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Cláudio César Gonçalves
São Paulo / 2001
Descobrindo o Evangelho
1
SUMÁRIO
1 - APRESENTAÇÃO 2
2 - A IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL 3
3 - A ESCRITURA SAGRADA 7
4 - DEUS 11
5 - O HOMEM 16
6 - JESUS CRISTO 19
7 - O ESPÍRITO SANTO 24
8 - A TRINDADE 28
9 - A IGREJA 31
10 - OS SACRAMENTOS 35
11 - A ORAÇÃO E O DÍZIMO 39
12 - FIM DOS TEMPOS 43
13 - PROFISSÃO DE FÉ 47
14 - BIBLIOGRAFIA 49
Descobrindo o Evangelho
2
Apresentação
Seja bem-vindo!!! Estamos muito contentes por você ter decidido frequentar a
Classe “Descobrindo o Evangelho”. Esta apostila que você está recebendo contém
todo o material que você estudará nesta Classe, que traz as principais doutrinas da
Palavra de Deus de forma simples.
Este Curso visa levar cada pessoa a um melhor conhecimento da Pessoa de
Jesus Cristo nosso Salvador. Você pode compartilhar suas dúvidas, temores e
dificuldades, pois estamos dispostos a te ajudar e orientar naquilo que você
necessitar. Mais importante ainda, é que você estará “descobrindo o evangelho”.
Neste Curso Básico, você está dando um passo muito importante. Agora você
pode compartilhar a vida cristã e seus conhecimentos com um grupo que está
começando a descobrir o mesmo que você. Na Classe Descobrindo o Evangelho
você vai conhecer doutrinas bíblicas num nível mais profundo do que você tem
conhecido.
Portanto, mãos à obra. Estude o máximo que você puder. Procure não faltar
às aulas. Fique à vontade para fazer a pergunta que você quiser para os
professores. Qualquer dificuldade que você tiver, pode procurar os seus professores.
Ao fim destes estudos, a Igreja Presbiteriana de Vila Natal terá o maior
prazer de recebê-lo como membro da Igreja e tê-lo trabalhando conosco para o
Reino de Deus. Mas lembre-se, você não é obrigado a se tornar membro da Igreja.
Esta é uma decisão sua; fique à vontade quanto à sua decisão; independente de ser
recebido como membro da Igreja ou não, você pode participar desta Classe e nós
ficamos contentes com isto. De qualquer forma, aí está o convite.
É um grande prazer ter você conosco!!!
Cláudio César Gonçalves
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Descobrindo o Evangelho
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A Igreja Presbiteriana do Brasil
Questões:
1 – Qual foi a primeira igreja a existir no mundo?
A primeira igreja a existir no mundo é hoje denominada “Igreja Primitiva”,
composta pelos apóstolos e demais seguidores de Jesus Cristo conforme relata
Lucas no livros “Atos dos Apóstolos”.
2 – Quais eram as características desta Igreja Primitiva?
Esta comunidade viveu integralmente os valores do Reino de Deus, sendo
marcada pelo amor incondicional a Deus e ao próximo; permanecia firme na doutrina
dos apóstolos e nas orações, vivia em íntima comunhão, atendia os necessitados e
proclamava diariamente o evangelho do Reino aos que não o conheciam (At 2.42-47
At 4.32-35).
3 - O que ocasionou a Reforma Protestante?
Esta igreja aos poucos foi se corrompendo, atingindo o apogeu de sua
degeneração durante a Idade Média. Com o desejo de uma ampla reforma, o monge
Martinho Lutero deu início à Reforma Protestante, afixando suas 95 teses na capela
de Wittemberg, Alemanha em 1517.
4 – Como nasceu a Igreja Presbiteriana?
A Igreja Presbiteriana nasceu na Escócia, através do reformador John Knox.
Este reformador recebeu profunda influência de João Calvino (um dos mais notáveis
reformadores). A Igreja Reformada (ou calvinista), veio a ser chamada, na Escócia,
de Presbiteriana, por ser dirigida por presbíteros eleitos pela igreja local, conforme o
modelo bíblico (1Pe 5.1-2).
22
Descobrindo o Evangelho
4
5 – Como a Igreja Presbiteriana chegou ao Brasil?
Da Escócia, a Igreja Presbiteriana chegou à Inglaterra, de onde foi levada para
a América do Norte no século XVII. Houve um grande avivamento espiritual
acontecido nos Estados Unidos nos séculos XVIII e XIX, e foi então que a Igreja
Presbiteriana dos Estados Unidos (PCUSA) enviou o Rev. Ashbel Green Simonton
para o Brasil, o qual chegou ao Rio de Janeiro no dia 12 de agosto de 1859. Esta é a
data comemorada oficialmente como o Dia da Igreja Presbiteriana do Brasil.
A Igreja Presbiteriana do Brasil
A IPB (Igreja Presbiteriana do Brasil) é herdeira de fé reformada no Brasil,
suas afirmações de fé se baseiam na sistematização teológica feita por Calvino e
seus seguidores. Vejamos como se governa a IPB:
1 – SÍMBOLOS DE FÉ
Para a IPB a única regra de fé e prática é a Bíblia Sagrada, entretanto, em
virtude das doutrinas bíblicas não estarem sistematizadas ali, adotamos uma
Confissão de Fé e um Catecismo, como manual de doutrina. A Confissão de Fé foi
formulada por uma assembléia convocada pelo Parlamento inglês para elaborar os
princípios de governo, doutrina e culto que regeriam as atividades religiosas da
Inglaterra, Escócia e Irlanda. Esta assembléia foi instalada em 01/07/1643, composta
por anglicanos, congregacionais, independentes, batistas e presbiterianos, tinha 121
teólogos e 30 leigos nomeado pelo parlamento, realizou 1163 sessões, sem contar
reuniões de comissões e subcomissões. O local das reuniões foi na Abadia de
Westminster. As afirmações desta assembléia foram aprovadas pelo Parlamento
inglês em 1647. A assembléia formulou uma confissão de fé, dois catecismos, o
maior e o breve. Esta confissão de fé ficou conhecida como “Confissão de Fé de
Westminster”.
Descobrindo o Evangelho
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2 – SISTEMA DE GOVERNO
A IPB adota o sistema de governo. É um meio termo entre o sistema episcopal,
em que o governo exercido pelo bispo, e o congregacional, onde as decisões são
tomadas por assembléias, com todos os membros. Na IPB os membros se reúnem
em assembléia e elegem seus representantes. A IPB é uma igreja “Conciliar”, todas
as decisões são tomadas por concílios eleitos para tal fim. Todas as decisões dos
concílios devem ser documentadas, lavrando-se em atas de todas as resoluções.
a) Governo Local: O governo da igreja local é exercido pelos presbíteros (por isso
presbiteriana) eleitos por uma assembléia dos membros. O Conselho é o menor
concílio da IPB e é instituídos pelos presbíteros eleitos e pelo pastor da igreja. O
Conselho tem a responsabilidade de exercer o governo espiritual e administrativo
da igreja. Para participar das decisões regionais o conselho elege, dentre os seus
membros o presbítero que representará a igreja no concílio superior.
b) Governo Regional: O governo de uma determinada região é exercida por dois
concílios:
Presbitério: O Presbitério é formado pelos pastores de determinada região e
mais um presbítero de cada igreja. Um presbitério deve ser composto de pelo
menos 4 (quatro) igrejas. O Presbitério é responsável pela disciplina de
pastores e pelo governo espiritual da sua região, é dirigido por uma diretoria
(Comissão Executiva) eleita anualmente. O Presbitério fiscaliza e orienta as
decisões das igrejas locais.
Sínodo: O Sínodo também é um governo regional, exerce o governo sobre os
presbitérios. Um Sínodo deve ser composto de, no mínimo 3 (três)
presbitérios. Suas reuniões são bienais ( anos ímpares) e cada presbitério se
faz representar por três pastores e presbíteros. Dirige, coordena e fiscaliza os
trabalhos dos presbitérios.
Governo Nacional: O Governo Nacional da IPB é exercido pelo “Supremo
Concílio”, que se reúne a cada quatro anos e é composto de representantes
de todos os presbitérios, sendo dois pastores e dois presbíteros de cada um
deles. Esta assembléia decide todas as questões da igreja, sejam teológicas,
Descobrindo o Evangelho
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disciplinares, etc. No período compreendido entre os quatro anos a IPB é
governada pela Comissão Executiva, que é formada pela “mesa” do Supremo
Concílio (Presidente, Vice Presidente, Secretário Executivo e Tesoureiro) e
por todos os presidentes dos Sínodos. A Comissão Executiva do Supremo se
reúne pelo menos uma vez por ano.
3 – A LEGISLAÇÃO DA IPB
A IPB é regida por um conjunto de leis que abrange todos os aspectos da vida da
Igreja, o Manual Presbiteriano é composto de:
a) Constituição da Igreja: É um conjunto de leis que trata de todas as questões
administrativas da igreja, todos os concílios são regidos pela Constituição.
b) Código de Disciplina: São as leis que se referem à disciplina dos membros da
IPB, dos pastores e do concílio. Contém toda a formalidade do processo de
disciplina na igreja.
c) Princípios de Liturgia: Trata da forma dos cultos da IPB.
Além destes três conjuntos de leis o Manual Presbiteriano tem ainda os estatutos
da igreja nacional, os regimentos internos dos concílios e modelos dos estatutos
para igrejas locais. Todas as atividades conciliares da IPB devem obedecer este
conjunto de leis, o que dá uniformidade e identidade à IPB. Todas as decisões
dos concílios são recorríveis aos concílios superiores.
Descobrindo o Evangelho
7
A Escritura Sagrada
Questões:
1- O que é Escritura Sagrada, e como ela foi escrita ?
É o termo usado para se referir à Bíblia, conjunto de livros que compõem a
Palavra de Deus escrita, a revelação de Deus ao homem. Ela foi escrita por cerca de
40 escritores, diferentes uns dos outros, em épocas bem distintas, num período de
1600 anos aproximadamente (2 Pe 1.19-21).
2 - Quantos livros tem a Bíblia?
A Bíblia tem 66 livros, divididos em duas grandes partes : 39 no Antigo
Testamento e 27 no Novo Testamento.
3 - Quem é o autor da Bíblia?
O único autor da Bíblia é o próprio Deus. A Escritura Sagrada foi dada por
inspiração divina (2 Tm 3.16).
4 - Qual o tema unificador da Bíblia?
Na realidade são três temas: Reino, Pacto e Mediador. Reino: Deus é Rei,
Criador Soberano; ele reina sobre toda a criação; tem o seu trono de onde
"comanda” seu Reino. Pacto: Deus entrou num relacionamento de vida e amor com o
Homem, colocando-o como "vice-regente" no Mundo. Mediador: O Mediador do
Pacto, administra o Reino, dirige, restaura e remove toda maldição.
5 - Por que foi necessário escrever a Bíblia?
Por causa do pecado. Com a entrada do pecado no mundo, o homem ficou
separado de Deus e não pode chegar ao conhecimento d’Ele por si mesmo e pela
33
Descobrindo o Evangelho
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criação em geral. Por isso, Deus fez escrever a Sua vontade na Bíblia para que o
homem pudesse conhecê-lo para salvação (2 Tm 3.15-17).
6 - A Bíblia continua sendo escrita?
Não. A História da Salvação já está completamente revelada; os cristãos são
"personagens" ativos na progressão desta história na atualidade, vivendo e
divulgando-a, aguardando apenas a sua consumação no fim dos tempos. Logo, nada
pode ser acrescentado à Bíblia, nem dela retirado (Gl 1.8,9; Mt 5.18; Ap 22.18-19).
Escritura Sagrada – Sua Importância
1 - REVELAÇÃO
É a operação divina que comunica ao homem fatos que a razão humana é
insuficiente para conhecer. É portanto, a operação divina que comunica a verdade de
Deus ao homem (1Co 2.10).
a) Provas da Revelação
A Indestrutibilidade da Bíblia: O diabo foi o primeiro ser a pôr em dúvida a
existência da revelação: “É assim que Deus disse?” (Gn 3.1). Mas a Bíblia é a
Palavra de Deus. Uma porcentagem muito pequena de livros sobrevive além de um
quarto de século, e uma porcentagem ainda menor dura um século, e uma porção
quase insignificante dura mil anos. A Bíblia, porém, tem sobrevivido em
circunstâncias adversas. Em 303 A.D. o imperador Dioclécio decretou que todos os
exemplares da Bíblia fossem queimados. A Bíblia é hoje encontrada em mais de mil
línguas e ainda é o livro mais lido do mundo.
2 – INSPIRAÇÃO
É a operação divina que influenciou os escritores bíblicos, capacitando-os a
receber a mensagem divina, e que os moveu a transcrevê-la com exatidão,
Descobrindo o Evangelho
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impedindo-os de cometerem erros e omissões, de modo que ela recebeu autoridade
divina e infalível, garantindo a exata transferência da verdade revelada de Deus para
a linguagem humana inteligível (1Co 10.13; 2 Tm 3.16; 2 Pe 1.20,21).
Argumento da Profecia Cumprida: Muitas profecias a respeito de Cristo se
cumpriram integralmente, sendo que a mais próxima do primeiro advento, foi
pronunciada 165 anos antes de seu cumprimento. As profecias a respeito da
dispersão de Israel também, se cumpriram (Dt 28; Jr 15.4; l6.13; Os 3.4; etc.); da
conquista de Samaria e preservação de Judá (Is 7.6-8; Os 1.6,7; 1 Rs 14.15); do
cativeiro babilônico sobre Judá e Jerusalém (Is 39.6; Jr 25.9-12); sobre a
destruição final de Samaria (Mq 1.6-9); sobre a restauração de Jerusalém (Jr
29.10-14), etc.
Reivindicações da Própria Escritura: A própria Bíblia expressa sua
infalibilidade, reivindicando autoridade. Nenhum outro livro ousa fazê-lo.
Encontramos essa reivindicação nas seguintes expressões: "Disse o Senhor a
Moisés" (Ex 14.1,15,26; 16.4; 25.1; Lv 1.1; 4.1; 11.1; Nm.4.1; 13.1; Dt 32.48) "O
Senhor é quem fala" (Is 1.2); "Disse o Senhor a Isaías" (Is 7.3); "Assim diz o
Senhor" (Is 43.1). Outras expressões semelhantes são encontradas: "Palavra que
veio a Jeremias da parte do Senhor" (Jr 11.1); "Veio expressamente a Palavra do
Senhor a Ezequiel" (Ez 1.3); "Palavra do Senhor que foi dirigida a Oséias" (Os
1.1); "Palavra do Senhor que foi dirigida a Joel" (Jl 1.1), etc. Expressões como
estas são encontradas mais de 3.800 vezes no Velho Testamento. Portanto o
A.T. afirma ser a revelação de Deus, e essa mesma reivindicação faz o Novo
Testamento (1 Co 14.37; 1 Ts 2.13; 1 Jo 5.10; 2 Pe 3.2).
3 – ILUMINAÇÃO
É a influência ou ministério do Espírito Santo que capacita todos os que estão
num relacionamento correto com Deus para entender as Escrituras (1 Co 2.12; Lc
24.32,45; 1 Jo 2.27). A iluminação não inclui a responsabilidade de acrescentar algo
Descobrindo o Evangelho
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às Escrituras (revelação) e nem inclui uma transmissão infalível na linguagem
(inspiração) daquele que o Espírito Santo ensina.
A iluminação é diferenciada da revelação e da inspiração no fato de ser prometida a
todos os crentes, pois não depende de escolha soberana, mas de ajustamento
pessoal ao Espírito Santo. Além disso a iluminação admite graus podendo aumentar
ou diminuir (Ef 1.16-18; 4.23; Cl 1.9).
A iluminação não se limita a questões comuns, mas pode atingir as coisas
profundas de Deus (1 Co 2.10) porque o Mestre Divino está no coração do crente e,
portanto, ele não houve uma voz falando de fora e em determinados momentos, mas
a mente e o coração são sobrenaturalmente despertados de dentro (1 Co 2.16). Este
despertamento do Espírito pode ser prejudicado pelo pecado, pois é dito que o
cristão que é espiritual discerne todas as coisas (1 Co 2.15), ao passo que aquele
que é carnal não pode receber as verdades mais profundas de Deus que são
comparadas ao alimento sólido (1 Co 2.15; 3.1-3; Hb 5.12-14).
A iluminação, a inspiração e a revelação estão estritamente ligadas, porém
podem ser independentes, pois há inspiração sem revelação (Lc 1.1-3; 1 Jo 1.1-4);
inspiração com revelação (Ap 1.1-11); inspiração sem iluminação (1 Pe 1.10-12);
iluminação sem inspiração (Ef 1.18) e sem revelação (1 Co 2.12; Jd 3); revelação
sem iluminação (1 Pe 1.10-12) e sem inspiração (Ap 10.3,4; Êx 20.1-22). É digno de
nota que encontramos estes três ministérios do Espírito Santo mencionados em uma
só passagem (1 Co 2.9-13); a revelação no versículo 10; a iluminação no versículo
12 e a inspiração no versículo 13.
Descobrindo o Evangelho
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Deus
Questões:
1- Quem é Deus?
DEUS É. Simplesmente é. Qualquer definição de Deus seria limitada para dar
uma compreensão exata de sua essência (natureza). Ele não se adequa à nossa
mente, à lógica humana (Êx 3.14; Is 55.8-9; Sl 147.5; Rm 11.33-34).
2 - Existe mais que um Deus?
Não. Existe somente um Deus, o Deus vivo e verdadeiro (Dt 6.4; Jr 10.10; Is
43.10; Is 45.6-7; 1 Tm 1.17).
3 - Quais são os atributos de Deus?
Deus é Espírito (Jo 4.24); Deus é Pessoal (Is 57.15; Sl 23; Êx 13.21; Is 48.17);
Eterno, Invisível (Sl 90.2; 1 Tm 1.17); Imortal (1Tm 6.16); Imutável (Tg 1.17);
Misericordioso, Longânimo, Fiel (Sl 103.8; Êx 34.6); Santo (Is 6.3; Êx 15.11); Justo
(Ne 9.32-33; Sl 145.17); Onisciente (Sl 139.1-4); Onipotente (Ap 4.8; Gn 17.1);
Onipresente (Sl 139.5-12); Sábio (Jó 11.8-9); Auto-existente (Jo 5.26); Perfeito (Jó
11.7) e Amor (1 Jo 4.8). Ele não somente possui estes atributos, como também eles
emanam dEle.
4 - O que significa “Soberania de Deus” ?
Soberania de Deus trata da ação dEle como Rei do universo, dominando sobre
tudo e determinando toda a história. Afirma, categoricamente, que Deus é Deus e
não um homem de qualidades superiores. Ele é o único Deus, ninguém pode detê-lo,
faz toda a Sua vontade. È Senhor sobre toda a criação, é um ser incomparável,
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Descobrindo o Evangelho
12
incompreensível, porém conhecível (1 Cr 29.11-12; Ap 19.16; Jó 23.13; Mt 10.29-30;
Rm 11.33-36).
5 - Deus Criou todas as coisas?
Sim, Deus criou todas as coisas do nada, pela palavra de Seu poder, em seis
dias, e tudo muito bem (Gn 1 e 2.1-3; Hb 11.3; Ap 4.11).
A Natureza e os Atributos de Deus
“Está lição tem como objetivo estudar a respeito de quem é DEUS. Vale a
pena lembrar que vamos estudá-lo até o ponto que Ele se deixou conhecer,
diferentemente de outros estudos, onde podemos manipular o objeto estudado, por
isso, com muita humildade e sabendo da nossa limitação, vamos tentar entender um
pouco mais do ser de Deus”.
Se Deus não tivesse tomado a iniciativa de se revelar, ninguém jamais o
conheceria. Mas, felizmente, ele se revelou, se fez conhecer por meio de sua
revelação. Não importa quão profundo seja o nosso conhecimento teológico, sempre
haverá muitos aspectos da natureza e caráter de Deus que permanecerão um
mistério para nós. Nenhum ser humano pode ter o conhecimento pleno de Deus.
Deus é “incompreensível” (Jó 38.1-41; Jó 38.34; Sl 139.1-18; Is 55.8,9; Rm 11.33-36;
1 Co 2.6-16), entretanto pode ser “conhecido”, pois ele mesmo se fez conhecer. Não
podemos definir Deus, a mente humana, limitada, não pode captar toda a grandeza
do Ser de Deus. O máximo que podemos fazer é uma descrição analítica de Deus, a
partir do que Ele nos revela na Bíblia Sagrada.
1 - OS ATRIBUTOS DE DEUS
A palavra “atributo” embora não expresse corretamente o tema deste tópico
tem sido a palavra consagrada para designar as “perfeições”, ou qualidade do Ser de
Deus. Como Deus é perfeito seus atributos são chamados, também de “Perfeições
Divinas”. Há atributos que são peculiares a Deus e são chamados “Incomunicáveis”,
Descobrindo o Evangelho
13
outros que encontram algum traço, ou alguma ressonância no ser humano são
chamados “Comunicáveis”, vejamos quais são:
a) Atributos Incomunicáveis: Estes atributos destacam a distinção absoluta de
Deus, sua grandeza transcendente (além da criação). São aqueles que não
encontram analogias no ser humano.
Auto-existência ou Independência (Jo 1.1-5; Ex 3.13,14; Jo 5.26; At 17.22-31; Cl
1.15-20; Ap 1.8) - Deus é um ser absolutamente autônomo, sua existência não
depende de nenhuma causa secundária. Ele existe por si só.
Eternidade ( Sl 90.2; Sl 102.12; 2 Pe 3.8) - Deus sempre existiu e sempre
existirá, não tem começo nem fim. Deus não está limitado pelo tempo, ele vive no
eterno hoje.
Imensidade ou Onipresença (1 Re 8.27; Sl 139.7-10; Is 66.1; Jó 11.7-9; Jr
23.23,24; At 17.22-31) - Somente um Espírito infinito pode ser onipresente. Deus
não está limitado pelo espaço, ele está presente ao mesmo tempo em todos os
lugares. A onipresença de Deus é um conforto para o crente e um terror para o
não-crente.
Imutabilidade (Ml 3.6; Tg 1.17) - Deus não muda em seu ser, em seus atos, e
nem em seus propósitos. Mudança implica em melhorar ou piorar, se Deus
melhorar ele não era Deus, se ele piorar ele deixa de ser Deus.
Onipotência (Gn 17.1; Sl 115.3; Rm 11.36; Ef 1.11; Hb 1.3) - Onipotência não
significa que Deus pode fazer qualquer coisa. Ele não pode agir contra sua
natureza. Onipotência refere-se ao poder soberano de Deus, sua autoridade e
seu controle sobre a ordem criada. A onipotência, embora seja uma ameaça para
o ímpio, é uma fonte de conforto para o crente. O mesmo poder que Deus exibiu
na criação é manifestado na nossa redenção. Nada no universo pode atrapalhar
ou frustar os planos de Deus.
Onisciência (Sl 147.5; Ez 11.5; At 15.18; Rm 11.33-36; Hb 4.13) - Onisciência
significa “todo conhecimento”. Deus tem um grau de conhecimento muito mais
elevado do que o das criaturas, mas que é do mesmo tipo de lógica. Atribuir um
tipo diferente de lógica a Deus é fatal para o Cristianismo. A onisciência de Deus
Descobrindo o Evangelho
14
é baseada em seu ser infinito e em sua onipotência, ela é crucial para o seu
papel como Juiz do universo.
a) Atributos Comunicáveis: Estes são aqueles atributos que encontram alguma
analogia no ser humano, são as perfeições de Deus que ele comunicou à suas
criaturas humanas.
Conhecimento (1 Re 8.39; Is 46.10; Ez 11.5; At 15.18; Hb 4.13) – É a perfeição
de Deus por meio da qual ele conhece todas as coisas de maneira plena. Em
Deus chamamos de Onisciência, ou seja, Deus conhece todas as coisas, nada há
que passe desapercebido dos seus olhos.
Sabedoria (Sl 33.10,11; Rm 8.28; Rm 11.33; Ef 3.10) – É a inteligência de Deus
como se manifesta da adaptação de meios para alcançar a determinados fins.
Por isso Deus sempre escolhe os melhores meios para atingir os fins que ele
propõe.
Bondade (Sl 25.8-10; Sl 36.6; Sl 100.1; Sl 104.21; Sl 145.8,9,16; Mt 5.45; At
14.17; Tg 1.17) – É aquela perfeição de Deus que o move a tratar generosa e
bondosamente com todas as suas criaturas. Quando se dirige às suas criaturas
racionais a bondade de Deus se chama amor. A bondade de Deus ainda se
manifesta como misericórdia e longanimidade, ele se compadece de nós e nos
tolera apesar de nosso pecado.
Santidade (Ex 3.1-6; 1 Sm 2.2; Ex 15.11; Is 6.3; Hc 1.13; Ap 4.8) – Deus é
perfeitamente puro em sua pessoa e em seus atos e, consequentemente, ele é
contra toda e qualquer forma de impureza. Por esta perfeição Deus se aborrece
com o pecado e exige pureza de suas criaturas. Somos chamados para ser
santos, para refletir a pureza de Deus.
Justiça (Gn 18.25; Ex 34.6,7; Ne 9.32,33; Sl 71.19; Sl 145.7; Mt 10.42; Rm 1.32;
Rm 9.14-33) – Justiça é dar o que é devido. Deus é absolutamente justo, ele
governa o mundo com justiça, recompensa todos os atos bons do homem e pune
os seus erros.
Descobrindo o Evangelho
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Soberania (Sl 115.3; Mt 10.29; Ef 1.11) – Sob este aspecto estão envolvidos
vários aspectos da soberania de Deus: sua vontade soberana, seu poder
soberano (Onipotência), sua soberania em planejar e dirigir os negócios de suas
criaturas racionais.
“Porventura desvendarás os arcanos de Deus ou penetrarás até à perfeição
do Todo-Poderoso?” Jó 11.7. Realmente o homem não tem condição de desvendar
os mistérios de Deus, só podemos conhecer o que Deus permitiu por meio de sua
revelação. Quando tentamos fazer de Deus um objeto de pesquisa descobrimos que
há verdades sobre ele que não se enquadram em nossa limitada visão e lógica. Há
muitos mistérios que não conseguiremos desvendar simplesmente porque Deus não
quis revelá-los a nós. Cumpre-nos alegrar pelo conhecimento que Deus nos permite
ter de si mesmo, conhecimento suficiente para fazer-nos seus adoradores. Diante
das absolutas perfeições de Deus cumpre-nos voltar a ele nossos olhos com fé e
esperança, certos de que ele se torna o recompensador daqueles que o buscam.
Descobrindo o Evangelho
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O Homem
Questões:
1 – Como o homem foi criado?
O homem e a mulher foram criados por Deus, no fim do ato criador, como a
coroa da criação (Gn 1.26-31; Gn 2.4-25). O homem foi “formado” do pó da terra,
soprando Deus nele o fôlego da vida; A mulher foi criada a partir de uma costela do
homem (Gn 2.7, 21-22) e foram chamados Adão e Eva.
2 – Qual foi o acordo que Deus fez com o homem, e como foi?
Quando Deus criou o homem e a mulher os colocou no jardim do Éden, para
morar e cuidar (Gn 2.8-15), lhes disse que poderiam comer de tudo, menos comer do
fruto da árvore do conhecimento, pois se o fizessem, desobedeceriam a Deus e
morreriam. Este acordo chamamos de “Pacto das Obras”. Mas eles não resistiram e,
tentados por Satanás comeram do fruto e pecaram contra Deus (Gn 2.16; 3.1-24).
3 - Quais foram as consequências do pecado de Adão e Eva?
Com a queda, entrou o pecado no mundo e por ele, a morte física e espiritual;
a física marcada pelas doenças e sofrimentos diversos e a espiritual marcada pela
separação total de Deus. A criação também foi afetada pela queda (Gn 3.16-19; Os
6.7; Rm 8.19-22; Rm 6.23; Rm 5.12).
4 – Com o pecado de Adão, toda a humanidade foi corrompida?
Pela Queda, toda a natureza humana foi corrompida; cada parte da vida
humana ficou manchada pelo pecado. O homem perdeu a retidão e santidade
originais, tornando-se “escravo” do pecado, totalmente incapaz de buscar a Deus por
si mesmo; inclinado a todo mal, tendo a sua vontade dominada pelo pecado; seu
55
Descobrindo o Evangelho
17
estado original é de putrefação, de morte. Por isso é chamada de “depravação total”
(Rm 3.9-18,23; Rm 6.23; Gn 6.5; Jr 17.9; Rm 5.12; Sl 51.3,5; 1 Co 15.21-22; Ef 2.1-3;
Rm 7.18; 1 Co 1.8).
5 – O que é pecado?
Pecado é tudo aquilo que fazemos, em atos ou pensamentos, que contrariam
a vontade e a Palavra de Deus (1 Jo 3.4; Sl 119.11).
6 – O homem foi condenado a viver longe de Deus para Sempre?
Não. Deus pela sua infinita misericórdia resolveu elaborar e realizar uma plano
para restaurar o Seu relacionamento com o homem através de Jesus Cristo, que
chamamos de “Pacto da Graça”.
O Homem – A Criação
1 - OS CRISTÃOS DEVEM ACREDITAR NA CRIAÇÃO
Nós acreditamos na criação, em primeiro lugar, não por causa de evidência
científica, mas por causa de nossa fé em Jesus Cristo e na Palavra dele, a Bíblia. O
Senhor Jesus é revelado na Bíblia como o Criador de todas as coisas (Jo 1.3; Hb
1.1-3), e Ele está a favor de cristãos, é Senhor de tudo e a Cabeça de todas as
coisas, inclusive da ciência (At 10.36; Ef 1.22). O Cabeça disse algo sobre ciência
em João 5.45-47, isto é , se nós acreditamos em Jesus Cristo, então nós temos que
acreditar nos escritos de Moisés. Sobre o que escreveu Moisés? Em primeiro lugar
ele escreveu sobre a criação de todas as coisas por Deus. Assim nós julgamos
ciência pela Bíblia e não ao contrário. “Nós caminhamos por fé, não através de visão”
( 2 Co 5.7). Os defensores de evolução estão impossibilitados de aduzir formas
fósseis que mostram um processo histórico atual de evolução de tipos novos de
organismos. Eles não têm inventado teorias científicas que realmente explicam
evolução, e eles não podem demonstrar a evolução de qualquer coisa nova por
Descobrindo o Evangelho
18
qualquer mecanismo genético conhecido ou processo. Além disso, não há nenhuma
evidência que prova que a evolução alegada de toda a vida realmente aconteceu. Ao
longo da história do mundo nenhum desígnio complexo novo foi observado para
originar uma mente inteligente. Na ausência de uma explicação evolutiva, a criação
especial divina permanece como a única explicação cientificamente viável para a
origem de vida e de todos os desígnios biológicos.
Você e eu não estamos sendo enganados porque nós acreditamos que no
princípio Deus criou os tipos de plantas e animais, cada um para reproduzir depois
de seu próprio tipo. Como cidadãos Cristãos nós devemos declarar nossa fé
abertamente no registro bíblico da criação. E nós devemos trabalhar para, parar o
ensino dogmático de evolução e a perseguição de cristãos nas escolas públicas e
universidades.
2 – O SURGIMENTO DO PECADO NO MUNDO
Desde o momento em que nossos primeiros pais (Adão e Eva)
desobedeceram a ordem divina e seguiram a sua própria vontade, comendo do fruto
proibido (Gn 2.17). Como conseqüência do pecado, o que aconteceu? Os pais da
raça humana ficaram sujeitos à morte. "Porque o salário do pecado é a morte" (Rm
6.23). A quantos passou a sentença de morte? A todos. "Portanto, assim como por
um só homem entrou o pecado no mundo e pelo pecado a morte, assim também a
morte passou a todos os homens, porque todos pecaram" (Rm 5.12). A morte é a
coroa dos males conseqüentes do pecado. Com ela herdamos também o mal de
estar separados de Deus e privados de Seus favores. "Porque todos pecaram e
carecem da glória de Deus" (Rm 3.23). Consentindo em desobedecer, o homem
tornou-se inimigo de Deus e escravo do pecado. Posso por mim mesmo sair desta
terrível condição? A Escritura pergunta e responde: "Pode acaso o etíope mudar a
sua pele, ou o leopardo as suas manchas? Então poderíeis fazer o Bem, estando
acostumados a fazer o Mal" (Jr 13.23). É totalmente impossível sair desta condição
sem ajuda. Deixado à mercê da minha sorte, estaria sem esperança.
Descobrindo o Evangelho
19
Jesus Cristo
Questões:
1 – Quem é Jesus?
Jesus é a 2ª Pessoa da Trindade, o Filho de Deus existente desde toda a
eternidade, encarnado.
2 – Como se deu a encarnação de Deus Filho?
A 2ª Pessoa da Trindade assumiu a forma e natureza humana, sendo
concebido no ventre da virgem Maria, pelo poder do Espírito Santo (Mt 1.18-21; Lc
1.26-38; Jo 1.1,14; Gl 4.4).
3 – Assumindo a natureza humana, o Filho de Deus encarnado perdeu sua
divindade?
Não. Jesus não perdeu seus atributos divinos na encarnação. Ele era
perfeitamente Deus e perfeitamente homem, ao mesmo tempo. Ele é uma só pessoa
com duas naturezas – divina e humana – sendo verdadeiro Deus e verdadeiro
homem sem pecado (Mt 1.23; Jo 1.1-18; 1 Jo 5.20; Lc 1.35; Mt 16.16; Jo 20.31; Cl
1.15-20; Cl 2.9; 1 Tm 2.5; Rm 9.5; Rm 1.1-4).
4 – Por que era necessário Jesus ser Deus?
Para sustentar a natureza humana livre de pecados, vencer todas as
tentações e a morte, ressuscitando dentre os mortos; tornar eficaz a sua obra,
garantindo a salvação aos eleitos e a vitória final do seu Reino sobre o reino de
Satanás (Hb 7.26,27; At 2.24; At 20.28; Rm 1.4; Hb 5.9; Lc 1.67-79).
5 – Por que era necessário Jesus ser homem?
66
Descobrindo o Evangelho
20
Para participar de nossas fraquezas, tentações e sofrimentos, solidarizando-se
com a raça humana, para apresentar o homem diante de Deus, para representar o
pecado no Pacto, para poder entregar sua vida, morrendo na cruz do Calvário (Mt
11.28-30; Hb 4.15; Hb 5.1-10; Hb 2.17-18; Fp 2.5-8; Hb 12.2-3).
6 – Qual é o propósito da Obra de Cristo?
Seu propósito foi salvar o seu povo (Mt 1.21), reconciliar com os homens (Rm
5.10; 2 Co 5.18-19; Cl 1.21-22), resgatar e adotar (Gl 4.4-5), libertar da escravidão
do pecado (Hb 2.14-15), redimir e purificar (Hb 1.3; Hb 9.12-14), carregar sobre Si o
pecado do seu povo (1 Pe 2.24), cancelar a dívida (Cl 2.13,14; 2 Co 5.21), comprar
um povo (Ap 5.9,10) comprar a Igreja (At 20.28).
7 – Este propósito foi cumprido?
Sim. Jesus Cristo não falhou em sua Obra; ela foi plenamente cumprida pela
sua morte e ressurreição (Jo 19.30; Jo 17.4; Jo 20.1-18; 1 Co 15.1-21). Esta Obra é
aplicada pela ação do Espírito Santo na vida daqueles por quem Cristo fez a
expiação (Tt 3.5,6).
Jesus Cristo – A Salvação
O homem criado à imagem de Deus caiu. O pecado trouxe sérias
consequências para a humanidade, a separação do Criador é, sem dúvida, a pior
delas. Como o homem poderia voltar a relacionar-se com Deus? Na Sua Bondade
infinita, Deus promoveu a instalação de uma “operação resgate”, um plano redentor
onde os laços rompidos seriam reatados. Uma Aliança entre Deus Pai e Deus Filho e
o Deus Espírito Santo estabeleceu a Salvação do homem perdido.
Descobrindo o Evangelho
21
1 - JESUS – UM SALVADOR SUFICIENTE
O pecado do homem exigia a aplicação da justiça. Deus não se relaciona com o
pecado, Ele poderia simplesmente fechar os olhos como se nada tivesse acontecido.
Mas Deus mesmo, movido pelo Seu grande Amor, providenciou um meio de
salvação para o pecador (Jo 3.16). Veja como foi que o Filho de Deus pôde ser o
nosso Salvador:
a) Sua Humanidade: (Jo 1.14; Gl 4.4) – O pecado foi cometido por um homem, só
outro homem poderia oferecer satisfação à Deus, eis o motivo e a necessidade
da encarnação. Jesus foi perfeito homem para que pudesse representar outros
homens (Rm 5.12-21), conheceu as limitações da humanidade e sujeitou-se a
elas: sentia cansaço, sede, fome, etc. Como homem ofereceu perfeita obediência
ao Pai, viveu uma vida totalmente santa.
b) Sua Divindade: Conquanto fosse homem, Jesus não deixou de ser Deus ao se
encarnar (Jo 1.1; Lc 1.35). É certo que a encarnação impôs certas restrições, mas
Jesus Cristo continua sendo Deus e homem. A divindade de Jesus, entretanto, é
a garantia de que seu sacrifício tenha eficácia eterna e total.
c) Sua Obra: O que Cristo fez por nós para salvar-nos? Jesus foi o nosso substituto
perante a Justiça Divina, morrendo e derramando seu sangue por nós (Hb
9.22,28; Gl 3.13; Rm 3.23-25). Isaías 53.4,5 afirma, profeticamente, a eficácia do
sacrifício de Jesus pelo nossos pecados. Jesus mesmo afirmou a necessidade do
seu sacrifício, só o seu sangue poderia satisfazer a Justiça de Deus.
d) Sua Suficiência: (2 Co 5.19; Rm 5.1,8; Rm 8.1) – Por meio da substituição de
Cristo somos perdoados, reconciliados e salvos. A morte de Jesus Cristo satisfaz
a Justiça de Deus, o pecado foi punido Nele. Deus mesmo providenciou a
satisfação da Sua Justiça. Esta é a grande dádiva de Deus, de um lado o Pai que
dá o Seu Filho para substituir-nos, do outro o Filho que se humilha, encarnado-se,
dando a vida e derramando o Seu sangue em nosso lugar. Isto é o Amor de Deus
por nós. A Salvação é uma dádiva e não uma conquista; é o fruto da graça de
Deus e não dos méritos humanos; é motivo de humildade e eterna gratidão e não
de orgulho e vanglória.
Descobrindo o Evangelho
22
2 - O HOMEM – ARREPENDIMENTO E FÉ
Para que os efeitos da Salvação sejam percebidos na vida do homem, alguns
elementos são indispensáveis. Não queremos dizer com isso que a Salvação
dependa destes elementos. Eles são as ferramentas dadas pelo próprio Deus, com
as quais o homem se apropria da graça de Deus.
a) Arrependimento: a necessidade de arrependimento é afirmada em toda a
Escritura como sendo preponderante na apropriação da Salvação (Ez 33.11; Mt
4.17; Mc 1.15; At 2.38; At 17.30). Mas o que vem a ser “arrependimento”? R:
Mudança de mente. Este arrependimento envolve três aspectos:
O Intelecto: arrependimento é tomar consciência de si mesmo, como alguém
que está errado diante de Deus. Não apenas arrepender-se de seus pecados,
é arrepender-se de si mesmo, é reconhecer o “erro em que tem vivido” e não
apenas o erro praticado. Boa ilustração disto é “filho pródigo” (Lc 15.17-19).
A Emoção: O arrependimento inclui tristeza genuína e real por causa do
pecado (2 Co 7.9,10). O reconhecimento do erro deve levar ao verdadeiro
arrependimento, a deplorar sua atitude e mudar de vida. Os rabinos judeus
afirmavam que o verdadeiro arrependimento é aquele que não volta ao
mesmo pecado em circunstâncias semelhantes.
A Vontade: Aqui nos referimos a uma mudança consciente de propósito de
vida, uma decisão no íntimo de deixar o pecado e uma disposição para
procurar o perdão e a purificação. Nada adiantaria tomar consciência e
entristecer-se se o pecador não mudasse de atitude. É tirar a roupa suja e
vestir-se com a roupa nova e limpa da Justiça.
b) Fé: Além de abandonar a velha vida, através do arrependimento, o pecador
precisa de crer em Jesus cristo e recebê-lo como Salvador e Senhor (Rm 1.17; At
16.31; Jo 3.18). A fé genuína é aquela expressa em conhecimento da Verdade,
convicção de que Cristo é o seu Salvador, que Seu sacrifício é suficiente, e
obediência à Vontade de Deus. A fé verdadeira deve ser coroada com a vida de
observância da Vontade de Deus (1 Jo 2.6). É esta a ênfase de Tiago em sua
Descobrindo o Evangelho
23
carta, a verdadeira fé se expressa em uma vida de piedade, de ação concreta em
favor do outro.
A Salvação do pecador é uma dádiva de amor imensurável de Deus por nós.
Ele mesmo providenciou todos os elementos necessários a nossa reconciliação com
Ele. Cumpre-nos devolver a Ele a vida que nos deu como expressão de nossa
alegria e satisfação. Nunca devemos nos deixar dominar pelo orgulho ou pela
vanglória pelo fato de sermos salvos, salvação é dádiva, é presente de Deus, é
Graça. O fato de sermos salvos deve fazer de nós gente agradecida e que se
entrega plenamente para o louvor e glória daquele que nos salvou.
Descobrindo o Evangelho
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O Espírito Santo
Questões:
1 - Quem é o Espírito Santo?
É a 3ª Pessoa da Trindade, igual ao Pai e ao Filho. É procedente deles, da
mesma substância (natureza) e igual em poder e glória. Ele foi enviado para aplicar a
obra da salvação no coração dos eleitos (Jo 14.16-17, 25-26; Jo 16.7-11; Tt 3.5-6).
2 – O Espírito Santo atua somente na obra da salvação?
Não. Ele opera também na sociedade em geral, restringindo o pecado,
promovendo a justiça, a paz, a verdade, a moralidade e o bem; dirige bençãos
naturais a todos os seres indistintamente, como alimento, chuva, sol, e prosperidade
dentre outras. Esta é a chamada Graça Comum, por ser o favor de Deus dirigido a
todos os homens, porém não produz a Salvação (Mt 5.44-45; Gn 39.5; Sl 145.9; At
14.17; Lc 6.35-36; Rm 13.4; 2 Rs 10.29-31).
3 – O que é regeneração?
É o ato exclusivo e único, instantâneo, do Espírito Santo, pelo qual Ele
implanta, interiormente, a nova vida no eleito (regeneração = novo nascimento). O
homem natural é morto em seus pecados; pela regeneração, o Espírito Santo lhe dá
vida espiritual, mudando a disposição da alma, preparando-a para receber o Reino
de Deus, a salvação (Jo 3.3-8; Ef 2.1-5; Tt 3.5-6; 1 Co 2.12-15; At 16.14; 2 Co
5.15; Ez 36.26).
4 – Porque a regeneração é necessária para a salvação?
Porque sem este novo nascimento, o homem continua morto em seus
pecados, indisposto e incapaz de receber o Evangelho, inimigo do Reino de Deus.
Pela regeneração sua resistência é quebrada, as barreiras são derrubadas e recebe
77
Descobrindo o Evangelho
25
nova vida, a qual o capacita a receber o Evangelho e ser salvo (Ez 36.26; Jo 3.3; Ez
11.19-20; 1 Co 2.10-16).
5 – O que é arrependimento?
É a obra operada pelo Espírito Santo no coração do pecador eleito, pela qual
ele reconhece a total corrupção de sua natureza, sente profunda tristeza pelo seu
pecado e decide abandoná-lo, voltando-se para Deus, numa total transformação de
sua existência para adequar-se aos valores do Reino de Deus, o qual a exige (Mc
1.15; 2 Co 7.9-10; Lc 24.47; Rm 2.4; At 2.37-38; At 20.21; Ap 2.5; At 11.18; Ez
36.31).
A Natureza do Espírito Santo
1 - A PERSONALIDADE DO ESPIRITO SANTO
O Espirito Santo é uma Pessoa, distinta do Pai e do Filho, e não uma mera
influência, energia ou operação divina, e portanto dotado de intelecto, emoção,
autoconsciência e autodeterminação.
a) Características Pessoais:
Inteligência (1 Co 2.10,11; Rm 8.27).
Vontade (1 Co 12.11).
Amor (Rm 15.30).
Bondade (Ne 9.20).
Tristeza (Ef 4.30; Is 63.10).
b) Atos Pessoais:
Ele perscruta (1 Co 2.10).
Ele fala (Ap 2.7; Gl 4.6; Jo 15.26).
Ele intercede (Rm 8.26).
Ele ensina (Jo 14.26).
Descobrindo o Evangelho
26
Ele guia (Jo 16.12-14; Ne 9.20).
Ele chama (At 13.2; 20.28).
2 - A DIVINDADE DO ESPIRITO SANTO
O Espirito Santo é coeterno e consubstancial com o Pai e o Filho.
a) Nomes Divinos:
Deus (At 5.3,4).
Senhor (2 Co 3.18).
b) Atributos Divinos:
Eternidade (Hb 9.14).
Onipresença (Sl 139.7-10).
Onipotência (Lc 1.35).
Onisciência (1 Co 2.10,11).
A Obra do Espírito Santo
1 - EM RELAÇÃO AO UNIVERSO MATERIAL
Ele participou da obra da criação (Sl 33.6; Jó 33.4; 104.29,30).
2 - EM RELAÇÃO AOS HOMENS NÃO REGENERADOS
a) Luta (Gn 6.3).
b) Testifica (Jo 15.26; At 5.32).
c) Convence (Jo 16.8-11).
3 - EM RELAÇÃO AOS CRENTES
a) Regenera (Jo 3.3-6; 6.63; Tt 3.5; 1 Co 2.4; 3.6).
b) Batiza (Jo 1.32-34; 1 Co 12.13; At 1.5).
Descobrindo o Evangelho
27
c) Habita (1 Co 3.16; 6.15-19; Rm 8.9).
d) Sela (Ef 1.13,14; 4.30).
e) Testifica (Rm 8.14,16).
f) Fortalece (Ef 3.16).
g) Enche (Ef 5.18-20).
h) Liberta (Rm 8.2).
i) Guia (Rm 8.14; At 8.27-29; 13.2,4).
j) Ilumina (1 Co 2.12,14).
l) Instrui (Jo 16.13,14).
m) Capacita (1Ts 1.5; At 1.8; 1 Co 2.1-5).
n) Produz Frutos (Gl 5.22,23; Fp 3.3; At 2.11).
o) Intercede (Rm 8.26; Jd 20).
4 - EM RELAÇÃO A CRISTO
a) Concebido pelo Espirito Santo (Lc 1.35).
b) Ungido pelo Espirito Santo (At 10.38; Is 11.2; 61.1; Lc 4.14,18; Mt 12.17,18).
c) Guiado pelo Espirito Santo (Mt 4.1).
d) Cheio do Espirito Santo (Lc 4.1; Jo 3.34).
e) Ministério (Lc 4.14,18,19; Is 61.1).
f) Sacrifício (Hb 9.14).
g) Ressurreição (Rm 8.11; Rm 1.4).
h) Deu mandamentos pelo Espirito Santo (At 1.1,2).
5 - EM RELAÇÃO AS ESCRITURAS
a) É o Seu Autor (2 Pe 1.20,21; 2 Tm 3.16; 2 Pe 3.15,16; Jo 16.13).
b) É o Seu Intérprete (Ef 1.17; 1 Co 2.9-14; Jo 16.14-16 ; 2 Pe 1.20,21; 1 Jo 2.
20,27).
Descobrindo o Evangelho
28
A Trindade
Questões:
1 – Quantas e quais são as pessoas na Divindade?
Neste único Ser Divino há três Pessoas ou subsistências individuais, ou seja,
A Santíssima Trindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Mt 3.16-17; 2 Co 13.13; Gn
1.1-13,26; Gn 11.7; Is 61.1; Jo 14.16-17; Lc 1.35; 1 Co 12.4-6; 1Pe 1.2).
2 – Qual é a relação entre as pessoas da Trindade?
Este é um grande mistério para a mente humana: as três pessoas, o Pai, o
Filho e o Espírito Santo, coexistem em uma só divindade. São um só Deus da
mesma essência, substância, poder e glória e, ainda assim, cada um tem
personalidade distinta (Gl 1.1; Jo 1.18; 1 Jo 5.20; Sl 45.6; Hb 1.8; At 5.3-4; Jo 1.1; Is
9.6; 1 Co 2.10-11; Jo 10.30).
3 – Quais são as propriedades pessoais das três pessoas da Divindade?
O Filho é eternamente gerado do Pai (Jo 14.8-9; Jo 1.14,18; Hb 1.5-6; Jo 17.5)
e o Espírito Santo procede do Pai e do Filho (Jo 14.16-17,26; Jo 15.26; Gl 4.6; 1 Co
2.12).
4 – Existe uma distinção na obra realizada por cada membro da Trindade?
Sim. Existe diferentes operações assumidas pela Triunidade. O Pai inicia a
criação e a salvação; o Filho redime a criação (morreu para salvá-la); o Espírito
Santo regenera e santifica, aplicando a salvação à vida dos crentes (Jn 2.9; Is 43.12;
Rm 11.33-36).
5 - Qual a formulação histórica da Trindade?
88
Descobrindo o Evangelho
29
A formulação histórica da Trindade é que Deus é um em essência e três em
pessoas. Embora tal fórmula seja misteriosa, de maneira nenhuma é contraditória. A
unidade da Deidade é afirmada em termos de essência ou ser, enquanto que sua
diversidade é expressa em termos de pessoas.
O Deus Trino
A Bíblia nos ensina que há somente um Deus, mas Ele subsiste em três
pessoas. A Doutrina da Trindade é um mistério. Não podemos harmonizá-la com a
lógica humana. Está além de nossa compreensão. Mas podemos descrevê-la,
conforme é ensinada nas Escrituras. O grande mistério da Trindade está no fato de
as três pessoas ser apenas um Ser essencial espiritual, indivisível e inalienável, que
é comum ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Eles tem em comum uma só
inteligência, um só poder, uma só vontade etc., que são infinitos quando dizemos
que são pessoas distintas. Concluindo, a essência divina está dividida em três
pessoas, mas está presente nas três em igual proporção e intensidade; todas as
pessoas da Trindade possuem todos os atributos divinos. O Pai é Deus, o Filho é
Deus e o Espírito Santo é Deus. As três pessoas se distinguem por suas diferentes
“funções” no plano redentor.
1 - AS FUNÇÕES DAS PESSOAS DA TRINDADE
Existe também uma distinção na obra realizada por cada membro da
Trindade. Num sentido, a obra da salvação é comum a todas as três pessoas da
Trindade. Mesmo assim, na maneira de atividade existe diferentes operações
assumidas pelo Pai, pelo Filho e pelo Espírito Santo, como vemos abaixo:
Pai – O Deus Pai é revelado como o Espírito Infinito, o Criador, o Deus da Natureza.
Ele inicia a criação e a redenção. Filho – Cristo é o eterno Filho de Deus que se fez
homem por amor de nós, encarnado-se miraculosamente por obra do Espírito Santo
no ventre da virgem Maria (Lc 1.35). Viveu uma vida de servo, sendo obediente
até à morte e morte de cruz (Fp 2.6-8), com a qual realizou um sacrifício perfeito e
Descobrindo o Evangelho
30
único em nosso favor (Hb 7.22-28). Ele ofereceu a si mesmo como vítima de
propiciação pelos nossos pecados, reconciliando-nos com o Pai (2 Co 5.19). Depois
de permanecer três dias sob o poder da morte, ressuscitou e, tendo ficado quarenta
dias com os seus discípulos (At 1.3), subiu aos céus (At 1.9), onde está à direita de
Deus intercedendo por nós. O Filho redime a criação. Espírito Santo – O Espírito
Santo é a terceira pessoa da Trindade. É o Espírito da Verdade, o outro Consolador
prometido por Cristo, o Santificador de nossas almas (Jo 14.16,17). É por meio do
Espírito que Cristo realiza a sua presença com o seu povo, segundo a promessa:
“Eis que estou convosco todos os dias até à consumação dos séculos” (Mt 28.20). O
Espírito Santo regenera e santifica, aplicando a redenção aos crentes.
2 - AFIRMAÇÕES BÍBLICAS
É na Bíblia que encontramos os argumentos para descrever essa doutrina,
ainda que não possamos compreendê-la totalmente. No Batismo de Jesus houve a
manifestação das três pessoas: o Filho sendo batizado, recebeu o Espírito que
desceu sobre Ele de uma maneira visível, e o Pai disse: “Este é meu Filho amado em
quem me comprazo” (Mt 3.13-17); Jesus ordena o Batismo em nome da Trindade (Mt
28.19); a Igreja usou uma bênção trinitariana (2 Co 13.13); etc.
3 - IMPORTÂNCIA DA DOUTRINA DA TRINDADE
Devemos dar uma enorme importância à doutrina da Trindade, porque ela
está no coração da teologia cristã e no cerne da nossa redenção. Se não há
Trindade, não há encarnação; e se não há encarnação do Verbo, a expiação torna-
se apenas uma apresentação teatral sem qualquer significado para nós. O assunto
da justificação pelo sangue de Cristo ficaria totalmente prejudicado. Nossas culpas
continuariam conosco, ainda estaríamos com dívida por pagar, porque um homem
simplesmente não pode levar a culpa de homens, morrendo na cruz, sem condições
de ressuscitar pelo seu próprio poder. O objeto da nossa fé, Jesus Cristo, seria
apenas um homem, nada mais. Somente a doutrina da Trindade é que faz com que
vejamos em Cristo o Verbo encarnado, o Redentor, o Deus-homem.
Descobrindo o Evangelho
31
A Igreja
Questões:
1 – O que é a Igreja ?
Temos duas igrejas, a visível e a invisível: A Igreja invisível não é uma
denominação religiosa, trata-se do corpo de Cristo, sendo Ele o cabeça, ou
seja, aqueles que independentemente de denominação, creram em Jesus
Cristo como seu único Salvador ou ainda crerão (Ef 1.22-23; Cl 1.18; 1Co
12.27). A igreja visível é a reunião dos santos, onde juntos crescem no
conhecimento, na comunhão, na santidade e na adoração exercendo seus
ministérios e dons, para proclamação do Reino. Através dela Deus se
manifesta ao mundo (At 2.42,46-47).
2 – Qual é a missão da Igreja ?
A missão da igreja dividi-se em três características, que são:
a) Proclamação - Que consiste em proclamar a Palavra de Deus aos homens,
ou seja, anunciar a Salvação garantida por Jesus Cristo na cruz do Calvário.
Esta mensagem deve ser proclamada em todo o mundo (Mt 28.18; Mt 24.14;
Mc 13.10 e Mc 16.15).
b) Ensino - Que consiste agora em ensinar toda a Vontade de Deus revelada
aos que foram atingidos pela proclamação do Evangelho de Jesus Cristo.
Nossa realidade deve ser pensada, criticada e reflexionada com base na
Palavra de Deus (At 20.26-27; Mt 28.19-20).
c) Serviço - Significa que fomos chamados para servir, ou seja, atender
àqueles que passam por qualquer tipo de necessidade ou sofrimento,
99
Descobrindo o Evangelho
32
desenvolvendo ou apoiando qualquer situação legítima, lutando pela melhoria
de vida do ser humano, denunciando qualquer tipo de injustiça que fira os
princípios da Palavra de Deus ( Gl 2.10; Tg 2.14-26; 1 Jo 3.16-18).
3 – Quando que a Igreja se mostra comprometida com o Reino de Deus ?
Quando ela cumpre fielmente esta tríplice missão no mundo, ou seja,
todo o crente deve estar envolvido com esta missão sem exceção, para
descobrir os seus dons, desenvolve-los e aplica-los em alguma área
específica no Reino de Deus (Rm 12.3-8; Ef 4.11-16).
A Igreja de Cristo
A Igreja é uma palavra que vem do grego, e nesta língua significa
“assembléia”, “multidão”, “ajuntamento popular”. Qualquer grupo que se reunisse
para tratar dos mais diversos fins era, para os gregos, uma igreja (ekklesia). Os
tradutores da Bíblia passaram a usar esta palavra com um sentido religioso, para
designar uma assembléia ou reunião de pessoas que se congregavam para prestar
culto à Deus. É com este sentido que ela aparece no Antigo Testamento.
1 - DIVERSIDADE DE SENTIDOS
A palavra Igreja, na linguagem religiosa, passou, com o tempo, a ser usada
em vários sentidos, tais como: igreja visível e igreja invisível; igreja militante e igreja
triunfante; igreja católica ou universal e igreja local ou particular; igreja como credo
(igreja romana, igreja ortodoxa, igreja reformada ou protestante); seitas ou
denominações (presbiteriana, metodista, batista, etc.); e naturalmente, o próprio
edifício onde se congregam os fiéis.
2 - IGREJA DE CRISTO
Há duas maneiras de definir a Igreja de Cristo. A primeira afirma que ela “ é a
companhia dos eleitos que são chamados pelo Espírito de Deus” ou, de maneira
Descobrindo o Evangelho
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mais simples “a comunidade dos santos”, que é a igreja invisível. A segunda a define
como “a comunidade dos que professam a verdadeira religião, juntamente com seus
filhos”, que é a igreja visível. É importante lembrar que somente aqueles que
pertencem a Igreja Invisível, as quais Deus conhece, são salvas.
3 - OS ATRIBUTOS DA IGREJA
a) Unidade – Consiste na união espiritual de todos os crentes. Distingue-se da
união orgânica. É em virtude da união espiritual que os crentes formam o corpo
místico de Cristo, de acordo com as seguintes palavras de Paulo: “Ora, vós sois o
corpo de Cristo, e, individualmente, membros uns dos outros” (1 Co 12.27). Em
virtude dos pecados e da fraqueza do homem, essa unidade não se tem
manifestado objetivamente, conforme a vontade expressa de Cristo na oração
sacerdotal: “ A fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim, e eu em
ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo
17.21).
b) Santidade – O sentido básico da palavra santidade é “separado”. Santo é aquele
que foi separado do mundo por Deus, para servi-lo no mundo. O sentido primário
da palavra, portanto, não é moralista, mas indica a relação com Deus e propósito
de servi-lo.
c) Universalidade – (ou catolicidade) A igreja de Cristo é universal porque inclui
todos os crentes, de todas as partes da terra. Cristo ordenou que o evangelho
fosse pregado a todo o mundo, para fazer discípulos em todas as nações. O
âmbito da mensagem é universal e o seu propósito é congregar, num só corpo,
todos os que crêem, em qualquer tempo ou lugar.
4 - AS MARCAS CARACTERÍSTICAS DA IGREJA
Estas marcas pertencem à igreja visível e servem para distinguir a verdadeira
igreja da falsa. Os reformadores, geralmente concordam em apontar estas três
marcas características:
a) O verdadeiro ensino da Palavra de Deus – A importância dessa marca pode
ser apreciada em textos como os seguintes: “Se vós permanecerdes nas minhas
Descobrindo o Evangelho
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palavras, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a
verdade vos libertará” (Jo 8.31,31); “Todo aquele que ultrapassa a doutrina de
Cristo e nela não permanece, não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse
tem assim o Pai, como o Filho” (2 Jo 9). A pregação deve ser fiel às verdades
fundamentais da Palavra de Deus e exercem influência controladora na fé e na
vida prática do crente.
b) Administração correta dos Sacramentos – Os sacramentos (Batismo e Santa
Ceia) são inseparáveis da Palavra de Deus. Devem ser administrados pelo
Ministro da Palavra e destinam-se aos crentes e aos seus filhos. Textos
esclarecedores: “ Ide por todo o mundo e fazei discípulos de todas as nações,
batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28.19); “E
perseveraram na doutrina dos apóstolos, na comunhão do partir do pão e nas
orações” (At 2.42).
c) O Exercício fiel da Disciplina – Essa marca é essencial para manter a pureza
da doutrina e dos sacramentos, bem como testemunho dos membros da Igreja. A
Palavra de Deus insiste na disciplina propriamente aplicada, em textos como os
seguintes: “Em verdade vos digo, que tudo o que ligardes na terra terá sido ligado
nos céus, e tudo que desligardes na terra terá sido desligado nos céus” (Mt
18.18); “... expulsai, pois, de entre vós o malfeitor” (1 Co 5.13), neste texto Paulo
refere-se a um crente de conduta impura na igreja de Corinto.
Pelo que ficou exposto, vimos que a Igreja de Cristo é o seu corpo místico e
que os crentes são individualmente membros deste corpo. Nela foi feita a condutora
da obra de Redentora de Cristo, a partir do momento em que Ele subiu aos céus,
após a ressurreição. Todo crente tem o privilégio de ser participante desta obra,
como membro da comunidade dos salvos pela graça de Deus. E todos os salvos são
unidos à igreja pelo Espírito Santo. Por isso, há um sentido em que se torna exata a
afirmação: “Fora da igreja não há salvação!”.
Descobrindo o Evangelho
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Os Sacramentos
Questões:
1 – O que é sacramento, e quais são ?
É uma ordenança sagrada instituída por Deus para representar, por meio de
sinais visíveis, a graça espiritual da salvação e todas as bênçãos dela decorrentes,
comunicadas àqueles que dela participam. Os sacramentos são: o Batismo e a Santa
Ceia (Mt 28.19; Lc 22.19-20; 1 Co 11.23-26).
2 – Por que o Batismo é um meio de graça?
Porque no Batismo, tendo a água como sinal visível, representando a
purificação espiritual, o batizando é admitido na Igreja visível, é unido a Cristo e
torna-se participante das bênçãos da salvação (At 2.38-41; Rm 6.3-4).
3 – O que se exige da pessoa para ser batizada?
No caso de adultos, exige-se fé em Jesus Cristo como Salvador e disposição
em obedecê-lo. No caso de crianças, é necessário ter os pais, ou um deles, crentes
(At 8.36-38; At 2.38; 1 Co 7.14).
4 – É correto batizar crianças?
Sim. O batismo substitui a circuncisão como selo e sinal de participação no
Pacto (Gl 5.2-7; Cl 2.11-12); o Pacto foi feito com Abraão e sua descendência, e toda
criança estava incluída nele, devendo ser circuncidada (Gn 17.7-14; Dt 29.9-15); o
Pacto não foi anulado, antes foi confirmado e feito novo (Gl 3.17,18,29; Hb 6.13-20;
1100
Descobrindo o Evangelho
36
Rm 4.11-18); os filhos dos cristãos são participantes do Pacto e desfrutam de suas
bençãos (At 2.38,39; Mc 10.13-16; 1 Co 7.14). Além do mais, há fortes evidências de
batismos infantis na Igreja Primitiva (At 16.14-15, 31-33) e não há qualquer proibição
a esta prática.
5 - O que é Ceia do Senhor?
É um sacramento instituído por Cristo, no qual o pão e o vinho são os sinais
visíveis, “representando”, respectivamente o corpo e o sangue de Jesus, entregue na
cruz do Calvário. A Ceia do Senhor é o símbolo máximo da salvação dos eleitos; em
sua celebração são comemoradas a morte e ressurreição de nosso Senhor. Só
participam da Ceia aqueles que professaram publicamente sua fé em Jesus (1 Co
11.26; Lc 22.19; Jo 6.50-59 ).
Os Dois Sacramentos
1 - O BATISMO
a) As Formas de Batismo:
A igreja de Cristo reconhece três formas de administração do batismo: a
aspersão, a imersão e a efusão. Na “aspersão”, a água é borrifada ou aspergida
sobre a cabeça do batizando; na “imersão”, como a palavra sugere, o batizando é
mergulhado na água; e na “efusão”, derrama-se sobre a cabeça do batizando um
vazo d’água. A Igreja Presbiteriana considera as três formas igualmente válidas, mas
prefere a aspersão.
b) Porque Batizamos por Aspersão?
A Igreja Presbiteriana sempre adotou a aspersão como forma preferida de
batismo. Divergimos do exclusivismo dos imersionistas apoiados, entre outros, nos
seguintes argumentos:
O batismo com água é apenas um símbolo: A quantidade de líquido usado na
sua administração não altera a validade do sacramento.
Descobrindo o Evangelho
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O significado da palavra batismo: Não é decisivo para se afirmar que a imersão
é a única forma válida desse sacramento. Em Mt 15.2; Mc 7.1-5 e Lc 11.37-39, a
palavra grega batismo (baptizo) é empregada para designar a lavagem das mãos,
de copos, jarros de metal e camas. Tal ato era realizado mediante o
derramamento de água, como se pode depreender de 2 Rs 3.11.
O batismo com água e com o Espírito: A batismo com água simboliza o
batismo com o Espírito Santo em forma de derramamento: “ Derramarei o meu
Espírito sobre toda a carne” (Jl 2. 28,29; At 2. 17). No Pentecoste o Espírito Santo
desceu sob forma de línguas de fogo, isto é, em forma de aspersão (At 2.1-4).
O batismo de Saulo: O batismo de Saulo na casa de Ananias, não poderia
obviamente, ter sido aplicado na forma de imersão (At 9.18), bem como o batismo
do carcereiro de Filipos e de “todos os seus”, as altas horas da noite (At 16.33).
Há outros exemplos no livro de Atos, com relação aos quais este argumento é
igualmente válido. c) Por que Batizamos Crianças?
O batismo de crianças é outro ponto de divergência entre os presbiterianos e
os imersionistas. Para nós há vários argumentos sólidos que justificam o batismo de
crianças, entre os quais mencionamos os seguintes:
As Crianças e o Pacto do Antigo Testamento: As crianças sempre fizeram
parte integrante da família de Deus, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento:
“Essa é a aliança que estabelecerei entre mim e vós, e a tua descendência: todo
macho entre vós será circuncidado. Circuncidarei a carne de vosso crepúcio: será
isso por sinal de aliança entre mim e vós” (Gn 17. 10,11). “Porque a promessa é
para vós e para vossos filhos” (At 2. 39). Se a igreja no Antigo Testamento,
admitiu crianças, não podemos excluí-las, no Novo Testamento, negando-lhes o
batismo.
Batismo e circuncisão: Nas palavras de Paulo, em Cl 2. 11,12, o batismo é a
“circuncisão de Cristo”. Estes dois ritos – circuncisão e batismo – tem o mesmo
propósito, a saber, a iniciação na igreja de Deus. Ora a criança judia era
circuncidada no oitavo dia, depois do nascimento. Nada há que possa impedir
Descobrindo o Evangelho
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procedimento idêntico, que é a aplicação do batismo às crianças na igreja de
Cristo.
Batismo de famílias inteiras: No Novo Testamento, há várias referências a
batismos de famílias inteiras. É mais natural concluir que nessas famílias
houvesse crianças, que teriam recebido também o batismo (At 16. 15, 33; 18.8).
2 - A SANTA CEIA
a) A Instituição Da Ceia Do Senhor
Há quatro narrativas distintas da instituição da Ceia do Senhor (Mt 26. 26-29,
Mc 14. 22-25, Lc 22. 19-20 e 1Co 11. 23-25). Assim como a Páscoa representava no
Antigo Testamento a libertação dos judeus do cativeiro egípcio, assim a Santa Ceia,
no Novo Testamento simboliza a nossa libertação do poder do pecado, mediante o
sacrifício de Cristo. O pão partido e o vinho simbolizam o corpo quebrantado do
Senhor e o seu sangue derramado. O comer e o beber materialmente destes
elementos são indicados da apropriação espiritual do corpo e sangue do Senhor, isto
é, dos frutos do sacrifício de Jesus Cristo na cruz, e são um memorial constante da
obra redentora do Senhor até o grande dia de Sua vinda (Lc 23. 19).
b) As Pessoas a quem se Destina a Ceia do Senhor
A Ceia do Senhor não foi instituída para todos indiscriminalmente, mas só
para os que podem conscientemente exercer a fé, e podem examinar-se a si
mesmos quanto à compreensão correta da significação espiritual da Ceia do Senhor.
Isto significa que as crianças que ainda não atingiram a idade da compreensão não
estão aptas a participar deste sacramento. E até os verdadeiros crentes tem o direito
de participar dele só quando sua conduta não está em flagrante oposição à sua
profissão. Por isso o apóstolo Paulo insiste na necessidade do auto-exame (1Co 11.
28-32). Os não crentes naturalmente estão excluídos da mesa do Senhor, e os que
se declaram cristãos não podem ser admitidos a ela se consciente e
persistentemente se afastam da verdade ou levam vidas ofensivas.
Descobrindo o Evangelho
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A Oração e o Dízimo
Questões:
1 – O que é oração?
Oração é uma conversa do salvo com Deus, é uma audiência do súdito do
Reino com o seu Rei, na qual ele O adora e intercede por si mesmo e por outros,
deixando todos os seus cuidados nas mãos soberanas dEle.
2 – Todo cristão deve orar diariamente?
A Bíblia exorta todo cristão a ser perseverante na oração; o súdito do Reino de
Deus deve estar constantemente diante do trono do seu Rei. Cristão que não ora,
não é verdadeiro cristão (Mc 14.38; 1Ts 5.17; Rm 12.12; Lc 11.1; Lc 18.1; Jd 20; Cl
4.2).
3 – Por que a oração é um meio de graça?
A oração é um meio de graça porque revela e desenvolve o senso de
dependência de Deus, coloca o salvo em íntima comunhão com Ele ao adorá-lo
reverente e reconhecer que toda a sua vida está nas mãos dele, traz sobre o cristão
as bençãos que ele necessita, as quais já estão preparadas de antemão conforme a
vontade soberana de Deus; prepara o espírito para a luta no serviço a Deus no
mundo (1 Jo 5.14; Mt 6.5-8; Ef 6.10-18; Mt 26.41; Fp 4.6).
4 – Por que devemos entregar o Dízimo?
Qualquer instituição necessita de recursos financeiros para funcionar e a igreja
não é uma exceção. A congregação de Israel precisava de recursos para manter o
santuário e sustentar os levitas. A igreja necessita de recursos para manter o templo
e suas instituições e para sustentar aqueles que se dedicam ao seu serviço. Por isso
1111
Descobrindo o Evangelho
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“Deus requer” de seu povo o dízimo e as ofertas (Ml 3.8-10; Gn 14.20; Gn 28.18-22;
Lv 27.30; Nm 18.21; 1 Co 9.13,14; 2 Co 8.1,2; Mt 10.42).
A Exigência de Deus – O Dízimo
A maior polêmica sobre as finanças, repousa sobre a questão do dízimo.
Afinal de contas devemos ou não dar o dízimo de nossos bens? Para que serve o
dízimo? Como tem sido administrado este dinheiro? O grande dilema é descobrir se
devemos ou não entregar o dízimo.
1 – O DÍZIMO NO ANTIGO TESTAMENTO:
Abraão foi o primeiro crente a dar o dízimo, muito antes de ser instituída lei do
dízimo (Gn 14.20), foi imitado por Jacó, seu neto (Gn 28.18-22). Quando a lei foi
outorgado por meio de Moisés, o dízimo foi incorporado à legislação.
a) Os dízimos do Senhor: (Lv 27.30-34) – O Senhor foi quem exigiu que
entregasse de tudo quanto se produzisse o dízimo, a décima parte, tanto dos
cereais, produtos de árvores, vegetais, todos; destes podia-se “resgatar” alguma
coisa quando 20 % a mais do seu valor; dos animais nada se podia resgatar, tudo
que fosse marcado para o Senhor devia ser entregue, independente se fossem
animais bons ou ruins. O dízimo era uma obrigação e não uma opção para o povo
de Deus.
b) Os dízimos sustentavam os levitas: (Nm 18.21) – A Tribo de Levi foi separada
por Deus para ministrar no tabernáculo, não receberam terras por herança, mas
receberam os dízimos para o seu sustento. Os dízimos eram o pagamento pelos
serviços prestados no Templo. Os levitas deviam dar o seu dízimo aos
sacerdotes.
c) A festa dos dízimos: (Dt 14.22-29) – O texto faz referência a uma grande festa
que era realizada na entrega dos dízimos, esta festa deveria ser realizada no
santuário central, lugar que Deus determinasse. Não sabemos quanto dos
Descobrindo o Evangelho
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dízimos era consumido ali, mas a ênfase recai sobre a importância de expressar
a gratidão a Deus em uma celebração familiar.
d) A assistência aos necessitados: (Dt 26.12,13) – Trienalmente os dízimos eram
armazenados nas cidades de origem e serviam para o socorro dos necessitados,
estrangeiros, órfãos e viuvas.
2 – O DÍZIMO NO NOVO TESTAMENTO:
No Novo Testamento pouco se fala sobre o dízimo, com exceção da clássica
passagem de Mt 23.23, onde Jesus não enfatizou ou acrescentou nada ao Ensino do
Antigo Testamento. No Novo Testamento a questão do dízimo parece perder a sua
força, não porque o crente não deve contribuir, mas porque agora nos é requerido
mais do que atitudes rituais. Deus quer toda a nossa vida, não apenas partes dela
como faziam os religiosos da época de Jesus. No Novo Testamento há muita ênfase
sobre “ofertas”, estas é que são muito defendidas e reclamadas. Vejamos:
a) O sustento de Jesus e dos discípulos: (Lc 8.1-3; Mt 10.9-10) – Durante o seu
ministério, Jesus recebeu ofertas daqueles que o seguiam e estimulou os seus
discípulos a se sustentarem de seu trabalho de evangelização pelas vilas da
Palestina.
b) O sustento de Paulo e outros obreiros: (1 Co 9.11,13,14; 2 Co 7-9; 1 Tm
5.17,18; Fp 4.15,16) – O apóstolo Paulo sempre contou com o apoio financeiro
das igrejas por onde passou. A igreja de Antioquia da Síria foi a grande
patrocinadora das viagens missionárias do apóstolo. As ofertas levantadas nas
igrejas eram o meio de sustento dos apóstolos, evangelistas e presbíteros
(pastores). Paulo afirma enfaticamente que aqueles que labutam na obra do
Senhor deve ter nela o seu sustento.
c) A assistência aos “santos”: (At 11.29-30; 2 Co 8.13-15; 1 Tm 5.16) – Ofertas
eram levantadas com vistas ao suprimento das necessidades urgentes dos
irmãos menos favorecidos, dos carentes. A igreja sempre esteve atenta a estas
necessidades e correu no sentido de supri-las. As ofertas eram destinadas para
este fim também.
Descobrindo o Evangelho
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Entendemos que a firmação do Senhor Jesus sobre os dízimos é mais do que
suficiente para que usemos esta prática de contribuição nas igrejas de Jesus.
Entretanto, assim como no Antigo Testamento, contribuir com o dízimo é apenas se
desincumbir de uma obrigação, o Senhor sempre espera que vamos além, que
entendamos que mais que uma obrigação, contribuir com o seu Reino é um privilégio
e é o objetivo primeiro de todo discípulo (Mt 6.33), assim cumpre-nos ser abundantes
em nossas contribuições.
Descobrindo o Evangelho
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Fim dos Tempos
Questões:
1 – Quais os sinais que precederão a Segunda Vinda de Cristo?
A Segunda Vinda de Cristo será precedida pela pregação do Evangelho a
todas as nações, pela grande apostasia, grande tribulação, pelo aparecimento do
Anticristo, por terremotos, fomes e guerras. Muitos desses sinais têm estado
presentes desde os primórdios da história; contudo serão intensificados nos últimos
dias. Estes são os chamados “Sinais dos Tempos” (Mt 24.3-31; 2 Ts2.1-12; 2 Tm
3.1-9). Não é possível definir a ordem cronológica destes sinais, eles podem ocorrer
concomitantemente.
2 – Como são chamadas as correntes de interpretação “mil anos” de Apocalipse 20?
As quatro principais interpretações são chamadas: Pré-Milenismo
Dispensacionalista, Pré-Milenismo Histórico, Pós-Milenismo e Amilenismo. Como
este curso visa uma orientação básica, estudaremos no momento apenas o
Amilenismo, as outras interpretações serão estudadas detalhadamente em um
próximo curso de doutrinas.
3 – O que é Amilenismo?
O Amilenismo defende que os mil anos de Apocalipse 20 não podem ser
entendidos literalmente, nem como um reinado visível e terreno de Cristo antes do
fim. O milênio refere-se ao período que vai desde a primeira até a Segunda Vinda de
Cristo; neste milênio, as almas dos salvos vivem e reinam com Jesus no céu,
enquanto as almas dos ímpios não vivem, nem reinam, com Ele (Ap 20.4-6);
Satanás está preso, não podendo impedir a pregação nem desenvolvimento do
Evangelho; sua prisão se deu quando Jesus veio pela primeira vez e o derrotou (Ap
1122
Descobrindo o Evangelho
44
20.1-3; Jo 12.31-32; Lc 10.17-18; Mt 12.29). No final deste milênio ele será solto;
então aparecerá o Anticristo e virá a grande tribulação seguida pelo imediato retorno
de Cristo, que destruirá Satanás, e pela ressurreição simultânea dos salvos e dos
ímpios para julgamento (Ap 20.7-15); os salvos reinarão eternamente com Cristo na
nova terra, onde não haverá sofrimento, nem qualquer corrupção ou oposição a
Cristo. Esta é a posição mais coerente com o ensino todo da Bíblia.
4 – O que acontecerá após a Segunda Vinda de Cristo?
Quando Cristo aparecer nas nuvens com seus anjos (será repentina, única,
pessoal e visível) haverá a ressurreição geral dos mortos, tanto dos justos quanto
dos injustos (Jo 5.28-29; At 24.15; Dn 12.2; Ap 20.11-15); os justos ressuscitados,
bem como os vivos, terão seus corpos transformados e glorificados, subirão para
encontrar-se com Cristo nas nuvens e descerão imediatamente com Ele à Terra (Jo
6.39-40,44; 1 Co 15.21-58; Fp 3.20-21; 1 Ts 4.13-18). Satanás, o Anticristo e os
seus seguidores serão definitivamente derrotados (Ap 16.12-16; Ap 20.7-10); segue-
se o juízo final e o estabelecimento dos novos céus e nova Terra.
5 – Como se dará o juízo final?
Todos os homens e anjos deverão comparecer diante do tribunal de Cristo
para serem julgados (Mt 25.31-33; At 17.31; 2 Co 5.10; Rm 14.10-12; Rm 2.16; Jd 6;
2 Pe 2.4; AP 20.11-15); neste juízo final será dada a sentença de cada ser, vida
eterna ou sofrimento eterno, de acordo com suas obras, tendo com base a vontade
de Deus revelada nas Escrituras e a obra de Cristo (Mt 12.36-37; Mt 25.34-46; 2 Co
5.10; Ap 20.13; Jo 3.18,36; Jo 5.24; Rm 8.1; Rm 2.12; Lc 12.47-48; 1 Co 13.10-15).
O propósito maior deste juízo é manifestar a glória de Deus.
Os “Mil Anos” de Apocalipse 20
1 - PRÉ-MILENISMO HISTÓRICO
Descobrindo o Evangelho
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a) Fim dos Tempos
Aparecimento do Anticristo (Mt 24; Ap 13)
Aparecimento do Falso Profeta
Grande Tribulação
Batalha do Armagedon
b) Segunda Volta de Cristo
Cristo volta para destruir seus inimigos e reinar (Ap 19:1ss)
Destrói o Anticristo e o Falso Profeta (Ap 19:20)
c) Milênio
Satanás é preso por mil anos para não enganar as nações (Ap 20:1,2)
Segue-se a 1ª ressurreição dos salvos (Ap 20:4,5 comp. com Ap 2:8 e 13:3,14
e I Co 15:23-26)
Jesus reina na Terra por mil anos literais com seus súditos (Ap 20:4-5)
Haverá conversão em massa dos judeus (pela Graça, mediante a Fé)
Cristo ainda será resistido
d) Juízo Final
Satanás é solto no final dos mil anos (Ap 20:7)
Satanás reúne todos os que não aceitaram a Jesus para lutar contra ele (Ap
20:8)
Jesus vence a batalha e destrói todos os seus inimigos (Ap 20:9-10)
Satanás é lançado no inferno
Acontece a 2ª ressurreição, desta vez de todos os mortos (Ap 20:11-15)
O julgamento é feito (Ap 20:13)
A morte é "destruída" (Ap 20:14)
Os incrédulos são condenados ao inferno (Ap 20:15)
São estabelecidos novos céus e nova terra (Ap 21)
2 - PÓS - MILENISMO
a) Milênio
Milênio não é um período de mil anos literais (Ap 20:1-6).
Descobrindo o Evangelho
46
Corresponde a um período entre a 1ª e a 2ª vindas de Cristo.
Neste período, Satanás está preso, não podendo impedir a pregação do
Evangelho.
Evangelho será pregado a todo o mundo e aceito pela maioria das pessoas.
b) Fim dos Tempos
Judeus e gentios se converterão em massa.
Evangelho impregnará todo o mundo (Mt 28:18-20; Mt 16:18; Nm 14:21; Is
2:2-4; Jr 31:31-34).
Haverá paz e justiça mundiais.
Haverá grande avanço das ciências.
Haverá prosperidade e vida tranqüila.
Não existirá o anticristo, nem a grande tribulação; são fatos já ocorridos no
início da era cristã (Mt 24).
c) Juízo Final
No final deste milênio, Cristo volta.
Satanás é solto (Ap 20:7ss).
Jesus Cristo destruirá Satanás e seus súditos.
Os mortos ressuscitarão.
Haverá o grande julgamento.
Os incrédulos serão lançados no inferno.
Os salvos reinarão com Cristo eternamente nos novos céus e nova Terra.
3 - AMILENISMO
a) Ministério de Cristo – Início do Milênio
Os mil anos de Ap 20:1-6 não são mil anos literais.
Milênio é um período indeterminado de tempo entre a 1ª e 2ª vindas de Cristo.
Neste período, Satanás está preso, no sentido de não poder impedir a
pregação do evangelho
Descobrindo o Evangelho
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Profissão de Fé
Questões:
1 - O que é Profissão de Fé?
É a declaração pública (diante de Deus, da Igreja e demais pessoas) que o
cristão faz de sua fé em relação, principalmente, a Deus, Jesus Cristo, Espírito Santo
e à Bíblia Sagrada.
2 - Por quê fazer pública Profissão de Fé?
Uma vez que a pessoa tenha crido em Jesus como seu salvador, que esteja
disposta a seguí-lo, ela não deve ficar fora da comunhão da Igreja visível e nem
deixar de participar da Ceia do Senhor. A profissão de fé lhe permite participar
das duas. É exigida a profissão de fé porquê, diante de tantas doutrinas falsas
que são ensinadas, contrárias à Palavra de Deus, é necessário que o cristão
saiba e declare exatamente qual o conteúdo de sua fé.
3 - Quem deve professar a fé?
Deve professar a fé quem:
a) Tem certeza de sua salvação, tendo já crido em Jesus Cristo como seu
Salvador.
b) Está disposto a seguí-lo, obedecendo à Bíblia Sagrada.
c) Já conhece e compreende os princípios básicos da fé cristã.
d) Não seja membro de nenhuma outra Igreja genuinamente evangélica.
4 - Quem deve professar a fé e ser batizado?
Quem se enquadra nas condições da resposta anterior e ainda não foi
batizado em alguma Igreja evangélica.
1133
Descobrindo o Evangelho
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5 - Quais são os direitos dos membros da Igreja que professam a sua fé?
a) Participar da Ceia do Senhor.
b) Votar e ser votado para cargos de liderança da Igreja.
c) Votar nas Assembléias ordinárias e extraordinárias da Igreja, tendo
participação ativa na vida eclesiástica.
6 - Quais são os deveres dos membros da Igreja que professam a sua fé?
Conforme artigo 14 da Constituição da Igreja Presbiteriana do brasil (CI/IPB):
a) Viver de acordo com a doutrina e prática da Escritura Sagrada.
b) Honrar e propagar o Evangelho pela vida e pela palavra.
c) Sustentar a Igreja e as suas instituições, moral e financeiramente.
d) Obedecer às autoridades da Igreja, enquanto estas permanecerem fiéis às
Sagradas Escrituras.
e) Participar dos trabalhos e reuniões da sua Igreja, inclusive assembléias.
7 - Qual a idade mínima para professar a fé?
Não existe uma definição exata quanto a idade mínima para se professar a fé.
Independente da idade, a pessoa deve satisfazer as exigências acima descritas.
É comum receber pessoas a partir dos 12 anos de idade.
Descobrindo o Evangelho
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Bibliografia
BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. 4 ed. Campinas/SP: Editora Luz para o
Caminho,1996. 791 p.
BRAGA, Ludgero. Bases da Fé Cristã. 8 ed. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1998.
Em 3 cadernos.
CAMPOS, Heber Carlos de. O Ser de Deus. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1999.
416 p.
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