50
D D e e s s c c o o b b r r i i n n d d o o o o E E v v a a n n g g e e l l h h o o Cláudio César Gonçalves São Paulo / 2001

DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

  • Upload
    ledung

  • View
    219

  • Download
    3

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

DDeessccoobbrriinnddoo oo

EEvvaannggeellhhoo

Cláudio César Gonçalves

São Paulo / 2001

Page 2: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

1

SUMÁRIO

1 - APRESENTAÇÃO 2

2 - A IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL 3

3 - A ESCRITURA SAGRADA 7

4 - DEUS 11

5 - O HOMEM 16

6 - JESUS CRISTO 19

7 - O ESPÍRITO SANTO 24

8 - A TRINDADE 28

9 - A IGREJA 31

10 - OS SACRAMENTOS 35

11 - A ORAÇÃO E O DÍZIMO 39

12 - FIM DOS TEMPOS 43

13 - PROFISSÃO DE FÉ 47

14 - BIBLIOGRAFIA 49

Page 3: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

2

Apresentação

Seja bem-vindo!!! Estamos muito contentes por você ter decidido frequentar a

Classe “Descobrindo o Evangelho”. Esta apostila que você está recebendo contém

todo o material que você estudará nesta Classe, que traz as principais doutrinas da

Palavra de Deus de forma simples.

Este Curso visa levar cada pessoa a um melhor conhecimento da Pessoa de

Jesus Cristo nosso Salvador. Você pode compartilhar suas dúvidas, temores e

dificuldades, pois estamos dispostos a te ajudar e orientar naquilo que você

necessitar. Mais importante ainda, é que você estará “descobrindo o evangelho”.

Neste Curso Básico, você está dando um passo muito importante. Agora você

pode compartilhar a vida cristã e seus conhecimentos com um grupo que está

começando a descobrir o mesmo que você. Na Classe Descobrindo o Evangelho

você vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem

conhecido.

Portanto, mãos à obra. Estude o máximo que você puder. Procure não faltar

às aulas. Fique à vontade para fazer a pergunta que você quiser para os

professores. Qualquer dificuldade que você tiver, pode procurar os seus professores.

Ao fim destes estudos, a Igreja Presbiteriana de Vila Natal terá o maior

prazer de recebê-lo como membro da Igreja e tê-lo trabalhando conosco para o

Reino de Deus. Mas lembre-se, você não é obrigado a se tornar membro da Igreja.

Esta é uma decisão sua; fique à vontade quanto à sua decisão; independente de ser

recebido como membro da Igreja ou não, você pode participar desta Classe e nós

ficamos contentes com isto. De qualquer forma, aí está o convite.

É um grande prazer ter você conosco!!!

Cláudio César Gonçalves

11

Page 4: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

3

A Igreja Presbiteriana do Brasil

Questões:

1 – Qual foi a primeira igreja a existir no mundo?

A primeira igreja a existir no mundo é hoje denominada “Igreja Primitiva”,

composta pelos apóstolos e demais seguidores de Jesus Cristo conforme relata

Lucas no livros “Atos dos Apóstolos”.

2 – Quais eram as características desta Igreja Primitiva?

Esta comunidade viveu integralmente os valores do Reino de Deus, sendo

marcada pelo amor incondicional a Deus e ao próximo; permanecia firme na doutrina

dos apóstolos e nas orações, vivia em íntima comunhão, atendia os necessitados e

proclamava diariamente o evangelho do Reino aos que não o conheciam (At 2.42-47

At 4.32-35).

3 - O que ocasionou a Reforma Protestante?

Esta igreja aos poucos foi se corrompendo, atingindo o apogeu de sua

degeneração durante a Idade Média. Com o desejo de uma ampla reforma, o monge

Martinho Lutero deu início à Reforma Protestante, afixando suas 95 teses na capela

de Wittemberg, Alemanha em 1517.

4 – Como nasceu a Igreja Presbiteriana?

A Igreja Presbiteriana nasceu na Escócia, através do reformador John Knox.

Este reformador recebeu profunda influência de João Calvino (um dos mais notáveis

reformadores). A Igreja Reformada (ou calvinista), veio a ser chamada, na Escócia,

de Presbiteriana, por ser dirigida por presbíteros eleitos pela igreja local, conforme o

modelo bíblico (1Pe 5.1-2).

22

Page 5: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

4

5 – Como a Igreja Presbiteriana chegou ao Brasil?

Da Escócia, a Igreja Presbiteriana chegou à Inglaterra, de onde foi levada para

a América do Norte no século XVII. Houve um grande avivamento espiritual

acontecido nos Estados Unidos nos séculos XVIII e XIX, e foi então que a Igreja

Presbiteriana dos Estados Unidos (PCUSA) enviou o Rev. Ashbel Green Simonton

para o Brasil, o qual chegou ao Rio de Janeiro no dia 12 de agosto de 1859. Esta é a

data comemorada oficialmente como o Dia da Igreja Presbiteriana do Brasil.

A Igreja Presbiteriana do Brasil

A IPB (Igreja Presbiteriana do Brasil) é herdeira de fé reformada no Brasil,

suas afirmações de fé se baseiam na sistematização teológica feita por Calvino e

seus seguidores. Vejamos como se governa a IPB:

1 – SÍMBOLOS DE FÉ

Para a IPB a única regra de fé e prática é a Bíblia Sagrada, entretanto, em

virtude das doutrinas bíblicas não estarem sistematizadas ali, adotamos uma

Confissão de Fé e um Catecismo, como manual de doutrina. A Confissão de Fé foi

formulada por uma assembléia convocada pelo Parlamento inglês para elaborar os

princípios de governo, doutrina e culto que regeriam as atividades religiosas da

Inglaterra, Escócia e Irlanda. Esta assembléia foi instalada em 01/07/1643, composta

por anglicanos, congregacionais, independentes, batistas e presbiterianos, tinha 121

teólogos e 30 leigos nomeado pelo parlamento, realizou 1163 sessões, sem contar

reuniões de comissões e subcomissões. O local das reuniões foi na Abadia de

Westminster. As afirmações desta assembléia foram aprovadas pelo Parlamento

inglês em 1647. A assembléia formulou uma confissão de fé, dois catecismos, o

maior e o breve. Esta confissão de fé ficou conhecida como “Confissão de Fé de

Westminster”.

Page 6: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

5

2 – SISTEMA DE GOVERNO

A IPB adota o sistema de governo. É um meio termo entre o sistema episcopal,

em que o governo exercido pelo bispo, e o congregacional, onde as decisões são

tomadas por assembléias, com todos os membros. Na IPB os membros se reúnem

em assembléia e elegem seus representantes. A IPB é uma igreja “Conciliar”, todas

as decisões são tomadas por concílios eleitos para tal fim. Todas as decisões dos

concílios devem ser documentadas, lavrando-se em atas de todas as resoluções.

a) Governo Local: O governo da igreja local é exercido pelos presbíteros (por isso

presbiteriana) eleitos por uma assembléia dos membros. O Conselho é o menor

concílio da IPB e é instituídos pelos presbíteros eleitos e pelo pastor da igreja. O

Conselho tem a responsabilidade de exercer o governo espiritual e administrativo

da igreja. Para participar das decisões regionais o conselho elege, dentre os seus

membros o presbítero que representará a igreja no concílio superior.

b) Governo Regional: O governo de uma determinada região é exercida por dois

concílios:

Presbitério: O Presbitério é formado pelos pastores de determinada região e

mais um presbítero de cada igreja. Um presbitério deve ser composto de pelo

menos 4 (quatro) igrejas. O Presbitério é responsável pela disciplina de

pastores e pelo governo espiritual da sua região, é dirigido por uma diretoria

(Comissão Executiva) eleita anualmente. O Presbitério fiscaliza e orienta as

decisões das igrejas locais.

Sínodo: O Sínodo também é um governo regional, exerce o governo sobre os

presbitérios. Um Sínodo deve ser composto de, no mínimo 3 (três)

presbitérios. Suas reuniões são bienais ( anos ímpares) e cada presbitério se

faz representar por três pastores e presbíteros. Dirige, coordena e fiscaliza os

trabalhos dos presbitérios.

Governo Nacional: O Governo Nacional da IPB é exercido pelo “Supremo

Concílio”, que se reúne a cada quatro anos e é composto de representantes

de todos os presbitérios, sendo dois pastores e dois presbíteros de cada um

deles. Esta assembléia decide todas as questões da igreja, sejam teológicas,

Page 7: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

6

disciplinares, etc. No período compreendido entre os quatro anos a IPB é

governada pela Comissão Executiva, que é formada pela “mesa” do Supremo

Concílio (Presidente, Vice Presidente, Secretário Executivo e Tesoureiro) e

por todos os presidentes dos Sínodos. A Comissão Executiva do Supremo se

reúne pelo menos uma vez por ano.

3 – A LEGISLAÇÃO DA IPB

A IPB é regida por um conjunto de leis que abrange todos os aspectos da vida da

Igreja, o Manual Presbiteriano é composto de:

a) Constituição da Igreja: É um conjunto de leis que trata de todas as questões

administrativas da igreja, todos os concílios são regidos pela Constituição.

b) Código de Disciplina: São as leis que se referem à disciplina dos membros da

IPB, dos pastores e do concílio. Contém toda a formalidade do processo de

disciplina na igreja.

c) Princípios de Liturgia: Trata da forma dos cultos da IPB.

Além destes três conjuntos de leis o Manual Presbiteriano tem ainda os estatutos

da igreja nacional, os regimentos internos dos concílios e modelos dos estatutos

para igrejas locais. Todas as atividades conciliares da IPB devem obedecer este

conjunto de leis, o que dá uniformidade e identidade à IPB. Todas as decisões

dos concílios são recorríveis aos concílios superiores.

Page 8: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

7

A Escritura Sagrada

Questões:

1- O que é Escritura Sagrada, e como ela foi escrita ?

É o termo usado para se referir à Bíblia, conjunto de livros que compõem a

Palavra de Deus escrita, a revelação de Deus ao homem. Ela foi escrita por cerca de

40 escritores, diferentes uns dos outros, em épocas bem distintas, num período de

1600 anos aproximadamente (2 Pe 1.19-21).

2 - Quantos livros tem a Bíblia?

A Bíblia tem 66 livros, divididos em duas grandes partes : 39 no Antigo

Testamento e 27 no Novo Testamento.

3 - Quem é o autor da Bíblia?

O único autor da Bíblia é o próprio Deus. A Escritura Sagrada foi dada por

inspiração divina (2 Tm 3.16).

4 - Qual o tema unificador da Bíblia?

Na realidade são três temas: Reino, Pacto e Mediador. Reino: Deus é Rei,

Criador Soberano; ele reina sobre toda a criação; tem o seu trono de onde

"comanda” seu Reino. Pacto: Deus entrou num relacionamento de vida e amor com o

Homem, colocando-o como "vice-regente" no Mundo. Mediador: O Mediador do

Pacto, administra o Reino, dirige, restaura e remove toda maldição.

5 - Por que foi necessário escrever a Bíblia?

Por causa do pecado. Com a entrada do pecado no mundo, o homem ficou

separado de Deus e não pode chegar ao conhecimento d’Ele por si mesmo e pela

33

Page 9: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

8

criação em geral. Por isso, Deus fez escrever a Sua vontade na Bíblia para que o

homem pudesse conhecê-lo para salvação (2 Tm 3.15-17).

6 - A Bíblia continua sendo escrita?

Não. A História da Salvação já está completamente revelada; os cristãos são

"personagens" ativos na progressão desta história na atualidade, vivendo e

divulgando-a, aguardando apenas a sua consumação no fim dos tempos. Logo, nada

pode ser acrescentado à Bíblia, nem dela retirado (Gl 1.8,9; Mt 5.18; Ap 22.18-19).

Escritura Sagrada – Sua Importância

1 - REVELAÇÃO

É a operação divina que comunica ao homem fatos que a razão humana é

insuficiente para conhecer. É portanto, a operação divina que comunica a verdade de

Deus ao homem (1Co 2.10).

a) Provas da Revelação

A Indestrutibilidade da Bíblia: O diabo foi o primeiro ser a pôr em dúvida a

existência da revelação: “É assim que Deus disse?” (Gn 3.1). Mas a Bíblia é a

Palavra de Deus. Uma porcentagem muito pequena de livros sobrevive além de um

quarto de século, e uma porcentagem ainda menor dura um século, e uma porção

quase insignificante dura mil anos. A Bíblia, porém, tem sobrevivido em

circunstâncias adversas. Em 303 A.D. o imperador Dioclécio decretou que todos os

exemplares da Bíblia fossem queimados. A Bíblia é hoje encontrada em mais de mil

línguas e ainda é o livro mais lido do mundo.

2 – INSPIRAÇÃO

É a operação divina que influenciou os escritores bíblicos, capacitando-os a

receber a mensagem divina, e que os moveu a transcrevê-la com exatidão,

Page 10: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

9

impedindo-os de cometerem erros e omissões, de modo que ela recebeu autoridade

divina e infalível, garantindo a exata transferência da verdade revelada de Deus para

a linguagem humana inteligível (1Co 10.13; 2 Tm 3.16; 2 Pe 1.20,21).

Argumento da Profecia Cumprida: Muitas profecias a respeito de Cristo se

cumpriram integralmente, sendo que a mais próxima do primeiro advento, foi

pronunciada 165 anos antes de seu cumprimento. As profecias a respeito da

dispersão de Israel também, se cumpriram (Dt 28; Jr 15.4; l6.13; Os 3.4; etc.); da

conquista de Samaria e preservação de Judá (Is 7.6-8; Os 1.6,7; 1 Rs 14.15); do

cativeiro babilônico sobre Judá e Jerusalém (Is 39.6; Jr 25.9-12); sobre a

destruição final de Samaria (Mq 1.6-9); sobre a restauração de Jerusalém (Jr

29.10-14), etc.

Reivindicações da Própria Escritura: A própria Bíblia expressa sua

infalibilidade, reivindicando autoridade. Nenhum outro livro ousa fazê-lo.

Encontramos essa reivindicação nas seguintes expressões: "Disse o Senhor a

Moisés" (Ex 14.1,15,26; 16.4; 25.1; Lv 1.1; 4.1; 11.1; Nm.4.1; 13.1; Dt 32.48) "O

Senhor é quem fala" (Is 1.2); "Disse o Senhor a Isaías" (Is 7.3); "Assim diz o

Senhor" (Is 43.1). Outras expressões semelhantes são encontradas: "Palavra que

veio a Jeremias da parte do Senhor" (Jr 11.1); "Veio expressamente a Palavra do

Senhor a Ezequiel" (Ez 1.3); "Palavra do Senhor que foi dirigida a Oséias" (Os

1.1); "Palavra do Senhor que foi dirigida a Joel" (Jl 1.1), etc. Expressões como

estas são encontradas mais de 3.800 vezes no Velho Testamento. Portanto o

A.T. afirma ser a revelação de Deus, e essa mesma reivindicação faz o Novo

Testamento (1 Co 14.37; 1 Ts 2.13; 1 Jo 5.10; 2 Pe 3.2).

3 – ILUMINAÇÃO

É a influência ou ministério do Espírito Santo que capacita todos os que estão

num relacionamento correto com Deus para entender as Escrituras (1 Co 2.12; Lc

24.32,45; 1 Jo 2.27). A iluminação não inclui a responsabilidade de acrescentar algo

Page 11: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

10

às Escrituras (revelação) e nem inclui uma transmissão infalível na linguagem

(inspiração) daquele que o Espírito Santo ensina.

A iluminação é diferenciada da revelação e da inspiração no fato de ser prometida a

todos os crentes, pois não depende de escolha soberana, mas de ajustamento

pessoal ao Espírito Santo. Além disso a iluminação admite graus podendo aumentar

ou diminuir (Ef 1.16-18; 4.23; Cl 1.9).

A iluminação não se limita a questões comuns, mas pode atingir as coisas

profundas de Deus (1 Co 2.10) porque o Mestre Divino está no coração do crente e,

portanto, ele não houve uma voz falando de fora e em determinados momentos, mas

a mente e o coração são sobrenaturalmente despertados de dentro (1 Co 2.16). Este

despertamento do Espírito pode ser prejudicado pelo pecado, pois é dito que o

cristão que é espiritual discerne todas as coisas (1 Co 2.15), ao passo que aquele

que é carnal não pode receber as verdades mais profundas de Deus que são

comparadas ao alimento sólido (1 Co 2.15; 3.1-3; Hb 5.12-14).

A iluminação, a inspiração e a revelação estão estritamente ligadas, porém

podem ser independentes, pois há inspiração sem revelação (Lc 1.1-3; 1 Jo 1.1-4);

inspiração com revelação (Ap 1.1-11); inspiração sem iluminação (1 Pe 1.10-12);

iluminação sem inspiração (Ef 1.18) e sem revelação (1 Co 2.12; Jd 3); revelação

sem iluminação (1 Pe 1.10-12) e sem inspiração (Ap 10.3,4; Êx 20.1-22). É digno de

nota que encontramos estes três ministérios do Espírito Santo mencionados em uma

só passagem (1 Co 2.9-13); a revelação no versículo 10; a iluminação no versículo

12 e a inspiração no versículo 13.

Page 12: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

11

Deus

Questões:

1- Quem é Deus?

DEUS É. Simplesmente é. Qualquer definição de Deus seria limitada para dar

uma compreensão exata de sua essência (natureza). Ele não se adequa à nossa

mente, à lógica humana (Êx 3.14; Is 55.8-9; Sl 147.5; Rm 11.33-34).

2 - Existe mais que um Deus?

Não. Existe somente um Deus, o Deus vivo e verdadeiro (Dt 6.4; Jr 10.10; Is

43.10; Is 45.6-7; 1 Tm 1.17).

3 - Quais são os atributos de Deus?

Deus é Espírito (Jo 4.24); Deus é Pessoal (Is 57.15; Sl 23; Êx 13.21; Is 48.17);

Eterno, Invisível (Sl 90.2; 1 Tm 1.17); Imortal (1Tm 6.16); Imutável (Tg 1.17);

Misericordioso, Longânimo, Fiel (Sl 103.8; Êx 34.6); Santo (Is 6.3; Êx 15.11); Justo

(Ne 9.32-33; Sl 145.17); Onisciente (Sl 139.1-4); Onipotente (Ap 4.8; Gn 17.1);

Onipresente (Sl 139.5-12); Sábio (Jó 11.8-9); Auto-existente (Jo 5.26); Perfeito (Jó

11.7) e Amor (1 Jo 4.8). Ele não somente possui estes atributos, como também eles

emanam dEle.

4 - O que significa “Soberania de Deus” ?

Soberania de Deus trata da ação dEle como Rei do universo, dominando sobre

tudo e determinando toda a história. Afirma, categoricamente, que Deus é Deus e

não um homem de qualidades superiores. Ele é o único Deus, ninguém pode detê-lo,

faz toda a Sua vontade. È Senhor sobre toda a criação, é um ser incomparável,

44

Page 13: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

12

incompreensível, porém conhecível (1 Cr 29.11-12; Ap 19.16; Jó 23.13; Mt 10.29-30;

Rm 11.33-36).

5 - Deus Criou todas as coisas?

Sim, Deus criou todas as coisas do nada, pela palavra de Seu poder, em seis

dias, e tudo muito bem (Gn 1 e 2.1-3; Hb 11.3; Ap 4.11).

A Natureza e os Atributos de Deus

“Está lição tem como objetivo estudar a respeito de quem é DEUS. Vale a

pena lembrar que vamos estudá-lo até o ponto que Ele se deixou conhecer,

diferentemente de outros estudos, onde podemos manipular o objeto estudado, por

isso, com muita humildade e sabendo da nossa limitação, vamos tentar entender um

pouco mais do ser de Deus”.

Se Deus não tivesse tomado a iniciativa de se revelar, ninguém jamais o

conheceria. Mas, felizmente, ele se revelou, se fez conhecer por meio de sua

revelação. Não importa quão profundo seja o nosso conhecimento teológico, sempre

haverá muitos aspectos da natureza e caráter de Deus que permanecerão um

mistério para nós. Nenhum ser humano pode ter o conhecimento pleno de Deus.

Deus é “incompreensível” (Jó 38.1-41; Jó 38.34; Sl 139.1-18; Is 55.8,9; Rm 11.33-36;

1 Co 2.6-16), entretanto pode ser “conhecido”, pois ele mesmo se fez conhecer. Não

podemos definir Deus, a mente humana, limitada, não pode captar toda a grandeza

do Ser de Deus. O máximo que podemos fazer é uma descrição analítica de Deus, a

partir do que Ele nos revela na Bíblia Sagrada.

1 - OS ATRIBUTOS DE DEUS

A palavra “atributo” embora não expresse corretamente o tema deste tópico

tem sido a palavra consagrada para designar as “perfeições”, ou qualidade do Ser de

Deus. Como Deus é perfeito seus atributos são chamados, também de “Perfeições

Divinas”. Há atributos que são peculiares a Deus e são chamados “Incomunicáveis”,

Page 14: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

13

outros que encontram algum traço, ou alguma ressonância no ser humano são

chamados “Comunicáveis”, vejamos quais são:

a) Atributos Incomunicáveis: Estes atributos destacam a distinção absoluta de

Deus, sua grandeza transcendente (além da criação). São aqueles que não

encontram analogias no ser humano.

Auto-existência ou Independência (Jo 1.1-5; Ex 3.13,14; Jo 5.26; At 17.22-31; Cl

1.15-20; Ap 1.8) - Deus é um ser absolutamente autônomo, sua existência não

depende de nenhuma causa secundária. Ele existe por si só.

Eternidade ( Sl 90.2; Sl 102.12; 2 Pe 3.8) - Deus sempre existiu e sempre

existirá, não tem começo nem fim. Deus não está limitado pelo tempo, ele vive no

eterno hoje.

Imensidade ou Onipresença (1 Re 8.27; Sl 139.7-10; Is 66.1; Jó 11.7-9; Jr

23.23,24; At 17.22-31) - Somente um Espírito infinito pode ser onipresente. Deus

não está limitado pelo espaço, ele está presente ao mesmo tempo em todos os

lugares. A onipresença de Deus é um conforto para o crente e um terror para o

não-crente.

Imutabilidade (Ml 3.6; Tg 1.17) - Deus não muda em seu ser, em seus atos, e

nem em seus propósitos. Mudança implica em melhorar ou piorar, se Deus

melhorar ele não era Deus, se ele piorar ele deixa de ser Deus.

Onipotência (Gn 17.1; Sl 115.3; Rm 11.36; Ef 1.11; Hb 1.3) - Onipotência não

significa que Deus pode fazer qualquer coisa. Ele não pode agir contra sua

natureza. Onipotência refere-se ao poder soberano de Deus, sua autoridade e

seu controle sobre a ordem criada. A onipotência, embora seja uma ameaça para

o ímpio, é uma fonte de conforto para o crente. O mesmo poder que Deus exibiu

na criação é manifestado na nossa redenção. Nada no universo pode atrapalhar

ou frustar os planos de Deus.

Onisciência (Sl 147.5; Ez 11.5; At 15.18; Rm 11.33-36; Hb 4.13) - Onisciência

significa “todo conhecimento”. Deus tem um grau de conhecimento muito mais

elevado do que o das criaturas, mas que é do mesmo tipo de lógica. Atribuir um

tipo diferente de lógica a Deus é fatal para o Cristianismo. A onisciência de Deus

Page 15: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

14

é baseada em seu ser infinito e em sua onipotência, ela é crucial para o seu

papel como Juiz do universo.

a) Atributos Comunicáveis: Estes são aqueles atributos que encontram alguma

analogia no ser humano, são as perfeições de Deus que ele comunicou à suas

criaturas humanas.

Conhecimento (1 Re 8.39; Is 46.10; Ez 11.5; At 15.18; Hb 4.13) – É a perfeição

de Deus por meio da qual ele conhece todas as coisas de maneira plena. Em

Deus chamamos de Onisciência, ou seja, Deus conhece todas as coisas, nada há

que passe desapercebido dos seus olhos.

Sabedoria (Sl 33.10,11; Rm 8.28; Rm 11.33; Ef 3.10) – É a inteligência de Deus

como se manifesta da adaptação de meios para alcançar a determinados fins.

Por isso Deus sempre escolhe os melhores meios para atingir os fins que ele

propõe.

Bondade (Sl 25.8-10; Sl 36.6; Sl 100.1; Sl 104.21; Sl 145.8,9,16; Mt 5.45; At

14.17; Tg 1.17) – É aquela perfeição de Deus que o move a tratar generosa e

bondosamente com todas as suas criaturas. Quando se dirige às suas criaturas

racionais a bondade de Deus se chama amor. A bondade de Deus ainda se

manifesta como misericórdia e longanimidade, ele se compadece de nós e nos

tolera apesar de nosso pecado.

Santidade (Ex 3.1-6; 1 Sm 2.2; Ex 15.11; Is 6.3; Hc 1.13; Ap 4.8) – Deus é

perfeitamente puro em sua pessoa e em seus atos e, consequentemente, ele é

contra toda e qualquer forma de impureza. Por esta perfeição Deus se aborrece

com o pecado e exige pureza de suas criaturas. Somos chamados para ser

santos, para refletir a pureza de Deus.

Justiça (Gn 18.25; Ex 34.6,7; Ne 9.32,33; Sl 71.19; Sl 145.7; Mt 10.42; Rm 1.32;

Rm 9.14-33) – Justiça é dar o que é devido. Deus é absolutamente justo, ele

governa o mundo com justiça, recompensa todos os atos bons do homem e pune

os seus erros.

Page 16: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

15

Soberania (Sl 115.3; Mt 10.29; Ef 1.11) – Sob este aspecto estão envolvidos

vários aspectos da soberania de Deus: sua vontade soberana, seu poder

soberano (Onipotência), sua soberania em planejar e dirigir os negócios de suas

criaturas racionais.

“Porventura desvendarás os arcanos de Deus ou penetrarás até à perfeição

do Todo-Poderoso?” Jó 11.7. Realmente o homem não tem condição de desvendar

os mistérios de Deus, só podemos conhecer o que Deus permitiu por meio de sua

revelação. Quando tentamos fazer de Deus um objeto de pesquisa descobrimos que

há verdades sobre ele que não se enquadram em nossa limitada visão e lógica. Há

muitos mistérios que não conseguiremos desvendar simplesmente porque Deus não

quis revelá-los a nós. Cumpre-nos alegrar pelo conhecimento que Deus nos permite

ter de si mesmo, conhecimento suficiente para fazer-nos seus adoradores. Diante

das absolutas perfeições de Deus cumpre-nos voltar a ele nossos olhos com fé e

esperança, certos de que ele se torna o recompensador daqueles que o buscam.

Page 17: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

16

O Homem

Questões:

1 – Como o homem foi criado?

O homem e a mulher foram criados por Deus, no fim do ato criador, como a

coroa da criação (Gn 1.26-31; Gn 2.4-25). O homem foi “formado” do pó da terra,

soprando Deus nele o fôlego da vida; A mulher foi criada a partir de uma costela do

homem (Gn 2.7, 21-22) e foram chamados Adão e Eva.

2 – Qual foi o acordo que Deus fez com o homem, e como foi?

Quando Deus criou o homem e a mulher os colocou no jardim do Éden, para

morar e cuidar (Gn 2.8-15), lhes disse que poderiam comer de tudo, menos comer do

fruto da árvore do conhecimento, pois se o fizessem, desobedeceriam a Deus e

morreriam. Este acordo chamamos de “Pacto das Obras”. Mas eles não resistiram e,

tentados por Satanás comeram do fruto e pecaram contra Deus (Gn 2.16; 3.1-24).

3 - Quais foram as consequências do pecado de Adão e Eva?

Com a queda, entrou o pecado no mundo e por ele, a morte física e espiritual;

a física marcada pelas doenças e sofrimentos diversos e a espiritual marcada pela

separação total de Deus. A criação também foi afetada pela queda (Gn 3.16-19; Os

6.7; Rm 8.19-22; Rm 6.23; Rm 5.12).

4 – Com o pecado de Adão, toda a humanidade foi corrompida?

Pela Queda, toda a natureza humana foi corrompida; cada parte da vida

humana ficou manchada pelo pecado. O homem perdeu a retidão e santidade

originais, tornando-se “escravo” do pecado, totalmente incapaz de buscar a Deus por

si mesmo; inclinado a todo mal, tendo a sua vontade dominada pelo pecado; seu

55

Page 18: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

17

estado original é de putrefação, de morte. Por isso é chamada de “depravação total”

(Rm 3.9-18,23; Rm 6.23; Gn 6.5; Jr 17.9; Rm 5.12; Sl 51.3,5; 1 Co 15.21-22; Ef 2.1-3;

Rm 7.18; 1 Co 1.8).

5 – O que é pecado?

Pecado é tudo aquilo que fazemos, em atos ou pensamentos, que contrariam

a vontade e a Palavra de Deus (1 Jo 3.4; Sl 119.11).

6 – O homem foi condenado a viver longe de Deus para Sempre?

Não. Deus pela sua infinita misericórdia resolveu elaborar e realizar uma plano

para restaurar o Seu relacionamento com o homem através de Jesus Cristo, que

chamamos de “Pacto da Graça”.

O Homem – A Criação

1 - OS CRISTÃOS DEVEM ACREDITAR NA CRIAÇÃO

Nós acreditamos na criação, em primeiro lugar, não por causa de evidência

científica, mas por causa de nossa fé em Jesus Cristo e na Palavra dele, a Bíblia. O

Senhor Jesus é revelado na Bíblia como o Criador de todas as coisas (Jo 1.3; Hb

1.1-3), e Ele está a favor de cristãos, é Senhor de tudo e a Cabeça de todas as

coisas, inclusive da ciência (At 10.36; Ef 1.22). O Cabeça disse algo sobre ciência

em João 5.45-47, isto é , se nós acreditamos em Jesus Cristo, então nós temos que

acreditar nos escritos de Moisés. Sobre o que escreveu Moisés? Em primeiro lugar

ele escreveu sobre a criação de todas as coisas por Deus. Assim nós julgamos

ciência pela Bíblia e não ao contrário. “Nós caminhamos por fé, não através de visão”

( 2 Co 5.7). Os defensores de evolução estão impossibilitados de aduzir formas

fósseis que mostram um processo histórico atual de evolução de tipos novos de

organismos. Eles não têm inventado teorias científicas que realmente explicam

evolução, e eles não podem demonstrar a evolução de qualquer coisa nova por

Page 19: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

18

qualquer mecanismo genético conhecido ou processo. Além disso, não há nenhuma

evidência que prova que a evolução alegada de toda a vida realmente aconteceu. Ao

longo da história do mundo nenhum desígnio complexo novo foi observado para

originar uma mente inteligente. Na ausência de uma explicação evolutiva, a criação

especial divina permanece como a única explicação cientificamente viável para a

origem de vida e de todos os desígnios biológicos.

Você e eu não estamos sendo enganados porque nós acreditamos que no

princípio Deus criou os tipos de plantas e animais, cada um para reproduzir depois

de seu próprio tipo. Como cidadãos Cristãos nós devemos declarar nossa fé

abertamente no registro bíblico da criação. E nós devemos trabalhar para, parar o

ensino dogmático de evolução e a perseguição de cristãos nas escolas públicas e

universidades.

2 – O SURGIMENTO DO PECADO NO MUNDO

Desde o momento em que nossos primeiros pais (Adão e Eva)

desobedeceram a ordem divina e seguiram a sua própria vontade, comendo do fruto

proibido (Gn 2.17). Como conseqüência do pecado, o que aconteceu? Os pais da

raça humana ficaram sujeitos à morte. "Porque o salário do pecado é a morte" (Rm

6.23). A quantos passou a sentença de morte? A todos. "Portanto, assim como por

um só homem entrou o pecado no mundo e pelo pecado a morte, assim também a

morte passou a todos os homens, porque todos pecaram" (Rm 5.12). A morte é a

coroa dos males conseqüentes do pecado. Com ela herdamos também o mal de

estar separados de Deus e privados de Seus favores. "Porque todos pecaram e

carecem da glória de Deus" (Rm 3.23). Consentindo em desobedecer, o homem

tornou-se inimigo de Deus e escravo do pecado. Posso por mim mesmo sair desta

terrível condição? A Escritura pergunta e responde: "Pode acaso o etíope mudar a

sua pele, ou o leopardo as suas manchas? Então poderíeis fazer o Bem, estando

acostumados a fazer o Mal" (Jr 13.23). É totalmente impossível sair desta condição

sem ajuda. Deixado à mercê da minha sorte, estaria sem esperança.

Page 20: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

19

Jesus Cristo

Questões:

1 – Quem é Jesus?

Jesus é a 2ª Pessoa da Trindade, o Filho de Deus existente desde toda a

eternidade, encarnado.

2 – Como se deu a encarnação de Deus Filho?

A 2ª Pessoa da Trindade assumiu a forma e natureza humana, sendo

concebido no ventre da virgem Maria, pelo poder do Espírito Santo (Mt 1.18-21; Lc

1.26-38; Jo 1.1,14; Gl 4.4).

3 – Assumindo a natureza humana, o Filho de Deus encarnado perdeu sua

divindade?

Não. Jesus não perdeu seus atributos divinos na encarnação. Ele era

perfeitamente Deus e perfeitamente homem, ao mesmo tempo. Ele é uma só pessoa

com duas naturezas – divina e humana – sendo verdadeiro Deus e verdadeiro

homem sem pecado (Mt 1.23; Jo 1.1-18; 1 Jo 5.20; Lc 1.35; Mt 16.16; Jo 20.31; Cl

1.15-20; Cl 2.9; 1 Tm 2.5; Rm 9.5; Rm 1.1-4).

4 – Por que era necessário Jesus ser Deus?

Para sustentar a natureza humana livre de pecados, vencer todas as

tentações e a morte, ressuscitando dentre os mortos; tornar eficaz a sua obra,

garantindo a salvação aos eleitos e a vitória final do seu Reino sobre o reino de

Satanás (Hb 7.26,27; At 2.24; At 20.28; Rm 1.4; Hb 5.9; Lc 1.67-79).

5 – Por que era necessário Jesus ser homem?

66

Page 21: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

20

Para participar de nossas fraquezas, tentações e sofrimentos, solidarizando-se

com a raça humana, para apresentar o homem diante de Deus, para representar o

pecado no Pacto, para poder entregar sua vida, morrendo na cruz do Calvário (Mt

11.28-30; Hb 4.15; Hb 5.1-10; Hb 2.17-18; Fp 2.5-8; Hb 12.2-3).

6 – Qual é o propósito da Obra de Cristo?

Seu propósito foi salvar o seu povo (Mt 1.21), reconciliar com os homens (Rm

5.10; 2 Co 5.18-19; Cl 1.21-22), resgatar e adotar (Gl 4.4-5), libertar da escravidão

do pecado (Hb 2.14-15), redimir e purificar (Hb 1.3; Hb 9.12-14), carregar sobre Si o

pecado do seu povo (1 Pe 2.24), cancelar a dívida (Cl 2.13,14; 2 Co 5.21), comprar

um povo (Ap 5.9,10) comprar a Igreja (At 20.28).

7 – Este propósito foi cumprido?

Sim. Jesus Cristo não falhou em sua Obra; ela foi plenamente cumprida pela

sua morte e ressurreição (Jo 19.30; Jo 17.4; Jo 20.1-18; 1 Co 15.1-21). Esta Obra é

aplicada pela ação do Espírito Santo na vida daqueles por quem Cristo fez a

expiação (Tt 3.5,6).

Jesus Cristo – A Salvação

O homem criado à imagem de Deus caiu. O pecado trouxe sérias

consequências para a humanidade, a separação do Criador é, sem dúvida, a pior

delas. Como o homem poderia voltar a relacionar-se com Deus? Na Sua Bondade

infinita, Deus promoveu a instalação de uma “operação resgate”, um plano redentor

onde os laços rompidos seriam reatados. Uma Aliança entre Deus Pai e Deus Filho e

o Deus Espírito Santo estabeleceu a Salvação do homem perdido.

Page 22: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

21

1 - JESUS – UM SALVADOR SUFICIENTE

O pecado do homem exigia a aplicação da justiça. Deus não se relaciona com o

pecado, Ele poderia simplesmente fechar os olhos como se nada tivesse acontecido.

Mas Deus mesmo, movido pelo Seu grande Amor, providenciou um meio de

salvação para o pecador (Jo 3.16). Veja como foi que o Filho de Deus pôde ser o

nosso Salvador:

a) Sua Humanidade: (Jo 1.14; Gl 4.4) – O pecado foi cometido por um homem, só

outro homem poderia oferecer satisfação à Deus, eis o motivo e a necessidade

da encarnação. Jesus foi perfeito homem para que pudesse representar outros

homens (Rm 5.12-21), conheceu as limitações da humanidade e sujeitou-se a

elas: sentia cansaço, sede, fome, etc. Como homem ofereceu perfeita obediência

ao Pai, viveu uma vida totalmente santa.

b) Sua Divindade: Conquanto fosse homem, Jesus não deixou de ser Deus ao se

encarnar (Jo 1.1; Lc 1.35). É certo que a encarnação impôs certas restrições, mas

Jesus Cristo continua sendo Deus e homem. A divindade de Jesus, entretanto, é

a garantia de que seu sacrifício tenha eficácia eterna e total.

c) Sua Obra: O que Cristo fez por nós para salvar-nos? Jesus foi o nosso substituto

perante a Justiça Divina, morrendo e derramando seu sangue por nós (Hb

9.22,28; Gl 3.13; Rm 3.23-25). Isaías 53.4,5 afirma, profeticamente, a eficácia do

sacrifício de Jesus pelo nossos pecados. Jesus mesmo afirmou a necessidade do

seu sacrifício, só o seu sangue poderia satisfazer a Justiça de Deus.

d) Sua Suficiência: (2 Co 5.19; Rm 5.1,8; Rm 8.1) – Por meio da substituição de

Cristo somos perdoados, reconciliados e salvos. A morte de Jesus Cristo satisfaz

a Justiça de Deus, o pecado foi punido Nele. Deus mesmo providenciou a

satisfação da Sua Justiça. Esta é a grande dádiva de Deus, de um lado o Pai que

dá o Seu Filho para substituir-nos, do outro o Filho que se humilha, encarnado-se,

dando a vida e derramando o Seu sangue em nosso lugar. Isto é o Amor de Deus

por nós. A Salvação é uma dádiva e não uma conquista; é o fruto da graça de

Deus e não dos méritos humanos; é motivo de humildade e eterna gratidão e não

de orgulho e vanglória.

Page 23: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

22

2 - O HOMEM – ARREPENDIMENTO E FÉ

Para que os efeitos da Salvação sejam percebidos na vida do homem, alguns

elementos são indispensáveis. Não queremos dizer com isso que a Salvação

dependa destes elementos. Eles são as ferramentas dadas pelo próprio Deus, com

as quais o homem se apropria da graça de Deus.

a) Arrependimento: a necessidade de arrependimento é afirmada em toda a

Escritura como sendo preponderante na apropriação da Salvação (Ez 33.11; Mt

4.17; Mc 1.15; At 2.38; At 17.30). Mas o que vem a ser “arrependimento”? R:

Mudança de mente. Este arrependimento envolve três aspectos:

O Intelecto: arrependimento é tomar consciência de si mesmo, como alguém

que está errado diante de Deus. Não apenas arrepender-se de seus pecados,

é arrepender-se de si mesmo, é reconhecer o “erro em que tem vivido” e não

apenas o erro praticado. Boa ilustração disto é “filho pródigo” (Lc 15.17-19).

A Emoção: O arrependimento inclui tristeza genuína e real por causa do

pecado (2 Co 7.9,10). O reconhecimento do erro deve levar ao verdadeiro

arrependimento, a deplorar sua atitude e mudar de vida. Os rabinos judeus

afirmavam que o verdadeiro arrependimento é aquele que não volta ao

mesmo pecado em circunstâncias semelhantes.

A Vontade: Aqui nos referimos a uma mudança consciente de propósito de

vida, uma decisão no íntimo de deixar o pecado e uma disposição para

procurar o perdão e a purificação. Nada adiantaria tomar consciência e

entristecer-se se o pecador não mudasse de atitude. É tirar a roupa suja e

vestir-se com a roupa nova e limpa da Justiça.

b) Fé: Além de abandonar a velha vida, através do arrependimento, o pecador

precisa de crer em Jesus cristo e recebê-lo como Salvador e Senhor (Rm 1.17; At

16.31; Jo 3.18). A fé genuína é aquela expressa em conhecimento da Verdade,

convicção de que Cristo é o seu Salvador, que Seu sacrifício é suficiente, e

obediência à Vontade de Deus. A fé verdadeira deve ser coroada com a vida de

observância da Vontade de Deus (1 Jo 2.6). É esta a ênfase de Tiago em sua

Page 24: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

23

carta, a verdadeira fé se expressa em uma vida de piedade, de ação concreta em

favor do outro.

A Salvação do pecador é uma dádiva de amor imensurável de Deus por nós.

Ele mesmo providenciou todos os elementos necessários a nossa reconciliação com

Ele. Cumpre-nos devolver a Ele a vida que nos deu como expressão de nossa

alegria e satisfação. Nunca devemos nos deixar dominar pelo orgulho ou pela

vanglória pelo fato de sermos salvos, salvação é dádiva, é presente de Deus, é

Graça. O fato de sermos salvos deve fazer de nós gente agradecida e que se

entrega plenamente para o louvor e glória daquele que nos salvou.

Page 25: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

24

O Espírito Santo

Questões:

1 - Quem é o Espírito Santo?

É a 3ª Pessoa da Trindade, igual ao Pai e ao Filho. É procedente deles, da

mesma substância (natureza) e igual em poder e glória. Ele foi enviado para aplicar a

obra da salvação no coração dos eleitos (Jo 14.16-17, 25-26; Jo 16.7-11; Tt 3.5-6).

2 – O Espírito Santo atua somente na obra da salvação?

Não. Ele opera também na sociedade em geral, restringindo o pecado,

promovendo a justiça, a paz, a verdade, a moralidade e o bem; dirige bençãos

naturais a todos os seres indistintamente, como alimento, chuva, sol, e prosperidade

dentre outras. Esta é a chamada Graça Comum, por ser o favor de Deus dirigido a

todos os homens, porém não produz a Salvação (Mt 5.44-45; Gn 39.5; Sl 145.9; At

14.17; Lc 6.35-36; Rm 13.4; 2 Rs 10.29-31).

3 – O que é regeneração?

É o ato exclusivo e único, instantâneo, do Espírito Santo, pelo qual Ele

implanta, interiormente, a nova vida no eleito (regeneração = novo nascimento). O

homem natural é morto em seus pecados; pela regeneração, o Espírito Santo lhe dá

vida espiritual, mudando a disposição da alma, preparando-a para receber o Reino

de Deus, a salvação (Jo 3.3-8; Ef 2.1-5; Tt 3.5-6; 1 Co 2.12-15; At 16.14; 2 Co

5.15; Ez 36.26).

4 – Porque a regeneração é necessária para a salvação?

Porque sem este novo nascimento, o homem continua morto em seus

pecados, indisposto e incapaz de receber o Evangelho, inimigo do Reino de Deus.

Pela regeneração sua resistência é quebrada, as barreiras são derrubadas e recebe

77

Page 26: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

25

nova vida, a qual o capacita a receber o Evangelho e ser salvo (Ez 36.26; Jo 3.3; Ez

11.19-20; 1 Co 2.10-16).

5 – O que é arrependimento?

É a obra operada pelo Espírito Santo no coração do pecador eleito, pela qual

ele reconhece a total corrupção de sua natureza, sente profunda tristeza pelo seu

pecado e decide abandoná-lo, voltando-se para Deus, numa total transformação de

sua existência para adequar-se aos valores do Reino de Deus, o qual a exige (Mc

1.15; 2 Co 7.9-10; Lc 24.47; Rm 2.4; At 2.37-38; At 20.21; Ap 2.5; At 11.18; Ez

36.31).

A Natureza do Espírito Santo

1 - A PERSONALIDADE DO ESPIRITO SANTO

O Espirito Santo é uma Pessoa, distinta do Pai e do Filho, e não uma mera

influência, energia ou operação divina, e portanto dotado de intelecto, emoção,

autoconsciência e autodeterminação.

a) Características Pessoais:

Inteligência (1 Co 2.10,11; Rm 8.27).

Vontade (1 Co 12.11).

Amor (Rm 15.30).

Bondade (Ne 9.20).

Tristeza (Ef 4.30; Is 63.10).

b) Atos Pessoais:

Ele perscruta (1 Co 2.10).

Ele fala (Ap 2.7; Gl 4.6; Jo 15.26).

Ele intercede (Rm 8.26).

Ele ensina (Jo 14.26).

Page 27: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

26

Ele guia (Jo 16.12-14; Ne 9.20).

Ele chama (At 13.2; 20.28).

2 - A DIVINDADE DO ESPIRITO SANTO

O Espirito Santo é coeterno e consubstancial com o Pai e o Filho.

a) Nomes Divinos:

Deus (At 5.3,4).

Senhor (2 Co 3.18).

b) Atributos Divinos:

Eternidade (Hb 9.14).

Onipresença (Sl 139.7-10).

Onipotência (Lc 1.35).

Onisciência (1 Co 2.10,11).

A Obra do Espírito Santo

1 - EM RELAÇÃO AO UNIVERSO MATERIAL

Ele participou da obra da criação (Sl 33.6; Jó 33.4; 104.29,30).

2 - EM RELAÇÃO AOS HOMENS NÃO REGENERADOS

a) Luta (Gn 6.3).

b) Testifica (Jo 15.26; At 5.32).

c) Convence (Jo 16.8-11).

3 - EM RELAÇÃO AOS CRENTES

a) Regenera (Jo 3.3-6; 6.63; Tt 3.5; 1 Co 2.4; 3.6).

b) Batiza (Jo 1.32-34; 1 Co 12.13; At 1.5).

Page 28: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

27

c) Habita (1 Co 3.16; 6.15-19; Rm 8.9).

d) Sela (Ef 1.13,14; 4.30).

e) Testifica (Rm 8.14,16).

f) Fortalece (Ef 3.16).

g) Enche (Ef 5.18-20).

h) Liberta (Rm 8.2).

i) Guia (Rm 8.14; At 8.27-29; 13.2,4).

j) Ilumina (1 Co 2.12,14).

l) Instrui (Jo 16.13,14).

m) Capacita (1Ts 1.5; At 1.8; 1 Co 2.1-5).

n) Produz Frutos (Gl 5.22,23; Fp 3.3; At 2.11).

o) Intercede (Rm 8.26; Jd 20).

4 - EM RELAÇÃO A CRISTO

a) Concebido pelo Espirito Santo (Lc 1.35).

b) Ungido pelo Espirito Santo (At 10.38; Is 11.2; 61.1; Lc 4.14,18; Mt 12.17,18).

c) Guiado pelo Espirito Santo (Mt 4.1).

d) Cheio do Espirito Santo (Lc 4.1; Jo 3.34).

e) Ministério (Lc 4.14,18,19; Is 61.1).

f) Sacrifício (Hb 9.14).

g) Ressurreição (Rm 8.11; Rm 1.4).

h) Deu mandamentos pelo Espirito Santo (At 1.1,2).

5 - EM RELAÇÃO AS ESCRITURAS

a) É o Seu Autor (2 Pe 1.20,21; 2 Tm 3.16; 2 Pe 3.15,16; Jo 16.13).

b) É o Seu Intérprete (Ef 1.17; 1 Co 2.9-14; Jo 16.14-16 ; 2 Pe 1.20,21; 1 Jo 2.

20,27).

Page 29: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

28

A Trindade

Questões:

1 – Quantas e quais são as pessoas na Divindade?

Neste único Ser Divino há três Pessoas ou subsistências individuais, ou seja,

A Santíssima Trindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Mt 3.16-17; 2 Co 13.13; Gn

1.1-13,26; Gn 11.7; Is 61.1; Jo 14.16-17; Lc 1.35; 1 Co 12.4-6; 1Pe 1.2).

2 – Qual é a relação entre as pessoas da Trindade?

Este é um grande mistério para a mente humana: as três pessoas, o Pai, o

Filho e o Espírito Santo, coexistem em uma só divindade. São um só Deus da

mesma essência, substância, poder e glória e, ainda assim, cada um tem

personalidade distinta (Gl 1.1; Jo 1.18; 1 Jo 5.20; Sl 45.6; Hb 1.8; At 5.3-4; Jo 1.1; Is

9.6; 1 Co 2.10-11; Jo 10.30).

3 – Quais são as propriedades pessoais das três pessoas da Divindade?

O Filho é eternamente gerado do Pai (Jo 14.8-9; Jo 1.14,18; Hb 1.5-6; Jo 17.5)

e o Espírito Santo procede do Pai e do Filho (Jo 14.16-17,26; Jo 15.26; Gl 4.6; 1 Co

2.12).

4 – Existe uma distinção na obra realizada por cada membro da Trindade?

Sim. Existe diferentes operações assumidas pela Triunidade. O Pai inicia a

criação e a salvação; o Filho redime a criação (morreu para salvá-la); o Espírito

Santo regenera e santifica, aplicando a salvação à vida dos crentes (Jn 2.9; Is 43.12;

Rm 11.33-36).

5 - Qual a formulação histórica da Trindade?

88

Page 30: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

29

A formulação histórica da Trindade é que Deus é um em essência e três em

pessoas. Embora tal fórmula seja misteriosa, de maneira nenhuma é contraditória. A

unidade da Deidade é afirmada em termos de essência ou ser, enquanto que sua

diversidade é expressa em termos de pessoas.

O Deus Trino

A Bíblia nos ensina que há somente um Deus, mas Ele subsiste em três

pessoas. A Doutrina da Trindade é um mistério. Não podemos harmonizá-la com a

lógica humana. Está além de nossa compreensão. Mas podemos descrevê-la,

conforme é ensinada nas Escrituras. O grande mistério da Trindade está no fato de

as três pessoas ser apenas um Ser essencial espiritual, indivisível e inalienável, que

é comum ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Eles tem em comum uma só

inteligência, um só poder, uma só vontade etc., que são infinitos quando dizemos

que são pessoas distintas. Concluindo, a essência divina está dividida em três

pessoas, mas está presente nas três em igual proporção e intensidade; todas as

pessoas da Trindade possuem todos os atributos divinos. O Pai é Deus, o Filho é

Deus e o Espírito Santo é Deus. As três pessoas se distinguem por suas diferentes

“funções” no plano redentor.

1 - AS FUNÇÕES DAS PESSOAS DA TRINDADE

Existe também uma distinção na obra realizada por cada membro da

Trindade. Num sentido, a obra da salvação é comum a todas as três pessoas da

Trindade. Mesmo assim, na maneira de atividade existe diferentes operações

assumidas pelo Pai, pelo Filho e pelo Espírito Santo, como vemos abaixo:

Pai – O Deus Pai é revelado como o Espírito Infinito, o Criador, o Deus da Natureza.

Ele inicia a criação e a redenção. Filho – Cristo é o eterno Filho de Deus que se fez

homem por amor de nós, encarnado-se miraculosamente por obra do Espírito Santo

no ventre da virgem Maria (Lc 1.35). Viveu uma vida de servo, sendo obediente

até à morte e morte de cruz (Fp 2.6-8), com a qual realizou um sacrifício perfeito e

Page 31: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

30

único em nosso favor (Hb 7.22-28). Ele ofereceu a si mesmo como vítima de

propiciação pelos nossos pecados, reconciliando-nos com o Pai (2 Co 5.19). Depois

de permanecer três dias sob o poder da morte, ressuscitou e, tendo ficado quarenta

dias com os seus discípulos (At 1.3), subiu aos céus (At 1.9), onde está à direita de

Deus intercedendo por nós. O Filho redime a criação. Espírito Santo – O Espírito

Santo é a terceira pessoa da Trindade. É o Espírito da Verdade, o outro Consolador

prometido por Cristo, o Santificador de nossas almas (Jo 14.16,17). É por meio do

Espírito que Cristo realiza a sua presença com o seu povo, segundo a promessa:

“Eis que estou convosco todos os dias até à consumação dos séculos” (Mt 28.20). O

Espírito Santo regenera e santifica, aplicando a redenção aos crentes.

2 - AFIRMAÇÕES BÍBLICAS

É na Bíblia que encontramos os argumentos para descrever essa doutrina,

ainda que não possamos compreendê-la totalmente. No Batismo de Jesus houve a

manifestação das três pessoas: o Filho sendo batizado, recebeu o Espírito que

desceu sobre Ele de uma maneira visível, e o Pai disse: “Este é meu Filho amado em

quem me comprazo” (Mt 3.13-17); Jesus ordena o Batismo em nome da Trindade (Mt

28.19); a Igreja usou uma bênção trinitariana (2 Co 13.13); etc.

3 - IMPORTÂNCIA DA DOUTRINA DA TRINDADE

Devemos dar uma enorme importância à doutrina da Trindade, porque ela

está no coração da teologia cristã e no cerne da nossa redenção. Se não há

Trindade, não há encarnação; e se não há encarnação do Verbo, a expiação torna-

se apenas uma apresentação teatral sem qualquer significado para nós. O assunto

da justificação pelo sangue de Cristo ficaria totalmente prejudicado. Nossas culpas

continuariam conosco, ainda estaríamos com dívida por pagar, porque um homem

simplesmente não pode levar a culpa de homens, morrendo na cruz, sem condições

de ressuscitar pelo seu próprio poder. O objeto da nossa fé, Jesus Cristo, seria

apenas um homem, nada mais. Somente a doutrina da Trindade é que faz com que

vejamos em Cristo o Verbo encarnado, o Redentor, o Deus-homem.

Page 32: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

31

A Igreja

Questões:

1 – O que é a Igreja ?

Temos duas igrejas, a visível e a invisível: A Igreja invisível não é uma

denominação religiosa, trata-se do corpo de Cristo, sendo Ele o cabeça, ou

seja, aqueles que independentemente de denominação, creram em Jesus

Cristo como seu único Salvador ou ainda crerão (Ef 1.22-23; Cl 1.18; 1Co

12.27). A igreja visível é a reunião dos santos, onde juntos crescem no

conhecimento, na comunhão, na santidade e na adoração exercendo seus

ministérios e dons, para proclamação do Reino. Através dela Deus se

manifesta ao mundo (At 2.42,46-47).

2 – Qual é a missão da Igreja ?

A missão da igreja dividi-se em três características, que são:

a) Proclamação - Que consiste em proclamar a Palavra de Deus aos homens,

ou seja, anunciar a Salvação garantida por Jesus Cristo na cruz do Calvário.

Esta mensagem deve ser proclamada em todo o mundo (Mt 28.18; Mt 24.14;

Mc 13.10 e Mc 16.15).

b) Ensino - Que consiste agora em ensinar toda a Vontade de Deus revelada

aos que foram atingidos pela proclamação do Evangelho de Jesus Cristo.

Nossa realidade deve ser pensada, criticada e reflexionada com base na

Palavra de Deus (At 20.26-27; Mt 28.19-20).

c) Serviço - Significa que fomos chamados para servir, ou seja, atender

àqueles que passam por qualquer tipo de necessidade ou sofrimento,

99

Page 33: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

32

desenvolvendo ou apoiando qualquer situação legítima, lutando pela melhoria

de vida do ser humano, denunciando qualquer tipo de injustiça que fira os

princípios da Palavra de Deus ( Gl 2.10; Tg 2.14-26; 1 Jo 3.16-18).

3 – Quando que a Igreja se mostra comprometida com o Reino de Deus ?

Quando ela cumpre fielmente esta tríplice missão no mundo, ou seja,

todo o crente deve estar envolvido com esta missão sem exceção, para

descobrir os seus dons, desenvolve-los e aplica-los em alguma área

específica no Reino de Deus (Rm 12.3-8; Ef 4.11-16).

A Igreja de Cristo

A Igreja é uma palavra que vem do grego, e nesta língua significa

“assembléia”, “multidão”, “ajuntamento popular”. Qualquer grupo que se reunisse

para tratar dos mais diversos fins era, para os gregos, uma igreja (ekklesia). Os

tradutores da Bíblia passaram a usar esta palavra com um sentido religioso, para

designar uma assembléia ou reunião de pessoas que se congregavam para prestar

culto à Deus. É com este sentido que ela aparece no Antigo Testamento.

1 - DIVERSIDADE DE SENTIDOS

A palavra Igreja, na linguagem religiosa, passou, com o tempo, a ser usada

em vários sentidos, tais como: igreja visível e igreja invisível; igreja militante e igreja

triunfante; igreja católica ou universal e igreja local ou particular; igreja como credo

(igreja romana, igreja ortodoxa, igreja reformada ou protestante); seitas ou

denominações (presbiteriana, metodista, batista, etc.); e naturalmente, o próprio

edifício onde se congregam os fiéis.

2 - IGREJA DE CRISTO

Há duas maneiras de definir a Igreja de Cristo. A primeira afirma que ela “ é a

companhia dos eleitos que são chamados pelo Espírito de Deus” ou, de maneira

Page 34: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

33

mais simples “a comunidade dos santos”, que é a igreja invisível. A segunda a define

como “a comunidade dos que professam a verdadeira religião, juntamente com seus

filhos”, que é a igreja visível. É importante lembrar que somente aqueles que

pertencem a Igreja Invisível, as quais Deus conhece, são salvas.

3 - OS ATRIBUTOS DA IGREJA

a) Unidade – Consiste na união espiritual de todos os crentes. Distingue-se da

união orgânica. É em virtude da união espiritual que os crentes formam o corpo

místico de Cristo, de acordo com as seguintes palavras de Paulo: “Ora, vós sois o

corpo de Cristo, e, individualmente, membros uns dos outros” (1 Co 12.27). Em

virtude dos pecados e da fraqueza do homem, essa unidade não se tem

manifestado objetivamente, conforme a vontade expressa de Cristo na oração

sacerdotal: “ A fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim, e eu em

ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo

17.21).

b) Santidade – O sentido básico da palavra santidade é “separado”. Santo é aquele

que foi separado do mundo por Deus, para servi-lo no mundo. O sentido primário

da palavra, portanto, não é moralista, mas indica a relação com Deus e propósito

de servi-lo.

c) Universalidade – (ou catolicidade) A igreja de Cristo é universal porque inclui

todos os crentes, de todas as partes da terra. Cristo ordenou que o evangelho

fosse pregado a todo o mundo, para fazer discípulos em todas as nações. O

âmbito da mensagem é universal e o seu propósito é congregar, num só corpo,

todos os que crêem, em qualquer tempo ou lugar.

4 - AS MARCAS CARACTERÍSTICAS DA IGREJA

Estas marcas pertencem à igreja visível e servem para distinguir a verdadeira

igreja da falsa. Os reformadores, geralmente concordam em apontar estas três

marcas características:

a) O verdadeiro ensino da Palavra de Deus – A importância dessa marca pode

ser apreciada em textos como os seguintes: “Se vós permanecerdes nas minhas

Page 35: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

34

palavras, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a

verdade vos libertará” (Jo 8.31,31); “Todo aquele que ultrapassa a doutrina de

Cristo e nela não permanece, não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse

tem assim o Pai, como o Filho” (2 Jo 9). A pregação deve ser fiel às verdades

fundamentais da Palavra de Deus e exercem influência controladora na fé e na

vida prática do crente.

b) Administração correta dos Sacramentos – Os sacramentos (Batismo e Santa

Ceia) são inseparáveis da Palavra de Deus. Devem ser administrados pelo

Ministro da Palavra e destinam-se aos crentes e aos seus filhos. Textos

esclarecedores: “ Ide por todo o mundo e fazei discípulos de todas as nações,

batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28.19); “E

perseveraram na doutrina dos apóstolos, na comunhão do partir do pão e nas

orações” (At 2.42).

c) O Exercício fiel da Disciplina – Essa marca é essencial para manter a pureza

da doutrina e dos sacramentos, bem como testemunho dos membros da Igreja. A

Palavra de Deus insiste na disciplina propriamente aplicada, em textos como os

seguintes: “Em verdade vos digo, que tudo o que ligardes na terra terá sido ligado

nos céus, e tudo que desligardes na terra terá sido desligado nos céus” (Mt

18.18); “... expulsai, pois, de entre vós o malfeitor” (1 Co 5.13), neste texto Paulo

refere-se a um crente de conduta impura na igreja de Corinto.

Pelo que ficou exposto, vimos que a Igreja de Cristo é o seu corpo místico e

que os crentes são individualmente membros deste corpo. Nela foi feita a condutora

da obra de Redentora de Cristo, a partir do momento em que Ele subiu aos céus,

após a ressurreição. Todo crente tem o privilégio de ser participante desta obra,

como membro da comunidade dos salvos pela graça de Deus. E todos os salvos são

unidos à igreja pelo Espírito Santo. Por isso, há um sentido em que se torna exata a

afirmação: “Fora da igreja não há salvação!”.

Page 36: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

35

Os Sacramentos

Questões:

1 – O que é sacramento, e quais são ?

É uma ordenança sagrada instituída por Deus para representar, por meio de

sinais visíveis, a graça espiritual da salvação e todas as bênçãos dela decorrentes,

comunicadas àqueles que dela participam. Os sacramentos são: o Batismo e a Santa

Ceia (Mt 28.19; Lc 22.19-20; 1 Co 11.23-26).

2 – Por que o Batismo é um meio de graça?

Porque no Batismo, tendo a água como sinal visível, representando a

purificação espiritual, o batizando é admitido na Igreja visível, é unido a Cristo e

torna-se participante das bênçãos da salvação (At 2.38-41; Rm 6.3-4).

3 – O que se exige da pessoa para ser batizada?

No caso de adultos, exige-se fé em Jesus Cristo como Salvador e disposição

em obedecê-lo. No caso de crianças, é necessário ter os pais, ou um deles, crentes

(At 8.36-38; At 2.38; 1 Co 7.14).

4 – É correto batizar crianças?

Sim. O batismo substitui a circuncisão como selo e sinal de participação no

Pacto (Gl 5.2-7; Cl 2.11-12); o Pacto foi feito com Abraão e sua descendência, e toda

criança estava incluída nele, devendo ser circuncidada (Gn 17.7-14; Dt 29.9-15); o

Pacto não foi anulado, antes foi confirmado e feito novo (Gl 3.17,18,29; Hb 6.13-20;

1100

Page 37: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

36

Rm 4.11-18); os filhos dos cristãos são participantes do Pacto e desfrutam de suas

bençãos (At 2.38,39; Mc 10.13-16; 1 Co 7.14). Além do mais, há fortes evidências de

batismos infantis na Igreja Primitiva (At 16.14-15, 31-33) e não há qualquer proibição

a esta prática.

5 - O que é Ceia do Senhor?

É um sacramento instituído por Cristo, no qual o pão e o vinho são os sinais

visíveis, “representando”, respectivamente o corpo e o sangue de Jesus, entregue na

cruz do Calvário. A Ceia do Senhor é o símbolo máximo da salvação dos eleitos; em

sua celebração são comemoradas a morte e ressurreição de nosso Senhor. Só

participam da Ceia aqueles que professaram publicamente sua fé em Jesus (1 Co

11.26; Lc 22.19; Jo 6.50-59 ).

Os Dois Sacramentos

1 - O BATISMO

a) As Formas de Batismo:

A igreja de Cristo reconhece três formas de administração do batismo: a

aspersão, a imersão e a efusão. Na “aspersão”, a água é borrifada ou aspergida

sobre a cabeça do batizando; na “imersão”, como a palavra sugere, o batizando é

mergulhado na água; e na “efusão”, derrama-se sobre a cabeça do batizando um

vazo d’água. A Igreja Presbiteriana considera as três formas igualmente válidas, mas

prefere a aspersão.

b) Porque Batizamos por Aspersão?

A Igreja Presbiteriana sempre adotou a aspersão como forma preferida de

batismo. Divergimos do exclusivismo dos imersionistas apoiados, entre outros, nos

seguintes argumentos:

O batismo com água é apenas um símbolo: A quantidade de líquido usado na

sua administração não altera a validade do sacramento.

Page 38: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

37

O significado da palavra batismo: Não é decisivo para se afirmar que a imersão

é a única forma válida desse sacramento. Em Mt 15.2; Mc 7.1-5 e Lc 11.37-39, a

palavra grega batismo (baptizo) é empregada para designar a lavagem das mãos,

de copos, jarros de metal e camas. Tal ato era realizado mediante o

derramamento de água, como se pode depreender de 2 Rs 3.11.

O batismo com água e com o Espírito: A batismo com água simboliza o

batismo com o Espírito Santo em forma de derramamento: “ Derramarei o meu

Espírito sobre toda a carne” (Jl 2. 28,29; At 2. 17). No Pentecoste o Espírito Santo

desceu sob forma de línguas de fogo, isto é, em forma de aspersão (At 2.1-4).

O batismo de Saulo: O batismo de Saulo na casa de Ananias, não poderia

obviamente, ter sido aplicado na forma de imersão (At 9.18), bem como o batismo

do carcereiro de Filipos e de “todos os seus”, as altas horas da noite (At 16.33).

Há outros exemplos no livro de Atos, com relação aos quais este argumento é

igualmente válido. c) Por que Batizamos Crianças?

O batismo de crianças é outro ponto de divergência entre os presbiterianos e

os imersionistas. Para nós há vários argumentos sólidos que justificam o batismo de

crianças, entre os quais mencionamos os seguintes:

As Crianças e o Pacto do Antigo Testamento: As crianças sempre fizeram

parte integrante da família de Deus, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento:

“Essa é a aliança que estabelecerei entre mim e vós, e a tua descendência: todo

macho entre vós será circuncidado. Circuncidarei a carne de vosso crepúcio: será

isso por sinal de aliança entre mim e vós” (Gn 17. 10,11). “Porque a promessa é

para vós e para vossos filhos” (At 2. 39). Se a igreja no Antigo Testamento,

admitiu crianças, não podemos excluí-las, no Novo Testamento, negando-lhes o

batismo.

Batismo e circuncisão: Nas palavras de Paulo, em Cl 2. 11,12, o batismo é a

“circuncisão de Cristo”. Estes dois ritos – circuncisão e batismo – tem o mesmo

propósito, a saber, a iniciação na igreja de Deus. Ora a criança judia era

circuncidada no oitavo dia, depois do nascimento. Nada há que possa impedir

Page 39: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

38

procedimento idêntico, que é a aplicação do batismo às crianças na igreja de

Cristo.

Batismo de famílias inteiras: No Novo Testamento, há várias referências a

batismos de famílias inteiras. É mais natural concluir que nessas famílias

houvesse crianças, que teriam recebido também o batismo (At 16. 15, 33; 18.8).

2 - A SANTA CEIA

a) A Instituição Da Ceia Do Senhor

Há quatro narrativas distintas da instituição da Ceia do Senhor (Mt 26. 26-29,

Mc 14. 22-25, Lc 22. 19-20 e 1Co 11. 23-25). Assim como a Páscoa representava no

Antigo Testamento a libertação dos judeus do cativeiro egípcio, assim a Santa Ceia,

no Novo Testamento simboliza a nossa libertação do poder do pecado, mediante o

sacrifício de Cristo. O pão partido e o vinho simbolizam o corpo quebrantado do

Senhor e o seu sangue derramado. O comer e o beber materialmente destes

elementos são indicados da apropriação espiritual do corpo e sangue do Senhor, isto

é, dos frutos do sacrifício de Jesus Cristo na cruz, e são um memorial constante da

obra redentora do Senhor até o grande dia de Sua vinda (Lc 23. 19).

b) As Pessoas a quem se Destina a Ceia do Senhor

A Ceia do Senhor não foi instituída para todos indiscriminalmente, mas só

para os que podem conscientemente exercer a fé, e podem examinar-se a si

mesmos quanto à compreensão correta da significação espiritual da Ceia do Senhor.

Isto significa que as crianças que ainda não atingiram a idade da compreensão não

estão aptas a participar deste sacramento. E até os verdadeiros crentes tem o direito

de participar dele só quando sua conduta não está em flagrante oposição à sua

profissão. Por isso o apóstolo Paulo insiste na necessidade do auto-exame (1Co 11.

28-32). Os não crentes naturalmente estão excluídos da mesa do Senhor, e os que

se declaram cristãos não podem ser admitidos a ela se consciente e

persistentemente se afastam da verdade ou levam vidas ofensivas.

Page 40: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

39

A Oração e o Dízimo

Questões:

1 – O que é oração?

Oração é uma conversa do salvo com Deus, é uma audiência do súdito do

Reino com o seu Rei, na qual ele O adora e intercede por si mesmo e por outros,

deixando todos os seus cuidados nas mãos soberanas dEle.

2 – Todo cristão deve orar diariamente?

A Bíblia exorta todo cristão a ser perseverante na oração; o súdito do Reino de

Deus deve estar constantemente diante do trono do seu Rei. Cristão que não ora,

não é verdadeiro cristão (Mc 14.38; 1Ts 5.17; Rm 12.12; Lc 11.1; Lc 18.1; Jd 20; Cl

4.2).

3 – Por que a oração é um meio de graça?

A oração é um meio de graça porque revela e desenvolve o senso de

dependência de Deus, coloca o salvo em íntima comunhão com Ele ao adorá-lo

reverente e reconhecer que toda a sua vida está nas mãos dele, traz sobre o cristão

as bençãos que ele necessita, as quais já estão preparadas de antemão conforme a

vontade soberana de Deus; prepara o espírito para a luta no serviço a Deus no

mundo (1 Jo 5.14; Mt 6.5-8; Ef 6.10-18; Mt 26.41; Fp 4.6).

4 – Por que devemos entregar o Dízimo?

Qualquer instituição necessita de recursos financeiros para funcionar e a igreja

não é uma exceção. A congregação de Israel precisava de recursos para manter o

santuário e sustentar os levitas. A igreja necessita de recursos para manter o templo

e suas instituições e para sustentar aqueles que se dedicam ao seu serviço. Por isso

1111

Page 41: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

40

“Deus requer” de seu povo o dízimo e as ofertas (Ml 3.8-10; Gn 14.20; Gn 28.18-22;

Lv 27.30; Nm 18.21; 1 Co 9.13,14; 2 Co 8.1,2; Mt 10.42).

A Exigência de Deus – O Dízimo

A maior polêmica sobre as finanças, repousa sobre a questão do dízimo.

Afinal de contas devemos ou não dar o dízimo de nossos bens? Para que serve o

dízimo? Como tem sido administrado este dinheiro? O grande dilema é descobrir se

devemos ou não entregar o dízimo.

1 – O DÍZIMO NO ANTIGO TESTAMENTO:

Abraão foi o primeiro crente a dar o dízimo, muito antes de ser instituída lei do

dízimo (Gn 14.20), foi imitado por Jacó, seu neto (Gn 28.18-22). Quando a lei foi

outorgado por meio de Moisés, o dízimo foi incorporado à legislação.

a) Os dízimos do Senhor: (Lv 27.30-34) – O Senhor foi quem exigiu que

entregasse de tudo quanto se produzisse o dízimo, a décima parte, tanto dos

cereais, produtos de árvores, vegetais, todos; destes podia-se “resgatar” alguma

coisa quando 20 % a mais do seu valor; dos animais nada se podia resgatar, tudo

que fosse marcado para o Senhor devia ser entregue, independente se fossem

animais bons ou ruins. O dízimo era uma obrigação e não uma opção para o povo

de Deus.

b) Os dízimos sustentavam os levitas: (Nm 18.21) – A Tribo de Levi foi separada

por Deus para ministrar no tabernáculo, não receberam terras por herança, mas

receberam os dízimos para o seu sustento. Os dízimos eram o pagamento pelos

serviços prestados no Templo. Os levitas deviam dar o seu dízimo aos

sacerdotes.

c) A festa dos dízimos: (Dt 14.22-29) – O texto faz referência a uma grande festa

que era realizada na entrega dos dízimos, esta festa deveria ser realizada no

santuário central, lugar que Deus determinasse. Não sabemos quanto dos

Page 42: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

41

dízimos era consumido ali, mas a ênfase recai sobre a importância de expressar

a gratidão a Deus em uma celebração familiar.

d) A assistência aos necessitados: (Dt 26.12,13) – Trienalmente os dízimos eram

armazenados nas cidades de origem e serviam para o socorro dos necessitados,

estrangeiros, órfãos e viuvas.

2 – O DÍZIMO NO NOVO TESTAMENTO:

No Novo Testamento pouco se fala sobre o dízimo, com exceção da clássica

passagem de Mt 23.23, onde Jesus não enfatizou ou acrescentou nada ao Ensino do

Antigo Testamento. No Novo Testamento a questão do dízimo parece perder a sua

força, não porque o crente não deve contribuir, mas porque agora nos é requerido

mais do que atitudes rituais. Deus quer toda a nossa vida, não apenas partes dela

como faziam os religiosos da época de Jesus. No Novo Testamento há muita ênfase

sobre “ofertas”, estas é que são muito defendidas e reclamadas. Vejamos:

a) O sustento de Jesus e dos discípulos: (Lc 8.1-3; Mt 10.9-10) – Durante o seu

ministério, Jesus recebeu ofertas daqueles que o seguiam e estimulou os seus

discípulos a se sustentarem de seu trabalho de evangelização pelas vilas da

Palestina.

b) O sustento de Paulo e outros obreiros: (1 Co 9.11,13,14; 2 Co 7-9; 1 Tm

5.17,18; Fp 4.15,16) – O apóstolo Paulo sempre contou com o apoio financeiro

das igrejas por onde passou. A igreja de Antioquia da Síria foi a grande

patrocinadora das viagens missionárias do apóstolo. As ofertas levantadas nas

igrejas eram o meio de sustento dos apóstolos, evangelistas e presbíteros

(pastores). Paulo afirma enfaticamente que aqueles que labutam na obra do

Senhor deve ter nela o seu sustento.

c) A assistência aos “santos”: (At 11.29-30; 2 Co 8.13-15; 1 Tm 5.16) – Ofertas

eram levantadas com vistas ao suprimento das necessidades urgentes dos

irmãos menos favorecidos, dos carentes. A igreja sempre esteve atenta a estas

necessidades e correu no sentido de supri-las. As ofertas eram destinadas para

este fim também.

Page 43: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

42

Entendemos que a firmação do Senhor Jesus sobre os dízimos é mais do que

suficiente para que usemos esta prática de contribuição nas igrejas de Jesus.

Entretanto, assim como no Antigo Testamento, contribuir com o dízimo é apenas se

desincumbir de uma obrigação, o Senhor sempre espera que vamos além, que

entendamos que mais que uma obrigação, contribuir com o seu Reino é um privilégio

e é o objetivo primeiro de todo discípulo (Mt 6.33), assim cumpre-nos ser abundantes

em nossas contribuições.

Page 44: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

43

Fim dos Tempos

Questões:

1 – Quais os sinais que precederão a Segunda Vinda de Cristo?

A Segunda Vinda de Cristo será precedida pela pregação do Evangelho a

todas as nações, pela grande apostasia, grande tribulação, pelo aparecimento do

Anticristo, por terremotos, fomes e guerras. Muitos desses sinais têm estado

presentes desde os primórdios da história; contudo serão intensificados nos últimos

dias. Estes são os chamados “Sinais dos Tempos” (Mt 24.3-31; 2 Ts2.1-12; 2 Tm

3.1-9). Não é possível definir a ordem cronológica destes sinais, eles podem ocorrer

concomitantemente.

2 – Como são chamadas as correntes de interpretação “mil anos” de Apocalipse 20?

As quatro principais interpretações são chamadas: Pré-Milenismo

Dispensacionalista, Pré-Milenismo Histórico, Pós-Milenismo e Amilenismo. Como

este curso visa uma orientação básica, estudaremos no momento apenas o

Amilenismo, as outras interpretações serão estudadas detalhadamente em um

próximo curso de doutrinas.

3 – O que é Amilenismo?

O Amilenismo defende que os mil anos de Apocalipse 20 não podem ser

entendidos literalmente, nem como um reinado visível e terreno de Cristo antes do

fim. O milênio refere-se ao período que vai desde a primeira até a Segunda Vinda de

Cristo; neste milênio, as almas dos salvos vivem e reinam com Jesus no céu,

enquanto as almas dos ímpios não vivem, nem reinam, com Ele (Ap 20.4-6);

Satanás está preso, não podendo impedir a pregação nem desenvolvimento do

Evangelho; sua prisão se deu quando Jesus veio pela primeira vez e o derrotou (Ap

1122

Page 45: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

44

20.1-3; Jo 12.31-32; Lc 10.17-18; Mt 12.29). No final deste milênio ele será solto;

então aparecerá o Anticristo e virá a grande tribulação seguida pelo imediato retorno

de Cristo, que destruirá Satanás, e pela ressurreição simultânea dos salvos e dos

ímpios para julgamento (Ap 20.7-15); os salvos reinarão eternamente com Cristo na

nova terra, onde não haverá sofrimento, nem qualquer corrupção ou oposição a

Cristo. Esta é a posição mais coerente com o ensino todo da Bíblia.

4 – O que acontecerá após a Segunda Vinda de Cristo?

Quando Cristo aparecer nas nuvens com seus anjos (será repentina, única,

pessoal e visível) haverá a ressurreição geral dos mortos, tanto dos justos quanto

dos injustos (Jo 5.28-29; At 24.15; Dn 12.2; Ap 20.11-15); os justos ressuscitados,

bem como os vivos, terão seus corpos transformados e glorificados, subirão para

encontrar-se com Cristo nas nuvens e descerão imediatamente com Ele à Terra (Jo

6.39-40,44; 1 Co 15.21-58; Fp 3.20-21; 1 Ts 4.13-18). Satanás, o Anticristo e os

seus seguidores serão definitivamente derrotados (Ap 16.12-16; Ap 20.7-10); segue-

se o juízo final e o estabelecimento dos novos céus e nova Terra.

5 – Como se dará o juízo final?

Todos os homens e anjos deverão comparecer diante do tribunal de Cristo

para serem julgados (Mt 25.31-33; At 17.31; 2 Co 5.10; Rm 14.10-12; Rm 2.16; Jd 6;

2 Pe 2.4; AP 20.11-15); neste juízo final será dada a sentença de cada ser, vida

eterna ou sofrimento eterno, de acordo com suas obras, tendo com base a vontade

de Deus revelada nas Escrituras e a obra de Cristo (Mt 12.36-37; Mt 25.34-46; 2 Co

5.10; Ap 20.13; Jo 3.18,36; Jo 5.24; Rm 8.1; Rm 2.12; Lc 12.47-48; 1 Co 13.10-15).

O propósito maior deste juízo é manifestar a glória de Deus.

Os “Mil Anos” de Apocalipse 20

1 - PRÉ-MILENISMO HISTÓRICO

Page 46: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

45

a) Fim dos Tempos

Aparecimento do Anticristo (Mt 24; Ap 13)

Aparecimento do Falso Profeta

Grande Tribulação

Batalha do Armagedon

b) Segunda Volta de Cristo

Cristo volta para destruir seus inimigos e reinar (Ap 19:1ss)

Destrói o Anticristo e o Falso Profeta (Ap 19:20)

c) Milênio

Satanás é preso por mil anos para não enganar as nações (Ap 20:1,2)

Segue-se a 1ª ressurreição dos salvos (Ap 20:4,5 comp. com Ap 2:8 e 13:3,14

e I Co 15:23-26)

Jesus reina na Terra por mil anos literais com seus súditos (Ap 20:4-5)

Haverá conversão em massa dos judeus (pela Graça, mediante a Fé)

Cristo ainda será resistido

d) Juízo Final

Satanás é solto no final dos mil anos (Ap 20:7)

Satanás reúne todos os que não aceitaram a Jesus para lutar contra ele (Ap

20:8)

Jesus vence a batalha e destrói todos os seus inimigos (Ap 20:9-10)

Satanás é lançado no inferno

Acontece a 2ª ressurreição, desta vez de todos os mortos (Ap 20:11-15)

O julgamento é feito (Ap 20:13)

A morte é "destruída" (Ap 20:14)

Os incrédulos são condenados ao inferno (Ap 20:15)

São estabelecidos novos céus e nova terra (Ap 21)

2 - PÓS - MILENISMO

a) Milênio

Milênio não é um período de mil anos literais (Ap 20:1-6).

Page 47: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

46

Corresponde a um período entre a 1ª e a 2ª vindas de Cristo.

Neste período, Satanás está preso, não podendo impedir a pregação do

Evangelho.

Evangelho será pregado a todo o mundo e aceito pela maioria das pessoas.

b) Fim dos Tempos

Judeus e gentios se converterão em massa.

Evangelho impregnará todo o mundo (Mt 28:18-20; Mt 16:18; Nm 14:21; Is

2:2-4; Jr 31:31-34).

Haverá paz e justiça mundiais.

Haverá grande avanço das ciências.

Haverá prosperidade e vida tranqüila.

Não existirá o anticristo, nem a grande tribulação; são fatos já ocorridos no

início da era cristã (Mt 24).

c) Juízo Final

No final deste milênio, Cristo volta.

Satanás é solto (Ap 20:7ss).

Jesus Cristo destruirá Satanás e seus súditos.

Os mortos ressuscitarão.

Haverá o grande julgamento.

Os incrédulos serão lançados no inferno.

Os salvos reinarão com Cristo eternamente nos novos céus e nova Terra.

3 - AMILENISMO

a) Ministério de Cristo – Início do Milênio

Os mil anos de Ap 20:1-6 não são mil anos literais.

Milênio é um período indeterminado de tempo entre a 1ª e 2ª vindas de Cristo.

Neste período, Satanás está preso, no sentido de não poder impedir a

pregação do evangelho

Page 48: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

47

Profissão de Fé

Questões:

1 - O que é Profissão de Fé?

É a declaração pública (diante de Deus, da Igreja e demais pessoas) que o

cristão faz de sua fé em relação, principalmente, a Deus, Jesus Cristo, Espírito Santo

e à Bíblia Sagrada.

2 - Por quê fazer pública Profissão de Fé?

Uma vez que a pessoa tenha crido em Jesus como seu salvador, que esteja

disposta a seguí-lo, ela não deve ficar fora da comunhão da Igreja visível e nem

deixar de participar da Ceia do Senhor. A profissão de fé lhe permite participar

das duas. É exigida a profissão de fé porquê, diante de tantas doutrinas falsas

que são ensinadas, contrárias à Palavra de Deus, é necessário que o cristão

saiba e declare exatamente qual o conteúdo de sua fé.

3 - Quem deve professar a fé?

Deve professar a fé quem:

a) Tem certeza de sua salvação, tendo já crido em Jesus Cristo como seu

Salvador.

b) Está disposto a seguí-lo, obedecendo à Bíblia Sagrada.

c) Já conhece e compreende os princípios básicos da fé cristã.

d) Não seja membro de nenhuma outra Igreja genuinamente evangélica.

4 - Quem deve professar a fé e ser batizado?

Quem se enquadra nas condições da resposta anterior e ainda não foi

batizado em alguma Igreja evangélica.

1133

Page 49: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

48

5 - Quais são os direitos dos membros da Igreja que professam a sua fé?

a) Participar da Ceia do Senhor.

b) Votar e ser votado para cargos de liderança da Igreja.

c) Votar nas Assembléias ordinárias e extraordinárias da Igreja, tendo

participação ativa na vida eclesiástica.

6 - Quais são os deveres dos membros da Igreja que professam a sua fé?

Conforme artigo 14 da Constituição da Igreja Presbiteriana do brasil (CI/IPB):

a) Viver de acordo com a doutrina e prática da Escritura Sagrada.

b) Honrar e propagar o Evangelho pela vida e pela palavra.

c) Sustentar a Igreja e as suas instituições, moral e financeiramente.

d) Obedecer às autoridades da Igreja, enquanto estas permanecerem fiéis às

Sagradas Escrituras.

e) Participar dos trabalhos e reuniões da sua Igreja, inclusive assembléias.

7 - Qual a idade mínima para professar a fé?

Não existe uma definição exata quanto a idade mínima para se professar a fé.

Independente da idade, a pessoa deve satisfazer as exigências acima descritas.

É comum receber pessoas a partir dos 12 anos de idade.

Page 50: DDeessccoobbrriinnddoo oo EEvvaannggeellhhooprojetoboasnovas.org.br/artigos/apost_desc_evang.pdfvocê vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem conhecido

Descobrindo o Evangelho

49

Bibliografia

BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. 4 ed. Campinas/SP: Editora Luz para o

Caminho,1996. 791 p.

BRAGA, Ludgero. Bases da Fé Cristã. 8 ed. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1998.

Em 3 cadernos.

CAMPOS, Heber Carlos de. O Ser de Deus. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1999.

416 p.

HODGE, A. A. Confissão de Fé Westminter Comentada. São Paulo: Editora Os

Puritanos,1999. 596 p.

DUTRA, Adailton C. de Assis. Apostila Doutrina em Questão. Mendes Pimentel/SP,

1992. 58 p.

NASCIMENTO, Adão Carlos. Curso para Catecúmenos. Santa Bárbara d’Oeste/SP:

SOCEP, 1993. 134 p.

SILVA, Agnaldo. Apostila Curso de Doutrinas Básicas. Barra do Garças/MT, 1998.

39 p.

SPROUL, R. C. Verdades Essenciais da Fé Cristã. São Paulo: Editora Cultura Cristã,

1999. Em 3 cadernos.

1144