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SCH Processo nº 2004.51.01.005976-6 - Sentença Tipo A 1 PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA FEDERAL SEÇÃO JUDICIÁRIA DO RIO DE JANEIRO 12ª VARA FEDERAL AÇÃO POPULAR Nº 2004.51.01.005976-6 AUTOR: EDUARDO BANKS DOS SANTOS PINHEIRO RÉUS: UFRJ – UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, PRÓ-REITOR DA GRADUAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, CENTRO ACADÊMICO CÂNDIDO DE OLIVEIRA (CACO), SINDICATO DOS TRABALHADORES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO E DANIEL SARMENTO SENTENÇA 1. Trata-se de Ação Popular movida por EDUARDO BANKS DOS SANTOS PINHEIRO, em face de UFRJ – UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEITO, REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, PRÓ-REITOR DA GRADUAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, CENTRO ACADÊMICO CÂNDIDO DE OLIVEIRA- CACO, SINDICATO DOS TRABALHADORES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO e DANIEL SARMENTO, na qual objetiva, em síntese, a procedência do pedido para invalidar o ato administrativo que supostamente teria autorizado a invasão e a permanência de alunos no gabinete do Diretor da Faculdade de Direito da UFRJ e, em conseqüência, a condenação destes e dos que os apoiaram, ao pagamento de perdas e danos causados ao patrimônio público. Como causa de pedir, alega que o CACO e o Sindicato dos Trabalhadores da UFRJ, aos 24 de março de 2004, agiram com ilegalidade do objeto, desvio de finalidade, bem como com ofensa ao princípio da moralidade administrativa, ao se valerem de violência e grave ameaça, ao invadirem o gabinete do Sr. Diretor da Faculdade Nacional de Direito da UFRJ e agredi-lo fisicamente e ameaçá-lo de morte com um martelo, com a finalidade de constrangê-lo a abandonar à força o gabinete onde exerce as suas funções de Diretor da Faculdade; que em seguida passaram a depredar o gabinete, destruindo tudo que encontravam pela frente; que causaram prejuízos materiais ainda não inteiramente calculados; que montaram acampamento dentro do gabinete acompanhados de cerca de trezentos alunos ligados ao CACO, com o intuito de impedir que o Sr. Diretor retornasse às suas atividades; que o suporte para essa invasão foi fornecido pelo Sindicato dos Trabalhadores da UFRJ, o qual levou comida, água e colchonetes para conforto e utilidade dos invasores; que diante desse quadro o Sr. Coordenador 50 Assinado eletronicamente. Certificação digital pertencente a FABIOLA UTZIG HASELOF. Documento No: 1445768-30-0-50-18-938969 - consulta à autenticidade do documento através do site www.jfrj.jus.br/docs

Centro Acadêmico Cândido de Oliveira CONDENADO em AÇÃO POPULAR de EDUARDO BANKS

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O CACO, tradicional Centro Acadêmico da Faculdade Nacional de Direito (UFRJ) acaba de ser CONDENADO na Ação Popular nº 2004.51.01.005976-6 proposta pelo escritor Eduardo Banks na 12ª Vara Federal da SJ/RJ, a ressarcir os danos causados pelos mais de 200 alunos que, em 24 de março de 2004, invadiram e depredaram o gabinete do Diretor Armênio Albino da Cruz Filho, além de o agredirem fisicamente. A condenação em perdas e danos ao patrimônio da UFRJ será suportada também pelo Pró-Reitor de Graduação José Roberto Meyer Fernandes.Recado do Sr. Eduardo Banks para os alunos: VOCÊS PERDERAM DESTA VEZ!!!

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PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA FEDERAL SEÇÃO JUDICIÁRIA DO RIO DE JANEIRO

12ª VARA FEDERAL AÇÃO POPULAR Nº 2004.51.01.005976-6 AUTOR: EDUARDO BANKS DOS SANTOS PINHEIRO RÉUS: UFRJ – UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, PRÓ-REITOR DA GRADUAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, CENTRO ACADÊMICO CÂNDIDO DE OLIVEIRA (CACO), SINDICATO DOS TRABALHADORES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO E DANIEL SARMENTO

SENTENÇA

1. Trata-se de Ação Popular movida por EDUARDO BANKS DOS SANTOS PINHEIRO, em face de UFRJ – UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEITO, REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, PRÓ-REITOR DA GRADUAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, CENTRO ACADÊMICO CÂNDIDO DE OLIVEIRA-CACO, SINDICATO DOS TRABALHADORES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO e DANIEL SARMENTO, na qual objetiva, em síntese, a procedência do pedido para invalidar o ato administrativo que supostamente teria autorizado a invasão e a permanência de alunos no gabinete do Diretor da Faculdade de Direito da UFRJ e, em conseqüência, a condenação destes e dos que os apoiaram, ao pagamento de perdas e danos causados ao patrimônio público.

Como causa de pedir, alega que o CACO e o Sindicato dos

Trabalhadores da UFRJ, aos 24 de março de 2004, agiram com ilegalidade do objeto, desvio de finalidade, bem como com ofensa ao princípio da moralidade administrativa, ao se valerem de violência e grave ameaça, ao invadirem o gabinete do Sr. Diretor da Faculdade Nacional de Direito da UFRJ e agredi-lo fisicamente e ameaçá-lo de morte com um martelo, com a finalidade de constrangê-lo a abandonar à força o gabinete onde exerce as suas funções de Diretor da Faculdade; que em seguida passaram a depredar o gabinete, destruindo tudo que encontravam pela frente; que causaram prejuízos materiais ainda não inteiramente calculados; que montaram acampamento dentro do gabinete acompanhados de cerca de trezentos alunos ligados ao CACO, com o intuito de impedir que o Sr. Diretor retornasse às suas atividades; que o suporte para essa invasão foi fornecido pelo Sindicato dos Trabalhadores da UFRJ, o qual levou comida, água e colchonetes para conforto e utilidade dos invasores; que diante desse quadro o Sr. Coordenador

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do Curso de Graduação, prof. Agnelo Maia Borges de Medeiros chamou o socorro da Polícia Federal para prender em flagrante delito os invasores; que o Sr. Delegado da Polícia Federal Denis Ribeiro dos Santos, deu voz de prisão aos invasores; que o Pró-reitor da graduação da UFRJ e o Procurador da República, Daniel Sarmento, impediram a prisão dos mesmos, diante da alegação de que os invasores estavam sob suas ordens e que estes podiam permanecer no gabinete por tempo indeterminado até que o Sr. Diretor da Faculdade fosse “derrubado”; que o Procurador da República, prevalecendo-se de suas funções públicas, prendeu o Delegado Denis Ribeiro dos Santos para que ele não prendesse ninguém, invocando, para tal, o falso pretexto de que este o teria “ desacatado”; que diante dessa situação, o Sr. Coordenador do Curso de Bacharelado solicitou ao Pró-reitor da graduação da UFRJ que passasse um documento por escrito dizendo que era o mandante dos fatos acima expostos; que no dia seguinte o mencionado documento foi entregue para que o Delegado da Polícia Federal pudesse indiciar o Pró-reitor da graduação da UFRJ e o CACO por crime de dano qualificado contra a fazenda pública. Daí o pedido.

A inicial é acompanhada de procuração e documentos (fls. 18/33). À fl. 34, certidão informando que o objeto é distinto do que consta

dos presentes autos. Despacho informando que o presente feito é isento de custas

judiciais e requerendo que o autor emende a inicial (fl. 37). À fl. 39, a parte autora juntou procuração. Regularmente citada, a Universidade Federal do Rio de Janeiro

apresenta contestação às fls.54/66, arguindo, preliminarmente, a ilegitimidade passiva da UFRJ e a inadequação da via judicial eleita. No mérito, alega inexistir provas colacionadas à exordial que caracterizem efetiva ameaça ou agressão; que o ingresso e permanência de alunos no interior do gabinete originaram-se da insatisfação pela má gestão administrativa do Sr. Diretor; que não houve qualquer participação da UFRJ e de seus agentes em qualquer ato de agressão ao autor e muito menos de depredação do patrimônio público. Juntou documentos (fls. 67/195).

Regularmente citados, o Reitor da UFRJ, Aloísio Teixeira e o

Pró-Reitor de Graduação da UFRJ, José Roberto Meyer Fernandes, apresentam contestação, às fls. 197/203, argüindo, preliminarmente, ilegitimidade passiva. No mérito, o Reitor da UFRJ aduz que não se fez presente no cenário dos acontecimentos, nem transmitiu qualquer determinação ou mesmo orientação a seus subordinados que ali se achavam; que os atos praticados pelo Pró-Reitor

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da Graduação da UFRJ revestiu-se de legalidade; que incumbe ao autor provar que os danos foram resultado direto do ato praticados pelo Pró-Reitor e ainda, que é impossível a responsabilização deste último, por danos ocorridos antes do início de sua atuação no episódio.

Regularmente citado, o Procurador da República, Daniel Antônio

de Moraes Sarmento, apresenta contestação, às fls. 206/214, argüindo, preliminarmente, que os fatos narrados pelo autor são inverídicos; que a ação não tem objeto e, ainda, sua ilegitimidade passiva. No mérito, aduz que não teve nenhuma ingerência direta ou indireta na prática do ato impugnado pelo autor; que não teve conhecimento de qualquer dano ao patrimônio público, causado pelos alunos e, por fim, que o autor distorceu os fatos na sua petição inicial, tendo agido com má-fé. Juntou documentos (fl. 215/220).

Regularmente citado, o Centro Acadêmico Cândido de Oliveira –

CACO apresenta contestação, às fls.221/232, argüindo, preliminarmente, inépcia da petição inicial e sua ilegitimidade passiva. No mérito, aduz a improcedência das alegações autorais, refutando de forma veemente seu pedido e, ainda, a litigância de má-fé do autor popular ao propor a presente ação. Juntou documentos (fls. 233/305).

Às fls. 307/311, a UFRJ presta esclarecimentos e junta

documentos (fls. 312/335). Regularmente citado, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação

da UFRJ apresenta contestação, às fls. 337/341, sustentando, em síntese, sua ilegitimidade passiva; a impossibilidade jurídica do pedido; a inépcia da petição inicial e ainda, alega que não praticou ato que ofendesse a moralidade administrativa, bem como que a alegação da parte autora é desprovida de qualquer fundamento. Juntou documentos (fls. 342/380).

À fl. 381, certidão informando que as contestações dos réus: Daniel Sarmento, CACO e do Sindicato dos Trabalhadores da UFRJ estão intempestivas. Em cumprimento ao despacho de fl. 382, o Ministério Público Federal – MPF se manifesta, requerendo, em síntese, que seja considerada tempestiva a contestação apresentada pelo réu Daniel Antônio de Moraes Sarmento, bem como que seja reconhecida a não incidência dos efeitos da revelia in casu (fls. 384/388). Em réplica, a parte autora requer o depoimento pessoal dos réus, a produção de prova documental superveniente e ainda, que as contestações do CACO, dos Sindicato dos Trabalhadores da UFRJ e do Procurador da República

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não sejam consideradas intempestivas (fls.394/401). Juntou rol de testemunhas (fl. 402).

Despacho reconhecendo a intempestividade das contestações do CACO e do Sindicato dos Trabalhadores da UFRJ (fl. 408).

À fl. 414, a Autarquia Federal protesta pela produção de provas

documentais, depoimentos pessoais e periciais. Em cumprimento ao despacho de fl.415, o Sindicato de

Trabalhadores da UFRJ e o CACO informam não ter mais provas a produzir (fl. 416 e 418/419). À fl. 422, ofício nº 2147/110 enviado a UFRJ. À fl. 425, o MPF se manifesta pelo prosseguimento do feito com a apreciação dos pedidos de produção de provas. Despacho indeferindo o pedido de perícia indireta e requerendo que a UFRJ cumpra corretamente com as provas requeridas à fl. 414. Quanto à prova testemunhal, requerer que o autor esclareça se as oito testemunhas têm o intuito de provar o mesmo fato e ainda, que seja oficiada à superintendência da Polícia Federal no RJ para que remeta cópia da perícia realizada à época (fl. 426). Às fls. 428/429, o autor peticiona prestando esclarecimentos e requerendo a intimação de todas as oito testemunhas arroladas à fl. 402. Às fl.437, a UFRJ peticiona requerendo a oitiva das testemunhas indicadas no memorando GAB FND nº 98/07. Juntou documentos (fls. 438/448). À fl. 450, o autor reitera seu pedido para intimação das oito testemunhas arroladas à fl. 402. Às fls. 453/455, o Núcleo de Criminalística da Superintendência Regional do Departamento da Polícia Federal junta laudo e documentos às fls. 456/477. À fl. 492, o MPF se manifesta pelo regular prosseguimento do feito, com a designação de audiência para oitiva das testemunhas de fls. 402 e 440. Em cumprimento ao despacho de fl. 498 o autor peticiona informando que todas as testemunhas arroladas são capazes de esclarecer especificamente os fatos, neste sentido, requereu a designação da audiência de

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instrução e julgamento (fls. 500/501). Decisão na qual a magistrada então em exercício se declara suspeita para conduzir o processo e requer que a OAB seja oficiada para ciência e providencias que entender cabíveis (fls. 502/504) Às fls. 506/507, petição do autor requerendo a reconsideração do despacho que determina a expedição de ofício à OAB. À fl. 508, certidão informando que não houve manifestação dos réus, exceto da UFR, quanto à decisão de fls. 502/504. Às fls. 511/513, o autor junta documentos. À fl. 515, o MPF se manifesta pelo prosseguimento do feito. À fl. 516-verso, certidão informando ter decorrido o prazo sem manifestação do subscritor da peça de fls. 506/507. Despacho informando manter decisão de fls. 502/505, ante a petição autoral de fls. 506/507 (fl. 517). Às fls. 520/522, ofício nº 0012.000382-5/2010 enviado ao Presidente da OAB. À fl. 533, despacho designando audiência de instrução e julgamento a ser realizada no dia 02/06/2011. Ata da audiência e termo de testemunho às fls. 566/567 e 568/571.

À fl. 572, certidão informando que as testemunhas Agnelo Maia Borges de Medeiros, Fábio Luis Santos Martins, Juliana Neuenschwander Magalhães e Enzo Bello foram intimadas, e que a intimação da testemunha Maria da Penha Almeida Cruz não foi possível, pois a mesma se encontrava viajando e, ainda, que o mandado de intimação de Armênio Albino da Cruz Filho foi recebida pelo Pró-Reitor de Pessoal da UFRJ, Luis Afonso Henrique Mariz, que informou que o Sr. Armênio estava aposentado e assumiu a responsabilidade de avisá-lo da audiência (fl. 572).

À fl. 572-verso, certidão informando ter decorrido o prazo sem que

as partes tenham recorrido da decisão de fl. 567. Às fls.574/578 foi promovida a juntada dos atos constitutivos do

CACO (CNPJ, Ata de Posse da atual gestão e respectiva publicação no DORJ).

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É o relatório. 2. Decido. Inicialmente, verifico que os mandados de intimação para audiência

tiveram diligência positiva, à exceção das testemunhas Sra. Maria da Penha Almeida Cruz (estava viajando) e Sr. Armênio Albino da Cruz Filho. Não obstante, reputo referidos depoimentos irrelevantes para modificação do quadro que se pode apurar a partir das provas que foram produzidas. Por tal razão, considero o feito maduro para receber julgamento no estado em que se encontra, nos exatos termos do artigo 330, do CPC.

A parte autora sustenta lesão a patrimônio público, decorrente de

suposto abuso de poder (ato ora impugnado) praticado pelos representantes e integrantes do Centro Acadêmico Cândido de Oliveira – CACO (agremiação de estudantes da Faculdade de Direito da UFRJ), pelos Reitores da UFRJ, pelo Sindicato dos Trabalhadores da UFRJ e pelo Procurador da República Daniel Antônio de Moraes Sarmento – que teriam executado e facilitado a invasão e a permanência de estudantes no gabinete do Diretor da Faculdade de Direito da UFRJ. Alega que, para alcançarem seus objetivos, depredaram parte dos bens que lá se encontravam. Pretende, assim, a anulação do ato administrativo que autorizou a invasão relatada, bem como a condenação dos réus ao pagamento de indenização pelas perdas e danos causados ao erário.

Das preliminares Inicialmente, afasto as alegações de ilegitimidade passiva

suscitadas pelas partes, haja vista que os fatos narrados envolvem a depredação de patrimônio público federal, que se encontravam em imóvel da UFRJ (prédio da Faculdade de Direito), sob os cuidados de seus agentes, e, ao que tudo indica, foram afetados por atuação de estudantes da Faculdade de Direito. Estes, conforme se apura da narrativa da petição inicial, além de estarem imbuídos de indignação frente à atuação administrativa do então Diretor da Faculdade, Professor Armênio Albino da Cruz Filho, teriam sido provocados pelos demais réus. Tais fatos, imputados aos réus na petição inicial, são bastantes para fixar sua legitimidade para figurarem no pólo passivo do feito, sendo certo que sua efetiva participação no episódio e responsabilidade disso decorrente, é questão de mérito, e no mérito será enfrentada, rejeitada a preliminar.

Com relação à preliminar de inadequação da via judicial eleita, não

deve prosperar, pois possui respaldo nos artigos 1º e 11 da Lei nº 4.717/65, bem como no inciso LXXIII do art. 5º da CRFB/88.

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Quanto à preliminar de impossibilidade jurídica, está somente pode

ser reconhecida quando o pedido não encontra amparo no ordenamento jurídico, sequer em tese. Não é o caso.

Em outras palavras, sendo possível a prestação jurisdicional,

considerada em tese, a falta de suporte legal à pretensão da parte autora (objeto mediato do pedido) implicará a improcedência do pedido e não sua impossibilidade jurídica. Portanto, rejeito esta preliminar.

Rejeito, ainda, a preliminar de inépcia da inicial, vez que ausentes

as hipóteses do parágrafo único do artigo 295 do CPC. Quanto à tempestividade das contestações dos réus Daniel Antônio

de Moraes Sarmento, CACO e Sindicato dos Trabalhadores da UFRJ, impende salientar que o prazo para contestar a Ação Popular são 20 (vinte) dias, e será comum a todos os interessados, a partir da entrega em cartório do mandado cumprido, ou, quando for o caso, do decurso do prazo assinado em edital (inciso IV do art. 7º da Lei nº 4.717/65).

É certo, também, que a Ação Popular obedecerá o procedimento

ordinário, previsto no Código de Processo Civil, no que não for aplicável a legislação específica.

No caso dos presentes autos, não houve a certificação da data da

entrega em cartório dos mandados cumpridos, mas sim da juntada dos mesmos em 25/10/2004, segunda-feira (fls. 41-verso).

Portanto, em respeito à segurança jurídica que deve pautar

principalmente a relação entre as partes do processo, considero que o prazo para contestar deve observar o disposto no inciso II do art. 241 do CPC (Começa a correr o prazo quando a citação ou intimação for feita por oficial de justiça, da data de juntada aos autos do mandado cumprido). Excluindo o dia do começo e incluindo o do vencimento (art. 184, CPC), iniciou-se então o prazo no dia 26/10/2004, vindo a terminar em 16/11/2004, já que o último dia, 15/11/2004, foi feriado nacional (art. 184, §1º do CPC).

Assim sendo, são tempestivas as contestações apresentadas pelos

réus Daniel Sarmento (fls. 206/214) e CACO (fls. 221/232), ambas protocolizadas no dia 16/11/2004. Entretanto, a peça apresentada pelo Sindicato dos Trabalhadores da UFRJ está intempestiva, eis que apresentada em 29/11/2004 (fls. 337/341), não sendo, entretanto, aplicados os efeitos da revelia face ao disposto no art. 320, I do CPC.

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Do mérito No mérito, foram os seguintes os pedidos deduzidos na petição

inicial: 1) anular o ato administrativo que teria autorizado a invasão e posterior ocupação do gabinete do Diretor da Faculdade de Direito da UFRJ e 2) apenar os responsáveis pela depredação ocorrida naquele local, em 24/03/2004.

O pedido de anulação do ato administrativo que teria autorizado a

invasão e posterior ocupação do gabinete do diretor da referida instituição de ensino, gerando prejuízos ao erário, merece ser acolhido, devendo referido ato ser declarado nulo.

Assim o concluo porque o conjunto probatório carreado aos autos

aponta no sentido de que a invasão do gabinete do Diretor da Faculdade de Direito foi perpetrada pelos estudantes, sendo que de tal ato é que resultaram os danos apurados na perícia realizada pela Polícia Federal (Instituto Nacional de Criminalística – fls. 453/477). Embora não exista comprovação de que tenha havido autorização verbal que tenha precedido a invasão do prédio, por outro lado, o documento subscrito pelo Pró-Reitor (fls.17), caracterizando os invasores como convidados e autorizando a permanência dos estudantes no recinto, ratifica os atos até então praticados e comprovados nos autos, quais sejam, de violência contra a pessoa do Diretor bem como de depredação do patrimônio da Faculdade de Direito.

Sendo assim, merece ser acolhida a alegação de que se trata de

ato administrativo praticado com ilegalidade do objeto, assim considerado o ato cujo resultado importa em violação da lei, regulamento ou outro ato normativo (artigo 2º, da Lei 4717/65). O resultado da invasão foi o dano ao patrimônio público, constado na perícia realizada no local.

Com relação ao segundo ponto, o pedido é de ser parcialmente

acolhido. De acordo com os fatos narrados e comprovados (fls. 17/27,

441/448, 453/477), a ação dos alunos da Faculdade de Direito da UFRJ visando a expulsar definitivamente o então Diretor de suas funções, Professor Armênio Albino da Cruz Filho, causou prejuízos de ordem física, moral e material.

Nos presentes autos, contudo, somente cabe analisar se há

comprovação de quem deu causa ao dano material sofrido pela UFRJ, atribuindo-lhe a responsabilidade pertinente, pois os fatos ocorridos são muito graves e necessitam receber o enquadramento adequado, de modo que fique bem diferençada a manifestação legitimamente conduzida daquela na qual a legitimidade de uma reivindicação fica ofuscada pela violação de outros direitos

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coexistentes e que também são destinatários de proteção. Oportuno mencionar que o Estado Democrático de Direito

disponibiliza instrumentos para defesa pacífica dos direitos que eventualmente estejam sendo afrontados, de modo que os fundamentos de ordem política que motivaram o ato de invasão e depredação de bem público não se justifica e tampouco é destinatário de proteção jurídica quando desborda da manifestação pacificamente conduzida.

A Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de San José

da Costa Rica), ratificado pelo Brasil em 1992 (Decreto nº678/92), assim dispõe sobre o direito de reunião:

“Artigo 15 - Direito de reunião.

É reconhecido o direito de reunião pacífica e sem armas. O exercício desse direito só pode estar sujeito às restrições previstas em lei e que se façam necessárias, em uma sociedade democrática, ao interesse da segurança nacional, da segurança ou ordem públicas, ou para proteger a saúde ou a moral públicas ou os direitos e as liberdades das demais pessoas. “

O Eg. Supremo Tribunal Federal, ao interpretar o direito de reunião (artigo 5º, XVI, da Constituição de 1988), de manifestação do pensamento (inciso IV), e de liberdade de expressão e as diversas formas do seu exercício (inciso IX), asseverou que a “única vedação constitucional, na matéria, direciona-se para uma reunião cuja base de inspiração e termos de convocação revelem propósitos e métodos de violência física, armada ou beligerante”. Confiram-se as seguintes passagens dos votos do Ministro Ayres Britto e Ministro Cezar Peluso, verbis:

HABEAS CORPUS. UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES. SIMPLES MANIFESTAÇÃO PARA RESTABELECER O SEU FUNCIONAMENTO NÃO TIPIFICA CRIME. PLEITEAR O RESTABELECIMENTO DE UMA SOCIEDADE EXTINTA, SEM ATOS DE SUBVERSÃO, CONSTITUI DIREITO CONSTITUCIONAL AMPARADO. RECURSO DE HABEAS CORPUS PROVIDO. CF/88 XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; “Por entender que o exercício dos direitos fundamentais de reunião e de livre manifestação do pensamento devem ser garantidos a todas as pessoas, o Plenário julgou procedente pedido formulado em ação de descumprimento de preceito fundamental para dar, ao art. 287 do CP, com efeito vinculante,

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interpretação conforme a Constituição, de forma a excluir qualquer exegese que possa ensejar a criminalização da defesa da legalização das drogas, ou de qualquer substância entorpecente específica, inclusive através de manifestações e eventos públicos. (...) Destacou-se estar em jogo a proteção às liberdades individuais de reunião e de manifestação do pensamento. Em passo seguinte, assinalou-se que a liberdade de reunião, enquanto direito-meio, seria instrumento viabilizador da liberdade de expressão e qualificar-se-ia como elemento apto a propiciar a ativa participação da sociedade civil na vida política do Estado. A praça pública, desse modo, desde que respeitado o direto de reunião, passaria a ser o espaço, por excelência, para o debate. E, nesse sentido, salientou-se que esta Corte, há muito, firmara compromisso com a preservação da integridade das liberdades fundamentais contra o arbítrio do Estado. Realçou-se que a reunião, para merecer a proteção constitucional, deveria ser pacífica, ou seja, sem armas, violência ou incitação ao ódio ou à discriminação. Ademais, essa liberdade seria constituída por cinco elementos: pessoal, temporal, intencional, espacial e formal. Ponderou-se que, embora esse direito possa ser restringido em períodos de crise institucional, ao Estado não seria permitido, em período de normalidade, inibir essa garantia, frustrar-lhe os objetivos ou inviabilizá-la com medidas restritivas. Apontou-se, ademais, que as minorias também titularizariam o direito de reunião. Observou-se que isso evidenciaria a função contramajoritária do STF no Estado Democrático de Direito. Frisou-se, nessa contextura, que os grupos majoritários não poderiam submeter à hegemonia de sua vontade a eficácia de direitos fundamentais, especialmente tendo em conta uma concepção material de democracia constitucional. (...) Concluiu-se que a defesa, em espaços públicos, da legalização das drogas ou de proposta abolicionista a outro tipo penal não significaria ilícito penal, mas, ao contrário, representaria o exercício legítimo do direito à livre manifestação do pensamento, propiciada pelo exercício do direito de reunião.” (ADPF 187, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 15-6-2011, Plenário, Informativo 631.) Vide: ADI 4.274, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 23-11-2011, Plenário, DJE de 2-5-2012. ADI 4.274 / DF O SENHOR MINISTRO AYRES BRITTO (Relator): (...) “I – o direito de reunião é expressamente outorgado pelo inciso XVI do art. 5º da Constituição Federal, assim escrito: “todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local , sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente”; II – desse dispositivo extrai-se a compreensão de que: a) ao fazer uso do pronome “todos”, a Constituição quis expressar que o seu comando tem um âmbito pessoal de incidência da máxima abrangência, de sorte a não excluir ninguém da sua esfera de proteção; b) traduz-se o direito de reunião na faculdade de encontro corporal ou junção física com outras pessoas naturais, a céu aberto ou em via pública. Com a particularidade de ser um direito individual, porém de exercício coletivo (ninguém se reúne sozinho ou apenas consigo mesmo). Mais ainda, direito de conteúdo elástico, porquanto não restrito a esse ou aquele tema. Pelo que se constitui em direito-meio ou instrumental, insusceptível de censura prévia. Censura prévia que implicaria matar, no próprio nascedouro, não só esse direito-meio, como todos os direitos-fim com ele relacionados.

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Especialmente o direito à informação e de manifestação de pensamento (inciso IV do art 5º da CF). Sem olvidar a liberdade de expressão e as diversas formas de seu exercício, inclusive a comunicacional (inciso IX do art. 5º da CF). Pensamento, expressão, informação e comunicação, tudo assim separadamente protegido e possível de concreto exercício por ocasião de uma passeata, um comício, um ato público. Sendo certo que todos esses direitos fazem parte do rol de direitos individuais de matriz constitucional (incisos IV, XIII e XIV do art. 5º da CF). 9. Nessa mesma vertente de idéias, assento que vivemos, hoje, numa sociedade de informação e de comunicação, nessa ordem. Informação e comunicação como conceitos entrelaçados, portanto, em que o ser humano primeiro se informa para melhor se comunicar com os seus semelhantes. E o direito de reunião bem pode ser visto como especial veículo dessa busca de informação para uma consciente tomada de posição comunicacional. 10. Digo mais: ao fazer uso do fraseado “reunião pacífica”, a Constituição remete o intérprete para o preâmbulo dela própria, Constituição, que faz da “solução pacífica das controvérsias” a base de “uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos”. Donde se concluir que a única vedação constitucional, na matéria, direciona-se para uma reunião cuja base de inspiração e termos de convocação revelem propósitos e métodos de violência física, armada ou beligerante. (...) O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE) – (...) Acho que a temática discutida põe em jogo a questão do perfil da liberdade de reunião como instrumento da liberdade de opinião, de expressão de pensamento e, no caso, especificamente, a da opinião favorável à descriminação de condutas. A mim me parece, com o devido respeito, que esse perfil depende dos limites jurídico-constitucionais da discutibilidade desse objeto. Tenho que é impossível sustentar-se a liberdade de reunião para efeito de manifestação de pensamento, quando a descriminação da conduta signifique uma autorização ou uma legitimação automática para prática de atos ofensivos a direitos fundamentais e a condições básicas de convivência ética e de convivência democrática, e cujo exemplo extremo, que demonstra bem os limites a que a discussão pode chegar, seria garantir a liberdade de discutir e opinar favoravelmente à descriminação do homicídio! Então, parece-me que existe, no tema, uma relatividade, que é sempre teórica, porque não é possível, a meu ver, traçar em abstrato todos os limites dessa liberdade. Nós devemos examinar caso por caso e apurar se a discutibilidade da questão da descriminação não vai resultar numa outorga ou numa proposta de outorga de legitimidade a certos atos que repugnariam à consciência democrática, à consciência coletiva, ao próprio sistema jurídico-constitucional de um país civilizado.” O essencial é que os limites do que se considera exercício de

direito fundamental de liberdade de expressão, manifestação do pensamento e reunião, foram claramente fixados pelo Supremo Tribunal Federal, e o que restou comprovado nos presentes autos, seja pela prova pericial, seja pelos depoimentos colhidos em sede policial ou perante este Juízo da 12ª Vara Federal, torna manifesta a conclusão de que os atos praticados no gabinete do

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Diretor da Faculdade de Direito da UFRJ foram atos que se transmudaram em abuso de direito, sem proteção pelo ordenamento jurídico e com resultado ilegal.

Com o fito de facilitar o raciocínio, transcrevo excerto do laudo de

exame no local, realizado pela Seção de Criminalística da Polícia Federal, na data dos acontecimentos, 24/03/2004 (fls. 453/477 - grifei):

“III – DO LOCAL DOS EXAMES: Trata-se do Gabinete do Diretor da Faculdade Nacional de Direito, a qual foi ocupada por estudantes, os quais ainda encontravam-se no local. Este Gabinete é constituído de várias salas, entre as quais, uma sala de espera, uma sala de trabalho fechada com divisória e vidro, uma ante-sala de trabalho e escritório do Diretor. O escritório do Diretor apresenta duas portas de acesso, sendo uma porta dupla ligando-o ao corredor externo e outra ligando-o á ante sala, ambas danificadas, junto às fechaduras, com características de rompimento por arrombamento de fora para dentro. (...) Conforme informado pelo Chefe de Atividades Gerenciais, não foi observada a ausência de qualquer objeto patrimônio do Gabinete. (...) Ao lado da ante-sala encontra-se uma sala de trabalho delimitada com vidro e divisórias, as quais foram derrubadas, juntamente com um armário no seu interior. Em frente a esta sala existe um corredor interno do gabinete que une a sala de espera, a sala de trabalho e a ante-sala. Este corredor, bem como a sala de espera possuem cada um uma porta dupla, que na ocasião também apresentava danos característicos de rompimento por arrombamento. Por fim, no térreo, os signatários verificaram que duas portas que ligam o saguão com a rua, na entrada da Faculdade, foram arrombadas. Estas portas são fechadas com barras de madeiras atravessadas e sustentadas por um mancal.

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IV – DOS EXAMES: Foram realizados exames de inspeção visual direta no local e na posição em que se encontravam os móveis e bens objetos, buscando vestígios e marcas. Quando da chegada ao local, verificou-se que o mesmo havia sido mexido e os funcionários e alunos ocupavam as salas. (...) V – DAS CONCLUSÕES: Diante dos vestígios arrolados e descritos no corpo do presente Laudo, ficou comprovado o dano contra todas as portas de acesso ao Gabinete, bem como na que separa a ante-sala com o escritório do Diretor, na divisória e vidro da sala de trabalho, além das duas portas de acesso à rua. “ De acordo com o laudo de vistoria acima transcrito, o dano

causado ao patrimônio público é incontroverso, restando apenas definir a responsabilidade pelos atos que ensejaram a depredação dos bens públicos.

As testemunhas ouvidas no bojo dos presentes autos (fls.

568/572), confirmam que a invasão e ocupação do gabinete do diretor da faculdade foi realmente efetuada pelos alunos, e que um grupo destes promovia atos no sentido de exaltar os ânimos dos revoltosos, insistindo na demissão do dirigente da faculdade.

O depoente Francisco Chao de La Torre, inspetor da Polícia Civil

que compareceu ao local no momento da ocupação, afirma que “presenciou um clima beligerante por parte dos alunos, que insistiam na demissão do Professor Armênio, então Diretor da Faculdade de Direito, um senhor idoso, que se recusava a deixar o gabinete enquanto não houvesse proteção que garantisse a sua integridade física para que conseguisse sair do prédio, pois temia ser linchado pelos alunos”.

O Delegado federal, Dr. Denis Ribeiro dos Santos, uma das

testemunhas que prestou depoimento, afirmou que o ato ilegal fora autorizado pela Reitoria da UFRJ e que o Procurador da República ali presente, Dr. Daniel Sarmento, entendeu que a polícia federal estava constrangendo os alunos, gerando desgaste entre as referidas autoridades.

Do que foi apurado nos autos, tudo evidencia que as polícias foram

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convocadas para conter os ânimos dos revoltosos que se encontravam na faculdade e que promoveram a invasão ao gabinete do diretor, bem como para impedir a expulsão deste à força, o que acabou ocorrendo, como se constata a seguir, a partir do registro do conteúdo do Termo de Declarações prestado por Agnelo Maia Borges de Medeiros à Polícia Federal, à época Coordenador do Curso de Bacharelado em Direito da Faculdade Nacional de Direito. Transcrevo (fls. 18/21):

“Que, naquela data, por volta das 11:00 hs, subia para o Gabinete

do Diretor ARMENIO ALBINO DA CRUZ FILHO, pelas escadas, quando viu que o mesmo descia sendo agredido com socos e pontapés por dezenas de alunos da FND; que foi em seu auxílio e com a mão defendeu vários chutes desferidos contra aquele; que havia também dois vigilantes tentando protegê-lo, sem contudo ter sucesso; que no local chegou seu amigo CHAO que também se envolveu na proteção do Diretor, levando-o até seu veículo; que porém os alunos fecharam os acessos a saída do veículo e xingavam o diretor, além de proferirem palavras de ordem contra o diretor; que neste ínterim chegou na rua Moncorvo Filho uma viatura da PMERJ comandada por uma Tenente que logo ao descer da viatura foi covardemente agredida pelas costas; que não sabe informar se o agressor foi identificado, tendo o mesmo corrido para o interior da Faculdade, permanecendo escondido; que o diretor deixou o local, tendo seu veículo totalmente avariado pelos manifestantes; que soube por uma funcionária que os alunos estariam depredando o gabinete do Diretor; que o declarante chamou seu colega CHAO que vem a ser policial civil e foram ao terceiro andar; que no gabinete encontrou cerca de quinze alunos, fazendo grande arruaça, quebrando quadros, portas, armários e espalhando documentos pelo chão; que pode identificar como líder dos baderneiros um aluno de nome MARCOS GIRALDES, que portando uma bandeira do CACO, incitava a todos os demais alunos, chamados CLAUDIO LIMA, MAÍRA FERNANDES E JOÃO PAULO; que estes foram os principais responsáveis pelo quebra quebra; que em seguida o Professor Nilo solicitou a um funcionário para chamar a policia federal; que o declarante já havia dado voz de prisão em flagrante aos alunos acima citados e aguardava apenas a chegada da polícia para conduzi-los a esta SR; que, ato seguinte, chegaram ao local os servidores MILTON FLORES e JOAO EDUARDO FONSECA, chamados ao local pelo aluno GIRALDES, que ao saberem da prisão disseram que não queriam polícia no local e que os alunos estariam dentro do Gabinete do Diretor a convite do Reitor; que o declarante lembrou aos dois que havia uma prática de crime em situação de flagrante e como substituto do Diretor estava agindo por dever de ofício, eis que o dano ao patrimônio é de ação pública; que deseja consignar que foi desacatado pelos alunos ao tentar-lhes impedir a consumação do crime de dano; que apos chegou o pro Reitor JOSE ROBERTO MEYER que também foi contra o declarante, desautorizando-o também dizendo que os alunos eram convidados da Reitoria e poderiam permanecer no local; que diante de

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tamanho absurdo, aguardaram a chegada de policiais federais, eis que os PMS foram impedidos de entrar na Faculdade; que, com a chegada de Delegados da Policia Federal, comandados pelo DPF DENIS, o declarante lhe reportou o ocorrido, tendo o Delegado assumido o caso; que o Delegado se identificou a todos e portava seu distintivo no paletó e uma algema na cintura; que o Delegado começou a negociar com os alunos no sentido de deixarem o Gabinete, constatando a prática do ilícito penal; que os servidores da Reitoria voltaram-se contra o Delegado de Polícia, fato que acirrou os ânimos dos alunos infratores; que os alunos passaram a desafiar os policiais chegando a ofender a honra do DPF DENIS (...); que JOSÉ ROBERTO MEYER FERNANDES chegou a firmar um documento exigindo a saída da policia federal do local, fato que mais uma vez descontrolou a situação; (...) que após a perícia, a polícia federal retirou-se do local e o Gabinete permaneceu ocupado pelos alunos até sexta-feira à noite, 26/03/2004; que os alunos somente deixaram o local após o Reitor ter anunciado pessoalmente o afastamento cautelar do Diretor ARMÊNIO; (...)”

Quanto à autorização da Reitoria para que o ato fosse consumado,

consta dos autos documento assinado pelo então Pró-reitor de graduação da UFRJ, professor José Roberto Meyer Fernandes, “convidando” os estudantes da Faculdade Nacional de Direito a permanecerem no gabinete do Diretor, “salvaguardando a integridade patrimonial do recinto”, além de solicitar a retirada das forças policiais e assumir “a total responsabilidade pelo prédio” (fls.17).

Embora a dinâmica que restou demonstrada nos autos tenha

indicado que a depredação do gabinete do Diretor ocorreu em momento anterior, o fato é que o convite para permanência dos alunos no Gabinete de Diretor (fls.17) ratificou os atos de vandalismo anteriormente ocorridos.

Sendo assim, as provas produzidas nos presentes autos permitem

concluir que as únicas pessoas a quem se pode imputar responsabilidade pelo ocorrido (prática de depredação de bens públicos) são os estudantes, representados pelo CACO, cujos atos constitutivos estão às fls.574/578, e o Pró-Reitor da graduação da UFRJ, Professor José Roberto Meyer Fernandes.

No ponto, encontro lastro também na jurisprudência do nosso

Egrégio Tribunal Regional Federal. Leia-se a seguinte passagem da ementa lavrada pelo Desembargador Federal Guilherme Calmon Nogueira da Gama, por ocasião do julgamento da Apelação Cível 2000.02.01.020317-1:

DIREITO ADMINISTRATIVO E DIREITO PROCESSUAL CIVIL. UFRJ. INVASÃO DO PRÉDIO DA REITORIA. MANIFESTAÇÃO POLÍTICA DE SERVIDORES E ALUNOS. REINTEGRAÇÃO DE

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POSSE. LIMINAR DEFERIDA. CUMPRIMENTO. IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO DE ASTREINTE. INEXISTÊNCIA DE PEDIDO DE INDENIZAÇÃO. REMESSA E RECURSO IMPROVIDOS. 1 – O recurso de apelação da UFRJ se resume na irresignação contra a orientação do magistrado que julgou parcialmente procedente a sua pretensão reintegratória, para determinar a desocupação da área em que se situa o prédio da Reitoria da UFRJ, porém, afastando, o pedido de condenação dos réus ao pagamento de multa diária no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), durante o período em que mantiveram ocupando irregularmente o imóvel em questão. 2 - In casu, a ocupação do prédio federal, ainda que desencadeada por motivação política, revelou-se ilegal, na medida em que o SINTUFRJ, na condição de representante dos servidores públicos da UFRJ e filiados, detém competência para promover as medidas legais cabíveis à desconstituição de atos administrativos irregulares, sem ter que se valer de condutas mais radicais como a invasão de um bem público - no caso, a área onde se situa o prédio da Reitoria e as suas dependências, inclusive o gabinete do reitor -, prejudicando a rotina das atividades, cuja relevância é de âmbito nacional. Assim, considerando a existência de outras medidas capazes de afastar o ato que se reputa ilegal – no caso, a nomeação do reitor da UFRJ -, torna-se desnecessária e descomedida a providência tomada no sentido de ocupar as instalações da Reitoria como forma de pressionar o então Reitor nomeado a renunciar o cargo.” (TRF 2ª Região – 6ª Turma Especializada – AC 200002010203171 – DJU 20/10/2009, pág. 142). Confira-se, na mesma linha, o seguinte trecho da ementa da lavra

do Desembargador Federal Sergio Schwaitzer ao julgar a AC 9702266653 (AC145545):

RESPONSABILIDADE CIVIL – SINDICATO – MOVIMENTO GREVISTA – ESTÍMULO A CONDUTAS ANIMOSAS – DANOS – PROVA. I – (...) II – A despeito das alegações do sindicato réu de que não estimulara qualquer comportamento agressivo ou de vandalismo, mas sim, procedera a deflagração do movimento de modo pacífico e ordeiro, estas assertivas não se compatibilizam com as expressões adotadas no boletim publicado e distribuído pelo réu, dentre as quais as expressões “vamos detonar no dia 5!”, ou “praça de guerra”. III – Provado o dano e demonstrada a conduta beligerante do sindicato, o nexo de causalidade entre ambos, embora não se possa

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estabelecer prova direta dos danos, o magistrado, para formular sua convicção, deve se socorrer de fatos circunstanciais e de indícios. IV – Colhidos depoimentos de testemunhas de depredamento de diversos veículos da empresa e de prestadores de serviço, durante os movimentos grevista, bem como, conflito entre manifestantes e a Polícia Militar e da inutilização de fechaduras e cadeados de agências da empresa pública, revela-se idônea a ilação de que foi prática habitual dos grevistas a destruição dos cadeados e fechaduras da empresa pública, assertiva que se confirma pela análise das diversas notas fiscais acostadas, todas elas datadas de dias imediatamente posteriores à deflagração da greve. (...) (TRF 2ª Região – 7ª Turma Especializada – AC 9702266653 (AC145545) – DJU 08/03/2006, pág. 196). Quanto aos demais réus, não há prova suficiente de que motivaram

ou concorreram pessoalmente para a lesão patrimonial ocorrida no prédio da Faculdade de Direito da UFRJ, em 24/03/2004.

3. Do exposto, JULGO PROCEDENTE, EM PARTE, O PEDIDO,

para declarar a nulidade do ato que permitiu a permanência dos alunos no Gabinete do Diretor da Faculdade de Direito da UFRJ, ratificando a invasão e depredação do patrimônio público anteriormente ocorrida, bem como para condenar solidariamente o Centro Acadêmico Cândido de Oliveira (CACO) e o então Pró-Reitor da Graduação da UFRJ, ao pagamento aos cofres públicos de indenização pelos danos materiais causados ao patrimônio da faculdade de direito, conforme descrito no laudo do Instituto Nacional de Criminalística (fls. 453/477), a ser apurado em liquidação de sentença, ressalvada a ação regressiva prevista em lei.

Condeno o Centro Acadêmico Cândido de Oliveira (CACO) e o

então Pró-Reitor da Graduação da UFRJ ao pagamento das custas processuais, com fulcro no art. 12 da Lei nº4.717/65, devendo a Secretaria promover o seu cálculo e lançamento no sistema processual.

Fixo os honorários advocatícios em 10% (dez por cento) sobre o

valor da condenação, conforme restar apurado em liquidação de sentença. Oportunamente, intime-se a UFRJ para apresentar documentos

que comprovem as despesas efetuadas para reparo ou reposição dos bens danificados pelos invasores, sem prejuízo de apuração dos valores de forma indireta, na eventual impossibilidade da apresentação dos referidos comprovantes.

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Dê-se vista ao Ministério Público Federal. P. R. I.

Rio de Janeiro, 24 de agosto de 2012.

FABÍOLA UTZIG HASELOF Juíza Federal Substituta

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