Além da importância da especialização na organização total. Outro dado curioso era que nenhum comerciante podia se dedicar a um ramo de

comércio que não tivesse sido transmitido por seus pais. Além da contribuição de Ptolomeu em torno de 150 A.C. que dimensionou um

sistema econômico planejado que não poderia ter-se operacionalizado sem uma administração pública sistemática e organizada.

No império babilônico desenvolvido no reinado de Hamurabi, cidades mantiveram a paz e criaram leis para: Propriedade pessoal, rural, comércio, negócios, família e trabalho.

Estas leis formaram o Código de Hamurabi que possuem um pensamento administrativo que vigorou de 2000 a 1700 A.C. que incorporava na vida cotidiana, por exemplo: Salário mínimo, controle, responsabilidade, controle de preços e penalidades criminais.

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Na China, a necessidade de adotar um sistema organizado de governo para o império, a Constituição de Chow, com seus oito regulamentos e as Regras de Administração Pública de Confúcio exemplifica a tentativa chinesa de definir regras e princípios de administração.

Estas regras apesar de empíricas tinham como pilares: • Planejar; • Organizar; • Liderar; • Controlar.

Os gregos foram os primeiros a dar uma abordagem científica à administração,

encarando-a como uma “arte”. Em Roma com era aplicada no sistema descentralizado de governo e em seu

exército, sendo a primeira experiência mundial de um grande império. Nas instituições otomanas, pela forma como eram administrados seus grandes

feudos. Os prelados católicos, já na Idade Média, destacavam-se como administradores natos.

No sistema Feudal, de 476 a.C. a aproximadamente 1450, o rei tinha a posse de toda a terra (senhor feudal) e da população, o servo (hereditários) e não era permitida a mobilidade social

O artesanato surgiu entre 1450 a em torno de 1700, como por exemplo: • Surgimento de artesãos: mestre, e do aprendiz; • Organização dos ofícios: Associações mestres; • Declínio das guildas: Associação de operários, comerciantes e artesãos;

Na evolução histórica da administração, duas instituições se destacaram:

• Igreja Católica Romana: Considerada, por muitos, a organização formal mais eficiente da civilização ocidental. Através dos séculos vem mostrando e provando a força de atração de seus objetivos, a eficácia de suas técnicas organizacionais e administrativas, espalhando-se por todo mundo e exercendo influência, inclusive sobre os comportamentos das pessoas, seus fiéis;

• Organizações Militares: Evoluíram das displicentes ordens dos cavaleiros

medievais e dos exércitos mercenários dos séculos XVII e XVIII até os tempos modernos com uma hierarquia de poder rígida e adoção de princípios e práticas administrativas comuns a todas as empresas da atualidade.

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2. Abordagens Clássicas A Figura 2.1 traz uma linha do tempo mostrando a evolução do pensamento

administrativo através das décadas. Essa perspectiva histórica é dividida em cinco enfoques de evolução e interligação:

• Escola Clássica; • Enfoque Comportamental; • Enfoque Sistêmico; • Enfoque da Qualidade; • Modelo Japonês de Administração.

Figura 2.1 – Linha do tempo do pensamento administrativo através das décadas.

Algumas dessas abordagens foram desenvolvidas simultaneamente e muitas vezes

tiveram impacto significativo umas nas outras. Todas as abordagens tentaram explicar questões reais enfrentadas pelos administradores e fornecer-lhes ferramentas para resolver problemas futuros. A tabela 2.1 mostra as abordagens de administração na linha do tempo.

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Tabela 2.1 - Abordagens de administração na linha do tempo.

2.1. Revolução Industrial

Marca o fim da era do Artesanato compreendido aproximadamente entre 1450 a em

torno de 1700. A revolução industrial foi um fenômeno que provocou o aparecimento da empresa e

da moderna administração ocorreu no final do século XVIII e se estendeu ao longo do século XIX, chegando ao limiar do século XX. Esse fenômeno, que trouxe rápidas e profundas mudanças econômicas, sociais e políticas.

A Revolução Industrial teve início na Inglaterra, com a invenção da máquina a vapor, por James Watt, em 1776 e desenvolveu-se em duas fases distintas, ambas realizaram a força de trabalho humano sem nenhum escrúpulo.

A primeira fase ocorre no período de 1780 a 1860 e apresentou como características:

• Carvão: Utilizado como fonte principal de energia;

• Ferro: Utilizado como principal matéria-prima.

A segunda fase ocorre no período de 1860 a 1914 e apresentou como características:

• Eletricidade: Utilizado como fonte principal de energia;

• Aço: Utilizado como principal matéria-prima. Ao final desse período, o mundo já não era mais o mesmo. E a moderna

administração surgiu em resposta a duas conseqüências provocadas pela Revolução Industrial:

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• Crescimento acelerado e desorganizado das empresas que passaram a exigir uma administração científica capaz de substituir o empirismo e a improvisação;

• Necessidade de maior eficiência e produtividade das empresas, para fazer

face à intensa concorrência e competição no mercado. Estas características geraram a necessidade de novas e modernas técnicas de

administração como ciência. A terceira fase ocorre, principalmente após a década de 80, apresentando as

seguintes características:

• A informação como matéria prima fundamental;

• Efeitos das novas tecnologias com o processamento de informação;

• A lógica de redes adaptada à crescente complexidade das interações e a modos imprevisíveis de desenvolvimento;

• A flexibilidade, entendida como a capacidade de reconfiguração constante

sem destruir a convergência de tecnologias específicas num sistema altamente integrado.

Sob esta mudança emerge uma nova cultura onde as expressões e a criatividade

humana são padronizadas e hiper ligadas em um hipertexto eletrônico global que modifica as formas sociais de espaço, e de lugares para fluxos e tempo.

Esse hipertexto eletrônico é a Internet com o processamento simbólico de todas as fontes e de todas as mensagens, constituindo a coluna vertebral da nova cultura, a cultura da virtualidade real, a qual se torna o componente fundamental de nosso ambiente e da nossa experiência como seres comunicacionais.

Nesse ambiente, os valores dominantes e os interesses são construídos sem referência ao passado ou ao futuro, mas na paisagem das redes de computadores, na mídia eletrônica e seus aperfeiçoamentos.

2.2. Administração Sistemática Nas fábricas a maioria das tarefas organizacionais era subdividida e executada.

Entretanto, a coordenação ruim entre os subordinados e entre os diferentes níveis

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administrativos causava problemas freqüentes e paradas no processo produtivo, como conseqüência a administração das fábricas, em geral, era caótica.

A administração sistemática surgiu a partir dos pensamentos de Adam Smith, com a intenção de propor medidas administrativas que quando implementadas nas fábricas ajudariam a sistematizá-las.

Logo, a abordagem da administração sistemática buscou construir procedimentos e processos específicos nas operações para assegurar a coordenação dos esforços, enfatizando:

• As operações econômicas; • Assessoria adequada; • Manutenção de estoques para atender à demanda dos consumidores; • Controle organizacional.

Características:

• Cuidadosa definição de obrigações e responsabilidades; • Técnicas padronizadas para desempenhar essas obrigações; • Meios específicos para coletar, processar, transmitir e analisar informações; • Sistemas de controle de contabilidade de custos, de salários e de produção

para facilitar a coordenação interna e as comunicações. A preocupação era com as operações internas, visando primeiramente atender ao

crescimento explosivo da demanda decorrente da Revolução Industrial, orientados mais para a produção do que para as pessoas.

Mesmo com as aplicações desta filosofia empresarial, algumas situações não foram resolvidas, dentre as principais:

• Produção ineficiente; • Pagamentos aos operários ruins; • Potencial da fábrica continuou subutilizado; • Não relacionava a organização com seu ambiente; • Ignorava a diferença de visão entre o administrador e o operário.

Resumidamente, a preocupação da administração sistemática era com as operações

internas, visando primeiramente atender ao crescimento explosivo da demanda decorrente da Revolução Industrial, orientados mais para a produção do que para as pessoas.

Embora a administração sistemática não aborde todas as questões com que os administradores se defrontavam, pode-se dar-lhe o mérito de levar a consciência deles a respeito das preocupações mais urgentes de seu trabalho.

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2.3. Teoria da Administração Científica No início do século XX, surge a teoria desenvolvida por Frederick W. Taylor,

engenheiro americano, apresenta seu livro: “Princípios da Administração Científica”. Nele são apresentados os princípios da Administração Cientifica e o estudo da Administração como Ciência.

Conhecido como o precursor da Teoria da administração científica, Taylor preconizava a prática da divisão do trabalho, enfatizando tempos e métodos a fim de assegurar seus objetivos “de máxima produção a mínimo custo”, seguindo os princípios da seleção científica do trabalhador, do tempo padrão, do trabalho em conjunto, da supervisão e da ênfase na eficiência.

As propostas básicas de Taylor:

• Planejamento: Plano de trabalho detalhado;

• Padronização: Utilização de um único modelo;

• Especialização: Estudo especial para o trabalho;

• Controle: Verificação atenta e minuciosa da regularidade de um estado ou ato.

O pensamento central da teoria da administração científica é privilegiar o aumento

da produtividade e da eficiência a nível operacional através da adoção de métodos racionais e padronizados do trabalho do operário, maximizando da divisão das tarefas com a minimização do custo.

Os principais instrumentos utilizados na administração científica são: • Fichas de instrumentação de serviço; • Prêmios para as tarefas executadas de forma eficiente, surgindo o conceito

do “homem econômico”; • Sistema de delineamento do trabalho; • Classificação dos produtos e do material utilizado na manufatura; • Utilização de métodos e da régua de cálculo para otimizar o tempo.

As principais características administração científica são:

• Prática da divisão de trabalho; • Enfatiza tempos e métodos a fim de assegurar seus objetivos:

o Maximização da produção; o Minimização do custo.

• Seleção científica do trabalhador;

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• Tempo padrão; • Trabalho coletivo • Necessidade da supervisão; • Ênfase na seleção; • Maior pagamento para trabalhadores que ultrapassar o padrão estabelecido;

A idéia fundamental desta teoria era assegurar o máximo de prosperidade para a

empresa, como por exemplo:

• Estudos dos movimentos: Movimentos inúteis devem ser eliminados, logo o empregado deveria ser “treinado” de forma específica para melhorar sua eficiência;

• Melhoria das condições de trabalho para aumentar a eficiência:

o Iluminação adequada; o Diminuição de ruídos; o Boa ventilação.

• Autoridade descentralizada: Para fiscalizar o padrão estabelecido surge a

figura do supervisor que era um funcionário “especializado” para fiscalizar o trabalhador “especializado”;

• Princípios de preparo: Selecionar cientificamente os operários conforme suas aptidões e “treiná-los” para produzirem mais e melhor. Preparar o maquinário, arranjo físico e disposição racional das ferramentas e materiais;

• Princípios de controle: Controlar o trabalho certificando-se que o mesmo é

executado segundo as normas e planos pré-estabelecidos;

• Princípios de execução: Distribuir de forma clara as atribuições e responsabilidades para que o trabalho seja totalmente disciplinado.

Os principais impactos da administração científica são:

• Mudanças na estrutura social e cultural:

o Alienação: Afastamento dos problemas sociais; o Solidariedade grupal; o Produção em massa.

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Conclusões:

• Preocupação em evitar desperdícios; • Elevar a produtividade através do estudo de tempos e movimentos; • Fragmentação das tarefas e na “especialização” do trabalhador; • Ausência científica devido a pouca pesquisa, baseada na experimentação e

experiência dos aplicadores; • Aplicação somente no campo de produção; • Mecanicismo: Impor às pessoas a precisão e regularidade das máquinas;

Ocasionavam fadigas e, consequentemente, vários acidentes ao trabalhador; • Super-especialização: Tarefas repetitivas que causavam: Tédio, problemas

psicológicos e motores ao trabalhador; • Empresa como sistema fechado: Desconsidera os impactos do ambiente

externo, como por exemplo: Variáveis econômicas, sociais e culturais; • Primeiro passo a uma teoria administrativa; • Obsessão pelo comando; • Organização do trabalho de cada operário; • Homem econômico: Recompensa pelo dinheiro Meritocracia.

Resumidamente, a teoria da administração científica proposta por Taylor prioriza as

tarefas de produção, adotando métodos racionais e padronizados. O planejamento, padronização, especialização, controle e remuneração trouxeram

decorrências sociais e culturais da sua aplicação, pois representaram a total alienação das equipes de trabalho e da solidariedade grupal, fortes e vivazes no tempo da produção artesanal.

A tabela 2.2 retrata, resumidamente, a administração científica de Taylor. Administração Científica - Taylor

Conceitos-chave

- Analisava o trabalho utilizando métodos científicos para determinar a “única e melhor maneira” de completar as tarefas de produção. - Enfatizava o estudo das tarefas, seleção e treinamento de trabalhadores e a cooperação entre trabalhadores e a administração.

Contribuições

- Melhorou a produtividade e a eficiência das fábricas. - Introduziu análise científica no ambiente de trabalho. - O sistema de gratificação diferenciada equiparava as recompensas dos trabalhadores a seu desempenho. - Propiciava cooperação entre a administração e os trabalhadores.

Limitações

- Os pressupostos motivacionais eram simplistas. - Os trabalhadores eram vistos como partes de uma máquina. - Havia potencial para a exploração do trabalho. - Excluía as tarefas da alta administração. - Ignorava o relacionamento entre a organização e seu ambiente.

Tabela 2.2 – Resumo da Administração Científica.

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Apesar das decorrências negativas para a massa trabalhadora, não se pode deixar de admitir que esta abordagem representou enorme avanço para o processo de produção em massa.

2.3.1. Fordismo O Fordismo foi idealizado pelo Henry Ford, fundador da Ford Motor Company. Ford utilizou à risca os princípios de padronização e simplificação de Frederick

Taylor e, também, desenvolveu outras técnicas avançadas para a época, sendo um modelo de Produção em massa que revolucionou a indústria automobilística, quando introduziu a primeira linha de montagem automatizada em 1914.

Suas fábricas eram totalmente verticalizadas, possuíam, por exemplo:

• Fábrica de vidros; • Plantações de seringueiras na Amazônia, Fordlândia (Pará); • Siderúrgica, dentre outros.

Uma das principais características do Fordismo foi o aperfeiçoamento da linha de

montagem, onde os veículos eram montados em esteiras rolantes. Logo, os operários ficavam, praticamente, parados realizando uma pequena etapa da produção.

Desta forma, não era necessária quase nenhuma qualificação dos trabalhadores. Além de eliminar movimentos inúteis do mesmo.

O Fordismo teve seu ápice no período posterior à segunda guerra mundial, entre as décadas de 50 e 60, que ficaram conhecidas na história do capitalismo como Os Anos Dourados.

Mas devido à rigidez deste modelo e as mudanças sócio-polítco-econômicas, esta forma de gestão entrou em seu declínio.

Duas frases de Henry Ford foram marcantes:

• “Não existe falta de tempo, existe falta de método”;

• “Automóveis podem ser de qualquer cor, desde que sejam pretos”. Esta última frase é motivada porque a tinta na cor preta secava rapidamente e os

carros poderiam ser montados, por conseqüência, mais rápidos.

2.3.1.1. Princípios Os principais princípios do Fordismo são:

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• Intensificação: Utilizar a linha de montagem de forma racional e

cronometrada, visando uma maior velocidade de produção possível;

• Economicidade: Corrente Produzir em grande escala na máxima capacidade de produção dos recursos: Maquinário, empregado, antecipando a demanda sob forma de estoques. Conceito denominado de: "Just in Case" Proposto Produzir com o menor tempo possível com pouco estoque, sem causar, contudo, parada na de produção. Conceito que sob a visão moderna é denominado de: "Just in time";

• Produtividade: Maximizar a produção minimizando o tempo.

2.3.1.2. Características

Foi característica do fordismo:

• Crediário: Solução para atrair o consumo de seus produtos, até para os próprios operários;

• Marketing: Introduziu o marketing como nunca antes; • Aumentou os salários acima dos padrões estabelecidos; • Redução da jornada de trabalho para 8 horas, mas na prática os operários

tinham uma média de 12 horas; • Criou a Produção em Massa; • Criou a Verticalização: Controle e produção da extração da matéria-prima

até a comercialização final do produto; • Sugeriu o "just in time": Não existe estoque, você produz o que vende; • Criou o trabalhador Ford: O trabalhador ficava sob vigilância de seus hábitos

dentro e fora da empresa. Resumidamente, pode dizer que enquanto Taylor tinha o foco na eficiência do

trabalho operacional, Ford tinha foco na organização do processo produtivo.

2.4. Burocracia A burocracia surge através da publicação do livro “Economia e Sociedade” de Max

Weber sociólogo, advogado e historiador alemão, pois com o crescimento do tamanho das empresas, passou-se a ser necessário um modelo de organização racional.

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Weber acreditava que com a burocracia era possível eliminar, em um processo, os resultados diferentes através da regulamentação e normatização, onde:

“A estrutura e o funcionamento da organização são definidas em regras e regulamentos formais escritos. As regras são rígidas e buscam cobrir pormenorizadamente todos os processos existentes na organização. A regulamentação é estável, sofrendo poucas modificações ao longo do tempo”.

Recomendava-se a padronização dos cargos tornando-os impessoais e,

consequentemente, quando houvesse qualquer mudança de pessoal não haveria nenhuma mudança organizacional na empresa, onde:

“As atribuições de cada membro da organização são prévia e rigidamente definidas. Cada membro deve ser um especialista na sua esfera de competência, sem ultrapassar os limites de conhecimento e poder afetos a seu cargo”.

Enfatizava a existência de uma rede estrutural e formal de relacionamentos entre

posições especializadas numa organização. Onde as regras e regulamentações padronizavam o comportamento e a autoridade sobre as posições (cargos) e não sobre os indivíduos, onde:

“Todas as comunicações devem ser escritas e documentadas, possuindo caráter oficial. Elas devem detalhadas, para serem interpretadas univocamente por todos os membros da organização”.

Como resultado a organização não precisaria apoiar-se em apenas um individuo,

mas obteria eficiência e sucesso seguindo as regras e regulamentações. De forma geral, na burocracia o homem é pago para agir e se comportar de maneira

pré-estabelecida, sem deixar que o emocional interfira em seu desempenho. Características principais da burocracia:

• Normalização: A organização ligada por normas e regulamentos; • Formalidade nas comunicações: Todos os registros por escrito; • Racionalização: Divisão racional do trabalho; • Impessoalidade: As relações são no nível de cargo e não das pessoas; • Hierarquia: Cargos inferiores estão sujeitos à supervisão dos cargos

superiores; • Rotina: O funcionário faz somente a função pré-determinada a ele, não

tendo autonomia; • Meritocracia: Escolha ou promoção dos funcionários é baseada na

competência técnica; • Profissionalização: A função é realizada por um gestor profissional; • Previsibilidade: As ações são realizadas através de normas.

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Vantagens da Burocracia:

• Constância e precisão de procedimentos; • Univocidade de interpretação; • Uniformidade de rotinas e procedimentos; • Confiabilidade; • Racionalidade; • Redução de problemas interpessoais; • Inexistência de hiato na substituição de pessoal.

Disfunções da Burocracia:

• Adaptação interna das regras: As normas passaram de meios para fins fazendo com que os funcionários esquecessem que a previsibilidade é uma das características mais racionais de qualquer atividade;

• Ciclo Vicioso: Maior complexidade dos problemas Maior complexidade

das normas Menor entendimento das normas Maior distância entre as normas e os objetivos;

• Excesso de formalismo e papelada: Simples informações, que poderiam

ser passadas de modo verbal e informal, geram um trabalho extra para a sua formalização escrita;

• Resistência a mudanças: Devido à falta flexibilidade das normas e regras;

• Despersonalização: Os funcionários passaram a se conhecer pelos cargos

que ocupam;

• Hierarquia: O cargo mais alto toma as decisões independentemente do conhecimento que possui sobre o assunto. Inexiste a figura do líder natural;

• Super-conformidade às rotinas: O processo industrial, os produtos, os

funcionários e serviços deveriam atender, de forma prioritária, aos requisitos técnicos estabelecidos;

• Dificuldade com clientes: Os funcionários estão voltados para o interior da

organização;

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• Insensibilidade: A burocracia não leva em conta a organização informal e nem a variabilidade humana.

A tabela 2.3 mostra um comparativo entre a escassez e o excesso de burocratização.

COMPARATIVO ENTRE ESCASSEZ E EXCESSO DE BUROCRACIA

Característica Escassez Excesso Divisão de Trabalho Falta de especialização,

gerando confusão Alta especialização e

responsabilidade Hierarquia Falta de autoridade Autoritarismo imposição

Regras e Regulamentos Liberdade excessiva Ordem e disciplina Formalização da Comunicação Ausência de documentação,

informalidade Formalismo e papelada

Impessoalidade Ênfase nas pessoas Ênfase nos cargos Seleção e Promoção de Pessoal Apadrinhamento Excesso de exigências

Tabela 2.3 - Comparativo entre a escassez e o excesso de burocratização. É importante salientar que Weber não teve a intenção de fornecer um receituário

prescritivo que conduzisse as ações dos administradores; ao contrário, as reflexões de Weber são positivas e não normativas, visam explicar a realidade mais do que orientar ações.

Weber imaginou a burocracia como máquina completamente impessoal, que funciona de acordo com regras, enquanto as pessoas ficam em plano secundário ou nem são consideradas. Weber estudou o alicerce formal-legal em que as organizações reais se assentam, focalizando sua atenção no processo de autoridade-obediência (ou processo de dominação) que, no caso das organizações modernas, depende de leis. No modelo de Weber, organização formal e organização burocrática são sinônimos.

De forma geral, a tabela 2.4 retrata, resumidamente, a burocracia de Weber.

Burocracia - Weber

Conceitos-chave

- Rede formal e estruturada de relacionamentos entre posições especializadas numa organização. - Regras e regulamentos padronizam o comportamento. - Cargos são assessorados por especialistas treinados que seguem regras. - Hierarquia define o relacionamento entre os cargos.

Contribuições

- Promove desempenho eficiente das atividades organizacionais rotineiras. - Elimina o julgamento subjetivo de empregados e da administração. - Enfatiza mais a posição do que a pessoa.

Limitações

- Flexibilidade organizacional limitada e processo de tomada de decisão lento. - Ignora a importância das pessoas e dos relacionamentos interpessoais. - Acúmulo de poder pode levar a uma administração autoritária. - As regras podem tornar-se fins em si mesmas. - Difícil de desmantelar, uma vez estabelecida.

Tabela 2.4 – Resumo da burocracia de Weber.

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Autores que o sucederam transformaram os seus fundamentos em princípios administrativos, e outros vulgarizaram sua aplicação nas empresas.

Desta forma, a teoria burocrática weberiana, apesar de criticada, é um dos marcos importante na teoria organizacional.

2.5. Gestão Administrativa A gestão administrativa surgiu devido a um livro “Princípios gerais da

Administração” de Henry Fayol, engenheiro de minas e executivo francês, baseado em suas experiências administrativas.

Fayol foi o pioneiro no reconhecimento de que a administração deveria ser vista como uma função separada das demais funções da empresa. O maior impacto dessa idéia está na identificação do trabalho dos gerentes como sendo distinto das operações técnicas da empresa.

Gerentes que não conseguem perceber essa distinção envolvem-se em detalhes

técnicos da produção e prestação de serviços, negligenciando as funções de administrar toda a empresa.

Segundo Fayol uma empresa possui seis funções básicas:

• Funções Técnicas: Relacionadas com a produção de bens ou de serviços da empresa;

• Funções Comerciais: Relacionadas com a compra, venda e permutação;

• Funções Financeiras: Relacionadas com a procura e gerência de capitais;

• Funções de Segurança: Relacionadas com a proteção e preservação de bens

e das pessoas;

• Funções Contábeis: Relacionadas com os inventários, registros, balanços, custos e estatísticas;

• Funções Administrativas: Relacionadas com a integração da cúpula das

outras cinco funções. As funções administrativas coordenam e sincronizam as demais funções da empresa, pairando sempre acima delas.

A figura 2.2 mostra o organograma administrativo proposto por Fayol.

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Figura 2.2 - Organograma administrativo proposto por Fayol. Além disso, Fayol indicou cinco funções administrativas conhecidas como PCOCC:

• Planejar: Consiste em examinar o futuro e traçar um plano de ação a médio e longo prazo. Significa estabelecer os objetivos especificando a forma como são atingidos. Parte de uma sondagem do futuro, desenvolvendo um plano de ação;

• Comandar: Manter o pessoal ativo em toda a empresa. Fazer com que os subordinados executem o que deve ser feito. As relações hierárquicas devem estar bem definidas, ou seja, como os administradores comandam os subordinados, assim como o grau de participação e colaboração de cada um para a consecução dos objetivos definidos;

• Organizar: Montar uma estrutura humana e material para realizar o

empreendimento. É a forma de coordenar todos os recursos da empresa: Humanos, Financeiros ou Materiais. Alocando da melhor forma, segundo o planejamento estabelecido;

• Controlar: Cuidar para que tudo se realize de acordo com os planos e as

ordens. É estabelecer padrões e medidas de desempenho que permitam assegurar que as atitudes adotadas são as mais compatíveis com que a empresa almeja. O controle permite maximizar a probabilidade de que tudo ocorra conforme estabelecido;

• Coordenar: Reunir, unificar, harmonizar toda a atividade e esforço. A

implantação de qualquer planejamento seria inviável sem a coordenação das atitudes e esforços de toda a organização, tendo em vista os objetivos traçados.

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Fayol também relacionou 14 princípios básicos que podem ser estudados de forma complementar aos de Taylor, apesar de serem baseados na alta administração têm o mesmo objetivo.

Isto porque, a própria divisão do trabalho, tão característica dos princípios de Taylor, era defendida por Fayol para cargos técnicos e também administrativos.

1) Divisão do Trabalho: Dividir o trabalho em tarefas especializadas e destinar

responsabilidades a indivíduos específicos. A especialização dos funcionários, dos executivos da administração aos operários da fábrica, favorece a eficiência na produção e aumenta a produtividade.

2) Autoridade e Responsabilidade: Delegar autoridade juntamente com

responsabilidade. Autoridade é direito dos superiores hierárquicos de dar ordem e poder de esperar obediência. A responsabilidade é a contra partida da autoridade.

3) Disciplina: Tornar as expectativas claras e punir as violações. Necessidade de se

estabelecer normas de condutas e de trabalho, válidas para todos os funcionários. A ausência de disciplina joga a organização no caos.

4) Unidade de Comando: Um empregado deve receber ordens de apenas um

supervisor, para evitar contra-ordens. 5) Unidade de Direção: O controle único é possibilitado com a aplicação de um

plano para grupos de atividades com mesmos objetivos, ou seja, os esforços dos empregados devem centrar-se para atingir os objetivos organizacionais.

6) Prevalência dos Interesses Gerais: Os interesses da empresa devem prevalecer

sobre os interesses individuais das pessoas. 7) Remuneração: Deve ser suficiente para garantir a satisfação dos funcionários e

da organização. 8) Centralização: As atividades cruciais da organização e a autoridade para a sua

adoção devem ser centralizadas, ou seja, determinar a importância relativa do papel do superior e do subordinado.

9) Hierarquia (Cadeia escalar): É a linha de autoridade que vai do escalão mais alto

ao mais baixo em função do princípio de comando. 10) Ordem: Deve ser mantida em toda a organização, preservando um lugar para

cada coisa (pessoa) e cada coisa (pessoa) em seu lugar.

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11) Eqüidade: A justiça deve prevalecer também no ambiente de trabalho, justificando a lealdade e a devoção dos funcionários à empresa.

12) Estabilidade dos funcionários: A alta rotatividade do pessoal tem

conseqüências negativas sobre o desempenho da organização e o moral dos trabalhadores. 13) Iniciativa: Encorajar os empregados a agirem e cumprirem por eles mesmos, ou

com o auxílio da direção da organização, os objetivos estabelecidos. 14) Espírito de equipe: A harmonia e a união entre as pessoas são grandes forças

para a organização, em outras palavras, promover a unidade de interesses entre os empregados e a administração.

Algumas características negativas da gestão administrativa de Fayol são semelhantes à de Taylor, como por exemplo:

• Obsessão pelo comando; • Empresa sendo um sistema fechado; • Manipulação e exploração da mão-de-obra; • Mecanisismo.

No entanto, pode-se diferenciar bem as estrutura da Administração Científica de

Taylor com a Gestão Administrativa de Fayol:

• Administração Científica: Surgiu no chão de fábrica privilegiando a adoção de métodos racionais, padronizados e maximizando as divisões de tarefas. Tem seu enfoque centrado na produção (Taylor);

• Gestão Administrativa: Originou na alta administração, enfatiza a estrutura

formal da organização e a adoção de princípios e funções administrativas necessárias à realização do trabalho. O sucesso do empreendimento, segundo Fayol, está relacionado ao desempenho satisfatório das funções administrativas.

Resumidamente, Fayol indicou cinco funções administrativas conhecidas como

PCOCC (Planejar; Comandar, Organizar; Controlar e Coordenar). Também definiu catorze princípios que influenciariam na forma de gestão: Divisão

do trabalho; Autoridade; Disciplina; Unidade de comando; Unidade de direção; Prevalência dos interesses gerais; Remuneração; Centralização; Hierarquia; Ordem; Equidade; Estabilidade e manutenção do pessoal; Iniciativa e Espírito de equipe.

A Gestão Administrativa privilegia as tarefas de organização, enfatizando a estrutura formal da empresa, adotando princípios administrativos para os altos escalões.

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De forma geral, a tabela 2.5 retrata, resumidamente, a Gestão administrativa de Fayol.

Gestão Administrativa - Fayol

Conceitos-chave - As cinco funções e os 14 princípios de Fayol - Os executivos formulam o propósito da organização, protegem os empregados e mantêm as comunicações. - Os administradores devem responder aos acontecimentos que se modificam.

Contribuições - Viam a administração como uma profissão que pode ser treinada e desenvolvida. - Enfatizavam os amplos aspectos de políticas dos administradores de nível máximo. - Ofereciam prescrições administrativas universais.

Limitação - As prescrições universais necessitavam de qualificações para fatores ambientais, tecnológicos e de pessoal.

Tabela 2.5 - Resumo da Gestão administrativa de Fayol.

A abordagem da gestão administrativa enfatizava a perspectiva dos altos

administradores dentro da organização e sustentava que a administração era uma profissão e poderia ser ensinada.

A tabela 2.6 mostra as principais diferenças entre a Administração Científica e a

Gestão Administrativa.

Administração Científica Gestão Administrativa

Precursor Frederick Taylor Henri Fayol

Origem Chão de Fábrica Gerência Administrativa

Ênfase

Tarefas Adoção de métodos racionais e

padronizados; máxima divisão de tarefas.

Estrutura e Processo de AdministraçãoEstrutura formal da empresa; adoção de princípios administrativos pelos altos

escalões.

Objetivo Aumentar a eficiência da organização por meio da

especialização dos operários.

Aumentar a eficiência da organização por meio da definição dos vários níveis de

responsabilidade.

Enfoque Produção Gerência

Tabela 2.6 - Principais diferenças entre a administração científica e a gestão administrativa.

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2.6. Relações Humanas A abordagem Relações Humanas, deve muito às escolas de pensamento,

principalmente às idéias de Gilbreths (Administração Cientifica), Barnard e Follet (Gestão Administrativa) influenciaram o desenvolvimento das relações humanas entre 1930 e 1955. Na verdade, a abordagem surgiu de um projeto de pesquisa que começou com um estudo de Administração Cientifica.

Relações Humanas visava entender como os processos psicológicos e sociais interagem com a situação de trabalho para influenciar o desempenho. Foi a primeira grande abordagem a enfatizar os relacionamentos de trabalho informal e a satisfação do trabalhador.

Experimentos permitiram concluir que a produtividade poderia ser mais afetada por fatores psicológicos e sociais do que por influências físicas ou objetivas.

Hawthorne, pesquisador da universidade de Harvard, no período de 1927 a 1933 realizou experimentos que, posteriormente, foram explicados por Elton Mayo, sendo:

• A qualidade do tratamento dispensado pela gerência aos trabalhadores

influencia fortemente em seu desempenho. Bom tratamento implica em bom desempenho;

• O sistema social formado pelos grupos determina o resultado do indivíduo, que é mais leal ao grupo que a administração. Se o grupo resolve ser leal a administração, o resultado é positivo para a empresa. Se o grupo resolve atender seus próprios interesses o resultado é negativo para a empresa.

De forma geral, as áreas de interesse do enfoque comportamental são mostrados

pela tabela 2.7.

COMPORTAMENTO Diferenças Individuais Coletivo e Processos Interpessoais

Percepção Cultura Organizacional Individualidade Clima Organizacional

Grupos Informais Processo de Comunicação

Competências: Conhecimentos, Aptidões e Habilidades,

Atitudes, Interesses e Valores. Processo de Liderança Estilos (Liderança e motivação) Processo de motivação

Tabela 2.7 – Áreas de interesse do enfoque comportamental.

Já em 1943, Abraham Maslow desenvolveu a idéia de que as necessidades humanas

dispõem-se numa hierarquia de cinco grupos:

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• I – Necessidades Fisiológicas ou Básicas: Alimento, abrigo, repouso,

exercício, dentre outros; • II – Necessidades de Segurança: Proteção contra ameaças, inclusive a

ameaça de perder o emprego; • III – Necessidades Sociais: Amizade, afeto, interação e aceitação dentro do

grupo e da sociedade; • IV – Necessidades de Estima: Auto-estima e estima por parte de outros; • V – Necessidades de Auto-realização: Necessidade de utilizar o potencial

de aptidões e habilidades, auto-desenvolvimento e realização pessoal. Premissas básicas da teoria de Maslow: a) As necessidades básicas manifestam-se em primeiro lugar, e as pessoas procuram

satisfazê-las antes de se preocupar com as de nível mais elevado; b) Uma necessidade de uma categoria qualquer precisa ser atendida antes que a

necessidade de uma categoria seguinte se manifeste; c) Uma vez atendida, a necessidade perde sua força motivadora, e a pessoa passa a

ser motivada pela ordem seguinte de necessidades; d) Quanto mais elevado o nível das necessidades, mais saudável a pessoa é; e) O comportamento irresponsável é sintoma de privação das necessidades sociais e

de estima. O comportamento negativo é conseqüência de má administração; f) Há técnicas de administração que satisfazem as necessidades fisiológicas, de

segurança e sociais. Os gerentes podem trabalhar no sentido de possibilitar que as outras sejam satisfatoriamente atendidas.

A figura 2.3 mostra de forma gráfica a hierarquia das necessidades humanas.

Figura 2.3 – Hierarquia das necessidades humanas.

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A tabela 2.8 mostra, resumidamente, as características das Relações Humanas.

Relações Humanas Conceitos-chave

- A produtividade e o comportamento dos empregados são influenciados pelo grupo de trabalho informal. - Coesão, status e normas de grupos determinam o resultado. - Os administradores deveriam enfatizar o bem-estar, a motivação e a comunicação dos trabalhadores. - As necessidades sociais têm precedência sobre as necessidades econômicas.

Contribuições - Os processos psicológicos e sociais influenciam o desempenho. - Hierarquia de necessidades de Maslow.

Limitações

- Ignorava o lado racional dos trabalhadores e a contribuição das organizações formais para a produtividade. - Resultados de pesquisas posteriores contrariaram a prescrição simplista de que trabalhadores felizes são sempre mais produtivos.

Tabela 2.8 – Resumo das características das relações humanas.

Para Maslow as pessoas estão em processo de desenvolvimento contínuo. As pessoas tendem a progredir ao longo das necessidades, buscando atender uma após outra, e orientando-se para a auto-realização.

A tabela 2.9 mostra um comparativo entre a abordagem sem as relações humanas e com a abordagem das relações humanas.

COMPARATIVO

Sem a Abordagem das relações humanas Teoria das Relações Humanas Trata a organização como máquina Trata a organização como grupo de pessoas Enfatiza as tarefas e/ou a tecnologia Enfatiza as pessoas Inspirada em sistemas de Engenharia Inspirada em sistemas de Psicologia Autoridade centralizada Delegação plena de autoridade Linhas claras de autoridade Autonomia do empregado Especialização e competência técnica Confiança e abertura Acentuada divisão do trabalho Ênfase nas relações entre pessoas Confiança nas regras e regulamentos Confiança nas pessoas Clara separação entre operários e administradores

Dinâmica grupal e interpessoal

Tabela 2.9 - Comparativo sem e com a abordagem das relações humanas.